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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 753 - 03 A 09 DE JANEIRO 2014

QUOCIENTES ELEITORAIS EM ALAGOAS DEVEM BAIXAR

União repassou mais de R$ 6 bilhões para Alagoas em 2013 Valores são referentes aos 10 primeiros meses do ano e incluem as transferências de FPE e FPM P/ 14 e 15

PESQUISAS ELEITORAIS AGORA PRECISAM SER REGISTRADAS NO TRE P/ 14

P/13

ESQUERDAS QUEREM SE UNIR PARA ENFRENTAR COLLOR, RENAN E VILELA P/8

ALBUQUERQUE VAI TENTAR MANDATO FEDERAL PARA ESCAPAR DE PROCESSOS P/6

TRE SALVA MANDATO DE VEREADORES DE CORURIPE PRESOS POR COMPRA DE VOTOS P/7

SOCIEDADE REABRE DISCUSSÃO SOBRE A QUESTÃO DO DESARMAMENTO P/16


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados

DA REDAÇÃO

Mesmo discurso

Fim da picada

O cidadão começa a escutar replay da demagogia dos políticos. Um discurso repetitivo a cada época de eleições. Uma falsa preocupação com o fraco desenvolvimento sócio-econômico do Estado e do bem-estar do povo, quadro natural num país de história cívica mal contada. A partir do descobrimento.

N

o manda-quem-pode, obedece-quem-tem-juízo, comerciantes provavelmente apadrinhados das autoridades, dão sinais de que tudo podem, em especial extrapolar direitos a ponto de privatizar, até com cerca, área de praia. É um hábito que começou pela transformação de praças em centros de comércio, bloqueio de calçadas para o pedestre transitar com segurança e ignorando tudo do que é placa proibitiva. Um alheamento que se espande e vira uma rotina que identifica Maceió para os turistas como uma “cidade onde manda quem tem padrinho na política, dinheiro para vedar olhos e confiar em proteção bandida. A questão chama atenção por estar respaldada em denúncias de moradores indignados com as autoridades públicas diante de ocorrências indecentes no uso do solo por indivíduos que provavelmente têm “costas quentes” para negociar ocupação impróprias de áreas púlbicas. Um quadro do abuso ao tudo posso que se espalha agora, segundo denúncias chegadas ao Extra, a orla da Pajuçara. São comerciantes de barracas privatizando áreas literalmente à beira-mar para instalar cadeiras, sombrinhas e banho de chuveiro com a cobrança de taxa extorsiva.

Orçamento O fechamento do plenário da Assembleia Legislativa, que entra na terceira semana, bloqueia o uso do orçamento do Estado neste começo de ano e tem como previsão proposta pelos Martírios em torno de R$ 8 bilhões. Segundo informações, consta também com tramitação interrompida mais quatro projetos, inclusive o reajuste dos policiais militares.

Cabeleira do Renan O senador Renan Calheiros (PMDB) nas aparições recentes na te-levisão teve atenção mais despertada pela nova cabeleira implantada que para o que tinha a dizer. A propaganda que motivou atenção foi ele ter usado transporte oficial para viajar de Brasília a Recife para resolver problema pessoal. Um implante capilar.

Uma atenção É opinião popular que foi erro de Teotonio Vilela (PSDB) adiantar repasse de parcelas do duodécimo da Assembleia Legislativa aos deputados. A “generosa atitude” impede agora os servidores de receber o mês de dezembro e o 13º já vencidos. Como a volta da Mesa Diretora é provável que prevalece os direitos trabalhista dos servidores.

O que falta Moradores da Rua Santos Ferraz e imediações, no Poço, se perguntam quando o Centro de Saúde da Praça da Maravilha será reaberto. O visual do prédio deixa entender que as obras estão concluídas, mas as dependências do prédio continuam vazias. É da curiosidade saber onde foram parar os antigos equipamentos do posto.

(Millor Fernandes)

Saúde Dilma Rousseff fala em investimento de R$ 80 milhões neste ano de eleições para instalar internet banda larga nas 12.372 unidades básicas de saúde no País. Dá como objetivo do investimento agilizar o atendimento no acesso a prontuários, histórico do paciente e nas informações sobre internamentos.

Campanha Bancada forte Avançam os entendimentos de lideranças partidárias em Arapiraca para definir candidaturas às eleições estaduais deste ano. Os cargos mais visados envolvem cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Para o Senado a questão é levada em banho maria. Falam em espera de decisão por parte de Luciano Barbosa (foto).

Este ano é de eleições gerais e previsão é que em Alagoas o eleitor mantenha hábito antigo de não votar em renovação. Um entrave para avanço da proposta democrática de revezamento nos Poderes. Tanto de sobrenomes como de partidos. Observação foi de advogados em mesa de conversa “descontraída.”

Campanha É cedo para definir orçamento para as eleições de outubro. A questão foi levantada na Associação dos Aposentados da Assembleia Legislativa e entre participantes estavam ex-deputados. Alguns, inclusive, riem das insinuações citando-os como desejosos de tentar uma volta à Casa de Tavares Bastos. Mas contava nos dedos quem disse “o meu tempo passou.”

Prioridade De olho na reeleição e alimentado em informações sobre os dois projetos de maior aceitação social - o Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médico - Dilma Rousseff propõe ampliar os dois programas. A ministra Gleisy Hoffaman, da Casa Civil, é quem vai coordenar os projetos. Começa a trabalhar neles já neste começo de ano eleitoral.

Sem pressa Dirigentes de partidos não têm ainda ideia do quantitativo de pré-candidatos para as eleições proporcionais (Câmara Federal e Assembleia Legislativa). Não acham também o momento viável para cálculos em busca do coeficiente eleitoral. Dão como empecilho o prazo de alistamento ainda vigorando.

Carro com som alto Veículos que usarem som alto em ruas, postos de gasolina e calçadas da capital paulista serão multados em R$ 1.000 e podem ser guinchados, caso o motorista se recuse abaixar o volume. A regulamentação da lei que permite a punição, feita pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e já em vigor, terá valor dobrado no caso de reincidência e chegar a R$ 4.000 e os motoristas ter o equipamento de som apreendido por fiscais. Já é hora de as autoridades alagoanas seguirem o exemplo para acabar com a indesejável poluição sonora, cujo mau exemplo aconteceu durante o réveillon nas praias da Jatiuca e Ponta Verde. Afinal, ninguém é obrigado a ouvir, além da pésssima música, um som de estourar os tímpanos.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

O rei está nu

Siga-me: @jorgearapiraca

Rio - Década Perdida, de Marco Antonio Villa, é um livro recomendado a todos os brasileiros. Escrito com linguagem simples e objetiva, farto em pesquisa, ele esmiúça com precisão o governo petista dos últimos dez anos. O enfoque, portanto, é o governo do ex-presidente Lula, acusado de mentiroso e farsante; frívolo de pensamento e de ideias. Mostra com clareza cristalina como o Brasil foi iludido e como os cofres foram saqueados por um bando de energúmenos que se apoderaram do poder sem qualificação e capacidade para administrar o país. No final das suas 275 páginas fica a sensação de que mais gente – empresários, políticos e sindicalistas corruptos – deveriam estar na cadeia fazendo companhia a Zé Dirceu, Zé Genoíno e Delúbio Soares. O livro analisa ano a ano o governo petista até 2012. Ao juntar as peças deterioradas do governo petista, Década Perdida abre para os incautos as artimanhas do governo Lula que se projetou ao mundo com um discurso vazio, cabotino e demagogo, envolvido em inúmeras CPIs que terminaram em pizza por causa de um parlamento subserviente, bajulador e servil. O livro de Marco Villa deveria ser lido principalmente pelos eleitores petistas, não pelos militantes fundamentalistas como Rui Falcão, mas por aqueles que ainda votam no PT influenciados pelo marketing. Verá como o Brasil caminhou para trás nos últimos dez anos, como as centrais sindicais foram compradas pelo governo (R$ 72 milhões entre os anos entre 2003 e 2006) em troca do silêncio, como José Dirceu apresentou Marcos Valério ao Lula, como o homem que “está ajudando o PT a pagar suas dívidas”, como o Frei Beto, no auge do êxtase da vitória do companheiro Lula, fez uma louvação a dona Lindu, mãe do Lula, para abençoá-la por ter esta senhora nordestina gerado o grande estadista Luis Inácio Lula da Silva. Vale aqui registrar um trecho do servilismo católico ao seu mais fiel seguidor: “Obrigado, dona Lindu, por ter dado ao Brasil um presidente de liderança, transparência ética e profundo amor ao povo (...) O Brasil merece um futuro melhor. O Brasil merece este fruto do seu ventre: Luiz Inácio Lula da Silva”. O livro não traz grandes revelações sobre o que o Brasil já conhece do petismo mas consegue magistralmente juntar nas suas dezenas de páginas o quebra-cabeça para dar sentido a bandalheira do partido na década, o envolvimento com os políticos de direita, com a elite financeira e com os empresários corruptos. Mostra a compra dos deputados com a anuência de José Dirceu para fortalecer a base do governo. E revela, sobretudo, os maus hábitos de um ex-presidente que a todo discurso se dizia retirante e fazia apologia do analfabetismo para se nivelar aos miseráveis e conquistar a simpatia deles. É assustador, por exemplo, como Lula tratava seus auxiliares. Segundo narra o escritor Marcos Villa, historiador e sociólogo, Marcos Aurélio, assessor para assuntos aleatórios, era saudado todos os dias pela manhã com a frase: “Marco Aurélio, eu já mandei você tomar no cu hoje?”. (extraído do livro “Viagem com o presidente”). O professor ria insosso para o patrão e se portava como um verme esmagado pela bota do seu capataz. O livro revela ainda as gafes internacionais de Lula, o envolvimento do Lulinha, seu filho, com as telefônicas de celulares, o dinheiro na cueca do irmão do Genoíno e os milhões dos aloprados para comprar um dossiê falso contra José Serra. Critica a oposição pela inércia em mostrar ao país as mazelas do PT, porque adotara a estratégia errada de ir sangrando o Lula aos poucos, mas não contava, porém, com a recuperação da sua imagem.

Máscara Década Perdida não deixa apenas o rei nu, tira-lhe também a barba. Deixa entender que por trás daquele homem barbudo existia uma caricatura, uma máscara que escondia uma pessoa amargurada, frustrada e rancorosa. Que transformou a presidência da república num covil de apaniguados e corruptos com o discurso leviano de que a “elite”era golpista e contra os maltrapilhos que ele defendia ardorosamente.Agora, o brasileiro torce para que Lula não deixe crescer novamente a barba, como ele ameaça. A máscara não pode voltar para o bem do Brasil!

País bagunçado As companhias aéreas brasileiras tratam os passageiros com desdém e desatenção, os aeroportos vivem às moscas e os horários não são cumpridos . A ANAC – que em tese deveria fiscalizar o serviço – é uma agência desleixada a soldo das empresa. É assim o serviço aéreo no Brasil: desorganizado e ineficiente. As passagens, as mais caras do mundo, não condizem com o serviço de bordo com sanduiches gelados, amendoins, bolachas, água e suco em caixa. Na Gol, a viagem é a seco. Até a água é vendida.

Mau humor É assim, com essa indiferença e incompetência, que as companhias aéreas brasileiras tratam os seus passageiros, sujeitos também ao mau humor dos empregados do check-in e dos comissários e comissárias de bordo que, pela truculência, parecem mais policiais a serviço das empresas. A cordialidade deu lugar a brutalidade, e o cavalheirismo, até então existente no atendimento à bordo, é coisa do passado quando viajar de avião era sinônimo de cortesia e amabilidade entre passageiro e tripulação.

Os jatos É claro que o governo desconhece essas mazelas da aviação no Brasil. E vai preferir ignorar enquanto os confortáveis jatos da FAB cortarem os céus do Brasil carregando seus ministros e assessores de casa para o trabalho e do trabalho para casa, gastando milhões e milhões de reais em combustíveis, ocupando homens/hora para esse serviço desnecessário e oneroso para o país.

Deboche Nos aeroportos, os mortais vivem uma via crucis: filas intermináveis, desvio de bagagens, atrasos e cancelamentos de voos e tumultos generalizados. Gritam e esperneiam por providências que nunca chegam. Os funcionários da Infraero e da ANAC, órgãos que deveriam cuidar dessa lamentável situação, vivem escondidos dentro das salas nos aeroportos. Quando acionados desprezam as queixas e na maioria das vezes não encontram soluções para as reclamações.

Burocracia A desculpa para não resolver os problemas é sempre a mesma: a demanda cresceu e os aeroportos não suportam o movimento. O engraçado de tudo isso é que a Dilma usa o Twitter para reconhecer todos esses problemas, inclusive o da burocracia doentia nas repartições públicas, como fosse mera espectadora e não a chefe do executivo eleita para solucionar os problemas que afligem os brasileiros.

Asneira Veja o que ela disse esta semana nas redes sociais: “As vozes dos que foram às ruas querem melhores serviços públicos, mais médicos, mais educação, mais transporte de qualidade, mais segurança”. E o que a presidente está fazendo para atender a essas vozes? Nada, absolutamente nada. O ano de 2013 foi um dos piores da última década. O Brasil retrocedeu em todos os seus índices econômicos e a bagunça é generalizada. Dilma, porém, continua insistindo que o ano de 2013 foi de “trabalho árduo e de muita conquista” como se todos fossem uns abestados, ignorantes e desinformados com o seu país.

Desqualificação O brasileiro nunca esteve tão vulnerável à ineficiência do estado, à burocracia infernal e aos serviços de péssima qualidade. Quanto mais concurso se faz mais gente desqualificada e decoreba entra nas repartições públicas. A estabilidade no emprego transforma o servidor público em pouco tempo num sujeito sem criatividade e distante da realidade do país. A acomodação leva-o ao desleixo e ao desvio de suas funções que é o de servir ao público. É assim que a maioria deles se surpreende ao abrir suas gavetas e perceber que no decorrer do tempo eles próprios viraram arquivos.


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014

GABRIELMOUSINHO

Feliz 2014 É o que deseja este colunista a todos os alagoanos. Que seja um ano de muita paz, muita saúde e muitas realizações.

gabrielmousinho@bol.com.br

Dúvidas para 2014

A

presença do senador Renan Calheiros no almoço da oposição no final do ano passado foi sob pressão. Calheiros não queria ir ao encontro, pois diverge, pelo menos nos bastidores, dos nomes apresentados para disputar as eleições deste ano. Relutou em comparecer, mas insistiram tanto que ele apareceu de última hora, optando para deixar a bola, ou a fala, com Renan Filho. Collor, Ronaldo Lessa e Cícero Almeida queriam de Renan um comprometimento maior, mas nada, além do trivial, saiu da boca do atual presidente do Congresso Nacional. O senador Renan Calheiros não fala publicamente, mas confidencia que o palanque é pesado demais, com a presença de Fernando Collor e Ronaldo Lessa, além da participação de Cícero Ferro, Antônio Albuquerque e Francisco Tenório. O que Renan deseja é uma ampla coligação com nomes para as eleições majoritárias escolhidos por ele mesmo, o que parece, pelo menos até agora, impossível de acontecer, sob pena de um racha da oposição. Como ainda temos basicamente três meses para que a oposição costure um nome ou nomes que agradem a todos, muita água vai correr por baixo da ponte. Se sobreviver até o final de março o Chapão pode emplacar. Ou não.

Desconfiança

Repetição

No Chapão, como das outras vezes, ninguém confia em ninguém. Seus integrantes querem é se salvar e na hora H será cada um por si. Muitos temem ficar com a batata quente na mão e perder a oportunidade de se eleger.

As reivindicações dos militares sempre acontecem exatamente nos meses onde exigem maior presença da força pública. É no Natal e Ano Novo e no carnaval. A pressão acha alguns integrantes da PM, é mais forte nesses períodos.

Trabalho de Arthur O trabalho feito pelo deputado Arthur Lira nos últimos dois anos e reconhecido pela revista Veja como um dos mais atuantes na Câmara Federal deve levá-lo a uma reeleição onde deverá disputar o primeiro lugar entre os candidatos. Lira tem ampliado muito suas bases nos últimos meses.

Esgotando Faltam apenas três meses para que o governador Téo Vilela decida se será ou não candidato ao Senado. A expectativa é geral, principalmente por parte do grupo que apóia a reeleição do senador Fernando Collor.

Mudanças Preferência Os nomes do ex-prefeito Cícero Almeida e do ex-governador Ronaldo Lessa são citados como grandes candidatos a vice, mas o nome do titular Renan Calheiros não abre mão. O projeto de vice não tem agradado nem a um, nem a outro.

Cruz credo O ex-governador Ronaldo Lessa rechaça qualquer possibilidade de ser um plano B para o governo do Estado através do Chapão. Quer mesmo é sair candidato a deputado federal. Lessa teme que, se perder mais uma eleição, será difícil voltar à vida pública..

Preocupação Demonstração Ao insistir para que o senador Renan Calheiros fosse ao almoço, os integrantes do Chapão mostraram força. Pelo menos no momento. Só não conseguiram maior comprometimento do presidente do Congresso. Renan não quer problemas com Fernando Collor, mas o seu nome preferido para o Senado seria o de Luciano Barbosa, ex-prefeito de Arapiraca.

Collor é contra A substituição de Renan pelo por Renan Filho para disputar o governo do Estado, não é bem vista por integrantes do Chapão. O senador Collor, por sinal, avalia que Renanzinho não teria peso suficiente para puxar o bloco, o que poderia entornar o caldo. Com Renan a coisa seria diferente, dizem amigos.

O ex-prefeito de Coruripe e candidato a deputado federal, Marx Beltrão, fez uma revelação preocupante na semana passada. Disse que não sabe fazer nada além de política. É de preocupar. Qual o futuro desse rapaz se perder as eleições?

Pulga na orelha O senador Renan Calheiros vê como muita preocupação a reedição do Chapão, que terminou entornando o caldo nas últimas eleições. Ele não revela publicamente, mas acha o time pesado demais no palanque eleitoral.

Muita conversa O senador Benedito de Lira - que disputará o governo - afirma que tem muita gente falando demais, prometendo o que não vai cumprir e anunciando o que nunca fez. Para ele, a propaganda eleitoral durante a campanha será importante para desmascarar os arautos do desenvolvimento.

Talvez ainda em janeiro o governador Téo Vilela faça mudanças no seu secretariado, decidindo quem sai para se candidatar nas eleições deste ano. Até o secretário Luiz Otávio poderá ser a grande surpresa política. Álvaro Machado e Marco Fireman poderiam também disputar as eleições proporcionais.

Mais casas O senador Benedito de Lira termina o ano de 2013 conseguindo quase um bilhão de reais para a construção de casas populares na capital e no interior. Os recursos foram conseguidos ao apagar das luzes no Ministério das Cidades.

Movimentação Os candidatos ao governo vão enfiar o pé no acelerador a partir do final de janeiro. As articulações vão de vento em popa.

Compromisso Embora o deputado Dudu Holanda, PSD, tenha afirmado ultimamente que existe possibilidade do partido fazer parte do Chapão, o deputado federal João Lyra já decidiu: vai marchar com Benedito de Lira e Téo Vilela nas próximas eleições.

Situação ruim A Assembléia Legislativa termina o ano em grandes dificuldades, principalmente sendo alvo de denúncias até dos próprios servidores. Não teve orçamento para pagar o restante dos salários e a justiça proibiu qualquer repasse pelo governo do Estado. A antiga Mesa Diretora, afastada, deve voltar na próxima semana.

Acabou a quota Conversas em gabinetes em Brasília dão conta de que a quota do senador Renan Calheiros com o ex-governador Ronaldo Lessa acabou. Agora, o ex-governador vai ter que rebolar para tocar a campanha sozinho.


extra OPINIÃO

- MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 -

ARTIGO

Que vexame!

ALARI ROMARIZ TORRES É aposentada do Poder Legislativo.

V

O deboche

TOORES DE MELO www.fortaweb.com.br/grupoguararapes

N

o Brasil, ladrão do povo é uma profissão rendosa, respeitosa e imputável. Em qualquer país sério, roubar o erário acarreta sérias sanções, como nos exemplos: em Cingapura, fuzilamento sumário sem qualquer julgamento; na China, o ladrão implora o fuzilamento para ter morte rápida; no Japão, o suspeito comete suicídio, o mordaz haraquiri, e o nosso vizinho norte-americano, prisão perpétua. No Brasil, aconteceu um verdadeiro festival de alegria a prisão de altas figuras da roubalheira jocosamente chamada de “Mensalão”. O Sr. Zé Dirceu sorrindo, eufórico, acenando para o povo batendo no peito, agitando os braços como se fosse um craque de futebol que acabasse de marcar o gol da vitória do seu time. O Zé Genoíno, aos berros: “Sou inocente, não pratiquei crime nenhum”, logo ele o “Geraldo” da guerrilha nas selvas do Araguaia que, quando

preso, tratou de entregar os companheiros para livrar a cara. Ambos, com leves penas de prisão em regime aberto. Todo mundo sabe o que é prisão em regime aberto. O nº 1, o criador, que tramou todo esse hediondo crime contra o povo brasileiro, nem passou perto da porta da delegacia. O nº 2 assumiu toda a culpa para salvar a honra do comparsa e comprou com milhões de reais um banqueiro milionário, também condenado, mas que em breve estará rindo e debochando de nós, os trouxas, em sua luxuosa mansão. O nº 1 está pendurado com ROSEMARY. Vão ter que provar onde ganharam os 25 milhões de euros que colocaram no Banco em Portugal. O deputado GAROTINHO disse e eles engoliram calados e quem cala consente. Para amenizar a nossa carapuça de coniventes, pois os elegemos, somente nos restam as eleições do próximo ano 2014, para votar contra essa canalhada atrevida e debochada.

ivemos num Estado onde os políticos que praticam crimes são beneficiados e não são punidos. Os servidores do Poder Legislativo que há cinco ou seis anos vêem os Deputados desviarem o dinheiro público, descumprirem a Constituição e serem reeleitos, foram punidos: passaram o Natal e o Ano Novo sem o 13º salário e sem o salário de dezembro, enquanto o Governador e Deputados usavam a mídia em benefício próprio, castigando centenas de famílias que nada tinham a ver com o sujo jogo político. Os afastados, que não foram afastados, continuaram a negociar com o Governador retardando o repasse dos valores. Querem receber 24 milhões para pagarem 3 salários e dividirem o resto do dinheiro entre eles. A Mesa interina, que parecia querer consertar alguma coisa, juntou-se aos afastados para negociar com o Governador jogando policiais e professores contra os funcionários do Legislativo. Nós, sentados na calçada da Assembléia, num fim de ano dramático, ouvíamos mentiras de um lado e de outro, e ainda tínhamos a sociedade contra nós, chamando-nos de parasitas, preguiçosos e vagabundos. O Executivo pagou o 13º salário e dezembro, o Tribunal de Contas e o Ministério Público pagaram tudo. O Legislativo, desmoralizado, caluniado, só recebeu pauladas e teve como negociantes Deputados indiciados, que desviaram dinheiro público e ainda se fazem de heróis.

A Presidente interina, pressionada por todo tipo de meliantes, não foi mulher suficiente para assumir o seu papel e saiu do episódio mais suja do que pau de galinheiro. Fugiu da raia, não procurou os servidores, deixou de atender telefone, não disse a verdade. Pisou na bola, literalmente. Meus pêsames! Que estado é esse: o Executivo não funciona. Repassou durante mais de cinco anos suplementação para o Legislativo, sabendo que os Deputados gastavam o dinheiro público. Em 2013, como a Mesa interina não era de seu lado político, não repassou nada, jogando policiais e professores contra os servidores do Legislativo. O Judiciário, mesmo tomando conhecimento através do MP, de tudo que os afastados praticaram que culminou num desvio de 33 milhões só em 2013, autorizou a volta dos meliantes para administrarem o dinheiro público de novo. O Legislativo, cambaleante, humilhado, desmoralizado, faz seus servidores passarem fome, recebe cobranças impossíveis de serem cumpridas nos próximos anos, negocia com o Governador às escondidas e sobrevive a duras penas, depois de praticar atos imorais e ilegais. E agora, a quem recorreremos? Quem pode intervir no Legislativo? Voltaremos a ter no comando da Casa homens que, há cinco anos cometem crimes administrativos sem precedentes? Voltará o Pequeno Polegar para imaginar maneiras de enganar o MP? O Presidente ¨inocente¨ que pagava comissionados residentes na Austrália? O Primeiro Secretário que foi omisso e nos prejudicou? Se eu fosse radical diria: só uma bomba para explodir o Legislativo e começar tudo de novo. Deus cuide de nós!

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DIRETOR Carlos Augusto Moreira EDITOR Fernando Araújo

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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 ESPERTEZA

Antônio Albuquerque vai tentar mandato na Câmara Federal para escapar de processos Lentidão dos tribunais superiores em julgar processos é um trunfo do deputado de Limoeiro para se manter no poder e tentar escapar das ações de improbidade e homicídio CARLOS VICTOR COSTA com Agências

D

eputados federais, senadores, ministros de Estado e autoridades possuem foro privilegiado, que é a possibilidade de ser julgado por uma instância maior do Judiciário. Parlamentares, por exemplo, são investigados e julgados no Supremo Tribunal Federal (STF). E essa parece ser a estratégia do deputado estadual Antonio Albuquerque (PRTB), que deve lançar seu nome nas eleições deste ano para disputar uma vaga na Câmara Federal com o intuito de retardar julgamentos que o tem como acusado, pois sabemos que quando se trata de processos a serem julgados pelo Supremo a lentidão é enorme, basta analisar a demora que ocorreu no julgamento do mensalão. Contra Albuquerque pesam diversos processos, como a acusação de ser o líder da quadrilha da Assembleia Legislativa de Alagoas, intitulada pela Polícia Federal de Taturana. AA era o presidente da Casa na época, onde foi desviado mais de R$300 milhões dos cofres públicos. O deputado também é apontado pelo Ministério Público Estadual como um dos mandantes do assassinato de José Gonçalves da Silva Filho, conhecido como Cabo Gonçal-

ves, onde na ocasião o policial era um dos homens mais temidos do estado. Outro fato que liga o nome de Albuquerque ao assassinato é o depoimento na época do ex-tenente-coronel da PM, Manoel Francisco Cavalcante, que revelou para o juiz Mauricio Breda que o crime teria sido ordenado por Francisco Tenório, João Beltrão e Albuquerque. Entretanto ele ainda não foi pronunciado pela justiça, apesar de já ter sido preso , em meados de 2008, pela Operação Ressugere, desencadeada pelas polícias de Alagoas. Atualmente Albuquerque está afastado da função de vice-presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, após denúncia de desvios e fraudes na Casa de Tavares Bastos. FIM DO FORO O que pode dificultar os planos de Antônio Albuquerque são as propostas que foram apresentadas ao Congresso, onde a Câmara e o Senado devem analisar e acabar com o foro privilegiado para autoridades. Os textos possuem conteúdos similares, mas são de autores diferentes, o que pode atrasar a tramitação da proposta. A PEC que acaba com o foro privilegiado tramita na Câmara desde 2005. Chegou a ser arquivada duas vezes durante a trocas de legislatura.

Deputado deve lançar nome para cargo federal na tentativa de escapar dos processos judiciais

Se ela for aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), precisa ainda ser analisada por uma comissão especial antes de ir à plenário. Em 2010, o relator Efraim Filho (DEM-PB) apresentou parecer pela aprovação da matéria. As condenações em série no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) , pela primeira vez desde a Constituinte de 1988, motivaram a Câmara a acabar com o foro privilegiado, mas garantindo algumas vantagens. O motivo é que, por trás da medida, os parlamentares trabalham um texto que lhes daria o direito de recorrer de condenações a várias instâncias e, desse modo, fazer com que o processo caminhe

vagarosamente até o STF. No entanto, a proposta prevê uma blindagem contra decisões das instâncias inferiores, ao concentrar no STF questões sobre ordem de prisão e bloqueio de bens. A proposta em gestação acabaria com o foro privilegiado para os julgamentos. Assim, os parlamentares passariam a ser processados como qualquer cidadão no local onde o suposto crime teria ocorrido. Assim, teriam a conduta analisada inicialmente por um juiz de primeira instância e poderiam emendar uma série de recursos, chegando até a tribunais superiores. Esse rito poderia até tornar mais fácil a prescrição de crimes para quem pode pagar bons advogados. O grande temor que os par-

lamentares sempre tiveram da primeira instância, porém, é das chamadas medidas cautelares. São aquelas decisões que os juízes podem tomar antes do julgamento para ampliar a investigação ou impedir a destruição de provas. A proposta em debate na Câmara protegeria os parlamentares desta parte negativa do fim do foro, deixando estas decisões a cargo do STF. Assim, caberia à Corte determinar prisões preventivas ou temporárias, reter o passaporte, bloquear os bens, determinar quebras de sigilo bancário, fiscal ou telefônico e até a expedição de mandados de busca e apreensão de materiais de interesse da investigação.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 - 7

PELO GONGO

TRE salva mandatos de vereadores em Coruripe, presos por comprar votos Tribunal encerra ano com decisões polêmicas, desmoralizando trabalho de juízes de 1º grau em Alagoas ODILON RIOS Repórter

E

m duas decisões monocráticas, via Tribunal Regional Eleitoral (TRE), trituraram-se as investigações da Polícia Federal sobre compra de votos em Coruripe, descobertas nas eleições do ano passado, devolvendo os mandatos a vereadores que estavam à beira de virar os mais novos fichas-suja de Alagoas e encerrando 2013 como o ano da realização dos sonhos aos ameaçados de entrar na lista dos inelegiveis- todos salvos pelo gongo. Ou pelo TRE. A história: os vereadores Mesadeque da Silva Padilha (PMDB) e Dalmo Porto Souza (PSDC)- ambos do grupo político do prefeito Joaquim Beltrão (PMDB)- tiveram os mandatos cassados em novembro, após terem sido presos no dia da eleição- 6 de outubro de 2012- com R$ 32 mil em dinheiro (Mesadeque) e R$ 6 mil (Dalmo). Mesadeque era presidente da Câmara, na época da prisão. A notícia ganhou destaque em sites nacionais. De acordo com o Ministério Público Eleitoral, após buscas e apreensões, foram encontradas duas folhas com uma lista de nomes, material de campanha além de -exatos- R$ 6.930,00, mais R$ 229 com um eleitor, R$ 260 com outro e R$ 118 com um terceiro. Essa é a acusação contra Dalmo. No caso de Mesadeque, nas buscas e apreensões foram encontrados, na Casa Paroquial da Assembleia de Deus em Coruripe “ alguns documentos e valores em um quarto onde também

estaria o autor, que indicariam a prática de ilícito eleitoral pelo demandante”, explica a decisão. Baseados nestas provas, o MPE moveu uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME), que recomendou a cassação dos mandatos. O juiz Sóstenes Alex, da comarca da cidade, aceitou os argumentos e decidiu pela cassação. Mas, duas decisões do desembargador eleitoral Luciano Guimarães Mata devolveram o mandato aos dois vereadores. “Outrossim, nenhuma das testemunhas, que estavam a serviço da Justiça Eleitoral, afirmaram ter visto qualquer ato de compra de votos, mas se limitaram a informar que encontraram pessoas na recinto, dinheiro e uma lista com nomes. Dessa forma, penso que esses depoimentos não se prestam a provar as alegações ministeriais. Com efeito, deve-se reconhecer que, especialmente em época eleitoral, os fatos narrados podem gerar alguma suspeita acerca da prática de ilícito eleitoral. Entretanto, salto aos olhos desse julgador a ausência de prova concreta de que houve, de fato, entrega ou oferta de vantagens em troca de votos. É certo que existe uma suspeita razoável da prática de alguma espécie de ilícito eleitoral, contudo as provas não são robustas o bastantes para se concluir pela irregularidade eleitoral”, explica o desembargador Luciano Guimarães, ao analisar o caso de Mesadeque. Sobre Dalmo, o desembargador defendeu: “Com efeito,

Decisão livra Mesadeque e Dalmo Porto da Lei dos fichas-suja

constata-se que ao serem inquiridas sobre os valores encontrados, as pessoas que estavam na residência apresentaram justificativa bastante plausíveis da origem dos recursos. Elias Francisco da Silva, que teve retido R$299,00, apresentou extrato bancário do dia anterior comprovando o saque de R$495,00 reais, oriundo de auxílio-doença que recebe (juntou extrato bancário demonstrando o saque); Lorenço José da Silva informou que os R$260,00 encontrados em seu poder são o remanescente de um total de R$380,00 reais recebidos da Cooperativa Pindorama como adiantamento de salário; Letício Aprígio dos Santos, afirmou que os R$118,00 reais encontrados em sua pochete eram referentes aos “impostos de feira” que ele era responsável por cobrar, como servidor concursado da Prefeitura; o demandante Dalmo Porto Souza, por sua vez, informou que o valor encontrado se referiria a parte do dinheiro recebido pela venda de uma caminhonete (trouxe cópia do documento de compra e venda de uma caminhonete L200, fl. 516)”

A respeito das páginas indicando um suposto cadastro de eleitores para compra de votos: “Doutra banda, as duas folhas encontradas na residência do demandante também não se mostram concludentes no sentido de indicar a prática de ilícito eleitoral”. O pedido de liminar- acatado pelo desembargador- tem efeito imediato e os dois vereadores podem retornar aos cargos. Mas, a decisão definitiva ainda cabe ao TRE- que pode manter a decisão do juiz de primeiro grau ou rasgá-la e levá-la ao lixo, como fez o desembargador. POLÊMICA 2013 chega ao fim e coleciona um festival de polêmicas no tribunal. Em julho, o TRE manteve, por unanimidade, o prefeito de Matriz de Camaragibe, Marcos Paulo (PSD), no cargo- mesmo condenado pelo Tribunal de Contas da União. O Ministério Público Eleitoral recomendou que o diploma de Marquinhos, em Matriz, fosse cassado. Motivo: ele foi condenado em dezembro do ano passado a pagar R$

20 mil por irregularidades na aplicação de recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) naquele município. Segundo o relatório do TCU, Marquinhos e Cícero agiram em conluio, ajudando a combinar preços e favorecer certas empresas, flagradas em 2005 pela Operação Gabiru. Os dois foram presos. Em agosto, devolveu o mandato ao prefeito de Maragogi, Henrique Madeira (PSD), reformando a sentença do juiz Carlos Aley Santos- da cidade- que cassou o mandato do chefe do Executivo e seu vice, Claudinel Lira Pinto. A decisão de Carlos Aley- de 22 de abril de 2013- mostra que Henrique Madeira cometeu abuso de poder político e econômico na cidade durante a campanha. Uma das irregularidades: o grupo político dele, à frente da Prefeitura, fez transferência de servidores públicos das secretarias de Educação, Saúde e Assistência Social para intimidação: a perseguição- disse o magistradoera para semear o temor a quem votasse na oposição. Neste caso, Fernando Lira. “Engajou servidor e veículos contratados pela municipalidade nos trabalhos eleitorais da campanha de seus apoiados. Vinculou a própria imagem de sua administração à campanha eleitoral, ao utilizar a mesma cor característica dos prédios, órgãos e programas de governo do Município de Maragogi como slogan de campanha na corrida eleitoral para prefeito da mesma cidade”, disse Carlos Aley. Pelo menos no TRE, o ano “velho” foi muito bom aos prefeitos que driblaram a bola preta da lei da ficha limpa. Por ordem do tribunal, as redes da caçapa não enroscam nem complicam os gestores. Pior para os magistrados de 1ª instância. Para eles, sobra a desmoralização.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 COALIZÃO

Esquerdas querem se unir para disputar eleição contra Collor, Renan e Vilela PCB, PSTU e PSOL conversam para formar coalizão lançando nomes ao Governo e Senado ODILON RIOS REPÓRTER

O

s partidos de esquerda (PCB, PSOL e PSTU) decidem até o Carnaval se todos saem em chapa única para enfrentar os grupos encabeçados pelos senadores Renan Calheiros (PMDB), Fernando Collor (PTB), o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). Os caciques estão em grupos opostos, mas, para as três legendas, os quatro se revezam há 30 anos no poder- sem melhorar, de forma expressiva, os índices sociais. Segundo o IBGE, Alagoas é a terceira terra mais pobre do País e em dez anos- pelos dados do Ministério da Justiça- viu saltar à posição de primeiro lugar nacional em homicídios. Maceió é a sexta cidade mais violenta do mundo. Para tentar enfrentar os grupos- com amplo acesso à candidatura da presidente Dilma Rousseff- a coalizão da esquerda quer apostar em nomes conhecidos e outros nem tanto, do grande eleitorado. E buscar atrair os “votos de opinião”. A vereadora Heloisa Helena (PSOL) receberia o apoio dos três partidos no projeto ao Senado. O PCB teria o historiador Golbery Lessa na disputa ao Governo. E Wibbson Ribeiro

Lopes, via PSTU, para a Câmara Federal. Ele teve 681 votos nas eleições à Câmara de Vereadores da capital ano passado. Semana passada ele coordenou uma passeata, com 50 pessoas, pedindo o impeachment de Vilela. “Em Alagoas, devido à particular radicalidade da captura do estado pelo grande capital canavieiro, via oligarquias, o período clássico de ampliação das políticas públicas no Brasil e no mundo, compreendido entre as décadas de 1950 e 1960, expressou-se de modo muito mitigado, tendo sido gestados em seu interior serviços públicos residuais, fragmentados e radicalmente patrimonialistas. Em consequência, a onda neoliberal planetária se expressa em Alagoas, um dos territórios economicamente mais atrasados do periférico capitalismo brasileiro, de modo mais intenso do que em quase todos os outros estados do país e sintetiza-se com as singularidades locais coerentes com os princípios neoliberais para produzir uma tragédia social de dimensões gigantescas”, diz um trecho de uma carta aberta, do PCB, que circula nas redes sociais. “Os governos constituídos pelas oligarquias alagoanas, financiados pelos seis grandes grupos usineiros atuantes no estado, ou seja, pelo grande capital, não se dife-

Grupos políticos de Fernando Collor, Renan Calheiros e Téo Vilela se revezam no poder há 30 anos

rem, em essência, dos governos neoliberais em qualquer parte do mundo contemporâneo, já que esses núcleos de poder estão pondo em prática um projeto análogo ao histórico projeto das oligarquias locais de funcionalizar o Estado exclusivamente para os interesses do capital”, completa a carta. PCB, PSTU e PSOL tem discursos ideológicos diferentes, mas, nas conversas, a tentativa é levar em conta os índices sociais de Alagoas- incluindo os números da segurança pública, o plano

Brasil Mais Seguro e a crise na Assembleia Legislativacomo eixos para atrair votos dos “insatisfeitos”, como é discutido internamente. “Uma Frente de Esquerda poderia fazer o contrário: ocupar a pequena fração do poder nacional representado pela máquina pública alagoana para desmontá-la enquanto instrumento de opressão contra as classes oprimidas, ou seja, efetivar um governo absolutamente hostil ao capital e diretamente baseado em conselhos populares nos quais estivesse

representada sua base social revolucionária: os camponeses e os outros oprimidos da terra (como assentados, acampados quilombolas e indígenas), os assalariados do campo, os operários das usinas, os trabalhadores da construção civil, os químicos, os petroleiros, os comerciários, os funcionários públicos, bem como todas as outras categorias de assalariados urbanos, os pobres colocados à margem da economia e os setores progressistas da classe média”, diz outro trecho da carta do PCB.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 -

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NOVO RUMO?

Toledo volta ao comando da ALE e servidores mantém paralisação Ministério Público diz em ação que Casa de Tavares Bastos não respeita a LRF JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

A

Mesa Diretora afastada da Assembleia Legislativa do Estado retorna ao comando do Poder meio a insatisfação de servidores – devido à falta de pagamento do vencimento do mês de dezembro, o décimo terceiro salário e 1/3 das férias -, além da pressão para aprovação do orçamento do Estado para o exercício de 2014. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Legislativo (STPLAL), Luciano Viera, não há uma previsão de quando ocorra o pagamento dos funcionários do Legislativo Estadual. A velha Mesa conta ainda com pendências judiciais e uma ação civil pública que afirma que a Assembleia ultrapassou em mais R$ 30 milhões de gastos. O Ministério Público Estadual solicita na ação que servidores sejam exonerados e as gratificações deixem de ser pagas; só assim a Lei de Responsabilidade Fiscal seria respeitada pelo Poder Legislativo. O jornal Extra obteve informações que desde o final do ano passado o presidente da Casa de Tavares Bastos, Fernando Toledo (PSDB), vem dialogando com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) para tentar solucionar os impasses financeiros, já que em janeiro são três folhas de pagamento que se acumulam. A redução drás-

tica na folha de pessoal seria a principal alternativa para a Mesa sanar as dívidas com os funcionários. A injeção de um duodécimo mais robusto para o Poder Legislativo para o exercício de 2014 seria a segunda alternativa, mas o MP já estaria de olho na possível manobra. Quando a deputada Flávia Cavalcante (PMDB) assumiu o comando da Assembleia, ela revelou que a Casa possuía apenas R$ 600 mil em caixa; valor que não batia com as necessidades do Poder até o fim do ano. Após a descoberta do “rombo” um crédito suplementar foi negociado com o governo do Estado, situação que tinha ocorrido em outras oportunidades e na própria gestão de Vilela. Foi especulada a falta de acordo entre Executivo e Legislativo por conta da Mesa interina ser composta por partidos, PMDB e PT, de oposição a Vilela. TOLEDO PÕE FIM AO SILÊNCIO Após 60 dias afastado devido a Decisão do juiz Alberto Jorge e outros sete magistrados das 17ª e 18ª Vara de Maceió, o deputado e presidente da ALE, Fernando Toledo, falou por telefone com a reportagem do jornal Extra, na quinta-feira, 2/01, sobre seu retorno a Casa de Tavares Bastos. “Estou reunido com o setor de pessoal e financeiro para me atualizar sobre a situação da Assembleia. A

Fernando Toledo diz que a prioridade da Mesa Diretora é pegar o salário atrasado dos servidores

prioridade nesse retorno é o pagamento dos salários dos servidores e a aprovação de projetos importantes para o Estado”, garantiu Toledo. O presidente afirmou que tentará reunir os deputados para que na próxima semana os trabalhos voltem à normalidade. “Precisamos que as sessões ocorram para sanar os problemas.” Toledo preferiu não detalhar o prazo para o pagamento dos servidores e como a transação com o governo do Estado ocorrerá, pois a necessidade de um crédito suplementar é real.

SINDICATO Na edição do jornal Extra, 751, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Legislativo (STPLAL), Luciano Viera, disse que a última reunião com os Executivo foi vazia e nenhuma explicação plausível foi dada sobre o congelamento dos pagamentos. “Vamos travar a votação da LOA (Lei Orçamentária Anual) e outros projetos de importância para o Governo do Estado que aguarda votação na Casa, entre eles o do Plano Plurianual (PPA) e a alteração em uma lei

para que o Estado receba os recursos de um empréstimo contraído junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento”, garantiu o sindicalista. Outros servidores afirmam que uma possível trégua entre pessoas ligadas ao movimento de paralisação da ALE e a Mesa Diretora está sendo negociada para que a Casa volte à normalidade na próxima semana. “A Assembleia parada é um prejuízo para os trabalhadores e para todo Estado”, garantiu um aposentado.


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 IRRESPONSABILIDADE

Usina nuclear em Alagoas é uma ameaça para população e o Rio São Francisco Com risco de acidente, praticamente toda Alagoas e estados vizinhos seriam contaminados CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

A

energia nuclear atravessa um período crítico. Como resultado dessas inquietações e incertezas, está em curso uma reavaliação, em grande número de países, sobre o futuro da sobrevivência e do uso de reatores nucleares para geração de eletricidades. O problema que está para acontecer é uma possível instalação de uma usina nuclear no município sertanejo de Alagoas, Piranhas. Projeta-se até 2030 a instalação de quatro novas usinas nucleares sendo duas no Nordeste. Uma seria na cidade de Itacuruba no sertão pernambucano (480 km de Recife) como provável local para esta instalação a beira do Rio São Francisco. O que acabou gerando uma total repulsa dos moradores através de uma carta. O outro município é Piranhas (291 km de Maceió), em função da declaração pública do chefe do escritório da Eletrobrás/ Eletronuclear de Recife, apontando o município como o provável destino para a instalação da usina nuclear nordestina, as margens do Rio São Francisco. Após a declaração do coordenador regional no nordeste da Eletronuclear, Carlos Henrique da Costa Marins, alegando que Alagoas está apta a abrigar uma das 6 centrais nucleares previstas para o nordeste, um inquérito civil foi instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF) em Arapiraca/Alagoas para investigar o processo de instalação da usina nuclear. Um ofício foi enviado para a Eletrobrás/Eletronuclear solicitando informações sobre o andamento do projeto, e detalhes, como a localização exata das duas usinas nucle-

Deputado é contra instalação de usina. Já Elton Fireman disse que há vantagens e desvantagens

ares anunciadas pelo Governo Federal a serem instaladas no Nordeste, bem como a data prevista para o início da construção. O MPF solicitou ainda o esclarecimento de que forma as populações afetadas foram consultadas sobre a implantação da usina, como exige a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). DEPUTADO É CONTRA INSTALAÇÃO O Jornal Extra conversou com o deputado estadual Inácio Loyola (PSB), que é natural de Piranhas. Para a reportagem o parlamentar disse que é um absurdo a possível instalação da Usina na cidade. “É o maior absurdo, uma ideia criminosa, pois se pararmos pra analisar é um risco fatal para todos nós. O rio São Francisco é o maior manancial do Nordeste e não podemos deixar que ele seja afetado. Pois com a instalação irresponsável dessa usina muitos esta-

rão correndo risco de vida, pois qualquer contaminação que o rio venha a sofrer, a população também poderá ser afetada. Centenas de problemas foram revelados durante uma inspeção em usinas nucleares em funcionamento na União Europeia. A solução destes problemas custará 25 bilhões de euros, afirma o relatório, cujos excertos foram divulgados pela imprensa. Praticamente todas as 143 centrais nucleares europeias não podem ser consideradas totalmente funcionais e seguras, afirmam os peritos que conduziram a inspeção. Espera-se que a versão completa do relatório seja publicada na quinta-feira. Países como Rússia e França já apresentaram falhas em suas usinas. O deputado também comentou sobre a desativação de usinas na Europa. “Um país como o Japão, rico em tecnologias não consegue administrar os problemas que ocorrem nas

usinas de lá, imagine o Brasil ou especificamente Alagoas que não tem nenhuma tecnologia ou estrutura para conter um desastre. Vários países da Europa como a França e Rússia estão desativando suas usinas, aí porque o Brasil agora quer trazer para cá, é inaceitável e irresponsável essa instalação”. VANTAGENS E DESVANTAGENS Uma das alternativas energéticas disponíveis no mundo, a energia nuclear levantou diversas questões ao longo das últimas décadas com relação à sua utilização de forma segura. Ainda hoje a inauguração de centrais energéticas que se utilizam da energia termonuclear são cercadas de polêmica e protestos vindo de diversas correntes da sociedade, devido ao risco, sempre presente, deste tipo de energia escapar ao controle dos operadores e causar destruição e morte às áreas vizi-

nhas. No Brasil, temos em sua maioria usinas hidrelétricas, que utilizam a força das águas em movimento para a geração de energia elétrica Como todos sabemos, a energia nuclear é uma das alternativas energéticas mais debatidas no mundo: comenta-se, entre outros tópicos, se valerá a pena implementar centrais de produção nuclear ou se devemos apostar noutro tipo de energias que sejam renováveis, pois como sabemos a energia nuclear não é renovável, uma vez que a sua matéria-prima são elementos químicos, como ourânio, extraídos de minerais. Diante disso o Jornal Extra conversou com Elton Fireman, Doutor em Física e professor da Universidade Federal de Alagoas, que falou sobre as vantagens e desvantagens de uma usina nuclear. “A vantagem é que não emite CO2. Ao contrário do que muita gente pensa, a energia nuclear não é uma energia suja, os impactos ambientais causados pela deposição do resíduo radioactivo não são muito maiores que os impactos de uma hidroeléctrica. Se não usarmos uma usina nuclear, teremos substituto? Pois não temos cachoeiras suficientes para suportar uma hidrelétrica, esse é o problema. Mas o principal problema mesmo é o risco de acidente. Pois tem que ser bem analisado o local que a usina será instalada e também o local onde será colocado o lixo nuclear, que é a parte contaminada, que deve ficar no lugar bastante isolado. Não afetaria só o rio, mas atingiria quase o Estado todo. A região ficaria contaminada por muitos anos e os impactos do acidente iriam surgir aos poucos. Há vantagens e desvantagens para uma possível instalação”.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 -

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LÓGICA PETISTA

Governo segura novo documento antifraude Registro de Identidade Civil está previsto em lei de 1997, mas medida não sai do papel. Hoje, é possível ter 27 identidades com números diferentes, caminho para ocultar crimes e fraudes

P

revisto em lei desde 1997, não sai do papel há mais de 15 anos o chamado “RG Nacional”, o número único de identidades para todos os brasileiros. Hoje, é possível a um brasileiro ter identidades diferentes nos 26 estados e no Distrito Federal, um caminho aberto para crimes e fraudes. Um auditor da Receita Federal analisou o caso em estudo que mostra melhora da eficiência do governo e das políticas públicas caso a medida, chamada no Ministério da Justiça de Registro de Identidade Civil (RIC), estivesse em vigor, como manda a lei. A Lei 9.454, de março 1997, previa a criação do documento único um ano depois. A lei baixada no governo Fernando Henrique foi modificada em 2009 na gestão Lula. No ano seguinte, um projeto piloto previu emitir 2 milhões de identidades na Bahia, Rio de Janeiro e Distrito Federal. De acordo com reportagem publicada à época pela Folha de S. Paulo, esse plano custaria R$ 90 milhões, mas foram feitas apenas 14 mil identidades, das

quais só 54 são válidas hoje. Na prática, o projeto também não saiu do papel e passou a ser revisto em 2012, já no governo Dilma. E assim está até hoje, de acordo com ofício do Ministério da Justiça obtido pelo Congresso em Foco. “Não há definição de datas para emissão dos novos documentos RIC”, disse o coordenador do comitê do RG Nacional no ministério, Hélvio Pereira Peixoto, em documento de 6 de setembro deste ano. Motivo? “O projeto piloto foi interrompido e a reformulação (…) encontra-se em discussão”, explicou ele. A reportagem solicitou à assessoria do ministério a atual situação das discussões. Mas, até o fechamento desta reportagem, não obteve esclarecimentos. O auditor da Receita Álvaro de Sousa Almeida, de Salvador (BA), cobrou do governo um prazo para a implantação do sistema. Em entrevista ao Congresso em Foco, ele disse que, com a demora do estado e a falta de prazos, já recorreu ao Ministério Público na esperança de

Ministério da Justiça diz que projeto retomado por Lula e pelo ex-ministro Luiz Paulo Barreto foi interrompido para rediscussão

ver o RG Nacional nas mãos dos brasileiros. MUITOS DOCUMENTOS Ele é autor de um estudo que mostra a melhoria da eficiência do governo caso o RG tivesse sido implantado. De acordo com Álvaro Sousa, não é preciso discutir quais informações vão estar dentro do RG Nacional. Para o auditor, basta a criação do número único, para evitar o uso de vários documentos diferentes. De acordo com ele, no sistema atual,são necessários “muitos números para se identificar e muitos documentos para recorrer aos diversos órgãos públicos”. A burocracia custa caro, diz Álvaro. “Há de se estar atento ao custo invisível a que a sociedade está submetida e não sabe, é um custo

que compromete os esforços da economia e suga as forças da sociedade sem que ela se dê conta disso.” Ele defende que a Receita Federal seja a administradora do banco de dados. “Já se passou do momento em que a administração da informação dos órgãos públicos no Brasil seja algo partilhado, para atender interesses locais”, afirmou. Veja o vídeo que mostra como funcionaria o novo documento: VÁRIOS EM UM Em 2011, o governo chegou a anunciar a substituição do velho RG pelo novo documento de registro civil, semelhante a um cartão de crédito. O então ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e o presidente Lula chegaram a posar com cópias da nova

identidade que, segundo eles, dificultaria as falsificações. Com um chip, o documento reuniria diversas informações do cidadão, como altura, impressões digitais, entre outros dados, além de trazer novos itens de segurança, como uma marca d’água e a maneira como os dados são escritos no cartão. A expectativa, na época, era que a substituição seria feita de maneira gradual, terminando em 2019. Além de identificar o número do RIC, esse novo cartão também englobaria dados de outros documentos, como o RG, o CPF, o título de eleitor, o PIS (Programa de Integração Social), o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público), a Carteira de Trabalho e a Carteira Nacional de Habilitação.


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 BALANÇO

União repassou mais de R$ 6 bilhões para Alagoas em 2013

Valores são referentes aos primeiros meses do ano e incluem as transferências de FPE e FPM VERA ALVES

VERALVESS@GMAIL.COM

E

ntre janeiro e outubro de 2013, Alagoas recebeu mais de R$ 6 bilhões do governo federal, sendo que diretamente para o governo do Estado foram repassados, no período, R$ 2.526.116.834,19enquanto para os municípios foram destinados R$ 3.600.136.671,21 do total de R$6.126.253.505,40 enviados pela União e que incluem as transferências constitucionais de FPE (Fundo de Participação dos Estados) e FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Em convênios, o estado recebeu o montante de R$ 596.257.088,45. Do total de R$ 237.838.717.882,78 repassados pela União a todos os estados brasileiros nos 10 primeiros meses do ano, segundo o Portal da Transparência do governo federal (http://www.portaldatransparencia.gov.br) o governo de Alagoas foi o 11º no ranking das administrações estaduais, enquanto na esfera municipal ficou em 16º lugar. Em 2012, o governo federal enviou para Alagoas R$ 7.365.918.107,88, sendo R$ 2.950.607.973,32em repasses ao governo do Estado e R$ 4.415.310.134,56 para as administrações municipais. Principal programa social do governo federal, o Bolsa Família destinou a Alagoas

recursos da ordem de R$ 10.072.295,81, colocando o estado na 12ª posição no ranking nacional e que é encabeçado pela Bahia, que recebeu R$ 40.682.343,79. O menor repasse, no valor de R$ 606.533,27, coube ao Amapá. Em relação aos municípios, Maceió foi contemplado com o maior volume de recursos no período, um total de R$ 843.651.140,12, sendo que o maior valor foi para a rubrica 8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta Complexidade, que recebeu um montante de R$ 306.340.874,5, tendo como principal favorecido o Fundo Municipal de Saúde, contemplado com R$ 159.902.622,35. Entre janeiro e outubro, a capital recebeu de FPM um total de R$ 236.943.269,01. Arapiraca, segunda cidade alagoana com maior volume de recursos federais, recebeu R$ 224.028.352,01, seguida por Coruripe (R$ 77.815.283,60), Palmeira dos Índios (R$ 77.520.793,70) e União dos Palmares (R$ 64.542.383,51). Os municípios com menor repasse durante o período foram Jundiá (R$ 8.383.728,32), Mar Vermelho (R$ 8.109.240,40) e Pindoba (R$ 7.159.776,47). CONVÊNIOS No que diz respeito aos convênios que tiveram re-

GASTOS DO ESTADO POR FUNÇÃO ADMINISTRACAO

R$ 1.150.041.440,47

ENCARGOS ESPECIAIS

R$

900.648.388,14

EDUCACAO

R$

840.490.569,72

SEGURANCA PUBLICA

R$

828.451.388,27

SAUDE

R$

734.619.145,22

JUDICIARIA

R$

364.193.469,71

SANEAMENTO

R$

288.446.059,33

PREVIDENCIA SOCIAL

R$

247.810.865,63

LEGISLATIVA

R$

211.581.079,99

ESSENCIAL A JUSTICA

R$

135.190.640,46

TRANSPORTES

R$

131.521.457,59

AGRICULTURA

R$

102.980.733,97

CIENCIAS E TECNOLOGIA

R$

52.624.242,09

DIREITOS DA CIDADANIA

R$

32.303.090,79

ASSISTENCIA SOCIAL

R$

32.115.252,41

COMUNICACOES

R$

27.348.094,61

HABITACAO

R$

18.397.000,78

GESTAO AMBIENTAL

R$

16.147.967,52

CULTURA

R$

10.348.049,47

COMERCIO E SERVICOS

R$

8.620.977,52

INDUSTRIA

R$

6.650.963,39

DESPORTO E LAZER

R$

4.482.974,18

TRABALHO

R$

4.393.303,24

URBANISMO

R$

1.847.950,20

ORGANIZACAO AGRARIA

R$

382.637,80

ENERGIA

R$

39.723,00

cursos recebidos pelo Estado em 2013, Alagoas recebeu da União o montante de R$ 167.757.406,30 destinados à continuidade das obras do Canal Adutor do Sertão, enquanto para o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educa-

ção) foram repassados R$ 321.859.820,27. Na área de segurança, foram repassados pelo Ministério da Justiça R$ 10.594.147,31, sendo que R$ 5.179.402,61 foram destinados ao policiamento comunitário. Os valores dizem respeito apenas ao repasse de recursos e não envolvem a entrega de equipamentos,

viaturas e armas dentro do programa Brasil Mais Seguro. Ainda no quesito segurança, o estado recebeu da União, através da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos (Secretaria da Mulher), recursos da ordem de R$ 1.126.335,60 para a proteção a pessoas ameaçadas.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014-

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BALANÇO

Gastos do governo Com um orçamento de R$ R$ 6.151.677.465,50, o governo do Estado gastou R$ 1.150.041.440,47 com a folha de pessoal, manutenção de secretarias e órgãos públicos, seguido de encargos especiais – aí incluídos o pagamento das dívidas interna e externa – no montante de R$ 900.648.388,14. A terceira maior despesa, no valor de R$ 840.490.569,72, foi com a área de educação, ficando a segurança na quarta posição em termos de gastos, num montante de R$ 828.451.388,27 e seguida pela saúde, com a qual o Estado teve gastos de R$ 734.619.145,22. De acordo com o Portal da Transparência Ruth Cardoso, energia foi o setor dos 26 listados onde houve menor investimento por parte do governo estadual e no qual foram aplicados R$ 39.723,00. A assistência social e a habitação ocupam, respectivamente, as 15ª e 17ª posições com investimentos de R$ 32.115.252,41 e R$ 18.397.000,78. No que diz respeito à segurança, área apontada como a mais problemática pelos alagoanos, o maior volume de recursos - R$ 351.221.445,11- foram apli-

cados na Polícia Militar com o pagamento de salários, diárias e alimentação. Em seguida, vem a Polícia Civil, com a qual foram gastos R$ 132.648.856,85 e, na sequência, a Superintendência Geral de Administração Penitenciária, que teve gastos de R$ 93.961.499,18. O menor aporte, no valor de R$ 200.267,26, foi para o Fundo Especial de Segurança Pública do Estado de Alagoas. MUNICÍPIOS RECEBERAM R$ 611 MI EM IMPOSTOS O Estado repassou este ano em impostos aos 102 municípios alagoanos um total de R$ 611.158.913,07, sendo que a maior parte dos recursos –R$ 534.018.753,39 – é proveniente do ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação). Na segunda colocação em termos de repasse, está o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), do qual foram distribuídos R$ 67.958.054,55 aos municípios. Em royalties, foram repassados

REPASSES DO BOLSA FAMÍLIA BAHIA SÃO PAULO MINAS GERAIS CEARÁ PERNAMBUCO MARANHÃO PARÁ RIO DE JANEIRO PARANÁ RIO GRANDE DO SUL PARAÍBA ALAGOAS PIAUÍ GOIÁS RIO GRANDE DO NORTE AMAZONAS SERGIPE ESPÍRITO SANTO MATO GROSSO SANTA CATARINA MATO GROSSO DO SUL TOCANTINS DISTRITO FEDERAL RONDÔNIA ACRE RORAIMA AMAPÁ R$ 7.804.692,66 e R$ 1.377.412,47 do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) Mas o Estado arrecadou em 2013 menos ICMS

R$ 40.682.343,79 R$ 37.314.313,83 R$ 33.976.832,68 R$ 28.471.007,02 R$ 24.894.017,35 R$ 18.743.266,79 R$ 17.961.827,22 R$ 17.840.656,43 R$ 15.619.522,52 R$ 13.819.012,54 R$ 11.063.017,62 R$ 10.072.295,81 R$ 9.925.883,55 R$ 9.844.202,37 R$ 8.713.021,46 R$ 7.885.896,11 R$ 6.750.823,16 R$ 5.880.155,30 R$ 5.666.066,27 R$ 5.262.640,78 R$ 4.254.472,91 R$ 3.780.414,14 R$ 3.264.497,53 R$ 3.126.578,63 R$ 1.623.971,26 R$ 1.406.237,18 R$ 606.533,27 do que estimava, foram R$ 2.411.248.556,66 contra os R$ 2.680.087.693,00 previstos no orçamento, além de R$ 57.718.949,84 do ICMS vinculado ao Fecoep (Fundo

Estadual de Combate à Pobreza) e que é formado por uma alíquota extra de 2% do imposto sobre produtos como gasolina, etanol e a energia elétrica.


14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Pesquisas eleitorais devem ser registradas a partir de agora Exigência legal oi aprovada no dia 17 de dezembro, quando o pleno do TSE aprovou seis resoluções gerais para 2014 DA REDAÇÃO

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esde o dia 1º de janeiro, entidades ou empresas que fizerem pesquisas eleitorais devem registrar as informações previstas, conforme prevê calendário eleitoral de 2014. No Tribunal Superior Eleitoral devem ser registradas apenas as pesquisas de candidatos a presidente da República. Os levantamentos sobre os cargos de governador, senador, deputado federal, deputado estadual e distrital serão registrados nos tribunais regionais eleitorais. A exigência foi aprovada no último dia 17 de dezembro, quando o pleno do TSE aprovou seis resoluções gerais para 2014. O advogado eleitoral Dyogo Crosara explica que o objetivo deste registro é dar publicidade às informações prestadas e

permitir a fiscalização pelos partidos e pelo Ministério Público Eleitoral. “As informações e os dados registrados no Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais ficarão à disposição de qualquer interessado por 30 dias nos sites dos tribunais eleitorais”, acrescenta. Ao fazer o registro, é obrigatório que a empresa ou entidade divulgue quem contratou o levantamento, valor e origem dos recursos usados no trabalho, nome de quem pagou pela realização do trabalho, metodologia e período de realização da pesquisa, plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução e nível econômico do entrevistado, intervalo de confiança e margem de erro.

“Levando em conta a grande repercussão das pesquisas eleitorais, é essencial que tenham todas estas informações detalhadas. Tais levantamentos são um instrumento importante no processo eleitoral, por isso devem ser trabalhados de forma séria e competente”, opina Crosara. Ainda de acordo com o calendário eleitoral, a partir de 1º de janeiro fica proibida a distribuição gratuita de benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior. Além disso, estarão vedados os programas sociais executados por entidade nominalmente vinculada a candidato ou mantida por ele, ainda que autorizados em lei ou em execução orçamentária no exercício anterior.


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ELEIÇÕES 2014

TSE se reúne para analisar irregularidades junto com Ministério Público Eleitoral

Ano de eleições começa com restrições para agentes públicos Autoridades já ficam proibidas de distribuir bens. Presidente do TSE diz que atuará com ‘rédeas curtas’ para conter abusos. RENAN RAMALHO E PRISCILLA MENDES Do G1, em Brasília

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om as eleições para escolha de presidente, governadores, senadores e deputados no dia 5 de outubro, o ano de 2014 já começa com algumas restrições para agentes públicos, que vão se intensificando ao longo do ano. Quem descumprir as regras, fica sujeito a multa ou até mesmo perda da candidatura ou do cargo, se eleito, dependendo da gravidade. A partir do dia (1º) quarta-feira, autoridades já ficam proibidas de distribuir gratuitamente bens, valores ou benefícios, a não ser em casos de calamidade pública e emergência ou aqueles previstos em

programas sociais. Ações sociais de entidades vinculadas a candidatos, no entanto, também estão vedadas. A partir de 8 de abril, a administração pública já não poderá aumentar salários de servidores, a não ser para repor a inflação. Em 5 julho começam a valer a maior parte das restrições: fica proibido admitir ou demitir servidores, exceto para cargos comissionados (sem concurso). Aprovados em concursos homologados até esta data poderão ser nomeados. Funcionários do Poder Judiciário, Ministério Público e órgãos da Presidência também ficam fora da proibição. A três meses da eleição, a propaganda oficial também

será limitada. Governantes e representantes não poderão fazer publicidade de atos e programas, a não ser em caso de “grave e urgente necessidade pública”, após análise da Justiça Eleitoral. Também ficam liberadas propagandas de serviços e produtos que tenham concorrência no merca-

“Sem dúvida, eu vou atuar como sempre atuei, buscando manter as rédeas curtas, para não t ermos abusos” MARCO AURÉLIO MELLO, presidente do Tribunal Superior Eleitoral

do, como de bancos públicos, por exemplo. Só até julho poderá haver inaugrações de obras. Pronunciamentos em cadeia nacional de rádio e TV também são vedados. Agentes públicos que concorrem a novo mandato só poderão aparecer em propagandas e pedir votos a partir de 6 de julho; o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV começa em 19 de agosto. ‘RÉDEAS CURTAS’ Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Marco Aurélio Mello afirma que, sob seu comando, a Justiça Eleitoral deverá atuar sob “rédeas curtas” para conter abusos. “Sem dúvida, eu vou atuar como sempre atuei, buscando manter as rédeas curtas,

para não termos abusos”, disse Ele esclarece que as regras existem para manter o equilíbrio da disputa, de forma a evitar que quem esteja em cargos públicos leve vantagem. “[A norma] visa a um pleito equilibrado, eleições equilibradas, com possibilidade de disputa por todos os cidadãos que se apresentarem como candidatos”, diz. “Como as paixões estão exacerbadas, podem colocar em segundo plano a regência legal. É preciso, no entanto, que todos os candidatos estejam atentos à lei. Mais importante que isso é o eleito compreender o valor do voto. É unico, mas se soma a outros para eleger os representantes”. A fiscalização, explica, fica a cargo do Ministério Público Eleitoral e também dos adversários, que podem denunciar irregularidades à Justiça Eleitoral.


16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 MÃOS AO ALTO!

Estatuto do Desarmamento arma bandidos e encurrala cidadãos Cerca de 8 mil armas que circulam pelo país encontram-se irregulares MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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posse de armas de fogo no Brasil causa polêmica e tem sido debatida nos últimos anos por diversos setores. Desde a promulgação do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), a população brasileira foi estimulada a entregar armas que estavam sob sua guarda. Em 2004 o governo lançou uma primeira Campanha Nacional do Desarmamento, que, até outubro de 2005 recolheu cerca de 453 mil armas de fogo. Mas os números apontam para um dado importante: o país ostenta o título de campeão mundial em números de mortes por armas de fogo e com o agravante de que a maioria dos homicídios envolve armas ilegais, que, em parte, entram pelas fronteiras do país. A campanha pelo desarmamento continua, no entanto as opiniões de críticos e especialistas se dividem. Segundo o Ministério da Justiça, mais da metade das 16 milhões de armas de fogo que circulam pelo país não estão devidamente registradas no Sistema Nacional de Armas (SINARM). Das que estão, em 2010 havia 8.974.456 de armas de fogo com registro ativo. Já em 2012, o número passou para apenas 1.291.661. Com isso, 7.682.795 de armas encontram-se irregulares.

Na tentativa de colaborar com a causa, a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (ANIAM) vem propondo desde 2012 ao Ministério da Justiça auxílio para promover uma nova campanha de incentivo e renovação dos registros vencidos de armas de fogo. Outra contribuição da Associação é a cartilha“Mitos e Fatos”, que esclarece 10 mitos populares e os fatos baseados em matérias divulgadas nos últimos anos em grandes veículos impressos. “Este material promove uma desconstrução sobre diversas questões e lança um novo olhar sobre o foco que deveria ser observado nas políticas de segurança pública. Dentre eles, o combate à impunidade, uma política de segurança eficaz das nossas fronteiras, investimentos na área de treinamento de polícias civis e militares, entre outras providências”, diz trecho do documento. A ANIAM também produziu o gibi “Turma Legal”, direcionado às crianças. REVOGAÇÃO Defensor da revogação do Estatuto do Desarmamento, o professor Sebastião Palmeira argumenta que o estatuto aumenta a criminalidade, pois os bandidos não precisam de porte de arma para usar pistolas, fuzis, metralhadoras e explosivos. “Desarmar a população é um ato de covardia, porque a po-

Judson Cabral é favorável ao desarmamento e acredita no dialógo

Welton Roberto pede cautela quando se fala em desarmamento

pulação é presa mais fácil”, criticou ao acrescentar que o cidadão não pode ter arma, mas o bandido consegue com facilidade, através do contrabando. Ainda de acordo com Palmeira, ter porte de arma exige muita burocracia. “Para ter uma arma registrada, tem que antes passar por exame psicotécnico, provas escrita e de tiro na Polícia Federal, pagar uma taxa e deixar em casa. E ainda há caso em que o pedido é indeferido”. Para ele, o Estatuto do Desarmamento é inconstitucional e fere o instituto milenar da legítima defesa. Portanto, deve ser revogado urgentemente. Palmeira mostra que o problema da violência não está no uso da arma pelo cidadão que tem uma para se defender e a família. Para ele, uma das causas é a redução de policiais nas ruas. Em Maceió, diz, quando a população era de 500 mil pessoas o efetivo ficava em torno de 16 mil homens, agora, em uma população estimada em 1 milhão são apenas 7 mil e desses, 2 mil vão para reserva, 3 mil estão distribuídos e restam apenas 2 mil para defender o povo. “Rendem policiais, espancam, executam em praça publica e apesar da carência de quase 10 mil homens o governador não promove concurso. Só existe bandido bem sucedido porque os nossos governantes são fracos, omissos, despreparados e medrosos.”


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As colocações do professor Sebastião Palmeira sobre o assunto rendem elogios pelo Brasil a fora. A exemplo do artigo publicado no jornal Extra de Alagoas, no dia 3 de dezembro, com o título “Revoguem o Estatuto do Desarmamento”, onde o vice-presidente institucional da Aniam, Salesio Nuhs, disse que a leitura é equilibrada e coerente e inspira uma discussão em alto nível. ”Alegro-me muito em ver uma opinião livre de pré-conceitos e demagogias, que realmente contribua para uma visão mais ampla sobre o assunto”, relembra Salesio de que 63,94% dos votantes (59.109.265 eleitores) decidiram há oito anos, em referendo, que o comércio de armas de fogo e munições não deveria ser proibido. “No entanto, o governo, de forma arbitrária,

impôs regras mais rígidas e burocráticas para a comercialização e registro de armas e munições, ferindo até mesmo o direito de seus cidadãos a legítima defesa.” Salesio criticou que o Brasil realizou um caro e desnecessário referendo, indagando da população se deveria, ou não, ser proibida a venda legal de armas e munições. Os brasileiros disseram não à tentativa de proibição, mantendo o direito legítimo de optar entre comprar, ou não, uma arma para ter em casa. “Naquela época, deixamos claro que não defendíamos que a população se armasse, nem que todos andassem armados nas ruas. Defendemos o direito de liberdade do cidadão, livre e conscientemente, poder adquirir uma arma, para ter em casa ou portar, respeitando as nor-

- MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 -

Professor Sebastião Palmeira diz que Estatuto é inconstitucional

mas legais”, esclareceu o vice-presidente da Aniam. O advogado criminalista, Welton Roberto, disse que é preciso cuidado quando se fala sobre o assunto. Para ele, o bandido sempre vai ser o fora da lei e adquirir armas de forma irregular.

“Há uma visão de que o cidadão desarmado não comete crime, o que não é verdade. Qualquer pessoa pode a vir a cometer. Sou a favor pela legalização do porte de arma, desde que haja um controle de quem vai portar”, afirmou Welton Roberto.

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Para ele, não é a legislação que vai mudar o número da violência. “Acredito que o cidadão dentro de casa deve ter sim sua arma, mas é preciso ter cuidado com as crianças e com quem vai manusear”, ponderou o advogado. O deputado Estadual (PT) Judson Cabral também é favorável ao desarmamento, pois não acredita que os problemas de violência podem ser resolvidos com arma. “A sociedade precisa ser protegida. Não vejo vantagem nisso e nem todo mundo está preparado para portar armas. Sou favorável a uma polícia preparada e armada para combater bandidos armados com melhor aparelhamento que a própria polícia”, afirmou o deputado ao acrescentar que acredita no dialogo e que não tem e nem quer ter arma.


18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 CRIME EM VIÇOSA

Dois anos depois acusados ainda não foram a julgamentos Temendo impunidade, familiares de modelo assassinado Eric Ferraz , realizaram ato por justiça CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

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dor de um pai em perder um filho é irreparável. Edglemes Santos vive essa situação há dois anos, pelo fato de ter perdido seu filho, o modelo Eric Ferraz, brutalmente assassinado no dia 01 de janeiro de 2012, em pleno réveillon na cidade de Viçosa por conta de uma discussão. Diante disso o pai e outros familiares realizaram um ato na orla lagunar de Marechal Deodoro durante todo o dia da segunda-feira (30). Os acusados pelo crime são os irmãos Judarley Leite de Oliveira e Jaysley Leite de Oliveira , que era policial civil. O Jornal Extra conversou com Edglemes que explicou o objetivo da manifestação na orla de Marechal Deodoro, cidade onde Eric morava com a família. “Não quero que o assassinato de meu filho fique impune, realizamos esse ato com o propósito de chamar a atenção da justiça. Temos muito receio de que ocorra impunidade, como já houve em outros casos”. Edglemes explicou também que outra reivindicação cobrada no ato foi o desaforamento do caso. “Queremos que o julgamento seja em Maceió, pelo fato da família dos acusados ter grande influência em Viçosa. Eles também tem histórico de violência, o que pode amedrontar os jurados, pois se não vão acabar dizendo que meu filho se matou”. O CRIME Éric Ferraz foi assassinado em 1º de janeiro de 2012, du-

Cruzes foram colocadas na areia da praia, simbolizando assassinatos que ocorreram no Estado

Irmãos são acusados de matar o modelo há dois anos no reveillon de Viçosa

rante uma festa de réveillon ocorrida na cidade de Viçosa, zona da mata de Alagoas. O modelo teria se envolvido numa discussão e acabou sendo atingido nas costas por disparos de arma, efetuados por Judarley. Um irmão do acusado, o policial civil Jaysley Leite de Oliveira também está preso por envolvimento no crime. O juiz titular da comarca de Viçosa, Luciano Andrade de Souza, manteve a prisão de Jaysley de Oliveira e decidiu pronunciar o réu, que será submetido a júri popular pelo assassinato. Segundo o juiz, a prisão do acusado será mantida, por entender que ainda persistem motivos ensejadores para medida. Na denúncia do Ministério Público, recebida em 31 de janeiro de 2012, Jaysley Leite, efetuou disparos, em local público, contra Eric Alexandre dos Santos. Outra vítima, Érica Ferreira da Silva, teria sofrido um tiro por erro na execução.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Os políticos e as promessas

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erminou o ano e também o primeiro de administração de mais de cinco mil prefeitos brasileiros. Se for feito um balanço dos resultados positivos da maioria, vamos nos deparar com um verdadeiro desastre. No somatório vamos encontrar de tudo: incompetência, irresponsabilidade, descaso com o interesse público e também muita desonestidade. Se há algum que não se enquadre em pelo menos um dos índices citados confesso que não conheço. Eleição é sempre a mesma coisa, independente da cidade. Centenas de candidatos fazendo de tudo para ganhar os votos dos eleitores. Prometer faz parte das propostas eleitorais desses candidatos, mas como avaliar quais promessas são viáveis à execução e quais são apenas formas de encantar o eleitor? Não é novidade que o povo está cansado de ouvir promessas. Porém, é de suma importância que nós, eleitores, tenhamos a mínima noção do que está sendo proposto e do que realmente é verdade o que aquele candidato está falando. Trocando em miúdos, durante as campanhas, inúmeros candidatos prometem que irão fazer coisas, que se cada um deles conhecesse um pouco das suas futuras atribuições, existiria a possibilidade de não iludir os eleitores com promessas impossíveis de cumprir. E o pior que ao assumir e não cumprir tratam de por a culpa na “herança maldita”, que se perpetua meses e chegam a fazer aniversário, como pano de fundo da incompetência e da falta de eficiência para faze-lo. O maior responsável por isto são as negociatas partidárias e as escolhas equivocadas de pessoas que até ajudaram a eleger, mas que por serem incompetentes o que fazem mais é atrapalhar. E quando questionamos o porquê os políticos brasileiros não cumprem suas promessas de campanha, a resposta é simples: por mais boa vontade que os eleitos tenham, prometem coisas impossíveis de cumprir, ou seja, é inviável, prometer aquilo que não vai acontecer, por exemplo, a construção de hospitais, obras necessárias mas de custos elevados, qualidade na Educação e bom atendimento na Saúde. Quando assumem chegam a piorar os índices de avaliação escolar e alguns deixam até que faltem receituários para prescrever os medicamentos que também não existem. Há uma PEC em tramitação no Congresso Nacional pela qual o Poder Executivo (nas esferas municipal, estadual e federal) será obrigado a elaborar e cumprir um plano de metas com base nas propostas da campanha eleitoral, que sendo aprovada poderá trazer consequências para esse bando de enganadores.. A matéria, mas conhecida como PEC da Responsabilidade Eleitoral, também prevê a inelegibilidade, por oito anos, para quem descumprir a determinação sem justa causa. Atualmente, as campanhas eleitorais são pautadas pelos marqueteiros. Que elaboram propostas de sonhos, quando deveriam se basear no orçamento que aquele candidato terá para executar o que foi prometido. O objetivo principal da PEC é o de qualificar as discussões em período eleitoral. Na maioria das vezes os candidatos fazem promessas fantasiosas. São propostas que não se convertem em realidade, pois não passam de mera ficção para enganar os bestas dos eleitores.

No mínimo esquisito As redes sociais comentaram, mas a imprensa local esqueceu de abordar um fato curioso na derrubada do veto do prefeito de Maceió ao aumento do duodécimo da Câmara de Vereadores. Pareceu-me muito estranho o encaminhamento dado pelo líder do governo, vereador Eduardo Canuto, em apoio à derrubada do veto, enquanto que a combativa e ética vereadora Heloisa Helena (integrante da oposição) se posicionava contraria a manutenção do imoral e escabroso aumento pretendido pela maioria dos vereadores. Se é ilegal, se fere os princípios morais, cabe ao prefeito fazer valer o respeito à coisa pública e recorrer ao Judiciário. Não o fazendo vai ficar no ar um cenário de completa desconfiança.

Quando o ano começar Passado o “Pão e Circo” de réveillon, quando passar a farra dos festivais de verão, o carnaval com a volta do “pão e circo fantasiado”, será que o ano vai começar? Vai coisa nenhuma, porque ai já se começa a pensar no São João e seus “arraiás” e lá vem o Natal para se pensar e novo réveillon e pipocar de fogos queimando o nosso suado e sacrificado dinheirinho arrecadado via impostos e taxas abusivas. Tudo isso para substituir escola de qualidade, saúde digna para o pobre e respeito à coisa pública. Entra ano e sai ano e eles não aprendem absolutamente nada. Parece que foram feitos todos na mesma forma.

Renan devolveu, mas errou O presidente do Senado, Renan Calheiros, divulgou no decorrer desta semana uma nota à imprensa acerca da devolução aos cofres públicos de quantia referente ao uso de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Segue a nota: O presidente do Senado, Renan Calheiros, recolheu aos cofres públicos, nesta segunda-feira (30), a quantia de R$ 27.390,25. O valor se refere ao uso da aeronave em 18 de dezembro entre as cidades de Brasília e Recife e foi calculado pela Força Aérea Brasileira (FAB). O pagamento foi feito via Guia de Recolhimento da União (GRU). A devolução não o redime do erro cometido, porém como duvidei que ele devolvesse tenho a obrigação ética de publicar o fato.

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Para refletir: “Falo pelos que não falam...grito pelas bocas mudas...estou além da mortalha , da mentira e da mordaça” ( Ledo Ivo).

Resolve, mas não muito A preocupação com o abuso do poder econômico nas campanhas eleitorais, assunto atualmente discutido inclusive pelo Supremo Tribunal Federal (STF), vem inspirando iniciativas legislativas no Congresso. Em resposta ao problema, projeto do senador Jorge Viana (PT-AC), que já se encontra pronto para votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), fixa limites de gastos para os candidatos com base nas despesas realizadas na eleição imediatamente anterior ao da vigência da lei. Para os cargos de presidente da República, governador de estado e do Distrito Federal, prefeito e senador, como previsto na proposta o teto corresponderá à média dos gastos declarados na prestação de contas dos dois candidatos mais votados na correspondente circunscrição eleitoral. Um deputado federal terá como limite a média dos gastos declarados na prestação de contas dos candidatos eleitos para a Câmara dos Deputados na correspondente unidade da Federação. Cada deputado estadual e vereador, por sua vez, ficariam autorizados a empregar recursos correspondentes à média dos gastos declarados pelos candidatos eleitos para a correspondente Casa Legislativa. Resta uma pergunta: e os gastos “por baixo dos panos”? Estes ninguém pode controlar e são os mais perversos e imorais.

Eles erram, o povo paga Um presente de fim de ano para a população. A partir do dia 06 de janeiro, a linha de ônibus Salvador Lyra/Ponta Verde/Via Expressa (602-A), operada pelas empresas Cidade de Maceió LTDA e Auto Aviação Nossa Senhora da Piedade, será suspensa. A ordem foi do Tribunal de Justiça de Alagoas através do desembargador James Magalhães. Segundo entendimento do magistrado, a criação da linha, em dezembro de 2012, não passou pelo processo de licitatório necessário. É de se acreditar que faltou ao desembargador tempo suficiente para julgar o processo, muito embora nada tenha de complicado. Faltou tempo também para ler melhor a legislação pertinente e saber que o interesse público está acima de tudo. Por que simplesmente não punir os infratores, os irresponsáveis que deixaram de proceder a licitação? Mas é assim para a Justiça e é assim na vida: sobra sempre para o mais fraco.

Feliz Ano Novo...é possível? Com a chegada de 2014 aproveito a oportunidade para desejar aos meus queridos leitores um ano melhor, com mais justiça social, mais responsabilidades dos governantes e mais respeito ao povo pelos políticos, esses que nos envergonham e fazem do Brasil o país da corrupção. Se Deus permitir continuarei aqui nesta minha trincheira de luta, enaltecendo os bons de coração e os que promovem a cidadania e a justiça , perseguindo implacavelmente os corruptos, os maus, os criminosos da dignidade e da dor daqueles que mais precisam. Nós podemos sim fazer um ano melhor, basta querer fazer. Faço da minha atividade de jornalista um sacerdócio, como sempre o fiz. E sigo as lições do nosso poeta Lêdo Ivo: “Falo pelos que não falam... grito pelas bocas mudas... estou além da mortalha, da mentira e da mordaça”.


20 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014

ARTIGOS

Novos quocientes eleitorais em Alagoas MAURÍCIO COSTA ROMÃO*

O Congresso Nacional promulgou em dezembro (5/12) decreto legislativo que susta os efeitos da Resolução nº 23.389 do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), de 9 de abril do corrente, na qual esta Corte, com base em atualização populacional, redefinia para a próxima eleição o número de deputados federais e estaduais. Dessa forma, ficam mantidos os tamanhos das atuais bancadas dos deputados federais e estaduais no pleito de 2014. É oportuno mencionar que a anterior decisão TSE impactava adicionalmente nos quocientes eleitorais (QE) dos estados afetados, aumentando-os naqueles que teriam suas vagas legislativas reduzidas e diminuindo-os naqueles que seriam beneficiados com mais vagas. Agora, com o mesmo número de cadeiras dos Parlamentos, os QE serão modificados apenas em função das demais variáveis que lhes são determinantes: eleitorado, abstenção ou votos apurados, votos em branco e votos nulos e, consequentemente, votos válidos. Dessas variáveis, a única que se conhece de antemão é o eleitorado. As outras, só depois do pleito. Definido o quantum de parlamentares pela Câmara Federal, e já utilizando dados atualizados do TSE para o eleitorado de 2013, foi possível (vide texto “Metodologia para estimativas de quocientes eleitorais”, disponível no blog do autor), projetar os seguintes quocientes eleitorais para o próximo ano em Alagoas: (1) Deputado federal (ban-

cada com nove parlamentares): QE de 156.697 votos válidos (em 2010 o QE oficial foi de 157.261). Se fosse mantida a Resolução do TSE, reduzindo a bancada para oito parlamentares, o QE atingiria 176.284 votos válidos. (2) Deputado estadual ( Assembléia com 27 parlamentares): QE de 53.202 votos válidos (em 2010 o QE foi de 52.795). Se mantida a Resolução do TSE, diminuindo o número de deputados estaduais para 24, o QE seria de 59.852 votos válidos. Devido aos protestos de rua do meio do ano, é muito provável que a alienação eleitoral (abstenção + votos em branco + votos nulos), que já foi, em Alagoas, de 32,7% para deputado federal e de 30,1% para estadual, em 2010, vá aumentar. Se isso ocorrer, os votos válidos vão diminuir e, consequentemente, os quocientes eleitorais vão baixar na mesma proporção, dadas as vagas parlamentares. A trajetória dos quocientes eleitorais dos estados é normalmente ascendente de eleição para eleição. Este caso atípico de Alagoas, em que se projetou um QE menor para deputado federal em 2014, foi resultante da recente diminuição do eleitorado do estado detectado pelo IBGE. De qualquer forma, note-se que os QE estimados para os cargos federal e estadual sofreriam incrementos adicionais de 12,5% caso a revisão do quantitativo de deputados determinada pelo TSE prevalecesse. Quer dizer, os partidos e coligações alagoanos poderiam defrontar-se com uma perversa combinação em 2014: menos vagas parlamentares disponíveis e maior barreira de acesso aos Legislativos. Maurício Costa Romão, Ph.D. em economia, é consultor da Contexto Estratégias Política e Institucional, e do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau. mauricio-romao@uol.com.br.

O frango nosso de cada dia e 3,5 milhões de empregos JOÃO GUILHERME SABINO OMETTO*

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mbora se mantenha como o maior exportador e terceiro produtor mundial de carne de frango, o Brasil precisa fazer imenso esforço para evitar a repetição da crise do setor em 2012, a mais grave de sua história, que culminou com o sacrifício de dez mil postos de trabalho. Porém, a julgar pelos dados e preocupações da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), persistem as dificuldades: fortes oscilações nos preços dos insumos, cujos preços dispararam no ano passado; o câmbio sobrevalorizado, que cria ambiente desfavorável ao fechamento dos contratos de exportação; as deficiências na infraestrutura, limitando os canais de escoamento da produção; e os obstáculos para pequenos produtores na obtenção de crédito, impedindo a automação das granjas. São essas algumas das principais causas dos problemas, cujo resultado mais visível é a possível queda de produção no último trimestre de 2013, podendo chegar a até 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. Cabe lembrar que, em 2012, já se observara recuo, no acumulado do ano, de 3,17% em comparação a 2011. É nítida a necessidade de ações eficazes do poder público no sentido de contribuir para evitar a desestruturação de uma atividade relevante para a economia brasileira e o mercado de trabalho. Não se deve ignorar, ainda, o significado de apoiar os segmentos exportadores neste momento em que a balança comercial apresenta um de seus piores desempenhos na década. As estatísticas macroeconômicas mostram que a avicultura nacional é sólida e organizada, conseguindo manter-se muito dinâmica, mesmo em meio aos obstáculos. Esse é mais um ótimo motivo para que receba o devido apoio. O Brasil, com 12,6 milhões de toneladas (2012), responde por 15% da produção global de carne de frango, atrás somente dos Estados Unidos e China. A presença de um forte sistema cooperativista e os 3,5 milhões de empregos mantidos pelo setor mostram o alcance de sua importância social e inclusão de elevado número de famílias no mercado de consumo. Ademais, o valor bruto da produção foi de R$ 42 bilhões em 2012, e há efetivo potencial de crescimento. Maior exportador, com 35% do total mundial, o País colocou 3,9 milhões de toneladas no mercado internacional em 2012, o que posiciona o produto como o terceiro da pauta do

agronegócio brasileiro no comércio exterior. A invejável performance deve-se, dentre outras razões, à reconhecida qualidade, que se reflete na redução de barreiras sanitárias, e ao baixo custo da produção ante a maioria dos concorrentes. Neste aspecto, cabe um alerta: em 2002, o País produzia com uma vantagem de 30 centavos de dólar por quilo do animal vivo em relação aos Estados Unidos. A diferença, agora, com os produtores norte-americanos é de apenas 0,05 centavos de dólar e nossa competitividade está praticamente nivelada à da Tailândia — país que vem se destacando nesse mercado. É necessário reverter a tendência de redução do crescimento das exportações, indicada por inexoráveis números: de 2001 a 2004, as vendas externas cresceram 24,5%; de 2005 a 2008, 10,6%; porém, de 2009 a 2012, só 2,6%. A queda de participação nos últimos quatro anos no comércio exterior fez com que o setor deixasse de gerar 94 mil empregos e receita adicional de US$ 1,65 bilhão. As estimativas são de que poderemos deixar de criar 103 mil empregos na cadeia avícola até 2020, se não houver uma virada do jogo. Para isso, é necessário mitigar os custos da produção e dos investimentos, o que passa pela redução da carga tributária, barateamento dos fretes e operações portuárias, aporte tecnológico e maior produtividade da mão de obra. Por outro lado, o frango é de extrema importância para a mesa dos brasileiros, que consumiram 9,1milhões de toneladas em 2012 (45 quilos per capita/ano, contra 13 quilos na média global). O mercado interno, aliás, é visto pelo próprio segmento como o grande vetor do incremento da produção nos próximos anos. Carne apreciada pelo paladar nacional, reconhecidamente saudável e de alto valor nutritivo, sua oferta tem respondido satisfatoriamente à expansão da demanda gerada pelo aumento da renda e crescimento populacional. Precisamos, portanto, preservar e contribuir para o constante avanço dessa fonte de proteínas e mão de obra intensiva. O Brasil ainda não pode “cantar de galo” pela sua inserção no mercado internacional. É preciso ser realista e reconhecer que lhe falta inovação, possibilitar melhor logística para escoar a produção e crescer ainda mais em qualidade. *João Guilherme Sabino Ometto, engenheiro (EESC/ USP), é presidente do Conselho de Administração do Grupo São Martinho, vice-presidente da Fiesp e coordenador do Comitê de Mudanças Climáticas da entidade.


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ARTIGOS

Normal uma ova... JORGE MORAIS jornalista

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emana passada, ao sair do Maceió Shopping, fui surpreendido por uma tentativa de “arrastão” que ameaçava acontecer naquele centro comercial. Um monte de vagabundos desceu a ladeira de pedra existente entre a Sococo e o prédio comercial da Norcon, em Mangabeiras, e invadiu o estacionamento daquele estabelecimento. Só não chegaram aos corredores, porque a ação dos seguranças e de alguns policiais civis foi rápida e determinada. Em alguns momentos, os seguranças conseguiam afastar os invasores e, em outros momentos, esses colaboradores do shopping eram encurralados e tentavam a todo custo fechar os portões externos. A sensação foi a pior possível. Mas, o

pessoal do bem conseguiu vencer essa batalha e os arruaceiros conseguiram fugir e ninguém foi preso no local. Na mesma hora, minha reação foi ligar para a Rádio Jovem Pan, e naquele instante, concedia uma entrevista o vice-governador José Thomaz Nonô. Ao ser chamado pelo apresentador Ildo Rafael, fiz o relato frio e verdadeiro do que estava ocorrendo. Para minha surpresa, fui interrompido pelo vice-governador que disse “se tratar aquela ação uma coisa normal, que vai acontecer sempre e ninguém vai poder evitar um fato como aquele”. Acrescentou, também, que “alguns relatos feitos pela impressa são sensacionalistas e que nem sempre os casos eram como estavam sendo ditos, mas que a partir do relato, poderia até vir a acontecer alguma coisa”. Disse, ainda, que se encontrava naquele instante no terraço do Sam’s Clube e que “não estava vendo nada daquilo que estava sendo

relatado”. Claro que o vice-governador foi muito infeliz nas suas palavras em relação aos fatos narrados. Primeiro, porque ele estava num local bem diferente da área de combate entre os seguranças do shopping e os delinquentes. Segundo, eu estava a 20 metros do local, acuado dentro do carro no estacionamento, e não exagerei em nada quanto ao meu relato. Acho que o José Thomaz Nonô, pessoa que tenho muito respeito, poderia muito bem ter contribuído com aquele momento, mostrando-se preocupado, aceitando a informação sem desdenhar, e poderia ter colaborado ao solicitar a sua assessoria um contato com as autoridades policiais para ajudar a tranquilizar a população que corria de um lado para outro entre os carros parados. É verdadeira, também, a informação de que alguns rapazes estavam marcando o encontro. Os seguranças foram mais rápidos e conseguiram abafar o movimento ainda na área de

estacionamento, contando com a ajuda de pessoas comuns, inclusive armadas de revólveres que passavam pelo local. Achei fora de propósito a fala do vice-governador, até porque o que acontece em São Paulo e outras cidades brasileiras, não pode servir de exemplo para ninguém. Com certeza, se não fizesse parte do governo ou fosse oposição a quem estivesse no Palácio dos Martírios, e tivesse passando pelo que passei, o vice-governador, pelo que conheço, diria: “Normal uma ova”... Não foi o que a gente ouviu naquele momento por parte de uma autoridade. Lamento, profundamente. Logo após o registro da tentativa de “arrastão”, algumas viaturas da polícia militar chegaram ao local, mas tudo já estava controlado. Helicópteros sobrevoaram a parte baixa da cidade, principalmente na área do shopping, para tentar localizar os meliantes que estão acostumados a amedrontar e aprontar naquela região, inclusive nas ruas paralelas.

só os animais racionais sorrimos e temos a consciência disso. Os filósofos socráticos tinham como certo a busca da felicidade como objetivo primeiro de vida, para dizermos do seu pensamento de forma bem simples. Mas, malgrado muitos hoje vejam no sorriso sinais reveladores do estado feliz, para o complexo pensamento socrático não seria assim de tanta simplicidade. Sócrates, segundo relato de Platão em a República, teria dito a Adimanto que os jovens “não devem ser amigos de rir, porquanto quase sempre que alguém se entrega a um riso violento, tal fato causa-lhe uma mudança também violenta”, ou seja, o riso excessivo, sem sentido, resulta em transformações do caráter. Eis porque acrescenta o Filósofo: “(...) não é admissível que se

representem homens dignos de consideração sob a ação do riso”. Assim, o riso moderado seria uma manifestação íntima da felicidade; jamais o sorrir despudorado. Há outros tipos de sorriso do qual se ocupam pensadores e poetas. O sorriso pode, por exemplo, ser revelação de estado de profunda tristeza, como em Antônio Vieira: “A tristeza quando é moderada faz chorar, quando excessiva, faz sorrir”. Ou revelará certo conformismo com os revezes da vida, como na ária RIDI PAGLIACCIO, de Ruggero Leoncavallo; ou será o sorriso nostálgico de Charles Chaplin (Smile); ou aquele de desencanto encontrado por Vinicius de Moraes (Soneto da Separação); ou ainda aquele morbidamente irônico do poeta paraibano Augusto dos Anjos

(Monólogo de uma Sombra). Em suma, o sorriso será sempre assunto candente. Abstraindo-me desses últimos tipos de sorriso, ou rejuntando-os todos, quando vejo pessoas que até pouco tempo digladiavam de forma até cruel e aética, massacravam-se moralmente, só não chegando às vias de fato por lhes restar alguma civilidade, ou faltar-lhes alguma coragem pessoal, quando vejo tais pessoas juntas, ridentes, simulando felicidade, intuindo eu que amanhã estarão novamente em campos opostos, engalfinhando-se, invadindo até a sagrada intimidade, recordo certamente aquela antiga lição de Sócrates; todavia, mais mundanamente lembro-me do vetusto adágio popular: “muito riso, pouco siso”.

O riso e o siso CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras.

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embro-me de, na adolescência, alguém ter-me dito que, segundo a miologia, o sorriso requer menos contratura muscular da face, portanto menos esforço, que a zanga, a raiva, o ódio. O riso é, então, o melhor para a conservação facial, bem como para todo o organismo humano. Por essas razões tão importantes, pensadores, poetas, escritores em geral, vêm-se ocupando através dos tempos, dessa reação exclusivamente humana. Afinal,


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SAÚDE PÚBLICA

ANS obriga planos a cobrir mais 37 drogas Medicamentos orais contra o câncer estão no rol de itens obrigatórios a partir deste mês

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partir de quinta-feira, (02) de janeiro, usuários de planos de saúde terão direito a receber 37 drogas orais indicadas para o tratamento de 56 tipos de câncer. Também poderão fazer uma série de exames genéticos para detectar risco de doenças hereditárias ou de câncer. As novidades constam do novo rol de procedimentos e exames obrigatórios aos planos de saúde, atualizado a cada dois anos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O novo rol é a base mínima de procedimentos que as operadoras de planos de saúde são obrigadas a fornecer aos seus beneficiários. As novas regras também incluem a obrigatoriedade da cobertura da radioterapia IMRT, em que o feixe de luz é modulado e atinge apenas as células doentes, preservando as sadias. Também está incluída a ampliação da indicação do PET -Scan de três para oito tipos de câncer. Esse exame de imagem é um dos mais modernos para monitoramento da doença. MEDICAÇÃO ORAL O fornecimento da medicação oral contra o câncer era uma das demandas mais antigas dos usuários de planos e dos médicos. Essas drogas funcionam como um tipo de quimioterapia,

são mais modernas, causam menos efeitos colaterais e podem ser administradas em casa, evitando gastos com internações hospitalares. Até o final de 2013, os pacientes tinham de recorrer à Justiça para ter direito ao tratamento com essas drogas. Agora, além das regras da ANS, uma lei aprovada em outubro também torna obrigatória essa cobertura pelos planos de saúde. A lei engloba todos os tipos de medicamentos e não apenas os 37 previstos no novo rol e passará a valer em maio deste ano. Os planos terão de pagar, por exemplo, o tratamento com capecitabina (Xeloda), indicada para o tratamento de câncer de mama metastático. Cada caixa custa em média R$ 2,5 mil. Também está garantida a obrigatoriedade do fornecimento de acetato de abiraterona (Zytiga), usado para câncer de próstata, que custa cerca de R$ 11 mil. O gefitinibe (Iressa), para câncer de pulmão, custa R$ 4 mil. “A ANS se adiantou à lei federal e já tornou obrigatório o fornecimento dessa medicação oral a partir de 2 de janeiro”, diz Karla Coelho, gerente de Atenção à Saúde da ANS. GENÉTICA A oferta de exames genéticos já era prevista, mas quase

nunca cumprida por falta de diretrizes que estabelecessem em quais casos os exames teriam de ser cobertos. Agora, a análise genética de 29 doenças específicas, entre elas a dos genes BRCA 1 e BRCA2 (que indicam risco aumentado de câncer de mama), está incluída no rol. Mas os exames só podem ser pedidos por médicos geneticistas - o que limita a sua abrangência, já que existem apenas cerca de 200 no Brasil. Para o advogado Julius Conforti, especialista em direitos dos consumidores de planos de saúde, apesar de o novo rol ser um avanço, ele chegou tardiamente e com limitações. “A inclusão da cobertura obrigatória para os quimioterápicos orais já deveria ter sido feita há pelo menos dez anos. Ampliar a cobertura

dos testes genéticos, mas estabelecer que somente geneticistas possam prescrevê-los tem quase o mesmo efeito de não incluí-los no rol”, avalia. Segundo Karla, a inclusão dos novos procedimentos ocorreu depois de uma série de reuniões com operadoras de planos, prestadores de serviços e órgãos de defesa do consumidor. Os consumidores tiveram grande participação nas contribuições: das 7.340 sugestões enviadas por meio de consulta pública, praticamente metade era de consumidores. MENSALIDADES Tornar obrigatória a inclusão de novas coberturas pelos planos de saúde pode ter um impacto direto nos valores das mensalidades dos planos, es-

pecialmente depois de um ano, quando é possível avaliar com precisão qual foi a sinistralidade dos planos nos últimos 12 meses. “Vamos acompanhar o impacto da medida nas mensalidades. Na última revisão, o impacto foi de 0,77%. Uma cirurgia por vídeo custa mais do que a convencional, mas reduz o tempo de internação”, diz Karla Coelho, gerente de Atenção à Saúde da ANS. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) disse em nota que deveria haver um ajuste imediato dos valores das mensalidades para compensar o aumento dos custos para as operadoras. Para a entidade, isso poderá agravar a elitização da saúde suplementar.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

CRB em novo tempo

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arcos Barbosa propõe para este novo biênio na presidência do CRB o mesmo pique administrativo dos dois últimos anos. Lembrando: o Galo é bi-campeão alagoano e ocorrendo mudança o torcedor fica na certeza de ser para melhor. Barbosa divide o mérito da administração com os companheiros da diretoria e o Conselho Deliberativo.

Pés no chão “Nossa administração conduz o CRB com eficiência e sem acúmulo de dívidas. Nós estamos montando a equipe com orçamento real para o futebol nacional e harmonia no custo-benefício. Ele define o plantel como dentro das condições financeiras do clube e se mostra confiante no apoio da torcida.

Investimentos Marcos Barbosa, sobre novas propostas para reestruturar as finanças do Galo, defende no Site Futebol Alagoano um trabalho de marketing esportivo. Tem até uma empresa especializada para implantar o projeto e no paralelo antecipa a viabilidade de abrir uma loja esportiva em um dos shoppings da cidade, além de estar na planilha o lançamento da campanha sócio-torcedor.

Olhar prá frente Heron Ferreira, técnico do ASA, acha Lúcio Maranhão e Wanderson “passado” no clube. Motivo: não se reapresentaram em tempo hábil e não se importaram em comunicar a razão para a diretoria. “Quem não quiser fazer parte do grupo, paciência.” Comentou. Os jogadores se apresentaram dia 19 último e o alvinegro arapiraquense estréia fora de casa, contra o Murici. .

Positivo

Satisfeito

1

– No recente amistoso, primeiro do ano e placar favorável para o CRB (1x0) no Coruripe, o rendimento do grupo teve análise positiva de Roberval Davino. Isso tanto pelo emepenho dos jogadores como pela disciplina tática. “Foi bom para conhecer melhor os recém contratados e dar mais rítmo de jogo para o grupo.”

2

– O Galo na Copa do Nordeste vai estar no Grupo C. Enfrentará na primeira fase três bons adversários. Pela ordem dos jogos o Ceará, partida em Fortaleza, Treze, jogo no Rei Pelé e o Potuguar de Mossoró na última rodada. A torcida se mostra confiante.

Começo

Ainda na Pajuçara foi unânime entre torcedores o crédito de confiança para Roberval Davino. Apoiaram também a vinda de reforços e como “melhor surpresa” o retorno de Geovani. Alem da excelente qualidade técnica e artilheiro na campanha do bi-campeonato, estreou balançando as redes no 1 x0 do Galo sobre o Coruripe.

Esperança “Estou buscando meu espaço a cada Jogo.” O comentário do atacante Diego Tardelli é pela possibilidade de ser incluído por Felipão na convocação do plantel que vai jogar a Copa do Mundo no Brasil. Mais do otimismo: “É só manter o que venho fazendo e, quem sabe, não aparece a oportunidade e eu fico feliz.”

Fim das festas e os torcedores se voltam para o Campeonato Alagoano a ser aberto no dia 11 próximo. Além do título vão estar na disputa duas vagas para a Copa do Nordeste de 2015, igual número para a Copa do Brasil, mesmo ano e acesso do quarto clube para o Campeonato Brasileiro na Série D.

Otimismo

Copa Nordeste

Copa do Mundo

A Copa do Nordeste, com abertura prevista para 19 de janeiro será em dois turnos, cada um com três rodadas. O CSA, no grupo B, estréia contra o Bahia em Maceió, O Azulão pega na sequência o Vitória da Conquista na Bahia, dia 22 e o Santa Cruz no Recife dia 26. Jogos de volta terão inversão de campo,. Já o CRB no Grupo C pega Ceará em Fortaleza, Potiguar e o treze.

Pela lista da FIFA, sobre os Estados aonde vão ficar as concentrações das seleções na Copa do Mundo, a maioria ficará em São Paulo. As demais escolheram o Rio de Janeiro ( Holanda, Itália, Brasil e Inglaterra); Bahia, (Alemanha, Suiça e a Croácia): Paraná (Espanha e a Coreia do Sul); Espírito Santo (Austrália e Camarões); Sergipe (Grécia); Rio Grande do Sul (Equador) e Alagoas (Gana).

Fred, parado desde começo de segundo semestre do ano passado, devido uma contusão, faz previsões de voltar a trabalhar com bola dentro dos próximos dois meses. Carrega no paralelo a esta previsão a esperança de uma convocação por Felipão para jogar a Copa do Mundo.

Nordestão Tanto a torcida do CRB como do CSA entram na expectativa da contagem regressiva para abertura da Copa do Nordeste. A primeira rodada, dia 19 próximo terá CSA x Bahia no Rei Pelé. Já o CRB, por estrear fora de Maceió terá dificuldade maior. Pega o Ceará em Fortaleza.

Do interior O Coruripe é dos clubes de Alagoas o que mais tem jogado amistosos nesta fase de pré-temporada e quem viu o time em campo não dúvida que será dor de cabeça para os adversários. Entra na lista para brigar pelo título estadual. Pela cor verde do uniforme ficou conhecido como o Hulk do futebol no Estado.

FRASES “O rendimento foi ótimo”

Roberval, após CRB 1 x 0 Coruripe

O Galo está bem montado” Gustavo Soares, torcedor

“O tempo é outro”

Carlos Euzébio, da Mancha Azul


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Documento de Origem Florestal

Leopardo-de-amur O leopardo-de-amur, uma espécie muito rara de felino que mora nos confins da Rússia e daChina, é o grande ganhador do prêmio de 2013 sobre a evolução das espécies ameaçadas do Fundo Mundial da Natureza (WWF). Segundo esta classificação, desenvolvida anualmente pelo WWF, “a população de leopardos-de-Amur aumentou 50% nos últimos cinco anos”.

I

nstrução Normativa nº 21/2013, publicada no dia 30 de dezembro no Diário Oficial da União, seção 1, página 830, estabelece importantes inovações referentes à normatização de novos mecanismos incorporados ao sistema Documento de Origem Florestal (DOF) e a consolidação de orientações para procedimentos e conceituações. O DOF é a licença obrigatória para transporte e armazenamento de produtos florestais de espécies nativas do Brasil. A revisão da norma foi elaborada ao longo do tempo com a contribuição de vários atores. Participaram ativamente nos trabalhos servidores das Superintendências do Ibama, das entidades associadas à Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) e das instituições integrantes do Comitê Técnico de Avaliação dos Sistemas de Controle Florestal. Fazem parte do Comitê: o Ministério do Meio Ambiente, Serviço Florestal Brasileiro, Polícia Ambiental de São Paulo, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e organizações não governamentais e do setor privado.

1-Fukushima O painel se centrará principalmente em analisar os desafios que implica administrar milhares de toneladas de líquido contaminado com trítio, o único isótopo radioativo que até agora não está sendo eliminado durante o tratamento da água. Para limpar a água que se usa como refrigerador dos reatores, que se contamina ao entrar em contato com os núcleos parcialmente fundidos, a operadora da central emprega um mecanismo chamado Sistema Avançado de Processamento de Líquidos (ALPS), desenvolvido pela Toshiba.

Número de lobos

Coruja buraqueira A coruja buraqueira, Athene cunicularia, é uma espécie facilmente encontrada em centros urbanos, sendo vítima frequente de ações humanas. Segundo a doutora Vanessa Kanaan, a ave tem o hábito de fazer ninhos no solo e por isso, com a expansão imobiliária e agrícola, está perdendo espaço e seu habitat natural. Para promover a preservação, diversos projetos são realizados. Na praia de Mariscal, em Bombinhas, no Litoral Norte de Santa Catarina, foram colocadas placas sinalizando as tocas para que os visitantes e moradores tomem cuidado para não danificar o local. Já na Praia Mole, em Florianópolis, os surfistas instalaram placas indicando as tocas.

Presentes de Natal Animais de Zoológico em João Pessoa recebem presentes de Natal. Além do leão e das leoas, a onça que vive no Parque Arruda Câmara também recebeu sua alimentação embrulhada para presente. Proporcionar atividade física para os animais também foi um dos objetivos da atividade realizada na Bica. Macacos receberam frutas dentro de caixas coloridas e pintadas. Para mudar a rotina dos animais, técnicos do Parque Zoobotânico Arruda Câmara ofereceram a alimentação dos felinos e dos primatas embrulhada para presente.

Para os visitantes do Parque Nacional Ilha Royale (Michigan, Estados Unidos) nada supera a emoção de um uivo de lobo perfurando uma noite silenciosa ou o vislumbre do animal dormindo em uma trilha na floresta. Mas essas experiências estão se tornando cada vez mais raras e em pouco tempo podem desaparecer para sempre. A população de lobo cinza caiu muito nos últimos anos na Ilha Royale, um arquipélago rochoso e densamente arborizado no Lago Superior que está entre os parques pouco visitados por causa de sua localização remota – uma viagem de seis horas de balsa de Michigan.

Leis sobre animais O neurocientista canadense Philip Low, pesquisador da Universidade Stanford e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ambos nos Estados Unidos, disse que a invasão do Instituto Royal, em São Roque (SP), por ativistas que levaram do local cães e coelhos usados em testes dá oportunidade ao país para rediscutir as políticas de proteção aos animais, “seja para uso na pesquisa ou na indústria de alimentos”. Ele afirma que se os brasileiros se opõem à forma como os animais são usados, deveria ser considerada a “opção de mudar a lei, em vez de quebrá-la”.

Leão-marinho O leão-marinho “Jay” desenha o ideograma chinês correspondente à palavra “cavalo”, treinando sua caligrafia para a atração de Ano Novo do aquário Hakkeijima em Yokohama, no Japão. Segundo o calendário chinês, 2014 será o “ano do cavalo”.


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S.O.S.ALAGOAS

Insistência

Uma pergunta:

Mostrar a cara

CUNHA PINTO

U

ma expectativa de começo de ano: o número de deputados a ser eleito em outubro será repetido nos mesmos 27 da atual legislatura ou se amplia espaço no plenário da Assembléia Legislativa para caber mais algumas cadeiras? A questão tem a ver com a bancada parlamentar ser proporcional com o eleitorado apto a votar no Estado em outubro próximo.

1

- O senador Aécio Neves já transmite certeza de estar pré-candidato a presidente da República pelo PSDB e, em Alagoas, motiva entusiasmo no ninho tucano. Não tanto pelo que represente para o futuro do Estado, mas por ser o nome defendido por Fernando Henrique Cardoso.

É comum identificar nas casas legislativas sobrenomes perpetuando mandatos .” Uma cadeia hereditária que persistirá nas próximas eleições Brasil afora e, em Alagoas não surpreenderá numa família só haver candidato ao senado, Câmara Federal e Assembléia Legislativa.

2

– A pré-candidatura de Aécio Neves reativa a confiança no ninho tucano em Alagoas pró a candidatura de Teotonio Vilela ao Senado. E nesse bota mais lenha na fogueira do entusiasmo consta também como não ser surpresae que, além do vice Thomas Nonô, mais dois ou três assessores de Teo estejam inteirados também das conversas.

Fechada

Educação

O ano findou com a Assembléia Legislativa fechada e o governo tucano começar 2014 sem ter orçamento aprovado. O pessoal do quadro efetivo da Casa tentou o diálogo com os Martírios mais não mereceu atenção. Virou o ano sem receber 13º, dezembro e 1/3 das férias.

O Brasil se classifica no ranking mundial da qualidade de ensino numa péssima posição: a 57ª segundo dados de uma pesquisa divulgada pelo Programa de Avaliação de Estudantes (Pisa). Participaram da pesquisa 67 países. Um quadro lastimável que esteve sempre às vistas de todos.

Transito

Hora de decidir Políticos ainda não se aproximam do eleitor. Alguns confessam: “esta fase de pré-campanha se volta para definir coligações e preparar as convenções. Entre vários parlamentares com mandatos alguns não escondem uma indecisão sobre se disputa a renovação dp mandato ou “veste o pijama.”

Nome forte Os partidos de oposição, tanto ao governo de Dilma Sousseff como do PSDB em Alagoas, estão naquela de “esperar a poeira sentar e haver a definição das candidaturas majoritárias, para decidir aonde vão se arrumar. Um hábito para fazer papél secundário que se satisfazem em eleger candidatos puxados pelas legendas.

Decisão recente, já aprovada pelo Congresso Nacional, extingue o fim do voto secreto nas sessões de julgamentos para cassar mandato ou vetar proposta presidencial. Mas por enquanto só no Senado e na Câmara Federal. Para vigorar nos Estados precisa de aprovação dos legislativos locais.

Criou coragem

Hereditariedade

Turistas se impressionam com o hábito de motoristas dirigirem em Maceió alheios ao Código Nacional de Trânsito. O desrespeito ao pedestre é comum até na faixa de travessia sinalizada como prioridade. Na orla da Pajuçara,principalmente, é comum estacionar até em cima da faixa, e no meio-fio da calçada, lado proibido A má educação é flagrada também em veículo com placa de fora.

Quais os índices em Alagoas de motoristas trancafiados no xadrez de delegacia por ignorar a lei no quesito “se beber não dirija?” Ou de veículos apreendidos pela insistência dos donos em estacionarem em áreas de bares sob placas proibitivas? Lembrando: o carnaval está próximo e nesta época os índices de acidentes duplicam.

Jogo político Tem quem analise o governador Teotonio Vilela (PSDB) com alheamento a greve dos servidores da Assembléia. O. objetivo prejudica a oficialização do acordo apalavrado com os policiais militares para uma reposição de salários e mais outros projetos com tramitação atrasada, pois que para ser aplicado precisa ainda de aprovação em sessão no plenário para apreciação e aprovação pelos deputados.

Quem sabe? Conversa de tempero meramente especulativo foi sobre qual será o partido mais forte para puxar voto e formar bancadas fortes na Câmara federal e na Assembléia Legislsativa. Isso, claro, afora o PMDB num lado,o PSDB no outro e o PT como Diana. O DEM para ter fôlego vai precisar de Thomaz Nonô no governo e candidato a reeleição?.

Só especulação? No Agreste conversa da vez é Luciano Barbosa. É citado como coringa da oposição e pela liderança em Arapiraca e outros municípios do Agrreste e do Sertão não surpreenderá decidindo uma candidatura. São três as opções: a- deputado estadual; b- federal; C – vice numa chapa majoritária da coligação..


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pitstop

ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Segredo do conforto térmico

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ada vez mais, novos modelos importados trazem de série o sistema start-stop (desliga-liga) que interrompe o funcionamento do motor quando o carro para. Basta levantar o pé do freio, em carros automáticos, ou acionar o pedal da embreagem, nos equipados com caixa de câmbio manual, para que o motor dê partida. Tal recurso permite economizar combustível e, nos casos de congestionamentos, pode significar entre 8% e 12% de alívio no bolso do motorista, nessas condições específicas. Start-stop começou nos automóveis caros. Graças ao aumento de escala de produção e à necessidade de todos os fabricantes, por legislações internacionais, diminuir o consumo de combustível – e por consequência emissão de CO2 – já equipa mais de cinco milhões de veículos novos produzidos por ano. Tendência é de chegar a 40 milhões/

ano em 2020. Golf VII, por ora importado da Alemanha e depois nacionalizado, é o primeiro a oferecer esse recurso de série ao mercado brasileiro, entre modelos na faixa de R$ 60.000/70.000. Logo surgiram dúvidas se, em dias de calor (como promete este verão) e congestionamento, diminuiria o conforto dos ocupantes ao cortar o ar-condicionado. Todo start-stop pode ser anulado por botão no painel e o próprio sistema se autoprograma para não desligar o motor, no caso de carga insuficiente na bateria. Fabricantes do equipamento afirmam que, na maioria dos casos, o carro não fica parado por mais de 15 segundos, em média. Assim, o conforto térmico seria pouco prejudicado. Em países de clima realmente quente, como o Brasil, o desliga-liga talvez não traga tanta vantagem como nos do

Hemisfério Norte, afastados da linha do Equador. A fim de mitigar bastante esse problema, a Delphi espera fornecer, já em 2014, uma solução acessível que permita poupar combustível sem comprometer a temperatura do habitáculo. Será mais barato e menos complexo do que um motor elétrico à parte, só para o ar-condicionado. Alguns minivans europeus já dispõem desse recurso. Foi desenvolvido um novo evaporador (componente que resfriar o ar), com reservatório à parte, fabricado em Material de Fase Mutável (PCM, em inglês). Quando o compressor para de funcionar, o PCM se derrete ou se liquefaz, retirando calor das tubulações para manter a temperatura interna previamente ajustada, por exemplo, a 20° C. Funciona por um a dois minutos e volta a se solidificar, quando o motor do veículo aciona de

novo o compressor e o ar é resfriado. Todo o novo conjunto adiciona poucos componentes aos evaporadores atuais. Cria efeito de termossifão com o gás refrigerante já em circulação no sistema, sem partes móveis e simplificando a instalação. Há várias famílias de materiais com propriedades mutáveis e reversíveis. A empresa selecionou PCM feito à base de parafina por sua robustez, propriedades térmicas e confiabilidade em longo prazo. Sistemas de ar-condicionado atuais aumentam o consumo de combustível em cerca de 5%. Este novo equipamento reduz a perda em 50%. Novo avanço está previsto para 2016: direcionar o fluxo de ar para partes do corpo dos ocupantes mais sensíveis à temperatura. Conforto térmico seria atingido sem a necessidade aquecer ou resfriar o volume completo da cabine.

Uno é o carro com o maior valor de revenda Na hora comprar um carro zero, o consumidor brasileiro leva em conta principalmente o valor de revenda, com medo que o seu investimento se deteriore muito rapidamente. Tem razão: basta sair da concesionária que o carro zero começa a depreciar. Mas essa depreciação é muito diferente de um carro para outro. O mais recente levantamento AutoInforme/ Molicar sobre Valor de Revenda indicou o Uno como o carro com o maior valor de revenda do mercado brasileiro. A versão Attractive 1.4 quatro portas e a Way 1.4 quatro portas tiveram a menor deprecicação do último estudo de 2013. Esses modelos perderam apenas 8,7% do preço após um ano de uso. Quem comprou um Attractive em dezembro de 2012 por R$ 27,1 mil poderá vendê-lo agora por R$ 25 mil, conforme cotação da Molicar. Mas de uma forma geral, o carro hoje está mais depreciado do que no levantamento feito em junho deste ano, quando a depreciação do próprio Uno era de apenas 6,7%. A Fiat é a marca que tem mais carros na lista dos dez modelos com os maiores valores de revenda: além do Uno, estão bem classidicafos o Siena (segundo menos depreciado, com perda de apenas 8,9% em um ano), o Uno 1.0 (-9,7%) e a picape Strada, que perde apenas 10% do seu preço um ano após ter saido da concessionária. O Celta é o terceiro modelo menos depreciado: as versões LS e LT perdem 9,1% após mum ano de uso o Punto (-9,7%) e o Gol (-9,8%) , como de costume, também estão entre os carros que menos perdem valor depois de um ano. Mas o levantamento revelou algums surpresas, como a boa posição do utilitário espoptivo CRV, da Honda, que se posciona como um dos modelos menos depreciados do mercado brasileiro: depois de um ano de uso ele perde apenas 9,6% do seu preço. Outros destaques foram o City, da Honda e o Jetta, da Volkswagen, ambos com uma depreciação de apenas 9,9%.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JANEIRO DE 2014 CRÔNICA

Não vai dar certo...!!!! JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

H

á poucos meses, eu escrevi um artigo falando sobre as modificações que o Prefeito de Maceió, Dr. Rui Palmeira, irá fazer, quando criando Faixas Exclusivas para Ônibus, na Av. Fernandes Lima e na Av. Durval de Góis Monteiro. Já gastaram muito dinheiro com a sinalização vertical e horizontal, tanto com placas de regulamentação, como com placas indicativas. Com uma insistente e cara propaganda, pessoas da SMTT, dizem que todos os problemas serão solucionados com as tais Faixas Especiais para os Ônibus. Pelo que dizem, Maceió terá uma circulação viária de dar inveja a outras capitais, porém, como estão insistindo na teimosia e na falta de um planejamento sério, eu vou dizer que não irão dar certo as modificações anunciadas, pelos seguintes motivos:

1º - Em trânsito não existe regra ou modelo para todas as cidades, para todos os bairros e para todas as artérias. Para cada topografia, para cada gabarito das ruas, para cada velocidade diretriz, para cada volume de trânsito, para cada faixa de rolamento ou para cada pavimento, as soluções sempre serão diferentes entre si. Não existe uma solução para Recife, que seria igual para Aracaju ou Brasília. 2º - Não existe um Melhor Técnico em Trânsito do Mundo, pois, ele teria que passar meses em Maceió, para estudar os nossos hábitos, as linhas que formam os seus bairros, fazer uma pesquisa de origem-destino e as correntes com seus fluxos distintos e em grupamentos. 3º - Sem uns 5 ou 7 viadutos na parte mais movimentada da aquela importante avenida, a cidade de Maceió, continuará com seus irritantes congestionamentos e com suas velocidades de tartarugas, que irritam os condutores e os passageiros. 4. – Maceió só dispõe de três faixas de rolamentos, para cada lado da aveni-

da e, caso seja destinada uma só faixa para os ônibus, como quer o Prefeito, os engarrafamentos aumentarão, com consequentes diminuição das velocidades de percursos e dos tempos para suas viagens com passageiros ou com os diversos condutores. De acordo uma Lei Municipal que vem sendo desrespeitada, onde circularão as carretas, os tanques de melaço e os caminhões com cargas ?. 5º - Faixas Especiais só para Ônibus, só dariam certo em Maceió, se tivéssemos 4 ou 5 faixas de rolamento e se a Fernandes Lima fosse uma “via expressa”, sem ruas que não necessitassem dos acessos de outras viaturas e de um Sistema Semafórico “inteligente”. Mesmo assim, iriam sacrificar o Canteiro Central, da bonita entrada de Maceió. Como Maceió só dispõe de 3 faixas de rolamentos para cada lado da avenida, teoricamente, os Ônibus farão com que os engarrafamentos aumentem em 33,33 %; 6º - Com as Faixas Especiais só para Ônibus, eles não poderão sair das suas

faixas e não poderão fazer ultrapassagens entre eles, além da possibilidade de possíveis quebra. Com as Faixas Especiais só para Ônibus, cada cruzamento deverá ter um semáforo para dar prioridade às demais viaturas que irão para suas próprias ruas ou queiram, apenas, transitar por elas; 7º - Com as Faixas Especiais só para Ônibus, os espaços que serão ocupados por eles, ficarão ociosos ou momentaneamente vazios. Assim, os engarrafamentos serão maiores. Com, apenas, 3 faixas de rolamentos para cada lado do canteiro central, Maceió não vai poder se dar ao luxo de ter Faixas Exclusivas para ônibus. Se querem imitar outras cidades, antes disso deveremos nos lembrar na necessidade que temos, URGENTE, de serem construídos uns 5 ou 7 viadutos na Av. Fernandes Lima e na Av. Durval de Góis Monteiro. Em tempo - Agradeço aos leitores, José Ernani Accioly Costa, ao Economista Hermann Braga Lyra, ao Sr. Sergio Borges e ao Dr. Givan Lúcio Silva, pelo incentivo que me dão. Obrigado, amigos


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Rumo à Assembleia

A

campanha rumo a Assembleia Legislativa do próximo ano terá um número expressivo de candidatos em Arapiraca - a segunda cidade mais importante do Estado e que também possui o segundo maior contingente eleitoral, com mais de 130 mil eleitores. Os atuais deputados Ricardo Nezinho e Severino Pessoa vão tentar permanecer no cargo enquanto Alves Correia, Aurélia Fernandes e Tarcizo Freire entram na disputa com boas chances de se elegerem.

Conta com a maioria Pré-candidato a deputado federal, o ex-prefeito Luciano Barbosa só não conta com o apoio do deputado Severino Pessoa, aliado do governador Téo Vilela, que não se entende politicamente com Luciano. Dos novos postulantes a uma cadeira na Casa de Tavares Bastos, o radialista Alves Correia, que faz um programa popular na Gazeta FM de Arapiraca, é o que reúne mais condições de lograr êxito. Alves já foi deputado estadual e por muito pouco não conseguiu se reeleger nas eleições passadas.

Vai aumentar Ao que parece, Arapiraca poderá ter, pelo menos três representantes na Assembleia no próximo ano. Mas para uma cidade que já teve sete deputados estaduais chega a ser decepcionante, sobretudo pela força econômica e eleitoral que a cidade possui. Hoje, seguramente, Arapiraca, que é administrada pela prefeita Célia Rocha, é a cidade que mais cresce no Estado, com uma grande expansão do setor imobiliário.

Pão de Açúcar

Inúmeras ações

PELO INTERIOR

O prefeito Jorge Dantas concedeu entrevista, no sábado (28), ao Programa O Município em Foco, apresentado pelo radialista Hélio Fialho, onde fez um balanço das ações realizadas em 2013 pelo Governo Compromisso e Responsabilidade com Participação de Todos.

Já na área do Trabalho e Assistência Social, o prefeito destacou inúmeras ações, incluindo a realização de cursos profissionalizantes, a criação do Conselho Municipal de Juventude, a ampliação do número de beneficiários do Bolsa Família, a criação e execução do microprojeto “Comidas Regionais” com a distribuição gratuita de alimentos junto às comunidades periféricas de baixa renda, além da criação de grupos culturais de jovens e idosos beneficiários de programas de assistência social, dentre esses, o CRAS.

... Segundo o titular da SMTT, Ricardo Teófilo, a campanha educativa de final e início de ano serve para despertar em cada pessoa seu comprometimento em contribuir para um trânsito responsável e mais seguro.

Entrevista na Jaciobá Durante a entrevista que durou aproximadamente 1 hora e 30 minutos, o prefeito mostrou inúmeras ações nas diversas áreas da administração, destacando-se as áreas de Saúde, Educação, Assistência Social, Agricultura, Infraestrutura, Cultura, Turismo e Esporte.

Novos médicos A contratação de novos médicos, incluindo a chegada de sete cubanos e o funcionamento pleno dos PSFs nas zonas urbana e rural, além da aquisição de medicamentos para distribuição junto à população, foram as maiores conquistas deste setor que apresenta grande melhoria no atendimento à população.

Transportes Jorge Dantas também destacou a modernização do transporte escolar com a compra de seis novos ônibus que foram entregues à Secretaria Municipal de Educação, para a condução de alunos e profissionais de ensino. A construção e ampliação de escolas também foram realizadas neste ano de 2013, a exemplo da Unidade Municipal de Ensino do Sítio João Leite, na zona rural de Pão de Açúcar.

Trânsito em Arapiraca A Prefeitura de Arapiraca, por meio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), está intensificando campanha educativa de trânsito com faixas aéreas distribuídas em 20 pontos da cidade. Cada faixa trás uma mensagem de alerta para condutores, passageiros e pedestres no intuito de conscientizar cada um diante de sua responsabilidade no trânsito.

Campanha Para a prefeita Célia Rocha (PTB) a campanha educativa é uma das maneiras de aproximar a população à responsabilidade do poder público e, juntos, construir uma cidade melhor para todos. “É importante que todos nós nos responsabilizemos nessa construção de um trânsito mais disciplinado e menos violento. Só depende da atitude de cada um de nós”, afirmou Célia Rocha.

... “Sabemos que de acordo com as estatísticas de estudos sobre trânsito, o período de final e início de ano, principalmente na noite de Réveillon, os índices de acidentes aumentam consideravelmente. Por esta razão lançamos esta campanha para alertar toda a população de Arapiraca”, frisou Ricardo Teófilo. ... Com as frases “Comece 2014 na direção certa: “Se dirigir não beba”, “Se dirigir não use celular”, “Se andar de carro use o cinto de segurança”, “Se andar de moto use capacete” e “Condutor, respeite a faixa de pedestre” todas de caráter disciplinar, a SMTT pretende conscientizar a população arapiraquense sobre os perigos que o trânsito oferece a todos que não respeitarem as normas e as leis de trânsito. ... Nova na politica partidária, a vereadora Aurélia Fernandes confirmou que é pré-candidata à deputada estadual em 2014. ... Segundo radialista Edvaldo Silva, a parlamentar arapiraquense, que atualmente é vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores, disse que a decisão foi fortalecida após pedidos de vários eleitores e após uma conversa com o ex-prefeito Luciano Barbosa, vice-presidente estadual do PMDB. ... “Sempre tenho conversado com os moradores de várias comunidades e com amigos e eles têm me incentivado bastante, lembrando que é importante uma renovação na Assembleia Legislativa. Conversei com o ex-prefeito Luciano Barbosa e ele também tem apoiado a ideia”, contou. ... Aurélia Fernandes é filha do médico Judá Fernandes, um dos mais antigos profissionais da área em Arapiraca. Ela é primo do vice-prefeito Yale Fernandes (PMDB) e foi eleita a vereadora mais votada na eleição passada com 4.652 votos, após se destacar a frente da secretaria municipal de Saúde. ... Aos leitores, amigos e até os desafetos que odeiam o que este colunista escreve, desejo um ano próspero, cheio de paz, saúde e harmonia. Agradecemos a todos pela força e prometemos continuar na luta. Valeu minha gente, “inté” a próxima edição. Fui!!!!!!!!


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NOTASECONÔMICAS Turismo

No embalo da valorização do real e da elevação da renda, os gastos dos turistas brasileiros no exterior aumentaram mais de dez vezes em uma década. De janeiro a novembro de 2013, foram US$ 23,125 bilhões, 1.025% mais que os US$ 2,055 bilhões gastos no mesmo período de 2003. Naquele ano, a realidade era outra. O dólar mantinha-se caro, após disparar em 2002 para R$ 4, devido ao temor do mercado com a eleição de Lula. O cenário era de retração econômica e aumento do desemprego. Com isso, as viagens ao exterior recuaram e o saldo entre gastos de brasileiros lá fora e de estrangeiros aqui ficou levemente positivo. De lá para cá, não só o número de brasileiros rodando o mundo cresceu em ritmo bem maior que o de estrangeiros vindo ao país, mas também o gasto médio lá fora disparou.

Preço da gasolina

Tecnologia nacional, abundância de matéria-prima e demanda crescente. O etanol tem tudo para dominar a matriz de combustíveis brasileira, mas a sua participação cai nos últimos anos. Até outubro, o etanol representava 35% do consumo de combustíveis, segundo estimativa da Datagro, consultoria especializada no setor. Em 2009, esse percentual chegou a 45% -o maior da era de veículos flex. É impossível não associar o problema à imprevisibilidade da política de preços dos combustíveis no país. Como o etanol rende 30% menos do que a gasolina, o seu preço deve ser pelo menos 30% inferior ao do combustível fóssil para atrair o consumidor. “Preço é fator determinante na escolha do motorista para abastecer o carro. Se o valor da gasolina é controlado pelo governo, esse controle, por consequência, se estende ao etanol”, diz Elizabeth Farina, presidente da Unica (União da Indústria da Cana). Mais do que impor um limite ao preço do etanol, a política adotada no reajuste dos combustíveis eleva os riscos dos investimentos.

Baixo custo

A fabricante chinesa de smartphones de baixo custo Xiaomi planeja vender 40 milhões de aparelhos em 2014, mais do que o dobro do número que vendeu em 2013, disse o seu presidente, reforçando as ambições da empresa de superar ofertas mais caras da Apple e Samsung. Lei Jun, que também é co-fundador da empresa de tecnologia, fez a projeção no Sina Weibo, site de microblogs mais usado na China, que também foi postada no site da Xiaomi. A China é o maior mercado do mundo para smartphones.

Música online

O consumo de música pela internet dobrou no Reino Unido durante 2013 frente ao ano anterior, e representa atualmente, pelo menos, 10% da receita da indústria musical, conforme dados divulgados nesta quarta-feira. O aumento do “streaming” (emissão de conteúdos online sem necessidade de download) se produziu em detrimento das vendas de álbuns, que experimentaram em 2013 uma queda generalizada principalmente pelo declive nas vendas de CD’s diante da crescente tendência a se consumir música digital.

Café Nespresso

Pioneiro da tecnologia das cápsulas de café, a Nespresso, da Nestlé, luta para sobreviver em meio ao crescimento de concorrentes mais baratas, segundo reportagem do “Financial Times”. Para isso, tem investido em cafés “longos”, mais diluídos, com leite etc., e reforçando a venda de cápsulas, um mercado que movimenta US$ 10 bilhões. O problema é que, com a queda de uma série de patentes, outras marcas mais baratas estão implementando o sistema. Segundo analistas, isso pode levar a uma redução de preços da própria Nespresso no longo prazo.

Copa em Manaus

Os turistas que visitarem Manaus para os quatro jogos da Copa do Mundo deste ano devem se deparar com um problema crônico: a instabilidade dos serviços de luz, telefone e internet. Uma das primeiras cidades do país a receber energia elétrica, Manaus sofre com constantes quedas do serviço, que se agravam com as chuvas e provocam prejuízos -sobretudo na indústria e no comércio- e protestos. Há ainda frequentes apagões. Bairros inteiros chegam a ficar mais de 24 horas sem luz. Desde o início de 2012, quando a situação piorou, a Assembleia Legislativa já fez várias ameaças de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e ações contra a Amazonas Energia, subsidiária da Eletrobras. Segundo ranking da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que mede a continuidade dos serviços prestados em 2012, a Amazonas Energia é apenas a 23ª entre 35 distribuidoras.


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SERVIÇO

Como cuidar da bateria do seu smartphone ERIC LIMER

S

eu smartphone é um pequeno milagre, um computador de bolso que consegue fazer (quase) tudo que você precisa. Mas de que adianta tudo isso se você não cuidar dele direito? Com as baterias removíveis se tornando cada vez mais raras, é melhor que você seja cuidadoso com a que você tem. Felizmente, não é difícil manter a bateria de íons de lítio do seu celular em bom estado: basta seguir algumas regras simples. Este post foi publicado originalmente em julho, mas como Natal é uma época de ganhar e trocar de smartphone, sempre bom lembrar algumas regras básicas para que ele viva mais! Obviamente, a primeira regra para aumentar a vida útil da sua bateria é não gastá-la toda jogando Candy Crush e andando por aí com o Wi-Fi e o GPS ligados quando você não estiver usando nenhum dos dois. Mas fora isso, aqui vão alguns cuidados básicos que podem aumentar a vida útil da sua bateria. MANTENHA O CELULAR CARREGADO Você deve se lembrar vagamente de ouvir alguma coisa sobre baterias recarregáveis e o “efeito de memória”. Se você não “ensinar” a sua bateria recarregável qual é o potencial total dela,

carregando-a até os 100% e depois deixando que ela descarregue completamente, a bateria pode “se esquecer” de parte de sua capacidade. Bom, pode esquecer essa história. A memória da bateria existe, mas é um conceito que se aplica a baterias à base de níquel. Seu smartphone provavelmente tem uma bateria de íons de lítio e precisa ser tratado de modo diferente. Para ser mais específico, ele precisa ter uma quantidade generosa de carga sempre que isso for possível. Para tirar o máximo proveito de uma bateria de íons de lítio, você deve tentar mantê-la com ao menos 50% da carga. Deixar que ela zere não vai ajudar em nada; na verdade, deixar que ela descarregue completamente com frequência acaba causando um pouco de dano. No entanto, é bom deixar que a bateria chegue ao zero uma vez por mês para fins de calibragem, mas não faça isso o tempo inteiro. Usar toda a carga completa do celular regularmente não vai fazer sua bateria explodir ou alguma coisa assim, mas vai encurtar a vida útil dela. Mas… você também não quer ficar carregando seu celular o tempo inteiro, certo? Até porque as baterias de íons de lítio podem ficar superaquecidas. Para sua sorte, seu carregador é esperto

o suficiente para ajudar nisso e vai desligar assim que o telefone estiver 100%. Só que, para complicar a coisa um pouco mais, sua bateria não gosta de ficar completamente cheia o tempo inteiro. Assim, a bateria vai se comportar da melhor forma possível se você tirá-la do carregador antes que ela alcance os 100%. Então, se você está realmente a fim de otimizar a vida útil da sua bateria, tente ficar entre os 40 e os 80%. NÃO EXPONHA SEU CELULAR AO CALOR É fácil se preocupar com os hábitos de carregamento graças ao treino que nós tivemos com as velhas baterias recarregáveis, mas as baterias de íons de lítio têm um inimigo pior que as recargas: o calor. A bateria do seu smartphone vai envelhecer muito mais rápido quando o tempo está quente, independentemente dela estar sendo usada ou não. A uma temperatura média de 0°C, uma bateria de íons de lítio perderá 6% de sua capacidade máxima por ano. Com 25°C, esse número pula para 20% e a 40 graus ele se torna um gritante 35%. Claro que não é prático (ou são) manter o telefone na geladeira, mas vale a pena evitar passar muito tempo dentro de um carro num dia

de calor e coisas do tipo. EVITE A RECARGA WIRELESS Os carregadores wireless podem ser incrivelmente convenientes, mas eles têm suas desvantagens. Os carregadores wireless que nós temos hoje no mercado têm o péssimo hábito de gerar um pouquinho de calor que dá uma ligeira fritada na sua bateria. Os carregadores comuns são menos convenientes, mas carregar o celular na tomada mantém sua bateria em melhor forma, especialmente se você estiver em um lugar quente. NUNCA CHEGUE AO ZERO Obviamente, o simples fato de usar sua bateria vai fazer com que ela vá se degradando. Mas ela via morrer lentamente de qualquer jeito, mesmo que você deixe o aparelho no armário por um tempo. Aqui vai um truque para minimizar o inevitável envelhecimento: deixe sobrar um pouquinho de carga. Se você vai deixar de usar seu aparelho por algum tempo, tente deixá-lo com ao menos 40% de bateria. As baterias de íons de lítio não perdem 30% de carga por mês como as baterias de níquel, metal e as híbridas fazem; elas perdem somente algo entre 5 e 10% de sua

carga por mês. Quando as baterias de íons de lítio ficam com a carga muito baixa – literalmente 0% – elas se tornam seriamente instáveis e perigosas. Para prevenir desastres como explosões, as baterias são equipadas com circuitos de auto-destruição que irão desligar (leia-se: destruir) a bateria por uma boa causa quando a carga fica baixa demais. Isso vai te salvar de uma explosão que te deixaria com a cara cheia de ácido, mas também vai diminuir a vida da sua bateria. NÃO SE PREOCUPE COM ISSO É fácil proteger a sua bateria, mas é mais fácil ainda ficar com preguiça. Normalmente, uma bateria de íons de lítio dura entre 3 e 5 anos, só que existe uma grande chance de que você queira trocar seu aparelho nesse espaço de tempo. O pequeno dano causado por uma ideia tecnicamente ruim, como deixar seu telefone carregando a noite inteira todas as noites ou usar um carregador wireless talvez acabe valendo a pena por conta da conveniência. Ainda assim, não é difícil manter sua bateria razoavelmente saudável evitando coisas como deixar seu telefone descarregar completamente todos os


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