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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 773 - 30 DE MAIO A 05 DE JUNHO DE 2014

ALIADOS DEIXAM GOVERNO ATIRANDO PRA TODO LADO

DÍVIDA DE CAMPANHA DEVE TIRAR LESSA DAS ELEIÇÕES

CANDIDATO DEU CALOTE DE R$ 2 MILHÕES NO PLEITO DE 2012; DECISÃO DO TRE SAI SEGUNDA-FEIRA

BAÚ DO DOLEIRO YOUSSEF SACODE MEIO POLÍTICO ALAGOANO; ARTHUR LIRA NÃO FALA P/8

ESCOLAS MUNICIPAIS EM CONSTRUÇÃO ESTÃO ABANDONADAS EM MACEIÓ P/12 e 13

Juíza Valéria Calheiros, que rejeitou as contas de campanha de Lessa

PÁGINAS 10 e 11

LUIZ OTÁVIO GOMES CONTRATOU “REFINARIA DE PAPEL” PARA ALAGOAS P/6 e 7

P/2


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 30 DE MAIO A 05 DE JUNHO DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados

DA REDAÇÃO

Viúvas do poder PPS, PSB, PR e os demais partidos que devolveram cargos públicos a Téo Vilela deixam o governo atirando para todos os lados, cuspindo no prato que comeram. Não queriam largar o osso para continuar usando a estrutura do Estado contra o próprio governo tucano. Já que pretendiam se aliar ao senador Biu de Lira, por que não entregaram os postos logo após o governador escolher Eduardo Tavares como candidato tucano? É claro que queriam permanecer no poder e usar os cargos em benefício de uma candidatura adversária. Colocar o governo a serviço de candidatos é crime eleitoral que os gestores públicos negam, mas todos eles praticam, inclusive o governador. E todos os dirigentes desses partidos chegaram ao poder usando a máquina pública em benefícios de seus interesses pessoais. Sem exceção. Foi preciso o secretário Álvaro Machado – um dos poucos homens sérios desse governo – alertar os ex-aliados de que deveriam entregar os cargos. Afinal, eles não apóiam o candidato do governador e, pior, queriam permanecer no governo para ajudar a derrotar Eduardo Tavares. O erro do governo foi demorar em pedir os cargos em que se aboletavam os ex-aliados. Falar agora em “truculência e humilhação pública” é conversa fiada para enganar eleitores desavisados. Denunciar o governador pelo uso da máquina pública é pura hipocrisia. É o grito ululante das viúvas do poder.

CIDADE DE PERNETAS O hospital geral de Coruripe realizou em 2013 mais de 160 amputações em pacientes. No primeiro trimestre deste ano a lista de amputados chegou a 60. Nesse ritmo, pode fechar o ano com 300 pacientes sem pernas ou braços. O caso é espantoso e merece ser analisado por quem de direito. Que Deus salve Alagaos!

“Refinaria de papel” Reportagem da revista IstoÉ desta semana revela que o ex-secretário tucano Luis Otávio Gomes, o todo-poderoso LOG, contratou uma “refinaria de papel” para o pólo de Marechal. A ”indústria” iria processar 5 mil barris de petróleo/ dia e faturar meio milhão de reais por mês.

Perguntar não ofende Será que essa “refinaria de papel” está entre as 100 novas indústrias anunciadas por LOG para Alagoas?

Ameaça de morte O Tribunal de Justiça de Alagoas precisa resolver logo a situação dramática de 140 funcionários terceirizados que estão com salários atrasados. Na crise, recorreram aos agiotas, que agora os ameaçam de morte. Com a palavra o presidente do TJ, José Carlos Malta Marques.

(Millôr Fernandes)

Fora da Corte O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, vai se aposentar em junho e deixar a corte . Ele já teria comunicado à presidente Dilma Rousseff (PT) que vai antecipar sua saída do Supremo. Barbosa não teria revelado qual será seu destino.

Sujeira Os doleiros que fazem lavagem no RJ e em SP fecharam questão, não querem saber de políticos de Alagoas, caso contrário viram manchetes da Veja e Istoé.

Tô fora!

Partidos Pequenos

O Diário Oficial do Estado publica hoje a lista dos 100 servidores efetivos da Assembleia Legislativa de Alagoas colocados à disposição do Poder Executivo. Como era de se esperar, a socialite Perla Gomes (foto) escapou - de novo - da degola, e foi comemorar a vitória no belo litoral italiano. Madame é esposa do poderoso LOG.

PSOL e PCB com o número de militantes que não enchem uma Kombi estão divididos. PCB com Golbery Lessa que é ex-PT, e, do outro lado, Mario Agra do PSOL. Quem fica com a lanterna?

Regime Militar A ala mais radical do Exército e que durante a ditadura militar promoveu torturas e mortes vai operar uma candidatura em Alagoas, e quem admite é o próprio candidato Joatas Albuquerque do PTC. Ele admitiu que participou de uma reunião em Fortaleza onde o PMB definiu que vai ter participação nessas eleições e que vão apoiar candidaturas nos 27 estados.

Contradições 1 Uma disputa surda acontece nas hostes palacianas, o PP e seus aliados querem derrotar o ET, mas não querem sair do Governo, o que gera mais contradições políticas em torno do Palácio.

Contradições 2 E por falar em contradições, Dilma mandou chamar Biu de Lira para que ele se explique como vai querer continuar sua candidatura e a receber benefícios do governo federal se não vai apoiar Renan Filho. E agora, Biu?

Na parede 1 O candidato do PSOL ao Governo, Mario Agra fez um desafio às empresas de comunicação do Estad para que elas realizem um debate com os candidatos ao Senado, pois, segundo ele, dois deles terão que explicar envolvimento com doleiros envolvidos com o narcotráfico.

Na parede 2 Ainda de Mario Agra: “Não acredito que Alagoas vá votar em candidatos fichas-sujas. É aí que os partidos de esquerda terão sua melhor chance”.

Lei de São Francisco PMDB de Renanzinho apoia Dilma do PT; já Dilma garante apoio para Renanzinho em troca dos votos de Lula. É dando que se recebe.

Silêncio de Téo Há indicativo de reviravolta no ninho tucano: pode haver aliança PSDB/PP. O que atrapalha é o envolvimento de líderes do partido no Estado com doleiros sob investigação.

Afastados Forte aliada ao senador Collor, a prefeita de Major Izidoro, Santana Mariano (PTB) perdeu definitivamente seu mandato. Os desembargadores resolveram por decisão unânime afastar a prefeita e seu vice Adovaldo Alves, conhecido por Doquinha, e dar posse ao presidente da Câmara Municipal, vereador Arnaldo Gerônimo.

De olhos vendados No início da manhã de quinta-feira, 29, sair da Avenida Rotary para a Fernandes Lima, no Farol, parecia missão impossível. Veículos invadiam o cruzamento, o sinal abria e fechava e a fila quase não andava. Alheios ao caos, dois agentes da SMTT batiam papo. Tempos depois, o homem se afastou e precisou apitar três vezes para a mulher olhar em sua direção. Ele fez um gesto com a mão para a colega de farda que olhou, sorriu e continuou ao telefone. Já o trânsito... este continuou parado.


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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

TV Globo não quer o PT Maceió - O Brasil entrou em estado de letargia, o povo está assustado e indiferente aos festejos da Copa do Mundo. De um canto a outro do país empresários reclamam do fracasso da organização e alguns já lamentam os investimentos feitos para a época dos jogos. É isso mesmo. O PT conseguiu o que jamais alguém poderia imaginar: que o Brasil não se empolgasse com a Seleção Brasileira mesmo com toda propaganda na mídia. A prova disso é que os jogadores foram recepcionados com protestos à porta da concentração da seleção que se apresentou para os treinos. No exterior, milhares de reservas foram canceladas nos hotéis e nos aviões brasileiros. Assustados, os estrangeiros preferem assistir aos jogos pela televisão em seus países a serem atingidos por pedras ou tiros no meio da rua. Corre o perigo de ser queimado vivo dentro de um ônibus no Rio e em São Paulo. E se tiver a sorte de ficar ferido, ainda tem outro risco: o de não encontrar leitos em hospitais para curar as feridas. Este é o Brasil que o PT transformou: um foco de miséria, um antro de corrupção e do salvese quem puder. A petezada parece ave de rapina. Esfomeados, eles assaltam os cofres públicos na perspectiva de perder o poder nas eleições deste ano. É a história da farinha pouca, meu pirão primeiro. A TV Globo mostra que cansou desse governo por alguns motivos. O primeiro deles está na ruas. Seus repórteres estão sendo hostilizados por manifestantes que impedem os jornalistas de concluírem suas matérias; o país em frangalhos, está com a economia desestabilizada; ainda há ameaça da criação de um conselho para controlar a mídia; e os candidatos Aécio e Eduardo Campos são vistos pelo império da comunicação como confiáveis. Assim, as matérias denunciando as mazelas do governo petista vão aparecendo no horário nobre da TV como uma espécie de recado: “Não queremos mais vocês (petistas) no comando do país”. Não à toa, os brasileiros que assistiram ao Fantástico do domingo assustaram-se com o que viram. Amparados em um relatório do Tribunal de Contas da União, a TV Globo destroçou o governo da Dilma. A denúncia do caos na saúde, baseada no relatório, disfarça muito bem a oposição que as Organizações Globo vem fazendo ao PT há muito tempo, mostrando obras paralisadas, a inflação dos alimentos nas feiras e supermercados e a falta de comando da Dilma no governo que permite o flagelo da corrupção nos órgãos públicos. Aécio e Eduardo Campos são considerados candidatos experientes, cumpridores fieis de acordos e certamente vão respeitar as regras do jogo que regem as comunicações no país. Tanto é assim que não faz muito tempo Aécio queixou-se com os Marinho dos espaços generosos que a Dilma recebia na TV Globo, ainda infestada de petistas. Colocou-se na posição de candidato com perspectivas de poder e conseguiu equilibrar o noticiário, mesmo sem a oficialização da candidatura. Outra demonstração da insatisfação dos Marinho ocorreu quando da transmissão ao vivo pela Globo News do julgamento dos mensaleiros. O Brasil acompanhou passo a passo todo o trâmite do processo que culminou com a condenação dos “Homens de Ouro” de Lula atolados até o pescoço no mar da corrupção.

Reviravolta O PT tem consciência da reviravolta da mídia e se organiza para combater o que eles chamam de campanha difamatória contra seus militantes e o seu governo. Precisa, para isso, reverter o noticiário, convencer os Marinho de que ainda são merecedores de um quarto mandato e estancar a rejeição da Dilma, já na estratosfera.

Lei de Gerson Os pobres morrem nas filas dos hospitais e os que têm plano privado recorrem à Justiça para fazer valer os seus direitos, mesmo pagando uma fortuna pelos convênios. A ANS – Agência Nacional de Saúde –, criada no governo de Fernando Henrique para regular o mercado, está se lixando. Ocupada por sindicalistas desqualificados e incompetentes, o órgão faz vista grossa para o abuso dos planos de saúde e ignora o sofrimento de seus associados que padecem com a falta de assistência e com o desprezo dessas empresas mercenárias aos seus associados.

Nós, os idiotas O brasileiro, coitado!, que até pouco tempo vivia se gabando da fartura na mesa, dos créditos facilitados, da compra dos carros novos com longas prestações, agora aperta o cinto para não perder tudo. De uma hora para outra viu o dinheiro fugir do bolso com a desorganização da economia e a inflação batendo no teto. Desassistida, desamparada e carente das suas necessidades básicas, a população olha com desconfiança os investimentos na Copa do Mundo. Enquanto bilhões de dinheiro foram jogados nas obras superfaturadas de estádio de futebol para atender os interesses das empreiteiras e a megalomania de alguns retardados do governo, os recursos na saúde e na educação desapareceram, as obras de infraestrutura estão paralisadas e o pais vive em um estado pré-falimentar.

Caos na saúde E a saúde, que já estava cambaleante, virou um caos. Como não existe fiscalização, os mercenários da vida e da morte dão as cartas. Entrar numa farmácia, por exemplo, para comprar remédio é uma dor insuportável no bolso. Os laboratórios cooptaram os médicos e os transformaram em cúmplices para roubar os clientes. A estratégia para achacar a população é simples: o remédio receitado pelo médico é o dobro do preço. Fica, portanto, pela metade quando o farmacêutico liga para o laboratório e identifica o profissional pelo nome e pelo CRM. O infeliz do paciente deixa a farmácia feliz da vida porque aparentemente obteve um expressivo desconto na sua lista de medicamentos. Uma farsa montada para tirar mais dinheiro dos miseráveis e enganá-los com um preço irreal do produto, fazendo-os pensar que está levando “vantagem” na compra que acaba de fazer.

Achaque A quadrilha laboratório-médico tem apenas um objetivo: roubar o paciente. O preço do remédio, na verdade, nunca foi o dobro porque nenhum laboratório é idiota de vender o produto com prejuízo. Quando você escapa da extorsão dos laboratórios, a farmácia entra em ação: exige a sua fidelidade com o cartão do grupo com direito a desconto de até 40%. Outra farsa que o obriga a comprar sempre na mesma rede. O que há nessa safadeza é a fidelização do médico com o laboratório, de quem virou um comparsa na bandalheira. É o que acontece também com a fidelização do arquiteto nas lojas de construção. Os prêmios são viagens internacionais, hospedagem de luxo e boa alimentação lá fora. Com esse artifício espúrio, as obras ou a restauração de um imóvel ficam muito mais caras pela compra de material desnecessário e superfaturado.

Vantagem É a Lei de Gerson ainda em vigor no país. É aquela história do sujeito que quer levar vantagem em tudo mesmo que para isso jogue no lixo a ética e a moral. Para quem não se lembra, o jogador Gérson, protagonizou na televisão em 1976 propaganda do cigarro Vila Rica que terminava com a seguinte frase: “Gosto de levar vantagem em tudo”. É assim que boa parte dos brasileiros ainda pensa e age até hoje.

Espertinhos Não devemos estranhar, portanto, os métodos desses espertinhos. Devem fazer parte daquela pesquisa feita no segundo mandato do ex-presidente Lula. Ela registrou que muitos dos brasileiros não estavam preocupados com a corrupção no Brasil. Votaria, sim, em um político corrupto. A julgar por esse comportamento, devemos entender que o Brasil evoluiu da Lei de Gerson pra cá. Agora, somos, com muito orgulho, um país de corrupto. O preço que se paga? É este aí: a saúde e a educação destroçadas por um governo incompetente, mas que tem a cumplicidade dos seus compatriotas. Quem quiser que vá reclamar ao Bispo. Se o Bispo, é claro, não estiver também metido em uma boquinha.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Estratégia Há quem diga de que o governador Téo Vilela, como estratégia e para tentar polarizar a eleição majoritária, provocou seus antigos aliados, pedindo os cargos de volta. Com isso tentaria evitar que o PP e PMDB disputassem a maior fatia eleitoral.

O jogo da eleição

Coincidência?

D

aqui pra frente salvem-se quem puder. Um verdadeiro exército de contra-informações políticas já foi instalado por alguns candidatos, prontos para plantar notícias fantasiosas no sentido de desestabilizar o adversário. Em Alagoas, já se pode perceber isso com muita frequência. E o jogo é duro, é bruto. Mesmo com uma Copa do Mundo às portas e as Convenções Partidárias marcadas para até o final de junho, os candidatos começam a armar estratégias e formar os blocos para disputar as eleições majoritárias e proporcionais. E aí, parece, vale tudo. Os marketeiros de alguns candidatos já estudam os pontos fracos dos adversários, coletam informações, fazem coleções de vídeos na capital e no interior, preparam dossiês e se armam para a batalha no Guia Eleitoral. Enquanto não utilizam o tempo no horário gratuito estabelecido pela legislação eleitoral, os candidatos buscam alianças para aumentar o espaço no Guia Eleitoral e brigam nos bastidores para subir e derrubar os outros, seja de que maneira for. Pelo visto, a campanha majoritária deste ano vai ter muitos lances, naturalmente com muitas denúncias e lavagem de roupa suja.

Demanda jurídica O avanço de alguns candidatos em partidos alheios nos conchavos feitos nas caladas da noite em Brasília, com certeza vai terminar numa pendenga no judiciário. Vale aí o jogo de interesse, independentemente de atingir pessoas. As retaliações também são esperadas, uma vez que numa batalha política desse porte, vale tudo pela obtenção do poder.

Reflexão O governador Téo Vilela tem se preocupado e muito com o desenrolar das conversas para ampliar as alianças em favor de seu candidato ao governo, mas tem que correr que o tempo é curto. O vice José Thomaz Nonô, por exemplo, que lançou sua candidatura ao Senado, está reavaliando a situação e pode cair fora do barco. Tem até agendada uma reunião com o presidenciável Aécio Neves.

Jogo pesado O governador Téo Vilela parece que não quer acordo com a antiga base aliada e joga duro com o que ele chama de adversários. Desta vez mandou um recado pelo secretário do Gabinete Civil, Álvaro Machado, para que o PPS de Régios Cavalcante e o PR, de Maurício Quintela, entregassem os cargos. Uma maneira indelicada de proceder, de acordo com a nota oficial divulgada pelos sete partidos que fazem a aliança pró Biu de Lira.

Para quem não sabia os advogados Gustavo Delduque e Cleantho Rizzo que defendem o administrador judicial Carlos Franco, da falência da Laginha, no processo que ele responde e que está enquadrado na Lei Maria da Penha, são os mesmos que integram a equipe comandada pelo indiciado.

Reação Humilhação Os partidos entenderam que a forma truculenta de Álvaro Machado como se referiu aos dois partidos que o governo queria que se aliassem ao PSDB, foi uma humilhação. Das grandes. Velhos aliados do governador, como o Biu de Lira que conseguiu praticamente viabilizar o governo tucano com centenas de milhões de recursos públicos para obras essenciais ao Estado, não conseguiram entender a forma como foram defenestrados da administração pública.

Trabalhadores do Grupo João Lyra reagiram às medidas do administrador judicial da massa falida, Carlos Franco de divulgar uma lista de quem poderia entrar no escritório central a partir da última segunda-feira. Alguns funcionários também reclamam porque não têm esperança de quando serão pagas as indenizações. Um direito líquido e certo dos trabalhadores.

Alto lá Já está circulando à boca miúda de que a confusão ocorrida durante sessão na Câmara de Vereadores entre os irmãos Francisco Holanda e Antônio Holanda, terão desdobramentos. Ninguém sabe quando. Pela disposição dos meninos isso vai terminar numa delegacia de polícia.

De camarote

Direcionado

O Chapão ficou somente assistindo de camarote a reação do grupo do Biu com relação ao governo de Téo Vilela. Alguns comentaram nos bastidores que isso já era esperado e que a retaliação era questão de tempo.

Alguns órgãos de comunicação já estão fazendo o ´´dever de casa´´, ou seja, cumprir as ordens dos patrões. Na última semana a direção de uma emissora de rádio determinou a divulgação de hora em hora, de matéria da revista Veja, atingindo o senador Biu e seu filho Arthur Lira. É a campanha começando.

Indiferente O senador Fernando Collor não tem tido tempo de responder notícias de que teria recebido gentilezas de quem quer que seja. Afunda o pé no acelerador, pois sabe que em tempo de campanha política, como é candidato forte ao Senado, aparece de tudo.

Muitos boatos O senador Biu de Lira não está com a mínima preocupação das informações que dão conta de o ex-presidente Lula estaria decepcionado com sua aliança com o PSB, de Eduardo Campos. Para ele, Lula sabe bem quem lhe apoiou todos esses anos, assim como a presidente Dilma Rousseff. Ou seja, diz ele, conversa pra boi dormir.

Bem situado Por algumas pesquisas para consumo próprio que circulam por aí, o ex-governador Ronaldo Lessa está em situação privilegiada na sua corrida para a Câmara Federal. Lessa estaria aparecendo bem em todas as pesquisas e seria um dos candidatos mais bem votados nas próximas eleições para deputado federal.

De tudo Vai sair de tudo nessa campanha eleitoral. É esperar pra ver. E os alvos serão Fernando Collor, Biu de Lira, Renan Calheiros e Téo Vilela. E tem vaga pra mais.

Decidido O ex-prefeito Cícero Almeida saiu do tiroteio e diz que é candidatíssimo a deputado federal pelo PRTB. Quem deve se juntar à ele nessa empreitada é o deputado estadual Antônio Albuquerque. Os dois não anunciaram em que irão votar para governador, mas com certeza não acompanharão o Chapão. Acham que foram humilhados pelas lideranças do grupo.

E haja vaga Os maiores grupos que disputam as eleições deste ano fazem de tudo para mostrar força. Alegam, entre outras coisas, que farão quatro a cinco deputados federais. Se isso fosse verdade mesmo, Alagoas não teria somente nove cadeiras na Câmara Federal. Precisaria pelo menos de mais umas cinco ou seis.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 30 DE MAIO A 05 DE JUNHO DE 2014 -

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ARTIGO

OPINIÃO

Voltando à barbárie por recusar a Deus MARCOS LUIZ GARCIA escritor e colaborador da ABIM.

O

A política ilógica do segundo turno ROBERTO GONDO*

F

altando poucas semanas para o início do período eleitoral, Dilma volta para o seu patamar de liderança nas pesquisas, chegando aos seus 40% de intenção de votos. Obviamente não é ela que cresce de modo intenso, mas os seus concorrentes que não conseguem deslanchar e potencializar resultados para o segundo turno. A lógica do segundo turno deixa qualquer partido líder nas intenções de votos tenso e preocupado, porque a segurança da vitória no primeiro turno eleitoral não significa vitória final, já que não é totalmente garantida a predileção do eleitor dos candidatos derrotados na escolha do representante no segundo pleito eleitoral. Se Dilma pudesse desejar algo,

seria ter um segundo turno com o PSDB, já que possui representativa possibilidade de reverter ao menos uma parte dos votos de Campos para sua base eleitoral, dificultando uma virada. Todavia seja Aécio o terceiro colocado, a rejeição ao PT é enorme pelos tucanos, condicionando um aumento na intenção da dupla Campos e Marina Silva. Esse cenário de maio demonstra que a preocupação não está em ficar à frente, mas sim em quem terá forças para ser o segundo. Mais uma característica do sistema brasileiro que demonstra estatisticamente que nem sempre o primeiro vence nas urnas. *Roberto Gondo é doutor em Comunicação Política, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie

caso do linchamento de uma mulher no Guarujá tomou os jornais durante vários dias. A razão para isso não foi tanto o mérito do caso, mas sobretudo a extrema violência com a qual ela foi morta. Foi possível até filmar parte do acontecimento sem que os linchadores tomassem qualquer atitude para impedir. Notícias de brigas de trânsito que acabam em lutas violentíssimas com feridos ou mortos, brigas de estudantes em saídas e escola, sobretudo entre meninas, tiveram um aumento de ódio marcante nos últimos tempos. Há o caso até de duas crianças que espancaram um menino de seis anos até matá-lo. Ora, nunca se falou tanto em Direitos Humanos, até mesmo nos altares. E nunca o fracasso da política dos Direitos Humanos foi tão evidente! Nada mais hipócrita do que essa política, que não incute em ninguém o senso moral, que simplesmente colapsou. Não é com leis humanas que se edifica o respeito entre

as pessoas, como não é com leis puramente pragmáticas que se constrói um relacionamento harmonioso na sociedade. E mais, não é encharcando as pessoas de prazeres, sejam quais forem, que se vai conseguir que elas sejam boas, submissas, ordeiras. A imoralidade também extingue o senso

moral. O único que pode alcançar o autêntico bem-estar para uma sociedade é Deus. Esta verdade está mais do que provada. Quanto mais os homens se afastam de Deus, mais a sociedade vai se tornando um inferno. Seria necessário restaurar a prática dos Mandamentos, o desejo de santidade e da bem-aventurança no Céu. Aí as coisas melhorariam com toda certeza. Mas, para isso, seria preciso obter também que o clero se voltasse sinceramente para Deus, como é sua missão.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 30 DE MAIO A 05 DE JUNHO DE 2014 NEGÓCIO SUSPEITO

Luis Otávio Gomes contratou uma ‘‘refinaria de papel’’ para Alagoas Unidade seria instalada no pólo de Marechal Deodoro para refino de 5 mil barris/dia de petróleo VERA ALVES veralvess@gmail.com

N

o escândalo que envolve o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais investigados na Operação Lava Jato da Polícia Federal, Alagoas está no foco dos negócios suspeitos que apontam para um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o doleiro Alberto Youssef. Alagoas seria um dos quatro estados onde Paulo Roberto pretendia instalar uma refinaria através de sua empresa, a REF Brasil -Refinaria de Petróleo do Brasil. Os outros três são Ceará, Sergipe e Espírito Santo. O acerto foi feito entre o ex-secretário do Planejamento e de Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes, conhecido no meio empresarial e político como LOG, em janeiro último, pouco antes de deixar o comando da pasta. Luiz Otávio é citado textualmente na matéria de capa da edição desta semana da revista IstoÉ, “Refinarias de papel - O golpe de mais de R$ 1 bilhão que o ex-diretor da Petrobras estava preparando”. Foi com o ex-secretário que o diretor financeiro da REF Brasil,Luiz Henrique Correa, se encontrou no dia 24 de janeiro último para acertar os detalhes dos incentivos fiscais a que a empresa teria direito para instalação do empreendimento. Durante o encontro, realizado na sede da Seplande, LOG comemorou a vinda da refinaria, já batizada de Refinaria Alagoana Ltda. e com

Reportagem da IstoÉ revela suspeitas da Polícia Federal de que as refinarias fossem ser utilizadas num esquema de lavagem de diinheiro

área de instalação também já definida: o Polo Multifabril José Aprígio Vilela, localizado em Marechal Deodoro. Os registros do encontro são da própria assessoria de Imprensa da pasta (http://www. seplande.al.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/2013/empresa-garante-instalacao-de-refinaria-em-alagoas). LOG deixou o comando da Seplande, que assumiu ainda no primeiro mandato do governador Teotonio Vilela (2007), no dia 6 de fevereiro último, 13 dias após ter firmado a parceria com a empresa de Paulo

Roberto Costa. Diferentemente de outros assessores de primeiro escalão, a saída dele não se deu com vistas às eleições, mas para se dedicar a seus negócios na iniciativa privada. O imbróglio remonta ao final de agosto de 2012, quando, recém-saído da Diretoria de Abastecimento e Refino da Petrobras e após 35 anos e três meses trabalhando na estatal, da qual é funcionário aposentado, Paulo Roberto criou a Costa Global, uma empresa de consultoria e através da qual deu início aos primeiros contatos para implantação das pe-

quenas refinarias de petróleo, as chamadas minirrefinarias. Em meados de junho de 2013, o site da própria consultoria anunciava a criação, por ele, da holding REF Brasil(http:// www.costaglobal.com.br/exdiretor-da-petrobras-cria-holding-de-minirrefinarias-privadas-no-brasil-18062013-2/). E o detalhe: resultado de uma sociedade entre a Energio, uma empresa especializada em projetos eólicos, e a Costa Global, ela já nascia com quatro subsidiárias, batizadas de Refinaria Capixaba (ES), Sergipana (SE), Cearense (CE) e

a Alagoana (AL). Todas tinham em comum o investimento de R$ 120 milhões, criação de 250 empregos diretos e indiretos e o refino de 5 mil barris/dia de petróleo para produção de gasolina,diesel e óleo combustível. No caso de Alagoas, a minirrefinaria seria instalada numa área de 100 mil metros quadrados no pólo de Marechal Deodoro contando, para isto, com incentivos fiscais, creditícios e locacionais concedidos através do Programa do Desenvolvimento Integrado de Alagoas (Prodesin).


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MACEIÓ, ALAGOAS - 30 MAIO A 05 DE JUNHO DE 2014 - 7

NEGÓCIO SUSPEITO

As negociações para o empreendimento, contudo, datam de um ano atrás. A 22 de maio do ano passado, o jornalista Edivaldo Junior já anunciava, em seu blog, que o estado seria contemplado com uma minirrefinaria. O detalhe: Paulo Roberto Costa, na época, foi citado como diretor da Bmipar, empresa que estaria interessada em investir R$ 70 milhões em Alagoas para consecução do projeto. No texto - cuja íntegra pode ser conferida no endereço eletrônico http://blogsdagazetaweb.com.br/edivaldojunior/ politica/na-feira-al-pode-ganhar-minirefinaria-de-petroleo-de-r-70-mi - , ao falar sobre os resultados da participação de Alagoas na Feira Internacional de Plásticos (Feiplastic), realizada em São Paulo (SP), o jornalista creditou a informação a André Pafer, superintendente de Indústria, Comércio e Serviços da Seplande e que ainda hoje permanece na pasta no cargo de secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico. Estranhamente, o EXTRA não conseguiu obter informações sobre a Bmipar. Os escassos registros encontrados dão conta de que a mesma se enquadra na atividade econômica de holdings de instituições não-financeiras e teria sido fundada em outubro de 2008 com o nome fantasia de Bmi Participações S/A e sede em Copacabana, no Rio de Janeiro, não por acaso a cidade em que Costa reside e onde fica a sede da REF Brasil. LOG NÃO RESPONDE O EXTRA tentou ouvir o ex-secretário Luiz Otávio Gomes. Em viagem a Nova York (EUA), com previsão de retorno para ontem à tarde, de acordo com sua assessoria, ele foi contactado através de dois e-mails que, a despeito de terem sido lidos, não tiveram resposta até o fechamento desta edição. A LOG foram pedidos es-

clarecimentos acerca das negociações com Paulo Roberto Costa e o fato de o governo ter imputado a duas empresas distintas a consecução do projeto em negociações engendradas pela e com a mesma pessoa. De acordo com a reportagem da IstoÉ, com base nos documentos que apreendeu na casa de Costa, incluindo os contratos sociais das quatro refinarias, a Polícia Federal suspeita que o negócio não passaria de teatro e que o objetivo de Costa era criar um ativo de papel para ser revendido a empresas parceiras e negociá-lo também no mercado financeiro, captando recursos públicos e privados que seriam enviados a empresas offshores com sede em paraísos fiscais. A suspeita foi reforçada pela participação no projeto da Energio Energias Renováveis, que tem por sócios Francisco José Machado de Sant’Anna e Rubens Andrade, este último sócio do doleiro Alberto Youssef na CSA Finance Project e com um agravante: a empresa captou R$ 433 milhões em empréstimo no Banco do Nordeste (BNB) mais um financiamento de R$ 525 milhões junto à Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para construção de 40 usinas de energia eólica que nunca saíram do papel. ENTENDA O CASO O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa foi preso acusado de envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro desbaratado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Deflagrada no dia 17 de março último com o objetivo de desarticular organizações criminosas que atuavam no mercado clandestino de câmbio no Brasil, a operação resultou em quatro inquéritos e o indiciamento de 46 pessoas pelos crimes de formação de organização criminosa, crimes

Em janeiro, LOG (E) e Luiz Henrique Correia (D) definiram incentivos que o Estado daria à REF Brasil

contra o sistema financeiro nacional (operar instituições de câmbio sem autorização, falsa identidade em contrato de câmbio e evasão de divisas), falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. O esquema, segundo a PF, teria movimentado R$ 10 bilhões. No último dia 19, por determinação do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), Paulo Roberto Costa deixou a carceragem da PF em Curitiba (PR) onde estava preso. Ele foi, aliás, o único a ser solto após uma trapalhada do ministro que anteriormente havia determinado a liberação de todos os 11 presos da Operação Lava Jato e se viu obrigado a retroceder por conta de um alerta do juiz federal responsável pelo caso, Sérgio Moro, que pediu esclarecimentos ao STF sobre a abrangência da decisão. O magistrado advertiu que os doleiros que estão presos mantêm contas no exterior, com valores milionários e que havia risco de fuga. Tido como cabeça da quadrilha, Youssef permanece sob custódia da PF.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 30 DE MAIO A 05 DE JUNHO DE 2014 LAVA JATO

Baú de doleiro sacode meio político em Alagoas

O doleiro Alberto Youssef teria relações com políticos alagoanos

Efeito na campanha eleitoral das denúncias é imprevisível; Arthur Lira é o único que permanece calado ODILON RIOS ESPECIAL PARA O EXTRA

E

m meio ao tiroteio da campanha eleitoral, a abertura do baú do doleiro Alberto Youssef promete sacudir o palanque alagoano com a citação de personagens da política local. Os senadores Fernando Collor (PTB) e Benedito de Lira (PP) aparecem em matéria da revista Veja, que circulou na semana passada. O deputado federal Arthur Lira (PP) - assíduo frequentador das páginas policiais - e filho de Biu, ilustra sua foto na visita ao escritório de Youssef, chamado pela Veja de “versão recente da então discreta agência brasiliense do Banco Rural”- banco considerado peçachave do núcleo financeiro do mensalão e punido na semana passada pelo Banco Central por má prática bancária. O banco fechou as portas. Collor e Benedito de Lira reagiram. Negaram a ligação com o doleiro. Collor não é investigado, segundo informa o próprio juiz Sergio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, ao falar dos comprovantes de depósitos bancários endereçados a Collor e que estavam no escritório do doleiro no momento da busca e apreensão da Operação Lava Jato. São oito depósitos bancários fracionados, em espécie, de R$ 1,5 mil; R$ 9 mil; R$ 1,5 mil; R$ 9 mil; R$ 8 mil; R$ 9 mil; R$ 8 mil e R$ 4 mil. Collor não revelou a origem dos de-

pósitos. Veja publicou a documentação com o nome do senador. Ao mesmo tempo, é conhecida a briga entre Collor e a Veja. Revista de maior circulação nacional, ela foi condenada a pagar R$ 1 milhão, por ofensas morais, a maior da história da imprensa e dos crimes por calúnia e difamação. Isso foi em abril. O senador qualificou as notícias veiculadas como “mais uma desmesurada tentativa de criminalização de quem não cometeu crime algum”. E referindo-se à revista Veja, disse que toda essa “rasteira manobra midiática”, tem como pano de fundo “o inconformismo, a revolta e a sordidez de um veículo de comunicação, que se diz responsável, mas que não se conforma em ouvir a verdade, em aceitar a realidade de uma história que tem que ser reescrita e, menos ainda, em perder processos na justiça”, diz nota de Collor, distribuída à imprensa. Segundo o senador, as informações sobre os depósitos foram manipuladas, usando “a velha tática de transformar o fato isolado em principal, e o principal, de maior relevância, em mero detalhe”, e disse que desde a primeira reportagem sobre o assunto – publicada em abril, com informações que ele questiona se foram adquiridas dentro de critérios legais – já ficou clara a intenção da tentativa de vincular seu nome à chamada ope-

Deputado federal, Arthur Lira optou por se calar quanto às suspeitas ração Lava Jato da Polícia Federal. “Como sempre, levantaram suspeitas, camuflaram informações, emitiram insinuações e, pior, fizeram acusações”, diz a nota.

CBTU Já Biu de Lira aparece na Veja como tendo indicado o presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), sob influência do doleiro. Francisco Colombo morreu esta semana. “Neste fim de semana, fui alvo de um ataque sórdido com informações inteiramente falsas.O colunista Lauro Jardim, publicou uma suposição de que e teria feito a indicação do presidente da CBTU, supostamente ligado a doleiros. Isso é inteiramente falso, pois sempre pautei as indicações para cargos administrativos por critérios técnicos e o compromisso de realizar o bem. A informação falsa foi repetida e distorcida em outras publica-

ções, tentando claramente atingir a minha pré-candidatura ao Governo do Estado”, disse Biu de Lira. “Aqueles que se utilizaram dessa suposição nefasta para tentarem me atingir, estando a serviço dos adversários políticos e responderão na Justiça pelas inverdades publicadas. Em 52 anos de vida política, desde vereador até o Senado Federal nunca fui processado. Este é o meu patrimônio e legado pessoal e político. Nunca tive, nem tenho, nenhum comprometimento com o malfeito” explicou o senador. Já o filho de Biu, Arthur Lira, entregou-se ao silêncio. Estratégia marota, afinal Arthur tem muitas satisfações a dar para a Justiça. E nenhuma aos eleitores. Semana passada, foi reintegrado pelo juiz da 17ª Vara Cível da Capital, Alberto Jorge Correia de Barros Lima, e está apto a disputar as eleições à Câmara Federal. E Arthur usa uma estratégia conhecida. Eleito, vai trabalhar para garantir

que os processos contra ele, em Brasília, possam dormir nos braços de Morfeu. Ou da impunidade. Mas Arthur carrega a mancha do desvio de R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia Legislativa. E não só ela. Em 6 de dezembro do ano passado,o STF decidiu abrir um processo criminal contra o deputado para apurar indícios de que ele teria agredido a ex-mulher com tapas e chutes meses após a separação do casal. Por 6 votos a 3, os ministros do STF concluíram que existem indícios suficientes para a instauração de uma ação penal. Entre esses indícios estão um primeiro depoimento da vítima e de uma testemunha relatando as agressões e um laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatando hematomas no corpo da mulher. Relator do inquérito no Supremo, o ministro Luiz Fux votou contra a abertura do processo. Ele disse que os elementos existentes no inquérito não corroboram depoimentos segundo os quais a ex-mulher teria sido agredida. O ministro também destacou que, apesar de a suposta vítima ter dito inicialmente que as agressões demoraram cerca de 40 minutos, o exame do IML encontrou apenas lesões leves, como hematomas nos braços e nas pernas. “Não conheço murro de mão fechada que não deixa marca, principalmente se é seguido de agressão de 40 minutos”, afirmou Fux. Além disso, no ano passado, Arthur Lira passou a ser investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, que estão no gabinete do ministro Marco Aurélio Mello, também do Supremo Tribunal Federal, o servidor da Câmara dos Deputados, Jaymerson José Gomes de Amorim, tentou embarcar no aeroporto de Congonhas (São Paulo), com destino a Brasília, levando uma quantia em dinheiro considerada suspeita. As passagens foram pagas pelo deputado federal. O caso foi em fevereiro de 2012. Seja como for, o tabuleiro eleitoral alagoano está agitado. Assessores do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), distribuíam e-mails no final de semana com fotos da matéria da Veja sobre as relações dos doleiro em Alagoas. No alvo, Biu de Lira e Arthur. Muitas águas ainda correrão por debaixo desta ponte.


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10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 30 DE MAIO A 05 DE JUNHO DE 2014 CONTAS REJEITADAS

TRE decide 2ª-feira sobre calote milionário da campanha de Lessa Rombo no pleito de 2012 pode – de novo - deixar o ex-governador fora das eleições ODILON RIOS REPÓRTER

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ma das estrelas da Frente de Oposição e com extraordinário potencial de votos para deputado federal, o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) enfrentará na próxima segunda-feira (2), no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a sua mais dura prova. Em jogo, o futuro político dele. Os desembargadores vão decidir se anulam ou não a decisão da juiza da 3ª Zona Eleitoral, Maria Valéria Lins Calheiros, que desaprovou, em maio do ano passado, as contas de Lessa relativas à candidatura dele a prefeito de Maceió, em uma das campanhas mais furadas dos últimos tempos. Se o TRE-AL rejeitar as contas de Lessa, o ex-governador será considerado ficha-suja. Inelegível, o voto nele a deputado federal terá o mesmo valor de uma nota de três reais. Ou seja: nada. É uma situação idêntica a que aconteceu nas eleições de 2012, quando o tribunal rejeitou o registro de candidatura dele. Acuado após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - referendando o TRE Lessa desistiu da disputa pela Prefeitura, foi substituído por Jurandir Bóia, entregando a eleição para o então deputado federal Rui Palmeira (PSDB), hoje prefeito da capital. Pior: Lessa pode se tornar inelegível por mostrar demais à Justiça Eleitoral. Disse que tinha uma dívida de campanha de, exatos, R$ 485.048,20. Por “descuido” - adjetivo da Justiça Eleitoral - acabou anexando um contrato com uma empresa e a

dívida saltou de quase meio milhão de reais para dois milhões de reais. A dívida de campanha é de exatos R$1.940.248,20. Ou seja: “sem querer”, Lessa acabou revelando uma ilegalidade cometida por ele mesmo. E a situação só não é mais grave porque há uma dívida com uma produtora. O que pode agravar o “caso Lessa”, vazando a situação para a esfera penal. Esta dívida não é contabilizada pela Justiça Eleitoral. Em 2012, Lessa ficou literalmente só. Tentou fazer com que o PDT nacional assumisse a dívida milionária. Não obteve resposta. O PDT municipal caiu em campo para ajudar o mais ilustre filiado. Mas a assunção da dívida só poderia acontecer com autorização da turma do PDT nacional. Ainda esperam pela resposta. O ex-governador teve as contas rejeitadas em maio do ano passado, em decisão da juíza da 3ª Zona Eleitoral, Maria Valéria Lins Calheiros. Ela seguiu entendimento do Ministério Público Eleitoral. Lessa recorreu ao TRE-AL e o recurso eleitoral entrou na pauta para ser julgado dia 2 de junho (segunda-feira) , no plenário do tribunal. Em 1 de março de 2012, o TSE decidiu que político que teve as contas rejeitadas fica inelegível. Mudou uma interpretação que estabelecia como condição para o registro de candidaturas apenas a apresentação das contas, e não a necessidade de que tenham sido aprovadas. Ficou acordado que se as contas tivessem sido rejeitadas em eleição anterior, ficaria de fora das eleições. “Quem não tiver quitação

Lessa, que teve as contas de 2012 rejeitadas, pode virar ficha-suja

eleitoral (conta aprovada), não terá o registro (da candidatura)”, resumiu o então presidente do TSE, Ricardo Lewandowski. O CASO Candidato a prefeito em 2012, Lessa foi barrado pelo TSE e desistiu, no dia 5 de outubro daquele ano de disputar a eleição. A candidatura foi barrada porque ele pagou com atraso de vinte dias uma multa aplicada contra ele pela Justiça Eleitoral. O TSE entendeu que, para ser elegível, o cidadão tem de estar em dia com a Justiça Eleitoral no momento em que registra sua candidatura. E Lessa, desta vez, tem um novo problema: uma nova trapalhada em sua contabilidade. Os caminhos da documentação foram estes: ele teve de apresentar os documentos obrigatórios para a prestação de contas (Ficha de Qualificação do candidato; Demonstrativo de Recursos Arrecadados; Demons-

trativo de Receitas e Despesas; Relatório de Despesas Efetuadas “dentre outras peças indispensáveis”). O material foi encaminhado à Comissão de Análise das Prestações de Contas Eleitorais de 2012, o CAPCE. Realizadas diligências, os técnicos descobriram uma lista de irregularidades. Por exemplo: tanto ele quanto o PDT municipal declararam não ter condições de saldar as dívidas de campanha nem a curto nem médio nem longo prazo. “Observa-se que o candidato contraiu despesas que foram muito além da sua capacidade de pagamento. Tal prática sugere que o candidato favoreceu-se de recursos econômicos de que não dispunha e nem tinha a garantia de que viria a dispor, evidenciando-se uma desordem no planejamento e execução orçamentários”, detalha a decisão. Mas, por que? Havia uma promessa de que o PDT nacional assumisse a dívida da campa-

nha. E o partido não enviou resposta aos pedidos, insistentes, dos lessistas. Três hipóteses para o quê aconteceu- todas levantadas pela Justiça Eleitoral: “1ª) ou o candidato não se ocupou de obter a autorização do Diretório Nacional do PDT; 2ª) ou não obteve tal autorização porque o Partido, em nível nacional, encontra-se em insuficiência de fundos para adimplemento dos débitos, pelos quais responderia como responsável último e gestor dos recursos provenientes do fundo partidário; 3ª) ou não cumpriu as normas previstas no Art. 75 do Estatuto de seu Partido. Qualquer das hipóteses ora levantadas é desfavorável ao candidato. Logo, a citação desse artigo estatutário, em vez de socorrê-lo, na verdade, a ele se opõe”. E a Justiça Eleitoral, em outro trecho da decisão do ano passado, levanta perguntas: “Como bem se infere dos trechos há pouco citados, os próprios candidato e Diretório Municipal do PDT em Maceió admitem incertezas quanto ao pagamento da dívida de campanha, deixando os credores à mercê da sorte. Quando a dívida será quitada? Com quais recursos dar-se-á a quitação? Essas perguntas ficam sem resposta, o que evidencia estarem os credores dos débitos eleitorais do candidato desprotegidos de qualquer garantia no sentido de que o devedor arcará com sua obrigação de pagar. Dessa maneira, resta óbvio que, além de a dívida não ter sido assumida regularmente, não foram demonstradas condições efetivas para o seu adimplemento”.


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CONTAS REJEITADAS

Parecer de juíza inclui “puxão de orelhas” Este imbróglio é por causa do valor da dívida. Na documentação, o ex-governador declarou que o débito da campanha era de R$ 485.048,20. Só que Lessa não incluiu um saldo remanescente do contrato com a Urucum Brasil Tecnologia da Informação e Eventos Ltda, que é de R$ 1,4 milhão (exatos R$ 1.455.200,00). Pior: juntou a documentação por descuido. E então? A Justiça Eleitoral ligou a calculadora e somou: dívida total é de quase dois milhões de reais. Somado ao débito de quase meio milhão de reais. “Daí, nota-se um erro formal com indícios de produção deliberada. Ora, se não fosse juntado aos autos o contrato em comento, a Justiça Eleitoral, provavelmen-

te, jamais saberia o real valor dessa contratação. Muito embora o candidato tenha trazido aos autos prova contra si mesmo, há de se destacar que as peculiaridades do presente caso concreto evidenciam que ele o fez mais por descuido do que por boa-fé”, analisa a decisão, sempre balizada pelo entendimento do Ministério Público Eleitoral. E tudo poderia ser pior: a dívida com a produtora 082 não foi reconhecida juridicamente por iniciativa da empresa. Há os registros de dois pagamentos: R$ 35 mil e R$ 20 mil. E há uma sobra não citada. E se for reconhecida? “Isso implicará a omissão do lançamento do valor de tal dívida na prestação de contas do candidato”, explica a decisão,

dando ainda um “puxão de orelhas” no ex-governador, ao analisar o orçamento da campanha dele à Prefeitura da capital. Algo que funciona com mau exemplo a quem tem vasta experiência no Executivo: “Em conclusão, o que se extrai dos elementos e informações contidos nos autos é que a gestão orçamentário financeira do candidato foi extrema e inescusavelmente desordenada, do começo ao fim, trazendo à tona que foram desconsiderados preceitos legais e morais fundamentais à garantia da probidade e lisura das contas apresentadas, em notória contrariedade ao interesse público, à ordem econômica, à honradez e, principalmente, à legislação eleitoral regente da

matéria”. CONDENADO POR IMPROBIDADE ASSUMIU CONTAS O administrador financeiro de Lessa- responsável por esta prestação de contas- foi Sérgio Dória, seu exsecretário de Planejamento e Finanças, condenado em março deste ano por improbidade administrativa. A sentença é assinada pela 17ª Vara Criminal da Capital. A denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual dá conta de uso indevido de dinheiro público nos anos de 2005 e 2006. Segundo a denúncia, um convênio foi firmado com instituições de crédito para a realização de empréstimos consignados, que se-

riam descontados das folhas salariais de servidores. No entanto, apesar dos descontos salariais, os valores não foram repassados durante os meses de outubro de 2005 e de maio a novembro de 2006, às empresas conveniadas. Totalizando assim um débito de R$ 41.605.586,26, que teriam sido utilizados de forma indevida. A Justiça Eleitoral não viu problemas em se colocar Dória como gestor financeiro de Lessa nas contas de 2012 na disputa à Prefeitura. Mas, Dória pode ter acelerado o enterro político e eleitoral do ex-governador. Um erro que pode custar caro a um dos principais nomes da Frente de Oposição. A decisão será do TRE- com quem Lessa nunca teve ótimas relações.


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 30 DE MAIO A 05 DE JUNHO DE 2014 DESCASO COM EDUCÇÃO

Escolas municipais em construção são abandonadas pela Prefeitura de Maceió Prazos para a entrega de escola infantil e creche são descumpridos JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

O

prazo da entrega do prédio da creche pré-escola João Sampaio II, localizada no Benedito Bentes I, vem sendo desrespeitado pela prefeitura de Maceió. A obra teve início em maio de 2013, foi orçada em R$ 1.302.697,68 e deveria ser finalizada em fevereiro de 2014; o que não ocorreu. A reportagem do jornal Extra esteve in loco na região e pôde constatar o abandono e morosidade nas conclusões das obras. Vale ressaltar que as obras da creche pré-escola, que é de responsabilidade do município de Maceió, recebeu recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) para o término da construção. Dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e do Portal da Transparência apontam que o repasse milionário foi realizado. Trabalhadores a serviço da construtora Miramar, que não quiseram se identificar temendo represálias, afirmaram que as obras do prédio da creche pré-escola João Sampaio II não têm previsão para entrega. “Se colocassem 30 homens trabalhando aqui aí sim acho que daqui para dezembro essa empreitada estaria pronta”, destacou um trabalhador. Outro funcionário da obra afirmou que os vencimentos seguidamente são atrasados. “As desculpas são as mais variadas. Mas na verdade deveria existir motivação e comprometimento para que essa escola ficasse pronta”. Já são 90 dias de atraso e nenhuma previsão de entrega. O prédio da creche pré-escola João Sampaio II irá acomodar a

escola municipal Rodrigues Alves, que fica no Benedito Bentes; mesmo sem data definida para o fim da construção. Atualmente os alunos da escola Rodrigues Alves convivem com a falta de estrutura em sala de aula e a falta de acomodação para as professoras. A escola acolhe 200 crianças de 4 a 5 anos nos períodos da manhã e tarde. As educadoras convivem com o completo sucateamento do local. Salas improvisadas, banheiros sem a comodidade adequada, falta de acessibilidade para deficientes físicos. “Trabalhamos pelo amor à educação, pois não temos onde digitar uma avaliação. Não há computador. A dispensa onde é guardado o alimento que os alunos consomem todos os dias é inadequada. Não há o mínimo de dignidade e respeito com os profissionais da educação de Maceió”, desabafou uma professora. Diretora da escola Rodrigues Alves, Rita de Cássia disse que os professores e os pais dos alunos aguardam com ansiedade o término do prédio da creche pré -escola João Sampaio II para que os educadores e alunos possam conviver em um local de qualidade para exercer o magistério. “Hoje convivemos com o calor, o espaço pequeno. São 100 crianças por turno. É um trabalho árduo e complexo”, destacou Rita. Quem também falou sobre o descaso do executivo municipal com a educação infantil foi a vice-diretora da escola Rodrigues Alves, Juliane Silva Costa: “Estamos há cerca de quatro anos na atual sede da escola. Os descumprimentos de prazos geram insegurança e cobrança por parte da população”, disse.

Construção do prédio da creche pré-escola João Sampaio II sem previsão para o término das obras

Escola Rodrigues Alves, no Benedito Bentes I, é o retrato do improviso


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DESCASO

Unidade escolar e centro digital também estão abandonados Assim como o prédio da creche pré-escola João Sampaio II, a Unidade Escolar no loteamento Bela Vista II, localizada no Benedito Bentes II, também não foi entregue no tempo previsto. A obra foi iniciada no dia 1º de agosto de 2013 e após nove meses não foi concluída. A unidade escolar de educação infantil recebeu o investimento federal de R$ 615. 892, 00 e se encontra em lenta etapa de atividades. O matagal toma conta do local, além de restos de material de construção sem o devido fim. A construtora Miramar também é responsável por mais essa obra. A reportagem do jornal Extra entrevistou trabalhadores que estavam no local que confirmaram sobre as condições precárias de trabalho: “Não há nem água para trabalhar, nem para beber. Temos que ir até a vizinhança para pedir um copo com água”. A reportagem tentou entrar em contato com o proprietário da construtora Miramar, Paulo Acyoli, para falar sobre o descaso que existe nas obras, mas até o fechamento desta edição não houve sucesso nas ligações para seu telefone: XXXX-4876. Já a Secretaria Municipal de Educação encaminhou uma nota para o Extra através da Secretaria de Comunicação do município onde responsabiliza a comunidade pelo atraso das obras: “...as comunidades, a exemplo do Canaã e Bariloche, onde as lideranças comunitárias e/ou de bairro não queriam a cons-

Centro Digital está abandonado e virou cemitério de computadores

trução da unidade escolar na região.” Ainda segundo a nota: “[...] todas as obras em andamento são acompanhadas pela equipe de Engenharia da Semed e que esta é a primeira paralisação registrada.” A resposta oficial vai de encontro aos relatos de moradores, professores e trabalhadores da própria obra. Alguns questionamentos realizados pela reportagem

do Extra para a Semed não foram respondidos, como: quando as obras serão entregues? É de conhecimento que os trabalhadores das obras convivem com condições precárias (como falta de água potável, banheiro...)? Imagens exclusivas foram disponibilizadas sobre o Centro de Inclusão Digital, no Benedito Bentes, que se tornou um cemitério de computadores. Devido às janelas

quebradas os equipamentos se misturam a pombos e suas fezes por toda parte. Um total de 46 computadores foram contabilizados em pleno abandono. O complexo que antes era utilizado para inclusão digital de crianças e adolescentes hoje se encontra com sua estrutura sucateada. A Semed informou que: “ [...] está buscando outro prédio na região, que possua não apenas os padrões mínimos de uso, mas também nenhum impedimento legal para contratação (ter toda documentação regular junto aos órgãos). A região não tem apresentado alternativas de locação e, desta forma, a Semed ampliou a busca para bairros adjacentes”. Nenhum prazo foi dado para aquisição de uma nova sede para o Centro de Inclusão Digital. Veja na íntegra a nota da Secom sobre os problemas relatados: NOTA O atraso destas obras com recursos do Governo Federal, por meio do Projeto Pró-Infância, se deu em virtude de entraves com as comunidades, a exemplo do Canaã e Bariloche, onde as lideranças comunitárias e/ou de bairro

não queriam a construção da unidade escolar na região. Tal situação já existia antes da atual gestão assumir a pasta. De forma democrática, as comunidades foram ouvidas e a secretária Ana Dayse, pessoalmente, acompanhou as negociações para que o projeto dessas creches fossem mantidos sem alteração ou exclusão do projeto pelo governo federal. Vale destacar que, como os recursos são enviados de forma única, ou seja, o governo federal não visualiza as obras de forma individual, mas sim o conjunto delas, o repasse foi suspenso temporariamente e as obras estão paralisadas até que se chegue a um acordo com as comunidades. Para manter a evolução de todas as obras e evitar outra suspensão dos recursos, a Semed já fez os ajustes de projeto e calendário, com o objetivo de adequar o cenário e manter todas as obras em andamento. Reiteramos que todas as obras em andamento são acompanhadas pela equipe de Engenharia da Semed e que esta é a primeira paralisação registrada. Quanto ao Centro de Inclusão Digital, no Benedito Bentes, a Semed está buscando outro prédio na região, que possua não apenas os padrões mínimos de uso, mas também nenhum impedimento legal para contratação (ter toda documentação regular junto aos órgãos). A região não tem apresentado alternativas de locação e, desta forma, a Semed ampliou a busca para bairros adjacentes. No que diz respeito à sugestão de os computadores serem destinados para unidades escolares, esclarecemos que tal equipamento foi adquirido com recurso específico e devidamente tombado para uso exclusivo no Centro, não sendo permitida a remoção para outras unidades.


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VOTO A VOTO

Candidatura de Alexandre Toledo ao Senado acirra disputa em Alagoas Disputa terá nomes fortes como o do atual senador Fernando Collor, que tentará a reeleição, a vereadora Heloisa Helena e o vice-governador José Thomaz Nonô CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

N

o último dia 19, Alexandre Toledo (PSB), lançou sua pré-candidatura ao senado da república, na qual marchará ao lado do senador Benedito de Lira (PP), que será candidato ao Governo. Com isso as eleições de Alagoas terá uma disputa acirrada para uma vaga no Senado Federal, com nomes como o de Fernando Collor de Melo (PTB), Heloisa Helena (PSOL) e o do vice-governador, José Thomaz Nonô (DEM). O IBOPE Inteligência, a pedido do PMDB, realizou entre os dias 22 e 25 de março uma pesquisa sobre as eleições 2014 no estado de Alagoas. No primeiro cenário testado para o Senado, Toledo não participou, pois tinha seu nome especulado para uma candidatura ao Governo. Na pesquisa Fernando Collor, o candidato da Frente de Oposição, apareceu empatado tecnicamente, no limite da margem de erro, com a ex-senadora Heloísa Helena, o primeiro com 38% das citações e a segunda com 32%. Luciano Barbosa (PMDB) teve seu nome entre os candidatos e foi preferido por 9% dos entrevistados, enquanto José Thomaz Nonô teve 6% de citações. Brancos e nulos somam 10%, enquanto 6% não se posicionam a respeito. Com quatro nomes fortes agora disputando uma vaga apenas, a situação muda, pois embora o senador Fernando Collor estivesse como favorito, devido suas alianças no interior do Estado, um fato o atrapalha, o alto índice de rejeição. O Senado ganhou contornos de verdadeira disputa. SEM VILELA Alexandre Toledo que já foi secretário do Governo Teotônio Vi-

lela Filho (PSDB), parece mesmo ter cortado relações com o tucano, isso porque na segunda-feira, o candidato ao governo pelo PP, Biu de Lira entregou uma carta ao governador, comunicando a renúncia pelos partidos que o apoiam aos cargos que ocupavam no governo. O documento é assinado pelos presidentes do PP, Benedito de Lira; PSB, Kátia Born; PPS, Régis Cavalcanti; PR, Mauricio Quintela, que participavam do governo, além dos presidentes do Solidariedade, João Henrique Caldas; PSD, João Lyra; e, do PSL, Rogério Casado. Confira a íntegra da carta Maceió, 26 de maio de 2014 Ao Exmo. Sr. Teotônio Vilela Filho Governador de Alagoas Senhor Governador, Os partidos que constituem o núcleo de sustentação da candidatura do Senador Benedito de Lira ao governo do Estado, tanto os que participam da base de apoio ao Governo de Alagoas, como os demais, vem manifestar à Vossa Excelência: 1. O Senador Benedito de Lira, que teve a maior votação da eleição passada, não só apoiou a candidatura de Vossa Excelência, mas também o seu governo, em todos os momentos, como um dos maiores defensores de projetos e programas para o desenvolvimento de Alagoas, tendo seu trabalho reconhecido publicamente – inclusive por Vossa Excelência – como o parlamentar que mais recursos federais conseguiu para Alagoas; 2. De forma idêntica, os partidos políticos que compõem a base de apoio ao Governo de Vossa Ex-

Alexandre Toledo, do PSB de Eduardo Campos, entra na briga pela única vaga ao Senado em disputa

celência recordam que enfrentaram momentos difíceis, mas sem nunca perder o objetivo de realizar o melhor para o povo de Alagoas, com transparência e lealdade. Isso torna injustificável a humilhação pública imposta a alguns desses partidos pelo Secretário de Estado da Casa Civil, ao convidá-los, de forma truculenta, a deixarem as secretarias que ocupavam para que fossem usadas na atração de outras legendas em apoio à candidatura do PSDB, decidida por Vossa Excelência, sem qualquer diálogo com a base de apoio; 3. Exemplo lamentável dessa ação política é a exoneração do secretário de Recursos Hídricos, Napoleão Casado, com atuação e competência reconhecidas, por ter o Partido Republicano, que o indicou, se recusado a deixar o núcleo de apoio à candidatura do senador Benedito de Lira; 4. Consideramos que as instituições que compõem o Estado democrático, como também sempre ouvimos de Vossa Excelência, devem ser geridas com competência para realizar políticas de melhoria da qualidade de vida do povo, e não como instrumentos eleitorais

a serviço de qualquer candidatura; 5. Acreditamos na orientação de Vossa Excelência, quando estimulou a apresentação de mais de uma candidatura da base aliada de seu governo, o que agora é contraditado pelas pressões que visam destruir a unidade construída em torno das candidaturas a governador, do Senador Benedito de Lira, e ao Senado, do deputado federal Alexandre Toledo, o que, na prática, só favoreceria as candidaturas da oposição; 6. Dessa forma, manifestamos nossa solidariedade ao PR e, para preservar a unidade já expressada publicamente, os partidos da base de apoio (PP, PSB e PPS) que possuem secretarias no seu governo vem entregar os cargos que exerceram até hoje com lealdade e dedicação ao povo alagoano, permanecendo nelas apenas o tempo necessário para que Vossa Excelência nomeie seus substitutos, para evitar a descontinuidade de projetos e programas, ou qualquer eventual prejuízo à administração pública e, principalmente, ao povo alagoano. Os partidos PSD, Solidariedade e PSL, mesmo não

possuindo secretarias no governo, também se associam a esta manifestação de unidade e apoio ao PR, certos de que atingir a qualquer um é atacar um projeto de reafirmação de compromisso com o bem de Alagoas. 7. Informamos, ainda, à Vossa Excelência e à sociedade, que continuaremos, com responsabilidade, a apoiar todas as ações que contribuam para a solução dos graves problemas que Alagoas enfrenta, entendendo que os aliados dos momentos difíceis são os principais amigos na conquista de novas vitórias. Assim preservamos o nosso projeto central, aberto a todas as forças democráticas, de se manter junto com o povo, construindo melhorias para a vida de alagoanos e alagoanas”. PP – Benedito de Lira PSB – Kátia Born PR – Maurício Quintella SOLIDARIEDADE – João Henrique Caldas PPS – Régis Cavalcante PSD – João Lyra PSL – Rogério Casado


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ELEIÇÕES 2014

Lula declara apoio a Renan Filho para governador de Alagoas Ex-presidente desaprova a pré-candidatura de Biu de Lira, que vai tocar Dilma por Eduardo Campos JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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omo já era de se esperar, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o palanque da presidente Dilma Rousseff em Alagoas será o da Frente de Oposição, encabeçada pelo candidato ao governo de Alagoas Renan Filho (PMDB). Lula fez questão de afirmar que tem compromisso com Renan Filho e que não irá dividir palanque no Estado. Lula deu essas declarações essa semana durante encontro no Hotel Gran Mercury ao lado dos senadores Eduardo Braga (AM), Renan Calheiros (AL) e Eunicio Oliveira (CE), todos do PMDB e da base de sustentação da presidente Dilma. Lula ainda revelou que estará no primeiro comício da Frente de Oposição e que dará todo o apoio possível para a campanha de Renan e seus aliados. A aproximação de Lula com o palanque do governo do Estado reforça a ideia de que o Partido dos Trabalhadores pode indicar o vice-governador na chapa encabeçada por Renan Filho. Nomes petistas como de Rosiana Beltrão, ex -prefeita de Feliz Deserto, e Judson Cabral, deputado estadual, ambos do PT, são ventilados para compor a chapa apoiada pelo ex-presidente em Alagoas. Sobre a divisão do palan-

que em Alagoas, Lula se mostrou decepcionado, pois não considerava que Benedito de Lira (PP), que também é da base aliada do governo Dilma, colocaria seu nome na disputa. Além disso, Benedito firmou aliança com o presidenciável Eduardo Campos (PSB). Na última segunda, Benedito garantiu seu compromisso em alicerçar o palanque de Eduardo Campos. Ao lado da presidente estadual do PSB, a ex-prefeita de Maceió Kátia Born, o candidato ao governo disse que o partido de Eduardo será de importância fundamental para o êxito de sua campanha. Na ocasião, o senador deixou claro que desde 1989 vota com o Partido dos Trabalhadores e em Lula, mas que nunca o PT votou nele quando assumiu suas candidaturas. Um dos exemplos citados por Benedito foi sua disputa ao Senado com Renan Calheiros e Heloísa Helena (PSOL) há quatro anos. OUTROS PALANQUES DECLARADOS A pedido do pré-candidato a presidente Aécio Neves (PSDB), o governador Teotonio Vilela (PSDB) teve que montar uma chapa de situação encabeçada por um tucano; uma imposição nacional. Durante o anúncio de Eduardo Tavares ao governo de Alagoas, Vilela foi

Renan Calheiros tem o apoio do ex-presidente Lula à candidatura do filho (acima) para o governo do Estado

taxativo: “O nome do grupo era do prefeito Rui Palmeira, mas ele teve que permanecer com sua missão no executivo municipal”. A esquerda mais uma vez traz com o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) um nome para disputar a Presidência da República. Quem vai para o páreo dessa vez é o senador Randolfe Rodrigues (AP). Em recente entrevista ao Diário do Grande ABC, o pré-candidato revelou: “Heloísa Helena está conosco, não tenho dúvida. Eu e Luciana (Genro) vamos visitá-la em Maceió, para que ela participe mais da nossa campanha. Ela será candidata a senadora e tenho certeza que estará no Senado ano que vem”. O senador do Amapá ainda acrescentou: “Heloísa fez um movimento que convencionava a ela (aproximação da Rede), mas tem todo crédito do mundo conosco”.


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18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 30 DE MAIO A 05 DE JUNHO DE 2014 CULTURA

Jorge Oliveira assina contrato para publicar dois livros em Portugal O primeiro, “Muito Prazer, eu sou a morte,” está previsto para circular em setembro deste ano. O outro, “Máfia da Caatinga”, em março de 2015

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jornalista e cineasta Jorge Oliveira assinou com a Editora Chiado, em Lisboa, contrato para publicação de dois livros inéditos: “Muito Prazer, eu sou a morte” e “Máfia das Caatingas”. Os livros terão edição simultânea no Brasil e em Portugal. E pelo acordo entre o autor e a editora, ambos poderão também ser publicados em espanhol e inglês. “Muito prazer... tem prazo previsto para chegar às livrarias já em setembro deste ano e “Máfia das Caatingas” em março de 2015. O contrato foi assinado na sede da editora na Avenida da Liberdade, no Centro de Lisboa, pelo autor e a diretora-editorial Martina Ricci. A Editora Chiado é uma das mais conceituadas de Portugal com representações no Brasil, na Inglaterra, na Irlanda e na Espanha. Os dois originais dos livros foram selecionados pelo conselho editorial da Chiado que recomendou a publicação imediata.

LIVRO E CINEMA

Com a publicação de “Muito Prazer, eu sou a morte” e “Máfia das Caatingas” agora são cinco os livros publicados por Jorge Oliveira. Esses dois vão completar a trilogia que começou com “Curral da Morte”, da editora Record, que teve a primeira edição esgotada rapidamente e mereceu duas páginas de resenha na revista IstoÉ. Outros livros do autor são “Eu não matei Delmiro Gouveia – o maior erro judiciário do Brasil” e “Campanha Política: como ganhar uma eleição – regras e dicas”, da editora Girafa, também

com edição esgotada. Com exceção de Delmiro, os outros livros podem ser encomendados ainda pela internet nas livrarias e nas próprias editoras. No cinema, Jorge Oliveira dirigiu e produziu mais de dez documentários, alguns deles sobre personagens alagoanos como Floriano Peixoto, Graciliano Ramos, Manuel Fiel Filho e, agora, dedica-se à finalização de um longa-metragem sobre a psiquiatra alagoana Nise da Silveira, com previsão de exibição em setembro deste ano. Também produziu e dirigiu “O Poeta e o Capitão”, curta-metragem premiado no Festival de Cinema de Brasília. Perdão, Mister Fiel, seu último filme, ganhou 14 prêmios em festivais de cinemas no Brasil. Em janeiro do ano passado, Oliveira foi homenageado em Nova Iorque com a exibição de todos os seus documentários.

SUCESSO

A vida de Jorge Oliveira é pontilhada de sucesso desde que deixou Alagoas para trabalhar como repórter no Rio de Janeiro e Brasília. De 1969 pra cá, Oliveira marcou a sua carreira pela seriedade com que exerce a profissão. Reconhecido no Brasil como um profissional respeitado e competente, Jorge Oliveira guarda na sua coleção dois prêmios Esso de Jornalismo e outro “DER de Reportagem” conquistado no jornal O Globo tão logo chegou ao Rio. Extra - Por que os livros publicados em Portugal? JO – Olha esses livros tinham sido aprovados por duas edito-

to feliz com a expectativa de um mercado internacional e fiquei mais feliz ainda quando recebi a notícia da aprovação dos originais e da assinatura do contrato, que aconteceu rapidamente, tudo em menos de um mês. Extra - E os livros, de que se tratam? Qual a abordagem? JO – São história passadas em Alagoas, a minha terra, onde trabalhei como repórter nos anos de 1960. Trata-se de uma trilogia que começou com Curral da Morte e termina com Muito Prazer, eu sou a mote e Máfia das Caatingas. O Muito Prazer é um livro muito instigante porque eu Jornalista e cineasta, Jorge Oliveira e Martina Ricci, da Chiado, selam escrevo sobre a minha a morte, parceria para publicação de dois livros do alagoano em terras lusas quando pistoleiros alagoanos foram contratados para me matar ras no Brasil, inclusive a Record no Rio de Janeiro por um político Extra - O que representa da minha terra em 2004. Certaque publicou “Curral da Morte”. Acontece que no calendário des- pra você essa internacionali- mente essa história que mistura sas editoras só tinha espaço para zação das suas obras? ficção com realidade chamou a JO – É o desejo de qualquer atenção do conselho editorial da mim no final de 2015 ou início de 2016, por isso submeti meus li- escritor ter seus livros publicados Chiado. Além disso, aproveito vros a uma editora em Portugal no exterior, principalmente na para fazer uma parte da minha e tive a felicidade de tê-los apro- Europa, o berço da cultura mun- biografia até os meus 36 anos de vados rapidamente com a publi- dial. As minhas obras publicadas idade, contando e reconstituindo cação do primeiro já em setembro no Brasil tiveram uma boa acei- as minhas reportagens, inclusideste ano. É que tenho outras tação. As edições dos meus livros ve a que me rendeu o primeiro produções literárias e filmes em logo se esgotaram e evidentemen- prêmio Esso de Jornalismo com andamento e por isso preferi uma te isso pesou também na avalia- uma matéria sobre o Programa editora que me desse respostas ção do conselho editorial da Chia- Nuclear Brasileiro. Espero agramais rápidas para a edição desses do, que viu nos meus originais dar aos meus leitores. potencial de mercado. Estou muidos livros.

A história do autor

J

orge Oliveira, jornalista, cineasta e escritor, é alagoano. Está no jornalismo desde 1964. Começou sua carreira de repórter em Maceió. Mudou-se para o Rio de Janeiro em l969, onde trabalhou nos principais jornais do país. Em O Globo, no Rio, ganhou seu primeiro prêmio, o DER de Reportagem em 1973. Em Bra-

sília, em 1980, o Esso de Jornalismo com uma série de reportagens sobre energia nuclear publicada no Jornal de Brasília. No ano seguinte, outro Esso de Jornalismo (equipe) pelo Jornal do Brasil. No cinema, dirigiu vários documentários. O último, o longa-metragem Perdão, Mister Fiel, ganhou 14 prêmios. Em janeiro de 2013 foi homenageado em Nova Iorque com a exibição de seus filmes. Este ano lançou

Olhar de Nise, documentário sobre a psiquiatra Nise da Silveira, criadora do Museu de Imagens do Inconsciente. É autor dos livros do Eu não Matei Delmiro Gouveia – Maior erro judiciário do Brasil; Campanha Política: como ganhar uma eleição – Regras e Dicas, editora Girafa; e Curral da Morte, editora Record, primeiro livro da trilogia que se encerra com Muito prazer, eu sou a morte e Máfia das Caatingas.


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PEDROOLIVEIRA C

onfesso que não tive acesso à “nota de repúdio” que seria publicada e distribuída com a imprensa pelas lideranças dos partidos que traíram o governador e se debandaram para “ninhos” que lhes pudessem dar melhores “vantagens”. Sua circulação foi acanhada e praticamente se limitou aos corredores de algumas instituições. Na imprensa apenas li alguns trechos que não me surpreenderam pelas origens e posturas éticas de seus subscritores. Não tiveram a coragem de um confronto direto, mas preferiram seguir os caminhos dos subterfúgios rasteiro e bem característico àqueles que nada têm para dizer diante de fatos e atos que os desabonam. Tentaram, grosseiramente, atingir o secretário Álvaro Machado, um homem cordato, com história de dignidade para contar, respeitado por toda a sociedade alagoana, diferente de muitos dos traidores autores da nota. Álvaro Machado cumpre o papel de articulador político do governador que deposita nele uma merecida e reconhecida confiança, em retribuição a sua capacidade de dar equilíbrio nas ações e se fazer acreditado por sua competência no desempenho de suas atribuições. Mostrou apenas o que todos sabiam: “Eduardo Tavares é o candidato do governador Teotônio Vilela” e do grupo que o segue. Qualquer outro que pretendeu que assim não fosse, o fez por conta própria e até irresponsavelmente. Deu um recado duro a um grupo de seguidores de outra candidatura: que o palácio só tem um candidato: Eduardo Tavares. O senador Benedito de Lira sempre foi candidato dele mesmo e se esperou ser o candidato do governador seria muito ingênuo (coisa que nunca foi) ou se imaginou “ungido” para uma missão que não lhe está reservada. Há muito ouço de cada um dos palacianos e das pessoas mais próximas do governador que não haveria hipótese de se abraçar a candidatura de Benedito de Lira, por fartos e justificáveis motivos narrados. Sei disso há seis meses. Será que ele não sabia?

Onde está a chantagem? Os lideres dos partidos traidores chegam a falar em “chantagem”, o que seria “falar em corda em casa de enforcado”. Há muito mais possibilidade no perfil histórico de alguns dos subscritores da nota do que nas vias do Palácio do Governo, até porque não tinham nenhum motivo para chantagear. Se valorizaram demais e se julgaram “os donos dos votos”, num blefe que não deu certo e ficou extremamente visível a má fé e o oportunismo.

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Para refletir: “Qualquer que fosse a decisão do governador, estaria a seu lado, em qualquer circunstância”.

pedrojornalista@uol.com.br

A NOTA DOS TRIADORES Pífia, desconectada e covarde

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(Álvaro Machado ensinando ética, lealdade e respeito, aos que traíram vergonhosamente).

Cada um com sua traição Por mais que os traidores queiram, cada um a seu modo, justificar o gesto com desculpas esfarrapadas, acusando pessoas e criando “factoides” todos sabem que não há argumentos que possam convencer de que tudo não intencionalmente planejado e executado cada um tratando de defender o seu quinhão e sua sobrevivência pessoal. É assim que eles agem, é assim que eles são. Resta agora aguardar como se sairão nas urnas em outubro esse rol de políticos que estão marcados com a tinta suja da traição. Acredito que cada eleitor, cada segmento da sociedade terá as informações suficientes para fazer sua análise e condena-los ou absolver.

Fica mais difícil Mas está melhor assim Por unanimidade de seu plenário, o Tribunal Superior Eleitoral confirmou esta semana que Alagoas vai perder uma vaga de deputado federal já nas eleições deste ano: diminuirá de nove para oito os integrantes a bancada na Câmara. Na Assembleia Legislativa a coisa é mais grave pois também terá uma redução de três cadeiras em disputa de outubro. A decisão dificilmente será revertida e isto criará ainda mais dificuldade aos pretendentes as vagas na Assembleia e Câmara Federal. Pelo deplorável nível de nossos parlamentares é melhor que seja assim. Quanto menos melhor.

O que falou Eduardo Tavares Em meio a compromissos políticos e encontros com representantes de diversos segmentos sociais e econômicos do Estado, o procurador de Justiça e précandidato do PSDB ao governo do Estado, Eduardo Tavares, concedeu entrevistas a emissoras de rádio da capital e interior de Alagoas. Entre os questionamentos, Tavares apresentou suas ideias principais para áreas de importância fundamental para a condução dos rumos do Estado, como segurança pública, educação, saúde e economia, considerando que seu nome seja confirmado pelo partido na convenção a ser realizada em junho. O pré-candidato também aproveitou os espaços nas rádios para se apresentar aos alagoanos, falando de sua trajetória desde a juventude em Traipu, município onde nasceu e onde exerceu mandato de vereador aos 18 anos de idade, sua atuação como jornalista, professor, até seu ingresso no Ministério Público Estadual, órgão que comandou entre os anos de 2009 e 2012. Por sua experiência na Procuradoria Geral de Justiça, como presidente por quatro mandatos da Associação do MPE de Alagoas (Ampal) e como vice-presidente da Confederação Nacional do Ministério Público (Conamp), Tavares diz sentir-se preparado para disputar o cargo maior do Poder Executivo em seu Estado. “Eu me sinto muito à vontade para governar o Estado de Alagoas. (Pré-candidato ao Governo pelo PSDB)

O que falou Renan Filho O deputado federal Renan Filho tem semanalmente lotado sua agenda de atividades e encontros com lideranças comunitárias e empresariais com o propósito de conversar e colher ideais desses setores para a construção de seu programa de governo a ser apresentado em breve aos alagoanos. Esta semana fez uma pausa para ir a Brasília ter encontro com a presidente Dilma Rousseff de quem recebeu todo o apoio à sua candidatura. “O apoio da presidente Dilma e do ex-presidente Lula são fundamentais para que a gente possa dar substância ao nosso projeto de governar Alagoas. São exemplos de sucesso dessas políticas públicas a interiorização da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a expansão do Ifal e dos programas sociais como Bolsa Família e programas para os pequenos agricultores, como o PAA, o Bolsa estiagem e Auxílio Seca. Portanto, o apoio da presidente Dilma é fundamental nessa pré-campanha. Além disso, temos um compromisso de fazer um governo preocupado com as áreas sociais, principalmente com aquelas onde se presta políticas públicas fins para a população, como educação e saúde. Portanto, o apoio do governo federal será imprescindível para que a gente possa garantir os recursos para estas ações”. ( Pré-candidato ao Governo pelo PMDB )

Vingança em prato quente A frase conhecida é “a vingança é um prato que se come frio”, mas pelo que ouvi e senti a coisa não vai ser bem assim com relação àqueles que se refastelaram com as mordomias e as excelentes vantagens politicas (e outras) do governo Teotônio Vilela e no final da gestão pularam do barco . Sabe-se que em algumas das secretarias a coisa é tão escabrosa que o mínimo de fiscalização vai encontrar “na superfície” broncas das mais pesadas que se possa imaginar. Fala-se até no interesse para que os órgãos de Controle Externo ( Ministério Público e Tribunal de Contas) façam uma varredura para que os novos gestores trabalhem com segurança. Uma coisa é certa: o passado poderá ferrar com muita gente .


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RECURSOS DO PAC

Casal diz que índices de saneamento em Alagoas começam a ser ampliados

Em Maceió, cobertura de esgoto, que é de 36%, deverá passar para 80% até 2018

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esgotamento sanitário de Maceió, que em 2007 atendia 27% da população, chega a 2014 com uma cobertura de 36%. No interior do Estado, o índice, que era de 0,6%, passou para 6,8% nesse mesmo período. “Este avanço, embora ainda não seja o ideal, demonstra que houve melhoria no panorama do saneamento em Alagoas”, afirmou o presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) , Álvaro Menezes. Segundo ele, de fato os indicadores do setor de saneamento ainda são baixos, mas o Estado de Alagoas, com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) aplicados pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) e com soluções inovadoras de contratação pela Casal, tem um plano concreto de investimentos para ampliação da cobertura do esgotamento sanitário. “Já há, com certeza, contratos e licitações em andamento, tanto pela Casal quanto pela Seinfra, para fazer com que até 2018 se alcance o índice de 80% de cobertura em Maceió”, enfatizou Menezes. No interior do Estado, de acordo com ele, com as obras que serão realizadas com recursos

da Codevasf, a cobertura de esgotamento sanitário deverá beneficiar aproximadamente 15% da população até 2018. INVESTIMENTOS A Seinfra deverá investir, com recursos do PAC, cerca de R$ 200 milhões na cidade de Maceió e, da Casal, R$ 500 milhões, destacando-se que os investimentos da companhia serão realizados por meio de locação de ativos e parceria público-privada (PPP). Desta forma - complementa Menezes -, os baixos índices de hoje têm um horizonte definido para sua substituição, de modo que tanto no interior quanto na capital se possa garantir mais qualidade de vida, desenvolvimento econômico e proteção do meio ambiente. Com recursos da Codevasf, a Seinfra já garantiu que investirá nas cidades de Delmiro Gouveia, Piaçabuçu, Traipu e São Brás aproximadamente R$ 100 milhões, recursos estes já contratados. Além disso - acrescenta Menezes -, a Casal vem trabalhando na recuperação de sistemas, investindo com recursos próprios, para acabar com as línguas negras nas praias da cidade de Maceió.


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ARTIGOS

Cinismo JORGE MORAIS Jornalista

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u já vi muito governo cínico, mas igual a esse da presidenta Dilma Rousseff, ainda não consegui encontrar. Depois das inúmeras denúncias de superfaturamento e enriquecimento fácil com as obras de aeroportos e estádios de futebol, a falta de infraestrutura nas cidades da Copa do Mundo, o rombo da Petrobras e da Eletrobrás, o governo está garantindo que os torcedores brasileiros e estrangeiros não terão problema algum com atendimento nos hospitais. Ou esse povo do governo enlouqueceu de vez, ou estamos vivendo num outro país. Na mesma semana em que eles deram essa declaração, o Fantástico, programa da Rede Globo de Televisão, trouxe uma matéria especial, exatamente sobre esse caos que é a saúde no Brasil. A reportagem mostrou hospitais sem leitos, sem médicos, sem equipamentos, sem remédios e com os

pacientes espalhados pelo chão e corredores. No momento da elaboração desse texto, a imprensa de Maceió divulga que uma adolescente prestes a ter um bebê perambula de hospital em hospital sem conseguir um leito. O Brasil tem uma saúde sucateada na sua estrutura física e deficiente em seu atendimento. No entanto, o governo da dona Dilma Rousseff espalha uma mentira dessa e, depois, vai reclamar das manifestações populares. Como é que nós vamos garantir hospitais para essa gente durante a Copa? Se, hoje, nós não temos nada, como vamos ter essa garantia daqui a 12 dias? O problema é que essa gente mente demais, principalmente em época de eleição. Enquanto o governo diz que essa será a melhor Copa do Mundo de todos os tempos, os líderes dos movimentos de rua garantem que não teremos Copa. E agora? Em quem devemos acreditar: no governo que mente ou na declaração dos líderes? O que sei é que nada disso estaria acontecendo se o país tivesse educação, saúde, segurança e trabalho, pelo menos, com o padrão FIFA.

Como não temos nada disso, vamos ter que conviver com uma Copa sendo realizada num país com regiões quase franciscanas, cidades onde convivem a riqueza e a pobreza, favelas que se alastram por todos os lugares, a taxa de desemprego que aumenta, e não vale falar que tem camelô ganhando dinheiro agora, porque o problema é depois em relação ao que eles vão fazer, etc., etc. e etc. Outra certeza que tenho é que a bagunça no país tem hora para voltar e começar. Acredito até que, dessa vez, muito mais violenta, e o mundo estará repleto de péssimas informações. As grandes emissoras de televisão estarão preparadas com várias equipes de reportagens. Algumas na cobertura dos jogos da Copa, e outras nos acontecimentos extra-Copa, mas tudo ligado ao evento e que chamará a mesma atenção para os noticiários internacionais. Recentemente, representantes da rede hoteleira no Brasil reclamaram que os motivos para o baixo número das reservas para a Copa do Mundo são: a crise econômica, que atingiu principalmente a Europa; a imagem internacional do Brasil, prejudicada pelos protestos; a de-

mora para seleções que tradicionalmente levam muitos turistas ao torneio de se classificarem, como ocorreu com o México; e a falta de investimentos do governo na divulgação de roteiros turísticos do Brasil, no exterior, e que não estão ligados ao futebol. Acho que eles se esqueceram de mencionar um motivo tão importante ou maior do que todos esses já lamentados: os absurdos valores cobrados pela hospedagem. Um verdadeiro assalto a mão armada. Para se ter uma ideia, um apartamento no Rio de Janeiro de porte igual na cidade de Paris, está custando quatro ou cinco vezes maior do que o valor cobrado agora na Copa. Então reclamar de quê? Eles estão pagando pelo preço da ganância. Para finalizar, os custos com a Copa do Mundo equivalem a um mês de gastos com a Educação, no Brasil. Os gastos e empréstimos do governo federal, dos Estados e das prefeituras para o mundial somam R$ 25,8 bilhões, segundo os números oficiais. O valor equivale a, por exemplo, 9% das despesas públicas anuais em educação, de R$ 280 bilhões. Nesse jogo das cifras, quem vale mais?

sucedendo e a maturidade chegando. Hoje, aos 73 anos vou à missa com alegria e absorvo com mais prazer as leituras da Bíblia. Vi, pela vida toda, casos marcantes: pessoas maldosas que matam, perseguem e se esquecem do castigo ainda neste mundo. Vivi vários anos numa casa política onde maldades, perseguições, desvio de dinheiro público são assuntos constantes. E olho para tais pessoas que poderiam aproveitar de maneira saudável as oportunidades recebidas, mas só se preocupam com coisas vãs. Já vi homens poderosos que praticaram tanto mal e hoje estão sendo tremendamente castigados. Passei hoje em frente ao escritório de uma grande usina e vi dezenas de carros e pessoas reclamando cinco meses de salário. Lembrei-me, então, do mal que o famoso usineiro causou a meu pai e a um amigo nosso; este último morreu de bebida pela decepção sofrida. Hoje, o político poderoso está isolado da sociedade e pa-

gando caro. Outro caso interessante é o de um conhecido deputado, acostumado a pisar nas pessoas humildes. Disse-me ele certa vez: “Dona Alari, eu posso tudo, eu enterrei minha mãe, joguei areia em seu túmulo”. Imediatamente retruquei: “O senhor queria que sua mãe morresse? Pois bem, um ser superior a levou e o senhor nada fez”. Uma frase que me marca muito é ¨Só por hoje¨. Isto é, viva bem o dia de hoje, pois amanhã tudo poderá ser diferente. Então, passei a acreditar que alguém, lá de cima, rege nossas vidas. Não sabemos quando a doença vai chegar, se vamos ser atropeladas, se seremos beneficiadas de alguma maneira. Hoje, rezo, peço, agradeço a Deus por tudo que ele proporciona a mim e a minha família. Sou cristã, acho eu. Tento aproveitar o dia de hoje e torcer por um amanhã melhor. Acordo, durante a noite, pensando nos meus filhos que moram fora de Alagoas. Entrego-os a Deus, pedindo com todo fervor que os proteja. Cheguei à feliz conclusão: Deus existe.

Porque acredito em Deus ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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esde pequena ouvia o meu pai dizer que era ateu. Eu nem sabia o que era isso. Ainda bem pequena comecei a frequentar a Igreja Católica com minhas madrinhas. Dancei pastoril, fui anjo, mas nada entendia de religião. Aos 12 anos na Igreja dos Capuchinhos fui cordígera. Mas, o meu interesse maior era jogar voleibol. Nosso guru na irmandade era o frei Egídio, inteligente, paciente e muito culto. Aprendi grandes lições e fiz boas amizades. Entretanto, ainda nada entendia de religião. Casei-me aos 21 anos com um homem católico que ia à missa aos domingos e dias santos e não queria ir sozinho. Fizemos um acordo: eu o acompanharia à igreja e só isso; nada mais. Mais sabida, resolvi que aproveitaria

as leituras da missa para aplicá-las à vida real. E fui aprendendo muito. Conheci bons padres, devotados e fui começando a acompanhar a missa, cantar hinos. Os filhos foram chegando e eu agradecia a Deus por tudo que me proporcionava. Um bom marido, filhos sadios, uma boa família, trabalho, estudo e tantas coisas mais. Fui vendo que minha vida não dependia só de mim. Alguém lá de cima puxava as rédeas, mostrava o caminho a seguir e me fazia grandes surpresas, boas e más. Raciocinava da seguinte maneira: eu não conseguia coordenar minha vida; aconteciam fatos alheios à minha vontade e precisava administrá-los. Quem fazia isto? Quanto mais eu apreciava as leituras dominicais, mais eu aprendia na vida real. A parábola que mais me marcou foi a do filho pródigo. Difícil entender a alegria do pai que via um filho errado retornar ao lar e ficava satisfeito. Mas para o pai, ele recuperou o filho perdido. Os anos foram passando, as lições se


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Confiança

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CRB, no empate em 0x0 com o Fortaleza, no Ceará, somou ponto importante. Valeu para aliviar tensões e dar ânimo à torcida de que nada ainda está perdido. O Galo, óbvio que precisa melhorar a qualidade do futebol, mas em não ter sido afobado, como vinha jogando, já libera confiança para a torcida.

A César... No empate do Galo em Fortaleza o que mais impressionou a mídia cearense foram as defesas incríveis de Júlio César . “Nunca vi um goleiro pegar tanta bola como o Júlio Cesar hoje”, disse o comentarista do SporTV. Até jogadores adversários o definiram como “o nome do jogo”.

Bom demais “Tá bom demais o pontinho fora de casa”. Frase foi tipo desabafo de Júlio Cesar após o empate no Ceará e ele maior estrela do clássico. E com razão deu troco para as críticas pela derrota para o Bahia em Maceió. “Apenas contribui com algumas defesas”. Deu a ele próprio nota 8.

Figa positiva Marcos Barbosa, presidente do CRB, conseguiu mudar jogo do Galo no domingo, contra o Treze da Paraíba, do Estádio Gerson Amaral (Coruripe) para o Nelson Feijó, no Tabuleiro do Martins, em Maceió. Proposta teve apoio da torcida.

Otimista João Vitor, de volta como titular no CRB, joga confiança no time e pelo seu bom momento contra o Fortaleza está otimista de ser titular também contra o Treze. Entende – e todo plantel também – que não consta outra alternativa senão a de “vencer e vencer”.

Sem Prejuízo

Asa joga fora

CRB x Treze, pela 6ª rodada da Série C, neste 1º de junho (domingo), será em Maceió. O jogo que seria no Gerson Amaral foi transferido para o Nelson Feijó.

O Salgueiro, adversário do ASA neste fim de semana, jogando em casa, soma duas derrotas, mas dá sinais de recuperação. Nas três últimas rodadas somou cinco pontos: ganhou um jogo e empatou dois. O técnico Fernando Alcântara acha que o time vem melhorando a cada jogo.

Osso duro

Internacional

O ASA, neste fim de semana, pega osso duro de roer: o Salgueiro, que joga em casa. O time pernambucano não perde pontos há três jogos.

No recesso

Finda a semana a expectativa no futebol brasileiro é para a suspensão dos jogos locais para dar espaço à Fifa visando os ajustes na recepção às seleções dos 32 países que participam da Copa do Mundo. O Rei Pelé, inclusive, não fica mais disponível para atividades locais.

Rivalidade Real Madrid e Atletico de Madrid são rivais há 109 anos e no fim da semana anterior decidiram o campeonato da Liga dos Campeões, saindo vencedor o Real Madrid com placar até fácil. Foi o primeiro numa decisão de título internacional.

De novo ele Cristiano Ronaldo foi novamente personagem importante do Real Madrid na conquista da Copa dos Campeões. Derrotou o Atlético de Madrid, maior rival do momento no futebol da Espanha. O placar que até o começo do primeiro tempo era empate (1x1) descambou na prorrogação. Placar foi de 4x1.

Melhor do mundo É de se tirar o chapéu para a estrela de Cristiano Ronaldo. Ele vive uma das melhores fases e não foi à toa premiado novamente o melhor do mundo. É um dos fenômenos do futebol a estar na Copa, agora com contagem regressiva prestes a findar. Faltam pouco mais de 10 dias.

Despedida Steven Gerrard, 34 anos, craque da seleção inglesa e ídolo no Reeds (Inglaterra) revela desejo de se aposentar após a Copa do Mundo. “Não vou deixar ninguém esperando”. Mas para tomar a decisão quer primeiro conversar com o técnico do clube. E avisa: ”Decisão final só após o mundial”.

O alagoano Francisco Carlos Nascimento está apitando jogos da Fifa no Torneio Internacional de Seleções em Toulon (França). A Federação Alagoana de Futebol confirma no site que ele está escalado para dirigir França x México. Mas estreou quarta-feira-21, no México x Portugal.

Agenda de Gana Gana tem programado para chegar ao Brasil no dia 11 de junho e vem se concentrar em Maceió para o primeiro jogo (dia 16) em Natal (RN) contra os Estados Unidos. Antes de se acomodar no Hotel Radyson, orla da Pajuçara, joga no seu país com Holanda e Coreia do Sul.

FRASES “Um pontinho foi bom demais” Júlio César (CRB) após empate no Cará

“Futebol é jogo de risco” Cristovam Borges, técnico do Fluminense

“Aqui preciso jogar bem” Walter, atacante do Fluminense


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Mata Atlântica

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ados divulgados na terça-feira (27) apontam que a Mata Atlântica perdeu 235 km² de vegetação entre 2012 e 2013, aumento de 9% em relação ao último período avaliado (2011-2012).A área equivale a quase seis vezes o tamanho do Parque Nacional da Tijuca, que fica no Rio de Janeiro, ou ainda a 24 mil campos de futebol.As informações fazem parte do Atlas de Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, e a ONG SOS Mata Atlântica.

Hemisfério Norte As concentrações mensais de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, uma das causas do aquecimento global, superaram pela primeira vez, em abril, o limite de 400 partes por milhão (ppm) no Hemisfério Norte, anunciou na segunda-feira (26) a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

77 espécies O Ministério do Meio Ambiente anunciou no último dia 22 a saída de 77 espécies de animais da fauna brasileira do risco de extinção. A lista foi entregue pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) à pasta, mas só deverá ser oficializada, por meio da publicação de portaria no Diário Oficial da União, no segundo semestre deste ano.O anúncio ocorre em meio a medidas divulgadas pelo ministério no Dia Internacional da Biodiversidade. Entre as espécies que ficarão fora da lista está a baleia-jubarte, encontrada na costa da Bahia e do Espírito Santo entre junho e novembro. A população das jubarte saltou de 500 animais em 1980 para cerca de 15 mil em 2012.

Preservação da Amazônia Filhotes de tigre Cinco filhotes de tigres de bengala foram apresentados pela primeira vez na segunda-feira (26) no zoológioco Kernhof, no município de St. Aegyd am Neuwalde, na Áustria. Os quíntuplos nasceram no dia 25 de abril e foram batizados com os nomes de Lali, Lela, Lila, Lulu e Obama. Esta é a terceira vez que a tigresa Eder dá à luz. Nas outras duas ela teve trigêmeos e, depois, quadrigêmeos.

Água de igarapé

Moradores de um condomínio localizado no bairro Dom Pedro, na Zona Centro-Oeste de Manaus, foram surpreendidos pela nova coloração de um igarapé próximo ao local, na manhã da segunda-feira (26). Residentes da área afirmaram que as águas do afluente começaram a ficar com cor avermelhada por volta das 10 horas. De acordo com o geólogo Fred Cruz, o composto diluído no igarapé tem características industriais. Ao ser acionado, o Batalhão Ambiental da Polícia Militar disse não ter estrutura para visitar o local.

O governo brasileiro, a ONG de conservação da natureza WWF e vários parceiros anunciaram investimento de US$ 215 milhões para a preservação da Amazônia, a serem depositados em um fundo de transição que garantirá, pelos próximos 25 anos, o financiamento dos 60 milhões de hectares de Unidades de Conservação (UCs).O fundo, que busca garantir a conservação de mais de 90 áreas protegidas na Amazônia, acontece em um momento no qual novas ações de desenvolvimento ocorrem na região, o que resultou em números maiores de desmatamento no ano passado após anos de baixas recordes.

Ativistas A polícia holandesa anunciou na terça-feira (27) a detenção de seis militantes do Greenpeace que se acorrentaram a uma plataforma de petróleo para impedir a saída da estrutura do país para perfurar petróleo no Ártico para a empresa russa Gazprom. “Foram detidos porque se recusaram a abandonar a plataforma, apesar de uma ordem da polícia”, afirmou o porta-voz da força de segurança, Koss Venema.O Greenpeace anunciou que os seis militantes permaneciam detidos, mas que a organização não tinha conhecimento das acusações.

Fukushima A companhia responsável pela usina nuclear de Fukushima começou a fazer no dia último dia 21 um despejo controlado de água com baixos índices de radioatividade no mar, um método que passará a utilizar regularmente para reduzir o acúmulo de líquido contaminado na central. A primeira descarga feita foi de 560 mil litros, informou a Tokyo Electric Power (Tepco).


26 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 30 MAIO A 05 DE JULHO 2014

S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Limite de gastos

J

É comum o desrespeito à lei que separa fumante do não fumante nos restaurantes. Em São Paulo, para não perder clientes, casas comerciais começam a dar descontos nas despesas a quem não fumar no salão. Proposta não é merecedora de atenção por aqui?

Desistentes da política acham que a campanha eleitoral hoje não atrai o voto do eleitor como ato de cidadania. A observação é debitada nos custos da campanha e candidatos sem aproximação com o eleitor. Acham que hoje são os “cabos eleitorais” que de fato atuam junto à população com conversa de “pé de ouvidos.”

No trânsito O aumento de congestionamentos, provocado pela implantação da faixa azul na Avenida Fernandes Lima, fez com que representações dos condomínios da parte alta de Maceió tivessem encontro na última segunda-feira com o vice-prefeito Marcelo Palmeira e o superintendente da SMTT, Tácio Melo.

Horário eleitoral

“Qual a coligação política que ocupa o governo da cidade de São Paulo?”. A pergunta rodou conversa entre maceioenses estranhando o exagero de bandeiras vermelhas desfraldadas nos dias da greve que infernizou a vida dos paulistanos, paralisando os transportes. “É PT contra PT?”, eis a questão.

Caixa ineficiente Agência da Caixa Econômica Federal no acesso ao Benedito Bentes amontoa mais problemas que eficiência na atenção aos clientes. As queixas: falta de espaço no estacionamento, filas para entrar no prédio e nos caixas eletrônicos. Reclamam que dos 12 instalados só 6 funcionam regularmente. Isso sem falar no caixa para pegar folha de cheque.

Personagem-mor Aécio Neves é o nome do PSDB à presidência da República. Mas a cabeça pensante do ninho tucano é Fernando Henrique Cardoso. Foi o ex-presidente quem primeiro tocou a bola para o ataque, jogando otimismo no neto de Tancredo Neves quando ele ainda relutava em topar o desafio.

Agentes da SMTT flagraram em blitz recente 80 infrações de motoristas em porta de bar. Um vício na rotina do trânsito em Maceió que tira do pedestre o direito ao uso da calçada. Mas o abuso de dirigir embriagado é flagrante comum na cidade. A dúvida é saber se pagam a multa.

Nova medida

Cabo Eleitoral

Protestos

Após ouvirem as lideranças dos moradores o vice-prefeito e o superintendente da SMTT se comprometeram a tornar a vida daqueles cidadãos menos amarga. Para tanto, prometeram adotar modificações de emergência e a implementação de estudos mais aprofundados para melhorias duradouras.

Para todos

osé Antônio Dias Toffoli, ministro que hoje ocupa a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quer limitar em R$ 200 milhões os gastos dos partidos na campanha das eleições de outubro. Proposta foi defendida como “medida que poderá inibir o caixa 2”. Informação foi noticiada na IstoÉ do dia 28 último.

Comitês eleitorais ficam por enquanto abertos só para reuniões sobre aonde se compor nas alianças, fechar lista de candidatos nas proporcionais, principalmente, e agendar data para as convenções. É, segundo dirigentes, corrida contra o tempo, pois o prazo expira em junho.

Limonada

Limão “O trânsito, que naquela avenida nunca teve a doçura da lima, com a implantação da famigerada faixa tornou-se um verdadeiro limão”. Comentário de quem tem como rotina do dia a dia passar pela Fernandes Lima.

Assaltos O crescimento de roubo de motos em Maceió, números divulgados recentemente pela Secretaria de Defesa Social, não coincide com a incidência dos assaltos a mão armada na cidade. Dados policiais levantaram que em março houve 52 queixas de roubo de motos e 78 em abril.

Novo candidato Primeira surpresa das eleições de outubro em Alagoas: a chapa majoritária do Partido Trabalhista Cristão (PTC) propondo as candidaturas dos advogados Joatas Albuquerque para governador e Elias Barros para o Senado. Um e outro se apresentam como boas novidades para quem defende renovação.

Coligações Adeílson Bezerra, presidente do PRTB no Estado, defende o partido numa coligação com PTC, PMN, PHS e outros de oposição ao governo. Dele: “Juntos formaremos uma frente de defesa de Alagoas, hoje um Estado que vive à mercê da própria sorte”. O grupo tem nomes de peso para puxar votos.

Decisão de Dilma Na coluna Brasil Confidencial, da IstoÉ, edição de 7 de maio, nota cita Fernando Collor como candidato à reeleição para o Senado na chapa de Renan Filho, candidato ao governo do Estado, como uma decisão tomada para atender a um pedido do Planalto.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 30 DE MAIO A 05 DE JUNHO DE 2014 -

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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Esperar, cansou

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arece próximo de ser anunciada a estratégia governamental para estimular o uso de veículos híbridos e elétricos. Tudo indica que o imposto federal IPI poderá zerar e na cidade de São Paulo haveria um desconto de 50% na alíquota do IPVA, ou seja, o município abriria mão dos 50% que lhe cabem nesse tributo estadual. Sem dúvida essa é uma condição necessária, mas não suficiente, para impulsionar essas tecnologias no Brasil. No caso específico dos carros híbridos que utilizam dois motores (a combustão e elétrico) o caminho é bem menos difícil. Seu preço menor, a inexistência do problema de baixa autonomia e de ansiedade por não encontrar um local de abastecimento abrem possibilidades de aceitação maior que os elétricos puros. No nosso caso ainda é possível ter o motor a combustão flexível em

combustível (etanol e/ou gasolina), o que reduziria bastante as emissões de CO2. A produção mundial de híbridos, atualmente mais de 30 vezes superior frente aos elétricos, também indica que essa solução intermediária vai prosperar. Uma das possibilidades estudadas na capital paulista é o subsídio direto aos compradores, a exemplo do que ocorre no exterior. Trata-se de iniciativa complicada por aumentar os gastos públicos e deixar margem aos críticos fáceis de plantão ao transporte individual nos grandes centros. Mais palatável seria, por exemplo, liberar as vagas de estacionamento rotativo e dispensá-los do rodízio, uma má ideia imposta aos paulistanos pelo alcance limitado e que aumentou a poluição ao agregar carros mais antigos e poluentes como alternativa legítima. Quanto aos elétricos há

RODA VIVA ainda sérias dúvidas sobre o que deve ocorrer. Em artigo recente à parte da Alta Roda, esse colunista chamou a atenção sobre um possível impasse a prejudicar seu avanço. Parte dos interessados acredita que as baterias terão resolvidos os empecilhos de autonomia, tempo de recarga, peso/volume e reciclagem. Outros apostam que as pilhas a hidrogênio e uma futura rede mundial de abastecimento seriam mais viáveis. O maior fabricante de automóveis do mundo, a Toyota, acaba de anunciar oficialmente que abriu mão de 20 anos de pesquisas sobre baterias. Sua aposta agora é nas pilhas a hidrogênio, capazes de gerar eletricidade a bordo. Admitiu que baterias têm mesmo alcance limitado e as pilhas, mais baratas e eficientes from well to wheel (ciclo energético fechado). Começará a produzir veículos

desse tipo já em 2015, porém reconhece a necessidade de um grande esforço conjunto das próprias fábricas, das distribuidoras de combustíveis e dos governos para montar a rede de abastecimento. Para dar exemplo, a japonesa desenvolveu uma estação móvel de hidrogênio ao custo de US$ 2 milhões/R$ 4,4 milhões, cerca de metade de um posto fixo desse gás. Calcula que precisará de 68 instalações para cada 10.000 carros com pilhas a hidrogênio para evitar a ansiedade. Interessante é que pouco antes de anunciada essa decisão, uma empresa japonesa especializada em baterias disse que planeja fabricar uma unidade de duplo carbono capaz de recarregar 20 vezes mais rápido que uma convencional de íons de lítio. Essas promessas já foram feitas anteriormente e a espera acabou por cansar.

pitstop Lançamento do Volvo XC90 vai até agosto Montadora vai mostrar o carro em etapas. Conheça hoje a caixa de câmbio de cristal e o botão do rádio de diamante A estratégia de apresentação que a Volvo preparou para o novo XC90 prevê um lançamento que vai durar três meses. Começou nesta terça-feira (27), em Göteborg, na Suécia, e vai até agosto, quando será mostrada, finalmente, as linhas

completas externas do carro. Por enquanto, apenas o interior será mostrado ao público A empresa promete o interior mais luxuoso de um Volvo até hoje, com desenho sofisticado e feito com materiais nobres. O painel praticamente não tem botões; propõe uma forma totalmente nova de o condutor controlar os comandos do carro e ter acesso à internet.

Para você ter uma idéia da sofisticação, além de materiais como couro macio e a madeira com detalhes artesanais, ele traz uma caixa de câmbio de cristal da Orrefors, o famoso fabricante de cristal sueco, e comandos de diamante para o botão do sistema start/stop e do botão de volume. “A nossa nova arquitetura interior é pura e despojada, sem deixar de radiar a confiança sofisticada e

formalidade que os clientes de utilitários esportivos de luxo esperam”, disse Peter Mertens, vice-presidente da Volvo CarGroup. Pronto. Chega. Por enquanto a Volvo só vai revelar isso. O que o carro traz de avanços em relação a segurança e qualidade do ar interior será revelado na próxima etapa desse longo lançamento, que vai acontecer em julho, junto com chassis e conjuntos propulsores.

INFORMAÇÕES não oficiais indicam início de produção nacional do Versa (o sedã do March) em outubro próximo e vendas no mês seguinte. Por outro lado, fornecedores não estariam mais entregando peças para fabricação do Livina. Tanto pode significar estoques altos demais, como sinalização para importar o Note do México, seu substituto no futuro. PEUGEOT lançou crossover francês 3008 2015 com retoques na dianteira para se integrar à nova identificação da marca e mais equipamentos. Além de navegador GPS, o sistema de projeção de informações no para-brisa agora é colorido. Decidiu oferecer versão única– Griffe – por R$ 99.990 e se manter simbolicamente abaixo da linha de R$ 100.000. ANTECIPAR 2015 é recurso de marketing cada vez mais evidente, em mercado de vendas cadentes. Citroën anunciou mudança de ano-modelo da linha C3, praticamente sem mudanças visuais. Readequou o nome de algumas versões, adicionou equipamentos sem repasse ao preço e acrescentou câmbio automático à versão intermediária Tendance. PALIO Fire, apesar de bem aceito, tem preço de entrada artificialmente baixo. Na versão duas-portas parte de R$ 24.730, mas equipamentos importantes como cintos de três pontos retráteis nas extremidades do banco traseiros, dois encostos de cabeça e desembaçador/limpador do vidro traseiro são opcionais. Essa estratégia mina os esforços de melhorar a segurança. ADIADA pela quinta vez a aplicação compulsória de rastreadores em todos os veículos. Denatran postergou para julho de 2016 o uso desse equipamento que, quando muito, deveria ser opcional. Além não ter comprovado em testes seu bom funcionamento, tornou-se um assunto que beira o surrealismo. Quem ainda acredita que essa inutilidade um dia chegará de fato?


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 30 DE MAIO A 05 DE JUNHO DE 2014 CRÔNICA

Rasgaram a Constituição e o Código de Trânsito JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

E

u já estou enchendo o saco dos meus leitores, quando repetindo algumas das minhas atividades rodoviárias, junto ao DER/AL, porém, até certo ponto será bom, porque vocês vão descobrindo os meus defeitos, em ser repetitivo, também, neles. Agora, a ladainha é sobre o DER/AL e o flagrante desrespeito à nossa Constituição Brasileira e ao Código de Trânsito Brasileiro, todos já remendados e bagunçados pelos nossos “marginais do Direito”. O Estado de Alagoas, através da ARSAL, está enchendo a nossa mídia de uma propaganda, informando que somos o ÚNICO ESTADO DO PAÍS a ter feito LICITAÇÕES para os Transportes Intermunicipais, como se

isso não fosse prejudicial para nossa Alagoas, quando demonstrando que aqui tudo é feito sem seriedade. Com tal afirmativa, da ARSAL, eu não poderia ficar em silêncio, sobre o assunto, pois, eu fui durante 22 anos, o Diretor da Divisão de Transito do DER/AL, órgão que, através do Conselho Rodoviário, era quem CONCEDIA E FISCALIZAVA todas as Linhas Intermunicipais de Passageiros. Por causa dessas minhas ocupações, eu comia, dormia, trabalhava, descansava, viajava, ia para Congressos e minha ocupação era com as fiscalizações dos Transportes Coletivos Intermunicipais de Passageiros. As Jurisdições das Rodovias, ficavam e ainda ficam, com o antigo DNER, hoje DNIT, isto para Linhas Rodoviárias Internacionais e Interestaduais, os Estados para as Linhas Intermunicipais e as Prefeituras Municipais para as Linhas Urbanas. Sempre foi assim, perante o Decreto-Lei do Código de Trânsito Brasileiro e, ainda continua assim.

Qualquer coisa diferente disso, só mudando a Constituição Federal e o Código de Trânsito, como fez o Estado de Alagoas, ao criar a ARSALAgência Reguladora de Serviços de Alagoas, que não diz o que é que ela REGULA, nem para que é, pois, diz apenas que é uma “Agencia Reguladora de Serviços” sem dizer para que foi criada. Ficamos até pensando que foi criada para “regular” os atendimentos aos Deputados, aos Prefeitos e aos Vereadores, seus clientes e eleitores. Enquanto isso, a ARSAL faz com que haja uma “Concorrência Ruinosa” para com os Empresários de Ônibus, que ficaram calados, com a ousadia dos “pioneiros legisladores”. Na realidade, arrancaram do DER/Al o que lhe competia e ainda lhe compete, por lei. Era o Conselho Rodoviário que fazia as LICITAÇÕES E CONCEDIA AS LINHAS, porém, era a nossa Divisão que Fiscalizava, Autorizava, Permitia, Licenciava, Multava, dizia os Itinerá-

rios e os Preços das Passagens, mas, a ARSAL resolveu enfrentar as leis, fazendo o que bem quer, embora diante de uma confusão danada, que já chegou até ao Tribunal de Justiça de Alagoas. A ARSAL não permite que um Passageiro de Maceió, contrate uma viagem para ir ao Recife, se não for de ida e de volta. Indo, tem que voltar para a mesma cidade para onde foi, pois, a ARSAL não deixa você ALUGAR um carro SOB O REGIME DE FRETAMENTO, se não for para a viagem de ida e de volta, além de proibir que ele vá para um Município diferente. Ora, no mundo inteiro, existe o carro de aluguel, para fazer um fretamento, para uma viagem em outros País, Estados ou Municípios. O Eng. Dr. Valdo Vanderley não é culpado, por terem lhe dado um Regulamento contra o Código de Trânsito Brasileiro, mandando que os Órgão Rodoviários dos Estados, sejam das suas Jurisdições. Alagoas é o ÚNICO em tudo, até mesmo nisso!


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Corrupção nas Prefeituras

O

Ministério Público já tem conhecimento dos desvios de dinheiro em Prefeituras do interior alagoano. Empresas de fachadas que participam de licitações viciadas agem em conluio com gestores para “sangrar” os cofres públicos. Os rastros da corrupção sequer são apagados e como em um desafio as autoridades seguem comprando imóveis, usando apenas a figura do “laranja” para esconder a roubalheira.

“É intransigente”

Contrapartida

Segundo João dos Santos, o presidente da Fetag, Genivaldo Oliveira da Silva, que também é um dos diretores do sindicato, tem orientado a tesouraria a não realizar os pagamentos de funcionários, combustíveis, e até os encargos sociais com a Previdência Social. “Há mais de um ano que venho tentando manter um bom relacionamento com o presidente da Fetag, mostrando a ele, a importância de manter em dias as obrigações do sindicato, porém, por mais que eu tente, não tenho conseguido devido à intransigência dele”, garantiu João dos Santos.

O deputado já informou a prefeita Célia Rocha sobre o empenho dos recursos, lembrando que para ter acesso ao dinheiro o município deve entregar o projeto de engenharia à Caixa Econômica. O valor da contrapartida da Prefeitura será de R$45.000,00.

Não acatam ordens

Atrás das grades O incrível é que parece que não temem as autoridades e desdenham operações que foram desencadeadas e que culminaram com prisões de empresários e gestores públicos. A frente de algumas operações estava o ex-delegado da Polícia Federal, Pinto de Luna, que colocou atrás das grades alguns figurões antes tidos como intocáveis. Bom, a polícia e a justiça demoram, mas sempre agem com pulso firme. É aguardar.

Encrenca em Arapiraca Presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Arapiraca denuncia ingerência da Fetag na entidade. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arapiraca, João dos Santos, denunciou na terça-feira (27), a ingerência da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Alagoas (Fetag) na entidade que dirige.

Ainda de acordo com João dos Santos, até os próprios funcionários da entidade, foram orientados pela direção da Fetag, a não acatar as ordens dadas pelo presidente do sindicato. A situação ficou tão grave na entidade, segundo João dos Santos, que existem 16 solicitações de pagamentos de funcionários e fornecedores, onde inclusive os recursos já estão depositados no banco e foram impedidos de receber, porque a tesouraria não libera os pagamentos, por orientação da própria Fetag.

Complicado Com salários acima de mil reais, segundo João dos Santos, a diretoria terá de abdicar de parte deste valor, para que possam pagar a funcionários especializados como Engenheiros Agrônomos, Técnicos Agrônomos, Assistentes Sociais para darem andamento nos trabalhos, principalmente na orientação aos agricultores e no Programa Minha Casa Minha Vida Rural.

Praça da Juventude Mediante articulação do deputado Paulão (PT/ AL), o Ministério do Esporte empenhou, na terça-feira (27), recursos na ordem de R$1,8 milhão para implantar a Praça da Juventude no município de Arapiraca, no bairro Primavera.

Carência de espaços Conforme Paulão, devido à alta densidade populacional existe grande carência de espaços adequados para os arapiraquenses praticarem atividades de lazer, esporte e cultura, o que justifica o projeto da praça. “O objetivo é disponibilizar aos cidadãos equipamentos esportivos e um espaço de convivência comunitária, onde são realizadas diversas atividades, como por exemplo a inclusão digital. Os benefícios são para pessoas de todas as faixas etárias,” afirmou.

Trabalho escravo “É uma causa de todos nós e não medirei esforços para resolver a votação rapidamente”, disse o presidente do Senado, Renan Calheiros, após receber das mãos da atriz Camila Pitanga, uma carta com um apelo para votação da PEC 57/1999.

Foi aprovada A proposta, caso aprovada, determina a expropriação de terras em que se verifique a prática de trabalho escravo. A atriz Maria Zilda, presidente do Movimento Humanos Direito, também participou do encontro com Renan.

PELO INTERIOR ... Na manhã de terça-feira (27), a prefeita Célia Rocha (PTB) e o vice Yale Fernandes (PMDB) estiveram reunidos com secretários municipais, engenheiros e arquitetos para avaliação do estudo ampliado acerca do projeto de construção do Centro de Convenções de Arapiraca. ... Acompanhada do secretário de Obras, Moyses Montenegro, a arquiteta Hanah Melo fez apresentação do projeto ampliado e a identificação do terreno com área de 4.490 metros quadrados, nas imediações do Lago Perucaba, onde será construído o empreendimento. ... Os recursos da ordem de R$ 10 milhões foram conseguidos em Brasília, com o apoio do senador Renan Calheiros (PMDB), ex-prefeito Luciano Barbosa e o senador Fernando Collor de Mello (PTB), no Ministério do Turismo. ... A garantia foi dada, no ano passado, pelo então ministro Gastão Vieira, que na época destacou a importância de Arapiraca e o potencial socioeconômico do município para o turismo de negócios e eventos no interior de Alagoas. ... Agora, com a posse do novo ministro, o alagoano Vinícius Nobre, o projeto do Centro de Convenções continua fortalecido. ... De acordo com o novo estudo, o Centro de Convenções de Arapiraca será um dos mais modernos da Região Nordeste. ... O presidente do Senado, Renan Calheiros, voltou a se reunir, n terça-feira, com representantes de sindicatos e federações que reúnem cegonheiros, motoristas de caminhão cegonha (tipo de carreata especifica para o transporte de veículos automotores). ... Eles pediram a Renan rapidez para votação do PLC 41/2014, que disciplina a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional. ... Recebidos por Renan, pela segunda vez, em menos de uma semana, eles garantiram ao presidente do Senado que há consenso na categoria de que o projeto está no formato desejado pelos trabalhadores do setor. ... Representantes de seis centrais sindicais e 20 associações e sindicatos de servidores públicos federais, estaduais e municipais foram recebidos em audiência, nesta terça-feira, pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. ... Eles vieram pedir o apoio de Renan para a aprovação da MP 632/2013, que permite liberar o servidor no exercício do mandato classista, com ônus para o poder público. ... Renan ouviu a reivindicação dos trabalhadores e recebeu das mãos de Lineu Mazano, da Nova Central, um documento assinado por várias categorias pedindo a aprovação da MP 632/2013. ... Muita paz, saúde e harmonia para os leitores da coluna neste final de semana. Até a próxima edição. Fui!!! E volto!!!!!


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Controlando o consumo

É

real o aumento de preços que vem ocorrendo nos últimos meses. E não tem nada a ver com a Copa do Mundo ou eleições. É simplesmente o momento econômico, com problemas climáticos, dólar em alta e juros subindo mensalmente. Mas o importante mesmo é o consumidor se conscientizar de que deve mais do que nunca, controlar seus impulsos e só comprar mesmo o estritamente necessário e antes pesquisando em vários locais. O Globo Repórter da semana passada, mostrou os vários exemplos de consumidores organizados, que mudam de marca, compram em conjunto (no atacado), com preços mais baixos e pesquisam muito. Também reduzem a quantidade, priorizando o valor nutritivo de cada produto. Sabendo se organizar, pode viver com tranquilidade e de acordo com o que ganha.

Pechinchando Uma boa maneira de conseguir comprar por um preço inferior ao praticado em supermercado é numa feira livre. Lá, pode pechinchar com o vendedor, que não paga imposto diretamente na fonte e geralmente é o próprio produtor. Um quilo de tomate, por exemplo, facilmente é encontrado até pela metade ou mais do preço do concorrente maior. Mas tudo tem que ser com dinheiro em espécie. Nada de cartão de crédito ou cheque.

Desconforto É óbvio que quem frequenta uma feira livre, com o calor sufocante, os gritos dos vendedores, a música alta, tem que ser extremamente paciente e pensando exclusivamente em economizar, ter tempo suficiente para pesquisar em todas as bancas, conversar com os vendedores, pedir descontos e só comprar quanto realmente tiver certeza de que fez economia. Mais: Prestar atenção a qualidade do produto e até mesmo experimentar.

Onde comprar Quem só se alimenta mesmo de produtos naturais, sem agrotóxicos, deve frequentar a Feira Ecológica promovida por pequenos agricultores (os próprios que vendem) e com fiscalização dos órgãos públicos, funcionando ao lado do Mercado de Jaraguá, a cada sexta-feira, a partir das 6 horas e até às 13 horas. Tudo vem diretamente de sítios no Agreste, Zona da Mata e Litoral Norte. Vez por outra, funciona a Feira Camponesa, dos assentados da Reforma Agrária.

Dia a Dia Mas diariamente funcionam as feiras livres da Levada (a maior), Jatiúca, Jacintinho, Tabuleiro, Bebedouro e em outros bairros, nos fins de semana. É a oportunidade para quem mora próximo, economizar comprando nesses locais, não apenas hortifrutigranjeiros, mas outros produtos comercializados e com preços acessíveis.

Em casa Quem mora em casa, com espaço suficiente para plantar, deve fazer uma horta, adquirindo sementes de verduras e legumes, utilizar adubo orgânico e saber cuidar, colher e consumir produtos com alto teor nutritivo e saudável. A economia é substancial e a custo quase zero, já que o que gastou foi apenas com a semente e o adubo.


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