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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 838 - 11 A 17 DE SETEMBRO DE 2015

11 ANOS DEPOIS, LUIZ PEDRO SERÁ JULGADO POR ASSASSINATO EX-DEPUTADO É ACUSADO DE SEQUESTRO E EXECUÇÃO DE MORADOR QUE NÃO ACEITAVA A LEI DA MORDAÇA IMPOSTA PELO EX-CABO P/8 e 9

CONTAS DO GOVERNO TÉO VILELA SÃO CONTESTADAS E CASO VAI AO SUPREMO

P/5

Juiz nega “carteirada” no trânsito e ameaça processar TV Globo P/11

FILHO DE MAGISTRADO ESTARIA ENVOLVIDO NO ACIDENTE QUE MATOU ADVOGADO P/6

COOPERATIVA DOS USINEIROS ENTRA NA DISPUTA PELA FALIDA URUBA, DO GRUPO JL P/10

Kléber Borba Rocha, juiz do processo


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COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Golpe no erário

A

“Sindicalistas ladrões transformaram o Brasil num sindicato de ladrões” Gilmar Mendes – ministro do Supremo Tribunal Federal

Rio Largo O prefeito Toninho Lins deixou seus processos judiciais de lado e começou a trabalhar pela cidade. Enquanto seus colegas estão sob o efeito paralisante da crise que atinge o Estado, Toninho Lins passa ao largo do transe e anuncia um elenco de obras para Rio Largo. Depois de apanhar muito, parece que acordou.

Portobello A Cerâmica Portobello inaugurou uma fábrica em Alagoas, mas ainda não conseguiu resolver pendências judiciais sobre a área que ocupa no polo de Marechal Deodoro. O litígio vem do governo passado, e a pendenga sobrou para o governo atual.

Disputa O novo fórum de Maceió deve mesmo ser construído na Av. Josefa de Mello, próximo ao antigo lixão. Três áreas de 20 mil metros quadrados, cada uma, disputam a licitação do TJ. É briga de cachorro grande.

Invasões

Acostumado a decisões que sempre o favoreceram e permitiram que seu império imobiliário se estendesse por milhares de hectares de terras na região do litoral sul do Estado, o usineiro Nivaldo Jatobá está na iminência de perder um pouco do seu vasto território. É que a Prefeitura de Roteiro desapropriou um terreno na Fazenda Messias, com 89.300 metros quadrados, pertencente ao ex-prefeito de São Miguel dos Campos, destinado à construção de um conjunto popular.

Empresas privadas estão invadindo o corredor Vera Arruda, no Stella Maris, para transformar a área em estacionamento. A próxima investida será feita pelo grupo Pão de Açúcar, que quer instalar um supermercado no local da Musique e precisa de área para estacionamento.

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gora, que o governador Renan Filho decidiu cobrar imposto dos maiores sonegadores de Alagoas – os usineiros –, seria justo rever o último acordo de cavalheiros que favoreceu o empresário Nivaldo Jatobá e lesou os cofres do Estado. A maracutaia foi concretizada no apagar das luzes do governo tucano com o aval da Procuradoria Geral do Estado (PGE), que “arranjou” as bases legais para um perdão de R$ 75 milhões em ICMS devidos pelo usineiro. Trata-se de crime de renúncia fiscal, e o governo tem o dever legal de anular a negociata e a obrigação moral de processar os responsáveis por mais este golpe contra o erário.

Frase do ano

Nivaldo

São Luís do Quitunde A Controladoria Geral da União (CGU) está em São Luís do Quitunde fazendo uma devassa nas contas do prefeito Eraldo Pedro, afastado do cargo na semana passada por improbidade administrativa. Sem muito esforço, os técnicos da CGU se depararam com um caminhão de irregularidades, entre as quais a compra, sem licitação, de medicamentos no valor de R$ 1,6 milhão. E pior: não existe nenhum remédio nos postos de saúde do município.

Perguntar não ofende Quem teria interesse na permanência de Eraldo Pedro na Prefeitura de São Luís? A ligação mais que afetiva entre sua banca de advogados e o Tribunal de Justiça de Alagoas pode trazer boas respostas.

Lobby A Casa das Leis do Estado deveria ser exemplo para os outros poderes, mas parece que o pleito de 2016 deve ser conversado primeiro na Corte antes de se discutir com o povo. O Conselho Nacional de Justiça segue de olho nas patifarias praticadas por determinados desembargadores.

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A questão foi parar na Justiça e tramita na 2ª Vara Cível de São Miguel dos Campos, cuja juíza, Eliana Normande Acioli, já concedeu a imissão provisória do imóvel para o município. A decisão foi tomada com base em decreto de desapropriação publicado no Diário Oficial do Estado no dia 29 de maio último e assinado pelo prefeito Wladimir Chaves de Brito. A ação na Justiça foi impetrada pelo próprio município, que tem urgência na construção do conjunto.

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De acordo com o decreto, a prefeitura pretende cons-truir 160 casas populares, uma creche, um posto de saúde e uma escola na área e, para isto, ofereceu R$ 357.200 a título de indenização para o usineiro, valor que, inclusive, já foi depositado em juízo. Os bene-ficiários do conjunto, de acordo com a assessoria do prefeito, são moradores de uma área de mangue.

Show espírita O Teatro Deodoro será palco, no próximo dia 19, de show com músicas espíritas do grupo Acorde. O evento é uma promoção do Núcleo Redentor Clara de Assis, Albergue Noturno Paulo Apóstolo e Federação Espírita do Estado de Alagoas. Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meia) e podem ser adquiridos na livraria da federação, no núcleo Clara de Assis, na Livraria CE William Crookes, no Acessovip, Unicompra Farol e Parque Shopping.

Nova marca Maceió vai ganhar no próximo mês uma revenda da Mercedes-Benz Automóveis, que disputará o mercado com BMW, Audi e outros importados.

Crise prisional O STF concedeu cautelar solicitada na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 347, que pede providências para a crise prisional do país, a fim de determinar aos juízes e tribunais que passem a realizar audiências de custódia, no prazo máximo de 90 dias, de modo a viabilizar o comparecimento do preso perante a autoridade judiciária em até 24 horas contadas do momento da prisão.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

ARTE CONSELHO EDITORIAL Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Fábio Alberto - 99351.9882 Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA

SERVIÇOS JURÍDICOS

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE SETEMBRO DE 2015 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Boa sorte, doutor Marcelo! Maceió - Um homem tranquilo, que estudou até os gestos simplórios e simpáticos para se apresentar à nação no depoimento à CPI depois que foi preso na Operação Lava Jato. Marcelo Odebrecht esnobou: “Tive conversas republicanas com a Dilma e o Lula”. Recebeu afeto de alguns deputados da comissão. Os “Leões do Cunha” não rugiram tão forte, como fizeram com outros depoentes. Comportaram-se como “inocentes cordeirinhos” diante do maior financiador de campanha eleitoral. Afinal de contas, 26,9% dos recursos da campanha do presidente da CPI, Hugo Mota (PMDB-PB), saíram dos cofres da Odebrecht. Marcelo mostrou-se um autêntico guerreiro, homem de caráter, ao negar que não entraria no time dos delatores. “Delatar o quê”? – perguntou, para espanto da plateia de deputados submissos. Marcelo Odebrecht é o homem que sabe tudo, peça-chave da engrenagem que desviou bilhões de reais em obras públicas no governo do PT. É o empresário que abriu as portas da sua empresa para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pudesse ter uma vida financeira tranquila como lobista de luxo depois que deixou o governo. Lula viajou para os países da África, ocupado territorialmente por ditadores sanguinários, e outros da América Latina e do Caribe. Atravessou o Atlântico várias vezes a bordo dos jatinhos da Odebrecht para desbravar o mundo dos negócios, sempre levando dinheiro barato do BNDES para financiar as obras de infraestrutura dos déspotas a juros irrisórios. O que foi pra banda de lá falta hoje na banda de cá. Por trás desta aparente tranquilidade na CPI – ele se sentiu em casa olhando nos olhos de alguns deputados com quem tem sido generoso em campanhas – existe uma informação valiosa que permite ao Marcelo aparecer sorridente e sereno diante dos inquisidores: um habeas-corpus seria concedido pelo Superior Tribunal de Justiça para tirá-lo de detrás das grades. Caso isso não ocorra pelo STJ, padrinhos poderosos do empresário também estariam pressionando o STF para livrá-lo da cadeia. O presidente da Odebrecht é, ainda, daqueles que pensam que o dinheiro compra tudo. Aliás, até o “mensalão” era a regra do jogo. Ninguém imaginaria que uma quadrilha em pleno exercício do poder pudesse ser desbaratada e presa. Para quem não se corrigiu, a Lava Jato veio depois para mostrar que a coisa mudou. Uma equipe de jovens e competentes procuradores, desvinculados de favores políticos e financeiros, está executando uma das operações mais bem-sucedidas da história do Brasil com a parceria da Polícia Federal, que exerce um papel verdadeiramente republicano nesse e em outros casos. O Brasil, acostumado a ver só “puta”, “preto” e “pobre” enjaulados nas piores e mais fétidas prisões, assiste agora, ainda com espanto, a um monte de políticos e empresários endinheirados na cadeia, a elite que se juntou ao Lula e seus comparsas para dilapidar o patrimônio do país. E as condenações, para quem não acreditava, continuam a galope. Aqueles que querem passar menos tempo na cadeia já saíram na frente e deduraram seus comparsas. Abriram a cartilha da corrupção, até então leitura privilegiada de alguns empresários, diretores de empresas estatais e políticos. Agora, esperam que seus relatos criminosos diminuam suas penas, como já vem ocorrrendo. E com isso, só o Brasil ganha.

Incapaz O Joaquim Levy e o Nelson Barbosa, formuladores da política econômica, inventam fórmulas mágicas todos os dias para tentar tirar o país da agonia. Levam as propostas para a Dilma, que, imediatamente, as divulga como uma espécie de teste. Como o povo esperneia e o Congresso diz que barra qualquer iniciativa do governo que esvazie mais ainda o bolso do trabalhador, a presidente logo recua. Isso mostra a sua incapacidade de governar, a indolência e a falta de articulação política. Em 2013, por exemplo, para silenciar os movimentos de rua, a presidente jogou para plateia. Anunciou uma série de medidas que dizia ser necessárias para contemplar as reivindicações. Nenhuma delas até hoje saiu do papel. E o caos, como era previsto, só se alastrou pelo país afora.

A corrupção

Não escapa Marcelo parece que ainda não entendeu bem que os seus crimes não serão julgados pelo STF, fórum privilegiado para os políticos envolvidos nos escândalos. Ele depende da caneta pesada do juiz Sérgio Moro. Mesmo que o STF ou o STJ conceda um habeas-corpus, dificilmente o dono da Odebrecht escapará da turma do Ministério Público, que apura com precisão cirúrgica os crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro em que ele e a sua empresa estão envolvidos. A Justiça do Brasil está mudando, doutor Marcelo! Boa sorte!

Atrofiados A atrofia mental dos economistas que dirigem o país, com boa dose de incompetência, impede que eles pensem em alternativas para salvar a economia que está derretendo. Indiferentes ao clamor social, longe das vozes das ruas e mais distante ainda do intricado jogo político desfavorável ao governo, esses acadêmicos dos números frios e das previsões infundadas não pensam em outra coisa que não seja o aumento de impostos. É visível a insensibilidade desses senhores em relação ao que se passa ao seu redor. Fazem cara de paisagem para os problemas sociais que se alastram pelo país, como o desemprego, a inflação alta e a inadimplência de milhares de brasileiros. Incentivadas por Lula a consumir, milhares de pessoas, endividadas, agora não têm nem dinheiro para botar comida na mesa.

O crescimento foi para o brejo, todos os índices econômicos são negativos e a corrupção já bate no meio da canela. Como só isso não bastasse, várias categorias anunciam a paralisação da máquina administrativa. Os servidores do INSS, por exemplo, estão em greve há meses. Os mais pobres, que dependem do órgão, não têm para quem apelar. O noticiário mostra diariamente o sofrimento desses segurados que não são atendidos nos postos. E não adianta ninguém apelar. O aviso desrespeitoso é sempre o mesmo: estamos em greve, agende seu compromisso por telefone – que também não funciona.

Luxo Com a absoluta falta de comando do país, a Dilma anuncia todos os dias a redução dos 39 ministérios e o enxugamento da máquina pública. Dos 22 mil cargos comissionados, ela pretende cortar mil. Isso mesmo, apenas mil! Em relação aos ministérios, não tem coragem de enfrentar os movimentos sociais e, por isso, prefere manter alguns deles como puro marketing de um governo que se diz avançado. Sindicalistas pelegos mantêm-se dentro desses ministérios, muitos ganhando sem trabalhar. São milhares de comissionados espalhados pelo país. O contingente em Brasília é tão grande que o governo se viu obrigado a alugar prédios luxuosos e caríssimos e equipá-los com centenas de salas com móveis modernos para alojar esse bando de ociosos, que só fazem aumentar despesas e, como sanguessugas, sugar o dinheiro dos cofres públicos.

Impeachment Mas o cerco começa a se fechar. Pelo menos cinco partidos (PSDB, PPS, Solidariedade, PSC e DEM) anunciaram, esta semana, que vão começar um movimento em defesa da abertura do processo de impeachment da presidente. Como são aliados do Eduardo Cunha, é provável que o presidente da Câmara seja um dos incentivadores da iniciativa que pode se ampliar na Casa. Cunha já arquivou até agora quatro pedidos de impeachment contra Dilma, mais dezenas de outros foram protocolados na Câmara. Espera-se que o último, do jurista Hélio Bicudo, fundador do PT, não tenha o mesmo destino dos demais: a gaveta.


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

NO PAÍSdasALAGOAS TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual

O correto Já entre as qualidades de quem tem bom potencial para crédito estão os fatos de fazer algumas aplicações, não passar cheque sem fundos, reduzir o endividamento, gastar com consciência e pagar as contas em dia. E, por incrível que pareça, quanto maior for o salário e as chances de ascensão profissional, mais baixas serão as taxas de juros que pagarão.

Sua conta

Andar na linha ajuda

Ninguém está livre de, um dia, precisar se sentar diante do gerente para pedir um empréstimo. Mas nem todo mundo que pede irá conseguir. E mesmo quem ouve o sim poderá se deparar com taxas de juros altas. Por que isso acontece? Para conceder o crédito, os bancos avaliam várias questões do pretendente. Algumas são óbvias, como se ele está empregado e se tem o comprometimento da renda com dívidas. Mas existem outras questões que você talvez nem imagine que são observadas, a exemplo: o volume de investimentos na instituição em que está solicitando o crédito e até o histórico do pagamento - se você for um mau pagador de contas, suas chances diminuem muito.

O perfil O cliente que dificilmente consegue uma boa condição de crédito tem o seguinte perfil: mais de 30% de sua renda está comprometida com dívidas, não faz aplicações, passou cheque sem fundo no último ano, está endividado, gasta sem planejamento, atrasa as contas e usa cheque especial e o rotativo do cartão de crédito.

Viver sem ter uma conta bancária é tarefa quase impossível. Afinal, a praticidade e a segurança que um banco tem a oferecer a seus clientes são uma verdadeira “mão na roda”. Entretanto, para muitos consumidores, as taxas praticadas pelas instituições financeiras não compensam e deixam de cabelos em pé até mesmo o mais tranquilo dos correntistas.

Planejamento Você pode viver com tranquilidade se for um consumidor consciente da crise em que atravessamos: a inflação sempre crescendo, a produção caindo, o desemprego aumentando e o dólar em disparada. É só ser consciente de que deve manter uma vida economicamente correta, reduzindo gastos, até mesmo no item alimentação, pesquisando preços, trocando de marcas e pagando suas contas em dia.

A dura verdade O Dimas Almeida, vereador da cidade de Anadia-AL, acompanhou-me politicamente durante quase toda a minha trajetória política. Era de uma fidelidade que dispensava prova; praticava uma política dissipativa. Queria resolver os problemas de todo mundo e sempre sobrava para mim. Dimas, na minha porta, eu já sabia: teria que botar a mão no bolso porque vinha problema. Em janeiro de 2015, no final do meu mandato, Dimas me telefona: - Prepare-se agora para o ostracismo! - Por que, Dimas? - Político sem mandato é como velho em asilo, ninguém visita. E emendou: O deputado José Costa já dizia: “Na casa de político sem mandato, o capim cresce na porta” porque não aparece um vigarista pra pisá-lo. - Não seja cruel! Quer dizer que nem mesmo você virá me visitar, vez em quando?! - Se você tiver alguma coisa pra mim, eu vou. E guarde essa: político sem mandato é como cachorro banguelo, que morde, mas não corta. Não faz medo a ninguém. - Não gostei da conversa, mas percebi algum fundo de verdade.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE SETEMBRO DE 2015 -

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SOB SUSPEITA

Aprovação das contas de Téo Vilela pela ALE vai parar no Supremo Antiga Mesa Diretora é acusada de ferir Constituição devido à ausência de parecer do Tribunal de Contas JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

V

árias irregularidades durante a gestão do ex-governador Teotonio Vilela Filho, que administrou o Estado de 2007 a 2014 (já são nove meses fora do Poder Executivo de Alagoas), não param de vir à tona. Desta vez, a denúncia é de que a Assembleia Legislativa aprovou as prestações de contas referentes aos anos 2010, 2011 e 2012 sem o aval do Tribunal de Contas do Estado (TCE), atitude que fere determinação da Carta Magna. A inconstitucionalidade ocorreu três vezes durante a presidência do ex-deputado estadual Fernando Toledo (PSDB) na Casa de Tavares Bastos. Por ironia do destino, termo que também pode ser substituído por “nomeação de Téo Vilela”, hoje, Toledo ocupa uma cadeira como conselheiro na Corte de Contas. A ida de Toledo ao TCE aconteceu depois de decisão monocrática proferida pelo presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), o então desembargador José Carlos Malta Marques, de suspender a liminar que impedia o deputado de assumir a vaga deixada por Isnaldo Bulhões

Barros, atualmente aposentado. Caso o TCE-AL analise os polêmicos pareceres técnicos do triênio, Fernando Toledo terá que permanecer omisso durante as sessões. “Não poderá opinar nem votar. Isso por causa de seu envolvimento no caso. A Assembleia Legislativa aprovou as contas sem nosso parecer técnico. Fomos atrás da Justiça para que restabeleça a ordem constitucional”, destacou o presidente do TCE, Otávio Lessa. Segundo a assessoria de imprensa de Téo Vilela, as contas foram apreciadas porque o “TCE ficou quatro anos sem emitir os pareceres, porém o ex-governador acredita que as contas aprovadas não possuam irregularidades”. Sendo assim, a Assembleia Legislativa de Alagoas teve que assumir o trabalho. O argumento foi rebatido por Lessa. “O que houve foi a demora burocrática de qualquer processo na Justiça”, respondeu. E o impasse foi parar na maior esfera da Justiça nacional. No dia 31 de agosto, a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação de Descum-

primento de Preceito Fundamental (ADPF) contra os três decretos do Legislativo alagoano. O próprio TCE de Alagoas procurou a associação para denunciar o descaso do Legislativo. Conforme a entidade, a Constituição Federal determina que o julgamento das contas do chefe do Poder Executivo Estadual pela Assembleia Legislativa só pode ser iniciado após conclusão da apreciação técnica do TCE. Para o presidente da Atricon, Valdecir Pascoal, o STF precisa declarar nulos os julgamentos efetuados e determinar a participação do TCE-AL no processo. “Temos indagado a todos os tribunais de Contas se existe alguma situação que implique mitigação de competências. De Alagoas nos veio essa situação das contas de governo. Respeitamos a competência da Assembleia Legislativa para julgamento das contas do governador, mas acontece que, constitucionalmente, esse julgamento só pode ocorrer após o Parecer Prévio do TCE-AL. O parecer não é opcional. É obrigatório”, explicou ao jornal EXTRA. “O que nos interessa é restabelecer o processo cons-

Contas de Téo Vilela foram aprovadas sem parecer técnico do TCE

titucional de julgamento das contas de governo. Queremos que o STF declare nulos os julgamentos já efetuados e determine a participação do TCE-AL, por meio do devido parecer prévio. Mas, a rigor, a própria Assembleia pode se antecipar e anular os decretos. Essa atitude republicana resolveria a inconstitucionalidade”, acrescentou. Questionado se situações como essas podem ser utilizadas para mascarar possível corrupção, Pascoal pondera: “Não posso afirmar isso, pois não tenho elementos das situações concretas. Só posso dizer que a participação do TCE neste processo, além de constitucional, dará a devida confiança e legitimidade à apreciação das referidas contas do governo”. No SFT, o relator da ação é o ministro Gilmar Mendes.

Sobre a maneira correta, o presidente da Atricon especificou que “o Poder Legislativo, quando recebe as contas do governador, delibera pelo julgamento delas sem pedir parecer ao Tribunal de Contas. Em todos os tribunais, essas contas seguem para a Assembleia, que, imediatamente, já envia para o Tribunal, aguarda o parecer e faz a votação”. O vice-presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Ronaldo Medeiros (PT), informou que, como as votações das contas ocorreram na legislatura anterior, a Casa não falará sobre o assunto no momento e vai aguardar notificação do STF para se pronunciar sobre a ação. O EXTRA entrou em contato com o conselheiro Fernando Toledo, mas não foi atendido.


6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE SETEMBRO DE 2015

VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO

Filho de desembargador pode estar envolvido em acidente que matou advogado

André Lessa saiu embriagado de barzinho na parte alta de Maceió

DA REDAÇÃO

O

peração abafa. É isso que estaria acontecendo em relação a um acidente automobilístico ocorrido na semana passada. O motivo seria porque André Lessa, filho do desembargador João Luiz Azevedo

Lessa, estaria envolvido no acidente que vitimou de forma fatal o advogado Ítalo Peterson Vilela de Freitas, 31 anos, e deixou gravemente ferido seus irmãos Ivisson Vilela de Freitas, Perliesus Vilela de Freitas e sua cunhada Patrícia (esposa de Ivisson).

Outro acontecimento que leva a crer no “desinteresse da investigação” é que até hoje, uma semana após o acidente, nem Boletim de Ocorrência foi lavrado, mesmo tendo uma vítima fatal. O caso seria investigado pelo delegado Carlos Lessa, mas, devido ao seu grau de paren-

tesco com o suposto envolvido, o crime de trânsito será investigado pelo delegado Ronilson Medeiro, chefe da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic). O EXTRA apurou que a família das vítimas está de posse de imagens de André Lessa embriagado no Tan-

que Cheio – barzinho na parte alta de Maceió –, onde o dono do veículo Peugeot, Acácio Oliveira Lima e mais uma pessoa não identificada entraram no automóvel e minutos depois o acidente veio a acontecer, colidindo com um Fiat Uno. O irmão e cunhado das vítimas, Perlyvisson Vilela de Freitas, contou que aguarda a apuração das investigações para saber quem vinha dirigindo o veículo.

Perlyvisson adiantou que esteve reunido com o secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, e pediu apuração do caso com a isenção necessária. O irmão das vítimas ainda solicitou ao secretário que seja realizada uma perícia criminal no local para que os culpados sejam responsabilizados pela morte de Ítalo Peterson Vilela de Freitas. ESTADO DE SAÚDE O oficial de Justiça Ivisson Vilela de Freitas teve as duas pernas fraturadas, os joelhos dilacerados, ombros, omoplatas e constelas fraturados. O oficial está no Hospital Geral do Estado, e sua situação é estável, assim como a de Patrícia, outra vítima do acidente. Perliesus Vilela de Freitas teve uma fratura no rosto e perdeu vários dentes devido ao impacto. PAZ NO TRÂNSITO A família do advogado Íta-

Equipes do Bombeiros e Samu trabalham no resgate às vítimas do acidente que culminou com a morte do advogado Ítalo Vilela, de 31 anos

lo Peterson Vilela de Freitas realizou, nesta quintafeira, 10, uma passeata em frente à loja de automóveis Auto Vanessa, no local que ocorreu o acidente. Perlyvisson Vilela disse que a hora é de conscientização: “Quem bebe não pode dirigir; é uma irresponsabilidade criminosa a atitude que ceifou a vida de meu irmão”.


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MAIS EMPREGOS

Sessão na qual Pleno do Tribunal de Contas aprovou resolução que valoriza profissão de engenheiro

Procurador Rafael Alcântara com Otávio Lessa e Fernando Dacal

TC determina assinatura de engenheiros em projetos e laudos de obras públicas Iniciativa, que partiu do Crea Alagoas, deve gerar mais oportunidades de empregos para vinculados ao Conselho

D

esde o último dia 3, os gestores dos municípios alagoanos e órgãos públicos vêm tendo o cuidado redobrado na hora de executar qualquer obra que envolva serviços de engenharia. É que o Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE-AL) votou e aprovou a resolução normativa 008/2015, determinando que todos os órgãos, tanto do Estado como municípios, realizem a contratação de um responsável técnico para os empreendimentos de engenharia que virão a ser iniciados. A parceria é feita junto ao Conselho Regional de Engenharia

e Agronomia de Alagoas (Crea-AL). A resolução aplica-se nas esferas da administração direta e indireta dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de Alagoas. Ela faz com que agora, nas documentações de prestação de contas, seja exigida a apresentação da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) - documento instituído pela Lei federal nº 6.496/77 - do profissional pelo serviço executado. O presidente do TCE-AL, Otávio Lessa, garante que as contas envolvendo obras ou qualquer empreendimento de engenharia só serão

aceitas pelo tribunal com a descrição do profissional responsável pela execução do serviço. “O TCE-AL só vai aceitar a documentação que informar o responsável técnico. A iniciativa, que contou com a colaboração do Crea-AL, na pessoa do presidente Fernando Dacal, vai acrescentar muito em transparência e na segurança das obras que serão realizadas. Isso também resguarda até o próprio gestor, que não é especialista da área, passando a responsabilidade para uma pessoa capacitada”, disse Lessa, destacando também a importância de

todos os órgãos implantarem as normas de acessibilidade em seus projetos. Esta resolução entrará em vigor no prazo de 90 (noventa) dias, contados da data da sua publicação no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal. MAIS EMPREGO

A notícia é boa para os engenheiros que estão em busca de emprego. Isso porque os gestores públicos, que não desejam ter problemas com o TCE-AL, terão que contratar profissionais habilitados no Crea para execução do serviço. O presidente Fer-

nando Dacal parabenizou todos os conselheiros pela sensibilidade em aprovar a determinação, que vai garantir mais oportunidades aos profissionais vinculados ao Crea. “Agradeço ao conselheiro relator Fernando Toledo e, em especial, ao presidente Otávio Lessa por deixar as portas abertas do Tribunal de Contas para o Crea. Nossa parceria é importante e vai servir de exemplo para outros estados. Tenho certeza disso. Quem ganha mais é a engenharia alagoana e a sociedade que agora terá mais segurança”, enfatiza Dacal.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE SETEMBRO DE 2015

FIM DA LINHA

Cabo Luiz Pedro vai a júri popular dia 23 por homicídio Ex-deputado senta no banco dos réus 11 anos após o sequestro e assassinato de Carlos Alberto Rocha JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

U

m ciclo de impunidade pode estar perto do fim. Luiz Pedro da Silva, o cabo Luiz Pedro, irá a júri popular no próximo dia 23. O ex-deputado estadual e ex-vereador de Maceió é acusado de ordenar a execução do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, o Beto. O cabo Luiz Pedro sempre foi uma figura respeitada no meio político por sua palavra de firmeza e seus redutos eleitorais, alcançados graças ao seu projeto de moradia popular intitulado “Conjunto Luiz Pedro”, que recebeu, durante anos, ajuda do poder público. Em um desses conjuntos nasceu uma história de terror. Na madrugada do dia 12 de agosto de 2004, Carlos Roberto Rocha Santos foi sequestrado por quatro elementos e executado com mais de 20 tiros. O bárbaro crime teve requintes de crueldade. Beto teria se desentendido com um dos homens de confiança de Luiz Pedro em um dos seus conjuntos. Opondo-se à lei da

mordaça, ele foi uma vítima do “grupo de extermínio liderado por Luiz Pedro”, como narra um dos trechos do processo. “Onze anos de impunidade”. Essa foi a frase proferida por Sebastião Pereira dos Santos, pai do servente de pedreiro executado. Em contato com a reportagem do jornal EXTRA, Sebastião contou que agora acredita no julgamento, até porque as testemunhas já receberam a intimação para participar do júri popular, que acontecerá no Fórum da Capital, no Barro Duro. “A Justiça pode ser feita, mas o meu filho nunca poderá ser trazido de volta. Esse julgamento já foi cancelado uma vez. Fica aqui o alerta para que esse tipo de coisa não volte a acontecer”, desabafou o aposentado. Sebastião contou que o ocorrido há 11 anos fragilizou a saúde de sua esposa, que não admitia que seu filho fosse morto. O pai de Beto revelou que, anos após a tragédia, sua esposa veio a falecer. “A ocultação do cadáver e o medo de ir de encontro aos poderosos geraram uma depressão fatal”.

Foi por sede de justiça que Sebastião Pereira dos Santos foi de encontro ao sistema e passou a denunciar a verdadeira face de Luiz Pedro, classificado por ele de“assassino impiedoso”. “Faltam 12 dias para Luiz Pedro ser julgado por um crime que se arrasta há 11 anos. Eu fui a única pessoa que tive a coragem de denunciar as atrocidades praticadas por Luiz Pedro, um homem temido pela sua forma violenta e rude de agir nas regiões em que comanda com mão de ferro”. HOMENAGEM Este ano, Luiz Pedro da Silva foi homenageado com o título de Cidadão Benemérito, concedido pela Câmara Municipal. A honraria foi proposta pelo vereador Dudu Ronalsa (PSDB). Ao que parece, Luiz Pedro continua sendo um mito de justiceiro alimentado por políticos e poderes constituídos. Sua gama de poder e densidade eleitoral lhe faz amado por muitos; principalmente por aqueles que precisam de votos de quatro em quatro anos.

Luiz Pedro será julgado 11 anos após o assassinato do servente

“Quem é Luiz Pedro para ser homenageado? Ele é ex-deputado, ex-vereador, ex-cabo, ele não é ninguém; ele é apenas um assassino. Como ainda existem pessoas que se sujeitam a homenagear, tratar como

autoridade um criminoso? A cultura do nosso país está invertida: o truculento, o marginal, o bandido, o assassino, é considerado bom; já o homem de bem, trabalhador, honesto, é o errado”, expôs Sebastião.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE SETEMBRO DE 2015 -

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FIM DA LINHA vistas à mídia local - e confirmou na época ao Fantástico -, que seu cliente, Luiz Pedro da Silva, ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas, é inocente.

Sebastião em um de seus pedidos de Justiça; ele tem a esperança de que Luiz Pedro seja condenado

PRISÃO E AMEAÇAS Luiz Pedro já foi preso em duas oportunidades por causa desse crime: uma, em 2008; e a outra no ano de 2011. A última foi a pedido do juiz João Dirceu, da 8ª Vara Criminal, e teria sido motivada por ameaças feitas pelo então vereador a Sebastião dos Santos, pai do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos. “Como as minhas aparições na mídia viraram algo constante, a única forma era me calar. Não silenciei pelo medo, mas tenho certeza de que sou um homem marcado para morrer”, disse Sebastião. “Luiz Pedro é cercado por amigos, que, para ter seu prestígios consolidados, fariam qualquer coisa, inclusive me matar. Perdi minha mulher, meu filho, tudo por causa dessa barbaridade.

Não vou me calar enquanto esse sujeito estiver gozando da liberdade e dos prestígios que alguns insistem em lhe outorgar”, destacou Sebastião. ELEITO NA CADEIA Mesmo preso em 2008, Luiz Pedro demonstrou na época todo seu poder político, sendo eleito com 8.971 votos. “A prova de que quem não vota em seus candidatos ou discorda sofre represálias nos seus conjuntos. Isso é fato em Maceió. Autoridades policiais não adentram em seus conjuntos, e ele tem o controle sobre a vida e a morte de quem ele considera à margem da lei”, enfatizou Sebastião. Sem ser candidato à reeleição, Luiz Pedro assumiu de vez a postura de apoiador, e elegeu sua esposa, Maria

Aparecida Augusta da Silva (PRTB), a Aparecida do Luiz Pedro, em 2012, como vereadora por Maceió. NOTÍCIA NACIONAL Em março de 2014, o Fantástico, da Rede Globo, enfatizou em uma de suas matérias a violência no Brasil. Um dos temas abordados no programa dominical apontava Maceió como uma cidade mais violenta do país. A reportagem do Fantástico citou a violência praticada por políticos do Estado, e entre os envolvidos estava o Cabo Luiz Pedro; um dos alvos das denúncias. O caso em questão foi a execução de Beto. E, na época, seu Sebastião descreveu toda sua indignação em rede nacional. O advogado José Fragoso disse, em inúmeras entre-

CORRUPÇÃO E PISTOLAGEM Luiz Pedro também é acusado de peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Em maio de 2008, Luiz Pedro prestou depoimento ao delegado federal Janderlyer Gomes sobre o empréstimo que fez no valor de R$ 150 mil, tendo como avalista a Assembleia Legislativa, . O ex-deputado também é um dos alvos do esquema milionário que lesou os cofres da Assembleia Legislativa de Alagoas, sendo investigado pela Operação Taturana. Na “CPI da Pistolagem” que ocorreu em Alagoas, Luiz Pedro foi citado várias vezes como líder de um grupo de extermínio na parte alta da cidade. Em documentos e declarações, inclusive do extenente coronel Manuel Cavalcante, líder da “Gangue Fardada”, o grupo formado por Luiz Pedro é visto como uma espécie de milícia. CONDENADOS E A TESTEMUNHA-CHAVE O julgamento dos autores materiais da morte de Beto aconteceu em 17 de dezembro de 2008. Todos

foram acusados de homicídio duplamente qualificado, sequestro, formação de quadrilha. Adézio Rodrigues Pereira: 16 anos de prisão; Leone Lima: 16 anos de prisão; Naelson Omar Vasconcelos de Melo: 16 anos de prisão; Laécio Pereira de Barros, 25 anos de prisão; e Valter Paulo dos Santos foi absolvido. A esposa de Beto, Alessandra Cristina da Silva Costa, narrou que, na madrugada do dia 12 de agosto, por volta de 1h30, quatro homens se identificando como policiais estavam à procura do servente de pedreiro. Ela esclareceu que ele estava dormindo e não poderia atender ninguém naquele momento. Grávida, a esposa não teve como conter o ímpeto dos “homens de Luiz Pedro”, que a empurram e acordaram Beto com agressões e o levaram sem maiores explicações para um veículo não identificado. Assim como Luiz Pedro foi um dia, Carlos Roberto Rocha Santos era servente de pedreiro e deixou três filhos para a esposa criar. Depois da madrugada do dia 12 de agosto de 2004, ele jamais retornou para casa após ser capturado. Sebastião Pereira dos Santos sempre deixou claro que Beto foi executado por não aceitar autoritarismo de milicianos de Luiz Pedro na região em que ele morava.


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE SETEMBRO DE 2015 IMPÉRIO DIVIDIDO

Usina de JL pode ficar com a Cooperativa dos Usineiros de Alagoas Propostas de arrendamento da Uruba e de duas usinas de MG estão sendo analisadas pela Justiça JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

O

juiz Kléber Borba, da 1a Vara da Comarca de Coruripe (AL) e responsável pelo processo judicial da Massa Falida Laginha, já está com as propostas de quatro empresas interessadas no arrendamento de três das cinco usinas do empresário e ex-deputado federal João Lyra. O resultado da seleção seria divulgado na última quarta-feira, porém foi adiado. De acordo com o magistrado, “uma reunião será marcada com a administração da massa falida para entrar em consenso sobre a viabilidade das propostas apresentadas na primeira sexta-feira do mês, último dia 4”. Interessada pelo arrendamento da Usina Vale do Paranaíba, instalada na cidade de Capinópolis, em Minas Gerais, a empresa São João Cargill (SJC) requereu um prazo maior para apresentar uma proposta detalhada depois de analisar a situação das instalações. Avaliada em R$ 211,2 milhões, a Vale do Paraíba chegou a ser destaque em questão de tecnolo-

gia em comparação a outras usinas da América Latina. A Cargill ingressou no mercado de produção de açúcar e álcool no ano de 2006, a partir da aquisição de participação na Usina Itapagipe Açúcar e Álcool, em Itapagipe (MG), em parceria com o Grupo Moema, e da Usina Central Energética Vale do Sapucaí (Cevasa), joint venture formada com a Canagrill, associação de produtores de cana. Já a Usina Triálcool, orçada em R$ 227,7 milhões, também localizada em Minas Gerais, mas no município de Canápolis, recebeu propostas de arrendamento pela PAM Empreendimentos S/A, que montaria um plano de negócios a ser desenvolvido durante uma década. Em Alagoas, a Usina Uruba, avaliada em R$ 296,2 milhões, recebeu a propostas de duas cooperativas do próprio estado. A Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas (CRPAAA) demonstrou interesse pelas terras da usina de Atalaia. Além da Cooperativa dos Usineiros, a Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale

de Satuba (Coopvale) luta para arrendar as terras e a indústria. O arrendamento é uma oportunidade para que os cooperados da Coopvale, credores da usina, tentem reverter o prejuízo em lucro. Conforme levantamento técnico realizado, a Uruba tem capacidade para moer até 1,1 milhão de toneladas por safra. As garantias de sustentabilidade das atividades serão um diferencial na análise do magistrado e dos gestores do grupo falido. As empresas devem preencher diversos requisitos para firmar o arrendamento. O valor da negociação, como já noticiado pelo EXTRA, será destinado para a manutenção da massa falida com a possibilidade do pagamento de ex-funcionários e credores. Em agosto, João Lyra apresentou um ofício de anuência com a venda e/ou arrendamento das usinas para o juiz Kléber Borba. O empresário afirmou que não colocaria barreiras nas decisões do magistrado. “O juízo falimentar procura conversar com todos os interessados e trilhar um caminho que seja importante

Juiz Kléber Borba conduz processo de arrendamento da Laginha

para a massa falida e para os credores. A manifestação de João Lyra nos autos em concordar com os arrendamentos e a venda das usinas causou um ânimo por causa da criação de novos postos de trabalho. O arrendamento, a bem da verdade, dará o alento, hoje necessário, para que o juízo falimentar possa refletir cada passo e seguir, com mais segurança, para a realização do ativo e pagamento do passivo, objetivos reais da falência”, considerou o magistrado. Participaram da audiência o administrador e o gestor judicial, membros do comitê de credores, representante do falido, o Ministério Público e os interessados em arrendar as unidades industriais. Para Borba, o arrendamento proporcionará, entre outros benefícios, a redução das despesas com

manutenção das unidades e a geração de renda. As audiências não terão cunho deliberativo, apenas foram um espaço para a apresentação de propostas. DISPUTA DE TERRAS Desde julho deste ano, cerca de cinco mil famílias estão acampadas nas áreas das usinas Guaxuma, Uruba e Laginha exigindo, além do assentamento dos sem-terra, o pagamento das dívidas trabalhistas aos antigos funcionários da usina. Em meio às propostas de arrendamento, o governo de Alagoas já discute a desapropriação das terras da massa falida do Grupo João Lyra para o assentamento das famílias dos movimentos sociais. A pauta chegou a ser discutida com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, no começo deste mês.


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POLÊMICA NO TRÂNSITO

Juiz nega “carteirada” e diz que vai à Justiça reaver carro apreendido Jesus Wilson exige retratação da Globo por citar condenação por atropelamento e morte de estudante VERA ALVES veralvess@gmail.com

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oi em cadeia nacional que o juiz aposentado Jesus Wilson Raphael da Silva voltou ao noticiário 11 anos depois de ter sido condenado pelo atropelamento e morte de uma estudante. anos. Na última terça-feira, o Jornal Nacional, da Rede Globo, exibiu vídeo em que o magistrado tentava evitar que seu carro, uma Amarok 2013, fosse apreendido por fiscais da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Maceió. Prestes a completar 75 anos, Jesus Wilson não conseguiu evitar a apreensão e já avisou: não vai pagar qualquer taxa à SMTT para cujo depósito o carro foi levado. Decidiu que vai ingressar com ação na Justiça e está convicto de que vai conseguir liminar favorável determinando a devolução do veículo sem qualquer ônus para si. A certeza, diz, se baseia no fato de que, ao contrário do que alegaram os agentes da SMTT, ele não está com o pagamento do Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA) atrasado. Na quarta, um dia após a exibição do vídeo no JN, ele concedeu entrevista à

TV Gazeta, afiliada da Rede Globo, e mostrou os comprovantes do pagamento parcelado do imposto. A incompetência da SMTT para apreensão de veículos é outro argumento a ser usado pelo juiz aposentado. Ao EXTRA, ele confirmou ter dito aos agentes que eles não poderiam estar realizando a operação, pois seriam “apenas guardas municipais” e que deveriam estar “varrendo a rua e cavando buraco”. “Não existe nenhuma lei ou portaria que dê a eles o direito de apreender veículos. Isto é de competência do Estado através do Detran”, reafirma o polêmico magistrado, que afirma ter ouvido de um major, lotado na assessoria do secretário de Defesa Social, Alfredo Gaspar de Mendonça, a declaração de que a SMTT estaria extrapolando suas funções. No vídeo exibido em cadeia nacional, o juiz aparece discutindo com os agentes da SMTT e efetuando diversas ligações. “Liguei para todo mundo que me conhece, para o Gecoc e Amalgis para provar que não estava mentindo”, defende-se Jesus Wilson. Entre os contatados, segundo ele, estava o ge-

rente do banco em que tem conta. “Eu queria que ele confirmasse o pagamento das parcelas do IPVA, mas o pessoal da SMTT não quis falar com ele”, diz. Procurada pelo EXTRA, a SMTT informou, por meio de sua assessoria, que foi lavrado Boletim de Ocorrência na Central de Flagrantes sobre os acontecimentos registrados durante a abordagem ao juiz. O objetivo foi registrar a conduta dos agentes e assegurar seus direitos no caso de serem acionados judicialmente por Jesus Wilson. A CONDENAÇÃO Mas, mais do que a afirmação de que teria sido flagrado dando “carteirada”, o que irritou profundamente Jesus Wilson foi o fato de a reportagem do JN ter relembrado sua condenação, em 2004, pelo atropelamento e morte da estudante Juliana Silva de Souza. “Um caso não tem nada a ver com o outro; trata-se de processo já arquivado, e eu já paguei tudo”, afirma. O pagamento, no caso, se refere à multa de 64 salários mínimos que ele foi condenado a pagar à família da estudante, que tinha 15

Reprodução do vídeo exibido pelo Jornal Nacional na terça-feira

anos. No dia 18 de dezembro de 2001, Juliana caminhava com uma amiga pela calçada, em Cruz das Almas, quando foi colhida pelo carro dirigido pelo juiz, então titular da Vara da Infância e da Juventude de Maceió. Testemunhas contaram que ele tinha nítidos sinais de embriaguez, não prestou socorro à jovem e se negou a fazer o teste de bafômetro sob a alegação de que era juiz. A

7 de dezembro de 2004, o Pleno do Tribunal de Justiça o condenou a dois anos e nove meses de prisão, mas converteu a “punição” em pena alternativa e ao pagamento de multa de 64 salários mínimos, parcelados em 32 vezes, à família da estudante. Na última quarta-feira, Jesus Wilson afirmou que, se não obtiver retratação por parte da Rede Globo, vai acionar a emissora na Justiça com pedido de indenização.


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Graf Zeppelin sobrevoando o Farol de Maceió em 1934

HISTÓRIAS DE ALAGOAS

O antigo farol do Alto do Jacutinga EDBERTO TICIANELI Jornalista

A

história da construção do farol do Alto do Jacutinga está diretamente ligada à importância que a navegação e o porto de Jaraguá tinham para Maceió nos seus primeiros séculos de existência. Em uma época em que a navegação era o principal meio de transporte, os primeiros povoamentos aconte-

ceram em áreas próximas ao litoral ou ribeirinhas de rios e lagoas. Provavelmente, o engenho que deu origem a Maceió só se instalou onde hoje é a Praça D. Pedro II pela sua proximidade com o porto natural de Jaraguá. Os portos também eram, do ponto de vista militar, estratégicos para as disputas pelos poderes político e econômico. Durante o Brasil Colônia, e mesmo depois, muitas fortificações foram montadas

para proteger os portos e suas cidades contra os ataques de navios inimigos. Em Maceió, durante muitos anos, existiram baterias montadas na Ponta Verde, Jaraguá, Pontal e no Alto do Jacutinga. Felizmente, nunca foram utilizadas em combates. Seus disparos eram para anunciar momentos festivos ou para saudar autoridades que chegavam ou partiam do porto de Jaraguá. No início do século XIX,

O Farol de Maceió anos antes da sua demolição

com o crescimento da vila de Maceió e a expansão das atividades econômicas da província, surgiu a necessidade de melhorar o atracamento das embarcações e da sinalização por farol. O cais de Maceió só começou a funcionar em 1940, quando foi inaugurado por Getúlio Vargas, mas o Farol de Maceió já começou a ser construído em 1827, quando o Tribunal da Junta do Comércio apresentou ao governo as plantas e o desenho da obra. Há registros de que o projeto original colocaria o farol sobre os recifes de Jaraguá.

A construção teve início em 1830, mas logo parou. Foi avaliado que esse tipo de obra seria bem mais cara do que a instalação do farol em terra firme. O novo local escolhido foi o Alto do Jacutinga, onde já funcionava um complexo de construções que visava à garantia do porto de Jaraguá. Instalados anteriormente, no Jacutinga já existia o paiol de pólvora, casa do faroleiro, casa do guarda do paiol e uma bateria de “vinte e tantas peças”. O terreno foi doado ao governo imperial em 15 de junho de 1834 por Bento Ferreira Guimarães.


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HISTÓRIAS DE ALAGOAS

A Catedral de Maceió no início do século XX, com o Farol ao fundo

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m 1838 já tramitava na Câmara, no Rio de Janeiro, emenda parlamentar destinando recursos para a construção do Farol. Dez anos depois, em novembro de 1848, o Diário do Rio de Janeiro publicava que o Ministério da Ma-

rinha alocou 20 contos de réis para a construção de um farol “no Porto de Jaraguá”. Somente em 1851 foi que o presidente da província de Alagoas, José Bento da Cunha Figueiredo, fez o lançamento da pedra fundamental da obra.

Entretanto, o Correio Maceioense de 24 de novembro de 1850 já publicava atos do governo provincial liberando recursos e autorizando o início da construção. Antonio Francisco Paz foi o “mestre canteiro” designado

para a construção, sob a orientação do engenheiro Antonio Ribeiro Lis Teixeira. No dia 30 de janeiro de 1851, mais recursos são liberados. Desta feita para pagar 300 toneladas de pedras que desembarcaram da charrua Carioca. No dia 2 de março de 1851 há registro da liberação de verba para pagar o apontador Ricardo Manoel Vieira. Em 1956, o farol estava construído, mas só entrou em funcionamento no ano seguinte, em 1º de janeiro de 1857. Rapidamente, a imponente construção se transformou numa referência para cidade. A região onde foi construído deixou de ser o Alto do Jacutinga para ser conhecida como o Alto do Farol. Após 80 anos de bons serviços prestados às embarcações, o farol recebeu energia elétrica, passando a ser, em 1937, o primeiro do país a funcionar com essa fonte de energia. Em 1949, o já quase cente-

nário farol sofreu danos na sua base após as fortes chuvas que caíram sobre Maceió na madrugada do dia 19 de maio. Essa noite ficou na história da cidade pelos danos provocados pelas inundações e quedas de barreiras. Em Mangabeiras, mais de 20 casas foram soterradas e algumas vidas foram perdidas. Muitas famílias ficaram desabrigadas. As pontes sobre o Salgadinho foram derrubadas por uma tromba d’água, e na Rua Barão de Atalaia parte da barreira que sustentava o farol desabou, deixando a construção instável. Em maio de 1951, os seus equipamentos foram levados para o novo farol que já estava construído no Jacintinho. Em abril de 1955, o centenário farol do Alto do Jacutinga foi demolido e Maceió perdeu uma das suas referências arquitetônica e histórica. Hoje, no lugar onde estava o farol foi construída uma casa que é a sede do Crea-Alagoas.


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GESTÃO

Rui aposta em convênios e parcerias para desenvolver o turismo em Maceió A participação em grandes feiras nacionais e investimento em marketing digital para fortalecer a presença da capital são algumas das ações que estão sendo realizadas pela prefeitura

O

prefeito Rui Palmeira vem anunciando uma série de ações com o intuito de desenvolver o turismo. Parcerias, convênio e investimentos têm sido a aposta do prefeito para fomentar e fortalecer o setor na capital alagoana. No entendimento de Rui, investir no turismo é promover a geração de renda. “É uma cadeia muito grande, que passa pelo hoteleiro, pelo garçom, pelo taxista, pelo artesão, por muitos que dependem do turismo. E nossa meta é ter uma cidade cheia, pronta para receber o turista, que, certamente, virá e voltará. No ano do nosso bicentenário, nada melhor que reforçar o nosso turismo, que gera renda e tantos empregos para maceioenses”, afirma o prefeito. Um dos fatos mais importantes da gestão foi viabilizado esta semana, com a formalização da parceria para execução da obra de drenagem da orla e que prevê o fim das chamadas línguas sujas nas praias de Pajuçara e Jatiúca. O problema não é novo, mas agora caminha para a efetividade. Os serviços devem durar 180 dias. O projeto conta com a parceria da Braskem, que doou 7,1 mil metros da tubulação de PVC utilizada, além do Sindicato da Indústria da Construção Civil

de Maceió (Sinduscon), da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) e da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH-AL). No trecho, serão implantadas 11 estações elevatórias que vão bombear as águas da chuva, que antes eram despejadas no mar. A rede vai receber águas pluviais e de rebaixamento de lençol freático, originárias das escavações de subsolo dos edifícios em construção. A água captada será destinada ao Gulandi, um dos principais canais de águas pluviais da capital. A drenagem da orla integra o programa Mais Maceió, constituído por ações consideradas prioritárias pela prefeitura para o desenvolvimento do município. DESTINO MACEIÓ Outra novidade para a área do turismo foi o convênio oficializado entre a prefeitura e a ABIH. Rui Palmeira ressaltou a importância da parceria. “É um convênio que, certamente, vai reforçar a presença do turista em Maceió. É o tipo de convênio em que todo mundo ganha”, disse Rui Palmeira sobre a união de forças intermediada pela Secretaria Municipal de Promoção do Turismo (Semptur). Entre as ações previstas no convênio, estão a participação em grandes feiras nacionais,

Rui Palmeira vistoria tubulação a ser usada nas obras que visam acabar com as línguas sujas na orla

o investimento em marketing digital para fortalecer a presença de Maceió nas redes, campanhas que vão estimular as operadoras de viagem a vender o destino e ações diretas com a

mídia e os agentes de viagem. Outra ação que, devido ao sucesso do ano passado, está sendo relançada em setembro é a “Azul da Cor do Mar”, da Operadora Azul Viagens. O foco

é estimular os cerca de 1.800 agentes de viagem da companhia em todo o Brasil a intensificar as vendas de pacotes turísticos para Maceió e de Alagoas como um todo. O prefeito também pontuou ações do município que têm reflexo no turismo, como a Avenida Pontes de Miranda. “É um ponto importante para a mobilidade, mas também muito importante para o turismo, já que ganhamos um novo trecho de orla urbanizada. Na próxima semana, iniciaremos os trabalhos para a retirada das chamadas línguas sujas no trecho entre as praias de Pajuçara e Jatiúca, que é outra obra importantíssima. São obras e melhorias para que o turista possa vir e voltar. Obviamente, Maceió ganha muito com isso”, enfatizou o prefeito.


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SUCESSÃO

ELEIÇÕES NA UFAL

Márcio e Eliane propõem um novo tempo para a Universidade Federal de Alagoas MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

O

s candidatos a reitor pela chapa 3, professor Márcio Barboza e a vice professora Eliane, propõem um novo tempo para a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A chapa defende, ainda, a implantação de coordenadorias de infraestrutura em todos os campi da Ufal; reformulação nos processos administrativos e implantação da ordem cronológica na análise dos processos administrativos, garantindo, assim, a isonomia. Em Carta Aberta, os candidatos da chapa 3 mostram que a Ufal vive um momento propício para mudanças em sua gestão. Eles se referem à escolha dos ocupantes dos cargos de reitor e vice para o mandato de 2015 a 2019. Vale ressaltar que uma das bandeiras da chapa é valorizar o aposentado, pois, atualmente, “não é visto dentro da esfera da universidade”. O professor Márcio disse que aceitou a candidatura para o cargo de reitor por acreditar em um novo tempo para a universidade. Segundo ele, a motivação e o incentivo de estudantes, técnicos e docentes, além da

possibilidade de poder estabelecer como princípios a Democratização, a Transparência e a Descentralização na gestão da Ufal, foram importantes para este desafio. “Além de agregar valores, como: a Transformação Social; a Integração entre Academia, Gestão e Sociedade e a Diversidade de Ideias, a Busca por Resultados, e a Inovação norteiam nossos trabalhos,” disse. De acordo com o candidato, durante sua trajetória na universidade, pôde vivenciar momentos que o motivaram a acreditar que “a Ufal somos todos nós, e só por meio do exercício da reflexão e da pluralidade teremos participação coletiva nas discussões e decisões que levarão ao processo de modernização da gestão, de produção do conhecimento qualificado, de socialização do conhecimento, de desenvolvimento científico, cultural e econômico, e de conscientização da importância da Ufal para o Estado de Alagoas”. O professor Márcio já ocupou vários cargos na Ufal, e sua experiência na área de Engenharia Ambiental é extensa. Em 2011, assumiu a missão de fazer parte da equipe de gestão

da Associação de Docentes da Ufal (Adufal) como vice -presidente. Atualmente é o presidente da associação. Sempre aberto para novos desafios, o candidato convida a comunidade acadêmica a contribuir, debater, refletir, construir, agir, modificar e inovar. “Juntos hastearemos a bandeira de mudança, reconhecendo a Ufal como um ecossistema plural; com planejamento de forma participativa , implementar uma descentralização administrativa”. E acrescentou: “Defendemos que haja na gestão democratização, descentralização e transparência no uso dos recursos”. O dinamismo e a competência da candidata a vice -reitora, Eliane Cavalcanti, a credenciam para ocupar o cargo que almeja. Experiente no ensino e na pesquisa, a professora e diretora-geral do campus Arapiraca disse que a educação em Alagoas mudou com a interiorização da universidade, trazendo mudanças e transformação. Há nove anos na Ufal, a candidata afirmou, ainda, que faz parte da proposta da chapa investir em veículos de comunicação; estimular o surgimento de novas lideranças; integrar

ações de empreendedorismo, inovação, desenvolvimento científico e tecnológico; cuidar continuamente do ser, fazer e estar na Ufal, garantir qualidade acadêmica de formação estudantil nos níveis de graduação e pós-graduação; desenvolver e implementar um Plano de Segurança efetivo para a universidade, entre outras ações. No grupo, a campanha nas redes sociais está indo de vento em popa. O debate proposto pela chapa “Muda Ufal” tem levado a comunidade a se pronunciar sobre o que espera da nova gestão. E, assim, o apoio à candidatura vem crescendo e surgindo de vários segmentos. Há quem declare seu apoio inconteste porque Márcio Barboza contempla todas as características necessárias que o habilitam com mérito para o cargo de reitor da Universidade Federal de Alagoas. “Ao longo de sua carreira, o prof. Márcio deu numerosas demonstrações de apreço e dedicação à causa pública. Elejam Márcio Barboza e teremos uma Ufal justa, competente e com uma visão voltada para um crescimento coletivo e sem partidarismos ou fisiologismos político ideológicos”.

MÁRCIO BARBOZ

Márcio Gomes Barboza é doutor em ca e saneamento pela Escola de En da Universidade de São Carlos - US 1992 é professor do Centro de Tecno Universidade Federal de Alagoas (U te sua carreira, foi coordenador dos graduação das engenharias Civil e A Reconhecido como liderança acadêm vice-presidente da Associação de Do Ufal (Adufal) na gestão 2011/2013 e atual, ocupa a presidência da entida Por sua experiência como professor quisador na área de Engenharia Am foi escolhido como representante da Conselho Estadual de Proteção do M biente (Cepram). Representa també no Comitê da Bacia da Região Hidro Complexo Estuarino Lagunar Munda guaba na condição de vice-presiden Márcio iniciou, há poucos anos, sua de corredor amador e, sabendo que pode ir mais longe, hoje já é ultrama participando e cumprindo provas dur corrida dos 50 km da Chapada do Ar demonstra sua capacidade de super fios, que, aliada à competência e exp faz com que ele seja a pessoa ideal duzir a Ufal a um novo tempo de mu com mais transparência, inovação e cia. #‎marcioreitor‬#‎mudaufal‬


OZA

em hidráulie Engenharia USP. Desde ecnologia da s (Ufal). Durandos cursos de l e Ambiental. adêmica, foi e Docentes da 13 e, na gestão tidade. ssor e pesAmbiental, e da Ufal no do Meio Ammbém a Ufal Hidrográfica do undaú-Mandente. sua carreira que sempre amaratonista, s duras, como a do Araripe. Isso uperar desae experiência, deal para conmudanças, ão e democra-

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- MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE SETEMBRO DE 2015 -

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Resumo de propostas da Chapa Três PLANEJAMENTO E GESTÃO INSTITUCIONAL: Realizar o planejamento das ações na Ufal de forma participativa; desenhar o mapa organizacional de toda a Ufal; implementar a descentralização administrativa e orçamentária; realizar planejamento anual de manutenção preventiva, conservação de bens e manutenção de estoques; criar e implantar escritório de gestão de processos; gerar dados de qualidade para auxiliar a tomada de decisão; adotar a comunicação como estratégia de gestão. GESTÃO ACADÊMICA Melhorar a infraestrutura dos ambientes de ensino de graduação e pós-graduação; desenvolver ações de fortalecimento da política editorial nos campi; apoiar a criação de plataformas de conhecimento e institutos nacionais de ciência e tecnologia; apoiar a implantação de cursos de graduação e pós-graduação nos campi fora da sede; fomentar programas e projetos de extensão. GESTÃO DE PESSOAS Implantar a política de capacitação da Ufal; estabelecer critérios para concessão de afastamento para qualificação; implantar um espaço de convivência para servidores aposentados; investir na melhoria das condições de trabalho; criar um programa de atendimento à saúde do servidor.

ELIANE CAVALCANTI Eliane Aparecida Holanda Cavalcanti nasceu em 26 de junho de 1976, em Barreiros (PE). Graduou-se em Bacharelado em Ciências Biológicas em 2001; no mesmo ano, foi selecionada no Mestrado em Biologia Animal na Universidade Federal de Pernambuco, concluindo o curso em 2002. Em 2005 ingressou no Doutorado em Oceanografia pela Escola de Engenharia da Universidade Federal de Pernambuco. Foi professora da Escola Politécnica de Olinda (Recife/PE), coordenadora do curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da Faculdade Salesiana do Nordeste (Recife/PE), coordenadora do curso de pós-graduação (lato sensu) no Ensino de Ciências da Faculdade Salesiana do Nordeste (Recife), membro do Conselho Inspetorial da Inspetoria Salesiana do Nordeste (Recife/PE). É professora efetiva do Campus de Arapiraca desde agosto de 2006. Foi coordenadora do curso de Licenciatura em Biologia entre 2006 e 2009, diretora acadêmica no período de 2010 a 2014, e diretora-geral e administrativa desde abril do ano passado até a presente data e presidente do Conselho Provisório do Campus. É é atuante na pesquisa, desenvolvendo projetos em parcerias com outras instituições (UFPE, UFBA, UFMA e UFAM); dentre elas o INCT – GT22 Ambientes Pelágicos, pesquisando os organismos mesozooplanctônicos da foz do rio São Francisco, assim como projetos de interesse da comunidade, como, por exemplo, o conhecimento da biodiversidade mesozooplanctônica do estuário do rio Coruripe, o qual subsidiará a pesca na região.

POLÍTICA ESTUDANTIL Instituir programa de apoio à participação em eventos; criar um programa de bolsa atleta; implantar um programa de estágio nos ambientes da Ufal; criar o “Fórum anual de assistência estudantil”. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Intensificar a utilização de plataformas de EAD nos cursos presenciais de graduação e pós-graduação; investir em tecnologia e infraestrutura de videoconferência; incentivar a produção de material didático multimídia. EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO Implantar o “Prêmio de melhores práticas de gestão”; incentivar a implantação de sistema de gestão nos laboratórios; fortalecer a articulação com o parque tecnológico de Alagoas; incentivar o uso das leis da inovação e de informática. UFAL E SUSTENTABILIDADE Estabelecer a política de educação ambiental; promover workshop para difundir a política de educação ambiental estabelecida; estimular a inclusão de temas de educação ambiental; divulgar os trabalhos desenvolvidos no âmbito de educação ambiental. SEGURANÇA Implementar um plano de segurança nos campi; elaborar e divulgar relatórios de ocorrências; realizar programa de manutenção dos equipamentos e sistemas de segurança. INFRAESTRUTURA Criar a central de atendimento à comunidade e efetivar um sistema de gestão de manutenção; estruturar equipe de gestão de manutenção em todo os campi; realizar planejamento de execução de obras; atualizar os processos de gestão e fiscalização de contratos de obras e serviços de engenharia. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Estabelecer o HUPAA como ambiente de estágio; garantir a função do HUPAA como hospital-escola; exigir o planejamento anual do HUPAA; criar um fórum permanente.


18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE SETEMBRO DE 2015

CULTURA

Jorge Oliveira exibe “Curral da Morte”, primeiro livro da trilogia

Antônio Torres, Gerson Camaroti, da Globonews, e Evaldo Costa, organizador da feira, com o alagoano

Jorge Oliveira fala da crise da imprensa escrita na Fenelivro O jornalista e cineasta alagoano Jorge Oliveira foi um dos destaque da primeira feira do livro (Fenelivro) do Recife. Ele falou sobre cinema, literatura e jornalismo ao tempo em que relançou, a pedido dos organizadores do evento, o livro “Curral da Morte”, publicado pela Record, um sucesso de venda no Brasil. Sobre cinema, Oliveira conversou com a plateia sobre o lançamento de “Olhar de Nise”, seu último filme, que estreia oficialmente no dia 19 na Mostra Panorama Brasil do Festival de Cinema de Brasília. Um assunto que polemizou a discussão foi o papel da imprensa escrita no mundo atual com o predomínio das mídias digitais. Ganhador de dois prêmios Esso de Jornalismo e dezenas de outros como cineasta,

Jorge Oliveira previu que a imprensa de Gutemberg corre o risco de extinção se não se modernizar ou fizer um jornalismo de análise, com bons comentaristas, que informem o leitor sobre os bastidores da notícia. “A notícia transmitida hoje em tempo real deixa os jornais e as revistas para trás, divulgando notícias com 24 horas ou uma semana de atraso, inconcebível nesse mundo globalizado ”, disse Oliveira. Segundo ele, os dados atuais sobre a imprensa escrita mostra que ela pode desaparecer mais cedo do que se imagina. Deu como exemplo as últimas demissões do Infoglobo, o grupo que reúne todas as empresas dos irmãos Marinho. Em um ano, disse Oliveira, mais de 400 empregados foram demitidos; destes, mais de cem eram

jornalistas. Citou também o fechamento do jornal “O Dia” e o “Brasil Econômico”, no Rio, antes nas mãos de empresários portugueses, que não suportaram a queda nas vendas e a escassez de publicidade. Jorge Oliveira, que fez uma pesquisa profunda sobre o jornalismo no Rio de Janeiro para lançar o livro “Muito prazer, eu sou a morte”, cuja edição brasileira chega às livrarias no final de outubro, disse também que, até o final da década de 1970, existiam no Rio de Janeiro 38 jornais diários e vespertinos. “Hoje, infelizmente, são apenas três, editados pelo mesmo grupo dos Marinho”. Com o advento do mundo digital, hoje todo mundo é “repórter e fotógrafo”, disse Oliveira, para uma plateia silenciosa. Os instrumentos ao alcance da população como Iphone, dotado de poderosas câmeras de foto

e vídeo, tablet e programas virtuais, além do poder das redes sociais, levam as pessoas a se informar com mais rapidez, em tempo real, apertando apenas um botão que as levam ao mundo virtual. Deu como exemplo o atentado ao jornal Charlie Hebdo, de Paris, transmitido ao vivo por alguém que assistia ao episódio na varanda de um prédio. Outras transmissões ao vivo acontecem em guerras, atentados e até nas barbáries do grupo terrorista AI que gravam as maiores atrocidades que cometem contra suas vítimas. Para reforçar a tese que defendeu, Jorge Oliveira citou o último livro do escritor italiano Humberto Eco “Número Zero”, no qual ele fala da necessidade dos jornais impressos serem mais opinativos e analíticos, escrito por jornalistas especializados que expressem opiniões diferenciadas sobre determinados assuntos. “A notícia diária não precisa mais ser estampada pelos jornais e revistas porque já é velha quando os jornais chegam às bancas no dia seguinte”, disse Oliveira. Jorge Oliveira falou, também, sobre o trabalho de se fazer um jornal impresso ou uma revista. Pelo seu levantamento, uma notícia até chegar às mãos do leitor envolve uma dezena de profissionais. Desde a sua elaboração até a

sua publicação, o custo de uma informação é muito alto. Essa despesa é que está “infelizmente matando os jornais”, quando se sabe que a notícia chega hoje até você, a custo zero, em tempo real, através de um Iphone. Jorge Oliveira encerrou a palestra falando sobre sua carreira, que começou em Alagoas, seus prêmios, marketing político, livros escritos e os mais de dez documentários já realizados em sua carreira de sucesso lá fora. Comentou sobre seu próximo filme “Dan Mitrione, o Mestre da Agonia”, o agente da CIA que veio ao Brasil em 1962 ensinar tortura, mas que é um herói nos Estados Unidos (morto pelos Tupamaros, no Uruguai). Segundo ele, o filme é uma produção internacional que será rodado nos Estados Unidos, no Uruguai, no Panamá e no Brasil. Falou, ainda, do encerramento das suas produções alagoanas com o último filme “Olhar de Nise”. Por fim, comunicou à plateia que no próximo ano estará nas bancas o “Máfia das Caatingas”, o último livro da trilogia que começou com “Curral da Morte”* e o “Muito Prazer, eu sou a Morte”. * O livro voltou às livrarias. Em Alagoas, ele é vendido exclusivamente na livraria Viva, na Avenida Dr. Antônio Gomes de Barros (Antiga Amélia Rosa), 625, loja 8, Edifício The Square Park Office, na Jatiúca.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

A mancada de Janot

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a visão de alguns, o procurador Rodrigo Janot “não deixou nem o defunto esfriar” e, tão logo teve seu nome referendado pelo Senado para o cargo, começou a cumprir a pauta de um grande “acordão” engendrado nos gabinetes palacianos com o objetivo de salvar cabeças poderosas da República. Teve uma atitude da mais alta suspeição ao optar pelo arquivamento da investigação de indícios da ocorrência de eventuais crimes praticados na campanha de Dilma Rousseff, determinada pelo vice-presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, que é o relator das contas da campanha, que foram aprovadas com ressalva pelo Tribunal. O ministro Gilmar Mendes lembrou que, em dezembro de 2014, o TSE aprovou com ressalvas as contas de campanha de Dilma Rousseff. O ministro disse que destacou expressamente, em seu voto na época, que a aprovação das contas de Dilma “não representava chancela a eventual ilícito de qualquer natureza, passado ou futuro”. O ministro comentou alguns pontos do despacho de arquivamento da Procuradoria Geral Eleitoral. “Não se trata aqui de reabertura de julgamento de prestação de contas. As contas apresentadas foram julgadas. Aprovadas com ressalvas pela maioria deste Tribunal. Cuida-se, isto sim, investigar indícios de irregularidades que, se comprovadas, teriam o condão de atestar a ocorrência de fatos criminosos. No presente caso, não há como negar haver elementos indicativos suficientes, ao menos, para a abertura da investigação”, enfatizou Gilmar Mendes. Contra a estapafúrdia decisão do arquivamento aconteceu até o inusitado. O ministro petista Dias Toffoli, presidente do TSE, assim se pronunciou: “Na medida em que o acórdão desta Corte determinou que as contas foram aprovadas com ressalvas, mas diante de determinados elementos que necessitariam aprofundamento nos fóruns adequados, não o eleitoral, esta determinação não é isolada do ministro Gilmar Mendes. Isso é uma determinação da Corte, daquele julgamento”. Rodrigo Janot alcançou seu objetivo de renovar o mandato de procurador-geral da República, mas o que ninguém sabe é a que custo. Sabe-se que tem chegado ao senador Fernando Collor um grande número de informações que, quando reveladas, farão tremer o plenário do Senado alcançando os alicerces do Palácio do Planalto. O senador Fernando Collor (PTB-AL) apresentou, em Plenário, 19 documentos que classificou como provas contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Boa parte deles, segundo o senador, são provas de que o Janot mentiu quando foi sabatinado para a recondução ao cargo. Segundo o senador, Janot não só faltou com a verdade em algumas respostas, como também tangenciou em outras e deixou de responder a algumas das perguntas que lhe foram feitas durante a sabatina na CCJ, com “cara de paisagem”. Até agora não houve nenhum desmentido por parte do procurador acusado e agredido. É preciso apurar as denúncias, que são graves, e descobrir os “negócios” do

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Para refletir: “Janot não deveria se comportar como um dos advogados do PT; afinal, o partido já contratou profissionais competentes para fazer a sua defesa” (Ministro Gilmar Mendes criticando o procurador-geral da República)

O que é pior: saia curta ou corrupção? Após um pedido da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), a Mesa Diretora da Câmara estuda definir regras para limitar “excessos” nas roupas das mulheres que transitam pela Casa. A medida é analisada pelo primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP). Entre os “excessos” apontados, está o uso de saias curtas e decotes acentuados que, de acordo com Mansur, são alvo de constantes reclamações das parlamentares. Uma possibilidade cogitada para o “dresscode” (código de vestimenta) na Câmara é incorporar o padrão usado no Poder Judiciário. Para assistir às sessões de julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), por exemplo, as mulheres precisam usar vestidos de manga, tailleurs (conjunto de saia e paletó) ou ternos (calça e blazer de manga comprida) femininos. “Temos que diminuir os excessos. Eu acho que temos que adotar uma certa liturgia dentro da casa, um respeito”. Diante da desmoralização dos políticos no geral, não seriam as saias curtas ou os decotes que iriam afrontar a “liturgia do poder”.

Albuquerque cobra O deputado Antônio Albuquerque (PRTB) bateu forte - muito ao seu estilo - e exigiu que a Assembleia Legislativa investigue um suposto superfaturamento na compra de alimentos adquiridos para o Programa de Cestas Nutricionais para Gestantes, desenvolvido no governo Teotonio Vilela. O parlamentar pediu que a Assembleia solicite do governo do Estado documentos da contratação com detalhes acerca dos valores, quantidade e comprovação da distribuição das cestas ao longo dos anos das ações do programa. O pedido ocorreu após ser lida uma solicitação do deputado Jairzinho Lira para que fosse retomado do Programa de Cestas Nutricionais para Gestantes, que ajudou muitas famílias que vivem na linha de miséria em Alagoas.

A fala do ex-marido Em entrevista à imprensa, Carlos Araújo, ex-marido e “conselheiro informal” da presidente Dilma Rousseff, declarou que a petista “ficou abalada” nos últimos meses com a queda de sua popularidade e a crise econômica. No entanto, diz Araújo: “Dilma mantém a tranquilidade porque confia na recuperação da economia e na volta do crescimento do país, com as ações que estão em curso no governo. A agenda da Dilma é sair da crise”. Segundo Araújo, Dilma está confiante em que as possibilidades de impeachment ou cassação não têm fundamentação legal para prosperar. Advogado trabalhista e um dos fundadores do PDT no Rio Grande do Sul, Araújo diz acreditar que, mesmo tendo aceitado um “ajuste fiscal severo”, Dilma não vai aderir sistematicamente à “agenda conservadora”, referindo-se a alguns pontos da pauta de Renan Calheiros. Esse governo está mesmo um primor. Até ex-marido dá palpite.

Todos contra Célia Ninguém imagine que a situação na prefeita de Arapiraca, Célia Rocha, em busca de sua reeleição vai ser fácil. Sua administração não tem conseguido corresponder às expectativas dos que a elegeram, e a maior parte da população considera negativas as parcas e tímidas ações de seu governo que se anunciou progressista

e empreendedor. Para completar suas dificuldades eleitorais, estão despontando nomes com densidade eleitoral e grupos fortes se unindo para tomar a prefeitura de suas mãos, que já não são mais as mesmas. Está perdendo aliados valiosos, a exemplo da vereadora Aurélia Fernandes, que anunciou oficialmente seu rompimento com a prefeita. Nos últimos anos, praticamente a Saúde em Arapiraca entrou em colapso e nada vai bem na Educação e na assistência à população carente. Tem tudo para perder o “reinado”.

Talvez sim, talvez não! Que se preparem os brasileiros para mexer nos bolsos já combalidos nos últimos tempos. O presidente do Senado, Renan Calheiros, declarou que o governo federal precisa cortar despesas e dar eficiência ao gasto público. A declaração foi feita após ele ser questionado sobre a posição dos governadores do PMDB em relação à elevação da carga tributária. Mas Renan não parece tão preocupado com o aumento da perversa carga tributária que mata os brasileiros. Vejam o que ele disse: “Os governadores estão preocupados com a situação financeira e fiscal dos estados. Não é para menos. Há uma crise muito grande, há uma preocupação muito grande dos governadores, mas o partido entende que o dever de casa que deve ser feito é cortar despesas”. Questionado sobre a possibilidade de elevação de tributos, Renan afirmou que o PMDB não tem uma posição de defesa com relação à necessidade urgente de aumento da carga tributária, mas pode existir. — Essa é uma coisa que mais adiante pode ser discutida, mas há uma preliminar, que é o corte de despesa, é a eficiência do gasto público. Isso que precisa em primeiro lugar ser colocado. Na verdade mesmo parece que está tudo combinado entre Renan o governo e Renan. Um jogo com cartas marcadas, e o brasileiro que se ferre.


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ARTIGOS

Os indignados e os que ainda não entenderam PERCIVAL PUGGINA

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Brasil vai como quem resvala rampa abaixo sobre um skate. É a crise. Em relação a ela, existem duas atitudes principais. A primeira, amplamente majoritária, é a atitude dos que entenderam o que aconteceu e estão indignados. A segunda é a dos que ainda não entenderam. Estou entre os primeiros. E realmente indignado porque não precisávamos estar passando por isso. Nosso país viveu um momento promissor nos primeiros anos da década passada. Após enorme esforço fiscal, o Brasil derrubara a inflação, havia recuperado a credibilidade internacional, passara a atrair investimentos, construíra alguns fundamentos para a Economia, a arrecadação crescera e o governo ampliara a destinação de recursos para uma série de programas sociais. As condições para tanto foram obtidas a duras penas desde o governo Itamar Franco, com medi-

das de austeridade e privatizações que o PT combateu furiosamente. Seriam necessárias muitas outras providências, é verdade, mas nunca houve (e não sei se um dia haverá) apoio político, no Brasil, para fazer todo o dever de casa. Mas íamos bem. Tanto assim que Lula e seus companheiros se convenceram de que governar o Brasil era uma barbada. A China vendia tudo barato e comprava montanhas de qualquer coisa. Jorrava dinheiro nas contas públicas. Obama dizia que Lula era “o cara”, e o cara era o pai dos pobres, aqui e mundo afora. O Brasil virou um programa de auditório onde se atirava dinheiro ao público. Havia bastante. Dava para comprar todos que quisessem se vender. Uma parte da grana ia para os programas sociais e outra, muito maior, para os programas socialites, via contratantes de obras e serviços, e financiamentos do BNDES. De formiga da revolução social, o petismo passou a cigarra das prodigalidades. Em vez de investir na qualidade da educação das classes de menor renda, preferiu remunerar a ociosidade. Em vez de estimular o mérito, favoreceu a mediocridade com leis de cotas. Em vez de gastar recursos públicos em infraes-

trutura, “conquistou” em dois lances, a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Em vez de diminuir o tamanho do Estado, agigantou-o com novos ministérios para usufruto da base de apoio. Para que o PT se exibisse como partido líder da esquerda continental, financiou de um modo escandalosamente secreto obras de infraestrutura que fariam muito bem, se feitas no Brasil. Bilhões de reais foram direcionados para os países do Eixo do Mal Latino-Americano (na expressão perfeita do Dr. Heitor de Paola). A crise da economia mundial de 2006 pegou Lula em campanha para a reeleição e ganhou o apelido de “marolinha”. E, como tal, foi solenemente ignorada pela imprudência ufanista do presidente. Ele dava conselhos ao mundo sobre como acabar com a pobreza... A partir da metade do segundo mandato do estadista de Garanhuns, nos monitores dos analistas da realidade brasileira, as luzes amarelas se alternavam com as vermelhas. Mas nada importava. Era preciso eleger a senhora mãe do PAC, notória economista que pensou haver descoberto o segredo do bem-estar geral: endividar a sociedade toda através

do governo para manter as aparências e, adicionalmente, ampliar o endividamento das famílias. Se você examinar de perto, verá que não há muito espaço para geração de riqueza, poupança interna e investimento nessa inadequada concepção. Embora não conviesse ao Brasil reeleger Dilma, Dilma precisava ser reeleita. Paguemos todos, então, os custos das ilusões necessárias para produzir o absurdo e suspeitíssimo resultado eleitoral de 2014. A notória falsificação, que já leva oito anos, enganou muitos, durante muito tempo. Não só no Brasil, diga-se de passagem. Agora veio a conta e levaremos alguns anos pagando. Quem sofrerá mais? Os pobres, justamente os mais vulneráveis e, por isso, os mais iludidos pela publicidade do governo. Mas não precisávamos passar por isso.

parar não paro. Esquecer, esquecer não esqueço. Se caráter custa caro, Pago o preço. Pago, embora seja raro. Mas homem não tem avesso e o peso da pedra eu comparo. À força do arremesso. Um rio, só se for claro. Correr, sim, mas sem tropeço. Mas se tropeçar não paro. Não paro nem mereço. E que ninguém me dê amparo. Nem me pergunte se padeço. Não sou nem serei avaro. Se caráter custa caro, Pago o preço”. Gosto de citações, porque elas são brilhantes e dão uma grande contribuição a tempo, o couro da mediocridade, que só atiram pedras em árvores que dão frutos. É por isso, todos nós, com uma profundidade extraordinária e transmite força e sabedoria, quando mais precisamos. Todos esses grandes escritores, pensadores, filósofos e poetas citados, muitas vezes, em épocas em que viveram e trilharam

um caminho solitário, de inveja e compreensão. Mas as suas obras foram tão grandes e brilhantes que calaram com o que leio e releio tais obras. Como também a do grande escritor Balzac, considerado um dos maiores escritores que a humanidade já teve, e não conseguiu entrar na Academia Francesa de Letras. Foram os medíocres e pigmeus que lhes atiraram pedra e julgaram com o crivo da inveja próprio dos pequenos. Mas a história é implacável, ninguém conhece mais os seus críticos, foram enterrados no esquecimento. E assim caminha a humanidade, mostrando, como bem diz o título do artigo, que é preciso “força e coragem” para enfrentar as incompreensões, injustiças, invejas que conseguiremos vencer e transcender, seguindo o exemplo desses grandes homens.

* Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. É autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões e integrante do grupo Pensar+

Força e coragem MAURÍCIO MOREIRA

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título do artigo vem de um pensamento de um autor desconhecido, que o meu saudoso amigo e grande jornalista Noaldo Dantas me passou, que diz o seguinte: “FORÇA E CORAGEM: “Muitas vezes na vida, não sabemos avaliar o que realmente necessitamos: se força ou coragem... Há momentos em que precisamos das duas! Veja só: é preciso ter força para ser firme, mas é preciso coragem para ser gentil... É preciso força para se defender, mas é preciso coragem para não revidar... É preciso ter força para ganhar uma guerra, mas

é preciso coragem para não se render. É preciso ter força para estar certo, mas é preciso coragem para admitir a dúvida ou o erro. É preciso ter força para sentir a dor de um amigo, mas é preciso coragem para sentir as próprias dores. É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá -los. É preciso ter força para fazer tudo sozinho, mas é preciso coragem para pedir ajuda. Parece fácil... Experimenta!”. Lembro-me, também, do filósofo Confúcio “Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade”. Grande verdade, pois é preciso passar pela glória e pela adversidade para conhecer os verdadeiros amigos. O poeta Sidrônio Muralha tem um poema muito profundo que diz: “Parar,


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ARTIGOS

Preocupação ao extremo JORGE MORAIS Jornalista

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o artigo desta semana, eu vou dividir o espaço em dois assuntos: 1º) a importação legal de produtos derivados de maconha para uso medicinal e a definição de uma quantidade mínima para diferenciar usuário e traficante; 2º) o acréscimo no número de acidentes no feriado de 7 de Setembro, em todo o Brasil, mesmo com toda fiscalização nas estradas estaduais e federais. Sobre o primeiro tema, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o substitutivo do senador Antônio Carlos Valadares, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas e as condições

de atenção aos usuários ou dependentes de drogas e trata do financiamento das políticas sobre as drogas, com autorização para a importação dos derivados e produtos à base de canabinoides, substância que deverá fazer parte do tratamento de doença grave. Até aí, tudo bem, porque muitas outras drogas já são comercializadas em farmácias e aplicadas em hospitais nos pacientes. Enquanto o produto estiver sendo negociado, livremente, nesses estabelecimentos e sob o controle da Vigilância Sanitária e da Saúde no país inteiro, nada demais que isso ocorra. O problema maior é que já existe quem defenda o uso da maconha para consumo, em qualquer lugar e em qualquer parte, com o beneplácito da lei. Se isso for aprovado, pergunto: quem vai fornecer a maconha? O crime organizado, os traficantes, gente dos morros ou da sociedade? Com a desculpa de que o usuário da maconha pode usar o produto, dentro de um limite estabelecido, sem passar

constrangimentos, sem medo da polícia, está claro que vai aumentar o número de pessoas negociando a maconha, como se vende qualquer tipo de cigarro. Nesse caso, com a desculpa do consumo próprio, eles são presos pela venda ou não? São várias perguntas que, hoje, ficam sem respostas. Com a liberação do uso da maconha, esse produto vai ser vendido em farmácias? Acho isso um precedente muito perigoso, e nem sempre o que é bom para os outros pode ser bom para todo mundo. No Uruguai, o ex-presidente Mujica, que recentemente esteve no Brasil, liberou o uso da maconha e não teve grandes problemas. Na Bolívia, o chá da coca é vendido abertamente em supermercados. Mas esse assunto me preocupa bastante. No outro assunto vamos destacar o exagerado número de acidentes e punições aplicadas, somente pela Polícia Rodoviária Federal, em todo o Brasil. Nos quatro dias da Operação Independência em estradas federais, 92 pesso-

as morreram em acidentes de carros. Como se não bastasse isso, 69.548 veículos foram flagrados pelos radares fixos e portáteis com velocidade acima da permitida. A PRF fez 38.912 testes de bafômetro, e 1.056 pessoas foram impedidas de continuar dirigindo, sendo 151 presas por embriaguez; e uma dessas pessoas estava 45 vezes superior ao percentual permitido por lei. Diante de todos esses números, preocupa-me a falta de consciência do brasileiro de um modo geral. Com tantos exemplos e tantas medidas, como é que as pessoas ainda dirigem embriagadas, não respeitam a sinalização de trânsito e usam seus veículos como máquinas de guerra. Em Alagoas, os números aumentaram em relação ao mesmo período de 2014, mesmo com toda operação montada pelo BPTran. Em três dias de fiscalização nas nossas saídas norte e sul de Maceió, mais de 100 autuações de toda ordem, o que é considerado um absurdo. Fazer o quê? Preocupar-se ao extremo.

Quem é pior: eleitor ou candidato? ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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hegamos a um ponto no processo eleitoral brasileiro em que não se sabe onde está o erro. O candidato precisa de muito dinheiro para se eleger, e o eleitor troca o voto por telha, camisa, cesta básica ou “dindin”. Os cabos eleitorais são pagos, e no dia da eleição é preciso ter notas de cinquenta ou de cem para comprar votos. Fala-se até de um político que dava aos eleitores metade da nota antes e o resto da nota depois do pleito. Deve ser piada! Na década de 90, meu irmão Sabino foi candidato a prefeito de Maceió concorrendo com Djalma Falcão. A casa onde funcionava o comitê eleitoral dele ficava perto do local da do seu opositor. Ríamos com a posição dos prováveis eleitores: passavam no comitê de

Sabino, pediam dinheiro ou outras coisas. Atravessava a rua e entravam no reduto do Djalma, onde deviam repetir os pedidos. Era cômico, se não fosse triste!!! Se fosse um deputado estadual que já tivesse mandato, as mercadorias de troca seriam outras e o processo bem mais fácil. O parlamentar do Legislativo que tinha direito a 27 assessores e alguns cargos comissionados já possuía cabos eleitorais pagos com dinheiro público, e ainda sobrava um dinheirinho misterioso vindo dos cofres da Assembleia Legislativa. O sistema ajudava, e a eleição ficava facilitada. Nesse caso, a briga era outra: o deputado que tivesse mais assessores e mais verba comprava o reduto dos mais fracos. E o eleitor, sabido, respondia: “Sinto muito, doutor, o deputado ‘fulano de tal’ me ‘comprou’ sua parcela de votos na nossa área”. Não existe idealismo em nenhum dos lados. Funciona, agora, o sistema de venda ou de troca, como queiramos chamar. Quem não entra na dança perde a eleição. Em Alagoas, temos

exemplos claríssimos. Um deles é a vitória de Collor para o Senado e a derrota de Heloísa Helena. Ainda existem algumas exceções. Uma delas é o caso do deputado Rodrigo Cunha, filho da Deputada Ceci Cunha, brutalmente assassinada. O povo de Arapiraca, comovido com fato tão deprimente, elegeu o moço de maneira diferenciada, creio eu. Acompanhamos o trabalho do jovem parlamentar para ver até onde ele resiste ao “sistema eleitoreiro” de nosso estado. O nepotismo em Alagoas ainda é forte: herdeiros de raposas velhas na política tomaram o lugar dos pais. Mas, os cabos eleitorais eram assessores da ALE, a compra de redutos funcionou e os jovens parlamentares estão mudos e nada fazem. O governador, filho de Renan Calheiros, declarou ao TRE que gastou R$ 45 milhões em sua campanha, segundo notícias de jornais e TV. Pergunta que incomoda: onde o jovem político conseguiu tanto dinheiro para gastar na campanha?! Será que ele

ganhou na Mega Sena ou no grande prêmio dos Estados Unidos?! Estouraram os escândalos dos “Mensaleiros”, da Lava Jato, dos Taturanas. E a “estória” é uma só: empresários e políticos usavam o dinheiro público para financiar campanhas. Está descoberto o mistério: quem estava no poder era amigo dos intermediários, recebeu milhões e gastou nos pleitos. Poucos ainda não foram indiciados. E o eleitor que recebeu dinheiro para votar ou comprar votos para seu candidato vai ser punido?! Na minha opinião, todos estamos castigados. O governo do PT perdeu o rumo, os parlamentares indiciados, os que estão sendo investigados estão nervosos, apreensivos e só pensam em se livrar da cadeia. O Brasil, pobre país, está mais perdido do que “cego em tiroteio”. A inflação subindo, o desemprego crescendo, os juros aumentando e os salários dos sofredores públicos congelados ou pagos em parcelas. Deus existe! Não duvidem!


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ASSEMBLEIA

Pastor João Luiz homenageia radialista Mineiro, Carlos Miranda recebe Comenda Tobias Granja em reconhecimento à sua atuação em Alagoas

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radialista Carlos Miranda recebeu a Comenda Tobias Granja da Assembleia Legislativa de Alagoas. A homenagem a Miranda, pelos serviços prestados ao jornalismo alagoano, foi feita pelo deputado pastor João Luiz, em sessão especial realizada na semana passada. “A imprensa alagoana tem uma história de gratidão com Carlos Miranda”, disse o parlamentar. “Sinto-me gratificado em poder fazer esse reconhecimento a um profissional que trouxe para a comunicação de Alagoas um trabalho feito com compromisso, ética, coragem”, destacou o pastor João Luiz, que presidiu a sessão especial, com a participação de profissionais da imprensa,

da família do homenageado e da viúva de Tobias Granja, a advogada Myrtes Granja. Miranda é radialista, nascido em Caratinga, Minas Gerais. Chegou a Maceió em 1986, quando trabalhou no Jornal de Alagoas e, quatro anos depois, retornou ao seu estado para trabalhar numa agência de publicidade. Em 1992, Carlos Miranda voltou a Alagoas, onde foi repórter e apresentador nas rádios do Grupo GB de Comunicação, Maceió FM, Imperial AM, Cultura de Arapiraca, Progresso, Milênio, Difusora, Gazeta, Correio e CBN. Também fez trabalhos de produção para a televisão da produtora Unifilme, como pro-

dutor e roteirista. Nos anos de 2012 e 2013 foi comentarista do SporTV para jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol. Carlos Miranda é portador da esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença degenerativa ainda sem tratamento definitivo. “Além de sua referência profissional entre os colegas de Comunicação, Miranda nos dá hoje exemplo de coragem pessoal e de fé no seu enfrentamento pela vida”, reforçou o pastor João Luiz. O tio de Carlos Miranda, Duarte Miranda, disse se sentir grato e emocionado. “Agradeço ao pastor João Luiz por esse reconhecimento. É uma homenagem que nos emociona e incentiva a seguir em frente”, afirmou.

Carlos Miranda recebe homenagem da Assembleia Legislativa


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Projetos sob análise

Pé torto?!

Arbitragens

Ministério do Esporte analisa 31 projetos com propostas para implantar, estimular e criar Centros de Desenvolvimento de Pesquisas em Políticas do Esporte e Lazer. Nos planos para instalação consta um para cada unidade da federação. Inclusive Alagoas.

O que leva um jogador profissional a não procurar corrigir seus erros habituais? Essa é a pergunta que é feita comumente pelos torcedores. Principalmente com relação às péssimas finalizações, sejam através de chutões ou ao cabecear a bola com olhos fechados. Inclusive isso é muito comum até entre os craques que vestem a camisa da seleção brasileira.

Começam a chamar a atenção neste Brasileiro os erros de arbitragens. Isso é atribuído à ausência dos juízes que trabalhavam atrás das traves. A polêmica surgiu após jogada faltosa ainda no primeiro gol do Flamengo na vitória sobre o Fluminense, pelo Brasileiro, no último domingo, no Maracanã.

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Proposta dos centros A assessoria de comunicação do Ministério do Esporte confirma que os Centros de Pesquisas visam maximizar acesso ao conhecimento científico e tecnológico nas áreas da gestão do esporte e do lazer. A vigência do apoio será de 24 meses, com possibilidade de prorrogação pelo mesmo período.

Lances difíceis No futebol, o impedimento não é o único lance considerado difícil para o árbitro decidir. Existem muitos outros que não são fáceis de acerto por mais bem posicionados que estejam o juiz e os bandeirinhas, até mesmo o torcedor. Mas esses lances duvidosos não são os que fazem do futebol uma paixão nacional, a exemplo do gol feito pelo Flamengo recentemente?!

Dança das cadeiras Até a rodada da semana passada, os clubes com maior risco de rebaixamento na Série A são Vasco (98,2%), Joinville (72,4), Avaí (50,5%) e o Coritiba (49,1%). Goiás (33,8%) é o 5º e Cruzeiro fica na vizinhança. Mas o futebol torna-se emocionante justamente por causa desses momentos.

Média de público Entre os primeiros que estão na Série A, o Fluminense é o time que leva maior público para os estádios quando se trata de mando de campo. A média divulgada é de 18 mil torcedores. Segundo uma pesquisa divulgada, a tendência é de crescimento, principalmente para os jogos que ainda acontecerão no Rio de Janeiro.

Linha de frente

Campeonato sub-17

O ASA enfrenta em Arapiraca, neste sábado à tarde, o Salgueiro. Na rodada anterior, quando venceu o Marabá, Vica perdeu o zagueiro Leandro Souza por causa do terceiro cartão amarelo Já os que estão pendurados com dois são: Gabriel, Chiquinho, Lucas Bahia, Jorginho, Marcos Antônio e Uéderson.

O alagoano de futebol, nas categorias sub15 e sub-17, deve ter rodada de abertura neste sábado. Segundo informações de Daniel Paes, vice-presidente do Esporte Amador da Federação Alagoana de Futebol, os jogos estão divulgados no site da entidade.

Enfim, a vitória! O Coruripe assustou, mas confirmou sua passagem para a nova fase da Série D. A classificação foi no sábado anterior, com vitória fácil (3x0) sobre o Globo, clássico que aconteceu em Coruripe. Na nova etapa, o time ficará no grupo A3, e o técnico Evandro Guimarães já pensa em fazer mudança no sistema tático.

Copa Alagoas Entre os alagoanos existe a curiosidade em saber qual razão do silêncio sobre a proposta para, ainda este ano, ser realizada a Copa Alagoas de futebol sub-20. O evento, sendo confirmado, chegará em boa hora, servindo de estímulo para a preparação da garotada. Os clubes só têm a ganhar. É um projeto que se baseia nas competições realizadas em São Paulo, mas só com clubes da terra.

Reflexo da goleada

De torcedor

Dunga, depois de golear os Estados Unidos, concluiu a fase de observação para a formação do plantel da seleção que disputará, já no próximo ano, a vaga para a Copa do Mundo. A expectativa é natural entre os torcedores, principalmente devido à falta de unanimidade entre eles.

O Brasil venceu a Costa Rica nos Estados Unidos com placar chocho, 1x0, mas, no segundo jogo, contra os Estados Unidos, os atacantes deslancharam e golearam. O placar de 4x1 gerou, sem dúvida, otimismo para os próximos jogos das eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. O primeiro será no dia 8 de outubro, contra o Chile; o segundo, dia 17, contra a Venezuela. A opinião da mídia após a vitória do Brasil sobre os Estados Unidos transmite otimismo, mas sem exagero. A expectativa, agora, é com relação a possíveis surpresas na convocação para a fase que decide a classificação. É provável haver um ou outro nome que não esteve na relação dos amistosos mais recentes.

Reencontro Dunga e o alemão Jurgen Klinsmann se reencontraram, na última terça-feira, depois de 17 anos. Naquela época, eles jogavam juntos, e o reencontro aconteceu justamente durante o jogo Brasil x Estados Unidos; agora como técnicos. A única diferença é que Dunga levou vantagem.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Infrações no trânsito Motoristas teimam em dirigir alheios às recomendações do Código Nacional de Trânsito. Mas, quando flagrados, agem como “meninos amarelos.” Ou seja, tentam em se desculpar mentindo ou oferecendo proposta indecente para escapar da punição. Maceió afora, os flagrantes são comuns a toda hora e em todo lugar.

Fim de uma era?!

Combate à crise

E

O prefeito Rui Palmeira e Gustavo Novaes, secretário de Finanças do governo Renan Filho, se reuniram recentemente para definir propostas para enfrentamento da crise em Maceió e no Estado. Conversas não deixaram à parte propostas para melhorar receitas. Uma delas, justa: mexer nos bolsos dos infratores.

m Alagoas, as dificuldades que o trabalhador está passando são situações momentâneas?! Será que os cidadãos alagoanos acreditam numa vida melhor em 2016? Creio que apenas a minoria pense assim. Para os que não acreditam que essa má fase seja passageira (e não são poucos), o voto independente ainda é o instrumento capaz de mudar a situação caótica do Estado. Será que o eleitor está mais consciente a respeito do valor de seu voto?

Fiscalização Pelos acertos da reunião fica entendido que o Estado apresentará propostas sobre medidas a serem tomadas; dentre elas, fiscalização mais rigorosa, principalmente nas arrecadações do ICMS e do automobilístico, mas este com prioridade maior voltada para o IPVA.

Comentário De Jankiel Santos, economista, chefe do BESI Brasil, na semana passada, em site nacional: “Estão longe os dias que os brasileiros inundavam Miami gastando milhões com carros e ostentação. Hoje, essa era de austeridade começou junto com o aperto fiscal e a recessão”.

“PEC da bengala” Os servidores públicos do Estado estão divididos quanto à proposta do deputado Francisco Tenório de o trabalhador só se aposentar compulsoriamente aos 75 anos (hoje acontece aos 70 anos). O projeto de lei já foi apresentado à Assembleia Legislativa, mas, para se tornar realidade, há muitos caminhos a ser percorridos.

Feira do peixe A Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura do Estado está desenvolvendo um trabalho que merece atenção. O objetivo é, através da Feira do Peixe Vivo, aproximar o consumidor dos pescadores e aquicultores. Na última sexta-feira, a feira instalada em Jaraguá repetiu um bom movimento idêntico ao registrado em abril.

Jovem técnico A Braskem está com as inscrições abertas até o dia 25 para o Programa Jovem Técnico 2016. Há vagas para Alagoas, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia. Mais informações detalhadas estão à disposição no site www.jovensbraskem.com.br.

Assumir desafios O programa Jovem Técnico 2016 tem como proposta atrair e formar jovens interessados em construir uma carreira técnica na Braskem. O objetivo é “identificar candidatos com disposição para assumir desafios, aplicando, na prática, os conhecimentos adquiridos na formação teórica”.

Hereditariedade Rede Solidariedade Heloísa Helena não está filiada ao PT. Essa informação repara o erro desta coluna na edição anterior. Na verdade, ela se empenha em fortalecer o Partido Rede Solidariedade no Estado, fundado pela senadora Marina Silva. Sua dúvida é se disputa a Prefeitura de Maceió em 2016 ou se fixa nas de 2018.

Rui fortalecido Com o projeto número 47 aprovado na Assembleia Legislativa, o governador Rui Palmeira (PMDB) ganha autonomia para reformular setores administrativos do Estado e, inclusive, extinguir e criar secretarias. Sendo assim, ele terá autonomia nesses próximos dez meses.

Petrobras: 4ª edição O Programa Petrobras Distribuidora de Cultura divulgou, na última sexta-feira, os projetos para a 4ª edição (2015/16). Ao todo foram investidos R$ 15 milhões. Representando todas as regiões do Brasil, os 83 espetáculos (67 para o público adulto e 16 para o infanto-juvenil) acontecerão em todos os Estados.

Como de hábito O ministro Arthur Chioro (Saúde) acha natural o governo criar imposto para cobrir despesas em 2016. Mas não se trata de ano eleitoral, no qual acontecerão as eleições municipais? Essa questão está sendo analisada em Brasília, mas o PMDB, do vice-presidente Michel Temer, apoia a proposta. Dizer mais o quê?!

Terreno baldio Será que Maceió inspirou o personagem “Sujismundo”!? O que vemos são exemplos de incivilidade; condutas antissociais. São lixos entulhados em locais não recomendáveis e condutores mal-educados dirigindo automóveis. E ainda aparece quem defenda infratores pregando a “indústria da multa”.

Vez ou outra, nos meios de comunição aparecem matérias que abordam assuntos da área da política. Nelas aparecem políticos que não apresentam boa conduta. E, pelo divulgado na mídia, as indecências desses falsos representantes do povo são hereditárias.

Inscrições abertas Com apoio da Fenaj e Braskem, o Sindicato dos Jornalistas (Sindjornal) abriu inscrições para o Prêmio Braskem de Jornalismo. Podem concorrer profissionais da área e estudantes de Jornalismo com trabalhos publicados no Estado. A inscrições vão até o dia 24 de outubro pelos sites sindjornal.org.br ou www.sindjornal.br.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Protocolo de Paris O Protocolo de Paris, que vai substituir o Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em fevereiro de 2005, carrega a expectativa de ser o maior acordo climático do mundo. Mas, ao contrário do acordo anterior, que tinha metas específicas para um grupo de menos de 40 países desenvolvidos, o Protocolo de Paris será um acordo global que envolverá mais de 190 países que fazem parte da Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU). Será uma espécie de guia de desenvolvimento para o futuro, e o intuito é estabilizar as emissões de gases de efeito estufa para que, ao final do século, não ultrapasse aquecimento superior a 2 graus Celsius (°C) em relação ao que havia no período pré-industrial.

Gatos domésticos Os pesquisadores da Ecology and Evolution perguntaram a donos de gatos sobre sua vontade de manter os animais dentro de casa nos principais horários de caça, para proteger a vida selvagem, e a ideia foi totalmente rejeitada. Esse resultado evidenciou que os donos veem seus animais fazendo o que é natural, enquanto que os ecologistas acham que os gatos pertencem a uma espécie predatória, e não nativa. Entre os 43 gatos contados numa vila em Cornwall, a caça mensal média ficou entre zero e dez. Em quatro meses, os gatos entregaram um total de 325 animais: quase 60% eram roedores, e 27% eram pássaros.

Crime ambiental A Justiça Federal condenou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) pela prática do crime de poluição por despejar 18,3 milhões de litros de lama, carvão e minérios de ferro no rio Paraíba do Sul, em Volta Redonda (RJ). O incidente ocorreu em 27 de novembro de 2010, e os níveis de chumbo, cobre dissolvido e óleos do rio estavam acima dos limites permitidos pela legislação ambiental. Segundo a decisão da Justiça, foi estabelecida pena de seis meses de detenção, convertida em custeio de programas e projetos ambientais, e dez dias-multa. Além da empresa, foram denunciados o diretor-presidente, Benjamin Steinbruch, e o diretor-executivo de produção, Enéas Garcia Diniz.

Tenda dobrável Pensando nos refugiados, a arquiteta Abeer Seikaly criou a Weaving a Home (Tecendo um Lar), uma tenda que procura criar uma estrutura capaz de prover energia, água e calor, ao mesmo tempo em que é prática, leve e fácil de transportar. O tecido tem células fotovoltaicas que absorvem radiação solar, de modo a transformá-la em eletricidade e que servem também para o aquecimento de água. Através de um sistema natural de termossifão, a água da chuva sobe em direção ao tanque de armazenamento de água. A tenda também possui um sistema que impede inundamentos, além de ter uma estrutura feita para se adaptar a diferentes climas.

Baía de Guanabara A promessa de tratar 80% do esgoto que chega à Baía de Guanabara até 2016, que havia sido feita em 2009 como parte dos compromissos assumidos no Dossiê de Candidatura do Rio à sede dos Jogos, foi considerada irreal. Pezão anunciou um novo plano de despoluição da baía que contará com a participação de sete universidades e três centros de pesquisas, dentre elas a UFRJ, Uerj, UFF, Fiocruz e PUC. Esta vez, porém, a meta é só para 2030.

Painéis solares Ao abrigo de uma nova legislação, a organização não-governamental GRID Alternatives vai oferecer e instalar cerca de 1.600 painéis solares aos habitantes mais carentes do estado da Califórnia. A iniciativa foi lançada com os lucros do Fundo para a Redução de Gases com Efeito de Estufa. Se a iniciativa decorrer como o esperado, os pequenos painéis de 2,5 quilowatts instalados vão gerar uma poupança de € 20.880 ao longo dos próximos 30 anos para quem o obtiver.

20 milhões de litros de água Cerca de 20 milhões de litros de água são desperdiçados todos os dias em Blumenau, no Vale do Itajaí. Todos os meses, 27,5% da água tratada some da rede, e os vazamentos são a principal razão para o desperdício. São desperdiçados 20 milhões de litros de água por dia. O Samae gasta R$ 0,26 por litro tratado. Ou seja, por dia são gastos R$ 52 mil para tratar água que ninguém usa. Segundo o presidente do Samae, a rede da cidade e as obras são os principais fatores para os vazamentos. A tubulação na região central da cidade tem cerca de 40 anos e está em processo de troca.

Racionamento de água Os baixos níveis dos reservatórios têm levado cidades do interior paulista a adotar o racionamento de água. Pelo menos dez municípios do interior já estão com restrições na distribuição. Em Araras, Casa Branca, Vargem Grande do Sul, Saltinho, Américo Brasiliense, Morro Agudo, Orlândia, São Sebastião da Gama, Mauá, Santo André e Valinhos estão sendo feitos cortes no abastecimento no mínimo duas vezes por semana. O abastecimento é interrompido diariamente, das 8h às 15h.


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CULTURA

Escritor de Paulo Jacinto será homenageado em desfile da Emancipação Política de Alagoas Ex-aluno da Escola Estadual José Medeiros, Diego Lima terá uma ala especial montada pela 4ª CRE para expor sua obra SALÉSIA com Assessoria sallesia@hotmail.com

N

o dia em que os alagoanos comemoram 198 anos de emancipação política, Diego Lima, escritor e estudante do 6º ano de Engenharia Civil da Universidade Federal de Alagoas, será homenageado em uma ala especial montada pela 4ª Coordenadoria de Ensino. Ex-aluno da Escola Estadual Deputado José Medeiros, no município de Paulo Jacinto, ele terá a oportunidade de mostrar sua arte para o público que vai prestigiar o desfile, que terá como tema “Integração Escola e Comunidade. A iniciativa surgiu após a coordenadora da 4ª CRE em Viçosa, Rosileide Queiroz, visitar a escola e conhecer a história do escritor. Em retribuição à dedicação que ele tem pela cidade, Rosinha, como é conhecida, resolveu homenagear o escritor. Além de valorizar a instituição, a coordenadora buscou mostrar, ainda, que a Escola José Medeiros é modelo para outras que compõem a CRE. Este ano, a 4ª coordenadoria levará para o desfile o tema leitura. O evento acontece dia 16, a partir das 15 horas, no Estádio Rei Pelé. O homenageado, Diego Lima, disse que nem sabe definir a emoção de poder ver seu trabalho reconhecido pelo público, em especial pela rede pública de ensino, a qual sempre foi aluno e se orgulha de pertencer a esta modalidade. “Não tenho palavras

para agradecer a homenagem. É muita honra ter apenas 21 anos e já ter o trabalho reconhecido com essa proporção”, comemorou. Diego nasceu em Campinas (SP), mas, ainda criança, adotou Paulo Jacinto como sua terra e ali fincou raízes. Alagoano de coração, o jovem escritor retrata em três livros a história desta cidade com temáticas interessantes, que prendem a atenção do leitor com seus textos envolventes. Mas foi em sua passagem pela Escola José Medeiros que se reuniu com alguns amigos e criaram o jornal “Alunos em ação”, no qual divulgavam o que iria acontecer no colégio e em Alagoas. Nesse período entrevistaram celebridades como ex-governador e deputados. Tal iniciativa lhes rendeu uma participação em um programa de televisão de Alagoas como entrevistador. O menino se destacava por sua desenvoltura, e tal proposta incentivava outros alunos à prática da leitura. Diego é curioso, questionador e leitor. E foi essa vontade de aprender e conhecer que o fez ingressar no mundo das letras. Sua primeira obra, em 2010 – “Nos tempos dos meus avós” – é baseada em histórias que os avós Audálio Ramos e Eunice Santos contavam para ele durante sua infância. A iniciativa lhe credenciou em 2012 a ganhar o prêmio PJ Destaque, ofertado pela associação de professores do município.

Diego Lima apresenta suas obras; próximo trabalho deve estar disponível para o público em novembro

Equipes da 4ª CRE e da Escola José Medeiros com Diego Lima

A sua segunda obra – “Sanha das águas” – retrata o drama de forma cômica dos moradores do Vale do Paraíba que enfrentaram uma grande enchente em 2010, em especial de Paulo Jacinto. O trabalho lhe proporcionou a participação da

bienal internacional do livro, de 2014, em Maceió. Já “Aquarelas para Luísa”, sua terceira criação e ainda em processo de edição, destaca o baile da chita. A festa, que deu origem à Emancipação Política de Paulo Jacinto, em 1951, hoje

é considerada patrimônio Cultural do Estado. O elo de Diego Lima com a Escola José Medeiros nunca foi quebrado. O lançamento de suas obras aconteceu naquela instituição de ensino, e, sempre que pode, o ex-aluno retorna à “sua casa”. Prova disso é que se tornou professor voluntário, não medindo esforços para dar aulas de redação aos estudantes que vão prestar vestibular. Filho de Josefa, pedagoga pela rede municipal e merendeira da escola em que ele estudou, e de Jorcicley, empresário do ramo de materiais escolar, Diego ficou órfão de pai aos 5 anos. Dinâmico, proativo e com sede do saber, o escritor fez das adversidades da vida trampolim para buscar seus objetivos. E, neste próximo dia 16 de setembro, o público poderá conhecer um pouco mais do menino prodígio que tem a leitura como uma forma de lazer.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Absurdos prosperam

E

m tempos de economia em depressão, qualquer boa novidade traz ânimo ao mercado de automóveis. Enquanto as vendas de veículos novos estão em forte queda acumulada de mais de 20% em relação a 2014, o setor de usados como um todo conseguiu até agora um crescimento de 4%; e o de seminovos (até três anos de uso), em particular, cerca de 5%. Essa é sinalização de que, em algum momento de 2016, a recuperação se iniciará. A Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) reúne 48.000 lojas independentes de carros usados em todos os Estados e no Distrito Federal e tem mostrado atuação bastante ativa. A entidade classifica como “usado jovem” o veículo de 4 a 8 anos; “usado maduro”, de 9 a 12; e “velhinho”; acima de 13 anos. Não por acaso coordenou o 1º En-

pitstop

contro Estratégico das Lideranças do Setor Automobilístico com a Anfavea, Fenabrave, Sindipeças, Abac e Febraban, em São Paulo. Justamente nesse evento foi anunciado pelo Ministério das Cidades e a Secretaria da Micro e Pequena Empresa o Registro Nacional de Veículos em Estoque (Renave), cuja implantação ocorrerá, na sua totalidade, em março do próximo ano. Vai integrar a nota fiscal eletrônica de compra do automóvel usado ao seu registro no Denatran e Detrans. Terminam despesas puramente burocráticas e cartoriais que representam custos de quase R$ 1.000, fora o tempo perdido. Inicialmente, só as concessionárias participarão do Renave, mas a tendência é que lojistas independentes também participem. Ajudará, inclusive, a diminuir o grau de informalidade e a aumentar

RODA VIVA a segurança dos negócios em benefício do consumidor e do comerciante. Não dá para saber agora o porcentual daqueles R$ 1.000 que será repassado ao proprietário particular ao vender seu modelo usado para concessionária ou lojista. Esse custo tem influência maior em veículos de menor preço e, quem sabe, ajudará o mercado de forma mais ampla. Afinal, para cada carro novo comercializado cerca de três usados trocam de mãos. Esperam-se outras medidas desburocratizantes para ajudar a simplificar os processos comerciais e de financiamentos. Às vezes, não basta somente mudar a lei. Até agora, os efeitos de retomada de veículos de pessoas e empresas inadimplentes que limitariam os riscos de crédito e, por consequência, as taxas de juros estão aquém do esperado. Durante o encontro acima citado, relatou-

Modelo 2015 só compensa com desconto de 10% Mesmo com desconto (que chega a R$ 4 mil), nem sempre é vantagem comprar o 2015; o 2016 vai valer mais na hora da revenda

O

consumidor deve tomar muito cuidado ao comprar um carro zero nessa época, onde convivem dois tipos de modelos que podem ser exatamente idênticos, mas com valor de mercado bem diferente um do outro: o 2015 e o 2016. A diferença entre eles pode chegar a 10%, ou mais de R$ 4 mil, um valor que determina a decisão de compra nesse segmento de entrada. Mas o comprador não deve se impressionar com o preço mais caro do 2016. De nada adianta pagar mais barato o 2015 se o dono do carro vai perder na hora da revenda. Explica-se: daqui a um ano, o modelo 2015 vai valer cerca de 10% a menos do que o 2016. Essa é a depreciação média de um carro pequeno no mercado bra-

sileiro, conforme estudo de Depreciação AutoInforme/Molicar, base do prêmio Maior Valor de Revenda, que homenageia os carros que menos perdem valor após um ano de uso. É nessa época do ano (agosto e setembro) que a maioria das marcas fazem a mudança da linha de 2015 para 2016, embora algumas montadoras já tenham lançado o 2016 no primeiro semestre. Por isso, o mercado convive com os dois modelos, em muitos casos idênticos, sem nenhuma alteração mecânica ou estética. Mas, para as leis do mercado, o que vale é o documento; assim, o 2016 vale mais do que o 2015. Nem todos os vendedores alertam o consumidor para esse detalhe; por isso, é preciso ficar atento na hora da compra. Se o carro for 2015, ele deve custar pelo menos 10% a menos, para que você não tome prejuízo na hora da revenda. Se

o desconto for menor, compre o 2016, mesmo mais caro, pois, do ponto de vista financeiro, é o melhor negócio. A maioria dos carros fabricados no Brasil em estoque nas concessionárias já é modelo 2016, mas ainda existem muitos 2015, caso do Onix, da GM, cujo modelo 2016 começa a chegar na semana que vem. Nesse caso, o consumidor deve ponderar se vale a pena esperar para fazer a compra; se optar por comprar o modelo 2015, já saiba que vai perder dinheiro na hora da revenda; portanto, peça um desconto na concessionária. Tenha como referência que o Onix perde 8,5% do seu preço após um ano de uso. O hatch da GM foi o campeão do Prêmio Maior Valor de Revenda 2014, é o carro menos depreciado do mercado brasileiro. A maioria dos modelos à venda já é linha 2016, mas o repórter Caio Bednarski encontrou pelo menos sete carros que

se que juízes nos estados resistem a cumprir os prazos de lei nos processos de recuperação de veículos cujos donos deixaram de pagar as prestações. Infelizmente, o respeito aos contratos no Brasil, que deveria ser algo rígido como nos países evoluídos, sofre intervenções ou interpretações distorcidas. Tentar proteger o mau pagador acaba mesmo por prejudicar a imensa maioria que paga em dia. Por outro lado, a voracidade fiscal dos governos cria outros obstáculos. Um deles é vincular as multas de trânsito ao veículo, e não ao motorista. Traz distorções e burocracia típicas do chamado custo Brasil, como um motorista “herdar” os pontos do infrator se um veículo usado vendido em um estado é transferido para outro. Até quando absurdos como esse continuarão a prosperar?

oferecem os dois anos-modelos ao consumidor e levantou os preços de cada um. Em geral, o desconto oferecido para o modelo 2015 é menor do que o percentual de depreciação que o carro vai ter após um ano de uso. Claro que a decisão de compra deve levar em conta também a disponibilidade de dinheiro: comprando o 2015, você vai dispor de menos recursos ou reduzir os juros que terá que pagar pelo financiamento. A decisão é sua. Veja os preços que encontramos no mercado e tome a sua decisão. No caso de dois carros – o Fox e o C3 –, quase não há modelo 2015 à disposição; o grosso do estoque já é 2016, e o desconto é significativo: o Fox 1.6 Comfortline 2016 custa R$ 50 mil, e o 2015 R$ 43 mil, uma diferença de 14%. No Estudo de Depreciação Autoinforme, esse carro perde 11,5% do valor após um ano de uso, quer dizer: o preço é bem vantajoso. Já o Citroën C3 Exclusive 1.5 manual é vendido por R$ 55 mil na versão 2016. A única unidade 2015 que encontramos era vendida por R$ 52 mil.

VOLKSWAGEN terá uma leva de novidades nos próximos três anos no segmento de crossovers. Projetos anunciados, informa Automotive News, incluem um concorrente direto do HR-V e Renegade (forte candidato a também se produzir aqui), que se juntará ao Tiguan redesenhado (talvez possa ser fabricado no Paraná) e a um modelo maior do porte do Audi Q7. ENTRE “veteranos de guerra” oferecidos no mercado, citados na coluna da semana passada, faltou contabilizar o Clio. Fabricado no Paraná e agora apenas na Argentina, esse modelo só recebeu maquiagens desde 1999. Estabelecido entre Corsa sedã (Chevrolet Classic), de 1995, e o Palio Fire, de 2006, o compacto da Renault continua ainda por no mínimo dois anos. MINI JCW chega ao Brasil como o mais potente desde que John Cooper iniciou uma parceira com a marca inglesa em 1961 para versões de alto desempenho. Motor é o BMW de 2 L turbo/231 cv, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 6,1 s e vem equipado com freios Brembo para lidar com tanta impetuosidade. Porta-malas limita-se a 211 litros. Preço: R$ 153.950,00. NAVEGADOR TomTom GO600, topo de linha por R$ 1.800,00, conecta-se ao telefone por Bluetooth e destaca-se pela tela de 6 pol. de alta definição. Recalcula rotas em tempo real, mas, em comparação simultânea a um celular inteligente e aplicativo Waze, não conseguiu traçar um roteiro melhor em seis de oito avaliações. Peso também diminui sua portabilidade. TARLHIO dos Santos, de Belo Horizonte, patenteou um sensor de nível de combustível inteligente no bocal do tanque que tem capacidade de medir o volume exato de abastecimento. Em teoria. acabariam as fraudes nas bombas dos postos de serviço. Segundo a Associação Nacional de Inventores, ele procura interessados em investir na ideia e disponibilizá-la em escala comercial.


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ARTIGO

I love “buracópolis” JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

jalm22@ig.com.br

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as últimas semanas, todos os nossos principais meios de comunicação estavam reclamando do número de buracos existentes nos pavimentos de Maceió. As pessoas que andam de ônibus ou que não possuem carros não notam a buraqueira que existe nas nossas ruas e avenidas. Porém só notamos a existência de uma verdadeira “buracópolis” quando possuímos um automóvel. Nos meus artigos no EXTRA, muitos amigos sempre estão sugerindo ou pedindo que eu fale sobre vários assuntos do dia a dia. E, nos últimos dias, os buracos

de Maceió ocuparam todas as críticas contra a nossa prefeitura. Eu estava com um artigo quase pronto sobre os inúmeros buracos quando notei que o prefeito resolveu deixar de culpar as chuvas e começar a tapá-los. Com as providências em vista, eu resolvi mudar o assunto do artigo e passei a falar da Operação Lava Jato, por ser o assunto mais comentado no mundo inteiro. Como os meus leitores devem ter notado, eu falei, na semana passada, sobre a situação imoral do Brasil, diante da roubalheira na Petrobras. Dei o título de “O nosso Brasil está uma zona!!!...”. Optei por esse artigo porque o prefeito começou a tapar os buracos. Eu, para não perder o texto sobre eles, resolvi fazer justiça a Rui Palmeira em função das importantes obras que vem executado em muitos

pontos da nossa capital. Assim fazendo, eu deixei que as coisas melhorassem, já que os buracos estavam sendo tapados. Antes, pelo menos nos locais por onde eu transito diariamente no meu “carango”, os buracos eram vistos e sentidos, deixando-nos sem conforto e mostrando aos turistas que nossa cidade estava deixando de ser uma cidade atraente para se transformar em uma “buracópolis”. Nós somos testemunhas de muitos serviços que estão sendo executados pela prefeitura, pois, diariamente, o prefeito está dando entrevistas e gravando pronunciamentos em todas as rádios, jornais e televisões de Maceió. Eu reconheço que o ilustre filho do grande ex-governador Guilherme Palmeira está fazendo muitas obras necessárias para dotar Maceió de uma boa infraestrutura, estando

pronta para desenvolver-se, cada vez mais, na área do turismo. Para fazer justiça ao prefeito Rui Palmeira, eu tenho que ser honesto com ele sempre: ou quando estiver merecendo críticas ou quando estiver merecendo aplausos ou encômios. Tomara que o período eleitoral que vem aí não seja o motivo de tantas propagandas, pois cremos que as obras anunciadas e prometidas devam ser executadas independentemente das eleições. Desejo que o prefeito continue a melhorar Maceió, como vem fazendo, pois eu nasci em Mata Grande, mas “I love buracópolis”. Em tempo – O empresário e político palmeirense sr. José Maria Melo e a dra. Valdete Sampaio são meus leitores declarados. Abraços para eles.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Representou prefeitos O governo de Alagoas, em parceria com o governo federal, promoveu, na última quarta-feira, uma reunião preparatória para organizar a passagem e o revezamento da Tocha Olímpica em vários municípios do Estado. Em Alagoas, a tocha olímpica passará pelas cidades de Arapiraca, São Sebastião, União dos Palmares, São Miguel dos Campos, Murici e Maceió. Representando os prefeitos alagoanos, a prefeita de Arapiraca, Célia Rocha, ressaltou a expectativa da chegada da Tocha Olímpica na cidade.

Encontro

Eleições em Arapiraca

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om um novo ânimo, depois de superar a crise financeira que se abateu sobre a sua administração, a prefeita de Arapiraca, Célia Rocha, anunciou que é candidata à reeleição em 2016. Até o momento são pré-candidatos o deputado estadual Tarcizo Freire, a vereadora Aurélia Fernandes e o advogado e professor Rogério Auto Teófilo. Outro nome que surge com força nos bastidores da política arapiraquense é do deputado estadual Rodrigo Cunha.

Drogas em debate O deputado estadual Ricardo Nezinho convidou a sociedade alagoana para participar de uma Audiência Pública para debater as “Políticas Públicas sobre Drogas”, que será realizada no próximo dia 14, às 9h, no plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas, com a presença dos secretários de Estado e outros convidados.

Confirmaram De acordo com Nezinho, já estão confirmadas as presenças dos secretários da Saúde, Planejamento, Gestão e Patrimônio, de Prevenção à Violência de Alagoas, Procuradoria Geral, Controladoria Geral, Tribunal de Contas e Comunidades Terapêuticas.

O encontro foi realizado no Palácio da República dos Palmares, e o evento foi coordenado pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (SRI), através da Subchefia de Assuntos Federativos (SAF), e os ministérios do Esporte, Turismo, Justiça, Defesa e Secretaria Geral. O secretário-chefe do Gabinete Civil do Estado de Alagoas, Fábio Farias, representou o governador Renan Filho no encontro e afirmou a satisfação de Alagoas em receber a Tocha Olímpica.

Botou pra fora A informação é da Assessoria de Comunicação: O prefeito de Maragogi, Henrique Madeira, explicou, na última quarta-feira, a necessidade de exoneração de todos os cargos comissionados e contratados da administração municipal - apenas o secretariado foi poupado. O chefe do Executivo mostrou os dados do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb) e Imposto de Circulação de Mercadoria e de Serviços (ICMS) dos últimos meses.

“Recomendação” De acordo com ele, a medida atende à recomendação da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), levando em consideração as dificuldades extremas que as prefeituras têm enfrentado para conseguir operar com os atuais repasses de recursos, pois as transferências do FPM não traduzem a realidade das gestões.

Duras perdas “Há meses estamos sofrendo com duras perdas e, infelizmente, temos que decidir o que é prioridade para manter os salários em dia, honrar com os fornecedores e sanar os problemas. Se temos que ter atitudes radicais, esta é a hora. Alguns podem não entender, mas o que não podemos é ser irresponsáveis e administrar sem condições de honrar com nossa responsabilidade e compromisso”, enfatizou Madeira.

Vão avaliar O prefeito disse, ainda, que os servidores serão recontratados de acordo com a necessidade de cada setor. Para isso, nomeou uma comissão especial que irá fazer uma avaliação em todas as secretarias e verificar quais as contratações pontuais que devem ser feitas, a fim de que os serviços públicos não sejam afetados.

Ação emergencial “Não são medidas simpáticas, mas tornaram-se necessárias. Temos que enfrentar o problema de cabeça erguida. Esta é uma ação emergencial para evitar que Maragogi sofra consequências maiores nos próximos meses. É uma provação que os municípios estão enfrentando, e precisamos ter cautela e coerência para conseguir atravessar este momento de turbulência”, ressaltou Madeira.

Reduziu gastos A Presidência do Senado divulgou, na quarta-feira passada, nota pública sobre a renovação da frota de carros, em resposta a matéria publicada na imprensa sobre o tema. Conforme a nota, a mudança para o modelo frota locada, “cujo contrato anual é de R$ 2,232 milhões, versus o modelo anterior, com frota própria e manutenção realizada pelo Senado Federal, representa uma economia anual de cerca de R$ 2,6 milhões”.

PELO INTERIOR ... Depois de 26 dias afastado para tratamento de saúde, o deputado estadual Dudu Hollanda, do PSD, retornou ao parlamento alagoano na última terça-feira. O deputado explicou que havia tirado a licença, inicialmente, de 121 dias, mas que, antes deste período, recebeu alta médica e pôde retornar ao trabalho. ... Quem ocupou a vaga de Dudu Hollanda no período da licença foi o suplente da coligação, deputado estadual Cícero Cavalcante (PMDB).

... Neste sábado (12), no intervalo do jogo ASA e Salgueiro, partida válida pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série C, a diretoria executiva do alvinegro arapiraquense irá sortear uma motocicleta para a torcida presente no Estádio Municipal Coaracy da Matta Fonseca. ... A motocicleta em questão, uma Honda Pop 100, foi doada pelo deputado estadual Tarcízo Freire como forma de ajudar no orçamento e pagamento de dívidas do ASA.

... “Agradeço a ajuda do deputado Tarcizo Freire, que demonstrou uma preocupação com a situação do clube e fez esse esforço para incrementar nossas receitas”, afirmou o presidente-executivo do ASA, Bruno Euclides. ... No ato de compra do ingresso em um dos pontos de vendas, Quiosque do Gigante, Poly Sports e Estádio Coaracy da Matta Fonseca, o torcedor receberá um cupom para concorrer ao prêmio. Cada casadinha equivale apenas a um cupom para o sorteio.


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

NO PAÍSdasALAGOAS TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual

O correto Já entre as qualidades de quem tem bom potencial para crédito estão os fatos de fazer algumas aplicações, não passar cheque sem fundos, reduzir o endividamento, gastar com consciência e pagar as contas em dia. E, por incrível que pareça, quanto maior for o salário e as chances de ascensão profissional, mais baixas serão as taxas de juros que pagarão.

Sua conta

Andar na linha ajuda

Ninguém está livre de, um dia, precisar se sentar diante do gerente para pedir um empréstimo. Mas nem todo mundo que pede irá conseguir. E mesmo quem ouve o sim poderá se deparar com taxas de juros altas. Por que isso acontece? Para conceder o crédito, os bancos avaliam várias questões do pretendente. Algumas são óbvias, como se ele está empregado e se tem o comprometimento da renda com dívidas. Mas existem outras questões que você talvez nem imagine que são observadas, a exemplo: o volume de investimentos na instituição em que está solicitando o crédito e até o histórico do pagamento - se você for um mau pagador de contas, suas chances diminuem muito.

O perfil O cliente que dificilmente consegue uma boa condição de crédito tem o seguinte perfil: mais de 30% de sua renda está comprometida com dívidas, não faz aplicações, passou cheque sem fundo no último ano, está endividado, gasta sem planejamento, atrasa as contas e usa cheque especial e o rotativo do cartão de crédito.

Viver sem ter uma conta bancária é tarefa quase impossível. Afinal, a praticidade e a segurança que um banco tem a oferecer a seus clientes são uma verdadeira “mão na roda”. Entretanto, para muitos consumidores, as taxas praticadas pelas instituições financeiras não compensam e deixam de cabelos em pé até mesmo o mais tranquilo dos correntistas.

Planejamento Você pode viver com tranquilidade se for um consumidor consciente da crise em que atravessamos: a inflação sempre crescendo, a produção caindo, o desemprego aumentando e o dólar em disparada. É só ser consciente de que deve manter uma vida economicamente correta, reduzindo gastos, até mesmo no item alimentação, pesquisando preços, trocando de marcas e pagando suas contas em dia.

A dura verdade O Dimas Almeida, vereador da cidade de Anadia-AL, acompanhou-me politicamente durante quase toda a minha trajetória política. Era de uma fidelidade que dispensava prova; praticava uma política dissipativa. Queria resolver os problemas de todo mundo e sempre sobrava para mim. Dimas, na minha porta, eu já sabia: teria que botar a mão no bolso porque vinha problema. Em janeiro de 2015, no final do meu mandato, Dimas me telefona: - Prepare-se agora para o ostracismo! - Por que, Dimas? - Político sem mandato é como velho em asilo, ninguém visita. E emendou: O deputado José Costa já dizia: “Na casa de político sem mandato, o capim cresce na porta” porque não aparece um vigarista pra pisá-lo. - Não seja cruel! Quer dizer que nem mesmo você virá me visitar, vez em quando?! - Se você tiver alguma coisa pra mim, eu vou. E guarde essa: político sem mandato é como cachorro banguelo, que morde, mas não corta. Não faz medo a ninguém. - Não gostei da conversa, mas percebi algum fundo de verdade.


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CRÔNICA

Todo filho é a morte do próprio pai FERNANDO TENÓRIO* fernandoatn@hotmail.com

E

stava acordado durante a madrugada, no bar, quando recebi a foto de um amigo. Júlio já foi um grande companheiro de farra e copos, mas agora é um homem de família. Ele mandou um retrato deitado na rede, com seu filho sobre a barriga, ambos dormindo. Outrora, isso seria motivo de gozação. Eu estaria ridicularizando a privação dele e tudo o mais. Mas hoje, juro que senti inveja, e a imagem de Bento dormindo me tomou. Havia ali um desejo súbito de ser pai? De ter alguém para cuidar? De me responsabilizar por outra vida? Sempre achei que a ideia de ser pai fosse demais para mim. Talvez por ter em casa um pai para tudo e todos. Alguém que descobri imperfeito, mas que continuei amando como herói. Não conseguia me imaginar fazendo o que meu pai fez comigo. A toalha molhada na testa durante a febre, assistir aos jogos internos da escola, colocar 12 meninos dentro de um carro no sábado à tarde para jogar futebol só para me alegrar, levar chuva numa segunda-feira à noite no Trapichão, vendo Miguelense e Zumbi. Isso é demais para mim. Eu não conseguiria, mas ele conseguiu e foi além. Fico emocionado ao me lembrar da ansiedade dele diante das

minhas conquistas e do choro convulsivo depois delas. Dias como hoje fazem a saudade aparecer. A distância impossibilita o abraço, mas não os desejos. Outra foto de Bento, o filho de Júlio. Agora, ele deitado em berço esplêndido, literalmente, tirando a soneca mais gostosa. A paz do momento invadiu, sendo cortada pela legenda: “Vida boa é vida besta”. Meu amigo, que era complexo por natureza, rendeu-se à simplicidade das coisas. O nascimento de Bento fez o pai morrer. Ou melhor, fez um novo pai nascer. Todo filho é a morte do próprio pai. O nascimento de um filho é uma oportunidade para alguém melhor ressuscitar de nós, sem precisar esperar aqueles três tão famosos dias. Uma mudança diária. Um eterno morrer e nascer de novo. O que antigamente eu via como peso, vejo hoje como uma dádiva. E isso é bonito. Saí de casa aflito, no sábado passado. Era o aniversário de cinco anos de Luiza, filha de um casal de amigos, e ela pediu uma boneca da Barbie Sereia. Temos uma ligação afetiva especial, assim como tenho com minhas afilhadas Gabrielle e Lara, e terei, a partir de outubro, com Maria Antônia, ao vê-la nascer. Talvez Luiza, mesmo não sendo afilhada, tenha encontrado o melhor de mim, a versão mais madura, que a Gabi e a Lara não puderam aproveitar. A loja de brinquedos perto da minha casa estava fechada, e eu fiquei com medo. Fiquei com medo de magoá-la, de decepcionar aquela criaturinha que fez uma careta ao me ouvir dizer que levaria um livro de presente e que me deu o toque, sutilmente, de

que queria a tal boneca. Esse medo eu nunca tive, nem mesmo ao presentear namoradas e afins. É um medo novo e gostoso de ter. Na festa, ela me escolheu para ser o animador. Eu, o único pai sem filhos, tive que me virar, pois não sabia de muita coisa. Inventei um cabo de guerra aqui, uma dança das cadeiras acolá. – Cadê seu filho? – perguntou-me uma das coleguinhas de Luiza. Outra pediu que eu arranjasse um suco de laranja e salgados. Mais tarde, eu cumprimentava as pessoas indo embora: – Tchau, pai da Mariana! Até logo, mãe da Raquel! A verdade é que, quando somos pais, perdemos um pouco de espaço, de identidade. Passamos a ser de alguém eternamente. E o que é eterno seduz e dá medo. É como disse o Luilton Pires: “Eu não tinha medo de nada. Aí minhas filhas nasceram, e eu passei a ter o pior dos medos: o medo de fazer falta”. Não sei se estou pronto para ser pai agora, até pela impossibilidade de uma mãe, ou se estarei um dia. Não sei se a data mercadológica ganhou sentido para mim. Não sei se, ao me afastar do meu pai, tive que ser meu próprio pai. Mas sei que, dentro de mim, lá no fundo, nasceu o medo, antes mesmo do filho. *Médico formado pela Ufal, Fernando Tenório, 26 anos, alagoano de Maribondo, encontra-se fazendo residência em Psiquiatria no Hospital Philippe Pinel, Rio de Janeiro. É autor do livro A Responsabilidade dos Olhos, lançado pela editora Viva em 2014. fernandoatn@hotmail.com


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