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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 798 - 21 A 27 DE NOVEMBRO DE 2014

OLHAR DE NISE ABRE MOSTRA DE CINEMA EM MACEIÓ P/16 E 17

OPERAÇÃO NAVALHA ZULEIDO VERAS E MAIS 10 SÃO CONDENADOS A 53 ANOS DE PRISÃO P/ 8 e 9

Zuleido Veras (D), dono da Gautama, e Adeilson Bezerra, dois dos condenados

OPERAÇÃO GABIRU nado

lla é conde

uinte Maurício Q

JUSTIÇA CONDENA DEPUTADO E PROCURADORES; LESSA ESCAPA P/ 10

OPERAÇÃO TATURANA CONDENADOS RECORREM À JUSTIÇA PARA NÃO DEVOLVEREM DINHEIRO DESVIADO DA ASSEMBLEIA P/ 11

Almeida e João Beltrão, dois dos taturanas condenados


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COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Atrás do biombo

Casa cheia 1 A notícia de que os vereadores de Maceió poderiam perder o mandato devido a quantidade excessiva de faltas mudou a presença dos legisladores mirins. Essa semana a Casa ficou abarrotada de vereadores, mas as discussões continuam vazias.

Casa cheia 2

Legado de Zumbi

N

o Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, o senador Fernando Collor de Mello (PTB) recordou o legado de Zumbi dos Palmares e rememorou o exemplo de Nelson Mandela para o mundo. Collor destacou que a data e as festividades do dia são dedicadas à reflexão sobre o real significado das palavras igualdade e liberdade. Berço de Zumbi dos Palmares, herói da resistência em todo o Brasil, Alagoas lidera a lista com o maior número de homicídios de negros, um total de 92,6 mortes violentas para cada 100 mil habitantes da raça. Diante dos números da violência, o senador aponta a necessidade de mudança de políticas públicas para reverter o quadro o atual. Collor sugeriu que as lições deixadas por Zumbi sejam colocadas em prática, com objetivo de trazer uma sociedade mais justa e igualitária, sem distinção de credo e cor. “Com justiça, esse guerreiro alagoano ocupa seu lugar no Panteão da República como herói nacional devidamente reconhecido que é”, disse o senador.

O recordista de faltas Antônio Hollanda (PMDB) marcou presença em duas sessões seguidas, coisa rara em quase dois anos da atual legislatura. O desinteresse pelas sessões beira o marasmo por grande parte dos vereadores. A maioria parece estar apenas cumprindo tabela.

Brasil Livre Na quarta-feira, 19, integrantes do Movimento Brasil Livre estiveram na Câmara de Maceió e entregaram documento ao presidente da Casa, Chico Filho (PP) em que pedem esclarecimento sobre os vereadores faltosos. Mas a informação não foi nada animadora: apenas em dezembro é que o MBL terá resposta.

Trade surpreendido

‘A impressão geral, inclusive dentro do governo e do PT, é que Dilma Rousseff está encolhida, se escondendo da crise”. (Lauro Jardim)

Corte

Mudança no Crea A partir de 1º de janeiro o Crea-AL terá um novo presidente para o triênio 2015/2017: o engenheiro civil Fernando Dacal Reis. Ele foi o vencedor da eleição de presidente nessa quarta-feira, 19, na sede do Conselho Regional, e nas cidades de Arapiraca, Santana do Ipanema, Coruripe e São Miguel dos Campos. Fábio Loureiro ganhou na disputa com Ricardo Vieira pela diretoria geral da Mútua Caixa de Assistência e Aloísio Ferreira foi eleito diretor administrativo da entidade.

Impunidade O deputado estadual Dudu Hollanda (PSD) continua impune no caso da agressão a Paulo Corintho. Em 2009 Dudu quase decepou a orelha do então colega vereador durante um festejo de fim de ano. Quem esbravejou na rede social foi o pai da vítima, Corintho Capelo: “Covarde! Deputado praticou o crime com a vítima imobilizada”.

Faça-se Justiça

Causou surpresa a inesperada exoneração da secretária de Promoção do Turismo de Maceió, Cláudia Pessoa. Indicada pelo trade turístico alagoano para ocupar a pasta nas gestões dos prefeitos Cícero Almeida e Rui Palmeira, a executiva vinha desenvolvendo um trabalho de resultados que surpreendeu a todos. O segredo para fazer muito com tão pouco foi justamente o reconhecimento do trade local e nacional. Bem articulada e respeitada por autoridades e profissionais de todo o país, Cláudia Pessoa é vista como uma das principais responsáveis pelo aumento no número de turistas na capital alagoana, que este ano deve chegar a 150 mil somente no réveillon.

“As pessoas não podem ter só acesso formal à Justiça. Elas precisam ter acesso real, concreto”. MÁRCIO THOMAZ BASTOS

A Prefeitura de Maceió promete enxugar a folha em mais de R$ 600 mil. A medida vai reduzir drasticamente o quadro de comissionados. Tem muito apadrinhado político fazendo bico após os cortes. Centenas de aspones já se mobilizam para tentar arranjar uma nova boquinha.

Governo tucano

A saída de Téo Vilela (PSDB) do governo de Alagoas começa a refletir na gestão da Prefeitura de Maceió. O ninho tucano da capital começa, aos poucos, a acomodar alguns prediletos de Vilela. A quem diga que a lista vai engrossar até meados de 2015. Ingerência?

Novo prefeito A Justiça Eleitoral afastou essa semana o prefeito de Anadia, José Augusto, e a vice-prefeita Ana Lúcia Fidelis. Ambos são acusados de compra de votos. A decisão coloca Paulo Dâmaso, segundo colocado do pleito de 2012, no comando do exe-cutivo na próxima semana.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Impeachment de Dilma Maceió - Ainda lembro da euforia popular e das cenas marcantes: de braços dados, a comissão de frente da democracia caminhou pela Esplanada dos Ministérios arrastando multidões, em Brasília, à caminho do Congresso Nacional exigindo o impeachment de Collor. O dia ensolarado não intimidou nem mesmo o presidente da ABI, Barbosa Lima Sobrinho, um senhor que já beirava os noventa anos. Ao seu lado, políticos do PT e de outros partidos de esquerda, atendiam o comando do presidente da OAB, o combativo Marcelo Lavenère, conterrâneo de Collor, que, de punhos levantados, gritava as palavras de ordem: Fora Collor! Os caras pintadas, liderados por Lindberg Farias, senador, que hoje responde a processo por corrupção, fazia coro às manifestações de repúdio ao presidente eleito. Já se passaram mais de vinte anos, mas as imagens ainda estão bem claras na minha cabeça. Organizada pelo petista José Dirceu, o mais aguerrido dos políticos contra a permanência de Collor no poder, a sociedade civil se levantou contra a roubalheira do governo colorido, suspeito de ganhar de presente uma perua Elba Fiat, usada, de mais ou menos 10 mil reais. A CPI, criada pelos partidos de esquerda, liderados pelo PT, convocava a turma do ex-presidente para depor. E fazia de cada depoimento escândalos de proporções assustadoras. Em um dos depoimentos, PC Farias enquadrou todos eles ao dizer categoricamente: “Vamos acabar com essa farsa. Aqui, todo mundo sabe como funciona o caixa dois”. Na verdade, todos sabiam. Mas influenciados pelos petistas, ainda magoados pela derrota do seu líder Lula nas eleições, os esquerdistas inflamavam a CPI na direção do impeachment de Collor. O ex-presidente havia chegado ao poder sem apoio de partidos. Criou um tal de Prona e se apresentou como candidato alternativo. Atropelou todo mundo, inclusive o PT, e ocupou o Palácio do Planalto. No poder, abominou os partidos e achou que poderia, como um soberano, governar sozinho, sem alianças, e abdicar do fisiologismo político. O povo o legitimaria a fazer a transição da ditadura – Collor era o primeiro presidente civil eleito, depois do fim do regime militar. Enganou-se: o PT, já àquela época, não respeitava ninguém, queria a todo custo chegar ao poder. E para isso, não importava os meios para derrubar um presidente legítimo, eleito pela maioria do povo brasileiro. Agora, depois de mais vinte anos da queda de Collor, percebese como o brasileiro foi enganado por essa esquerda petista de botequim, de atitudes fascista e golpista. A perua Elba do Collor, absolvido das denúnciais de corrupção pelo STF, é um minúsculo cisco dentro de oceano de corrupção do governo petista. No Brasil, a Justiça estima o roubo na Petrobras até agora em 10 bilhões de reais. Nos Estados Unidos, onde também a corrupção na empresa é investigada, já se fala em 25 bilhões. É, sem dúvida, o maior escândalo de corrupção do mundo. A pergunta é: onde estão as entidades tão combativas do Brasil como a OAB, a ABI, a CNBB, a UNE e os políticos combativos – ainda restam alguns remanescentes no Congresso Nacional – que foram às ruas com tanta impetuosidade para limpar o país da corrupção da era Collor? Quer saber? Encolhidos, envergonhados e decepcionados com esse governo que ajudaram a eleger e a permanecer no poder por mais quatro anos.

Os vampiros O povo brasileiro está impactado com as notícias de tanta roubalheira nas empresas estatais. Os petistas, vampiros do dinheiro público, atacaram na madrugada e sugaram sem piedade o dinheiro da Petrobrás através de contratos fraudulentos. No Clube do Bolinha só entravam as empreiteiras que deixassem no caixa petista percentuais em todos os contratos assinados. O doleiro Youssef, na cadeia, não quer ser mais um Marcos Valério, que demorou a fazer a delação premiada e hoje amarga vinte anos de cadeia.

Intimidade Intimidados Não vão às ruas porque estão intimidados. Os petistas já saíram na frente para acusar de direita àqueles que se manifestarem pelo impeachment da Dilma. São, no mínimo, hoje entidades covardes e omissas. A Justiça já tem depoimentos de delatores que acusam Dilma e Lula de comparsas da corrupção, motivo suficiente para enquadrar Lula e pedir o impeachment da Dilma, como fez a OAB com Collor. A omissão dessas entidades leva-nos a supor que os tentáculos da corrupção petista também teriam alcançado essas organizações que há vinte anos atrás ficaram indignadas com um presidente que recebeu um carro fuleiro de presente.

Zé na cadeia

Para ajudar nas investigações, o doleiro não teve medo de acusar a Dilma e o Lula, presidente e ex-presidente, de envolvimento nas falcatruas da Petrobrás. Disse à Justiça, em alto e bom som, como mostrou reportagem da Veja, na semana das eleições, que ambos estão envolvidos até o gogó com a quadrilha do Petrolão. Para quem duvida, circula na internet uma foto da Dilma, Lula, Sergio Gabrielli e o diretor Paulo Roberto Costa numa conversa entre amigos no gabinete de Lula no Palácio do Planalto. A intimidade era tamanha que o diretor da Petrobras foi convidado de honra do casamento da filha da Dilma.

Eles sabiam

O ex-ministo José Dirceu, que por quase duas décadas foi o homem de confiança de Lula e o maestro do PT – todas as armações passavam pelas suas mãos – pode voltar para a cadeia se o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, seu homem dentro da estatal, decidir revelar tudo que sabe sobre o roubo na Petrobras. Em Brasília, quando Dirceu ainda davas as cartas, todos sabiam do seu relacionamento com Duque. Sabiam também que Dirceu, quando ministro, era o homem que decidia sobre os cargos mais importantes da República. Continuou com força mesmo dentro do presídio da Papuda, depois de ser condenado no processo do mensalão.

Ora, senhoras e senhores, se Dilma e Lula não sabiam do esquema, o governo de ambos não tinha comando. Portanto, negligenciaram como mandatários do país. Assim, todos os subordinados, sem exceção, podiam roubar sem ser molestados. Se ambos tinham autonomia para decidir na presidência, aí o caso é mais sério: conheciam o esquema da dilapidação do patrimônio brasileiro. Dessa forma, Dilma e Lula precisam prestar contas à Justiça sobre o desvio dos quase 10 bilhões de reais das empresas estatais porque se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Quadrilha

Direita, uma ova

Para atuar lá dentro, Zé Dirceu tinha como cúmplice Sérgio Gabrielli, o ex-presidente da Petrobras, por cujas mãos passaram todos os grandes contratos da empresa, monopolizados pelas grandes empreiteiras, que formavam um clube, como já afirmaram os delatores do esquema. Não à toa, as campanhas presidenciais do PT nunca tiveram problemas financeiros. Para disfarçar, de quatro em quatro anos, a cúpula petista anuncia resto a pagar para dissimular aperto financeiro. Tudo lorota, conversa pra boi dormir, porque, na verdade, o grande volume de dinheiro na campanha petista, como se pode verificar agora, é movimentado pelo caixa dois dos empreiteiros que roubam a Petrobras.

Caso isso não ocorra, os brasileiros tem o direito constitucional de banir a Dilma da presidência usando a legitimidade do impeachment. E não venham com essa lorota de golpe de direita. A Constituição prevê o expurgo de presidente corrupto, o que já ocorreu com Collor sem que os alicerces da democracia tivessem sido abalados. Isso, se me permitem os ideólogos de botequim, significa democracia plena. Se é direita o brasileiro que pede o impeachment da Dilma, aquele que foi às ruas pedir o impeachment de Collor era o quê?


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Um pé na frente e outro atrás

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futuro governador Renan Filho deve surpreender a quem não acredita que ele possa fazer um secretariado de alto nível. Pelo menos não comprometido com velhas práticas políticas e que figuram como participantes em processos cabeludos. E nomes assim não faltam. Renan Filho sabe que só tem uma bala na agulha que deverá acertar sua caminhada em uma das mais difíceis missões que lhes forem entregues nos últimos vinte anos. Filho do presidente do Senado, Renan quer fazer uma administração que não tenha qualquer vínculo com figuras carimbadas na política pela prática nociva durante o exercício da função pública. Ele deverá fazer isso como o principal dever de casa, embora tenha e esteja recebendo pressões para atender a pedidos políticos, inclusive do seu próprio pai. O futuro governador não tem muito que escolher. Ou nomeia técnicos como ele mesmo prometeu durante a campanha para administrar um Estado carente de tudo, ou jogará no lixo a perspectiva de que possa crescer muito na política alagoana. Todos sabem que ele deve desagradar muitos setores que lhes acompanharam durante a campanha. Mas essa é a única solução. Ou vai nadar e morrer na praia. E isso o povo que lhe elegeu, com certeza não quer.

Fácil ser oposição Ao contrário do que muitos pensam, ser oposição, como será o caso do senador Biu de Lira, é mais fácil, mais cômodo, mais tranquilo, diferente de ser governo e ter que justificar atos até das suas centenas de auxiliares.

Osso duro Conter a ânsia de auxiliares, navegar de acordo com suas orientações, tudo isso será a grande preocupação do futuro governador Renan Filho. Ele sabe, mais do que ninguém, que não poderá pisar em falso, nem tampouco permitir que os que lhes seguem passem os pés pelas mãos. Na oposição, não. O crítico fica no alto do observatório somente acompanhando as ações e se elas são corretas ou não. Daí, as denúncias, as quais, inclusive, levaram o jovem deputado JHC a ter uma votação estrondosa nas últimas eleições. Ser oposição, como se vêm, é bem melhor, em certos aspectos, do que ser governo.

Quase unanimidade Por enquanto, até não definir os nomes para o seu secretariado, três jornalistas figuram para a futura Comunicação Social do Governo: Joaldo Cavalcante, Edivaldo Júnior e Ênio Lins. Este último não deve querer conversa com esse assunto, já que desenvolve atividades que estariam longe de ser compensadas com um cargo de secretário. Os outros dois, dispensam comentários. Tanto Joaldo, raposa velha no jornalismo, como Edivaldo Júnior, também cobra criada no setor, estariam na mira do futuro governador Renan Filho. Quase uma unanimidade, concordam companheiros do batente.

Insatisfação Os governistas da Prefeitura de Maceió parecem que não estão nada satisfeitos com o prefeito Rui Palmeira. O maior sintoma disso foi a derrubada de vetos do prefeito, que perdeu feio na semana passada. Ou os vereadores da bancada não estão tendo o tratamento necessário por parte da cúpula da prefeitura, ou o guerreiro está mal ensaiado.

Chuvas de nomes Embaixo da porta de Renan Filho já deve ter chegado centenas de sugestões de nomes para serem nomeados para o primeiro, segundo e terceiro escalações. Alguns deles plenamente inviáveis, porque têm contas a prestar à Justiça, ao Tribunal de Contas da União e outros órgãos fiscalizadores. Será um quebra-cabeças para Renan Filho emplacar um quadro técnico capaz de atender às suas exigências e consequentemente do longo rosário de partidos que lhes apoiaram.

Ela não quer A 17ª Vara da Capital que trata do maior problema de Alagoas aliada à insegurança pública, a corrupção, vai passar pelo crivo da Assembleia Legislativa. E terá poucas chances de ter sucesso. Muitos deputados fazem o sinal da cruz quando o assunto é a investigação do Gecoc nos mais de cem municípios alagoanos. Se depender de alguns que já sentem o peso da Justiça, a 17ª Vara será futuramente sepultada, para o bem de políticos larápios e a tristeza do povo alagoano.

Sugestão a Rui O prefeito Rui Palmeira tem tomado medidas severas e pertinentes para atravessar a crise no município de Maceió, que sofre as mesmas consequências dos mais de 5 mil existentes no Brasil. Ele cortou cargos comissionados, reduziu salários, mas precisa ir mais além. Se alguém ainda não lhe disse, eis uma dica: mande para casa centenas de servidores que já se aposentaram e continuam no mesmo cargo ganhando altos salários. Evidentemente, nas empresas de economiamista. É uma sangria que a prefeitura poderia evitar. É uma questão, apenas, de bom senso para reduzir as despesas.

Arrumadinho Pelas atitudes demonstradas pelo governador Téo Vilela durante a transição do governo para Renan Filho, dá para notar que aconteceu alguma coisa além dos aviões de carreira. Téo, que levou paulada para todos os lados da tropa de Renan e de Collor, parece um cordeirinho. Não seja surpresa se assumir futuramente um cargo, não no governo estadual, mas no federal, onde acontecem as grandes arrumações.

Tudo acertado? Não dá para esconder que existe em curso um esquema para eleger a futura Mesa Diretora da Assembleia Legislativa e para continuar como Dantes no Quartel de Abrantes. É Olavo Calheiros, Marcelo Victor, os Toledo, Albuquerque, agora chegando Francisco Tenório, enfim, um time que conhece as entranhas da Casa de Tavares Bastos, cuja reputação já chegou na polícia.

Festa do Lava a Jato Parece mesmo que pouca gente, da cúpula da política brasileira, vai se salvar na Operação Laja Jato, onde meio mundo de gente de empreiteiras já experimentou as conhecidas e velhas algemas. Alguma coisa deve sobrar para muitos políticos que frequentam Brasília, tanto deputados, como senadores. Parece que Bangu 12 vai se tornar pequeno para acomodar a turma que saqueou os cofres públicos brasileiros.

Tô fora O deputado Eduardo Cunha, que bate de frente com a presidente Dilma Rousseff e naturalmente com o PT, tem revelado que não está nem um pouco preocupado com a Operação Lava a Jato. Não está comprometido e vai mesmo disputar a presidência da Câmara dos Deputados.

Quem escapa? A Operação Lava Jato que atingiu diretamente a Petrobras, vai ter desdobramentos que ninguém espera e, com certeza, vai arrebentar políticos alagoanos. As maiores empresas cujos diretores já foram presos pela Polícia Federal figuram entre os maiores investidores em campanhas eleitorais em Alagoas.

Quem recebeu mais? Dezenas de milhões de reais foram despejadas em campanhas políticas de Alagoas. Muitas doações entraram pelo ralo e, todo mundo sabe, foram pelo Caixa 2. Construtoras, doleiros, simpatizantes, interesseiros e outros tipos mostraram a cara. A Receita e a Polícia Federal, se quiserem, podem desvendar mais segredos da corrupção no Brasil.

É o Biu Vá em frente, Biu. Campeão de votos quando se candidatou ao Senado Federal em 2010, disputou o governo do Estado em situação absolutamente antagônica. Os rios de dinheiro despejados com parte do eleitorado e de candidatos sedentos por grana mostraram que não é preciso somente trabalhar por Alagoas. Infelizmente tem que trabalhar pelo bolso de muitos que ainda estão pendurados com problemas na polícia e na justiça. Pelo que tem mostrado a Operação Lava Jato, muitas coisas ainda devem acontecer em Alagoas.


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IMPROBIDADE

Major Izidoro: Santana Mariano assume e encontra rombo na prefeitura Somente na Festa do Padroeiro, prefeito tampão Arnaldo Jerônimo gastou R$ 425 mil com bandas JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

N

otas frias, superfaturamento, salários atrasados, falta de remédios, de insumos para hospital e de merenda escolar, esse foi o quadro com que a prefeita de Major Izidoro, Santana Mariano, se deparou ao assumir a prefeitura no último outubro. Após a nova eleição, a situação deixada pelo prefeito tampão Arnaldo Jerônimo é considerada crítica. Mariano foi afastada em maio deste ano, por problemas nas contas do vice, Adovaldo Alves, o Doca, em seu lugar assumiu o presidente do Legislativo Municipal, vereador Arnaldo Jerônimo. Durante sua gestão Santana deixou todas as contas em dia, enquanto Jerônimo não prestou contas dos gastos dos cofres públicos do município. Assim que assumiu o comando do executivo, o vereador nomeou sua esposa Elisângela Silva para chefia de Gabinete da

prefeitura, o que não é permitido por lei. Um caso comprovado de nepotismo. As aberrações administrativas continuaram a mando de Arnaldo e avalizadas pela sua esposa e chefe de Gabinete. Servidores públicos confirmaram à reportagem do jornal EXTRA que Elisângela Silva mandava e desmandava na prefeitura. Notas sem qualquer explicações chegavam ao Executivo municipal e eram pagas sem nenhuma explicação legal. De acordo com informações, as investigações dos rombos e superfaturamentos estão sendo analisadas por populares e funcionários públicos para levar o caso ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Contas do Estado. Um dos casos de pagamento, de um grande volume de recursos, foi feito à empresa de eventos de Marcelo Martins. Somente na Festa do Santo Padroeiro, as bandas contratadas levaram cerca de R$ 435 mil.

carro popular usado. MAIS ACUSAÇÕES

Santana Mariano encontra situação de caos deixada por Jerônimo

Vale ressaltar que as bandas contratadas não são do cenário nacional e desconhecidas do grande público. O valor de quase meio milhão de reais está sendo analisado pela atual gestão. Um único show que custa em média R$ 25 mil foi contratado por R$ 60 mil, valor este considerado fora da reali-

dade de mercado. Outro fato narrado por inúmeros servidores públicos e moradores de Major é que o hospital da cidade está sem medicamento e praticamente fechado, enquanto o empresário que contratou as bandas passou a ostentar um veículo importado, quando antes andava em um

Outra acusação que pesa contra Arnaldo Jerônimo, pelos quatro meses no comando do executivo, é o rombo na previdência do município. O prefeito tampão deixou de repassar R$ 400 mil para o fundo previdenciário, lesando centenas de contribuintes. Contratações irregulares também foram realizadas nesse período. Arnaldo contratou mais dois advogados para a prefeitura e dezenas de parentes e amigos que não exerciam qualquer função na administração pública. O prefeito por 120 dias ainda locou um carro de luxo por conta do erário e distribui combustível com populares sem qualquer compromisso fiscal, tudo por conta da Prefeitura de Major Izidoro. Nesse período fornecedores da prefeitura deixaram de receber e obras importantes como os posto de saúde de Capelinha e de São Marcos, reformas de várias escolas e o calçamento de ruas no bairro de Fátima foram paralisadas sem qualquer explicação.


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POLÍTICA

Renan Filho promove reunião com membros do Gecoc e do Conseg Encontro teve como objetivo discutir o combate ao crime organizado em Alagoas

DA REDAÇÃO

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governador eleito Renan Filho (PMDB)promoveu nesta quinta-feira (20) uma reunião de trabalho com membros do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/ AL) e DO Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg). O encontro teve como objetivo discutir a situação da segurança no estado e o combate ao crime organizado. Estiveram presentes: Luciano Barbosa (vice-governador eleito e coordenador da equipe de transição), Fábio Farias (membro da equipe de transição), Alfredo Gaspar de Mendonça Filho (coordenador do Gecoc), Maurício Brêda (presidente do Conseg) e Antonio Carlos Gouveia (vicepresidente do Conseg). Ao final da reunião, Renan Filho falou com a imprensa e falou sobre a importância do en-

contro. “Estamos amadurecendo as ideias para combater a criminalidade em Alagoas”. Questionado se teria interesse na permanência da Força Nacional no estado, o governador eleito disse que sim. “Temos total interesse na continuidade da Força aqui no estado, pois é mais uma forma de ajudar a reduzir a violência. Com meu programa de governo Alagoas Contra o Crime e o programa do governo federal Brasil Mais Seguro, iremos tirar de Alagoas o título de estado mais violento do país, pois o povo alagoano clama por paz”. O coordenador do Gecoc, promotor de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça Filho, destacou o encontro como uma demonstração do empenho de Renan Filho em mudar a situação caótica em que a segurança pública do estado se encontra. “Pude notar firmeza no discurso do governador eleito. Ele mostrou que

Encontro coordenado pelo governador eleito Renan Filho discutiu também a atuação da 17ª Vara da Capital

tem disposição para trabalhar em conjunto pela diminuição da violência em Alagoas. Outro fato que me surpreendeu foi o conhecimento que ele demonstrou ter sobre a realidade da área de segurança. Estou muito confiante

que tudo se encaminhará bem e reduziremos o número de crimes no estado”. O projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa que regulamenta e reformula a composição e a atuação da 17ª Vara

Criminal da Capital também foi discutido na reunião. Renan Filho manifestou seu apoio à 17ª Vara e ressaltou sua importância para um trabalho conjunto e coordenado em prol da segurança de Alagoas.


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SENTENÇA

OPERAÇÃO NAVALHA Zuleido Veras e mais 10 pegam 53 anos de prisão Desvio milionário de verbas públicas envolveu obras da macrodrenagem do Tabuleiro; governador Téo Vilela ainda pode ser processado VERA ALVES VERALVESS@GMAIL.COM

S

ete anos e seis meses após ser deflagrada pela Polícia Federal em Alagoas, no Distrito Federal e em mais oito estados, a Operação Navalha tem seus primeiros condenados em terras caetés. Na última segunda-feira (17), o juiz Raimundo Alves de Campos Júnior, da 13ª Vara Federal de Alagoas,condenou o empresário Zuleido Veras, dono da Construtora Gautama, e outras 10 pessoas a penas que, juntas, somam 53 anos de prisão. Todos são acusados de participação no esquema milionário de desvio de verbas públicas, com o superfaturamento de obras e fraude em medições das construções mediante o pagamento de propinas a agentes públicos. No caso de Alagoas, investigações da PF, ControladoriaGeral da União e Ministério Público Federal confirmaram o desvio de R$ 8 milhões (em valores da época) nas obras de construção da macrodrenagem do bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió. Entre os envolvidos e condenados esta semana está o ex-secretário de Infraestrutura Adeilson Bezerra e João Ferro Novaes Neto, assessor parlamentar do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) quando este era senador. Téo Vilela, aliás, figura

dentre os 61 denunciadosà Justiça pelo Ministério Público Federal. De acordo com o MPF, ele teria recebido R$ 500 mil em propina do esquema montado por Zuleido Veras, mas deixou de ser processado porque no ano passado, quando a denúncia do MPF foi acatada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Assembleia Legislativa de Alagoas não autorizou a continuidade da ação contra ele. A ação penal, de número 726 e que tramita no STJ, pode ser retomada a qualquer momento, sem perigo de prescrever, ou seja, ser vencido o prazo máximo entre a prática do crime e o seu julgamento. Desmembrada para a Justiça Federal dos estados onde o esquema vigorou, a ação penal resultou em 14 denunciados pelo MPF em Alagoas, sendo que quatro foram absolvidos no processo de número 0002186-27.2010.4.5.800 que tramita na 13ª Vara Federal de Alagoas: Florêncio Brito Vieira (funcionário da Gautama), Tereza Freire Lima (secretária da Gautama), Bolívar Ribeiro Saback (funcionário da Gautama) e o ex-secretário da Fazenda Eduardo Henrique Araújo Ferreira, o “Cheba”. “Cheba”, de acordo com a sentença do juiz federal Raimundo Alves de Campos Júnior, foi absolvido em função da prescrição do crime de em-

Zuleido Veras e Adeilson Bezerra entre os condenados em Alagoas

prego irregular de verbas públicas, cuja pena seria de um a três meses de detenção, ou multa, porque o delito se deu entre 2006 e 2007. O magistrado também enfatizou não haver deliberado sobre o ressarcimento das verbas públicas que foram desviadas porque a questão já é objeto da Ação de Improbidade Administrativa nº 0006410-76.2008.4.05.8000, que tramita na 2ª Vara Federal de Alagoas contra todos os denunciados. Para todos os condenados, o juiz da 13ª Vara Federal também estabeleceu o cumprimento das penas no regime inicial semi-aberto.

OS RÉUS CONDENADOS E SUAS PENAS ZULEIDO SOARES DE VERAS (Dono da Gautama): 07 (sete) anos, 08 (oito) meses e 12 (doze) dias de reclusão e ao pagamento de 188 (cento e oitenta e oito) dias-multa, cada um no valor duas vezes o salário mínimo vigente na época (2006). MARIA DE FÁTIMA PALMEIRA (Diretora Comercial da Gautama e braço direito de Zuleido Veras): 04 (quatro) anos, 02 (dois) meses e 05 (cinco) dias de reclusão e ao pagamento de 65 (sessenta e cinco) dias-multa, cada um no valor de meio-salário mínimo da época. Ela é sobrinha do ex-governador Guilherme Palmeira e prima do prefeito Rui Palmeira (PSDB). GIL JACÓ CARVALHO SANTOS (Diretor Financeiro da Gautama): 04 (quatro) anos, 02 (dois) meses e 05 (cinco) dias de reclusão e ao pagamento de 65 (sessenta e cinco) dias-multa, cada um no valor meio salário mínimo da época. ABELARDO SAMPAIO LOPES FILHO (Engenheiro e diretor da Gautama): 03 (três) anos, 07 (sete) meses e 10 (dez) dias de reclusão e pagamento

de 45 (quarenta e cinco) dias-multa, cada um no valor de 1/5 (um quinto) do salário-mínimo vigente à época. DENISON DE LUNA TENÓRIO (Subsecretário de Infraestrutura):06 (seis) anos, 08 (oito) meses e 24 (vinte e quatro) dias de reclusão e pagamento de 153 (cento e cinquenta e três) dias-multa, cada um valor de1/5 (um quinto) do salário-mínimo vigente à época do fato. MÁRCIO FIDELSON MENEZES GOMES (Ex-diretor do Detran-AL e ex-secretário de Infraestrutura): 05 (cinco) anos, 09 (meses) meses e 10 (dez) dias de reclusão e pagamento de 121 (cento e vinte e um) dias-multa, cada um no valor de 1/5 do salário mínimo da época. ADEÍSON TEIXEIRA BEZERRA (Ex-secretário de Infraestrutura de Alagoas): 05 (cinco) anos, 09 (meses) meses e 10 (dez) dias de reclusão e pagamento de 121 (cento e vinte e um) dias-multa, cada um no valor 1/5 do salário mínimo. ENÉAS DE ALENCASTRO NETO (Representante do governo de Ala-

goas em Brasília): 06 (seis) anos, 08 (oito) meses e 24 (vinte e quatro) dias de reclusão e pagamento de 153 (cento e cinquenta e três) dias-multa, cada um no valor de 1/5 do salário mínimo da época. ERNANI SOARES GOMES FILHO (Servidor do Ministério do Planejamento): 06 (seis) anos, 08 (oito) meses e 24 (vinte e quatro) dias de reclusão e pagamento de 153 (cento e cinquenta e três) dias-multa, cada um no valor de 1/5 do salário mínimo vigente na época. JOÃO FERRO NOVAES NETO (Assessor parlamentar de Téo Vilela quando este era senador): 05 (cinco) anos, 09 (meses) meses e 10 (dez) dias de reclusão e pagamento de 121 (cento e vinte e um) dias-multa, cada um no valor de 1/5 do salário mínimo da época. ROSEVALDO PEREIRA MELO (Funcionário da Gautama em Alagoas e lobista): 03 (três) anos, 07 (sete) meses e 10 (dez) dias de reclusão e pagamento de 45 (quarenta e cinco) dias-multa, cada um no valor de 1/5 do salário mínimo da época.


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SENTENÇA

OPERAÇÃO NAVALHA Téo Vilela teria tido encontro monitorado pela PF

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m março de 2008, reportagem publicada pela Revista IstoÉ produzida a partir das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal revelava detalhes do suposto envolvimento do governador Teotonio Vilela Filho no esquema comandado pelo empresário Zuleido Veras. Téo atuaria em favor da Gautama desde quando era senador e teria recebido entre 2006 e 2007 R$ 500 mil da construtora em três parcelas. A seguir o trecho da reportagem que cita Téo e que pode ser conferido no endereço http://www.istoe.com.br/reportagens/1551_ CORRUPCAO+NAS+OBRAS+DA+GAUTAMA) “A investigação da Polícia Federal em Alagoas produziu um verdadeiro filme da corrupção. Nesse filme, as imagens surgem a partir de fotos digitais feitas pelos policiais e o som é procedente das escutas telefônicas. Um dos três diagramas da quadrilha no Estado mostra como Zuleido Veras levou para Maceió R$ 150 mil que teriam sido entregues ao governador Teotônio Vilela Filho. Os policiais fotografaram um funcionário da Gautama tirando o dinheiro no caixa de uma agência bancária, acompanharam Zuleido viajando para Maceió com o dinheiro em uma pasta e presenciaram a entrega da pasta à assessoria direta do governador. A entrega do dinheiro foi feita em 23 de março do ano passado e o assessor que recebeu a pasta é Enéas de Alencastro Neto. O encontro se deu em uma casa de fachada amarela na rua Albino Magalhães, em Maceió. Ali, está instalado um telefone em nome do governador. Nas conversas telefônicas ocorridas dias antes do encontro, Zuleido diz o seguinte: ‘O governo é de Teo’. E arremata: ‘E Teo está chamando Enéas para lá’. Além de Alencastro, a PF relaciona como integrantes do esquema o secretário de Infra-Estrutura, Adeilson Teixeira Bezerra, o diretor de Obras, José Crispim Vieira, e o subsecretário de

Infra- Estrutura, Denisson de Luna Tenório.’Não tenho nada a ver com a Operação Navalha’, diz o governador Teotônio Vilela. ‘Estou tranquilo’. De acordo com os relatórios da Polícia Federal, a Gautama distribuía dinheiro a autoridades estaduais sempre que ocorria a liberação de verbas para alguma obra. Em Alagoas, a empreiteira é responsável pela construção de barragem no rio Pratagy, obra realizada com recursos do Ministério da Integração Nacional, no valor de R$ 77 milhões. Em 20 de abril do ano passado, uma escuta telefônica mostra o secretário Bezerra pedindo diretamente a Zuleido o pagamento de garotas de programa para comemorar a liberação de R$ 5 milhões para a construtora. Zuleido repassou a tarefa para seu diretor financeiro, Gil Jacó, o mesmo que em sua agenda escreveu: ‘120.000 – MINISTRO – BRASÍLIA’. Como ISTOÉ revelou em sua última edição, seria, segundo a PF, uma propina para o ex-ministro Silas Rondeau em troca da liberação de dinheiro para o Programa Luz Para Todos no Piauí. Nas escutas em Alagoas, Zuleido, em tom de sarcasmo, diz à sua funcionária Maria de Fátima Palmeira que não existem problemas envolvendo a Gautama no Tribunal de Contas da União. Maria de Fá-

Entrega de parcela R$ 150 mil ao governador Teotonio Vilela Filho teria ocorrido a 23 de março de 2007

tima responde com uma sonora gargalhada. Em outra conversa com Maria de Fátima, Zuleido diz: ‘Eu não sou ganancioso não, sou só ambicioso’. ENTENDENDO A OPERAÇÃIO NAVALHA As investigações da Polícia Federal que resultaram na Operação Navalha começaram em 2004 na Bahia, quando se cons-

tatou que o esquema de desvio de recursos de obras públicas de Estados e municípios patrocinadas pelo governo federal e comandado por Zuleido Soares Veras, dono da Construtora Gautama, havia se espalhado também por Alagoas, Sergipe e Maranhão. No dia 17 de maio de 2007, a operação foi deflagrada com a prisão de 47 pessoas em nove estados (Alagoas, Bahia, Ser-

gipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Goiás, Mato Grosso e São Paulo – sede da Gautama) e no Distrito Federal. As investigações terminaram resultando na queda do então ministro das Minas e Energia Silas Rondeau, que teve um assessor de seu gabinete - Ivo Almeida Costa – entre os presos. O esquema atingiu obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Luz Para Todos.


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IMPROBIDADE

OPERAÇÃO GABIRU

Justiça condena Maurício Quintella e mais 9 a devolverem R$ 133,6 milhões para a União Recursos são relativos a desvios nos programas de merenda e transporte escolar; ex-governador Ronaldo Lessa escapa de condenação VERA ALVES veralvess@gmail.com

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m uma decisão da Justiça Federal datada de 15 de agosto último mas só agora tornada pública, o ex-secretário de Educação e hoje deputado federal Maurício Quintella Lessa Malta (PR) e outras nove pessoas foram condenados a ressarcir à União R$ 133.683.852,40.Todos foram investigados no processo que trata da ação de gabirus durante o governo Ronaldo Lessa (1999-2006) e com base no que foi apurado pela Controladoria Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF). O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), que chegou a ser denunciado pelo MPF e a ter seus bens bloqueados, acabou escapando da condenação porque, no entendimento do juiz federal substituto da 3ª Vara da Justiça Federal, Marcelo Barbi Gonçalves, não foram apresentadas provas de que ele tenha participado das irregularidades. No processo de número 0004055-93.2008.4.05.8000, 14 pessoas figuravam como réus, sendo que, além de Lessa, o espólio de Luiz Abílio de Souza Neto (vice-governador na época das irregularidades e falecido em abril de 2010), Adriana Pereira de Amorim e Erivaldo Saraiva Feitosa também escaparam de

condenações. No relatório de 56 páginas da sentença prolatada no dia 15 de agosto, o juiz Marcelo Barbi traz à tona fatos comprometedores da atuação do deputado federal Maurício Quintella quando no exercício do cargo de secretário de Educação, a exemplo da autorização do pagamento, de uma só vez, de R$ 279 mil para a empresa Torres & Queiroz referentes a 90 mil dúzias de ovos. A ordem bancária foi expedida em dezembro de 2004, mas somente a partir de maio de 2005 as entregas tiveram início e o que é pior, apenas metade foi entregue. A Torres era apenas uma das várias empresas-fantasmas criadas pelo empresário José Rafael Torres Barros, apontado pela Polícia Federal como o mentor do esquema de desvio de recursos do governo federal e irregularidades no âmbito da merenda escolar em dezenas de prefeituras alagoanas e desbaratado em dezembro de 2005 através da Operação Gabiru (Guabiru para alguns). Ocorre que, no rastro das investigações, a PF acabou descobrindo que a ação dos gabirus também tinha se estendido aos programas educacionais do Estado financiados pelo governo federal. Investigações da CGU e escutas telefônicas autorizadas

Quintella e Ricardo Barros Mero: multa e perda de direitos políticos

pela Justiça confirmaram a estreita ligação entre o empresário Rafael Torres e o então secretário Maurício Quintella, inclusive no tocante ao pagamento de propinas. As acusações constantes do processo aberto em 2008 envolvem a ausência de licitação na aquisição de merenda escolar, compra de gêneros alimentícios superfaturados, irregularidades na aquisição de livros didáticos e no programa de transporte escolar, todos financiados pela União, o desvio de recursos federais para contas do governo do Estado e irregularidades na contratação de professores monitores, com diferentes níveis de

participação dos acusados. Todos os crimes teriam ocorrido na segunda gestão de Lessa, a partir de 2003. AS CONDENAÇÕES Os 10 condenados na ação civil pública impetrada pelo Ministério Público Federal e que tramita na 3ª Vara da Justiça Federal terão de devolver à União, juntos, R$ 44.856.140,16, valor que sobe para R$ 133.683.852,40 em função da multa civil a que foram igualmente condenados a pagar. Para alguns, como o ex-secretário e deputado federal Maurício Quintella, a multa é de um terço do valor que ele tem de devolver

– R$ 4.272.021 –, enquanto para outros ela é de duas vezes o valor da devolução, caso do empresário Rafael Torres. Apontado pela PF e denunciado pelo MPF como mentor do esquema de irregularidades na pasta da Educação, notadamente no que diz respeito à merenda escolar, Torres foi condenado a devolver os R$ 6.086.266,54 que teria dado de prejuízo aos cofres públicos e a pagar multa civil de R$ 12.172.533,08 (duas vezes o valor do prejuízo). Na qualidade de procuradorgeral do Estado na gestão de Lessa, e por ter avalizado a dispensa de licitações, o procurador Ricardo Barros Mero é quem, por decisão da Justiça, terá de devolver o maior volume de recursos. São R$ 12.678.266,54 por conta dos prejuízos aos cofres públicos mais R$ 12.678.266,54 de multa civil. Já seu colega e subprocurador-geral na época das irregularidades, Wilson Roberto Protásio Lima, terá de devolver R$ 6.086.266,54 e pagar idêntico valor a título de multa. Além das devoluções e multas, os réus foram condenados à perda dos direitos políticos (entre 5 e 8 anos), proibição de firmar convênios com órgãos da administração pública e perda dos cargos que ocupam. Neste último tópico, a exceção é o deputado federal Maurício Quintella, cujo mandato está nas mãos das Cortes superiores. Ainda cabe recurso à sentença, inclusive por parte do MPF, que havia pedido a condenação também de Ronaldo Lessa, eleito deputado federal nas eleições de 5 de outubro último, e do espólio do vice-governador na época, Luiz Abílio Neto.


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IMPUNIDADE

Taturanas recorrem ao TJ para não devolver dinheiro desviado Ação está pronta mas sem data para julgamento; operação completa sete anos em dezembro ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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á está pronta, para julgamento, a apelação cível, hoje na 3ª Câmara Civel, movida por deputados e ex-deputados federais e estaduais acusados na Operação Taturana. É uma tentativa de anular a decisão de primeiro grau, de 14 de dezembro de 2012. O relator deste processo, no TJ, é o desembargador Kléver Loureiro e o processo está concluído desde 3 de novembro, aguardando data para julgamento. Neste processo, os taturanas são acusados de desviar quase dois milhões de reais. Exatos: R$ 1.971.911,82, em conluio com o extinto (mas na época do escândalo ativo) Banco Rural. É parte do rombo apurado, pela Polícia Federal, que somado chega a R$ 300 milhões desviados dos cofres da Casa de Tavares Bastos. Seis destes processsos foram incluídos no programa Justiça Plena, do Conselho Nacional de Justiça, com o objetivo de acelerar o julgamento de ações de improbidade administrativa. A regra é válida para o primeiro grau. À beira de completar sete anos, a Taturana reservou surpresas frustrantes. Por um lado, revelou o quê deputados estaduais fazem com duodécimo milionário distribuído pelo Executivo. Porém, nenhum

deles está preso. O esquema do mensalão, por exemplo, foi bem menos generoso e os condenados viram o sol nascer quadrado. Mas, as chances de isso acontecer em Alagoas são remotas. Um dos acusados é o ex-prefeito Cicero Almeida (PRTB), que conseguiu a blindagem através do foro por prerrogativa de função (a extinta imunidade parlamentar). Apesar do passado de pobreza- como gosta de manter no imaginário popularAlmeida tomou empréstimos via Banco Rural usando recursos públicos como garantia de quitação. Diga-se: recursos que eram da Mesa Diretora. Para conseguir tanto dinheiro, usou o mesmo esquema dos outros taturanas: somou verba de gabinete (que não salário) mais os rendimentos mensais para ter acesso aos empréstimos pessoais. Nesta ação, com o Banco Rural, tomou quase R$ 200 mil (veja quadro completo do prejuizo aos cofres públicos). No caso do hoje deputado federal Arthur Lira (PP)- que era primeiro secretário da Mesa Diretora (entre os anos de 2005 e 2006)- usava o esquema dos empréstimos pessoais somando verba de gabinete e salário. Só nesta ação de improbidade, Arthur terá de devolver quase R$ 200 mil. E a atuação do hoje parlamentar federal- que acumula outras ações cujo risco é cassá

Deputado Cicero Almeida

Deputado João Beltrão

Deputado Paulo Fernando

Deputado Arthur Lira

Ex-deputado Celso Brandão

Deputado Nelito Gomes

-lo do mandato- tem adjetivos que chamam a atenção: “Com expressiva e assombrosa riqueza de detalhes os documentos colacionados no caderno processual apontam para a prática de atos de improbidade administrativa praticados pelo réu Arthur César Pereira de Lira”. O prefeito de Canapi, Celso Luiz (PMDB), que quer se eleger presidente da Associação dos Municípios usou as mesmas lições dos outros taturanas para desviar recursos da Assembleia. No próximo dia 6 de dezembro, a Taturana completa sete anos. Ainda prevalece o sentimento de impunidade. Enquanto isso, há quem se esconda no manto da improbidade administrativa. Um seguro garantia, ainda em voga no Brasil.

Quanto cada integrante (ou ex) da Assembleia tem de devolver aos cofres públicos (ação do Banco Rural) - Arthur César Pereira de Lira, deputado federal pelo PP e reeleito: R$ 182.830,22; - Manoel Gomes de Barros Filho (Nelito), deputado estadual (desistiu da reeleição): R$ 435.353,30; - Paulo Fernando dos Santos, deputado federal pelo PT e reeleito: R$ 286.765,29; - Maria José Pereira Viana, ex-deputada estadual: R$ 55.392,67; - Celso Luiz Tenório Brandão, ex-deputado, hoje prefeito de Canapi: R$ 170.520,78; - João Beltrão Siqueira, deputado estadual pelo PRTB e reeleito: R$ 213.422,30; - Cícero Amélio da Silva, ex-deputado, hoje presidente do Tribunal de Contas: R$ 357.154,17; - José Adalberto Cavalcante Silva, ex-deputado: R$ 74.900,55; - José Cícero Soares de Almeida, ex-prefeito de Maceió, eleito deputado federal: R$ 195.572,54 TOTAL DESVIADO: R$ 1.971.911,82


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ARTIGO

Oligarquias corruptas: chega! LUIZ FLÁVIO GOMES 1. A Petrobrás e o cartel do metrô de SP, os mensalões do PT e do PSDB, o fisiologismo do PMDB etc. Não são mais que sintomas graves do longo caminho já percorrido pelo malfeito, pela pilhagem e pela astúcia. Sem extrapolar os limites do Estado de Direito (não é preciso que nos convertamos em fascistas ou populistas para combater a troika maligna formada pelos políticos e outros agentes públicos + agentes econômicos + agentes financeiros, unidos pela bandalheira e corrupção), chegou o momento de a sociedade civil brasileira se posicionar de forma implacável e decisiva contra todos os inescrupulosos que se apoderaram criminosamente de grandes parcelas do poder no Brasil. 2. Império (1822-1888), Repú-

blica Velha (1889-1929), ditadura (1930-1945), República Nova (1946-1963), nova ditadura (19641984) e redemocratização (19852014): já são quase 200 anos de governos patrimonialistas (quem está no poder considera o Estado como patrimônio pessoal que deve ser apropriado) e clientelistas(manutenção do poder político por meio de favores e escambos regados a uma imensa corrupção), incapazes de solidificar as instituições elementares de um Estado forte e pujante, quais sejam: uma democracia vigorosa (seu lugar sempre foi ocupado por oligarquias), uma economia e um mercado forte e distributivo (que aqui sempre foram sufocados pelos oligopólios e pela brutal desigualdade), uma Justiça eficiente (por aqui nunca se viu o império igualitário da lei) e uma sociedade civil consciente e participativa (no lugar disso o que temos visto é sua escandalosa manobra por políticas populistas). 3. Durante toda nossa história independente, nunca o poder autoritário dos máximos mandantes (Imperadores, ditadores, presi-

dentes) impediu o crescimento dos nefastos grupos de malfeitores que foram se apoderando do Estado: oligarquias rurais no princípio e, depois, empresarias, monopólios ou oligopólios, líderes de corporações, partidos políticos e grupos criminosos regionais. Tudo hoje se resume em poucas palavras: corrupção, crime organizado e violência. Na sombra dos poderes autoritários nasceram e floresceram vários grupos organizados: os comandados por poderes privados (PCC, CV) ou paraestatais (milícias) assim como os dirigidos pelos políticos e outros agentes públicos (mensalões do PT e do PSDB são exemplos) ou pelos agentes econômicos e financeiros (Petrobrás, cartel do metrô de SP etc.). 4. Os partidos políticos, os políticos e outros agentes públicos, aliados a agentes econômicos e financeiros, constituíram uma troika maligna deplorável, pois destoam completamente do que seriam (num Estado democrático de Direito) práticas e instituições sustentáveis, segundo princípios éticos inabaláveis. Em geral, quais

são os princípios e ideias que os distinguem no mundo político ou empresarial? O que aqui se vê é a atuação da troika para a preservação dos seus poderes e privilégios bem como para a tutela dos seus interesses. Seus atos não exprimem mais que egoísmo e personalismo. Mudam alguns nomes (temporariamente), mas não os perfis nem muito menos os vícios pérfidos, que corrompem, gastam e dissipam o erário público, cada vez mais exangue diante da ganância corruptiva das organizações criminosas que se preservam por meio do fausto financiamento das caríssimas campanhas eleitorais. Deturpação e desvio de finalidade maiores na democracia não existem. 5. A troika maligna, liderada ou composta pelos políticos assim como pelos partidos, alavancam progressos, mas, ao mesmo tempo, tal como gafanhotos famintos, vorazmente consomem grande parcela dos recursos de forma ilícita, esquecendo-se completamente do bem comum. Uma ou outra ação positiva para a nação não chega a afastá-los da pecha de nocivos e pe-

rigosos, porque são os protagonistas mais ostensivos da criminalidade organizada PPP-PPE (parceria público/privada para a pilhagem do patrimônio do Estado). Todos (com raras exceções) apresentam-se igualmente desonrados e aviltados pelos vícios comuns, esvaziando-se a autoridade e a força moral. Como sublinha Timon (personagem de J. F. Lisboa), “mal ergue um deles a voz para exprobrar ao outro tal erro, tal falta e tal crime, para logo a exprobração contrária quase idêntica vem feri-lo no coração, fazendo-o emudecer completamente, posto que a falta de pudor é a qualidade dominante de todos eles: pudor, moral, respeito e decoro nada significam desde que triunfem nas urnas e levem a cabo seus mesquinhos desígnios”. A corrupção no Brasil precisa ser passada a limpo e isso significa, desde logo, fazer valer o império da lei frente a todos. Confira todos os artigos do professor Luiz Flávio Gomes no institutoavantebrasil.com.br


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PALMEIRA DOS INDIOS

Matadores do empresário Grilo, Duda e Careca vão a julgamento no dia 27 O agropecuarista Fernando Medeiros, autor intelectual do homicídio, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça DA REDAÇÃO

N

o dia 27 do corrente, a partir das 8h, no fórum do Barro Duro, em Maceió, o executante José Rosendo Sembém (Duda) e o seu irmão coparticipante Josivaldo (Careca) serão julgados pelo Tribunal do Júri pelo assassinato praticado contra o empresário Jair Gomes, o Grilo, morto em Palmeira dos Índios no dia 22 de novembro de 2010, defronte ao ginásio do Colégio Cristo Redentor, a 200 metros da delegacia de polícia. Além do autor intelectual Fernando Medeiros e dos autores materiais Duda e Careca, o homicídio contou também com a participação de Manoel Araújo da Costa (Mané) e Gilberto Fernandes Bispo (Berto), réus confessos. O processo foi desmembrado e apenas Fernando Medeiros recorreu ao Tribunal Superior de Justiça (STJ) reivindicando o seu despronunciamento, continua solto. O Ministério Público Estadual (MPE), que denunciou os réus, será assistido pelo advogado Lutero Gomes Beleza, que não tem dúvidas quanto ao envolvimento dos acusados, inclusive de Fernando Medeiros, marido da ex-vice-prefeita de Palmeira dos Índios, a médica Verônica Medeiros. “Fernando Medeiros recorreu, mas ele será julgado pelo Tribunal do Júri, pois as provas produzidas no processo são elucidativas e consistentes’, enfatiza Lutero Beleza. O juiz Ferdinando Scrimin

Neto pronunciou os envolvidos no homicídio, que foi gravado por uma câmara de Seu Supermercado situado próximo ao local da execução. Gravações telefônicas obtidas através de autorização judicial, provam a participação material dos acusados no assassinato do empresário Grilo e a autoria intelectual de Fernando Medeiros, que inclusive “prestou socorro” aos pistoleiros Duda e Careca, cuja moto em que fugiam da cena do crime quebrou nas proximidades do ginásio do Colégio Cristo Redentor. ENTENDA O CASO A morte de Grilo ocorreu em virtude de uma discussão provocada por Fernando Medeiros por causa de títulos societários do aeroclube de Palmeira dos Índios. De acordo com a sentença de pronúncia, no momento da discussão, Fernando Medeiros estava ao lado de sua mulher Verônica Medeiros. Embriagado, o agropecuarista provocou com um empurrão o empresário, que se defendeu da agressão. Por isso, foi jurado de vingança. “Você vai me pagar”, prometeu Fernando Medeiros que, por diversas vezes insistiu para Manoel Araújo da Costa (Mané) contratar um criminoso para executar Grilo, o que terminou acontecendo. Os detalhes estão registrados na sentença de pronúncia. Os envolvidos no caso serão julgados em Maceió, após decisão tomada pela Justiça visando evitar interferências políti-

Grilo com os filhos Luís Alberto,Thaisa e Gabriela; empresário foi morto de forma covarde há quatro anos

cas no julgamento. Fernando Medeiros é pai de um cirurgião vascular casado com a filha do deputado Fernando Toledo, atual presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas. Grilo, irmão do conhecido empresário Zé Leão, conselheiro do CSE, era proprietário de uma rede de lojas de eletrodomésticos em Palmeira dos Índios e outras cidades. Empregava dezenas de trabalhadores, patrocinava eventos os mais variados. Ele tinha um mini trio elétrico, o qual cedia para animar festas na cidade e ao mesmo tempo se divertia com a realização dos eventos. O empresário deixou três filhos: Thaisa (20 anos), Gabriela (14 anos) e Luís Alberto (11 anos). ALTA PERICULOSIDADE O deputado Isnaldo Bu-

lhões Filho (Isnaldinho) continua indignado com o assassinato do empresário Grilo. O parlamentar pede a condenação dos autores do homicídio, inclusive do autor intelectual, o agropecuarista Fernando Medeiros. “Fernando Medeiros tem que ser condenado para pagar pelo crime que praticou. Ele é um bandido de alta periculosidade, que matou Grilo de forma fria e covarde”, ressalta Isnaldinho. O deputado também critica parte da Justiça, responsável pela soltura de Fernando Medeiros. “A Justiça usou dois pesos e duas medidas ao prender os autores materiais e soltar o autor intelectual do crime contra o Grilo”, ressaltou. “Isso é justo?!”, indaga inconformado Isnaldinho. O assistente de acusação, advogado Lutero Beleza reafirmou que a instrução pro-

cessual ratificou todo o processo investigativo realizado pela polícia. “Não há dúvidas a respeito da materialidade delitiva. A autoria recai sobre os réus tanto na fase inquisitorial como na instrução processual”, enfatiza. A família do empresário assassinado não se conforma com a liberdade do agropecuarista. “Fernando Medeiros tem que pagar perante a Justiça pelo crime que praticou. Não concordamos com sua impunidade”, disse Zé Leão. . “Por que os outros envolvidos estão presos e o autor intelectual está solto?, indaga desolado. Apesar de Fernando Medeiros não fazer mais parte do processo, o desembargador Edivaldo Bandeira Rios admite a possibilidade de influência política, uma vez que existe relação entre os dois processos em questão.


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CINEMA

Olhar de Nise, filme de Jorge Oliveira, abre mostra de cinema no Arte Pajuçara Rodado no Rio, em Alagoas e na Alemanha, documentário conta a história da alagoana Nise da Silveira, que se rebelou contra o choque elétrico e revolucionou a psiquiatria usando a arte-terapia no tratamento de doenças mentais

O

filme Olhar de Nise, do jornalista e cineasta Jorge Oliveira, com codireção de Pedro Zoca e produção de Ana Maria Rocha, abre no próximo dia 24 (segunda-feira), às 19h30, a Mostra Cine Arte Brasil no Centro Cultural Arte Pajuçara, em Maceió. É a pré -estreia do documentário sobre a psiquiatra alagoana Nise da Silveira, que começou há quatro anos, com cenas rodadas no Rio de Janeiro, em Maceió e na Alemanha, onde mora o artista plástico Almir Mavignier que ajudou a Nise a implantar a arte-terapia dentro do Hospital D. Pedro II, no Rio de Janeiro. Olhar de Nise resgata a história dessa psiquiatra, a primeira mulher alagoana a se formar em medicina na Bahia, numa turma onde se tinha homens. Mostra uma entrevista inédita de 1997, dois antes de morrer, onde ela conta toda a trajetória de sua vida: a infância em Maceió, com passagem pela Faculdade de Medicina em Salvador, a chegada ao Rio de Janeiro, a sua prisão no governo do ditador Getúlio Vargas, onde ficou uma cela vizinha ao escritor Graciliano Ramos, conterrâneo, e o seu ingresso no Hospital Psiquiátrico da Praia Vermelha, em Botafogo. O filme, um longa-metragem de 90 minutos, também tem reconstituição de cenas.

Em uma delas, Nise da Silveira, no leito da morte, lembra do marido Mário Magalhães, médico sanitarista, primo legítimo, com quem viveu no Rio de Janeiro até a sua morte. - É uma cena comovente – diz o diretor Jorge Oliveira. – É o início do filme. O casal é interpretado pela atriz Mariana Infante e pelo ator Rafael Cardoso, da TV Globo. Busquei trazer para tela o grande sonho da Nise que, quando estava à beira da morte, falou que o marido a chamava para dançar. Acho que realizei o grande sonho dessa psiquiatra que está, sem dúvida, entre as grandes personagens do século XX. Uma parte do filme foi rodado no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. Lá, a produção recriou uma ala do hospital, onde os doentes eram submetidos a choques elétricos, condenados por Nise. O documentário também traz para as telas, pela primeira vez, os principais quadros dos pacientes do Engenho de Dentro. Entre eles, estão pinturas destacadas pelas críticas de Isacc, F. Diniz, Adelina, Rahpael, Carlos, Petrus, Emigdio, cujas histórias são narradas pela própria Nise na entrevista inédita no filme e por Mavignier, na entrevista em seu atelier em Hamburgo, na Alemanha.

Resgata cenas antigas do atelier do hospitalcom os pacientes em atividades, o Museu da Imagem do Inconsciente e cenas atuais de como vivem os doentes hoje mentais no hospital do Engenho de Dentro, no Rio. A grande surpresa do filme, no entanto, é a entrevista com Almir Mavignier, o pintor que mora há 60 anos na Alemanha, introdutor do trabalho da arteterapia no Engenho de Dentro. Foi Mavignier o responsável pela descoberta de todos esses pintores, cujas obras hoje estão expostas no Museu da Imagem do Inconsciente mas estiveram também em exposição em vários museus do mundo. São milhares de obras catalogadas e tombadas pelo Iphan pelo valor histórico e cultural que representam para o Brasil. Na entrevista em Hamburgo, onde mora até hoje, e se aposentou como professor da principal universidade local, Almir Mavignier com 92 anos de idade, falou sobre a sua história com a Nise e como descobriu os pacientes que tinham vocação para pintura naquele manicômio onde, segundo ele, os doentes viviam em total abandono, desprezado pelo poder público até serem resgatados para os ateliers de pinturas criado pela Nise da Silveira e monitorado por ele.

O cineasta Jorge Oliveira e as filmagens de sua mais nova produção


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LANÇAMENTO

Nise, a vizinha de cela de Graciliano Ramos N

ise da Silveira, uma “alagoana miudinha, de olhos esbugalhados” na definição de Graciliano Ramos, protagonizou feitos que ficarão para sempre na história da psiquiatria mundial. Na década de 1940, ela trouxe um olhar novo aos pacientes de doenças psiquiátricas do Hospital Pedro II, no Rio, criando-lhes a oportunidade de manifestarem suas angústias interiores através da arte e da terapia ocupacional. A inovação revolucionou o tratamento psiquiátrico e permitiu que Nisecomprovasse sua tese de que os métodos utilizadosnaépoca,os choques elétricos, eram uma tortura, desumanidades que, na sua opinião, em nada contribuiriam para a melhora dos pacientes. Apenas este olhar diferente de perceber os doentes já seria suficiente e um bom motivo para que a médica psiquiatra merecesse um filme da mesma forma como já motivou atores a levar sua vida aos palcos. Entretanto, a Dra. Nise da Silveira tem uma história de vida singular, pontuada por muitos episódios cheios de significados e pioneirismo quea tornam personagem ímparcapazdemotivar qualquer diretor de documentários. Mais que interesse, Nise provocou encantamento no diretor deste projeto que tem dedicado a carreira de escritor e a de documentarista a tornar mais visíveis figuras de sua aldeia cuja ação e importância transcendem os limites de Alagoas. Nise da Silveira é reconhecida em seu meio e fora dele. Inspirou dezenas de livros, escreveu outros tantos, assim como inspirou também versos, poesias, peças. Foi samba-enredo de escola de samba e ao som do surdo da Salgueiro desceu à sepultura.

UMA ATIVISTA POLÍTICA SEM MEIAS VERDANise Silveira era uma ativista política. De várias causas. Amiga de intelectuais, vizinha de Manoel Bandeira, viveu em plenitude apolítica do seu tempo. Atuou no Partido Comunista Brasileiro e pagou com a prisão a defesa da democracia na era getulista. Dividiu com Olga Benário a cela e as agruras da prisão, a mesma em que também estava o conterrâneo Graciliano Ramos, autor de Memórias do Cárcere onde a convivência está registrada. Observadora empírica de suas experiências inovadoras com os pacientes esquizofrênicos, Nise foi fundamentar-se em Yung, com quem criou sólida parceria, e, a partir daí, ganha notoriedade internacional ao revelar ao mundo impressionantes personalidades artísticas obstruídas pelas mentes turvas e obscuras da doença mental. Tais revelações, provenientes da produção nos ateliês de pintura e modelagem organizados por ela despertou tanto interesse científico e utilidade no tratamento psiquiátrico que a levou a criar o Museu da Imagem do Inconsciente, este sim objetivo de filme e muitos documentários. Olhar de Nise conta a história de vida e obra desta alagoana usando como suporte o cinema com o objetivo de permitir que um maior número de pes-

Cena de Olhar de Nise, cuja pré-estreia acontece nesta segunda-feira, resgata a história da psiquiatra revolucionária

soas possam conhecer melhor esta brasileira revolucionária, não apenas na área da psiquiatria, mas em suas atitudes em relação à própria vida visto, por exemplo, que foi a única mulher entre seus 157 colegas da turma da faculdade de Medicina da Bahia. O filme, além de circuito comercial e de festivais, pretende ser levado à exibição em TVs privadas e públicas, e também nos espaços acadêmicos com o objetivo de estimular o debate sobre os diversos aspectos da vida e da atuação de Nise, uma mulher que esteve à frente do seu tempo.

Instituto Cidadão anuncia a realização do “Prêmio José Aprígio Vilela” com modificações Está marcada para o dia 29 deste mês, no Centro de Convenções de Maceió (auditório Virgínio Loureiro), às 20 horas a próxima edição do “Prêmio José Aprígio Vilela de Gestão Responsável e Empreendedora”, evento tradicionalmente realizado com o objetivo de premiar gestores públicos que tenham se destacado em ações de cidadania, desenvolvimento social, defesa e preservação do meio ambiente, geração de emprego e renda e ainda gestão moral, legal e empreendedora. Com o objetivo de dar maior abrangência para a seleção e também diante da ocorrência de alguns agraciados, mesmo com “ficha limpa” na ocasião da escolha, terem sido denunciados posteriormente por atos de improbidades administrativas, foi retirada a condição de “agente público”, podendo o prêmio ser entregue também a pessoas e instituições da atividade privada que possam ser incluídas nos princípios aos quais se destina a premiação. Nesta próxima edição estarão sendo contemplados além de prefeitos, outras autoridades da administração pública e personalidades e instituições privadas, num total de dez agraciados. 10 ANOS O “Prêmio José Aprígio Vilela de Gestão Responsável e Empreendedora” procura incentivar a prática de ações de cidadania, o empreendedorismo e o cumprimento dos princípios da moralidade e da

Pedro Oliveira destaca objetivo da premiação que há 10 anos é realizada em Alagoas

legalidadenas ações envolvendo em beneficio da sociedade. Segundo o presidente do Instituto Cidadão, jornalista Pedro Oliveira, “ao comemorar os seus dez anos de atividades ajudando a construir uma Alagoas melhor, a data será coroada com a realização deste importante evento que reconhecerá e premiará pessoas e instituições que contribuíram para estes objetivos”.


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Questão hídrica do País será tema de encontro nacional em Maceió Evento reunindo gestores de todo o país acontece a partir deste domingo no Centro de Exposições Ruth Cardoso ASSESSORIA / CBHSF

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aceió vai sediar a 16ª edição do Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (Encob). O evento, cujo tema central é “O Comitê de Bacia Hidrográfica como Articulador Político das Águas”, está marcado para acontecer de domingo (23) a sextafeira (28) próximos, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá, e irá reunir especialistas em recursos hídricos, representantes de comitês de bacias e órgãos

públicos ligados à temática hídrica. Será, também, a oportunidade para a realização de cursos e mesas redondas, para debater a questão ambiental do País. Promovido pelo Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (FNCBH), o Encob terá a participação de organismos internacionais, a exemplo da WWF, a qual irá realizar oficinas de aperfeiçoamento. “A questão hídrica está na pauta atual do País. O Encob é o fórum máximo para reunir os comitês de bacia hidrográfica, no qual iremos discutir

Affonso de Albuquerque: ‘Quest]ao da água está na pauta do País’ problemas e buscar soluções, juntamente com os órgãos envolvidos com o problema, a exemplo da ANA [Agência Nacional de Águas], uma das parceiras nesse encontro”, afirma o presidente do FNCBH, Affonso Henrique de Albuquerque Júnior. O público-alvo do Encob são os representantes do poder público municipal, estadual e federal, usuários, Organizações Não-Governamentais (ONGs), universidades, municípios, e todos aqueles interessados no tema, os quais têm a oportunidade de trocar ideias,

apresentar experiências exitosas de boa gestão dos recursos hídricos e, fundamentalmente, conhecer os modelos atualmente aplicados nos Estados brasileiros no que se refere ao gerenciamento das águas. Devido ao cenário de integração e compartilhamento de ações efetivas na gestão das águas, o Encob ainda tem fomentado a discussão da gestão das águas transfronteiriças e das águas subterrâneas, o que tem trazido inúmeros técnicos e representantes de outros países para participar do evento.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) é um dos parceiros na realização do Encontro nacional. O presidente do órgão colegiado, que representa uma das maiores bacias hidrográficas do País, Anivaldo Miranda, reforça a importância do evento, como ponto de discussão em torno da problemática atual do Brasil. “Será um marco a realização deste evento em Alagoas. Precisamos discutir de forma efetiva a gravidade da gestão de recursos hídricos neste país”, destacou Miranda. Já na abertura, no domingo, 23, será realizado o 8º Seminário Agência Nacional de Águas – ANA – Água, Comunicação e Sociedade. Na segunda-feira, dia 24, serão realizados cursos, promovidos pela ANA e oficinas de aperfeiçoamento pela ONG internacional WWF. A programação prossegue até a sexta-feira, dia 28, quando serão realizadas visitas técnicas ao Canal do Sertão, ao Rio Coruripe, e ao complexo lagunar Mundaú-Manguaba. O Encob já foi realizado em Porto Alegre (RS), no ano passado, e também teve edições em Cuiabá (MT), São Luís (MA), Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ), Uberlândia (MG), Foz do Iguaçu (PR), entre outros.


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pedrojornalista@uol.com.br

O jornal Folha de São Paulo estampou em matéria assinada pelos jornalistas José Ernesto Credendio e Andreza Matais uma história interessante e ao mesmo tempo alarmante. Segundo o texto dois dos filhos do ex-presidente Lula, Fábio Luís e Luís Cláudio, abriram em 16 de agosto deste ano duas holdings -sociedades criadas para administrar grupos de empresas-, a LLCS Participações e a LLF Participações. Ao final de oito anos de mandato do pai, Lulinha e Luís Cláudio figuram como sócios em seis empresas. O jornal constatou, porém, que apenas uma delas, a Gamecorp, tem sede própria e corpo de funcionários. Seu faturamento em 2009 foi de R$ 11,8 milhões, e seu capital registrado é de R$ 5,2 milhões. Ela tem como sócia a empresa de telefonia Oi, que controla 35%. As demais cinco empresas não funcionam nos endereços informados pelos filhos de Lula à Junta Comercial de São Paulo. São, por assim dizer, empreendimentos que ainda não saíram do papel. As seis empresas dos filhos de Lula atuam ou se preparam para atuar nos ramos de entretenimento, tecnologia da informação e promoção de eventos esportivos. São segmentos em alta na economia, que ganharam impulso do governo federal -Lula, por exemplo, foi padrinho das candidaturas vitoriosas do Brasil para organizar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Na maioria desses negócios, Lulinha e Luís Cláudio têm como sócios pessoas próximas de Lula. Um dos mais novos empreendimentos da dupla, a holding LLCS, por exemplo, foi registrada no endereço da empresa Bilmaker 600, na qual os dois não têm participação societária. A história pode ser esquisita, mas os meninos estão milionários. São ou não “gênios” das finanças?

Reinaldo Azevedo Sobre a matéria da Folha de São Paulo vale registrar um comentário do jornalista Reinaldo Azevedo: “Pois é… A classe operária foi ao paraíso numa espantosa velocidade. Também nesse caso se percebe que FHC e Lula são muito diferentes. Quando o tucano chegou à Presidência, seus netos eram herdeiros de banco — o então Banco Nacional. Quando ele deixou o cargo, seus descendentes eram “sem-banco”. A instituição havia quebrado, e o governo não moveu uma palha para salvá-lo. Com os Lula da Silva, a coisa é diferente. Lidam com a, digamos, “carreira” muito melhor do que o pai lidava com o torno. Lulinha era monitor de jardim zoológico quando o pai chegou ao poder. Oito anos depois, é esse potentado — certamente mais rico do que os netos de FHC!

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Para refletir: Num estado democrático existem duas classes de políticos: Os suspeitos de corrupção e os corruptos. (David Zac)

PEDROOLIVEIRA Os “gênios” de Lula

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Passando dificuldades O prefeito Rui Palmeira encara com responsabilidade a crise pela qual vem passando as finanças e as consequências do desempenho da sua administração. Cortou na própria carne, fez mudanças pontuais e vai continuar ajustando onde for preciso para que tenha condições de governar com os pés no chão e cumprindo estritamente os princípios legais e morais da administração. Com duras medidas tem descontentado muitos e ferido de mortes interesses políticos, mas se mantem fiel àqueles que lhe confiaram o mandato e acreditaram em seu desempenho. O prefeito garante por outro lado que os próximos dois anos, mesmo com as dificuldades previstas, o maceioense não se frustrará com a opção que fizeram. Resta confiar, ou não.

Vereadores irresponsáveis A questão imoral da falta de quórum na Câmara Municipal de Maceió é antiga e os faltosos afrontam a população com o maior descaramento. Recebem um salário polpudo, usufruem de “verbas imundas” e não se dignam nem a sentar seus gordos glúteos nas cadeiras que lhes são destinadas para dar um pouco de trabalho. Sei que muitas vezes a vereadora Heloisa Helena chegou a ficar sozinha no plenário e não apareceu nenhum colega, ou apareceram apenas alguns que não deram número suficiente para deliberar. É uma imoralidade e uma irresponsabilidade pública com o dinheiro do povo. A Mesa Diretora faz vistas grossas e também adere ao “instituto dos ausentes”. Vê-se que essa turma não tem mesmo destino nem vocação para o trabalho honrado.

Bilhões roubados do povo Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) informa que pessoas físicas e jurídicas investigadas na Operação Lava-Jato fizeram movimentações consideradas atípicas no valor de R$ 23,7 bilhões entre 2011 e 2014. Só em espécie, o grupo movimentou R$ 906,8 milhões. Ao todo, o Coaf produziu 108 relatórios com alertas sobre possíveis irregularidades nas movimentações financeiras do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e das empreiteiras, entre outras pessoas e empresas acusadas de fraudes em contratos com a estatal. A soma total envolve saques e depósitos. Mas, ainda assim, as cifras são consideradas estratosféricas até mesmo para autoridades acostumadas a lidar com dados expressivos. Pelo que vejo as delações premiadas não chegam nem perto das cifras mostradas pelo Coaf. Será que as investigações vão descobrir? Duvido muito. Na verdade temo muito que esse povo continue livre e rico. O que não será novidade se tratando de Brasil.

Prêmio José Aprígio Vilela Será no próximo dia 29 a entrega do “Prêmio José Aprígio Vilela de Gestão Responsável e Empreendedora”. A festa também vai comemorar os 10 anos de fundação do Instituto Cidadão e reunirá personalidades do mundo político e empresarial para assistir a outorga do troféu que tornou-se conhecido como o “oscar da gestão pública responsável “ e é bastante disputado. Este ano com o regulamento alterado o prêmio vai homenagear além de prefeitos, personalidades e instituições públicas e privadas.

Opina, mas não decide Alguns órgãos de imprensa, colunistas e blogueiros anunciaram que o “ Ministério Pública de Contas havia rejeitado as contas do governador Teotônio Vilela referente ao período 2010. Levantaram irregularidades como a falta de apresentação de documentos, o não cumprimento de metas constitucionais de repasses para setores específicos e irregularidades na abertura de créditos suplementares. Vamos aos detalhes: o MP de Contas não tem nenhum poder para “rejeitar ou aprovar contas”, mas apenas emite sua opinião que pode ser ou não acatada pelo relator e depois pelo colegiado. Os demais itens abordados alguns são supríveis de reparação no decorrer do processo e outros têm acontecido desde a criação dos Tribunais de Contas e são considerados irrelevantes. É muita “alegoria” para um simples e não decisório parecer.

E haja dinheiro roubado No despacho em que determinou que o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque continuasse preso, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, alegou risco de o ex-dirigente fugir para o exterior. Segundo o magistrado, Duque mantém uma “verdadeira fortuna” em contas bancárias fora do país. “Dispondo de fortuna no exterior e mantendo-a oculta, em contas secretas, é evidente que não pretende se submeter à sanção penal no caso de condenação criminal . Sem a prisão preventiva, há o risco do investigado tornar-se foragido e ainda fruir de fortuna criminosa, retirada dos cofres públicos e mantida no exterior, fora do alcance das autoridades públicas, observou o juiz O juiz federal também menciona no despacho que o exdiretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, apontado como braço-direito de Duque no esquema de corrupção, também mantêm contas bancárias no exterior utilizadas para receber suborno. “As provas apontam que ele [Renato Duque], à semelhança de Paulo Roberto Costa (23 milhões de dólares) e de Pedro Barusco (100 milhões de dólares), mantém verdadeira fortuna em contas secretas mantidas no exterior”, escreveu o magistrado.

Os “petroleiros” de Alagoas Fonte digna da maior credibilidade me confessava que quando for divulgada a lista dos beneficiários com as propinas da “Operação Lava Jato” as coisas vão tremer aqui em Alagoas. Existem muito mais nomes do que os que estão sendo citados como envolvidos e alguns vão realmente surpreender. O STF não dá nenhuma pista mas de vez em quando algum ministro deixa escapar alguns nomes encrencados com o desvio de bilhões da corrupção. E aí que vai acontecer? É a pergunta que é feita pela sociedade? Todos na rua ou todos nas grades? Todos sem dinheiro após devolver o que roubaram ou todos continuam ricos gozando da nossa cara, com milhões em paraísos fiscais? Só mais na frente teremos esta resposta, que espero não decepcione os brasileiros.


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ARTIGOS

Tempo de colheita CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

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ndependentemente de qualquer afiliação ou afeição religiosa, parece-me inquestionável trazer a Bíblia cristã profundas normas de moral e de ética, às vezes sob a forma de poemas e cânticos. Um dos livros bíblicos – o Eclesiastes - ensina que na vida há determinação de um tempo para tudo, inclusive, tempo para plantar e tempo para colher. A ideia não é inédita nem exclusiva do judaísmo-cristianismo. O confucionismo tem analectos que tratam do tema, embora não com a simplicidade bíblica. A ocorrência dessa preocupação de povos díspares com os fatos e atos da vida e suas consequências já é bastante à percepção de que há, nesses pensares, fundos de verdade. De qualquer sorte, não é objetivo nosso, aqui, o confronto de filosofias, mas a aplicação do pensamento antigo à vida presente. Recentemente vivenciamos, como cidadãos e eleitores, acirrada batalha eleitoral que reluto em compará-la às justas da Idade Média, porque naquelas a honra e a lealdade foram princípios exigidos aos cavaleiros em disputa. Já nas nossas campanhas políticas, como disse a Presidente Dilma na última, para ganhar uma eleição tudo é válido. Eis então que nesse vale-tudo a nossa Medusa utilizou-se daquele tudo e muito mais, conseguindo conquistar à sua pregação a minoria vitoriosa. Digo conquistar porque a vitória da Presidente certamente não é apenas devida aos militantes do petismo, mas também a milhões de antes indecisos eleitores que migraram para a candidata petista, ou a outros milhões que lhe devem, ou que esperam, os favores do clientelismo de qualquer tipo. O fato é que se saiu vitoriosa; apertadamente, mas vencedora. Aqueles que votaram, então, na proposta petista – aqueles que não são militantes, claro! – manifestaram, queiramos aceitar ou não, sua esperança de dias melhores e, crentes no vale tudo

da candidata-Presidente, acreditavam estar exorcizando os demônios da oposição que pregavam a necessidade de medidas impopulares, de arrochos, de abandono dos projetos populares, como bolsa-família, minha casa-minha vida, tarifaços etc. Acaso eles ganhassem, a inflação, agora sob controle, iria subir astronomicamente, corroendo a poupança de todos, principalmente da população mais pobre, mais carente da atenção do Estado. Esse discurso vitorioso não esperou sequer um mês para revelar-se em toda a sua conformidade com a filosofia presidencial: para a vitória, tudo é permitido! Aumento de combustíveis, tarifa de energia elétrica reajustada em 15%, foram apenas o começo, e talvez não o pior para a classe menos favorecida. A ideia da Presidente do vale-tudo é cortar gastos com seguro-desemprego, com abono-salarial, com auxílio-doença, e com as pensões das viúvas. Admiráveis explicações para a viravolta na palavra presidencial vêm sendo produzidas pelos dedicados acólitos da Presidente. Recentemente, em entrevista camarada no Globo News, um jocoso Deputado Rui Falcão, Presidente do PT, produziu pérola bem ao gosto dos enganadores: a candidata Dilma não disse que não faria ajustes nas tarifas, e sim que tarifaços estariam fora de cogitação. Faltou ao ilustrado filósofo político explicar a diferença que a questão semântica fará no bolso e na bolsa dos cidadãos. Outros também apressam-se em justificar o “aperto de cinto” por imposição da economia. Claro que qualquer pessoa com o mínimo de esclarecimento concordará com tal necessidade, mas, por que atacar aqueles dispêndios sociais? Por que não iniciar reduzindo os ministérios e extinguindo parcela significativa de cargos em comissão apenas úteis – ministérios e cargos - às barganhas políticas? Dizem economistas esclarecidos que com tal atitude já se economizariam mais de dez bilhões de Reais. Pelo andar da carruagem do Planalto, a coisa promete. Preparemo-nos, pois, para mais. Afinal, não apenas para aqueles que plantaram com os seus votos na candidata Dilma e no PT, mas para todos nós brasileiros, o tempo de colher iniciou-se.

Jorge Oliveira não morreu MOACYR OLIVEIRA FILHO Jornalista

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elizmente, o jornalista e cineasta Jorge Oliveira não morreu. Tivesse o galego, pistoleiro alagoano contratado para assassiná -lo, no sábado de Carnaval de 1984, na porta da sua casa, no Floresta Country Club, no Rio de Janeiro, levado até o fim a sua missão, em vez de desistir de executá-la, nós, pobres mortais, estaríamos privados de ler o delicioso Muito Prazer, eu sou a morte, o novo livro de Jorge Oliveira, que esta semana deve chegar às livrarias brasileiras. Lançado pela Chiado Editora, o novo livro de Jorge Oliveira é daqueles de ser lido num fôlego só. A partir de uma criativa solução literária, Jorge conta, durante seu hipotético velório, um pedaço de sua vida profissional e boêmia pelas principais redações da imprensa carioca, entre os anos 70 e 80,no Rio de Janeiro e em Brasília. Enquanto espera o momento de ser cremado, o cadáver de Jorge Oliveira, aproveita o tempo ocioso do velório, cercado de amigos e admiradores, para nos brindar com episódios saborosos, valentes, tristes, combativos e, acima de tudo, divertidos e irreverentes da sua passagem pelas principais redações da imprensa brasileira - Correio da Manhã, O Globo, Jornal do Brasil e Jornal de Brasília, e pelas mesas do Café Lamas e outros bares da boêmia do Rio de Janeiro. Em suas 305 páginas, Jorge Oliveira vai revelando bastidores das redações, dos jornalistas, da política sindical, do poder que os militantes do velho Partidão exerciam na imprensa e do acordo nuclear Brasil-Alemanha, do qual foi um crítico feroz e que

lhe rendeu um Prêmio Esso de Reportagem e muitas dores de cabeça. Ao terminar a leitura, quem conhece Jorge Oliveira fica com um gosto de quero mais. Matreiro, Jorge Oliveira não contou tudo. Pelo contrário. Deixou muita coisa de fora. Quem sabe não esteja pensando numa continuação dessa obra. Seguindo na linha da morte, bem que o segundo volume poderia usar como fio condutor a sua chegada ao Juízo Final e a disputa entre Deus e o Diabo pela primazia de ter a sua companhia eterna. Enquanto revelasse novas histórias, e aqui devem entrar as mais picantes e cabeludas, Deus e Satanás funcionariam como advogados de defesa e de acusação, disputando sua alma. Fica aqui a sugestão. Enquanto isso, divirtam-se com essa entrada que Jorge Oliveira nos oferece com esse saboroso Muito Prazer, eu sou a morte.


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ARTIGOS

Brasil limpo JORGE MORAIS Jornalista

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eixei passar o dia do movimento “Brasil Limpo” para fazer um comentário a respeito do movimento. O dia 15 de novembro, data da Proclamação da República, foi o momento escolhido para que as pessoas de boa índole, coerentes, sensatas, experientes, inteligentes, se manifestassem contra uma série de aberrações que estão ocorrendo no país. Diferentemente de movimentos anarquistas, nesse não tivemos arruaças, quebra-quebra, agressões, prejuízos ao patrimônio público e privado. Foi um movimento em todo o Brasil avesso a política e sem o envolvimento de políticos. Bandeiras de partidos, palavras de ordem, pedido de impeachment, nada disso foi tolerado ou aceito durante a passeata e nas concentrações. Foi um movimento encabeçado por médicos, advogados, outros profissionais,

empresários, comerciantes e o povo, independente de classe social e de prestígio, que seja maior ou menor, preto ou branco. No entanto, o que mais me chamou a atenção foi saber que uma das cobranças feitas por toda essa gente, está direcionada a que se tenha uma mídia livre. Uma mídia que deveria estar comprometida com o movimento, mas não foi nada disso que consegui enxergar depois. Não posso imaginar que um movimento pedindo uma mídia livre, ela não participe ou não se manifeste depois. Não posso cobrar também que, a mídia imprensa, tivesse tido tempo de divulgar em suas páginas o ato do dia 15. Mas, onde foram parar as imagens e fotos do ato? Esperei até o primeiro dia útil de circulação, dia 18, e nada. Sabe quem registrou os atos do “Brasil Limpo”? O jornal americano The New York Times. No Brasil poucas linhas foram lidas e vistas com destaque. No Estado de São Paulo, o cantor Lobão é quem vem comandando o movimento, inclusive desmentindo comentários de que gostaria da volta dos militares ao Poder. Mas, o Brasil, tem dessas coisas.

Quem não está a favor, está contra e ainda trabalha contra. Não tenho nenhuma procuração para defender o Lobão. Não pediu, nem faria isso se pedisse. Mas enquanto ele está nas ruas, o Chico Buarque de Holanda, dito homem de esquerda no passado e hoje mamando nas tetas do governo, estava em Paris tomando cafezinho na Avenida Champs Élysées. O que mais me impressiona é que, mesmo com as várias denúncias envolvendo a Petrobras e as principais construtoras do país, com seus diretores presos, e empresários de outros segmentos envolvidos, o povo brasileiro ainda não se deu conta do problemão em que estamos metidos. Estamos, porque quem vai pagar toda essa conta somos nós assalariados. Para diminuir o rombo da Petrobras, o governo vai anunciar, em dezembro, outro aumento de combustível, porque esse último não foi suficiente. E mesmo, assim, o rombo é, extraordinariamente, imenso. Até o final do ano, teremos um novo aumento na taxa de energia elétrica. Recentemente, foram trinta por cento, e vem mais vinte por cento logo, logo.

Sabem o que essas duas coisas significam? Aumento de tudo. Gás de cozinha, comida, vestuário, calçados, transportes. Enfim, tudo. Com o aumento da conta de energia, o consumidor vai tentar gastar menos, para tentar pagar menos e não sofrer no bolso. Sabe, também, porque o governo vai fazer isso? Para evitar cortes seletivos de energia, principalmente no Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, a região sudeste que não tem mais água, mas o país todo vai pagar a conta. Mesmo com as benesses dadas pelo governo aos chamados pobres, a classe dos miseráveis deve crescer. É por isso que não podemos ficar de braços cruzados. Finalizando, para que não se deixe nenhuma dúvida em relação ao movimento, você sabe o que é o “Brasil Limpo”? É uma manifestação popular pacífica, que cobra dos governos e das autoridades policiais e jurídicas, o combate contra a corrupção, a favor da educação, da segurança, da saúde e da manutenção do estado democrático que devem ser discutidos pela sociedade livre e abertamente. Resumindo, é isso o que queremos.

um direito concedido através de ação judicial. Mês passado, mandaram companheiros nossos fazerem requerimento pedindo enquadramento, que deveria ser feito em 2012 sem necessitar de solicitação. Outro fato vergonhoso! Enquanto isso, pagam com o dinheiro do Estado a famílias ricas, cujos pais, mães, filhos, genros e noras estão na folha de pagamento. São responsáveis pela folha mensal de 900 comissionados, dos quais nem 100 comparecem ao ambiente de trabalho e alguns dividem com os parlamentares os salários recebidos. Como se não bastasse, a verba de custeio não é devidamente utilizada. Falta tudo na Casa de Tavares Bastos: água, sabão, papel higiênico, material de expediente, etc... Precisei tirar cópias de documentos meus e tive que levar o papel. Quem reclama é perseguido, colocado à disposição do Estado, rebaixado e tem o salário devidamente cortado. O Legislativo alagoano vive numa ditadura branca chefiada por terroristas. No executivo há processos de reclamações de várias categorias que nunca

foram pagos. Um exemplo é o da extinta COHAB na Justiça do Trabalho há mais de 20 anos. Já concluído e não pago. Justificativa: o Estado não tem dinheiro para pagar aos reclamantes, alguns dos quais já morreram. E assim nós vamos sofrendo: Ministério Público, Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça e o Executivo temem o Legislativo porque há muita matéria de interesse deles para ser aprovada, inclusive o duodécimo de cada um. Por sua vez, a ALE manda que os prejudicados recorram à Justiça, pois ganha tempo e, possivelmente, não precise pagar o quedeles tirou indevidamente. Em tudo isso que acabamos de contar, o pior, muito pior, é perseguir idosos, doentes, que trabalharam trinta, quarenta anos, levaram o Legislativo para frente e hoje são humilhados, num total desrespeito às leis vigentes. Pergunto eu aos meus leitores: Qual a diferença dos terroristas da ALE para qualquer tipo de fugitivo da lei, como o famoso Bin Laden? E eu mesma respondo: os de fora matam com armas de fogo, destroem torres e os daqui matam os servidores de fome, de estresse, de susto.

Os “Bin Laden” das Alagoas ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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empre que ouço falar em democracia no nosso Estado, fico assustada. Os dirigentes pintam e bordam, cortam salários, não obedecem às ações judiciais e nada acontece com eles. A atual Mesa Diretora do Legislativo é composta por 3 terroristas: O presidente, o 1º e o 2º secretários. Eles desmoralizam os servidores vergonhosamente, negociam com as entidades representativas da classe e nem sempre cumprem o prometido. Em 2012, depois de idas e vindas, aprovaram um Projeto de Reenquadramento dos servidores da ALE. Estamos em fins de 2014 e quase nada foi implantado. Todo ano prometem para janeiro, depois para julho, e assim, o tempo vai passando. O pior é que os recursos destinados à implantação do projeto já foram incluídos nos orçamentos de vários anos e ninguém sabe para onde eles vão.

A Constituição estabelece o valor do teto constitucional para o servidor do Legislativo, que é o salário (e só o salário) do deputado. Pois bem, os terroristas inventaram um subteto, inconstitucional, e cortaram o valor mensal de 40 funcionários. Não deram a ninguém o direito de defesa. Quando alguém procurava deles, recebia a resposta: “Vá à Justiça e nós pagaremos”. Uma maneira indelicada de ganhar tempo e ficar com nosso suado dinheirinho. Aceitamos o conselho e fomos à Justiça, pagamos advogados e ganhamos. Éramos 39. Os últimos quatro receberam liminares há mais de 30 dias e os terroristas não implantaram o salário completo. O mais vergonhoso nisso tudo é que são pessoas com mais de 70 anos e algumas seriamente doentes. Quando são procurados, os “Bin Laden” dizem: “Vamos examinar o caso; depois do dia 15 daremos uma resposta.” É um mecanismo para não incluir na folha mensal o pagamento correto. Humilhante, demasiadamente humilhante, a situação dos quatro servidores, já idosos. Alguns procuraram até a mãe de um deles, pedindo socorro por


22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 21 A 27 DE NOVEMBRO DE 2014 RETALIAÇÃO

Imprensa no fogo cruzado entre PM e bandidos

Dados do Anuário de Segurança 2014 reforçam a discussão sobre a “guerra” entre a polícia e os bandidos, com destaque para o elevado número de mortos em confrontos registrado em Alagoas DA REDAÇÃO

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s questionamentos feitos pela imprensa alagoana ao elevado número de mortes por confronto com a polícia gerou um movimento de ataques dos policiais contra os jornalistas no estado. São postagens que incitam a categoria a não fornecer informações aos repórteres e até o atendimento sarcástico a profissionais vítimas de assalto e roubo. Segundo os dados apresentados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2014, 30 pessoas morreram em Alagoas, no ano de 2013, em confronto com as polícias Militar e Civil. Em números absolutos, 21 pessoas foram assassinadas por PMs, oito foram assassinadas por agentes da PC em serviço, e uma pessoa morta por um agente da PC fora de serviço. Os números fazem de Alagoas o 6º estado em que mais acontecem mortes em confrontos com policiais. O Anuário denomina essa prática de Morticínio de Polícias. O levantamento revela também que dois policiais militares

foram mortos em confronto com bandidos em 2013. Já fora de serviço, foram contabilizadas sete mortes de PMs. Os dados apresentados pelo Anuário foram divulgados justamente no período em que a discussão entre a “guerra” entre a polícia e os bandidos vem ganhando mais destaque em Alagoas. Um dos casos que mais chamou atenção dos órgãos de segurança pública foi uma operação do Batalhão de Operações Especiais da PM (BOPE) e do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público Estadual de Alagoas que resultou na morte de cinco suspeitos. Inclusive, por conta disso a Delegacia Geral da Polícia Civil designou uma comissão especial para investigar o suposto confronto. À época dos casos a assessoria da PM justificou a ação como enfrentamento direto e que o bando já vinha sendo investigado há meses. Segundo a assessoria do Ministério Público Estadual (MPE), no dia do ocorrido, os bandidos foram surpreendidos pela polícia quando iam

Anuário de Segurança coloca Alagoas na sexta posição enrtre os estados com mais mortes em confrontos

roubar uma residência. Procurada para que pudesse justificar a morte de 30 pessoas por policiais militares que estavam fora de serviço em 2013, segundo apontou o Anuário, a assessoria da PM explicou que todos os casos envolvendo policiais militares da ativa ou da reserva são investigados de forma independente na esfera penal, através da Polícia Civil mediante Inquérito Policial, bem como na esfera administrativa e penal militar, pela própria corporação através da sua Corregedoria Geral, que por sua vez instaura o procedimento cabível, Sindicância ou Processo Administrativo Disciplinar em casos de transgressão disciplinar previstas em regulamento próprio, além do Inquérito Policial Militar (IPM) em casos de crimes propriamente militares. Enquanto no ano passado 21 pessoas foram mortas em

confronto com a PM, faltando pouco menos de 60 dias para o fim deste ano, esse número já foi alcançado. Sobre este fato, a assessoria alegou que a Polícia Militar sempre pauta suas ações dentro dos limites da legalidade, e que, em havendo situações de confronto, o policial militar deve envidar esforços para preservar a vida das pessoas que por ventura estejam em risco, bem como sua própria vida, conforme preceitua o Código de Processo Penal Brasileiro. “Ainda sim, não só no Estado de Alagoas, mas também nas demais Unidades da Federação, tem ficado evidente uma maior ousadia por parte dos criminosos, o que se deve de uma forma geral à nossa legislação, que indubitavelmente precisa ser reformulada, principalmente no que se relaciona a uma maior rigidez no plano penal”, afirmou a assessoria da PM.

IMPRENSA RETALIADA Devido a imprensa estar abordando as controversas das operações, grupos de policiais militares vem taxando veículos de comunicação do estado como defensores de bandidos. Com postagens nas redes sociais defendem o silêncio como forma de retaliar a imprensa e se negar a passar qualquer informação. A imprensa também está recebendo um tratamento discriminatório, como no caso de uma jornalista que foi assaltada e ao procurar um PM Box recebeu a resposta de que a polícia não poderia fazer nada pois não havia guarnição naquele horário. Ao registrar o boletim de ocorrência, foi tratada com sarcasmo por um policial civil. Segundo ele, se fosse um PM não correria atrás de criminosos, já que os Direitos Humanos alardeados pela imprensa


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Equilíbrio

Reta final

Firmeza

O Cruzeiro, nesta reta decisiva da Série A mostra firmeza na liderança. É primeiro com relativa vantagem sobre o 5º colocado, mas tem nas proximidades do G-4 clubes com chances de ultrapassá-lo e jogos a partir deste fim desta semana ainda movimentam a dança dos números

Soma ponto no Mutange o empenho de Roberto Mendes, presidente, e o otimismo do técnico Enio Oliveira. Eles falam a mesma linguagem na montagem da base do CSA para 2015 dando prioridade à prata da casa e reforço só o necessário e assim mesmo para chegar e jogar. Da torcida só otimismo.

No vexame

Futebol em baixa

Campeonato

Cai na real torcedor com críticas a clubes tradicionais das Séries A e B pela perda da chance para estarem no G-4 no campeonato do próximo ano e jogos em linha de chegada clareamquem é quem neste fim de temporada, a partir do começo de dezembro .

A Federação Alagoana de Futebol propôs que a abertura do Campeonato Alagoano aconteça na segunda quinzena de janeiro, sugerindo como data o dia 18, mas sem Coruripe e CRB, campeão e vice estadual, que estarão jogando o Campeonato do Nordeste. Estreias previstas para março.

Copa do Nordeste

Amor ao Galo

A Copa do Nordeste terá clubes divididos em 4 Grupo. No A jogam América-RN, Confiança, Sergipe e Vitória; B:CSA, Bahia, Santa Cruz,Vitória da Conquista; C:CRB, Ceará, Potiguar, Treze; e, no D: Botafogo (PB) Guarany de Sobral, Náutico e Sport. Os jogos são em Pernambuco.

De Júnior Amorim no Globo Esporte: “Acho que se tivesse atuado no CRB nesses últimos anos, minha passagem pelo clube seria mais marcante. Na minha época era diferente, com várias dificuldades, inclusive salários atrasados. Hoje não, a realidade é outra. Porém guardo na lembrança o carinho que recebi e recebo dos torcedores regatianos”.

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desenrolar do campeonato brasileiro nas suas principais séries começa a entrar na fase de decisão e pela classificação o Cruzeiro, na Série A, tem 90% de chances de ser campeão antecipado. Milagres ocorrem, mas entre torcedores se conta nos dedos quem ainda acredita numa “zebra”.

O Palmeiras, fora do G-4 na Série A e sob o risco de ir para a Série B (é 14º), prioriza a eleição da diretoria, dia 29 próximo, e fechar o planejamento para 2015. Torcedores, contudo, ainda mantém a confiança do clube se afastar da beira do abismo.

Queixa comum “É difícil suportar e dói no bolso dois jogos por semana”. Observação é de jogadores de futebol em razão da ausência de tempo para um descanso adequado e mais tempo com a família. No Brasil o calendário tem jogos do Brasileiro, Estadual, Copa do Brasil, Copa, Nordeste...

Outra listada “É horrível jogar sem torcida”.Desabafo foi de Guilherme, do Atlético Mineiro. Já para o torcedor na arquibancada os entraves apontados para maior frequência são excesso de jogos semanais, horário inconveniente para quem trabalha e transporte deficiente.

“Andershow” Anderson, de futebol em baixa no Manchester United (Inglaterra), quer voltar a jogar no Brasil. Tem convite do Grêmio, onde iniciou carreira, mas recebe proposta de outros clubes, dentre eles o Internacional. Lembrando: nos tempos do Grêmio era o “Andershow” xodó da torcida.

Craque do volei É habitual o voleibol alagoano descobrir estrelas e a novidade da temporada é Regis Caio da Silva,16 anos e 1,92 metro de altura. Começou no CRB e hoje está no Colégio Intensivo. Nos Jogos Escolares da Juventude, categoria15/17 anos mereceu reportagem no Globo Esporte.

Sem o já ganhou Vica reorganiza o ASA com “pés no chão”. Não vê clube favorito para o título estadual, mas inclui o alvinegro arapiraquense entre os com chances de ser campeão. Nos clássicos pesa mais a rivalidade que a qualidade técnica e a rivalidade não permite já ganhou fora do tempo.

Sul-Americana Não deu para o São Paulo no primeiro jogo das semifinais da Sul-Americana. O tricolor perdeu para o Nacional de Medelin por 1 x 0. Terá que vencer em casa por dois gols de diferença para chegar na final.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Apoio ao desenvolvimento

Alergia alimentar

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Na saúde chama atenção casos gerados por alergia alimentar em crianças e para evitar mal maior é sugerido ao consumidor observar o quadro nutricional com atenção, principalmente nos percentuais não recomendados para a saúde. Glúten, sódio e gorduras em especial.

Banco do Nordeste, já em dezembro, libera recursos para Alagoas e estende a proposta até 2015. Anúncio foi do presidente do BNB, Nelson Antônio Araújo, citando os valores em torno de R$ 2 bilhões. Propostas principais são o apoio ao desenvolvimento do Estado e gerar empregos e fortalecer novas administrações.

Cai na rotina Em Maceió é comum bar e restaurante usando área pública até com churrasqueiras enormes instaladas em calçadas estreitas e sem cuidado no quesito higiene. Avanço das irregularidades permite suspeita de haver apadrinhamento com fins eleitorais.

Bafômetro Na Câmara Federal foi rejeitada proposta para que empresas de caminhões, ônibus, vans, táxi, transportes coletivo e escolar instalem equipamento impedindo a partida do veículo se o exame de bafômetro sinalizasse embriaguês do motorista. Argumento sobre uso em outros países não mereceu atenção.

Fim da bagunça? Com a sinalização reservada a estacionamento na Avenida Duque de Caxias, trecho de Jaraguá até o Clube Fenix, sugestão de motoristas é para retirada das placas proibitivas ainda fixadas nos postes proibindo e estacionar. É um quadro que reflete mal para SMTT.

Comércio Procon nacional situa a inadimplência no comércio em queda. É sinalização favorável para o crescimento das vendas a partir da segunda quinzena de dezembro, época da liberação do 13º salário, que dá motivação mais forte para compras às vésperas das festas natalinas.

Mais atenção O Mercado da Produção necessita de limpeza e uma arrumação na distribuição de espaço para vendedores e compradores. Questão é comentada com sustentação na dificuldade de quem está em compras para caminhar e na falta de ordem na circulação de veículos.

“Conta em grego” Frase foi manchete do jornal da TV Brasil, edição da noite da segunda-feira (10), reclamando a dificuldade do cidadão para entender o que paga na conta telefônica mensal. Comentada em setores trabalhistas, recebeu unanimidade a preocupação com a ausência de clareza nas contas.

Violência Na Pajuçara, moradores do trecho da beira-mar, área entre o Alagoinha e em direção dos Sete Coqueiros, reclamam do comportamento violento de menores em fins de tarde com ameaça até a idosos. A dúvida é se as atitudes são geradas pelo efeito da bebedeira, drogas ou impunidade

Desabafo O senador Pedro Simon (PMDB-RS) define o novo Congresso como “uma piada”. Afirmação foi à Revista Congresso em Foco, edição recente. Define a eleição dos deputados brasileiros como a“pior do mundo, os partidos uma esculhambação e o Congresso nunca esteve tão mal”.

Bancada sindical

Chumbo quente

O DIAP divulgou que as 83 representações que se pautam em questões trabalhistas podem ser reduzidas nas suas próximas eleições. Previsão é para em torno de 190 membros enquanto na área empresarial a bancada deverá crescer mais que a da legislatura atual.

A investigação na Petrobras começa a trilhar caminho sem volta e inclusos no rol de suspeitos no milionário esquema de corrupção começam a deixar mostras de ter os nervos à flor da pele. São figurões da vida pública em vários estados.

Dificuldade

Inadimplência

Analistas do DIAP avaliam que o quadro renovado na Câmara Federal, a partir de janeiro, vai sentir efeitos diretos nos movimentos dos servidores. Uma das questões colocada trata sobre a reposição dos salários.

No Brasil quatro entre dez consumidores têm débito cadastrado no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Maioria são inadimplentes com ficha suja nas concessionárias de veículos e alguns acham constrangedora a cobrança.


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A Interpol fez um pedido na última segunda-feira (17) para que testemunhas se apresentem e ajudem a localizar pessoas procuradas por atentados contra o meio ambiente, como o tráfico de marfim ou a pesca ilegal, em uma primeira iniciativa deste tipo. A organização policial internacional, com sede em Lyon, leste da França, pediu a ajuda de cidadãos de todo mundo para esta operação que permitirá que criminosos sejam localizados e levados ante a justiça.

ambiente@novoextra.com.br

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recente acordo sobre o clima, assinado entre Washington e Pequim, vai obrigar a China a investir imediatamente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2030, afirmou nesta semana uma porta-voz da administração Obama, em resposta a críticas. A China, maior poluidora do mundo, estabeleceu como meta que o teto fixado para suas emissões de gases seja alcançado “por volta de 2030”. Essa foi a primeira vez que o país apresentou um plano concreto para a redução de suas emissões.

Natureza desprotegida Pesquisa feita pelo Ibope, encomendada pela organização WWF-Brasil, aponta que 82% dos brasileiros acreditam que a natureza do país não está protegida de forma adequada e 56% dos entrevistados não estão satisfeitos com as áreas verdes existentes nas grandes cidades – a maior taxa de insatisfação é da população do Sudeste (62%). Os dados foram divulgados no dia 18, durante o Congresso Mundial de Parques, que aconteceu em Sydney, na Austrália.

Excesso de chuva O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no último dia 17 um mapa que mostra as regiões com maior potencial de agressividade climática na Amazônia Legal, região que engloba os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão. A agressividade climática foi associada a regiões com excesso de chuva. Um dos fatores que contribuem com esse extremo é a retirada da cobertura vegetal, isso porque a vegetação desempenha o papel de amenizar os efeitos do clima.

Fundo Verde da ONU

Chuvas no país Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostra que o Brasil registrou uma queda de 20% no volume de chuva neste ano em comparação com a média histórica. No Vale do Paraíba e região bragantina, onde está localizada a maior parte dos reservatórios do sistema Cantareira, as chuvas ficaram 60% abaixo do esperado. Os dados são correspondentes ao volume de chuvas até 31 de outubro.

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Criminosos ambientais

MEIOAMBIENTE Acordo climático

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Apesar de não ter sido incluído na agenda de debates da cúpula do G20 pela Austrália, país organizador do encontro, o tema da mudança climática não só veio à tona, como tornou-se um dos destaques do encontro até aqui. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou uma contribuição de US$ 3 bilhões ao Fundo Verde da Organização das Nações Unidas (ONU).

Gorilas órfãos O guarda florestal Andre Bauma cuida, há sete anos, de gorilas da montanha dos órfãos, em Virunga, o mais antigo parque nacional da África, na República Democrática do Congo. Ele diz amá-los como se fossem seus próprios filhos. Uma gorila, Ndakasi, é particularmente próxima a Bauma. Ela o vê como mãe. Apesar de ser homem, humano, Bauma assumiu o papel.

Pescadores Dois pescadores foram surpreendidos por um grupo de baleias jubarte a poucos metros do barco onde estavam. Svein Assjord e Trond Ivarjord estavam pescando arenques nos fiordes da região do condado de Troms, na Noruega. Eles observavam um grupo de baleias mais afastado do barco, sem perceber que, do outro lado, havia um outro grupo bem mais próximo.

Desmate da Amazônia O levantamento não-oficial de desmatamento feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém, apontou nova alta na devastação da floresta amazônica em relação ao ano passado. O SAD, como se chama esse monitoramento independente, detectou 244 km² de desmatamento na Amazônia Legal em outubro de 2014. Isso representou um aumento de 467% em relação a outubro de 2013, quando o desmatamento somou 43 km².


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Incertezas de curto prazo

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epois de analisar as possibilidades de aumento da taxa de motorização da população brasileira para os próximos 20 anos, que se concentrará em cidades pequenas e médias, a Coluna se volta às preocupações de curto prazo. No final da semana passada, entraram em vigor as regras que aceleram a retomada de veículos por falta de pagamento. À primeira vista, como os calotes representam hoje 4,4% dos financiamentos, não parece importante, mas é. Afinal, 50% de todas as vendas são intermediadas por bancos (outros 10% por consórcios e até 10% em curto prazo pelas lojas). O problema é o alto custo de recuperação dos bens por si só de valores elevados. Leva tempo, passa por etapas judiciais e muitas vezes os carros vinham com dívidas de impostos, multas e ainda desvalorizados por falta de manutenção. A nova

lei pode encurtar o processo de um ano (após seu início) para três meses. Por consequência, deve ocorrer maior liberação de crédito e numa segunda etapa até redução dos juros pela diminuição dos riscos operacionais. Na avaliação da Fenabrave, até 30.000 carros por mês poderão agora obter parcelamentos, antes negados por falta de garantias. Anfavea acredita que já em dezembro haverá reflexos nas vendas e ajudaria a mitigar os números bem negativos deste ano, previstos em menos 10% sobre 2013. Um fator de antecipação de compras seria o IPI maior a partir de 1º de janeiro próximo. Se o governo decidir voltar à alíquota cheia, terminaria o compromisso de manter empregos por parte da indústria. Escalonado o aumento mais uma vez, só haveria demissões voluntárias como ocorre agora.

Por tudo isso fica difícil fazer previsões para 2015. Na dúvida, a maioria dos analistas prevê que o próximo ano terá crescimento zero de vendas e recuperação mesmo só em 2016. Com certeza comprometerá algumas expectativas mais otimistas para esta década, porém não retirou ânimo de quem decidiu investir conforme se observou no seminário Direções, da Quatro Rodas, realizado nesta segunda-feira em São Paulo. Para Jörg Hofmann, presidente da Audi, apenas 2% do mercado brasileiro se concentra em marcas premium ou de valores elevados. Com poder aquisitivo em elevação e o estímulo da produção local nada impediria o percentual saltar para 5%, como hoje na Austrália. Na China é 9%, nos EUA, 10% e na Alemanha, 13% puxado por vendas corporativas. No Brasil, a premiação de altos funcionários com

RODA VIVA o uso de veículos caros está em ascensão, embora possa haver diferenças culturais entre São Paulo e Rio de Janeiro apontadas em debates no evento. No outro extremo, Luis Curi, da Chery, destacou a aposta das marcas chinesas no peso próprio do País e sua influência nos países vizinhos. Lembrou da transição das motos para automóveis na China e que toma corpo aqui. E Sérgio Ferreira, da FCA, apontou o desafio vencido de implantar uma fábrica Jeep no Brasil, longe dos grandes centros fornecedores e consumidores. A estratégia do grupo ítalo-americano se alinha à forte aceitação dos SUVs e, em particular, das suas alternativas compactas. Continuarão a avançar sobre stations, monovolumes e, de acordo com os debatedores, incomodarão até sedãs em razão dos estreantes Renegade, HR-V e 2008 em 2015.

pitstop Palio supera Gol e é o mais vendido no Brasil Pela primeira vez em 27 anos o Gol não é o líder de vendas. Nesta segunda-feira, o Palio superou o velho campeão em 150 unidades

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om vendas de 720 unidades nesta segunda-feira (17), o Palio tornou-se o carro mais vendido no Brasil, superando o Gol em 150 unidades no acumulado das vendas de 1º de janeiro até ontem. O Gol vendeu 153.450 unidades no período e o Palio 153.600 Líder de vendas por 27 anos consecutivos, o Gol começou a ver ruir seu império com a retirada da versão G4 de linha, que aconteceu no início deste ano, abrindo espaço para o lançamento do Up. Velha e mais barata, a Geração 4 era responsável por 23%

das vendas do carro. Nos primeiros meses do ano ele conseguiu manter a liderança, mas era visível a pressão do carro da Fiat, que, ao contrário da concorrente, manteve uma versão velha em linha, o Palio Fire, que responde por 53% das vendas do modelo e garantiu o volume de vendas necessário para conquistar a liderança. Em janeiro o Gol vendeu 21.671 unidades, contra apenas 12.277 do Palio, período em que as concessionárias ainda tinham estoque do G4. Provavelmente as 7,5 mil unidades do Gol velho vendidas este ano tenham ocorrido em janeiro, porque no mês

seguinte as vendas do campeão desabaram para 14.079, patamar que se manteve ao longo do ano. Mesmo vendendo apenas em torno de 14 mil unidades, o carro da Volkswagen manteve a liderança no mês seguinte, mas em março perdeu a posição para a picape Strada, com o Palio ficando em segundo lugar. Em abril e maio o Gol retomou a liderança, deixando o Palio em segundo. Em junho o carro da Fiat assumiu o primeiro lugar que mantém até hoje (veja quadro). Nesse período, o Gol foi perdendo mais posições, primeiro para a Strada, depois para o Ônix, chegando na primeira quinzena de novembro, que foi do dia um ao 14, a despencar para o sexto lugar. O Gol obteve uma façanha que era considerada impossível: ser o carro mais vendido no Brasil durante um

período maior do que o Fusca, que foi o primeiro do ranking de 1959 a 1982, ou seja, por 23 anos consecutivos. Ele chegou ao mercado em 1980, justamente para substituir o carro que foi um fenômeno mundial de vendas. Depois de sete anos no mercado, chegou pela primeira vez à liderança. Reinou imbatível de 1987 até ontem, período em que a concorrência lançou uma infinidade de modelos e retirou-os de linha, sem nunca sequer ameaçarem a primazia do campeão. A Volkswagen, no entanto, não se dá por vencida. Thomas Schmall, presidente da Volkswagen, também argumenta que a comparação correta seria Gol x Palio novo, mas mesmo assim está lutando para que o campeão emplaque o 28º ano consecutivo na liderança.

LEITORES perguntam por que os números da frota registrada pelo Denatran e Detrans não são confiáveis. Simplesmente porque, ao contrário do controle total sobre veículos novos, os antigos que já não rodam são abandonados sem baixa oficial nos registros. Isso se dá pela burocracia e altos custos para os proprietários. Problema que se acumula há anos sem sinal de solução. RENAULT rejuvenesceu o Fluence para manter capacidade de competir no segmento de sedãs médios-compactos que representam 8% do mercado, mas têm oferta altamente diversificada: uma dúzia de opções. Parte frontal segue a linguagem estilística da marca e LEDs estão nas lanternas traseiras. Quadro de instrumentos digital, novo sistema multimídia e travamento automático das portas com chave no bolso completam o modelo, sem alterações mecânicas e de preços: R$ 66.890 a 82.900. OUTRO a entrar na onda aventureira, o Chevrolet Spin Activ, apenas na versão de cinco lugares, marca o visual pelo estepe fixado na porta traseira que ainda atrai por aqui, mas cai em desuso no exterior. Sensor de distância traseiro é de série, o que diminui a possibilidade de o pneu protuberante danificar outros carros em manobras. Dinâmica do Spin não se alterou pelos bons ajustes de suspensão, mas 60 kg acrescentados em razão do suporte do estepe já se sentem no desempenho. REALMENTE o termo Active está na moda. Active Flex, na BMW; Nissan March Active (carroceria da geração anterior agora de volta com mais equipamentos a preço mais baixo) e o Spin Activ (apenas sem a letra “e” final). Os dois últimos lançados no mesmo dia (Spin já estava no Salão do Automóvel, mês passado). Todos registrados no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Como pode?


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 21 A 27 DE NOVEMBRO DE 2014 CRÔNICA

A herança que estão deixando... JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

Eu acho que mesmo sendo de outro Pais, que não seja o Brasil, os estrangeiros concordam que os brasileiros sejam pessoas alegres, extrovertidas, comunicativas e de bom astral. Acho que ninguém duvida que sejamos inteligentes, trabalhadores e corajosos. Também, de que não somos preguiçosos. Eu acredito que eles ainda pensam que nós sejamos honestos. Eu, particularmente, respondo pelos sertanejos de Alagoas e, principalmente, de Mata Grande, onde convivi com o pessoal da minha infância e quando o meu pai mostrou-me como é ser honesto

e porque devemos ser. Foi vendo e sentindo o seu comportamento que eu fui disciplinado para ser “homem com H maiúsculo”, sem ambições e me conformando, só com o que Deus nos deu, nas oportunidades que se apresentaram para mim, durante a vida. Hoje, eu durmo tranquilo, sem medo de ser preso e de ver minha esposa e filhos, tendo que me trazer marmitas para a prisão. Por causa dos bons exemplos que já tive, a minha “prisão domiciliar” só aconteceria, quando eu tivesse que trazer trabalhos para fazer em casa ou quando a gripe me deixasse na cama. Ora, isso já não acontece com alguns amigos e conhecidos que já tive e ainda tenho, pois, não dormem bem e ficam com pesadelos, esperando a Polícia Federal chegar, para trancafiá-los nos camburões.

Agora mesmo, tem gente que não teve tempo para vestir uma cueca ou uma calcinha, pois, a Polícia foi buscá-los em casa ou no trabalho. Não sei como foi o dia de muitos dos nossos diretores da Petrobras, de muitos dos nossos políticos e de muitos dos nossos “felizes” ganhadores de propinas grossas, porém, de uma coisa eu sei, que mesmo diante da impunidade, o dia deles foi muito pior do que o meu. Estamos diante dos piores dias para o Brasil, diante do mundo. Em termos de falta de vergonha, estamos com a nossa democracia sendo jogada nas sarjetas. Estamos vendo as mentiras terem mais valor do que o caráter de um homem. O Brasil passou a ser questionado moralmente, enquanto estão sendo sabatinados as principais figuras dos Gover-

nos do Sr. Lula e da Srª. Dilma. Já estamos sem saber, quem roubou mais, se foram os que não se conformaram com os milhões ou os que preferiram os bilhões. Estamos sem saber se o sabido Lula sabia de tudo, ou se a Srª. Dilma preferiu ficar caladinha, para não prejudicar seus amigos do PT. Estamos sem saber se a presidenta da Petrobrás é incompetente ou se preferiu ganhar também os seus milhões, com tanto dinheiro que foi distribuído para as propinas aos Senadores, Deputados e Executivos. Já não sabemos quem assinava os cheques, se era a presidenta da Petrobrás ou os diretores das bilionárias empreiteiras. Só nos resta lamentar, que estejam deixando para os nossos filhos e netos, um Brasil de Corruptos!


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Crime eleitoral

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prefeito de Anadia, José Augusto, e a vice-prefeita Lúcia Fidelis, foram afastados do cargo pela Justiça Eleitoral. Os gestores são acusados pela oposição, responsável pela ação, de praticar crime eleitoral durante as eleições municipais. Paulo Dâmaso, o segundo colocado no pleito, será empossado no cargo. Ele é filho do ex-prefeito Edmundo Dâmaso. De acordo com informações, a oposição apresentou provas que envolvem José Augusto com a compra de votos durante o período eleitoral.

Bens bloqueados O prefeito da cidade de Viçosa, Flaubert Torres, teve os bens bloqueados pela Justiça na quarta-feira, 19. A oposição comemorou a decisão e acredita que o gestor será afastado do cargo por irregularidades na sua gestão. Uma delas é o “rombo” na Previdência Municipal, que de acordo com a presidente da Câmara Municipal, Micheline Fernandes Toledo, pode passar de sete milhões de reais. Outra acusação que pesa contra o gestor é um verdadeiro “festival” de diárias que ele recebeu nos últimos dez meses. “Não há outra possibilidade senão o afastamento do prefeito por prática de improbidade administrativa”, disse um político ligado a oposição.

Irregularidades O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio da Promotoria de Justiça de Igreja Nova, instaurou inquérito civil público, na quarta-feira (19), para apurar a denúncia do vereador José Raimundo Ferreira Filho (Pezão) de que a Prefeitura Municipal não teria prestado contas do exercício financeiro de 2013 à Câmara de Vereadores.

Improbidade Segundo o promotor de Justiça Paulo Roberto de Melo Alves Filho, o fato caracteriza ato de improbidade administrativa e crime de responsabilidade. “A depender do que for constatado, o inquérito pode se desdobrar numa ação civil pública em desfavor do prefeito José Augusto Souza Santos”, disse o membro do Ministério Público Estadual.

Pediu informação No procedimento, o promotor requisitou da Prefeitura de Igreja Nova e da Câmara Municipal de Vereadores informação acerca da ocorrência ou não da prestação de contas ao Legislativo ao exercício financeiro do ano passado, além da Lei Orgânica Municipal e o respectivo Regimento Interno da Câmara.

Novo piso Com a presença de dezenas de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias, a Câmara Municipal de Arapiraca, aprovou na noite de quartafeira (18), o Projeto de Lei 12.994/14 que dispõe sobre piso nacional da categoria, que é de R$1.014 por 40 horas semanais. O projeto, segundo explicou o presidente da Comissão de Fiscalização e Orçamento, Moisés Machado, teria que passar por três comissões por um período de 15 dias cada, totalizando 45 dias, porém, para que os servidores não fossem prejudicados, as outras duas comissões deram seus respectivos pareceres favoráveis, aprovando desta forma o projeto.

Depende da prefeita Segundo Moisés Machado, além do piso, os agentes têm direito a gratificação de incentivo de R$ 150, tabela de vencimento de cargo, gratificação de 5% por titulação de ensino médio e gratificação de 10% por titulação de ensino superior. Ao concluir, Moisés Machado disse que naquele momento sentia a sensação do dever cumprido como vereador e que em todas as oportunidades em que chegavam projetos para beneficiar qualquer que seja a categoria, os vereadores votaram sem o menor problema. Agora, o projeto será encaminhado para receber a sanção da prefeita Célia Rocha.

Projeto pioneiro O ambiente criativo e mágico do circo está sendo palco de um projeto pioneiro que coloca, mais uma vez, Arapiraca como referência nacional no trabalho de inserção social de crianças autistas. A Escola Municipal de Circo, localizada na parte sul do Bosque das Arapiraca, no prolongamento do Parque Ceci Cunha, sob a coordenação de Nelsinho e Evana Silveira, também é utilizada para estimular socialmente e sensorialmente crianças com autismo.

Parcerias

A administração da prefeita Célia Rocha (PTB), por meio de parceria entre as secretarias de Saúde e Educação, está dando total atenção a meninos e meninas que frequentam o Espaço Trate de Arapiraca, o único estabelecimento público do gênero no Brasil ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS). O novo projeto está ofertando agora aulas com professores e artistas circenses para as crianças com autismo e que necessitam de atendimento especializado.

Autismo

Inaugurado em dezembro de 2011, ainda na gestão do ex-prefeito Luciano Barbosa, o Espaço Trate, localizado na Rua Abraão de Oliveira, no bairro Cavaco, conta com profissionais especializados, incluindo psicólogas, fisioterapeutas, fonoaudiólogas e assistentes sociais para o trabalho de reabilitação e reintegração das crianças com autismo junto com suas famílias na sociedade.

PELO INTERIOR ... A histórica cidade de Penedo não vai realizar as comemorações profanas da tradicional Festa de Bom Jesus dos Navegantes, edição 2015. A crise financeira pela qual passa a prefeitura desta cidade ribeirinha faz com que os shows não venham acontecer, pois não existe dinheiro para pagar as contratações de bandas. Neste caso, só vão acontecer as comemorações religiosas, isto é, missas e procissões. ... Esta mesma realidade está vivendo a cidade de Propriá, que não terá shows gratuitos promovidos pela Prefeitura, em janeiro de 2015, por ocasião de sua tradicional Festa de Bom Jesus dos Navegantes. ... Em entrevista concedida à reportagem do programa O Município em Foco, o prefeito Jorge Dantas garantiu que os shows vão acontecer durante a tradicional Festa de Bom Jesus dos Navegantes, que acontecerá no período de 7 a 11 de janeiro de 2015. Os shows promovidos na orla fluvial pela Prefeitura de Pão de Açúcar vão acontecer de sexta-feira a domingo (9 a 11). ... Mas o prefeito Jorge Dantas já avisou que “desta vez os shows vão ter que se adequar ao orçamento disponibilizado e não o orçamento aos shows”. Segundo o prefeito, ainda esta semana ele reunirá a comissão para discutir sobre a festa. ... A Música é considerada a 1ª Arte. É dela que tudo se perpetua e sente; é onde pode-se tocar a alma de outra pessoa. Visando trabalhar esta panorâmica da formação humana com esta arte, a Prefeitura de Arapiraca e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizam o I Simpósio de Música. ... Gratuito, o evento que começou ontem (20), prossegue nesta sexta-feira (21), no auditório da Escola de Artes, situada no II Centro de Apoio às Escolas de Tempo Integral, na Praça Luiz Pereira Lima, bairro do Centro. ... As inscrições, feitas através do endereço eletrônico sim1ara.blogspot.com, disponibilizaram com um total de 100 vagas. Haverá, ao final, certificados para os participantes. ... Contemplando a Semana da Música – comemorada a partir de todo dia 16 de novembro –, o simpósio traz para os arapiraquenses em sua primeira edição a temática “A Educação Musical”, a pensar a relação dela com seus apreciadores. ... Segundo a secretária Municipal de Educação (SME), Ana Valéria Peixoto, é um momento único de troca de aprendizado, tanto para os professores como para os participantes deste encontro. “Ocorrerão minicursos que enfatizam o diálogo entre a música e a filosofia, por exemplo, além de apresentações artísticas resultantes de ações educativas locais, graças aos esforços da prefeita Célia Rocha”, diz. ... A todos, um excelente final de semana, com paz, saúde e harmonia. Até a próxima edição. Fuii!!!!


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Por impulso

Tentação do consumo

A

coluna volta a alertar seus leitores sobre a apelação dos lojistas para vender mais, com suas “facilidades”, tentando chamar a atenção dos consumidores que compram por impulso, sem medir as consequências de uma compra com prazo “a perder de vista”. O mesmo fazem as financeiras e bancos, chegando a oferecer crédito para pagamento em até 120 meses. É tudo propaganda enganosa, se pensando no lucro fácil. E o consumidor termina mesmo se endividando, podendo chegar ao “fundo do poço”, sem condições de pagar o que deve. A dois meses do Natal, a data que o comércio mais fatura, com a concorrência acirrada de hoje, a loja chega até mesmo a oferecer produtos para venda agora e só começar a pagar depois do Carnaval, em fevereiro de 2015, ou seja três meses depois. Fácil de enganar o consumidor que não pensa no futuro. As taxas de juros continuam subindo a cada mês. Ninguém sabe como será a política econômica do segundo governo da presidente Dilma Rousseff. A inflação vem crescendo. E já se sabe, que não adianta aumentar os juros, porque o consumidor continua comprando. O resultado mesmo é o aumento da inadimplência e a recessão, como ocorreu quando da crise econômica mundial, há seis anos.

Atingindo a todos O apelo ao consumo feito pelo comércio, atinge até mesmo as crianças, que obviamente não possuem renda. E esse foi o tema da redação do Enem, que muitos concorrentes não conseguiram desenvolver a contento. Mas, isso é a chamada economia de mercado (capitalismo), onde existe a Lei da Oferta e da Procura. O Dia da Criança que o comércio comemora examente na mesma data do Descobrimento da América e da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, é feriado nacional, não especificamente por ser dos dois primeiros, mas pela fé católica, que predomina. O comércio aproveita e fatura mais ainda, apelando para as inocentes crianças a pedir ao pais, o seu presente.

E a compra por impulso, feita pelo chamado consumidor impulsivo, aquele que compra sem necessidade, só exatamente porque gosta de comprar aleatoriamente, sem pensar em como vai pagar, caso compre a prazo. Mas o que compra à vista mesmo, tem dinheiro e vai seguindo esse hábito, que é uma “doença” mesmo, necessitando de tratamento médico.

Disciplina O conssumidor economicamente correto, é aquele que compra o estritamente necessário a sua sobrevivência, ententendo o verdadeiro valor do salário que ganha, e procurando poupar, para fazer uma reserva financeira, pronta a ser usada numa emergência. Jamais comprar por impulso, amortizar o cartão de crédito ou mesmo, renovar empréstimos, no momento em que a financeira ou banco, incentiva a pedir mais dinheiro. Quem segue essas tentações, só tem um caminho; “o fundo do poço”.

Pesquisando É notório o aumento constante dos preços, sejas de produtos ou serviços. Daí a importância da pesquisa de preços, antes de comprar. Isso se faz em dia livre do trabalho, para ter tempo suficiente a visitar os vários pontos de vendas, conversar com os vendedores e comprar à vista,com um bom desconto.


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