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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 789 - 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2014

PESQUISA DO SISTEMA PAJUÇARA SOB SUSPEITA DE FRAUDE P/ 17

NOVO GOVERNO HERDARÁ DÍVIDA DE R$ 9 BILHÕES SUSPENSÃO DE LIMINAR QUE REDUZ JUROS AMEAÇA LEVAR ESTADO AO FUNDO DO POÇO P/ 8 e 9

BIU É CAMPEÃO NACIONAL EM CENSURA À IMPRENSA E REDES SOCIAIS P/ 11

RECONSTRUÇÃO DE CIDADES DESTRUÍDAS POR ENCHENTES CONSOME R$ 1,25 BILHÃO SEM CONCLUIR OBRAS P/ 10

ESTUDO INDICA NOMES DOS CANDIDATOS A DEPUTADO COM MAIOR CHANCE DE VITÓRIA P/ 12 e 13


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Sonegação e fraude

A

Secretaria da Fazenda estaria levantando importantes informações referentes à denúncia de compra de kits escolares superfaturados pela Secretaria de Educação de Alagoas. Além da licitação relâmpago, o material escolar provavelmente jamais foi entregue ao alunato. Há fortes indícios de sonegação fiscal e milhares de assinaturas falsas de pais e gestores escolares.

Atenção SEFAZ Está causando muita desconfiança o trâmite do processo 1204 009296/2013. Saiu da PGE em 30 de julho e ainda não chegou à SEFAZ. Há rumores de que se trata de uma devolução indevida de cem milhões de reais a um grande proprie-tário de terras beneficiado pela construção da rodovia AL-101 Sul. Resta saber o nome do funcionário público que guarda na pasta tão grande responsabilidade.

Imbróglio Antes de festejar as consultorias milionárias “conquistadas” pela LOG, o ex-secretário tucano Luiz Otávio Gomes precisa resolver o imbróglio que ele próprio criou no pólo de Marechal Deodoro. A trapalhada ameaça inviabilizar a implantação da Cerâmica Portobello e mais três indústrias que estão se instalando em área de litígio.

Cheiro de calote Os altos investimentos feitos na implantação de novos cursos, má gestão administrativa e outras irregularidades teriam comprometido a saúde financeira do Cesmac. A instituição está há meses inadimplente com fornecedores e prestadores de serviços, que temem o calote. Com a palavra a Promotoria encarregada de fiscalizar as fundações educacionais.

Maiores devedores O TRT de Alagoas divulgou a lista dos10 maiores devedores de Alagoas. Entre as empresas, três usinas encabeçam a lista negra: Utinga, Taquara e Laginha. Entre as pessoas físicas aparecem como maiores devedores os empresários Áurea Betânia Dorta Accioly, Jeann Kleber Canuto Campos e Maria Valéria Dorta

Reclamação geral

Apoio midiático

1

O candidato ao governo do Estado, Renan Filho (PMDB), entendeu a importância de andar lado a lado com candidatos proporcionais que têm uma grande gama de votos espontâneos. É o caso dos candidatos a deputado federal, Cícero Almeida, e deputado estadual, Wilson Júnior.

2

Jefferson Morais sentido o risco de perder seu eleitorado e a falta de estrutura da candidatura de Benedito de Lira, ao governo do Estado, já migrou para a direção de Renan Filho. A trinca da mídia vem andando com Renan, mas o candidato ao Palácio República dos Palmares sabe quem pulou apenas por conveniência para seu lado.

Reclamação geral 2

De que lado?

Sacrifícios e prêmios 1

Outro ex-adversário de coligação, Pedro Vilela, sobrinho de Téo Vilela, também é visto em eventos de campanha ao lado de Renan Filho. A debandada parece ser geral. O tucunário alagoano faz qualquer negócio para eleger Pedro à Câmara Federal. O último representante da sigla em Brasília foi o prefeito Rui Palmeira.

A situação política do deputado estadual Gilvan Barros (PSDB) se contrapõe à de seu colega de bancada e presidente da Assembleia Fernando Toledo. Indicado por Téo Vilela para ser vice na natimorta chapa tucana encabeçada por ET, Gilvan, ex-prefeito de Girau do Ponciano e detentor de sete mandatos, sacrificou uma reeleição dada como certa e indicou para substituí-lo o filho, Gilvan Barros Jr. Ainda assim, se mantém como aliado de pruimeira linha de Téo.

Desinteresse Inúmeras pesquisas têm demonstrado o desinteresse do eleitorado alagoano para as eleições proporcionais. No interior os velhos cabrestos eleitorais e os cadastros continuam sendo a tônica. Alguns candidatos da capital irão gastar milhões e não serão eleitos. O banho de água está por vir!

Inacreditável Servidores municipais só acreditaram quando viram a prefeita Célia Rocha no guia eleitoral participando ativamente da campanha do senador Fernando Collor (PTB). Insatisfeitos, um deles questionou em uma das secretarias quando a população que mais necessita dos serviços da prefeitura vai parar de perseguir os servidores por conta da falta de ação de secretários e principalmente da prefeita.

Voltando a Arapiraca, não é de agora, no período eleitoral, que as reclamações contra a gestão da prefeita Célia Rocha (PTB) vêm acontecendo. Com as campanhas em curso e salários constantemente em atraso, os servidores criticam a administração de maneira mais intensa.

Sacrifícios e prêmios 2 Presidente da Assembleia nos últimos sete anos, Toledo, que em 2012 garantiu o mandato de prefeita de Cajueiro para a esposa Lucila Toledo, também abriu mão da reeleição e pretende colocar em seu lugar o filho, Bruno Toledo. Mas, ao contrário de Barros, o “sacrifício” foi por um prêmio: conquistou o cargo mais cobiçado entre os politícos alagoanos, o de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

Queixa geral Servidores efetivos e comissionados da Barra de Santo Antônio estão há mais de três meses a ver navios, no que se refere a seus salários. O atraso, contudo, vem sendo comentado apenas na surdina, já que é grande o temor entre os quase 800 funcionários de qualquer represália por parte do prefeito Rogério Farias.

Esta semana chegou um convite aos servidores para que eles comparecessem ao comitê do candidato Renan Filho (PMDB). Indignado, um servidor disparou contra a pessoa que trouxe o recado: “Vão pagar os salários no comitê, é?”. O clima ficou um pouco tenso, mas a indagação foi relatada a quem comanda a prefeitura.

Serve para quê? Motoristas que passam pela Avenida Fernandes Lima, em Maceió, se perguntam para que servem os cubículos da SMTT, se não existem agentes da superintendência. O mais interessante nisso tudo é saber quanto foi o preço de cada cubículo. O verdadeiro preço!

Receio A vitória quase certa de Cícero Almeida (PRTB) para a Câmara Federal é sinônimo de receio para quem está comandando a Prefeitura de Maceió. A reclamação dos servidores é geral contra alguns secretários municipais, que insistem em não dialogar com os funcionários. Mesmo com todos os escândalos, Almeida é muito mencionado pelos servidores.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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- MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2014 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

O abraço de Lula à caverna do Ali Babá Brasília - Quem assistiu a cena patética ficou impressionado com o comportamento do ex-presidente Lula tentando abraçar a Petrobrás, no Rio, o prédio que os seus companheiros transformaram na caverna do Ali Babá. A pobreza política de Lula deixa pasmo milhões de pessoas que por duas vezes o premiaram com a presidência da república. Vestindo um casaquinho alaranjado e acompanhado de um monte de pelegos sindicais, muitos deles da própria Petrobrás, o ex-presidente esgoelou em vão para chamar atenção de quem passava pelo local. Os berros foram inúteis, como foram inúteis também os apelos à proteção da Petrobrás que a petezada transformou em um covil de corruptos. A intenção do Lula era combater a Marina que já disse defender a energia alternativa a exploração do pré-sal. Não deixa de ser uma boa ideia já que esses recursos minerais são esgotáveis. É para manter a gigante reserva de petróleo intocável em seu território que os Estados Unidos vivem em conflito permanente com os países árabes de quem compra o produto barato para abastecer o país, sem precisar mexer no seu estoque estratégico de óleo. Mas é claro que a Marina defendia a energia alternativa como forma de não alterar as nossas jazidas naturais, uma maneira boazinha de fazer política com o seu víeis ambientalista, um romantismo que beira ao sonhático para quem quer ser presidente. Lula viu nessa declaração de Marina motivos mais que suficientes para juntar um monte de companheiros, mamadores das estatais, para fazer um gesto político em defesa do patrimônio brasileiro. É de se perguntar por que o ex-presidente não tomou essa iniciativa quando os gangsteres ocuparam a diretoria da Petrobrás no seu governo para saquear a empresa e distribuir seus “dividendos” com políticos de vários partidos e empresários desonestos. Essa, sim, seria uma iniciativa nobre do companheiro Lula que agora se transformou em agitador, uma coisa démodé para quem exerceu por duas vezes à presidência. Na verdade, Lula é um homem obcecado pelo poder. Descobriu que, pela política e não pelo trabalho, pode alcançar o inalcançável. Quer manter a todo custo o status político, mesmo que para isso jogue a honra no lixo e mande os “escrúpulos às favas”, como disse Jarbas Passarinho ao aderir o AI 5 que mergulhou o Brasil numa sangrenta ditadura. Lula não tem limites. Faz aliança com bicheiros, políticos e empresários corruptos, com a direita, com esquerda festiva, enfim, com quem pode contribuir para que ele e seu grupo se mantenham no poder. Como tem algumas aposentadorias conquistadas com a política, o ex-presidente pode se dar ao luxo de percorrer o país, as vezes em jatinhos de empresários, endividados com o BNDES, para cabalar votos para Dilma, a presidente que está levando o Brasil a recessão, que manteve os saqueadores do dinheiro público dentro dos ministérios em nome da falsa governabilidade. É assim, que mais uma vez, a petezada vai tentar se manter no poder. Com o seu voto, claro!

Queda Esse comportamento inadequado do Lula pode estar levando a Dilma a perder uns pontinhos nas pesquisas. Dos 39%, ela desabou para 36% e voltou ao ponto de partida, uma tragédia para quem tem mais de dez minutos de televisão e conta com a máquina do governo. Marina estacionou e Aécio cresceu cinco pontos que devem ser festejados com foguetório.

Indefinido

Estrutura

O quadro presidencial, portanto, continua indefinido já que Aécio se aproximou da Dilma na disputa do segundo turno, que ainda tem a Marina na dianteira em um empate técnico com a presidente. O que se percebe, no entanto, é que a Marina parou de crescer depois das críticas ácidas ao seu projeto de governo feitas por Dilma e Aécio. A se manter esse quadro de vai-e-vem, Aécio pode ainda embolar a disputa presidencial.

A Marina tem contra ela um programa de TV menor e a falta de base que lhe permita voar mais alto. Na última eleição, perdeu no Acre, sua terra. A exemplo da Heloisa Helena, em Alagoas, teria dificuldade para se eleger senadora novamente porque não une partidos em torno dela e nem alianças fortes que possam viabilizar uma eleição majoritária. Resta-lhe, portanto, a candidatura presidencial que, pelo andar da carruagem, começa a escapulir das suas mãos até então festejada com muito otimismo.

Erro

Programa

Insisto que os marqueteiros da Dilma continuam errando ao expor a candidata exaustivamente no programa eleitoral. Com uma rejeição beirando os 50% em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, é difícil a Dilma ultrapassar a casa dos 40% de aprovação. Além disso, Padilha, o candidato a governador do PT em São Paulo não mostra nenhum apetite para crescer e levar Dilma junto com ele.

Marina também falhou ao apresentar seu programa de governo, quando teve que recuar do casamento entre homossexuais por imposição da sua Igreja, a evangélica. Mostrou fraqueza e indecisão, coisas imperdoáveis para quem quer dirigir uma Nação. Além disso, retrocedeu da sua opinião por imposição religiosa. Em um país laico como o nosso, um candidato evangélico certamente terá contra ele a oposição de outros segmentos religiosos, o que afeta a candidatura de Marina.

Debates Aécio decidiu expor as vísceras do PT nos debates. Começou batendo leve, mas agora aumentou o tom das críticas. Está indo para o tudo ou nada. Questiona a honestidade da Dilma e joga a candidata na defensiva porque tem que reafirmar que seu governo é honesto. Como Marina não tem sido a beneficiada dos votos dos indecisos que deixam a Dilma, Aécio vai continuar batendo para encostar nas duas candidatas e embolar o meio de campo.

Difícil Dilma ainda vai atravessar tormentas. O que seria seu grande cabo eleitoral, Lula pode estar estragando a festa da sua candidata quando tenta voltar ao Lula sindicalista. A imagem está distante daquele Lula guerreiro, que ocupava as fábricas e fazia discurso para milhares de operários no ABC paulista e no Brasil. Que tinha a grande virtude de lutar com a “elite branca” e acenar com a bandeira do combate a corrupção. Daquele Lula, nada resta. O de hoje vive nos noticiários envolvidos em escândalos, mensalão, e CPIs no parlamento. Tem contra ele depoimentos de Marcos Valério e de outros intermediários engaiolados pela Polícia Federal.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

A guerra da comunicação

Nova fórmula Muitos insatisfeitos estão utilizando agora uma nova fórmula de pressionar e amedrontar jornalistas: ameaçar, por tabela, processar o profissional que tem divulgado verdades durante esta campanha política. Parece ser o mesmo caminho trilhado por Franklin Martins, o conhecido jornalista que forçou a criação de um Conselho Nacional com o objetivo, por trás dos panos, de censurar a imprensa brasileira.

Nova fórmula 2 Do jeito que a coisa vai, terminará os jornalistas políticos, nesta campanha eleitoral, publicando apenas poesias, a exemplo dos grandes jornais do Sudeste durante a ditadura militar. Sem advogados, naturalmente porque não podem contratar, alguns profissionais de imprensa estão comendo o pão que o diabo amassou.

Parece que o prognóstico de que a eleição para governador seja decidida no primeiro turno está dando pra trás. Do jeito que vai e com o crescimento mesmo que discreto do candidato do governo, Júlio Cezar, o segundo turno pode acontecer. Dificilmente qualquer candidato atingirá mais de cinquenta por cento dos votos.

Contando os dias

N

unca, em tempo algum, o Tribunal Regional Eleitoral trabalhou tanto como nesta campanha eleitoral. São dezenas de ações julgadas diariamente e, como manda a legislação eleitoral, em prazos imediatos, rápidos, principalmente das duas maiores coligações eleitorais. Nas ações tem de tudo. Desde o conhecido direito de resposta para o Guia Eleitoral e outras publicações, como processos penais, multas e outras coisas mais. Uma coisa de impressionar. Lamentavelmente os que mais sofrem são os profissionais de imprensa, às vezes impossibilitados de manifestar clara e independentemente seus pontos de vistas, sob pena de pagar na Justiça. É verdade, porém, que muitos já içaram a bandeira de seu candidato, talvez até compreensível, num Estado pequeno e atrasado como Alagoas. O melhor, entretanto, é que falta muito pouco tempo, uns quinze dias, para terminar esta angústia, tanto dos candidatos, como dos comunicadores, que se vêem pressionados por todos os lados. Afinal, estamos em Alagoas.

Segundo turno

O deputado Fernando Toledo deve estar contando os dias para assumir uma vaga de Conselheiro do Tribunal de Contas de Alagoas. Também pudera. A instituição que vem recebendo críticas constantes e marcação cerrada do Ministério Público é uma, segundo informações em nível nacional, das mais desorganizadas do Brasil. Mesmo assim não é o que pensa o presidente Fernando Toledo, que encerrou sua carreira política, transferindo o bastão para o jovem talentoso Bruno Toledo.

Oposição em alta

Plano Bresser

A situação de muitos prefeitos do interior é tão ruim, que alguns candidatos preferem mesmo ter o apoio da oposição. Devendo ao funcionalismo público e às empresas que prestam serviços no município, esses prefeitos não têm mesmo o que oferecer aos seus candidatos.

Por incrível que pareça a ação do Plano Bresser dos empregados da CEAL completou 25 anos sem solução. Há 12 anos do governo do PT nada foi resolvido e há 01 ano está sem movimentação no TST, por parte do Sindicato dos Urbanitários, que foi autor da ação. Em setembro do ano passado, vendo seus associados morrendo ao longo do tempo, cerca de quatrocentos, a Associação dos Aposentados da CEAL - AAPC resolveu tomar providências em paralelo e procurou o Presidente do Senado Renan Calheiros, que abraçou a causa. Na quarta-feira, o presidente do Senado teve novo encontro com o Ministro das Minas e Energia, Edison Lobão e voltou a cobrar uma posição sobre a pendenga pela área administrativa, enquanto se busca novas alternativas na Justiça. O que mais tem impressionado é a inércia do Sindicato dos Urbanitários, já apelidado de Sindifraco.

Disputa ferrenha Enquanto os candidatos ao governo travam uma luta titânica pelo cargo, a briga para deputado federal cresce a cada dia. Ronado Lessa, Marx Beltrão, Givaldo Carimbão, Paulão e Rosinha da Adefal disputam palmo a palmo uma vaga na Câmara. Já o ex-prefeito Cícero Almeida e Nivaldo Albuquerque, filho do deputado Antônio Albuquerque, crescem a cada dia no eleitorado.

Disputa ferrenha 2 Já os deputados Arthur Lira e Maurício Quintella estão com as reeleições praticamente garantidas, enquanto JHC briga forte pela terceira vaga na coligação do senador Biu de Lira.

O mais votado

De um admirador do senador Biu de Lira durante caminhadas e carretas realizadas na capital e no interior: ´´o sentimento do povo nas ruas não é o mesmo que dizem por aí em pesquisas eleitorais´´.

Cícero Almeida, Arthur Lira, Ronaldo Lessa ou Marx Beltrão? Esses candidatos são os mais comentados durante a campanha que está chegando ao fim. O ex-prefeito Cícero Almeida não tem medo de dizer que será o deputado fe-deral mais votado na história de Alagoas. E tem trabalhado muito pra isso. Resta saber se ele sairá de Maceió com cerca de 150 mil votos, como projeta o próprio Almeida e seus admiradores.

Disposição

Compra de votos

Sem consultar

O senador Biu de Lira, aconselhado a diminuir o ritmo de campanha, disse que só pensará nisso depois das eleições. Até lá é fazer cami-nhada, conversar com lideranças, participar de carreatas e esperar o resultado das urnas. Segundo ele, nunca perdeu uma eleição, apenas uma quando foi candidato a vice-governador que atuou como coadjuvante. O resto, levou todas e espera ganhar esta do próximo dia 5 de outubro.

Alguns candidatos dizem no Guia Eleitoral que é preciso ter cuidado com a compra de votos, onde desconhecidos aparecem de repente com a mala cheia de dinheiro. Com a mala cheia de dinheiro ninguém duvida, mas duvida de que sejam desconhecidos. Afinal de contas Alagoas toda sabe quem faz cadastro e compra redutos eleitorais, tanto na capital como no interior.

Plano Bresser 2 A Associação dos Aposentados da antiga Ceal, que tem como grande interlocutor o advogado Josenal Fragoso e companheiros da diretoria vêm dando show de bola na causa do Plano Bresser. Se não fosse a Associação dificilmente o assunto teria sido levado até o Ministério das Minas e Energia, através do senador Renan Calheiros. Um exemplo que deve ser seguido pelo próprio Sindicato da categoria, que ficou em silêncio durante muitos anos.

Guia perverso No Guia Eleitoral saiu até que Biu de Lira é fazendeiro, o que nunca negou. O mais curioso é que tem gente que tem quase um terço do Estado de Alagoas de fazendas recheadas de gado.

Clima do já ganhou Mesmo sem combinar com o povo têm assessores dizendo por aí que a eleição já está ganha. Essa mesma história tem se repetido ao longo das campanhas políticas e nem sempre os resultados são do gosto do freguês.


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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Pesquisas esfriam campanha em Alagoas e mostram favoritismo de Renan e Collor A duas semanas do fim da eleição, acordo entre Renan-pai e Vilela dá certo e comitês preparam disputas em 2016 ODILON RIOS Repórter

D

istantes duas semanas do dia da eleição, podese dizer que, em Alagoas, há uma definição nas disputas majoritárias. As três pesquisas recentes – Ibope, Exatta e Vozes – apontam para o mesmo resultado. O deputado federal Renan Filho (PMDB) tem chances de ser o novo governador, derrotando o senador Benedito de Lira (PP) com mais de dez pontos percentuais. Ao Senado Federal, o titular da vaga, Fernando Collor (PTB), deverá ser reeleito também com mais de dez pontos à frente da vereadora Heloísa Helena (PSOL). Sem uma disputa mais equilibrada e o crescimento das outras candidaturas, o segundo turno já está sendo disputado no primeiro. E, talvez por este motivo, a campanha continua apagada, sem participação popular ou mesmo cobertura animada dos meios de comunicação. É o empenho dos candidatos proporcionais – estaduais e federais - que buscam votos junto ao eleitorado alagoano “gastando a sola sapato”, que ainda dá um aspecto de movimento a uma campanha onde fica claro o desinteresse da maioria da população- conforme mostram as pesquisas. Os programas eleitorais gratuitos parecem não ter o mesmo impacto das disputas anteriores e não conseguem alterar os resultados que já vinham sendo anunciados desde antes das convenções, no mês de junho. A única novidade nas pesquisas em Alagoas é a subida da presidenciável Mari-

na Silva (PSB), que abocanhou quase todos os votos do senador Aécio Neves (PSDB/MG) e dos eleitores indecisos, diminuindo a diferença em relação à presidente Dilma Roussef, chegando a empatar na capital alagoana. CANDIDATO DO GOVERNO O vereador de Palmeira dos Índios, Julio Cézar (PSDB) segue na defesa do Governo Estadual, depois do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) ter descartado seu vice, José Thomaz Nonô (DEM), o presidente municipal do PSDB, Marco Firemann, o exsecretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes e o procurador de Justiça, Eduardo Tavares. Isolado na sua tarefa, sem candidato oficial ao Senado, Cézar não conta com aliados e nem mesmo com os mais importantes quadros eleitorais do PSDB. O prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), assumiu a campanha de Biu de Lira; o sobrinho do governador e presidente estadual do PSDB (hoje licenciado), Pedro Vilela, está nas caravanas de Renan Filho. Nos cartazes, Pedro aparece apenas ao lado de Aécio Neves- apesar de Júlio ter o compromisso de votar no sobrinho do governador. Mas, o pior estava por vir esta semana. Todo empenho do Palácio dos Martírios no processo de articulação, desde maio, foi para fechar uma chapa que viabilizasse o nome de Pedro. O governador tucano não se esforçou para apresentar uma chapa majoritária competitiva e elaborou

Renan Filho vai consolidando vantagem sobre Biu e Júlio Cezar

uma estranha teoria da “solidão virtuosa”. Os palacianos sempre negavam um acordo entre Téo e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), mas, agora, é Pedro Vilela quem pede votos para Renan Filho em localidades onde há conveniência eleitoral. Sem contar com aliados ou mesmo com os proporcionais de sua própria coligação, a participação de Julio Cézar resume-se ao horário gratuito e aos debates onde sua presença é simpática, mas não lhe rende votos. Por isso, sua campanha virou a capitalização da Prefeitura de Palmeira, em 2016. Com índices mínimos, o tucano disputa a terceira vaga com o engenheiro agrônomo, Mário Agra (PSOL). Sua tarefa de defender Téo é praticamente impossível de cumprir. As críticas levantadas ao governo do PSDB deveriam ter sido respondidas em seu devido tempo, mas não houve reação governamental ao desmonte promovido, principalmente, pela oposição liderada por Collor. No horário gratuito, as críticas vêm de todos os lados, até mesmo de candidatos governistas que denunciam o caos na educa-

ção, saúde e segurança. A defesa do Governo, feita por Júlio Cézar em plena campanha, tem parecido artificial. Com rejeição de metade do eleitorado, o governador tucano é um empecilho para que o candidato do PSDB possa alçar um voo mínimo. O marqueteiro do PSDB, vitorioso nas três últimas eleições, Einhart Jácome Paz, não consegue fazê-lo sair do chão. Falta-lhe partido, aliados, recursos e apoio político. A CANDIDATURA DE BIU DE LIRA Nesta eleição, Biu de Lira criou mais expectativas do que pôde realizar. Vitorioso em 2010, o senador do PP acreditou que poderia repetir a façanha de derrotar uma adversária, Heloísa Helena, que partia à frente nas pesquisas, com o bom uso do tempo de rádio e televisão no horário eleitoral e ainda superar a votação de Renan Calheiros. A agressividade deste ano difere do bom humor da última campanha. Em vez de “desconstruir” o oponente, como fez com Heloísa na eleição passada, é Biu quem está sendo desmontado no horário

gratuito e nos debates. Exímio dançarino de forró e bem humorado populista, como fazia Jânio Quadros e sua eterna vassourinha, Biu deu lugar a uma campanha tensa e sem muito apelo midiático. Outro problema nesta disputa é que Biu também não tem apresentado um volume de campanha nos bairros e no interior capaz de enfrentar o PMDB e seus quinze aliados. Os mais de 50 anos de estrada política perderam espaço para um jovem Renan, incentivado pelo pai. No primeiro confronto entre todos os candidatos, promovido pela TV Alagoas, Biu foi castigado pelo representante do PSOL. Mário Agra deu um troco, que esperava desde a última eleição, e fez uma série de acusações a Biu que não conseguiu responder a contento. No debate, o senador do PP via, ao seu lado, um bom desempenho do candidato tucano Júlio Cézar que se esforçava para defender o legado do PSDB e, principalmente, de Renan Filho que se destacava na defesa de um programa para Alagoas e era ajudado por alguns candidatos nanicos que dirigiam perguntas para facilitar suas respostas. Tão ruim a presença de Biu que membros de sua assessoria achavam “melhor não ter ido ao debate”. Internamente, dizia-se que o senador estava gripado e não iria ao confronto. “Foi, porque senão a imprensa castigaria, sem pena”, disse um lirista. Antes do debate, Biu mostrava tensão. Sem poder aparecer como oposicionista, na medida em que tem o apoio indireto do Palácio dos Martírios, e sem querer assumir o desgaste de defender o Governo tucano, no qual teve presença importante, o senador do PP deve estar repensando sua estratégia para os próximos dois debates programados nos dois canais de maior audiência no estado: TVs Gazeta e Pajuçara.


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ELEIÇÕES 2014

Nanicos não decolam; Biu tem fraca atuação A

fraqueza das candidaturas nanicas e a atuação pouco eficiente de Biu de Lira no programa gratuito eleitoral e nos debates tem ajudado Renan Filho em sua tentativa de ocupar a cadeira de Téo Vilela. Orientado pelas pesquisas qualitativas e por um esquema de marketing, Renan Filho afastou-se no que podia dos dois temas que seriam os “calos” de sua campanha: a gestão dos Calheiros em Murici e o fato de ser filho do senador Renan. Primeiro, orientado pelo próprio pai, se demarcou do grupo de parlamentares envolvidos com crimes em Alagoas, apesar deles, discretamente, fazerem campanha para Renan Filho. Como é o caso do deputado estadual João Beltrão (PRTB)- pai do ex-prefeito de Coruripe, Marx Beltrão (PMDB). O afastamento - pelo menos oficialmente - de alguns nomes do PRTB ajudou na imagem do candidato do PMDB junto a setores de classe média. Cercado pelo grupo de peemedebistas de prestígio, liderado pelos médicos José Wanderley e Fábio Farias, Renan escolheu o ex-prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB), para vice de sua chapa, atraindo as simpatias de setores da opinião pública que vêm com bons olhos a presença, na chapa majoritária, de um reconhecido político, mas com capacidade técnica. É tratado como um “gerentão”, aquele que levará adiante o dia a dia das secretarias, se Renan Filho for mesmo o governador. Os bons resultados nas pesquisas, desde o início da campanha, têm facilitado a convivência de muitos inimigos e ex-adversários, hoje aliados, acomodando os mais diferentes interesses den-

tro dessa frente de 16 partidos. O tempo gratuito de rádio e televisão, o maior entre as candidaturas, permite uma exposição demorada de suas ideias. A possibilidade de eleger quatro ou mesmo cinco federais e de doze ou mais deputados estaduais acalma as disputas na chapa proporcional e aos pequenos partidos que apoiam o PMDB. Nesta situação confortável, o candidato peemedebista trabalha para vencer no primeiro turno. A DISPUTA PARA O SENADO A vaga para o Senado está quase definida. A força e o poderio da campanha de Fernando Collor contrastam com a fragilidade estrutural da campanha de Heloísa Helena, de poucos recursos materiais e tempo limitado no horário eleitoral. Coloridos apontam que Heloísa é uma adversária à altura, mas tem problemas por faltarem alianças com outros partidos. Collor conta com mais tempo de rádio e televisão, com mais recursos financeiros, fortes aliados em todos os municípios e máquina de propaganda que lhe permite ter bons programas. O maior adversário de Collor tem sido o governador de Alagoas; mas, as tentativas de Téo Vilela em apoiar o ex-presidente da OAB, Omar Coelho de Mello (DEM) ou mesmo Heloísa Helena para atacar Collor não têm obtido bons resultados. As denúncias contra o senador do PTB são requentadas ou recentes, mas de pouco efeito na opinião pública- conforme as pesquisas dos três institutos vêm mostrando. Também esperava-se a nacionalização da dis-

Poderio midiático de Collor se sobrepõe à estrutura de campanha de Heloisa Helena e ele segue na frente

puta alagoana, com Collor sendo atacado por grandes veículos de comunicação. E isso não aconteceu- salvo a associação de Collor com o doleiro Alberto Yousseff, que não mudam os números dos institutos de pesquisa. Heloísa Helena, o nome que polariza com Collor, cometeu um equívoco eleitoral ao abraçar publicamente o candidato do PSDB num ato em Palmeira dos Índios. O apoio direto ou indireto de tucanos ou políticos conservadores cria problemas à candidatura do PSOL. A marca registrada de Heloísa é a recusa de apoios e acordos eleitorais sem identidades políticas, programáticas ou mesmo ideológicas. A ida da candidata do PSOL a Cajueiro num lançamento da família Toledo, coadjuvado por Lucila, a prefeita da cidade, mulher do presidente da Assembleia, deputado Fernando Toledo (PSDB), foi explorada pelos laranjas na campanha. “Ela ganhou 300 votos em Cajueiro, mas perdeu 30 mil em Maceió”, diz um profissional dos bastidores. Esperava-se que o crescimento de Marina Silva influenciasse o desempenho de Heloísa, mas isso não aconteceu. E a candidata oficial do PSOL para presidente, Luciana Genro, não

pontua em Alagoas- apesar de brilhar nos debates presidenciais. Por sua vez, Omar Coelho, candidato do DEM, vem tentando polarizar com Fernando Collor, mas isso lhe rendeu um pequeno crescimento nas pesquisas. AS PESQUISAS Os resultados do Ibope, Exatta e Extra parecem ter esfriado a campanha em Alagoas. Apresentando quase os mesmos números, com poucas variações, desde a primeira pesquisa do Ibope, seguida da Exatta e da Vozes, os índices anunciados desestimulam algumas campanhas, confirmando a vantagem anunciada dos candidatos nas majoritárias – Renan Filho e Collor. Os números que se movimentam são os dos presidenciáveis, com a subida espetacular de Marina Silva, mais perto de Dilma Roussef que se manteve em primeiro, mas que perdeu alguns pontos, e Aécio Neves que deverá ter um dos piores resultados de sua campanha em Alagoas, um estado governado por um tucano e com o prefeito da capital também do PSDB. É pouco provável que algo

de extraordinário aconteça para mudar esse quadro. Os pequenos partidos não mostram forças para se pensar numa “terceira via” e ficaram distantes das duas alternativas principais. Com um segundo turno para governador cada vez mais improvável e com a vantagem nítida para ocupar a vaga do Senado, as eleições em Alagoas, este ano, parecem que vão ter os resultados anunciados desde o primeiro semestre, antes e mantidos durante a primeira parte do horário gratuito de rádio e televisão. A eleição está tão fria que, em alguns comitês eleitorais e rodas políticas, a discussão é sobre as eleições municipais de 2016, principalmente nas grandes cidades como Maceió e Arapiraca. Parece que o grande acordo entre Renan Calheiros e Téo será realizado. E o suplente de Biu, Givago Tenório, não terá os quatro sonhados anos no Senado, representando as usinas. Os usineiros, aliás, migram para Renan Filho- como a Usina Coruripe. É a velha e tradicional Alagoas, prestes a completar o seu bicentenário de emancipação, que se impõe mais uma vez.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2014 FUNDO DO POÇO

Liminar segura dívida e vira herança maldita para o próximo governador Promessas para contratação de pessoal dependem de revisão do indexador da dívida; solução está em Brasília ODILON RIOS REPÓRTER

D

esde novembro de 2012, as contas de Alagoas se equilibram na ponta de uma espada afiadíssima: uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) conseguiu a redução da taxa de juros da principal dívida do Estado: a da lei 9.496, de 1997. É o maior pedaço do débito que supera os nove bilhões de reais (juntando outras dívidas). Corresponde a R$ 7,063 bilhões (dezembro de 2013). Os juros desta dívida crescem rapidamente: em dezembro de 2008, eram R$ 5,380 bilhões. Isso significa que em cinco anos ela esticou 31,28%. Será talvez a principal preocupação do próximo governador. E a negociação é difícil: depende de prestígio em Brasília e união da bancada federal. Alternativa quase impossível, considerando a difusão de interesses dos representantes alagoanos em Brasília. O que alarga a dívida? O custo dela é atrelado ao índice IGP-DI, que é calculado mensalmente e mede o comportamento dos preços. Além deste índice, há juros de 7,5% ao ano. E o pagamento limitado a 15% da Receita Líquida Real Média. Este cenário será herdado pelo próximo governador de Alagoas. Isto se esta liminar não for cassada antes do final do ano. A vantagem da liminar é a

pequena folga financeira: R$ 76 milhões. Os juros de 7,5% ao ano foram reduzidos a 6% e o limite de comprometimento15%- baixo para 11,50%. Uma das propostas- e isso seria via Senado Federal- é que exista a troca do indexador da dívida: o IGP-DI para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação. A vantagem: a dívida é cobrada com o IGP-DI mais 7,5% (juros). Com a mudança, será o IPCA mais 4% de juros. Se acontecesse a votação- e isso depende da força politica do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB)- nos cofres alagoanos ficariam entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões. Ao assinar a renegociação da dívida, na década em 1997, as regras estabeleciam que o pagamento seria em 360 parcelas e juros mínimos de 6% ao ano, além do IGP-DI. A regra é que o limite seria entre 11,5% e 15%, da receita líquida real, dos estados. Só que em Alagoas, usou-se o “teto”: os 15% para a cobrança. Não foi diferente de outros estados. Refinanciada por 30 anos, a dívida alagoana estava em 1998 orçada em R$ 2,3 bilhões. Em dezembro de 2004, R$ 5,1 bilhões, isso depois de 2002, com um novo acordo das Letras mais a dívida incorporada da falência do Produban, o banco do Estado. Um ano depois (2005), os cofres de Alagoas ti-

nham desembolsado R$ 1,8 bilhão em juros. Em dezembro de 2005, Alagoas já devia R$ 5,6 bilhões. Um cenário extremamente difícil. Principalmente porque os dois principais candidatos ao governo prometem o que obrigatoriamente exigirá dinheiro para se cumprir. Uma destas promessas? A convocação da reserva técnica da Polícia Militar, acampada em frente ao Palácio Floriano Peixoto. De acordo com a Secretaria da Fazenda, a folha de pessoal- entre 2012 e 2013- cresceu 8,22%. Saiu de R$ 3,055 bilhões para R$ 3,306 bilhões. As transferências constitucionais aos municípios cresceram- no mesmo período- 9,94%: de R$ 1,268 bilhão para R$ 1,394 bilhão. O próximo governador terá pela frente, ainda, a crise do setor sucroalcooleiro- que não significa o empobrecimento dos usineiros e sim a diminuição da oferta de empregos. Como distribuir empregos a quem não tem qualificação? Mais empregos significa mais arrecadação ao Estado, uma forma de esticar o orçamento, cuja previsão para o próximo governador é no valor de R$ 8,5 bilhões. Segundo o governo, de 2003 a 2013, foram gerados 16.098 empregos- segundo ele mesmo por causa da política tributária adotada na era Vilela mais a infraestrutura adequada à localização privilegiada, que resultaram em um forte poder de atração de diversas indústrias. Segundo a Secretaria da Fazenda, a renúncia fiscal para a instalação destas indústrias para 2013 foi de R$ 243,6 milhões ante a geração de massa salarial de R$ 439,5 milhões.


extra FUNDO DO POÇO O Prodesin, diz o governo, mantem 16.098 empregos. Em 2014, segundo a Sefaz, esta renúncia fiscal será de R$ 264,1 milhões (2014) e R$ 285,6 milhões (2015). Na Cadeia Produtiva da Química e do Plástico (2008 e 2013), os investimentos foram de R$ 2,3 bilhões, com 30 novas empresas e geração de 3.795 empregos diretos. Faturamento destas indústrias- diz o Governodobrou em cinco anos. O setor sucroenergético e suas 24 usinas ainda dão o impacto do emprego e do desemprego no Estado, mas o modelo está se esgotando. Gera 94.241 empregos- de acordo com a Sefaz. Em cinco anos, perdeu muito em produtividade e em tecnologia de rendimento. A crise reduziu a geração de empregos, em 2013, das usinas, para 77.754. “Ressalta-se, ainda, a crise do setor sucroalcooleiro em face dos subsídios à gasolina e dos custos elevados que tiraram a competitividade do setor. A paridade com o preço da gasolina, controlado pelo governo nos últimos anos, refletiu em um valor para o etanol, o qual não remunerou os investimentos e, em muitos casos, gerou prejuízo refletindo na perda de empregos. Considerando o período de 2009 a 2013, a perda foi de 16.487 empregos”, diz o Governo. “Além disso, a diminuição da participação do segmento da Indústria de Transformação em relação ao PIB do Estado de Alagoas entre 2003 e 2011 é reflexo da ausência de investimentos do setor sucroalcooleiro em face que a fronteira da cana foi exaurida e os empresários passaram a investir nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Tocantins e São Paulo”, explica o relatório da secretaria. FEDERALIZAÇÃO Um dos focos de expansão da economia alagoana está no segmento da Construção Civil. De acordo com o Governo, em 2012, o cenário nacional de expansão do crédito imobiliário, mais os programas de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha Casa Minha Vida gerou 22.706 empregos, entre 2007 e 2013. Mesmo assim, a era tucana prevê que este volume de recursos seja acompanhando, nos próximos anos,

de uma “ressaca”, impactando no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS. Diz o relatório governamental: “Entretanto, após o seu impacto inicial positivo, poderá se iniciar o período de ressaca, reflexo do alto comprometimento da renda com a amortização do financiamento aliada ainda ao fato que a alta valorização dos imóveis em relação à renda, conforme já salientado, diminuirá a propensão para a aquisição de imóveis ou, caso haja a expansão do financiamento imobiliário, o consumidor terá um alto serviço da dívida considerando o atual valor do imóvel, considerado um período de 30 anos, impactando no cenário de baixa arrecadação do ICMS”. Segmentos de serviços e comércio mostram a importância da geração de emprego, com 206.295 do total de empregos formais. O dinamismo, diz o Governo, veio das transferências da Previdência Social e do Bolsa Família, que atraiu grandes redes varejistas e de materiais de construção. Em 2004, os segmentos de serviços e comércio representavam 31,5% do total de empregos formais e passaram a representar 41,4% em 2013. A Previdência Social, em 2007, transferiu montante de R$ 1,907 bilhão para 360 mil beneficiários; o Bolsa Família, R$ 289 milhões, naquele mesmo ano. Em 2013, a Previdência somou repasse de R$ 4,475 bilhões; o Bolsa, R$ 750 milhões. “Ressalta-se que a real limitação do crescimento econômico do Estado de Alagoas não se baseia apenas numa limitada base econômica produtiva, mas principalmente no que concerne a sua característica econômica, baseada na renda sem produção evidenciada através do alto volume das transferências da Previdência Social e do Programa de Bolsa Família. Além disso, evidencia uma reduzida capacidade para produzir conhecimento e tecnologia em face da baixa qualificação do capital humano, mas principalmente os efeitos dos limites estruturais do crescimento econômico no Brasil, os quais impactam significativamente o incremento do PIB do Estado”, detalha o relatório da Sefaz.

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CADÊ O DINHEIRO?

Reconstrução em Alagoas consome R$ 1,25 bilhão sem concluir obras Quatro anos depois da enchente, reportagem do Fantástico flagra irregularidades com dinheiro que deveria amparar desabrigados DA REDAÇÃO

E

m junho de 2010, chuvas torrenciais devastaram 19 municípios de Alagoas. A memória coletiva alagoana jamais esquecerá a tragédia, documentada em imagens dramáticas. Cidades inteiras foram quase varridas do mapa. Dezenas de milhares de famílias perderam todo o pouco que tinham. A fúria das águas dos rios Mundaú e Paraíba arrastou casas, escolas, hospitais, postos de saúde, prédios, veículos, transformou bairros inteiros em destroços, derrubou pontes e arrasou estradas. Depois que a chuva passou, o cenário era desolador. Mais de 70 mil pessoas estavam desabrigadas e sem nada de seu. Pelo menos 30 morreram. Um cenário de destruição dominava grandes extensões do território alagoano. O país inteiro, comovido, se mobilizou para ajudar os desabrigados em Alagoas. O governo federal pediu pressa nos projetos de reconstrução, dando prioridade às habitações populares perdidas. Os governos Lula e Dilma mandaram para cá um

volume considerável de recursos. Ao todo, R$ 1 bilhão 254 milhões foram transferidos de Brasília para o Estado, dentro do chamado Programa de Reconstrução. Passados quatro anos do desastre, o que foi feito com essa fábula de dinheiro? Mais importante ainda: o que não foi feito, e por quê? No último domingo (14), o programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu uma reportagem sobre o destino dos recursos para a reconstrução das 19 cidades alagoanas e de outras 68 em Pernambuco também atingidas pela enchente. O que apareceu na tela da TV mostra, em relação a Alagoas, diversas irregularidades. Em Santana do Mundaú, perto da divisa com Pernambuco, ainda podem ser vistas, quatro anos depois da inundação, crianças estudando à beira do rio, na mesma escola que deveria ter sido desativada porque está em local de risco. Motivo: a escola que foi reconstruída em outro local, simplesmente desabou. O caso de Santana do Mundaú é apenas um dos vários flagrados pela reportagem do Fantástico. Há

A reconsrtrução ja consumiu, até agora, mais de R$ 1 bilhão, mas as obras ainda não foram concluídas

postos de saúde em ruínas, casas do Programa de Reconstrução cuja construção, já paga, ainda não foi concluída e outros malfeitos constatados. Em União dos Palmares, por exemplo, uma das notas fiscais emitidas pela prefeitura indica a utilização de um veículo que teria sido usado para transportar alunos de União até Recife, em Pernambuco. Além do despropósito do itinerário, acontece que o veículo em questão é um reboque usado no corte de cana-de-açúcar. A reportagem afirma ter constatado diversos outros casos de notas fiscais emitidas – e pagas – por serviços que nunca foram prestados. Ou seja, roubo de verba pública, na forma mais rudimentar. Outras notas, ainda mais absurdas, cobram pelo transporte de professores em municípios alagoanos.

Quando a reportagem foi verificar a procedência dos veículos “utilizados” no transporte, constatou que eles estavam em cidades do interior de Minas Gerais e do Ceará, e de lá nunca saíram, muito menos para Alagoas, segundo depoimentos de seus proprietários à reportagem. Nesse caso, o prefeito de União dos Palmares, Beto Baía, entrevistado pelo Fantástico, afirmou que não tinha conhecimento de nenhuma das fraudes mostradas pela reportagem e disse que os culpados devem ser punidos. “Vamos apurar isso”, garantiu o prefeito. Ainda há 2 mil famílias desabrigadas Do total de R$ 1 bilhão 254 milhões liberados pelo governo federal para a Reconstrução em Alagoas, a maior fatia, segundo a reportagem, foi para a construção de moradias para

as famílias atingidas pela enchente. Foram R$ 713 milhões 291 mil 447,83, em números exatos. Outra bolada, de R$ 540 milhões 684 mil, foi destinada à recuperação de estradas, pontes, infraestrutura, prédios públicos, escolas, hospitais e outras obras consideradas urgentes. Segundo dados oficiais, até três meses atrás (18 de junho, data do último levantamento), nada menos que 2 mil famílias ainda aguardavam suas casas da Reconstrução. O coordenador da Reconstrução em Alagoas, Hebert Motta, alega que o governo do Estado “enfrentou uma série de problemas” para a conclusão das obras, mas está “empenhado” em regularizar a questão. Prometeu que “até o fim do ano” (fim do governo também) as obras sejam todas entregues.


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ELEIÇÕES 2014

Benedito de Lira é campeão nacional em censura à imprensa e redes sociais Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e Google acompanham ações judiciais em todo o País VERA ALVES veralvess@gmail.com

H

á um antigo ditado popular que diz que “o peixe morre pela boca” e ele bem parece se aplicar a determinadas situações nas eleições deste ano em Alagoas. Há quatro anos, quando concorreu a uma vaga ao Senado tendo como maior adversária Heloísa Helena (PSOL), o agora candidato a governador Benedito de Lira (PP) soube como ninguém tirar proveito das redes sociais e, graças a animações, ainda hoje disponíveis no Youtube, derrotou a vereadora de Maceió. Pois bem: atualmente, Biu de Lira é o campeão nacional de ações judiciais que tentam retirar contéudos sobre sua pessoa das redes sociais, inclusive do Youtube. Até a noite da quarta, 17 de setembro, Biu era o autor de 10% das 121 ações computadas pelo site Eleição Transparente (www. eleicaotransparente.com.br) lançado no dia 27 de agosto último pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e Google com o objetivo de monitorar a censura judicial à imprensa. A maior parte dos processos (59%) é de candidatos a governador do Estado; 72 em números absolutos, sendo que 13 patrocinadas pelo candidato do PP em Alagoas, ao passo que o segundo colocado em censura era Flávio Dino de Castro e Costa, candidato ao governo do Maranhão pelo PC do B, com 9 ações (7% do total), empatado com Expedito Gonçalves Ferreira Júnior, candidato do PSDB em Rondônia. No ranking de unidades da federação, Alagoas desponta como

o segundo estado em número de ações de censura. A liderança, pelo menos até a noite da quarta, pertencia ao Paraná, com 19 ações (15% do total), enquanto a Terra dos Marechais despontava com 18 processos (14%). Além de Benedito de Lira, são igualmente censores o filho dele e candidato à reeleição de deputado federal Arthur Cesar Pereira de Lira (PP), o candidato também à reeleição na Câmara Federal Maurício Quintella Malta Lessa (PR), os candidatos a deputado estadual Galba Novais de Castro Junior (PRB) e Carlos Alberto da Silva Albuquerque (PTC) e o PP (Partido Progressista), que se insurgiu contra o Ibope sobre pesquisa realizada ainda durante o período pré-eleitoral. A maior parte das demandas de Benedito de Lira é contra as redes sociais, mais especificamente contra a empresa Google Brasil Internet Ltda. por postagens no Youtube (a tal dancinha), contra oInstagram, Facebook Serviços OnLinedo Brasile o Twitter. Há, ainda, demandas contra o jornal EXTRA e o site do semanário (www.extralagoas. com.br). O campeão de ações judiciais em Alagoas nas eleições deste ano (veja box ao lado) tem também outros processos contra empresas de comunicação ainda não computados pela Abraji e Google. É o caso dos processos contra o portal de notícias Gazetaweb, de propriedade do senador e candidato à reeleição Fernando Collor (PTB), integrante da coligação Com o Povo pra Alagoas Mudar e que tem como candidato ao governo Renan Filho (PMDB).

http://www.eleicaotransparente.com.br/home/367et541a2d5992c7c

O www.eleicaotransparente. com.br possibilita ao visitante filtrar os dados e visualizar os pedidos de censura por candidato, unidade da federação, partido ou, ainda, por empresas que foram alvo das notificações. E o que é mais importante, permite conferir os detalhes das ações no próprio portal da Justiça Eleitoral. Como os dados são alimentados diariamente, é comum a oscilação de posição no ranking. No caso dos candidatos, Benedito de Lira já despontava como líder em ações para remoção de conteúdo quando do lançamento do portal, a 27 de agosto, havia caído duas posições na terça-feira, 16, mas um dia depois já havia retornado à condição de campeão. Co suas ações, o senador do PP conseguiu colocar Alagoas à frente inclusive dos maiores colégios eleitorais do país, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro que detinham, respectivamente, 9, 3 e 7 processos de censura contra a mídia até a noite do dia 17.

Candidato do PP é o recordista em ações na Justiça Eleitoral Vencendo ou não as eleições de 5 de outubro, o senador Benedito de Lira já entra para a história como o recordista em ações na Justiça Eleitoral. Só este ano, em que pleiteia a cadeira hoje ocupada pelo tucano Teotonio Vilela Filho, Biu de Lira já ingressou com 461 processos contra adversários, número que se sobrepõe ao da sua própria coligação, a Juntos com o Povo pela Melhoria de Alagoas (PPS, PP, PSDC, PRP, PR, PSL, PSB, DEM e SD), que contabiliza 236 processos judiciais, números válidos até a última quarta-feira, 17 de setembro. Incluindo-se os processos ajuizados em 2010, quando Benedito de Lira conquistou o atu-

al mandato de senador, são 568 ações por ele impetradas na Justiça Eleitoral, a maioria contra adversários políticos e pedindo direito de resposta na propaganda eleitoral. Na segunda posição, com 118 processos, está a coligação Com o Povo pra Alagoas Mudar (PV, PT do B, PMDB, PROS, PC do B, PSC, PHS, PTB, PSD, PDT e PT), cujo candidato ao governo do Estado, portanto adversário direto de Biu, é o deputado federal e ex-prefeito de Murici Renan Filho (PMDB). O filho do presidente do Senado, Renan Calheiros, havia ajuizado de forma individual, até então, apenas 4 ações, nenhuma de censura a redes sociais ou ve-

ículos de comunicação, algo que também se explica pelo fato de estar sendo apoiado pelos detentores dos principais meios de comunicação do estado, a começar pelos integrantes da Organização Arnon de Mello, de propriedade do senador Fernando Collor (PTB). Na terceira posição em quantitativo de ações ajuizadas até o dia 17, está a coligação Frente de Esquerda de Alagoas, composta pelo PSOL e PSTU, com 21 processos, seguida por Um Novo Jeito de Fazer, a coligação que reúne PSDB e PRB e que tem por candidato ao governo do Estado o vereador tucano de Palmeira dos Índios Júlio Cezar da Silva, com 6 ações.


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Estudo aponta nomes dos candidatos com maiores chances de chegar à ALE e Câmara Analista político, o professor Marcelo Bastos faz radiografia da disputa proporcional no Estado JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

P

olítica não é uma ciência exata. Para um candidato ser eleito vários fatores são levados em conta, desde a básica estrutura financeira até o carisma do concorrente, esse por sua vez intransponível. As eleições proporcionais deste ano em Alagoas refletem um cenário de uma renovação branca, onde muitos dos que serão eleitos mudam apenas de posição no assento, mas continuam com mandato eletivo e outros que recebem a herança política do pai. O professor Marcelo Bastos, diretor geral do Marcelo Cursos e do Colégio Pontual, estudioso e pesquisador do sistema político brasileiro, traçou um estudo com base em inúmeras informações para discorrer os nomes dos futuros deputados federais e estaduais de Alagoas. “Na minha análise eu levo em consideração fatores relevantes, como: pesquisa de consumo interno dos partidos e candidatos, às quais tenho acesso, estrutura financeira de cada concorrente, o que ele vem realizando de atividades de campanha através das redes sociais, se é político de vários mandatos, sua notoriedade e aceitação popular e por fim o sentimento popular por onde tenho andado, em dezenas de bairros de Maceió e cidades do Estado”. Marcelo enfatizou que a bancada federal, segundo seu prognóstico, tem nomes certos, assim como os representantes da Casa de Tavares Bastos. “Alguns candidatos a deputado, seja federal ou estadual, pos-

suem estruturas para concorrer a cargos majoritários. A eleição em Alagoas é uma das mais caras do país, mas essa relação econômica está intimamente ligada com miséria e os currais eleitorais em cada região do Estado”. A coligação PRTB, PPL e PMN para deputado federal por exemplo, tem o ex-prefeito da capital, Cícero Almeida, como um dos favoritos para chegar à Câmara Federal. O quociente eleitoral para eleger o primeiro de cada bloco deve ser de 158 a 163 mil votos. Quem pode se beneficiar com a votação expressiva de Almeida é Val Amélio, filho do presidente do Tribunal de Contas do Estado, Cícero Amélio. Na coligação PP, PPS, PSDC,PRP,PR,PSL,PSB, SD e DEM os principais expoentes são Arthur Lira, filho do candidato ao governo Benedito de Lira, e Maurício Quintella. João Henrique Caldas, Nivaldo Albuquerque, Régis Cavalcante e Fátima Santiago devem ter uma relevante quantidade de votos, o que pode gerar uma terceira vaga. PV, PT do B, PMDB, PROS, PC do B, PSC, PHS, PTB, PSD, PDT e PT, segundo o professor Marcelo Bastos, pode conquistar de 3 a 4 vagas na Câmara Federal. Givaldo Carimbão, deputado de inúmeros mandatos, Marx Beltrão, uma das maiores estruturas de campanha, e Ronaldo Lessa, que conta com a massa de eleitores da capital devem ser três nomes certos na Câmara Federal em 2015. Devem brigar pela quarta e remota quinta vagas: Paulão e Rosinha da Adefal. João Lyra,

deputado federal de mandato, seria o nome que alavancaria a quinta vaga devido sua expressiva votação, mas o parlamentar se afastou do pleito. O PSDB em parceria com o PRB luta para eleger Pedro Vilela, o sobrinho do governador Teotonio Vilela. O esforço para o êxito do candidato a deputado federal é realizado do mais simples tucano até o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, que tem insistentemente pedido votos para Pedro no guia eleitoral da TV e rádio. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA PRTB, PPL e PMN tenta emplacar o trio Antônio Albuquerque, João Beltrão e Cícero Ferro novamente na Casa de Tavares Bastos. Mas dessa vez o trio tem a companhia de Francisco Tenório, que não disputa a reeleição a deputado federal e quer retornar à Assembleia Legislativa. Essa coligação ainda conta com dois concorrentes com grande estrutura: Léo Loureiro e Jairzinho Lira. Dos citados, apenas três ou quatro devem ser eleitos. Jó Pereira, Inácio Loiola, Jeferson Morais, Marcos Barbosa, João Caldas, Chico Holanda, Severino Pessoa, Alberto Sextafeira estão na coligação PSB, SD, DEM, PP, PPS, PRP, PR, PSDC e desse quadro devem ser eleitos de quatro a seis deputados. Correm por fora nesse grupo: Ângela Garrote, ex-prefeita de Estrela de Alagoas, e o Pastor João Luiz, que é vereador por Maceió. A coligação que vai contar com o maior número de eleitos é formada por PDT, PMDB, PSC,

Em 2012, Marcelo acertou a nova composição da Câmara de Maceió

PTB e PSD, acredita o analista. De oito a 10 deputados serão eleitos. Os nomes mais contados no atual cenário são: Sérgio Toledo, Ricardo Nezinho, Olavo Calheiros, Dudu Holanda, Isnaldo Bulhões, Luiz Dantas, Cícero Cavalcante, Wilson Júnior, Cidoca, Jota Cavalcante e Alves Correia. Devem ter uma boa votação nessa coligação, mas não serão eleitos: Thaise Guedes, Tarcizo Freire, Ferreira Hora, Dr. Ronaldo Luz e Kil. O PROS, PT do B, PHS, PC do B e PV conta com Marcelo Victor, deputado de mandato e “puxador de votos”, como os analistas caracterizam políticos com densidade eleitoral. Brigam pela segunda vaga dessa coligação: Carimbão Júnior, filho do deputado federal Givaldo Carimbão, e Professor Edvaldo.

O Partido dos Trabalhadores usou a mesma estratégia do último pleito para deputado estadual: não fez coligação. Assim como na última eleição, o PT pode eleger até três deputados. Judson Cabral, Marquinhos Madeira, Ronaldo Medeiros e Pinto de Luna almejam chegar ao legislativo estadual. Por fim, o PSDB em parceria com o PRB, assim como fez para deputado federal, vai tentar eleger de dois a três parlamentares estaduais. São eles: Bruno Toledo, Gilvan Barros Filho, Edval Gaia Filho, Galba e Rodrigo Cunha. Vale lembrar que o analista Marcelo Bastos acertou, em 2012, o nome dos 21 vereadores eleitos em Maceió, conforme atesta publicação do semanário EXTRA na época e anterior à votação.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2014-

ELEIÇÕES 2014

Análise mostra nomes dos possíveis deputados eleitos DEPUTADOS FEDERAIS:

(PV, PT do B, PMDB, PROS, PC do B, PSC, PHS, PTB, PSD, PDT e PT) – De 3 a 4 eleitos: Ronaldo Lessa

(PRTB, PPL e PMN) – De 1 a 2 eleitos:

Marx Beltrão

Cícero Almeida

Givaldo Carimbão

Val Amélio

Paulão Rosinha da Adefal

(PP, PPS, PSDC,PRP,PR,PSL,PSB, SD e DEM) – De 2 a 3 eleitos: Arthur Lira

(PSDB e PRB) - De 1 a 2 eleitos:

Maurício Quintela

Pedro Vilela

João Henrique Caldas

Rogério Teófilo

DEPUTADOS ESTADUAIS:

Insnaldo Bulhões

(PRTB, PPL e PMN) – De 3 a 4 eleitos:

Cícero Cavalcante

Antônio Albuquerque João Beltrão Francisco Tenório Cícero Ferro Jairzinho Lira Léo Loureiro (PSB, SD, DEM, PP, PPS, PRP, PR, PSDC) – De 4 a 6 eleitos: Jó Pereira Inácio Loiola Jeferson Morais Marcos Barbosa João Caldas Chico Holanda Severino Pessoa Davi Davino Alberto Sextafeira (PDT, PMDB, PSC, PTB e PSD) - De 8 a 10 eleitos: Sérgio Toledo Ricardo Nezinho Olavo Calheiros Dudu Holanda

Luiz Dantas Wilson Júnior Cidoca Jota Cavalcante Alves Correia Thaise Guedes (PROS, PT do B, PHS, PC do B e PV) – De 1 a 2 eleitos: Marcelo Victor Carimbão Júnior Professor Edvaldo (PT) – DE 1 a 3 eleitos: Judson Cabral Marquinhos Madeira Ronaldo do Medeiros Pinto de Luna (PSDB e PRP) – De 2 a 3 eleitos: Bruno Toledo Gilvan Barros Filho Edval Gaia Filho Rodrigo Cunha Galba Novaes

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14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2014 DECISÃO

STF decide que Sesc e Senac não precisam contratar por concurso Decisão atinge outras dez empresas que integram o chamado sistema S; por unanimidade, ministros rejeitaram contestação do Ministério Público NATHALIA PASSARINHO Do G1, em Brasília

O

Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quartafeira (17), por unanimidade, que as empresas do chamado sistema S não precisam contratar pessoal por meio de concurso ou seleção com critérios objetivos. O sistema S é o nome dado ao conjunto de 12 entidades de serviços sociais autônomos voltadas para o trei-

namento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica. Entre os integrantes do sistema S está o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Social da Indústria (Sesi), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac) e o Serviço Social de Transporte (Sest). Atualmente essas empresas

não adotam concurso para contratação, mas uma ação do Ministério Público do Trabalho contestava a falta de regras objetivas para o emprego de funcionários. Em parecer protocolado no Supremo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deu razão ao Ministério Público do Trabalho. Para a PGR, as empre-

sas do sistema S precisam seguir as regras de seleção por concurso porque recebem dinheiro público para formar parcerias com a União. “Se a pessoa privada aufere rendas públicas para atuar em parceria com a Administração, razoável que ela se submeta a um processo transparente de arregimentação

de pessoal”, disse o subprocuradorgeral da República Wagner de Castro Mathias Netto. Para ele, a seleção para contratação de pessoal nessas empresas condiria com os princípios constitucionais de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade na administração pública. Ao defender a liberdade de contratação do Serviço Social de Transporte (Sest), o advogado Carlos Velloso argumentou que as empresas do sistema S são privadas e não precisam seguir as regras da administração pública. “O que está em discussão é se uma entidade eminentemente privada precisa se submeter às regras de empresa pública”, frisou o ex-ministro do STF na sustentação oral feita no plenário da Corte. Por unanimidade, os ministros do Supremo entenderam que, por ser pessoa privada, a Sest não se submete às leis e princípios característicos de empresas públicas. Eles rejeitaram o recurso proposto pelo Ministério Público do Trabalho e reconheceram a constitucionalidade do atual regime de contratação adotado pelas empresas do sistema S.


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ELEIÇÕES 2014

Crescimento de Renan Filho abre chance de vitória no 1º turno Na pesquisa do Ibope, o candidato do PMDB chegou a 43% dos votos válidos e Benedito de Lira a 26%. No levantamento Vozes/EXTRA, Renan Filho tem com 40% e Biu 24% DA REDAÇÃO

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as últimas pesquisas do Ibope e do Vozes/EXTRA, os números dos candidatos se moveram dentro da margem de erro, o que tecnicamente significa variações positivas ou negativas na comparação com levantamento imediatamente anterior. Renan Filho aparece com 40% na pesquisa Vozes e Benedito de Lira 24%, divulgada dois dias depois do levantamento feito pelo Ibope que apresentou o candidato do PMDB com 43% e o pepista com 26%. Por estas sondagens, Renan Filho teria 57% dos votos válidos e seria eleito no 1º turno, já que os restantes dos adversários não ultrapassam os 3% dos votos válidos. A pesquisa Vozes/EXTRA foi realizada entre os dias 7 e 9 deste mês e ouviu 800 eleitores. A margem de erro é de 3% para mais ou para menos dentro de intervalo de confiança de 95% e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas sob o número 11/2014, protocolo BR-626/2014. Já o Ibope fez a pesquisa entre os dias 6 e 11 de setembro e ouviu 812 eleitores. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Re-

gional Eleitoral com o número AL- 00010/2014. Façamos agora uma comparação entre as pesquisas da Exatta/TV Pajuçara e Ibope/TV Gazeta. Pela Exatta, que foi divulgada dia 4 deste mês, e pelo Ibope, a curva de Renan Filho saiu de 40% para 43%, o que mostra um crescimento relativo à margem de erro. Já Biu tinha 27%, e agora está com 26%, o que representa uma queda de 1 ponto percentual. Os votos válidos não levam em consideração as intenções de votos brancos e nulos, mesmo critério adotado no processo de apuração das eleições pela Justiça Eleitoral. VOTOS VÁLIDOS Na eleição, a Justiça Eleitoral totaliza os votos válidos para encontrar os percentuais obtidos por cada candidato. Nas pesquisas, o processo é exatamente inverso, utilizando os percentuais de cada candidato para calcular o que eles representariam em número de votos válidos. O método leva em conta os índices de abstenção, votos brancos e nulos registrados no pleito imediatamente anterior, o universo atualizado dos eleitores registrados no TRE, e os índices de votos válidos das pesquisas, respeitando rigorosamente todas as médias ponderadas adotadas pelos ins-

titutos.

RENAN FILHO LIDERA ESPONTÂNEA Na pesquisa espontânea, em que o eleitor é perguntado em quem votaria se as eleições fossem agora sem que lhe seja apresentada a relação de candidatos, a liderança se mantém para Renan Filho: na pesquisa do Vozes/EXTRA Renan aparece com 20,5% e Biu de Lira vem em seguida com 17,2%. Os demais candidatos não foram citados. A maior perspectiva de vitória nas eleições deste ano, segundo a maioria dos eleitores pesquisados, é de Renan Filho. Mesmo os eleitores que declararam intenção de votar em outros candidatos o apontaram como favorito. Renan Filho mantêm liderança nas pesquisas do Ibope e Vozes

Biu de Lira não cresce e vê ficar mais distante possibilidade de a eleição ser definida apenas em 2º turno


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ELEIÇÕES 2014

Resultado de pesquisa do TNH1 levanta suspeita de fraude Números destoam das demais sondagens realizadas em Alagoas DA REDAÇÃO

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Sistema Pajuçara de Comunicação, através de seu portal TNH1, divulgou nesta quinta-feira (18/09) uma nova pesquisa em parceria com o Ipesp sobre as intenções de voto para o governo de Alagoas. Chama a atenção os números que destoaram das demais pesquisas realizadas até então no estado. Vale ressaltar que o Sistema tinha uma parceria de anos com o instituto Exatta, principal concorrente do Ipespe, e sem maiores explicações cancelou a sociedade por motivos que levam a pensar que os levantamentos feitos pela Exatta não satisfizeram os interessados, lembrando que um dos coordenadores da campanha de um dos candidatos ao governo é acionista da TV Pajuçara, que faz parte do sistema de comunicação. Os números da pesquisa do TNH1 mostram uma diferença de 9 pontos percentuais entre o primeiro colocado, Renan Filho

(PMDB) que aparece com 36% das intenções de voto, contra 27% do segundo lugar, Benedito de Lira (PP). Dados estes totalmente diferente das últimas pesquisas divulgadas no Estado, onde o Ibope apresentou o peemedebista com 43 % e o pepista com 26%. E a pesquisa Vozes mostrou Renan Filho com 40% e Biu de Lira com 24%. A margem de erro é de 2,4% para mais ou para menos, o que, ainda assim, reflete uma distorção com relação aos números apontados pelo Ibope e Vozes. O EXTRA entrou em contato com o Ipespe para saber qual a metodologia usada e que talvez possa explicar a diferença. A resposta foi dada pela pessoa de Bernardete, que responde pelo setor administrativo. “Não podemos nos posicionar sobre nada, pois só fomos contratados, quem deve responder é a Pajuçara Editora e Notícias que nos contratou”. O Ipespe, instituto contratado pelo TNH1/Pajuçara/Biu, teve duas pesquisas suspensas

por ordem do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba; uma há poucos dias e outra no mês passado. Na eleição para prefeito, em 2012, o Ipespe errou tão feio no Pará que teve de se retratar publicamente. A reportagem também procurou a Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) para saber se o instituto Ipespe é

filiado à entidade. Respondendo pela empresa, a Tamer Consultoria de Comunicação informou que não existe registro de filiação do instituto de Pernambuco e ainda alegou que um instituto ao ser filiado à Abep, destaca-se como empresa que segue padrões internacionais de qualidade, cumpridora das normas Esomar e da Auto Regulamentação da

Abep. Só pra lembrar: Givago Tenório, um dos donos da Pajuçara é suplente de Biu no Senado, e tem total interesse na vitória do candidato para que possa assumir o mandato de senador em Brasília. Tucano, o prefeito Rui Palmeira, que aparece na TV pedindo voto para Biu, também é sócio do grupo Pajuçara.


18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2014 CULTURA

Jornalista Jair Pimentel lança o livro “O Rapto da Sinhazinha” Romance remete ao período da invasão holandesa em Alagoas, na primeira metade do século XVII MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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pós 15 anos de pesquisas, o jornalista e escritor Jair Barbosa Pimentel presenteia seu público com mais uma obra. Dessa vez, o leitor vai enveredar pela história de Alagoas, precisamente fatos ocorridos na metade do século XVII, período conturbado e tumultuado quando o estado ainda pertencia à Capitania de Pernambuco. O livro, “O Rapto da Sinhazinha”, é um misto de intrigas, amor, perseguição, ódio, traição e outros fatos típicos da época. Em seu primeiro romance histórico, o autor contou com a ajuda dos processos daquela época, fatos passados, de lembranças conscientes ou não, além de depoimentos. De leitura atrativa, a ponto de prender o leitor do começo ao fim, “O Rapto da Sinhazinha” realmente existiu e se passou durante a invasão Holandesa em Alagoas. Trata-se do amor de uma das filhas do então capitão-mor de Porto Calvo, Rodrigo de Barros Pimemntel, com seu algoz- um sargento do Exército Holandês. São 114 páginas recheadas com um misto de realidade e ficção. Jair aproveitou o rapto contado em livros escritos pelos holandeses e criou os momentos de romantismo, a captura, o sofrimento e ainda deu asas à imaginação do leitor que tem o poder de aceitar ou não os fatos e buscar também criar o seu final, feliz ou não. “Aos

18 anos, linda, loira, sempre vestida impecavelmente..., a sinhazinha sonhava com seu príncipe encantado, que finalmente chegou...” diz um fragmento da obra. O capítulo dedicado a sinhazinha se desenrola com o namoro, a fuga, sofrimento e outros atrativos que só lendo o livro para saber o desfecho dessa história intrigante, porém comovente. Humilhação, guerrilhas, destruição e restauração da economia do Estado, com final feliz para os senhores de engenho também fazem parte da obra. O livro remete o leitor a um passeio pela História. E foi nestas andanças pelo mundo das letras e outras pesquisas que Jair percebeu que aos poucos escrevia a história de um grande homem: Rodrigo de Barros Pimentel- o pai da sinhazinha. O enredo se passa na prisão do Forte do Brum em Recife, onde o capitão foi levado pelos holandeses por ficar ao lado dos portugueses. Porém, o desenrolar do romance acontece na noite em que antecede sua morte. O romancista vai mais longe e dedica a segunda parte do livro a genealogia completa e documentada da família Pimentel, fundada na Espanha, passando por Portugal e chegando ao Brasil na segunda metade do século XVI. “A genealogia é como uma colcha de retalhos. Vai se juntando as informações documentadas, com nome e sobrenome, época em que essas pessoas viveram,

Jair Pimentel em pesquisa para escrever “O Rapto da Sinhazinha”

tudo de trás para a frente, até chegar a sua geração”, ensina Jair Pimentel ao acrescentar que dedicou um capítulo do livro com agradecimentos e fontes de pesquisa. Quem quiser adquirir O Rapto da Sinhazinha basta acessar facebook de Jair Pimentel ou enviar e-mail para jornalista.jairpimentel@gmail. com. Também encontra-se à venda na Banca da Cultura, próximo a Unimed, Farol, e na portaria do prédio em que reside com direito a dedicatória. O valor é de R$ 20,00.

o Dia, Tribuna Independente e site repórteralagoas. Jair também trabalhou como professor de História, Sociologia, Economia e Atualidades em colégios e cursinhos preparatórios para vestibular de Maceió. Na literatura, publicou os livros Família Pimentel- De Portugal ao Bananal (genealogia) e História de Alagoas- dos Caétes aos Marajás (livro-reportagem, No Tempo do Brucutu (memória) e A Índia Engaiolada (memórias), Diário de um Jornalista Sessentão e agora, O Rapto da Sinhazinha.

O AUTOR Jair Barbosa Pimentel nasceu em Viçosa-Alagoas- no dia 20 de março de 1951. Primeiro filho de Joel Pimentel Victal e Leonilda Barbosa, começou no jornalismo aos 14 anos incentivado pelo pai, também jornalista. São 47 anos dedicados à profissão com passagem pelos principais veículos de comunicação de Alagoas. Atualmente, colabora nos jornais EXTRA e

ESPAÇO CULTURAL Jair Pimentel aproveitou seu tampo livre, de aposentado, para criar no Povoado Bananal, Zona Rural de Viçosa, um Espaço Cultural, como ponto de leitura. Lá, o jornalista e escritor instalou todo o acervo que existia em sua casa, em Maceió e, agora, disponibiliza para a comunidade, tudo gratuitamente. A iniciativa encontra-se registrada no Ministério

da Cultura e não se trata de ONG ou Ocip. Uma das atividades do espaço é a Escola dos Sábados intitulada Professora Maroca Pimentel, onde Jair dar aula sobre os mais diversos temas. Também funciona o Clube do Livro Professora Julita Pimentel (empréstimo de livros), trazendo e levando, para devolver na semana seguinte. “A cada dia de sábado, venho recebendo novos alunos. Esse é meu objetivo: trazer a cultura, o hábito de ler a essa comunidade, carente do saber. Quero transformar todos em verdadeiros cidadãos intelectualizados”, afirmou Pimentel. O espaço, que ocupa dois armazéns construídos na década de 1890, que serviam de loja de tecidos e chapéus, armazém de secos e molhados é o mais novo ponto turístico cultural, aberto ao público de quinta a sábado. Trata-se de um ambiente completamente diferente da sala de aula com: Biblioteca, Clube do Livro, Hemeroteca, Espaço Folclórico e Museu. Vale a pena conhecer o mais novo endereço da cultura alagoana. O espaço fica localizado no Povoado Bananal, saída de Viçosa, com destino a Paulo Jacinto. Voluntariamente, Jair espera a todos de braços abertos.


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“O Brasil do futuro não vai ser o que os velhos historiadores disserem e os de hoje repetem. Vai ser o que Gilberto Freyre disser”. (Monteiro Lobato)

pedrojornalista@uol.com.br

Luiz Otávio

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arina Silva participou esta semana de um jantar com banqueiros e investidores nacionais. Cada participante teve de pagar R$ 100 mil para sentar à mesa com a candidata do Partido Socialista Brasileiro; oferecido por FlorianBatunek, da empresa de investimentos Constellation, o encontro contou com as presenças de nomes como José Berenguer, do JP Morgan, Luiz Stuhlberger, do CreditSuisse, José Roberto Moraes, do Grupo Votorantim, Ana Maria Diniz, ex-Pão de Açúcar, Andrea Pinheiro, do BR Partners, e Jair Ribeiro, do Indusval; tesoureiro de Marina, Álvaro de Souza (ex-Citibank) justificou o preço de R$ 100 mil alegando ser necessário financiar “a luta de David contra Golias”. Segundo o colunista Lauro Jardim, “Se o jantar de Marina Silva com parte do mercado financeiro, na casa de FlorianBatunek, da empresa de investimentos Constellation, em São Paulo, fosse um teste, a candidata teria passado com louvor. Marina convenceu, ao responder perguntas duras sobre os rumos da economia, e garantiu que vai propiciar a retomada do ambiente de negócios no Brasil. Também ironizou a satanização que o PT tem feito de seu nome e suas propostas.” Na verdade Marina Silva está muito parecida com Dilma, que por sua vez está muito parecida com Marina.

Alexandre Lages Ao final da gestão Teotônio Vilela Filho, o secretário de Gestão Pública, Alexandre Lages, se prepara para entregar o órgão ao seu sucessor em situação algumas vezes melhor do que encontrou. Não apenas organizou internamente a casa investindo na modernização e na maneira moderna de gestão eficiente, como construiu projetos que serviram para agilizar a máquina, e tornar mais eficientes os serviços prestados à comunidade. Alguns desses projetos foram copiados e servem de modelo para outros estados pelos excelentes resultados apresentados. No quesito valorização do servidor vai deixar sua gestão capacitando mais de 5 mil servidores públicos, com o maior projeto de aperfeiçoamento e treinamento da história de Alagoas. Sai com a consciência do dever cumprido.

Primeiro sem segundo Pelo falar das pesquisas e o eco das campanhas nas ruas não deve haver segundo turno para governador em Alagoas. O candidato Renan Filho caminha seguro para construir uma bela vitória ainda no primeiro embate das eleições, no próximo 5 de outubro. Com uma larga vantagem desde o início da campanha sobre seu principal adversário, vem nos últimos dias ampliando essa diferença. Não pode brincar, pois eleição se ganha até no dia, mas aparentemente sua vitória já está assegurada.

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Para refletir:

PEDROOLIVEIRA Parece muito com a outra

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O ex-secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes, para quem deseja saber, vai muito bem obrigado. Tão logo deixou o governo retornou ao comando de sua conceituada empresa de consultoria e estratégia empresarial (de onde nunca deveria ter saído) e com certeza já recuperou o tempo do seu afastamento. Tem hoje uma agenda nacional e internacional projetada e recheada para doze meses pela frente e uma carteira de influentes e poderosos clientes que buscam em suas lições de competência os caminhos para acertar nos negócios. Quem sabe, sabe.

Besteira alagoana

A PALAVRA DOS CANDIDATOS

O suplente de deputado João Caldas, como não poderia deixar de ser, expõe Alagoas ao ridículo na mídia nacional com o único objetivo de “aparecer na fita” e olhe que apareceu. Na Câmara fez a jocosa e ensandecida proposta de mudar o nome do aeroporto Gilberto Freyre em Recife para o de Eduardo Campos, fa-lecido tragicamente em desastre de avião. Com certeza não se informou quem seria Gilberto Freyre, pois nada deve ler. Certa vez ninguém menos que Monteiro Lobato (o deputado não deve saber também quem é) declarou: “O Brasil do futuro não vai ser o que os velhos historiadores disserem e os de hoje repetem. Vai ser o que Gilberto Freyre disser”. É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX. Recebeu da Rainha Elizabeth II o título de Sir, sendo um dos poucos brasileiros detentores desta alta honraria da coroa britânica. Orgulhou Pernambuco no Brasil e no mundo. Entre outras grandes e consagradas obras é autor do extraordinário “Casa Grande e Senzala”. Gilberto Freyre Neto falando sobre o assuno diz: “Se for o aeroporto, que seja, acho que a família de Gilberto Freyre reconheceria, mas não imagino que dentro da atuação de Eduardo Campos o aeroporto seja suficiente, acho que ele é muito maior do que isso”. Já eu penso completamente diferente: Perto de Gilberto Freyre, quem é Eduardo Campos?

BENEDITO DE LIRA (Infelizmente a assessoria do candidato não encaminhou para a coluna a palavra de Benedito de Lira, conforme prévio acordo de tempo e espaço igualmente para os candidatos)

A “gerentona” fracassada Opinião do mais antigo jornalista brasileiro em atividade, Hélio Fernandes: ”Uma coisa os mitingueiros oficiais não conseguem emplacar de jeito algum: a eficiência e a competência política e administrativa da presidente. O próprio Lula “chora e se lamenta” no Instituto que leva seu nome, e pergunta para ele mesmo e dessa forma, fica sem resposta: “Como é que eu fui me enganar tanto e acreditar que a Dilma fosse tão boa gente”. Lula, como sempre, não sabia de nada.”

JULIO CEZAR Minha missão é erradicar o analfabetismo, combatendo desequilíbrios históricos e gerando oportunidades a todos aqueles que batalham diariamente por uma vida melhor. Onde houver um alagoano que não souber ler ou escrever, nós iremos buscá-lo. O papel que a educação vai cumprir em Alagoas é o de instrumento de correção à discriminação imposta aos que tiveram pouco acesso a educação. Não estou aqui hoje, disputando o governo de Alagoas, por outro motivo além da oportunidade que tive de estudar e me preparar para perseguir esse sonho. E é por isso que julgo ter uma dívida com este estado. Uma dívida com cada alagoano que passou invisível aos olhos de muitos go-vernos. Nasci pobre, filho de uma feirante e de um vendedor de passaporte. A vida não me reservou nenhuma regalia, pelo contrário. Cresci com a promessa da falta de oportunidade que acompanha a vida da maioria dos alagoanos. Mas, como abençoado que sempre fui, encontrei na educação uma ferramenta de transformação. Foi a educação que me permitiu chegar aonde cheguei. Sou a prova de que a educação mudou meu destino e pode mudar a dos 600 mil alagoanos que ainda não sabem ler e escrever. RENAN FILHO “Caro Pedro, aproveitando o espaço cedido em sua coluna, volto a tocar no tema Educação, pois essa é uma questão estratégica para Alagoas. Além de mudar radicalmente a forma de enfrentar problemas crônicos como o analfabetismo, o novo governo vai precisar fazer uma verdadeira revolução no Ensino Médio, garantindo a evolução no Ensino Básico – aqui em parceria com as prefeituras, que são as responsáveis por esse setor. Para o ensino básico, em conjunto com as prefeituras, meu compromisso é: 1. Garantir a alfabetização no tempo certo, aos 7 anos de idade.
2. Combater o analfabetismo dentro da escola
3. Combater a evasão escolar Quanto ao Ensino Médio, entendo que a revolução virá com a implantação do ensino em tempo integral e profissionalizante. No horário normal, pela manhã, o aluno terá o ensino acadêmico. Na parte da tarde, depois de almoçar na escola, ele vai ter três atividades: reforço escolar, acesso ao esporte e à cultura e, a cada ano, um curso profissional. Os cursos serão desenvolvidos em parceria com o sistema “S” (Sesc, Senai, Sest...) e com recursos do Pronatec, o programa nacional de ensino e emprego do governo federal. Essas, em resumo, são nossas propostas principais para a Educação.”


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ARTIGOS

O voto sem caráter CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor membro da Academia Maceioense de Letras.

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o ler o excelente artigo do Jornalista Jorge Morais, na edição passada deste semanário, reavivaram-se-me antigas inquietações sobre as pesquisas eleitorais. Serão elas um mal ou uma necessidade da democracia? Winston Churchill afirmou ser a democracia a pior forma de governo jamais imaginada, mas assim mesmo a melhor de todas as existentes. Contra-senso? Parece-me mais fina ironia à inglesa dirigida àqueles que combatem o estado democrático. Pensando naquelas palavras do grande líder político, reflito que as pesquisas eleitorais são um mal ne-

cessário à escolha democrática dos futuros governantes, porquanto levam ao eleitor as tendências da sociedade civil. Contraditoriamente é nesse aspecto que emerge o mal. Como bem apontou o jornalista, o elevado número de eleitores indecisos – acrescento aqueles em branco e nulos – põe-me a pulga atrás da orelha: estariam corretas as pesquisas alagoanas, ou a metodologia aplicada é falha? Concordo em gênero, número e grau com as inquietações do Jorge Morais quanto à insuficiência das informações sobre as enquetes eleitorais: quais as regiões pesquisadas e o universo de eleitores em cada uma delas; qual o nível escolar, de renda, etc.? Qual a rejeição de cada candidato? Essas informações, pelo que sei de experiência, constam em todas as pesquisas, e serviriam para que o eleitor reconheça como confiável o quadro que lhe é apresentado; todavia, propositadamente não são repassadas à mídia, exceto o núme-

ro geral de pessoas pesquisadas. Por que essa parcimônia nas informações que deveria ser coibida pela lei eleitoral? Conveniência dos partidos e dos pleiteantes aos cargos eletivos? Se assim for, estarão eles falseando – ou ao menos manipulando – a verdade do quadro eleitoral. E aí vem aquele mal que referi acima. É sabido que a grande maioria dos políticos brasileiros dedicam especial atenção ao que chamam de voto útil, ou seja, aquele voto do eleitor que “não quer perdê-lo”. Perder o voto seria, para esse segmento, votar em candidatos que não estão bem nas pesquisas, não têm chances de vitória, mesmo que eventualmente sejam eles melhores que os demais com perspectivas de vencerem. Não pensam, ditos eleitores, que determinados candidatos podem estar liderando a corrida porque têm dinheiro bastante para produzirem programas eleitorais gratuitos plasticamente atraentes; ou têm mais tempo

de exposição; ou têm o controle de certa parcela da mídia e a usam inescrupulosamente; ou são bastante sagazes e experientes para oferecerem verdadeiro “canto das sereias”, iludindo os incautos. E nesse praticar, esses candidatos até usam o nome de Deus em vão, ferindo o segundo dos dez mandamentos bíblicos, apenas um dos desrespeitos seus aos demais cânones do decálogo divino. E o fazem com a maior compunção na cara-de-pau, os olhos contritos e toldados por fingida emoção, atores canastrões de teatro bufa. Refletindo sobre tais debilidades nas pesquisas eleitorais, não é difícil imaginar que a sonegação de informações mais claras a respeito das mesmas tem o objetivo malicioso de influir no tal voto útil, cuja melhor qualificação seria de voto sem caráter. O eleitor que assim procede sem dúvidas estará desservindo a si próprio, à sociedade civil e, sobretudo, à democracia.

execução, de acordo com a legislação brasileira, configurando ilegalidade do Detran e desrespeito ao princípio legal previsto constitucionalmente, e abuso de autoridade, a imposição de apreensão do veículo e recolhimento ao depósito do departamento de trânsito. A justiça baiana em decisão no último dia 12 deste mês, apreciando ação da Ordem dos Advogados do Brasil, determinou a suspensão de blits em toda a Bahia de apreensão de veículo decorrente de imposto sobre propriedade de veículo automotores –IPVA. Foi concedida liminar pela juíza Maria verônica Moreira Ramiro da 11ª Vara da Fazenda Pública, entendendo que a apreensão de automóveis dos contribuintes baianos por conta da falta de pagamento de IPVA, configuram exercício ilegal da administração pública e desrespeito aos princípios constitucionais. Ressalte-se que o diretor do Detran -Bahia informou à justiça que a blitz

daquele órgão é para verificar se o veículo está com os documentos em dia, conforme previsão pelo Código de Trânsito Brasileiro e não é uma coação para o pagamento do imposto. O direito deve ser respeitado e o abuso de autoridade pode ser objeto de ressarcimento por danos morais e qualquer pessoa pode prender em flagrante delito no caso de abuso. Mais de uma centena de policiais são utilizados pelo Detran para fazer blitz, deslocados de suas funções, quando deveriam prestar segurança à sociedade, diante da ausência de efetivo policial. Ainda é tempo de coibir o abuso, seguindo o exemplo do governo carioca que proibiu a utilização de policiais cedidos aos Departamento de Trânsito. Minha solidariedade ao ilustre Dr. Diogenes Tenório de Albuquerque Júnior, esperando que haja representação contra o agente e a consequente ação de ressarcimento.

Abuso de autoridade LUCIANO CHAGAS Procurador de Justiça e jornalista

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notícia dos jornais no dia de ontem surpreendeu a todos pelo inusitado abuso de autoridade perpetrado por agentes do Departamento Estadual de Trânsito contra o Dr. Diógenes Tenório de Albuquerque Júnior, Procurador Geral da Assembleia Legislativa de Alagoas. Conhecendo-o desde criança, sabemô-lo exemplo de pessoa, comedida, educado, não somente por sua saudosa genitora Lenira, como sua avó Izarelli, além de seu homônimo genitor, um homem íntegro, honesto, exercendo um cargo que não o merece, sem condições mínimas de realizar um bom trabalho. Foi ele detido (preso) e conduzido

para uma Delegacia de Polícia porque estaria em atraso de uma prestação do IPVA do veículo Fiesta conduzido por sua esposa e reagido após o agente de trânsito informar da apreensão do veículo e condução para o depósito do Detran. É um absurdo que o Detran Alagoas continue praticando atos abusivos. A cobrança de IPVA como imposto, é obrigação do Estado que pode e deve executar qualquer devedor inadimplente, e o pagamentos das sanções dele decorrentes, nunca se utilizar de meio coercitivo para que a pessoa seja obrigada a pagar imposto. A propósito, a Súmula 323 do Superior Tribunal de Justiça pacificou há muito a matéria sobre apreensão quando passou a determinar que é inadmissível apreensão de mercadoria como meio coercitivo para pagamento de tributos. O IPVA é um tributo e, se inadimplida a obrigação, deve ser objeto de


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ARTIGOS

A Unimed e o SUS JORGE MORAIS Jornalista

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tempo passa e, cada vez mais, o atendimento na Emergência do Hospital da Unimed, em Maceió, vai piorando. No último feriadão, precisei dos serviços daquela unidade e senti na pele o que é ser atendido pelo SUS – Sistema Único de Saúde. Na verdade, não sei o que é pior se a Unimed ou o SUS nessas horas. Entre as muitas reclamações em relação ao Plano de Saúde, por sinal um dos mais caros do estado, um deles é à demora no serviço de emergência do hospital. Logo na chegada a recepção, você se depara com um banner gigantesco detalhando o Protocolo de Manchester. Vamos às explicações: “O Manchester classifica, após uma triagem baseada nos sintomas, os doentes por cores, que representam o grau de gravidade e o tempo de espera recomendado para atendimento. Aos doentes com patolo-

gias mais graves é atribuída à cor vermelha, atendimento imediato; os casos muito urgentes recebem a cor laranja, com um tempo de espera recomendado de dez minutos; os casos urgentes, com a cor amarela, têm um tempo de espera recomendado de 60 minutos”. “Os doentes que recebem a cor verde e azul são casos de menor gravidade (pouco ou não urgentes) que, como tal, devem ser atendidos no espaço de duas e quatro horas, respectivamente. O programa recebeu este nome porque foi aplicado pela primeira vez em 1997, na cidade britânica de Manchester. Esta triagem foi rapidamente inserida em vários hospitais do Reino Unido, depois se espalhando pela Europa até chegar a outros continentes, entre eles, o Brasil”. Voltemos, então, ao tema central: a Unimed. Na segunda-feira (15) acompanhei a minha mulher para atendimento. Chegamos por volta das 9h e, depois de um rápido atendimento na recepção – nem tudo está perdido – veio uma pessoa da área médica saber o que cada um estava sentindo, para depois distribuir a tal da pulseira colorida, seguindo o Protocolo de Manchester. A moça nos

entregou a pulseira verde, ou seja, até duas horas para o atendimento. Por vota das 10h20, procuramos saber quantas pessoas ainda estavam na frente pelo atendimento. A resposta foi que ainda faltavam dois pacientes. As 10h40 fizemos a mesma pergunta, e a resposta que nos surpreendeu foi de que ainda faltavam três pessoas. Questionamos os números e eles disseram que, necessariamente, a ordem e o tempo não são obedecidos porque, a qualquer momento pode chegar um idoso e que pela lei tem prioridade. Bem pertinho de se expirar o prazo do Protocolo de Manchester, ou seja, duas horas de espera para a pulseira verde, ainda estavam na nossa frente dois pacientes. Chegamos à seguinte conclusão: Nem sempre o que dá certo na cidade britânica de Manchester, pode ser aplicado com sucesso aqui em Maceió. Aquilo ali é uma verdadeira enganação e o melhor seria retirar o banner e aplicar no atendimento o jeitinho brasileiro mesmo, de sair empurrando com a barriga. O grande problema é que, para aplicar o Protocolo de Manchester, a Uni-

med precisa é aumentar o número de médicos, de enfermeiros e de salas de atendimento para seus pacientes conveniados ao plano. São poucos ambulatórios; pequenos espaços para triagem e observação; ambientes apertados; exames entregues com atraso; funcionários estressados, etc. etc. e etc. Além do sofrimento pelo que você está sentindo, a Unimed ainda presta um serviço muito ruim na sua sede central; as autorizações médicas em consultório e laboratórios quase sempre dão problemas na autorização informatizada; a maioria dos médicos está se desligando do plano; e a empresa deveria receber o prêmio como a que mais dificulta o atendimento ao seu usuário. Este ano, fui indicado pelo oftalmologista a fazer uma cirurgia de catarata nos dois olhos. Pois bem, mesmo com a indicação dos dois olhos, a Unimed só autorizou um de cada vez, e para o mesmo procedimento tive que me deslocar; enfrentar fila; esperar autorização e perder tempo por duas vezes, num espaço de uma semana entre uma cirurgia e outra. Essa é a nossa Unimed de cada dia...

Foram cinco longos anos, até que ¨uma boa alma¨ aconselhou os idosos a reclamarem individualmente. Em 2013, a Justiça começou a reconhecer os direitos deles e depois de muito trabalho, o salário voltou ao normal. Enquanto isso, a Mesa Diretora aumentava o número de comissionados para 900 e pagava até 20.000 reais aos afilhados. Criou, também, uma tal de GDE – Gratificação de Dedicação Exclusiva, paga aos bajuladores de plantão, numa manobra sutil de ultrapassar o teto constitucional. Então, pessoas que trabalharam mais de 30 anos, deram sua vida pela ALE, eram castigadas com cortes salariais e os afilhados, que obedeciam rigorosamente aos patrões, eram beneficiados. Meu sentimento profundo de piedade a um colega que, mesmo sabendo ser inconstitucional o projeto do teto aprovado pelos deputados, não foi corajoso o suficiente para deixar de elaborar tão negro documento. Não entendo porque alguns colegas

têm raiva do teto constitucional. Ele é apenas um limite salarial, não quer dizer que os servidores querem ganhar igual aos deputados. Deus nos livre!!! Agora, vem outra luta: os valores retirados de nossos salários durante mais de cinco anos foram destinados a que? Os problemas financeiros acarretados por cortes salariais realizados, repentinamente, como serão resolvidos? Como a ALE vai devolver a parte retirada de nossos rendimentos mensais, enquanto a Mesa Diretora foi acusada de desviar milhões dos cofres públicos e pagar a comissionados que moravam fora do Estado e fora do país? Tenho 73 anos, trabalhei 43, e ao invés de estar calmamente aposentada, passeando com meu marido e meus filhos, estou lutando para recuperar o que a Mesa Diretora retirou de mim e de dezenas de companheiros. Teto Constitucional não é crime, não é querer ganhar igual a deputado, é apenas o direito de ter o limite salarial estabelecido na Constituição. Só Deus na causa!

O Teto Constitucional ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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uita gente tem raiva, inclusive alguns sindicalistas, do chamado teto constitucional. O salário do servidor público nos três Poderes não pode exceder um determinado limite. No âmbito estadual acontece o seguinte: no Executivo é o que recebe o governador, no Legislativo é o valor recebido pelo deputado estadual e no Judiciário a base tomada é o salário do desembargador. Há dúvidas se as vantagens pessoais estão incluídas no valor do teto constitucional. No Senado Federal, os servidores ganharam o direito ao teto, mas dele excluindo vantagens pessoais. O Presidente do Senado foi obrigado a cumprir a tal ação judicial ganha pelos impetrantes.

Na Assembleia Legislativa de Alagoas há uns 50 funcionários estáveis antigos que atingiram o teto constitucional, isto é, o valor determinado pela Constituição. Os deputados entenderam muito bobamente, estarem nossos companheiros querendo ganhar igual a eles. E como os parlamentares estão acima do bem e do mal, e não só têm salário, mas também verba de gabinete, passagens aéreas, diárias e muito mais, resolveram implicar. Na época, o teto era de 9.600 reais. Os servidores que recebiam acima disso, tiveram seus salários cortados sem nenhum aviso ou justificativa. Congelaram, ¨oficialmente¨, o salário dos patrões durante quatro anos, criaram um teto inconstitucional e depois passaram o que recebiam mensalmente para 20.000 reais. Se alguém reclamava administrativamente, eles, os algozes, escondiam os processos e nada respondiam. Começou, então, a luta dos velhinhos, quase todos aposentados, para recuperarem seus salários na Justiça.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Em reta final

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Série C, a partir desta semana fica a três rodadas do término. São jogos decisivos para CRB e ASA, , que miram a classificação para Série B de 2015. O Galo tem melhor aproveitamento, pois há tempo joga dentro do G-4 e dará passo importante contra o Águia de Marabá neste fim de semana no Rei Pelé.

Série B Este 2º turno da Série B começa a entrar na área de pânico pela ameaça de não classificação para a série A e, no paralelo, ameaça do rebaixamento para a C.

Espelho

Clebinho (CRB) entrou no 2º tempo contra o Fortaleza, líder do Grupo A da Série C, marcou o terceiro gol do Galo na vitória por 3x0 e foi elogiado por Ademir Fonseca. O time cearense não venceu o alvirrubro alagoano este ano. Em Fortaleza, primeiro turno deu empate e no Rei Pelé, o Galo tirou a invencibilidade dos cearenses, líder da tabela. .

E mais de torcedor Torcedores acham que o futebol brasileiro está bem servido de técnicos. Sustenta a observação na Série A, principalmente, com jogos de excelente nível técnico-tático. Entre exemplos que citam estão Luxemburgo, Felipão e Mano Menezes, que já passaram pela seleção brasileira.

Jogo de 6 pontos A nova rodada da Série C, neste fim de semana, é para o CRB fazer o dever de casa, daí a expectativa é de Trapichão cheio. Finda essa rodada, o Galo vai ter como adversários nos confrontos finais o Águia e o Salgueiro. E lembrando: o Galo é terceiro no G-4.

Impedimento Impedimento é, em alguns casos, duvidoso de marcar e às vezes difícil de tirar dúvida até pelo replay na televisão, bola lançada em jogada de contra-ataque principalmente. Ponto de vista é de Alfredo Santos, torcedor do Galo.Defende intervenção da arbitragem que não deixe dúvida.

Segunda divisão. A segunda Divisão, do futebol alagoano, abriu o campeonato no último sábado com dois jogos, um deles de agradável a escalação de Aloísio Chulapa no Sport Independente de Atalaia, clube fundado por ele e que venceu o Sete de Setembro (1 x0). Chulapa reafirma que se aposenta em dezembro.

Insistência O CRB tem nesta temporada da Série C uma das defesas mais vulneráveis. O torcedor conta nos dedos os jogos em que o adversário não tenha balançado as redes do Galo. Que o diga o mais recente, no Rei Pelé, de placar (1x1) a falha da defesa exibida na TV Gazeta.

Formação da base Dunga prega a necessidade de ter uma base na seleção brasileira. Acha necessário ter uma estrutura para fortalecer a sequência do trabalho recém iniciado. Diz: “Não se pode mudar tanto após uma Copa do Mundo. Tem que dar segurança para os jogadores se sentirem à vontade na seleção”.

Dois jogos Mário Fernandes, após recusar uma convocação de Mano Menezes para a seleção brasileira em 2010, tem segun-da chance com Dunga. Foi incluído para os amistosos de outubro, o primeiro dia 11 contra uma seleção também sul-americana. No segundo, dia 14, pega o Japão. Dunga chamou a base que jogou os amistosos nos Estados Unidos.

De Felipe Scolari “O que tem o Grêmio de positivo? O espírito de luta na vontade de vencer”. Declaração de Luís Felipe Scolari reforçada por torcedores. A opinião deles:“São situações em que sentimos aquele friozinho na barriga a cada jogo e haja emoções”. O Grêmio é forte candidato ao título.

Faixa etária

Além de ser paranaense, o Atlético-PR tem também plantel com jogadores na faixa etária mais jovem da Série A. Além disto, o clube paranaense, como o gaúcho, recupera espaço na tabela de futebol evoluindo à proporção que os jogos vão avançando. Opinião é de torcedores na mídia gaúcha.

E o Cruzeiro? O Cruzeiro, bicampeão mineiro, campeão da Libertadores e no momento ocupando o topo da Série A, espelha organização, um plantel montado em 2013 e valoriza garotos que são destaques nas bases. Um time que dá gosto ver jogar, comentou Oswaldo Leite, que assiste jogos pela TV.

Desgaste De Cristovam Borges, técnico do Fluminense, clube também com futebol em evolução nos jogos do Brasileiro: “A gente sente e vem sofrendo bastante pelo desgaste dos jogadores. É problema que se agrava dependendo de quem seja o adversário”.

Calor Joel Santana, recém-assumido técnico do Vasco, não coaduna com argumento de que o calor prejudica rendimento de jogadores. Dele, textualmente: “É quente para os dois lados”. Comentário foi no jogo do domingo em Manaus (AM), à noite, mas numa temperatura de 31 graus.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Dever cívico

Mais essa “Cheirar pum pode prevenir o câncer, ataque cardíaco, vascular, derrame e demência”.Essa é uma teoria levantada por um grupo de cientistas da Universidade EXETER, no Reino Unido. Divulgada no site da revista Times (EUA), ela foi reeditada no portal do jornal caruaru.com.br, no dia 12 de julho.

Trânsito

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s eleições se avizinham. Está na contagem regressiva, é dia 5 de outubro, para o cidadão que vota decidir novos rumos para o Brasil. É ato cívico para o eleitor esboçar o direito de defesa e que acredita no Brasil como País do futuro.

A SMTT analisa a viabilidade de os semáforos funcionarem de forma simultânea na Fernandes Lima. A proposta, que tem concordância de motoristas, não surpreenderá se estender o percurso do trecho Gruta/ Centenário para o Tabuleiro do Martins.

Análise

Dever cívico

Administração de Rui Palmeira na Prefeitura de Maceió é estilo Teotonio Vilela no Estado. Ou em miúdos, sem estresse e alheio às críticas. Rui está na boca do povo como candidato à reeleição em 2016 e com planos para em 2018 tentar o governo do Estado.

As eleições se avizinham. Estamos na contagem regressiva para o dia 5 de outubro, quando o cidadão que vota decidirá novos rumos para o Brasil. É ato cívico para o eleitor esboçar seu direito de defesa e mostrar que acredita no Brasil como País do futuro.

Nome forte O guia eleitoral na televisão não atrair atenção é natural. Mas na campa-nha causa estranheza ausência de comícios, carreatas e outras atividades da época nas ruas. E das conversas constam não serem os candidatos, mas os seus “assessores” a visitarem eleitores na “caça do voto.”

Das certezas

Insistência

A campanha de go-vernador em Alagoas está polarizada entre, de um lado Renan Filho (PMDB) e, do outro, Benedito de Lira (PP). E como a partir deste fim da semana a campanha entra em contagem regressiva, os caçadores de voto devem ser mais audaciosos.

Quem tem motocicleta como transporte e é responsável no trânsito não aceita a pecha de “motoqueiro.” Acham a denominação “jocosa”, inspirada na má conduta de quem trafega nas ruas de forma irresponsável. Dizem: “Quem respeita lei, pedestre e a vida é motociclista”.

Interrogação Eleitores acham que não surpreenderá se nas eleições de Alagoas aparecer nas urnas candidatos desconhecidos alcançando votação que surpreenda. Previsão alcança tanto a majoritária como as proporcionais, no caso Câmara Federal e Assembleia Legislativa.

Eleitorado Alicerçados nos números divulgados até o momento, a surpresa favorável das eleições fica para os alagoanos aptos a votarem - número acima de 2 milhões. É um crescimento satisfatório comparado às eleições de 2010.

No silêncio O alheamento de Teotônio Vilela à campanha, segundo conversas registradas em setores da vida pública, é apontado como natural em face da amizade com Renan (o pai) e Benedito de Lira. Mas a desistência de Thomas Nonô da candidatura ao governo ninguém explica.

Serial killer? No princípio da impunidade como estímulo à violência, caiu na rotina do Brasil agora- e Alagoas incluída - estimular as pessoas a acreditarem estarem as ações de segurança fora da lei. Estranheza também é a falta de mobilização da sociedade pró revisão do Código Penal.

Pescaria O programa social “Bolsa Pescador (Lei 287) inscreveu 113.783 profissionais da área em 2013 e hoje ultrapassa meio milhão recebendo o beneficio. Se naquela época já havia suspeita de haver “gato por lebre” registrado, imagina hoje.

Para pensar “A mídia navega na superfície de todos os grandes temas. Nunca desce às causas que fazem eclodir os problemas”. Frase é do jornalista Dirceu Martins Pio. É antiga, divulgada no site do Instituto Millenum, mas que até hoje é merecedora de atenção.

Para pensar 2 Ainda do jornalista Dirceu Martins Pio: “Gosto muito desta metáfora e acho que merece ser repetida ao falarmos de corrupção: se o Brasil fosse um paciente e a mídia um médico, diria que este vive a combater a febre sem nunca se importar com a infecção que produz”.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Baleia Jubarte

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anhistas encontraram, no último dia 12, uma baleia morta na praia de Peroba, em Maragogi, Litoral Norte de Alagoas. Se-gundo o Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA), tratava-se de uma Jubarte juvenil de aproximadamente cinco metros. A espécie saiu este ano da lista de animais em risco de extinção. Esse foi o quarto encalhe de baleia no Litoral Norte do estado em pouco mais de dois meses. Uma equipe da base CMA, de Porto de Pedras, foi para o local e fez a coleta de dados do animal e provindenciou que ele fosse enterrado em um local seguro.

Camada de ozônio A frágil camada de ozônio que protege a Terra está começando a se recuperar, principalmente por causa da progressiva eliminação, desde a década de 80, de alguns ele-mentos químicos de latas de refrige-rantes e aerossol, informou um painel científico das Nações Unidas em uma rara notícia positiva sobre a saúde do planeta. Cientistas disseram que o crescimento demonstra que a união mundial pode neutralizar o desenvolvimento de uma crise ecológica.

Peixe O esturjão chinês, peixe que, acredita-se, exista há 140 milhões de anos, está à beira da extinção, segundo aerta de pesquisadores chineses. A espécie Aciper sinensi teria coexistido com dinossauros e é considerada um “fóssil vivo”. É tida como tesouro nacional na China e recebe proteção do governo do país. Apesar disso, os pesquisadores dizem que nenhum esturjão chinês se reproduziu naturalmente, no ano passado, no rio Yangtsé - o maior da China.

Peixinho dourado Veterinários do Lort Smith Hospital, em Melbourne, na Austrália, fizeram na última semana uma cirurgia para a retirada de um tumor que surgiu na cabeça de um peixinho dourado. O peixe, batizado de George, foi colocado em três diferentes baldes, um com anestésico, um para manter o nível de anestéticos, e outro com água limpa para a sua recuperação.

Pará O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou, no dia 10, um mapeamento do desmatamento da Amazônia que aponta o Pará como o estado que mais desmatou entre agosto de 2012 e julho de 2013. A pesquisa aponta que a floresta perdeu uma área verde de quase seis mil quilômetros quadrados por ano, sendo 2.346 km² só no Pará durante o período do levantamento.

Rara lagosta A americana Sarah Lane apanhou uma rara lagosta cálico no litoral do estado do Maine, nos EUA. O crustáceo coberto com manchas laranjas foi doado para o Aquário Estadual do Maine. Segundo especialis-tas, a chance de capturar uma lagosta cálico é de uma em 30 milhões. Recentemente, também no estado do Maine, pescadores apanharam duas raras lagostas albinas e uma amarela.

Fome O número de pessoas que são atingidas pela fome em nível mundial diminuiu em mais de 100 milhões na última década, mas há ainda cerca de 805 milhões – ou seja, um de cada nove habitantes do planeta não tem alimentos suficientes. As conclusões foram divulgadas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em novo relatório que abordou a insegurança alimentar.

Privada ecológica Uma organização não-governamental está ajudando a combater o cólera no Haiti com uma solução simples e barata: uma privada ecológica.O equipamento da ONG Soil transforma excrementos humanos em adubo que está sendo usado para produzir alimentos.

ONG em Araçatuba Em Araçatuba (SP), a ONG Clube da Árvore se esforça para plantar mudas na cidade. O trabalho dos voluntários faz a diferença ao longo do tempo: em nove anos, foram mais de quatro mil mudas cultivadas em diversos pontos da cidade.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Tiro certeiro

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uando este colunista esteve em Nova York (EUA), em julho do ano passado, para a prévia mundial do BMW i3, já se sabia que a marca alemã seria a primeira a vender um carro elétrico no Brasil. Decisão ousada, pois a estimativa publicada na coluna era de que custaria em torno de US$ 100.000, ou R$ 230.000, o que se confirmou. Outros modelos elétricos, Nissan Leaf e alguns da Renault, circulam em pequenas frotas cativas. Os fabricantes ainda esperam redução de impostos que cortariam os preços no mínimo em 35%, mas a decisão só deve ser anunciada depois das eleições. Não se pode dizer que o incentivo atual é zero. Na cidade de São Paulo, onde se espera vender no mínimo um terço do lote inicial de 100 unidades, qualquer elétrico puro está isento do rodízio municipal pelo final

RODA VIVA de placa. Outras sete capitais também terão o carro à venda. A BMW acertou em trazer apenas a versão REX do i3, que inclui um motor a combustão bicilíndrico (34 cv), de um scooter da mesma marca, para, via um gerador, carregar a bateria e estender a autonomia. Essa é uma forma de diminuir a insegurança do motorista, se não encontrar tomada por perto. Ao contrário do Chevrolet Volt, híbrido plugável que não se adquire sem o motor a combustão, o i3 tem a versão comum – cerca de 10% mais barata, apenas com bateria de íon de lítio – cuja autonomia varia de 160 a 200 km (nesse caso sem usar o ar-condicionado). A decisão de colocar um tanque de gasolina de apenas nove litros foi resposta à legislação de alguns países que restringem incentivo fiscal se a autonomia com combustível

pitstop Etios não vende mais porque não tem Etios será a aposta da Toyota O para o mercado brasileiro em 2014, mas não há expectativa de

aumento das vendas. A montadora diz estar satisfeita com o resultado e também não tem expectativa de crescimento do mercado – e também do segmento – em curto prazo. O eventual aumento da produção no Brasil será destinado à exportação. No ano passado o hatch da montadora japonesa vendeu 63 mil unidades e exportou sete mil para a Argentina, usando a capacidade máxima da linha (70 mil unidades por ano). A montadora lançou nesta quarta-feira (17) a linha 2015 do Etios hatch e sedã, com novos itens de série desde a versão de entrada e pequenas mudanças no acabamento. O desenho,

motor e câmbio são os mesmos da versão anterior. Para 2014 a montadora vai aumentar a capacidade de produção da linha de montagem, mas espera vender a mesma quantidade no Brasil. Com as mudanças a fábrica vai entregar 84 mil carros por ano. Você deve ter reparado que sobram 20 mil carros, que a montadora garante que já estão sendo exportados para a Argentina (mesmo em crise). Hoje a Toyota exporta o Etios apenas para os “hermanos”, mas deixa claro que tem planos de expandir suas exportações nos próximos anos, sem divulgar países.

fóssil ultrapassar a da puramente elétrica. Híbridos a gasolina plugáveis permitem distâncias 10 ou mais vezes superior à conseguida com a bateria. A chegada do compacto i3 ao Brasil coincide com o início da produção, em poucos dias, da fábrica catarinense da BMW. Automóvel elétrico desperta curiosidade por aqui e, assim, a marca espera o benefício de imagem tecnológica. Afinal, esse é um carro projetado desde o início para máxima eficiência. Estrutura monobloco bastante leve une compósitos de fibra de carbono e alumínio, sem coluna B (central) e portas traseiras de abertura reversa. Até pneus têm diâmetro e largura específicos para aproveitar a característica do motor elétrico de entregar torque máximo instantâneo. Motor de 170 cv permite acelerações de 0 a 60 km/h em apenas 3,9 s (bem melhor do

que carros comuns), o que o faz extremamente ágil em uso urbano. Velocidade máxima limitada a 150 km/h preserva autonomia. Interior é espaçoso para quatro passageiros (capacidade homologada) e o porta-malas de 260 litros alinha-se ao de compactos tradicionais. O assoalho plano permite que motorista saia pela porta dianteira do lado direito com facilidade, especialmente útil em cidade e estacionamentos apertados. Também interessante é a conectividade a bordo bem superior ao convencional. A BMW, com marketing correto e tiro certeiro, está vendendo i3 dentro da capacidade inicial de 40.000 unidades/ano, sem perder dinheiro, enquanto a Nissan acaba de anunciar a desaceleração da produção própria de baterias pela dificuldade do Leaf em decolar no mercado.

A linha 2015 chega em quatro versões: X, XS, XLS e Platinum. A última era uma versão especial, mas a partir de hoje faz parte da gama de versões do Etios. A Cross foi mantida como versão especial. O motor para a versão X será o 1.3 de 84 cavalos a gasolina e para as outras versões o motor será o 1.5 16V de 92 cavalos a gasolina, todas com câmbio manual de cinco marchas. No caso do sedã todas as versões usam o motor 1.5 16V. O motor 1.3 tem consumo médio de 12,5 km/l na cidade e 13 km/l na estrada usando gasolina, já o 1.5 tem como média de consumo 12,4 km/l na cidade e 13,4 km/l na estrada com gasolina. Todos os dados são da versão hatch, o sedã com motor 1.5 faz 11,9 km/l na cidade e 14 km/l na rodovia, usando gasolina. A versão de entrada ganhou diversos

itens de série na linha 2015: regulagem de altura do banco do motorista, ajuste elétrico dos retrovisores, novo tecido dos bancos, volante com desenho do corolla, alerta de farol acesso e de portas abertas e o medidor de combustível teve o desenho alterado e agora aparece maior no painel. Esses são os itens novos, além de mais alguns que equipam o carro. Para a versão XS as novidades são todas da X, mais: novo som com bluetooth, alarme por controle remoto, comandos de som no volante e acabamento dos bancos com tecido sintético que imita o couro. As novidades da versão XLS e da Cross, são o acabamento do volante de couro, bancos com padrão “comfort drive” e seta nos retrovisores externos. Essas são apenas as novidades, mas as duas versões trazem diversos itens de série e acabamento diferenciado.

MERCEDES-AMG GT é desses carros esporte que dificultam apontar um defeito, fora o preço, previsto em torno de US$ 120 mil com impostos “normais” no exterior. Ainda não foi possível acelerar, em sua apresentação estática, na Alemanha, pois as vendas só começarão no primeiro trimestre de 2015. Estará entre as grandes atrações dos Salões do Automóvel de Paris e São Paulo. PARTE traseira do substituto do Mercedes SLS lembra linhas do Porsche 911 (Turbo parte de US$ 150 mil), também inspirador do VW SP nos anos 1970. AMG GT tem características acima dos padrões: novo motor V8 biturbo com cárter seco (462 e 510 cv), transeixo (câmbio e diferencial acoplados) traseiro, carroceria em alumínio e interior esportivamente aconchegante. HYUNDAI I30, com motor de 1,8 L e 150 cv, que deveria ter desde o início dessa nova geração, mostra um conjunto virtuoso entre estilo, interior espaçoso, bancos dianteiros elétricos, porta-malas adequado, faróis bixenônio e até teto solar panorâmico. Sua suspensão, no entanto, é mais macia que o desejável. Para-choque tende a raspar em valetas e lombadas acentuadas. NOVO JEEP CHEROKEE chega agora ao Brasil com a fama de bem aceito nos EUA, mas o estilo frontal é algo fora do normal. Harmonia entre faróis e lanternas foge dos padrões. Traseira também exibe audácia, mas aceitável. Resta saber como os brasileiros aceitarão esse SUV que rompe com tradições estilísticas da Jeep. A marca está otimista. VERSÃO intermediária do Cherokee custa R$ 174.900, pouco acima da Limited da geração anterior, compensado por mais equipamentos. Haverá, ainda, versões de entrada – R$ 159.900 – e de topo – R$ 189.900. Interior é sóbrio com boa tela multimídia de 8,4 pol. Motor V-6/3,2 L/271 cv e tração 4x4 garantem o tradicional bom desempenho fora de estrada.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2014 CRÔNICA

Nóis é o mió dos candidato JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

Ó

ia pessuá, eu sô candidato, drumode us povo e us amigo qui quizéro qui eu fosse. Eu i u partido registramo meu nome pra Deputado Istaduá, imbora nóis quêra mermo é sê Prefeito nas eleição qui vem dispôis. Sê Prefeito é munto mió, pruquê tem um mundão di verba pra Merenda Iscolar, os amigo mi dão as Nota Fiscá que quéro i u Tribuná das Conta é munto compressivo cum nós. Tô pricizando du sêo voto, pra dispôs sê Prefeito, i trabaiá feito um bicho, pras coisas miorá pra nóis. Agora, tô sem fazê nada i pricizo de um bico pra fazê du mió pra vormicêis i pru o meu quirido muniçipo qui amu munto. Cuma vormicêis sabi, eu tenho caza das bôa, duas fazendas, quatro carrus dos bom, três apartamento nu mió lugá di Maceió e uns dinhêro nus banco, tudo arranja-

do cum meu suó, quando fui Prefeito na primêra vêis. Tenho munta sordade dus bons tempos e pricizava di uma reprezentação pra vivê bem cum minha muié e meus fios. Si minha muié i meus fios têm carrus, é pruquê num fica bem, muié i fios dum Prefeito, andá nus ônibus véio, lotados i cum as passage caras, cuma nóis vê. Os bichino dos nosso fios, pricizam di bons carrus pra passiá. Pricizamos ajudá a Dona Dirma i tô adispôsto a mi sacrificá dinôvo, cuma um sordado que vai pra guerra. Pruisso peço a ajuda das pessoa legá desse municipo, cuma vormicês. No Tribuná Eleitorá, dixéro qui nóis candidato tinha qui apresentá as tá de Certidão Negativa i um diproma si já tivesse concruído u curso primáro. Nu ginázo, a Diretora da Iscola mi preguntô si eu quiria um diproma di concruzão ô só dizê qui sô arfabetizado. Priferí di só arfabetizado pruquê us pessuá sabi qui nunca fui pra iscola. Tudo qui aprendí foi cuma Prefeito na iscola da vida. Pidiro Certidão di Antecidentes Criminais, mais eu só tô proçeçado in cinco proçeço que ainda vão sê jurgado, cuma “Ficha

Suja”. Nu Tribiná, prometero só mi jurgar adispôis das eleição ou isconê o procéço prumode num fica prijudicado. Eu só tenho dois crime, prumode tê matado dois adversáro qui quiriam atrapaia meus pranos i não é justo nóis fazê du mió pelo povo i uns gaiato num dexá. O proçeços já tão cum çeis anus nas pratilêra do Tribuná i um Juiz prumeteu mi ajudá. Tem um proçeço qui é prumode unha tá di Improbidade Administrativa, pruquê num prestei conta di 3 milhão de reá, quando era Prefeito. Tudo foi cunversa das opusição qui butô isso na cabeça du Tribuná di Contas e du Ministéro Púbrico. Num tô prezo prumode as amizade qui tenho i pruquê us meus Advogados são dus mió da cidade i também pruquê tô tendu qui dá propina adoidada, aos pessoá. Na Delegacia u iscrivão mi deu a “Certidão de Bons Antecedente” i u Delegado açinô na hora i ainda mi desejô suçeço na minha loita i dixe qui ia votá in mim. Pode cunfiá in mim qui eu prumeto num decepcioná i si quizé vendê sêo voto, meu célulá é 9999-0000. Pra si ganhá eleição, vô pricizá gastá munto, mais, us

Imprêzáro, tão dando dinhêro, pois, eles vão pricizá di mim adispôis, nun é mermo? Êsse negóço di eu sê proçeçado cinco vêis, voçêis num repare, pruquê tem candidato munto pió du qui eu. Os caras qui eu matei foi prumode eles tarem atrapaiando us meus pranos pulítico. O proçeço já roda a muntos anus i o juiz já num sabi in quá pratilêra ele tá. No natá eu dei uns presente pra muié di uns cara e elas gostáro munto. No Tribuná di Contas recramáro das Notas Fiscás Fria, mais, eles tem qui si lembrá qui nóis têm muntos amigos qui si ofereci pra dá as tais notas i ganhá uns trocados. A vida é assim mêrmo, num é quirido meu eleitô ? Pois é, pessuá, in 5 de oitubro, nóis qué sêos votos prumode nóis se ajeitá. Apruveito pra avizá aos Impreitêros qui tô pricizando di dinhêro pra campanha e si fô eleito, prumeto dá um jeitinho nas concorrênças das obras, dus transporte coletivo e das merendas iscolar. Agaranto a voçêis qui dus candidatos pió, eu sô u mió dêles. Fui proçeçado cinco vêis, nunca fui condenado, mermo cuma “ficha suja”. E apôis?????.....


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Barriga cheia

O futuro de Júlio

O

Tesouro Nacional divulgou recentemente todos os recursos encaminhados as 5.565 Prefeituras de todo Brasil durante os oito primeiros meses de 2014. Igreja Nova, cidade localizada no Baixo São Francisco alagoano, distante 163 quilômetros de Maceió, recebeu R$ 34.288.948,01

Muito dinheiro Só do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) chegaram aos cofres municipais nesse período a bagatela de R$11.816.327,06. Os recursos oriundos da receita própria e de convênios não foram divulgados pela administração municipal. Ao que parece, o prefeito chora de barriga cheia, mas insiste em alegar que faltam recursos para dar um aumento decente aos professores e demais servidores.

Foi “abandonado” Teo Vilela que brilhou no Senado e realizou um governo razoável (pelo menos não roubou) vai encerrar a sua carreira política de forma melancólica. Além de não eleger o seu sucessor foi abandonado pelos amigos que mamaram oito anos nas tetas do seu governo e simplesmente trocaram de lado na tentativa de se perpetuarem no poder. Política é assim: na hora do barco afundar, os bajuladores são os primeiros a pular.

Arapiraca Em junho último, Arapiraca foi selecionada para integrar um projeto piloto do programa Global Libraries, por meio da Fundação Bill e Melinda Gates, em todo Brasil. Além do município, o estado do Pará e a cidade de Taubaté tiveram bibliotecas que também serão capacitadas. Segundo a coordenadora nacional de Bibliotecas Públicas, do Ministério da Cultura (MinC), Eliana Machado, Arapiraca se destaca no tocante nacional.

Apesar de reconhecer que não tem a mínima chance de ganhar o Governo de Alagoas, o candidato do PSDB, jornalista Júlio Cezar, esbanja energia positiva em suas caminhadas e no contato corpo a corpo com os eleitores.

Razão da euforia A razão da euforia de Júlio está na cidade de Palmeira dos Índios, onde foi o vereador mais votado nas últimas eleições. Ele sabe que tem reais chances de chegar a Prefeitura nas próximas eleições, mesmo sabendo que não contará com o apoio do atual prefeito James Ribeiro que tem outros planos para continuar no poder, apesar da administração pífia que realizou na primeira gestão e dos erros da atual.

Candidato “liso”

Grana no bolso

Júlio Cezar mostrou que é leal aos amigos a exemplo do Governador Teotonio Vilela que mesmo sabendo que ele não tinha a mínima chance de ganhar às eleições o atirou sem “eira e nem beira” na jaula de leões famintos pelo poder como Renan Calheiros e Biu de Lira. E o que é pior: sem recursos, apesar dos cofres abarrotados de grana do PSDB e dos amigos do poder. Júlio, numa linguagem popular, ganhou a pecha de “candidato liso”.

Sem dinheiro para realizar as suas andanças pelo Estado em busca de voto, o candidato tucano conta apenas com um “empurrãozinho” de um marqueteiro que foi contratado a peso de ouro para a campanha de Eduardo Tavares e que continuou com a grana no bolso para garantir palanque para o candidato a presidente Aécio Neves.

Campanha humilhante E o que é pior: Teo se mostra insensível diante da campanha humilhante de Júlio que apesar de ser um candidato apoiado pelo Governo de Alagoas, amarga o resultado de 1% nas pesquisas eleitorais.

Educação e cultura “São poucos os municípios no Brasil que têm Sistema Municipal de Bibliotecas, Livro, Leitura e Literatura [SMBLLL] e Arapiraca possui. O fato de estar trabalhando, pensando a biblioteca como um equipamento cultural integrado à educação é muito importante. É difícil a gente separar Educação e Cultura”, diz.

Acesso de todos Para ela, o espaço cultural tem de ser para o acesso de todos. “É o alicerce, a base de tudo. O município arapiraquense está trabalhando as políticas culturais e seguindo as diretrizes nacionais. Mesmo que este processo seja longo, a gente está começando a ver os frutos com as Arapiraquinhas, as bibliotecas digitais de bairros. Por isso que vejo esta cidade como uma referência nacional, a qual elegemos como um dos locais que vai para receber o projeto ‘Tô na Rede’ da Fundação Bill Gates”, completa a coordenadora Eliana Machado.

PELO INTERIOR ... As eleições deste ano devem causar surpresas, até mesmo em candidatos que contam com apoio de Prefeituras e que apesar do poder econômico podem amargar derrota. ... A razão é simples: o número de candidatos com chances de se eleger, com os votos dos eleitores da Região Agreste, principalmente para deputado estadual, aumentou significativamente nessas eleições. ... Além dos deputados estaduais Antônio Albuquerque (Limoeiro de Anadia), Ricardo Nezinho (Arapiraca), Edval Gaia (Palmeira dos Índios) e Severino Pessoa (Arapiraca), que buscam a reeleição, estão no páreo: Tarcizo Freire (Arapiraca), Gilvan Barros Filho (Girau do Ponciano), Alves Correia (Arapiraca) e Jairzinho Lira (Lagoa da Canoa). ... Pelo jeito, será uma disputa difícil, voto a voto. De acordo com estimativas, apenas dois deputados continuam na Casa de Tavares Bastos que deve receber mais três novos deputados da Região Agreste, dentre eles a surpresa poderá ser o vereador Tarcizo Freire. ... Júlio Cesar, que foi um dos coordenadores das campanhas eleitorais do irmão, o candidato a deputado federal pelo Partido Progressista (PP), Júlio Houly, estará se ausentando por tempo indeterminado, conforme informou aos amigos nas redes sociais. Júlio, que é servidor da Câmara Municipal de Arapiraca, revelou que irá se submeter a uma cirurgia colocar uma ponte de safena nesta quinta-feira, em um hospital de Maceió. ... A cirurgia a que Júlio Cesar vai se submeter, será realizada pelo médico cardiologista Dr. José Wanderley. ... “Peço aos meus amigos que coloquem sempre meu nome como também do Dr. Jose Wanderley e toda equipe em suas orações”, disse emocionado Júlio Cesar. ... Em entrevista a TV Gazeta, o candidato ao Governo do Estado Biu de Lira prometeu combater o crime organizado: ... “Primeiro, nós vamos tirar as crianças das ruas e colocar nas escolas, que terão educação em tempo integral, das 7h às 17h. Também vamos criar escolas profissionalizantes para dar aos jovens oportunidades longe do tráfico. Todos os países e cidades que se desenvolveram e superaram problemas graves de violência começaram investindo profundamente em Educação. E nós vamos fazer isso em Alagoas”, disse Biu. ... Infelizmente, Biu esqueceu de informar aos eleitores alagoanos o que fez como Senador para diminuir os índices de criminalidade no Estado. ... Paz, saúde e harmonia para todos neste final de semana. Até a próxima edição.


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Fugindo das dívidas

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ara escapar do endividamento, é necessário seguir as seguintes regras: planejar o orçamento, saber diferenciar o essencial do supérfluo, controlar os impulsos consumistas e resistir as tentadoras ofertas de crédito fácil, assim como utilizar de forma consciente o cartão de credito ou o limite do cheque especial. Não é nada difícil, mas não impossível. Quem gasta mais do que tem perde noites de sono, precisando se sacrificar para pagar multas e juros exorbitantes e ainda corre o risco de ter o nome incluído nos cadastros dos serviços de proteção ao crédito. Um dos aspectos básicos para não entrar em dívidas é ter clareza das armadilhas da publicidade, que cria falsas necessidades, levando as pessoas a comprar e gastar, muitas vezes, sem puder. Aliadas a oferta de produtos, em geral estão as tentadoras propostas de crédito fácil. Ao cederem a essas facilidades, os consumidores correm o risco de se comprometer com prestações que poderão exigir sacrifícios para equilibrar o orçamento ou acarretar muitos aborrecimentos quando não for possível honrar com os pagamentos nas datas estipuladas.

Lembrando Para evitar esses aborrecimentos, com cobranças constantes, lembre-se de que dívidas devem ser feitas em casos de emergência ou de uma compra essencial, como a da casa própria - e, mesmo assim, devem ser muito bem planejadas.

Especial Um dos mais usados para pagar dívidas, é o cheque especial, “uma faca de dois gumes”. Os juros cobrados, ultrapassa até mesmo o porcentual cobrado pelos agiotas. Só utilize mesmo, quando tiver certeza de que no dia exato de “cobrir” o valor, terá dinheiro no bolso. Caso contrário vai ficar sempre no prejuízo, com juros e multas.

Supérfluo Você já parou para pensar se tudo o que compra é mesmo indispensável para sua vida? Ou já analisou que, muitas vezes, o descontrole financeiro é desencadeado por não saber separar, nessas compras, o essencial do supérfluo. Só compre mesmo no primeiro caso. Jamais por impulso, mesmo sendo promoção.


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