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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 792 - 10 A 16 DE OUTUBRO DE 2014

FIM DE FESTA: ACORDO QUE BENEFICIA USINEIRO É LESIVO AO ESTADO

Renan começa a definir equipe de governo

LUCIANO BARBOSA E MANOEL CORTEZ SÃO COTADOS PARA A FAZENDA E VINICIUS LAGES PARA O TURISMO P/ 8 e 9

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ALAGOAS É 3º NO PAÍS EM VOTOS NULOS; BIOMETRIA REVELA FALHAS DO TRE-AL P/ 12 e 13

NOVOS DEPUTADOS ELEITOS REPRESENTAM A VELHA POLÍTICA DE ALAGOAS P/ 16 e 17

EM NOME DO FILHO, RENAN QUER APROVAR INDEXADOR DA DÍVIDA P/ 10

REELEITO, ARTHUR LIRA TEM CANDIDATURA QUESTIONADA E PODE PERDER MANDATO P/14


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE OUTUBRO DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

O negócio vantajoso Os autos do processo administrativo 1204009296/2013 asseguram ser vantajoso para o Tesouro do Estado de Alagoas restituir R$ 55 milhões ao Grupo Nivaldo Jatobá pelo inacreditável “prejuízo” de ter suas terras cortadas pela rodovia AL-101 Sul, construída pelo Estado. A área de servidão da rodovia, ainda em posse do Grupo Nivaldo Jatobá e, até a fazenda Lagoa Azeda, onde fica a praia do Gunga, de propriedade de terceiros, foi incluída na tenebrosa transação que ignorou um acórdão do Tribunal de Justiça de Alagoas em recurso interposto pela Procuradoria Geral do Estado. Pelo lado do usineiro Nivaldo Jatobá, a gigantesca valorização das terras decorrente da construção da rodovia foi transformada em prejuízo para justificar uma indenização de R$ 17 milhões e, pelo lado do Estado de Alagoas, a dívida tributária, líquida e certa, do Grupo Nivaldo Jatobá, de R$ 55 milhões - em execução judicial - foi reduzida para R$ 38 milhões em uma indisfarçável conta de chegada. A cavilosa alquimia jurídica e contábil se realizou entre outubro de 2013 a julho de 2014 aproveitando, como hospedeiros, dois processos que zanzavam pelos desvãos do cartório da comarca de São Miguel dos Campos desde 1991. A manobra foi urdida e cometida longe dos olhos da área técnica da Sefaz e do Ministério Público. Em breve o assunto será apreciado pelo CNJ e STJ, pois envolve algumas potestades do Estado de Alagoas. Com a palavra, o Sindifisco.

Te cuida, Renan! Renan Filho anunciou que a prioridade número UM de seu governo é a Educação. Sendo assim, o novo governador deve – antes mesmo de assumir o cargo – manter entendimentos com Téo Vilela para sustar o pagamento do contrato de compra de kits escolares com licitação viciada. A negociata envolve uma firma de Pernambuco e a Secretaria Estadual de Educação, e tem a marca registrada do senador Biu de Lira e do deputado federal Arthur Lira, que comandaram politicamente a Educação nos últimos anos. Como este semanário vem alertando há várias edições, o golpe dos kits escolares pode chegar a R$ 100 milhões e os responsáveis estão pressionando o atual governador para liberar o pagamento. Vilela já deu provas de que não vai pagar pela roubalheira, mas teme-se que no apagar das luzes do seu governo algum tucano emplumado decida atender às pressões de Biu e de seu filho. Mesmo que o golpe venha a se consolidar, é obrigação do novo governo entrar com ação judicial para anular o contrato viciado e mandar para a cadeia seus responsáveis, incluindo ai o atual secretário da Fazenda, Maurício Toledo.

Arrocho fiscal

Fogo na Sefaz O secretário Maurício Toledo está formando - às pressas – uma comissão de incineração para queimar uma montanha de documentos oficiais referentes aos oito anos do governo tucano. O problema é que até agora nenhum servidor quer assumir o papel de Nero por temer processos futuros.Só Deus sabe o que Maurício Toledo pretende mandar para a fogueira.

Aconteceu nas eleições n O deputado JHC foi o campeão de votos dessa eleição com 135.929 votos para a Câmara Federal, enquanto seu pai João Caldas teve uma votação pífia de 11.455 votos. n Rodrigo Cunha, filho da ex-deputada trucidada Ceci Cunha, foi o campeão de votos para deputado estadual, com 60.759 votos, fazendo com que sua coligação elegesse mais dois deputados além das previsões. n O caçador de “taturana” delegado Pinto de Luna foi candidato a deputado estadual pelo PT e obteve a inexpressiva votação de 3.976 votos. n Em Alagoas a eleição é de pai para filho. Carimbão emplacou o filho Carimbão Júnior para deputado estadual com uma votação de 14.879 votos, enquanto o vereador Davi Davino elegeu o filho Davi Davino Filho, com 18.562 votos. n Lobão uma figura exótica da famosa região das lagoas teve uma votação surpreendente de 14.002 votos. Enquanto isso, o deputado Judson Cabral, com atuação destacada na Assembleia Legislativa, não conseguiu se reeleger. Obteve apenas 16.960 votos, ficando na primeira suplência. Uma pena! n Chico Holanda emplacou o filho como vereador na eleição de 2012, mas foi barrado no baile nas eleições de 2014 para deputado estadual, ficando na primeira suplência da sua coligação com votação de 15.651 votos. n A família Pereira provou que em Teotônio Vilela, Campo Alegre e Junqueiro, é ela que manda nos votos da região. Jo Pereira obteve nas três cidades 23.261 votos. Um grande curral eleitoral da família. n Penedo mais uma vez vai ficar sem representante na casa de Tavares Bastos. O vereador Cidoca, candidato da terra, obteve 19.823 votos e não conseguiu se eleger, ficando na segunda suplência da sua coligação. n O ex-prefeito itinerante Cícero Cavalcante, o popular “Cícero das Cachorras”, foi reprovado nas urnas pelo povo alagoano. Obteve apenas 22.524 votos, ficando na primeira suplência da coligação.

Folclore político Eleito os novos governantes, é praxe um espertalhão promover a divulgação de notas nos jornais da cidade informando que ele estaria cotado para integrar o primeiro escalão do no novo governo. Não satisfeito, ainda força a barra. - Governador, estão falando que eu vou assumir um alto cargo no seu governo. O que eu digo aos meus amigos? - Diga que foi convidado, mas não aceitou.

Protesto

Professores da rede municipal de Chã Preta fazem protesto nesta sexta-feira (10) pelas ruas da cidade. A categoria cobra do prefeito Audálio Holanda aumento salarial e o pagamento das parcelas do FNDE, que não são repassadas desde março, descumprindo acordo firmado na justiça. Os professores farão greve de advertência por três

Enquanto aumenta o rigor fiscal contra os pequenos e médios empresários, a Sefaz está prestes a perdoar uma dívida milionária do usineiro Nivaldo Jatobá. Com a palavra o secretário Maurício Toledo.

Gestor padrão Quem vai hoje ao Hospital Sana-tório percebe grandes mudanças, e para melhor. Tanto em limpeza e atendimento quanto nos procedimentos, sobretudo os voltados a pacientes do SUS, ele se situa agora entre os melhores do estado graças ao empenho do diretor Júlio Bandeira, ex-presidente do Sindicato dos Médicos.

Gritaria geral Em Marechal Deodoro, comerciantes e moradores reclamam das obras tocadas ao longo dos últimos seis meses pelo prefeito Cristiano Mateus por toda a cidade. O motivo da queixa é a demora na conclusão. Nos dias de montagem e realização da feira, sexta e sábado, o centro vira um caos, com uma única via de para entrada e saída de veículos e nem ambulâncias conseguem trafegar com facilidade para atender os casos de emergência.

Chamada fatal Dizem que a prisão de oito vereadores de Joaquim Gomes, acusados de receberem propina do prefeito afastado Toinho Bastos, teve lances dignos de uma tragicomédia. As prisões ocorreram na tarde da quarta-feira (8), durante a sessão que se realizava na Câmara Municipal. Os integrantes do Gecoc (Grupo de Combate às Organizações Criminosas, do Ministério Público Estadual) e agentes das polícias Civil e Militar interromperam a sessão para uma chamada. Quem dizia “presente” era imediatamente algemado e levado para o camburão. Cena grotesca da política atual!

Exemplo Um dia após as prisões, o PPS de Alagoas tratou de expurgar os recebedores de “mensalinho” até então filiados ao partido.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

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- MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE OUTUBRO DE 2014 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Aécio assume em janeiro Rio - Não vou arriscar nenhum palpite. Vou, sim, fazer um prognóstico real das eleições presidenciais do segundo turno: Aécio ganha e, depois de doze anos, os petistas serão apeados do poder. A reação do candidato tucano nas últimas quarenta oito horas antes do dia da votação, a sua curva ascendente e a baixa rejeição são ingredientes que me levam à certeza da vitória do Aécio. Ao não passar dos 40%, Dilma bateu no teto e por pouco o tucano, que vinha se arrastando na casa dos 20%, não a alcançou no final da apuração dos votos. Agora, no segundo turno, com tempos iguais de dez minutos para cada um, Aécio não só deve explicar melhor seu programa de governo como rebater as acusações da Dilma de que o “povo brasileiro não quer voltar ao passado”, ao se referir a sua candidatura. Aécio chegou ao segundo turno porque teve a ousadia de não esconder os feitos de Fernando Henrique Cardoso, o que não ocorreu nas duas campanhas de José Serra. Atropelou a Marina. Viu sabidamente na candidatura dela fragilidade de programa de governo, desorganização e um discurso de vítima do sistema, de coitadinha. Tentou conquistar o eleitor retratando seu passado de fome e de miséria, o que certamente afugentou aqueles que queriam um discurso de estadista de fôlego e determinação para governar o país. Perdeu-se mais ainda quando foi buscar na “velha política” o fisiologismo para atrair o voto dos miseráveis com a proposta de um décimo terceiro para o Bolsa Família. Agora, os brasileiros vão julgar dois governos. Um, dos petistas, de doze anos de corrupção e desmando. Outro, dos tucanos, de privatização, que o PT considera de lesa pátria. Como o mapa das eleições mostrou, o PT ainda tira grande proveito dos 50 milhões de pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família, o que faz a diferença numa eleição plebiscitaria de segundo turno. Mas certamente vai parar por aí. Há uma clara objeção e ojeriza de boa parte dos brasileiros aos petistas, que vão partir pra cima dos tucanos com gosto de sangue na boca. Ao Aécio cabe produzir um programa eleitoral moderado, de propostas. Deve fugir da baixaria e se apresentar como um candidato moderno, experiente, e de um bom gestor. Mostrar o currículo de quem administrou um estado como Minas Gerais com competência e com uma equipe qualificada para se contrapor a uma Dilma leniente à corrupção e ao atraso. Responsável por uma administração caótica e de fracasso na economia e na política externa.

Privatização Aécio deveria, logo de cara, defender as privatizações e mostrar que o Brasil avançou e se modernizou quando desestatizou a economia e privatizou elefantes brancos que só serviam de cabide de emprego e de guarda-chuvas para militares aposentados que sobraram da ditadura. Unificou os ministérios militares no Ministério da Defesa, reduzindo a máquina estatal e devolvendo os militares aos quarteis. Atraiu o capital externo, reduziu a inflaçãoa índices suportáveis e transformou o Brasil numa potência competitiva no mercado mundial. Entregou ao PT, oito anos depois, um país com as finanças organizadas e com os índices sociais melhorados, depois que criou os bolsas, programas depois unificados e denominados pelo PT de Bolsa Família. Com dez minutos de programa, os tucanos podem agora explicar melhor o neoliberalismo para o qual os esquerdistas de botequim ainda torcem o nariz mas tiram proveito dele quando tiram o pé da lama.

Defensiva À Dilma cabe ficar na defensiva, insistir no aumento das famílias beneficiadas pelos bolsas, defender a corrupção que campeia no seu governo, tentar justificar o encolhimento econômico do país, explicar a prisão dos mensaleiros e o propinoduto da Petrobrás. Precisa explicar também ao povo brasileiro o seu programa de privatização disfarçado de concessões.

Dissidência Como tudo isso não bastasse, governadores e parlamentares já eleitos vão correr para o candidato que mais apresentar perspectiva de poder. Além disso, a classe política não morre de amores pela Dilma.

Velha política A Marina, que até então aparecia com um discurso de vanguarda, progressista, não demorou muito para mostrar que também é adepta da “velha política” que começou combatendo nos seus pronunciamentos e programas eleitorais. Apresentar aos brasileiros a proposta do décimo terceiro salário para os que ganham Bolsa Família é, na verdade, um fisiologismo eleitoreiro só visto nos currais eleitorais mais decadentes do Norte/Nordeste. Se a ideia da Marina era complementar a esmola oficial dos petistas aos miseráveis dos guetos brasileiros, o tiro saiu pela culatra. Ela simplesmente se igualou aos defensores do Bolsa Família que distribuem dinheiro para manter um curral eleitoral de mais de 50 milhões de pessoas que permite manter esse poder corrupto do PT.

Pobreza

Cinismo

Marina, que em princípio parecia ser a alternativa ao poder que está aí, desmoronou-se com suas propostas e seus discursos evasivos e pobres para quem imaginava assumir a liderança de um país – a sexta economia do mundo – onde empresários, empresas e governos de todo universo estão vigilantes a qualquer movimento do xadrez político. Não foi para o segundo turno das eleições no domingo 5, como mostraram as pesquisas de opinião. Marina jamais terá outra oportunidade como esta. Deve deixar os socialistas e lutar para construir seu novo partido, a Rede, para onde devem convergir os marinistas que um dia sonharam chegar ao poder.

O descaramento dos petistas para se livrar da nódoa de um governo corrupto e inoperante não tem limite. O engenheiro Paulo Roberto Costa, o delator, disse com todas as letras ao Ministério Público que o Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, extesoureiro da primeira campanha da Dilma, pediu uma colaboração de 2 milhões de reais. O dinheiro foi repassado (?) à conta pelo doleiro Alberto Youssef, o homem que movimentou quase 10 bilhões de reais em propinas das empresas estatais brasileiras. Mesmo assim quando questionada, Dilma, instruída por assessores, simplesmente diz que a Polícia Federal atuou em seu governo para desmontar a máquina da corrupção.

Fúria

Não explica como esse dinheiro, fruto da corrupção dentro da Petrobrás, foi bater nas suas contas de campanha. Nem seus adversários cobram com mais firmeza todos os escândalos ocorridos até agora no seu governo e no do ex-presidente Lula. Não se falou até agora nos mensaleiros na cadeia, nas dezenas de funcionários presos dentro do Ministério do Trabalho pela Polícia Federal, nos escândalos de pedofilia dentro do Palácio do Planalto, na compra da refinaria de Pasadena superfaturada, no aparelhamento do estado, nos rombos do fundo de pensão, na estagnação da economia, no discurso da ONU defendendo os terroristas degoladores de inocentes e a desconexão entre o que ela pensa e o que ela fala por absoluta falta de cultura política e econômica.Trata-se, meus senhores e minhas senhoras, de uma estadista meia-sola. O Brasil não merece!

A eleição chega ao fim da sua primeira etapa sem que Marina e Aécio tenham convencido a população da corrupção do governo Dilma. Ambos trataram do assunto superficialmente. A impressão que se tem é que os petistas viraram o jogo. De um governo cheio de lama de corrupção até o pescoço parece nadar em águas cristalinas tal o cinismo de conseguir reverter as coisas. Veja: a Dilma, no debate da Globo, disse que o Lula demitiu um funcionário do Ministério do Meio Ambiente por corrupção quando Marina estava à frente da Pasta. Além de mentir e encurralar a Marina, que ficou falando sozinha fora do tempo permitido, Dilma ainda jogou nas costas da adversária uma demissão como se tivesse ocorrida em outro governo que não o PT.

Propinoduto


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE OUTUBRO DE 2014

GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Ladrõezinhos Quando estava pronto para o fechamento da coluna, eis que chega a notícia da prisão de oito vereadores do município de Joaquim Gomes, que recebiam propinas para aprovar projetos do executivo. A situação foi tão degradante, que um deles, em vídeo, recebia pequeno pacote de dinheiro com notas de vinte reais.

Vai explodir

Mau exemplo

ão vai demorar muito para as denúncias de Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff tomem uma dimensão nunca esperada no Brasil. As delações premiadas incentivam os criminosos a revelarem o que estava embaixo do tapete durante muitos anos. Só assim eles se livram de penas severas, devolvem parte do dinheiro roubado e vislumbram o futuro na cadeia mais ameno. Até agora os denunciados negam, negam e negam. Mas aos poucos as denúncias vão se materializando, tomando corpo, tomando forma e com certeza chegará cristalinas e depuradas ao conhecimento do povo brasileiro. Não se podem roubar bilhões de reais às escondidas. Mas cedo ou mais tarde, com a cumplicidade ou não de patronos da corrupção, esta situação não poderia ficar escondida, sob o manto da impunidade. O que mais dói é a citação do que é mais representativo na política brasileira, envolvendo os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado, diversos parlamentares e figurões da República. Que Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff digam logo o que sabem.

Dilema

De fora

Lorota política

Um dos mais íntegros integrantes do PT, o deputado Judson Cabral, não conseguiu se reeleger. Uma pena para o parlamento alagoano. Judson sempre foi um político responsável, ético e decente. Mas parece que o povo não está muito ligado nisso não.

N

Foi até engraçada a revelação de alguns deputados eleitos sobre a grande motivação para a vitória nas urnas no último domingo. Muitos disseram que os alagoanos entenderam, vejam bem, as mensagens e propostas durante toda a campanha política. Só isso?

A desembargadora Elisabeth Carvalho fez uma colocação grave sobre o episódio envolvendo o coronel Brito, que esbofeteou uma eleitora numa seção no bairro de Cruz das Almas: ´´não quiseram encontrá-lo´´, reagiu a desembargadora, que mandou prender o coronel infrator. Aliás, uma medida que mereceu aplausos da sociedade. Deduz-se, que a polícia, nesses casos, tem usado dois pesos e duas medidas, quando é para proteger seus próprios integrantes. Mesmo que já estejam na reserva. Uma pena.

Só esta vez O deputado federal Maurício Quintela já confidenciou a alguns amigos durante a campanha de que ficará somente nesse mandato de deputado federal. Seu objetivo é retornar para em 2018 se candidatar à Assembleia Legislativa. Maurício entendeu que o jogo para aportar em Brasília é muito pesado e não dá mais.

Perguntar não ofende Dos candidatos eleitos de todos os partidos, quem não trabalhou por baixo dos panos com cadastro eleitoral?

Decepção

Exagero

O ex-prefeito Cícero Almeida precisa reconstruir toda a sua base política que o elegeu para prefeito de Maceió, se quiser competir de igual para igual nas eleições municipais de 2016. Mesmo eleito, Almeida teve um pouco mais de 60 mil votos em todo o Estado, muito menos do que ele previa somente em Maceió.

O advogado Marcelo Brabo foi vítima, já no final da campanha eleitoral, de mesquinhez, perseguição política e de campanha difamatória. Quem conhece Brabo, um dos mais competentes advogados eleitorais do norte e nordeste, sabe perfeitamente que jamais usaria de expediente para conturbar um processo eleitoral, principalmente em ações advindas do Tribunal Superior Eleitoral. Que se desfaça, na Justiça, o exagero cometido com um profissional exemplar.

Decepção 2 Outro candidato que não gostou da votação que teve foi o ex-governador Ronaldo Lessa. Também esperava estourar de votos nas urnas de Maceió e Arapiraca. Suas contas não bateram com o que foi previamente acertado com as lideranças que o apoiaram nestas eleições.

Surpresa Muita gente tinha a certeza de JHC seria muito bem votado em Maceió, mas pensava que ele seria, no caso de vitória, o terceiro na coligação do senador Biu de Lira. Aberta as urnas, JHC foi o primeiro, seguido de Arthur Lira e Maurício Quintela.

Eleição cara Os candidatos que participaram da última eleição não param de reclamar dos milhões de reais gastos durante a campanha. Muitos terminaram a eleição lisos, com pendências para serem resolvidas durante o mandato. Quem não venceu, não está atendendo nem telefone.

Frustração Mais de 380 mil eleitores deixaram de votar nas eleições do último domingo, decepcionados com os rumos da política alagoana. E a tendência é aumentar.

O governador eleito Renan Filho vai enfrentar um grande problema para agraciar alguns amigos que participaram da campanha. Quase todos enfrentam problemas com a Justiça, principalmente por improbidade administrativa em governos anteriores. Quem duvida, basta pesquisar na internet.

Sinuca de bico Renan Filho que ganhou as eleições para governador no último domingo vai ter que avaliar muito bem as indicações que fará no governo com a presença de aliados, nem sempre habituado a cuidar da coisa pública, com correção. Muitos deles fizeram indicações desastrosas em governos passados.

Alto lá Se o governador eleito Renan Filho cumprir o que prometeu, de compor o governo com técnicos de alto nível, ou ninguém ou quase todos não ocuparão cargo relevante nenhum na sua administração.

Impostores A política eleitoral, segundo avaliadores de governos, é a atividade propícia para o sucesso dos impostores. A família Sarney, por exemplo, passou a vida toda no poder no Maranhão, demonstrando ser uma coisa que sempre foi outra. O Estado tem os piores indicadores sociais do Brasil e o Sarney com assento na Academia Brasileira de Letras.

Sem interesse Ninguém sabe por que as autoridades não fizeram nenhum flagrante de compra de votos e naturalmente de cadastros nesta campanha eleitoral. Bastaria apenas ir há alguns bairros da capital e perguntar ao dono da bodega, a dona de casa, ao gari, aos limpadores de pára-brisas, na feira, aos comerciantes, aos bebedores de cachaça, enfim a qualquer pessoa do povo, que certamente dariam a pista certa. Falta de informações é que não foi.


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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE OUTUBRO DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Governador eleito terá maioria na Assembleia e na Câmara Federal

Renan Filho tem o apoio de 21 dos 27 deputados estaduais e de seis dos nove deputados federais eleitos

CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

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governador eleito Renan Filho (PMDB) não vai ter de se esforçar para construir uma forte base aliada na Assembleia Legislativa de Alagoas, necessária para a aprovação dos projetos do Executivo. Pelo que se desenha a partir do resultado das urnas, ele tem a seu favor 21 dos 27 deputados estaduais. Isso porque parlamentares de outras coligações declararam apoio ao filho do presidente do Senado, Renan Calheiros, antes mesmo da votação de domingo. Ao todo, 13 siglas conquistaram vagas na Casa de Tavares Bastos nesta eleição, uma a mais do que no pleito de 2010. Ocorre que, apesar de o Executivo ter mudado de mãos, a composição do Legislativo seguiu mais ou menos a mesma divisão atual. Só que desta vez a maioria dos eleitos faz parte da base do governador que irá assumir o lugar de Teotonio Vilela Filho (PSDB) a partir de janeiro

do ano que vem: 12 fazem parte das 11 siglas (PMDB, PSD, PSC, PROS, PV, PDT,PT,PT do B, PC do B, PHS, PTB) que apoiaram o peemedebista na disputa contra Biu de Lira (PP). Além disso, Renan Filho teve o apoio de dois deputados eleitos do PRTB, três da chapa tucana, que era composta ainda pelo PRB, e quatro eleitos da chapa de Benedito de Lira, que são dos partidos PPS, DEM e PSB, respectivamente. Em 2010 a maior bancada era do PSDB, com seis deputados. A partir de janeiro de 2015, os tucanos continuarão com maioria na Casa de Tavares Bastos, porém com duas vagas a menos. O partido de Renan Filho e o PRTB vêm logo atrás com três deputados cada. Partidos como PTB, PT do B e PTN, que tiveram deputados eleitos há quatro anos, desta vez não elegeram nenhum. De acordo com os bastidores da política, a base de Renan Filho pode aumentar. Nomes como os de Davi Davino (PSB), Antônio Albuquerque (PRTB)

Renan Filho não deverá ter dificuldades de relação com deputados estaduais e federais eleitos no domingo

e Francisco Tenório (PMN) podem auimentar o número de apoios ao filho de Renan Calheiros. Da oposição, quem dificilmente fecharia acordo com o peemedebista seriam Jó Pereira (DEM), por ser da família de Benedito de Lira, Bruno Toledo (PSDB), parente de Alexandre Toledo - vice da chapa de Biu-, e Rodrigo Cunha (PSDB), que deverá se manter neutro na ALE. Além dessa base na ALE, Renan Filho conta no Congresso Nacional com os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor de Mello (PTB), re-

eleito neste pleito. Já na Câmara Federal, o peemedebista terá o apoio dos deputados federais Givaldo Carimbão (PROS), Marx Beltrão (PMDB), Ronaldo Lessa (PDT), Cícero Almeida (PRTB) – apesar deste ter sido eleito por outra coligação – e Paulão (PT). Correndo por fora, aparece o nome de Pedro Vilela (PSDB), que era visto constantemente em eventos de Renan Filho, durante a campanha. MÁ SURPRESA Durante a campanha, o senador reeleito Fernando Collor e o

governador eleito Renan Filho apostavam que tanto o ex-prefeito de Maceió Cícero Almeida quanto o ex-governador Ronaldo Lessa, teriam, cada um, 150 mil votos. Há quem diga que Collor, na realidade, considerava o númeo muito alto, mas que Renan Filho havia assegurado que ambos conseguiriam a votação. Engano: Cícero Almeida, que andava pelas ruas dizendo que teria uma votação histórica, ficou de fora, o que pode lhe tirar a condição de candidato natural na disputa pela prefeitura de Maceió em 2016.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE OUTUBRO DE 2014 - 7

ELEIÇÕES 2014

Rodrigo Cunha: “A sociedade não aguenta mais conviver com políticas ultrapassadas” Filho de Ceci Cunha fala sobre o significado de ter sido o candidato a deputado estadual mais votado nesta eleição em Alagoas CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

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início de uma nova fase na política alagoana pode estar surgindo após o eleitor deixar o recado de que quer ver seus direitos garantidos através de seus representantes. E essa nova fase tem a ver com a votação do último dia 5, na qual um candidato se elegeu sem gastos mirabolantes, apenas pela vontade de mudança do eleitor. O candidato é Rodrigo Cunha, eleito em 1º lugar, com mais de 60 mil votos, sendo que essa é sua primeira candidatura. Há os que considerem que ela se deu por ele ser filho de Ceci Cunha, brutalmente assassinada com o marido e outros dois familiares em 16 de dezembro de 1998, no bairro da Gruta de Lourdes, em Maceió, após ser diplomada como deputada federal. Mas o que de fato levou a vitória de Rodrigo foi sua trajetória à frente do Procon e por carregar o nome limpo. Em entrevista ao EXTRA, Rodrigo Cunha falou sobre o significado de ter sido o candidato a deputado mais votado no estado. “Minha decisão de entrar na política foi muito amadurecida. Após uma luta de 13 anos para colocar os assassinos dos meus pais na cadeia, tornei-me uma pessoa mais leve. Formei-me advogado, estudei muito, construí uma família sólida e me preparei para este momento. Canalizei toda a dor que a vida me reservou para me transformar num homem público decente e fazer a diferença na vida das pessoas. Tinha muito orgulho, sem qualquer vaidade, da

confiança que as pessoas depositavam em mim e não podia desperdiçar a chance de usar todo o meu potencial, meus ideais, a minha indignação com a injustiça e a experiência construída ao longo de sete anos como um gestor público moderno, para a construção de uma Alagoas diferente”. Rodrigo diz que a caminhada foi muito pé no chão, com uma mistura de criatividade, ousadia, desafiando tudo o que diziam ser “normal” para fazer numa campanha política. “Tinha confiança de que o povo alagoano enxergaria a mensagem da necessidade de se construir uma outra política. Mas, sinceramente, não esperava um retorno tão grande como esse. Essa campanha foi diferente do que se vê por aí. Não contratei ninguém para me dar 10, 100 mil votos. A relação era direta eleitor-candidato.

A minha votação expressiva é fruto do sentimento de indignação que tomou conta do Brasil no ano passado e uma reação da sociedade, que não aguenta mais conviver com práticas políticas ultrapassadas”

ARAPIRACA

Andei, visitei comunidades, fui para o sinal de trânsito, porta de faculdades, tudo para conversar e buscar o voto através do convencimento. Realmente estou muito feliz com o resultado, até porque conseguimos provar que dá para fazer uma política limpa no nosso Estado”. Questionado sobre qual será sua posição na Assembleia ao lado de colegas parlamentares acusados de envolvimento com corrupção, o advogado alegou que quem o conhece sabe da pessoa pacífica que ele é. “Faço questão de fazer as coisas da maneira correta e com eficiência. No entanto, ser tranquilo não significa ser covarde ou não ter firmeza. Sou determinado e obstinado na busca dos meus objetivos. Provei isso ao lutar por justiça, sem vingança, no caso dos meus pais e saí da estatística dos cerca de 99% dos alagoanos que não conseguem justiça. Minha passagem à frente do Procon também demonstrou a minha capacidade. Sou representante do povo alagoano e tenho

uma procuração assinada por 60.759 pessoas para lutar pelos interesses da sociedade, pelo bem comum e resgatar o sentimento de ser alagoano”. Rodrigo disse também que a Assembleia precisa voltar a ser uma casa do povo onde os interesses da sociedade sejam discutidos e atendidos. “É preciso ter em mente que não basta ter uma postura honesta e decente. Isso por si só não concretiza projetos e nem realiza a transformação social. É preciso ter competência e projetos. Quero reunir estes dois atributos para fazer um mandato inovador assim como foi minha caminhada nas eleições. Agirei sempre com a minha consciência e serei um defensor intransigente da ética na política, sem falso moralismo e sem compactuar com velhas práticas políticas. Podem ter certeza de que serei um guerreiro e honrarei os ensinamentos de minha mãe e a confiança do povo alagoano”, ressaltou.

Comenta-se nos bastidores da política que essa eleição seria uma ponte para 2016, no qual o objetivo de Rodrigo Cunha seria o de administrar Arapiraca. O ex-superintendente do Procon, respondeu o seguinte: “Fui eleito para representar o povo alagoano e realizar projetos que promovam a transformação social. Quero honrar o meu mandato. Ainda é muito cedo para falar sobre 2016. Não tenho como pensar nisso agora. Esse é um novo momento em minha vida e quero muito ter a experiência de estar no legislativo. Amo Arapiraca, tenho orgulho de ser arapiraquense e voltei a morar na minha terra, tendo uma vida lá e continuando minhas atividades em Maceió também, porque quero entender como posso contribuir, sendo deputado, com o seu desenvolvimento, bem como com o de toda Alagoas”. Por fim, Rodrigo Cunha foi indagado se achava que sua votação expressiva tinha relação com a tragédia ocorrida com sua família, ou seria voto de protesto, contra as práticas políticas do estado que são comandadas por oligarquias. “Não acredito nisso. Quatro anos após a tragédia, a irmã da minha mãe decidiu ser candidata e teve cerca de 16 mil votos. Acredito sim, que teve relação com a vitória, com a luta de 13 anos por justiça. Muita gente se identifica com isso e com a forma correta com que tudo foi feito para dar um desfecho digno à morte dos meus pais. Quem me escolheu para representá-los é porque quer uma Assembleia diferente, um legislativo com mais justiça e cidadania. A minha votação expressiva é fruto de um sentimento de indignação que tomou conta do Brasil no ano passado e uma reação da sociedade que não aguenta mais conviver com práticas políticas ultrapassadas”.


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ELEIÇÕES 2014

Renan Filho começa a definir nomes (e perfis) de secretários Luciano Barbosa deve assumir Secretaria da Fazenda; ministro do Turismo também é cotado ODILON RIOS REPÓRTER

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enos de uma semana após as eleições, os grupos políticos que gravitam em torno do novo governador Renan Filho (PMDB) começam a disputar seu quinhão na vasta máquina pública de Alagoas. E o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), é o primeiro da fila: articula nomes de peso para integrar a equipe do filho. O primeiro da lista foi convocado a pedido de Renan: o atual ministro do Turismo, o agrônomo Vinícius Nobre Lages, chamado pelo PMDB de “quadro técnico de alto luxo”. Em Alagoas, o destino dele ainda não é claro. Deve ocupar uma assessoria especial de planejamento de ações, com funcionamento ao lado do futuro gabinete de Renan Filho. A proposta é que este cargo- que ainda não existe- possa atrair grandes empresários do ramo do turismo no país, aproveitando as potencialidades alagoanas, já que o Estado é um dos destinos mais procurados, no Nordeste. O objetivo de Vinícius é que a máquina pública possa aumentar a arrecadação e movimentar ainda mais o mercado hoteleiro. Há discussões internas, no âmbito da futura equipe, quanto à construção de um segundo centro de exposições e conven-

ções. Considera-se que o atual, o Ruth Cardoso, no bairro de Jaraguá, não comporta mais, sozinho, o “turismo de eventos”. Para a área econômica, há dois nomes cotados: o vicegovernador Luciano Barbosa (PMDB) deve acumular a Secretaria da Fazenda. Barbosa não tem apenas a confiança de Renan-pai, mas também a experiência de ter sido ministro da Integração Nacional e um diagnóstico técnico das contas alagoanas. A avaliação interna é se juridicamente é possível o vice-governador acumular duas funções na máquina pública. Outro nome vive em Salvador, apesar de ser alagoano: Manoel Carnaúba Cortez. Foi vice-presidente da Unidade de Petroquímicos Básicos da Braskem. Renunciou ao cargo, em Alagoas, no ano de 2012. A Braskem é uma das maiores petroquímicas do mundo. Ele deve ocupar uma secretaria com funções semelhantes à de Planejamento e Desenvolvimento Econômico. A proposta também é de atrair empresários e incrementar a renda no Estado. Outros dois nomes foram sondados a ocupar cargos na era Renan Filho, mas recusaram: o empresário Fábio Farias e o médico José Wanderley Neto. Os motivos passam pela experiência negativa de ambos no Governo Teotonio Vilela Filho (PSDB). Fábio foi o primeiro

Luciano Barbosa, o vice eleito, pode assumir Secretaria da Fazenda

secretário de Educação e Esportes, a pasta mais afetada pelo decreto de Vilela que cortou aumentos salariais concedidos no Governo Ronaldo Lessa. Foi vítima de uma decisão atabalhoada do governo. Hoje é suplente de Renan-pai no Senado Federal. Wanderley Neto também foi vítima dos tempos tucanos. Era vice-governador e o principal negociador com os grevistas de todas as áreas, também atingido no rastro do decreto que cortou aumentos salariais. Apesar da negativa de ambos, eles estão sendo procurados para avaliar nomes para áreas sociais do governo, como Saúde e Educação. Podem mandar mais, se quiserem. Aparentemente em silêncio na discussão dos nomes está o senador Fernando Collor (PTB), peça fundamental na eleição de Renan Filho. Os cargos pedidos por ele ainda são um segredo.

O deputado federal Cícero Almeida (PRTB) não dorme no ponto e prepara a sua fatura para a máquina estadual. ELEIÇÕES FACILITADAS POR VILELA Uma semana após o final das eleições, a avaliação é que os resultados eram mais que previsíveis. Tudo ficou sem surpresas ou grandes novidades. O regente da orquestra foi, mais uma vez, o senador Renan Calheiros. O comentado – e bem sucedido - acordo entre as principais lideranças do PMDB e do PSDB, mais precisamente entre o atual presidente do Senado e o governador Téo Vilela, resultou na escolha de Renan Filho para governador e na figuração do candidato do PSDB, Júlio Cézar, que teve votação de nanico, com 8% dos votos. Como previsto, houve a elei-

ção de Pedro Vilela (PSDB), o sobrinho do governador, para a Câmara dos Deputados, fazendo dobradinha em muitos municípios com o candidato do PMDB; assim como a ausência de críticas ao governo tucano durante toda a campanha. A promessa de Renan-pai de que prevaleceria “o debate e não o embate” foi cumprida ao pé da letra. Renan Filho atacou as áreas de Educação e Saúde de Alagoas, que estiveram nas mãos de secretários escolhidos por Biu de Lira, deixando de lado a responsabilidade do governador Téo Vilela. Agora é esperar para ver os desdobramentos desse acordo. Muitos acreditam que será a ida de Téo Vilela para virar ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) ou uma eleição de senador em 2018, em nova dobradinha com Renan-pai; outros acham que Renan Filho fará vistas grossas para o balanço do governo Téo e que até chamará alguns de seus aliados para participar do próximo governo. Nestes dois casos, somente o tempo poderá confirmar ou não o que hoje é especulação. Por outro lado, o acordo político de Renan Calheiros com Fernando Collor, Ronaldo Lessa e com o PT também deu resultados mais que positivos. O senador Collor foi reeleito sem receber críticas ao seu desempenho político anterior; o ex-governador Ronaldo Lessa volta à cena política com um mandato de deputado federal e a possibilidade de ser o candidato a prefeito em 2016; e o PT elege, pela primeira vez em sua história, um deputado federal, Paulo Fernando dos Santos, o Paulão. O mandato atual é de suplente.


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Biu de Lira esperava repetir votação de 2010

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o âmbito majoritário o grande derrotado foi o senador Benedito de Lira (PP). Desde 2010 que o senador do PP acalentava o sonho de ser governador de Alagoas. Acreditando no desempenho da sua eleição anterior, quando derrotou a vereadora Heloísa Helena (PSOL) e obteve mais votos que o próprio Renan Calheiros, Biu articulou, com ajuda indireta do governador Téo Vilela, uma frente de nove partidos que, por coincidência, participavam do governo estadual. Todos eles tinham secretarias de Estado, desde o Partido Progressista (PP) até o Democratas (DEM), passando por pequenas legendas como o PPS e PSB; mas, foram, um a um, para a frente de Biu sob o olhar complacente do governador. Este ano, apesar desta frente ampla, Benedito de Lira perdeu por um somatório de razões. Nesta campanha, ele não conseguiu reeditar o mesmo programa de rádio e televisão de 2010, que desarmou o discurso de Heloísa Helena então favorita nas pesquisas. Sem um candidato competitivo para o Senado, teve que se contentar com um aliado que obteve meros 8% dos votos; e, sem uma ideia clara de programa, Biu foi muito prejudicado nos debates em que foi obrigado a participar, perdendo pontos preciosos nas pesquisas eleitorais. É bom lembrar que na disputa para o Senado, em 2010, Biu de Lira não precisava enfrentar seus adversários em encontros públicos. Para completar, a morte do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, deixou Biu de Lira numa saia justa, na medida em que Marina Silva se recusou a vir apoiar sua candidatura e ele não podia apoiar o senador Aécio Neves (PSDB/MG), que

já estava na campanha de Júlio Cézar do PSDB. RENAN FILHO A coligação de 14 partidos deu a Renan Filho um tempo privilegiado nos programas de rádio e televisão. O adversário real, que teria sido uma candidatura forte do PSDB e aliados governamentais, foi desativado e neutralizado pelo acordo de seu pai com o governador Téo Vilela. Com certeza, Thomaz Nonô, lançado no primeiro semestre, teria um desempenho para o Senado bem melhor que Omar Coelho, assim como os exsecretários de Estado – Marco Fireman e Luiz Otávio – e até mesmo o procurador Eduardo Tavares, na disputa para governador. A avaliação é interna. Mas, estranhamente, eles foram preteridos. O tucano Júlio Cézar optou por uma moderada estratégia de apenas defender o governo de Téo Vilela, sem nenhuma preocupação em combater o candidato do PMDB. Seguia o roteiro do acordão Renan-pai e Téo Vilela. Nessa campanha, Júlio Cézar se transformou em nome para a disputa da Prefeitura de Palmeira dos Índios. Ou pode ajudar a agregar votos em torno de um quadro mais viável nas urnas. Por outro lado, ao longo deste último ano, Fernando Collor tratou de desgastar a gestão tucana com uma série permanente de denúncias sobre fatos reais, que reforçou a opinião negativa sobre a administração estadual. Esse desgaste colocou Téo Vilela entre os piores avaliados em todo o país, facilitando em muito a tarefa de Renan Filho. Para completar, Renan Filho era o mais jovem e, nos debates, pareceu o mais preparado, detalhe importante para segmentos da opinião pública. Eleito, Renan Filho já conta

e que, ao mesmo tempo, traz recursos para Alagoas. Omar Coelho (DEM), sabendo que não polarizaria com Fernando Collor ou Heloísa Helena, desempenhou o mesmo papel de Júlio Cézar para governador: trabalhou seu próprio nome para uma eleição futura e defendeu a candidatura de Aécio Neves, sem, no entanto contar com o apoio de Téo Vilela. SEGUNDO TURNO

No pleito de 2010 Biu derrotou Heloísa e teve mais votos que Renan

com maioria absoluta na Assembleia Legislativa. Por um lado, elegeu 14 deputados pelos partidos de sua coligação e todos estarão contemplados. Por outro, o que seria “oposição” carece de nomes e propostas para enfrentar um debate e, principalmente, votações contra propostas vindas do Palácio dos Martírios. Por representarem várias pequenas legendas, com interesses fragmentados e vinculados a famílias ou pequenos grupos, os deputados estaduais eleitos não formarão uma bancada de oposição minimamente coerente. Negociarão caso a caso, sem criar problemas para o novo governador. A bancada federal – deputados e senadores – também é, majoritariamente, favorável ao governador do PMDB. O governo Téo terminou e a transição já está em curso. Os nomes anunciados para compor a equipe do PMDB revelarão quem poderá sentar nas principais cadeiras das secretarias da fazenda, educação, saúde, segurança e planejamento, que formam o governo real. As outras secretarias servem, na maior parte das vezes, para contem-

plar os interesses de parlamentares ou partidos que foram importantes nas eleições. SENADO A disputa foi desigual e o resultado não poderia ser outro. Heloísa Helena sem tempo de rádio e televisão, sem estrutura partidária ou recursos financeiros e até mesmo sem apoiar a candidatura oficial de seu partido, Luciana Genro (PSOL), conseguiu 30% dos votos, ou seja, 390 mil. Deverá repetir o mandato de vereadora em Maceió, nas eleições municipais de 2016, e esperar pelas eleições gerais de 2018. Collor obteve o resultado anunciado pelas pesquisas ao longo da campanha. Diferentemente das vezes anteriores, quando fazia campanhas rápidas de poucas semanas antes do pleito, Fernando Collor visitou todas as localidades da capital e interior do Estado, costurando alianças e apoios por onde passava. Com muito mais tempo no horário gratuito e uma boa estrutura financeira, pode se apresentar como o senador presente nos debates nacionais

A campanha presidencial sem um segundo turno local ficou fria, mas as forças políticas alagoanas irão se movimentar para a disputa entre os dois candidatos: Dilma Rousseff e Aécio Neves. Por um lado, o PSDB irá fazer a campanha de Aécio, com o apoio do DEM e do PPS. O resultado do primeiro turno em Alagoas foi ruim para Aécio, que perdeu para Dilma e Marina. Por seu lado, o PMDB liderará a campanha de Dilma Roussef no Estado, com forte apoio do PT e do PCdoB. O curioso é que Biu de Lira volta à base do governo federal, mas deverá ficar neutro na disputa entre Aécio e Dilma. Heloísa Helena, apesar de o PSOL nacional e de suas lideranças demonstrarem simpatias pela candidata do PT, deverá também ficar de fora deste segundo turno. As eleições terminaram para muitos com Alagoas definindo seus deputados, governador e senador. A expectativa agora é com o mês de janeiro, quando a posse de Renan Filho mostrará quem tem força no governo e quem ficou na oposição. A partir de então, os políticos com e sem mandato - começam a discutir as eleições municipais de 2016, quando os que foram eleitos este ano começarão a se movimentar em direção a essa nova disputa.


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DÍVIDA IMPAGÁVEL

Em nome do filho, Renan quer reduzir o indexador da dívida Mas Collor prevê que negociação será difícil: ‘Já estive do outro lado e governo não aceita perder dinheiro’ ODILON RIOS Repórter

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inutos após ganhar a eleição ao Senado Federal, Fernando Collor (PTB) disse, em entrevista à TV Mar, que um dos objetivos dele e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) é que o Senado aprove a mudança do indexador das dívidas dos estados. Mas, a tarefa não será tão simples. O governo federal teria de aceitar perder dinheiro, em meio a um cenário que promete, para 2015, muitas indecisões na área econômica. “Já estive do outro lado, no Executivo, e governo não aceita perder dinheiro”, disse Collor. “Mas, vamos ter argumentos para discutir o indexador da dívida”. Esta mudança altera as regras do jogo financeiro também no Governo Renan Filho. Na prática, é a primeira grande vitória para dar folga às finanças do Estadose passar pela presidente da República. Não é uma matemática simples. A mudança do indexador da dívida pública dos estados é prometida por Renan-pai há pelo menos um ano. A presidente Dilma Rousseff não quer. Aparentemente, pelo bu-

raco da agulha conseguiuse passar um camelo, com a “mágica” do processo eleitoral. Pressionada pelas urnas -e para agradar aos aliados nos estados- Dilma, no mês de agosto, disse que o projeto será aprovado após as eleições. Concorda que os contratos de renegociação firmados em 1997 pelo Governo Fernando Henrique Cardoso eram quando o Brasil tinha taxas de juros em torno de 27%. Hoje, está em 11%. Pelo projeto, os passivos dos estados serão corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), mais uma taxa de juros de 4% ao ano. Hoje, estas dívidas são corrigidas pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), mais juros, que variam de 6% a 9% ao ano. O senador Aécio Neves (PSDB/MG) inclui esta renegociação da dívida dos estados em seu programa de Governo, se ganhar as eleições. Em sete anos, Alagoas repassou, aos cofres da União, R$ 4,6 bilhões desta dívida. O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) tentou renegociar o indexador, evitando que Alagoas repassasse quase meio bilhão de reais por ano aos cofres da União. “Sugeri à presidente Dil-

Senadores Renan Calheiros e Fernando Collor estão empenhados em reduzir a dívida de Alagoas

ma que esta dívida fosse transformada em investimento carimbado aos estados. No caso de Alagoas, são quase meio bilhão de reais por ano. Este dinheiro voltaria como investimento do Governo Federal na área de segurança, política de combate às drogas ou na área de educação ou saúde. Quais os critérios? O IDH dos estados. Porque, na prática, o dinheiro dos estados está sendo enviado ao BNDES, que empresta aos empresários brasileiros com juros oito vezes menor. Isso é absurdo”, disse Vilela. O discurso não foi suficiente para amaciar os técnicos do Tesouro. Desde novembro de 2012, as contas de Alagoas se equilibram na liminar no Supremo Tribunal Federal (STF), que conseguiu a redução da

taxa de juros desta dívida. Os juros de 7,5% ao ano foram reduzidos a 6% e o limite de comprometimento- 15%- baixo para 11,50%. Uma folga de R$ 76 milhões. Ao assinar a renegociação da dívida, na década em 1997, as regras estabeleciam que o pagamento seria em 360 parcelas e juros mínimos de 6% ao ano, além do IGPDI. A regra é que o limite seria entre 11,5% e 15%, da receita líquida real, dos estados. Só que em Alagoas, usouse o “teto”: os 15% para a cobrança. Não foi diferente de outros estados. Refinanciada por 30 anos, a dívida alagoana estava em 1998 orçada em R$ 2,3 bilhões. Em dezembro de 2004, R$ 5,1 bilhões, isso depois de 2002, com um novo acordo das Letras mais a dívida

incorporada da falência do Produban, o banco do Estado. Um ano depois (2005), os cofres de Alagoas tinham desembolsado R$ 1,8 bilhão em juros. Em dezembro de 2005, Alagoas já devia R$ 5,6 bilhões. Esta semana, um dia antes da visita da presidente a Alagoas, Renan-pai prometeu, de novo, que o indexador será votado pelo Senado. “Nós vamos votar. E há um compromisso do Governo de que essa decisão tenha a sanção presidencial. Os estados não aguentam mais pagar essa taxa escorchante de juros e o Congresso tem um compromisso com esse calendário”, afirmou o presidente do Senado. Será também um teste de prestígio político para ele e Collor.


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Alagoas é terceiro no país em votos nulos Primeiras eleições gerais pelo sistema biométrico evidenciam as falhas da Justiça Eleitoral VERA ALVES veralvess@gmail.com

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alagoano volta às urnas no próximo dia 26, melhor dizendo, pode voltar, já que centenas de pessoas ainda não se recuperaram do verdadeiro trauma que foi depositar o voto no primeiro turno das eleições, dia 5. Filas gigantescas em um dia chuvoso, quedas de energia e o total despreparo de mesários frente aos problemas que surgiram - o maior deles, a falha na leitura biométrica pelas urnas -, fizeram muita gente já adiantar que não pretende comparecer na votação do segundo turno da eleição e que vai definir quem será o novo presidente da República. Se confirmada esta falta de disposição, Alagoas pode bater um novo recorde, o de abstenções. Na votação de domingo passado, o estado conseguiu entrar para a lista dos campeões em votos nulos. Foi o terceiro do país, só perdendo para o Rio Grande do Norte e para Sergipe, enquanto no ranking de asbtenções se situou dentro da média nacional, que foi de 19,39%. Do total de 1.995.153 eleitores alagoanos aptos a votar, 382.657 não compareceram, o que representa 19,18% do eleitorado. Mas o que chama a atenção é a quantidade de votos

nulos. Enquanto a média nacional foi de 5,80%, o percentual em Alagoas ficou em 12,38% sobre o total de 1.612.496 votos computados. Em números absolutos, foram 199.638 eleitores que anularam o voto. O líder do ranking foi o Rio Grande do Norte, com 16,29% de votos nulos para 1.935.105 votos válidos (eleitorado de 2.326.583), seguido de Sergipe, onde a quantidade de votos nulos chegou a 12,65% dos 1.239.891 de votos válidos (eleitorado de 1.453.601). Em Alagoas, os votos em branco somaram 7,92% dos votos válidos, ou seja, 127.767 eleitores deixaram de escolher um candidato nas eleições de domingo passado, número que sobe para 327.405 quando somados aos votos nulos. Juntemos então os números da abstenção e chegamos a 710.051 eleitores, o que representa 35,58% do eleitorado alagoano. Protesto ou apenas o “lavar as mãos”, o fato é que um contingente expressivo de eleitores abriu mão da responsabilidade efetiva de eleger seus representantes no Senado, Câmara, Assembleia, governo do Estado e Presidência da República. TRANSTORNOS E PROBLEMAS Num dia atípico para a primavera, o domingo do primeiro turno das eleições

foi de transtornos para os eleitores de ao menos 240 seções no estado. O número refere-se às urnas que oficialmente, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) apresentaram problemas na leitura biométrica. E eram as mais novas, datadas de 2013 e que foram enviadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para Alagoas. Por falta de orientação da Justiça Eleitoral, que deveria ter previsto incidentes do tipo, houve atritos entre eleitores e mesários; quem estava na fila não conseguia entender a demora, enquanto os mesários, seguindo o que determina a legislação, permitiam ao eleitor tentar por até oito vezes proceder à identificação biométrica. Alguns conseguiam, outros não. O resultado foi que a votação, que em uma situação normal deveria ser encerrada às 17 horas, se estendeu em várias seções por mais de três horas. O desencontro de informações deixou muita gente irritada. Em Maceió, na Escola Estadual Romeu de Avelar, localizada no Tabuleiro, a seção de número 104, pertencente à 54ª Zona Eleitoral, foi a que registrou o maior número de problemas. Como não houve troca da urna, foi preciso ficar mais de quatro horas na fila para votar. Às 17 horas, quando o portão foi fechado,

era enorme o contingente de pessoas na fila. Também em Maceió, na Escola Estadual Monsenhor Benício Dantas, no bairro do Poço, os eleitores das seções 130 e 131 da 2ª Zona Eleitoral foram agrupados inicialmente para votar em uma mesma sala do Centro de Educação Especial de Alagoas Wandete Gomes Castro, onde o maior problema foi a demora em votar por parte de eleitores menos instruídos

e analfabetos. Houve quem passasse até meia hora para concluir o voto e já passava das 18 horas e mais de 60 pessoas em cada uma das seções, já então em salas distintas, ainda enfrentavam a fila para votar, situação que se repetia na Escola de Ensino Fundamental Orlando Araújo, na Ponta Verde, onde quase 100 pessoas ainda aguardavam para votar, na 183ª seção, quando já passava das 17 horas.


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TRE divulgou números com votação em andamento

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votação ainda acontecia em Alagoas quando o Tribunal Regional Eleitoral começou a divulgar os primeiros resultados, comprometendo o processo eleitoral na medida em que a apuração em tempo real podia ser acompanhada por qualquer pessoa que ainda fosse votar em tablets e pelo celular, através de aplicativos, inclusive o oficial da Justiça Eleitoral. Passava das 18 horas quando o EXTRA entrou em contato com o procurador Regional Eleitoral, Marcial Duarte Coêlho, e questionou o fato. Às 18h14m20 a apuração foi suspensa e somente foi retomada por volta das 20 horas, quando então a votação já havia sido concluída em mais de 99% das 6.111 seções. É bom destacar que o TSE somente iniciou a apuração dos votos para presidente a partir das 19 horas para evitar que os boletins influenciassem eleitores das regiões onde a votação se encerrou mais tarde em função do fuso horário, como no Oeste do Amazonas e no Acre. Em um estado onde 12,72% dos eleitores são analfabetos (253.802) e 15,9% apenas lê e escreve (316.706), faltou também por parte da Justiça Eleitoral um trabalho mais denso de orientação ao eleitor para uso da “cola”. Lembrar de todos os 16 números necessários para escolher os candidatos a deputado estadual (5), deputado federal (4), senador (3), governador (2) e presidente (2) não era uma tarefa fácil, o que contribuiu para atrasar ainda mais a votação no estado. Esta semana, o EXTRA voltou a falar com o procurador sobre a falha na divul-

Eram quase 18 horas e a fila era gigantesca na Orlando Araújo; na Romeu de Avelar, foi preciso esperar mais de quatro horas para votar

gação da apuração e tentou ouvir também, sobre isto e outros assuntos, via assessoria de Imprensa, a presidente do TRE, desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento, de quem não obteve retorno. Na avaliação do procurador Marcial Coêlho, não houve falha. “O processo de apuração e divulgação ocorre automaticamente à medida em que os primeiros cartórios eleitorais encaminham os resultados, isso logo após as 17h. A divulgação, porém, pode ser sustada. E foi o que ocorreu quando se constatou que ainda havia algumas seções com atraso na votação”, afirmou. Nas respostas enviadas por email aos mesmos

questionamentos feitos à presidente do TRE, Coêlho concordou que eram muitos números para o eleitor digitar, mas assinalou que o eleitor podia levar a sua “cola”. “Pudemos perceber que muitos deles fizeram isso. Às vezes problemas pontuais de dificuldade da votação - como até um ‘branco’ na hora de votar - podem ocorrer, inclusive para instruídos. Mas vale lembrar que a urna eletrônica possui um grande teclado que imita os de um telefone comum, e ainda com esquema de cores em suas teclas. Com tudo isso, mesmo o analfabeto consegue votar sem maiores problemas”. Sobre os problemas de leitura biométrica, confir-

mou que as falhas foram relativas às urnas mais novas, modelo de 2013, enquanto as de 2009 não apresentaram problemas. “Fui informado que todas elas haviam sido testadas, mas o ‘teste na vida real’ trouxe problemas não detectados. De toda forma, foi o primeiro ano de biometria integral, e erros nesses sistemas informáticos, como todos nós sabemos, embora se trabalhe para evitá-los, acontecem mais do que se deseja”. O procurador Regional Eleitoral acredita que no segundo turno não se repitam os problemas verificados no dia 5 mediante a substituição das urnas que apresentaram falhas. Revelou, ainda, que de uma forma geral

foram poucas as ocorrências envolvendo crime eleitoral, casos de propaganda irregular durante o pleito e transporte ilegal de eleitores. E para o próximo dia 26, quando o alagoano, assim como todos os brasileiros, deverá optar entre a reeleição da presidente Dilma Rous-seff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB), faz apenas uma recomendação: “Deixo aqui o desejo de que eles avaliem profundamente os dois candidatos que restaram, suas vidas pregressas, seus projetos para o Brasil, seus planos de governo e pensem no que seria melhor para o povo brasileiro como um todo, e não apenas no que seria melhor para aquele próprio eleitor”.


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DIREITO DE RESPOSTA

Reeleito, Arthur Lira pode perder mandato Filho de Biu está na lista dos parlamentares com candidatura questionada mesmo após aprovação da Justiça Eleitoral VERA ALVES veralvess@gmail.com

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deputado federal Arthur Lira (PP) figura entre os parlamentares reeleitos no dia 5 para a Câmara Federal que corre o risco de perder o mandato. A informação, oficial, consta do próprio site da Casa, segundo o qual outros oito deputados federais estão na mesma condição do alagoano. Todos tiveram suas candidaturas questionadas mesmo após terem sido deferidas pela Justiça Eleitoral. Filho do candidato derrotado ao governo Benedito de Lira, também do PP, Arthur Lira tenta manter sua condição de “intocável” aos olhos da lei e não é para menos. Condenado em dezembro de 2012 pelo Tribunal de Justiça de Alagoas no processo da Operação Taturana, esquema de empréstimos consignados na Assembleia Legislativa, da qual recorreu e que se encontra no Supremo Tribunal Federal (STF), ele ainda enfrenta outros dois processos, um deles por agressão à ex-esposa, Jullyene Cristine Santos Lins, cuja denúncia foi acatada pelo STF em dezembro do ano passado. Os inquéritos 3156 (agressão e ameaça), 3515 e 36 20 (lavagem de dinheiro, corrupção passiva, formação de quadrilha e peculato) que tramitam no Supremo são todos referentes a períodos em que Arthur Lira era deputado estadual. Foram três mandatos consecutivos na Assembleia (1999-2003, pelo PSDB; 2003-2007, pelo PTB; e, 2007-2011, pelo PTB), até ele

Lira: mandato na corda bamba

ser eleito deputado federal, em 2010, pelo PP, com 84.876 votos. No domingo, foi reeleito com o voto de 98.231 eleitores, aos quais fez questão de agradecer com uma postagem em seu perfil do Facebook. Discreto em suas aparições públicas, o filho de Biu chegou a ser líder do PP na Câmara, mas foi afastado do cargo quando pipocaram na imprensa nacional as informações sobre os inquéritos aos quais responde. Já acostumada com as denúncias de improbidade administrativa envolvendo políticos em todas as esferas de poder, a opinião pública, contudo, reagiu de forma contundente ao saber que o alagoano respondia a processo dentro da Lei Maria da Penha, denunciado por agredir a ex-esposa quando dela estava sepa-

rado há sete meses. O processo, aliás, gerou polêmica entre os próprios ministros do Supremo quando da discussão sobre a denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal. E não era para menos: foram seis anos entre a data da agressão, em 2006, e o abertura do inquérito pela Corte Suprema, período no qual houve até declaração da vítima desmentindoa agressão, testemunhas que também recuaram de depoimentos dados à Justiça e questionamentos quanto ao exame de corpo delito feito pelo Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió. Os detalhes constam do acórdão da decisão do STF de abertura de inquérito contra Arthur Lira, que pode ser lido em sua íntegra no endereço eletrônico http:// www.stf.jus.br/portal/processo/ verProcessoAndamento.asp?incidente=4058944. OUTROS Além de Arthur Lira, os demais deputados federais que estão com candidaturas questionadas e cuja decisão deve ser anunciada antes de 19 de dezembro, prazo final para diplomação dos eleitos este ano, são Beto Mansur (PRB-SP), Caetano (PT-BA), Capitão Augusto (PR-SP), Carlos Andrade (PHS-RR), Carlos Gaguim (PMDB-TO), João Rodrigues (PSD-SC), Moema Gramacho (PT-BA) e Roberto Góes (PDT -AP). Os processos, inclusive o do alagoano, correm sob segredo de justiça.

Aproveitando a oportunidade para agradecer a publicação do direito de resposta solicitado, vimos mais uma vez contestar a matéria publicada no semanário Extra, desta vez a edição nº 791, Capa e Coluna Sururu página 2, do dia 03 a 09 de outubro de 2014, com o título “Golpe dos Kits Escolares chega a R$ 100 milhões”. A empresa Fergbras Comércio e Serviços Ltda, vem a público utilizando o mesmo espaço onde foi caluniada, para prestar os seguintes esclarecimentos: a. A Fergbras foi citada indevidamente como participante de um esquema de sonegação fiscal e de fraude na entrega de Kits Escolares e Carteiras escolares, pelo que alguns esclarecimentos merecem ser feitos. b. Que a empresa Fergbras nunca forneceu carteiras escolares para o Governo do Estado de Alagoas, o que demonstra as infundadas alegações apresentadas na citada matéria. c. Que a investigação que trata a matéria é objeto do processo de Tomada de Contas Especiais do TCU Nº TC 009.709/2012-6, processo este que não tem a Fergbras nem como réu, e que a mesma sequer foi citada uma única vez. d. Que a empresa Fergbras nunca teve qualquer relacionamento comercial ou empresarial com as empresas RA Mercantil, RM Distribuidora, RM Santa Cruz, Aliança Papeis e Grafica Phoenix, sendo estas empresas que, segundo a matéria anteriormente veiculada, estão fraudando o estado de Alagoas. e. Que não era objeto de seus contratos de fornecimento de Kits escolares, a entrega direta nas escolas, ficando esta entrega sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte do Estado de Alagoas, destacando que todo o material contratado foi devidamente entregue à Secretaria de Educação do estado, situação esta que pode ser comprovada pelo atesto da secretaria à época. f. Ressaltamos mais uma vez que todos os processos de averiguação feitos pelos órgãos de controle, dos contratos da empresa Fergbras realizados com o estado de Alagoas, foram julgados e em todos, ficaram atestados que a empresa não cometeu nenhuma irregularidade. g. Que a empresa Fergbras obedece todas as legislações fiscais federais, estaduais e municipais, não havendo sequer um processo ou investigação de sonegação fiscal em desfavor da mesma, o que demonstra sua responsabilidade e compromisso com a sociedade, no tocante ao cumprimento de suas obrigações. Maceió, 07 de outubro de 2014 Atenciosamente, Fergbras Comércio e Serviços Ltda. Sérgio Borba – Representante


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ELEIÇÕES 2014

Assembleia e Câmara têm renovação “branca”

Deputados eleitos representam a velha política de Alagoas

JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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os 27 deputados estaduais vitoriosos em Alagoas na votação de domingo passado 10 foram eleitos pela primeira vez e um retorna à Casa de Tavares Bastos, Francisco Tenório (PMN). A renovação no parlamento estadual passa por filhos de deputados, ex-prefeito, ex-vereador e vereadores de mandato. O campeão do eleitorado foi o ex-superintendente do Procon e filho da deputada federal Ceci Cunha, assassinada em 1998, o advogado Rodrigo Cunha (PSDB) que obteve 60.759 mil votos. A segunda maior votação foi de Jó Pereira (DEM) com 60.759 votos. A eleita é irmã do deputado Joãozinho Pereira (PSDB), que preferiu não disputar o pleito desse ano de olho na disputa à Prefeitura de São Miguel dos Campos, em 2016. Os “Pereira” representam o grupo político liderado pelo senador Benedito de Lira (PP). Outro tucano eleito foi o deputado Bruno Toledo, filho do atual presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Toledo (PSDB). Bruno exerceu funções administrativas no município de Cajueiro, onde sua mãe, Lucila Toledo, é prefeita. O presidente da ALE vai ocupar uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas e deixa o seu legado no parlamento. O ex-prefeito de Lagoa da Canoa Jairzinho Lira (PRTB), foi eleito com 41.580 votos. Ele é filho do deputado eleito em 2010 Almir Lira, mas que não tomou posse em 2011 pois veio a falecer. Jairzinho ficou conhe-

Rodrigo Cunha

Jó Pereira

Bruno Toledo

Jairzinho Lira

Gilvan Barros Filho

Tarcizo Freire

Galba Novaes

Davi Davino Filho

Pastor João Luiz

Carimbão Júnior

DEPUTADOS ESTADUAIS ELEITOS - RODRIGO CUNHA (PSDB) 60.759 votos (4,25 %) - NOVO - JÓ PEREIRA (DEM) 52.931votos (3,70 %) - NOVA - RICARDO NEZINHO (PMDB) 44.058 votos (3,08 %) - BRUNO TOLEDO (PSDB) 43.740 votos (3,06 %) - NOVO - INACIO LOIOLA (PSB) 43.468 votos (3,04 %) - ANTONIO ALBUQUERQUE (PRTB) 42.864 votos (3,00 %) - MARCELO VICTOR (PROS) 41.829 votos (2,93 %) - JAIRZINHO LIRA (PRTB) 41.580 votos (2,91 %) - NOVO - SERGIO TOLEDO (PDT) 41.465 votos (2,90 %) cido por uma campanha estruturada tanto no interior como nas cidades circunvizinhas a capital. Outro filho de deputado e eleito é Gilvan Barros Filho (PSDB). No início da campanha desse ano o deputado estadual Gilvan Barros (PSDB) aceitou o convite do governador Teotonio Vilela (PSDB) e foi compor como vice-governador na chapa encabeçada por Eduardo Tavares (PSDB). Com a desistência de Tavares, Gilvan saiu da chapa e focou apenas na eleição do filho. Pouco conhecido do eleitorado da capital, Tarcizo Freire (PSD) é vereador por Ara-

- OLAVO CALHEIROS (PMDB) 38.288 votos (2,68 %) - JOÃO BELTRÃO (PRTB) 31.017 votos (2,17 %) - SEVERINO PESSÔA (PPS) 30.806 votos (2,16 %) - THAISE GUEDES (PSC) 30.175 votos (2,11 %) - TARCIZO FREIRE (PSD) 29.244 votos (2,05 %) - NOVO - MARCOS BARBOSA (PPS) 27.892 votos (1,95 %) - ISNALDO BULHÕES (PDT) 27.534 votos (1,93 %) - DUDU HOLLANDA (PSD) 27.305 votos (1,91 %) - GALBA NOVAES (PRB) 26.832 votos (1,88 %) - NOVO

piraca. O candidato foi eleito com 29.244 votos. Para muitos analistas políticos, Freire foi uma surpresa na coligação do governador eleito Renan Filho (PMDB). Com trabalho social desenvolvido no Agreste, ele é mais uma voz da região ao lado de Ricardo Nezinho (PMDB) e Severino Pessôa. Galba Novaes (PRB) vereador por Maceió por inúmeros mandatos foi eleito deputado estadual com 26.832 votos. Galba antes do pleito deixou a superintendência da Pesca em Alagoas. O deputado eleito fazia parte do grupo do senador Fernando Collor (PTB), mas por ter a presidência do PRB

- MARQUINHOS MADEIRA (PT) 26.797 votos (1,88 %) - EDVAL GAIA (PSDB) 25.972 votos (1,82 %) - LUIZ DANTAS (PMDB) 24.189 votos (1,69 %) - RONALDO MEDEIROS (PT) 18.767 votos (1,31 %) - DAVI DAVINO (PSB) 18.562 votos (1,30 %) - NOVO - PASTOR JOÃO LUIZ (DEM) 17.480 votos (1,22 %) - NOVO - CARIMBÃO JÚNIOR (PROS) 14.879 votos (1,04 %) - NOVO - GILVAN BARROS FILHO (PSDB) 34.307 votos (2,40 %) - NOVO -- FRANCISCO TENORIO (PMN) 24.757 votos (1,73 %) - (RETORNO)

fez a escolha de coligar com o grupo palaciano para ter chances reais de ser eleito, o que aconteceu. Davi Davino Filho (PSB) foi eleito deputado estadual com 18.562 votos. O mais jovem deputado eleito dessa legislatura, tem 25 anos e é filho do vereador por Maceió Davi Davino. Atualmente Davi Davino, pai, é o segundo secretário da Mesa da Câmara. Há algumas legislaturas Davi exerce funções estratégicas e de liderança na Casa Mário Guimarães. O vereador por Maceió Pastor João Luiz (DEM) foi eleito com 17.480 votos. João Luiz tentou consecutivamente uma

vaga na Assembleia Legislativa, mas nunca tinha conseguido lograr êxito. Ele foi beneficiado por estar na coligação de Rodrigo Cunha e, assim como Davi Davino, foi “puxado” pela votação expressiva do ex-superintendente do Procon. O deputado estadual eleito com a menor quantidade de votos para próxima legislatura foi Carimbão Júnior (Pros) com 14.879 votos. O futuro deputado é filho do deputado federal Givaldo Carimbão (Pros) que se reelegeu. Júnior exerceu cargo comissionado no governo de Vilela na Secretaria Especial de Promoção da Paz (Sepaz) comandada pelo pai.


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MUITO DO MESMO EM BRASÍLIA Dos nove eleitos para Câmara Federal por Alagoas cinco vão exercer pela primeira vez o mandato de deputado federal. O deputado Paulão (PT) é o sexto nome a ser eleito de forma direta, já que está na atual legislatura porque o deputado federal Joaquim Beltrão foi eleito prefeito de Coruripe abrindo vaga para o petista. O deputado estadual João Henrique Caldas (SD), o JHC, foi eleito deputado federal com a maior quantidade de votos da eleição proporcional: 135.929. JHC é filho do deputado federal João Caldas, que está no lugar do licenciado Arthur Lira (PP) e da ex-prefeita de Ibateguara, Eudócia Caldas. JHC ficou conhecido por denunciar uma série de esquemas de corrupção na Assembleia Legislativa e por devolver aos

cofres públicos mais de R$ 3 milhões fruto de gratificações “sem explicações”. O segundo colocado em votos para a Câmara foi o ex-prefeito de Coruripe, Marx Beltrão. Marx é filho do deputado estadual João Beltrão (PRTB). O candidato a deputado federal foi eleito com 123.317 votos. O sobrinho do governador Teotonio Vilela (PSDB), Pedro Vilela (PSDB), foi eleito deputado federal com 119.582 votos. Pedro era o candidato declarado do prefeito de Maceió Rui Palmeira e exerceu o comando da pasta do Esporte em sua gestão. O ex-governador de Alagoas e ex-prefeito da capital Ronaldo Lessa (PDT) viu na candidatura de deputado federal uma oportunidade de não ter o término de sua carreira política. Um dos lideres da articulação na Frente de Oposição, o ex-governador contou com a estrutura de cam-

JHC

Pedro Vilela

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Ronaldo Lessa

Marx Beltrão

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Cícero Almeida

DEPUTADOS FEDERAIS ELEITOS - JHC (SD) - 135.929 votos (9,82 %) - NOVO - MARX BELTRÃO (PMDB) - 123.317 votos (8,91 %) - NOVO - PEDRO VILELA (PSDB) - 119.582 votos (8,64 %) - NOVO - ARTHUR LIRA (PP) - 98.231 (7,09 %) - RONALDO LESSA (PDT) - 88.125 votos (6,36 %) - NOVO panha de Renan e Collor para obter 88.125 votos. O último novato da Câmara Federal é o ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PRTB). Inúmeras pesquisas de consumo interno davam como certa

- GIVALDO CARIMBÃO (PROS) - 82.582 votos (5,96 %) - MAURICIO QUINTELLA (PR) - 76.706 votos (5,54 %) - CÍCERO ALMEIDA (PRTB) - 64.435 votos (4,65 %) - NOVO - PAULÃO (PT) - 53.284 (3,85 %)

a eleição de Almeida, mas a realidade foi bem diferente. A equipe do Almeida fazia uma projeção de mais de 150 mil votos; quando no último domingo foram computados apenas 64.435 votos.

Cícero que pretendia disputar o retorno à Prefeitura de Maceió em 2016 deverá costurar o apoio da Frente de Oposição, do contrário deverá ficar em Brasília nos próximos quatro anos.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Renan quer uma Alagoas melhor

L

ia um comentário ainda hoje no qual o autor, um respeitado colega, dizia que: “o primeiro desafio de Renan Filho é ser ele próprio no governo”. Não concordo com essa afirmativa. O primeiro desafio do governador eleito ao assumir na verdade “são muitos”. Renan Filho durante toda campanha mostrou maturidade suficiente para não decepcionar os 670.310 votos que o levaram à vitória. Bem articulado, com propostas buscadas nos vários segmentos da sociedade em todo o estado construiu uma campanha vitoriosa, com competência e obstinação. Em seu primeiro mandato como deputado federal soube desempenhar o papel que não só o tornou visível, como possibilitou se destacar entre os demais. Quem conversou com ele e eu o fiz por algumas vezes durante a campanha, sabe de seus objetivos sólidos de tornar Alagoas melhor e fazer um governo de resultados. Sabe onde estão os mais graves problemas a ser enfrentados e pelo que me consta tem mecanismos para buscar soluções. Encontrou no pai o grande arquiteto para viabilizar sua candidatura e costurar alianças sólidas, mas a seu modo construiu vida própria em sua caminhada vitoriosa. Ao contrário de alguns que após eleitos se julgam os mais sábios (ou o único sábio) precisa sim, ouvir a experiência não a-penas do pai, mas de quantos possam colaborar para o êxito de suas ações. Com isto não perderá sua identidade nem precisará provar que “ é ele próprio governando”. Pelo que pude entender de Renan Filho, ele está com uma determinação: construir um governo para fazer uma Alagoas melhor. E é isto que todos nos, seus eleitores, ou não, queremos e esperamos.

O descrédito das pesquisas fajutas Uma análise do jornalista Carlos Chagas, na Tribuna Online, nos dá uma visão do mundo podre e sem confiabilidade das pesquisas eleitorais que deveriam ser proibidas. ”Por incompetência ou má fé, os institutos de pesquisa deveriam ser banidos ou punidos, mas perderam toda sua credibilidade, apesar de haverem, na última semana e ontem, tentado ajeitar seus números fajutos anteriores. Admitir que tenham vendido seus números, seria a conclusão lógica, ainda que por falta de provas fique difícil a afirmação. A desmoralização, porém, é óbvia. Tome-se, para começar, o Rio Grande do Sul. Passaram meses dando Ana Amélia como futura governadora. Pois o governador Tarso Genro chegou em primeiro lugar e Ivo Sartori em segundo. O eleitorado gaúcho seria tão volúvel assim, a ponto de mudar de opinião em poucos dias? Em Pernambuco, passaram a apregoar a vitória de Armando Monteiro durante montes de boletins, mas será que Paulo Câmara já não era uma opção da maioria do eleitorado? Na Bahia, Paulo Souto parecia imbatível, quebrou a cara, os institutos sequer situavam Rui Costa. No Rio, Garotinho ocupou a pole-position fictícia sem que os encarregados da afe-rição popular ligassem para Luís Fernando Pezão.

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Para refletir: O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta. (Niccolo Maquiavel)

No final, deu no que deu

Cada um em seu lugar

Multipliquem-se os erros por outros estados, ainda que o artifício da “boca de urna” tenha servido para disfarçar malfeitos e até faturamentos. Nem se fala das eleições para senador, apesar da farsa do que se ouviu esta semana, de “com a margem de erro” tudo pode acontecer. Até diferenças de 3 ou 4 % de dúvidas, “para cima ou para baixo”, com o ridículo de acrescentarem ser o “nível de confiança de 95%”… Existem países, como a França, onde as pesquisas são proibidas, mas proibidos, mesmo, deveriam ser os elogios dos meios de comunicação aos erros dos institutos, mesmo diante de falhas tão gritantes. É a evidência de um execrável conluio. No fundo, tudo se resume a um embuste. Vem aí o segundo turno. A lambança deverá repetir-se, num escândalo tão grande quanto o do mensalão ou o da Petrobrás. Dinheiro voltará a correr entre institutos e candidatos, felizmente superados pelo eleitorado, responsá-vel pela única pesquisa confiável, a própria eleição. Mesmo assim, as próximas eleições vem aí, daqui a dois anos, e as quadrilhas já estão preparadas para novas investidas.

Lugar de liderança sindical é tomando conta de seu sindicato, de dirigente de entidade de assistência é cuidando de seus “assistidos”, lugar de radialista é usando o microfone para servir aos ouvintes e jornalista escrevendo com ética e compromisso com a verdade. Mas aqui é assim: o sujeito teve um mandato sindical, apresenta um programa de televisão ou faz palhaçadas e acha que é “popular” o suficiente para disputar uma eleição. De vez em quando o povo vai na onda e os elege, mas não é sempre. Uma prova está nos votos que acabaram de ser contatos. Sindicalistas, “assistentes sociais” e “comunicólogos”, não obtiveram votos suficientes para uma sonhada vitória. Bem feito, pois cada um deve procurar o seu lugar.

A dignidade que Alagoas rejeitou Após os resultados oficiais ainda na noite de domingo, um amigo me ligou para comentar sobre a eleição em Alagoas. Uma ligação de São Paulo de um amigo e colega de profissão. Ao atender ele foi logo dizendo: “Que vergonha para Alagoas, mais uma vez mostra que não sabe votar”. Fiquei calado por alguns segundos sem ter o que lhe responder, mas em seguida disse: - e vocês que elegem Tiririca. E ele retrucou: ”Mas amigo estou falando do simbolismo. Heloisa Helena seria eleita senadora em qualquer estado do país”. Calei-me de vez e engoli tudo o que poderia dizer. O colega estava coberto de razão. Mas Alagoas não entendeu assim e optou por não eleger Heloisa Helena. Acompanhei toda a sua luta honrada em uma campanha paupérrima, sem estrutura, sem tempo no horário eleitoral, sem dinheiro e sem “currais”. Foi uma luta de “David contra Golias”. Teve pela frente um adversário poderoso, com uma campanha milionária, marqueteiros contratados a peso de ouro para mentir e caluniar, com uma força de comunicação poderosa e outra parte “alugada”. E não bastou: ainda tiveram os “laranjas” pagos para desconstruir a candidatura da nossa guerreira. Assisti momentos de quase desespero quando muitas pessoas iam à procura de material de propaganda espontaneamente, querendo adesivos, panfletos, santinhos e não podiam levar, pois faltava dinheiro para confeccionar. Era uma correria de juntar amigos para se cotizar e conseguir pagar uma gráfica e produzir um pouco de material de campanha. Mais “sugada” que ajudada pelo seu insignificante partido, sobreviveu graças à sua garra e sua obstinação de servir ao seu povo. Teve o reconhecimento nas urnas de 394.309 eleitores conscientes e que viram nela a possibilidade do resgate moral de uma cadeira no Senado Federal. Diante das circunstâncias saiu-se vitoriosa. Confrontando as adversidades sua luta foi recompensada. Agora é esperar que a história do futuro nos conte o resultado da escolha equivocada que esqueceu os erros do passado e abdicou da certeza de um mandato honrado. O Brasil que nos ridicularize. Merecemos!

E ninguém puxou ninguém Muito se falou durante a campanha de que os dois grandes puxadores de votos para a Câmara dos Deputados seriam Ronaldo Lessa e Cicero Almeida. Cada um arrastaria mais alguns com suas estupendas votações. Ao abrir das urnas um balde de água fria e a grande decepção. Ronaldo Lessa até que foi bem votado com 88.125 (quinto colocado) e o ex-prefeito Cicero Almeida com 64.435 votos (oitavo colocado), ficou perto de perder a eleição para o neófito Val Amélio, mas ninguém puxou ninguém e se houve um campeão nessa história eleitoral foi o deputado JHC surpreendendo com a maior votação e levando a taça de primeiro colocado com 135.929 votos.

O campeão Rodrigo Cunha A maioria apostava em sua vitória e alguns “analistas” nem o colocavam entre os eleitos, mas sempre com a possibilidade de entrar “apertado” na disputa para a Assembleia Legislativa. Mas o jovem Rodrigo Cunha também surpreendeu com uma inesperada maior votação entre todos os concorrentes. Chega a uma consagrada vitória carregado de 60.759, desbancando velhas raposas, oligarquias poderosas e muito dinheiro de votos comprados. Fez uma campanha inteligente calcada em uma vida pública ética e eficiente, a herança honrada da história de sua mãe, a grande líder Ceci Cunha e voluntários que “vestiram sua camisa” e foram à luta. É preparado e tem tudo para desempenhar um mandato eficiente.

Uma perda lamentável É petista e isto já era um bom motivo para eu ser contra ele, mas votei com ele em praticamente todas as eleições que disputou. Para mim o voto mais honrado na Assembleia Legislativa. Um parlamentar atuante, um cidadão ético e comprometido com o interesse. Por ter essas qualidades Judson Cabral sempre foi execrado dentro do seu próprio partido.

Ele sabe o que quer Ninguém imagine que o governador Teotônio Vilela saiu derrotado nestas eleições. Fez o que quis e como quis. Nada saiu diferente do que ele imaginou e calculou milimetricamente como um dos maiores estrategistas da política que conheço. Para onde vai? Com quem vai ou como vai? Só ele sabe. De uma certeza em tenho certeza não irá a pé, tampouco desacompanhado. No máximo dará um “mergulho”, desfrutará do “ócio programado” e mais a frente emergirá. Tolo aquele que pensar que Vilela “pendurou as chuteiras”. Vamos dar um tempo e conferir essa história, que nem sonha em terminar.


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ARTIGOS

Arraigando um bosquejo da ‘advocacia de esquema’ com que se maneja o direito no Brasil MENDES DE BARROS

I

baneis Rocha, Presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal, negou renovação do registro da inscrição profissional, indispensável ao exercício da advocacia, ao pedido formulado pelo ministro Joaquim Barbosa, aposentado do Supremo Tribunal Federal. Para tanto fundamenta sua diatribe na alegação de que Joaquim Barbosa não possuía “idoneidade moral” para o exercício do mister advocatício. Impossível analisar o fato sem observar o desempenho de alguns dos mais afamados advogados do país, à luz do que dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil na Seção III, Capítulo IV do Título IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES que, ao teor do Art.133, disciplina: “O ADVOGADO É INDISPENSÁVEL À ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA, SENDO INVIOLÁVEL POR SEUS ATOS E MANIFESTAÇÕES NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO, NOS LIMITES DA LEI”. Sendo indispensável “à administração da justiça” não se pode admitir que um advogado negue a participação de um cliente, criminoso confesso, em ação judicial. Assim procedendo, o advogado não estaria exercendo atividade essencial à justiça, tendo em vista que seu procedimento, mascarando a verdade, permitiria uma decisão falsa que, além de se não fazer justiça, exacerba a impunidade, a grande incentivadora da criminalidade. Exemplos, muitos, à disposição, maçaria o leitor o que me limita aapenas três, bastantes significativos. NELSON JOBIM, oriundo da advocacia, foi nomeado MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL e Presidente da mais ALTA CORTE DE JUSTIÇA DO PAÌS quando, ao exaltar uma obra de sua criação, informou à nação que, Deputado Federal Constituinte e sub-relator do Projeto da Constituição do Brasil, esta que está em vigor, fraudou o texto original acrescentando artigos que não foram do conhecimento e deliberação da Assembleia Nacional Constituinte. Aposentado do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ÓRGÃO RESPONSÁVEL pelo fiel cumprimento do texto jurídico maior, Nelson Jobim retornou à advocacia sem qualquer censura do dedicado IBANEIS, ao tempo em que ofereceu seu escritório para o ex-presidente LULLA convocar o Ministro Gilmar Mendes para propor-lhe negociação espúria

com a finalidade de beneficiar seus comparsas, dele LULLA, quando do julgamento do MENSALÃO, denunciado à imprensa pelo Ministro Gilmar e sem comentário do OABcista. MARCIO THOMAZ BASTOS, Ex- MINISTRO DA JUSTIÇA, prestou-se a acompanhar um dos mais famosos corruptores de autoridades públicas da UNIÃO, TIPO ASSESSORES do Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República, CARLINHOS CACHOEIRA, réu confesso em crime de desvio de recursos públicos, para que guardasse silêncio em respostas a integrantes de CPI do Congresso Nacional. O terceiro caso refere-se ao advogado Antônio Carlos, mais conhecido por KAKAY, que abandonou o a defesa do doleiro ALBERTO YOUSEFF porque o corrupto decidiu praticar a “DELAÇÃO PREMIADA”, com devolução de dinheiro ao Tesouro Nacional e indicação de agentes públicos ímprobos para o consequente afastamento de elementos perniciosos aos cofres da nação, atitude que, sem dúvidas, reduziria o valor dos honorários que, para profissionais deste caráter, não importa a origem. Não se tem notícia de qualquer comentário ou procedimento do cuidadoso dirigente da OAB-DF a respeito destas atitudes que se não compatibilizam com o procedimento que se espera de advogados conscientes de suas responsabilidades profissionais, muito bem esclarecidas no CÓDIGO DE ÉTICA da classe. JOAQUIM BARBOSA é exemplo de conduta a servir de rumo aos agentes públicos de qualquer atividade quer executiva, parlamentar ou judiciária, assim como seria grande motivo de louvação a DEUS se o comportamento que adotou durante o exercício do cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal fosse escolhido como parâmetro da conduta dos profissionais do direito. Embora os Ministros do Supremo Tribunal Federal sejam nomeados em decorrência de um extravagante processo constitucional que submete a constatação dos requisitos indispensáveis – NOTÓRIO SABER JURÍDICO e REPUTAÇÃO ILIBADA – à análise de Senadores que, nem sempre ou quase nunca, sequer têm a menor noção do que isso venha a ser. O comportamento de JOAQUIM BARBOSA no exercício do cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal, com independência e insubmissão aos desejos inconfessáveis do Poder irresponsável, talvezseja a razão pela qual seu algoz tema pela extinção dos “conluios entre juízes e advogados”, denunciados pelo Ministro, com os prejuízos previsíveispara os conluiados. Juizo, OAB.

Alea Iacta Est CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor membro da Academia Maceioense de Letras

A

frase latina que serve de título a esta crônica, conta a História, foi proferida pelo General Romano (depois Imperador) Júlio Cesar, ao decidir atravessar o Rio Rubicão, que separava a Itália da Gália Cisalpina. A SORTE ESTÁ LANÇADA, como quis dizer aquele grande soldado, é de aplicação generalizada, e pode muito bem servir à situação de Alagoas após as recentes eleições. Através das redes sociais, chegaram-me informações sobre críticas a Alagoas e aos alagoanos, por eleger Renan Filho e Collor para o Governo do Estado e para o Senado, respectivamente. Ora, os alagoanos, como todo e qualquer brasileiro, temos o direito de eleger nossos representantes, votemos certo ou errado. Faz parte do jogo democrático e perfaz aquele aforismo que proclama ter cada povo o governo que merece. Por outro lado, cada um tem o direito de ter e manifestar opiniões, embora tal não autorize o deboche, ou o achincalhe, ou qualquer manifestação de preconceito. Pessoalmente acredito que as escolhas não foram as melhores, mas respeito-as. De qualquer sorte, Alagoas atravessou o seu Rubicão e se obterá sucesso ou não, se será bem governada e representada ou não, o futuro dirá. Os erros, porém, do eleitor brasileiro - e o alagoano médio não foge ao mal – são, dentre outros, a memória curta, o voto útil, a paixão do momento, a teimosia, alguma ingenuidade política, às vezes acertando, outras errando fragorosamente, fatos e circunstâncias certamente normais em toda sociedade democrática. Cruzado, então, o nosso Rubicão, cumpre agora fiscalizar e exigir de todos os eleitos (a) o cumprimento das promessas e propostas de campanha; (b) a presença assídua de todos em Alagoas, e não apenas às vésperas das eleições, como sói acontecer com alguns dos representantes com assento em Brasília; (c) o dar-de-mãos em favor do crescimento do Estado, independentemente de partidos políticos, e mesmo das sequelas de campanha; (d) a crítica construtiva aos governantes e, em consequência, a renúncia ao lamentável oportunismo de só manifestarem-se críticos quando pretendem anular os eventuais opositores, ainda que durante boa parte do mandato hajam recebido benesses do poder, delas usufruindo “caradepaumente”. A nível nacional o eleitor brasileiro deu belo recado à Presidente-candidata, ao seu partido, o PT, e aos demais que a apóiam, demonstrando majoritariamente a sua insatisfação. Regionalmente, porém, é necessário que nos curemos dos efeitos desse Alzheimer político, e durante os mandatos dos agora eleitos acompanhemos os seus desempenhos, mantendo acesas as nossas memórias para os futuros pleitos eleitorais, quando devemos, se temos amadurecimento político, banir os enganadores, elegendo ou reelegendo aqueles que efetivamente honraram o voto recebido. Afinal, somos nós, os eleitores, os principais responsáveis pelo bem ou pelo mal que acometerá o nosso Estado.


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ARTIGOS

Os eleitos JORGE MORAIS Jornalista

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em nenhum interesse em discutir se é ciência política, análise pessoal ou até mesmo um chute bem dado, pois nada disso é mais ou menos importante, o artigo publicado no Extra, do dia 26 de setembro, destacou a matéria relacionada à entrevista com o cientista político e professor Marcelo Bastos, e tive a ousadia de trazer, também, a minha opinião em relação aos nossos, na época, prováveis candidatos eleitos no pleito de 2014, em Alagoas, para deputados estaduais e federais. Em relação aos nomes apresentados para a Câmara Federal fui mais claro ao dizer que, oito nomes estavam confirmados e que a última vaga a chance maior era para João Henrique Caldas – o JHC. Na ocasião disse que os nomes apresentados não representavam a ordem de

mais ou menos votados no pleito, mas que seriam aqueles os prováveis eleitos no pleito do último dia 05. No entanto, o que mais me surpreendeu não foi à eleição do JHC, mas o número de votos obtidos, chegando aos 135.929 votos, se colocando em primeiro lugar entre os eleitos. Entre os demais, na minha modesta opinião, não houve nenhuma surpresa a eleição de Marx Beltrão, Pedro Vilela, Arthur Lira, Ronaldo Lessa, Givaldo Carimbão, Maurício Quintela, Cícero Almeida e Paulão. De se estranhar mesmo foi à votação obtida por Ronaldo Lessa (88.125 votos) e Cícero Almeida (64.435 votos), menos até do que o 10º colocado Nivaldo Albuquerque (66.910). Quem apostou perdeu, porque todo mundo, inclusive o próprio candidato, acreditava numa eleição de 130 mil a 150 mil votos, o que puxaria para Brasília o candidato Val Amélio, o que não aconteceu. Acho até que o Val e seu pai, conselheiro-presidente do Tribunal de Contas, Cícero Amélio, fizeram a sua parte no processo. O que aconteceu com Cícero Almeida?

Acho que nem ele sabe explicar e será que esse resultado vai influenciar nas eleições de 2016 para prefeito? Se Almeida tivesse obtido uma votação expressiva agora, o colocaria numa situação bem favorável para enfrentar Rui Palmeira, candidato a reeleição, hoje, muito bem avaliado pela população de Maceió. E o que aconteceu com Ronaldo Lessa? Foi prefeito de Maceió e por duas vezes governador de Alagoas, tendo enfrentado outras candidaturas majoritárias, mas os números finais não representaram a força política que ostenta no Estado. Será que os últimos acontecimentos, inclusive com afastamentos pela justiça, foram problemas para ele? Acho que só o tempo dirá, porque tanto um como o outro, eram apontados como candidatos com potencial para a maior votação no Estado de Alagoas em todos os tempos, e não foi isso o que aconteceu. Em relação à Assembleia Legislativa Estadual, nossos cálculos apontaram números bem parecidos entre os eleitos. Por exemplo, que a coligação PRTB, PPL e PMN elegeria Antônio Albuquerque e

mais três candidatos, o que ocorreu com João Beltrão, Jairzinho Lira e Francisco Tenório. Que a coligação PSB, SD, DEM, PP, PPS, PRP, PR e PSDC elegeria 6 candidatos: Jó Pereira, Inácio Loiola, Severino Pessoa, Marcos Barbosa, Davi Davino e Pastor João Luiz. Primeiro erro quando apontamos 10 eleitos para a coligação PDT, PMDB, PSC, PTB e PSD, a mais forte. Só foram eleitos 8. Acertamos nas duas vagas para PROS, PT do B, PHS, PC do B, e PV, eleitos Marcelo Victor e Carimbão Junior. Duas vagas para o PT, entrando Ronaldo do INSS e Marcos Madeira. E, finalmente, PSDB e PRP que elegeram 5 nomes, o campeão de votos, Rodrigo Cunha, Gilvan Barros, Bruno Toledo, Galba Novaes e Edval Gaia. Surpresas da eleição: a maior votação de JHC, os baixos números de Cícero Almeida e a derrota de Judson Cabral. O que esperamos mesmo é que tanto da Câmara dos Deputados como da Assembleia Legislativa eles façam mais pelo estado, mesmo que em alguns casos passando de pai para filho.

trou a vários Municípios, inclusive a Penedo, que valoriza os filhos da terra. Uma cidade rica, progredindo sempre, respeitando seus políticos. É o povo dizendo: Mateus, primeiro os teus. Mas, infelizmente o voto de cabresto continua. Voltaram políticos envolvidos com o Sindicato do Crime, outros enrolados em processos judiciais e, principalmente, herdeiros de velhas raposas políticas do cenário alagoano: É o povo dizendo: Voto em quem der mais. Alagoas virou uma Capitania Hereditária. O grande cabo eleitoral do PT e da Dilma foi o bolsa família. E Norte e Nordeste, onde mais existe tal tipo de auxílio, votaram maciçamente na amiga do Lula. O povo ainda não entendeu que o bolsa família e outros vales sociais existem há muito tempo e os governos nos últimos doze anos apenas aumentaram o número de doações. É o povo dizendo: É muito bom ganhar sem trabalhar! Não se pode falar em renovação no Legislativo alagoano: poucos são os novatos. Há, sim, herdeiros políticos, alguns até funcionários da Casa, acos-

tumados com os jogos existentes nos bastidores da Assembleia Legislativa de Alagoas. Vão ser mandados pelos antigos e, Deus queira, não entrem na dança dos políticos de tão sofrido Poder. O Renan e o Biu foram muito engraçados. Novamente, a briga por poder e dinheiro. Claro que o filho do Presidente do Senado angariou mais fundos e mais apoio. O Biu, carregando uma enorme mala sem alça, não teve a mesma aceitação dos eleitores como na candidatura ao Senado. Os ratos foram pulando do barco, antes que o mesmo afundasse. Mesmo assim teve excelente votação. É o povo dizendo: Votei em quem deu mais, pois estava difícil escolher. Então, amigos, tivemos uma eleição diversificada: voto de cabresto, voto do medo, voto emocional, voto comprado, voto por exclusão e voto consciente. Venceram os mais sabidos, que souberam explorar o momento político alagoano. É o povo dizendo: Não foi alcançada a medida certa de escolha de bons candidatos; milhares de eleitores ainda caem em tentação.

Recado das urnas ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

De domingo, dia das eleições, até hoje, só ouvimos cientistas políticos analisando o resultado do pleito e porque fulano ou beltrano foi eleito. Graças a Deus, fugindo ao resultado de algumas pesquisas, houve várias surpresas e os eleitores aproveitaram para enviar mensagens aos políticos. A Dilma que esperava ganhar no primeiro turno, vai para o segundo, com Aécio, não contabilizado para chegar logo depois da candidata do PT. Marina, coitada, alvo de tantos ataques e com estrutura fraca, caiu vertiginosamente. O JHC, aquele deputado novo que denunciou a Mesa Diretora da ALE, apesar de ter sido alvo negativo da maioria dos políticos, foi o mais votado para Deputado Federal. É o povo dizendo: Belo trabalho, não pare. O Rodrigo Cunha, filho da ex-de-

putada Ceci Cunha, miseravelmente assassinada por políticos, creio eu, teve 60.000 votos e foi o primeiro colocado para Deputado Estadual. É o povo dizendo: O crime não compensa. O Pastor Jota Cavalcanti, Deputado que odeia os aposentados e persegue servidores do Legislativo, perdeu as eleições e, Graças a Deus, não vai voltar. É o povo dizendo: Respeite os idosos, eles ficam e você vai embora. A Heloísa Helena, que teve quase 400.000 votos, continuará como Vereadora. Seria uma boa opção para o Senado, mas tem pouco dinheiro, estrutura pequena e concorreu com velhas raposas políticas. O povão ainda se deixa levar pela compra de votos, infelizmente. Lamentei o Judson, do PT, não ter voltado. Apesar de não ter se engajado muito na luta contra os desmandos da Mesa Diretora da ALE, é um homem de bem, idealista e apoiado pela Igreja Católica. O Carimbão Júnior entrou na disputa e dividiu os votos dos católicos com o Judson. É o povo dizendo: O PT está bastante sujo, vamos votar em outro partido. Arapiraca fez 4 Deputados. Mos-


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Dilma: para continuar avançando Mauricio Moreira

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este exato momento, que estou escrevendo esse artigo, a minha alma enche-se de felicidade. É a autoestima de um dos milhões de cidadãos brasileiros, que vibra profundamente ao ver a radiografia da verdade, que está vindo à tona. E que me lembra do ditado popular “contra fatos, não há argumentos”. Não é a toa que a Presidenta da República estar liderando as pesquisas e comprovadamente é reconhecida como uma líder

firme, determinada e competente. Tenho certeza que a Presidenta Dilma se reelegerá. E o sofrido povo alagoano tem motivos fortes para votar em Dilma, porque com o apoio dela, o nosso Governador eleito Renan Filho, o nosso Senador reeleito Fernando Collor, o Presidente do Senado Renan Calheiros e todos os Deputados que compõem esta grande aliança, terão forças junto ao Governo Federal, para efetivamente trazer mais obras e recursos para o nosso Estado, que durante oito anos foi governado por um Tucano, que já entrou para a história como o pior Governador que Alagoas já teve. Assim sendo, viraremos de vez esta triste página de desgoverno, capitaneada pelo atual Go-

vernador Teotônio Vilela Filho. O Nordeste em peso concedeu no primeiro turno 70% dos votos a Dilma, uma esmagadora maioria dos votos. Fazendo justiça ao três governos do PT, sendo os dois do Presidente Lula. E no segundo turno, ’ quanto mais votos o Nordeste em especial o Estado de Alagoas depositar na Presidenta Dilma, com certeza, somarão mais e mais forças em prol da nossa região. Região que teve uma especial atenção, nesses últimos doze anos do Governo Federal. Não poderemos jamais voltar ao desastroso neoliberalismo que foi comandado por FHC, Aécio Neves e o PSDB. Quem conhece Aécio Neves, com certeza, não vota nele. O

Estado de Minas Gerais mandou o recado para o Brasil. Aécio Neves perdeu a eleição no próprio Estado e o seu candidato ao Governo do Estado perdeu para o candidato do PT. Vamos todos juntos com esta grande frente liderada pelos partidos que apoiam a reeleição da Presidente Dilma. Finalizo citando o poeta

Fernando Pessoa “Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro. Ó Portugal, hoje és nevoeiro”. Plagiado o poeta eu digo: Ó Povo alagoano e brasileiro, agora é a hora de reconhecer que o Presidente Lula e a atual Presidenta Dilma fizeram, sem dúvida alguma, o melhor governo que o nosso Brasil já teve.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

CRB decide vaga na Série B

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RB x Madureira, primeiro de dois jogos para decidir uma das quatro vagas da Série B de 2015 é no Rio, dia 19 e em Maceió dia 26. É chance esperada há anos pelo Galo para voltar a Série B. A torcida regateana vai vestir a camisa 12 do time. No Rio e no jogo da volta em Maceió.

Esporões afiados “O Clube de Regatas Brasil se repete na Série C desde 2009, portanto há cinco anos. Agora nafase final e bem conduzido por Marcos Barbosa tem time para voltar a Série B.” no próximo ano.” Comentário é de Emanuel Carlos, morador da Pajuçar e, óbvio que torcedor do Galo

Exagero no otimismo Aliá Dubah, presidente do Madureira é crente no “já ganhou” a ponto de afirmar que “não vamos mais pagar para jogar,” uma insinuaçã ocerto da classificação e na confiança acrescenta:“vivemos clima de euforia total. O momento é único e os torcedores, apesar de poucos, são apaixonados e vão vibrar bastante com o Madureira na Série B.”

Dever de casa O CRB, vencendo o Cuiabá-MT com placar fácil (3x0) no Rei Pelé foi 2º do grupo A e quebrou a vantagem do time mato-grossense com um ponto à frente no histórico de rivalidade dos dois times em competições nacionais. Estão com uma vitória e três empates.

Meta alcançada De Vica, pós derrota do ASA para o Fortaleza, placar de 3 x1 e jogo no Ceará: “”A outra equipe se mostrou melhor na qualidade técnica e sabíamos que era jogo difícil. Mas a nossa meta de não cair de Série em 2015 foi alcançada. A franqueza teve elogios da imprensa cearense.

Primeiro salto

Brasil x Argentina

O CRB, segundo análise da mídia do sul, fez o dever de casa domingo. Segundo comentário jogou fácil e destacou a eficiência do ataque e a postura da defesa bem montada. Não identifica, por isso, favorito para o jogo com o Madureira, mesmo o segundo acontecendo em Maceió.

Flagrante raro O Corinthians,após vencer o Sport no sábado (4) câmaras da TV Première flagraram a descontração de Mano Meneses no fim do jogo.Caminhava sorridente na pista do estádio, direção ao túnel, imitando pássaro voando. Batia os breços e naturalmente sorria de felicidade.

Tá correto Robinho, estrela do Santos pós Neymar não respondeu pergunta de jornalista quando o foco foi direcionado à análise critica que fez recente sobre arbitragens no Brasil. Achou assunto vencido e interpretado como natural por outros jogadores com passagem também pelo futebol europeu.

Saudosismo O cidadão Edson Arantes do Nascimento ganhou na quinta-feira-3 ho menagens relembrando os bons tempos no futebol. Foi comemoração pelos 40 anos de aposentado, mas lembrado ainda como melhor jogador do mundo. De amigos, comentário er:a: “quem foi rei nunca prede a majestade.”

Maior clássico da América do Sul é exportado para um amistosos na China, o primeiro no sábado à tarde contra Argentina. Dunga tem novos convocados para observação e dentre eles Souza e Kaká. Dúvida é se entram de primeira ou no transcorrer da partida.

Um clássico especial De Tato Martino, técnico da Argentina: “Clássicos são especiais em toda parte do mundo e este Argentina x Brasil é um dos mais atrativos”. Não citou Messi no time dele, mas destacou Neymar : “O que faz este ano no Barcelona é mérito do esforço e da adaptação dele na Europa.

Faz parte

Virou circo

Marcelo Grohe goleiro que esteve 8 jogos sem tomar gols, enfim, foi vencido por um de pênalti. E peça do destino, quem bateu foi outro goleiro: Rogério Ceni ,do São Paulo e especialista em cobrança de falta: O São Paulo venceu com placar de 1x0.

O futebol brasileiro, em sétimo no ranking da Fifa, tem consenso entre torcedores de que poderia estar em classificação bem mais baixa caso a Copa não tivesse acontecido no Brasil. Constou, do mesmo modo, preocupação as dificuldades dos clubes diante dos débitos em níveis sufocantes.

Virou circo?

A CBF começa a debater o momento do futebol brasileiro e até organizou recente semanário para analisar propostas. Participaram árbitros, técnicos,jogadores, dirigentes de clubes. Da conclusão, necessidade da legislação ser revista. Dirigentes de clubes em Alagoas apoiam.

Futebol no Brasil não pontua bem na visão dos torcedores Lastimam desrespeito a eles com jogadores forçando paralizações do tempo de jogo, simulando contusões e afrontando árbitros até de dedo em riste e outros gestos agressivos. Perguntam: de bola rolando no gramado qual é a média do tempo real de um jogo hoje?

Disciplina

Crise pesada Botafogo apesar de em baixa na tabela da Série A, jogadores ainde mantém convicção numa reação.Um deles, Wilson Gottardo,. acha que nada está perdido, mesmo com suspensão dos contratos de Emerson Sheik, Edilson, Bolívar e Júlio César por “divergências internas.”


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Economia cambaleante

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m Alagoas o verde dos canaviais já não é insistente às margens das rodovias e lastimável neste novo é se confrontado com o passado não tão distante. Um preço alto gerado por gestões danosas para fornecedores de cana. E a época, de corte da cana, permite perguntar: das usinas, não são poucas, quantas começaram moagem da safra 2014/015?

Transparência Portal da Transparência do Governo de Alagoas tem bons índices de visitas. Foi implantado como proposta de dar transparência transparência às ações da administração estadual. Desde que passou a ser divulgado no site oficial do Estado vem registrando boa receptividade.

Ronda A Polícia Militar, que faz rondas móveis em Maceió, anda esquecida de passar em áreas das imediações do Colégio Expoente, na Avenida Governador Lamenha Filho, bairro do Feitosa. Denúncia de moradores da área revela como rotina assalto a mão armada com bandidos em motocicletas. Nos fins de tarde principalmente.

As eleições ocorreram como o esperado. Sem tumultos e sem surpresas nas urnas. Teria sido perfeita não houvesse o habitual problema com urnas eletrônicas. Mas no todo somou ponto positivo e deixa a expectativa de no segundo turno também não haver problemas.

Martírios? Palácio Floriano Peixoto tudo bem, pois é nome oficial. Agora cidadãos não entendem a outra denominação: Martírios. É questão que para a maioria merece um esclarecimento. Isso se leva em conta o que cidadãos definem como temporada de boa vida para quem está “inquilino” no imóvel.

Cantiga de grilo

Teotonio Vilela (PSDB) inicia a fase de arrumação das malas para mudança de endereço e a dúvida é sobre se continua na política partidária, veste pijama ou segue a linha de Fernando Henrique Cardoso, que não se candidata mas se mantém ativo nos bastidores.

Sem surpresas

“O alagoano Jonathas de Andrade foi citado pelo colecionador de artes Eduardo Constantini, de nome internacional no mercado das artes, entre os “artistas brasileiros que merecem atenção e que deverão ter os seus trabalhos disputados no mercado das artes em breve”. (Com IstoÉ, edição de 10 de setembro).

Jaraguá é hoje mero corredor de transporte, apesar de ser Patrimônio Histórico e Cultural do Estado. Já o Cais do Porto, sem nenhuma serventia, reflete um povo que não valoriza a história e decepciona turistas em visita à cidade. Próprio de um Estado que não preserva a sua história.

Mesma dúvida

O senador Benedito de Lira (PP) dá a eleição para o governo de Alagoas como passado e anuncia que retorna a Brasília “para dar continuidade ao meu trabalho como senador” E finalizando comentou: “Trouxe recursos para Alagoas e agora, não será diferente”. O mandato dele no Senado expira em dezembro de 2018.

Atenção ao nome

Para lembrar

Cidadãos aborrecidos pelos entraves nas áreas de saúde, segurança e educação, não demonstram mais confiança na palavra de homens públicos. “Se promessas não cumpridas resultassem em castigo ia faltar candidato à reeleição”. Comentário foi em roda de pequenos empresários.

De volta a Brasília

Sangue novo Ansiedade O segundo turno das eleições cria expectativa pelo surpreendente crescimento de Aécio Neves (PSDB). Superou fácil o antecipado favoritismo de Marina Silva e ele no segundo turno motiva apreensão. Em Alagoas até petistas de linha mais radical em Alagoas mostram apreensão.

Privilégio? A SMTT dificultou na hora do rush o tráfego na Avenida Maceió fechando a Rua Minas Gerais para ônibus em direção ao Farol. Motivo: incomodava os moradores. Só que o problema mudou de lugar: foi para ao redor do Sesc, o que embanana o movimento na direção Farol/ Praia e se estende ao Salgadinho.

Da exigência Eleitores nas filas para votar conduziram o tempo de espera em conversa focando apreensão pelos reajustes há dias na pauta das especulações e foco na energia elétrica e combustíveis. Confirmados despencam avalanche de custos no bolso do trabalhador, já com salários defasados.

Sem pressão Em Maceió o eleitor deu lição de cidadania votando no 1º turno sem aceitar pressão de cabos eleitorais caçando voto de última hora. A presteza dos mesários também mereceu elogios na 118ª seção eleitoral, instalada em uma das salas do Colégio Virgínio de Campos, na Ponta da Terra.

Renan Filho foi eleito governador de Alagoas com 740 mil 360 votos (53,41%). Começou na política em Murici, onde foi prefeito e hoje é deputado federal com mandato em Brasília até 31de dezembro. Em janeiro, dia 1º, assume o governo. Festejou os 35 anos de idade na quarta-feira.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Atividades do IMA

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lunos da Escola Municipal de Educação Básica João Sampaio visitaram na quarta-feira (8), a sede do Instituto do Meio Ambiente (IMA), em Maceió. Os estudantes participaram de diversas atividades organizadas pela Diretoria de Desenvolvimento e Projeto (Didep) do IMA. A programação foi pensada especialmente levando-se em consideração o dia 12 de outubro, quando se comemora o Dia das crianças. Os visitantes assistiram a um filme sobre a destinação correta do lixo, participaram de vários jogos ambientais, de palestra sobre reciclagem, de pinturas faciais e de exposição do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA). Além disso, eles ainda conheceram o jardineto botânico do IMA, local que reúne espécies da Mata Atlântica e da Caatinga, principais biomas encontrados em Alagoas.

Coberto com piche Um cachorro coberto com piche foi encontrado em um terreno em Udaipur, no norte da Índia, por uma pessoa que passava perto do local. Ela se assustou com o estado do cãozinho, que não podia se mexer por causa do piche petrificado – o piche tinha sido derramado de um contêiner e se solidificou depois que o animal caiu nele. A Animal Aid, organização não-governamental que resgata animais, foi chamada para tentar salvar o cachorro. Eles usaram óleo vegetal para tirar o piche em um processo que levou dois dias para ser concluído.

Proteção da natureza Governos estão fracassando no cumprimento de metas para proteger animais e plantas sob um plano estabelecido para a biodiversidade até 2020, o qual também busca aumentar o abastecimento alimentar e desacelerar a mudança climática, mostrou um relatório da Organização das Nações Unidas na segunda-feira (6).

Captura de carbono A primeira planta em larga escala de captura e armazenamento de carbono do mundo, construída em uma termelétrica a carvão no Canadá, foi inaugurada no último dia 2. Se for bem sucedido, o projeto piloto, de CAD$ 1,4 bilhão (US$ 1,25 bilhão) poderá renovar o interesse no uso de carvão para a geração de energia, em um momento em que vários países buscam desativar as térmicas a carvão - uma das principais fontes de emissão de gases causadores do efeito estufa, associadas com o aquecimento global.

’Motor’ do guepardo

Transfusão de sangue

Guepardos podem ser chamados acertadamente como os carros de corrida do reino animal: elegantes, graciosos e extremamente rápidos. Agora, cientistas deram uma olhada sob o capô dessa “Ferrari” felina para medir quanta energia ela gasta enquanto atravessa seus habitats africanos e para entender melhor por que sua população tem declinado tanto no último século.

O procedimento raro é conhecido como xenotransfusão, no qual é utilizado o sangue de uma outra espécie. O veterinário Sean Perry usou o sangue canino depois que o felino chamado Buttercup passou mal em sua casa. Perry optou pelo procedimento, pois o “sangue de gato é um pouco mais difícil de encontrar e não tão disponível como o de cães”. O veterinário disse ainda que o gato é o único animal que aceita uma transfusão de sangue de cães.

Aurora boreal Com a chegada do outono no Hemisfério Norte, grupos de turistas vão até o norte da Noruega e da Finlândia para tentar visualizar um fenômeno tão fascinante quanto imprevisível: a aurora boreal. O fenômeno, geralmente avermelhado ou esverdeado, ocorre o ano todo na região polar, mas não pode ser visto no verão por causa da claridade do céu tanto de dia quanto à noite. A partir do outono, entre setembro e outubro, a escuridão no fim da tarde e à noite permite observar as auroras até março ou abril. Elas ocorrem quando “ventos” de partículas carregadas de energia do Sol interagem com gases da atmosfera terrestre.

Acidificação dos oceanos O pH dos oceanos aumentou 26% em média nos últimos 200 anos, ao absorver mais de um quarto das emissões de CO2 geradas pela atividade humana, advertiu um relatório publicado na quarta-feira (8), em Seul. Pesquisadores ligados à Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) analisaram centenas de estudos existentes sobre este fenômeno para redigir o documento que apresentaram em Pyeongchang (Coreia) por ocasião da 12ª reunião da convenção das Nações Unidas sobre a proteção da biodiversidade.

Águas profundas A temperatura média das águas frias dos oceanos parou de aumentar desde 2005, o que traz novos questionamentos aos cientistas sobre por que o aquecimento global parece ter diminuído nos últimos anos, apesar do aumento das emissões de gases causadores de efeito estufa.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Corrida pelo consumo

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clima em sentido figurado do Salão do Automóvel de Paris – que vai até 19 de outubro – estava tão morno como a temperatura externa em torno dos 24 °C da semana passada. De fato, não há tantas novidades, mas o que está sendo apresentado tem bastante relevância. Mais do que isso, os governos europeus continuam a empurrar os fabricantes na direção do menor consumo de combustível e, por consequência, redução de emissão de gás carbônico (CO2). Na França há uma desafio governamental para os carros novos convergirem para 50 km/l ou 2 L/100 km com motores a gasolina preferencialmente. Citroën, Peugeot e Renault apresentaram modelos ainda experimentais, embora o novo Passat GTE híbrido plugável (bem mais caro) tenha estreado no salão com credenciais para alcançar 1,6 L/100 km no específico ciclo

RODA VIVA

europeu de consumo. Bem interessante é o Renault Eolab, carro-laboratório que promete 100 km/l (gasolina) no futuro, diferença de apenas 10% em relação ao VW XL1 a diesel, um 2-lugares vendido sob encomenda por estratosféricos R$ 340.000. Mais um carro esporte superlativo abraçou a “causa” híbrida. O Lamborghini Asterión, para quatro passageiros, desenvolve 910 cv com a ajuda de três motores elétricos. No outro extremo, com motorização convencional (versão elétrica em 2015), fica o minúsculo novo smart ForTwo 2-lugares, acompanhado pelo ForFour de quatro lugares. MINI também resolveu esticar seu tradicional modelo de 2 portas para abrigar outras duas laterais, que tiraram a pureza de linhas do modelo. Audi igualmente surfou nessa onda com o Audi TT de quatro portas, por ora, apenas conceitual.

Monovolumes, lançados há 30 anos, continuam a sofrer forte concorrência de SUVs e crossovers e precisam se reciclar. Casos do Mercedes-Benz Classe B e do Ford S-Max (arquitetura Fusion/ Mondeo). Renault reagiu com o novo Espace, agora mais crossover do que monovolume. Peugeot exibiu sua proposta para um futuro “quaseSUV”, o Quartz. Citroën, por sua vez, preferiu apresentar o Divine DS, guia conceitual para a submarca que terá seis versões (hoje, três), inclusive SUV. Paris marcou a estreia do Fiat 500 X de mesma arquitetura do futuro pernambucano Jeep Renegade. Pena que o 500 X não será feito aqui, pois exibe linhas bem mais elegantes e suaves. Dois estreantes do Grupo JLR despertam especial interesse para produção no Brasil: Land Rover Discovery Sport (sucessor do Freelander) para até sete pas-

sageiros e Jaguar XE de tração traseira e muitas partes em alumínio. Entre outros lançamentos mundiais destacaram-se as novas gerações do BMW X6 e Suzuki Vitara a serem importados em 2015. Praticamente todos os executivos de topo costumam estar nos grandes salões internacionais. Dieter Zetsche, da Daimler, afirmou a essa coluna que a nova fábrica de Iracemápolis (SP) não ficará “amarrada” a apenas dois produtos, dando a entender que outros (como o hatch Classe A) estão nos planos. Carlos Tavares, da PSA Peugeot Citroën, acenou que a linha nova de motores poderia incluir versão de 1 litro como decisão pragmática e confirmou ampliação da linha DS importada da China ou da França. Carlos Ghosn, da Renault Nissan, disse estar impressionado com a competitividade da produção no México.

outras áreas em que a empresa atua. O grande destaque foi a informação de que a empresa está desenvolvendo peças que vão equipar o câmbio de seis marchas do Etios, da Toyota, em 2016. A montadora não havia divulgado essa informação até o momento. A Aisin chegou ao Brasil em 2011, construiu sua fábrica na cidade de Itu, interior de São Paulo, desenvolvendo peças para o interior do veículo, para transmissões manuais e para o sistema de freios. A empresa fornece peças para o câmbio manual da Pajero, L 200 Triton e

componentes internos para o Corolla. Das montadoras, Chevrolet, Volkswagen, Toyota e Ford Caminhões, foram às marcas que montaram estandes, para mostrar algumas novidades em seu portfólio. A montadora estadunidense apresentou a S10 2015 com novo motor Ecotec 2.5 flex de 206 cavalos. O novo motor melhorou o consumo em 7%, em relação à versão anterior. A picape vem equipada com tração 4x4 e internamente recebeu novo acabamento no painel e na lateral das portas. A Toyota montou um estande “modesto” e apresentou apenas o PriusHybrid, que é vendido em diversos países e conhecido pelo público, mas é um carro com ótimas tecnologias para o futuro da mobi-

lidade. A Volkswagen apresentou o novo Fox 2015, a Saveiro cabine dupla, o Up e o novo motor EA211 de três cilindros, que são as principais novidades da montadora este ano. O destaque do novo Fox é o câmbio manual que ganhou a sexta marcha. Para a Saveiro, o destaque é a nova cabine dupla e o novo motor 16v. Além disso, Fox e Saveiro têm assistente de saída em rampa, tecnologia que se faz mais presente em carros de luxo. A Ford Caminhões levou ao seu estande o chassi e o motor da Série F, que depois de três anos fora do mercado, retornou com novo motor 2.8 e 150 cavalos, que deixou o caminhão 6% mais econômico, em relação à versão anterior. A transmissão também e nova de cinco marchas.

pitstop Etios 2016 terá câmbio de seis marchas

Aisin vai fornecer componentes para a nova transmissão do carro e divulgou a informação durante o 23º Congresso SAE Brasil.

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o mês de setembro tivemos a semana da mobilidade urbana, que é um tema muito discutido no Brasil. E entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro acontece o 23º Congresso e Mostras Internacionais SAE Brasil de Tecnologia da Mobilidade, com diversas novidades tecnológicas e algumas montadoras presentes. A Empresa Aisin montou um estande para mostrar ao público o que ela produz de componentes para o setor automobilístico, além de destacar

ESTE ano está mais difícil que o esperado em termos de vendas (exportações terão queda ainda maior em razão da crise argentina). Média diária de julho a setembro cresceu 4% em relação ao primeiro semestre, porém longe de compensar resultados negativos. Estoques totais do mês passado davam para 41 dias de comercialização ou 20% acima do máximo aceitável. PESQUISA da Anfavea demonstra forte interiorização do mercado brasileiro no últimos seis anos (2007 a 2013). Ao contrário do pensamento corrente, grandes capitais têm frotas verdadeiras (não as teóricas informadas pelo Denatran) acrescendo a ritmo muito lento. No caso de São Paulo mal consegue acompanhar o crescimento vegetativo da população, já bem baixo. DUSTER reestilizado aparece no final do mês no Salão do Automóvel de São Paulo, mas a coluna apurou que início de produção só em fevereiro de 2015, seguido pela aguardada versão picape seis meses depois. Quanto ao SUV compacto Captur (projeto HHA), esperado para início de 2016, não é o modelo francês baseado no novo Clio. Aqui sua base será a mesma do Duster. FIAT adiou, mas não desistiu de desenvolver motor de três cilindros – hoje só os de quatro e de dois cilindros existem no portfólio da marca. Essa falha de planejamento, em especial para o Brasil, será sanada com o projeto GSE, ainda sem data. Já a GM insiste: sem planos para um 3-cilindros aqui, embora exista na Europa. ESTUDOS da Ford para produzir na Argentina o utilitário esporte Everest, com mesmo chassi da picape Ranger, não chegaram ao ponto de se transformar em plano primário. Com a situação econômica e política cada vez mais difícil no país vizinho, a ideia foi descartada. O Kuga então, SUV construído com base no Focus, nem pensar.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE OUTUBRO DE 2014 CRÔNICA

Institutos tirineteiros JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

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ou repetir algumas coisas que já disse aos meus leitores, para melhor ilustrar o assunto aqui enfocado. Eu já disse a vocês que, ao me aposentar do DER/AL, abri uma micro-empresa, denominada de DICA´S –Distribuidora de Informações Comerciais e Assessoria em Serviços, já com 18 anos de existência. Através dela, venho realizando Pesquisas Eleitorais, de Mercado, de Opinião e Sociais, em centenas de municípios alagoanos, sergipanos e pernambucanos, com um total de 1.204 pesquisas realizadas. Aos meus clientes, eu nunca aconselhei fazerem divulgação das pesquisas eleitorais, pois, quando os resultados são ruins para eles, está claro que eles não devem

divulgá-los e se forem bons, ai é que não devem divulgá-los, para “não darem o ouro ao bandido”. Pesquisas Eleitorais devem ser tipo “segredo de Estado”, para que provoquem surpresas nos concorrentes e para que eles acompanhem os possíveis erros de avaliação das campanhas. Agindo assim, eu já fiz pesquisas eleitorais em, Água Branca para o Sr.Zé Dorinha; em Delmiro Gouveia p/ Lula Cabeleira; em Piranhas p/ o Sr. Celso Rodrigues; em Atalaia p/o Sr. Zé de Pedrinho; Barra de São Miguel p/o Sr. Reginaldo; em São Miguel dos Campos p/ o Sr. Tadeu Alves; em Cajueiro p/ o Dr. Fernando Toledo; em Canapi p/ o Sr. Celso Luiz; em Colônia de Leopoldina p/ o Sr, José Maria Quirino e Sr. Manuílson; em Coqueiro Seco p/ o Sr. Tadeu Fragoso; em Coruripe p/ o Dr. Joaquim Beltrão; em Flexeiras p/ Dr. Kennedy Calheiros; em Inhapi p/o Sr. Celso Luiz; em Mar Vermelho p/ o Sr. Herminho; em Novo Lino p/o Dr. Osvaldinho; em Palmeira dos

Índios p/ o Dr. Pedro Paulo e para o falecido ex-Deputado Alberico Cordeiro; em Paripueira p/ o Sr. Carlos Abraão; em Passo do Camaragibe p/ o Dr. Ciridião Durval; em Penedo p/ o Professor Carlos e p/ o Dr. Alexandre Toledo; em S. José da Lage p/ o Sr.Dudui; em S. Luiz do Quitunde p/ a Sra. Fátima Cordeiro; emTraipu p/ o Sr. Erasminho; em União dos Palmares p/ o Dr. Mano; em Viçosa p/ o Sr. Flaubert Torres, além de outros. Se vocês ficaram cansados com essas citações, me desculpem, pois, com elas eu quis comprovar que só faço pesquisas para clientes honestos e que nunca me pediram resultados graciosos ou mentirosos, como os que aconteceram nestas eleições de 5/10/2014, aqui no Brasil, com todos os Institutos de Pesquisas que mentiram descaradamente. Uma vergonha! Eu já escrevi umas seis vezes sobre as mentiras dos Institutos de Pesquisas, que sempre deram resultados graciosos para o Ex-Presidente Lula e agora para a Sra. Dilma.

Agora, vieram à tona as verdades dos números e, todos eles erraram, pois, o dinheiro falou mais alto. Eu, como já fiz muitas Pesquisas Eleitorais, notei que não havia necessidade dos Institutos divulgaram que os resultados estavam com 95,00 % de segurança e que os erros eram de 2 % para mais ou para menos. Com o engodo, quebraram a cara e não adiantaram os registros no TRE e TSE que, apenas, registraram os resultados, pois, a não ser que fossem ouvidos, novamente, todos os eleitores do Brasil, nas cidades e nos povoados, para perguntarem em quem eles votaram. Registros inúteis! Agora, ninguém vai ser punido com as safadezas e tudo vai ficar assim mesmo. O povo brasileiro é besta por natureza. Muitos dos meus clientes preferem Institutos sérios, sem tirinetas e sem compra de resultados para iludir os concorrentes. Eu faço pesquisas sérias e, é por isso que os candidatos honestos sempre me procuram!.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Gosto especial

Sucessão em Arapiraca

A vitória teve, para todos que o acolheram, um gosto especial. Foi como um bálsamo aqueles que choraram a morte de Ceci e buscavam mais do que a justiça. Agora o que se viu foi o carinho e o reconhecimento à política assassinada no dia de sua posse.

M

al acabou o período eleitoral e a classe política de Arapiraca - cidade com cerca de 130 eleitores, já mergulhou, com muita sede e disposição, na sucessão da prefeita Célia Rocha que, por sua vez, já manifestou vontade política para buscar a reeleição. Grupos políticos já ensaiam os primeiros passos e devem unir forças embalados pelo deputado eleito Tarcizo Freire, ex-vereador Júlio e o empresário Ricardo Barreto, o Ricardo da Coagro.

Pão de Açúcar

Cartas na mesa Mas o PMDB do vice-governador eleito Luciano Barbosa deve jogar todas as cartas com o aval do Palácio dos Martírios. E nomes é que não faltam. Além do próprio Luciano Barbosa o atual vice-prefeito Yale Fernandes e o deputado estadual Ricardo Nezinho estão de olho na cadeira da prefeita Célia Rocha.

Está marcada para esta sexta-feira (10), no Auditório João Lisboa, na Rua Cônego Jasson Souto, conhecida como Rua do Ginásio, mais um mutirão para cirurgias de catarata, que tem como objetivo realizar triagem através de consultas e exames, para diagnóstico e cirurgia em pessoas com idade acima de 60 anos. O início do mutirão está marcado para as 07 horas, segundo informações da coordenadora do NUPS, Telma Rodrigues Leite. Esta ação da Prefeitura será realizada por meio da Secretaria Municipal de Saúde e dela participarão profissionais da área de oftalmologia.

Auditório

Ainda está vivo Mas o PSDB, que foi um fiasco nesses eleições e foi para o fundo do poço com Téo Vilela e CIA, ainda respira com Rogério Teófilo que, apesar de não ter sido eleito para a Câmara Federal, obteve cerca de 50 mil votos, a maioria dos conterrâneos arapiraquenses.

O novo sempre vem

Feliz da vida

Mas como sempre existe o novo, estão no páreo o deputado eleito Rodrigo Cunha e o empresário Adoniran Guerra, que além da experiência que traz em sua bagagem no setor público, foi o responsável pela construção do primeiro shopping de Arapiraca, um sonho que se tornou realidade após longos 30 anos.

Depois de muita luta e contando com os votos dos amigos que conquistou ao longo de anos de vida pública, Socorro Catonho está feliz da vida. Com sua ajuda Rodrigo Cunha, filho da saudosa deputada Ceci Cunha, findou sua campanha como o mais bem votado de Alagoas para a Assembleia Legislativa.

Não se descuidou

Surpresa

E, ao que parece, Guerra não se descuidou: enquanto a classe política estava envolvida com campanha eleitoral, ele vinha mantendo um diálogo com os mais diversos segmentos sociais da segunda cidade mais importante de Alagoas e com uma única pauta: sucessão municipal. Pois é. Abram alas que o novo carnaval eleitoral chegou. E, com muita vontade e força nos pés para correr atrás do voto.

Assim, apesar da campanha montada desde o início do ano pelo PSDB, partido ao qual é filiado, Rodrigo surpreendeu até os mais experientes especialistas em eleição. Carismático, Cunha teve o apoio de muitos eleitores como Catonho, amiga pessoal de Ceci e que depositou energia e muitas esperanças no jovem, ex superintendente do Procon de Alagoas.

Segundo a assessoria, os interessados deverão procurar o local de atendimento ao público, isto é, o Auditório João Lisboa, às 07 horas. Lá, uma equipe estará atendendo aos interessados com idade acima de 60 anos. No local de atendimento será exigido um documento que identifique o paciente. Esta ação é conhecida popularmente como “mutirão da catarata” e é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde e Prefeitura Municipal de Pão de Açúcar.

Conheça a doença Segundo a OMS, a catarata atinge quase metade (46,2%) da população mundial com mais de 65 anos. Estima-se que no mundo cerca de 160 milhões de pessoas tenham esta doença, considerada a maior causa de cegueira evitável. No Brasil são 2 milhões e surgem cerca de 120 mil novos casos ao ano. A catarata consiste na opacidade total ou parcial do cristalino, lente natural do globo ocular, que é responsável pela focalização da visão para perto e para longe. É a diminuição progressiva da visão, podendo ser congênita ou adquirida (que é a forma mais frequente da doença).

PELO INTERIOR ... A informação é da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA): Os municípios sofrem mais uma vez com a queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). No primeiro decênio de outubro houve uma queda de 13,85% se comparado ao mesmo período do mês anterior. ... Para o presidente da AMA, Jorge Dantas, a situação está cada vez mais grave. “Administrar um município tem ficado difícil, as quedas são constantes e não há planejamento que se adeque. A população precisa entender que a situação é realmente de crise. Isso não é um jogo de palavras, está realmente muito complicado”, afirma. ... Enquanto a arrecadação cai mês a mês, todos os custos municipais aumentam; do salário mínimo ao custo dos programas sociais. A carga de responsabilidade cresce numa proporção inversa sem uma solução em curto prazo. ... O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou no último dia 7 que o projeto que trata da indexação das dívidas dos estados deve ser votado ainda este ano. “Nós vamos votar. E há um compromisso do Governo de que essa decisão tenha a sanção presidencial. Os estados não aguentam mais pagar essa taxa escorchante de juros e o Congresso tem um compromisso com esse calendário”, afirmou o presidente do Senado. ... Atualmente, as dívidas são corrigidas pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) mais juros de 6%, 7,5% ou 9% ao ano. O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 99/2013-Complementar está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em entrevista coletiva, Renan Calheiros também defendeu a retomada das discussões sobre a recuperação do poder de compra dos benefícios pagos aos aposentados. ... “Essa discussão da necessidade de recuperar o poder de compra dos aposentados que recebem acima de um salário mínimo é inevitável e temos necessariamente que travá-la”, comentou. ... A 126 km da capital alagoana, a cidade de Arapiraca tem se mostrado ao longo das últimas décadas uma potência econômica, tanto por convergir mercados como por atrair eventos de todos os tipos. Deste modo, o turismo tem se destacado como um dos vieses palpáveis para a economia local. ... Pensando nisso, o Conselho Municipal de Turismo (Comtur) esteve nesses meses anteriores, junto ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Alagoas (Sebrae/AL) e a consultoria da Rede de Soluções Sustentáveis, elaborando um planejamento estratégico pra o setor. ... O documento feito abordará as diretrizes para o que tange o Turismo em Arapiraca para os próximos 10 anos, isto é, até 2024. Para efetiva validação, ele ficará em consulta pública por 30 dias até novo encontro do conselho. ... Ao eleitores da coluna, desejamos um excelente final de semana com muita paz e tranquilidade. Quanto aos bajuladores de plantão (classe nojenta essa), continuem babando “aquilo” dos patrões para não perderem a boquinha. Valeu minha gente, até a próxima edição. Fui!!!!!


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Cuidado com o “dinheiro fácil”

O

s bancos e financerias estão fazendo de tudo para endividar o consumidor, já sufocado com a inflação que teima em crescer nos últimos meses. Os últimos reajustes - a exemplo da energia, em 30%, que gera consequentemente - mexem no bolso de todos, principalmente que já se encontra com “a corda no pescoço” com dívidas em financeiras, cartão de crédito, crediário de lojas e cheque especial. Todo cuidado é pouco, devendo agora, mais do que nunca, procurar não mais se endividar, mudar hábitos de consumo e comprar somente o necessário, nunca comprando por impulso, mesmo sendo promoção. Quem já se habituou a tomar empréstimos a longo prazo, e ainda fica esperando uma margem para renovar, nunca vai conseguir se ver livre desse tipo de débito. É como aqueles que devem a agiotas. Paga apenas o juro e fica o capital, lá esperando um dia ser quitado. Os juros são acima de 10% ao mês, percentual até mesmo inferior ao que é cobrado pelas administradoras de cartão de crédito (parcelamento) e cheque especial. Fuja disso! Evite chegar ao “fundo do poço.”

Pesquisando

Economizando

Continue pesquisando preços, jamais comprando na primeira parada. Se sair de casa com a intenção de comprar um eletrodoméstico, por exemplo, visite todas as lojas, converse com os vendedores, pechinche, peça descontos e compre sempre à vista, evitando as facilidades do crédito, que embutem juros absurdos, podendo levar você aos atrasos no pagemento mensal, entrando mais juros e multas.

Com a conta de energia 30% mais cara, habituese a economizar ao máximo nesse ítem de consumo essencial ao dia a dia. Assim, apague a luz no momento em que deixar o ambiente; os que mais consomem, são pela ordem: chuveiro elétrico, ferro de engomar, ar condicionado, máquina de lavar.

Poupando

Se você adquiriu um produto pagando em carnê mensalmente, só compre outro quando liquidar o que comprou. Jamais acumule duas ou mais prestações. Isso vai mexer no seu orçamento doméstico, chegando ao ponto de começar a atrasar, pagar multas e juros e ter seu nome no cadastro da Serasa, cortando o crédito. Evite isso!

Reserve, no mínimo, 10% de sua renda para depositar numa caderneta de poupança, formando uma reserva financeira para alguma emergência ou realizar o sonho de uma viagem de turismo, ainda comprar à vista um eletroeletrônico e dar entrada na compra de um carro ou da casa própria.

Prestação


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