Edição 1123

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MACEIÓ - ALAGOAS

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ANO XXII - Nº 1123 - 19 A 25 DE JUNHO DE 2021 - R$ 4,00

IMPUNIDADE

Assassinato de Malaquias faz 11 meses e polícia ainda não tem nome do mandante Faz quase um ano que o empresário Kleber Malaquias foi executado a tiros, mas até agora a polícia não revelou o nome do mandante do crime; só dos pistoleiros que armaram a emboscada. 2

ROMBO BILIONÁRIO ROBERTO MOISÉS É ACUSADO EM DESVIO DE R$ 14 BI NO RIO DE JANEIRO

1998 - 2020

Chefe do Alagoas Previdência foi investigado na CPI da Alerj junto a outros envolvidos 10 e 11

REAJUSTE

ELEIÇÕES 2022 GOVERNISTAS DE ALAGOAS USAM ATÉ DISCURSO PRÓ-BOLSONARO PARA ATRAIR ELEITOR INDECISO 8 e 9

FALTA D’ÁGUA EM RESERVATÓRIOS DAS HIDRELÉTRICAS GERA AUMENTO DEPUTADOS VÃO DECIDIR SOBRE CRIAÇÃO DE DE 20% NA CONTA TRÊS NOVAS VAGAS DE DE ENERGIA 5

DESEMBARGADOR DO TJ 12

PANDEMIA IDEC PEDE QUE PLANOS DE SAÚDE PAREM DE PRESCREVER TRATAMENTO COM KIT COVID 15


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COLUNA

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Crimes impunes 1

- O assassinato do empresário Kleber Malaquias faz 11 meses nessa terça-feira 15, e a polícia ainda não divulgou o nome do mandante; só a prisão dos autores materiais do homicídio. Como a própria polícia disse tratar-se de crime de pistolagem, tem a obrigação de indicar o autor intelectual da execução.

2 1998 - 2020

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– Os dois militares e dois comparsas acusados de armar a emboscada para matar Kleber Malaquias, em Rio Largo, negam o crime e aguardam julgamento no Tribunal de Justiça de um habeas corpus que pode colocá-los em liberdade.

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- A família da vítima teme que a demora nas investigações acabe favorecendo os criminosos, fato comum, sobretudo quando esses crimes envolvem políticos e figurões do poder econômico. Nunca é demais lembrar os assassinatos de Neguinho Boiadeiro, vereador em Batalha, e do empresário Rodrigo Alapenha, em Delmiro Gouveia, cujos criminosos continuam impunes.

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- Outro crime bárbaro que até hoje não foi totalmente esclarecido é o caso do universitário Fábio Acioli, sequestrado e queimado vivo em Maceió. As delegadas que comandaram o inquérito concluíram por crime passional e denunciaram dois “pistoleiros”, mas o mandante nunca apareceu.

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- Com a palavra o secretário de segurança pública do Estado, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, ex-procurador-geral de Justiça de Alagoas, e um dos mais atuantes promotores públicos de sua época. Que esses crimes não entrem para a lista da impunidade, que alimenta a criminalidade.

De pai para filho

O Tribunal de Justiça de Alagoas enfrenta mais um problema que vem se agravando ao longo do tempo, minando ainda mais a credibilidade do Poder Judiciário. Trata-se da participação de filhos de magistrados em processos judiciais criminosos, geralmente com aval dos pais. Mesmo em segredo de justiça, sabese que várias das investigações do MP sobre crimes de sonegação fiscal, corrupção e outros golpes contra pessoas e instituições, tem o carimbo de “advogados”, filhos de magistrados. A praga é nacional, sobretudo junto aos tribunais superiores e vem florescendo Brasil afora, com graves prejuízos para a desgastada imagem da Justiça brasileira.

Vaga à vista

Com as três novas vagas de desembargador do TJ-AL, que devem ser aprovadas na Assembleia nos próximos dias, somadas à vaga que surgirá com a aposentadoria compulsória do desembargador José Carlos Malta Marques, o clima de vaga à vista já começou a tomar conta da cúpula do MP, que indicará um dos novos membros do Poder Judiciário. Inclusive, há rumores de que em razão da disputa pelo cobiçado cargo, tem surgido rachaduras nas bases de velhas e sólidas amizades na direção do Ministério Público Estadual.

Degola no PTB

Com uma bancada de 10 deputados federais e 30 estaduais, e eterno aliado de todos os Presidentes da República, o PTB está trocando seu comando partidário em todos os estados, inclusive em Alagoas. A degola nacional não tem nada a ver com a aprovação na Câmara, do projeto da maconha, combatido pelo partido. Nos bastidores da política fala-se que Roberto Jefferson descobriu uma tramoia para destituí-lo do comando nacional do partido. Em Alagoas, o PTB era comandado pelo deputado Antônio Albuquerque, que seria um dos integrantes da manobra secreta para derrubar Roberto Jefferson.

Convite a Collor O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, teria convidado o senador Fernando Collor para assumir o comando do partido em Alagoas. De malas prontas para deixar o Pros, Collor também pode ir para o PP de Arthur Lira como parte de uma aliança com vistas às eleições do próximo ano. Ocupante da única vaga de senador a ser renovada no próximo ano, Collor já está em campanha pela reeleição e deve enfrentar Renan Filho como seu principal adversário em 2022.

Chapa completa

As três principais forças políticas de Alagoas tendem a lançar chapas completas para a disputa majoritária do próximo ano. Mesmo que ocorra alguma aliança entre esses grupos, a tendência é que alguns desses acordos políticos sejam dissimulados. O grupo de Arthur Lira deve formar chapa com Marcelo Victor para governador e Collor para o Senado. O grupo governista deve entrar na disputa com Renan Filho para senador e um nome ainda indefinido para governador, enquanto o prefeito JHC pode sair com Rodrigo Cunha para governador e Ronaldo Lessa ao Senado.

Estrago eleitoral

A suspensão do desconto de 14% de aposentados e pensionistas que ganham até o teto previdenciário de R$ 6.433,4 deve ser aprovada ainda este mês na Assembleia Legislativa. Mas o estrago já foi feito, com sérios prejuízos financeiros aos inativos, que devem se refletir nas próximas eleições.

Sonegação

A Justiça vai aprofundar as denúncias de sonegação tributária e fraudes fiscais contra Alessandro Amâncio, de Arapiraca, dono da empresa Comércio de Alimentos Ltda. Segundo o MP, o empresário, mais conhecido como “Sandro Amâncio”, comandava um esquema criminoso responsável pela milionária sonegação de tributos.

Condenação

A Terceira Turma do STJ manteve acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que condenou um plano de saúde a reembolsar em R$ 87 mil um paciente que, após a recusa da operadora, precisou realizar o transplante de fígado por conta própria. A condenação da operadora de saúde pelos danos materiais causados ao paciente teve embasamento tanto na recusa imotivada da cobertura quanto no descumprimento de sentença proferida em outra ação, a qual já havia determinado ao plano o pagamento do transplante.


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Sistema Fiea é destaque em pesquisa da CNI Em Alagoas, 100% dos entrevistados disseram conhecer as ações das entidades da Indústria

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pesquisa “Sistema Indústria e suas Entidades”, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Instituto FSB Comunicação, revela que os alagoanos são os que mais conhecem ou já ouviram falar das ações das entidades do Sistema Indústria entre os entrevistados dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. A sondagem avaliou se as pessoas se consideram informadas sobre o papel e as atividades do Sistema Indústria. Na pergunta estimulada, Alagoas tem o melhor desempenho do país, com 100% dos entrevistados demonstrando conhecer ou já terem ouvido falar das ações das entidades do Sistema Indústria, diante de uma média nacional de 92%. A imagem da Fiea, Sesi, Senai e IEL é positiva

para 88% dos entrevistados, novamente, o melhor desempenho do país, cuja média ficou em 72%. O trabalho das entidades do Sistema Indústria em Alagoas também é o mais bem avaliado entre os 27 regionais, com 74% de avaliação positiva, ante 53% de média nacional. CONTRIBUIÇÃO PARA A INDÚSTRIA A pesquisa também sondou o grau de informação dos brasileiros sobre as instituições da rede do Sistema Indústria. O Senai/AL ficou em segundo lugar no país, com 74% e o Sesi/AL em quarto com 64% entre os 26 estados e o DF. Em uma escala de 0 a 10, em que 0 é “nenhuma contribuição” e 10 é “muita contribuição” para o desenvolvimento do setor industrial, a nota do

Senai/AL é de 7,1, ante a média nacional 6,9 e a do Sesi/AL é de 7,2 ante a média Brasil de 6,4. SISTEMA INDÚSTRIA O Sistema Indústria é uma rede nacional privada, que atua na promoção de iniciativas de apoio ao setor industrial brasileiro. São ações e projetos nas áreas de educação básica e profissionalizante, capacitação empresarial, segurança e saúde no trabalho, além de soluções para inovação e tecnologia para as indústrias. Integram essa rede a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Social da Indústria (Sesi), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), as Federações da Indústria dos 26 estados e do DF.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Jogo de profissionais

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om a situação e oposição escondendo o jogo e só trabalhando em termos de especulações, uma terceira via tenta emplacar o vice-prefeito Ronaldo Lessa como candidato ao governo de Alagoas nas próximas eleições, só e unicamente para garantir um palanque para o provável futuro candidato à presidência, Ciro

Tudo pode Gomes. Como em 2014, nenhum candidato das duas maiores forças políticas bateram o martelo e, pelo andar da carruagem, ainda via muita área arenosa até chegarmos em 2022. Enquanto isso, Lessa, que vem sendo esquecido pela administração municipal, deixa a bola rolar.

Aposta

Interminável

Indeciso na indicação do seu substituto, se realmente sair candidato ao Senado, Renan Filho tem apostado no volume de obras que tem realizado em todo o estado e guarda para o último momento o nome de quem irá substituí-lo em janeiro de 2023. Na lista de pretendentes, Rafael Brito, que recentemente ganhou a Secretaria de Educação e Alexandre Ayres, que domina a área de saúde no estado.

Muito embora tenha recebido mais de R$ 2 milhões para pavimentar os acessos aos povoados Massagueira e Riacho Velho, a Prefeitura de Marechal Deodoro parece que esqueceu o compromisso firmado com o governo federal. Com contrato firmado desde 7 de outubro de 2019, a obra só recebeu, até agora, algumas poucas pedras de paralelepípedos. E só.

De fora

Sem articulação

Preferência

Aparentemente sem muita segurança para disputar um cargo majoritário, Alfredo Gaspar alimenta a esperança de participar de uma eleição proporcional em 2022. Enquanto Rafael Brito e Alexandre Ayres disputam a preferência do governador, Gaspar segue mostrando trabalho na segurança visitando municípios no interior, avaliando se briga por uma vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal.

Ao contrário de quando Kelmann Vieira era presidente, o vereador Galba Neto tem encontrado dificuldades para navegar junto à Prefeitura de Maceió. Em princípio pela insatisfação de grande parte da bancada governista na Câmara, contrariada com o tratamento que vem recebendo do prefeito JHC e cujos compromissos políticos não estariam sendo cumpridos.

Enquanto as obras de acessos estão sendo reclamadas pela população de Massagueira e Riacho Velho, a Prefeitura de Marechal luta para implantar, mesmo com a população reagindo ao projeto, dois cemitérios que margeiam a AL-101 Sul, o que certamente trará grandes prejuízos ao turismo local.

No páreo

O vice, também

Ao afirmar que está pronto para servir aos alagoanos, o deputado Marcelo Victor admite, sim, ser o provável candidato ao governo caso Renan Filho tope se desincompatibilizar do cargo para disputar um cargo majoritário, no caso o Senado. E contará com um apoio forte, decisivo, no caso o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, onde está cada vez mais próximo politicamente.

Além de não terem nomes emplacados para cargos na administração pública, alguns vereadores se ressentem de apoio para suas bases políticas, o que também, nos bastidores, vem sendo reclamado pelo vice-prefeito, Ronaldo Lessa.

O prefeito Renatinho, do Pilar, começou mesmo a fazer campanha pelo interior do estado, dando uma demonstração de que recursos para seu projeto político não são problema. No páreo para ganhar a simpatia do governador Renan Filho e apostando na sua sucessão, tem causado ciumeira nos outros concorrentes ao cargo. Aconselhado pelo “primeiro ministro” Paulão, o prefeito acha que está no caminho certo.

Apoio incondicional Se resolver tentar o mandato-tampão de governador, o presidente da Assembleia sabe que contará com o apoio quase na sua totalidade dos deputados, onde, durante o tempo em que está presidente, tem se aproximado cada vez mais da base aliada independentemente se é governo ou oposição.

Cargos vagos Na contabilidade de algumas pessoas próximas ao prefeito JHC, ainda faltam centenas de cargos comissionados a serem preenchidos, a não ser que eles sejam absolutamente dispensáveis na administração pública. O custo, entretanto, é bom para um lado e ruim para o outro. Enquanto economiza de uma parte, cria grandes problemas com sua base aliada.

No páreo

Desgaste Para quem deseja se aventurar em um mandato popular nas próximas eleições, é necessário se precaver. Foi o caso da operação precipitada da Polícia Militar na Praia do Francês, cuja repercussão para o governo e para o próprio secretário de Segurança, Alfredo Gaspar, foi das piores.

Ainda envolvidas em mistério, as composições políticas com vistas às eleições do próximo ano começam a se desenhar nos bastidores, desde que atendam aos interesses dos envolvidos e assumam o compromisso de cumpri-las. Para isso é deixar tudo amarradinho, mas eles sabem realmente como fazer. Afinal de contas, não tem trouxa nesse segmento.

Carga pesada Quem contratou financiamento em bancos oficiais com algumas regras, que se prepare. Com a inflação e o aumento do IPCA, as prestações vão para as alturas. Paralelamente, o consumidor, a partir do próximo mês, vai pagar mais caro pela bandeira vermelha em face da crise hídrica nas hidroelétricas, além do gás de cozinha que aumentou cerca de 6%. Sem falar do aumento do combustível em Alagoas, que é o quarto mais caro do Nordeste.

Só confusão Nunca, em tempo algum, uma vice-governadoria deu tanta confusão como essa do governo de Renan Filho. Começou quando Luciano Barbosa brigou com a família Calheiros e terminou ganhando a batalha em Arapiraca, abdicando do cargo de vice-governador. De lá pra cá, só problemas.

“Gabinete Fantasma” Com nomeações de protegidos do governo e locação de veículos luxuosos para a vice-governadoria que já deixou de existir há muito tempo, o tema começou com uma denúncia feita pelo deputado Davi Maia e terminou servindo de galhofa nas redes sociais. Aparentemente o governo tentou justificar o injustificável, mas que incomodou o Palácio República dos Palmares, incomodou sim.


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ECONOMIA

Conta de luz deve ficar 20% mais cara Informação é do diretor da Aneel; reajuste também afetará Alagoas REDAÇÃO

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diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, afirmou na terça-feira, 15, que o reajuste da bandeira vermelha 2 deve aumentar o preço da conta de luz em mais de 20%. O fato irá afetar os consumidores alagoanos. Pepitone participou de um debate sobre a crise hídrica na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. Disse que o valor cobrado pode chegar a R$ 7,57 a cada 100 kWh. O valor da bandeira vermelha em junho de 2021 é de R$ 6,24 a cara 100 kWh. O aumento do preço ainda é discutido pela Aneel. Deve ser comunicado ainda em junho. O aumento do preço, segundo o diretor, é causado pela crise hídrica que atinge o país. Com os reservatórios das hidrelétricas quase vazios, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o governo precisa acionar as usinas térmicas, que custam mais para a produção de energia. Segundo Pepitone, o uso das usinas térmicas deve gerar um custo de R$ 9 bilhões até novembro de 2021. O reajuste da bandeira vermelha faz parte de uma série de ações da Aneel para diminuir os efeitos da crise hídrica e evitar o racionamento

energético. No mesmo evento, Pepitone afirmou que pretende firmar uma parceria com o Governo Federal para deslocar para fora do horário de pico o consumo das indústrias. O objetivo é possibilitar que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tenha mais recursos para operar o SIN (Sistema Interligado Nacional) durante a crise hídrica. Onze distribuidoras que tiveram revisão tarifária aprovada nos últimos meses incorporaram parte dos valores. Já foram atingidos consumidores de: CPFL, em São Paulo; Energisa, em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Sergipe; Coelba, na Bahia; Cosern, no Rio Grande do Norte; Celpe, em Pernambuco; Enel, no Ceará; Equatorial, em Alagoas; Sulgipe, em Sergipe; e Cemig, em Minas Gerais. No próximo mês, será a vez dos grandes consumidores, basicamente a indústria, serem afetados. Conforme publicado na Folha de S.Paulo, isso elevará ainda mais a pressão sobre os custos de produção de mercadorias em meio a alta da inflação e escassez de energia.Sob orientação do Ministério de Minas e Energia (MME), esse passivo bilionário foi calculado pela Aneel e apontado como uma saída para indenizar conces-

André Pepitone anuncia nova tarifação energética sionárias do setor, incluindo as transmissoras, pela prorrogação de contratos. O problema teria iniciado em 2012. Naquele ano, uma medida provisória de Dilma alterou regras do setor elétrico para baixar artificialmente o preço da conta de luz. No caso das transmissoras, em um primeiro momento, o governo obrigou as concessionárias a praticarem preços muito baixos. A Tarifa de Uso de Transmissão (Tust) refletiu, praticamente, apenas os custos da operação.Os investimentos não amortizados foram ignorados naquele momento, o que obrigou o governo a, posteriormente, editar outra MP corrigindo o erro. O MME, então, quase três anos depois, definiu os critérios para a indenização, e a Aneel desenvolveu o mo-

delo de cálculo da RAP (Receita Anual Permitida). O passivo gerado e agora distribuído aos consumidores foi calculado de 2013 a 2017, quando foi iniciado o pagamento em parcelas anuais. Nos recursos recentes, a que a Folha teve acesso, associações afirmam que poderão ser processadas pelos consumidores por “apropriação indébita” caso não haja uma correção. A Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace), por exemplo, ficou sem pagar os valores a mais desde 2017 por meio de uma decisão liminar (provisória), que expirou em novembro de 2019.O problema, segundo as empresas, é que a Aneel decidiu fazer o acerto de contas justamente em parcelas anuais, enquanto as recei-

tas pagas pelos usuários nas contas de consumidores com taxas e impostos foi feita mensalmente ao longo do período. Conforme as empresas, no entanto, a agência reguladora desconsiderou os pagamentos efetuados e, ao fazer a conta de reposição anual, cobrou indevidamente juros sobre as parcelas mensais acumuladas —o que gerou as distorções. Esse sobrepreço foi parar nas contas de luz. A Aneel negou ter cometido qualquer erro no cálculo e afirmou que os critérios foram discutidos exaustivamente em audiências públicas. Associações, ainda segundo a agência, participaram dos debates e concordaram com o mecanismo de reposição de receitas implementado. As entidades negam ter concordado com o modelo no passado. A Aneel autorizou aumentos de 7% a 8%, a depender da concessionária. Os custos, porém, subiram acima de 20%. A decisão de postergar esse reajuste — chamado de pedalada pelo setor— foi tomada como forma de amenizar a conta de luz para os consumidores, que, por causa da pandemia, perderam emprego e renda.A preocupação no setor é que, futuramente, o aumento da tarifa seja ainda maior considerando a alta da própria inflação no período.O custo da energia já está elevado em razão da crise hídrica, a pior dos últimos 91 anos, o que obrigou o governo a acionar usinas termelétricas. Essas usinas geram energia acima de R$ 1.200 por MWh (megawatt-hora).A energia já representa o principal fator que fez a inflação medida pelo IPCA bater 8% no acumulado em 12 meses até abril. Com energia cara e inflação, a retomada da atividade econômica não somente vai demorar mais como será mais tímida. (Com agências)


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ESTRATÉGIA

Governistas usam até discurso pró-Bolsonaro para atrair eleitores Apoiado por Renan Filho, Gaspar retoma estilo xerifesco enquanto Brito e Ayres são pró-vacina ODILON RIOS ESPECIAL PARA O EXTRA

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busca por candidatos à própria sucessão faz o governador Renan Filho (MDB) abraçar todos os gostos eleitorais, dos mais moderados aos ultraconservadores, tudo de olho no resultado das pesquisas, apesar de publicamente condenar discursos mais radicais. Mas, no final, são as pesquisas que vão definir o escolhido do grupo para disputar o Palácio República dos Palmares. O secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, usa a mesma filosofia do “bandido bom, bandido morto” adotada na campanha à prefeitura da capital, que lhe valeu a derrota na sucessão municipal e mais próxima da linha adotada pelo presidente Jair Bolsonaro, na área da segurança; o secretário de Educação, Rafael Brito, surfa na onda de investimentos bilionários anunciados pelo governador; o secretário de Saúde, Ale-

O secretário de Segurança Alfredo Gaspar reforça o discurso de “tolerância zero” contra criminosos

NA CAMPANHA À PREFEITURA DE MACEIÓ, A FRASE RESUMIA UMA ESTRATÉGIA MAIS DURA. GASPAR SERIA O PREFEITO “PULSO FIRME”, CRITICANDO A ESQUERDA, CITANDO POSITIVAMENTE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA.

xandre Ayres, é a vitrine estadual no combate à pandemia e a voz guiada pela ciência, destoando das posições de Bolsonaro. Gaspar de Mendonça é o xerife do governo. Comanda pessoalmente operações, revistas policiais, mostra nas redes sociais que manda na condução das polícias e suas declarações polêmicas agradam ao marketing estadual, atraindo ultraconservadores e bolsonaristas. O ex-chefe do Ministério Público parabenizou policiais pela operação que prendeu estupradores na região Norte alagoana e lamentou: “É uma pena que a legislação não per-

mita a castração química. Mas eles irão para o presídio e irão responder pelo crime que cometeram”. Na campanha à Prefeitura de Maceió, a frase resumia uma estratégia mais dura. Gaspar seria o prefeito “pulso firme”, criticando a esquerda, citando positivamente o presidente da República. Fazia a defesa da abertura dos templos religiosos na pandemia, pedido de pastores evangélicos mais próximos do ciclo de Bolsonaro, agradando aos mais conservadores. Foi apoiado pelo empresário bolsonarista Josan Leite, que ficou em quarto lugar no primeiro turno municipal.

Grudado a Renan Filho, Alfredo Gaspar busca convencer o imaginário social que o método xerifesco é uma mina de votos. Os fatos confirmam a teoria. O delegado Fábio Costa foi o mais votado vereador em Maceió, no ano passado. Ele comandou operação policiais que matou 11 suspeitos de assaltos a banco em Santana do Ipanema; cabo Bebeto, que fazia vídeos revistando mais pobres e postando nas redes sociais foi o mais votado deputado estadual entre todos os eleitores da capital, em 2018; Jair Bolsonaro, defensor da brutalidade policial, foi mais votado candidato a presidente na capital.


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O secretário Alexandre Ayres ganhou destaque durante a pandemia; Rafael Brito recebe o desafio de aprimorar a educação pública em Alagoas Rafael Brito é peçachave para a revolução que o governo ainda não conseguiu fazer na educação, apesar de prometida logo nos primeiros meses do primeiro mandato do governador, através do então vice e secretário de Educação, Luciano Barbosa. Brito tem discurso radicalmente diferente de Alfredo Gaspar. Ao lado do governador, anunciou investimentos de R$ 1 bilhão e um pacote com 10 novos programas, com a entrega de 300 novos ônibus escolares, a construção de 200 creches, a compra de equipamentos para estruturação das 310 escolas da rede, a aquisição de computadores para os professores, a realização de concurso público

com três mil vagas. Cerca de 10 mil professores receberão, cada um, R$ 5 mil para a compra de computadores e contratação de internet por até dois anos, em casa. Também o secretário quer o retorno às aulas em agosto, com todos os profissionais imunizados. Pelo balanço do governo divulgado esta semana, 60 mil profissionais da área foram imunizados contra o coronavírus. Alexandre Ayres, da Saúde, virou referência no combate à pandemia em Alagoas e na vacinação. Mas, comparada a outros estados, como Maranhão, São Paulo e a cidade do Rio de Janeiro, a imunização alagoana está a passos lentos. São Luís é a primeira cidade brasileira a

vacinar jovens. Começa a vacinar quem tem acima de 18 anos na próxima semana. Nesta, o governador Flávio Dino (PC do B) anunciou que quem tem abaixo de 30 anos pode procurar os postos de saúde. Nas outras capitais, incluindo Maceió, a vacinação ainda está no grupo de 40+. Apesar disso, o governo se esforça para montar a imagem de gestor competente para Alexandre Ayres, que esta semana comemorou os números do funcionamento da Central de Triagem de Arapiraca, no primeiro ano de funcionamento: atendeu quase 64 mil usuários. Também anunciou a 7ª Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para a capital e quando a taxa

de ocupação de leitos de UTI para covid-19 atingiu 90%, mostrou que a ampliação tanto de novos hospitais quanto mais vagas para internamentos evitou o colapso nas internações. Ligados ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), buscam atrair o apoio do governador, porém numa relação bem diferente com o chefe do Executivo. Eles ensaiam uma espécie de independência de ações, como a deputada Jó Pereira, do mesmo partido dos Calheiros, cuja família é dona das indicações na Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e o irmão, Joãozinho, comanda a base alagoana da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do

São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Renato Filho, prefeito de Pilar, é chefe do PTC e até pouco tempo a esposa, Ceci Rocha, era secretária de Ciência e Tecnologia. Ela deixou a função para disputar e ganhar a Prefeitura de Atalaia. Filho busca construir uma ponte entre o governador e o presidente da Câmara. O presidente da Assembleia, Marcelo Victor (SDD), mantém um jeito mais discreto mas está na cabeça da lista da sucessão estadual, se Renan Filho deixar a administração para disputar, com Fernando Collor (PROS), a única vaga ao Senado aberta no próximo ano. Lances de um jogo com novas estratégias todas as semanas.


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CAUTELA ODILON RIOS ESPECIAL PARA O EXTRA

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pesar de mostrar proximidade com o presidente Jair Bolsonaro, o prefeito JHC (PSB) evita, ao menos publicamente, assumir posições mais radicais, postura captada por seu grupo na administração municipal e até entre os vereadores de Maceió da base aliada. Jota se apoia nos resultados da vacinação na capital, que repercutem nacionalmente; no ônibus da vacina, que chega aos bairros, mais perto das pessoas e imunizando mais gente e; nas ações adotadas esta semana após as fortes chuvas na capital. Mas, seu grupo político ainda é extremamente reduzido. Na Assembleia Legislativa, os deputados Davi Maia (DEM) e Cabo Bebeto (PTC) não fazem a defesa do prefeito, apesar de indicações na administração municipal. Maia e Bebeto ecoam com mais força a estratégia de desgaste do governador, usando o nome de Jair JHC prefere não correr o risco de tornar-se impopular junto ao eleitorado

Ligado a Bolsonaro, JHC evita discurso mais radical

Já Rodrigo Cunha fica longe de exposição na CPI da Covid-19

A IDEIA É QUE MILHÕES DE BRASILEIROS RESGATEM AS CONDIÇÕES PARA CONSUMO, ZERANDO JUROS. SEGUNDO A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO (CNC), 66,5% DAS FAMÍLIAS ESTÃO ENDIVIDADAS; OS PENDURADOS NO CARTÃO DE CRÉDITO CHEGAM A 80,5%.

Bolsonaro. Para JHC evitar nova rota de colisão com os Calheiros, Davi Maia assume a função de ataque. Briga pelos R$ 1,4 bilhão que serão repassados pela BRK Ambiental para o governo pela venda de serviços da Casal. O parlamentar argumenta que este dinheiro deve ser administrado pela Prefeitura da capital. Já o senador Rodrigo Cunha (PSDB), aliado de Jota, evita atacar o presidente Bolsonaro mas, de olho na mina de votos do bolsonarismo, tenta se desgarrar do momento político nacional e dos depoimentos da CPI da Covid, com projetos próprios, como a Lei do Nome Limpo, aprovada pelo Senado. A ideia é que milhões de brasileiros resgatem as condições para consumo, zerando juros. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 66,5% das famílias estão endividadas; os pendurados no cartão de crédito chegam a 80,5%. Ao EXTRA, Cunha disse que “sinceramente não estou dedicando meu tempo à campanha eleitoral. O foco total agora é pensar em diminuir os impactos da pandemia”. Mas, o entorno do senador vê como certo o lançamento do seu nome nas eleições ao Governo, no próximo ano. Há ainda limites no alcance de apoios do tucano. Além de Maceió, Rodrigo Cunha transita entre eleitores de Arapiraca, terra natal da mãe, Ceci, e tem bom acesso ao gabinete do prefeito Luciano Barbosa (MDB).


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Fernando Collor embarca no bolsonarismo para se manter no poder; Rodrigo Cunha tenta se afastar de polêmicas

O senador Fernando Collor (PROS) aproveita a liderança do bolsonarismo em Alagoas e abre mais e mais espaços em seus meios de comunicação para personagens menores na política local, mas do gosto do presidente da República, enquanto é levado no andor pelos apoiadores do mandachuva do Palácio do Planalto. Collor disputa a reeleição e o governador Renan Filho (MDB) é seu mais forte opositor. Enquanto isso, Renan Calheiros (MDB), sem atacar ou provocar Collor, surfa na popularidade que a relatoria da CPI da Covid agrega ao seu nome, tentando transferir o capital político ao filho governador. Renan teve importante vitória esta semana. A CPI descartou requerimento

para convocação de Carlos Gabas, ex-secretário Executivo do Consórcio Nordeste. A proposta era trazer os governadores para o centro das investigações da CPI, desviando o alvo direcionado a Bolsonaro. Alagoas também entraria nesta investigação. Ano passado e via Consórcio Nordeste, Alagoas pagou R$ 4.488.750 milhões antecipadamente pelos equipamentos, mas eles nunca foram entregues. O pagamento foi feito em 8 de abril e a promessa era a entrega de dois lotes: o primeiro no dia 18 e o segundo, 23 de abril, ambos em 2020. Segundo o Governo, a empresa começou a justificar que o atraso existiu por faltar aprovação dos respiradores pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

RENAN TEVE IMPORTANTE VITÓRIA ESTA SEMANA. A CPI DESCARTOU REQUERIMENTO PARA CONVOCAÇÃO DE CARLOS GABAS, EXSECRETÁRIO EXECUTIVO DO CONSÓRCIO NORDESTE. A PROPOSTA ERA TRAZER OS GOVERNADORES PARA O CENTRO DAS INVESTIGAÇÕES DA CPI, DESVIANDO O ALVO DIRECIONADO A BOLSONARO. DO, SE TRADUZ EM DESUMANIDADE.

O Consórcio Nordeste fez compra de 300 ventiladores pulmonares, que seriam distribuídos assim: a Bahia receberia 60; Ceará, 30; Sergipe, 30; Piauí, 30; Maranhão, 30; Rio Grande do Norte, 30; Pernambuco, 30; Alagoas, 30; e, Paraíba, 30, totalizando R$ 48.748.572,82. Alagoas e outros estados entraram com uma ação na Justiça baiana para a devolução do dinheiro com juros e correções monetárias. Do outro lado do front, a esquerda se prepara para o retorno às ruas neste domingo, na segunda manifestação contra Bolsonaro. A primeira foi em 29 de maio, levou milhares de pessoas às ruas em 200 cidades e 10 países. PT, PSOL, PCB, PCO e UP insistem no im-

peachment de Bolsonaro, além de vacinação mais rápida, auxílio emergencial de R$ 600, não-privatização de estatais como a Eletrobrás e os Correios. Também haverá também denúncias de violência policial, despejo de sem-teto de áreas públicas e pautas anti-racistas, além do desemprego e fome. A manifestação também quer ajudar a inflar o coro das investigações da CPI da Covid, responsabilizando Bolsonaro pelas mortes na pandemia, com histórias de colapso no serviço público e no atendimento aos doentes. O presidente da República enfrenta forte rejeição nas pesquisas, em especial no Nordeste, onde não mantém diálogo nem interlocução com os governadores.


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INVESTIGADO

CPI acusa chefe do Alagoas Previdência de rombo no Rio Prejuízo aos cofres públicos superou os R$ 14,2 bilhões REDAÇÃO

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Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) emitiu relatório final sobre os acusados pelo rombo de R$ 14,2 bilhões do Fundo Único de Previdência Social daquele estado, a Rioprevidência, que acabou comprometendo a aposentadoria dos servidores. Entre eles está o atual diretor-presidente da Alagoas Previdência, Roberto Moisés dos Santos. O relatório da CPI também cita os ex-governadores do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, ambos acusados de atos que caracterizaram a descapitalização do Rioprevidência; antecipação de receitas de petróleo a fim de aliviar o caixa estadual. Roberto Moisés dos Santos é citado duas vezes no relatório. Segundo o documento, Santos era o diretor de Seguridade Social do Rioprevidência. Ele é acusado pela CPI de: antecipação de receitas de petróleo a fim de aliviar o caixa estadual; realização de operação de crédito sem autorização legal; antecipação de receitas de petróleo que ultrapassam o prazo do mandato do governador; utilização de ativos do RP para cobertura

da insuficiência financeira; grave inconsistência da lei de segregação de massas; e não elaboração de estudo técnico atuarial para subsídio à proposta de segregação de massas. Roberto Moisés é citado novamente quando o relatório trata de “acusados que ainda estão trabalhando no setor público”, enfatizando seu cargo de presidente do regime próprio de previdência social em Alagoas. O irmão de Moisés também estaria envolvido no rombo previdenciário: Reges Moisés dos Santos, que era diretor-presidente do Rioprevidência e Presidente do Conselho de Administração do Rioprevidência. Para a CPI, presidida pelo deputado estadual Flávio Serafini (Psol), Reges Moisés foi responsável por: emissão de títulos no exterior (2018), desconsiderando as condições do mercado desfavoráveis à época; classificação contábil incorreta dos valores recebidos pelo Rioprevidência provenientes royalties e participações especiais; ausência de prestação de contas e transparência das demonstrações contábeis das empresas controladas indiretamente pelo Estado (SPEs); não compareceu a CPI; demora e insuficiência na tradução do contrato; ausência de formalização e transparência de atas das reuniões realizadas pelos membros da Diretoria Executiva.

Roberto Moisés dos Santos toma conta da aposentodoria dos servidores de Alagoas


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extra No ano passado, o EXTRA teve acesso ao resumo dos trabalhos da CPI, ao qual trazia uma lista de motivos para o desfalque na Previdência do Rio de Janeiro: o não repasse da totalidade de créditos de dívida ativa, não recomposição do fluxo dos certificados financeiros do tesouro, não repasse dos créditos tributários parcelados, transferência de 13% do ativo de royalties do petróleo para o Tesouro e transferência de R$ 450 milhões ao Tesouro em troca de um terreno. “O processo de oneração do Rioprevidência é também chamado pelo TCE-RJ de descapitalização, em que as receitas do fundo previdenciário foram sendo dilapidadas. Destaca-se que não houve nenhum estudo técnico que embasasse o governo sobre os impactos da re-

OUTRO LADO

O deputado Flávio Serafini presidiu CPI que investigou desvio bilionário

tirada de receitas, nem nenhuma transparência ou debate público. Muitas dessas retiradas de receitas foram feitas por decretos, enquanto outras não seguiram nenhuma normativa, simplesmente ignorando a lei”, informou

documento desenvolvido e divulgado pelo deputado estadual, presidente da CPI. Em 2019, o Sindicato do Fisco de Alagoas (Sindifisco) denunciou que Roberto Moisés dos Santos fazia parte da in-

vestigação da CPI. Antes disso, o administrador foi nomeado para o cargo de presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF) em janeiro de 2015, pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB).

A reportagem entrou em contato com a assessoria do Alagoas Previdência, mas não obteve retorno até o fechamento da edição. Sendo assim, o EXTRA republica parte da nota enviada ao semanário por Roberto Moisés para matéria veiculada em dezembro do ano passado na qual se tratava sobre o mesmo assunto. Segundo ele, quando foi acionado pelo Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, apresentou sua defesa a respeito das acusações, que foi acatada pela Corte.


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JUSTIÇA

Assembleia vai decidir sobre aumento do número de desembargadores

Anteprojeto de lei aprovado pelo Judiciário ainda extingue cargos de juízes auxiliares REDAÇÃO

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omposto por 15 desembardores, o Tribunal de Justiça de Alagoas passará a ter 18 membros e uma nova Câmara Cível, isso caso lei seja sancionada pela Assembleia Legislativa. Foi aprovado no dia último dia 8, o anteprojeto de lei que transforma 25 cargos de juiz de direito com atribuições de auxiliar de 2ª e 3ª entrâncias em 3 cargos de desembargador, estabelece a estrutura de pessoal dos respectivos gabinetes e cria uma nova Câmara Cível no Tribunal. O anteprojeto já foi encaminhado pelo presidente do Judiciário alagoano, desembargador Klever Rêgo Loureiro, para o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor. “Permitame solicitar a Vossa Excelência se digne estudar a possibilidade do anteprojeto tramitar em caráter de urgência, em face da importância da matéria”, destacou o magistrado em documento enviado ao legislativo. No entanto, o anteproje-

NOVA LEI SOB ENCOMENDA O anteprojeto de lei que cria mais três vagas de desembargador para o Tribunal de Justiça de Alagoas alega excesso de ações judiciais e a necessidade de agilizar a tramitação processual. Diz ainda que o aumento de 15 para 18 desembargadores vai gerar uma economia de R$ 7,6 milhões por ano no orçamento do Poder Judiciário.

to teria um empecilho: a Lei Complementar de número 173/2020, que estabelece o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, que proíbe até o dia 31 de dezembro deste ano, a criação de cargo, emprego ou função que implique o aumento de despesa, fato que, nesse caso, é contestado pelo Judiciário. Conforme expedido pelo Departamento Financeiro de Pagamento de Pessoal do TJ-AL, a transformação de 25 cargos de juiz com atribuições de titular, sendo 10 de segunda entrância e 15 de terceira entrância, em três cargos de desembargador não geraria impacto financeiro ao Estado. Ainda de acordo com o projeto, a extinção dos 25 cargos de juiz para a criação de três gabinetes de desembargadores, seis assessores de segurança e um secretário de Câmara faria com que houvesse uma economia de R$ 7,6 milhões nos cofres públicos. Os 25 cargos de juízes auxiliares eram preenchidos por tituMilagre financeiro à parte, o que está por trás dessa iniciativa do Tribunal de Justiça são fortes pressões políticas para promover o juiz Ivan Vasconcelos Brito ao cargo de desembargador, como agradecimento pela decisão que anulou os atos da Operação Taturana e arquivou o processo contra todos os acusados pelo desvio milionário na Assembleia Legislativa de Alagoas.

O presidente do Tribunal de Justiça, Klever Loureiro

lares, que estavam auxiliando em outras unidades diferentes das deles. Ou seja, trabalhando dobrado. Atualmente um desembargador tem alário mensal de R$ 35.442,22, além de outros benefícios, chegando ao valor de R$ 56.033,06. Ao ano, os três novos desembargadores representariam o custo de R$ 2,2 milhões. Agora, quando se fala de todo gabinete do desembargador, os custo sobem para R$ 6,3 milhões. Segundo o desembargador Klever Loureiro, a ideia de aumentar o número de desembargadores surgiu devido ao alto fluxo de processos na segunda instância O presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, e o ministro do STJ, Humberto Martins, estariam por trás desse movimento e as pressões se estendem aos deputados estaduais, a quem cabe analisar e decidir o destino do anteprojeto do TJ-AL. Pelo alinhamento político de Lira e Martins com os poderes Legislativo e Judiciário de Alagoas têm-se como certo que os deputados aprovarão a nova lei nos termos da encomenda.

do Judiciário de Alagoas, o que estaria contribuindo para o aumento na taxa de congestionamento e consequentemente trazendo reflexos diretos na carga de trabalho. “Ressalto que a iniciativa adotada é necessária para que se ajuste à realidade de atendimento jurisdicional, que se apresenta discrepante e que afeta sobremaneira o desempenho organizacional, a boa prestação jurisdicional e a melhor governança dos recursos do TJ”, disse o presidente. “A preocupação quanto ao crescimento apontado não se limita, apenas, com a situação passada, mas também com a projeção de demanda futura. Tal estimativa foi realizada por meio de metodologia estatística de previsão através de regressão linear simples. Dessa forma, verificou-se que, para os anos vindouros, há uma projeção de crescimento no quantitativo de entrados anual superior a 40 mil processos novos em 2024”, explicou Loureiro. A partir de dados extraídos do relatório Justiça em Números 2020 (ano base 2019), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sobre a composição de membros

A ordem de Brasília é criar três vagas de desembargador para garantir a promoção do juiz Ivan Vasconcelos Brito a um desses cobiçados cargos. Mesmo que isso venha a prejudicar a ascensão de juízes mais antigos e aptos a disputarem essas vagas, sobretudo pelo critério de merecimento. Das três novas vagas do TJ, uma caberá à OAB-AL pelo quinto constitucional,

por população atendida, o TJAL constatou que Alagoas tem o 2º maior índice na média de demanda e carga de trabalho entre os tribunais estaduais de pequeno porte. A ampliação de membros do Tribunal, ou alteração na legislação estadual para fins de organização e divisão judiciárias, é competência privativa dos Tribunais de Justiça Estaduais, de acordo com os artigos 93 e 96 da Constituição Federal. O número de juízes na unidade jurisdicional e desembargadores nos tribunais deve ser proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população. O anteprojeto teria como finalidade melhorar o índice do Tribunal, portanto, a proporcionalidade entre o número de cargos e a população local, conforme previsão constitucional. A Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) também estabelece que depende de proposta do Tribunal de Justiça, ou de seu órgão especial, a alteração numérica dos membros do próprio Tribunal ou dos Tribunais inferiores de segunda instância e dos Juízes de Direito de primeira instância.

enquanto as demais serão preenchidas por juízes de terceira entrância, obedecendo aos critérios de merecimento e antiguidade. Com vários juízes-candidatos a desembargador pelo critério de antiguidade, e sem a idade exigida para entrar nessa disputa, Ivan Brito dificilmente chegaria ao Tribunal de Justiça sem ampliação do quadro de desembargadores e sem apadrinhamento político.


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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Bancada de Alagoas aprova projeto que limita punição de políticos Integrantes do Ministério Público afirmam que nova lei colabora com a impunidade TÂMARA ALBUQUERQUE

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bancada federal de Alagoas seguiu a posição do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e votou pela aprovação do projeto de lei que afrouxa as regras para o crime de Improbidade Administrativa (PL 10887/18). Todos os nove deputados se mostraram favoráveis ao texto-base de autoria do deputado Roberto de Lucena (Podemos-SP), que agora será encaminhado ao Senado para avaliação. O projeto foi aprovado na noite de quarta-feira (16) por 408 votos a favor, 67 contrários e uma abstenção. Isnaldo Bulhões (MDB), Marx Beltrão (PSD), Nivaldo Albuquerque (PTB), Pedro Vilela (PSDB), Sérgio Toledo (PL), Severino Pessoa (Republicanos), Tereza Nelma (PSDB) e Paulão (PT) deram o sim para as mudanças na lei. Desde que foram iniciadas as negociações para conclusão do texto-base, integrantes do Ministério Público e de entidades ligadas ao com-

Para Arthur Lira, PL aprovado evitará excessos por parte da Justiça

bate à corrupção criticaram a proposta aprovada pelos deputados por ela afrouxar a punição para os casos de improbidade. A maior crítica é que a alteração na lei prevê que só serão punidos aqueles gestores que tiverem tido

SEGUNDO O RELATOR DA MATÉRIA, DEPUTADO CARLOS ZARATTINI (PT-SP) O OBJETIVO DA REVISÃO DA LEI DE IMPROBIDADE É PERMITIR QUE ADMINISTRADORES “TENHAM AS CONDIÇÕES DE EXERCER SUAS ATRIBUIÇÕES SEM RECEIOS” DE UMA LEI QUE, SEGUNDO ELE, HOJE PERMITE PUNIR TUDO.

“comprovada intenção” de cometer a irregularidade. Segundo o relator da matéria, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) o objetivo da revisão da Lei de Improbidade é permitir que administradores “tenham as condições de exercer suas atribuições sem receios” de uma lei que, segundo ele, hoje permite punir tudo. O deputado argumentou na sessão que “restringir a lei dará mais funcionalidade à administração pública, mais garantias àqueles que propõem políticas públicas e que são eleitos com base nas suas propostas, e que muitas vezes não podem colocá -las em ação, em vigor, porque são impedidos por decisões que nada têm a ver com tentativas de

combater a corrupção”, disse em entrevista na Câmara. A improbidade administrativa tem caráter civil, ou seja, não se trata de punição criminal. São atos que atentam contra o Erário, resultam em enriquecimento ilícito ou atentam contra os princípios da administração pública. Entre as penas previstas estão: ressarcimento ao Erário, indisponibilidade dos bens e suspensão dos direitos políticos. O presidente da Câmara, Arthur Lira, também comemorou a aprovação do texto. Parabenizo aqui todo o esforço da Casa em votar um tema que há muito tempo carecia de uma regulamentação mais justa que trouxesse

a coerência da lei para as realidades atuais”, declarou no plenário. Lira avalia que o PL aprovado evitará distorções e excessos, além de dar racionalidade ao processo, com limite temporal; garantir que não haja uso político-eleitoral da lei para cometer injustiça com servidores; melhorar a tipificação das condutas configuradoras de improbidade; e aumentar a penalidade para atos de gestores desonestos. “Agora vamos separar o joio do trigo. Somente será punido por improbidade quem agir para lesar efetivamente o Estado”, afirmou. Pelo texto aprovado, o agente será punido se agir com vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito, não bastando a voluntariedade do agente. O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas ou a interpretação da lei sem comprovação de ato doloso com fim ilícito também afastam a responsabilidade do autor. Com relação à responsabilização de terceiros por ato de improbidade, o texto determina que serão responsabilizados aqueles que tenham influência na prática ilícita, seja induzindo ou concorrendo dolosamente para sua ocorrência, segundo o texto-base aprovado.


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SAÚDE

Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica empossa nova diretoria Artur Gomes Neto é o novo presidente da entidade que representa mais de 750 especialistas

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riada em 1997, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT) deu posse, na última sexta-feira (11), à sua nova diretoria (2021-2023). O alagoano Artur Gomes Neto, diretor médico da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, é o mais novo presidente da entidade que representa mais de 750 associados. “Somos uma sociedade que se sedimentou em torno de uma especialidade que age em consonância com a pneumologia (as especialidades têm muita relação com doenças respiratórias). Antigamente, a SBCT era formada por nomes do eixo Rio-São Paulo-Porto Alegre. As regiões Norte e Nordeste, por exemplo, não tinham muita visibilidade do ponto de vista político”, disse Artur Gomes Neto. A história do novo presidente dentro da SBCT começou a ser desenhada a partir de 1998 com a fundação da Sociedade Norte Nordeste de Cirurgia Torácica. Fruto do forte posicionamento que pleiteava reconhecimento e espaços na entidade, conquistou a con-

fiança e o apoio de nomes importantes como José Camargo (RS) e Vicente Forte (SP). Em 2003, por quase unanimidade de votos, conseguiu realizar o TÓRAX 2003 em Maceió, pela primeira vez um congresso nacional fora do eixo das grandes capitais. O evento contou com a participação de 600 profissionais de saúde. De acordo com Artur Gomes Neto, a oportunidade de ser candidato surgiu este ano, de forma despretensiosa. “Meu nome foi indicado por alguns colegas de estados como São Paulo, e culminou na formação de uma chapa única com pessoas muito importantes do ponto de vista científico e político no Brasil. É um grupo focado em fazer uma gestão diferente, com direcionamento maior no cirurgião, na abertura de um canal de comunicação com as operadoras de saúde e o SUS, e no estímulo à expansão do banco de dados e forte investimento na produção científica e abertura para os novos cirurgiões”, disse o gestor. Entre os novos diretores está Paula Ugalde, cirurgiã que atua na

Universidade Laval em Quebec-Canadá e está de partida para os Estados Unidos. Para o presidente da entidade, seu trabalho em Havard deve criar um canal entre a SBCT e cirurgiões americanos. “É uma oportunidade que vai trazer benefícios para a instituição. Vamos democratizar o acesso dos

cirurgiões torácicos de todo o país aos congressos, descobrir talentos, e tratar sobre a questão da cirurgia robótica, abrindo espaços para que os profissionais possam fazer a formação em cirurgia robótica do tórax sem ter que gastar uma fortuna”, ressaltou o novo presidente da SBCT.

Além do novo presidente, também tomaram posse da nova diretoria os cirurgiões Paula Ugalde (CA), Francisco Neto (CE), Carlos Daudt (SC), Leticia Viliger (SP) e Daniel Bonomi (MG). “Temos uma proposta ousada. Queremos difundir a cirurgia torácica para todos os cantos do País. As cirurgias da tuberculose e suas sequelas, a cirurgia do câncer de pulmão, que é a quinta causa de morte no mundo, por exemplo, são procedimentos muito realizados pela especialidade. Queremos desenvolver programas de prevenção e de detecção precoce do câncer pulmonar, envolvendo os gestores públicos e a saúde suplementar, com parceria com outras sociedades médicas como as sociedades brasileiras de Pneumologia e Tisiologia, de Oncologia, e de Radiologia”, reforçou. Eleito para o biênio 2021-2023 na SBCT, Artur Gomes Neto, reforça sua gratidão à instituição. “Agradeço ao provedor Humberto Gomes de Melo e à Santa Casa de Maceió, instituição que sempre proporcionou todos os meios para que eu chegasse aonde cheguei na minha profissão. Frequento seus corredores desde 1981, quando ainda era estudante de medicina”, finalizou.


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COVID-19

Instituto pede que operadoras de saúde parem de aplicar tratamento precoce

Entre as citadas, Hapvida estaria pressionando médicos MARIA SALÉSIA SALLESIARAMOS18@GMAIL. COM

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Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) notificou o Hapvida e a Prevent Senior pelo uso de medicamentos ineficazes contra a covid-19 e pede que as operadoras de planos de saúde parem de aplicar o tratamento precoce. O instituto não fez verificação por estados, mas a exigência é válida para todas as áreas de atuação e unidades federativas. Segundo a assessoria de comunicação do Idec, o instituto ainda não recebeu respostas das operadoras. No entanto, todas estão dentro do prazo estabelecido. Em documento, o Idec lembra que “como a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), a AMB (Associação Médica Brasileira) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), além de órgãos internacionais como a IDSA (Sociedade de Doenças Infecciosas dos Estados Unidos), a ESCMID (Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas) e a OMS (Organização Mundial da Saúde), não recomendam o

uso de medicamentos como hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina contra a covid-19, solicitamos que as operadores não mais indiquem ou pressionem médicos a prescrever esses medicamentos para essa doença”. Na notificação extrajudicial, o Idec apontou que as operadoras contrariam as recomendações de órgãos nacionais e internacionais e pressionam médicos a aplicarem o chamado “tratamento precoce”, colocando em risco a saúde e a segurança dos consumidores. Inclusive, o Hapvida estaria exigindo que os médicos prescrevessem esses produtos em pelo menos quatro estados - Goiás, Pernambuco, Pará e Ceará. Neste último, a empresa recebeu uma multa de R$ 468 mil por parte do Ministério Público por impor a

prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina. Vale ressaltar que as operadoras também são investigadas por coagir médicos e distribuir medicamentos contraindicados para usuários de planos de saúde. Em trecho das notificações enviadas às duas empresas diz que: “a adoção de protocolos de saúde que não foram baseados em normas e critérios científicos e técnicos aplicáveis à matéria, tal como estabelecidos por organizações e entidades internacional e nacionalmente reconhecidas, trazem graves impactos à vida, saúde e segurança dos consumidores brasileiros, de maneira que a prática abusiva deve ser cessada de imediato, por ofender a dignidade da pessoa humana, o seu direito à saúde e as normas de proteção e defesa do

OUTRO LADO

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Hapvida, em Alagoas, encaminhou nota ao EXTRA sobre o caso. “Cada vida importa na luta contra a covid-19 e, por isso, a empresa não mede esforços na atenção à saúde de seus beneficiários. Os médicos, e todos os profissionais que compõem as equipes têm sido um elo fundamental nesta jornada de combate ao covid-19. A empresa reitera que respeita a soberania médica e que todos os tratamentos são de inteira autonomia do profissional, decididos em comum acordo com os pacientes”, informou. “O respeito a todos é uma premissa importante da instituição que possui canais específicos para o atendimento tanto dos beneficiários quanto dos médicos, enfermeiros e outros profissionais que constituem o quadro da companhia, em duas diferentes frentes, como o Sentinela, ouvidoria interna que busca garantir o acesso dos colaboradores à livre comunicação e expressão, com o intuito de relatarem qualquer desconforto em sua jornada. O mesmo acontece com os beneficiários que contam com um SAC – Serviço de Atendimento ao Consumidor com equipe treinada para receber e encaminhar qualquer eventual desconforto ocorrido junto aos médicos e unidades de atendimento. Paralelamente, reforçamos o compromisso da operadora com a saúde de qualidade, e afirmamos que estamos apurando as exigências estabelecidas na notificação do Idec. A empresa se compromete a tomar as devidas providências, caso sejam cabíveis”, destacou a empresa.


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VÁ DE

ESPECIAL

Apaixonados por bicicleta se adaptam ao novo normal Conheça o Catracas Tour MCZ, grupo de cicloturismo que surgiu durante pandemia MARIA SALÉSIA SALLESIARAMOS18@ GMAIL.COM

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coronavírus pegou todos de surpresa, mudando a vida das pessoas no mundo inteiro e com o pedal não seria exceção. Neste cenário, surgiu o Catracas Tour MCZ, grupo de aventuras, trilhas, cicloturismo e cicloviagens. Tudo começou durante a pandemia, quando um grupo de pedal urbano resolveu pedalar de Maceió a Paripueira, litoral Norte de Alagoas. Nessa aventura, alguns participantes perceberam que quanto mais pedalavam a vontade de ir mais longe aumentava. E foi pensando em proporcionar mais integração à natureza, melhorar a qualidade de vida, explorar as belezas naturais e reunir os apaixonados pela vida em duas rodas que surgiu o Catracas Tour MCZ. O grupo, que busca integração e novas amizades, é eclético e qualquer pessoa pode participar. Basta gostar de aventu-

ras em duas rodas e estar disposto a viajar. Para tanto, é necessário comprar o uniforme e pagar taxa mínima mensal para custo em combustível de carro de apoio, água para hidratação, frutas e toda logística da viagem. Especialistas afirmam que realizado de maneira correta, o ciclismo é uma das atividade consideradas de pouco risco. O grupo tem feito a lição de casa e segue as orientações para um pedal seguro. Prova disso é que as pedaladas acontecem regularmente e ninguém da equipe contraiu covid-19. Em cada aventura é obrigatório o uso de máscara e álcool em gel. Todos sabem da importância e dos cuidados que devem ter. Por ser geralmente uma atividade feita ao ar livre, também favorece a mente, relaxa e reduz o estresse. As rotas são as mais variadas. Locais de lindas paisagens, ambientes favoráveis, ainda mais nesse momento conturbado em que as pessoas estão fechadas em casa, a bike é uma válvula de

escape. Para o designer gráfico e um dos fundadores do grupo, Fábio Alberto, a vida está mais saudável e o que mais encanta sobre a bicicleta é a amizade, saúde, aventura, adrenalina e a sensação de liberdade. Por onde passa, o Catracas Tour MCZ atrai olhares e novos adeptos. No pouco tempo de existência, exploraram Maragogi, Barra de Santo Antônio, Praia de Carro Quebrado, Paripueira, Praia do Francês, Barra de São Miguel, Praia do Gunga, Praia de Lagoa Azeda – Coruripe, Coqueiro Seco, Satuba, Pilar, Atalaia, Capela, Cajueiro, Viçosa e Mar Vermelho. Nos passeios, todos vão de bike, e sempre tem carros de apoio fazendo a segurança. Além de um guia na frente do grupo com rádio e outro atrás que dá todo suporte e segurança. O Catracas Tour MCZ conta com 50 integrantes, entre homens e mulheres de várias idades e diferentes profissões. O mais experiente e motivador é seu Arthur, que tem

A primeira viagem oficial da Catracas Tour MCZ para Maragogi litoral norte

Ciclistas mudam rotina dos moradores de Mar Vermelho O despertador marca 1h do sábado, 12 de junho. Nos primeiros raios de sol, o grupo da Catracas Tour MCZ já estava na estrada, rumo a nova aventura. Desta vez, o destino é o município de Mar Vermelho, há 108 km de Maceió. A data romântica, a beleza exuberante da vegetação e os casarios na beira da estrada contrastam com o calor do asfalto. Superação, determinação, persistência, resistência, união e companheirismo andam juntos no bagageiro da magrela de cada participante. Uma paradinha ali, outra, acolá, para verificar o equipamento, tomar água, improvisar o café da manhã ou para registrar o momento. Tudo faz parte do percurso e por onde passa, a equipe atrai olhares de pedestres e até de condutores de veículos que contemplam pelo retrovisor. Os ciclistas mais seguros ou afoitos arriscam um joinha, gesticulando com o polegar. Aos poucos a paisagem da cidade grande dá lugar a vegetação da mata. O verde de árvores frondosas a se perder de vista, o campo de cana-de-açúcar, ou o gado no pasto e a agricultura de subsistência , avisam que a viagem, o mais novo pedal, estaria perto, bem ali. Mas o grupo ainda tinha muita estrada, muito asfalto, muita poeira, aventura, obstáculos e mistérios a desvendar. O sol parece ser o maior desafio dos

“catracas” que têm Porém, a falta de es das passaria a ser um atenção tem que ser maioria do percurso to e ciclovia, exigind grupo que segue enfi o distanciamento exi pandemia. Após pedalar 104, de 1.146 metros, su Vermelho encoberto p vatá. As ladeiras, o cl fontes de águas min que o grupo estava em Mar Vermelho. A dos de braços abertos tor, lá no alto da cida da padroeira Nossa ção, todos estavam en gar, com aquela pequ de quatro mil habit em hospitalidade e ch O Catraca Tour M pelo prefeito do mun da (MDB) e equipe, vindas, proporcionan e lazer durante a esta disponibilidade dos m reforçou a certeza da lhido a cidade como o longa distância a ser po Catracas Tour MC feito André e secretá pela acolhida. Estam e prometemos voltar um membro da equip A atração pelo luga ra vista. E para acolh ofereceu a famosa bu


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CICLISMO EM LONGA DISTÂNCIA

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orte de Alagoas

têm pressa de chegar. de estrutura nas estraer um dos obstáculos. A e ser redobrada, pois na urso não há acostamenigindo mais cuidado do enfileirado respeitando o exigido em tempos de

104,5 KM em altimetria , surge a lagoa, o Mar erto pelas folhas do Gras, o clima de serra e suas minerais, anunciavam ava na Suíça alagoana, ho. Abençoados e recebiertos pelo Cristo Redencidade, e sob a proteção ssa Senhora da Conceiam encantados com o lupequena cidade de cerca habitantes, mas gigante e e cheia de encantos. ur MCZ foi recepcionado município André Almeiipe, que deram as boasonando diversão, alegria a estadia dos ciclistas. A dos mar-vermelhenses só a da equipe de ter escomo o primeiro destino a a ser desbravado. “O grur MCZ agradece ao precretários pela recepção e stamos todos encantados oltar mais vezes”, disse quipe. o lugar foi amor à primeiacolhida, André Almeida a buchada de bode, o pi

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rão e outras comidas e bebidas típicas. Ao som do trio pé-de-serra, os “matutos” improvisaram uma animada quadrilha, se aventurando noite adentro no genuíno forró, sem hora para acabar. No dia seguinte, é hora de se aventurar na trilha do boi- que fica entre Mar Vermelho e Tanque D”Arca, caminhar no chão de terra batida, no meio do mato, no estradão, ao som dos pássaros, com porteiras abertas para subir e descer ladeiras, aportar na cachoeira e tomar banho de cascata. Na hora de voltar para casa, fica a gratidão de uma cidade pequena de interior, mas gigante em acolhimento e belezas naturais. Ah, para os amantes da baixa temperatura e boa música, Mar Vermelho promove o Festival de Inverno. Devido à pandemia, há dois anos o evento não acontece. Mas, em qualquer estação do ano, sejam bem-vindos a Mar Vermelho. A cidade está de portas e coração abertos para receber seus filhos e visitantes.

PRÓXIMAS VIAGENS

o. Z é sucesso garantid O Catracas Tour MC com e a ad agenda está reche Prova disso é que a os eventos aventuras. Os próxim s tra ou projeto para julho é a . Nos dias 16 e 17 de já têm data marcada Maceió de KM 0 lagres. São 19 vez do Pedal dos Mi Praça da 0h às o ind sa , lagres lazer até São Miguel dos Mi do ém . Não vá perder. Al Genésio de Carvalho urrasco. cane descanso, vai ter ch n do Xingó e a rota do nio Câ no a tur en A av Vai . bro em set s 10,11 e 12 de né va gaço acontece nos dia da ída sa A . ua terra e ág rva ser uma aventura de Ca de h, da Praça Genésio na sexta-feira, às 17 des, Maceió. lho, na Gruta de Lour 6e7 cife será nos dias 5, Re X ó cei Ma l O Peda l ora lit o 0 KM desbravando de novembro. São 26 cano. alagoano e pernambu lo viagens em participar de cic do ssa ere int Ficou sociais es red sta entrar nas e pedais urbanos?. Ba 9981282 ra pa r na efo Z” ou tel do “CatracastourMC 6808.

ompanheira de tantas emoções e testemunha de imagens paradisíacas, a bicicleta é, de fato, uma boa alternativa para cuidar do corpo e da alma. Acordar cedo, ou até mesmo durante a noite, pegar bike e sair para curtir a natureza e todas suas formas de beleza é exercício para qualquer idade, desde que obedeça às regras. O vento na cara e a sensação de liberdade contam ponto nesta atividade. Levantamento de tendências do Google Maps aponta que mais pessoas estão usando a bicicleta percorrendo distâncias mais longas. Segundo a pesquisa, houve um aumento global de 10% na quilometragem pedalada ao redor do mundo. O estímulo para pedalar aparece por vários motivos. Um deles é a busca por uma maior qualidade de vida. Mas são muitos os benefícios. Andar de bike emagrece, melhora a resistência muscular, desenvolve o bem-estar, aumenta o fôlego, tem baixo impacto nas articulações, reduz o colesterol, controla a glicemia no sangue, regula a pressão arterial, elimina toxinas do corpo, melhora a circulação sanguínea, rejuvenesce, economia no orçamento, ajuda a criar relacionamentos, auxilia na recuperação de lesões ósseas e artrite, previne más condições de saúde mental, aumenta a estima, entre outros. Mas, além de pedalar, é ideal combinar uma boa alimentação, outros exercícios e deixar a bike com a manutenção em dia.


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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

À disposição, ARNALDO SANTTOS, psicólogo Amor ...

[Amar(g)ura] por [amar cura] É preciso trocar o ‘G’ pelo ‘C’: amar cura. A ciência está cheia de exemplos de que ao amar alguém ou ao distribuir amor, seja lá qual o motivo, a pessoa vive mais e melhor. O amar não é “fazer amor” (sexo); é, antes de tudo, respeitar o/a outro/a no sentido mais amplo da palavra. Ninguém morre por amor; pode sofrer, mas não morrer. Ninguém cura ninguém; pode até receber ajuda; mas a cura vem dentro de cada um; assim como também surge e é o amor. . Um psicólogo pode ajudar a pessoa a se autoconhecer; se amar e também a amar o/a outro/a, e, consequentemente viver mais e melhor. . AMAR CURA, sim, amar(g)uras.

... não cobra. ... não é cobra. ... não morde. ... não machuca. ... não se arrepende. ... não se entende. Amor se sente. # Amor é. Amor não foi. Amor não será. Amor é e sempre será. # Amor sente. Amor é gente. Amor faz gente. # Amor produz; produz sem guerra e muito mais. # Amor é. Amor nunca foi. Amor é sempre; é gente; é gente que quer paz. Amor é. # Amor faz sentido. Amor faz sentido à vida. Amor faz sentidos. Amor é sentido; a gente sente. # Amor que machuca; não se busca, Amor que briga; não vinga, Amor que destrói; é atroz, Amor que cerceia; é um vintém;

CORRESPONDIDO Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido. (Vinícius de Moraes) Amor que abusa; se lambuza; Amor que maltrata; atrasa; Amor que ataca; mata. # Amor é. Amor é vida. Amor é vida e sentido. Amor é vida, sentido e prazer. # Amor é vida; sentido, prazer e tudo faz; Faz de tudo um sentido; O sentido da vida e é o sentido de viver; e em paz.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com Facebook: Arnaldo Santtos Instagram: @arnaldosantttos


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “A introdução do voto impresso seria uma solução desnecessária para um problema que não existe”. (Ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE)

Lei de improbidade mudando pra pior

B

eirando a imposição do presidente, Arthur Lira, a Câmara aprovou o projeto que passa a exigir que se comprove a intenção de lesar a administração pública para que a acusação formalizada pelo Ministério Público seja recebida. O projeto original foi apresentado em 2018 pelo deputado Roberto de Lucena (Podemos-SP) e tramitava em uma comissão especial, onde foi discutido por juristas, advogados, especialistas e deputados. A relatoria foi entregue ao deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Em outubro do ano passado, ele apresentou um parecer preliminar. Diante das críticas recebidas, Zarattini reformulou seu parecer para que fosse votado pelo colegiado. Lira, porém, decidiu retirar o projeto da comissão especial e levar a votação diretamente ao plenário.

O que muda na lei improbidade

de

Descrição dos atos de improbidade Como está hoje O texto da lei é muito genérico sobre as situações que podem configurar improbidade, deixando margem para que até decisões e erros administrativos sejam enquadrados na legislação. O que muda O projeto de lei traz definições mais precisas sobre as hipóteses de improbidade e prevê que não configura improbidade a ação ou omissão decorrente da divergência interpretativa da lei.

Forma culposa de improbidade Como está hoje A lei estabelece que atos culposos, em que houve imprudência, negligência ou imperícia podem ser objeto de punição. O que muda Proposta deixa na lei apenas a modalidade dolosa (situações nas quais houve intenção de praticar a conduta prejudicial à administração). Medida deve promover redução significativa nas punições, pois é muito mais difícil apresentar à Justiça provas de que o agente público agiu conscientemente para violar a lei.

Titular da ação

Como está hoje O Ministério Público e outros órgãos públicos, como a AGU (Advocacia-Geral da União) e as procuradorias municipais podem apresentar as ações de improbidade à Justiça. O que muda O Ministério Público terá exclusividade para a propositura das ações segundo a proposta aprovada na Câmara dos Deputados.

Em casa de ferreiro... O presidente da Câmara já foi condenado em duas ações por improbidade administrativa na Justiça de Alagoas e pode se beneficiar de eventuais alterações nas regras de punição. Antes da votação, Arthur Lira fez um discurso defendendo as mudanças. “Uns vão dizer que o que fizermos é açodamento. Outros vão dizer que é flexibilização. Vão sempre dizer alguma coisa”, disse. “Mas o importante não é o que dizem. São os nossos atos. Se eles são benéficos para o país, se ajudam a melhorar a vida das pessoas” (tão bonzinho).

Cumprindo compromisso O prefeito de Maceió, JHC sancionou o Projeto de Lei que regulamenta o rateio de recursos de precatórios do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério). Na presença de professores, JHC comemorou a conquista para os trabalhadores. “O projeto de lei foi aprovado por unanimidade e agora nós estamos sancionando para que a gente possa, na Justiça, fazer esse acordo e, logo em breve, conseguir o rateio, assegurando assim que a Constituição Federal seja preservada. Que a gente consiga fazer valer a lei, fazer justiça”, disse, ao agradecer aos profissionais pela confiança.

Caça aos corruptos em Alagoas Está apenas começando a fase de operações da Polícia Federal em Alagoas, com mandados de busca e apreensão de gestores públicos acusados de fraudes e desvios de dinheiro do combate ao Coronavírus. A operação denominada “sufocamento” faz alusão tanto ao efeito devastador provocado pela Covid-19 nos doentes, como ao objetivo pretendido pela investigação de reprimir a atuação dos membros do grupo criminoso que estariam dilapidando recursos públicos federais destinados ao tratamento da população da cidade de Girau do Ponciano e outros municípios alagoanos. Além dos mandados de busca e apreensão, o Poder Judiciário determinou o sequestro de bens móveis e imóveis, inclusive veículos automotores e valores porventura depositados em qualquer instituição financeira, a que título for, de algumas das pessoas físicas e jurídicas investigadas; a suspensão do exercício de toda e qualquer função pública na Administração Municipal de Girau do Ponciano. As operações se estendem a Arapiraca e Campo Grande. Segundo fontes da Polícia Federal e Ministério Público, outras cidades alagoanas estão sob investigação e logo serão “visitadas”.

Onde passa xa obra

dei-

O governador Renan Filho onde está passando no interior deixa projetos na Saúde, na Educação e rodovias de boa qualidade de presente para a população. Sua presença, por onde passa, deixa prefeitos, lideranças políticas e o povo agradecidos, por benefícios há muito esperados em governos anteriores. Com esse ritmo de realizações e ainda o que tem por fazer daqui pra frente, está também construindo “estrada asfaltada e segura” rumo ao senado federal e eleição de seu sucessor. Política é jogo para profissional e nisso ele é professor.

Do baixo clero Se as eleições fossem hoje dificilmente o senador Rodrigo Cunha teria alguma chance de vitória. A avalanche de votos equivocados que teve, fruto de eficiente e enganosa mídia social, na última eleição, jamais se repetiria. Desempenha um mandato pífio e também inflado pelo fator midiático. Sua figura passa despercebida no Senado Federal. Se ousar ser candidato a governador em 2022, tem tudo para levar um tombo de perder o endereço de casa. Mais da metade do seu eleitorado se mostra decepcionado com o

PÍLULAS DO PEDRO Ponto para o secretário Alfredo Gaspar na solução do sequestro da jovem Mariana em menos de 24 horas. Secretário de Saúde, Alexandre Ayres, é a bola da vez na equipe do governador RF. Tem fôlego e é competente.


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A anos-luz

ELIAS FRAGOSO N ECONOMISTA

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esde sempre, Alagoas esteve nos últimos lugares do ranking nacional dos Estados brasileiros em praticamente todos os índices avaliados. São números que colocam o Estado em situação vexaminosa, e sua população à mercê do descaso, da falta de serviços públicos sequer razoáveis, do aparelhamento politiqueiro dos órgãos públicos, ou da absoluta falta de vontade política para mudar esse quadro dantesco. Os dados estão disponíveis em relatórios do SUS, nos resultados do Enem e do Pisa, no Atlas da Violência,

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ou da FGV, dentre vários outros. Agora, é preciso que se diga que alguns casos avanços aconteceram, a maioria tímidos. E como é sabido o caminho para bons diagnósticos se inicia a partir de dados fidedignos que reflitam o quadro real do momento da colheita dos mesmos. No entanto, no Ranking de Competitividade dos Estados, um trabalho desenvolvido pelo CLP – centro de liderança política referentes a 2020, os índices de Alagoas mostram um desempenho muitíssimo melhor que aqueles citados acima. O que, no mínimo, é intrigante, mesmo se considerarmos eventuais diferenças metodológicas (que, em absoluto, justificaria o tamanho da discrepância), pois entendemos como uma verdadeira façanha que alguns poucos anos, Alagoas tenha evoluído, por exemplo, da antepenúltima posição para uma honrosa 15ª posição no ranking dos Estados Brasileiros... Não se pretende aqui discutir metodologia e outros aspectos técnicos que levaram àqueles resultados, o es-

paço não cabe. Mas, deixamos para você leitor crítico avaliar, por exemplo, se no índice de inovação, um deserto do Saara em nosso Estado, Alagoas está mesmo ocupando nada menos que o 6º lugar no Brasil! Ou que no índice de Sustentabilidade Social (onde lá estamos no que eles chamam de indicador por diferença de renda no 5º melhor lugar do país, quando se sabe que o Estado é um dos campeões de desigualdade no Brasil!!!), ou que tal acreditar que Alagoas está em quarto lugar em termos de sustentabilidade ambiental?! Com a palavra os ambientalistas locais... O tal ranking prossegue com róseos números que transformaram a paupérrima, subdesenvolvida e atrasada Alagoas num Estado médio no ranking dos Estados brasileiros. Alguém precisa explicar então como esse “milagre” aconteceu já que o Estado em condição calamitosa possui uma dívida de difícil equacionamento, quase do tamanho do seu orçamento anual que vem sendo empurrada de barriga e, até aumen-

tada, sem que se apresentem soluções plausíveis para sua solução. Aliás, é preciso frisar que Alagoas é um dos 4 Estados brasileiros mais endividados do país, junto com os quebrados Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, portanto inviabilizado de promover qualquer iniciativa de desenvolvimento. É preciso explicar também como um Estado onde 48% da sua população vive abaixo da linha de pobreza é capaz de se desenvolver na velocidade sugerida no Ranking de competitividade. As eleições que se aproximam seriam o púlpito ideal para se discutir o que faz de Alagoas o inferno do atraso. Mas não irá acontecer. Os que detêm o poder de mando político no Estado estão à anos–luz do mínimo necessário para enfrentarem uma discussão desse naipe. Preferem o “básico”: continuar a se apropriar do Estado em detrimento dos outros quase 3,5 milhões e meio de alagoanos e continuarem a fabricar dados para inglês ver. Pobre Alagoas.

Aliás, é preciso frisar que Alagoas é um dos 4 Estados brasileiros mais endividados do país, junto com os quebrados Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, portanto inviabilizado de promover qualquer iniciativa de desenvolvimento.


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Antes tarde do que nunca

ALARI ROMARIZ TORRES

N APOSENTADA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

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esde 1958, quando comecei a trabalhar no serviço público, toda economia dos dirigentes passa sempre pelo salário do servidor. Corta daqui, tira dali e nós, pobres funcionários, somos castigados. No ano passado, o governador Renan Filho fez a maior tolice de sua administração: passou o desconto da previdência de onze para quatorze por cento e ainda puniu os aposentados, limitando o teto constitucional para o pagamento previdenciário a um salário mínimo. Além de prejudicar os velhinhos, castigou ainda mais os isentos do Imposto de Renda. A atitude do jovem gover-

nador, assessorado por tecnocratas, pegou mal. As redes sociais criticaram, principalmente, a determinação para que inativos, cujos proventos ultrapassaram o salário mínimo, começassem a descontar quatorze por cento para a previdência do Estado e para que os doentes graves perdessem o abatimento a que tinham direito. Estávamos em ano de eleição e o candidato do governador, um bom homem, perdeu a eleição para a Prefeitura de Maceió. E os quatorze por cento contribuíram para tal derrota, pois a medida do Renanzinho atingiu grande parte dos componentes do serviço público estadual. Ouvi a entrevista de um gestor da Previdência dizendo que, só na Educação quase noventa e cinco por cento da categoria foi atingida pela medida e no restante do funcionalismo quase oitenta por cento sofreu com tão trágico ato. A assessoria tem um papel importante na administração de um executivo. Fico, então, pensando quem são os tecnocratas que aconselharam o filho do Senador a prejudicar o funcionalismo em ano eleitoral. Creio que os loucos assessores não imaginaram a maldade praticada com a máquina hu-

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mana do Estado. Passado o pleito, o dirigente estadual começou a analisar a catástrofe ocasionada com o aumento do desconto previdenciário e a modificação do teto constitucional de um salário do INSS para o salário mínimo. Triste decisão, pensou o moço, preciso corrigir. Deu entrevistas confirmando o erro, prometeu corrigi -lo. Passou quase um ano para enviar a Proposta de Emenda Constitucional ao Poder Legislativo. Só agora, em junho de 2021, depois de muito estudo, resolveu agir. Paralelo a isso, criou um Fundo Financeiro. As pessoas que vão se aposentar poderão passar do Fundo Previdenciário para o tal Financeiro. Quer dizer: o Estado está instituindo uma previdência complementar. O funcionário passará a pagar mais todo mês para melhorar sua aposentadoria. Leitores amigos, os dirigentes não “dão murro em ponta de faca”. O erro foi corrigido: todos que percebem abaixo de seis mil e quatrocentos reais não vão pagar à previdência e os que percebem acima do teto só paga-

CLÁUDIO VIEIRA

N ADVOGADO E ESCRITOR

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enosprezo, menoscabo, desprezo, ou simples troça tosca, tudo sintetizado na simples expressão arrogante: vocês conhecem o tal do Queiroga? O que se esperar, porém, do “mito” torto Bolsonaro? O sujeito que brinca com a saúde pública em plena pandemia, que despreza o meio milhão de mortos da

rão depois do abatimento de seis mil e quatrocentos reais. Grande parte dos servidores será beneficiado, contudo se migrarem para o Fundo Financeiro pagarão algo mais. Toda vez que leio mensagens do Poder Executivo para o Legislativo, imagino logo um “toma lá, dá cá”. É preciso ler com atenção. Alertei minhas amigas, presidentes de nossos sindicatos, para terem cuidado nas entrelinhas. Outro fato consequente da famigerada medida do governador: o ano inteiro em que os servidores, antes isentos do desconto previdenciário, passaram a descontar quatorze por cento, vai ser devolvido? Será preciso entrar mais uma vez na Justiça? Darei um exemplo típico: uma criatura que recebe um real acima do salário mínimo e não pagava nada ao Alagoas Previdência; de repente, descontou R$ 147 do seu salário durante doze meses. Vai receber tudo de volta? Agradecendo ao governador de Alagoas por ter corrigido o erro, esperamos que ele devolva tudo retirado dos salários dos servidores públicos estaduais. Deus no comando!

Darei um exemplo típico: uma criatura que recebe um real acima do salário mínimo e não pagava nada ao Alagoas Previdência; de repente, descontou R$ 147 do seu salário durante doze meses. Vai receber tudo de volta?

O tal do Queiroga covid-19, a pandemia do século; que apesar da sua sem-ciência arvora-se em cientista para contestar os verdadeiramente estudiosos; que apesar das evidências da sua incapacidade no agir, jacta-se do seu desgoverno, o que se esperar de alguém desse jaez? E o tal Queiroga, o seu ministro da saúde, com a mesma cara-de-pau do chefe, faz-se de desentendido, o que o faz merecedor da zombaria do presidente, não apenas nas palavras, mas na eloquência dos gestos e atitudes. Desde o início que o “mito” torto promove a desinformação sobre a importância da pandemia. Vai mais adiante: enquanto o mundo inteiro busca soluções sérias para debelar o vírus mortal, os líderes mundiais esforçando-se para preservar os seus próprios cidadãos,

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o presidente brasileiro, após o desprezo inicial pela doença, classificando-a como uma gripezinha, insiste no deplorável negacionismo, justificativa infantil para eximir-se do trabalho de vacinação da população. Enquanto seu próprio ministro, o tal Queiroga, desaconselha os remédios receitados por seu chefe, prega a necessidade do uso de máscaras, a higienização distanciamento entre as pessoas, e se necessário até o lockdown, o teimosamente irresponsável presidente, com o apoio de outros políticos de igual calibre populista, consome recursos públicos em viagens pelo país inaugurando pontes e viadutos, para o qual em nada contribuiu; ou lidera adolescentes “motociatas” pelos estados governados por oposito-

res, acintosamente, como é seu comportamento natural, sem o apetrecho protetivo defendido por seu ministro, e, da mesma sorte promove sobretudo desaconselháveis aglomerações. Impressionante a persistência daqueles “micos adestrados”, na expressão do escritor Elias Fragoso, que, bem ou mal treinados formam claque de aprovação e devoção, agora já classificando Bolsonaro como “mito”, possivelmente na esperança de serem exemplares agraciados pela imunidade de rebanho. Mitômano, talvez fosse a mais apropriada ovação ao seu guia. E o tal Queiroga, hem? Desautorizado pelos gestos do chefe, para preservar alguma hombridade melhor seria que ouvisse os conselhos do “vai p’ra casa, Queiroga”.

E o tal Queiroga, o seu ministro da saúde, com a mesma carade-pau do chefe, faz-se de desentendido, o que o faz merecedor da zombaria do presidente, não apenas nas palavras, mas na eloquência dos gestos e atitudes.


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Ídolos

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GERALDO MAGELA N PROCIRADOR DA JUSTIÇA APOSENTADO E CRONISTA

im do anos sessenta, órfão de pai, minha mãe busca nos irmãos e irmãs, apoio para a educação dos filhos. Foi nesse período que, durante o ano de 1967, fui matriculado no Colégio Marista. Como aluno do colégio de formação cristã fui participar, em Recife, apipucos, do encontro da juventude Marista. Neste ambiente conheci, marcando profundamente minha alma, padre Antônio Henrique Pereira Neto, e Dom Helder Câmara. O primeiro assessor do bispo e que dois anos após seria sequestrado e morto, por questões políticas, segundo apurou a comissão da verdade de Pernambuco. O segundo, o famoso bispo

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de Olinda e Recife. Dom Helder Câmara, franzino, de baixa estatura, de voz firme e fala assertiva, se comunicava com os jovens como se fosse um deles. Carismático, transmitia, através de seu semblante sereno, a coragem inata dos predestinados. Sua fala e ações eram voltadas para os pobres. Voltando para Maceió, o jovem estudante do Marista nunca mais haveria de esquecer aquele padre de magnetismo incrível. Seu rosto, suas palavras e seu sorriso nunca haveriam de sair de minha alma. Jovem promotor no Sertão de Alagoas, onde, como diz o cancioneiro popular, a “fé não costuma faiá” , fui convidado para, às seis da manhã, após percorrer as ruas de Delmiro Gouveia, acompanhar frei Damião que, em procissão, abençoava a cidade, tomar o café café da manhã na casa paroquial. Aquele homem vergado, de andar rápido, voz quase inaudível, causou, em minha pessoa, uma impressionante sensação de espiritualidade. A fé que transmitia, com sua presença e frágil voz, era arrebatadora. A mim, a impressão que ficou, era de um santo. Guardo, ainda hoje, decorridas mais de quatro décadas, a sensação benéfica de que estive com um ser espiritualmente

elevado Não me recordo bem o ano, nem exatamente à época, quando, estando no consultório dentário, aqui em Arapiraca, do amigo Geraldo Mota, fui surpreendido com a figura mítica de Luiz Gonzaga, o rei do baião. O famoso cantor, já consagrado em todo país, pareceu-me um figura simples, de conversação fácil, típico nordestino fazedor de amizade. Achou-me parecido com seu filho Gonzaguinha. Magro, de barba e cabelos à época encaracolados. Tínhamos a mesma idade. Contei, para o rei do baião, que três anos antes, quando veraneava em São José da Coroa Grande, fui confundido com o Gonzaguinha, seu filho, por fãs quando caminhava na praia. Guardei de Luiz Gonzaga a imagem de homem simples que a fama e o talento não haviam modificado sua natureza. Suas músicas falam de alegria e nostalgia, de sofrimento e esperança. Passei a ouvi-las lembrando do ídolo com a alegria nostálgica do homem simples. Dom Helder Câmara me lembra os pobres que precisam de esperança e ações; frei Damião me faz recordar a fé do povo simples que não falha; e Luiz Gonzaga a alegria do nordestino que, em suas músicas, não perdem a esperança, a fé e a alegria da vida. São meus ídolos.

Dom Helder Câmara, franzino, de baixa estatura, de voz firme e fala assertiva, se comunicava com os jovens como se fosse um deles. Carismático, transmitia, através de seu semblante sereno, a coragem inata dos predestinados.

Não culpem São Pedro!

ALOISO FERREIRA N ENG. CIVIL E PRESIDENTE

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DO CLUBE DE ENGENHARIA

comum a cena se repetir todos os anos passando por várias gestões municipais. Ah! Choveu muito, 50% do previsto no mês nas últimas 24 horas – Desculpa esfarrapada. O que falta mesmo é planejamento, principalmente falta de engenharia. Ocupação desordenada das áreas alagáveis que amorteciam as grandes cheias e uma visão míope do futuro, com maus projetos a curto prazo - penalizando as gerações futuras com uma cidade recheada de

problemas. Passam-se os anos e a coisa se repete: chega um prefeito NOVO ou um novo prefeito a culpa recai sobre os antecessores e ficando por isso mesmo, não se tomando providências para remediar a situação com projetos consistentes e sustentáveis de médio e longo prazo. O Dique Estrada, por exemplo, que de dique não tem nada, não funciona como tal - um erro histórico pois no local aterraram-se mangues e áreas de preservação de enchentes, deixando um legado de um mau projeto sem o componente ambiental. Os canais de acesso à Lagoa Mundaú permitem os fluxos de ida e vinda das águas sem funcionar como dique. Nas grandes precipitações e na coincidência de marés altas, as águas ficam represadas provocando grandes alagamentos nas ruas adjacentes e no mercado público, como um filme reprisado todos os anos. Essa não conformidade urbanística se repete em outras áreas da cidade. Como uma solução permanente de médio

e longo prazo não interessa ao projeto político do prefeito de plantão, não vemos uma saída plausível e sim um agravamento. Com o desmonte da engenharia promovido pelo Estado e pela Prefeitura, esse problema se torna ainda pior. Não temos no quadro permanente desses entes estatais profissionais com experiência, nem recém-formados para formação de equipes visando o planejamento do futuro da cidade. Apesar de os políticos se beneficiarem da engenharia, promovendo-se com obras nem sempre duradoras (pela falta de fiscalização e especificações consistentes), e na razão inversa da não valorização dos profissionais das áreas tecnológicas, concluímos que a problemática das enchentes decorre da incompetência continuada das gestões municipais, da falta de vontade política e do desprezo total pela engenharia. Nosso imposto paga essa conta! Com a palavra o NOVO prefeito novo - e que não venha a dizer que os problemas advindos de chuvas torrenciais são... CULPA DE SÃO PEDRO!

O Dique Estrada, por exemplo, que de dique não tem nada, não funciona como tal - um erro histórico pois no local aterraramse mangues e áreas de preservação de enchentes, deixando um legado de um mau projeto sem o componente ambiental.


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MACEIÓ

Prefeitura realiza reconstrução de rede de galerias pluviais Moradores aprovam trabalho executado e participação popular se faz necessária para ordenar obras ASSESSORIA

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Prefeitura de Maceió tem intensificado e se empenhado diariamente para que pontos críticos de coleta de águas pluviais recebam uma maior atenção. O trabalho faz parte das medidas preventivas que tentam minimizar os danos causados pelas chuvas na capital. Além dos serviços de limpeza e desobstrução de galerias, que são essenciais para a fluidez da água, a Secretaria Municipal de Infraestrutura executou entre os meses de janeiro a maio, 134 reconstruções, sendo 91 de bocas de lobo e outras 43 de poços de visita, que também compõe a rede de drenagem. Outros 245 metros de galerias pluviais também foram reconstruídos e em algumas situações, ampliados, para que a vazão da água possa ser maior, conforme a necessidade de cada região. O coordenador geral de drenagem da capital, Gabriel Rodas, explicou como funciona o processo de intervenção e destacou que a demanda é extensa. “Após colher as solicitações da população, nossas equipes técnicas fazem visitas nos locais para que a situação possa ser avaliada e conforme a necessidade, iniciamos a intervenção. Em alguns casos, a obra pode durar um dia, já em outros, pode durar até cinco dias”, explicou. “Nós temos um problema muito sério em nossa cidade, com uma estrutura de drenagem bem antiga, com várias partes danificadas e muitas vezes inoperantes. Então, a Prefeitura tem intensificado esse serviço de recuperação para que elas vol-

tem a funcionar”, emendou o coordenador. Ainda de acordo com Gabriel Rodas, uma das principais causas dos afundamentos de bocas de lobo e de trechos na rede de galerias é o lançamento clandestino de esgoto. O material, segundo ele, “vem danificando as estruturas de concreto e causando colapso total ou parcial”. Nos últimos meses, por exemplo, os bairros do Canaã, Jaraguá, Gruta de Lourdes, Farol, Jacintinho, Pontal da Barra, Feitosa, Conjunto Village Campestre, Conjunto Salvador Lyra, Centro, Cidade Universitária, Benedito Bentes, Santos Dumont, Tabuleiro do Martins, Levada, Chã da Jaqueira, Ponta Verde, Ouro Preto e Vergel do Lago foram contemplados com as ações. “A manutenção na rede de drenagem da cidade, galerias e bocas de lobo, nesta gestão, está sendo priorizada, pois entendemos que as intervenções realizadas nesses equipamentos melhoram o problema de alagamentos que enfrentamos no período chuvoso. A Infraestrutura também tem trabalhado em um projeto para construir e reconstruir toda rede de águas pluviais do município”, destacou o secretário de Infraestrutura, Nemer Ibrahim. A pedido dos moradores, o Conjunto Salvador Lyra foi beneficiado nas últimas semanas com a recuperação de 19 bocas de lobo, reposição de 15 tampas de concreto e a colocação de cinco grelhas. Para o morador da região, Bruno Tenório, a comunidade agora se sente mais segura e aliviada, por saber que a inter-

venção vai prevenir uma série de riscos. “A execução do serviço foi importante e evita com que a comunidade venha sofrer consequências com as fortes chuvas, já que o conjunto sempre registrou alagamentos que impossibilita a passagem de pedestres e às vezes de automóveis, e traz risco de invasão de água nas residências”, disse Tenório. Na comunidade Novo Horizonte, no bairro do Jacintinho, que também foi beneficiada com ações de recuperação, o morador Rosivaldo Junior relatou que o serviço foi realizado depois que no ano passado, a água da chuva entrou dentro das residências e causou transtornos. “Como a boca de lobo não tinha tampa, a água da chuva levou muito lixo para dentro da rede de drenagem, fazendo com que a água invadisse as residências e chegasse a derrubar um muro”, ressaltou o munícipe.


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FINANÇAS

“O Brasil pós-pandemia precisa aumentar proteção social”, diz economista Luciana Caetano lança dilema: “Ou país corrige anomalias sociais ou pessoas serão condenadas a morrer” ODILON RIOS ESPECIAL PARA O EXTRA

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Brasil não pode elevar a precarização do trabalho, com o argumento de recompor as atividades produtivas. E o caminho do país pós -pandemia é ampliar a proteção social. Essas são análises da professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luciana Caetano. “A retomada da economia exige um plano de recuperação que incorpore elevação dos investimentos públicos para complementar os investimentos privados”. Veja entrevista: Que tipo de impacto, na sua avaliação, a pandemia causou nos estados? Alterou profundamente as condições de produção, emprego e renda no país, mantendo inalterado o padrão de concentração regional. O Sul e o Sudeste têm uma melhor infraestrutura física, já que 74% das empresas que permaneceram em atividade estavam concentradas nestas duas regiões. No Nordeste, eram 15,5%, apesar da representação demográfica, 27%. Isso se reflete no acesso ao crédito disponibilizado pelo Plano Emergencial de Socorro às Empresas: 59,1% distribuídos entre empresas da região Sudeste e 10,5% para a região Nordeste. São Paulo, sozinho, abocanhou 38,6%. Mas essa distribuição de recursos favoreceu mais que tipo de empresa?

Temos aí um novo impacto. O mercado é constituído predominantemente por microempresas e empresas de pequeno porte, das quais, 98% atuam com até 49 pessoas ocupadas e 72% com até 4 pessoas ocupadas. A cada três empresas, uma alega ter recebido ajuda do governo para fins de enfrentamento à Covid-19, porém, entre empresas com 50 ou mais pessoas ocupadas, o percentual das que foram apoiadas pelo governo é superior a 55%, demonstrando a dificuldade delas terem acesso a crédito, seja pela baixa capacidade de endividamento ou dificuldade de acesso à informação. Como isso poderia permitir a recuperação do país, no pós pandemia? O desempenho econômico será medido pelo volume de investimentos privados, pelo retorno das empresas ao mercado, pela recuperação dos postos de trabalho e pela arrecadação fiscal do Estado, ora comprometida. Mas, o cenário que temos inclui unidades de produção que queimaram suas reservas e se endividaram para honrar compromissos com fornecedores e pagamento de salários. A retomada da economia exige um plano de recuperação que incorpore elevação dos investimentos públicos para complementar os investimentos privados. Qualquer injeção de crédito e investimentos públicos nas atuais circunstâncias tendem a dar respostas muito positivas, já que o país está tra-

nui o tamanho do problema pela perspectiva social ou econômica. Isso se agravou durante a pandemia pelo volume de trabalhadores afastados sem remuneração e pelos que tiveram redução da renda mensal por redução de jornada de trabalho, com maiores danos sobre os entes federativos mais pobres.

“País precisa de melhor distribuição de renda”, alerta professora balhando muito abaixo do equilíbrio de pleno emprego. Mas a pandemia forçou a paralisação de boa parte das atividades produtivas, um saldo crescente de desocupados e maior dependência da população às transferências de renda governamental. Nos estados chamados periféricos, a quantidade de pessoas ocupadas é inferior ao de pessoas fora do mercado de trabalho e renda média muito inferior à dos estados mais ricos. As condições materiais de sobrevivência da população brasileira são determinadas por infraestruturas produtiva e do sistema educacional. Nos estados mais pobres, estas condições são precárias e exigem a intervenção do Estado ou abreviamos a morte dos mais vulneráveis. Não por acaso, nesses estados, a taxa de mortali-

A MÉDIA SALARIAL NO BRASIL PARA MAIS DE 50% DA CLASSE TRABALHADORA JÁ É INSUFICIENTE PARA O ATENDIMENTO DAS NECESSIDADES BÁSICAS. REPRODUZIR A FLEXIBILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO DOS PAÍSES COM IDH MUITO ACIMA DO BRASIL, ALÉM DE EQUIVOCADO, SE TRADUZ EM DESUMANIDADE. dade infantil é mais elevada e a expectativa de vida, menor. A falta de perspectiva de reinserção no mercado de trabalho gerou um contingente expressivo de pessoas que deixaram de procurar emprego. Elas não são mais contabilizadas como desocupadas, artifício que não dimi-

E agora? O país não pode, para fins de recomposição das atividades produtivas, elevar a precarização do trabalho ou reduzir os encargos sociais em benefício dos lucros. A média salarial no Brasil para mais de 50% da classe trabalhadora já é insuficiente para o atendimento das necessidades básicas. Reproduzir a flexibilização das relações de trabalho dos países com IDH muito acima do Brasil, além de equivocado, se traduz em desumanidade. Precisamos restaurar a proteção social e criar condições para restauração da capacidade de consumo das famílias. A redução desta proteção aprofundará as desigualdades, como vem sendo observado desde 2015. Mas a regra atual inclui a concentração regional. Como fica? O país precisa superar estes abismos e construir melhores condições de produção e distribuição da riqueza, com desenvolvimento humano, trabalho decente e condições de acesso à saúde, educação, moradia e lazer para todos. Um indivíduo não pode ser condenado à morte precoce por ter nascido em uma unidade federativa e não em outra, por ser trabalhador agrícola e não da administração pública/ setor judiciário, por ser negro/ pardo e não branco. O Brasil precisa corrigir suas anomalias sociais.


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ECONOMIA EM PAUTA Bandeira Vermelha 2

Racionamento de energia

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governo tem nas mãos uma medida provisória que cria condições para adoção de um racionamento de energia no Brasil. Segundo informações divulgadas inicialmente pelo portal Estadão, documentos internos do governo revelam a intenção de criar um comitê de crise que terá o poder de adotar medidas como a redução obrigatória do consumo e a contratação emergencial de termelétricas – mesmas medidas adotadas em 2001, quando a população e as empresas foram obrigadas a diminuir a carga em 20% para evitar o apagão.

Ainda falando em energia e diante de uma seca histórica nos principais reservatórios de usinas hidrelétricas e do risco de um novo racionamento no país, o governo estuda criar uma nova faixa, mais cara, no sistema de bandeiras tarifárias da conta de luz ou elevar o valor já cobrado hoje no patamar mais alto – a bandeira vermelha 2. O entendimento no setor elétrico é que será preciso fazer frente aos custos elevados de usinas térmicas, cuja operação é necessária neste momento para garantir o fornecimento de energia no país.

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Liberdade econômica alagoana Quando se trata de empreendedorismo, Alagoas se encontra na 7ª posição dentre as 23 unidades da federação pesquisadas pelo Índice Mackenzie de Liberdade Econômica Estadual (IMLEE) 2020. Em relação ao Nordeste, o estado foi o melhor colocado na avaliação, seguido de perto pelo Ceará, em segundo lugar. O IMLEE varia de zero (menos liberdade econômica) a dez (mais liberdade) e é uma medida relativa de desempenho dos estados, com foco em avaliar as condições para empreender em cada unidade federativa brasileira e o grau de interferência governamental.

Lojinha da Netflix Uma das maiores empresas de streaming agora quer desbravar o mundo do e-commerce. A Netflix abriu nesta semana sua primeira loja online com produtos de séries e filmes, a netflix.shop. Criado em parceria com a empresa de tecnologia Shopify, o site está recebendo compras nos EUA. Ainda não há data para lançamento da loja no Brasil, mas a Netflix afirma que levará a plataforma para outros países nos próximos meses.


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CRIA DO AZULÃO

CSA fatura mais de meio milhão de reais com vendas de Pedrinho Jogador foi vendido pelo Corinthians ao Benfica e ao Shakhtar Donetsk por € 18 milhões

Paixão de Pedrinho pelo futebol começou na infância

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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CSA vai receber R$ 276 mil pela venda do atacante Pedrinho, negociado pelo Benfica, de Portugal, na última semana ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, por 18 milhões de euros (R$ 110,8 milhões na cotação atual). Como o atleta iniciou nas escolinhas do Azulão, o clube tem direito a uma porcentagem do valor da venda de 0,25%. ”Sobre a venda ao Shakhtar, o CSA terá direito a mais 0,25% porque o CSA está no passaporte do jogador. Ele iniciou nas escolinhas do CSA e somente aos 13 anos foi para o Vitória”, explica Omar Coelho, vice-presidente do CSA, ao EXTRA. A porcentagem é referente ao chamado mecanismo de solidariedade criado pela Fifa que atinge os clubes em que o atleta esteve até esta idade. “Por ele ter ficado aqui até os 12 anos nós temos esse direito”, completa.

Essa não é a primeira vez que o CSA consegue uma boa quantia pelo jogador. Pedrinho foi vendido pelo Corinthians ao Benfica no meio da temporada passada, pelos mesmos 18 milhões de euros. Na época, o clube do Parque São Jorge detinha 70% dos direitos do meia-atacante, enquanto o restante pertencia ao empresário do jogador. Pela negociação, o clube do Parque São Jorge comprometeu-se a repassar 5,4 milhões de euros (R$ 33,2 milhões na cotação atual) a Will Dantas em três parcelas, mas apenas a primeira foi paga. No mês que vem, o Corinthians fará o segundo pagamento ao empresário

assim como também ao CSA, que também teve direito a 0,25% da primeira venda, mas só recebeu a primeira parcela até o momento. Se somadas as duas vendas milionárias feitas pelo Corinthians ao Benfica e, posteriormente, pela equipe portuguesa à ucraniana, o CSA já soma em seus cofres pouco mais de R$ 550 mil em pouco menos de um ano. O valor, no entanto, é essencial para o clube que, em março deste ano, precisou suspender as atividades da base por falta de recursos. “Não vamos fechar, vamos entrar em stand by. Nós não estamos quebrados, mas estamos no limite. É como se

fosse um pai de família desempregado, com 10 filhos dentro de casa e pagando aluguel. A base será liberada e vai entrar em stand by. Quando as coisas se normalizarem, vamos chamar pra conversar”, disse o mandatário à imprensa na época. TEMPORADA NA EUROPA A negociação entre portugueses e ucranianos estava emperrada desde a última semana por causa de 2 milhões de euros, já que os Encarnados queriam receber 18 milhões de euros (R$ 110 milhões), mas o Shakhtar queria pagar apenas 16 milhões (R$ 98 milhões). Na última

segunda, o clube ucraniano aceitou o valor pedido pelos lusitanos. O contrato de Pedrinho com sua nova equipe será válido por cinco anos. Com a camisa dos Encarnados, Pedrinho teve um desempenho abaixo do esperado. Em 31 partidas, ele marcou apenas um gol, em uma goleada por 5 a 0 sobre o Vilafranquense, pela Taça de Portugal. Na temporada sem muito sucesso do Benfica, o meia-atacante foi uma das últimas opções do técnico Jorge Jesus. Na equipe ucraniana, Pedrinho se juntará a outros dez brasileiros no elenco atual do Shakhtar Donetsk. O zagueiro Vitão, os laterais Dodô e Ismaily, o volante Maycon, os meias Marcos Antônio, Marlos, Tetê e Alan Patrick, e os atacantes Dentinho e Fernando também fazem parte da equipe. Em sua chegada ao time ucraniano, Pedrinho falou: “Quero agradecer ao clube pela oportunidade. Tenho certeza que será uma temporada de sucesso. Não só eu como meus companheiros, vamos nos dedicar a isso. Um abraço.”


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Mobilidade como serviço tende a crescer no Brasil

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difícil prever quando a produção mundial de semicondutores será regularizada. Antes se estimava que ao longo do próximo semestre havia a tendência de empresas especializadas no exterior começassem a regularizar seu fornecimento. Agora isso parece ter sido adiado para o primeiro trimestre de 2022. No caso do Brasil há quem veja dificuldades também ao longo do próximo ano. Em nível mundial, a queda de produção em 2021 da indústria automobilística, sobre o que antes estava projetado, alcançará algo em torno de 5% ou cerca de quatro milhões de unidades perdidas. Isso não quer dizer que 2021 será pior que 2020, mas indica uma recuperação mais lenta. No Brasil, o crescimento das vendas em torno de 15% parece assegurado e da produção, 25%, basicamente para recompor estoques e cumprir compromis-

Elétricos: países do G7 desistem de datas Mais de uma vez expressei ceticismo em relação a datas ou prazos para migração total dos atuais motores a combustão para os 100% elétricos. Pois no comunicado oficial da reunião do G-7 (grupo dos sete países mais desenvolvidos), no domingo passado, o discurso mudou. O G-7 se comprometeu a fazer mais para eletrificar o setor de transporte, porém sem estabelecer datas -alvo firmes. Além de problemas técnicos, os custos envolvidos tanto dos veículos quanto de infraestrutura são muito altos. Em outras palavras, o rumo está correto, porém o ritmo precisa de avaliações cautelosas. Os híbridos deveriam estar em um estágio mais avançado, antes de se tentar ou forçar uma migração sem volta ao elétrico puro. Erros por precipitação podem cobrar seu preço e atrapalhar qualquer plano.

sos de exportação. Como cada fabricante aqui vai arbitrar o atendimento da procura por veículos, é um fato a observar. Entretanto, parece certo que a prioridade ficará com o varejo em detrimento das vendas por atacado a locadoras, frotistas e governos. A versão Sense do VW T-Cross, por exemplo, criada para atender especificamente PcD (Pessoas com Deficiência), está sendo oferecida no varejo por R$ 93.000. Segundo André Vieira, da Solution 4Fleet, há também um gargalo prejudicial ao crescimento acelerado dos serviços de carros por assinatura. “Em consequência da produção atual fortemente comprometida até outubro deste ano, prevejo volta à normalidade apenas por volta de março de 2022”, afirma. O que pode acontecer mais adiante e como se darão as vendas futuramente foram objeto de um estudo divulgado nesta terça-feira, 15,

pela consultoria internacionalR/GA, com filial em São Paulo (SP). Após pesquisas ao redor do mundo, que incluíram o Brasil, o relatório sobre Mobilidade como um Serviço (MaaS, em inglês) destacou: · Quase 60% dos brasileiros que utilizam algum tipo de serviço de mobilidade consideram deixar de ter veículos próprios e passariam a usar somente MaaS nos próximos dez anos. · Em comparação aos dados globais, os consumidores brasileiros em geral têm 15% mais chances de substituir seu carro por MaaS na próxima década. Toda pesquisa envolvendo o longo prazo está sujeita a condicionamentos. Não se pode descartar, todavia, que quem experimente os serviços de assinatura acabe por retornarao uso do veículo particular. A taxa de conversão definitiva ainda é uma incógnita.

ALTA RODA n NOVO diretor-geral no Brasil e presidente da Nissan Mercosul, o brasileiro Airton Cousseau, manterá estratégia de produtos rentáveis (Kicks e Versa V-Drive), exportar mais para países vizinhos etentar a liderança entre elétricos com o Leaf. Outra providência, já colocada em prática, foi renovar o acordo com o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) para acelerar pesquisas sobre veículos elétricos. A partir de etanol, com estrutura de distribuição já existente, pode-se obter hidrogênio a bordo e um reformador levar eletricidade para o motor. n FIAT TORO continua sua rota de sucesso com as mudanças estilísticas na parte dianteira: grade, para-choque e capô novos. Na versão Volcano avaliada, os faróis principais, de neblina e DRL são em LED. Impressiona o desempenho do novo motor turbo flex com potência e torque específicos elevados: 1,33 L/185 cv e 27,5 kgf.m. Sem comparação ao motor aspirado de um 1,85 litro (ainda disponível).No interior modernizado destaca-se o sistema multimídia: internet dedicada, Wi-Fi e conexão com celular sem fio. Tudo fácil de operar. n DIFERENÇAS entre os mercados brasileiro e argentino são evidentes. Não apenas pelas picapes que recebem incentivos fiscais generosos no país vizinho e estão entre os modelos mais vendidos (Hilux à frente). O sedã Cronos, de pouca representatividade aqui, lidera entre os automóveis lá. E agora chegou o primeiro lote de EcoSport fabricado na Índia. Enquanto o modelo aqui saiu de produção, continua a ser vendido na Argentina.


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RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

COPA AMÉRICA SEGUE COM SURTOS DE COVID

CSA e o baixo desempenho na Série B do Brasileiro

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pós três jogos sem balançar as redes, o Azulão conseguiu marcar o seu primeiro gol na Série B do Brasileiro, no estádio Rei Pelé, em jogo válido pela 4ª rodada. O duelo foi contra o Guarani que acabou em 1 a 1. O Azulão somou o segundo ponto na competição e continua na zona de rebaixamento. Os gols da partida foram marcados por Silvinho, pelo o CSA, aos 22 minutos do segundo tempo e por Bidu, aos 5 minutos da mesma etapa.

O clube marujo é o atual 17º colocado, e amarga a zona de rebaixamento. Mas mesmo com o primeiro gol feito na Segundona, o desempenho do Azulão ainda é abaixo do esperado. O time peca na hora de finalização e o setor de meio campo ainda não consegue criar muitas oportunidades de gols para seus atacantes. Pensando nisso, a diretoria já foi ao mercado e trouxe um meia armador para vestir a camisa 10. Renato Cajá foi o nome da vez escolhido pelo CSA.

Como esperado, a Copa América no Brasil acumula cada vez mais casos de covid-19. O Ministério da Saúde do Brasil anunciou que tinha detectado 41 casos de coronavírus entre jogadores, membros das delegações e funcionários que trabalham diretamente com a organização. Porém a cifra aumentou para 52, sendo 33 casos de jogadores, 19 são de pessoas ligadas à organização do torneio. Até o momento foram descobertos casos de coronavírus nas delegações da Venezuela, Colômbia, Bolívia e Peru. Os casos foram confirmados nas cidades de Brasília e no Rio de Janeiro. Todos foram isolados em um hotel, segundo o comunicado. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conme-

bol), porém, não se manifestou sobre os contágios. E os casos não param de subir, a Federação Boliviana de Futebol (FBF) confirmou que três jogadores e um integrante da comissão técnica testaram positivo para o vírus. Entre os jogadores estava Marcelo Moreno, artilheiro do elenco boliviano.

CLUBES ANUNCIAM INTENÇÃO DE CRIAR LIGA PARA ORGANIZAR BRASILEIRO Os principais clubes brasileiros de futebol que têm a intenção de criar uma liga independente para comandar o campeonato nacional do país, com 19 dos 20 clubes da Série A apoiando a decisão de formar uma liga que possa lhes garantir mais controle do esporte. Diferentemente de países como Inglaterra, Espanha e Alemanha, onde a liga é comandada por um órgão separado da associação nacional de futebol, as ligas profissionais no Brasil são controladas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os 19 clubes brasileiros (o único que não assinou o documento foi o Sport Recife, que está sem presidente) entregaram uma carta à CBF expressando sua decisão pela “criação imediata de uma Liga de Futebol do Brasil” que será fundada assim que possível. A decisão acontece em um momento de insatisfação generalizada com a CBF, que em 31 de maio aceitou sediar no Brasil a Copa América de 2021 com duas semanas de antecedência, enquanto o Campeonato Brasileiro está acontecendo.

COCA-COLA PERDE US$ 4 BILHÕES APÓS GESTO DE R7 Um gesto de Cristiano Ronaldo em coletiva de imprensa pela Eurocopa fez as ações a Coca-Cola caírem bruscamente. A empresa apresentou uma perda de US$ 4 bilhões em valor de mercado. Tudo começou pouco antes do início da entrevista do astro com jornalistas na véspera do jogo de estreia de Portugal contra a Hungria, vencido pela seleção de Cristiano, que no duelo marcou dois gols. Ao se sentar, o jogador afastou duas garrafas da Coca-Cola que estavam sobre a mesa. Em seguida, pegou um frasco de água e o exibiu com a mão, dando a entender que o ideal é beber água e não refrigerante. A imagem repercutiu mundialmente e quando a bolsa de valores abriu no outro dia as ações da Coca-Cola custavam cerca de US$ 56,10 (R$ 284,43). Pouco tempo depois, caíram para 55.22 dólares (R$ 279,97), gerando um prejuízo bilionário para a marca patrocinadora da Eurocopa. Na prática, a Coca-Cola teve queda no valor total de mercado de US$ 242 bilhões para US$ 238 bilhões, significando um baque de US$ 4 bilhões.


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ABCDOINTERIOR Eleições em Campo Alegre

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m Campo Grande, o clima é de disputa acirrada entre os pré-candidatos que disputarão à eleição suplementar, cuja data será marcada pela Justiça Eleitoral. A cidade terá nova eleição após decisão do TSE que, no dia 17 de dezembro de 2020, cassou a chapa do prefeito eleito na cidade, Arnaldo Higino. A vitória nas urnas de Higino ocorreu no período em que a chapa estava sub-judice, quando ele estava sendo acusado de improbidade administrativa e pela prática de candidatura itinerante.

Três chapas

Pelo menos três chapas estão devidamente regularizadas para disputar o pleito e são encabeçadas por Téo Higino, Cícero Pinheiro e Inês Corrêa. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL), desembargador Otávio Leão Praxedes, esteve em Brasília na última semana para cumprir agenda institucional e entre as pautas havia o caso da eleição suplementar da cidade de Campo Grande, localizada a 26 quilômetros de Arapiraca.

Nova queda de braço

Adversários históricos, os ex-prefeitos Cícero Pinheiro e Arnaldo Higino vão se enfrentar mais uma vez. A disputa entre os dois políticos mais importantes de Campo Grande está movimentando os bastidores políticos. Arnaldo vai apoiar um candidato que é da sua família e não abre mão da disputa. Para isso, já colocou a campanha do seu candidato nas ruas e está de casa em casa pedindo voto.

Eram aliados

Já Cícero Pinheiro, que já foi vice-prefeito de Arnaldo Higino e prefeito em duas oportunidades, se diz tranquilo e acredita que dessa vez não tem como perder as eleições, já que está claro o enfraquecimento político do seu adversário, que teve a sua chapa cassada pela Justiça Eleitoral por prática de improbidade administrativa e também pela prática de candidatura itinerante.

Pinheiro tranquilo

“Estamos tranquilos e aguardando de forma ansiosa a decisão do TSE que deve marcar na próxima semana uma data definitiva para novo pleito em Campo Grande”, disse o prefeito Cícero Pinheiro, que com o seu grupo político já traçou os caminhos para realizar uma campanha saudável, buscando conquistar os votos dos eleitores.

Reforço para o pleito

Em reunião com o os ministros Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e Luiz Fux, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), na última semana, o presidente do TRE tratou acerca da eleição na cidade alagoana e sobre o reforço orçamentário para o pleito.

Definição da data

Apesar disso, ainda não foi definida a data de eleição na cidade. Conforme a assessoria de Comunicação do TRE Alagoas, na próxima semana, dia 23 de junho, haverá uma definição da data para o pleito eleitoral em Campo Grande.

Zezito Guedes

A Editora da Universidade Estadual de Alagoas (Eduneal) lançará no dia 30 de junho a 2ª Edição do livro Arapiraca Através do Tempo, escrito por Zezito Guedes, mestre da cultura popular e um grande pesquisador dos saberes e histórias do povo arapiraquense. O lançamento virtual terá o apoio da Pró-reitoria de Extensão da Universidade Estadual de Alagoas (PROEXT- Uneal) da Reitoria e da Academia Arapiraquense de Letras (Acala). O lançamento ocorrerá através do canal Uneal Oficial no Youtube no próximo dia 30, às 19:30.

n robertobaiabarros@hotmail.com

Lançamento virtual

“Arapiraca através do Tempo” foi reeditado em 2020 e teve seu lançamento interrompido em decorrência das restrições sanitárias impostas pela pandemia. A Universidade Estadual de Alagoas através da Eduneal planejava um lançamento festivo e uma homenagem ao grande escritor Zezito Guedes. Com o prolongamento das exigências de distanciamento social, decidiu-se por um lançamento virtual.

Sobre o autor

Zezito Guedes atuou profissionalmente como protético em Arapiraca e conciliou o trabalho com sua paixão pela cultura da região. Graças a sua paixão pela arte e cultura locais, seu laboratório de prótese se transformou em ateliê de apoio aos artesãos e escultores da região, que traziam seus trabalhos para ficarem expostos e, consequentemente, os clientes apaixonados pela arte e pela cultura compravam os trabalhos ou levavam para expor em galerias do norte e nordeste a exemplo da renomada Fundação Joaquim Nabuco dirigida por Ariano Suassuna. Seu primeiro livro foi “Cantiga das destaladeiras de fumo”, obra também esgotada.

PELO INTERIOR ... A prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde, deu início na terça-feira (15), a vacinação contra a covid-19 dos arapiraquenses com 49 anos ou mais, e segue avançando no combate à pandemia. ... Os imunizantes estão sendo aplicados nos três postos de vacinação, localizados no Sesc Arapiraca, no Ginásio da Escola Pedro Reis e no Drive Thru do Arapiraca Garden Shopping, que funcionam das 9h às 16h. Arapiraca é uma das cidades que mais avançou na vacinação contra a covid-19. 81.423 doses de imunizantes já foram aplicadas até o momento. ... A campanha Vacinação Solidária segue arrecadando alimentos em Arapiraca, com o objetivo de levar esperança para famílias em situação de vulnerabilidade social. ... Assim, a Prefeitura de Arapiraca reforça que os postos de vacinação contra a covid-19 também estão funcionando como pontos de arrecadação de alimentos e itens de higiene pessoal, que serão utilizados para a montagem de cestas básicas. ... Detalhe importante sobre a vacinação em Arapiraca: apesar de estar sendo direcionada, agora, para a população que não faz parte dos grupos prioritários, os arapiraquenses remanescentes que fazem parte de algum dos grupos e que, por quaisquer motivos que sejam, ainda não tomaram a primeira dose da vacina contra a covid, ainda pode procurar um dos postos de vacinação. ... Em Arapiraca, uma fábrica de biscoitos localizada no bairro São Luiz, foi alvo de uma operação da Vigilância Sanitária Municipal (Visa). Sem apresentar nenhum cuidado com a higiene, o local foi interditado e mais de meia tonelada de produtos foi apreendida. ... Moradores da região informaram que a fábrica de biscoitos faz distribuição para diversas padarias de Arapiraca. ... Durante a fiscalização, os agentes da Visa flagraram diversas irregularidades sanitárias, dentre as quais estão bandejas empilhadas no chão, equipamentos enferrujados, rede de energia exposta, além da presença de animais transitando no local onde eram produzidos os alimentos. ... Saúde e paz para os nossos leitores, que enfrentam essa terrível pandemia do novo coronavírus. É seguir os protocolos e orientação dos especialistas como usar máscara, distanciamento social e ter sempre álcool 70 em mãos. Até a próxima edição, se assim Deus nos permitir.


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SÃO JOSÉ DA TAPERA Prefeitura emitiu nota de pesar nas redes sociais

TC investiga assinatura feita por secretário morto Documentos foram assinados 11 dias após falecimento do servidor BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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ocumentos anexados à prestação de contas do exercício financeiro de 2020 da Prefeitura de São José da Tapera, referentes ao último ano da gestão do ex-prefeito José Antônio Cavalcante e enviados ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), viraram motivo de uma investigação por parte do órgão. Isto porque a documentação foi assinada digitalmente pelo secretário Alexandre Pereira, fato que ocorreu onze dias depois de seu falecimento. Alexandre Pereira, que respondia pelas finanças do município, morreu no dia 18 de abril, mas a assinatura digital que consta dos documentos obtidos pelo EXTRA registra data e hora em que foram assinados: dia 29, às 21h17. Fato curioso é que a própria prefeitura publicou nota de pesar pela morte do secretário nas redes sociais. “O TCE teve a informação de que o secretário assinou,

mas quem fez na realidade foi um funcionário da prefeitura [...]. O processo está na fase de tramitação e, como houve conhecimento deste caso, já foi encaminhado ao relator do mesmo”, informou o Tribunal de Contas do Estado por meio de sua assessoria. Para ficar mais claro, a assinatura digital é uma tecnologia utilizada para autenticar documentos eletrônicos, como arquivos em PDF. Esse tipo de assinatura usa chaves criptográficas de um certificado digital para identificar os signatários, proteger as informações e conferir validade jurídica. Também pode ser aplica-

UM DESSES DOCUMENTOS É O DEMONSTRATIVO DA EXECUÇÃO DAS DESPESAS POR FUNÇÃO/SUBFUNÇÃO E A EXECUÇÃO DE OBRAS DE MANUTENÇÃO NO BAIRRO DO CENTRO DA CIDADE.

da a contratos, procurações, laudos médicos, atestados e diversos documentos ou transações online. É apenas feita por uma pessoa que possua um nome de usuário e uma senha que valida todas as informações. Neste caso específico da Prefeitura de São José da Tapera, quem assinou a prestação de contas no lugar de Alexandre Pereira, além de estar com o token que pertencia a ele em mãos, também conhecia a senha utilizada pelo ex-secretário. “Além de ser falsificação de documento público também é falsidade ideológica. Isso só faz a população perceber que não dá para confiar no que foi repassado pela gestão anterior. Neste caso, o ex-prefeito é culpado por usar a assinatura digital de alguém que já morreu e o atual deve ser responsabilizado por ter encaminhado esses documentos ao Tribunal de Contas sem fazer um check list das assinaturas”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores

da Educação de São José da Tapera e autor da denúncia, José Márcio de Oliveira. Um desses documentos é o demonstrativo da execução das despesas por função/subfunção e a execução de obras de manutenção no bairro do Centro da cidade. Todos são públicos e podem ser conferidos no portal da Transparência da prefeitura. Os documentos mostram informações discriminadas sobre as despesas, saldos de restos a pagar referente aos meses de novembro e dezembro de 2020, e foram assinados pelo prefeito da época, José Antônio Cavalcante, pelo contador José Aldo Alves da Rocha, e por Alexandre Pereira. A assinatura digital dele aconteceu no dia 29 de abril de 2021 , às 23h03, onze dias após a morte dele. A outra documentação, datada de dezembro de 2020, é referente às obras de manutenção realizadas por uma empresa contratada para a manutenção de uma

praça. Além dos serviços de engenharia, a aquisição de veículo e a manutenção de um posto de saúde da cidade também estão sendo investigadas pelo TCE. O valor total destas despesas chegam a ao total de R$ 292 mil e também foram assinadas por José Antônio Cavalcante, pelo contador José Aldo Alves da Rocha, e por Alexandre Pereira. De acordo com o Art. 297 do Código Penal Brasileiro, falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro resulta em pena de reclusão, de dois a seis anos, além de multa. Ao EXTRA, o TCE informou que, caso alguma irregularidade seja identificada, o conselheiro poderá requisitar mais informações ou até mesmo abrir uma ação de improbidade administrativa contra o gestor. A reportagem tentou contato com a Prefeitura de São José da Tapera, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.


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