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MACEIÓ - ALAGOAS
ANO XVI - Nº 780 - 18 A 24 DE JULHO DE 2014
CREDORES COBRAM CELERIDADE NO PROCESSO DE FALÊNCIA DO GRUPO JL P/14
OS IMPUGNADOS
CANDIDATOS ESTÃO SENDO PROCESSADOS POR FORMAÇÃO DE QUADRILHA, PECULATO E LAVAGEM DE DINHEIRO P/6 e 7
Arthur Lira, Chico Tenório, Pinto de Luna, João Henrique Caldas e Divaldo Suruagy tiveram suas candidaturas impugnadas no TRE
VEREADOR SILVÂNIO BARBOSA EMPREGAVA NORA DO DONO DE EMPRESAS DE ÔNIBUS P/16
MOTRISA É DENUNCIADO À JUSTIÇA POR PRESSIONAR MORADORES DO ENTORNO P/15 MÁRIO AGRA CRITICA GASTOS MILIONÁRIOS DOS CANDIDATOS A GOVERNADOR P/9
DISPUTA ELEITORAL EM ALAGOAS TEM SUPER HOMEM, PEITO DE POMBO, URÉIA-LÁ....
P/12
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COLUNASURURU
Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados
DA REDAÇÃO
Ficha limpa
Taturana inelegível 2
Como todos sabem, o deputado do PP é réu em diversas ações de improbidade administrativa, além de outros ilícitos, sendo a mais célebre delas a famosa Operação Taturana, que desmascarou um escandaloso esquema de empréstimos ilegais e desvio de dinheiro público na Assembleia Legislativa (processo 004268860.2011.8.02.0001, da 18ª Vara Cível de Maceió).
Q
uestionar a legalidade da candidatura do procurador de justiça Eduardo Tavares é perda de tempo. O candidato ao governo do Estado cumpriu todos os dispositivos legais exigidos pela legislação eleitoral. Por orientação do próprio candidato, o Ministério Público do Estado enviou aos veículos de comunicação documentos oficiais que esclarecem todos os questionamentos e dúvidas suscitadas sobre a candidatura do tucano. Ao contrário de muitos postulantes a cargos eletivos, Eduardo Tavares pode bater no peito e dizer que tem ficha limpa.
A força de Renanzinho Para o empresário Maurício Moreira, a competente atuação do deputado federal Renan Filho é marca registrada herdada do pai, o senador Renan Calheiros. “Renanzinho uniu as forças de oposição em torno de um grupo que vai construir uma nova Alagoas”, diz Moreira ao prever a vitória da Frente de Oposição no primeiro turno.
Frase da semana “Meu governo acabou. Aguardem o novo governador”. Governador Téo Vilela em reunião com a diretoria do Sindifisco.
Perguntar não ofende... Se Vilela confessa que seu governo acabou antes do fim, quem vai pagar os R$ 450 milhões da conta “Restos a Pagar”, referente ao exercício de 2013?
Abuso de poder A procuradora da República em Alagoas, Niedja Kaspary, pratica litigância de má-fé contra este semanário e outros desafetos. Essa prática constitui crime previsto no art. 17 do Código de Processo Civil.
Reação O deputado estadual João Henrique Caldas (Solidariedade) foi pego de surpresa com a informação da impugnação da sua candidatura. JHC que concorre a uma vaga na Câmara Federal, fez questão de dar logo o recado: “Eu vou ser julgado pelas urnas.” O parlamentar ainda disparou: “Estou acostumado a receber pressão e ataques”.
(Millôr Fernandes)
Taturana inelegível 3
Cadê o guincho? Moradores e comerciantes do Barro Duro reclamam de transtornos com o descarregamento rotineiro para uma loja de gesso na Avenida Muniz Falcão, em frente à Socitec. A queixa é de que o caminhão ocupa toda a calçada por até 24 horas, impedindo a passagem de pedestres, e depois sai deixando no local um rastro de sujeira. A Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) e Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) já foram acionadas, mas sob a alegação de que não dispõe de guincho, a SMTT diz que nada pode fazer.
Ver ou não ver... Enquanto executa serviços em vários bairros da capital, a Se-cretaria Municipal de Infraestrutura e Urbanização (Seminfra) faz vistas grossas ao esgoto a céu aberto que corre em frente ao número 360 da Rua do Imperador, em pleno centro da cidade e nas imediações de um restaurante. O detalhe é que a sede do órgão fica no número 307 da mesma rua.
Medicina A aula inaugural do curso de Medicina do Cesmac acontece no próximo dia 22 no centro de eventos do Hotel Jatiúca. O encontro irá apresentar os alunos do novo curso da instituição.
Descaso No interior de Alagoas muitas comarcas estão desperdiçando as cestas básicas entregues como pagamento de penas alternativas. Na maioria das vezes os alimentos estragam devido à perda da validade. É bom o Tribunal de Justiça ficar de olho nos juízes desleixados.
Taturana inelegível
A campanha eleitoral não começou bem para o deputado federal, e candidato a reeleição, Arthur Lira. A coligação “COM O POVO PRA ALAGOAS MUDAR” entrou com Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC) no TRE contra o filho do candidato a governador Biu de Lira.
A tese da coligação oposicionista é a de que teria transitado em julgado a sentença que condenou o deputado Arthur Lira por improbidade administrativa, dentre outros ilícitos, em virtude de possível perda de prazo para o ajuizamento do recurso de apelação por parte do atual candidato a reeleição.
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A coluna teve acesso ao processo e à certidão do cartório que destaca que “o prazo terá início em 11/06/2013”. No recurso de apelação impetrado por Arthur Lira há um trecho, intitulado “tempestividade”, no qual se lê que “a decisão fustigada foi disponibilizada em data de 07.06.2013 (sexta-feira), tendo-se por publicada na segunda-feira, 10.06.2013, iniciando-se a contagem, assim, em 11.06.2013 e findando-se em 10.07.2013”.
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No sistema eletrônico do TJ/AL, ao qual o jornal Extra também teve acesso, não aparece o recurso do deputado, que, não se sabe ao certo o motivo, consta apenas como um apenso. Outra certidão do cartório da vara afirma que foi ajuizado tal recurso de apelação, só que “em 11.07.2013”, logo, um dia após o fim do prazo previsto na própria apelação.
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Em nota publicada por blogs na internet o candidato defende que o recurso é tempestivo. Se estiver certo, fica tudo como está. Se não, fica inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa. Agora cabe ao TRE decidir se este importante instrumento de cidadania, que é a Lei da Ficha Limpa, pode impedir a candidatura do deputado para esta eleição.
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- MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JULHO DE 2014 -
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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com
Siga-me: @jorgearapiraca
Eduardo ainda patina Brasília – Eduardo Campos está indo para o altar sem a noiva. Gostaria que ela chegasse à igreja vestida de vermelho, mas o pai da moça, o carrancudo Lula, não permitiu. Agora, na dissidência, candidato a presidente, ele tentar reatar os laços com o Lula, elogiando o seu governo e descascando a administração da Dilma que considera corrupta e desastrada, como se pudesse desassociar um do outro. Durante os quase oito anos no governo de Pernambuco apoiando os petistas só agora Campos descobre que o governo da Dilma é corrupto: “As raposas” que já roubaram o país estão nos ministérios e nas agências reguladoras”, acusou ele num debate da Folha de S. Paulo. O ex-governador de Pernambuco, com pouco menos de dois minutos de programa, acha que pode ir para o segundo turno das eleições. E se chegar lá, pela sua estratégia, quer contar com o apoio do amigo Lula. Considera, portanto, que a Dilma estaria fora do páreo e que seu adversário seria Aécio Neves. Em eleição tudo é possível, uma escorregadela é o suficiente para tirar o favoritismo de qualquer candidato. Mas a julgar pelos últimos pronunciamentos de Eduardo Campos, o candidato ainda não encontrou o mote da campanha, está vazio de discurso e de proposta. Faz uma campanha arrastada e, como uma metralhadora giratória, aponta para todos os lados: tenta alvejar o Aécio e a Dilma, mas livra a cara de Lula procurando atrair os eleitores simpatizantes do ex-presidente que desaprovam a administração da sua companheira, campeã em rejeição. Engana-se. O PT não quer entregar o poder e o Lula, para permanecer mandando, vai arregaçar as mangas e caminhar junto com a presidente na reeleição. Eduardo Campos, como já disse aqui, comeu mosca na arrumação da sua candidatura a presidente. Preocupou-se demais em trazer Marina Silva para o seu lado e deixou as alianças que viabilizariam seus programas na TV e no rádio. Marina não deslanchou, virou um estorvo, prejudicou as coalizões no país e agora tenta suavizar a campanha nas caminhadas com o candidato mostrando-se simpática e risonha. Além disso, a companhia de Marina tira o apoio da igreja católica do candidato que não gostaria de ver subir ao altar um representante dos evangélicos que disputam palmo a palmo os cordeiros de Deus. A cúpula evangélica considera Marina uma ovelha desgarrada. Não à toa, eles escolheram o pastor Everaldo, do Partido Social Cristão (PSC), para representá-los. Na última semana vários segmentos dos crentes fizeram uma reunião para fechar em bloco o apoio a Everaldo. Com isso, eles decidem que Marina Silva não os representam, recado que será repassado nos cultos de todas os templos evangélicos do país. Eduardo Campos perde, assim, o apoio dos católicos e dos evangélicos. E em um país, onde os mais pobres ainda vivem da fé, doutrinados por padres e pastores, o efeito dessas mensagens é devastador.
Dianteira O filho do senador Jader Barbalho assumiu a dian-teira na eleição de governador do Pará. Pelo andar da carruagem, o PMDB caminha para quebrar a hegemonia dos tucanos no estado. A diferença ainda é pouca: menos de 10%. É um eleição trabalhosa para os candidatos já que a Região Metropolitana concentra apenas 23% do eleitorado. O restante está espalhado pelo estado, maior do que a Venezuela territorialmente.
Susto O Palácio do Planalto fez as contas e tomou um susto. Dilma perde em quase todos estados da região Sudeste onde se concentra a maioria dos eleitores. Pelo menos em três, Aécio Neves aproxima-se rapidamente dela: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Rio, por exemplo, a candidatura do petista Lindbergh desestabilizou a campanha da presidente. Os prefeitos do peemedebistas em peso já declararam apoio a Aécio, cujo tio Dornelles, é senador pelo PTB e está garimpando votos para o sobrinho.
Na Folha Aécio não quer partir pra briga para não ter que responder aos adversários. Pelo menos foi essa a imagem que ficou no segundo dia de debate com os candidatos na Folha de S. Paulo, quando ele não provocou nenhum dos seus adversários. O presidenciável respondeu a todas as perguntas com muita segurança.
Médicos Aécio disse que no seu governo, os médicos cubanos serão respeitados e receberão os mesmos salários dos brasileiros. Segundo ele, Cuba não pode contrariar as leis brasileiras e, portanto, terá que se adaptar a nossa legislação. “É o Brasil que vai ditar as regras do jogo”, afirmou.
Confirmação Os organizadores dos debates com os presidenciáveis ainda não têm a confirmação da Dilma para o encontro. O convite foi feito mas até agora o Planalto não respondeu ao pedido. A ideia dos marqueteiros é preservar a presidente de debates para evitar que ela fale bobagens, como vem fazendo pelo país afora.
Vitória No Espírito Santo, o candidato Paulo Hartung, do PMDB, está rindo à toa. As pesquisas mostram que ele tem mais de 20% das intenções de votos na frente do atual governador Renato Casagrande, candidato a reeleição. Há quem aposte na vitória de Hartung já no primeiro turno. Qualquer prognóstico agora, sem os programas eleitorais, é chute.
Infeliz Dilma lamenta até hoje a frase estabanada de que o seu governo tinha a marca “Felipão”. Tomou de 7 a 1.
A conta Pelo menos três estádio em Manaus, Natal e Brasília caminha para virar elefantes brancos. Não existe futebol que justifique o dinheiro gasto nessas arenas para a Copa do Mundo. O de Brasília, por exemplo, beirou os quase 1 bilhão e 500 milhões de reais com as obras superfaturadas. Se virar casa de show certamente seria a mais cara do mundo.
Esquecimento E o Pelé, hein? Pouco foi lembrado na Copa do Mundo realizada no seu reino. Comenta-se que o ex-jogador estava pedindo muito dinheiro pelas suas aparições. As agências boicotaram a sua imagem nos comerciais das grandes empresas de futebol.
Asas Foi só o avião descer em Berlim que os alemães botaram as asas de fora. Durante as homenagens alguns deles imitiram a dança dos macacos numa clara referencia ao país que tão bem os acolheram. O constrangimento foi desfeito com uma nota oficial da federação de futebol da Alemanha pedindo desculpas pelos gestos dos jogadores.
4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JULHO DE 2014
GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br
Guerra pra valer Os pedidos de impugnações de candidatos pelas coligações demonstram que a briga jurídica será pra valer. É apenas o começo de uma disputa que com certeza irá descambar para o campo pessoal. É esperar pra ver.
Independência nos Tribunais
Rejeição
A
interferência da classe política para indicar juízes em tribunais federais, é, sem sombra de dúvidas, método arcaico e que precisa ser revista pelo Congresso Nacional. Isso tem sido tema de grandes discussões nos próprios tribunais, que às vezes ficam expostos em decisões julgadas e com feridas que demoram muito a cicatrizar. É comum, principalmente próximo a embates políticos, ouvir cobras e lagartos de decisões liminares e até colegiadas nos tribunais locais e que terminam, quase sempre, em pendengas que forçosamente chegarão à mais alta Corte do país. Esta prática não deixa de ser nociva a todos e também aos advogados brasileiros, que dependem de julgamento justo e independente. Não se quer dizer aqui que possa existir parcialidade nas decisões, mas se deixa no ar, principalmente pela parte que não obteve êxito na ação, de que teria havido influência externa exatamente por aqueles que foram indicados de uma forma ou de outra. As indicações de juízes com absoluta segurança e todos sabem disso, é feita por pedidos políticos e naturalmente por quem tem grande acesso no Palácio do Planalto, a quem compete nomeá-los. Estamos cansados de ver a peregrinação de candidatos nas residências e escritórios de políticos influentes, o único método de chegar lá. É preciso acabar com isso, encontrar alternativas que os juízes sejam nomeados não por apadrinhamentos, mas participando e se submetendo a concursos públicos e que mostrem assim o seu grau de independência e de amplo conhecimento jurídico. Pelo menos é o que espera o povo para o bem e felicidade geral da Nação.
E pode? O candidato tucano ao governo do Estado, Eduardo Tavares, almoçou semana passada com lideranças de pescadores e marisqueiros de Alagoas. Até aí, nada demais. O problema é que o almoço foi no Museu Palácio Floriano Peixoto e pago com dinheiro público. Lá estavam, além do candidato e convidados, o Ministro da Pesca, Eduardo Lopes (do PRB), o próprio governador Téo Vilela, anfitrião do evento, Galba Novais, candidato a deputado estadual e secretários de Estado.
Nem todos os prefeitos dos municípios estão com a bola toda nessas eleições. O de União dos Palmares, Beto Baía, por exemplo, tem uma rejeição astronômica no município e seu apoio a candidatos não será o mesmo de antigamente. Em muitos municípios, dizem alguns candidatos, é melhor ficar do lado da oposição. O custo é menor e o desgaste, também.
Circulando
Curiosidade Parte da população de Arapiraca está sem entender porque muitos aliados da prefeita Célia Rocha somente têm utilizado adesivos do senador Fernando Collor. O que será que está acontecendo no segundo maior colégio eleitoral de Alagoas?
Investigação Ninguém sabe dizer ao certo, mas com certeza a Polícia Federal deverá estar de olho em grandes transações financeiras que foram feitas nos últimos meses, para abarrotar cofres de dinheiro, na sua maioria sujo, para utilizá-lo nesta campanha eleitoral.
Guerra de impugnações Os últimos dias foram de guerra entre os lados mais fortes que disputam o governo do Estado. As impugnações de candidaturas tomaram conta do calendário do Tribunal Regional Eleitoral, que deve decidir nos próximos dias.
Sujeira na campanha A baixaria nas eleições vai começar bem antes do que se imaginava. Os podres de muitos candidatos irão à tona logo, logo e nem será preciso esperar pelo Guia Eleitoral. Os dossiês aumentam de volume a cada dia e novos fatos estão sendo rebuscados em baús onde são guardados documentos importantes para serem apresentados ao eleitorado. Até mesmo de cheques sem fundos emitidos por gente grande da política alagoana.
Parte do leão
Ninguém há de estranhar que os votos, como das outras vezes, são comprados nas caladas da noite em Maceió e no interior. E nesta eleição não será diferente. Diferente, apenas, é o preço que se diz cobrado no varejo: 200 reais. 100 para o eleitor corrupto e 100 para o atravessador.
O Chapão priorizou, nesta campanha, alguns candidatos a deputado federal. Paulão do PT, por exemplo, teve espaço aberto em vários municípios. Já Ronaldo Lessa considerado o deputado que será mais votado no dia 5 de outubro, ganhou a benção dos líderes do bloco de oposição. Além de um forte reduto em Arapiraca, migrou para outros municípios, sendo o último o de Pilar, pertinho de Maceió.
Os prefeitos e a campanha
Rosinha em alerta
Votos comprados
Muitos prefeitos deixaram de fazer o dever de casa para mergu-lhar na campanha política. Parecem que não têm muito que fazer em seus municípios. A maioria deles está atolada em dívidas, sem pagar os funcionários, com uma saúde de fazer inveja aos piores países do mundo, educação debilitada, mas mesmo assim se entregam de corpo e alma à campanha de seus preferidos.
Se Paulão, Ronaldo Lessa, Marx Beltrão, Givaldo Carimbão e outros bigs da política foram agraciados com novos redutos, Rosinha da Adefal deve se prevenir para não perder o mandato, já que o Chapão contabiliza quatro vagas de deputados federais. A coligação de Biu de Lira deve fazer três, o PRTB um e o governo, outra vaga.
O Google é um dos instrumentos que mais estão sendo acessados pela classe política e inclusive jornalistas. Ali se vê de tudo, da menor a mais alta denúncia contra candidatos. Os dossiês vêm sendo montados com carinho por pessoas contratadas exatamente para isso e utilizá-los no momento adequado no horário eleitoral.
Vendendo tudo Circula a informação de que esta é a hora de adquirir fazendas em Alagoas e outros Estados. Para fazer dinheiro e garantir um mandato, tem gente fazendo de tudo. Um candidato que ficou fora do processo na eleição passada, teria vendido uma fazenda por 3 milhões e 500 mil reais e pode torrar outra logo, logo se vê a coisa preta.
Campo minado O deputado Arthur Lira tem sido o alvo preferido do Chapão, mas tem reagido à altura. O pedido de impugnação de sua candidatura é vista por ele como um desespero dos adversários, pelo fato de ter praticamente garantida sua reeleição para a Câmara Federal.
Lei do retorno De um conhecido marketeiro sobre as denúncias que estão aparecendo até agora: “se vier chumbo grosso de lá, espere que irá o dobro de cá”.
A festa do Biu O senador Biu de Lira lança oficialmente sua campanha política num encontro marcado para amanhã, sábado, no Iate Clube Pajuçara. Vai mostrar a força política que tem na capital e no interior, dando partida ao projeto de governar Alagoas. No encontro, lideranças políticas de todo o Estado, prefeitos e principalmente os amigos do Biu. A festa tem início marcado para às 9 horas.
Apreensão Algumas pesquisas políticas que estão circulando na cidade têm deixado muita gente de cabelo em pé e acendido uma luz amarela em alguns comitês políticos já montados. Diferente das que encomendaram meses atrás.
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ARTIGO
OPINIÃO
Reforma política já!
Os bilhões de Dilma PERCIVAL PUGGINA
S
TARCÍSIO JOSÉ DA SILVA*
A
s manifestações populares ocorridas nas principais cidades do Brasil, mobilizando centenas de milhares de pessoas nas ruas, em protestos contra a corrupção e por serviços públicos de qualidade, como saúde, transporte coletivo, segurança e educação, mostram o tamanho da crise institucional que se instalou no país e apontam para a necessidade de uma reforma política urgente que venha atender aos anseios da sociedade. Os Poderes da República estão desacreditados e a democracia representativa não mais condiz com os reais interesses da sociedade; e essa explosão precisava acontecer agora, pelas mãos do povo, já que esse mesmo povo não encontra apoio em suas reivindicações junto à elite política e institucional dos Poderes da República, apesar dos insistentes apelos nesse sentido. Nunca o sistema político brasileiro foi questionado por meio de manifestação popular como agora. A frustração da população ocorre exatamente por não vislumbrar solução para essa crise, a curto e médio prazo. No Brasil, todas as transições políticas, desde o Descobrimento, passando pela colonização, a Independência, Proclamação da República até as “Diretas Já”, em 1984, para se restabelecer o Estado Democrático de Direito ora frustrado, não passaram de acertos entre as elites, prevalecendo sempre o interesse da classe dominante, com pouquíssima ou nenhuma participação do povo. A Constituição Cidadã de 1988 trouxe significativos avanços nos campos político e social, mas não eliminou as desigualdades sociais, a pobreza e as mazelas sedimentadas durante cinco séculos por força do egoísmo de uma elite dominante que não sabe o que signi-
ficam solidariedade, igualdade, fraternidade e melhoria de vida da população. Essas manifestações traduzem exatamente a indignação e a ambiguidade reinante em uma sociedade desigual e totalmente alijada do sistema político-representativo. A Ordem dos Advogados do Brasil de há muito vem levantando a bandeira contra esse estado de coisas, especialmente a corrupção eleitoral, pugnando por uma reforma política que proporcione eleições limpas e transparentes, sem interferência dos poderes econômico e político no processo eleitoral e qualidade de vida para a população. Reforma Política Já é, portanto, o que toda a sociedade espera e deseja para o fortalecimento da democracia brasileira. Como bem disse a Presidenta Dilma em recente discurso: ‘Precisamos oxigenar o nosso sistema político. É a cidadania, e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar’ * Presidente da Comissão de Ética na Política e de Combate à Corrupção Eleitoral da OAB-CE.
e você reparar bem, a cada abalo que o governo da presidente Dilma registra em sua sacolejada escala Richter, segue-se algum plano mirabolante ou algum anúncio bilionário destinado a acalmar as ondas. Seja o abalo moral ou político, a reação oficial vem sempre de um ou de outro modo. Ora o governo anuncia providências estruturais que não funcionam (como essa de intervir no futebol e estancar a evasão de atletas para o exterior), ora reúne o ministério, os governadores, a imprensa, o empresariado, os movimentos sociais e informa que está destinando bilhões de reais para isto ou para aquilo. Convenhamos, é um modo estranhíssimo de governar. É injustificável que, completados 93% de seu mandato e enquanto transcorre o 12º ano de gestão petista, o país ainda esteja sendo governado aos trambolhões, ao arbítrio do momento e seguindo o juízo das necessidades impostas pelas oscilações do Ibope. De modo especial, tais improvisações parecem incompatíveis com o perfil segundo o qual a presidente foi repassada aos votantes no mercado eleitoral de 2010. São bilhões para cá e para lá, saídos do nada e conduzindo, na vida real, a coisa alguma. É o que se poderia chamar de capital volátil. Faz lembrar aquelas maletas pretas dos filmes de ação, que supostamente deveriam conter vultosas quantias, mas estão recheadas de jornais com notícias antigas. De fato, são eventos que, a despeito da pompa e circunstância, logo se tornam coisas esquecidas, cuja função se exauriu no momento de cada anúncio. E de nada vale ficar cobrando serventia maior para algo concebido apenas para ser divulgado. Em plena campanha de 2010, a presidente anunciou para Porto Alegre o atendimento das duas principais reivindicações do Rio Grande do Sul: a duplicação da
Travessia do Guaíba e o metrô. Nada. Só muito recentemente, quando seu governo já olha para inexorável ampulheta, ocorreu (solene, sempre solene) a assinatura do contrato para construção da Travessia. Ou seja, no Brasil, coisa alguma. E o metrô? Saiu de pauta para retornar, provavelmente, durante a campanha eleitoral. Não foi diferente, país afora, com o conjunto que se tornou conhecido como “as obras da Copa”. O quadro é o mesmo em todas as 12 capitais distinguidas com privilégio de sediar os jogos do já malvisto torneio. O adjetivo “malvisto” se aplica à sua realização aqui, com dinheiro do povo brasileiro. Em qualquer outro lugar é um bem aguardado evento. No Brasil, representa uma inversão na escala das prioridades nacionais, que transcorre em meio a obras paradas, atrasadas, incompletas por motivos técnicos e financeiros. Em fevereiro deste ano, o jornalista Augusto Nunes desfiou em comentário o extenso conjunto de não-realizações do governo Dilma. Entre elas o também malvisto trem -bala, que - felizmente! - dorme em alguma gaveta muito antes de entrar na fase dos dormentes. Entre muitas outras, também sesteiam nas prateleiras as anunciadas seis mil creches, as seis mil casas para os flagelados de cheias no Rio de Janeiro, os seis mil caminhões-pipa para resolver a falta de água de beber na região da seca e o fim da miséria com data marcada para terminar no início de 2015. * Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+ e membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580
EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves
CONSELHO EDITORIAL
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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JULHO DE 2014 ELEIÇÕES 2014
Téo Vilela silencia para ajudar Biu e Renan Filho na disputa ao Governo
Regra foi quebrada só esta semana, em resposta a Collor; no TRE, impugnações atingem Luna, Divaldo Suruagy e JHC ODILON RIOS REPÓRTER
O
cenário eleitoral parece estar apertado demais para o deputado federal Renan Filho (PMDB) e o senador Benedito de Lira (PP). Ambos disputam o Governo, ambos estão em colocações muito próximas nas pesquisas internas das legendas, ambos tentam mostrar que estão em lados diferentes apesar de uma ponte ligando os dois lados: o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), cada vez mais silencioso e tocando o dia a dia da administração como se não estivesse em ano eleitoral. Reação maior do chefe do Executivo só veio esta semana, mais como um recado ao senador Fernando Collor (PTB), ao ver que a Gazeta de Alagoas publicava manchete sobre a dívida de R$ 440,8 milhões em obras e serviços no Governo. Em verdade, a manchete da Gazeta repercutia matéria do jornal Folha de São Paulo, que realizou levantamento em todo o país. Constatou que os estados, em restos a pagar, deviam R$ 30 bilhões. “O Estado de Alagoas não deve um centavo a seu nin-
guém. Não deve a fornecedor, nem a servidor público, isso é um mero instrumento de escritura a que o jornal se apegou para colocar que o governo de Alagoas está devendo. Nunca deveu no meu governo”, disse Vilela. Era um recado a Collor, que segue na campanha à reeleição. PALANQUES A reação de Vilela mostra o nervosismo dos palanques. O investimento do Governo para o nome do procurador Eduardo Tavares (PSDB) mostra a disposição de que tanto Renan Filho quanto Biu de Lira dão como favas contadas o segundo turno. Mas, Tavares precisa captar o chamado voto de opinião para levar Biu para a próxima etapa da votação, dar o passaporte da vitória e fazer subir ao Senado o suplente dele, Givago Tenório, amigo de Vilela e sócio do vice-governador José Thomáz Nonô (DEM), além de eleger o sobrinho do governador, Pedro Vilela, à Câmara Federalobjetivo número um de Teotonio. E este voto ideológico é cada vez mais raro e não somente pela escolaridade ou grau econômico. Pelos dados do Tribunal Regional Elei-
Tèo permanece centrado no seu principal objetivo eleitoral, colocar o sobrinho Pedro Vilela na Câmara
toral (TRE), 28% dos eleitores alagoanos não sabem ler nem escrever. Para os comitês, é um mercado farto para a compra de votos. No bairro do Canaã, o voto custa R$ 200. A renhida disputa tanto ao Governo quanto nas proporcionais inflacionou a negociação. Por causa da concorrência, o valor pode cair até o próximo mês. Por isso, acima da compra de votos, há a ideia do “novo”. Tavares e o candidato ao Senado, Omar Coêlho de Mello, da coligação de Biu de Lira, investem neste
tema. É uma forma de fisgar o eleitorado, sem abandonar os padrinhos das candidaturas. O procurador de Justiça tenta colar sua imagem a obras federais, carimbadas pelo PT de Dilma Rousseff, usando menos o candidato a Presidência dos tucanos, o senador Aécio Neves. O Canal do Sertão está nesta lista. Omar Coêlho vai de Biu mas não vai rasgar o próprio engajamento na campanha à reeleição de Vilela, em 2010. Ao contrário, antes, ele terá de combater a onda de boata-
ria do seu próprio comitê de campanha. Como foi escolhido ao Senado quase de última hora, antes de começar a campanha caiu na cama, com uma forte virose. Daí vieram as notícias- que ele diz serem falsas. Omar e Biu tiveram uma conversa, ele pediu apoio logístico na campanha e recebeu a negativa. O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/A), ameaçou desistir. Avisou que vai estar amanhã no lançamento oficial do senador na disputa ao Governo.
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MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JULHO DE 2014 - 7
ELEIÇÕES 2014
S
e o fogo amigo tenta queimar alguns integrantes das falanges liristas, o outro lado do front quer atingir Biu, através do filho, o deputado federal Arthur Lira (PP). A eleição dele é, também, uma forma de garantir a vaga de Arthur no próximo ano à Câmara Federal. Esta semana, a coligação de Renan Filho entrou, no TRE, com pedido de impugnação da candidatura de Arthur. O parlamentar foi condenado em processo que corre em segredo de Justiça, referente à Operação Taturana. Deve devolver R$ 182.830,22 aos cofres públicos, incluindo a perda de função pública e suspensão dos direitos políticos por 10 anos. Segundo a impugnação, teria perdido prazo para recorrer de recurso. “Os fatos que dão lastro à Impugnação de Registro em tela são sólidos e comprovados, servindo legítima e legalmente para a análise, interpretação e julgamento por parte do egrégio Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL), dotado de soberana competência para aferir situações de inelegibilidade previstas na Lei da Ficha-Limpa”, disse, em nota, a coligação de Renan Filho. “Em síntese, afirma a impugnação que Arthur Lira teria um prazo de 30 dias para apelar, iniciado, segundo ela, em 11.06.2013 e encerrado em 10.07.2013, portanto. O erro trilhado não poderia ser mais primário. É estranho que um advogado que represente uma Coligação demonstre tão primário desconhecimento sobre contagem de prazos. Isso porque, até os que não formados em direito têm conhecimento que em razão do recesso forense no mês de junho, existe a suspensão dos prazos processuais em todo o Estado”, responde,
nan Calheiros (PMDB), que disputava a reeleição. Na campanha a deputado estadual, evita caminhar sozinho pelo Agreste. “Tem muita gente que carrega raiva por investigações nossas feitas por lá”, disse, referindo-se à época quando ainda era superintendente da PF. “A mosca azul do poder não me mordeu. E levo adiante uma campanha franciscana. Vou fazer campanha nos sinais de trânsito, nas ruas, nos mercados, pedindo os votos. Esse é o
nosso estilo”, afirmou. Um dia após a entrevista, a noticia do TRE: a entrada do pedido de impugnação por ausência de prestação de contas nas eleições passadas. “As minhas contas foram julgadas procedentes e, no próprio sistema do TRE existe o Acórdão, mas o tribunal não deu baixa”, disse Pinto de Luna. O cenário eleitoral está em ebulição em Alagoas. E a temperatura é mais alta no tapete vermelho do TRE.
Confira a lista de impugnados divulgada pela Justiça Eleitoral CANDIDATOS COM NOTÍCIA DE INELEGIBILIDADE
JHC e Pinto de Luna tiveram suas candidaturas contestadas
Arthur Lira está enrolado no processo dos Taturanas
também em nota, o advogado Fábio Ferrário, que defende Arthur. O problema da impugnação- que ainda depende de apreciação do TRE- não atinge apenas o filho do
senador. E ele responde a processos na Justiça que passam por lavagem de dinheiro e chegam à Lei Maria da Penha (é acusado de agredir a ex-esposa). O fantasma assombra, também, o ex-governador Divaldo Suruagy, o delegado aposentado da Polícia Federal, José Pinto de Luna, e o deputado estadual João Henrique Caldas (SDD). Um dia antes da publicação da lista dos “impugnáveis”, Pinto de Luna conversou com o EXTRA. Candidato a deputado estadual, o delegado carrega o mérito de ter estourado a Operação Taturana- seis dias após sentar na cadeira de superintendente da PF, em dezembro de 2007, um trabalho de investigação do delegado Jandelyer Gomes (hoje no Piauí). Filiado ao PT, recebeu uma rasteira do próprio partido em 2010, quando a legenda fechou acordo para apoiar o hoje presidente do Senado, Re-
Junto com o povo para a melhoria de Alagoas 1 (PP, PPS, PSDC,PRP, PR, PSL, PSB, SD) Deputado Federal Arthur Cesar Pereira de Lira Processo nº 657, aguardando julgamento PTC Deputado Estadual Carlos Alberto da Silva Albuquerque, Processo nº 974, aguardando julgamento Coligação caminhando com o povo (PRTB, PPL, PMN) José Francisco Cerqueira Tenório Processo nº 618, aguardando julgamento Junto com o povo para a melhoria de Alagoas 1 (PP, PPS, PSDC,PRP, PR, PSL, PSB, SD) José Everaldo Alves Barbosa Processo nº 680, aguardando julgamento CANDIDATOS IMPUGNADOS Deputado Federal Junto com o povo para a melhoria de Alagoas 1 (PP, PPS, PSDC,PRP, PR, PSL, PSB, SD) Arthur Cesar Pereira de Lira Processo nº 657-88.2014.6.02.0000, aguardando julgamento João Henrique Holanda Caldas Processo nº 675-12.2014.6.02.0000, aguardando julgamento Deputado Federal
Um novo jeito de fazer (PSDB, PRB) Marcos Antonio Ferreira Nunes Processo nº 934-07.2014.6.02.0000, AGUARDANDO JULGAMENTO Deputado Estadual PT José Pinto de Luna Processo nº 901-17.2014.6.02.0000, aguardando julgamento Deputado Estadual Com o povo pra Alagoas mudar II (PDT, PMDB, PSC, PTB, PSD) Djanete Rodrigues da Silva Processo nº 838-89.2014.6.02.0000, aguardando julgamento Deputado Estadual Junto com o povo para a melhoria de Alagoas 1 (PP, PPS, PSDC, PRP, PR, PSL, PSB, SD) Divaldo Suruagy Processo nº 694-18.2014.6.02.0000, aguardando julgamento Tania Maria Barbosa Lima Viana Processo nº 748-81.2014.6.02.0000, aguardando julgamento Deputado Estadual Ninguém é forte sozinho (PROS, PT do B, PFS, PC do B, PV) Cristina Maria Melo de Oliveira Processo nº 892-55.2014.6.02.0000, aguardando julgamento Marçal Fortes Silveira Cavalcanti Processo nº 877-86.2014.6.02.0000, aguardando julgamento Deputado Estadual Um novo jeito de fazer (PSDB, PRB) Oscar Magno dos Santos Processo nº 877-86.2014.6.02.0000, aguardando julgamento
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Briga interna do PSB se reflete sobre a disputa ao governo do Estado Alberto Sextafeira reage ao apoio de Silvânio Barbosa à candidatura de Renan Filho; PSB apoia Biu de Lira
JOÃO MOUSINHO JOAO_MOUSINHO@HOTMAIL. COM
A
disputa entre Renan Filho (PMDB) e Benedito de Lira (PP) ao governo de Alagoas começa a sofrer reflexos das guerras internas das siglas partidárias. O Partido Socialista Brasileiro em Alagoas (PSB/ AL) foi o primeiro a expor o racha com o apoio do vereador por Maceió, Silvânio Barbosa (PSB), ao deputado federal e candidato ao Palácio República dos Palmares Renan Filho (PMDB). O PSB/AL não só apoia a candidatura de Benedito de Lira (PP) ao governo do Estado como emplacou o deputado federal Alexandre Toledo (PSB) como vice na chapa majoritária. Toledo tinha o interesse em disputar uma vaga ao Senado, mas foi acomodado ao lado de Biu para abrir caminho para o apoio do Democratas, hoje com Omar Coelho no páreo ao Senado. A presidente estadual do PSB/AL, Kátia Born, foi procurada pela reportagem do jornal EXTRA para falar sobre o racha, mas passou a ligação para o presidente da executiva municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Maceió, Alberto Sextafeira. O ex-deputado
disse que “todos os membros PSB/AL devem votar em Benedito de Lira e em seu vice, Alexandre Toledo”. Sextafeira salientou que “essa é uma regra geral para filiados com ou sem mandato”. O presidente da executiva municipal foi questionado sobre uma possível punição ou expulsão de Silvânio Barbosa da legenda por não cumprir as deliberações do partido. “Ainda não posso adiantar nada no sentido de punição, mas vamos nos reunir (direção estadual e municipal do PSB) para tratar desse e outros temas em breve”, informou Alberto Sextafeira. MOTIVAÇÃO O vereador Silvânio Barbosa foi eleito vereador por Maceió em 2012 e desde seu êxito deixou claro que gostaria de dar voos mais altos na política. Mesmo exercendo o mandato de parlamentar pela capital sempre comentou com colegas na Casa Mário Guimarãe, correligionários e eleitores o desejo de disputar uma vaga na Casa de Tavares Bastos este ano. Segundo Silvânio, toda Alagoas sabia que ele era um nome cotado para a Assembleia Legislativa, mas, afirma, o direito de disputar a eleição desse ano lhe foi tirado pelo PSB/AL. “O
Contrariando determinação do PSB, Barbosa declara apoio à candidatura de Renan Filho, do PMDB, e deve ser punido, adverte Alberto Sexta-
PSB não me deu a condição de ser candidato a estadual nessa coligação. Me foi dada a oportunidade de disputar uma vaga à Câmara Federal, mas eu não iria, nem vou, pois não quero servir de escada para ninguém”, disparou Barbosa. O vereador adiantou que não teme retaliação do PSB/AL e deixou a indagação no ar: “O partido foi infiel comigo por não me dar legenda. Eles (membros do PSB/AL) foram infiéis ou eu?”. ESTOPIM Na noite da quinta-feira da semana passada (10/07), um evento com cerca de 400 pessoas formalizou o apoio do vereador Silvânio Barbosa à candidatura ao governo do Estado do deputado federal Renan Filho. Durante o encontro Barbosa declarou: “Não traio ninguém, apoio Renan Filho por sua competência e seu carinho para com o povo do Benedito Bentes”. Em contato com a reportagem do jornal Extra, Silvânio fez mais esclarecimentos: “A pessoa física Silvânio Barbosa vota em Renan Filho. Não faço isso por retaliação, por não ser candidato, mas por entender que hoje essa seja a melhor opção para a população de Alagoas”.
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Mário Agra critica os gastos milionários dos adversários Candidato ao governo desconversa sobre o envolvimento de políticos com o tráfico de drogas JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com
O
jornal EXTRA inicia uma série de entrevistas com os candidatos ao governo de Alagoas. O primeiro a expor suas ideias é Mário Agra (PSOL), que falou sobre segurança pública, saúde e reafirmou a existência de laranjas no pleito. Extra – Qual o principal problema do Estado de Alagoas? Qual a solução prática? Mário Agra – A sua dívida. Alagoas tem uma dívida financeira que supera os R$ 7 bilhões, além dos precatórios que somado a sua dívida financeira supera os R$ 12 bilhões. Isto compromete investimentos na saúde, educação, segurança pública, agricultura, infraestrutura, programas sociais, esporte, cultura, entre outros. Para surgir recursos, é fundamental uma auditoria da dívida para se conhecer o que realmente se deve e o que se tem a receber. EXTRA – O Hospital Geral do Estado que deveria servir para urgência e emergência atende todo tipo de paciente . Como sanar o problema crônico de superlotação do HGE? Mário Agra – Descentralização das ações de urgência e emergência nos municípios polos, assim como, atendimentos básicos, como forma
de se evitar a superlotação do HGE. EXTRA - A Polícia Militar se encontra com um contingente defasado. Em muitos municípios existem apenas dois PMs trabalhando. Qual o investimento prioritário para PM e como isso aconteceria na sua gestão? Mário Agra – A PM além da defasagem salarial que precisa ser resolvida e do número de policiais, tem de se enfrentar os problemas do aparelhamento, além da ingerência política na instituição. EXTRA – Alguns dos seus adversários limitaram em R$ 50 milhões os gastos de campanha. Como o senhor avalia
“
Para surgir recursos, é fundamental uma auditoria da dívida para se conhecer o que realmente se deve e o que se tem a receber”
essa realidade num Estado miserável como Alagoas? Mário Agra – Esses valores mostram claramente as relações desses candidatos com empresários que colocam recursos nas candidaturas que terão obrigação de devolver em dobro, com juros e correção. É ai que superfaturam do poder público, os serviços e obras, pois terão que devolver aos investidores de suas campanhas. EXTRA – Qual o seu diferencial em relação aos seus adversários políticos? Mário Agra – 1º - Firmeza na decisão de se fazer uma auditoria da dívida pública e os recursos que sobrarão serão destinados às áreas prioritárias, como: saúde, educação, segurança pública. 2º - Democratização com controle das ações de Governo. 3º - Extinção de 50% dos cargos em comissão. 4º - Extinção do Gabinete Militar no Palácio dos Martírios, da ouvidoria, gabinete do Vice-governador. 5º - Atuar intensivamente no combate a sonegação de impostos dos usineiros. 6º Tratar a cultura em Alagoas como uma política de resgate dos elementos históricos e sociais e não como ação periférica como se trata até então. 7º - investir na política de esporte como forma de integração social. 8º - Inverter a lógica das políticas sociais, como um direito do cidadão e não como política assistencialista. EXTRA – Os rachas da sigla influenciam o pleito? As crises que o partido enfrenta diminuem as chances de êxito nas urnas em disputa com velhos caciques da política de
Agra liga o superfaturamento de obras a doações de campanhas
AL? Mário Agra – Racha existe mesmo nas elites alagoanas que estão apresentando três candidaturas, além de seus laranjas. EXTRA - Em recente sabatina promovida pela Fecomércio senhor falou do envolvimento de políticos do Estado com a criminalidade, inclusive o tráfico de drogas. É uma pretensão sua levar
esse assunto ao guia eleitoral e aprofundar esse tema? Mário Agra – Sim. EXTRA - Até onde o senhor sabe do envolvimento de políticos com tráficos de drogas? Nomes? Detalhes como acontece à logística do crime organizado? Mário Agra – Sei o que toda a população sabe e a imprensa nacional vem divulgando.
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Militares querem se eleger com campanhas milionárias em Alagoas Maior limite de gastos é no valor de R$ 20 milhões e foi declarado ao TRE pelo major Pantaleão Ferro CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com
A
participação de militares na política alagoana ainda é pequena em relação a outras categorias. Este ano, no Estado, serão 9 policiais e um bombeiro disputando vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, mas o que mais chama a atenção sobre suas candidaturas é o limite de gastos de cada um. O caso mais intrigante é o de Herofilo Soares Souza Pantaleão Ferro, ou como é conhecido na Polícia Militar o major Pantaleão Ferro, candidato a deputado estadual pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC). Ele declarou para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que sua campanha pretende gastar cerca de R$ 20 milhões nessas eleições, mas sem bens declarados. O EXTRA fez uma pesquisa na tabela de salários dos militares, e constatou que os salários de um major, patente do candidato, no nível I é de R$ 12.576,65 e no nível II é de R$ 12.957,75. Sabendo- se que o salário de deputado estadual chega aos R$ 20 mil, sendo este o valor bruto, que corresponde a 75% do salário de um de-
putado federal, significa que em quatro anos de mandato ele não conseguiria ressarcir os gastos projetados segundo o site do DivulgaCand do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 52 meses, Pantaleão receberia cerca de R$ 1 milhão e 40 mil e nem com 20 mandatos o candidato do PTC obteria o retorno financeiro do que declarou que pode ser usado na sua campanha. MAJORES Praticamente na mesma situação que o major Pantaleão estão os também majores, Fragoso (Wellington Rodrgues Fragoso) que é candidato a deputado federal pelo PP, e Paulo Nunes (Paulo Roberto Nunes Calaça), candidato a federal pelo PSB e que já foi deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Ambos declararam ao TRE um limite de gastos no valor de R$ 5 milhões. Em relação aos bens declarados, Fragoso que é presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), mas está afastado do cargo devido à eleição, declarou um patrimônio de R$ 145 mil. Em 2010 ele já havia tentado uma vaga na Câmara Federal, tendo 11 mil votos
Pelo que declarou ao TRE, major Pantaleão Ferro terá a campanha individual mais cara de Alagoas
e ficando como suplente. Já Paulo Nunes, tal qual o colega de farda Pantaleão, não declarou qualquer bem. SARGENTOS Com gastos um pouco menor dos que os já citados, mas desproporcional ao que recebem como policiais, estão os sargentos Braz (José Braz do Nascimento), candidato a deputado estadual pelo PHS, e Ramalho (Marcos André Ramalho Martins), que tentará uma vaga na Assembleia Legislativa pelo PROS. Ambos declararam ao TRE que os limites de gastos em suas respectivas campanhas serão de R$ 3 milhões. Sobre os bens declarados, Braz declarou o valor de R$ 68 mil, Ramalho não declarou nenhum bem. Os salários desta patente são para 1º sargento, no nível 1, R$ 5.738,95 e no nível 2 de R$ 6.306, 40; 2º sargento, ní-
vel 1- R$ 4.952, 98 e nível 2 – R$ 5.448, 54 ; 3º sargento no nível 1- R$ 4.424, 68 e nível 2- R$ 4865,96. Nesta patente o que mais se contradiz em relação aos subsídios é o sargento Eliel, candidato pelo PEN, que declarou o limite de gastos de R$ 200 mil, mas sem bens declarados. CORONÉIS Já os coronéis Ivon (Ivon Berto Tiburcio de Lima), que tenta uma vaga na Câmara Federal pelo PTB, declarou que sua campanha pode gastar R$ 1 milhão e 500 mil nas eleições, e Guedes (Cícero Guedes da Silva) que tentará se eleger deputado estadual, declarou o limite de gastos no valor de R$ 1 milhão. Os subsídios de coronel em Alagoas, segundo a tabela da PM, são de R$ 16.510,68 (nível I) e R$ 19.113,24 (nível II). Ivon que em 2012 foi candidato a vice
-prefeito de Maceió na chapa de Galba Novaes, declarou R$ 32 mil em bens. Guedes declarou o valor de R$ 160 mil. O cabo Luiz Alves (Luiz Alberto Teixeira Alves ), candidato a deputado federal pelo PRTB, declarou o limite de gastos no valor de R$ 1 milhão e 800 mil e Cabo Simas (Wagner Simas Filho) que é candidato a uma vaga na ALE pelo PTB, declarou que pretende gastar R$ 1 milhão. O salário de cabo é de R$ 3.764, 16. Na lista dos policiais candidatos há um delegado. Antonio Carlos Azevedo Lessa (Delegado Lessa) candidato a deputado federal pelo PMN e que pretende gastar R$ 1 milhão e 200 mil. O delegado declarou bens no valor de R$ 236.575,81. Ele é presidente licenciado da Associação dos Delegados de Polícia de Alagoas (Adepol-AL).
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Por hora fica a indagação quanto à fonte dos recursos declarados como gastos de campanhas por cada um dos candidatos, já que pela legislação somente após o fim do pleito é que haverá a obrigatória prestação de contas. Todos os candidatos, partidos políticos e/ou coligações podem receber doações de pessoas físicas e jurídicas para utilização nas campanhas eleitorais. Estas doações poderão ser feitas mediante: a) depósitos em espécie, devidamente identificados; b) cheques cruzados e nominais; c) transferências bancárias; ou d) bens e serviços estimáveis em dinheiro. A lei eleitoral estabeleceu limites de valores para estas doações, de modo que: - pessoas físicas poderão doar até 10% (dez por cento) dos rendimentos brutos auferidos no ano anterior ao da eleição. Há uma exceção, que são as do-
ações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de propriedade do doador, desde que o valor da doação não ultrapasse R$ 50.000,00. Estas doações estimáveis não entram no cômputo deste limite de 10% dos rendimentos do ano anterior.; - pessoas jurídicas poderão doar até 2% (dois por cento) do faturamento bruto do ano anterior ao da eleição; - o candidato poderá utilizar em favor de sua própria campanha eleitoral o valor equivalente a até 50% do seu patrimônio informado à Receita Federal, relativo ao exercício anterior ao do pleito (no caso, 2013). As doações entre partidos políticos, comitês financeiros e candidatos deverão ser realizadas mediante recibo eleitoral e não estarão sujeitas aos limites acima informados. As doações feitas por um candidato em favor de outro
Paulo Nunes (ao lado de Biu de Lira) e Fragoso, majores candidatos
candidato, partido político ou comitê financeiro, também deverá respeitar o limite de 10% dos rendimentos do ano anterior. Os empréstimos contraídos pela pessoa física do candidato serão considerados doação de recursos próprios se aplicados na sua própria campanha eleitoral. O doador que fizer repasse de valores acima dos limites permitidos, ficará sujeito ao pagamento de multa de 5 a 10 vezes a quantia em excesso. Além disso,
a pessoa jurídica que infringir este artigo poderá ficar proibida de participar de licitações e de celebrar contratos com o poder público pelo prazo de 5 anos. O candidato, por sua vez, poderá responder por abuso de poder econômico e, em alguns casos, ter seu mandato cassado. DOAÇÃO X RECEITA A verificação dos limites de doação observará as seguintes disposições:
I – O Tribunal Superior Eleitoral, após a consolidação das informações sobre os valores doados e apurados até 31.12.2014, as encaminhará à Receita Federal do Brasil até 10.1.2015; II – a Receita Federal do Brasil fará o cruzamento dos valores doados com os rendimentos de pessoa física e faturamento da pessoa jurídica e, apurando indício de excesso, fará, até 31.3.2015, a devida comunicação ao Ministério Público Eleitoral, a quem incumbirá propor representação, solicitando a quebra do sigilo fiscal ao juiz eleitoral competente. A comunicação a ser feita pela Receita Federal restringe-se à identificação nominal, seguida do respectivo número de inscrição no CPF ou CNPJ, Município e UF fiscal do domicílio do doador, resguardado o respectivo sigilo dos rendimentos da pessoa física, do faturamento da pessoa jurídica e do possível excesso apurado.
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Candidatos apostam em nomes pitorescos ou ligados à profissão para se elegerem Tetelpontocom (PHS), Fonho (PRB), Jhôw O Super Homem (PRB), Peito de Pombo (PSDC), Boca Rica (PT) e Ureia-Lá (PRTB) são alguns dos nomes jocosos dessa eleição CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com
A
abertura do período eleitoral traz aos eleitores o conhecimento de candidatos que nem sempre adotam o nome real como o de campanha e algumas vezes escolhem nomes inusitados, ou fazem questão de ligar sua profissão com a do nome de candidato. Em Alagoas não é diferente e 58 pessoas estarão concorrendo com nomes jocosos ou ligados à sua atividade profissional. A propaganda política gratuita não agrada todos os eleitores, mas é motivo de diversão para muita gente, que dá muitas risadas, principalmente com o nome de certos candidatos. Nesta eleição não será diferente e a urna estará recheada de nomes bastante curiosos. Segundo consta no DivulgaCand do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 18 candidatos estarão apostando as fichas nessa estratégia para conseguirem entrar na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) e na Câmara Federal em Brasília. Para as 27 vagas da Casa de Tavares Bastos estão concorrendo Cidoca (Alcides Andrade) do PSD; Jarrão (Antonio Carlos de Moraes Neto), Fonho (Jailson Vicente da Silva), Jhôw O Super Homem (Josenildo Tenório da Silva), ambos do PRB; Tetelpontocom (Denivaldo Simões Gaudêncio) e Porquinho
(João Reinaldo de Sena) do PHS; Tiririka das Alagoas (Genauro Plinio do Nascimento) e Boca Rica (José Sivaldo Barbosa de Souza) do PT; Zebrão (Iranildo Leite da Silva) do PSDB; João Silvio Pontes do PDT que vai se caracterizar do personagem do seriado mexicano Chaves, o Kiko; Bamba (Romualdo Gutemberg da Silva) do Solidariedade; Ureia-Lá (Sergio da Silva Veloso) do PRTB; Lobão (Anivaldo Luiz da Silva) do PSB e Peito de Pombo (Sandro Tavares da Silva) do PSDC. Para as nove vagas da Câmara Federal estão na disputa, Shakti Sampaio- A Índia (Cristiane Marques Sampaio) do PT do B; Cida do Povão (Maria Aparecida Germano dos Santos) do PV; Severino do Chapéu (Severino Correia Cavalcante) do PTC e Palhaço Pirulito (Venancio dos Anjos Teles) do PSDB.
PROFISSÃO NOS NOMES
Alguns candidatos adotaram as profissões no nome de campanha, incluindo nomenclaturas como: guarda municipal, cabelereiro, professor, psicóloga, cantor, taxista e contador, entre outros. Representando o setor de Educação estão disputando as 27 vagas da ALE os professores Abelardo do PROS, Daniel Passos do PPS, Avani do PT, Edvaldo do PC do B, José Gomes do PMDB, Rilson do PHS, Reinaldo Cruz do PSOL
Peito de Pombo,Tetelpontocom e Jhôw O Super Homem são alguns dos candidatos com nomes jocosos
e Silvio do PDT. Para a Câmara l estão concorrendo os professores Paulo Roberto do PSOL e Teodoro do PRB. Os outros candidatos que carregam em seus nomes suas profissões ou ocupações e que estão na disputa pela Câmara Federal e Assembleia Legislativa são Cícera Psicóloga, Dorge do Queijo, Beto Cabelos, Fernandão do Posto de Saúde, Brama do Forro, ambos do PRTB; Chico da Capial
e Fátima Cantora do PMDB; Luciana Cantora do PP; Rosinha da Adefal, Toinho da Adefup, Rosinha dos Panfletos, Geo da Tapioca e Kinho do Rodo do PT do B; Amadeu Móveis, Barto Taxista e Gilson da Lotação do PPS; Da Silva do Posto do PV; Cris do Posto, Henrique Empreendedor e Léo da Viração do PHS; Eliane Prefeita, Cantor Irisvaldo Silva e Galega Motorista do PRB; João da Água do PTB; Makxuel da Guarda e
Cida do Bolo do PSOL; Galego do Mármore do PTC; Lourdinha Cabelereira do PSDB e Nilton Prestanista do PSB. Outros apostam no endereço, na localização, ou até mesmo o bairro para chamar a atenção. São os casos de Heloisa Helena do Biu, do PP, que faz referência ao bairro que mora, Benedito Bentes em Maceió, Nando do Jaça do PV que reside no bairro do Jacintinho e Ligia do Pontal, do PSB.
Religião e doutores
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inda têm os candidatos que invocando a “boa fé”, tentam atrair o voto dos fiéis de suas congregações. Dos mais conhecidos estão os dois vereadores por Maceió eleitos em 2012, Pastor João Luiz do Democratas e Pastor Marcelo Gouveia do PRB, que neste pleito irão tentar alcançar voos mais altos com o objetivo de pousar na Assembleia Legislativa. Os demais candidatos que tentarão se aproveitar de suas ligações com suas igrejas para conseguirem chegar tanto na ALE como na Câmara Federal são os pastores Eliaquim do PSD, Gabriel Soares
do PSDB, Marevaldo do PHS, Luizão do PRB, Barbozinha do PRTB, João do PRB e Mauro do PTC. O que também chama a atenção nessas eleições são os candidatos que, ligados a templos evangélicos, usam o termo “irmão” para conseguirem atrair seus eleitores. É o caso do Irmão Gel do PSDC, Irmão Helio Silva do DEM, Irmão Israel Santos do PSB, Irmão Nael do PHS, Irmão Aremilton do PT do B e Irmã Célia que disputam as 27 vagas da ALE. Para federal há apenas o Irmão Jota Léo do PSC. E apostando no respeito im-
posto pelo imaginário popular, segundo o qual qualquer pessoa com formação em Direito, Engenharia e Medicina deve ser tratado por “doutor”, as eleições deste ano têm a concorrência de sete “doutores”. Para deputado estadual, Dr. Noni do PTB; Dr. Cícero Salmom do PT, que é odontólogo; Dr. Sandoval França do PT, advogado e Dr. Ronaldo Luz do PMDB, médico. Já para Câmara dos Deputados estão na disputa Dr. Edson do DEM, que é médico; Dr. Ubiritan do Solidariedade, advogado; e, Dr. Cosmo Calheiros Pr Cosminho, datilógrafo.
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Credores cobram celeridade no processo de falência do Grupo JL Receio é de que as usinas acabem virando sucata e percam seus valores de mercado
CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com
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uspensa há cerca de um mês a pedido de um dos credores majoritários, que alegou necessidade de apresentação de um plano de gestão, a Assembleia de Credores da Massa Falida da Laginha Agroindustrial S/A teve continuidade na quintafeira (17), no Clube do Povo, em Coruripe. A pauta do dia foi ratificar a gestão e eleger um novo gestor para um grupo de três que estão responsáveis por gerir a falência do Grupo JL. Mas o que predominou foi a cobrança dos credores ao administrador da Massa Falida, Carlos Franco. Houve até um início de discussão entre ele e um dos credores, o advogado do prefeito de Coruripe, Valério Beltrão, que acusou a administração da Massa Falida de não apresentar de forma transparente as prestações de contas para os interessados, leia- se credores. O EXTRA conversou com Carlos Franco que negou irregularidades. “Isso não existe, todas as prestações de contas estão nos autos, tenho inclusive o protocolo deles para apresentar para os credores”. A cobrança foi motivada pela notícia, em um site de
Assembleia contou com a presença de centenas de credores. Carlos Franco (à direita) falou das atividades da gestão da Massa Falida
notícias local, de que o administrador Carlos Franco e o gestor Felipe Olegário não teriam prestado contas, desde maio, de R$ 20 milhões e 520 mil provenientes de subvenção econômica do governo federal repassada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Franco também negou uma possível pretensão do Grupo JL de substituição da gestão, afirmando que na verdade o que há é uma determinação do Tribunal de Justiça. “O TJ determinou que fosse feito essa assembleia para definir se havia alguns nomes para, juntamente comigo, ficar à frente da gestão. Sou nome-
ado pelo juiz e hoje (ontem) discutiremos os dois outros nomes que estarão compondo a gestão. Não há nenhum pedido de destituição”. Questionado quanto às perspectivas de quitação dos débitos com os credores, o administrador ressaltou que a liquidação do passivo depende da venda de um ativo de grande porte, uma usina, mas isso vai depender do mercado. Hoje o caixa da Laginha é totalmente relacionado com o dinheiro da Conab. Já em relação ao maquinário das usinas que estão paradas, Franco disse que ele vem sendo preservado. “Temos 80 funcionários por
usina mantendo o funcionamento” . DESVIO DE RECURSOS Na edição 778 o EXTRA trouxe à tona a denúncia de que o empresário e deputado federal João Lyra, proprietário do Grupo JL, teria desviado recursos da Massa Falida para contas no exterior. Ontem, a reportagem procurou o juiz da Comarca de Coruripe, onde tramita o processo de falência das usinas, Mauro Baldini, que frisou não ter sido comunicado oficialmente da denúncia e que apenas tinha lido a matéria produzida pelo jornal. “Não chegou ao meu conhecimen-
to, portanto não posso falar nada sobre esse fato, mas se chegar algo tomaremos as atitudes pertinentes”. No início de julho, a Procuradoria Regional do Trabalho em Alagoas (PRT-19), um dos órgãos que recebeu a denúncia, informou ao EXTRA tê-la encaminhado oficialmente no dia 1º deste mês à Comarca de Coruripe. Baldini falou também sobre a possibilidade de João Lyra reverter a falência junto a instâncias superiores. “Possibilidade existe. Se o processo subir para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) não caberá mais à Comarca daqui, caberá ao STJ apreciar ou não”.
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ACIDENTE COM SILO
Motrisa é denunciado por pressionar moradores e comerciantes vizinhos Justiça pede perícia em imóveis localizados no entorno do moinho e cobra laudo sobre desmoronamento MARIA SALESIA sallesia@hotmail.com
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ais de três meses depois do desmoronamento de um silo do Moinho Motrisa, em Maceió, a empresa ainda não apresentou o laudo conclusivo sobre o acidente que tem causado transtorno para moradores e comerciantes do entorno. Cansados de esperar, eles formaram uma comissão e ingressaram com ação judicial coletiva por dano moral e material no valor de R$ 476.198,58 e a resposta foi imediata. A Justiça intimou o Motrisa a se abster de pressionar as vítimas a retornarem às suas residências ou pontos comerciais e cobra laudo sobre desabamento do silo e segurança dos demais. Na decisão, o juiz da 4ª Vara Cível da Capital, Henrique Gomes de Barros Teixeira, determinou ainda que a empresa continue custeando a moradia e aluguel de pontos comerciais dos autores da ação, além de outras despesas pagas desde 7 de abril deste ano, data do acidente. Outras medidas tomadas foram que seja designado um perito para o caso e que o processo de nº 071638560.2014.8.02.0001 (da ação coletiva) seja apensado ao de
nº 0714080-06.2014 9, movipor uma empresária do entorno, já que ambos tratam do mesmo assunto e assim, estão “em conexão”. Por outro lado, diz o despacho do juiz, “a urgência da situação evidencia-se pelo fato de que os autores encontram-se privados do uso de seus bens. Isso porque, até o presente momento, não se sabe da existência de laudo oficial que comprove inexistirem riscos de novos desabamentos. Demais disso, não há laudo específico acerca da situação dos imóveis que foram forçosamente abandonados por ocasião do desastre. Tudo isso deixa evidente ao menos o risco de retorno e a urgência da situação”. Vale ressaltar que diante dos relatos e fotos, o magistrado entendeu que “nessas condições, não me afigura razoável e lícito exigir que os moradores e comerciantes voltem às suas residências e pontos comerciais, enquanto não haja certeza e segurança de que não ocorrerão novos desabamentos, mesmo porque existem dois outros silos iguais ao que ruiu, cuja estrutura aparenta ser idêntica à daquele que causou o desastre”. E concluiu que não se pode exigir que os morado-
res retornem a seus imóveis sem que haja laudo conclusivo sobre as causas do desabamento, das condições dos silos remanescentes e dos próprios imóveis, estruturalmente comprometidos. Caso contrário, “significa aceitar o risco de que vidas humanas sejam expostas a situação de perigo grave e danos irreversíveis”. Apesar de a Avenida Comendador Leão, onde fica situado o moinho, ter sido liberada, as pessoas atingidas continuam no improviso e com medo de novo acidente. Elas também reclamam que a sociedade em geral e a empresa têm se mostrado indiferentes à questão, lembrando que sequer foram convidadas para um seminário promovido pelo Cesmac, no início do mês, e para o qual o Motrisa não enviou nenhum representante. LAUDO SEM PREVISÃO PARA DIVULGAÇÃO Num verdadeiro jogo de empurra-empurra, parece que o problema vai perdurar por muito tempo. Para saber se a empresa já voltou a operar em sua totalidade e quando o laudo será divulgado, o EXTRA manteve contato com o moinho, mas a informação foi que apenas o diretor de Marketing, Rafael Benedetti, está autorizado a falar, mas estaria em férias. Já o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) informou que à época do acidente fez perícia no local e agora cabe aos órgãos competentes exigirem que o laudo seja tornado público.
Há três meses vizinhos do Moinho Motrisa esperam por laudo
Na SMCCU (Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano) a informação foi de que o órgão recebeu o laudo da Defesa Civil, mas a equipe técnica o está avaliando para adotar as providências cabíveis. Segundo a assessoria, a previsão é que até a próxima semana haja um posicionamento. O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos, confirmou que na semana passada o Motrisa enviou laudo para o órgão. No entanto, como o órgão responsável por este caso é a SMCCU, encaminhou o documento para a superintendência para avaliação
e pediu ainda que fosse enviado cópia ao Ministério do Trabalho. Até agora, disse, “continua o impasse”. ENTENDA O CASO Na tarde do dia 7 de abril, o desabamento de um dos silos do Moinho Motrisa, provocou um grave acidente atingindo carros, casas e estabelecimentos comerciais na região do entorno, na Av. Comendador Leão, no Bairro do Poço, em Maceió. Toneladas de trigo e concreto desabaram sobre a avenida, deixando a população em pânico. Duas pessoas foram feridas e a área passou quase duas semanas interditada.
16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JULHO DE 2014 ISTO É UMA VERGONHA!
Silvânio Barbosa empregava nora do dono de empresas de ônibus Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral em Alagoas denunciou vereador do PSB, que presidiu a Comissão da Câmara responsável por ‘fiscalizar’ o transporte público em Maceió DA REDAÇÃO
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m ato de exoneração publicado no Diário Oficial do Município (DOM) pode indicar que o vereador Silvânio Barbosa, do PSB de Maceió, mantém relações “muito mais próximas do que devia” com um dos setores mais controversos entre os quais os governos municipais mantêm contrato nas prefeituras brasileiras: o setor do transporte público de passageiros. Na edição de 2 de junho de 2014, o DOM trouxe a publicação da portaria de exoneração de Tassia Lima Campelo Mata, que ocupava o cargo de Assessor Parlamentar (sigla II, CCPG-2) no gabinete do vereador Silvânio Barbosa, na Câmara de Vereadores de Maceió. A portaria de exoneração tem data de 30 de maio de 2014 e a agora ex-servidora teria sido nomeada no início do mandato de Barbosa na Casa de Mário Guimarães. Uma exoneração normal, não fosse um detalhe: Tassia Lima Campelo Mata seria nora do empresário Rubens Pimenta, dono das empresas de ônibus Piedade e Cidade de Maceió. As duas empresas operam várias linhas no bairro do Benedito Bentes, reduto eleitoral de Silvânio Barbosa. Como vereador, caberia a Silvânio Barbosa fiscalizar a ação das empresas de ônibus de Maceió, inclusive da Piedade e
da Cidade de Maceió, empresas que pertencem ao sogro de sua “assessora”. O parlamentar presidiu na Câmara de Vereadores de Maceió uma Comissão Especial que buscou fiscalizar o transporte público maceioense. Mas nem nos discursos que profere em plenário, nem nas entrevistas que concede à imprensa ou muito menos nos trabalhos da Comissão que ele mesmo presidiu, o vereador jamais disse que empregava em seu gabinete parentes de donos de empresas de ônibus que atuam na capital, principalmente em seu bairro de atuação. A ligação entre gabinete do vereador e parentes de dono de empresas de ônibus poderia “favorecer” os interesses das empresas do setor, em detrimento das necessidades da população, contrariando assim o papel do vereador em ser um dos “fiscais” da população. Fica o questionamento acerca de como um vereador, que tem a missão de fiscalizar a prestação de serviços públicos para a população, teve condições de fiscalizar o serviço de ônibus da Capital empregando um parente tão próximo de um dos prestadores deste serviço. Como esta re- lação tão “próxima” favoreceu a fiscalização de Silvânio Barbosa é a resposta que o vereador deve ao povo de Maceió.
MCCE: ‘Raposa tomando conta do galinheiro’ Em julho de 2013, o Movimento Contra a Corrupção Eleitoral (MCCE) em Alagoas já havia entrado com uma representação contra Silvânio Barbosa. Na representação, o MCCE alegava que o comportamento do vereador era antiético. De acordo com os integrantes do movimento, Silvânio teria dito na imprensa que “adora dinheiro” e que não abre mão do que lhe é de direito. Silvânio teria usado estas expressões quando da polêmica acerca da já extinta verba polêmica do “auxílio-enxoval” destinado aos vereadores da capital. No mesmo documento protocolado pelo MCCE já constava a denúncia de que o vereador teria em seu gabinete uma funcionária ligada ao proprietário das empresas de ônibus. Na ocasião da denúncia, o coordenador geral do MCCE em Alagoas, Antônio
Fernando da Silva, falou que a denúncia havia partido de um morador do Benedito Bentes durante a audiência pública sobre o transporte coletivo. Na ocasião, Silvânio Barbosa presidia a Comissão Especial do Transporte Público formada na
Câmara de Vereadores. “Nós enviamos o ofício, localizamos a portaria de nomeação e juntamos ao documento. Como pode um vereador ter relação direta com empresários do ramo de transporte e ser membro da comissão que fiscaliza? É a raposa tomando conta do galinheiro”, disse à época o coordenador do MCCE, Antônio Fernando da Silva, a um portal de notícias de Alagoas. À Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Maceió fica uma excelente oportunidade para que seja aberta uma investigação acerca do possível suposto desvio ético cometido por Silvânio Barbosa. E assim esclarecer a população se houve, ou se não houve, desvio ético por parte do parlamentar. Silvânio Barbosa (PSB) usava cargo para beneficiar empresário de ônibus
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NOVO REGIME TRIBUTÁRIO
Senado aprova projeto que amplia o Supersimples Texto foi aprovado por unanimidade e seguirá para sanção presidencial. Mais de140 segmentos vão ser beneficiados pela tributação simplificada
PRISCILLA MENDES Do G1, em Brasília
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plenário do Senado aprovou quarta-feira (16) por unanimidade (56 votos favoráveis) projeto de lei que prevê a “universalização” do Supersimples (regime de pagamento simplificado de tributos para micro e pequenas empresas). Aprovado pela Câmara dos Deputados em maio, o texto seguirá para sanção ou veto presidencial. A proposta inclui no sistema de tributação simplificada mais de 140 segmentos que antes não eram contemplados, beneficiando, sobretudo, profissionais liberais. Com o projeto, o único critério para aderir ao Supersimples será o faturamento, que pode chegar a R$ 3,6 milhões por ano. Pelo texto, passarão a ter direito a aderir ao sistema empresas jornalísticas, consultórios médicos e odontológicos e escritórios de advocacia, entre outros. Só não poderão participar do regime de tributação empresas produtoras de bebidas alcoólicas e de tabaco. Os senadores mantiveram o texto aprovado pela Câmara no início de junho. Os deputados haviam incluído entre os beneficiários do Supersimples
os produtores de água gaseificada, refrigerantes e preparações para elaboração de refrigerantes, o que não estava previsto no projeto original, elaborado pelo deputado Vaz de Lima (PSDB-SP). Os deputados também contemplaram corretores de imóveis e de seguros, advogados e fisioterapeutas, categorias que atualmente integram uma tabela intermediária do Supersimples e não recebem corte de tributos, apenas facilidade no pagamento. O benefício foi mantido pelos senadores. Esses profissionais farão parte das tabelas 3 (serviço de corretagem de seguros e imóveis e fisioterapeutas) ou tabela 4 (serviços de advocacia), com tributação mais favorável que a prevista na tabela 6, categoria na qual estavam enquadrados pelo texto original. NOVAS ATIVIDADES Atualmente, 140 atividades estavam fora do Supersimples e, mesmo sendo de pequeno porte, as empresas eram obrigadas a entrar no regime de lucro presumido. Agora, a economia pode ser de até 40% com a carga tributária. Com a aprovação, o Sebrae calcula que 450 mil empresas devem ser beneficiadas a partir
Depois de aprovado pelo Senado, novo regime tributário segue agora para a sanção presidencial
de 2015, melhorando a competitividade e o desenvolvimento dos negócios. Passam a poder contar com o regime simplificado profissionais de saúde, fonoaudiólogos, jornalistas, advogados, corretores de imóveis e de seguros. O Supersimples entrou em vigor em 2007 e, desde então, 9 milhões de empresas participaram do regime, pagando mais de 260 bilhões de reais em impostos. Para o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, esse é um dos maiores avanços conquistados pelos empreendedores brasileiros. “Essa foi mais uma vitória que obtivemos em prol
das micro e pequenas empresas”, diz, em nota da instituição. A possibilidade de universalização do regime foi possível após a criação de uma nova tabela para serviços, com alíquotas que variam de 16,93% a 22,45%. O projeto aprovado também muda as regras de substituição tributária para as micro e pequenas empresas, isentando algumas atividades da cobrança antecipada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Esse é um mecanismo que se banalizou para todas as categorias. Queremos que esse instrumento seja usado apenas para as
empresas de maior porte”, diz Barretto. Devem se beneficiar do fim da cobrança empresas de vestuário e confecções, móveis, couro e calçados, brinquedos, decoração, cama e mesa, produtos óticos, implementos agrícolas, instrumentos musicais, artigos esportivos, alimentos, papelaria, materiais de construção, olarias e bebidas não alcoólicas. Os empreendedores também poderão abrir e fechar empresas de forma simplificada. O projeto de lei trata da desburocratização e da criação de espaços específicos para estes procedimentos nas prefeituras.
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ELEIÇÕES 2014
Com financiamento público, campanhas teriam de se virar com ¼ do valor atual Orçadas em R$ 4,9 bilhões, eleições deste ano não sairiam por mais de R$ 1,155 bilhão, ou R$ 8,15 por eleitor WANDERLEY PREITE SOBRINHO
iG São Paulo
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costumados com campanhas eleitorais cada vez mais caras, os partidos políticos terão de apertar o cinto se o financiamento público entrar em vigor nas eleições de 2016, como indicam os primeiros votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgam uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a esse respeito. Se a regra já estivesse em vigor, as campanhas deste ano para presidente, governador, senador e deputado (federal e estadual), orçadas em R$ 4,9 bilhões, teriam de ser produzidas com pouco menos de ¼ desse valor, ou R$ 1,155 bilhão. O cálculo tem como base o Projeto de Lei do Senado 268/2011, apresentado como conclusão dos trabalhos da Comissão de Reforma Política e que serve de parâmetro para as discussões sobre o tema no Congresso. Nele, empresas estariam impedidas de doar às campanhas até 2% de seu faturamento bruto obtido no ano anterior à eleição. Com a mudança, caberia ao Tesouro Nacional depositar os recursos em uma conta no Banco do Brasil em nome do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável por fazer a divisão do dinheiro entre os partidos de acordo com sua representação no Congresso. ] Para bancar os pleitos de dois em dois anos, os parlamentares chegaram à conclusão de que R$ 7 por eleitor (valores de 2011) seriam suficientes, ou R$
8,15 considerando a inflação do período. Multiplicado pelos 141,8 milhões de brasileiros aptos a votar, o montante resultaria em R$ 1,155 bilhão, abaixo das despesas eleitorais de 2002, na época bancada por R$ 798 milhões, ou R$ 1,6 bilhão em valores de hoje. Esse dinheiro mal pagaria a campanha dos 85 principais candidatos a governador dos 26 Estados e do DF. De acordo com levantamento do jornal “Folha de S.Paulo”, a previsão de gasto desse grupo é de R$ 2,1 bilhões este ano. Segundo o TSE, para o posto de senador, os 178 candidatos planejam desembolsar até R$ 1 bilhão, enquanto, para os cargos de deputado federal e estadual, as despesas beiram os R$ 900 milhões. Somente os 11 presidenciáveis projetam gastar R$ 918,4 milhões em 2014, 9,6% acima dos R$ 830 milhões declarados na campanha de 2010 e o equivalente a quase tudo (79%) que estaria disponível se o financiamento público já estivesse valendo. À frente de campanhas políticas em oito países africanos e em toda América Latina, o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli, prevê algumas das mudanças que estão por vir quando o financiamento for público e tirar quase 80% do dinheiro hoje em circulação. Autor de 17 livros, Manhanelli acredita que, em um cenário desses, a televisão e o rádio vão ganhar ainda mais importância. Como é hoje, diz ele, 60% do di-
Câmara dos Deputados: financiamento público pode influenciar o resultado das urnas
nheiro arrecadado nas campanhas são investidos na propaganda da TV, 20% são destinados ao rádio, enquanto os 20% restantes garantem a confecção de bandeiras, santinhos, contratam cabo eleitoral, carros de som e comício, por exemplo. “Não tem jeito. A propaganda de um político funciona como a de um produto: a empresa (ou partido) diz quanto pretende gastar e nós planejamos as peças de acordo com esse valor.” Para o especialista, a alternativa para as campanhas majoritárias (presidente, governador e prefeito) será “abusar da criatividade” e transferir para a TV parte dos investimentos em comício, bandeiras, cabos eleitorais e carros de som. “É um consenso que a televisão é a grande prioridade, apesar da importância crescente das redes sociais.” Manhanelli lembra que as despesas com campanha crescem à medida que aparecem novas mídias. No final da década de 1920, por exemplo, o então governador de São Paulo, Júlio Prestes, fez a primeira inserção política brasileira no rádio. No final da década de 1950, as campanhas chegaram à TV. “E agora temos a internet. As demandas só aumentam.” Quem deve perder dinheiro e
holofotes com a mudança são os candidatos a uma vaga no Parlamento. Sem espaço na televisão, o consultor sugere um estudo que radiografe as mídias mais eficazes na região em que o postulante a parlamentar pretende fazer campanha. Ele avalia que os maiores prejudicados serão os candidatos ao Senado, que precisam viajar por todo o Estado. “O jeito será colar no candidato a governador e presidente e costurar apoio com líderes regionais que falem em seu nome.” Especialista em reforma política no Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), o cientista político Antônio Augusto de Queiróz acredita que o financiamento público de campanha será mais facilmente assimilado pelos partidos se o Parlamento também aprovar o Voto em Lista, quando o eleitor vota em uma relação de candidatos indicados pelo partido e não em um candidato específico. “Ficaria muito mais barato porque a legenda focaria sua campanha em seu programa e não em cada personalidade politica. Um único marqueteiro seria suficiente para cuidar da divulgação dos compromissos da sigla e citar alguns nomes da lista.”
Manhanelli concorda. “O nome do político não vai estar no foco. Então, o partido contratará uma produtora, que vai fazer a comunicação do partido como um todo e não do candidato. Em Moçambique funciona assim. Vai sair bem mais barato, sem dúvida.” A mudança nas doações pode chegar por meio de uma reforma política e até por um plebiscito, como sugere a presidente Dilma Rousseff. Mas os especialistas apostam mesmo em uma decisão do STF, que quase decidiu o assunto este ano. Já votaram favoravelmente à proibição das doações privadas o relator da ação, Luiz Fux, os ministros José Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso, além do presidente do Supremo, Joaquim Barbosa. Até agora, o único voto pelas doações foi do ministro Teori Zavascki. Embora Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski tenham antecipado seus votos em concordância com o relator, a votação foi suspensa em junho por Gilmar Mendes (que pediu vistas), e agora a alteração depende de sete votos e de toda a pressão que o Supremo vai sofrer dos parlamentares, parte deles contrária a qualquer mudança.
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Para refletir:
PEDROOLIVEIRA
“A melhor maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar”.
pedrojornalista@uol.com.br
(Dom Hélder Câmara)
Muda Brasil
Está nas mãos dos brasileiros a decisão de mudar o destino do país
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esmo sem nada entender de futebol tenho certeza que nenhum dos atletas escalados para aquele fatídico jogo contra a Alemanha gostaria de ter vestido aquela camisa, já que fatalmente a história não o esquecerá. Essa derrota será uma perseguição vitalícia, um legado indissolúvel O dia em que o mundo desabou sobre uma seleção pentacampeã. Mais que perder uma Copa, o Brasil pagará ainda caro por ter perdido a oportunidade de resgatar inúmeras dívidas sociais com os US$ 15 bilhões aplicados no “padrão FIFA”, especialmente em estádios que ficarão aí para lembrar quanto imprevidentes e tresloucados foram os governantes do país. A Copa serviu para fantasiar um país cheio de absurdos e desfilar num Carnaval como país desenvolvido dentro de estádios, deixando de fora 40 milhões de miseráveis que nunca terão acesso a eles – que sobrevivem de esmolas, pior, se satisfazem com elas. Foi a oportunidade de pautar o Brasil internacionalmente. Foram exibidas nas redes europeias e americanas reportagens que entraram nas favelas, nos cortiços e mostraram os “opostos”, as “lendas” do Brasil que ainda fascina o mundo, especialmente quem não o conhece de perto. Destaque para o gigante, tomado por governantes aloprados e perdulários, que se aproveitam da ignorância funcional de um povo amansado por esmolas, que, ainda, não conta com uma oposição no sentido correto e democrático da palavra. Pois é, o gigante não conseguiu se levantar nem desta vez. A sensação é que voltará a roncar, que a democracia tão almejada continua uma ingênua “criança” engatinhando em volta de seu “berço esplêndido”. Temos pela frente uma eleição que poderia significar o rompimento do elo podre que suja de lama o país há quase doze anos com a ascensão do petismo ao poder. Está nas mãos dos brasileiros a mudança de rumo de nossa ingênua democracia ou optar pelo conformismo e ver a Nação se desmoronar a cada dia. Não será uma luta fácil diante do aparelhamento corrupto instalado em todos os setores da sociedade em busca de não perder o poder. Mas nada é impossível quando se pensa e se luta juntos e por uma causa nobre. Que Deus nos proteja e nos ajude a mudar o futuro do Brasil. Nós merecemos! As previsões do vidente O vidente Carlinhos de Apucarana, principal atração do Fantástico, na TV Globo, previu tudo sobre a Copa, e acertou em cheio. Depois da vitória contra a Croácia, no início da Copa, quando havia muita empolgação com o Brasil. Ele desfez qualquer esperança no Brasil, apontou os quatro semifinalistas, previu a contusão de Neymar e a derrocada do Brasil, nos vexames diante da Alemanha e da Holanda (“Um gol atrás do outro”, foi a previsão dele ). Por fim, previu a derrota da Argentina. Depois de tudo isso, é claro que perguntaram a ele quem será o próximo presidente do Brasil. Ele respondeu: “Aécio Neves”.
- MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE JULHO DE 2014
Benildo Martins
Eduardo Tavares
Esta semana a vida nos prega mais uma peça deixando tristes nós jornalistas e políticos alagoanos com a brusca partida do amigo e companheiro Benildo Martins. Dedicado profissional, solidário e competente, atuava na Coordenação de Comunicação Social da Assembleia Legislativa. O conheci ainda na década de 70 e por ele sempre guardei muito respeito. O seu coração grande e generoso não suportou o tranco e ele não resistiu. Fica sua lição de humildade e uma saudade grande em todos os que o conheceram.
As propostas eleitorais dos políticos se repetem: melhorar a educação, saúde e segurança. Este é o tripé básico para oferecer bem-estar aos cidadãos. Mas bater nas mesmas teclas de quatro em quatro anos não faz com que os problemas sejam resolvidos. O problema em si não é de proposta, mas de princípio. É preciso que os homens públicos tenham respeito pelas pessoas, honestidade ao gerir o dinheiro do povo e coragem para combater, muitas vezes, pessoas que estão ao seu redor. Os eleitores precisam saber que a ideia do político-rouba-mas-faz está fora de moda. É o jeito velho de fazer política. O que se quer agora, no novo jeito de fazer política, é que a transformação da sociedade tenha início no gestor: aquele que respeita para ser respeitado é honesto para pedir honestidade e mostra quem é muito mais por ações do que por palavras. Precisamos de uma política séria, uma política nova, que puna todo delinquente do colarinho branco que se aproveita do dinheiro público. Eu sempre tive esse olhar voltado para combater o crime. Tenho orgulho de dizer que, quando estive no Ministério Público, puni quem tinha de ser punido. Devemos pôr na cadeia todos que contribuem para o atraso de Alagoas. Minhas propostas de governo foram feitas a partir desse princípio. Este é o novo jeito de fazer política.
A podridão na vitrine A Copa possibilitou ao mundo refletir e não encontrar explicação pelos 50 mil homicídios que se contabilizam no país em apenas 12 meses. Ou em mortes violentas comparando-se com os números do Afeganistão e do Iraque, que vivem a guerra civil. Não bastasse, pareceu que aqui se desenvolveu um dos maiores mercados de consumo de drogas, invadido pelo pó da Bolívia, do “aliado” Evo Morales, a quem Lula e Dilma cobrem de atenção e afagos. E o patético ministro dos Esportes, o paulista/alagoano Aldo Rebelo, ainda vem irresponsavelmente dizer que “foi tudo bem”.
A caminho da santidade A Arquidiocese de Olinda e Recife depois de consulta feita aos bispos da região Nordeste, através de Dom Antônio Fernando Saburido, deu inicio ao processo de Beatificação e Canonização do grande pastor da paz, Dom Helder Câmara. A carta que foi enviada à Congregação para Causa dos Santos, em Roma foi lida em todas as igrejas da capital pernambucana. Muita alegria para todos que puderam partilhar da vida de Dom Hélder, o pai dos pobres e pastor da paz. Para mim já é santo
A PALAVRA DOS CANDIDATOS
Benedito de Lira O plano de Governo de Benedito de Lira prevê a melhoria da gestão dos serviços públicos como saúde, educação e segurança com mais investimento nos três setores por meio da contratação de mais servidores e flexibilização. Cada unidade regional terá total autonomia. “Cuidar da saúde, educação e segurança é o dever de casa”, afirma ele. A meta mais consistente do programa de governo de Benedito de Lira é o desenvolvimento econômico e social. O senador tem afirmado que Alagoas está muito atrasada. É preciso investir na infraestrutura para que aconteçam as necessárias transformações. Os dois maiores investimentos são a ampliação do canal do sertão de forma a abranger os 16 municípios do agreste e a construção do ramal do VLT até o Aeroporto dos Palmares (o projeto alcança bairros importantes como o Poço, Jacintinho, Benedito Bentes). Se for eleito governador, Benedito vai lutar pela federalização da AL-101 norte, que trará benefícios para cerca de 10 municípios do litoral norte.
Renan Filho “Além de investirmos na Capital, por sua alta concentração populacional e por abrigar um grande número de moradores vindos de todos os municípios do Estado em busca de emprego, o governo precisa planejar e implantar uma estratégia de desenvolvimento municipal, centrada em polos econômicos segundo a vocação de cada área. O grande exemplo da pujança municipal alagoana é Arapiraca, avaliada pela conceituada revista Exame como sendo uma das cidades que mais cresce em todo Brasil. É um caso de sucesso a ser compreendido e copiado. Na terça-feira passada, acompanhado por Luciano Barbosa, estive novamente em Arapiraca e fui recebido por empresários locais que me mostraram os avanços conquistados em vários segmentos. Estimular o desenvolvimento municipal, privilegiando os potenciais próprios de cada microrregião é uma das metas que orientam nosso programa de governo”
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ARTIGOS
Projeto que derruba decreto bolivariano de Dilma avança na Câmara POR REINALDO AZEVEDO
À
s vésperas de entrar no chamado “recesso branco”, a Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira o pedido de urgência para votar uma proposta que pode derrubar o decreto bolivariano da presidente Dilma Rousseff, destinado a criar conselhos populares em órgãos da administração pública. Com a aprovação da urgência, o texto ganha prioridade e pode ser votado em plenário desde que haja quórum mínimo de 257 deputados, o que não deverá ocorrer até agosto já que a Casa iniciará férias não oficiais. Apesar da demora — o decreto 8.243 foi assinado em 23 de maio —, a resposta da Câmara era esperada. O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), foi pressionado por mais de uma dezena de partidos para colocar a proposta de urgência em votação na noite desta terça antes do recesso dos deputados. Desde que foi editado pelo
Palácio do Planalto, o decreto provocou forte reação no Congresso, que começou nas bancadas de oposição, mas ganhou adesão de mais de dez siglas da Casa. Diante da ameaça de derrota caso o texto que susta os efeitos do decreto fosse aprovado, PT e PCdoB entraram em obstrução e conseguiram barrar a votação esvaziando o plenário. O pedido de urgência passou com 294 votos a favor e 54 contrários. Houve três abstenções. Foi uma das poucas votações da Câmara desde o começo de junho, quando os deputados deixaram Brasília e teve início a Copa do Mundo. A Medida Provisória 641, que altera a lei de comercialização da energia elétrica, tranca a pauta, mas não impede a votação do Projeto de Decreto Legislativo contra o texto de Dilma. Para pautá-lo, é necessário retirar a MP da pauta ou invertê-la, o que depende de vontade política da Casa. O decreto de Dilma instituiu a par-
ticipação de “integrantes da sociedade civil” em todos os órgãos da administração pública e, feita numa canetada, representa um assombroso ataque à democracia representativa. O texto ataca um dos pilares da democracia brasileira, a igualdade dos cidadãos, ao privilegiar grupos alinhados ao governo. O decreto do Palácio do Planalto é explícito ao justificar sua finalidade: “consolidar a participação social como método de governo”. Um dos artigos quer estabelecer, em linhas perigosas, o que é a sociedade civil: “I – sociedade civil – o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”. Ou seja, segundo o texto de Dilma, os movimentos sociais – historicamente controlados e manipulados pelo PT – são a representação da sociedade civil no Estado Democrático de Direito. “Se não derrubarmos o decreto, o senhor Gilberto Carvalho sozinho vai di-
zer quem compõe esse sistema de participação social montado sob a ótica de quem está no poder. Todas as ditaduras populistas do mundo tiveram episódios dessa natureza”, disse o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG). “A votação de hoje consolidou a derrota e demonstra que a maioria da Câmara rejeita a proposta do decreto”, afirmou o líder da bancada do PSDB, Antônio Imbassahy (BA). “Na Venezuela há conselhos populares para defender essa tática governista de Hugo Chávez. Eu não tolero que esse modelo seja importado para a realidade brasileira. Aqui nós temos diversos partidos, com fidelidade e raízes democráticas. Neste momento o Parlamento oferece uma resposta de que não tem nada a ver com a Venezuela e não está no caminho da estagnação, da ditadura e da opressão”, defendeu o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).
novo contexto brasileiro e, portanto, a necessidade de romper antigos paradigmas para oferecer à nossa infância e à nossa juventude as condições e os espaços adequados que desapareceram com a meteórica urbanização do país. Foi-se o futebol de fundo de quintal, da bola de meia, dos campos de várzea, do meio da rua, nas outrora pacatas cidades, e dos campinhos das velhas e boas escolas públicas. Foram-se os times de futebol amador. Foram-se os craques que davam a alma por suas camisas. Foi-se a magia de um tempo que não volta mais. E não adianta chorar a morte da burra porque esse tempo não voltará mesmo. O que adianta é chorar de decepção por não termos percebido o fim de uma era e a inquestionável urgência de iniciar outra, mesmo sob os escombros da anterior, como é o caso daquilo que restou dos 7x1 “nunca vistos dantes na história do Brasil” como costuma afirmar conhecido demagogo que recentemente governou nosso país. Alguém disse, assim que terminou o jogo com a Alemanha, que a derrota nos ensina. E é verdade. Dói muito, mas ensina. Resta saber se desta vez vamos aprender a lição e finalmente iniciar um vigo-
roso debate nacional para começar, pelo futebol, as grandes mudanças que o Brasil precisa para chegar à fase adulta de uma sociedade que, de uma vez por todas, faça o ajuste de contas com a corrupção e com toda essa cultura anacrônica e perniciosa do “jeitinho brasileiro,” da “improvisação” negligente, da “malandragem” idiota, do complexo (de inferioridade) de “melhor” do mundo, do culto doentio à aparência e outras babaquices e heranças que tantas mazelas nos causam. Se quisermos colocar a mão no caneco mais algumas vezes, digamos assim, então chegou a hora de redefinir os padrões éticos da prática do futebol profissional e consequente definição das regras através das quais os interesses do mercado, embora legítimos, não atropelem, como acontece atualmente, os direitos, a cultura e o imaginário de uma sociedade que fez dos gramados uma das referências para sua identidade. Quem sabe se, fazendo a partir de agora a faxina e o dever de casa no futebol, venhamos a inspirar todo o povo brasileiro a fazer a mesma coisa no Brasil inteiro, para dar ao esporte brasileiro e à nossa jovem democracia a solidez e a maturidade que os novos tempos reclamam.
(Transcrito do portal VEJA.com)
Adeus às ilusões ANIVALDO MIRANDA JORNALISTA
O
futebol brasileiro não morreu na arena do Mineirão. Em verdade ele já estava morto e mais dia, menos dia, um coveiro se encarregaria de lançar a pá de cal sobre uma época de declínio que não apagou a era de ouro da seleção canarinha, mas sem dúvida imprimiu-lhe uma mancha tão constrangedora que terá talvez a força de um ciclone esportivo e quem sabe até mesmo político e cultural. Como o futebol não é um ser vivo, mas sim uma prática social, ele sem dúvida ressuscitará algum dia, no Brasil, para reviver a glória dos nossos admirados e fantásticos campeões. Até lá, porém, teremos que tirar as lições amargas de uma realidade que nós teimávamos em ignorar nos últimos anos, preferindo viver das glórias do passado e das alienações do presente, sem querer aceitar a incontornável evidência que as vitórias e as conquistas, em qualquer plano da atividade humana, precisam ser construídas. Milagres acontecem em um gol, numa defesa, até mesmo numa partida. Nunca
em um campeonato inteiro e muito menos em uma longa trajetória de conquistas. O tempo passou, o mundo mudou, a sociedade ingressou em um novo ciclo e o futebol como nunca globalizou-se e sobretudo mercantilizou-se a um nível jamais visto. Mudanças se deram, como sempre, para o bem ou para o mal. Até nós mesmos mudamos, mas não tivemos nem o discernimento, nem a coragem de encarar esse fato. O resultado foi, então, essa acomodação, que já dura uma eternidade, para com um modelo de prática esportiva ou mais precisamente antiesportiva, que mantém as aparências de excelência, mas de fato, massacra, distorce, abastarda nossa tão declamada paixão nacional. Há tempos fechamos os olhos para a corrupção crônica que a cartolagem promove nos clubes e nas entidades do futebol, somos tolerantes para com as práticas antiéticas dos abutres que comandam o mercado e o tráfico internacional de jovens talentos da bola e, num plano mais abrangente, lenientes para com a inqualificável gestão desportiva no país, para não falar de um sistema educacional falido que não conseguiu entender o
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ARTIGOS
Mais médicos JORGE MORAIS Jornalista
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partir da próxima segunda-feira (21), o Estado de Alagoas sai da incômoda situação de ser o único do Nordeste a não contar com um curso de Medicina em uma instituição privada de educação superior. Nesta data, começam as aulas do Centro Universitário CESMAC que ofertou o seu primeiro vestibular, em Maceió. Foram mais de três mil candidatos inscritos para as primeiras 100 vagas. E o melhor: dos aprovados, 64 são alunos do próprio estado, numa comprovação do interesse e da importância do novo curso de Medicina para esses estudantes. A montagem do curso começou há três anos com a instalação de laboratórios; aquisição de livros; sala de aula; biotério; centro cirúrgico para aulas práticas; convênios para estágios com as secretarias de Saúde da Capital e do Estado; estágios e residência médica,
que nesse caso, foi assinado com a Santa Casa de Misericórdia, um hospital-escola que atendia as exigências do MEC; contratação de professores e da coordenação do curso, com o professor doutor Carlos Henrique Tavares. Para a aprovação do curso, o CESMAC recebeu a visita dos avaliadores do MEC, que no resultado final deram a nota 4, numa progressão de 1 a 5. O documento com o resultado dessa avaliação foi encaminhado ao Conselho Nacional de Educação e também ao de Saúde, recebendo aprovação, sem restrição, para instalação do curso de Medicina, do Centro Universitário CESMAC, que passará a ser uma referência. Permita-me neste espaço, escrever sobre uma situação que eu conheço. Fiz esse histórico para dizer que, a sociedade alagoana clamava por esse momento, e, ele, finalmente chegou. Independente da necessidade gritante da falta de médicos; da exportação de médicos cubanos para o Brasil; o Estado de Alagoas possui um déficit muito grande em relação à sua população. Provavelmente, o estado tem o menor número de médicos no aten-
dimento proporcional ao seu número de habitantes, do país. Em Alagoas, o Programa Mais Médicos já recebeu quase 150 profissionais cubanos, distribuídos em 54 municípios, para atender a uma população estimada em 451.950 habitantes. O resultado disso é que, cada médico contratado, vai atender a 3.476 pessoa/mês. Em 2013, o estado tinha um médico para cada mil habitantes. Em Alagoas, são 2.848 médicos pelo CNES/SUS para uma população de 3.165.472 pessoas. Diante desses números impressionantes, o curso de Medicina que se inicia na próxima semana no CESMAC, e que poderia ser em qualquer outra entidade de educação superior, e o acréscimo no número de vagas para o curso da Universidade Federal de Alagoas, só vem reforçar o interesse, o desejo e a necessidade de um sonho da sociedade alagoana em querer mais vagas para Alagoas. Mas, a ansiedade é muito grande, traduzida nos altos custos do curso. Você sabe quanto representa colocar um filho (a) para fazer Medicina fora do Estado de Alagoas? Além da mensalidade com
a duração do curso, é necessário manter o aluno com hospedagem, alimentação, transporte e as necessidades do dia a dia. Segundo informações de quem passa por essa realidade, o investimento é algo em torno de 10 mil reais. Por isso, essa euforia da sociedade alagoana em poder contar com a possibilidade de mais um curso de Medicina – com 100 vagas anualmente pelo CESMAC – e as novas vagas na instituição federal, em Alagoas. A responsabilidade que tem o CESMAC daqui para frente é muito grande. Seus dirigentes, comandados pelo reitor João Sampaio e pelo vice-reitor Douglas Apratto Tenório, sabem disso. Permita-me mais uma vez afirmar que a marca CESMAC, é a mais conhecida e conceituada no Estado de Alagoas. Sua história na educação superior se confunde com a própria história do estado, e os alagoanos já fazem parte dela, que durante esses 41 anos, contaram com uma formação acadêmica qualificada e uma especialização profissional a altura de seus desejos. Por isso, está credenciado a alcançar esse novo objetivo com o curso de Medicina.
tivo passando pelas mãos de insensatos que foram transformando a Casa de Tavares Bastos em Casa de Mãe Joana. E lá vamos nós, caminhando, sofrendo, lutando, sendo perseguida, tentando sobreviver... Diria que, no meio da turbulência, a melhor coisa do mundo eram nossas vitórias judiciais, motivo de alegria para os sofridos servidores. E a velhice chegou... Com ela a aposentadoria, momento em que pensávamos poder curtir a vida tranquilamnete, sem problemas com o Legislativo. Ledo engano!!! Surgiu uma Mesa Diretora completamente desestruturada e os escândalos se sucederam. Cortes salariais, enxertos na folha de pagamento, novecentos comissionados, divisão do dinheiro público, não pagamento de férias, etc... Uma verdadeira onda de maldades e desajustes... Mas como o ser humano não se acomoda, a luta continuou e os bons momentos apareceram. Recuperamos o teto constitucional, houve um enquadramento meio torto e as alegrias foram pequenas, mas aconteceram. E a melhor coisa do mundo em meio a tanta confusão foi o afastamento da Mesa Diretora pelo Ministério Público Estadual. Como alegria de pobre dura pouco, os que partiram, voltaram. E tudo continua como
antes... O neto, de olhos esbugalhados, ia ouvindo a minha narrativa e pensava: será que perguntei coisa tão difícil? Minha avó não para de falar... Se pensarmos na vida particular, veremos que os bons momentos são melhores e mais constantes. Criamos uma família unida, todos se formaram, casaram e tentam levar a vida caminhando sempre pelo lado bom. Há melhores coisas quase sempre: a formatura dos netos, a união dos filhos, a gentileza constante do marido, os irmãos que estão envelhecendo mas não perdem o vínculo conosco, a alegria de ver sobrinhos tocando a vida e tentando ser felizes. Dizer que há a melhor coisa do mundo sempre é impossível, mas procuramos curtir os melhores momentos, agradecer a Deus por tudo que conseguimos. Atualmente, a melhor coisa do mundo foi que casei de novo com o homem que me atura há 51 anos. Renovamos nossos votos de amor e fidelidade feitos em 1963, juntamente com os filhos, netos, genro e noras; num total de 21 pessoas que hoje fazem a minha ¨pequena¨ família. Diria então ao meu neto: - A melhor coisa do mundo é ser feliz... enquanto puder.
A melhor coisa do mundo ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa
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m neto perguntou-me: - Vó, qual a melhor coisa do mundo? Meu pai responderia imediatamente: - Comer quando tem fome, dormir quando tem sono e beber água quando tem sede. Comecei a divagar e a percorrer caminhos vindos desde a infância até a velhice e verifiquei que há diversas coisas melhores do mundo. Pequenos, precisamos de um lar seguro, pais saudáveis, segurança, boas escolas e guardamos em nossa mente vários momentos especiais. Lembro-me bem de, quando criança, morando em Jaraguá, ficar na porta, numa cadeira de balanço, esperando meu pai quando voltava do trabalho, trazendo algo para nós, em 4, aguardando sua volta. O Natal era um momento especial, mas um me marcou tremendamente: meu irmão Sabino ganhou de ¨Papai Noel¨ um birô e eu recebi uma boneca negra. Chorei durante vários dias e nunca brinquei com a linda
boneca. Hoje vejo a minha atitude como preconceituosa. Mas diria que a melhor coisa do mundo na minha infância eram as longas conversas que mantinha com meu pai, homem sábio e humilde. Veio a juventude, cheia de bons e maus momentos. Vivi intensamente essa época, fui aluna do Instituto de Educação, com muito orgulho. E foi o momento que comecei a namorar o Rubião, meu marido há 51 anos. Um das melhores coisa do mundo em minha juventude foi entrar na Assembleia Legislativa e pensar na política como algo de bom que seria para ajudar Alagoas e o Brasil a crescerem. Convivi com pessoas famosas, participei de vários orçamentos do Estado, ajudei na elaboração da Constituição Estadual, da fundação dos Sindicatos, do crescimento dos servidores por poderem defender seus direitos. Para mim, naquele momento, a melhor coisa do mundo era a luta de classe por dias melhores, ir à Justiça quando pretendíamos melhorias salariais, não baixar a cabeça para governantes acostumados a mandar em tudo e em todos. A maturidade foi chegando, os filhos crescendo, as responsabilidades aumentando, os políticos se corrompendo e o Legisla-
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Jogadora Marta é capa da edição de julho da revista Tpm “P
elé de saias”. “Rainha do futebol”. “Melhor que Messi”. Cinco vezes eleita melhor jogadora de futebol do mundo (feito jamais alcançado por um colega homem), a alagoana Marta Vieira da Silva chega aos 28 anos na ativa, jogando na Suécia e sonhando com o dia em que as meninas sejam tão reconhecidas (e ricas) como Neymar, Cristiano Ronaldo e outros astros do esporte. “O contrato é igual ao contrato dos jogadores, mas os números são muito diferentes. As pessoas acham que o contrato das jogadoras que se destacam chega perto do contrato de um Neymar, mas isso é fora da realidade do futebol feminino”. Sobre o reconhecimento nacional para os prêmios que recebeu: “Isso me deixa um pouquinho triste. Se eu fosse atleta de um país como os Estados Unidos, que é muito forte no futebol feminino, ou da própria Suécia, da Alemanha, e ganhasse por cinco vezes o título de melhor jogadora, a atenção seria muito maior. Provavelmente, financeiramente também seria bem diferente. Isso é o reflexo da situação do futebol feminino no Brasil, que ainda
não reconhece as atletas”. “Comecei muito nova. Fiquei muito tempo distante da minha família, dos meus amigos. Tanto que quando chego em Dois Riachos não quero sair mais. Então, eu não me vejo jogando daqui a cinco, seis anos. Digo que vou jogando até sentir o prazer de jogar e o corpo ainda responder.” “Ainda almejo outras coisas. Principalmente dentro de campo, com a seleção feminina. Tenho o sonho de conquistar um campeonato de alto nível, como o Mundial, que teremos no Canadá, em 2015. E também a Olimpíada, em 2016. Por outro lado, a gente não ganha milhões, como o masculino. Mas eu me realizei, sim, dando uma vida melhor para a minha mãe”.
THELMA VILAS BOAS /REVISTA TPM
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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com
É quarto. E daí?
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Brasil tem futebol de excelente nível técnico e ser o quarto no mundial que sediou e estar em um grupo seleto de 32 países é honroso. Feio é a atitude de certos setores no morde e sopra. O torcedor entende o futebol como entretenimento e que o “importante é competir”. Apostem: o Brasil vai estar na Rússia, sede da Copa de 2018.
Foi o “cara” Neymar foi “o cara da seleção”, disse Laércio Santos, comerciário. Ele define como positiva a presença dele na seleção, “pois fez falta quando saiu por contusão”. Como Laércio tem outros que atribuem a saída precoce dele como “acidente de trabalho”. Mas tem quem discorde.
Qual a culpa? Felipão se demitiu, mas defensores do trabalho dele perguntam: “Qual a culpa dele pelo nervosismo que tomou conta dos jogadores? E na contusão de Neymar?”.
Dos números O Brasil carrega desde 1938, no histórico das Copas do Mundo, uma marca de 112 gols sofridos, incluso no somatório os três da Holanda e os da goleada aplicada pela Alemanha (7x1). Mas foi quarto na classificação final. É uma presença honrosa no ranking da Fifa.
Morde e sopra
De ASA e CRB
Luís Felipe Scolari, elogiado na fase que o Brasil avançava, favorece conversas que lembram outro antigo adágio popular: “Mãos que aplaudem (ou escrevem?) são também as mesmas que apedrejam”.
Na tabela da CBF, Série C, o ASA reaparece no Coaraci da Mata Fonseca e pega o Botafogo da Paraíba cujo técnico é Freitas que, no passado foi jogador do alvinegro (centroavante) e ídolo da torcida. Freitas, recente, tentou reforçar o Treze com três jogadores titulares do ASA.
Reinício Pulando da Copa do Mundo para reativação do Campeonato Brasileiro de Futebol, o retorno na quarta-feira teve uma série de jogos País afora. Tudo para evitar atraso no calendário e nos estádios que houveram jogos com boa receptividade pela torcidas. Neste fim de semana tem mais bola rolando..
Nova jornada A Federação Alagoana de Futebol reabriu o expediente no início da semana e os clubes de Alagoas nas Séries C (ASA e CRB) e D (Coruripe) estão prontos para entrar em campo. O Galo e o alvinegro arapiraquense pegam “ossos duros de roer” neste fim de semana. Já o campeão alagoano ganha mais tempo para se preparar.
Rodada difícil O CRB vai ao Pará consciente da força do Águia de Marabá. Os dois times estão bem posicionados na e classificação e no jogo da primeira fase, em Maceió, o Galo, além de i estar reforçadoá viaja tranquilo..
Premiação
Recopa
A dor maior da derrota da Seleção Brasileira para a Holanda foi no bolso. Perdeu uma premiação em dinheiro no montante de R$ 48,89 milhões, valor do prêmio para o terceiro lugar. Foram R$ 4,45 milhões a mais que o embolsado pelo Brasil, que acabou em quarto, tendo direito a R$ 44,44 milhões.
O Atlético-MG começou a decisão pela Recopa Sul-Americana, um título inédito no clube. No primeiro confronto contra o Lanús, na Argentina, os mineiros venceram por 1 x 0, com gol de Tardelli. O jogo de volta será quarta-feira no Mineirão. Neste sábado, já pelo Brasileiro, deve enfrentar o Bahia.
Zerado Brasil e Holanda haviam se enfrentado quatro vezes antes do jogo das rodadas da semifinal da Copa, com vitória holandesa. Pelo histórico, a Canarinho venceu dois jogos, os holandeses um e em outro deu empate. Brasil e Holanda estão empatados no ranking da Federação Internacional de Futebol (Fifa).
Aprovada Não bastasse a presença de torcedores vindos de 203 países, que segundo divulgado pela Fifa bateu em um milhão, a organização do evento, à frente o alagoano Aldo Rebelo, ministro dos Esportes, recebeu nota 9,2, uma das mais honrosas da história do mundial.
Tetra
A seleção da Alemanha mereceu o título e a festa de recepção na chegada da delegação em casa. Dados estatísticos revelam que os alemães não eram campeões há 24 anos. Por terem se concentrado na Bahia, brasileiros brincam dizendo que receberam um forte reforço extra-campo.
Brasileiro Reiniicio do Brasileiro na Série A jogos foram: Sport 1 x 0 Botafogo ; Grêmio 0 x 0 ; Goiás; Coritiba 0 x 2 Figueirense; Bahia 0 x 2 São Paulo; Crisciúma 3 x 2 Fluminense; Flamengo 1 x 2 Atlético (PR).
FRASES “ É muito difícil acertar uma seleção” Kaká, sobre o Brasil
“Futebol é esporte de choque” Wanderley Luxemburgo na TV Fox
“Vou jogar até sentir o prazer de jogar e o corpo ainda responder” Marta, alagoana, estrela do futebol
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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br
‘Descarbonizar’ o mundo
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lgo de concreto na mesa de negociações sobre as mudanças climáticas: um relatório, entregue no último dia 8 ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, mostra pela primeira vez como 15 dos países mais poluidores, entre eles a China e os Estados Unidos, podem se “descarbonizar”, ou seja, reduzir a concentração de carbono de suas atividades, até 2050.A comunidade internacional estabeleceu como meta limitar o aquecimento a 2°C para evitar os efeitos catastróficos das mudanças no clima, mas “muito poucos países levaram a sério o que isto implica”, destacou o Projeto de Diretrizes de Descarbonização Profunda (DDPP) em seu primeiro informe.
Emissão de carbono A emissão de gases causadores de efeito estufa e a redução da camada de ozônio estão deixando o sul da Austrália mais seco, alertaram cientistas em um estudo publicado nesta semana. Cientistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) informaram que o sul australiano sofreu um declínio nas chuvas que começou por volta de 1970 e se intensificou nas últimas quatro décadas.
Negociações do clima O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, nomeou na semana passada a irlandesa Mary Robinson como enviada especial para as mudanças climáticas.Robinson será encarregada de “mobilizar a energia e a vontade política” durante os preparativos da Cúpula do Clima da ONU, prevista para 23 de setembro em Nova York, e será assessora de Ban na questão.
Elefante marinho
Dentro de motor Quando o carro de uma mulher pifou em uma rua da cidade de Santa Fé, no estado do Novo México, nos Estados Unidos, no dia 10, o chef de cozinha Jackson Ault parou para ajudá-la. Ault e a motorista tiveram uma grande surpresa quando ele abriu o capô do carro e encontrou uma píton marrom e amarela rastejando pelo motor.Um policial resgatou a cobra, de quase 10 quilos, e a levou ao abrigo para animais de Santa Fé. O porta-voz da instituição, Ben Swan, diz que o réptil tinha pequenos ferimentos, mas que seu estado de saúde era bom.
A Copa do Mundo acabou e o elefante marinho, que parou próximo ao Farol de Santa Luzia, em uma praia de Vila Velha, na Grande Vitória, voltou ao mar na madrugada no último dia 13. O animal foi apelidado de Fred, em homenagem ao jogador brasileiro marcado pela torcida por ficar “parado” em campo. O nome foi dado por moradores do município, durante uma ida à praia onde o animal marinho estava.
’Sucessores’ de Paul Ao contrário de 2010, quando o polvo Paul acertou todos os palpites do Mundial disputado na África do Sul, outros ‘gurus animais’ têm errado em suas previsões. Não faltaram tentativas em ocupar o posto de Paul. Houve uma leoa holandesa, porco-espinho tailandês, porquinho-da-índia suíço, papagaio espanhol, dentre outros. Embora tenham acertado alguns palpites, erraram muito mais.
67 caracóis Sessenta e sete caracóis africanos gigantes vivos foram confiscados por agentes da alfândega dos Estados Unidos na maior apreensão do molusco já realizada por autoridades.Os caracóis, proibidos nos EUA, foram encontrados por inspetores de proteção de fronteiras e da alfândega (CBP, na sigla em inglês) no Aeroporto Internacional de Los Angeles.Eles tinham sido enviados da Nigéria para uma pessoa na Califórnia, disse Lee Harty, uma porta-voz da agência alfandegária.
Mudança climática As mudanças climáticas vão trazer mais dias de calor, provocando uma maior sudorese e desidratação nas pessoas, um fator chave para aumentar o risco dos cálculos renais, destacaram cientistas na última semana em estudo publicado na revista “Environmental Health Perspectives”.
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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO
Contagem regressiva
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Fim de prazo
Nas agências bancárias do Rio de Janeiro está proibido o acesso de clientes usando chapéu, boné e o que mais dificulte o reconhecimento da pessoa. É ação preventiva e meta é identificar bandidos se passando por clientes diante das câmaras para assaltar. Ideia ganha simpatia para ser lei federal.
Povo reclama
Eleições
Pedestre acha difícil correção de maus hábitos nas ruas sem que doa no bolso. São atos mais reclamados: calçadas obstruídas por construção de imóveis, áreas de lojas, bares, restaurantes, mercadinhos e o fato de serem gradeadas para ampliar garagens. É por essas e outras que administradores públicos fazem lembrar Justo Veríssimo: “O povo que exploda”.
Cena manjada Virou hábito replay de incômodo interditar ruas a pretexto de reivindicar “direitos”. Um mapeamento constata a maioria como repetitivo - mesmos locais e mesmas lideranças. Outra coincidência é a informação sobre local vazando antecipadamente na mídia. Pressente haver interesse político-eleitoreiro, pois a época é propícia.
Otimismo Foi positiva recente reunião na Asplana com propostas para o setor canavieiro no Nordeste. Entre as propostas constam a deflagração de novos rumos para a cana-de-açúcar no setor energético. O debate, regional, registrou a presença de especialistas do setor no Brasil e no exterior.
Maceió terá em breve, na orla da Pajuçara, dois novos hotéis estrelados. Um, com obras iniciadas, na Avenida Antônio Gouveia, de frente para o mar e fundos com a Jangadeiros Alagoanos. Outro está com terreno preparado mas sem obras iniciadas. É em área também na beira-mar e fica separado do Hotel Maria Bonita pela Rua Teófilo Otoni, de acesso à Ponta da Terra.
Cara limpa
Pela legislação eleitoral com vistas às eleições gerais de outubro, termina nesta sexta-feira, 18, o prazo para os partidos registrarem os comitês financeiros no Tribunal Superior Eleitoral e Tribunais Regionais Eleitorais. A determinação está prevista na Lei 9.504/97.
Própria sorte
Tanto o Procon como a Vigilância Sanitária, por serem importantes na fiscalização de preços e das condições de armazenamento das mercadorias, perecíveis principalmente, deveriam estar com fiscalização mais presente nas ruas. Sugestão é de consumidores habituados a fazerem feira nos supermercados, principalmente.
Turismo
indo os festejos juninos e os jogos do mundial de futebol quem se apronta para botar bloco na rua são os políticos. Pela legislação eleitoral a campanha no rádio, televisão e os comícios têm a temporada aberta já em agosto. A dúvida é até onde vai o interesse do eleitor para decidir o voto.
Expira, no domingo, 27, o prazo para que títulos de eleitores (inscrições e as transferências) estejam prontos para entrega. É data final ainda para publicação no Diário Oficial dos nomes das pessoas que vão compor Juntas Eleitorais no primeiro e segundo turnos. (Código Eleitoral).
Mais presentes
Moradores das proximidade da Praça Santa Tereza, na Ponta Grossa, apelam a Prefeitura para repor balanços e “rela-rela” que estão sendo retirados e recupere os “ rela-rela” que eram de madeira. Decisão pode ter argumento na prevenção de acidente com crianças, mas que haja substituição por outros, de modo a que permaneça o lazer na praça.
Deixa dúvida O senador José Sarney, 59 anos de vida pública, fala em se aposentar e a motivação não é o tempo na política, nem idade. A IstoÉ, edição de 9 de julho, cita como motivo o desapontamento dele com o PT. Se sente traído na composição dos palanques no Amapá e no Maranhão.
Comércio O comércio no calçadão e nos shoppings promove tímidas promoções de vendas e comerciários dão a iniciativa como “necessidade para repor estoques”. E necessidade para renovar estoque com lançamento para as festas de fim de ano. Setor de maior força atrativa de vendas vem sendo o de eletroeletrônicos.
Precariedade Moradores da Ponta da Terra se acham prejudicados pela extinção da linha de ônibus no trecho Santuário de Fátima/Trapiche da Barra. Hoje para apanhar transporte só com caminhadas longas até a Rua Quintino Bocaiúva ou Jangadeiros Alagoanos. Na vizinhança a dificuldade é a mesma. Taxi-lotação seria opção não fossem os preços e passe de estudante não ser aceito.
Problema Lojistas do Mercado do Artesanato, no Centro, sofrem pressão para mudarem de local mas resistem, devido à falta de perspectiva no movimento em área nova. E, são “gatos escaldados” por antigos acordos não cumpridos.
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ALTARODA
FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br
Líderes do semestre
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m cenário de comercialização em recuo, marcado pelo fim de produção de modelos como Gol G4 e Uno Mille e chegada do up! e do novo March, os tradicionais dominadores de vendas sofreram abalos. Hatches e sedãs são somados na segmentação da coluna, mas é interessante ver mudanças em curso, quando se analisam os números apenas dos hatches, que são a maioria nas vendas entre os compactos, principal produto do mercado brasileiro. Antigo Gol G4 representava de 20% a 25% do total do Gol e agora uma liderança de 27 anos está ameaçada. Antes eram dois (G4 mais G5) contra dois (Uno mais Mille) e agora é um (Gol G5) contra dois (Palio mais Fire). No primeiro semestre, Gol já perdeu dois meses isolados de liderança, mas no acumulado a manteve. Já o Mille representava de 40% a 45% do Uno e o abalo foi maior. Da tradicional segunda colocação despencou até seis posições, quando o estoque da antiga versão se esgotou em abril. Uno 2015,
em setembro, deve melhorar seu posicionamento. A coluna também substituiu as peruas (apenas dois modelos de pouco peso) pelo novo segmento de crossovers, liderado pelo Mitsubishi ASX. Grand Siena passou a fazer parte dos sedãs compactos “desgarrados”, a exemplo de Cobalt e City. Chrysler 300 C (passou para o segmento topo por suas dimensões avantajadas), Classe E/CLS e Fit são os novos líderes. Os demais mantiveram-se na ponta. Classificação a seguir segmenta a oferta por distância entre eixos, largura e, secundariamente, preço. A base é o percentual de emplacamentos nacionais pelo Renavam. Apenas modelos mais representativos são citados em razão da importância no mercado. Paulo Garbossa, da ADK, compilou os dados de acordo com os critérios da coluna. Compactos: Gol/Voyage, 14%; Onix/Prisma, 11%; Palio/ Fire/Siena, 10%; HB20/X/S, 8,5%; Fiesta hatch/sedã, 8,2%; Logan/Sandero, 7%; Uno/Mille,
RODA VIVA 6%; Fox/CrossFox, 5%; Grand Siena, 4%; Etios hatch/sedã, 3%, Celta, 2,6%; up!, 2,4%; Classic, 2,3%; Cobalt, 2,1%; Punto/Linea, 1,8%; C3/DS3, 1,7%; 207/208, 1,6%; March/ Versa, 1,5%; City, 1,2%. Gol/ Voyage ameaçados, em especial Gol por Palio/Fire. Médios-compactos: Civic, 19%; Corolla, 18%; Cruze hatch/sedã, 14%; Focus hatch/sedã, 11%; Golf/Jetta, 9%; Sentra, 4,9%; C4/Pallas/DS4, 4,5%; Peugeot 308/408, 3,8%; i30/Elantra, 3,3%; Fluence, 2,6%; Bravo, 2%. Civic não está firme. Médios-grandes: Fusion, 41%; BMW 3, 23%; Mercedes C, 12%; Azera, 6%. Fusion continua avançado. Grandes: Mercedes E/CLS, 32%; BMW 5/6, 26%; Jaguar XF,18%. Classe E/CLS, novo líder. Topo: Chrysler 300 C, 43%; Equus, 15%; Panamera, 13%. Realocado, 300 C lidera. Crossover: ASX, 48%, Freemont/Journey, 25%; Ranger Rover Evoque, 24%. ASX tranquilo.
Monovolumes pequenos: Fit, 36%; Spin, 30%; Idea, 17%. Fit reagiu. Monovolumes médios: C4 Picasso, 36%; J6, 26%; Carnival, 18%. Líder consolidado. Picapes pequenas: Strada, 59%; Saveiro, 27%; Montana, 14%. Strada ampliou margem. Picapes médias: S10, 31%; Hilux, 24%; Ranger, 14%. Sem ser ameaçada, S10. Utilitários esporte compactos: EcoSport, 39%; Duster, 33%; Tracker, 13%. Com menos folga, EcoSport. Utilitários esporte médios-compactos: Tucson/ ix35, 40%; Sportage, 13%; RAV4, 10%. Firmeza dos líderes. Utilitários esporte médios-grandes: Hilux SW4, 43%; Santa Fe, 14%; Trailblazer, 9%. Livre de incômodos. Utilitários esporte grandes: Pajero Full/Dakar, 41%; Edge, 19%; Discovery, 11%. Posição inabalada. Esporte: BMW Z4, 43%; Boxster/Cayman, 24%; 911, 10%. Z4 bem confortável.
negativamente pela Copa do Mundo, apresentando uma queda expressiva de vendas no mês de junho em relação a maio: 726.514 unidades, 18,3% a menos que no mês anterior. Em relação a junho do ano passado a queda foi de 4,4%. Os revendedores de automóveis, porém, não se surpreenderam com a queda em junho, não apenas por causa dos feriados da Copa, mas porque é um mês de férias escolares, o que normalmente causa um impacto no comércio de carros usados. “O mais importante – assinalou o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, é que prosseguimos em franca recuperação. Nossa expectativa é que, com o retorno do movimento normal das atividades, o mercado traga resultados positivos nos próximos meses.” O crescimento das vendas de usados no ano, incluindo caminhões e motos,
foi de 4,6% em comparação com o primeiro semestre do ano passado. Os carros mais vendidos Por sua longa história (34 anos de vida) e a permanência por 27 anos no topo do ranking dos carros novos mais vendidos, o Gol é, de longe, o usado mais vendido no Brasil. No semestre, foram 526.646 transferências, quase o dobro do segundo colocado, o Uno, que teve 316.896 unidades vendidas nos seis primeiros meses do ano. O Palio, com 288.790 unidades, aparece em terceiro lugar, seguido do Celta (174.758) e do Corsa, quinto colocado com 174.343 usados vendidos no semestre. Completam a lista dos dez usados mais vendidos este ano, nesta ordem, Fiesta, Fox, Strada, Classic + Corsa sedã e Siena.
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Consumidor troca OK por usado e vendas crescem 5,1%
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queda de 7,3% nas vendas de carros novos no primeiro semestreindica que o consumidor não aceitou o aumento do preço imposto pelas montadoras no início do ano: foi o maior aumento de preço e a maior queda de vendas nos últimos anos. Afugentado do mercado de novos, o consumidor partiu para o usado, uma opção mais barata e mais inteligente do ponto de vista financeiro. Além de se livrar do primeiro emplacamento, ao comprar um seminovo o consumidor estará obtendo um bem já depreciado. O índice de Depreciação, que avalia quanto cada carro perde de valor depois que sai da concessionária, indica
que, na média, o carro zero vendido no Brasil perde 15% no primeiro ano de uso e 9% no segundo ano. Essa situação tem atraído o consumidor este ano e fez com que o mercado de usados caminhasse em sentido contrário ao dos novos. Dados da Fenauto, a Federação das Associações dos Revendedores de Veículos, revela crescimento de 5,1% nas vendas de carros e comerciais leves usados no primeiro semestre do ano. De janeiro a junho foram vendidas 4.679.070 unidades, contra 4.453.430 no mesmo período do ano passado. Os dados revelam que também o mercado de usados foi afetado
ARGENTINA ganhou investimento da GM para motores a partir do final de 2016. As unidades de 1,4 litro com injeção direta e turbocompressor (flex para Brasil; gasolina para mercado local e exportação) equiparão o novo Cruze, cuja produção será transferida de São Caetano (SP) para Rosário, na Argentina. Motores de três cilindros estão reservados para Joinville(SC), antecipa a coluna. NOVO March mostra que a Nissan está decidida a avançar em participação no mercado brasileiro. Na versão de um litro de cilindrada ainda utiliza motor Renault anterior, mas como sua massa total é baixa mostra relativa agilidade. Direção eletroassistida de série e menor diâmetro de giro entre todos os compactos facilitam qualquer manobra. Equipado com motor de 1,6 litro (origem Nissan) apresenta desempenho marcante e equipamentos incomuns nos compactos, entre eles câmera de ré. Incômodo é o excessivo ruído de engrenagens na primeira marcha, observado apenas no motor de maior potência e, portanto, mais caro. DEBATE promovido pela Liberty Seguros sobre mobilidade urbana em São Paulo mostrou que ativistas querem dar sua contribuição importante, mas sem ao menos perguntar a quem paga a conta pesada de impostos – os automobilistas – se têm algo a dizer. Na Inglaterra, por exemplo, Associação Britânica de Motoristas representa voz ativa na resolução dos problemas das cidades. Já era tempo de se fundar uma associação semelhante no Brasil que certamente contribuiria para cidades melhores sem arroubos anticarro.
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Comerciantes que deveriam estar presos JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br
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Cidade de Mata Grande, no Sertão de Alagoas, é o ponto culminante do Estado, com 844 metros de altitude. Deus, preferiu colocar esse ponto em cima de uma serra e deu-lhe o nome de Serra da Lagoa da Santa Cruz. Pois bem! Foi bem perto dessa Serra que eu nasci, num antigo sobrado, com varandas de ferro, contendo plantas variadas, da escolha da minha maravilhosa Mãe. A minha infância e juventude foram testemunhadas por conterrâneos, principalmente, pelos Comerciantes mais destacados da cidade. Se eu for relacionar todos eles, poderei cometer alguma injustiça, ao esquecer de uns. Como são muitos, farei um resumo dos mais tradicionais, lamentavelmente, já falecidos. Foram Comerciantes que poderiam ser agraciados por qualquer Assembleia Legislativa ou Câmara de Vereadores, como Homens
de Bem, Honestos, Trabalhadores e Sem Ambições por dinheiro. Uma lista deles, poderia ser composta por homens, como: o meu Pai, Manoel Alves Martins, Pedro Vilar (Sr. Vida), Balbino Alves, Noêmio de Melo Lou (Sr. Nóca), Elias Alves, Antônio Rodrigues Alves, Jari Malta, Veríssimo Guimarães, Dalvino Alencar, Virgílio Alencar, Antônio Rodrigues Albuquerque, Pantaleão de Souza e Eustáquio Malta. Esses meus personagens, sempre figuraram como Comerciantes sertanejos de vergonha. Foi vendo ou acompanhando esses Senhores que, eu fui levado ao forno e moldado com a têmpera dos sertanejos de caráter. Cresci, sentindo o frio das nossas serras, admirando a beleza da Serra da Onça e me ajoelhando no Monte Santo. Hoje em dia, poucos Comerciantes são merecedores de crédito, tanto morais com monetários. Eu sei que, a culpa é dos Governos que, impõem impostos e taxas imorais aos contribuintes. Este assunto, nasceu de observações que tenho feito, sobre a carestia e sobre a desonestidade de certos comerciantes. Eu tenho notado que, o povo está sentindo a falta de uma
fiscalização mais eficiente e, por causa disto, alguns Comerciantes estão zombando dos Fiscais e, alguns deles, já deveriam estar presos. Eu estou residindo, na Ponta Verde, onde as diferenças de preços são enormes, entre farmácias, restaurantes, barracas de praia, supermercados, mercadinhos, lanchonetes e panificações. Alguns Comerciantes, vendem bolachas com o nome de “mimosa”, em pacotes já pesados, mas, em tais pacotes, estão preços iguais, obtidos de pesos diferentes. É um roubo! Isto quer dizer que, o Comerciante pesa a quantidade que quer e, numa etiqueta de mesmo valor, prega o pacote. Assim, a mesma bolacha mimosa é vendida por 4,5 reais, por um peso muito menor e, o povo não nota o roubo. Um rolo de papel higiênico, tido como tendo 30 metros, tem mesmo 30 metros de comprimento? Ora, ninguém vai medir! Também, vocês já foram conferir, se os Comerciantes estão mesmo dando 30%, 50% ou 70% de abatimento, num vestido ou numa calça? Estão nada! Vamos imaginar que um certo vestido foi vendida pela fábrica por R$ 200,00 e que o Comerciante Vendedor estivesse vendendo-o por
R$ 300,00, para seu lucro ser R$ 100,00, caso não houvesse impostos, taxas e outras despesas. Num certo dia ele resolve dizer que o vestido está em Promoção e que está dando um abatimento de 70 %. Que mentira! Assim, ele teria que vender o vestido por, apenas, R$ 90,00, abrindo mão dos 200 reais do fabricante e do seu lucro de R$100,00. Ora, quem perde o que pagou ao fabricante e deixou de ganhar de lucro, ficou com um prejuízo de R$ 210,00, não livrando, nem, o que pagou ao fabricante. Desta maneira, a falência será certa. Quando o comerciante diz que está dando um abatimento de 70 %, alguma coisa está errada, se não for mentira. Pese um pedaço de carne, e veja se ele tem mesmo o peso de 800 gramas, nos pacotes dos supermercados. Pese potinhos de manteiga ou de margarina e veja se eles estão com 200g ou 500g ditos nas embalagens. Veja se os pacotes de biscoitos estão com 200 gramas, como indicados nas embalagens. Em tempo – Eu tenho um excelente leitor dos meus escritos que é o Dr. Francis Leahy, amigo e, também, Assistente das Missas da Igreja de Nossa Senhora da Rosa Mística.
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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com
Asfalto para Taquarana
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prefeito Bastinho Anacleto assinou, na tarde da quarta-feira, 16, a ordem de serviço da primeira etapa da pavimentação asfáltica da estrada que liga o centro de Taquarana ao Distrito de Lagoa Grande. No total serão 6,7 km de asfalto, orçados no valor de
7,6 milhões de reais. Acompanharam o ato solene, representantes da empresa vencedora da licitação que realizará o serviço, secretário municipal de Obras, Floriano Rosse, e demais secretários da administração municipal, além de comerciantes e membros da sociedade civil.
Obra importante “Uma obra desse porte, sem sombras de dúvidas, trará benefícios aos moradores daquela comunidade. Estamos buscando cada vez mais fazer o melhor para o nosso povo, sei da importância que essa obra tem para todos, principalmente os moradores que fazem esse trajeto diariamente, já que em períodos de chuvas, a estrada fica quase intransitável, devido à quantidade de buracos que se formam naturalmente”, completou.
Cadeia para corruptos Durante sabatina promovida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Alagoas (Fecomércio-AL), na terça-feira (15), no auditório do Senac, o procurador Eduardo Tavares, candidato do PSDB ao Governo de Alagoas, falou de sua atuação dentro dos quase 30 anos no Ministério Público Estadual, como promotor e procurador-geral de Justiça, no combate à corrupção e ao desvio de recursos públicos.
Meio de vida “Precisamos separar os políticos sérios, que usam a verdadeira política para aprimorar o Estado, dos políticos que confundem o que é público com o que é privado, que querem fazer da política seu meio de vida. Para essas pessoas que procuram enriquecer com o dinheiro público, não vejo outro caminho que não seja a cadeia. Foi o que fiz nesse tempo no Ministério Público. Processei e prendi quase 200 maus gestores, por isso tenho o repúdio de parte dos políticos alagoanos”, disse Tavares.
Renan Filho em Arapiraca Segundo a Revista Exame, a cidade de Arapiraca é uma das que mais crescem no país, devido ao arrojo e desempenho de seus empresários. Diante deste sucesso, o candidato a governador pela coligação Com o povo pra Alagoas avançar, deputado federal Renan Filho (PMDB), visitou empresários arapiraquenses nesta terça-feira, 15, e quis conhecer os caminhos que levam a tamanha pujança.
Ouviu empresários Ao lado de Luciano Barbosa, candidato a vice-governador pela coligação, Renan Filho ouviu dos empresários sugestões e demandas. Acima de tudo, o candidato recebeu deles o apoio para desenvolver uma política de geração de emprego e renda que assegure arrecadação e estimule a contratação de mais trabalhadores, incentivando, inclusive, a competitividade.
Renda e emprego A S. Pessoa Distribuidora, Vieira Distribuição, Distribuidora Arapiraca, Luna Avícola, Galindo Gás e Concrenorte contribuíram com debates sobre a importância do setor atacadista na promoção do desenvolvimento de Alagoas, movimentando a economia e gerando renda e emprego.
Vai priorizar
“Como vamos priorizar o desenvolvimento do interior do estado, o setor atacadista tem papel fundamental na manutenção do crescimento de Arapiraca e de toda a região. A localização de Alagoas privilegia o nosso estado no Nordeste”, ressaltou Renan.
Competitividade José Vieira, do Grupo Tio Vieira, lembrou a “guerra fiscal” entre os estados e a falta de apoio do atual governo estadual. “Alagoas precisa arrecadar, mas também nossas empresas precisam de competitividade e poder para contratar”, concluiu o candidato a governador.
Lagoa da Canoa Na tarde de segunda-feira (15), o prefeito de Lagoa da Canoa, Álvaro Melo (PMDB), juntamente com a secretária de Educação do Município, Claudia Laranjeira, estiveram em Maceió, onde participaram de uma audiência publica sobre Agricultura Familiar. O encontro, promovido pelo Ministério Público Federal (MPF), teve como palco a sede da Procuradoria da República.
Audiência pública Durante o evento foram discutidos e detalhados os procedimentos legais para que os municípios façam a aquisição da merenda escolar dos agricultores familiares locais, incentivando ainda mais o setor. Na audiência pública, o prefeito Álvaro Melo foi um dos oradores, representando o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Jorge Dantas, assim como todos os prefeitos alagoanos.
PELO INTERIOR ... Preocupada com a inclusão social e a saúde dos trabalhadores do município, a Prefeitura de Arapiraca tem realizado diversas palestras com métodos participativos e motivacionais em empresas e indústrias. ... Na terça-feira (15), a equipe técnica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizou no auditório do Grupo Coringa, localizado na rodovia AL-220, o projeto “Empresa Promotora de Saúde”. ... Considerando o incentivo da empresa em poder levar ao conhecimento dos seus funcionários para as questões relativas às lesões que podem acontecer dentro do ambiente de trabalho, o intuito da ação realizada é prevenir e promover o hábito saudável dentro do estabelecimento comercial. ... Com o auxílio da intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), Rosilda da Silva Santos, a psicóloga Aline Nogueira pôde passar para o público presente, noções básicas dos danos ocasionados pelos transtornos mentais relacionados ao trabalho, a exemplo da depressão e do estresse. ... De forma dinâmica e acessível, as equipes da Promoção da Saúde e do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) atenderam às necessidades e dúvidas dos participantes, dando referências do próprio ambiente em que executam suas atividades profissionais. ... “São atividades que desenvolvemos para mostrar os danos que podem acontecer, quer seja dentro de casa, quanto no seu ambiente de trabalho. Quaisquer dúvidas, a pessoa deve procurar um profissional da saúde e, para isso, temos diversas Unidades Básicas de Saúde no nosso município”, destacou a psicóloga Aline Nogueira. ... O Congresso Nacional promulgou na quarta-feira (16), em sessão solene, a Emenda Constitucional nº 82 de 2014, conhecida como a PEC dos Agentes de Trânsito. A nova lei disciplina a segurança viária no âmbito dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. ... O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB -AL) afirmou, em seu discurso, que a “nova legislação irá contribuir decisivamente para reduzir nossas constrangedoras estatísticas de mortes e acidentes no trânsito”. ... Renan Calheiros disse que além das vidas preservadas, a redução de acidentes de trânsito também colabora para desafogar a saúde pública brasileira. Ele lembrou que na votação da emenda no Senado, dia 28 de maio, não houve votos contrários nem abstenções e “a proposta contou com o entusiasmado apoio dos profissionais do setor que acompanharam as votações aqui nas galerias do Senado Federal”. ... O presidente Renan Calheiros disse ainda que na sua gestão no Ministério da Justiça foi realizada a regulamentação do Código de Trânsito Brasileiro. “A completa regulamentação deu vida a nova legislação e, ao lado do aperto na fiscalização, poupou seis mil vidas ao ano naquele momento”, avaliou Renan. ... A todos, um excelente final de semana com muita paz e saúde, inclusive para os puxa-sacos de plantão (detesto essa escória). Até a próxima edição. Fui!!!!!
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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com
Comida, vilã da inflação!
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esde que começou a vigorar, há exatos 20 anos, o Plano Real não vem conseguindo domar o ítem mais importante do consumo: a comida nossa de cada dia. O pão, por exemplo, bateu recorde pulando de R$ 0,76 para mais de R$ 7,00, o quilo atualmente. Problemas climáticos, a subida constante do dólar (tem sua matéria prima importada) e a própria ganância do produtor e vendedor. Outros alimentos também aumentam quase nesse porcentual, ou seja mais de 1.000% em 20 anos, infinitamente superior a inflação do período. Os últimos resultados da economia brasileira, comprovam que ela vem seguindo ladeira abaixo. O Produto Interno Bruto (mede tudo que o país produzidiu durante o ano), também vem caindo a cada mês, o mesmo ocorrendo com a balança comercial, que é tudo que o Brasil exporta e importa, apresenta déficit, ou seja, compra mais do exterior do que vende. Aumenta também o endividamento da população, com as facilidades do crédito consignado, incentivando o assalariado a tomar empréstimos para pagar a longo prazo, com o desconto no salário. O que fazer, num momento desse, depois da euforia da Copa do Mundo, quando muitos brasileiros gastaram dinheiro exageradamente?
Mudando A primeira dica é mudar os hábitos de consumo. Pesquisar muito os preços em vários locais; comprar produtos no atacado (em grande quantidade), estocar ou até mesmo, comprar em grupo (familiares, amigos): também pode comprar em feira livre, onde existe a vantagem de pechinchar e pagar à vista, com bom desconto. Enfim, viver de acordo com o que ganha e seguir um orçamento doméstico à risca.
Dívidas Para quem se encontra com dívidas e com dificuldade de pagar, tendo o nome incluído na lista de maus pagadores e sem crédito na praça, o correto mesmo, é negociar esse débito, tentando até mesmo dispensa de juros e multas, jurando nunca mais se endividar. Mas “deixar pra lá” e seguir aquele velho adágio popular: “devo não nego, só pago quando puder”, é típico de vigarista.
Cartão O cartão de ´crédito existe para quem realmente sabe utilizar com responsabilidade, comprando apenas o que vai consumir e pagando o valor da fatura em sua totalidade, jamais amortizando, ou seja, pagando o mínimo a cada mês. Isso é um verdadeiro “suicídio financeiro”, pois os juros pagos são altíssimos e no final, paga mais do triplo da dívida. É o mesmo que pedir dinheiro a um agiota e ficar pagando apenas os juros que chegam nos dois casos, a mais de 10% ao mês. Evite isso.
Poupança Apesar de seu rendimento pífio (pouco mais de 0,5%), a caderneta de poupança, ainda rende mais que a inflação, e tem mais: segurança, liquidez imediata, ou seja, mesmo que o banco vá a falência, o dinheiro é garantido pelo governo federal (Banco Central) e pode ser sacada a qualquer dia, enquanto os demais investimentos do mercado financeiro, possuem prazo fixo para saques. Portanto, separe qualquer valor mesnal de sua renda e coloque na sua poupança. É uma reserva financeira, para qualquer emergência.
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SUSPEITA DE PIRÂMIDE
Justiça bloqueia 281 títulos de capitalização da BBom Empresa tinha R$ 1,3 milhão aplicados em investimentos de pequeno valor, o que pode dificultar fiscalização POR VITOR SORANO IG SÃO PAULO
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Embrasystem, dona da marca BBom, teve bloqueados R$ 1,3 milhão que estavam aplicados em 281 títulos de capitalização, em valores baixos, o que pode dificultar o rastreamento por parte de autoridades financeiras. O dinheiro foi bloqueado após a Brasilcap, onde estavam as quantias, procurar a Justiça. Acusada de ser uma pirâmide financeira que atraiu 300 mil pessoas, a BBom é investigada também por suspeita de lavagem de dinheiro. O negócio é comandado por João Francisco de Paulo, um empresário do interior paulista.Em julho de 2013, a BBom e seus responsáveis tiveram R$ 300 milhões congelados por decisão da 4ª Vara Federal Cível de Goiás. A medida, porém, não havia alcançado os R$ 1,3 milhão depositados nos 281 títulos de capitalização da
Brasilcap – o bloqueio só foi determinado no fim da semana passado. Segundo o iG apurou, os títulos tinham menos de R$ 50 mil (a média simples é R$ 4,6 mil) aplicados. O valor é o mínimo necessário para que compras de títulos de capitalização – individual ou em conjunto – sejam comunicadas obrigatoriamente ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), um dos órgãos responsáveis pelo combate à lavagem de dinheiro no Brasil. Com a ressalva de que não fala especificamente sobre o caso da BBom, o advogado Euro Bento Maciel Filho diz que a realização de pequenos investimentos em títulos de capitalização pode ser “uma forma inteligente de pulverizar dinheiro” e escapar ao crivo do Coaf. “O Coaf, em tese, não tem conhecimento sobre essas transações”, afirma Maciel
BBom: criada por João Francisco de Paulo, empresa teve atividades parcialmente liberadas em novembro de 2013, quatro meses após o congelamento de R$ 300 milhões dos responsáveis, que negam irregularidades
Filho, que é mestre em Direito Penal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Outras transações mais vultuosas feitas pela BBom acabaram identificadas pelo órgão, e parte dos valores foram bloqueados pela 6ª Vara Criminal Federal, onde a empresa é acusada de lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional. Em um dos casos, como o iG mostrou, a BBom transferiu R$ 20 milhões a uma empresa que já foi administrada por João Francisco de Paulo, e cuja dona tem sede num paraíso fiscal. Desse total, apenas R$ 2,94 milhões (15% do valor) foram efetivamente congelados – o restante escapou. COMO INVESTIMENTO, TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO NÃO FAZ SENTIDO Os títulos de capitalização costumam oferecer um retorno baixo em troca da possibi-
lidade de o aplicador ganhar algum prêmio. Por isso, não são considerados um bom tipo de investimento e mais uma aposta, diz o educador financeiro Reinaldo Domingos, que também ressalva não falar especificamente sobre o caso BBom, mas sobre a aplicação de R$ 1,3 milhão em 281 títulos de capitalização. “Não é comum uma pessoa jurídica fazer esse tipo de investimento”, afirma. “Com certeza existiu dinheiro fácil no passado.” Lançada em fevereiro de 2013 como um braço de marketing multinível da Embrasystem, que atua no mercado de rastreadores, a BBom fez o faturamento do grupo disparar 3.000% até o bloqueio provisório, seis meses depois. Para o Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO), essa disparada foi sustentada pelas taxas de adesão de R$ 600 a R$ 3 mil pagas por quem aderiu ao negócio. Assim, a
BBom dependia do dinheiro dos associados, e não da venda de assinaturas de rastreadores, num típico esquema de pirâmide, no entender dos procuradores da República. Em novembro de 2013, a BBom obteve uma liberação parcial e provisória no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede em Brasília. Em maio deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) questionou a investigação criminal contra a empresa, mas ela continua a ocorrer– no início deste mês, a Polícia Federal apreendeu documentos da empresa em três cidades de São Paulo. Procurados por e-mail, os representantes da BBom não retornaram os contatos. Em outras ocasiões, eles sempre negaram irregularidades. O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO), que pede a extinção da empresa, também informou que não se pronunciaria. A Brasilcap também não comentou.
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