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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 817 - 17 A 23 DE ABRIL DE 2015

PRISÃO DE JOÃO VACCARI ABRE CAMINHO PARA CASSAÇÃO DO REGISTRO DO PT P/ 7

BANCADA ALAGOANA NA CÂMARA VOTA CONTRA OS TRABALHADORES 5 DEPUTADOS VOTARAM PELA TERCEIRIZAÇÃO, 2 SE AUSENTARAM E 1 SE ABSTEVE. SÓ PAULÃO FOI CONTRA

P/8 e 9

Arsal é acusada de quebrar empresa de ônibus para beneficiar a Veleiro CLÁUDIA LAURINDO “ALAGOAS , SEUS ELEITORES POBRES E RICOS FANFARRÕES” P/ 16 e 17 APOIO

P/12

ELETROBRAS EXECUTA 14 USINAS DE ALAGOAS POR CALOTE DE R$ 80 MILHÕES P/ 10


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE ABRIL DE 2015

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

A casa caiu!

Pelo Sertão

Mais Marechal

A

prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, gera um constrangimento ainda maior ao partido da presidente Dilma e ao Palácio do Planalto, além de reforçar eventual pedido de impeachment da presidente da República. A avaliação é de deputados do PSDB. Os tucanos afirmam que Vaccari é um dos maiores responsáveis pelos desvios de recursos públicos na Petrobras. Segundo a investigação do Ministério Público e da Polícia Federal (PF), as práticas ilegais ocorriam há dez anos. Para o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, a prisão de João Vaccari confirma que o PT se tornou um partido financiado pelo crime e complica ainda mais a situação da presidente Dilma. “Na semana passada, eu disse, na CPI, que Vaccari tinha tudo para ser preso e o PT) extinto. E disse isso com base nas denúncias e evidências que as investigações do Petrolão já trouxeram à luz. Uma parte do que falei se confirmou hoje. A segunda, está bem próxima”, afirmou. Vaccari é o segundo tesoureiro do partido preso por corrupção. No Mensalão, dois ex-presidentes do PT e o seu tesoureiro foram condenados e presos e, agora, na investigação sobre o Petrolão, mais um tesoureiro vai para a cadeia.

Júlio Cézar e Granjeiro, que também é procurador do município de Marechal Deodoro, tiveram prisão preventiva decretada pela 17ª Vara Criminal da Capital e foram liberados no dia 31 de março para cumprir prisão domiciliar mediante o uso de tornozeleiras eletrônicas. A PF teria chegado a ambos após Janarides ter denunciado a tentativa de golpe por parte do próprio advogado, à época Júlio Cézar. Ambos sempre negaram e disseram que as vítimas, no caso, eram eles.

Marechal 1 O juiz Diogo de Mendonça Furtado, indeferiu, na terça, dia 14, o pedido de liberdade feito pela defesa do advogado e empresário Sérgio Luiz Sfredo. Ele está preso desde março do ano passado, acusado de participação no assassinato, na Praia do Francês, do também advogado Marcos André de Deus Félix.

Marechal 2

(Aécio Neves)

Diogo Furtado assumiu a condução do processo judicial que tramita na Comarca de Marechal Deodoro no início do mês. Ele substitui o juiz Léo Denisson, que se afastou após serem levantadas contra si suspeitas de envolvimento num esquema para libertar Sfredo, que está detido no Corpo de Bombeiros.

Crime e castigo 2

Marechal 3

“A prisão de João Vaccari Neto não é contra o PT; corrupção não tem cores partidárias”.

O esquema teria sido articulado pela esposa de Sérgio Luiz Sfredo, Janarides, também presa no CB e denunciada pelo Ministério Público Estadual como sendo a mandante do crime. Por ele, a soltura do marido custaria R$ 200 mil, sendo que a primeira parcela seria a do dinheiro apreendido no dia 26 de março pela Polícia Federal com os advogados Júlio Cézar da Silva Castro e Augusto Jorge Granjeiro Costa Carnaúba.

Crime e castigo “A prisão do tesoureiro do PT é o triste retrato de um partido que desistiu de um projeto de país para se manter no poder a qualquer custo”.

(Juiz Sérgio Moro)

Sem saída “O Bolsa Família perdeu o caráter ‘transformador’ do benefício e gerou uma população dependente, sem porta de saída”. (Senador Cristovam Buarque)

E o dinheiro? Com indícios cada vez maiores de que tudo não tenha passado de armação dos Sfredo para afastar o juiz Léo Denisson da condução do processo, há ainda algumas dúvidas que não foram respondidas. De onde saiu os R$ 100 mil apreendidos durante o flagrante pela PF é uma delas. Segundo a defesa de Castro e Granjeiro, em verdade foram apreendidos R$ 96 mil. Seja como for, falta esclarecer a origem do dinheiro apreendido e já foi devolvido ao filho do casal que está preso e sem trabalhar há mais de um ano.

Indra Na mira da Polícia Federal e MPF e também do TCU, a Caixa Econômica Federal também terá de explicar a que servem os mais de R$ 75 milhões que paga à multinacional espanhola Indra Company já que seus avançados serviços na área de TI não conseguiram impedir que a instituição fosse alvo de saques ilegais superiores a R$ 285 milhões. Para quem não sabe, a Indra mantém há pelo menos 10 anos contratos milionários com a Caixa.

Velho Chico O IMA concede coletiva nesta sexta-feira, 17, para divulgar o relatório preliminar sobre a mancha que cobriu parte do Rio São Francisco. A coletiva está marcada para às 11h30 e terá também a participação dos dirigentes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Velho Chico.

O ex-deputado Celso Luiz quer novamente o comando da Prefeitura de Mata Grande. A família Brandão se prepara para os ataques do deputado taturana.

Morosidade A população de Rio Largo aguarda o julgamento de sete processo de improbidade contra o prefeito Toninho Lins. Com a palavra o desembargador Otávio Praxedes.

Incansável O senador Collor está numa verdadeira peregrinação. O ex-presidente está visitando lideranças em todo País para defender o parlamentarismo. O sistema é moderno e ele o defende como solução para o fracassado regime presidencialista que já demonstrou suas falhas no Brasil.

Sesau e a China Tem servidor da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) ainda intrigado com a recente viagem à China feita pela secretária Rozangela Wyszomirska e a secretária adjunta Rosimeire Rodrigues Cavalcanti. Todos querem saber que tipo de experiência elas foram trocar no país asiático e há quem diga que o governador Renan Filho também não gostou nada da ausência das duas.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE ABRIL DE 2015 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Dilma, presidente de araque Paris, França - Coitada da Dilma! Até que tentou governar com autonomia, mas não conseguiu voar sozinha nem por três meses. Incapacitada para se articular politicamente, ela finalmente cede às pressões do Lula e entrega o governo para o PMDB administrar antes que a vaca tussa. Depois da reeleição, a Dilma achou – ou disseram para ela – que o seu governo tinha sido aprovado pela população e dali pra frente ela poderia indicar seus próprios ministros, como fez com Pepe Vargas, sem a interferência do Lula. Quebrou a cara: seus indicados estão caindo como peças de dominó. Não passaram pelo critério do chefe dela que se juntou aos caciques peemedebistas para reestruturar o governo com a demissão dos seus principais auxiliares de confiança. Com essas mudanças na cúpula palaciana, Lula mantém o poder e o PMDB tenta estabilizar o governo que se derrete em corrupção e incompetência. A partir de agora, portanto, o Michel Temer assume a articulação política e tenta acalmar o Senado e a Câmara, presididos por seus correligionários, enquanto a Dilma posa para as fotografias como presidente. Pragmatismo político é isso aí: Lula, mais uma vez, entrega os anéis para salvar os dedos que manipulam o poder. Lembra-se dos mensaleiros? Lula entregou a cabeça de Zé Dirceu na bandeja e fez de conta que nada sabia do que ocorria no seu governo. Livrou-se impunemente (até agora) do maior escândalo da república. A autonomia da Dilma não durou muito. Saiu-se afoita no início do segundo mandato anunciando os auxiliares da sua confiança sem dar muita bola aos conchavos políticos e as alianças dentro do Congresso Nacional. Nomeou pouca gente, é bem verdade, porque preferiu o rebotalho do primeiro mandato. Mesmo assim, errou em todas as indicações. Por pouco não perdeu Aloizio Mercadante, hoje seu principal conselheiro, que já esteve na marca do pênalti algumas vezes, mas foi salvo pelos amigos dentro do Senado Federal, de onde é oriundo. O Cid Gomes, por exemplo, não esquentou a cadeira. Foi defenestrado do ministério da Educação como um cão raivoso. Mal agradecida, a Dilma nem reconheceu o apoio maciço que teve no Ceará na sua reeleição. Os Gomes, subservientes, voltaram para o Nordeste com o rabinho entre as pernas. Ainda atolada na crise econômica, com o governo manchado por corruptos que vão desde a Petrobras até a Receita Federal, a presidente agora está mais aliviada. Não vai precisar mais se preocupar em conversar com políticos. Prefere o regime que faz para emagrecer a ficar de conversa fiada com quem ela não simpatiza. Com esse acordo de conveniências entre PMDB e governo, a presidente, leia-se Lula, procura uma alternativa para salvar o pescoço, muito próximo da degola. Resta aos assessores da presidente ampliar a agenda de viagem para que ela deixe de interferir na administração do país. Assim, se o PMDB não der conta do recado, o PT leva o partido junto para o buraco e mostra aos brasileiros que os peemedebistas também não sabem administrar, portanto, não devem criticar. É o maquiavelismo da sobrevivência sindicalista que o Lula prega desde as assembleias dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo.

Competência

É só roubo

O primeiro teste já foi feito e o PMDB já deu demonstração de que não está preparado para escolher auxiliares competentes que conheçam de articulação política para conduzir o país à governabilidade. Escolheu para a função o funcionário aposentado da Câmara Mozart Vianna, especialista em regimento da Câmara dos Deputados, como se o Brasil precisasse de um burocrata para montar o quebra-cabeça político. Critério de escolha: amigo do Michel.

A imprensa dedica-se diariamente a noticiar corrupção nos órgãos do governo. Os delatores cinicamente apontam os ladrões que permanecem soltos e vão ficar assim por muito tempo, porque o nosso STF bolivariano vai empurrar os processos com a barriga até os crimes caírem no esquecimento. O presidiário Zé Dirceu, homem de confiança de Lula, abocanhou 40 milhões das empresas envolvidas nas fraudes da Petrobras, mas continua desfilando pelas ruas de Brasília, bebendo bons vinhos e desfrutando de uma vida de marajá com o dinheiro que diz ter recebido de consultoria. As investigações concluíram que a grana era entregue por Renato Duque, o diretor ladrão, que estava a seu serviço na Petrobras.

Mar de lama A corrupção no Brasil contaminou praticamente todos os órgãos do governo por um motivo muito simples: a presidência da república está avacalhada, o país está acéfalo e agora alguns servidores públicos conjugam o verbo roubar na primeira pessoa do singular e na primeira do plural como se tivessem aprendendo o bê-á-bá na escola do crime, na verdade, a que mais avançou na terra do Ali Babá, dominada por petistas da república sindical.

Chegou lá Agora é a própria Receita que está na mira da Polícia Federal. Otacílio Dantas Cartaxo, amigo do Lula, que até janeiro deste ano presidiu o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) está sendo investigado. O conselho, sob o seu comando, virou um mafuá de uma quadrilha que recebia propinas milionárias para perdoar as empresas em dividas com o fisco. Em compensação pesava a mão contra os refratários pequenos que não podiam comprá-lo a peso de ouro como fizeram alguns bancos e companhias multinacionais.

Banqueiro No Brasil não se fala mais em projetos na educação, na saúde e na infraestrutura. Não se inaugura sequer escolas, hospitais e postos de saúde. A economia está em frangalhos. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, representante do Bradesco, o mesmo banco que subornou o Carf para se livrar de uma dívida bilionária com o fisco, só fala em arrochar o povão com seus métodos insensíveis, frios e distante da realidade. O que os brasileiros poderiam esperar de um banqueiro à frente da economia que não fosse o massacre à classe trabalhadora?

Mãe Joana O BNDES virou a casa da mãe Joana. Distribui bilhões de reais para as ditaduras africanas. Compra médicos cubanos para financiar a ditadura dos irmãos Castro que transformou o país na maior prisão a céu aberto do mundo. A Petrobras, orgulho dos brasileiros, virou um covil de bandidos. Seus diretores derreteram a empresa para irrigar, com dinheiro roubado, as campanhas da Dilma/ Lula e de outros políticos corruptos.

O cara de pau O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é outro envolvido até o gogó com a corrupção. Mas permanece no cargo. Lula não quer afastá-lo. Tem medo da sua delação premiada e de que ele vá para o presídio, a exemplo de Delúbio Soares, outro expoente das finanças do partido, que terminou na Papuda. Não se conhece uma ação do PT para esclarecer tanta bandalheira no país. Ao contrário, os esquerdopatas, aliados do partido, culpam a CIA e os Estados Unidos de querer desestabilizar o governo. É o mesmo método cubano de responsabilizar os americanos pela incapacidade de desenvolver o país, onde se vive prisioneiro em uma ditadura duradora, infame e sangrenta.

Reação O povo precisa reagir a essa anarquia para preservar o pouco que ainda resta das empresas estatais, antes que não sobre nada. Os brasileiros não precisam se amedrontar com as bravatas do Lula que diz ter sob seu comando o “Exército Vermelho” do Stédeli. É preciso reagir para sair dessa indolente submissão e desse marasmo político antes que a vaca tussa.


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE ABRIL DE 2015 Rota de colisão

GABRIELMOUSINHO

O relatório do deputado Sérgio Toledo sobre a 17ª Vara Criminal caiu como uma bomba junto ao desembargador José Carlos Malta, que chamou a peça de ´´monstrengo´´. Pelo visto o deputado não simpatiza muito com a criação de uma Vara específica no combate ao crime, inclusive o de corrupção. A matéria deverá ser levada à plenário na próxima semana, mas até lá o tiroteio será imenso.

gabrielmousinho@bol.com.br

Operação Lava-Jato

Sem perdão

A

s diversas fases da Operação lava-Jato andam em ritmo acelerado, mas, para os políticos citados serem julgados e condenados, ainda vai demorar muito tempo. Por enquanto apenas acusações do doleiro Alberto Yousseff e do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, embora as denúncias tenham sido graves e os envolvidos tenham negado tudo até agora. As notícias de que alguns integrantes de diretórios de partidos se movimentem para afastar filiados denunciados, na prática não tem nenhum fundamento, carece de informações mais precisas e consequentemente sem motivos para essa iniciativa, uma vez que as investigações estão sendo realizadas pela Polícia Federal autorizada pelo STF, embora nenhum inquérito atualmente exista. As especulações maldosas em todos os Estados em que figuram acusados são de grosso modo picuinhas políticas para manchar com antecipação a honra dos pretensos envolvidos. No caso de Alagoas, por exemplo, estão citados os senadores Biu de Lira, Fernando Collor de Mello e Renan Calheiros. Entre denunciados e culpados de participarem de corrupção de dinheiro roubado da Petrobras, há uma distância muito grande. Parece, numa análise mais acurada, de que as notícias têm um objetivo maior para queimar políticos que possam de uma maneira ou de outra, influir nas eleições do próximo ano.

O juiz Sérgio Moro, que tem deixado muita gente sem dormir, está dando sequência numa velocidade incrível das várias fases da Operação Lava-Jato. Na última investida mandou prender preventivamente o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Alto lá Os deputados federais que foram com sede ao pote para cargos federais em Alagoas, principalmente os de primeira viagem, aos poucos vão sabendo que a coisa não é bem assim. Irão ter que se adaptar à nova realidade, ou seja, compor com a coordenação política do governo à frente o vice-presidente Michel Temer para acomodar interesses.

Apertando o cerco Aos poucos a Operação Lava-Jato vai chegando junto a empresas em Alagoas. A Tomé Engenharia que atua no Porto de Maceió também é alvo de investigações, a exemplo de outras por esse Brasil afora.

Tudo em família Sem sintonia O deputado Ronaldo Lessa está com muita dificuldade de reunir a totalidade da bancada federal e isso tem atrapalhado conversas, negociações e objetivos de deputados e senadores. Na última reunião apenas quatro deputados compareceram, esvaziando encontro que naturalmente reflete na força da bancada para conseguir benefícios para Alagoas. Nenhum dos três senadores participou sequer de qualquer encontro, enquanto alguns deputados não estão bem sintonizados com o coordenador Ronaldo Lessa.

Arriscando O governador diz que não é promessa, mas já sinalizou que pode, sim, convocar a reserva técnica da Polícia Militar até o final do ano. Se não conseguir, dependendo do aumento da receita, pode também dilatar o prazo da validade do concurso. Renan Filho sabe que não será tão fácil assim, se considerar que também terá que arcar com os reajustes salariais de todas as categorias que servem ao governo.

O presidente da Federação Alagoana de Futebol, Gustavo Feijó, parece que encheu o saco em dirigir a entidade e encontrou uma solução simples para o problema: elegeu seu filho Felipe Feijó para sucedê-lo.

Investigação Prefeito de Boca da Mata, Gustavo Feijó, que deixou a FAF, terá tempo suficiente para se defender das denúncias do Ministério Público, de que teria havido irregularidades no último concurso público do município.

Perguntar não ofende Existe algum deputado com medo de uma 17ª Vara Criminal forte?

Enfrentando a crise O prefeito Rui Palmeira sabe que a crise é grave, mas tem mantido obras rotineiras na capital e assegurado o pagamento do funcionalismo em dia. Se mais não faz é porque dinheiro federal está muito escasso. Rui tem vários projetos para iniciar este ano, a exemplo da revitalização do Vale do Reginaldo, que deverá acabar de uma vez por todas com o Canal do Salgadinho.

Rosiana de volta

Calvário

O Porto de Maceió está fora do bolo de divisão da bancada federal. Rosiana Beltrão que havia deixado seu filho Djalma Barros em seu lugar, meses atrás, voltou a ser nomeada, numa demonstração de que tem prestígio junto ao Palácio do Planalto. Os deputados e senadores irão ter agora que se dirigir a outro porto seguro.

Usuários de planos de saúde que tentam marcar uma consulta com especialista, um cardiologista, por exemplo, come o pão que o diabo amassou. Mesmo pagando os olhos da cara não tem a quem apelar. Às vezes o usuário passa dois e até três meses para agendar uma consulta. Do jeito que vai é melhor procurar o SUS do que se humilhar nas portas dos consultórios. Isso ocorre se a consulta for paga em dinheiro.

Compra de votos O desembargador José Carlos Malta, que assumiu a vice-presidência do Tribunal Regional Eleitoral, é um sonhador. Quer combater a compra de votos, mas sabe que esta prática está enraizada na cultura política alagoana. O problema não ocorre tão somente em eleições municipais para prefeito e vereador. Ocorre também para deputado estadual, federal, senador e governador.

Emenda de Arthur O Ministro das Cidades, Gilberto Kassab, veio a Maceió e anunciou a liberação inicial de 60,4 milhões de reais para obras de saneamento básico na parte baixa da capital. Só não disse que os recursos foram oriundos de emendas do deputado Arthur Lira, hoje presidente da Comissão de Constituição e Justiça.

Não é para agora Esperavam-se mais ações para serem anunciadas pelo governo federal. Recursos na ordem de 176 milhões foram previstos, mas para perder de vista, ou seja, para projetos os quais muitos ainda não saíram do papel.

Por aqui também O escândalo do DPVAT estourou em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, de onde ´´levaram´´ mais de 28 milhões de reais. Alagoas, entretanto, sai na frente. Há alguns anos escândalo semelhante pipocou no município de Arapiraca, onde várias personalidades foram citadas com arrumações no DPVAT.

Não justifica 1 Por mais que o governador Renan Filho queira justificar, andar de jatinho alugado para Brasília e outros torrões brasileiros à custa do dinheiro sofrido do alagoano, é neste momento um absurdo, a não ser que o caso fosse emergencial. A prática parece que foi herdada do ex-governador Téo Vilela, que também gostava de estar no ar a bordo de uma moderna aeronave.

Não justifica 2 Além do mais outras empresas também prestam este tipo de serviço, daí a necessidade de se fazer licitação para a utilização de jatinhos. Numa época de apertar o cinto já que a arrecadação não é suficiente para cumprir os compromissos, como dar reajustes aos servidores públicos e fazer contratações da reserva técnica de várias categorias, gastar dinheiro com viagens de jatos alugados sem licitação, parece inconsequente. E é.


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BASTIDORES DA POLÍTICA

Se mudar de sigla, Cícero Almeida responderá por infidelidade partidária Deputado federal do PRTB não esconde o desejo de voltar a comandar a Prefeitura de Maceió JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

O

ano de 2015 é marcado pelas articulações que vislumbram o pleito de 2016 para prefeito e vereador. Os bastidores da política enumeram candidatos e possibilidades num xadrez que se move dia após dia. Quem nunca escondeu o desejo de voltar a ser prefeito de Maceió é o deputado federal Cícero Almeida (PRTB), que na própria eleição de 2014 pedia votos para deputado destacando: “Vou voltar a ser prefeito dessa cidade”. Mas para essa candidatura se concretizar o deputado precisa se articular partidariamente. No começo da semana o presidente do PRTB em Alagoas, Adeilson Bezerra, solicitou ao deputado federal Cícero Almeida as indicações do diretório municipal da sigla para trabalhar em favor do ex-prefeito. “O PRTB apoia a decisão se Almeida realmente quiser ser candidato a prefeito. Nós apoiaríamos até se ele almejasse ser candidato ao governo. O partido sempre esteve à disposição do Almeida, ele sabe disso. O tempo passa rápido, precisamos nos reunir o quanto antes para definir o futuro do PRTB em 2016”. Ainda segundo o presidente do PRTB, as siglas aguardam a decisão para saber se vai haver o fim

Almeida nunca escondeu desejo de ser novamente prefeito de Maceió; Adeilson Bezerra e Levy Fidelix defendem a fidelidade partidária

das coligações proporcionas. “O PRTB sempre construiu suas candidaturas sozinho para proporcional, mas para disputa do executivo as articulações são diferentes. Hoje temos a vereadora Aparecida do Luiz Pedro na Câmara de Maceió, queremos ampliar nossa representatividade”, salientou o presidente da sigla. O RISCO O PL pode ser uma nova sigla criada no Brasil. A medida é estratégica, pois aglutinaria velhas e novas forças para bancada da presidenta Dilma Rousseff. De olho na criação do PL estão muitos políticos interessados em possuir “seu próprio partido” e ter a autonomia para decidir seu futuro político.

Corre a boca miúda o interesse de Almeida em comandar o PL ou até uma sigla de menor expressão no cenário nacional e local, já que nos últimos pleitos não teve a voz final para se lançar candidato devido às composições e as necessidades do grupo que integrou. Mas Almeida esbarra no fator fidelidade partidária. E o presidente nacional do PRTB, Levy Fidelix, sinalizou e expressou por inúmeras oportunidades que se o deputado federal mudar de partido, sem qualquer motivação, a executiva nacional da sigla irá acionar a justiça para reaver o mandato que ele entende ser do partido. “Acredito que Almeida não irá incorrer nessa insegurança jurídica para ser candidato em 2016. Nós te-

mos uma ótima relação dentro do PRTB com o deputado Cícero Almeida. A posição do nosso presidente nacional é clara e nós do diretório estadual respeitamos e apoiamos”, salientou Bezerra. NOVO CENÁRIO O ex-prefeito de Maceió se elegeu deputado federal graças à soma do quociente eleitoral. Especialistas em marketing político acreditavam que Almeida seria um “estouro de votos”, mas o que se viu foi uma candidatura difícil com apenas 64.435 votos (4.65%), número abaixo do que as pesquisas indicavam, o que o descredenciou de certa forma para volta ao comando da prefeitura da capital alagoana. Outros nomes além de Almeida são ventilados para

disputa em 2016 para concorrer contra o prefeito Rui Palmeira (PSDB), mas nada ainda concreto, como é o caso do deputado federal mais votado de Alagoas, João Henrique Caldas (Solidariedade), o do ex-prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB), e até do presidente da Câmara de Maceió, Kelman Vieira (PMDB). Figurão político conhecido do grande público que pode vir a disputar o pleito é o exgovernador, ex-prefeito de Maceió e hoje deputado federal Ronaldo Lessa (PDT). Se o “Chapão” composto para eleger Renan Filho (PMDB) governador se mantiver unido, o nome de Lessa ganha força para 2016. Difícil é manter um grupo tão heterogêneo por tanto tempo unido. Só as futuras articulações vão dizer.


6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE ABRIL DE 2015 REUNIÃO

Governadores do NE entregam a Renan projetos de interesse da região Na pauta apresentada, eles pedem a aprovação do projeto de lei elaborado há quatro anos e que que altera as regras de distribuição do salário-educação VALDERI MELO

O

presidente do Senado, Renan Calheiro (PMDB-AL), recebeu esta semana, cinco governadores do Nordeste: José Renan Filho, governador de Alagoas; Flávio Dino, governador do Maranhão; Rui Costa, governador da Bahia; Camilo Sobreira, governador do Ceará e Wellington Dias, governador do Piauí. Eles trouxeram uma pauta com 21 itens de interesse da região que tramitam no Congresso Nacional. “Nós temos projetos relativos ao ICMS, projetos relativos ao salário educação; enfim, uma pauta para que nós tenhamos um debate maior sobre recursos e a respeito do pacto federativo, tanto na agenda que vai incrementar receitas para os estados como aqueles projetos que geram despesas aos estados sem a correspondência na elevação da receita”, disse Rui Costa. Os governadores reclamaram que o reajuste do piso salarial do professor neste ano foi muito pesado e tem se tornado política previdenciária. No caso da Bahia, por exemplo, Rui Costa explicou que o estado tem hoje 43 mil professores aposentados e 33 mil ativos, sendo que, na ativa, praticamente ninguém recebe o piso. O problema aparece na hora de corrigir as pensões, conforme o piso, enquanto a receita do estado é reajustada em cerca de 4%. Em janeiro, o piso do magistério foi ampliado em 13,01% e o valor de 2015 ficou

em R$ 1.917,78. Na pauta apresentada, eles pedem a aprovação do Projeto de Lei (PL) 1655 de 2011 que altera as regras de distribuição do salário-educação. O texto estabelece que os dois terços do salário-educação que competem a estados e municípios sejam distribuídos nacionalmente, de acordo com o número de matrículas na rede de ensino de cada estado. Atualmente, a Lei 9.424/96, que trata do assunto, não traz esse critério de distribuição. Para os governadores, o projeto equaliza o valor anual por aluno para todo o país e permite ganhos financeiros para todos os estados do Nordeste. COMÉRCIO ELETRÔNICO A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 07 de 2015, no Plenário do Senado também atende as expectativas de aumento de receitas para a região. A PEC trata da aplicação do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) no comércio eletrônico. O texto foi aprovado de manhã da quarta, 15, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) conforme veio da Câmara dos Deputados. A PEC prevê que a regra para a distribuição do ICMS, aplicado no comercio não presencial, seguirá os mesmos princípios do comercio tradicional. Caberá ao estado de desti-

Presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu governadores nordestinos para ouvir reivindicações

no a diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota do estado de destino. A alteração na aplicação do ICMS deverá ser feita gradualmente em quatro anos, a partir de 2016, já com 40%. Se aprovada em Plenário como veio da Câmara, a proposta vai para promulgação. DÍVIDA DOS ESTADOS Renan Calheiros informou que os senadores vão apresentar uma emenda ao projeto que regulamenta a aplicação do novo indexador da dívida dos estados para garantir mais recursos aos entes federados. A ideia é criar uma regra para que os estados possam usar depósitos judiciais e administrativos para pagar precatórios e despesas previdenciárias. “Quatro estados e algumas grandes cidades já fizeram isso. É um volume de recursos muito grande, não impacta nas contas públicas e o ministro

Levy concorda” defendeu Renan. O senador Walter Pinheiro afirmou que já foi acertado com deputados que o projeto vai retornar à Câmara com essa modificação. O indexador consta do Projeto de Lei da Câmara 15 de 2015 e aguarda análise em plenário. O projeto de Lei do Senado (PLS) 130 de 2014, que convalida incentivos fiscais, questionados na justiça, concedidos por estados a empresas tem apoio unânime dos governadores do Nordeste. A matéria foi aprovada no início do mês no Senado e enviada à Câmara dos Deputados. Quanto à unificação do ICMS, os governadores consideram essencial a aprovação de um fundo de compensação de perdas que já tenha a fonte de recursos definida. O senador Romero Jucá já declarou que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deverá ir ao Senado em maio e apresentar uma proposta para compensar os estados que

sofram com a reforma do imposto. ROYALTIES Os governadores também se reuniram com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para pedir que paute o assunto no plenário da Corte. Em março de 2013, a pedido do governo do Rio de Janeiro, a ministra do STF suspendeu, em caráter cautelar, a aplicação das novas regras para distribuição dos royalties do petróleo contidas na Lei 12.734/2012. O governador Wellington Dias disse que a ministra Cármem Lúcia está com voto pronto para apresentar no plenário assim que o assunto entrar em pauta. “O Congresso fez a sua parte e votou a lei dos Royalties, que hoje está sob liminar do STF. Chegou a hora de votar, no plenário do STF, a constitucionalidade dessa lei que é muito importante para a maioria dos estados brasileiros, não só os estados do Nordeste”.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE ABRIL DE 2015 - 7

LAVA JATO

Caiado: prisão de Vaccari abre caminho para que PT tenha seu registro cassado “Reincidência de irregularidades” no alto escalão da legenda é suficiente para colocar em suspeição legitimidade do grupo partidário e a reeleição da presidente Dilma, afirma líder do DEM CONGRESSO EM FOCO

D

ono de um dos discursos mais radicais contra o PT no Congresso, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que a prisão do tesoureiro petista, João Vaccari Neto, abre caminho para o cancelamento do registro da legenda. Em nota à imprensa, o senador goiano afirmou que a “reincidência de irregularidades” no alto escalão do PT é suficiente para colocar em suspeição a legitimidade do grupo partidário e da reeleição da presidenta

Dilma. “Diante desse cenário, tudo caminha para que o PT perca o registro de partido político. E, comprovado que a presidente Dilma foi beneficiada por esse esquema em suas campanhas, será mais que suficiente para ela perder o mandato por corrupção”, declarou o líder oposicionista. Ele não detalhou como seria o encaminhamento desse processo. Caiado sugeriu que Vaccari faça um acordo de delação premiada e conte tudo o que sabe à Justiça sobre os “verdadeiros chefes e mentores” do esquema

Ronaldo Caiado volta a disparar contra o PT: ‘Não tem credenciais de partido político, e sim de lavanderia’ e sugere delação premiada

de corrupção na Petrobras. O secretário de Finanças do PT foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (15), em São Paulo, em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato. Ele é acusado de intermediar o recebimento de propina, em nome do PT, por contratos fechados por empresas com a Petrobras. O tesoureiro nega qualquer vínculo com o esquema. “O PT não tem credenciais de partido político, e sim de lavanderia. O partido é reincidente ao ter o tesoureiro Vaccari, sucessor de Delúbio Soares, flagrado e preso por arrecadar dinheiro desviado de empresas públicas para alimentar suas campanhas e encher os bolsos de seus dirigentes”, atacou Caiado. “Vaccari tem a chance de falar a verdade e não arcar sozinho com as consequências. Pode denunciar os verdadeiros chefes desse esquema”, acrescentou o líder do DEM no Senado.

Juiz afirma que atuação do tesoureiro petista “compromete democracia” O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, disse na decisão que ordenou a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que “a corrupção não tem cores partidárias”. O tesoureiro foi preso em casa, em São Paulo, na manhã desta quarta feira, 15, em nova fase da Lava Jato. Ele é apontado como operador de propinas no esquema Petrobrás, que envolveu cartel de empreiteiras e pagamentos ilícitos a dezenas de deputados, senadores, governadores e ex-parlamentares. “A pedido do Ministério Público Federal está sendo decretada a prisão cautelar contra ele (Vaccari) em virtude da presença dos pressupostos e fun-

damentos legais do artigo 312 do Código de Processo Penal”, assinalou o juiz Moro. “Não se trata aqui de prisão contra a agremiação partidária à qual ele (Vaccari) pertence. A corrupção não tem cores partidárias. Não é monopólio de agremiações políticas ou de governos específicos”, anotou Sérgio Moro. “Identificadas provas de que determinado indivíduo, dentro ou fora de agremiação partidária, exercendo ou não cargo público, praticou crimes graves, a lei exige que se extraiam as consequências pertinentes, sem considerações de outra ordem”, escreveu o juiz. Ele faz referência a outros dois personagens do caso Petrobras, o doleiro Alberto Youssef e

o suposto operador de propinas pelo PMDB Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano. “Outros supostos intermediadores de propina no esquema criminoso da Petrobras e que supostamente serviriam a outros partidos políticos foram igualmente presos no decorrer do processo (Alberto Youssef e Fernando Soares), não sendo a presente decisão, portanto, uma grande novidade na investigação e persecução. Tratase de pura aplicação igual e imparcial da lei e que não deve ser vista com espanto em um governo de leis”. Moro considera que “a gravidade concreta da conduta de João Vaccari Neto é ainda mais especial, pois a utilização de recursos de origem criminosa para finan-

ciamento político compromete a integridade do sistema político e o regular funcionamento da democracia”. “O mundo do crime não pode contaminar o sistema político-partidário.” O juiz apontou que a manutenção de Vaccari em liberdade tem um ‘risco especial’, pois mesmo após ele ter se tornado réu em ação penal em março deste ano, o tesoureiro se manteve no cargo. Segundo o juiz, o poder e a influência política de Vaccari, ‘ilustrado pelo fato de não ter sido afastado até o momento’, não seria eliminado totalmente com o afastamento formal da posição de tesoureiro. “Em tal posição de poder e de influência política, poderá persistir na prática de crimes ou mes-

mo perturbar as investigações e a instrução da ação penal”, alerta o juiz. “Não se trata aqui de exigir seu afastamento voluntário ou o afastamento pela agremiação partidária, presumindo a culpa antes do julgamento, mas constatar que, mesmo diante de acusações graves, persistiu ele, sem abalo, na referida posição de poder e que lhe confere grande influência política”. “Enfim, quem responde por tão graves crimes, que incluem a utilização da posição de tesoureiro de partido político para angariar recursos criminosos e corromper o sistema político, oferece um risco a ordem pública, justificando a preventiva, já que também presentes provas suficientes de autoria e de materialidade”.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE ABRIL DE 2015 TERCEIRIZAÇÃO

Trabalhadores acusam bancada de Alagoas na Câmara de traição Cinco dos nove deputados federais votaram a favor do polêmico PL 4330 e só um contra; dois não estavam presentes à sessão e um se absteve VERA ALVES VERALVESS@GMAIL.COM

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m mais uma semana marcada por manifestações de sindicalistas e trabalhadores por todo o país, cinco deputados federais de Alagoas tiveram suas fotos afixadas em um enorme outdoor que os denuncia como “traidores” da classe trabalhadora. O cartaz, afixado na fachada do Sindicato dos Bancários, é alusivo à forma como eles votaram no dia 8 deste mês: SIM pela aprovação do PL 4330/2004, o polêmico projeto da terceirização. Arthur Lira (PP), Givaldo Carimbão (Pros), Marx Beltrão (PMDB), Pedro Vilela (PSDB) e Maurício Quintella Lessa (PR), os “traidores”, são acusados do crime de “roubo de direitos”. Junto com eles, outros 319 parlamentares voltaram a favor do projeto e 137 votaram contra, dentre os quais o alagoano Paulão (PT). Houve duas abstenções e uma delas foi a do deputado Ronaldo Lessa (PDT), conforme esclareceu sua assessoria, ao explicar porque embora se encontrava presente na sessão, não havia registro do seu voto. A assessoria de Lessa afirma que por conta de uma falha no sistema da Câmara o deputado não teve seu voto computado eletronicamente e o teria declarou de forma verbal. De-

clarou, contudo, abstenção. O deputado do PDT, ainda segundo seus assessores, ainda pretende conhecer com mais profundidade a proposta e chegou a votar contra a inclusão da mesma na pauta sob o regime de urgência. Os demais integrantes da bancada de Alagoas na Câmara, JHC (SD) e Cícero Almeida (PRTB) não estavam presentes à sessão. JHC, segundo sua assessoria, havia passado por uma pequena cirurgia e estava em convalescência na semana da votação do texto-base do projeto, embora não haja no sistema de controle da Câmara registro de justificativa, ao contrário do ex-prefeito de Maceió que justificou a ausência por meio de “licença para tratamento de saúde”. Cícero Almeida, contudo, afirmou ao EXTRA na quarta, 15, que estava na sessão e que sua posição sempre foi contra a terceirização para as atividade-fim, “Voto a favor dos trabalhadores”, afirmou, sem esclarecer o por quê de não ter votado “não”, como o fizeram os demais parlamentares contrários ao PL 4330. Integrante de um bloco de oito pequenas legendas, o PRTB liberou sua bancada para a votação, ou seja, cada deputado votou como quis. Do bloco fazem parte também PTN, PMN, PRP, PSDC, PTC, PSL e PTdoB. O Pros foi outro

Em dia nacional de protestos contra o projeto, Sindicato dos Bancários expôs as fotos dos ‘traidores’

partido a liberar a bancada e seu único representante de Alagoas, Givaldo Carimbão, entrou para o grupo dos “traidores” na avaliação dos sindicalistas. Apenas três partidos – PT, PCdoB e PSOL – orientaram seus parlamentares a votar contra o projeto e assim o fez Paulo Fernandes dos Santos, o Paulão. Já PSDB, PSD, PR, PSB, DEM, PDT, Solidarie-

dade (SD), PPS, PV e o bloco composto por PMDB, PP, PTB, PSC, PHS e PEN determinaram voto a favor da terceirização. EMPRESÁRIOS X TRABALHADORES O perfil da bancada alagoana na Câmara não deixa dúvidas quanto ao que é o PL 4330/2004. É uma briga de classes, de um lado os empre-

sários que defendem a regulamentação de uma realidade bastante comum no país, a terceirização da mão-de-obra. Não há grande projeto bancado pelo poder público em que a terceirização não esteja presente. Mas o PL busca muito mais que isto. Quer legalizar também os terceirizados em atividades até agora proibidas pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).


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TERCEIRIZAÇÃO Do outro lado estão os trabalhadores que protestam contra qualquer mudança que implique na perda de direitos consagrados pela legislação trabalhista, ainda que datem de tempos nada democráticos. Entre os nove deputados federais, apenas Paulão vem da base sindical. Foi presidente do Sindicato dos Urbanitários e dirigente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e teve sua militância política sempre ligada ao PT. Radialista, o ex-prefeito Cícero Almeida também começou a vida “ralando” até se envolver com a política e, a despeito de sua instabilidade partidária – as frequentes mudanças de partido – sempre assumiu posições em defesa dos trabalhadores, ainda que entre discurso e prática haja considerável diferença. Engenheiro por formação e com passagens pela Assembleia

Legislativa, Prefeitura de Maceió e governo do Estado, Ronaldo Lessa sempre teve bom trânsito entre as entidades sindicais do estado. Foi inclusive secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego na gestão de Carlos Lupi, o presidente nacional do PDT, como ministro. Mas contra ele pesam mágoas de algumas categorias, incluindo a dos jornalistas e gráficos. Lessa é apontado como um dos responsáveis pelo calote aos trabalhadores da extinta Tribuna de Alagoas, hoje Tribuna Independente e desde 2007 mantida por uma cooperativa dos trabalhadores. Oriundo de uma família de usineiros, Pedro Vilela, sobrinho do ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), nunca teve qualquer expressão política, menos ainda junto a entidades sindicais. Maurício Quintella, que foi secretário de Lessa, é ou-

tro a ter sua vida ligada apenas aos fortes laços políticos da família, assim como Arthur Lira, mas com consistentes diferenças. Lira, filho do senador Benedito de Lira (PP), figura entre os políticos alagoanos da atualidade mais indiciados em processos de corrupção. Donos de um invejável patrimônio, pai e filho, aliás, são investigados na Lava Jato por suspeitas ligações com o doleiro Alberto Youssef. Empresário, Givaldo Carimbão sempre fez o tipo “samaritano” com as comunidades carentes ao longo de sua trajetória e é o que decerto tem garantido suas sucessivas vitórias eleitorais, mas sua “bondade” parece estar restrita mesmo ao período eleitoral. Com uma família de notória influência política, Marx Beltrão, ex-prefeito de Coruripe, fazendeiro com mais de R$ 1 milhão em bens, conforme ele

próprio declarou à Justiça eleitoral, não é também o que se pode chamar de “queridinho” da classe trabalhadora. João Henrique Caldas, o JHC, dono da maior votação em Alagoas nas eleições de 2014, no rastro de uma destacada atuação na Assembleia Legislativa e filho do ex-deputado João Caldas,está entre os novos políticos alagoanos com maior credibilidade junto às entidades de classe. Nas redes sociais, o parlamentar explicou o motivo de sua ausência às votações da primeira semana de abril e reafirmou sua posição totalmente contrária ao projeto por vários motivos, “entre eles a precarização dos direitos trabalhistas” e a “possibilidade de achatamento dos salários”. Uma posição que vai de encontro à do seu partido, o SD, que determinou o voto da bancada a favor da terceirização.

VOTAÇÃO ADIADA Protestos de milhares de trabalhadores e estudantes contra a terceirização realizados na última quarta-feira em 23 estados, incluindo Alagoas, e no Distrito Federal, acabaram por levar a Câmara a adiar para a próxima semana a votação dos 27 destaques e seis emendas apresentados ao PL 4330. Dois já haviam sido aprovados na terça, 14, incluindo o que retirou empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias da proposta. Em termos sucintos, o projeto de lei estabelece a permissão para que empresas terceirizem não só atividades-meio (funções de apoio ao negócio central da empresa, como limpeza e vigilância), mas também as atividades-fim (por exemplo, a fabricação de carros, no caso de uma montadora). E é contra isto que lutam os trabalhadores.


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE ABRIL DE 2015 CALOTE

Ceal cobra na justiça mais de R$ 80 milhões de usinas Auditoria da CGU confirma setor sucroalcooleiro como maior devedor de energia elétrica em Alagoas VERA ALVES veralvess@gmail.com

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uditoria realizada pela Controladoria Geral da União sobre a prestação de contas da Eletrobras Distribuição Alagoas (Edal) relativa ao ano de 2013 confirma o setor sucroalcooleiro como o maior devedor de energia elétrica no estado. São mais de R$ 80 milhões que estão sendo cobrados na justiça a14 usinas pela antiga Companhia Energética de Alagoas (Ceal). No total, a companhia tem ajuizadas ações contra 161 devedores nas quais pede o pagamento de R$ 167.879.734,99 relativos a energia consumida e não paga. Juntas, as 14 usinas de açúcar e álcool estão sendo judicialmente cobradas em R$ 80.245.988,40. O valor corresponde a 80% de todas as ações, sendo que no topo do ranking do calote está uma usina que deve R$ 23.858.506,29. Devido à legislação de sigilo fiscal, o nome dos devedores não consta do relatório da CGU para consulta pública e nem é revelado pela Eletrobras Alagoas. De acordo com a empresa, os valores em juízo sofrerão correção monetária com base no IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) mais multa de 1%. A lista dos maiores devedores de energia elétrica no estado contém ainda quatro órgãos de governo cujas ações

somam R$ 25.821.002,39. Há nove hospitais e clínicas com débitos ajuizados que totalizam R$ 17.338.974,36. Na sequência de inadimplentes por grupo econômico, duas empresas de fiação e tecelagem estão sendo acionadas por deverem R$ 5.098.028,50. Outros R$ 4.222.301,82 estão sendo cobrados na justiça a nove prefeituras e R$ 3.113.697,47 a três empresas de cerâmica. E sobre prefeituras, um detalhe: devido a uma liminar judicial, a Eletrobras está impedida de suspender o fornecimento de energia elétrica a uma das devedoras, conforme revela o Relatório nº 201407939 da Controladoria Geral da União disponível para consulta pública. Com 67 páginas e atualmente sob análise do Tribunal de Contas da União, o documento também assinala que a inadimplência no setor de energia elétrica nos últimos dois anos em Alagoas chega a R$ 60 milhões. FALHAS DE GERENCIAMENTO “O desconhecimento dalocalização das ligações clandestinas e dos furtos de energia ainda continua sendo umde seus maiores problemas no combate às perdas”, assinala o relatório da CGU, que traça um perfil do desempenho da companhia em termos de gerenciamen-

to. E, a despeito do registro de ocorrência de falhas, a CGU opina pela aprovação da prestação de contas da Edal relativas a 2013 já que “não foi identificado nexo de causalidade (das falhas) com atos de gestão de agentes do Rol de Responsáveis”. Inconsistências nos registros de créditos a receber de consumidores e a não conformidade entre valores cobrados judicialmente e o sistema de controle de faturamento e arrecadação sobre venda de energia são outros pontos negativos apontados pelos auditores. Mas há também pontos positivos destacados pela CGU: “Quanto aos avanços mais significativos da gestão avaliada, que influenciaram os resultados daspolíticas públicas executadas por meio de suas atividades finalísticas, merecem destaque os

investimentos naampliação e manutenção da rede elétrica, apesar do ritmo lento de implantação, contribuindo para a reduçãodas perdas totais (somatório das perdas técnicas e não técnicas), cujo valor verificado em 2013 foi de 26,1%,frente a 27,0% no exercício de 2012. No entanto, cabe destacar que não foi atingida a meta de 22,5%estabelecida pelo Contrato de Metas de Desempenho Empresarial – CMDE e a meta estabelecida pela ANEEL,de 18,1%”. De acordo com o relatório, para reduzir as perdas não técnicas, que são as relacionadas ao grande número de ligações clandestinas, a Ceal tem investido na ligação de novos consumidores, realizado inspeções nas unidades consumidoras, regularizado as unidades de consumo clandestinas e sem medidores,

recadastrado os pontos de iluminação pública e adotado a telemedição entre consumidores do Grupo A (comércio e indústria). Em 2013 foram inspecionadas 86.951 unidades consumidoras, o que representaquase 10% dos consumidores da empresa. Sobre o combate à inadimplência, que caiu dos 17,7% registrados em 2012 para 14,8% em 2013, são destacadas como ações da Edal a suspensão de fornecimento aos consumidores inadimplentes, a negativação dos consumidores privados ina-dimplentes na Serasa, a negativação dos consumidores públicos inadimplentes no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados do Setor Público Federal (CADIN) e o ajuizamento de cobranças judiciais para devedores relevantes, sobretudo os do setor industrial e do poder público.


extra SEGURANÇA EM FOCO

Militares querem melhorias de trabalho Volta do militarismo ao país não é o foco da categoria, garante major da PM de Alagoas JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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nquanto grupos de pessoas pedem a volta do militarismo nos recentes protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff, a Polícia Militar se reúne para fortalecer a categoria. Porém, tal luta, para a tristeza de muitos, não tem nada a ver com tirar à força a liderança do Executivo Nacional das mãos do Partido dos Trabalhadores (PT). Atualmente, a corporação está focada nos direitos trabalhistas, aprimoramento da segurança pública e aumento de responsabilidades. Entres outras preocupações da PM também está a de sensibilizar os políticos de que a desmilitarização não resultaria no decréscimo da violência que assola o Brasil. Entre os dias 8 e 10 deste mês, a diretoria da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal) participou do XIV Encontro Nacional de Entidades Representativas de Oficiais Militares Estaduais (Eneme), em Vitória (ES). O encontro foi finalizado com a divulgação da Carta da Vi-

tória, defendendo a aprovação da ‘’PEC da Segurança’’ e debates sobre a desmilitarização da Polícia. A proposta de desmilitarização consiste em alterar a Constituição Federal de 1988 para que as polícias Militar e Civil constituam um único grupo policial com formação civil. A divisão entre polícia Civil e Militar sempre existiu no Brasil. À Polícia Civil cabe as funções de investigação de infrações penais, menos as militares. Enquanto isso, a Polícia Militar fica com o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública. No encontro, os oficiais repudiaram qualquer tentativa de desmilitarização e afirmaram, em carta, “que a investidura militar das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares é no Brasil um importante instrumento para a melhoria constante da segurança pública, tal qual já se dá em mais de 50 países, inclusive da Europa e da América do Sul, e que rechaça propostas superficiais e ideologizadas de extinção dessa característica peculiar”. Essa também é a opinião do presidente da Assomal,

major Wellington Fragoso. “A desmilitarização não significa em acabar com a violência no Brasil. Para que isso aconteça é necessário investimento e a valorização da Polícia”, disse. Sobre os protestos que pedem a volta das forças militares no comando do Brasil, Fragoso é enfático. “Não é nosso foco. A polícia, durante o regime militar, era vista de outra maneira, sem contar as torturas e as prisões“. Dois projetos circulam no Congresso Nacional em defesa da desmilitarização. A PEC 102, de 2011, do senador Blairo Maggi (PR/MT), autoriza os estados caso julguem necessário a desmilitarizarem a PM e unificarem suas polícias. Já a PEC 430, de 2009, do deputado federal Celso Russomanno (PP-SP), sugere a unificação das polícias Civil e Militar dos Estados e do Distrito Federal, e a desmilitarização do Corpo de Bombeiros. Ainda de acordo com Fragoso, para fortalecer a segurança pública e reduzir a criminalidade é necessário manter a discussão sobre o papel dos militares na agenda nacional das políticas públicas do país. A proposta dos policiais militares é a mudança no sistema de segurança com a criação do Ciclo Completo de Polícia, que segundo a Carta da Vitória, tornaria a justiça mais ágil e eficiente na resolução de contravenções. De acordo com o presidente da Assomal, certas ocorrências vão parar nas mãos dos delegados sem necessidade. “Quando acontece uma infração, temos que levar à delegacia para lavrar boletim de ocorrência e demais burocracia. Com a PEC da Segurança, por exemplo, faríamos a ocorrência e entregaríamos à Justiça”, explicou. O modelo de Ciclo Completo de Polícia, adotado em quase todos os países, atribui à mesma corporação policial as atividades repressivas de polícia judiciária ou investigação criminal e as de prevenção aos delitos e manutenção da ordem pública.

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12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE ABRIL DE 2015

IMBRÓGLIO

Empresário acusa Arsal de beneficiar Veleiro na linha Maceió/Rio Largo Antônio Monteiro Filho denuncia arbitrariedades por parte da Agência Reguladora que estariam levando ao processo de falência da Tropical JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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empresário Antônio Monteiro Filho denunciou ao jornal EXTRA uma série de arbitrariedades e irregularidades praticadas pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal) e que, segudo ele, vem contribuindo para a falência da empresa de ônibus Tropical, que durante décadas operou a linha Maceió/ Rio Largo. A Arsal determinou, através de portaria, em outubro passado que a Tropical paralisasse suas atividades por 180 dia para cumprir algumas exigências. Monteiro disse que a linha Maceió/Rio Largo sempre foi inviável e a Arsal ainda contribuía para que o trabalho fosse precário com a falta de fiscalização dos alternativos e dos veículos clandestinos “que nunca foram punidos no rigor da lei”, destacou o empresário. Disse, ainda, que apenas uma taxa que era paga à Arsal de R$ 13 mil passou para R$ 28 mil inviabilizando ainda mais a atuação da empresa.

“Como poderíamos nos adequar parados devido à decisão da Arsal? Sem faturamento não tínhamos como renovar a frota e tomar outras medidas. Sei que depois dessa medida foi aberta a concessão para outras empresas atuarem na linha Maceió/Rio Largo. Só a Real Alagoas e a Veleiro participaram da disputa; a Veleiro foi escolhida para operar a linha, pois a Arsal considerou que a participação da Real Alagoas seria um monopólio”. Monteiro acrescentou que um acordo legal foi realizado para que a Veleiro contratasse os funcionários da Tropical, mas o acerto nunca foi cumprido. A questão foi judicializada e em janeiro desse ano o juiz Manoel Cavalcante entendeu pela manutenção da Tropical na linha, a Arsal recorreu da decisão e o desembargador Washington Luiz, presidente do Tribunal de Justiça, cassou a liminar e manteve a Veleiro como operadora da linha. Com o impasse gerado, tanto na questão trabalhista quanto na operação das

linhas, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sinttro) impetrou um mandado de segurança. O juiz Alan Silva Esteves do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 19ª Região acatou a solicitação do Sinttro e afirmou que a decisão teve por objetivo garantir a transição dos trabalhadores de uma empresa para outra. O fato ocorreu esta semana. No dia seguinte após a decisão do juiz Alan Silva, a Arsal entrou com um recurso e a juíza do TRT Anne Helena Fischer Inojosa determinou o imediato cumprimento da transferência das linhas da Tropical para a Veleiro. Atualmente mais de 200 funcionários da Tropical seguem sem exercer suas funções. “Centenas de pais de família aguardam a contratação pela Veleiro, mas até agora nada foi resolvido. Espero que a justiça se sensibilize para o cumprimento da legalidade e em favor dos pais e mães de família”, fiAntônio Monteiro Filho fala sobre o processo de falência da Tropical nalizou Monteiro Filho. OLHO GRANDE A empresa Tropical operava com 38 coletivos fazendo a linha Maceió/Rio Largo. Ao que se sabe o lucro para esse tipo de serviço nunca foi nada comparado às empresas que prestam serviço nas

linhas da capital alagoana. Manter funcionários, estrutura dos ônibus e renovação de frotas sempre causaram um grande impacto financeiro para as empresas. É de conhecimento público que Rio Largo terá uma nova área residencial com

mais de 20 mil casas, o que aumentará consideravelmente o fluxo de usuários de coletivo entre os dois municípios. Há interesses de outras empresas em operar a linha Maceió/Rio Largo que virou a menina dos olhos para muitos empresários.


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14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE ABRIL DE 2015 CORURIPE

Estudantes pagam R$ 5,00 para vir a Maceió em ônibus da prefeitura Presidente do PT do B denuncia irregularidades na gestão do município JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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presidente do PT do B de Coruripe e um dos líderes da oposição no município, Edinho do Élvio, denunciou a cobrança indevida da taxa de R$ 5,00 para os estudantes se deslocarem nos dias de sábado para Maceió. “Os estudantes são tão sacrificados pela falta de estrutura e ainda são obrigados a pagarem esse valor”, revelou Edinho. O opositor contou que inúmeras reclamações chegaram até ele e para representantes do legislativo local e como nenhuma providência foi tomada ele resolveu dar publicidade ao fato. “O prefeito sabe o que acontece, os vereadores também, mas nenhuma providência é tomada. O silêncio

impera em Coruripe. O coronelismo ainda existe por lá”. Edinho contou que a população não fala sobre o caso, nem denuncia formalmente, pois teme sofrer represálias, já que a cidade é comandada há mais de 20 anos pelo mesmo grupo político. “Os Beltrão mandam e desmandam em Coruripe, mas desrespeitar o povo, maltratar os estudantes aí é outra história”, desabafou. Ainda segundo Edinho, a prática da cobrança indevida da passagem de ônibus de Coruripe para Maceió aos sábados se arrasta desde a gestão do ex-prefeito Marx Beltrão (PMDB), atualmente deputado federal. “O prefeito Joaquim Beltrão (PMDB) age como na gestão passada. Repete o mesmo erro. Uma verdadeira imoralidade”, classi-

Edinho do Élvio denunica os desmandos do executivo de Coruripe

ficou Edinho do Élvio. MAIS DENÚNCIAS Edinho expôs à reportagem do jornal EXTRA o caos de uma das entradas do município de

Coruripe, a Rua do Infinito, localizada no Alto do Cruzeiro. O que era uma pista de terra batida hoje, com as recentes chuvas, se transformou num verdadeiro lamaçal, com dificuldade até para carros pequenos passarem.

“Existe o risco de atolamentos para carros e acidentes com os pedestres que transitam pela região. As obras da rua já foram propostas, requerimentos feitos e aprovados há anos na Câmara de Coruripe, mas nenhuma providência é tomada. O descaso com a coisa pública impera”. Ainda sobre os desmandos da gestão da cidade do litoral sul de Alagoas, está a inacabada obra do Mercado Público Municipal, que serviria para abrigar ambulantes e feirantes, gerando higiene e qualidade de armazenamento de alimentos e condimentos. Vale salientar que essa obra recebeu repasse federal e depois de quase uma década a obra nunca foi inaugurada. “O elefante branco continua lá em Coruripe sem data para começar o funcionamento. Recursos próprios da prefeitura e da União foram repassados para a população desfrutar do mercado público local. Cadê o dinheiro público, onde foi parar?”, questionou Edinho.


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SAÚDE

Suspeita de febre Chikungunya deixa alagoanos em alerta De janeiro a 9 de abril, dengue já teve 1.399 notificações contra 1.625 do ano passado

REDAÇÃO

O

aumento nos casos suspeitos de febre Chikungunya e dengue, em Alagoas, é preocupante e coloca a população alagoana em alerta. Segundo informe epidemiológico Semanal para Gestão do Sinan (Sistema Nacional de Notificações do Ministério da Saúde), até o último dia 9 de abril foram notificados 626 casos de febre Chikungunya. O que chama a atenção é que em 2014 apenas dois casos foram investigados. Em relação a dengue, também não é diferente. Este ano já foram notificadas 1.363 ocorrências contra 1.625 de todo o ano passado. Outras doenças também são avaliadas. Em 2015, até a semana epidemiológicaSE-13, houve a notificação de 759 casos suspeitos. Sendo, 12 casos de coqueluche, 12 de doença de chagas aguda, 24 casos de meningite, 17 casos de rubéola e os 626 de chikungunya estão sendo

investigados por diagnóstico diferencial com Dengue. Os casos de dengue notificados neste período ocorreram em 78 dos 102 municípios. Os cinco municípios com maior número de casos são Maceió, com 416; Arapiraca, 408; Mata Grande, 378; Santana do Ipanema, 312; e, Inhapi, com 239 casos. Meningite foram notificados 19 casos, onde oito aconteceram em Maceió, um caso em Carneiros, Coité do Nóia, Estrela de Alagoas, Igaci, Limoeiro de Anadia, Matriz de Camaragibe, Monteirópolis e União dos Palmares. Já Capela, Olho d’Água das Flores e Passo de Camaragibe registraram dois casos cada. O informe, que fornece informações semanais sobre ocorrência de doenças de notificações imediata e dengue no Estado de Alagoas, tem como fonte o Sistema de Informação de Agravos de Notificação- SINAN e fica disponível no site www.saude. al.gov.br.

SESAU DESCARTA OCORRÊNCIA A diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), Cleide Moreira, garantiu que em Alagoas nunca houve caso confirmado de febre Chikunguny. Segundo ela, as duas notificações ocorridas no ano passado e as mais de 600 apenas nestes primeiros meses de 2015 foram apenas suspeitas, mas todas descartadas. Moreira esclareceu que os sintomas da febre e da dengue são bastantes parecidos e daí merece maior investigação. Outro dado é que a dengue é aguda já a Chikunguny pode desenvolver a forma aguda, a subaguda e até desencadear a crônica, mas é raro o óbito. FEBRE CHIKUNGUNYA A febre Chikungunya é uma doença viral parecida com a dengue, transmitida por um mosquito comum em algumas regiões da África. Nos últimos anos, inúmeros casos da doença foram registrados em países da Ásia e da Europa. Recentemente, o vírus CHIKV foi identifi-

cado em ilhas do Caribe e na Guiana Francesa, país latino -americano que faz fronteira com o estado do Amapá. O certo é que o chikungunya está migrando e chegou às Américas. No Brasil, a preocupação é que o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, mosquitos transmissores da dengue e da febre amarela, têm todas as condições de espalhar esse novo vírus pelo País. Seu ciclo de transmissão é mais rápido do que o da dengue. Em no máximo sete dias a contar do momento em que foi infectado, o mosquito começa a transmitir o CHIKV para uma população que não possui anticorpos contra ele. Por isso, o objetivo é estar atento para bloquear a transmissão tão logo apareçam os primeiros casos. Embora os vírus da chikungunya e os da dengue tenham características distintas, os sintomas das duas doenças são semelhantes. Na fase aguda da chikungunya, a febre é alta, aparece de repente e vem acompanhada de dor de cabeça, mialgia (dor muscular), exantema (erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor

forte nas articulações, tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora. Ao contrário do que acontece com a dengue (que provoca dor no corpo todo), não existe uma forma hemorrágica da doença e é raro surgirem complicações graves, embora a artrite possa continuar ativa por muito tempo. O diagnóstico depende de uma avaliação clínica cuidadosa e do resultado de alguns exames laboratoriais. As amostras de sangue para análise devem ser enviadas para os laboratórios de referência nacional. Casos suspeitos de infecção pelo CHIKV devem ser notificados em até 24 horas para os órgãos oficiais dos serviços de saúde. Na fase aguda, o tratamento contra a febre chikungunya é sintomático. Analgésicos e antitérmicos são indicados para aliviar os sintomas. Manter o doente bem hidratado é medida essencial para a recuperação. Não existe vacina contra febre chikungunya. Na verdade, a prevenção consiste em adotar medidas simples no próprio domicílio e arredores que ajudem a combater a proliferação do mosquito transmissor da doença.


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ODILON RIOS Especial para o EXTRA “Alagoas querida, terra da prosperidade, quem mora nas Alagoas, não passa necessidade”. Os versos mostram um lado heroico da terra que se associa a um passado de glórias talvez criativo, irreal ou chocante - se encarado frente a frente. Terra da prosperidade de alguns, políticos camaleônicos e discursos antiviolência com armas em punho. A série “Alagoas, 200” segue esta semana com a cientista social Ana Cláudia Laurindo. Nascida entre três usinas do litoral norte, ela mistura em seus estudos a violência, o poder e a escola. Veja entrevista: A história alagoana se mistura à conquista cruel de terras pelos colonizadores, a implantação dos engenhos e o massacre dos Caetés e do Quilombo dos Palmares. Por que iniciativas populares assustam nossos governantes? Não creio que as iniciativas populares assustem os governantes alagoanos. Tenho maior propensão a crer que o movimento popular lhes desperta a ira dos coronéis, uma insígnia que guardam no peito, herdeiros que costumam ser

ANA CLÁUDIA LAURINDO ALAGOAS, SEUS ELEITORES POBRES E RICOS FANFARRÕES

do cetro de poder. Contrário, também, à mais infantil democracia! Todos os casos citados são marcados pela letalidade, força destruidora de corpos e símbolos, gerando outras simbologias. Algo que transforma brutalmente a concretude e a subjetividade, marcando uma mensagem histórica de poder e posse. Assim nossa história foi escrita, categorizando quem manda (porque possui a legitimidade política e econômica) e quem obedece (porque sem autonomia econômica não tem legitimidade política). A

manutenção da desigualdade une os poderes constituídos. Um exemplo contemporâneo é a quantidade de greves que o judiciário alagoano julga como ilegal. Mostrando destreza na emissão da sentença, que, por sua vez, torna cada vez mais indigna a voz das ruas e contribui para a aversão social às representações sindicais. A aparentemente isenta posição do Ministério Público alagoano autorizando intervenção policial para desobstruir ruas, em nome do decantado direito de ir e vir – eleito o mais sagrado

dos direitos por aqui! Tem serventia histórica amplamente voltada ao poder, pois desconsidera outros direitos e desmobiliza a população, haja vista o modus operandis da nossa polícia. Em resumo, o aparato estatal alagoano está mobilizado para silenciar os insatisfeitos, não porque o teme, mas porque não o suporta! Qual a versão da história alagoana a senhora aprendeu na escola?

Eu cantei o hino de Alagoas na escola e aprendi sobre a importância das usinas para a felicidade dos que trabalhavam em suas engrenagens, ao mesmo tempo, que os seres mais abjetos eram os cortadores de cana, por não terem estudado. Ninguém deveria ser um cortador de cana se quisesse ser respeitado. Usineiros eram seres iluminados, faziam a prosperidade do comércio local e elegiam prefeitos. Cresci entre três usinas na Região Norte do estado, e


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Os políticos camaleônicos são os carreiristas que garantem a zona de conforto aos seus descendentes, que tendem a dar seguimento ao que se converte em tradição familiar, aos moldes da mais cerrada monarquia” quando na juventude vim saber sobre possíveis malefícios sociais, econômicos e culturais causados pela monocultura da cana-de-açúcar, acreditei ser heresia. A história contada tinha tal encanto que seduzia os mais vigorosos braços juvenis para trabalharem na indústria do açúcar, como ícone de “crescimento” social e econômico local. A quebra desse encanto pede um preço tão alto, que muitos por certo preferem viver de olhos fechados, talvez, dormindo eternamente para a realidade alagoana, a materializar uma história de trabalhadores anônimos em um contexto formado por inúmeras expressões de alteregos políticos. Quanto a mim, restou-me o exílio e o orgulho dele. Em seu livro, “Construção da Alma Alagoana”, a senhora mostra que Graciliano Ramos tinha dificuldade de unir sua genialidade em um ambiente escolar de tensão e uma família com requintes de brutalidade. É

difícil ser genial em Alagoas? Alagoas consegue a proeza de manter raízes de arcaísmos profundos até naquilo que tem aparência de novidade. É fácil encontrar a coação nos esquemas de barganhas relacionais em diversos níveis. Assim, aqueles que saírem isentos desse circuito de algemas podem receber como uma maldição, a perseguição e o isolamento. Para que o indivíduo consiga romper com tal ciranda de subserviência necessitará de autonomia de pensamento, capacidade de sobreviver sem as “bênçãos” dos poderes, mostrando assim que são geniais. Nesse contexto, é muito difícil ser genial em Alagoas. Mas como nos mostrou Graciliano Ramos, Nise da Silveira, Djavan e outras personalidades conterrâneas: quem sobrevive a esta terra tem sucesso garantido em qualquer outro lugar. Por que sabemos combater a nossa violência, e ainda assim somos líderes em assassinatos? Porque acreditamos saber combater violência usando métodos violentos, e isso está provado nas reações da sociedade quando esta temática é posta em pauta. Na prática, seria o equivalente a apagar fogo com querosene. O discurso vigente seleciona a legitimidade ou não do assassinato, dependendo da mão que empunha a arma. Mas a violência não pode diminuir a si mesma. A repressão é necessária, mas sem perder de vista ações planejadas e executadas com perspectivas sociais de qualificação humana e promoção da cidadania. De outro modo, as ações podem ser arrojadas e bélicas, mas estarão

à caça de alguém, sem combate preventivo do assassínio de pessoas em Alagoas. A CPI do Narcotráfico mostrou que deputados de Alagoas estavam por trás do crime organizado. A Operação Taturana também. Eleger criminoso não torna o povo igualmente criminoso? Não vejo por esse prisma. A construção social do eleitor alagoano foi e ainda é um processo, do qual ele participa sem se dar conta do que está fazendo historicamente. O eleitor não pensou esse projeto de representação política, antes, sempre teve que bajular o candidato apresentado pelo coronel, pelo usineiro, pelos influentes locais ligados ao latifúndio, aos poderes constituídos, e por fim, pela mídia e compra de voto. Como responsabilizar diretamente por ter sido reduzido à condição de massa de manobra, feita para votar e eleger os escolhidos? É verdade também que o eleitor aprendeu a barganhar com o candidato, a trocar. Mas até os objetos dessa troca é a classe dominante quem tem determinado, o eleitor participa daquilo que ela planeja. Não seria por outra via que o que temos de pior em termos de ética e moral sejam os representantes políticos. Na ditadura, a maioria dos nossos políticos era afinada ao regime. Muitos deles sobreviveram com a redemocratização e também se afinam aos governos democráticos. A lógica não seria o prestígio transformar Alagoas em “terra da prosperidade”? Segundo a ordem posta, Alagoas é a terra da prosperidade, mas apenas para alguns.

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Os políticos camaleônicos, capazes de metamorfosear a representação de acordo com os contextos, são os carreiristas que garantem a zona de conforto aos seus descendentes, que tendem a dar seguimento ao que se converte em tradição familiar, aos moldes da mais cerrada monarquia, praticando com verniz democrático a vitaliciedade que nossa sociedade, no discurso, condena. Sobre qual prosperidade vamos dissertar? A máquina pública só consegue produzir mentalidade velha por estas terras, e o empobrecimento do povo é a condição para o enriquecimento dos escolhidos. Quem venceu na história alagoana? Não chegou ao fim ainda. Estamos em curso, jogando os nossos dados ou dardos. Mesmo na maneira descompensada como vive a classe pobre eleitora de ricos fanfarrões em Alagoas, não sou adepta do fim da história. Acredito na superação da mentalidade arcaica que afeta mesmo os jovens burgueses alagoanos, pela responsa-

Quem é? Ana Cláudia Laurindo de Oliveira, 42 anos, é diplomada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Alagoas, de onde também fez mestrado em Educação. Ocupa cadeira vitalícia na Academia Portocalvense de Letras, é professora das redes pública estadual e municipal. Na sua produção intelectual, transita entre Ciências Sociais e Educação.

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bilidade evolutiva afinada com a história política e cultural dessa gente. Há possibilidade, mantenho as reticências. O fim da nossa história será no dia em que Alagoas superar os piores índices sociais do país? Este dia será, então, o início de uma nova história, que por ora figura entre as quimeras idealistas dos bons conterrâneos. Creio, contudo, que merece ser tratada com intenso respeito essa perspectiva que significará as lutas de tantos. Devemos marchar para a construção desse dia. Ser isolado ou perseguido, não é tudo, apenas páginas a serem escritas e viradas. No final todos morreremos, mas a história que segue após os nossos passos deve levar nossas melhores contribuições. Não desisto de Alagoas.

LIVROS/ARTIGOS - Bastidores da Violência (e dos Violentos) em Alagoas, juntamente com Odilon Rios, Maceió, Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2012. - Construção da Alma Alagoana- de Graciliano aos Nossos Dias, editora Q Gráfica, 2013 - Analfabeto político? Nunca mais!, Maceió, SEE-AL, 2002 (Cartilha). - Tem artigos publicados no O Jornal e Gazeta de Alagoas. Contato: laurindoclaudia@hotmail. com Facebook: Ana Cláudia Laurindo


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ECONOMIA

Mais de 9 mil alagoanos já caíram na malha fina este ano Das 220 mil declarações esperadas até 30 de abril no estado, 89 mil já foram entregues; números estão dentro da meta MARIA SALÉSIA COM ASSESSORIA sallesia@hotmail.com

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alanço mais recente divulgado pela Receita Federal em Alagoas até o fechamento desta edição revelou que, das 220 mil declarações do Imposto de Renda (IR) de pessoa física esperadas até 30 de abril, 89 mil haviam sido entregues até às 8 horas da quinta, 16, o que equivale a 39,3% do total. Outro dado importante é que mais de nove mil contribuintes caíram na malha fina do leão neste primeiros dias, tendo sua declaração de 2015 retida para verificações. Em comparação a anos anteriores, em que cerca de 50% dos alagoanos deixaram para fazer a declaração nos últimos dias, os números estão dentro da expectativa. Mas o delegado da Receita em Alagoas, Plínio Feitosa, adverte que o contribuinte deve declarar o quanto antes, evitando problemas nos últimos dias disponíveis. Para evitar maiores problemas, o delegado alerta que não basta o contribuinte entregar apenas a declaração à Receita. Deve ter o cuidado de verificar se a declaração passou pelo cruzamento de informações fiscais sem qualquer problema. “Assim que a Receita se apropria dos dados informados na declaração, um sistema avançado de crítica inicia uma série de cruzamentos para validar as informações prestadas pelo contribuinte”, esclareceu. Para quem caiu em malha,

Feitosa orienta que entre no site da Receita Federal e através do “extrato” do Imposto de Renda - disponível por meio do site da Receita Federal no Código de Acesso ou do Certificado Digital para saber quais pendências ou inconsistências foram encontradas pelo Fisco na sua declaração do IR. Em posse da informação, o contribuinte pode enviar uma declaração retificadora ao Fisco e, assim, sair da malha fina. Nem sempre quem caiu na malha fina agiu de má fé. Na verdade, o problema acontece quando uma ou mais informações não estão de acordo com os parâmetros definidos pelo Receita. Por exemplo, numa declaração consta que o contribuinte obteve rendimentos tributáveis de R$ 60 mil, mas a empresa para a qual ele trabalha informou à Receita que pagou para aquele

funcionário R$ 70 mil. A diferença de R$ 10 mil entre o valor informado pelo contribuinte e o declarado pela empresa também precisa ser tributado. Isso é suficiente para que a declaração caia na malha. Também gera malha no caso de o contribuinte obter rendimentos de duas fontes pagadoras, mas por esquecimento ou qualquer razão, informou apenas os rendimentos que recebeu de uma empresa. Na hora do cruzamento de informações, o sistema vai detectar a ausência dos rendimentos pagos pela outra fonte, que também precisam ser tributados. Outro alerta é que o contribuinte deve retificar sua declaração

o mais rápido possível. “Depois de qualquer procedimento de ofício, o contribuinte perde a espontaneidade e será obrigado ao pagamento de multa mínima de 75% do valor do imposto apurado a maior, podendo esse percentual chegar até 225%”, afirmou o delegado. APOIO E DICAS Para facilitar a vida do contribuinte, nessa reta final, 25 alunos do curso de Ciências Contábeis do Centro de Ensino Superior de Maceió (Cesmac) foram capacitados pela Receita Federal para ajudarem no preenchimento da declaração. Esses alunos estão recebendo os contribuintes do IR no Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal – NAF, instalado no prédio da Ouvidoria da Cesmac, Rua Cô-

nego Machado, 918, Farol. O contribuinte também pode tirar suas dúvidas diretamente no endereço eletrônico http://www.receita.fazenda. gov.br/PessoaFisica/IRPF/2015/ default.htm ou, ainda pelo telefone 146. Para não cair na malha fina, é importante que o contribuinte reuna todos os documentos necessários e tome alguns cuidados na hora do preenchimento. Deve ficar atento e não omitir receitas, principalmente não declarar despesas inexistentes, pois qualquer divergência ou falta de informação já é motivo para que o sistema da Receita interrompa o processamento regular da declaração e a inclua na chamada “malha fina”, que nada mais é do que o envio da declaração para a fiscalização. Assim, tome cuidado na digitação de valores; evite informações divergentes; informe todas as fontes pagadoras; não omita nenhum rendimento; e, não erre nas informações dos dependentes.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Dilma fica. E a corrupção também

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enho acompanhado de perto e às vezes até participado de atos promovidos pelo “Movimento Brasil Livre” e outros segmentos sociais. Faço parte de uma imprensa que como a maioria dos brasileiros está indignada com a lama da corrupção que assola a política e a administração pública nacional. Envergonho-me lá fora quando viajo, ao escutar referências depreciativas ao meu país (e ouço com muita frequência). Dei tudo de mim para que a presidente Dilma Rousseff não fosse reeleita, mas a maioria dos brasileiros não pensou da mesma maneira. Talvez hoje muitos desses ao constatar o equívoco do voto estejam arrependidos, mas aí já é tarde demais. Todos os movimentos, que já não tiveram tanta força nas últimas convocações, pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o fim da corrupção. A meu ver não acontecerá uma coisa e muito menos a segunda. Juristas têm debatido e declarado posições contraditórias sobre o assunto. O professor emérito e respeitado Ives Gandra Martins diz que: “Dilma foi presidente do Conselho Administrativo da Petrobras e não diagnosticou os erros no contrato (da refinaria) de Pasadena. Ela manteve a direção da empresa, sendo que a empresa foi saqueada durante oito anos, e ela permitiu isso primeiro como presidente do Conselho, depois como ministra das Minas e Energia, por último como presidente. É um caso de culpa (crimes sem intenção), que pode ser considerado no crime de improbidade administrativa e, portanto, tem base jurídica o impeachment”. Para um dos mais consagrados juristas do país, Celso Antônio Bandeira de Mello, porém, não há nada que evidencie a relação de Dilma com os escândalos da Petrobras e a “culpa”, conforme mencionada por Gandra Martins, não seria suficiente para justificar juridicamente o afastamento da presidente. “Precisaria ser algo muito mais forte, que vinculasse muito diretamente a presidente à prática criminosa por dolo (quando há intenção). Nesse caso, não há fatos. Não tem nenhum sentido falar nisso. Se for assim (crime por culpa), todos os presidentes do mundo podem sofrer impeachment, nenhum iria escapar. Isso não passa de esperneio político, é querer ganhar a eleição no tapetão.” No entanto, ambos entendem que, apesar da discussão sobre as leis em torno do tema, um impeachment depende muito mais de uma vontade política do que de um embasamento jurídico. É uma decisão muito mais política do que jurídica. Até deveria ser mais jurídica do que política, mas não é. É o Legislativo que decide. Ora, se é uma decisão política e quem decide é o Congresso Nacional, com toda certeza não haverá impeachment, pois todos eles são iguais. Quanto ao segundo item da pauta dos movimentos: a corrupção é só esperar o que vai acontecer com os políticos envolvidos no escândalo da Petrobras. Aí sim pode realmente acontecer tudo. Inclusive nada.

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Para refletir: “A democracia não se restringe ao momento do pleito, mas acontece em todo o tempo e o povo pode derrubar a presidente. Cansamos de tudo”. ( Movimento Brasil Livre)

É grave e é verdade

Mentirosa e irresponsável

Especialista afirmou em debate na Câmara dos Deputados, que o Estado brasileiro conduz uma “máquina de morte em massa” e que os autos de resistência, usados pela polícia, são instrumentos que “legitimam o Estado a matar”. As afirmações foram feitas pelo representante do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Antônio Teixeira de Lima, pesquisador da área de Igualdade de Gênero e Raça, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais. O Ipea estima que o total de mortes violentas no País já ultrapassou a casa de 60 mil por ano. De acordo com o Mapa da Violência (20022012), elaborado pelo instituto, houve redução significativa da taxa de homicídios entre os brancos, enquanto entre os negros o índice aumentou.

Em pronunciamento em plenário, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que a presidente Dilma Rousseff adotou um discurso “mentiroso e irresponsável” para justificar as fraudes nas contas públicas de 2013 e 2014. Em pouco mais de 100 dias de governo em seu segundo mandato, disse Flexa Ribeiro, o governo de Dilma Rousseff só tem motivos para se envergonhar, uma vez que a presidente da República “acumula mazelas e agruras que aumentam o descrédito por parte do povo brasileiro”. — Se a denúncia for comprovada, temos aí um grave dano que o PT provoca nas bases democráticas deste país. Onde está a transparência? Onde está a responsabilidade do governante com o eleitor? — questionou.

Além de queda coice Não bastassem os inúmeros problemas decorrentes das dificuldades de sua administração, o baixo índice de avaliação de seu mandato e os problemas intestinos provocados por uma equipe de amadores o prefeito Rui Palmeira vai, a partir de agora, enfrentar um verdadeiro “inferno astral” que principia com a anunciada greve dos trabalhadores da educação a partir do próximo dia 22. A greve nasce pela falta de diálogo por parte da prefeitura, conforme declarações dos lideres de classe. Outras categorias do funcionalismo público municipal já anunciam paralisações para os próximos dias e alegam o mesmo motivo: “falta de diálogo com a administração”. Afinal onde está o candidato que prometeu em campanha a valorização do funcionalismo e o respeito aos direitos da classe? Esqueçam! Tudo foi promessa de eleição.

Morrendo de sede O senador Benedito de Lira voltou a pedir atenção do governo com o Rio São Francisco. Biu disse que o rio está acabando e que não surge nenhuma iniciativa para recuperá-lo. Segundo ele, algumas cidades do Nordeste já não usam o São Francisco como fonte de abastecimento, por conta da baixa qualidade da água do rio. “O grande rio da integração nacional passa por uma crise sem precedentes em sua história, marcada no passado pela exuberância de suas águas e pela enorme pujança de sua presença na vida ribeirinha. A situação atual do Rio São Francisco é de penúria, é lastimável. Podemos dizer que o rio está morrendo de sede. Veja que incoerência” — disse o senador.

Alguém está mentindo Criou-se mais um imbróglio em torno da conturbada matéria que trata da restruturação da 17ª Vara Criminal da Capital depois das declarações do desembargador José Carlos Malta, que em outras palavras disse que o deputado Sérgio Toledo estava mentindo quando responsabilizou o próprio Tribunal de Justiça pela confecção da emenda que coloca modificações inadequadas no projeto aprovado pela Assembleia e vetado pelo governador. O magistrado foi enfático: “Essa aberração em que se transformou o projeto é de responsabilidade do deputado Sérgio Toledo. Malta, que a época era presidente do Tribunal de Justiça, pontuou que os desembargadores foram enganados pelo parlamentar, que segundo ele, “apresentou uma coisa e levou para aprovação outra totalmente desfigurada”. Toledo se defende e sustenta que está com a verdade.

Corra que a polícia vem aí Muito embora haja o esforço dos que comandam o aparato de Segurança Pública do estado existem, como em qualquer instituição, aqueles que por conduta imprópria maculam a nobre função de guardião da sociedade e se igualam aos marginais. Dois fatos me chegaram esta semana trazido por duas vítimas de policiais despreparados que desonram a farda. Ambos os fatos ocorridos no mesmo conjunto residencial na parte alta da cidade. No primeiro dois jovens foram abordados por uma viatura com policiais que lhes detrataram, pediram suas carteiras e deram-lhe as costas para fazer a “averiguação”. Ao serem liberados constataram que certa quantia tinha sido surrupiada pelos soldados. No outro caso, outros dois jovens foram igualmente parados e tiveram seus celulares roubados pelos policiais que apenas lhes disseram: “vocês não têm condições de possuir esses aparelhos”. Estive com dois dos jovens “assaltados” que merecem toda minha confiança por conhecê-los há anos. Estão assustados e seus amigos e vizinhos também. Estão com medo da polícia. E isto é um absurdo sem tamanho.

O ônus do homem público Tenho assistido muitas injustiças cometidas contra homens públicos honrados, que execrados perante a sociedade por apressados e despreparados procuradores do Ministério Público Federal, mais tarde são absolvidos por não terem culpa, mas aí o estrago já está feito. Simples indícios e averiguações distorcidas (intencionais ou não) levam esses procuradores não apenas a denunciar, mas também anunciar antecipadamente à imprensa “irregularidades” que se prestam mais a filme de ficção, muitas apenas em busca dos “holofotes do brilho da mídia”. Esses procuradores deveriam ser processados por danos morais por aqueles que mais tarde são inocentados, para que aprendessem a lição da honestidade no desempenho irresponsável de suas funções. A atividade pública está abarrotada de corruptos e desonestos, mas a irresponsabilidade de quem investiga e acusa não pode , por prazer e despreparo, jogar todos na vala comum.


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ARTIGOS

Quando la nave sta per sfondarsi... CLÁUDIO VIEIRA, Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

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precio a Itália. Cativamme sua história, suas comidas, seus vinhos, sua sonora língua. Esse apreço tenho-o desde a pré-adolescência, desde quando tive contato com o latim e com a história da Roma clássica. Por isso, perdoem-me os leitores o título. Não o produzi por esnobismo, mas por ter recordado o filme de Felline: E la nave va. Como ninguém é obrigado a conhecer a língua italiana, permito-me a livre tradução ou linguajar simbólico: QUANDO A NAVE ESTÁ PARA AFUNDAR. Claro que poderia ter utilizado a nossa amada língua pátria. Mas, em italiano o título fica mais sonoro, adquire uma certa suavidade misteriosa, perde a crueza do desastre que anuncia. O navio que está para afundar, digo logo, na crônica não será a nave de Felline, mas a do governo Dilma, levando junto o PT e os aliados perenes, de ocasião, ou circunstanciais. Durante as eleições e até há pouco tempo tudo era euforia: “o projeto governista era o melhor para

o povo”. A presidente fora reeleita, e na sua esteira muitos foram os candidatos, nas eleições majoritárias ou proporcionais, também eleitos ou reeleitos. Ávidos por acostarem-se ao poder, políticos que tradicionalmente detestavam o PT, e despertavam recíproco sentimento nos petistas, já vinham acenando rapapés, e afinal a eles renderam-se, para o líder maior do petismo, o indefectível Lula, e para Dilma, a Presidente. Democrática festa da desfaçatez! O quadro em nossa Alagoas não foi diferente do resto do País. Aqui como lá era estranho, e por isso mesmo incômodo, ver políticos outrora desprezados pelas esquerdas - o PT à frente sempre aguerrido e inconsútil, íntegro – agora considerados importantes para o projeto político do petismo. Quem fora, para os esquerdistas, retrógrados pais ou filhos do atraso, agora eram progressistas, líderes-acólitos (se é possível o paradoxo) de um novo tempo. E para esses, os antes achincalhados esquerdistas eram reconhecidos grandes patriotas de uma nova Pátria. Afinal, para se ganhar uma eleição tudo é válido, no conceito de política apregoado pelos oportunistas. A lua-de-mel não resistiu à voz das ruas, essa voz ora rouca, ora

altissonante, capaz de reconhecer os próprios erros, e de levar à catálise os que erraram. Essa voz, quando produz consequências, é sempre pressurosamente ouvida pelos insinceros, aqueles que vivem dos oportunismos, altamente sensíveis à maré do momento. A corrupção desenfreada, os desmandos do governo, o descalabro, as mentiras do poder, tudo isso já existia e era sabido por todos os pressurosos acólitos que se aproveitavam da onda petista. Muitos até de tudo participaram, sabe-se hoje. Mas, à época o povo ainda não despertara da modorra, não se manifestara no repúdio, os índices de aprovação do governo mantinham-se altos. Uma beleza ilusória. Repentinamente tudo mudou. O povo acordou e foi às ruas, praças e avenidas; as cidades encheram-se de protestos. A governante e seu governo, atarantados, perderam apoio popular, os índices de desaprovação subiram às alturas. Percebese que a realidade agora é outra: os oportunistas usam as tribunas para as críticas ao Governo, cada vez mais contundentes, pisoteando um cadáver insepulto. Perfazem aquela previsão do dito popular: quando o navio afunda, os ratos são os primeiros a abandoná-lo. E la nave va a sfondarsi.


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ARTIGOS

Pediatria 24 horas JORGE MORAIS Jornalista

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m fato ocorrido e relatado neste espaço foi alvo de um convite da diretoria da clínica Pediatria 24 horas. É bom que se registre que, o convite foi aceito por se tratar de pessoas que conheço há bastante tempo e o intermediador desse encontro foi o jornalista Maurício Gonçalves. Como não tenho nada pessoal contra os médicos-dirigentes, muito pelo contrário, aceitei a sugestão de que fosse ocupado esse espaço, não como Direito de Resposta, mas uma nota esclarecedora sobre o incidente. A seguir: “Respeito é bom e todo mundo gosta. A direção, corpo médico, funcionários e clientes da Pediatria 24 horas foram tomados de surpresa e indignação com um artigo do jornal Extra, publicado no último dia 3. Com um só golpe, o texto denigre a boa imagem da clínica que atende uma média de 4.500 crianças e adoles-

centes por mês, numa dedicação abnegada de 24 horas por dia para salvar vidas, tratar e prevenir doenças. O autor da matéria sugere que a nossa empresa pediátrica “tenha um pouco mais de respeito”, princípio que nunca nos faltou. Em nosso favor, poderíamos invocar inúmeros testemunhos de pais, avós e até filhos que já se tornaram adultos, nestes 23 anos de atendimento seguindo a rigorosos padrões internacionais. Mas não será necessário, por conta da fidalguia do senhor Jorge Moraes. O jornalista aceitou o nosso convite de registrar a sua indisposição com uma funcionária da casa, na instância competente. Após uma franca conversa com a direção da Pediatria 24 horas, ele reconheceu a necessidade ética de oferecer o mesmo espaço neste periódico para os devidos esclarecimentos. Pena que isto só pôde ser feito agora, duas semanas após a publicação da denúncia que macula a imagem de quem tem um nome a zelar. De nossa parte, também pedimos “um pouco mais de respeito”. Lamentamos o ocorrido no atendimento ao cronista, sobretudo porque não é esta a orientação dada aos nossos funcionários no trato com nossos clientes. Da mesma forma lamentamos a sua reação, da maneira com que denunciou publicamente com críticas

e acusações contra a nossa clínica, por um problema puramente administrativo, que poderia ter outra forma de encaminhamento. Apesar de ser uma clínica de livre demanda, seguimos um critério de atendimento, priorizando a urgências, recém-nascidos e crianças em situações especiais, como a do caso relatado, já que se tratava de um cliente autista. Quando se informa que, por volta da meianoite, só tinha um único médico de plantão – isso se dá pelo fato que neste horário a incidência de crianças em busca de atendimento diminui bastante, associado ao fato da dificuldade de se encontrar profissionais pediatras plantonistas – problema não exclusivo da nossa cidade, mas de todo Brasil, como já exposto na mídia nacional. Além disso, houve no último mês um aumento fora do normal do número de crianças doentes, fato que pode ser constatado nos outros serviços de urgência pediátrica na nossa cidade. Nos outros horários trabalhamos com 3 ou 4 médicos, já que a demanda de clientes exige este número de profissionais. Estamos permanentemente atentos à qualidade dos serviços prestados, tanto do ponto de vista material (qualidade de vacinas, por exemplo) como, e principalmente, na qualificação profissional, moral e ética dos nossos

médicos. Para isso, o grupo que constitui a Pediatria 24 horas se esforça para manter a atualização das condutas médicas, em reuniões científicas. Concordamos que houve falha no atendimento por funcionária da empresa, mas achamos desproporcional a revanche num jornal de grande repercussão na opinião pública. A Pediatria 24 horas reconhece o dissabor pelo qual passou a família do jornalista e está tomando todas as providências cabíveis quanto a isso, mas sente-se no dever de tornar público aos leitores do Extra, que houve uma falha individual, não sendo justo que sua imagem seja ofendida por tal fato. Afinal, respeitamos para ser respeitados, sempre em atenção às famílias e, sobretudo, aos nossos pequenos clientes que são a razão de ser da nossa existência”. Volto ao meu texto para afirmar que, do mesmo jeito que a clínica tem pessoas prontas para defendê-la, em nome de sua história, posso, se eles quiserem, levar um grupo de mães insatisfeitas com o atendimento da recepção da citada clínica. Não vejo a questão do jeito que a nota foi elaborada. Cada um que faça seu juízo de valor. Só lamento que os verdadeiros motivos não tenham sido assumidos como deveriam.

beneficiados. Enfim, uma coisa é prometer, a outra é cumprir. O vice-governador, que conheci como coordenador do PDV, onde fez um bom trabalho, já andou se chateando. O monarca mais velho apagou o incêndio entre os dois. Dificilmente governador e vice sobrevivem unidos durante os quatro anos de mandato. Não entendo porque a Gazeta do Collor, diariamente, mostra as falhas do governo atual. Os dois, governador e senador, juntos, fizeram uma bela campanha. Não sei quais os secretários indicados pelo filho de Arnon de Mello, mas não vejo muita alegria, como percebia em 2014. É bom ser eleitor, ler jornais, ver TV, escutar rádios e comparar discursos anteriores e atuais. Por exemplo: ouvi o senador Renan Calheiros dizer na televisão que agora estava na oposição ao governo federal. Quase desmaio! Percebi logo que o PMDB não recebeu tudo o que sonhava. O maior partido da situação só recebeu migalhas. A presidente, pouco política, enraivecida, quis brigar com aliados; deu-se mal! Virou primeira-ministra: reina, mas não governa!!! Voltamos a olhar para o mar de Paripueira, pedindo conselhos e esperando ouvir

dele que o Brasil vai melhorar. Será? Os movimentos de rua estão enfraquecendo. Na realidade, não há um grande objetivo. São vários grupos lutando por causas diferentes: Fora a corrupção! Muito bom, mas uma meta quase inatingível. Fora Dilma! O povo elegeu a loira no fim de 2014; é muito cedo para “impichá-la”. Volta à ditadura militar! De maneira nenhuma; vivemos numa democracia, com direitos respeitados, sem censura à imprensa; bom demais. E aí vamos nós numa turbulência enorme! Já obtivemos algumas vitórias: prisão dos mensaleiros, Operação Lava Jato, empresários detidos e sob averiguação. Na esfera estadual, os “taturanas” ainda estão soltos mas confiamos na Justiça e aguardaremos o resultado final. E haja turbulência! O povo deixa de eleger Judson Cabral em Alagoas e elege “taturanas”! O ex-presidente da ALE, averiguado pelo MP, vira conselheiro do Tribunal de Contas! Só há uma saída: meditar olhando o mar de Paripueira e rezar bastante para que Deus oriente nossos políticos e os conduza aos caminhos do bem! Poucos serão salvos!!!l

A tranquilidade do mar ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

N

ão sei o que acontece comigo, mas quando preciso de tranquilidade, vou à varanda e olho para o mar. Acostumeime com o barulho das ondas e do ar marinho, Já vivi fora de Alagoas durante muitos anos; morei em lugares como Brasília e Garanhuns, cidades não banhadas pelo Oceano Atlântico. Nas férias, vínhamos todos ansiosos para chegar em Maceió, ver Jaraguá, Pajuçara. Sentíamos uma sede insaciável do cheirinho de mar de nossas plagas. Entretanto, vivenciamos em nosso Estado momentos inseguros, com violência, educação frágil, saúde precária, políticos comprometidos. Maceió foi considerada uma das cidades mais violentas do país. Quando assumiu o prefeito Rui Palmeira, depois do Cícero, imaginei que um político jovem, com passagem positiva pela Casa

de Tavares Bastos, melhoraria Maceió. Mas o moço se enrolou, deixou-se levar por uns assessores viciados em manobras políticas e outros sem experiência, ficando meio perdido. Sofre agora com greves intermináveis de servidores, não se definiu com firmeza nas eleições passadas e caminha a passos largos para um governo sofrível. Não passará por média!!! O Estado, de uma maneira geral, não vai muito bem. Problemas sérios em todas as áreas, uma dívida enorme deixada pelo governo anterior, excesso de cargos em comissão. O filho do Renan, que esperava contar com a ajuda do governo federal, deparou-se com o primeiro obstáculo: o presidente do Senado brigou com a Dilma e as portas ficaram meio fechadas. Veio aí o primeiro teste do príncipe Renan Filho: governar com pouco dinheiro. Os comentários correm pelos corredores políticos e dão conta de que aliados do Governador nas eleições riquíssimas de 2014 já estão contrariados. Não receberam o retorno do sacrifício feito para derrubar o Biu. Os Deputados que esperavam indicar amigos para cargos no governo, também não ficaram contentes. Os suplentes, com promessas de assumirem no lugar dos titulares, não foram


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Bom no ringue

O

brasileiro Rafael dos Anjos começa a chamar atenção no exterior como um dos nomes fortes do ringue. Treina nos Estados Unidos, luta na MMA e pontua entre os cotados para ganhar o mundial da temporada e entrar para a história do boxe, categoria peso-leve.

Comentário “Todos falam da MMA como esporte, mas como chamar de esporte se não tem o amador?” Comentário é de Paulo Marcos da Costa e acrescenta: “Atleta para bater no peito e dizer eu sou um profissional precisa ter sido amador e testado em condições típicas de um esporte e não somente de um veículo de entretenimento. E eu estou orgulhoso por fazer parte disso”.

Nova opção Os estádios de futebol, hoje “arenas” são novidades de uso em outras atividades e dentre as mais recentes aparecem comemorações sociais. É esporte com investimento usado para suprir deficiência das rendas de jogos de futebol para cobrir custos da manutenção.

Não esconde Vica, já veterano no comando do ASA, é habitual em entrevistas não usar meio termo para as respostas. Em uma recente, comentada por torcedores, após vencer o Coruripe, em jogo no Coaracy da Mata Fonseca pelo campeonato alagoano disse:“Ganhar é sempre muito bom”.

Jogo importante Neste fim de semana o alvinegro de Arapiraca pega o Ipanema no Coaracy da Mata Fonseca. Os dois, além de brigarem pelo título do 2º turno do estadual, têm estimulo extra: o alvinegro vem invicto e lidera o campeonato, inclusive já havendo vencido o 1º turno e o Ipanema quer se recuperar para tentar chegar à final do turno.

Bem disputado

Neymar na berlinda

O campeonato alagoano está disputado, jogos sãode classificação para decisão da fase e esse quadro é motivado por declarações otimistas de dirigentes, jogadores e torcedores. Mas cada um colocando o time que torce como favorito, mas o alvinegro arapiraquense leva vantagem. Foi o campeão do primeiro turno.

Polêmica aberta pela mídia é sobre até que ponto a seleção brasileira fica dependente de Neymar. Uma questão que tem a ver com junho, época dos jogos da Copa das Américas e pergunta a Dunga teve resposta: “Temos de tentar todas as opções que nos forem possíveis”.

Boa fase

Das propostas Felipe Feijó é o novo presidente e até já foi empossado na Federação Alagoana de Futebol. Assumiu com torcedores confiantes no compromisso de melhorar o campeonato alagoano e as condições de trabalho dos árbitros.

Bom momento

Linha dura

Torcedor arrisca palpite mas a verdade é que está difícil situar favorito para este segundo turno do campeonato alagoano. Os jogos são difíceis e torcedores não exageram na observação de que a classificação “embolou” e, por isso, não apostam haver “zebra” na etapa de jogos finais.

Jogador, técnico e dirigentede clubes habituados a tumultuar arbitragens devem receber, a partir de agora, punições mais rigorosas. Decisão é da CBF, anunciada na segunda-feira e comunicada aos clubes filiados através de circular. Orientação é para haver mais rigor contra reclamação antes ou depois de um jogo.

Reinaldo Alagoano já marcou cinco gols, é um dos artilheiros do alagoano e foi citado entre torcedores como uma das estrelas do futebol local nesta temporada. Já Jeferson, goleiro e também do time azulino, mereceu pontos positivos. Uns de adversários, inclusive regateanos.

Tabela embolada

Caixa de surpresas O Danúbio do Uruguai é um exemplo no futebol como “caixinha de surpresas”. Éum dos que lideram o campeonato do seu país e venceu o Penarol domingo (3x2). Mas em contrapartida não vem com sorte (ou bom futebol?) na Libertadores das Américas e enfrenta o São Paulo.

Santos, bem neste início de temporada, se previne para o 2ª semestre, época de agenda mais pesada pelo Campeonato Brasileiro, jogos internacionais e estrelas do time conversando sobre renovação de contratos. Robinho e Lucas não são dor de cabeça, mas Ricardo Oliveira talvez.

Da dor de cabeça Ricardo Oliveira para permanecer na Vila, mesmo o time com10% dos direitos econômicos do passe dele, as chances são mínimas. Motivo: o grupo Doyen Sports, que tem 80% dos direitos econômicos do passe, o ofereceu para clubes da Europa e o Porto se mostra interessado.

Problema demais Arouca, do Palmeiras, faz neste fim de semana a sétima participação seguida decidindo campeonato paulista, agora com a camisa do Palmeiras, que até meados da semana estava com problemas para o jogo deste fim de semana pelas finais do campeonato paulista. Aranha, goleiro, com dengue não joga.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Compra de voto O desembargador José Carlos Malta Marques, vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) deixou transparente no discurso da posse que o combate à compra de voto em Alagoas é uma das suas prioridades. Prova de fogo serão as eleições municipais do próximo ano.

Só com licenciadas

Lembrete

É

Primeira etapa da campanha de vacina contra o HPV entra nesta nova semana na contagem final para crianças e adolescentes procurarem os postos para serem vacinados. Pelos dados divulgados o número de vacinados é considerado como ainda “muito baixo”.

habitual cinquentinhas, moto de baixa cilindrada, circulando em Maceió, mas na observação de pedestres as perguntas são: capacete é para uso obrigatório pelos condutores e caronas? Estão isentos de licenciamento pelo Detran e qual a idade mínima para conduzir?

Apoio importante Projeto de lei da vereadora Heloísa Helena (PSOL) obriga a divulgação de anúncios e outras iniciativas sobre criança desaparecida em Maceió. Dentre as sugestões consta a fixação de cartazes nas rodoviárias, aeroportos, teatros, cinemas e outras casas de espetáculos e em praças.

Motivação Análise do vereador Dudu Ronalsa: “As cinquentinhas com uso comprovado por muita gente como transporte para lazer e o trabalho. Acrescenta: “Sem dúvida é ganho real a segurança”. Entende que a documentação vai baixar as estatísticas de roubo.

Muita atenção Pedestre corre risco de ser atropelado na travessia do Maceió Shopping/Bompreço e vice-versa. Razão é ser comum motorista em velocidade não recomendável no trecho do portão que une um prédio ao outro. Na sexta-feira (11), volta das 14h30, um motociclista bateu em uma senhora. Foi pancada leve mas que motiva advertência.

Acidente Estatística divulgada recentemente cita o Nordeste a região com os mais altos índices de acidentes envolvendo motocicletas. O quadro, que preocupa ainda hoje, tem a ver com a constatação de Alagoas pontuar entre os Estados com os maiores índices de vendas no País.

Consumo de água Em Alagoas é recomendável atenção no consumo de água. Advertência é de setores ligados a distribuição preocupados com a estiagem e a escassez em regiões vizinhas. Em Maceió o quadro ainda não causa problema, mas a Casal começa a tomar precauções.

Turismo Registros da rede hoteleira de Maceió constatam nesta baixa estação movimento de visitantes como sem preocupação para a época e têm motivo. Pesquisa nacional recente pontua Maceió em 4º na taxa de ocupação. Atrás somente de Natal, Gramado e Porto Seguro.

Custo de vida

Terceirização Na Câmara Federal, dos deputados da bancada de Alagoas que votaram no projeto que legaliza emprego da mão de obra terceirizada só Paulão votou contra. Favoráveis foram Givaldo Carimbão, Pedro Vilela, Marx Beltrão e Arthur Lira. Aprovação foi por maioria.

Prêmio Braskem Com 77 trabalhos apresentados e as inscrições fechadas, o 2º Prêmio Braskem de Jornalismo Saúde e Segurança no Trabalho já tem a Comissão Julgadora formada. Além de jornalistas tem profissionais de outras áreas, vindos de vários Estados, mas ligados ao tema. A premiação está dividida em oito categorias e soma cerca de R$ 60 mil.

Fala o povo

Dificuldades no dia a dia do cidadão com o custo de vida não é só de quem recebe salário mínimo. O desconforto tem a ver no reajuste de preços, produtos essenciais na mesa, em valores difíceis do trabalhador acompanhar. É visível no movimento dos supermercados.

Problemas vivenciados pela população do interior alagoano continuam os mesmos de épocas anteriores. Comparativo foi feito por moradores de regiões com frequência na mídia e entre os municípios com populações mais castigadas pelas estiagens e desatenção dos governantes.

Opinião de Dilma

Lava Jato

Dilma Rousseff: “A política nacional de valorização do salário mínimo começou a valer no governo Lula e em 2011 mandamos projeto para o Congresso, de politica salarial até este ano e agora uma proposta nova para até 2019. Portanto, até 2019, essa política de ganho real do salário dos trabalhadores mais pobres passa a ser novamente realidade”.

Operação Lava Jato, nome cunhado para as investigações de um dos maiores esquemas de corrupção em Brasília, não transmite confiança entre maceioenses da “lei ser para todos”. Uns não escondem o desgosto pela obrigatoriedade de votar no próximo ano, eleições municipais.

Sem capacete O vereador Kelmann Vieira (PMDB),presidente da Câmara, reforça o combate à insegurança na cidade. Questão tem a ver com o projeto de lei número 6.661, proposto por ele, proibindo a entrada de pessoas usando capacete ou outro tipo de cobertura que dificulte a identificação nos estabelecimentos comerciais.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Fundo soberano

São Francisco

Coleta seletiva de lixo em Maceió

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Câmara de Vereadores de Maceió aprovou a lei que autoriza a implantação da coleta seletiva de lixo na capital. Agora é obrigatória a separação de lixo reciclável e o descumprimento da norma pode gerar uma advertência e no caso de reincidência, multa no valor de R$ 500 e suspensão do alvará de funcionamento, no caso de estabelecimentos comerciais. A prefeitura deverá montar um sistema de recolhimento e transporte do lixo em casas, condomínios, prédios comerciais, indústrias e órgãos públicos até as unidades de triagem. Também serão fornecidos pelo município os equipamentos necessários para este trabalho, como prensas, balanças e carroças.

O Instituto do Meio Ambiente (IMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acompanham o surgimento de manchas nas águas do rio São Francisco, na região do município de Delmiro Gouveia e devem monitorar a situação devido aos impactos no estado de Alagoas e o recebimento de denúncias de moradores da região preocupados com o mal cheiro e a morte de peixes. A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) é apontada como possível responsável pela poluição, que teria sido causada pela liberação da água de fundo do reservatório e limpeza das turbinas em Paulo Afonso (BA). Amostras coletadas pela Casal vão ser analisadas pela equipe do IMA. Foi agendada uma reunião para o dia 22, quando os órgãos deverão apresentar relatórios.

Impactos ambientais

De acordo com os laudos preliminares, parte da água utilizada no combate ao incêndio nos tanques de combustíveis da Ultracargo, em Santos (SP), foi retirada do estuário, retornou ao canal com resíduos de combustível e causou a morte dos peixes por causa do baixo nível de oxigênio e a temperatura elevada da água. Toda a cadeia alimentar em contato com essa água deve ser contaminada em função da alimentação de peixes contaminados. A água pode atingir o tecido das árvores e, consequentemente, os animais herbívoros que comem folhas. O impacto só poderá realmente ser calculado quando se identificarem quais produtos químicos contaminantes entraram em contato com a água. Ainda não há previsão de quando os laudos laboratoriais estarão concluídos.

A Noruega anunciou que vai impedir seu fundo estatal de pensões de investir em empresas poluidoras. O governo propôs um novo critério para excluir empresas cuja conduta a um nível inaceitável esteja vinculada às emissões de gases estufa. O informe dos especialistas recomendou que o fundo atue com base em uma análise caso a caso e que use seu papel para melhorar as práticas pelo mundo. O fundo soberano já tem outras restrições que impedem investimentos em fabricantes de armas, na indústria do tabaco e em companhias consideradas culpadas de violação de direitos humanos ou de corrupção.

Acidificação dos oceanos A acidificação dos oceanos foi um dos principais impulsionadores da maior extinção em massa na Terra há cerca de 250 milhões de anos. Os oceanos absorveram enormes quantidades de dióxido de carbono a partir das erupções vulcânicas, tornando a água mais ácida e menos propícia para formas de vida ainda frágeis. Naquela época, o oceano absorveu carbono a uma taxa semelhante à de hoje, mas que persistiu ao longo de 10 mil anos. Rochas ficaram no leito do oceano por milhões de anos e acabaram por preservar um registro das alterações ácidas na água ao longo do tempo.

Poluição em Paris A prefeitura de Paris implantou o rodízio de carros e o transporte público gratuito para tentar amenizar os elevados níveis de poluição. A multa para quem descumprir a lei é de 22 euros (cerca de R$ 77). Carros elétricos, híbridos a gás ou que possuíssem ao menos três passageiros não estavam inclusos no rodízio porque colaboram para reduzir os congestionamentos. A “Cidade da Luz” já passou por rodízios devido à mesma motivação em 1997 e 2014.

Seca O Sudeste passa pela pior crise hídrica dos últimos 85 anos e que pode durar por mais 30. O início do ano assustou, em termos climáticos, a agroindústria, com um atraso do cultivo da soja e a perspectiva de queda da produtividade em outras matérias-primas como o café. Segundo meteorologistas, a seca pode se repetir no ano que vem porque trata-se de um novo ciclo, chamado de “interdecadal”, que traz um comportamento climático de padrão mais seco. Antes se cultivava milho em ciclos de 130 a 140 dias e hoje esses cultivos são feitos entre 100 e 105 dias para que sejam mais efetivos na época de chuvas. Há uma tendência muito forte na agricultura de produzir com ciclos mais curtos, principalmente pela falta de chuvas e de abastecimento de água para os cultivos de soja, milho, algodão e feijão.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Peugeot 2008 pede passagem

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verdadeira invasão de SUVs compactos e crossovers no mercado – três modelos novos em menos de um mês – certamente terá impacto em outros segmentos. Na realidade, acrescentando outros dois nacionais (Ford EcoSport e Renault Duster) e importados como Chevrolet Tracker e Suzuki S-Cross, além dos chineses, haverá mudanças até certo ponto radicais. Stations e monovolumes pequenos serão ainda mais atingidos, mas os próprios hatches e sedãs, tantos os compactos como os médioscompactos, perderão participação. O mercado está ávido por modelos com maior altura livre do solo e inspirados no modo “aventureiro”. Um fenômeno mundial, sem explicações racionais, em tempos de economia de combustível e preocupações com gás carbônico (CO2). Veículos mais pesados e altos vão na con-

tramão do viés de “salvar o planeta”. O 2008 é um típico crossover sem possibilidade de tração 4x4 e nem mesmo versão de entrada. Peugeot assumiu que o público prefere modelos completos e abandonou pacotes de opcionais. É o produto mais em conta (à exceção do Duster) ao partir de R$ 67.900 (Allure) e chegar a R$ 79.590 (Griffe). Como referência, um Jeep Renegade Trailhawk a diesel 4x4 automático, com tudo que tem direito, pode passar de R$ 140.000, se aparecer comprador disposto. Em estudo meticuloso a marca francesa fez comparações com os concorrentes, inclusive precificando itens que estes dispõem e o 2008, não. Na planilha apresentada no lançamento sempre apareceu com menor preço em versões equivalentes, mas faltaram alguns itens como superfícies de plástico

suave entre aqueles visíveis e suspensões independentes nas quatro rodas, entre os poucos visíveis. Também não se justifica eliminar encaixes Isofix (originais) para bancos infantis por uma diferença de R$ 10. Em manobras há avisos sonoros, mas é melhor câmera de ré. Entre características bastante apreciáveis estão menor diâmetro do volante, o que permite leitura do quadro de instrumentos por cima dele e o teto panorâmico de vidro (Griffe somente). Tela multimídia colorida de 7 pol. inclui aplicativo para telefones inteligentes com funções extras. Porta-malas de 355 litros é maior em relação a EcoSport e Renegade, mas perde para os do Honda HR-V e Duster. A engenharia fez um belo trabalho nas suspensões para conciliar estabilidade e um vão livre de 20 cm. Equipado com o primeiro motor turboflex – THP de 173 cv e 24,5

RODA VIVA kgfm – em modelos pequenos (antes do Up! que chega dentro de um mês), o 2008 Griffe faz jus ao título dessa Coluna. Por ser relativamente leve, pede passagem até a carros maiores: acelera de 0 a 100 km/h em apenas 8,1 s com câmbio manual de seis marchas. Há quatro modos de assistência à tração nesta versão mais cara, suficientes para uso leve fora-de-estrada. A Peugeot garante que não há espaço físico para um câmbio automático de seis marchas no seu modelo de topo. Mas fontes asseguram que o de quatro marchas será totalmente substituído pelo de seis, já em 2016, em todos os compactos tanto da Peugeot quanto da Citroën, inclusive no motor aspirado de 1,6 L/122 cv. O câmbio automático atual foi recalibrado, tem modo econômico, mas deixa a desejar embora vá representar 70% das vendas, segundo prevê o fabricante.

pitstop Honda City 2015: maior e mais equipado

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pós anunciar os preços do novo City no começo do mês, a Honda mostrou esta semana o que mudou na nova geração do sedã compacto da marca. Fabricado em Sumaré (SP), junto com o novo Fit e o Civic, o novo City também será produzido na nova planta de Itirapina. Com novo visual, totalmente renovado e nova plataforma, o modelo cresceu de tamanho. O novo City mede 4,46 m de comprimento (5,5 cm a mais), 1,49 m de altura (1 cm maior), 1,70 m de largura (mesma medida da geração anterior) e 2,60 m de distância entre -eixos (5 cm a mais), o que deixou o carro com excelente espaço interno e porta-malas com capacidade de 536

litros. Equipado com motor 1.5 de 116 cv e sistema que dispensa o tanquinho de partida a frio, o sedã compacto traz como novidade o câmbio automático CVT com opções de sete marchas virtuais e borboletas no volante para troca de marcha. Outra novidade é o ar condicionado digital com controle na tela sensível ao toque. A suspensão também foi modificada, passando a contar com nova calibragem , recebeu componentes mais leves e batente hidráulico para deixar a condução mais confortável – evita o impacto da suspensão no final do

curso ao sair de uma lombada, por exemplo. Na traseira, as principais mudanças foram a adoção de buchas hidráulicas e de um eixo de torção mais rígido. Disponível nas versões DX, LX, EX e EXL, o novo City tem grade cromada novos faróis e para-choque com spoilers integrados e capo e lateral com novos vincos. Na traseira, as lanternas foram alongadas e envolvem as laterais do carro. Internamente, o City ganhou novo acabamento e painel de instrumento com detalhes cromados e preto brilhante. Além do sistema multimídia,

destaque para a ausência do GPS. A Honda espera retomar o volume de vendas que o carro tinha até abril deste ano, cerca de 2,5 mil unidades/ mês, com mix de vendas de 36% da versão LX, 35% da EXL, 25% da EX e 4% da DX para que continue com os 4,4% de participação no mercado brasileiro este ano. Confira os preço de cada versão: City DX MT – R$ 53.900 City LX CVT – R$ 62.900 City EX CVT – R$ 66.700 City EXL CVT – R$ 69.000

LAND ROVER guarda uma surpresa para o início de 2016, quando inaugura fábrica de Itatiaia (RJ). Conforme a Coluna adiantou, o primeiro modelo a entrar em produção é o Range Rover Evoque, atualmente o mais vendido da marca no Brasil e no mundo. Alguns meses depois chegará a vez do Discovery Sport. Venda começa agora, importado da Inglaterra. ANFAVEA assumiu que, pelas condições atuais da economia, os números de produção (com impacto direto sobre empregos), vendas e exportações em 2015 serão (bem) piores do que previa. Agora admite queda de 10% e 13,2%, respectivamente, para os dois primeiros indicadores. Restou apenas um dado positivo: mais 1,1% nas exportações. ESTOQUES totais (fábricas e concessionárias) caíram de 50 dias em fevereiro para 46 em março, ainda em torno de 50% acima do ideal. Sindipeças prevê declínio de 11,5% no faturamento nominal de seus cerca de 500 associados. Durante a feira Automec, só setores de peças de reposição e manutenção confiavam na grande frota circulante para sopro de otimismo. EXISTE equilíbrio de vendas entre versões do Cruze: 52%, sedã e 48%, hatch (Sport6). Em termos de câmbio, automáticos estão em 80% dos hatches e nada menos que 95% dos sedãs. Aperfeiçoamentos no automático aparecem claramente no uso cotidiano, em cidade ou estrada. Ambos muito agradáveis de guiar, mas suportes laterais dos assentos dos bancos dianteiros são duros. INMETRO anunciará nos próximos dias a extensão do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) a veículos leves a diesel. Picapes e SUVs de todos os portes terão índices de consumo de combustível para compradores conhecerem os mais econômicos. A GM deve, finalmente, readerir ao PBE, embora não 100% de seus modelos, o que só acontecerá em 2018.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE ABRIL DE 2015 CRÔNICA

Bagunça nas Contas Públicas JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

P

ara você entender este meu artigo, eu terei que falar um pouco sobre mim, o que já fiz na vida e o que já consegui fazer, até hoje. Claro que, sem Deus eu não teria feito nada, pois, tudo iniciou com a permissão DELE, com a inspiração dos meus pais, com meus estudos, trabalhos e honestidade. Eu não precisei de sorte, pois, o pouco que consegui materialmente e espiritualmente, foram consequências desses mesmos trabalhos e das minhas orações. Claro que, os meus pais foram: o motor, a ignição e o combustível. Abracei a Engenharia Civil e, no vestibular, tive que tomar comprimidos para não dormir, quando estudando nas madrugadas. Ainda estudante, fui estagiário da

Ceal, hoje Eletrobrás, depois nomeado para Engenheiro Rodoviário do DER/ AL, Professor de Física, de Matemática, de Mecânica Técnica e de Organização do Trabalho. Ensinei no Colégio Guido, no Colégio Moreira e Silva, na ex-Escola Técnica Federal e no Colégio de São José. Eu já estava no DER/ AL, quando fui chamado pelo falecido Dr. José Alves Oliveira – Secretário de Administração, pois, o Governador Lamenha Filho, convidou-me para ser Superintendente da FIAM - Fundação Instituto de Administração Municipal. Aceitei o convite e fiquei na Presidência do Conselho Administrativo, composto pelo Dr. Arnaldo Paiva, coronel Carneiro Leão e o Dr. José Rebelo. As Prefeituras Municipais precisavam de orientações sobre Contabilidade, Orçamento, Administração e Legislação voltada para o Município. Arregaçamos as mangas e organizamos Cursos para as quatro regiões do Estado de Alagoas, tanto para os funcionários das Prefeituras como para as Câmara dos Vereadores. Durante uma sema-

na, um dos cursos era ministrado em Delmiro Gouveia, depois em Arapiraca, Viçosa e Porto Calvo. Os servidores passavam a semana assistindo aulas, com direito a certificados. O rendimento era enorme, fazendo com que os senhores servidores municipais, soubessem um pouco do que fazia no dia-dia. Um orçamento é uma peça importantíssima para uma Prefeitura, como é, também, um Balancête, um Modelo de Portaria, um Modelo de Decreto e uma Folha de Pagamento. Eram tão importantes que, nas entregas dos Certificados, o Governador Lamenha Filho fazia questão de está presente, acompanhado dos respectivos prefeitos e vereadores. Agora, o Brasil está diferente de como era antes, pois, inventaram uma tal de “mobilidade” e quando um prefeito precisa de dinheiro, é só dizer que é para “mobilidade”, mesmo que não saiba o que é isso. Não existem mais orçamentos e as verbas são distribuídas á granel, aos poucos,

“em conta-gotas”, sem necessidade de previsões orçamentárias e, certamente, sem prestações de contas. A moda agora é gastar com as tais de “mobilidade”, coisas que não substituem, nunca, “um plano urbanístico”, como querem. Antes, existiam dotações orçamentárias, porém, agora é na marra, no improviso, na bagunça e no “parece que é”. As coisas são tão improvisadas que, pedem dinheiro dizendo que é para “o desenvolvimento regional” e “o saneamento regional”, sem que o prefeito saiba o que é isso e quanto vai precisar. Chutam os orçamentos, como estão chutando as “mobilidades”, as “audiências públicas”, os “estudos de origem-destino” e os “corredores viários”. Se acontecerem as tais licitações para os ônibus de Maceió, nós teremos surpresas. Aguardem !!!! Em tempo – O dr. Edelzito Andrade, o dr. João Albuquerque e o “Zinho de Paizinho”, da cidade de Batalha, disseram que lêem meus artigos no EXTRA semanalmente. Vamos brindar ??????!


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Na mira do MPF

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arapiraquense Rogério Teófilo, exsecretário de Educação e Esporte de Alagoas no Governo de Teotonio Vilela Filho, também está na mira do Ministério Público Federal, que entrou com uma ação civil pública contra ele, o ex-governador de Alagoas; o ex-vice-governador do Estado, José Wanderley Neto; além de outro ex-secretário que ocupou a pasta de Educação - Adriano Soares.

Acusação grave Eles são acusados de desviar R$ 1.392.812,11 do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), em proveito próprio e alheio. Os atos de improbidade administrativa causadores de danos ao erário importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.

Contrato ilegal Segundo a denúncia, Teotonio Vilela autorizou a adesão da Secretaria de Educação e do Esporte do Estado de Alagoas (SEE/AL) à ata de registro de preços da Prefeitura Municipal de Recife/PE, que havia sido ilegalmente prorrogada para além do prazo máximo de um ano. Também autorizou a celebração de contratos com sobrepreço (autorizado por Wanderley Neto, uma única vez, quando estava no exercício do cargo de governador).

São Sebastião Promovido por Coroas de Aço com apoio da Prefeitura Municipal, o 1º Passeio Ciclístico de São Sebastião promete atrair um grande público no próximo di 1º de maio, dia dedicado ao trabalhador. De acordo com a programação, as atividades terão início a partir das cinco horas, com concentração na Escola Municipal José dos Santos Nunes. Os organizadores informam que o percurso contará com pontos de apoio para distribuição de água. As inscrições tiveram início no último dia 13 e prosseguem até o dia 25 deste mês. “Para se inscrever o atleta deverá levar um quilo de alimento não perecível”, informa os organizadores do evento.

Casa nova A informação é do radialista Paulo Marcelo: o radialista Ângelo Farias, que deixou a Rádio 96 FM, em menos de uma semana já acertou os ponteiros com a Nova FM. Até ele mesmo já postou nas redes sociais que está de casa nova. A estreia do novo programa, mais um na linha de radiojornalismo, será em maio às 18 horas. Isso mesmo, horário alternativo para as notícias do dia-a-dia.

Sem licitação Adriano Soares e Rogério Teófilo assinaram contratos sem licitação, mesmo tendo ciência de que a ata havia sido prorrogada de forma ilegal. Ricardo Méro e Marcelo Cavalcante elaboraram pareceres favoráveis à adesão à ata, criando tese jurídica insustentável para justificar a adesão, o que foi fundamental para que as contratações ocorressem sem licitação. Já os sócios-diretores da empresa WEJ-Livraria e Papelaria Ltda foram responsáveis por fornecer o objeto dos contratos com sobrepreço, beneficiados com a dispensa (a verba pública federal foi desviada do Fundeb e incorporada ao patrimônio da empresa).

Arapiraca

PELO INTERIOR

Os moradores da comunidade Pau d’Arco, zona rural de Arapiraca, tiveram oficinas e palestras sobre alimentação saudável, cultivo de hortas em seus quintais e cuidados recorrentes com o uso da água, na quarta-feira (15).

... Em contato, na manhã de quarta-feira, 15, com a gerência da Companhia de Abastecimento de Água de Alagoas (Casal), o prefeito de Satuba, Paulo Acioly, pediu esclarecimentos e solicitou providências imediatas com vistas às constantes falta de água no município.

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O evento, estimulado pela prefeita Célia Rocha e organizado pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com as de Agricultura (Semag), de Educação (SME) e de Meio Ambiente (Semasa), ocorreu na sede da Associação de Desenvolvimento da Comunidade Remanescente de Quilombos da Vila Pau d’Arco.

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Houve palestra com a especialista da Semasa, a bióloga Edione Araújo, sobre os benefícios da ingestão diária da água potável e o uso adequado dela, sem desperdícios diários, a fim de estimular um consumo consciente por parte de toda a comunidade quilombola. Na sequência, a coordenadora do projeto Educando a Horta na Escola, Valdira Monteiro, falou sobre o ensejo de construir uma horta em casa para uma alimentação mais saudável com produtos longe de agrotóxicos.

Viçosa A Secretaria de Cultura de Viçosa iniciou na segunda-feira, 13, as inscrições, de cantores amadores, para a 6ª edição do Show de Calouros; e dos sanfoneiros da Cidade para o I Encontro de Sanfoneiros. As inscrições são gratuitas e vão até o dia 24 de abril, das 8 às 12 horas e das 14 às 16 horas, na Sede da Secretaria de Cultura, localizada na Escola de Música José Aprígio Vilela. A ação faz parte do Projeto Viçosa Criativa (divulgado anteriormente como Abril Cultural).

Dez dias de evento Serão 10 dias de festa voltados para a Cultura e o agronegócio de Viçosa. O evento inicia na tradicional Festa do Trabalhador Viçosense, que ocorre no dia 1º de maio, e vai até o dia 10 de maio onde ocorrerá a festa das mães de Viçosa.

... Apesar do reservatório que abastece a cidade ainda manter um nível regular de água, a população continua sofrendo com as constantes falta de água encanada nas residências, o que vem causando transtornos aos moradores, ao comércio local e as repartições públicas, bem como as unidades de ensino e as Unidades Básicas de Saúde. ... Como informa o prefeito Paulo Acioly, a direção da Casal garantiu que estará enviando uma equipe de técnicos para averiguar o problema que vem causando a falta de água e tomar as providências necessárias o mais rápido possível. ... “Enquanto o abastecimento não volta ao normal, solicitei da empresa que seja utilizada a água do complexo Catolé e possa suprir a necessidade dos moradores de Satuba”, afirma Paulo Acioly. Segundo ele, a medida vai beneficiar o uso da água tanto nas residências como no comércio e nas unidades de serviços públicos. ... Uma das figuras mais acessíveis e, ironicamente, pouco conhecida por esta nova geração será a entrevistada da segunda edição do projeto cultural “Papo de Mestre”, da Prefeitura de Arapiraca. ... Paulo Lourenço da Silva, o “Paulo do Bar”, baterá um papo com os arapiraquenses no próximo dia 24, a partir das 15h, no auditório da Casa da Cultura, situada na Praça Luiz Pereira Lima, bairro do Centro. ... Por sua vez, o DJ do Agreste – como também é conhecido Paulo do Bar – vai retratar um pouco da aura das décadas de 1970, 1980 e 1990, quando seu estabelecimento comercial, na esquina das ruas Don Jonas Batingas com a São Luiz no bairro Ouro Preto, reunia intelectuais, poetas, artistas plásticos, músicos e pessoas comuns, sobretudo, interessados em cultura, política e música. ... Durante os anos de chumbo da ditadura militar, o Bar do Paulo resistia em pleno interior alagoano, fornecendo o que os censores do golpe insistiam em querer tirar do povo: conhecimento cultural e abordagem crítica do que realmente acontecia no país naquele período obscuro de nossa história política. ... “Ele representa esse tino pelo olhar e pelo musicar de toda uma geração. As vivências em seu bar influenciaram o modo de pensar e ser de milhares de arapiraquenses, daí a importância desse papo aberto com o público mais jovem”, diz a secretária da Sectur, Tânia Santos. ... Paulo do Bar é matéria ainda de documentários e trabalhos acadêmicos, sendo uma das personalidades mais respeitadas de Arapiraca. ... Aos nossos leitores um excelente final de semana com muita paz e saúde. Até a próxima edição. Fui!!!!


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Tentação As financeiras andam sempre a procura de aposentados, pensionistas e servidores públicos da ativa, oferecendo dinheiro fácil, para pagamento em prazos que chegam a mais de cinco anos, com o valor da prestação descontado do salário. É um verdadeiro “negócio da China. É lucro fácil e certeza de que jamais terá o prejuízo de não receber o dinheiro de volta pelo triplo do emprestado.

Mudando hábitos

Seguindo o orçamento

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á estamos no terceiro semestre de um ano tumultuado, pós eleições, a inflação crescendo e a produção caindo. É o momento certo para seguir todas as dicas que a coluna vem dando desde o início do ano: pesquisar preços, substituir marcas, reduzir o consumo dos serviços caros que se paga todo mês: energia, telefone, água, além é claro de evitar os juros altos cobrados no cartão de crédito rotativo e no cheque especial. O orçamento deve ser fechado a cada final de mês, para se constatar se realmente vem sendo seguido, com o objetivo de minimizar os custos e aumentar o lucro, como se faz uma empresa. O lucro, no caso do consumidor é o dinheiro que sobra, para ser direcionado a uma caderneta de poupança, formando assim, sua reserva financeira, para alguma emergência. Ao se dirigir às compras de supermercado, deve primeiro fazer uma lista, com o que realmente vai consumir durante a semana ou o mês. Mas seguir à risca, não tendo a tentação de uma promoção, cujo produto não esteja anotado. Pode sim, trocar de marca, tanto em alimentos como, principalmente material e limpeza e higiene. Também evitar os produtos importados, que estão subindo, devido a própria subida do dólar, que já vale o triplo do real. Como os importados são comprados em dólar, claro que o preço final ao consumidor é bem mais elevado. Evite tudo isso! Viva de acordo com o que ganha, jamais comprometendo mais de 30% de sua renda com dívidas.

Ao invés de massas (trigo é importado) prefira raízes: inhame, batata, macaxeira. Os peixes importados (salmão, por exemplo), podem ser substituídos por aqueles que também contém Ômega 3 e são de alto mar. Mas o mar brasileiro, pescado aqui mesmo em nosso Litoral. Você ajuda seu conterrâneo pescador, consome um produto de qualidade e ainda a preço inferior ao importado. Mais importante ainda: você se alimenta de produtos saudáveis, naturais, sem agrotóxicos e ajuda tanto o pescador, como o pequeno agricultor.

Orgânicos Uma dica para quem consome apenas alimentos orgânicos (sem agrotóxicos), é a Feira Ecológica que se realiza toda sexta-feira, ao lado do Mercado de Jaraguá. Lá se encontra hortifrigranjeiros comprovamente de qualidade e produzidos pelos próprios vendedores. Também pode pechinchar, escolher o que quer e sair com a certeza de que vai consumir o que é bom para sua saúde e de excelente sabor. Tem ainda, vez por outra, as feiras camponesas dos assentados da Reforma Agrária, na Praça da Faculdade, no Pinheiro e outros


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