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FINANÇAS PESSOAIS

Ano novo ... mesmas dívidas

Um ano novo chegou e – com ele – a volta às aulas. Chega então aquele momento antecipado pelos pequenos e temido pelos pais: a compra do material escolar.

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Mas, por que temido? É algo que acontece todos os anos, mas ainda assim há quem não se planeje com a devida antecedência para tal e gera uma certa ansiedade em quem não tem um planejamento financeiro estabelecido.

Quinze por cento a mais

E, como era de se esperar, haja vista que todos os setores da economia contaram com um aumento de preços devido ao avanço da inflação no ano de 2022, em 2023 os preços dos materiais escolares aumentaram cerca de 15% em Alagoas. E agora?

Além dos valores dos materiais escolares, há também um aumento de até 20% nos valores de mensalidades e matrículas escolares no estado. Haja dinheiro!

E isso é só o começo

Material sim; na lista

Veja a relação de materiais que os pais devem comprar, que são de uso individual do aluno: até dois rolos de fitas adesivas coloridas, por ano letivo; até duas folhas de isopor, por ano letivo; até um pacote de algodão, por ano letivo; até quatro folhas de cartolina, branca ou colorida, a critério da instituição de ensino, por ano letivo; até um pacote de canudinhos coloridos, por ano letivo; até um pacote de palito de picolé, por ano letivo; até dois pincéis para pintura, por ano letivo; até quatro tubos de tintas, cujas cores poderão ser definidas pelas instituições de ensino, por ano letivo.

Também podem ser solicitados aos pais: até dois pacotes de massa de modelar, por ano letivo; até quatro revistas em quadrinhos ou livros paradidáticos, por ano letivo. Esses são materiais individuais.

Caso os pais tenham alguma dúvida ou queiram fazer alguma denúncia, podem entrar em contato pelo telefone 0800 082 4567 ou WhatsApp (82) 98882-8326.

n Nairan Custódio - economista nairancs@outlook.com

É importante também lembrar que, para além dos materiais escolares, há também um gasto exacerbado nos meses de janeiro e fevereiro com impostos – IPTU, IPVA, por exemplo – e com o Carnaval, quando boa parte das famílias sai para curtir aqueles cinco “diazinhos” de férias a mais e gastos derivados das férias de dezembro ou janeiro, que são parcelados em três, quatro, às vezes até seis vezes.

Planejamento

Então dito isso, qual o conselho de um consultor financeiro para com os gastos de início de ano?

Primeiro de tudo é necessário ter um orçamento familiar que lide com todas as possíveis eventualidades da família. Sabia que a maioria das pessoas não faz um orçamento anual pensando nos gastos com, por exemplo, presentes de aniversário para os familiares?

Esses gastos vão se somando no fim do ano e acaba gerando uma tremenda dor de cabeça em todas as pessoas envolvidas na família – às vezes até nos pequenos, que não têm nada a ver com isso. Mas já que estamos no primeiro mês do ano, é possível elencar todos os gastos anuais, todas as eventualidades que surgirão e, em seguida, planejar mês a mês como cada dívida será paga.

Norcury

Uma coisa que pouca gente faz, mas muita gente precisa, é contratar o trabalho de um consultor financeiro para preparar uma peça orçamentária para a família. Com o trabalho de um profissional desse ramo, a família pode ficar mais tranquila no decorrer do ano, sabendo que estará resguardada por um planejamento financeiro eficiente e de longo prazo, que contará com as eventualidades e com as possibilidades da família.

Afinal, dinheiro continua sendo um tabu em algumas residências, afetando não só a qualidade de vida, como o bem-estar de muitos no Brasil.

PARA REFLETIR - “Tragédia que se abate sobre os povos Yanomamis é genocídio e crime premeditado”. (Presidente Lula)

Genocídio na floresta

Governo Bolsonaro queria acabar com o povo indígena

Ao ver as cenas chocantes, mostradas fartamente até mesmo na imprensa internacional, com indígenas esqueléticos, prostrados e alguns quase à morte por fome, inanição e doenças que se espalharam por toda a Reserva Yanomami, em Roraima, chega-se à conclusão que a tragédia que atinge uma população de quase 30 mil brasileiros foi provocada intencionalmente para dizimar os povos originários que ali habitam e são, na verdade, os donos da terra.

Lula: crime premeditado

“Mais que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio. Um crime premeditado contra os yanomamis, cometido por um governo insensível ao sofrimento do povo brasileiro”, publicou o presidente Lula nas redes sociais. Lula e comitiva com vários ministros estiveram em Roraima para observar in loco a grave situação do povo indígena.

Lula reiterou que, em seu governo, “os indígenas serão tratados com dignidade”.

“Não haverá mais genocídios. A humanidade tem uma dívida histórica com os povos indígenas, que preservam o meio ambiente e ajudam a conter os efeitos das mudanças climáticas. Essa dívida será paga, em nome da sobrevivência do planeta”, completou o presidente.

Bolsonaristas criam fake sobre “índios venezuelanos”

Um dia após o governo federal decretar emergência em saúde pública de importância nacional no território Yanomami, sites bolsonaristas passaram a propagar a informação falsa de que a situação gravíssima não afeta brasileiros, e sim yanomamis venezuelanos. A tese mentirosa é de que a fome e a miséria que vêm provocando a morte dos indígenas é culpa do governo comunista de Nicolás Maduro, e que os indígenas da Venezuela buscam atendimento de saúde no Brasil, país vizinho.

A notícia falsa foi logo rechaçada pela imprensa nacional, que logo veio a desmentir mais uma onda fake dos alienados bolsonaristas.

Esperando a morte chegar

Maior reserva indígena do Brasil, o Território Yanomami vive uma crise sanitária e de segurança alimentar sem precedentes. O Ministério dos Povos Indígenas estima que ao menos 570 crianças tenham morrido de fome, desnutrição e contaminação pelo mercúrio em 2022.

A emergência humanitária é resultado direto dos cortes de recursos para a saúde indígena no governo de Jair Bolsonaro e da tomada das terras pelo garimpo nos últimos anos. O número de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami passou de 20 mil em 2022, quase o tamanho da população de 28 mil povos originários na região.

“Nossos idosos, mulheres, crianças e jovens estão morrendo de contaminação de mercúrio”, denuncia Dario Kopenawa, vice-presidente da associação indígena Hutukara, uma das sete que representam as lideranças políticas locais.

“O governo Bolsonaro cortou recurso da saúde indígena e saúde do Brasil. Então isso enfraqueceu a desmobilizou bastante essa assistência da saúde pública”, disse.

A culpa também é da Justiça

Durante a pandemia de covid-19 e diante da inércia do governo federal, uma segunda ação civil pública foi ajuizada em 2020. Dessa vez, o MPF pediu que União, Funai, Ibama e ICMBio fossem condenados a apresentar plano emergencial de ações e respectivo cronograma para monitoramento territorial efetivo da Terra Indígena Yanomami. A ação também cobrou medidas para o combate a ilícitos ambientais e a expulsão de garimpeiros da região. No âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), a retirada de garimpeiros e a proteção territorial da Terra Indígena Yanomami é tratada na ADPF 709, ajuizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.

Acontece que diante da morosidade da Justiça brasileira as decisões são postergadas e o povo indígena segue morrendo.

Esta coluna é dedicada ao povo indígena Yanomami, vítima da insensibilidade humanitária do governo Jair Bolsonaro

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