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ANO XVI - Nº 813- 20 A 26 DE MARÇO DE 2015
MACEIÓ - ALAGOAS
ADVOGADA DENUNCIA PLANO PARA FRAUDAR CONCURSO DE CARTÓRIOS ESQUEMA CUSTARIA R$ 20 MILHÕES E ESTARIA GARANTIDO POR EDITAL SOB ENCOMENDA P/ 7, 8 e 9
CORRUPÇÃO NA PETROBRAS DESEMPREGA 500 METALÚRGICOS EM ALAGOAS P/ 10
CÂMARA DE MARECHAL CRIA COMISSÃO PARA INVESTIGAR DESMANDOS DO PREFEITO P/ 6
PROCESSADO POR CRIME ELEITORAL HÁ 7 ANOS, ROGÉRIO FARIAS AINDA NÃO FOI JULGADO
CRISE NA EDUCAÇÃO
SÁVIO DE ALMEIDA INICIA SÉRIE DO EXTRA EM COMEMORAÇÃO AO BICENTENÁRIO DE ALAGOAS P/ 16 e 17
P/ 15
MUSEU JORNALISTA JAIR PIMENTEL É ATRAÇÃO CULTURAL EM VIÇOSA
P/12 e 13
2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE MARÇO DE 2015
COLUNASURURU
Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)
DA REDAÇÃO
Feudo dos cartórios
Mellina fora!
A bomba do BNDES!
Síndrome de Down
O Ministério Público Estadual pediu o afastamento da secretária de Cultura, Mellina Freitas, acusada de desviar mais de R$ 15 milhões durante sua gestão à frente da Prefeitura de Piranhas. A medida poupa o governador Renan Filho do vexame de ter em sua equipe uma aliada denunciada por improbidade administrativa.
Nos dias 27 e 28 de março, Maceió vai sediar o 1º Seminário Alagoano sobre Sindróme de Down. O evento acontece no auditório da Unit, em Cruz das Almas. Inscrições no Acesso Vip, no Parque Shopping, em Cruz das Almas. Informações pelos telefones (82) 9935-5851/ 9127-9042/ 9152-5959.
Síndrome de Down II
Não foi por falta de aviso que o concurso para titulares de cartórios em Alagoas está mais enrolado que papel higiênico. Desde o início o deputado Isnaldo Bulhões vem defendendo a necessidade de uma lei estadual para regulamentar o concurso. Mas até agora o TJ tem feito ouvido de mercador.
A Procuradoria-Geral da República deu parecer contrário a um mandado de segurança que o BNDES apresentou no STF, a fim de evitar que o TCU tenha acesso às informações sobre os financiamentos concedidos ao grupo J&F, mais conhecido como JBS/Friboi. O BNDES alega que a entrega dos dados requeridos pelo TCU feririam o sigilo bancário. No parecer, o subpro-curador-geral da República Paulo Gustavo Gonet Branco disse o óbvio: que financiamentos com recursos públicos devem ser transparentes. Caberá ao ministro Luiz Fux decidir a parada. Como o grupo J&F é o maior financiador das campanhas do PT, a revelação das informações do BNDES pode significar a abertura de uma caixa de Pandora para o partido que lava dinhei-ro com doações oficiais. ((Diogo Mainardi)
Metendo a mão
TV Farol
Tem vice-prefeito “metendo a mão” no financeiro de secre-tarias do município para poder pagar as despesas da campanha do padrasto. Informações dão conta de que nos próximos dias a situação será exposta nos noticiários. Uma verdadeira bomba está para estourar.
A TV Farol afiliada a TV Cultura em Alagoas, canal 8 na NET e 16 na local, recebeu na quarta-feira (18) o diretor da emissora nacional, Fábio Borba que exigiu que a família Caldas não faça politicagem na TV. Vai ser osso duro de roer para o jornalista Arnaldo Ferreira que montou uma equipe fortalecida com medalhões do jornalismo. Ele terá que blindar seus companheiros.
E o presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, Francisco Wildo Lacerda, acabou com a pretensão das faculdades particulares de Alagoas que se insurgiram contra as novas regras do Fies. Elas haviam conseguido suspender as novas regras para concessão do financiamento estudantil.
A
denúncia de vícios no edital do concurso público para titulares de cartórios revela que essas serventias extrajudiciais permanecerão sob domínio de feudos familiares. Como na época das capitanias hereditárias. Todos os cartórios de Alagoas são comandados por herdeiros que passam esses cargos de pai para filhos. E ninguém está disposto a entregar a “mina” tão facilmente. E não será um concurso público de cartas marcadas que vai mudar essa situação. Existem cartórios que faturam mais que usina de açúcar e seus “donos” farão tudo, até o diabo, para manter essas serventias sob controle familiar. Um edital sob medida é o caminho “legal” para manter os cartórios sob regime hereditário.
FRASES DA SEMANA “Esse negócio de doação oficial é balela”. Paulo Roberto Costa, sobre a defesa do PT na rouba-lheira da Petrobras.
“Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder”. Do mesmo Paulo Roberto, copiando Millôr Fernandes.
“O Partido Progressista acabou faz tempo; hoje não passe de uma prostituta”.
Concurso enrolado
Maus lençóis
Deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que integra a lista de Janot.
Teotônio Vilela Filho agora sem o poder de governador pode estar em maus lençóis com a justiça, especificamente com o Tribunal de Contas. Pois, segundo o Ministério Público de Contas há irregularidades na prestação de contas do tucano referente ao ano de 2011.
Escândalo
Ou não!
Um novo escândalo ligado à área da segurança pública deve estourar nos próximos dias. Está ligado à compra de equipamentos para a Polícia Militar e tem peixe grande envolvido. Aguardem!
Só não se sabe se o parecer do MP de Contas sobre as contas de 2011 será mais um processo arquivado. Basta lembrar que um grande aliado de Téo está no TC, o ex-deputado estadual Fernando Toledo (PSDB).
TRF-5 O TRF-5 está com novo desembargador. É o mestre em Direito e professor da Ufal Paulo Machado Cordeiro, 58 anos. Natural do Rio, ele viveu na Bahia e desde 1991 adotou Alagoas como sua terra, onde foi nomeado juiz federal. Foi diretor do Foro da Seção
O evento tem como atração principal o senador Romário Faria (PSB-RJ). Ele participará de uma mesa redonda na sexta-feira, 27, às 16 horas, com o tema “Direitos das pessoas com deficiências: Se reconhecendo como sujeito de direitos”.
Fies 1
Fies 2 A decisão do desembargador Lacerda é mais um gol dentro no jogo de disputas entre as fábricas de diploma espalhadas por todo o país e o Ministério da Educação. Pelas regras, o estudante tem que ter obtido pelomenos 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580
EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves
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extra
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Reino encantado da Dilma Portugal, Cascais - A Dilma é uma espécie de extraterrestre, parece que vive em outro planeta inabitado por seres vivos. Toda sujeira que chega à sua sala, ela quer limpar com a sua varinha mágica como se vivesse no reino encantado da Alice no país das maravilhas. Além disso não tem um pingo de solidariedade com seus parceiros do PT, partido onde ela desceu de paraquedas, abraçada ao Lula, que precisava eleger um sucessor marionete para continuar mandando no país. Agora, ela entregou às moscas o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ao falar sobre o indiciamento do seu companheiro pelo MP nos crimes decorrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Veja que pérola de frase da presidente pra tirar o dela da reta no mar de lama que se encontra o seu governo: “Todo mundo tem o direito de defesa, o que vale pra todo mundo vale pra todo mundo”. Entendeu? Pois é, com essa frase inteligente, própria de uma estadista, a Dilma vai escapando das garras do Ministério Público, mesmo com todos os indícios de que se beneficiou do dinheiro roubado da Petrobras na sua eleição e das suas digitais aparecerem na compra superfaturada da refinaria de Pasadena. Mais tonta do que barata em piso envernizado e mais perdida do que cego em tiroteio, a presidente não tem mais para quem apelar depois que milhões de pessoas foram às ruas pedir a sua cabeça e já marcaram para o dia 12 de abril a próxima manifestação. Agora, a presidente faz carinho nos líderes políticos no congresso para salvar o mandato à beira do precipício. Eduardo Cunha, que em um país sério jamais chegaria a presidente da Câmara dos Deputados, já se mostrou sensível aos aconchegos da presidente ao se manifestar contra o impeachment, arma poderosa para barganha política. Mas é na sua cozinha, na antessala do Palácio do Planalto, que a presidente se descabela para harmonizar as divergências e a briga pelo poder. Lula já mandou recado de que não conversa nem legitima Aloizio Mercadante, de quem fala mal por ser arrogante e despreparado para o cargo. Aliou-se aos amigos no congresso para pressionar a Dilma a se livrar dele, lobby que, no momento, está forte. Os militares também estão insatisfeitos com o Ministro da Defesa Jaques Wagner, o ex-governador baiano, a quem considera um sujeito brincalhão demais, comportamento incompatível com o sisudo cargo que exerce. Eduardo Cardozo e Miguel Rossetto, depois do pronunciamento na TV para falar das manifestações, já foram chamados de ventríloquos. E o articulador do governo Pepe Vargas é ignorado pelos líderes no Senado e na Câmara.
- MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE MARÇO DE 2015 -
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Baderneiros Felizmente, nesse histórico dia 15 de março, os brasileiros acordaram e foram às ruas pedir o afastamento da Dilma. Não houve sequer um conflito porque o povo, ao contrário dos baderneiros vermelhos, sabe respeitar a democracia. Viva o povo brasileiro!
Medíocres
Genocídio
Os outros ministros inexpressivos escondem-se da Dilma com medo de serem descobertos e demitidos. É assim, em um país de fantasia, que o Ministério Público apelidou a operação que prendeu Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, de “Que país é esse”? Nada mais original para denominar uma operação que agora prendeu o caixa do PT na Petrobras. Os brasileiros agora querem saber qual seria a frase inteligente da Dilma para se referir ao Zé Dirceu quando Duque começar a jogar farinha no ventilador sobre os milhões de reais que alimentaram as campanhas petistas nos últimos doze anos.
A CUT na época estava em formação, o Lula lá no ABC tentava marcar posição com as greves. O general Golbery, o bruxo da ditadora, manipulava a imprensa, os sindicatos, os empresários e os políticos. E nós, todos juntos, brigávamos contra a direita fardada. Ah, é verdade, ainda existiam a direita e a esquerda. Os comunistas, que lutavam por uma sociedade igualitária com o proletariado no poder, escondiam, por conveniência, o genocídio na URSS, sob o comando de Stalin, e os fuzilamentos e as perseguições na ditadura castristas e na Romênia do ditador Nicolau Ceausescu. Éramos felizes e motivados por uma luta ideológica que muitas vezes nem sabíamos de onde vinha nem imaginávamos para onde ia, mas que nos motivava a uma briga comum contra a ditadura militar. Ganhamos!
Caça PT Para quem achava que o Juiz Sergio Moro tinha chegado ao final da sua operação “Caça PT” vai se surpreender com Renato Duque se ele, evidentemente, aceitar a delação premiada. Não ficará pedra sobre pedra nesse governo. Do jeito que as coisas andam, os brasileiros certamente não vão precisar ir às ruas pedir o impeachment da presidente. Isolada no poder, a Dilma não resistirá às pressões e pode melhorar a vida do povo e evitar derramamento de sangue se entregar o cargo.
Ignorância política Alguns leitores que têm acompanhado as minhas críticas ao governo e ao PT acham que sou pessimista quando ao destino do país e que preciso ajudar com ideias para o país sair dessa crise moral e econômica.Bobagem, não sou político nem me proponho a salvar o mundo.Imagina! Sou apenas um jornalista, observador crítico desse momento. A massa que foi em peso às ruas nesse domingo tem a resposta para o desgoverno: impeachment já. Desde que sai da vida sindical no Rio tenho me empenhado como jornalista em contribuir para o fortalecimento da nossa estabilidade democrática.
Pelegos A minha experiência como ex-sindicalista, leva-me a algumas observações. A primeira delas é que nao existe diferença entre o pelego jornalista e o pelego metalúrgico. A outra é que no Brasil o sindicato virou um meio de vida, de prosperidade e de poder para os oportunistas que transformam essas entidades de classe num instrumento de manipulação política com o dinheiro do contribuinte através do imposto sindical.
Ócio oficial Quando compus a diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Rio uma das primeiras decisões foi abrir mão da imunidade que nos permitia ficar à disposição do sindicato. Achávamos que a nossa luta começava pelas redações, portanto, não deveríamos fugir do nosso local de atuação. Até então, a regra era que a diretoria estava dispensada do trabalho diário. Um ócio oficializado.
Incapaz Meu Deus, ganhamos, mas como fomos manipulados pelas circunstâncias de vivermos em um país que continuou obscuro e amordaçado pela falta de cultura, o analfabetismo e a miséria. O Lula, que hoje mantém e financia esse exército vermelho com o dinheiro do povo, foi fruto dessa nossa ignorância. Achávamos que um operário seria capaz de conduzir a nação à prosperidade e ao desenvolvimento sem tentar insuflar o povo para um conflito de classes, como ele vem fazendo pelo país.
Tragédia O PT, que hoje vive na lama da corrupção, foi criado para que nós, brasileiros, tivéssemos orgulho dos nossos trabalhadores, da classe operária e do seu poder de luta. Mas hoje, o que constatamos é que esse partido, que se vendeu ao brasileiros como o representante da classe trabalhadora, pode nos levar a uma tragédia civil, a exemplo do que ocorreu na URSS do Stalin no início do século passado.
Ignorância Lula, na verdade, é um reflexo da nossa fragilidade política. Ora, a história mostra que quando o povo está fraco abraça qualquer coisa que vê à frente, como uma tábua de salvação, como aconteceu na Alemanha de Hitler, na China de Mao, na Itália de Mussolini, na Espanha de Franco e no Portugal de Salazar.
Os vermelhos A passeata dos camisas vermelhas pelas ruas do país assemelhou-se a dos camisas negras de Mussolini. A nossa foi organizada pelos pelegos das centrais sindicais que hoje vivem às custas do dinheiro público do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhadores). Alimentam-se desses recursos para defender as falcatruas de um governo que eles se aliaram como cúmplice dessa nefasta corrupção.
4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE MARÇO DE 2015
GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br
Corrupção endêmica
Reação de bastidores Muitos dos que aderiram à candidatura de Renan Filho ao governo estão cobrando a fatura. Querem cargos comissionados, coisa que parece escassa no momento. Alguns da amizade pessoal do governador já foram beneficiados, mas outros ainda estão na esperança do que isso venha a acontecer.
Crise em Brasília 1
O vice-prefeito Marcelo Palmeira tem mantido o mesmo ritmo em que se elegeu junto com Rui Palmeira. Ele participa de inaugurações, de expedição de ordens de serviço para asfaltamento de ruas, de saneamento básico, recuperação de escolas e, no último temporal caído em Maceió, esteve presente em todas as áreas de riscos. Pelo trabalho, Marcelo vai longe.
Sem volta
O
povo brasileiro foi às ruas pedir a saída da presidente Dilma Rousseff e o fim da corrupção. A primeira alternativa até que é discutível dentro dos meios legais, mas, a segunda, acabar com a corrupção é história para inglês vê. A corrupção está enraizada neste país não é de agora e não se acaba com ela de uma hora pra outra. É preciso disposição política para dar um basta a tudo isso, mas é exatamente nesse campo, o político, que o Brasil terá grandes dificuldades. Afinal de contas, cerca de 54 parlamentares estão sofrendo investigações pelo Supremo Tribunal Federal. O que o povo aguarda, mas parece que deve esperar sentado, é que o Supremo Tribunal Federal julgue logo e puna quem tiver culpa no cartório. O longo processo de investigação, de inquérito e processual, fatalmente fará cair no esquecimento, se a população não estiver ativa, viva, acompanhando e cobrando de todas as instâncias as punições devidas. Assaltar os cofres de Câmaras Municipais, de Prefeituras, de Assembleias Legislativas, do Poder Executivo, além de empresas como a Petrobras, é uma situação rotineira há décadas acontecendo no Brasil. Para acabar com a corrupção, somente o povo indo às ruas, como foi na semana passada, exigindo das autoridades um basta em tudo isso. Afinal de contas, o que o povo mesmo quer é educação de boa qualidade, saúde, segurança pública e comida na mesa. Um dia, certamente, não veremos mais este estado de coisas que acontece no Brasil.
Se preparando
O governo federal vai ter que engolir a pressão do PMDB, insatisfeito com o tratamento que tem recebido do Palácio do Planalto. O presidente do Senado, Renan Calheiros, não faz segredo de que não tem como continuar com essa parceria. Ou seja, a presidente terá grandes dificuldades pela frente.
Liderado pelo jovem Arthur Silveira, o projeto Amo, sim, Maceió, tem tudo para deslanchar e ajudar as comunidades mais carentes da capital alagoana. O projeto se encontra na fase de planejamento das ações que objetivam fundamentalmente, melhoria pra promover os bairros mais carentes de Maceió. Sem fins lucrativos e com a participação de poucas pessoas, o projeto tem tudo para dar certo.
Todos inocentes
Só vendo 1
Até sentença transitada em julgado todos os parlamentares citados na Operação Lava Jato são inocentes. Afinal de contas todos negam qualquer participação de terem recebido recursos roubados da Petrobras. Para julgar todos esses processos que certamente serão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal, só Deus sabe.
Reclamações 1 O aumento exagerado do IPTU e a diminuição do desconto para pagamento à vista chocou grande parte da população. Muitos contribuintes já estão com saudade do ex-prefeito Cícero Almeida, que teve um tratamento diferenciado para esse tipo de contribuinte.
Reclamações 2 O IPTU também não teve pena das pessoas de baixa renda. Num condomínio do Minha Casa, Minha Vida, no Benedito Bentes, a mordida inicial foi de 417 reais por um apartamento de dois quartos, com 47 metros quadrados. Parece que a prefeitura quer tirar a diferença dos repasses federais nas costas dos pequenos contribuintes.
Reclamações 3
A relação do Congresso Nacional com o Planalto está cada vez pior. A Câmara dos Deputados peitou o então ministro Cid Gomes e ele terminou pedindo para sair. Nem precisava. A presidente Dilma já deveria ter mandado Cid para as favas, depois das declarações intempestivas de que na Câmara havia entre 300 e 400 deputados achacadores.
Teve proprietário de apartamento que, ao fazer as contas, pagou mais de 20% de aumento do IPTU este ano, com apenas um desconto à vista de 10%. Para a crise em que a população está vivendo, com reajuste deste tamanho vai terminar todo mundo com a cuia na mão.
Crise em Brasília 2
Essa conversa de que o deputado e pastor João Luis utiliza a Igreja Quadrangular como palanque político, todo mundo sabe e não é de agora. Se assim não fosse João Luis jamais teria sido eleito várias vezes vereador. O pastor, entretanto, tem, ao longo de sua vida política, proporcionado atendimento social à todas as pessoas que procuram por sua ajuda.
Mas perguntar não ofende: será que existe mesmo deputados achacadores na Câmara?
Ele pirou? Ninguém sabe o que deu na cabeça do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, para vir a Alagoas tomar como modelo o nosso sistema penitenciário. Parece que a situação no vizinho Estado não está nada boa. Deviam ter levado também Paulo Câmara à Central de Flagrantes e a Casa de Custódia.
Pró Maceió
História antiga
Experiência A bancada federal foi inteligente em eleger o deputado Ronaldo Lessa como coordenador. Com muita experiência, já que foi governador duas vezes, deputado estadual, prefeito de Maceió e vereador, além de conhecer bem os gabinetes de Brasília, por certo Ronaldo ajudará muito o Estado.
A atual Mesa Diretora da Assembleia Legislativa jura que colocará a instituição nos eixos e que afastará de vez o fantasma da corrupção que sempre rondou a Casa de Tavares Bastos. Só vendo.
Só vendo 2 Deveria a Assembleia começar pelo corte de parte da assessoria de cada parlamentar, exagerado para o trabalho que ali é realizado. Alguns cargos com salários superiores a 15mil reais e que, como sempre, não dão o necessário serviço que a Assembleia precisa.
Só vendo 3 A Assembleia Legislatura tem história de corrupção, favorecimento a cabos eleitorais e outras coisinhas mais. Não será do dia pra noite que Luis Dantas e sua tropa resolverá os problemas crônicos daquela Casa.
Cadê o meu? Pessoas ligadas ao suplente de deputado Cícero Cavalcante dizem que ele não se conforma em não ter assumido qualquer cargo no governo de Renan Filho. Estuda dar o troco nas próximas eleições. O cargo de sua filha para o Procon não tem sensibilizado Cavalcante, que anda sendo gozado pelos seus amigos.
O risco de Almeida O deputado federal Cícero Almeida não está confortável no PRTB, partido em que se elegeu no ano passado. Quer ter um partido somente seu, ou seja, que mande e desmande o que não é o caso no momento. Ele pensa em migrar para o PTN, partido sem grande expressão, mas é preciso ter muito cuidado para não perder o mandato por infidelidade partidária.
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- MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE MARÇO DE 2015 -
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TRAMBIQUE ELEITORAL
Biu de Lira é denunciado no MPF por dar calote em campanha Candidato derrotado ao governo é acusado de ter débito de quase R$ 2 mi com prestadores de serviço
CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com
A
lém de derrotado nas urnas, o senador e candidato ao governo de Alagoas na última eleição, Benedito de Lira (PP), terminou a campanha com a fama de caloteiro. Há quase 200 dias o empresário Cristiano Dorta, que foi responsável pela contratação de carros de som,vem cobrando por direito o que tem para receber do senador pelos serviços prestados no último pleito. Tendo que vender até o próprio veículo para arcar com as despesas, Cristiano decidiu denunciar Biu de Lira pelo suposto “calote”. O empresário esteve na Procuradoria da República para solicitar uma investigação na prestação de contas do senador, a qual, segundo Cristiano, estaria errada, devido ao débito com ele e outros prestadores de serviço. “Em contrato assinado para a campanha do Biu, disponibilizei através de prestação de serviço 15 carros de som, show pirotécnico e um caminhão F-4000. O débito comigo chega a quase R$ 150 mil. Desde setembro do ano passado venho cobrando e nada de ser pago”. Além dele, Cristiano ressaltou que o calote se estende a outros empresários. “ O Ednaldo da Gráfica, João Ulisses, da produtora que
Derrotado no primeiro turno das eleições de 2014, Biu de Lira não quitou até hoje serviços de carro de som, denuncia Cristiano Dorta
Locação deveria ter sido paga até setembro, conforme o contrato
gravou os programas eleitorais do Biu, uma agência de marketing e outros empresários do ramo de som automotivo. Juntando o débito de todos, chega a quase R$ 2 mi. Estou representando
todos eles nesta luta pelos nossos direitos, pois trabalhamos e merecemos receber”, disse. Questionado sobre o porquê de fazer a denúncia após cinco meses da eleição,
o empresário disse que não aguentava mais ir atrás dos responsáveis pelo pagamento e ser “enrolado”. “Resolvi denunciar porque estava cansado de ser enrolado. O antigo coordenador financeiro da campanha era Gustavo Medeiros, que acabou saindo do Estado, porque não estava aguentando a pressão das cobranças dos prestadores de serviço, pois muita gente está sem receber. Logo após o Gustavo ter ido embora, quem assumiu a frente dos pagamentos foi o sobrinho do senador, o secretário de Habitação de Maceió, Mac Lira, que prometeu nos pagar, mas só ficou na promessa mesmo”. Nos próximos dias, a Procuradoria deve pedir ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que inclua e analise novos documentos
no processo de prestação de contas do senador Benedito de Lira. Outro fato que chama a atenção é que na consulta dos doadores e fornecedores da campanha de Benedito de Lira, o que parece é que os débitos com os prestadores de serviços citados na reportagem foram omitidos pelo senador. TAL PAI, TAL FILHO O deputado federal Arthur Lira (PP), filho do senador, também deu um calote em dezenas de funcionários de uma fábrica da qual era proprietário no Distrito Industrial, em Maceió, chamada de PetNort. Segundo informações, até hoje os antigos funcionários nunca viram a cor do dinheiro das indenizações trabalhistas.
6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE MARÇO DE 2015 IMPROBIDADE
Câmara de Marechal cria Comissão para investigar Cristiano Matheus Vereador Jorge Mello afirma que o prefeito não respeita a população e se nega a cumprir com a LAI JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com
R$ 60 milhões. “Onde foi parar esse dinheiro? O que foi investido na cidade de Marechal? Em que conta está esse montante? Toda a população faz esses questionamentos e até hoje o prefeito segue em silêncio”, desabafou Mello.
O
mandato do prefeito de Marechal Deodoro, Cristiano Matheus (PMDB), é marcado por uma série de investigações do Ministério Público Estadual que apura os desmandos praticados na administração do chefe do executivo. Agora é a vez da Câmara Municipal de Marechal Deodoro instaurar uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para demonstrar a falta de transparência do gestor no comando da prefeitura. Para criação da CEI, foi necessário um terço da aprovação dos 13 vereadores que Marechal possui. Os cinco parlamentares que assinaram o requerimento em favor da sua instauração foram: Jorge Mello (PTB), Juscelino Vicente (PSC), André Luiz Barros (PC do B), Cláudio Roberto Ayres (PSD) e Larissa Sena (PV). Com o número de assinaturas devidas, os vereadores devem se debruçar já na próxima semana para colher dados que ratifiquem a malversação de recursos da máquina pública. O vereador Jorge Mello destacou que as contas de Marechal Deodoro não foram aprovadas pelo Tribunal de Contas. “Não temos infomações nem mesmo se elas foram enviadas para a Corte. Os escândalos que acontecem na administração do prefeito mostram sua ir-
ACUSAÇÕES
Já denunciado pelo MP, Matheus será alvo de CEI; Mello quer saber para onde foi dinheiro dos royalties
responsabilidade. Sua falta de compromisso é algo alarmante. Se for necessário vamos pedir seu afastamento, cassação; tudo para coibir seus atos de improbidade”. Ainda segundo o vereador, Marechal passa por tempos de abandono total. Os problemas vão desde a contratação de empresas de estruturas de eventos artísticos até a falta de funcionamento das escolas e indefinição do ano letivo. “O prefeito acusado pelo Gecoc de liderar uma quadrilha age sem nenhuma transparência; contratos, licitações, recebimento do montante dos royalties, tudo é uma caixa preta”, enfatizou Jorge Mello. O vereador revelou que encaminhou inúmeros ofí-
cios ao chefe do executivo pedindo explicações com gastos públicos. “Apelei até para LAI (Lei de Acesso a Informação) e mesmo assim o meu dever de fiscalizar e meu direito como cidadão foi negado. O prefeito é intransigente, não respeita a estrutura política, não respeita o povo de Marechal Deodoro”. Algumas das solicitações feitas ao prefeito Cristiano Matheus no exercício de 2015 às quais o jornal EXTRA teve acesso: “Cópia do processo licitatório realizado com a empresa vencedora da obra da praça Padre Paulino, com o respectivo contrato celebrado; cópia do processo licitatório com as empresas vencedoras de qualquer evento realizado pelo município de Marechal Deodoro
referente a janeiro de 2012 até fevereiro de 2015”. Outros requerimentos encaminhados por Jorge Mello cobram o extrato bancário de todas as contas correntes e eventuais fundos de investimento do Fundo de Assistência à Previdência e o número de carros locados e os valores dos contratos. CADÊ O DINHEIRO DOS ROYALTIES? Jorge Mello contou que a briga judicial entre os municípios do Pilar e Marechal Deodoro sobre a localização da Unidade de Processamento de Gás Natural da Petrobras (UPGN) para o recebimento dos royalties chegou ao fim. “O município recebeu
Matheus é acusado pelo MP de cometer ilícitos penais de fraude em licitações, formação de quadrilha e crimes de responsabilidade de prefeitos. As acusações que pesam contra o prefeito são de que o gestor já deixou um rombo milionário nos cofres públicos. Segundo o MP, ao analisar os contratos e ordens de pagamento, foi verificado que três processos de licitação e 19 processos de pagamento foram fraudados. O prejuízo foi estimado em R$ 1.342.081,00. O órgão constatou ainda que o processo de pagamento ocorreu de forma completamente irregular. De acordo com a denúncia, nos anos de 2009 e 2013, diversas despesas foram realizadas pelo município em favor da empresa L.Carvalho Produções que supostamente, teria realizado serviços de locação de equipamentos para uma festa, em 2009, em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, padroeira daquela cidade. A empresa também teria sido contratada para fornecer orquestras para se apresentarem em blocos carnavalescos.
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MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE MARÇO DE 2015 - 7
CAPITANIA HEREDITÁRIA
Advogada denuncia plano para fraudar concurso dos cartórios Esquema para beneficiar filhos e parentes de juízes e desembargadores e de donos de cartórios custaria R$ 20 mi JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com
A
descrença na seriedade dos concursos públicos realizados em Alagoas é provocada por uma série de fatores, entre eles a ligação de poder entre instituições e personagens que comandam o certame e seus concorrentes. Na segunda-feira, 16, um ofício encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por uma advogada – que preferiu não se identificar por temer represálias – denuncia uma série de vícios no edital do concurso dos cartórios com objetivo de fraudar o certame. O documento alerta o conselheiro do CNJ Paulo Teixeira sobre a existência de um esquema milionário para burlar o concurso e favorecer filhos de juízes, desembargadores e donos de cartórios. “É de clareza solar a intenção do edital em favorecer os atuais notários ou pessoas determinadas”, diz a advogada em sua denúncia e indaga ao conselheiro do CNJ sobre alguns quesitos do edital em relação àprova oral: “Como pode, excelência, o candidato saber um dia antes os assuntos que vai responder? Ainda achando pouco, a prova é com consulta! Que tipo de concurso o examinado sabe o que estará sendo arguido na prova oral? Só falta dar a prova preenchida para assinar”.
A advogada argumenta que na contagem de pontos o edital favorece a pessoas determinadas: “a) Prova Discursiva e Técnica – peso 4 (quatro); b) Prova Oral – peso 4 (quatro); c) Prova de Títulos – peso 2 (dois). Onde está a nota da prova objetiva ? Foi aniquilada? A resposta é simples. As pessoas determinadas não são concurseiras, portanto, se a prova objetiva contasse, com certeza, não chegariam nem perto dos primeiros lugares. Aborrecendo muita gente grande e mal acostumada”. É de conhecimento público que a prova objetiva é onde se faz o filtro dos melhores candidatos, mas parece que essa não é aintenção do edital elaborado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. Na denúncia levada ao Conselho Nacional de Justiça, a advogada também externa sua opinião: “É nítida a necessidade de quebra da hegemonia cartorial desse Estado a fim de maior credibilidade do Poder Judiciário e segurança jurídica para a população”. ESQUEMA MILIONÁRIO Ainda de acordo com a denúncia, corre nas redes sociais e à boca-miúda que o concurso seria de cartas marcadas. A reportagem do jornal EXTRA apurou que o valor negociado para aprovação da primeira
Denúncia foi encaminhada ao conselheiro do CNJ Paulo Teixeira
colocada é de R$ 20 milhões e já tem endereço certo. A privilegiada assumiria o cargo em Maceió assim que o pai – “dono” de um dos mais rentáveis cartórios da capital – se aposentasse para que a mesma ocupasse sua vaga pelo critério de remoção. Vale destacar que o edital do concurso para titularidade dos 189 cartórios considerados vagos possui contradições que podem realmente facilitar o esquema que estaria sendo montado em Alagoas para beneficiar figurões de cartórios, do poder Judiciário e da política. Um deles é o referente ao preenchimen-
to das vagas. De acordo com o item 29.1, alínea “a” do Edital 20/2014, “As vagas serão numeradas na forma ordinal, em ordemcrescente, considerando-se as duas primeiras comovagas destinadas ao Concurso deprovimento, e a terceira vaga ao Concurso de remoção, e assim sucessivamente, sempre duas vagas de provimento e uma de remoção, até oinfinito”. Ocorre que a alínea “b”, afirma que “A cada nova vacância que ocorrer, o fato será reconhecido pelo Tribunal de Justiça, que fará publicaro ato declaratório da vacância, no prazo de30 (trinta) dias, mencionando ainda, na pró-
pria portaria, o número em que ele ingressará na relação geral de vagas e o critério que deverá serobservado para aquela vaga”. Por esta lógica, o TJ pode simplesmente, após findo o concurso, declarar vago um cartório e estabelecer que a nova titularidade se fará pelo critério de remoção, beneficiando eventual candidato ou candidata. A lista de inscritos para o concurso, disponível desde o dia 9 deste mês no endereço www. copeve.ufal.br/index.php?opcao=concurso&idConcurso=2631932traz nomes conhecidos, inclusive de juiz, filho e filha de donos de cartórios e até filho de desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas. No documento em que revela o esquema, a advogada ainda afirma: “Nosso País passa por um momento que clama por mudanças e transparência dos poderes do Estado”. E, por fim, questiona o conselheiro do CNJ, Paulo Teixeira: “O CNJ não pode fechar os olhos para esse concurso, principalmente sendo de cargos vitalícios. Até quando vamos continuar com as mesmas famílias e mesmos vícios?”.
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TJ admite falta de controle sobre cartórios e é repreendido pelo CNJ Concurso está suspenso até que o Judiciário alagoano entregue lista certa de serventias vagas; prazo é de 20 dias VERA ALVES veralvess@gmail.com
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incerto quase certo se confirmou e o primeiro concurso público para cartórios em Alagoas voltou a ser suspenso pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O incerto fica por conta das declarações dadas na semana pelo coordenador do certame dentro do Tribunal de Justiça, o desembargador Tutmés Airan, segundo as quais o TJ teria cumprido com todas as recomendações do conselho e as provas objetivas aconteceriam neste domingo, 22. Mas para quem acompanha o dia a dia das serventias extrajudiciais no estado era certo que o concurso não se realizaria tão cedo. A suspensão do concurso foi determinada na segunda, 16, pelo conselheiro do CNJ e relator do Procedimento de Controle Administrativo 000324206.2014.2.00.0000, Paulo Tei-xeira. O motivo da suspensão? O Tribunal de Justiça de Alagoas não tem certeza sobre quantos e quais são os cartórios efetivamente vagos no estado e sobre alguns, sequer sabe a data de sua instalação e quandocomeçaram a funcionar. Tamanha falta de controle rendeu mais uma vez ao Judiciário alagoano uma reprimenda por parte do Conselho Nacional de Justiça. O conselheiro Paulo Teixeira, que qualificou como “preocupante” o fato, destacou que “tais informações deveriam ter sido coletadas, e regularmente atualizadas,
pelo menos desde a edição da Resolução CNJ 80, em junho de 2009”. Datada de 9 de junho de 2009, a Resolução 80 é a origem da celeuma que atingiu o país há quase seis anos, ao declarar vagas todas as serventias extrajudiciais cujos titulares a partir de 1988 não houvessem realizado concurso público. Na mesma data, o CNJ editou a Resolução 81, definindo as regras para a realização de concurso público em todos os cartórios declarados vagos. Por cinco anos o Tribunal de Justiça de Alagoas conseguiu postergar indefinidamente a realização do certame, até que, após insistentes “puxões de orelha” por parte do CNJ na forma de portarias e outros atos da Corregedoria Nacional de Justiça, a ameaça de processo disciplinar levou o desembargador José Carlos Malta, então presidente do TJ, a providenciar, em abril do ano passado, a divulgação de edital sobre o concurso. Datado de 14 de abril de 2014, o Edital nº 20/2014– que previa o certame para 199 cartórios – sofreria uma retificação em 22 de abril. O concursoterminou sendo suspenso no dia 12 de junho de 2014, por decisão do conselheiro Paulo Teixeira devido à ausência de informações mais detalhadas sobre as serventias extrajudiciais dentro do mesmo PCA que originou nova suspensão do certame esta semana e depois de ter tido sua continuidade liberada pelo CNJ em novembro do ano passado e quando o número de cartórios
Há uma semana, o desembargador Tutmés Airan garantiu que as provas ocorreriam neste domingo,22
a serem preenchidos caiu para 189. Nas respostas aos pedidos de informações feitos pelo CNJ, o Tribunal de Justiça de Alagoas confirmou aquilo que já se sabia: não existe controle efetivo sobre as chamadas serventias extrajudiciais, cuja arrecadação real ainda é um mistério, já que as informações são repassadas pelos próprios cartórios. E mais, mesmo reconhecendo a falha, o TJ deu continuidade ao concurso. No ofício de número 539/2015 enviado ao conselheiro Paulo Teixeira, o presidente do TJ, desembargador Washington Luiz deixa antever sua posição pela não continuidade do concurso, ao afirmar: “Sua Excelência o Desembargador Corregedor Geral da Justiça do Estado de Alagoas sustentou os óbices por ele já apontados à medida que indicou expressamente quanto à impossibilidade de realização do certame sem os requisitos que lhe são indispensáveis e inerentes. Resta então decidir quanto ao que fazer concretamente: suspender o concurso ou realizá-lo mesmo com as irregularidades
apontadas (ausência de informações indispensáveis quanto às serventias vagas), o que, sem dúvida, é uma temeridade”. Os óbices aos quais o presidente do TJ se refere são explicitados pelo próprio relator do PCA no parecer em que determina a suspensão do concurso, ao transcrever parte do ofício de número 272/2015 datado do dia 11 deste mês e a ele encaminhado pelo corregedorGeral de Justiça, o desembargador Klever Rêgo Loureiro: “Cumpre-nos informar a Vossa Excelência que entendemos existir a necessidade de uma maior atenção com vistas a minimizar eventuais prejuízos a serem suportados pelos inscritos no atua concurso, além de prejuízos financeiros ao Poder Judiciário do Estado de Alagoas, diante da possibilidade de arguição de nulidade do concurso em andamento”. Em outro trecho do ofício, a confissão: “Observamos também que, realizando busca em nosso acervo por informações referentes às serventias vagas, verificamos a ausência de pastas com os documentos de
algumas serventias e ainda a existência de pastas onde os documentos nelas existentes não são suficientes para, com segurança jurídica, extrair as informações necessárias, reforçandose a necessidade da realização do censo administrativo, com a finalidade de atualizar nossos arquivos com documentos que comprovem datas de criação, datas de instalação, atos de nomeação, portarias e demais documentos necessários para diagnosticar a atual situação de cada cartório, assim como a alimentação correta do Sistema Justiça Aberta”. Agora, o Tribunal de Justiça de Alagoas tem 20 dias – contados a partir do dia 16 – para fazer o que admite não ter feito em quase seis anos: fiscalizar as serventias extrajudiciais e fornecer ao Conselho Nacional de Justiça a listagem concreta e correta de todos os cartórios do estado, especificando quais de fato estão vagos. E para isto, destaca o conselheiro Paulo Teixeira, “valendo-se de métodos eficientes, até mesmo, podemos sugerir, com a realização de uma força tarefa dirigida pela Corregedoria”.
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CAPITANIA HEREDITÁRIA
Campeão de faturamento teve receita de R$ 11,2 mi em 2014 Tratadas como negócio de família passado de pai para filho, as serventias extrajudiciais, como são denominados os cartórios que emitem/ reconhecem documentos ao cidadão comum, sempre estiveram envoltas em segredo quando o assunto é seu faturamento. A “caixinha” só começou a ser aberta em 2005, quando passaram a ser obrigados a informar sua receita para os tribunais de Justiça. O controle efetivo, contu-
do, somente viria a partir de 2009, quando o Conselho Nacional de Justiça editou a Resolução 80. Com uma renda milionária em alguns casos – a exemplo do 1º Cartório de Registro de Imóveis e Hipotecas de Maceió, de Stélio Darci Cerqueira de Albuquerque, que teve faturamento superior a R$ 11 milhões no ano passado –, os cartórios ainda são uma caixinha de segredos e que em vários estados, e Alagoas é um
exemplo, ainda mantêm uma relação estreita com membros do Judiciário. Isto talvez explique a relutância na realização do concurso público em terras tupiniquins. Oficialmente são 243 cartórios extrajudiciais em Alagoas, sendo que os mais rentáveis estão localizados em Maceió de acordo com os dados do CNJ. O segundo faturamento do ano passado coube ao 2º Cartório de Títulos e Documentos, com receita de R$ 4.298.638,09. Seu
titular é Rainey Barbosa Alves Marinho, presidente da Anoreg -AL entidade que reúne os notários do Estado. Ambos estão fora da disputa no concurso público. O terceiro maior faturamento da Capital é do Cartório do 3º Registro de Imóveis e Hipotecas e de Distribuição de Protestos e Títulos de Crédito. Seu titular é o deputado Sérgio Toledo de Albuquerque - filho de Stélio Albuquerque - que declarou faturamento de R$ 3.901.535,03 em 2014.
O Cartório do 1º Ofício de Protestos de Títulos e Notas, de Celso Sarmento Pontes de Miranda, vem em quarto lugar com um faturamento declarado de R$ 3.333.062,28 no ano passado. Imaginava-se muito mais, face seu elevado movimento diário. Na segunda maior cidade do estado, Arapiraca, o líder em faturamento é o Alagoas Cartório do 2º Ofício de Notas, que declarou receita de R$ 1.511.150,33 em 2014.Este está na disputa.
Receita e situação das serventias de Maceió e da mais rentável de Arapiraca MACEIÓ Código (CNS) : 00.173-5 - (Ativo) Denominação : 1º CARTORIO DE REGISTRO DE IMOVEIS E HIPOTECAS DE MACEIÓ Data da Instalação : 26/07/1865 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável : STELIO DARCI CERQUEIRA DE ALBUQUERQUE - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção: 08/11/1955 Substituto : JOÃO TOLEDO DE ALBUQUERQUE *Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 5.556.720,13 • De 01/07/2014 até 31/12/2014: R$ 5.658.559,22 Código (CNS) : 00.179-2 - (Ativo) Denominação : 2 CARTORIO DE TITULOS E DOCUMENTOS Data da Instalação : 09/06/1992 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável : RAINEY BARBOSA ALVES MARINHO - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção : 20/09/1988 Substituto : ANA CÉLIA SILVA SANTOS ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014 :R$ 1.407.709,17 • De 01/07/2014 até 31/12/2014:R$ 2.890.928,92 Código (CNS) : 00.182-6 - (Ativo) Denominação : 2 CARTORIO DE PROTESTO DE TITULOS E LETRAS Data da Instalação : 17/03/1977 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável : CARLOS GONZAGA BRÊDA - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção : 17/03/1977 Substituto: LOURDES OTÍLIA BELTRÃO BREDA *Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 1.622.216,20 • De 01/07/2014 até 31/12/2014: R$ 1.392.370,24 Código (CNS) : 00.189-1 - (Ativo) Denominação : 3º Registro de Imóveis e Distribuição de Títulos para Protesto de Maceió Data da Instalação : 27/09/1989 Tipo: Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável : SERGIO TOLEDO DE ALBUQUERQUE - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção: 29/08/1990 Substituto:LARA CANSANÇÃO DE ALBUQUERQUE AYRES ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 1.930.935,63 • De 01/07/2014 até 31/12/2014: R$ 1.970.599,40 Código (CNS): 00.191-7 - (Ativo) Denominação: 4º OFÍCIO DE NOTAS E REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DE MACEIÓ - AL Data da Instalação : 01/01/1983 Tipo: Privatizada Situação jurídica do responsável : VAGO Responsável : LUIZ PAES FONSECA DE MACHADO - Tipo : Interino
Data da Assunção : Substituto : Não possui Substituto informado. ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 672.947,50 • De 01/07/2014 até 31/12/2014: R$ 754.011,65 Código (CNS):00.192-5 - (Ativo) Denominação: ALAGOAS 2º CARTÓRIO DO REGISTRO GERAL DE IMÓVEIS E HIPOTECAS Data da Instalação : 11/10/1971 Tipo: Privatizada Situação jurídica do responsável: VAGO Responsável: CLAUDIO PEREIRA DE ANDRADE - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção : 20/11/1978 Substituto: SIMONE CACILDA COSTA DE ANDRADE SANTANA ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 319.199,70 • De 01/07/2014 até 31/12/2014: R$ 310.865,84 Código (CNS):00.194-1 - (Ativo) Denominação: ALAGOAS CARTORIO 1 OFICIO DE PROTESTOS E NOTAS Data da Instalação:25/02/1981 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável : CELSO SARMENTO PONTES DE MIRANDA - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção: 14/05/1983 Substituto:Não possui Substituto informado. ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 1.558.125,54 • De 01/07/2014 até 31/12/2014: R$ 1.774.936,74 Código (CNS):00.196-6 - (Ativo) Denominação: Alagoas Cartorio 6º Oficio Data da Instalação 03/12/1937 Tipo: Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável : JOSE ROBERTO MARTINS BARBOSA - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção : 14/03/1991 Substituto : MARIA DE FáTIMA LIMA BARBOSA ∗ Arrecadação •De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 800.446,88 •De 01/07/2014 até 31/12/2014: R$ 1.125.821,54 Código (CNS):00.199-0 - (Ativo) Denominação: Alagoas Cartório do 2º Oficio de Notas Data da Instalação: 06/02/2032 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : VAGO Responsável : MÁRCIA DENISE DE ARAUJO PROTÁSIO LOPES - Tipo : Interino Data da Assunção : ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 191.117,49 • De 01/07/2014 até 31/12/2014: Pendente Código (CNS): 00.200-6 - (Ativo) Denominação: ALAGOAS CARTORIO DO 3º OFICIO DE NOTAS Data da Instalação : 13/03/1875 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO
Responsável: CLAUDINETE MARIA DE LIMA - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção: 19/07/1984 Substituto: YONARA MARIA DA SILVA ROCHA ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 307.876,60 • De 01/07/2014 até 31/12/2014: R$ 190.920,48 Código (CNS): 00.227-9 - (Ativo) Denominação: CARTORIO DE REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS DO 3 DISTRITO Data da Instalação : 17/01/1905 Tipo: Privatizada Situação jurídica do responsável: PROVIDO Responsável : ALDACY COSTA MOREIRA DA SILVA - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção: 28/01/1981 Substituto: ADRIANA COSTA MOREIRA DA SILVA ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 93.249,28 • De 01/07/2014 até 31/12/2014:R$ 99.646,91 Código (CNS): 00.255-0 - (Ativo) Denominação: Cartório do 4º Distrito de Floriano Peixoto Data da Instalação : 28/07/1876 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável: LÉA MARIA BARBOSA DA SILVA - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção: 06/02/1976 Substituto: EDILÉIA CRISTINA BARBOSA DA SILVA ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014 : R$ 12.389,58 • De 01/07/2014 até 31/12/2014 : R$ 11.681,86 Código (CNS) : 00.281-6 - (Ativo) Denominação : CARTORIO DO REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO E OBITOS DO 1 DISTRO DE MACEIO Data da Instalação : 11/10/1888 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável : FRANCISCO DE ASSIS FIGUEIREDO BARBOSA - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção : 27/01/1961 Substituto : CLEOMADSON ABREU FIGUEIREDO BARBOSA ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014 : R$ 192.370,88 • De 01/07/2014 até 31/12/2014 : R$ 119.114,52 Código (CNS) : 00.284-0 - (Ativo) Denominação : CARTORIO DO REGISTRO CIVIL E NOTAS DO 5º DISTRITO DE MACEIÓ Data da Instalação : 08/07/1925 Tipo: Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável : NALCY BASTOS DA ROCHA - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção : 12/09/1978 Substituto : Não possui Substituto informado. ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 308.460,36 • De 01/07/2014 até 31/12/2014 : R$ 359.593,37 Código (CNS): 00.287-3 - (Ativo) Denominação : CARTORIO DO REGISTRO CIVIL DOS CASAMENTOS E DAS
CAUSAS MATRIMONIAIS Data da Instalação : 20/05/1890 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável : SEBASTIÃO CASSIANO BARROS - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção : 01/04/1977 Substituto : Não possui Substituto informado. ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 232.360,50 • De 01/07/2014 até 31/12/2014 : R$ 302.019,40 Código (CNS) : 00.294-9 - (Ativo) Denominação : Cartório do Registro Civil e Notas 2º Distrito Data da Instalação : 01/02/1889 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável : MARIA LUCIA SAMPAIO FALCãO - Tipo : Titular Serventia Data da Assunção : 24/08/1990 Substituto : Não possui Substituto informado. ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014 : R$ 374.092,22 • De 01/07/2014 até 31/12/2014 : R$ 423.804,07 Código (CNS) : 00.343-4 - (Ativo) Denominação : QUINTO SERVIÇO DE NOTAS Data da Instalação : 30/04/1928 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : VAGO Responsável: RAFAEL DE OLIVEIRA CERQUEIRA - Tipo : Interino Data da Assunção : Substituto : GASTONNE PONTES DE MIRANDA ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014 : R$ 479.927,75 • De 01/07/2014 até 31/12/2014 : R$ 540.691,00 Código (CNS) : 00.402-8 - (Ativo) Denominação : SEXTO OFICIO DE REGISTRO CIVIL E NOTAS DE MACEIO AL Data da Instalação : 21/07/1961 Tipo : Privatizada Situação jurídica do responsável : PROVIDO Responsável : MARIA ROSINETE RODRIGUES REMIGIO DE OLIVEIRA Tipo : Titular Serventia Data da Assunção : 20/05/1988 Substituto : MARLUCE MARIA RODRIGUES ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014:R$ 132.829,29 • De 01/07/2014 até 31/12/2014 : R$ 138.944,26 ARAPIRACA Código (CNS) : 00.193-3 - (Ativo) Denominação : ALAGOAS CART. 2º OF. DE NOTAS Data da Instalação : 11/01/1956 Tipo: Privatizada Situação jurídica do responsável : VAGO Responsável : MARIA SANDRA CAVALCANTI VERAS - Tipo : Interino ∗ Arrecadação • De 01/01/2014 até 30/06/2014: R$ 826.302,00 • De 01/07/2014 até 31/12/2014: R$ 684.848,33
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EFEITO DOMINÓ
Escândalo da Petrobras tira emprego de 500 metalúrgicos em Alagoas Sindimetal revela que empresas que prestavam serviços à petrolífera no estado fazem fila para falir JOSÉ MARTINS Especial para o EXTRA
Publicações na imprensa sobre o escândalo do esquema de corrupção envolvendo a Petrobras não faltam. Esta semana foi marcada pelo aniversário de um ano das investigações realizadas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato e o presente foi mais uma lista de possíveis envolvidos: empresários, políticos e partidos. E sim, há nomes de alagoanos citados na tramoia que envolve desvios de verba milionários. Porém, o “efeito dominó” não atinge apenas a classe alta. Trabalhadores diariamente são demitidos por empresas que, agora, se veem à beira da falência pós-escândalo nacional. Em terras alagoanas, por exemplo, mais de 500 metalúrgicos já foram afetados depois que a petrolífera brasileira virou motivo de piada mundo afora. Conforme o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Alagoas (Sindimetal), José Jobson Ferreira Torres, a Jaraguá Equipamentos, que tenta se reerguer por meio de recuperação judicial, gerava cerca de 600 empregos para o setor. “Mas, do meio do ano passado para cá, com os problemas da Petrobras, a empresa demitiu mais de 300 funcionários sem nenhum reaproveitamento”, disse à reportagem do EXTRA Alagoas. Algumas vezes, os trabalhadores são reaproveitados por outras empresas que sucedem os contratos daquelas que vão falindo. Esse é o caso de 200
metalúrgicos que, embora empregados, estão com o futuro profissional incerto. A Argos Engenharia, segundo o sindicalista, já emitiu aviso prévio a outros 200 metalúrgicos. Com filial em Alagoas, a Jaraguá Equipamentos Industriais entrou com um pedido de recuperação judicial em 17 de junho de 2014, em Sorocaba, interior de São Paulo. A companhia é especializada em equipamentos para a indústria de óleo e gás e para indústria de base e faz execução de obras. Uns de seus principais clientes era a Petrobras. De acordo com material publicado pelo periódico Valor Econômico, a Jaraguá é alvo de diversos pedidos de falências de empresas, um deles, datado de junho e aberto pela Garra Terraplanagem, de São José dos Campos (SP), por uma dívida de R$ 982 mil. A Garra, contratada pela Jaraguá para uma obra da Petrobras, não recebeu o pagamento. O pedido é uma maneira de essas empresas tentarem receber as dívidas. “Ficamos sabendo que o débito da Petrobras com a Jaraguá é imenso e dizem que chega aos R$ 700 milhões”, contou o sindicalista. Em meio a tantas demissões sobrou ao Sindimetal recorrer à Justiça para sanar os problemas que afetam aos trabalhadores. “Isso é: o não pagamento dos direitos quando essas empresas ‘somem’. Temos em andamento processo contra a Nippon Engenharia, também atingida pela estatal, para o pagamento das rescisões dos trabalhadores. Certamente
asdsads
Trabalhadores dispensados pela Jaraguá (acima) e Nippon lutam para receber seus direitos
quem irá pagar é a Petrobras”, explicou. De acordo com Torres, a Nippon, depois de vários anos prestando serviços metalúrgicos à Petrobras Alagoas, encerrou no dia 17 de novembro os contratos com a estatal e demitiu os empregados. A empresa ainda entregou documentos ao sindicato em que solicita à Petrobras “o bloqueio” dos valores “da medição” dos últimos serviços realizados, afirmando que “o objetivo” seria “quitar as rescisões”. “Ainda bem que essa bandalheira está sendo apurada e que sejam punidos todos os corruptos. No entanto, as empresas, mesmas aquelas que parti-
ciparam da corrupção, não ‘são gente’. A empresa é um empreendimento que precisa funcionar para manter os empregos. Mesmo com a corrupção, isso não pode resultar no desemprego como vem acontecendo, fechando obras em diversos lugares”, desabafou Torres. CASCATA Nos anos anteriores, a Petrobras já vinha quebrando o contrato com várias empresas e causando prejuízo aos metalúrgicos. Segundo publicado pelo Sindimetal, a SDM Engenharia desapareceu e a justiça obrigou a Petrobras a pagar as rescisões. A Norcontrol Engenharia Ldta caiu em falência e,
para evitar ter o mesmo final, a Montec Engenharia entregou o contrato. Em informativo, o Sindimetal levantou ainda que “a Proen Engenharia desapareceu e, por não ser metalúrgica, o Ministério Público do Trabalho (MPT) pediu para a justiça condenar a Petrobraspagar os valores rescisórios; a Sertel também sumiu e a Petrobras está condenada a pagar parte dos direitos trabalhistas; a Cemon pediu recuperação judicial; a TQM só durou 60 dias e, a pedido do sindicato, a justiça condenou novamente a Petrobras a pagar rescisões e salários”. “O Sindimetal entende que para defender a Petrobras e dizer que o petróleo é nosso, primeiro, é preciso aplicar um fortíssimo antibiótico no poderoso germe da corrupção, que há muito tempo corrói a estatal”, finalizou o presidente.
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12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE MARÇO DE 2015 CULTURA
Casa Museu jornalista Jair Pimentel é atração cultural em Viçosa Acervo conta com mais de três mil livros, além de mobiliário do século XIX MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com
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jornalista e escritor Jair Barbosa Pimentel reuniu o que há de mais valioso de seu acervo e relíquias da família em uma casa museu, no Povoado Bananal, em Viçosa. Mas o colecionador foi além e adquiriu outras raridades para compor o conjunto da obra. A iniciativa deu tão certo que pessoas de todas as partes do Estado vão até o local para conhecer um pouco mais desse tesouro. Todas as obras e utensílios têm suas peculiaridades, mas o telefone fixo da década de 1940 é um atrativo à parte. Como se não bastasse ser uma raridade, o aparelho funciona e o visitante pode até fazer uma ligação a partir dele. Como se trata de uma entidade privada, sem fins lucrativos, o propósito é promover a inclusão cultural. O gabinete de leitura e pesquisa, que leva o nome do jornalista, foi fundado em 1º de junho de 2011. Outros familiares também foram homenageados. A Biblioteca recebe o nome de seu bisavô, Cantidiano Victal. O espaço conta com mais de três mil livros, de variados temas, que são catalogados e expostos em estantes antigas e conservadas. O acervo é grande e o atrativo ainda maior. O local abriga também o Clube do Livro Professora Julieta Pimentel, nome de sua tia-avó. Para participar
do grupo, os moradores do povoado e seu entorno, se cadastram e podem levar o livro para casa e ler durante uma semana, devolvendo na seguinte, podendo comentar com o professor o que achou do texto e ainda tirar dúvidas. A escola aos sábados Professora Maroca Pimentel, sua bisavó, dispensa comentários. A iniciativa deu tão certo que crianças e jovens da comunidade aguardam o final de semana com ansiedade. Lá eles têm aulas de História, Geografia, Filosofia, Sociologia, Redação, Atualidades e Economia Básica. “As pessoas têm fome de aprender. Se impressionam com a quantidade de livros e querem ler, aprender como se faz isso, entender. E é exatamente o que a Escola dos Sábados oferece: incentivar e orientar a leitura”, comemorou Jair ao acrescentar que também orienta estudantes na elaboração de trabalhos escolares da semana e dá dicas de Redação aos alunos para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A hemeroteca José Victal reúne o que há de melhor. O espaço é destinado à leitura de jornais e revistas, devidamente distribuídos por assuntos e os exemplares dos periódicos, com matérias que o jornalista produziu em vários jornais, focalizando a Viçosa e o Bananal. “É a homenagem que presto ao meu avô paterno, José Victal,
Gabinete de leitura e pesquisa conta com mais de três mil livros; Jair Pimentel utiliza o telefone da década de 1940
um autodidta que viveu no Bananal como comerciante e agricultor, assinante de jornal diário que chegava da capital”, relembrou o saudosista. Jair remete o visitante a uma viagem no tempo. Segundo ele, o desejo de criar uma biblioteca data de sua segunda infância quando ganhou do pai a coleção O Mundo da Criança. Na adolescência a paixão pelos livros aumentou ao ler o romance “As Sandálias do Pescador”, de Morris West. De imediato, colocou uma estante improvisada no quarto com alguns livros e de lá pra cá não parou mais. Surgia ali sua primeira biblioteca. O espaço ficou pequeno e o colecionador instalou em 2002 uma biblioteca em uma sala comercial no Centro de Maceió, depois mudou o acervo para um aparta-
mento e em seguida para uma casa. Jair conta que ao se aposentar e vivendo basicamente de leitura e escrita, lendo dois livros por semana e escrevendo artigos e colunas para jornais locais, decidiu mudar de cenário. Da agitação da cidade grande, passou a disponibilizar o acervo a uma comunidade carente do saber, ensinando o hábito de leitura a crianças e adolescentes do Povoado Bananal, em Viçosa, terra da família paterna.
Para manter o espaço, Jair homenageou algumas pessoas e criou a figura do Protetor Cultural. Através de contribuição financeira mensal, os familiares apostaram na iniciativa e ficam memorizados através de placa na entrada do espaço. Abraçaram a iniciativa José Celso V. Passos, Fernando Pimentel Barbosa, Cida Godoy Figueiredo Lima e Leonardo Pimentel Cavalcante. Mas Jair avisa que a lista pode aumentar: basta aderir à iniciativa.
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CULTURA
Cenário deslumbrante O conjunto arquitetônico construído na década de 1890, pelo capitão CantidianoVictal, onde funcionava uma loja de tecidos, uma mercearia e uma padaria, é o espaço que, 120 anos após, abriga o Gabinete de Leitura e Pesquisa Jornalista Jair Pimentel. Toda arquitetura do local é preservada, construída em alvenaria de tijolo e telha, fachada com três portas e detalhes em desenhos da época, com a data de construção (1894). A parte interna, um amplo salão com piso de cimento bruto, é totalmente original e rústica. E foi neste cenário que em maio de 2014 Jair transferiu todo o mobiliário centenário, que mantinha em sua casa em Maceió, para o Bananal da Viçosa, alugando o armazém vizinho ao Gabinete, construído em 1897 pelo bisavô, capitão Can-
tidiano Victal. Restaurando e transformando numa Casa Museu, réplica da casa grande dos engenhos de Alagoas. São móveis do século XIX, conservados, adquiridos em antiquários ao longo dos últimos anos. Peças em bronze, prata, documentos, fotos, tudo lembrando uma casa do século XIX. A sala principal conta com petisqueiro, mesa e seis cadeiras, atajé (guarda louça), exibindo dois tocheiros em bronze; cadeira Windson (com assento e espaldar em palhinha e de balanço); radiola (rádio e passa-disco da década de 1930, em móvel; gramofone de 1912; piano de fabricação alemã e da última década do século XIX, violão, violino, cavaquinho; relógio de parede do século XIX; chapeleiro; mesa de centro com chaleira de pra-
Sala principal do espaço com mobiliário e peças do século XIX
ta, bule, açucareiro e lustre de bronze, vidro e porcelana. No corredor, existe o Memorial à Família Pimentel, com fotos, documentos, brasão, máquina de datilografia, máquina de costura, objetos de cozinha, etc. Tudo do século XIX. No primeiro quarto, o Oratório Santa Isabel de Por-
tugal, “minha homenagem a essa santa, que foi rainha de Portugal, abandonou tudo para se dedicar aos pobres, e virou santa no século XVII. Era tia -avó de minha décima quarta avó, Constansa de Aragão Pimentel”, revelou. O espaço conta com santuário do século XVIII, imagens sacras antigas,
genunflexório, missal romano, quadros e outras peças em bronze, prata e madeira, além de quadros da Via Sacra. O quarto de casal tem a cama com dois criados mudos, guarda-roupa com espelho de cristal, urinol em terracota, bacia e jarra em bronze, toallete (penteadeira) com três espelhos. Cada espaço é “batizado” com o nome de um antepassado da família, ligado ao tema: piano bar, chá literário, memorial, oratório e quarto de casal. COMO CHEGAR LÁ A Casa Museu Jornalista Jair Pimentel fica na Alameda Antônio Pimentel - 17 - Soledade - Povoado Bananal - Viçosa – Alagoas. Vale a pena conferir esta atração cultural encravada em terras do Bananal. O Jair está sempre de braços abertos e sorriso no rosto para receber os visitantes.
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MOROSIDADE
Caso Rogério Farias é exemplo de impunidade em crimes eleitorais Sete anos depois de ser preso na Operação Voto Nulo, prefeito da Barra de Santo Antônio ainda não foi julgado CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com
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os casos de crimes eleitorais em Alagoas, NA maioria das vezes a justiça tarda e falha. Um bom exemplo é a Operação Voto Nulo, a qual ocasionou a prisão do agora prefeito da Barra de Santo Antônio, Rogério Farias (PSD), que na época administrava o município de Porto de Pedras. O irmão de PC Farias foi preso, segundo a Polícia Federal, por fraude eleitoral. Rogério encabeçava um esquema de compra de votos na cidade do litoral norte alagoano. Ele foi indiciado pela PF em oito crimes federais, entre eles, formação de quadrilha, corrupção passiva e eleitoral. Além de Rogério Farias, também respondem pelo crime eleitoral, a mulher dele Rume
Farias, que já foi prefeita da Barra de Santo Antônio, a filha deles, Joselita Camila Farias (atual prefeita de Porto de Pedras), o secretário de Finanças de Porto de Pedras na época, Cícero Maciel de Araújo, e José Vanderlan de Oliveira Calado, que era titular do cartório de Registro Civil de Porto de Pedras e secretário de Transportes do município. O processo vem tramitando na Justiça ao longo de quase sete anos. Rogério Farias e os outros réus seriam julgados na sessão da última segunda-feira (16), mas os advogados alegaram que não tiveram tempo para organizar a defesa dos réus e foi dado mais 15 dias para alegações finais. Certamente se aproveitaram das brechas que a justiça eleitoral concede para adiarem a decisão. O que fica claro é a morosidade do judiciá-
Esposa de Rogério Farias, Rume Farias, e a filha do casal, Joselita Camila (à direita), também serão julgadas pela Justiça Eleitoral
rio, já que a partir da investigação da fraude eleitoral, a Polícia Federal obteve provas de que o grupo político liderado por Rogério Farias cometia o crime de corrupção eleitoral desde a eleição de 2004, utilizando dinheiro público para construir casas e comprar material de construção que, posteriormente, eram doados aos eleitores em troca de voto. Entre os denunciados esta-
va o juiz eleitoral Rivoldo Costa Sarmento Júnior, que hoje se encontra aposentado. Contra o juiz pesavam as acusações de cometimento de oito crimes: formação de quadrilha, violação de sigilo funcional, corrupção passiva, corrupção eleitoral, prisão indevida de delegado de partido, efetuação de inscrição fraudulenta de eleitor, além dos crimes previstos nos artigos 309 (votar ou tentar votar mais
de uma vez em lugar de outrem) e 348 (falsificar ou alterar documento público para fins eleitorais) do Código Eleitoral. FEUDO FAMILIAR Mesmo com todas essas comprovações e acusações, os municípios de Porto de Pedras e Barra de Santo Antônio continuam sob a administração da filha e do pai. E em todas as eleições acontece um rodízio familiar na região. Quando Rogério Farias não pode se candidatar, ele coloca a esposa e viceversa. Os dois municípios são comandados pela família Farias há mais de 10 anos.
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“NOSSA ESCOLA PASSA O PIO
Luiz Sávio de Almeida inicia série do EXTRA e
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ODILON RIOS Especial para o EXTRA partir de hoje, o EXTRA lança a série “Alagoas, 200”, iniciando a comemoração dos 200 anos de Alagoas, em 2017. Serão reflexões com nomes importantes nas artes, ciências, cultura, história, sociologia. A aposta é na diversidade de opiniões, levando ao leitor diversos pontos de vista sobre assuntos do passado, presente e do futuro. Neste primeiro número, o entrevistado é o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luiz Sávio de Almeida, 73 anos, com pesquisas voltadas às etnias indígenas, ao Nordeste e com estudos recentes sobre a violência alagoana. Historiador e graduado em Ciências Jurídicas e Sociais, mestre em Educação, é autor de 29 livros com expressão fortemente alagoana. Segundo o IBGE, 40 mil crianças em Alagoas passam fome enquanto o Ministério Público revela uma folha de marajás com salários três vezes maiores que um do ministro do STF na Assembleia Legislativa. Nós chegamos ao fim da nossa história? A indústria da miséria em Alagoas nos leva a uma circunstância bem mais drástica. Por outro lado, é de esperar que haja em Alagoas algo muito mais tenebroso do que o encontrado na Assembleia Legis-
lativa pelo Ministério Público que, sendo somente isto, deve ser muito pouco. Sua pergunta toca no mínimo dos mínimos. É preciso, contudo, entender que este termo Assembleia Legislativa não pode ser tomado como equivalente ao Poder Legislativo. Ele é intocável enquanto se pense em democracia. Esta Assembleia é oriunda do poder local. Então, na verdade, ou se acaba com o poder local ou este quadro será sempre, mudando o que deve ser mudado, repetido. A primeira eleição que houve – deve ter sido em 1832 – para a Assembleia Provincial foi anulada por evidência de fraude, trabalhada, sobretudo, pelo círculo eleitoral de Atalaia. A insuficiência de honestidade e cuidado com a coisa pública em uma instituição, obrigatoriamente não anula a sua importância. A Assembleia Legislativa é fundamental: os deputados, não. Jamais o descalabro estaria significando o fim da história. Pelo contrário: isto acende o letreiro da cidadania. Fosse o fim da história, seria a rendição do povo. Eu ainda julgo que venceremos. É isto o que pede a justiça e a nação brasileira. Os deputados deveriam em reunião aberta para o público contratarem uma auditoria de nível internacional, cada um lembrando que segundo o povo, em terra de sapo, hipoteticamente, fica-se de “coca” com eles. Será o melhor dinheiro gasto por eles. O senhor virou especialista em falar dos despossuídos como índios e negros. Em algum momento nos seus estudos o senhor teve
a sensação que os gestores alagoanos agiam de maneira correta com eles?
A Assembleia Legislativa é fundamental: os deputados, não. Jamais o descalabro estaria significando o fim da história. Pelo contrário: isto acende o letreiro da cidadania”
Eu me interesso por todos aqueles que são humilhados e ofendidos, por todos aqueles que têm sede e fome de justiça. Por todos os que são perseguidos por suas opções sexuais, religiosas, por gênero... Os sem terra, sem comida, sem alhos e sem bugalhos. Nunca tive esta sensação. Mesmo que estivesse sendo pensada política pública, aquele, o que estava dentro dela, seria o negro construído pelo estado. Não seria o negão meu irmão, aquele que dentro da sociedade civil, por exemplo,
marca a periferia de Maceió. Aliás, eu nunca ouvi a palavra índio e negro dentro da Secretaria de Planejamento, salvo quando o Banco Mundial sugeriu que eles existiam e que se poderia ter dinheiro para eles. Eu não sou índio, não sou negro e nem tenho procuração para falar por eles. Mas nós construímos um espaço que é nosso e onde todos nós, somos iguais: o espaço político dos movimentos. Neste espaço todos somos todos. Quando o senhor percebeu que a Alagoas heroica comemorada nos desfiles cívicos não existiu?
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PIOR SOBRE NÓS MESMOS”
A em comemoração ao bicentenário do estado Eu sempre admirei a capacidade que o poder tem de colocar nosso povo para marchar. Alagoas é um marche-marche como diria algum Capitão da Guarda Nacional. Acho que será difícil encontrar outra gente que marche tanto. Alagoas é um estado Tum-dum-tum-dum; sempre haverá quem esteja marchando, especialmente por conta das chamadas emancipações, uma das formas que o poder local escolheu para solenizar-se, celebrar-se. Marchar em Alagoas é uma espécie de aleluia cívica. Eu não sou contra a que se marche. Existe gosto para tudo; eu sou contra à razão inventada para marchar. A gente percebe quando questiona e não me lembro, mas acho que foi da mesma época em que comecei a escrever sobre nossa história, economia e política. Logo dá para perceber que o vazio da justiça social é preenchido pelas solenizações vaporosas das datas ditas cívicas. Engraçado, o menino marcha de se esbaldar e depois volta para a cama de espinhos, a barriga vazia, o pensamento vario. Não seria melhor que ao invés da marcha, fosse demonstrado o fino trato com o dinheiro público? Então, vamos instituir o Dia do Juízo Emancipacional: todo a autoridade presta conta sob auditoria do que fez com o dinheiro público. O honesto seria louvado; o desonesto seria enquadrado. Acho que a Polícia Federal deveria começar a Operação Marche-Marche. Pode. Como seria de esperar, não resultar em muita coisa, mas sem dúvida encheria o saco. A história diz que Alago-
as começou a partir de uma traição, em 1817. De certa forma, a gente carrega a ideia de que seria melhor não termos expulsado os holandeses ou que o nosso território virasse um golfo, como sugeriu Graciliano Ramos. Alagoas seria melhor sendo pernambucana, gerida pelos holandeses ou um golfo? Eu nunca pensei ser melhor que holandês tivesse permanecido. E nem sei se é verdade mesmo, que Graciliano tenha dito isto ou se desejava que o Graciliano o fizesse. Com a primeira possibilidade seria algo inútil, já foi uma situação definida no século XVII. Então, seria um não-ter-o-que-fazer. Jamais eu pensaria que Alagoas deveria se tornar um golfo. Alagoas é o que é. Aliás, escrevi um texto perguntando o que seria Alagoas e respondi: não existe Alagoas, existem Alagoas. São diversas dentro de um espaço. Nós temos que entrar nesta nebulosa e ir dialogando com ela, vendo o que ela responde e sentindo o que ela sugere. O quê os alagoanos precisariam saber melhor sobre a sua própria história?
Refazer o ensino da história em Alagoas é uma obrigação do poder público e de toda instituição que recebe favores públicos”
Precisa saber inicialmente que tem história. O que vejo sendo ensinado por aí, barbaridade. A escola repassa o pior pensamento sobre nós mesmos, controlando as informações que fazem parte da armação ideológica. Segundo, entender que a história não passa pelo heroísmo que se fabrica, mas pelo cotidiano. Investir na formação dos professores é fundamental
e recompor a ordem curricular; deveria haver uma reciclagem completa, o estímulo à pesquisa. Hoje em dia, temos apenas alguns cursos de história e centrados na órbita do poder público. Pelo que sei, por não haver rentabilidade, uma instituição vai fechando o curso que patrocinava. Falta aluno por conta, possivelmente, da péssima remuneração no mercado de trabalho. Refazer o ensino da história em Alagoas é uma obrigação do poder público e de toda instituição que recebe favores públicos. No entanto, parece-me que seria um movimento que deveria partir da categoria, do sindicato entender que deve reagir contra o status quo. Neste sentido, deve fechar em cima do estado, para que recicle e atualize. O estado tem de investir, sabendo, por outro lado, que o campo da história não se esgota na história, mas naquilo que a circunda e embasa, a ordem das ciências sociais. Quem ganhou nos 200 anos de Alagoas? A sabedoria, a violência ou a história oficial? Por incrível que pareça, o povo. Nós vamos caminhar. Apesar da persistência do agrarismo, nós temos inúmeros fatores de progresso em andamento. A violência jamais ganharia, apesar de ir vencendo. A história oficial vai dando lugar a uma nova situação em Alagoas, onde vai havendo maior espaço de liberdade das amarras do poder local. A sabedoria coletiva e política é uma lenta construção histórica.
18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE MARÇO DE 2015 DESCASO
Área de lazer no Murilópolis é invadida por vândalos Espaço foi transformado em amontoado de lixo e causa transtorno a moradores do local MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com
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ação de vândalos em área de preservação ambiental na Rua Horácio de Souza Lima, no Loteamento Murilópolis, em Maceió, tem causado transtorno para moradores do local. Há mais de um mês, o espaço que foi transformado em área de lazer se transformou em amontoado de lixo e metralha. Restos de sofá e colchão completam o cenário degradante. A área verde, que fica em uma rua fechada do Residencial, passou a ser cuidada pelos condôminos que a transformaram em uma extensão de suas casas. Apesar de todo o cuidado, os moradores foram surpreendidos com a ação de vândalos que moram em uma comunidade próxima. Eles quebraram o muro que divide os dois espaços e passaram a depositar o lixo que produzem. O problema se arrasta e os moradores do Murilópolis não sabem a quem recorrer. O jogo de empurra por parte do poder público tem indignado a parte afeada que reclama que, apesar de pagar impostos e cumprir com
suas obrigações, ao procurar os órgãos competentes para resolver o impasse só consegue respostas evasivas e alguns dizem que não é de sua competência. Temendo por uma invasão maior e até pela segurança, o morador e administrador da área, o advogado João Uchoa, manteve contato com vários órgãos ambientais e foi informado que o caso era de competência da Sempma (Secretaria Municipal de Meio Ambiente). Ao procurar a secretaria, foi informado de que deveria identificar pessoalmente os vândalos para a partir daí a Sempma proceder a notificação. Em outra ocasião, uma funcionária do órgão pediu que Uchôa enviasse e-mail com detalhes para que a equipe fosse até o local. Inclusive, o advogado falou com um fiscal da Prefeitura que garantiu que o problema seria resolvido. Mas, ninguém compareceu. “O que me deixa indignado é constatar a incúria do poder público que não desempenha seu papel e enquanto isso uma área verde é devastada com a complacência daqueles que deveriam combater esse crime”, criticou Uchôa.
Muro danificado é porta aberta para vândalos despejarem lixo e até sofás em área de lazer que havia sido implantada por moradores do Murilópolis que se queixam de descaso por parte do poder público
Inconformado com o descaso, o advogado disse que além dos moradores não terem acesso à área de lazer, o acúmulo de lixo preocupa por atrair ratos e insetos. Outro problema é que com
o muro danificado, eles ficaram sem segurança, vulneráveis à ação de vândalos. A reportagem do jornal EXTRA manteve contato, por telefone e e-mail, com a Assessoria de Comunicação
da Sempma, que informou que o caso seria resolvido. “Encaminharei a denúncia ao coordenador de fiscalização da Sempma para analisar o caso”. Mas a degradação continua.
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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br
O pacote da enganação petista
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presidente Dilma Rousseff mostrou ao Brasil e entregou ao Congresso nesta quarta-feira o “embrulho” que o governo chamou de “pacote anticorrupção”, conjunto de propostas elaboradas para inibir e punir irregularidades na administração pública. A presidente usou de todo o cinismo que a caracteriza e não teve nenhum constrangimento ao afirmar na solenidade de entrega: “Meu compromisso com combate à corrupção é coerente com minha vida pessoal, minha prática política e é coerente com minha atuação como presidenta.” A fala da presidente ocorreu no mesmo dia em que teve publicada uma desaprovação de 62% do povo brasileiro na avaliação de seu governo, justamente em função de denúncias de corrupção, crimes contra a Administração Pública e o desregrado comportamento marginal do seu partido e de seus aliados políticos. Acharam Dilma e seus comparsas que um pífio e de-magógico “pacote” para enganar os tolos, daria uma resposta ao grito das ruas e à indignação nacional diante do quadro degradante e desmoralizado em que se encontra o governo petista. Estão completamente enganados, pois ainda ontem o “Movimento Brasil Livre” e outros segmentos sociais não apenas desacreditaram das intenções go-vernistas, como estão convocando novos atos de protesto para os próximos dias pedindo a reforma política, o efetivo combate à corrupção e até a saída da presidente. Vejamos os principais pontos do tal “pacote anticorrupção”: 1- Criminalização da prática de caixa 2; 2 - Aplicação da Lei da Ficha Limpa para todos os cargos de confiança no âmbito federal; 3 - Alienação antecipada dos bens apreendidos após atos de corrupção para evitar que não sejam usados por agentes públicos e possam ser vendidos por meio de leilão; 4 - Responsabilização criminal de agentes públicos que não comprovarem a obtenção dos bens; 5 - Confisco de bens dos servidores públicos que tiverem enriquecimento incompatível com os ganhos. Praticamente tudo o que está inserido no “embrulho” já tem tipificação criminosa e mesmo assim há mais de doze anos o governo petista e seus aliados vêm roubando descaradamente, apostando na impunidade, na lentidão e algumas vezes até na conivência da Justiça brasileira. Estão ai os escândalos tipo “mensalão” cujos personagens principais estão ricos, nada devolveram e se livraram da cadeia onde deveriam “mofar” por anos. Agora mais recente e em pauta o maior caso de corrupção da história da política brasileira: o escândalo da Petrobras, no qual não deixam de existir indícios de envolvimentoaté do ex-presidente Lula e da própria ocupante da presidência. Há uma grande expectativa quanto ao que acontecerá com os envolvidos no roubo de bilhões dos cofres públicos. Eu mesmo acredito que pode acontecer tudo. Inclusive nada.
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Para refletir: “Prefiro ser acusado por ele (Eduardo Cunha – presidente da Câmara) de mal educado do que ser como ele, acusado de achaque”. (Ex-ministro Cid Gomes)
As falácias de Dilma Dilma disse que “é preciso investigar corruptos e corruptores de forma rápida e efetiva para garantir a proteção do inocente ou do injustiçado”. Ela afirmou ainda que alguns governos criam condições para que a corrupção seja prevenida, investigada e punida. “Outros não fazem isso, silenciam. Nós agimos. O Brasil de hoje combate a corrupção”. Alguém na solenidade cochichou com um senador: “Acho que hoje ela não tomou os remédios corretamente. Ou enlouqueceu de vez”.
Um ministro fanfarrão Um fato que chamou a atenção de jornalistas e políticos presentes a solenidade de lançamento do “pacote anticorrupção” pois parecia que estavam falado de um outro governo e não do próprio que tem praticado os mais absurdos atos de desvios. O desvairado ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu que “a impunidade seja enfrentada de peito aberto”. Disse que “a corrupção é uma doença que precisa ser tratada”. E foi adiante em suas aleivosias: “ A corrupção é um mal intolerável. Sua prática não só é eticamente reprovável, mas agrava a própria exclusão social no país”. Falaram como se fossem inocentes e não um governo corrupto. Deram lições de ética pera eles mesmos. Mas certamente não aprenderão. Uma coisa é certa: a depender desse “pacote” fajuto, demagógico e mentiroso nada mudará no país. A não ser o povo nas ruas em vigília permanente.
Olha a cara suja de Maceió No último domingo quando me dirigia ao ato do “Movimento Brasil Livre” contra a corrupção, fiquei indignado com o estado de abandono do “Corredor Vera Arruda”, um dos pontos de atração turística e lazer da população de Maceió. É muita falta de respeito da Administração com a população. Dá a impressão de uma cidade sem dono e entregue literalmente às moscas. Um local tão bonito transformado em uma verdadeira pocilga. E depois não venham me dizer que é culpa da população. É descaso mesmo com o interesse público. Também não é ano de eleição. Postei este texto em minha página no Facebook e me surpreendi com a quantidade de comentários sobre a imundice em todos os bairros de Maceió e o abandono em que vive a cidade na atual administração. De todos os depoimentos não houve um sequer favorável ou defendendo o prefeito Rui Palmeira.
Investindo na valorização do servidor O presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Washington Luiz, tem como meta em sua administração a modernização técnica e a valorização dos servidores do Poder Judiciário e não abre mão dessa pauta. Contando com o entusiasmo e espírito empreendedor do desembargador James Magalhães, diretor da Escola da Magistratura, juntos pretendem levar inclusive capacitações e aperfeiçoamento aos serventuários da Justiça no interior do Estado, nunca beneficiados ou lembrados.
Ministro critica turismo de Maceió O alagoano Vinicius Lages, ministro do Turismo, em recente entrevista a veículo de circulação nacional não perdeu a oportunidade de dar um recado duro aos gestores de Maceió. Criticou a falta de profissionalismo como o setor é tratado na capital alagoana e disse: “Fico surpreso de ver minha cidade, Maceió, não ter um site que apresente seus produtos aos turistas do Brasil e do mundo”. Falou também do descaso da prefeitura em não manter acesso à internet gratuita em pontos turísticos, o que acontece na maioria das capitais e até em cidades do interior. A exploração desonesta dos turistas, a falta de equipamentos de apoio, precariedade no setor de informações aos visitantes e para completar praias sujas, ruas esburacadas e a cidade inteira com um “sorriso decadente”. Coisas que o ministro não falou, talvez por desconhecer. Tudo isto se resume em uma frase: o equívoco do voto.
Medicina social obrigatória A Câmara dos Deputados tem em pauta e vai votar logo projeto que obriga médicos recém-formados em faculdades públicas ou privadas com financiamento público a exercerem a profissão, por dois anos, em municípios com menos de 30 mil habitantes ou em comunidades carentes de regiões metropolitanas. O chamado “exercício social da profissão” deverá ser feito imediatamente após a conclusão do curso, em jornada integral e exclusiva de 40 horas semanais, com contrato regular de trabalho, financiado pela rede de saúde à qual o médico recém-formado estiver vinculado. A exigência aplica-se aos graduados em cursos de Medicina, Enfermagem, Psicologia, Odontologia, Fisioterapia, Nutrição e Farmácia, além de outros estabelecidos em regulamento. Se for pra valer mesmo vai resolver muitos problemas em cidades do interior e fazer uma efetiva socialização do atendimento aos necessitados.
Ou se cuida, ou se ferra Tive acesso a uma confiável pesquisa encomendada por importante instituição empresarial sobre aspectos da economia e da política alagoana. Na pauta entrou a eleição para prefeito de Maceió em 2016 e pude constatar que a situação do prefeito Rui Palmeira não é nada confortável. Se as eleições fossem hoje nem iria para um segundo turno. Na sua frente despontam Ronaldo Lessa, Cicero Almeida e Heloisa Helena. É o preço de uma administração medíocre, uma equipe fraca e a falta de compromissos com as promessas de campanha. Um detalhe: o governador Renan Filho com três meses de gestão tem a melhor avaliação dos últimos 30 anos entre seus antecessores. Quem sabe faz a hora.
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ARTIGOS
Quem parte e reparte...II CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras
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semana brasileira passada foi pródiga em fatos políticos que demonstram, cada qual de per si, sintomas políticos que só aos néscios nada dizem, mas devem preocupar toda a Nação. Já ao início da semana era sabida a convocação, para o domingo 15, de manifestação em favor do impeachment da Presidente da República. Tal convocação não teve, até onde se saiba, cunho partidário e, conforme se viu no dia, de tão espontânea não tinha lideranças, e ainda assim o povo se comportou de ordeira e pacífica, Antes do domingo, porém, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, em demonstração arrogante de sua liderança, graças a Deus cada vez mais localizada, impunemente convocou o que chamou de exército de Stédile, um dos seus aloprados sequazes, para marchar em defesa do governo, da Presidente, do PT e aliados, enfim, do status quo vigente, ao qual se agarram como cães em suculento osso. Ao ouvir o despautério no noticiário nacional, ocorreu-me lembrar outra convocação para o povo vestir-se
de verde e amarelo que resultou, graças ao PT e outros, em manifestação de luto nacional. Se naquela quadra resumiu-se em fenomenal inabilidade, essa agora, pensei, é pura estultice. E foi! Os gatos-pingados que saíram às ruas na sexta-feira não se limitaram a apoiar a Senhora Dilma, aproveitando para protestar contra o governo, a corrupção nele endêmica, e quejandas, em insuspeita demonstração de que a insatisfação ronda até os companheiros do governo. Houve também ruidoso “panelaço” anti-Dilma, exatamente quando a Presidente ocupava redes nacionais de rádio e televisão para produzir a costumeira enganação. Diferentemente dos soldados de Stédile, essa manifestação, como seria a de domingo 15, foi absolutamente espontânea e apartidária. Mesmo assim, vozes de acólitos petistas apressaram-se em (des)qualificá-la como ato de fascistas insatisfeitos com a derrota nas últimas eleições. Interessante notar como a memória dos políticos, não só a do povo, é tão curta: em passado recente esses tipos de movimentos contra o governo eram patrocinados e comandados pelo PT. Seriam eles fascistas, então? Bem, deixemos a reflexão a cada um, pois coisas mais importantes têm-se a ponderar. O fato é que, talvez devido a provocação do Lula, a manifestação do domingo, anti-Dilma, foi inegável sucesso, conferível visualmente. Na esteira desse sucesso, o governo, em inequívoca demonstração de que só “pega no tranco”, apressou-se
a elaborar o que chama de pacote anti-corrupção. Será que desse mato sai mesmo coelho? Se os corruptos e suspeitos estão no seio e adjacências do governo, pode-se esperar que tal “pacote” seja algo mais do que patranha? A mesma estranheza se deve tributar à atitude do PMDB que, também incomodado por suspeitas de corrupção praticada por seus líderes, agora se apresenta à Nação como salvador da Pátria, trazendo-nos uma reforma política, dizendo-se suprir a inércia do Governo, do qual é (ou era) aliado. Patriotismo ou mero pular fora do navio que afunda? Ademais, o que se pode esperar de reforma política proposta pelos mesmos políticos que dela se beneficiarão? A quem interessa a extensão de mandatos, senão aos mandatários, isto é, eles mesmos? Outra patranha, então? Quando, pela televisão, ouviam-se os gritos de FORA DILMA, refletia cá com os meus botões, que não só ela merece a defenestração, mas a grande maioria dos políticos, reinventando-se esse País. E a reinvenção do Brasil passa, ao meu ver, por uma reforma política séria que deveria ser elaborada e promulgada por uma Assembleia Nacional Constituinte originária, exclusiva para isso, a ser convocada de imediato e com prazo de vigência dos trabalhos. Talvez até com impedimento de constituintes candidatarem-se a mandato subsequente. Quem sabe assim o Povo afinal ficasse com a melhor parte?
Cleptocracia matou Nova República LUIZ FLÁVIO GOMES
A
Nova República (pós-ditadura) está morta! Morreu no dia em que completou 30 anos (1985-2015). A massa rebelada nas ruas (mais de 2 milhões de pessoas, segundo estimativa das polícias militares) falou em impeachment, fora PT e muito (muito mesmo!) em “fim da corrupção”. A causa mortis da Nova República decorre de uma série de complicações (econômicas, políticas, sociais, educacionais, eleitorais, “teatrais” etc.), mas a doença de maior eficácia mortífera chama-se cleptocracia, que significa o Estado governado por ladrões pertencentes às classes dominantes ou reinantes, ou seja, as que dominam o poder econômico, financeiro, político e administrativo do País (esses 4 núcleos serviram de base para o Procurador-Geral dividir a criminalidade organizada “complexa” no petrolão). A cleptocracia, como se vê, não significa qualquer tipo de corrupção ou de roubalheira (que é uma experiência nacional antiga). Trata-se da alta corrupção, da corrupção praticada por quem tem o poder de comandar grande parcela do orçamento público (do Estado brasileiro). Todos os governos da Nova República (governos de Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma) ostentam a imagem de cleptocratas, ou seja, de ladrões (uns mais, outros menos, mas todos os governos receberam essa pecha ou pelo menos todos foram assim percebidos pela população).
Praticamente todos os grandes partidos políticos estão envolvidos com essa mais nefasta corrupção, que é praticada por quem tem o domínio da nação (econômico, financeiro, político e administrativo). Só com base na delação premiada do Delator-Geral da República (cleptocrata), que é o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa, já são 7 (sete) os partidos dos políticos investigados pelo escândalo: PP, PMDB, PT, PTB, PSDB, SD e PSB. Considere-se, no entanto, que, até o momento, já foram 15 delações. Nas outras 14, feitas por Sub-Delatores-Gerais da República (cleptocrata), muitos outros políticos e partidos estão fartamente citados (já incluindo-se corrupção em outros setores, como o da energia). Qual a grande farsa que a cleptocracia (especialmente a brasileira) derrubou? A de que haveria ruptura entre a economia (ciência econômica) e a política (ciência política). A tese é do final do século XIX e foi defendida por William Stanley Jevons, León Walras, Anton Menger e Antoine Augustin Cournot, na onda da revolução marginalista (veja Jaime Osorio, El Estado en el centro de la mundialización: 128-129). Para a economia política clássica, que se cristaliza na segunda metade do século XVIII e primeira do século XIX, com François Quesnay, Adam Smith e David Ricardo, a reflexão econômica era inseparável da política, das classes sociais, das formas de apropriação da riqueza social. O que essa farsa tem a ver com a roubalheira na pátria mãe gentil? Enquanto prosperou a velha tese da separação entre economia e política (entre o mercado e a democracia) só eram visíveis os corrompidos (funcionários públicos e políticos), não os corruptores (os donos do dinheiro e, em consequência, do poder econômico e financeiro). Com a cleptocracia abundantemente evidenciada nos mensalões (do PT e do PSDB) e, agora, no petrolão (acontece a mesma coisa no cartel do me-
trô SP), passaram a ganhar imensa visibilidade também os corruptores de alto calibre do mundo econômico e financeiro, que se unem frequentemente com o poder político e administrativo para, juntos, numa Parceria Público/Privada entre Poderosos (das classes dominantes ou reinantes) promover a Pilhagem do Patrimônio Público. Trata-se da criminalidade organizada P7 (Parceria Público/Privada entre Poderosos para a Pilhagem do Patrimônio Público), cujos protagonistas ladrões sempre foram beneficiários do silêncio obsequioso de todos os criminosos do grupo (a máfia chama isso de omertà). Esse silêncio mafioso foi rompido pela primeira vez de forma sistemática pelos membros da criminalidade organizada P7. O resultado (ainda preliminar) já começou a aparecer: 16 empreiteiras atuavam em cartel na Petrobras (segundo o MP), 24 ações já foram iniciadas (19 penais e 5 cíveis), 11 empreiteiros estão presos (além de vários diretores e funcionários da Petrobras), 15 acordos de delação premiada já foram firmados, 54 pessoas estão sendo investigadas, dentre elas 35 parlamentares, dois governadores (Pezão-RJ e Tião Viana-AC) e um ex-governador (Sérgio Cabral) etc. Desfraldados os véus farsantes dos verdadeiros donos do poder (poder econômico e financeiro), sabe-se que o mundo da corrupção cleptocrata (corrupção de alto nível, dos poderosos) é muito mais imundo e profundo do que o povo brasileiro poderia imaginar. P. S. Participe do nosso movimento fim da reeleição (veja fimdopoliticoprofissional.com.br). Baixe o formulário e colete assinaturas. Avante!
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ARTIGOS
O rato e a operação Lava Jato JORGE MORAIS Jornalista
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ocê conhece muito bem essa frase: “rato escondido com o rabo de fora”. Quando isso ocorre, é presa fácil para o gato, que não erra um bote. No caso da operação Lava Jato é mais ou menos assim: todos os acusados desmentem a inclusão de seus nomes na operação (Petrobras), desencadeada pela Polícia Federal, determinada pelo juiz federal, Sérgio Moro, do Estado do Paraná, e recebida pelo procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que, por sua vez, enviou ao Supremo Tribunal Federal. Não quero, com isso, dizer que os nomes divulgados tenham participação com o escândalo. Acho até que muitos serão inocentados por algum motivo, até o de não ter recebido ne-
nhum dinheiro ou que recebeu sem saber a sua origem. No caso do rato, o rabo de fora é que sempre termina em problema, para o rato. Imagino que, nesse momento, aqueles que garantem não ter recebido nada e que não conhece os delatores ou que nunca fizeram qualquer tipo de negócio com eles, passarão por uma profunda investigação, uma verdadeira devassa, em suas vidas. Por outro lado, fico imaginando que se tudo for verdade mesmo, como posso acreditar nas pessoas que assumiram que roubaram a Petrobras e que, agora, para se livrarem da cadeira, estão devolvendo parte desse dinheiro, em troca dos nomes de empresários e políticos beneficiados com o dinheiro da estatal do petróleo. Pergunto: Quem garante que eles estão falando a verdade? Quem garante que o dinheiro devolvido agora é só esse montante mesmo? No entanto, acho que a questão maior da justiça não é saber quem levou a “grana”, mas como esse dinheiro chegou ao seu destino. É
fruto de que? Quando boa parte dos envolvidos se manifesta que não recebeu nada, é possível acreditar. Mas, porque os seus nomes aparecem nessas listas? Isso é preciso explicar, para que o assunto seja passando a limpo rapidamente, e que, como eles mesmos dizem, deixem de ser acusados injustamente. Outra parte desse negócio sujo confirma o recebimento de dinheiro das empreiteiras para suas campanhas políticas, mas que tudo foi declarado à justiça eleitoral. Até aí, nenhum problema, pois isso é permitido. O que a justiça quer saber mesmo é, como esse dinheiro chegou aos candidatos. De que forma ele foi arranjado para ser entregue aos candidatos. A justiça quer saber também, é se o dinheiro saiu licitamente dos cofres das empresas. Se o dinheiro não é fruto de negócios escusos entre as construtoras e a Petrobras, por exemplo. Em principio, já está comprovado que esses milhões e milhões desviados, não foram todos destinados para as campanhas.
Muitos, além de Alberto Yusseff, Paulo Roberto Costa e Renato Duque, estão envolvidos até a medula com essas investidas todas no dinheiro da Petrobras, ou melhor, nesse buraco negro da empresa. Para se ter uma ideia do buraco, 82 pessoas são réus nisso tudo, inclusive o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, que garante ter prestado contas de tudo. Verdades ou mentiras, o país precisa urgentemente ser passado a limpo dessas mazelas políticas e situações criadas a partir do uso indevido do dinheiro público. Hoje, a presidente da República, os senhores senadores e deputados federais trabalham pelas reformas administrativas e políticas, sem brigas, cada um no seu segmento como já deixou bem claro o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros, e o vice-presidente da República, Michel Temer. Pergunta-se: Essas medidas vão ajudar a esconder o rabo do gato? Pode ser que Sim, pode ser que Não.
Estive num Departamento da Assembleia e conversei com a colega, agitada, só e cheia de trabalho. Perguntei: Quantas pessoas são lotadas aqui?” “Quatorze”, disse-me ela. “Pela manhã são cinco e pela tarde são nove”. Eram 10 horas da manhã e só ela estava trabalhando. Na hora de relacionar quem frequenta o local onde está lotado, aparecem vinte ou trinta. Outro fato interessante: uma servidora que, por ser amiga da chefe, há quatro meses não comparece ao local de trabalho. Daí a fama do servidor público de querer emprego e não uma forma de trabalhar. Casa política é pior ainda. No Legislativo são 900 comissionados que, obviamente, não cabem num prédio só. Muitos ficam no interior, outras sãodonas de boutique, empresários e familiares. De vez em quando tomo um susto quando vejo determinadas figuras na folha de pagamento da ALE. Se perguntar qual a função do Poder Legislativo, com certeza, poucos saberão responder. Mas, na hora de cortar salários, as grandes vítimas não são os comissionados.
Somos nós! Tenho andado em várias clinicas médicas em Maceió e, graças a Deus, o atendimento tem sido muito bom. Quero registrar a Medicor. De novembro a março, eu e meu marido temos sido clientes assíduos dessa clínica. Desde as meninas da recepção, o pessoal da limpeza ou os meninos dos laboratórios, daria grau 10. E como o olho do dono engorda o gado, vejo sempre por lá o Dr. Jorge, fiscalizando tudo. Existem outras clínicas muito boas, mas o que prende o cliente é um atendimento gentil e eficaz desde a sua entrada no ambiente. De uma maneira geral, todos gostam de ser bem tratados, seja num local público, seja numa empresa privada. Se isso não acontecer, o cliente sai irritado e não volta mais por lá. Precisamos ser felizes, tratar bem nossos semelhantes e, se possível, tentar ajudá-los nas soluções dos problemas grandes ou pequenos. Deus existe. Não duvidem.
Atendimento ao público ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa
A
fama do servidor público no Brasil não é das melhores. Ouço sempre o povo dizendo que a maioria das pessoas quer um emprego e não um trabalho. Sem querer generalizar e com a experiência de 43 anos como servidora pública, fico triste ao afirmar que há um pouco de verdade na voz do povo. Trabalhei nove anos no Sindicato da Assembleia e primava por um bom atendimento à categoria, formada por colegas nossos e familiares. Mantínhamos em nossa entidade um atendimento odontológico de primeira qualidade. Tínhamos um plano de atendimento médico. Sempre que passávamos pela recepção e víamos alguém reclamando, procurávamos melhorar
o atendimento ou resolver a questão. Nada melhor do que ser bem atendido e, se possível, ter o pedido satisfeito. Ficava de alma lavada. Esta semana tive uma dúvida em desconto previdenciário. Pensei com meus botões: Vou ao AL Previdência, procuro um advogado especialista no assunto e tiro minhas dúvidas. Já havia feito isso anteriormente e fui muito bem atendida pelo Dr. Souto e pelo Dr. Marcelo. Desta vez foi diferente. O pessoal da recepção foi muito gentil e me encaminhou ao 13º andar. A moça de lá também foi legal e ligou para o 15º. Atendeu-me uma advogada, cujo nome esqueci, muito gentil, mas não a vi pessoalmente, não mostrei o processo. Nem ela desceu, nem eu subi. Poderia ter ligado para a moça até da minha casa. Atendimento previdenciário é coisa social. São idosos ou jovens procurando seus direitos. Nada pode ser resolvido por telefone. Aliás, a Previdência sobrevive com o que nós descontamos em nossos salários.
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Classes insatisfeitas e inquietas MAURÍCIO COSTA ROMÃO*
A
pesquisa do Datafolha do início de fevereiro deste ano mostrou um quadro dantesco para a presidente Dilma Rousseff: a avaliação de seu governo, bem como sua imagem enquanto gestora e pessoa, se deterioraram tremendamente em relação ao levantamento do instituto em dezembro passado. As razões dessa débâcle são conhecidas: anúncios e/ou implementação de medidas contrariando o discurso de campanha da presidente à reeleição, piora dos ambientes econômico e político do país e desdobramentos da roubalheira da Petrobrás. De fevereiro para cá a situação se agravou, com notória intensificação das crises econômica, política e ética. Neste turbilhão, o desprestígio da presidente se acentuou e a pregação de seu impeachment passou a ser corriqueira. O discurso da mandatária nacional no domingo passado (8), longe de reverter o desgaste, parece tê-lo aumentado, a ponto de ter sido recepcionado por panelaços em alguns estados. Uma vaia à presidente esta semana
em São Paulo foi sintomática do grau de irritabilidade de parte da população. Os dois episódios serviram de termômetro para as manifestações do próximo dia 15, prevendo-se que sejam de apreciável dimensão. Alguns dos simpatizantes e defensores da presidente têm-se referido à convocatória para a passeata, aos brados de impedimento, ao panelaço, às vaias e ao pessimismo que reina no país, como movimentos e iniciativas engendrados pela “elite branca conservadora”, pela “classe média alta e classe rica”, pelos “perdedores da eleição”, pela “direita reacionária”, pela “grande mídia golpista”, e por aí vai. A mencionada pesquisa do Datafolha de fevereiro pode lançar luzes sobre pelo menos um desses pontos: o que se refere à renda e às classes sociais. Na pesquisa procurou-se selecionar algumas variáveis (proxies) que espelhassem a percepção do eleitor sobre a popularidade da presidente (variável “avaliação do governo”), situação da economia (“desempenho da presidente” e “perspectiva da inflação”), o contraste entre o que disse a presidente na campanha e o que fez depois de ser reeleita (“mentira versus verdade” e “falsidade versus sinceridade”) e, finalmente, sobre o escândalo da Petrobrás (“sabia ou não da corrupção na empresa”). Na avaliação do governo, depreende-
se que Dilma está sendo amplamente reprovada pela população: os percentuais de ruim e péssimo são bem maiores que os de ótimo e bom. A restrição à gestão governamental é maior nas classes “mais ricas”, A e B, porém atinge todas as classes. Então, o descontentamento com o governo da presidente é generalizado e não adstrito apenas aos que mais possuem. O desempenho da presidente Dilma na economia segue o mesmo diapasão de sua gestão à frente do governo: é mais criticado nas classes de maior nível de renda, porém é reprovado em todos os estratos. Um subproduto dos desacertos na economia, a inflação, é percebida como em trajetória de aumento, percepção que grassa em todas as classes, homogeneamente. Vê-se, assim, que as agruras da economia e o custo de vida são sentidos por todos e as reclamações nessa área não são oriundas só dos que podem se expressar “pela mídia golpista”, exalando pessimismo. Talvez o maior dano à imagem da presidente tenha sido causado pela abissal diferença entre o que a mandatária disse na campanha da reeleição e o que ela fez depois. Há um sentimento generalizado de que a presidente mentiu para os brasileiros. Esta percepção, geral, é maior, de novo, nas classes superiores de renda, A
e B, onde 75% acham que a presidente, na campanha, ou falou mais mentiras que verdades ou somente mentiu. Não sem razão, pois, que se alastrou a noção, em todos os níveis de renda, de que a presidente é mais falsa do que sincera, um dano profundo na sua imagem. A pessoa de Dilma não mais transmite confiança para a maior parte da população. Por último, mais da metade dos brasileiros (52%) acham que Dilma sabia da roubalheira da Petrobrás e não fez nada para impedir. Esta compreensão é menos forte nas classes mais pobres, não obstante expressiva . Já no topo da pirâmide de renda, nos segmentos sociais A e B, 71% consideram que a presidente sabia e nada fez contra a corrupção na estatal, contra apenas 10% que acham que ela não sabia. Em síntese, pois, a evidência empírica atesta que o sentimento de frustração dos brasileiros com a presidente, sua imagem e seu governo está espraiado nos diversos segmentos sociais, dos mais pobres aos mais abastados. Reconhecer esse fato pela presidente e seus adeptos é o primeiro e mais importante passo para o árduo percurso de superação da crise atual. Ph.D. em Economia e consultor da Cenário Inteligência e do Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau http://mauricioromao.blog.br
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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com
Segundo turno
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campeonato alagoano de futebol fechou o 1º turno com o ASA campeão e vaga na Copa do Brasil de 2016 e o CSA vice. Mas neste segundo turno, abertura na quarta e sequência já na quintafeira, emoções devem ter dosagens mais fortes. É que vão voltar a estar em campo o Coruripe e o CRB, o campeão e o vice do ano passado.
Xodó da torcida Davi Luiz e Thiago Silva são brasileiros xodó da torcida do Paris Saint-Germain. Idolatria foi observada após o empate (2x2) com o Chelsea e o time garantir vaga nas quartas de finais da Liga dos Campeões. Crianças até vestem camisa do Brasil e a mídia francesa acha que a onda pegou e falam que “elas até usam perucas copiando o penteado ‘aloprado’ de Davi Luís”.
Fio da navalha Murici Ramalho vive sob o fio da navalha no São Paulo. Tensão está amenizada depois da vitória recente sobre o Ituano, mas o torcedor não engoliu ainda derrota para o Corinthians e pega no pé dele. A diretoria confirma a permanência dele no clube até o término do contrato, no fim do ano.
Amor ao clube De Murici Ramalho: “Quero me aposentar aqui no São Paulo”. Ele pontua o desejo a um débito com s torcida por estar de volta e na época pôde ajudar o time a não cair num desastre que era dado como certo: o rebaixamento à 2ª divisão do Brasileiro de 2013. E ainda palavra dele: “Conheço bem as coisas aqui e com certeza vamos sair desse momento”.
Renata Teixeira colocou na terça, dia 10, o nome dela e do Brasil na história do pôquer. Conseguiu um histórico vice-campeonato na etapa de Vina del Mar no Circuito Latino-Americano ao vencer o LAPT (Latino American Poker Tour). O chileno Oscar Alache foi o campeão.
Jogo empatado É comum no futebol torcida expor arbitragens como “bode expiatório” na derrota do seu time. Da observação poucos se importam quando os jogos acabam com placar igual. Acham ser do jogo. Mas e as derrotas é por qual motivo? Não é também parte do jogo?
Chamou atenção
Nota baixa
No futebol paulista novidade tem a ver com proibição a torcedores fumarem nos estádios. A notícia foi transmitida pelo sistema de som. Mas pena não haver sido anunciado se a decisão foi cumprida ou teve alheamento de torcedores mais nervosos nas arquibancadas. Será que pega Brasil afora?
“Torcedores melhoram a postura nos estádios”. Observação de PMs foi após dissolverem grupos de torcedores exaltados nas ruas e jogadores do ASA vivendo emoções da conquista do primeiro turno do estadual no domingo. Venceu nos pênaltis e ficou com vaga na Copa do Brasil de 2016.
Aquatriathlon
“Digo sim” Cássio, goleiro do Corinthians, tem aval dos torcedores não somente do time em que joga mas do torcedor no geral e a questão é ser merecedor de uma chance de Mano Menezes na seleção brasileira. A mídia paulista insinua há bastante tempo que ele já devia ter tido oportunidade.
Bom momento O torcedor deve lembrar épocas passadas e uma delas Luís Felipe Scolari “xerife” da defesa do CSA e capitão do time. Ele não esconde que tem boas lembranças de Alagoas e paixão pelo CSA, onde começou a carreira de técnico. Mas será que recebeu título de cidadania alagoana?
Automobilismo
Felipe Massa é hoje uma das estrelas da Fórmula-1 e tem condições de nesta temporada ser um dos favoritos ao título mundial. Mas prudente muda de assunto: “Eu vi que a Ferrari está fazendo tempos incríveis em situação de corrida. Precisamos ficar de olho neles. A Mercedes está fora de alcance”.
Fórmula-1 Ainda repercute o paulistano Felipe Nasser, pilotando uma Ferrari, ter sido um dos pilotos que mais atraíram atenção na abertura da temporada da Fórmula1, realizada recentemente em São Paulo. Ele largou atrás e chegou em 5º na classificação. Foi primeiro dentre os 5 brasileiros que estrearam.
Campeã no pôquer
No dia 28 próximo será realizado na Ponta Verde o Alagoas AquaTriathlon. Promoção é da Federação Alagoana de Thiathlon (Faltri) e Higino Vieira, presidente da entidade, confirma que as provas são de nado, pedaladas e corrida dos Sete Coqueiros ao Alagoinha. Período é das seis da manhã ao meio-dia.
Poder de aglutinar De Higino Vieira na Tribuna de Alagoas: “Nós acreditamos que esportes têm o poder de aglutinar pessoas, respeitando a diversidade, o desenvolvendo e estimulando quem participa São iniciativas importantes como este evento e para realizá-los temos contado com o apoio da Prefeitura de Maceió”.
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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO
Tempos de “gatos”
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Operação Lava Jato tem ações transmitidas pela imprensa e dos depoimentos que chamaram atenção constou o do deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal. Foi na quinta, dia 12, e ele, ao deixar a sala, disse: “Não estou aqui em busca de aplausos, mas para esclarecer”.
Temperatura
São notórios
Maceioenses habituados ao sol forte e ventos brandos nesta época não reclamam do calor, mas da “dor no bolso”. Algo a ver com ar condicionado, ventilador e protetores do corponas esticadas à praia para pegar bronze. A temperatura média bate nos 32 graus, natural para a época.
O quilo do queijo tipo mais comum, que até início do ano era em média R$ 19,00 para o consumidor, hoje não custa menos que R$ 26,00. Isso a não ser que o prazo de validade esteja próximo da data do vencimento. O do Reino, se não bate, fica perto dos R$ 90,00.
Timidamente Pré-candidatos nas eleições municipais de 2016 (prefeito e vereador) não devem se precipitar na pré-campanha. Advertência é de advogados e tem a ver com a distribuição de “santinhos”, mesmo sem citação direta da candidatura. A legislação eleitoral é rigorosa e convenções estão com meses de distância.
Milagre das urnas
E tem mais “Estatísticas sobre a violência urbana é comum nas manchetes diárias da mídia”. Questão teve atenção pela divulgação em um dos sites de maior acesso no Estado com a maioria das chamadas de capa citando casos policiais. Foram 8 das 13 inseridas.
No limite Apitaço do domingo passado teve como itens de pauta a paciência dos brasileiros começando a se esgotar. A maioria dos que desabafaram problemas teve a ver com o forte movimento das ruas e cobrança maior foi pelo fim da corrupção. Em Maceió o ato ocorreu na Ponta Verde.
Outro lado “A AGU insiste na defesa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e das investigações na época dele no Planalto”. Comentário foi do ministro Luís Inácio Adams feito na Revista IstoÉ de 4 de março. Ele também defendeu “acordo com empreiteiras permitindo rápido ressarcimento”. Adams é advogado-geral da União.
Ponto de vista O momento conturbado, que começa a retratar um quadro difícil de controle, e não havendo mudança de rumo na forma como é administrado, não produz risco de radicalizar? Isso se levado em conta o próximo ano ser de eleições municipais e na sequência as de 2018?
Em Ibateguara, na Rua Miguel Alves, as caixas de coleta de dejetos (fezes mesmo) estão destampadas e se transformam em criatório de mosquitos. O problema é antigo e moradores estão apreensivos pelo risco de contraírem doenças. Dengue principalmente.
Caiu na rotina
política de reajuste no setor energético e em vigor desde começo deste mês causa preocupação a quem vive na classe média. Outra questão levantada tem a ver com os preços dos combustíveis e custos de uma feira nos supermercados.
Propostas sociais dos governos federal e estaduais não necessitam de avaliação? O Bolsa Família em especial? Questão foi levantada no Gazetaweb citando Alagoas hoje com mais de 400 mil inscritos. Já o cidadão observa que no prédio da entidade, no Poço, é diária a multidão na porta. A dúvida é se para primeira inscrição ou renovação.
Abandono
Lava jato Depoimentos tomados no inquérito da Operação Lava Jato são “contraditórios”. Já nomes citados na mídia nacional e base das denúncias depoimentos têm figuras importantes listadas. Algumas: Edson Lobão (PMDB-MA), Humberto Costa (PT-PE) Linderg Farias (PT-RJ), Roseana Sarney (PMDB-MA) e o ex-ministro Antônio Palloci (PT).
Ocupação Ocupação do calçadão pelos ambulantes é aceita pelos maceioenses em compras. Acham não haver concorrência com lojistas. Já na Praça dos Palmares reconhecem haver risco de acidente ante a baixa altura na coberta de algumas barracas e som alto em áreas com venda de CDs.
Do outro lado Já os lojistas são divergentes quanto à ocupação do calçadão pelos ambulantes. Uns se habituaram, mas outros pregam o princípio de “cada um no seu lugar”. Suspeitam que entre os camelôs no calçadão haja terceirizados por comerciantes de bairros em Maceió e de cidades próximas.
E do povo “Eles, os ambulantes não incomodam e às vezes as mercadorias que oferecem são mais em conta”. Comentário é de frequentadores do calçadão, mas defendem disciplina na ocupação de espaço, uso de crachá e o consumidor ter certeza de não ter encrenca depois.
Dor no bolso Lixo jogado na rua, habitual em Maceió, vai doer no bolso com aprovação de lei na Câmara de Vereadores. Proposta a princípio é educativa, daí a multa ser de R$ 50,00. Mas ocorrendo insistência os valores vão ser revistos. Aí, lembra Zacarias (Trapalhões): “Toma...nojentos”.
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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br
Poluição do ar
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m novo estudo divulgado no último dia 16, sugere que a poluição do ar tem relação com um possível estreitamento das artérias carótidas, responsáveis por transportar o sangue arterial do coração para o cérebro. O entupimento delas pode provoca um acidente vascular cerebral (AVC). Pesquisadores do Centro Médico Langone, hospital da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, analisaram registros de mais de 300 mil pessoas que vivem em Nova York, Nova Jersey e Connecticut. Com os dados, eles descobriram que quem vivia em endereços com maior presença de poluição particulada ficou mais propenso ao estreitamento de suas artérias carótidas internas em relação a quem vivia em áreas menos poluídas.
Governo da China O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, reconheceu no domingo (15) que será preciso tempo para ver os efeitos da “guerra contra a poluição”, que ele mesmo declarou ano passado. Em entrevista coletiva, Li disse que ainda não conseguiu eliminar a neblina de grandes cidades como Pequim.
Aquecimento global O Banco Mundial reiterou no último dia 15 seu apelo à comunidade internacional para que se reforce a luta contra o aquecimento global, em uma conferência da ONU sobre o clima em Sendai,Japão. Falando à AFP, Rachel Kyte, encarregada de temas de clima do Banco Mundial, disse que parece haver uma desconexão entre a ação política e a frequência com que se repetem em todo o mundo as devastadoras catástrofes naturais.
Pit bull gigante Hulk é um amoroso pit bull de um ano e meio que convive em plena harmonia com o garoto Jordan, de 3 anos, no estado de New Hampshire, nos Estados Unidos. Seria um cachorro de estimação como qualquer outro não fosse seu tamanho: pesando quase 79 kg, o cão continua em fase de crescimento. Os donos do gigante, o casal Marlon e Lisa Grennan, garantem que têm total confiança em deixar pequeno Jordan brincar com Hulk. O garoto inclusive monta no cachorro como se ele fosse um pônei.
Emissões de CO2
Criatura marinha Pesquisadores das universidades de Yale e Oxford descobriram um monstro marinho similar a um crustáceo que media dois metros de comprimento e vagava pelos mares há 480 milhões de anos. A criatura, que tinha hábitos alimentares iguais aos das baleias atuais, “teria sido uma das maiores a viver nesta época”, segundo a zoóloga Allison Daley, uma das autoras do estudo, da Universidade de Oxford. A pesquisa, coordenada por cientistas britânicos e americanos, foi publicada na revista especializada “Nature”.
As emissões globais de dióxido de carbono (CO2) do setor de energia pararam de subir em 2014, ao mesmo tempo em que a economia do planeta cresceu 3%.Segundo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), é a primeira vez que isso acontece em 40 anos - exceto em anos com crise econômica, como 1992 e 2009.
Florestas tropicais Os primeiros humanos modernos se adaptaram para viver nas florestas tropicais há 20 mil anos, muito antes do período que se imaginava, sugerindo uma dieta composta de alimentos típicos desses ambientes. Uma equipe de pesquisa internacional lançou uma nova luz sobre os alimentos dos quais os primeiros humanos dependiam e situa o momento em que nossos ancestrais começaram a viver e a depender dos recursos das florestas tropicais 10 mil anos antes do que se pensava.
Cão perde 20kg Um cão da raça dachshunds trocou de dono e emagreceu 20 kg em dois anos nos Estados Unidos. Dennis chegou a pesar o mesmo que quatro cães da mesma raça, quando era alimentado com pizzas e hambúrgueres. Foi aí que Brooke Burton, parente do antigo dono, resolveu adotá-lo e instalar uma rotina de dieta. Burton, uma estudante de enfermagem de 26 anos, lembra o quanto se emocionou ao ver Dennis em julho de 2013 - e convenceu o familiar a entregá-lo.
Recorde de queimadas O Brasil registrou nos dois primeiros meses deste ano 6.948 focos de incêndio. Trata-se do maior número de queimadas já registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em janeiro e fevereiro desde 1999, quando os satélites começaram a captar os focos de calor pelo país ao longo de todo o ano. O número de 2015 é 66% maior que o verificado no ano passado (que teve 4.182 focos) e quase 100% superior à média histórica para o período.
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ALTARODA
FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br
Briga será muito boa
C
enário raro em termos de lançamento no Brasil: três modelos estreiam ao longo de 30 dias para disputar o mesmo mercado de SUVs compactos, que os americanos também chamam de crossovers só por ter aspecto de utilitário porém com estrutura monobloco e mais baixos. Conceitualmente crossover é mais do que isso e o Honda HR-V “abre os trabalhos”, seguido nas próximas três semanas pelo Jeep Renegade e Peugeot 2008. Um degrau acima em porte, ainda em abril, estreará o chinês JAC T6. O EcoSport criou, em fevereiro de 2003, o que seria considerado pouco mais que um nicho. Ideia nasceu no Brasil, cresceu em vendas de modo impressionante e o modelo da Ford só teria concorrente em outubro de 2011, Renault Duster. O mexicano Chevrolet Tracker surgiu em outubro de 2013 e enfrenta cota de importação. Suzuki Jimny, de tração 4x4 temporária, não se enquadra exa-
tamente no conceito. Chegou do Japão em 1998, saiu de mercado, mas em 2012 passou a ser fabricado aqui. O goiano Mitsubishi TR4, de 2002 (também diferenciado pela tração 4x4 não permanente) cumpriu papel modesto, mas já saiu de produção. O HR-V pretende ser nova referência dentro desse segmento e deve incomodar bastante Ford, Renault, Jeep e Peugeot. Em relação ao líder EcoSport tem 5 cm a mais no comprimento, porém garante espaço interno maior pelos 9 cm extras de entre-eixos. Mesmo sendo 11 cm mais baixo que o pioneiro rival, só pessoas com mais de 1,85 m tocam de leve a cabeça no teto, porém há recurso de reclinar — pouco — o encosto do banco traseiro. Estilo é marcante e harmônico sem estepe pendurado na porta de carga (ótimos 437 litros) e maçanetas traseiras ocultadas nas colunas traseiras. Na parte interna, quadro de instrumentos, volante pequeno diâmetro ajus-
RODA VIVA tável em dois planos e console central com a parte inferior vazada agradam. Como o ar-condicionado digital não é de duas zonas, a Honda criou uma discreta saída de ar tripla de fluxo diferenciado e regulável mais facilmente pelo passageiro. Recurso inédito e de série entre os carros aqui produzidos, o freio de estacionamento elétrico acionado por botão a tem liberação automática ao se tocar o acelerador. No para-e-anda do trânsito é um recurso de extremo valor, quanto mais que 99% dos HR-V serão produzidos apenas com câmbio automático CVT de sete marchas virtuais. Compensa com folga a ausência de itens secundários, a exemplo do sensor de iluminação para acendimento dos faróis. A Honda fez um balanceamento de custos razoável entre as versões, a partir de R$ 69.900 (LX, de câmbio manual e rodas de aço, representará simbólico 1% das vendas, ou seja, só para
constar). Intermediária EX custa R$ 80.400, sem GPS. A de topo, por R$ 88.700, tem GPS e inédita tela tátil (entre carros nacionais) que aceita movimentos de pinça com os dedos. Carros japoneses e alemães não são baratos e isso não vai mudar. Por acaso, dominam vendas no mundo... Dinamicamente o HR-V vai muito bem, embora deva um pouco de potência para sua massa de 1.271 kg. A exemplo de todo câmbio CVT, quando se exige a fundo o motor, apresenta comportamento linear sem entusiasmo. Em acelerações normais é aceitável, inclusive pelo freio-motor e seleção manual de “marchas”. O motor flex de 1,8 L (igual ao do Civic com câmbio automático convencional) entrega 139 cv/etanol e 140 cv/gasolina. Na prática não muda nada, mas é estranho no caso de motores aspirados (sem turbo). Fabricante atribui aos câmbios diferentes e à necessidade de conter consumo com etanol.
pitstop Muito luxo e potência. Chegou o Lexus NX 200t Chegada do crossover japonês reafirma o bom momento do mercado de luxo no Brasil
O
mercado de luxo segue na contra mão e consegue crescer mesmo em tempos de queda de vendas do setor e portanto continua sendo atraente para investimentos das montadoras. O estreante da vez é o Lexus NX 200t, que desembarcou no Brasil nesta sexta-feira (13), com motor 2.0 de injeção direta e 238 cavalos. O carro acelera de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos, tem consumo médio de 9,2 km/l (cidade/estrada) e o câmbio é automático de seis marchas. Destaque para a dianteira, que tem
desenho agressivo e uma bela grade frontal, além de todos os faróis de led. As lanternas traseiras também contam com o sistema fullled e saída de escapamento dupla e cromada. O carro oferece bom espaço para os ocupantes e acabamento refinado (padrão para os carros deste segmento). Confira os principais itens de série: volante multifuncional de couro, revestimento do painel e das portas de madeira, computador de bordo com tela colorida de 4,2 polegadas, kit multimídia com outra tela de sete polegadas e diversas funções, ao
lado da manopla do câmbio existe uma tela sensível ao toque, para que o motorista utilize as funções do sistema multimídia como se mexesse em um tablet, sistema de partida no botão, três modos de condução (eco, normal e sport), aquecimento e resfriamento dos bancos, teto solar elétrico, assistente de saída em rampas, entre muitos outros. Como um motorzão de 240 cavalos, o carro vem com diversos itens de segurança, para proteger motorista e passageiros, confira os principais: dez airbags, distribuição eletrônica de frenagem, controle eletrônico
de tração e de estabilidade, luz de frenagem emergencial, sensor crepuscular, entre outros. Como opcional, a Lexus oferece o pacote com um desenho mais esportivo, com detalhes externos, acabamento interno diferenciado e itens como teto solar panorâmico e painel multi-informativo. A expectativa da empresa é que o modelo venda 100 carros por mês. No ano passado a marca vendeu 240 veículos. Veja o preço de cada versão do NX 200t: NX 200t – R$ 216,3 mil NX 200t – R$ 236,9 mil
COTAÇÃO do dólar, que atingiu R$ 3,25 na semana passada (Anfavea previu R$ 3,10 para dezembro), muda de forma radical as tais comparações de preços alopradas feitas há menos de dois anos. A referência eram carros “idênticos” vendidos no exterior, em especial nos EUA, onde a carga de impostos é menos de um terço da brasileira. Muitos se revoltaram. Coluna voltará ao assunto em breve para pôr pingo nos is. MINI passa a oferecer Cooper (R$ 105.950) e Cooper S (R$ 123.500) com quatro portas, de melhor acesso ao banco traseiro. Cresceu 16 cm no comprimento (7,2 cm no entre-eixos), mas largura mantida em 1,72 m não ajuda no conforto de quem vai atrás. Essencialmente, trata-se de carro de imagem para 2 adultos + 2 crianças. Motores turbo de 1,5 L (3-cilindros, 136 cv) e 2 L (192 cv), por ora só a gasolina. MOTOR turbo dá nova vida ao redesenhado (no final de 2013) Lexus NX 200t, que chega ao Brasil a partir de R$ 216.300. Marca do Grupo Toyota (antes o menos entusiasmado com motores superalimentados) tem forte presença mercadológica nos EUA e se esforça para se tornar mais conhecida no Brasil. Seu estilo agrada bastante, acabamento é ótimo, salvo pormenores pouco visíveis. CORREÇÃO. Ao contrário do Focus RS (320 cv), o hatch médio-compacto Honda Civic Type R (310 cv), citado na coluna da semana passada como uma das atrações do Salão de Genebra encerrado dia 15 último, tem tração apenas dianteira e não nas quatro rodas como seu rival.
28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE MARÇO DE 2015 CRÔNICA
Eita........O Brasil não tem mais jeito...!!!!!!... JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br O dia 15 de março passado, deste 2015 foi um dia diferente para todos os brasileiros, até mesmo para aqueles que estavam no exterior. Em todas as capitais e nas grandes cidades, o povo gritou contra da corrupção, contra o Governo da Presidenta Dilma e, principalmente, contra a roubalheira que aconteceu na Petrobras e nas obras que estão acontecendo no Brasil. Logo cedo, eu fui para o local da concentração anunciada, onde milhares de pessoas já estavam chegando. As cores amarela e verde eram as mais escolhidas, para bandeirolas, bonés, chapéus, camisas e tudo que lembrasse o Brasil. Emocionado, eu acompanhei a grande multidão que seguia pela avenida principal da
nossa Maceió e, de minuto a minuto, eu via gente chegando e gritando “fóra Dilma..;”, além de outros catazes com palavras contra o PT e contra a corrupção. Durante todo o trajeto, eu pude ver que os brasileiros estavam “cheios” com tanta safadeza, com tanto cinismo e com tanta bandalheira. Nas fisionomias, eu via que o povo brasileiro que gosta de futebol e de carnaval, ainda tem vergonha. Eu vi crianças, jovens, velhos, mulheres, homens, pretos, brancos e, pessoas em cadeiras de rodas, todos eles irmanados, pedindo o ‘impeachment” da Sra. Dilma. Nas várias paradas dos carros de som, o povo cantava o Hino Nacional e, via várias pessoas emocionadas, chorando e pedindo que déssemos as mãos, uns aos outros. Que coisa linda !!!!! Terminadas as passeatas em todo o Brasil, paralelamente, eu pude ver que para o Brasil, não existe mais conserto e salvação. Dois dias depois, logo na 3ª. feira, os senhores deputados e senadores, aprovaram
um aumento de um tal de Fundo Partidário, milionário, quatro vezes maior do que era antes, para compensar o que os políticos vão perder, sem as doações para as campanhas eleitorais. Dois dias depois das passeatas, os senhores deputados e senadores, resolveram acabar com as reeleições, porém, fazendo com que os mandados deles fossem prorrogados para mais um ano, tanto para os Presidentes, como para os Governadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e Prefeitos. Em anos passados, isto já aconteceu, quando mudaram o mandato do Ex-Presidente Fernando Henrique, para 5 anos. Anos depois, voltaram para 4 anos e, agora, os mandatos vão ser, novamente, de 5 anos. É uma safadeza, depois da outra !!!. Já os senhores Cartolas do Futebol, quebraram os clubes, com compras e vendas milionárias de jogadores. Roubaram dos clubes e pediram empréstimos aos bancos. Agora, quando o rombo já é enorme,
o Governo permitiu que os clubes só pagassem o que devem, em 20 anos. Que safadeza!!!! Também, os usineiros, os fazendeiros e os agricultores, do Brasil, tomam dinheiro emprestado aos Bancos e, depois, dão calotes. Todos os anos acontece isso, precisando que os políticos consigam os perdões das dívidas, alegando secas e enchentes. Desse jeito, o Brasil jamais irá deixar de dar calotes, jamais irá deixar de enrolar com esse negócio de prorrogação de mandatos e outras safadezas. Pelo que estou vendo, os Ministros poderão até perdoar os bilhões que foram surrupiados da Petrobras e das obras em andamento. Por tudo isso, eu acho muito difícil o Brasil aprender a ser honesto....!!!! Em tempo – Desculpem a minha falta de modéstia, pois eu só tenho leitores importantes, como são os amigos e leitores Pedro Barbosa Neto e o Frutuoso Alexandre Barbosa Filho.
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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com
MP reage a ataques
O
s promotores de Justiça de São Luiz do Quitunde, Jorge Bezerra, e de Viçosa, Anderson Cláudio de Almeida Barbosa de Araújo, sofreram essa semana, ataques verbais dos prefeitos Eraldo Pedro e Flaubert Torres Filho, que são acusados de improbidade administrativa. O ataque mais violento partiu do prefeito de Viçosa que chamou, em sua página do facebook, o promotor Anderson Claudio de “canalha”, “doutorzinho mequetrefe” e “fio de uma égua”.
Nota de repúdio A Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal) emitiu, na tarde de quarta-feira (18), uma nota de repúdio contra o prefeito de Viçosa, Flaubert Filho (PROS), que “de forma inconsequente, equivocada, covarde e mesquinha, tentou intimidar a atuação legitima da Instituição”.
Apropriação indébita Ainda em sua Nota Oficial, a Ampal esclareceu que no último dia 10, o MPE ajuizou ação penal, subscrita pelo procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, de apropriação indébita contra o prefeito, acusado de causar prejuízo ao Regime Próprio de Previdência Social do Município em quase meio milhão de reais. Essa teria sido a motivação da fúria do prefeito, que partiu para o ataque nas redes sociais. Diante da repercussão do caso, o prefeito retirou o post do facebook.
Perda do cargo
Pulso firme
PELO INTERIOR
Na ação, que também pede a perda do cargo eletivo e a indisponibilidade dos bens do prefeito, o Ministério Público alega ter elementos suficientes do suposto esquema no Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Municipais de Viçosa (IPASMV). Segundo a investigação, entre as irregularidades constatadas estão os descontos das contribuições previdenciárias dos servidores ativos, inativos e pensionistas, sem o devido repasse à instituição.
De acordo com um advogado que estava no ato público e pediu anonimato, a reação do MP alagoano foi bem clara e um recado a políticos e pessoas que não respeitam a Lei e as instituições que atuam em favor da população. “O MP vai agir com pulso firme não temendo qualquer intimidação”, disse o advogado.
... Ainda nos trabalhos de pré-produção, o casal Dalton Costa e Maria Amélia Vieira arregaça as mangas, recomeçando visitas a essas comunidades localizadas às margens do rio São Francisco.
Outro lado Em sua defesa, o prefeito disse ter utilizado tais recursos para complementar à folha de pagamento dos servidores ativos. Em sua página no Facebook, Flaubert afirmou reconhecer o erro, alegando já ter devolvido o montante, o que, no entanto, não o isentaria da penalidade foco, como explica trecho da ação penal.
Ato público Já em São Luis do Quitunde, litoral norte de Alagoas, o Ministério Púbico promoveu um ato público, na manhã desta quarta-feira (18) em defesa de uma instituição independente, autônomo e que não se acovarda diante das ameaças no seu local de trabalho.
Foi atacado O evento aconteceu como forma de apoio ao promotor de Justiça Jorge Bezerra, titular da Promotoria de Justiça daquele município que, após ajuizar nova ação por ato de improbidade administrativa contra o atual prefeito Eraldo Pedro, foi atacado pelo chefe do Poder Executivo com ofensas pessoais. Eraldo Pedro responde a oito ações na Justiça por conta da prática das mais diversas irregularidades.
“Fora da lei”
“Não será porque um fora da lei resolveu insultar um colega do Ministério Público que vamos nos calar ou deixar de cumprir as nossas atribuições. Continuaremos firmes no propósito de defender os interesses da sociedade de São Luis e não transigiremos com a lei. Vamos continuar trabalhando no estrito cumprimento do nosso dever legal de forma una e indivisível, porque assim é o bravo Ministério Público de Alagoas”, disse o procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, ao faze uso da palavra na abertura do ato.
Cultura no interior
O barco museu da Coleção Karandash de Arte Popular e Contemporânea, chamado O Museu no Balanço das Águas, volta à ativa já neste mês de março com o projeto “Ampliando Saberes – Multiplicando as Práticas dos Mestres Ribeirinhos”. São oficinas de bordado e esculturas em madeira que ocorrerão até o mês de junho, no povoado Ilha do Ferro, no município de Pão de Açúcar, distante 250 km de Maceió, e no povoado Entremontes, em Piranhas (a 290 km da capital).
Referência
“O promotor Jorge Bezerra é uma das melhores referências que temos em nossos quadros e atua incansavelmente para defender os direitos de cada um dos cidadãos dessa cidade. Tenham sempre nele um motivo de esperança por dias melhores”, completou o procurador.
... Outro projeto ocorrerá no mesmo período, que é o “Encontro de Mestres”, reunindo dez artesãos dessa região da bacia do rio São Francisco em Alagoas. Eles exporão trabalhos no ateliê Boca do Vento e no barco museu, realizando, também, oficinas destinadas à juventude. ... Segundo Dalton e Maria Amélia, gestores dos projetos e proprietários em Maceió da galeria Karandash, desde o ano 2000 os artesãos escultores de madeira da Ilha do Ferro se reúnem no ateliê Boca do Vento, que foi criado pelo mestre Fernando Rodrigues (1928-2009), pioneiro de toda essa maravilha de trabalho com esculturas em madeira e originalíssimos bancos, cadeiras e mesas. ... “Munidos de ferramentas rudimentares e artesanais. eles criam peças de mobiliário e esculturas inventivas de extremo bom gosto”, afirma Maria Amélia, citando outros expoentes da arte popular pãodeaçucarense. ... “Ali, despontam nomes importantes como Aberaldo, Vieira, Petrônio, Valmir, Vandinho e muitos outros. O desejo de criar foi herdado dos pais e avós. Cada um desses artesãos conheceu desde menino o ofício de cortar e esculpir a madeira, enquanto brincavam nas oficinas de barcos da região.” ... O deputado estadual Davi Davino (PSB) esteve nesta terça-feira (17) reunido com a secretária de Estado da Cultura, Mellina Freitas, para solicitar a recuperação do Forte de Porto de Pedras, que em 2006 foi tombado pelo governo e atualmente está abandonado e com risco de desabamento. ... O prédio foi construído em 1630 e já foi sondado para abrigar um museu com artefatos dos séculos 18 e 19, encontrados na região. Mas até o que o uso do prédio seja definido, o deputado solicitou à secretária que pelo menos uma medida emergencial seja tomada. ... “O prédio vai desmoronar de vez, o teto está prestes a cair. Até que a restauração seja viabilizada é interessante que preserve o pouco de história que ainda tem. ... A abertura da 4ª edição da Copa de Futsal da Indústria e do Comércio, acontece nesta sexta (20), às 19h, no Ginásio Municipal João Paulo II, no Parque Ceci Cunha, bairro do Centro, sempre com entrada franca para o público amante do desporto. ..... Aos leitores da coluna desejamos um excelente fim de semana, com saúde, paz e prosperidade. Aos desafetos o nosso mais puro desejo é que passem o fds nos quintos dos infernos. Ô cambada de malfeitores. Valeu, até a próxima edição. Fui!!! E volto!!!!
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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com
Sua idade
Compre sua casa
T
Fique atento também ao limite de idade. Em geral, as instituições possibilitam o financiamento para pessoas com idade a partir de 18 anos. A grande restrição se dá com relação à idade que você terá no final do contrato. Os limites são de 17 a 81 anos e meio. Se você tem hoje 60 anos e pretende entrar em um financiamento com duração de 20 anos, haverá instituições que lhe negarão o crédito em função da idade. O único banco que não tem essas limitações é o Bradesco. Veja que é um banco privado, enquanto os públicos, seguem as limitações.
er um imóvel para chamar de seu é o sonho da maioria dos brasileiros. E as possibilidades para transformar esse sonho em realidade são basicamente três: financiamento habitacional nos bancos, consórcio imobiliário ou compra na planta. O mais comum e mais próximo da realidade da maioria dos sonhadores é o famoso Sistema Financeiro da Habitação (SFH). E é exatamente essa modalidade que a coluna cita hoje. Antes de sair em busca de um imóvel, economize para somar ao que você tem no FGTS e assim aumentar o valor da entrada. Quanto maior ela for, menor será a quantia a ser financiada e em menos tempo você quita o financiamento. A entrada é de no mínimo 20% do valor do imóvel. Por isso, se deseja comprar um apartamento de R$ 450 mil, precisará dar R$ 90 mil de entrada. Se não tiver o valor, será preciso procurar um imóvel mais barato ou esperar um pouco e poupar até atingir o total da entrada.
Faça pesquisa
Sua renda
Custos extras
É importante também ter renda familiar compatível com as prestações. Só é permitido comprometer 30% do valor da renda. Alguns bancos, porém, permitem até 35% da renda bruta. Isso quer dizer que se a prestação ficar em R$ 1.500,00, você precisa comprovar renda de R$ 5 mil. A boa notícia é que você pode juntar sua renda com a de outra pessoa, caso não disponha dos R$ 5 mil, e não necessariamente precisa ser o cônjuge. Não esqueça que a pessoa que ajudou a somar o valor necessário também é responsável pelo pagamento das parcelas.
Depois de avaliar todas essas considerações, comece a pesquisar o banco que oferece não só as menores taxas de juros, como também o menor Custo Efetivo Total (CET). O mercado trabalha com várias linhas de financiamento em função do valor do imóvel e da renda do interessado. No SFH, as taxas são menores. Para imóveis fora dele, elas costumam ser maiores. Lembrando que, caso você opte por parcelas fixas, as taxas de juros são altas porque há correção pela TR (Taxa Referencial). os juros são importantes de analisar, mas a escolha final deve se dar pelo CET.
Essas são as despesas com a avaliação do imóvel e com a análise jurídica, que é importante, entre outros motivos, para detectar a existência ou não de débitos fiscais em processo de execução. E a avaliação do imóvel observa as condições de saneamento, determina o valor do imóvel e verifica a existência de vícios de construção, por exemplo.
DIREITO DE RESPOSTA
PSB nega que Kátia tenha sido condenada por prestação de contas Em comunicado, partido afirma que processo se refere à presidente do Diretório de Maceió em 2009, Tereza Nelma VERA ALVES VERALVESS@GMAIL. COM
E
m comunicado enviado ao EXTRA, através da sua Assessoria de Comunicação, o Diretório Estadual do PSB de Alagoas afirma ser equivocada a informação publicada pelo semanário, em sua edição da semana passada, segundo a qual a presidente estadual da legenda e hoje secretária Municipal de Saúde de Rio Largo, Kátia Born (foto), foi condenada por incongruências na prestação de contas dos recursos do Fundo Partidário de 2006. Abaixo, transcrevemos o teor do comunicado: “A presidente Estadual do Partido Socialista Brasileiro, em Alagoas, (PSB/AL), Kátia Born, por sua advogada, Isacléa Holanda, vem a público esclarecer um equívoco publicado neste site extralagoas.com.br e no Jornal Extra, na edição do dia 12 de março intitulado “Condenada pela Justiça Eleitoral, Kátia Born entra na lista dos fichas-sujas”. Em primeiro lugar, convém esclarecer que a matéria errou quanto à pessoa, pois ao invés de Kátia Born, quem teve as contas rejeitadas foi a senhora Tereza Nelma. A matéria trata sobre a suposta inelegibilidade de Kátia Born Ribeiro imputando erroneamente a ela, a
responsabilidade da reprovação das contas do ano de 2009 do PSB - Diretório do Município de Maceió pela Justiça Eleitoral. Alegou a matéria que a ex-prefeita de Maceió, Kátia Born, não disputou as eleições de 2014 devido à reprovação das referidas contas partidárias, e que também por este mesmo motivo, não poderá disputar as eleições
de 2016. Convém esclarecer que Kátia Born Ribeiro preside, do ano de 2006 até os dias atuais, o PSB – Diretório Estadual, e não o PSB - Diretório do Município de Maceió. E que apesar do PSB ser uno, ele se divide em órgão nacional, estadual e municipal, devendo cada órgão prestar contas à Justiça Eleitoral e se responsabilizar pela sua respectiva prestação de contas, e então cada dirigente responde pela reprovação das referidas contas partidárias. Assim, no caso, as contas reprovadas foram do PSB - Diretório do Município de Maceió. E o mesmo era gerido em 2009 pela senhora Tereza Nelma. Ou seja, o artigo errou quanto à pessoa responsável, pois ao invés de se referir à Tereza Nelma, a matéria colocou o nome de Kátia Born. Assim, tudo que lá foi dito, em referente ao processo julgado pela Justiça Eleitoral, deve ser em relação à Tereza Nelma. Kátia Born, neste caso, não tem nenhum empecilho para concorrer
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