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www.novoextra.com.br

ANO XIV - Nº 707- 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013

RENAN GOVERNADOR, COLLOR SENADOR; UMA ALIANÇA PARA 2014

ALAGOAS VAI PRODUZIR ÁLCOOL DO BAGAÇO DA CANA Estado será o primeiro no país a fazer etanol de segunda geração; usina está sendo construída em São Miguel P/13

JUSTIÇA PERMITE A CRIAÇÃO DE 150 NOVOS CARGOS COMISSIONADOS NO TRIBUNAL DE CONTAS DE ALAGOAS P/ 6

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SENTENÇA QUE CONDENOU “MATADORES” DE FÁBIO ACIOLI DEVE SER ANULADA P/14

CANAL DO SERTÃO COMEÇOU COM GB NO GOVERNO E COLLOR NA PRESIDÊNCIA P/ 10

PRISÃO DE PREFEITOS CORRUPTOS DENUNCIA VEXAME NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ 26


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013

COLUNASURURU DA REDAÇÃO

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millor Fernandes)

O céu é mais seguro ..

Disparada

D

ados oficiais revelam que Alagoas gastou R$ 14,8 milhões com aluguel de aviões e helicópteros para o transporte do governador, desde a posse de Téo Vilela até dezembro do ano passado. Foram R$ 11.455.935,00 gastos com aluguel de jatinhos e aeronaves turbo hélice e mais R$ 3.381.212,58 com a locação de helicópteros. Esses números constam do Portal da Transparênica Em seis anos, o governador voou 565.399 km a bordo de jatos e aviões turbo hélice, o equivalente a 15 voltas ao redor do Mundo. Isto sem computar as 936,7 horas que Téo gastou a bordo de helicópteros. Somando tudo, Vilela passou quase 40 dias no ar, ao custo total de R$ 14.837.147.758,00. Com a violência que tomou conta de todo o território alagoano, é possível que o governador se sinta mais seguro no ar. Afinal, a bandidagem ainda não chegou por lá.

FRASE ANTOLÓGICA

“A luz do sol é o melhor desinfetante” Louis Brandeis, ex-juiz da Suprema Corte dos EUA

Neste inicio de ano o consumidor sente o aumento do custo de vida. Alimentos em especial e inhame e macaxeira dão demonstração da carestia. Uma das motivações é o temor de pequenos agricultores serem excluído dos programas assistenciais do governo. O Bolsa Família em especial.

Aviso amigo

Avanço pmedebista Renan Calheiros na presidência do Senado puxa o PMDB pra cima e fortalece o bloco de partidos aliados ao Planalto. Neste ano, e avançando para 2014, tempo de eleições federal e estaduais, pemedebistas têm Michel Temer vice-presidente da República, Renan presidente do Senado e Henrique Alves da Câmara.

Uma ação, duas sentenças...

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Boca na botija

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Seca

Posição firme

Roubalheira

O processo das Letras Financeiras de Alagoas – que gerou escândalo nacional – ainda não terminou e pelo visto vai consumir algumas décadas a mais. É o que se deduz de recente decisão do TJ/AL que anulou a sentença que considerava nula as operações com a emissão desses títulos públicos. Ao justificar a decisão, o TJ disse tratar-se de matéria de interesse da União e, portanto, a competência é da Justiça Federal. Só que em 2010, a Justiça Federal já havia declinado da competência em favor da Justiça Estadual de Alagoas. E agora, a quem apelar?

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Sabe-se que, ao tomar conhecimento sobre conduta irregular de certo fiscal de tributo da Sefaz, informação veiculada nesta coluna, o governador Téo Vilela nomeou comissão de sindicância para apurar os fatos. Governante responsável não pode ser tolerante com atos de improbidade.

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Sabe-se, também, que um delegado especial foi indicado investigar e punir os culpados na forma da lei, “doa a quem doer”. Sobretudo porque comenta-se que há muita cumplicidade em torno da distribuição dos supostos privilégios.

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Que o Sindifisco, entidade sindical dos fiscais, acompanhe o desenrolar dos acontecimentos, identifique e reveja o histórico de processos envolvendo o ora anônimo servidor. Seguindo o exemplo do Poder Executivo e também não compactuando com tamanha indecência.

Empréstimo

É o que muito vereador e prefeito eleito têm feito nos últimos dias. Dizem aos bancos que é para comprar imóvel e trocar carro. Será?

Essa semana vários comerciantes na cidade de Paripueira foram surpreendidos com a operação caça-gato. Alguns espertalhões vão ter que pagar pesadas multas por furtar energia durante anos. É bom a Eletrobras ter posicionamentos igualitários e punir grandes e pequenos ladrões de energia elétrica. Quem está cobrando a aplicação de recursos do governo federal para o combate à seca em Alagoas é o senador Fernando Collor. Quem também vem tratando do assunto com certa ênfase é o deputado federal Paulão. Parece que o bloco oposicionista de 2014 começa a alinhar o discurso. O promotor de Justiça José Carlos Castro afirmou recentemente que ex-prefeitos alagoanos deixaram um rastro de irregularidades. Quem anda de olho nos maus feitores é o Gecoc, que prepara para após os festejos de momo incursões que devem ir do litoral ao sertão.

Dois grupos

Hoje o cenário político de Alagoas está polarizado em dois grupos. O primeiro formado por Téo Vilela, Biu de Lira e Rui, e o segundo por Renan, Collor e Lessa. O xadrez até 2014 deve mudar com a escolha dos candidatos ao governo. A indicação do vice e do secretariado é o que deve nortear as negociações.

Ficha suja

Após a coletiva do prefeito de Maceió, Rui Palmeira, muitas autoridades já se movimentam para apurar os desmandos cometidos pelo ex-prefeito Cícero Almeida. O sonho de Almeida de ter uma carreira política consolidada, pode estar perto do fim.

Quantos são os ex-prefeitos acusados de ficha-suja em Alagoas que concluíram os mandatos? A tramitação das ações contra eles têm sequência? Perguntas levam em conta o interesse cívico do cidadão por respostas para decidir como se comportar nas eleições de 2014.

Uma queixa

“Tirar carteira de identidade no JA/ Farol é preciso paciência. Além do chá de cadeira o prazo para entrega do documento é em torno de 45 dias. Ao menos foi isso o que ocorreu comigo,” comentou Luciano Peixoto, ex-secretário estadual da Educação. Mas no Estado o que funciona na atenção ao cidadão?

E aí, Kátia?

Filiados ao PSB em Alagoas, apesar de esquecidos pelo diretório estadual, estão otimistas pelo avanço do partido nas eleições municipais de outubro e fazem figa para que a candidatura de Eduardo Campos, governador de Pernambuco, decole rumo ao Planalto em 2014. A dúvida é como fica Katia Born, presidenta do partido no Estado e acampada no ninho tucana.

Festa de arromba

O ex-ministro José Dirceu, o extesoureiro do PT Delúbio Soares e os deputados José Genoino e João Paulo Cunha foram aclamados em festa petista no meio da semana. Na plateia, além dos militantes de carteirinha estavam deputados federais, estaduais, prefeitos e secretários estaduais e municipais. Evento foi em São Paulo, inicio da semana, para comemorar 60 anos de militância do ex-deputado Ricardo Zarottini (ExtraRio, edição da quinta-feira-7).


extra

Um dia antes da eleição de Renan, o senador Benedito de Lira, esteve com ele no café da manhã, a quem foi prestar solidariedade e reafirmar que seu partido, o PP, estaria com ele na votação que o elegeu presidente do Senado Federal.

Siga-me: @jorgearapiraca

O mágico do bordel Brasília - Em um país sério, o ex-prefeito Cicero Almeida teria saído da prefeitura algemadonum camburão direto para um presídio de segurança máxima. Cansei de dizer aqui que Almeida tinha transformado a prefeitura numa maloca, covil de uma quadrilha que se acostumou a assaltar os cofres públicos. Agora, depois de trinta dias à frente da administração municipal, Rui Palmeira, confirma que herda uma dívida impagável de R$ 150 milhões de reais, mas há quem afirme que o rombo aproxima-se dos 500 milhões com a dívida consolidada. O ex-prefeito vem à público para negar os fatos minuciosamente comprovados por uma auditoria feita pela nova administração. Na maior cara de pau confessa que as dívidas são da administração de Ronaldo Lessa e Kátia Born a quem deu atestado de idoneidade quando não divulgou a investigação que mandou fazer nas contas dos seus antecessores, a exemplo do que Rui divulga agora, calçado em dados que só comprovam que Almeida administrou Maceió à semelhança dos piores bordéis – que me desculpem alguns administradores desses estabelecimentos. Os dados divulgados são estarrecedores. Se nao vejamos: a prefeitura deve R$ 149 milhões a fornecedores, secretarias e ao Instituto de Previdência (Iprev); utilizava-se irresponsavelmente de um programa de computador pirata para elaborar a folha de pagamento dos servidores; descontava os empréstimos consignados na folha do pessoal da SMTT e não repassava aos bancos provocando um rombo de 4 milhões de reais. O sistema de saúde é um caos, segundo o prefeito: “Na área da Saúde, nós nos deparamos com uma bagunça generalizada. Lamentavelmente, a falta de controle é quase que completa. O sistema de consultas do Cora era uma verdadeira bagunça”. Desesperado com o que encontrou na prefeitura – as informações verdadeiras foram omitidas à equipe de transição – o prefeito Rui Palmeira, qualificou a administração de Almeida: “estarrecedor”, “rosário de problemas”, “total abandono”, “completo descontrole da parte financeira” e “situação inaceitável”, entre outras. Rui já decidiu que não vai segurar o pepino. Informou que esta semana entraria com representação no Ministério Público Estadual, denunciando a situação caótica e de calamidade financeira que encontrou na prefeitura.

Patifaria Mas o bordel não deixou apenas dívidas acumuladas, existe uma bagunça de tal ordem na estrutura municipal que nem os maiores especialistas em gestão pública seriam capazes de por em ordem. A patifaria e a anarquia mostram que o prefeito delegou poderes a dois ou três secretários meia-tigelas e foi dançar e compor músicas de forró de gosto duvidosos, num flagrante atentado ao cancioneiro popular.

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Presente

JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 FEVEREIRO DE 2013 -

Patifaria

Defesa

Mas o bordel não deixou apenas dívidas acumuladas, existe uma bagunça de tal ordem na estrutura municipal que nem os maiores especialistas em gestão pública seriam capazes de por em ordem. A patifaria e a anarquia mostram que o prefeito delegou poderes a dois ou três secretários meia-tigelas e foi dançar e compor músicas de forró de gosto duvidosos, num flagrante atentado ao cancioneiro popular.

Ao se defender das acusações de desmando na administração municipal, Cícero Almeida mostrou a sua face de covarde, condenando seu secretariado à forca pelo insucesso na administração e por possíveis falcatruas ou desvio de recursos como se ele não fosse o responsável pela prefeitura.

Bagunça

Almeida disse que nunca praticou ilegalidade. “Não sou técnico e era assessorado e respaldado pelo secretariado. Se alguém desviou recursos deve responder na Justiça”. Agora, depois de oito anos, a população começa a entender que a prefeitura era uma zona, um lupanar, uma Casa de Noca, onde o prefeito não tomava conhecimento do que se passava lá dentro, por isso ele transfere a responsabilidade para seus antigos auxiliares.

Rui Palmeira está fazendo o que seus eleitores - que o colocaram na prefeitura no primeiro turno - esperavam: denunciar e entregar à Justiça as mazelas encontradas na administração municipal. Sabia-se que as contas da prefeitura não batiam, que as finanças estavam bagunçadas, mas não se tinha a ideia que estivesse sendo administrada tão irresponsavelmente num total falta de respeito ao dinheiro público.

Os culpados

Impunidade

Almeida jogou pela janela a Lei da Responsabilidade Fiscal, que pune administradores inconsequentes e irresponsáveis. O exprefeito, que tanto alardeou que comandava os trabalhos com o apoio de Deus, seu auxiliar, profetizava que faria de Maceió uma cidade segura e mais tranquila, e tentava resolver os problemas sociais como um Messias. Masacabou, na verdade,como a Besta do Apocalipse.

O Ministério Público certamente não vai deixar impune esse crime contra o contribuinte. Ao não zelar pela saúde e pela educação, Cícero Almeida pode ser responsabilizado pela morte física de centenas de pessoas e pela morte educacional de uma geração que permaneceu sem escolas durante oito anos. O dinheiro desviado da prefeitura – mais de 500 milhões de reais numa contabilidade modesta – deveria ser aplicado nos setores sociais que foram abandonados tão logo ele assumiu a prefeitura.

Inferno

Na mosca

Almeida contrariou toda sua fé católica e cristã e renegou os princípios da fraternidade ao mandar para as profundezas do inferno a população carente de Maceió, castigada pelo abandono das suas necessidades básicas.

Rui age corretamente quando publica o primeiro levantamento das investigações feitas na prefeitura. Ainda que sejam preliminares, percebe-se quanto a população foi iludida por Almeida, o mágico da administração pública, que passou o mandato dividindo bairros no meio, abrindo estradas e cortando vias expressas para favorecer a especulação imobiliária e fazendo elevados para atender as empreiteiras.

A besta

Depressão Deprimido, sem amigos, Almeida não recebe visitas. Os poucos auxiliares que ainda estavam ao seu lado desapareceram assim que ele deixou o cargo. O ex-prefeito vive a base de remédios tarja preta que usa para dormir e para se manter esperto e de pé.

Cassação Almeida faz planos para se candidatar a deputado, mas corre aqui em Brasília que ele dificilmente conseguirá porque até 2014 poderá ser condenado pelos inúmeros processos a que responde e certamente terá os direitos políticos cassados. O julgamento do mensalão encorajou juízes de todo o país a não temer mais as influências dos políticos. E Alagoas também é Brasil.

Trânsito Almeida deu um nó no trânsito de Maceió ao abrir avenidas para facilitar a construção de arranhacéus sem criar a mínima condição de infraestrutura de escoamento de tráfego, saneamento, escolas, postos de saúde e iluminação para esses novos bairros. Foi assim que agiu durante quase dez anos o “Mágico do Bordel”, maquiando à cidade para iludir os mais incautos e os desinformados, hoje desolados pelo prefeito de concreto.


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013

GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

O calvário de Rui Palmeira

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prefeito Rui Palmeira parece que não começou seu governo com o pé direito. Baseado em relatórios muitos dos quais sem muitos embasamentos técnicos, o prefeito criticou a gestão passadas, suspendeu o baile municipal e o carnaval de rua em Maceió, pelo menos as escolas de samba ficarão longe das avenidas, e plantou a imagem de que a prefeitura está um caso e a situação financeira é a mais grave possível. Aliado a tudo isso, Rui Palmeira ainda não acertou seus compromissos com os vereadores, que reclamam do tratamento que alguns vêm recebendo e por isso mesmo fazem vista grossa para o Orçamento do Município que ainda sequer foi apreciado e imaginem aprovado. O prefeito, iniciando sua trajetória na área executiva, precisa ter muito cuidado por onde pisa. Nem sempre sugestões de auxiliares são as melhores. E não adianta pisar fundo no acelerador sem os componentes que lhes dêem sustentação política para administrar a capital de Alagoas. A continuar assim as dificuldades só tendem a aumentar.

Bom carnaval É o que desejamos a todos os foliões. Aquele que insistir em beber e dirigir, já deve ficar consciente de que, ou morre, ou vai preso. A opção será do irresponsável em querer misturar esses dois ingredientes que formam uma verdadeira bomba.

Sem entender

Nem pensar

Os prefeitos eleitos recentemente falam em crise, apelam para o decreto de emergência, dizem que a situação é de calamidade pública, mas nenhum deles falou em entregar o cargo.

Não existe hipótese de uma briga sem fim entre o governador Teotônio Vilela e o senador Renan Calheiros. Pelo menos os amigos de ambos pensam assim. Os dois já começam a se reaproximar com vistas às eleições do próximo ano. Mas Téo vai brigar pela preferência de Renan com Fernando Collor.

Linha direta Enquanto em Santa Catarina dezenas de ônibus foram incendiados por quadrilhas, aqui em Maceió somente em janeiro mais de 70 coletivos foram assaltados.

Dando errado O governo já admitiu que é necessário fazer correções no Plano Brasil Mais Seguro, implantado em Alagoas. O número de assassinatos não para de crescer e a expectativa é ruim para o carnaval que começa amanhã. Isso se a PM não adotar o aquartelamento como forma de pressionar pelo realinhamento de salários.

Bola da vez Debandada

Os médicos do Estado, insatisfeitos com a polícia salarial do governo, estão saindo em debandada. O Hospital Geral do Estado vai enfrentar o carnaval com grandes baixas na equipe plantonista. O presidente do Sindicato, Wellington Galvão, responsabiliza o governador pelo entrave nas negociações e sua indiferença com a Saúde em Alagoas.

Você sabia?

Que toda a alimentação dos pacientes do Hospital Geral do Estado é feita no Hospital Portugal Ramalho, distante pelo menos uns 5 quilômetros? Imaginem a logística para a comida dos pacientes, médicos, enfermeiros e auxiliares chegar até lá.

Protesto

A situação da seca é tão grave no sertão, que os prefeitos da região desejam fazer um protesto em frente ao Palácio dos Martírios. O movimento deve ser liderado pelo ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa e atual prefeito de Canapi, Celso Luis. Segundo o governo federal dinheiro para o combate à seca não é problema. O problema é o encaminhamento dos pedidos pelo governo do Estado.

Valha-me Deus

Os assaltos a ônibus batem recordes, a insegurança é total, falta médicos no Hospital Geral e no Serviço Médico de Urgência – SAMU, a Polícia Militar pode se aquartelar a qualquer momento e carnaval em Maceió já era.

Que carnaval?

A PM informou que vai colocar nas ruas 2 mil e 626 homens para garantir o carnaval, além de patrulhamento com helicópteros. Mas só se for no interior. Sem carnaval, Maceió deverá ficar deserta.

Alagoas merece.

O Ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça, alagoano, pode vir a ser indicado futuramente Ministro do Supremo Tribunal Federal. Com ampla cultura jurídica, homem simples e conciliador, Humberto além de contar com o apoio dos alagoanos, larga na frente com a preferência do presidente do Senado, Renan Calheiros.

Reação na Faceal Trabalhadores ligados à Fundação de Assistência Social, da antiga Ceal, reagiram com a indicação pela Eletrobras do nome do ex-presidente da empresa, Joaquim Brito, para a Diretoria de Seguridade da Faceal. Acham que deveria ser indicado um técnico, não um político, o que poderia futuramente vir a comprometer a saúde financeira da instituição. Para Josenal Fragoso, representante dos trabalhadores, existe a possibilidade até de uma manifestação em frente ao prédio da empresa, caso a Eletrobras insista no nome indicado.

Em causa própria Os vereadores de Maceió entraram em 2013 com um aumento nos proventos de 67%, cujos proventos chegam próximo a 15 mil reais e ainda se apropriaram de vagas para seus veículos na Praça Deodoro.

Obstáculo O único obstáculo para uma reaproximação de Téo com Renan seria o deputado estadual Olavo Calheiros, que já demonstrou que não morre de amores pelo tucano. Mas mesmo assim os amigos começam a assediar Olavo.

Linha de frente O senador Fernando Collor voltou a atacar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em defesa do senador Renan Calheiros. Collor não perde oportunidade de bater em Gurgel, mas olhando para um futuro apoio de Renan à sua caminhada para a reeleição.

Acertando O governador Téo Vilela não quer perder o apoio de João Caldas e avalia com carinho a possibilidade de nomear Eudócia Caldas para o lugar de Alexandre Toledo, na Secretaria de Saúde. Seria uma forma de levá-lo a apoiar o tucano para o Senado em 2014.

Trabalhar mais Pessoas ligadas ao prefeito Rui Palmeira sugerem que ele trabalhe mais e fale menos. A insistência em condenar a administração de Cícero Almeida já está ficando intolerável. Rui deve cuidar da limpeza pública, do trânsito, da Saúde e da Educação.

A velha novela O trânsito nas Avenidas Fernandes Lima e Durval de Góis Monteiro começa a ficar insuportável, depois do reinício das aulas da rede particular. Proprietários de veículos pesados continuam desafiando a prefeitura de Maceió e afrontando a lei municipal que proíbe o tráfego nos horários de pico.


extra EDITORIAL

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 -

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OPINIÃO

Coragem contra traquinagens MAURÍCIO MOREIRA

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A vez de Renan

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ortalecido pelo retorno ao comando do Congresso Nacional, Renan Calheiros se consolida como principal nome para disputar o governo de Alagoas em 2014. Mas como ninguém é candidato de si mesmo - como costuma lembrar o próprio Renan - uma disputa majoritária só se viabiliza, eleitoralmente, com o apoio das diversas forças políticas do Estado. Para tanto, Renan Calheiros precisa ampliar sua base de apoio, que hoje tem como líder maior o senador Fernando Collor, candidato declarado à reeleição. O senador de Murici também conta com a simpatia de grande parte dos prefeitos e ex-prefeitos alagoanos, assim como uma significativa fatia dos deputados estaduais. Ainda assim, Calheiros precisa costurar uma aliança política com o governador, que disputará com Collor a única vaga de senador em 2014. A questão principal é que existem apenas duas vagas – senador e governador – para acomodar os interesses de

Renan, Collor e Vilela, os três principais caciques políticos do Estado. Também não se deve desprezar a força política do vice-governador José Thomaz Nonô, que tem pretensões políticas maiores, mas sem muito cacife para disputar o governo do Estado, com chances de vitória. Mas na condição de governador – e com a caneta na mão - fará a diferença, para qualquer lado da disputa eleitoral de 2014. Demais, resta o senador Biu de Lira, nome de maior densidade política para disputar o governo com Calheiros. Por todas as análises do momento, Renan é o nome com chances reais de êxito na disputa pela sucessão de Téo Vilela. E sua vitória representaria uma resposta do eleitor alagoano ao voto surrupiado na grande fraude eleitoral de 1990, quando Renan foi dormir governador e acordou desempregado. Mas isto são fatos de um passado que jamais se repetirá.

que diferencia um homem público de grandeza maior são exatamente a coragem, a firmeza e as decisões nítidas e coerentes nas tomadas de posições, principalmente nos embates históricos. Recentemente, na eleição para Presidente do Senado Federal, a voz do bravo Senador Fernando Collor foi escutada atentamente por toda a nação. Em seu discurso, o senador alagoano defendeu corajosa e contundentemente a candidatura do Senador Renan Calheiros à Presidência do Senado. Defesa bem fundamentada, denunciando alto e em bom som o oportunismo e a tirania daquele que devia ser guardião dos interesses do País. Essa tomada de posição em momento histórico, que reconduziu pela terceira vez o filho do saudoso Major Olavo ao comando do Senado, com certeza, tornou irreversível a aliança entre os senadores Fernando Collor e Renan Calheiros para as eleições de 2014. E com isso, o povo alagoano claramente dará a resposta ao governador medíocre, oportunista e surfista, que se acostumou, ao longo da história, sempre navegar na onda conquistada com esforço e bravura de homens públicos de partidos antagônicos ao seu. Tucano de primeira ordem, o governador sempre esteve contra o projeto de poder comandado pelo presidente Lula, a quem o povo brasileiro deve sempre reconhecer como o libertador do Brasil contra a tirania neoliberal até então dominante no país. Política é feita com apresentação de propostas e atitudes. E

nesse aspecto, ninguém pode negar ao senador Fernando Collor a virtude de ser um homem de posição destemida. Vem sendo assim nesse episódio do procurador-geral da República, que acaba de ser alvo de mais uma representação do senador alagoano por ter realizado uma licitação sob suspeita, no apagar das luzes do dia 31 de dezembro de 2012. Atento ao seu papel de parlamentar fiscalizador, Collor observou o comportamento de Gurgel em relação a um processo licitatório no valor de R$ 3 milhões, parea a compra de 1,2 mil tablets, algo sob suspeição e que precisa ser investigado. É assim que o parlamentar deve se comportar, sobretudo quando está em jogo o erário. Nessa mesma linha, ressaltese a indignação do senador petebista diante da lamentável informação de que o Governo de Alagoas teria recebido R$ 10 milhões do governo federal, desde agosto do ano passado, para socorrer os municípios castigados pela seca, e que até agora não utilizou um centavo desses recursos para essa emergência. Não é à toa que Téo Vilela é conhecido como um homem que se movimenta tão lento quanto uma tartaruga. A informação sobre o repasse federal foi externada pelo próprio ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, em audiência recente com 30 prefeitos alagoanos, marcada pelo senador Fernando Collor. Quero, portanto, destacar essa postura corajosa de cobrança e denúncia. Na democracia, a oposição desempenha um papel importante. No caso de Alagoas, que a tucanada criou uma perigosa blindagem, é indispen-

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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 SEM CONCURSO

Justiça permite criação de mais de 150 cargos comissionados no TC Projeto ainda precisa ser aprovado pela Assembleia Legislativa; se aprovado, custo será de mais de R$ 4 milhões ao ano VICTOR AVNER

victoravner@yahoo.com.br

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á décadas sem realizar concurso público, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) vai poder criar mais de 150 cargos comissionados. O Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJ/AL) negou uma ação que tentava impedir a criação dos cargos, permitindo a entrada de mais comissionados na Corte de Contas. O custo dos funcionários será superior a R$ 4 milhões e as vagas serão preenchidas sem concurso público ou qualquer outro critério. O projeto de lei já está na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) e deverá ser aprovado nas próximas semanas. Através de um mandado de segurança, o Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais, Analistas, Técnicos e Auxiliares de Contas de Alagoas (Sindicontas) tentava proibir a votação do projeto. Mas na terçafeira (05), os desembargadores do TJ/AL negaram a ação movida pela entidade. Para o relator do caso, desembargador Klever Loureiro, o mandado de segurança não poderia ser aplicado para impedir a criação dos cargos comissionados. O magistrado baseou sua decisão na súmula 266 do Supremo Tribunal Federal (STF), em que a Corte afirma que “não cabe mandado de segurança contra lei em tese”. Como o projeto de lei ainda não foi aprovado pela Assembleia, a ação do Sindicontas não poderia ser julgada pelo TJ/AL. Mas o desembargador Tutmés

Airan não foi favorável ao voto de Klever. “Projeto de lei e lei em tese são diferentes”, pontuou. Na avaliação do desembargador, o STF proíbe mandado de se segurança para leis que já aprovadas, mas que ainda não estariam em vigor – o que não é o caso do projeto de lei para criação dos cargos comissionados na Corte de Contas. O desembargador Paulo Lima foi o único a concordar com o colega e o mandado de segurança foi extinto sem julgamento. Com a decisão dos desembargadores, o TCE está livre para encaminhar o projeto à Assembleia Legislativa. Agora basta apenas a aprovação dos deputados para que os novos comissionados entrem no TCE. Um dos problemas apontados pelo Sindicontas é que o Plano de Cargos, Carreiras e Subsídios (PCCS) dos servidores efetivos do TCE nunca foi implantado. Com os comissionados, o Tribunal vai aumentar sua despesa com pessoal em R$ 353,7 mil ao mês, gerando um gasto de R$ 4,2 milhões ao ano. Os custos deverão impedir a concretização do PCCS por causa do limite de gastos com funcionários, imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Tutmés também ressaltou a criação de despesas adicionais com funcionários que não são concursados. “Cria-se um despesa, contrata-se servidores em comissão e não se cumpre o PCCS dos servidores que lá estão”, declarou o desembargador. “Parece que há uma tentativa subliminar de fraude ao princípio constitucional do concurso público”, completou.

Tutmés Airan (esquerda) foi favorável a ação do Sindicontas que tentava impedir criação dos cargos comissionados no Tribunal de Contas; Klever Loureiro (direita), relator do processo, negou o pedido

Parece que há uma tentativa subliminar de fraude ao princípio constitucional do concurso público” TUTMÉS AIRAN Desembargador

PROJETO FALHO Durante seu voto, o desembargador Tutmés Airan ressaltou que o projeto de lei possui diversas falhas. “Esse projeto apresenta defeitos formais óbvios. Para combater esses defeitos, me parece que o mandado de segurança veio em boa hora”, afirmou. Entre os problemas, está a ausência de dotação orçamentária para os novos cargos. Isso significa que o TCE não informou, sequer, de onde sairá o dinheiro para pagar os comissionados. Para o desembargador Klever Loureiro, no entanto, a análise sobre as falhas do projeto deveria ser feita pela própria Assembleia. “[Discutir os defeitos do projeto de lei] é querer fazer as vezes da Comissão de Constituição e Justiça”, comentou, acrescentado que o TJ/AL poderia estar “usurpando” atribuições.

CRÍTICAS A criação de novos cargos comissionados no TCE sempre foi alvo de críticas. Quando o Projeto de Lei foi enviado à Assembleia, Francisco Elpídio, então presidente do sindicato, chamou a medida de “afronta aos funcionários efetivos”. “Isso é uma falta de respeito, uma afronta aos servidores. O menor salário será de R$ 3,5 mil. Um técnico recebe R$ 3 mil. Isso depois de 20, 30 anos de trabalho”, declarou à imprensa. Assim como o desembargador Tutmés Airan, o sindicalista ainda lembrou que o PCC dos servidores efetivos nunca foi efetivado no Tribunal. “O PCC está desde 2010 para ser implantado, só vai gerar uma despesa de R$ 180 mil e não foi feito até agora. Esse projeto [de criação de cargos comissionados] vai custar quase um milhão por mês”, afirmou à época.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 -

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ELEIÇÕES 2014

Governo alagoano começa a reagir às críticas do senador Fernando Collor De olho em 2014, senador ataca Brasil Mais Seguro; Executivo promete mostrar os dentes ODILON RIOS Repórter

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s críticas do senador Fernando Collor (PTB) ao programa Brasil Mais Seguro e ao governador Téo Vilela (PSDB) - de olho na vaga à reeleição em 2014 - irritaram o Governo. Collor é acusado de transformar as críticas em palanque. Desde que o ex-presidente começou a atacar o governador, a ordem no Palácio República dos Palmares era evitar respostas duras e tratar o assunto até com bom humor. Mas nesta semana, o Governo resolveu mudar o tom das respostas, percebendo que o estilo caubói de Collor não deve ser ignorado. E o secretário de Defesa Social, Dário César, rebateu Collor usando indiretas, mostrando que tem arsenal para responder aos ataques: “São críticas de pessoas que não veem o lado bom das coisas. As pessoas que sempre pregam isso são as mesmas que tem uma vida cuja influência usa seu poder econômico de origem duvidosa, muitas vezes, para poder continuar enganando os alagoanos. Não cabe a mim falar de A, B ou C. Cabe àqueles que têm a leitura do quadro geral perceber e tirar as conclusões”, afirmou o secretário de Segurança. “Só acho que as pessoas em Alagoas conhecem quem implanta o caos, quem dissemina a violência, a discórdia”, destacou Dário César. “Entendemos que estamos focados no trabalho a ser realizado, convencidos do que está sendo feito; Brasília sendo convencida do que está sendo feito, independente das críticas que venham eivadas de vícios e origens”, contou. “São pessoas que assumiram cargos neste país e nada fizeram por Alagoas. Não

vou dar resposta a estas pessoas”, disse. As declarações foram dadas durante seminário organizado para prefeitos. Uma sutil forma de aproximar os gestores do projeto do governador: a vaga de Collor no Senado em 2014. O ex-presidente da República usa o velho estilo do passado para atacar os adversários. No começo, eles ignoram. Depois, vão percebendo que o desgaste pode aumentar se o silêncio não for quebrado. É aí que a tropa de Collor atua: pisando nas feridas. O Brasil Mais Seguro não conseguiu alterar a sensação de insegurança do alagoano, apesar do empenho do Ministério da Justiça. No último final de semana, foram 15 homicídios, números semelhantes aos registrados na época em que o plano sequer era uma aspiração. Além disso, nem todas as ações do plano, por exemplo, saíram do papel, como as escolas em tempo integral. Nem os aliados estão satisfeitos. O senador Benedito de Lira (PP), por exemplo, que indicou o secretário de Educação e Esportes, Adriano Soares, ao cargo, reclamou do próprio apadrinhado (ver mais sobre o assunto abaixo). TRABALHO E os ataques de Feranndo Collor mostram que, pelo menos a princípio, existe uma ordem no Governo: a reação. Instado a falar sobre o clima de guerra, o governador preferiu mostrar as ações da administração: “Estou trabalhando, governando o Estado. Não estou preocupado com Collor”. Enquanto se engalfinham, Collor e Téo abrem espaço para a vereadora Heloísa Helena (PSOL), que vai movimentar 2013 na Câmara com mais audiências e puxar para si outros nós na ad-

Téo Vilela decide passar recibo e responder às críticas de Collor ministração de Vilela, como a saúde. Do outro lado, ainda aliado, está o senador Benedito de Lira, cotado para disputar o Governo. O suplente dele no Senado é Givago Tenório, primo do ex-senador e usineiro João Tenório, cunhado do governador “Não estamos fazendo política partidária, mas políticas instiu-

cionais”, disse o senador, negando que o encontro com prefeitos, promovido esta semana pelo governador e com todo o staff do Palácio República dos Palmares, tenha como foco as eleições do ano que vem. “Não estou gulosamente em busca de cargos. Nunca fiz política em busca de cargos”, afirma Biu de Lira.

Mas os principais cargos do senador - na administração de Téo Vilela - estão na Secretaria Estadual de Educação e Esportes. Mais precisamente o advogado Adriano Soares, indicado para a “cabeça” da SEE. Questionado sobre a atuação do gestor, Biu de Lira supreendeu e usou o fogo amigo para queimar o aliado: “A única coisa que eu pedi ao secretário de Educação Adriano Soares foi que ele implantasse em Alagoas a escola em tempo integral. Ainda não fez. O porquê eu não sei, não tenho conversado com o secretário. Isso não me agrada. Não faltam recursos, talvez esteja faltando vontade. Vontade política do secretário, que é o responsável. Foi o único pedido que eu fiz: que ele fizesse a escola em tempo integral, para que tirássemos os meninos da rua”. Sobre sua posição no xadrez de 2014, Biu desviou: “Só trato de 2014 em 2014. Qualquer homem público quer governar seu estado, agora, não é uma eleição individual, mas coletiva”. Resta saber se Biu fica no grupo do governador. RUI PALMEIRA Longe das eleições do futuro, o prefeito Rui Palmeira (PSDB) tenta administrar o presente: uma dívida de R$ 450 milhões, herdada do ex-prefeito Cícero Almeida (PSD). Principal alvo das promessas de campanha, a Secretaria Municipal de Saúde tem um débito, segundo Rui, de R$ 48 milhões. E sem dinheiro para investimentos. A proposta é costurada em Brasília: transferências fundo a fundo para recuperar os postos de saúde. Pelo menos construir onde alguns deles são alugados. “Precisamos de recurso federal. Não temos codições de bancar estas reformas”, disse Rui. Segundo Rui, ainda não há prazo para o início destas reformas nos postos de saúde.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 RETRATO DO BRASIL

Maioria da Mesa do Senado está sob investigação Dos 11 integrantes do novo comando da Casa, seis respondem a inquérito ou ação penal no Supremo. Na Câmara, três dos novos membros da direção também são investigados na corte EDSON SARDINHA E FÁBIO GÓIS

CONGRESSOEMFOCO

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enunciado há 11 dias pela Procuradoria-Geral da República por três crimes, o novo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não está só. Mais da metade dos 11 recém-eleitos integrantes da Mesa Diretora da Casa está na mira do Supremo Tribunal Federal (STF). Além de Renan, também estão na lista de investigados os dois novos vicepresidentes, Jorge Viana (PT-AC) e Romero Jucá (PMDB-RR), o 1º secretário, Flexa Ribeiro (PSDBPA), e os suplentes da Mesa Jayme Campos (DEM-MT) e Magno Malta (PR-ES). A situação não difere muito na Câmara, onde três deputados eleitos ontem (4) para os cargos diretivos também respondem a inquérito ou ação penal no Supremo. Ou seja, mais de um terço dos integrantes do novo comando do Congresso terá de conciliar as atividades do mandato com as explicações devidas à Justiça. A lista de denúncias que recaem sobre esses parlamentares é diversificada: há desde crimes eleitorais, contra a ordem tributária, a Lei de Licitações e o meio ambiente, até tráfico de influência, falsificação de documento e desvio de verba pública. Além do poder de influenciar diretamente

os rumos do Parlamento, os integrantes das Mesas têm sob seu controle duas poderosas máquinas administrativas, cujo orçamento total deve beirar os R$ 9 bilhões este ano. COTADO PARA CORREGEDOR DA CÂMARA TAMBÉM É INVESTIGADO Mas os integrantes da Mesa com pendências no Supremo não são os únicos com problemas na Justiça. Mesmo não tendo pendência na mais alta corte do país, o novo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDBRN), responde a processo por enriquecimento ilícito numa ação de improbidade administrativa que tramita na 16ª Vara Federal em Brasília. Em outro caso, ele tenta reverter uma condenação imposta em primeira instância, que, em 2011, suspendeu seus direitos políticos. HENRIQUE ALVES TENTA REVERTER CONDENAÇÃO POR IMPROBIDADE Juntos, os integrantes da nova Mesa do Senado respondem a 13 inquéritos (fase preliminar de investigação) e uma ação penal (processo que pode resultar em condenação). Na suplência, Jayme Campos é réu por uso de documento falso. Ele enfrenta ainda outros três inquéritos por pecu-

lato, crimes da Lei de Licitações e de responsabilidade. Na Câmara, outro suplente da Mesa também é réu, o deputado Takayama (PSCPR). No caso da ação penal, os ministros entenderam que há indícios de que o acusado cometeu, de fato, os crimes atribuídos pela Procuradoria-Geral da República. SOB PRESSÃO O próximo a integrar a lista dos réus pode ser o presidente do Senado. No último dia 26, conforme revelou o Congresso em Foco, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou Renan por três crimes no inquérito que apura a veracidade dos documentos apresentados por ele para comprovar, em 2007, que tinha rendimentos suficientes para bancar as despesas de aluguel e pensão de uma jornalista, com quem tem uma filha. Os papeis foram apresentados na defesa entregue por Renan ao Conselho de Ética do Senado para rebater a denúncia que os gastos eram bancados por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Na denúncia, que será examinada pelos ministros, Gurgel acusa Renan de ter cometido os crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso. Caberá ao relator do caso, Ricardo Lewandowski, elaborar parecer que será analisado pelos demais ministros. O presidente do Senado também é investigado em outros dois casos. No mais recente, como mostrou o Congresso em Foco, é suspeito de ter cometido crime ambiental em uma unidade de conservação federal no interior de Alagoas. O Ministério Público Federal o acusa de ter pavimentado uma estrada de 700 metros sem autorização para facilitar o escoamento das produções de sua fazenda. O outro inquérito

Renan nega acusações e denuncia perseguição política da PGR


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RETRATO DO BRASIL

Novo 2º vice-presidente do Senado, Romero Jucá é alvo do STF, assim como outros quatro membros da Mesa; Jorge Viana (PT-AC), o 1º secretário, Flexa Ribeiro (PSDB-PA), e os suplentes da Mesa Jayme Campos (DEM-MT) e Magno Malta (PR-ES) VICES INVESTIGADOS Os dois nomes na linha de sucessão de Renan também estão sob investigação. Primeiro vicepresidente, Jorge Viana é investigado em dois inquéritos (3236 e 3237) correlatos por crimes eleitorais. Apura-se o oferecimento de vantagens a eleitores em troca de votos e omissão ou inserção de declaração falsa em documento para fins eleitorais, além de recebimento de doação em desacordo com a lei eleitoral. O segundo vice-presidente, Romero Jucá, figura como inves-

tigado em três inquéritos (2116, 2963 e 3297) por crimes de responsabilidade, falsidade ideológica, contra o patrimônio e eleitorais. Um dos procedimentos apura o envolvimento do senador em suposto esquema de desvio de verbas federais em obras municipais em Roraima. Em outro inquérito a investigação recai sobre a origem e o destino dos R$ 100 mil jogados para fora de um carro por um auxiliar do senador momentos antes de ser abordado por policiais durante a campanha eleito-

ral de 2010. O auxiliar diz que o dinheiro seria usado na eleição de Jucá. Outro inquérito verifica se Jucá e familiares usaram “laranja” na compra de uma TV em Boa Vista. “PREFEITO” O novo primeiro secretário do Senado, Flexa Ribeiro, é investigado por crime eleitoral. A investigação apura se uma construtora, da qual o senador foi sócio, utilizou recursos recebidos do governo estadual para ajudar os candidatos do PSDB nas eleições de 2002. Em 2004, o senador chegou

a ser preso pela Polícia Federal na Operação Pororoca, acusado de usar essa mesma empresa em um esquema de fraudes de licitações para obras públicas no Amapá. “No primeiro parecer, o Ministério Público Federal registra a inexistência de provas das acusações”, afirma o senador. Na nova função, Flexa atuará como espécie de prefeito do Senado, cuidando de boa parte da administração da Casa. A investigação mais recente contra integrante da Mesa no Senado alcança o senador Magno Malta. Suplente da Mesa, ele é

alvo de um inquérito por crimes eleitorais, autuado em novembro do ano passado. “O senador não conhece o objeto do citado inquérito”, informa o gabinete de Magno Malta. Os integrantes da Mesa investigados também não estão sós. Levantamento divulgado pela Revista Congresso em Foco em julho do ano passado revelou que nunca tantos parlamentares estiveram, a um só tempo, sob investigação no Supremo. Em junho, 191 deputados e senadores respondiam a inquérito ou ação penal no STF.


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 PROBLEMA CRÔNICO

Collor foca discurso nas questões da seca e destaca importância do Canal do Sertão Senador da República acusa governo do Estado de continuar ausente no combate a seca em AL FÁTIMA ALMEIDA

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m discurso pronuniado na tarde desta quarta-feira, no plenário do Senado Federal, o senador Fernando Collor (PTB-AL) destacou a importância do canal Adutora do Sertão, cuja primeira etapa deverá ser inaugurada ainda neste mês, pela presidenta Dilma Roussef, para aumentar a disponibilidade de água nas comunidades atingidas pela seca. Collor destacou a atenção do governo federal e acusou o governo alagoano de continuar ausente no processo de luta para minimizar os efeitos da longa estiagem, que afeta de maneira grave, pelo menos 37 municípios de Alagoas. Ele reforçou que, recentemente, uma auditoria do Tribunal de Contas da União constatou a má gestão da Secretaria de Infraestrutura do Estado e afirmou que o Canal só não está em condições de pleno e imediato funcionamento em função de uma série de ações que não foram realizadas pelo governo estadual. “Além disso, o relatório apontou sobrepreço, superfaturamento e perdas em virtude da não execução de serviços essenciais. O senador alagoano também comentou, na tribuna do Senado, a sua surpresa quando foi informado, em audiência com o ministro da Integração Nacional, Fer-

nando Bezerra, acompanhando 30 prefeitos alagoanos de municípios afetados pela seca, que o governo de Alagoas deixou de usar R$10 milhões liberados pelo governo federal, desde agosto passado, a título de socorro inicial às vítimas da grave estiagem. “São recursos repassados pelo Governo Federal, de imensurável importância para os alagoanos atingidos pela seca, que foram categoricamente desprezados pela atual gestão estadual. Enquanto isso, as estimativas apontam para a perda de 30% do rebanho do Estado ou algo entre 250 e 300 mil cabeças de gado”, destacou Collor. CANAL DO SERTÃO Para o senador de Alagoas, o canal do Sertão, é uma das mais importantes obras federais de infraestrutura hídrica no Nordeste brasileiro, que vai beneficiar, ao longo dos seus 250 quilômetros de extensão (quando estiver concluído e em pleno funcionamento), cerca de 1 milhão de alagoanos, com oferta de água aos núcleos urbanos e rurais dos 42 municípios que o margeiam. Destacando que o canal é uma obra tocada com recursos federais, Collor lembrou que sua origem ser deu em 1991, quando ele, como presidente da República, viabilizou os meios necessários, possibilitando ao então governador de

Fernando Collor de Mello não poupa críticas ao governo de Téo Vilela, durante discurso no Senado Alagoas, Geraldo Bulhões, iniciar a obra no ano seguinte. “Lamentavelmente, durante nove anos, a partir de 1993, o governo federal daquele período paralisou a obra. Somente em 2001, o governador Ronaldo Lessa reabriu o canteiro, por meio de um aporte - a título de contrapartida do Estado - de R$15 milhões, até o ano de 2005. Somente no anterior à posse do presidente Lula, a União repassou R$ 20 milhões para a obra, o que, àquela altura, era um

valor irrelevante para a dimensão do empreendimento”, destacou o senador. Ele lembrou que só no governo Lula a obra retomou o seu ritimo. Em 2009, na condição de senador da República, Collor conseguiu, com o apoio de toda a bancada alagoana no Congresso Nacional, fazer com que o governo Lula incluísse o Canal do Sertão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), observando-se, a partir daí, o avanço das obras, sem

que nenhum centavo do Tesouro do Estado precisasse mais ser investido. “Nos últimos 9 anos, mais de R$ 500 milhões foram destinados ao Canal, garantindo com isso a conclusão dos primeiros 65km que serão inaugurados pela presidenta Dilma, provavelmente ainda este mês. Em suma, a obra, estimada em R$1,8 bilhão para sua conclusão, constitui um investimento totalmente federal”, concluiu Fernando Collor.


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12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 FARRA NO XADREZ

Futuro corregedor da PF avalizou banquete para Beira-Mar O fato ocorreu em 2005 e foi denunciado pelo então presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Alagoas, Jorge Venerando JOÃO MOUSINHO

joao_mousinho@hotmail.com

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ernil de 6kg, peru de 7kg, bolos, arroz à grega, farofa, pudins, salgadinhos variados, sorvete e refrigerante. Essas foram as guloseimas que fizeram parte da ceia de Natal do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho BeiraMar, em dezembro de 2005. Na ocasião o criminoso estava preso na sede da superintendência da Polícia Federal de Alagoas (PF/AL) no bairro do Jaraguá, em Maceió. Na época do caso, quem estava no comando da superintendência da Polícia Federal, de forma substituta, era o delegado Arivaldo Menezes Marques, que hoje atua como chefe da delegacia de polícia de Imigração do Estado e é o nome mais cotado para assumir a corregedoria. O atual presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Alagoas, Tomé Cavalcante, confirmou para reportagem do jornal Extra as reais possibilidades de Arivaldo assumir em breve a corregedoria da PF. Em 2005, o então presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Alagoas, Jorge Venerando, tornou a ceia de Beira-Mar pública. Inúmeros jornais e portais nacionais noticiaram o fato. O portal terra descreveu detalhes: “Beira-Mar contratou sua própria cozinheira, Leda dos Santos, dona

do bar que fica próximo ao prédio da superintendência da PF. A Cozinheira foi encarregada de comprar e preparar o jantar do traficante. Leda cobrou R$ 700,00 pelo serviço, sendo R$ 500 para ceia e R$ 200 pelo trabalho.” Ainda em 2005, Jorge Venerando disse em entrevista ao Diário de S.Paulo: “Soubemos que Beira-Mar teve privilégios. É um absurdo.” Essa semana a reportagem do jornal Extra manteve contato com Venerando, que afirmou que levou o caso a corregedoria nacional da PF, já que Fernandinho Beira-Mar não se trata, e na situação não se tratava, de um prisioneiro comum. “Enviei ofícios para o Ministério da Justiça (MJ) confirmando que a superintendência da PF no estado de Alagoas não tinha condições técnicas para manter Beira-Mar preso. A questão da ceia também foi tratada com o MJ”, revelou Jorge Venerando. Arivaldo Menezes Marques sempre negou as informações e enfatizou que, nunca, nenhum preso teve qualquer tipo de privilégio. FERNANDINHO, O BEIRA-MAR Até servir ao Exército, Luiz Fernando não tinha antecedentes criminais. Entre os 18 e 20 anos, começou a praticar os primeiros assaltos. Lojas, bancos e até depósito de materiais militares eram seus alvos principais. Foi acusado de furtar

Jorge Venerando confirmou que Beira-Mar teve privilégios na passagem de Arivaldo no comando da PF/AL armas pesadas do Exército e de vendê-las para traficantes do Rio de Janeiro. Aos 20 anos, foi preso por assalto e condenado há dois anos. Cumpriu a pena e, ao sair, voltou a morar na Favela Beira-Mar, em Duque de Caxias. Aos 22 anos tornou-se um dos comandantes do tráfico local. Fernandinho Beira-Mar, como é conhecido internacionalmente, é considerado um dos maiores traficantes de armas e drogas da América Latina, efetuando a lavagem de dinheiro oriunda do narcotráfico nas agências do Banco do Brasil. Está preso desde o ano de 2002 e já foi constantemente transferido de presídio, em uma das ocasiões desembarcou em Maceió onde foi “muito bem tratado”, segundo o próp-


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ECONOMIA

Alagoas terá 1ª usina de álcool de bagaço de cana do Brasil Etanol de segunda geração vai elevar produção em até 50% numa mesma área de cana plantada MARIA SALÉSIA

sallesia@hotmail.com

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ocalizada no município de São Migul dos Campos, em Alagoas, a primeira fábrica de etanol celulósico (etanol de segunda geração) do Brasil será inaugurada no início de 2014. Com capacidade para produzir 82 milhões de litros por ano, já foram investidos na usina R$ 350 milhões, mas os recursos podem chegar a R$ 4 bilhões em sete anos com a construção de novas unidades e pesquisas. A iniciativa e pioneirismo é fruto da parceria com a usina Caetés, em São Miguel. Como as usinas terão o ano de 2020 como limite para acabar com queimadas no canavial e cortar a cana crua, a fim de preservar o meio ambiente e proteger os trabalhadores da poluição, nesse novo processo, 50% da palha da cana-de-açúcar será reaproveitada para geração de álcool. Segundo o empresário Fernando Farias, a fábrica instalada em São Miguel dos Campos vai receber matéria prima da Caetés e de todas as demais usinas de Alagoas. Ainda de acordo com o empresário, essa tecnologia de se-

gunda geração de álcool vai proporcionar o desenvolvimento do plantio de cana energética (espécie de cana em fase experimental com grande rendimento em celulose e pobre em açúcar). Nesse caso, ao invés de se plantar cana com o intuito de produzir o máximo de açúcar se plantaria para conseguir mais celulose e assim seria específica para produção de álcool. O etanol celulósico, conhecido como etanol de segunda geração, é considerado a maior promessa do setor de biocombustíveis nos últimos anos. Produzido no Brasil a partir da palha e do bagaço da cana-de-açúcar é visto como a principal alternativa para aumentar a oferta sem crescimento da área plantada. A projeção do setor produtivo conservador é que o consumo do etanol aumentará 45% até 2020, para cerca de 48 bilhões de litros ao ano. CUSTO É O PRINCIPAL OBSTÁCULO DO ETANOL CELULÓSICO Feito a partir de restos da cana, o custo ainda é o principal empecilho para o desenvolvimento do etanol celulósico no mundo.

Segundo reportagem publicada no Jornal Folha de São Paulo do último dia 3 de fevereiro, apesar do alto custo, produtores estão animados e afirmam que “em três anos, pode ser mais barato produzir o combustível de segunda geração que o tradicional.” A aposta do setor é que em 2016 o custo do etanol feito a partir de restos da cana seja igual ou menor que o de primeira geração. Acredita-se que em três anos será possível produzir etanol a partir de resíduos da cana com custo entre R$ 1,10 e R$ 1,15 por litro. Hoje, o litro do etanol tradicional custa cerca de R$ 1,10. Como a matéria prima, nesse caso, são resíduos, o custo agrícola se restringe ao transporte dos insumos. Mas o entrave é o investimento industrial, que na segunda geração é 30% maior que o necessário para construir unidades tradicionais. Um fato chama a atenção em relação ao Brasil com o resto do mundo em se tratando de corrida pelo etanol celulósico. Segundo dados da revista “Biofuel Digest”, apesar de ter matéria-prima em abundância, das 61 usinas do biocombustível de segunda geração

Na tecnologia de segundageração, 50% da palha da cana será reaproveitada para geração de álcool

anunciadas no mundo, apenas uma é brasileira- a GraalBio. Vale ressaltar que o etanol segunda geração é o combustível produzido a partir de celu-

lose, que pode ser encontrado no bagaço e na palha da cana, no sabugo e na palha do milho e em outros resíduos agrícolas, como os de madeira e de trigo.


14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 NOVO CAPÍTULO

Formalizado pedido de anulação do julgamento do Caso Fábio Acioli O defensor público, Ryldson Martins Ferreira, esteve na segunda-feira, 04, no Fórum para solicitar um novo julgamento para Carlos Eduardo Souza e Wanderley Nascimento Ferreira JOÃO MOUSINHO

joao_mousinho@hotmail.com

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novela sobre a execução do estudante Fábio Acioli, ocorrida em 2009, parece não ter fim. Essa semana o defensor público, Ryldson Martins Ferreira, esteve no Fórum da capital para solicitar um novo julgamento para os supostos matadores de Acioli, Carlos Eduardo Souza e Wanderley Nascimento Ferreira.

Em recentes entrevistas Martins disse que: “a condenação não levou em conta o que estava sendo mostrado nas provas apresentadas pela defesa”. As provas, ainda segundo ele, não ligavam os acusados ao crime, e que a condenação foi baseada no fato de os réus terem sido reconhecidos por Cícero Rafael, que estava entre os indiciados pela morte, mas morreu no ano passado, e pelo garçom Marco Aurélio já desligado

do programa de proteção a testemunhas. Um processo recheado de contradições e afirmações falsas foram as principais motivações para que o defensor apelasse para um novo julgamento. Cabe agora a Justiça de Alagoas colocar uma pedra sobre o caso ou dar próximos capítulos a uma morte misteriosa e que até hoje não se tem ideia de um autor intelectual, já que todas as características do

Defensor público, Ryldson, apelou para anulação do julgamento crime pendem para essa possibilidade. O próprio pai de Fábio, o médico Paulo Medeiros, disse após o julgamento que “não foram vocês”, referindo-se a Carlos Eduardo Souza e Wanderley Nascimento Ferreira. Depois Paulo prestou esclarecimentos a Justiça e disse que proferiu a frase por estar tomado de sentimento de forte emoção. Na última edição de três de ja-

neiro desse ano o defensor público Ryldson Martins revelou a reportagem do jornal Extra: “Não há provas contra supostos matadores. Infelizmente, aqui quem é acusado é culpado. A Constituição Federal diz totalmente diferente, mas o acusado é condenado antecipadamente. A presunção é que eles são culpados, nesse caso e nos demais casos que a gente vê. Infelizmente, é uma falta de sensibilidade e bom senso.”


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IMBRÓGLIO

Sindicato volta a denunciar contrato para construir Adutora do Agreste Justiça considera atuação da empresa Companhia de Águas do Brasil (CAB Ambiental) irregular JOÃO MOUSINHO

joao_mousinho@hotmail.com

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Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, por meio da sua diretoria, voltou a acusar a empresa Companhia de Águas do Brasil (CAB Ambiental) de operar de forma irregular em Alagoas. Durante entrevista coletiva no hotel Tambaqui, no bairro da Ponta Verde, em Maceió, na última terça-feira, 05, a presidente da classe Amélia Fernandes Costa disse que a Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo do Estado e a empresa privada, que vai operar o sistema de águas no agreste de Alagoas, será lesiva aos interesses da população e prejudicará o abastecimento das demais regiões. Amélia Fernandes Costa disse em entrevista ao jornal Extra, na semana passada, que: “A contratação da CAB é uma irregularidade por si só. A empresa participou sozinha do processo licitatório, pois as demais empresas foram desabilitadas. Isso causa no mínimo uma estranheza. Será que apenas a CAB estaria habilitada?”, questionou. Durante a coletiva, Amélia foi contundente em seu discurso e fez questão de frisar: “a PPP é uma verdadeira privatização disfarçada de abastecimento do Agreste.” A CAB vai operar nos próximos 30 anos nos municípios de Arapiraca, Campo Grande, Coité do Nóia, Craíbas, Feira Grande, Girau do Ponciano, Igaci, Lagoa da Conoa, Olho d’Água Grande e São Braz. A empresa paulista será responsável pela construção da nova adutora e fazer manutenção e recuperação

das adutoras existentes. Serviços de menor porte também são de responsabilidade da CAB, como: leitura e entrega simultânea de faturas, implantação e substituição de hidrômetros, fiscalização de irregularidades, corte e cobranças. DENÚNCIA AO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL Todas as reclamações e denúncias realizada pelo Sindicato dos Urbanitários de Alagoas já foram encaminhadas ao Ministério Público Estadual. O procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, tomou conhecimento do fato na última semana após um encontro com membros dos urbanitários. Um verdadeiro dossiê encaminhado ao MP revela: “privatização gratuita [...], prejuízo ao erário, à Fazenda Pública [...], dilapidação do patrimônio público, enriquecendo sem causa de entes privados.” JUSTIÇA DIZ QUE CAB OPERA DE FORMA IRREGULAR “O atual método de cobrança da conta de água de casas ou estabelecimentos com mais de uma unidade consumidora, as chamadas “economias”, utilizada pela CAB Ambiental em Cuiabá foi considera ilegal pela juíza Célia Regina Vidotti, na quarta-feira, 09/01”, a notícia foi relatada pelo portal www.olhardireto.com.br. Segundo a reportagem, o caso levado a Justiça, o valor gerado pela concessionária dos serviços de água e esgoto foi três vezes mais caro do que deveria ser. Em outras reportagens a população local e autoridades relataram a má atuação da CAB e seus modos

Presidente do Sindicatos dos Urbanitários, Amélia Costa, denunciou durante coletiva irregularidades do contrato da CAB com o governo do Estado de operação e cobrança. No despacho, a juíza auxiliar da 2ª Vara Especializada da Família e Sucessões, Célia Regina Vidotti, ainda manda a CAB realizar a cobrança das próximas faturas tendo como base o consumo atestado pelo hidrômetro (medidor). O prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, fez inúmeras reclamações aos serviços prestados pela CAB. A reportagem do jornal Extra tentou ouvir o prefeito, mas a assessora do seu gabinete informou que ele estava viajando.

Juíza de Cuiabá, Célia Vidotti, concedeu sentença contra a CAB


16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 INCENTIVOS

Governo anuncia investimentos para novos aeroportos em Alagoas Programa do governo federal prevê a construção de empreendimentos em Maragogi e Arapiraca AMANDA DUARTE fotos: Ascom Seinfra

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Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) anunciou nesta quartafeira (6) mais uma boa novidade para a economia e o turismo de Alagoas. O estado foi inserido no programa do governo federal que irá viabilizar recursos para estruturar aeroportos regionais em todo o país. Em Alagoas, os investimentos serão para a construção de novos aeroportos em Maragogi e Arapiraca, que vai ser erguido em uma área apropriada, fora do perímetro urbano. A criação de uma malha aérea local vai contribuir para o desenvolvimento desses municípios e de cidades vizinhas. O “Programa de Investimentos em Logística - Aeroportos” é um conjunto de medidas que tem por objetivo ampliar e aperfeiçoar a infraestrutura aeroportuária brasileira. O programa prevê ações para o fortalecimento e ampliação da aviação regional por meio de investimentos e incentivos. Estão previstos R$ 2,1 bilhões em investimentos para o Nordeste, dos quais R$ 125,6 milhões devem ser destinados ao estado de Alagoas, para atender aos aeroportos de Arapiraca e de Maragogi. De acordo com a superintendente de Transporte e Logística da Seinfra, Roberta Rosas, a ausência de uma malha aérea no estado dificulta o acesso a muitas regiões do país. “Podemos perceber a necessidade de um número maior de aeroportos não apenas no estado, mas em grande parte do país, ao observar a baixa quantidade de conexões que temos num voo daqui para Fortaleza, por exemplo”, explica Rosas. Para o secretário de Estado da Infraestrutura, Marco Fire-

Criação de uma malha aérea em Maragogi e Arapiraca vai contribuir para o desenvolvimento desses municípios man, a construção desses equipamentos é fundamental para o desenvolvimento das regiões. “Em Maragogi, o Estado trabalha para viabilizar o projeto já há algum tempo e agora ele poderá ser concretizado. E Arapiraca, cidade de grande porte, com mais de 200 mil habitantes, também merece ter um novo aeroporto estruturado”, disse o secretário. Os projetos das obras desses dois aeroportos serão de responsabilidade do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que agendarão visitas de representantes para Maceió e para as áreas destinadas aos dois aeroportos, visando

conhecer esses espaços e identificar as necessidades estruturais de cada empreendimento. Já a Secretaria de Aviação Civil (SAC), em parceria com o Banco do Brasil, vai responder pela execução dos projetos e a Seinfra, junto ao Departamento de Estradas de Rodagem de Alagoas (DER), deverá responder pela gestão dos aeroportos. O governo do estado vai viabilizar as áreas para a construção dos aeroportos, que será feita diretamente pelo governo federal.

Projetos das obras dos aeroportos serão de responsabilidade do ITA


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 -

EM ALTA

Filé alagoano pode fazer parte da coleção verão 2014 de grife carioca Parceria com a marca Cantão vai gerar renda para associações de artesãos REDAÇÃO

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bordado filé alagoano, rico em cores e pontos, pode ser incorporada à coleção verão 2014 da grife carioca Cantão. Se depender do entusiasmo da coordenadora de estilo da franquia, Lanza Mazza, e das estilistas Georgia Buckley e Fernanda Motta, a parceria vai acontecer. Para conhecer melhor a renda genuinamente alagoana, as profissionais visitaram na quarta-feira, 6, o bairro do Pontal, onde se reuniram com artesãos e conheceram a renda de perto. Elas realizaram ainda pesquisa de campo e rodadas de negócios durante toda a semana. A ideia é que, a partir da visita, seja firmada uma parceria para apresentar o filé em uma das coleções da Cantão. Lanza Mazza disse que já tinha ouvido falar do filé alagoano e veio analisar a viabilidade do artesanato ser incorporado às peças para a coleção do próximo verão. “É um algo mais, é a ideia de acrescentar o luxo artesanal aos produtos”, avaliou Lanza Mazza. A empresária informou, ainda, que será observado como se dá a produção do filé, considerando às necessidades da marca, quanto à produção em larga escala. “O trabalho é encantador e realmente tem tudo a ver com o Cantão, vai ser ótimo visitar Alagoas e desen-

Artesanato: filé alagoano pode ganhar o mundo com grife carioca

volver com a minha equipe peças para a nossa coleção”, disse Lanza. Responsável pela linha de acessórios e calçados da franquia, Georgia fala da pesquisa em Maceió como algo novo, bem diferenciado do que já foi feito. “Estamos indo em busca de um trabalho artesanal único, a expectativa é muito boa porque vamos conversar com a bordadeira, pretendo ver de perto a selaria, o couro, vamos fazer esse trabalho direto com os artesãos, estou doida para ver a manufatura disso”. Para Georgia, o artesanato alagoano casa com a “moda de viver bem” da marca. No trabalho com bolsas, calçados e acessórios, “a gente foca no Folk, no artesanal, com peças que combinam muito com a estamparia característica do Cantão. É o estilo de ser

uma mulher descontraída, casual, que usa bordados, mas tem um lado moderno e sofisticado também”. Com uma rede de 50 lojas exclusivas, vendida em mais de mil multimarcas no Brasil e em países de quatro continentes, a marca pode se tornar uma vitrine da cultura e turismo alagoanos. IRMÃS GÊMEASA visita técnica da estilista Lanza Mazza para pesquisar o artesanato alagoano deu o que falarr no mundo da moda e dos negócios. Mas, pouca gente sabe é que Lanza é irmã gêmea da jornalista Renata Vasconcelos, âncora do Bom Dia Brasil, da Rede Globo. Elas são univitelinas e causaram frisson quando foram vistas juntas no Fashion Rio, durante desfile da grife Cantão.

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18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 MEIO AMBIENTE

Prefeituras têm até 2014 para resolver o problema dos lixões Consórcio é uma alternativa adotada por municípios alagoanos para construção de aterros sanitários CLARICE MARIA

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Instituto do Meio ambiente (IMA) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), para fazer cumprir o que prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos, têm apoiado iniciativas como o primeiro Consórcio Intermunicipal para a Gestão dos Resíduos Sólidos (Cigres) de Alagoas. Além disso, nos próximos dias, todos os municípios alagoanos deverão receber nova notificação para resolver o problema de armazenamento e tratamento do lixo. O Cigres está em fase de conclusão e já contou com recursos na ordem de R$ 2,1 milhões do governo federal, através da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Paraíba (Codevasf). Localizado em Olho D’Água das Flores, na região da Bacia Leiteira, é o primeiro do estado e do Nordeste, além de ser o segundo desenvolvido pela Codevasf. Ele é formado por 13 municípios: Carneiros, Jacaré dos Homens, Monteirópolis, Olho D`Água das Flores, Olivença, São José da Tapera, Senador Rui Palmeira, Santana do Ipanema, Major Izidoro, Batalha, Pão de Açúcar, Dois Riachos e Jaramataia. “O Consórcio é uma alternativa que resolve alguns problemas, um deles é a limitação financeira das prefeituras. É uma experiência inédita no estado e precisa de esforço de todas as partes para dar certo”, disse Adriano Augusto, diretor-presidente do IMA. Sebastião Lúcio, assistente técnico de desenvolvimento regional da Codevasf, explica que o aterro terá a capacidade inicial para receber até 70 toneladas diárias de lixo, durante cinco anos. Na fase inicial, apenas uma célula, a maior de todas, e mais três lagoas de tratamento de chorume de-

verão entrar em operação. Mas, o projeto inteiro prevê ainda a construção de área de transbordo, galpão de triagem, local para compostagem e possui previsão de vida útil de 20 anos. Segundo o presidente do Consórcio, Carlos André dos Anjos, 90% das obras estão concluídas e as etapas finais seguem em ritmo lento devido ao descumprimento de compromissos assumidos por determinadas prefeituras, antes do período eleitoral. Entretanto, todas serão convidadas para uma reunião que deverá ser realizada dia 20. O aterro possui Licença de Implantação com validade até agosto de 2013. Para solicitar a Licença de Operação, o consórcio deverá atender a condicionantes, como a apresentação de relatórios técnicos bimestrais; projeto de educação ambiental; Plano de Recuperação de Áreas Degradadas dos atuais lixões dos municípios, com cronograma de desativação. LIXÕES No ano passado, o IMA notificou todas as prefeituras de Alagoas a apresentar um projeto para solucionar o problema da destinação dos resíduos sólidos dos municípios. Segundo Adriano Augusto, esse ano, todos serão notificados novamente. Isso porque, conforme o que prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº 12.305/2010, até 2014 todos os lixões a céu aberto deverão deixar de existir. Além disso, boa parte dos dejetos deverão ser encaminhados para compostagem ou reciclagem. A equipe da Diretoria de Monitoramento e Fiscalização (Dimfi) iniciou, na semana passada, a vistoria nos lixões de determinados municípios. Trabalho que deverá embasar os encaminhamentos do IMA.

Técnicos discutem sobre áreas para construção de aterros sanitários em municípios de Alagoas

Lei ambiental exige que até 2014 todos os lixões a céu aberto deverão deixar de existir

Aterro terá a capacidade inicial para receber até 70 tonedas de lixo por dia


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Maceió: apenas o paraíso das águas

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ma coisa que me deixa indignado são algumas pessoas com “megalomania cabocla” que por tudo querem transformar Maceió no “paraíso” que não é. Isto só nos expõe ao ridículo nacional. Temos sim as mais belas praias do Nordeste, temos também um complexo lagunar que ninguém tem e uma gastronomia regional de dar água na boca. Ai arranjam um titulo mentiroso de “Maceió capital do Réveillon” e deu no que deu: um dos mais desorganizados e pobres; “terra da cultura” e não temos uma livraria decente; “o melhor São João” e temos o mais desanimado da região; “ o melhor pré-carnaval do país e mostramos festinhas amadoras que nem se comparam com as previas de Salvador, Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro e outros que reúnem publico de mais de um milhão de pessoas nesses eventos. E o mais grave é que só se promove qualquer festa, só colocam os blocos na rua ou se contrata um sanfoneiro com a ajuda dos governos. Se os órgãos oficiais não se dispõem ou não podem ajudar na “farra” ai é um “Deus nos acuda”. Protestos dos setores interessados ( só deles), notas na imprensa,críticas e provocações a “anti-cultura” e até um certo histerismo festivo pela frustração dos promotores dessas festas que divertem alguns e aumenta o ganho de poucos. É preciso que se convença que Maceió não tem destino nem vocação para promover Natal, Réveillon, Carnaval, São João ou eventos que venham a competir com outras capitais, anos à frente neste quesito eventos. Temos sim que divulgar e nos orgulhar de nossas praias, nossas lagoas e nossa culinária. Investir em novos equipamentos de apoio ao turista, preparar o receptivo para acolher melhor, fiscalizar a exploração marginal de alguns estabelecimentos e manter a cidade limpa. O governo tem que continuar investindo na atração de novos empreendimentos como tem feito dos últimos seis anos, incentivar a dar estrutura para a exploração turística competente e responsável nas áreas das lagoas, cuidar da conclusão do saneamento para que os hotéis não ofereçam “água podre” que contamine os hóspedes. Um amigo meu vem passar carnaval com a família em um dos hotéis de Maceió (quase todos lotados) pela terceira vez. Sabe por quê? Aqui não tem carnaval e ele quer sossego. Este fato atrai muitos turistas para Maceió no período. Ai sim podemos divulgar com competência: “Venha você também para Maceió, a capital sem carnaval” . É mais honesto.

Falta fazer Ao que parece o novo dirigente da SMTT gosta muito de falar, mas não tem a mesma velocidade no fazer. Passados mais de trinta dias na função e nada de aparentemente novo acontece no desastroso trânsito de Maceió. Fala em “não regulamentar o serviço de mototáxi”, no entanto a coisa funciona como o jogo do bicho em Alagoas (é proibido, mas todo mundo vê, todo mundo joga). Os guardas continuam servindo apenas para “arrecadar” para a prefeitura, sem critério, sem formação e sem educação. Quero mesmo saber quando fará cumprir a lei em vigor que tira os caminhões da Fernandes Lima. Ou vai pedir autorização aos comerciantes? Falar é muito bom, quero ver é fazer.

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Para refletir:

Finalmente vai começar o ano de 2013. Passado o carnaval ao que parece o país volta à normalidade e tudo tende a começar a funcionar. Quem disse tinha toda razão: “Este não é um país sério”.

Associação do nada

Já disse o meu amigo Sebastião Nery, a mais atualizada memória da política brasileira, que “os vices são como os ciprestes, só crescem à beira dos túmulos”. Claro que numa espirituosa brincadeira. Mas aqui em Alagoas os vices não dormem em serviço e querem “ganhar força” inventando a absurda criação de uma tal Avipal ( Associação dos Vice-Prefeitos do Estado de Alagoas). Justificativa da criação: “sairmos do marasmo e do esquecimento pelos quais passamos”. Objetivo real: juntar o nada com coisa nenhuma. Precisa esse pessoal que não tem o que fazer (os vices são desocupados) aprender a trabalhar um pouco e ajudar os titulares na defesa do interesse público. Aliás, há um erro clássico da legislação brasileira em remunerar um servidor que não trabalha e muitas vezes só atrapalha.

Uma dupla e tanto

No encontro com os prefeitos esta semana o governador Teotônio Vilela fez questão não apenas de citar nominalmente, mas também rasgar elogios e agradecer ao vice-governador José Thomaz Nono e ao secretário Luiz Otávio Gomes o importante trabalho que os dois vêm fazendo por Alagoas. Reconhecimento justo e merecido. Ambos conhecem com competência os caminhos da eficiência e sabem como poucos fazer andar a “máquina administrativa” com responsabilidade e empreendedorismo. Será que dá pra tirar cópias?

O Lula de Alagoas

O farsante ex-presidente Lula ao que parece fez escola em sua trajetória de mentiras e hipocrisia explícita. O ex-prefeito Cícero Almeida que deixou uma administração caótica e um rombo financeiro desproporcional para seu sucessor segue a mesma pauta ao se dizer inocente das acusações e jogar a culpa para seus auxiliares diretos. Nada viu, nada fez, e só assinou porque mandaram. Perdeu completamente o juízo ou imagina que o povo é idiota em acreditar em suas falácias. Vai pagar caro pelos seus pecados e lá estão (diferente de Lula) as provas escritas, narradas e comprovadas cujas denúncias começam a ser mandadas para o Ministério Público.

Culpando inocentes

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013

O ex-prefeito Cícero Almeida tinha pessoas sérias em sua equipe. Poucas é verdade e aqui sito alguns: Marzio Delmoni, Pedro Alves, Sergio Quintella e Cel. Antonio Almeida. Competentes e diligentes profissionais com vidas públicas e privadas respeitadas. Esses com certeza não fizeram o jogo sujo de qualquer natureza na Administração sucateada herdada por Rui Palmeira. O problema do ex-prefeito era o seu entorno despreparado e ele próprio. É desonesto até no momento em que pretende jogar a culpa de seus crimes

em pessoas de bem. É o jeito Cícero Almeida de ser.

Renan não está só

Denunciado pela Procuradoria-Geral da República por três crimes, o novo presidente do Senado, o conterrâneo Renan Calheiros, não está só. Mais da metade dos 11 recém-eleitos integrantes da Mesa Diretora da Casa está na mira do Supremo Tribunal Federal (STF). Além de Renan, também estão na lista de investigados os dois novos vice-presidentes, Jorge Viana (PT-AC) e Romero Jucá (PMDB-RR), o 1º secretário, Flexa Ribeiro (PSDB-PA), e os suplentes da Mesa Jayme Campos (DEM-MT) e Magno Malta (PR-ES). Este é o Senado que temos. E fomos nós que elegemos.

Guarda armada é loucura

Precisa alguém avisar ao secretário municipal de Segurança Comunitária de Maceió, José Edmilson Cavalcante, que ele está equivocado e pode cometer um desatino com sua idéia absurda de armar a Guarda Municipal. Primeiro é bom que leia pelo menos o art. 144 da Constituição Federal e veja a quem é atribuída a missão de Segurança Pública, no qual as Guardas não estão incluídas. Depois lembrar ao cidadão que colocar uma arma em mãos despreparadas em sentido técnico e psicológico é uma ameaça à população desarmada. Se nossos guardas não estão preparados para as atividades corriqueiras, por culpa do descaso com suas formações e seleção, imagine com o poder de andar armado. No primeiro incidente quem será responsabilizado? O guarda ou quem o armou? Uma idéia ensandecida.

Pegou pesado

Obteve ampla repercussão um discurso do senador Fernando Collor esta semana em Brasília. Setores políticos e jurídicos estão preocupados com o clima de beligerância contra o chefe do Ministério Público Federal. Collor chamou Roberto Gurgel de “chantagista, ímprobo e praticante de ilícitos administrativos e crime de responsabilidade”. O senador declarou que ingressará com mais uma representação no Senado para investigar a atuação de Gurgel em relação a um processo licitatório no Ministério Público Federal. Segundo ele houve um pregão eletrônico para aquisição de 1,2 mil tablets, no valor de quase R$ 3 milhões, com um direcionamento escancarado para um dos concorrentes. Collor promete novos episódios contra Gurgel.

No pé do ouvido

O deputado Mauricio Quintella mostrou sua competência política e o invejável poder de articulação esta semana ao ser eleito para a Mesa Diretora da Câmara. Desbancou velhas raposas que se perpetuavam nos cargos e obteve a votação mais expressiva. Sabe o que quer.


20 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 ARTIGOS

O poder do presidente so Senado JOAQUIM FALCÃO

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uitos tentam medir o poder do presidente do Senado pelo tamanho de um orçamento anual de 3,5 bilhões ou pelos 24 cargos de confiança para os quais poderá nomear e demitir. Este poder, tem, sim. Mas é o menor deles. O Ministério da Educação administra 51,6 bilhões. O Ministério de defesa, 67,8 bilhões. O município de São Paulo, 42 bilhões. A Vale tem orçamento de investimento 17,5 bilhões de dólares. Mas não são mais importantes do que o presidente do Senado. Seu poder não se mede em números. Se mede por sua influência na escolha dos caminhos do futuro do Brasil. Dificilmente decisão políti-

ca de relevância nacional é possível sem o consentimento do presidente do Senado, que é também Presidente do Congresso Nacional. Ele influencia e às vezes controla o processo decisório legislativo. Decide o que o Senado vai decidir. Às vezes pode perder uma data, mas no conjunto, dificilmente deixa escapar o controle. Detém o poder de gerir o funcionamento político do Senado. Dificilmente há decisões de líderes, da Mesa, do plenário, eficácia de decisões das comissões regulares, das comissões de investigação, da Comissão de Ética que não possam ser influenciadas, até mesmo obstadas ou facilitadas, pelo presidente. Basta, por exemplo, não colocar em pauta, adiar, apressar, fragmentar, substituir, es-

quecer, selecionar, priorizar. Tanto poder se materializa sobretudo na interpretação, no dia a dia, do regimento do próprio Senado. Ou seja, o Presidente do Senado pode impugnar os projetos de lei que considere inconstitucionais, parar o trâmite de uma proposição, identificar os pontos a serem fixados nas discussões, resolver qualquer caso não previsto no Regimento Interno, entre outros. A não ser em casos extremos, como o da renúncia do próprio Renan Calheiros, em sua primeira gestão, é difícil lembrar uma decisão recente em que o plenário do Senado tomou posição oposta a de seu presidente. Reduzir esse poder de liderar, articular politicamente e interpretar regimentalmente à

mera manipulação de orçamentos e cargos é diminuir o que não pode ser banalizado. E mais. Na medida em que o governo, o Poder Executivo, necessita do Senado para as grandes reformas, aprovar medidas provisórias, votar o orçamento, apreciar os vetos presidenciais, aprovar as indicações para o Presidente do Banco Central, do Procurador Geral da República, dos Ministros dos Tribunais Superiores e do CNJ, autorizar operações financeiras externas, mais cresce seu poder. Acresçam a este poder administrativo, orçamentário e político o de representação institucional junto ao Executivo e ao Judiciário. Tudo junto faz com que nem mesmo precise ter iniciativa e pauta próprias. Ou pretenda um determinado fu-

turo para o Brasil. Pode ficar em seu canto. Esperar os projetos dos outros. Virão a ele. Diz o ditado que só se negocia com quem tem poder de confronto. Com quem não tem, você apenas dá uma ordem. Ninguém dá ordens ao Presidente do Senado. O presidente do Senado tem muito poder de confronto com a Presidência da República e com os governadores. Tem menos, é verdade, com o Supremo. Mas sempre tem. O fato é que propostas sobre o futuro do Brasil, como a redução de ações para o STJ, o pré-sal, ou a reforma trabalhista, terão de ser negociadas com ele. No meio do caminho haverá sempre o presidente do Senado. Qualquer que seja.

tudante Millane Patrícia Moura reivindicou na justiça, na qualidade de primeiro suplente do PC do B, vaga aberta no Legislativo estadual do Piauí devido à licença de deputado do mesmo partido. Millane havia sido convencida a candidatar-se apenas para preencher a cota de gênero, não votou nela própria, mas os familiares e amigos sufragaram 30 vezes o seu nome nas urnas. Posteriormente a corte máxima revogou a decisão precária exarada antes e, consequentemente, Millane não conseguiu ascender ao Parlamento. Episódio 2: A professora Constância Melo de Carvalho, do pequeno município de Coivaras, no Piauí, candidatou-se a vereadora, no âmbito da cota de gênero, e se tornou suplente de uma coligação formada por quatro partidos: PP, PSDB, PTB, e o dela, o PMDB. Em 2011, uma vereadora eleita por essa aliança, Raimunda Costa Santos (PSDB), e todos os suplentes da coligação, à exceção de Constância, migraram para o PSB. Cassada a vereadora psdebista por infidelidade partidária, e sendo a professora a única suplente da aliança, foi ela considerada apta a assumir vaga na

edilidade coivarense com um único voto, o dela própria. Episódio 3: Cooptada pela tropa da cota eleitoral de gênero para concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores do município de Lajeado do Bugre (RS), que tem 2.024 eleitores, a agricultora Juvina Camargo Duarte (PMDB) votou em si mesma e foi eleita em 2012 com este único voto. Fazendo parte da coligação PDT/ PT/PTB /PMDB/PPS, que abocanhou seis das nove cadeiras da edilidade lajeadense, Juvina ficou na terceira suplência. O pmdebista Everaldo da Silva (122 votos) renunciou ao cargo para ser secretário do município, abrindo vaga para o primeiro suplente Odilon Bueno da Silva (108 votos), do PDT, que preferiu assumir a pasta de Planejamento na prefeitura. A segunda suplente, Solange dos Santos (PTB), que recebeu três votos, o dela mesma e os dos pais, julgou que não estava preparada para a nova função e desistiu do cargo (Jornal Zero Hora, 24/01/13), abrindo espaço para Juvina. Todos os três casos tiveram grande repercussão na mídia nacional, especialmente os de Constância e Juvina, por conta do simbolismo das

suas emblemáticas votações. Ademais, reacenderam debates sobre o sistema de eleições presentemente em uso no Brasil. Nos sistemas proporcionais, como o adotado no Brasil, os candidatos eleitos não são necessariamente os que têm mais votos no pleito, porém os que são os mais votados dos partidos ou coligações, independente das votações que lhes são consagradas. O sistema de lista aberto brasileiro, contudo, tem vantagens e desvantagens como qualquer outro (majoritário-distrital, lista fechada, distrital-misto, distritão). Está em uso no país há 67 anos. Carece de muitos aperfeiçoamentos, é claro. Os raros episódios relatados não devem servir de pretexto para substituí-lo por modelos importados que não guardam aderência com a realidade local*.

Millane, Constância e Juvina MAURÍCIO COSTA ROMÃO

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a eleição proporcional de 2010 à de 2012 a grande imprensa nacional deu destaque a três episódios bizarros, envolvendo o cumprimento da regra que a jurisprudência convencionou denominar de “cota eleitoral de gênero”. Esta cota refere-se ao dispositivo da Lei Eleitoral (Lei 9.504/97, art. 10, §3º) que estabelece, verbatim: “...cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo” (redação dada pelo art. 3° da Lei 12.034/09). Note-se que o mínimo e o máximo na redação do §3º se aplicam a ambos os sexos, mas o legislador intentava mesmo era garantir maior participação das mulheres nas eleições, historicamente em número diminuto. Pois bem, no afã de preencher a cota mínima com o gênero feminino, os partidos saem desesperados à cata de mulheres que se disponham a filiar-se e a candidatar-se por suas cores. Essa varredura é feita, naturalmente, sem nenhum critério de qualquer ordem: vocação, afinidade programática, dimensão eleitoral, etc.

O que importa mesmo é preencher a cota e evitar penalidades. OS EPISÓDIOS Episódio 1: “Determinado partido político (PC do B) - no Piauí -, para cumprir a lei e ter o número de mulheres inscritas exigido, registrou a candidatura de uma mulher [Millane Patrícia] que não fez campanha. Ela mesma não votou em si, mas em um companheiro de partido [Robert Rios], o qual, após ter sido eleito, agora vai ser Secretário de Segurança. Ela, que teve casualmente 30 votos, vai assumir o mandato? Sim, pela interpretação do STF”. Extrato do discurso do Deputado Federal Marcelo Castro (PMDB-PI), na Câmara Federal, em 09/02/2011. Há cerca de dois anos o STF, em votação colegiada, não obstante provisória (inter partes), entendeu que a vaga aberta pela renúncia do deputado Natan Donadon (PMDBRO) deveria ser preenchida pelo primeiro suplente da própria sigla, e não pelo primeiro suplente da coligação da qual é componente. A surpreendente decisão gerou enorme insegurança jurídica no que concerne ao chamamento de suplentes em todos os Parlamentos do país. Valendo-se dessa brecha, a es-

Maurício Costa Romão, Ph.D. em economia, é consultor da Contexto Estratégia Política e Institucional, e do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau. mauricio-romao@uol.com.br. http:// mauricioromao.blog.br *vide nosso livro “Eleições de deputados e vereadores: compreendendo o sistema em uso no Brasil”, Editora Juruá, 2012.


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ARTIGOS

De olho neles! JORGE MORAIS jornalista

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Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado de Alagoas precisam ficar com os olhos bem abertos em relação a alguns prefeitos que estão, nesse início de governo, decretando estado de emergência em seus municípios. Não tenho dúvida de que algumas cidades estão mesmo sucateadas e que os antecessores passaram a mão e rasparam o tacho. Mas, todo cuidado é pouco em relação ao que andam dizendo por ai. Tenho certeza que em alguns lugares tem prefeito que está se aproveitando e colocando mais miséria onde já existe e criando onde não existe. O guerreio é pessimamente ensaiado e, como no inferno, tem gente com outros interesses. Estão jogando conversa fora. É possível sim que no final de seus mandatos os

caras se aproveitam mesmo para sair rico. Segundo mandato é uma lástima. Nos primeiros quatro anos todo mundo é bom, porque o segundo mandato é o que mais interessa. Claro que toda regra tem exceção. Não vamos generalizar, mas é comum o prefeito que esta saindo do seu segundo mandato deixar problemas para quem vai assumir que, depois, deixa os problemas para os outros também. O pior é que todos sabem que os municípios estão falidos, que os gestores vão deixar problemas para os sucessores, dívidas e mais dividas, mas ninguém deixa de se candidatar. As pessoas se candidatam a prefeito e aparecem sempre como o salvador da humanidade e promete uma cidade boa, justa e que todo mundo gostaria de ter. Prometem, mas não cumprem. As escolas não funcionam bem. Os postos de saúde não têm remédio, nem médico, nem leitos. Os municípios não oferecem emprego. Os jovens precisam se deslocar para as grandes cidades para fazer uma faculdade. A população reclama da falta de água, de comida, de energia, de sossego. Enfim, reconhece-

mos que, na maioria das cidades, o caos é total. Mas dizer que não tem dinheiro e que o município está sucateado, venha devagar que o santo é de barro. O grande problema é que os prefeitos incham a máquina administrativa; contratam pessoas erradas para os cargos públicos; gastam o dinheiro sem critério, porque se fosse dele faria diferente; e, ainda, precisam recuperar o dinheiro gasto em campanha e não tem de onde tirar. De onde é que sai a grana? Das prefeituras, para pagar agiotas, fornecedores das campanhas e o patrimônio pessoal, da maioria dos prefeitos eleitos. Por isso, o cuidado especial que o MPE/AL e o TC/AL devem ter com essa conversa de medida de emergência dos gestores municipais que assumiram agora. Alguns prefeitos eleitos, como diz o ministro França Moura, come goiabada sem abrir a lata e toma leite de vaca pintada na parede. Eu conheço alguns desses e não coloco a minha mão no fogo. Nesse momento, algumas decisões podem ser citadas e elogiadas. Os pre-

feitos de Maceió, Rui Palmeira, e da Barra de São Miguel, Zezeco, cidades turísticas e de praia, entre outros, decidiram não fazer carnaval. Decisão acertada, porque, se eles dizem que não tem dinheiro, que encontraram o município arrasado, destruído, devendo a terceiros, devendo a funcionários, com problemas na saúde e na educação, com um rombo de milhões, não podem mesmo gastar com a realização da festa. O que não podemos aceitar é que municípios que decretaram estado de emergência e que reclamam dos mesmos problemas estejam se preparando para fazer uma mega-festa. Tem município que está divulgando na mídia mais de dez atrações entre bandas e cantores. Só a chamada promocional do carnaval dura quase 2 minutos de tanta atração que a prefeitura está divulgando. Por isso, o MPE/AL e o TC/ AL precisam ficar atentos quanto aos gastos; de onde está vindo o dinheiro; e como o município fala em dificuldades, decreta estado de emergência, e gasta tanto dinheiro com o carnaval. Isso é caso de polícia!

Pistoleiro não tem alma GEOVAN BENJOINO

Jornalista, escritor, professor e acadêmico de Direito

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pistoleiro – figura tão antiga quanto a humanidade – é personagem marcante em Alagoas e responsável por barbárie que nivela o Estado ao período da Pedra Lascada. Calculista, sanguinário, mercenário e astuto, o pistoleiro se considera senhor absoluto da vida e da morte. O autor intelectual manda, estabelece; mas cabe ao sicário executar, materializar o crime, tirar a vida de terceiro. Sua prerrogativa é essa, exclusiva, única. É ele que maltrata, corta o corpo humano e depois o destrói literalmente. Matar é seu lema, sua filosofia de vida e seu orgasmo. Por isso, sente-se tão poderoso, tão forte e intangível se confundindo frequentemente com o poder. O pistoleiro não tem amigos, não sente solidariedade, não respeita o próximo, não tem moral, sua escala de valores é zero, não tem alma, não tem espírito e muito menos,

coração. Para ele não importa sexo, idade e estado de saúde. O que importa é a recompensa financeira – sua moeda de troca. Orgulha-se e nos bastidores confidencia seu currículo homicida, como um troféu de ouro. Cada vítima é mais uma, é mais um

número em sua matemática diabólica. Como é pobre de espírito e de uma pequenez inimaginável. Sua cegueira impede de enxergar a vida em sua plenitude. Seu dinheiro adquirido à custa do sangue do próximo é tão maléfico que desaparece

como um fantasma, torna-se tão escasso como a água no semiárido nordestino e tão frágil como o sopro de um moribundo. O pistoleiro é mesmo um doente. Doente da alma, do espírito, da mente e do coração. Vive isolado em seu mundo, refém de sua maldade. Termina mais cedo ou mais tarde vítima de seu próprio veneno, como o escorpião. Sempre é tragado pelo sistema que o alimenta em sua atividade criminosa. Sua dívida social, moral e espiritual é imensurável e impagável. As vidas destruídas pelo seu caráter mercenário não têm preço, mesmo com sua destruição total. A dor profunda e esfacelante que o pistoleiro provoca nas entranhas de famílias e na sociedade não tem mensuração, nem preço nem reparação. Por mais que tente esconder, o pistoleiro é um infeliz. Ele desconhece a docilidade do amor, a paz de espírito, o valor da amizade, o conforto da solidariedade, a ingenuidade e pureza do sorriso de uma criança. Ele é igual a sepulcro maquiado por fora, mas terrível por dentro.


22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013

S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Maus hábitos

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Em que Estado brasileiro o PSDB é governo, tem a presidência do Poder Legislativo e ainda elegeu o prefeito da capital? Quem responde Alagoas é obvio que acerta. Outra curiosidade, mas para 2014: Em quais os municípios com aliados tucanos de outubro vão estar amanhã no outro lado amanhã?

Bom presságio Na Assembléia Legislativa o ano começa surpreendendo os servidores. Constou no contracheque de janeiro 1/3 das férias. Atençao agora é pela inclusão do reajuste de 22% nos salários de fevereiro. Uma reposição proposta na aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários mas ainda estar implantado.

– A violência armada no Brasil supera limites e o Congresso Nacional não toma qualquer atitude que ao menos paute a tramitação do projeto que atualiza o Código Penal. Pelo tempo na fila de espera é possível que, quando aprovado, já não atenda mais os anseios da sociedade por justiça. – Outro absurdo: menor homicida só fica três anos em centro de ressocialização. Um quadro jurídico inverso a de países como a Inglaterra, onde criança homivida é julgada e condenado pode pegar até prisão perpetua. No caso fica no centro educativo até completar 21 anos. De maior idade é transferido para um presídio.

No dia a dia do cidadão as dificuldades para o pedestre transitar extrapola limites e quem se importa? Dois exemplo: a sinalização do trânsito e ocupação irregular de calçada, invadida não só pelos ambulantes mas por obras de construção, ampliação de bar, mercadinho e veículos. Vai ser duro conscientizar o povo para um retorno à civilidade, pois é questão de índole.

Uma observação

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Problemas

Renan, no retorno a presidência do Senado, isso apesar das “ciscadas” de fisiologistas intempestivos – os cerca de meia dúzia que votavam com ele e desistiram - vai acelerar a pauta de votação a projetos presidenciais. A maioria “esquecida”, apesar de ser prioridade.

No fim da semana anterior valeu a expectativa do folião pelas prévias carnavalescas no Jaraguá, com participação calculada em 70 blocos e contingente de foliões impossível de contar. Já no domingo a multidão repetiu a dose e lotou a orla da Pajuçara. Tudo numa boa. Foi frevo da

Código Penal

prefeito Rui Palmeira vai ter que usar bom jogo de cintura para administrar Maceió. Não que lhe falte competência. O problema é o cidadão estar habituado ao tudo posso e confundir má educação com direitos. Há tempo, nas ruas – e isso é coisa antiga - a lei é ignorada. São atos predadores que fazem a rotina da cidade. E são tantos que não se contam nos dedos.

Algo a observar

Prévias

Fiscalizar é preciso A SMCCU começa a dar atenção a ações para embargo de obras sob suspeita de irregularidade? A pergunta leva em conta ações de fiscalização atuante, motivada no incêndio de uma casa de show, Kiss, em Santa Maria. Ah! a calçada e o prédio da SMCCU atendem padrões do Código de Edificações?

Orla de Jaraguá Na praia de Jaraguá, área central de Maceió, nada mudou. Pelo contrário, está pior que antes, pois além dos barracos que permanecem (falam que por ordem judicial) e destroços dos demolidos ainda estão no local, novos barracos são levantados. Caso verdade responsabilizar a quem diante do quadro que dá impressão de Maceió ser “cidade de mãe Joana?”

Sugestão Motoboy que transporta passageiro ou faz entrega para empresas não deveria ter o trabalho regulamentado com normas que favoreçam a identificação dele no trânsito? A sugestão procede de quem se habituou ao uso do serviço como transporte (mototaxi) e cobra ações oficiais que permitam mais confiança. O interesse tem espelho em medidas tomadas em São Paulo.

Trânsito Moradores e médicos do PAM (Salgadinho) se desesperam no trânsito da Rua Miguel Domingues e imediações. É causa motoristas acomodados afunilando o tráfego, estacionando nos dois lados e “sumirem.” Um hábito comum na cidade. Não se respeita mais nem placa de “proibido estacionar.”


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 -

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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Chega de arruaceiros

O

cidadão vai ao estádio pelo prazer do espetáculo e por isso leva a família. Para ele não tem mais essa de futebol ser “pra macho,” e a presença feminina na arquibancada mostra isso. O que não deve ser aceito é arruaceiro se proteger nas torcidas para criar confusão. Esse tipo de gente tem mesmo é que encarar policiais. Chega de desordeiros se acobertando na falsa bandeira da paixão a clube.

Futebol mineiro

Pensar prá frente

No Flamengo contratações descartam jogador na faixa etária acima dos 25 anos. Margem de idade aceitável pela diretoria é até 24 e, excepcionalmente, 25 anos, desde que dentro da política de salario do clube. Proposta tem alicerce na necessidade de haver retorno na hora da revenda.

Diego Tardelli é o “filho pródigo que a casa retorna.” No caso volta da Europa para Minas Gerais, ao clube onde iniciou carreira e o lançou na profissão: o Atlético. O retorno custou cerca de R$ 13 milhões ao clube e apresentação oficial deve acontecer nesta sexta-feira.

Até a 8ª rodada Contagem regressiva O CRB, fora do Nordestão, prioriza o Alagoano ( entra no 2º turno), Copa do Brasil e a Série C na sequência. Três empreitadas pesadas. O Galo, como bem observou o técnico Heriberto Cunha, se preparou tarde para a temporada. Um argumento que, contudo, não deve ser repetido daqui prá frente.

Observações úteis Ainda Heriberto Cunha que, bom de diálogo, não esconde jogo. Para ele ( disse no Gazetaweb do domingo-3) a equipe começou a trabalhar com atraso, ainda falta entrosamento, reforços estavam chegando e outros saindo. Pediu a diretoria quatro amistosos e entra em contagem regressiva para botar o time nos trinques.

Otimismo O Vasco fez caixa com liberação de quase R$ 10 milhões, oito através da Justiça do Trabalho. Das despesas irrecusáveis de adiamento consta algo em torno de R$ 900 mil, relativo a folha de 500 funcionários e outros R$ 3 milhões com os jogadores.Nas contas não entram débitos mais recentes, alguns ainda sem cobrança judicial.

O Campeonato Alagoano fechou a oitava rodada. Classificação: 1º CSA (14 pontos); 2º Corinthians (13); 3º CEO (12); 4º Comercial (11); 5º Murici (7); 6º Sport Atalaia (7); 7º União (7) º e 8º CSE (6) A nona (ou returno) começou com jogos de volta na quarta e quinta-feiras. Foram: CSA x CEO; Comercial x Sport Atalaia; CSE x Corinthians; e União x Murici.

Caro para brasileiro A serem mantidos os preços dos ingressos, os jogos da Copa do Mundo de 2014 não vão caber no contracheque da maioria dos brasileiros. A observação tem sustentação nos valores divulgados recente e ainda a um ano da competição. Os ingressos mais em conta custarão R$ 336,00 e o valor previsto para o jogo da final é algo em torno de R$ 1,8 mil.

Pediu o boné Coca não comanda o Sport Atalaia no returno do Alagoano, cuja primeira rodada ocorreu no meio da semana. Tem propostas de fora de Alagoas, elogia a estrutura do clube atalaiense e só reclamou da falta de jogadores. Insistiu em vão para contratação de um zagueiro, um meio-campista e um atacante. Estava no clube desde o ano passado.

Buscar renda Vasco e Fluminense jogam sábado no Engenhão e alternativa da Federação Carioca de Futebol para atrair público no primeiro dia do carnaval foi disponibilizar ingressos entre R$ 10 e R$ 30 e meia-entrada R$ 5,00 e R$ 15,00. Expectativa de público é para 20 mil torcedores.

Jogo sujo Escândalo no futebol europeu, de manipulação de jogos por em esquema de loterias, estimularam acusações contra Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco. Foram de dirigentes do Resende, após 1x1 com o Olaria, fim da semana passada. Pediram para o árbitro incluir na súmula suspeita do cartola tentar favorecer o adversário.

Sem surpresa

Apesar de cedo, não será surpresa o Santos, atual campeão paulista, e a Ponte Preta, vice, decidirem este ano o título do estadual. Os jogos, mesmo ainda começando, deixa a expectativa na boa presença dos dois na competição. O time da Vila, inclusive, tem Neymar líder dos artilheiros.

seleção A tradição de Luís Felipe Scolari não vencer jogo como técnico estreiante em seleção (2 vezes com esta na Canarinha e outra no Kuwati) prevaleceu. Perdeu para a Ingleterrao por 2x1. O time até foi bem, mas a falta de entrosamento pesou. Newymar também não jogou o futebol habitual que o torcedor conhece.

FRASES

“Sempre esteve nos meus planos”

Ronaldinho, de volta a seleção

“É um caminho parecido com 2002” Felipão, sobre volta a seleção

“Estou jogando 65% do que posso” Elias, reforço do Flamengo


24 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Segue a carteira, é Carnaval! A partir de sábado, o conhecido “Zé Pereira”, começa a folia de quatro dias de gastança para quem gosta realmente e tendo dinheiro disponível, se diverte sem problema de arrependimento na “Quarta Feira de Cinzas”, após a ressaca. Mas quem não tem e usa o cheque especial, o cartão de crédito ou até mesmo tomando dinheiro emprestado a agiotas, vai ter muita dor de cabeça para pagar a irresponsabilidade que fez, sem medir as consequências. Em Maceió, praticamente não vai existir Carnaval, que dependa de dinheiro público. O cofre da Prefeitura, se encontra no zero. Mas quem vai participar da festa,seja nas cidades litorâneas ou das demais regiões, a dica da coluna é não exagerar na bebida. Pode sim, reunir a familia numa casa de praia, com tudo dividido ou mesmo uma turma amiga, também cada um pagando sua parte. Separe o dinheiro para os quatro dias de folia e só leve o essencial para o local dos festejos, evitando gastar mais ou até mesmo ter a carteira roubada. Os ladrões aproveitam sempre a presa fácil. Todo cuidado é pouco! Fique sempre ao lado de seus conhecidos e procure os locais mais afastados da multidão.

Levando de casa

Como não existe mais Carnaval de clube, o folião tem mesmo que ir para a rua, devendo levar a bebida de casa com isopor e gelo. Pode também levar tira-gosto. Fazendo assim, faz uma substancial economia. Os vendedores ambulantes aproveitam a festa para explorar o consumidor. O mais importante: “Se beber,não dirija”. Como nas cidades do interior, tudo é perto, vá ao centro dos festejos, a pé mesmo.

Lembrando

O dinheiro a ser gasto no Carnaval, é do salário referente a janeiro. Assim, lembre dos compromissos fixos que devem ser pagos rigorosamente em dia, contas de luz, água, condomínio, aluguel ou prestação da casa própria, plano de saúde,mensalidade escolar, etc. E deixe o do IPTU que deverá ser pago até o final do mês, seja à vista ou a primeira prestação. O que sobrar, tirando ainda as despesas diversas com alimentação, material de limpeza e

higiene, etc, pode gastar, se realmente gosta de Carnaval.

Um paraíso!

Que assistiu o pronunciamento da presidente da República semana passada,imaginou-se vivendo no “país das maravilhas”, que na verdade existe só em sonhos. O mundo globalizado se encontra em crise, que partiu exatamente dos mais ricos e contaminou todos. Mas para ela e o ex-presidente, o Brasil é imune a qualquer tipo de crise. “É o país da classe média”. Mas como por aqui o que vale é o que o governo diz, não existe inflação, os juros são baixos e o consumo bem aumentando, assim como o emprego. Você acredita?

O seu bolso

A inflação (aumento de preços) é a de seu bolso. O IBGE, órgão do governo que mede a inflação,faz pesquisa em apenas as dez maiores cidades do país e, claro uma pesquisa “maquiada” apenas em grandes lojas. Pelas bandas de cá, onde a maior parte do que se consome, vem de fora, claro que os preços são mais elevados. Assim a inflação que vale mesmo é de seu bolso. O dinheiro que você gasta.

Sua parte

Faça a sua parte, gastando o mínino possível e deixando alguma coisa para a caderneta de poupança, fazendo sua reserva financeira para alguma emergência. Ao ir as compras, pesquise muito, peça descontos, compre à vista. Jamais aculme dívidas com prestações em lojas, em bancos, financeiras. Nada de com-


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Na reunião de segunda-feira (04), o Cepram concedeu 44 licenças ambientais. Com um número tão grande de licenças aprovadas em um curto período de tempo, há de se duvidar se os processos estão sendo avaliados com o rigor que determina a lei. Vale lembrar que, não faz muito tempo, o Cepram já chegou a autorizar empreendimento até mesmo em Área de Proteção Permanente (APP).

ambiente@novoextra.com.br

O

s municípios alagoanos serão notificados mais uma vez por causa da ausência de planos de gestão de resíduos sólidos. Dessa vez, é o Instituto do Meio Ambiente (IMA) que vai chamar a atenção de prefeitos e secretários municipais do Meio Ambiente para a necessidade de se criar soluções para o despejo de lixo. De acordo com a Lei 12.305/2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos os depósitos de lixo a céu aberto – os famosos lixões – devem ser extintos até 2014. O problema é que o prazo já está se esgotando e poucas prefeituras alagoanas criaram, sequer, um planejamento de gestão dos resíduos. Ainda no ano passado, o IMA notificou todas os gestores sobre a necessidade de criar aterros sanitários ou outras medidas menos agressivas ao ambiente. E, além de dar fim aos lixões, a Política Nacional de Resíduos Sólidos também determina a criação de meios para reciclagem do lixo. Mas apenas uma mínima parcela dos municípios alagoanos realizou algum trabalho concreto. Vale ressaltar que as prefeituras que não criarem um plano de gestão de resíduos sólidos poderão ser punidas e, ainda, deixar de receber verbas federais para o setor

Sem contaminação

A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) nega que o Rio Maragogi está sendo contaminado pela estação de tratamento de esgoto local. No final de janeiro, um vereador de Maragogi havia denunciado que esgoto era derramado no rio sem tratamento. De acordo com a empresa, a estação funciona normalmente e a água despejada no rio está purificada de acordo com a legislação.

Consórcio

1

Uma das alternativas para a gestão de resíduos sólidos é a criação de consórcios intermunicipais. Alagoas já possui um, criado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Paraíba (Codevasf). O empreendimento custou R$ 2,1 milhões e já está em fase de conclusão. Será o primeiro consórcio do tipo no Nordeste.

2

O Consórcio Intermunicipal para a Gestão dos Resíduos Sólidos de Alagoas (Cigres), está localizado em Olho d’Água das Flores, na região da Bacia Leiteira, e é formado por 13 municípios: Carneiros, Jacaré dos Homens, Monteirópolis, Olho D`Água das Flores, Olivença, São José da Tapera, Senador Rui Palmeira, Santana do Ipanema, Major Izidoro, Batalha, Pão de Açúcar, Dois Riachos e Jaramataia.

3

“O Consórcio é uma alternativa que resolve alguns problemas, um deles é a limitação financeira das prefeituras. É uma experiência inédita no estado e precisa de esforço de todas as partes para dar certo”, comentou Adriano Augusto, diretor-presidente do IMA.

Pesquisa

Uma cooperação científica entre o Brasil e a Alemanha vai colocar uma torre de 320 metros no meio da Amazônia. A torre vai permitir estudos atmosféricos e da ecologia da floresta. O projeto está orçado em R$ 22 milhões e recebeu o nome de Observatório Amazônico com Torre Alta (ATTO, na sigla em inglês). O trabalho é financiado pelo governo brasileiro, alemão e do Estado do Amazonas.

Aprovado

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Muito acelerado

MEIOAMBIENTE Resíduos sólidos: municípios alagoanos serão notificados mais uma vez

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O plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais foi aprovado e já está publicado no Diário Oficial da União. O documento define normas de atuação para os gestores da APA, aumentando a proteção dos recursos naturais do local. O plano de manejo da APA Costa dos Corais – uma das maiores do Brasil – foi discutido durante todo o ano passado.

Eucalipto

Técnicos do IMA se reuniram no fim de janeiro com representantes de uma empresa privada interessada em cultivar eucalipto em Alagoas. A planta seria utilizada como biomassa, na produção de energia. O IMA vai estudar a viabilidade da produção. “A ideia é assegurar que as áreas sejam cultivadas dentro do que prevê a legislação ambiental”, explica Adriano Augusto, diretor-presidente do órgão.

Perigoso

O cultivo da planta apresenta alguns riscos. Um dos problemas é que o eucalipto retém muita água, provocado seca nas terras que circundam as plantações. “Do ponto de vista ambiental o eucalipto é uma alternativa melhor que a cana, mas também são conhecidos os problemas e impactos existentes em outros estados. Por isso nós queremos garantir o desenvolvimento de Alagoas, mas temos que manter os cuidados necessários”, comenta o diretor do IMA.

Estranho

1

Os membros do Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram) tomaram uma decisão estranha. Eles concederam uma licença para extração de areia no Rio Mundaú sem ao menos saber onde é o local exato das atividades. Os empresários, que já têm a licença, somente agora é que devem procurar o IMA e o Cepram para informar o local.

2

A pergunta é: como é que o Cepram conseguiu discernir se a extração de areia não causaria danos ambientais excessivos se não sabia nem ao menos onde será o local da atividade? E ainda tem mais um agravante: no processo para o pedido de licença não havia sequer um estudo de impacto ambiental.


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IMPUNIDADE

Prefeitos deixam rastro de corrupção em suas administrações Essa semana foi a vez do ex-prefeito de Palestina, José Alcântara Júnior, ter prisão decretada por integrar uma organização criminosa que fraudava licitações JOÃO MOUSINHO

joao_mousinho@hotmail.com

A

s denúncias dos vereadores de Palestina, Cláudio da Silva Faleiro e Ronaldo Nicácio, ao Ministério Público Estadual (MPE) e no Tribunal de Contas de Alagoas (TC/ AL) durante toda administração do chefe do executivo local, José Alcântara Júnior, culminou, essa semana, com o pedido de prisão de 16 pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa que fraudava licitações, inclusive do ex-prefeito, que está foragido. Segundo o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), o ex-prefeito do município de Palestina, ex-servidores públicos, ex-secretários municipais e um empresário, juntos, desviaram mais de R$ 752 mil dos cofres públicos. Pesa contra Alcântara as denúncias de apropriação de verbas públicas, fraudes em licitações, peculato furto, falsificação de documento particular, falsidade ideológica, uso de documento falso e formação de quadrilha. Cláudio Faleiro e Ronaldo Nicácio disseram a reportagem do jornal Extra, há três anos, que o então prefeito deveria ser afastado o mais rápido possível, já que a farra com o dinheiro público rola à solta na administração de José Alcântara Júnior. “Esperamos que justiça seja feita e que as autoridades competentes possam tomar as medidas cabíveis contra

Palestina: acusado de corrupção, José Júnior Alcantâra está foragido

Ex-prefeito de Maragogi, Marcos Madeira, encontra-se foragido

Prefeito de Estrela de Alagoas, Arlindo Garrote, se entregou à polícia

os desmandos de Júnior”, salientou na época Cláudio. O vereador de Palestina, que sempre combateu os desmandos de Alcântara, revelou ao jornal Extra que as contas da cidade não são aprovadas pelo TCE desde 2005. “Para ter uma ideia das aberrações, com base nos documentos e o parecer prévio de inspeção da Corte de Contas foram constatados diversos atos ilícitos como: cheques devolvidos por insuficiência de fundo, fracionamento na aquisição de gêneros alimentícios da merenda escolar e o não envio de documentos exigidos pela lei de responsabilidade fiscal ao TCE”, afirmou Cláudio. OUTROS ACUSADOS E MAIS UM FORAGIDO O Ministério Público Estadual pediu no final do ano passado a prisão preventiva do prefeito de Maragogi, Marcos José Dias Viana, o Marcos Madeira. O chefe do executivo é acusado de ter desviado mais de R$ 2 milhões dos cofres públicos do município do litoral norte de Alagoas. Segundo matéria da assessoria de comunicação do MP,

além do prefeito da cidade, mais quatro pessoas foram alvos da ação penal. Marcondes Antônio Dias Viana, Marileide Lima de Luna, Maurício Henrique Santos da Silva e Rosineide de Oliveira também são acusados nos crimes de dispensa ilegal de licitação, falsidade ideológica, peculato, uso de documento falso e formação de quadrilha. As investigações do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) averiguou que o pagamento de obras foram feitas para bens não realizados. O esquema criminoso foi desbaratado após documentos e equipamentos da prefeitura serem apreendidos, ainda no mês de novembro. Madeira se encontra foragido desde então. O prefeito de Estrela de Alagoas, Arlindo Garrote, também foi alvo de acusações por ter desviado mais de R$ 1 milhão dos cofres públicos através de licitações fraudulentas. Garrote se entregou a polícia na manhã do último dia 25 de janeiro. O Ministério Público acusa o chefe do executivo de cometer sete crimes previstos no Código Penal, dentre eles, peculato, falsidade de documento público e formação de quadrilha.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 -

ALTARODA

pitstop

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Consciência coletiva

D

epois de algumas mudanças, a lei realmente seca para dirigir foi regulamentada pela Resolução nº 432, do Contran, semana passada. Este será o primeiro Carnaval em que estreia a tolerância zero para qualquer traço de bebida alcoólica em exame de sangue ou de 0,05 mg de álcool por litro de ar de ar expelido captado por etilômetro (bafômetro). O segundo limite apenas corrige um possível erro de leitura do instrumento. Antes dessa regulamentação era possível ao motorista tomar um copo de cerveja ou uma taça de vinho – até o dobro disso se esperasse pelo menos duas horas para que o organismo eliminasse 50% do excesso. A polêmica em torno da recusa de se submeter ao bafômetro, alegando direitos constitucionais de evitar prova contra si mesmo, levou ao en-

durecimento da lei. O Contran também reiterou, de resolução anterior, os sinais de alteração de sobriedade e outras provas: testemunhais, fotos e imagens. Ainda se discute se o limite anterior – 0,3 mg/l – deveria ter sido reduzido pela metade para se enquadrar como crime de trânsito. Na maioria dos países europeus o limite é de 0,25 mg/l (em alguns 0,1 mg/l ou até zero), nos EUA 0,4 mg/l (em alguns estados americanos também se consideram outras evidências a partir de 0,25 g/l). No Japão, a legislação mudou e foi zerado. Quem se recusa, no exterior, a soprar o bafômetro não tem escapatória constitucional, mas nunca aparece quem aponte a realidade mundial. Aqui nem há certeza de como agirão os tribunais, apesar da nova lei e sua regulamentação. Um erro comum é achar que

alguém está obrigatoriamente bêbado, quando superasse o antigo limite de 0,3 mg/l. Depende de cada organismo, se homem ou mulher, condições de saúde, além de outras condicionantes. Ele ou ela poderá até dirigir devagar e em linha reta, sem cometer erros, mas será pesadamente multado, terá a carteira de habilitação suspensa, impedido de prosseguir ou preso em flagrante, de acordo com a legislação de cada país, se ultrapassar a indicação legal no bafômetro. Estudo da Universidade de Yale, de 1992, indica que há nove vezes mais chance de acidente fatal se o motorista tiver concentrações entre 0,25 mg/l e 0,45 mg/l. Entretanto, existe no Brasil a cultura de certa permissividade quanto ao fato de beber e, em seguida, assumir o volante. E há também o péssimo hábito da dose de “saideira”, quando

muitos já atingiram o perigoso estágio de alegria fácil e o bom senso indicaria esquecer o banco do motorista. Fiscalização, praticamente, não existia no Brasil até 2008, quando o Congresso aprovou a chamada lei seca que, na realidade, nem era, pois até 0,1 mg/l indicado no bafômetro nada acontecia. Hoje, em várias cidades, a fiscalização é constante, rigorosa e alguns motoristas são presos. Mas quantos foram condenados, de fato? Se alguns tivessem ido para a cadeia por ultrapassar o antigo limite de 0,3 mg/l, o efeito de inibição seria, provavelmente, equivalente ao de 100 blitze. Resta saber por quanto tempo o rigor das fiscalizações será mantido. Mas se ajudar a mudar a consciência coletiva, terá sido um grande passo em prol da segurança do trânsito.

al do grupo francês, Philippe Varin, e Thierry Peugeot, da família controladora, estiveram em Porto Real (RJ) para lançamento industrial do hatch. SUV compacto 2008 é para 2014, mas a empresa descarta produção do sedã 301, apesar da base comum com o 208.

câmbio automático de cinco marchas. Preço de R$ 83.890 poderia incluir acessórios como retrovisor fotocrômico. Motor 1,8 litro ganhou vida graças ao novo câmbio manual de seis marchas.

ente extrapolou ao comparar vidas salvas pelos cintos de segurança e pela melhoria do ar.

RODA VIVA AINDA não se estabeleceu uma data para a BMW promover cerimônia da pedra fundamental de sua fábrica em Araquari (SC). Cronograma de início de vendas permanece para o final de 2014: primeiro produto é o crossover X1, seguido, a cada dois meses, pelo hatch Série 1 e sedã Série 3. Os três modelos respondem por mais de 80% das vendas da marca aqui. PEUGEOT considera o novo 208 como produto da virada no Brasil, a partir de abril. Presidente mundi-

MOTOR flex 2 litros/155 cv dará impulso ao Civic ano-modelo 2014, já neste mês. Com etanol não há mais injeção de gasolina na partida em dias frios . Mostra disposição e harmonia com

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INSPEÇÃO ambiental na cidade de São Paulo tem absurdos burocráticos: a cada ano, carros com motores dois-tempos devem pedir dispensa e quem precisar trocar o para-brisa vai penar para obter segunda via do selo anual. Novo Secretário do Verde e Meio Ambi-

PARA defender seu negócio de venda de carros usados, Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (ABLA) criticou a redução do IPI no ano passado, que desvalorizou sua frota. Só faltava essa. Empregos salvos na indústria não parecem ter a menor importância para a entidade. Que, aliás, compra carros novos com descontos mais que generosos.

A Honda fez mudanças no Civic para a linha 2014

O

Civic começa 2013 com as versões LXR e EXR com motor 2.0 com 155 cv de potência quando abastecido com etanol e 150 cv com gasolina. E mantém a versão de entrada, a LXS, com motor 1.8. Ambos os motores têm injeção multiponto e sistema de ignição eletrônico mapeado. As versões LXR e EXR têm de série transmissão automática com mudança seqüencial, que evita o motorista tirar as mãos do volante. O carro tem sistema flex que dispensa o tanquinho de gasolina para partida a frio: o sistema aciona os aquecedores que tornam a temperatura do combustível ideal para compor uma mistura ar/ combustível pronta para entrar em combustão imediata. Todas as versões têm bluetooth, que permite ao motorista atender chamadas sem a necessidade do celular e até mesmo sem tirar as mãos do volante. A versão EXR vem com airbags frontais e laterais. A versão de entrada está disponível com câmbio automático e manual de seis marchas. O motor tem 140 cv com álcool e 139 cv com gasolina. Em abril, a empresa inicia as vendas do CR-V, que terá o mesmo motor 2.0 flex do Civic e tanque de combustível maior. Ele será vendido em duas versões: LX, de entrada, e a EXL, topo de linha. O Civic Si (motor 2.4 de mais de 200 cavalos) mostrado no Salão do ano passado começa a ser ven-


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 CRÔNICA

Um sertanejo com sêde de justiça JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

O

grande escritor Euclides da Cunha, nasceu no Rio de Janeiro, mas, foi buscar nos seus inúmeros escritos, a bravura de um povo que, mesmo com fome ou com sede, sabe suportar os sofrimentos, tendo Deus para dar-lhe paciência, força e coragem. Foi este imortal das letras que melhor definiu o nosso povo, quando dizendo que “o sertanejo é antes de tudo um forte”. Realmente, temos bravura, valentia, coragem e disposição, suficientes para suportarmos as intempéries e, por isto, somos fortes. Somos fortes,

como foram os pais da cidade de Santana do Ipanema, quando fazendo sacrifícios para terem seus filhos frequentando uma escola, na esperança de que, com o saber, eles pudessem galgar melhores posições, na Sociedade. Foi assim como se comportaram a Sra. Enedina Malta Marques e seu Esposo Adbon Marques, filhos de tradicionais famílias sertanejas, quando enfrentando desafios para criarem seus sete filhos. Hoje, testemunhamos a vitória deste casal de sertanejos, ao assistirmos a posse de um dos seus filhos, o Desembargador Dr. José Carlos Malta Marques, como Presidente do Tribunal de Justiça de Estado de Alagoas. Através dele, vimos a vitória do mérito, da inteligência, da abnegação e, principalmente, da Justiça. O ilustríssimo Dr. Presidente, deve lembrar-se da sua juventude, quando nós de Mata Grande, íamos

jogar futebol contra o time santanense, nosso “velho freguês”, nas disputas. O Dr. José Carlos, deve lembrar-se dos bailes, das festas animadas da Senhora Santa Ana, dos namoricos na sombra dos postes, da embriaguês com o vinho de Jurubeba e os cigarros que fumávamos, às escondidas dos pais. O Presidente, Dr. José Carlos e seu irmão Promotor Dr. José Antonio, também, devem ter nas lembranças, os banhos no Rio Ipanema, ás vezes com um grande volume de água, que nos deixavam com medo da zoada dos trovões e relâmpagos, que ecoavam nas vizinhas serras santanenses. Eu lembrome do calmo Riacho Camoxinga que faz parte da estória da cidade, pois, durante as trovoadas, o riacho ficava valente, veloz e com as suas margens alagadas. Lembro-me dos humildes cabarés que margeavam a BR-316, e que nas noites enluaradas, nos deixa-

vam ver os vultos dos nossos boêmios. Lembro-me da estátua construída pelo ex-Prefeito Adeildo Nepomuceno, quando querendo imortalizar o jumento, como símbolo da utilidade e valor deste animal. Tenho certeza que o ilustre Presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, ainda trás nas suas lembranças, a sua infância em torno da Praça do Monumento e da Escola onde o ilustre Desembargador estudou, para depois brilhar diante da Justiça Brasileira. Excelentíssimo Sr. Dr. José Carlos Malta Marques, eu rendo minhas homenagens, aos seus pais, Sra. Enedina e Sr. Abdon, aos seus irmãos, aos parentes e aos amigos, pois, Alagoas está orgulhosa em ter um ilustre filho como Desembargador, matuto e sertanejo como eu, na honrada posição de Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas. Parabéns, Presidente !


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 22 DE FEVEREIRO DE 2013 -

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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Sindicato “negligenciou”

Crime em Taquarana

Aposentados do BMG, sindicalizados, ingressaram na Justiça contra o Sindicato dos Bancários de Alagoas com objetivo de reaverem perdas salariais desde 1988, que por negligência da entidade deixaram de receber De acordo com denúncias de Cristovam Eliton, os aposentados já ganharam na 1ª instância na 6ª Vara de Arapiraca, cujo número do processo é: 040-2006.8.02.0058 (058.06.000040.3).

A informação está no site Alagoas Notícias: A presidenta da Federação das Associações Pestalozzi de Alagoas (FASPEAL), professora Silvia Campos, está solicitando uma audiência urgente ao Secretário de Estado da Defesa Social, para discutir medidas de apuração do atentado a tiros sofrido, ontem à tarde, pela presidenta da Associação Pestalozzi de Taquarana, Maria Barbosa da Silva, conhecida na cidade como Neuma.

Desrespeito Aposentado, Cristovan Eliton afirma que foi prejudicado pelo Sindicato dos Bancários, juntamente com outros colegas. “O mais estranho é que a entidade, apesar da nossa militância sindical, simplesmente nos esqueceu, alegando que só tinha direito quem era sindicalizado. “É absurdo, mas é verdade. Simplesmente não nos respeitaram”, afirmou Eliton que espera o cumprimento dos valores deferidos pela Justiça, além do devido respeito ao Estatuto dos Idosos.

Crime eleitoral O Ministério Público Eleitoral (MPE) opinou pela desaprovação das contas relativas aos recursos arrecadados para as eleições municipais /2012, pelo então candidato e atual prefeito da cidade de Campo Grande (AL), Miguel Joaquim dos Santos Neto (PP), conhecido por Miguel Higino, sobrinho do ex-prefeito daquela a cidade Arnaldo Higino. Conforme documento publicado no Diário Eletrônico da Justiça Eleitoral de Alagoas (Dejeal), mesmo após as diligências, persistiram irregularidades nas contas apresentadas e as mesmas foram desaprovadas com fundamento no artigo 51, inciso III da resolução TSE nº 23.376.

Irregularidades O documento é assinado pelo juiz titular da 44ª Zona Eleitoral, com sede na cidade de Girau do Ponciano, Dr. Anderson Santos dos Passos, apontando notadamente quatro irregularidades. Utilização de recursos em dinheiro provenientes de terceiros, configurando fraude às normas que exigem que a doação deva constituir produto do serviço ou da atividade econômica do doador e que os bens permanentes integrem o seu patrimônio.

Crime eleitoral Constatou-se que o ex-prefeito Arnaldo Higino Lessa não conseguiu comprovar ser proprietário de um carro de som cedido para a campanha, tendo apresentado somente uma declaração, enquanto o então candidato, Miguel Higino, “confessa que o veículo referido está registrado junto ao DETRAN no nome de José Júnior de Melo”. Os outros pontos destacados são: arrecadação de recursos de pessoa jurídica em ano de eleição e realização de despesas após a data da eleição, ensejando irregularidade insanável.

Audiência Silvia quer, também, uma audiência com o secretário de Estado da Saúde, pois Neuma está entubada, na UTI da Unidade de Emergência de Arapiraca, por ter levado um tiro no pescoço (que destruiu sua traquéia), além de um no tórax, perto do coração, e outro no braço. Provavelmente, Neuma ficará com graves sequelas.

Tereza Nelma A presidenta da Pestalozzi de Taquarana é prima da vereadora Tereza Nelma, que esteve ontem em Arapiraca para visitar Neuma – mas não chegou a vê-la, pois ainda se encontrava na mesa de cirurgia. – Não é a primeira vez que atacam dirigentes de associações filantrópicas. Já aconteceu na Associação de Cegos, onde agrediram e levaram o carro da presidenta; a Apala, que cuida de crianças com câncer já foi atacada; a Pestalozzi de Maceió, que já foi furtada várias vezes e também assaltada por bandidos com armas na mão. Não existem relações entre os casos, mas há uma atitude comum: em nenhum desses casos a polícia nunca investigou nada, afirma Silvia Campos, presidenta da FASPEAL. Neuma, presidenta da Pestalozzi de Taquarana, 32 anos, é divorciada e tem dois filhos menores. Na cidade existe uma dúvida, pois na suposta tentativa de assalto os bandidos, em uma moto, fugiram após os tiros, sem tentar levar nada.

Hemorragia Neuma ainda parou o carro que estava dirigindo sozinha, e saiu com a mão no pescoço ensanguentado, quando foi socorrida. Uma testemunha amarrou a própria camisa em seu pescoço, para tentar reduzir a hemorragia, enquanto era levada para o hospital.

Boa notícia

Finalmente, uma boa notícia para Maragogi e Arapiraca: A Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) anunciou ne quartafeira (6) mais uma boa novidade para a economia e o turismo de Alagoas. O estado foi inserido no programa do governo federal que irá viabilizar recursos para estruturar aeroportos regionais em todo o país. Em Alagoas, os investimentos serão para a construção de novos aeroportos em Maragogi e Arapiraca, que devem ser erguidos em áreas apropriadas, fora do perímetro urbano. A criação de uma malha aérea local vai contribuir para o desenvolvimento desses municípios e de cidades vizinhas.

PELO INTERIOR ... O “Programa de Investimentos em Logística – Aeroportos” é um conjunto de medidas que tem por objetivo ampliar e aperfeiçoar a infraestrutura aeroportuária brasileira. ... O programa prevê ações para o fortalecimento e ampliação da aviação regional por meio de investimentos e incentivos. Estão previstos R$ 2,1 bilhões em investimentos para o Nordeste, dos quais R$ 125,6 milhões devem ser destinados ao Estado de Alagoas, para atender aos aeroportos de Arapiraca e de Maragogi. ... De acordo com a superintendente de Transporte e Logística da Seinfra, Roberta Rosas, a ausência de uma malha aérea no Estado dificulta o acesso a muitas regiões do País. ... “Podemos perceber a necessidade de um número maior de aeroportos não apenas no Estado, mas em grande parte do País, ao observar a baixa quantidade de conexões que temos num voo daqui para Fortaleza, por exemplo”, explica Rosas. ... Para o secretário de Estado da Infraestrutura, Marco Fireman, a construção desses equipamentos é fundamental para o desenvolvimento das regiões. “Em Maragogi, o Estado trabalha para viabilizar o projeto já há algum tempo e agora ele poderá ser concretizado. ... E Arapiraca, cidade de grande porte, com mais de 200 mil habitantes, também merece ter um novo aeroporto estruturado”, disse o secretário. ... A secretária de Governo, de Arapiraca, Cícera Pinheiro, esteve reunida na tarde de ontem (quarta-feira, 6) com técnicos da Secretaria de Estado de Promoção da Paz. O objetivo do encontro é a oferta de cursos que faz parte do programa nacional “Crack, é possível vencer”, vinculado a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD). ... Os cursos serão gratuitos e executados online. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vai ministrar o curso de Prevenção do Uso de Drogas – Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias que tem carga horária de 120 horas e duração de 3 meses. As inscrições podem ser realizadas até o dia 21 de Fevereiro pelo site: http://conselheiros.senad. gov.br/ ... O Supera - Sistema para detecção do uso abusivo de dependência de substâncias psicoativas- será executado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Quem concluir o curso receberá o certificado e kit de instrumentos para detecção do uso de crack, álcool e outras drogas. As inscrições acontecem até o dia 24 de fevereiro pelo site: http://www.supera. senad.gov.br/ ... A todos, um excelente carnaval, com paz, saúde e muita tranquilidade. Lembre-se o período de Momo é cultura, é alegria. Vamos brincar excessos. Valeu minha. Tudo de bom. Até a próxima edição. Fui!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


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Beatriz Seagal e Herson Capri em Maceió

FIM DE SEMANA

O espetáculo ‘Conversando Com a Mamãe’, que tem no elenco a Beatriz Segal e o ator Herson Capri, estará em cartaz nos dias 11, 12 e 13 de maio no palco do Teatro Deodoro. Em ‘Conversando com Mamãe’ Beatriz Segall interpreta uma senhora de 82 anos. Herson Capri, por sua vez, é Jaime, o filho cinquentão que pouco convive com a mãe e só tem notícias dela por telefone. Um encontro deles para resolver uma crise rende momentos divertidos e emociona ao trazer temas como afeto, companheirismo e afastamento.

holanda.paulo@hotmail.com.br

22:00h – Abertura - Orquestra de Frevo e comemoração dos 55 carnavais do Maestro Edinho 00:00h - Banda Farra & Luxo 02:00 h - Banda SodGuetto Domingo – 16:00 h - Matinê Orquestra de Frevo HD 18:00h - Banda Swinguê 22:00h – Banda Pakaramba 00:00h – Banda Megaplay 02:00h – Orquestra de Frevo HD Segunda – 21:00h - Orquestra de Frevo HD 23:00h - Banda Swinguê 01:00h - Banda ALOHA Terça – 16:00h - Matinê - Banda Criativos 18:00h – Orquestra de Frevo – Maestro Edinho 22:00h - Banda Barababaz 00:00h – Banda Tchilly 02:00h – Orquestra de Frevo do Maestro Edinho

SP2 no Bicho do Mar

Os amantes do pop rock podem cutir nesta sexta (8 de fevereiro), a partir das 21h30, no restaurante Bicho do Mar, na Serraria, a banda SP2. Formada pelos músicos Will (violão e voz), Passarinho (batera), Filho (contra baixo) e Gugue (guitarra e vocal), o grupo mostra um repertório eclético, passando por Djavan, João Bosco, Skank, Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana, além de sucessos internacionais. Uma boa pedida para o fim de semana com boa música, acompanhado por uns birinights.

Carnaval do Sesc A Unidade Sesc Guaxuma traz uma programação irreverente para quem adora o carnaval. Atividades recreativas com oficina de máscaras, campanha de orientação às DST/Aids farão parte da festa. Os ritmos carnavalescos ficarão por conta da Banda Avalon. neste domingo, 10 de fevereiro., a partir das 13 horas. Valores: comerciários e dependentes – R$ 6,00, criança usuário (5 a 11 anos) – R$ 12,00, usuário com carteira – R$ 16,00, convidado (um por comerciário) – R$ 16,00, usuário em geral – R$ 25,00. Mais informações: 0800 284 2440

Carnaval em Palmeira dos Índios Conhecida por seus tradicionais carnavais de clube nos anos 70, a cidade Palmeira dos Índios tem procurado a cada ano investir nessa festa que é a melhor época para extravazar alegria e fugir do estresse cotidiano. Esse ano o município está homenageando um músico que atingiu uma marca que mostra a força e da tradição do carnaval interiorano: o maestro Edinho que chega a marca de 55 carnavais de muito ritmo e alegria. Programação: Sábado -12:00h - Desfile de blocos puxados orquestras de frevo saindo de 10 bairros da cidade.

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Carnaval da ACS O carnaval está chegando e a diretoria da Associação de Cabos e Soldados em Alagoas (ACS/AL) está organizando uma super festa em seu Clube, situado no bairro de Guaxuma, para os seus sócios e dependentes entre os dias 09 e 12 de fevereiro. Para este evento que ocorre todos os anos e já é consolidado foram convidadas diversas bandas que vão tocar do frevo a swingueira para animar os convidados. As bandas são: Passa o Rodo, Banda Cacal Swing e Banda Doce Desejo. As camisas já estão sendo vendidas na secretaria da associação pela Kelma Gonçalves, no horário comercial. O valor da camisa para os sócios é de R$ 20 reais. Já os nãosócios vão pagar R$ 30 reais e poderão desfrutar de quatro dias intensos de festa. Informações: 3321-4115 com a Kelma Gonçalves

Carnaval da ASSMAL

O carnaval está chegando e a Associação dos Subtenentes e Sargentos de Alagoas (ASSMAL) não poderia ficar de fora. Este ano, serão três dias de festa com uma programação especial voltada para seus sócios e familiares. A festa de momo terá início no domingo, 10, e segue até a terça-feira, 12. O tradicional carnaval da ASSMAL terá apresentações musicais que farão os foliões relembrar os antigos bailes de carnaval. Os kits do carnaval estão sendo vendidos ao preço de R$ 180,00 (Hiper Kit – seis camisas e 24 senhas), R$ 140,00 (Kit Família – quatro camisas e 16 senhas), R$ 40,00 (Kit Individual – uma camisa e quatro senhas), R$ 10,00 (Passaporte Diário – uma senha) e R$ 25,00 (Passaporte não sócio – uma senha). Os interessados podem comprar os kits na secretaria da

Raimundos em Maceió

Depois de um 2 anos de muito trabalho, na tour do CD/DVD Roda Viva (ST2 Music), de mais de 140 shows pelo Brasil e cerca de 350 mil espectadores, o Raimundos reafirma sua volta ao topo do rock nacional. Esteve presente em vários festivais, feiras e festas por todo o Brasil, com apresentações eletrizantes, levando o público ao delírio. Olha o Raimundos mininu!! Recentemente gravou o CD “Ultraje x Raimundos”, um disco em parceria, proposto por uma gravadora. Prontamente aceito! No “embate do século”, cada banda, toca o repertório do outro e vice-versa. O projeto foi uma boa diversão e também uma forma de “afiar” os instrumentos para o Cd de inéditas que vai ser lançado em meados de 2013. Hoje, os Raimundos estão rodando o Brasil com o show Clássicos do Vinil, “Lavô tá novo”, na íntegra! + músicas do Ultraje x Raimundos + clássicos do Roda Viva! Um show completíssimo! E Maceió, fará parte dessa grande turnê, dia 23 de março de 2013, na Vox Room. a abertura do show fica por conbta da banda alagoana L-100, além de Atrito 82 e Suhbita. Pontos de Venda: Tchuk Jhones, Point Radical, Jameika e stands Folia Brasil e Viva AlagoasMais informações: (82) 3032-0088

Grito do Rock Alagoas

O maior festival integrado do mundo ancora pela quarta vez em terras alagoanas. O Grito Rock Alagoas 2013 terá sete edições, sendo duas delas em Maceió e cinco espalhadas pelo interior do Estado. O festival acontece todos os anos em mais de 300 cidades do Brasil e do mundo, sempre nos meses de fevereiro e março. Na capital alagoana o Grito Rock acontece pela quarta vez na praça Marcílio Dias durante a prévia carnavalesca, Jaraguá Folia, no dia 01 de fevereiro, no bairro histórico do Jaraguá. A grande novidade em Maceió neste ano é a realização de uma edição do Grito Rock no Benedito Bentes, bairro maceioense com mais de 200 mil habitantes, no dia 23 de fevereiro, organizado pelo novíssimo Coletivo Seu Biu. No interior do Estado, Arapiraca que vem participando desde o começo do evento, confirma mais uma vez sua presença no Grito Rock, a única diferença dos anos anteriores é o palco, que será montado na praça Ceci Cunha ao invés do Lago da Perucaba, como de costume. A cidade de Palmeira dos Índios


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