Edição 1066

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ANO XXI - Nº 1066 - 24 A 30 DE ABRIL DE 2020 - R$ 4,00

DEU ERRADO

CT do CSA deve ir mesmo para a Mata do Rolo Fracassou a ideia do CSA de construir um novo Centro de Treinamento em terreno vizinho ao Aeroporto Zumbi dos Palmares. Rafael Tenório queria a área de 20 hectares em doação, mas o dono do imóvel não pretende vendê-lo e muito menos doar. Um novo local - na Mata do Rolo - voltou ao radar do presidente do clube. 2

RENAN FILHO IGNORA PRESSÕES E NOMEIA O NOVO PROCURADOR DE JUSTIÇA n Entidades defendem a nomeação do 1º colocado, mas o escolhido é Márcio Roberto Tenório, o 2º da lista tríplice n Promotor alerta que atual sistema eleitoral é falho e nem sempre o mais votado da lista representa a maioria do MP 6 e 7

PANDEMIA CASO MARTHA MOREIRA CORREGEDORIA NACIONAL DO MP INVESTIGA PROMOTOR SIDRACK NASCIMENTO POR FRAUDES E CRIME FUNCIONAL 3

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA APURA MORTES PELO CORONAVÍRUS NO ESTADO ESTUDO APONTA ALAGOAS COMO PRIMEIRO EM ÓBITOS POR DIABETES NO PAÍS 9 a 17


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COLUNA O CT do CSA

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- É bom os torcedores do CSA não alimentarem esperança na construção do Centro de Treinamento do clube, em Rio Largo, porque o projeto deve ficar mesmo só na promessa.

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- Anunciado conjuntamente pelo presidente do clube, Rafael Tenório, e pelo prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves, o novo CT do CSA certamente entrará para a história das promessas eleitorais nunca cumpridas. - Mesmo dispondo de R$ 5 milhões pagos pela Braskem na indenização das benfeitorias do Campo do Mutange, Rafael Tenório não quer gastar dinheiro com a compra da área para abrigar o futuro Centro de Treinamento.

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EDITOR Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

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ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

extra DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

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- Ambicioso, o cartola quer um terreno de 20 hectares ao lado do aeroporto sem desembolsar um centavo. Ao preço de mercado, o imóvel está avaliado em R$ 20 milhões e Tenório deseja recebê-lo de graça, via doação, mas a família Paiva, dona do terreno, não pretende vender a área e muito menos doá-la.

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- Vale lembrar que a sede do CSA no Mutange foi doada pela mesma família Paiva, décadas atrás. A área tem 5 hectares, mas o clube só ocupava dois hectares, sendo o resto usado na exploração de sal-gema pela Braskem ao longo dos últimos 30 anos.

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- Frustrado com a negativa dos Paiva, Rafael Tenório recorreu ao prefeito Gilberto Gonçalves, que prometeu desapropriar a área para construir o novo centro de treinamento do CSA. Mera promessa eleitoreira.

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- O problema é que a prefeitura não tem respaldo legal para desapropriar o terreno, a não ser para construção de um estádio municipal ou qualquer obra de interesse público, nunca para doar a área a um clube de futebol, que é entidade privada.

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- Pelo jeito, Rafael Tenório deve voltar ao ponto inicial das negociações com Gilberto Gonçalves e optar por uma área bem mais distante, conhecida pelo sugestivo nome de Mata do Rolo, já oferecida ao clube pelo prefeito de Rio Largo.

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- Mas aí será outro rolo.

Estranho sigilo

Até agora nem mesmo os conselheiros do CSA sabem o valor real que a Braskem pagará ao clube a título de indenização pelo Campo do Mutange. Nos bastidores da cartolagem fala-se em R$ 5 milhões só pelas benfeitorias e mais R$ 10 milhões pela área de 5 hectares à beira da lagoa. A coluna procurou a Braskem para esclarecer as dúvidas, mas a resposta foi ainda mais estranha: “Não podemos divulgar nada porque existe uma cláusula de confidencialidade”. Intrigados, os torcedores azulinos se perguntam a quem interessa o sigilo de uma transação imobiliária entre um clube de futebol e uma empresa que opera em Bolsas de Valores.

Agora vai!

Nem mesmo a rede de proteção corporativa que ajudou Sidrack Nascimento até agora, conseguiu evitar que o promotor de Justiça seja investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público. O CNMP está apurando as circunstâncias do trágico suicídio da advogada Martha Moreira - esposa de Sidrack - que se matou com a arma do próprio marido. A investigação está a cargo da corregedoria do CNMP e inclui as piruetas jurídicas praticadas pelo promotor para alterar o inventário da falecida esposa e enganar o enteado, herdeiro único da advogada. Envolto em dúvidas ainda não devidamente esclarecidas, o suicídio de Martha Moreira completará um ano no dia 8 de maio. Familiares e amigos da vítima esperam que o CNMP esclareça o caso e não atue com o mesmo espírito de corpo praticado até agora pelo MP de Alagoas.

Sem gás

Plano Econômico do governo deixa Posto Ipiranga sem combustível e o gerente já pode ser dispensado.

Obra do Biu

O legado deixado pelo ex-deputado Benedito de Lira na Câmara Federal, onde atou por três mandatos, está sendo usado agora como arma para derrubar o presidente da República e reeleger os presidentes da Câmara e do Senado. Trata-se da PEC 101/2003, que altera o art. 57 da Constituição para reeleger Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, o que hoje é proibido pela carta constitucional. A reeleição da dupla é a retribuição pelo impeachment de Bolsonaro, cujo pedido já foi encomendado por Maia ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. O golpe foi denunciado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, partido que tem 10 deputados e 12 senadores. Segundo esses parlamentares, a conspiração para derrubar o presidente tem o apoio dos ministros petistas do STF, do DEM, do PSDB e dos partidos de esquerda sob a liderança do PT e seus puxadinhos no Congresso. Concretizado o golpe do impeachment de Bolsonaro, Biu de Lira entrará na história pela porta dos fundos.

Lista tríplice

Antes de escolher um dos três nomes da lista tríplice que disputava a vaga de Alfredo Gaspar de Mendonça, o gover-nador Renan Filho havia dito que iria ouvir os três candidatos e só depois nomearia o procurador-geral de Justiça de Alagoas. Mas se antecipou a novas pressões e anunciou ontem o escolhido: Márcio Roberto Tenório. O cargo de chefe do MP era disputado pelo promotor de Justiça Marcus Rômulo, que obteve 94 votos, e os procuradores de Justiça Márcio Roberto Tenório (77 votos) e Eduardo Tavares (62 votos). A eleição para escolha do novo procurador-geral de Justiça ocorreu em clima de aparente tranquilidade. Mas foi só aparência mesmo, porque a disputa de poder no MP não é nada tranquila, com ameaças veladas de lado a lado, e a disputa para integrar a lista tríplice acirrou ainda mais a luta intestina dentro do MP.

Turismo em crise

Para muitos setores da economia alagoana o ano está praticamente perdido. Depois da quarentena virá a fase mais difícil devido ao medo da população em sair da casa e, com certeza, evitará toda e qualquer aglomeração, tamanha a lavagem cerebral a que foi submetida ao longo dos meses. A indústria do turismo será um dos setores mais afetados, com hotéis, praias, viagens e outras atividades postergadas pela população, ainda assustada com a possibilidade de pegar o vírus. Se antes o turista era disputado por todo tipo de vendedores ambulantes, nas praias e nas ruas, hoje eles fogem do visitante como diabo foge da cruz. Temem contrair o vírus, e esse sentimento vai demorar a sumir do inconsciente coletivo. Será necessário muito investimento e apoio governamental para o setor voltar aos níveis de atividade anteriores à pandemia.


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CASO MARTHA MOREIRA

Corregedoria Nacional do MP investiga promotor VERA ALVES veralvess@gmail.com

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promotor de Justiça Sidrack José do Nascimento é alvo de cinco representações que tramitam na Corregedoria Nacional do Ministério Público conforme consta do portal do Conselho Nacional do MP. Embora todos corram sob sigilo, sabe-se que dentre as acusações há a de que ele infringiu dispositivos legais ao criar uma nova empresa para gerenciar os bens tidos em conjunto com a falecida esposa, a advogada Martha Moreira, que se matou há cerca de um ano. Procurador-geral de Justiça interino até o início desta semana, o procurador Sérgio Jucá foi procurado pelo EXTRA para falar sobre o assunto. Alegou o sigilo para este tipo de procedimento, mas confirmou que a Corregedoria do MP de Alagoas também analisa a conduta do promotor no caso envolvendo sua condição de sócio-administrador do Novo Colégio Moriah, a empresa por ele criada este ano em substituição ao Colégio Moriah, em cujo contrato social figurava apenas como sócio cotista, enquanto a administração estava a cargo da advogada. Há 15 dias, o semanário publicou reportagem relatando a conduta do promotor de Justiça em clara afronta à Lei Orgânica Nacional do MP e à Lei Orgânica do MP de Alagoas. Ambas vedam de forma contundente que membros do Parquet sejam administradores de empresas, caso da criada por Nas-

Corregedoria Nacional do MP tem cinco procedimentos investigando Sidrack Nascimento

Legwenda

Sidrack Nascimento é sócio-administrador de empresa que hoje gerencia bens da falecida esposa cimento para gerir o colégio vinculado à Igreja Moriah, por ele fundada. Além de passar por cima dos dispositivos legais, o promotor também desrespeitou decisão judicial que o proíbe de gerenciar os bens tidos em conjunto com Martha Moreira e que hoje são alvo de disputa entre ele e o herdeiro da advogada, o universitário Arlindo Lopes de Almeida Neto. O processo n° 071740780.2019.8.02.0001 tramita na 21º Vara Cível da Capital/ Sucessões e teve a audiência prevista para esta semana remarcada para o dia 26 de maio em função da suspensão temporária de audiências presenciais em função da pandemia da Covid-19. Embora seja o inventariante, o promotor de Justiça está sendo denunciado no processo por ações à revelia do perito judicial nomeado para administrar os bens, inclusive com a movimentação de numerários, o que fora expressamente proibido pelo juiz que conduz o caso. Casada por quase 20 anos com Sidrack Nascimento, a advogada Martha Moreira cometeu suicídio no dia 8 de maio do ano passado usando a arma pertencente ao promotor de Justiça. Até hoje a família dela questiona o fato de que a pistola havia sido entregue um dia antes a ele, logo após ela ter sido contida em um surto no qual ameaçou matar o marido. Segundo amigos, a advogada estava atravessando uma forte crise depressiva em função dos problemas que tinha com o promotor.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Sobe a temperatura no MP

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astou fechar as urnas para escolher a lista tríplice que disputa a vaga de procurador-geral de Justiça para o tempo pegar fogo. O procurador Eduardo Tavares colocou nas redes sociais sua opinião sobre as eleições e bateu forte, embora sem dizer o nome, em um colega que disputou a vaga para a PGR. Entre outras coisas, Tavares fala sobre a traição “como forma de rompimento ou violação da presunção da verdade ou da confiança”. Vai mais além, ao dizer que “a grande

Sufoco

questão da traição vai além da punhalada recebida, pelas costas, de quem você considerava amigo. Você perdoa, mas dificilmente confiará, a partir da perfídia, na pessoa do traidor. Diz a sabedoria popular: a perda da confiança é nó que não desata e, quando solta, não se amarra”. Como se vê, a disputa das eleições para a Procuradoria Geral de Justiça não ficou apenas na briga por votos. Foi mais além disso e os resultados a partir de agora ninguém pode prever.

O alvo

Quem é o Judas?

Nas redes sociais o procurador Eduardo Tavares, tão logo encerrou a votação, partiu para o ataque. Mas não disse, explicitamente, quem era o alvo de tanta revolta. Ele falou em traição, falta de compostura e de pobreza de espírito.

Pelo andar da carruagem, o alvo durante a campanha será o ex-procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, candidato de Renan Filho e de Rui Palmeira. O problema é saber quem irá para o segundo turno.

Doença psiquiátrica

Crescendo

Eduardo Tavares foi muito duro em suas colocações nas redes sociais. Em um dos trechos do seu extenso depoimento, ele diz que “tive alguns desses falsos amigos. Para alguns deles, coitados, que sobrevivem à base de medicamenos psicotrópicos, eu desejo a cura, física e moral. Desejo também que eles reconheçam o verdadeiro sentido da vida que é viver. Viver em paz. Viver sendo uma pessoa solidária, viver respeitando a vida humana, viver sem querer ser Deus”.

Agentes públicos

Sobre as pessoas, Eduardo Tavares afirma categoricamente que “elas, no fundo, não sabem o que fazem. Mas estão aí, travestidas de empresários, de agentes públicos e até de políticos, o que é pior, porque, neste último caso, os traídos formam toda uma população. E não perdoam”.

Suspense

Ex-procurador-geral de Justiça e prefeito de Traipu, Eduardo Tavares encerra suas colocações nas redes sociais citando parábolas e voltando a bater forte em algum seu adversário, quando afirma que “essa é a natureza do traidor. Sempre foi. Mesmo assim, psicopata, doente mental, depressivo ou sadio, eu perdôo essa pessoa. Faz bem perdoar. Desejo o seu bem. Eu tenho pena dessa gente. Espero que um dia você, que se encaixa neste singelo texto, consiga ser feliz. A vida vai, sim, lhe ensinar. Agora pense em uma pessoa para encontrar doido em seu caminho?”.

Dúvida do Palácio

Até quando encerrava esta coluna, o governador Renan Filho ainda não havia decidido quem seria o indicado para assumir a Procuradoria Geral de Justiça na lista tríplice, que já teve reação entre alguns membros do Ministério Público. Como se dizia que o preferido da lista seria o procurador Márcio Roberto, mas que ficou em segundo lugar na votação, a bola da vez é quem tirou em primeiro, ou seja, o procurador Marcus Rômulo. Se valer o princípio técnico, Rômulo será o procurador-geral. Mas se valer o político, Márcio Roberto pode emplacar no cargo.

Esfriou

Embora as composições políticas estejam de vento em popa, poucos candidatos se atrevem a colocar o bloco nas ruas nessa crise do Coronavírus. Nos bastidores, entretanto, os acordos estão fluindo normalmente, assim como compromissos com as forças eleitorais. Em Maceió, o tempo tem esquentado e pode esquentar ainda mais quando definirem as candidaturas.

Com um eleitorado cativo na capital, o deputado JHC tem se saído bem em pesquisas não registradas no Tribunal Regional Eleitoral como candidato à Prefeitura de Maceió. Mas tem dificuldades de conseguir apoios de outros partidos.

Na cola

O deputado Davi Davino, do Partido Progressista, tem aumentado seu poder de fogo em apoios na Assembleia Legislativa e na Câmara de Vereadores. Já Ronaldo Lessa, prefeito de Maceió e governador de Alagoas por duas oportunidades, tem crescido politicamente e, dependendo do apoio que receber, outras conhecidas figuras políticas e com força eleitoral poderão fazer parte desse projeto.

Na cola 2

Alguns deputados na Assembleia Legislativa querem saber qual o planejamento do governo do Estado para o combate ao Coronavírus, principalmente quando o número de infectados subiu assustadoramente no início da semana.

Prorrogado

Como já era esperado, o prefeito Rui Palmeira também prorrogou o decreto que vai até o dia 7 de maio, justificando “medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública.

Enquanto isso, grande parte do comércio continua sem funcionar agravando a situação dos pequenos empresários que podem quebrar. Na rede turística, o prejuízo ultrapassa R$ 1 bilhão, enquanto hotéis, pousadas, restaurantes e bares continuam desativados.

Armadilha

Mesmo com a garantia de receberem o 13º salário antecipado, aposentados e pensionistas do Estado, que são mais de 15 mil, sofrerão no bolso com o desconto de 14% do AL Previdência, afora o imposto de renda. Um baque de quase 50% nos salários.

Assunto proibido

Quem quiser irritar o secretário da Fazenda, George Santoro, toque no assunto do ICMS dos combustíveis. Ultimamente ele teve um pega com o jornalista Edivaldo Júnior, que “orientou” Santoro a punir os sonegadores. Ou seja, manteve a informação de que as medidas adotadas pela Secretaria da Fazenda penalizam o consumidor.

Questionáveis

A Secretaria de Saúde do Estado tem recebido pressão nos últimos dias de todos os lados. Além da cobrança de providências para implantar novos leitos para pessoas infectadas pelo Coronavírus, também sofre pressão para justificar as mortes ocorridas pela Covid-19 nos últimos dias, algumas questionadas pelas famílias das vítimas.

Disputando

O ex-governador Ronaldo Lessa não quer apenas um candidato na corrida para a Prefeitura de Maceió. Quer, também, eleger alguns vereadores. No PDT, quem vai disputar vagas na Casa de Mário Guimarães não é ninguém mais, ninguém menos do que a ex-prefeita Katia Born, Judson Cabral, Othoniel Pinheiro e Vinicius Palmeira.

Para depois

Prudentemente, nem Rui Palmeira nem Renan Filho falam das eleições municipais. O momento é inoportuno e só devem entrar na parada tão logo passe a pandemia do Coronavírus. Quem for tratar de eleição neste momento pode sair apedrejado, no bom sentido.


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IMPROBIDADE

Marx Beltrão é réu em 17 ações na Justiça Federal

Deputado é acusado pelo MPF de irregularidades durante sua gestão como prefeito de Coruripe

ASSESSORIA/MPF

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Ministério Público Federal (MPF), por meio do Núcleo de Combate à Corrupção, ofereceu oito denúncias criminais contra o ex-prefeito de Coruripe (AL) Marx Beltrão - atualmente deputado federal - e outras pessoas envolvidas em crimes de corrupção e fraudes em procedimentos licitatórios. Com o recebimento das denúncias, o ex-prefeito passa a ser réu em oito ações penais no âmbito da Operação Suseranos. Com estas denúncias, passam a ser 17 as ações judiciais que apuram má administração de recursos públicos pela Prefeitura de Coruripe durante a gestão de Marx Beltrão, já que, no final de 2017, o MPF já havia ingressado com outras nove ações por improbidade administrativa, devido a desvios que superavam R$ 40 milhões. Empresários e outras pessoas que atuavam como servidores públicos municipais também respondem por participação nos crimes – dentre eles a irmã do deputado Jeannyne Beltrão, ex-secretária municipal de Educação e atual prefeita de Jequiá da Praia; o então diretor de compras Francisco Beltrão e a procuradora municipal Carla Beltrão. As denúncias criminais oferecidas pelo MPF envolvem fraudes em mais de 50 procedimentos licitatórios e crimes de corrupção ativa e passiva. Elas tiveram por objeto as ações desenvolvidas pelos servidores das se-

Deputado federal, Marx Beltrão vinha sendo investigado desde 2012 pela Polícia Federal cretarias de Educação e de Finanças da Prefeitura de Coruripe, que não possuíam mandatos eletivos na ocasião. No entanto, foram encontradas provas que apontaram para o envolvimento de toda a cúpula da gestão municipal num esquema de montagem de processos licitatórios envolvendo recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa Nacional de Transporte Escolar (Pnate). Foi apura-

do, ainda, que empresas que receberam recursos ilícitos da Prefeitura de Coruripe beneficiaram os integrantes do grupo criminoso. As ações penais tramitam no Juízo da 1ª Vara Federal de Alagoas. As investigações referentes à Operação Suseranos, no âmbito da Polícia Federal, permanecem em andamento, a fim de verificar a existência de outras infrações penais. INVESTIGAÇÃO O início das investigações no âmbito da Operação Suseranos se deu em 2012 pela Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU),

para averiguar irregularidades no município durante os anos de 2011 e 2012. Como resultado da operação, mais de 50 processos de licitação foram analisados pelos órgãos federais e ministerial de fiscalização, sendo identificadas, em todos eles, irregularidades. Entre elas se destaca a total ausência de concorrência entre empresas que se mostraram siamesas na administração e representação. As apurações do MPF apontaram diversas irregularidades, sendo necessária a divisão em blocos referente aos objetos licitados. Verificou-se que 19 empresas, que deveriam concorrer entre si, possuíam o mesmo contador e venceram 85% das licitações analisadas; 14 delas, o

mesmo telefone de contato; cinco empresas apresentavam o mesmo endereço cadastrado, sem qualquer placa de indicação de funcionamento. O grupo de demandados, inclusive os agentes públicos à época dos fatos, controlavam as empresas envolvidas nas fraudes. Além disso o esquema contou com a participação de diversos laranjas, entre eles funcionários da própria prefeitura, como um vigia e um gari, bem como outras pessoas de origem humilde, inclusive beneficiários de programas sociais ou parentes dos líderes do esquema, como é o caso das esposas do diretor de Compras de Coruripe e do contador das 19 empresas participantes.


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JOGO DO PODER

Governador ignora pressões e nomeia novo chefe do MP Márcio Roberto Tenório foi o segundo mais votado da lista tríplice JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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governador Renan Filho (MDB) não cedeu às pressões e escolheu, na quinta-feira, 23, o procurador Márcio Roberto Tenório como novo chefe do Ministério Público de Alagoas (MP-AL). O anúncio de Filho surpreendeu tanto pela decisão quanto pela agilidade da escolha. Tenório foi o segundo nome mais votado pelos integrantes do órgão fiscalizador. Na lista tríplice, resultado da eleição do MP, ele estava ao lado do também procurador Eduardo Tavares (62 votos) e do promotor Marcus Rômulo (94). Atualmente, Tenório está no cargo de procurador-geral de Justiça interino, ocupando o lugar que era do ex-promotor Alfredo Gaspar de Mendonça, que pediu exoneração para fazer carreira na política. A polêmica é que o governador foi contra pedido da Associação Nacional do Ministério Público, que encaminhou ofício ao emedebista sugerindo que ele nomeasse “o mais votado” da lista tríplice. “Em consonância com a missão constitucional do Ministério

Público de guardião do regime democrático, e cumprindo o disposto na Resolução Conamp n. 01/03, as entidades representativas da classe têm assumido historicamente o compromisso de defender a escolha do candidato mais votado nas eleições para a composição de listas tríplices”, escreveu o presidente da entidade, Manoel Victor Sereni Murrieta. E continuou: “Destarte, reconhecendo e respeitando o poder de Vossa Excelência em escolher um dos integrantes da lista, mas confiando na firmeza de vossas convicções democráticas, afirmadas ao longo de toda a vida pública, em nome da Diretoria e do Conselho Deliberativo da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público – CONAMP, entidade de classe que congrega cerca de 15 mil procuradores e promotores de Justiça do Brasil, postulamos que a escolha do Procurador-Geral de Justiça do Estado de Alagoas recaia sobre o candidato mais votado”. Sendo assim, Renan Filho teria “feito história não repetindo a história”. Em anúncio no Twitter, o governador foi sucinto. “Hoje resolvi nomear, por meio do Decreto nº 69.703 de 22 de abril de 2020, conforme estabelecido pela Constituição Federal, para o cargo de Procurador Geral de Justiça, o Procurador Dr. Márcio Roberto Tenório de Albuquerque”, informou sem floreios, justificativas ou elogios.

E AGORA? Ao EXTRA, o procurador Márcio Roberto Tenório, que tem mais de três décadas de instituição, informou que deve encarar um Ministério Público desunido. “Pretendo, primeiramente, pacificar a instituição, já que a última eleição foi muito concorrida com seis candidatos. Isso traz sequelas. Mas com habilidade e muito diálogo, tudo é resolvido”. Também participaram do pleito os promotores Flávio Costa (57 votos), Wesley Fernandes Oliveira (56 votos) e Antônio Vilas Boas (26 votos). Uma de suas primeiras lutas como chefe do MP, segundo Tenório, será pela equiparação de salários entre os componentes do Ministério Público e do Judiciário alagoano, além de tentar diminuir a defasagem de servidores da instituição. “Isso prejudica a prestação de serviços à sociedade. O MP do estado de Alagoas é o que menos tem funcionários, proporcionalmente falando”, explicou. CONCORRENTES Procurado pelo EXTRA, o procurador Eduardo Tavares desejou êxito ao novo chefe do Ministério Público. “Terminado o pleito, nós temos que estar unidos em prol de um Ministério Público mais forte e mais e atuante. O processo eleitoral foi democrático e o governador agiu legal e legitimamente. Vamos, agora, ajudar o novo procurador-geral de Justiça a fazer uma profícua gestão. Entre

Márcio Roberto Tenório é o novo procurador-geral de Justiça nós não existe espaço para rancor ou picuinhas que não levam a nada. A palavra de ordem deve ser: todos juntos pelo MP e pela sociedade. Êxito ao novo chefe do Ministério Público”. Tavares, antes da decisão do governador, já tinha informado que não aceitaria o cargo. “Quando fui eleito e nomeado, em duas oportunidades, procurador-geral de Justiça, o fui na condição, sempre, de haver sido o mais votado. Lutei por isso. Seria uma incoerência de minha parte ter interesse em ser nomeado não sendo o cabeça da lista”. O procurador, inclusive, declarou no blog do jornalista Ricardo Mota que após a escolha do governador, iria fazer reve-

lações que mudarão as eleições municipais de Maceió. Declarações essas que, de tão polêmicas, o farão pedir proteção especial para sua família. “Vou falar mesmo! Devo nada a ninguém. Mas, se eu falar sobre essas coisas agora, nas eleições todos já estarão esquecidos. São casos e causos pitorescos sobre algumas personalidades que aparentam ser o que não são. Mas, jamais atacaria a honra de quem quer que seja. A vida me ensinou a silenciar quando for necessário e a falar quando for imprescindível”, disse. Já o mais votado da lista tríplice, o promotor Marcus Rômulo preferiu não se pronunciar quanto à decisão de Renan Filho.


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O homem que calculava

ISAAC SANDES

n Promotor de Justiça

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omo todos sabem, é o título de um conhecido e divertido livro de contos do professor e matemático Júlio César de Mello e Souza, no qual, sob o pseudônimo de Malba Tahan, desfila um sem número de enigmáticos problemas de matemática, os quais, aos olhos dos leigos, são engraçados e sempre os deixam confusos com os truques ilusórios utilizados pelo autor. Nos diversos contos, o matemático brinca com os números e demonstra que eles nem sempre refletem aquilo que o leigo leitor está vendo numa observação descuidada. Tudo vem a propósito do último pleito realizado no âmbito do Ministério Público Estadual, no qual, dentre seis candidatos concorrentes, foi composta uma lista, com três nomes, que será apresentada ao governador do Estado para que ele, dentre os três componentes da lista, e sob comando previsto na Constituição, eleja aquele que melhor lhe aprouver para comandar os destinos daquela instituição durante o próximo biênio. Frente a tal realidade, alguns candidatos ou a maioria dos membros da instituição defendem a indicação incondicional daquele que presumivelmente foi o mais votado, ou trocando em miúdos, aquele que, no entender desses, foi ungido com o instituto da representatividade. Para aqueles que, como os leitores de Malba Tahan, não conhecem os meandros do problema, não resta dúvida de que o governador deve democraticamente escolher o candidato que, pelo valor de face de seus votos, encabeça a lista. O problema começa a tornar-se confuso para os desavisados, a partir dessa premissa, ou seja, de que aquele que encabeça a lista tríplice é o prefe-

rido da maioria ou o mais representativo da classe. Toda a confusão inicia-se com o tipo de votação, que até agora não foi explicada ao leitor, ou mesmo aos eleitores. Todos certamente pensam que o voto é único ou majoritário e que, ao final, a lista será formada pelo primeiro, segundo e terceiro colocados na ordem geral de votação. Mas, ao contrário do que se pensa, o voto, a teor do que dispõe o inciso I, do parágrafo 2º do artigo 8º, da Lei Complementar 15/96, será obrigatório, plurinominal e secreto. A partir desse termo plurinominal, é que o desavisado ou incauto começa a se confundir. Ora, se a lista não é feita com o voto em cada candidato majoritariamente, mas sim com os eleitores indicando ao governo que eles tem preferência por três nomes, não podem eles exigir a partir destas suas indicações que o governador escolha o mais votado naquela combinação, eles mesmos já disseram ao eleitor último que qualquer daqueles por eles indicados teve o respaldo da classe e não faria qualquer sentido formar uma lista tríplice se essa não tivesse qualquer valor de escolha. A ordem, portanto, dos elementos daquela lista não é importante. Aí é que surge um dos elementos da chamada análise combinatória. A Combinação. Veja que falei acima que a eleição se dá através de uma combinação de votos plurinominais. Na combinação, como sabemos ocorrer no disciplinamento da eleição em discussão, ao contrário do arranjo, a ordem dos elementos não é importante, pois é possível ao governador escolher qualquer um dos indicados pois todos estão com o mesmo peso para a equação. Em tratando-se de processo eleitoral representativo, não podemos afirmar, no presente caso, quem entre os três indicados tem mais representatividade, sem fazermos uma radiografia do processo e da dinâmica da votação em si. Na presente eleição tivemos seis candidatos para formação de uma lista de três. Portanto, o eleitor terá à sua disposição um leque de combinações bastante extenso para compor sua lista. Poderá votar em um e mentir pra cinco, poderá votar em dois e mentir pra quatro, poderá ainda votar em três que não entraram na lista e mentir pra os três que entraram e assim por diante num jogo de até 20

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combinações. Porém uma vez que num processo eleitoral o que mais importa é representatividade e não os números de face, podemos observar, na eleição em discussão, que, em suas diversas combinações de voto, um candidato obteve 94 votos, onde apenas 07 eleitores votaram unicamente nele, enquanto os demais 87 aceitam-no acompanhado de outros dois nomes. Outro, obteve 77 votos dos quais, 30 eleitores votaram exclusivamente nele, enquanto os demais 47 combinaram seu nome com outros dois candidatos, apontando com isso uma representatividade inequívoca deste candidato. Finalmente, o terceiro e último componente da lista obteve o total de 62 votos, com apenas 01 eleitor se manifestando na sua escolha majoritária, o que quer dizer que os demais 61 eleitores apontaram que só o aceitavam acompanhado de dois outros concorrentes. Como o próprio nome – combinação – nos diz, o processo eleitoral nesses moldes, em que prevalecem essas combinações aleatórias, serve

apenas para confundir e deixar o eleitor do segundo turno sem uma clara definição da representação de cada componente da lista tríplice. Para ter uma clara visão da verdadeira representatividade dos componentes da lista tríplice que lhe chega às mãos, o dirigente governamental teria que ter acessado um mapa detalhado das combinações que foram urdidas no processo de votação. Finalmente, em face desse raciocínio, sempre pugnei no sentido de que o voto nunca fosse plurinominal, mas sim majoritário, uma vez que tal fórmula compromete a representatividade do processo, enseja conluios e combinações entre os concorrentes, com vistas ao prejuízo de algum concorrente que queiram alijar da lista e, por último, faz com que a escolha última, por parte do chefe do Executivo, seja contaminada e pressionada por argumentos no sentido de que, não escolhendo aquele que encabeça a lista, está fazendo uma escolha antidemocrática, e, como bem foi exposto, na realidade não é assim.

Frente a tal realidade, alguns candidatos ou a maioria dos membros da instituição defendem a indicação incondicional daquele que presumivelmente foi o mais votado, ou trocando em miúdos, aquele que, no entender desses, foi ungido com o instituto da representatividade.


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LEGISLATIVO MODERNO

Curso para vereador atinge recorde de inscrições sem participação de alagoanos Em ano de eleições municipais, interesse dos demais estados do país levou Interlegis a disponibilizar novas vagas MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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falta de interesse dos eventuais candidatos alagoanos na primeira etapa do curso “O papel do vereador” em ano de eleições municipais, promovido pelo Interlegis, na plataforma de ensino Saberes, não interferiu na aceitação no resto do país. Prova disso é que o sucesso da iniciativa superou a expectativa da organização a ponto de abrir novas turmas. O curso é gratuito e aberto a todos os interessados em conhecer o trabalho do representante municipal no Legislativo, além de vereadores e futuros candidatos. Na primeira etapa de inscrições, o Rio de Janeiro aparece na primeira colocação com 19% de participação. Com 12%, ocupando o segundo lugar, estão São Paulo, Rio Grande do Norte e Pará. Minas Gerais ficou com 6%, já Maranhão e Tocantins com 5%. Santa Catarina e Rondônia com 4%; Bahia, Distrito Federal e Goiás com 3% de participação; Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul com 2%. Os estados do Ceará, Paraná, Amazo-

nas, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Roraima e Sergipe com 1% de inscritos. O curso busca facilitar a compreensão sobre a competência das casas legislativas municipais, o papel institucional dos vereadores no que diz respeito à produção de leis e fiscalização dos trabalhos do Poder Executivo e sobre a participação do cidadão na supervisão do trabalho dos parlamentares. O estudante conta com o módulo que aborda os temas Poder Legislativo Municipal, Competências, Atribuições e Regimento Interno, Conduta Ética; Princípios da Legalidade, Impessoalidade, Publicidade, Moralidade e Eficiência. Os alunos têm disponível, ainda, fóruns interativos, videoaulas com exemplos práticos, chat virtual, podcast, lives pelas redes sociais do Interlegis e avaliação formativa. Ao término do curso, o certificado poderá ser emitido na plataforma Saberes. O diretor Executivo do Interlegis, Márcio Coimbra, destaca a importância do tema em ano de eleições municipais. “Os eleitores depositam nas urnas, junto com o voto, a esperança

de um futuro melhor para o seu município, para o seu estado e para o país. Por isso, é importante entender o papel de cada um dos representantes com cargo eletivo. Ao disponibilizar o curso, o Interlegis oferece a oportunidade para que os postulantes ao cargo de vereador e os moradores dos municípios brasileiros aprofundem o conhecimento sobre as atribuições do cargo do parlamentar municipal”, destacou. O Interlegis é um programa do Senado Federal, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Tem como principais objetivos modernizar e integrar o Legislativo federal, estadual e municipal e promover a maior transparência e interação do Poder Legislati-

Márcio Coimbra: oportunidade para adquirir novos conhecimentos

COOPER BEM SAUDE – COOPERATIVA DE PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM DE ALAGOAS LTDA. ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA EDITAL DE CONVOCAÇÃO O Presidente da Cooper Bem de Profissional de Enfermagem de Alagoas, no uso das atribuições que lhe confere o Estatuto Social, convoca os associados, que nesta data são em número de 21, em condições de votar, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, a realizar-se na sua sede social, localizada Rua Jangadeiros Alagoanos, nº 619 Pajussara, CEP 57030-000 Município de Maceió -AL, às 09:00 horas, com a presença de 2/3 (dois terços) dos associados, em primeira convocação; às 09:30 horas, com a presença de metade mais um dos associados, em segunda convocação; ou às .10:00 horas, com a presença de no mínimo 11 (onze) associados: ORDEM DO DIA: 1 – Mudança de Endereço;2- Mudança do nome de fantasia;3- E outros Assuntos. Sede; Rua Jangadeiros Alagoanos 619 Pajussara Maceió-AL / Data 03 de Maio de 2020 Presidente – Maria Mônica Gomes


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SOCORRO

Câmara aprova linha de crédito para micro e pequenas empresas AGÊNCIA CÂMARA

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Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (22) o Projeto de Lei 1282/20, do Senado, que concede uma linha de crédito especial para micro e pequenas empresas de valor correspondente a até 30% de sua receita bruta obtida no ano de 2019. De acordo com o texto, em vez de a União repassar os recursos diretamente aos bancos para cada operação de empréstimo, como previsto pelo Senado, será concedida uma garantia de até 85% do valor emprestado. O limite global dessa garantia para todos os empréstimos será de R$ 15,9 bilhões por meio do Fundo Garantidor de Operações (FGO-BB), a ser gerido pelo Banco do Brasil. A intenção é garantir recursos para as empresas e manter empregos durante o período de calamidade pública decorrente da emergência do Coronavírus. A taxa anual que poderá ser cobrada no empréstimo será a taxa Selic (atualmente em 3,75%) mais 1,25%. No cenário atual, a taxa final, sem encargos, será de 5% ao ano. O prazo de pagamento será de 36 meses, com carência de oito meses para começar a pagar as parcelas. Durante o período de carência, o empréstimo será corrigido apenas pela taxa Selic vigente. EMPREGOS Tanto o substitutivo quanto o texto vindo do Senado aproveitam parte da Medida Provisória 944/20, instituindo o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Entretanto, na MP e no

Proposta visa garantir recursos para as empresas e manter empregos durante a emergência relacionada à Covid-19 partir do mês seguinte ao do último mês do parcelamento normal. Geralmente, os débitos são parcelados em cerca de 120 meses. Uma terceira alternativa será pagar juntamente com as prestações normais depois dos 180 dias. Nesse caso, o total que deixou de ser pago será dividido em 24 parcelas mensais e sucessivas. Para a parcela única, não haverá incidência de juros ou multas. Nas outras opções, correrão apenas juros pela taxa Selic mais 1% ao ano.

Deputados debatem ajuda a pequenas e microempresas

texto do Senado, a proposta proibia a demissão do empregado, sem justa causa, da data do contrato até 60 dias após o fim do pagamento da última parcela. Já o texto da relatora Joice Hasselmann prevê que a empresa deve, nesse intervalo de tempo, apenas manter, pelo menos, a mesma quantidade de empregos existente quando da assinatura do empréstimo. Os recursos recebidos no âmbito do Pronampe poderão ser usados para qualquer atividade empresarial, como investimentos e capital de giro isolado ou associado, sendo vedada a sua destinação para distribuição de lucros e dividendos entre os sócios. O valor global do programa também mudou. Dos R$ 34 bilhões previstos na MP 944/20, passou para R$ 10,9 bilhões na versão do Senado e para R$ 15,9 bilhões na redação da Câmara. Para a relatora, essa foi a negociação possível para

ajudar o setor. “As micro e pequenas empresas são responsáveis por 44% da massa salarial do País e respondem por 59% das compras públicas”, lembrou. BENEFICIÁRIOS O público-alvo é de empresas com receita bruta de até R$ 4,8 milhões ao ano, segundo definido no Estatuto da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06). No caso daquelas com menos de um ano de funcionamento, o limite do empréstimo será de até 50% do seu capital social ou até 30% da média de seu faturamento mensal apurado desde o início de suas atividades, o que for mais vantajoso. Nenhuma empresa com histórico ou condenação por irregularidades relacionadas a trabalho em condições análogas às de escravo ou ao trabalho infantil poderá obter o empréstimo no âmbito do programa.

Os empréstimos poderão ser solicitados no prazo de três meses, contados da data de publicação da futura lei, prorrogáveis por igual período. Na MP 944/20, o governo propunha emprestar apenas às pequenas empresas (receita bruta acima de R$ 360 mil ao ano) e atingia ainda aquelas com até R$ 10 milhões de receita bruta em 2019 (médias empresas). PARCELAMENTOS Para o contribuinte, pessoa física ou jurídica de qualquer porte, que tenha débito parcelado perante a Receita Federal ou a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), o texto concede uma minimoratória de 180 dias no pagamento de prestações desses parcelamentos. Ao fim dessa moratória, o devedor poderá quitar o valor suspenso, sem juros e multas, em parcela única. Outra opção será parcelar em seis prestações mensais a

BANCOS Os empréstimos poderão ser pedidos em qualquer banco privado participante e no Banco do Brasil, que coordenará a garantia dos empréstimos. Outros bancos públicos que poderão aderir são a Caixa Econômica Federal, o Banco do Nordeste do Brasil, o Banco da Amazônia e bancos estaduais. O relatório de Hasselmann permite a participação ainda de agências de fomento estaduais, de cooperativas de crédito, de bancos cooperados, de instituições integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro, das fintechs e das organizações da sociedade civil de interesse público de crédito. Os bancos públicos deverão priorizar as contratações de empréstimo no âmbito do Pronampe, inclusive utilizando, quando cabível, recursos dos fundos constitucionais de financiamento. Como instrumento complementar ao FGO-BB, poderá ser utilizado o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).


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AUXÍLIO EMERGENCIAL

Novas categorias terão direito a ajuda de R$ 600 EDSON SARDINHA Congresso em Foco

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presidente Jair Bolsonaro tem 15 dias para tornar lei o projeto aprovado pelo Senado, na quarta-feira (22), que amplia a lista de categorias que poderão ser beneficiadas com o auxílio emergencial de R$ 600, benefício também chamado de coronavoucher (veja a lista mais abaixo). A lei anterior, em vigor desde o dia 1º, garantia o benefício somente a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados. O texto aprovado pelos senadores exclui a necessidade de o trabalhador ter o CPF regularizado. A versão aprovada retirou a restrição que havia para o pagamento do benefício a quem teve renda superior a R$ 28.559,70, em 2018, como estava previsto inicialmente. De acordo com o projeto que será analisado por Bolsonaro, o beneficiário que registrar em 2020 rendimentos tributáveis com valor superior à primeira faixa da tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física ficará obrigado a devolver os valores. Trabalhadores com carteira assinada não poderão receber o auxílio. Já os trabalhadores intermitentes com renda inferior a um salário mínimo poderão recebê-lo.

Veja a lista das novas categorias incluídas: - pescadores profissionais e artesanais e os aquicultores; - agricultores familiares; os arrendatários, os extrativistas, os silvicultores, os beneficiários dos programas de crédito fundiário, os assentados da reforma agrária, os quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais; - técnicos agrícolas; - trabalhadores das artes e da cultura, entre eles os autores e artistas, de qualquer área, setor ou linguagem artística, incluídos os intérpretes, os executantes e os técnicos em espetáculos de diversões; - artistas, inscritos ou não no Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (Cadsol), no CadÚnico, no Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura, nos Cadastros Estaduais de Cultura, nos Cadastros Municipais de Cultura e no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC); - cooperados ou associados de cooperativa ou associação de catadores e catadoras de materiais recicláveis; - cooperados ou associados de cooperativa ou associação - taxistas e os mototaxistas - motoristas de aplicativo - motoristas de transporte escolar - trabalhadores do transporte de passageiros regular - microempresários de vans e ônibus escolares - caminhoneiros; os entregadores de aplicativo - diaristas - agentes de turismo e guias de turismo - seringueiros

- trabalhadores do esporte, entre eles os atletas, os paratletas, os técnicos, os preparadores físicos, os fisioterapeutas, os nutricionistas, os psicólogos, os árbitros e os auxiliares de arbitragem, de qualquer modalidade, incluídos os trabalhadores envolvidos na realização das competições - barraqueiros de praia, os ambulantes, os feirantes, os camelôs e as baianas de acarajé - garçons - marisqueiros e os catadores de caranguejos - artesãos - expositores em feira de artesanato; - cuidadores - babás; manicures e pedicures - cabeleireiros, barbeiros, esteticistas, depiladores, maquiadores e demais profissionais da beleza reconhecidos pela Lei nº 12.592, de 18 de janeiro de 2012 - empreendedores individuais das categorias de beleza, cosméticos, terapias complementares, arte-educação e de atividades similares - empreendedores independentes das vendas diretas - ambulantes que comercializem alimentos - vendedores de marketing multinível e os vendedores porta a porta - sócios de pessoas jurídicas inativas, dispensada a apresentação da Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (Defis)

- ministros de confissão religiosa e profissionais assemelhados

- produtores em regime de economia solidária, assim considerados os membros diretamente envolvidos na consecução do objetivo social de organizações coletivas de caráter associativo e suprafamiliares que realizem atividades econômicas permanentes, exceto as relativas à intermediação de mão de obra subordinada, e cujos participantes sejam trabalhadores do meio urbano ou rural que exerçam democraticamente a gestão das atividades e a alocação dos resultados

- profissionais autônomos da educação física

-professores contratados que estejam sem receber salário

- mineiros - garimpeiros, definidos como aqueles que, individualmente ou de forma associativa, atuem diretamente no processo de extração de substâncias minerais garimpáveis


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ENFRENTANDO A PANDEMIA

O cliente sumiu?

Cinco passos para reinventar sua empresa muda o tempo todo - a pandemia só acelerou isso. As necessidades e expectativas dele são alteradas o tempo todo por diversos motivos, sejam eles sociais, econômicos ou mesmo tecnológicos. Um empreendedor de sucesso não se apaixona pelas suas soluções, mas sim pelas dores do seu cliente. Ele entende que é o cliente – e não o produto/ serviço – a razão de ser de uma empresa. Então, se o cliente muda o tempo todo, a empresa também precisa mudar. A mudança é a nova constante. Os ciclos estão cada vez mais curtos. Quem não se adaptar às transformações, vai ficar para trás.

POR MARÍLIA CARDOSO

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m questão de semanas, as pessoas simplesmente desapareceram das ruas. Diante dos decretos de fechamento de negócios não essenciais, como supermercados e drogarias, milhões de empresários de outros segmentos se viram de mãos atadas e obrigados a simplesmente baixar as portas. Sem faturamento, milhares já encerraram as atividades definitivamente. Isso porque estamos apenas no começo dessa crise. Muitos ainda alimentam a esperança de que o vírus desapareça tão rápido quanto surgiu e que tudo volte a ser como era antes. No entanto, especialistas de vários setores são unânimes ao dizer que seremos obrigados a criar um “novo normal”. Sendo assim, não adianta pensar que você vai ficar hibernado como um urso por dois ou três meses e depois vai reabrir as portas como se nada tivesse acontecido. É hora de reinventar a sua empresa. E quanto antes, melhor! Por isso, listei aqui cinco passos fundamentais para você começar a planejar a retomada imediatamente.

1 ENTENDA SEU NOVO CLIENTE

Passar várias semanas consecutivas em isolamento social muda os hábitos e comportamentos de qualquer pessoa. A convivência intensa com a família, a distância dos amigos e a quebra na rotina abre espaço para muitas reflexões. Estamos passando por uma espécie de terapia intensiva em que a vida mostra toda a sua fragilidade e nos faz repensar. Então, se você quiser reconquistar seus

Marília Cardoso é sócia-fundadora da Palas antigos clientes, coloque-se no lugar deles. Como eles eram antes da pandemia? Como eles são agora? Como eles serão depois? Não limite-se apenas a imaginar. Ligue para eles. Converse. Tente descobrir quais são as suas novas necessidades, desejos, angústias e expectativas. Livre-se de julgamentos. Exerça a empatia de forma profunda a fim de colher informações preciosas para reinventar o seu negócio.

e “ação”, uma atitude. Resumindo, inovar é desenvolver uma “nova ação de dentro para fora”. Aproveite tudo o que você aprendeu sobre o seu “novo cliente” e crie novas formas de atendê-lo. E saia do previsível. Não é porque todo mundo está fazendo delivery que você também tem que fazer. O que é bom para o seu concorrente pode não ser bom para você. Descubra o que faz sentido para o seu cliente. Como ele quer ser atendido?

2 ACELERE A INOVAÇÃO

3 EXPERIMENTE NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS

Muita gente ainda acha que inovação é tecnologia. O fato de atender o cliente por WhatsApp ou começar a entregar por plataformas de delivery não quer dizer que você está inovando. O conceito de inovação vai muito além. Se olharmos a própria palavra inovação perceberemos o prefixo “in”, que significa interno, de dentro; a palavra “nova”, uma novidade, algo diferente;

Um dos maiores erros dos empreendedores é se apaixonarem por seus produtos e serviços. Entendo que a gente se apega mesmo às nossas “crias”, que sentimos orgulho daquilo que oferecemos. Mas, não existe maneira mais rápida de acabar com uma empresa do que essa. Isso porque o seu cliente

4 APOSTE EM NOVOS PERFIS DE CLIENTES

Quando a sua empresa entende que é preciso mudar o tempo todo, entende também que ela não existe para agradar apenas determinada categoria de cliente. Ela ganha agilidade para testar novos produtos e serviços que podem atender necessidades de outros perfis de clientes. Isso não quer dizer criar soluções massificadas, que servem para todo mundo. Aliás, com o consumidor cada vez mais exigente, bem informado e empoderado, esse é o caminho mais curto para o fracasso. Todo mundo quer se sentir único, exclusivo, diferenciado. Então, fique atento às oportunidades. Use e abuse da experimentação. Ninguém tem certeza de nada até que alguém vá lá e faça. Então, apenas comece e descubra o que for preciso no caminho - em ação e não em imaginação.

5 INVISTA EM MARKETING

Por fim, uma das maiores bobagens que vejo no mercado: ao menor sinal de queda, corte o marketing. Quem toma esse tipo de atitude é porque simplesmente não tem a menor noção do que é um marketing bem feito. Óbvio que talvez esse não seja o melhor momento para investir em patrocínios com baixo retorno sobre o investimento ou mesmo em ações de reforço de marca no longo prazo. Mas, se você quer e precisa vender mais, só há um caminho: invista em marketing! Procure entender como o seu cliente chega até você. Só quando você entende exatamente a jornada do seu consumidor é capaz de separar o que funciona do que não funciona. Aposte alto na captação de clientes. Se você não jogar iscas, jamais será capaz de pescar. Aí, quando acordar da hibernação, será um urso magro e faminto. Pode ser que não haja mais peixes para você...

SOBRE A PALAS A PALAS sultoria

de

é uma coninovação

gestão pioneira na

e

ISO ino-

56002, de gestão da vação. A empresa acaba de lançar o programa Reinventa, uma consultoria online focada em ajudar

pequenas e médias empresas a voltarem a faturar diante

da

pandemia

coronavírus.

no

Mais informações em https:// gestaopalas . com . br / blog / reinventa/ novo


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MENSALIDADE ESCOLAR

Procon vai intermediar acordo entre pais e escolas em caso de impasse Pandemia muda rotina de alunos com suspensão de aulas presenciais

ROTINA DIFERENTE

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ARTHUR FONTES Estagiário sob supervisão

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iante da pandemia do Coronavírus a nova rotina estudantil vem afetando pais e alunos. Os filhos não frequentam mais as escolas e a dinâmica de estudo passou a ser à distância com aulas remotas. Porém a dúvida que fica é se os colégios devem reduzir ou não as mensalidades dos estudantes, devido aos tempos de incertezas o EXTRA entrou em contato com o Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-AL) para mais detalhes. O Procon-AL recomenda que as instituições educacionais atuem com transparência perante a situação, mantendo pais e responsáveis informados das medidas propostas pela instituição para o enfrentamento da crise. Segundo o instituto, é direito do consumidor a revisão das cláusulas contratuais que se tornarem prejudiciais por conta da pandemia. Até o momento não existe lei obrigando descontos nas mensalidades escolares, portanto as es-

Gabriela Sampaio diz que tentativa de negociação é o melhor caminho colas não estão obrigadas a conceder descontos, somente em caso de acordos. Nesse sentido, a atuação do Procon está sendo para intermediar pais de alunos e escolas no sentido de que haja o entendimento contratual. O consumidor que não se contentar com as condições ofertadas pela instituição de ensino poderá ingressar com a ação judicial cabível. “Sempre que houver a dificuldade em negociar com a empresa estamos à disposição para intermediar, lembrando que o primeiro passo é tentar en-

trar em acordo, mas caso isso não aconteça, o Procon deve ser acionado’’, diz Gabriela Sampaio, gerente de Análise de Processo do órgão. O EXTRA procurou o Sindicato das escolas particulares para se posicionar sobre o assunto, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. O caso das creches se assemelha ao das escolas, porém possui suas particularidades. Tendo em vista que uma das principais funções das creches é receber crianças durante o período de trabalho dos

pais, diante das atuais circunstâncias de isolamento social, os pais têm ficado com os seus filhos o dia inteiro. Contudo, as creches também estão autorizadas a buscar meios alternativos de prestação de serviços. O Procon recomenda que a rescisão contratual seja a última das alternativas. Os pais e responsáveis devem buscar primeiramente um acordo com as creches. Não conseguindo acordo, o consumidor deve buscar auxílio do órgão para intermediar a situação.

rotina em casa mudou. Os alunos não vestem o uniforme escolar e muitos pais também não saem para trabalhar. Mas as aulas de crianças e adolescentes continuam, de maneira remota, e a família precisa se adaptar ao novo modelo. A educação à distância proporciona uma nova realidade nos lares de todos os cantos do Brasil com várias possibilidades e problemáticas. Esse cenário deve continuar, pelo menos, até junho, já que a expectativa é de que as aulas presenciais fiquem suspensas até 31 de maio. Enquanto isso, pais dividem opiniões sobre o modelo on-line e especialistas dão dicas de como ter um bom aprendizado por meio da internet. O que vem acontecendo em alguns casos é que os estudantes têm a ideia que estão de férias. Na escola, os alunos entendem o fato de que as tarefas fazem parte da rotina escolar, mas devido a mudança nem sempre eles compreendem a necessidade das obrigações. Porém os alunos de diferentes idades podem recorrer a métodos que deixem a educação à distância mais fluida, diminuindo os impactos da mudança drástica dos últimos dias. O primeiro passo é criar uma rotina, sempre respeitando os horários, para que o estudante entenda o momento ideal para o estudo. Especialistas consideram que o ambiente é fundamental para um bom aprendizado. O local para estudo deve ser calmo e confortável, tal qual a sala de aula.


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VOLUNTÁRIOS

Alunos fazem cadastro para combate ao Coronavírus

Ufal já tem quase 300 estudantes disponíveis para atuar em unidades de saúde sob a supervisão de profissionais “A participação dos alunos reflete uma importância, sobretudo, humanitária, e um aprendizado da prática, do ponto de vista acadêmico. Entretanto, destacamos a grande preocupação com os EPIs [Equipamentos de Proteção Individual], pois é de responsabilidade das instituições de saúde/MS garantirem, efetivamente, a biossegurança dos alunos voluntários, ou seja, todos os materiais necessários de proteção contra as doenças”, ressaltou Deywid Melo.

ASSESSORIA/UFAL

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governo federal lançou o programa O Brasil Conta Comigo e os alunos da área de saúde da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) já estão correspondendo ao chamado. O edital convoca os interessados para realizar um cadastro por meio do preenchimento de formulário eletrônico e, assim, se colocarem à disposição para atuar no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Da Ufal, podem se cadastrar os estudantes de Medicina, Enfermagem e Farmácia, independente do período em curso. A Pró-reitoria de Graduação (Prograd) e a Procuradoria Educacional Institucional (PEI) vão trabalhar junto às coordenações das unidades acadêmicas dos campi A.C. Simões e Arapiraca para avaliar a situação de cada aluno antes de aprovar o cadastro no sistema ApoiASUS. Até a quarta, 22, já havia quase 300 inscritos e, de acordo com a PEI, num primeiro momento, a Ufal vai aprovar os alunos dos últimos anos que estão devidamente matriculados e atendem aos requisitos de estágio. Os participantes terão direito a uma bolsa, enquanto durar a medida, de acordo com a carga horária do estágio supervisionado, que varia de um a meio salário mínimo, além de certificado e 10% de pontuação no ingresso em programa de residência do Ministério da Saúde.

CONFIRA O PASSO A PASSO ANOS INICIAIS Também podem se voluntariar os alunos dos cursos de Medicina, Enfermagem e Farmácia da Ufal matriculados a partir do 1º período. Mas, nesse primeiro momento, ficarão aguardando a aprovação do cadastro após algumas orientações solicitadas ao Ministério da Saúde, e questões em relação ao possível aproveitamento da carga horária no estágio obrigatório da universidade. “Cada curso na Ufal possui regulamentação específica em seu Projeto Político Pedagógico [PPC], como funcionará o estágio obrigatório, cada curso possui uma carga horária diferente, etapas diferentes de estágio, assim a Prograd, colegiados, coordenadores e diretores das unidades acadêmicas dos cursos de Medicina, Enfermagem e Farmácia estão se reunindo

visando confeccionar uma Orientação Normativa a respeito do fluxo, bem como dos requisitos necessários para que o aluno possa aproveitar, total ou parcialmente, as horas trabalhadas no programa O Brasil Conta Comigo”, explica professor Rodrigo Freitas Monte Bispo, coordenador de Currículo e Acompanhamento de PPC da Prograd. De acordo com o procurador Educacional Institucional, Deywid Wagner de Melo, os cadastros começarão a ser aprovados a partir desta sexta-feira, mediante envio das informações pelas coordenações de curso. Esse fluxo de análise individual dos alunos será contínuo, enquanto durar a pandemia. Mais adiante, Deywid explica que, possivelmente, todos devem ter os cadastros aprovados. Em caso de

reprovação, podem fazer um recadastramento, se as informações preenchidas anteriormente apresentarem algum tipo de erro. TRABALHO VOLUNTÁRIO Os estudantes que se colocarem à disposição para o recrutamento no programa O Brasil Conta Comigo vão atuar na Atenção Primária à Saúde do SUS, atendendo às instituições que se cadastrarem para receber esse reforço. De acordo com o edital, a convocação será por meio eletrônico e o aluno deverá se apresentar ao estabelecimento de saúde indicado em até 48 horas. Ele será supervisionado por profissionais da saúde da sua respectiva área e vai colaborar com as medidas de enfrentamento ao Coronavírus no Brasil.

- ESTUDANTES O cadastro dos alunos poderá ser feito via endereço eletrônico http://sgtes.unasus.gov.br/apoiasus, com o preenchimento da “Ficha do Aluno”. Ao ser chamado, por meio de correspondência eletrônica, o aluno deverá se apresentar em até 48h no estabelecimento de saúde indicado. - MUNICÍPIOS Os estados, municípios e estabelecimentos de saúde privados, sem fins lucrativos, que prestam serviços ao SUS, também devem aderir à ação estratégica pelo endereço eletrônico http://sgtes. unasus.gov.br/apoiasus, por meio das secretarias de saúde. As inscrições são feitas na parte acadêmica para preenchimento do formulário “Ficha do Gestor”, seguida das outras etapas.


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MORBIDADE

Alagoas é o estado com maior número de óbitos por diabetes

Doença é uma das três com mais risco para a Covid-19, junto com as doenças respiratórias e as cardiovasculares

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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studo elaborado pela Marcoplan com bases nos dados do DataSus aponta que Alagoas é o estado brasileiro com maior número de óbitos por diabetes. Rio de Janeiro aparece com a maior taxa de mortes por doenças cardiovasculares e Rio Grande do Sul por doenças respiratórias. Vale ressaltar que são elas os três maiores fatores de risco em relação à pandemia da Covid-19, causada pelo novo Coronavírus Sars-Cov-2. Para se ter uma ideia, a diabetes sozinha poderia aumentar o risco de complicações de duas a três vezes. Entre os municípios com mais idosos e com mais doenças crônicas não transmissíveis, Maceió desponta no 79º lugar das 100 maiores localidades com pessoas com 60 anos ou mais. O Rio de Janeiro aparece na 1ª colocação. Além da idade, outro fator de risco são as doenças crônicas. Os estados com maior incidência são Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Sendo que RJ e RS possuem maior mortalidade prematura por estas doenças. No ranking das cidades com mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) Maceió fica na 31ª colocação entre as 100 maiores do Brasil, com taxa de 341,8. Para o enfrentamento da pandemia, a Marcoplan sugere que sejam seguidas as

PERIGO

orientações estritas dos órgãos competentes no Brasil e no mundo. Destaca, ainda, que para avaliação completa dos riscos de letalidade da Covid-19 é preciso acrescen-

tar outras variáveis, além dos dados apresentados nos estudos como infraestrutura da rede de saúde no território, a qualidade das moradias, entre outras.

Embora sejam evitáveis e controláveis, a diabetes - caracterizada pela produção insuficiente de insulina - e a hipertensão - que eleva o nível da pressão sanguínea nas artérias - foram as responsáveis pela internação de 2.169 alagoanos em 2019, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Nos dias atuais, a diabetes é considerada uma epidemia crescente e uma das principais causas de mortes e incapacidades no mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2025 haverá cerca de 64 milhões de diabéticos no mundo. Mas se as pessoas com a doen-

ça forem diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem levar uma vida sem maiores complicações. Sede excessiva, urinar bastante, perder peso sem fazer dieta ou exercícios, sensação de formigamento, visão embaçada e feridas com difícil cicatrização, estão entre os principais sintomas da diabetes. Já entre os fatores de risco aparecem excesso de peso, falta de atividade física, maus hábitos alimentares, pressão arterial e colesterol altos, além de histórico familiar. Popularmente conhecida como “pressão alta”, a hipertensão está relacionada com os níveis tensionais do sangue em circulação, fazendo com que as artérias fiquem estreitas, aumentando a necessidade de o coração bombear com mais força para fazer o sangue circular. Segundo a OMS, esta é a principal causa de mortes no mundo, por estar associada ao desenvolvimento de diversas doenças. Os principais sintomas são dor de cabeça, tonturas, fraqueza, visão embaraçada e sangramento nasal. Os principais fatores de risco são o consumo excessivo de sal, tabagismo, sedentarismo, diabetes, obesidade, estresse, bebidas alcóolicas, falta de atividade física e sono inadequado. No entanto, em casos de hipertensão leve, com a mínima entre 9 e 10, o tratamento envolve apenas mudanças de hábitos.


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ECONOMIA

Turismo de Alagoas perde R$1,5 bilhão devido à Covid-19 Crise causada pelo novo Coronavírus causa preocupação no setor

EMPREGOS A hotelaria da nossa região gera cerca de 7.500 empregos diretos e foi anunciado férias coletivas para os colaboradores, diante da suspensão de atividades no início de abril

ASSESSORIA

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mundo parou devido a proliferação do novo Coronavírus. O isolamento social vem deixando vestígios e provocando uma crise econômica em diversos setores e estimase que o mais prejudicado será o turismo. Fronteiras foram fechadas, aeroportos suspenderam voos e hotéis fechando as portas provisoriamente, como, por exemplo, o Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, que precisou fechar as portas pela primeira vez depois de 97 anos de existência. Em Alagoas, um dos destinos mais procurados do país, a situação não tem sido diferente. Informações divulgadas pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH-AL) estimam uma perda equivalente a R$ 1,5 bilhão para a categoria. Já a projeção do prejuízo para o turismo em todo Brasil é da ordem de R$14 bilhões. Os dados também apontam que o setor pode chegar à redução de 295 mil empregos formais durante os próximos três meses. Uma tentativa de amenizar os danos causados pela crise foi a MP 948, cujo principal obje-

Israel Lessa sugere que setor turístico faça promoções após o fim da pandemia tivo é incentivar as pessoas a remarcarem suas viagens e participações em eventos e não cancelarem, solicitando reembolso e causando uma crise ainda maior. “Houve um diálogo muito saudável e consciente entre os empresários para que as atividades da rede de hotelaria do nosso estado fossem suspensas para evitar a proliferação da Covid-19 na região”, comenta o ex-superintendente do Ministério do Trabalho em Alagoas, Israel Lessa. Ele conside-

ra que a iniciativa foi de extrema importância para conter o vírus em Maceió, já que muitos turistas não desembarcaram na capital após a decisão dos hotéis de fecharem as portas provisoriamente. A hotelaria da nossa região gera cerca de 7.500 empregos diretos e foi anunciado férias coletivas para os colaboradores, diante da suspensão de atividades no início de abril. “O principal assunto en-

tre os hoteleiros é a situação que vai ficar após o término do plano emergencial criado pelo governo, pois será um verdadeiro recomeço no setor”, pontua Lessa. O movimento há cerca de 45 dias caiu significativamente e nos próximos 90 dias ainda deve se manter em baixa, até que comece a retomada de um fluxo um pouco maior de visitantes em nosso estado. “Foram mantidos apenas alguns funcionários, como, por exemplo, jardineiro,

piscineiro, serviço gerais e algumas pessoas da administração para que possam cuidar do hotel durante essa pausa. Os demais receberam férias coletivas, com término previsto para o dia 7 de maio”, revela um funcionário de uma rede de hotéis. Ele confirma que caso a crise se estenda, impossibilitando o retorno das atividades, o hotel informou que vai solicitar o auxílio do governo para manter o pagamento da folha, através da MP que possibilita a suspensão de contratos. “A esperança é pensar que o último trimestre deste ano possa servir como alento aos empresários do ramo, torcendo para que o fluxo cresça significativamente e repare os danos causados por esse período de portas fechadas”, conclui Lessa, destacando que uma das alternativas de fazer com que os turistas retomem suas programações na alta temporada é incentivar o setor a planejar promoções, que possam atrair o viajante.


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POLÊMICA-1

POLÊMICA-2

Fernando Pedrosa diz que acreano testou negativo

Deputado

Davi Maia diz que Lacen e preferência a indicados pel

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Cremal vai investigar mortes por Covid-19 Conselho recebeu denúncias de diagnósticos errôneos

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal) vai investigar os óbitos informados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) como consequência da Covid-19. Até o momento, duas denúncias que chegaram ao conselho relatam que vítimas foram sepultadas com diagnóstico incorreto. Um dos casos é do acreano José Dagmar Xavier da Costa, de 63 anos. Morador de Maceió há seis anos, ele teria sido o primeiro caso de óbito por infecção pelo novo Coronavírus em Alagoas. A família contesta e diz que vai acionar a Justiça contra o Estado para comprovar que Rocha não tinha o vírus. “Resultados dos exames realizados pelo Instituto FioCruz, no Rio de Janeiro, referência nacional para diagnóstico da Covid-19, no caso desse paciente, foram negativo”, afirmou o presidente do Cremal, Fernando Pedrosa. Xavier, que também era hi-

pertenso e sofria de diabetes, faleceu no dia 30 de março na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Trapiche, na capital alagoana. Porém, a coleta de material foi realizada quando ainda estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE). Já o outro caso permanece em sigilo. Trata-se de um óbito em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em que os médicos que atenderam o paciente discordam do diagnóstico do Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas (Lacen). “Os colegas que prestaram atendimento à vítima se dispuseram a depor em juízo se precisar”, informou o presidente do conselho. E fez questão de salientar: “Iremos investigar todos os óbitos. Famílias que desconfiam do diagnóstico podem fazer uma denúncia no conselho.” OUTRO LADO Ao EXTRA, o secretário estadual de Saúde, Alexandre Ayres, afirmou que confia no resultado do laudo do

Lacen sobre a morte de José Dagmar. “Nós precisamos ouvir a ciência. O fechamento do diagnóstico não é feito só com teste laboratorial. É também feito com a análise clínica. E aquele paciente tinha as características semelhantes aos casos de Covid-19. Foi feita uma tomografia e o pulmão dele estava todo comprometido. Quem assina o atestado de óbito são os médicos e precisamos respeitar esses profissionais de saúde”. Ayres disse ainda, durante coletiva de imprensa, na noite de quartafeira, 22, que os testes dependem dos manejos das amostras. “Essa amostra foi encaminhada para a FioCruz, que teve um outro resultado em um outro laboratório. Mas reitero que o senhor José Dagmar teve um diagnóstico clínico assinado por um profissional que confirmou que ele estava com o Coronavírus”. Até a última quarta-feira, Alagoas havia registrado 243 casos confirmados de Covid-19 e 20 mortes. Em nível nacional, eram 45.757 casos e 2.906 óbitos.

deputado Davi Maia (DEM), denunciou na quarta-feira, 22, durante sessão na Assembleia Legislativa, que recebeu várias denúncias contra o Lacen, laboratório responsável pelos exames da Codiv-19 em Alagoas. De acordo com o parlamentar, haveria a prática de nepotismo dentro do órgão e uma lista de pacientes prioritários. Maia informou que o estado tinha uma demanda reprimida no mês de março de 477 amostras de exames para serem testados. “Por falha técnica e de estrutura, os funcionários do Lacen tiveram que mandar as amostras para o laboratório em Sergipe. Lá, foram feitas 235 testagens. Vejam que esses pacientes nunca entraram na lista para que as testagens fossem feitas em Maceió, pelo simples fato deles não fazerem parte de prioridade da governança”, denunciou o deputado, acusando o Estado de possuir listas de prioridades para testagem do Coronavírus. Essas listas de prioridades, que foram apresentadas pelo deputado no plenário da Casa, mostram, segundo ele, a “politicagem existente dentro do Lacen”. “Isso mesmo, existe uma lista de nomes que são prioridade. Aquela famosa rede de ‘quem conhece quem’. Abro aspas para o que me disse a fonte: ‘Enquanto isso, pessoas comuns estão contaminan-

do out que es porque portant Pensem ter inú tamina outros” lament “E soas co tão na outras que est nho em três ex compro lando. S morara para s e ficar o vírus tudo is política alertou Sobr deputa pessoas de dire petênci ligaçõe é extr à eficiê blico. “ dadeira Até um afastad Saúde, ração F lhando Proc TRA, a vai ap da exis mo no provad com o q gislaçã be a pr


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utras sem saberem estão com o vírus e ue não têm nomes imntes ou conhecidos’. em no problema que é númeras pessoas connadas, contaminando s”, acrescentou o parntar. Enquanto isso, pescomuns, que não esna lista, contaminam s pessoas sem saber stão com o vírus. Teem mãos pelo menos exames positivos que rovam o que estou fao. São pessoas que deram de 15 a 30 dias saber do resultado aram disseminando us em todo o estado, isso por ingerência ca dentro do Lacen”, ou. obre o nepotismo, o tado afirmou haver as ocupando cargos ireção não por comncia técnica, mas por ões familiares, o que tremamente danoso iência do serviço pú“Lá existe uma verra árvore parental. m funcionário que foi ado da Secretaria de e, por conta da OpeFlorence, está trabado no Lacen”, disse. rocurada pelo EXa Sesau afirmou que apurar as denúncias xistência de nepotiso Lacen e, caso comadas, agirá de acordo o que determina a leção federal, que proíprática.

Davi Maia fez a acusação em discurso na Assembleia

Marcos Holanda diz que máscaras estão sendo usadas por até 8 horas

Sindicato dos Médicos revela uso repetitivo de EPIs

Lista apresentada por Davi Maia na Assembleia e entregue à imprensa com os nomes encobertos

Funcionários da saúde usam a mesma máscara por quase oito horas. A informação é do presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), Marcos Holanda. Segundo o médico, as máscaras comuns, de TNT, têm validade de apenas duas horas. Essa é apenas uma das irregularidades encontradas em setores da saúde pública. Outro ponto é quanto os jalecos que são utilizados sem lavar por dias consecutivos. “É o que pode agravar ainda mais a infecção pela Covid-19, sendo que muitos casos, a maioria, são assintomáticos”, destacou Holanda. No entanto, líder sindical observa melhorias. “Noto que governo do Estado tem se esforçado para suprir a falta de insumos, o que não observo do Município”. Sobre os perigos da Covid-19, Holanda pede para que todos tenham cuidado e se preservem ao máximo. “Não espere um número estatístico ganhar o nome de um irmão, pai ou avó”, alertou.


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COVID-19

Pandemia pode aumentar ansiedade e saúde mental precisa de atenção Santa Casa de Maceió implanta espaço virtual de escuta terapêutica para seus profissionais de saúde

ASSESSORIA

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chegada do novo coronavírus (Covid-19) mudou a rotina pelo mundo. Lojas, escolas e cinemas fechados. O serviço público e muitas empresas com um novo modelo de trabalho para o atendimento que, antes presencial, agora é feito por telesserviço. Nos restaurantes, só por delivery ou Pague e Leve. Nada de visitar amigos, abraçar ou beijar quem se gosta. Mas o pior foi destinado aos idosos: além de não sair de casa, a recomendação é não receber visitas, principalmente dos netos. O distanciamento social é recomendado pela Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde. Em Alagoas, o Governo do Estado, a Prefeitura de Maceió e instituições como a Santa Casa

Thaysa Alencar, coordenadora do Serviço de Psicologia da Santa Casa de Maceió

de Maceió decretaram medidas para combater o avanço da doença que já contaminou mais de 46 mil pessoas no Brasil e, até a quinta-feira (23), tirou a vida de 2924 pessoas. “Estamos nos deparando com algo muito inesperado, uma pandemia. Isso afeta de diferentes formas o cotidiano dos indivíduos, pois abala questões como estabilidade financeira, segurança

e de conforto sobre algo tão cômodo e conhecido por nós, como a nossa rotina. Essa situação pode desencadear algumas angustias, inseguranças, medos, ansiedade, já que a luta é contra algo invisível e que pode ser bem agressivo. Cuidar da sua espiritualidade, focar em atividades restauradoras, como exercícios físicos, ou mesmo assistir filmes ou uma programação de entretenimento na internet,

pode ajudar. É preciso manter a esperança para uma melhora de vida”, disse a psicóloga Thaysa Alencar, coordenadora do Serviço de Psicologia da Santa Casa de Maceió. Pensando no lado emocional dos seus profissionais de saúde, a instituição implantou um espaço virtual de escuta terapêutica, voltado, inicialmente, para alguns setores do hospital com a proposta de ampliação para os demais.

“Desde 2018, com a resolução nº 11 do Conselho de Psicologia, regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por meios de tecnologia de comunicação e de informação, preconizando as recomendações do código de ética. Desta forma, facilitou que estes profissionais da linha de frente tenham acesso aos psicólogos em situações que se percebam emocionalmente fragilizados para lidar ou continuar lidando com a sua função. O formato atual não inviabiliza um contato físico, com o seguimento das orientações cabíveis”, explicou Para o público em geral, a psicóloga também recomenda a busca por espaços terapêuticos de escuta e de fala para lidar com o misto de emoções causado pelas incertezas do novo coronavírus “Muitos psicólogos têm migrado sessões de terapia de seus consultórios presenciais para o online. A ferramenta é muito oportuna neste momento e deve ser buscada. O uso da tecnologia de comunicação, aliás, pode minimizar o sentimento de abandono ou rejeição que algumas pessoas têm sentido. Conversar com familiares e amigos é muito positivo, pois é uma forma de se conectar com quem amamos, aliviando o estresse causado pelo distanciamento social”, completou.


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PEDRO OLIVEIRA

SUS, esse herói incompreendido e roubado

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Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e completos serviços de saúde pública do mundo, uma criação brasileira abrangendo desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a promoção da saúde. Alguns países já tentaram copiar o sistema brasileiro e muitos nem possuem sistema público de saúde. A gestão

O SUS nos municípios

Os municípios São responsáveis pela execução das ações e serviços de saúde no âmbito do seu território. O gestor municipal deve aplicar recursos próprios e os repassados pela União e pelo estado. O município formula suas próprias políticas de saúde e também é um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais e estaduais de saúde. Ele coordena e planeja o SUS em nível municipal, respeitando a normatização federal. Pode estabelecer parcerias com outros municípios para garantir o atendimento pleno de sua população, para procedimentos de complexidade que estejam acima daqueles que pode oferecer.

O crime dos desvios de verbas

Como parte da cultura do político brasileiro um volume tão imenso de dinheiro público não poderia ficar incólume aos desvios de administradores desonestos que se estabelecem nas três esferas (federal, estadual e municipal). Não é sem razão que constantemente assistimos denúncias, comprovações e ações da Polícia Federal, Ministério Público e Controladoria Geral da União, contra governadores, parlamentares, prefeitos e outras autoridades públicas e empresas envolvidas em atos de corrupção com o dinheiro do SUS. Esses desvios têm origem desde o Congresso Nacional, na negociação de emendas parlamentares dirigidas por negociações espúrias, até as secretarias de Saúde de Estados e Municípios. São compras superfaturadas, licitações fraudadas, conluios com empresas e os mais diversos tipos de atos fraudulentos praticados com grande regularidade na maioria dos entes federativos. Atos dessa natureza deveriam, em minha opinião, ser considerados crime hediondos com a efetiva punição dos responsáveis, verdadeiros assassinos e genocidas que ceifam vidas humanas, fecham hospitais, deixam os miseráveis desassistidos e sufocam todo o sistema ao não atender a população, por falta de medicamentos, insumos e profissionais. Muitas autoridades e servidores públicos ficaram ricos com o dinheiro que poderia ter salvado muitas pessoas.

n pedrooliveiramcz@gmail.com

das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa entre os três entes da federação: a,União, os Estados e os municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF-88), a “Saúde é direito de todos e dever do Estado”. No período anterior à CF-88, o sistema público de saúde prestava assistência apenas aos trabalhadores vinculados à Previdência Social, aproximadamente 30 milhões de pessoas com acesso aos serviços hospitalares, cabendo o atendimento aos demais

Cuidando da Saúde

Mesmo com a deficiência natural da administração pública brasileira o Sistema Único de Saúde conta com os melhores e experientes profissionais da medicina e enfermagem, além de hospitais de primeiro mundo, não fosse a roubalheira dos políticos seria bem melhor. Sou testemunha desse atendimento e capacitação – em certo momento de minha vida fui para uma consulta com um famoso médico usando meu plano de saúde. Estava com uma lesão na boca sem curar. Ao me examinar ele foi taxativo – “Preciso ver isso cirurgicamente amanhã. Você tem restrições a fazer pelo SUS”? Ligou na hora e marcou a cirurgia para o Hospital Universitário (HU). E lá estava eu no dia seguinte já com meu número do Cartão Nacional de Saúde que fiz e recebi no mesmo dia do sistema. Fiquei, como os demais pacientes, em uma longa fila de espera, diante da quantidade de cirurgias naquele dia. Já me impressionou a organização do hospital. Ao ser levado para o Centro Cirúrgico me deparo com uma estrutura digna dos melhores hospitais do país. O médico fez o procedimento e no mesmo dia recebi o resultado, graças a Deus nada que preocupasse, a não ser a dolorosa recomendação de que deixasse de fumar um dos prazeres de minha vida: o charuto.

Na pandemia salvando vidas

Fico a imaginar o quadro desesperador que estamos vivendo em todo o país, nas capitais, nas grandes e pequenas cidades e nas comunidades de miseráveis que construímos com nossa política destrutiva, sem a existência do SUS. Quantos milhares mais de cadáveres não estariam sendo sepultados em valas comuns, como nas mais terríveis guerras?

PARA REFLETIR:

“A Saúde é direito de todos e dever do Estado”.

(Constituição Federal de 1988 – Art. 196)

Está aí um grande exemplo: nos Estados Unidos, a maior potência mundial, metade da população não tem como pagar um teste para Covid-19 que varia entre U$ 1.000 a U$ 4.000 – no Brasil “ZERO” para qualquer cidadão, rico ou pobre. Luvas, álcool gel, máscaras? Nem falar! Aqui no Brasil nada se paga e as pessoas ainda vão às ruas protestar porque “as mascaras são de má qualidade”. O momento que vivemos é gravíssimo e não é para ser politizado, mas unificado a fim de que todos possam sair menos abalados dessa tragédia. Causa revolta a disputa política e ideológica das cabeças que dirigem o país ou que fazem oposição, em cima de pessoas doentes, infectadas, mentalmente abaladas e principalmente sobre mortos que ficam “em fila de espera” para que sejam sepultados. É criminoso. Enquanto isso nos hospitais, ambulatórios, UPAs, clinicas e até pelas ruas, uma “infantaria” de heróis que lutam, entregando suas próprias vidas, para salvar a população. Quantos profissionais de saúde já morreram em função de seus contatos com doentes infectados pelo vírus? E os dias de plantões intermináveis, o abandono das famílias, o estresse a falta de equipamentos, de leitos de UTIs e até a terrível escolha de quem deve ou não morrer, pela impossibilidade de atendimento. Médicos, enfermeiros, auxiliares, servidores da saúde, não vou os chamar de heróis, mas de Anjos, que é o termo mais adequado. Obrigado por cuidarem de todos nós. Deus os proteja. *Esta minha coluna é dedicada a todos os profissionais de Saúde de Alagoas, pelo abnegado e abençoado trabalho que têm prestado ao nosso povo em momento tão doloroso.


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Tempos muito, muito difíceis

ELIAS FRAGOSO n Economista

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omos a 9ª maior economia do mundo. Poderíamos ser a 5ª ou 6ª. Mas 25 anos de desgovernos (6 de Sarney, 2 de Collor, 4 dos 8 de FHC, 8 de Lula, 5 de Dilma e 1 de Bolsonaro) e provavelmente, os próximos 3 anos dada a loucura que se tornou a presença desse senhor à frente dos destinos da Nação. Um desatino ímpar que está levando o país a extremos que seu povo não deseja, nunca desejou. Como se não bastasse as inumeráveis tentativas do analfabeto cafajeste petista que esteve à frente da Nação por 8 anos e, depois, por sua ridícula e analfabeta funcional substituta, que durante 5 anos nos brindou com o que pode existir da

máxima obtusidade humana. Dois energúmenos que tentaram – todo o tempo e de todas as formas possíveis – tutelar o país para levá-lo a uma nova Venezuela. Não, não é exagero. É isso mesmo. É só observar por onde esses “esquerdistas” (sic!) passaram e ver o estrago que deixaram. A história do mundo está aí para confirmar, por exemplo, as mais de 100 milhões de pessoas mortas por esses bandidos. Hitler? Fichinha! Agora, temos pela frente um enfrentamento que, mais cedo ou mais tarde, o país terá que encarar. Estamos vivenciando a maior epidemia de que se tem conhecimento nos últimos 90 anos sem ter como enfrentá -la já que o SUS, sucateado (roubado miseravelmente por décadas por ladrões do colarinho branco de todos os naipes), sem condições técnicas, físicas e de recursos humanos, não tem condições mínimas para suportar a enorme demanda que já está à sua porta. Nos próximos dias, o brasileiro irá viver o pior dos mundos na saúde. Quem tem plano de saúde, vai descobrir – tarde – que esses valhacoutos foram montados apenas para seus donos ganharem dinheiro. E terão que buscar o velho e explora-

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do SUS. Que, superlotado, não terá como atendê-los, nem aos mais pobres sem planos de saúde. Estamos às vésperas da democratização da morte à mingua. Por outro lado, a economia vai passar por sua maior crise. O PIB para 2020 está estimado em - 5%! Uma queda ainda maior que a do desgoverno Dilma (-3,5%) e similar ao PIB americano na grande depressão de 1930. Isso vai exigir uma sintonia fina na área econômica, amplo apoio do Congresso Nacional e abundantes recursos externos para um programa de “recuperação econômica nacional”. Que acredito, nas condições políticas atuais, ser extremamente duvidoso. Como veremos. Com esse presidente desequilibrado, claramente golpista, sem a menor sensibilidade para com as pessoas, e focado unicamente no seu sonho de reeleição, golpe, ou o que der pra ficar no poder, viveremos tempos de instabilidade permanente. Sem apoio político no Congresso, na Justiça e na sociedade (fala-se em 35% de apoio, acho difícil), ninguém vai lhe dar a “colher de chá” de pousar de salvador da pátria, em ano pré -eleitoral presidencial, se o plano de recuperação vier a dar certo. Por outro lado, o Ministério da

Economia dominado por pessoas da escola de Chicago, não tem, não vejo, condições para tocar um programa tipicamente keynesiano de aceleração do crescimento via investimentos estatais de base (estradas, portos, escolas, creches, etc.). Se após o pico do Coronavírus aplicarem receitas liberais, a coisa vai ficar ainda mais difícil para o brasileiro. Não é mais hora para dogmatismos. Uma saída via setor privado unicamente seria, por incompleta, demorada, parcial e incapaz de gerar empregos para quase 20 milhões de desempregados que teremos no pós-crise. Finalmente, porque o capital é bicho arisco e não vai dar as caras por aqui até esse presidente sair. Anotem isso. Ano passado para se ter ideia, o Brasil, a principal economia da América Latina, foi a que menos recebeu aportes estrangeiros na região e a que mais registrou saída desse capital. Será por quê? (Nestes tempos de “recolhimento compulsório” estou aproveitando o tempo para preparar livro sobre a crise do Coronavírus em suas diversas facetas. Quem quiser se adiantar, pode ver diariamente na coluna Opinião do EXTRA online:www.novoextra.com.br)

pudor, mesmo sendo conhecedores dos inúmeros casos de condenação pelo mesmo crime. O descaramento é tamanho que o programa “Pingo nos Is”, da Rádio Jovem Pan, já está denominando de Covidão o que seria um novo Mensalão ou tantos casos policiais do mesmo calibre. Outros, com a hipocrisia que os caracteriza, após algum tempo afastados, retornaram às redes sociais para, mais uma vez, tentar iludir a população, passando uma preocupação com a pandemia que nos atinge. O único objetivo desses abutres é o poder para implantar uma ditadura de esquerda. Preocupação que não tiveram, nem têm, onde sua mão forte impera: como Cuba e Venezuela. Apenas

para citar duas. Não importa quão combalido ficar o País, contanto que lhes dê a chance de pôr as mãos, de novo, em nossa economia. Sabemos que, o que leva a tudo isso, é uma nova maneira de governar, onde não se permite o troca-troca de cargos e favores entre essa classe. Perderam as boquinhas e juntam-se para tentar destruir o que estiver pela frente para tomar o poder. E nessa hora não têm pudor nem ideologia. Contanto que lhes sobre alguma carniça para prover seus insaciáveis apetites e, mais que tudo, tentem se livrar de processos que os enviarão, inevitavelmente, ao cárcere para fazer companhia a tantos outros do mesmo quilate.

Nos próximos dias, o brasileiro irá viver o pior dos mundos na saúde. Quem tem plano de saúde, vai descobrir – tarde – que esses valhacoutos foram montados apenas para seus donos ganharem dinheiro. E terão que buscar o velho e explorado SUS.

Medo do cárcere

JOSÉ MAURÌCIO BRÊDA n Economista

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ica difícil entender certo tipo de políticos. Às vezes tento compará-los a reles condenados que, quando ganham a liberdade após o cumprimento de penas imputadas, voltam céleres para o mundo do crime. Isso acontece com 90% dos ladrões e traficantes comuns. Se acabaram de cumprir penas, foi

porque foram pegos nos seus mal feitos. E, mesmo assim, retornam a delinquir. Deveriam, também, servir de exemplo para todos aqueles que souberam de tal. Mas não podemos nos esquecer que os políticos lá estão por determinação nossa. Com raras e boas exceções, nós os escolhemos para nos roubar. Exatamente quando premimos o dedo na urna eletrônica votando nesses cidadãos para legislar ou gerenciar nossos municípios, estados ou nação. Com o advento da pandemia foram infectados muitos desses políticos. Mas não foi com o Coronavírus. Alguns, aproveitando-se de regras de exceção para compras sem licitação, estão passando o rodo no erário sem o menor

Com o advento da pandemia foram infectados muitos desses políticos. Mas não foi com o Coronavírus. Alguns, aproveitandose de regras de exceção para compras sem licitação, estão passando o rodo no erário sem o menor pudor


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Alagoas: a economia no tempo da epidemia (II)

CÍCERO PÉRICLES

n Professor de Economia da Ufal

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s notícias começaram a chegar de forma positiva para a economia com a entrada em vigor de duas medidas de proteção das famílias, das empresas e dos empregos: o programa de renda mínima e a linha de crédito emergencial. Desde a semana passada os empresários já podem acessar a linha emergencial de crédito de 40 bilhões de reais para cobrir a folha de pessoal por dois meses. Têm direito a acessar esse crédito as empresas que faturam entre 360 mil e 10 milhões de reais. Em Alagoas, são mais de dez mil. O prazo de pagamento é de 36 meses e a taxa de juros é baixa, 3,5%, com carência de seis meses. Há uma única contrapartida: quem tiver acesso ao crédito não pode demitir.

A rede bancária pública – Banco do Brasil e Caixa Econômica, e a rede privada – Bradesco e Itaú – já dispõem de recursos para financiar essa linha especial. Há uma pressão para que as microempresas, aquelas que faturam menos de 360 mil reais, sejam incluídas em outro programa. É o que deve acontecer. Se passar esta medida, a economia alagoana terá 40 mil microempresas com condições de acessar esse recurso, o que pode ajudar na manutenção de 100 mil empregos. Por sua vez, a renda básica, aprovada no Congresso Nacional e sancionada na semana passada, permite aos trabalhadores autônomos, informais, sem renda fixa, microempreendedores individuais, os desempregados e as famílias inscritas no Bolsa Família, terem acesso imediato a um valor entre 600 e 1.200 reais mensais. Para Alagoas, o impacto deverá ser muito grande: são 170 mil trabalhadores no setor privado que não têm nenhuma forma de contrato; as 50 mil domésticas que não têm carteira assinada; 270 mil autônomos, aqueles que mantêm suas atividades econômicas por conta própria, sem carteira ou CNPJ, os 90 mil microempreendedores individuais e, claro, os 160 mil desempregados. Somados, são mais de 700 mil pessoas que têm direito. Se 500 mil receberem

esses recursos, os setores urbanos – comércio e serviços –, terão 500 milhões de reais pelos meses de abril, maio e junho, o que significa 1,5 bilhão de reais para ativar esses segmentos. O sucesso do aplicativo do programa de renda mínima, orientando quem tem direito e como deve proceder, mostra o acerto dessa medida. No aplicativo, os beneficiários descobrem como poderão receber essas três parcelas, pagas pela rede financeira pública: CEF, correspondentes bancários e lotéricas. Em poucos dias, mais de 35 milhões de brasileiros já o acessaram. O público do Cadastro Único, principalmente o do Bolsa Família, já conta com esse recurso emergencial numa conta da CEF. Um respiro para a economia. Alguns setores e parte das empresas, principalmente as micro e pequenas empresas, estão buscando maneiras alternativas de fazer negócios. As formas costumam ser muito criativas. Os escritórios e a administração pública estão apelando para o home office, com seus funcionários exercendo suas atividades regulares a partir da própria residência; o comércio tradicional – lojas, farmácias mercados e restaurantes – está utilizando os aplicativos, divulgados nas redes sociais criando

promoções, formas novas de entrega, parcerias com motoristas de táxi, de uber, moto, bicicleta; o varejo popular utiliza a estratégia da “meia porta” aberta, que atende à clientela da vizinhança, das ruas próximas do bairro, de forma quase artesanal. Gradativamente, esses setores vão encontrando fórmulas que permitem aliviar o caixa e tocar seus negócios sem quebrar o isolamento definido pelas autoridades. Apesar das notícias de dificuldades reais, a maioria das empresas está realizando o planejamento mínimo, aquele que permite pagar as despesas inadiáveis, como aluguel, telefone, água, energia e internet; e estão renegociando prazos e valores com os bancos e fornecedores, que estão receptivos. Os pacotes tributários – municipais, estaduais e federais – permitem fazer o adiamento de pagamentos de impostos, que não é isenção, mas uma dívida protelada, a ser paga entre outubro e novembro. E o mais importante, as empresas podem contar com esses dois instrumentos poderosos, que são o crédito para amenizar sua principal despesa, a folha de pessoal, e uma renda social, massiva, que permite a manutenção do poder de compra mínimo, garantindo o funcionamento – ainda limitado –, da economia alagoana.

caram sem emprego. Como sempre, a corda arrebentou nas costas dos mais fracos e fomos novamente vítimas de políticos maldosos. É bom lembrar que, na época de Divaldo, devidamente assessorado por um visionário maluco na Secretaria da Fazenda, a folha de pagamento do Estado chegou a sete meses de atraso. Foi um verdadeiro escândalo: companheiros vendiam telefone, carro, casa para sobreviverem. O Poder Legislativo naqueles dias, vivia fora da realidade: o presidente, um moço novo, sonhador, ousado, irreverente, nomeava pessoas indicadas por ele e pelos deputados, ignorando totalmente a crise por que Alagoas passava. O Plano de Demissão Voluntária, coordenado por Luciano Barbosa, aliviou um pouco a situação dos cofres públicos. Vieram outros governadores, que não puderam fazer um bom trabalho, mas as jogadas políticas se sucediam. Sempre os governantes e seus aliados lucravam e os sofredores públicos estaduais eram castigados. Vez em quando, aparecia uma

nova lei modificando a vida funcional das pobres criaturas. Corta daqui, tira dali e não se sabia o motivo. Graças a Deus, a Constituição Estadual autorizou a criação dos sindicatos e nos deu o direito de reclamar na Justiça. Os dirigentes do Legislativo reagiram grosseiramente à nova situação e nossa luta começou. Durante todos esses anos vivemos impetrando ações judiciais para retomar o que nos tiraram. Pior de tudo: para a Mesa Diretora obedecer à Justiça é uma longa novela. Recentemente, apareceram mais duas novidades: aumentaram a contribuição previdenciária de 11 para 14% e a forma de calcular o desconto para idosos doentes, isentos do Imposto de Renda, foi modificada para pior. O Governo de Alagoas, com o pleno apoio do Legislativo, foi o primeiro a aprovar as loucuras do governo federal, modificando totalmente nossos direitos adquiridos. Estou no fim da vida e ainda não encontrei um governante que achasse outro caminho para diminuir as despesas do Estado ou da nação! Só Deus na causa!

Apesar das notícias de dificuldades reais, a maioria das empresas está realizando o planejamento mínimo, aquele que permite pagar as despesas inadiáveis, como aluguel, telefone, água, energia e internet.

Economia desumana

ALARI ROMARIZ TORRES

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n Aposentada da Assembleia Legislativa

esde que comecei a trabalhar no serviço público, o Brasil passou por várias crises financeiras e sempre o remédio para semelhante doença é cortar salários dos servidores. Quando aconteceu a ciranda financeira levando a inflação para mais de oitenta por cento, lembro-me perfeitamente do nosso sofrimento. Enquanto os salários dos funcionários federais acompanhavam a inflação, nós, pobres sofredores estaduais, tivemos as receitas diminuídas a 10% do valor total. Os planos de saúde cresciam as-

sustadoramente e, no fim do mês, não podíamos honrar com nossos compromissos. Collor, ainda governador, acabou com o funcionalismo, criando mecanismos aos quais ele próprio não obedecia. Antes de sair do governo, pagou fortunas a secretários e apadrinhados. Raspou os cofres públicos, saiu candidato à Presidência da República e deixou Moacir Andrade administrando um Estado falido. Nesse momento, o funcionalismo ficou acabado. Entrou Divaldo Suruagy pelos braços do povo para gerenciar o buraco negro. Todos os meses, para pagar o funcionalismo, tinha que pedir empréstimo. Seu grande erro foi não ter mostrado ao povo das Alagoas que encontrou os cofres vazios e as dívidas grandes demais. Divaldo saiu e deixou Mano para apagar a fogueira! O Legislativo, por sua vez, fingia que não era com ele e chegou a nomear 5.000 funcionários. Era uma loucura e Mano, graças a Deus, teve a ajuda do governo federal, criando o Plano de Demissão Voluntária. Milhares de servidores estaduais entraram no “conto do vigário” e fi-

Os dirigentes do Legislativo reagiram grosseiramente à nova situação e nossa luta começou. Durante todos esses anos vivemos impetrando ações judiciais para retomar o que nos tiraram. Pior de tudo: para a Mesa Diretora obedecer à Justiça é uma longa novela.


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VIOLÊNCIA

Jovens são as principais vítimas de homicídio em Alagoas Primeiro trimestre deste ano registra aumento de 15% na média diária de assassinatos SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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s principais vítimas de crimes violentos em Alagoas continuam sendo jovens de 18 a 29 anos. É o que revelam os boletins mensais de estatística criminal da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP). De acordo com os dados, de janeiro a março deste ano, 54,4% das vítimas de crimes violentos estão entre a faixa etária de 18 e 29 anos. Em Maceió, esse número sobe para 61,1%. Mas segundo a SSP, essa predominância não é novidade. A assessoria da pasta informou que grande parte dos crimes de homicídio no estado tem relação com o tráfico, e nos últimos anos essa predominância de vítimas tem se acentuado pela atuação de facções criminosas que têm como principal alvo os jovens. Se comparado com 2019, o boletim registrou um aumento da porcentagem de vítimas fatais por dia. Enquanto o ano se encerrou com uma média de 3,25 crimes violentos letais e intencionais por dia, até março de 2020 esta média passou para 3,87 crimes por dia. Ainda segundo o estudo, de janeiro a março de 2020, em todo o estado, houve um aumento de 15,2% nos assassinatos - passando de 316 para 364, sendo que 94% das vítimas são do sexo masculino; 69,8% foram vítimas de projétil de arma de fogo (PAF) e 49,9% dos crimes ocorre-

Crimes violentos letais e intencionais por idade em Alagoas no período de janeiro a março de 2020

ram em vias ou locais públicos. As características se repetem em Maceió. De janeiro a março, 92,9% das vítimas são homens, 61,1% jovens, 69% vítimas de PAF e 48,7% das ocorrências se deram em via pública. Do total de 364 Crimes Violentos Letais e Intencionais por tipo registrados pela SSP este ano, 331 foram homicídios dolosos (simples e qualificados); 22 mortes após resistência e dez latrocínios. Um outro ponto exposto pelo boletim é que o número maior de crimes se dá aos sábados. No ano passado o dia em que ocorriam mais homicídios era o domingo. Questionada, a SSP informou que não há justificativa específica para tal comportamento.

ARAPIRACA

Já em Arapiraca, os números trazem resultados positivos. Enquanto que de janeiro a março de 2019 o número de assassinatos foi de 30, este ano os dados do boletim apontam uma grande redução, de mais de 65%, com 19 vítimas fatais até março.

FEMINICÍDIO

No primeiro trimestre deste ano foram registrados pela SSP cinco casos de feminicídio em Alagoas, sendo dois em Rio Largo e um em Maceió. A Patrulha Maria da Penha, especializada em fiscalizar as medidas protetivas de mulheres vítimas de violência doméstica, constatou em abril um aumento no número de ocorrências. De acordo com os registros, do dia 1º até o dia 22 foram registradas 557 ocorrências envolvendo violência doméstica. Esses dados serão inseridos no próximo boletim mensal.


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PREVIDÊNCIA

Militares denunciam descontos abusivos Entidades acionam a Justiça contra o Estado para barrar ação BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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escontos previdenciários que antes eram de apenas R$ 11 passaram para mais de R$ 500 em menos de três meses, outros de R$ 9,50 saltaram para mais de R$ 250. O aumento motivou a Associação dos Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Alagoas (Aspra/AL) a acionar na quarta-feira, 22, a Justiça na tentativa de barrar os descontos de militares da reserva remunerada e de pensionistas que estão sendo feitos pelo governo do Estado. De acordo com a Aspra, aplicando a alíquota nos salários, o Estado descumpre o Decreto Nº 68.852 de 14 de janeiro assinado pelo governador Renan Filho (MDB) que suspendeu por dois anos os descontos nos percentuais previstos na Lei Federal nº 13.954. O decreto assinado em 14 de janeiro e publicado na edição online do Diário Oficial de Alagoas no dia 15, estendeu a isenção dos descontos de previdência aos inativos remunerados e pensionistas das corporações militares até dezembro de 2021. Os descontos começaram após a lei que reestruturou a carreira militar alterar o artigo 24f, do decreto 667/69, que trata sobre o direito adquirido na concessão de inatividade remunerada dos militares e dos pensionistas

desde que já tenham cumprido os requisitos exigidos pela lei do ente federativo até 31 de dezembro de 2019. O governador Renan Filho, com base neste dispositivo, editou o novo decreto este ano, após a aprovação da Reforma da Previdência, que estendeu o prazo de isenção à categoria dos inativos para o fim do ano que vem. “Este decreto regulamenta a regra de transição do Sistema de Proteção Social dos Militares do Estado de Alagoas, conforme disposto no art. 26 da Lei Federal nº 3.954, de 2019, que alterou o Decreto-Lei nº 667, de 1969. Art. 2º Fica prorrogado para 31 de dezembro de 2021 a data prevista nos arts. 24-F e o 24-G, do caput, do Decreto-Lei nº 667, de 1969”, cita trecho do documento. Vale ressaltar que os militares não foram incluídos na Lei Complementar n° 52/2019, que foi sancionada em 31/12/2019. Ela trata apenas dos segurados civis e não dos militares. Os militares estão sob a égide da Lei Federal n° 13954/2019, como explica Roberto Moisés, diretor-presidente da Alagoas Previdência. Os descontos realizados e que deveriam estar suspensos são explicados no Art. 24-C da lei citada que afirma que incide contribuição sobre a totalidade da remuneração dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, ativos ou

inativos, e de seus pensionistas, uma alíquota igual à aplicável às Forças Arma- Trecho do decreto que isenta de desconto os PMs e bombeiros das, cuja receita é destinada ao custeio das pensões milcorrespondente posto ou graduitares e da inatividade dos utivo deve dar o exemplo”, ação devem, se o tempo mínimo militares. atualmente exigido pela legisconcluiu. A alíquota aplicada aos Em nota, o Alagoas Previ- lação for de 30 anos ou menos, militares das forças arma- dência informou que a incidên- cumprir o tempo de serviço faldas e seus pensionistas é de cia do desconto de que trata o tante para atingir o exigido na 9,5% (nove e meio por cen- art. 24-C não foi alcançada pelo legislação do ente federativo, to), a partir de 1º de janeiro decreto acima mencionado. O acrescido de 17% e se o tempo de 2020 e de 10,5% (dez e Decreto 68.852/2020 estendeu mínimo atualmente exigido pela legislação for de 35 anos, cummeio por cento), a partir de o prazo para 31/12/2021 dos prir o tempo de serviço exigido artigos 24-F e 24-G, que afir1º de janeiro de 2021. Porém, mam que “é assegurado o di- na legislação do ente federativo. como estabelecido no decreto reito adquirido na concessão “Além do disposto nos incisos I e estadual, em Alagoas, os de- de inatividade remunerada II do caput deste artigo, o militar scontos deveriam estar sus- aos militares dos Estados, do deve contar no mínimo 25 anos pensos, conforme o decreto Distrito Federal e dos Terri- de exercício de atividade de naNº 68.852 até que a transição tórios, e de pensão militar aos tureza militar, acrescidos de 4 do Sistema de Proteção So- seus beneficiários, a qualquer meses a cada ano faltante para cial dos Militares do Estado tempo, desde que tenham sido atingir o tempo mínimo exigido cumpridos, até 31 de dezem- pela legislação do ente federatide Alagoas fosse concluída. vo, a partir de 1º de janeiro de “O que a gente recebeu bro de 2019, os requisitos exigidos pela lei vigente do 2022, limitado a 5 anos de acréscide denúncia é que os desente federativo para obtenção mo”, esclarece o parágrafo único. contos estão sendo feitos, desses benefícios, observados “O que a gente recebeu de denúncolocando os militares da os critérios de concessão e de cia é que os descontos estão senreserva e os pensionistas em cálculo em vigor na data de do feitos, colocando os militares dificuldades”, afirma o pres- atendimento dos requisitos.” da reserva e os pensionistas em idente da Aspra, Wagner A nota assinada pelo dire- dificuldades”, conta o presidente Simas, se queixando de que tor-presidente da Alagoas da Aspra, se queixando de que o o governador é insensível à Previdência explica ainda que governador é insensível à causa causa dos militares, além de os militares dos Estados, do dos militares, além de supostasupostamente descumprir a Distrito Federal e dos Terri- mente descumprir a lei. “Vamos à Justiça para tentar corrigir lei. “Vamos à Justiça para tórios que não houverem com- este ato irresponsável, injusto e pletado, até 31 de dezembro de tentar corrigir este ato irre- 2019, o tempo mínimo exigido ilegal do governador. A lei é para sponsável, injusto e ilegal do pela legislação do ente feder- ser cumprida e o chefe do Execugovernador. A lei é para ser ativo para fins de inatividade tivo deve dar o exemplo”, afirma cumprida e o chefe do Exec- com remuneração integral do Wagner Simas.

Contracheque de PM reformado mostra tamanho do aumento em abril em comparação a março


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ECONOMIA EM PAUTA

Leilão em Alagoas

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banco Santander começa nesta sextafeira, 24, às 11h um leilão de imóveis com valor até 70% abaixo da avaliação do mercado e quitação das dívidas de condomínio e IPTU até a data. Ao todo, são 90 casas e apartamentos disponíveis em 60 cidades de nove estados, entre eles Alagoas. Os lances iniciais vão de R$ 7.560 a R$ 1,5 milhão. O

Vendas online Ainda falando em imóveis, o Banco do Brasil lançou sua plataforma online de venda de imóveis, chamada Seu Imóvel BB, que disponibiliza a carteira de imóveis que a instituição tem para venda. Os imóveis disponíveis foram retomados da carteira de crédito imobiliário e é possível conferir detalhes das propriedades se cadastrando na plataforma. A principal vantagem do serviço é a possibilidade de realizar tudo online, desde a oferta até o pós-venda, finalizando com o registro em cartório, incluindo a digitalização de documentos e escrituras, o que poupa ao cliente final idas ao cartório e às agências físicas.

n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

Pague sem filas O aplicativo RecargaPay anunciou que passou a aceitar pagamentos realizados com o cartão de débito da Caixa Econômica Federal. Com o novo método, pessoas que possuem o cartão não precisarão enfrentar filas em lotéricas ou agências para sacar o valor do auxílio emergencial de R$ 600, podendo fazer recargas e pagar qualquer tipo de boleto direto pelo aplicativo. Uma das vantagens da plataforma são os descontos oferecidos em vários tipos de serviços para novos usuários.

Aprenda a vender Para auxiliar os pequenos e médios empreendedores a continuarem atuando diante deste cenário de pandemia, o Mercado Pago está promovendo lives intituladas “Como repensar negócios em tempos de crise”. A programação tem por objetivo orientar os vendedores que ainda não têm experiência em vendas virtuais e aqueles que já têm uma loja no ambiente online com dicas sobre vendas, soluções e gestão das finanças das empresas. As lives, estarão disponíveis no perfil oficial da empresa no Instagram e acontecem nesta sexta-feira, 24, e na segunda-feira, 27, ambas às 17 horas.


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NO PAÍS DAS ALAGOAS

As alucinações de Marco Toledo

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ngenheiro mecânico, formado nos Estados Unidos da América, Marcos Toledo resolveu enveredar pela política. Filiou-se ao PT do B, sendo presidente regional em Alagoas. Sob a sua direção, o partido instalou diretórios nos 102 municípios do estado. Com a vantagem de dominar todos os diretórios, resolveu se candidatar a deputado estadual no ano 2000. Foi traído pelas urnas. Obteve uma votação bisonha. Em 2002, pôs os pés no chão e resolveu se candidatar a vereador pelo município de Marechal Deodoro-AL, berço do proclamador da República. Perdeu mais uma vez. As urnas viraram-lhe as costas. Uma pífia votação. Passou quase um mês sem dormir bem, com alucinações e pesadelos. Certa noite, acordou-se esmurrando o travesseiro, falando alto que ia

TEMÓTEOCORREIA

n Ex-deputado estadual

romper e queria seu dinheiro de volta. Sua esposa, vendo-o assaz tenso e agitado, buscou acalmá-lo: - Marquinhos, tenha calma, tenha fé em Deus! À medida que se acalmava, ele ia se acordando, voltando à normalidade. Foi quando a companheira sussurrou: - Deus vai lhe ajudar, vai resolver tudo. Toledo, já consciente, porém, indignado e ainda revoltado com as urnas, respondeu abusadamente. - Olhe, minha filha, tire Deus dessa história. Deus vai se ofender porque lá só se elegeram os maus, os bandidos compradores de votos. Os bons perderam todos. - O meu filho também não comprou! - Mas eles compraram mais! Olhe, não sou comprador de votos! - Tá, meu filho, você não é comprador de votos, volte a dormir.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

VW Nivus estreia na última semana de junho

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rimeiro SUV compacto em estilo cupê, projetado e fabricado no Brasil, está sendo revelado aos poucos. Posso antecipar com exclusividade que será na última semana de junho. O cronograma original de sete etapas foi mantido desde quando se falou do carro oficialmente, na Alemanha, em agosto do ano passado. Em dezembro se apresentou um esboço, em março último um filme teaser do seu interior, na semana passada revelaramse alguns dados básicos acompanhados de fotos com disfarce que podiam ser “limpas” por especialistas em estilo. A quinta será no próximo dia 29 sobre o sistema multimídia de alta definição e novos recursos. Em meados de maio, haverá apresentação estática para a imprensa. Não se sabe se será presencial ou remota por streaming, pois dependerá do cronograma paulistano de liberação de grupos. O Nivus tem a mesma distância entre eixos do Polo (2,56 m; Tracker, 2,57 m). Trata-se de um modelo totalmente novo e particularmente atraente pelo desenho do teto e equilíbrio de linhas. É 2,7 cm mais alto que o Polo e mais baixo que o T-Cross, na maior parte em razão dos pneus, mas a VW não informou agora o vão livre. O balanço traseiro maior permitiu um porta-malas de 415 litros (HR-V, 437 litros). Esse volume excede o do T-Cross com encosto do banco na posição normal. Tampouco antecipou a distância da cabeça dos passageiros no banco traseiro ao teto. Entre itens exclusivos no segmento de SUVs compactos destacam-se faróis e todas as lanternas de LED, além de controle adaptativo de velocidade de cruzeiro. Há também alerta visual de distância de segurança ao veículo da frente e frenagem emergencial automática a até 50 km/h (no Tracker, 80 km/h). Este equipamento evita boa parte das colisões em tráfego urbano.

PREVISÕES PARA 2020 ESTÃO MAIS DIFÍCEIS O grau de incerteza vem aumentando à medida que a paralisação das atividades econômicas, em níveis diferentes em cada Estado, se estende por mais tempo em razão do isolamento social adotado devido ao novo coronavírus. São Paulo, maior produtor e consumidor de veículos, continuará com a quarentena até 10 de maio, embora alguma flexibilização possa ocorrer. As vendas de automóveis e caminhões, em abril, devem apresentar um tombo histórico em relação a março. Existem promoções este mês que adiam o início do pagamento das primeiras prestações, sendo que a Fiat assume cinco prestações para o cliente. Não se sabe em que nível as promoções continuarão em maio, pois depende de fôlego financeiro. A esperança é que alguns Detrans voltem a operar e isso apareça na estatística de emplacamentos do Denatran. Números muitos negativos desanimam os compradores. O Brasil já enfrentou redução anual de 41% do mercado interno. Foi em 1981 sobre 1980, em razão da disparada do preço dos combustíveis. Agora mesmo com preço do petróleo em queda livre, os três milhões de veículos previstos devem diminuir entre 28% e 38%, segundo três consultorias (Bright, Francisco Mendes e IHS Markit). Mas vai se recuperar, com otimismo, em até 20% em 2021. Esses números terão de ser revisados constantemente, pois dependem de quanto a economia brasileira encolherá este ano, estimado em até 5% e também da inadimplência. Daí as dificuldades das previsões. Cássio Pagliarini, da Bright, acredita em aumento de preços. “Entendemos que não existe escapatória em ra-

zão da valorização do dólar, apesar dos incentivos para eliminar os excessos de estoque. Os usados estão sendo comercializados por concessionárias e lojistas abaixo dos preços históricos para fazerem caixa. Locadoras também devem vender frota subutilizada. Para complicar as coisas, isso aumenta a distância de preço entre novo e usados.” Este problema do dólar atingirá mais profundamente os últimos lançamentos que incorporam vários itens tecnológicos e também os que virão neste e nos próximos anos. Haverá atrasos no desenvolvimento de novos modelos, pois o dinheiro de investimentos terá de ser realocado para sustentação de empregos e promoção de vendas. Muitas coisas devem mudar na indústria automobilística mundial, passados os efeitos da pandemia Covid-19. O mais provável é um rearranjo das fontes de produção com diminuição progressiva de concentração na China. Surge, assim, uma oportunidade boa para o Brasil, por sua indústria de autopeças relativamente diversificada. Com a escalada do dólar frente ao real as autopeças nacionais, antes pouco competitivas, poderão ganhar protagonismo. O problema são os itens de maior conteúdo tecnológico porque a escala de produção é fator determinante do preço final. Por outro lado, fornecedores de primeiro nível (incluídos os chamados sistemistas) podem dar respostas relativamente rápidas, mas aqueles de segundo e terceiro níveis precisarão de ajuda, independentemente de ações governamentais. As próprias fábricas de veículos deverão incentivar alguma produção local de itens mais sensíveis, inclusive os de segurança ativa e passiva, que têm um cronograma obrigatório de implantação dentro do programa Rota 2030.


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RADAR LITERÁRIO Obras ricas

Imprensa Oficial Graciliano Ramos resgata obras de grandes mestres da literatura alagoana

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lém de publicar o que há de melhor na produção literária contemporânea de Alagoas, selecionando novos títulos, a partir de editais públicos democráticos e transparentes, a Imprensa Oficial Graciliano Ramos também vem promovendo o resgate da memória de grandes escritores alagoanos, publicando obras que há décadas se encontram fora de catálogo das grandes editoras. Um dos mestres da literatura que, em breve, terá novas edições lançadas pela gráfica e editora do Estado é o escritor Breno Accioly, célebre autor do livro de contos João Urso, vencedor do Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, de 1944. A Imprensa Oficial Graciliano Ramos pretende publicar sua obra completa, a partir deste ano, incluindo dois livros inéditos: o romance Pedras e o livro de contos Isabela. As publicações antecedem o centenário de nascimento de Breno Accioly, natural de Santana do Ipanema, que será comemorado no ano que vem. Breno Accioly é considerado um dos maiores contistas brasileiros graças às suas narrativas inovadoras na linguagem, com forte densidade psicológica, repletas de personagens sombrios e perturbados.

Aurélio Buarque de Holanda Dois Mundos, de Aurélio Buarque de Holanda, é outra grande obra que se encontra em fase de produção na editora da Imprensa Oficial Graciliano Ramos. O livro de contos do lexicógrafo alagoano, nascido no ano de 1910, em Passo de Camaragibe, está fora de circulação desde 1956, quando a editora Cruzeiro publicou sua segunda edição.

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histó-

No campo não ficcional, a Imprensa Oficial Graciliano Ramos dará continuidade à coleção Raízes das Alagoas, trazendo obras clássicas alagoanas que há décadas estão fora de catálogo, mas que continuam sendo requisitadas pela comunidade acadêmica. A coleção, lançada em 2019, durante a Bienal Internacional do Livro de Alagoas, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e a Editora da Univer- sidade Estadual de Alagoas (Eduneal), traz este ano novos títulos, entre eles, Maceió, de Craveiro Costa; Geographia Alagoana ou Descrição Física, Política, Histórica da Província de Alagoas, de Thomaz Espíndola; História da Civilização das Alagoas, de Jayme de Altavila; A tragédia do populismo – O impeachment de Muniz Falcão, de Douglas Apratto; e Notas sobre poder, operários e comunistas, de Sávio de Almeida. Pela coleção Raízes das Alagoas, foram lançados no ano passado os livros Os negros muçulmanos nas Alagoas – Os Malês, de Abelardo Duarte; Metamorfose das Oligarquias, de Douglas Apratto; História de Anadia, de Nicodemos Jobim; e Formação de Alagoas Boreal, de Dirceu Lindoso.

Sucesso torial

edi-

Segundo Dagoberto Omena, diretor-presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, esses livros clássicos alagoanos recém -publicados vêm tendo uma boa acolhida por parte do público leitor. “Alguns já despontam entre os mais vendidos do nosso catálogo”, afirma. De acordo com o executivo, além do sucesso dos títulos da coleção Raízes das Alagoas, as novas edições da obra completa de Carlos Moliterno (formada pelos livros de poesia A Ilha e Desencontro e o ensaio Notas sobre poesia mo-

derna em Alagoas); o romance O Anjo Americano, de Luiz Gutemberg; e o livro Calabar, de Romeu de Avelar, já figuram na lista de best sellers da editora. “O bom desempenho nas vendas desses títulos mostra que havia uma demanda reprimida por esses clássicos na atualidade”.


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ABCDOINTERIOR Pode rachar

Jornal independente

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elo andar da carruagem, o MDB de Arapiraca está entregue às baratas. De um lado, o vice-governador Luciano Barbosa, atual secretário estadual de Educação, pressiona as bases para ser o “escolhido” como cabeça de chapa na disputa pela Prefeitura de Arapiraca, em outubro próximo. E para isso, alimenta o sonho do eterno presidente local do partido, José de Macedo, para compor a chapa puro sangue. Ora, é muito atrevimento. E vamos aos fatos.

Oportunidade única

Lado mais fraco

Luciano, que encara no momento uma briga pessoal e inimaginável com figuras importantes do governo e que estão enfurecidas com sua atuação, voltou às armas que lhe restam para Arapiraca, deixando de lado o sonho de ser o próximo governador de Alagoas. Do lado de cá, onde foi prefeito por longos oito anos, está mais fácil: é só tirar do páreo Ricardo Nezinho, um político que tem temperamento ameno e não gosta de briga. Mas do outro lado, ora, o “fogo amigo” está preparado para o que der e vier.

Abriu as pernas

Trocando em miúdos, Ricardo sempre foi o candidato natural do MDB arapiraquense na disputa pela Prefeitura Municipal. Mas, o MDB de Macedo e CIA Ltda parece que tem dono e nome: Luciano Barbosa. Daí, a abertura de pernas para a intenção de Barbosa de ser o candidato a prefeito, que o diga uma reunião ocorrida em Arapiraca na sexta-feira passada, 17, com a presença de membros do partido e de empresários ligados a Barbosa. Até Ricardo Nezinho esteve presente, apesar de sair indignado com o puxa-saquismo de algumas figuras e deixando claro para amigos que a definição será na convenção.

n robertobaiabarros@hotmail.com

Se Nezinho não se impor, verá, com certeza, uma oportunidade única escorrer pelas mãos, já que ele é, sim, o candidato natural do partido. Foi eleito deputado com mais de 40 mil votos e perdeu as últimas eleições municipais para Rogério Teófilo por uma diferença mínima de um pouco mais de 200 votos. Isso na segunda cidade mais importante de Alagoas e que possui o segundo maior colégio eleitoral.

Sonho do pai

Portanto, Nezinho, se abdicar do que lhe é de direito, será julgado pelo povo arapiraquense e, quem sabe, jamais terá outra oportunidade de disputar o mandato de prefeito de Arapiraca, um sonho acalentado por anos a fio pelo seu saudoso pai, Manoel Pereira Filho.

Foi vetado ou não?

Até o momento o imperador palmeirense Júlio Cezar não vetou o projeto de lei que concede aumento de salário para os vereadores, a ele próprio e para assessores do seu governo. Se vetou, a sua assessoria não sabe ou não quer falar. Pelo sim, pelo não, Júlio já disse publicamente que quando o tal projeto polêmico estiver em suas mãos, será vetado. Portanto, prefeito não divulga o que de fato está acontecendo. Por enquanto, a pergunta persiste: foi vetado ou não?

Perseguição em Palmeira

Vladimir Barros, advogado, jornalista e proprietário do único jornal semanário de Palmeira dos Índios – a Tribuna do Sertão –, foi confinado e obrigado a prestar serviços em uma sala isolada no Edifício São Bernardo, um prédio histórico encastrado no centro da cidade, onde até pouco tempo funcionava um hotel. O prédio tem complicações na estrutura física e laudos indicam que pode, a qualquer momento, desabar. Mesmo assim, tá lá, de pé, impávido que nem Muhammad Ali.

Em tempo: Vladimir é controlador do município concursado e o seu jornal tem postura independente e suas matérias têm incomodado o imperador palmeirense.

Pandemia em Arapiraca

O número de casos confirmados de pessoas com Coronavírus em Arapiraca, no Agreste de Alagoas, subiu para 3. As informações foram repassadas pela prefeitura municipal na quarta-feira (22). A cidade registra 161 suspeitos e 44 descartados. O terceiro caso trata-se de um paciente de sexo masculino, de 33 anos, residente no bairro Zélia Barbosa, que teve contato com um caso positivo de Covid-19. O paciente encontra-se em isolamento domiciliar, sendo monitorado pela equipe da Vigilância Epidemiológica da SMS. Os contatos do caso também estão sendo monitorados. (Com 7Segundos)

Isenção de IPVA

O deputado estadual Tarcizo Freire (PP) protocolou na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) a Indicação de nº 573/2020, com pedido de providências ao Governo do Estado de Alagoas e ao secretário Estadual da Fazenda para a isenção dos profissionais taxistas e motoristas de aplicativos do pagamento do Imposto sobre Veículo Automotores (IPVA), de forma proporcional pelo período de 90 dias.

Prestação de serviços

O parlamentar justificou que com a publicação do decreto governamental suspendendo diversas atividades de prestação de serviços e comércio, em razão da pandemia da Covid-19 (Coronavírus), a economia alagoana apresentará graves consequências. Freire argumentou que diversos fatos aumentam as chances desses profissionais passarem por dificuldades financeiras e, pela não quitação de suas contas, correm o risco de ficarem inadimplentes.

PELO INTERIOR ... E o presidente do diretório municipal de Arapiraca do MDB, José Macedo, negou que seu nome tenha sido escolhido para ser o vice-prefeito em uma futura chapa “puro sangue” para disputar a sucessão do prefeito Rogério Teófilo. ... Macedo, considerado um eterno presidente do partido em Arapiraca, afirmou que a vaga está em aberto até a realização da convenção partidária. O nome de Macedo foi ventilado pelo blogueiro arapiraquense Paulo Marcelo, que garantiu ter conversado com o líder político antes de divulgar a informação. … Devido ao crescente número de casos de pessoas infectadas pelo novo Coronavírus no interior do estado, o Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, criou o Comitê Institucional de Enfrentamento à Covid-19. …A iniciativa faz parte das ações protetivas aos usuários, profissionais de saúde e colaboradores das diversas áreas envolvidas na assistência direta e indireta à população atendida pelo maior hospital público do interior de Alagoas. ... O primeiro caso confirmado de Coronavírus em Arapiraca ocorreu no dia 18 de abril e o paciente já está curado. O segundo é de uma mulher de 40 anos, que reside no bairro Senador Arnon de Melo. O terceiro caso também foi confirmado na quartafeira, 22. ... Trata-se de um paciente de sexo masculino, de 33 anos, residente no bairro Zélia Barbosa. ... Em tempos de Covid-19, a Câmara Municipal de Arapiraca não tem se posicionado em defesa da população, que vive temerosa com o vírus letal. ... Os vereadores arapiraquenses só pensam “naquilo”, ou seja: na reeleição. Não participam sequer de debates ou promovem ações para garantir saúde e tranquilidade da população. ... Aos nossos leitores, desejamos um excelente final de semana, seguindo a recomendação de ficar em casa e não se expor a essa “gripezinha” que tanto o infeliz do presidente Bolsonaro faz questão de enfatizar. Até a próxima edição!


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MEIOAMBIENTE

Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Monitor de seca

Recorde de desmatamento

Em Alagoas, as chuvas de março fizeram com que a severidade da seca no estado diminuísse em comparação a fevereiro. É o que aponta o último levantamento do Monitor de Secas. De acordo com o estudo, como os acumulados de chuva em março variaram de normal a acima da média histórica, com precipitações superiores à média em mais de 100mm em algumas localidades, Alagoas deixou de ter áreas com seca grave e registrou áreas com seca fraca e seca moderada em todo seu território. Com base nos indicadores de curto e longo prazos, houve redução da severidade da área de seca no Sertão alagoano (oeste do estado), onde o fenômeno passou de grave para moderado. Também houve uma redução da área com seca moderada no Agreste (centro do estado), que agora apresenta seca fraca. Os impactos permanecem como de curto prazo no leste e de longo prazo no restante do território.

O

s alertas de desmatamento na floresta Amazônica bateram o recorde histórico para o primeiro trimestre de 2020, se comparado ao mesmo período dos últimos quatro anos, quando começou a série de monitoramento do sistema Deter-B, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2020 foram emitidos alertas para 796,08 km² da Amazônia, aumento de 51,45% em relação ao mesmo período de 2019, quando houve alerta para 525,63 km². Em 2018 foram 685,48 km²; em 2017, 233,64 km²; e, em 2016, 643,83 km². Os alertas de desmatamento servem para embasar ações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Já os dados oficiais de desmatamento são do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), divulgados uma vez ao ano. Se comparado o mês de março de 2020 ao mesmo mês de 2019, o aumento é de 29,9%. Os sinais de devastação não desapareceram nem mesmo em meio à pandemia do novo Coronavírus.

Alagoas mais verde

Mesmo em meio à pandemia do Coronavírus, o Instituto de Meio Ambiente continua com o programa Alagoas mais Verde. O projeto serve para ampliar a arborização em Alagoas e para que as ações de plantio e recuperação de vegetação sejam incentivadas. Recentemente, foram recebidas cinco mil mudas de 20 espécies de plantas nativas na base descentralizada do IMA na Ilha de Santa Rita, no município de Marechal Deodoro. Agora o IMA fará uma vistoria técnica em conjunto com o município a ser contemplado para que as mudas sejam utilizadas para a arborização urbana das cidades e para recuperação de áreas degradadas, como matas ciliares e encostas.

APA do Catolé

Dia da Terra

O papa Francisco fez um apelo passional na quarta-feira, 22, pela proteção do meio ambiente no 50º aniversário do primeiro Dia da Terra, dizendo que a pandemia do novo Coronavírus havia mostrado que alguns desafios tinham que ser enfrentados com uma resposta global. Francisco elogiou o movimento ambientalista, afirmando que era necessário que os jovens “saíssem às ruas para nos ensinar o que é óbvio, ou seja, que não haverá futuro para nós se destruirmos o meio ambiente que nos sustenta”. Retomando um provérbio espanhol segundo o qual Deus sempre perdoa, o homem às vezes perdoa, mas a natureza nunca o faz, Francisco disse: “Se deterioramos a Terra, a resposta será muito feia”. O Dia da Terra deste ano provocou pedidos de muitos, incluindo do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, para que os governos busquem “recuperação verde” em resposta ao Coronavírus.

Denúncias de ocupação irregular levaram o Instituto de Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) para a Área de Proteção Ambiental (APA) do Catolé e Fernão Velho junto com o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), onde foram constatadas as infrações e os responsáveis estão intimados. A APA é uma Unidade de Conservação com o objetivo de preservar as características naturais dos ambientes e ordenar a ocupação e o uso do solo. Ocupação irregular é um dos principais desafios enfrentados pelo IMA para a conservação da APA, assim como o desmatamento, poluição hídrica e queimadas. A forte pressão da expansão urbana, principalmente de atividades de pecuária, reforça a necessidade de monitoramento e fiscalização do órgão ambiental na área.


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