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MACEIÓ - ALAGOAS
ANO XVI - Nº 804- 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015
HERANÇA MALDITA: ROMBO TUCANO PODE CHEGAR A MEIO BILHÃO DE REAIS
Combater crime organizado é desafio maior de Renan Filho GOVERNADOR TERÁ PRIMEIRO EMBATE COM BANCADA DO CRIME AO VETAR EMENDA CONTRA 17ª VARA CRIMINAL P/ 6
P/2
ANISTIADOS POR VILELA, USINEIROS DEVEM VOLTAR A PAGAR IMPOSTOS P/ 8 e 9 PREFEITURA USARÁ SATÉLITE PARA CONTER SONEGAÇÃO DO IPTU
ALAGOAS NÃO CUMPRE O META 2, PROGRAMA PARA INVESTIGAR HOMICÍDIOS
P/ 10
P/ 11
PREFEITO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS REDUZ SALÁRIO DOS PROFESSORES P/ 14
DE RODAS A IR E D A C E ÍB O SMTT PR CALÇADÃO R A S U E D A D A IZ MOTOR P/ 15
2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015
COLUNASURURU DA REDAÇÃO
Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)
Herança tucana
Caso esdrúxulo
nformações chegadas à coluna dão conta de que o governo tucano de Téo Vilela teria deixado um rombo de meio bilhão de reais. Bem maior que os R$ 400 milhões herdados do governo socialista de Ronaldo Lessa e que Vilela classificou de “herança maldita”. Os valores levantados até agora surpreenderam a nova equipe de governo, que havia sido informada de que Vilela honraria todas as dívidas de seu governo. “Esta era a nossa expectativa”, disse um dos assessores de Renan Filho ao se mostrar assustado com o rombo nas contas do governo tucano. Os chamados “restos a pagar”- se confirmados – podem gerar uma ação judicial contra Vilela por improbidade administrativa, uma ameaça ao plano do ex-go-vernador de disputar o Senado em 2018.
Incompetência
I
Fora Mellina A indicação da ex-prefeita de Piranhas, Mellina Freitas, para ocupar o comando da pasta da Cultura não pegou bem por parte de intelectuais e artistas. Um movimento que iniciou nas redes sociais #ForaMellina promete ficar de olho nas ações da secretária.
Fora Mellina 2 Quem já saiu em defesa da nova secretária foi o governador Renan Filho, que fez questão de afirmar que “muitos vão se surpreender com Mellina”.
Prêmio de consolação Após os inúmeros escândalos envolvendo o nome de Fernando Toledo no comando da Assembleia Legislativa, o ex-deputado assumiu uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Vale lembrar que o Ministério Público continua investigando as traquinagens de Toledo.
AA no comando Quem retornou ao comando da Assembleia Legislativa foi o deputado Antônio Albuquerque. Há quem diga que o parlamentar não quer nem ouvir falar no provável veto do governador às emendas que limitaram as ações da 17ª Vara em processar criminosos do colarinho branco.
Quem está no comando da prefeitura de Anadia? Essa é a grande dúvida da população local. Desde o afastamento do prefeito José Augusto não há informação sobre quem administra o município. O poder Judiciário deve dar uma resposta o quanto antes para esta pendência.
A polícia alagoana vem dando sinais de despreparo dia após dia. Até meros prolemas conjugais são tratados com pirotecnia e no final das contas termina virando piada.
Censura nunca mais
Censura nunca mais 4
“A imprensa precisa ser independente não só da tutela estatal, mas das forças econômicas. A pretensão de abolir o direito à liberdade de expressão é totalmente imprópria. Quem regula, gosta, rejeita ou critica é o consumidor da informação. Ele é quem faz isso e somente ele. O único controle tolerável é o controle remoto”. (Renan Calheiros, presidente do Senado, ao se posicionar contra o projeto do governo petista de controlar a imprensa brasileira)
“O governo quer controlar a mídia para não ser denunciado, pois é pela imprensa que sai boa parte das denúncias de corrupção”. (Rubens Bueno,líder do PPS na Câmara dos Deputados)
Censura nunca mais 2 “Quero reafirmar que seremos radicalmente contrários a qualquer projeto que tente regular a mídia. Não aceitamos nem discutir o assunto”. (Deputado Eduardo Cunha, líder do PMDB e candidato à presidência da Câmara)
Censura nunca mais 3 “Todos os que se opõem ao governo Dilma têm o dever de se unir no Congresso e nas ruas para o combate sem trégua a essa tentativa criminosa. O que está em jogo é a liberdade de expressão, cerne da vida democrática. Essa é a prioridade das prioridades”. (Senador tucano Aloysio Nunes Ferreira)
Censura nunca mais 5 “Não há o que debater no Congresso Nacional sobre regulamentação da mídia como deseja o novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini. A liberdade de imprensa foi uma das maiores conquistas da redemocratização brasileira”. (Júlio Delgado, líder do PSB na Câmara e candidato da oposição à Presidência da Câmara dos Deputados)
Censura nunca mais 6 “O que aproxima o governo petista do bolivarianismo - além do amor nutrido pelas ditaduras - é a constante intenção de alterar as regras quando elas não os favorecem, um completo desrespeito às instituições”. (Wagner Vargas – jornalista)
Crise 1 A crise do setor setor sucroalcooleiro em Alagoas vem se agravando a cada ano. Quem deu sinais de problemas financeiros foi a Usina Santa Maria, em Porto Calvo. Os trabalhadores estão há dois meses sem receber e sem o pagamento do 13º salário.
Crise 2 Quem segue negociando com a direção da Usina Santa Maria para sanar a questão dos funcionários e prestadores de serviço da empresa é o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Açúcar no Estado de Alagoas, Jackson de Lima Neto. Cerca de 800 operários estão sofrendo com a situação. O sindicalista cobra uma resposta célere por parte do corpo diretivo da Santa Maria.
Crise 3 Outra usina que está em petição de miséria é a Capricho, do Grupo Toledo. Sediada em Cajueiro, a indústria não paga os fornecedores de cana desde a safra passada e nada garante que vá pagar a safra deste ano, em pleno andamento. Do jeito que a coisa vai, será a próxima usina a pedir recupe-ração judicial, nome novo para o velho pedido de falência.
EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580
EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves
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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal
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- MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015 -
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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com
Siga-me: @jorgearapiraca
Record aplica golpe na Globo Rio - Ao saber que o Palácio do Planalto pretendia reanalisar a indicação do deputado pastor George Hilton para o Ministério do Esporte, o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, soltou os cachorros em cima da Dilma. Disse, entre outras coisas, que ela não se atrevesse a fazer tal coisa porque corria o risco dele levar seus 21 deputados para a oposição. Pereira não quer ser contrariado com o provável recuo da presidente com quem ele despachou para garantir o ministério para seu partido. Como se sabe, Hilton é um velho conhecido da Polícia Federal. Foi detido em 2005 no aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, com 600 mil reais, acomodados em onze caixas. Além disso, responde a processo de execução fiscal na Justiça Federal. O repúdio ao novo ministro surge de todo lugar. A ONG Atletas do Brasil, que reúne 61 desportistas e medalhistas olímpicos, reagiu à indicação que chamou de “vergonha” para o esporte brasileiro. A advertência de Marcos Pereira fez tremer os alicerces do Planalto agora sob a batuta de Aloizio Mercadante que tem como meta limpar do mapa os ex-auxiliares de Lula que ainda permaneciam como olheiros lá dentro. O partido do Pereira, que reúne os pastores da Igreja Universal, descobriu o filé mignon do gover-no: o esporte. É o PRB que vai administrar os Jogos Olímpicos em 2016. Por isso, ao saber que a nomeação do seu pupilo corria o risco de não se concretizar, Pereira ameaçou desestabilizar o governo juntando-se à oposição. Dilma, que acaba de escolher o ministério mais desqualificado da história do país, calou-se. Não deu sequer um pio para não contrariar o aliado. O PRB não tem nada de bobo. O partido, que tem entre seus integrantes o ex-ministro da Pesca, Marcelo Crivela, senador e pastor da Igreja Universal, sabe da importância do Ministério do Esporte nos Jogos Olímpicos. Sabe também que a TV Record do bispo Edir Macedo pretende fazer um ataque frontal à TV Globo, a emissora que detém a maior fatia dos direitos de transmissão de esporte no Brasil, um negócio bilionário, ocupando os espaços na área esportiva. Para quem não se lembra, os últimos Jogos Olímpicos de Inverno e Verão foram transmitidos pela Record com exclusividade. A estratégia, portanto, da tevê do bispo está dando certo. O PRB, além do ministério, começa 2015 ocupando mais quatro secretarias de Esporte no Brasil. Em São Paulo indicou o vereador Jean Madeira; em Minas Gerais, o deputado estadual Carlos Henrique; no Ceará, o deputado estadual David Durand; e no Distrito Federal, Leila Barros, a medalhista olímpica de vôlei. É claro que a TV Globo está observando as artima-nhas do bispo Macedo. E mais cedo ou mais tarde vai cobrar caro do governo esse privilégio da Universal de ocupar a área do esporte sem nenhum critério de qualidade dos indicados, como é o caso do deputado George que entra no ministério como Marcelo Crivela na Pesca: sem conhecer patavinas do assunto.
Vaidade O que leva uma pessoa como Nelson Barbosa a se submeter a tão vexatória humilhação? O poder? O dinheiro? Ou os arranjos que fará no ministérios para os apaziguados? Para o ministro não importa o grau de humilhação a que se submeteu. O que importa, na verdade, é estar pendurado ao poder e dele fazer seu pé de meia lá na frente, como fizeram todos os ministros que serviram ao governo do PT até agora.
O ladrão? Sepultura Pois é, assim a Dilma está cavando a própria sepultura. Despreparada para administrar o país, ela simplesmente não sabe o que ocorre a sua volta. Sem interlocutor confiável para discutir os problemas do país, a presidente ignora seus assessores e faz vista grossa para o que ocorre nos bastidores da política.O caso do Ministério do Esporte não é apenas uma mudança de titular, mas a manipulação de um orçamento de R$ 1,3 bilhão para os Jogos Olímpicos, de um total de R$ 2,5 bilhões disponíveis para o esporte. Além disso, põe a TV Record no centro de um dos eventos mais importantes do mundo.
O troco Como o PT é um partido vingativo, há quem afirme que a Dilma está dando o troco na organização dos Marinho. A presidente teria armado pra cima da TV Globo insatisfeita com o comportamento da emissora durante a campanha que não lhe deu colher de chá nas entrevistas ao vivo nos telejornais a ponto dela ter cancelado um desses encontros no Jornal da Globo.
Capachos Alguns ministros da Dilma não são apenas medíocres. Ele são, acima de tudo, capachos, subservientes. É o caso do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Como esse senhor, de hoje por diante, vai encarar seus subordinados no Ministério do Planejamento depois que a Dilma o esculachou publicamente, descredenciando-o de falar sobre o salario mínimo?
Vergonha O ministro nem bem tinha assumido o cargo, quando recebeu um pito da presidente que passava férias na Bahia. Ela o desautorizou a falar sobre o salário mínimo. Disse que as suas declarações não representavam necessariamente o pensamento do governo. Nelson Barbosa curvou-se diante da chefe e de hoje por diante tudo que falar tem de ser filtrado antes por ela. Trata-se de um ministro desmoralizado que já começa os trabalhos abaixando as calças. Portanto, fica difícil para esse senhor planejar o país sem que seus projetos passem antes pelas mãos da Dilma e seus assessores mais diretos.
Atenção, muita atenção Brasil, Gilberto Carvalho, o espião do Lula dentro do Palácio do Planalto, fez uma declaração “estarrecedora”, para usar o pobre vocabulário da Dilma, ao deixar o cargo de secretário-Geral da Presidência da República: “Não sou ladrão”. Pobre de um país que o principal ministro da corte deixa o poder dizendo que não faz parte da “organização criminosa” denunciada pelo senador Aécio Neves.
Acredita? Ao deixar o cargo de secretário-Geral da Presidência da República, o ex-seminarista Gilberto Carvalho desabafou diante da plateia que foi assistir a sua despedida no Palácio do Planalto: “Não somos ladrões, não somos ladrões”. Carvalho defendia-se das acusações de Aécio Neves de que o Brasil é administrado por uma “organização criminosa”. Pois bem, agora com esses esclarecimentos, pede-se encarecidamente aos brasileiros que não acusem mais os petistas de roubarem o país. Fica decidido por decreto presidencial que não houve roubo na Petrobras e que os mensaleiros são uma invenção dessa oposição derrotista e invejosa.
O olheiro Gilberto Carvalho, que foi deixado no Planalto por Lula para vigiar os passos da Dilma, agora vai se juntar aos lulistas que não colaboram mais com a Dilma, que, com a formação desse novo governo, se afasta mais ainda do seu criador. Esses dissidentes certamente vão bater ponto agora no Instituto Lula, o quartel-general da conspiração contra a Dilma. Carvalho não tem do que se queixar. O Lula arrumou um boquinha para ele na presidência do Conselho do Sesi, um salário que beira os quase 50 mil reais por mês. Se fosse disputar o mercado de trabalho, certamente teria dificuldade para encontrar uma função com essa remuneração. Quem sabe, talvez um emprego de coroinha em um bairro distante de São Paulo.
Digitais Carvalho também foi aplaudido pelos militantes petistas quando fez outra revelação importante: “Nós temos dignidade”. Esses esclarecimentos de Carvalho são importantes para evitar que brasileiros maldosos espalhem que a petezada aparelhou o estado e vive dilapidando o patrimônio nacional. Por razões óbvias, ele deixou de fora os escândalos da Petrobras, onde estão as digitais dos militantes petistas que durante muito tempo enfeitaram a coroa do rei e da rainha do Planalto.
4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015
GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br
Alto lá Durou muito pouco tempo o namoro de vereadores da oposição e sindicatos com o prefeito de Rio Largo, Toninho Lins. Novas denúncias pipocaram nos últimos dias e o prefeito pode, a qualquer momento, ser novamente afastado por improbidade administrativa. A situação está tão calamitosa que até cartazes estão fixados pela cidade denunciando o prefeito.
Cabide de empregos
O
governador Renan Filho começou o seu governo mais ou menos. Acertou em algumas indicações, mas errou em outras, como se em Alagoas não tivesse quadro suficiente para ocupar cargos públicos. Renan anunciou o corte de secretarias e cargos comissionados, mas não mexeu em algumas, como a da Paz, criada no governo tucano com o objetivo de angariar apoio político, já que até agora não produziu absolutamente nada. É, sem dúvida, como outras, cabide de empregos e ninguém sabe de quem foi a ideia de jerico para criar esta secretaria que desde o começo se mostrou improdutiva, embora a mídia oficial na época alardeasse que ela ajudou a muitos alagoanos. O governador ou faz agora o dever de casa cortando na carne essas gorduras imprestáveis, ou não poderá fazê-lo futuramente, dado ao comprometimento com todos os partidos políticos que o apoiaram. A hora, governador, é agora.
Desastre político Se por um lado o ex-governador Téo Vilela realizou uma razoável administração, trazendo empresas para o Estado quando o secretário de Desenvolvimento Econômico era Luiz Otávio Gomes, por outro se mostrou completamente incompetente na área política. Quando a política efervescia para sua sucessão, deu corda em um dos seus mais importantes secretários, Marcos Fireman, e depois puxou o tapete. Deu a entender em seguida que apoiaria o senador Biu de Lira que tanto lhe apoiou em Brasília na sua administração e o traiu. Achou que criaria uma outra alternativa, anunciando como candidato tucano o procurador Eduardo Tavares, o qual, apenas dois ou três meses depois, abandonou a candidatura ao governo por falta absoluta de condições. Por fim Téo escolheu o vereador Júlio Cezar, de Palmeira dos Índios, dizendo que apostava no novo. Bateu na porta de todos os partidos que lhes deram as costas, mas apostou na derrota fragorosa do governo que há anos não se via. Téo foi a nota zero na política no ano de 2014.
Cortando as asas Com a obrigação de cumprir a Lei de Responsabilidade, o governador Renan Filho está anunciando cortes de cargos comissionados e outras gorduras na administração pública. Espera-se que também suspenda o contrato que tem com uma empresa aérea alagoana que suga milhões de reais por ano para o transporte oficial do Estado, principalmente do governador, como fazia Téo Vilela.
Ficando pior O setor sucroalcooleiro que já anda muito mal das pernas, vai vivenciar agora uma nova fase com o novo secretário de Fazenda, George Santoro, que já anunciou mais fiscalização na área canavieira e em grandes empresas. Com uma política danosa ao setor, algumas usinas tiveram que fechar suas portas, desempregando dezenas de milhares de trabalhadores somente em Alagoas. Pelo visto, querem acabar com o restinho.
Indicações Ferreira Hora, que já perdeu duas eleições, foi indicado para presidir o Iteral, órgão com o qual não tem nenhuma afinidade. Seria melhor ele ter sido nomeado para a Junta Comercial, já que ele é empresário e sabe das dificuldades de abrir uma empresa no Estado.
Só vendo Acreditar que o governo não irá interferir na eleição da futura Mesa Diretora da Assembleia Legislativa é acreditar no conto da carochinha.
Tempo integral O secretário Fábio Farias delegou à sua família a gerência de seus negócios particulares para mergulhar de vez na coordenação política de todas as secretarias de Estado. É um dos poucos nomes, aliado a Alfredo Gaspar de Mendonça e Luciano Barbosa, que teve aprovação nas indicações feitas por Renan Filho.
Implacável No discurso de posse na Assembleia Legislativa, Renan Filho disse que a corrupção assassina, tira o leite das crianças e o pão dos trabalhadores.
Alto lá A preocupação número 1 do governador Renan Filho é com a educação e promete fazer uma revolução na área a partir de agora. Mas o secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, se apressou para dizer que não existe nenhum super secretário, para evitar ciumeira dentro da equipe.
O PMDB quer mais
O senador Renan Calheiros, para agradar sua base aliada no Senado, onde é candidatíssimo à reeleição, tem revelado que o partido quer mais cargos, agora no segundo escalão. Tentaria, segundo a coluna de Lauro Jardim, de Veja, no início da semana, mostrar aos senadores peemedebistas que quer mais espaço no governo.
Recado curto
Sem impacto
O senador Biu de Lira, líder do PP no Senado, disse que nenhum cargo será destinado a qualquer partido se não passar pelo crivo do Planalto. Ou seja, tem gente com muita sede ao pote, mas pode ficar pelo caminho.
A não ser o corte de comissionados, o governador ainda não decidiu pela extinção de secretarias que só servem de cabide de emprego, muitas das quais em mãos da base aliada.
Perguntar não ofende Pra quem foi o recado do ex-governador Téo Vilela no discurso de transmissão de cargo, afirmando que entrou e saiu pela porta da frente do Palácio?
Amnésia
Renan Filho não quer dar nenhuma esperança na convocação da reserva técnica da Polícia Militar, nem tão pouco se comprometer com novos concursos públicos, até quando realmente resolva o problema da Lei de Responsabilidade Fiscal e saiba com quantos comissionados cada pasta pode se virar.
Muita gente fala da tragédia administrativa nos últimos anos. Mas os indicadores não são somente da era de Téo Vilela. São de governos anteriores, onde a tragédia acumulada nas áreas de saúde, da educação, além da segurança pública, foram os responsáveis. O governador Renan Filho sabe, perfeitamente, que seus grandes ex e alguns aliados de hoje contribuíram há anos com essa situação deplorável.
Nem aí
O Zé Pereira
Alfredo Gaspar de Mendonça não hesitou nem um pouco sobre as perguntas endereçadas à secretária de Cultura, Mellina Freitas, sobre as denúncias de desvio de recursos públicos quando foi prefeita de Piranhas. “Minha função não é julgar pessoas”, disse Afredo, afastando qualquer possibilidade de uma situação incômoda no governo.
Todo mundo torce para que o novo secretário de Fazenda, George Santoro, importado do Rio de Janeiro, consiga realmente resolver a situação econômico-financeira de Alagoas. Num passado não muito distante, essa alternativa, ou seja, de trazer gente que não conhecia a realidade de Alagoas, deixou o Estado numa situação de insolvência, agravado com o escândalo das Letras podres do Estado.
Sem compromisso
Sinuca de bico A primeira prova de fogo do governador Renan Filho vai ser a apreciação do projeto aprovado pelos deputados que desmantelou a 17ª Vara Criminal. Se vetar o projeto vai de encontro aos deputados. Se deixar passar seria conivente com a situação.
Dever de casa Enquanto os fofoqueiros de plantão já comentam sobre as eleições municipais do próximo ano, o prefeito Rui Palmeira continua fazendo o dever de casa. Ele tem ampliado a construção de ruas e avenidas, encontrado alternativas para o trânsito na capital e melhorado os setores de saúde e educação.
Fiasco O cerimonial do Palácio do Governo pisou na bola na posse de Renan Filho. Passou os pés pelas mãos e atropelou as regras básicas de cerimônias oficiais. Permitiu até, que o governador Renan Filho passasse em revista as tropas acompanhado de sua mulher. É um cargo que, no mínimo, necessite de leitura oficial das regras estabelecidas pela
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- MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015 -
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TAMPÕES
Pinto de Luna renuncia à verba de gabinete e vai doar parte de seu salário Delegado federal assume vaga deixada na Câmara pelo agora governador de Alagoas Renan Filho CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com
C
om a saída dos parlamentares que assumiram mandatos de governador e de vice ou cargos nos governos estaduais e federal, a Câmara deu posse a 23 novos deputados federais. Entre eles estão dois alagoanos: Pinto de Luna e Gilberto Coutinho, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT). Mesmo sem uma única sessão marcada, eles terão direito ao salário integral de R$ 26,7 mil e a usar R$ 78 mil para montar gabinete e contratar assessores. Ou seja, R$ 104,7 mil por menos de 30 dias na Casa. O delegado aposentado da Polícia Federal Pinto de Luna, que assumiu a vaga deixada pelo governador Renan Filho (PMDB), deixou claro em coletiva para imprensa realizada na terça-feira (6) que apesar de achar imoral ganhar sem trabalhar, resolveu assumir o cargo principalmente por conta dos 24.100 votos que teve. “Assumo essa responsabilidade pelos meus eleitores. Irei honrar cada voto nesses 30 dias”. Luna disse também que tentará entrar em acordo com a Câmara para que ele não precise nomear assessores, o que seria uma exigência da Câmara, e nem gastar os R$ 100 mil a que tem direito em verbas. “Eu teria direito a nomear até 25 pessoas para me assessorar, mas não farei isso. Preocupo-me com o dinheiro público e não seria correto fazer isso. Mesmo assim irei trabalhar nesses 30 dias e o salário que vou receber usarei apenas para pagar minha estadia e passagem e uma outra parte vou doar para alguma instituição”, disse. De acordo com o agora deputado
federal, sua decisão em assumir o curto mandato também tem o objetivo de ajudar a bancada do PT em Brasília a eleger o deputado petista Arlindo Chinaglia presidente da Casa e poder ter acesso livre na Câmara Federal. “Após ter o broche colocado no peito, o deputado começa a ter livre acesso ao parlamento, o que pode facilitar nas questões de interesse dos alagoanos. Como no caso dos agentes penitenciários que lutam por melhorias para a categoria. Se eu tivesse mais tempo como deputado, iria também trabalhar por uma divisão correta dos royalties, pois o que acontece hoje é um absurdo”. “SOU DEPUTADO” Procurado pela reportagem, Gilberto Coutinho afirmou que é tão deputado como qualquer outro e que vai usar o dinheiro para exercer sua função. “Sou tão deputado como qualquer outro; tive mais de 12 mil votos e não estou me aproveitando dos recursos públicos. Se vou trabalhar, não tem porque abrir mão desse recurso que tenho garantido por lei”. Coutinho disse ainda que não tem carro e, por isso, vai alugar um veículo para se locomover e “ir onde o povo está”. “Sou professor, não tenho automóvel e terei que estar viajando sempre para resolver questões relacionadas a demandas de Brasília. Estou trabalhando e tenho audiências no interior”, acrescentou. A Câmara só retomará os trabalhos em 1º de fevereiro, quando serão empossados os parlamentares eleitos em outubro do ano passado e ocorrerá a eleição da Mesa Diretora para o biênio 2015-2016.
Petistas Pinto de Luna e Gilberto Coutinho assumiram mandatos de apenas 30 dias
6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015 CRIME ORGANIZADO
Renan terá primeiro embate na ALE ao vetar emenda que poda 17ª Vara Criminal Limitação dos poderes para julgar gestores e políticos foi aprovada no apagar das luzes de 2014 JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com
A
o apagar das luzes de 2014, no dia 31 de dezembro, os deputados estaduais votaram um Projeto de Lei que contém três emendas – uma modificativa e duas aditivas – sendo que uma delas anula o poder da 17ª Vara Criminal da Capital de processar e
julgar crimes cometidos por gestores públicos. O projeto que disciplina e regulamenta a 17ª esteve na Casa de Tavares Bastos por 10 meses e só no último dia do ano foi colocado em votação, fato que causou estranheza devido à complexidade da ma-
téria. As polêmicas emendas podem ser vetadas ou não pelo governador Renan Calheiros (PMDB). Um dos fatores que corroboram para o veto governamental é a posição do secretário de Defesa Social, Alfredo Gaspar de Mendonça, que como membro e ex-chefe do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), sempre atuou em parceria com a 17ª Vara Criminal da Capital. O principal foco de atuação das investigações do Gecoc e das punições dos juízes da 17ª sempre foram gestores públicos corruptos e acusados de crimes de mando: vereadores, prefeitos
e deputados. “Nós próximos dias vamos decidir pelo veto ou não, mas quero dizer que sempre defendi o combate à corrupção. Portanto, a sociedade pode esperar de mim decisões nessa direção”, disse o governador em entrevista na TV Gazeta. O projeto de lei está sob análise da Procuradoria Geral do Estado (PGE) que irá dar o suporte legal para decisão de Renan Filho. Em se confirmando a possibilidade do veto governamental às emendas modificativas, o projeto retornaria para Casa Legislativa onde a maioria dos parlamentares já provou que considera necessário o fim do poder da 17ª em processar e julgar os gestores públicos. Há informações de que um interlocutor do governador junto ao Legislativo estaria trabalhando para que as polêmicas mudanças fossem revertidas ainda nesse mês de janeiro. Os diálogos com os deputados que encabeçam o comando da Casa devem se tornar mais difíceis com Antônio Albuquerque (PRTB) na presidência da Assembleia Legislativa. No início do mês de dezembro o deputado fez questão de frisar durante pronunciamento que: “Um dos artigos eu não concordo porque mantém o formato de colegiado, quando já existe uma lei federal que o proíbe”. Em termos prá-
ticos, as emendas aprovadas pelos deputados alagoanos transformaram uma Vara que combate criminosos de colarinho branco em mais uma a atuar contra crimes “comuns”. É o caso da emenda aditiva que direciona a competência da 17ª para o tráfico de drogas, quando há Varas que respodem por esse tipo de crime. A reportagem do jornal EXTRA entrou em contato com o juiz Maurício Breda, integrante da 17ª Vara e que teve atuação destacada nos últimos anos contra o crime organizado, mas o magistrado disse que no momento preferiria não falar sobre o tema. “É hora do Tribunal de Justiça se posicionar, até porque a atual situação ainda pode ser revertida”. Após o sucesso dos deputados em limitar atuação da 17ª, o então presidente do Tribunal de Justiça, José Carlos Malta Marques, partiu para o ataque e expôs seu descontentamento com as mudanças ao projeto de Lei enviado pelo TJ à ALE no início de 2014: “Fizeram uma emenda que esvazia e aniquila a 17ª com a densidade que a gente quer para ela e a deixaram encarregada de julgar o batedorzinho de carteira”. Ainda sobre as emendas, que vem gerando um debate na sociedade alagoana, o recém empossado presidente do TJ, Washington Luiz, defendeu a atuação e manutenção do poder da 17ª Vara Criminal da Capital. “Eu não conheço a redação final do texto aprovado, mas minha opinião é que a 17ª possa continuar atuando com sua plenitude”, destacou.
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MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015 - 7
TERRORISMO
Cartunistas prestam homenagem aos mortos da revista CHARLIE HEBDO
8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015
NOVO GOVERNO
Alagoas monta plano para arrecadar R$ 500 milhões Renan-pai e Collor terão de atrair indústrias para alcançar meta da arrecadação; estaleiro de Coruripe vira peça fundamental para o estado
ODILON RIOS ESPECIAL PARA O EXTRA
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A influência do senador Renan Calheiros pode ser a ‘arma’ para que o filho consiga equilibrar as combalidas finanças do Estado, cuja dívida com a União se aproxima dos R$ 10 bilhões
primeira semana do Governo Renan Filho (PMDB) surpreendeu pelos nomes no secretariado - desmontando algumas expectativas- mas deixou dúvidas na área mais importante: o cofre. O secretário da Fazenda, George Santoro, é considerado um técnico competente, mas terá dois desafios: conseguir, em Brasília, empréstimos com bancos para realizar investimentos em áreas estratégicas no Estado; e decifrar um enigma: como arrecadar R$ 500 milhões, por ano? O valor não é por acaso. A quantidade de números e cálculos se resume a uma situação simples: o Estado precisa encarar os efeitos do próprio endividamento com a União. Isso para ter verba em caixa, pagar a dívida de quase dez bilhões de reais (e,
ao mesmo tempo, impagável) e espalhar as sobras nas tantas promessas de Renan Filho durante a campanha. É impossível? Sim e não. Dependerá de dois senadores: Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor (PTB), principais aliados de Renan Filho. O estaleiro Enor- que seria instalado em Coruripe - reforçaria a arrecadação do Estado entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões, um valor extraordinário. Collor e Renan-pai poderiam implodir as tantas barreiras que existem entre o Enor e Alagoas. A instalação de grandes fábricas ou indústrias em Alagoas poderia ser esta saída - como aconteceu em Pernambuco durante o Governo Lula. Mas, em Alagoas, não há mão de obra local capacitada o suficiente para atender a esta demanda considerando que Alagoas é o terceiro no país em miséria
e o primeiro em analfabetismo. Como atrair, por exemplo, uma fábrica da Fiat sem gente capacitada para o setor de montagem dos carros? Outra discussão - que vai estar na mesa de Renan Filho - é cobrar os impostos dos usineiros. Em oito anos, a era Teotonio Vilela Filho foi generosa com o principal setor produtivo do Estado: deixou de cobrar mais da metade do ICMS das usinas. A justificativa era conter a crise do etanol, provocada pela falta de competitividade com a gasolina e o alto endividamento de usinas. As usinas reclamam. E o setor de fiscalização da Secretaria da Fazenda está sucateado. O novo secretário teria de reativar este setor para incrementar o cofre. “No cenário atual não tem como crescer a arrecadação alagoana”, disse um técnico da secretaria ao EXTRA.
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NOVO GOVERNO
Fato é que Alagoas precisa ampliar sua arrecadação. O PIB alagoano representa 0,67% da riqueza produzida no país, em um ano. Esta porcentagem foi maior no passado. Hoje, porém, um dos problemas é o mecanismo de geração de emprego. Sem mão de obra capacitada e na lanterna federal nos índices sociais, a alternativa é atrair empresas abrindo mão da cobrança de impostos. É a renúncia fiscal. Por ano, são R$ 600 milhões que deixam de entrar nos cofres estaduais. Disse um técnico da Sefaz ouvido pela reportagem que, como Alagoas não tem base industrial, e o setor sucroalcooleiro perdeu 30 mil empregos nos últimos anos, as alternativas para superação deste problema minguam. Há outro complicador: com as mudanças na política econômica do Governo Dilma Rousseff (incluindo o aumento de impostos), é prevista a diminuição do consumo. “Daí você atinge a arrecadação do ICMS e isso vai nos afetar”, explicou um técnico da secretaria. VIAGEM Daí a viagem de George Santoro a Brasília: a discussão com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está na lei complementar 148, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em novembro, mas que os técnicos do Tesouro protelam os efeitos. A lei se refere à mudança do indexador da dívida de estados e municípios com a União. Em Alagoas, a redução é de cerca de 20% (menos R$ 1,3 bilhão), deixando saldo devedor de R$ 8,4 bilhões. Porém, por mês, o Estado continua a pagar R$ 50 milhões aos cofres da União.
A lei complementar existe, mas ainda não está em prática. Em cenário de crise, a União não aceita perder dinheiro: benefícios fiscais, fim dos recursos do BNDES para setores selecionados estão entre as medidas do novo Ministério da Fazenda. Por isso, uma alternativa é adotar a mesma estratégia da era Vilela: empréstimos. Porque os juros serão menores e os prazos para pagamento, maiores. Dinheiro novo garante novos investimentos: melhoria da malha viária do Estado (fator que determina a atração de indústrias, afinal elas terão de escoar a sua produção) é um deles. Teoricamente é assim. Apenas na teoria. Desde novembro de 2012, as contas de Alagoas se equilibram na liminar no Supremo Tribunal Federal (STF), que conseguiu a redução da taxa de juros desta dívida. Os juros de 7,5% ao ano foram reduzidos a 6% e o limite de comprometimento- 15%- baixo para 11,50%. Uma folga de R$ 76 milhões. Ao assinar a renegociação da dívida, na década em 1997, as regras estabeleciam que o pagamento seria em 360 parcelas e juros mínimos de 6% ao ano, além do IGP-DI. A regra é que o limite seria entre 11,5% e 15%, da receita líquida real, dos estados. Só que em Alagoas usouse o “teto”: os 15% para a cobrança. Não foi diferente de outros estados. Refinanciada por 30 anos, a dívida alagoana estava em 1998 orçada em R$ 2,3 bilhões. Em dezembro de 2004, R$ 5,1 bilhões, isso depois de 2002, com um novo acordo das Letras mais a dívida incorporada da falência do Produban, o banco do
Estado. Um ano depois (2005), os cofres de Alagoas tinham desembolsado R$ 1,8 bilhão em juros. Em dezembro de 2005, Alagoas já devia R$ 5,6 bilhões. Dívida alta, pouco dinheiro para pagar, problemas na arrecadação, perspectiva de baixo consumo e mão de obra com pouca qualificação para que Alagoas gere mais riqueza: o secretário da Fazenda, George Santoro, terá muito trabalho pela frente para entender como tirar Alagoas do fosso nacional para a vanguarda no Nordeste. Como quer Renan Filho.
A atuação do senador Fernando Collor junto ao governo federal é também um dos destaques do plano traçado pelo novo governo para mudar a atual realidade financeira de Alagoas
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IPTU
Levantamento por satélite vai detectar construções clandestinas Mansões são erguidas em condomínios e os donos pagam imposto equivalente ao de lotes DA REDAÇÃO
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á cerca de nove anos que um levantamento aerofotogramétrico, ou seja por satélite, não é feito em Maceió. E assim mansões de luxo construídas em loteamentos e casas populares ampliadas de forma irregular sequer são de conhecimento do poder público. Maceió cresceu sem direção e com a falta desse recadastramento que estabelece os valores unitários de metro quadrado de terreno e de construção do município, que possibilita obter o valor venal dos imóveis, utilizado para fins de cobrança do IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano,as irregularidades só tendem a aumentar. À reportagem, o diretor Tributário da Secretaria Municipal de Finanças, Lúcio Elias, garantiu que um novo levantamento será feito este ano. “É verdade que não há esse recadastramento desde 2005, mas o secretário da pasta confirmou que este ano os levantamentos voltarão a ser feitos”. Lúcio informou também que esse trabalho tem um custo alto e por isso demorou a ser feito novamente. Para constatar a existência de construções ou ampliações irregulares basta ter equipes de fiscalização nas ruas reca-
dastrando os imóveis, ou ainda, atendendo as denúncias realizadas por munícipes que frequentemente denunciam construções ilegais. De acordo com informações colhidas junto à Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU) este trabalho é feito e situações de irregularidades são todas embargadas e encaminhadas para a justiça. O custo do metro quadrado de terrenos e áreas construídas são definidos a partir de uma planta de valores. Sobre o valor global (custo do metro quadrado x área) incidem as alíquotas de IPTU de 1% para áreas edificadas; 2% para terrenos com benfeitorias; e 4% para lotes baldios. Questionada sobre a informação de que moradores de conjuntos populares localizados em bairros da periferia estariam reformando suas casas e tais obras não estariam sendo fiscalizadas, a SMCCU informou que todas as irregularidades nessas situações estão sendo encaminhadas para a Justiça e que os fiscais não podem invadir e demolir essas irregularidades sem ordem judicial. REAJUSTE O Imposto Predial Territo-
Lúcio Elias revela que desde 2005 os dados não são atualizados
rial e Urbano (IPTU) cobrado em Maceió foi reajustado em 6,59% este ano. O reajuste baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 5,48%, segundo informou a assessoria da Secretaria Municipal de Finanças. A assessoria informou também que a prefeitura deve arrecadar R$ 10 milhões somente com o reajuste. No total, 210 mil carnês de cobrança serão distribuídos em parceria com os Correios e os contribuintes que realizarem o pagamento da Cota Única até o dia 27 de fevereiro terão desconto de 10%. O reajuste será aplicado em todos os imóveis que não possuem isenção e aqueles que passaram por alguma melhoria ou ampliação terão, além do reajuste, o IPTU recalculado.
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MOROSIDADE
Alagoas não cumpre o Meta 2, programa para investigar homicídios Inquéritos policiais dormem mais de sete anos em gavetas da Justiça
JOSÉ MARTINS Especial para o EXTRA
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os 1.130 inquéritos policiais instaurados no ano de 2009 em Alagoas, apenas 39 foram finalizados. Essa baixa produtividade fez com que o estado amargasse a penúltima posição, perdendo apenas para o Piauí, na terceira fase do ranking do Meta 2, programa que tem como objetivo concluir investigações para crimes de homicídios cometidos no país. O balanço do Meta 2, divulgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), no mês de dezembro, apontou que apenas o Paraná saiu com saldo positivo e conseguiu dar uma finalidade aos inquéritos dos anos de 2007, 2008 e 2009. Em Alagoas, há pendências. Segundo dados do Inqueritômetro, disponível no site do CNMP, Alagoas registrou 3.721 inquéritos datados até 2007, sendo que 2.126 foram considerados concluídos. O restante já espera mais de sete anos nas gavetas da Justiça. Em 2008, o estado registrou um estoque de 1.237 inquéritos. A finalização de 50,8% do total faz com que quase metade dos inquéritos daquele ano ainda aguarde uma solução. Já os de 2009, o índice de produtividade chegou a 3,5%. A Meta 2, programa estabelecido em 2010, quando lançada a Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (ENASP), teve como foco combater a impunidade representada pelos milhares
de homicídios que não haviam sido investigados ou não tiveram uma conclusão. Além de Alagoas, os estados de Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte não atingiram a meta em nenhum dos períodos. Nesta semana, Alagoas foi destaque pode ser um dos estados brasileiros de maior periculosidade para jovens negros. O relatório do Índice de Vulnerabilidade Juvenil 2014 mostrou que os negros de Alagoas correm um risco 8,75 vezes maior de sofrer violência do que um jovem branco. Os três estados mais perigosos, de acordo com o levantamento, são: Alagoas, seguido da Paraíba, Pernambuco e Ceará. Os índices da violência refletem na morosidade dos trabalhos da Justiça. Dos nove estados da região Nordeste, Alagoas ocupa o terceiro lugar dos que mais têm inquéritos a serem concluídos. Em primeiro lugar está a Bahia, com 4.528 pendentes, seguido por Pernambuco, com 4.389, e Alagoas, 3.295. Os que menos aparecem com inquéritos de até 2007 a 2009 são o Piauí, com 37, e Sergipe, 21. A primeira fase do programa visava em concluir os inquéritos instaurados em 2007 até dezembro de 2012. Na segunda fase, que deveria ter se encerrado em dezembro de 2013, a meta era a conclusão de todos os inquéritos instaurados em 2008. A terceira fase consistia na conclusão dos inquéritos de 2009 e deveria estar conclu-
ída até o final de 2014. DIFICULDADES Conforme a assessoria de comunicação do Ministério Público do Estado (MPE), há quatro razões principais para que Alagoas não tenha cumprido o programa Meta 2. O primeiro ponto levantado é a falta de efetivo da Polícia Civil, peça investigatória dos inquéritos, que não supre a demanda de trabalho. Outro argumento é de que diferentemente do que ocorreria em outros estados brasileiros, o MPE de Alagoas não tem a cultura de arquivar inquéritos, que ficam pendentes até a finalização, além da falta de interatividade entre a Polícia Civil, Ministério P[ublico e Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds) por meio de
programas de computador para acelerar os processos investigatórios. A redução de efetivo da Força Nacional em Alagoas também foi citada como um dos motivos da baixa produtividade nas resoluções dos inquéritos. Ainda de acordo com a assessoria, a promotora de Justiça Cíntia Calumby, responsável pelo Meta 2 em Alagoas, se reunirá nos próximos dias com a nova diretoria da Polícia Civil para traçar estratégias para agilizar a investigação dos inquéritos. 2015 Para o ano de 2015, a ENASP pretende atuar junto aos estados que não atingiram a meta para diagnosticar as causas da demora na conclusão dos inquéritos policiais. Em março deverá lançar a
nova Meta 2, que consistirá na conclusão de inquéritos policiais de homicídio em número igual ao de inquéritos instaurados em 2014. Se em determinado estado foram instaurados mil inquéritos em 2014, deverão ser concluídos, pelo menos, mil inquéritos também, não importando o ano de instauração deles. Com isso, pretende-se evitar um acúmulo de investigações. A partir de 2016, pretende-se fazer com que o número de inquéritos concluídos seja maior do que o de novos inquéritos instaurados no ano anterior, de modo que nos próximos cinco anos todos os estados tenham eliminado a existência de inquéritos policiais com mais de um ano de instauração.
12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015 AUDITORIA MÉDICA
Servidora federal denuncia abuso de plano de saúde Exigência de autorização para exames contraria resolução do CFM e o Código de Ética Médica Para fazer exames solicitados pelo médico que a acompanha, Keila tem que passar por perícia do plano VERA ALVES veralvess@gmail.com
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s entraves para a realização de simples mas necessários exames de colonoscopia com anestesia e de endoscopia digestiva levaram a servidora do Ministério da Fazenda em Alagoas Keila de Souza Oliveira a denunciar o abuso da operadora de saúde para autorização dos procedimentos. Na quarta-feira (7) ela decidiu buscar seus direitos junto ao Ministério Público Estadual depois de ter sido informada que para fazer os exames teria antes de passar por auditoria médica, contrariando estritamente resolução do Conselho Federal de Medicina e o Código de Conduta Médica. Usuária da Assefaz, a Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda, Keila Oliveira procurou a operadora na terça, 6, um dia após seu médico – também credenciado ao plano – ter prescrito a realização urgente dos exames. Ocorre que foi informada por um funcionário (Marcos Fernando) de que teria de passar pelo crivo da médica auditora, sendo que somente estaria disponível no dia seguinte. “Fiquei revoltada por duas razões, uma pelo fato de que se o plano exige auditoria para au-
torizar exames, deveria manter o médico auditor diariamente. Mas a revolta maior se deve ao fato da ilegalidade na exigência da auditoria, o que precisa ser denunciado por todas as pessoas cujos médicos prescrevem procedimentos que algumas vezes são até vetados com o fito de reduzir os custos das operadoras”, diz. E Keila tem razão. A Resolução 1614/01 do Conselho Federal de Medicina, em seu artigo 8º assinala ser “vedado ao médico, na função de auditor, autorizar, vetar, bem como modificar, procedimentos propedêuticos e/ou terapêuticos solicitados, salvo em situação de indiscutível conveniência para o paciente, devendo, neste caso, fundamentar e comunicar por escrito o fato ao médico assistente”. O Código de Ética Médica é ainda mais claro sobre a questão, ao afirmar, em seu artigo 94, ser proibido ao médico “intervir, quando em função de auditor, assistente técnico ou perito, nos atos profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o relatório”. Em outro artigo, o 97, o código também destaca ser vedado ao médico “autorizar, vetar, bem como modificar, quando na
função de auditor ou perito, procedimentos propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no último caso, em situações de urgência, emergência, iminente perigo de morte, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente”. DEMANDAS JUDICIAIS Alvo de queixas de usuários das operadoras de saúde por todo o país, a auditoria ou perícia, na forma em que tem sido utilizada, tem ensejado há anos demandas judiciais e denúncias junto aos órgãos de fiscalização como os conselhos estaduais e Federal de Medicina. Ex-membro do CFM, o professor de Medicina e de Direito da Universidade Federal da Paraíba Genival Veloso França sintetizou a realidade, ao afirmar que, “infelizmente, a auditoria médica, tal qual vem sendo instituída, tem quase sempre o sentido de reduzir custos médicos e institucionalizar uma medicina de modestos padrões, para justificar uma crise em que o sistema implantado não tem contribuído para tão desastrada falência”. Reforçando os dispositivos do Código de Ética Médica e da Resolução do CFM, assinala, ainda, que “a análise do auditor sobre exames solicitados, críticas às técnicas cirúrgicas reali-
zadas, ao internamento e, principalmente, aos procedimentos propedêuticos e terapêuticos, são interferências descabidas e afrontosas à dignidade profissional e à autonomia técnicocientífica de cada médico”. É também do CFM outra decisão, no julgamento do mesmo tipo de queixa de usuários de planos de saúde, que reforça esta posição, ao aprovar parecer do então conselheiro Paulo Berehens, segundo o qual “não é atribuição dos médicos auditores autorizar exames complementares e procedimentos solicitados pelos médicos assistentes por ferir-lhes a autonomia e cercear-lhes o exercício profissional”. O próprio Superior Tribunal de Justiça, lembra Keila Oliveira, tem reforçado a vigência dos dispositivos que condenam a auditoria da forma como vem sendo empregada. Ela cita parecer do então ministro Carlos Alberto Menezes Direito, no julgamento de um processo sobre auditoria médica, no qual ele destaca que é preciso deixar bem claro que “o médico e não o plano de saúde é o responsável pela orientação terapêutica”. Menezes, inclusive, teve parecer aprovado por unanimidade pela Terceira Turma do STJ, em 2007, no julgamento de uma questão envolvendo a Fundação
Assefaz, no qual diz: “Evidentemente, não se é ingênuo para não entender que a representada Fundação Assefaz impõe a seus pacientes-usuários a reprovável prática (auditoria/ perícia médica) em desfavor da saúde/vida de seus milhares de pacientes-usuários com o objetivo de barateamento dos custos médico-hospitalares”. Keila destaca ainda que, a despeito das sucessivas decisões dos colegiados e das Cortes superiores que condenam os abusos cometidos pelas operadoras de saúde no que se refere à auditoria-perícia médica, estes continuam sendo um transtorno para os usuários, razão pela qual é preciso que as pessoas os denunciem junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM) e Ministério Público. Destaca, ainda, que as operadoras estão passíveis de responder por tais abusos, conforme o próprio CFM, que, na análise de consulta feita pelo CRM de Alagoas, aprovou parecer do então conselheiro federal Oliveiros Guanais de Aguiar segundo o qual “uma empresa que se dedica à prestação de assistência à saúde, ao negar autorização para um cuidado médico ou tratamento, responderá pelas consequências danosas tanto na esfera ética como no campo jurídico”.
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SAÚDE EM XEQUE
Alagoas registra 100 mortes por diarreia em apenas nove meses Relatório confirma falhas na assistência médica a pacientes e falta de orientação à população sobre cuidados com a higiene VERA ALVES veralvess@gmail.com
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escaso com os pacientes, falta de ações básicas como orientação à população sobre os cuidados com a higiene e falhas na distribuição do hipoclorito de sódio são as principais causas do elevado número de óbitos registrado em Alagoas por diarreia. Entre janeiro e setembro do ano passado, 100 pessoas morreram devido a uma doença evitável e de características medievais, conforme relatório da Superintendência de Vigilância à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que também deixa entrever as falhas de atendimento no Hospital Geral do Estado (HGE), onde ocorreram 31 das mortes. Os dados de 2014, ainda parciais, apontam para o crescimento de número de óbitos por doenças diarreicas na ordem de 35,1% em relação a 2012 e queda de 114% quando comparados ao mesmo período de 2013, ano em que houve uma epidemia no estado motivada por problemas na qualidade da água consumida pela população. Do total de 4.378 internações por diarreia registradas entre janeiro e setembro de 2014, a maior parte – 1.629 – foi de crianças na faixa etária de 1 a 4 anos. Mas o número de mortes foi maior entre os idosos (acima de 60 anos), que somaram 64%
dos óbitos, sendo que a maioria concentrada na faixa de 60 a 79 anos. Em relação ao sexo, 54% das mortes foram de homens, o que confirma ser ainda incipiente os cuidados com a saúde entre a população masculina. A boa notícia é que não houve registro de mortes no período na faixa etária de 1 a 19 anos, embora o relatório destaque que os dados “não retratam a realidade em virtude de vários municípios apresentarem subnotificação no registro”.
De acordo com o levantamento, 90% das mortes foram causadas por infecções intestinais presumíveis, ou seja, de fácil prevenção
ATENDIMENTO FALHO As mortes por diarreia foram registradas em 38 municípios alagoanos, sendo que 31 dos mortos residiam em Maceió e 10 em Arapiraca. Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema e São José da Tapera, tiveram 4 habitantes mortos por diarreia cada um. Na capital, onde também foram atendidos moradores de outros municípios, é que houve o maior número de óbitos –49 – sendo que 31 ocorreram no Hospital Geral do Estado, de acordo com o levantamento da Sesau. Os hospitais regionais de Arapiraca e Santana do Ipanema registraram 10 mortes cada um por diarreia. Tais números evidenciam que, ao contrário do que as famílias dos mortos esperavam,a busca pelo atendimento médico não garantiu a sobrevivência do paciente. O relatório revela que,
A falta de cuidados com os idosos também fica latente, já que a maior incidência de óbitos se deu na faixa etária acima de 60 anos
durante as investigações dos óbitos nas unidades hospitalares “observou-se que a maioria dos pacientes apresentou várias entradas. As informações dos prontuários são pobres; não há registro de anamnese adequada para identificação do estado geral e provável comorbidade do paciente; não há solicitação de exames para diagnóstico laboratorial do agente causador da doença; a observação do estado do paciente até a sua liberação
é falha, levando ao retorno com agravamento e estado de choque, e consequência de óbito”. Traduzindo: quem está com diarreia e procura um hospital da rede pública não é submetido a qualquer exame de laboratório para saber a origem do mal; é medicado de forma quase aleatória, já que o diagnóstico é feito a olho nu, e liberado. Dias depois retorna com o quadro de saúde agravado e termina morrendo.
Está também no relatório a crítica à falta de ações básicas de saúde, como “ações educativas de orientação à população do simples cuidado de higiene, assiduidade da distribuição de hipoclorito de sódio com as devidas orientações, a falta de acompanhamento das crianças com as consultas de puericultura, a implantação da Terapia Reidratante Oral (TRO) nas Unidades Básicas de Saúde. Essa carência da assistência contribui para a situação crítica, levando o paciente com diarreia a apresentar um agravamento no seu quadro clínico, sendo necessária a procura pela assistência hospitalar”. O que se depreende das conclusões dos próprios técnicos que investigaram os óbitos é simples: se os governos gastassem menos com publicidade para se autopromoverem e investissem em campanhas de orientação à população sobre cuidados básicos com a saúde e higiene, Alagoas deixaria de registrar mortes por doenças que remontam à Idade Média.
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RETROCESSO
Prefeito de Palmeira dos Índios corta salário dos professores James Ribeiro reduziu 15% das vantagens sobre o piso nacional do professorado e 2% sobre os triênios, além de aumentar de 3 anos para 5 anos o estágio probatório GEOVAN BENJOINO benjoinogeovanjornalista@hotmail.com
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prefeito de Palmeira dos ,Índios James Ribeiro, reduziu de 50% para 35% as vantagens sobre o piso nacional do Magistério, e de 5% para 3% sobre os triênios dos professores da rede municipal de ensino, cujo Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) ampliou o estágio probatório de 3 anos para 5 anos, tornando insegura a situação inicial dos professores que estão nesse período. O novo PCCV, que passou a vigorar a partir de 1º de dezembro de 2014, embora o projeto de lei enviado pelo prefeito à Câmara Municipal tenha sido aprovado no dia 29 daquele mês, afetou drasticamente o salário total dos professores municipais, que vêm sofrendo desde 2012 até 2014 defasagem salarial de 20.47%, segundo a presidente do Sinteal/Palmeira dos Índios, Vânia Calheiros, inconformada com as novas mudanças na Educação provocadas pelo município. Professor com formação acadêmica superior recebe o piso nacional, que a partir deste mês passou para R$ 1.917,78. O professor da rede municipal de ensino de Palmeira dos Índios recebia além do piso nacional até dezembro de 2014 mais 50% concedidos pelo prefeito Albérico Cordeiro, que também havia estabelecido o estágio probatório em 3 anos,
atendendo as reivindicações dos profissionais da Educação. Agora o percentual caiu para 35% a pedido de James Ribeiro, cuja política educacional foi aprovada pelos seguintes vereadores: Val Basílio, Roberto da ValeDourado. Marta Gaia, Gilberto Vitório, Ronaldo Raimundo, Sérgio Passarinho e Ernandes da Saúde, mesmo todos sabendo que a Comissão de Constituição do próprio legislativo local desaprovou o projeto de lei. Votaram contra o então projeto de lei do PCCV, os vereadores Júlio Cesar, Márcio Henrique e Sheila Duarte. Ausentaram-se Édila Canuto, Tales Targino e Fábio Targino. Quanto ao presidente da Câmara, Salomão Torres, ele não votou porque os colegas não empataram. Caso tivesse acontecido, o referido vereador atenderia ao prefeito, pois ele pertence à bancada situacionista. As férias de 45 dias foram reduzidas para 30 dias provocando uma redução do dinheiro correspondente a essa conquista regulamentada pela Resolução 02/98 do Conselho Nacional de Educação. Foi reduzida também a indenização para custear transporte do professor para a zona rural, em contraste ao aumento do deslocamento físico. Os 25 anos responsáveis pela aposentadoria do professor são divididos em triênios representados por letras de A
Professores da rede municipal perderam vantagens que haviam conquistado em outras administrações
a I do alfabeto brasileiro. Um professor com 25 horas letra F (de 15 a 18 anos de tempo) recebe agora R$ 1.882,91, enquanto o salário anterior era 1.853,96. O aumento de 1,56%ficou muito aquém dos 20,47% que deveriam ter sido aplicados, conforme enfatiza a sindicalista Vânia Calheiros. “Isso é um absurdo; além da desafasagem, agora um rebaixamento de 17%. Os nossos direitos foram violados injustificadamente”, ressalta. A professora considera outro absurdo o parágrafo 3º do artigo 13 do PCCV, que permite ao profissional da Educação em estágio probatório exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação. “Isso não era nunca para ter sido aprovado. O servidor tem que exercer o estágio probatório para o cargo para o qual prestou concurso”, ressal-
ta Vânia Calheiros desconfiada de que tal permissão favoreça o apadrinhamento político. O novo PCC também reduziu de 2,5% para 2% o percentual sobre os triênios dos demais profissionais da Educação e mudou a data base da categoria de março para abril, além de ter reduzido 10% da gratificação concedida aos professores que trabalham com alunos portadores de necessidade especial. O achatamento salarial, que foi iniciado imediatamente, refletirá na aposentadoria dos profissionais da Educação, lembra Vânia Calheiros. “Lamentavelmente essa realidade, que começou a diminuir agora o poder de compra dos companheiros e companheiras de labuta, provocará perdas significativas no encerramento da carreira, quando então as nossas necessidades aumentarão”, disse. Com relação ao retroativo pago recentemente aos profis-
sionais da Educação, Vânia Calheiros revelou que o fato só foi possível porque sobrou dinheiro em virtude de a prefeitura ter retirado dos professores 17% das vantagens conquistadas pela categoria e ter mantido a defasagem salarial em 20,47%. “Esse dinheiro não caiu do céu, ele saiu do bolso do próprio professor para os colegas profissionais da Educação. É preciso que isso fique esclarecido”, ressalta. Vânia Calheiros revelou que o Sinteal vai acionar a Justiça para cobrar a reparaçãodos prejuízos provocados pelo novo Plano de Cargos e Carreira da Educação palmeirense. “Esse PCCV é um presente de grego. Ele é um retrocesso profundo que contraria evidentemente princípios legais de valorização dos profissionais da Educação”, enfatiza a representante dos professores e demais profissionais de Educação da terra Xukuru-Kariri.
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(I)MOBILIDADE URBANA
SMTT confunde cadeira de rodas com quadriciclo e expulsa cadeirante de calçada Bizarrice ocorreu no calçadão da Pajuçara e foi protagonizada por guardas municipais despreparados DA REDAÇÃO
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ma moderna cadeira de rodas motorizada – importada da Coreia do Sul – foi proibida de circular pelo calçadão da Pajuçara, área reservada a pedestres e cadeirantes. Despreparados, os agentes da SMTT confundiram a cadeira de rodas com um quadriciclo motorizado, de uso exclusivo em ruas e estradas de barro. A vítima foi o empresário José Maria Pedrosa - o Pedrosinha da Viçosa - que é deficiente físico e se movimenta na cidade em uma cadeira de rodas motorizada movida a bateria. Apesar de circular pelos calçadões da Pajuçara e Ponta Verde há mais de um ano, ele nunca foi incomodado pelos “zelosos” guardas da SMTT.
“Já fui parado várias vezes, mas por outros cadeirantes curiosos em conhecer a nova tecnologia da mobilidade urbana, nunca por guarda de trânsito”, disse o empresário, indignado com a atuação bizarra dos guardas municipais. Com design moderno, luzes de alerta e outros assessórios de segurança, a cadeira motorizada do Pedrosinha confundiu a cuca dos guardas da SMTT, que o impediram de usar o calçadão da Pajuçara. “Veículo motorizado está proibido de trafegar pelas calçadas e passeios públicos; o senhor não pode circular por aqui”, disse um dos guardas, ao obrigar o empresário a trocar o calçadão da Pajuçara pela rua, no caso a avenida Sílvio Vianna. Diante da exigência
absurda da “autoridade”, Pedrosinha foi forçado a disputar espaço entre os automóveis expondo-se ao risco de acidentes. Indignado, o empresário levou o caso ao superintendente da SMTT, Tácio Melo da Silveira, que prometeu punir
os funcionárioss e conceder uma licença especial para garantir a livre circulação da cadeira motorizada pelas calçadas da cidade. Em tempo: no momento em que o órgão de trânsito de Maceió proíbe o uso de cadeiras de roda nos calça-
dões, a Prefeitura de São Paulo liberou recentemente o uso das ciclovias paulistas também para cadeirantes, que já utilizam as calçadas da cidade. É mais uma medida de apoio à mobilidade urbana, coisa desconhecida dos agentes da SMTT.
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ESCÂNDALO DO PETROLÃO
Youssef aponta Eduardo Cunha como beneficiário de propina, diz jornal Segundo o Estadão, doleiro disse em delação premiada que repassou dinheiro ao líder do PMDB por meio de lobista apontado como operador do partido CONGRESSO EM FOCO
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doleiro Alberto Youssef, preso acusado de operar um esquema que movimentou mais de R$ 10 bilhões na Operação Lava Jato, apontou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como um dos beneficiários de propina do esquema de corrupção e cartel na Petrobras, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. De acordo com a reportagem, Youssef disse em delação premiada ao Ministério Público Federal que o lobista Fernando Antonio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como operador do PMDB no esquema, fez repasses ao líder do PMDB, considerado o principal candidato à presidência da Câmara. Em entrevista ao Estadão, Eduardo Cunha afirmou que conhece Fernando Baiano e que o recepcionou em seu escritório na condição de representante de uma empresa espanhola, mas que jamais recebeu dinheiro dele. “Quem deve esclarecer isso é o senhor Fernando
Baiano”, declarou ao jornal. O peemedebista também disse não acreditar que Youssef o tenha acusado na delação premiada. “Eu tenho certeza absoluta que essa informação é falsa. Não existe nada. Eu tenho absoluta convicção”, afirmou. “Não o conheço, como nunca vi Alberto Youssef”, afirmou o deputado aos repórteres Fausto Macedo e Ricardo Brandt. Fernando Baiano foi denunciado pela Procuradoria da República em dezembro por corrupção e lavagem de dinheiro, acusado de receber, juntamente com o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, US$ 40 milhões para viabilizar contratos de navios-sonda. Reportagem da Folha de S.Paulo publicada ontem informou que o Ministério Público Federal prepara pedido de abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o líder do PMDB com base em declaração do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, acusado de entregar
Cunha diz conhecer lobista, mas nega propina: ‘Quem deve esclarecer isso é o senhor Fernando Baiano’
Ele não afirma que se trata de mim, mas que apenas ouviu dizer. A localização não tem nada a ver comigo, o endereço não bate com o meu endereço” EDUARDO CUNHA
dinheiro a agentes públicos a mando de Youssef. Em entrevista à Folha, Eduardo Cunha disse que já tinha conhecimento da citação de seu nome por parte do policial. O deputado relata que, no depoimento, Careca afirma que entregou determinado valor em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio, e que “teria ouvido dizer” que se tratava de seu endereço. “É um fato absolutamente conhecido. Ele não afirma que se trata de mim, mas que apenas ouviu dizer. E a localização não tem
nada a ver comigo, o endereço não bate com o meu endereço. Estou absolutamente tranquilo”, disse o peemedebista. De acordo com o Jornal Nacional, a defesa de Careca apresentou uma retificação de seu depoimento à Justiça. Segundo os advogados do policial, o dinheiro do doleiro foi entregue em outro local, no Condomínio Novo Leblon, ao proprietário da residência. Ainda conforme a defesa, funcionários do condomínio informaram que Eduardo Cunha nunca morou lá.
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- MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015 -
Policial diz que entregou dinheiro a Anastasia, senador eleito pelo PSDB CONGRESSO EM FOCO
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m policial federal acusado de distribuir dinheiro a agentes públicos a mando do doleiro Alberto Youssef disse ter entregado R$ 1 milhão ao senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG) em 2010, informa a Folha de S. Paulo. Naquele ano, Anastasia, que era vice de Aécio Neves (PSDB), elegeu-se governador. De acordo com a reportagem de Andréia Sadi, o caso está sob análise na Justiça Federal do Paraná e não foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República porque Anastasia só foi diplomado às vésperas do re-
cesso do Judiciário. Segundo a Folha, em depoimento prestado em 18 de novembro, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, disse que entregou o dinheiro ao então candidato a governador em 2010 a mando de Youssef em sua própria casa, em Belo Horizonte. Careca afirmou que só soube quem era o destinatário depois da eleição de Anastasia. O tucano negou qualquer envolvimento com o caso. “É totalmente fora da realidade. Meu único patrimônio é moral, tenho toda uma reputação de honestidade. Qual seria o propósito disso? Fica até difícil comentar algo
tão absurdo”, respondeu ao jornal o senador eleito. O policial também envolveu o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), em seu depoimento, ao dizer que entregou dinheiro em uma residência na Barra da Tijuca onde moraria o peemedebista. Por causa dessa declaração, o Ministério Público Federal pretende pedir a abertura de inquérito contra o candidato à presidência da Câmara, informou ontem a Folha. Mas a defesa do policial apresentou uma retificação de seu depoimento, dizendo ter sido informada que o deputado jamais morou naquele imóvel.
Antonio Anastasia teria recebido R$ 1 milhão do doleiro Alberto Youssef
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18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015 MEA CULPA
Promotora diz que falta preparo para lidar com Lei Maria da Penha Membro do Conselho de Direitos da Mulher, Maria José Alves afirma que é preciso dar efetividade aos projetos de combate e prevenção à violência doméstica e familiar MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com
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pontada como uma profissional linha-dura, a promotora de Justiça Maria José Alves da Silva há menos de um mês assumiu a vaga de representante do Ministério Público Estadual no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher e fala do novo desafio. Fazendo o “mea culpa”, diz que a Lei 11.340/2006, conhecida como Maria da Penha, não é branda e sim que os operadores do Direito estão despreparados para atuar a contento com a lei . E provoca ao dizer que a exposição de motivos da lei é didática e que seu artigo 12 é claro, mas pergunta: “quem leu?” Atuante por mais de 16 anos nas questões ligadas à criança e ao adolescente, a promotora disse que como conselheira, o principal desafio é dar efetividade a projetos e programas governamentais de combate e prevenção à violência doméstica e familiar contra a mulher. Mas as ações não param por aí. Esclarecer a população feminina dos seus direitos, capacitar profissionais de áreas de atendimento à vítima e aperfeiçoar os operadores do direito na aplicação adequada da Lei Maria da Penha também norteiam a atuação do Conselho. Em relação às estatísticas da violência no Estado, a conse-
lheira tece críticas, afirmando que “brinca-se em Alagoas de fazer estatística”. Segundo ela, “o levantamento de dados é rasteiro, não se leva em conta que estatística é uma ciência e como tal deve ser encarada e trabalhada. E por que assim é, o diagnóstico é falho, falseia uma verdade eas políticas públicas acabam por não atender a demanda de fato e necessária”. A promotora cita como exemplo a divulgação do relatório da CPMI - Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre a Violência contra a Mulher, em agosto de 2013 e revela ter sido pega de surpresa com os dados apresentados. Titular da 38ª Promotoria de Justiça da Capital, exclusiva e privativa dos feitos com incidência da Lei Maria da Penha, segundo ela os dados da CPMI no tocante ao município de Maceió não condiziam com a verdade, com a realidade.“Há sim um grande número de casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, entretanto, o índice maior é de ameaça, crime previsto no artigo 147 do Código Penal Brasileiro, e de lesão corporal, artigo 129 do mesmo diploma legal”. E acrescenta: “Hoje, se pedirem ao cartório do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, único da Capital, dados relacionados aos tipos de crimes e aos números de procedimentos, a
OUTROS MEIOS
Promotora Maria José Alves explica abrangência da Lei Maria da Penha
resposta será que não tem como informar ou será no ‘chutômetro’. Portanto, os dados divulgados podem ser tudo, menos dados estatísticos”. A conselheira esclareceu que, embora toda ação ou omissão com incidência da Lei Maria da Penha seja violência doméstica e familiar contra a mulher, nem toda violência doméstica e familiar contra a mulher será sob a forma desta lei, porque esta ressalvou que os seus efeitos far-se-ão sempre que tal violência tenha por base o gênero. Isto é, a violência ocorre pelo simples fato de ser a vítima uma mulher, o outro a vê como ser inferior, como alguém submisso, passivo. “A Lei 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, em seu artigo 5º, expressa que, para os efeitos desta lei, configura violência doméstica e familiar con-
tra a mulher toda ação ou omissão baseada no gênero”, explica, acrescentando que o combate a todo tipo de violência, discriminação e preconceito se faz com base em dois eixos: prevenção e punição. De acordo com a promotora de Justiça, de forma geral, o alto índice de violência contra a mulher é histórico, cultural. Mas, ao atuar no caso individual deve-se analisar cada caso individualmente. “A Lei Maria da Penha não criou tipos penais novos, de forma alguma. Os tipos penais estão no Código Penal e na Lei de Contravenções Penais. A Maria da Penha estabeleceu as circunstâncias nas quais ocorrem a violência doméstica e familiar contra a mulher e conceituou os tipos de violência, conforme disposto nos artigos 5º e 7º respectivamente”, reforça.
Maria José Alves esclarece que quanto aos demais crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher sem a incidência da Lei Maria da Penha, a competência será determinada pelo tipo penal, assim, há crimes de competência dos Juizados Especiais Criminais ou das Varas Criminais Não Privativas. Já no caso de homicídio ou tentativa de homicídio, o caso fica com o Conselho até a pronúncia, depois vai para as Varas do Tribunal do Júri. Vale ressaltar que o Cedim - Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher- como todo conselho, é um órgão colegiado, com representantes da sociedade civil e do poder Executivo. “No Conselho não há promotor, defensor público ou secretários, há conselheiros, todos com voz e voto. O papel do Conselho é fomentar, implantar e implementar as políticas públicas”, frisa. A promotora ensina que para mudar este índice de violência só através de investimentos em uma educação de qualidade e comprometida, com capacitações. “Precisamos, urgentemente, mudar este ‘status quo’. Sabemos, porém que mudanças assim se fazem ao longo de vidas, não são alterações estanques. Por isso, é de capital importância investir desde cedo na mudança de comportamento, de cultura e postura. Assim fazendo estaremos trabalhando a prevenção e contribuindo para uma sensível derrubada dos altos índices de violência”.
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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br
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Para refletir: “O Ministério Público continuará intransigente no cumprimento do seu dever legal. Só quem não gosta do Ministério Público são os fora-da-lei” (Procurador Sérgio Jucá)
Um desabafo contra os maus
Confronto à vista
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hamou a atenção de todos o discurso do desembargador José Carlos Malta Marques ao se despedir do cargo de presidente do Tribunal de Justiça, destoando de sua postura ponderada e muitas vezes até acomodada diante de fatos e circunstâncias envolvendo o Poder Judiciário. Foi contundente inclusive deixando notadamente constrangidas algumas personalidades presentes a solenidade de posse do novo presidente, desembargador Washington Luiz. Mas foram palavras verdadeiras, arrancadas do peito como se fosse um desabafo de despedida e indignação diante do quadro institucional que se apresenta no Brasil e em particular por aqui mesmo. Destacou o papel desempenhado pela imprensa e as ações da Justiça diante do quadro degradante que atinge principalmente as instituições políticas e seus protagonistas. Foi enfático ao dizer: “Tive a oportunidade de assistir, pela atuação destacada da mídia e da Justiça Brasileira, a mais grave crise moral e institucional que se tem notícia neste País. Apodrecidas estão as instituições determinadas em seu mais alto escalão, escudadas quase sempre em rota desculpa de desconhecimento dos fatos graves constatados. Todos em proveito dos que dizem desconhecê-los, por entenderem que, assim, fogem da responsabilização. Isso se faz desmedidamente, em verdadeiro desvario, como zombaria à consciência lúcida da nação brasileira”. Foi um direto e certeiro tiro nos fatos que apodreceram o país pelo roubo, pela corrupção e pela irresponsabilidade com a coisa pública e o comportamento farsante do ex-presidente Lula, da presidente Dilma Rousseff e outras figuras envolvidas em escândalos dos quais “nunca souberam”. E veio muito bem dado e com direção certa o recado para a política local: “No Estado de Alagoas, talvez à guisa de objetivos que se afiguram pouco dignos, pois sem publicação e exteriorização de seus conteúdos, o exemplo nacional é seguido. E tenta-se colocar o Executivo e o Judiciário em posição de rendição e concretizam tal pretensão em edição de formulações legislativas que, mercê de emendas, fazem-nas integrantes do sistema legal estadual, de modo tal que a única utilidade é consubstanciada em verdadeira reserva a colocar a própria instituição legislativa, por tal imposição, em posição paralela e ao lado da aplicação real dos dispositivos dali emanados. Esquecem-se, aqueles que engendraram tais emanações, que ninguém pode se sobrepor à lei, em sua concepção ética pura e moral”. Como seria bom que as palavras do desembargador fossem ouvidas e seguidas pela Assembleia Legislativa que assume um novo mandato. Mas certamente não acontecerá pois eles serão praticamente os mesmos, com os mesmas vícios, os mesmos desempenhos e os mesmos crimes.
- MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015
Um filme para envergonhar Infelizmente no Brasil funciona assim: se não presta merece ser mostrado e até financiado com o dinheiro do povo. Assim tem sido pelo menos nos últimos oito anos. Não surpreso me deparo com a noticia de que a vida do inútil personagem Jean Wyllys vai ser transformada em um filme. Vencedor do abominável “Big Brother Brasil” da rede Globo, se fez deputado federal e pela incapacidade de escolha do povo reeleito na última eleição. Sua atuação no Congresso é praticamente nula a não ser sua defesa do movimento LGBT. Vive a criar polêmicas com o intuito de aparecer. O governo federal aprovou a liberação da bagatela de R$ 842.648 para a produção do filme que mostrará a “trajetória política”. É um abuso com o dinheiro público e uma afronta a tantas figuras de expressão nacional que mereciam um filme para enaltecer e divulgar o Brasil positivamente. Este é o Brasil que temos, mas não é o que merecemos.
Uma equipe com crédito O governador Renan Filho tem mostrado claramente que tem o seu tempo de pensar, avaliar e fazer as escolhas certas. Enganou-se redondamente que imaginou que seria diferente. Desde o inicio mostra que não tem pressa para escolher, mas quer agilidade e responsabilidade quando escolhidos. Pode e deve ter contrariado alguns de seus supostos aliados, mas surpreende positivamente com a escalação do time que vai comandar. O nome mais recente até o fechamento da coluna foi o do advogado Antônio Carlos Gouveia (Cacá Gouveia). Advogado brilhante, com vasta experiência no setor público e defensor intransigente da moralidade, da legalidade e da eficiência na Administração. Vai dirigir um órgão vital ( DETRAN) onde o passado mostra vícios arraigados e práticas nada republicanas em gestões anteriores. Mais um gol do governador.
Os erros do passado Não tenho dúvidas de que o secretário Luciano Barbosa fará uma eficiente gestão à frente da Secretaria de Educação. Seu passado o credencia e faz com que se possa ter plena confiança nos resultados positivos em setor tão maculado nos últimos anos. Teremos que ter paciência, pois a coisa não se faz em um passe de mágica. O seu primeiro e principal objetivo é de ordem legal e moral. Pega um órgão dilacerado por administrações irresponsáveis e graves denúncias de desonestidade. Precisa reunir uma qualificada equipe de auditoria, apurar fatos e imediatamente denunciar, pois do contrário vai sobrar pra ele mais na frente. Precisa saber o que aconteceu na Secretaria de Educação nos últimos anos. No mais ele dará conta com a competência que lhe é peculiar.
Entidades ligadas aos trabalhadores rurais repudiaram as declarações da nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), nas quais ela disse que “não há latifúndio” no Brasil e que a reforma agrária não precisa ser feita “em massa”. Para Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, as declarações da ministra negam sua própria existência. “Ela está negando sua própria existência porque ela é uma latifundiária clássica”, afirmou. Já o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias (PT), defendeu a necessidade de fazer a reforma agrária no país e disse que não basta “derrubar a cerca do latifúndio” no Brasil. As afirmações de Patrus contrariam tudo o que falou sua colega Kátia Abreu.
Governador com o MP As primeiras atitudes tomadas pelo governador Renan Filho mostram sua clara intenção de governar alinhado com os princípios constitucionais da administração e mais: prestigiando as ações do Ministério Público, guardião dos direitos da sociedade e a instituição mais acreditada hoje pela sociedade. Suas recentes declarações não deixam dúvidas de seu compromisso: “O Ministério Público, guardião da cidadania e dos direitos daqueles que não têm voz e nem vez, tem em Sérgio Jucá um de seus mais bravos e preparados membros. Alagoas conhece, respeita e admira a dedicação de Sérgio Jucá ao trabalho. Conhece sua bravura no combate a quem enxovalha a lei, seu destemor na luta contra o crime, sua indignação ao repudiar a corrupção, seu inconformismo com a impunidade. Um Ministério Público forte e atuante é a garantia de que o povo e a democracia serão defendidos sem esmorecimento. É motivo de esperança e otimismo para o Estado e para o governo que se inicia”. (Renan Filho).
Não atrapalhem Se denominando “grupos culturais” e sem nenhuma representatividade legal ou institucional, alguns grupelhos de insatisfeitos ameaçam radicalizar com relação à nomeação de Mellina Freitas para a Secretaria Estadual de Cultura. Não sabem o que estão dizendo ou fazendo, com certeza. O governador Renan Filho jamais aceitaria pressão de tamanho absurdo e insanidade. Mellina se mostra humilde e aberta a conversar com esses grupos, coisa que não aconselho fazer, pois em nada irão contribuir com sua gestão. O próprio governador declarou do alto de sua autoridade na escolha que “Mellina será uma das revelações do nosso governo”. E pode estar certo que será mesmo. A secretária tem o apoio dos segmentos culturais mais importantes do estado e que certamente darão sua contribuição para a cultura alagoana.
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ARTIGOS
Sebastião Nery: uma amizade que começou na Rússia MAURÍCIO MOREIRA
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titulo do artigo é muito profundo, pois nunca estive na Rússia, a não ser através da história, da literatura e dos filmes. Mas, de uma maneira muito forte, já estive na Rússia antes de nascer, através de meu pai. Há uma corrente não só de espiritualistas, mas também de cientistas respeitados que tem teorias que carregamos dentro de nós a memória dos genes predominantes que nos formam. No meu caso, com certeza, o gene predominante foi o paterno, não só fisicamente, mas no caráter, psicologicamente e espiritualmente. Na primavera de 1957 meu saudoso e querido pai, jovem, idealista, filho de usineiro, mas simpatizante dos ideais so-
cialistas, embarcou para Moscou, então capital da extinta União Soviética, para participar do Festival Comunista, onde conheceu o jornalista Sebastião Nery. Ao ser apresentado a Sebastião Nery, tive a sensação, de “déjà vu” expressão que vem do francês e pode ser traduzida literalmente como “já visto”. Depois, ao ler sua coluna, a sensação que senti estava explicada. Nery comentou em uma de suas crônicas que esteve em Moscou em 1957 e conheceu um amigo do meu pai. E depois de ler a coluna, liguei para o Nery e perguntei se ele tinha conhecido Napoleão Moreira e ele respondeu rapidamente que tinha conhecido muito e até se lembrava da primeira vez que o viu, ressaltando o que anos depois escreveu na sua biografia “A Nuvem”. “Do Nordeste conheci uma figura surpreendente, Napoleão Moreira, jovem, simpático, elegante, bem falante, usineiro esquerdista de Alagoas”. Espiritualmente, foi exatamente no encontro de Nery com meu pai que foi plantada a semente que viria a brotar no
futuro a grande amizade que tenho com Sebastião Nery. Hoje afirmo, com convicção, que amigo é o irmão que podemos escolher. Mas um grande gesto de Nery e da sua querida esposa e também minha querida amiga Bia, num certo momento de extrema adversidade, em todos os sentidos, em que eu estava vivendo, inclusive correndo risco de vida, pois tinha feito diversas denúncias na imprensa. E nesse momento difícil, eles passaram uma semana em minha casa na Praia do Toque, em São Miguel dos Milagres, e Nery concedeu diversas entrevistas. E em uma dessas, tive o prazer e a satisfação, de tê-lo ligado a outros meus queridos amigos da imprensa alagoana, como Fernando Araújo e Canetinha. O titulo do livro da biografia de Nery “A Nuvem” é profundo e poético, pois no universo aonde existir vida inteligente sempre haverá a nuvem, por ela trazer a água que irriga a semente fértil e alimenta o homem. Nery é a própria nuvem, aquela que sempre voltará e a sua passa-
gem aqui na terra foi, é e continuará “ad infinitum”, expressão latina que pode ser traduzida no infinito, por ter se tornado o Papa do jornalismo brasileiro. Tornou-se grande, porque com a sua coragem cívica, pessoal e vigor intelectual bri-lhante, enfrentou muitas vezes o arbítrio e sempre denunciou, com seu estilo único de escrever, os poderosos que lançaram o nosso país num triste momento, durante os anos de chumbo. Nery sempre esteve ao lado de seus amigos e bravamente os defendia, quando muitos fugiam naquela hora covarde. O meu saudoso e querido amigo Noaldo Dantas costumava citar Ernest Hemingway: “A coragem é a dignidade sobre pressão”. Nery foi um dos poucos jornalistas que ousou e teve a coragem de enfrentar a grande mídia e “nunca cedeu às pressões”. Sebastião Nery é amigo afetuoso, corajoso e leal. Seu estilo é único e inigualável, próprio daqueles que tem alma de gigante.
A Assembleia e a prática da nova política MAURÍCIO COSTA ROMÃO
PhD em Economia mauricio-romao@uol.com.br mauricioromao.blog.br
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ma das principais bandeiras desfraldadas pela população que frequentou as ruas físicas e virtuais das manifestações de junho de 2013 foi a que demandava uma nova prática política, com ênfase em aspectos éticos. A bandeira ficou de tal forma realçada naquelas inquietudes que passou a ser adotada por alguns candidatos a presidente e a governador na eleição de 2014. Foi, por exemplo, reverberada urbi et orbi na postulação presidencial do exgovernador Eduardo Campos, na de sua sucessora, Marina Silva, e ainda, pelo candidato Aécio Neves. Em Pernambuco, apenas para citar um estado, foi um dos motes da campanha vitoriosa de Paulo Câmara ao executivo estadual. Claro que “nova prática política” é uma concepção difusa. Mas, deixando de lado os pruridos hermenêuticos, basta
compreendê-la despretensiosamente como a “necessidade de renovar os métodos viciados de fazer política”; “um jeito diferente de fazer política”. Ou ainda, entendê-la por analogia a uma famosa definição de desenvolvimento de um país: “o desenvolvimento é como um elefante: difícil de definir, porém fácil de reconhecer”. Por exemplo, o intento de alguns parlamentares estaduais de reconduzir pela quinta vez consecutiva ao cargo de presidente da Assembléia Legislativa do Estado (ALEPE) o atual mandatário, não é, definitivamente, uma nova prática política. Não é mesmo. E isso é “fácil de reconhecer”. O disparatado propósito atenta violentamente contra os princípios republicanos albergados no art. 1º da Constituição Federal e obstrui a alternância de poder que é própria dos regimes democráticos. Diante dessa inconcebível afronta, o presidente da OAB-PE, Pedro Henrique, no exercício do lídimo mister da entidade de defender a Constituição, a ordem jurídica e a boa aplicação das leis (art. 44, inciso I do seu Estatuto) formulou consulta à Comissão de Estudos Constitucionais (CEC) da própria Ordem sobre a possibilidade do atual presidente da ALEPE, de-
putado Guilherme Uchôa, ser reconduzido para novo biênio na legislatura que se inicia em 2015. O robusto parecer da CEC, aprovado por unanimidade pelo Conselho Pleno da OAB-PE, diz, em síntese, que a Constituição do Estado permite apenas uma única reeleição de membros da Mesa Diretora (mandato de dois anos) para o período imediatamente subsequente, criando-se inelegibilidade para um terceiro mandato consecutivo, mesmo que de uma legislatura para outra. In verbis: “A regra geral vigente é a vedação à reeleição do terceiro mandato, e a excepcional, carreada pelo art. 3º da Emenda Constitucional 33, de 2011, é a possibilidade de reeleição para o terceiro mandato apenas na eleição para o segundo biênio da 17ª legislatura (a de 2011 a 2014, adendo nosso)”. Parecer da CEC, pag. 18. Enfim, o documento da OAB é taxativo: “sob pena de ocorrência de grave inconstitucionalidade”, não é possível ao atual mandatário da ALEPE ser reconduzido ao mesmo cargo na próxima legislatura. Ainda assim, em um recente programa de rádio o presidente da ALEPE, alheio à suscitada agressão legal, disse que trabalha seu nome para ser consensual entre os parlamentares e desdenhou da iniciativa
da entidade classista: “Em três tentativas de interferência em assuntos da Casa, a OAB nunca ganhou uma. Agora, se insistir, será novamente malsucedida, porque eleição de mesa diretora é assunto interna corporis”. De fato, a eleição da Mesa Diretora é assunto de competência interna do Legislativo, mas o seu regramento é ditado pela Constituição do Estado, que estabelece impedimentos à reeleição sucessiva de seus membros. Mas, mesmo que legal fosse tal perpetuidade de poder, seria ética e moralmente admissível? Não se estaria afrontando o princípio elementar da alternância de poder? Não devem os cargos políticos ser exercidos através de mandato temporário, justamente para evitar que o poder se concentre indefinidamente nas mãos de determinados grupos ou pessoas, aumentando a ocorrência de vícios, usufruto de vantagens indevidas e tentações autoritárias? A Casa de Joaquim Nabuco tem nessa eleição de seus dirigentes a oportunidade ímpar de praticar a nova política reclamada nas ruas, e caminhar no sentido de aproximar a representação parlamentar dos anseios da população, hoje separada por quilométrico fosso.
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ARTIGOS
Palato Praia: o pior de todos JORGE MORAIS Jornalista
Estou aproveitando esses dias de férias para testar os serviços que são oferecidos por alguns dos principais supermercados de Maceió. Como cliente, tenho esse dever de procurar saber o que é bom e o que é ruim. Estou pagando por isso, portanto não vejo nada de errado querer saber como sou tratado, como estou sendo visto como consumidor. Até agora, consegui fazer compras no Bompreço, Extra, UniCompra, GBarbosa e Palato. Em todos eles encontrei problemas, principalmente, em relação aos colaboradores. Os preços, nem discuto. Nenhum vende com preço menor em relação ao outro. A soma final dos mesmos produtos é quase igual. A pequena diferença não interfere no valor que é pago nos caixas.
Separadamente, consegui descobrir que o Bompreço tem em seus colaboradores muito pouca vontade e paciência para conversar e orientar a quem pergunta, quem tem alguma dúvida. Além disso, coloca em qualquer horário uma bateria pequena de caixas, com pessoas mal-humoradas, que mais se parecem com funcionários públicos. Normalmente, o sistema de ar-condicionado não funciona como deveria principalmente o da Rua Buarque de Macedo, no Centro. Está mais para um ambiente quente do que frio, deixando o usuário, até certo ponto, irritado. Essa situação não é diferente no GBarbosa, com prática bem semelhante em relação ao ar. O Extra é outro supermercado que tem dificuldade em manter o ambiente refrigerado, como observei no da ladeira de acesso à região do Stela Maris e praias. Fora isso, seus atendentes são, também, de pouca conversa e normalmente você não encontra os produtos desejados, além do consumidor sempre precisar de informações para encontrar a área desejada, pois o número de colaboradores é muito pequeno. Em algumas horas do dia, eles desaparecem.
No UniCompra, com sua origem na cidade de Arapiraca, antes de seu natural crescimento, o atendimento era mais humano. Mesmo assim, ainda é o melhor entre os estabelecimentos pesquisados. Seus colaboradores são, em parte, atenciosos e a ideia que transmitem é bem agradável nesse quesito. Ruim mesmo é o serviço dos gerentes de plantão. Ficam de caras fechadas quando você se dirige a eles com alguma reclamação. Um problema comprovado do UniCompra está relacionado ao serviço de caixa. Normalmente não tem troco, porque existe um sistema eletrônico que trava o serviço, quando a soma chega a um determinado valor, e o funcionário é chamado para fechar a máquina e recolher o dinheiro existente. Com isso, você fica esperando pela disponibilidade do rapaz, o recolhimento do dinheiro e o reinício dos trabalhos. O pior: o cidadão que veio leva todo o dinheiro e o caixa fica sem troco. Acho que isso é um problema de logística e que chateia bastante. Finalmente, o outro supermercado alagoano: Palato. Esse é o campeão de reclamações entre as pessoas com quem
conversei. Não se admite que três lojas do mesmo segmento possam ser tão diferentes no atendimento ao cliente. Na do bairro do Farol – Fernandes Lima - o número de reclamação quase inexiste, apesar de ser a maior loja do grupo. Muitos caixas funcionando, com pessoas bem-humoradas e outros colaboradores espalhados pela loja atendendo com presteza. Seus dois restaurantes são ótimos. No outro Palato, também, do Farol, são dois problema: o primeiro, gente demais para um péssimo atendimento na lanchonete. E rotineiramente só um caixa aberto para pagamento na saída. Mas, o pior de todos mesmo é o da Rua Deputado José Lages. Apertado, caixas despreparados, principalmente a que atendia aos idosos, deficientes e gestantes, no dia 1º de janeiro, às 18h, mal educada e com respostas ríspidas na ponta da língua. O gerente de plantão no atendimento foi procurado para a reclamação, mas parece que não estava muito preocupado com isso. Resultado: produtos caros para um serviço péssimo. Com a palavra o Procon de Alagoas.
O calcanhar de Aquiles do atual governo é a segurança. Alagoas é o Estado mais violento do Brasil. Foi escolhido um promotor público para a Secretaria de Defesa Social. Conheço-o muito pouco, mas já fui inquirida por ele no escândalo da ALE em 2012 e acompanho seu trabalho pela imprensa. Não vai ser fácil unir as facções da segurança estadual, mas rezo para que tudo dê certo. Educação, Saúde, Trabalho, Administração, todas estão na UTI. O governador precisará de bons técnicos, não “mordidos pela mosca azul” para levar as secretarias de volta a um desempenho saudável. Sou sincera: não acredito que um político jovem, devidamente assessorado por velhas raposas, consiga implantar mudanças num rincão viciado como o nosso. Para conseguir aprovar os projetos de interesse do Estado, o governador precisará da maioria do Legislativo. Só conseguirá tal façanha se pagar um preço muito caro, isto é, molhando a mão dos deputados com cargos e dinheiro. É o tal
“é dando que se recebe”!!! Lembro-me de ter encontrado Ronaldo Lessa numa viagem de avião quando foi eleito governador pela primeira vez. Tinha minoria na Assembleia e pensava ser possível governar sem apoio do Legislativo. Alertei-o para o perigo que corria e, menos de três meses depois, já tinha maioria. E seus projetos foram aprovados... Palavras de um advogado de empresários implicados no escândalo da Petrobras: “No Brasil, se as empresas não pagarem propina, não conseguem trabalhar”. Nada do que narrei aqui é novidade! Há muitos anos o país tropeça em corrupção, assassinatos, desvio de dinheiro público. E o povo elege os mesmos! Poucos são exceções! A minoria não consegue mudar nada! E lá vamos nós, sonhando com dias melhores, iludidos por promessas de políticos mordidos pelo vírus da corrupção. Só Deus na causa!
A casa mal assombrada ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa
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ivemos no Brasil, um país lindo, cheio de montanhas, rios, praias, tudo muito bonito. Entretanto, possui uma mancha negra: políticos, empresários, laranjas, atacados pelo vírus da corrupção. Nas últimas eleições houve um excesso de denúncias de ambos os lados. A presidenta, reeleita pelo povo, foi alvo de vários escândalos, mas os eleitores quiseram conservá-la. E, como respeitamos a democracia, teremos que aguentá-la por quatro anos. Em vários Estados foram empossados governadores e eleitos deputados cheios de processos, pois a lei da ficha limpa só funcionou para alguns. A Justiça é lenta e quase ninguém foi condenado. Alagoas é um caso atípico: o presiden-
te do TJ, eleito pelos pares, é eivado de denúncias de todo tipo, mas nada impediu que fosse empossado. Ele é vacinado contra ataques públicos. No Tribunal de Contas há vários exdeputados acusados de corrupção e para lá foi o presidente da Assembleia Legislativa, que responde por desvio de dinheiro público, perseguição de idosos, divisão de cotas entre os parlamentares e, para completar, fechou o ano enganando os servidores, principalmente os aposentados. Assumiu nosso Estado um governador novo, cheio de sonhos, que venceu as eleições prometendo consertar Alagoas. Para escolher secretários limpos teve vários problemas e não atingiu o intento, pois ele mesmo responde a algumas ações judiciais. Entre os deputados a festa é grande: uns foram reeleitos, outros elegeram os herdeiros, alguns conseguiram chegar ao Legislativo explorando fatos sociais. A maioria dos parlamentares pensa da mesma maneira e não se preocupa em organizar o quadro de pessoal do Poder.
22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE JANEIRO DE 2015 COSTA DOS CORAIS
Bulgarelli é o novo secretário de turismo de São Miguel dos Milagres
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jornalista Claudio Bulgarelli, viajante compulsivo nos últimos 20 anos, autor de livros e guias sobre o assunto e que foi colaborador turístico do antigo O Jornal e editor de Turismo da Gazeta de Alagoas, é o novo secretário de Turismo de São Miguel dos Milagres, município considerado a capital da Rota Ecológica, no litoral norte e a bola da vez do turismo alagoano. Portaria nesse sentido foi assinada pelo prefeito Adalberto Verçosa na última segunda-feira. Vale lembrar que o jornalista já foi secretário de Turismo de São Miguel em 2001, na administração de Dino Apolinário, antes de embarcar para a Europa, onde atuou como correspondente do Fantástico durante a Guerra do Iraque em 2003.
O novo secretário, que já desenvolve alguns projetos na região, com sua empresa de eventos, que inclui o Milagres FEST, segundo festival da cultura e da primavera da Rota Ecológica, que esse ano vai acontecer nos dias 8, 9, 10, 11 e 12 de outubro, e o Milagres Réveillon, em sua primeira edição, três festas previstas para os dias 29 e 31 de dezembro e 02 de janeiro de 2016, se debruça para organizar um calendário cheio de atividades para o ano. Como secretário pretende dar continuidade aos projetos em desenvolvimento, como o Conselho Municipal de Turismo e fomentar o artesanato como fonte de renda para as pessoas envolvidas. Mas alguns projetos já estão em andamento: a participação do muni-
Bulgarelli tem dezenas de projetos para incrementar setor
cípio durante a IX Feira dos Municípios Alagoanos, de 22 a 25 de janeiro, no Centro de Convenções, onde São Miguel apresentará suas atrações como artesanato, calendário turístico cultural, show do Pastoril dos Homens e Miss São Miguel. Logo em seguida, final de janeiro, a Festa do Cruzeiro, tradicional evento do município, também está no calendário. Em fevereiro, o carnaval ocupa lugar de destaque no balneário. Esse ano a programação inclui regulamento sobre as saídas de blocos carnavalescos, concurso de Bois de Carnaval e shows musicais durante os quatro dias de folia. Outros projetos incluem a Festa da Emancipação, em junho, e o Festival de Verão Milagres, em
dezembro. Na pauta visionaria do novo secretário, alguns projetos que podem elevar ainda mais o valor turístico do município: esculturas em madeira ou em outro material, de personagens importantes, como Jobim e Vinicius de Moraes, que seriam instaladas no terminal turístico de Porto da Rua e na Praça Nossa Senhora Mãe do Povo, a Placa Indicadora de Distâncias, que seria instalada na entrada na cidade e a projeto da Cápsula do Tempo, onde pessoas colocariam objetos e que seria enterrada em algum lugar do município. Esses projetos, sabe bem o novo secretário, só podem se realizar com a ajuda de todos e de patrocinadores. Ele tem muito trabalho em 2015.
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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com
Cabeça no lugar
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esta temporada do futebol no Brasil, com clubes já iniciando treinos, contratações são feitas dentro de um orçamento agora planejado.Diretorias, na maioria, fazem fé na prata da casa, fixam teto para renovar e contratar reforços com propostas sem extrapolar os limites contábeis.
Novo comando De Aldo Rebelo ao transferir o Ministério dos Esportes para o sucessor,George Hilton: “Ele haverá, no fim da sua labuta, de devolver o ministério com a duplicação de trabalho recebido”. Rebelo, ainda no discurso, analisou o substituto como “habituado a desafios”.
Em Alagoas os clubes concluem nesta nova semana a pré-temporada e fazem contagem regressiva para largada no Campeonato Alagoano. Sobre Coruripe, ASA e CRB, em séries diferentes no Brasileiro, a Coluna não sabe se ainda buscam reforços.
Galo pronto
Macaé, campeão da Série C, e mais Nova Iguaçu e o Volta Redonda, todos do Rio de Janeiro, são citados na mídia carioca como capazes de surpreender tanto no campeonato do Estado como nas séries em que vão estar no Brasileiro.
Diretoria do CRB se mantém ligada no planejamento para a temporada, inclusive já com o plantel praticamente pronto, mas isso semfechar as portas paracontratações caso haja uma necessidade. O Galo também valoriza a garotada, que anda se exercitando com os profissionais.
Da superstição
Proposta
Podem surpreender
Falcão, ídolo nacional jogando futebol de salão, era habitual trocar de tênis se após 10 minutos de jogo não tivesse feito gol. Já no futebol de campo hábito de goleiro é a cada troca de lado do campo dar chutes nas traves antes de a bola rolar. Já entre goleiros é comum “sentar na privada” antes de entrar em campo.
Mantendo a base Temporada brasileira do futebol é aberta no sábado da próxima semana e paralelo aos jogos do estadual motivam os torcedores também o Campeonato Brasileiro com o CRB de volta à Série B. ASA e Murici também vão estar no Brasileiro, mas em outras séries.
Base montada
Finalizações
Marcos Barbosa, presidente do CRB, não esconde a confiança no apoio da torcida para levar o Galo a vencer o Alagoano e, no mínimo conseguir uma boa classificação na Série B, quem sabe com pontuação até suficiente para estar na A em 2016. Este ano o CRB joga também a Copa do Brasil e a do Nordeste. Torcedor se associando ao clube fortalece o otimismo.
Vica lança como provável, mas entre torcedores é insistente a convicção de o time do ASA, para o jogo do dia 18 contra o CEO, na abertura do Campeonato Estadual, estar escalado com Marcão, Gabriel, Luís Gustavo, Lucas Bahia e Fabinho, Cal, Marx Carrasco, Didira e Alex Henrique e, na frente, Uéderson e Everton.
Novo reforço Aloísio Chulapa vai reforçar o Ipanema no alagoano. Contratação dele teve boa receptividade não só em Santana do Ipanema, mas em toda região do Sertão e áreas de Maceió. O atalaiense é um dos craques brasileiros recheado de títulos, um deles o de campeão mundial de Clubes da Fifa. Vestia a camisa do São Paulo. Foi em 2005.
Pedestrianismo 1 - Entidades em Alagoas ligadas ao pedestrianismo têm agenda das mais movimentadas para este ano. Estão agendadas mais de 40 provas de corrida de rua, a primeira no dia 17 em Maragogi. É a tradicional Prova de São Gonçalo. Em Maceió a primeira corrida é no dia 24. 2- Eduardo Acioli, consultor esportivo, analisa a corrida de rua como bom para qualquer um: criança, adolescente e idoso. Acrescenta: “Isso sem contar que durante uma corrida a chance de alguém se lesionar é muito pequena e Maceió, por ser cidade litorânea, acaba sendo propícia a essa prática esportiva”. (Com assessoria).
E reforços? Ainda sobre o alvinegro de Arapiraca uma preocupação à parte é que jogadores contratados recentemente para reforçar o time estão participando dos treinos mas não apresentam ainda condições físicas ideais para serem escalados. “Todos terão oportunidade, mas somente quando houver necessidade”. Observação foi atribuída a Vica.
Sem acerto Até o fechamento da Coluna, quarta-feira, Jeferson, goleiro da seleção brasileira, insistia sem treinar no Botafogo, clube com o qual tem contrato,como pressão para receber uma “bolada” de R$ 2 milhões por salários atrasados. A diretoria, contudo, confirma que o dinheiro está garantido.
Amistoso O CSA faz neste sábado, a partir das 16 horas, amistoso no Rei Pelé como Confiança (SE).É legal a torcida estar no estádio. Não face ser clássico regional, mas pelo interesse da diretoria em apresentar o plantel para a temporada. O Azulão, na primeira rodada do alagoano, enfrenta o Murici no dia 21. Ingressos têm preço único: R$ 15,00.
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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO
Ano de prudência Economistas advertem: 2015 será um ano dificílimo e sugerem adiamento de propostas para aquisição de bens de consumo e quitação das dívidas a prazos longos, a exemplo dos oferecidos no mercado automobilístico.Questão foi até analisada no Jornal da Globo de terça-feira (6).
Figa é positiva
Vira hábito
“R
É habitual jogador de futebol sem fôlego para seguir na profissão,disputar mandato político. Em fevereiro há vários que após fazerem sucesso nos gramados assumirão cadeiras nos legislativos. Faz lembrar tempos de Roberto Mendes, que ídolo no CSA foi eleito deputado estadual em década anterior.
enan Filho, enfim, é o PMDB no Governo de Alagoas”. O primeiro escalão da equipe teve análise dividida, é natural, mas o apoio do senador Renan Calheiros em Brasília e com Olavo Calheiros na Assembleia Legislativa permite figa para tudo dar certo. A idade, 35 anos, é mais um ponto favorável.
Lava a jato A Polícia Federal reforçou o prestigio popular com a Operação Lava Jato. Faz lembrar outras anteriores, uma delas a Cavalo de Fogo, feita no ano passado e que teve como alvo o tráfico de drogas, quando foram apreendidas 37 toneladas de maconha e 1,3 toneladas de cocaína.
Mão de obra Educação é uma das prioridades para o Estado, isso segundo opinião de pais de famíliasque reclamam de promessas repetitivas a cada campanha masque não se transformam em realidade. Sugerem na prioridade unidades profissionalizantes na área técnica secundária, a exemplo daantiga Escola Técnica Federale Senai/Sesc.
Para lembrar “Já não temos educação, segurança, saúde e estamos agora sem ter aonde enterrar os mortos. É o fim da picada”. Comentário foi recente e teve a ver com os problemas enfrentados por família com dificuldade para sepultar um parente por falta de área em cemitério e para cremar só levando para Recife.
Só no Rio? “A polícia mata, mas os bandidos batem recordes de assassinatos”. A frase é notícia na mídia Brasil afora, sustentada por pesquisas.Uma rotina é que Alagoas figura entre os Estados com os mais altos índices da violência armada no País. Mas quem liga?
Gases adulterados Marcelo Murta, gerente executivo daárea de Gás e Energia da Petrobras, defendeu durante evento recente em São Paulo a necessidade de haver controle maior das emissões veiculares de gases adulterados e poluentes da natureza. Observação tem a ver com uma resolução do Conama sobre a questão, direcionada principalmente para os caminhoneiros.
Parceria “Desenvolvemos uma série de parcerias com o governo de Alagoas e a nossa expectativa é manter essa linha de trabalho entre estado e município. Acreditamos que por meio dessas parcerias podemos avançar em diversas áreas”. Comentário foi de Rui Palmeira, prefeito de Maceió, na posse de Renan Filho.
Argumento Rui Palmeira cita como necessidade a aproximação de Renan Filho com os prefeitos e dá Maceió como exemplo: “Hoje cerca de1/3 da população do Estado vive em Maceió e as necessidades da cidade só poderão ser sanadas com parcerias”. Incluiu também o governo federal.
Dor no bolso Segura o bolso Empresários das linhas de ônibus em Maceió encaminharam à SMTT pedido para reajustar o preço da passagem dos atuais R$ 2,50 para R$ 2,85. Já no Recife a proposta é de 23%, passando de R$ 2,15 para R$ 2,72. No Recife o argumento é que o último reajuste foi dado há três anos. Aqui foi há dez meses.
Depredação “A humanidade está com os dias contados?” Pergunta tem a ver com a insistente depredação do meio ambiente mundo afora e, lastimavelmente, pontua o Brasil entre os países na linha de frente. São regiões mais atingidas pelos predadores as de florestas e rios. É o preço do progresso e dúvida é se valerá a pena. Alagoas é exemplo da habitual prática do desmatamento.
Incentivo Donos de restaurantes no Rio Grande do Sul começam a oferecer descontos a quem fez cirurgia de redução de estômago. Entre maceioenses habituais em restaurantes tipo churrascaria a proposta é “ótima”.
Voltar a crescer De Joaquim Levy, ministro da Fazenda: “2015 será um ano difícil. Mas um ano importante porque vai marcar o início de um novo ciclo de crescimento da economia”. Ele garantiu que a equipe econômica está preparada para tomar as medidas necessárias e não descartou mudança em impostos.
O maceioense tem curiosidade para saber o montante de veículos multados na cidade em 2014. Já motorista que se esforça para não escorregar na lei concorda que dor no bolso é um santo remédio para educar transgressores. Mas criticam a desatenção da SMTT para renovar a pintura das faixas de travessia do pedestre em trechos de ruas movimentados.
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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br
Fim dos Maias
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ovas análises feitas em minerais retirados da caverna submersa conhecida como o Grande Buraco Azul, em Belize, na América Central, dão pistas sobre os motivos que levaram ao fim da civilização maia. Os resultados do estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Rice, no Texas, corroboram uma teoria já existente: a de que uma grande seca teria levado ao desaparecimento da sociedade maia. A equipe de pesquisadores perfurou e coletou amostras de sedimentos encontrados no Grande Buraco Azul e nos recifes de coral dispostos ao redor da caverna. A composição dessas amostras foi analisada, principalmente em relação à quantidade de titânio e alumínio.
Peixinho dourado Um dono de um peixinho dourado em Norfolk, na Inglaterra, pagou cerca de 300 libras (o equivalente a R$ 1,2 mil) em custos veterinários para livrar seu animal de um entupimento no intestino. A especialista Faye Bethell usou água com anestesia para realizar o procedimento cirúrgico. O peixinho dourado moderno (Carassius auratus auratus) é uma versão domesticada de uma carpa selvagem da Ásia oriental.
Elevação do mar O aumento do nível do mar, que se acelera devido aos efeitos das mudanças climáticas, já tem causado contratempos em zonas litorâneas do sul do estado da Flórida (EUA), onde as autoridades reconheceram que a região enfrenta um sério problema ambiental. Dos 5,5 milhões de habitantes do sul do estado, 75% estão perto do mar, uma faixa litorânea cada vez mais valorizada, mas vulnerável a sucessivas inundações, que podem ser a manifestação de uma grave crise.
Todos os anos, estorninhos chegam ao norte do Iraque ao migrarem do inverno europeu. Ali, caçadores capturam os pássaros para vendê-los ao mercado local - seja como iguaria ou como um símbolo de boa sorte. Mas os curdos que habitam o norte iraquiano afirmam que os combates com o grupo autodenominado Estado Islâmico estão afugentando as aves.
Um fenômeno natural chamou a atenção de turistas que lotavam a região das chamadas Rochas do Pombo, ponto turístico de Beirute, no Líbano, no primeiro dia do ano. O brasileiro João Henrique Sardeiro de Alcântara estava em um café perto do local e registrou a cena, que aconteceu por volta de 14h30 do horário local. Meteorologistas identificaram que se trata de uma tromba d’água.
Arroz de Fukushima
Fundo de vidro
Passarinhos do Iraque
Filhotes de ariranha O Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, recebeu quatro novos moradores neste final de ano. São dois filhotes de furão, resgatados na periferia da capital, e dois de ariranha, resgatados em situação de risco na área de construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no sudoeste do Pará. As ariranhas são fêmeas de dois meses e meio, pesam em torno de 3kg e comem cerca de 1 kg de peixe por dia. Além de peixe, os animais tomam leite misturado com suplementos vitamínicos minerais.
Céu do Líbano
Todo o arroz cultivado na Prefeitura de Fukushima, no norte do Japão, superou pela primeira vez no ano passado todos os controles de níveis de radiação iniciados após a crise nuclear de 2011, informou o jornal “Asahi”. Em 2014, um total de 10,75 milhões de sacos de arroz cultivados em Fukushima foram submetidos a testes de radiação e todos eles registraram menos de 100 bequereles por quilograma, o que está abaixo da média nacional.
A ideia é boa para quem não sabe nadar: um barco com vidro no casco, onde se pode ver o fundo do mar, oferece passeios para turistas em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. A embarcação, feita de forma artesanal, permite que as pessoas vejam espécies marinhas como se estivessem diante de um aquário ou em um mergulho. A ideia surgiu há cinco anos e tomou forma pelas mãos do marinheiro Peter Nobre, de 48 anos. Na época, ele trabalhava como pescador no litoral e decidiu adaptar uma embarcação para investir no turismo.
Sapo com presas Pela primeira vez, cientistas encontraram um sapo que dá à luz girinos. A maioria dos sapos bota ovos e, embora algumas espécies deem à luz filhotes de sapo, girinos recém-nascidos são novos para a ciência. Mas, há décadas, cientistas procuravam uma nova espécie de sapo com presas - uma espécie de “sapovampiro” que vive na ilha de Sulawesi, na Indonésia. Eles suspeitavam que os sapos
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SERVIÇO
quebra-galhos que você não deve fazer no seu carro Todo mundo já passou (ou irá passar) por situações em que o dinheiro está curto e o carro precisa de manutenção. Nesse momento, é importante saber onde dá para economizar e onde é melhor não correr riscos Para quem trabalha durante anos com manutenção, não são poucas as vezes que é obrigado a negar a execução de alguns serviços. Muitas vezes o amigo de um cliente sugere um reparo paliativo, dizendo que deu certo no carro dele, mas esta informação, na maioria das vezes, não possui um respaldo técnico. Tudo que precisa ser feito deve ser bem feito. Veja 10 jeitinhos para problemas mecânicos e entenda por que evitá-los:
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1) Riscar um pneu care-
Alguns borracheiros possuem uma ferramenta (faca de corte) utilizada para fazer novos sulcos em pneus que já estão carecas – e eles são colocados à venda como “pneus meia vida”. Fuja deles. Estes sulcos diminuem drasticamente a resistência do pneu, e você poderá descobrir isto tardiamente. Lembre-se de que é melhor colocar um pneu novo de qualidade inferior (que dure menos) do que colocar a vida dos ocupantes em risco. 2) Desamassar roda Roda e martelo não combinam. Quem faz este tipo de reparo certamente nunca teve acesso a uma fábrica de rodas e tão pouco estudou a resistência dos materiais. Os metais possuem duas zonas de solicitações, a primeira chama-se elástica. É aquela que, mesmo
quando o metal é deformado, volta à sua conformação original. E existe a zona plástica, onde as deformações são permanentes, ou seja, aquela que você precisa desamassar na base do martelo. Quando se usa o martelo (ou prensa) para colocar a peça nas dimensões originais, aquela região do retrabalho fica fragilizada e, com qualquer impacto, voltará a se deformar.
3) Colocar água fria no reservatório Se seu carro consome água com frequência, leve-o ao mecânico para identificar o vazamento. Em caso de superaquecimento do motor, não coloque água fria no reservatório. Você poderá causar empenamento ou até uma trinca no cabeçote devido ao choque térmico. Lembre-se que nenhum carro se auto-recupera. Ao contrário, os problemas sempre tendem a aumentar.
4) Retirar a válvula termostática Muitos veículos possuem problema de superaquecimento em virtude do mau funcionamento da válvula termostática e, infelizmente, alguns motoristas acabam por retirá-la sem colocar outra no lugar. Resolvem um problema, mas criam outro. Todo veículo que trabalha frio acaba tendo um desgaste prematuro nas peças do motor (veja a coluna “Andar com carro frio pode ser uma gelada”). Considerando a importância da válvula termostática, procure repor com uma peça de qualidade. Deixar o carro sem ela é o mesmo que reduzir 50% da vida útil do seu
motor. 5) Soldar o radiador Você pode, sim, reparar um furo caso esteja em dia com a troca do aditivo do radiador. Agora, se você é daqueles que não faz revisões e, quando o nível de água está baixo, você completa apenas com água de torneira (que possui cloro), é bem provável que seu radiador possua vários pontos fragilizados na parte interna, prontos para estourarem. Neste caso, existe a possibilidade de você reparar um furo e, algum tempo depois, acabar encontrando
outro vazamento. Pergunte ao seu mecânico se colocar um radiador novo não seria a melhor solução. 6) Escolher pastilhas de freio erradas No momento de substituir as pastilhas de freio, cuidado com as gratuitas ou muito baratas. Existem algumas que são muito duras, causam ruído e diminuem a vida útil dos discos de freio. Outras são muito moles, sujam as rodas e se desgastam rapidamente. 7) Deixar de consertar
vazamentos Não fique refém de vazamentos de óleo, sejam eles do motor, do câmbio ou de freio. Algumas pessoas fazem reparos paliativos que põem em risco o seu bolso. Não existe essa coisa de “colocar um óleo mais grosso”: seu motor ou seu câmbio não foram projetados para este tipo de óleo. Faça o reparo corretamente. Pode ser mais caro no primeiro momento, mas ainda sim evitarão vários outros aborrecimentos. 8) Comprar peças de desmanche Colocar peça usada é sempre uma caixinha de surpresas. E
sempre será um reparo de eficácia temporária. Muitas vezes, é difícil identificar seu estado de conservação. Se for um conjunto como câmbio, motor ou caixa de direção, pior ainda. Essa é uma boa alternativa para itens que não comprometem a segurança dos ocupantes, como faróis, bancos, maçanetas, lanternas etc. 9) Economizar no reparo do cinto de segurança Este é um item que exige uma pessoa especializada para repará-lo. Nunca permita que alguém “dê uma olhadinha sem compromisso”. O cinto não é um item para curiosos.
10) Consertar ABS e airbags em oficinas não especializadas Freios ABS e airbags são itens caros, e a grande maioria dos mecânicos sabe da responsabilidade que é repará-los. Dificilmente se atrevem a fazer qualquer manutenção, porque são necessários conhecimento e ferramental específico. Devido ao alto valor das peças destes componentes, muitos motoristas se veem tentados a procurar oficinas que não são especializadas para baratear o serviço, e acabam dando uma solução in-
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ALTARODA
FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br
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idelização é fundamental em um setor altamente competitivo como o automobilístico. Nos EUA, então, segundo maior mercado mundial e detentor da maior frota em circulação (250 milhões de veículos, seis vezes maior do que a do Brasil) a busca por reter o cliente tornou-se diuturna e quase tão essencial como o ar que se respira tanto para o fabricante como para sua rede de concessionárias. Lá existem pesquisas de satisfação que acompanham a percepção de qualidade em curto e longo prazos por meio de entrevistas e formulários preenchidos pelos motoristas e compilados por empresas especializadas. Não se tem certeza do grau de alcance dos rankings nas decisões de compra, mas nenhum fabricante quer aparecer mal na foto por longo período. No mercado americano as marcas premium descobriram uma boa isca ao oferecer manutenção gratuita nos primeiros anos ou no período de garantia. Mas essa história começou
a mudar. Marcas generalistas também avaliaram que atrair os clientes com ações relativamente baratas dá certo. Alguns fabricantes de alto volume de produção não cobram, para modelos específicos, troca de óleo, rodízio de pneus e até alinhamento de direção. Não se trata de promoção eventual. Está incluído no preço de venda (sem qualquer aumento) e a concessionária é reembolsada. Os dois primeiros serviços citados custam em média, nos EUA, cerca de US$ 60 (R$ 160). Embora a grande maioria das concessionárias tenha recebido bem a iniciativa, há os
descontentes ou menos entusiasmados. Uma das razões é o reembolso propiciado pela fábrica menor do que o custo real, em certos casos. Por outro lado, empresas que já tinham vislumbrado essa oportunidade de fidelizar o cliente e por conta própria concediam a cortesia perderam esse trunfo. Agora, com o reembolso, talvez possam ofertar outros serviços sem cobrança. Para os fabricantes representa desdobramentos interessantes. Atrair motoristas para as lojas significa algo mais que estreitar laços comerciais ou a possibilidade de novos negócios ou mesmo criar fidelização.
Facilita a identificação de problemas de qualidade em tempo bem menor e, em consequência, antecipa ações corretivas. Isso é fundamental para o cliente perceber – e registrar nas pesquisas – a agilidade na solução de defeitos, às vezes pequenos, mas que aborrecem. Também se tornou necessário mostrar que os preços das concessionárias são competitivos. Lá como aqui os centros automotivos se tornaram fortes concorrentes e, após o período de garantia, tendem a atrair muitos clientes. A resposta foi o pacote fechado de serviços regulares de manutenção, hoje apli-
cado praticamente por todas as marcas. Isso estreitou bastante as antigas diferenças. No Brasil ainda se está à espera de quem vai tomar a iniciativa de ofertar alguns serviços gratuitos. Por enquanto, o máximo a que se tem acesso é a possibilidade de incluir no financiamento do veículo o plano de manutenção programada. Não se trata do melhor dos mundos porque as taxas de juros são bem maiores que nos EUA. E dificilmente, quando há promoções de juros abaixo da referência de mercado, isso se estende ao programa de revisões financiadas.
em vários países e tido como a grande alternativa real de redução de emissões pelos veículos automotores; ou ainda o biodiesel, outro combustível renovável. Mas para o presidente da Anfavea, a associação dos fabricantes de veículos, Luiz Moan, tudo isso é temporário; ele acha que há espaço para todas as experiências e algumas delas podem conquistar alguma participação significativa no mercado, mas o combustível do futuro não é nenhum desses e sim o hidrogênio. “Não é álcool, não é híbrido, nem plug-in. O futuro é a célula de combustível, que
usa hidrogênio para gerar energia elétrica”, definiu o dirigente, destacando que, entre as vantagens do combustível estão a facilidade de abastecimento e a grande autonomia. Moan lembra que Honda e Toyota estão nesse momento finalizando sues modelos movidos a célula de combustível. Moan explica que a célula de combustível permite o uso de outras fontes, que podem ser transformadas em hidrogênio. “O hidrogênio pode ser produzido a partir do gás ou do etanol, que, além, de ser o combustível mais seguro para a saúde, é o segundo melhor combustível líquido para retirar o hidrogênio o primeiro é o metanol. Quer dizer: o carro a hidrogênio vai utilizar o nosso álcool”. Segundo Moan, basta um aparelho reformador para transformar o álcool
em hidrogênio, que pode ser colocado no posto de combustível, sem grandes investimentos na rede de alimentação, como teria que ocorrer caso a matriz energética disse a energia elétrica. Para o presidente da Anfavea, o governo deveria estimular a criação de tecnologias alternativas, desonerar e criar linhas de financiamento especiais para veículos que oferecerem equipamentos que reduzirem o consumo. “Assim como na Europa, onde todo equipamento de segurança não recolhia imposto para estimular a indústria a produzir carros mais seguros, o governo poderia desonerar veículos que apresentassem melhorias em relação a redução de consumo”, disse Moan. E deu um exemplo: “Imagine um sistema startstop (que desliga o motor quando para) em caminhões de lixo? Isso reduziria imensamente o gasto de combustível e as emissões de poluentes nas cidades”.
pitstop O futuro é o carro a hidrogênio, todo o resto é temporário
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busca por combustíveis alternativos é imperiosa para qualquer montadora em qualquer lugar do mundo. O setor automobilístico vive um claro momento de transição, contando com experiências de todo tipo e cada um aposta na alternativa que considera a mais adequada e que tem melhores condições de atender a demanda por fontes menos poluentes. Mesmo sem receber atenção do governo, que ignora as alternativas energéticas, carros elétricos e híbridos começam a surgir comercialmente no mercado brasileiro. Os elétricos não estão enquad-
rados em nenhuma condição especial em relação à tributação, como acontece em outros países, ao contrário, eles são atingidos por uma carga tributária ainda maior do que o carro com motor à combustão. Recentemente o governo baixou uma portaria aliviando o imposto para carros híbridos em até 0%, o que reduziu o preço final, mas está longe de ser um carro competitivo. Enquanto algumas marcas como a Toyota e a Honda investem no híbrido e outras, como Nissan e Renault no elétrico, há quem esteja satisfeito com o uso do álcool, combustível muito elogiado
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Um interventor corajoso e inteligente JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br
E
u sou seu conterrâneo, mas, não sabia se ele na infância brincou comigo e com outros amigos. Eu não me lembro, se ele foi meu colega no Grupo Escolar de Mata Grande ou da mesma sala de aula. Tenho na minha lembrança, quando o meu maravilhoso pai, Manoelzinho, me matriculou no Ginásio Diocesano de Penedo, pois, foi muito difícil pra mim deixar meus amigos de infância, meus pais, tios e primos. É que eu ainda não sabia o que era saudade. Como Mata Grande fica, relativamente, longe de Penedo, papai preferiu que eu fosse estudar no Ginásio Pio XII de Palmeira dos Índios, porém, por motivos disciplinares, meses depois, eu fui expulso e matriculado em Aracaju, onde concluí o ginásio, no Salesiano. A essa
altura, eu ainda não conhecia meu personagem. Meus pais compraram uma casa em Maceió e, eu fui matriculado no Colégio Guido, onde cursei os três anos do Curso Científico, ficando assim, mais distante da nossa terrinha. Tenho nítidas lembranças das madrugadas sonolentas, porém, tive a recompensa, já que fui aprovado, em 2º lugar, no dificílimo vestibular da Escola de Engenharia. Daí em diante, me distanciei dos banhos nos açudes, da Serra da Onça e do Monte Santo. Concluí os cinco anos de Engenharia Civil, fiz estágio na Ceal e fui trabalhar nessa empresa, depois que ela foi assaltada por políticos imorais que a entregaram à Eletrobras, como estão fazendo com o DER/ AL, onde me aposentei. Os anos foram passando e, há 18 anos, todos os meses, eu convoco meus conterrâneos, residentes em Maceió, para almoços num dos restaurantes, como está acontecendo no Restaurante Malagueta, na Rua Belo Horizonte, no Farol. Num desses almoços, um dos companheiros me levou para conhecer o conterrâneo,
coronel Eraldo Vilar Cavalcanti, da Polícia Militar de Pernambuco. Fiz amizade com ele e, meses depois, ele me disse que sua esposa havia falecido. Eu fui ao sepultamento e, depois, num dos nossos bate-papos, ele me disse já ter sido escolhido pelo governador de Pernambuco para ser interventor em Exu-PE, a terra do grande nordestino Luiz Gonzaga, pois nessa cidade já aconteceram mais de 30 assassinatos envolvendo as tradicionais famílias Alencar e Sampaio. Embora orgulhoso com o convite, ele disse que teve medo da tal missão, mesmo sendo um militar. Na época, criou-se uma grande expectativa entre os inimigos, entre os pernambucanos e a imprensa brasileira. O coronel Vilar, como era conhecido, me disse que começou logo formando times de futebol e de voleibol, misturando os jovens Alencar com os jovens Sampaio, embora com recusas de ambas as partes. Nos contou que, aos poucos, foi conseguindo a simpatia e o respeito de todas as famílias briguentas, até a pacificação de Exu. Inclusive, antes de concluir
sua missão, o destemido coronel Vilar, casou-se com a jovem Sanmadar, da sociedade local, a mesma que foi sepultada, há poucos anos, aqui em Maceió. Esse meu amigo, tornouse meu companheiro nas buchadas, nos caldinhos e nas cervejas nos dias de sábado. Há três anos, ele casouse com a sra. Jandira, que lhe deu o filho Gustavo, com o qual o nosso herói ficou “caducando” de tanta felicidade. Ele sempre foi um bom companheiro nos nossos almoços, um exemplar militar, um dedicado técnico do CSA e um excelente pai para os filhos do primeiro matrimônio, Dávila, Relva e Eraldinho. Aconteceu que Deus achou que a missão do coronel Eraldo Vilar já estava cumprida com méritos e tirou meu bom amigo, do nosso convívio, dos nossos papos e dos nossos almoços. Dessa vez, a “intervenção” do ilustre coronel foi muito radical...!!!! Em tempo – O meu amigo, dr. Giovani Cavalcanti, além de gostar dos meus artigos, disse gostar muito da linha editorial do EXTRA. Que bom..!!!!!
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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com
S
ão graves as denúncias do empresário e presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, José Maria de Melo Costa, que envolve o prefeito James Ribeiro em um suposto desvio de R$ 700 mil dos cofres do município. Zé Maria, como é mais conhecido o sindicalista, fez a denúncia no diário Tribuna Independente, onde afirmou que quer o apoio da Polícia Federal, Tribunal de Contas e Ministério Público Federal e Estadual para esclarecer uma fraude que pode estar desviando milhões na Prefeitura de Palmeira dos Índios.
Vai até o fim “Posso até morrer, mas vou até o fim para receber mais de 700 mil reais que deveriam ter sido pagos a mim, mas acabei descobrindo que alguém foi beneficiado com o desvio desse dinheiro”, afirmou o empresário José Maria de Melo da Costa. De posse de um vasto dossiê contendo declarações de imposto de renda e extratos de supostos pagamentos emitidos pela prefeitura, pela contratação de serviços de tratamento do aterro sanitário localizado no Povoado Uruçu, na periferia do município, José Maria de Melo da Costa denuncia que a administração municipal tem um débito de cerca de R$ 800 mil pelos serviços realizados até o ano de 2012.
Constantemente em contato com o presidente do PSD nacional, o ministro Gilberto Kassab, Marx Beltrão sabe que o seu planejamento pode ser ainda maior nas eleições. Quem o assessora já ouve pedidos para que ele se candidate a prefeito em outra região de Alagoas ou a outro cargo que não seja o de federal.
Diversidade cultural
Como prova das acusações, o empresário disse que recebeu, há cerca de dois meses, um dossiê anônimo, deixado dentro da sede do sindicato, no qual foram tiradas cópias de supostos pagamentos que deveriam ter sido feitos a ele, pelos serviços executados durante todo esse período. Nos documentos é possível ver os números de vários processos de empenho de recursos e os tipos de serviços realizados, bem como os valores que teriam sido pagos a ele.
O evento dará aos visitantes uma noção da diversidade cultural e artística de Alagoas e, ainda, fomentará o comércio local em plena alta temporada turística. Além da tradicional exposição de artesanato e cultura das cidades, durante a Feira serão realizados diversos eventos relacionados aos municípios, como o 3º Congresso dos Municípios Alagoanos e a grande final do Caldeirão de Letras.
A Câmara Municipal de Joaquim Gomes cassou na quarta-feira (7), durante sessão ordinária que avaliou o relatório da Comissão Especial de Inquérito (CEI), o mandato do Toinho Batista (PSDB), acusado de praticar improbidade administrativa.
Processo O vereador Ivaldo Gomes (PPS), relator do processo, disse que a CEI foi criada em 29 de outubro de 2014 para apurar denúncias contra o prefeito afastado desde abril do mesmo ano. O relatório final apontou pelo menos três infrações cometidas por Toninho Batista. Entre elas, falsificação de notas fiscais. A acusação envolve também a participação de secretários.
Feira dos Municípios Em sua nona edição, a Feira dos Municípios 2015 promete levar novidades para o Centro de Convenções, entre os dias 22 e 25 de janeiro. Coordenada pela Associação dos Municípios Alagoanos, com a parceria do Instituto Brasileiro de Consultoria a Municípios (IBCOM), a Feira já se tornou marco no calendário turístico do Estado.
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Em Brasília
Tem provas
Perdeu o mandato
Muito grave
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Intercâmbio A Feira tem o objetivo de criar oportunidades de negócios, além de promover intercâmbio entre os municípios, a divulgação do Estado e gerar emprego e renda para pequenos artesãos, empreendedores, associações e cooperativas. Toda a logística do evento está sendo revista para facilitar o acesso e as compras.
Congresso O evento terá, ainda, fóruns de discussões sobre os mais variados temas ligados à gestão pública dos municípios, além de palestras técnicas sobre temas específicos e seminários empresariais segmentados. O congresso é direcionado aos servidores públicos municipais e tem o objetivo de fortalecer a questão institucional das prefeituras de Alagoas. “Nossa equipe planejou cuidadosamente o evento e escolhemos temas que sejam de real interesse para os municípios. Durante toda a minha gestão, investi em capacitação e o nosso objetivo é auxiliar na gestão pública municipal”, afirmou o presidente da AMA, Jorge Dantas.
Articulado O deputado Marx Beltrão (PMDB) está bem articulado quanto à sua carreira política no Congresso Nacional. Está com diversas demandas em mãos e já pensa nas emendas parlamentares voltadas para agricultura, meio ambiente e educação. Ainda este ano, Marx Beltrão terá mais poder de barganha por causa da presidência do PSD em Alagoas.
PELO INTERIOR ... Marcelo Beltrão fez um trabalho tão bom na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) que está sendo chamado por diversos prefeitos para sair candidato novamente. Para não deixar ninguém de fora, o prefeito de Jequiá da Praia pensa em montar uma chapa que agregue todas as regiões. ... O carisma e a alegria do empresário Ednei Santana é marca registrada na Cabana Um, localizada na paradisíaca praia da Lagoa do Pau, em Coruripe. Fã de Zé Ramalho e de filmes clássicos, o empresário tratou de inovar em seu estabelecimento. ... Segundo Nei, como é mais conhecido, foi instalado o ‘HiFi’ (Wi-fi) para facilitar o acesso à internet. E o empresário aproveita para antecipar a novidade aos clientes informando que ele continua 12/8, numa referência a sua boa pressão arterial. ... Na cidade de Feira Grande, a polícia prendeu Daniel da Silva Araújo, 25 anos, na Rua do Cemitério, no Centro do município. Ele estava com uma motocicleta adulterada e munição de fuzil 762, arma de uso restrito das forças armadas. ... De acordo com o delegado Itamar Uchoa, Daniel estava em uma motocicleta, uma Honda CBX 150 de cor vermelha. O veículo estava com a numeração do chassi adulterada e não possuía placa. ... A Secretaria de Finanças de Maragogi está concedendo aos contribuintes com dívidas de IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano), entre os anos de 2010 e 2014, descontos de 100% nos juros e multas para pagamento à vista dos débitos. Já para os impostos referente ao ano de 2015, o desconto é de 30% para pagamento até o dia 28 de fevereiro. ... No início da tarde de terça-feira (6), a prefeita Célia Rocha (PTB), o vice-prefeito Yale Fernandes (PMDB), a secretária municipal de Indústria, Comércio e Serviços, Myrka Lúcio, e o presidente da Câmara de Vereadores, Márcio Marques (PSC), visitaram as instalações provisórias da empresa AeC Contact Center, no térreo do prédio do Garden Shopping Arapiraca. ... A visita também contou com a presença dos vereadores Sérgio do Sindicato (PPS), Moisés Machado (PSD), Ronald Rios (Pros), além do superintendente do shopping, Leandro Lourenço, e secretários e assessores municipais de governo. ... E a bandidagem continua agindo livre, leve e solta em Arapiraca. Mais um carro foi furtado no início da tarde de terça (6) no bairro Santa Edwiges, ao lado da Caixa Econômica. A dona do veículo, Kilma Marques, estacionou o Celta prata ano 2013 duas portas e placa OHC 5933 Maceió/ AL e entrou na Agência ASA Gigante (CEF) para efetuar um depósito. ... Um ótimo final de semana para todos, com paz, saúde e harmonia. Até a próxima edição.
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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com
Despesa extra O consumidor disciplinado e que tem filhos estudando em escola particular deve ter guardado o dinheiro para matrícula, material escolar, fardamento. É uma des-pesa extra anual, inadiável. Geralmente a mensalidade aumenta a cada ano. O correto é usar parte do décimo terceiro salário já recebido em dezembro.
Preços Os preços vão continuar subindo, principalmente os de produtos importados, que dependem do dólar, moeda que já está valendo quase o triplo do real. Continue pesquisando, nunca comprando na primeira parada, principalmente quando vai comprar móveis, eletrodomésticos, vestuário, etc.
Um orçamento apertado
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cada início de janeiro oriento o leitor para elaborar o seu orçamento doméstico do ano. É um exercício salutar, pois garante a oportunidade de trabalhar a casa como se fosse uma empresa, com o objetivo de minimizar o prejuízo e maximizar o lucro. Na verdade, o consumidor precisa economizar nas despesas e ter algum lucro, colocando dinheiro na caderneta de poupança. Para 2015, a situação será pior do que em 2014, com inflação sempre crescendo, economia (PIB) caindo, dólar em alta e claro, recessão. Todo cuidado é pouco. O orçamento deve ser feito em papel, caneta ou no computador. Coloca: Receita e Despesa, ou seja anotar o que entra e sai de seu salário ou outra renda, lembrando que existem as despesas fixas e as do dia a dia. No primeiro caso: pagamento de aluguel ou prestação da casa própria, energia, água, telefone, condomínio, pres-tações diversas, mensalidade escolar. O que sobra é para alimentos, material de limpeza, higiene, combustível, lazer. Deve separar no mínimo 10% da receita para a caderneta de poupança.
Juros As taxas de juros também vão ficar subindo a cada mês. O gover-no quer segurar a inflação, para não chegar aos dois dígitos até o final do ano. Garante que vai cortar seus gastos. Evite comprar a prazo e os empréstimos com prazos longos.
Cartão Outro instrumento de crédito tentador! Evite comprar e pagar o mínimo, pois a dívida cresce assustadoramente, já que é cobrado juro de até 18% ao mês, além de multas e outras taxas. Pague no dia exato e o valor total da fatura.
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MÚSICA
Pink Floyd
presta homenagem a Richard Wright Guitarrista David Guilmour fala sobre álbum de 21 canções inéditas e o que ele representa para a banda fundada em 1965
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o lançamento do seu último álbum da carreira no final do ano passado, o Pink Floyd divulgou o clipe para “Louder Than Words”. A música é a única cantada do álbum “The Endless River”, primeiro registro da banda em 20 anos e colagem de sobras de estúdios em homenagem ao tecladista Richard Wright. Morto em 2008, Wright tem destaque no vídeo. Ele aparece nas filmagens feitas na gravação de “The Division Bell” (1994), com o restante da banda. Há também imagens recentes de David Gilmour gravando os vocais da canção. A arte do disco, assinada pelo egípcio de 19 anos, Ahmed Emad Eldin, também ganha vida no clipe. Uma canoa navega por entre um mar de nuvens, enquanto o homem solitário observa da gôndola o que parece ser um antigo porto, com navios enferrujados. Barcos e rios aparecem também em todo conceito do álbum e nas entrevistas sobre o lançamento. “O tanque certamente está quase vazio. Mas vamos continuar cuidando do catálogo da banda”, afirmou o baterista do Pink Floyd, Nick Mason, 70 anos, em um evento em Londres. “The Endless River” já figura entre os maiores lançamentos do ano. No Reino Unido, foi o álbum que teve maior pré-venda nas lojas virtuais iTunes e Ama-
nome do disco. “‘The Endless River’ é a última frase que aparece no fim da canção ‘High Hopes’, do último álbum [Division Bell]”, explica Gilmour. Parte do disco foi gravada em um estúdio dentro de um barco, o Astoria, que fica atracado no rio Tâmisa.
Disco de sobras PEDRO CAIADO / UOL
Tecladista Richard Wright (E) morreu em 2008; à direita, David Gilmour no estúdio de gravação do álbum
zon. O disco traz 21 canções, na maioria instrumentais e descritas pelos próprios integrantes como “músicas ambiente”, em pouco mais de uma hora de duração. O projeto foi criado por Gilmour e Mason, únicos integrantes remanescentes, e não tem participação do cofundador Roger Waters, que deixou a banda em 1985 para se dedicar à carreira solo. RESGATE DE MATERIAL Fundado em 1965, o Pink Floyd foi uma das bandas mais influentes na cultura pop. Com seu rock progressivo e psicodélico e shows elaborados, foi também um grupo comercialmente bem-sucedido. Para juntar o material de
“The Endless River”, os ingleses retornaram ao baú da época do álbum “Division Bell” (1994). Faixas que haviam ficado de fora daquele disco, inicialmente planejado para ser um álbum duplo, formam a base do último lançamento. “Muito do álbum é um improviso entre nós três”, disse Gilmour, referindo-se a Mason e a Wright. “Inicialmente, essas músicas seriam parte do álbum ‘Division Bell’, mas como um segundo disco de músicas ambiente”, explicou Nick Mason, acrescentando que o processo de resgate das faixas que entraram em “The Endless River” durou dois anos. Sobre elas ainda houve gravações adicionais, que tiveram início no final de 2013. “Nós pensamos que, se
tivéssemos continuado algumas daquelas gravações na época, adicionaríamos instrumentos e faríamos exatamente como fizemos agora”, disse Gilmour. “Nós ouvimos mais de 30 horas de gravações feitas por nós três e selecionamos as músicas que queríamos trabalhar para ‘The Endless River’”, contou Gilmour. O álbum pode ser considerado uma generosa despedida a Richard Wright, que havia deixado a banda em 1979 e retornado em 1987, quando foi lançado o álbum “A Momentary Lapse of Reason”. “[The Endless River’] é um tributo a Richard Wright; seus teclados formam o coração do som do Pink Floyd”, disse Gilmour, revelando o porquê do
“O tanque certamente está quase vazio. Mas vamos continuar cuidando do catálogo da banda”, afirmou o baterista do Pink Floyd, Nick Mason, 70 anos, durante o evento de lançamento do álbum “The Endless River”, em Londres. Ele explicou que este disco marca, provavelmente, o fim do grupo, pelo menos no que diz respeito a novo material e apresentações ao vivo. Segundo o guitarrista David Gilmour, 68, a banda também não poderia tocar o disco em shows sem o tecladista Richard Wright, que morreu de câncer em 2008. “Esse álbum captura um pouco daquilo que pensei que não conseguiríamos capturar de novo”, disse sobre o trabalho, o primeiro de inéditas do Pink Floyd em 20 anos.
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