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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 809- 13 A 26 DE FEVEREIRO DE 2015

ACESA A LUZ AMARELA DO IMPEACHMENT DE DILMA

EX-DIRETOR DA SMTT DENUNCIA CORRUPÇÃO EM LICITAÇÃO DE ÔNIBUS

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EDITAL SERÁ APRESENTADO DIA 27 DE MARÇO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA, MAS PROCESSO DEVE DEMORAR UM ANO P/ 10 e 28 PREFEITO TENTA CENSURAR JORNAL EXTRA POR DENUNCIAR CORRUPÇÃO EM MARIBONDO P/ 13

NILDO DO JAIME TRANSFORMA PREFEITURA DE PAULO JACINTO EM CABIDE DE EMPREGO P/ 14

UNIÃO PERDE R$ 1 BILHÃO POR ANO COM USO IRREGULAR DE IMÓVEIS P/ 9


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 26 DE FEVEREIRO DE 2015

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Fim da gatunagem

Amnésia

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eduzir o número de comissionados na Assembleia de Alagoas – hoje em torno de 900 - não é a solução para acabar com os “servidores fantasmas” nem com o desvio de recursos da folha do Legislativo. O problema é a gorda verba de gabinete no valor de R$ 76.200,00 que os deputados recebem por mês para contratação de “assessores”. Com essa grana cada parlamentar pode contratar um mínimo de 5 e um máximo de 25 servidores comissionados. O presidente da Casa recebe essa verba em dobro. A chamada “verba de gabiente” é, na verdade, um disfarçado aumento de salário aprovado pelos próprios parlamentares. Seja com 5 “assessores” ou com 25, o dinheiro sempre vai parar no bolso dos deputados. É claro que a maioria desses “assessores” é contratada na condição de “laranja” para justificar a gastança. Eles recebem o dinheiro e repassam para os deputados. Uns mais outros menos. Mas todos usam esse mesmo expediente imoral e indecente. Para reduzir a gatunagem na folha do Legislativo estadual, a única alternativa seria acabar com essa verba de gabinete. Mas quem vai fazer isso?

Chávez depositou U$ 12 bilhões no HSBC Socialista? Bolivarianos? Com o estouro do escândalo das contas do HSBC, descobriu-se que o regime chavista levou essa dinheirama para o banco agora investigado. Recentemente, estourou um escândalo referente a contas no banco HSBC da Suíça. Pois, agora, descobriu-se que justamente o regime de Hugo Chávez, declarado socialista e bolivariano, colocou U$12 bilhões numa conta até então protegida por sigilo. Com o vazamento, demonstrando que a grana entrou justamente depois das desapropriações na Vene-zuela, fica clara a farsa chavista. O país é o terceiro maior depositante desse esquema que vazou. Ou nem tanto uma farsa, não é mesmo? Todo regime socialista é assim: as pessoas numa igualdade de miséria e os chefões milionários. Ou melhor, bilionários. Aguardemos as desculpas da militância (que já precisa queimar a cabeça para defender o Petrolão). (blog Editor Impertinente)

Impeachment nela “Não podemos mais ficar assim. Tem de ter impeachment e dar satisfação sobre o que fizeram com o dinheiro. Este pessoal está quebrando o Brasil. Este povo não é dono do país. Este país é do povo que trabalha”. Deputado Sérgio Reis, do alto de seus quase dois metros de altura.

Impeachment 2 “Não é crime falar sobre impeachment”, diz Aécio Neves. Senador tucano explica que não há “elementos jurídicos ou políticos” hoje para afastar a petista da Presidência, mas defende colegas que externam esse desejo.

Impeachment 3 Câmara rejeita pedidos de impeachment de Dilma. Desde 2011, Casa arquivou 12 solicitações de abertura de processo contra a presidente. Especialistas dizem que banalização de instrumento é ameaça à democracia.

Impeachment 4 Eduardo Cunha diz que ‘não vê espaço’ para impeachment de Dilma. “Eu fui sempre muito claro com relação a esse assunto e vou continuar sendo: não vejo espaço para isso, não concordo com esse tipo de discussão e não terá meu apoio”.

Família Pereira, capitaneada pelo ex-deputado Joãozinho Pereira, teve crise de amnésia após o pleito eleitoral. Durante a campanha os termos utilizados por Joãozinho e companhia limitada em desfavor de Renan, pai e filho, causava ojeriza. Agora com medo de perder espaço, os meninos de Junqueiro gastam seu “rico” dinheiro com elogios ao presidente do Senado. Vai entender!

Tarja preta Fernando Pereira, prefeito de Junqueiro, ainda com nível de estresse altíssimo, pois não conseguiu decolar o nome de seu sucessor. Enquanto o irmão de Joãozinho pula nos blocos carnavalescos utilizando a velha política do “pão e circo”, esbanjando ostentação, a oposição corre trecho e ocupa espaço.

De cócoras Joãozinho Pereira dizia em alto e bom som que Renan Calheiros e sua “gangue” deveriam ser expulsos de Alagoas. Agora com medo da força motriz do presidente do Senado, Joãozinho ordenou que seus irmão fiquem de “cócoras” para não prejudicar o projeto político da família.

Perguntar não ofende A família Pereira foi fiadora mor da campanha de Biu de Lira com a certeza de que seria reembolsada - ganhando ou perdendo- porém a situação se complica. Os meninos de João José querem receber o investimento (em vão) e não sabem como enfrentar Tuca.

Faltosos Parece mentira, mas as faltas dos vereadores de Maceió foram justificadas ao Ministério Público Estadual (MPE) com um dossiê de mais de 1.500 páginas. Tem vereador que no último biênio não participou nem de 10 sessões. O absurdo continua na Casa Mário Guimarães.

Língua solta O deputado Galba Novaes vai imprimindo um estilo próprio na Assembleia. Ele lançou sua candidatura a presidente da Casa e teve seu único voto. E em recente sessão fez questão de criticar a legislatura anterior por não ter votado o rateio do Fundeb.

Novos paladinos

Com a saída de Judson Cabral e João Henrique Caldas, a sociedade alagoana ficou sem seus “paladinos da justiça”. Alguns começam a ensaiar posicionamentos mais radicais para se colocarem na vitrine da Assembleia. Pirotecnia?

O que funciona no Carnaval

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Centro de Maceió irá funcionar no sábado de Zé Pereira (14), das 8h às 14h, e retomará as atividades ao meio-dia da Quarta-Feira de Cinzas. Shopping Pátio Maceió vão funcionar em horário normal no sábado e no domingo. Na segunda e terça-feira, vão funcionar as lojas âncoras e praça de alimentação, das 12h às 20h, e as demais lojas, das 14h às 20h.

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O Parque Shopping também irá funcionar todos os dias de Carnaval. Todas as lojas, a praça de alimentação e os cinemas abrirão normalmente no sábado (14), das 10h às 22h, e em horário diferenciado, das 12h às 22h, de domingo (15) até a Quarta-Feira de Cinzas (18).

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O Maceió Shopping será outra opção de lazer para quem ficar em Maceió durante o período carnavalesco. No Sábado de Zé Pereira, as lojas e os estabelecimentos da praça de alimentação estarão abertos em horário normal e as âncoras, das 9h até 22h. No domingo de Carnaval, as lojas âncoras e os estabelecimentos da praça de alimentação do shopping estarão atendendo o público das 12h até 21h e as lojas satélites, das 13h até 21h.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

As aves de rapina Brasília - Um bando de aves de rapina que voa em debandada na mesma direção depois de se fartar do banquete. Assim é que a Graça Foster, a Graciosa, e a diretoria deixaram a Petrobras pela porta dos fundos, depois de derreterem o patrimônion da empresa em quase 200 bilhões de reais. Como nos filmes em que os policiais, armados com granadas e armas pesadas, invadem um local infestado de bandidos, a turma que chegou, a do Banco do Brasil, liderada pelo ex-presidente Aldemir Bendine, ocupou os espaços dentro da estatal na tentativa de fechar os cofres até então escancarados, de onde saíram mais de 200 milhões de dólares para manter o PT e seus aliados no poder. Não houve salgadinhos nem festinha para recepcionar os invasores, mas velas acesas nos corredores para espantar a urucubaca que baixou no suntuoso prédio da Avenida Chile, depois que Foster assumiu à presidência. A ocupação foi feita sem que ela tomasse conhecimento. Foster preferiu sair do local um dia antes para evitar o constrangimento de expulsão da sala. Agora, cabe à nova diretoria fazer levantamento minucioso das falcatruas para que o balanço da empresa seja divulgado, constando com clareza o roubo feito pelos diretores e a turma do PT tendo à frente o tesoureiro João Vaccari Neto. Enquanto o prédio da Petrobras era invadido pelo novo comando, que assume com restrição de parte do conselho, no Palácio do Planalto o gabinete de crise se reunia para tentar identificar as causas da queda da popularidade da Dilma e do seu governo. O sinal vermelho acendeuse antes do amarelo e agora a presidente é refém dos políticos que veem nesses índices negativos uma forma de ocupar mais espaços e barganhar mais cargos no governo. Dilma não se conforma em saber que que 80% dos pesquisados dizem que ela sabia das falcatruas na Petrobras. E que mais de 50% acham que ela é desonesta, falsa e mentirosa. Agora, apenas 27% aprovam o seu governo que parece acabar antes de começar. Diante dessa combustão espontânea em que o fogo se propaga rapidamente, a palavra impeachment tomou conta das redes sociais. O senador Cristóvão Buarque, da base do governo, ex- ministro da Educação de Lula, já deu o sinal de alerta. Disse que “impeachment” está na boca do povo e é “constitucional”. Com a bruxa solta no Palácio do Planalto, o gabinete de crise pensa em um pronunciamento da Dilma em rede de TV. Ora, esse filme é conhecido. Lembra-se que o Collor, em plena crise, usou esse artifício? Ele pediu ao povo para sair às ruas de verde e amarelo para apoiar o seu governo. Pois é, o povo saiu, mas foi de preto. Alí começou a sua derrocada. Não se brinca com o povo, gente! A partir de agora, os políticos, que até então faziam juras de amor à Dilma, vão começar a ser pressionados para se afastar dela sob ameaça de perderem apoio nas suas bases. E o povo, enganado pelas suas mentiras, vai aos poucos se organizando como aconteceu com o Collor. Por exemplo, no próximo dia 15 de março, as redes sociais estão convocando a população para uma manifestação em todo o país pelo impeachment de Dilma. Querem mudar – e com toda razão – porque acham que a presidente não tem mais capacidade de administrar o país varrido pela corrupção e pela desordem econômica. E não se engane, dificilmente ela vai recuperar os índices de aprovação que tinha em dezembro de 2014 (42%). Daqui pra frente a palavra de ordem é impeachment. Aí, minhas senhoras e meus senhores, será um Deus nos acuda!, quando o PT, este partido revanchista e odiento, perceber que pode perder o poder.

Mar de lama

Dinheiro sujo Os depoimentos dos diretores ladrões da Petrobras não deixam dúvidas: Lula e Dilma elegeram-se presidentes com dinheiro da corrupção. E não foi pouco, segundo Pedro Barusco, diretor da estatal. Nos últimos dez anos, o PT desviou da empresa 200 milhões de dólares para alimentar seus militantes políticos e promover a maior orgia de que se tem notícia com dinheiro público. E agora? Collor foi para o pelourinho porque não conseguiu justificar a compra de um carro Elba. Isso mesmo, um calhambeque da Fiat, que hoje custaria menos de 15 mil reais. Está na hora do Brasil ir às ruas para fazer valer a Constituição e pedir o impeachment da Dilma que a esquerda corrupta acusa de golpe. O fundamentalista Rui Falcão, presidente do PT, alardeia que são de direita os que pedem o afastamento da sua chefe. E quando a petezada derrubou o Collor era também de direita e golpista? Conversa fiada, gente. Governo corrupto tem que ser afastado. É legal e constitucional. E ponto.

Cúpula corrupta Esta mesma esquerda de botequim, puxada por Zé Dirceu e Lula, organizou a oposição contra Collor. À frente do cordão dos indignados a OAB, de Marcelo Lavenere, a ABI de Barbosa Lima Sobrinho, a Igreja (progressista?) e os caras pintadas do líder estudantil Lindemberg Farias, senador, que depois se envolveria em atos de corrupção na prefeitura de Nova Iguaçu. Atrás do trio elétrico, a população estupefata com as acusações de que Collor não tinha como provar a compra da Elba, pedia o seu afastamento. A pressão e, diga-se de passagem, com certa dose de preconceito dos grandes jornais paulistas, levou o Congresso Nacional a votar pelo impeachment do colorido sob aplauso dos militantes petistas. O ato, legitimado pelo povo, só fortaleceu as instituições democráticas do país, até então em consolidação.

Zé, o presidiário De lá pra cá, muito água rolou sob essa ponte. Zé Dirceu foi pilhado roubando. Acusado pelo STF de liderar uma quadrilha, viu-se enjaulado, orgulhoso de ser o presidiário mais famoso do país. Do comando do Gabinete Civil de Lula, de onde pretendia voar mais alto - chegar à presidência da república – terminou no presídio da Papuda com Delúbio Soares, tesoureiro do PT, & companhia. Agora, mais uma vez, aparece envolvido nas falcatruas do diretor Renato Duque, com quem manteve, segundo o Ministério Público, uma longa parceria estável na administração do cofre da Petrobras.

O Tsunami de águas turvas e contaminadas já invadiu o Palácio do Planalto, onde a Dilma não consegue explicar como a Graciosa, sua amiga de fé, conseguiu derreter a Petrobrás, causando um prejuízo à empresa de 200 bilhões de reais. Na última década – pelo menos no governo do Lula – a Dilma deu as cartas no setor de Minas e Energia. Primeiro como ministra e presidente do Conselho da Petrobras, e depois como mandachuva no Gabinete Civil. Se confessar que não sabia da bandalheira é a prova cabal da sua incompetência como executiva do governo. De qualquer forma, a exemplo do seu chefe, ela precisa negar o crime como atenuante às acusações que lhe são imputadas na venda da refinaria de Pasadena, no Texas, e de receber dinheiro sujo para a campanha presidencial.

Rindo? De quê? Mesmo diante desse quadro desolador, Dilma continua rindo. Na foto publicada pelos jornais, ela está às gargalhadas com Lula na festa de aniversário do PT, mesmo diante dessa situação caótica: a economia desestabilizada, a inflação de janeiro, a maior dos últimos 12 anos, e as medidas de arrocho contra os trabalhadores que ela jurou de pés juntos (“nem que a vaca tussa”) que jamais faria. E para piorar a situação nomeia o senhor Aldemir Bendine, ex-presidente do BB, para chefiar a Petrobras, que responde a processo no Ministério Público por emprestar R$ 2,7 milhões à socialite Val Marchiori, amiga de viagens, cuja garantia foi a pensão alimentícia dos filhos.

Apague a luz E agora, você ainda acha que a presidente, que faliu uma loja de R$ 1,99 em Porto Alegre tem condição de administrar o Brasil? Se acredita, por favor, quando for o último a sair apague a luz. Se ainda houver luz, claro.


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 26 DE FEVEREIRO DE 2015 Nos ares

GABRIELMOUSINHO

Depois de entregar o helicóptero à Defesa Social, o governador Renan Filho bem que poderia romper o contrato do Jato Falcon à sua disposição que gasta a bagatela de 400 mil reais por mês e 6 milhões por ano. Com certeza essa dinheirama daria para oxigenar setores muito carentes em Alagoas.

gabrielmousinho@bol.com.br

Os desafios de Rui

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ui Palmeira tem primado para manter um ritmo acelerado de recuperação e construção de novas ruas e avenidas, como fez o seu antecessor Cícero Almeida. Está procurando melhorar a educação e a saúde, mas tem dois problemas que a prefeitura de Maceió, o governo do Estado e o governo Federal têm que resolver. Não é possível que entre governo e saia governo e o Vale do Reginaldo, cantado em prosas e versos, continue como está. Mesmo com alguns recursos liberados em anos anteriores, o impasse continua. Nem a prefeitura faz a sua parte, nem o governo do Estado também. O Canal do Salgadinho é um péssimo cartão postal, tanto para os alagoanos como para os que nos visitam. Uma podridão a céu aberto. Providência até agora? Nenhuma. Já o Dique Estrada que margeia a Lagoa Mundaú, uma das mais belas do Brasil, faz vergonha para quem passa por ali. O canteiro principal está recheado de carcaças de carros velhos e abandonado, cavalos, burros e porcos pastando nas toneladas de lixo expostos, cachorros disputando as carniças que ali são jogadas, as barracas de vendedores de sururu com um cheiro insuportável, a pista esburacada, enfim, uma miséria. Infelizmente, parece que não existe governo.

Lorota Não é bem assim aquela história de que Renan Filho nomeia auxiliares sem o conhecimento do pai. Por baixo dos panos toda nomeação passa pelo crivo do presidente do Senado, que sabe, ao contrário dele, quanto custou à eleição.

Agonia 1 Muitos seguidores do governador Renan Filho na campanha eleitoral estão sem saber o que dizer aos amigos. O Diário Oficial do Estado tem sido ingrato com dezenas deles, que portaram bandeiras, levaram sol e chuva na cara, mas continuam esquecidos.

Agonia 2

Estatística questionável A Secretaria de Defesa Social convocou uma coletiva de imprensa na semana passada para dizer que, em comparação a janeiro do ano passado, houve uma diminuição de 25% nos assassinatos. Nos bastidores pessoas ligadas à instituição dizem que não é bem assim. Mas como a informação partiu de Alfredo Gaspar de Mendonça, que tem credibilidade, pode ser. Em outras oportunidades, no governo de Téo Vilela, estas estatísticas sempre foram questionadas.

Até quando? O governo do Estado conta com ampla maioria na Assembleia Legislativa e pode fazer agora o que quiser. Mas até quando esta aproximação vai continuar? Afinal de contas, os deputados dão com uma mão e recebem com outra.

Tiro errado A briga que o governo municipal travou com o vereador Silvano Barbosa não tem rendido bons frutos nos últimos meses. Barbosa tem sido um calo na administração do prefeito Rui Palmeira. Deram muitos conselhos ao prefeito para não brigar com Silvano, mas não foram suficientes para ele mudar de opinião.

Desestimulado O vereador Eduardo Canuto tem encontrado muitas dificuldades como líder da bancada do governo na Câmara e, por esses dias, deverá formalizar mais uma vez o seu pedido de afastamento. O prefeito precisa, urgentemente, de alguém que tenha muito jogo de cintura, atenda na medida do possível os interesses da bancada e tope briga quando for necessário.

Continua forte

Até quando não for decidida sua situação política, o suplente de deputado, Cícero Cavalcante, não deixa os corredores do Palácio do Governo. Exige uma solução para sua situação, para não passar mais constrangimentos do que passou até agora.

Mesmo com os agentes da situação querendo desprestigiar o senador Biu de Lira, ele continua forte e fazendo o que mais gosta: trabalhar para trazer recursos e obras para Alagoas. Este pretenso projeto do governo de perseguir a unanimidade e desgastar adversários, com certeza não demorará muito tempo.

Desnecessário

Mudança

Ninguém sabe por que o governador Renan Filho deixou muito que fazer e se meteu na velha história da Maternidade Santa Mônica. Isso seria assunto para ser discutido, no máximo, por um vereador com a secretária de Saúde. O cargo está acima de coisas miúdas, embora a Santa Mônica seja uma necessidade para Alagoas.

O senador Biu de Lira recebeu críticas porque votou no colega Luis Henrique, de Santa Catarina, para a presidência do Senado. Mas não recebeu aplausos quando já votou no próprio senador Renan Calheiros para presidir certa vez a instituição. O que se deduz desta posição do Biu, foi o sentido de mudança que o povo brasileiro tem exigido nos últimos tempos.

Ideli de volta A Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, que chega nesta sexta para entrar kits a Conselhos Tutelares, vai voltar no dia 21 exclusivamente para participar de solenidade em Campo Alegre com Biu de Lira, onde fará entrega de kits a 13 municípios solicitados pelo senador.

Até droga O centro de Maceió se tornou um local onde se vende de tudo. Até mesmo drogas, como tem conhecimento a Câmara de Diretores Lojistas. O seu presidente, Fernando Azevedo, está agendando um café da manhã com o prefeito Rui Palmeira para resolver de uma vez por todas a situação, que tem atrapalhado e incomodado os comerciantes. Os camelôs fazem a festa e a fiscalização não é suficiente para manter o comércio limpo dessas impurezas. Até agora, quem quiser comprar batata, macaxeira, jaca e até carne, pode ir ao centro de Maceió.

Perguntar não ofende

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Até quando as autoridades conviverão com a sujeira do fétido Canal do Salgadinho? Onde andam os projetos e os recursos que já foram alocados para a realização das obras do Vale do Reginaldo?

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E o Dique Estrada que está servindo apenas para pastagem de cavalos, burros, porcos e depósito de carcaças de carro velho e amontoado de cascas de sururu?

Cada vez menor As discussões entre os senadores Renan Calheiros e Aécio Neves, na semana passada, demonstram quais os espetáculos que o povo brasileiro vai ver a partir de agora. Quem perde com tudo isso é a imagem do Senado da República, que deveria dar o bom exemplo para a Câmara dos Deputados e o restante do país.

De volta Arnóbio Cavalcante, que já foi secretário de Estado e do município de Maceió, o mesmo que queria trazer uma fábrica de aviões para a Cidade Sorriso, é o novo presidente da Algás. Arnóbio é da quota do deputado federal Ronaldo Lessa, que pode ser o líder da bancada federal, na Câmara.

Bom trabalho Embora a palavra tucano seja proibida na gestão de Renan Filho, não há como negar o excelente trabalho desenvolvido à frente da Algás pelo engenheiro Geoberto Espírito Santo, que provou ser do ramo.

Plano Bresser Servidores da antiga Ceal, à frente o advogado Josenal Fragoso, se reuniram com o advogado Carmil Vieira para saber como anda a situação do pagamento do Plano Bresser que já faz 26 anos que dorme em berço esplêndido nas gavetas dos tribunais. A ação que já ultrapassa 1 bilhão de reais já foi ganha em todas as instâncias, mas o governo continua querendo dar o calote nos antigos trabalhadores, onde mais de quatrocentos já morreram. A Eletrobras não tem o dinheiro pra pagar, mas o governo dança no roubo de bilhões de dólares da Petrobras.


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SACO DE MALDADES

Planalto será obrigado a recuar no ajuste fiscal Com a derrota iminente no Congresso, que precisa referendar o arrocho econômico anunciado por Dilma, a petista já admite ceder em alguns pontos do pacote; a própria base aliada classifica as propostas palacianas de “suicídio político”

O

governo terá de afrouxar o pacote de ajuste fiscal que enviou ao Congresso se não quiser sofrer uma nova derrota parlamentar, bem mais representativa do que a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara. Segundo apurou o Correio, uma das primeiras mudanças aceitas pelo Planalto é a permissão para que os trabalhadores permaneçam 12 meses no mesmo emprego - e não 18, como está na proposta original - para ter direito ao seguro-desemprego. Seria uma maneira de garantir a manutenção do empregado no cargo ao longo de 2015, ano que, segundo o Executivo, será o mais árduo da crise econômica. O pacote fiscal que altera regras trabalhistas e previdenciárias tem sido bombardeado pela base de apoio ao governo no Congresso e pelas centrais sindicais. “Não tem como o pacote das medidas provisórias sair como entrou aqui”, confirmou o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC). Já foram apresentadas mais de 600 emendas às propostas originais. Autor de algumas dessas sugestões de mudanças, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que o governo está cometendo suicídio. “Teremos um ano político difícil, com a oposição pedindo o nosso impeachment. Tudo o que não precisamos é atirar em nossa base de apoio, naqueles que vão às ruas nos defender”, criticou Lindbergh, em uma referência aos movimentos sociais e às centrais sindicais. Para outro petista, Dilma não pode achar que está em 2003, quando o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, também endureceu a política econômica para corrigir os rumos do país. “Ele tinha 80% de aprovação popular,

Cunha confirmou que debate sobre medidas só depois do Carnaval ela tem 23%”, disse o parlamentar, sob condição de anonimato. “Quer descontar nos trabalhadores as desonerações fiscais de 2014 que não deram resultado”, completou. Elaborado durante o encontro do diretório nacional do PT da semana passada, em Belo Horizonte, mas divulgado apenas ontem, uma resolução partidária aumenta a pressão da legenda sobre o governo ao cobrar a promessa de campanha da presidente de impedir que o ajuste fiscal prejudique os direitos trabalhistas conquistados. E defende a criação de um imposto sobre grandes fortunas. Enquanto isso, as centrais sindicais se mobilizam para derrubar as propostas no Congresso. A União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Força Sindical estiveram ontem em audiências com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Cunha lembrou que as medidas provisórias só serão analisadas após o carnaval, já que as comissões especiais para discutir as matérias nem sequer foram criadas. No Senado, a pressão dos sindi-

calistas foi idêntica. “Tem muita coisa que dá para fazer para economizar. Não dá para economizar só em cima do trabalhador”, disse o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. Renan alinhou-se aos sindicalistas, não ao governo. “O Congresso deve criar alternativas para que o trabalhador não seja duramente sacrificado porque isso significa, do ponto de vista econômico e social, um retrocesso”, alertou o peemedebista. O governo tenta ampliar os canais de negociação para não perder de vez o controle do processo. “Vamos ter uma reunião, no dia 24, com os ministros da área (econômica) para aprimorarmos as medidas provisórias. Vamos abrir espaço para negociação, mas o governo não vai retirar as MPs”, disse Renan. A reunião contará com a presença dos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Carlos Gabas (Previdência) e Nelson Barbosa (Planejamento).

SIMBOLISMO

Dilma está preocupada. Ela sabe que, além de uma questão

econômica, uma derrota no pacote de ajuste fiscal encaminhado ao Congresso teria de um simbolismo perverso, pois será o segundo teste de fidelidade da base aliada. “Perdemos na eleição de Cunha, mas agora trata-se de uma questão de mérito”, confirmou um interlocutor palaciano. A petista se reuniu ontem com o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas. Segundo o secretário-geral da Presidência, Miguel Rossetto, Freitas ofereceu alternativas para qualificar as questões previdenciárias, mas ressaltou que não foi um encontro de negociação. “A presidente apresentou as medidas provisórias e repassou um conjunto de informações importantes em relação à situação fiscal no Brasil”, disse o ministro. O secretário-geral acrescentou que o governo toma as medidas necessárias para sustentar uma agenda de crescimento econômico

ainda em 2015 e todo um programa de mudanças que será realizado nos próximos quatro anos. “Todos os compromissos de campanha estão reafirmados”, assegurou.

ALINHADO AO GOVERNO

A CUT é a única central que está totalmente alinhada ao governo O presidente da entidade, Wagner Freitas, participou da festa de 35 anos do PT, em Belo Horizonte, na sexta-feira, quando defendeu João Vaccari Neto, tesoureiro do partido citado por delatores da Operação Lava-Jato. Na véspera da comemoração, Vaccari foi levado para depor, coercitivamente, pela Polícia Federal. No evento petista, Freitas disse que é preciso lutar contra a “elite golpista” que existe no país e marcou um ato em defesa da Petrobras para 24 de fevereiro. (Publicada no Correio Braziliense)


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CASA DA VIÚVA

Pagamento de taxas pelo uso de terrenos da União vira bagunça em Alagoas TCU constata prejuízo superior a meio milhão de reais por ano, abandono de áreas e medição irregular ODILON RIOS Especial para o EXTRA

T

écnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) descobriram que em todo o país o pagamento de taxas pelo uso de terrenos da União virou uma bagunça. Um dos exemplos está em Alagoas. A amostragem garimpou 228 dos quase 45 mil imóveis no Estado pertencentes à União. E mais da metade está subavaliado. Isso significa que quem ocupa paga valores irrisórios pelo uso da área. Quem são os “donos”? A Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a Delegacia da Receita Federal, a Superintendência Regional da Conab e até a Polícia Federal. O prejuízo, diz o TCU, em Alagoas, supera meio milhão de reais (exatos R$ 566.382,08) por ano. No país, R$ 1 bilhão deixam de entrar nos cofres federais, com taxas pagas a menor pelo uso deste solo. Um dos terrenos fica em Marechal Deodoro. Tem valor zero de avaliação. Mas, a área vale R$ 15.332,00. Outros estão espalhados em Maceió, Barra de São Miguel e São Miguel dos Milagres. Todos com indícios, segundo linguagem técnica do TCU, de “subavaliação de terra nua”. “Isso demonstra, de um modo geral, a existência de uma situação precária quando se trata de atividades de avaliação de imóveis de uso

especial”, explica o relatório assinado pelo ministro do TCU, Raimundo Carreiro. No caso alagoano, o tribunal não explica quem ocupa estes terrenos. E sim os “donos” das áreas. Mas, no Ceará, há dois casos de shoppings onde o metro quadrado é avaliado em R$ 5 mil, mas eles pagam entre R$ 163 e R$ 343. Ou 5% do valor de mercado. Desde 2003, diz o ministro, que o Governo Federal descumpre ordens do TCU para melhorar as condições de trabalho da Superintendência do Patrimônio da União, nos estados. MILHÕES SONEGADOS Em Alagoas, há imóveis com metragem errada. Um da Delegacia Regional da Receita Federal mede 102,0m².

Porém, os técnicos perceberam que, na verdade, é 157,68m². A Receita, alerta o TCU, tem 60 dias para corrigir a distorção. Há terrenos ainda que a localização informa estar na zona rural, quando, em verdade, ficam na urbana. Em Riacho Doce, litoral norte de Maceió, a taxa paga é de centavos: R$ 0,81 por metro quadrado, quando ela deveria valer R$ 23,33. A diferença a menor, na avaliação, é de exatos R$ 751.875,24. “Partindo da premissa que esse imóvel esteja sujeito ao regime de aforamento (e não de mera ocupação), tem-se que a perda anual de receita patrimonial com a arrecadação do foro pode chegar a R$ 4.511,25 e, considerando os últimos cinco anos não prescritos, a um

total de perda de receita de R$ 22.556,25”, diz o relatório do ministro. O tribunal não informa quem ocupa este terreno no bairro. Barra de São Miguel- balneário dos ricos, famosos ou criminosos de Alagoas- a diferença a menor dos imóveis sujeitos ao regime de aforamento chega a R$ 18,2 milhões/ano. Perda de receita, nos últimos cinco anos, superior a meio milhão de reais R$ 564.610,79). Em Marechal Deodoro? Nos últimos cinco anos, estima-se que a perda chegue a R$ 5 milhões. A avaliação a menor é de R$ 65,2 milhões. Anota o relatório do ministro sobre os problemas na fiscalização destas áreas: falta de pessoal e recursos financeiros suficientes.

Outros terrenos estão abandonados. Os fiscais encontraram dois: um prédio de três pavimentos, no Beco São José (Centro da capital), “abandonado e em péssimas condições de uso, inclusive com risco de queda da marquise que circunda o prédio”, cuja unidade gestora é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e outro no bairro do Farol, uma casa de 237,8 metros quadrados, sem muros e com risco de ação de vândalos. O TCU dá prazo de 60 dias aos órgãos públicos para novas metragens e reavaliação das áreas. A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) em Brasília diz que a arrecadação das taxas cresceu 42% entre 2011 e 2014 (de R$ 705 milhões para R$ 1 bilhão).


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 26 DE FEVEREIRO

DE 2015

NOVELA SEM FIM

TRANSPORTE URBANO

Licitação terá audiência pública dia 27 de março SMTT afirma que contratos deverão ser assinados em setembro, mas mudança deve demorar um ano VERA ALVES veralvess@gmail.com

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o bojo do aumento da tarifa de transporte urbano de Maceió que entra em vigor neste domingo de Carnaval, a prefeitura anuncia: a audiência pública para discutir a licitação do setor acontece dia 27 de março. A data foi definida esta semana, em reunião do superintendente Municipal de Transporte e Trânsito, Tácio Melo, com técnicos da Secretaria Municipal de Finanças. Nela será apresentada a minuta do edital para discussão com todos os setores envolvidos, incluindo as empresas, e os resultados das pesquisas de mobilidade urbana que detalham as necessidades da cidade. Com o reajuste da passagem, oficializado na segunda, 9, por decreto assinado pelo prefeito Rui Palmeira, o usuário de ônibus da capital passa a pagar R$ 2,75 contra os R$ 2,50 cobrados até agora e desde o Carnaval do ano passado. Aumentar o valor da tarifa no período momesco, aliás, tem rendido críticas à prefeitura nas redes sociais, a principal delas a de que o poder público aposta no esvaziamento natural da cidade durante o período para evitar protestos. Enfrentando ônibus lotados e em algumas linhas viajando em veículos de qualidade sofrível, o maceionse reclama da escassez de veículos em algumas regiões, notadamente nas mais populosas. É o caso do Benedito Bentes, que agrega dezenas de conjuntos habitacionais populares, e o Clima Bom, onde nos últimos anos houve uma invasão de áreas antes abandonadas e onde hoje a prefeitura sequer consegue encontrar um terreno para instalar um terminal de transporte compatível com a necessidade.

Há, ainda, os problemas gerados pela expansão imobiliária na parte alta da cidade, conjuntos habitacionais e até empresas que foram sendo autorizados e implantados ao longo dos últimos anos sem a contrapartida de aumento dos serviços públicos. E foi este crescimento, aliado ao aumento da frota de carros particulares, que acabou provocando o caos no trânsito das avenidas Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro. A solução, paliativa, foi implantar o corredor exclusivo para ônibus, a chamada faixa azul, liberada também ao transporte alternativo de vans e para taxi, desde que com passageiros. Na sequência, lembra Tácio Melo, a prefeitura implantou a “onda verde”, o sistema sincronizado de semáforos. E agora se prepara para implantar a faixa azul também na parte baixa da cidade, nas avenidas Comendador Leão, no Poço, e Dona Constança, no bairro da Mangabeiras. O monitoramento eletrônico dos coletivos – 100% da frota possui GPS –, a adoção de um aplicativo para acompanhamento, pelo usuário, do trajeto dos ônibus, ponto a ponto, são também medidas destacadas como avanços do setor. No caso do app CittaMobi, aliás, Maceió foi elogiada pelo Conselho Nacional do Ministério Público pela adoção de um aplicativo específico para portadores de deficiência visual. ANDAR DE ÔNIBUS, A VIA CRUCIS O EXTRA conferiu como é andar de ônibus em Maceió em diferentes horários e constatou também a falta de atenção aos idosos. Explica-se: no final do ano passado os coletivos tiveram reduzidos os bancos da parte anterior à catra-

de ônibus em horários como das 7 às 9 horas da manhã. Nas contas da SMTT, nos últimos quatro anos houve redução de passageiros de 10 milhões/mês para cerca de 6,5 milhões.

Coletivos lotados ainda são cena comum no dia a dia do maceionse ca, com a instalação de cercados. De acordo com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), a medida foi tomada em comum acordo com o Ministério Público e com o objetivo de reduzir o número de passageiros que ficavam na frente. “Foi uma medida de segurança”, frisa Tácio Melo, ao relembrar um acidente ocorrido com uma idosa em um ônibus na Avenida Deputado José Lages e os riscos a que ficavam sujeitos motoristas e cobradores. O número de assentos destinados a idosos, grávidas e portadores de necessidades especiais, contudo, permanece o mesmo, garante ele. De acordo com a lei federal 10.048, este número deve ser equivalente a 10% do total de assentos existentes. O problema é que o quantitativo de pessoas idosas em dias de pagamento de benefícios da Previdência, por exemplo, é bem maior que o total de assentos disponíveis e elas são obrigadas a viajarem de

pé e espremidas entre os demais passageiros. Há aí também um componente cultural: é cada vez mais raro encontrar quem se habilite a ceder o lugar. Todo mundo, incluindo jovens universitários, parece andar cansado demais em Maceió. E foi também por medida de segurança que os coletivos passaram a rodar com um sistema de dupla catraca. O objetivo: dificultar a ação de espertinhos de plantão que costumavam pular a catraca sem pagar a passagem e cuja conduta vinha provocando vários atritos, inclusive agressões a cobradores. Desde a implantação da faixa azul na parte alta da cidade, o número de usuários do transporte coletivo aumentou, já que o tempo de percurso caiu em mais de 50%, e hoje os ônibus viajam lotados não apenas nos horários de pico. Quem vai de carro da Bomba do Gonzaga até a Praça Centenário, por exemplo, demora mais para chegar ao destino do que o usuário

A LICITAÇÃO Com todos seus trâmites acompanhados pelo Ministério Público Estadual (MPE), através da Promotoria da Fazenda Pública Municipal, a licitação do transporte urbano de Maceió é prometida há pelo menos 10 anos e já foi alvo de questionamentos judiciais que acabaram por suspender o processo. Desta vez, a prefeitura está se municiando para garantir que ela aconteça. Exigida por lei, a audiência pública para exposição das linhas gerais do edital será alvo de convocação após o Carnaval. O edital, inclusive, vai deixar clara a possibilidade de mudança das linhas que hoje circulam pela Fernandes Lima em se concretizando o projeto do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) para evitar demandas judiciais posteriores. Pelo cronograma da SMTT, o segundo passo após a audiência será a publicação da minuta do edital, o edital definitivo e a licitação propriamente dita, com previsão de realização em julho, e sua conclusão em setembro, com a assinatura dos contratos com as empresas vencedoras. “A participação da sociedade civil na audiência pública é essencial”, destaca a promotora de Justiça Fernanda Moreira, que acompanha todo o processo pelo MPE, ressaltando que cabe ao usuário do transporte urbano discutir suas necessidades. Em se confirmando o cronograma, todas as mudanças no sistema de transporte urbano da capital previstas na licitação deverão estar implementadas em um ano, de acordo com a SMTT. Isto inclui novas linhas e mais coletivos rodando na cidade. Hoje são pouco mais de 700 coletivos. Até abril do ano passado, antes da faixa azul, eram 655, revela Tácio Melo.


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VISTA GROSSA

Camelôs ficam no Calçadão até o Carnaval Vendedores ambulantes aproveitam falta de fiscalização e transformam ruas do Centro em feira livre MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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ão é a Feira de Caruaru, cantada por Luiz Gonzaga, mas tudo o que há no mundo, no Calçadão de Maceió tem pra vender. “Tem massa de mandioca, banana, laranja, manga, cenoura e caju”, mas tem ainda roupas, calçados, churrasquinho, pizza, relógios, óculos, redes, toalhas, sandálias, sapatos, cintos, ervas medicinais, algodão doce e muita variedade, tudo em pleno calçadão das principais ruas do Centro da capital alagoana. Chama ainda a atenção os africanos que misturados com vendedores de jaca, batata, coentro, cebola e artigos carnavalescos vendem suas bugigangas. E para quem quiser sair bem na foto, também tem bastão para selfie. Literalmente, os camelôs invadiram a área, transformando-a em feira livre para desespero dos lojistas e frequentadores do Centro. Segundo especialistas da área de segurança, o tumulto é atrativo para bandos que cometem furtos na área. A falta de espaço, a aglomeração de pessoas e as compras a céu aberto facilitam a ação de bandidos e impedem que a

Polícia faça um trabalho mais eficiente. Para o mecânico Rodrigo Sales a “invasão” incomoda a locomoção, além do que a poluição visual tira toda a beleza do local. “Nunca tinha visto o Centro desse jeito. Parece que todo mundo resolveu apostar no descaso do poder público e colocou qualquer coisa para vender”, criticou Sales, mas ponderou ao afirmar que são apenas cidadãos que querem vender seus produtos. De acordo com os ambulantes, os pontos destinados a eles não são atrativos para os consumidores. Porém, a maior reclamação é a falta de clientes no Shopping Popular e próximo à Praça Palmares. “Como camelô acho que o Centro está tumultuado, mas o movimento aqui melhorou muito e até a prefeitura aparecer vamos continuar na rua”, disse uma comerciante de material eletrônico que não quis se identificar. Os lojistas andam as turras com a “invasão” dos camelôs ao afirmarem que o comércio paralelo tira o foco dos clientes e acaba prejudicando as vendas nas lojas. Na tentativa de resolver o impasse, empresários do Centro e representantes da Prefeitura

Camelôs invadem Centro de Maceió; lojistas e consumidores reclamam de aglomeração no local

Olinto Osório em reunião com lojistas e representantes da SMCCU

da Praça dos Palmares e no Shopping Popular. De acordo com Ferreira, no último levantamento feito pelo órgão existiam 460 ambulantes no Centro, isto no período de outubro até dezembro, mas este número deve ter mudado. Quanto à permanência, ele afirmou que os camelôs se instalaram nas ruas do comércio no final de dezembro de 2014 e a ocupação continuou, mas em breve o impasse será sanado.

de Maceió se reuniram esta semana na sede da Aliança Comercial para discutir o problema. Segundo o presidente da Aliança Comercial, Olinto Osório, a SMCCU (Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano) prometeu retirar os ambulantes na segunda-feira, 23, após o Carnaval. Ele adverte que caso o órgão fiscalizador não cumpra o combinado, os lojistas não vão ficar parados. “Depositamos confiança na prefeitura para que faça seu papel. Caso contrário, va-

SANTINHOS Outro problema constante é a abordagem de pessoas contratadas para entrega de panfletos no calçadão. Os vendedores distribuem santinhos com propaganda de salão de beleza, livraria, ótica, escritório de advocacia, dentistas, cursinhos, entre outros. “Fico irritado quando sou abordado várias vezes no mesmo trajeto. Alguns são inconvenientes a ponto de invadirem sua privacidade e enfiarem o papelzinho de qualquer jeito”, reclama a estudante Renata Vilar.

mos fazer movimento que irá constranger a administração pública”, alertou Osório, lembrando que já existe, inclusive, uma representação dos lojistas no Ministério Público Estadual, cobrando providências do Poder Público para a questão. A informação de retirada dos camelôs do Centro de Maceió após o carnaval foi confirmada pela assessoria da SMCCU. O chefe de fiscalização, Dorgival Ferreira, disse que os ambulantes serão recolocados em suas lojas


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 26 DE FEVEREIRO DE 2015 CRIANÇAS E ADOLESCENTES

de remédios. “É a forma mais comum de tentativa, seguida do envenenamento e enforcamento”, cita a psicóloga. Ano passado foram 190 casos de overdose de comprimidos.

Mais de 150 jovens tentam

em 2014

Falar de suicídio é um tabu que precisa ser discutido pela sociedade, diz psicóloga JOSÉ MARTINS Especial para o EXTRA

D

e repente, as brincadeiras e as gargalhadas dão lugar à tristeza e introspecção. A mudança de comportamento, às vezes, nem é levada a sério pelos pais. Crianças e adolescentes tendem, durante o amadurecimento, a se isolarem. Porém, esse pensamento não passa de senso comum. A depressão na juventude deve ser encarada como um problema que pode acabar na ala de hospitais. Um levantamento do Hospital Geral do Estado (HGE) revela que a unidade atendeu, no ano passado, 19 casos de tentativa de suicídio de jovens até 14 anos. Se somado à faixa etária dos 15 aos 24, o número aumenta para 158 atendimentos. Entretanto, o índice pode ser bem maior. É o que alerta a psicóloga do Centro de Amor à Vida (Cavida), Wilzacler Rosa e Silva. “Muitas vezes, a ingestão de comprimidos ou de outras substâncias tóxicas,

como água sanitária, é vista como descuido dos pais e não como uma tentativa de suicídio”, explica. De 2010 a 2014, os números de tentativas oscilam, mas se mantêm na mesma proporção. Nesses quatro anos foram 109 casos de jovens até 14 anos que tentaram tirar a própria vida. Em proporção nacional, de 2002 a 2012, houve um crescimento de 40% da taxa de suicídio entre crianças e pré-adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. Na faixa etária de 15 a 19 anos, o aumento foi de 33,5%. Os dados são do Mapa da Violência 2014, do Ministério da Saúde. No Nordeste, o crescimento foi significativo: 51,7%, destacando-se Bahia e Paraíba, por mais que duplicarem seu número de suicidas. Alagoas registrou um acréscimo de 28,9%. O relatório do HGE mostra também que as mulheres são mais propícias ao suicídio. Foram 249 mulheres contra 130 homens no ano passado. Mas há uma diferença destacada pela psicóloga. “As mu-

lheres tentam mais e conseguem menos. Com os homens é o contrário. Eles tentam menos, mas conseguem mais cometer o suicídio”. O nível econômico dos atendidos tende ser das classes C e B. TABU E FILMES O suicídio ainda é um assunto de pouca repercussão no Brasil. Segundo o Mapa da Violência, isso ocorre porque o país não tem tradição ou cultura suicida, como a da maior parte dos países europeus e diversos asiáticos, além do tabu existente na mídia de divulgar questões relativas ao tema, pelo temor de ondas de suicídios por indução ou imitação. Para Wilzacler, o suicídio, sim, precisa ser discutido. “Quando alguém tenta se matar, o HGE encaminha até a gente. Lá, a pessoa tem o apoio de psicólogos que ouvem os problemas. Alguns voltam a nos procurar, outros não. Às vezes, percebem que a tentativa só foi algo de momento”. Filmes que contam a his-

tória de pessoas que superaram a vontade de morrer não faltam. Um deles é “Garota, Interrompida”, de 1999. O drama narra a história real da escritora norte-americana Susanna Kayson que cortou os pulsos e ingeriu remédios com vodca. Ela, por orientação médica, ficou internada em um hospício para se tratar. Lá, fez amizade com uma paciente que acabaria se enforcando. “Quando não se quer sentir, a morte pode parecer um sonho, mas ver a morte, vê-la de verdade, torna sonhar com ela algo ridículo”, conclui a protagonista. Outro exemplo é filme Veronika Decide Morrer (2009), baseado no escritor brasileiro Paulo Coelho. Veronika após ingerir remédios com bebidas desmaia e acorda em uma clínica psiquiátrica. Ela sobreviveu, mas descobre que tem só mais alguns dias de vida. Seu coração foi danificado e precisa viver intensamente o pouco tempo que resta. Ambos os exemplos têm algo em comum: a ingestão

EXEMPLO DE SUPERAÇÃO Problemas de relacionamento, conflitos familiares, dívidas e bullying. “Os motivos para alguém entrar em depressão e/ou desespero são os mais variados, mas nenhum que justifique atentar contra a vida”, comenta o jovem M. F.A que tentou o suicídio aos 24 anos de idade. Hoje, aos 27, analisa que a atitude foi uma forma precipitada de se livrar de conflitos superáveis. “Eu estava sozinho e passando por situações difíceis envolvendo família e relacionamentos. Decidi que queria me matar”. Foi quando ele começou a procurar uma forma que fosse rápida e indolor. “Entrei na internet e, por incrível que pareça, existem pessoas que ensinam. Juntei uns remédios e comecei a escrever uma carta falando o que sentia para minha família e meu último namorado”, conta. Um amigo desconfiou e evitou a tragédia. “A religião acabou me ajudando. Sou católico e algumas músicas e trechos bíblicos me fizeram entender que eu deveria ser feliz”. Três anos passados, hoje ele vê que a vida traz coisas ruins e boas. “Apesar das dificuldades, apareceram ofertas de emprego, novas pessoas entraram na minha vida e encontrei uma força dentro de mim que pensei que não tinha. O segredo é saber equilibrar”. O Cavida não atende pessoas só encaminhadas pelo HGE. É comum pessoas que passam pelo local acabarem anotando o telefone para entrar em contato posteriormente. Para mais informações, acesse: http://projetocavida. blogspot.com.br/.


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QUEM DEVE TEME

Prefeito tenta censurar EXTRA em Maribondo Após semanário divulgar irregularidades detectadas pela CGU em sua gestão, Tonho do Eurico compra todos os exemplares do jornal na cidade e manda tocar fogo CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

O

prefeito do município de Maribondo, Antônio Ferreira de Barros, mais conhecido por Tonho do Eurico (PSD¬), tentou de forma rasteira evitar que os moradores do município lessem a edição do jornal EXTRA da semana passada e que contém reportagem sobre as irregularidades do gestor à frente da prefeitura. Segundo informações, ele teria mandado alguém de sua confiança comprar todos os exemplares da banca Arco-Iris e logo após atear fogo em todos. A postura é incompatível com a liberdade de expressão garantida pela Constituição brasileira e que é um dos pilares da moderna democracia que parece definitivamente não existir. Esta não é a primeira vez que o EXTRA é alvo de censura. O semanário que está há 16 anos no mercado e atua com total credibilidade e imparcialidade, sofre com a perseguição de malfeitores da política do estado. Muitos prefeitos já tentaram calar o jornal, como foi o caso do ex-prefeito de São Miguel dos Campos, Nivaldo Jatobá, que já se utilizou da mesma prática executada por Tonho do Eurico. ENTENDA O CASO O que levou o prefeito Tonho do Eurico a tomar uma atitude

que fere os preceitos da liberdade de imprensa foi o fato de sua administração estar sendo investigada pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal após a Controladoria-Geral da União (CGU) ter identificado diversas irregularidades na Prefeitura de Maribondo, como superfaturamento na aquisição de alimentos para o CRAS do município com preços superiores aos praticados no mercado. Há também outras irregularidades nas áreas da Educação e Saúde do município. Um dos casos mais emblemáticos detectados pela CGU foi a aquisição do feijão a R$9 o quilo, sendo que o preço no comércio é de R$ 3,80. Conforme constatação dos técnicos da Controladoria, o município gastou um total de R$ 5.270,13 com aquisição de alimentos do fornecedor BRITO & PINTO DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS LTDA – EPP – CNPJ nº 17.505.746/0001-50 (nome fantasia de TOP DISTRIBUIDORA) onde em uma análise de 15 itens contratados, selecionados por critério de materialidade e criticidade, correspondente a 65% do valor do contrato, foi verificado que os valores contratados estão, em média, 67% acima dos valores de mercado. Segundo o relatório da CGU, verificou- se que a administração municipal cumpriu a determinação legal da realiza-

ção da cotação de preço, inclusive envolvendo uma quantidade de quatro empresas, quando o Tribunal de Contas da União (TCU), por exemplo, exige ao menos três empresas. Acontece que os preços apresentados pelas empresas participantes da cotação de preços estavam com valores superiores aos praticados no mercado, logo, caberia à administração paralisar o andamento do processo, uma vez que o seu prosseguimento, além de não garantir o menor preço em relação ao mercado, comprometeria a lisura do processo licitatório. Outro fato que consta no relatório é de que no levantamento prévio do orçamento, nenhuma empresa situada em Maribondo foi consultada,

Tonho do Eurico: medida extrema para evitar que irregularidades detectadas pela CGU fossem de conhecimento da população

onde poderia se obter melhores preços, além de incentivar o comércio local. Comprovado o superfaturamento o fato constitui-se em ato de improbidade administrativa, conforme art. 10 da Lei nº. 8.429/92. Por sua vez, a Lei nº 8.666/93, art. 25, § 2º,

estabelece que em determinado momento na existência de superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado ao município o fornecedor/ prestador de serviço e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.


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NEPOTISMO

Nildo do Jaime transforma Prefeitura de Paulo Jacinto em cabide de emprego Prefeito emprega vários familiares e alega que tudo está dentro da lei: “Se pudesse colocava todos” CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

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iante da realidade da maioria esmagadora dos jovens brasileiros, é possível dizer que Renato Nascimento, de apenas 22 anos, cidadão de Paulo Jacinto, município da região do Agreste alagoano, é um rapaz de sorte. Ele foi nomeado em janeiro como secretário Municipal de Finanças pelo prefeito Ivanildo Pereira do Nascimento (PSB), que por acaso, é seu pai. E vale ressaltar que é o primeiro emprego do jovem, que nem formação acadêmica tem. O EXTRA entrou em contato com o prefeito que alegou ser legal a nomeação do filho. “Ele faz o último período de Administração de Empresas. E não é ilegal porque é cargo de secretário, se fosse diretor tudo bem, mas a lei permite e não acho imoral também, pois são cargos de confiança e que sempre serão ocupados pelos meus. Não vou colocar qualquer pessoa para participar da minha administração, não posso deixar qualquer um com a responsabilidade de assinar os papéis (documentos oficiais do município)”. Patriarca orgulhoso, Nildo do Jaime, como o prefeito é conhecido, ainda confirmou que outros parentes ocupam

cargos de secretários. É o caso da secretária de Assistência Social que é sobrinha do prefeito por parte de sua esposa. “Ela é uma pessoa inteligente e que vem executando um bom trabalho. Tenho outro filho também como secretário e nada disso é nepotismo. Se eu pudesse colocaria todos os meus familiares”, explicou. Questionado se as nomeações de seus familiares seriam por questão de confiança, o prefeito disse que todos eles são qualificados para exercerem os cargos. “Não é só confiança, mas é qualificação e em todos os municípios existe isso, não é só aqui não. Sei o que a justiça permite e para mim não é imoralidade empregar pessoas da família”. No Facebook, Renato Nascimento divulgou fotos de sua posse como o “mais novo” secretário de Administração e Finanças e falou da expectativa de sua atuação à frente da pasta. “Acabo de ser empossado o mais novo Secretário de Administração e Finanças do Município de Paulo Jacinto biênio 2015/2016. Pretendo continuar com a transparência aos atos da Administração, assim como ampliar nossos canais de comunicação para divulgar os gastos e receber denúncias”.

Renato Nascimento, 22 anos, assumiu Secretaria de Administração e Finanças; cargo foi ofertado pelo pai, o prefeito Nildo do Jaime

OPOSIÇÃO Oposição ferrenha ao prefeito Nildo do Jaime, o vereador pelo município Fabrício Faustino (PSD) descarregou críticas à nomeação de Renato Nascimento. Disse que a falta de responsabilidade com o setor público, “infelizmente”, continua a acontecer em Paulo Jacinto. “Desta vez, as senhas dos cofres da prefeitura foram entregues oficialmente ao filho caçula do senhor prefeito. O considero uma pessoa bastante imatura e sem a devida qualificação que o cargo exige. Falta-lhe competência para administrar uma pasta complexa que é responsável pela utilização, planejamento, aplicabilidade e prestação de contas dos recursos públicos destinados ao nosso município”. Fabrício disse ainda que, apesar de a Súmula Vinculante N°13 do Supremo Tribunal Federal dar cobertura para esse tipo de nomeação,

ele a considera como ato de nepotismo por não existir comprovação de capacidade técnica do jovem secretário para assumir o cargo. A nomeação de parentes para ocupar cargos na administração p ública, prática conhecida como nepotismo, sempre esteve presente na política nacional. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, esta conduta passou a ser incompatível com o ordenamento jurídico pátrio, através dos princípios da impessoalidade, moralidade, eficiência e isonomia, que evitam que o funcionalismo público seja tomado por aqueles que possuem parentesco com o governante, em detrimento de pessoas com melhor capacidade técnica para o desempenho das atividades. Amparados por uma brecha na Súmula 13 do Supremo Tribunal Federal – aprovada para coibir o nepotismo no serviço público –, prefei-

tos estão garantindo emprego para seus parentes no primeiro escalão da administração. São mulheres, filhos, irmãos, tios e sobrinhos ocupando cargos de secretário municipal, o mais alto posto entre aqueles de livre escolha do prefeito. Eles têm a seu favor o fato de o texto da súmula do STF não vedar expressamente a nomeação de familiares do prefeito, governador e presidente da República para secretários municipais, estaduais e ministros. E se baseiam ainda em algumas decisões judiciais posteriores que liberaram as contratações pelos chefes do Executivo. PASSAPORTE DE OURO Nildo é tão generoso com a família, que gastou R$ 12 mil na compra de passaporte (lanches) para servidores da Secretaria de Obras do município. O detalhe da generosidade se dá pelo fato de a proprietária da lanchonete ser a sua irmã. O Ministério Público quer explicações.


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INFORMAÇÃO

Entenda como funciona o processo, quem vota e quem assume o poder Você sabe qual a ordem de sucessão presidencial em caso de impeachment? E quando serão convocadas novas eleições? Sabe se elas serão diretas ou indiretas? FONTE: ESTADÃO

1. No primeiro momento, o pedido de impeachment passa pelo presidente da Câmara, cargo exercido atualmente por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele decide se o pedido será arquivado ou encaminhado aos parlamentares. Desde 2010 foram protocolados 14 pedidos de impeachment na Câmara, mas nenhum foi encaminhado para votação 2. No caso do pedido ser encaminhado para votação, ele será analisado pelos deputados e precisará receber dois terços dos votos possíveis para seguir adiante. Isso significa que 342 deputados precisariam aprovar o pedido para que ele seguisse adiante 3. Aprovado pela Câmara, o pedido de impeachment passa, então, a ser votado no Senado, onde também precisará receber dois terços dos votos possíveis, o que significa um total de 54 votos 14. Para

evitar

debates

acalorados, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), cargo ocupado atualmente por Ricardo Lewandowski, é responsável por presidir a sessão no Senado. Diferente do que acontece em muitos casos, no entanto, ele não tem direito ao voto, apenas presidindo o julgamento a fim de garantir sua lisura 5. Após chegar ao Senado, o pedido tem 180 dias para ser julgado. Durante esse período, o presidente em exercício é afastado do cargo. Caso o julgamento ultrapasse esse limite de seis meses estipulado por lei, o presidente volta ao cargo que ocupava. A volta, porém, não impede o julgamento de continuar acontecendo 6. Em caso de o julgamento indicar o impeachment, existem dois tipos de pena: a principal, que diz respeito à perda do mandato, e a acessória, que é a impossibilidade de se eleger a qualquer cargo público por oito anos. Fernando Collor, presidente deposto por impeachment em 1992, esperou

esse período e voltou sendo leito senador em Alagoas nas eleiçoes de 2002 7. Em caso de impeachment, assume imediatamente o vice-presidente. Ou seja, caso Dilma Rousseff seja deposta do cargo, quem o assumirá é Michel Temer (PMDB-SP), que ficará até o final de seu mandato. 8 Caso o vice-presidente também não possa assumir o cargo, o que é previsto por lei em caso de cassação decorrente de processo eleitoral, ou seja, com irregularidades na campanha, existem duas possibilidades 9 A primeira possibilidade diz respeito a um afasta-

mento do vice-presidente até o fim de 2016. Neste caso, seriam convocadas novas eleições com voto direto 10. A segunda possibilidade é a saída do vice-presidente, Michel Temer, no caso atual, apenas a partir de 2017. Se isso acontecer, haverá eleições indiretas, com apenas os membros do Congresso Nacional podendo votar nos candidatos. 11. Enquanto as eleições — diretas ou indiretas — não acontecerem, quem assumirá o cargo deixado vago por presidente e vice-presidente será o presidente em exercício da Câmara dos Deputados. Atualmente, seria o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

12. A lei ainda prevê que em caso de renúncia ou afastamento do presidente da Câmara, quem assumirá o cargo de presidente da República, seguindo a linha de sucessão prevista em lei, é o presidente do Senado, cargo atualmente ocupado por Renan Calheiros (PMDB-AL) (Foto: Agência Brasil) 13 Diferente do que tem circulado nas redes sociais por pessoas favoráveis ao impeachment, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado em segundo turno nas últimas eleições presidenciais, não assumiria o cargo em nenhuma hipótese, salvo se vencesse novas eleições em caso destas serem convocadas


16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 26 DE FEVEREIRO DE 2015 SACO DE MALDADES

ARROCHO

Advogado fala sobre as regras que mudam benefícios trabalhistas e previdenciários

João Onuki esclarece pontos polêmicos das MPs 664 e 665 editadas pela presidente da República JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

A

s Medidas Provisórias 664 e 665 que alteram a concessão de direitos trabalhistas e previdenciários como pensão e auxílio-doença são consideradas por muitos prejudiciais aos trabalhadores. Há um movimento das centrais sindicais em todo país para que as MPs sejam revogadas. A desinformação sobre tema ainda é uma tônica entre empregador e empregado. O jornal EXTRA entrevistou o advogado especialista em causas previdenciárias João Onuki para expor seu ponto de vista e esclarecer questões que vêm ge-

rando polêmica sobre duas medidas provisórias editadas pela presidente Dilma Rousseff no dia 30 de dezembro último. As MPs beneficiam os trabalhadores em algum aspecto? João Onuki – Estas duas medidas provisórias objetivam a diminuição de situações que, a longo prazo, causariam um grande endividamento para o sistema da Previdência Social. Sendo assim, de uma forma geral, o implemento dessas alterações tem respaldo no interesso público, visto que toda a sociedade tem interesse na manutenção da Previdência Social. Por exemplo, a MP 664 irá proibir que um jovem se case com um idoso doente e consiga receber Pensão por Morte de 100% de forma vitalícia. Situação possível quando aplicado o texto da legislação anterior à Medida Provisória. Contudo, em geral, a MP traz alterações que inevitavelmente acarretarão na diminuição da concessão de benefícios da Previdência Social. Desse modo, alguns trabalhadores que antes seriam beneficiados deixarão de sê-lo. Os direitos previdenciários e trabalhistas – conquis-

tas de anos de lutas classistas – foram tolhidos? Quais aspectos o senhor entende como negativos para o trabalhador? João Onuki - Certamente. As alterações irão restringir o acesso dos trabalhadores a alguns benefícios, impondo regras mais rígidas para sua concessão. Um exemplo negativo está no fato de que com a redação anterior à MP664 não era necessário tempo mínimo de recolhimento das contribuições previdenciárias para que os dependentes do falecido pudessem receber a Pensão por Morte. A partir da MP passa a ser necessário que o falecido tenha dois anos de contribuições previdenciárias para que os seus dependentes recebam sua Pensão por Morte. Outro exemplo está na situação dos cônjuges ou conviventes em união estável, os quais, somente terão direito ao benefício de Pensão por Morte se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há mais de 2 (dois) anos da data do óbito do instituidor do benefício. Portanto, os recém-casados perdem esse direito. Mas outro ponto negativo com relação à pensão por morte é que antes a renda equivalia

João Onuki afirma que medidas visam ev

a 100% do salário de benefício do falecido e de forma vitalícia. A partir da MP, será concedida em 50%, com o acréscimo de 10% por dependente, e poderá ser paga por um período de 3 a 15 anos, ou vitalícia, a depender da tabela de expectativa de vida do INSS. Houve também alteração desfavorável na forma de cálculo do auxílio doença e aposentadoria por invalidez, que, além das disposições anteriores (média aritmética simples das 80% maiores contribuição), impõe um teto da média aritmética simples das 12 últimas contribuições, se houver. Então o cálculo do auxílio-doença será realizado com base no teto da média das últimas 12 contribuições do INSS? Isso é positivo para o trabalhador? João Onuki - Em verdade, o cálculo será feito de acordo com as regras previamente estabelecidas. Acontece que o valor deste cálculo será limitado à média dos últimos 12 meses. Essa forma de cálculo somente pode fazer diminuir o valor do auxílio


extra

belecidas pela Medida Provisória? João Onuki - Sim, existem exceções. Os dependentes, filhos, cônjuge, companheiro(a) ou os pais do trabalhador que já estiver aposentado ou estiver recebendo benefício de AuxílioDoença, quando este falecer, terão direito à Pensão por Morte independente dos 24 (vinte e quatro) meses de contribuição. O trabalhador que faleceu em decorrência de acidente do trabalho, ou doença profissional, não necessita comprovar o recolhimento de 24 (vinte e quatro) contribuições.

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As medidas provisórias são protecionistas em relação ao empregador? João Onuki - As medidas provisórias não possuem, prioritariamente, caráter protecionista em relação aos trabalhadores ou empregadores. Os objetivos declarados na Exposição de Motivos das MPs 664 e 665 foram fixados para garantir a manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial da Previdência Social, o que é de interesse de toda a sociedade brasileira. As mudanças impostas são retroativas? Atingirão todos os trabalhadores?

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João Onuki - As alterações só irão afetar as situações ocorridas após o início da vigência das MPs 664 e 665, que em grande parte ocorrerá a partir de março de 2015. As mudanças irão atingir todos os trabalhadores, de modo que todas as futuras situações serão disciplinadas pelas novas regras previstas nas Medidas Provisórias. Vale lembrar que essas MPs ainda passarão em votação no Congresso Nacional e que todo trabalhador que se sentir prejudicado pode procurar um advogado especializado em direito previdenciário.

AS NOVAS REGRAS: ABONO SALARIAL

s visam evitar o agravamento do déficit da Previdência, nocivo a toda sociedade

cio ia. da 0% ser 15 da do

- MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 26 DE FEVEREIRO DE 2015 -

doença. Portanto, essa alteração não traz benefícios financeiros ao trabalhador. No caso da pensão por morte, o trabalhador terá de ter contribuído para a Previdência por dois anos para que seus dependentes tenham direito ao auxílio. Como o senhor avalia essa questão? João Onuki - A necessidade de cumprimento de 24 meses de contribuição para a Previdência Social, como requisito para a

concessão de Pensão por Morte, pode gerar situações prejudiciais. O trabalhador que falecer em decorrência de um acidente que não seja de trabalho (acidente de carro, por exemplo), antes de completado os dois anos de contribuição previdenciária, não deixará Pensão por Morte para os seus dependentes. Ainda sobre o tema pensão por morte, há alguma exceção para as regras esta-

SEGURO DESEMPREGO

AUXÍLIO DOENÇA

ANTES

AGORA

Quem trabalhava um mês durante o ano – e recebia até dois salários mínimos – tinha direito a um salário mínimo como abono.

Carência de seis meses de trabalho ininterruptos e o pagamento passa a ser proporcional ao tempo trabalhado.

ANTES

AGORA

Carência de seis meses de trabalho.

Carência de 18 meses na primeira solicitação; 12 meses na segunda e seis meses a partir da terceira.

ANTES

AGORA

O benefício era de 91% do salário do segurado, limitado ao teto do INSS. Além disso, as empresas arcavam com o custo de 15 dias de salário antes do INSS.

O teto é a média das últimas 12 contribuições e as empresas arcam com o custo de 30 dias de salário antes do INSS.


18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 26 DE FEVEREIRO DE 2015 QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Instituto Cidadão e Faculdade Estácio (FAL) vão desenvolver programa para estudantes americanos

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Instituto Brasileiro de Municipalismo, Cidadania e Gestão – Intituto Cidadão – e a Faculdade Estácio de Alagoas - FAL, serão responsáveis por um pioneiro projeto de recepção de estudantes universitários americanos que durante um mês estarão em Alagoas participando do programa “Diálogo de Civilizações”, cujo objetivo faz parte do currículo de estudos internacionais da Northeasten University, com sede em Boston, Estado de Massachusettes (EUA). Os jovens americanos, acompanhados de professores de Universidade de Boston, chegarão a Maceió no dia 6 de junho e permanecerão por 30 dias, oportunidade em que

receberão aulas de português, história social e política de Alagoas, conhecendo as culturas, folclore, atrações turísticas, políticas de meio ambiente e desenvolvimento industrial do estado, visitarão cidades históricas e manterão contatos permanente com universitários alagoanos para o aprimoramento da língua portuguesa e troca de experiências. As atividades pedagógicas serão todas realizadas na Faculdade Estácio/FAL tendo docentes da instituição como facilitadores nas aulas de português e nos seminários técnico-culturais que acontecerão no auditório da conceituada instituição de ensino superior de Alagoas.

Presidente do Instituto Cidadão, jornalista Pedro Oliveira, a diretora geral da Faculdade Estácio/FAL,Cristina Suruagy, e a coordenadora do projeto em Alagoas, Zenita Almeida


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Caso Neafa: quem está com a verdade?

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morte por envenenamento de vários cães no Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis - NEAFA – em recente e chocante episódio teve desdobramentos inesperados e a sociedade está a cobrar das autoridades competentes uma palavra oficial sobre o assunto. Tão logo a noticia veio a público algumas pessoas ligadas à entidade de proteção aos animais se apressaram em colocar suspeitas contra vizinhos do prédio, que se sentiriam incomodados. Imediatamente a Polícia Civil foi acionada e iniciou uma investigação que até agora não saiu do lugar. O Ministério Público decidiu intervir na situação e passou a ouvir várias testemunhas para a formalização de um processo na busca de descobrir quem haveria cometido tamanho crime. Qual não foi a surpresa quando a versão mais consistente passou a ser a indicação de que as mortes dos cães haveriam sido provocadas dentro do próprio Neafa, com conhecimento e autorização de pessoas da alta gestão da entidade. O promotor responsável pela apuração ouviu de uma funcionária da Neafa que os cães foram mortos por ação de dirigentes do próprio órgão o que caracteriza uma brutalidade sem tamanho e um crime repudiado pela sociedade que exige a punição dos culpados. Naquarta feira desta semana dirigentes do Neafa deram uma entrevista a imprensa a qual não se esclareceu absolutamente nada e fez a situação ficar ainda mais confusa. Disseram que as denúncias “são apenas ilações”. Uma veterinária pediu para que a população “se tranquilize” , sem oferecer nada de substancial à comprovação de que os animais não foram envenenados dentro da própria entidade. Entendo que a história está muito mal contada. A Polícia especializada deve uma satisfação à sociedade que se indigna com tamanha perversidade cometida por criminosos seja lá de onde for. E o Ministério Público tem o dever de cobrar uma apuração rigorosa.

As polêmicas do “distritão” O chamado distritão - a eleição majoritária para deputado federal, estadual e vereador - foi duramente criticado por cientistas políticos que participaram de seminário sobre os desafios do Legislativo realizado esta semana na Câmara. Para os professores Jairo Nicolau (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e Renato Lessa (Universidade Federal Fluminense), “o distritão representa um retrocesso democrático, ao enfraquecer os partidos e criar o individualismo na representação popular, com a eleição dos que têm mais recursos financeiros ou de personalidades”. O “distritão” simplificaria a eleição: seriam eleitos os candidatos mais votados, independentemente do desempenho de seus partidos. Uma coisa boa no “distritão” é o fim da eleição dos “poca-urnas” pelos votos de figuras como Tiririca e outros puxadores de eleições. O sistema é defendido pelo vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, e outros líderes peemedebistas na reforma política.

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Para refletir: Com o dinheiro do povo a Prefeitura de Maceió banca um carnaval caro, chocho e sem graça. E na ressaca vão dizer que está faltando dinheiro para tudo.

Tudo muito ruinzinho Muito bonzinho o prefeito Rui Palmeira que dá de presente de carnaval a população o reajuste nas passagens de ônibus justamente no primeiro dia de folia (domingo). E ainda vem com lorota pra cima do pobre e sacrificado usuário:“o prefeito exigiu que as empresas de ônibus em contrapartida colaborassem com a reforma de alguns terminais de ônibus” E o povo que se ferre. Outra contrapartida mais absurda ainda por ser ilegal será a contratação de “agentes orientadores de trânsito que vão atuar colaborando com os agentes da SMTT”. Quer dizer que agora os serviços públicos serão exercidos por “colaboradores” pagos por particulares, no caso as empresas de ônibus. Coisa suspeita. Acho que o prefeito pirou de vez ou sua área jurídica precisa voltar aos bancos das faculdades para aprender o que é legalidade e moralidade. Atributos que começam a faltar na atual administração.

Conversa “afiada” O secretário de Defesa Social, promotor Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, sempre foi um nome respeitado e admirado na sociedade alagoana. Comprometido com o interesse público e zeloso com o exercício de sua atividade profissional, nunca abriu mão de sua intolerância com o ilegal e o criminoso. Atributos que o credenciaram a ser convocado pelo governador Renan Filho a cuidar da segurança dos alagoanos. Não é “operador de milagres”, mas o início de sua gestão já mostra de que está no caminho certo. A imprensa apressada peca ao tentar desqualificar o trabalho de sua equipee falta-lhe com respeito ao lhe atribuir termos deselegantes como “ conversa fiada e falta de transparência. Quem o provocou recebeu o devido troco no tamanho e peso da ofensa, mas com a educação que traz de berço. Eis um trecho da resposta do secretário Alfredo Gaspar: “Alagoas está inundada de “conhecedores” da problemática da segurança pública, mas pouquíssimas pessoas estão dispostas e aptas a contribuir construtivamente em um modelo novo. Da teoria à prática há um longo e extenso caminho. Por sinal, alguns teóricos, “especialistas em segurança” foram testados e nunca apresentaram resultados frutíferos.Conversa fiada” é coisa de quem trabalha desonestamente, não tem conteúdo e força de inovação, ou de pessoas que se valem de ligações políticas ou familiares para, por meio transverso, atingir objetivos inconfessáveis ”. Eis ai uma conversa “afiada” a uma provocação desnecessária e inconsistente.

Prefeitura dá calote A Prefeitura de Maceió vai ser acionada na Justiça por uma instituição que foi lesada na contratação de cursos de capacitação para servidores municipais. A Secretaria de Administração e Recursos Humanos contratou as atividades pedagógicas, a instituição ministrou curso com a carga horária contratada, de 40 horas/aula, ofereceu equipamentos didáticos, lanches e material de expediente para os participantes. O próprio secretário da pasta fez a abertura do curso, os certificados foram distribuídos e a capacitação teve avaliação “excelente” por todos os participantes. Na hora do pagamento a contratada foiinformada que o processo continha erros ( cometidos pela administração) e não poderia ser pago.. O calote já está chegando perto dos dois anos. Muito comprometedor para uma administração que se diz responsável com seus compromissos e com o dinheiro público. Pergunta-se: o que mudou em relação a administração anterior?

O povo fala em impeachment

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) ocupou a tribuna do Senado para dizer que a palavra impeachment é perigosíssima e mostra uma democracia doente, mas é realidade e está na boca do povo. Em sua avaliação, o governo precisa ouvir o clamor das ruas. De acordo com o parlamentar, embora “existam golpistas com vontade de impeachment”, essa possibilidade não é resultante de golpe, mas de “sucessivos erros do governo na política econômica”. — É culpa de um governo que, até três meses atrás, falava com a voz do marqueteiro mentindo e agora fala com a verdade do ministro da Fazenda. As medidas duras não fariam essa palavra dura, impeachment, aparecer. O que leva a ela é o fato de que Dilma contradiz, como presidente, seu discurso de candidata. Cristovam tratou também do que seria uma suposta perda do controle do funcionamento do Congresso. Citou, como o que considera exemplo dessa situação, o comportamento do presidente da Casa, Renan Calheiros, na sessão seguinte à sua eleição. — O PT, o PMDB, todos os partidos da base do governo têm de entender que há um profundo descontentamento na sociedade e deve-se abrir o diálogo. A presidente prometeu diálogo no primeiro dia, no momento da sua eleição e o esqueceu depois.

Mauricio Quintella O novo líder do PR, deputado Maurício Quintella, acredita que seja possível avançar nas reformas estruturantes para o País em 2015 e que a prioridade deva ser a reforma política, considerada por ele “a mãe de todas as reformas”.No comando de uma bancada de 33 deputados que integra a base de apoio do governo, o alagoano bem situado na Câmara Federal, afirma que: garante o suporte à Presidência da República naquilo que for matéria que garanta a governabilidade. Porém, em relação a questões classificadas por ele como bandeiras específicas de um partido, o PR as discutirá internamente. Ele cita, por exemplo, o caso da regulação da mídia, considerada por ele como uma bandeira do PT, que o PR não apoia. Elogiável a posição de Mauricio Quintella.


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ARTIGOS

A culpa é do sofá CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

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enho por hábito diário ler jornais, aqueles que escolhi para atualizar-me. Uns informativos, investigativos e críticos, algum “chapa branca”, ou seja, que a tudo do governo diz “améns”; outros tendenciosos, que criticam ou apoiam os governantes ao sabor dos interesses dos seus donos. Não dispenso, também, revistas de cunho político. Em todos, além das notícias, concentro-me nas opiniões dos articulistas e cronistas. Faço-o sempre com espírito crítico, atento à primeira regra cartesiana, a dúvida metódica. Nas últimas semanas tenho acompanhado o embate do governo e seus aliados com aqueles que se lhes opõem, até mesmo nas hostes do PT. Nesse meandro, interessante o recente artigo do senador Humberto Costa (Folha, 04/02/15), governista e petista, criticando a também senadora do PT, Marta Suplicy, por seu artigo na semana anterior, no mesmo periódico. Crítica é opinião garantida pela liberdade. O senador vai além: de-

fende com ardor o governo quanto às medidas econômicas adotadas. Nesse afã, abstrai a desfaçatez do governo Dilma em praticar aquilo que condenava, e mesmo repudiava, durante a campanha política do ano passado. Afanoso, discorre sobre a crise mundial, especialmente a europeia, culpando-a dos desacertos governistas. Visionário, vê um Brasil que cresce apoiado pelo povo, a despeito “do gosto amargo” de algumas medidas duras, como o tarifaço, o aumento de impostos e dos juros, e quejandas. Pressuroso, afirma que o governo petista tem estabilizado as tarifas, a inflação média “no menor patamar desde o início do plano real”, a dívida pública controlada. Uma maravilha! O articulista esquece, porém, alguns detalhes importantes: os números da economia o desmentem; a inflação real não esteve controlada, e não está agora; a bancarrota da Petrobras (e não só dela, pois vem mais por aí) foi causada pelos políticos no governo ou fora dele; o brasileiro está atônito com a mendacidade oficial, e descrente dos políticos, o que inclui a Presidente. À vista de tudo isso, a impressão que se tem é que o senador fala daquele país Utopia de Thomas Morus, não desse Brasil espoliado. Se o senador Humberto Costa põe a culpa de tudo na crise mundial, a despeito de países que a sofreram venham recuperando-se graças à tena-

cidade, transparência e até honestidade dos seus governantes, outros sôfregos acólitos do petismo cuidam de culpar a oposição e o que chamam de a grande mídia nacional. Há até aqueles que culpam o capital e, particularmente, os Estados Unidos. O toque de definitivo non sense veio na festa dos 35 anos do PT. O líder maior do petismo, Lula, enxerga um complô para destruir o PT; sua criatura, a Presidente Dilma, não lhe fica atrás, e convoca o povo a defender a Petrobras daqueles que a querem destruir com as denúncias, isto é, a oposição, a direita e a mídia. É dito popular que contra fatos não há argumentos. E os fatos indicam que a inflação, maquiada e escondida pelo Governo, está descontrolada de há muito, e quem vai às compras nos supermercados bem o sabe. A corrupção em vários níveis do governo é real e corrói, além do bem -estar social, a credibilidade do povo. Milhares de trabalhadores foram desempregados no escândalo da Petrobras, mercê de projetos inviáveis e que por isso foram abandonados pela empresa e pelos empreiteiros. Responsabilizar a crise mundial, o capitalismo, a oposição, a mídia e os críticos pelo descalabro do governo é, sem dúvidas, pôr a culpa no sofá.

Brasil, o país do Carnaval e da corrupção SEBASTIÃO PALMEIRA*

Desde o seu descobrimento pelos portugueses em 1500, que o Brasil vem sendo roubado, extorquido e vilipendiado nas suas riquezas naturais e no seu patrimônio. A corrupção tornou-se endêmica e ser honesto no Brasil de hoje é sinônimo de idiota, de burro e demais adjetivos pejorativos aplicáveis à espécie. Estamos em pleno carnaval, onde tudo se esquece e a roubalheira continua sendo tramada nas mansões suntuosas, regadas com uísques importados e envelhecidos, como os velhos corruptos desta Pátria que aos poucos vem sendo subtraída em tenebrosas e vultosas transações. A propósito, alguém já disse que com pão e circo tudo se resolve e no Brasil não é diferente, com folia e com cachaça o povo esquece

tudo, cai no frevo, enquanto os corruptos se esbaldam e dão belas gargalhadas com a mísera ignorância do povo despolitizado. Estamos cansados, decepcionados e desiludidos com tantos escândalos noticiados diariamente pela imprensa. Órgãos e instituições outrora respeitadas, sólidas e que eram motivo de orgulho para nós brasileiros, é hoje motivo de vergonha e de achincalhe, tanto no Brasil como no exterior. O que se deve esperar de uma Pátria nessas condições? Dizem que existem autoridades, outrora intocáveis e respeitadas, envolvidas em escândalos, maracutaias e favorecimentos ilícitos, as quais descem dos seus cargos e passam para a vala comum dos mais abjetos seres desprezíveis, chegando ao cúmulo de procurarem magistrados em seus gabinetes para pedir-lhes imoralidades e sentenças injustas em favor de seus apaniguados. Alguém já disse que “o mau juíz é o pior dos homens”, pois, transige com aquilo que não lhe pertence, vendendo o que não é seu, troca a mais sublime das virtudes que

é julgar, por dinheiro, vantagens pessoais e outras imoralidades. Gostaria de parabenizar o juiz federal doutor Sérgio Moro pela coragem cívica no cumprimento do seu dever como magistrado, pois, como disse Juscelino Kubitschek, “fazer justiça não é apenas castigar os maus, mas, acima de tudo premiar os bons.” Em um País que carece de educação, saúde, segurança pública e onde falta até mesmo água para se beber e matar a sede das pessoas e dos animais; e há ladrões que roubam bilhões dos cofres públicos e ficam impunes pela complacência de maus julgadores só nos resta lutar e criticar, pois é este o único reduto de cidadania. “Crítica e luta são duas forças que podem levantar países decadentes e corruptos.” Júlio Ribeiro *Advogado, procurador do Estado, diretor-geral da SEUNE e membro da Academia Maceioense de Letras


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ARTIGOS

Nem que a vaca tussa JORGE MORAIS Jornalista

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rometi que nunca mais escreveria sobre o resultado da última eleição para a Presidência da República. Sobre as coisas que foram ditas, entre verdades e mentiras, e o resultado, com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Como continuo achando que o ano de 2015, só vai começar a partir de 1º de março, não custa nada lembrar algumas mentiras da candidata do Partido dos Trabalhadores, mesmo que boa parte do povo brasileiro esteja mais preocupado em pular o carnaval e chorar depois para pagar a conta. Não vou aqui nem lembrar os desmentidos dela sobre o desvio de verba da Petrobras; sobre o aumento do combustível; o aumento de energia; e as medidas im-

postas na área econômica, mas somente vou comentar o que o governo fez contra, principalmente, a classe trabalhadora e os miseráveis assalariados, que vão pagar uma conta muito cara pela ilusão de dias melhores, votando em Dilma Rousseff. A prova disso é que, em recente pesquisa feita sobre o governo e a popularidade da presidenta, os índices demonstram que, se a eleição fosse hoje, Dilma perdia de goleada para Aécio Neves ou qualquer outro candidato. Hoje, 43% da população ouvida pelos pesquisadores, consideram o governo péssimo ou ruim. Antes, esse percentual chegava a de 22%. A pesquisa considera também que a presidente Dilma Rousseff, obtém os percentuais de 40%, em falsidade; 50% em desonestidade; e 60% que é mentirosa. A posição dela a frente do país é complicada e delicada e, com um percentual altíssimo, toda vez que ela aparece em público para explicar alguma coisa, as pessoas desligam o rádio ou a televisão, porque não acreditam mais nas palavras de sua governante, principalmente quando o assunto é a área econômica, onde 1 dólar,

nesses próximos dois meses, deverá chegar a casa dos 3 reais e 10 centavos. Como meu assunto mais direto no artigo desta semana, puxei a bolinha e caiu o malefício produzido pelo governo, logo depois da chegada de 2015 para os trabalhadores e estudantes. Senão, vejamos: Quer receber o Seguro-Desemprego? Só se trabalhar por 18 meses; Quer receber abono salarial? Só após seis meses de trabalho. O pescador que for receber o SeguroDefeso é preciso que tenha três anos de carteira assinada e, pelo menos, um ano de INSS. Lembrando que ele não poderá ter outros benefícios. Seu marido saiu para trabalhar e, infelizmente, faleceu, você dona de casa, para contar com a pensão por morte, só se tiver, no mínimo, dois anos de contribuição ao INSS e igual período de união estável (casamento). Mesmo assim, só receberá 50% do salário dele, mais 10% por dependente. Outra coisa: se tiver menos de 44 anos de idade, não terá direito ao auxílio vitalício. O Auxílio-Doença só após 30 dias de afastamento, sendo o primeiro pagamento

feito pelo empregador. Abro um parêntese para dizer que já fui vítima dessa medida, esse mês. Ainda não acabou o meu relato. Você, jovem estudante, que fez o Enem e que pretende conseguir uma bolsa de estudo, não conte mais com os 100% do Prouni. Isso é coisa do passado, e que não foi dito durante a campanha presidencial. As bolsas agora serão de apenas 50% e se você quiser pagar o restante com o Fies, terá de ter, pelo menos, 450 pontos no Enem, e não pode ter zerado a redação, e não poderá mais fazer transferência de instituição ou de curso. Dá para a gente acreditar que um governo desses é sério? Por que isso não foi dito que seria feito durante a campanha eleitoral? Agora a gente entende porque a Dilma mentiu tanto e ainda disse que o Aécio Neves iria destruir o país, acabar com o programa Bolsa Família, aumentar o desemprego e beneficiar os banqueiros. Gente, a inflação já passou para os três dígitos, contando antes e depois da vírgula. Pois bem, da Petrobras caiu a Graça, e, para o país, só falta cair à desgraça. A vaca tossiu tanto, que já pegou uma tuberculose.

de que ocorreram fatos ilegais e verdadeiros absurdos na citada folha. - Auditar o enquadramento. Foram enquadrados afilhados de deputados e apenas alguns servidores. Foram cometidas injustiças com os aposentados que não acompanharam os ativos, isto é, não foram enquadrados. É a Lei da Equiparação. - Cancelar o subteto ilegal. A Justiça já afirmou em vários processos sua ilegalidade. Certo é o teto que existe na Constituição. - Regularizar o pagamento das férias. A Mesa anterior deixou de pagar 18 anos. Pagou 3 e deve 15. Se a Mesa Diretora resolver os problemas citados, já encurtará o caminho para a normalidade. Isto porque ainda existem vários óbices a serem superados: luz, consignações, liminares judiciais não implantadas, falta de material de trabalho, de limpeza e conservação, etc... Já alertei, mas não custa repetir: É bom ter cuidado como miolo da Casa. Há técnicos no Departamento de Pessoal e no Financeiro viciados em prejudicar os servidores e agradar os deputados. Exis-

tem alguns ilegais, outros com familiares fantasmas. Tudo isso merece ser fiscalizado. Estou fazendo força para acreditar que os deputados componentes da atual Mesa Diretora tenham a coragem de colocar o Legislativo nos trilhos da moralidade sem alarde e com determinação. Há uma insatisfação generalizada no seio da categoria, entre ativos e inativos. O Pequeno Polegar continua sendo lembrado como autor intelectual dos crimes cometidos pela turma do Fernandinho. Mas já recebeu o primeiro castigo: não conseguiu ser nada na administração atual. Entretanto, é bom ver o computador do ilustre parlamentar. Estamos pedindo a Deus que o Legislativo retorne à normalidade, que tenhamos um calendário anual de pagamento como era antigamente, que nossos direitos sejam respeitados, que não haja desvio de dinheiro público, nem divisão de cotas mensais entre os deputados. Antes de 1994 éramos felizes e não sabíamos. Precisamos dormir em paz, controlar nossas obrigações financeiras. Enfim, queremos ser servidores normais!

O caminho da moralidade ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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i atentamente o artigo do Presidente da Assembleia que saiu num jornal alagoano no sábado, dia 7 de fevereiro, pregando a moralidade na Casa de Tavares Bastos. Se existe alguém que torce para que o Poder Legislativo do nosso Estado perca o cartaz negativo obtido no reinado de Fernandinho e sua turma, esta pessoa sou eu. Aposentei-me há vários anos e não consigo descansar, devido aos cortes realizados no meu contra cheque. O caminho da moralidade é longo e cheio de dificuldades. Isso porque os componentes da Mesa atual, com poucas exceções, vêm da legislatura anterior e não foram corajosos para denunciar as ilegalidades praticadas por seus companheiros. Mas como aposentada da ALE, tenho o direito de apresentar à Mesa atual

algumas sugestões: - Diminuir o excesso de comissionados. São 900. Exagerado e desnecessário. - Fazer um estudo detalhado das folhas de pagamento de 1994 até 2014, verificando os enxertos efetuados no período. - Pedir a cada Deputado que coloque à disposição da Mesa seus parentes, servidores da ALE, que não comparecem ao trabalho e recebem bons salários, adotando medidas corretivas. - Localizar os “fantasmas” que existem na folha de pagamento e corrigir. - Procurar os processos de servidores que viviam na pasta do 1º Secretário da Mesa anterior e não foram resolvidos. Solucionar os casos. - Fazer um levantamento dos cortes salariais, realizados aleatoriamente, e devolver o dinheiro desviado. - Realizar um estudo minucioso dos descontos feitos pelo Departamento de Pessoal no salário dos servidores referentes ao Imposto de Renda e à Previdência. Corrigir os erros, devolvendo o dinheiro. - Estudar com excesso de cuidado, a folha de dezembro de 2014. É voz corrente


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Compromissos CRB x Campinense-PB é clássico pela Copa do Nordeste no Rei Pelé, dia 19 e jogadores estão conscientes da necessidade de fazerem o dever de casa para alcançar a próxima fase do campeonato. O Galo soma dois pontos. Já que empatou com o Globo e o Bahia.

Um apelo Pode ter quem ache o inverso, mas é comum na torcida organizada do CRB analisando com quesito ótimo o apoio também de Marcos Barbosa para levar os torcedores a participarem mais dos jogos do Galo. Isso tanto em Maceió como fora do Estado. Ademir Fonseca vem com tempo para analisar o momento do time e trabalhar na busca de maiores resultados.

Outra vida César, goleiro prata da casa no CRB e ídolo da torcida nas décadas de 1970/80, depois no Corinthians, falou do lance de defesa fácil mas acabou em gol e destruiu com a carreira dele. Hoje em Maceió, foi personagem de uma matéria recente no UOL Falou dos tempos no clube paulista e na volta ao CRB, onde desistiu da carreira.

Papo furado Não avançou, até sexta-feira, a polêmica plantada sobre haver torcida única nos estádios, no caso portões abertos só para as dos clubes mandantes dos jogos. É proposta de gente que por vergonha de botar melancia no pescoço fica criando esse tipo de “presepada” para aparecer. É próprio do futebol brasileiro.

Calendário

Mas quem duvida?

Alex, ídolo no Coritiba-PR e hoje aposentado, é membro do Bom Censo Futebol Clube e defende a criação da Agência Reguladora do Futebol no Brasil e a mudança no calendário de jogos. Razão analisada por ele: os índices altos de desemprego, a partir do meio do ano, por causa do calendário nacional.

Grupo de torcedores encaminhou a pergunta: “A soberania do futebol brasileiro não está hoje em São Paulo?” Ofereceram como sustentação algo que motiva polêmica: primeiros clubes na linha de frente da classificação da Série A do Brasileiro, em sua maioria, é paulistana e os citados como com frequência maior foram Corinthians, Palmeiras e o São Paulo.

Pesquisa

Voleibol O voleibol, também esporte de muitas emoções e com seguidores apaixonados, não ocupa o espaço que merece em Alagoas. A observação foi de estudantes atraídos pela modalidade, mas confirmando dificuldade em se aprimorarem diante dafalta de estímulo dos clubes para praticarem.

Foi exemplo Clássico recente de ginásio cheio e a imprensa definindo o jogo como “espetacular” foi o Minas Tênis Clube 3 x 1 Cruzeiro. Foram duas horas de jogo e saudades pelos tempos de CRB, CSA, AABB, Fênix, Iate, e outros clubes do vôlei alagoano, cedendo jogadores (as) até para a seleção brasileira. Mas cadê os governantes no apoio ao esporte amador?

Reforçado O Flamengo abre a temporada com time reforçado e maioria das indicações feitas por Vanderlei Luxemburgo que, todos sabem, segue prestigiado na Gávea. É cedo fazer avaliações, mas é compreensível que em começo de temporada haja a confiança da torcida.

Bilheteria

Começo foi difícil mas ventos acenam favoráveis ao Flamengo neste inicio da temporada. A mídia, carioca principalmente, acha o time dando mostras de melhora e a diretoria quer ao menos mais dois reforços para fechar o plantel. Vanderlei Luxemburgo está na lista dos que já se dão por satisfeito.

Ato meritório Reginaldo Santos, 44 anos, arapiraquense da gema mas há uns 20 morador de Presidente Prudente (SP), no bairro Oeste Paulista, é famoso o Estado e razão merecida: restaurou uma praça abandonada com recursos próprios e a instalou um centro de esporte e lazer paraas famílias. Frequência média é de 250 pessoas/dia, maioria praticando modalidades esportivas.

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- A violência é apontada como principal causa que afasta os torcedores dos estádios de futebol do Brasil. Dados foram levantados em pesquisa realizada pelo Instituto Stochos e confirma que 43% consideram a falta de segurança como motivo para não estarem nos estádios.

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-E tem mais como razão do desestímulo: distância das agora Arenas é segunda opção mais apontada, com 19,3% das indicações; em terceiro (16,7%,) aparece preço do ingresso; quarto, o desconforto (5,6%); e, na ribeira, a má organização da Confederação Brasileira de Futebol (0,8%).

Paradinha Bom, a partir desta sexta-feira e até a quarta (18), o futebol no Estado também dá a sua paradinha, para que todos que estão no dia a dia da bola rolando pelos gramados também se divirtam um pouco ao lado da família. Mas lembrando a todos ser importante manterem a “cabeça no lugar”.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Opções para o carnaval

das profecias de tempo ruim na economia para 2015.

maceioense vai se comportar como neste carnaval? Fica em casa, sai às ruas para apreciar os desfiles de blocos e escolas de amba ou viaja para o interior, Recife ou casa de praia no litoral alagoano. Como se vê, são muitas e variadas as propostas para os próximos quatro dias.

Começa a ser habitual no eleitorado um alheamento à importância das eleições. É atitude habitual e não como convicção da importância do ato de votar para o País. É fruto natural pela ausência de cidadania, por isso se lixam ao dito popular de que “cada povo tem o governo que merece”.

Brasil 2015

O

Uma atenção

“Santinhos”

Nos Estados Unidos, proposta para evitar evasão de público nos cinemas é assinatura de filmes. A proposta que se apresenta como novidade é a do cartão de crédito e mensalidade entre US$ 35 a US$ 45 dólares para assistir a um filme por dia. Chegará por aqui?

Mesmo distante do prazo das convenções que oficializam candidaturas dos partidos, em Maceió já aparecem cartões de apresentação pessoal, mas contendo entre linhas uma candidatura a cargos legislativos nas eleições de outubro de 2018. São “santinhos” disfarçados.

Dias de Momo Domingo, o Banho de Mar a Fantasia foi prenúncio do carnaval de Maceió. Já neste sábado é aberto oficialmente e se estende até a madrugada da quarta-feira. Custos estão orçados em cerca de R$ 775 mil e programação é aberta com desfile das escolas de sambas no sábado e no domingo o concurso dos blocos. Público previsto é dos mais otimistas.

Sem surpresa “É comum, mas em tempos distante de outubro, cidadão falando sem ânimo para votar. Mas, da mesma forma, e de tempos longínquos, vota e pede voto para candidatos, uns vestindo camisas que os identificam como cabo eleitoral”. Comentário saiu entre “indignados com política”.

Problema

Quadro atual Atenções neste ano queantecede o de eleições vão ser para os custos no bolso com Imposto de Renda, combustíveis, cartões de controle da energia e o vermelho sendo a dor maior no bolso, supermercados esvaziados e Mercado da Produção com filial no calçadão. É esta a Maceió das épocas de pré-campanha.

Porta errada? A CUT, em uma mobilização de rua na segunda-feira (9), pela manhã, na porta do prédiosede da Prefeitura de Maceió, não alcançou o objetivo e razão foi simples: não é mais no prédio que o prefeito Rui Palmeira dá expediente. Funcionários dão o endereço do gabinete dele em um prédio na Pajuçara, vizinhança do DNER.

Taxa Selic Economistas, em análises recentes, jogaram crédito na possibilidade de, após o reajuste da taxa Selic de 7,25 para 7,5%, passar a oferecer um quadro que leva a inflação dos últimos meses a romper meta prevista para até o fim do ano. Previsões: sobe no caso dos 6,51% para

6,59%.

No Senado Aécio Neves (PSDB) dá sinais de despreparo para debates no Senado? Ou foi só momento o nervosismo dele em uso recente da tribuna, tentando intimidar Renan Calheiros (PMDB) na presidência após este derrotar o mineiro nas votação para o cargo? O temor dele em soltar as palavras não passou desapercebido a quem acompanhou a sessão pela TV Senado.

No Senado 2

Aécio Neves extrapolou tanto pelo uso de linguagem agressiva à presidente Dilma Rousseff, como, ignorando uma advertência regimental, ao ser grosseiro com Calheiros, pelo tempo esgotado para uso da tribuna. Apresentava sinais de desequilíbrio emocional.

Inflação “Não podemos deixar a inflação voltar”. Afirmação da presidente Dilma Rousseff foi em pronunciamento na televisão. Mas entre assalariados, a voz comum é de preocupação diante das elevações de preços e diante

Na Rua Domingos Lordslen, cruzamento com a Regente Feijó, na Ponta da Terra, tem um mercadinho de frutas e verduras com um “bloco” na calçada. Pelo risco de acidente que provoca e a dona a fazer “ouvidos de mercador” aos pedidos para tirar o bloco, apelo é que a fiscalização da Prefeitura converse com ela.


extra

A Superintendência Regional do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) informou que é possível levar água do Rio Amazonas - um dos maiores do mundo - para São Paulo e outros estados que sofrem com falta d’água no Brasil. Especialista diz que 1% da vazão do rio daria para abastecer Nordeste e Sudeste do país. O órgão defende que os tipos de obra e intervenção merecem amplo debate. A proposta sugerida pelo governador do Amazonas, José Melo (PROS), nesta semana, gerou polêmica e também foi alvo de críticas em redes sociais.

ambiente@novoextra.com.br

O

Herbário MAC do Instituto do Meio Ambiente (IMA) recebeu no último dia 9 a visita do pesquisador Dr. Marcelo Devicchi. Ele pertence ao departamento de Sistemática Filogenia e Biogeografia de Simaba (Simaroubaceae), da Universidade de São Paulo (USP). Trata-se de um gênero de planta arbórea, com família de distribuição pan tropical que inclui cerca de 30 espécies no Brasil, com ampla distribuição em diversos biomas. Em Alagoas ocorrem sete espécies que se encontram registradas em área de Mata Atlântica e Brejos de Altitude. São árvores de grande porte que podem ter entre 10 e 20 metros de altura conhecidas como jaquinha da mata ou oiticica. O pesquisador revisou e identificou 40 exemplares do Herbário MAC incluídas nos gêneros (Simaba e Simarouba).

Descarte de esgoto Técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA) intimaram no último dia 4 uma empresa responsável pela construção de um residencial que estaria jogando esgoto para uma área preservada de Mata Atlântica, no município de Rio Largo. O levantamento foi realizado por uma equipe de fiscalização em loteamentos e condomínios localizados na região, a partir de denúncias feitas por moradores.

Acidente ambiental O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas participou na terça-feira (10) de um simulado de emergência no terminal marítimo da Braskem, na praia do Sobral, com objetivo de treinar equipes para agir em caso de acidente no mar e minimizar os impactos que possam existir. Em caso de um incidente desse tipo, o órgão é responsável por monitorar o cumprimento dos procedimentos adequados de segurança.

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Polêmica

MEIOAMBIENTE Herbário MAC

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Cantareira Se as chuvas no Estado de São Paulo continuarem abaixo da média, o sistema Cantareira pode secar em julho, segundo pesquisa realizada pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) em São José dos Campos (SP). O reservatório, que abastece a Grande São Paulo, opera com 6,1% de sua capacidade total nesta semana. A previsão está em um relatório divulgado no início de fevereiro pelo Cemaden e considera média de chuvas nos últimos anos e quantidade de água que passa pelas represas. Na pesquisa foram feitas cinco simulações com previsões até o fim de 2015.

26 anos A gata Tiffany Two, nascida em 13 de março de 1988 em San Diego, na Califórnia, foi reconhecida pelo Guinness, o livro dos recordes, como o “gato vivo mais velho do mundo”. A dona, Sharon Voorhees, conta que comprou a gata por US$ 10 em um pet shop quando Tiffany Two tinha seis semanas de vida. Apesar da idade, a gata ouve e enxerga bem e ainda consegue subir e descer as escadas sem ajuda. Tiffany Two, cujo nome é uma homenagem a outra gata chamada Tiffany, que Sharon teve nos anos 1970, vive dentro de casa, mas passeia do lado de fora sempre que tem vontade.

Mamífero traficado O gentil e solitário pangolim tem uma língua maior que seu próprio corpo e se enrola todo, parecendo uma bola, quando ameaçado. Mas sua maior ameaça atualmente é a extinção ─ ele é o mamífero mais traficado no mundo. O animal é o único mamífero totalmente coberto de escamas, que, quando ameaçado por predadores, simplesmente se enrola todo em uma bola para se proteger. Ele come 7 milhões de formigas e cupins em um ano usando a língua viscosa, que chega a ser maior do que seu próprio corpo. Sem nenhum dente na boca, o pangolim armazena pedras em seu estômago que lhe ajudam a moer a comida.

Poluição A poluição do ar relacionada à industrialização no hemisfério norte foi quase certamente a responsável pela redução das chuvas sobre a América Central, em mais uma evidência de que a atividade humana pode influenciar o clima, sugeriu um novo estudo divulgado no último dia 9.

Primatas estrangeiros Aprender outras línguas é algo comum para humanos. Mas cientistas consideram um marco a descoberta de que chimpazés também são capazes de entender diferentes sons de outros primatas. Cientistas acompa-nharam dois grupos de chimpazés que foram colocados juntos no Zoológico de Edimburgo (Escócia). O grupo de chimpanzés holandeses passou a usar os sons dos primatas escoce-ses, após um tempo, para pedir maçãs.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Soluções verdadeiras

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obilidade é a palavra do momento e preocupa a todos: fabricantes de veículos, motoristas, pedestres, governos e os mundos acadêmico e científico. Nesse contexto, ideias surgem de todos os lados, mas é preciso separar soluções verdadeiras daquelas sem eficácia ou ganho prático limitado. Um exemplo: faixas de pedestres em “X”, em São Paulo, implantadas experimentalmente pela prefeitura em alguns cruzamentos. Trata-se de mera cópia piorada do que foi feito em um bairro de Tóquio. Segundo o engenheiro Paulo Guimarães, do Observatório Nacional de Segurança Viária, a solução japonesa existe em um cruzamento onde o fluxo de pedestres supera a capacidade do passeio público. Usam apenas uma faixa diagonal larga, mas em São Paulo são duas. “No cruzamento das faixas há risco de esbarrões entre os próprios pedestres

ao se cruzarem”, destaca Guimarães. Quanto ao cenário por parte da indústria, a tendência é produzir, além de carros, soluções de mobilidade por todos os meios. Foi o recado de Erica Klampfl, gerente de Mobilidade Global no Futuro, da matriz da Ford, em palestra na feira de tecnologia Campus Party, em São Paulo. Megacidades com mais de 10 milhões de habitantes serão pelo menos 41 até 2030. A classe média, que aspira ter um automóvel, passará de 2 bilhões para 4 bilhões de pessoas, a maioria na Ásia. Tudo isso traz riscos de congestionamento permanente e de deterioração da qualidade do ar. No entanto, a executiva confia que o consumidor está mudando suas atitudes e até de prioridade, pelo menos nos EUA. Em pesquisa com múltiplas respostas, 47% gostam de

RODA VIVA usar seus smartphones para planejar seus deslocamentos, 39% utilizam mais de um meio de transporte e 34% já admitem o transporte solidário em seus carros, se houvesse chance. Assim, o trio conectividade, mobilidade e direção autônoma – ou semiautônoma, no primeiro momento – está nos planos dos grandes fabricantes. Com a eletrônica de bordo de hoje geram-se 25 GB de informações por hora e tal enorme massa de dados pode ser aplicada em soluções alternativas. “Seria muito bom combinar os dados de tráfego em tempo real de aplicativos como o Waze com a velocidade em que o limpador de para-brisa atua. Indicaria chuva pesada e a rota poderia evitar pontos de alagamento catalogados”, exemplificou a executiva. Klampfl acrescentou que o tempo gasto ao volante pode ser mais bem aproveitado, além de

ouvir música ou noticiário. Com informações armazenadas em agendas telefônicas, a capacidade de computação de um automóvel pode organizar uma reunião de negócios ou adiantar o atendimento de triagem em um consultório médico. Também não descartou a possibilidade de um operador guiar um veículo a distância usando câmera de vídeo, sensores e a rede de telefonia celular de alta velocidade. Seria a versão terrestre de um VANT (veículo aéreo não tripulado) ou drone. Experiências já são feitas em baixa velocidade, com carros de golfe adaptados, em um campus universitário em Atlanta, nos EUA. No total, a Ford monitora 25 experimentos globais de mobilidade, sendo 14 de sua iniciativa e 11 de desafios de inovações em oito países. A partir de agora, o Brasil é o nono a participar desse esforço mundial.

pitstop Spin Activ ganha no visual, mas perde em praticidade Estepe na traseira complica a abertura do porta malas

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ara os amantes da Zafira, andar na Spin só provoca saudades da velha van, que fez sucesso nos anos 2001 a 2012 e foi imperdoavelmente retirada de linha. Não, a Spin não substitui a Zafira, mas não decepciona quem busca uma opção para a família: tem um bom espaço interno, bancos confortáveis na frente e na traseira, o seu motor de 173cv dá conta do recado e, o aspecto menos valorizado do modelo, o visual externo, ganhou um brilho especial na

versão aventureira avaliada pela Agência AutoInforme: os adesivos externos e o estepe na tampa do porta-malas, entre outros detalhes, que deixaram a Spin Activ mais bonita. O ganho com a mudança do estepe para fora do carro limita-se ao visual, realmente mais aventureiro e atrevido, porque piorou muito a abertura da tampa traseira, que agora precisa de mais espaço para ser acionada. E o pior é que o eventual ganho de espaço com a retirada do pneu do porta malas não foi aproveitado. Na dianteira, o carro tem uma

grande grade frontal preta, com detalhes na cor prata, faróis grandes que se alongam pelas laterais. Itens que, combinados com o para-choque com faróis de milha integrados, propõe um aspecto valente ao carro. A traseira é mais simples, as lanternas não são tão grandes, mas estão posicionadas nos extremos, pegando parte da lateral. As rodas são aro 16 de alumínio e tem desenho novo. A minivan tem configuração apenas para cinco pessoas na versão Activ, com bom espaço interno e porta-malas de 710 litros.

O acabamento interno é simples, sem muitos requintes e a posição de dirigir é mais alta, características de utilitários que agradam grande número de consumidores. O carro tem central multimídia com tela de sete polegadas, sensível ao toque, entrada para cabo auxiliar, USB e bluetooth, volante multifuncional, ar-condicionado, direção hidráulica, distribuidor eletrônico de frenagem (EBD), volante com regulagem de altura e profundidade, entre outros. O sistema de operação do rádio, com toque na tela, não é eficiente: falha e irrita quem não está acostumado.

NÚMERO de dias – 38 – de estoque nas fábricas e concessionárias em janeiro último continua preocupante, mesmo com novo critério de contagem da Anfavea. Vendas caíram 31% sobre dezembro de 2014. Parte do tombaço se explica por emplacamentos sem venda no final do ano passado, na briga entre Fiat e VW pelo modelo mais vendido. Por isso, o Gol caiu de 2º para 7º lugar, em janeiro, além da greve que afetou 10 dias de produção da VW em S. Bernardo do Campo. ESSA estratégia, chamada de rapel e aplicada em geral no último mês do ano para fins de marketing, também fez o Onix encostar no Palio/Palio Fire na classificação de janeiro. Há um custo financeiro para a fábrica e concessionárias, mas em dezembro é um pouco menor por adiantar o pagamento de apenas 1/12 do IPVA. No fim, não é boa tática. FIAT já lançou o Bravo 2016, sem alterações mecânicas, mas com retoques frontais (para-choque e grade) e nas lanternas traseiras. Maior novidade é a tela multimídia de 5 pol, de série em todas as versões, que estreou no Freemont, mas com GPS opcional. Outras novidades: câmera de ré e versão BlackMotion. Preços são competitivos: de R$ 61.990 a 78.490 (T-Jet turbo a gasolina). CITROËN aposta no C4 Lounge com motor turboflex THP. A fábrica aumentou a potência de 165 cv para 173 cv com etanol – gasolina apenas 1 cv a mais (166). A relação final de transmissão, alongada em 11,4%, teve objetivo de economizar combustível, em especial etanol. Dessa forma o bom desempenho de antes ficou marginalmente menor, porém imperceptível no dia a dia. CORREÇÃO: Inmetro homologou bancos infantis com fixação Isofix em outubro do ano passado, resolvendo uma situação incomum. Vários carros já possuem o dispositivo de encaixe. No entanto, os bancos mais seguros dependiam ainda de aprovação oficial e não podiam ser vendidos nas lojas e concessionárias.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 26 DE FEVEREIRO DE 2015 CRÔNICA

Empresários de ônibus são vítimas de extorsão JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br Quem já leu alguns dos meus artigos, sabe que eu já passei 22 anos como diretor da Divisão de Trânsito do DER/AL; sabe que eu já fui assessor de Planejamento do Detran/AL e que fui assessor Especial de Transportes da SMTT. Já falei que eu no DER/AL, era o responsável pelas linhas intermunicipais de ônibus e, era eu que cuidava das tabelas de preços das passagens interurbanas, depois dos coeficientes serem fixados pelo CIP-Conselho Interministerial de Preços, em Brasília. No Detran/ AL, eu fiquei responsável pelo planejamento do trânsito de Maceió, pois, nessa época, ainda não existia a SMTT cuidando dos ônibus urbanos, como é atualmente. Foi nessa época que o coronel Monteiro de Souza, meu

diretor-geral, me autorizou a usar os “gelos baianos” para diminuir os aleijões das nossas ruas, hoje invadidas por um infernal e confuso trânsito. Na SMTT, só passei 7 meses, pois, antes que as licitações fossem feitas, fui demitido para não atrapalhar os planos dos corruptos, pois eu seria um dos responsáveis pela análise das planilhas de fixação dos preços das passagens urbanas, o que ainda não aconteceu, por interesses estranhos. Há mais de 10 anos a prefeitura vem desrespeitando os senhores juízes, promotores e procuradores, pois, essas autoridades exigiram que fossem feitas, urgentemente, as licitações das linhas urbanas de Maceió. Por que isso? O novo prefeito de Maceió, Rui Palmeira disse no início do seu governo que as licitações seriam feitas logo e, os usuários do transporte coletivo da Capital deram graças a Deus e soltaram foguetes, esperando que as licitações fossem feitas, logo, logo. Até aqui, o silêncio é total.

Quando eu soube da promessa do prefeito, eu disse que se essas licitações fossem feitas antes de dezembro de 2013 “eu iria sair de minissaia, de brincos e de tamancos pelo calçadão da Rua do Comércio”. Também, num artigo eu disse que “tivessem muito cuidado com eles”, me referindo aos “tolinhos” que se aproveitam dos empresários de ônibus para extorqui-los. Muita gente não se lembra que hoje existem filmadoras e gravadores, às vezes utilizadas pelas empresas, para denunciar possíveis extorsões. Eles se previnem, pois existem muitos interesses em jogo. Eu fui convidado por um empresário para ouvir uma gravação que ele mandou fazer quando uma certa autoridade mandou que um dos seus assessores fosse buscar 200 mil reais para sua campanha política. Ora, os empresários também são inteligentes e sabidos, e sabem que a turma se aproveita deles, principalmente nos meses que antecedem o aumento de passagens. É uma vergonha! Normalmente, as

empresas pedem um aumento grande das passagens, para que os prefeitos diminuam os preços e o povo aplauda. O jogo sempre foi assim e é um jogo sujo, porém, os empresários de ônibus, com razão, falam dos aumentos de combustíveis, salários, impostos, dos preços de ônibus novos, etc, etc, para justificar a necessidade de aumento das passagens, mas, os prefeitos fazem o povo de besta e nunca fazem as licitações. Há poucos anos, eu ainda estava na SMTT, quando uma empresa de Minas Gerais foi contratada a preço de ouro para providenciar as licitações. Eu vi toda a documentação, inclusive, já com o edital pronto, porém, a papelada desapareceu da SMTT. Estamos num país sem leis, sem comando, sem líderes e com um povo “satisfeito” com os seus representantes. Em tempo – Os srs. Hamilton Soriano, Mário Alves Rêgo e Ib Fabrício Coelho são meus leitores semanais e, dizem que gostam do que escrevo. Que bom !! Agradeço a eles pelos seus incentivos.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

“Farra” em Paulo Jacinto

O caso A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) foi movida pelo candidato da oposição nas eleições de 2012, Paulo Henrique Santos Dâmaso, o Paulo Dâmaso (PSDB), que integrava a coligação “Anadia do Bem” formada pelos partidos PSDB, PTN, PR, PRTB e PMN. A AIJE foi proferida em ação eleitoral acusando Zé Augusto e Ana Lúcia de compra de votos, ou seja, violação ao disposto no artigo 73, inciso V, da Lei n.º 9.504/1997, caracterizada, em tese, pela prática de captação ilícita de sufrágio, bem como, abuso de poder político.

A

“farra” com dinheiro público chegou a cidade de Paulo Jacinto. O prefeito Nildo do Jaime vai ter muitas dificuldades para explicar ao Ministério Público como gastou R$ 12 mil na compra de passaportes (lanches) para servidores da Secretaria de Obras do município. A gastança está no Portal da Transparência e chamou a atenção da oposição que tratou logo de alertar as autoridades. O detalhe que não passa despercebido, segundo o vereador Fabrício Berto Faustino, é que a proprietária do passaporte é irmã do prefeito. “O passaporte é, realmente, delicioso, mas se trata da aplicação indevida de recursos públicos que deveriam, na verdade, serem destinados a outras prioridades e em áreas de maior relevância para a população como saúde e educação”, observou o vereador. Diga aí, pode uma coisa dessas?!

Agora vai A Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas, Documentos e Patrimônio, definiu o calendário de pagamento do salário dos servidores do mês de janeiro.

Já receberam No último dia 30, os servidores da educação, sejam efetivos ou contratados, já receberam seus salários em virtude do pagamento ocorrer após liberação de recursos do Fundeb. Já nesta quarta-feira, 10, no final da tarde, e amanhã logo cedo estão sendo creditados os salários para todos os servidores municipais que recebem até R$1.501 líquidos, isso inclui efetivos, prestadores de serviços, inativos, pensionistas e comissionados da gestão municipal.

Está na UTI

Cronograma De acordo com a nova secretária de gestão de pessoas, documentos e patrimônio, Salete Amorim, esses pagamentos correspondem a 82,8% da folha salarial da prefeitura. O cronograma de pagamento para os servidores que recebem acima de R$1.501 será divulgado nos próximos dias.

Continua parado O processo que afastou o prefeito José Augusto Rocha Souza (PPS) e a vice-prefeita Ana Lúcia Fidélis (PRP), em novembro do ano passado, continua parado no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL). A determinação para o afastamento dos gestores foi do juiz Helestron Costa, da Comarca de Anadia.

A informação é do jornalista Claudio Roberto: O servidor da Câmara Municipal de Arapiraca, Chico Lima, foi transferido dia 11 para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia, em Maceió, depois de permanecer internado por quase quinze.

Corrente de orações A informação foi passada por um parente, que o acompanha durante tratamento no hospital da capital. “Agora, estamos fazendo uma corrente de orações pelo nosso Chico Lima. Entregamos a Deus, que tudo sabe”, disse o primo do servidor que é conhecido como Chico ASA. “Pedimos aos amigos e a população arapiraquense para fazer uma corrente de oração neste momento delicado”, completou.

PELO INTERIOR ... Ler é ter poder. É possuir conhecimento - coisa que aparentemente ninguém pode roubar de nós. Só pegar emprestado. ... Por outro lado, há quem o divida. Quem o compartilhe. E esse é, pelo menos, o papel em branco do portal literário LeroWhite: instigar para que as pessoas escrevam suas histórias umas com as outras, repassando livros. ... É o que aconteceu na quinta-feira (12) pela manhã, na cidade de Arapiraca. Os integrantes deste grupo “esqueceram” mais de 100 obras em vários pontos do município, incluindo praças e até o shopping. ... O LeroWhite pensou e articulou esta ação pré-carnavalesca, com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), Casa da Cultura de Arapiraca e Biblioteca Municipal Professor Pedro de França Reis, apenas querendo que o mundo leia e seja lido. ... Segundo os organizadores, os livros doados estarão nas praças Luiz Pereira Lima, conhecida como Praça da Prefeitura; na Deputado José Marques da Silva; na Manoel André; na dos Curis; na São Pedro; no Mercado do Artesanato Margarida Gonçalves; e no Arapiraca Garden Shopping. ... “Com essa troca - seja de favores sutis, seja de livros diversos -, cria-se um caldeirão de boa vontade pelo literato. Estimulamos a doação de publicações que você já tenha lido. Por quê? Porque sim. Porque faz bem pra você, que está repassando a tocha da sabedoria e do poder; pro mundo, visto que são menos tinta e papel utilizados e os recursos renováveis agradecem; e pro outro, este ser que você nem conhece, mas encherá seu mundo de romances, poesias, fantasias e aventuras particulares após o simples ato de ler uma obra”, diz Janu Leite, produtor cultural e fundador do portal. ... Para ele, o sentido maior é repassar a obra. “Depois de ler, passe adiante! Vai adiantar... você vai ver, mesmo que a longo prazo”, comenta, ressaltando que o LeroWhite está nas redes sociais e, em breve, lançando um site próprio. ... Na última segunda-feira do ano passado, estes incentivadores culturais fizeram uma feira literária na Praça Luiz Pereira Lima, doando mais de 250 publicações de romances universais, livros infantis, de auto-ajuda e de gestão, dentre outros. ... A todos um excelente final de semana com muita paz e saúde. Até a próxima edição!!!!


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 26 DE FEVEREIRO DE 2015

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

É Carnaval. Cuidado com a carteira!

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Não participo mais de Carnaval desde a década de 1990, quando os trios elétricos e o axé music da Bahia invadiram as ruas das capitais nordestinas, acabando definitivamente com o verdadeiro Carnaval de orquestra de frevo e conjuntos de samba, nos clubes sociais. Levava meus filhos crianças e depois adolescentes, com a certeza de que todos estavam seguros.

De olho Fique sempre atento aos preços de alimentos, que vem aumentando constantemente nos últimos meses, mas oscilando de um local para outro, o que exige a pesquisa por parte do consumidor consciente do real valor do seu dinheiro. Leve sempre uma lista do que vai comprar, seguindo à risca.

Arapiraca beneficia servidores com Fundo de Previdência Secretária de Gestão de Pessoas e Patrimônio do município, Maria Salete Amorim, rebate acusações da CUT

A

s bandidos “batedores de carteira”, estão soltos por aí, em busca de “uma presa fácil”. Durante os dias de folia, eles ocupam todos os espaços: praias, ruas, praças, avenidas, transporte público, acompanhando blocos, se fantasiando e querendo dinheiro para comprar droga e continuar na folia, conseguindo mais. Fique sempre “de olho” quando estiver participando de um bloco ou em qualquer outro local de grande aglomeração. Todo cuidado é pouco! Como praticamente não existe mais os bailes de clubes sociais em Alagoas, durante os dias de Carnaval, e todo folia é na rua mesmo, evite levar muto dinheiro para gastar na compra de bebidas e tira gosto. Prefira um isopor com muito gelo e cerveja levada de casa, comprada por um preço bem inferior ao cobrado nesses locais de festa. Vá a pé, ônibus ou de taxi, já que tende a se embriagar e passar pelo “bafômetro”. O bom mesmo é comemorar o Carnaval em casa ou na de amigos e parentes, com despesas divididas, som ambiente e à noite, dormir.

Carnaval seguro

DIREITO DE RESPOSTA

Juros Eles vão continuar subindo, para evitar um novo pique na inflação, como ocorreu em janeiro, devido ao aumento de energia e combustíveis. Se perder o controle da inflação, o Brasil pode chegar a mesma situação da Argentina e Venezuela, com a inflação aumentando a cada mês. Ao consumidor, só resta mesmo comprar tudo à vista e com um bom desconto.

Promoções Atente para elas, que existem o ano inteiro. Logo que veja uma propaganda na TV, Rádio, Jornal, Internet, e realmente esteja precisando do produto, compre. Mas à vista. Nada de cartão de crédito parcelado, cheque especial. Jamais compre alimentos à prazo. Se seguir essas dicas, pode ter certeza de que é o consumidor economicamente correto.

secretária de Gestão de Pessoas e Patrimônio de Arapiraca, Maria Salete Amorim, em resposta ao que foi publicado em matéria deste periódico, acerca do regime previdenciário das prefeituras, e formulação encaminhada ao Ministério Público Estadual pelo secretário de Organização e Política Sindical da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Alagoas, no caso específico de Arapiraca, do Fundo de Previdência do ano de 2013, esclarece que o município está em sintonia com a Lei nº 2.675, de 14 de maio de 2010. O documento dispõe sobre a separação da quantidade de segurados do Fundo de Previdência Social, a criação dos regimes de custeio financeiro e previdenciário, e que no artigo 3º, da referida lei, considera separação da massa, a separação dos segurados vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) em grupos distintos que integram o Fundo Financeiro e o Fundo Previdenciário. “Vale ressaltar que o valor citado na reportagem corresponde ao Fundo Financeiro, e segundo o artigo 5º, da Lei nº 2.675/2010, o Fundo Financeiro destina-se ao pagamento dos benefícios previdenciários assegurados aos servidores que tenham ingressado no serviço público do Município até o dia 2 de novembro de 2009, bem como aos benefícios devidos por conta de seus dependen-tes”, explica a secretária. Ela adianta que, nesse caso, se as contribuições do Fundo Financeiro não forem suficientes, o Município assume a diferença, sem gerar nenhum prejuízo aos seus segurados. Já o Fundo Previdenciário, de acordo

Maria Salete Amorim garante que município cumpre com a legislação com o artigo 7º da referida lei, é o sistema estruturado pelas contribuições pagas pelo Poder Executivo Municipal de Arapiraca, suas autarquias, fundações públicas, Poder Legislativo Municipal, pelos servidores ativos e inativos e pelos pensionistas vinculados, mediante aplicação das alíquotas de contribuição fixadas com a finalidade de acumulação de recursos para pagamento dos compromissos definidos no plano de benefícios do RPPS, sendo o seu plano de custeio reavaliado anualmente mediante avali -ação atuarial. O parágrafo único dispõe que o Fundo Previdenciário será estruturado em regime financeiro de capitalização. Assim, todos os servidores efetivos e admitidos após o dia 2 de novembro de 2009 foram para o Fundo Previdenciário, também chamado de Fundo de Capitalização, cujos recursos estão aplicados de acordo com o Plano de Investimentos, que é, inclusive, encaminhado ao Ministério da Previdência Social.


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CINEMA

Cinquenta Tons de Cinza é um filme menos chocante que o anunciado Cercada de histeria, adaptação do best-seller erótico-sentimental teve estreia mundial esta semana

O

filme “Cinquenta Tons de Cinza”, adaptado do bestseller erótico-sentimental e esperado ansiosamente por milhares de fãs, acabou por se tornar um filme suavemente tórrido, longe do escândalo prometido por uma sofisticada campanha de marketing. “Você é um sádico? Não, sou um dominador”. Desde o início, Christian Grey, o personagem principal da saga, baixa a temperatura do filme, que estreou na quarta-feira (11) em vários países e chegou ao Brasil ontem, com sessões inclusive à meia-noite. Apesar de algumas cenas bastante cruas, o filme está longe das referências em matéria de erotismo, como “O Império dos Sentidos”, “Nove semanas e meia de amor” ou, mais subversivo ainda, “Último Tango em Paris”. Na França, um dos países que tiveram o privilégio da estreia mundial, o filme é recomendado para maiores de 12 anos, o que demonstra sua suavidade. Também estreou na Bélgica, Sérvia e Filipinas, e foi apresentado na noite de quarta-feira na Berlinale. O filme, baseado no romance de E.L. James, que seduziu milhares de leitores, sobretudo o público feminino, conta a história de amor e submissão de Grey e uma jovem de 22 anos, ainda virgem, seduzida durante uma entrevista. Interpretado pelo ator Jamie Dorman, Grey, de 27 anos, é um multimilionário à frente de um império econômico que leva seu nome e também é um pianista virtuoso e piloto de helicópteros. Anastasia Steele (Dakota Johnson), uma estudan-

te ingênua e sem dinheiro, se apaixona à primeira vista pelo executivo, que acumula todos os clichês do sucesso e da riqueza. No quarto vermelho do menino de ouro, repleto de chicotes, algemas e máquinas de tortura, Grey inicia Anastasia no sadomasoquismo e, entre carícias com uma pena de pavão e cubos de gelo, propõe que ela se submeta a ele. UMA BOA DOSE DE ROMANTISMO “No fundo trata-se de uma simples história de amor, a de uma jovem sem experiência, mais forte do que ela mesma acredita, que encontra um homem com um passado doloroso, uma história sobre o poder de cura que o amor incondicional possui”, resume E. L. James, cujo romance, traduzido para 50 idiomas, vendeu 100 milhões de exemplares. “As cenas sexuais tomaram os jornais, mas o que comove os leitores é a história de amor”, sustenta a autora. A diretora britânica do filme, Sam Taylor-Johnson, insiste na relação consensual entre os dois protagonistas. “Entram em acordo sobre o que se faz ou não, entre o que ele deseja e ela rejeita. Christian percebe, em seguida, que Anastasia não será dócil, que vai desafiá-lo”, afirma Taylor-Johnson. Rapidamente, Grey mostrase menos dominante do que se pensava e mais sentimental que o previsto, ao contrário dos trailers divulgados pela Universal, o estúdio que produziu o filme. Grey, apaixonado, cobre de presentes sua namorada e as cenas à luz de velas substituem pouco

Christian Grey e Anastasia Steele: 100 milhões de livros vendidos em todo o mundo e histeria coletiva antes da estreia nas telonas

a pouco as sessões no quarto vermelho. Anastasia, para além de algumas cenas quentes, tenta tirar seu amado do sofrimento que o consome desde a adolescência, quando foi iniciado sexualmente por uma mulher misteriosa. Cineasta e artista plástica, Sam Taylor-Johnson acrescenta ao roteiro um toque estético com a decoração e de uma luz muito trabalhada, acompanhada por uma trilha sonora assinada, em particular, pela cantora Beyoncé com uma nova versão da música “Crazy in love”. Embora “Cinquenta Tons de Cinza” tenha estimulado a venda de brinquedos sexuais, o romance e o livro pertencem à categoria de obras nas quais sadomasoquismo rima com romantismo. No entanto, desde o início das filmagens o longa-metragem foi alvo de diversas polêmicas, particularmente nos Estados Unidos e na Ásia. Na Malásia foi classificado de pornográfico e proibido. Na Grã-Bretanha algumas empresa têm a expectativa de fazer bons negócios, como uma rede de bricolagem, que alertou os vendedores sobre um possível aumento nas vendas de correntes, cordas e fitas adesivas.

FÃS ESTÃO ANSIOSOS PELA ESTREIA O famoso quarto vermelho de Christian Grey ganhou cores ainda mais vivas com a estreia mundial da versão cinematográfica de “Cinquenta tons de cinza”. A história do encontro explosivo entre o empresário e a tímida Anastasia Steele promete repetir no cinema o sucesso da trilogia erótica da autora inglesa E.L. James, que vendeu mais de 100 milhões de cópias. Com o recorde de venda de ingressos antecipados do filme (2,75 milhões em todo o mundo), já foi confirmado que os dois outros livros da série — Cinquenta tons mais escuros e Cinquenta tons de liberdade — também serão adaptados para o cinema. A vocação pop da trilogia está em suas origens, sendo inspirada em uma fan fiction com os personagens da saga Crepúsculo — outro fenômeno da literatura e do cinema. A diferença é que, se na história de Stephenie Meyer Bella e Edward se apegam à sua abstinência, Cin-

quenta tons de cinza enfoca a iniciação sexual de uma jovem estudante de literatura que se apaixona por um rico empresário adepto de práticas de dominação e submissão entre quatro paredes. O alto teor sexual da narrativa também deve permear o filme; embora o estúdio não tenha confirmado, o jornal inglês The Sunday Times informou que cerca de 20 minutos do longa (um quinto de seus 100 minutos de duração) seriam dedicados a cenas de sexo. A própria diretora, Sam TaylorJohnson, já havia afirmado que o sexo e o romance apareceriam na mesma proporção no filme. No Brasil, o longa tem classificação indicativa para maiores de 16 anos. O filme vem causando comoção nas redes sociais desde que o estúdio Universal comprou os direitos da trilogia por US$ 5 milhões em um leilão em 2012. Na verdade, o êxito do livro deu-se, em grande parte, pelo boca a boca via Twitter. Fã do livro, a publicitária Karen Alberti, 28 anos, acompanhou todos os rumores sobre o filme na internet. Antes da estreia, para a qual já estava com seu ingresso garantido, falou sobre a expectativa: “Claro que vai ter cenas de sexo, mas não acho que vai ser o principal. Pelo que vimos até agora, o sexo é o pano de fundo para a história dessa menina que conhece um rapaz”, destacou. “ O público feminino é muito mais envolvido com a história do que com o visual e acho que a autora se preocupou em traduzir o universo do livro para o filme”, resumiu.


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