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MACEIÓ - ALAGOAS
ANO XVI - Nº 828 - 03 A 09 DE JULHO O DE 2015
CNJ INVESTIGA RELAÇÃO PERIGOSA ENTRE JUIZ E PREFEITO DE MARECHAL Léo Dennisson é suspeito de receber “mensalinho” da Prefeitura em troca de favores da Justiça P/ 8 e 9
Réu em vários crimes, Luiz Pedro recebe da Câmara de Maceió título de “comendador” P/13
Léo Dennisson e José Narciso da Fonseca Filho, investigado como “laranja” do juiz
TJ SUSPENDE PROCESSO CONTRA JOÃOZINHO PEREIRA E IRMÃ ACUSADOS DE CORRUPÇÃO P/7
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUER ELEGER DOIS IRMÃOS E A FILHA PREFEITOS P/5
2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JULHO DE 2015
COLUNASURURU
Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)
DA REDAÇÃO
Comendador do crime
Contra-ataque
Litoral norte 1
o momento em que todo o país se empenha em passar o Brasil a limpo, a Câmara de Maceió dá o exemplo vergonhoso de homenagear o que há de pior na política alagoana. Ao conceder o título de “comendador” a um réu em vários processos criminais, os vereadores de Maceió não só fazem apologia ao crime como se igualam ao homenageado. O ato indigno – apoiado por todos os vereadores – também ofende aos seus eleitores e à sociedade como um todo, já cansada de tanta violência, impunidade e corrupção.
O senador Fernando Collor voltou a atacar o que ele classificou de conluio entre a Revista Veja e um grupo do Ministério Público sob o comando do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para divulgação seletiva de delações da Operação Lava Jato, que apura supostas irregularidades em contratos entre a Petrobras e empreiteiras e seus reflexos no financiamento de campanhas eleitorais.
A rejeição ao prefeito Rogério Farias vai crescendo dia após dias e nomes de peso para rivalizar com seu grupo político começam a dar as caras. Convites de políticos experientes começam a surgir para nomes limpos capazes de entrarem no páreo.
Leva pra casa!
O filho do conselheiro do Tribunal de Contas Cícero Amélio, Val Amélio, deve escalar os nomes dos candidatos a vereador por Maceió em 2016 em sua legenda. Val vai assumir o comando do PRTB da capital. A quem diga que o filho do conselheiro dispute uma vaga na Câmara de Maceió.
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Da bancada alagoana na Câmara Federal Ronaldo Lessa, Paulão e Carimbão votaram contra a redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos. Deviam adotar alguns desses marginais que usam a menoridade como escudo para praticar os piores crimes.
Mudança JHC foi o único deputado alagoano a mudar de voto para aprovar a redução da maioridade penal. Os demais parlamentares da bancada mantiveram a posição da primeira votação.
Desafios A meta do presidente do TJ – Washington Luis - é eleger os irmãos Inácio Loiola e Xepa prefeitos de Marechal e Olho Dágua do Casado, e a filha Melina em Piranhas. Mas seu maior desafio hoje é salvar a pele do juiz Léo Dennisson,de Marechal Deodoro, enrolado em graves denúncias de corrupção.
Justiça lenta Boa parte dos problemas de Marechal Deodoro decorre da morosidade da justiça, hoje sobrecarregada por um único juízo. Não se entende porque o TJ ainda não instalou uma segunda Vara naquela comarca. Será que há interesses escusos?
Nova empreitada
Imbatível Abrahão Moura - que pegou Paripueira destruída - é hoje um dos poucos prefeitos com credibilidade em Alagoas. Pelo trabalho sério que realiza, certamente elegerá sucessor quem ele apoiar. O resto é intriga da oposição.
Rádio Corredor Entreouvido nos corredores do CNJ: “Marechal Deodoro é a única prefeitura do país que tem dois gestores: o prefeito e o juiz”.
Reserva técnica Integrantes da reserva técnica do concurso da Polícia Civil, constituído por agentes e delegados, pedem uma posição ao governador Renan Filho, que, até o momento, só anunciou, para setembro, a convocação da reserva técnica do concurso da PM, o, enquanto para a Polícia Civil, silenciou sobre o assunto. Os agentes e delegados pedem ao governador o cumprimento da promessa de campanha de que eles também seriam nomeados.
Bola fora O vereador presidente da Câmara de Maceió, Kelman Vieira, disse que não estava na Casa como delegado e por isso avalizou junto com seus pares a honraria concedida ao ex-cabo Luiz Pedro.
Crise no Sertão Os cerca de 200 funcionários do Hospital Regional de Santana do Ipanema - Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo receberam aviso prévio esta semana. Preocupante e dramática a notícia, já que a unidade é responsável pela assistência a 21 municípios do Sertão alagoano. Há quem relacione o fato a ingerências políticas.
Litoral norte 2 O advogado Marcos Porto, com inúmeros serviços prestados à população da Barra de Santo Antônio, é um dos nomes que figuram como possíveis candidatos a prefeito. Figura de equilíbrio e com bom trânsito político, pode ser uma grata surpresa em 2016.
Crea 1 O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL) está desenvolvendo, por meio de sua Gerência de Planejamento, uma consulta virtual para detectar e corrigir falhas nos serviços prestados. A coleta de informações segue até o próximo dia 8 de julho.
Crea 2 Para participar da consulta basta acessar o site do Crea Alagoas (www.crea-al.org.br), clicar no link fixado, e responder 7 questionamentos. “Esse é mais um trabalho realizado pela nova gestão, que está tentando aperfeiçoar os serviços prestados a todos que fazem parte do Sistema Confea/Crea e Mútua”, diz o presidente Fernando Dacal.
EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580
EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves
CONSELHO EDITORIAL
Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa
SERVIÇOS JURÍDICOS
ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322
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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal
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- MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JULHO DE 2015 -
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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com
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Lula não queria reeleição Vitória - O país virou um hospício ou eu enlouqueci de vez? Senão vejamos: a Dilma vai a Palmas e diz um monte de besteira para os índios que participam de um campeonato mundial; o Lula desce a pua no governo e chama a presidente de mentirosa quando diz uma coisa na campanha e faz outra; o Levy não consegue articular nada com nada quando fala da economia do país em recessão e descendo ladeira abaixo; o Zé Dirceu acha normal um lobista participar com 400 mil reais da compra do seu escritório em São Paulo; os senadores petistas fazem um desagravo (desagravo de quê?) e chamam o Lula de “Grande líder”; e os empreiteiros continuam negando que deram dinheiro a ele para evitar que o juiz Sergio Moro mande a Polícia Federal prendê-lo. A Dilma e o Lula transformaram o Brasil numa bagunça, o país está uma zona. Ninguém sabe quem manda em quem. O Lula, que antes fazia um governo paralelo, agora está na oposição criticando a sua obra mais espetacular, a Dilma, que chegou ao poder depois de lhe apresentar um laptop, uma engenhoca que até então ele não conhecia. Abandonado pela criatura que gerou, o ex-presidente vive momentos de tensão depois que a CPI da Petrobras decidiu convocar seu assessor financeiro Paulo Okamoto para depor. O “Grande Líder”, versão tupiniquim do stalinismo, que se achava até então intocável e inalcançável, vociferou contra seus liderados ao saber da notícia. Sobrou até para o vice Michel Temer – chefe do departamento de pessoal da Dilma – que se desgasta na articulação política de um governo caótico, fragilizado e corrupto, rejeitado por quase 70% da população. A animosidade dos dois vem desde a última campanha. Vou repetir aqui o que escrevi antes das eleições. Lula não queria a reeleição da Dilma, mas teve que engolir a sua candidatura depois que ela decidiu enfrentar novamente as urnas e espalhou que seria golpe se fosse impedida de disputar mais um mandato. Lula encolheu-se e mandou seus áulicos, um deles o ex-deputado André Vargas, em cana, esfriar o “Volta Lula”. Ele monitorou o primeiro mandato de sua sucessora e constatou o óbvio, a sua incompetência para administrar o país. Sabia que a sua popularidade alta ao sair da presidência iria para o brejo no segundo mandato de Dilma. Além disso, tinha consciência de que o crescimento do país devia-se, entre outras coisas, aos preços das commodities no mercado internacional. Entendia que o fracasso do governo tucano, que administraria uma economia destroçada, o traria de volta nos braços do povo. Só se empenhou de verdade na reeleição da Dilma quando foi avisado que os tucanos não eram confiáveis e que ele ficaria fragilizado sem o PT no poder. A Dilma, que vivia a experiência de uma segunda campanha, entregou os programas à equipe dos marqueteiros. Não atentou para o perigo de fazer promessas mirabolantes e mentirosas no momento em que o pais já dava sinais claros de que entraria numa estagnação econômica com inflação alta e desemprego. Queria ganhar a todo custo, mesmo que para isso tivesse que iludir os eleitores.
Experiência
Meliantes
Sem o traquejo dos políticos mais experientes, ao ganhar a eleição tentou voo solo. Achou que os brasileiros teriam votado nela independente do Lula ou do apoio dos petistas. Começou logo cedo a mostrar sinais de que trairia o “Grande Líder”. Expulsou do Planalto todos os seus homens de confiança, escolheu o ministro da Fazenda sem consultar o chefe e alojou no Gabinete Civil, Aloizio Mercadante, de quem Lula tem ojeriza. Para Lula, que queria continuar mandando, a casa desabou. Começou a se sentir ainda mais traído quando observou que a Dilma não movia uma palha para protegê-lo das denúncias que sofria de ser lobista de luxo das empreiteiras. E a gota d’água para o racha foi a convocação do Okamoto por uma CPI dominada por peemedebistas e petistas, partidos da base aliada.
O desvio de quase 6 bilhões da Petrobras para as campanhas políticas do PT não é um privilégio apenas do nosso partido. Antes, tudo isso ocorria, mas só no governo petista é que a Polícia Federal atua com mais liberdade para prender os meliantes que agora amargam os dias na cadeia, a exemplo do senhor João Vaccari Neto, extesoureiro do nosso partido.
Enganados Para os brasileiros que foram enganados na campanha essa briga entre criador e criatura é muito boa, pois, mais cedo ou mais tarde, vamos saber da podridão que rolou e rola no país até hoje.
Sugestão O ex-governador Tarso Genro, rejeitado pelos gaúchos na reeleição, manifestou a intenção de escrever uma “Carta aos Brasileiros” para posicionar sua facção dentro do PT em relação aos escândalos que contaminam o Palácio do Planalto, os principais ministros do governo, a presidente Dilma, o Lula e toda quadrilha envolvida no roubo da Petrobras, segundo as últimas delações premiadas do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, publicadas pela Veja.
Roubalheira Se o ex-governador dos pampas me permite, faço aqui uma sugestão de carta (na verdade, um rascunho) para que ele se dirija aos brasileiros, hoje profundamente decepcionados com o seu partido diante da descoberta de tanta roubalheira nas empresas públicas e do caos político e econômico em que se encontra o Brasil.
VAMOS LÁ: Brasileiros e brasileiras: A nossa facção, entre as dezenas que existem dentro do PT, dirige-se a todos vocês, minhas senhoras e meus senhores, para dissipar algumas dúvidas quanto à honestidade da nossa agremiação e de seus honrados dirigentes que tão bem vêm servindo o nosso país nesses últimos doze anos.
Imprensa Estamos sendo injustiçados por essa imprensa venal e submissa ao capitalismo selvagem. O nosso “Grande Líder”, que tanto defendeu os mais carentes, é vítima dessa elite atrasada e golpista que não gosta de pobre.
A líder O juiz Sergio Moro e a sua equipe estão vazando informações “seletivas” para prejudicar os ministros da nossa líder Dilma Roussef. O próprio Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha, nosso mestre em Comunicação Social, já confessou que embolsou mais de 7 milhões de reais da UTC, mas tudo dentro da legalidade.Ele nega com veemência que era dinheiro roubado da Petrobras.
Empréstimos As viagens do nosso “Grande Líder” para o exterior eram financiadas pelas empreiteiras, mas ele sempre disse que estava se sacrificando para que essas empresas pudessem se fortalecer lá fora com os empréstimos do BNDES. O nosso partido não enxerga nisso nenhuma ilegalidade. Afinal de contas, estávamos ajudando os nossos irmãos africanos, mesmo que em alguns países o povo estivesse submetido a regimes ditatoriais e sanguinários.
Pasadena A presidente Dilma quando aprovou a compra de Pasadena, que deu um prejuízo de mais de 1 bilhão de reais a Petrobras, estava bem intencionada. Ela queria que a nossa empresa fosse competitiva também no exterior. Como estadista, a nossa líder sempre pensou em um Brasil mais forte que não se subjugasse aos interesses estrangeiros. O nosso “Grande Líder” sempre alertou que a elite não deixaria que nosso partido transformasse o Brasil em um país igualitário, com justiça social. O resultado é o que estamos assistindo diariamente: perseguição da Polícia Federal aos nossos companheiros, uma Justiça que condena antes do julgamento e ameaça de prender o nosso “Grande Líder”.
Compreensão Por todo isso que foi exposto, gostaria de pedir a compreensão dos brasileiros e brasileiras para que não exagerem nas manifestações de rua contra a nossa líder, não se deixem levar por essa oposição irresponsável e inconsequente. Deem um voto de confiança à presidente Dilma que ela, com certeza, vai tirar o Brasil desse atoleiro econômico nos próximos quatro anos. Acreditem: a inflação alta, o arrocho salarial, o ajuste fiscal, o sacrifício que ora impomos aos aposentados e a corrupção são coisas passageiras.
Lucidez O nosso partido, que salvou o pais da maldição da fome com o Bolsa Família, um dia ainda vai dar muito alegria a todos nós brasileiros e brasileiras. Por isso, queremos a sua compreensão e um voto de confiança na nossa presidente, que lidera o país com lucidez, seriedade e honestidade.
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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br
Estado indiferente
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ão são poucos os credores do Estado de Alagoas que estão reclamando do tratamento do governo sobre pagamentos que ainda não foram honrados. A situação está ficando cada vez pior e o governo não tem dado muitas esperanças a quem lhe deve milhões de reais. Alguns serviços podem ser paralisados e a ameaça de demissão em massa tem assustado os empresários e naturalmente os trabalhadores. A ordem no governo é diminuir despesas, cortar gorduras e ficar com o absolutamente necessário. Até aí, tudo bem. Mas o que não está certo são as dívidas que não estão sendo pagas e sem perspectiva de receber na sua totalidade. Sobre essas pendências o governador Renan Filho não quer nem ouvir falar. Não recebe empresários, cujos pedidos de audiência se avolumam no Gabinete Civil e dá demonstrações de que dinheiro é coisa rara. E é mesmo. Basta observar as dificuldades que passam os trabalhadores nas suas reivindicações salariais. Antes disso, porém, quem prestou serviço tem o direito sagrado de receber. E é o que os pequenos empresários esperam.
Militares recuam Mesmo com a pressão, a ameaça de Operação Padrão, e por baixo de aquartelamento, os militares deram meia volta e aceitaram receber os 5% propostos pelo governo, mas que só irá incidir nos soldos em dezembro próximo. Já dizia o velho ditado que antes tarde do que nunca. Ou seja, é melhor receber pouco do que não receber nada.
Acompanham Os outros trabalhadores, da educação, por exemplo, também devem seguir o mesmo caminho da PM. Não irão querer ser taxados de intransigentes e devem acertar os ponteiros possivelmente ainda esta semana. O governador ganhou a batalha e terá ainda alguns meses para melhorar a arrecadação e ficar livre, pelo menos por enquanto, da pressão da PM e outras categorias.
Aperto da Fazenda 1 Uma operação está prestes a ser deflagrada pela Secretaria da Fazenda do Estado. Os alvos seriam restaurantes, bares e salões de beleza. É por ali, disse um fiscal, que os impostos saem pelos ralos.
Aperto da Fazenda 2 A operação foi planejada depois que pessoas muitas ligadas ao setor estariam dirigindo empresas de bebidas, restaurantes, bares e outros segmentos com visíveis interesses de tirarem proveito.
Falha da Sefaz
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Mas parece que tudo não são flores na burocracia da Secretaria da Fazenda. Um contribuinte pagou no dia 22 de abril, no Banco do Brasil, o IPVA de um veículo ano 2013 e até hoje, pasmem, não recebeu o documento referente a 2015. Procurou então o JÁ do Shopping Farol. Foi ao Detran e os servidores disseram que o caso era na Sefaz. Foi no mesmo prédio à Sefaz e ainda passou constrangimento, quando o servidor perguntou se o contribuinte não havia esquecido o pagamento. Com a cópia do pagamento pelo Banco do Brasil o atendente pediu desculpas pelo constrangimento, mas disse que nada poderia fazer. Viesse outro dia, já que o sistema estava fora do ar. O cliente aconselhado a ir ao Procon ficou surpreso quando um companheiro de infortúnio disse que não adiantaria, já que o órgão pertence ao Estado e dificilmente conseguiria alguma coisa.
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Outro contribuinte ficou surpreso quando chegou o IPVA do seu veículo sem os 400 reais de descontos do programa Nota Fiscal, aquele que o cliente informa o número do seu CPF nas lojas e supermercados. Também ficou a ver navios porque o sistema estava fora do ar. O secretário George Santoro talvez não saiba o que está acontecendo na burocracia e erros no órgão que dirige, o que é lamentável.
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Os dois contribuintes irão se revezar nos atendimentos dos JÁs para saber quando mesmo o bendito ou maldito sistema está no ar.
O cargo é meu Mesmo tendo alardeado na imprensa brasileira de que não quer cargos no governo federal, o senador Renan Calheiros andou trabalhando por baixo dos panos para manter alguns órgãos em Alagoas, a exemplo da Administração do Porto de Maceió e a Conab. Mas não quer aparecer. Pelo menos ficou claro na quarta-feira da semana passada quando Ronaldo Lessa, coordenador da bancada federal, foi procurado às pressas para não colocar no ofício que seria protocolado no Palácio do Planalto o nome do senador. Por pouco o documento não chega ao Gabinete Civil. O isolamento de uma área próximo ao Palácio de onde se suspeitava de uma mala que poderia conter explosivos, atrapalhou a entrega do documento.
Cobiçada
Patinando
Mas como o senador Renan Calheiros disse ao Brasil que não queria cargos comissionados, os deputados estão correndo atrás da Administração do Porto que, pelo visto, não pertence agora a nenhum político.
O ex-governador Téo Vilela continua um velho sonhador. Acha que tem força política suficiente para dar a volta por cima, agregar um grupo forte e com possibilidade de ganhar a Prefeitura de Maceió e outras no interior do Estado e marcar presença para disputar o Senado em 2018. Depois das traições praticadas, que começou com a candidatura de Eduardo Tavares, depois Júlio Cezar, abandonando Biu de Lira que foi um aliado de primeira hora, Téo acha que, com a pequena turma que ainda mantém contatos, chega lá.
Especulação O prefeito Rui Palmeira tem negado, aos amigos próximos, qualquer interesse em deixar o PSDB para migrar para o PSB, de Kátia Born. Um integrante do tucanato revelou que Rui levou na brincadeira a história de que estaria saindo do partido. ´´Vou para o PCdoB´´ disse Rui em tom de brincadeira.
Mágoa Alguns amigos do senador Renan Calheiros que têm negócio com o governo não estão nada satisfeitos com o filho. Renan Filho, embora procurado para conversar sobre créditos ainda não pagos pelo governo, tem se mostrado indiferente e não prevê nenhuma data para recebê-los.
Definidos Os cargos federais em Alagoas já foram praticamente definidos. O único impasse é que tem deputado que quer mais espaço do que um senador. Mas aos poucos o coordenador da bancada, Ronaldo Lessa, vai acomodando a situação.
Saco de pancadas O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que tantas derrotas imprimiu ao governo Dilma, achou um absurdo a aprovação de regras do salário mínimo para os aposentados e pensionistas. Disse que a Câmara se excedeu. Muito bem. Mas se ele e os outros contribuíssem para evitar roubos do dinheiro público, o reajuste para os aposentados sairia na urina. Afinal de contas, quantos bilhões de reais não foram desviados dos cofres públicos somente nas safadezas do Mensalão e Lava Jato?
Bancada dividida A bancada alagoana, na Câmara Federal, se dividiu na votação sobre a maioridade penal na última terça-feira. Os deputados Arthur Lira, Cícero Almeida, Marx Beltrão, Maurício Quintella e Pedro Vilela, votaram pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição. Já Givaldo Carimbão, JHC, Paulão e Ronaldo Lessa acharam que os meninos não mereciam tamanha punição, por isso votaram contra.
Sem contemplação A presidente Dilma Rousseff está mesmo decidida a vetar o aumento de quase 80% de reajuste salarial dos servidores do Poder Judiciário, incluindo aí juízes, desembargadores e ministros. Ela não teria como explicar aos trabalhadores este extraordinário aumento nos salários do judiciário, enquanto as outras categorias comem o pão que o diabo amassou.
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- MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JULHO DE 2015 -
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GRANDE FAMÍLIA
Presidente do TJ quer eleger para prefeitos os irmãos e a filha Mellina Desembargador Washington Luiz tem metas políticas estabelecidas para 2016
DA REDAÇÃO
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a capacidade política e do poder do desembargador presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Washington Luiz Damasceno Freitas, ninguém duvida. Mas a aplicabilidade dessa competência do magistrado deve ser testada nas urnas em 2016. O presidente da Corte de Justiça tem um plano ousado: eleger seus irmãos Wellington Damasceno Freitas, o Xepa, e Inácio Loiola Damasceno Freitas e a filha Mellina Freitas todos prefeitos. A operação de poder começou com a queda do ex-prefeito de Piranhas, o Dr. Dante, que devidos às pressões do poder judiciário e a série de acusações abandonou o cargo. Para sua cidade natal, Piranhas, Washington Luiz Damasceno Freitas deseja que sua filha retome o comando da prefeitura na qual exerceu mandato de 2010 a 2014. Sem muita experiência política, Mellina vivia mais na capital do que no interior em que era prefeita. Atualmente a filha do presidente do TJ enfrenta uma gama de ações de improbidade administrativa, o que pode dificultar que ela concorra ao pleito em 2016. Do mesmo partido do governador Renan Filho, o PMDB, Mellina foi escalada para comandar a pasta da Cultura. Outro parente do presidente do TJ que está nos planos para ser prefeito é o irmão Wellington Damasceno Freitas, o Xepa. Washin-
Eleições 2016 vão testar poder e influência de Washington Luiz para colocar o deputado Inácio Loiola no comando de Marechal Deodoro
gton Luiz pretende refazer o seu arco de poder no Sertão de Alagoas que nos últimos anos foi ameaçado. A cidade do Olho d’Água do Casado, na qual Xepa já foi prefeito, passa por essa reestruturação de domínio. A missão mais difícil do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Washington Luiz Damasceno Freitas, é convencer outro irmão, Inácio Loiola Damasceno Freitas, que tem independência política - ao contrário de Mellina e Xepa-, a deixar dois anos de mandato de deputado estadual para se lançar candidato a prefeito de Marechal Deodoro. Washington enxerga na tomada do poder de Marechal Deodoro o ponto de partida para a consolidação política dos “Damasceno Freitas” e a real possibilidade de voos mais altos na política partidária. Marechal Deodoro está
Projeto inclui reconduzir Mellina Freitas à Prefeitura de Piranhas e Xepa à de Olho d’Água do Casado
hoje entre os quatro municípios mais ricos do Estado. A candidatura de Inácio seria facilitada pelo atual prefeito Cristiano Matheus que vê com bons olhos o nome do deputado para prefeito da cidade. Washington Luiz também é ex-sogro de Matheus, que foi casado com Mellina Freitas. A relação quase que familiar
parece que ainda vem contribuindo para a política. PÁREO DURO Além do xadrez familiar para disputa em Marechal, Inácio pode enfrentar nomes de peso que vem agradando a população local: são os vereadores Jorge Mello e Cláudio Roberto Ayres da Costa, o
Cacau. Jorge tem um lastro político familiar e deve contar com apoio do tio, o senador Fernando Collor de Mello, e do pai Euclides Mello. Jorge até aqui parece ser o nome da família a despontar e deve rivalizar a disputa pela Prefeitura de Marechal ao lado de Cacau e Inácio.
6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JULHO DE 2015 JARAGUÁ
Rui Palmeira vai ao MPF denunciar venda de apartamentos na Vila dos Pescadores Até jornalista comprou imóvel de forma ilegal; pente-fino quer devolução de residências ODILON RIOS Especial para o EXTRA
A
Prefeitura de Maceió está fazendo um “pente-fino” na Vila dos Pescadores, destinada aos moradores retirados pela administração municipal da antiga favela de Jaraguá, para denunciar quem vendeu e quem comprou os apartamentos que deveriam abrigar as famílias do bairro. Segundo o prefeito Rui Palmeira (PSDB), há informações que até uma jornalista comprou pelo menos um apartamento na Vila. “Algumas pessoas vendem de maneira irregular, ilegal, aqueles apartamentos, mas vamos fazer um pente-fino na Vila dos Pescadores lá no Sobral”, disse Rui. O resultado será entregue ao Ministério Público Federal. “Também vamos cobrar a devolução destes apartamentos”, explicou o prefeito. Fraudes também na lista dos moradores inscritos para o aluguel social estão sendo apuradas pela administração municipal. A retirada (na versão da Prefeitura) ou expulsão (segundo o movimento Abrace a Vila) virou um desafio na administração do prefeito. Segundo ele, está na conta da administração municipal, depositados, o valor para a construção do Centro Pesqueiro, destinado aos
pescadores. Portanto, ele sairá do papel- segundo o chefe do Executivo Municipal. Nesta semana, a área foi cercada e as obras começam a ser executadas quando as chuvas na capital diminuírem. Esta é a versão oficial. O dinheiro é uma divisão. Do Ministério das Cidades, R$ 19 milhões, e contrapartida do município, de R$ 4,6 milhões, totalizando R$ 23,6 milhões entre o projeto de habitação, que já foi concluído com a construção do residencial, do Centro Pesqueiro, além da ampliação da Escola Municipal Antídio Vieira, no Trapiche. “Não existe projeto de Marina (…) não podemos construir moradia naquela região, temos um laudo do IMA. Não vamos construir absolutamente nada no terreno da favela de Jaraguá. Isso á absolutamente impossível (…). Garanto a vocês. O Centro Pesqueiro sai do papel”, disse Rui. “Ninguém será prejudicado. A cidade de Maceió vai ganhar com este projeto. É um projeto que vem para revitalizar definitivamente o bairro de Jaraguá”, explicou o prefeito. VERSÕES Na versão da Prefeitura, o Centro Pesqueiro será um mercado de peixe, com área de vendas, com 60 depósitos para armazenar o pescado, três estaleiros para fabri-
Rui Palmeira garante dispor de recursos e que projeto sairá do papel
Apartamentos destinados a pescadores estariam sendo vendidos
cação e conserto de barcos, uma fábrica de gelo, um galpão com 30 depósitos para refrigerar o pescado, mais seis oficinas. Por outro lado, desde a execução do plano da Prefeitura, surgiram problemas. Desde o local onde ficariam as famílias (originalmente elas deveriam ser postas na escola Nosso, Lar, antigo Hélio Lemos, mas foram recusadas pela comunidade escolar. Depois, foram transferidas para a escola Rui Palmeira, também expulsas), até o espaço improvisado (a creche ao lado da Secretaria Municipal de Educação, no bairro do Bebedouro). Reclamações ainda dos pescadores no local da antiga favela- onde ficaram o espaço do pescado: havia risco de furto ou roubo do material. Para Rui, os problemas foram resolvidos. Nesta semana, o Movimento Abrace a Vila- que mantem contato com os pescadores- suspendeu as mobilizações pelas redes sociais As famílias que receberam o aluguel social têm de esperar os apartamentos, no bairro do Benedito Bentes, entregues até dezembro. 171 famílias recebem o auxílio moradia, porém nem todas receberão os apartamentos. Porque a Secretaria de Habitação verifica quem recebeu os apartamentos e quem está cadastrado em outros programas. “Temos unidades para todos. Óbvio que teremos um controle rigoroso porque no primeiro dia do atendimento detectamos pelos menos 200 pessoas querendo se aproveitar”, disse o secretário de Habitação, Mac Lyra.
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MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JULHO DE 2015 - 7
IMPROBIDADE
TJ suspende processo contra o ex-prefeito Joãozinho e sua irmã Desembargador afirma haver conflito de competência; defesa diz que Ministério Público não fez diligências Tourinho diz que caberá ao STJ decidir sobre competência da ação
ODILON RIOS Especial para o EXTRA
O
desembargador do Tribunal de Justiça, Fernando Tourinho Filho, suspendeu, na semana passada, a tramitação do processo contra o ex-deputado estadual Joãozinho Pereira e a empresária Pauline de Fátima Soares Pereira de Albuquerque, sua irmã, até que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decida se a ação é de competência da Justiça Estadual ou Federal. Ambos são acusados de improbidade administrativa. A ação tem quase 800 páginas. O caso se refere à contratação de 339 profissionais (entre eles, 223 professores) sem concurso público, pagos com verbas do antigo Fundef, da educação, o que é ilegal, diz relatório da Controladoria Geral da União (CGU), quando ele era prefeito de Teotônio Vilela. A empresária era secretária de Finanças na gestão dele. Além disso, diz a ação, houve licitações com suspeita de fraude, detectadas pela controladoria, mais a movimentação, ilegal, de verba do antigo Fundef. Segundo o processo, Joãozinho gastou R$ 2,1 milhões (exatos R$ 2.193.777,08) para pagar servidores que não atu-
Joãozinho Pereira foi prefeito de Teotonio; Pauline era secretária
avam no ensino fundamental (entre eles, a secretária de Educação e servidores inativos). Mais R$ 59 mil (exatos R$ 59.453,42) foram pagos em “despesas incompatíveis com a natureza do fundo”. Além de R$ 4,1 milhões (exatos R$ 4.149.791,76), em 2005, movimentados pelo então prefeito Joãozinho e a secretária de Finanças. Houve também - sempre de acordo com a CGU- o uso indevido do percentual 60%/40%, em 2005 (as sobras do Fundef), que deveriam ser integralmente repassadas aos profissionais da educação, porém, apenas uma parte foi destinada ao pessoal do magistério. Pelos cálculos, R$ 7,7 milhões (exatos R$ 7.775.061,30) e não R$ 2,4 mi-
lhões (R$ 2.448.180,00), como aconteceu. Ainda de acordo com a CGU, há “indícios de irregularidades” no convênio para a compra de uma ambulância (foram gastos R$ 48.400,00). Um dos argumentos da defesa do ex-prefeito é que o MP não fez diligências próprias para verificar o conteúdo do relatório da CGU. VERSÃO DO MP Segundo o Ministério Público Estadual, “não resta dúvida” que Joãozinho, quando prefeito, ao “promover licitações fraudulentas e efetuar despesas não autorizadas pelo Fundef”, causou “graves lesões ao erário do Município de Teotônio Vilela”. De acordo com o MP, em
uma das licitações, duas empresas, a Cores Gráfica e Editora Ltda e Grafisa- Gráfica e Editora São Miguel Ltda, “houve simulação” e elas “não participaram do procedimento licitatório”. Constatou-se ainda que as propostas eram apresentadas com datas anteriores ao edital e ao aviso de licitação e a certidão negativa de um dos concorrentes estava expirado. Ainda de acordo com o MP, há indícios de direcionamento da licitação e valores acima da média de mercado. OUTRO LADO De acordo com a defesa de Joãozinho, “a própria CGU reconhece que sua análise preliminar não é suficiente para a comprovação de fatos que ensejem a propositura de uma ação de improbidade”, porque tanto a controladoria quanto o Ministério Público Estadual deveriam aprofundar as imvestigações, antes de ajuizar a ação civil pública contra o ex-prefeito de Teotônio Vilela. “(...) previu-se, como requisito para o oferecimento da ação, a existência e comprovação de indícios suficientes e robustos (prova robusta dos fatos- não meros indícios inconsistentes)”,
explica a defesa. O MP - ainda de acordo com a defesa- “não realizou uma diligência sequer, nem juntou o documentos e dados que teriam dado base à formação do aludido relatório (única prova contida nos autos”, diz, referindo-se a documentação da CGU. FICHA Em outubro do ano passado, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal condenou, por improbidade administrativa, o ex-deputado pela contratação de 165 pessoas para a função de professor sem concurso, com salários pagos pelo Fundef. Em outra ação, que fiscalizou a execução do Programa Nacional do Transporte Escolar (PNATE), mostra-se uma diferença de até 150% no valor de contratação, por quilômetro rodado, de veículos similares entre contratos realizados com um ano de diferença. Aumento que supera, em muito, a inflação do período: 6,037% em 2005 e 3,6% em 2006. Entre 2005 e 2006, foram celebrados contratos de locação de veículos para transporte escolar sem licitação, no total de R$ 429,2 mil, dos quais R$ 54,8 mil foram pagos com recursos do PNATE.
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LIGAÇÕES PERIGOSAS
Juiz de Marechal sob suspeita de receber ‘mensalinho’ Sentenças de Léo Dennisson favoráveis ao prefeito Cristiano Matheus estão na mira do CNJ VERA ALVES VERALVESS@GMAIL.COM
É
cada vez mais complicada a situação do juiz Léo Dennisson Bezerra de Almeida. Alvo de uma investigação por parte do Conselho Nacional de Justiça no episódio que envolve os advogados Sérgio e Janadaris Sfredo, ele agora é suspeito de prolatar sentenças favoráveis à Prefeitura de Marechal Deodoro e ao prefeito Cristiano Matheus mediante o recebimento mensal de R$ 50 mil. Seria uma espécie de “mensalinho” e que já rendeu ao magistrado, na cidade, a alcunha de “Léo cinquentinha”. Léo Dennisson está na mira do CNJ desde que o casal Sfredo denunciou à Polícia Federal estar sendo vítima de extorsão. O caso é tratado como esquema de venda de sentença em que marido e mulher, presos desde abril do ano passado acusados de serem os mandantes do assassinato do também advogado Marcos André de Deus Félix, obteriam a liberdade mediante o pagamento de R$ 200 mil.O casal nega envolvimento no crime. Titular da Comarca de Marechal Deodoro, Léo Dennisson está no olho do furacão que está prestes a atingir também o prefeito Cristiano Matheus. Entre ambos haveria uma relação simbiótica: um ajudando ao outro em um esquema de enriquecimento ilícito e no qual já teriam sido identificadas ao menos
mais três pessoas, uma delas o irmão do prefeito e servidor comissionado do Tribunal de Justiça de Alagoas Clesivaldo dos Santos. Clesivaldo seria um dos operadores do esquema a serviço do prefeito junto com Robério Limeira de Lucena, presidente da Fundação Municipal de Cultura de Marechal. Pelo lado do magistrado, o operador seria José Narciso da Fonseca Filho. Os três atuariam como laranjas e em nomes deles estariam os bens pertencentes a Cristiano Matheus e Léo Dennisson, adquiridos com dinheiro considerado suspeito. OS OPERADORES Lotado no setor de Distribuição do Fórum da Capital, mas estranhamente sem cargo ou remuneração fixos definidos, de acordo com o detalhamento da folha de pagamento do TJ disponível em seu portal da transparência, Clesivaldo percebe uma quantia mensal de R$ 2.712,13 – sob a rubrica de subsídio, diferença de subsídio, função de confiança ou cargo comissionado – acrescidos de indenização variável: em maio foi de R$ 607 e em abril R$ 546,30. Já o presidente da Fundação Municipal de Cultura, cujo vencimento mensal é de R$ 6 mil, aparece pela segunda vez envolvido com irregularidades atribuídas a Cristiano Matheus. Ele é um dos nove denunciados no ano passado pelo Ministério Público Estadual, através do Grupo
Clesivaldo e Robério são suspeitos de serem ‘laranjas’ do prefeito
Narciso (D) seria o homem de confiança do juiz Léo Dennisson
Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), acusados de formação de quadrilha e que teriam cometido, entre 2009 e 2013, os crimes de peculato, peculato furto, falsidade ideológica, falsificação de documentos públicos e particulares e fraude em licitação que acarretaram em um prejuízo de R$ 1.342.081,00. O grupo é alvo da
ação penal nº 070939468.2014.8.02.0001 que tramita desde agosto do ano passado na 17ª Vara Criminal da Capital. Além de Robério Lucena, foram denunciados José Albérico de Souza Azevedo (secretário de Administração), José Roberto Lessa Peixoto (secretário de Finanças), Givanildo Mendes da Silva, José Jorge Bastos de Melo, Augusto César Andrade Cruz,
Flávia Viviane Ribeiro Costa, Sônia Maria dos Santos Amaral e Antônio Vieira da Silva Filho. O MP obteve, em maio último, a autorização solicitada oito meses antes ao Tribunal de Justiça para processar o prefeito pelos mesmos crimes. Candidato a vereador de Marechal nas eleições de 2012, quando obteve apenas 442 votos, o equivalente a 1,68% do total válido, José Narciso da Fonseca Filho é apontado como o homem de confiança do juiz Léo Dennisson. A ele, aliás, é que seria entregue, no dia 26 de março último, o dinheiro da extorsão contra o casal Sfredo, o que somente não ocorreu por conta da operação montada pela Polícia Federal e que resultou na prisão em flagrante dos advogados Júlio Cézar de Castro Silva e Augusto Jorge Granjeiro Costa Carnaúba e do irmão deste, Ismael Casado Carnaúba Filho. Augusto Jorge, que permanece lotado na Procuradoria Municipal de Marechal Deodoro, recebendo salário de R$ 2.500, é também uma figura de estreita ligação com o juiz Léo Dennisson. Era ele o encarregado de pegar com Júlio Cézar o dinheiro entregue pelo casal Sfredo – a primeira parcela dos R$ 200 mil – e repassar a Narciso, o braço-direito do magistrado. E não é só: na época do flagrante ele também era o defensor de dois outros acusados de participação na morte do advogado Marcos André de Deus Félix: Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva. Júlio Cézar e Augusto Granjeiro respondem hoje a processo pelo crime de exploração de prestígio. A ação tramita na 17ª Vara Criminal da Capital.
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LIGAÇÕES PERIGOSAS
Sentenças favoráveis e sumiço de processo
O
É a partir de site do Tribu2009, com Crisnal de Justiça tiano Matheus já de Alagoas prefeito, que as delista 18 processos cisões de Léo Denna Vara do Único nisson favoráveis Ofício de Marechal a ele se acumuDeodoro em que o lam em processos prefeito Cristiano que incluem desde Matheus da Silva e disputas com o goSouza figura como verno do Estado autor ou como reno que tange ao presentado. Outros repasse de ICMS três tramitam ou para o município, tramitaram no Foro a ações contra dede Maceió em varas sapropriações de cíveis – 2ª, 12ª e 26ª, Cristiano Matheus está no 2º mandato imóveis feitas pela enquanto no âmbito prefeitura e deda 2ª instância há núncias de improbidade contra o chefe do quatro processos, dentre eles o de númeExecutivo municipal. ro 0802712-11.2014.8.02.0000, relativo Há também ações de indenização por à acusação de formação de quadrilha e dano moral, como a movida pelo prefeito fraude em licitação em que o prefeito é em maio de 2012 contra o site Real Deodenunciado pelo Ministério Público Esdorense por haver reproduzido matéria tadual por provocar um prejuízo de mais de outro site, o Cada Minuto, vinculando de R$ 1,3 milhão aos cofres públicos junto a Prefeitura de Marechal Deodoro e Criscom nove funcionários da prefeitura. tiano Matheus às investigações da OpeO que está no foco das investigações ração Espectro. Deflagrada a pedido da do Conselho Nacional de Justiça é a conControladoria Geral do Estado em marduta do juiz Léo Dennisson no que se refeço daquele ano, a operação desarticulou re a ações judiciais envolvendo o prefeito uma quadrilha que provocou prejuízos e/ou a Prefeitura de Marechal Deodoro. O estimados em R$ 300 milhões aos cofres CNJ quer saber, por exemplo, o que houestaduais através de licitações e outras ve com as denúncias de desvio de recursos operações fraudulentas. da saúde, cerca de R$ 5 milhões em AIHs A ação de número 0000564(Autorização de Internação Hospitalares) 93.2012.8.02.0044 consta como ainda em irregulares, cuja documentação teria sutramitação, embora no dia 30 de maio de mido do Fórum de Marechal sem que o 2012 o juiz Léo Dennisson tenha concemagistrado adotasse qualquer providêndido liminar determinando pagamento cia. Trata-se de suposto crime – suposto de indenização ao prefeito num despacho porque seria alvo de investigação – sobre em que destaca: o qual a própria denúncia simplesmente “É notório o impacto que uma repordesapareceu. tagem deste naipe tem no município e No que se refere aos 18 processos em na vida profissional e pessoal do gestor trâmite ou já concluídos na Comarca de público que, ao que tudo indica, sempre Marechal em que o prefeito Cristiano se pautou por uma conduta idônea e sem Matheus figura como parte, todas as demáculas, acrescentando-se de que se tracisões do juiz Léo Dennisson foram favota ainda de ano em que haverá eleições ráveis ao mesmo. A mais antiga delas é municipais”. uma notícia-crime relativa às eleições Com efeito, em 2012 Cristiano Made 2008, quando ele foi eleito prefeito de theus, ex-marido de Mellina Freitas, Marechal pela primeira vez. Neste caso, filha do presidente do TJ, Washington justiça seja feita, não se pode falar em má Luiz, disputou a venceu as eleições para conduta por parte do magistrado, que enseu segundo mandato. caminhou a denúncia à Justiça Eleitoral.
Fabrizzio Riccardi quando da prisão em flagrante pela morte, por asfixia, da esposa
Libertação de italiano, um caso emblemático
N
o âmbito de decisões questionáveis, o juiz da Comarca de Marechal Deodoro Léo Dennisson chamou a atenção da imprensa local, nacional e até internacional em fevereiro do ano passado, quando concedeu a liberdade provisória – e ainda hoje vigente – ao italiano Fabrizzio Carlo Angelo Riccardi. Em abril de 2013 ele foi preso em flagrante, em sua casa na Praia do Francês, após matar a esposa, Judite Fonseca de França Riccardi, asfixiada com um pênis de borracha. Tanto o crime quanto a libertação do acusado repercutiram inclusive em sites de notícias da Itália. Em outubro de 2013 Riccardi já havia tido negado o pedido de liberdade pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, ao qual havia recorrido depois de ter, a 12 de agosto daquele ano, o pedido negado pela juíza substituta da Comarca Carolina Sampaio Valões da Rocha. Na decisão, a magistrada fez constar trechos de depoimentos dados à Polícia e ao Ministério Público por familiares da vítima relatando o alto nível de agressividade do italiano para com a esposa e que, por conta de uma das agressões, teve a perna fraturada. O próprio laudo pericial no cadáver atestou a existência de “diversas lesões no corpo da vítima, que não se justificariam caso a morte tivesse ocorrido conforme o rela-
tado pelo denunciado”. Fabrizzio alegou em sua defesa que o pênis teria se quebrado acidentalmente na boca da esposa no momento em que fazia sexo com ela. Mas quatro meses após a decisão do TJ, negando a liberdade ao acusado, o juiz Léo Dennisson decidiu soltá -lo. O argumento: o acusado passara mais de nove meses preso sem que houvesse ocorrido qualquer audiência de instrução. Ainda segundo seu despacho, o italiano deixara de ter comparecido a duas audiências marcadas, uma no dia 22 de novembro de 2013 e a outra em 13 de dezembro do mesmo ano. Na primeira, teria havido um erro do Cartório da Comarca que deixou de comunicar ao Sistema Penitenciário sobre a necessidade de apresentação do preso. Quanto à segunda, não houve, de acordo com o magistrado, qualquer justificativa para a ausência do denunciado por homicídio qualificado. Léo Dennisson, que determinou a entrega do passaporte do italiano à Polícia Federal e que ele se apresente mensalmente ao Fórum de Marechal Deodoro, já marcou a data da primeira audiência de instrução e julgamento: será no dia 13 de abril de 2016. Quem quiser conferir é só acessar no portal do Tribunal de Justiça os detalhes do processo de número 000082242.2013.8.02.0053.
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POLÍTICA
Oposição aposta em representação contra Dilma por crime de extorsão Os oposicionistas também vão ao Tribunal de Contas da União denunciar que “pedaladas fiscais” continuam sendo praticadas JULIA CHAIB PAULO DE TARSO LYRA Correio Braziliense
A
pós reunião no Senado, os presidentes de partidos e líderes da oposição decidiram apresentar, na Procuradoria-Geral da República (PGR), uma representação contra a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, por crime de extorsão. Segundo o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), Edinho chantageou o empreiteiro da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, com base na delação premiada feita por ele à Justiça Federal do Paraná, para que este doasse os R$ 7,5 milhões à campanha da reeleição de Dilma. “Há ali, explicitado por ele (Pessoa), uma clara chantagem. Ou ele aumentava as doações ao Partido dos Trabalhadores e à campanha da presidente da República ou ele não continuava com suas obras na Petrobras”, reforçou Aécio. Os oposicionistas também pedem que a delação premiada do empreiteiro seja adicionada à ação protocolada pelos tucanos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por crime eleitoral pelo uso de dinheiro desviado da Petrobras na campanha da presidente. Os oposicionistas também vão ao Tribunal de Contas da União com uma
Presidentes de partidos e líderes da oposição reunidos decidem que o ministro Edinho Silva também será alvo da representação na PGR
representação na qual afirma que as “pedaladas fiscais”, que estão sob a análise do TCU por terem sido praticadas em 2014, foram mantidas em 2015. “Portanto, o crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal foi continuado. Ele não aconteceu apenas nos últimos anos, continua acontecendo este ano. Em relação ao Banco do Brasil, por exemplo, há um débito do Tesouro para com essa instituição financeira de cerca de R$ 2 bilhões, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal”, criticou o presidente do PSDB.
AVALIAÇÃO A movimentação, contudo, dividiu as oposições. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO); o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP); e o presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SP), defendiam um discurso mais incisivo favorável ao impeachment da presidente. “A gente tinha, como oposição, que mobilizar a sociedade pelo impeachment. Ninguém mais aguenta este governo. Se esperar os três anos e meio que faltam para ela acabar o mandato, leva-
remos mais cinco ou 10 anos para recuperar o país”, reclamou Paulinho ao Correio. Aécio afirmou que a possibilidade de impeachment continua no radar da oposição, embora lideranças expressivas da legenda, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, achem que esse não seja o caminho adequado a seguir no momento. “Consideramos que esse é o passo a ser dado nesse momento. Vamos aguardar para ter conhecimento de outras denúncias que estão surgindo a cada dia. O im-
pacto das denúncias é muito grande. Muito grande não apenas no Congresso Nacional — ele é enorme no seio da sociedade brasileira, que está atônita”, justificou Aécio. Para o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), a estratégia de buscar a criminalização eleitoral pode ser até mais efetiva do que o impeachment, pois, se comprovadas as irregularidades, a chapa presidencial — que inclui o vice-presidente, Michel Temer — é impugnada e, com isso, novas eleições precisam ser marcadas.
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ELEIÇÕES
Comissão da reforma política aprova mudanças nas coligações partidárias Presidente avalia que, na prática, este é o fim das coligações AGÊNCIA BRASIL
A
comissão temática instalada no Senado para discutir a reforma política aprovou na quarta, dia 1º, em votação simbólica, a proposta do relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), que prevê mudanças nas coligações partidárias nas eleições. Pelo texto aprovado, os partidos poderão se coligar, mas os votos de um não poderão ajudar a eleger candidatos de outro partido da coligação. Assim, um candidato que tenha muitos votos poderá ajudar a eleger outros do próprio partido, mas não de uma legenda diferente como permite a atual legislação. O Senado já tinha aprovado uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que previa o fim das coligações partidárias em eleições proporcionais,
mas a PEC não alcançou votos suficientes na Câmara dos Deputados e foi arquivada. Agora, o novo projeto foi apresentado na forma de lei ordinária e prevê a possibilidade de coligação entre os partidos, mas acaba com os efeitos da coligação para a junção de votos. “O Partido A vai ter os seus votos, vai somar o seu coeficiente, e o Partido B vai contar seus votos e o seu coeficiente. Essa é a diferença. É mais fácil de aprovar uma lei ordinária, ajustando essa questão da legislação proporcional com coligações, que aprovar uma PEC, como foi tentado na Câmara e já foi rejeitado”, explicou Jucá. O presidente da comissão, senador Jorge Viana (PT-AC), avalia que, na prática, o projeto acaba com as coligações, porque retira dos partidos o
principal ponto de interesse na união, que é a soma dos votos em benefício da coligação. Ele considerou também que o fim das coligações é bom para os partidos. “O relator apresentou uma proposta engenhosa, uma proposta inteligente, que o plenário inteiro concordou com ela porque ela fortalece os partidos”. A comissão aprovou também uma requisição do relator para que a matéria siga em regime de urgência para o plenário do Senado. Assim, qualquer emenda apresentada será discutida diretamente no plenário, na votação final do projeto. Romero Jucá, agora, negociará o projeto com o relator da reforma política na Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que ele possa sair do Senado e ser aprovado com rapidez também pelos deputados e possa
Jorge Viana preside comissão especial que avalia reforma política
ter validade nas eleições municipais do ano que vem. Os dois relatores devem se encontrar ainda hoje para definir também os projetos da Câmara que serão tratados
prioritariamente pelo Senado, com o objetivo de outros itens da reforma sejam aprovados a tempo de valer para as eleições municipais de 2016 e as eleições gerais em 2018.
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PESQUISA CNI/IBOPE
Apenas 9% da população considera governo Dilma ótimo ou bom Gestão da petista é considerada ruim ou péssimo para 68% da população e é o pior resultado da série histórica JORGE MACEDO
O
governo Dilma Rousseff é considerado ótimo ou bom por apenas 9% da população brasileira, contra 12% registrados em março. A avaliação positiva só não foi pior que a registrada por José Sarney, em sondagens feitas entre junho e julho de 1989, quando foram registrados 7% de aprovação. De acordo com a pesquisa CNI-Ibope, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na quarta-feira, dia 1°, o governo da petista é considerado ruim ou péssimo para 68% da população, em junho, quatro pontos percentuais acima do registrado no mês anterior.
Esta é a pior avaliação da série histórica feita pelo CNI -Ibope. Para 21%. o governo da presidente é avaliado como regular. Segundo a pesquisa, 83% desaprovam e 15% aprovam a maneira de a presidenta governar. Na pesquisa anterior, referente a março, estes percentuais estavam em 78% e 19%, respectivamente. De acordo com a pesquisa, 78% dos brasileiros não confiam na presidente, enquanto 20% confiam. Em março, estes índices estavam em 74% e 24%, respectivamente. As ações com melhores avaliações foram as de combate à fome e à pobreza, que foram aprovadas por 29%
da população, apesar do recuo de 4 pontos percentuais na comparação com março. Em segundo lugar ficaram as ações e políticas de meio ambiente, que contaram com aprovação de 27% dos brasileiros. Segundo o CNI-Ibope, o percentual de desaprovação é superior a 60%. Os juros e impostos continuam sendo as áreas com pior avaliação, ambas com percentuais de desaprovação de 90% e aprovação de 6% e 7%, respectivamente. A pesquisa foi feita entre os dias 18 e 21 de junho a partir de 2002 entrevistas feitas em 141 municípios. A margem de erro é 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo.
Cai o percentual dos que consideram o governo Dilma ótimo ou bom
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COMENDADOR DO CRIME
Prestes a ser julgado por homicídio, Luiz Pedro é homenageado pela Câmara Acusado de mandar executar pedreiro, ex-vereador é agraciado com o título de Cidadão Benemérito DA REDAÇÃO
A
sociedade maceioense ficou chocada esta semana com o título de Cidadão Benemérito concedido ao ex-vereador por Maceió Cabo Luiz Pedro da Silva pela Câmara Municipal. Quem externou sua insatisfação de forma veemente foi o aposentado Sebastião Pereira dos Santos, pai do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, o Beto, executado a mando do ex-cabo da Polícia Militar. A honraria foi proposta pelo vereador Dudu Ronalsa (PSDB) e subscrita pelos vereadores Eduardo Canuto (PV), líder do governo, e Kelmann Vieira (PMDB), delegado da polícia civil e presidente da Câmara de Maceió. Dudu Ronalsa destacou em sua fala o motivo para o acusado receber o título: “Luiz Pedro nasceu pobre em Paulo Jacinto e enfrentou todos os problemas que nossas comunidades da periferia enfrentam quando mudou-se para Maceió, aos seis anos. Foi catador de sururu, servente de pedreiro e tornou-se uma das lideranças que mais fez e ainda faz pelas pessoas humildes de nossa capital. Ele merece todas as nossas homenagens”. Assim como Luiz Pedro foi um dia, Carlos Roberto Rocha Santos também era servente de pedreiro e deixou três filhos para a esposa criar. Depois da madrugada do dia 12 de agosto de 2004 ele jamais retornou para casa após ser capturado por quatro homens que se identificaram como policiais.
Sessão solene na Câmara: Luiz Pedro, Kelman Vieira, Dudu Ronalsa e Aparecida do Luiz Pedro. Sebastião Pereira (D), pai de Beto, clama por justiça há mais de 10 anos; crime continua impune
Sebastião Pereira dos Santos sempre deixou claro que Beto foi executado por não aceitar autoritarismo de milicianos de Luiz Pedro na região em que ele morava. Após algumas situações onde o servente de pedreiro foi constrangido e revidou com palavras, o seu destino perante a quadrilha de Luiz Pedro já estava traçado: a morte. Ao contrário do que foi dito durante a entrega do título de Cidadão Benemérito para Luiz Pedro da Silva, quando o ex-parlamentar foi elogiado pelo seu serviço prestado aos maceioenses, quem conhece de perto a realidade dos “residenciais” de Luiz Pedro sabe que tipo de lei impera no local. Quem não vota em seus candidatos ou discordar sofre represá-
lias, autoridades policiais não adentram em seus conjuntos e ele tem o controle sobre a vida e a morte de quem ele considera a margem da lei. Luiz Pedro continua sendo um mito de justiceiro alimentado pelos políticos e poderes constituídos. Sua gama de poder e densidade eleitoral lhe faz amado por muitos; principalmente por aqueles que precisam de votos de quatro em quatro anos. Foi por sede de justiça que Sebastião Pereira dos Santos foi de encontro ao sistema e passou a denunciar a verdadeira face do exvereador, que ele classifica como “assassino impiedoso”. “Quem é Luiz Pedro para ser homenageado? Ele é exdeputado, ex-vereador, excabo, ele não é ninguém; ele
é apenas um assassino”. O aposentado acrescentou que espera que a justiça seja feita. “Celeridade eu não posso mais cobrar, pois já são 11 anos e até agora Luiz Pedro não foi a julgamento para ser condenado pelo crime que cometeu”, desabafou Sebastião Pereira dos Santos. PODER NA CÂMARA Luiz Pedro ainda exerce poder na Câmara de Maceió mesmo não sendo mais vereador. O ex-parlamentar emplacou a esposa como vereadora, cuja falta de expressão política própria a fez ser candidata usando como nome de campanha “Aparecida do Luiz Pedro” (PRTB) fazendo
referência ao nome do ex-cabo. O lobby da vereadora fez com que seu esposo fosse agraciado com o título de Cidadão Benemérito. Difícil foi achar um vereador que quisesse atrelar seu nome com a indicação ao do exvereador acusado de crime de mando. A incumbência ficou a cargo do vereador de primeiro mandato Dudu Ronalsa. Como todos os recursos se esgotaram na Justiça, Luiz Pedro da Silva deve ir ao banco dos réus ainda este ano. O júri popular prometer ser histórico, já que mais um figurão da política alagoana pode ir parar atrás das grades.
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VOTAÇÃO
Partidários da redução da maioridade penal para 16 anos comemoram decisão no Plenário da Câmara; um dia antes substitutivo foi rejeitado
Câmara aprova redução da maioridade penal Reviravolta ocorreu após ‘pedalada regimental’ do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ao lado das bancadas do PSDB, PSD, PHS e PSC POR WILSON LIMA CONGRESSOEMFOCO
Após uma “pedalada regimental” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB -RJ), os deputados aprovaram, no início da madrugada desta quinta-feira (2) a redução parcial da maioridade penal. A proposta teve 323 votos a favor, 155 contrários e 2 abstenções. A matéria ainda precisa ser apreciada em segundo turno para depois seguir ao Senado. Na madrugada de quarta-
feira (1º), o plenário da Câmara havia rejeitado o substitutivo do deputado Laerte Bessa (PR-DF) à proposta de emenda à Constituição (PEC) 171/93, que previa a responsabilização penal de jovens de 16 e 17 anos para crimes graves e/ou hediondos. O substitutivo de Bessa, elaborado em comissão especial, previa que adolescentes responderiam penalmente como adultos em crimes hediondos (homicídio qualificado, latrocínio, sequestro, estupro, entre outros), tráfico de drogas,
casos de terrorismo, lesão corporal grave e roubo qualificado. No entanto, após a derrota da madrugada, o presidente da Câmara articulou junto às bancadas da bala, evangélica e ruralista a apreciação de um novo texto, mas com conteúdo parecido ao que foi rejeitado. De forma conjunta, as bancadas do PSD, PSDB, PHS e PSC apresentaram, na tarde de quarta, uma emenda aglutinativa reduzindo a maioridade penal apenas em casos de crimes hediondos, homicídio doloso
(intencional) e lesão corporal seguida de morte. A proposta também determina que os jovens de 16 e 17 anos comecem a cumprir as medidas sócio-educativas em unidade de internação específica e, ao chegar aos 18 anos, eles seriam transferidos para o sistema prisional comum. A proposta começou a ser votada na noite de quarta-feira e a sessão da Câmara se prolongou até o início da madrugada desta quinta (2). Apesar de bem semelhante à proposta rejeitada pela madrugada, a matéria apresentada é um pouco mais branda, já que excluiu a responsabilização penal explícita nos casos de tráfico de drogas e lesão corporal grave. “Os que votaram contra a redução da maioridade penal deram uma verdadeira autorização para que esses marginais [jovens de 16 e 17 anos condenados] continuem matando”, afirmou o líder do PSC, André Moura. A manobra de se apreciar uma emenda aglutinativa semelhante a um texto já reprovado em plenário foi classificada por
alguns deputados como “golpe” ou “pedalada regimental”. A líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), disse que a “pedalada regimental” pode criar um precedente perigoso. Ela afirmou que as mudanças regimentais podem gerar precedentes que hoje servem a um lado, mas, no futuro, poderão ser utilizado por outros. “Se hoje serve a alguns, amanhã servirá a outros. Ganhar no tapetão não serve a ninguém”, declarou. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) foi irônico e disse que “se a Câmara hoje fosse o Brasileirão, o presidente da Câmara seria o Fluminense”, em referência às várias viradas de mesa que beneficiaram o time carioca nos anos de 1990. “Eu considero essa sessão uma farsa. Uma afronta ao regimento. Hoje nós temos que reduzir as discussões dos critérios mínimos de democracia. Na calada da noite, arma-se um golpe. O parlamento vive hoje uma noite tenebrosa”, complementou o líder do Psol, Chico Alencar (RJ). Até o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, criticou a manobra de Cunha. “Matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”, afirmou. Os defensores da redução da maioridade penal, no entanto, classificaram como “normal” a manobra do presidente da Câmara. Eles alegaram que, como a PEC 171/93 não foi rejeitada, ainda havia a possibilidade de se apresentar emendas que poderiam ser incorporadas ao texto original. Cunha declarou que a emenda é legal e tinha respaldo no regimento. “A população não se sentiu representada pelo resultado da votação. O que mais recebi foram mensagens de pessoas dizendo que deputado anda com segurança, não é assaltado e, por isso, não se preocupa com a violência”, disse o deputado Efraim Filho (DEM-PB).
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POLÍCIA
Maceió na rota do tráfico internacional de
Entorpecentes percorrem mais de três mil quilômetros até chegarem ao estado JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA
N
o último sábado, 27 de junho, uma caminhonete foi abandonada em um milharal na cidade de Amambai, localizada a 332 Km da capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande. Dentro do automóvel, a polícia encontrou 1,5 tonelada de maconha. O motorista desobedeceu à ordem de parada, perdeu o controle do automóvel e conseguiu fugir plantação adentro. Um dia antes, 87 quilos de maconha prensada vinda do Paraguai haviam sido apreendidos pela Polícia Civil na BR-101, em Cristinápolis, estado de Sergipe. A droga foi encontrada durante uma operação do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) em um dos bloqueios preventivos montados pela corporação. Embora o tráfico de drogas seja comum no Brasil, as duas apreensões citadas apresentam similaridades. No primeiro caso, que aconteceu a 3.188 km de Alagoas, a caminhonete encontrada no milharal tinha placa de Maceió. O mesmo foi registrado com o Fiat Uno Vivace parado
na blitz em Sergipe e conduzido pelo alagoano José Carlos Santos Barbosa, 42. Em depoimento prestado às autoridades, José Carlos confessou que estaria vindo do estado do Mato Grosso do Sul. Trajetos diferentes para transportar drogas da mesma procedência para um único destino: Alagoas. A droga seria encaminhada para o distribuidor, em Maceió, para ser comercializada na capital alagoana e Grande Aracaju durante os festejos juninos. Toneladas de maconha e cocaína saem de países como Paraguai e Bolívia para abastecer o território brasileiro. A longa viagem, às vezes, é interrompida pela ação da polícia, mas o fato de o Brasil ter como fronteira diversos países produtores de entorpecentes faz com que a fiscalização se torne difícil. Em entrevista ao EXTRA, o delegado da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, Fabrício Rocha, afirmou ser difícil mensurar a quantidade de droga apreendida com destino às terras alagoanas. “Registramos casos de traficantes que mentem a destinação da droga para proteger o
esquema de tráfico. Podem dizer que o destino é Maceió, mas na realidade, ser Curitiba. Os derivados da cocaína e maconha que vêm do Paraguai e da Bolívia, como a pasta base, crack e haxixe, que saem daqui (MS) abastecem todo o Brasil”, declarou. Em março deste ano, a Polícia Federal de Alagoas apreendeu 400 Kg de Maconha em uma carreta carregada de madeira na cidade de Delmiro Gouveia. O veículo de placa, KKB-4616 de Itabaina (SE), conduzia a droga de Ponta Porã (MS) para Arapiraca, onde seria distribuída. Os policiais encontraram caixas com maconha encomendadas do Mato Grosso do Sul. Quatro pessoas foram presas. Quantia similar também foi apreendida em agosto do ano passado, mas ainda em Mato Grosso do Sul. Uma quadrilha foi detida antes de enviar cerca de meia tonelada de maconha para Maceió dentro de uma carga de ração. “A divisa do país é enorme com rios, serras, florestas. Não acredito que o trabalho nas fronteiras seja ineficiente, pois a geografia brasileira acaba por beneficiar os traficantes”,
analisou Gustavo Barros, da Delegacia de Repreensão de Narcotráfico (DRN). Alagoas está inserida no Polígono da Maconha, região do Sertão Nordestino que produz a erva nas divisas entre Pernambuco e Bahia. Em Pernambuco, as plantações estão espalhadas pelas cidades de Salgueiro, Floresta, Belém de São Francisco, Cabrobó, Orocó, Santa Maria da Boa Vista e Petrolina, região quente e seca banhada pelas águas do rio São Francisco. Carnaubeira da Penha e Betânia, mesmo distantes do Velho Chico, também fazem parte deste mapa. Ao norte da Bahia, completam a linha imaginária que delimita o monitoramento da Polícia Federal as cidades fronteiriças Juazeiro, Curaçá, Glória e Paulo Afonso. “A quantidade de maconha que Alagoas produz nas redondezas do Vale do São Francisco é bem inferior à que vem do Paraguai, por exemplo. A maior parte do entorpecente comercializado no estado vem do estrangeiro. E tanto a maconha quanto a cocaína chegam via terrestre, diferentemente do que é registrado
no Ceará, onde os traficantes usam avião para o tráfico”. Em sua experiência frente à DRN, Barros explicou que traficantes contratam as chamadas “mulas” para transportarem drogas de Mato Grosso do Sul a Alagoas. Quando detidos pela polícia, muitas vezes assumem a autoria do crime para preservarem os nomes dos grandes traficantes. Mesmo sem dispor de números exatos, o delegado afirma que a quantidade de drogas apreendidas no primeiro semestre de 2015 é superior ao mesmo período do ano passado. Conforme o delegado da Polícia Federal em Alagoas, Fábio Maia, do Departamento de Repreensão do Crime Organizado (DRCOR), é mais vantajoso ao traficante importar a maconha do Paraguai, além de mais seguro. “A planta produzida lá é de melhor qualidade sendo que cresce igual a uma árvore. A produzida em Alagoas nem passa da cintura de uma pessoa. Isso reflete no preço. Um quilo de maconha paraguaia, se comprada por R$ 150, chega a ser vendida por R$ 1.500”.
16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE JULHO DE 2015 ERA DIGITAL
Metade dos adolescentes esconde
Pesquisa da Intel Security revela o comportamento de cria MEDIALINK COMUNICAÇÃO
A
Intel Security divulgou esta semana os resultados do novo estudo “Realidade cibernética: O que os pré-adolescentes e adolescentes estão fazendo online”, que examina globalmente os comportamentos online e os hábitos nas redes sociais de crianças e adolescentes com idades entre 8 e 16 anos. O estudo também avalia quais são as principais preocupações dos pais em relação ao comportamento dos filhos. No Brasil, a pesquisa foi realizada com 1.014 participantes, incluindo pais e filhos. O resultado da pesquisa realizada entre os brasileiros mostra que, segundo os filhos, as piores coisas que podem acontecer com eles na Internet é ser hackeado (52%), as pessoas descobrirem sua localização e suas informações pessoais (42%), interagir com estranhos (33%), ser vítima de ciberbullying (29%), e ter segredos revelados que possam afetar sua reputação (27%). De acordo com a pesquisa, um em cada três (33%) filhos muda seu comportamento quando sabem que os pais estão vigiando e cerca de metade das crianças e adolescentes brasileiros (48%) dizem esconder algumas de suas atividades dos pais. Alguns optam por apagar o histórico do navegador (23%), apagar mensagens (20%), preferem usar um dispositivo móvel em vez de laptop ou desktop
(17%) e até minimizam o navegador quando adultos estão por perto (16%). Entre as atividades que os filhos disseram que já fizeram online estão: 35% dizem já ter jogado jogos de vídeo game com um estranho, 13% dizem ter acessado pornografia, 6% dizem ter apostado em jogos, 4% já compartilharam ou postaram fotos e mensagens íntimas, 3% já enviaram fotos inapropriadas de si mesmo para outra pessoa e 1% diz ter comprado drogas ou álcool. Mais da metade (54%) dos filhos entrevistados disseram nunca terem feito qualquer uma dessas atividades. Por outro lado, as piores coisas que os pais pensam que podem acontecer com seus filhos são interagir com estranhos (63%) ou que pessoas possam descobrir a localização da criança e suas informações pessoais (57%). A maioria dos pais (84%) diz que já tentou monitorar o comportamento do filho na internet. Para isso, eles usam técnicas como conversar com o filho (83%), procurar informações em dispositivos (59%), definir controles de acesso (40%), seguir os filhos em mídias sociais (52%) e compartilhar as senhas (36%). Ter os dispositivos das crianças monitorados com GPS é a opção de 11% dos pais. Thiago Hyppolito, engenheiro de produtos da Intel Security, comenta que os pais devem ter conversas frequentes e abertas com
seus filhos sobre o seu comportamento online, bem como sobre os riscos aos quais eles estão expostos. “A comunicação transparente pode ajudar a construir a confiança entre pais e filhos, incentivar as crianças a compartilhar mais informações sobre suas atividades online e a buscar a ajuda dos pais quando se depararem com qualquer atividade suspeita na Internet”, explica Hyppolito.
OUTROS RESULTADOS DA PESQUISA NO BRASIL MÍDIAS SOCIAIS A maioria das crianças (89%) com idade entre 8 e 16 anos já é ativa em redes de mídia social. O índice é de 83% entre crianças de 8 a 12 anos, e de 97% entre adolescentes de 13 a 16 anos. A maioria das crianças criou sua conta no Facebook quando tinha entre 8 e 10 anos de idade. Quase todos os pais (97%) afirmam
já ter tido alguma discussão com seu filho sobre os riscos das mídias sociais. Os temas mais discutidos com as crianças são cibercrimes e roubo de identidade (79%), reputação (77%), configurações de privacidade (70%) e ciberbullying (66%). Parte dos filhos (26%) diz usar nomes falsos ou apelidos em seus perfis de mídia social. O principal motivo para isso é que eles não querem que colegas saibam que são os responsáveis pelo que estão postando (53%). Para 40% das crianças o motivo de usar nomes falsos é porque estão preocupados que os pais ou professores descubram que estão envolvidos com algum conteúdo impróprio. CIBERBULLYING Mais da metade das crianças (52%) já testemunhou algum comportamento cruel nas re-
des sociais. Entre elas, 11% dizem já terem sido vítima de ciberbullying e 24% indicam já terem cometido bullying em mídia social. Elas afirmaram realizar atividades como criticar uma pessoa para outras (14%), chamaram alguém de gordo ou feio ou zombaram da aparência física de alguém (13%). Os principais motivos citados para justificar o bullying são porque os outros foram maus para eles (36%) ou simplesmente porque não gostam dessas pessoas (24%). Um terço (33%) das crianças relatou já ter visto uma foto inadequada em redes de mídia social.
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e suas atividades online dos pais
rianças e adolescentes na Internet VEIS
DISPOSITIVOS
MÓ-
A maioria dos pais (88%) afirma ficar mais preocupado com a atividade online de seus filhos porque as crianças tem um dispositivo móvel. Mais de setenta por cento (72%) achas que seus filhos passam mais tempo em mídias sociais no dispositivo móvel do que no PC. Para os pais com filhas com idades entre 13 e 16 anos esta porcentagem é mais elevada, 90%. Setenta por cento (70%) das crianças passam mais de duas horas por dia em seu dispositivo móvel. As atividades mais citadas são assistir vídeos (62%), utilizar mídia social (59%) e trocar mensagens de texto (47%). INTERAÇÃO COM OUTRAS PESSOAS Uma em cada quatro crianças (25%) diz que se encontraria ou já se encontrou
pessoalmente com alguém que conheceu online. Sessenta e cinco por cento dos pais (65%) acham normal o filho ter amigos adultos em mídias sociais. Quase todos (99%) esses pais não se preocupam se o adulto em questão é um parente ou alguém que eles conheçam e 71% não se preocupam se é um professor. Mais de um terço dos filhos (37%) dizem saber as senhas de outras pessoas e 42% deles já acessaram alguma conta dessas pessoas sem que elas soubessem. As principais razões para isso
são: alterar configurações ou imagens para fazer piada (49%) e para ver se eles estavam conversando com um ex (28%). METODOLOGIA A Intel Security encomendou à MSI Internacional a elaboração de uma pesquisa online com 8.026 crianças e adolescentes com idades entre 8 a 16 anos e 9.017 pais, em vários países. A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos, Canadá, Brasil, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Japão, Austrália, Cingapura e Índia. As entrevistas foram realizadas entre os dias 28 de abril e 12 de maio de 2015. No Brasil, a pesquisa online foi preenchida por 1.014 participantes, sendo 507 homens e mulheres, pais de crianças de 8 a 16 anos de idade e 507 crianças com idade entre 8 e16 anos.
DICAS PARA A SEGURANÇA FAMILIAR ONLINE
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. Conecte-se com seus filhos. Fale casualmente e frequentemente com eles sobre os riscos, e mantenha as linhas de comunicação abertas. Aproveite os temas sobre violação de segurança abordados em notícias ou casos acontecidos em escolas para conversar com as crianças.
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. Defina regras para as senhas. Para mostrar amizade e confiança, os adolescentes podem compartilhar suas senhas de mídia social com amigos ou conhecidos. Amigo ou não, esta é uma prática perigosa. Aconselhe as crianças a criar senhas seguras e nunca compartilhar senhas com amigos.
3
. Leia as indicações dos aplicativos. Antes de permitir que seu filho baixe um aplicativo, conheça as restrições de idade (as categorias geralmente incluem: todos, baixa maturidade, maturidade média ou alta maturidade) e leia os comentários de clientes sobre o aplicativo, assim você será capaz de discernir se um aplicativo é adequado para o seu filho ou não.
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. Tenha Acesso. Os pais devem ter as senhas para total acesso aos dispositivos dos filhos e também as senhas deles usadas nas contas de mídia social e aplicativos.
5
. Aprimore seu conhecimento em tecnologia. Fique sempre um passo em frente e pesquise sobre os vários dispositivos que seus filhos usam. Fique bem informado sobre novos aplicativos e redes sociais. Mesmo que você tenha que criar uma conta, é importante entender como eles funcionam e saber como seus filhos estão usando essas tecnologias.
SOBRE A INTEL SECURITY A McAfee agora é parte da Intel Security. Com sua estratégia Security Connected, a abordagem inovadora para a segurança aprimorada por hardware e o exclusivo McAfee Global Threat Intelligence, a Intel Security concentra-se intensamente no desenvolvimento de soluções e serviços de segurança proativos e comprovados que protegem sistemas, redes e dispositivos móveis para uso profissional e pessoal no mundo todo. A Intel Security combina a experiência e especialização da McAfee com a inovação e o desempenho comprovados da Intel para tornar a segurança um ingrediente fundamental em cada arquitetura e em cada plataforma de computação. A missão da Intel Security é proporcionar a todos a confiança para viver e trabalhar com segurança no mundo digital. www.intelsecurity.com. Intel, o logotipo Intel, McAfee e o logotipo McAfee são marcas registradas da Intel Corporation nos EUA e em outros países.
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ECONOMIA
Sindicalista traça raio-x da crise do setor sucroalcooleiro em Alagoas Presidente do STIA/AL, Jackson de Lima Neto, diz que os investimentos públicos na indústria não acontecem no volume necessário JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com
O
presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Açúcar do Estado de Alagoas (STIA/AL), Jackson de Lima Neto, realizou um balanço da atual situação da crise do setor sucroalcooleiro de Alagoas e avaliou a situação econômica do País, que não vem contribuindo para o crescimento da economia como ocorreu na última década. Há pelo menos cinco safras, os produtores nacionais sofrem com a queda de preços no mercado internacional, com as dificuldades internas decorrentes do preço do etanol, um produto do setor sucroalcooleiro nacional que vem perdendo competitividade ao concorrer em condições desiguais com a gasolina de preço administrado. Os preços da gasolina artificialmente mais baixos que o do etanol, com a justificativa de segurar a inflação, prejudicaram os setores produtores da energia renovável e limpa, como a do etanol. Jackson destacou que a produção nacional de etanol caiu 16 bilhões de litros, em 2009, para 13 bilhões no ano passado; acarretando no fechamento de algumas unidades menos competitivas em um setor que emprega mais de um milhão de trabalhadores no País. Esse é o cenário nacional,
mas o Nordeste, e principalmente Alagoas, sofre mais com este cenário de dificuldades no setor sucroalcooleiro. Em Alagoas, o setor emprega mais de 50 mil cortadores de cana e mais de 15 mil trabalhadores na indústria. “Nestes últimos anos, estamos assistindo uma queda na produção de cana, açúcar e álcool. Essa queda ocorre em simultâneo, na parte agrícola, com a mecanização de atividades de plantio e corte da cana, e, na parte industrial, com a automação, que vão dispensando mão de obra. Como decorrência, assistimos a uma diminuição do emprego agrícola e uma retração no emprego industrial, que afetam o salário e a estabilidade dos trabalhadores no setor”, colocou o presidente do STIA/AL. O fechamento de quatro unidades industriais alagoanas em um curto período – Roçadinho, Guaxuma, Laginha e Uruba – revela este quadro de dificuldades. A Associação dos Plantadores de Cana (Asplana) informa que são mais de R$200 milhões em débitos de usinas e destilarias aos fornecedores de vários municípios. Por outro lado, o atraso no pagamento do subsídio a cana-de-açúcar, referente a safra 2014/2015, também penalizou parte do setor produtor canavieiro de Alagoas, responsável
Jackson de Lima Neto fala sobre alternativas para amenizar a crise que o Estado enfrenta no setor
Fechamento de uma usina ou destilaria significa mais desemprego e mais dificuldades para centenas de operários e de técnicos, além de mais dificuldades para os municípios” JACKSON DE LIMA NETO
por quase 30% das canas moídas no Estado. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar no Estado de Alagoas afirma que
vem se empenhado na defesa de seus representados. “Sabemos que o fechamento de uma usina ou destilaria significa mais desemprego e mais dificuldades para centenas de operários e de técnicos que fazem essa fábrica, além de mais dificuldades para a economia dos municípios”, enfatizou Jackson de Lima Neto. O presidente do STIA/AL defende, com urgência, que o Poder Judiciário resolva as pendências legais que permitam a volta do funcionamento das três unidades industriais do Grupo João Lyra – Laginha, Guaxuma e Uruba. Hoje são milhares de famílias à espera da solução de um impasse que se arrasta há mais de três anos.
“Propomos que, a exemplo da Usina Pumaty, no município de Joaquim Nabuco, em Pernambuco, reativada por uma Cooperativa de Trabalhadores, e da Usina Cruangi, no município pernambucano de Timbaúba, reaberta pela Associação de Fornecedores de Cana, as unidades alagoanas também possam ser objeto de estudos e que o governo de Alagoas, a exemplo do Estado de Pernambuco, aposte nesta saída para que a produção, o emprego, a renda do município e seus impostos sejam preservados em Alagoas. A vitoriosa experiência da Cooperativa Pindorama aponta que esta pode ser uma das soluções concretas para estas unidades recentemente fechadas”, finalizou Jackson de Lima Neto.
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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br
Os índices negativos da administração Rui Palmeira são tantos, que breve Maceió será considerada a pior capital brasileira em todos os níveis.
Conversa fiada Ninguém na região acredita As obras de reurbanização do Vale do Reginaldo devem finalmente ser retomadas no prazo anunciado pelo prefeitura de Maceió através da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) e da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra). O anúncio foi feito durante uma visita técnica dos secretários Maria Aparecida Machado e Roberto Fernandes, Seinfra e Seminfra, respectivamente, ao Vale do Reginaldo. Mentiram em nome do prefeito e estão mais uma vez enganando a população da região.
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A violência vai diminuir? O assunto é polêmico e as opiniões de especialistas e estudiosos do assunto são amplamente divergentes. São mostrados exemplos de países nos quais os índices de violência diminuíram, mas também exibem dados contraditórios pelos quais não há alterações e alguns até apontam o crescimento. Cada um com suas justificativas.
Como votou a bancada alagoana A bancada alagoana na Câmara Federal se dividiu na votação da diminuição da maioridade penal ontem. Votaram sim os deputados JHC, Marx Beltrão, Arthur Lira, Cicero Almeida, Pedro Vilela e Mauricio Quintella. Já Ronaldo Lessa, Paulão e Givaldo Carimbão optaram pelo não. É preciso acabar com esse patrulhamento ridículo e obtuso de quem votou certo ou errado. Todos votaram com suas convicções ou orientação partidária. A forçada de barra da mídia, a comoção diante da galopante violência e a falta de respostas do aparato policial, levam a sociedade acuada a se manifestar quase que por unanimidade, mas é preciso prudência e visibilidade real do problema. Renomados especialistas na matéria têm se pronunciado contra ou a favor, então o melhor é discutir exaustivamente e votar com espírito público elevado.
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Para refletir:
Câmara recusa e aprova redução da maioridade Câmara dos deputados aprovou na madrugada de quinta-feira (2) a redução parcial da maioridade penal. A proposta teve 323 votos a favor, 155 contrários e 2 abstenções. A matéria ainda precisa ser apreciada em segundo turno para depois seguir ao Senado. Também na madrugada de quarta-feira (1º), a mesma Câmara havia rejeitado o substitutivo do deputado Laerte Bessa (PR-DF) à proposta de emenda à Constituição (PEC) 171/93, que previa a responsabilização penal de jovens de 16 e 17 anos para crimes graves e/ou hediondos. O substitutivo de Bessa, elaborado em comissão especial, previa que adolescentes responderiam penalmente como adultos em crimes hediondos (homicídio qualificado, latrocínio, sequestro, estupro, entre outros), tráfico de drogas, casos de terrorismo, lesão corporal grave e roubo qualificado. No entanto, após a primeira derrota, o presidente da Câmara articulou junto às bancadas da bala, evangélica e ruralista a apreciação de um novo texto, mas com conteúdo parecido ao que foi rejeitado. Após polêmica sobre a validade da votação e com as galerias do plenário vazias,o plenário aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal para crimes hediondos, homicídio doloso, e lesão corporal seguida de morte. Ficaram de fora tráfico de drogas, casos de terrorismo, lesão corporal grave e roubo qualificado.
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A palavra de Lessa O deputado Ronaldo Lessa que votou pela não redução da maioridade tece uma opinião equilibrada e muito real sobre o assunto: “Na Câmara, as situações estão muito à direta ou à esquerda. Há um debate de extremos. A discussão sobre a redução da maioridade penal está sendo contaminada também por uma campanha da imprensa. Não acredito que a redução da maioridade penal vai resolver a situação da insegurança pública que atinge o Brasil hoje. É algo muito maior e que precisa de um debate mais amplo”.
Renan quer discutir O presidente do Senado, Renan Calheiros, declarou que pretende criar uma comissão especial para discutir as propostas de redução na maioridade penal e alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Renan afirmou que conversará com os líderes partidários na Casa para definir um prazo para que as matérias sejam apreciadas. “Eu vou conversar com os líderes, vamos criar uma comissão, num prazo a ser estabelecido com eles, para que nós possamos apreciar em um esforço só todas as matérias que tratam da redução da maioridade penal ou de alteração no ECA”, disse. É preciso apenas que ela saiba que oassunto não pode entrar na pauta lenta , pois está efervescente .
Dólar falso no Banco do Brasil O Banco do Brasil informou que há seis casos confirmados de pessoas que compraram cédulas falsas de dólar na instituição, na agência central, no Recife. Outros 13 casos estão sendo investigados. A Polícia Federal (PF) em Pernambuco abriu inquérito sobre os casos, também esta semana após o agropecuarista José Maria Rangel Júnior procurar a entidade com cédulas de dólar que têm o mesmo número de série das que foram compradas pela família da estudante Amanda Parris, primeira a relatar o fato, na semana passada. Já o contador Flávio Amâncio passou por apuros em Nova York, este mês, quando uma funcionária de uma loja percebeu que as cédulas com que ele tentava pagar a conta eram falsificadas. O casal Eduardo e Kátia Nóbrega, que esteve em Miami durante oito dias, também este mês, descobriu que o dinheiro comprado era falso na hora de pagar a conta de um restaurante, no primeiro dia da viagem. “Abrimos inquérito para saber de onde vêm e quem tentou colocar essas cédulas no comércio. A partir de agora, vamos periciar o dinheiro e também, se for o caso, procurar as autoridades norte -americanas. O crime [pelo qual os suspeitos serão acusados] é o uso de notas falsas, mas varia de acordo com a quantidade de participação dos envolvidos”, disse Marcello Diniz, superintendente da PF em Pernambuco.
Não me deixem só! O senador Fernando Collor (PTB) reafirmou sua inocência e retidão de vida pública durante pronunciamento realizado na tarde desta quarta-feira (1º). Collor, que já foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) duas vezes após ter a vida revirada, disse que, mais uma vez, vai provar que as acusações que hoje sofre fazem parte de uma mentira elaborada por integrantes da Procuradoria-Geral da República e da revista Veja. A editora responsável pela Veja já foi condenada a pagar uma indenização milionária ao senador por ter publicado “mentiras”. Collor apontou que as recentes supostas denúncias trazem personagens e fatos repetidos, alimentados “por um grupelho do Ministério Público que se mistura com os bandidos do folheto semanal Veja”. Segundo ele, os fatos recentes mostram que esse é o mesmo cenário, o mesmo modus operandi, os mesmos atores, as mesmas instituições, as mesmas mentiras e, como sempre, o mesmo alvo. “Reitero minha inocência, reitero minha retidão. A minha trincheira, de um lado, está no campo político e a minha resposta se dá nas urnas. De outro, a trincheira se volta para o campo jurídico e minha resposta se dá nos tribunais. Meu propósito é e sempre será cumprir a minha missão política, o meu dever público, mas também desnudar as infectas entranhas dos responsáveis ou das reprováveis práticas de obtenção das delações compartilhadas entre PGR e a Veja” rebateu o senador. (com informações da Gazeta Web
Maceió cada vez pior Enquanto para o prefeito Rui Palmeira e sua “trupe” tudo é uma festa, enquanto a cidade vai se acabando ao abandono, aos desvios de conduta e ao desgaste politico, com uma crescente rejeição à sua administração, dados divulgados na imprensa nacional colocam Maceió como a última colocada, entre as 20 regiões analisadas, no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das metrópoles do país. Os números são do Atlas do Desenvolvimento Humano das Regiões Metropolitanas, lançado, ano passado, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fundação João Pinheiro, do governo de Minas Gerais. A pesquisa informa que o IDH do complexo habitacional Benedito Bentes poderia ser comparado ao do Quênia constante alvo de grupos radicais, o país é um dos mais pobres de seu continente, ainda a enfrentar problemas como a fome. Aí está o retrato de uma administração incompetente e com nenhuma ação voltada para o interesse da comunidade. São os equívocos do voto.
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ARTIGOS
Para inglês ver CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras
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ntrigado com o provérbio que agora me serve de título, certa feita indaguei ao meu Pai o que ali era dito. A curiosidade adolescente não queria apenas entender o significado do dito popular, mas conhecer a sua origem, o porquê do mesmo. Lembro, ainda, do sorriso alvar do meu “Velho” ao responder: “nós usamos esse ditado, mas deveríamos nos envergonhar dele”. E explicou-me que, durante a Primeira Guerra, a Inglaterra, por falta de tecido para a confecção de roupas, uma vez que sua indústria estava empenhada na produção bélica, firmou contrato com o Brasil para a compra da nossa produção de cotonifício, de razoável qualidade e estamparia atraente. Após iniciais re-
messas íntegras, a indústria brasileira passou a enviar as bobinas de tecidos com estampas apenas nos primeiros metros, enquanto os demais seguiam sem a apreciada estamparia. Assim, aquele colorido “era para inglês ver”, ou seja, para enganar o comprador. Isso teria levado ao descrédito a nossa indústria no pós-guerra, Há muitas outras explicações para o provérbio, algumas até elaboradas por literatos brasileiros, mas a do meu Pai parece-me mais prosaica e até mais conforme aquela malandragem tão apregoada pelos narradores e comentaristas do nosso futebol, constantemente divulgada pela equipe global do Galvão Bueno. Pensando nesse “ufanismo” futebolístico e no incidente fabril, fico pensando que de tanta “malandragem” a nossa seleção tornou-se a piada internacional. Constato que a tal da malandragem-sabedoria está presente também no dia a dia da política nacional. Semana passada escrevi sobre o tratamento desrespeitoso que o governo venezuelano, disfarçado em manifestantes bolivarianos, dera à comitiva
Joãozinho, Maria e seus gêneros PERCIVAL PUGGINA
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ota oficial do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, braço freudiano do PT, informa que se a ideologia de gênero não for incluída nos planos decenais de educação, Joãozinho e Maria estarão sob forte possibilidade de se tornarem agentes ou vítimas de “discriminações, exclusões e iniquidades decorrentes das relações de gênero e sexualidade”. Estou à espera de que alguém me indique o motivo pelo qual, numa sala de aula onde o bullying faz sofrer o aluno mais gordo, o mais baixo, o gago, o de óculos, o que tem maiores dificuldades de aprendizagem, a única forma de discriminação que causa rebuliço nos legislativos e suas galerias é a discriminação por motivo de conduta sexual. Pergunto: o respeito não é devido a todos, sempre? Por que eleger o sexo como essência do convívio respeitoso, num espaço onde há tanto desrespeito, inclusive ao professor? E note-se: o preconcei-
to e muitos outros males se instalaram nas escolas precisamente quando elas se assumiram como lugares de “construção da cidadania” ou de revolução social. A partir do momento em que o Congresso Nacional suprimiu do Plano Nacional de Educação as referências a gênero, adotando preceito corretíssimo “(...) erradicação de toda forma de discriminação”, certas organizações foram à loucura. Através do Ministério de Educação, manietaram a lei e criaram um hospício legislativo, obrigando estados e municípios a deliberarem novamente sobre o assunto. O que não dizem, e só é conhecido por quem acompanha os debates nacionais e internacionais sobre as ditas questões de gênero, é que essa ideologia pretende ensinar crianças e adolescentes que não existe aquilo que existe - a homossexualidade masculina e feminina, e o sexo com o qual se nasce. Não satisfeitos, afirmam, lisamente, que o gênero é uma construção e que convencer as crianças disso faz parte indispensável da “desnaturalização dos papéis de gênero e sexualidade” (leia a nota, está tudo lá). Ora, incutir tal disparate na cabeça das crianças da mais tenra idade, mediante im-
oficial de senadores brasileiros, ante um silente governo Dilma. Hoje, pensando melhor, vejo que o governo brasileiro saiu do silêncio obsequioso e reverencial e para demonstrar que a Venezuela bolivarista jamais pretendera obstar a comitiva oficial brasileira, enviou àquele País uma outra comitiva oficial, desta feita formada de quatro políticos governistas capitaneadas por determinado senador paranaense, conhecido por seu destempero e por suas diatribes. Vendo a presepada, veio-me ao pensamento que, se vivo fosse, ao cineasta americano Jules White dita comitiva talvez inspirasse à feitura de um filme cômico. Até apropriado título considerei como sugestão: “Maria Louca e os três patetas”. O fato é que, ao engendrar essa genial comitiva “chapa branca”, o governo Dilma-PT deu nova interpretação ao aforisma-título: “para brasileiro ver”. Uma tolice, pois a malfadada ideia não repara a ofensa do governo venezuelano, vizinho e amigo dos petistas que continuam formando um governo sem brios.
posição legislativa, usando a sala de aula e a autoridade do professor, é uma fraude à biologia e à experiência humana. Introduzir esse conteúdo em cartilhas e figurinhas com o intuito de formatar mentes infantis, afronta sua inocência e invade os direitos educativos dos pais. É perversa manipulação e agressão ao ECA. Combata-se o bullying, ensine-se a igual dignidade de todas as pessoas independentemente de suas diferenças naturais, mas não se obrigue crianças e adolescentes, como parte da atividade escolar, a aprender errado sobre sua própria natureza. Diferentemente do que pretende o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, retirar esses conteúdos dos planos estaduais e municipais de Educação não é “excluir o respeito à diversidade sexual”. Ao contrário, colocar foco exclusivamente nessa pauta é discriminar o universo dos desrespeitados. Quem merece respeito é a pessoa humana, sempre. A escola deve ensinar a não discriminação em quaisquer circunstâncias. E ponto. O resto é, deliberadamente, criar grave desorientação e ensinar errado, por ideologia ou perversa intenção.
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ARTIGOS
Aluno que processou professor JORGE MORAIS Jornalista
S
ão inúmeras e constantes as reclamações de professores contra alunos e vice-versa. Virou uma rotina se falar em bullying nas escolas públicas em maior número, mas nas particulares também. Agressões de toda ordem, perseguições, discussões e, em casos mais graves, até mortes já ocorreram pelo país afora. Alguns dos fatos registrados não sabemos dos seus desdobramentos. A que resultado se chegou e quais as providências tomadas, além do trauma entre as partes envolvidas? Pois bem. Diante de tanta coisa que já se viu e ouviu, recebi uma mensagem que falava de uma decisão tomada por uma autoridade judicial e que muito bem reflete o problema na sua generalidade. O caso que vou relatar nesse espaço, sirva de lição para todos
os envolvidos, administrativa ou judicialmente. Seria também uma oportunidade de se provar que a ação era uma questão moral ou oportunista? Uma questão comum ou muito séria? Uma questão para servir de lição ou apenas mais um caso? Conheça o caso e veja a sentença: O juiz Eliezer Siqueira de Sousa Júnior, da 1ª Vara Cível e Criminal de Tobias Barreto, no interior do Sergipe, julgou improcedente um pedido de indenização que um aluno pleiteava contra o professor que tomou seu celular em sala de aula. De acordo com os autos, o educador tomou o celular do aluno, pois este estava ouvindo música com os fones de ouvido durante a aula. O estudante foi representado por sua mãe, que pleiteou reparação por danos morais diante do “sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional”. Na negativa, o juiz afirmou que “o professor é o indivíduo vocacionado a tirar outro indivíduo das trevas da ignorância, da escuridão, para as luzes do conhecimento, dignificando-o como pessoa que pensa e existe”. O magistrado se solidarizou com o
professor e disse que “ensinar era um sacerdócio e uma recompensa. Hoje, parece um carma”. Eliezer Siqueira ainda considerou que o aluno descumpriu uma norma do Conselho Municipal de Educação, que impede a utilização de celular durante o horário de aula, além de desobedecer, reiteradamente, o comando do professor. Ainda considerou que não houve abalo moral, já que o estudante não utiliza o celular para trabalhar, estudar ou qualquer outra atividade edificante. E declarou: “Julgar procedente esta demanda, é desferir uma bofetada na reserva moral e educacional deste país, privilegiando a alienação e a contra educação, as novelas, os realitys shows, a ostentação, o ‘bullying intelectivo’, o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectivamente improdutiva que vem assolando os lares do país, fazendo às vezes de educadores, ensinando falsos valores e implodindo a educação brasileira”. Por fim, o juiz ainda faz uma homenagem ao professor: “No país que virou as costas para a Educação e que faz apologia ao hedonismo inconsequente,
através de tantos expedientes alienantes, reverencio o verdadeiro HERÓI NACIONAL, que enfrenta todas as intempéries para exercer seu ‘múnus’ com altivez de caráter e senso sacerdotal: o Professor”. Mesmo para um leigo na área jurídica, acho que não precisa muita coisa nem o saber das letras de uma banca do curso de Direito para entender a decisão do juiz Eliezer Siqueira de Sousa Júnior. O que ele fez foi, sem precisar aplicar os rigores da lei, se é que isso é preciso, apenas aplicar o que diz a lei, decidir pelo sentimento do equilíbrio e do respeito ao superior. Hoje, em qualquer nível educacional, desde o fundamental até o superior, o que se observa, quando pouco, é a falta de respeito ao profissional da educação, ao Mestre, responsável direto pelo ensino e a formação acadêmica das pessoas de quem se espera o futuro de uma Nação. No mínimo isso, e que a decisão do juiz sergipano deveria ser lida em todas as salas de aula do Brasil como a primeira lição, o que se fazia antigamente com a disciplina de Organização Moral e Cívica. Parabéns, doutor Siqueira!
pacientes. Outro dia uma me contou que durante a madrugada acordou com a acompanhante vendo um filme de terror. “Troque de canal”, pediu a idosa. “Durma, fique quieta”, respondeu a acompanhante. Tentou contar aos filhos o lance da noite e ninguém acreditou. Ela deve ter sonhado, pensavam os responsáveis. Fui lanchar com outra amiga. Veio batata doce para a mesa. “Está dura”, disse a idosa. “Coma assim mesmo”, falou a cuidadora. Calada, peguei a batata e a vi igual a pedra. Perguntei: “cozinhou agora?” Ela respondeu: “Não, esquentei no micro”. Como sou metida, disse: “deixaremos para você comer!” “É falta de tempo para cozinhar no fogo”, concluiu a malandra. São pequenos exemplos que me chocam, porque conheço de perto as duas velhas amigas. Mulheres dinâmicas, criaram os filhos com muito sacrifício, sempre priorizando o futuro das criaturas que não pediram para vir ao mundo. Rebato, com veemência, quando vejo um empregado nosso rindo por algum engano dos dois velhos, ainda admi-
nistrando suas vidas. Ou então quando alguns deles diz: “Dona Alari, sabe aquele ‘véio’ de tal lugar”... Interrompo: “Sei, o senhor Fulano de tal”. Eles percebem e mudam de tom. Tenho uma filha que insiste para nós morarmos com ela. Fico emocionada, mas repito: “Obrigada, filha; temos nossa casa, nossa receita mensal, a cabeça funciona bem e o ‘alemão’ não nos pegou por enquanto”. De outro lado, ela tem 3 filhos, marido, trabalha os dois horários e viaja muito. A carga dela já é pesada. No dia do meu aniversário, do nada, um filho me disse: “Mãe, já falei com as meninas; quando a senhora e o papai ficarem velhos, elas tomarão conta de vocês”. Fiquei chocada, chorei escondida, mas, “engoli o sapo”. Vivo observando os idosos por onde passo. Na Igreja da Torre, no Recife, existem dezenas deles. O padre Romeu, pároco de lá, tem mais de 80 anos, trabalha na igreja há 50, e consegue administrar uma grande comunidade. Antes da missa, fiscaliza todos os preparativos, fala com as pessoas e depois dirige uma excelente celebração. Exemplo digno de
pessoas com experiência de vida. Soube que em João Pessoa, na Paraíba, foi construído um condomínio, só para idosos, com lazer, assistência médica, e tudo que se faz necessário numa comunidade com pessoas acima de 60 anos. Atenção, construtores de Alagoas: mirem-se nesse exemplo e construam condomínios para nós, velhinhos. As leis que nos protegem, principalmente, o atendimento prioritário, não funcionam dignamente. As Lojas Renner, em Maceió, só têm um caixa para idosos e não possui o caixa prioritário no setor de atendimento aos clientes. Os empregados não foram treinados para nos atender. Um já me disse: Faça como quiser, mas só há atendimento prioritário no caixa tal. Uma velha de 74 anos como eu, expõe de público seus medos e suas queixas. A finalidade é ser ouvida pelas autoridades, pelos filhos, pelos amigos, pelos médicos e sobretudo pelas pessoas que atendem idosos em qualquer lugar. O nosso fim de linha precisa ser saudável e respeitoso. Deus existe. Não duvidem!
Fim de linha ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa
Desde que entrei na reta dos 70, preocupo-me bastante com o pouco tempo de vida que me resta. Sinto a cabeça boa, alguns esquecimentos isolados, condições financeiras capazes de cobrir despesas, mas questiono-me sempre: até quando? Criamos, eu e meu marido, quatro filhos. Hoje, todos tocam a vida sem grandes atropelos e, queiramos ou não, viramos filhos. Uma incessante busca de não precisar deles. Não por vaidade, mas sim por necessidade de cuidar de nossas próprias vidas até o fim do caminho. Vejo amigas que viraram dependentes dos filhos por causa da doença. Umas tiveram sorte e são muito bem cuidadas. Outras levam gritos e são xingadas por cuidadoras, sem condições de administrar sua própria renda. Quem manda na casa, no dinheiro, nos remédios são os filhos im-
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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO
Concurso público
Cena comum
Q
Nas rodovias em Alagoas vez ou outra acontece assalto a ônibus e a polícia tem dificuldade de combater. Entre habitués em viagens usando esse tipo de transporte a pergunta é sobre qual razão do impedimento das empresas de ônibus empregarem seguranças como acontece há anos com agência bancária.
uem abre sites sobre concursos se surpreende com anúncio de inscrições abertas no serviço público e vagas pelos estados afora em várias especialidades. Mas a maioria das propostas são para regiões do Sul e Sudeste. Alagoas, por enquanto, nada.
“O povo não é bobo” A frase foi manchete de matéria na Revista Carta Capital, edição recente e texto focando o jornalismo empenhado em aderir ao “quanto pior melhor”. Cita até reportagem revelando que pesquisa admite haver influência da mídia no sentimento pessimista dos brasileiros.
Mova Brasil O projeto Mova Brasil, da Petrobras, propõe a criação de núcleos em Alagoas com 45 turmas e objetivo de alfabetizar 900 jovens e adultos e atuação em regiões de canaviais. Além de Maceió vão ser cidades-sedes Pilar, Coruripe, União dos Palmares, São Luiz, Santana do Mundaú, Flexeiras, Anadia, Boca da Mata e São Miguel dos Campos.
Mova Brasil 2 Criado há 12 anos, o projeto alfabetizou 172.476 brasileiros de ambos os sexos e maiores de 15 anos. Para este biênio (2015 e 2016) meta é chegar a 14.500 pessoas divididas em turmas por Alagoas, Amazônia, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e o Rio de Janeiro.
Tem sentido? “Se é verdade que a Petrobras é nossa, cadê a minha parte?” Pergunta naturalmente ficará como “brincadeira”. Mas oferece como razão aumentos no preço dos combustíveis sempre maiores que percentuais da inflação. Pelo que falam, não surpreenderá haver reajuste nos próximos dias.
Falta de médico? Uma conversa, e a ver com a área médica, focou preocupação e motivo uma possível falta de médico pediatra no Estado. Mas não por desinteresse na especialidade, mas em razão do crescimento da população infantil. Para profissionais de outras áreas cresce oferta no serviço terceirizado.
Machismo Ordem dos Advogados do Brasil revela haver machismo brasileiro na advocacia e no judiciário. Dados levantados recentemente pela OAB Nacional teria constatado haver 400 mil advogados no Brasil e em nenhuma das seccionais no País é dirigida por uma mulher.
Campanha O machismo na Ordem dos Advogados do Brasil foi divulgado pela Revista Carta Capital, edição de 3 de junho. Constou que diante do quadro está sendo lançada pela OAB da Bahia a campanha Mais Mulheres compondo cargos de direção. Em Alagoas tem discriminação?
Tempo quente? A reforma política, prestes a ser votada no Senado e Câmara Federal preocupa o senador Renan Calheiros (PMDB-Al). Razão, dita por ele: “O esforço que estamos fazendo é para que, em nenhuma hipótese, coloque uma Casa contra outra. E para ser chamada de reforma precisa caminhar nas duas Casas”.
Vandalismo Depredar prédios públicos no Estado não tem mais argumento que não permita identificar atos de vandalismo. Tema foi levantado em uma análise de empresários e razão citada teve a ver com o abandono de imóveis que compõem a história do Estado, mas os alagoanos pouco ou nada conhecem.
Ciclovias Em Maceió está decidido mudanças no trânsito. É proposta definida como irreversível e já é discutida com intermediação do vereador Silvio Camelo e participação de representantes da SMTT e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes. Pelas sugestões, as mudanças vão começar na Rua Deputado José Lages, na Ponta Verde.
Estacionamentos Do vereador Sílvio Camelo: “Todos nós sabemos que a proposta da ciclovia para Maceió precisa ser implantada, mas o projeto tem que ser feito de forma que beneficie a todos, minimizando ao máximo os desdobramentos que prejudiquem empresários e moradores”.
Das duas uma ou...
Em Maceió, a cada dia, fica mais difícil o pedestre confiar em estar seguro caminhando até na calçada. São comuns obstáculos criados e, além do estacionamento de veículos, lojas expondo mercadorias e bares, restaurantes e ambulantes instalando mesas e cadeiras até pelo meio da rua.
Acanhados Falta quatorze meses para as eleições municipais e nos partidos segue calmaria e líderes políticos no Estado argumentam a desmobilização pelo prazo das convenções ainda distante. Acham no momento que a pauta prioritária é fechar alianças. Carnaval nas ruas só em 2016.
Sem comentário O prefeito Rui Palmeira ainda não se insinua candidato à reeleição em 2016 mas quem acredita que ele não tente? Da adversidade só os entraves com os servidores municipais e razão a discordância no percentual do reajuste salarial decidido recentemente. A categoria reivindicou 17% mas acabou aceitando 6,6%.
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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO
Concurso público
Cena comum
Q
Nas rodovias em Alagoas vez ou outra acontece assalto a ônibus e a polícia tem dificuldade de combater. Entre habitués em viagens usando esse tipo de transporte a pergunta é sobre qual razão do impedimento das empresas de ônibus empregarem seguranças como acontece há anos com agência bancária.
uem abre sites sobre concursos se surpreende com anúncio de inscrições abertas no serviço público e vagas pelos estados afora em várias especialidades. Mas a maioria das propostas são para regiões do Sul e Sudeste. Alagoas, por enquanto, nada.
“O povo não é bobo” A frase foi manchete de matéria na Revista Carta Capital, edição recente e texto focando o jornalismo empenhado em aderir ao “quanto pior melhor”. Cita até reportagem revelando que pesquisa admite haver influência da mídia no sentimento pessimista dos brasileiros.
Mova Brasil O projeto Mova Brasil, da Petrobras, propõe a criação de núcleos em Alagoas com 45 turmas e objetivo de alfabetizar 900 jovens e adultos e atuação em regiões de canaviais. Além de Maceió vão ser cidades-sedes Pilar, Coruripe, União dos Palmares, São Luiz, Santana do Mundaú, Flexeiras, Anadia, Boca da Mata e São Miguel dos Campos.
Mova Brasil 2 Criado há 12 anos, o projeto alfabetizou 172.476 brasileiros de ambos os sexos e maiores de 15 anos. Para este biênio (2015 e 2016) meta é chegar a 14.500 pessoas divididas em turmas por Alagoas, Amazônia, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e o Rio de Janeiro.
Tem sentido? “Se é verdade que a Petrobras é nossa, cadê a minha parte?” Pergunta naturalmente ficará como “brincadeira”. Mas oferece como razão aumentos no preço dos combustíveis sempre maiores que percentuais da inflação. Pelo que falam, não surpreenderá haver reajuste nos próximos dias.
Falta de médico? Uma conversa, e a ver com a área médica, focou preocupação e motivo uma possível falta de médico pediatra no Estado. Mas não por desinteresse na especialidade, mas em razão do crescimento da população infantil. Para profissionais de outras áreas cresce oferta no serviço terceirizado.
Machismo Ordem dos Advogados do Brasil revela haver machismo brasileiro na advocacia e no judiciário. Dados levantados recentemente pela OAB Nacional teria constatado haver 400 mil advogados no Brasil e em nenhuma das seccionais no País é dirigida por uma mulher.
Campanha O machismo na Ordem dos Advogados do Brasil foi divulgado pela Revista Carta Capital, edição de 3 de junho. Constou que diante do quadro está sendo lançada pela OAB da Bahia a campanha Mais Mulheres compondo cargos de direção. Em Alagoas tem discriminação?
Tempo quente? A reforma política, prestes a ser votada no Senado e Câmara Federal preocupa o senador Renan Calheiros (PMDB-Al). Razão, dita por ele: “O esforço que estamos fazendo é para que, em nenhuma hipótese, coloque uma Casa contra outra. E para ser chamada de reforma precisa caminhar nas duas Casas”.
Vandalismo Depredar prédios públicos no Estado não tem mais argumento que não permita identificar atos de vandalismo. Tema foi levantado em uma análise de empresários e razão citada teve a ver com o abandono de imóveis que compõem a história do Estado, mas os alagoanos pouco ou nada conhecem.
Ciclovias Em Maceió está decidido mudanças no trânsito. É proposta definida como irreversível e já é discutida com intermediação do vereador Silvio Camelo e participação de representantes da SMTT e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes. Pelas sugestões, as mudanças vão começar na Rua Deputado José Lages, na Ponta Verde.
Estacionamentos Do vereador Sílvio Camelo: “Todos nós sabemos que a proposta da ciclovia para Maceió precisa ser implantada, mas o projeto tem que ser feito de forma que beneficie a todos, minimizando ao máximo os desdobramentos que prejudiquem empresários e moradores”.
Das duas uma ou...
Em Maceió, a cada dia, fica mais difícil o pedestre confiar em estar seguro caminhando até na calçada. São comuns obstáculos criados e, além do estacionamento de veículos, lojas expondo mercadorias e bares, restaurantes e ambulantes instalando mesas e cadeiras até pelo meio da rua.
Acanhados Falta quatorze meses para as eleições municipais e nos partidos segue calmaria e líderes políticos no Estado argumentam a desmobilização pelo prazo das convenções ainda distante. Acham no momento que a pauta prioritária é fechar alianças. Carnaval nas ruas só em 2016.
Sem comentário O prefeito Rui Palmeira ainda não se insinua candidato à reeleição em 2016 mas quem acredita que ele não tente? Da adversidade só os entraves com os servidores municipais e razão a discordância no percentual do reajuste salarial decidido recentemente. A categoria reivindicou 17% mas acabou aceitando 6,6%.
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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br
Carro movido a ar
O
francês Guy Nègre e a empresa de tecnologia MDI trabalharam por duas décadas no desenvolvimento de um carro movido a partir de ar comprimido. Apelidado de AIRPod, o carro pode transportar até três pessoas, pesa apenas 217kg, chega a 80 km/h e o abastecimento pode ser feito em qualquer posto de combustível. De acordo com os fabricantes, a autonomia dele é de 128 quilômetros. O intuito é contribuir para melhorar a qualidade do ar e a mobilidade urbana. O carro deve ser comercializado a US$ 10 mil.
Havaí e energia renovável
U
m projeto de lei para tornar o Havaí o estado americano 100% dependente de energia limpa até 2045 foi aprovado na semana passada. Caso a lei entre em vigor, a eletricidade deverá ser gerada através de uma combinação de fontes renováveis: hidrelétrica, marinha, eólica, solar, biomassa e geotérmica. Atualmente, o Havaí importa aproximadamente 93% de toda sua energia, o que faz dele um dos lugares com tarifas elétricas mais caras dos Estados Unidos.
Plástico verde A Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, e a Wickbold, uma das mais importantes empresas do país no segmento de pães integrais e sem conservantes, se uniram com um compromisso de inovação e sustentabilidade para empregar o plástico verde em embalagens de pães produzidos pela Wickbold. Os produtos vão contar com embalagens feitas de polietileno de cana-de-açúcar, matéria-prima 100% renovável. E os pães, com baixo teor de sódio e gordura e zero aditivo. O plástico verde da Braskem ainda captura e fixa gás carbônico da atmosfera, colaborando para a redução da emissão dos gases causadores do efeito estufa.
Extinção em massa
Ciclovia da Av. Paulista
De acordo com a pesquisa feita por cientistas das universidades de Stanford, Princeton e Berkeley, a terra entrou em um novo período de extinção em massa e os humanos podem estar entre as primeiras vítimas. O último desses períodos ocorreu há 65 milhões de anos, quando os dinossauros foram extintos. Os vertebrados estão desaparecendo a uma taxa 114 vezes mais rápida que o normal e uma perda desta magnitude normalmente seria vista em um período de até 10 mil anos. O estudo cita como causas da extinção: mudança climática, poluição e desmatamento.
Após a inauguração da ciclovia no canteiro central da Av. Paulista, a Prefeitura de São Paulo planeja fechá-la aos domingos, de 10 ás 17 horas, e liberar somente ambulâncias, viaturas de polícia, moradores e hóspedes de hotéis da região. Os moradores nos entornos estão insatisfeitos, mas o prefeito garante que eles chegarão mais rápido do que se tivesse carros nas pistas.
Ajuda financeira por mudança climática Ministros e negociadores do Brasil, China, Índia e África do Sul manifestaram no começo da semana sua decepção porque os países ricos não foram capazes de manter o plano de ação que aumenta substantivamente seu apoio financeiro e compromisso de ajuda aos países pobres para combater o aquecimento global. Em 2010, os países desenvolvidos concordaram em mobilizar um grande montante para ajudar os países pobres a se adaptarem ao impacto da mudança climática e reduzir suas emissões poluentes.
Lagoa Rodrigo de Freitas O professor Paulo Cesar Rosman, integrante do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente e de Engenharia Costeira e Oceanográfica da UFRJ, propõe a construção de grandes dutos subterrâneos, ligando a lagoa com o mar, para despoluir a Lagoa Rodrigo de Freitas até as Olimpíadas de 2016. Os dutos aumentam a troca de água e favorecem a oxigenação. O sistema seria composto por quatro tubulões subterrâneos, com 2,6 metros de diâmetro, se estendendo até 200 metros mar adentro, com valor estimado em US$ 30 milhões, sem utilização de bombas, usando apenas a maré para puxar e empurrar a água.
Desmatamento A operação Mata Verde, realizada entre 30 de maio e 13 de junho, identificou 120 pontos de desmatamento ilegal, totalizando 7,8 mil hectares no extremo norte de Mato Grosso. Desse total, 30 pontos se referem a áreas não cadastradas e identificadas in loco, somando 2,7 mil hectares. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente constatou a veracidade das informações dos satélites e que maioria dos desmatamentos aconteceram para a abertura de pastagens para atividade de pecuária extensiva e à atividade madeireira.
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BR-101
sdasdsads
Viagem entre Alagoas a Paraíba terá pedágio Concessão de rodovia encarecerá frete interestadual,avalia entidade que representa transportadores autônomos de cargas JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA
A viagem de Alagoas a Pernambuco e Paraíba pela BR-101 vai ficar mais cara, uma vez que o trecho da rodovia que liga os estados está para ser concedido à iniciativa privada. Menos de um mês após a publicação no Diário Oficial da União, no dia 9 de junho, do edital que especificou os onze percursos abertos à concessão, o Ministério dos Transportes realiza nesta sexta-feira, 3, um workshop sobre os Procedimentos de Manifestação de Interesse
(PMIs) para estudos e análises técnicos. O evento, que ocorre a partir das 10h no auditório da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília, tem o intuito de esclarecer as dúvidas das empresas interessadas em realizar estudos de viabilidade para as concessões na segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL) do Governo Federal. Todos os editais de chamamento público para os interessados em realizar os trabalhos foram publicados no DOU e o PMI é o primei-
ro passo para dar início ao processo de concessão, que inclui estudos de mercado, de engenharia, ambientais e avaliação econômico-financeira. Os onze projetos de concessões rodoviárias abrangem 4.371 km e somam R$ 31,2 bilhões em investimentos. Os estudos envolvem quatro estados do Nordeste (Bahia, Pernambuco, Paraíba, Alagoas), dois do Sudeste (São Paulo, Minas Gerais), dois do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul), os três do Sul (Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul) e um do Norte (Rondônia).
A empresa vencedora da concessão administrará o trecho da BR-101 que liga Alagoas a Paraíba. Em Pernambuco, a BR-232, de Recife a Cruzeiro do Nordeste, também será cedida ao investimento privado. Só nesses 564 km serão investidose R$ 4,2 bilhões. Segundo o Ministério dos Transportes, o objetivo é a construção do Arco Metropolitano do Recife (PE), melhorar do acesso ao Porto de Suape e a duplicação para Cruzeiro do Nordeste. O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Alagoas, Nailton Alves, lembra que a concessão de rodovias é sinônimo de pedágio. “O valor do frete para fora do estado irá encarecer, pois não iremos tirar do nosso bolso. Atualmente cobramos 12% em cima da alíquota do ICMS para o transporte interestadual e 17% para dentro de Alagoas”, explicou. Sobre os investimentos na rodovia, Alves opinou ser mais do que necessário pelas condições atuais. “Além de ser um trecho em que ocorrem muitos assaltos pela ausência de um posto da Polícia Rodoviária Federal, o asfalto precisa de reparos, já que a BR-101 é um dos trechos mais utilizados tanto por caminhoneiros como por motoristas que viajam até Recife”. PEDÁGIO De acordo com o Ministério dos Transportes, as empresas concessionárias serão selecionadas em leilões públicos nos quais o vencedor será aquele que oferecer menor tarifa de pedágio. O contrato permitirá a cobrança de pedágio quando 10% das obras estiverem concluídas. Além disso, a empresa só poderá cobrar pedágio após a conclusão dos trabalhos iniciais, implantação das praças de
pedágio, integralização do capital social total estipulado no contrato, entrega do programa de redução de acidentes e entrega do cadastro do passivo ambiental. “A concessionária será responsável pela construção e manutenção do trecho rodoviário concedido, pelo gerenciamento do tráfego e pelos serviços de atendimento aos usuários, em especial, o atendimento médico de emergência em acidentes e o serviço de guincho para veículos avariados na rodovia”, informou a assessoria de comunicação ministerial. O valor e o trecho de pedágios da BR-101, da divisa de Alagoas até Paraíba, ainda não foram analisados. Dos R$ 198,4 bilhões em investimentos determinados pelo PIL, R$ 66,1 bilhões vão para as concessões de rodovias. Desse total, R$ 19,6 bilhões estão vinculados aos cinco leilões previstos para este ano e R$ 31,2 bilhões para os 11 leilões de 2016. Também estão previstos R$ 15,3 bilhões para investimentos em concessões já existentes. Em nota, o ministério informou que os estudos deverão considerar, para a futura concessão, obras como inclusão de contornos e variantes, e a exclusão, modificação e inclusão de segmentos da malha viária adjacente, bem como o fracionamento dos trechos em mais de uma concessão. O Programa Brasileiro de Concessões de Rodovias teve início na década de 90 como alternativa à falta de recursos federais para a recuperação, melhoria, manutenção e expansão da malha rodoviária nacional. O Brasil tem o segundo maior conjunto de rodovias no mundo, sendo que, hoje, mais de 14 mil quilômetros são em rodovias concedidas, operadas por 51 empresas.
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BR-101
sdasdsads
Viagem entre Alagoas a Paraíba terá pedágio Concessão de rodovia encarecerá frete interestadual,avalia entidade que representa transportadores autônomos de cargas JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA
A viagem de Alagoas a Pernambuco e Paraíba pela BR-101 vai ficar mais cara, uma vez que o trecho da rodovia que liga os estados está para ser concedido à iniciativa privada. Menos de um mês após a publicação no Diário Oficial da União, no dia 9 de junho, do edital que especificou os onze percursos abertos à concessão, o Ministério dos Transportes realiza nesta sexta-feira, 3, um workshop sobre os Procedimentos de Manifestação de Interesse
(PMIs) para estudos e análises técnicos. O evento, que ocorre a partir das 10h no auditório da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília, tem o intuito de esclarecer as dúvidas das empresas interessadas em realizar estudos de viabilidade para as concessões na segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL) do Governo Federal. Todos os editais de chamamento público para os interessados em realizar os trabalhos foram publicados no DOU e o PMI é o primei-
ro passo para dar início ao processo de concessão, que inclui estudos de mercado, de engenharia, ambientais e avaliação econômico-financeira. Os onze projetos de concessões rodoviárias abrangem 4.371 km e somam R$ 31,2 bilhões em investimentos. Os estudos envolvem quatro estados do Nordeste (Bahia, Pernambuco, Paraíba, Alagoas), dois do Sudeste (São Paulo, Minas Gerais), dois do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul), os três do Sul (Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul) e um do Norte (Rondônia).
A empresa vencedora da concessão administrará o trecho da BR-101 que liga Alagoas a Paraíba. Em Pernambuco, a BR-232, de Recife a Cruzeiro do Nordeste, também será cedida ao investimento privado. Só nesses 564 km serão investidose R$ 4,2 bilhões. Segundo o Ministério dos Transportes, o objetivo é a construção do Arco Metropolitano do Recife (PE), melhorar do acesso ao Porto de Suape e a duplicação para Cruzeiro do Nordeste. O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Alagoas, Nailton Alves, lembra que a concessão de rodovias é sinônimo de pedágio. “O valor do frete para fora do estado irá encarecer, pois não iremos tirar do nosso bolso. Atualmente cobramos 12% em cima da alíquota do ICMS para o transporte interestadual e 17% para dentro de Alagoas”, explicou. Sobre os investimentos na rodovia, Alves opinou ser mais do que necessário pelas condições atuais. “Além de ser um trecho em que ocorrem muitos assaltos pela ausência de um posto da Polícia Rodoviária Federal, o asfalto precisa de reparos, já que a BR-101 é um dos trechos mais utilizados tanto por caminhoneiros como por motoristas que viajam até Recife”. PEDÁGIO De acordo com o Ministério dos Transportes, as empresas concessionárias serão selecionadas em leilões públicos nos quais o vencedor será aquele que oferecer menor tarifa de pedágio. O contrato permitirá a cobrança de pedágio quando 10% das obras estiverem concluídas. Além disso, a empresa só poderá cobrar pedágio após a conclusão dos trabalhos iniciais, implantação das praças de
pedágio, integralização do capital social total estipulado no contrato, entrega do programa de redução de acidentes e entrega do cadastro do passivo ambiental. “A concessionária será responsável pela construção e manutenção do trecho rodoviário concedido, pelo gerenciamento do tráfego e pelos serviços de atendimento aos usuários, em especial, o atendimento médico de emergência em acidentes e o serviço de guincho para veículos avariados na rodovia”, informou a assessoria de comunicação ministerial. O valor e o trecho de pedágios da BR-101, da divisa de Alagoas até Paraíba, ainda não foram analisados. Dos R$ 198,4 bilhões em investimentos determinados pelo PIL, R$ 66,1 bilhões vão para as concessões de rodovias. Desse total, R$ 19,6 bilhões estão vinculados aos cinco leilões previstos para este ano e R$ 31,2 bilhões para os 11 leilões de 2016. Também estão previstos R$ 15,3 bilhões para investimentos em concessões já existentes. Em nota, o ministério informou que os estudos deverão considerar, para a futura concessão, obras como inclusão de contornos e variantes, e a exclusão, modificação e inclusão de segmentos da malha viária adjacente, bem como o fracionamento dos trechos em mais de uma concessão. O Programa Brasileiro de Concessões de Rodovias teve início na década de 90 como alternativa à falta de recursos federais para a recuperação, melhoria, manutenção e expansão da malha rodoviária nacional. O Brasil tem o segundo maior conjunto de rodovias no mundo, sendo que, hoje, mais de 14 mil quilômetros são em rodovias concedidas, operadas por 51 empresas.
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ARTIGO
A melhor palavra é mesmo esculhambação JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br
N
este meu artigo, eu não queria usar esta palavra, “esculhambação”, mas, pelo que já estamos testemunhando no Brasil, a palavra que eu melhor encontrei foi essa. Eu nem fui consultar o Aurélio Buarque de Holanda, o Michaelis, o Caldas Aulete ou outro qualquer dicionário, por mais que ele seja famoso ou ilustrado. Tenho amigos que são professores de Português, mas, a palavra que eu queria escrever no título seria a que mais definiria a situação real do Brasil. Ainda pensei nas palavras: bagunça, anarquia, imoralidade, confusão, indecência, patifaria, devassidão, corrupção, libertinagem,
avacalhação, bandalheira e safadeza, porém, a palavra que mais se encaixa no que eu queria dizer, é mesmo:esculhambação. Na realidade, esta palavra é usada quando você quer dizer que uma coisa está esculhambada ou não presta. É uma palavra pouco usada e, pouquíssimas pessoas usam, principalmente as pessoas que gostam de usar termos difíceis, em palestras, conferências ou quando estão sendo entrevistadas. Como eu não gosto de sofisticação, prefiro ser autêntico. Vamos ver se vocês concordam comigo se eu disser que é uma esculhambação quando um presidente da República escolhe e nomeia um ministro do Supremo Tribunal Federal para que ele julgue as suas bandalheiras ou suas pedaladas. Veja se não é mesmo uma esculhambação, um cara roubar 79 milhões de reais e ficar folgado, com direito a prisão domiciliar, podendo ser solto dentro de poucos
dias. É ou não é, uma esculhambação, um cara ter cometido um crime hediondo e um juiz mandar soltá-lo, no mesmo instante, mediante uma tal de fiança, de uns poucos reais? Eu acho uma esculhambação quando nossas leis dizem que mesmo tendo cometido um crime brutal, o criminoso não deve ser preso se for réu primário. É ou não é uma esculhambação, quando vários deputados da nossa Assembleia Legislativa tiram da Casa 303 milhões de reais e, depois, ficam tomando whisky com os juízes, nas suas mansões e granjas? É mesmo uma grande esculhambação quando muitos prefeitos roubam o dinheiro da merenda escolar e depois compram fazendas e carrões importados e tudo fica assim mesmo, sem punição perante as leis. É ou não é uma patifaria ou uma esculhambação quando alguns se candidatam, novamente, mesmo processados e, depois e tudo, são eleitos, estando
com processos nos Tribunais, para serem julgados só depois dos seus mandatos serem encerrados. De alguns anos pra cá, o Brasil virou uma bagunça, ou melhor, uma esculhambação generalizada e tem muita gente ganhando dinheiro, com a patifaria! Nesta semana, a Câmara dos Deputados e o Senado deram aos funcionários de ambas as Casas aumento de 70 %, fazendo com que o governo tenha que gastar mais de 25 bilhões de reais na folha de pagamento. Depois disso, todos os Tribunais, as Assembleias, as prefeituras, os vereadores e os demais servidores vão querer, também, seus aumentos, para a esculhambação dobrar. Antes, poucas pessoas roubavam, porém, agora, até quem era honesto está querendo, também, ter suas “boquinhas”, numa verdadeira esculhambação.
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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com
Transparência no futebol
A
atual diretoria da Agremiação Sportiva Arapiraquense entende que é preciso ser transparente para garantir o sucesso dentro de campo e fora dele. Pensando nisso, nesta quinta-feira, 2, o presidente Bruno Euclides e o vice-presidente Financeiro, Carlos Soares, divulgaram a segunda prestação de contas da atual gestão – de 01 de abril a 30 de junho.
Dificuldades
A intenção, segundo Soares, é continuar mostrando aos torcedores alvinegros o que acontece dentro do clube e, principalmente, as dificuldades financeiras que são enfrentadas para que os resultados positivos apareçam. “Essa política de transparência vai ocorrer durante toda gestão. Não podemos administrar um clube do tamanho do ASA sem que o torcedor acompanhe, participe, nos ajude. O dia a dia é muito difícil, mas amor pelo alvinegro é que nos move”, colocou.
Fechou no vermelho
Carlos Soares divulgou também que a partir de agora, a prestação acontecerá mensalmente. “O estatuto do clube coloca que precisamos transparecer as contas de três em três meses, mas precisamos ir além, fazer diferente, mostrar o caminho duro de fazer futebol”, comentou. Na prestação de contas divulgadas pela diretoria, o clube fechou mais uma vez no vermelho. Foram R$ 875 mil de receitas e cerca de R$ 999 mil de despesas. Ou seja, um saldo negativo de aproximadamente R$124 mil.
Festa junina
Apontado como um dos maiores investimentos imobiliários de Alagoas, o Residencial Riviera do Lago realizou uma grande festa junina e que contou com convidados especiais a exemplo de Eraldo Armstrong, Luciene Nunes, Cícera Campos e Sheyna Magalhães.
Homenagem
Representou a prefeita
“Foi evento no qual fizemos questão de prestar uma homenagem especial aos nossos corretores”, disse o gerente comercial do empreendimento Edgar dias, que fez questão de destacar a presença do presidente do CRECI/AL, Vilmar Pinto, Tales Cardoso, empresário Pedo Romualdo, Luis Henrique e Paulo Taboada, da URB4. “Foi uma festa que trouxe grande alegria e que marcou a união das pessoas envolvidas nesse grande empreendimento que é o Residencial Riviera do Lago”, completou Edgar Dias.
Na ocasião, a secretária de Planejamento, Cícera Pinheiro, representou a prefeita Célia Rocha, que está em Brasília, em busca de recursos para Arapiraca. Cícera Pinheiro reforçou a parceria com o governo de Alagoas, frisando que o mais importante é o planejamento conjunto, com a participação da classe empresarial e dos moradores.
Duplicação da AL-110 Em reunião ocorrida na manhã de quarta-feira (dia 1º), na sede da Gerência Regional do Departamento Estadual de Estradas de Rodagens (DER/AL), as secretárias de Planejamento, Cícera Pinheiro; de Indústria, Comércio e Serviços, Myrka Lúcio; de Desenvolvimento Urbano, Rita Nunes, e o secretário de Obras e Viação, Valdeir Galindo, acompanharam mais uma etapa da execução do projeto das obras de duplicação da Rodovia AL-110, que vai interligar Arapiraca ao município de São Sebastião.
Encontro O encontro também contou com a presença do secretário de Estado de Transportes, Mosart Amaral; do diretor-presidente do DER/AL, Helder Gazanneo; o gerente-regional do DER/AL, Raimilson Nascimento, e do superintendente-adjunto da SMTT de Arapiraca, tenente PM Willyan Nunes, bem como de técnicos e engenheiros do governo estadual e da prefeitura.
Museu do fumo Nesta sexta-feira e até amanhã, sábado, acontecerá no auditório da Casa da Cultura o 1º Simpósio “Arapiraca: História e Cultura Fumageira”, debatendo esta temática. As inscrições podem ser feitas gratuitamente. Segundo a titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), Tânia Santos, a proposta desta discussão nasceu a partir da ideia de criação de um museu.
Cultura participativa “A prefeita Célia Rocha preza pela construção de uma cultura participativa e democrática e nossa secretaria objetiva, com esse simpósio, convidar a comunidade arapiraquense para contribuir, debater e promover juntos a criação do Museu do Fumo em Arapiraca”, comenta a secretária arapiraquense.
Cultura do fumo Ainda segundo ela, “este configura-se como um momento ímpar para se trabalhar políticas de proteção e salvaguarda da cultura do fumo e da identidade local, como também de pensarmos formas de implementação dessa nova unidade museológica no município”.
PELO INTERIOR ... A Prefeitura Municipal de Maragogi emitiu Nota Oficial onde desmente que o tubarão-martelo com aproximadamente três metros de comprimento, capturado por pescadores no último domingo (28), foi encontrado em Maragogi, litoral norte do Estado. As informações com fotos e publicações estão circulando nas redes sociais ... Em outro trecho a prefeitura esclarece “que segundo relato do próprio pescador, Sr. Geovane Severino da Silva, o animal que foi encontrado em alto mar, a muitos quilômetros de distância da costa, já estava morto”. ... Diz ainda a nota que a Secretaria de Meio Ambiente em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realiza permanentemente ações de fiscalização para coibir práticas que comprometem o meio ambiente, assim como, que garantam tranquilidade aos milhares de visitantes que circulam pelo município por ano. ... Foi encerrado na segunda-feira (29), o Forroçúcar 2015, o maior evento junino do sertão. Apresentações de sanfoneiros, qua-drilhas, coco de roda e bandas fizeram parte da programação que teve início no dia 23. ... Também foram realizados quatro concursos: Rainha do Milho Escolar, Rua Mais Animada, Melhor Casal Forrozeiro e Carroça Mais Original, sendo os vencedores escolhi-dos por uma comissão julgadora e todas as atrações patrocinadas pela Prefeitura Municipal de Pão de Açúcar. ... Durante os sete dias de festa passaram pelo arraial do Forroçúcar as quadrilhas Arrastapé, Chapéu da Vovó, Alegria de Viver e Buscapé, além dos grupos de coco de roda Mandacaru e Choro de Bela. ... O forró pé de serra ficou por conta de Galeguinho do Acordeon, Beto do Acordeon, Zé do Acordeon e Zé Lourenço, além do forró urbanizado puxado pelas bandas Forró Swuing Pancadão, Aforrozada, Zelito & Expresso Forronejo, Dose Dupla e Sirano & Sirino. ... Este ano o evento ganhou algumas inovações porque teve que se adequar à realidade ora vivida pelo município de Pão de Açúcar que, em consequência da escassez de chuva, foi considerado pela Defesa Civil como “município em situação de emergência”. ... Por conta deste grave problema, a Prefeitura Municipal de Pão de Açúcar, assim como 99% das prefeituras de Alagoas,foi orientada a não fazer gastos com contratações de bandas e palcos que viessem onerar os cofres públicos. ... Um ótimo final de semana para todos, com
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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com
NO PAÍSdasALAGOAS TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual
Mudando de hábitos Os consumidores já começam a entender que a crise é séria mesmo, e vão mudando de hábitos, reduzindo os gastos, optando por comprar à vista, e evitando empréstimos. O próprio gover-no corta gastos do orçamento anual, atingindo todas as áreas, mas mantendo seus programas sociais, necessários para a redução da desigualdade social. É uma medida tardia. Deveria ter feito isso desde 2008, mas preferiu incentivar o consumo.
Negociando, é a saída!
Um cenário de crise brava
A
inflação vem crescendo, podendo chegar aos dois dígitos (10%) em 2015. Sinal de que a crise chegou para valer, assim como aconteceu nos EUA e Europa em 2008, quando o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, dizia que nada impedia o crescimento econômico do Brasil, continuando incentivando o consumo e ampliando os gastos públicos e agora, o resultado está aí: PIB negativo, inflação em alta, desemprego, inadimdiplência. Tudo isso que a coluna previa desde que estorou a crise econômica no Primeiro Mundo. Como sempre, são os países ricos que estão se recuperando e os emergentes afundando. É a mesma coisa que um brasileiro com renda de cinco mil reais e uma despesa de dez mil. As facilidades que o mercado financeiro e o comércio lojista oferecem ao consumidor induzem ao gasto exagerado, sem preocupação com os juros altos, a multa, a inadimplência, o “nome sujo” no SPC, recorrendo aos agiotas.
Quem se encontra com dídivas acumuladas, sem condições de pagar, tem que negociar com o credor, apresentar sua proposta de pagamento sem juros e multas e divididos em até dez vezes, no máximo. É explicar a situação de penúria que vem atravessando e conquistar sua sensibilidade para um momento de pura apreensão, desespero e depressão. Mas deve cumprir à risca o pagamento das parcelas mensais.
Lembrando a inflação Quem, como eu, atravessou a fase dos planos econômicos Cruzado, Bresser, Verão e Collor, sentiu no bolso a desvalorização constante do nosso dinheiro diante do dólar, os preços subindo à estratosfera e faltando mercadoria nos supermercados. Presenciei a chegada do Plano Real, que já completou 21 anos, com inflação controlada, que teima agora em crescer, mas o governo garante que isso não vai acontecer. Temos esperança que sim. E devemos continuar sabendo seguir um orçamento, onde a meta é reduzir os gastos e ainda manter uma reserva financeira.
Beré não dá mole
E
ra o ano 2000. A campanha eleitoral para a sucessão municipal na cidade de Maribondo estava bastante acirrada. Dois candidatos polarizavam o pleito. De um lado, o ex-prefeito Cleovan Almeida e do outro, o também ex-prefeito Roberto Sapucaia, ambos com muita vontade de voltar ao poder. Sapucaia, numa boca de noite, adentrou na casa de Beré, um agitador político que não se comovia com apelos éticos ou emocionais. Roberto já havia lhe feito vários favores, quando prefeito, razão pela qual estava bastante esperançoso de carimbar um bom apoio. Foi direto: - Beré, posso contar com você nessa luta? - Olhe, Roberto, infelizmente, não! O Cleovan passou aqui ontem e me deu uma ajuda pra eu reformar esta casinha. Sinto muito, mesmo! Roberto indignou-se, esquentou a cabeça e desabafou: - Você não sente nada, Beré. Você não tem consciência! Mas é isso mesmo, eu entendo. Quando o dinheiro entra pela porta da frente, a vergonha sai pela de trás. No primeiro momento, Beré ficou areado, porém incontinenti, refez-se e ironizou: - Só se foi outra vergonha, Roberto, porque a de continuar liso, aqui, está vivinha da Silva. E candidato quebrado que só traz blá blá blá, quando entra por esta portinha, sai também por esta portinha. Roberto saiu fumaçando e resmungando: - Vou ganhar a eleição pra mostrar quem entra e quem sai por aquela portinha.
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CULTURA
Paulo Jacinto se prepara para o Baile da Chita Festa é considerada a manifestação cultural mais tradicional do estado de Alagoas DA REDAÇÃO com assessoria
Situado no Agreste alagoano, o município de Paulo Jacinto com sete mil habitantes, vem promovendo há 63 anos um baile que deu o pontapé inicial no desenvolvimento econômico e cultural da cidade. A principal causa da criação desse baile era a emancipação política, pois o povoado já estava bem desenvolvido e os moradores sentiam a necessidade de se tornarem independentes politicamente. No entanto, precisavam de dinheiro para contratar um bom advogado que defendesse essa causa. Um grupo de moradores do povoado antigamente conhecido como Lourenço de Baixo se reuniu e começaram a sugerir algumas ideias que desse para ganhar dinheiro para tal propósito. Diante disso, a senhora Josefa Barbosa, José Aurino de Barros e seu filho Djalma Barros, discutiam o que fazer para pagar o advogado; de tanto pensar a própria Josefa Barbosa teve a grande ideia de realizar um baile no povoado e, mesmo temendo sair tudo errado, todos concordaram. Depois de tudo planejado, ainda precisaria pensar em um nome para o baile, foi quando surgiu o nome de ‘’Baile da Chita’’ porque a chita era um tecido da época que tinha um grande poder de comercialização, então os organizadores
resolveram dar origem a está grande referência. Diante dos preparativos para o primeiro baile, Josefa Barbosa, teve uma ideia bastante criativa, uma vez que o baile seria realizado após os festejos juninos, mais propriamente no mês de julho, era interessante fazer a escolha de uma rainha para ser apresentada no baile. A rainha era eleita através dos fundos adquiridos, assim a que mais arrecadasse dinheiro na venda de rifas e bingos seria a eleita. Todos esses acontecimentos se deram por volta dos anos 50. Outra informação bastante curiosa é que os visitantes que costumavam frequentar a cidade no período da realização do Baile da Chita viajavam de trem em grandes caravanas. Além da criação do referido baile nasceu também outra ideia que envolvia a musicalidade daquela época, Luiz Gonzaga e seu eterno parceiro Humberto Teixeira estavam tocando bastante a composição Propriá, que carinhosamente ficou conhecida como Rosinha de Propriá, pelos paulo-jacintenses por se tornar a chamadinha de abertura do baile. Um momento histórico foi à chegada de Luiz Gonzaga a Paulo Jacinto por convite do senhor José Aurino de Barros na época prefeito nomeado em 1953. O rei do baião estava de passagem pela região Nordeste e ao saber que sua música
Shows e eleição de Rainha da Chita atraem dezenas ao evento
era considerada a chamada de abertura para o baile, em agradecimento, fez questão de realizar uma festa na cidade já emancipada. E até hoje a música Propriá ainda é tocada pelas bandas e orquestras convidadas, tanto na abertura do baile como no fim. Mesmo com todos os avanços acrescentados à cultura paulo-jacintense o Baile da Chita vem sobrevivendo ao longo desses 63 anos. Hoje, a jovem escolhida para se tornar a rainha do baile e representar a cidade durante um ano não é mais escolhida através de arrecadação de fundos porque não se trata mais de emancipação política e sim de uma continuidade desta tradição. As rainhas são escolhidas através do voto direto dos associados do Clube Recreativo Paulo-jacintense responsáveis pela organização do evento e por uma mesa julgadora que analisam as candi-
datas. Todas têm que obedecer alguns requisitos como boa conduta, ser simpática, bonita, ter entre 15 e 18 anos e ser natural da cidade para se tornar rainha. Paulo Jacinto é a cidade mais famosa do estado de Alagoas no que se refere a bailes tradicionais, e este ano o Baile da Chita completará em julho 63 anos de tradição podendo ganhar o título de Patrimônio Histórico Cultural de Alagoas como o baile mais antigo do estado, pois a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Assembleia Legislativa aprovou parecer favorável ao Projeto de Lei n° 15/2015, que considera o evento como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Alagoas. Falta agora, a aprovação em plenário e a homologação da lei. Os responsáveis pela organização desse evento que já se tornou a identidade cultural
da população de Paulo Jacinto, afirmam que os preparativos para o tradicional baile estão a todo vapor e a nova diretoria está preparando várias surpresas para a noite do dia 18 de julho. Existem várias versões sobre a história do baile da Chita, mais nas pesquisas para o Trabalho de Conclusão de Curso - TCC: Baile da Chita, um registro de memória, dos jornalistas Lucas França e Roberison Xavier, consta que durante esses anos a festa deixou de ser realizada em apenas um ano. No ano de 1978, por causa da morte do então prefeito da cidade José Correia Fontan. Já em 1989, depois de uma forte enchente que inundou a cidade semanas antes da festa, o baile foi adiado e realizado no mês de setembro. Outra inundação, no ano de 2010, adiou a edição mais uma vez. Apesar da tragédia a população não deixou de realizar a tradicional festa. Em 2014, também não houve o baile da Chita em ambiente fechado, como manda a tradição, mas foi realizado na praça central da cidade, aberto ao público e como a rainha já havia sido escolhida ela foi apresentada durante a comemoração na Praça de eventos Zefinha Barbosa.
RAINHA A rainha deste ano também já foi escolhida. A estudante Laryssa Amorim Barros Mota, 17 anos está ansiosa e se preparando para se apresentar como a 63° rainha do Baile da Chita; ela representará as jovens belas da cidade nessa tradicional festa. A animação ficará por conta da Orquestra Super Oásis e do tradicional forró pé de serra de Lula Sabiá, além de outras atrações surpresa. De acordo com os organizadores da festa, 2015 é um ano especial, porque tem o objetivo de resgatar a cultura do município. Os ingressos e mesas já estão à venda. Ingressos individuais 30 reais para os sócios do Clube Recreativo e 35 reais para os não sócios, as mesas para os sócios custam 120 reais e para os não sócios 130 reais. O baile está previsto para começar às 23 horas do dia 18 de julho.
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