Edicao806

Page 1

R$

3

0 0 ,

e xtra www.novoextra.com.br

MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 806- 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015

FORÇA-TAREFA VAI INVESTIGAR POLÍTICOS ENVOLVIDOS NO PETROLÃO

JOGO DE CENA

P/5

RENAN FILHO VAI REVER ACORDO QUE LESOU ESTADO EM R$ 55 MILHÕES NEGOCIATA BENEFICIOU USINEIRO NIVALDO JATOBÁ QUE ZEROU UMA DÍVIDA DE R$ 77 MILHÕES EM ICMS P/ 10 e 11

EXONERAÇÕES FEITAS POR ALBUQUERQUE SERÃO ANULADAS PELA NOVA MESA DIRETORA P/ 8 e 9

COM ORÇAMENTO APERTADO, ALAGOAS PREVÊ CORTES EM TODAS AS SECRETARIAS

P/ 18 AMA: MAIORIA DOS MUNICÍPIOS NÃO TEM COMO REAJUSTAR PISO DE PROFESSORES

P/ 14


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Assalto ao Erário

H

á 25 anos o DER-AL reuniu proprietários de terras do litoral Sul do Estado para comunicar que o Estado pretendia construir a rodovia AL-101, mas não tinha recursos para indenizar as faixas de terras por onde passaria a estrada. Liderados pelo usineiro Nivaldo Jatobá, os fazendeiros assinaram um documento em que renunciavam ao direito de indenização e se comprometiam a não ajuizar ações judiciais nesse sentido, visto que a rodovia iria supervalorizar suas terras, além de desenvolver o turismo na região. Como de fato ocorreu. Inaugurada a rodovia – início de 1991 – o usineiro Nivaldo Jatobá foi primeiro a entrar na justiça cobrando ao DER-AL uma indenização milionária pela faixa de terra ocupada pela via. Ele pediu R$ 15 milhões e a justiça arbitrou em R$ 5 milhões em um processo cheio de vícios e omissões dos vários poderes. Insatisfeito com os R$ 5 milhões, Nivaldo Jatobá recorreu da sentença, e no apagar das luzes do governo do usineiro Téo Vilela conseguiu o impossível: trocar uma dívida de R$ 77 milhões em ICMS pela indenização a que teria direito. Tudo feito à sorrelfa, com a omissão da PGE, a conivência do governador e a coordenação do secretário da Fazenda, o também usineiro Maurício Toledo. Vendida como uma simples compensação tributária, a operação foi na verdade um escandaloso acordo imoral, ilegal e lesivo aos cofres públicos. E em nome da decência e da moralidade no serviço público, a maracutaia precisa ser anulada pelo governador Renan Filho para reduzir a herança maldita deixada pelo governo tucano.

Renan esclarece O governador Renan Filho – através da Secom – enviou e-mail ao jornal EXTRA esclarecendo que “todas as nomeações realizadas pelo governo do Estado estão sendo feitas tendo como base na impessoalidade e na competência técnica - independente da opção política de cada um, por ser este o melhor caminho para o serviço público, para o exercício real da cidadania e para o avanço que Alagoas precisa”. Está dado o recado

Desespero de Matheus O prefeito de Marechal Deodoro, Cristiano Matheus (PMDB), avisa que só abre mão da disputa da presidência da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) caso o senador Renan Calheiros peça encarecidamente que ele desista. Para tentar colocar mais lenha na fogueira desta disputa, Matheus pediu à assessoria do governador que o encaixasse para uma reunião. O prefeito de Marechal Deodoro sugeriu que o seu vice fosse Remi Calheiros, prefeito de Murici.

Revide Do lado considerado mais forte na disputa da presidência da AMA, o prefeito de Jequiá da Praia, Marcelo Beltrão (PTB), já ligou para o atual mandatário da entidade, Jorge Dantas (PSDB), para formalizar a mesma chapa para disputar o cargo novamente. A atitude de Beltrão é um revide ao endurecimento de Cristiano Matheus contra a sua candidatura. Marcelo tem 30 prefeituras lhe apoiando e Dantas mantém influência em diversos municípios do Sertão.

Misancene

Sob suspeita

O deputado Antônio Albuquerque até que se esforçou para se apresentar como paladino da moralidade na casa dos horrores em que se transformou o legislativo estadual. Ao demitir 213 comissionados da Assembleia, AA jogou para a plateia, pois sabe ele que seu ato atropela o Regimento Interno da casa e certamente será anulado pela nova mesa diretora.

Na avaliação que fará de todos os contratos feitos na gestão passada, o governo vai ter que se ater ao assinado entre a Indra Brasil Serviços e Soluções Tecnológicas S.A., um dos braços da multinacional espanhola Indra Company, e a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau). O motivo: há quem diga que a maioria dos contratados é formada por apadrinhados, filhos de empresários e até dondocas.

Misancene 2 Quem ouviu Albuquerque confessando-se escandalizado com a roubalheira na Assembleia ficou a se perguntar se o deputado estava fora do planeta nos últimos 25 anos. AA parece ter incorporado o espírito rebelde do colega JHC, mas esqueceu que ele próprio sempre foi uma dos maiores beneficiários da bandalheira que marcou o Legislativo nos últimos tempos.

Misancene 3

Não faz muito tempo, Antônio Albuquerque foi acusado pela PF de comandar uma organização criminosa que desviou R$ 300 milhões da folha da Assembleia. Agora, travestido de cordeiro, anda falando como quem tivesse recebido de Deus uma revelação: “No comando da Assembleia, vivi o céu da ilusão e o inferno da realidade”. Filosofia de botequim.

Somente em 2014, a empresa embolsou R$ 14.503.085,90, a maior parte – R$ 13.876.127,96 - pelo contrato com a Sesau. Outros R$ 626.957,94 foram pagos ao longo do ano passado pelo Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Alagoas. Os valores estão no Portal da Transparência Ruth Cardoso.

Sob suspeita 3

Albuquerque aproveitou seus 15 minutos de fama como presidente-tampão da Assembleia para se vingar dos colegas deputados que o alijaram do comando do Legislativo nos últimos quatro anos. Até tentou posar de bom moço, mas quem foi lobo jamais será cordeiro.

Misancene 4

Sob suspeita 2

Voltando à Sesau. As informações são de que 80% das contratações feitas pela empresa de Tecnologia a Informação são de ocupantes de cargos administrativos e só o restante de profissionais da área de TI. Contratações estas feitas pelo coordenador setorial de TI da pasta Celyrio Adamastor Barreto Acyoli Neto.

Mais suspeitas Ainda na Secretaria de Estado da Saúde, pairam suspeitas sobre a folha de GPF (Gratificação de Produtividade Funcional), paga a servidores lotados na sede da pasta. O problema é que em alguns setores, como o GABIN, até dezembro eram 68 funcionários recebendo a GPF, mas apenas 15 efetivamente trabalhando.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322

FAX - 3317.7248 IMPRESSO - Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Sempre crescendo Em um ano, sua dívida com o cartão de crédito pode se tornar sete vezes maior. Ou seja, se você não quitar uma fatura de R$ 1 mil, após 12 meses, a dívida pode chegar a R$ 7 mil. Saiba que isso aconteceu porque o Custo Efetivo Total (CET) pode variar de 80% a mais de 600% ao ano. Ele se refere a todos os custos: juros, tarifas iniciais, encargos e impostos. Portanto, fique de olho: essas taxas são muito salgadas e, por isso, não vale a pena adiar o pagamento do cartão.

Mudando

Cartão de crédito, o vilão!

U

m problema constante que muitos consumidores enfrentam: Você abre a fatura de seu cartão de crédito e se dá conta de que gastou demais com aquelas compras faturadas. E agora? Claro que não vai dar para fazer o pagamento integral. E aí começa o grande problema. Só deu mesmo para pagar o valor mínimo, que é 25% do total. No mês seguinte, a fatura chega quase com a mesma quantia do seu salário. Os juros são exorbitantes, assim como multas e taxas. Sua dívida se tornou uma grande bola de neve. Existe solução para tirar você do “fundo do poço”. Primeiro, saiba que a sua casa não é a única que se encontra nessa situação. Mais da metade das famílias brasileiras está com a conta no vermelho, entre elas, 75,8% em função das “facilidades” do cartão de crédito, que hoje é considerado o maior vilão do endividamento dos lares. Isso porque, a primeira vista, parece ser apenas um meio que dá a você a vantagem de adiar o pagamento de seus gastos. Porém, muitos ignoram que, por trás dessa comodidade, estão altas taxas de juros.

Como a dívida ficou impagável, a solução é arragaçar as mangas para sair dessa enrascada. Mesmo que você já esteja com 100% de sua renda comprometida com dívidas, não cruze os braços: mudanças radicais no seu estilo de vida serão necessárias para alcançar o equilíbrio financeiro novamente. Considere morar em um lugar mais barato, mudar seus filhos de escola ou vender o carro e dispensar a empregada ou a diarista.

Primeiros passos Divida o total de suas dívidas, incluindo todas as parcelas de financiamentos (menos o imobiliário, que corresponde à despesa do aluguel) pela renda familiar. Se perceber que 30% do seu orçamento já estão comprometidos, ligue o sinal de alerta, abrindo mão de gastos pessoais. Caso já passe dos 50%, é hora de, por exemplo, trocar de carro por um modelo mais econômico. E vale lembrar que qualquer renda extra, como o décimo terceiro salário, férias ou restituição do Imposto de Renda, deve ser usada para o pagamento das dívidas. Isso vai ajudar você a não cair mais em ciladas do chamado “crédito fácil.”


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015

GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Ano de confusão

Meia volta Depois de anunciar que a Força Nacional presidiria os inquéritos de homicídios, o governo voltou atrás. Uma portaria da Delegacia Geral de Polícia Civil publicada ontem devolve aos delegados da capital o direito de presidir os inquéritos, concomitantemente com o apoio da Força Nacional. Os delegados, assim, voltam a exercer suas atividades prestigiados. A decisão anterior, diga-se de passagem, foi precipitada.

Governo paralelo Não dá para acreditar, mas alguns aliados de primeira hora do governador Renan Filho confidenciam que, já no início da administração, um governo paralelo se formou com alguns principais auxiliares do chefe. Indicações são analisadas e as preferências sempre são escolhidas por esse pequeno, mas influente time.

Pra plateia Um deputado revelou no final de semana, que o governador Renan Filho vetou o projeto da 17ª Vara para jogar pra plateia, mas intimamente é indiferente sobre a decisão da Assembleia Legislativa. Ou seja, não lhe interessaria muito se o veto fosse mantido ou não.

Pra baixo A Assembleia Legislativa parece que não tem jeito mesmo. Depois das denúncias feitas pelo Ministério Público, agora se descobriu que tinha assessores que ganhavam mais de que qualquer funcionário de carreira.

Governador três vezes, prefeito de Maceió, senador da República e deputado federal, Divaldo Suruagy é um exemplo para futuras gerações. Foi um dos administradores mais honestos que Alagoas teve a honra de conhecer. Homem de poucas posses, intelectual, nunca se valeu do cargo para perseguir ou se locupletar das funções que exerceu. Pelo contrário. Ajudou a milhares de alagoanos sem querer nada em troca. Hoje, lutando pela saúde, tem recebido visitas de poucos amigos. É a vida.

Batata quente

N

em bem começou o ano, a Assembleia Legislativa e o Ministério Público começam às turras. Os deputados aprovaram com restrições ações da 17ª Vara projeto que ainda será submetido aos parlamentares em face do veto do governador Renan Filho e o Ministério Público deu o troco imediatamente, promovendo ações de apropriação indébita contra a instituição que não tem repassado como deve o desconto de Imposto de Renda dos trabalhadores. Mas a ação que pede a devolução de cerca de 77 milhões, não ficará só nessa. Vem mais por aí, como adianta o Ministério Público. A briga ainda vai durar muito e, cada vez, fica mais distante de uma harmonia entre a Assembleia e o MP. Até o final do mês a Assembleia deverá se reunir para analisar o veto da 17ª Vara promovido pelo governador Renan Filho. Será a prova de fogo. Se os deputados derem meia volta ficam desmoralizados. Se derrubarem o veto com certeza pegam uma boa briga com o governador. Pelo andar da carruagem e conversas de bastidores, além do governo ter negado um pequeno empréstimo a ALE para pagamento de salários atrasados dos trabalhadores, o sentimento é de que a tropa que modificou a 17ª Vara vai manter sua posição.

Divaldo Suruagy

O governo do Estado, habilmente, quer tirar do seu pescoço o ensino fundamental e passar para os municípios administrarem, uma batata realmente quente para quem não tem nem como sobreviver com os recursos do Fundo de Participação. Inteligentemente o governo se livra de dois problemas: o de recursos e de manutenção das unidades de ensino. Como diz o velho ditado, ´´quem for podre que se quebre.´´

Negociação

Se preparando A ex-prefeita Kátia Born não quer ficar de fora do jogo político do próximo ano. Para isso já trabalha para ser a sucessora de Toninho Lins, no município de Rio Largo. Atualmente secretária de Saúde, Kátia vai ter até o prazo de desincompatibilização para mostrar serviço em Rio Largo e transformar a situação calamitosa da saúde em grandes conquistas para a população. Se Toninho estiver até lá no cargo de prefeito.

Pra baixo 2

Na pauta dos problemas que o governo do Estado enfrenta, chega com força o pedido de reajustes salariais dos trabalhadores de todas as áreas, inclusive Educação e Saúde. Como o problema é grande, o governo está criando uma Comissão para ir administrando a situação. Até quando ninguém sabe.

O troco Quando assumiu o governo há oito anos, Téo Vilela botou a boca no trombone e disse que a administração de Ronaldo Lessa deixou um rombo de mais de 400 milhões de reais. Agora, Renan Filho faz a mesma coisa, revelando que Téo deixou um buraco generoso de mais de 700 milhões de reais.

Desprezado

Parece que a briga pela presidência do Instituto do Meio Ambiente está terminando e pessoas ligadas ao governador dizem que um nome sairá do bolso do seu paletó, afastando qualquer possibilidade do órgão ser entregue ao Partido Verde.

O Dique Estrada parece que não faz parte do município de Maceió. A área, que poderia ser uma das mais importantes para o turismo da cidade, já que é banhada pela Lagoa Mundaú, está entregue literalmente às baratas. Quem passar por ali, pedimos a Deus que os turistas circulem por outro local, sente vergonha. Cavalos pastando nos canteiros, porcos fuçando os restos de sururu deixados no local, carros velhos e latarias abandonadas, urubus festejando restos de alimentos podres, enfim, como se Maceió estivesse abandonada. Bem que a prefeitura de Maceió poderia mandar a Slum fazer uma limpeza no local.

Alto lá 2

Contra senso

Não faria mal nenhum se o Ministério Público e a Polícia Federal, que já fizeram uma devassa na Assembleia, voltassem com força. Afinal de contas, impostos federais estão sendo questionados pelo MP.

Alto lá

Para se ter uma ideia da importância do IMA no contexto técnico e político, uma área entre a praia do Francês e Barra de São Miguel teve u m projeto aprovado pela instituição tempos atrás, mas foi embargado pelo Ministério Público Federal. A área discutida é de alto interesse comercial para grandes grupos financeiros.

Enquanto a prefeitura de Maceió ganha nota 10 com a programação de Verão na Praça Multi Eventos, ganha também nota zero na ausência de chuveiros e banheiros onde os turistas visitam a piscina natural da Pajuçara, exatamente em frente do Hotel Radisson, um dos melhores da cidade. Turismo assim, nem na China.

Cruzamento de folhas O Ministério Público quer fazer um cruzamento de folhas em prefeituras do interior, mas deveria forçar a barra para começar pela Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores, Tribunal de Contas, governo do Estado e prefeitura de Maceió. Com certeza sobraria dinheiro para oxigenar os orçamentos das instituições.

Pra valer O governador Renan Filho está mesmo disposto a cortar na carne as despesas para viabilizar o governo. Negou facilidades para a Assembleia Legislativa, uma instituição lamentavelmente desmoralizada pelos escândalos que protagonizou, deu uma redução nos duodécimos de todos os poderes, inclusive o Judiciário e está acenando para outras providências importantes para a governabilidade.

Comigo, não Quem quiser conseguir alguma coisa com o governador Renan Filho, é bom não levar conversa citando o nome do senador Renan Calheiros. O governador quer imprimir uma administração independente e já deu a entender que não gosta de misturar as coisas.

Frustração Muita gente que pensava está garantida no governo de Renan Filho, está chupando pirulito. Até mesmo àqueles que achavam que tinham contribuído muito durante a campanha. Renan está dando a entender que quer fazer uma administração à sua maneira, sem paparicagem nem com puxa-saquismo, o que tem sido visto nos últimos anos.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 -

5

LAVA JATO

Força-tarefa vai apurar participação de políticos na roubalheira da Petrobras Comissão de “intocáveis” terá oito procuradores que investigarão mais de 40 parlamentares envolvidos no maior roubo da história DA REDAÇÃO

O

procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criou uma comissão especial de procuradores para investigar todos os políticos citados diretamente na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Agora a investigação pode ganhar corpo, porque é a real origem do maior escândalo de corrupção da história moderna, que está causando danos devastadores na vida de milhares de trabalhadores que já perderam seus empregos e de muitos outros que ainda estão ameaçados de viver este drama pela ganância de muitos políticos de grande influência em Brasília. Sabe-se que o ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa envolveu mais de 30 políticos. O doleiro Youssef confirmou o nome desses 30 e forneceu mais detalhes. Há ainda outros presos que não se sabe até que ponto apontaram mais nomes, podendo envolver outros políticos nessa trama de corrupção. Se todos os nomes que já foram citados e outros que ainda estão encobertos vierem à tona, e se forem condenados e presos, o país poderá ter uma grande oportunidade de recomeçar sua história em bases mais

justas e honestas. “OS INTOCÁVEIS” A força-tarefa conta com oito procuradores do Ministério Púbico Federal para comandar apurações sobre o envolvimento destes políticos no esquema de desvios de bilhões de reais em contratos da Petrobras. Será uma espécie de “Os Intocáveis”, criado pelo governo americano para combater os gangsters americanos da época da Lei Seca, nos Estados Unidos. O nosso “Eliot Ness” será o coordenador do grupo, o procurador Douglas Fischer. Além dele, farão parte os procuradores Vladimir Aras, Bruno Calabrich, Rodrigo Telles, Fábio Coimbra e Andrey Borges de Mendonça, além dos promotores do Ministério Público do Distrito Federal Wilton Lima e Sérgio Fernandes. O grupo ficará responsável por analisar o material da investigação de inquéritos e denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República ao relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro Teori Zavascki. O grupo tem carta branca para fazer diligências para apurar a participação de autoridades envolvidas nos desvios da Petrobras. Até buscas, apreensões, quebras de sigilo e pedidos de depoimentos esses procuradores terão au-

Presidida por Douglas Fischer (acima), comissão criada por Janot terá amplos poderes para investigar políticos

toridade para fazer. A Operação Lava Jato entrou em outro patamar. Os procuradores se negam a adiantar números ou nomes. Por depoimentos dados por delatores da Lava Jato ao Congresso, porém, fica clara a probabilidade de que mais de 40 políticos se-

jam investigados por receber propina oriunda dos cofres da Petrobras. As principais fontes de acusação são o exdiretor da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. O prazo das investigações da PGR é de seis meses, mas pode ser prorrogado. A for-

ça-tarefa vai trabalhar em paralelo ao grupo de procuradores que investiga, na primeira instância da Justiça Federal do Paraná, os réus da Lava Jato que não têm o foro privilegiado — funcionários públicos, doleiros e empresários, na maioria. Desses, 11 estão presos.


6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 DÉJÀ VU

Ministério Público denuncia novas irregularidades na Assembleia Casa de Tavares Bastos é acusada de falta de transparência e apropriação indébita de Imposto de Renda CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

Á

gua mole em pedra dura, tanto bate até que fura é o ditado que mais se encaixa com as Ações Civis Públicas (ACP) ajuizadas pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) esta semana contra a Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Os desvios de dinheiro e a falta de transparência dos que fazem a Casa de Tavares Bastos estão se afunilando cada vez mais e pelo que se vê nas mais recentes acusações do MPE, o órgão da justiça não está para brincadeira. A primeira ação com pedido de tutela antecipada foi pelo fato da Assembleia não está repassando ao Tesouro Estadual o Imposto de Renda recolhido dos membros e servidores. O prejuízo aos cofres públicos ultrapassa os R$ 77 milhões. De acordo com o MP, as investigações sobre a falta de repasse do imposto de renda da Casa de Tavares Bastos tiveram início em julho de 2013, após as irregularidades na gestão da Assembleia Legislativa terem sidas descobertas. Diante disso, houve a instauração do inquérito civil nº 001/2013 pela Procuradoria Geral de Justiça. Na petição da ACP, o Ministério Público destacou também quea ausência de recolhimento do produto dessa arrecadação – que, por expressa determinação constitucional (artigo 157, I, da Constituição Federal, e artigo 170, I, da Constituição

Documento da Secretaria da Fazenda comprova que Legislativo não cumpre com o repasse do Imposto de Renda para o Tesouro estadual

Estadual), pertence ao Estado de Alagoas – vem implicando supressão de receita em valores crescentes, atualmente superiores a R$ 77.349.264,25 (setenta e sete milhões, trezentos e quarenta e nove mil, e duzentos e sessenta e quatro reais e vinte e cinco centavos), sendo R$ 8.337.290,96 em 2009, R$ 15.248.000,00 em 2010, R$ 16.212.229,03 em 2011, R$ 18.389.479,02 em 2012 e R$ 19.162.265,24 em 2013. A Procuradoria Geral de Justiça chegou a esses números por meio de documentos encaminhados pela própria Assembleia, através do ofício nº 066/2014, da Presidência daquela Casa. Nele, foram juntadas as DIRF (Declaração de

Imposto de Renda Retido na Fonte) referentes a cada um desses anos. Em 2014 também não houve qualquer recolhimento do imposto. Com as irregularidades comprovadas,o MPE enviou em julho do ano passado uma recomendação direcionada ao então presidente da Casa de Tavares Bastos, o deputado Fernando Toledo (PSDB), para que o mesmo cumprisse a obrigação constitucional em questão. Porém, como de praxe, Toledo não acatou as providências sugeridas pelo MPE/ AL e permaneceu violando os termos da Lei nº 4.320/1964 e da Lei Complementar nº 101/2000, haja vista que os recursos retidos em folha (que

não têm base orçamentária) continuaram sendo ilegalmente utilizados, desconsiderando não haver condições para assunção de novas despesas e obrigações. Novos pagamentos irregulares foram autorizados, causando evidentes danos ao patrimônio público do Estado de Alagoas, de acordo com o MP. Segundo a Lei nº 5.077/1989 estabelecida no Código Tributário Estadual, deve ser recolhido ao Tesouro do Estado o imposto da União sobre a renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos por todos os órgãos públicos, de qualquer Poder Estadual. Portanto, a legislação é clara quanto a esse recolhimento obrigatório que

tem a finalidade de assegurar a autonomia financeira indispensável para o desempenho das competências constitucionais pelos entes federativos. Assim é que, embora o IRPF se trate de um tributo instituído pela União, o produto da sua retenção obrigatória nas folhas de pessoal dos órgãos públicos, de âmbito estadual, deve ser tempestivamente recolhido aos cofres públicos estaduais, no caso, à Secretaria de Estado da Fazenda – Sefaz. O EXTRA entrou em contato com o secretário da Fazenda, George Santoro, através de sua assessoria, que informou que ele se encontrava em reunião e não poderia se posicionar sobre o assunto naquele momento.


extra

-

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 - 7

DÉJÀ VU

Fernando Toledo diz que reter IR é legal Em declarações à imprensa, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Toledo, negou que tenha havido irregularidades na retenção de recursos do Imposto de Renda dos servidores do parlamento. Toledo afirmou que a retenção do montante que deveria ir para o Tesouro Estadual é uma prática comum entre os poderes. Para Toledo se a ALE não adotasse essa postura, não teria como realizar o ordenamento de despesas da Casa, como pagamento dos servidores. O ex-presidente disse ainda que os poderes normalmente contabilizam os recursos como parte do orçamento. De acordo com o promotor José Carlos Castro, há documentos que comprovam a irregularidade da Assembleia. “Essa declaração do ex-presidente da Assembleia não procede. Temos documentos que comprovam que todos os poderes repassam os valores corretamente, apenas a Assembleia não o faz”. FALTA DE TRANSPARÊNCIA A segunda ação civil foi motivada pela falta de transparência da Casa de Tavares Bastos com os gastos dos recursos oriundos do seu orçamento. A acusação se deu pela não publicidade em seu sítio eletrônico das despesas efetuadas e também por divulgar números de forma incompleta e defasada, o que segundo o MP dificulta a fiscalização por parte dos órgãos de controle e da própria sociedade civil organizada. Já a ausência de prestação de contas, pagamentos irregulares a servidores, desvio da finalidade dos atos administrativos, falta de licitações, não recolhimento de impostos e contribuições e o descumprimento dos limites de gastos com pessoal levaram a segunda ação ingressada pelo

Ministério Público listou, na ação penal, os cinco maiores salários pagos a servidores do Legislativo

que a Mesa Diretora da ALE/AL manipulava, de forma ilícita, a folha de pessoal do Parlamento. Ele afirmou que os dirigentes da Casa de Tavares Bastos teriam sacado, mais de R$ 4,5 milhões na Caixa Econômica Federal de forma “‘misteriosa’. O deputado estadual também voltara a falar sobre o pagamento de gratificações para servidores comissionados. Um total de R$ 17,5 milhões teriam sidos destinados para esse fim somente no ano de 2011, também, segundo ele, em desacordo com a legalidade.

Ex-presidente da Assembleia negou ilegalidade e disse que a Casa agia corretamente

órgão da justiça. Consta na petição da Ação Civil Pública que apenas cinco telas apresentam os itens referentes “Transparência” da Assembleia, contendo informações imprecisas acerca da folha de pagamentos e das despesas realizadas. No tópico “Pagamentos” constam as escassas informações sobre pagamento de pessoal. A remuneração apresentada é apenas a líquida, e não constam informações básicas como cargo, função, lotação, vencimento básico, gratificações ou funções comissionadas, diárias, descontos previdenciários, imposto de renda, férias, 13º salário, e outras inerentes à matéria. Embora os levantamentos do MP tenham sido realizados há quase um ano, muito pouco ou nada mudou desde então no portal da Assembleia.Com base no que já foi apurado no Inquérito Civil em curso, somenteno ano de 2012, o Departamento de Auditoria do Ministério Público levantou opagamento de mais de R$ 6 milhões em salários acima do teto constitucional. Além dessa prática, a auditoria do MP

TATURANA

Paulo Bentes de Souza chegou a receber R$676 mil em dois anos

identificou inúmeros pagamentos de salários ilegais, em valores incompatíveis com os cargos ocupados pelos servidores comissionados, em gratificações ilegais e inominadas, motivadas tão somente pela proximidade dos servidores com os gestores da Assembleia. Um exemplo dado na petição foi o caso do servidor Paulo Bentes de Souza Leal, nomeado para o cargo de Secretário Parlamentar. Ele recebeu nos anos de 2012 e 2013 quase R$676 mil da Assembleia Legislativa. Muito além do devido ao seu cargo.

Este servidor integra a lista dos maiores casos de recebimentos de salários além do valor previsto em lei e constante na folha de pagamento do Legislativo. DENÚNCIAS Denúncias contra a atuação dos membros da Assembleia não são de agora. Em 2013 o ex-deputado estadual e agora deputado federal João Henrique Caldas (SDD) denunciou diversas irregularidades na folha salarial de assessores e deputados. Na época, JHC concedeu coletiva à imprensa para anunciar

Denúncias de desvios de dinheiro na Assembleia também não são recentes. Em 2007 a Polícia Federal deflagrou a Operação Taturana, com objetivo de desmontar uma organização criminosa instalada na ALE acusada de fraudes no IR (Imposto de Renda) de até R$ 200 milhões em cinco anos. Segundo a PF, a quadrilha se apropriava de recursos da casa através de sua folha de pagamentos, com a inclusão de funcionários fantasmas e laranjas. Os envolvidos também declaravam à Receita Federal retenções de imposto de renda em valores superiores aos efetivamente retidos, além de se beneficiarem das restituições do IR feitas aos falsos funcionários.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015

JOGO DE CENA

dades.

Exonerações assinadas por Albuquerque serão anuladas

Pirotecnia realizada pelo deputado fere o regimento interno da Casa de Tavares Bastos JOÃO MOUSINHO JOAO_MOUSINHO@HOTMAIL. COM

O

ato das 213 exonerações realizadas pelo deputado Antônio Albuquerque (PRTB), publicado nesta quinta-feira (22) no Diário Oficial do Estado, serão anulados pela próxima Mesa Diretora. A medida do presidente “meteórico”- como ele mesmo se classificou – foi adotada de forma monocrática, o que fere o regimento interno do poder legislativo. O parlamentar convocou uma coletiva na última quarta-fei-

ra (21), para “aparecer bem na foto” afirmando que sua medida traria uma economia de cerca de R$ 2,5 milhões aos cofres públicos. Os artigos 311 e 312 do regimento interno da Casa de Tavares Bastos explicitam serem atos monocráticos como este: “[...] nulos de pleno direito atos, podendo, inclusive, podendo caracterizar ato de improbidade administrativa, como também o poder de autotutela inerente às atividades do poder legislativo, pois não foi resultante de exigida e imprescindível decisão colegiada”.

O ex-presidente da Casa, Fernando Toledo, que assumiu a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado havia exonerado no dia 31 de dezembro todos os servidores comissionados da ALE, mas a prática foi ilegal, devido a “imprescindível decisão colegiada”. No Diário do dia 20 de janeiro o agora presidente Antônio Albuquerque revogou a decisão de Toledo incorrendo nos mesmos erros que transformam suas exonerações em jogo de cena. A pirotecnia realizada por Albuquerque demonstra apenas o que o Ministério Público Estadual já sabe: a folha de comissionados da Assembleia serve apenas de cabide de salários. Deputados se locupletam de vencimentos pagos a apadrinhados políticos, familiares e até pessoas que

servem de laranjas, que repassam o montante recebido de volta ao “empregador”. As exonerações revelam o ralo de dinheiro público em que a Assembleia Legislativa se tornou em Alagoas. Apenas 213 comissionados recebem mensalmente R$ 2.460.169,96; esse número representa mais de R$ 29,5 milhões ano. Vale lembrar que as exonerações publicadas no dia 22 são de apenas 24% dos servidores comissionados da Casa. A caixa preta e a falta de transparência do poder legislativo estadual não permite uma análise dos gastos totais com comissionados na Assembleia. O acesso restrito por parte dos membros de Mesa Diretora dificultou as próprias investigações do Ministério Público Estadual e da Polícia Federal, em outras oportuni-

O INFERNO DA REALIDADE O deputado Antônio Albuquerque foi um dos alvos da Operação Taturana da Polícia Federal que desbaratou um esquema de desvio de dinheiro público da Casa. Segundo a PF, a quadrilha formada por deputados se apropriava de recursos da Assembleia através da folha de pagamentos, com a inclusão de funcionários fantasmas e laranjas. O esquema teria desviado mais de R$ 300 milhões do caixa da ALE. Os envolvidos também declaravam à Receita Federal retenções de Imposto de Renda em valores superiores aos efetivamente retidos, além de se beneficiarem das restituições do IR feitas a falsos funcionários. O deputado que “exonera” comissionados para diminuir os gastos da ALE também já emplacou em outras folhas de comissionados esposa e filho: Simone Albuquerque e Nivaldo Albuquerque Neto – que recebiam dinheiro pela “Folha 108” – que pagava a servidores fantasmas do Legislativo. As irregularidades cometidas através da “Folha 108” foi o motivo da exoneração do então procurador-geral da Casa, Mendes de Barros, que tinha sido nomeado por Albuquerque, que era presidente, logo após a Operação Taturana e se posicionou contrário ao pagamento do pessoal que se quer tinha sido nomeado para Assembleia. Além da esposa e do filho de Albuquerque, outras 500 pessoas recebiam da folha falsa. Durante a entrevista coletiva da quarta, quando anunciou as exonerações, Albuquerque disse ter pedido, durante a noite do dia anterior, que o “espírito santo” o intuísse para definir o que representou o período em que esteve no comando do legislativo estadual: “Vivi o céu da ilusão e o inferno da realidade”. A nova Mesa Diretora deve


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 -

9

JOGO DE CENA

Confira os nomes dos 213 comissionados da Assembleia “demitidos” por AA JOSE NAILTON DA SILVA SOUZA R$ 14.160,00 FERNANDA SORAYA DE ARAUJO R$ 14.160,00 DARLAN CAVALCANTE DAS NEVES R$ 14.160,00 THIAGO BEZERRA ALVES R$ 7.080,00 FRANCISCO JOSE CORREIA DOS SANTOS R$ 7.693,76 HUMBERTO MELO DE ALMEIDA CAMPOS R$ 14.160,00 VALMIR SIQUEIRA DO NASCIMENTO R$ 16.080,00 EMILIA MARIA VILELA SANTOS R$ 1.683,02 JULIO BARBOZA RIBEIRO R$ 4.447,98 EDJA NUBIA DE OLIVEIRA LIMA R$ 14.160,00 LUCIO DE MEDEIROS RIBEIRO FILHO R$ 14.160,00 THOMAZ SARMENTO COSTA DE SOUZA R$ 16.080,00 COSME MOTA DE FARIAS R$ 16.080,00 MARIA LUIZA DE ARAUJO ALVES R$ 2.885,16 ANTONIO NUNES DE ARAUJO NETO R$ 1.322,36 RODRIGO FREIRE DE FARIAS R$ 14.160,00 STELLA MARY DIAS NOBRE BARRETO R$ 1.322,36 MARIA LENISE QUEIROZ TENORIO R$ 1.322,36 PEDRO HENRIQUE CORREIA BRASIL R$ 8.040,00 JOSE AFONSO FREITAS MELRO R$ 2.163,88 MARIA DO O SILVA DAS GRACAS0 R$ 1.202,16 ARLINDO LOPES DE ALMEIDA NETO R$ 3.606,40 NADIA REJANE DA SILVA SOUZA R$ 14.160,00 ANELLA LEITE VIEIRA R$ 16.080,00 ALARCON PACHECO BARBOSA OLIVEIRA R$ 14.160,00 MARIA IZABEL MEDEIROS BARROS R$ 12.021,56 LUIZ PEREIRA DOS SANTOS FILHO R$ 8.040,00 CARLOS ALBERTO PINTO DOS SANTOS R$ 14.160,00 GILMAR CAVALCANTE LIMA JUNIOR R$ 16.080,00 SONIA MARIA TOSHEI ONUKI R$ 1.322,36 EDSON FERREIRA DE ALBUQUERQUE R$ 12.021,56 CARLOS ALBERTO MATIAS ELOI R$ 14.160,00 RODOLFO IZIDORO SOARES ALVES0 R$ 16.080,00 RICARDO CARVALHO DE LIMA R$ 16.080,00 ADRIANA OLIVEIRA DE CARVALHO R$ 16.080,00 THOMASZEVISK LIMA AZEVEDO R$ 14.160,00 ITALO SILVANO GHILARDI R$ 14.160,00 JEFFERSON LUIZ DOS SANTOS R$ 14.160,00 MARIA GERUZA MONTEIRO DE SENA VIEIRA R$ 12.021,56 BRUNO DA ROCHA RIBEIRO R$ 14.160,00 MARIA LUCIANA TENORIO MELO R$ 7.080,00 CARLOS RAMOS DOS SANTOS R$ 16.080,00 SANDRA REJANE SILVA DOS SANTOS R$ 16.080,00 FABIO MANOEL F ARAUJO0 R$ 8.040,00 JULYANNA SANTOS SOUZA R$ 16.080,00 RITA MAYARA DA COSTA SANTOS R$ 16.080,00 WAGNER PHILIPE RODRIGUES NOGUEIRA R$ 8.418,04 DELANE CRISTINE BARROS DA SILVA R$ 8.040,00 ADIMILSON BEZERRA CAVALCANTE R$ 14.160,00 JOAO PAULO BARBOSA PASSOS R$ 14.160,00 KRISTHIANNY MARIA DA ROCHA PANTALEA R$ 6.010,78 MARCOS ANTONIO DOS SANTOS JUNIOR R$ 6.010,78 ADEMAR JOSE DA SILVA R$ 4.808,62 JOSEFA SANTOS R$ 5.289,48 MARIA JOSE SILVA RODRIGUES R$ 4.327,76 ADJANE GOMES BATISTA TENORIO DE LIMA R$ 16.080,00 AILTON LEANDRO SOARES R$ 14.160,00 LUIZ ANTONIO DE LIMA PIRES R$ 16.080,00 MARCIA MARIA DE LIMA PIRES R$ 12.021,56 REYVA MIKAELLA SILVA RAMOS R$ 14.160,00 WILZA MARIA MARQUES GOMES DE CARVALHO R$ 16.080,00 FELIPE DE OMENA FEIJO R$ 1.803,22 MARIANA DE OMENA FEIJO R$ 1.803,22 MARLUCE ALVES DE ALMEIDA SALGUEIRO R$ 8.040,00 REINALDO MARTINS MACEDO R$ 2.163,88 ANTONIO FIRMINO FILHO R$ 16.080,00 MESSIAS LINO BALBINO R$ 8.040,00 MARIA BETANIA OLIVEIRA TAVARES SANTOS R$ 1.202,16 TALLYNE THYANNE ALVES DOS SANTOS R$ 16.080,00 ALVERON DOS SANTOS R$ 16.080,00 ANA GABRIELA VANDERLEY DE MELO R$ 16.080,00 ROBSON ALFREDO DA SILVA MOURA R$ 8.415,04

ROSE REGIS DE MORAES CRUZ R$ 1.683,02 MARIO JORGE JUCA R$ 3.606,40 MARCUS VINICIUS DE SOUZA BARBOSA R$ 14.160,00 JOSE WILSON DUARTE ALBUQUERQUE R$ 12.021,56 IRIS DA SILVA GOUVEIA R$ 16.080,00 DENISSON GUILHERME RODRIGUES DE OLIVEIRA R$ 16.080,00 FABIANO PERRELLI TEIXEIRA CAVALCANTE R$ 16.080,00 SUELY SARMENTO COSTA DE SOUZA R$ 16.080,00 CARMEM DOLORES SARMENTO COSTA FRANC R$ 16.080,00 ALEXANDRE CAVALCANTE JUCA NOGUEIRA R$ 16.080,00 DIEGO CABRAL DA SILVA FERNANDES R$ 16.080,00 HEUDES PATRICK DA SILVA BRAGA R$ 16.080,00 ITAMARA RODRIGUES DO CARMO R$ 16.080,00 JOSE MENDES LEITE TEIXEIRA R$ 16.080,00 MARCIA PIMENTEL TEIXEIRA R$ 16.080,00 NAYLDSON BARBOSA R$ 16.080,00 KLAYDSON RYTHCHARDSON MARQUES DA SILVA R$ 16.080,00 GRACA MARIA CANUTO MEDEIROS R$ 16.080,00 SONIA MARIA DOS SANTOS LIMA R$ 16.080,00 FABIANO LIMA DE BARROS R$ 16.080,00 NILTON LIMA DE BARROS R$ 16.080,00 FERNANDA FERREIRA PORTO R$ 16.080,00 SILVANIA MARIA LIMA DE BARROS R$ 16.080,00 RAFAEL CARVALHO DA ROCHA BARROS R$ 16.080,00 MERCIA AMELIA MAGALHAES R$ 16.080,00 CRISTIANA DA SILVA ACIOLI R$ 16.080,00 ANNA KAROLINA FARIAS DA SILVA R$ 16.080,00 JOSE ALBENZIO LOPES DE OLIVEIRA R$ 16.080,00 ANTONIO AUGUSTO DA SILVA JUNIOR R$ 16.080,00 DIEGO TEIXEIRA DO NASCIMENTO R$ 16.080,00 ZULEIDE MENEZES ARAUJO R$ 16.080,00 WANOLFO VASCONCELOS SILVA FILHO R$ 16.080,00 FABIO DA CONCEICAO R$ 16.080,00 EMANUELLA VANETO DA SILVA R$ 16.080,00 VANEIDE AMORIM DA SILVA R$ 16.080,00 ELISIO WAGNER DIAS LIMA R$ 3.606,40 JOSUE DA SILVA SANTOS R$ 16.080,00 RODRIGO ANGELO SANTOS R$ 16.080,00 RODRIGO VIEIRA DA SILVA R$ 1.562,80 ALMIR FRANCISCO DE MOURA R$ 1.683,02 JOSE CLEBIO BARBOSA R$ 1.923,44 ERNANDE FERREIRA FILHO R$ 1.322,36 VITTOR GEOVANNY OMENA MENDES R$ 1.322,36 JOAO HONORATO DE PAIVA FILHO R$ 16.080,00 KARTLAND VIEIRA DE LUNA PAIVA R$ 16.080,00 WADSON REGIS VIEIRA DA SILVA R$ 4.808,62 RENATA REGIA DOS SANTOS R$ 1.081,94 DARLENE LIMA DO NASCIMENTO R$ 1.081,94 JANAINE MARIA DOS SANTOS R$ 1.081,94 KARYNE VITAL CARDOSO OLIVEIRA R$ 14.160,00 LIDIA MARIA SARMENTO COSTA FRANCA R$ 16.080,00 ANDREIA MACEDO DA SILVA R$ 16.080,00 LAIS MOREIRA DE MACEDO CARVALHO R$ 16.080,00 BRUNO ANDERSON MONTES MESSIAS R$ 16.080,00 MARIA RILDA COSTA SANTOS R$ 16.080,00 ARTHUR DE CASTRO MAGALHAES NETO R$ 16.080,00 FABIANO ALVES FERREIRA R$ 14.160,00 JOSE GILSON DA SILVA R$ 12.021,56 EDUARDO JULIO GOMES DA SILVA R$ 14.160,00 JOSE RICARDO DA SILVA R$ 12.021,56 MARLENE MELO DOS SANTOS R$ 14.160,00 ODINEIDE DA SILVA SANTOS R$ 12.021,56 CARLOS AYRON MENDONCA DE OLIVEIRA F R$ 12.021,56 JOSE ROBERTO DIAS DA SILVA R$ 12.021,56 ANTONIO NAILTON MENDES ALVES R$ 12.021,56 ANTONIO MARCOS BARROS DOS SANTOS R$ 12.021,56 ANA CRISTINA DE OLIVEIRA MORAIS R$ 4.808,60 JULIO CESAR CABRAL DE MELO SAMPAIO R$ 2.284,08 ADINERCO DA SILVA SOUZA R$ 1.081,94 ANTONIO KLEBER CALHEIROS LEITE R$ 1.081,94 MARCOS DE OLIVEIRA SOUZA R$ 1.081,94 THIAGO DA SILVA BARBOS R$ 1.081,94

MARCELO DA SILVA VIEIRA R$ 3.606,40 LUANA GONCALVES FONTES R$ 3.846,88 ALIFER ALONSO DE ARAUJO R$ 12.021,56 JOSE WALDINEY PEREIRA DE GOUVEIA R$ 1.081,94 EMANUELLE DA SILVA BATISTA R$ 3.005,38 JONHE DE ALMEIDA ABS R$ 16.080,00 TACIA GOMES DA SILVA SANTOS R$ 16.080,00 EMMANUELA GOMES DE ALMEIDA R$ 1.683,02 RAFAEL GUSTAVO CAVALCANTI LINS R$ 6.010,78 PHILLIPY AUTRAN OLIVEIRA LIMA R$ 12.021,56 JOSE LUIZ LOPES DE OLIVEIRA R$ 6.010,78 LUCIA MARIA ALMEIDA ESPIRITO SANTO R$ 16.080,00 ANTONIETA DA SILVA PINTO R$ 16.080,00 MARCIO LEANDRO OLIVEIRA R$ 16.080,00 AMANDA DOS SANTOS MAGALHAES R$ 16.080,00 HUMBERTO PAULO MACHADO R$ 16.080,00 MARIA JULIANA FERREIRA DA SILVA R$ 3.846,88 RYLLMANY CHRISTYNY TENORIO DE HOLANDA R$ 1.442,58 MARCOS CIDENE DOS SANTOS R$ 16.080,00 VANESSA ALVES SOARES R$ 16.080,00 TARCISIO EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS R$ 16.080,00 KLEITON PIMENTEL DA ROCHA JUNIOR R$ 6.010,78 CARLOS SERGIO BORGES DA SILVA R$ 1.081,94 PHILLIPE DUARTE MENDONCA RAPOSO R$ 16.080,00 LUIZ ALEX SILVA DOS SANTOS R$ 16.080,00 LUCIANO FLAMARION DA CUNHA MOREIRA R$ 16.080,00 JAIRES DA SILVA SANTOS R$ 1.442,58 GILDA BRITO ALCANTARA DE OLIVEIRA R$ 2.885,16 SEVERINA MARIA PIMENTEL DE FARIAS R$ 14.160,00 HUGO FERREIRA DA SILVA R$ 12.021,56 JOAO PAULO SOUZA FELIZARDO R$ 16.080,00 TACIANA CONCEICAO DA SILVA R$ 16.080,00 ELIENE BATISTA RAMALHO DOS SANTOS R$ 1.683,02 DARLAN JOAQUIM CAVALCANTI DA SILVA R$ 1.923,44 SIDCLEY ROCHA PEIXOTO R$ 16.080,00 MARIA BENEDITA BARBOSA DOS SANTOS R$ 12.021,56 JOSE RENATO DA SILVA SANTOS R$ 14.160,00 ANGELA MARIA BRANDAO CAVALCANTI DE R$ 1.442,58 MARIANA DE OLIVEIRA VELOSO R$ 1.081,94 ELIEL MARCOS MELO ACIOLY R$ 16.080,00 LYVIA MYLENA FERREIRA LIMA R$ 14.160,00 JAILTON GOUVEIA DOS SANTOS R$ 16.080,00 ANA PAULA DA SILVA R$ 16.080,00 DAVIDSON GUSTAVO RODRIGUES DE OLIVEIRA R$ 16.080,00 WILLIAN PIMENTEL RIBEIRO BENTOR$ 16.080,00 VIVIAN PIMENTEL RIBEIRO BENTO R$ 16.080,00 CHARLES BRANDAO COSTA R$ 16.080,00 CARLA PAULA MENEZES ARAUJO R$ 16.080,00 ISABELA NAVARRO MELO R$ 16.080,00 RAFAELLA SURUAGY LIMA MARINHO R$ 16.080,00 CRISTIANE MENEZES ARAUJO R$ 16.080,00 SILVIA ANDREA AGRA ALMEIDA R$ 16.080,00 VANDERLINO ANTONIO DA SILVA R$ 16.080,00 CLOVES FERRO BARROS JUNIOR R$ 14.160,00 POLLYANNA SANTOS SOUZA R$ 16.080,00 ROSILDA CAVALCANTE BORGES ARAUJO R$ 16.080,00 SILVANIA ROCHA SANTOS SOUZA R$ 16.080,00 IRAN DA SILVA SOUZA R$ 16.080,00 GUTTEMBRG SOARES NOVAIS R$ 16.080,00 RICARDO DOS REIS CLETO FREIRE R$ 16.080,00 LAERCIO SOARES BARBOSA R$ 16.080,00 FLAVIA BARROS CAVALCANTE R$ 16.080,00 MAYARA IZIS RODRIGUES DO CARMO R$ 16.080,00 JOAO EUDER GUEDES DA COSTA R$ 16.080,00 WILLIAMS RAFAEL DA SILVA MELO R$ 16.080,00 JOSE FERNANDO TENORIO COSTA R$ 16.080,00 WALTER RICARDO FELIZARDO R$ 16.080,00 TAISA CALHEIROS ARLINDO PEREIRA R$ 2.284,08 DAVI AZEVEDO ANTUNES R$ 3.005,38 TOTAL R$ 2.460.169,96


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO

DE 2015

NEGOCIATA

Renúncia fiscal de R$ 55 milhões deve ser revertida por Renan Filho Acordo lesivo celebrado em 2014 beneficia usineiro Nivaldo Jatobá e inclui terras sob litígio judicial VERA ALVES veralvess@gmail.com

A

decisão do governador Renan Filho (PMDB) de rever todos os contratos celebrados pelo Estado nos últimos meses deve resultar na anulação de um dos acordos mais lesivos para Alagoas celebrado no apagar das luzes do Governo Teotonio Vilela Filho. Trata-se do acordo firmado com o usineiro Nivaldo Jatobá e que ensejou a uma renúncia fiscal de R$ 55 milhões, através do qual o devedor de R$ 77 milhões em ICMS passou a ser credor. Firmado à revelia de qualquer análise por parte dos técnicos da Secretaria da Fazenda, o acordo é o alvo de uma representação recebida no final de outubro de 2014 pelo Ministério Público Estadual e de autoria de três entidades do Fisco. Nela, as entidades denunciam os efeitos danosos da transação, pedem providências para sua anulação e cobram a responsabilização dos envolvidos, destacando que ela também afeta a receita dos 102 municípios alagoanos. A esperança do Fisco quanto à revisão desse acordo e de vários outros “acordos administrativos” firmados no governo passado se respalda também nas posições assu-

midas pelo novo secretário da Fazenda, George Santoro, dentre elas a recriação do Grupo de Trabalho Empresas Industriais e Benefícios Fiscais. O grupo terá a missão de levantar os benefícios fiscais concedidos pelo Estado e de proceder às fiscalizações nas empresas industriais – aí incluídas as usinas de açúcar e álcool, poupadas ao longo do governo tucano de uma ação mais efetiva por parte do Fisco. Em outubro do ano passado, o Sindifisco-AL (Sindicato do Fisco de Alagoas), a Asfal (Associação do Fisco do Estado de Alagoas) e o Sindaf (Sindicato dos Servidores em Arrecadação e Finanças da Secretaria da Fazenda de Alagoas), denunciaram ao MP o que denominaram de “golpe ao erário”, a transação entre o governo do Estado, a Nivaldo Jatobá Empreendimentos Agroindustriais e o próprio Nivaldo Jatobá. O empresário e suas empresas eram devedores de R$ 77 milhões em ICMS (Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação), mas conseguiram reduzir o débito a pouco mais de R$ 2 milhões, usando para isto de dois expedientes: o

Dirigentes do Sindifisco durante a coletiva de outubro do ano passado, quando denunciaram o ‘golpe’

Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) implantado no primeiro governo de Téo Vilela através do Decreto 3.699, de 31 de agosto de 2007, e um “acerto de contas” com base em uma indenização envolvendo as terras do usineiro – grande parte delas alvo de disputa judicial – e o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) por conta da construção da AL-101 Sul. A indenização, aliás, é um capítulo polêmico, envolta que é em um processo de usucapião - que remonta à década de 1920 e no qual Nivaldo Jatobá perdeu em todas as instâncias -, e em processos que ainda hoje tramitam na Justiça. Ainda assim, a Procura-

doria Geral do Estado (PGE), estranhamente, deu aval no ano passado ao acordo pelo qual o empresário propôs ser indenizado em R$ 15 milhões pelos “prejuízos” oriundos da implantação da AL-101 Sul, contrariando toda a lógica da supervalorização de todas as propriedades cortadas pela rodovia. E o mais agravante: a PGE admitiu indenizar áreas sobre as quais não existem documentos que atestem a quem pertence a propriedade e por um valor calculado por peritos contratados pelo próprio Grupo Nivaldo Jatobá em 1993. Há de se destacar, também, a celeridade da gestão Téo Vilela em por fim a uma disputa que teve início em

1991, quando Nivaldo Jatobá quebrou o compromisso assumido por ele e outros proprietários de terras cortadas pela AL-101 Sul –entre os municípios de Barra de São Miguel e Piaçabuçu – e entrou com pedido de indenização, alegando prejuízos devido ao desmatamento e destruição de plantações de coco e canade-açúcar. O processo, eivado de irregularidades, como o fato de a PGE não ter sido comunicada da sentença, acabou redundando em derrota para o empresário no Tribunal de Justiça, em 2007 (Acórdão 2.038/2007), e no Superior Tribunal de Justiça, que em 2008 manteve a decisão da Corte alagoana.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 -

11

NEGOCIATA

A contenda judicial seria retomada pelo empresário em 2009, mediante nova ação na Comarca de São Miguel dos Campos. Antes mesmo de sua conclusão, Nivaldo Jatobá propôs em dezembro de 2013 a quitação de seus débitos de ICMS através de um “acordo judicial” amigável ao Estado, no qual afirmou aceitar uma indenização de R$ 15 milhões pelos “prejuízos” sofridos com a construção da AL-101 Sul, ao invés dos R$ 17.775.799,46 a que teria direito. O valor seria a atualização dos CR$ 127.262.688 calculados em 1993 – em perícia contratada pelo empresário na época – e, segundo ele, atualizado pela Contadoria Judicial de Maceió. UM PARECER E MUITAS DÚVIDAS Em apenas sete meses, o Estado “solucionou” e pôs fim a contendas que se arrastavam desde os anos 90 com Nivaldo Jatobá, cujas empresas figuravam dentre os maiores devedores de ICMS. Em julho do ano passado, o então governador Teotonio Vilela Filho e seu secretário da Fazenda, Maurício Toledo, homologaram o acordo proposto pelo empresário com aval da PGE e com base em um parecer no mínimo suspeito. De autoria do então subprocurador-geral José Cláudio Ataide Acioli, o parecer, de 16 de dezembro de 2013 – sete dias depois de Jatobá ter protocolado o pedido de acordo e que deu origem ao processo 12049296/2013 – destaca a “conveniência” do mesmo, já que, revela, o Grupo Nivaldo Jatobá acumula uma dívida de R$ 77 milhões em ICMS e que “se trata de verba de difícil recuperação diante do lento processo de execução fiscal”. Afirma, ainda, ser vantajosa a proposta de indenização de R$15 milhões feita pelo Grupo Nivaldo Jatobá, já que ensejaria uma “economia” de R$ 2.775.779,46 aos cofres públi-

cos. Ou seja, acatou, sem contestação, valores de uma perícia feita pelo próprio interessado e durante processo anulado pela Justiça e sobre uma propriedade ainda em litígio judicial, com várias ações de usucapião. Não menos intrigante é que o débito de ICMS tenha sido reduzido para R$ 54,9 milhões ao longo do processo e posteriormente a R$ 17 milhões, segundo nota oficial emitida pela Procuradoria Geral do Estado no dia 23 de outubro do ano passado, um dia após o Sindifisco e demais entidades do Fisco o denunciarem junto ao Ministério Público Estadual. MUNICÍPIOS AFETADOS De acordo com a presidente do Sindifisco, Lúcia Beltrão, a transação configura renúncia fiscal de ICMS também lesiva aos municípios alagoanos, cuja receita é composta por quotas de 25% desse tributo estadual. Ela destaca, ainda, que o “acordo” não observou o Decreto nº 4.147 de 4 de julho de 2009, que estabelece no artigo 1º que os seus benefícios do PPI aplicam-se “unicamente” à liquidação de débitos na modalidade “pagamento” o que não ocorreu, pois, se deu por “compensação tributária de valores” indo na direção contrária ao decreto estadual. “Um estado como Alagoas, que registra os piores indicadores sociais, não poderia nunca renunciar a uma receita de R$ 55 milhões, num encontro de contas tendo como base a reclamação de um dano que sequer foi reconhecido pela Justiça”, observa Lúcia Beltrão, acrescentando que concentra também sua esperança na anulação do “acordo” no trabalho sério e transparente que vem sido desenvolvido pelo MPE. A denúncia feita pelas entidades do Fisco (Sindifisco, Asfal e Sindaf) encontra-se na coordenadoria de Fazenda Pública do Ministério Público Estadual.

Maurício Toledo, ex-secretário da Fazenda, e Téo Vilela podem ser responsabilizados pelo acordo ilegal

Gunga no centro da disputa pelas terras

U

m dos homens mais ricos do estado, o empresário Nivaldo Jatobá coleciona demandas judiciais para provar, ou rebater, a propriedade de grandes extensões de terras no litoral sul do estado. A mais polêmica delas envolve a Fazenda Lagoa Azeda, uma área de 3.333 hectares que se estende da Barra de São Miguel até Jequiá da Praia e onde está situado um dos principais cartões postais de Alagoas, o Balneário do Gunga. A disputa envolve os herdeiros de Bernardo Lopes, pai de Abelardo Lopes – primeiro presidente da Federação das Indústrias de Alagoas – e que teria adquirido a maior parte da propriedade em 1928 de Eutíquio Quintela Cavalcante. Um quinto das terras, contudo, foram deixadas para a

esposa, Etelvina Nunes Quintela que, com a morte do esposo, entrou com ação de usucapião, retomou toda a propriedade e a vendeu para Nivaldo Jatobá. Desde então, são mais de 40 anos de disputa na qual os herdeiros de Bernardo Lopes tentam provar ser deles a Fazenda Lagoa Azeda, uma contenda que chegou aos tribunais superiores depois que, em 2003, conseguiram a primeira vitória: o então juiz da Comarca de São Miguel dos Campos, José Carlos Remígio, anulou a ação de usucapião de Etelvina e as escrituras de venda do imóvel para Nivaldo Jatobá. O empresário recorreu ao Tribunal de Justiça e perdeu. Foi ao Superior Tribunal de Justiça e amargou nova derrota, mas nem por isto desistiu. O litígio prossegue até hoje.


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 SONHO DA ESTABILIDADE

Concurseiros estão de olho na carreira pública Governo prevê na LDO de 2015 mais de 28,9 mil novas oportunidades; em Alagoas, a corrida já começou MARIA SALÉSIA COM ASSESORIA sallesia@homail.com

O

ano de 2015 deve ser promissor para quem almeja uma vaga no serviço público. Mas, devido ao quadro de estagnação econômica, a concorrência também deve aumentar. Os números da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) enchem os olhos de concurseiros de plantão. A previsão para esse ano é de 28.957 novos cargos, além de vagas de reposição. Desse total, 13.974 são para o Poder Executivo, Banco Central, Receita Federal, Ministério da Fazenda e INSS e cerca de 15 mil vagas vão para a área de Justiça. Alagoas não vai ficar de fora e algumas inscrições já estão abertas. De acordo com o site http:// www.mundocarreira.com.br/, a esfera municipal também merece atenção, já que o ano antecede as eleições locais. Mas entre os diversos concursos programados para ocorrer em 2015, um dos mais aguardados é o da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que depende de um

parecer do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para que possa oferecer 1.500 vagas para o cargo de policial rodoviário, com remuneração de R$ 6.418,25. Outro bastante esperado é o do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Estão previstas 4.730 oportunidades para técnicos e analistas com salários de até R$ 7.147,12. Para se ter uma ideia da concorrência, o último concurso aconteceu no ano passado e teve 164.209 inscritos para 300 vagas. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) disponibiliza 800 vagas para o cargo de auditor-fiscal do trabalho. O salário de R$ 14.653 é um dos fatores que tornam o concurso muito concorrido. Porém, a prova exige nível superior. No segundo semestre, deve acontecer o concurso que oferecerá 2.000 vagas para os cargos de analista administrativo, analista tributário, auditor fiscal e assistente técnico administrativo da Receita Federal. A remuneração pode chegar até R$ 14.965,44. Outro concurso com disputa acirrada é o do BN-

DES. Com salários que variam de R$ 4.148,82 a R$ 10.405,04, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social oferecerá posições de nível médio e superior. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) prevê concurso para preencher vagas de técnico administrativo, técnico em regulação, analista administrativo e especialista em regulação. A remuneração vai de R$ 5.791,25 a R$ 11.776,90. O Ministério da Previdência Social também abriu processo seletivo simplificado para contratação por tempo determinado de profissionais de nível médio e superior para desempenhar atividades no âmbito do Programa de Apoio à Modernização da Gestão do Sistema da Previdência Social - Proprev – Segunda Fase. Os salários vão de R$ 1,7 mil a R$ 6.130. São 40 vagas e os candidatos aprovados serão contratados pelo período de 1 ano, prorrogável até o limite de 4 anos. As inscrições deverão ser feitas no endereço eletrônico www.ebcpconcursos. com.br até 30 de janeiro de 2015. As taxas vão de R$ 55,85 a R$ 62,83.

Já o concurso do Ministério Público da União (MPU) abre várias vagas para cargos de Analista e Técnico (níveis médio e superior). O salário é de até R$ 8.178,06 e para técnicos efetivados e remuneração é de R$ 5.007,82. Os aprovados vão atuar na Amazônia, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Piaui, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal. Inscrições vão do dia 23 de janeiro até 11 de fevereiro de 2015, pelo site do CESPE/ UnB (www.cespe.unb.br/concursos/mpu 15). A taxa é de R$ 110 ou R$ 140,00. Os Correios também deve preparar concurso provavelmente para a segunda metade do ano. A perspectiva é que sejam preenchidas milhares de vagas imediatas e formado cadastro de reserva. Outra oportunidade está em Pernambuco, que oferece vagas para a estabilidade do emprego público. Apenas na prefeitura do Recife são 152 vagas para médicos em 16 especialidades. Salário chega a R$ 9.315,50 e as inscrições podem ser feitas até 9 de fevereiro pelo site Ipad. Para

o Tribunal de Justiça Pernambucano são 50 vagas para juiz substituto. Nesse caso, é preciso ter nível superior em direito e ter exercido atividade jurídica por três anos, no mínimo.O salário é de R$ 19.383,88 e as inscrições vão até 19 de fevereiro pelo site da Fundação Carlos Chagas. ALAGOAS NA DISPUTA Estudar para um concurso público demanda tempo e paciência. Especialistas advertem que não se deve estudar para passar, mas sim até passar. Este ano, em Alagoas, vai acontecer alguns concursos na esfera pública, seja permanente ou temporário. É o caso da Universidade Federal de Alagoas que lança edital para 32 vagas de Professor Substituto em diversas disciplinas. Os vencimentos vão de R$ 1.914,58 a R$ 4.649,65. A função de docente exige graduação na área de atuação, além de titulação em nível de mestre em alguns casos. A inscrição deve ser feita pelo site www.copeve.ufal.br, até o dia 26 de janeiro de 2015. A taxa de inscrição é de R$ 45,00.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 -

13

SONHO DA ESTABILIDADE A prefeitura de Taquarana oferece novos postos efetivos de trabalho. São 73 vagas de até R$ 42,43 hora/aula ou R$ 788,00 mensal. As chances são para níveis Fundamental, Médio e Superior. Inscrição de 26 até 28 janeiro de 2015, na Secretaria Municipal de Educação. Informações: www.taquarana.al.gov. br. Ainda em Taquarana, foram abertas inscrições para seleção de candidatos para o emprego de Agente Comunitário de Saúde e Agente de Combate às Endemias. O processo terá validade de um ano, prorrogável por igual período. O município da Barra de São Miguel oferece vagas para monitoria na Educação municipal. Interessados devem comparecer a Escola professora Medéa, no Centro da cidade, nesta sextafeira, 23, das 7 às 8 horas, munidos com documentação. Para quem realizou provas objetivas do concurso da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), deve ficar atento para novas

datas. É que devido irregularidades, a Comissão Permanente de Vestibular (Copeve), responsável pelo certame, resolveu anular o concurso para todos os cargos de nível fundamental e marcar outro processo seletivo. As provas serão a 8 de março. CONCURSO PARA CARTÓRIOS A novela envolvendo o concurso público para cartórios em Alagoas deve ter um desfecho em breve. A primeira prova deve acontecer em até 60 dias. A previsão é do desembargador Tutmés Airan, presidente da comissão responsável pelo certame. Embora os cartórios tenham recorrido a todas as instâncias para serem excluídos da lista de serventias vagas, Airan destaca que o Tribunal de Justiça está disposto a cumprir com todas as determinações do CNJ, mas tem esbarrado no fato de que a lista de serventias extrajudiciais é “muito volátil”.

Segundo Airan, o caso está na fase de resposta a impugnações sobre a serventia e sobre o próprio edital. Caso reconheça que há necessidade de mudança, esta acontecerá. No entanto, disse o desembargador, quanto a serventia, tem que ser resolvido pelo STF. A resistência ao preenchimento da titularidade dos cartórios mediante concurso público tem explicação. É que as serventias extrajudiciais se transformaram ao longo dos anos em um negócio altamente

rentável e que em Alagoas ainda mantém o sistema de capitania hereditária, prática esta que acabará com o concurso. Quanto ao receio de ser a Copeve a organizadora do concurso, Airan garantiu que trata-se de uma instituição séria e contra a qual não há qualquer objeção. O questionamento se deve aos problemas no concurso da Uncisal que teve a Copeve como responsável e que teve as provas do nível fundamental anuladas por conta de erros.

ENTENDA O CASO DOS CARTÓRIOS Desde 2009 o CNJ vem cobrando de todas as formas o cumprimento do artigo 236 da Constituição Federal – que, em seu parágrafo 3º afirma que o “ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses”. Mas, foram precisos cinco anos para que o Tribunal de Justiça de Alagoas finalmente se dispusesse a cumprir com o preceito constitucional e somente após severas advertências do CNJ, até que, em abril de 2014, a Corte alagoana divulgou o edital para a realização de concurso público de remoção e provimento em 189 cartórios. Aconteceram alguns entraves e a reabertura das inscrições e os próximos passos, no caso as provas, vão depender das impugnações que os cartórios fizerem à lista de serventias que o TJ/AL enviou ao CNJ.


14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO

DE 2015

CRISE

Maioria dos municípios alagoanos não terá como reajustar piso de professores Segundo consultor da AMA, pagamento poderia gerar dificuldades financeiras ainda maiores para as administrações municipais CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

C

om o novo piso salarial dos professores que recebeu reajuste de 13%, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) diz temer que a maioria dos municípios não consiga cumprir o pagamento em sua integralidade. O motivo, segundo o advogado e consultor técnico na área da Educação da AMA, Luiz Geraldo de Araújo Monteiro,está no repasse do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), cujo percentual de aumento será menor do que o reajuste do piso. A justificativa também é de que poderá haver prejuízos à contabilidade e até o não cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Os estados e municípios devem reajustar o pagamento dos educadores já em fevereiro. O piso dos professores de escolas públicas passou de R$ 1.697 para R$ 1.918. Para a reportagem, Monteiro explicou que a situação atual dos municípios alagoanos é crítica- especialmente no caso de mais de 80% deles- que dependem, para sua sobrevivência financeira, da utilização de 100% dos recursos do Fundeb para arcar com o pagamento de suas folhas de pessoal (Remuneração e obrigações sociais).

“Para conceder o reajuste do piso na atual situação em que os municípios se encontram seria basicamente um suicídio da administração financeira. A porcentagem paga através do Fundeb por aluno é de apenas 7% e o reajuste foi de 13%. Essa maneira de calcular está defasada e se o município pagar o piso poderá extrapolar sua receita”, disse. Segundo o advogado, enquanto alguns municípios terão que aumentar em 13% o valor do piso salarial do professor, só receberá um aumento de 2% no repasse do Fundeb. “Diante disso, a situação é desproporcional. Então o que a gente quer é que o governo aumente o repasse proporcionalmente ao valor do reajuste. A forma de reajuste do piso para os profissionais do magistério, criada pela lei 11.738/2008, tem criado muitas dificuldades para os municípios, reduzindo sua capacidade de cumprir com os compromissos de pagamento dos seus servidores em dia, além de reduzir a capacidade de utilizar parte dos recursos do Fundeb em investimento na educação”. Monteiro ressaltou ainda que a distribuição dos recursos do Fundeb está relacionada diretamente ao número de alunos matricu-

Luiz Geraldo diz que novo piso pode aumentar crise dos municípios

lados naquele ano e que a lei 11.738 não observa este fator, além de outros fatores relacionados diretamente à aplicação do piso em relação ao plano de carreira dos professores. “Em 2015, vários municípios alagoanos terão sérias dificuldades para aplicar o valor do piso no inicio das tabelas de vencimentos, a

exemplo da cidade de Jacaré dos Homens, que terá neste ano crescimento de apenas 0,92% em sua receita do Fundeb, comparada com a receita de 2014, enquanto o reajuste do piso está estipulado em 13,01%. Isso se deve ao fato de que aquela cidade sertaneja teve queda considerável de alunos matriculados em 2014, que servirá de

base para recebimento dos recursos em 2015”, salientou. Questionado se a queda do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) pode contribuir para o não pagamento do piso reajustado, Monteiro respondeu que sim. “Uma vez que as receitas do FPM, bem como a do Fundo de Participação dos Estados (FPE), compõem os recursos do Fundeb, à medida que essas receitas são reduzidas, ao longo do ano, poderá haver diminuição nos recursos repassados ao fundo da educação, reduzindo, assim, a receita prevista”. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o novo piso significará, no total, um aumento de cerca de R$ 7 bilhões nos gastos dos municípios. Indagado se isso poderia significar uma possível falência dos municípios, Luiz Geraldo explicou que não chegaria a uma falência, mas a uma incapacidade de investimento de garantir o pagamento em dia dos servidores e fornecedores dos municípios. “Com as despesas e obrigações em geral crescendo bem mais do que as receitas, a cada ano, os municípios terão reduzida sua capacidade de investimento e de cumprimento dos acordos com fornecedores, sejam eles na educação, saúde ou na administração de uma forma geral, o que significaria uma crise financeira ainda maior”, alerta.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015

15

DISPUTA

Tempo de mandato ameaça consenso na eleição de novo presidente da AMA Marcelo Beltrão quer segundo mandato e poderá ter Cristhiano Matheus como adversário JOÃO MOUSINHO Joao_mousinho@hotmail.com

A

eleição da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) está marcada para a próxima segunda-feira, 26. O resultados das urnas do último pleito de outubro reflete o cenário da disputa na Associação. Atualmente dois grupos que são da base aliada do governador Renan Filho (PMDB) almejam o controle da entidade. Várias especulações com os nomes dos prefeitos Toninho Lins (PSB), Rio Largo, Gustavo Feijó (PDT), Boca da Mata e Celso Luiz (PMDB), Canapi, surgiram ao longo do pleito. Ex-presidente da entidade, Marcelo Beltrão (PTB), prefeito de Jequiá da Praia, garantiu que esses nomes estão inseridos no contexto de um grupo que vai disputara eleição, mas não como cabeça de chapa. Já o nome de Jorge Dantas (PSDB), prefeito de Pão de Açúcar, e atual presidente da entidade, que era dado como certo para eleição da próxima segunda foi descartado. O fato de ele ter apoiado o candidato derrotado ao governo Benedito de Lira (PP) pesou, já que a maioria dos chefes dos executivos municipais marcharam com

Renan Filho. Com o isolamento, Dantas preferiu recuar e não se lançar para reeleição da Associação, que hoje tem dois grupos liderados por Marcelo Beltrão e Cristiano Matheus (PMDB), prefeito de Marechal Deodoro, com destaque para serem eleitos, porém um consenso pode definir a eleição. O que se sabe e foi colocado por inúmeros prefeitos à reportagem do jornal EXTRA e em conversas de bastidores, é que os prefeitos alagoanos, em sua maioria, defendem o mandado de dois anos do presidente eleito e não a alternância do eleito e seu vice no decorrer do biênio – de cada mandato – o que vem ocorrendo nos últimos anos. Essa corrente é encabeçada por Marcelo Beltrão, mas ainda encontra a resistência de Cristiano Matheus. Segundo o próprio Marcelo Beltrão revelou ao EXTRA, o prefeito de Marechal Deodoro prefere manter a alternância de prefeitos nos dois anos de mandato. “Eu e o Cristiano somos da base do governo estadual, mas a disputa interna existe no tocante ao comando da Associação pelo presidente eleito para os próximos dois anos”,

Marcelo Beltrão afirma que sua candidatura é irreversível e admite embate com Cristiano Matheus

explicou. O prefeito de Jequiá adiantou que sua candidatura é irreversível e que se necessário for vai haver o embate entre chapas. “Estou conversando com vários prefeitos, meu nome está bem colocado, defendo um proje-

to que é aceito pela maioria, assim entendo. Não está descartado um acerto com Cristiano para não haver a disputa direta”, destacou Beltrão. Afirmou, ainda, que a direção da entidade deve ser suprapartidária e que as causas municipalistas estão

acima de qualquer questão pessoal. “Temos que ter contato direto com nossa bancada federal e ter prefeitos de inúmeros partidos e corretes só irá facilitar esse diálogo, já que a situação financeira dos municípios alagoanos não é boa”.


16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 LAZER

TURISMO EM ALAGOAS 10 PRAIAS PARA MERGULHAR NO ESTADO Quer se inspirar e escolher onde serão as suas próximas férias? Conheça os lugares paradisíacos que não podem faltar no roteiro!

C

om 230 quilômetros de litoral, Alagoas tem uma das mais belas coleções de praias do Nordeste. Segundo a prestigiada publicação Travel + Leisure, o pequeno estado brasileiro guarda algumas das praias mais idílicas e intocadas do mundo. Como discordar? Só na capital Maceió são 40 quilômetros de praias para curtir, de faixas de areia badaladas a refúgios afastados da cidade. Na parte norte do estado, conhecida como “Costa dos Corais”, a fama é das piscinas naturais formadas durante a maré baixa, perfeitas para se refrescar epraticar snorkeling. O destino mais popular dessa região atende pelo nome de Maragogi, chamada de “O Caribe Brasileiro” por conta de suas praias de águas transparentes e paisagens naturais de tirar o fôlego. O município oferece boa infraestrutura turística, uma série de opções de lazer e uma rede hoteleira premiada. Já no sul de Alagoas, há mais praias de cartão-postal. A natureza foi generosa e contemplou essa parte do estado com coqueirais a perder de vista, lagoas e rios que se fundem com o mar. Praia do Toque (Costa dos Corais) - No meio do caminho entre Maceió e Maragogi, dois dos principais destinos turísticos de Alagoas, fica a praia do Toque, em São Miguel dos Milagres. O lugar tem boa infraestrutura, restaurantes e pousadinhas que combinam charme com informalidade. Ali, um dos passatempos preferidos dos turistas é se refrescar nas piscinas naturais. Praia do Gunga (Sul de

Pontal de Coruripe

Praia do Gunga

Alagoas) - Localizada a 33 quilômetros de Maceió, no município de Barra de São Miguel, a praia do Gunga encanta por sua beleza natural, com coqueiros a perder de vista e águas calmas e cristalinas. Na parte mais movimentada ficam os quiosques, onde os turistas podem aproveitar o encontro do mar com a água doce da Lagoa do Roteiro. Já do outro lado, longe do bur-

burinho, é possível relaxar e aproveitar a paisagem isolada. Se estiver por lá, faça o passeio de bugue pelas falésias. Ipioca (Costa dos Corais) - Para quem busca sossego, o vilarejo de Ipioca é uma boa pedida. Com uma larga faixa de areia, a praia está quase sempre deserta. Aproveite as paisagens sentando em uma das mesas do Hibiscus, uma espécie de beach

club que fica dentro do condomínio Angra de Ipioca. Praia de Maragogi (Costa dos Corais) - Em meio a tantas belezas naturais, uma atração se destaca e encanta os visitantes em Maragogi: as piscinas naturais. A seis quilômetros da costa, ou a 25 minutos de barco desde a vila, esses oásis refrescantes (chamados de galés) são formados por arrecifes de corais que

reúnem peixes coloridos e outros animais marinhos. Pajuçara (Maceió) - Uma das praias mais famosas da capital alagoana é Pajuçara, especialmente por conta de suas piscinas naturais formadas por recifes de corais. Em uma travessia de 15 minutos, jangadas coloridas levam os turistas para nadar e ver peixes coloridos. A praia tem estrutura de quios-


extra

Maragogi

ques, chuveiro, ciclovia, feirinha de artesanato e HOTÉIS espalhados pela orla. Praia do Patacho (Costa dos Corais) - Com águas de tom esverdeado e areias clarinhas, a belíssima praia do Patacho fica no município de Porto de Pedras, a 10 quilômetros de São Miguel dos Milagres. Quase deserta durante boa parte do ano, é perfeita para um dia de descanso. No local não há estrutura de barracas, bares e restaurantes, o que garante ainda mais sossego. Pontal de Coruripe (Sul de Alagoas) - A aproximadamente 90 quilômetros de Maceió, o Pontal de Coruripe é um povoado de pescadores que se transformou

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 -

17

Ponta Verde

em um destino turístico imperdível. Uma das curiosidades é que lá foi o primeiro local a ser visto pela tripulação de Pedro Álvares Cabral, na época do descobrimento do Brasil. Um dos símbolos da praia é o farol, construído em 1948 para orientar as embarcações locais. Praia do Francês (Sul de Alagoas) - Localizada a apenas 20 quilômetros de Maceió, já na cidade de Marechal Deodoro (antiga capital do estado), a praia do Francês é muito popular entre os próprios maceioenses e turistas que desembarcam na capital alagoana. Muito da fama vem das águas calmas que, durante a maré baixa, ficam repre-

Praia do Francês

sadas na longa faixa de recife. A praia tem uma grande estrutura de restaurantes e pousadas. Carro Quebrado (Costa dos Corais) - Nessa praia do município de Barra de Santo Antônio é a paisagem de falésias coloridas que domina o cenário. O local é de difícil acesso e não tem qualquer sinal de estrutura turística. Paripueira (Costa dos Corais) - A pequena cidade, a 36 quilômetros de Maceió, abriga uma bela praia de águas verdinhas e tranquilas. As estrelas locais são, sem dúvida alguma, as piscinas naturais; a principal característica do litoral norte do estado.


18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 RECEITA EM QUEDA

Revisão do orçamento prevê cortes e mais fiscalização em empresas Objetivo é criar alternativas para enfrentar cenário de crise na era Dilma Rousseff; ordem na Sefaz é apertar o cinto ODILON RIOS Especial para o EXTRA

A

reestimativa do orça mento alagoano- medida que atinge todos os poderes, incluindo o Ministério Público Estadual - movimentou a semana do governador Renan Filho (PMDB). A medida é levada adiante pelo secretário da Fazenda, George Santoro. O objetivo é enxugar R$ 20 milhões. E a explicação vem de Brasília: houve redução das receitas do ICMS do Fundo de Participação dos Estados (FPE): R$ 271,6 milhões. O orçamento foi reestimado com menos R$ 301 milhões. E o governo avalia quais áreas vão perder mais dinheiro. Renan Filho fez promessas de investimentos durante a campanha eleitoral. E o primeiro ano de sua administração promete ser de arrocho. Incluindo o não-reajuste dos salários dos servidores públicos. O governador optou por uma saída política: uma conversa com os chefes dos poderes. Internamente, Santoro adiantou que as fiscalizações da Sefaz serão

retomadas nas empresas - o foco são as usinas de açúcar e álcool, que apresentam, a cada ano, arrecadação cada vez menor do ICMS. O governo precisa ter caixa para cobrir o rombo da era Teotonio Vilela Filho (PSDB): R$ 330 milhões, incluindo salários atrasados e empréstimos consignados não repassados aos bancos. Mas não é só isso. Precisa ter alternativas para enfrentar um cenário federal que não é dos melhores este ano. E dinheiro para contrapartida de obras federais, como o Canal do Sertão. Por isso, o secretário da Fazenda criou um grupo de trabalho para avaliar os incentivos fiscais concedidos na era Vilela, às empresas. “Após diversas reuniões é possível avaliar inicialmente que precisamos realizar mudanças na arrecadação e na maneira como ela tem sido fiscalizada. Para isso, precisamos da ajuda de quem faz esse trabalho, os auditores. Os níveis de arrecadação precisam ser estabelecidos, desenvolver uma matriz produtiva de arrecada-

George Santoro anuncia reavaliação de incentivos concedidos e mais fiscalização para aumentar receita

ção. A proposta é aumentar a arrecadação sem a necessidade de aumentar impostos. É nosso foco dar suporte para a tributação e a arrecadação”, disse o secretário. RECEITA DESPENCA Nos últimos cinco anosavalia o analista econômico Wagner Torres - os municípios alagoanos perderam R$ 843,2 milhões. Isso por causa da queda do repasse federal do Fundo de Participação dos Municípios

(FPM). No país- diz o mesmo analista- 3.450 municípios perderam R$ 170 bilhões entre 2009 e 2014. “Ou seja, a política econômica Dilma e Mantega resultou no total colapso das finanças públicas dos municípios alagoanos. Se apenas 6 municípios detêm 65,6 % do PIB do Estado em 2010 deduz que então 96 municípios simplesmente estão com pires na mão”, explica Torres. “Após o efeito do tarifa-

ção e crescimento zero do PIB o povo deve estar comendo vento, ou seja, é que o indica o desempenho da arrecadação de ICMS dos Estados, pois em Alagoas o crescimento foi de 0,5% em dezembro de 2014 ante o mesmo período de 2013 e nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro a queda do ICMS foi bastante expressiva visto que com o atual comprometimento da renda com dívida em 44% só tem uma forma reduzir o consumo”, afirma.


extra

PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

“Aqui tudo parado”

O

governador Renan Filho escalou um time aparentemente competente para o primeiro escalão de sua administração. Os cargos técnicos (mais uma vez aparentemente) foram preenchidos com critérios de livre escolha do governador e, salvo raras exceções, aprovados pelos segmentos da sociedade. Hoje são passados apenas 23 dias do governo Renan Filho e nenhum exercício de futurologia poderá desvendar o que acontecerá mais para frente. Fez-se sentir o impacto de medidas emblemáticas nos primeiros dias a exemplo da volta os quartéis e às ruas de centenas de policiais militares que absurdamente estavam aboletados em gabinetes dos diversos poderes, muitas vezes servindo de office-boys de luxo, desviados de suas funções e desservindo à sociedade. Reduziu o número de secretarias e promete enxugar drasticamente o quadro de cargos em comissão que amparam muitos afilhados de políticos viciados na repugnante fisiologia do empreguismo sem trabalho, sem expediente, sem dar nada em troca de uma remuneração paga com o dinheiro do povo. Ainda neste começo de governo há uma expectativa de avanços nos quesitos moralidade e legalidade. Mas isto também é coisa que não dá para avaliar agora. Deixa o tempo passar. Uma coisa pode se assegurar: Renan Filho não cedeu a pressões que pudessem significar qualquer risco para sua meta de fazer o governo que prometeu em campanha e que muitos têm gravadas na mente e nos arquivos digitais. Nesta campanha fiz questão de gravar as promessas de todos os candidatos. Após o pleito apaguei as demais e deixei apenas as do vencedor. Vou precisar no futuro. Uma coisa, no entanto, tem me deixado curioso e até preocupado. De qual tamanho quer Renan o seu governo? Quando a “máquina” enxuta, azeitada e ajustada vai começar a funcionar? Esta semana, depois dos vinte dias da posse, fiz contatos com pelos menos três órgãos importantes da administração e perguntei a pessoas conhecidas: como andam as coisas ai? A resposta foi uma só: “TUDO PARADO”. E assim está em praticamente todas as repartições. Pessoas trabalhando sem nomeação (consequentemente sem remuneração), cargos técnicos sem ocupação, processos emperrados aos montes, projetos importantes esperando quem os faça andar e pior: um clima de medo, intranquilidade e inquietação dos que não sabem o que lhe acontecerá. Nem mesmo as “funções gratificadas” ocupadas unicamente por servidores efetivos como as chefias foram definidas ou designadas. Começa a surgir certo desconforto entre várias categorias de servidores, os mesmos que ouviram do então candidato que “iria valorizar e prestigiar o funcionalismo”. O que está havendo? Por que essa letargia nas engrenagens do Palácio do Governo onde são gerados os atos oficiais necessários para que a administração funcione? É muito danoso o “inchaço” de cargos desnecessários e se faz mais do que justo o enxugamento para se adequar a uma nova e salutar realidade, porém é preciso entender que o governo não é um “armazém de secos e molhados”e o estado não pode parar. Sob o risco de não se recuperar mais o tempo perdido. Fica aqui o conselho que os “sábios” certamente vão ignorar.

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015

19

Para refletir: “Não estou contra ninguém, mas não posso compactuar com a negligência da administração pública em relação à saúde municipal” (Vereadora Aurélia Fernandes [PMBD] sobre a administração Célia Rocha em Arapiraca)

Chegou 2016

Velhos vícios, novas ações

Como sempre e erradamente aqui é assim: a próxima eleição começa ao encerrar a contagem dos votos da anterior. Os eleitos para o Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia nem tomaram posse e já começa a especulação para a disputa de 2016. Esta semana numa roda de jornalistas surgiu a primeira lista de candidatos à Prefeitura de Maceió: Ronaldo Lessa e Cicero Almeida foram os mais pontuados. Um desses nomes seria “ungido” pelo beneplácito do senador Renan Calheiros e o governador Renan Filho. Ambos com chances de derrotar o prefeito Rui Palmeira que não tem conseguido deslanchar sua administração, principalmente nos setores saúde e educação, prometidos em campanha.

O diligente procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, foi enfático ao afirmar em entrevista a imprensa mais uma vez fazendo sérias criticas à suspeita postura de membros da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa na gestão do deputado Fernando Toledo. Falou sobre as várias ações já apresentadas pelo Ministério Público e outras que estão sendo elaboradas para chegar à Justiça que terá o papel de punir os responsáveis pela irresponsabilidade com o dinheiro público. Mais uma vez o procurador não mediu palavras para lamentar os atos ilícitos praticados com o dinheiro público. “Falo com pesar da situação da ALE, mas atos ilícitos tem que ser combatidos. Vamos continuar investigando essas mazelas e daremos satisfação ao povo alagoano”, disse Sérgio Jucá.

E eles ainda reclamam Os aumentos de tributos anunciados esta semana e o veto da correção da tabela do Imposto de Renda renderão R$ 1,147 bilhão a mais para os municípios em 2015. A estimativa é da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que avaliou o impacto das medidas tributárias nas finanças das prefeituras. A análise levou em conta apenas os tributos arrecadados pela União, mas partilhados com estados e municípios. Enquadram-se nessa situação o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e o Imposto de Renda (IR). Segundo o levantamento, os municípios devem receber R$ 478,5 milhões da Cide sobre os combustíveis e R$ 163 milhões da extensão da cobrança do IPI dos cosméticos aos atacadistas. Em relação ao IR, o incremento na receita das prefeituras deve totalizar R$ 506,1 milhões. E eles ainda reclamam.

Gente grande no pedaço Tremem os corredores do Congresso Nacional, assombrados estão os palácios de Brasília. Ao homologar o acordo de delação premiada de Alberto Youssef, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, revela que há fortesindícios de gente muito grande envolvida na lama da Petrobras. “Dos documentos juntados com o pedido é possível constatar que, efetivamente, há elementos indicativos, a partir dos termos do depoimento, de possível envolvimento de várias autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive de parlamentares federais, o que atrai a competência do Supremo Tribunal Federal.”

Mostrando a podridão O deputado Antônio Albuquerque convocou a imprensa para mostrar a cara suja da Assembleia Legislativa que encontrou ao assumir a presidência até o final do mandato da atual Mesa Diretora. Casos escabrosos de funcionários “fantasmas”, a suspeição sobre salários astronômicos para servidores e funções incompatíveis com o nível financeiro. Ao seu estilo usou de sinceridade com os servidores e disse que não tinha como resolver a vergonhosa pendência herdade de seu antecessor. Com uma canetada de respeito e coragem demitiu uma leva considerável de cargos comissionados que ganhavam sem trabalhar e outros tantos que não se sabe nem se existem. E na sua entrevista desabafou: “Para nossa surpresa, descobrimos que apenas uma pessoa lotada em um cargo de serviços gerais, onde os salários variam entre R$ 900 e R$ 1.500, recebeu o pagamento em dezembro”, exemplificou, chamando a atenção para o “detalhe” principal: a felizarda recebe do Poder Legislativo R$ 16 mil por mês”. Uma felizarda abonada.

A barbárie chegou aos animais Não bastasse o terror da violência urbana que nos tem deixado reféns do crime, do tráfico e dos assaltos, colocando-nos como um dos estados mais violentos do país, surge uma nova onda criminosa e hedionda para nos expor ainda mais na mídia negativa nacional. Ao ponto de um colega me ligar de Brasília e perguntar: “Cansaram de matar gente por aí e resolveram partir para os animais”? Há poucos dias um criminoso ainda não identificado matou impiedosamente 11 cães envenenados no Núcleo de Educação Ambiental (Neafa), fato que chocou a sociedade alagoana pela barbárie sem precedentes. Outro registro macabro e cruel foi o envenenamento de sete cavalos em uma chácara em Maceió, causando indignação e revolta. Na rota da violência contra animais um policial atirou na boca de um cão em plena via pública aqui também na capital. Para apurar os crimes foi designado o delegado especial Gustavo Pires, profissional respeitado e zeloso de suas funções na Polícia Civil. A ele é dada uma tarefa de peso, mas que precisa ser respondida o mais rápido possível à sociedade que cobra e exige justiça para aqueles que praticam crimes contra seres indefesos.


20 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015

ARTIGOS

Saco sem maldades CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

C

hego das férias faminto de notícias brasileiras. Durante mais de quinze dias, além do noticiário produzido pela UOL, apenas uma ou outra matéria divulgada pelos jornais espanhóis, e assim mesmo apenas sobre a posse da Presidente Dilma e as dificuldades genéricas da economia brasileira, notadamente quanto à queda do preço do barril de petróleo e, nesse passo, a situação caótica da Petrobras. Chegado aqui, pude alargar os horizontes e aprimorar-me para a crônica. O tema escolhido é recorrente, mas a desfaçatez com que a candidata Dilma se houve durante a campanha, o que a Nação vem

comprovando e provando-lhe o amargo sabor, é matéria inesgotável à crítica de quem olha e vê. Há, claro, aqueles que, pressurosos companheiros de quem nada sabe, nada veem. O fato inegável, porém, é que a presidente, sem esquentar muito a cadeira novamente conquistada, e sem se ruborizar pela farsa, vem desdizendo a candidata. Acertou – ao menos é essa opinião corrente – ao escolher a equipe econômica. Esta, sem dúvidas, tem agradado a gregos e troianos e produz o que já se esperava, trilhando ortodoxo caminho para a recuperação do País que se encontra nas cercanias da bancarrota. Ao menos é isso o que dizem prestigiados economistas, e não temos porque duvidar. O tarifaço, do qual a Dilma candidata advertia a Nação ser a maléfica intenção do candidato da oposição, hoje está na ordem do dia da Dilma Presidente; direitos trabalhistas que seriam – dizia a candidata – ame-

O professor javanês IRINEU TORRES Diretor do Sindifisco

J

ustiça seja feita. O traficante brasileiroMarco Archer não vendia gato por lebre, respeitava o consumidor, não misturava a cocaína com farinha, solvente e soda cáustica. A cocaína apreendida em sua posse lá na Indonésia em 2003 era puríssima. Tipo exportação. Marco Archer teve bom comportamento carcerário. Marco Archer não transformou o corredor da morte em uma boca de fumo. Como alguém do ramo das drogas ilegais deixa o Brasil, o paraíso dos narcotraficantes, Meca do crack, para ir arriscar o pescoço em Java, terra da eficácia legal, governada por um presidente sincero. Marco Archer não poderia ter sido fuzilado. Sem dúvida, Marco Archer não estava gozando plenamente de suas faculdades mentais. Pensou que Indonésia fosse o Brasil! Pensou queo presidente indonésio Joko Widodo lançaria mão da prerrogativa de perdoar para converter a pena capi-

tal em prisão perpétua, descumpriria o compromisso de campanha eleitoral de não ter clemência com traficantes de drogas, embaixadores da morte de viciados de todas as idades! Certamente que não. Descumprir uma promessa de campanha eleitoral - lá na Indonésia seria, aos olhos do povo, uma canalhice política. Joko Widodopode não ter coração, mas vergonha na cara ele tem. Deu uma lição de honradez. A honestidade começa pela verdade. Joko Widodo não é leviano. A vontade do povo consubstanciada nas urnas está acima das prerrogativas da lei. O político eleito que desconsiderar os compromissos eleitorais, inclusive no Brasil, não tem caráter, é um cínico, um hipócrita. Joko Widodo e o povo indonésio não têm nenhum motivo para temer ameaças fúteis. Os anões diplomáticos que vão se estarrecer. A lição foi dada em bom javanês. E, além do mais, pesquisas de opinião pública dão conta que o povo indonésio quer pena de morte também para políticos, gestores e servidores públicos corruptos.

açados de desconstituição caso o opositor ganhasse o pleito, são hoje efetivamente por ela desconstituídos, ou reduzidos; a classe média, também iludida, vê o sonho da casa própria desvanecer com a política de juros da Caixa Econômica, que certamente será seguida pelos demais bancos; tarifas de energia elétrica com perspectiva de subir uns trinta por cento ou mais; combustível em alta, o que gerará escalada de preços, além do que dificultará o uso de carro próprio por aqueles que, segundo o governo, ascenderam da classe C à B; alta de impostos, dobra do IOF e a ressuscitação da CPMF, como se anuncia, completam esse saco sem maldades, na expressão do Ministro da Fazenda. Claro que ninguém em sã consciência discorda da necessidade de medidas duras, aquelas impopulares, como alertara o candidato Aécio Neves, contestado e demonizado pela Dilma candidata. A situação do país, como dis-

se acima, hoje lindeiro do abismo econômico, requer atitudes firmes. Inquietação do cronista: por que os bancos não sofrem qualquer chamamento à solução dos problemas econômicos nacionais e, ao contrário, ainda sairão lucrando com os altos juros? E olhem que os bancos já foram, em passado muito recente, os inimigos públicos número um, segundo o petismo de outrora. Ademais de tudo isso, impossível esquecer que a culpa tem nome: Dilma, a gerentona. Afinal, quem maquiou a situação econômica, segurando as tarifas de energia elétrica, subsidiou o combustível, comprimiu os juros, e outras coisitas mais? Quem proclamou a excelência da política econômica, abjurando a inflação? Bem, estive dizendo daquilo que o ministro da Fazenda entende ser saco sem maldades. Fico a indagar-me inquieto como será o saco de maldades que sem dúvidas está por vir.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 -

21

ARTIGOS

Vamos às comparações JORGE MORAIS Jornalista

C

oincidentemente, estava lendo a edição do Extra da semana passada e me deparo com uma boa matéria na página 18, sobre poluição, com o título: Mau cheiro na orla de Maceió ameaça turismo, escrita pelo José Martins. A coincidência, meu caro Martins, está relacionada ao desejo de escrever sobre o que nos falta em relação a nossa orla. Sobre a poluição não vou escrever mais, porque o fizestes muito bem, mas tem muito mais coisas que nos falta, comparando, por exemplo, com a pertíssima cidade de Aracaju/SE. Aproveitei o finalzinho das férias e, retornando para Maceió, passei três dias na capital dos sergipanos. Como estava fazendo turismo mesmo, comecei a observar

como a gente é pobre de opções na nossa orla marítima. Tenho certeza que os nossos secretários de Turismo e de Cultura, de Maceió e de Alagoas, sabem do que vou escrever, porque são pessoas que viajam muito a passeio ou a trabalho. Acompanhem a minha linha de raciocínio e vejam se tenho ou não razão. Maceió, deixando de lado os bares, restaurantes, as ciclovias, calçadões para as caminhadas, e a feira livre da praia, o Mercado do Artesanato, um posto policial da Força Nacional e outro posto da SMTT, além do sábado de show, no mês de janeiro, em comemoração aos 200 anos de Maceió, o que nos resta para fazer? Claro que ainda temos dois problemas para administrar: a violência e a falta de estacionamento. Na primeira leitura, temos a impressão que é muita coisa para uma orla só. Pois bem, em Aracaju, tem tudo isso e muito mais. Sem contar que não são postos policiais, mas uma Delegacia do Turista completa, com delegado, escrivão, policiais, viaturas e uma recepção; três feiras livres permanentes; diversos estacionamentos; áreas livres de calçadões e longas; um nú-

mero maior de bares, restaurantes e sorveterias, em ambos os lados da orla; e um número, cada vez maior, de hotéis e pousadas; um Oceanário permanente; pista de kart; skate; brinquedos e parques. Levo em consideração ainda, a comercialização de produtos em boa parte da orla, onde encontramos confecções, bolsas,

sandálias, sapatos, tênis, chapéu, bijuterias, pinturas, trabalhos em madeira, etc. etc. e etc. Tudo autorizado pelo município, que cobra uma taxa de permanência dos vendedores, que marcam seus espaços, e recolhem as mercadorias, no máximo, às 23h. Mas, algumas outras coisas me chamaram a atenção. Um trenzinho circulando só na orla, apanhando os turistas nos hotéis e pousadas, entre 17h e 23h; de quinhentos em quinhentos metros, próximos aos restaurantes e bares. Totens instalados no calçadão, com álcool em gel, para utilização por todo mundo, inteiramente grátis para higienização das mãos, empreendimento em parceria com empresas privadas; uma limpeza de causar inveja a qualquer outro ambiente; poucos pedintes e pouca gente limpando os para-brisas de veículos; sem praias poluídas, como as registradas na matéria do José Martins. E onde é que eles perdem para Maceió? Na beleza das praias, mesmo que impróprias ao banho. Resultado: a cidade está abarrotada de gente e, todo mundo, falando bem. Não custa muito fazer, não é verdade gente?

aventura digna de ser contada no cinema! Quem for podre que se quebre, diz o artista que enganou o povo das Alagoas e não foi punido. Preciso pensar no nome do filme! Quem está sendo castigado é o servidor da ALE: ficou sem o 13º salário e sem o do mês de dezembro. As consignações não foram repassadas para a Caixa Econômica Federal, o imposto de renda foi glosado, a previdência usada para perseguir pessoas através de descontos ilegais. Em 1º de fevereiro assumirá nova Mesa Diretora e já começam os comentários: “Pagaremos com o duodécimo isso ou aquilo, faremos revisão na folha de pagamento”. Não ouço ninguém dizer: “Vamos punir o Fernandinho e sua turma, entraremos na Justiça contra eles, obrigando-os a pagar tudo o que tiraram da ALE e dos servidores”. A economia sempre passa pela folha de pagamento! Nada de falar em cortar algo deles próprios, os deputados! Eles, os insaciáveis, se conside-

ram inatingíveis. Os companheiros devem radicalizar. Chega de acordos ridículos, onde a categoria sai perdendo. Fecha a Casa, invade a Casa e só reabre quando tudo for liquidado. É preciso haver respeito pela categoria. Somos tratados como seres inferiores: as entidades vão conversar com a Mesa Diretora e aceitam propostas indecentes. Chega de sofrimento! Dom Fernando e sua turma precisam pagar tudo o que de nós tiraram, ter seus bens bloqueados para serem vendidos com a finalidade de ressarcir o dinheiro desviado. Não é justo que Fernandinho fique no Tribunal de Contas zombando dos servidores, concedendo entrevistas ridículas explicando o inexplicável. É preciso ser castigado urgentemente. “Linda camisa Fernandinho” (Como dizia aquela propaganda na TV). Comprou-a com o dinheiro da ALE? Devolva-a com juros e correção. Só Deus na causa!

As peripécias de Dom Fernando ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

V

ivemos em Alagoas momentos terrivelmente incertos. Os políticos, em sua maioria, pensam que podem tudo e não acontece nada. Existe um usineiro que resolveu ser político e persegue os servidores da ALE desde que virou deputado. Arranjou um mecanismo para se perpetuar como presidente do Legislativo e, a partir daí, virou o maior “pinóquio” do nosso pequeno Estado. O dinheiro público passou a ser dele. Tudo podia fazer: pagar aleatoriamente, criar laranjas para devolverem para ele o valor recebido, aumentar o número de comissionados para 900, não implantar medidas judiciais, dividir o dinheiro público com seus pares.

De repente, o MP Estadual resolveu punir Dom Fernando e sua turma. Afastou-os dos cargos de direção da ALE por dois meses. Ficaram calados imaginando uma possível vingança. Após regressar a seus lugares, a turma de Dom Fernando puniu o MP cortando os valores que ele recebia do Estado. Foi um escândalo. Promotores e procuradores precisaram recorrer ao Supremo Tribunal Federal para retornar à normalidade. Pensam que Fernandinho tomou juízo? De maneira nenhuma! Continuou pintando e bordando, usando as verbas públicas como se fossem dele! O castigo nunca chegou e veio um lindo presente: o moço foi nomeado Conselheiro do Tribunal de Contas! Várias pessoas entraram na Justiça tentando impedir tal aberração. Nada feito. Fernandinho saiu pelas portas dos fundos, deixando os servidores sem o 13º salário mais os vencimentos do mês de dezembro e assumiu no TC. Uma


22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 -

23

PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Copa do Nordeste

O

alagoano de futebol teve início decidido para 28 de janeiro. Decisão foi tomada dia 14 por Gustavo Feijó, presidente da FAF,em reunião do Departamento Técnico.Demais rodadas são em fevereiro. Dia 1º, segunda rodada; dia 4, terceira; dia 8, quarta rodada; dia 18, quinta; dia 22, sexta rodada; e, dia 28, a sétima e última rodada. A semifinal e a final vão ficar dependentes da Copa do Brasil.

Movimentação Pode ser que apareça mais algum, mas pelo noticiário mais recente e, paralelo à contagem regressiva dos clubes para abertura do Campeonato Alagoano, este fim de semana não surpreenderá com todos jogando amistosos. Alguns: CRB x Coruripe, CSA x ASA e Ipanema x CEO.

Estádios

Sem goleiro

Prevenção

Coruripe, campeão alagoano, analisou como natural o empate com o CEO, jogo da semana passada. Surpresa, se assim pode ser consi-derado, foi o pedido do goleiro Rodrigão para ser dispensado. Alegou problemas pessoais e que não se sentia mais à vontade no clube.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também propõe para esta temporada priorizar preparação da seleção feminina brasileira. Atenção tem a ver com duas competiçõesmundiais importantes: a do Canadá, este ano, e os Jogos Olímpicos no Brasil em 2016.

ASA x Ipanema

Outros tempos?

Didira, prata da casa e ídolo da torcida, acha que o alvinegro deve começar o alagoano com pé direito e primeiro passo é vencer o Ipanema e, no paralelo, ganhar o 1º turno. Motivação dele é para o time estar na Copa do Brasil de 2016.E quem sabe não ser ele o capitão da equipe.

Cristiano Ronaldo se habituou a ser primeiro no pódio dos melhores do mundo no futebol e para a temporada 2015, apesar de nem bem ter começado, já é especulado para ganhar Bola de Ouro daFifa. Faz lembrar Pelé nos bons tempos do futebol brasileiro.

A Federação Alagoana de Futebol (FAF) confirmou o estádio de Santana do Ipanema como primeiro a encaminhar laudo da vistoria. Foi aprovado como apto para jogos do Campeonato Alagoano, documento entregue pela Vigilância Sanitária dia 14. Demais estão com prazo de encaminhamento em contagem regressiva.

“Didira é craque, tem paixão pelo clube por vir das bases, qualidade e amor à camisa. Mas futebol se ganha no campo e a proposta dela não foge à dos adversários e futebol é caixinha de surpresas”. Uns até lembraram o Brasil hoje no ranking da Fifa: é sexto.

Regulamento

Melhores de 2014

Clubes paulistas devem inscrever apenas 28 jogadores para o campeonato estadual.Trata-se de proposta que permite entender que as diretorias se preocupam com a necessidade de liquidar dívidas dos clubes. Outro interesse: atender exigência de torcedores que pagam caro para assistir jogos sem uma qualidade técnica que compense o sacrifício no bolso.

Equilíbrio técnico

De adversários

A Bola de Ouro, prêmio para os destaques do futebol em 2014, foi entregue dia 12 em Zurique (Suíça). A promoção da Fifa tem parceria da Revista France Football. Os votos foram de técnicos e capitães das 209 associações membros da entidade e de jornalistas.

Outra vez Marta 1 – Marta, vale destacar, subiu no pódio da Fifa como segunda melhor do mundo no futebol feminino.Mas no ranking da entidade se manteve em primeiro entre 2006/2010. Em 2014. o título foi para Nadine Kessler, 26 anos (alemã) coroada também como melhor da Europa. Joga no Wolfsburg,da Alemanha. 2 - A alagoana Marta, duas medalhas de prata olímpicas (2004 e 2008) e terceira de vice na Copa do Mundo de 2007, futebol feminino, sugere prioridade na preparação da seleção para o Mundial de Futebol feminino. Jogos são de 6 de junho a 5 de julho no Canadá e as meninas das seleções adversárias difíceis de serem vencidas.

Dirigentes da seleção brasileira de futebol feminino sabem que hoje existe equilíbrio técnico também nesta categoria. É óbvio, daí, que haja uma necessidade de ser dada também atenção na preparação da seleção que jogará o mundial do Canadá, entre junho e julho.

Bom para observar Para Oswaldo de Oliveira, valeu como observação a vitória do Palmeiras, placar de 3x1, sobre o Shandong Luneng, clube da China. Esclareceu: “Tivemos 23 jogadores atuando e como fase seletiva foi importante”. Mas falou da necessidade de reforços e disse que haverá dispensas.


24 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015

S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Bolsa Família O Projeto de Lei 7849/14, que vem sendo analisado na Câmara Federal, tem como proposta incluir novos pré-requisitos na inscrição de pessoas para receber o Bolsa Família. Um deles é o candidato não ter condenação criminal. E caso tenha, impedimento é por todo período da sentença.

Contagem regressiva

Outra expectativa

S

Solenidade que dará posse aos candidatos eleitos em outubro acontece no dia 1º de fevereiro, mas a IstoÉ, de 31/12 puxa uma curiosidade: quantos devem ficar nos cargos até terminar o mandato?

enadores e deputados federais tomam posse dia 1º de fevereiro e dentre as iniciativas elegem as mesas diretoras para primeira fase dos mandatos que se estendem até fins de 2016. No Senado, Renan Calheiros é citado candidato à reeleição pela mídia. Vencendo, será oquarto mandato. Terceiro em sequência.

Trânsito A SMTT, nos eventos da Praça Multieventos, na orla da Pajuçara, deve rever o planejamento do tráfego no trecho da Rua Jangadeiros Alagoanos. É essa falha uma das razões na demora do tráfego fluir e irritar moradores pelo barulho das buzinas acionadas por imbecis ao volante.

Bancada Na Câmara Federal deputados estão em campanhaaberta à presidência: Eduardo Cunha (PMDB) teria voto selado dos alagoanosMaurício Quintela (PR),Marx Beltrão (PMDB) e Cícero Almeida (PRTB); Arlindo Chinaglia (PT-SP) corre por fora confiante em surpreender.

Indignação O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se posiciona com indignação ao que define como “atos de uma quadrilha de médicos brincando com a saúde do povo em troca de propinas”. Desabafo tem a ver com a descoberta da máfia das próteses em vários Estados do Brasil.

Dor no bolso Das propostas do ministro Joaquim Levy (Fazenda) consta uma reavaliação na cobrança dosjuros de financiamentos pelo BNDES e outros setores. Proposta é estancartambém uma suposta guerra fiscal entre Estados e reavaliar taxas tributárias. Objetivo é tentar fechar torneiras por onde estariam escorrendo cerca de R$ 20 bilhões anuais.

E o Código Penal? Cidadão queixoso da violência no Brasil acha haver chegada a hora de repensar ações capazes de neutralizar a impetuosidade dos bandidos. Da opção que sugere se apega comoproposta mais necessitada a atualização o Código Penal. Artigos são de1940 e atualização mais recente foi em 1969.

Na normalidade Lojistas do Calçadão de Maceió, e com base no balanço do movimento das vendas de fim de 2014, reconhecemnão haver o que reclamar. Estimativa de uns é comparável com as de épocas anteriores e acreditam que “a figa positiva”tem a ver pela época ser de pré-carnaval.

Posição na Câmara Kelmann Vieira (PMDB), presidente da Câmara Municipal de Maceió, tem como proposta para este ano fazer valer os atos do legislativo. Acha a decisão correta e esclarece: “É por meio de execução dos projetos aprovados pelos vereadores que a Câmara se mostra mais eficaz para a população“.

Sugestão Mudança radical Quem acredita no princípio do “quem comete ilícitos com a coisa pública e não faz respeitar programa e se envolve em atos de corrupção e escândalos que se cuide”. O alerta é de Tarso Genro e Olívio Dutra, que se propõem a liderar campanha para separar o joio do trigo no PT.

Outros tempos A presidente Dilma Rousseff sinaliza propósito de firmeza para o segundo mandato em corrigir erros do anterior. Essa é uma das questões que motivam a curiosidade de analistas da nova equipe de governo. Principalmente Joaquim Levy tomando conta da chave do cofre.

Quem responde Convivência entre Renan Filho e Rui Palmeira será como? Questão é por 2016 ser ano de eleições municipais. Rui (PSDB), se buscar a reeleição, terá apoio de Renan (PMDB)? E Rui eleito deixará o “cavalo selado” e não montará na eleição para o governo do Estado?

Haja nervos Em conversas é fácil sentir ansiedade entre alagoanos pelo encaminhamento do inquérito da Operação Lava a Jato ao Judiciário. Ansiedade é natural diante da divulgação e os personagens indiciados. Também por fevereiro ser mês do prazo para encaminhamento do inquérito concluído para a Justiça. É já na próxima semana.

O prefeito Rui Palmeira não deveria analisar proposta de ser mão única o trecho dos Sete Coqueiros até o Atlantic no horário das 7às 10 horas da manhã? Ou então achar um jeito de acabar com a desordem dos ônibus e outros coletivos em filas duplas e até triplas nas porta dos hotéis nesse mesmo trecho.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 -

25

MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Mudança climática

Porteiro de zoo O cochilo de um porteiro resultou na fuga de três rinocerontes de um zoológico de Israel. As três fêmeas, Rihanna, Keren Peles e Karnabella, escaparam por um portão lateral do zoológico de Ramat Gan, na região central do país. Apenas um porteiro cuidava daquela entrada e ele pegou no sono.As três aproveitaram a chance e saíram do zoológico, conseguindo ir até o estacionamento. Testemunhas chamaram a polícia, e o gerente do zoo as conduziu de volta. O porteiro foi demitido.

O

papa Francisco pediu na quinta-feira pasada (15) aos líderes mundiais mais coragem nas negociações para chegar a um acordo global sobre a mudança climática na cúpula de Paris, no fim deste ano. “Esperemos que os governos sejam mais corajosos em Paris do que foram em Lima”, afirmou aos jornalistas a bordo do avião papal. Em sua viagem apostólica, Francisco passou pelo Sri Lanka e pelas Filipinas.

Papagaio-de-cara-roxa A última atualização da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, elaborada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), tirou o papagaio-de-cara-roxa, que se concentra em maior número Parque Nacional do Superagui, no litoral do Paraná, do rol de espécies ameaçadas.

Erupção vulcânica

Um vulcão em erupção no arquipélago polinésio de Tonga criou uma nova ilha devido ao acúmulo de enormes rochas e cinzas expelidas há um mês, anunciaram na sexta-feira passada (17) as autoridades locais.O vulcão, localizado 65 km a noroeste da capital do reino, Nuku’alofa, despertou no dia 20 de dezembro pela primeira vez nos últimos cinco anos, explicou o ministério de Terras e Recursos Naturais. A erupção ocorreu através de duas crateras, uma situada na ilha desabitada de Hunga Ha’apai e a outra submarina, a 100 metros da costa.

Ano mais quente Novas espécies O pesquisador Rafe Brown, da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, resolveu se infiltrar em mercados de animais, bancas de carnes de caça e todo tipo de comércio envolvendo animais em Manila, capital das Filipinas. Seu objetivo era entender que tipo de espécies eram vendidas ilegalmente nesses locais. Como curador da divisão de herpetologia do Instituto de Biodiversidade de sua instituição, ele vinha se dedicando a catalogar a biodiversidade do país asiático e se preocupava com os relatos sobre o comércio ilegal de espécies.

O ano de 2014 foi o mais quente do planeta desde o início dos registros em 1880, de acordo com análises separadas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) e da Nasa, apresentadas na sexta-feira passada (16). O parecer oficial, no entanto, ainda será divulgado pela ONU. A NOAA ainda anuncia que dezembro também marcou uma temperatura média na superfície da Terra e dos oceanos sem precedentes nos últimos 134 anos para o mês.

Planta aquática Uma infestação de plantas aquáticas transformou o cenário do lago Bertha Bannwart, no bairro Brabância, em Avaré (SP). A superfície foi coberta por aguapés, um tipo de planta aquática que se reproduz rapidamente quando há poluição. Imagens mostram que o espaço era espelhado pela água em janeiro de 2014. Agora, em 2015, o mesmo ponto lembra mais um campo de futebol com uma vegetação bem verdinha. De acordo com especialistas, o fenômeno ocorreu no local devido à poluição.

Bote de hipopótamo Parecia um lindo dia para um safári nas águas de um rio na Zâmbia, mas por pouco uma lancha que levava turistas não foi atingida pelo ataque de um hipopótamo. Tudo foi capturado pela câmera de um dos participantes do safári. O conteúdo foi postado em seguida nas redes sociais. Além de exímios nadadores, os hipopótamos também são capazes de segurar a respiração por até cinco minutos.


26 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 -

27

ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Salão do otimismo

H

á apenas cinco anos o Salão do Automóvel de Detroit experimentou uma crise com espaços vazios entre estandes de construção mais modesta. Mas graças à reação do mercado americano que alcançou no ano passado 16,5 milhões de automóveis e comerciais leves (recuperação incrível de quase 60% sobre 2009), o clima na exposição é outro, até seu encerramento neste dia 25. Em 2015 se esperam 17 milhões de unidades, próximo ao recorde de todos os tempos. Gasolina teve queda de mais de 40% nos EUA desde junho último. Então há permissividade para promover supercarros que arrebatam atenções. Um deles, o Ford GT inclui muitas peças em compósito de fibra de carbono, aerodinâmica ousada e motor com mais de 600 cv. A fábrica não liberou ficha técnica e nem confirmou a produção, que parece certa. Já o Acura/Honda

RODA VIVA

NSX impressiona pelo estilo, tração 4x4, motor a combustão e três elétricos (dois na frente e um atrás) que, em conjunto, entregam 550 cv. Cadillac seguiu nessa linha ao desafiar os sedãs alemães mais potentes com o CTS-V. Motor de 640 cv é o mesmo do Corvette Z06 e capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em estonteantes 3,7 s. Essa “invasão” de fabricantes de alto volume nos domínios das marcas de prestígio se explica porque estas representam apenas 10% das vendas mundiais, porém respondem por 35% dos lucros de toda a indústria. Também justifica o Buick Avenir, sedã grande conceitual (praticamente pronto para produção), cujo alvo é o mercado chinês, onde essa divisão da GM vende 80% do que produz. Muitos executivos não acreditam que a gasolina continuará tão barata e, assim, continu-

am a investir em alternativas. A Chevrolet se destacou ao apresentar seu primeiro modelo totalmente elétrico desde os tempos do GM EV1, de 1996. O Bolt, minivan a bateria cuja autonomia promete dobrar para 320 km, teria preço na faixa do Nissan Leaf. Data provável de lançamento em 2017, mas a segunda geração do Volt, que estreou na exposição, chegará em 2016. Além da reestilização, acomodará três pessoas no banco traseiro e autonomia de 80 km no modo elétrico, 25% maior. Alemães contra-atacaram no segmento de SUV, que continua a crescer muito nos EUA. O inteiramente novo Mercedes-Benz GLE Coupe (misto de cupê e utilitário, como BMW X6) e o retocado Audi Q7, com menos 325 kg de peso, destacaram-se. A Volkswagen exibiu o conceitual Cross Coupé GTE (quase pronto) a ser fabricado

nos EUA. Picapes perderam parte de seus compradores americanos para SUVs. Não impediu, porém, de a Nissan apresentar a nova Titan e rivais de (alto) peso mostrarem versões especiais: F-150 Raptor e RAM Rebel. Modelos médios de picapes perderam quase todo seu espaço nos EUA. Ainda assim, Toyota reformulou a Tacoma (pouco menor que a Hilux argentina, de projeto diferente) que só tem como rival a Chevrolet Colorado (mesma S10 nacional com retoques). Curiosamente, a Hyundai, que nunca fabricou picapes, escancarou seu primeiro modelo médio (conceitual), o Santa Cruz. Linhas audaciosas, cabine com portas traseiras de abertura reversa, tração 4x4 e extensor de caçamba indicam que deve ser mesmo lançada, em um ou dois anos. Aposta de risco, lá; aqui, nem tanto...

de vendas, a Hyundai foi a que teve o melhor desempenho em 2014, com aumento de 11,4% sobre o volume vendido no ano anterior. A coreana, que colocou o HB20 hatch na quinta posição e o HB20 sedã em 15º lugar (veja ranking por modelo em 2014), vendeu 237.157 carros, contra 212.916 no ano anterior. Outra marca de grande volume com bom desempenho foi a Renault, que vendeu 237.223 unidades em 2014, com alta de 0,4% em relação a 2013. Toyota, com 195.434 unidades vendidas e crescimento de 11% e

Mitsubishi (59.288 e 1,9%) foram as outras duas marcas de grande volume (classificadas entre as dez mais) que tiveram aumento de vendas este ano. Todas as outras perderam participação. A Honda (137.913 unidades vendidas) teve queda de 1%, desempenho que lhe garantiu aumento de participação, uma vez que o mercado teve queda maior: - 6,9%. Mas as quatro marcas tradicionais – Fiat, GM, Volkswagen e Ford – perderam participação, pois apresentaram queda de vendas maior do que a média do mercado. A que mais perdeu foi a Volkswagen, vendeu 13,5% a menos que no ano anterior: foram 576.639 unidades, contra 666.755 em 2013.

A que menos perdeu foi a Ford, que vendeu 308.099 unidades, 8% a menos que em 2013. A Fiat (698.255 unidades) teve queda de 8,5% e a GM (578.797 unidades) vendeu 10,9% amenos. Luxo por cima Se para o setor como um todo o ano foi ruim, o segmento de luxo teve em 2014 um dos seus melhores desempenhos dos últimos anos. Com exceção da Land Rover (-11,8%) e da Porsche (-26,2%), todas as demais marcas de luxo apresentaram crescimento em 2014, muitas delas aumentos expressivos de vendas. A Audi quase dobrou o volume de vendas, tornando-se a segunda marca que mais cresceu na lista das quarenta. A Audi vendeu 12.487 unidades no ano passado, contra 6.692 no ano anterior, registrando um aumento de 86,6%.

pitstop Lifan triplica as vendas em 2014, marca que mais cresceu

E

mbora com um volume ainda pequeno no total – 5.355 unidades – a Lifan foi a marca que mais cresceu em vendas em 2014, com um aumento de 136.5% sobre 2013, quando foram comercializadas 2.264 unidades. O desempenho é resultado da nova gestão da empresa no Brasil, assumida pela matriz chinesa a partir de outubro de 2012. Em pouco mais de dois anos a Lifan lançou três modelos: o utilitário esportivo X60, o chinês mais vendido no Brasil, o sedã 530 e o mini truckFoison, e conseguiu reverter a má imagem da marca estabelecida pelos antigos importadores. Entre as marcas com grande volume

PARECE que executivos, quando no exterior, ficam mais propensos a soltar informações. Jaime Ardila, presidente da GM América do Sul, confirmou em Detroit que a empresa produzirá um motor de 3 cilindros/1 litro (origem Opel) em Joinville (SC), já comentado aqui. Disse que a linha compacta brasileira (substituta de Celta/Classic) terá um SUV. Coluna aposta no sucessor do Tracker. FUTURO Gol (2017) usará arquitetura MQB (não a NSF, do up!), da mesma forma que o próximo Polo alemão. Polo atual parou de ser produzido no final de 2014 em São Bernardo do Campo (SP) e não deve voltar mais. Desta fábrica, além do Jetta, sairá também um furgão baseado na Saveiro. Marca Gol, no entanto, poderá aparecer também no exterior, entre up! e Polo. AVALIAÇÃO conjunta, na cidade e em rodovias, do Ka com motor 1,5 e do Ka+ 1,0 revelou coisas interessantes. Menor peso, de fato, dá mais agilidade ao hatch, mas motor de menor cilindrada no sedã também vai bem. Diferença de desempenho menor do que se supõe. Ford equilibrou as duas versões, ao atuar na relação final de transmissão, sem prejuízo de consumo. PARTE da queda de vendas neste início de ano reflete a disputa ente Fiat e VW pela liderança entre Gol e Palio+Palio Fire. Gol teve unidades emplacadas, em dezembro último, sem comercialização imediata e essa diferença aparece em janeiro. Para o ano de 2015, no entanto, não seria improvável crescimento de 1% sobre 2014, apesar da maioria de previsões pessimistas. CARTEIRA Nacional de Habilitação e os documentos de registro e de licenciamento anual do veículo receberão código QR para leitura em aplicativos de smartphones dos agentes de trânsito. Dificultará bastante as falsificações. Processo de impressão será mais seguro. Tudo a partir de 1º de julho próximo.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 CRÔNICA

Vou morar na Indonésia.......!!!!! JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

Q

ue vergonha...!!!!! Há alguns anos, quando a sra. Dilma inventou de ser candidata à Presidência da República, um “espírito” se apoderou de mim e, eu senti quando ele soprou no meu ouvido, dizendo que a sra. Dilma não estava preparada para ser nossa dirigente máxima. Devido à grande propaganda do seu nome através da imprensa, por mais que tentassem me convencer da sua liderança, eu não me conformava com sua ousadia. O Lula ainda bem, mas a sra. Dilma não denotava ter as mesmas qualidades do mecânico pernambucano, pelo menos, em lideran-

ça, simpatia e outras qualidades. Ela pegou uma carona no PT e o resto ficou por conta do inteligente Lula. Afinal de contas, ser presidente de uma Nação requer muito preparo psicológico, político, moral e, até, cultural, e ela nada disso parecia ter. A Presidência de uma Nação requer muita aptidão, muito raciocínio e muita experiência. Para ser um presidente ou presidenta, é necessário que a pessoa tenha um grande poder de discernimento, muito jogo de cintura e muita conveniência. Nossa dirigente parece que é “pavio curto”, muito mal humorada e sem jeito para o cargo. Para ser presidenta, a sra. Dilma deveria, primeiro, ter aulas sobre diplomacia, gostar das coisas certas, legais, justas e lógicas. Todo o Brasil e todo mundo, testemunhou uma grande falta de discernimento da sra. Dilma,

nos últimos acontecimentos referentes à “pena de morte” para um brasileiro. Ele foi flagrado entrando na Indonésia com quilos e mais quilos de cocaína, acomodados numa asa-delta. Ora, logo na entrada do país, o governo da Indonésia chama a atenção de todos, dizendo que o país tem pena de morte e que lá “lei é lei”, e não como no Brasil, onde as leis são desrespeitadas e onde os juízes já andam com “habeas corpus” nas mãos, caso os políticos e amigos precisem. Dentre todos os países, só o Brasil quis ter liderança para pedir clemência para o brasileiro, tido como traficante internacional. De todas as “barbeiragens diplomáticas”, da nossa presidenta, teve uma que foi imperdoável, quando a sra. Dilma pediu para que o papa Francisco intercedesse em seu lugar. Que coisa!!!! Que papagaiada..!!!!!! A que ponto chegamos

em termos de humilhação internacional. A nossa presidenta deveria ter ficado calada ou, então, aproveitado a ocasião para mostrar que as leis foram feitas para serem cumpridas, principalmente no caso de drogas que estão acabando com o Brasil e com os nossos jovens. O pior foi a sra. Dilma ficar danada, só porque a Indonésia não atendeu ao seu pedido, para perdoar ao traficante. É por isso que a turma está roubando a Petrobras e todas as instituições brasileiras. Com os últimos acontecimentos, me deu vontade de sair do Brasil, para ir morar na respeitada Indonésia. O Brasil teve a oportunidade de demonstrar que temos leis e que devem ser respeitadas, principalmente, por traficantes internacionais, como aconteceu. Melhor teria sido se a nossa presidenta tivesse ficado calada. Parabéns, Indonésia....!!!


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 -

29

ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Expectativa em Traipu

A

cidade de Traipu vive um clima de ansiedade e muita expectativa aguardando a decisão da Justiça que deve julgar no início da próxima semana a Ação Declaratória de Perda de Mandato – com pedido de liminar, contra a prefeita Maria Conceição Teixeira Tavares. A ação foi proposta pelo vice-prefeito Erasmo Dias, tendo como advogado o renomado jurista Adriano Soares da Costa.

Sem autorização De acordo com os fatos narrados na Ação Declaratória, consta que a prefeita esteve ausente do município por mais de 15 dias “sem que houvesse a autorização da Câmara Municipal”.

Perda do mandato De acordo com o advogado Adriano Soares, a Constituição Federal proíbe o afastamento do presidente da República do território nacional por mais de 15 dias sem autorização do Congresso Nacional, sob pena de perda automática do cargo. Da mesma forma no artigo 48 da Lei Orgânica Municipal, também prevê a perda automática do cargo em razão do afastamento por mais de 15 dias sem autorização do Poder Legislativo.

Confia na Justiça O vice-prefeito Erasmo dias, autor da ação, afirmou que confia plenamente na Justiça e que a Lei será respeitada. “Temos provas que ela viajou para os Estados Unidos e se ausentou do município por mais de 15 dias sem a devida autorização legislativa”, completou o vice-prefeito.

Casamento polêmico

Vereadora

Dom Fernando Pugliesi, Bispo Chanceler da Igreja Católica Brasileira, irá celebrar o primeiro casamento homoafetivo, com uma benção católica, no Brasil. A cerimônia será extremamente tradicional e terá todos os ritos e dogmas religiosos. Segundo o Bispo é uma honra realizar a cerimônia, pois o mesmo considera um gesto de humildade e de devoção a Deus o fato de os noivos terem solicitado a cerimônia na Igreja.

A vereadora Tereza Nelma será uma das Madrinhas, defensora nata da causa em Alagoas, ela é autora de várias leis para a população, a mais recente defende que os casais homoafetivos sejam reconhecidos como entidade familiar perante os projetos habitacionais da prefeitura de Maceió.

“Jesus é um ET” Pugliese é muito conhecido por ser defensor de temas polêmicos. O Bispo inclusive já chegou a defender a teoria de que Jesus teria sido um extraterrestre. Pugliese afirmou que a Igreja deve se adaptar as inovações da sociedade e que a Igreja católica Brasileira é uma igreja aberta e livre de preconceitos. Questionado se teria medo de sofrer represália por sua audaciosa decisão, o Bispo foi enfático: “qualquer coisa contrária a minha decisão vou caracterizar como sendo um ato homofóbico”, disparou o bispo afirmando que sua decisão é algo consciente e respeitada por toda a igreja.

Os noivos Os noivos, Otávio Oliveira e Allan Rocha, são cristãos e estão juntos a mais de cinco anos. Otávio Oliveira, sempre foi ativista do segmento LGBT e atualmente coordena o Segmento LGBT na Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Otávio afirmou que não tem medo do que os outros pensam e que para ele não bastava casar apenas em cartório como comumente acontece, ele diz que sentia a necessidade da benção de Deus em sua união. Por este motivo fez o convite ao bispo. A notícia de que a igreja aceitou seu pedido o deixou muito feliz, afirmou Oliveira. A cerimônia e a festa irá acontecer no Buffet Chez Marie no Barro Duro na sexta feira dia 23 de janeiro à partir das 20h e terá muitas pessoas defensoras dos Direitos Humanos e das causas LGBT.

Direitos respeitados “Pra mim o importante é o amor, eu quero que as pessoas sejam felizes. Os homossexuais precisam ter seus direitos respeitados. Eles precisam constituir família, adotar. Assim funciona a diversidade. Todas as pessoas são livres e precisam viver dignamente suas relações”, acrescentou a vereadora.

Falso fiscal O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL), Fernando Dacal, esteve na manhã de quarta-feira (21), na Superintendência da Polícia Federal (PF), no bairro de Jaraguá, para oficializar a denúncia contra o falso fiscal. O advogado do Conselho, Marcelo Viana, destacou que o bandido deve responder, a princípio, pelos crimes de estelionato e falsidade ideológica.

Polícia Federal Como o Crea Alagoas é uma autarquia federal e os golpes do falso fiscal ocorrem desde 1999, Dacal resolveu levar o caso à PF. Após protocolar a representação, ele se reuniu com o superintendente Omar Gabriel para falar do golpe. “Estamos tentando livrar a população desse bandido, que age há mais de 15 anos em Alagoas. Nas últimas semanas, recebemos denúncias que ele andou praticando o crime. Esse é um caso que não só acontece aqui em nosso Estado. Em Pernambuco esse fato já foi registrado. O indivíduo está vivendo disso. Agora oficializamos a denúncia, a polícia federal irá cuidar desse problema”, frisou Dacal.

PELO INTERIOR ... Ainda sobre o falso fiscal do Crea: Para o advogado Marcelo Viana de Almeida, a princípio, o crime se enquadra em duas denúncias: falsidade ideológica e estelionato. “O indivíduo age utilizando a identidade de um dos nossos funcionários, lesando a integridade e o profissionalismo do nosso fiscal. ... Desde 1999, quando ocorreu o primeiro caso, o Crea Alagoas já fez denúncias as polícias dos municípios de Rio Largo, Marechal Deodoro e Maceió. A instituição orienta que quando alguém desconfiar de qualquer pessoa, ligue para a central de denúncias do conselho através do número 2123 0869. ... A informação está no blog do professor Atiliano: O município de Igreja Nova, continua entre as 94 cidades alagoanas que estão com “nome sujo” no Cadastro Único de Convênios – CAUC. ... Se 2014 foi difícil para a Terrinha, 2015 promete ser ainda pior. Vai ser preciso o Chefe do Executivo Municipal trabalhar muito, e buscar parcerias para retirar a Terrinha deste Buraco Negro. ... De acordo com relatório divulgado recentemente pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), todas as cidades alagoanas estavam com restrições no CAUC. Oito delas, segundo a Associação dos Municípios de Alagoas (AMA), conseguiram a adimplência: Arapiraca, Branquinha, Ouro Branco, Feira Grande, Marechal Deodoro, Quebrangulo, Paripueira e Campo Alegre. ... É um serviço auxiliar de informações para transferências voluntárias da União que avalia 14 itens, como as obrigações da adimplência financeira, transparência e prestação de contas. Caso haja atraso no pagamento da previdência, por exemplo, a cidade é automaticamente inscrita no Cadastro. ... E a prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, está realizando, desde o início desta semana, uma série de cursos de capacitação para agentes de saúde e de endemias. ... Na unidade de saúde Doutor Carlos José de Lima, no bairro Bonsucesso, um dos treinamentos foi ministrado pela médica Karina Cavalcante e voltado para a prevenção e cuidados com a febre Chikungunya. ... A febre Chikungunya é uma doença viral parecida com a dengue, transmitida por um mosquito comum em algumas regiões da África. Nos últimos anos, inúmeros casos da doença foram registrados em países da Ásia e da Europa. Recentemente, o vírus CHIKV foi identificado em ilhas do Caribe e na Guiana Francesa, país latino-americano que faz fronteira com o estado do Amapá. ... Um ótimo final de semana para os nossos leitores, com paz e muita saúde. Até a próxima edição. Fui!!!!!!


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Sempre crescendo Em um ano, sua dívida com o cartão de crédito pode se tornar sete vezes maior. Ou seja, se você não quitar uma fatura de R$ 1 mil, após 12 meses, a dívida pode chegar a R$ 7 mil. Saiba que isso aconteceu porque o Custo Efetivo Total (CET) pode variar de 80% a mais de 600% ao ano. Ele se refere a todos os custos: juros, tarifas iniciais, encargos e impostos. Portanto, fique de olho: essas taxas são muito salgadas e, por isso, não vale a pena adiar o pagamento do cartão.

Mudando

Cartão de crédito, o vilão!

U

m problema constante que muitos consumidores enfrentam: Você abre a fatura de seu cartão de crédito e se dá conta de que gastou demais com aquelas compras faturadas. E agora? Claro que não vai dar para fazer o pagamento integral. E aí começa o grande problema. Só deu mesmo para pagar o valor mínimo, que é 25% do total. No mês seguinte, a fatura chega quase com a mesma quantia do seu salário. Os juros são exorbitantes, assim como multas e taxas. Sua dívida se tornou uma grande bola de neve. Existe solução para tirar você do “fundo do poço”. Primeiro, saiba que a sua casa não é a única que se encontra nessa situação. Mais da metade das famílias brasileiras está com a conta no vermelho, entre elas, 75,8% em função das “facilidades” do cartão de crédito, que hoje é considerado o maior vilão do endividamento dos lares. Isso porque, a primeira vista, parece ser apenas um meio que dá a você a vantagem de adiar o pagamento de seus gastos. Porém, muitos ignoram que, por trás dessa comodidade, estão altas taxas de juros.

Como a dívida ficou impagável, a solução é arragaçar as mangas para sair dessa enrascada. Mesmo que você já esteja com 100% de sua renda comprometida com dívidas, não cruze os braços: mudanças radicais no seu estilo de vida serão necessárias para alcançar o equilíbrio financeiro novamente. Considere morar em um lugar mais barato, mudar seus filhos de escola ou vender o carro e dispensar a empregada ou a diarista.

Primeiros passos Divida o total de suas dívidas, incluindo todas as parcelas de financiamentos (menos o imobiliário, que corresponde à despesa do aluguel) pela renda familiar. Se perceber que 30% do seu orçamento já estão comprometidos, ligue o sinal de alerta, abrindo mão de gastos pessoais. Caso já passe dos 50%, é hora de, por exemplo, trocar de carro por um modelo mais econômico. E vale lembrar que qualquer renda extra, como o décimo terceiro salário, férias ou restituição do Imposto de Renda, deve ser usada para o pagamento das dívidas. Isso vai ajudar você a não cair mais em ciladas do chamado “crédito fácil.”


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015 -

31


32 -

extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE JANEIRO DE 2015


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.