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Prefeito muda nome e manda recado nas redes

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DE ALAGOAS

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Aliança com Arthur Lira trava na federação PP e União Brasil

ODILON RIOS

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Especial para o EXTRA

Aaliança entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o prefeito de Maceió, JHC (PL), está bastante atrelada à federação PP e União Brasil, costurada em Brasília.

Os dois partidos em Alagoas são comandados por Lira, mas a grande questão é que um acordo deste porte – e valendo para todos os estados – serve para duas eleições: 2024 e 2026.

É um tempo grande demais, levando em conta que os aliados de hoje podem virar inimigos renhidos numa outra eleição. Basta que os interesses sejam os mesmos.

Sabe-se que o prefeito de Maceió vai disputar a reeleição. Porém ele também se movimenta como candidato ao governo. Arthur Lira tem interesse em apoiar Jota nos dois casos, mas ele também sabe que o ex-deputado federal João Caldas teria de abrir mão de indicações na Prefeitura, ampliando o leque de aliados, para ajustar os escolhidos de Lira.

Jota também precisará resolver quem será o próximo vice: o ex-deputado Davi Davino Filho (PP), terceiro colocado nas eleições à Prefeitura da capital em 2020 e o mais votado ao Senado em Maceió. Ou o presidente da Câmara Galba Netto (MDB) que, além de estar filiado ao partido presidido pelo senador Renan Calheiros, rival de Jota, está enrolado em investigações do Ministério Público Estadual por se recusar a publicar gastos dos vereadores no portal da transpa-

Prefeito adotou novo perfil em suas redes sociais rência.

Definir o vice é importante porque o prefeito, se reeleito, deve renunciar em 2025, seis meses antes das eleições, para disputar o governo do Estado. E o vice terá de ser um aliado incondicional para o fechamento das contas e não causar problemas ao candidato sem mandato.

Além disso, prefeitos de Maceió estão cercados por uma maldição: depois da cadeira, a carreira política não avança. Kátia Born, Cícero Almeida e Rui Palmeira são os exemplos mais recentes. A exceção ainda é Ronaldo Lessa, o prefeito que virou governador.

Jota quer quebrar esta lógica.

E parece mandar recados a Lira: nas redes sociais, proclamou um novo nome: “JHC do Povo”. “Nunca tive grandes alianças políticas ou estrutura partidária, mas sempre tive o POVO ao meu lado. Nossa moeda de troca sempre foi a confiança”, disse.

“Tive que mudar o meu perfil e senti essa vontade de externar minha eterna gratidão e o orgulho de representar o POVO da nossa terra”, completou. É um recado para quem?

Enquanto a aliança não sai, Jota estreou um programa e anunciou um auxílio de R$ 1.200 para 2 mil mulheres abrirem o próprio negócio e ganharem autonomia financeira, justifica o pre feito. Além de um programa de reforma de praças, aumento nos atendimentos em postos de saúde, operação tapa-buraco em 124 ruas, plano de mídia para divulgação de Maceió em companhias aéreas, com reflexos em julho, mês de férias.

Sem Pressa

Enquanto isso, Arthur Lira parece querer fechar uma aliança com o prefeito de Maceió mas não neste momento.

Primeiro, ele precisa ajustar os cargos federais em Brasília, os cargos federais em Alagoas e chegar na administração municipal. Duas pastas estão à sua espera: Assistência Social e Educação, áreas com bastante visibilidade e com a promessa de atrair recursos da União, via Arthur Lira.

Para acelerar as composições, o presidente da Câmara atuou junto ao União Brasil para manter o fraquíssimo ministro Juscelino Filho (Comunicações) no governo Lula, mesmo com uma leva de denúncias contra ele. Mas interessa ao União Brasil ter este personagem num ministério tão poderoso e que, em breve, vai estar no centro do debate sobre a regulação da mídia brasileira, discussão estimulada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

Por isso, ao lado de empresários paulistas, Arthur Lira mandou recados a Lula, falando que o governo não tinha base no Congresso para aprovar a reforma tributária. Petistas chiaram com as declarações.

A esquerda tem 135 votos dos 513. Uma reforma tributária deve ser votada através de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Significa: 308 deputados. O União Brasil, com três ministérios, ainda não diz claramente na Câmara que é governo. E se mexe para assinar a criação da CPI dos Atos Antidemocráticos, encabeçada por acusados de estimular o terrorismo. Bolsonaristas acusam o PT de infiltrar radicais nos atos de 8 de janeiro.

Mancada política

Ao não prestigiar o seu antigo vice-prefeito Ronaldo Lessa, que terminou migrando para a base do MDB, JHC vai perder uma grande fatia do eleitorado maceioense, principalmente dos servidores públicos municipais, que tiveram um tratamento diferenciado quando ele assumiu os

Perdendo terreno

O deputado federal Isnaldo Bulhões, do MDB, bem que tem tentado, mas a nomeação do ex-ministro Maurício Quintella para a Secretaria Nacional de Habitação, no Ministério das Cidades, ainda está muito longe de ser digerida pelo titular da pasta, Jader Barbalho Filho.

Indiferença

A luta do ex-ministro tem sido permanente, mas Barbalho, até agora, não abre mão de indicar seus aliados de longas datas, o que torna o processo cada vez mais complicado. Aliado a isso, o Governo Lula parece não querer se meter nessa briga política.

Confusão à vista

A maneira como tem se comportado o ministro dos Transportes, Renan Filho, neste início de governo, tem trazido algumas insatisfações políticas para a sua própria base aliada. Renan Filho tem se comportado com um possível sucessor de Lula, o que tem desagradado alguns pseudos aliados.

Projeção

Ao anunciar que até o final do mandato o Ministério dos Transportes irá torrar cerca de R$ 100 bilhões contra os R$ 20 bilhões do governo de Jair Bolsonaro, o Ministério dos Transportes tem atraído os olhos da classe política, que exige a sua fatia no bolo, ou seja, recursos para obras pontuais em seus redutos eleitorais.

Em análise

Como detém o maior número de prefeituras, o MDB quer, também, dar as cartas e disputar a Prefeitura de Maceió contra JHC. Na lista, Rafael Brito, Rui Palmeira e Alexandre Ayres. Se a vaidade não levar à bancarrota, possivel-mente teremos uma das eleições mais disputadas na capital nos últimos anos.

destinos do município.

Lessa, que sempre teve uma atuação discreta como vice, soube aproveitar a oportunidade e terminou como um dos mais prestigiados companheiros de chapa do governador Paulo Dantas. Com bom espaço no governo, o vice de PD vai fazer raiva a JHC.

Na fila

Se não fosse pelo tom arrogante nas redes sociais como se comportou no último governo de Renan Filho, bem que o secretário George Santoro seria um bom quadro para disputar eleições. Mas, além disso, não nutre certa simpatia por alguns de seus colegas secretários.

Fervendo

Quem pensar que o avanço do MDB em algumas prefeituras vai tirar a tranquilidade do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, está enganado. Ele sabe como resolver a situação e tem armas para isso. Uma questão de tempo, pontuam alguns aliados.

Garantia

Com a real possibilidade de reoxigenar os cofres do Estado, o governador Paulo Dantas deve avançar nos seus programas sociais com força. PD tem viajado pelo interior, assumido compromissos com projetos para os municípios e se volta, principalmente, para Maceió, onde a eleição para prefeito da capital é mais um desafio para ele e seus aliados.

Muita conversa

A Braskem tem anunciado um percentual mais do que satisfatório na indenização de pessoas atingidas pela tragédia do Pinheiro e adjacências, mas, na prática, a coisa parece que não é bem assim. Muita gente ainda reluta no caso das indenizações, principalmente os que ainda resistem nos bairros do Flexal de Baixo e Flexal de Cima.

Sem solução

A Prefeitura de Maceió navega junto à população em obras periféricas, mas não dá uma solução para o tráfego caótico que empestou a cidade nos dias de semana. Sem um projeto factível e consolidado, só Deus sabe quando os usuários terão facilidades e paz no trânsito.

Eleitoreiras

Algumas obras que a prefeitura tem realizado, diga-se de passagem, são eleitoreiras. A história de que o Renasce Salgadinho vai resolver a poluição na Praia da Avenida é coisa pra boi dormir. Se não resolver o problema ambiental no alto do Vale do Reginaldo, dificilmente o projeto atual alcançará seus objetivos.

Programa eleitoreiro

De gosto duvidoso e apenas com abobrinhas, o “Bom dia, prefeito” de JHC passa longe dos reais problemas que vivem a população no seu dia a dia. O programa anuncia apenas alguns feitos da prefeitura, como também não cita a administração do ex-prefeito Rui Palmeira que consolidou o projeto de recuperação de toda a orla lagunar. Ou seja, JHC faz fita com o trabalho dos outros.

Crônico

Outro problema que passa longe dos holofotes do prefeito, é o caótico trânsito em Maceió que parece mesmo sem solução. Os semáforos inteligentes que dizem por aí que vão resolver em parte a situação dos congestionamentos, é coisa pra inglês ver. Enfim, o prefeito corre em busca da reeleição, mas deveria, sim, melhorar esse diálogo com o povo.

Nem tanto

Entusiasmado, pelo menos fazendo parecer, o prefeito JHC diz que tem recebido milhares de mensagens de maceioenses lhe parabenizando pelo programa. Será?

Crescendo

O clima no União Brasil com as embru-lhadas do ministro das Comunicações não é nada bom. Até o deputado federal Alfredo Gaspar comentou no meio da semana que o “partido está levando lapada de dar em doido”. Para ele “o PT está conseguindo rebaixar o UB a um nível de partido fisiológico e apegado ao poder a qualquer custo. Uma pena”.

Desestímulo

Algumas pesquisas reveladas na semana passada têm desestimulado quem pensaria em se candidatar a prefeito de Maceió pela oposição. JHC estaria liderando as intenções de votos, embora o quadro político seja prematuro.

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