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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XIV - Nº 704- 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013

CASO FÁBIO ACIOLI

JULGAMENTO DEVE SER ANULADO POR FALTA DE PROVAS E DE TESTEMUNHAS Condenação de acusados não convenceu nem mesmo aos pais da vítima P/6

Renan e Henrique Alves são os favoritos, mas novos nomes podem surgir na disputa pelas presidências das duas Casas

DENÚNCIAS ESQUENTAM A CORRIDA PELO COMANDO DO SENADO E DA CÂMARA P/8

TRAIPU

EX-PREFEITA JULLIANY MACHADO DEIXA DÍVIDA DE R$ 5 MILHÕES P/11

CHÃ PRETA

EX-PREFEITA RITA TENÓRIO DEIXA ROMBO DE R$ 400 MIL NA PREVIDÊNCIA P/10

BARRA DE STO. ANTONIO

EX-PREFEITA CIÇOU DEIXA CIDADE ARRASADA E ALUNOS SEM MERENDA P/12

JEQUIÁ DA PRAIA

Pais de Fábio Acioli sairam decepcionados com julgamento do caso

EX-PREFEITA ROSINHA JATOBÁ TEM OS BENS BLOQUEADOS PARA PAGAR ROMBO P/13


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados

DA REDAÇÃO

(Millor Fernandes)

Liberdade de expressão

FRASE DA SEMANA

A

pesar de a liberdade de expressão estar garantida na Constituição como um dos direitos e garantias fundamentais, ela nem sempre é respeitada no Brasil. Por via judicial ou até mesmo com ameaças de mortes, a imprensa brasileira enfrentou uma série de percalços no ano passado. Na maioria dos casos, são os próprios agentes do poder público que acionam os meios legais – ou até mesmo os caminhos fora da lei – para tentar calar os jornalistas. O resultado desse cenário colocou o Brasil em quinto lugar em um ranking de piores países para a prática do jornalismo, segundo levantamento da organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF). O país fica atrás somente da Síria, Somália, Paquistão – que enfrentam guerra civil – e México. No ano passado, quatro jornalistas foram assassinados no país, enquanto vários outros sofreram ameaças de morte por denúncias publicadas contra agentes públicos.

Calote A nova edição do Campeonato Alagoano começou e a Federação Alagoana de Futebol (FAF) ainda não liquidou o débito referente ao ano de 2012 com a Associação dos Cronistas Desportivos de Alagoas (ACDA). Para piorar, Gustavo Feijó, presidente da FAF e novo prefeito de Boca da Mata, tem dito que não vai pagar a dívida.

Apropriação indébita

Reter o dinheiro caracteriza apropriação indébita, já que o repasse para a ACDA é obrigatório. É que os recursos foram descontados das rendas dos jogos realizados em Maceió, pelo Capeonato Alagoano do ano passado e pela participação do CRB no Campeonato Brasileiro justamente para esse fim.

Sem processos

1

Um grupo de servidores da Câmara Municipal de Maceió foi surpreendido com o sumiço de seus processos administrativos. Desde a legislatura passada eles tentam recuperar seus vencimentos, parcialmente cortados quando Galba Novais assumiu a presidência da Casa.

2

Eles haviam recorrido contra a decisão do então vereador, porque eram funcionários efetivos da Câmara. Com a mudança no quadro de vereadores, buscaram seus processos para tentar acelerar a tramitação dentro do órgão. Acabaram descobrindo que os documentos não estão em nenhum lugar.

Para quê?

A situação financeira de algumas prefeituras é tão grave que nem a decretaçãodo estado de emergência dá jeito. Muitos ex -prefeitos deixaram os cofres municipais zerados, impedindo a execução de qualquer trabalho.

Uma pergunta

Alguém viu a posse de Chico Tenório na Câmara Federal?

“O Brasil está como um barco à vela em oceano sem vento”. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Férias vencidas

Na Assembleia Legislativa, servidores ficaram, mais uma vez desapontados ao sacarem os vencimentos de dezembro e não encontraram pagamento de férias. Um grupo de 50 funcionários organizam o bloco do lê-lê-lê (liso, leso e louco) para pular no Pinto da Madrugada. Mas no paralelo, agitam mobilização para cobrança de direitos na Justiça. Outros sugerem propostas mais radicais.

Oposição

O servidor Cícero Bezerra começa a ser pressionado para sair candidato a presidência do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Legislativo de Alagoas (STPLAL), liderando chapa de oposição. “Cicinho” foi fundador e presidente da Copamedh.

Quem será?

1

Certo fiscal de tributos da Sefaz tem sido feliz beneficiário de sucessivas licenças médicas e vem utilizando o tempo de convalescença para atacar aqueles que ousam contrariá-lo, movendo ações judiciais de toda ordem. Sabe-se que ele tem renda superior a R$ 20 mil, somando salário, auxílio-doença e... adicional de produtividade! Mas como, se ele está doente? Com a palavra os secretários da Fazenda e da Gestão Pública. Decantando ser de “conduta ilibada”, o adoentado fiscal de tributos da Sefaz era homem de confiança do ex-secretario da fazenda Zé Pereira, aquele do Escândalo das Letras... O certo fiscal se deu tão bem naquela época de vacas gordas que construiu uma bela mansão no condomínio Aldebaran. Graças à sua “competência”, é claro!

2 3

A propósito, o dito cujo também se apresenta como jornalista, ativista sindical, além de militante politico filiado ao PSOL. Tendo, inclusive, sido candidato a deputado estadual pela legenda socialista nas eleiçoes de 2010. Conseguiu apenas 37 votos. Não levou, mas conseguiu seu maior objetivo, qual seja: gozar mais três meses de licença.

Só em 2014

O governador Téo Vilela não quer mesmo antecipar as eleições de 2014. Garante aos quatro cantos que ainda não sabe se será candidato ao Senado ou se fica no Executivo até o fim do mandato. A afirmação, claro, é bem trabalhada com sua assessoria política: não é vantagem para o governador revelar seus próximos passos.

Algo estranho

Em Maceió denúncias de construções irregulares, reforma e ampliação de prédios em especial, não são fiscalizadas pela SMCCU. Maioria é de embargo de obras esquecidas nas gavetas da burocraica. Vício da época de Cícero Almeida, que o prefeito Rui Palmeira deve cortar pela “tora”.

Escutas

No Brasil – e Alagoas é provável estar no círculo vicioso – começa a levantar suspeita de, por trás de fins políticos, cidadão ter telefone, residencial ou celular grampeado sem permissão judicial. São mesmo clandestinas e a maioria tem carimbo de suspeita para alimentar chantagens com propostas de negócios. Pior é saber haver ainda quem tenha tanta boa fé para cair nesses golpes.

Mensalão

Episódios como o mensalão, que réus condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não cumprem sentença, motiva o cidadão a descrer nas autoridades, no empenho em defesa do Brasil como País que tem jeito. Ou tirar que proveito positivo do que vem de Brasília, foco da perversão. Em todos os sentidos.

Como esperado

Definidas as sentenças dos acusados no mensalão, o povo melhorou o sentimento de que no Brasil ainda se enxerga luz no fim do túnel em termos de um País que ainda tem jeito? Isso apesar de os envolvidos, sem exceção, seguirem na mesma boa vida do tempo das falcatruas.

Quem responde?

Por que prefeitos que antes das eleições não deixavam de atender telefonema e agora reeleitos e no cargo, fazem “ouvidos de mercadores” para quem, no outro lado da linha insiste numa conversa? É fuga a compromissos de campanha? Ou “inconveniência de eleitor no outro lado da linha?

Observação válida

“Montar equipe remunerada é uma coisa. Outra é eleitor votar mediante recompensa financeira. Aliás, equipe contratada deveria ser registrada no TRE. Opinião de cidadãos como alternativa para dar um basta no tal do ”cadastro de eleitores” montado com remuneração mensal. Falam até em R$ 50,00.


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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

A grande farça Nova York – Aparentemente não houve grande repercussão por aqui da lei que restringe o uso de armas, aprovada pelo Senado, controlado por uma coalização de republicanos e democratas, no primeiro dia de trabalho depois do recesso parlamentar de fim de ano. Na verdade, nada vai mudar, na opinião de alguns analistas. Os Estados Unidos não são apenas um dos maiores fabricantes de armas do mundo, eles também são alimentadores das guerras e incentivadores da indústria bélica, esteio da economia desse país. Essa lei faz de Nova York o primeiro Estado dos EUA a adotar medidas antiarmas em decorrência do massacre na escola da cidade de Newtown, em Connecticut, que deixou 26 mortos, dos quais 20 crianças. Os políticos tentam com isso responder ao clamor de uma parte da população ainda estupefata com o massacre que sensibilizou a opinião mundial. Nos estados americanos vendem-se armas abertamente. Aqui não se compra armas ilegalmente, no mercado paralelo. Elas estão expostas nas vitrines e são negociadas licitamente em qualquer loja sem que o comprador precise se identificar ou apresentar documentos. É um mercado lucrativo que movimenta bilhões de dólares. Além disso, seus fabricantes mantêm um lobby muito forte no Congresso Nacional capaz de barrar qualquer lei que impeça a venda deliberada de armas de fogo. A idéia de regulamentar o comércio de armas agora foi do governador Andrew Cuomo, democrata. Segundo ele, as pessoas do Estado estão pedindo ajuda. “Não precisamos de outra tragédia para apontar os problemas no sistema”. O mais curioso da lei nova-iorquina é que ela busca evitar que pessoas com problemas mentais tenham acesso a armas de fogo como se fosse possível controlar um doente mental numa família quem tem uma arma em casa. É claro que não se deve condenar iniciativas como essas que venham a controlar o uso de armas de fogo, mas não devemos esquecer que os Estados Unidos são os “Senhores da Guerra”, alimentadores de conflitos no mundo, intermediários dos negócios bilionários nessa área. Para se ter uma idéia, o setor bélico dos EUA aumentava (antes de Barak Obama) o faturamento a um ritmo de 20% ao ano. Poucas companhias do mundo desfrutavam de uma situação tão privilegiada. No ano passado, as vendas do setor alcançaram a estrondosa cifra de 150 bilhões de dólares, maior que o PIB da Argentina.

Pentágono

A indústria bélica é alimentada pelo próprio Estados Unidos através do seu Departamento de Defesa, responsável por 75% desse faturamento bilionário. Para os próximos cinco anos, a previsão é que o Pentágono gaste pelo menos 60 bilhões de dólares com um único programa bélico – a primeira fase do novo sistema de mísseis antibalísticos, o projeto bélico mais avançado do mundo.

A guerra

Nenhum governo norte-americano seja democrata ou republicano ousou frear a indústria bélica. Ao contrário, na gestão do republicano George W. Bush, o comércio de armas foi o que mais cresceu com o aumento dos orçamentos militares. Isso ocorreu principalmente depois do 11 de setembro, quando Bush intensificou os conflitos.

Invasão

Com o ataque às torres gêmeas de Nova York, Bush mergulhou os Estados Unidos em duas guerras – a do Afeganistão, onde já estivera com a invasão daquele país pelos russos, e a do Iraque. Os números são impressionantes. Durante a administração Bush, em 2002 foram gastos 453 bilhões de dólares no custeio do aparato militar. Em 2004, foram gastos 537 bilhões.

Campanha

Esses governantes americanos que protegem a indústria bélica são beneficiados direta e indiretamente por elas nas suas campanhas eleitorais. Devolvem essa contribuição aos grandes empresários invadindo países rebeldes, fomentando as guerras e contribuindo para o crescimento do comércio de armas no mundo. A campanha de Bush recebeu dos fabricantes de armas 24 milhões de dólares. E o seu partido, o Republicano, botou nos cofres 150 milhões de dólares para dividir entre seus candidatos em vários estados americanos.

Empregos

A indústria bélica dos Estados Unidos é um conglomerado de 14 mil companhias e emprega 3 milhões de pessoas, quase 3% da mão-de-obra ativa do país. Os grandes contratos estão concentrados em quatro grandes empresas: Lockheed Martin, Boeing, a Raytheon e a Northrop Grumman. Juntas, elas detém quase 60% de todas as encomendas do Pentágono.

Envolvimento

O Brasil também entra no setor da indústria bélica Americana. A Embraer, por exemplo, participa de uma licitação do Pentágono para a construção de aviões de reconhecimento em território inimigo. Como os Estados Unidos exigem que essas empresas tenham capital 100% nacional, a Embraer associou-se à Lockheed Martin para abrir uma representação nos EUA.

Restrição

Ao entrar nesse fechado Mercado norte-americano, a empresa fica obrigada a trabalhar com as restrições impostas pelo governo. Por exemplo: qualquer pedido de exportação de artefatos militares tem de ser aprovado pelo governo. Alguns nem sequer são analisados. Há proibição expressa de vendas de armas para países considerados hostis, como Irã e Coréia do Norte. Também não é permitido exportar equipamentos de última geração, principalmente se a transação envolver transferência de tecnologia.

Tecnologia

A maior aposta do setor para manter-se lucrativo é o investimento em tecnologia. Calcula-se que as empresas da indústria de defesa desembolsem 45 bilhões de dólares por ano no desenvolvimento de novos produtos. O resultado de tamanho investimento pode ser constatado nas campanhas militares do Iraque e do Afeganistão. O Exército com a tecnologia mais avançada do mundo desfila pelos desertos com blindados à prova de radiação, como o A2 Bradley, fuzis M4 com mira a laser e mísseis de precisão cirúrgica -- calcula-se que o poder de fogo de um soldado americano no Iraque corresponda ao de 650 soldados da Primeira Guerra Mundial.

Invisíveis

Também foram utilizados no Iraque os moderníssimos caças Stealth, invisíveis para radares contemporâneos e com formato de morcego. Os Stealth consumiram quase 20 bilhões de dólares em pesquisas durante 20 anos. No Iraque esses caças realizaram 1 270 missões (todas bem-sucedidas). Um lançamento ainda em fase de pesquisas é o do navio Sea Blade. Desenvolvido pela Lockheed Martin, o Sea Blade será o barco de grande porte mais rápido do mundo.

Aviões da FAB

Recentemente, a Lockheed Martin, fabricante de um caça de altíssima qualidade, o F-16, retirou-se de uma concorrência aberta pela Força Aérea Brasileira. A Aeronáutica queria comprar 12 aeronaves de última geração, um negócio estimado em 700 milhões de dólares. Mas em uma das cláusulas do contrato, o Ministério da Defesa brasileiro exige que o ganhador faça transferência de tecnologia. Foi o suficiente para que o governo americano impedisse a participação da empresa. Por causa dessa política, o total de equipamentos exportados nos Estados Unidos corresponde a pouco mais de 10% do total das vendas, algo como 18 bilhões de dólares.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Preocupação Nos bastidores do PSDB comenta-se que a contagem regressiva do governo tem preocupado suas lideranças. A revoada está começando tendo como base a eleição para a presidência da AMA.

Revoada nas bases aliadas

Calmaria

O prefeito Rui Palmeira acalmou os servidores públicos do município ao anunciar que os salários serão pagos no mês trabalhado. Na prefeitura de Maceió os funcionários ainda têm saudade de Dilton Simões, Fernando Collor e Cícero Almeida, onde tiveram um tratamento correto, de incentivo, de pagamento em dia e respeitoso.

A

direção do PSDB tem se mostrada preocupada nos últimos dias, embora deixe transparecer que tudo está correndo como o previsto. Mas não é bem assim. A revoada já começa a acontecer, quando o partido comandado pelo governador Teotônio Vilela perde a corrida para a presidência da Associação dos Municípios. Inicialmente o candidato preferido era o prefeito Jorge Dantas, mas aos poucos o governo começou a perder terreno e Marcelo Beltrão, do município de Jequiá da Praia devera ser mesmo o presidente. Como consolação, embora façam chegar à mídia que tudo não passa de uma composição política, Jorge Dantas deverá ficar com a vice-presidência. Quem convive com a direção do PSDB e está junto ao poder, no caso ao governo do Estado, observa a preocupação de uma revoada daqui pra frente, quando começa a contagem regressiva do governador Téo Vilela. Isso é um sinal de que a campanha para o governo e o Senado, já começou. Antes partidários do governador, muitos prefeitos se retraem, mas já olham com certo interesse outras candidaturas, o que dá para entender esta mudança de posição na Associação dos Municípios. Dias atrás, o senador Fernando Collor declarou em uma viagem ao interior, de que o futuro governo precisa ter planejamento, autoridade para combater o crime organizado e habilidade política para tocar a administração pública. E já revelou o seu candidato preferido ao governo: o senador Renan Calheiros. Com essas posições de eleições localizadas, se observa que realmente a vontade do governo, pelo menos no caso da Associação dos Municípios, não prevaleceu. Houve demonstração de que está perdendo as forças e isso não é nada bom para a administração do Estado nesses dois anos.

Acumulação de cargos

1

Agora que está começando a administrar Maceió, Rui Palmeira deve tomar uma medida rápida para evitar mais sangria no município e economizar recursos como ele tem dito por aí. Nada mal que cruzasse a folha de pagamento com o Estado, Tribunal de Contas, Governo Federal e prefeituras do interior.

2

Um assessor de Rui Palmeira em um dos órgãos da prefeitura, simplesmente foi nomeado como Chefe de Núcleo da Emater no dia 27 de dezembro no Diário Oficial do Estado, em ato do governador Teotônio Vilela. Ou seja, está faturando lá e cá.

Festival

As notícias sobre festival de diárias no Departamento de Estradas de Rodagem não são de agora. São de outros carnavais, mas parece que o Estado pouco se preocupa com isso. O DER se não cuida muito de nossas estradas, pelo menos anda muito preocupado com as finanças dos seus servidores.

Sem novidades

Há dezoito dias como prefeito de Maceió, Rui Palmeira ainda não empolgou, como dizem observadores. Nenhuma medida de impacto foi anunciada até agora. Ele é mesmo retraído, meio sinistro, dizem

Sem entender

A coligação que apoiou Ronaldo Lessa era formada pelos partidos PMDB, PV, PDT, PSD, PCdoB, PT e outros. O compreensível era que o prefeito eleito Rui Palmeira escolhesse o líder da sua bancada e o líder do governo dentro dos partidos que lhe apoiaram. O líder da bancada é do PMDB e o líder do governo é do PV que apoiaram Ronaldo Lessa. Alguma coisa inexplicável deve ter acontecido nas últimas eleições.

Devagar

1

Não precisava a população chiar para que a prefeitura determinasse um mutirão de limpeza em toda Maceió, onde toneladas de lixo poluem a visão dos moradores e dos turistas. Mudou o governo, mas não as obrigações da administração.

2

Parece no município de Maceió que tudo está correndo às mil maravilhas. Parece, também, que ninguém substituiu Cícero Almeida. O novo prefeito Rui Palmeira, pelo menos até agora, não empolgou a população com medidas de impacto, nem tampouco os servidores da casa.

Direito de espernear

As comarcas do interior e o Tribunal Regional Eleitoral estão abarrotados de processos de candidatos a prefeito que perderam as eleições e ainda sonham em assumir os cargos. É o direito de espernear. Aos poucos a Justiça vai limpando a pauta. As ações, quase sempre, são de acusações de compra de votos.

Águas passadas

Especialistas em Direito Eleitoral avaliam de que a maioria das denúncias depois das eleições não é bem vista pela Justiça. Afinal de contas, porque não denunciaram possíveis negociatas antes do pleito?

Interpretação

O Procurador Geral do Ministério Público, Sérgio Jucá, disse que o prefeito afastado de Rio Largo, Toninho Lins ainda pode ser processado porque incorreu em desobediência ao tomar posse no novo mandato. E porque a Justiça não proibiu sua posse?

Frustração

Um determinado candidato a vereador em Maceió fez um cadastro tão grande que vivia dizendo que, se tudo desse errado, teria pelo menos 10 mil votos. Abertas as urnas, não obteve nem 4 mil. Está encerrando a carreira pela decepção que sofreu.

Dinheiro sujo

No processo que condenou o famoso contraventor Carlinhos Cachoeira, a imprensa noticiou que ele tinha declarado possuir um patrimônio de 600 mil reais. No entanto foi amplamente noticiado que ele contratou o advogado Márcio Thomaz Bastos pela bagatela de 15 milhões de reais. Ninguém falou mais nada, mas o dinheiro deve ter sido obtido em ações criminosas. E onde está a Receita Federal, o Ministério Público e outras instituições para esclarecer o fato?

Por que não aqui?

A Infraero mudou o seu superintendente no Rio de Janeiro. O daqui, que há meses não resolve um pequeno problema com as pontes de acesso às aeronaves, ou figers como se chama, continua tranqüilo, tranqüilo.

Perdendo

Faltando um pouco menos de dois anos para novas eleições, o governador Teotônio Vilela parece que anda perdendo o prestígio. Teve que fazer uma arrumação na Associação dos Municípios para não ficar de todo de fora. O seu candidato à presidente seria Jorge Dantas, mas a oposição vai eleger Marcelo Beltrão. Ficará conformado com uma vice.


extra EDITORIAL

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OPINIÃO

Enfim, justiça para uma injustiça ANTONIO ALBUQUERQUE

deputado estadual

H

Bode expiatório

D

epois de três anos e meio do assassinato do universitário Fábio Acioli – sequestrado e queimado vivo – o caso chegou ao fim com o julgamento de dois dos acusados de autoria material do bárbaro crime. Mas a condenação dos supostos matadores não convenceu a ninguém, muito menos aos pais da vítima, que saíram do Tribunal do Júri tão decepcionados quanto os próprios condenados, que passarão boa parte de suas vidas no presídio. O terceiro acusado foi vitima de um AVC após sofrer humilhações e todo tipo de pressão psicológica durante o tempo em que passou na prisão. Morreu sem poder provar a sua inocência. Ao manter a denúncia e sustentar a acusação com base em um inquérito malfeito, o promotor perdeu-se em contradições e pediu a condenação dos acusados, mesmo sem existir uma única prova nos autos. Apegou-se a vagas suposições, meros indícios e depoimentos contraditórios.

Imbuído do mesmo sentimento, o juiz do mcaso tentou justificar a ausência de autoria intelectual do homicídio - fato muito criticado pela sociedade, indignada diante de tanta impunidade. Ao proferir a sentença, disse que jamais se acovardou diante de qualquer processo e desafiou os jornalistas a apontar o nome de possíveis mandantes do crime que chocou a todos. O magistrado – mais do que ninguém – sabe que a responsabilidade de revelar os nomes dos criminosos é da polícia, não da imprensa. Gesto de coragem seria o juiz concluir que as investigações falharam e diante de um inquérito imprestável devolver os autos à polícia, sem submeter dois pais de família a um julgamento sem provas. Afinal, a regra moral recomenda que na dúvida, é melhor absolver um criminoso a condenar um inocente. No caso, dois. Dois bodes expiatórios.

á lembranças em minha mente que irão me acompanhar até o último momento de vida. Instantes de alegria e de muita emoção em família, com amigos e nas caravanas pelo interior do Estado. Houve também ocasiões de profunda apreensão e muita dor. Causa-me aflição até hoje a recordação daqueles dias dramáticos que passei na Unidade de Emergência do Agreste, vendo meu querido filho lutar desesperadamente pela vida, que balas desferidas covarde e brutalmente tentaram ceifa-la sem sucesso, graças ao Espírito Santo de Deus. Como apagar da lembrança aquela manhã de sexta-feira, 11 de julho de 2008? Lá estava eu, em pleno mês de recesso parlamentar, cumprindo as obrigações de proprietário rural que também sou, quando me deparo com uma espetaculosa operação conjunta das Polícias Federal e Civil e da Força Nacional. Todo aquele aparato, com direito a holofotes, foi industrializado para colocar algemas no deputado Antonio Albuquerque, que, naquela ocasião, presidia o Poder Legislativo Estadual. Foram 19 dias vivendo como prisioneiro político no quartel do Corpo de Bombeiros, lá no Trapiche da Barra. Com base na palavra extemporânea de um apenado, que contabiliza um século de cadeia, fui arrolado como um dos supostos

autores intelectuais da morte de um ser humano. Precisou uma atitude do Supremo Tribunal Federal para restabelecer a legalidade e me devolver ao convívio familiar. Quatro anos e cinco meses depois, a mais alta Corte de Justiça do meu Estado, sob a relatoria do eminente desembargador José Carlos Malta, rejeita, por unanimidade, a denúncia que havia sido a mim imputada. Até o representante do Ministério Público Estadual considerou a fala do meu acusador irrelevante e sem credibilidade. Da acusação formal recebi a alforria, mas quem vai retirar as algemas que foram sucessivamente colocadas em minha reputação ao longo desse tempo? Manchetes de diários se revezaram com folhetins semanais, textos de blogueiros e noticiários eletrônicos, sempre me rotulando de “conspirador”, “líder de trama”, “mandante” e outras tantas adjetivações desairosas. Como reparar o dano que me foi causado? E o constrangimento vivenciado por meus familiares? Por que as autoridades constituídas levaram em conta a tal acusação, tão frágil como uma bolha de sabão? Torna-se um imperativo refletir profundamente sobre esse caso, pois, a despeito da peremptória decisão do Tribunal de Justiça, ainda me sinto aprisionado pelo turbilhão de aleivosias e ofensas que ainda mantém injustamente algemado o meu sentimento.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Steet Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 IMPUNIDADE

CASO FÁBIO ACIOLI Condenação sem prova coloca em xeque a competência da polícia e da justiça Pai do estudante executado, Paulo Medeiros, disse após a sentença do júri popular que acredita na inocência dos presos JOÃO MOUSINHO

joao_mousinho@hotmail.com

“E

u sei que não foram vocês.” Essas foram as palavras do médico Paulo Medeiros, pai de Fábio Acioli, após a sentença que condenou os vendedores de perfume Carlos Eduardo de Souza e Wanderley do Nascimento Ferreira a mais de 26 anos de prisão. Um inquérito mal elaborado, conduzido pelas delegadas Fabiana Leão, Luci Mônica e Rebecca Cordeiro, culminou no julgamento contestado por toda sociedade alagoana devido a falta de provas testemunhais e materiais contra os réus. A única fala do pai, na presença do público, refletiu os anos em que permaneceu em silêncio e pela certeza da impunidade que o crime se notabilizou. Alguns no plenário receberam a declaração do médico como a revolta de um pai que teve o filho executado e o verdadeiro culpado, o mandante, não pagar pelo crime que planejou e permanecer na impunidade. Pela ineficiência da polícia e falhas da justiça, uma verdade foi imposta, mas sem nenhuma precisão. Paulo Medeiros e Marilza Acioli, pais de Fábio, preferiram silenciar diante dos microfones da tevê e gravadores da imprensa, mas o recado foi dado. Em tom de uma silenciosa revolta. Quem esteve no Tribunal do Júri na manhã do dia 15 de janeiro

até o anúncio da sentença, depois de mais de 12 horas de julgamento, pôde observar uma série de contradições no processo e nas alegações realizadas pelo promotor do caso, José Antonio Malta Marques. Malta Marques colocou durante uma de suas falas que o crime foi uma “verdadeira selvageria e quem o comentou estava com muita raiva.” Ou seja, não há característica de crime comum, um assalto seguido de morte – pois o veículo em que Fábio estava foi subtraído, na praia de Cruz das Almas, e levado até o bairro do Benedito Bentes, onde foi carbonizado e uma grande pedra foi encontrada em cima do carro. As principais características físicas narradas pelas testemunhas, para identificar os culpados, em nenhum momento batem com a realidade dos fatos, já que Carlos e Wanderley são opostos. “Desde altura, feições, utilização de brinco na orelha esquerda – de Carlos, que como pode ser observado nunca usou esse tipo de joia”, afirmou o defensor público Ryldson Martins Ferreira. Essas e outras tantas aberrações foram colocadas à prova a todo instante. O DESESPERO Após a sentença, assim como a família de Fábio, visivelmente emocionada, ficou aos prantos, os réus Carlos e Wanderley depois do veredito entraram em desespero. “Não somos monstros. Não matamos o filho da senhora”,

Os pais de Fábio Acioli ficaram decepcionados com o julgamento e as condenações sem provas

esbravejava com olhar fixo para mãe de Fábio, Carlos Eduardo de Souza condenado a 26 anos e quatro meses de prisão. “Minha mãe, minha avó, estão sofrendo do mesmo jeito da senhora”, gritava Wanderley do Nascimento Ferreira, também condenado a 26 anos e quatro meses de prisão em regime fechado no presídio Baldomero Cavalcante, como o seu “comparsa”. Wanderley ao ser conduzido para fora no Tribunal do Júri afirmou: “estamos sendo vítimas de uma armação.” PEÇAS OCULTAS Quem poderia mudar o rumo das investigações e das sentenças

estão mortos ou tomou destino ignorado. O caso pasou a ter conotações mais dramáticas com a morte de Cícero Rafael de França, em novembro do ano passado. Rafael estava com Fábio na praia de Cruz das Almas no momento do sequestro. Temendo sofrer represálias e mais perseguições, como tinha denunciado anteriormente, foi morar no interior de Pernambuco. Lá foi vítima de um AVC e não resistiu. O defensor público acreditava que Rafael poderia dar informações privilegiadas e “falar toda a verdade”, já que o servidor da prefeitura de Maceió, na época, mesmo casado foi acusado de manter

relações homoafetivas com Fábio Acioli. Por isso, foi acusado de atrair o estudante até a praia para que os bandidos ceifassem sua vida. Além de Rafael, o garçom Marcos Aurélio Fernandes de Souza, do Beto’s Bar, localizado na Cruz das Almas, disse ter visto o funcionário da prefeitura na companhia de Fábio e o mesmo teria reconhecido os supostos sequestradores e matadores do estudante. Rafael sempre negou veementemente frequentar tal bar, mas confirmou que estava com Fábio na praia localizada no bairro onde fica o estabelecimento.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 -

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IMPUNIDADE

Defensor quer anular o julgamento

Os condenados Carlos e Wanderley gritavam após a sentença: “somos inocentes”

Com todas as contradições proferidas pelo garçom Marcos Aurélio, Rafael passou de vítima a suspeito, já que foi baleado durante o sequestro de Fábio. Por mais de um ano preso, Rafael foi vítima de torturas psicológica, como revelou a reportagem do jornal Extra, e a exposição e o julgamento da sociedade. A peça-chave ou o grande mentiroso, Marcos Aurélio, deveria ser ouvido na manhã do dia 15 de janeiro pelo juiz da 9ª Vara Criminal da Capital, Geraldo Amorim, mas a informação é que o garçom deixou o programa de proteção às testemunhas - da Polícia Federal - no final do ano passado, por vontade própria, e desde então seu paradeiro é desconhecido. O DESAFIO Após superar problemas de saúde, o juiz Geraldo Amorim, estava pronto para dirigir o julgamento de mais um caso insolúvel em Alagoas. Quando leu a sentença e terminou seus trabalhos, o magistrado disparou: “Eu nunca me acovardei diante de qualquer situação e processo. Desafio qualquer um de vocês aqui a apontar nomes”, dirigido-se ao jornalistas presentes na sessão.

O desabafo veio por conta que durante mais de três anos a imprensa alagoana insinuou a participação de figurões da política, da justiça e do meio empresarial como autor intelectual da trama para executar Fábio. Entre os principias nomes ventilados estavam o de um empresário do ramo imobiliário e de um membro do Poder Judiciário. MANDANTE PODE VIR À TONA “Os trabalhos continuam”, disse à reportagem do jornal Extra o promotor de Justiça José Antonio Malta Marques, que acredita que essa foi à primeira parte do processo, onde os autores materiais foram condenados, mas o ator intelectual pode estar próximo. Questionado como esse mandante poderia ser descoberto, Malta Marques respondeu: “As investigações não cessam por aqui, elas continuam. Há um elemento que pode levar para outros caminhos e mais apurações, é a questão do relatório da Microsoft – empresa de computadores dos Estados Unidos – que até agora não foi entregue a justiça alagoana.” O promotor lembrou a exsistência de um tratado de coopera-

Edição de três de janeiro do Extra apontou para falta de mandante no processo. Promotor Malta Marques disse que as

ção entre a justiça brasileira e norte-americana e que o Ministério da Justiça também está engajado nesse caso, para que o mais breve possível a justiça de Alagoas possa estar com o material disponibilizado pela Microsoft. O material que Malta Marques se referiu são as conversas no bate -papo MSN, um dos serviços disponibilizados pela empresa dos Estados Unidos. Como há uma política de privacidade para os participantes do encontro virtual a empresa estaria dificultando a vinda desse relatório. O dia 11 de agosto de 2009 ainda não acabou para família do estudante Fábio Acioli quando foi sequestrado, espancado e queimado vivo. A lentidão do sistema

judiciário sepulta as esperanças de que justiça seja feita e assegura a impunidade de mais um caso de repercussão no estado mais violento da federação: Alagoas. JORNAL EXTRA ANTECIPOU OS FATOS Na edição de três de janeiro desse ano o defensor público Ryldson Martins revelou que “aquilo não foi um crime passional. Foi um assalto mal sucedido. Tentaram praticar um roubo do veículo. Ele era um rapaz (Fábio) alto, talvez tenha tentado reagir ao assalto e é normal que esse tipo de pessoa não aceita essa reação, a gente vê isso em jornal todo dia, não precisa ser criminalista pra entender.” O defensor público disse ainda, durante a entrevista, que não há provas contra supostos mata-

dores e salientou: “infelizmente aqui quem é acusado é culpado. A Constituição Federal diz totalmente diferente, mas o acusado é condenado antecipadamente. A presunção é que eles são culpados, nesse caso e nos demais casos que a gente vê. Infelizmente é uma falta de sensibilidade e bom senso.” Essa semana, Ryldson adiantou que vai entrar com um recurso para anular o julgamento. O defensor tomou como base a falta de algumas testemunhas e a decisão tomada pelos jurados, que seguiram uma linha contrária ao que apontava as provas. Para o defensor as penas foram muito elevadas, devido a grande quantidade de contradições, e esse seria outro motivo para impetrar o recurso.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 BRIGA PELO PODER

Denúncias esquentam a corrida pelas presidências do Senado e da Câmara Na disputa pelo comando das duas Casas, Renan Calheiros e Henrique Alves são os favoritos, mas novos nomes podem surgir na disputa MARIO COELHO E EDSON SARDINHA

CONGRESSO EM FOCO

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s recentes denúncias contra os candidatos favoritos às presidências da Câmara e do Senado têm gerado dois fatos entre uma parcela minoritária dos parlamentares. Experimentando um sentimento de constrangimento pelas suspeitas em torno dos nomes do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), parlamentares começam a buscar alternativas viáveis para derrotá-los na disputa pela principal cadeira das duas Casas. Até o momento, a expectativa é que Henrique Alves seja eleito presidente da Câmara e Renan retorne à principal posição do Senado, de onde saiu em 2007 após renunciar em meio a uma série de denúncias. Mesmo assim, parlamentares tentam articular uma reação para ao menos marcar uma posição contrária às candidaturas dos dois. O receio é uma piora na imagem do Congresso, já abalada pela reincidência nas denúncias de irregularidades nas duas Casas. “Ter dois presidentes com muitas denúncias piora ainda mais a imagem do Congresso.

Imagem que já não é muito boa”, avaliou o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer. É dessa forma que uma parcela de deputados e senadores pensa. Apesar de concordarem que a tarefa de derrotar Henrique Alves e, especialmente, Renan é complicada, não deixam de mostrar insatisfação com a situação. Na Câmara, a situação para o atual líder do PMDB é um pouco mais complicada. Por enquanto, ele enfrenta três candidatos. Júlio Delgado (PSB-MG), Rose de Freitas (PMDB-ES) e Ronaldo Fonseca (PR-DF) anunciaram suas candidaturas. Mesmo não contando com apoio formal de seus partidos, eles têm influências expressivas dentro da Casa, como entre as bancadas feminina e evangélica e o chamado “baixoclero”, grupo de deputados que não integram a cúpula da Casa. Para Fleischer, ainda é uma incógnita se as denúncias recentes contra Henrique Alves vão afetar sua eleição. Porém, ele acredita que o peemedebista tem um caminho mais tortuoso pela frente. Por dois motivos. Primeiro, pela possibilidade de novas denúncias aparecerem. Depois, pelo fato de o líder da bancada do PMDB na Câmara já ter tido problema com deputados do bai-

xo clero. “Não sei se Henrique está cuidando do baixo clero”, afirmou o cientista político. “A gente tem de criar uma alternativa, não dá pra aceitar como natural essas candidaturas pelo fato de o partido ser majoritário e ter acordo com o PT, o outro principal partido”, disse o líder do Psol na Câmara, Chico Alencar (RJ). Para o deputado, que já conversou com Rose e Delgado, uma nova candidatura avulsa não está descartada. “A gente não discutiu nomes. Não estamos satisfeitos com as candidaturas favoritas postas.” Chico Alencar quer que o novo presidente da Câmara tenha compromisso com a transparência, a austeridade e o protagonismo do Parlamento. Ressalta que, em tese, ninguém é contra esses temas, mas, na prática, a situação se modifica. Por isso, ele entende que é preciso reunir um grupo de deputados para apoiar a candidatura que “melhor expresse isso”. “O ideal é que tenha um candidato de um partido com mais densidade que assuma essas bandeiras”, comentou. Uma das alternativas é o deputado Reguffe (PDT-DF), que não respondeu ainda sobre o convite e sinaliza simpatia à candidatura de Júlio Delgado.

Renan Calheiros (PMDB) é o grande favorito para presidir o Senado; Randolfe Rodreigues (Psol) é candidato só para marcar presença

Mesmo com as denúncias, Chico entende que a candidatura de Henrique Eduardo Alves ainda é a favorita. Adianta, porém, que os deputados descontentes com a candidatura do peemedebista vão fechar uma

plataforma comum em torno dos princípios e analisar os nomes na disputa. “Uma candidatura alternativa, mesmo que não venha a vencer, é um norte para uma postura vigilante para a presidência de cada Casa”, disse.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 -

BRIGA PELO PODER

Na Câmara, o favorito Henrique Eduardo Alves enfrentará os deputados Ronaldo Fonseca PR-DF), Rose de Freitas (PMDB-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG)

FALTA DE ADVERSÁRIOS Enquanto na Câmara já são quatro candidatos declarados, no Senado o favorito para ser eleito presidente está de férias. Renan Calheiros, atual líder do PMDB, até o momento não oficializou sua candidatura. Isso só deve ocorrer em 28 de janeiro, quando a bancada peemedebista se reúne para definir o próximo líder e quais cargos vai ocupar na Mesa Diretora e nas comissões permanentes. De uma certa forma, a demora em oficializar sua candidatura acabou neutralizando boa parte das alternativas possíveis ao seu nome. Desde novembro, senadores da oposição e de grupos independentes cogitaram alternativas para disputar o cargo. Reuniões e jantares ocorreram em Brasília na tentativa de formar uma candidatura. Isso acabou não ocorrendo. Por enquanto, somente o senador Randolfe Rodrigues (Psol -AP) decidiu concorrer contra Renan. Por uma decisão da cúpula nacional do seu partido, ele vai entrar na disputa. Seu nome, no entanto, não consegue unir a oposição. Esta semana, o líder do

PSDB, Alvaro Dias (PR), disse não apoia Randolfe e que continua na procura por um novo candidato. Para ele, o nome ideal é de Pedro Taques (PDT-MT). “O Randolfe aceitou, e vejo essa candidatura dele com a maior simpatia. Mas não é uma candidatura para ganhar. Queria que o Luiz Henrique saísse. Mas ele está numa posição [...]. Ele não aceitou”, resignou-se o senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos integrantes do grupo dos independentes no Senado, fazendo referência ao senador Luiz Henrique (PMDB -SC). “Randolfe é moço e corajoso. O meu voto ele tem. Para ganhar, quem sabe dizer?”, completou. Na Câmara e no Senado, a tradição é que o partido com a maior bancada eleja o presidente. Entre os deputados, o PMDB tem a segunda maior bancada. Mas, por conta de um acordo celebrado em 2010 que levou Marco Maia (PT -RS) à presidência no ano seguinte, a legenda tem o apoio petista para o cargo. Entre os senadores, os peemedebistas são maioria. Por essa situação, Simon não vê grandes chances de Renan perder a eleição. Além disso, aponta

que a integração do partido com o governo Dilma Rousseff está maior do que nos tempos de Lula. Ele cita o vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB -AP), como próximos da presidenta. E lembra que Renan integra a cúpula do partido. “A integração com a Dilma é forte mesmo. Eles estão integrados no governo. A Dilma está perfeitamente integrada nesse esquema”, acrescentou. O cientista político David Fleischer ainda acrescenta um outro fator que favorece Renan e dificulta o crescimento de uma candidatura avulsa: a diminuição da oposição no Senado. Com a cassação de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) por falta de decoro parlamentar, o movimento perdeu ainda mais força. “A oposição já saiu enfraquecida das eleições. E com o caso Demóstenes ficou mais ainda”, disse. A escolha do presidente do Senado está marcada para o próximo dia 1º, quando os parlamentares voltam aos trabalhos. No dia 4, é a vez de os deputados irem às urnas.

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10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 FALTANDO DINHEIRO

Ex-prefeita de Chã Preta deixa rombo de R$ 400 mil Previdência municipal de Chã Preta tinha R$ 425 mil em 2009, quando Rita Tenório assumiu a prefeitura; hoje, saldo é de apenas R$ 25 mil VICTOR AVNER

victoravner@yahoo.com.br

A mudança de prefeito em Chã Preta revelou um grande rombo na previdência dos servidores públicos municipais. mais de R$ 400 mil sumiram da cona corrente que guarda os recursos para pagar aposentadorias e pensões dos trabalhadores do município. O dinheiro teria desaparecido na gestão da prefeita Rita Tenório (PMN), esposa do deputado federal Chico Tenório. No município, as contribuições previdenciárias são depositadas no Fundo de Previdência dos Servidores Públicos (Funserp). O fundo foi criado pela prefeitura há vários anos como alternativa ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), o sistema previdenciário federal. Desde então, 11% do salário dos trabalhadores de Chã Preta é repassado para o Funserp. A prefeitura, por sua vez, envia mais 11% do valor do salário de seus funcionários para o fundo. Assim como em qualquer sistema previdenciário, o Funserp garantiria aos servidores públicos de Chã Preta a continuidade do pagamento de seus vencimentos em forma de aposentadoria ou pensão por invalidez. Acontece que os servidores públicos de Chã Preta correm grande risco de não receber esse dinheiro mesmo após tantos anos de trabalho. O problema é que em dezembro de 2008, um mês antes

de Rita Tenório assumir a prefeitura, o Funserp tinha exatos R$ 425.431,22. No entanto, hoje a conta corrente do fundo previdenciário tem apenas pouco mais de R$ 25 mil. A brusca queda no saldo do Funserp foi descoberto por Audálio Holanda (PSDB), que reassumiu a prefeitura de Chã Preta no começo do mês. Holanda foi prefeito do município entre os anos de 2001 e 2008, portanto, na gestão imediatamente anterior a de Rita. Como deixou a prefeitura com mais de R$ 425 mil depositados no fundo previdenciário, ele se surpreendeu ao constatar que quatro anos depois havia restado apenas 6% do valor original. O desaparecimento de R$ 400 mil é inexplicável. De acordo com Felipe de Pádua, atual advogado da prefeitura de Chã Preta, o prefeito deveria ter recebido o Funserp com mais recursos. Mas a situação é inversa: hoje existe menos dinheiro depositado no fundo do que em 2008, quando Holanda encerrou seu mandato. “Deveria ter mais recursos no fundo em função dos aportes financeiros decorrentes da parte da contribuição do empregado e do empregador entre os anos de 2009 e 2012”, comenta Pádua. Para o advogado, o rombo na previdência municipal é grave. É que os recursos do Funserp só podem ser utilizados para pagar aposentadorias e pensões, o que não aconteceu na gestão de Rita.

“A verba existente na conta corrente é ‘carimbada’ para pagamento de pensionistas e aposentados, porém, diferentemente de tudo isso, observa-se que houve malversação do dinheiro público, já que há diferença enorme dos valores deixado em conta corrente”, ressalta Pádua. Rita Tenório, ex-prefeita de Chã Preta, não foi localizada até o fechamento da edição para explicar a redução do saldo na conta do Funserp.

Rita Tenório assumiu a prefeitura de Chã Preta em 2009; abaixo, extrato bancário de janeiro mostra que sobrou pouco mais de R$ 25 mil no fundo previdenciário após o fim de seu mandato


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 -

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IMPROBIDADE

Prefeita de Traipu assume meio ao caos Dívida com a União ultrapassa R$ 5 milhões; Conceição Tavares deve ingressar com ação no Ministério Público Estadual denunciando gestão passada JOÃO MOUSINHO

joao_mousiho@hotmail.com

H

á pouco mais de duas semanas no comando do executivo de Traipu, a prefeita eleita Conceição Tavares já prepara um dossiê para encaminhar ao Ministério Público Estadual. O município está sem receber o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o problema foi gerado nas administrações dos ex-prefeitos Marcos Santos e Julliany Machado, que deixaram de recolher o INSS. A dívida com a previdência ultrapassa os R$ 5 milhões. “No último dia 10 de janeiro o município recebeu R$ 396 mil de FPM, mas esse dinheiro foi retido pela União para pagar os débitos com a previdência. Como a atual prefeita pode administrar Traipu sem FPM, uma cidade que vive praticamente desse repasse?”, questionou Denis Guimarães, procurador do município. Os desmandos cometidos por Julliany Machado não cessaram apenas com a dívida da União. O mês de dezembro é notabili-

zado pelas férias escolares, mas em Traipu o inusitado ocorreu: no dia sete de dezembro quatro transferências bancárias foram realizadas para retirar mais de R$ 100 mil das contas destinadas a compra de merenda escolar. Os advogados do município devem ingressar com uma ação para que o FPM não seja mais retido de forma integral pela União. “O município não nega a dívida com o INSS, mas vamos solicitar o parcelamento, só assim será viável administrar a cidade”, revelou Denis Guimarães. Que adiantou: “acredito que 15% do FPM deve ser retido para quitar os débitos e o resto servirá para a gestão municipal.” O Ministério Público Estadual sugeriu para os municípios que uma transição harmônica fosse realizada entre antigas e novas gestões municipais, o que não ocorreu em Traipu. “Contratos, documentos, nada disso tivemos acesso. As contas de dezembro não foram pagas pela gestão anterior, o que ficou a cargo da nova prefeita”, contou Denis.

Conceição Tavares herdou dívida com a Previdência de mais de R$ 5 milhões deixada pela gestão de Julliany Machado. Alimentos tomados por larvas e apodrecidos foram encontrados em geladeira de escola

DESCASO Quando Conceição Tavares foi inspecionar junto com sua equipe as instalações do município, o que pôde observar foi às despesas vazias e as sobras de alimentos fora da validade e até es-

tragados. Alguns tomates estavam numa geladeira deteriorada, onde se encontrava tomado por larvas, assim como outros alimentos apodrecidos. Denis Guimarães disse que o caos em Traipu não é apenas

nas contas publicas, mas desde a estrutura física da prefeitura, colégios e postos de saúde. “A cidade parece que viveu abandonado anos e anos. Essa nova gestão vai construir do zero, o que nunca foi feito no município”, desabafou.


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 ABANDONO

BARRA DE STO. ANTÔNIO: Alunos comem merenda podre e bebem água na torneira Cozinhas sem higiene e esgoto a céu aberto no pátio: estudar vira sofrimento em município

ODILON RIOS

Repórter

A

lunos das escolas municipais da Barra de Santo Antônio estudam nas piores condições. Eles comem alimentos vencidos na hora da merenda escolar ou armazenados nas piores condições. Até água da torneira eles bebem porque faltam copos ou filtros. As cenas foram flagradas em dezembro. Um dos alunos bebe água na torneira, na escola municipal Edjackson Leocadio dos Santos, na Barra de Santo Antônio. Nesta escola, o cuscuz, o feijão, a margarina e os biscoitos estão com data de validade vencida há pelo menos dois meses. A cozinha não não tem higiene. No freezer, a carne está misturada ao iogurte e à salsicha. Até um colorau, que ajuda a temperar a comida, deveria ter ido para o lixo desde junho de 2010. Nas escolas da Barra de Santo Antônio, a batata doce, a cenoura e a banana estavam podres em dezembro. E, tamanho era o descaso que a comunidade falava que a uma professora havia se candidato a vereadora, distribuindo a merenda escolar dos alunos para comprar votos. “Ela dizia que o resto ficava com os alunos”, disse um morador da Barra. E o mesmo iogurte misturado à carne é misturado à água em algumas escolas e servido com açú-

car aos alunos. “É uma mistura que ninguém aguenta comer. Só para matar a fome mesmo”, disse um aluno. Pior: o iogurte está vencido há três meses. As condições físicas das escolas são as piores. Na Edjackson, o quadro negro é sustentado por duas cadeiras para não cair. Com um imenso corredor e sem ventilação, os alunos batizaram a escola de “Cadeião”- referência ao presídio para detentos provisórios em Maceió que tem as mesmas semelhanças com a escola da Barra. Caixas de gordura estão entupidas e o esgoto corre a céu aberto. A água usada para lavar os pratos da merenda é jogada no pátio. Em dezembro, a prefeita da cidade, Maria Cícera de Albuquerque Casado, a Ciçou (PTB), foi afastada do cargo por irregularidades. Neste ano, assumiu Rogério Farias, que foi preso nas eleições de 2008 por comprar votos. Ele teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No ano passado, a Prefeitura da Barra gastou mais dinheiro com as festas juninas que nas escolas, para a merenda. Em dois contratos para bandas, foram R$ 272 mil. A merenda, no mesmo mês de junho, recebeu menos: R$ 259.755. Segundo o IBGE, das 14.230 pessoas que moram na Barra, mais da metade (8.474) é analfabeta. 2.587 nunca pisaram em uma escola. Desde 2005, prefeitos de Alagoas são presos por desviar a ver-

Criança bebe água na torneira, descaso na educação é a marca do desgoverno da ex-prefeita Maria Cícera, a Ciçou

ba da merenda em carros de luxo, fazendas, apartamentos à beira mar e até uisque e ração para cachorro. Os prejuízos aos cofres públicos são devastadores: 16% de toda a verba federal enviada a Alagoas foi desviada por gestores corruptos. Em sete anos, a Polícia Federal deflagrou dez operações, a maioria com foco na merenda escolar. R$ 407 milhões foram desviados.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 -

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IMPROBIDADE

Justiça decreta indisponibilidade dos bens de Roseane Jatobá De acordo com o MPF, ex-prefeita de Jequiá da Praia desviou recursos transferidos pela Funasa para a execução de melhorias sanitárias domiciliares

A

tendendo a recurso do Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas, a Justiça Federal decretou a indisponibilidade dos bens da ex-prefeita de Jequiá da Praia, Roseane Jatobá Lins. Em setembro deste ano, o MPF havia ajuizado duas ações (de improbidade administrativa e penal) contra a ex-gestora do município - localizada a 55,5 km da capital - pelo desvio de R$ 230,8 mil repassados pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para execução de melhorias sanitárias domiciliares. Como o pedido de indisponibilidade dos bens não foi deferido inicialmente, o MPF ingressou com um agravo de instrumento, o qual foi julgado procedente pelo desembargador federal Francisco Barros Dias (TRF da 5ª Região). As verbas federais foram transferidas em 2008. No entanto, a Funasa, em parecer técnico, constatou a inexecução total da obra, em agosto do ano seguinte. Os 82 módulos chegaram a ser construídos, mas nenhum deles

foi finalizado. Constam ainda como réus da ação de improbidade, proposta pelo procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, o então secretário de Infraestrutura e Obras do Município, Maurício Jorge Costa Corcino, e a empresa Rocha Construção e Empreendimentos Ltda., responsável pelo trabalho. Mesmo sem a execução da obra, foi pago à empresa contratada cerca de R$ 160 mil. Figura na ação: “Resta claro o ajuste criminoso realizado entre os requeridos Roseane Jatobá e Maurício Jorge Costa Corcino juntamente com a empresa Rocha Construção e Empreendimentos LTDA, pelo qual proporcionaram a essa entidade particular o enriquecimento indevido no valor original de R$ 160.492,04”. Aplicação da lei – A primeira ação toma como base a Lei nº 8.429/92 com a finalidade de dar efetividade ao artigo 37, § 4º, da Constituição Federal. A referida lei dispõe sobre as sanções apli-

cáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional. Contra Roseane Jatobá pesa a prática do ato de improbidade administrativa, principalmente, na modalidade que causa prejuízo ao erário. Cabe ressaltar também que a inexecução das obras sanitárias, em virtude da deficiência do município, poderia acarretar na disseminação de doenças infectocontagiosas na população local. O MPF/AL requer dos réus o pagamento de R$ 692.593,86 – soma do valor de R$ 230.864,62 (já corrigido) e multa. Entre os pedidos consta ainda perda da função pública, conforme o caso; suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco a oito anos; e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, pelo prazo de cinco anos. Na ação penal, Roseane Jatobá

Rosinha Jatobá terá que devolver R$ 692,5 mil aos cofres públicos

e Maurício Jorge Costa Corcino são acusados pelo crime previsto no artigo 1º, I, do Decreto-Lei nº 201/1967: “apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio”. Números das ações para pesquisa processual: 0005684-

63.2012.4.05.8000 (improbidade) e 0005683-78.2012.4.05.8000 (penal). Fonte: Assessoria de comunicação do Ministério Público Federal em Alagoas.


14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 TERRA CARA

Reforma agrária em Alagoas esbarra no alto preço da terra Levantamento do Governo Federal mostra que Estado tem o hectare mais caro do Nordeste ODILON RIOS

Repórter

O

Mapa Fundiário - o raio X das terras de Alagoas destinadas à reforma agrária - esbarra em um obstáculo: o preço por hectare, da terra no Estado. São R$ 6.931, o mais caro de todo o Nordeste, pelo levantamento da Coordenação de Planejamento, Monitoramento e Avaliação do Ministério do Desenvolvimento Agrário. A diferença entre Alagoas e o segundo colocado, que é Sergipe, é pouco maior que duas vezes. No Estado vizinho, a terra custa R$ 2.436. A diferença entre Alagoas e Ceará - local onde o hectare de terra é o mais barato na região - é de quase 10 vezes. “Este alto valor da terra dificulta a execução da política de reforma agrária em Alagoas, como propõe o Governo Federal”, disse o presidente do Instituto de Terras, Alan Balbino. O Iteral faz a parte estadual da reforma agrária. “Diante disso, estamos propondo uma reforma agrária complementar utilizando mecanismos práticos, rápidos e de fácil execução, a exemplo da obtenção de terra pelo Crédito Fundiário, gerenciado pelo BNB e que consiste no acesso ao crédito através da certidão outorgada pelo Iteral (Título de Posse de Terra), e que dá ao agricultor excluído a possibilidade de obter entre R$ 1.000,00 a R$ 50.000,00 com uma carência de três anos para pagar a primeira

parcela”, explica o presidente do instituto alagoano. Pelo orçamento, o Iteral terá, este ano, R$ 8,8 milhões (exatos R$ 8.843.360) para gastar com ações em reforma agrária. A proposta é que o instituto promova a regularização fundiária de imóveis na Zona da Mata, Litoral, Agreste e Sertão do Estado. O tamanho desta malha fundiária alcança 35 cidades ou O alto preço da terra tem dificultado a execução do programa da reeforma agrária e0m Alagoas 726.896 hectares de terras. Até o final de 2014, o Governo alago- pécie de raio X de todas as terano quer beneficiar 49.563 es- ras do Estado. Identifica- com tabelecimentos agropecuários e a ajuda dos cartórios- a quem entregar 19.689 titulos de terras pertence e a quem pertenceu - é mais que a soma dos gover- um pedaço de determinado nos de José Tavares a Ronaldo chão. Lessa. Estas terras pertencem ao Se o mapeamento fundiário Governo. for realizado mexe diretamente O mesmo levantamento com pessoas de forte represenmostra que 553 posseiros ocu- tação social, entre elas, polítipam as terras sem autorização. cos, que ocupam terras griladas “São recursos locais. Para ou áreas devolutas. realizarmos este mapeamento Exemplo disso foi o que estamos com uma ação con- aconteceu em Murici, no dia 25 junta com o Banco do Brasil e de julho de 2007: líderes de semo Banco do Nordeste do Brasil. terra ocuparam o cartório da ciTrabalhamos 34.60 hectares e dade para pedir o afastamento atingimos 3.054 famílias”, expli- da tabeliã Maria de Lourdes. cou Alan Balbino. Maria de Lourdes foi afastaO mapeamento fundiário é da do cartório, mas retornou à uma das principais reivindica- função. O processo- aberto pelo ções dos movimentos dos traba- Tribunal de Justiça - foi arquilhadores rurais sem terra para a vado. reforma agrária no Estado. Eles Números do cadastro de suspeitam que terras como as imóveis rurais do Instituto Nado extinto Produban- o banco cional de Colonização e Refordo Estado que fechou as portas ma Agrária (Incra), de 2010, em 1997 e com bens de alguns mostram que Alagoas possui dos maiores devedores do Esta- 346 grandes áreas improdutido- estejam sendo ocupados de vas- à disposição para reforma forma irregular. agrária. São 244.416 metros ENTENDA quadrados. Isso equivale a 245 O mapeamento é uma es- mil campos de futebol.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013

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NA MIRA

Trabalhadores sem-terra ocupam sede do Incra

Após 300 famílias serem despejados de terra de usina falida, movimentos de reforma agrária ocupam sede administrativa do órgão federal REDAÇÃO

com assessoria contato@novoextra.com.br

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sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrário (Incra) em Alagoas está novamente ocupada por trabalhadores sem-terra. Cerca de 150 produtores rurais ocupam salas e corredores do órgão desde a noite de quarta-feira (16). Eles protestam contra a ordem de despejo de 300 famílias da Fazenda Pitombeira, em Capela. Na terça-feira (15), a Justiça concedeu liminar favorável à usina

João de Deus, falida há anos, e proprietária das terras. Com a decisão, os trabalhadores rurais foram obrigados a desocupar as a fazenda. “O suposto proprietário apresentou documentos de apenas 90 dos 345 hectares da fazenda. Existem na justiça diversos processos trabalhistas e de trabalho escravo sobre a usina”, contestam os trabalhadores rurais, em nota enviada à imprensa. As 300 famílias que foram atingidas pela decisão judicial estavam no local há mais de oito anos. Lá, eles estavam plantando e suas produções já eram comercializadas. “Estas são terras públicas que foram griladas pelos usineiros”, consta na

nota. Trabalhadores do movimento Terra Livre de ocupações em fazendas de Messias e de Murici devem chegar nesta sexta-feira (18) para reforçar a ocupação do Incra. Eles culpam o órgão pelo despejo. É que durante todo o ano passado houve reuniões entre os proprietários do imóvel, os trabalhadores rurais, o Incra e a Vara de Conflitos Agrários. Apesar disso, não houve resolução para o problema. “Não fosse a morosidade do Incra, dirigido pela política anti-reforma agrária do governo Dilma, que até agora não assentou ninguém, a Fazenda Pitombeiras teria sido vistoriada e desapropriada para reforma

agrária”, reclamam os trabalhadores sem-terra. O movimento Terra Livre exige a desapropriação da Fazenda Pitombeiras e a proteção das lavouras já plantadas. Além disso, o Incra deve elaborar um parecer compro-

vando que a fazenda era improdutiva antes da ocupação dos trabalhadores sem-terra. De acordo com as lideranças do movimento Terra e Liberdade, o órgão federal ficará ocupado até que as exigências sejam atendidas.


16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 COMPROMISSO

MP e Câmara reafirmam in em parcerias na defesa da Ao receber os vereadores, procurador-geral Sérgio Jucá destaca importância do relacionamento entre os dois órgãos ALEXANDRE LINO

Com Assessoria

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Mesa Diretora da Câmara de Maceió visitou, nesta quarta-feira (16), o procurador- geral de Justiça, Sérgio Jucá, na sede do Ministério Público Estadual. Na ocasião, o presidente da Câmara, vereador Chico Filho (PP), se colocou à disposição do MPE para firmar

parcerias em diversas áreas, a exemplo no meio ambiente, consumidor, educação, saúde, defesa da mulher e proteção da criança. “Tudo que for desenvolvido pelo Ministério Público é de interesse da Câmara de Vereadores, já que somos representantes do povo”, destacou o presidente. Chico Filho fez questão de apresentar os demais integrantes da Mesa e afirmar que fará uma

gestão democrática, com a descentralização das ações e priorização da transparência, além de uma maior aproximação da população. “Teremos nessa legislatura a oportunidade de discutir dois grandes projetos de interesse da população, que são a revisão do Plano Diretor e o PPA (Plano Plurianual – que estabelece os programas a serem desenvolvidos pelo governo por quatro

anos)”, afirmou o presidente da Câmara. Para Sérgio Jucá, a parceria com a Câmara Municipal é importante, já que há interesse comum das duas instituições no que diz respeito a servir à população. “Vocês produzem leis e o Ministério Público está à disposição para o que for necessário ao aperfeiçoamento do processo legislativo. Estaremos de por-

tas abertas à Câmara de Maceió quando o assunto for relativo aos problemas do povo de Maceió”, afirmou o procurador-geral. Jucá lembrou que por muitos anos dedicou-se à causa da defesa da criança e adolescente e pediu aos vereadores uma atenção especial ao orçamento destinado à infância. A vice-presidente da Casa, vereadora Tereza Nelma (PSDB),


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nteresse a população

Procurador- geral de Justiça, Sérgio Jucá, recebe vereadores de Maceió

destacou a necessidade de fiscalizar as ações do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e prestigiar o Conselho Tutelar. Ela também pediu uma atenção especial no que diz respeito à causa dos deficientes. Sérgio Jucá se comprometeu a, no período de até três meses, criar uma promotoria especializada exclusivamente na defesa dos portadores de necessidades especiais. Além do presidente Chico Filho (PP), e do procurador-geral, Sérgio Jucá, do sub-procurador-geral de Justiça, Valber Valente e o procurador de

Justiça Luciano Chagas, participaram da visita os vereadores Tereza Nelma (PSDB), 1ª vice-presidente; Simone Andrade (PTB), 2ª vice-presidente; Kelmann Vieira (PMDB), 1º secretário; Sílvio Camelo (PV), 2º secretário; Davi Davino (PP), 3º secretário, e os suplentes Wilson Júnior (PDT) e Silvânio Barbosa (PSB). A visita ao MP Estadual foi a segunda feita pela Mesa Diretora desde sua eleição. A primeira foi ao prefeito Rui Palmeira. As próximas visitas serão ao Tribunal de Justiça, na sexta (18), e ao Tribunal de Contas, na segunda, dia 21.

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18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 MAIS R$

STF recebe novo pedido para vetar empréstimo milionário de Alagoas Na qualidade de amicus curiae, Richard Manso se habilita no processo do Estado que pede autorização ao STF para contrair nova dívida MARIA SALÉSIA

sallesia@hotmail.com

O

Estado de Alagoas desembolsou em 2012 mais de 700 milhões para o pagamento de juros e amortização da dívida do Estado com a União, sendo R$ 63, 89 milhões mensais. Mesmo assim, ainda tentou contrair nova dívida junto a bancos nacionais e internacionais acima de R$1 bilhão que seria, segundo o governador Téo Vilela, para investimentos importantes em Alagoas. Foi barrado pelo ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas não gostou. Como se trata de decisão liminar, o funcionário do TJ/AL, Richard Wagner Medeiros Cavalcante Manso, entrou com petição junto ao STF para que o empréstimo milionário fosse vetado. Manso, na qualidade de amicus curiae (amigo da Corte) requereu através do processo STF/AC n. 3289 sua admissão na Ação Cautelar com a finalidade de “ manter a Corte Suprema Brasileira informada sobre as questões omitidas pelo autor e réu” (Estado de Alagoas). O requerente pede ainda que seja deferida a juntada das decisões do Tribunal Regional Federal da 5ª Região- TRF5, processo que possui as partes Estado de Alagoas e União, ora em grau de recurso, que trata da dívida de Alagoas e que levou o Estado ingressar perante o STF para obter autorização de endividamento do erário estadual alagoano, que

“não suporta mais empréstimo para cobrir desvios de verbas que são noticiados perante o TRF5, remessa ex ofício em ação civil 510946-AL (2002.80.00.0022794)”, aponta documento. “Há anos vem rolando uma dívida que não existe”, criticou Manso. Richard argumenta que se seu pedido for deferido, em todas as fases processuais, sua advogada pode ser solicitada, bem como os documentos que comprovam a impossibilidade de Alagoas tomar novo empréstimo, inclusive foram anexados ao processo. Ele se refere a Ação Popular que moveu há mais de uma década contra a União e o Estado que trata da “renegociação de dívidas do estado de Alagoas correspondentes a Letras Financeiras (LFTs) emitidas com base em precatórios inexistentes”. Segundo Manso, o Estado omitiu sua ação, a qual proíbe Alagoas tomar novo empréstimo. “Fiz requerimento ao ministro pedindo para ingressar na ação para manter o Supremo informado sobre a dívida. Serei um informante do Supremo”, afirmou. Richard relembra que o Estado de Alagoas e a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) têm divergências acerca de um componentes da Lei de Responsabilidade fiscal. E mais: trata-se de um dos estados mais pobre do país e mesmo assim paga muito dinheiro a União. Para se ter uma ideia do absurdo, segundo dados disponíveis no Portal da

Richard Manso deverá ser informante no Supremo Tribunal Federal sobre a dívida de AL junto a União

Transparência, nos últimos dois anos, Alagoas pagou R$ 1,45 bilhão do serviço da dívida com a União. E há seis anos desembolsou R$ 3,64 bilhões. Vale ressaltar que no total, a dívida alagoana chega a quase 8 bilhões. ENTENDA O VETO Em decisões liminares, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, negou a liminar requerida pelo Estado de Alagoas na Ação Cautelar (AC) para liberação de empréstimos financeiros junto a bancos nacionais e internacionais. A decisão de Barbosa ainda será submetida ao plenário, quando o Supremo voltar do recesso, em fevereiro. Por enquanto, foram barradas operações no total de R$ 1,079 bilhão nos dois bancos estatais.

Segundo a assessoria de comunicação do STF, o governo de Alagoas pediu que o Supremo restabelecesse empréstimos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal, dentro do Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal (Proinveste), do governo federal. O programa é destinado a ampliar a capacidade de investimento dos estados por meio de financiamentos com bancos públicos. Alagoas tinha previsão de liberação de crédito no valor de R$ 219,50 milhões em 2012 e R$ 859,7 milhões, em 2013, no âmbito do programa Proinveste. Acontece que a principal condicionante desse programa é que seja comprovado o cumprimen-

to, pelos estados, da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) nas despesas do ano. Alagoas teve operações de crédito pelo Proinveste suspensas porque, segundo a União, o estado não cumpriu a LRF na integralidade em 2012. Em sua decisão liminar sobre Alagoas, Joaquim Barbosa afirmou que “as razões apontadas pela Secretaria do Tesouro Nacional para fundamentar as dúvidas sobre o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal são coerentes.” No entanto, o ministro ainda dá uma chance para Alagoas reverter a decisão. O presidente afirmou que prefere deixar a decisão sobre o contrato de empréstimo para o plenário do Supremo, já que envolve “vultosa quantia”. Com assessoria do STF.


extra

“Vai explodir uma bomba de efeito devastador na Administração Pública local. Alguém

pedrojornalista@uol.com.br

O

prefeito Rui Palmeira é um homem ponderado, equilibrado e um eficiente político. Chegou onde está não por acaso, mas por crédito e merecimento. Não tenho dúvidas de que dará aos seus eleitores a satisfação do voto útil e de qualidade para administrar Maceió. No entanto é preciso ter paciência e não esperar que de posse de uma “varinha mágica” faça tudo acontecer milagrosamente. Tomei conhecimento que o prefeito e sua equipe estão boquiabertos com o tamanho da desorganização, do desmando e da irresponsabilidade administrativa da gestão anterior. Quem imaginava que a coisa era feia, bote horrendo neste cenário. O ex-prefeito Cícero Almeida deixou uma prefeitura literalmente destroçada por sua incompetência e de uma equipe medíocre ( com raras exceções ) que seguia regiamente sua cartilha de destruição e atentado ao interesse público. As contas públicas não batem nada com nada. A cada avanço, a cada documento financeiro auditado se depara com a irresponsabilidade explícita, com a ausência de legalidade e com a dúvida da honestidade. Cada contrato é um susto, cada licitação uma surpresa desagradável. A prefeitura de Maceió foi transformada em uma verdadeira “casa de mãe-joana”, onde todos mandavam e ninguém obedecia. Misturaram o público com o privado na mais deplorável e escandalosa ação de agentes avessos ao cumprimento da lei e da ordem pública. A fraude, a lesão aos cofres públicos, o atentado à moral, saltam aos olhos de quem quer que tenha acesso aos relatórios financeiros que estão sendo levantados cuidadosamente pelos técnicos da atual administração. A saúde de Maceió é a de pior qualidade entre a todas as capitais do país, pois não houve gestão, mas negligência com as vidas humanas e irresponsabilidade com o emprego do dinheiro que deveria servir para atender principalmente à população mais carente. A educação é o exemplo da deficiência, do desrespeito ao cidadão, do atentado a milhares de crianças e jovens, privados do ensino digno, da merenda necessária muitas vezes às suas sobrevivências e do pouco caso com o combate sistemático às drogas e a violência. Os serviços públicos estão sucateados e obsoletos, os bens públicos deteriorados, abandonados e corroídos pelo desgaste da incompetência institucionalizada. E os servidores públicos estes eternos relegados sofredores? Falta-lhes a auto-estima levada pelo ralo da incompreensão, da falta de sensibilidade e do descaso com uma categoria que carrega com abnegação a máquina pública e a faz girar bem ou mal. Estagnados há anos em suas funções não vislumbram uma ascensão, pois nunca se falou em política de valorização. Existe até um prédio que chamaram de “Escola de Governo”, inauguraram com festa, mas na qual a palavra “capacitação” é terminantemente proibida ser pronunciada. O prefeito Rui Palmeira e sua equipe terão muito trabalho pela frente para reconstruir uma administração vitima de uma “tsunami” provocada pela irresponsabilidade administrativa daqueles que deveriam zelar pelo bem e interesse público. A luta será árdua e desafiante, mas com certeza haverão de conseguir com a capacidade de seus técnicos, o apoio de sociedade, as ações do Ministério Público e do Judiciário restabelecendo os caminhos do desenvolvimento e punindo exemplarmente os culpados. Em breve esta

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Para refletir:

PEDROOLIVEIRA Maceió: a marca da irresponsabilidade

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vai se atingido em cheio”.

Os golpes da imprensa

Bastou que fosse consolidada a candidatura do senador Renan Calheiros à presidência do Senado Federal para que setores da grande imprensa nacional assumissem a posição de “defensores da moral pública”. Noticias “requentadas” sobre as quais o senador já se defendeu e provou equívocos acusatórios voltam às páginas de uma mídia comprometida. O senador Renan Calheiros conquistará a presidência do Senado fruto de seu trabalho incansável, grande articulador e sua enorme influência na política nacional. No final de semana certamente vão trazer novas notícias velhas com o objetivo de conturbar o processo de sua eleição. Tenho divergências com o senador, mas precisamos entender que Alagoas cresce e ganha com a representatividade de sua presença na presidência do Senado. Neste momento temos que torcer juntos.

Canal do Sertão: a primeira conquista Passados muitos anos de “lero-lero” demagogia política e hipocrisia de campanha eleitoral finalmente algo de concreto acontecerá com as obras do Canal do Sertão. O cronograma só deslanchou nos últimos seis anos graças a determinação do governador Teotônio Vilela, que fez o estado se tornar acreditado, o apoio de alguns membros da bancada federal e a disposição de ajudar do governo federal. No próximo dia 31 aqui estará a presidente Dilma para inaugurar a primeira etapa de 65 quilômetros beneficiando com água abundante uma vasta e terrivelmente seca área do sertão alagoano. Espera-se que sensibilizada pelo gigantismo do alcance social que sua vista não alcançará a presidente possa se tornar uma entusiasta na luta contra a brutal seca que mata o alagoano.

Emergências e negligências É a palavra da moda entre os prefeitos recém empossados como justificativa para comprar e contratar com mais “facilidade”, alguns começando suas administrações pelo caminho da contramão da legalidade e da moralidade. Existem os casos em que realmente o processo administrativo ficou engessado diante estado deplorável em que os antecessores deixaram as prefeituras. Mas em outros com um pouco de boa vontade e o obrigatório uso do princípio da eficiência tudo seria resolvido no devido tempo sem necessidade de artimanhas manjadas e perigosas. São os novos imitando os velhos.

Negligência

A negligência de prefeitos em fim de mandato com seus municípios é objeto de ações do Ministério Público em todo o país. Principalmente aqueles que perderam a eleição entregam a Administração quase sempre sucateada. Tais práticas não são inéditas em final de mandato: - Por perversidade e vingança contra o eleitor, eles param os serviços públicos, deixam de pagar salários e ainda tem aqueles que fazem sumir documentos contábeis importantes. Em Pernambuco, o Tribunal de Contas do Estado e o MP Estadual desencadearem uma ofensiva e 45 prefeitos foram autuados por deixarem de cumprir responsabilidades de gestor público. Aqui pelo que eu saiba nada aconteceu para coibir essa imoralidade. Mas aqui é assim mesmo.

Respeitem a dor de um pai O médico Paulo Medeiros, pai do estudante Fábio Acioli, morto barbaramente, cujos supostos autores materiais foram a júri esta semana, no final da sessão que os condenou fez um emocionado desabafo: - “Eu acredito que não foram vocês”. Na hora quis botar pra fora também sua angústia e seu descrédito no aparato oficial que ate hoje não descobriu os mandantes do covarde assassinato. Chamoume a atenção, no entanto, a reação do juiz Geraldo Amorim que classificou como uma “reação horrorosa”. “Ele deveria ter autocontrole e respeito com as autoridades”. Uma declaração cômica do magistrado se não fosse trágica. Já o promotor José Antonio malta Marques saiu com outra pérola: “Se o pai acredita na inocência dos réus, ele deve saber quem foi o autor”. Como exigir autocontrole de um sofrido e amargurado pai que perdeu um filho jovem e em circunstâncias brutais? Como se indignar com um pai que espera há anos que as instituições apontem os autores intelectuais da morte de seu filho e a leniência desses aparatos não lhe dá nenhuma resposta? As autoridades que o criticaram deveriam sim, ter mais respeito pela dor de um pai.


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Maceió azul esverdeado GERALDINHO GONÇALVES

geraldinhogoncalves@hotmail.com

É

assim que vejo MACEIÓ desde o dia 1º de Janeiro de 2013. NOVO ANO, N0VAS ESPERANÇAS! O Azul representa MUDANÇA, como disse Wilson Simonal, “vesti azul, minha sorte então mudou”; Maceió votou azul e vai mudar. O esverdeado é o verde, ESPERANÇA de ver a nossa cidade livre da sujeira, do lixo espalhado gerando poluição e principalmente da violência que transformou a nossa Capital na mais violenta do Brasil. Estou vislumbrando, vindo a passos largos um exército de medidas e providências lideradas pelo nosso jovem Prefeito. MACEIÓ, dividida em Regiões Administrativas, cada uma delas com seu Complexo Administrativo composto de Postos de Saúde/ Mini Pronto Socorro, Delegacias de Polícia, Complexo Educacional/ Esportivo/ Profissionalizante em tempo integral, Áreas de Lazer e o que mais for necessário para a vida moderna e para afastar definitivamente os jovens da marginalidade. Quiçá, ter Postos de Trabalho para cadastrar, orientar e encaminhar os jovens à procura de empregos. Quero ver o trânsito fluindo normalmente, ônibus e motoci-

cletas em suas faixas, respeitando os demais veículos e pedestres. A SMTT orientando o trânsito em geral, e não servindo de caça niques, apenas multando e multando aleatoriamente. O transporte coletivo limpo, confortável e dentro do horário. Não sei se quando resolvi escrever sobre esse assunto, estava Escrevendo Dormindo ou, Sonhado Acordado. Seja como for voucontinuar a “viajar”. O meu olhar ver lá distante, mas não impossível, as praias e lagoas despoluídas e limpas; as barracas de comes e bebes respeitando as normas da Saúde Pública, o pessoal de serviço atendendo aos clientes da terrinha e turistas com esmero e delicadeza, e os preços, justos para qualquer cliente. Prefeito, DEUS nos presenteou com uma lagoa belíssima e nós temos, marginando-a, uma avenida feia, imunda, cheias de lixões. Não seria mais justo se tivéssemos ali uma Avenida semelhante à da Pajuçara. O bairro é pobre, não significa dizer que tudo tem que ser feio e mal cuidado. O Governador Ronaldo Lessa até que andou fazendo algumas boas benfeitorias por ali, mas o próprio poder público não cuidou, e nem obrigou aos demais responsáveis ( Colônia dos Pescadores e Associações de

Bairro) a cuidar. Ah, Prefeito Rui Palmeira! O Mercado Público! Essa é a menina dos meus olhos, não poderia ser diferente.Comecei a frequentá-lo desde os oito anos de idade, levado pelas mãos de meu avô, Euclides Gonçalves, Pioneiro da Moderna Hotelaria em Alagoas, o Parque Hotel, passo inicial para o Turismo. Sobre esse assunto Prefeito, me coloco à sua disposição, conheço como a palma de minha

mão. Dê ao Mercado Público a DIGNIDADEque ele merece. Garanto-lhe que não é só o povão e os comerciantes locais que querem isso; a sociedade e os turistas também. Com essa benfeitoria o Senhor vai proporcionar melhoria econômica e social aos que trabalham por ali, pois com certeza muitos clientes que se afastaram pelos vários problemas existentes voltarão. O Senhor já foi tomar um Café da Manhã no Mercado? Vá

então! Mas cuidado pra não viciar! O mercado pode também ser útil na Área Social em seu Governo. Depois lhe digo! Prefeito paro por aqui! Tenho certeza que não estou errado, e nem sonhando! MACEIÓ vestiu AZUL quando o elegeu. Você não vai faltar aos seus eleitores. Você é neto de Rui Palmeira, filho de Guilherme e sobrinho de meu compadre Wladimir. Ponto final e Pronto!

nossos pais. Mas mesmo em sendo nossos pais, convém lembrar que como humanos têm os mesmos defeitos de todos racionais. Quando responsáveis e bons, na terra não existe ninguém que possa se igualar em dedicação e desvelo pelos filhos. Se possível e necessário, dar-lhes-ia a vida. Mas por outro lado, a mídia tem noticiado casos escabrosos onde os próprios pais tiram a vida de seus filhos. E a recíproca também é verdadeira. Filhos abatendo pais principalmente por motivos pecuniários. Mães que lançam os recém nascidos nas sarjetas. Imaginemos aqueles que são simplesmente convivas no nosso dia a dia. Impossível avaliar. Os interesses das pessoas,

de cada um, estão acima de todo e qualquer outro. Existem é verdade, aqueles altruístas (muito poucos) que procedem pensando no bem comum. Antônimo dos nossos políticos. Na maioria das vezes o que existe é o egoísmo presente em maior ou menor intensidade em cada um de nós. É ele, aliás, a mãe de todos os pecados. Mas, nem por isso deixamos de reconhecer que dentre nosso “conhecidos” alguns se destacam como bons companheiros a ponto de os considerarmos “irmãos menores”. Nós os tivemos ás dúzias. Comparsas. Alguns até mais amigos do que os próprios irmãos de sangue. E isso acontece por incrível que pareça com certa fre-

qüência. Talvez seja isso explicado pelo fato de entre os “conhecidos” não exista o fator agravante interesse, principalmente o pecuniário que tanto pesa entre as relações familiares. Herança. O dinheiro sem sombra de dúvidas é o maior fator de desavença não só entre familiares como também entre os vários povos(nações). Em todos os conflitos mundiais se bem analisarmos estava presente o interesse econômico ou ele pesou de forma decisiva. A única exceção, segundo nossos parcos conhecimentos foi uma mulher (Helena) que ocasionou a guerra de Tróia, segundo a mitologia grega. Mulheres também ocasionam conflitos; e como! Se uma só mulher pode causar

um conflito entre estados como na antiga Grécia imaginemos varias mulheres sob o domínio de um só patriarca como o que existe no velho Oriente. Um sultão com dezenas de mulheres para administrar! E se aparece em seu território alguns Paris audaciosos e pretendem repetir o acontecido na antiguidade? É bem verdade que aqui entre nós mesmos ocidentais também existem “sultões” de uma só mulher e que prazerosamente a divide com os vários Paris da vida. Bem! Mas nesses casos, são classificados e fazem parte de uma irmandade denominada... A VERDADE LIBERTA... PORÉM! AGRIDE, IRRITA, INCOMODA.

Amigos CLOVIS UCHOA DE CASTRO

Médico-prof.uniiversitário

A

migos, amigos; negócios à parte. Por este motivo é que preferimos deixar este vocábulo para raras e especiais pessoas que sob qualquer circunstância estão conosco. Em primeiro lugar, e não poderia deixar de ser para os que acreditam, o maior HOMEM que já habitou neste planeta. JESUS CRISTO. Foi Ele crucificado em nosso lugar. Assumiu nossos vícios. Em seguida, logicamente, seriam


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ARTIGOS

Consulado do Brasil JORGE MORAIS jornalista

E

m Portugal tudo funciona. O sistema de transporte coletivo urbano é quase perfeito. Você não encontra ninguém reclamando. Os ônibus são modernos e em quantidade. O metrô corta a cidade em todas as direções. Táxi se encontra com facilidade e quantidade. Em cada esquina uma lanchonete; nos bairros, restaurantes com atendimento rápido e de qualidade. Lá, as pessoas têm acesso a saúde e a educação. A cidade de Lisboa é limpa, os prédios são históricos e muito bem conservados, por mais antigos que sejam. Mesmo que se reclame da falta de emprego, do salário-base que é pouco para os padrões europeus, não existe stress para quem está visitando o país. Agora, toda

essa tranqüilidade acaba, quando você precisa do atendimento no Consulado do Brasil, em Lisboa. Nessa viagem feita a Portugal, num misto acadêmico e turístico, precisei ir ao Consulado na Praça Luiz de Camões, 22, em Baixa Chiado, região antiga de Lisboa, área turística e do bondinho (elétrico como eles chamam). Achei que tinha entrado no inferno. Cheguei ao local de atendimento, 2º andar, às 10h45, e só deixei o prédio às 15h30. Foram 4h45 minutos de poucas informações, com pessoas de caras fechadas, sem diálogo e grossas para a função de atendimento ao ser humano. Logo na entrada um segurança lhe recebe abusado, não fala quase nada, e depois, é o mesmo que lhe atende no balcão, junto com outros funcionários. É por isso que você passa tanto tempo sem ser atendido na chegada. Precisei AUTENTICAR três documentos: um diploma, um certificado e um histórico escolar. Perdi parte da manhã e da tarde para conseguir e deixar o Consulado. No local são oferecidos outros serviços, com isso, tem gente de todas as idades;

mulheres grávidas; casais com crianças; pessoas deficientes; todos num só lugar e numa só fila indiana de atendimento. A morosidade, a má vontade e a burocracia do serviço público no Brasil chegaram aos consulados brasileiros. O caso de Lisboa não é um privilégio deles. No retorno a Maceió, esse era o assunto principal antes do embarque e no próprio vôo da TAP. No avião estavam juntos passageiros que vinham da Itália, Espanha, França, e outros países, todos reclamando do atendimento nos Consulados. E os motivos eram, exatamente, os mesmos. Algumas pessoas chegaram a dizer que foram ameaçadas no Consulado do Brasil, em Roma. Em Madri e Zurique, houve até um princípio de discussão entre os brasileiros e os atendentes, alguns espanhóis. Em Lisboa, os atendentes na entrada eram portugueses. Mas, será que se fossem brasileiros a situação seria diferente? Acho que não, porque o problema mesmo está é no sistema, resultado dos nossos vícios administrativos e das nossas tradições. É histórico. Num passado não muito distante, es-

sas coisas eram rechaçadas, denunciadas e cobradas pelo Partido dos Trabalhadores. Esse atendimento ruim era coisa dos governos militares, chamados autoritários. Agora, é uma situação que deve ser resolvida pelo governo do PT, que é do tipo ‘faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço’. O serviço público continua o mesmo, ou melhor, cada dia pior. Entra governo e sai governo e não melhora, com raríssimas exceções, como: Polícia Federal; Corpo de Bombeiros e o Procon. Fora esse stress, a viagem foi positiva, em especial, o resultado alcançado pela jornalista Cristina Brito, aprovada na dissertação do Mestrado em Gestão de Marketing, pela Universidade Autónoma (com o assento assim mesmo) de Lisboa (UAL), onde recebeu nota 17 (numa escala de 0 a 20), classificada como um resultado EXCELENTE. Brevemente, estarei retornando aquele país para cumprir com a mesma obrigação acadêmica. Parabéns, Cris. Valeu! Este artigo foi enviado por email para o Itamaraty, em Brasília, e ao Consulado, em Lisboa. Será que vai resolver?

lidos (PNRS), que foi aprovada em 2010, considera que os resíduos sólidos são de responsabilidade do poder público, das empresas e do próprio cidadão; uma responsabilidade partilhada, portanto. Estabelece que todos os municípios devem proporcionar a coleta seletiva para a população e que os resíduos sejam dispostos em aterros sanitários, e não em lixões. Aqui não cabe a nós nomear um único município, mas questionar por que a maioria das administrações municipais não implanta a coleta seletiva. Haveria interesses econômicos na não implantação da coleta seletiva por parte das empresas terceirizadas que coletam o lixo? Cadê o poder legislativo para fiscalizar tal fato? A reciclagem evita a poluição, já que diminui o volume de resíduos que vão para o lixo, e a extração de matéria-prima virgem, amenizando o problema do esgotamento de recursos naturais. Para chegar até ela, existe uma trajetória relacionada aos custos com a coleta seletiva,

triagem, transporte e armazenagem. Infelizmente, o cálculo que vem sendo feito tem por base a comparação entre a coleta seletiva e a coleta convencional. É certo que a seletiva é mais onerosa, mas justifica-se por ser compensatória nos ganhos sociais e ambientais. O fato é que muito dinheiro se perde no lixo. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Brasil deixa ir para o lixo R$ 8 bilhões anualmente em materiais que poderiam ser reciclados. Segundo o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), existem cerca de 400 cooperativas e 1 milhão de catadores que tiram do/no lixo o sustento de suas famílias. Percebam que o lixo é de nossa responsabilidade e, assim, temos que fazer nossa parte!

Lixo: responsabilidade partilhada MARÇAL ROGÉRIO RIZZO; CAMILA BRUNASSI DE ARAUJO E GLÁUCIA NAKAMURA TAKATA

P

ode-se dizer que o lixo tem-se tornado um grave problema para a sociedade e um entrave para as administrações municipais. No Brasil, grande parte dos resíduos que são produzidos nas residências vai parar nos lixões a céu aberto, o que causa poluição do solo, da água e do ar. Lixo em local inadequado é sinônimo de graves problemas ambientais. Quando jogado nas ruas e terrenos baldios, pode causar enchentes, maus odores e má estética; afinal, nenhuma cidade se torna admirável com lixo espalhado pelas ruas. Já os resíduos sólidos chamados de orgânicos (cascas de frutas, restos de alimentos, folhas e talos), quando estão em decomposição, liberam gases de efeito estufa que concorrem diretamente para o aquecimento global. Vale lembrar que o volume e a composição dos resíduos sólidos residenciais vêm mudando. Além do aumento no

volume de lixo em razão da elevação do consumo, temos um acréscimo considerável da participação do lixo inorgânico na totalidade do que é gerado nos domicílios. Essa mudança está relacionada à crescente participação dos materiais das embalagens, que, em muitos casos, quando dispostas em locais inadequados, se tornam depósitos de água, que, por sua vez, favorecem a proliferação de doenças como a dengue. Tendo em vista tal realidade, qual seria a solução mais prudente? Quem é o responsável pelos resíduos sólidos? A solução está ligada diretamente a toda a sociedade. Temos que buscar e apoiar iniciativas governamentais e empresariais relacionadas à coleta seletiva e à reciclagem. Devemos priorizar mudanças de hábitos pessoais, como redução do consumismo, seleção de produtos que não agridem o meio ambiente, eliminação de desperdícios, reutilização do que for possível, e, claro, separação de materiais que podem ser reciclados. A Política Nacional de Resíduos Só-

Marçal Rogério Rizzo: Economista e Professor Doutor da UFMS – Campus de Três Lagoas (MS). Camila Brunassi de Araujo e Gláucia Nakamura Takata: Acadêmicas do Curso de Administração da UFMS – Campus de Três Lagoas


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Jaraguá Folia

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O bloco “Filhinhos da Mamãe” fará este ano um “cortejo ritual a partir das 18 horas. A concentração vai acontecer no pátio da Igreja Nossa Senhora Mãe do Povo (Praça Dois Leões) e tem definido como percurso ir até o Museu Theo Brandão, acesso para a Praça Sinimbu, onde fica até o fim do evento.

“Cresce tranqüila”

“Dizem que Dom João VI no Brasil gostava de comer frango e pesado, ao voltar para Portugal a nau não resistiu ao peso e começou afundar. Na praia um gaiato avistou o naufrágio e sentenciou: Ele tá gordo nada! O navio naufraga é por causa do dinheiro que leva do Brasil.” qualquer semelhança com os tempos de hoje na vida pública não é uma mera coincidência? (robertoalexandreblog.zip.net).

Cachoeira

Por falar em mar, comentário do advogado Nabor Bulhões na Coluna Frases da Revista Veja, edição da semana que finda nesta sexta-feira: “Meu cliente estar em liberdade incondicional, não está submetido a nenhuma condição para se deslocar.” O cliente a que se refere é Carlinhos Cachoeira que se encontrava descansando em uma praia da Bahia.

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Em Maceió, o pedestre trocar de calcada em cruzamento é aventura. Tanto faz a esquina ter ou não semáforo. O problema? Cruzamentos, até no centro, que só favorece motorista. Para o cidadão a pé é aventura sair de uma calçada para outra, mesmo lado. Seja a direita ou esquerda, com ou sem semáforo Apagadas, faixas de segurança para travessia do pedestre também é situação de risco.s

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- Das queixas sobre a sinalização eletrônica são exemplos como áreas de risco a esquina das Ruas do Imperador com Buarque de Macedo, Barão de atalaia e até o cruzamento das ladeiras em frente a Igreja da Catedral, subida para o Farol. E pasmem! Na esquina do prédio-sede da Prefeitura (Pedro Montiro) é também travessia de risco para o pedestre.s

Alteração

Curiosidades

“Quem tem de ajudar somos nós, seres humanos humildes, que entendemos a situação desse povo.” Frase foi de uma senhora, em edição do jornal da TV Band, sobre o desprezo como governos, federal e estaduais, têm pela saúde pública no Brasil. Ela foi voluntária para ajudar e levou alimentos e remédios para os doentes de um hospital em São Luís, no Maranhão. O quadro de horror não seria diferente caso fosse em Alagoas.

Pedestre sob risco

ma das mais animadas festas carnavalescas de rua do Nordeste se organiza para desfilar dia 1º de fevereiro, em Jaraguá.O evento está na 13ª edição e consta do projeto 3 palcos para shows e monta previsão com mais 70 blocos se apresentando. A maioria formado por sindicatos, empresas, órgãos públicos, grupos de amigos, partidos políticos, clubes de futebol, escolas e faculdades. Na Liga estão cadastrados 166 e para participar depende só dos dirigentes.

Edberto Ticianelli da coordenação do evento, observa que o Jaraguá Folia cresce por ser tranquilo e seguro. ”Deficuldades de percurso são iluminação precária, buracos na Rua Sá e Albuquerque e falta de controle dos ambulantes.” São questões que estão na pauta da reunião com representantes da prefeitura. A mudança dos dirigentes municipais é que atrasou encontros para conversamos sobre as dificuldades.

SOS saúde

Tábua de pirulito

“Enquanto o governo do estado assina convênio com o ministério do Turismo para alavancar 33 milhões de reais necessários a duplicação de parte da AL 220 (entre Barra de São Miguel e a BR 101, em São Miguel dos Campos), outras rodovias parecem mais tábuas de pirulito. É o caso da rodovia entre Feira Grande e Arapiraca (AL 485), toda pipinada de buracos. É a alegria de borracheiros e mecânicos (Manoel Lira)

Para lembrar

O que prefeitos e vereadores empossados recentes devem lembrar, para evitar repetições de hábitos antigos na má aplicação do dinheiro público em investimentos. Em especial os que assumiram mandatos pela primeira vez detonando nos comícios denúncias de ”cofres vazios” das prefeituras sem explicações que levem a outros caminhos... senão os da corrupção.

Reprovados

Se trabalho de deputado em Brasília tivesse livro de ponto a bancada de Alagoas na Câmara Federal já teria sido demitida. Ou argumentar como não constar no livro de ponto das sessões em plenário sequer o nome de ao menos um dos seus 9 parlamentar na realação divulgada dos mais assíduos? Do Brasil somente sete foram assiduos. .

Povo unido...

O PSB em Alagoas deve rever a sua posição no quadro nacional para não seguir à reboque de outros partidos ou sumir do quadro político do Estado. Alerta é de antigos filiados e tem em conta o momento que favorece os socialistas no Nordeste. Espelho? Pernambuco, cujo governador, Eduardo Campos, é do partido e favorece ânimo no eleitorado como nome forte para sair candidato a presidência do Brasil em 2014.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Enfim, a Copa do Nordeste

A

Copa do Nordeste, com última edição em 2010 e o Vitória campeão, recomeça neste fim de semana.São 16 clubes campeões e vices estaduais, exceções da Bahia, que jogam três (Vitória, Bahia e Feirense e mais Pernambuco, Sport, Santa Cruz e Salgueiro, pois são Estados líderes do ranking de títulos deste campeonato. Os demais: CRB e ASA (Alagoas); Itabaiana e Confiança (Sergipe); Ceará e Fortaleza (Ceará); Sousa e Campinense (Paraiba); e América e ABC (Rio Grande do Norte).

O Regulamento

A primeira fase do Nordestão, cuja abertura é no sábado, está dividido em 4 grupos, cada um com 4 times e só 2 se classificam para as semifinais.A fase seguinte será no estilo mata-mata, disputa de ida e volta e as finais estão previstas os dias 10 e 17 de março.

ASA e CRB

1

- O ASA estréia na Copa do Nordeste no Coaraci da Mata Fonseca, contra o Salgueiro e tem problema para a estréia:Valdivia, com contusão grave fica fora da competição e talvez até do campeonato alagoano. A torcida lamenta o desfalque mais confia no alvinegro nas finais.

2

- Na Pajuçara, além do Galo estreiar fora de casa, joga no alçapão do Arruda, com capacidade para 71 mil torcedores e pega o forte Santa Cruz. No princípio do clássico é clássico o CRB chega a Recife como campeão alagoano de 2012, tem Eriberto Cunha no comando técnico e pode surpreender.

Base montada CRB e ASA dão um tempo no entra e sai de jogadores na pré-temporada. Nos dois lados foram embora bons jogadores, como Geovani e Lúcio Maranhão. Outros chegaram maisas torcidas não conhecem. Fica daí uma expectastiva natural para a estreia dos clubes na Série B, conforme observa o regatiano Carlos dos Santos.

Ponto de vista

Novo clube

Clube que disputa campeonato do porte da Copa do Nordeste tem que investir em um bom plantel, mesmo com a maratona dos jogos ocorrendo em curto prazo e jogos praticamente eliminatórios. Observação, se não valoriza o deste ano, terá a ver com os já programados para os a partir de 2014, quando o campeão terá vaga na Sul Americana.

O alagoano Souza, cuja carreira no futebol começou em 1968, no CSA, deixa o Cruzeiro para jogar na Portuguesa (SP),clube que tirou o goleiro Dida da aposentadoria e agora está no futebol Gaúcho. Souza, nos bons tempos foi comparado a Rivaldo e passou por vários dos melhores clubes do Brasil.

Organizadas

1

- Alguém define os agressores da delegação do CSA como torcedores do clube? O ato bandido, após o jogo com o Comercial em Viçosa (0x0), credita o grupo agressor com o que? O ato de falsa coragem não é próprio de indivíduos valentes só quando estão em bando?

2

– No futebol a polícia faz a sua parte para conter a violência nos estádios e fora dele, mas não pode estar em todo lugar o tempo todo. E para prevenir situações desagradáveis, a diretoria azulina usa o “melhor prevenir que remediar: vai formar uma segurança pessoal para o plantel viajar sem problemas.

Carreira vitoriosa O retorno

Wagner Love deixa o Flamengo e retorna ao futebol russo. O salário que recebia na Gávea não foi tanto o obstáculo se comparado com o passe dele estipulado em torno de R$ 25 milhões, exigido pelo russos para o artilheiro ficar no Brasil. Na temporada passada jogou 52 partidas e marcou 24 gols.

Terceiro clube O Canal G1(Globo) revela em texto de Viviane Leão, editado dia 14, que a Federação Alagoana de Futebol confirma a possibilidade de, em 2014, Alagoas ter a terceira vaga na Taça do Brasil. Além do campeão e vice, o vencedor da primeira fase estará na competição nacional. Fonte ouvida por ela foi Alberto Lima, assessor de imprensa da FAF.

Insustentável

Kaká e o Real Madrid não fumam o cachimbo da paz a cada dia e está dificil de“mais difícil ele ficar no clube.” O jornal espanhol “Mundo Desportivo” diz que dirigentes “podem fazê-lo deixar o clube de graça.” O problema é achar quem pague os salários dele, em torno de R$ 32,58 milhões anuais, segundo a imprensa espanhola.

Souza saiu de Alagoas para o Botafogo (Rio). O sucesso, contudo, ocorreu no São Paulo, substituindo a Cicinho na lateral-direita. Ídolo da torcida, foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes. No exterior jogou 3 anos no Paris Saint Germain (França), passe negociado na época por 4 milhões de Euros. É a segunda vez que veste a camisa da Portuguesa.

FRASES “É uma perda irreparável” Leandro Campos (ASA) sobre Valdivia

“Jogador tem que vir para jogar! Ednilton Lins, diretor do CRB

“Quero. Gosto dele”

Abel Braga (Flu) sobre Felipe


24 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Seguindo o orçamento

Economizando

O

orçamento doméstico é um exercício salutar. Faça tudo mesmo escrito. É mais prazeroso. Pega papel e caneta e vai anotando tudo. No computador fica mais prático, mas o bom mesmo é ter um caderno específico para as anotações, como antigamente. E o casal com renda dupla, melhor ainda, exatamente porque um vai saber quem cumpriu seu dever e sobrou dinheiro para a poupança. Nada mais correto do que a familia possuir uma reserva financeira, para qualquer emergência ou mesmo realizar o sonho do carro novo, de uma viagem de ´lazer, etc. Logo que receber o salário no final ou inicio de mês, deve separar o dinheiro para anotar o valor no espaço da receita e o que vai pagar no da despesa. Primeiro as despesas fixas, que devem ser pagas rigorosamente em dia, evitando a cobrança de juros e multas, depois as do dia -a-dia, que consiste em alimentação, material de limpeza e higiene ou alguma eventualidade. Tudo realmente anotado, até mesmo a compra do pão. [No último dia do mês, fecha as contas com o balancete.

Fuja dos juros Jamais deixe de pagar suas contas de energia, água, telefone, plano de saúde, mensalidade escolar, aluguel ou prestação da casa própria, do carro e outras despesas. Isso é econimicamente correto e evita de você pagar multas e juros, que são exorbitantes. Não adianta pensar que o governo vem reduzindo as taxas de juros. Elas já foram reduzidas e esse ano, pode até voltar a crescer. O Brasil vem sofrendo às consequências da crise econômica européia, com a queda nas suas exportações. E continuar incentivando o consumo vai gerando mais endividamento.

Despesa anual Quem tem filhos estudando em escolas particulares, já sabe que a cada mês de janeiro, desembolsa dinheiro para uma despesa pesada na compra de material escolar, com livros sempre muito caros. Deve visitar todas as livrarias e papelarias, ir a feira de troca e venda de livros e procurar economizar sempre. No final de fevereiro, tem o pagamento do IPTU, que pode garantir um desconto de até 20% se for pago à vista. Mas isso é com o salário de janeiro, pago no início de fevereiro. O material escolar, é mesmo o salário de janeiro.

Mais despesas Além de material escolar e IPTU, o consumidor que gosta de Carnaval, vai também “mexer” no bolso nos quatro dias de folia. Se separou esse dinheiro e não faz falta no orçamento doméstico, deve sim cumprir esse prazer. Mas se não tem e quer mesmo participar, as consequências serão desastrosas, pois provavelmente vai usar cheque especial ou cartão de crédito parcelado para as despesas. Pode evitar, claro: ficando em casa, lendo um bom livro, assistindo a festa pela TV e descansando no longo final de semana.

Aluguel Acompanhe o noticiário econômico e no mês em que completar ano de seu contrato de aluguel, se o propritário der aumento, exija que seja obviamente o percentual anunciado, com base na própria inflação. Jamais aceite a alegação de que o valor se encontra defasado. O mercado imobiliário vem crescendo e dando oportunidade a milhares de pessoas adquirir a casa própria através de financiamento pelo programa “Minha Casa Minha Vida”. Mas muitos proprietários não dão aumento, sabendo da realidade do mercado e consequentemente, quando o inquilino é bom pagador e conserva bem o imóvel.

Faça isso em casa, não somente nas contas de luz, água, gás, mas também na alimentação e material de limpeza e higiene. Os preços diferenciam muito de um ponto de venda para outro. Assim, pesquise muito antes de comprar. Troque de marcas, priorizando o mais barato, mas também não esqueça de ver prazo de validade, valor nutricional. Leve a lista de compras e só compre mesmo o que estiver anotado.

Empréstimos Fuja deles. Os bancos e fincanceiras facilitam muito o crédito, anunciando prazo longo e juros baixos. Faça às contas e veja que quanto menor o valor da prestação mensal, maior fica o valor final. Jamais acumule empréstimo ou renove o que tem, pegando mais dinheiro e prolongando o prazo. Tudo isso é prejuízo em seu orçamento doméstico e você pode até mesmo chegar o tempo que não vai ter condições de pagar tudo.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Pesca e comércio de caranguejo proibidos

A

s datas em que a pesca e o comércio de caranguejo-uçá (Ucides cordatus) estão proibidas, o período de defeso, já foram definidas em portaria do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Ministério da Aquicultura e Pesca. O espécime é um dos crustáceos mais consumidos nos bares e restaurantes alagoanos. De acordo com a portaria, a captura, a comercialização, o transporte, o armazenamento, a industrialização e o beneficiamento do animal ficam proibidas em seis períodos distintos: 12 a 17 de janeiro, 28 de janeiro a 02 de fevereiro, 11 a 16 de fevereiro, 26 de fevereiro a 03 de março, 12 a 17 de março e 28 de março a 02 de abril. Nessas datas, os caranguejos estão nas chamadas “andadas”, o momento em que saem de suas tocas pra reproduzir. Quem consumir ou armazenar o crustáceo nessas datas – seja para uso pessoal ou comercial – paga multa administrativa de R$ 700 a R$ 100 mil, além de R$ 20 por quilo. A captura também é considerada crime ambiental e o infrator é responsabilizado na Justiça Federal. O respeito ao período de defeso é necessário para preservar a espécie. É que o caranguejo-uçá depende da maré e das fases da lua para se reproduzir. A captura nessa época pode afetar seriamente a manutenção da espécie.

Coleta

Amostras de espécies da Mata Atlântica foram coletadas nesta semana na Área de Proteção Ambiental (APA) de Murici e na Fazenda Limeirão, em Pilar. O trabalho foi realizado pelo biólogo Earl Chagas, do Instituto do Meio Ambiente (IMA), e o estudante Maurício Carnaúba, graduando em Biologia. Os espécimes coletados vão fazer parte do Herbário MAC, do Ima.

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Resgate

Ativistas chineses libertaram cerca de mil gatos que seriam utilizados para fins culinários. Os animais estavam enjaulados em um caminhão que bateu e estacionou no acostamento de uma rodovia na província de Hunan. Ao ser informado da situação, um grupo de 50 ativistas foi até o local, destruiu as jaulas e enviou os animais para tratamento veterinário.

Preservação

1

No último final de semana, técnicos do IMA realizaram uma campanha educativa nas piscinas naturais da Pajuçara e de Paripueira. Banhistas, jangadeiros e pilotos de embarcações foram orientados sobre a preservação do ecossistema. Os problemas mais comuns são a alimentação de peixes e a caminhada sobre os corais, práticas proibidas.

2

“Muitos banhistas não sabem que os corais crescem poucos milímetros por ano e não atentam para o fato de que podem se machucar ou quebrar pedaços de corais quando os pisoteiam. Então, pedimos que levem apenas memórias e fotografias desse ambiente natural”, explicou Henrique Grande, biólogo de um convênio entre o IMA e a Petrobras.

Ano quente

2012 foi um dos anos mais quentes da história mundial. É o que diz a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, agência ligado ao governo dos Estados Unidos. Segundo os cientistas da NOAA – sigla em inglês –, o ano passado foi o 10o mais quente desde que a temperatura mundial passou a ser registrada, em 1880.

Atenção

- MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 -

Bandeiras semelhantes a da foto não devem ser retiradas. Elas estão sendo colocadas pelo Instituto Biota de Conservação em locais próximos a ninhos de tartaruga marinha. Os ambientalistas da organização, aliás, recomendam que ninguém se aproxime do local em um raio de um metro para não danificar os ovos.

Remoção

Em alguns locais, a força das ondas está escavando os próprios ninhos construídos pelas tartarugas marinhas. Se algum banhista encontrar um cenário semelhante, deve contatar o Instituto Biota ou outro órgão de proteção ambiental. A exposição dos ovos pode atrair predadores e inviabilizar o nascimento dos filhotes.

Sem pressa

O futuro premiê da China afirmou que a solução para a poluição no país será de longo prazo, dando a entender que a emissão de poluentes não deve reduzir rapidamente. “Houve um acúmulo de longo prazo para este problema, e a solução vai exigir um processo de longo prazo. Mas temos de agir”, comentou Li Keqiang, que deve se tornar premiê em março. Atual vai investir em gestão ambiental, mas a população deve reforçar a proteção pessoal por enquanto.

Comprando poluição

1

Os brasileiros pagam mais caro por uma energia mais poluente. A conclusão é da organização ambiental Greenpeace. Um estudo do grupo afirma que as usinas termelétricas custam R$ 500 por megawatt-hora (MWh), enquanto que a energia fotovoltaica e a eólica custam, respectivamente, R$ 300/MWh e R$100/MWh.

2

“Em tese, cada real gasto para operar as usinas térmicas poderia nos fornecer 60% a mais de energia solar ou cinco vezes mais em energia eólica”, calcula Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. No Brasil, as termelétricas são acionadas emergencialmente quando os reservatórios das hidrelétricas estão em níveis baixos.

3

Entre outubro e janeiro, cerca de R$ 1,6 bilhão foram gastos para geração de energia termelétrica. O valor daria para construir um parque eólico capaz de alimentr uma cidade de um milhão de habitantes. “Isso é uma demonstração clara de que a falta de uma política mais ousada para desenvolver o setor de renováveis no Brasil já extrapolou a questão ambiental para se tornar uma questão estratégica para o país”, pontua Baitelo.


26 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013

AGRICULTURA FAMILIAR

Colheita no Vale do Boacica movimenta R$ 12,7 milhões no Baixo São Francisco Lavouras do arroz e da cana-de-açúcar geram renda para 619 famílias de pequenos agricultores que dependem dessa produção para a sua sobreivência POR BRUNO SANTOS

A colheita das safras 2012/2013 de arroz e de cana-de-açúcar no Perímetro Irrigado do Boacica, mantido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no município de Igreja Nova (AL), movimenta em torno de R$ 12,7 milhões no Baixo São Francisco alagoano. Com a assistência técnica e extensão rural (Ater) implantada pela Codevasf em 2012, a projeção é que sejam colhidos 14 mil toneladas de arroz e 76 mil toneladas de canade-açúcar, superando a produção da safra 2011/2012. Além de gerar renda para 619 famílias de agricultores familiares, a safra agrícola também está promovendo a solida-

riedade entre agricultores do Baixo São Francisco e de outras regiões como o agreste alagoano, que têm recebido doação de palhas de arroz para alimentação do gado durante o período de estiagem prolongada. Amadeu Manuel dos Santos, 64 anos, é agricultor do povoado Ponta da Serra, no município de Olho D’Água Grande, agreste alagoano, onde cria gado com a família. Ele é um dos beneficiados pela doação da palha do arroz colhido pelos irrigantes do Boacica e vê no Baixo São Francisco uma salvação para não perder todo o rebanho. “Nossa sorte é o Baixo São Francisco. Se não fosse essa palha, como iria alimentar meu gado? A situação lá está muito difícil, já perdi muitos animais. Sempre os amigos fornecem

a palha quando pedimos nesse ato solidário e somos bem servidos pelo pessoal do Boacica. Quando a seca aperta, a gente corre para cá”, afirmou o agricultor durante o carregamento do caminhão com as palhas. “Quando a seca assola, os agricultores vêm nos procurar. Tem gente que vende um caminhão de palha de arroz até por R$ 25,00. Mas eu prefiro dar a palha para alimentar o gado das famílias que sofrem sem água”, explicou o irrigante Aírton Maurício, que possui lote no Perímetro do Boacica, no qual planta arroz. Ele ainda está em processo de colheita, mas já avalia como muito bom o resultado da safra. “Esse ano, a safra foi boa mesmo. E o arroz, que está com um preço 50% maior que no ano passado, vai ajudar a melhorar a

Junto com a cana, o arroz irrigado garante renda para dezenas de pequenos agricultores

renda do agricultor do Boacica. A assistência técnica que tivemos melhorou muito nosso trabalho com

aumento da produção. Eles sempre nos orientam e esse ano trouxeram uma diferença”, declarou.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 -

ALTARODA

pitstop

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Vencedores e vencidos

O

ano passado recebeu impacto de fatores que ajudaram a desarrumar um pouco a segmentação de modelos no mercado brasileiro. O aumento de IPI atingiu em cheio os importados e vários ficaram sem condições de competir. Cotas para produtos mexicanos também prejudicaram o abastecimento de certos modelos. Alguns segmentos se esvaziaram. É o caso de monovolumes médios (pararam Zafira e Xsara Picasso) e de stations médias, sem a Mégane Grand Tour. Stations pequenas também perderam fôlego (Parati ficou pelo caminho). Por outro lado, lançamentos esbarraram na impossibilidade de aumento rápido de produção. Assim, EcoSport perdeu a liderança histórica desde que surgiu em 2003, mas deve recuperá-la até o fim do ano deste ano. S10, apresentada no começo de 2012, teve tempo de reação e segurou sua posição desde 1995. Ao contrário, HB20, Onix e Etios só este ano poderão realmente subir posições no ranking, pois chegaram no último

trimestre. Novos líderes de segmento: Fusion, Mercedes-Benz Classe E/ CLS, BMW Série 7, SpaceFox, Freemont/Journey, Duster e Hilux SW4. Veloster dominou entre os esportivos, categoria desmembrada dos verdadeiros carros esporte de preço e potência maiores. O Gol, individualmente, liderou pelo 26º ano consecutivo e ao lado da versão sedã, o Voyage, forma dupla quase imbatível. Bom frisar que o modelo líder não é, e nunca foi, o mais barato do seu segmento. Em um mercado movido pelo menor preço desde os primórdios, esse resultado de vendas se torna ainda mais relevante. Ranking da coluna Alta Roda, compilado por Paulo Garbossa, da ADK, segmenta por distância entre eixos, largura e preço. Classificação percentual baseia-se em emplacamentos e inclui apenas modelos mais representativos. Compactos: Gol/Voyage, 17%; Palio/Siena, 13%; Uno/Mille, 11%; Celta/Prisma, 7,7%; Fox/CrossFox,

7,5%; Fiesta hatch/sedã, 7,2%; Logan/Sandero, 6%; Corsa/Classic, 5%; Cobalt, 3%; Ka, 2,5%; Agile, 2,4%; March/Versa, 2,3%; Punto/ Linea, 2,2%; 207 hatch/sedã, 1,8%; C3, 1,6%; City, 1,4%; Polo hatch/ sedã, 1,07 %; Clio/Symbol, 1,03%. Dupla Gol/Voyage resistiu. Médios-compactos: Corolla, 16%; Cruze hatch/sedã, 15%; Civic, 14%; Golf/Jetta, 10%; Focus hatch/sedã, 9%; Peugeot 308/408, 6%; i30, 5%; Fluence, 4%; C4/ Pallas, 3,2%; Bravo, 3%. Corolla acossado pelo Cruze. Médios-grandes: Fusion, 22%; Mercedes C, 17%; Azera, 16%; Sonata, 13%. Fusion voltou ao topo. Grandes: Mercedes E/CLS, 22%; Cadenza, 21%; Omega, 17%; 300 C, 14. Vitória apertada do Mercedes. Topo: Série 7, 48%; Panamera, 34%; Mercedes S/CL, 6%. BMW aproveitou a chance. Stations pequenas: SpaceFox, 53%; Palio Weekend, 37%; Parati, 7%. SpaceFox virou o jogo. Stations médias e grandes: Freemont/Journey, 50%; Mégane

Grand Tour, 38%; Jetta, 5%. Amplo domínio. Monovolumes pequenos: Fit, 28%; Idea, 19%; C3 Picasso/Aircross,15% Fit com mais folga. Monovolumes médios: Picasso Xsara/C4, 35%; Zafira, 34%; J6, 22%. Equilíbrio ao final. Picapes pequenas: Strada, 48%; Saveiro, 27%; Montana, 20%. Strada inabalável. Picapes médias: S10, 29%; Hilux, 24%; L200/Triton, 13%. S10 continua firme. Utilitários esporte pequenos: Duster, 24%; EcoSport, 19%; Tucson/ix35, 11%. Duster fez história. Utilitários esporte médios: Hilux SW4, 28%; Captiva, 27%; Sorento, 17%. Hilux surpreendeu. Utilitários esporte grandes: Pajero Full/Dakar, 45%; Edge, 25%; Discovery, 8%. Pajero avançou. Esportivo: Veloster, 87%; SLK, 8%; RCZ, 4%. Amplo domínio pelo preço. Esporte: Camaro, 56%; Mustang, 14%; BMW Z4, 6%. Camaro ainda mais firme.

Razões para crescimento de subcompactos: gastam menos combustível e ajudarão a diminuir consumo médio da frota à venda de cada empresa, de acordo com as metas do governo para 2017; ocupam menos espaço nas ruas, estacionamentos e garagens de prédios, o que se torna vantajoso em função do aumento de veículos em circulação

Campeões de vendas nos EUA (os 10 mais) também já são conhecidos. Entre os automóveis, Camry e Accord confirmaram as duas primeiras posições, que ocupam há uma década. Em terceiro, o Civic, que vendeu como nunca em 2012 e resistiu aos comentários de que não agradou. Em seguida, Altima, Corolla, Focus, Fusion, Cruze, Prius e Sonata.

Motores de 1,5 litro de cilindrada voltam a despertar interesse no Brasil entre fabricantes aqui instalados. Além de PSA Peugeot Citroën, Ford também vai incursionar nesse campo. Passat, lançado aqui em 1974, utilizava inicialmente motor de 1,5 l, depois substituído pelo de 1,6 l. O JAC J3 flex também se vale dessa cilindrada, mas importado da

RODA VIVA Segundo previsão de Thomas Schmall, presidente da Volkswagen do Brasil, o segmento de subcompactos modernos pode dobrar sua participação no mercado nacional até 2020. Caso do Up!, a ser fabricado em Taubaté (SP) e que estará à venda em 2014. Mas haverá ainda lançamentos de outros fabricantes, inclusive chineses.

27

Brasil é o maior mercado externo da Chevrolet A Chevrolet, principal marca líder da GM, vendeu mais de 4,95 milhões de veículos em 2012, um novo recorde de vendas e contribuiu para que a empresa vendesse 9,2 milhões de veículos em todo o mundo no ano passado, um aumento de 2,9% em comparação com 2011. Nos Estados Unidos a Chevrolet vendeu 1,85 milhão de unidades e o restante foram em outros países, sendo que o Brasil é o maior mercado externo da marca. A empresa vendeu no Brasil 642.586 unidades no ano passado, com crescimento de 1,64%, ou 10.416 carros a mais. O índice está, portanto, abaixo do crescimento global e também abaixo do crescimento do mercado brasileiro, que foi de 6,1%. A China vem a seguir como o terceiro mercado da Chevrolet no mundo, com 627 mil unidades, seguida pela Rússia (205 mil), México (179 mil), Coréia do Sul (125 mil) e Índia (92 mil). “O lançamento de novos produtos nos ajudou a fechar o nono trimestre consecutivo com recorde de vendas a nível mundial”, disse Don Johnson, vice-presidente de vendas e serviços da marca. Segundo ele, a Chevrolet está preparada para o crescimento contínuo em 2013 com 13 modelos novos ou redesenhados para serem apresentados nos EUA, incluindo o novo Corvette Stingray, Silverado e Impala, e 12 produtos adicionais lançados em todo o mundo. A marca está expandindo sua presença global com os carros pequenos, como o Cruze, o Sonic/Aveo e Spark, o sedã Malibu de médio porte e os fora de estrada, além de vans como Spin, Trax, Orlando e Colorado, opções projetadas para diferentes condições de condução e preferências dos clientes


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 CRÔNICA

Eliza Samúdio morreu mesmo? LUIZ FLÁVIO GOMES

jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. professorlfg.com.br

E

liza Samudio teria sido assassinada por várias pessoas, incluindo-se o ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, que vai a julgamento no dia 04 de março. Seu corpo até hoje não foi encontrado. A juíza da Comarca de Contagem (MG), Marixa Rodrigues, acaba de determinar que seja expedida a certidão de óbito dela. Que relevância tem isso para o julgamento de Bruno? No plenário do júri, quando do julgamento de “Macarrão” (que foi condenado pelos jura-

dos, como participante do crime), o Promotor de Justiça fez referência a uma série enorme de indícios relacionados com a morte de Eliza. Não tendo sido encontrado seu corpo, a única prova existente é a indireta (indícios, testemunhos, presunções, ilações etc.). O reconhecimento do crime pelos jurados animou a juíza a admitir, em outro processo, que Eliza está morta. Tudo isso, claro, vai ser devidamente explorado no julgamento do ex-goleiro Bruno, valendo observar que os jurados contam com ampla liberdade de aceitar ou não como verdadeiros todos esses fatos. Uma coisa, portanto, é nossa

convicção. Outra distinta é o veredito dos jurados, que pode não coincidir com nossa convicção. Muita gente está convencida de que Eliza Samudio está morta. Mas no plenário do júri a liberdade dos jurados é incontestável. Cada caso é um caso. Do ponto de vista jurídico, o relevante é sublinhar que teoricamente essa morte pode ser negada no novo julgamento, o que implicaria a absolvição dos réus. Apesar dessa possibilidade, o certo é que a situação da defesa, com a decisão da Justiça de mandar expedir a certidão de óbito de Eliza, ficou mais complicada ainda. Primeiro veio a surpreendente incriminação (delação) de Macarrão

contra Bruno, dizendo que ele teve efetivamente participação no assassinato. Agora a Justiça mandou expedir a certidão de óbito da vítima. Tudo isso vai ser exaustivamente debatido no julgamento, que será com toda certeza muito acalorado. O advogado de Bruno disse: “A juíza está tomando a decisão que cabe aos jurados. Ela já decretou, já decidiu que Eliza morreu” (Folha de S. Paulo de 16.01.13, p. C7). A influência dessa decisão na cabeça dos jurados parece inequívoca. Mas no plenário do júri tudo pode acontecer. Que prospere a justiça no julgamento do dia 04 de março e que tudo seja feito para evitar a confusão vista no anterior.


extra

ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com Ailton Avlis - Interino

Concurso é o caminho

A Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos de Arapiraca publicou um decreto com medidas administrativas que tem como objetivo a reorganização da equipe de servidores do quadro de pessoal do poder executivo municipal. O número do decreto é 2.334/2013. De acordo com a secretária Lúcia de Fátima, essas medidas vão ajudar na descoberta de quais os setores que tem maior carência de funcionários e, portanto dimensionar o número de cargos e vagas que será oferecido no concurso público da Prefeitura de Arapiraca. Entre as medidas que foram publicadas estão à suspensão de licença prêmio, férias, licença para trato de interesse particular (sem remuneração), a transferência de servidores com origem em determinada secretaria para outros setores. Essas e outras medidas estão suspensas por um período de noventa dias. “A determinação da prefeita Célia Rocha é fazer um mapeamento no quadro de servidores para que a partir desses dados a prefeitura de Arapiraca realize as próximas etapas do processo da elaboração do concurso público”, finalizou Lúcia de Fátima.

Kil abre o jogo No Facebook, o ex-prefeito de União dos Palmares, Areski Freitas (Kil), fez um desabafo e para que o leitor possa tirar as suas conclusões, estamos reproduzindo, na íntegra, na coluna. Vejamos: “Alguns fatos precisam ser esclarecidos com relação ao pagamento do funcionário público do município de União dos Palmares. Pagamento de contratados de 2012: Todos os servidores contratados foram pagos de janeiro a dezembro de 2012, excetuando-se os que foram demitidos ou exonerados, que receberam até o mês que trabalharam”.

Pagamento dos efetivos “Educação: Foram pagos os 13 salários e todos os salários de janeiro a novembro. Quanto ao salário de dezembro ficou depositado cerca de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais) para que com a complementação da União, geralmente depositada dia cinco de cada mês, fosse efetuado o pagamento de dezembro. Ressalta-se que depois do dia cinco, já foi depositado também os recursos do dia 10/01”.

Demais Secretarias

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Caos na saúde

Portaria do Ministro da Saúde publicada no último dia 14 suspendeu os repasses para o Programa de Saúde da Família(PSF) em Taquarana. Diversas irregularidades foram constatadas pela CGU na aplicação de mais de R$ 2 mi recebidos pelo município. A fiscalização de rotina foi realizada em 2010, resultando no relatório de número 01549, de março daquele ano.

“Foram pagos os 13 salários e todos os salários de janeiro a novembro. Quanto ao mês de dezembro, há mais de 15 anos é efetuado no dia 10 do mês subsequente. Seguramente, não sei precisar quanto ficou de saldo no dia 31 de dezembro dos recursos que chegaram no dia 28/12. É público e notório, que a Caixa Econômica não compensou os cheques de fornecedores emitidos no dia 28/12 no dia 31/12, só devolvendo no dia 02/01 alegando divergência de assinatura. Consequentemente, além do recurso do dia 10/01, que mesmo com bloqueio já previsto, houve uma sobra, a Prefeitura conta também com parte do recurso do dia 31/12, uma vez que os pagamentos via cheques a fornecedores não foram efetuados”.

Demissões

Ainda no face, Kil afirmou: “É importante lembrar ainda que com relação a funcionários, deixei a Prefeitura enxuta, fui obrigado a demitir centenas de servidores que estavam trabalhando exatamente para, dando prioridade a salários, deixar os mesmo em dia. A atual gestão assumiu a menor folha de todos os tempos”.

“Irresponsável”

“É importante lembrar também que houve uma transição de mais de 30 dias. Dizer agora que não tinha conhecimento dos fatos, é no mínimo irresponsável, abri todas as informações e tinham conhecimento sim, é preciso desarmar palanques, deixar de brincar de administrar”.

Setores sacrificados

“Estamos vivendo uma crise há mais de oito meses. A desoneração do IPI, redução do FUNDEB, fechamento da Laginha e outros fatos, como por exemplo. A desaceleração da construção das casas que já estar chegando ao final, me fez sacrificar vários setores da municipalidade para priorizar pagamento de funcionários”.

“Eufóricos”

“A simples mudança de 2012 para 2013 não acabou com a crise. As contenções de despesas não podem parar até estabilização financeira do município. Sei que no inicio do governo ficam todos eufóricos e querendo mostrar serviço ao eleitorado, mas é preciso nesse ano, trabalhar com o pé no chão. As promessas de eleição têm que ser cumpridas, mas no tempo que der para cumprir.

“Momento de diálogo”

- MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JANEIRO DE 2013 -

“A hora agora é de apertar o cinto, como eu vinha fazendo, e priorizar a folha. Não quero ensinar padre nosso a vigário, mas o momento é de diálogo, o município tem que sentar com os representantes dos servidores, o Sindicato, como fiz por várias vezes, e passar pelo menos um cronograma de pagamento dentro das possibilidades de previsão. Afinal a atual gestão tem um crédito quatro anos para ajustar qualquer situação. O Sindicato e servidores entendem a crise, mas precisam ser recebidos para pelo menos ouvirem uma proposta. Tenho certeza que haverá um entendimento. No mais, pouco hoje posso fazer, mesmo assim, coloco-me a disposição para qualquer esclarecimento”.

PELO INTERIOR ... Ainda Taquarana: Os problemas na área de Saúde não param por ai: Médicos sem cumprir seu horário de trabalho e sendo mal remunerados, agentes de saúde trabalhando com sobrecarga de famílias e sem equipamentos básicos simples como fardamento, protetor solar e bolsa. ... Consultórios do PSF com rachaduras na parede, medicamentos guardados em locais inadequados e faltando balança infantil, estufa, amalgamador e até mesmo geladeira. Falta de pagamento dos profissionais. ... A Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas (Arsal) divulgou nota na manhã de quarta-feira (26) tratando da reunião que acontecerá nesta sexta-feira (18) com representantes da Cooperativa de Transporte Complementar Intermunicipal de Passageiros de Alagoas (Coopervan) para tratar na licitação do setor que ainda aguarda decisão do Tribunal de Justiça estadual. ... Na verdade, o que ficou acertado entre as partes, por sugestão do juiz Diógenes Tenório, foi uma tentativa de conciliação entre as partes. “A Arsal não quer ceder com relação à solicitação da Coopervan que é a exclusão do item 2.1 do Edital que proibiu a participação de cooperativas na licitação. O objetivo deles é oferecer a nós as linhas que ninguém quis”, observou o presidente da Coopervan, Marcondes Prudente. ... No material divulgado pela Arsal, há a citação de que um transportador complementar não teria participado da licitação “porque não quis”. No entanto, foi esquecido de mencionar na nota que o citado transportador é o diretor da Coopervan, Antonio Reis. Ele, de fato, afirmou que não participou da licitação, pelo fato de ser cooperado e não concordar com as condições dispostas no edital. ... De acordo com o presidente da Coopervan, Marcondes Prudente, o representante da Arsal, Waldo Wanderley se valeu de informações equivocadas durante a audiência. ... “Ele disse que os transportadores ligados à Coopervan não participaram da licitação por que seriam clandestinos e não seriam habilitados para dirigir. Todos os nossos cooperados são habilitados, sim, e temos como provar”, frisou. ... Sempre tive ojeriza a bajuladores. Esses pulhas são verdadeiros lambe-botas do patrão e fazem qualquer coisa para agradá-los, se preciso baixam as calças e vendem até a alma a lúcifer. São capazes de tudo para babar o patrãozinho, até “investem” contra colegas de profissão. Felizmente, uma dessas figuras asquerosas infiltradas na política partidária tentou prejudicar este colunista, se deu mal e foi obrigado a enfiar a língua em um local mais apropriado. Mas a vida é isso, continuamos firmes na luta. ... Um ótimo final de semana para os leitores e amigos, com paz e saúde. Aviso ao baba-ovo de políticos: Lúcifer o espera no inferno com dois abacaxis, um em cada mão. Pra quê? Tu vai descobrir logo logo “fio da gota”. Até a próxima edição. Fui!!!!!


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FIM DE SEMANA

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Zezilda em Alegria de Pobre Dura Pouco O espetáculo “Alegria de Pobre Dura Pouco” é a atração no teatro do Centro Cultural Sesi, nos dias 18 e 25 de janeiro, a partir das 20h. A peça é protagonizada pela hilária Zezilda, durante os últimos seis anos. O ator e também autor do roteiro, Marcos de Jesus, teve como base de estudo e inspiração dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a pobreza que assolava o Estado em 2007, liderando os índices nordestinos.

holanda.paulo@hotmail.com.br

Tributo aoa Beatles A banda alagoana Yellow Submarine Band apresenta o show cover “She Loves You”, na boite Cavuco, no Stella Maris Grill, a partir das 22 horas. O grupo mostra os grandes sucessos dos garotos de Liverpool, The Beatles. ‘A Hard Days Night’, ‘Help!’, ‘The Night Before’, ‘Anna’, ‘She Loves You’, ‘Can’t Buy My Love’, ‘Dont Let Me Down’, ‘Hey Jude’, ‘Let It Be’ ‘Something’, ‘Oh! Darling’, ‘Get Back’, ‘Yesterday’ e muitos outros hits estão no repertório da banda. Uma boa pedida para os fãs de carteirinha relembrarem os clássicos dos Beatles.

Lindoya Fest Verão

A banda Yellow Submaine Band se apresenta na Cavuco

Maceió Folia No próximo dia 2 de fevereiro, antecipando o carnaval, acontece desfile do Pinto da Madrugada, e já esta à venda o Camarote Vip Maceió Folia que vai contar com Open bar de cerveja e buffet Isabel Pinheiro. Nas atrações musicais: Los Borrachos e banda Patusco de Olinda.

Para adorar Numa promoção da Drogas Nunca, acontece no próximo dia 2 de fevereiro, a partir das 18 horas, no Parque da Pecuária, na Ponta Grossa, a 1a edição do projeto “Para Adorar”, com as presenças de Aline Barros, PG e a banda Ministério Rios

SP2 no Bicho do Mar Os amantes do pop rock podem cutir nesta sexta (18 de janeiro), a partir das 21h30, no restaurante Bicho do Mar, na Serraria, a banda SP2. Formada pelos músicos Will (violão e voz), Passarinho (batera), Filho (contra baixo) e Gugue (guitarra e vocal), o grupo mostra um repertório eclético, passando por Djavan, João Bosco, Skank, Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana, além de sucessos internacionais. Uma boa pedida para o fim de semana com boa música, acompanhado por uns birinights.

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Dia 20 de janeiro acontece o Lindoya Fest Verão no Hotel Fazenda de Satuba (antigo Lindoya), a partir das 10 horas até às 17 horas. As atrações musicais são Asas Morenas e o grupo Pancada. Vendas: supermercado Smart (Chã de Pilar), Bazar do Avaci (Satuba), Escritório do Hotel Fazenda ( Maceió Centro), Maceió Ingressos no Maceió Shopping e Pátio e Mercadinbho Barriga Cheia no (Clima Bom -Tabuleiro). Informações: 82. 4141.2442, 4141.2439 e 3223.8480.

Fight Now No próximo dia 25 de janeiro a arena doa Vox Room vai tremer com Fight Now Championship com os duelos entre; Seba latorre (Uruguai) vs. Carlos Prater (Brasil), além de Gasparzainho (Brasil) vs. Sateban (Uru), Thiago Mendes (AL/Bra) vs. Edgar (Paraguai), Guile Neto (Bra) vs. Pachu (Bra) e Osama (AL/Bra) vs. MAteus Tetão (SE/ Bra). Informações: 9123.0000.

Romeu, Eva e Adão Nos domingos (20 e 27 de janeiro), às 19h, o Teatro do Sesi recebe o espetáculo ‘Romeu, Eva e Adão’. As entradas custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Mais informações através dos telefones 9967-1074 e 3032-2234.

Seresteiros da Pitanguinha

O mais querido e esperado baile das prévias de carnaval de Alagoas comemora em 2013 o seu 10º aniversário. Responsável por trazer de volta a magia e alegria dos antigos carnavais, o Baile dos Seresteiros da Pitanguinha acontecerá no dia 25 de janeiro e fará uma auto-homenagem relembrando a sua trajetória de festa e folia. Ao longo dos últimos 10 anos mais de 35 mil foliões brincaram a valer no salão do Baile dos Seresteiros da Pitanguinha. E o que é melhor, na maior paz. A contagem regressiva para a festa de 2013 começou e já foi confirmada a presença da SPOK Orquestra de Frevo do Recife. Além do baile para adultos, no dia 27 (domingo) teremos a nossa tradicional matinê infantil. O Bailinho. Desta vez, além dos seresteiros, quem animará folia da garotada será a Banda Cazuadinha, comandada pela cantora Roberta Aureliano. Um repertório especial está sendo preparado para a tarde de confete e serpentina dos pequenos. Pontos de Venda: stand Sue Chamusca – Maceió Shopping - Mais informações: (82) 32355301 / 9925-7299 / 9928-8675

Raimundos em Maceió

Depois de um 2 anos de muito trabalho, na tour do CD/DVD Roda Viva (ST2 Music), de mais de 140 shows pelo Brasil e cerca de 350 mil espectadores, o Raimundos reafirma sua volta ao topo do rock nacional. Esteve presente em vários festivais, feiras e festas por todo o Brasil, com apresentações eletrizantes, levando o público ao delírio. Olha o Raimundos mininu!! Recentemente gravou o CD “Ultraje x Raimundos”, um disco em parceria, proposto por uma gravadora. Prontamente aceito! No “embate do século”, cada banda, toca o repertório do outro e vice-versa. O projeto foi uma boa diversão e também uma forma de “afiar” os instrumentos para o Cd de inéditas que vai ser lançado em meados de 2013. Hoje, os Raimundos estão rodando o Brasil com o show Clássicos do Vinil, “Lavô tá novo”, na íntegra! + músicas do Ultraje x Raimundos + clássicos do Roda Viva! Um show completíssimo! E Maceió, fará parte dessa grande turnê, dia 23 de março de 2013, na Vox Room. a abertura do show fica por conbta da banda alagoana L-100, além de Atrito 82 e Suhbita. Pontos de Venda: Tchuk Jhones, Point Radical, Jameika e stands Folia Brasil e Viva AlagoasMais informações: (82) 3032-0088


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