Edição 1187

Page 1

ENTREVISTA

Candidatos não apontam saídas para tirar Alagoas da miséria

Todos apresentam planos para Alagoas, mas nenhum deles tem proposta concreta para pôr fim ao estado de miséria permanente em que vive mais da metade da população. São ideias mirabolantes, no máximo soluções paliativas. 10 a 15

SEGUNDO TURNO TODOS UNIDOS CONTRA CUNHA

n Debate na TV Gazeta indica que candidato de Arthur Lira não terá trégua

n Tropas federais vão garantir a segurança das urnas e dos eleitores em Alagoas

n Arthur Lira, Nivaldo Albuquerque e Pedro Vilela são os parlamentares mais ricos 5

www.novoextra.com.br MACEIÓ - ALAGOAS ANO XXIII - Nº 1187 - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 - R$ 4,00 extra e Deputados federais duplicam patrimônio no atual mandato INTERINO DE CARTÓRIO SONEGA INFORMAÇÕES A HERDEIROS DE EX-TABELIÃO 16 e 17 ABSTENÇÃO E INDECISOS PODEM MUDAR RUMO DAS ELEIÇÕES BRUNO FERNANDES LIMOEIRO LUTA PELO PODER DIVIDE FAMÍLIAS E ACIRRA VELHAS RIXAS POLÍTICAS 9
8
7
REPRODUÇÃO TV GAZETA

www.novoextra.com.br

extra

Fome e miséria

1- Nesse domingo o eleitor vai es colher entre o ruim e o que não presta para governar Alagoas nos próximos quatro anos. Nenhum dos candidatos que disputam o Pa lácio dos Martírios tem um plano de governo que mereça esse nome; estão mais preocupados em ganhar a eleição, fincar raízes e se manter no poder o quanto possível.

A bomba falhou

O petardo jogado contra Paulo Dantas pelo pai, Luiz Dantas, não conse guiu detonar a candidatura do governador. Dantas se saiu bem no último debate ao conseguir desarmar a bomba que ameaçava afundar sua can didatura. Parece que a versão vendida pelo pai não obteve credibilidade junto aos eleitores.

Nos bastidores, duas perguntas que não querem calar: por que Luiz Dantas demorou tanto tempo para denunciar o filho? Quais interesses estariam por trás da decisão de enterrar a candidatura do governador?

2

- Chegamos a 2022 com mais de um terço da população vivendo em situação de miséria; mais de um milhão de alagoanos passando fome e outros tantos em estado de eterna pobreza. Diante de tama nha tragédia social o máximo que alguns candidatos prometem é criar restaurantes populares nas cidades e distribuir cestas básicas no interior.

Aliado de Lira

3

- Essa situação de pobreza permanente é resultado de uma elite burra e gananciosa que só pensa em se locupletar dos cofres públicos. Com raras e honrosas exceções, todos os candidatos a car gos eletivos e seus financiadores de campanha são responsáveis diretos pelo estado de pobreza em que vive Alagoas.

O vereador de Rio Largo, Márcio Soares Cavalcante, vulgo Bala, é aliado de Arthur Lira e figurinha carimbada nas festas promo vidas pelo pre feito Gilberto Gonçalves e sua filha Gabriela, candidata a deputada estadual. Nada de anormal não fosse o vereador presidente da CEI que investiga o prefeito GG por corrupção, lavagem de dinheiro e outras patifarias contra o dinheiro público.

4

- O estado tem uma das maiores concentrações de renda do país, com a maioria de seus 3,5 milhões de habitantes vivendo no sufoco. Dados do IBGE revelam que a renda média mensal do alagoano não chega a R$ 1.500, a segunda pior do Brasil, só perdendo para o Maranhão dos Sarney.

Cadáver insepulto

Caso Pinheiro

5-

E não espere mudança nesse quadro vergonhoso, seja qual for o vencedor das eleições deste ano. Todos os candidatos com chance de vitória integram a elite política e econômica de Alagoas responsável pelo status quo que aí está, e nada garante que mudarão de rumo.

O candidato Rodrigo Cunha voltou a usar o assassinato da deputada federal Ceci Cunha para tirar proveito político de uma tragédia familiar abominada por toda socie dade alagoana. É a enésima vez que o senador se vale do cadáver da mãe para uso político-eleitoral da chamada “Chacina da Gruta” em que o pai e outros familiares também foram brutalmente exe cutados.

6

- A diferença entre um e outro é a independência política de cada um deles, o que pode dar ao eleitor a opção de optar entre o ruim e o menos danoso. Ainda assim é uma tarefa difícil na medida em que o grosso do eleitorado alagoano está na periferia das cidades e nos grotões do interior, verdadeiros currais eleitorais cujos votos viraram moeda de troca e irão para quem pagar mais.

E não foi por acaso que Cunha voltou a explorar o drama familiar como arma de campanha. Ele mes mo cuidou de colocar o tema em debate ao provocar Paulo Dantas sobre a falta de estrutura para condenados que cumprem pena em regime semiaberto.

Foi a deixa para Cunha criticar o governo por permitir ao médico Talvane Albuquerque cumprir o resto da pena em casa. Condena do como mandante da chacina, Talvane pegou 103 anos de cadeia, obteve a progressão da pena para o regime semiaberto e cumpre o resto da sentença em casa.

Collor foi o único candidato a assumir o compromisso público de reaver toda a área dos bairros de Maceió devastados na maior tragédia urbana do país pela exploração do sal-gema. Garantiu, se eleito governador, que vai incorporar a região dos bairros ao Plano Diretor da cidade e promover a volta dos moradores que desejem retornar aos locais de onde foram expul sos pela Braskem. Será uma tarefa e tanto, talvez bem maior que o desafio de Collor se eleger governador.

Ficha limpa

Rui Palmeira foi o mais sensato dos candidatos no debate da última terça-feira, na TV Gazeta. Ele tem serviços prestados e saiu limpo de dois mandatos como prefeito de Maceió. Os pontos fracos de sua candidatura são a falta de recursos e a aliança com Antônio Albuquerque, escória da escória da política alagoana.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 20222 e
DA REDAÇÃO
COLUNA
extra e
EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580 EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 3e extra

GABRIEL

extra

MOUSINHO

Termômetro eleitoral

Afora Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, que de verá eleger pelo menos mais dois com sua sobra de votos, a disputa por uma vaga na Câmara Federal está mais acirrada do que nunca.

Nos bastidores alguns nomes têm como certa sua eleição, mas ela sempre foi uma caixinha de surpresas e somente

Misturado

Independentemente de partido, coligação ou federação, os candidatos fazem alian ças que até o diabo duvida. No interior, principalmente, velhos aliados se aliam a adversários no salve-se quem puder, além da injeção de muito dinheiro ser um recur so indispensável para o sucesso nas urnas.

Compra de votos

Todo mundo sabe e não é desconhecido para ninguém, que a compra de votos corre solta na periferia das grandes cidades, mas como acontece às escondidas, dificilmente as autoridades conseguem flagrantes desse recorrente processo de corrupção eleitoral.

Acompanhamento

Marcos Carvalho, especialista em informá tica, construiu um aplicativo onde o eleitor pode acompanhar a apuração paralela de votos contabilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral. É só acessar totalizacaopa ralela.com.br e ficar por dentro de todas as informações das apurações em tempo real.

De volta

Afastados politicamente nos últimos meses, desde quando o deputado Isnaldo Bulhões se aproximou de Baleia Rossi, ele e o senador Renan Calheiros foram vistos juntos no final da última semana, certa mente tentando apagar o fogo das denún cias de Luiz Dantas contra o filho Paulo Dantas.

Alguém por trás

O fogo amigo contra Paulo Dantas das graves denúncias feitas por seu pai, Luiz Dantas, teria vindo supostamente de al gum integrante da Assembleia Legislativa, mas, como sempre, todos se esquivam de qualquer comentário.

se saberá quem ganhou e quem perdeu quando as urnas forem apuradas. Como não se deve apontar este ou aquele que será reeleito ou quem obterá um man dato, excluindo-se aí o deputado Arthur Lira, um peso-pesado na política alagoa na como todos sabem, os outros candi datos foram esta semana para o tudo ou nada.

Normalidade

No Palácio República dos Palmares a informação é de que a agenda de Paulo Dantas foi cumprida fielmente nos últimos dias e nada abalou as andanças do governador na capital e no interior. Mas as denúncias que abalaram a cúpula palaciana, com certeza causa ram algum estrago, reflexo que as urnas irão revelar.

Muito pouco

Para ter somente 30% das intenções de voto a esta altura do campeonato, ob servadores acham que o desempenho do governador Paulo Dantas foi aquém do esperado, também pelo alto volume de campanha exercido nos últimos dias.

Alianças

Nos bastidores já se fala em composições para o segundo turno, que certamente acontecerá. Aí será casamento de jacaré com cobra d´água, tudo em nome dos interesses maiores do Estado.

Temperatura alta

O imbróglio envolvendo o governador Paulo Dantas, que foi acusado pelo seu pai de práticas nada recomendáveis, mas até agora sem provas que estão sendo investigadas pela polícia, migrou para todos os setores políticos de Alagoas.

Tiroteio

O deputado Arthur Lira, provocado por Renan Calheiros, atirou forte na última segunda-feira, quando disse que “Renan Calheiros entrou em desespero. Seu candi dato ao governo de Alagoas foi denunciado de fazer o mal feito pelo próprio pai, que acusou o filho de se envolver com gente costumada a praticar corrupção”. Lira deu o troco depois de Renan ter dito que “Não adianta Arthur Lira comprar candidatos, depoimentos, ameaçar a Justiça e querer punir pesquisas”. E cita o Ibrape como fonte.

Aperitivo

A disputa entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o senador Renan Calheiros vai mesmo se acentuar no decorrer do próximo mandato, quando ambos certamente tentarão concorrer a duas vagas no Senado.

Insosso

O debate realizado pela TV Gazeta na última terça-feira com os candidatos ao governo de Alagoas foi, como já era espera do, marcado por algumas trocas de farpas, nervosismo e sem propostas concretas para resolver os graves problemas do estado. Mesmo assim deu para entender quem tem competência para tocar a administração pública durante os próximos quatro anos.

Os alvos

Os alvos mais procurados durante o debate foram o senador Rodrigo Cunha e o gover nador Paulo Dantas. Ambos fizeram o que puderam, mas nada de excepcional sobre os questionamentos feitos.

Outro mundo

O que se vê no Guia Eleitoral é uma coisa. Na realidade, o estado é completamente outro. Na propaganda, os alagoanos vivem em um mundo de sonhos. Na prática, a situação é muito difícil.

A hora é essa

A hora da decisão chegou e os alagoanos irão escolher quem nos representará na Assembleia Legislativa, Câmara Federal, Senado, governo do Estado e Presidênciada República. É um voto de muita respon sabilidade e, se não acertar, não adianta chorar depois.

n gabrielmousinho@bol.com.br
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 20224 e

extra

ELEIÇÕES

Três deputados federais alagoanos duplicam patrimônio durante mandato

Ao menos três dos oito depu tados federais de Alagoas que tentam reeleição neste domingo (2) mais do que duplica ram seu patrimônio entre 2018 e 2022. Juntos, os três somam mais de R$ 10 milhões em bens, superando em 175% o patrimônio por eles declarado na eleição de quatro anos atrás, quando foram eleitos para a atual legislatura.

Os dados estão disponíveis na plataforma do Sistema de Divul gação de Candidaturas (https:// divulgacandcontas.tse.jus.br/ divulga/#/) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e levam em consi deração as declarações de Imposto de Renda dos anos anteriores às eleições e outros bens declarados.

CONFIRA O VALOR DO PATRIMÔNIO DECLARADO POR CADA UM DOS PARLAMENTARES

ARTHUR LIRA (PP)

O patrimônio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), mais do que dobrou nos últimos quatro anos, segundo informou o deputado em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral. Em 2018, Lira, que é agropecuarista, disse possuir um total de bens de R$ 1,7 milhão. Em sua ficha de candidato deste ano, publicada no site da Justi ça Eleitoral, a soma do patrimônio por ele declara passa de R$ 5,9 milhões, um aumento de 247,1%.

Parte dessa diferença se deve a uma casa que passou a ser declarada pelo candidato no valor de R$ 1,2 mi lhão. O segundo item de maior valor declarado pelo deputado é um depó sito em conta corrente no valor de R$ 827 mil. Além da casa, aparecem na declaração ao menos outros três “bens imóveis” que não constavam há quatro anos.

NIVALDO ALBUQUERQUE (Republicanos)

Outro agropecuarista que também conseguiu duplicar os bens em um intervalo de quatro anos foi Nivaldo Albuquerque. Em 2018 ele declarou à Justiça possuir R$ 1,7 milhão em

bens. Na ficha disponibilizada este ano o valor passou para R$ 3,6 mi lhões, representando um acréscimo de 108,4%

Grande parcela do aumento regis trado se deve ao acréscimo de um fun do de investimentos na Caixa Econô mica Federal no valor de R$ 400 mil, a aquisição de três veículos de luxo que totalizam R$ 500 mil e rendimen to anual da Câmara dos Deputados, além de um apartamento no valor de R$ 750 mil.

PEDRO VILELA (PSDB)

Pedro Vilela foi eleito como su plente em 2018 e já era considerado milionário tendo declarado R$ 2 mi lhões em bens divididos em partici pações em empresas, participação em duas fazendas e quotas de capital que somavam a maior parte dos seus bens. Em 2022, seu maior investimento foi em participação em novas fazendas, mais especificamente 17 novas, que, junto às quotas e crédito em usinas, somam a maioria do seu novo patri mônio declarado atualmente de R$ 5,4 milhões, um aumento de 262%.

SEVERINO PESSOA (MDB)

O deputado Severino Pessoa teve um aumento modesto de bens. Tendo declarado R$ 282 mil em bens, re ferente a um veículo modelo Toyota

Hilux em 2018, o parlamentar que também tenta a reeleição declarou à Justiça Eleitoral este ano patrimô nio de R$ 333 mil, um crescimento de 18,4% referente ao mesmo veículo e um adicional de R$ 88 mil de dinheiro em espécie na qual não foi especificada a origem.

TEREZA NELMA (PSD)

A deputada teve um crescimen to de 0,8% – de R$ 473 mil para R$ 477 mil – em seu patrimônio, devido principalmente ao valor em depósito de uma de suas contas correntes. Seu patrimônio tanto em 2018 quanto em 2022 é formado principalmente por três carros, sendo dois fuscas cor de rosa que utiliza em suas campanhas e outro carro modelo Uno Mille Way. Sua maior fatia se dá por conter saldo no BrasilPrev de aproximadamente R$ 315 mil, além de uma casa na Pajuça ra avaliada em R$ 100 mil.

MARX BELTRÃO (PP)

Outro que também registrou um pequeno acréscimo em seu patrimô nio foi Marx Beltrão, mas com algu mas mudanças em sua lista de bens declarados. Em 2018 o parlamentar declarou possuir R$ 1.876.000,00 em bens e este ano o valor subiu para R$ 1.878.548,00, um crescimento de 0,1% em quatro anos.

Em 2018 o parlamentar decla rou ter R$ 1,2 milhão de dinheiro em espécie fruto da venda de uma casa no condomínio Aldebaran, além de possuir uma lancha e um carro Mi tishubishi Pajero modelo 2016 no valor de R$ 211 mil, totalizando os R$ 1,8 milhão se somados outros pe quenos bens declarados. Em 2022, no entanto, o dinheiro pela venda da casa continuou rendendo, mas dessa vez, além dos mesmos itens declara dos anteriormente, foram adiciona das uma casa em construção no valor aproximado de R$ 140 mil, além de um investimento em renda fixa no va lor de R$ 2,5 mil.

PAULÃO (PT)

Paulão é o único da lista que “per deu” dinheiro nesses últimos quatro anos. O parlamentar declarou ter um de R$ 4,9 mil divididos em uma con ta corrente e uma caderneta de pou pança, além de ações da Tele Norte Leste Participações, diferentemente de 2018, quando declarou possuir um carro Nissan ano 2015 no valor de R$ 40 mil como único bem, uma redução de 87%.

ISNALDO BULHÕES JR (MDB)

Isnaldo Bulhões Jr não declarou seu patrimônio à Justiça Eleitoral em 2018 e nem em 2022.

Paulão foi o único que “perdeu” dinheiro nos últimos quatro anos entre os parlamentares Arthur Lira Tereza Nelma Nivaldo Albuquerque Marx Beltrão Pedro Vilela Paulão Severino Pessoa Isnaldo Bulhões Jr
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 5e

Evolução patrimonial dos deputados estaduais candidatos à reeleição

AA é o parlamentar que mais “perdeu” bens em quatro anos; Bruno Toledo é o que mais ganhou

Grande parte dos deputados estaduais por Alagoas vão tentar se reeleger. Segun do o site DivulgaCandContas, dos 27 deputados estaduais, 23 se candidataram para tentar mais um mandato na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Dentre os que buscam a reelei ção, o que teve o maior aumento em relação ao valor dos bens declarados à Justiça Eleitoral é o deputado Bruno Toledo (MDB), que aumentou seu patrimônio em mais de 60%. Ele passou de R$ 1.100.271,12 para R$ 3.718.591,45 em apenas quatro anos. Porém, o atual governador

de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), que se elegeu deputado estadual em 2018 e assumiu o Executi vo em abril, com a renúncia de

Renan Filho (MDB), teve um acréscimo em seu patrimônio de R$ 4.342.799,19, um aumento de 645%.

Por outro lado, quem teve a maior queda sobre os bens declarados foi o deputado do partido Republicanos Antônio Albuquerque. Ele perdeu cerca de R$ 1.300.000 em seus bens. Dos 23 deputados que querem se ree leger, apenas dois não declaram os bens, Lobão (MDB) e Breno Albuquerque (MDB).

O EXTRA fez um comparativo do patrimônio declarado pelos parlamentares em 2018 com os valores dos bens declarados por todos os que concorrem à reelei ção na Assembleia, bem como dos que se elegeram deputados há quatro anos e hoje concorrem a outros cargos e dos demais candidatos ao governo do Estado. Confira:

Antônio Albuqueerque e Bruno Toledo querem se manter na Assembleia
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 20226 e extra ELEIÇÕES

extra

ELEIÇÕES

Abstenção vira desafio entre candidatos ao governo

Medo e ameaças assombram eleitor; TRE aprovou tropas federais no interior

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

Otroca-troca de denúncias que ferve o caldeirão po lítico de Alagoas inclui um tempero indigesto: as abs tenções.

Não há como saber o tama nho da motivação do eleitor em sair de casa para votar neste domingo. Principalmente em meio às ameaças do presidente Jair Bolsonaro (PL), casos de violência política e o medo de agressões se espalhando pelo país.

O Tribunal Regional Elei toral (TRE) aprovou tropas federais para Pilar, Satuba, São Sebastião, Campo Alegre, Junqueiro, Teotônio Vilela e Matriz do Camaragibe. O Tri bunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu o porte de arma nas se ções eleitorais.

As eleições locais são as mais disputadas dos últimos anos, ao menos quando leva mos em conta as pesquisas do Ipec e Paraná Pesquisas, dois institutos nacionais.

Os partidos e os candidatos também tentam mudar a opi nião dos que pretendem votar em branco ou nulo, além da tá tica de atrair os indecisos.

Levando em conta os resul tados das eleições, no 1º turno, desde 1994 em Alagoas a taxa de abstenção é, em média, 21%. A eleição com maior quantida de de ausentes foi a de 1998, com 28,22%. O ano de 2018 foi o segundo pior em abstenções: 22,6%.

2018 representa a ascensão da extrema direita que cata pultou Bolsonaro ao poder. Nas sessões eleitorais era proibido

usar objetos ou roupas que fizessem referência ao ex-pre sidente Luiz Inácio Lula da Silva, naquela época preso. O ex-ministro da Educação Fer nando Haddad substituiu a candidatura de Lula.

Foi também o ano da facada em Bolsonaro e do uso de cai xa 2 em disparo de mensagens pelo WhatsApp, associando o PT a pautas anti-família e à implantação da ideologia de gênero nas escolas, fake news bastante eficiente e gerando temores no eleitor mais reli gioso e conservador.

1998 foi o ano da compra da emenda à reeleição do então presidente Fernando Henri que Cardoso junto ao Congres so Nacional. Foi também neste ano que 25,56 % dos alagoanos anularam o voto, um recorde.

O governador Paulo Dan tas (MDB) aproveita a estraté gia do PT nacional que investe no voto útil ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir a eleição logo no pri meiro turno.

No entorno do governador há os que acreditam na vitória de Dantas já neste domingo. Isso por causa dos indecisos e dos eleitores do ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD).

Na cabeça dos estrategistas palacianos há como reverter estes votos.

Outro público sondado são os moradores da parte baixa de Maceió, no entorno da La goa Mundaú. São pessoas que votam em Lula e no senador Fernando Collor (PTB) ao go verno.

Já o público mais bolsona rista, mais próximo de Collor, é considerado causa perdida e deve migrar para o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), avaliam os palacistas.

Rodrigo Cunha tenta es tancar o crescimento de Pau lo Dantas e quer empurrar a disputa para o segundo turno. O entorno do senador também crê em migração de votos do bolsonarismo, favorecendo sua campanha.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), aparece me nos no guia eleitoral e nas re des sociais. O prefeito de Ma ceió JHC (PSB) mostra mais o rosto na campanha e na admi nistração.

O prefeito chegou a se afas tar do cargo para se dedicar integralmente em pedir votos ao senador Rodrigo Cunha e o presidente da Câmara de Ve readores, Galba Neto (MDB),

eleitor de Paulo Dantas, as sumiu o Executivo, mas logo voltou ao Legislativo. E JHC concilia as duas agendas.

A situação de Collor é a mais delicada. As pesquisas mostram que ele lidera em re jeição, ou seja, os entrevista dos respondem que não votam no senador de jeito nenhum para o governo. Outra dificul dade é furar a bolha do bolso narismo, hoje em torno de 20% em Alagoas.

Rui Palmeira usa sua pas sagem na Prefeitura da capi tal como modelo de experiên cia e vídeos do pai Guilherme, elogiando o filho. Guilherme morreu em 2020.

ABSTENÇÕES, VOTOS NULOS E BRANCOS EM ALAGOAS

2018

Brancos- 103.344 (6,10%)

Nulos- 294.448 (17,39%)

Abstenções- 494.353 (22,60%)

2014

Brancos- 127.767 (7,92%)

Nulos- 199.638 (12,38%) Abstenções- 382.657 (19,18%)

2010

Brancos- 76.985 (4,86%) Nulos- 155.375 (9,81%) Abstenções- 449.639 (22,1%)

2006

Brancos- 68.459 (4,52%)

Nulos - 132.132 (8,73%)

Abstenções - 345.737 (18,59%)

2002

Brancos- 187.312 (7,42%)

Nulos- 407.325 (16,15%) Abstenções- 338.597 (21,16%)

1998- 1º turno

Brancos- 73.109 (7,36%)

Nulos- 253.827 (25,56%)

Abstenções- 390.465 (28,22%)

1994

Brancos- 159.922 (16,34%)

Nulos- 223.936 (22,88%)

Abstenções- 178.048 (15,36%)

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 7e

extra

Na TV Gazeta, todos contra Rodrigo Cunha

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

Odebate da TV Gazeta, na terça, 27, traçou as linhas do 2º turno e ele deve ser entre o governador Paulo Dantas (MDB) e o senador Rodrigo Cunha (União Brasil). Nas análises na cionais existe risco médio de vi rada nas eleições alagoanas, mas não neste domingo.

Dantas e Cunha programam entre si o 2º turno. O senador Fer nando Collor (PTB) e o ex-prefeito Rui Palmeira (PSD) fizeram tabe la num discurso bem mais duro contra Rodrigo Cunha e críticas mais amenas a Paulo Dantas.

Collor anunciou o ex-secretá rio de Segurança Pública Alfredo Gaspar de Mendonça como o futu ro chefe da SSP, se vencer. Hoje disputando uma vaga a deputado federal, Mendonça ficou em 2º nas

eleições à Prefeitura de Maceió em 2020, historicamente um elei tor mais resistente ao senador. As próximas horas dirão se a estraté gia funcionou. Lembrando que ele vota em Rodrigo Cunha.

No debate na TV Gazeta, Rui Palmeira, Fernando Collor e Lu ciano Almeida (PRTB) se uniram para desgastar Rodrigo Cunha.

Luciano Almeida usou até argumentos semelhantes aos de Collor sobre o uso do fundo eleito ral por Cunha, crítico desta forma de financiamento de campanhas eleitorais. Aqui e ali também citou programas do ex-governador Re nan Filho (MDB), continuados por Paulo Dantas, dando mais espaço no debate às ações do grupo que hoje comanda o Palácio República dos Palmares.

Rui e Collor talvez ensaiaram uma dobradinha que deve se con firmar mais adiante, talvez daqui

a dois anos. O ex-prefeito deve disputar o Executivo municipal enfrentando o aliado de Rodrigo, JHC (PSB). A proximidade com Collor pode vir a calhar.

Por isso, os dois puseram no debate – e direcionando a Rodri go Cunha – o uso do dinheiro do fundão e o orçamento secreto. E quem comanda o orçamento se creto é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), aliado do sena dor.

Perdeu força, ao menos no debate, o depoimento de Luiz Dantas, pai do governador, le vantando casos de corrupção na Assembleia Legislativa e direcio nando a Paulo. Rodrigo Cunha não soube explorar a gravidade destas denúncias, talvez temendo possível repercussão negativa di recionada a ele próprio.

Foi obrigado a escutar, calado e de Paulo Dantas, que ele abai

xou o nível da campanha ao colo car um problema de família nas eleições e uma declaração de fide lidade de filho para pai: “Não vou expor meu pai”. Collor revelou ter sido procurado para a campanha dele divulgar o depoimento. Negou a proposta.

Quis passar a ideia de que numa disputa eleitoral não vale tudo.

Paulo Dantas procurou desqua lificar as denúncias, sem atingir o pai e tratando o caso como assunto de família e não criminal. A estra tégia funcionou.

Rui pediu que o Rodrigo lis tasse obras trazidas a Maceió; Collor chamou Rodrigo de traidor do presidente Jair Bolsonaro (PL) por usar a onda favorável ao então candidato a presidente em 2018 para se eleger.

Sobrou para Rodrigo repetir que Paulo Dantas era “governa dor-tampão”. Lembrou que quando Rui era assessor de Renan Calhei ros no Senado, Rui passou longas férias na Austrália, regadas a di nheiro público.

Foi a única bala de prata que restou contra o ex-prefeito. Talvez temendo que o emprego público dado para a namorada fosse no vamente abordado por Collor, o senador evitou o confronto com o ex-presidente.

Destaque para Cícero Albu querque (PSOL) que acabou re petindo a estratégia usada na TV Pajuçara, mostrando que Dantas, Cunha, Collor e Rui eram aliados de longa data, rivais apenas por interesse, representando grupos políticos que há décadas estão na política local, repetindo discursos e promessas enquanto os índices sociais alagoanos continuam os piores do Brasil e sem expectativa de melhora.

Desta vez, os quatro estavam mais preparados para ouvir o pro fessor. Collor pôs-se a sorrir ao ou vir de Cícero Albuquerque sobre o tratamento ruim que era dado ao servidor público quando Collor foi prefeito de Maceió e governador.

Nervoso, o senador gritou. “Sei gritar também”, “não faço per gunta combinada nem tabelinha”, respondeu o candidato do PSOL. Collor recuou.

Agora são as urnas...

REPRODUÇÃOTV GAZETA Fábio Turci mediou debate entre Cícero Albuquerque, Luciano Almeida, Paulo Dantas, Cunha, Palmeira e Collor
Preparação para 2º turno, debate mostrou que senador não será poupado
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 20228 e
ELEIÇÕES

extra

ELEIÇÕES

Desavenças familiares agitam reta final da campanha

Em nome do poder, pai acusa filho, ex-aliados trocam farpas e ex-mulher aciona a Justiça

Paicontra filho, filhos contra pai, ex-cônjuges se digladiando. Po deria até ser presságio de sinais do fim dos tempos, mas não é. Tratase da reta final da corrida em Alagoas por um cargo nas eleições 2022 que acontecem neste domingo, 2. Se “fica rá pedra sobre pedra”, só o resultado das urnas vai dizer. A lista é grande e passa pelo pai do governador de Ala goas, pela ex-mulher do presidente da Câmara dos Deputados e até de sena dor candidato ao governo. Em nome do poder, os laços de família foram desfei tos, as estruturas abaladas.

O caso mais recente que chocou a população alagoana foi a ira apresen tada em vídeo pelo ex-deputado Luiz Dantas, pai do governador de Alagoas e candidato à reeleição Paulo Dan tas (MDB). Dantas pai apareceu na propaganda eleitoral do adversário do filho na disputa, Rodrigo Cunha (União Brasil), dizendo que Dantas filho é despreparado e aproveitou de seu nome para nomear funcionários fantasmas e por conta disso, o Dantas (pai) não queria que as pessoas de Ala goas fossem surpreendidas ou traídas como ele foi.

Quem saiu em defesa do irmão foi Bruna Dantas, que teve áudio vazado onde diz que o pai (Luiz Dantas) tenta destruir o filho governador e o chama de “egoísta e mesquinho”. Já Dantas (filho) reagiu acusando o adversário de criar a celeuma e afirmou que Rodrigo Cunha “envergonha a política”.

Além de receber do governador de Alagoas “desprezo e um processo na Justiça”, Cunha enfrenta, ainda, a fú ria da ex-esposa, Lavínia Cavalcanti, que cobra na Justiça honorários ad vocatícios no valor de R$ 1,2 milhão. A assessoria do candidato diz que, na verdade existe um questionamento em uma ação judicial. Como não bastasse, o candidato ao governo de Alagoas car rega também em seu currículo o peso de ter indicado a namorada para car go na Prefeitura de Maceió, motivo de bate-boca entre candidatos no debate.

Aliado de Rodrigo Cunha, o pre sidente da Câmara, Arthur Lira, (PP -AL) emplacou a prima Jó Pereira como candidata a vice-governadora na

chapa de Cunha. Mas o calo de Arthur é mesmo sua ex-esposa, Jullyene Cristine Lins Rocha, que chegou a acionar a jus tiça eleitoral para pedir a impugnação da candidatura de Lira na eleição. Para complicar o meio de campo, Jullyene é candidata a deputada pelo MDB dos Calheiros – maiores adversários polí ticos do filho de Biu (Benedito de Lira -prefeito da Barra de São Miguel).

FAMÍLIA UNIDA

EM NOME DO PODER

A política no estado não é feita ape nas de desavenças e quebra de laços en tre as famílias. No grupo dos unidos até na vida pública, a lista é grande e em alguns casos merece destaque por ter mais de dois membros na disputa elei toral. É o caso da família Albuquerque, lá de Limoeiro de Anadia. O patriarca Antônio Albuquerque (AA) emplacou o filho Arthur Albuquerque (Republica nos) como candidato a vice-governador na chapa de Rui Palmeira. Já o outro filho, Nivaldo Albuquerque (Republi canos) vai para reeleição na Câmara Federal e AA quer se manter no cargo de deputado estadual. Inclusive, vai disputar seu oitavo mandato. Embora hoje caminhem em lados opostos, o exgovernador Renan Filho (MDB) já teve como aliados Albuquerque e Palmeira.

A vereadora por Maceió Silvania Barbosa (MDB) disputa uma vaga na

Câmara Federal e faz casadinha com seu esposo e deputado estadual Mar cos Barbosa (Avante), que busca ree leição. Ainda em clima de harmonia familiar, aparecem o deputado esta dual Davi Davino Filho (PP) que será substituído pela mãe, Rose Davino, na disputa à ALE. Davi concorre ao cargo de senador da República e tem como carro chefe da campanha o trabalho filantrópico que a família desenvolve em Maceió. Rose, por sua vez, pode até ser desconhecida para muitos, mas trabalha nos bastidores há anos fazen do política com assistencialismo na ca pital alagoana.

Há quem diga que a dupla cor de rosa, Tereza Nelma (PSD) e Teca Nel ma (PSD) – mãe e filha – é forte na bri ga por uma das 27 cadeiras da ALE e uma das nove da Câmara Federal. Se eleita, Teca deixa a Câmara de Maceió e vai ocupar a tribuna da Casa de Ta vares Bastos. Já Tereza quer perma necer na Câmara dos Deputados. O que chama a atenção é que elas sobem no mesmo palanque do desafeto AA. Inclusive, Teca e Albuquerque bate ram boca durante ato público em Ara piraca, durante inauguração do comitê de Rui Palmeira.

E o que dizer da família Caldas, lá de Ibateguara. A médica pediatra Eudócia Caldas (PSB), que assumiu a vaga de Rodrigo Cunha no Senado, é mãe do prefeito de Maceió (João Hen

rique Caldas-JHC) e do candidato por uma vaga na Câmara dos Deputados, o médico e cirurgião João Antônio Ho landa Caldas, o doutor JAC, que agora passou a ser “Dr. JHC”. Nesse caso, não houve briga de família. Prova dis so é que o JHC prefeito pediu afasta mento do cargo sem remuneração para se dedicar à campanha eleitoral de Ro drigo Cunha e do irmão. Com política na veia, os meninos Caldas cresceram vendo a mãe prefeita em Ibateguara e o pai, João Caldas, como vereador, pre feito, deputado estadual, secretário de Estado e deputado federal.

Animado e apostando na reelei ção, o deputado estadual Bruno Toledo (MDB) tem como maior cabo eleitoral sua mãe, Lucila Toledo – prefeita de Cajueiro. O pai, Fernando Toledo, exdeputado e conselheiro aposentado do Tribunal de Contas – é peça funda mental neste jogo de xadrez.

Quem também recebe apoio do pai, o prefeito de Paripueira, Abraão Mou ra, é a deputada Cibele Moura (MDB) que vai para a reeleição. Na mesma ca minhada desponta Davi Maia (União Brasil), que conta com a força do pai, Marcelo Lima, prefeito de Quebrangu lo, em busca de se manter na ALE.

A deputada estadual Fátima Canuto vai para reeleição e recebe o reforço do filho Renato Canuto, prefei to do Pilar, que é casado com a prefeita de Atalaia, Ceci Rocha. Daniel Barbo sa busca uma vaga na Câmara Fede ral e conta com a força do pai, Luciano Barbosa, prefeito de Arapiraca.

A grande família não poderia ficar de fora. Renan Calheiros pai continua no Senado Federal e trabalha nos bas tidores para que Renan Filho vá se juntar a ele. O ex-governador de Ala goas, deixou o governo para disputar a vaga no Senado que vai ser deixada por Fernando Collor, candidato ao go verno de Alagoas.

Se formos buscar mais parentes na linha de frente, que usam o poder político para fortalecer o familiar can didato, a lista é grande. Cabe ao eleitor neste domingo 2, fazer a escolha certa, eleger os candidatos que melhor irão lhe representar. Pode até levar cola. O que não pode é vender seu voto, trocar por favores ou se deixar enganar por falsas promessas. Afinal, “todo o poder emana do povo”.

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 9e

Candidatos a governador falam de suas propostas para Alagoas

concreto de Alagoas, a gente pre cisa começar fazendo pela terra. Pelo que Alagoas tem de mais forte: a sua agricultura, especial mente a familiar. Historicamen te vem sendo abandonada. Nós vamos reestruturar a Secretaria da Agricultura, criando inclusi ve uma pasta bem específica de agricultura familiar, vamos cons truir um plano de agricultura. Construir um plano de desenvol vimento que atenda o comércio e os serviços. Precisamos também atrair indústrias que tragam de senvolvimento, que respeitem o meio ambiente, que gerem em pregos de qualidade.

Mais

de 2,3 milhões de eleitores estão aptos a votar em Alagoas neste domingo, 2 de outubro. Entre os cargos disputados está o de governador. Neste ano, sete candidatos tentam a vaga máxima do Execu tivo estadual. Para ajudar o alagoano a votar de forma cons ciente, o EXTRA questionou todos os candidatos sobre os mais variados tópicos, incluindo o polêmico Caso Pinheiro. Confira todas as respostas, que foram organizadas por ordem alfabética levando em consideração o nome de urna de cada um.

Os candidatos ao governo de Alagoas são: Bombeiro Luciano Fontes (PMB), Collor (PTB), Luciano Almeida (PRTB), Paulo Dantas (MDB) – governador que busca a reeleição –, Professor Cícero Albuquerque (PSOL), Rodrigo Cunha (União) e Rui Pal meira (PSD).

EXTRA - O que o senhor pretende fazer de concreto para Alagoas se tornar um es tado próspero?

Bombeiro Luciano Fontes - As ações para prosperidade de um Estado são planos de Estado e não de governo. As boas práticas estão aí mundo afora para serem utilizadas e de maneira análoga adaptando-as à nossa realidade. Uma coisa é certa: os olhos do go verno devem estar voltados para o interior com o mesmo foco de como olha para a capital. Não há mais espaço pra olhar para cida des-polo que nem Arapiraca, San tana, Delmiro, Penedo, Maragogi, União, Viçosa, São Miguel, entre outras como meras cidades. Ali está o futuro e equilíbrio do esta do. Manter o cidadão ali criando possibilidades educacionais, de saúde e desenvolver a própria vo cação territorial que ali já existe. Chega de êxodo para Maceió e ou tras capitais. Estamos perdendo gente inteligente, gente trabalha

dora para outros lugares.

Collor - Nosso objetivo é construir um governo com visão de futuro e olhar social. Alagoas tem 1,2 milhão de pessoas na extrema pobreza. Assumimos o compromisso de virar essa chave com uma rede de proteção social efetiva, ao lado das ações já rea lizadas pelo governo Bolsonaro. O Estado vai parar de atrapalhar quem produz e gera emprego e renda. No lugar do terrorismo fis cal, será criado um ambiente de diálogo e incentivo ao empreende dorismo.

Luciano Almeida - Iremos implantar um governo de auste ridade, cortando gastos desneces sários, investindo e dando todo o suporte à Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz) para o aperto ao cerco contra a sonega ção, permitindo um estudo para a redução da alíquota de ICMS para 16%, visando atrair novos investi mentos que gerem tributos e ge

ração de empregos. Visitaremos nos primeiros 60 dias todos os 102 municípios e constataremos a carência de cada município e suas particularidades. Incentiva remos a agricultura familiar, sem esquecer das indústrias canaviei ras e da construção civil, que são geradoras de grande número de empregos.

Paulo Dantas - Já estamos fazendo. A gestão do MDB equi librou as contas, atraiu as indús trias e empresas com incentivos fiscais estaduais e garantiu a se gurança pública para que os em presários gerassem emprego. Em 2015 Alagoas era o 5º estado mais endividado do Brasil; em 2021 já era o 11º no ranking. Com a re dução do deficit previdenciário, Alagoas se tornou o único estado do Nordeste a obter o Certificado Previdenciário Administrativo desde fevereiro de 2021.

Professor Cícero Albuquer que - Primeiro é preciso entender que Alagoas está situada numa região que é o Nordeste, com bas tante pobreza, com bastante de sigualdade social, mas também com grandes potenciais. Entender que Alagoas está situada num país como o Brasil que precisa ter um projeto nacional de desenvol vimento e que a gente não conse gue fazer por conta própria tudo. É preciso localizar e sintonizar e garantir avanços. Mas, no caso

Rodrigo Cunha - Costumo dizer que Alagoas só irá crescer se o alagoano crescer junto. Não há fórmula mágica. Para que esse crescimento ocorra, é preci so, inicialmente, vontade política e união de esforços entre Esta do, municípios e governo federal com o setor produtivo, com os trabalhadores em geral. Concre tamente, uma das primeiras me didas que tomaremos é implantar programas e ações para desburo cratizar a vida de quem quer em preender e gerar emprego e renda em todas as áreas. Faremos isso por meio da criação do Programa Cresce Alagoas, com o fortaleci mento do Programa de Desen volvimento Integrado do Estado (Prodesin) para atração de novos empreendimentos e estimulan do também a interiorização de indústrias e as contratações de jovens para o primeiro emprego.

Rui Palmeira - Como pre feito de Maceió, eleito e reeleito, mudei a realidade da nossa capi tal investindo em áreas como a saúde, educação, segurança, in fraestrutura, turismo, acessibili dade e muito mais. Para Alagoas não será diferente: irei investir, principalmente, no combate à fome, que castiga demais os ala goanos. Criaremos o programa Auxílio Alagoas para ajudar 150 mil famílias a sairem da miséria. Trabalharemos também na capa citação dos nossos jovens através de cursos técnicos profissionali zantes, afinal a educação é a cha ve para o futuro e essa é a melhor forma para o jovem sair da escola com o seu primeiro emprego e in gressar no mercado de trabalho. Vamos colocar os hospitais do Es tado para funcionar em sua plena capacidade para atender os ala goanos que mais precisam.

Bombeiro Luciano Fontes
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202210 e extra #REPOSTED INSTAGRAM LUCIANO FONTES
ELEIÇÕES/ENTREVISTA

e extra

ELEIÇÕES/ENTREVISTA

EXTRA - Visto que Alagoas foi considerado o estado onde mais se passa fome no Brasil, o que será feito em seu governo para amenizar essa situação?

Bombeiro Luciano FontesInvestir em programas de geração de trabalho e renda, de qualificação profissional, de estímulo à agricul tura familiar, de incentivo aos mi croempreendimentos, colaborando com a independência da população, no intuito de transformar a vida dessas pessoas. É preciso romper com esses antigos conceitos, romper com essas antigas fórmulas para não sermos repetidores dos mesmos índices negativos de sempre.

Collor - Sem dúvida, é difícil saber do sofrimento de 1,2 milhão de alagoanos, que não têm o que co mer, recebendo menos de R$ 80 por mês para garantir seu alimento e da própria família. As ações emer genciais, de assistencialismo, são importantes para atacar de forma rápida o problema, mas meu com promisso é adotar em Alagoas uma política sistêmica, com rede efetiva de proteção social para alcançar as famílias de extrema pobreza. Essa política social terá início com a uti lização de forma correta do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza, o Fecoep. Esse fundo foi criado para essa finalidade, e não vamos fazer caixa com ele. Já temos também o Auxílio Brasil, criado pelo governo federal, que vem fa zendo sua parte. Mas precisamos entender que o fundamental é dar oportunidades às pessoas: investir na educação de qualidade, melhorar o ensino profissionalizante para os jovens. Precisamos gerar vagas no mercado de trabalho, inserir as pes soas, qualificar. Serão várias fren tes em que iremos atuar e com isso caminhar para apoiar nossa gente e transformar Alagoas.

Luciano Almeida - Os projetos assistenciais do governo estadual serão continuados e buscaremos, junto ao governo federal, indepen dentemente do presidente eleito, programas federais de amparo e combate à fome, além de parcerias público privadas com empresas sé rias que atuem no combate à fome.

Paulo Dantas - Um dos meus primeiros atos como governador foi lançar o Pacto Contra a Fome, com a distribuição de 109 mil cestas bá sicas para famílias em situação de extrema pobreza. Também inaugu rei um restaurante popular no Tra pichão, que, junto ao já existente na parte alta de Maceió, distribuem mais de 5 mil refeições ao preço de R$ 2. Também estamos comprando a produção do agricultor familiar e

ainda temos o maior programa es tadual de transferência de renda de todo o Brasil. Vamos seguir re solvendo este problema histórico do estado.

Professor Cícero Albuquer que - Propostas de curto prazo: construção de restaurantes popu lares nos principais municípios das microrregiões do estado e em di versos bairros da capital, a fim de assegurar uma alimentação diária, a preço módico, às pessoas em si tuação de vulnerabilidade; criação dos Mercados Populares em diver sos pontos do estado, eles venderão por preços subsidiados produtos da cesta básica para a população de baixa renda; distribuição de feiras com produtos agrícolas, em parceria com produtores rurais locais. Longo prazo: utilização integral dos recur sos do Fecoep e destinação de sua maior parte para políticas de segu rança alimentar e nutricional. Tra balhar a reforma agrária, garantir terra ao povo é também combater a fome a longo prazo de forma a ga rantir a oportunidade de as pessoas terem melhores condições de vida e de trabalho. Outro ponto é garantir a continuidade dos programas de assistência e benefícios sociais para suprir carências imediatas da par cela mais carente da população.

Rodrigo Cunha - É importan te salientar que é inadmissível que, mesmo tendo um fundo específico para combate e erradicação da po breza, o Fecoep, Alagoas lidere o ranking da fome no país. Enquanto os alagoanos passam fome, há cerca de R$ 800 milhões em caixa no Fe coep, cujos recursos foram utilizados durante quase oito anos de gestão do Renan Calheiros Filho para ou tras finalidades, sem planejamento e sem foco em sua real atribuição: o combate à extrema pobreza. Vamos priorizar a utilização correta desses

recursos, elaborando o Plano Esta dual de Combate à Pobreza, para nortear as ações necessárias e efe tivas, para que o Fecoep realmente cumpra a sua função. Também man teremos e ampliaremos programas como a distribuição de cestas bási cas e criaremos um Comitê Inter setorial de Políticas Públicas, para que tudo seja feito com planejamen to e resultados. Entre outras coisas, construiremos ainda dez restauran tes populares para, em parceria com pequenos agricultores, levar à popu lação três refeições diárias ao custo de R$ 2 cada.

Rui Palmeira - Nosso estado pode combater a fome de forma mais efetiva. Nós temos um instrumento chamado Fecoep, que nos últimos três anos arrecadou R$ 800 milhões, e o atual governo só teve a capaci dade de investir metade desse valor. Esse fundo foi criado especificamen te para isso. Vamos fazer o dinheiro chegar na mão de quem mais preci sa. Com a implantação do programa Auxílio Alagoas, 150 mil famílias em situação de pobreza ou extre ma pobreza irão receber R$ 200 por mês. Não é possível que o estado com tantas mazelas sociais utilize esse dinheiro para fazer caixa. Nós vamos fazer esse dinheiro chegar, porque quem tem fome tem pressa!

EXTRA - Quais os planos que o senhor tem para a saúde do povo alagoano?

Bombeiro Luciano Fontes - Uma vez oferecendo acesso aos diversos níveis de atenção, pro porcionar uma atenção especial na prestação do serviço de saúde aos cidadãos. Melhorando a qualidade de recepção e atendimento aos usuá rios do sistema de saúde, implemen tando programas de treinamento e capacitação em parcerias com enti dades de referência.

Collor - O nosso compromisso é colocar para funcionar os hospi tais e, junto ao governo federal, credenciar as novas unidades de saúde. Em parcerias com os muni cípios, vamos ampliar e melhorar a qualidade do atendimento básico. As pessoas não vão precisar sair das cidades em busca de um aten dimento clínico. Também vamos concluir as obras de saneamento na capital e atuar em conjunto com a iniciativa privada para trans formar essa realidade no interior. Em Alagoas, 76% da população tem acesso a água potável. Do to tal, apenas 22% tem tratamento de esgoto. O saneamento básico, em regra, passa despercebido pelos governos, mas afeta drasticamente a população menos favorecida, a começar pela sua saúde. O sanea mento precisa deixar de ser o filhorejeitado das políticas públicas. É nosso objetivo trabalhar para que sejam finalizadas essas obras que são fundamentais para nosso povo.

Luciano Almeida - Aquisição de material necessário à hemodiá lise, para os hospitais do Sertão, Zona da Mata, região Norte, pos sibilitando o tratamento naque las localidades sem necessidade de deslocamentos para Arapiraca ou Maceió, escolha dos gestores da Sesau ouvindo a classe médica com experiência em saúde pública, gestão hospitalar, revisão de con tratos, judicializando aqueles que fujam da razoabilidade da tabela SUS, criação de um aplicativo que permita aos usuários do SUS se cadastrar e agendar seus exames e procedimentos, evitando filas e viagens perdidas de usuários. Rea lização de concursos públicos para médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, para lotar nos hospitais construídos, menorizando os serviços precari zados.

ASSESSORIA Fernando Collor Luciano Almeida ASSESSORIA
MACEIÓ, ALAGOAS -01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 11

e extra

ELEIÇÕES/ENTREVISTA

Paulo Dantas

Paulo Dantas - Estamos com a Maratona de Cirurgias e Exames, com mais de três mil cirurgias já realizadas. Esta foi uma das pri meiras ações e tenho o compromis so de em pouco tempo zerarmos a fila do SUS para cirurgia, causada pelo represamento gerado pela pan demia. Mas também vamos concluir as obras de três hospitais, Hospital Regional do Médio Sertão, Hospital do Idoso e Hospital Metropolitano de Arapiraca que vão se somar aos 7 já inaugurados. Vamos entregar mais três UPAs, que se juntarão às 10 que já atendem milhares de ala goanos todos os meses. Vamos tam bém construir o Hospital do Câncer e vamos inaugurar mais 80 clínicas da família. São inúmeras ações que fazem parte do maior investimen to em saúde já feito na história de Alagoas. Vou também lançar o programa Mais Médicos, com bolsa mensal de R$ 5 mil nos 2 últimos anos de faculdade, para ampliar o número de profissionais atuando no interior do estado.

Professor Cícero Albuquer que - A saúde, ela já existe, ela já funciona e a gente precisa ampliá-la e melhorá-la. A primeira coisa que eu digo é valorizar o profissional, a profissional que tá na saúde, essa é a primeira medida. Não existe ne nhuma possibilidade de serviço pú blico eficiente sem valorização das pessoas, dos profissionais. Segundo, nós precisamos melhorar, ampliar e aprimorar a rede de hospitais e a rede de atendimento que já existe e criar uma ampliação também no sentido do daquilo que é de espe cialidade. Nós precisamos ampliar interiorizando fundamentalmente serviços. Não dá pra gente conti nuar concentrando serviços na capi tal ou serviços em algumas cidades polos. é preciso fazer essa amplia ção garantindo o maior acesso e um

acesso de qualidade para o povo ala goano à saúde.

Rodrigo Cunha - Vamos efe tivar, no âmbito do SUS, a Política Estadual de Regulação, para que os alagoanos e alagoanas não precisem esperar anos em filas por uma sim ples cirurgia, e outros tantos meses por consultas e internações. Fare mos isso também com base em ações já comprovadamente eficazes, como o Corujão da Saúde e o Fila Zero. Va mos fortalecer e consolidar as redes de atenção à saúde e seremos par ceiros e apoiadores dos municípios, principalmente na estruturação da atenção básica, para reduzir a sobre carga de serviços de referência com a urgência básica.

Rui Palmeira - Nossa proposta é colocar os hospitais para funcionar com sua plena capacidade. Vamos levar especialidades médicas para o interior do estado, seja presencial, seja através da telemedicina. E esta mos propondo a criação de policlíni cas regionais, nas sete regiões do es tado, uma delas em Arapiraca, para reduzir a fila de exames e de consul tas com especialistas; isso desafo ga, por exemplo, o atendimento de emergência e a alta complexidade. Não é possível que para fazer uma simples tomografia o cidadão tenha que esperar meses.

EXTRA - Outro dado ne gativo do nosso estado é que Alagoas tem grande índice de analfabetos. O que o senhor planeja fazer para que esse nú mero diminua?

Bombeiro Luciano Fontes - O primeiro passo é garantir que não haja mais novos analfabetos, para isso é extremamente impor tante ajudar os municípios na al

fabetização das crianças na idade correta. Como vamos resolver o problema do analfabetismo se não priorizarmos a base? Uma criança que não aprende a ler e a escrever quando deveria, começará a en frentar dificuldades para acompa nhar os conteúdos e acabará desis tindo da escola. Além disso vamos unir as propostas de alfabetização das crianças e suas famílias nos 102 municípios de Alagoas e pro mover melhoria na formação de professores.

Collor - É inadmissível que nosso estado continue com dados tão negativos na educação. São 337 mil pessoas que não sabem ler nem escrever, ou seja, 17% da po pulação analfabeta. Nossa primei ra missão será fazer uma cruzada contra o analfabetismo, com uma ampla busca ativa dessas pessoas que foram esquecidas pelo poder público. O Estado precisa assumir esse problema. Tenho experiência pelos cargos públicos que ocupei –como governador e presidente da República, quando a educação foi tratada por mim como prioridade. Vamos virar esse jogo: fortalecer a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e atuar em parceria com startups, na oferta de novos ca minhos para deixar esse triste quadro no passado. Vamos colocar para funcionar e ampliar o núme ro de escolas com ensino integral. Valorizar o funcionalismo e garan tir à Educação toda a nossa aten ção. Vamos ampliar e implantar escolas cívico-militares em muni cípios alagoanos. Ano após ano, os alunos da Escola Tiradentes se destacam no Enem, o que atesta o sucesso do modelo. A transforma ção social é o nosso foco e objetivo! Vamos romper com a mesmice. O professor será peça fundamental nesse cenário de transformação na rede estadual de ensino.

Luciano Almeida - Imprimir um tratamento diferenciado em áreas de risco, nas quais existem grandes bolsões de pobreza, so bretudo com segurança pública naquelas localidades, escolha dos gestores pelo critério técnico, sem conchavos ou apadrinhamento po lítico, informatização das escolas com internet de alta velocidade e disponibilização de tablets e/ou

notebooks para os alunos, além de, igualmente à saúde, realiza ção de concursos públicos com salários dignos para os professo res, trazendo de volta ao ensino público os melhores quadros da docência.

Paulo Dantas - Este é o es tado que mais evoluiu na Educa ção em todo o Brasil. Alagoas não tinha escola em tempo integral, agora tem 100 e vamos fazer mais 50. Alagoas tinha poucos ginásios, construímos dezenas e vamos do tar 80% das escolas da rede esta dual com ginásios ou quadra de esportes em quatro anos. Quando a pandemia tirou nossos estudan tes das escolas, nós criamos, e eu fui o relator do projeto, o Cartão Escola 10, com 100 reais para mais de 100 mil estudantes, fa zendo que Alagoas tenha sido o estado que mais reduziu a evasão escolar no Brasil. Já entregamos 13 creches e, até 2024, serão 200 creches, gerando 40 mil vagas. E ainda temos o programa Criança Alfabetizada para garantir que todas as nossas crianças leiam e escrevam na idade certa. Va mos também criar um programa de combate ao analfabetismo de adultos.

Professor Cícero Albu querque - Primeiro nós vamos dar continuidade às boas políticas que já existem. Aquelas que atraí ram o aluno, que incentiva o alu no a permanecer na escola. Criar metas de alfabetização, me envol ver com o conjunto da sociedade nessa proposta. Não é um proble ma só de governo, é um problema que pede um mutirão. Em alguns lugares do mundo foram feitos mutirões para acabar com o anal fabetismo e a gente vai atuar em duas frentes, uma garantindo que a criança e que o jovem continue na escola, uma escola de qualida de. E uma das coisas que eu tenho dito e tenho destacado que pare ce uma coisa simples, uma coisa básica, mas que eu tenho dado muito valor a isso, que é a me dida de compulsar profissionais especificamente para fazerem al fabetização de jovens e adultos. Nós vamos fazer um grande movi mento e esperamos alcançar bons resultados.

REPRODUÇÃO TV GAZETA
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202212

e extra

ELEIÇÕES/ENTREVISTA

Rodrigo Cunha - Educação é a prioridade do nosso governo. E, especificamente em relação ao combate ao analfabetismo forta lecermos o Programa Estadual Alfabetização na Idade Certa, em articulação com os 102 mu nicípios; criaremos o Programa de Redução do Analfabetismo, também envolvendo os municí pios e investindo para que pro fessores alfabetizadores, assim como os gestores das escolas, realizem busca ativa junto às comunidades, com vistas a alfa betizar o maior número possível de pessoas. Nosso programa de governo também prevê a conso lidação da Política Estadual de Educação, com ações e medidas específicas voltadas para neces sidades e demandas de diferen tes grupos, a exemplo das moda lidades da Educação Especial e Educação do Campo.

Rui Palmeira - Quando fui prefeito de Maceió, fomos a capi tal que mais avançou no Ideb em todo Brasil. Precisamos fazer o mesmo à frente do governo para os municípios de maneira geral avançaram nos últimos anos. É preciso que o Estado avance fo cando na educação técnica pro fissionalizante e montar uma equipe competente, preparada e responsável para gerir uma se cretaria tão importante quanto a da educação estadual.

EXTRA - Mesmo com o avanço na segurança no estado, o que mais pode ser fei to para melhorar os indica dores em Alagoas?

Bombeiro Luciano Fontes - É necessário combater a ori gem da violência. Não é somente fogo com fogo, é ir no cerne da questão, na base dos problemas. A mudança iniciará dando voz à sociedade, com participação efetiva dessa nos processos e tomadas de decisão. A integra ção entre as agências federais, estaduais e municipais, além do apoio e determinação dos ser vidores para que, com base nos pilares da eficiência exerçam seu papel de cuidador dos nossos bons resultados na estratégia de gestão, além de acrescentar po líticas de prevenção, repreensão qualificada, inteligência inova dora de atendimento ao alagoa

no e reincluir na sociedade o infrator, não nos entregarmos às reações aos crime nas ruas sem trazer a sociedade ao enga jamento da luta. Todos juntos chegaremos ao objetivo (setor privado e entidades de assistên cia social), além das forças de segurança.

Collor - A primeira medida que vou adotar, ao assumir o governo, será revogar o absur do desconto previdenciário que penaliza os policiais militares, bombeiros da reserva, além dos pensionistas. Depois de tantos anos de luta para defender as nossas famílias, contribuindo ao longo desses anos, eles não devem ser sacrificados com esse desconto altíssimo. As corpora ções terão autonomia para dis cutir as mudanças necessárias para a melhoria da segurança, assim como teremos o diálogo permanente para a construção de uma política eficaz. Apesar das propagandas do governo afirmarem que os índices de cri minalidades estão diminuindo, o que se vê nas ruas é o contrário. Até agosto deste ano, por exem plo, foram registrados no estado 40 pessoas vítimas de lincha mento. Isso é um reflexo da rea ção do povo que ao presenciar um crime, toma para si a justi ça, o que não é correto. Vamos colocar policiais nas ruas, con vocar os aprovados em concur sos públicos, a exemplo dos ap tos de 2017, fortalecer a política de valorização dos profissionais da segurança, reformar o Quar tel da Polícia Militar, construir novas subunidades do Corpo de Bombeiros no interior. Com

milhares de inquéritos parados, uma das nossas primeiras me didas será a de criar uma forçatarefa para zerar esse universo de investigações pendentes.

Luciano Almeida - Valori zação e capacitação do policial militar, civil, melhoria e am pliação do sistema integrado de inteligência, uso de câme ras nas fardas dos policiais, e, sobretudo, tolerância zero com a criminalidade. Também cria remos delegacias regionais de defesa das minorias, aí com preendidas as mulheres, idoso, crianças e comunidade LGBT QIAP+, funcionando 24 horas por dia, e concurso para delega dos e escrivães de polícia.

Paulo Dantas - Nós cons truímos 47 Centros Integrados de Segurança Pública, fizemos investimentos em equipamen tos, viaturas e no grupamento aéreo. Quando a gestão do MDB começou, éramos o estado mais violento do Brasil e tínhamos a quinta capital mais violenta do mundo. Hoje esta realidade mudou. Já em nossa gestão, nós tivemos o agosto menos violento da série histórica de 10 anos, com zero feminicídio.É um trabalho sério que vai se seguir. Está no nosso programa construir a nova sede do Bope, implantar o sistema de câmeras acopladas aos uniformes dos policiais militares e ampliar o Ronda no Bairro para ele che gar em Arapiraca, Rio Largo e Tabuleiro.

Professor Cícero Albu querque - Penso em humani zar a prática das polícias. Penso

que é fundamental termos mais polícia, ter policial incentivado e valorizado. Também é preci so ter uma boa infraestrutura. É preciso também fazer for mação. O agente de segurança tem que trazer paz e respeito ao cidadão. Afinal de contas, é o cidadão alagoano quem paga todo o corpo de segurança para defender o povo e valorizar a vida.

Rodrigo Cunha - Conta mos com a participação fun damental do ex-secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar, na elaboração das pro postas do nosso plano de gover no para a segurança. Criaremos patrulhas específicas para for talecer o policiamento em de terminadas áreas, a exemplo da Patrulha Rural, investiremos fortemente no enfrentamento à violência contra a mulher, com a ampliação da Patrulha Maria da Penha e criação de delega cias 24h, ampliaremos o video monitoramento, realizaremos a abertura em tempo integral das Delegacias Regionais e in tensificaremos as operações integradas, preventivas e re pressivas, sem perder o foco na valorização dos que integram a Segurança Pública de Alagoas e o priorizando o atendimento ao cidadão.

Rui Palmeira - Primeiro, a gente precisa despolitizar as polícias, precisamos traba lhar com os melhores de forma técnica, de forma integrada e utilizar a tecnologia para que a gente tenha melhores resul tados tanto na Polícia Militar, quanto na Polícia Civil. Tam bém é compromisso nosso: De legacia da Mulher tem que fun cionar de domingo a domingo e 24 horas e o efetivo precisa ser de mulheres - não dá para a mulher que sofre violência ser atendida por um homem numa delegacia, isso é outra violência. Além disso, todas as regiões precisam ter uma de legacia da mulher, equipada e pronta para acolher as mulhe res violentadas. A gente tam bém vai fazer a contratação de policiais temporários para a área administrativa, colocando os policiais efetivos concursa dos nas ruas porque tem muita gente que hoje faz serviço bu rocrático e poderia estar auxi liando na segurança da popula ção alagoana.

Professor Cícero Albuquerque REPRODUÇÃO TV GAZETA
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 13

extra

ELEIÇÕES/ENTREVISTA

CASO PINHEIRO

EXTRA - Quanto à Braskem, o senhor vai agir para retirar a fábrica da petroquímica de den tro da cidade de Maceió?

Bombeiro Luciano Fontes - Em essência me proponho a es perar a finalização do processo que inclusive se encontra em fase preli minar. A empresa petroquímica não assumiu a culpa pelo afundamento dos bairros, a decisão é que todos os argumentos de defesa apresen tados pelas entidades da Braskem vem sendo acompanhado pelo poder Judiciário. Em contrapartida a em presa Braskem gera mais de 600 em pregos diretos e 2 mil indiretos com duas operações em Maceió e Mare chal Deodoro, liderando a cadeia da indústria plástico-química na re gião. Então nesse sentido a empresa Braskem tem sua importância para o estado.

Collor - Acredito que é possível, sim, o desenvolvimento econômico do nosso estado com sustentabilida de. Os órgãos de controle podem de sempenhar seu papel dentro do que a legislação dispõe.

Luciano Almeida - Desde que a Braskem respeitasse o meio ambien te e os cidadãos, não vejo problema de a sede da petroquímica continuar no Pontal da Barra.

Paulo Dantas - Nós estamos com nossa equipe estudando a me lhor solução para a situação da Braskem. Em primeiro lugar, quero deixar claro que a unidade de clorosoda da Braskem, envolvida na tra gédia do Pinheiro, não tem incentivo do governo do Estado. Nem faria sentido receber qualquer incentivo fiscal depois de tudo o que aconte ceu. Mas essa não é a única planta industrial da Braskem em Alagoas. A empresa tem uma outra unidade no estado, em Marechal Deodoro, responsável pela produção de PVC. E essa planta de PVC em Marechal recebe incentivo, pois ela gera uma cadeia produtiva de mais de cem empresas do setor químico e de plás tico. Ou seja, é uma unidade impor tantíssima para geração de emprego e renda no estado, o que justifica a concessão do incentivo fiscal.

Professor Cícero Albuquer que - É preciso ver as medidas jurí dicas cabíveis para pensar uma pro posta como essa. Todos nós sabemos

do mal que a Braskem fez a Maceió. A desvalorização que Maceió sofre, o impacto negativo do ponto de vista ambiental, do ponto de vista social, humano, psicológico, é uma coisa que talvez a gente não consiga reverter. Assim garanto que nós não temos, nós não teremos, um governo nosso não terá tolerância à permanência e com o mal que a Braskem tem feito. Como será feito, aí é preciso construir uma saída, repito, jurídica, que seja susten tada, não será nada feito fora da lei, mas tudo que for possível fazer dentro da lei para punir, para corrigir, para evitar novos problemas causados pela Braskem nós faremos.

Rodrigo Cunha - Não podemos propor soluções mágicas, tomadas de arroubo, de forma irresponsável. Precisamos agir com sensatez e parci mônia. É uma decisão complexa, que envolve milhares de trabalhadores, empregos e todo um parque industrial instalado no estado, onde há empre sas que se relacionam com esse pro duto. Então, nenhum governador res ponsável pode tomar uma medida por impulso, sem estudo técnico. Claro que a atividade de mineração precisa, acima de tudo, respeitar o meio am biente, a vida das comunidades e ser feita de forma segura e responsável. Ao mesmo tempo que atuaremos com responsabilidade, o interesse públi co e da sociedade serão colocados em primeiro lugar, sempre acima do inte resse privado. Precisamos garantir se

gurança e respeito para nossa gente. Por isso, vamos ouvir especialistas e agir dentro da lei, sempre em defesa da população, colocando nosso povo em primeiro lugar.

Rui Palmeira - Essa foi, sem dúvida, a maior tragédia ambiental da história desse país. Enquanto prefeito, procurei minimizar a tra gédia. Nós isentamos a população do pagamento dos tributos munici pais. Nós colocamos a Defesa Civil para dentro do bairro do Pinheiro e começamos a monitorar as ativi dades naquele bairro. Nós fomos buscar os especialistas em sismolo gia na Universidade do Rio Grande do Norte e depois em Brasília. Os estudiosos descobriram que a cau sadora da tragédia era a Braskem. Essa tragédia começou a acontecer de forma silenciosa há quase 40 anos e o que eu não consigo en tender é como uma empresa como a Braskem, ainda hoje, tem incen tivos fiscais do governo do Estado. Nosso plano é acabar com esses incentivos. Isso é um compromisso meu, quando eu assumir o gover no. A partir de janeiro nós vamos cassar todo e qualquer incentivo fiscal da empresa Braskem porque o dano que ela causou a milhares de famílias alagoanas, o dano que ela causou à cidade de Maceió, é imen surável.

EXTRA - Que medidas con

cretas o senhor vai tomar para que a Braskem restitua os estima dos R$ 15 bilhões em prejuízos ma teriais e imateriais que ela provo cou a Maceió e Alagoas?

Bombeiro Luciano FontesNão podemos aceitar que um dos pio res crimes socioambientais da história do Brasil, responsável pela destruição de 4 bairros de Maceió e pela remoção de 55 mil pessoas de suas casas fique impune. No entanto será necessário acompanhar com o poder Judiciário o devido processo legal, sendo uma alternativa célere para a compen sação financeira das que moravam nos bairros, como os comerciantes da região. Além disso, prevê que os mo radores que não quiserem aceitar a proposta de compensação financeira possam recorrer ao Judiciário brasi leiro para determinar o valor. Diante desse contexto atuar de forma enfáti ca no acompanhamento dos processos, apoiando as famílias diante das de mandas processuais.

Collor - Quanto à Braskem, va mos dar total apoio às famílias que foram desalojadas, perderam suas moradias. Temos a obrigação, como Estado, de dar a eles uma resposta concreta. Para isso, precisamos tra balhar num plano diretor, numa ação conjunta de intervenção do governo e prefeitura. É preciso reparar todos es ses danos causados financeiramente a todos.

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202214 e
AFRÂNIO BASTOS

extra

ELEIÇÕES/ENTREVISTA

Luciano Almeida - Já tra tei desse tema em minhas redes sociais, irei me utilizar do pre conizado no artigo 225 da Cons tituição Federal, não renovando a licença ambiental da Braskem até que o meio ambiente das áreas seja corretamente resta belecido, além de restarem de monstradas todas as indeniza ções de moradores e lojistas das regiões atingidas. Não é aceitá vel que uma empresa que, em maio deste ano, distribuiu R$ 1,35 bilhão em dividendos aos seus acionistas, não cumpra com todas, absolutamente todas as indenizações das pessoas fí sicas e jurídicas atingidas. Para isso acionaremos judicialmente visando o bloqueio de valores da empresa, aliada à não liberação de licença ambiental de funcio namento.

Paulo Dantas - O governo do Estado tem um excelente grupo de procuradores que es tão trabalhando para que tudo seja resolvido no menor tempo possível. Antes de mais nada, é preciso que se diga que o gover no de Alagoas nunca se omitiu em relação à tragédia que se abateu sobre os bairros do Pi nheiro, Bebedouro e Mutange. Muito pelo contrário: o governo fez e continua fazendo tudo que está a seu alcance para garantir o ressarcimento integral dos da nos ambientais, patrimoniais, sociais e morais causados pela Braskem aos moradores, ao meio ambiente e ao Estado nes sa região de Maceió. Ainda em 2019, o governo do Estado, por meio da Procuradoria Geral do Estado, entrou com uma ação na Justiça para impedir a ven da da Braskem, como chegou a ser anunciado no mercado, antes que as famílias afetadas fossem totalmente indenizadas. Sim, porque a Braskem não poderia ser vendida de forma segmentada, deixando de lado a operação de Alagoas, respon sável pela reposição dos danos ambientais, sociais e materiais. Como a Braskem está cumprin do suas obrigações, com base nos acordos assinados em ja neiro de 2021, e por ter decidido permanecer em Alagoas, a PGE

desistiu dessa ação. Porque o ob jetivo maior da ação era impedir que a Braskem saísse do estado sem pagar o que ela deve. Então nós evitamos isso. Em nosso pla no de governo incluímos a elabo ração de um projeto para criação do bairro planejado do Pinheiro, no local do Aeroclube, com cerca de 16 mil apartamentos de apro ximadamente 60m², em prédios de 7 pavimentos. A construção também prevê áreas para equi pamentos públicos e parque pú blico.

Professor Cícero Albu querque - Haverá um empenho direto do governador junto aà Justiça porque essas medidas passam por decisões judiciais. E mobilização do governador para que isso ocorra. E te digo mais que esse cálculo de R$ 15 bilhões é um cálculo que não tem a de vida dimensão porque, além das questões materiais como você bem diz, de questões de valores, há um patrimônio imaterial que está prejudicado. É um cálculo difícil de estabelecer, mas um cálculo que precisa ser redimen

sionado. um mal que a Braskem causou ao povo de Alagoas, ao povo de Maceió e ao meio am biente. É um mal incalculável. E aí nós vamos buscar tudo que a gente puder buscar para mi norar o sofrimento e minorar o impacto desses males causados pelas pela Braskem.

Rodrigo Cunha - O acordo com os moradores foi um passo, mas não foi suficiente. Precisa mos avançar em busca de mais compensações para a socieda de alagoana, uma vez que uma quantidade imensa de pessoas foi afetada, assim como houve danos para a municipalidade, para o Estado, para empreen dedores e empresários da região e, naturalmente, para os mora dores. Lamento que as atuações do ex-governador Renan Filho e do ex-prefeito Rui Palmeira neste caso deixaram muitíssi mo a desejar, com a Prefeitura de Maceió e o governo estadual praticamente se omitindo e abandonando a população. As atuações do tampão Paulo Dan tas e de Fernando Collor nesta

questão foram, simplesmente, nulas. Importante destacar que a causa em defesa das comuni dades do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto sempre esteve entre nossos focos de atuação em Brasília e em Ala goas, inclusive com a realização de audiências públicas, a mobi lização de autoridades nacionais como a Defesa Civil Nacional e a CPRM e a cobrança por ações efetivas da Braskem, além de di versas outras iniciativas. O que não podemos é propor soluções sem embasamento técnico e sem estudos prévios, como me parece ser a proposta abrupta de retirar incentivos feita pelo Rui Palmei ra.

Rui Palmeira - A tragédia da Braskem, que vitimou milha res de maceioenses, já está com processo que corre na Justiça. A nossa gestão esteve e estará ao lado das famílias afetadas por essa tragédia. Não fiz politica gem sobre esse tema, nem apro veitei eleitoralmente, e vou con tinuar com esta mesma atitude, de respeito e de coerência.

Rui Palmeira Rodrigo Cunha
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 15e
REPRODUÇÃO TV GAZETAASSESSORIA

Tabelião interino oculta da família de Waldomiro Oliveira bens procurados

Herdeiros querem saber quem realmente comanda cartório que foi administrado pela família por 53 anos

sallesiaramos18@gmal.com

Afamília de Waldomiro Oli veira Silva, que respondeu pelo Cartório do Único Ofí cio de Limoeiro de Anadia por 53 anos, está indignada com o trata mento que vem recebendo por par te do atual tabelião interino Ro siber Oliveira de Melo Júnior. De acordo com os herdeiros, Rosiber tem se negado a atender ao pedido de busca do patrimônio de Waldo miro, extrapolando todos os prazos determinados pala normas carto rárias do Brasil. Diante da irres ponsabilidade, eles questionam de quem o interino recebe ordens, está agindo em nome de quem, quem é o interesse de dificultar a busca e por que o interino vem se recusando a atender a demanda.

Segundo os herdeiros do extabelião, ele sempre foi vítima de perseguição de políticos da cidade que queriam tomar o seu cartório a qualquer custo. Em junho de 2021 Waldomiro foi afastado “de forma truculenta por homens que chega ram dizendo ser os novos tabeliães, ordenando que ele saísse imediata mente do cartório se não quisesse sair preso”. Com 79 anos de idade e uma vida inteira dedicada aos ser viços cartoriais e pautada na ética, Waldomiro faleceu em janeiro de 2022. “Ele adoeceu a partir daí e seis meses depois, morreu”, lamen tou a cunhada, Ruth Falcão Olivei ra e Silva.

De acordo com Ruth, o cunhado foi expulso sem receber qualquer

aviso prévio. “Simplesmente che garam três pessoas no cartório, ti raram ele de lá, trocaram fechadu ras e ainda ameaçaram de chamar a polícia”, criticou Ruth. Como se não bastasse tamanha malvadeza, ainda teve o agravante de ser en xotado do prédio que lhe pertencia. “Pasmem, o que é mais grave: foi expulso de sua própria proprieda de”, acrescentou.

Outro questionamento por par te da família é que, pela norma legal, em caso de morte, aposenta doria ou qualquer tipo de afasta mento do titular, o substituto mais antigo assumirá o serviço do cartó rio até realização de concurso pú blico para preenchimento da vaga. Em Limoeiro a decisão foi contra riada e quem assumiu foi Rosiber, que “não caiu de paraquedas, mas chegou rodeado de mistérios”.

“O que está acontecendo no cartório de Limoeiro de Anadia não existe. Eles tomaram o cartó rio de Waldomiro, que foi dono por 53 anos, sem qualquer explicação”, diz a cunhada.

FALTOU CARIMBO

Segundo os herdeiros, as irre gularidades cometidas pelo novo tabelião interino não têm limites. Desapontado pela perversidade que sofreu e sem forças para con testar na Justiça, Waldomiro re solveu pedir busca de seus bens. Para surpresa do ex-dono do car tório, o pedido foi ignorado pelo atual responsável pelos serviços cartoriais. Morreu e não viu sua solicitação ser atendida. A 1º de

fevereiro de 2022 foi feito outro pe dido de busca no referido cartório, desta vez por parte dos familiares que, embora saibam com detalhes de todos os bens em nome de Wal domiro, querem ter em mãos os do cumentos oficiais. A cena se repetiu e Rosiber, mais uma vez, fez vistas grossas. Diante da insistência, en tregou um pedido parcial dos bens em um pedaço de papel sem timbre da Justiça, sem selo, sem carimbo e sem assinatura do tabelião. “Isso já configura crime contra a Justi ça”, indicou o familiar. Diante de tamanha falta de profissionalismo, foi feito novo pedido de busca e há nove meses a família espera pelo resultado.

Dada a demora, os herdeiros foram ao cartório para fazer um requerimento formal, pedindo que Rosiber desse ciência que estavam pedindo outra vez aquelas buscas. Ele se negou a assinar o documento e se trancou em uma sala para fa lar ao telefone de portas fechadas. Mas diante da insistência dos fami liares de Waldomiro, ele assinou, mas o pedido feito dia 13 de julho de 2022 ainda não teve a demanda atendida.

E o que dizer de uma casa em frente a sede da Prefeitura com obra inacabada que pertence a Waldomiro e sumiu da lista de pa trimônio. A família também quer saber onde foi parar o documento deste imóvel.

Vale ressaltar que Rosiber Oli veira no pouco tempo que está à frente do cartório de Limoeiro de Anadia já foi punido pela Correge doria Geral de Justiça, na qual os herdeiros confiam para resolver de vez o impasse. E assim a família de Waldomiro continua a questionar: “Quem está por trás do tabelião Ro siber Oliveira de Melo Junior?”

Rosiber Junior tem dificultado entrega dos documentos

Segundo os herdeiros, as irregularidades metidas pelo novo tabelião interino não limites. Desapontado pela perversidade sofreu e sem forças para contestar na ça, Waldomiro resolveu pedir busca de bens. Para surpresa do ex-dono do cartório, o pedido foi ignorado pelo atual responsável pelos serviços cartoriais. Morreu e não sua solicitação ser atendida.

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202216 e extra LIMOEIRO DE ANADIA

dos documentos

irregularidades cotabelião interino não têm perversidade que contestar na Justi pedir busca de seus ex-dono do cartório, atual responsável Morreu e não viu atendida.

extra

Recibo do pedido feito em dezembro de 2021 Requerimento de julho de 2022 Resultado incompleto da busca Recibo do pedido de fevereiro de 2022 Certidão do pedido de dezembro de 2021 Pedido sobre imóvel em frente à prefeitura
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 17e

extra

EDUCAÇÃO UNIÃO DOS PALMARES PROMOVE SALTO QUALITATIVO NA EDUCAÇÃO E É 6º LUGAR

NO IDEB EM ALAGOAS

Município investe em infraestrutura e valorização humana para superar desafios impostos pela pandemia e manter qualidade do ensino público

Obom desempenho da educação no município de União dos Palmares foi atestado pelo Ideb, o principal indicador da qualidade do ensino básico no Brasil. Numa escala de 0 a 10, o município passou a ocupar, em 2021, a 6ª posição em Alagoas com a nota geral 7,2, um salto gigantesco diante de inúmeros desafios impostos pela pandemia. Já em 2019, a rede municipal de ensino de União dos Palmares chegou a ocupar o 9º lugar na lista do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, sendo premiado pela Undime Alagoas pelo resultado satisfatório em gestão da aprendizagem.

O prefeito Areski Freitas (Kil) atribui o resultado do Ideb ao empenho dos profissionais da área para manter crianças e jovens em sala de aula e com metodologia pedagógica eficiente, além dos investimentos realizados em infraestrutura e valorização humana. União dos Palmares já esteve em 36º lugar no Ideb em Alagoas. Agora, com a nota 7,2 conquistada em 2021, o município fica acima da meta nacional (6,0) e num patamar educacional correspondente ao de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como Estados Unidos e Inglaterra, segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Educacional Anísio Teixeira (Inep).

O Ideb informa que a taxa de aprovação 2021 dos alunos do 1º ao 5º ano da educação básica chegou a 99,4 em União dos Palmares. As duas escolas com resultados

mais significativos no município foram a José Medeiros, com nota 8,5 nos anos iniciais, e a Edvar de Souza, com 6,9 nos anos finais. A primeira escola fica na zona rural da cidade, o que reflete o comprometimento com a qualidade do ensino em todo o município.

“Alcançar esse resultado parte, primeiramente, de uma gestão comprometida com o aprendizado. Nossa equipe técnica é formada por profissionais que estão diariamente em contato com as escolas, realizando atendimentos individualizados para entender as necessidades de cada unidade escolar e poder oferecer soluções práticas aos gestores escolares, coordenadores e professores”, informa o prefeito.

“Nosso comprometimento com o ensino começa ainda na Educação Infantil, com formações periódicas para que nossos profissionais consigam desenvolver todo o potencial dos alunos através de atividades que estimulem o crescimento saudável ainda na primeira infância”, completa.

A Secretaria Municipal de Educação também desenvolve um trabalho forte com alunos com deficiência para promover a inclusão intelectual e física.

Criado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Educacional Anísio Teixeira (Inep) em 2007, o Ideb

sintetiza em um único indicador dois conceitos importantes para aferir a qualidade do ensino no país: fluxo, que representa a taxa de aprovação dos alunos e aprendizado, que corresponde ao resultado dos estudantes no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica).

Com o Ideb, ampliam-se as possibilidades de mobilização da sociedade em favor da educação, uma vez que o índice é comparável nacionalmente. O Ideb também é importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a educação básica.

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202218 e
e extraMACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 19

extra

Respostas lamentáveis para um grave problema

eu”? E até nisso erraram bisonha mente: suas promessas, juntas, não atenderiam sequer 10% das necessidades dos 1,3 milhão de esfomeados e das 60% pessoas pobres que foram “plantadas” em Alagoas para, a cada eleição, polí ticos colherem votos.

tar. E aí tergiversam fazendo a todos de bobos.

ELIAS

FRAGOSO

Neste domingo o eleitor vai estar – parte contrariada – sufragando nomes para o segundo turno nas eleições de governador de Alagoas nesta la mentável campanha. Pelo baixo nível dos debates, as mentiras assacadas contra o eleitor, as lorotas vistas e ouvidas nos pro gramas de TV e rádio e ao vivo pelos candidatos, a falta de pro postas concretas para tirar Ala goas do estágio de super subde senvolvimento em que foi metida por seus gestores.

Ao invés disso, partiram para as famigeradas promessas do “quem dá mais esmolas que

Nessa edição, o EXTRA traz importante matéria com os can didatos a governador sobre os problemas causados em Maceió e a Alagoas pela exploração do salgema. Uma ótima oportunidade para eles afinal se posicionarem sobre o tema para alagoanos e ma ceioenses em particular. O que vi mos? Perguntado quanto à reloca lização da indústria da Braskem de Maceió – onde ameaça centena de milhares de cidadãos – para local seguro em Alagoas, um can didato teve o desplante de afirmar que é pra ficar lá mesmo, outros três tergiversaram e apenas um foi direto sobre a necessidade de retirar a indústria daquele lugar.

Lamentável!

Visão medíocre e covarde so bre tema que afeta a vida de cen tena de milhares de moradores da capital há 50 anos e que políticos e autoridades – muito estranha mente – evitam abordar, enfren

Quando perguntados sobre a destruição da região noroeste da cidade pela Braskem, e se e como, eles iriam cobrar os mui tos bilhões devidos a Maceió e Alagoas pelo mega desastre – o maior do mundo em sua catego ria – vez que há quatro anos e meio a anomia sobre esse tema é geral, os senhores que leram a matéria perceberam o “toque” malicioso das frases feitas bom básticas de algumas respostas, mas de zero possibilidade de se rem implementadas...

Outras respostas seriam ri síveis, não fosse o trágico que en volve o tema, mostrando o alhea mento de quase todos em relação ao que está se passando com as pessoas afetadas, com a cidade vilipendiada e o Estado frauda do. O raso padrão de respostas mostrou isso. O lero enganador de sempre, como se os alagoanos fossem idiotas e eterna massa de manobra.

O espaço não dá. Voltaremos ao tema no segundo turno. Os candidatos que lograrem ir para essa etapa precisam dizer o que vão fazer para resolver essa sa

fadeza, sem tentativas escrotas de enganar os alagoanos com meias verdades rasas e obtusas sobre o tema.

Agora, e de novo, a socie dade quer respostas: por que a Braskem que emprega apenas 0,14% da força de trabalho em Alagoas, recebe, sim, incentivos fiscais, nada ou quase nada paga de impostos ao estado. represen ta menos de 0,8% do PIB alagoa no – um pibinho de nada, um dos menores do país – que em 17 anos do seu “reinado”(entre 2002 e 2017) viu Alagoas reduzir em 46% seu PIB e em 66% a ren da per capita média das famílias – desmoralizando o seu discurso e dos políticos de que ela seria o “esteio” (sic) do desenvolvimento do estado¹? Não é, nunca foi ou será, mantido seu atual modelo predador. Por que então essa de fesa da empresa em detrimento de Maceió? De Alagoas?

¹ Os dados se encontram no li vro Rasgando a Cortina de Silêncios, lançado recentemente, que contem pla soluções urbanísticas de ponta para as duas áreas (pontal e região Noroeste). Propostas do tipo ganhaganha. Os candidatos poderiam dar uma olhada...

Nessa edição, o EXTRA traz importante matéria com os candidatos a governa dor sobre os problemas causados em Maceió e a Alagoas pela exploração do sal-gema. Uma ótima oportunidade para eles afinal se posicionarem sobre o tema para alagoa nos e maceioe nses em parti cular.

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202220 e

Ana do Espanador, o melhor voto

VIEIRA CLÁUDIO

Háalgo mais chato e ma çante do que propaganda eleitoral? Seja no rádio, na televisão, em carro de som ou outros meios, é sempre de cepcionante ouvir os candida tos. Até irritante, porque além de você ter o seu programa favo rito interrompido, ou suportar a perturbação sonora dos micro fones, você sabe que o sujeitocandidato está gastando o nosso dinheiro para nada. Como mui

tas coisas neste Brasil que são criadas com aparentes boas in tenções, em geral são feitas com segundas intenções, quando se trata de política são ludíbrios desde o início. A propaganda eleitoral gratuita só é graciosa para o candidato, porque o povo está sendo espoliado com o des perdício de recursos do erário.

Disse que são criadas com boas intenções. No caso, serviria para a divulgação de programas de trabalho e de governo, além de prestação de contas daque les que tentam a reeleição. Não é isso que vemos, via de regra, pois os candidatos dedicam-se mais a digladiarem-se, difama rem os concorrentes ao mesmo tempo em que cantam loas a si próprios. Apresentam-se, como já referi na crônica anterior, cândidos candidatos.

Piores são os debates. Cré dulos, detemo-nos frente à televisão para assistirmos os candidatos apresentarem suas

Vamos escolher bem

sacrificam os servidores públicos estaduais. Pensem bem.

Apareceu o Paulo Dantas, filho de família política de Bata lha. Foi deputado estadual, inte grou a Mesa Diretora da Casa de Tavares Bastos. Promete conti nuar o trabalho de Renan Filho. Não o conheço pessoalmente, pois os assessores blindam o can didato. Mas quero crer que fará uma boa gestão e me arriscaria dizer que será bom para nossa categoria e para o Estado.

propostas, o que nos orientaria o voto. Pura perda de tempo, infelizmente mais uma vez. O mais das vezes você presencia o debate indeciso quando ao candidato, e termina decepcio nado.

Há candidatos de todos os nomes e apelidos, sendo essa a única delícia de quem as siste ao desfile de pleiteantes. Muitas vezes a nossa imagi nação corre solta. No passado, tivemos um candidato a pre sidente, por sinal vencedor, conhecido como o Homem da Vassoura. O seu símbolo era a própria, e se dispunha a distri buir vassouradas a torto e a di reito, varrendo a corrupção e, via de consequência, os maus políticos, que não eram poucos e ainda são muitos no cenário nacional. Lembrando-me dis so, e constatando que as caras dos pleiteantes a cargos públi cos são, via de regra, enodoa das, a máscara do momento

disfarçando o cinismo, pensei que se houvesse ainda tempo teria lançado candidata uma amiga. Atribuir-lhe-ia o nome, bem consente com a sua profis são: Ana do Espanador.

D. Ana faz a limpeza se manal lá em casa. É pessoa simples, de bom caráter, e bem antenada com as coisas de po lítica, claro que sem qualquer rebuscamento científico. É profissional primorosa no seu mister, deixando a nossa casa brilhando de limpa, até os lus tres e cristais. Ao par disso, é severa crítica da política como é feita por nossos representan tes e candidatos. Tem uma in tuição acentuada pera detectar os mentirosos e enganadores. É interessante ouvir-lhe os comentários. Seria, então, boa candidata à eleição, propondose a espanar a cara desses po líticos que se dedicam a enga nar o povo na sua credulidade. Seria a D. Ana do Espanador.

Piores são os debates. Cré dulos, detemonos frente à televisão para assistirmos os candidatos apresentarem suas propostas, o que nos orien taria o voto.

Pura perda de tempo, infe lizmente mais uma vez.

Está chegando o dia 2 de outubro. Eleições acon tecerão em todo país. O povo brasileiro tem escutado promessas de vários candi datos, nada de novo. Velhos políticos prometendo mudar o Brasil e os estados.

Em Alagoas, o cenário é complicado. O pior de tudo é a volta do Collor, repaginado, prometendo que será o “gover nador do povo”. Se refrescar mos a memória, reviveremos o tempo em que foi chefe do Executivo: criou, para o país todo, o fenômeno dos “Mara jás”, prejudicando amigos pró ximos. Assinou o célebre Acor do dos Usineiros, diminuindo a arrecadação do Estado em 65%, dando origem aos famo sos precatórios, que até hoje

Rui Palmeira, filho de Gui lherme, é um bom moço. Já foi deputado estadual, federal e prefeito por dois mandatos. Os servidores do município não fa lam bem dele, entretanto não é assustador como Collor.

Rodrigo Cunha, menino novo, filho da falecida deputada Ceci Cunha, também pleiteia o cargo de governador das Ala goas. Atualmente é senador e não fez muita coisa.

São quatro candidatos com chances de vencer o pleito. Espe ro que os eleitores saibam esco lher para que não soframos com más administrações.

Para o Senado Federal, te mos Renan Filho, Davi Filho e Mário Agra. O primeiro fez um bom governo, manteve o paga mento dos servidores em dia, fez várias obras no estado, é astuto e lida bem com os políticos que

o cercam.

Davi Filho é um jovem, fi lho de um antigo vereador da capital e é deputado estadual. Foi candidato a prefeito de Ma ceió, fez uma excelente campa nha e quase se elege. A família faz um bom trabalho na área social. Talvez, esteja dando um passo maior do que as pernas, mas tem uma boa imagem.

Mário Agra é um candida to de esquerda, velho conheci do de muitas lutas. Talvez um bom senador pela experiência política que tem em Alagoas.

Candidatos a deputado fe deral e estadual são muitos. Novas e velhas figuras que aparecem no quadro político atual. Conhecemos a maioria delas. Nesse conjunto destaca ria Arthur Lira, presidente da Câmara Federal. Já trabalhei com ele e a imagem que fica na minha cabeça é de um par lamentar sabido demais para o meu gosto! Mas hoje, não pode mos negar: é o político alagoano que mais se evidenciou nos úl timos quatro nos. Regis Caval canti, professor universitário, é um bom candidato de esquerda. Tereza Nelma fez um bom tra balho na Câmara Federal e se ria merecedora de votos, princi palmente das mulheres.

Para Presidência da Re pública está aparecendo tudo

que é de proposta. A luta está definida entre dois candidatos: Lula, pela esquerda, e Bolsona ro, pela direita.

Se as pesquisas estiverem certas, vencerá o candidato do PT. Se o povo que segue Bolso naro votar nele, teremos a di reita vencedora.

Dizem os seguidores de Lula que ele é inocente, hones to e que vai mudar o Brasil. Ele se aliou a vários integrantes do centro e de esquerda. Afirma que, se vencer, será um presi dente de centro-esquerda. Não acredito que, aos 76 anos, uma criatura mude radicalmente.

O Bolsonaro é um político corajoso e irreverente. Desde que assumiu a Presidência só leva cacetadas. Não consegue dormir em paz de tanto que é perseguido. Uniu-se ao Cen trão para conseguir aprovar matérias no Congresso e é al tamente criticado por essa ati tude. Errou, acertou, baixou o preço da gasolina, implantou o auxílio emergencial, enfrentou a pandemia, a alta dos preços decorrentes do conflito Rússia -Ucrânia, acabou com a farra da distribuição das verbas pú blicas para os artistas. Tem um saldo positivo em seu governo. Dentro deste contexto, per gunto aos meus leitores: Como votaremos bem?

Dizem os segui dores de Lula que ele é ino cente, honesto e que vai mudar o Brasil. Ele se aliou a vários integrantes do centro e de esquerda. Afirma que, se vencer, será um presidente de centro-esquerda. Não acredito que, aos 76 anos, uma criatura mude radical mente.

n Aposentada da Assembleia Legislativa
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 21e extra
TORRES ALARI ROMARIZ

DE TODOS NÓS

Nova fase do programa CNH Social contempla operadores de máquinas pesadas

Prefeito JHC promete lançar nova etapa em breve; sindicato apoia iniciativa

ASSESSORIA

Cristiano José Carlos da Sil va, 28, é apenas um entre os 400 maceioenses con templados pelo programa CNH Social da Prefeitura de Maceió. Sempre teve paixão por veículos e motores, talvez porque seja fi lho de mecânico habilidoso, seu José Ailton, da Santa Amélia, que passou sua admiração pelas máquinas para seu primogênito. Por conta dos altos custos para se obter o documento, ou financiava um carro ou tirava a Carteira de Habilitação. O CNH Social deu a oportunidade que ele precisava e este público deve aumentar.

“Sempre vivi de bicos e não parava em lugar algum. Vi que

com uma carteira de habilitação na mão, a vida poderia melho rar. Pago a letra de um carrinho e já trabalho como motorista de aplicativo. Dá pra sobreviver”, contou Cristiano.

Jackeline Lins, 22, levava até uma hora e meia para chegar ao seu destino diário. Era um suplí cio, pois o ônibus que ela costu mava pegar demorava bastante. Para melhorar de vida, ela foi selecionada no programa, fez o curso na autoescola, teve sua passagem paga pelo Município, alimentação também. Logo em seguida, conquistou sua moto.

“Hoje, faço em 20 a 25 minu tos o mesmo percurso que fazia no ônibus. Sou muito grata e muito feliz por ter conseguido. A

CNH Social é um projeto maravi lhoso”, testemunha a jovem.

O prefeito JHC garantiu que mais 2 mil novas vagas fossem abertas para seguir mudando vi das, assegurando oportunidades no mercado de trabalho, como o CNH Social fez com Cristiano. Além das novas vagas para as categorias A e B, uma nova fase está começando. Operadores de máquinas pesadas sem habili tação ou possíveis candidatos a entrar neste ramo terão o mesmo subsídio do Município.

“Quem tem interesse em ope rar máquinas pesadas e não tem qualificação, vamos lançar, em breve, o CNH Social para má quinas pesadas [categorias D e E]. Vamos dar oportunidade para que este tipo de mão de obra possa ocupar o mercado aqui em Alagoas”, anunciou JHC.

Segundo o Sindicato dos Tra toristas, Guindasteiros e Ope

radores de Máquinas Pesadas em Geral no Estado de Alagoas (Sintral), grande parte das em presas que atuam com máquinas pesadas busca, por vezes, pro fissionais em estados vizinhos. Odinaldo Moura, presidente do sindicato, diz que a categoria ficou bem animada e satisfeita com a iniciativa porque vai capa citar o trabalhador maceioense e colocá-lo em pé de igualdade com os profissionais de outros estados.

Vale lembrar que o CNH Social é voltado para pessoas em situação de vulnerabilida de social, inscritas no Cadastro Único, que dificilmente teriam condição financeira de conseguir uma carteira de motorista. Em Alagoas, os custos para obter uma Carteira Nacional de Ha bilitação podem variar entre R$ 1 mil (categoria A) e R$ 1,5 mil (categoria B).

No programa, todo o processo para obtenção da primeira CNH é gratuito e os alunos também recebem o auxílio-transporte e alimentação para poder fazer as aulas na autoescola. Os partici pantes podem optar pelo Curso de Formação de Condutores nas categorias carro ou moto.

Antes da formação de con dutores, os alunos participam de um curso de qualificação com o Sest/Senat, sobre noções de transporte rodoviário, de carga e de passageiros, além de logísti ca, atendimento ao público, pos tura no ambiente de trabalho e relações interpessoais para que possam usar esses conhecimen tos na hora de procurar uma vaga de trabalho.

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202222 e extra
ALISSON FRAZÃO ITAWI ALBUQUERQUE CIDADE
e extraMACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 23

extra

QUALIDADE

EDUCAÇÃO PÚBLICA DE SÃO JOSÉ DA LAJE SE CONSOLIDA ENTRE AS MELHORES DE ALAGOAS

diante do desafio da pandemia de covid-19, e após este período crítico enfrentar uma enchente, quando algumas escolas serviram de abrigo, a educação pública do ensino fundamental dos anos iniciais do município de São José da Laje conseguiu estar entre as cinco melhores do estado de Alagoas. Com Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 7,4 o município ficou acima da média. É visível a evolução do Ideb de Laje. Em 2019, nos anos iniciais obteve 6,0 e o atual pulou para 7,4. Já no Ensino Fundamental anos finais saiu de 4,6 em 2019 para 6,2. Em ambas as modalidades, o município superou média desejada pelo MEC.

Mesmo

A prefeita Ângela Vanessa Rocha Pereira Bezerra (PP) é só orgulho diante do ranking atingido pela educação pública municipal. Para ela, o desempenho mostra o compromisso de toda a equipe que faz a educação de São José da Laje. “Ser referência é privilégio, porém este feito é fruto da parceria. Nossa palavra de incentivo é que todos que estejam à frente da rede de educação sejam comprometidos com o processo educacional, pois sabemos que a educação é fundamental, abre portas”, afirmou.

Ângela Vanessa disse ainda que para que o ensino público possa ser de qualidade em qualquer esfera é preciso que todos tenham esse compromisso de trabalhar pelos alunos da rede pública, para que os alunos possam alçar novos caminhos, novas oportunidades. “Comprometimento é a palavra chave. Somos referência por priorizar sempre nossos alunos, uma educação de qualidade”.

O segredo para tamanha vitória a secretária de Educação, Glaudes Souza de Lyra Gonçalves entrega. “O segredo nosso é o trabalho. E a nota do Ideb se dá devido a este esforço da equipe que não parou e buscou alternativas para contemplar todo o alunado da rede municipal”, destacou a secretária.

O trabalho é incansável, com técnicos específicos na área de cada ano e a maior glória desde a gestão de Rodrigo Valença e, agora, com a atual prefeita Ângela Vanessa, é que os técnicos não precisam vir de fora para a formação continuada. Toda a qualificação é

realizada pelos especialistas da Secretaria de Educação do município. “O resultado do trabalho minucioso nas formações não poderia ser outro. Temos em nosso quadro profissionais qualificados que atuam e desempenham atividades diante do nosso alunado, a fim de chegar a uma nota do Ideb cada vez maior”, afirmou a secretária.

Para ela, o mérito é de toda equipe envolvida no processo educacional e dos estudantes que encheram de orgulho os lajenses. “Conseguir resultado além da meta proposta diante de um período de aulas remotas e outras percalços que o município enfrentou é gratificante. Mas tudo isso é fruto de planejamento, dedicação, estratégias assertivas e esforços de toda a comunidade escolar”, elogiou.

Diante da pandemia e depois da fúria das águas, os professores da rede municipal se reinventaram, toda a rede buscou alternativas para auxiliar os profissionais e estudantes. Prova disso foi o uso da Rádio Escola, grande aliada naquele período a ponto de se tornar referência em nível nacional quando se trata de estratégias e ferramenta de aprendizagem. A iniciativa levou conhecimentos para a parcela do alunado que não dispunha de celulares, computadores, tabletes e nem acesso à internet.

E para reforçar as aulas transmitidas pelas ondas do rádio, a cada segunda-feira os alunos recebiam as atividades impressas. “Assim, ficava mais fácil chegar ao chão de cada aluno, a cada casa”, disse emocionada a secretária. Outras estratégias foram os grupos no WhatsApp, planejamentos semanais das aulas por parte dos professores, reuniões online, entre outras.

A alimentação dos alunos também é outra

preocupação da gestão. Na creche são servidos cinco refeições diárias, todas de primeira qualidade. A merenda escolar também é de excelência e grande parte adquirida da agricultura familiar.

Mas as boas iniciativas não param por aí. São José da Laje foi um dos primeiros municípios do estado a retomar às aulas em formato híbrido. Além do que, após a enchente de julho deste ano, também saiu na frente como um dos primeiros municípios atingidos a voltar às aulas presenciais. Para tanto, foi necessário força tarefa de todos e parceria de outras pastas. Uma das propostas foi priorizar a vacinação dos profissionais da área de educação. E com isso, o município se destacou com a volta às aulas mais rápido.

A rede municipal de ensino conta com 4.124 alunos, desde a creche ao ensino fundamental anos finais. São 26 escolas, além de mais uma creche inaugurada recentemente. A pasta é composta por 560 servidores que são valorizados, com salários reajustados a cada ano e que recebem qualificação continuada.

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202224 e
ENSINO DE

e extra

ECONOMIA EM PAUTA

Livre mercado de energia

OMinistério de Minas e Energia publicou esta semana a Por taria 50/2022, que permite ao consumidor conectado em alta tensão aderir ao mercado livre de energia elétrica. Na prática, a medida libera a compra de energia de qualquer fornecedor. Segundo Abraceel, o mercado livre de energia responde atual mente por 38% do consumo de energia elétrica nacional, somando quase 30 mil consumidores.

Dívidas e mais dívidas

O endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional alcançou 53,1% em julho, o que representou elevação de 0,3% no mês e de 5,1% em 12 meses. Já o comprometimento de renda ficou em 28,6%, com variações respec tivas de 0,5% e de 3,8%. Os dados foram divulgados pelo Banco Central do Brasil.

Novidade no INSS

A lista de enfermidades que dão direito ao auxílio-doença e à aposentadoria por invalidez foi ampliada esta semana pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Nas duas modalidades não é necessário cumprir a carência mínima de 12 meses de contribuição para ter direito ao benefício. As duas novas doenças, agora com cobertura, são acidente vascular encefálico, do tipo agudo, e abdome agudo cirúrgico. Elas se somam a 15 outras existentes com as mesmas garantias.

Cheque em desuso

A criação do Pix tem contribuído para o recuo na utilização do cheque no Brasil. Apesar da dimi nuição, ainda são compensados mais de 100 milhões de documentos por semestre. Dados da Federação Brasileira de Bancos revelam que foram 103,9 milhões de cheques compensados no primeiro semestre deste ano, uma redução de 13,8% em relação aos 120,6 milhões do mesmo período de 2021. Em todo o ano passado foram 218,9 milhões.

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 25
EBC
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202226 e extra

extra

FERNANDO CALMON

Elétricos “invadem” a seara das marcas premium e hipercarros

Marcas

premium vão migrar de forma rápida para modelos 100% elétricos nos próximos anos. Há algumas razões para isso. Em primeiro lugar o preço alto não constitui obstáculo para os compra dores. Em geral são proprietários de três ou quatro carros e no caso de precisarem rea lizar uma viagem longa, sem planejamento prévio, estarão bem servidos de opções. Além disso o alto desempenho é sempre empolgan te com valores de torque e potência elevados e transmitidos às rodas instantaneamente com um motor elétrico em cada eixo. E por que não um motor para cada roda?

A publicação americana Automotive News listou marcas chamada de “exóticas” que preparam essa virada em médio prazo, sem assegurar exatamente um cronograma:

Argentina cria meta irreal para elétricos

O esforço do governo argentino em dar um norte para diminuir as emissões de gás carbônico (CO2) está em parte centrado em ampliar o uso do gás natural (metano), principalmente em veículos comerciais e ônibus. A frota de automóveis a gás já foi maior porque o país construiu uma grande infraestrutura de abastecimento como in centivo, mas ao longo do tempo as vendasforam caindo. É preciso uma quilometra gem rodada por dia relativamente alta para compensar financeiramente, além de discreta perda de potência e torque quando se faz adaptação correta do motor. O peso alto dos cilindros também afeta o desem penho.

A Argentina tem reservas gigantescas de gás natural cuja pegada de carbono é menor do que derivados de petróleo. Veículos representam 14% das emissões totais de CO2, não muito diferente do Brasil que adotou o etanol como alternati va usado diretamente em motores flex ou em mistura com a gasolina. Ainda assim o país vizinho lançou agora um plano de eletrificação para automóveis e veículos comerciais leves para “resguardar as futu ras gerações”.

Nada contra esta visão, mas a meta até 2030 parece inviável de cumprir: em ape nas oito anos 50% das vendas deverão ser de modelos 100% elétricos. Aí fica difícil. No primeiro semestre deste ano foram ven didos apenas 84 elétricos na Argentina ou 0,04% do total comercializado. No Brasil esta proporção é 10 vezes maior: 0,4%.

Rolls-Royce, Bentley, Aston Martin, McLa ren (migração seria alenta), Ferrari e Lam borghini (esta ainda daria prioridade aos híbridos plugáveis e sem previsão de uma versão elétrica). A Porsche estaria preparan do um crossover elétrico com três fileiras de bancos para sete lugares.

Carros esporte verdadeiros têm altura de carroceria muito baixa. Como as baterias ficam no assoalho e ainda são volumosas haveria uma mudança no perfil do carro que poderia deixar de agradar a clientela. E o que dizer da ausência do ronco do escapa mento dos motores a combustão interna? Pode ser criado artificialmente e ainda fica ria a opção do silêncio com apenas o conheci do “silvo” dos elétricos.

A Bugatti, que o Grupo VW separou e

vendeu para a Rimac em sociedade com a Porsche, deve entrar na onda. O exótico motor em formato de W e 16 cilindros seria descontinuado, mas os planos ainda não estão claros. A Bugatti só produz modelos de altíssimo preço, a maioria em séries limitadas. O primeiro elétrico poderia ser até um SUV (!) ou um GT de quatro portas. Porém, segundo a revista inglesa Autocar, isso foi descartado em favor de um híbrido plugável. A Rimac, fundada por Mate Rimac, é uma fabricante croata de hipercarros elétricos como o Nevera, em pequena série, com sistema próprio de baterias que também fornece para o Aston Martin Valkyrie, o Koenigsegg Regera, o Jaguar E-Type (conceitual) e o Pininfarina Battista.

Congresso Fenabrave voltou com força

Porsche Cayenne Turbo GT é estonteante

Em 2002, quando foi lançado, o SUV da Porsche parecia sur real. Vinte anos depois a marca alemã provou, ano após ano, que estava certa e o Turbo GT é o melhor exemplo. Trata-se de um SUV cupê com desempenho que faz jus ao nome. Vai bem além do que se espera e surpreende os desavisados. Mesmo com 2.220 kg de massa acelera de 0 a 100 km/h em 3,3 s (com o pacote Sport Crono).

Motor V-8 de 640 cv acompanhado de seu ronco gutural, tor que brutal de 86,7 kgf.m, rodas de 22 pol. de diâmetro (dianteiras têm câmber negativo de 0,45 graus), suspensão pneumática com amortecedores adaptativos e barras antirrolagem ativas, saídas de escapamento no centro do para-choque e uso de titânio após o silenciador. Obviamente há desconforto para enfrentar asfalto ruim, mas nas autoestradas de boa qualidade no Estado de São Paulo a precisão de direção e as respostas em curvas de qualquer raio impressionam. A alta capacidade de frenagem sempre é ponto de honra para todos os Porsches e isso se confirma neste Cayenne.

Acabamento interno usa camurça (Alcantara) extensivamen te e para onde se olha a qualidade salta aos olhos. O conta-giros fica na posição central do quadro de instrumentos e o volante tem pega exemplar. Atrás há espaço de sobra para dois passa geiros com saídas de ar-condicionado individuais controladas por duas telas. No lugar do que seria o terceiro passageiro há um console alto e rígido. Sistema de som Burmester com 20 alto-fa lantes (1.445 W) e subwoofer ativo (400 W).

Depois de dois anos de interrupção pela pandemia da covid-19, o Congresso Fenabrave reuniu conces sionárias de todo o País na capital paulista. O propósito não se resumiu a abordar as atuais necessidades setoriais, mas antecipar tendências em razão do acelerado processo de mudanças na produção e comercialização de veículos.

Segundo Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave, há grandes desafios. “Nosso setor é basicamente de empre sas familiares, que precisam se manter atualizadas para enfrentar uma concorrência cada vez mais feroz. Contan do todos os tipos de veículos, inclusive os de duas rodas, 75% das nossas associadas possuem apenas de um a três pontos de venda. Foram os mais afetados pela pandemia. Os 1.300 grupos atuantes estão reduzidos a 1.000 atual mente”, detalhou.

Palestras do congresso reuniram mais de 2.500 parti cipantes. A área de exposição contou com 50 empresas e cerca de 10.000 visitantes em dois dias. Sinais de resiliência do setor.

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 27e

extra

IDEB

EDUCAÇÃO EM MARAGOGI AVANÇA E SUPERA META ESTABELECIDA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA

EM 2021

Município adotou medidas para evitar evasão escolar e garantir qualidade do ensino em ano crítico da pandemia

proliferação do vírus, mas em abril do ano seguinte as escolas abriram as portas.

Apandemia

reduziu o desempenho de alunos e profissionais da Educação no país, mas no município de Maragogi os impactos negativos da tragédia foram amenizados por iniciativas adotadas pelo poder público municipal na área. Esse quadro pode ser visualizado pelos resultados do Ideb 2021. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, divulgado em setembro e que funciona como uma ferramenta para avaliação das escolas, metodologias e objetivos pedagógicos para a aprendizagem, mostra avanço da educação no município do Litoral Norte de Alagoas.

Maragogi ultrapassou a meta de desempenho proposta para 2021 em três pontos, ficando com a nota 4,9 - obtida a partir da combinação entre a proficiência dos estudantes e o indicador de taxa de aprovação. Em 2015, a nota da rede de ensino municipal no Ideb foi 3,2, passando para 4,0 em 2017 e 4,2 em 2019 nos anos iniciais de ensino (1º ao 5º ano). O avanço no Ideb no período pandêmico, na avaliação do secretário da Educação, Artur Cavalcante, é consequência direta do empenho da gestão pública e profissionais da área.

O município foi um dos primeiros a retomar o calendário letivo no estado em 2021, após definir protocolo rigoroso para evitar a disseminação do coronavírus. As medidas geraram segurança na população e garantiram o retorno dos alunos à sala de aula. O secretário pontua algumas ações e o esforço desenvolvido para não perder alunos por causa da pandemia. A educação funcionou em sistema híbrido no ano de 2020, auge da

A prefeitura criou um núcleo de apoio pedagógico para dar suporte a profissionais e estudantes, implantou reforço escolar para corrigir atrasos no conteúdo e, principalmente, fez a busca ativa para resgatar alunos na cidade e zona rural com objetivo de entender a ausência e resolver as causas. Houve acréscimo de cerca de 7 mil alunos nas matrículas em 2021. Entre as medidas protetivas nas escolas, o secretário informa a distribuição de 14 mil máscaras, implantação de totens para higienização das mãos e orientações, além da substituição de todos utensílios usados no preparo e distribuição da merenda por material inox, mais adequado à higienização. A fiscalização para manter as medidas em uso foi intensificada.

Artur Cavalcante comenta que a participação dos estudantes no Ideb de 90%. As escolas com melhor avaliação no município foram a Escola Municipal de Educação Básica Espiridião Francisco, com nota 5,9, e a Escola Municipal Verçosa Coelho, com 5,6.

“Fiquei muito feliz com o resultado do Ideb das nossas escolas municipais porque, apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia da covid-19, que causou o afastamento das salas de aulas, problemas tecnológicos e desigualdade entre as famílias, por meio de um esforço e dedicação extrema dos nossos professores e com o trabalho minucioso e qualificado da Secretaria de Educação (Semed), Maragogi criou cenário positivo para a educação, mesmo durante este período tão escasso. Isso significa que crianças e jovens continuaram aprendendo e evoluindo intelectualmente”, comentou o prefeito Fernando Sérgio Lira.

O índice é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Trata-se, portanto, de uma ferramenta com a qual cada gestor pode avaliar o desempenho de sua escola, norteando as ações pedagógicas de acordo com os problemas detectados.

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202228 e

extra

ABCDO INTERIOR

Caiu a máscara

No debate realizado pela TV Gazeta de Alagoas, na noite de terça-feira, 27, e mediado pelo jornalista Fábio Turci, da TV Globo São Paulo, o governador e candidato à reeleição Paulo Dantas (MDB) disse o que cente nas de milhares de alago anos gostariam de dizer sobre o candidato do chefe e dono do Centrão, deputa do Arthur Lira.

Na íntegra, abaixo, a fala de Paulo Dantas: “Rodrigo, eu respeito a sua dor. O que eu não respeito em você é a incoerência, cara. Você usa a morte dos seus familiares para se promover politicamente. Isso é uma coisa inadmissí vel. Você é um cara sem caráter, sem compromisso. Você é um cara que fala uma coisa e faz outra. A sua máscara caiu nes sa eleição. Essa eleição serviu para mostrar realmente quem você é. Você fala uma coisa e faz outra. Diz que é independen te, mas está no colo do Arthur Lira. Está no colo do homem que todos vocês conhecem o que faz, lá em Brasília. Ele está atolado no orçamento secreto. Ele está no conchavo com oprefeito Gilberto Gonçalves, lá do município de Rio Largo. É esse o Rodrigo Cunha!”.

Caminhada em Arapiraca

Neste sábado, 1, o candidato do MDB para o governo de Alagoas, Paulo Dantas, comanda em Ara piraca a denominada Caminhada da Vitória, que terá concentração às 10h na sede do comitê eleitoral, na Rua Expedicionários Brasileiros. Dantas estará acompanhado dos candidatos do seu partido para depu tado estadual, federal e senador. Também marcarão presença, de acordo com a coordenação de cam panha, lideranças políticas, empre sariais e comunitárias além, é claro, de eleitores e apoiadores da Região Agreste

Merece aplausos

Ainda sobre o debate da TV Gazeta, vale registrar a coerência do can didato Fernando Collor (PTB) que, apesar da orientação da sua coorde nação de campanha, não quis falar sobre o funesto episódio envolvendo o ex-deputado federal Luiz Dantas, pai do governador Paulo Dantas, que atacou, estranhamente às vésperas das eleições, o filho, de forma covarde e cruel.

Foi coerente

Collor teve um compor tamento digno, deixando que esse fato lamentáv el seja tratado pela própria família e que, infelizmente, vem sendo explorado pelo candidato do União Brasil, Rodrigo Cunha, com objetivo claro de atacar e prejudicar eleitoralmente Paulo Dan tas, líder nas pesquisas de intenção de voto para o governo do Estado.

Dia de festa

No próximo domingo, 2 de outubro, é dia de celebrar mais um ano de vida do professor José Moacir Teófilo. Professor que participou diretamente da evolução da educação em Arapiraca.

É natural dizer que sua trajetória e determinação em lutar em defesa da educação se confunde com o desenvolvimento da mesma em Arapiraca.

n robertobaiabarros@hotmail.com

Secretário de Educação

Vale lembrar que o mestre Moacir Teófilo participou ativamente na criação do colégio Nossa Senhora do Bom Conselho (CBC), como também na Universidade estadual de Ala goas (UNEAL) e ainda ocupando duas vezes o cargo de secretário de Educação estadual.

Um grande exemplo

Advogado (foi conselheiro da OAB secção Alagoas por 12 anos ), foi um dos fundadores do Lions Clube Ara piraca, torcedor fanático do ASA de Arapiraca (onde sua paixão o levou a ser presidente do clube), exemplo de filho, de pai, de avô, de amigo e principalmente de homem, deixando sempre um legado de honradez, hon estidade e amor ao próximo. Feliz 95 anos professor. (Com Ricardo Teófilo)

Embates judiciais

A deputada estadual Ângela Gar rote (PP) e o prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar (MDB), estão fazendo jus à frase: de aliados a inimigos. Ambos estão travando diversos embates judiciais, troca de farpas e acusações. Vale ressaltar que a briga entre os dois tem uma motivação bem clara: a esposa do gestor que é candidata a deputada estadual e possui o mesmo reduto eleitoral de Ângela Garrote.

O último embate entre Cezar e Ângela Garrote envolve um vídeo publicado nas redes sociais do prefeito de Palmeira dos Índios, em que o gestor acusa a deputada de ter utilizado a mídia e divulgado fake news sobre ele.

Multa diária

De acordo com informações, após tomar conhecimento do vídeo, Ânge la Garrote entrou na justiça e o pre feito está sendo obrigado a conceder direito de resposta à parlamentar, sob pena de pagamento de R$ 50 mil em multa diária.

A deputada gravou um vídeo para direito de resposta rebatendo as acusações do gestor. Mas o prefeito não atendeu a determinação judicial e até o momento não publicou. Além disso, ele tornou a conta no Insta gram privada.

PELO INTERIOR

... O Senac Alagoas está ofertando 426 vagas em Arapiraca e Maceió em cursos gratuitos por meio do Pro grama Senac de Gratuidade (PSG), destinado a pessoas de baixa renda – cuja renda familiar mensal per capita não ultrapasse dois salários mínimos.

... Os cursos serão realizados de forma presencial e por meio da Educação Flexível (aulas on-line e presenciais). As inscrições estão sen do realizadas de forma presencial, na Unidade Poço – Maceió, desde a quinta, 29 de setembro, em horários divulgados no edital.

... Na segunda-feira, 26, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TRE-AL) autorizou o envio de tropas federais para o 1º turno das eleições em mais cinco cidades do interior de Alagoas.

... As tropas vão atuar nos muni cípios de São Sebastião, Campo Alegre, Junqueiro, Teotônio Vilela e Matriz de Camaragibe.

... O juiz Caio de Melo Evangelista, da Comarca de Porto Real do Colé gio, determinou que os municípios de Porto Real do Colégio, São Brás e Olho d’Água Grande publiquem, até janeiro de 2023, editais para realiza ção de concurso público.

... Os cronogramas completos dos certames devem ser apresentados em até 60 dias após a intimação da decisão.

... As prefeituras também foram proibidas de realizarem novas contratações temporárias, direta ou indiretamente, salvo os casos de con tratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.

... O magistrado Caio Evangelista também estabeleceu multa no valor de R$ 2.000 por dia de atraso para cada uma das determinações des cumpridas, sem prejuízo de outras medidas que se mostrarem necessá rias.

... Desejamos um excelente final de semana para nossos leitores. E lem bre-se: o voto é importante para deci dimos o nosso futuro. Vote consciente em quem trabalha com decência e honestidade. Até a próxima edição!

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 29e

e extra

AVANÇO NA EDUCAÇÃO

PILAR SOBE 49 POSIÇÕES NO IDEB E CHEGA À 20ª POSIÇÃO EM DESEMPENHO NO ESTADO

Município supera desafios da pandemia de covid-19 e investe para elevar qualidade do ensino público

Osproblemas educacionais verificados durante a pandemia impactaram de forma negativa o desempenho dos alunos brasileiros nos dois últimos anos, mas com iniciativas dos gestores e profissionais da área alguns municípios superaram os desafios e garantem qualidade na educação. Divulgado este mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2021 confirmou que houve avanço na educação municipal no Pilar apesar da pandemia. O município saltou 49 posições no ranking do ensino fundamental I, alcançando a 20ª colocação entre os 102 municípios alagoanos.

O secretário de Educação, Clewerson Cavalcante, entende que tamanho crescimento é resultado da atenção especial dispensada pela administração aos anos iniciais no ensino, que compreendem os alunos do 1º ao 5º ano. Nessa etapa da educação, Pilar obteve nota 5,6 no Ideb e superou cidades economicamente importantes, como Marechal Deodoro, que ficou com nota 5,1, e até mesmo Maceió, que recebeu nota 4,8 no levantamento. Pilar foi o primeiro município alagoano a retomar as aulas no período pandêmico, em 5 de março de 2021, quando o país ainda se preparava para a vacinação em massa contra a covid-19.

O município implantou, na ocasião, um projeto de recuperação da aprendizagem e iniciou investimentos diversificados na área. Através do projeto, alunos do 2º, 5º e 9º anos também puderam estudar no contraturno.

“Não cruzamos os braços. Muito pelo contrário, buscamos motivar o professor da rede municipal pagando uma gratificação por produtividade e capacitando o nosso corpo docente para o ensino remoto”, comenta o secretário.

Na avaliação do prefeito Renato Filho, o bom desempenho de Pilar no Ideb reflete a prioridade dada à área de Educação pela atual gestão. “Nossos alunos não deixaram de estudar durante a pandemia porque distribuímos chromebooks e levamos internet para as residências dos estudantes. Pilar, inclusive, foi o primeiro município brasileiro a aderir ao Google for Education, plataforma criada para melhor atender as necessidades de professores e alunos”, destaca o prefeito da cidade que ganhou, em fevereiro deste ano, a primeira escola pública bilíngue do Nordeste.

“E o nosso resultado também foi positivo nos anos finais da educação [alunos do 6º ao 9º ano], já que saltamos trinta posições”, reforça Renato Filho. Os resultados do Ideb 2021 são calculados a partir do desempenho obtido pelos alunos que participaram do Saeb 2021 e das taxas de aprovação, calculadas com base nas informações prestadas ao Censo Escolar 2021.

Avanços

A Prefeitura do Pilar tem investido na área de

Educação como não ocorria em outras gestões há décadas. Como resultado desse trabalho é possível destacar:

- 1ª escola pública bilíngue do Nordeste, entregue em fevereiro deste ano

- 14º salário da Educação pago após 15 anos. Professores também receberam reajuste salarial em 12% em janeiro de 2022. Pilar bateu mais um recorde em aprovação no ano letivo de 2021 (99,1% do total de alunos do 1º ao 5º ano)

- Google for Education: primeiro município do país a adotar a plataforma do Google, revolucionando o processo de ensino e aprendizagem no Pilar

- Salto de 5,9 mil, em 2017, para mais de 9 mil alunos matriculados na rede municipal em 2022, com distribuição de material e fardamento completos

- Maior complexo esportivo do estado aberto também à comunidade; são 18 modalidades ofertadas, inclusive, para os alunos da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI)

- Aproveitamento da produção da agricultura familiar, por meio do programa Plantando o Futuro, na oferta de merenda (saudável e nutritiva) para os alunos da rede municipal, de modo a fortalecer também o combate à insegurança alimentar que assola o país

- Introdução dos alunos da rede municipal à robótica.

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202230

DE ALAGOAS

O oficial de Murici que encostou a arma no peito do presidente da República

Quando o alagoano de Murici Marcellino Bispo de Mello encostou, sem disparar, uma arma no peito do presidente Prudente de Morais, em 5 de novembro de 1897, a República mal havia completado 8 anos. Os ala goanos Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto ajudaram a implantar o novo regime de governo à base da violência e massacres pelo país. Após os dois marechais, o primeiro presidente civil subiu ao poder: Prudente de Morais, nascido em Itu (SP), eleito em 1891. Terminaria o mandato em 1898.

Marcellino entraria para a História de maneira oposta, com muitas lacunas até hoje. Afinal, como um alagoano sem crimes, lavrador pacífico, deixou sua terra natal e, na capital da República, virou um fanático político, um assassi no?

Naquele 5 de novembro, o ans peçada (graduação de praça entre marinheiro/soldado e cabo) Marcellino carregava o plano de matar o presidente da República. Escolheu o dia em que Prudente de Morais esta ria fazendo mais uma homena gem às tropas que trucidaram Canudos e seu líder Antônio Conselheiro. O marechal Car los Machado Bittencourt acom panhava o presidente. Ele era da burocracia do governo.

Ao chegar próximo a Prudente de Morais, Marcellino encostou a arma no peito, sem puxar o gatilho. Por que hesitou?

Os seguranças perceberam e começaram a golpeá-lo com espadas. Para não morrer, foi para o ataque e esfaqueou até a morte o marechal Bitten court.

Preso, Marcellino morreu aos 22 anos, dois meses depois do

crime. A versão oficial é que cometeu suicídio na cadeia.

Quem pagou para ele cometer o crime? Foi uma motivação pessoal?

A Procuradoria da República em Alagoas (antigo Ministé rio Público Estadual) inves tigou a família do alagoano.

O procurador A. F. Leite Pindahyba viajou a Murici e em seu relatório de 1º de de zembro de 1897 concluiu que Marcellino não tinha histó rico criminal. Foi ainda “um caboclo trabalhador e de bom comportamento”. Morava na casa onde nasceu, tinha 4 irmãos, era considerado bom freguês e bom pagador.

Como alguém de origem bas tante humilde, que mal sabia ler e escrever, estava na cena do crime que poderia mudar os rumos da história?

“A conspiração que quis eliminar Prudente de Moraes pelo assassinato, trouxe para a cena Marcelino Bispo. A conclusão a que quisemos chegar é que somente esse

ambiente confuso do início da República seria capaz de tirar um lavrador dos sertões de Alagoas e o colocar no centro dos movimentos políticos do Brasil de então”, explica o historiador Herivelto Paiano Nascimento.

Há quem diga que Marcelino era florianista, um fanático seguidor de Floriano Pei xoto. Outros falam que ele atuou como o instrumento de uma conspiração política, envolvendo o vice-presiden te Manuel Vitoriano, que chegou a ser indiciado neste crime, mas seu nome não foi incluído na etapa final das investigações.

Com o suicídio, as lacunas da investigação não permitiram tirar conclusões definitivas sobre as motivações.

Nina Rodrigues, o famoso médico legista, escreveu o artigo “O Regicida Marcelino Bispo”: “Marcelino se enqua drava no ‘grupo dos degene rados violentos’ reproduzindo ‘ponto por ponto os seus

traços principais’: a idade era a mesma que possuía os ‘regicidas célebres’; os ‘laços hereditários’ confirmariam as suas tendências assassinas; sua ‘natureza’ era degenera da como a dos demais; ‘seu grande desenvolvimento e saliência da mandíbula’ apa rece como ‘um dos estigmas mais importantes da degene ração criminosa ou mórbida’; manifestava ‘desiquilíbrio ou desarmonia mental’, ‘instabi lidade doentia’ e um ‘misticis mo exagerado’. A ‘execução do atentado’ advém disso e nada mais é que a manifestação de uma doença claramente cate gorizada”, resume Herivelto Paiano Nascimento. Resumo: pobre, descendente de índio, um criminoso em potencial.

De certa forma, os diagnós ticos médicos daquele racis mo tão em voga no início do século passado encobriram o móvel principal do crime. E as dúvidas viraram poeira na história.

Marcellino Bispo de Mello Prudente de Morais n Odilon Rios
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 2022 31e extra
MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE OUTUBRO DE 202232
eextra

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.