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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 824 - 05 A 11 DE JUNHO DE 2015

vogados d A s o d l a cion dastr o Na a C ­ A N C

CASO LÉO DENISSON TJ trava investigação da PF contra juiz e MP denuncia advogados

Augusto e Júlio foram denunciados por crime de prestígio

Polícia Federal recebe novas denúncias envolvendo autoridades na venda de sentença e caso chega ao CNJ P/ 6 , 7 e 8

formati vo, não in te n e m ra e m é a em 3/6/2015 d a tu fe e r .b rg .o b a Ratos invadem Comard o cna.o lta ENGAVETA TST consu ca de Rio Largo e viram ertid ão.

PROCESSO ameaça contra CONTRA CEAL serventuários P/ 13 QUE DEVE CRISE ATINGE SETOR , não o v i t a m r IMOBILIÁRIO DE rMACEIÓ R$ 1,6 BI AOS te i nf o n e m a e m 5 éESTOQUE 1TEM 0 2 QUE DE / 6 / 3 m e a d TRABALHADORES f etua 5 MIL IMÓVEIS .org .b r e

P/d10o cn a.oab sul ta d ão.

Ministro Emmanuel Pereira, do Tribunal Superior do Trabalho

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CÍCERO ALMEIDA DESISTE DE COMPRAR RÁDIO DE JOÃO LYRA

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COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

A ira do Ciço

O

deputado Cícero Almeida usou seu programa de rádio para espinafrar o jornal EXTRA, que anunciou que ele havia comprado a Rádio Jornal AM-710 por R$ 2 milhões mais dívidas trabalhistas. Almeida faltou dizer a seus 10 ouvintes que naquele mesmo dia iria procurar o usineiro João Lyra para desfazer o negócio, acertado através de contrato de gaveta. A reação do deputado contra o jornal foi desproporcional à notícia publicada, mesmo que não fosse verídica. O despautério do ex-prefeito de Maceió só se justifica pelo medo de uma possível investigação da Receita Federal sobre a origem de seu invejável patrimônio.

Alô credores de JL As empresas do Grupo João Lyra podem até estar quebradas, mas o usineiro ainda não deu sinal de dificuldade financeira. Tanto que acaba de adquirir o apartamento 302 do luxuoso edifício Portucale, na Ponta Verde. O ap tem 456 metros qua-drados e custou 2 milhões de dólares, pagos à vista através de um banco americano em Miami.

Lobby forte Outra demonstração de força de João Lyra foi a inesperada decisão do TJ de afastar o juiz Baldini do processo de falência do Grupo JL. Nos bastidores do tribunal a informação é de que o usineiro tem como lobista o filho de um ministro do STJ.

A queda Blatter Há um ano, os jornalistas Luiz Carlos Azenha, Leandro Cipoloni, Amaury Ribeiro Jr. e Tony Chastinet lançavam a obra investigativa O lado sujo do futebol. Esse livro, editado pela Editora Planeta, revelou os bastidores de um jogo que agora está no ar no mundo todo: a corrupção no futebol, envolvendo lideranças nacionais e internacionais. Blatter, Ricardo Teixeira, Sandro Rosell, João Havelange e muitos outros nomes que hoje estampam as manchetes de todos os veículos ganham páginas de histórias que precisam ser investigadas.

Dia C

Sem banco 1 Desde o dia 14 de maio, após bandidos explodirem a agência do Banco do Brasil de Paulo Jacinto, a população daquele município tem sofrido prejuízos incalculáveis. Acessar os serviços da agência, só através do caixa eletrônico. O povo já está na bronca e quer saber quando as atividades voltam à normalidade.

Grita geral

Sem banco 2

Falta de respeito O servidor público que tentou receber seus vencimentos no sábado, 30, em Viçosa, teve seu desejo frustado. A agência bancária do município não tinha dinheiro, a lotérica só disponibilizava R$ 500 e tudo isso sem qualquer explicação. A bronca é que pessoas de várias cidades vizinhas se deslocaram até lá e voltaram com as mãos abanando.

Cornualha Depois de nove anos casado, o príncipe Charles pediu divórcio da esposa Camilla Parker-Bowles, duquesa da Cornualha. Herdeiro do trono britânico, Charles descobriu que estava levando chifres da duquesa com um ator. Para assinar a papelada, madame Cornualha está exigindo 350 milhões de euros, perto de 1 bilhão de reais.

Arapiraca será a sede em Alagoas do Dia de Cooperar 2015, o evento nacional de ações voluntárias marcado para o dia 4 de julho e que terá lugar na Praça Ceci Cunha. Consultas médicas e odontológicas, emissão de documentos e atendimentos de beleza são algumas das ações do Dia C em Alagoas.

Quem necessita dos serviços bancários em Paulo Jacinto passa por uma verdadeira via-crucis. Além da agência do BB ter sua prestação de serviço reduzida, os Correios, que é banco postal, vive com o sistema fora do ar.

Funcionários da Assembleia Legislativa estão revoltados com a decisão do primeiro vice-presidente, deputado Ronaldo Medeiros, de proibir o uso do estacionamento da Casa pelos mesmos. Se queixam sobretudo da exploração dos flanelinhas.

Em greve

Insatisfação

Servidores públicos da educação de Paulo Jacinto, Terra do Baile da Chita, estão em greve desde a semana passada por tempo indeterminado. Eles buscam melhoria salarial e condições dignas de trabalho.

E quem também não anda nada satisfeito é o grupo de advogados que, por não terem escritório próprio, utilizam a antiga sede da OAB em Alagoas, na Praça Montepio, para exercerem suas atividades. Motivo: o TJ estaria prestes a alugar o histórico prédio, palco das grandes manifestações da sociedade civil até alguns atrás.

Em crise O comércio de Paulo Jacinto vive a maior crise de sua história. Cidade sem obra, sem indústria, atraso de salário do pessoal de serviço prestado ao município e desgoverno têm contribuído para o fracasso no setor. Do jeito que vai, alguns comerciantes já estão pensando em mudar de ramo.

Vaga do TC O deputado estadual Olavo Calheiros volta a se interessar pelo cargo de conselheiro do Tribunal de Contas. A vaga de Luiz EustáquioToledo, que vai se aposentar, era dada como certa para o Ministério Público do Contas.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE JUNHO DE 2015 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

“Padrão FIFA”, modelo da Dilma Vitória - A Dilma não dá uma dentro. Depois de dizer na campanha que o seu governo adotaria o “Padrão Fifa”, agora vê desmoronar o maior antro de corrupção do mundo na área do futebol. A blitz realizada em um hotel de luxo da Suíça, onde os mafiosos estavam hospedados, levou a reboque o José Maria Marin, corrupto conhecido, a exemplo de Paulo Maluf, mas solto e fagueiro no Brasil. Preso pelo FBI, ele será extraditado para os Estados Unidos onde certamente terminará seus anos de vida na cadeia. No Brasil, esses corruptos posam de ilustres personalidades ao lado de presidentes como Dilma e Lula, também envolvidos em maracutaias já comprovadas de recebimento de propina para suas campanhas. Paulo Maluf, hoje parceiro do Lula nas campanhas paulistas, é procurado em mais de cem países no mundo por corrupção mas continua dando as cartas na Câmara Federal e na política de São Paulo, onde foi convocado para uma parceria com o PT para eleger Haddad prefeito da cidade. A prisão de José Maria Marin e dos corruptos da FIFA, a quem Dilma copia o padrão de administração, envergonha a Justiça brasileira. Alguns desses personagens anacrônicos e carcomidos pela corrupção, já deveriam estar encarcerados aqui. Muitos deles, exercendo mandatos, continuam roubando porque têm a certeza da impunidade. Veja os mensaleiros: passaram pouco tempo no xadrez e agora já pensam em deixar o país para morar no exterior, como anunciou o José Dirceu que pretende se mudar para Portugal. Com os bolsos cheio de dinheiro, produto do roubo da Petrobrás e de outras empresas estatais, os mensaleiros chegaram a conclusão de que o crime compensa. Certamente não está compensando para o Marco Aurélio o intermediário do PT nas extorsões nas empresas estatais e privadas saqueadas por ele e sua quadrilha. Hoje abandonado pelos seus parceiros petistas. Só no exterior Marin seria preso pela turma do FBI que esperou uma reunião da quadrilha da FIFA para algemar uma dezena deles, eleitores de Blatter , o presidente da organização criminosa. Aqui, no Brasil, solto, o ex-presidente da CBF era recebido pelas autoridades como um homem acima de qualquer suspeita, mesmo depois do flagrante dele roubando medalhas de atletas mostrado em rede de TV. Até a CBF na Barra da Tijuca, bairro nobre do Rio de Janeiro, mantinha o nome dele na fachada da sede que custou 100 milhões de reais, despesa nunca auditada por ninguém. Infelizmente, na última década, a única coisa que o Brasil vem produzindo com muita eficiência é corrupto. Eles estão em toda parte: nas empresas estatais, no futebol, nos jogos olímpicos, nas prefeituras, nos governos estaduais, no Congresso Nacional e até escamoteados nos pequenos delitos praticados por garçons que adulteram as contas dos bares e restaurantes. O Brasileiro começa a se envergonhar do seu país e de seus mandatários atolados na lama podre da bandidagem. O PT, que apregoava a ética na política, transformou-se no partido mais corrupto da história do pais. Seus dirigentes, muitos já presos e condenados, ainda vivem aboletados no poder sugando o que resta do dinheiro púbico de um país que vive a pré-falência econômica e desce rapidamente a ladeira da indecência administrativa. Com a prisão de Marin, os torcedores brasileiros lavam a alma pelos 7x1 da Alemanha, agora acrescido de mais 1 no pijama listrado do ex-presidente da CBF atrás das grades: 171.

Estranho O mundo viu desabar toda estrutura corrupta da FIFA. Blatter não aguentou a bateria de denúncias e renunciou poucos dias antes de ser reeleito para o quarto mandato. A corrupção beira a casa do 150 milhões de dólares, uma bagatela diante do roubo da Petrobrás de 6 bilhões de reais. No Brasil, até agora só o Cerveró foi condenado a cinco anos de prisão. Detalhe: por fraudar a escritura da compra de um imóvel.

Fala, fala O Brasil todo está ansioso. Espera que Vaccari, o ex-tesoureiro do PT, corrupto, que está na cadeia abra o bico e conte o que sabe. Ele já mandou recado ao Lula que está disposto a contar as maracutaias que fez com os petistas em troca de uma pena mais leve para não terminar seus dias na cadeia,. A exemplo de Marcos Valério que curte 40 anos em um presídio de Belo Horizonte.

Espaço O senador Renan está ocupando, com inteligência, o espaço vazio do poder. Em um país que ninguém sabe quem manda alguém tem que fazer também a pauta do Executivo. E é o que ele faz com o Pacto Federativo, que reúne todos os governadores para discutir uma saída para o país.

Pessoal Michel Temer, o vice, já se tornou conhecido em Brasília como chefe de departamento de Pessoal da Dilma. É lamentável.

Candidato O PMDB não vai ficar fora das eleições municipais de Maceió. Já conversa nos bastidores para saber qual é o melhor nome para lançar candidato em 2016.

Homenagem Pega ladrão Vaccari é o segundo tesoureiro do PT que entra em cana. O primeiro Delúbio Soares, anda acorrentada com uma tornozeleira vigiando dia e noite pela Justiça. Só no Brasil um partido é tão avacalhado como o PT. E o pior: seus dirigentes, que participaram de tudo, continuam soltos.

Sentença O juiz Sergio Moro, o nosso xerife da Justiça, já decidiu até o final de julho espera condenar todos os empresários, ex-políticos e lobistas que roubaram os bilhões da Petrobrás, muito desse dinheiro enterrado nas campanhas do Lula e da Dilma. Quando o martelo bater, muita gente vai se arrepender de não ter aceito a delação premiada. Pelo andar da carruagem, as punições serão exemplares.

O empresário e ex-senador João Tenório foi homenageado no Senado Federal com condecoração José Ermírio de Moraes. Foi o único, de todos os contemplados, que politizou o discurso. Valorizou a comenda.

Grato O senador Benedito de Lira está procurando cicatrizar as feridas da última eleição e tem demonstrado muita civilidade nas suas atitudes políticas, como deve agir todo homem público. Numa conversa no Palácio do Planalto fez questão de manter todas as suas emendas que vão beneficiar vários projetos alagoanos sem revanchismo nem rancor. Ao saber da atitude do senador, Renan (pai) mandou um recado agradecendo. Alagoas também fica feliz,


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Golpe na Santa Casa

Infernizando O senador Fernando Collor decidiu não deixar em paz o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Já lhe sapecou várias denúncias e representações, complicando a renovação de um possível mandato do procurador.

S

ó o tempo dirá com o andamento das investigações, mas a Santa Casa de Misericórdia de Maceió, uma instituição da maior credibilidade junto aos alagoanos, sofreu um duro golpe na manhã da última terça-feira, com a divulgação da Operação ´´Iscariotes´´, desencadeada pela Polícia Federal. Não se esperava que chegasse a tanto, mas as denúncias do advogado Adriano Soares feitas rotineiramente numa queda de braço com a provedoria, mostravam que alguma coisa iria acontecer. E aconteceu. A Santa Casa vai ter que explicar essa história de TDAs ou títulos podres, assim como outras empresas que estão sendo investigadas e que teriam como principal objetivo fraudar a Receita Federal. Todos sabem que investigação não é sinônimo de culpabilidade e a Santa Casa vai ter, durante todo o inquérito e instrução processual caso as denúncias sejam acatadas pela Justiça, de mostrar se estava certa ou errada. Não se pode negar, porém, que para autorização de mandados de busca e apreensão na residência de gestores e da própria instituição, é necessário indícios. E eles devem ter convencido os juízes federais. O que não se pode, nem deve, é se fazer julgamento precipitado e consequentemente não jogar na lama no nome de pessoas reconhecidamente honradas até agora, a exemplo do provedor Humberto Gomes de Melo. Independentemente dos fatos atuais, a Santa Casa atingiu um nível de excelência nunca vistos até agora. É lamentável, entretanto, sob todos os aspectos, que o nome da instituição esteja envolvido em escândalos desta natureza.

Olho do furacão Demorou, mas as constantes denúncias do advogado Adriano Soares e a delação premiada de Kléber Bené Bezerra, à Polícia Federal no início de janeiro, deram o mote para uma investigação mais profunda e que culminou com a Operação da última terça-feira.

Queda de braço Fazia muito tempo que o advogado Adriano Soares que faz parte da Irmandade da Santa Casa, vinha denunciando possíveis desvios de conduta da gestão da Santa Casa. Ganhou até alguns processos por isso. Mas ganhou o primeiro round. Agora é esperar o inquérito ser concluído.

Nota oficial Horas depois do incidente, a Santa Casa divulgou uma nota oficial assegurando apenas que irá colaborar com todas as investigações. Mas não quis se precipitar analisando fatos que vieram a público durante a Operação´´Iscariotes´´.

Indiferente

Sem chances Nos bastidores políticos se comentam que não existe nenhuma chance de aproximação política entre Renan Filho e Rui Palmeira com vistas a uma composição nas eleições em Maceió no próximo ano. Como também a impossibilidade de dobradinha entre Renan Calheiros e Benedito de Lira. O que se comenta como mais provável, é a aproximação do presidente do Senado com o ex-governador Téo Vilela.

A crise chegou 1 O governo de Alagoas bem que tem se esforçado para superar as dificuldades, mas sabe que é quase impossível obter resultados animadores imediatamente. Em cinco meses de governo o que se viu foi aumentar os problemas, com servidores insatisfeitos com a política salarial e impotência da administração pública em melhorar a saúde, educação e a segurança pública.

A crise chegou 2 Embora a segurança pública tenha apresentado resultados satisfatórios nesses últimos meses, ela está longe do desejado pela população. Os assaltos continuam, os ladrões fazem a festa nos bairros da periferia e os assassinatos não estacaram como era o esperado.

Mais economia O governo tem feito muitos cortes nas despesas, mas em tempo de crise precisa fazer mais, a exemplo da contratação sem licitação de jatinho nos deslocamentos de Renan Filho para Brasília e outras capitais do país.

Com a barriga Renan Filho, bom de papo, sintonizado com os problemas do Estado, empurrou habilmente para a próxima semana uma nova audiência com sindicalistas para tratar dos reajustes salariais. Mas já alertou das dificuldades vividas e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou seja, o servidor público não deve esperar muita coisa do governo.

Fumacê A marcha pela legalização da maconha, vejam só, terminou com um fumacê danado na via pública, na semana passada. Os apreciadores da erva reclamaram da ação da polícia, mas ficaram indiferentes ao incômodo causado à população.

Ao levar centenas de mudas de árvores para o Conjunto Benedito Bentes, o prefeito Rui Palmeira dava sequência ao projeto de arborizar todos os bairros da cidade de Maceió. O projeto foi defendido pelo vereador Sílvio Camêlo, do Partido Verde, que acompanhou e aplaudiu a ação da prefeitura.

Observação De um observador sobre as eleições municipais do próximo ano principalmente em Maceió: ´´quem não tem partido não pode se habilitar ao cargo.´

Haja candidatos Maceió já tem, pelo menos, uns cinco candidatos a prefeito. De Sérgio Toledo a Cícero Almeida a lista é grande, isso sem falar em Rui Palmeira que deverá disputar a reeleição. Se alguns não querem, pelo menos estão na mídia, tendo o nome divulgado com frequência para tentar outros saltos em eleições futuras.

Nas mãos dos outros O deputado federal Cícero Almeida tem a pretensão de retornar à prefeitura de Maceió. Mas precisa, antes de tudo, formar um grupo que lhe dê sustentação política, já que ele sabe que andorinha só não faz verão. Num partido sem grandes expressões, o PRTB, a não ser ele mesmo, Almeida pecou em não tomar conta de uma legenda no Estado.

CPI do futebol Depois das denúncias de corrupção em contratos que terminaram atingindo a CBF, a CPI do Futebol terá a grande oportunidade de desvendar os grandes mistérios de denúncias de superfaturamento de obras durante a Copa do Mundo e naturalmente das engenharias feitas para viabilizar transmissão e competições esportivas em níveis nacional e internacional. Queira Deus que as denúncias não cheguem para as entidades regionais.


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EFEITO DOMINÓ

Operação Lava Jato afeta São João em Alagoas

BAHIA É A PRINCIPAL AFETADA

Patrocínio da Petrobras que fomenta tradicional festa nordestina pode não sair a tempo JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

O

efeito dominó causado pela corrupção na Petrobras, investigada pela Polícia Federal a partir da Operação Lava Jato, ainda continua causando estragos pelo Brasil. Dessa vez é o turismo do Nordeste, incluindo o de Alagoas, que pode ser prejudicado por causa da falta de investimentos da estatal nos festejos de São João. Cidades pequenas atraem milhares de pessoas na atração cultural que reverte receita à economia. Porém, 2015 pode romper a regra. Para se ter uma ideia, não é garantido o patrocínio à festa junina de São Miguel dos Campos. Segundo a assessoria de comunicação do município, a festividade começa na próxima semana, 12, e vai até 4 de julho. Diferentemente do ano passado, o evento deixará a Praça Multieventos e será

realizado no Arraiá do Povo, no bairro de Fátima. Mesmo com um espaço reduzido, a cidade espera manter a tradição de a festa ser a maior de Alagoas. Quanto à verba da Petrobras, o EXTRA Alagoas foi informado que a Prefeitura de São Miguel já pleiteou o patrocínio, mas, por enquanto, nenhum acordo foi firmado. O investimento da Petrobras em 2014 foi de R$ 100 mil, quantia que pode fazer a diferença na realização da festa que, até o momento, não teve sua programação divulgada à imprensa. Enquanto isso, na fanpage do Facebook “São João É São Miguel”, os internautas parecem impacientes. “Afinal, vai ter São João?”, questiona uma moradora. Já outra reclama: “Gente, quando sai essa programação? Tem q ser muito boa pra esse mistério todo”, disse. Em São Miguel dos Campos, a Petrobras possui a Estação de Produção de Fu-

rado, que funciona como depósito de gás e petróleo com vários tanques.

CORURIPE A petrolífera também disponibilizou à cidade de Coruripe o valor de R$ 100 mil para a realização da festa de São João de 2014. Neste ano, a cidade irá celebrar o santo festeiro com concurso de quadrilha e a eleição da rua mais enfeitada. Já a festa tradicional, que ocorre neste mês, está sem previsão para acontecer. A prefeitura informou que a festa está em últimos ajustes. O município faz parte da Unidade de Negócio de Exploração e Produção Sergipe -Alagoas (UN-SEAL). Questionada pela reportagem, a petrolífera declarou que “a Petrobras reconhece a importância das Festas Juninas para a cultura nordesti-

na e, nos últimos anos, tem sido uma grande incentivadora desta tradição no Nordeste. Em 2014, a empresa apoiou com R$ 100 mil as festas juninas dos municípios de Coruripe e São Miguel dos Campos, em Alagoas. Para o São João de 2015, a Companhia pretende dar continuidade a essa política de valorização da cultura nordestina. Para isso, está finalizando o processo de análise de sua participação nestes eventos”. Além de Coruripe e São Miguel dos Campos, no ano passado, a Petrobras investiu R$ 7,7 milhões no patrocínio do São João de outros 130 municípios, sendo 119 deles da Bahia, 3 no Rio Grande do Norte, 3 em Sergipe, 2 na Paraíba e 1 em Pernambuco. De acordo com a Petrobras, desde o início do patrocínio ao São João, em 2005, a Bahia é o estado com o maior número de municípios contemplados.

No interior de outros estados, principalmente da Bahia, as festas juninas são o principal evento popular do ano, atraem turistas, movimentam as economias locais, geram empregos e garantem dividendos políticos para os prefeitos. Diante de crescentes dificuldades orçamentárias e da queda na arrecadação, a Prefeitura de Cardeal da Silva optou por uma decisão drástica: cancelou a festa programada para os 9,6 mil habitantes do município, localizado a 142 km de Salvador. A mesma decisão foi tomada pelo Executivo do município de Amélia Rodrigues que considerou São João “supérfluo” considerando as atuais circunstâncias. Em meio à crise com os desdobramentos da Operação Lava Jato, a empresa já encolheu neste ano o patrocínio destinado ao carnaval baiano. ALEGRIA PARA UNS Se os pequenos municípios enfrentam uma série de dificuldades, os grandes conseguem garantir a festa, ancorados na tradição e na obtenção de diferentes fontes de patrocínio. O São João de Campina Grande (Paraíba), conhecido como o “Maior São João do mundo”, ocorrerá de 5 de junho a 5 de julho e deve atrair 2 milhões de pessoas. Em Caruaru (Pernambuco), a festa terá show de Elba Ramalho e homenageará o ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 13 de agosto do ano passado durante a disputa das eleições presidenciais.


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VENDA DE SENTENÇA

TJ trava investigação da Polícia Federal Obstáculos à apuração da conduta do juiz Léo Denisson são levados ao conhecimento do CNJ VERA ALVES veralvess@gmail.com

A

Polícia Federal ainda não conseguiu concluir o inquérito que investiga o possível envolvimento do juiz Léo Denisson Bezerra de Almeida, da Comarca de Marechal Deodoro, num esquema de venda de sentenças. A investigação começou há pouco mais de dois meses após a prisão em flagrante de dois advogados, mas está parada porque o Tribunal de Justiça de Alagoas ainda não autorizou a degravação das conversas entre o magistrado e um dos presos. Tamanha demora levou o caso a ser denunciado junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o colegiado de controle do Poder Judiciário. Alvo de uma sindicância aberta pela CorregedoriaGeral do TJ motivada por representação da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL), o juiz Léo Denissom não era o

foco da operação deflagrada pela PF no dia 26 de março e que resultou na prisão em flagrante dos advogados Júlio Cézar de Castro Silva e Augusto Jorge Granjeiro Costa Carnaúba no Trevo do Francês, em Marechal Deodoro. Mas ele acabou sendo alvo de inquérito da PF por conta de conversas telefônicas flagradas pela PF no bojo da operação que havia sido autorizada pela 17ª Vara Criminal da Capital. Junto com os advogados também foi preso Ismael Casado Carnaúba Filho, irmão de Augusto. A operação foi montada depois que clientes de Júlio Cézar – Sérgio e Janadaris Sfredo – denunciaram estar sendo vítimas de um esquema em que obteriam a liberdade mediante o pagamento de R$ 200 mil. O casal é acusado do assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix, em março do ano passado, na Praia do Francês, e está preso desde então. Como também são ad-

vogados, eles estão recolhidos no Quartel do Corpo de Bombeiros. Para conseguir com que a denúncia chegasse à PF de Alagoas, os Sfredo, que moravam no Rio Grande do Sul até virem para Alagoas, em 2009, se valeram da interferência de outro defensor, o advogado gaúcho José Francisco Mallmann, delegado federal aposentado. Comunicados pela Polícia Federal, os juízes da 17ª Vara autorizaram a operação de flagrante e a realização de escutas telefônicas que acabaram levando ao juiz Léo Denisson. O inquérito relacionado aos advogados Júlio Cézar e Augusto Granjeiro já foi concluído e entregue aos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital. Indiciados pelo crime de exploração de prestígio, eles já foram, inclusive, denunciados pelo Ministério Público. Previsto no artigo 357 do Código Penal, o crime de prestígio é caracterizado pela ação de “solicitar ou re-

Investigação envolvendo Léo Denisson depende de autorização do TJ

ceber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha”. A pena, no caso de condenação, é de reclusão de um a cinco anos e pagamento de multa, sendo que ela aumenta em um terço se o réu alega ou insinua que o di-

nheiro ou utilidade também se destina a qualquer um dos possíveis influenciados. Liberados da carceragem da PF cinco dias após a prisão em flagrante, os advogados e Ismael continuam sob monitoramento, mediante o uso de tornozeleiras eletrônicas e impedidos de manterem contato entre si e com o casal Sfredo.


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VENDA DE SENTENÇA

Carlos Cavalcanti Filho preside sindicância contra o juiz de Marechal Deodoro

Sindicância contra magistrado O flagrante de março da PF acabou resultando em outro inquérito em que figura como investigado o juiz Léo Denisson. Era ele quem conduzia o processo do casal Sfredo na Comarca de Marechal Deodoro, mas, quatro dias após a prisão de Júlio Cézar e Augusto Granjeiro – à época também procurador da prefeitura do município – pediu afastamento do caso. Cerca de um mês depois, o corregedor-geral do TJ, desembargador Kléver Loureiro do Rêgo, baixou portaria determinando a abertura de sindicância administrativa para “apurar suposta prática de irregularidade” pelo magistrado. Publicada na edição do dia 23 de abril último do Diário Oficial do Judiciário, a Portaria nº 147, de 22 de abril, designa os juízes Carlos Cavalcanti de Albuquerque Filho, Antônio José Bittencourt Araújo e José Cícero Alves da Silva para, sob a presidência do primeiro, integrarem a comissão de sindicância, aberta com base em representação feita pela OAB e no Auto Circunstanciado nº 01/2015, encaminhado pela Polícia Federal. O auto circunstanciado, no caso, consiste no relato do que foi apurado pela

PF no desenrolar das investigações envolvendo os advogados presos em flagrante. Ainda segundo a portaria, Léo Denisson teria infringido o artigo 35 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), que trata dos deveres do magistrado, mas não há referência a qual dos oito incisos se refere a suposta infração. Se considerado culpado pela comissão e o Pleno do TJ acatar este entendimento, o magistrado está sujeito, em última análise, à perda do cargo. NOVAS DENÚNCIAS O pedido de degravação das conversas de Léo Denisson com os advogados está há quase dois meses nas mãos do desembargador Sebastião Costa Filho. Isto depois de ter passado por outros dois desembargadores - Otávio Leão Praxedes e João Luiz Azevedo Lessa – que se averbaram suspeitos. Enquanto aguarda pela decisão do TJ, a PF continua trabalhando. É que novas denúncias de venda de sentença têm chegado à instituição. Os nomes, contudo, são mantidos em sigilo. CONTINUA

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VENDA DE SENTENÇA

Advogado e irmão respondem a processo por cárcere privado VERA ALVES VERALVESS@GMAIL.COM

O

s processos relacionados ao juiz Léo Denisson e aos advogados Júlio Cézar Castro e Augusto Jorge Granjeiro Carnaúba e Ismael Carnaúba tramitam sob sigilo, já que o TJ decretou segredo de justiça. No caso de Augusto Carnaúba, que até ser preso era defensor de outros dois implicados na morte do advogado Marcos André – Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva – sua defesa vem sendo patrocinada pelos advogados José Álvaro Costa Filho, Bruno Gustavo de Araújo Loureiro e Klever Rêgo Loureiro Junior, filho do corregedor-geral do TJ. O trio também defende Ismael Carnaúba, um antigo conhecido do juiz Léo Denisson. É que somente na Comarca de Marechal Deodoro há cinco processos em que ele figura como denunciado, o mais grave deles o de número 000022221.2013.8.02.0053, referente ao crime de sequestro e cárcere privado que teve como vítima um guarda municipal e no qual também figura como denunciado o irmão Augusto Carnaúba. E o mais intrigante: a ação penal que tramita na Vara do Único Ofício de Marechal Deodoro sob a presidência do juiz Léo Denisson, teve início em 4 de fevereiro de 2013 mas até hoje não foi concluída. Além dos irmãos Carnaúba, foram indiciados Cledson da Fonseca Calazans (também advogado), Cristiano Amaral de

Andrade, Nivaldo Rodrigues da Silva Júnior e Alextony Leite da Silva. O crime ocorreu em 1º de fevereiro de 2013, quando policiais militares da 5ª Companhia Independente de Marechal Deodoro abordaram os ocupantes de uma Pajero no povoado de Cabreiras e constataram que o guarda municipal José Ricardo da Silva, então com 41 anos, estava sendo sequestrado. Em poder dos acusados, a polícia encontrou uma pistola calibre 380, um revólver calibre 38, dois carregadores e 34 munições. Além da vítima, no carro estavam Ismael, Cristiano, Nivaldo e Alextony. Todos foram presos em flagrante, mas, por incrível que pareça, no dia 28 do mesmo mês, Alextony voltaria a ser preso, desta vez em Maceió, numa operação da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DRN), no Conjunto Samambaia, no bairro da Serraria, com anabolizantes e maconha. Juto com ele foram presas outras quatro pessoas, José Luiz Guedes do Amaral Neto, Thiago Felipe de Medeiros Silva, Sílvia Maria Bezerra dos Santos e Afrânio de Araújo Silva. O quinteto foi acusado de ser fornecedor e aplicador da substância Potenay, remédio de uso veterinário dado, por exemplo, a cavalos, além de serem usuários da substância. De acordo com o site do Tribunal de Justiça de Alagoas, o processo mais antigo em que Ismael Carnaúba figura como parte e que tramita na Comarca de Marechal Deodoro é relativo a um pedido de revisão de contrato com a Honda

feito por ele e que data de 2011. Entre aquele ano e o atual, há processos em que ele também responde por desacato e crimes contra o patrimônio, igualmente não concluídos até hoje. Já Augusto Granjeiro tem três processos em que figura como réu, o mais antigo também de 2011, de busca e apreensão de alienação fiduciária, o do sequestro do guarda municipal e o de exploração de prestígio, referente ao suposto esquema de venda de sentença que envolve o juiz Léo Denisson e do qual o irmão consta igualmente como denunciado junto com o também advogado Júlio Cézar Castro. No processo de exploração de prestígio, Ismael Carnaúba alega que apenas estava servindo de motorista para o irmão e que não tinha nenhum conhecimento da negociação que fora mantida entre ele e Júlio Cézar. MUDANÇA DE FOCO Ainda quanto ao juiz Léo Denisson, para se contrapor aos argumentos da PF que apontam para sua participação no esquema de venda de sentença, as informações são de que estaria tentando desacreditar o trabalho da instituição, primeiro sugerindo haver um elo entre o delegado que atuou no flagrante dos advogados e o casal Sfredo. Procurada pelo EXTRA, a Polícia Federal afirmou que não comenta investigações e menos ainda os inquéritos, já que estão sob segredo de justiça, mas

Ismael, preso em flagrante pela PF junto com o irmão advogado

assegurou ser esta uma alegação totalmente infundada. O jornal também quis saber o motivo que levou os delegados que conduziram as investigações a devolverem ao casal Sfredo, antes de findo o processo judicial, os R$ 96 mil apreendidos com Júlio e Augusto. O montante seria a primeira parcela dos R$ 200 mil que eles deveriam pagar para escapar de uma possível condenação. A informação inicial que chegou à imprensa foi de que teriam sido apreendidos R$ 100 mil, mas um dos representantes da OAB que acompanhou o caso revelou que R$ 4 mil eram de propriedade dos profissionais. A resposta foi de que todo o procedimento foi feito dentro da normalidade e estritamente dentro da legalidade do ponto de vista jurídico, seguindo o que a Polícia Federal chama de “medida de ação controlada”. A devolução do dinheiro também não foi alvo

de qualquer questionamento por parte dos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital quando do recebimento dos autos do flagrante. Os Sfredo teriam uma audiência decisiva no dia 30 de março, quatro dias antes do flagrante da PF, quando seria decidido se eles seriam pronunciados ou não pelo assassinato de Marcos André. Enquanto não é concluída a sindicância e nem o TJ decide sobre o pedido de degravação de suas conversas com os advogados, o juiz Léo Denisson continua atuando na Comarca de Marechal Deodoro. Ele também preside o Fundo Especial para o Registro Civil (Ferc), criado pela Lei nº 6.284/2002 para subsidiar os cartórios na emissão gratuita de registros civis de nascimento e de óbito. A gratuidade foi estabelecida pela lei federal nº 9.534 de 1997.


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PIJAMA DE OURO

Marajás alagoanos têm aumento de mais 26% em seus vencimentos Extinto há 16 anos, o Instituto de Previdência dos Congressistas já gastou mais de R$ 2 bilhões com deputados e senadores aposentados de todo o País JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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á 16 anos o Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC) foi extinto, mas mesmo assim os cofres públicos continuam a gastar com os deputados federais e senadores aposentados. O benefício pagou aos marajás mais de R$ 2 bilhões - apenas no período de extinção -, já que a cada quatro anos surgem novos pensionistas, já que o parlamentar que estava no mandato no momento da extinção do IPC pode continuar contribuindo com o Plano de Seguridade Social dos Congressistas. Isso significa que quando o político deixa o Congresso ele pode pedir aposentadoria pelas antigas regras do IPC. No momento da extinção do IPC, ainda em 1999, eram 2.769 pensionista, hoje o número é de 2.237. Dentre os mais de dois mil marajás estão alguns alagoanos: Antônio Ferreira, José Costa, Roberto Torres, Geraldo Bulhões, Manoel Affonso de Mello e Divaldo Suruagy. Vale ressaltar que com a morte do ex-parlamentar a viúva ou os filhos passam a receber a pensão, como é o caso do exdeputado e ex-governador, Divaldo Suruagy. A Revista Congresso em Foco, em sua edição de número 15, revelou que os políticos aposentados pelo IPC tiveram este ano um aumento

de 26,34% nos vencimentos. Antônio Ferreira recebia, em 2014, R$13.986,02 e com o novo aumento sua aposentadoria saltou para R$ 17. 670,50; a de José Costa passou de R$ 11.290,52 para R$ 14.264,89; Roberto Torres tinha um vencimento de R$ 6.948,01 que saltou para R$8.778,30; Manoel Affonso recebia R$ 6.948,01 e passou a receber, em 2015, R$ 8.778,39. Proporcionalmente quem recebeu o maior montante de reajuste foi o ex-deputado federal e ex-governador Geraldo Bulhões, que recebia em 2014 uma aposentadoria de R$ 17.530,37 e passou a receber esse ano R$ 22.148,57. O ex-parlamentar e ex-governador Divaldo Suruagy, que faleceu recentemente, consta na lista da Revista Congresso em Foco como um dos maiores beneficiados com as aposentadorias pagas para políticos. Sem o reajuste, Suruagy recebia R$ 10.422,02 e com o aumento de 26,34% sua pensão subiu para R$ 13.167,60. Suruagy ainda recebia R$ 20.803,73 de aposentadoria como ex-governador de Alagoas. Outro destaque de Alagoas de polpudas aposentadorias e semelhante ao caso de Divaldo Suruagy, é o do ex-governador e ex-deputado federal Muniz Falcão. A viúva Alba Muniz Falcão recebe R$ 28,8 mil do governo alagoano e R$ 16 mil do Instituto de Previdência dos Congres-

Antônio Ferreira

Roberto Torres

Geraldo Bulhões

Manoel Affonso de Mello

sistas (IPC). Em 2014 o IPC gastou com todos seus aposentados e pensionistas - sendo 549 ex-parlamentares e 542 dependentes -, R$ 116 milhões. Enquanto os deputados e senadores se aposentaram com oito anos de contribuição, os cidadãos “normais” precisam contribuir de 30 a 35 anos para receber o que lhe é de direito. Quando o assunto é governo do Estado, na maioria dos casos basta um mandato de quatro anos.

A publicação do Congresso em Foco afirma que tanto a Câmara como o Senado não souberam informar quando, afinal, o IPC será efetivamente extinto. Até lá o contribuinte segue pagando a conta dos “marajás de pijama”. MAMATA NACIONAL Há casos de senadores que acumulam aposentadorias de ex-governadores com salário pago pelo Senado: Antônio Carlos Valadares, (PSB-SE),

Edison Lobão (PMDB-MA), Ivo Cassol (PP-RO), Roberto Requião (PMDB-PR), João Alberto (PMDB-MA), José Agripino Maia (DEM-RN), Luiz Henrique (PMDB-SC) e Valdir Raupp (PMDB-RO). Até os ex-deputados condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no escândalo do Mensalão recebem a bolada do IPC: José Genoino (PT) e Roberto Jefferson (PTB). A dupla tem direito todo mês a R$ 17,5 mil cada um.


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Ministro do TST engaveta processo e frustra servidores da antiga Ceal

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ministro Emmanuel Pereira, da 5ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho que está com o processo do Plano Bresser da antiga Ceal há dois anos, ficou surpreso com a informação de que a dívida para com os trabalhadores já chega a 1 bilhão e 600 milhões de reais. Ele demonstrou que não conhece o processo e deixou transparecer que não tem nenhuma pressa de decidir sobre o assunto. Esta ação, que tramita há 26 anos, já foi ganha em todas as instâncias pelos trabalhadores da antiga Companhia Energética de Alagoas, onde cerca de quatrocentos deles já faleceram e não viram a cor do dinheiro. Os trabalhadores acham uma excrescência a morosidade da Justiça, principalmente nos tribunais su-

periores. A maior parte dos credores da antiga Ceal defende que o ministro seja denunciado junto ao Conselho Nacional de Justiça. Só assim, acham eles, se poderia vislumbrar alguma perspectiva de a Justiça determinar, de uma vez por todas, o cumprimento da sentença que já transitou em julgado. O processo que já chegou até ao Supremo Tribunal Federal em outra ação impetrada pela Eletrobras contra os trabalhadores, foi considerada pelo ministro Marco Aurélio de Mello, do STF, como ´´violência perpetrada a coisa julgada´´. Segundo o ministro, “Em síntese, não logrou a Recorrida êxito no processo do trabalho em que esteve envolvida. Perdeu em primeira, segunda, terceira e quarta instâncias, considerada a Junta de Conciliação e Jul-

gamento, o Tribunal Regional do Trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho e o Supremo Tribunal Federal. Em verdadeiro passe de mágica, porém, conseguiu a reversão do quadro a partir da reclamação visando a preservação da autoridade de julgado do Tribunal Superior do Trabalho - autoridade que, por sinal, não se fez em jogo. Conheço do recurso pela violência perpetrada a coisa julgada e o provejo para tornar insubsistente o acórdão proferido pelo Tribunal Superior do Trabalho na reclamação que veio a admitir. Declaro inconstitucionais os artigos 190 a 193 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho, ...” Os artigos fazem menção a Reclamação, considerando-a o TST como “... medi-

da destinada à preservação da competência do Tribunal ou à garantia da autoridade de suas decisões, quer sejam proferidas pelo Pleno, quer pelos órgãos fracionários”. CALVÁRIO Representantes dos trabalhadores já apelaram para todos os lados. Até o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros, foi procurado para interceder politicamente junto ao Ministério das Minas e Energia, à época dirigido pelo senador Edison Lobão. O assunto foi discutido, toda documentação foi entregue ao ministro, mas, como estava em processo eleitoral, houve muita conversa e pouca ação. O atual ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, que esteve recente-

mente com representantes do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, se mostrou surpreso e disse que não tinha nenhum conhecimento sobre a ação. Ou seja, o exministro Edison Lobão levou na conversa os sindicalistas alagoanos. A Eletrobras, que já reconheceu o débito em outras concessionárias, a exemplo da empresa de energia elétrica do Pará, que fez um parcelamento de vários meses, continua trabalhando nos bastidores para não pagar o que deve. O corpo jurídico do Sindicato que acompanha a ação em Brasília, acha por bem esperar pra saber o que vai dar. Pelo menos se tem a esperança de que os trabalhadores que ainda estão vivos e que têm direito ao Plano Bresser, possam esperar mais 26 anos.


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MERCADO IMOBILIÁRIO

Estoque de imóveis novos em Maceió continua alto São aproximadamente cinco mil imóveis à venda em várias etapas de construção MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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crise econômica começa a ter seus efeitos sobre o mercado de imóveis em todo o país e em Alagoas não poderia ser diferente. Devido à desaceleração brusca na economia, o Estado continua com os estoques altos, já que o nossos produtos têm um prazo de maturação também alto. São aproximadamente cinco mil imóveis à venda em várias etapas de construção. Para o presidente da Ademi-AL, Paulo Jorge Nogueira Malgueiro da Silva, agora é um bom momento para o consumidor comprar o seu imóvel. Segundo o presidente, um empreendimento do início ao final leva em média uns cinco anos. Assim, não dá pra prever uma desaceleração como a que aconteceu em 2008. Mas, garante que apesar de existirem vários tipos de investidores, a maioria mora em Maceió e optou por investir em imóveis pela segurança que o mercado imobiliário proporciona. Além do que, pela valorização que ocorreu nos últimos anos, quem tem uma disponibilidade

de recursos e não tem pressa no retorno com certeza vai avaliar a possibilidade de investir em imóveis. Para reduzir o estoque de imóveis, estados como Rio de Janeiro e São Paulo optaram em promover feirões. Em Alagoas, todo ano a Ademi também promove seu feirão. O deste ano vai acontecer no estacionamento do Maceió Shopping a partir do dia 11 e até o dia 14 deste mês. Devido ao tradicional sucesso de vendas e de público do evento, no próximo ano a promessa é de que além do feirão aconteça um salão do imóvel junto com o Sinduscon. Malgueiro aconselha que a hora é esta para aproveitar a boa oferta de imóveis, já que o mercado está diminuindo o número de lançamentos para se adequar a demanda atual. Como também aproveitar os preços, pois parte dos novos lançamentos começaram a vir com as exigências das Normas de Desempenho e consequentemente terão custos mais elevados. A crise não atingiu apenas à venda de imóveis novos. Na verdade, a Caixa Econômica,

que é o banco que mais financia imóveis no Estado, diminuiu pra 50% percentual de financiamento dos imóveis usados, enquanto que de novos reduziu para 80%. “Está claro que ela (Caixa) está privilegiando a venda de imóveis novos”, afirmou o presidente da Ademi. Apesar da crise do setor, houve lançamentos nos últimos tempos em Alagoas. O mercado está funcionando, mas como o tempo de maturação dos produtos é longo, os lançamentos que estão sendo feitos agora são resultado de um trabalho de dois a três anos atrás. “Como sabemos, a nossa carência por moradia é muito grande. O déficit habitacional do país é estimado em 6 milhões de imóveis”, disse Malgueiro. De acordo com informações da Ademi, em Maceió, o tipo de imóvel mais vendido é o de dois quartos com valores até 100 mil reais, pois atingem a faixa da população mais carente por moradias e contam com subsídio do governo federal. Além do que tem juros mais baixos, pois a fonte dos recursos é o FGTS.

ESCASSEZ

Devido à escassez de recur-

Paulo Malgueiro diz que momento é bom para compra de imóveis

sos para financiamento, a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) está pleiteando junto ao governo federal a liberação de parte dos recursos da poupança que ficam retidos no Banco Central, os chamados depósitos compulsórios, e também quer aumentar o valor dos imóveis que podem ser financiados com os recursos do FGTS, saindo do teto de R$ 170.000,00 para R$ 300.000,00. Fora isso, disse Malgueiro, o mercado naturalmente vai procurando um novo equilíbrio entre a oferta e a procura, “estamos diminuindo os lançamentos para poder equilibrar essa equação.” O presidente da Ademi resalta o excelente nível do mercado imobiliário alagoano ao afirmar que, “fomos destaque recentemente numa revista especializada que indicou Maceió como um dos melhores locais para investir em imóveis, como também a Caixa Econômica do nosso Estado se destaca a nível nacional em números de contratação de finan-

ciamento imobiliário”. E acrescentou que nosso nível técnico também é muito bom, com grande atuação da Ademi, do Sinduscon e de parceiros como Sesu, Senai e Sebrae.

ALAGOAS PERDEU 13 MIL POSTOS DE TRABALHO ATÉ ABRIL O número de desempregados em Alagoas confirma que a economia não vai bem. Segundo o superintendente Regional do Trabalho e Emprego, Israel Lessa, de janeiro a abril deste ano, o estado perdeu 13 mil postos de trabalho, sendo que 95% foram demissões no setor da cana-de-açúcar. Já na construção civil, em fevereiro e março o número de demissões também foi grande. Lessa lembra, no entanto, que o aumento de demissões no mês de abril não é novidade. “Devido à sazonalidade, a entrada em benefícios como seguro-desemprego, abono e outros serviços são frequentes”, revela.


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ELEIÇÕES 2014

Receita Federal denuncia 500 casos de doações ilegais em Alagoas Maioria dos suspeitos são de zonas eleitorais de Maceió e de Arapiraca JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

P

romotores eleitorais do estado de Alagoas têm até o dia 18 desse mês para ajuizarem ações contra os responsáveis por doações ilegais durante campanha eleitoral de 2014. A Receita Federal já enviou relatório com as suspeitas de irregularidades e, agora, cabe à justiça eleitoral analisar a procedência de cada acusação. E os números desse ano foram mais elevados em comparação à eleição de 2010, que também elegeu governadores, deputados, senadores e presidente da República. Segundo o procurador regional eleitoral de Alagoas, Marcial Duarte Coêlho, chegaram às suas mãos aproximadamente 500 notificações de supostos casos de doações ilegais. “Mas, nem todos procedem. Estimo que das relacionadas pela Secretaria da Receita Federal, 10% acabem mesmo na justiça”, declarou. Conforme o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AL), em 2010 foram 415 notificações feitas pela Receita. É considerada doação ilegal aquelas de pessoas jurídicas que doaram acima de 2% do faturamento bruto da empresa em 2013. No caso de pessoas físicas são 10% de seus rendimentos para contribuir com as candidaturas.

Conforme a Lei 9.504/97, o autor de contribuições que supera o teto estipulado terá que pagar uma multa de cinco a dez vezes do valor excedido. Já as empresas que não apresentaram nenhum lucro um ano antes do pleito e, “mesmo sem dinheiro”, efetuaram doações às candidaturas, também estão sujeitas à condenação. A doação ainda é proibida quando os grupos empresariais não declaram seus rendimentos ao Fisco no ano da eleição. As candidaturas que mais registraram possíveis doações irregulares em Alagoas foram de Maceió e Arapiraca, que conforme Duarte Coelho, é onde está concentrado o eleitorado que tem maior poder aquisitivo no Estado e que possuem mais eleitores. Se somadas as zonas eleitorais dessas duas cidades, o eleitorado chega a ter mais de 680 mil eleitores. Entre os casos que caíram nas garras da Receita Federal ainda estão aqueles que ajudaram na campanha sem ajuda monetária. “Isso é quando não há doação de dinheiro e, sim, ajuda com carro e outros tipos de serviços”, explicou o procurador. E para agilizar o trabalho de apuração, a CorregedoriaGeral do Ministério Público do Estado de Alagoas e a Procuradoria Regional Eleitoral

no Estado de Alagoas (PRE/ AL) expediram nota técnica que orienta a atuação dos promotores para propositura de ações por doações ilegais. O documento reúne informações de como proceder ao se detectar indícios de doações acima dos limites legais por pessoas físicas e jurídicas, assim como informações sobre os prazos legais para o ajuizamento de representações. Também são fornecidas orientações sobre as penalidades a serem aplicadas e sobre questões de inelegibilidade em caso de doações ilegais. A competência para examinar a representação por doação ilegal acima do limite legal é a do Juízo Eleitoral do domicílio do doador. A PRE/AL disponibilizou para os membros modelos de petição inicial de representação eleitoral por doação acima do limite, por pessoa física e jurídica, bem como os arquivos e documentos físicos encaminhados pela Receita Federal. Para elaborar a nota técnica foi considerado o prazo limitado de 180 dias, contados a partir da diplomação dos candidatos eleitos, para a propositura de ações. “É atribuição do corregedor-geral do Ministério Público do Estado de Alagoas orientar seus membros no exercício de suas funções e,

Marcial Coêlho diz que ações devem ser ajuizadas até o próximo dia 18

para tanto, expedir atos visando à regularidade e aperfeiçoamento dos serviços, nos limites de suas atribuições”, disse o procurador de Justiça Vicente Felix, que comanda a Corregedoria. A Receita Federal encaminhou ao Ministério Público Eleitoral as informações referentes aos doadores das campanhas eleitorais de 2014 em situação irregular no dia 30 de março último. A relação de doadores que excederam o teto foi apurada a partir de cruzamento de

dados feito pelo imposto de renda. NOVO MANDATO No final de maio, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, designou os procuradores da República Marcial Duarte Coêlho e Raquel Teixeira para exercerem, por mais dois anos, respectivamente, as funções de Procurador Regional Eleitoral e Procuradora Regional Eleitoral Substituta no Estado de Alagoas.


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SAÚDE EM RISCO

Ratos se acomodam em processos no Juizado de Rio Largo Serventuários da Justiça usam luvas para evitar contaminação por fezes e urina VERA ALVES veralvess@gmail.com

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fício encaminhado no último dia 27 ao presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Washington Luiz, cobra imediatas e urgentes providência para o verdadeiro atentado à saúde em que se transformaram as dependências de duas varas cíveis da Comarca de Rio Largo: os processos estão infestados de urina e fezes de ratos e os serventuários estão trabalhando com luvas para evitarem a contaminação. O ofício é assinado pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL), Thiago Bonfim, informado do fato através de advogados com processos nas 1ª e 2ª Vara Cíveis e vem sendo comentado pelos profissionais nas redes sociais. O mais grave é que ninguém foi previamente avisado: os advogados só ficaram sabendo do que ocorria depois de indagarem aos servidores o por quê de estarem usando luvas. A resposta foi imediata. Todos os dias as bancadas e mesas das varas amanhecem cobertas de fezes e urina dos roedores. A maior parte dos processos físicos, inclusive, está manchada por dejetos, colocando em risco a saúde de

qualquer pessoa que tenha contato com os mesmos, inclusive os juízes e advogados que ainda não fazem uso das luvas. LEPTOSPIROSE E HANTAVÍRUS A urina do rato é fonte de contaminação para uma doença medieval, da época em que os cuidados com higiene e esgotamento sanitário eram rudimentares. É através dela, por exemplo, que o ser humano pode ser contaminado pela bactéria Leptospirainterrogans, causadora da leptospirose, uma infecção que tem sintomas semelhantes aos de uma forte gripe e que, se não devidamente tratada, pode levar à morte. Como ocorre em várias outras doenças infecciosas, o quadro clínico da leptospirose varia muito de indivíduo para indivíduo. O paciente pode apresentar desde quase nenhum sintoma até um quadro grave com risco de morte. O período de incubação pode variar de 2 a 30 dias. A média é 10 dias de intervalo entre a contaminação e o início dos sintomas da leptospirose.Mais de 75% dos pacientes apresentam febre alta com calafrios, dor de cabeça e dor muscular. 50% apresentam náuseas, vômitos e diarreia. Um achado típico da leptospirose é a hiperemia con-

Em oficio ao TJ, presidente da OAB relata que serventuários usam luvas para evitar contaminação; juízes e advogados permanecem indefesos

juntival (olhos acentuadamente avermelhados).Outros sintomas possíveis incluem tosse, faringite, dor articular, dor abdominal, sinais de meningite, manchas pelo corpo e aumento dos linfonodos, baço e fígado. Mais preocupante ainda é a possibilidade de infecção por hantavírus, doença viral transmitida dos roedores ao ser humano e que provoca graves infecções pulmonares e renais. Ela é contraída no contato com roedores e as suas dejecções ou possivelmente ao inalar partículas de vírus presentes no ar. Segundo especialistas, não existe evidência de contágio entre pessoas, mas uma coisam é certa: se a infecção atingir os

pulmões ela é mortal na maioria dos casos. Já a renal pode ser ligeira ou grave. O processo pulmonar por hantavírus inicia-se com febre e dor muscular. Podem surgir dor abdominal, diarreia e vómitos. Depois de 4 a 5 dias, podem manifestar-se tosse e dificuldades respiratórias, um estado que pode piorar após algumas horas. Em consequência de uma perda de líquido para os pulmões pode verificar-se uma queda drástica da tensão arterial (choque), que pode pôr a vida em perigo. Quase invariavelmente depois do choque, produz-se a morte. De acordo com o portal do Ministério da Saúde, nas Américas há duas linhagens do ví-

rus do gênero Hantavirus, uma patogênica, que está associada à ocorrência de casos de SCPH, pois foram identificadas em roedores e em pacientes, e outra, que, até o momento, só foi detectada em roedores silvestres, ainda sem evidências de causar a doença em seres humanos. No continente, a hantavirose se caracterizava pelo extenso comprometimento pulmonar, razão pela qual recebeu a denominação de síndrome pulmonar por hantavírus (SPH). A partir dos primeiros casos detectados na América do Sul, foi observado o comprometimento cardíaco, passando a ser denominada de Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH).


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GOVERNO PRESENTE

Arapiraca vai ganhar aeroporto para impulsionar desenvolvimento da região Governador Renan Filho também assinou ordem de serviço para duplicação da AL-110 e reconstrução do trecho Arapiraca/São Sebastião MANUELA MATTOS CARLOS VICTOR COSTA

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governador de Alagoas, Renan Filho, assinou no último dia 29 a ordem de serviço para a duplicação de aproximadamente 4km da Rodovia AL-110 no trecho correspondente ao perímetro urbano de Arapiraca, bem como a restauração de 26,5km do trecho Arapiraca/ São Sebastião, obra avaliada em R$ 25 milhões. Mosart Amaral, secretário de Transporte e Desenvolvimento Urbano do Estado (Setrand) e Helder Gazzaneo, diretor -presidente do Departamento de Estrada de Rodagem do Estado (DER/AL), também participaram da solenidade de assinatura. Além destas, foi assinada outra ordem de serviço para a contratação de estudos voltados à implantação de um aeroporto na cidade

de Arapiraca. De acordo com o secretário Mosart Amaral, o aeroporto vai alavancar desenvolvimento econômico para toda região. “Finalmente foi dada a largada de um projeto que há muito tempo se falava, mas que nunca tinha sido levado adiante, e o governo do Estado não sossegará até que o primeiro avião aterrisse em solos arapiraquenses. Os estudos serão iniciados desde já e dentro de dois meses teremos os prováveis sítios para a construção do aeroporto, que será escolhido pela Secretaria de Aviação Civil, segundo as condições técnicas por eles exigidas. Em seguida, a licença ambiental, a adequação do projeto e a construção do aeroporto em si”, salientou. Mosart destacou ainda que Arapiraca é a região do Agreste que mais cresce no Estado e necessita urgente-

Ordens de serviço foram assinadas, dia 29, durante a solenidade de abertura do Governo Presente

mente dessa infraestrutura que inclui não só o aeroporto, mas também vias estruturantes. “Essas obras irão fomentar desenvolvimento econômico para todo o Estado”, ressaltou o secretário. As assinaturas de ordens de serviço ocorreram na solenidade de abertura do Governo Presente - ação que tem por finalidade ouvir a popula-

ção e permitir que ela participe diretamente da gestão com suas propostas. As obras da duplicação e restauração da AL-110 serão iniciadas em junho. Para o diretor-presidente do DER, Helder Gazzaneo, elas significam um avanço para a região, uma vez que foram planejadas levando em conta a necessidade da população. “A AL-110 é

uma rodovia de grande importância para a região do Agreste. O governo do Estado, pensando nisso, buscou com essas ações, proporcionar mais desenvolvimento para a cidade e entorno com a duplicação de 4km no perímetro urbano de Arapiraca e com a reconstrução do trecho Arapiraca-São Sebastião”, completou o diretor-presidente do DER.


extra FIM DE LINHA

Reprovação do governo Dilma no DF chega a

84%

Baixa na popularidade da presidente já atinge imagem de Lula, revela o levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisa e que ouviu 1,2 mil pessoas no final do mês de maio POR WILSON LIMA CONGRESSOEMFOCO

L

evantamento realizado pelo instituto Paraná Pesquisas aponta que 84% dos moradores do Distrito Federal (DF) reprovam o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). O instituto ouviu 1.280 eleitores entre os dias 25 e 28 de maio. A pesquisa tem grau de confiança de 95% e margem de erro de três pontos percentuais. De acordo com o levantamento, apenas 12,2% dos brasilienses aprovam o segundo mandato da presidente Dilma, enquanto 3,8% disseram não saber opinar ou não responderam aos questionamentos. Os dados do instituto Paraná Pesquisas também indicam que o maior índice de reprovação está entre as mulheres. Ao todo, 85,1% das eleitoras rejeitam a administração da presidenta. O

índice de reprovação entre os homens é de 82,8%. Por faixa etária, o maior percentual de rejeição ao governo Dilma está entre as pessoas de 35 a 44 anos de idade: 87%. E por escolaridade, a maior taxa de desaprovação está entre os eleitores que têm apenas o ensino médio: 85,7%. De acordo com o diretor do Paraná Pesquisa, Murilo Hidalgo, a queda de popularidade da presidente Dilma é fruto de uma combinação da crise econômica com o anúncio de várias medidas impopulares inclusas no pacote do ajuste fiscal, somados aos sucessivos casos de corrupção deflagrados pela Operação Lava Jato. “Na época do ex-presidente Lula, ele passou incólume por vários escândalos, como o mensalão, porque a economia era pujante”, disse Hidalgo. “A crise econômica sem dúvida é

o fator que mais pesa na queda de popularidade da Dilma. Mas, do outro lado, se a economia melhorar, ela deve recuperar parte deste prestígio”, complementou. VOO TUCANO Além disso, o instituto Paraná Pesquisas também fez uma simulação de eleição presidencial utilizando os nomes do senador Aécio Neves (PSDB), da ex-ministra Marina Silva (PSB), do ex-presidente Lula (PT) e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Entre estes quatro, Aécio dispara na preferência do eleitor candango. Ao todo, 40,3% dos eleitores disseram que votariam no tucano em novo pleito para escolha de presidente. M a rina Silva aparece em segundo lugar, com 24,7% da preferência do eleitorado. Lula figura apenas na terceira colocação, com 17,6%. Cunha teria hoje apenas 3,4% de preferência dos eleitores. “Esses dados indicam que a queda da popularidade da Dilma já atinge o ex-presidente Lula”, ressalta Hidalgo.

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FRANÇA

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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cidade de Palmeira dos Índios é objeto de estudo de França Júnior, professor há 10 anos. Ele tenta entender as relações entre a pobreza da cidade e a violência- em especial os conflitos do passado, quando a cidade assistiu, na década de 40 do século 19, a um banho de sangue entre o vigário José Caetano, tenentecoronel Manoel Tavares Bastos, Chagas Pinto, Luiz Jucá, José Roberto, Adrião Melo, Antônio Barbosa de Caldeirões- integrantes de famílias poderosas, onde o foco era a disputa da terra e as divisões políticas. Todos os personagens acima tombaram, sob uma poça de sangue. As mortes fizeram Palmeira quase esvaziar. Havia um clima de medo. O medo de ser o próximo. Mais de 200 anos depois, Alagoas tornou-se o Estado mais violento do Brasil. E o medo da morte está em cada esquina. Há como entender estas relações? Para França, Alagoas não é um lugar especial. Está inserido no contexto nacional- do país que mata por ano 56 mil pessoas. O lugar sem guerra onde mais pessoas tombam. Como um dia as famílias poderosas de Palmeira assistiram ao massacre e à diáspora, em nome da sobrevivência. França Júnior encerra a primeira fase da série “Alagoas, 200”, que durante três meses

trouxe professores, pesquisadores do passado e do presente, na tentativa de entender o nosso bicentenário. Acompanhe a última entrevista desta fase: Palmeira dos Índios tem um histórico de mortes em disputa familiares em especial na década de 40 no século 19. Esse medo ficou no imaginário do povo da cidade? Não creio. Os tempos são outros. As gerações foram renovadas. Palmeira vivenciou momentos tensos sim, mas eram conflitos pontuais, de viés político, cujas partes envolvidas estavam bem definidas, de modo geral o povo tinha uma índole pacata. Atualmente bebemos do medo de que todo brasileiro bebe. Um medo difuso de ser vitimizado por uma infração penal aviltante. É com isso que nos preocupamos no momento. Até que ponto violência e pobreza caminham lado a lado em Palmeira, seu objeto de estudo? Não há relação direta entre uma e outra. Isso em qualquer lugar do Brasil. Violência todos nós, um dia, praticamos, seja ela física ou verbal. A pobreza, infelizmente, tem funcionado como um gatilho. São os pobres os mais afetados pela violência, são aqueles que menos têm possibilidade de, diante da ineficiência estatal, contratar serviços de segurança privada. Assim como

ALAGOANO NÃO CON

também são os pobres os mais selecionados pelo nosso sistema de segurança pública. São eles os clientes mais recorrentes de nosso combalido sistema carcerário. Portanto, são os mais vulneráveis, tanto num sentido quanto no outro. Isso é fácil de identificar. Em seu livro “Cadáveres Indiscretos”, o senhor escreve: “Esse é o grande desafio que historicamente se apresenta: equilibrar segurança e liberdades”. Quem consegue ser “livre” em Alagoas? Difícil dizer, mas, sem dúvida, no Brasil, poucos gozam plenamente desse direito. Liberdade não é só a possibilidade de se locomover com certa traquilidade nos espaços públicos ou privados, o que já não é pouca coisa, mas a possibilidade de ter acesso ao conhecimento, e nisso, como todos sabemos, nós somos uma vergonha. Poucos são os que têm ensino de qualidade. Não bastassem as circunstâncias que nos impedem de nos locomover com tranquilidade na sociedade, ainda somos afetados pelo enorme déficit educacional. Isso compromete até mesmo o ideal democrático, que tem como pressuposto a liberdade. 70% dos assassinatos em Alagoas têm o tráfico de drogas como motivo, diz a Secretaria de Defesa Social. O senhor defende a descriminalização da maconha e cita o Uruguai como experiência

As iniciativas de aproximação entre as polícias e a população ainda são muito tímidas e, às vezes, equivocadas. Por exemplo, apregoa-se que já adotamos o modelo de polícia comunitária. Ledo engano” positiva. Em Alagoas, estaríamos preparados para a discriminalização das drogas? Sou a favor da descriminalização sim, mas não se pode imaginar que é medida a ser adotada da noite para o dia. Primeiro é preciso vencer o preconceito sobre o assunto, deixar de ver a droga como uma espécie de “bicho papão”. Esse tipo de postura trava o debate e acaba nos fazendo apostar em políticas que já demonstraram fracasso. Segundo que, qualquer discussão sobre o assunto deve partir do pressuposto de que não é a droga um mal em si, mas como nos utilizamos dela. O problema é que toda vez que alguém comete uma infração

sob o efeito de uma droga, especialmente as ilícitas, o que vai para o banco dos réus é a droga e não a pessoa. Acabamos tirando o foco da pessoa e jogando a responsabilidade nas drogas. E isso não é correto. Drogas todos nós consumios, ativa ou passivamente. Alcool, cigarro, café, ansiolíticos, coca-cola e por aí vai, têm tanto potencial de dano quanto aquelas rotuladas como ilícitas. Tudo depende da dose. Precisamos estimular o debate, e não dificultá-lo. Aatual política de


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A JÚNIOR:

NFIA EM SUA POLÍCIA As mortes de que temos notícias não são responsabilidade das drogas, mas do ideário de ‘guerra’ que se fomentou em torno do tema”

drogas do Brasil impede avanços. As mortes de que temos notícias não são responsabilidade das drogas, mas do ideário de “guerra” que se fomentou em torno do tema. O mundo tem revisto isso. Portugal, Espanha, Marrocos, Holanda, Uruguai e os próprios Estados Unidos (país que mais incitou essa ojeriza mundial e indiscrimidada às drogas) têm revisto sua política de drogas e reconhecido o fracasso das atuais políticas públicas para o setor. Uma hora teremos de rever o que

temos feito nesta seara. O que nao se pode é colocar à frente de um tema como esse, pessoas com fobia. Como nos diz Denis Russo, um dos maiores especialista do país nesta área, uma pessoa que tem fobia de barata, nao deveria, por exemplo, ser destacada para cuidar de nosso sistema de saneamento básico. Se ela é incapaz de ver uma barata sem perder o controle e começar a berrar, ela não será capaz de fazer o trabalho duro de manter nossa cidade limpa. É o que acontece hoje. São os, digamos, “drogofóbicos” os geralmente destacados para discutir o problema das drogas no Brasil. Isso impede avanços. O senhor escreve em seu li-

vro: “É preciso fundamentalmente que se estabeleça um vínculo de confiança entre agências policiais e a comunidade, uma espécie de compromisso democrático entre ambos”. O alagoano confia em sua polícia? É óbvio que não. Nem aqui nem no Brasil. Somos um dos povos que menos confia em sua polícia. E aqui temos uma peculiaridade agravante. Temos um histórico marcante de participação de agentes públicos, inclusive das agências policiais, em infrações penais. A professora Ruth Vasconcelos, da Universidade Federal de Alagoas, brindanos com um estudo sobre a cultura de violência no Estado em que isso fica muito claro. As iniciativas de aproximação entre as polícias e a população ainda são muito tímidas e, às vezes, equivocadas. Por exemplo, apregoase que já adotamos o modelo de polícia comunitária. Ledo engano. Nossa ideia de polícia comunitária ainda é muito incipiente. Acredita-se que a construção de bases fixas nas comunidades é o bastante para atingir o ideal de polícia comunitária. O policial não interage, apenas aguarda ser provocado. É o que tem sido feito no Rio de Janeiro com as UPPs. Isso não é polícia comunitária. Polícia comunitária tem como pressuposto uma interação amistosa e proativa com a comunidade além das questões diretamente relacionadas à segurança

pública. Mesmo uma ação mais intensa da polícia não diminui a quantidade de assassinatos. E o alagoano, ao mesmo tempo, teme o discurso bélico de candidatos em tempos de campanha eleitoral. A polícia deveria ser mais branda ou o alagoano deveria ser mais exigente no combate ao crime? Nossos gestores deveriam apostar mais na prevenção. O sucesso de qualquer política de seurança pública passa por uma reformulação do modelo que hoje é utilizado. Só assim diminuiríamos a necessidade de reação. Os municípios, por exemplo, ainda são muito negligenciados pelo Estado. São os entes com maior capacidade de articulação junto à população. Esta, por sua vez, deveria cobrar maior participação, tanto no planejamento quanto no acompanhamento da execução. Reavaliar periodicamente o que foi planejado e executado também é tarefa primordial. A realização de audiências públicas nas comunidades é fundamental. O que de pior pode existir é a formulação de políticas em segurança pública de cima para baixo. As necessidades da Pajuçara certamente não são as mesmas do Jacintinho. Isso precisa ser levado em conta. Em segurança pública, está mais do que provado nos países em que as taxas de criminalidade estão em níveis aceitáveis, não é a intensidade do Estado que faz a diferença, mas o jeito de gerir o problema.

Quem é? Francisco de Assis França Júnior, 33 anos, é advogado, graduado pela Faculdade de Direito de Maceió (FADIMA-CESMAC) em 2004, pósgraduado em psicologia jurídica em 2004, pela Faculdade de Alagoas (FAL), pós-graduado em Ciências Penais pela Rede de Ensino LFG em 2014, pós-graduando em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. É professor de Direito Penal e Processo Penal desde 2006, na Faculdade de Direito de Maceió (FADIMA-CESMAC) e na Faculdade de Administração de Alagoas (FAA), integrante da Associação Nacional de Direitos Humanos, Pesquisa e Pós-Graduação - ANDHEP e do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais - IBCCRIM. É membro da Coordenação Nacional de Acompanhamento do Sistema Carcerário Brasileiro, constituída pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil em fevereiro de 2014. Principais obras: - Cadáveres Indiscretos - segurança pública e o (ab)uso de práticas ban(d)idas em ambiente democrático. 01. ed. Maceió/AL: Viva Livraria, 2014. v. 01. 174p - O espetáculo midiático da violência na contemporaneidade e os reflexos na cultura alagoana. Inconho: Revista das Faculdades de Ciências Humanas, Jurídicas, Educação e Comunicação do Centro Universitário CESMAC, 2015. Contato: francajuniordireito@gmail. com


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PISCICULTURA

Codevasf promove peixamento no lago da Perucaba, em Arapiraca A ação tem como principal resultado a segurança alimentar das populações que dependem da pesca para alimentação

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erca de 50 mil peixes foram inseridos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no lago da Perucaba, em Arapiraca (AL), durante a edição do projeto Governo Presente, do Governo do Estado de Alagoas. A iniciativa, realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa), fortalece a atuação conjunta entre os governos federal e estadual ao repovoar esse importante recurso hídrico, que serve de lazer e estratégia de segurança alimentar de diversas famílias da capital do agreste alagoano. Uma dessas famílias é a de Maria Aparecida, que mora no entorno do lago da Perucaba. Para ela, o local representa a oferta de alimento para a família, mas o período de crescimento dos peixes deve ser respeitado como forma de garantir pescado em tamanho suficiente para todos que dependem da pesca. “Eu e meu esposo pescamos sempre aqui na Perucaba. Temos vizinhos que também vêm para pescar. A gente pesca para alimentar as crianças. Agora é importante que não tivesse pesca por, pelo menos, seis meses para que os peixes possam crescer e alimentar quem precisa”, alertou.

O superintendente regional em exercício da Codevasf em Alagoas, Pedro William, acompanhou o peixamento com diversas autoridades. Para ele, a ação tem como principal resultado a segurança alimentar das populações que dependem da pesca para alimentação. “Periodicamente, a Codevasf realiza peixamentos para repovoamento de corpos hídricos. Estamos aqui atendendo o convite do governo de Alagoas para repovoar o lago da Perucaba. Sabemos que o peixe é uma fonte de proteína de alta qualidade, o que torna de fundamental importância essas ações de repovoamento, aumentando a população de peixes e a oferta de proteínas para as famílias da região”, afirmou Pedro William. O secretário de Agricultura, Pesca e Aquicultura de Alagoas, Álvaro Vasconcelos, também destacou como um dos principais resultados do peixamento a maior oferta de alimento e a promoção da segurança alimentar das famílias que dependem do lago da Perucaba como fonte de alimento. “Esse peixamento tem uma importância muito grande, especialmente para a oferta de proteína para a população mais carente que mora próxima ao lago

Autoridades do governo do Estado e da Codevasf acompanham o lançamento, no lago, de alevinos de diferentes espécies

da Perucaba. O peixe é uma proteína bastante saudável. Esse peixamento realizado no Governo Presente, a partir da parceria entre o governo de Alagoas e a Codevasf, é importante para que a população tenha acesso a custo zero a essa proteína na mesa dos arapiraquenses”, declarou Álvaro Vasconcelos. O peixamento em Arapiraca inseriu diversas espécies de peixes como piau, xira e piabas – esta última servirá de alimento para o desenvolvimento de espécies que se alimentam de outros peixes. As espécies são produzidas no Centro Integrado de Recursos Pesqueiro e Aquicultura de Itiúba, um dos centros tecnológico e científico da Codevasf que atua na revitalização da bacia hidrográfica do rio São Francisco.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Reforma Política: a grande decepção

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m meio à decepção em que se transformou o imbróglio da Reforma Política no Congresso Nacional e entre tantas opiniões e votos em desencontro com tudo o que a sociedade esperava encontro uma voz lúcida e que vem descrever o quadro real da grande enganação engendrada e negociada nos gabinetes sujos e no plenário do Congresso Nacional. Quem conhece a Câmara e o Senado, quem conhece o comportamento dos políticos que lá fingem trabalhar não se surpreendeu e até esperava que fosse assim. Mas a maioria da população, como sempre enganada, esta sim, está indignada e disposta a sepultar todas as esperanças de mudanças para melhor na política brasileira. Segundo as palavras do deputado federal Marcus Pestana “A crônica da morte anunciada se materializou. Confirmando a profecia dos céticos, a “montanha pariu um rato”. Criou-se uma enorme expectativa na sociedade brasileira em relação a uma suposta reforma política, embora seja falso afirmar que essa demanda fosse um ardente clamor popular. A começar pela Presidente Dilma que respondeu às históricas jornadas de junho de 2013, que se deram em torno da indignação com a corrupção sistêmica e institucionalizada, da péssima qualidade da educação, da saúde, da mobilidade urbana e do transporte coletivo, propondo a tão decantada reforma política.” Em colunas passadas eu fiz esta previsão de que na reforma política tudo poderia acontecer, inclusive nada. Os senadores são os mesmos, os deputados idem. Então o que se supunha mudar? O país e a democracia brasileira precisam de uma verdadeira reforma que aproxime a sociedade de sua representação política, barateie as campanhas diminuindo o peso do poder econômico, fortaleça os partidos e as instituições, melhore o já deteriorado clima para a governabilidade e a boa governança, que hoje é conduzido pela formação de maiorias eventuais e não programáticas num detestável festival de clientelismo, patrimonialismo, corrupção, chantagens, concessões e troca de favores. Todos acham que há uma necessidade urgente de mudar, e realmente há, mas tudo continuará como está. A inércia conservadora do status quo, o medo do novo venceram uma vez mais. Fracassamos e perdemos talvez a última chance de reformar nosso sistema político, eleitoral e partidário. E conclui finalmente o deputado Marcus Pestana (que vontade que a gente também tivesse um desse): “O fracasso tem três causas básicas. A ausência de autoridade e liderança de Dilma, que está se tornando cada vez mais uma presidente fantasma, ausente. A fragmentação já excessiva do Congresso, com 28 partidos. E a guerra medíocre entre PMDB e

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Para refletir: “Tudo tem limite. O que a Segurança Pública não vai permitir é que vire uma zona” (Secretário Alfredo Gaspar sobre a confusão armada pela Marcha da Maconha)

Um fato curioso

Aqui é uma festa

Recentemente estive em Brasília e no mister de minha função de jornalista político fui ao Congresso Nacional. Como lá estava acompanhado de um amigo deputado de Minas Gerais meus contatos quase se restringiram aos deputados Rodrigo Castro, Domingos Sávio, Marcus Pestana, Paulo Abi-Ackel e Carlos Melles. Deixei recado no gabinete de três deputados de Alagoas e nenhum retornou (talvez muito ocupados ou com medo). Nisso tudo um fato me chamou atenção: entre os deputados que mantive contato e alguns jornalistas, a exceção de Mauricio Quintela, nenhum outro nome da bancada alagoana é conhecido por seus colegas e a imprensa (mostra da fragilidade de nossa representação). Quanto aos senadores os três muito conhecidos e comentados, com uma vantagem de Fernando Collor que ganha em simpatia e atuação parlamentar.

Periodicamente o prefeito Rui Palmeira e sua “trupe” realizam em bairros da periferia uma programação festiva para animar a população e no entorno da programação as Secretarias e órgãos municipais desenvolvem algumas ações para enganar os tolos, fingindo uma prestação de serviços séria, O programa demagógico não traz benefícios maiores, tampouco soluciona os principais problemas do bairro e da população. Ao encerrar a programação, amplamente festejada, continuam sem escola, sem atendimento de saúde e sem o respeito que lhe deve o poder público, que no caso é negligente e irresponsável.

Aqui é trabalho Bem diferente das ações demagógicas da Prefeitura de Maceió, o governo do Estado instalou pela primeira vez o programa “Governo Presente” que teve como sede a cidade de Arapiraca e que atendeu vasta região do Agreste. O governador Renan Filho cumpriu uma extensa agenda de trabalho com seus secretários, vendo in loco e também dando soluções imediatas às demandas encontradas. Não teve festa nem comemoração, mas muito trabalho e uma pauta realmente positiva. Entre muitas ações é de se destacar o edital para seleção de implantação de 13 escolas em tempo integral, isenção de ICMS para a Cadeia Produtiva do Leite, duplicação e restauração da AL-110, implantação do aeroporto de Arapiraca, distribuição de sementes com os agricultores da região, instalação do Centro Integrado de Segurança (base conjunta da Polícia Militar e Polícia Civil). A população percebeu e registrou que ações concretas foram levadas pelo governo do estado, sem demagogia e com vontade de fazer acontecer. Que sirva de exemplo não apenas para o prefeito de Maceió, mas para muitos que apostam no quanto pior melhor.

De olho nas estatais

Tudo tem limite Aqui os “maconheiros” saíram às ruas não apenas para propagar e enaltecer o uso e tráfico da droga, ainda proibida, mas também para fazer desordens e provocar a sociedade. O mais descabido é encontrar equivocados apoios de entidades como a OAB que em sua atual gestão tem pecado na seleção criteriosa das causas que deve defender e tem sido muito criticada. O evento foi uma bagunça e chegou para perturbar e causar confusão. A polícia agiu corretamente e dentro da legalidade para manter a ordem pública. Abusaram do direito da livre manifestação exageradamente. A polícia prendeu baderneiros e apreendeu maconha que se usava na marcha. O secretário Alfredo Gaspar foi testemunha de que jovens consumiam a droga abertamente. Indignado determinou que a polícia agisse dentro da lei para coibir e assim foi feito. Se reagiram tiveram o troco. Como diz o secretário “discutir a legalização não significa dizer que a maconha está liberada”. A maconha é droga ilícita e seu uso proibido. Tudo tem limite.

Os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, assinaram, esta semana o anteprojeto da Lei de Responsabilidade das Estatais. Na ocasião, os presidentes também assinaram um ato instituindo uma comissão mista do Congresso Nacional para analisar o anteprojeto e apresentar a versão definitiva da proposta de lei. Conforme explicaram os presidentes, o texto é apenas o ponto de partida para o trabalho da comissão, que terá como presidente o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e como relator o deputado Arthur de Oliveira Maia. Renan e Cunha ressaltaram que o colegiado terá 30 dias para concluir os trabalhos e que o projeto já deve ser votado antes do recesso parlamentar de julho. - Essa lei pretende dar respostas que a sociedade está pedindo que o Congresso dê nessa hora. Ela fortalecerá o Brasil e acabará com um mundo paralelo das estatais, que não têm controle público, que não têm acompanhamento do Congresso e que não dá respostas à sociedade – ressaltou Renan.

Partidos do “penico” Perdeu-se uma grande oportunidade na reforma política que não foi feita e agora tudo vai continuar como sempre foi ou até pior. Era a hora de acabar de vez com um punhado de partidos políticos de aluguel, sob o comando de picaretas e gatunos, que se vendem a cada eleição para as grandes legendas. Esses partidos são verdadeiras “máquinas de fazer dinheiro”, pois além da corrupção deslavada a cada pleito, a cada venda, tem também o gordo Fundo Partidário que deixa muita gente rica e ainda com tetas governistas para mamar. Mas como eles iriam acabar com uma mamata que serve à maioria dessa corruptela implantada na política brasileira? Ouvia de uma experiente figura no assunto: “O valor moral desses partidos pequenos é o mesmo do que está dentro do penico.”


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ARTIGOS

LRF: uma boa desculpa? CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

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denominada responsabilidade fiscal de gestores públicos é regulada pela Lei Complementar n. 101/2000. A salutar medida tem suporte na prática de países desenvolvidos, como os Estados Unidos, e como pressupostos a implementação de ações planejadas e transparência na execução orçamentária, com isso significando que a gestão pública não deve ser exercida aleatória e circunstancialmente, e o gestor está obrigado a divulgar tais ações, cuidando de informar a origem dos recursos, em quais empreendimentos foram os mesmos utilizados, bem como em que proporção foi comprometida a receita corrente líquida. Vê-se, então, que transparência não é apenas divulgar dados de difícil leitura e com-

preensão pelo cidadão comum e leigo em questões contábeis. Relatório com análise independente e clara deveria acompanhar a divulgação dos gastos públicos. Por que isso? As exigências têm um sentido político assaz forte, pois, a qualidade de mandatário impõe ao gestor público, ocupante de cargo eletivo ou não, o dever de prestar contas ao povo, real outorgante e detentor do poder em qualquer democracia digna do nome. Como soe acontecer entre nós, a dissociação da política de sua função cidadã atinge também a norma, constitucional e complementar, impositiva da transparência nas ações de governo. Graças ao contumaz desvirtuamento das normas legais, a LRF tem-se prestado continuadamente a que governadores neguem a concessão de aumentos e valorização do servidor público. Aqui em Alagoas não tem sido diferente do que ocorre alhures. Não importando a idade do governante - e mesmo que esse durante a campanha tenha-se exibido como jovem cuja juventude seja necessária ao rejuve-

nescimento da prática política – logo cedo revela-se entusiasta praticante de modos velhos de governar. Nesse passo, havendo apregoando a necessidade de valorização do servidor público, nega-lhe até a reposição do nível de vida corroído pela inflação; propagandeia a inauguração de escola como se tivesse operado milagre, mas não a aparelha com os recursos humanos necessários; prefere as viagens a Brasília, mesmo certo de que retornará com a cuia vazia, ao invés de tentar resolver os problemas do Estado com os próprios recursos e criar condições de desenvolvimento independente. Afora dois setores reconhecidamente esforçados na solução dos problemas alagoanos – a segurança pública e o DETRAN – o restante do governo parece paralisado, inerte, inane de ideias novas. A LRF, nesse quadro, não será apenas mais uma desculpa a encobrir a incapacidade criativa? Seja ela real empecilho, por que não praticar a verdadeira transparência, demonstrando claramente os empecilhos resultantes da lei?

Estirpe de Macunaíma IRINEU TORRES Diretor do Sindifisco Conselheiro Emérito da Fenafisco

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político eleito é a medida do caráter do povo. Na democracia, a eleição e, sobretudo, a reeleição de consabidos velhacos retratam a maioria de uma população sem caráter, estirpe de Macunaíma. De fato, a depender só do Nordeste Brasileiro, a Arena ainda hoje seria hegemônica. O Nordeste tem sido e é assim. Os governos sempre vencem nessas ensolaradas e mansas paragens do Norte. As eleições presidenciais 2014 confirmam essa verdade antropológica.Vale lembrar que, ainda ontem o PT era oposição, primeiro teve de ser governo com os votos do Sul e Sudeste para, depois, crescer eleitoralmente no Nordeste Brasileiro. Sendo governo, o PT cuidou dese revelarcoronelescamente. Ofertou “cuias de farinha”ao povo nordestino. Grosseira e perversa imitação do estilo Casa Grande e Senzala. O nordestino age de modo inverso ao das

demais populações carentes. Os habitantes de regiões com maioria populacional de renda baixa tendem votarem partidos com práticas mais democráticas e socialistas, enquanto, naturalmente, os habitantes das regiões com melhor qualidade de vida tendem votar em partidos mais conservadores. No Nordeste é diferente, o que importa é ser governo. Sendo governo o nordestino lacaio e reacionário fica a favor, tem tara de votar em qualquer governo. O nordestino pouco “se lixa” por receber “cuias de farinha” pagas com o dinheiro roubado da CONESTE PETROBRAS.O Diabo, sendo candidato “chapa branca”, venceria no Nordeste. Um absurdo sem explicação lógica. Diante da subserviência do nordestino, o PT, tal qual a antiga Arena, não se faz de rogado e faz pior: Ameaça a liberdade de imprensa; partilha o pré-sal; arromba com a Petrobras,com a Eletrobrás e com os Correios; mente a rodo; favorece o capital desonesto; assalta o BNDES; confessa que lavou e lava dinheiro roubado das estatais brasileiras no seu próprio caixa 1, data vênia a parte, na carada Justiça Eleitoral! Financiou e financia com dinheiro público narcoditadores; sucateia a agroindústria do

açúcar e a indústria em geral;reduz o salário médio real;acossa aposentados e pensionistas; entope com farinha boliviana das FARCS a juventude brasileira;usaa índole bajulatória do nordestino e, deste modo,bem amparado por um sem número de “vossas corrupcências”, venceeleições no Nordeste. “Ontem, hoje e sempre”.“Não há perigo de dar certo”.Os ricos gostarem de ser ricos é logico, outra coisa são os pobres nordestinosgostarem de ser cada vez mais miseráveis. Estupidez. Em fim, nesses dias de assumido e descarado orgulho corrupto, com lulopetistas no poder, há de se constatar que nordestino é, “antes de tudo”, um xeleléu, alcoviteiro, viciado em “cuias de farinha”, ultimamente mais em farinha boliviana, acomodado, só colhe os frutos mais baixos da árvore se algum governo, ou “deus”, o ajudar; tem preferência pelos frutos caídos, age como os abutres e as hienas,“acompanha os vencedores, come as sobras e os cadáveres dos vencidos”. É lamentável e trágico. Nós somos muitos. Mas, somos fracos que nem caldo de chimbras.


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ARTIGOS

Torço por uma nova Asssembleia JORGE MORAIS Jornalista

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ui surpreendido com um convite para um café da manhã na Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas. Surpreso não pelo café, nem pela pessoa que me convidou, por sinal, um grande profissional, o jornalista Joaldo Cavalcante, que fez escola no segmento de assessoria de comunicação, e confesso ser um discípulo daquilo de bom e diferente que já produziu em suas atividades. A surpresa ficou por conta do local: a Assembleia Legislativa. E por que disso? Em um passado não muito distante, refiro-me a oito ou quatros anos, por exemplo, não se falou coisa boa daquele poder. Foram operações e mais operações, atrasos de pagamentos, 13º salário era um bicho, folhas fantasmas; falta de condições para o trabalho, desde papel higiênico, ar condicionados quebrados, elevadores que não funcionavam, diria, quase um caos.

No Dia Nacional da Imprensa, 01 de junho, o Poder Legislativo deu às boas vindas aos colegas e distribuiu notícias aos jornalistas, como detalhou um folheto distribuído pela Diretoria de Comunicação da Casa. Causando ainda dúvidas e questionamentos ou não quanto aos seus posicionamentos administrativos e políticos, a ALE/AL prestou contas de parte dos seus trabalhos produzidos em cinco meses: Produção Legislativa - A 18ª legislatura começa com intensa produção legislativa. Os deputados estaduais já apresentaram mais de 130 requerimentos e cerca de 50 indicações. Constam, também, 62 projetos de lei e 18 projetos de resolução, além de uma PEC. A maioria em tramitação nas Comissões Técnicas da Casa. Com a votação dos vetos governamentais e a desobstrução, o presidente Luiz Dantas pretende acelerar a apreciação das matérias e limpar a pauta. Audiências públicas - Nesses quatro meses, o Legislativo realizou 16 audiências públicas. No Plenário, o povo participou de debates sobre diversos temas. Homenagem a líderes comunitários, prestação de contas do SUS por gestores públicos, obrigatoriedade do uso de simuladores de direção, esclarecimento sobre

as regras para obtenção do seguro-defeso e até sessão da CPI da Câmara dos Deputados ocorreram no plenário do parlamento alagoano. Matérias estratégicas - Como a legislatura passada não concluiu o exame, coube ao novo colegiado da Assembleia a apreciação e votação da Lei Orçamentária de Alagoas para o exercício de 2015. Com a pauta desobstruída, os deputados terão também a missão de votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO, peça legalmente indispensável para balizar a feitura da LOA referente ao exercício subsequente. São matérias estratégicas e vitais ao funcionamento do Estado. Programa Interlegis - Entre os compromissos firmados pela nova Mesa Diretora do Poder Legislativo, destaque para a reativação do Programa Interlegis, vinculado ao Senado Federal. O presidente Luiz Dantas, o vice Ronaldo Medeiros e o 1º secretário Isnaldo Bulhões estiveram com o presidente Renan Calheiros. Resultado: a Escola Legislativa já funciona e o novo Portal de Informação da Casa vai entrar em operação nesta primeira quinzena de junho. Meta é modernizar - Compra de equipamentos para dinamizar os setores da Casa e modernizar os procedimentos

administrativos. Assim a Casa já desencadeou mais de dez certames licitatórios, cujo resultado visa o melhor funcionamento de todo o processo legislativo. A FGV vai auditar a folha de pagamento. É assim que a Mesa Diretora vem cumprindo a meta de resgatar o Poder legislativo à normalidade, para garantir a transparência exigida pela sociedade. Pagando o atrasado - Pagamento de folhas de exercícios anteriores, normalização de recolhimento de encargos legais, como o INSS, e manutenção em dia da folha dos servidores. Isso sem falar na decisão da Mesa Diretora de pagar o décimo terceiro no mês de aniversário do servidor. Quem aniversariou nesses primeiros cinco meses do ano já recebeu a gratificação natalina. A Mesa regulariza as contas, mantém o diálogo e trabalha para resgatar a credibilidade na sociedade. Diante do exposto, não tenho como deixar de acreditar no trabalho que vem sendo proposto e divulgado pela Assembleia Legislativa. Acho, também, que isso é o mínimo que se pode fazer em relação a um Poder desgastado pelo tempo, olhado com desconfiança por muitos e aguardado com expectativa por todos para as mudanças que se fazem necessárias, de postura e de ações positivas para a sociedade.

da Mesa entenderam que poderiam criar centenas de cargos comissionados e usar e abusar do famoso enxerto na folha de pagamento. E lá se ia nosso suado salário para outras finalidades. Os comissionados foram crescendo, ganhando mais, até se criou uma tal de GDE – Gratificação de Dedicação Exclusiva – fato que levava os salários dos afilhados a dobrar, isto é, o valor recebido mais 100% de vantagem. Pronto. Chegamos a um verdadeiro terremoto. O Fernandinho e sua turma criaram mecanismos de se perpetuarem no poder. Foi um caos. Tomávamos cada susto incrível. Quando abríamos o jornal víamos notícias ameaçadoras. O “Fantástico” da Rede Globo veio a Alagoas, surgiu a figura da “Vassoura de Ouro”, um sobrinho do presidente morava na Austrália e recebia salário, além de outras distorções. Chegamos a ficar com medo do futuro. Para jogar água na fervura, a Mesa do Fernandinho aprovou um processo de enquadramento em 2009 e até hoje não o cumpriu na íntegra. Os aposentados nunca foram enquadrados. Há seis anos esperam pelo procedimento que seria normal. Em 2015 assume nova Mesa Diretora e

a primeira atitude tomada foi nomear mais de 500 comissionados com salários dobrados. As dívidas deixadas por Fernandinho, reclamadas pela atual direção, não foram auditadas, nem foi apresentado nenhum relatório. Para os servidores ativos e inativos o dinheiro é curto: a metade do 13º salário dos inativos foi dividido em 4 vezes, sem juros e correção; dezembro de 2014 foi parcelado em 14 vezes, também sem juros e correção; terço de férias é palavrão. Para completar o aperto financeiro, a Mesa contratou uma auditoria na folha de pagamento por um milhão e meio de reais. Ao invés de chamar os servidores para um acordo, a Mesa deixa os processos estourarem. Ganhamos o direito de receber o teto constitucional, receberemos três meses e meio de salários não pagos e vamos perseguir os valores retirados indevidamente de nossos contracheques. É impossível que as autoridades constituídas de nosso Estado não percebam os desajustes ocorridos no Legislativo durante 30 anos! Um dia a casa cai e as Mesas Diretoras passarão a obedecer às leis vigentes.

Um dia a casa cai ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

D

izia um grande advogado, meu amigo: “É melhor um mau acordo do que uma boa briga”. Foi esse moço o autor dos tão falados precatórios que estão proporcionando renda extra a milhares de servidores. Quando o duodécimo passou a ser administrado pelas Mesas Diretoras da ALE, começamos a sofrer penalidades injustas e, com a fundação do nosso Sindicato, tivemos o direito de procurar ajuda na Justiça, quando sofríamos perdas salariais inesperadas ou cortes de direitos adquiridos. Essa luta desigual vem se desenrolando há mais de 30 anos, Lembro-me da ciranda financeira que levou nossas vidas a um verdadeiro inferno no governo Sarney. Enquanto servidores federais acompanhavam a inflação de 80% ao mês, nós perdíamos nosso poder de compra, pois os dirigentes congela-

vam nossa renda mensal. Abrimos os olhos e fomos procurar advogados. O Governador que substituiu Collor tentou pagar os reajustes aprovados no governo anterior sem nenhuma correção. Foi uma esmola que revoltou os integrantes do serviço público. As injustiças foram surgindo. Não adiantava estar escrito na constituição que a gratificação de serviços extraordinários não poderia ser concedida abaixo de 50%. O Legislativo só pagava 33,3%. Reclamamos judicialmente e ganhamos mais uma vez. Alguns anos mais tarde o Estado entrou num processo miserável de decadência e os pobres sofredores públicos acumularam sete meses sem salário. Era uma loucura: companheiros vendiam casa, carro, telefone e até objetos da família para sobreviverem, Como Presidente do Sindicato da ALE assisti o sofrimento da categoria. A entidade, também, não recebia as consignações porque os salários não eram pagos. Época horrível, jamais esquecida. A cada injustiça cometida entrávamos na Justiça, pagávamos advogados e caminhávamos para uma honrosa saída. Outra paulada bem dada: os deputados


22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE JUNHO DE 2015 EMPREGO

Jovem Aprendiz atinge apenas 30% das vagas em Alagoas Empresários chegam a recorrer à Justiça para não contratarem adolescentes JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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desrespeito das empresas com a Lei da Aprendizagem faz com que Alagoas perca 8.500 vagas destinadas aos adolescentes para o ingresso no competitivo mercado de trabalho. Atualmente, 3.500 jovens fazem parte do “Jovem Aprendiz” no estado, e caso empresários cumprissem a legislação, esse número aumentaria para 12 mil oportunidades. Segundo o superintendente regional do Trabalho e Emprego em Alagoas (SRTE-AL), Israel Lessa, algumas empresas chegam até a entrar na justiça para se absterem de contratar um estudante. “Alegam falta de dinheiro, o perigo de expor o jovem à atividade e outras desculpas. E muitas vezes, os empresários vencem, como aconteceu com as administradoras de condomínios”, contou. Pela lei, as empresas de médio e grande porte devem contratar jovens de 14 a 24 anos, para capacitação profissional (prática e teórica), cumprindo cotas que variam de 5% a 15% do número de funcionários efetivos qualificados. No entanto, é facultativa a contratação de aprendizes pelas microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). “O Ministério do Trabalho tem lutado para que as empresas cumpram essas exigências. Em Alagoas, apenas 500 têm cumprido a lei. Mas é necessário conscientizar os empresários que a contratação de um

jovem é vantajosa para ambos, tanto pelo lado social quanto para a empresa, que terá formado um funcionário”, explicou Lessa. Outro pensamento dos empresários destacado pelo superintendente é que a contratação de um jovem é um custo a mais além dos impostos. “Acham que a inclusão social não é papel deles, e sim, do governo”. A meta da Superintendência de Alagoas é aumentar para seis mil o número de jovens aprendizes no estado até o fim de 2015. A contratação do jovem é feita a partir do Sistema S (Senai, Senac, Senar, Senat e Sescoop) e pelo CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola). FALTA DE EFETIVO PREJUDICA FISCALIZAÇÃO Além da falta de interesse de muitas empresas, o superintendente acredita que a defasagem de auditores fiscais em Alagoas colabora com a precariedade de vagas. A SRTE-AL conta com 39 auditores para a fiscalização de empresas nas 102 cidades, sendo 28 fazendo os trabalhos externos enquanto o restante se dedica ao administrativo. Para ter um trabalho eficiente, Lessa estipula que seriam necessários mais 20 auditores para cobrir o estado. “Assim, conseguiríamos atender e alcançar todas as empresas em Alagoas e para fiscalizar depósitos de Fundo de Garantia, entre outras exi-

Israel Lessa afirma que falta consciência por parte do empresariado

gências”. Um efetivo adequado poderia mudar o destino de cerca de 60 mil crianças e adolescentes, de 7 a 17 anos, que trocaram as brincadeiras e estudos pelo trabalho. São jovens que trabalham em feiras livres, abatedouros e comércios na ilegalidade. “Com base em dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged) e da Relação Anual de Informações

Sociais (Rais), vimos que há vagas sobrando para os adolescentes estudarem e aprenderem uma profissão. Já as crianças deveriam estar mesmo é na escola”, destacou. VANTAGENS E DETERMINAÇÕES De acordo com Lessa, contratar um jovem aprendiz na empresa, além de se en-

quadrar à legislação, tem suas vantagens. “Treinar o aprendiz é proporcionar a qualificação profissional para uma futura efetivação e a possibilidade de efetivação do adolescente após completar 16 anos, já que conhecerá bem o funcionamento da empresa e as atividades a serem executadas”, disse. Ainda há outros benefícios como o crescimento da imagem da empresa junto à sociedade e aumento do desempenho e da solidariedade dos colaboradores que participam diretamente no desenvolvimento dos jovens aprendizes. O jovem aprendiz tem que estar matriculado em um programa de aprendizagem numa ONG, escola técnica ou Sistema S e passar pela aprendizagem teórica em alguma dessas instituições para colocar em prática em alguma empresa. A todo estudante que tiver concluído o curso de Aprendizagem com aproveitamento será concedido, um certificado de qualificação profissional. O programa tem por objetivo atender jovens em situação de vulnerabilidade social, regularmente matriculados ou concluintes da rede pública de ensino, inclusive portadores de deficiência. Segundo a lei, o maior de 14 anos pode desempenhar todas as atividades, desde que com o acompanhamento de um empregado monitor, responsável pela coordenação de exercícios práticos pelas atividades do aprendiz no estabelecimento e em conformidade com o programa de aprendizagem.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Coisa antiga

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corrupção no futebol não é de hoje, mas o diferencial do momento é que, investigada pelo FBI, a surpresa foi constatar o tempo da sua prática, desde 2011 e com penetração em países se propondo a sediar a Copa do Mundo. E brasileiros envolvidos.

Bom momento Torcedores discutem, mas não arriscam ainda palpite sobre campeões do Brasileiro na temporada, séries A, B e C. Argumento é que as rodadas estão no inicio e pelo equilíbrio técnico dos times só dá para opinar com o coração e aí o meio campo embola.

E tem mais No extermínio da zebra nos estádios, razões analisadas por chefes das torcidas, tiveram pontuação positiva à qualidade do gramado, equilíbrio técnico dos times, arbitragem, os jogadores mais conscientes e torcedor considerando a má sorte desculpa amarela.

Arrumando a casa Atenção nos lados azulino pontua positiva para o empenho da diretoria e conselheiros e razão o planejamento para 2016 e da razão a proximidade da eleição da diretoria em setembro. A volta por cima é entendida pela velha guarda como “questão de honra”.

Deixa dúvida Rogério Ceni agenda aposentadoria no São Paulo para dia 26 de agosto, mas torcedores estão na figa para que transfira a proposta para mais adiante. Data decidida coincide com o clássico São Paulo x Cruzeiro em Belo Horizonte. Mas tem tempo para repensar a data.

Explica mas...

Programação

De Rogério Ceni: “Tenho contrato até 6 de agosto e confesso que ainda não conversei com ninguém, mas gostaria de ter meu último jogo em casa, no Morumbi. Claro, que não dá para saber ainda da parte física, mas, em tese, não gostaria de terminar jogando fora de casa”.

Nesta sexta-feira a seleção viaja do Rio para São Paulo e no domingo enfrenta o México, às 17 horas, dia 10, Honduras em Porto Alegre, mas às 22 horas de terça-feira viaja para o Chile e estreia dia 14 na Copa Sul Americana contra o Peru. Nos outros jogos da chave C, de classificação, pega a Colômbia (dia 17) e a Venezuela (dia 21).

Corrida de rua Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel) programou para esta sexta-feira, 5, a primeira etapa do Circuito Popular de Corridas de Rua de Maceió. A prova coincide com os 200 anos da cidade e motiva otimismo haver, no mínimo, mil participantes.

Corrupção

Futebol feminino Gustavo Feijó, presidente da Federação Alagoana de Futebol, abre contagem regressiva para 17 de julho e pauta a presença, em Maceió, de Antônio Gustavo Ribeiro, técnico da seleção brasileira de futebol feminino. Propósito: avaliar 34 jogadoras aprovadas em maio, em jogos seletivos.

Copa América A seleção brasileira iniciou preparativos para a Copa América 2015 e faz um amistoso neste domingo, no Maracanã. Dunga, na convocação, manteve a base que começou a trabalhar desde a Copa do Mundo. Mas se propõe a dar oportunidade a “sangue novo”.

Novato Geferson, 21 anos, lateral-esquerdo do Internacional, chamado por Dunga, foi surpresa na convocação e substitui Marcelo, do Real Madrid, contundido. Geferson não escondeu a surpresa e disse que não conhece ninguém do Brasil, inclusive Dunga.

Confiante Na primeira entrevista, Geferson comentou sobre a carreira e mostrou confiança de ser recebido de braços abertos pelos jogadores. E do otimismo: “Também sei que serei feliz nesse grupo”. Gilmar Rinaldi, diretor da seleção, foi quem o informou da convocação.

A investigação do FBI na FIFA foi bem-vinda. Isso na análise de torcedores e óbvio que todos indignados. A preocupação, contudo, motiva expectativa para o próximo campeonato mundial. Da desconfiança? O interesse de tantos países para sediar os jogos. Entre eles o próprio Estados Unidos.

Sangue novo As experiências que Dunga faz na seleção têm aval de torcedores pelo momento permitir e além do Mundial vêm pela frente as Olimpíadas. Questão teve a ver com a convocação de Geferson, Fred, meia do Shakhtar Donetsk, e Felipe Anderson, jogador do Lazio. Dunga, vale observar, além de técnico da seleção principal comanda também a olímpica.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Dor no bolso

em Alagoas tá tudo bem?

Jaraguá

B

rasileiros, em março, gastaram R$ 1,5 bilhão com viagens ao exterior, mas montante é 18% abaixo dos gastos no mesmo período de 2014. Economistas, contudo, analisam a retração como natural e argumento é a alta do dólar alcançando média de 35%%.

Jaraguá, bairro protagonista de atos socioeconômicos importantes na história de Maceió, a ponto de ter sido tombado pelo Patrimônio Histórico, hoje está literalmente no abandono. Exceção apenas a área onde fica o Centro de Convenções. Mas somente um trecho curto das imediações.

Cartão de crédito

Cumprem horário?

Contrair dívida no cartão de crédito ou cheque especial não é recomendável neste momento. Advertência é de economistas e recomendação para quem tem débito é se livrar dele o mais depressa possível. Pesquisa recente registrou as maiores taxas de juros do momento. Recomendação no comércio é para “segurar preços e baixar a demanda”.

Habituais usuários de transporte coletivo, linhas no trecho de Maceió a cidades vizinhas, como Marechal Deodoro, Pilar e Atalaia, sinalizam no “lastimável” fiscalização desatenta ao horário, passageiros além do máximo determinado e também o excesso de carga.

Ranking

SOS pedestre Avenida Dona Constança, sinalizada, não motiva queixa à SMTT e razão é não permitir veículos estacionados no meio-fio, lado direito, afunilando espaço da pista, à exceção dos ônibus. Questão da perda de cliente por lojistas não é razão, pois quem trafega no trecho a opção de compra não são o shopping e supermercados?

Bem recebida

Vale anotar também: o Brasil se posiciona pelo quarto ano seguido na liderança mundial das estatísticas de homicídios tendo como vítimas lideres ambientalistas. Informação divulgada foi levantada pela ONG Global Witness, considerada uma das mais respeitadas no mundo.

Ocorrências de rua, hoje, são atos isolados.

Chumbo grosso

Luís Fachin, aprovado para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Congresso, teve aval positivo de lideranças das áreas jurídicas em Alagoas. Argumentos favoráveis foram “saber acadêmico” e os livros (40) escritos por ele e ligados às áreas do Direito.

Para anotar: em Brasília uma discordância que começa a dar mostras abertamente tem a ver até onde possa chegar a insistência do deputado Eduardo Cunha tentando dar um troco na presidente Dilma Rousseff como demonstração de força. Teria um incentivo de Fernando Henrique Cardoso?

Sinal de alerta

Merece atenção

A carne que frigoríficos brasileiros importam para a Rússia foi colocada sob suspeita de oferecer um “significativo grau de risco”. Mas tem pergunta: a que o brasileiro consome tem a mesma qualidade? Ou inspeção feita pelos russos em março não merece atenção?

Habituais afrontadores das leis, confiantes na impunidade, devem ficar atentos para não acabarem no xilindró. Advertência é de trabalhadores, de fato, e tem a ver com ações da Polícia Federal e do Ministério Público confirmando Brasil afora que lugar de bandido é na cadeia. Não importa se usa colarinho branco.

Haja partidos Tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedidos para registro de novos partidos políticos. A dúvida é sobre quantos (falam em 60) vão estar registrados a tempo de participarem das eleições municipais de 2016. De cadastrados no momento só 26.

Pega fogo A insatisfação com a administração petista, no Planalto, dá sinais de extrapolar a paciência do cidadão com o governo e, paralelo, sobram críticas para o Congresso, o Senado em especial. Mas não a ponto de acreditar na volta dos atos estilo povo unido jamais será vencido.

Contagem regressiva Este mês (junho), último do semestre, é para inicio da contagem regressiva para 2016 e quais as medidas que o alagoano lembra como de melhora na situação do Estado e dele próprio? Pergunta é para o Palácio dos Martírios, ocupado por Renan Filho (PMDB).

Caça fantasmas A Receita Federal fez recente uma operação para identificar notas fiscais “frias” e suspeitas de emissão por empresas que legalmente não existem. Mas um senão: operação foi em São Paulo, por isso não custa perguntar:

Expectativa O Ministério Público Federal não surpreenderá se vier a dar andamento aos processos envolvendo políticos com mandatos em Brasília acusados em inquéritos instaurados pela Polícia Federal. A informação pode até ser fogo de palha, mas vale lembrar que “onde há fumaça


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Poluição do ar

Alterações climáticas e a Cannabis

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Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou, no fim do mês de maio, uma resolução que faz uma chamada para os países redobrarem seus esforços de redução dos impactos da poluição do ar. Cerca de 3,7 milhões de mortes são atribuídas à contaminação lançada ao ar livre, enquanto 4,3 milhões de mortes são resultantes de contaminação de ambientes mal ventilados. Segundo a OMS, a poluição atmosférica no Brasil será a causa de 250.000 mortes nos próximos 15 anos.

Segundo pesquisadores, a Cannabis consegue prosperar em condições de escassez de água e com altas concentrações de CO2. Eles acreditam que os alcaloides presentes na maconha se concentram mais em climas quentes, a exemplo do tabaco e da coca. Algumas pesquisas indicam que até mesmo suas propriedades psicotrópicas são potencializadas em condições estressantes.

Baleias azuis

Reciclagem da água do banho Batizada de Showeair, a invenção do engenheiro Pedro Ricardo Paulino une o útil ao rentável. Recicla a água que cai pelo ralo e realimenta a ducha. Dois filtros purificam a água com raios ultravioletas e ozônio, e com uma bomba, a água volta ao chuveiro. Terminado o banho, a água vai para o reservatório do vaso sanitário, diminuindo o consumo de água da descarga. E como a água que circula pelo sistema já foi aquecida na primeira vez em que passou pelo chuveiro, o banho gasta menos energia: a economia estimada é de até 70%. O chuveiro custa em torno de R$ 8 mil a R$ 15 mil e ainda não foi lançado no mercado.

As colisões entre baleias azuis e navios são cada vez mais frequentes e podem explicar porque a população de baleias azuis permanece baixa. Pesquisadores da Endangered Species Research concluíram através de um estudo que as gigantes azuis não sabem como reagir quando se veem diante de grandes navios, porque em sua escala evolutiva elas não têm predadores. Uma baleia deve mergulhar cerca de 30 metros para escapar de um navio em movimento. As baleias observadas no estudo afundaram a apenas cerca de meio metro por segundo, o que não era rápido o suficiente para sair da rota de um navio. Os pesquisadores esperam descobrir formas de minimizar o risco de colisões ou diminuir a velocidade.

Costa Rica e energia renovável Desde o começo do ano, a Costa Rica não usa combustível fóssil para obter energia. Alguns motoristas ainda usam em seus carros, mas nas casas, indústrias e empresas, toda a energia empregada é de origem renovável. Isso aconteceu devido a um ano de cheias, que manteve as hidrelétricas ocupadas. A produção de energia tem sido tão grande que toda a energia prevista para o ano de 2015 já está coberta. Outras fontes de energia como a eólica, solar e geotermal também estão sendo empregadas para substituir carvão, gás e petróleo. Os costarriquenhos gostaram da novidade: estão pagando 12% a menos na conta de luz.

Drones para semear árvores A startup do americano Lauren Fletcher, BioCarbon Engineering, desenvolveu um projeto que utiliza a tecnologia dos drones para mapear, plantar e monitorar o crescimento de mudas de árvores. Os drones descem a dois ou três metros acima do solo e lançam uma espécie de casulo, que contem sementes pré-germinadas, cobertas por um hidrogel com nutrientes. O veículo aéreo tem capacidade para plantar dez sementes por minuto. Fletcher acredita que será possível plantar 36 mil mudas de árvores por dia. Ele sonha em semear 1 bilhão de árvores por ano.

Ciclovia solar O projeto SolaRoad criou na Holanda uma ciclovia protótipo que capta luz solar e a transforma em energia elétrica. Em seus seis meses de teste, gerou energia suficiente para abastecer uma casa com eletricidade por um ano. Com 7 quilômetros de extensão, a ciclovia é feita de uma base de concreto que varia de 2,5 a 3,5 metros de largura coberta por uma camada de células solares de silício. O sistema gerador fica protegido por uma placa de vidro temperado resistente às pedalas dos ciclistas e, segundo os criadores, forte o suficiente para suportar até mesmo o peso de um caminhão.


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SERVIÇO

Metade dos brasileiros não usa cinto de segurança no banco de trás Apenas 50,2% da população têm o hábito de colocar o cinto no banco traseiro, embora a utilização deste item de segurança reduza mais o risco de morte no trânsito; também chama a atenção o baixo índice do uso de capacete na zona rural, de 59%

M

uitos brasileiros ainda não têm o hábito de usar o cinto de segurança no banco de trás. Pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que apenas 50,2% da população afirmam sempre usar o cinto quando estão no banco traseiro de carro, van ou táxi. Os entrevistados mostram mais consciência quando está no banco da frente, em que 79,4% das pessoas com 18 anos ou mais dizem sempre usar o item de segurança. Contudo, o cinto na parte traseira do veículo reduz mais o risco de morte, pois, em uma colisão, impede que o corpo dos passageiros seja projetado para frente, atingindo o motorista e o carona. O uso do cinto de segurança no banco de trás é ainda menor na zona rural, onde 44,8% disseram ter o hábito de colocar o cinto. Entre as regiões, Norte e Nordeste registram os índices mais preocupantes, 36,7% e 39,5%, respectivamente, enquanto os moradores da região Sul demonstraram ter mais consciência da importância deste item de segurança. Lá, 65,1% das pessoas com 18 anos ou mais disseram sempre usar cinto no banco de trás. O cenário nas regiões se repete quando o assunto é utilizar o cinto no banco da frente: Norte e Nordeste apresentaram os menores índices (67,2% e 66%) e Sudeste e Sul os maiores (86,5% e 86,2%). “Ao utilizar o cinto de segurança no banco de trás, o passageiro também está protegendo o motorista e o carona, as pessoas que estão na frente do carro. O uso do cinto de segurança no

banco da frente e, principalmente, no banco de trás pode evitar muitas mortes. Milhares de pessoas perdem suas vidas no trânsito e o uso dos itens de segurança pode reduzir essa estatística. O Brasil também está buscando cada vez mais fortalecer a nossa ação no campo da prevenção e do monitoramento. Essa é uma discussão que o Ministério da Saúde vem fazendo junto com outros órgãos do governo”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) mostra que o cinto de segurança no banco da frente reduz o risco de morte em 45% e, no banco traseiro, em até 75%. Em 2013, um levantamento da Rede Sarah apontou que 80% dos passageiros do banco da frente deixariam de morrer se os cintos do banco de trás fossem usados com regularidade. Os dados integram o segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) feita em 64 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o país entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014. O estudo é considerado o mais completo inquérito de saúde do Brasil e traz dados inéditos sobre vários aspectos, entre eles, acidente no trânsito, acesso aos serviços de saúde (atendimento e medicamentos) e violência. A pesquisa serve de base para que o Ministério da Saúde possa traçar suas políticas públicas para os próximos anos. Durante o levantamento, foram coletadas informações sobre toda a família a partir de entrevistas com cerca de 205 mil indivíduos em domicílio, escolhidos por meio de sorteio entre

os moradores da residência para responder ao questionário. Uma terceira fase da pesquisa trará informações resultadas dos exames de sangue, urina e aferição da pressão arterial dos brasileiros.

USO DE CAPACETES Também preocupa o percentual de pessoas que vivem na área rural que deixam de usar o capacete quando estão como passageiros em motocicletas. Do total de entrevistados, 80,1% afirmaram usar capacete mesmo quando não estão dirigindo, mas esse índice cai para 59% se consideramos somente os moradores da área rural. A pesquisa revelou ainda que 4,4 milhões (3,1%) de brasileiros sofreram acidente de trânsito com lesões corporais nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa. O número é maior entre os homens 4,5% e 1,8% mulheres. Do total de pessoas que sofreram acidentes, 47,2% deixaram de realizar atividades habituais, 7,7% tiveram que ser internadas 15,2% tiveram sequelas ou incapacidades. No Brasil, 42,2 mil pessoas

morreram por conta de acidentes de trânsito em 2013, sendo 12.040 envolvendo motocicletas. Foram registrados no ano passado, mais de 127 mil internações por conta desses acidentes, o que representa um gasto de R$ 183,1 milhões para o SUS. Os acidentes por moto responderam por 83,4 mil internações. O Ministério da Saúde está propondo uma série de ações intersetoriais para a promoção de uma política específica de prevenção aos acidentes de trânsito, principalmente moto. Entre as propostas que estão em estudo, destaca-se o uso de equipamentos, a melhor capacitação para habilitação e ações na área de fiscalização. Essa discussão será levada para o 2º Road Safety, Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, que será realizado no Brasil em novembro com o objetivo de repactuar metas e traçar novas estratégias do governo e da sociedade para garantir a segurança da população e salvar milhões de vidas.

VIOLÊNCIA Ao abordar a questão da vio-

lência, 3,1% da população afirmaram terem sofrido alguma violência ou agressão de pessoa desconhecida nos últimos 12 meses anteriores. Homens sofrem mais agressão por pessoas desconhecidas (3,7%) e as mulheres são as maiores vítimas de agressão por pessoas conhecidas (3,1%). Do total de pessoas que sofreram violência, 20,9% tiveram alguma lesão corporal devido à violência ou agressão por pessoas desconhecidas, sendo mais da metade homens (28,6%) e 11,4%, mulheres. Um grupo um pouco menor (17,9%) diz ter recebido algum tipo de assistência de saúde. As mulheres foram as que mais buscaram assistência, 20,8%, enquanto esse índice entre os homens foi de 12,3%. Uma ação importante voltada à violência contra a mulher foi anunciada este ano pelo governo federal. Portaria assinada pelo Ministério da Saúde, da Justiça e pela Secretaria de Políticas para as Mulheres estabelece novas diretrizes para a integração do atendimento às vítimas de violência sexual pelos profissionais de segurança públicas e de saúde do SUS. O objetivo é implementar em âmbito nacional o registro de informações e a coleta de vestígios durante o atendimento às vítimas nos em hospitais, tornando a assistência mais humanizada e reduzindo a exposição da pessoa que sofreu violência. O registro de informações e coleta de vestígios no momento do atendimento em saúde também contribui para o combate à impunidade, com a realização de exames nas primeiras horas após a violência.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Frota parou de rejuvenescer

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os últimos anos a frota brasileira de veículos, além de aumentar pela grande expansão do mercado interno, passou por rejuvenescimento. Mas essa tendência começou a ser revertida no ano passado, quando as vendas declinaram 9%, incluídos veículos leves e pesados. Segundo estudo do Sindipeças, a idade média de toda a frota circulante de 41,5 milhões de unidades (não confundir com os números irreais do Denatran) passou de 8 anos e seis meses em 2013 para 8 anos e 8 meses em 2014. Em 2007, por exemplo, os veículos em circulação tinham em média 9 anos e dois meses. Em um país que não implantou um programa nacional de inspeção técnica veicular uma frota mais nova ajuda em termos de segurança, pois teoricamente compensa, em parte, as falhas por falta de manutenção regular. A taxa de motori-

zação do Brasil também parou de subir como antes. Desde 2004 o número de habitantes por veículo vinha melhorando entre 0,2 e 0,5 indivíduo por carro, anualmente. No entanto, o índice de 5 habitantes/veículo de 2013 passou para 4,9 em 2014, indicando praticamente estagnação. Mesmo em países como Argentina e México esse índice fica em torno de 3,5 habitantes/ veículo, o que comprova que ainda estão bem à frente em termos de população motorizada. Em termos globais estimase que o planeta tenha, hoje, cerca de 6 habitantes/veículo. Nos EUA, esse indicador é de apenas 1,2 habitante/veículo. Com o forte recuo da comercialização de veículos novos em 2015 – estimada entre 13% e 19% – o Brasil, além de continuar a ter sua frota envelhecendo, vai dar marcha à ré em termos de população mo-

torizada. Assim, mesmo com índice de natalidade em baixa, mas ainda positiva (o País terá cerca de 205 milhões de habitantes no fim deste ano), nossa taxa de motorização deve piorar em vez de melhorar. Projeções otimistas feitas anos atrás indicavam que em 2015 se alcançariam 4 habitantes/veículo, mas o cenário aponta que o Brasil sofrerá um retrocesso para pouco mais de 5 habitantes/veículo. O número de brasileiros com carro evoluiu extraordinariamente nos últimos 50 anos, quando existia apenas um veículo para cerca de 20 pessoas. E isso se deu pela combinação de aumento de poder aquisitivo e diminuição dos preços. Aliás, sempre que se reabre a velha discussão ao comparar preços no Brasil e no exterior, levanta-se argumento de que o carro lá fora é barato porque o comprador precisa de menor

pitstop

Nova central multimídia da Volks estreia com o Fox 2016

Motor 1.0 de três cilindros passa a equipar versões de entrada. Ar-condicionado agora é item de série em todas as versões.

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Volkswagen apresentou na ultima terça-feira (2) a linha 2016 do Fox. Sem mudanças visuais, a principal alteração fica por conta da nova central multimídia, com possibilidade de espelhamento de aparelhos móveis com os sistemas operacionais Android, do Google e iOS, da Apple. Também houve mudança nos equipamentos e versões. Todas as versões passam a ter, de série, ar-condicionado. Os preços começam em R$ 42.890 (versão Trendline). Além disso, houve

uma redução na oferta de opcionais, para simplificar a escolha do cliente. Nas motorizações, o motor 1.0 de quatro cilindros, antes disponível nas configurações Trendline e Comfortline deixa de ser oferecido. Em seu lugar, entra o propulsor de três cilindros, já oferecido na versão BlueMotion. Ele desenvolve até 82 cavalos, com etanol, contra 76 cv do quatro cilindros. Além da potência maior, há tecnologias como duplo comando de válvulas, variável na admissão, bloco de alumínio e sistema de partida a frio. Conectividade O Fox 2016 estreia uma nova tecnologia da marca, chamada de App Connect. Trata-se do primeiro veículo vendido no país a contar com

espelhamento de tela do celular para as tecnologias Android Auto, CarPlay e MirrorLink. Com a central, é possível fazer ligações, receber e enviar mensagens, utilizar aplicativos de redes sociais e música e fazer D a tela do carro como browser. Já com os aplicativos da própria Volkswagen, da pra encontrar estacionamentos próximos, criar um registro de como o motorista dirige, além de outras funções. Aparelhos Android e iOS ainda possuem aplicativos próprios. Sem Waze e Android Auto Como a tecnologia Android Auto ainda não está disponível no Brasil, os aparelhos Android ainda devem utilizar o MirrorLink.

RODA VIVA número de salários mensais para adquiri-lo. Isso é óbvio e se aplica a qualquer produto, sem influenciar na formação de preço porque qualquer bem tem um custo a ser coberto pela venda. Numa comparação extrema, um automóvel teria que ser vendido por um quinto do seu preço original em um país pobre da África, por exemplo. No entanto, há outra comparação que pode ser feita. Em 1965, um Fusca 1200, automóvel mais barato à época, custava o equivalente a 83 saláriosmínimos. Nos últimos 20 anos houve recuperação salarial importante, mas os preços caíram muito mais em razão do crescimento da escala de produção e da concorrência. Hoje, com o valor de um Fusca de 50 anos atrás dá para comprar quase um Corolla básico, por exemplo, cujo preço de tabela é pouco maior do que 83 saláriosmínimos.

GENERAL MOTORS promete resolver, dentro um ano, a incompatibilidade entre sistemas operacionais para automóveis dos gigantes da telemática. Sua estratégia de integração total (inclusive Waze) com telefones inteligentes pelo MyLink, permitirá comunicação com Car Play, da Apple e Android Auto, do Google. De início, para modelos americanos e europeus.

Outro aplicativo que ainda não é permitido no país é o Waze, já que o programa possui interação com outros usuários, e pode causar a distração dos motoristas. Há uma alternativa, entretanto. A Volks disponibiliza um programa semelhante, chamado de Sygis, que também fornece informações de trânsito em tempo real. As centrais são oferecidas como opcionais a partir da versão Trendline. A opção sem navegação e comandos de voz sai por R$ 2.150, e com navegação, R$ 2,9 mil. Os modelos estarão nas lojas na próxima semana.

MAIS OPÇÕES de motores estão disponíveis no Audi Q3 2016. Além do 1,4 L turbo de 150 cv (será flex quando a versão nacional for lançada dentro de um ano), são duas escolhas no 2 L turbo: 180 cv e 220 cv. No total, cinco versões de acabamento. Há retoques nos para-choques, novos faróis de xenônio e lanternas traseiras com LEDs.

PREÇOS Fox Trendline 1.0 (82 cv) - R$ 42.890 Fox Comfortline 1.0 (82 cv) - R$ 45.490 Fox BlueMotion 1.0 (82 cv) - R$ 45.790 Fox Trendiline 1.6 (104 cv)- R$ 46.390 Fox Comfortline 1.6 (104 cv) - R$ 48.990 Fox Highline 1.6 (120 cv) - R$ 53.490 Fox Pepper 1.6 (120 cv) - R$ 54.120 Fox CrossFox 1.6 (120 cv) - R$ 62.490

ALGUÉM AINDA tem dúvida sobre o avanço dos motores de 1 litro de cilindrada e três cilindros? Na linha Fox 2016, lançada esta semana, motor de quatro cilindros de 1.000 cm³ foi substituído pelo três-cilindros/82 cv (etanol). No novo Gol, no início de 2016 também será assim e ainda no substituto do Mille, no próximo ano, a ser produzido em Betim (MG). MERCEDES-BENZ seguiu a estratégia da BMW de antecipar motores turboflex para os atuais importados Classes A e B, além do GLA e do CLA. Motor de 1,6 litro entrega 156 cv e 25,5 kgfm, gasolina ou etanol, para melhorar o consumo relativo do combustível renovável. Sistema desligar-religar o motor em paradas funciona com etanol (nos BMW, não).

A PARTIR de outubro de 2016 (dessa vez não deve ter adiamento...) todos os pneus à venda no Brasil deverão ser etiquetados. Haverá anotações de eficiência energética para menor consumo de combustível, aderência em piso molhado e ruído de passagem. Fabricantes de pneus, porém, adicionam critérios próprios que chegam a 60, informa a Goodyear.


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ARTIGO

Exmo. Sr. Dr. Ruy Palmeira, prefeito de Maceió JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

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rimeiramente, gostaria de me declarar como merecedor de respeito, sou trabalhador e não tenho manchas morais. Os que me conhecem, os que já trabalharam comigo e os que leem meus artigos, já sabem que não gosto de fofocas, que sou sincero nos meus pronunciamentos e que, também, sou respeitador, tanto das autoridades, como dos estranhos e amigos. Gostaria que vossa excelência compreendesse as palavras que aqui ficarão registradas, não como insulto, não como desrespeito e sim como ouvinte e como observador. Falam muito sobre a fortuna que vossa excelência gasta com as propagandas

insistentes e diárias. Inclusive, que vossa excelência já torrou todas as verbas que seriam para todo o ano de 2015 e que passa o dia nas rádios, dando entrevistas. Falam nas toneladas de lixo acumulado nas praças, nas ruas e nas avenidas. Sejam ou não verdades, prefeito, eu estou servindo de intermediário, entre inúmeros amigos e leitores, para que o senhor saiba que, nem tudo é visto como bom para o povo. Alguns amigos e leitores, me cobram as promessas de vossa excelência, para resolver os problemas do nosso Sistema de Transporte Coletivo de Passageiros de Maceió. Por que eles me cobram? Cobram, porque eles já sabem que eu passei mais de 40 anos com atividades profissionais ligadas a transportes e trânsito. Alguns amigos e leitores, sabem que eu me interessei por esses assuntos, durante 22 anos como Diretor da Divisão de Transito

do DER/AL. Sabem que eu fui assessor de planejamento do Detran/Al. Sabem que eu já fui Presidente do Conselho Estadual de Transito; sabem que eu já fui Assessor Especial de Transportes da SMTT; sabem que eu já fui conferencista num Congresso Nacional em Salvador, com a presença de 400 coongressistas de todo o Brasil; sabem que eu sou autor do livro “Quem Paga a Batida?”, sabem que eu sou autor das placas de “Estacionamento Proibido”, de “Estacionamento Permitido” de “Contra-Mão” e de “Início de Preferência”, todas constantes do Código de Trânsito Brasileiro. Alguns sabem que eu já escrevi mais de 100 artigos sobre trânsito e, sabem que eu já fiz 37 palestras em Lions, em Rotarys e em Escolas de Maceió. Desculpem a minha falta de modéstia, mas, eu precisava dizer tudo isso, já que me cobram, constan-

temente, pelas promessas de vossa excelência, sobre as licitações para as linhas de coletivos de Maceió. Povo está lembrado, prefeito e, não aceita ser enganado, zombado e blefado. O que está acontecendo, prefeito? O povo precisa saber, por que juízes, procuradores, empresários de transportes coletivos e o povo de um modo geral, estão sendo enganados. Ora, as licitações estão sendo prometidas desde o início do Governo de vossa excelência, inclusive, desde os governos dos seus antecessores. O que está havendo, prefeito? Diga ao povo. Nós queremos saber!!!. Cadê as licitações, cadê as tão badaladas “consultas públicas” que já foram realizadas? Cadê as tais de “mobilidades” tão faladas e, onde já foram gastos milhões de reais? Tomara que não aconteça, o que já me disseram! Cuidado em um dos seus auxiliares!!!!!


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

A guerra começou

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pós superar a crise que se abateu sobre a sua administração, que culminou com atraso de salários, a prefeita Célia Rocha ganhou um novo fôlego e tomou as rédeas da administração com apoio do filho Daniel Rocha, que apesar de jovem tem uma boa bagagem e larga experiência na vida pública. Daniel já foi vereador e secretário municipal de Arapiraca em duas gestões.

Fogo amigo

em grandes aliados.

Novos nomes Para conquistar a reeleição, a prefeita Célia Rocha deve estender a sua batalha para fora das paredes do Centro Administrativo. Atualmente, dois nomes despontam como pré-candidatos a prefeito: empresário Adoniran Guerra e o deputado estadual Tarcizo Freire. São nomes, sem dúvida, que devem ser levados a sério, pelo poder de fogo que possuem.

Célia Rocha, no entanto, não pode se desvencilhar do seu ritmo de trabalho, mas deve estar atenta a algumas manobras políticas dentro da própria casa. Vejamos: O vice-governador e atual secretário de Educação, Luciano Barbosa, mantém os tentáculos firmes e fortes na sua administração com o habilidoso vice-prefeito, Yale Fernandes, que é do mesmo partido de Barbosa, o PMDB. Fernandes, por sua vez, controla algumas Secretarias, como a de Comunicação – por exemplo, e possui bases sólidas no primeiro e segundo escalão do governo.

Poder de fogo

Sede de poder

O publicitário Yale Fernandes é de uma família tradicional de Arapiraca e chegou a ser vice-prefeito por intermédio da própria prima-prefeita Célia Rocha, contrariando o “aliado” Luciano Barbosa que queria como vice o sócio Paulo Sérgio, ex-superintendente da Caixa Econômica Federal em Alagoas. Célia conseguiu se eleger numa difícil disputa, cheia de altos e baixos. Mas logo teve uma decepção: o seu vice mergulhou de cabeça nos braços de Barbosa. Hoje eles

Como profissional da política partidária, Luciano tem sede de poder e sonha voltar a controlar a Prefeitura mais importante do interior. Se a prefeita não estiver bem na condução da administração municipal ele não hesitará em empurrar goela abaixo o seu candidato. O problema, no entanto, é como controlar o governador Renan Filho, que já estendeu a mão para a prefeita arapiraquense e estão se transformando

Adoniran Guerra ganhou notoriedade por ter sido o principal articulador da construção do Arapiraca Garden Shopping e pela amizade com grandes empresários de dentro e fora de Alagoas. Freire, por sua vez, é um político popular, corajoso e sem medo de falar a verdade. Foi vereador por cinco mandatos e se elegeu deputado estadual praticamente sem apoio financeiro. Dependendo das circunstâncias políticas, Freire poderá ser um grande aliado da prefeita. O detalhe é que ele não simpatiza com o todo poderoso Luciano Barbosa, a quem tem feito críticas abertamente.

Todo cuidado é pouco Pelo sim, pelo não, apesar do apoio do filho Daniel, Célia tem que ter o maior cuidado dentro da própria administração. É lá onde, sem dúvida, mora o perigo.

Quem é Yale?

são como irmãos siameses em se tratando de interesses pessoais e políticos.

Concurso em Traipu O Prefeito de Traipu, Erasminho Dias, anunciou, nesta terça-feira (02), que sua administração vai realizar concurso público. “Estamos realizando o levantamento em cada Secretaria Municipal do quantitativo necessário, e vamos contemplar todas as áreas da administração pública”, disse o prefeito.

Encontrou o caos “Infelizmente, encontramos um caos nos órgãos públicos, isso revela a incompetência de quem estava tomando conta da Prefeitura”, revelou o prefeito. A falta de cuidado é mais evidente na Casa Maternal, onde seringas eram armazenadas dentro de garrafas de refrigerante.

Sem concurso “Encontramos vários funcionários contratados ilegalmente pela antiga gestora,” explicou Erasminho Dias, acrescentando que a Prefeitura de Traipu está há vários anos sem realizar concurso. “Administração pública é coisa séria, e a população não pode ficar esperando tanto tempo para que as soluções para pequenos problemas sejam aplicadas”, destacou o prefeito.

Edital “Assim que o levantamento do número de vagas estiver pronto,

PELO INTERIOR ... A informação está no 7segundos: Na manhã de segunda-feira (01) um atropelamento envolvendo um ônibus provocou a morte de uma idosa. O acidente aconteceu na Rua Delmiro Gouveia, Centro de Arapiraca. ... De acordo com as informações colhidas no local do acidente a vítima identificada como Ana Maria de Farias Gama Barbosa, de 63 anos teria tentado atravessar a rua mas não teria percebido a proximidade do coletivo urbano. ... A vítima foi arrastada e ficou presa no eixo dianteiro do ônibus. O Corpo de Bombeiros foi acionado e a equipe técnica não mediu esforços para retirar a mulher de debaixo do ônibus com todos os cuidados para que o estado de saúde não se agravasse mais ainda. ... A informação é do jornalista Jorge Barbosa: Alegria, satisfação, orgulho – era o que se via na expressão desses meninos e meninos de povoados ribeirinhos e assentamentos dos municípios Pão de Açúcar e Piranhas, no alto Sertão, localizados às margens do baixo rio São Francisco. ... No sábado (30), final do mês de maio, eles festejaram o encerramento das oficinas do projeto “Ampliando Saberes”, que o museu Coleção Karandash de Arte Popular e Contemporânea, com sede em Maceió, levou – a exemplo de outras ações que vem desenvolvendo desde 2008 – para essa região que é celeiro de arte e cultura popular. A criançada fez aulas com mestres escultores e designers populares de móveis, e também com exímias bordadeiras dos dois municípios, durante os meses de abril e maio. ... As oficinas de escultura em madeira foram conduzidas pelos principais mestres artesãos de Pão de Açúcar: Petrônio Farias, do assentamento Riacho Grande, os irmãos Aberaldo e Antônio Sandes mais Valmir Lima, Zé de Tertulina e Vandinho, estes do povoado às margens do São Francisco, Ilha do Ferro. ... As aulas de bordados ficaram entre Rejânea, da Ilha do Ferro, e Roseane Lisboa, de Entremontes, outro povoado ribeirinho, este localizado em Piranhas. ... “A ideia das oficinas era transmitir esses saberes, para que eles não se percam e sejam assimilados pelas novas gerações. O público inicialmente previsto de jovens acabou se ampliando para as crianças e também adultos, como a Dona Morena, de 89 anos, que fez questão de participar”, diz a artista visual Maria Amélia Vieira, mentora dessas ações de arte educativa no Sertão, junto com o marido, o também artista Dalton Costa. ... Um ótimo final de semana para todos, com muita paz e saúde. Até a próxima edição.


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Pesquisando

Ao se dirigir a um supermercado, leve a lista de compras e só compre o que estiver listado, não se incomodando com promoções, a não ser que seja de um produto anotado e com preço inferior ao da compra anterior. Nada de comprar por impulso. Também não compre com pressa. Vá em dias de folga do trabalho, para ter condições de visitar todas as prateleiras e checar os preços.

Alimentos Ítem de consumo essencial que aumenta de preços constantemente. Ou é problema climático ou mesmo por ganância do vendedor. Portanto, procure pesquisar em vários pontos de venda ou mesmo substitua o produto por outro, desde que contenha o mesmo teor nutricional. Prefira os orgânicos, sem qualquer produto químico.

Tudo à vista

“Apertando o cinto”

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ão tem escapatória: Ou reduz gastos ou vai se endividar cada vez mais, caminhando para o “fundo do poço”, situação que pode levar qualquer um para a falência total, sem retorno. Os juros estão subindo a cada mês, assim como os preços, exigindo “economia de guerra” para conseguir sobreviver. Assim, evite os juros de cartão de crédito, cheque especial, empréstimo bancários e pague em dia suas contas. Estamos caminhando para o fim do segundo trimestre do ano, com o país em recessão: queda na produção, desemprego e elevada inadimplência. Os preços dos serviços essenciais: energia, água, telefone, continuam subindo, assim como combustíveis, alimentos, material de limpeza e higiene. Vá mudando seus hábitos de consumo. Aprenda a viver de acordo com o que ganha.

Não se admite comprar comida a prestação (via cartão de crédito). Esse tipo de crédito é essencial quando se pode pagar o valor total da fatura no dia do vencimento. Se amortizar, vai pagar juros altíssimos e pode ficar impagável. Compre tudo pelo cartão de débito ou dinheiro em espécie.

Empréstimo As financeiras e bancos oferecem prazos de até mais de cinco anos para pagamento de empréstimo em dinheiro, tudo muito prático e prestações de um valor que você acha pouco, mas que no final chega a um valor altíssimo. Só num caso de extrema neessidade deve utilizar esse tipo de crédito, que, claro é melhor do que recorrer a um agiota.


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TURISMO

A fantástica experiência de pedalar em Paris JORGE OLIVEIRA

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aris/Brasília–Chegar ao Brasil e falar sobre bicicleta é um momento mágico. Este artigo foi escrito quando percorri a cidade de Paris durante duas semanas em bons dias assolarados pedalando aquelas verdadeiras Ferrari de duas rodas. Mas, ao contrário do que ocorre no Brasil, não vi nenhum ciclista ser morto a facadas e nem trombadinhas roubando bicicletas com armas na mão. Eis aqui o meu relato, depois da experiência saudável de andar centenas de quilômetros montado na magricela: A bicicleta está integrada ao transporte de Paris assim como estão o metrô, o ônibus, o trem e o barco. Não se surpreenda, portanto, com mulheres e homens bem vestidos; jovens e executivos de terno e gravata – alguns bem agasalhados por causa do frio – percorrendo as ruas da cidade pedalando entre os carros nos movimentados boulevards. Em Paris, as bicicletas ocupam a mesma faixa dos confortáveis

ônibus, uma forma de conscientizar o motorista a conviver harmoniosamente com o ciclista. Nessas ciclovias, esses condutores já se acostumaram com os ciclistas nas suas faixas exclusivas. Como não existem bueiros entre a calçada e o meio-fio nas faixas bem sinalizadas, é pequeno o risco de ocorrer acidentes. Mas a prefeitura de Paris quer mais: pretende investir a partir deste ano 490 milhões de reais para ampliar as estações das bicicletas, aumentar o número de adeptos, hoje é mais de 250 mil

com aceso às bicicletas alugadas, criar estacionamentos nos grandes terminais do metrô e ocupar as grandes avenidas parisienses por onde circulam carros, e expandir dos 700 quilômetros de faixa exclusiva de ciclovias para 1,4 mil em cinco anos. A proposta é aumentar dos 5% para 15% o transporte de bicicleta na cidade com a limitação da velocidade dos carros para 30 quilômetros em áreas de grande movimento. O novo projeto surgiu depois das 7 mil consultas à população que prefere às bicicletas aos carros como medida para despoluir a cidade e facilitar a locomoção casa/trabalho. Andar de bike pelas ruas de Paris é muito simples, não chega ser um desafio. As mais de 20 mil robustas magricelas de três marchas estão espalhadas pelas 1400 estações a cada 300 metros da cidade, principalmente nas ruas transversais, desde 2007 quando a prefeitura instalou o sistema.O custo do serviço é de 1,70 euro por dia, mais uma taxa pelo tempo de utilização, sendo

O jornalista com a família em passeio pelas ruas de Paris sem problemas com trânsito nem com violência

grátis a primeira meia hora. Durante esse tempo em que usei o transporte público e as bicicletas nessa cidade observei apenas um acidente entre um ciclista (turista) e um táxi, que exigia ser indenizado pelos arranhões no seu carro provocado pela bicicleta. Ambos discutiam, sem a interferência da polícia, a culpa pela infração. O motorista do táxi era o mais exaltado. O número pequeno de acidentes deve-se hoje a forma civilizada de convivência entre o motorista e o ciclista que se respeitam no trânsito que, mesmo abarrotado de carros, flui com certa tranquilidade, sem a interferência ostensiva dos guardas. Estes só aparecem nos grandes problemas ou são vistos em cruzamentos de movimento mais intenso, sempre próximos aos locais turísticos. Trafegar de bicicleta pelas ruas da cidade é muito tranquilo, mas você precisa estar atento aos sinais de trânsito, obedecer com muita disciplina as faixas das ciclovias e ficar atento ao movimento das faixas de pedestre para evitar atropelamentos. Em algumas ruas a sinalização da faixa de ciclista é na contramão. Mas se você não tem o hábito de pedalar em grandes cidades, procure conhecer melhor as regras de trânsito para bicicletas antes de se aventurar no trânsito de Paris. Para estimular a rotativi-

dade e garantir a bike para as milhares de pessoas, a primeira meia hora é de graça. Antes de fazer qualquer percurso, recorra ao Google maps e trace o caminho que vai percorrer. Ele vai mostrar pra você todas as ruas e avenidas onde existem as ciclo faixas. Não é difícil – nem muito perigoso – você pedalar por Paris, mas também não é tão simples. A cidade é relativamente pequena se comparado com Rio e São Paulo, onde o movimento de bicicleta ainda é pequeno, mas o fluxo de bicicleta na cidade luz é grande. Se você, por exemplo, preferir circular em Paris com o mínimo de risco margeie o Senna que corta toda cidade. Seguindo-o pelo calçadão você chega pedalando a qualquer lugar da cidade, inclusive aos pontos turísticos mais importantes sem precisar fazer muito malabarismo. Ah, tem mais: você ainda pode dispor de bebedouros com água gelada e, em alguns pontos, até mineral, e desfrutar de uma bela paisagem dos grandes monumentos da cidade e da agradável cena dos barcos navegando pelo Sena cheio de turistas. Muita gente prefere pedalar à noite. Ah, mas aí é outra história. Descubra essa magia e pedale!


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