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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 840 - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE 2015

FIM DA IMPUNIDADE

LUIZ PEDRO PEGA 26 ANOS DE CADEIA POR ASSASSINATO P/9

JUIZ DE MARECHAL ACUSA PF DE ARMAR FLAGRANTE PARA PRENDER ADVOGADOS P/5 USINA URUBA VOLTA A OPERAR EM NOVEMBRO SOB COMANDO DE PRODUTORES P/12 E 13

“SE INSTALADO, IMPEACHMENT DE DILMA É IRREVERSÍVEL”, DIZ COLLOR P/6, 7 E 8

SUPERMERCADO PALATO É CONDENADO POR HUMILHAR CLIENTES

P/16


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Cadê o juiz?

Só em 2018 A vereadora Heloísa Helena já bateu o martelo: em 2016 não é candidata a nada. A ex-ministra Marina Silva insiste que Heloísa tente voos mais altos em 2016, como uma candidatura a prefeita do Rio de Janeiro, cidade onde teve grande aceitação quando foi candidata a presidente. Parece mesmo que HH vai dedicar os próximos dois anos ao fortalecimento da Rede Sustentabilidade.

O juiz Léo Denisson, de Marechal Deodoro – se quiser – pode resolver a disputa judicial pela chamada área “B” do pólo industrial daquele município. É só julgar a ação de usucapião que há anos dorme em sua comarca. E por que tanta demora? Valores milionários da área em litígio despertaram a cobiça de quem deveria resolver a pendenga. Na omissão da justiça, interesses escusos prevaleceram e o imbróglio virou mais uma herança maldita do governo tucano. Com a palavra, o Tribunal de Justiça de Alagoas e o CNJ.

Sessão 1

Encontro de contas

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- O Imposto de Renda que a Assembleia desconta dos servidores deveria ser repassado ao Estado, como manda a lei. Mas o dinheiro fica no Legislativo. - As aposentadorias dos servidores da Assembleia deveriam ser pagas pelo Estado, como manda a lei. Mas a despesa é paga pelo próprio Legislativo. - Se cada poder cumprisse com sua obrigação não haveria problema. Para resolver o impasse, a saída é fazer um encontro de contas e cada um assumir a sua parte.

O Brasil está condenado

“ “

a marmelada.

Teori Zavascki concedeu mais 30 dias de tempo à defesa de Eduardo Cunha”.

Para salvar Dilma Rousseff do impeachment, o STF acena com a promessa de salvar todos aqueles que assaltaram a Petrobras”. (Diogo Mainard)

Novidade?

Homenagem Grupamentos militares aéreos de vários estados do país prestaram ontem homenagem aos quatro militares mortos em Alagoas no trágico acidente de helicóptero ocorrido quarta-feira em Maceió. Velados no Palácio Floriano Peixoto, os corpos dos militares foram sepultados à tarde. Os enterros do major BM Milton Carnaúba e do capitão PM Mário Henrique Assunção ocorreram no Cemitério Parque das Flores, o do soldado PM Diogo Melo no Parque Maceió e o do soldado PM Marcos de Moura em Palmeira dos Índios.

O deputado Rodrigo Cunha disse que Assembleia Legislativa não está dando a devida transparência aos seus gastos. Alguém deve avisar a Cunha que a prática é essa pelo menos há duas décadas.

A última terça-feira, 22, foi marcada por manifestações na sessão do pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas por populares de São Luiz do Quitunde. Moradores, servidores públicos e políticos locais cobravam o afastamento do prefeito Eraldo Pedro, que já foi denunciado 11 vezes pelo Ministério Público Estadual por atos de corrupção à frente da prefeitura.

Sessão 2 A população de São Luiz promete fazer um novo protesto na próxima sessão do Pleno do TJ pedindo novamente o afastamento de Eraldo Pedro, quando a matéria deve retornar para pauta. Até aqui dois desembargadores votaram favoráveis pelo afastamento e um contra, Tutmés Airan.

Marmelada

Pablo Escobar à la carte

As eleições para eleger os conse-lheiros tutelares em Maceió virou uma verdadeira novela. Parece mesmo que uma penca de incompetentes vai liderando o processo que até aqui vem cheirando

Em sua intervenção para pedir a condenação do cabo Luiz Pedro da Silva, o assistente da acusação João Uchôa comparou o ex-deputado ao perigoso traficante colombiano Pablo Escobar. E não é que eles se parecem mesmo, fisicamente falando?

Carga pesada Ter seu nome atrelado ao Partido dos Trabalhadores (PT) parece que vem sendo algo negativo para alguns políticos. Podem estar deixando a sigla em Alagoas Ronaldo Medeiros e Judson Cabral

Convite Durante o encontro da executiva estadual do PDT, o ex-governador Ronaldo Lessa disse em alto e bom som: “Já convidei Judson Cabral para vir pra cá (PDT), mas ele que ainda não quis”, disse apontado para o ex-deputado que participou do encontro no Hotel Radisson.

Tudo verde Há tempo a SMTT não passa pela Rua Barão de Atalaia, próximo ao Ifal/Maceió. É que desde o início da semana o semáfaro está aberto apenas para veículos. Como o sinal verde não fecha nunca, os pedestres se arriscam correndo em meio ao trânsito para atravessar a rua.

Paulo Jacinto Neste sábado, 26, a cidade de Paulo Jacinto será palco da III Seresta de Rua, que contará com a participação dos seresteiros da Pitanguinha de Maceió. O evento é organizado pelo EPJ e a concentração será às 20h na praça da matriz. O evento já se transformou em encontro dos filhos e amigos da Terra do Baile da Chita. à noite, a cantora e filha da terra Nane Motta fará show na cidade.

Paulo Jacinto 2 A cidade receberá a visita de guias turísticos de Alagoas que conhecerão alguns pontos do município como a Serra Grande, Vila São Francisco e se deliciarão com a Galinhada do Joaquim, no sítio Olho d´Água.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7248 - 9.9982.0322

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE AGOSTO A 04 DE SETEMBRO DE 2015 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

PMDB fisiológico Vitória - Ao ampliar suas digitais no governo da Dilma, o PMDB corre o risco de se lambuzar e passar à opinião pública que o fisiologismo é o que prevalece dentro do partido na atual situação de crise. Mostra-se nesse momento um partido menor, incapaz de propor uma saída ou abrir uma discussão com a sociedade para conter o caos econômico e social que atravessamos por absoluta incompetência da Dilma de governar o país. Do jeito que o Brasil desce ladeira abaixo, o PMDB apenas vai contribuir para assinar o seu atestado de óbito. E mais uma vez, o vice Michel Temer é engabelado por Lula e endossa a tragédia anunciada, algemando-se, com seu grupo, às colunas do Palácio do Planalto numa aliança que só visa o bem estar de alguns de seus militantes em busca de mais cargos e ministérios. Que fim levou a Agenda Brasil do presidente do Senado, Renan Calheiros? Cadê as propostas de Michel Temer, que alardeou que iria pensar o Brasil depois que deixou a arti-culação do governo? Que papel tem a Fundação Ulisses Guimarães na formulação da política do país? O PMDB não consegue responder a nenhuma dessas perguntas porque está engessado. Agarrou-se ao PT com o objetivo de ampliar seus poderes dentro do governo. E agora, mais uma vez, não resiste ao chamamento do Lula e prepara-se para ocupar os espaços nessa administração moribunda. O PMDB presta um desserviço ao país. Prefere se apegar aos cargos públicos a discutir uma agenda positiva para encontrar soluções para a crise. O partido curva-se às benesses do governo, que sabe como manipular a sua cúpula. Não faz muito tempo, Michel Temer, o vice, virou chefe de departamento de pessoal da Dilma. Foi escolhido por ela para administrar os cargos de segundo e terceiro escalões, mas, frustrado, desistiu da função quando percebeu que fazia um papel de marionete. Rebelou-se contra o boicote petista, mas teve que se contentar em entregar o cargo. Temer saiu batendo. Entre outras coisas, disse que o Brasil estava ingovernável. Na verdade, os petistas se sustentam hoje apenas com o apoio do PMDB. Por isso, mais uma vez, a Dilma entregou ao Lula a responsabilidade de dividir o governo com os peemedebistas, mas sabe que isso não vai durar muito tempo. Com a condenação do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, os petistas envolvidos na Lava Jato estão pela bola sete. O impeachment da Dilma pode destrambelhar a organização petista infiltrada nas empresas estatais, de onde saem os bilhões de reais para alimentar os corruptos do partido. Resta ao Lula, portanto, aumentar a participação do PMDB na administração petista para torná-lo cúmplice desse governo medíocre e incompetente.

Assanhamento Ao primeiro aceno, os peemedebistas se assanharam. Querem tomar conta da Educação e da Saúde, mas se contentam com outros ministérios irrelevantes desde que assumam com porteira fechada. Ou seja: preencher todos os cargos do primeiro ao segundo escalões, o que não ocorria quando o PT dava as cartas no governo estabilizado economicamente.

Complexo

Estelionato

Tolos

Esta tendência do PMDB a padrasto é que vem transformando o partido em coadjuvante desde o final da ditadura. Assumiu o governo por acaso com a morte de Tancredo Neves e de lá pra cá nunca foi protagonista. Parece sofrer de um profundo complexo de inferioridade. É disso que se prevalece o Lula para domar os mais exaltados dentro do partido que vivem falando de impeachment para chantagear o governo por mais cargos e ministérios. Lula mostra, mais uma vez, que conhece um por um os fisiológicos do PMDB, por isso, sabe mexer as peças do tabuleiro para continuar reinando absoluto na política.

Os governadores vão cometer um grande estelionato eleitoral se apoiarem, como estão pensando, a CPMF da Dilma, uma governante sem credibilidade e sem o apoio da população. Iludidos com as promessas de que uma parte do imposto iria para o caixa dos estados, muitos deles se articulam para pressionar suas bases pela aprovação de mais um tributo que, como todos os outros, visa a onerar o bolso dos brasileiros. Não faz muito tempo, a Dilma reuniu todos os governadores para anunciar um plano de infraestrutura que até hoje não saiu do papel. É sempre assim: quando a coisa aperta, ela cria um factoide e espera com isso acalmar a oposição que insiste no seu impeachment.

Nessa nova rodada de negociações, os governadores de primeiro mandato deixaram o Palácio do Planalto eufóricos. Os petistas que cercam a Dilma adoçaram a boca de alguns deles quando anunciaram que os bilhões arrecadados pela CPMF iriam para os cofres de seus estados. Tudo mentira. Quando esse imposto foi criado no governo do FHC, o destino seria a saúde. O ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, defensor vigoroso à época da CPMF, cansou de denunciar que o dinheiro estava sendo desviado para outras atividades do governo enquanto a saúde permanecia em estado de coma.

Mentiras A Dilma faz um governo de mentira, de farsa, de engodo. Já disse aqui – e repito – que ela deveria ser interditada e submetida a uma junta médica. Não é sã a governante que agora pensa em incentivar o crime com abertura das casas de bingo, dos cassinos e da legalização do jogo do bicho para tentar arrecadar uns trocados, antes da falência do país. Não está batendo bem da cabeça um governante que não consegue transferir para seus subordinados propostas claras e objetivas para reorientar o rumo do país. E, por fim, não é normal uma pessoa que não consegue juntar palavras que deem sentido a uma frase e que apresenta sintomas graves de alucinação.

Poste sem luz Disfarce Enquanto isso, Michel Temer apresenta-se no programa político da TV nesta quinta-feira, com esse conceito político de quem vive eternamente em cima do muro, distante do fisiologismo que prega na prática:”É imprescindível unir forças, colocar o Brasil acima de qualquer interesse partidário ou motivações pessoais. Crise se enfrenta com união, com coragem, com determinação e retidão”.

O poste, infelizmente, ainda não acendeu. Ao vendê-lo ao Brasil como uma peça sólida, transparente e iluminada, o ex-presidente Lula, mais uma vez, mostrou que não tinha responsabilidade com o seu país. Preferiu enfiar goela adentro dos brasileiros uma burocrata despreparada para o cargo a escolher um candidato com um currículo capaz de salvar a estabilidade econômica que já dava sinal de fragilidade no seu governo.

Trouxas Mais uma vez, o governo do PT tenta enganar os trouxas, aliás, os governadores. Como os estados da federação estão agonizantes, a Dilma tenta enganá-los com a promessa de que boa parte do dinheiro arrecadado chegaria aos estados para obras de infraestrutura. Outra mentira. Quando a coisa fedeu, com o povo indo às ruas pedindo a sua cabeça, ela fez a mesma coisa. Numa solenidade festiva anunciou um pacote de infraestrutura. Nada aconteceu, mais uma peça de ficção para uma forte candidata ao Oscar de efeitos especiais.

O fim Na verdade, o que se percebe é que o governo acabou. E leva com ele para o buraco a sétima economia do mundo, agora sob ameaça de cair e se aproximar dos países mais carentes do planeta. Não adianta, gente, a Dilma já mostrou que não tem condições de se manter no poder. A permanecer no Palácio do Planalto, infelizmente, o povo brasileiro corre o risco de assistir cenas pitorescas e bizarras de uma pessoa que está desconectada com a realidade. Como uma lunática, ela não tem a dimensão do que está ocorrendo de fato no Brasil e no mundo, portanto, pode ser inimputável pelos crimes de responsabilidade no comando da Presidência da República.


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE Duas conversas?

GABRIELMOUSINHO

Parece que o governador Renan Filho mudou rapidinho de opinião sobre a vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado. De início chegou a admitir que a vaga de Luiz Eustáquio deveria ser preenchida pelo Ministério Público de Contas. Agora, pelas conversas de bastidores, está querendo mudar de conversa.

gabrielmousinho@bol.com.br

Renan defende a CPMF

C

ausou até surpresa a decisão do governador Renan Filho de defender a instituição de mais um imposto, a CPMF, que já foi derrubada em épocas não muito distantes pelo próprio Congresso Nacional e agora quer ser reeditada pelo governo federal. Indiferente se a CPMF vai onerar mais a população, Renan Filho, pelo menos no momento, entra em rota de colisão com o próprio pai, que tem afastado a possibilidade de o povo continuar a pagar os desa-certos do governo. Olhando apenas para os cofres do Estado, o governador diz que o novo imposto é bom para Alagoas. Mas não disse que era ruim para os alagoanos. Outro aspecto é que o governador defende a CPMF, mas não garante o apoio da bancada federal alagoana, que, na possibilidade de votar a favor, terá que dar muitas explicações ao eleitorado, cansado de pagar a conta de erros da administração pública. Se aprovada ou não, ficou claro que o governador pouco está se importando com a carga tributária que recaia no contribuinte, contanto que o seu Estado fique abarrotado de dinheiro para que ele possa utilizar em obras e garantir com prestígio novos embates políticos.

Arrumação política O deputado Cícero Almeida corre para mudar de partido e formar um grupo forte que possa lhe dar sustentação nas eleições do próximo ano. Sem um partido e novos aliados, Almeida teme malhar em ferro frio. Ele sabe que o jogo é pesado, difícil, cheio de articulações e não tem mais hoje o poderio do ex-deputado João Lyra. Como nunca se preocupou em formar um grupo forte, sabe que a empreitada é difícil.

Sai da frente O deputado federal Marx Beltrão, que ainda está no PMDB, quer voo mais alto em 2018. Ele já tomou conta do PSD que já havia passado pelas mãos de João Lyra e pensa seriamente em sair candidato a senador nas próximas eleições. A decisão meteórica de Beltrão faz sentido. Mas, na prática, não. Ele jogou pesado nas eleições para deputado e acredita que tem cacife suficiente para disputar uma das duas vagas no Senado. Vai enfrentar, de início, Biu de Lira e Renan Calheiros.

Livre do PMDB O deputado Marx Beltrão sabe, mais do que ninguém, que se quiser mesmo sair candidato ao Senado, como ele pretende, terá que abandonar o PMDB, cujo dono é o senador Renan Calheiros e virtual candidato à reeleição. Se Marx ficar no partido, dançou. É por isso mesmo que quer cair fora das garras dos Calheiros.

Luta por um partido 1 O deputado Cícero Almeida está mesmo disposto a mudar de partido para poder sair candidato a prefeito de Maceió nas próximas eleições. Ele não quer mais conversa com o PRTB e pode migrar, caso a legislação permita, para outros partidos que estão lhe oferecendo.

Luta por um partido 2

O mesmo objetivo teria o deputado JHC. Insatisfeito no PROS, o deputado federal mais bem votado de Alagoas, também quer mudar de sigla para poder fazer a sua caminhada política a partir de agora. Ou seja, os três, Almeida, Marx Beltrão e JHC querem um partido somente pra eles, para não ter surpresas daqui pra frente.

Calvário Os postulantes, afora Renan Calheiros e Biu de Lira, sabem que a pretensão de uma candidatura ao Senado não é brincadeira. O candidato necessita ter ampla penetração em todos os municípios, mesmo que tenha recursos suficientes para bancar uma campanha considerada milionária. Sem bases sólidas de prestação de serviços, o candidato vai ter que transpor todas essas dificuldades o que, convenhamos, não será nada fácil.

Aí tem A movimentação da família Bulhões nos últimos dias foi intensa em Maceió. Pessoas foram contactadas, advogados foram consultados e até a possibilidade do afastamento do senador Collor foi muito discutida. Os boatos na cidade aumentam as expectativas de que a líder da família, Renilde Bulhões, suplente de Collor, teria chances de assumir o Senado caso o ex-presidente fosse afastado por decisão liminar do ministro Teori Zavaschi, do Supremo Tribunal Federal, como deseja o Ministério Público. Como diz o velho ditado, onde há fumaça, há fogo.

Prudência Como o assunto é muito delicado e Fernando Collor detém um poder enorme em Alagoas com seu complexo de comunicação, o assunto de um possível afastamento do Senado é tratado a sete chaves. Os interessados nisso trabalham nos bastidores, recebendo informações, discutindo as possibilidades. Collor, por sua vez, está de olho nos traíras.

Sete anos no céu

Reforço

Como dizem os políticos com mandatos, o Senado é o ´´céu´´. Havendo a possibilidade de um afastamento de Fernando Collor, a ex-prefeita de Santana do Ipanema seria a bola da vez. Ficaria sete anos no ´´céu´´, lugar que todos os políticos sempre almejaram.

O deputado Tarcísio Freire marcha firme para disputar a Prefeitura de Arapiraca. E ganhou como reforço o ex-deputado e técnico dos mais competentes Elionaldo Magalhães, que chegou a presidir a Companhia Brasileira de Trens Urbanos. Freire tem dado banho nas pesquisas para prefeito de Arapiraca e começa a planejar sua campanha que já está nas ruas.

Reação silenciosa

PMDB na mira

Alguns deputados que reclamam nos bastidores do tratamento que têm recebido do governo Renan Filho, na frente do chefe balançam a cabeça. Esses têm medo do governador, porque sabem que Renan conhece a malandragem da tropa.

As prisões de Fernando Baiano e João Augusto Resende Henriques causaram calafrios esta semana na cúpula do PMDB, em Brasília. Nesta nova fase da Operação Lava Jato, parece que não vai sobrar ninguém da direção do maior partido do Brasil. As últimas prisões de lobistas estão causando pânico generalizado no comando do partido.

Diferenciado 1

Ganhando adesão

Pode causar até surpresa, mas um deputado confidenciou que Luiz Dantas foi o melhor presidente da Assembleia Legislativa dos últimos vinte anos. Afirma que ele é correto, sabe enfrentar as dificuldades e mantém um grande relacionamento com os deputados. Por isso, disse ele, Dantas será reeleito presidente da Assembleia sem nenhuma dificuldade.

O advogado Fernando Falcão vem ganhando adesão de advogados na capital e no interior e será o grande adversário de Fernanda Marinela, apoiada pela situação nas eleições da OAB na segunda quinzena de novembro. O pré-candidato a presidente da OAB tem discutido programas a serem implementados na Ordem, discutido questões inerentes à atividade profissional e assegurado que, se eleito com o grupo que participa das atividades em encontros e palestras sobre as mais diferentes áreas do Direito, fará uma gestão voltada principalmente para o advogado, não muito lembrado nos últimos anos.

Diferenciado 2 Falta de recolhimento de Imposto de Renda, INSS, contratação de mais 120 assessores, transferên-cia de mais 25 funcionários do Tribunal de Contas e, mesmo assim, alguns deputados acham que Luiz Dantas está sendo o melhor presidente da Assembleia Legislativa nos últimos tempos. É, pode ser.

Aliança mantida O estremecimento do deputado Olavo Calheiros com o presidente da Assembleia, Luiz Dantas, é coisa pra inglês ver ou da boca pra fora. Eles são amigos de longas datas e nada vai mudar no relacionamento. Pelo menos é o que interpreta um deputado ligado aos dois parlamentares.

A greve e o ponto Não há quem tire da cabeça do prefeito Rui Palmeira que a greve de servidores do PAM Salgadinho não está sendo motivada pela instalação do ponto eletrônico, medida que força os ´´voadores´´ a comparecerem ao trabalho. Depois de dezenas de anos, parece que só agora os funcionários reclamam das condições de trabalho. É muito coincidência.

Opinião de Collor O senador petebista não acredita muito numa saída para a presidente Dilma Rousseff. Ele diz, do alto de sua passagem pela presidência, que ´´se um eventual processo de impeachment contra Dilma começar e tramitar, o afastamento da petista será irreversível´´. Fernando Collor não acredita na recuperação do governo da presidente.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE 2015 -

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VENDA DE SENTENÇA

Juiz acusa PF de ter armado flagrante que levou à prisão de advogados Léo Denisson afirma que investigação sobre sua conduta em Marechal não é de competência do CNJ VERA ALVES veralvess@gmail.com

A

fastado da condução do processo que trata do assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix desde abril último, logo após a prisão de dois advogados de acusados no crime, o juiz Léo Denisson Bezerra de Almeida acusa a Polícia Federal de ter armado o flagrante que resultou na prisão. E mais, afirma que não cabe à Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apurar sua conduta, mas sim a Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça de Alagoas. Em síntese, estes são os termos da defesa apresentada pelo juiz à Corregedoria Nacional que avocou para si a investigação por conta das investigações que levaram a PF a concluir que o magistrado estaria envolvido no pedido de propina para libertar o empresário Sérgio Sfredo, um dos acusados de ser o mandante do assassinato de Marcos André, crime ocorrido em março de 2014 na Praia do Francês, em Marechal Deodoro. Sérgio e a esposa, Janada-

ris Sfredo, também acusada de ser a mandante, estão presos desde abril do ano passado e contavam em sua equipe de defesa com o advogado Júlio Cézar Castro, preso em flagrante pela PF no dia 26 de março último, junto com o também advogado Augusto Jorge Granjeiro Carnaúba e o irmão deste, Ismael Carnaúba. Defensor dos acusados de terem atirado contra Marcos André, Augusto teria sido o intermediário da negociação para livrar Sérgio da cadeia. Para isto, o casal teria de pagar R$ 200 mil. A primeira parcela acabou sendo apreendida durante o flagrante da prisão autorizado pela 17ª Vara Criminal da Capital, que também autorizou escutas telefônicas que acabaram levando ao nome do juiz titular da Comarca de Marechal. A situação do magistrado se complicou depois que o CNJ foi informado da morosidade do Tribunal de Justiça de Alagoas em autorizar a continuidade, pela PF, das investigações sobre ele, incluindo as denúncias de favorecimento, por meio de sentenças, ao prefeito de Marechal Deodoro, Cristiano Matheus.

Contra o gestor pesam dezenas de denúncias de improbidade administrativa feitas pelo Ministério Público Estadual, que chegou, inclusive, a pedir seu afastamento do cargo mas não foi atendido. Procurada pelo EXTRA para falar sobre a acusação do magistrado, a Polícia Federal afirmou que não comenta processos ou investigações sob sigilo, mas reafirmou que todos os procedimentos adotados por seus integrantes no que se refere à operação de flagrante obedeceram os ditames legais e tiveram o apoio de ordens judiciais. A ORIGEM O esquema de venda de sentença foi denunciado pelos Sfredo à Polícia Federal. O casal, que sempre negou envolvimento com a morte de Marcos André, também acusa o então delegado de Marechal, Jobson Cabral, de haver mentido à Justiça ao afirmar que eles seriam integrantes de uma perigosa organização criminosa. A acusação foi feita no pedido de prisão preventiva apresentado no dia 16 de março de 2014, dois dias

Léo Denisson diz que não cabe à Corregedoria Nacional investigá-lo

após a vítima ter sido baleada. Defensores do casal afirmam que todas as decisões judiciais que mantêm os Sfredo presos até hoje se originaram de um inquérito policial eivado de falhas, incluindo os depoimentos dos outros quatro acusados, entre os quais Álvaro Douglas da Silva (Alvinho) e Elivaldo Francisco da Silva (Vado). Flagrados por câmeras de segurança atirando contra Marcos André e defendidos por Augusto Granjeiro, eles negaram em juízo terem apontado Janadaris Sfredo como a mandante do crime, contrariando o que consta nos depoimentos entregues à Justiça pelo delegado. Um terceiro envolvido, Juarez Tenório da Silva Júnior, afirmou na Justiça que, ao chegar na delegacia, o depoimento já estava pronto e que foi obrigado a assiná-lo mediante ameaças do delegado. Namorado de Maria Flávia dos Santos, que quatro meses antes do crime fora contratada como camareira da pousada Ecos do Mar, então de propriedade dos Sfredo, ele acusou Janadaris de lhe ter pedido que arrumasse alguém para dar uma surra em Marcos André.

Em 2010, Janadaris Sfredo, que também é advogada, e Marcos André haviam atuado em lados distintos em um processo envolvendo uma outra pousada, a Lua Cheia, pertencente ao italiano Pietro Rosa. A disputa se encerrou com uma ordem de despejo contra os clientes de Janadaris, cujo cumprimento terminou virando caso de polícia. É que, ao invés de aguardar pelo oficial de Justiça, o próprio advogado foi fazer o despejo acompanhado de “seguranças” do italiano. Segundo o delegado Jobson Cabral, Janadaris teria mandado matar Marcos André, com quem teria frequentes discussões, por conta desta disputa. O italiano Pietro Rosa voltaria a aparecer na vida dos Sfredo no mesmo dia do atentado. Na noite de 14 de março, ele entregou à família de Marcos André um bilhete “anônimo” e que foi entregue ao delegado no qual Janadaris é apontada como a pessoa que teria contratado Júnior, Flávia, Alvinho e Vado para matarem o advogado. Pietro, contudo, nunca foi chamado a depor, nem pela Polícia e nem pela Justiça.


6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE

ENTREVISTA

“Se instalado, impeachment de Dilma é irreversível”, diz Collor Senador faz um paralelo entre o momento atual e o que ele próprio enfrentou, em 1992

FERNANDO RODRIGUES Do UOL, em Brasília

O

ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTB-AL) avalia que o Brasil passa por uma “crise política sem precedentes”. Se um eventual processo de impeachment contra Dilma Rousseff começar a tramitar, o afastamento da petista será “irreversível”. Em entrevista ao UOL para fazer um paralelo entre o momento atual e o que ele próprio enfrentou, em 1992, quando sofreu um processo de impeachment, Collor demostrou ceticismo sobre as possibilidades de recuperação do governo de Dilma Rousseff. “Esse filme eu já vi”, diz Collor para descrever a “angústia” que sente ao assistir à deterioração do apoio político ao Palácio do Planalto. “A presidente está privada de instrumentos essenciais de coordenação, de concertação política para sair da crise em que ela colocou seu governo”. Aos 66 anos e hoje senador pelo PTB de Alagoas, Collor demonstra desencanto ao analisar a conjuntura criada por Dilma e o apoio que deu à petista no último processo eleitoral. “Eu errei na minha avaliação. Ela realmente não estava preparada [para ser presidente]”. Ele usa uma alegoria para descrever como enxerga a administração dilmista. “É mais ou menos como aquela figura do sapo que se coloca numa tigela de água em cima de uma fonte de energia de fogo. A água vai esquentando. O sapo aguenta. Até que a água ferve e o sapo não sai”. Na avaliação de Collor, Dilma erra de maneira continuada. Um dos equívocos mais recentes é a decisão de cortar 10 ministros

nesta semana, no meio da “borrasca”. É uma ação “tardia”, sem o efeito simbólico positivo, mas cuja consequência será “catastrófica”. Produzirá “uma ebulição política na base, algumas centenas de graus centígrados acima do que já está”. Será como o sapo que morre na panela com água fervendo? “É a consequência natural”. Apesar da acidez de sua análise, Collor não demonstra torcer contra Dilma: “Talvez em função de um desejo íntimo meu: que não ocorra com nenhum presidente o que ocorreu comigo”. Mas seria necessário “acreditar em milagres para achar que ainda não chegamos a um ponto de não retorno”. Uma vez iniciada a tramitação do processo de impeachment, a chance de interrompê-lo, “para não dizer que é zero, é muito próximo disso”. Por quê? “É algo que começa a ter vida própria. Ninguém mais tem racionalidade (…) Há que se evitar que se chegue a esse ponto”. O ex-presidente então faz uma ressalva: “Que estamos na rota, estamos”. O senador faz poucas recomendações para Dilma, exceto que atue nos bastidores para tentar construir uma aliança política ampla. Acha que a investida da presidente para se aproximar de políticos pode ter o efeito oposto do desejado. Até porque a petista “não nutre prazer” pelo convívio com deputados e senadores. Os interlocutores sempre percebem. Collor conta uma conversa entre ele e Dilma, em março de 2015, num momento agudo de manifestações de rua contra o governo: “Sugeri a ela pedir desculpas. Ela perguntou: ‘Desculpas por quê?’. E eu disse: porque há 3 meses ou 4 meses nós estávamos nas ruas dizendo que a energia elé-

Dilma não tem instrumentos para sair da crise” trica não ia subir nem o custo da energia elétrica para as famílias, que a inflação estava sob controle, que os juros não iam subir, que a gasolina não ia subir. E o que nós estávamos vendo era completamente diferente”. Segundo Collor, Dilma ficou “rabiscando num papel”. A conversa terminou só com um “muito obrigado” e nada mais? “Não. Nem muito obrigado. Ela ouviu. Ouviu, mas não escutou”. Citado pelo Ministério Público como um dos envolvidos na Operação Lava Jato, Collor disse que não queria falar a respeito. A seguir, trechos da entrevista do ex-presidente e hoje senador Fernando Collor de Mello, gravada na terça-feira (22.set.2015), no estúdio do UOL, em Brasília: UOL – O Brasil passa por um momento de crise política. O que levou a essa conjuntura? Fernando Collor – O país vive hoje uma crise política sem precedentes. Sem precedentes? É o que me parece. É o meu

sentimento. E uma crise econômica também de extrema gravidade. Portanto, deslindar esse cruzamento de duas crises que afetam a nação como um todo, com essa abrangência e profundidade, é algo extremamente difícil. Acho que é necessário muita habilidade política, muito senso de responsabilidade para com o presente, para com o futuro que se avizinha. Em que medida a situação atual do Brasil guarda similitudes com a de 1992, quando o sr. enfrentou um processo de impeachment? Há uma diferença fundamental entre os eventos que culminaram com o meu afastamento da Presidência em 1992 e com os eventos que hoje nos circundam. Em 1992, no campo econômico, nós tínhamos uma situação extremamente sólida. (…) Diferentemente de hoje, em que a economia não está exatamente algo que nós pudéssemos sequer dizer controlada. Mas em 1992 a inflação ainda não estava controlada… Sim. Mas nós tínhamos passa-

do de uma patamar de uma inflação de 86% ao mês para uma inflação de 20%, 23% ao mês. Mas isso não implicava, apesar da inflação ainda estar alta, em nenhum desajuste orgânico da economia. A economia estava bem. Estava caminhando bem. (…) Mas o processo de hoje é parecido com o da sua época? Não. Na minha época… No final do processo, o PMDB, por exemplo, representado pelo dr. Ulysses Guimarães, pressionado por São Paulo, pelo governador de saudosa memória, Orestes Quércia, mudou de posição. Decidiu apoiar o movimento que estava já nas ruas pedindo a minha saída da Presidência da República. Mas isso foi no final. Já chegando muito próximo das eleições. Mas a relação era muito boa. A relação era, com os partidos, muito fluida. O problema que nós vivenciamos hoje é fundamentalmente um problema desse presidencialismo de coalizão que, no meu entender, não funciona. O presidencialismo de coalizão é um sistema de governo gerador de crises semestrais. Não há nenhuma possibilidade de se manter um governo estável no sistema presidencialista com um presidencialismo de coalizão. Como se construir uma maioria dentro do presidencialismo de coalizão, vamos dizer, na Câmara dos Deputados, onde existem 27 ou 26 partidos ali representados? Como? É melhor dar o poder ao parlamento. Daí a questão do parlamentarismo. Que é uma ideia que eu venho defendendo. Uma proposta que eu venho defendendo há muito tempo juntamente com outros parlamentares para que seja instituído no Brasil.


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ENTREVISTA Um presidente da República que enfrenta uma situação difícil passa a ter uma atitude mais ensimesmada? Sim. Tem. Como o sr. sentiu isso? A diferença fundamental é que a presidenta é uma pessoa que nunca vivenciou a política partidária. Nunca militou na política partidária. Quer dizer, nunca exerceu nenhum cargo público. Não tinha experiência. Não tinha o conhecimento exatamente. E, mais do que não ter conhecimento do que era a política, do que seria o Congresso, ela não gostava disso. O sr. acha que ela não nutre prazer? Não nutre prazer. E num momento de crise –e eu enfrentei vários momentos de crise durante o meu governo –a primeira reação do governante é se isolar. É se isolar e tomar as decisões de forma solitária e achar que aqueles que estão ao seu redor não estão ajudando de forma conveniente ao momento. Isso aconteceu com o sr.? Aconteceu. Aconteceu comigo, mas em seguida eu reagi. Mas nessas horas o próprio governante talvez não seja o seu melhor conselheiro… Exatamente isso. Uma vez, contrariando o meu desejo, cedi aos apelos que foram feitos numa solenidade de taxistas no Palácio do Planalto. Estavam todos lá. Eu disse ao cerimonial que não falaria, como não falei. Terminou a cerimônia e eu saí. Não falei. Mas aí, em coro, pediram: “Fala, Collor”. Os ministros foram lá me buscar para que eu falasse. Aí saiu aquele grande equívoco, aquela grande “pixotada” que foi a de conclamar o povo a sair nas ruas no domingo vestido de verde e amarelo. Entreguei de bandeja um prato para aqueles que se opunham a mim saírem de preto e mostrarem que não era esse o sentimento da população, o que eu imaginava ser. É muito difícil o presidente da República fugir do erro de se isolar, de não escutar, de não ouvir. Acredito que esse seja o erro primordial do governo atual. O governo é mais ou menos como aquela figura que contam do sapo. O sapo que se coloca numa tigela de água em cima de uma fonte de energia de fogo. O sapo está dentro da água. E a água vai esquentando, esquentando. O sapo fica aguentando tudo. Até que a água ferve e o sapo não sai.

Me angustio porque esse filme eu já vi” Quando você coloca o sapo dentro da água fervendo, o sapo pula imediatamente. Mas quando ele está dentro da água e a água vai esquentando aos poucos, ele não se apercebe do perigo que está correndo. Esse é mais ou menos o problema que esse governo vem passando. Não está escutando. No seu caso, havia algo possível para evitar o desfecho que houve? Havia. Várias medidas que poderiam ter sido tomadas para evitar o desfecho. A primeira delas teria sido evitar a constituição da CPI [do PC Farias]. Seria extremamente simples para mim naquele momento evitar que a CPI fosse instalada. Ela foi instalada com o meu apoio e o apoio da minha base. Por sugestão de algumas pessoas próximas, dentro do governo, a mim. A crise atual já está num “ponto de não retorno”? Tenho receio de fazer a conclusão deste diagnóstico. É uma situação de extrema gravidade. Aí ainda estamos discutindo a questão desse rombo, desse déficit no Orçamento da União da ordem de R$ 30 bilhões. No meu entender será o dobro disso. Nunca vi isso na minha vida. Não tenho leitura, registro, de que algo parecido tenha acontecido nem durante a minha existência. Isso é algo de uma temeridade absoluta. O governo pretende consertar o Orçamento de 2016 por meio de medidas que dependem em grande parte do Congresso. Vai dar certo? Do ponto de vista técnico, a melhor saída é a volta da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira]. É algo que

imediatamente pode ser recebido. Mas se esta é uma saída técnica, é por outro lado politicamente inviável. Inviável? É inviável. Não há como passar. O Congresso não aprovará? Nenhuma medida. Não estou fazendo nenhum vaticínio. Apenas dando a minha impressão, fruto da minha vivência. Não há nenhuma possibilidade de o Congresso Nacional aprovar o ajuste orçamentário para 2016 com essas medidas que estão sendo encaminhadas. Não vejo nenhuma possibilidade. A crise então se agrava mais? É o que eu disse há pouco. O seu diagnóstico então é que já se chegou a este ponto de não retorno? Nós precisamos acreditar em milagres para achar que nós ainda não chegamos a um ponto de não retorno. A presidente anunciou uma reforma ministerial que reduz de 39 para 29 o número de ministérios. Foi uma decisão acertada? É tardia. Acertada, porém tardia? Exato. Essa decisão ela deveria ter tomado logo no início do ano. Eu próprio sugeri a ela depois de um panelaço, fruto de uma intervenção dela na televisão. Tive a oportunidade de dar a minha opinião. Como foi a sugestão? Sugeri que a primeira palavra dela numa aparição de rádio e televisão, numa rede nacional, seria pedir desculpas. E ela perguntou: “Desculpas por quê?”. E eu disse: porque há 3 meses ou 4 meses nós

estávamos nas ruas dizendo que a energia elétrica não ia subir nem o custo da energia elétrica para as famílias, que a inflação estava sob controle, que os juros não iam subir, que a gasolina não ia subir. E o que nós estávamos vendo era completamente diferente. E ela? E ela… Rabiscando num papel. Eu disse a ela também que deveria falar com humildade e falar diretamente para o coração da mãe de família, da dona de casa, do chefe de família. Dizer que houve equívoco na avaliação que foi levada a ela sobre como seria o ano de 2015. Mas que ela, como presidente da República, embora não tivesse sido responsável pelo desenho desses cenários, tinha de assumir a sua responsabilidade diante disso. E pedir desculpas, fazer um chamamento para novamente estarmos todos juntos e, ato contínuo, anunciar que iria cortar uns 15 ministérios e metade dos cargos em comissão na Esplanada dos Ministérios. O sr. disse a ela em meados de março? Começo de março. E ela reagiu ao final como? Não fazendo nada disso. Mas ela disse algo ao sr. no final da conversa? Nada. Nada. Apenas “muito obrigado”? Não. Nem muito obrigado. Ela ouviu. Nem “muito obrigado”? Não. Ouviu, mas não escutou. Naquele momento, se ela tivesse feito essa redução dos ministérios e de cargos, acho que teria um impacto. Se ela tivesse falado diretamente com a população… Mas agora, se fosse ela, não mexeria em nada. Deixaria a composição de ministérios como está. Neste momento de crise, de borrasca, não é o momento ideal para se mudar de barco. Se ela insistir em cortar 10 ministros, qual será a consequência? Catastrófica. Descreva. Uma ebulição política na base, algumas centenas de graus centígrados acima do que já está. Como o sapo que morre na panela? É a consequência natural. O que ela poderia fazer a esta altura então? Esse é que é o drama. Essa que é a dificuldade que sinto cada dia quando me levanto e olho a situação e vejo… Meu Deus, será que não tem nenhuma forma de resolver esse as-

sunto? O bê-á-bá da cartilha política é que ninguém pode governar sem o apoio do Congresso. Ninguém. Ninguém governa sem o apoio do Congresso dentro de um sistema democrático. Ela antes não tinha a simpatia do Congresso, mas tinha o apoio do Congresso. Hoje, ela não tem a simpatia e não tem, o que ainda é mais grave, a solidariedade do Congresso. O sr. acredita então que é inevitável, dada a conjuntura atual e sem o milagre que o sr. mencionou, que em algum momento será instalado esse processo de impeachment contra a presidente? Não acho que o processo de impeachment seja o melhor caminho. E a inevitabilidade do processo? Embora eu considere isso nas minhas projeções, sempre coloco essa possibilidade como a mais remota. Talvez em função de um desejo íntimo meu: que não ocorra com nenhum presidente o que ocorreu comigo. Mas… Mas, sim. É uma possibilidade. É uma possibilidade. Essa possibilidade hoje é real? É. Mas aí eu me permitiria voltar a uma outra conversa que mantive com a presidenta Dilma na presença de líderes do Senado e do vice-presidente Michel Temer. Isso foi recente, há 2 meses. Um jantar no Alvorada? Um jantar no Alvorada. Na reunião discutia-se a pauta de votação no Congresso, medidas provisórias, o que votar, o que não votar. E ninguém falava de um assunto que estava, está presente em nosso dia a dia, que é o impeachment. Então eu disse: “Presidenta, me desculpe, mas eu não ouvi aqui ninguém se referir a algo que politicamente eu acredito que nós tenhamos de discutir para saber como evitar, que é a questão do impeachment. É o que se comenta no Senado, na Câmara dos Deputados, nas ruas, nos meios acadêmicos, por pessoas formadoras de opinião. Nós temos de enfrentar isso”. Do mesmo modo, não houve nenhuma resposta dela. Ela não fez nenhum tipo de comentário. Em seguida, falou o vice-presidente Michel Temer. Ele disse que achava que minha a exposição estava bem colocada e que teria que merecer, por parte do governo, a atenção devida para tomar medidas que fossem possíveis para evitar que isso [impeachment] se consumasse. CONTINUA


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ENTREVISTA Então fico analisando, vendo essa tentativa até comovente que ela vem fazendo de se reaproximar da classe política, de se reaproximar dos partidos políticos… Comovente por quê? Porque… Ela já foi abandonada na sua opinião? A classe política está infensa a esse tipo de demanda por parte da presidente da República. Todas as suas análises indicam que a presidente está sem saída no momento… Vejo a presidente numa situação muito difícil. O sr. tem uma recomendação sobre o que ela possa fazer a esta altura? Bom, as recomendações que fiz nessas duas oportunidades ela não seguiu. Está tentando fazer agora, mas o “timing” se perdeu. O momento para que fossem tomadas certas decisões passou. Tudo o que ela fizer então não surtirá o efeito desejado? Não [surtirá]. Não surtirá? Lamentavelmente, no meu entender, não surtirá. Acho que precisamos juntar todos, a classe política, os principais partidos políticos. Todos entenderem que essa crise não se restringe ao perímetro da praça dos Três Poderes, mas que se estende ao país todo. Atinge a todos. Mas o sr. vê esse tipo de união acontecendo? Pois é… Vejo o contrário. Eu vejo o contrário. Mas falo de um esforço da própria classe política. Não em função da demanda dela [Dilma], que não surte efeito. No momento em que a classe política entender que a solução desse problema passa inexoravelmente pelo Congresso Nacional e pela união de forças, independentemente de serem simpáticas ao governo, encontra-se uma saída. Mas… não seria quase ingênuo acreditar que isso se materialize no curto prazo? Nós temos que acreditar em alguma coisa. Independe da presidente? Independe dela. Dilma não pode mais fazer nada? Qualquer ação dela no sentido de se reaproximar da classe política é uma ação que gera um efeito talvez contrário ao que ela esteja desejando. Ou seja, ela acelera o processo de impeachment e não o contrário?

Governo é sapo que não pula quando a água ferve” Não digo que acelere o processo. Digo que essa ação dela não contribui para amenizar a grave crise que estamos atravessando. Mas presidente, se o governante tende a ficar isolado em um momento de crise… Agora não está mais. Ela já partiu para a ação. Mas se ação não surte o efeito que seria benéfico, como o sr. diz, a presidente teria que voltar para a estratégia anterior e se resguardar? Não. Ela tem que começar, nos bastidores, a tentar organizar o que culminaria nessa possível união das forças políticas que entendam que é necessário haver um união em torno de uma saída. E a reforma ministerial… Isso agrava. Agrava porque, se fosse feito naquele momento, lá atrás, seria entendido. Os partidos apoiariam. Todos entenderiam que precisava esse movimento. Teria sido uma demonstração que o Executivo estaria dando de cortar na própria carne, de mostrar um desejo de resolver os problemas fiscais do país. Mas esse momento passou. Hoje, qualquer mudança no ministério significa agravar a relação com um contingente de partidos e de pessoas. Quer dizer, não tem mais nem o efeito simbólico e o efeito político é desastroso. Na eventualidade do início da tramitação de um processo de impeachment na Câmara, na conjuntura atual, o desfecho é irreversível? Num processo de impeachment,

quem o guia é o imponderável. Não há regra fixa, não há matriz, um padrão. Mas dentro dessa teoria do caos que se instaura quando começa a tramitar o impeachment, o sr. acha que para a presidente Dilma Rousseff se o processo é instalado… Vai ser péssimo. Uma vez andando o processo na Câmara, a chance de ela conseguir detê-lo é zero? Para não dizer que é zero, é muito próximo disso. É algo que se transforma, que começa a ter vida própria. É um processo sobre o qual ninguém mais tem racionalidade ao conduzi-lo. Porque a paixão desenfreada, desencadeada dentro de um processo político, com a população de alguma forma insuflando e apoiando… …Torna-se irreversível. É irreversível. Se for instalado, é irreversível. É irreversível até porque, instalado o processo na Câmara, automaticamente o presidente é afastado. Não. O processo demora uns 45 dias até a presidente ser afastada… Depende. No meu caso foi muito mais rápido [risos]. Os prazos foram todos ultrapassados, de modo a adequar a votação do meu afastamento às vésperas de uma eleição municipal em que todos estavam com os ânimos muito exaltados. Essa questão de prazos, num processo político como é o impeachment, é vencida de maneira rápida, da maneira que for conveniente para a maioria dos que estão co-

mandando e coordenando o processo. Recapitulando: instalado o processo de impeachment, pode ser muito rápido, é imponderável e, o sr. diz, irreversível? Se for instalado o processo de impeachment, se for aprovado pela Câmara… É irreversível no momento em que a maioria absoluta da Câmara vote para afastar. E antes dessa votação, naquelas semanas que antecedem a votação do afastamento, mas o processo já está tramitando? O sr. acha que também nesse período já fica muito difícil e irreversível? É… quando chega a esse ponto… Há que se evitar que se chegue a esse ponto. Mas a conjuntura atual está levando para a abertura desse processo na Câmara? Que estamos, vamos dizer assim, na rota, estamos. Mas essa rota pode ser desviada se houver alguma possibilidade dessa união da classe política em torno da constituição de um projeto de salvação nacional. Como o sr. se sente assistindo a este processo? Como é que o sr. descreveria seu sentimento pessoal? Me angustio muito. Até porque esse filme eu já vi. Desde quando Antônio Palocci era ministro da Casa Civil, há 4 anos, eu estive com ele e falei da minha preocupação. Já naquela época havia alguma coisa, algum azedume nas relações entre o Legislativo e o Executivo. O Palocci me disse: “Mas, presidente, eu não percebo isso. Todos os projetos da presidente no Congresso estão sendo aprovados”. Aí eu falei: “É verdade. Ela está tendo o apoio do Congresso para essas medidas. O meu receio é de que no momento em que ela precise da solidariedade do Congresso, ela não venha a ter esse apoio”. Agora, é chegado exatamente esse momento em que a solidariedade é exigida para que o governo saia dessa grande crise em que está introduzido. Porque a presidente não tem mais instrumentos nem capacidade –não porque ela não queira, até porque agora ela está querendo. Mas como passou o tempo, a presidente está privada desses instrumentos essenciais de coordenação, de uma concertação política para sair da crise em que ela colocou seu governo. A presidente Dilma estava preparada para assumir a função de presidente da República do Brasil?

Eu errei na minha avaliação. Quando ela era chefe da Casa Civil, eu estava na presidência da Comissão de Infraestrutura no Senado. Foi quando lançou-se o PAC. Eu me avistava com ela para tratar dessa questão das obras de infraestrutura. Percebi uma mulher extremamente decidida, determinada, com capacidade de tomar medidas rápidas. Achei que ela fosse realmente uma pessoa com esse perfil de administradora, de gerente, que talvez fizesse bem ao Brasil naquele momento. Mas, depois, confesso que fui sendo surpreendido por medidas que ela tomava. Percebia que não havia um mínimo de planejamento. Medidas intervencionistas. A questão do sistema elétrico me deixou muito confuso. Enfim, foi um erro de avaliação. Enquanto chefe da Casa Civil, ela estava bem. Mas para a Presidência da República ela realmente, no meu entender, não estava preparada. Se tudo continuar do jeito que está –a reforma ministerial, dificuldade para aprovar a CPMF etc.–, quanto tempo o sr. acredita, no melhor do seu juízo… 90 dias Para que se instaure algum processo na Câmara? Para que alguma coisa aconteça, não necessariamente um processo na Câmara. Esta entrevista está sendo gravada no dia 22 de setembro… O PMDB tem sua convenção marcada para o dia 15 de novembro. Essa é uma data relevante? Muito relevante. Se a conjuntura atual se mantiver, o desfecho vai ser algo que leve a um eventual afastamento [do PMDB]? Sem dúvida. Eu não tenho dúvida. Eu não posso falar em nome do PMDB. Até peço desculpas aos companheiros do PMDB se estou me intrometendo numa seara que não é a minha. Mas estou aqui falando como um cidadão analisando o quadro. Acredito que, sem dúvida, o 15 de novembro irá marcar o afastamento do partido do governo da presidente Dilma Rousseff. E uma vez o PMDB decidindo se afastar precipita-se o outro processo, que é o eventual afastamento da presidente? Saindo da base de sustentação o principal partido aliado, isso é de extremíssima gravidade. A partir daí, não sei o que se dará.


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JUSTIÇA FEITA

Luiz Pedro é condenado a 26 anos por mandar executar servente de pedreiro Promotor disse que nem o nazismo foi tão cruel quanto a milícia comandada pelo ex-deputado e ex-vereador JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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im da impunidade. Onze anos depois da execução do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, o Beto, o autor intelectual do crime, o exdeputado e ex-vereador Luiz Pedro da Silva foi condenado pelo júri popular a 26 anos e cinco meses de prisão por homicídio qualificado, sequestro e formação de quadrilha. A viúva de Beto, Alessandra Cristina Costa, foi decisiva no julgamento ao dar seu depoimento por videoconferência relatando que o esposo foi sequestrado na madrugada no dia 12 de agosto de 2004 por capangas de Luiz Pedro. O corpo de Beto nunca foi encontrado; mais de 100 exumações foram feitas sem êxito em diversos cemitérios da cidade. Alessandra narrou que o marido havia sido alertado por um assessor do acusado para que tomasse cuidado. “Não tenho dúvidas que Luiz Pedro é o mandante da morte do meu marido. Antes dele ser sequestrado, durante uma cavalhada, um assessor do Luiz Pedro disse para meu marido que tomasse cuidado, e logo depois ele foi assassinado. Todo mundo sabe que os acusados trabalhavam para o Luiz Pedro”. “Meu marido chegou e foi dormir, e eu fiquei assistindo à TV. Logo depois, pessoas bateram em minha porta, e disseram que eram da polí-

Condenado a 26 anos e 5 meses de prisão, Luiz Pedro fica solto até que sentença transite em julgado

cia, da delegacia de Repres- ser um sujeito pacato, que são a Drogas. No começo eu não fazia mal a ninguém e fiquei calada, mas depois fazia bicos para sobreviver. perguntei quem era e eles O pai de Beto, Sebastião Pedisseram que era a polícia e reira, disse que o filho jogou que queriam falar com meu nas categorias de base do marido”, acrescentou. CSA e do CRB e era convidaA viúva de Beto vive em do para participar de vários outro estado e diz que não “rachas”. “Ele era um menino pode voltar para Alagoas, benquisto. O único erro dele pois teme ser executada, as- foi não concordar com as leis sim como o marido. Alessan- do Luiz Pedro e o autoritadra ainda solicitou que fosse rismo do seu bando”. integrada no programa de O promotor do caso, Carproteção a testemunha, já los Davi Lopes, enfatizou: que ela é um dos pivôs para Nem o nazismo foi tão cruel. a prisão de Luiz Pedro. Naquele regime, que tamCarlos Roberto Rocha bém foi extremamente perSantos era usuário de maco- verso, havia uma suposta nha, mas era conhecido por lógica para o extermínio de

inocentes. Na milícia comandada por Luiz Pedro, não. Matava-se por qualquer motivo abjeto. Seu grupo paramilitar agia do mesmo modo que os homens da era primitiva, onde o elemento da força era o mais importante. O ex-deputado liderava uma milícia de brutamontes”. Em um de seus argumentos para condenação o promotor colocou:“Ainda vive-se em Alagoas a época do coronelismo. O ex-deputado insiste em ser um senhor feudal, que domina vassalos em troca de favores. E esses tais vassalos, para serem beneficiados com as casas, pre-

cisam unicamente cumprir suas determinações, as ordens ditadas por ele. É preciso pôr fim a esse feudalismo e dar início a uma nova era”, argumentou. Já o assistente de acusação, João Uchoa, comparou Luiz Pedro a Pablo Escobar: “Tal qual o traficante colombiano Pablo Escobar, que dava proteção e alguns benefícios para as comunidades mantidas por ele, Luiz Pedro também é adepto dessa mesma prática. Mas, o que essas pessoas pobres não entendem é que elas, para sempre, serão reféns dele. Lamentavelmente, essa gente é igual a gado marcado e vai para onde o dono quer, para onde o dono o tange. Luiz Pedro é o Pablo Escobar do Brasil e quem depende do seu assistencialismo tem que rezar na sua cartilha”. Ao depor, Luiz Pedro negou ser o mandante do crime mas confirmou que em seus conjuntos residenciais existe ordem e que lá “vagabundo, ladrão, traficante, bandido não se cria”. Luiz Pedro é um mito da cultura da violência de Alagoas que teve seu destino alterado, a cadeia, pela sede de justiça de um pai injustiçado: Sebastião Pereira. A defesa do ex-deputado afirmou que vai recorrer da sentença do Tribunal do Júri. Como estava em liberdade, Luiz Pedro permanecerá solto até o julgamento do recurso ou que a sentença transite em julgado.


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE 2015 CORRUPÇÃO

Segundo a CGU, Gilvan Barros, ex-deputado estadual, teria montado esquema para recebimento irregular do Bolsa Família junto com o sobrinho e ex-prefeito Davi Barros

Esquema no Bolsa Família envolve ex-deputado e o ex-prefeito de Girau

Gilvan Barros e seu sobrinho David Barros são acusados de golpe milionário contra os cofres públicos ROBERTO BAÍA Repórter

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ex-deputado Gilvan Barros e ex-prefeito David Barros estão com um novo encontro marcado com a Justiça. E dessa vez o bicho vai pegar. O ex-parlamentar, que cedeu o seu lugar na Assembleia para o filho Gilvanzinho Barros, é apontado como mentor de um golpe milionário contra os cofres públicos, durante a gestão do ex-prefeito David Barros. Uma investigação começou quando o Ministério Público de Alagoas pediu para a Controladoria Geral da União (CGU) cruzar in-

formações entre a folha da Assembleia Legislativa e beneficiários do programa Bolsa Família no município de Girau do Ponciano. A coisa começou a tomar proporções grandiosas. A investigação ocorreu durante os meses de abril a maio de 2014, e não demou muito para encontrar desvios praticados pelos membros da família Barros. Ficou constatado que Gilvan Barros mantinha no seu gabinete de deputado pessoas que não prestavam um dia de serviço sequer, e além de receber salários elevados da Assembleia estavam sendo beneficiadas pelo Bolsa Família, que é destinado a pessoas de baixa renda. É

mole, ou quer mais? É o caso de Edna Morais da Silva Araújo e seu esposo Gilliard de Miranda França, vinculados ao programa. Gilliard é afilhado do ex-deputado e nunca trabalhou na Assembleia, nem nunca recebeu salário, mas consta na folha do Legislativo que ele teria recebido R$ 121.758,88 no período de junho de 2010 a julho de 2012. Na mesma situação estavam Maria Francisca Pacheco de Miranda e seu filho Alex Sandro de Miranda, ambos vinculados ao programa bolsa família, mas que estavam lotados no gabinete do ex-deputado e juntos teriam recebido aproximadamente R$ 200mil.

RELATÓRIO DA CGU O relatório da CGU, de nº 00202.000464/2013-72, está recheado de fraudes e cita nome de diversas outras pessoas e cifras altíssimas. O esquema sempre tinha a mesma forma operacional. O ex-deputado lotava pessoas no seu gabinete, as quais constava na folha e teriam recebido elevadas somas em dinheiro, mas que não prestavam serviço algum. Ao mesmo tempo, essas mesmas pessoas estavam inscritas no programa Bolsa Família, cujo cadastro era alimentado pela gestão do ex-prefeito David Barros, sobrinho de Gilvan.

Segundo o relatório, se essas pessoas recebessem realmente os salários da Assembleia Legislativa, não poderia nunca serem vinculadas ao programa do governo federal. Concluíram os técnicos que tudo não passou de uma armação do ex-deputado e do ex-prefeito. Os salários nunca foram pagos a essas pessoas. Elas nunca prestaram serviço ao Legislativo de Alagoas. Os fiscais da CGU estranharam a ligação com a ALE, já que se tratava de indivíduos humildes e sem instrução. Cabe ao Judiciário agora aplicar a lei. O ex-deputado e o ex-prefeito terão muito que se explicar!


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE 2015 -

POLÊMICA

Parte do Corredor Vera Arruda pode ser “engolida” por estacionamento Moradores do Stella Maris temem por destino da área onde só até este final de semana funciona a Musique REDAÇÃO

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polêmica envolvendo o Corredor Vera Arruda, no Stella Maris, na Jatiúca, em Maceió, vem de longa data e parece não ter fim. Desta vez, a preocupação de moradores da área é que mais uma parte do espaço público seja “engolida” pela iniciativa privada. É que embora não haja informação oficial, as pessoas temem que a notícia de que a casa de shows Musique, que vai fechar as portas este final de semana, seja transformada em um supermercado e parte da área verde próxima ao local passe a funcionar como estacionamento do novo empreendimento. Segundo Marcos Coelho, da Astema (Associação Comunitária dos Moradores do Loteamento Stella Maris), a entidade não recebeu qualquer comunicado, mas a notícia se espalhou entre os moradores. Segundo ele, os espaços de áreas verdes devem ser transformados em extensão da praça, favorecendo as pessoas e não a outros fins que não sejam para lazer. “As pessoas invadem parte do Corredor Vera Arruda para fazer estacionamento da casa de show e esta pratica não deve continuar”, criticou Coelho. Sem querer se identificar, uma moradora das proximidades do corredor desde quando era apenas dunas, disse que todas as vezes que falam em reforma e requalificação da área vem problema para quem reside na região. E lembrou do

Moradores querem que área da Musique seja usado em favor da população; no início da semana foi inaugurada praça no Corredor Vera Arruda

protesto, com abraço simbólico, que os moradores realizaram quando a prefeitura queria abrir ruas, construir uma pista de skate e estacionamento de food trucks. “Estão querendo acabar com nossa área verde e isso não vamos permitir”, protestou. INSEGURANÇA Mesmo com um PM Box no espaço, a falta de segurança no local é outra reclamação constante dos moradores, principalmente no período da noite, quando acontecem muitos assaltos. O lixo, resto de metralhas, caminhões para cargas e descargas também fazem parte do cenário degradante de parte do corredor, próximo ao Colégio São Lucas. O local em que os taxistas ficam está abandonado. O mato e a poeira se confundem com partes do que restaram de bancos e outros objetos da praça. Há até uma placa que

indica proibido jogar lixo, mas também é desrespeitada. Aliás, o aviso está danificado pela ação de vândalos. Marcos Coelho reclamou do descaso e disse que a associação vai cobrar oficialmente que o projeto original do Corredor Vera Arruda seja concluído. Mas se engana quem acha que quem mora na parte revitalizada esteja satisfeito. O visual até é mais agradável, mas não cumpre seu papel cultural. Lá se tornou ponto de drogas, assalto e prostituição. A Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum), através de sua assessoria, disse que o problema de pontos de lixo em Maceió é crônico e chega a cerca de 100 na capital alagoana. Segundo a assessoria, parte principalmente da falta de educação ambiental das pessoas, mas a coleta de lixo é feita regularmente e a capinagem vai acontecer na próxima semana. Quanto ao abandono, disse

envolver várias competências e que para o descarte de metralha e outros resíduos, existe o disque limpeza da Slum que é 3315-2600. EXTENSÃO DO CORREDOR É INAUGURADA Mais uma etapa da parceria entre a prefeitura e a iniciativa privada foi concluída na terça-feira, 22, no Corredor Vera Arruda. Dessa vez, com a construção do novo espaço de lazer, convivência e prática de esportes, custeado pela Construtora Borges e Santos, que investiu quase R$ 500 mil. A área conta com ciclovia, passeio, duas quadras de areia, bancos, playground para as crianças, um espaço iluminado, com serviços de arborização e jardinagem. Vale ressaltar que o prolongamento do corredor, que compreende a segunda etapa do projeto, vai do trecho das imediações do Harmony Centro

Médico até o antigo PM Box do Stella Maris. Marcos Coelho destacou a importância de a população manter o espaço preservado. “O povo deve ser parceiro não só para fiscalizar, mas também colaborar com a conservação”, afirmou. ESTACIONAMENTO A Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) não confirmou a instalação de um grande supermercado na área onde até este final de semana funciona a casa de shows Musique, mas informou que será construído um estacionamento público na região do Stella Maris. “O espaço será custeado por uma empresa privada e cedido à prefeitura. O estacionamento será gratuito e aberto à população, já que se trata de uma área que concentra diversos estabelecimentos comerciais, empresas e instituições de ensino”.


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE 2015

IMPÉRIO DESMEMBRADO

Cooperativa de produtores vai investir R$ 5 milhões em reformas na Uruba

Usina deve começar a operar em novembro e gerar receita de R$ 3 mi à Massa Falida da Laginha JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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alta apenas a ordem do juiz Kléber Borba, da Comarca de Coruripe, para que a Usina Uruba, do grupo do ex-deputado federal João Lyra, localizada em Atalaia, seja finalmente arrendada pela Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale de Satuba (Copervales). A minuta do contrato de arrendamento já foi assinada pelas partes envolvidas e consta nos autos do processo. “O magistrado deve despachar toda a documentação nesta sexta-feira (25)”, destacou o novo administrador da Massa Falida da Laginha, Luiz Henrique da Silva Cunha, que ocupava a posição de gestor judicial. A mudança de cargo foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) na segunda-feira, 21. O fato, segundo Cunha, também o pegou de surpresa. Ele, agora, ocupa o cargo que era de João Daniel Marques Fernandes. Por enquanto, a função de gestor está vaga. Ficou acordado que a usina e a área para a plantação serão arrendadas pela cooperativa durante o prazo de dez anos. A proposta da Copervales se mostrou mais lucrativa do que da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas (CRPAAA), que também esteve interessada pela usina de Atalaia. “Porém, os usineiros queriam arrendar apenas as terras durante 24 anos, além de estarem inadimplentes”, explicou Cunha. Para fazer com que volte à

Desativada por conta da crise que acabou com o império de João Lyra, a Uruba deve voltar a operar em novembro

ativa, os cooperados investirão aproximadamente R$ 5 milhões na Uruba. A estimativa é de que em um ano o arrendamento gere a receita de R$ 3 milhões à massa falida. Essa foi a solução encontrada pelos administradores para a preservação e a manutenção do antigo império de João Lyra. Está em contrato que a Copervales deverá pagar à massa falida 4% do faturamento da usina e também das terras. A expectativa do retorno das atividades da Uruba é a geração de cerca de dois mil empregos. “Já estamos indicando ex-funcionários do grupo que residem pelas redondezas para retomarem ao mercado de trabalho. Entre eles estão lavradores, operadores de máquinas, técnicos de manutenção e outras categorias”, anunciou. A intenção é que a Copervales trabalhe na próxima safra de cana, que de acordo com

Cunha, começa em novembro e vai até abril do ano que vem. “É o nosso primeiro objetivo, mas sabemos que no primeiro ano, a usina não irá operar no total de sua capacidade. Vai levar tempo para recuperar o maquinário que foi prejudicado pelo próprio desuso, como tubulações para a passagem de açúcar”, disse. A Usina Uruba está avaliada, sem cana, em R$ 296,2 milhões com uma área de 8.323,15 há (hectares). Já a área cultivável é de 6.891,85 há com capacidade de moagem 1.100.000 toneladas por safra. USINAS DE MINAS As usinas Vale de Paranaíba e Triálcool, ambas situadas em Minas Gerais, também têm interessados para o arrendamento. Mas, diferentemente da Uruba, o valor pago pelas empresas que assinarem o contrato será de 4,5% do faturamento. “O processo dessas duas só vai

acontecer após o arrendamento da Uruba porque já passou a época de moagem em Minas. O arrendamento é mais caro porque as usinas são maiores por causa da topografia e dos equipamentos”, esclareceu o administrador judicial. O valor da usina Vale de Paranaíba sem cana é de R$ 211,2 milhões. A área total das fazendas e usina é de 3.228,8775 há, sendo a área cultivável de 1.744,50 há. A produção é de 1.700.000 t/safra. Já a usina Triálcool tem o valor global sem cana de R$ 227,7 milhões com a área total das fazendas e usina de 8.197,95 há. Á área cultivável é de 4.364,10 há. A produção da usina é de 1.800.000 t/ safra. Interessada pelo arrendamento da Usina Vale do Paranaíba, instalada na cidade de Capinópolis (MG), a empresa São João Cargill (SJC) requereu um prazo maior para apre-

sentar uma proposta detalhada depois de analisar a situação das instalações. Já a Usina Triálcool, no município mineiro de Canápolis, recebeu propostas de arrendamento pela PAM Empreendimentos S/A, que montaria um plano de negócios a ser desenvolvido durante uma década. As garantias de sustentabilidade das atividades serão um diferencial na análise do magistrado e dos gestores do grupo falido. O processo de arrendamento ganhou agilidade após o ex-deputado João Lyra assinar um ofício de anuência para a venda e/ou arrendamento das usinas. O empresário afirmou que não colocaria barreiras nas decisões do magistrado. “Os arrendamentos vão propiciar que as usinas estejam em bom estado quando chegar o momento das vendas de cada empreendimento”, finalizou o administrador da massa falida.


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IMPÉRIO DESMEMBRADO

Vistoria do Incra em terras de João Lyra termina em três meses Famílias de sem-terra terão de desocupar área invadida em Atalaia até o final de outubro Atualmente, as usinas Uruba, Laginha e Guaxuma estão ocupadas por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Com a Uruba prestes a ser arrendada para a Copervales, uma espécie de acordo foi traçado para que as 1500 famílias acampadas na usina abandonassem o local e para serem remanejadas a outra área. Em reunião no começo do mês de setembro entre integrantes da massa falida e membros do MST ficou estipulado para que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) realizasse estudos em uma das usinas de João Lyra. Conforme a assessoria de comunicação do instituto, o juiz Kleber Borba permitiu a fazer vistorias apenas nas áreas da Usina Laginha, em União dos Palmares, Branquinha e Capela, que ocupam um total de 11 mil hectares, com capacidade para cerca de mil famílias. Os trabalhos de campo já tiveram início e a previsão de conclusão é de três meses. No entanto, a autarquia não foi autorizada a fazer vistorias nas terras da usina Uruba, em Atalaia, nem da usina Guaxuma, em Coruripe. Embora o arrendamento da Uruba seja oficializado no mais tardar na próxima semana, famílias ainda se encontram acampadas na localidade. “O MST tem sido o maior causador de maior prejuízo à massa falida. Os integrantes cortam a cana, passam por cima com tratores e acabam cometendo

crimes falimentares. Tenho fotos que comprovam que até os telhados das estruturas foram arrancados. A lei não permite que o Incra realize vistoria em terras ocupadas, mas é o que está ocorrendo. Então, a Usina Laginha, com 12 mil hectares, foi liberada para a vistoria do instituto com a finalidade de desocuparmos a Uruba”, explicou o administrador judicial Luiz Henrique da Silva Cunha. Entre as reclamações da massa falida é que os semterra estão depredando as estruturas físicas das usinas, argumento rebatido pelo coordenador do MST em Alagoas, José Roberto Alves da Silva. “Estamos vivendo da produção de subsistência nas três usinas que somam 53 mil hectares. Somos mais de 10 mil famílias que englobam por volta de 40 mil pessoas. Caso o Incra nos desse o direito às terras de João Lyra seria um marco na reforma agrária do estado”, disse ao EXTRA de Alagoas. O assunto já chegou à capital federal. Com a finalidade de avaliar e dar encaminhamentos à solicitação do Comitê de Mediação de Conflitos Agrários do Estado de Alagoas, liderados pelo secretáriochefe do Gabinete Civil, Fábio Farias e o diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Jaime Silva, representantes de oito movimentos sociais e do governo participaram de reunião, com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus

Instalações da Uruba foram depredadas pelos sem-terra, de acordo com o administrador judicial

Ananias, no dia 1º deste mês, em Brasília. A pauta foi a desapropriação das terras da massa falida do Grupo João Lyra para assentamento das famílias dos movimentos sociais, que contam com apoio governamental para que as milhares de pessoas não voltem a viver às margens das rodovias. Segundo a relações públicas, gerente de articulação social do Gabinete Civil, Edenilsa Chagas, representante do governo na reunião, o ministro confirmou que os processos referentes à pauta serão acompanhados em âmbito nacional e de forma prioritária. “O que existe hoje é uma invasão planejada. De sem-

terra os invasores só têm a bandeira. Posso comprovar que muitos usaram estacas de concreto para ocupar as terras das usinas. A invasão é direcionada por credores que acreditam que ficarão com pedaços de terra para retirar o dinheiro deles que estão na massa falida. Ainda não existe nenhum acordo formal com o Incra, apenas uma concordância que fizemos para viabilizar o arrendamento da Uruba”, enfatizou o administrador. As famílias estão acampadas nas áreas das usinas desde o mês de julho deste ano exigindo, além do assentamento dos sem-terra, o pagamento das dívidas trabalhistas aos antigos funcionários da usina.

O CASO LAGINHA O grupo industrial João Lyra teve a falência decretada pela justiça alagoana em 2008. Para evitar a crise, o jurídico das usinas solicitou a recuperação judicial do grupo (antiga concordata). Porém, os prazos concedidos pela justiça para que a empresa se recuperasse financeiramente, além de pagar os milhares de trabalhadores e credores, não foram obedecidos. Desde então, a dívida do Grupo João Lyra só tem aumentado, e em 2015 chega a mais de R$ 2 bilhões, incluindo encargos trabalhistas e pagamentos a fornecedores.


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GOLPE

Investigação sobre venda fraudulenta de praça de táxi em Maceió continua Polícia afirma que relatório de inquérito envolvendo trio de estelionatários foi enviado à 17ª Vara Criminal, mas investigação não cessou REDAÇÃO

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o início de setembro três pessoas foram presas em Maceió suspeitas de cometer estelionato, ao aplicar golpes na concessão de praças falsas de táxi. Segundo o delegado do caso, Manoel Acácio Júnior, o relatório envolvendo o trio foi concluído e enviado à 17ª Vara Criminal da Capital. Mas avisou que a investigação continua e se surgirem novos fatos a Justiça será informada. Os acusados negam o crime. De acordo com informações da Polícia Civil, eles usavam a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e assina-

turas falsificadas do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), para aplicar golpes. Na operação, Irlane de Cássia, de 30 anos, Nicácia Silva Dias, 35 anos, e Marcos Antônio Rodrigues, de 41 anos, foram presos e apresentados à imprensa pela Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic). A SMTT, através da assessoria de imprensa, informou que a providência adotada pelo órgão foi, na época, dar toda a atenção ao caso, verificar as assinaturas falsificadas e enviar à Polícia Civil. “Estamos à disposição, mas a polícia é responsável pela questão”, disse o assessor. Na ocasião, o delegado

Delegados Manoel Acácio e Ronilson Medeiros comandaram operação que prendeu estelionatários

responsável pelo caso informou que pelo menos duas pessoas foram vítimas do trio que cobrava entre R$ 5 mil e R$ 30 mil pelo “serviço”. “Eles pediam um valor abaixo do que é exigido para aquisição de uma praça, que gira em torno de R$ 100 mil. Os criminosos falsificavam ainda documentos que tinham assinaturas do prefeito Rui Palmeira para

ludibriar as vítimas. Apesar de a assessoria da prefeitura informar que as novas concessões de praças estão suspensas desde o início do governo de Rui Palmeira, todos os documentos eram cópias de outros que existem dentro da SMTT, disse Acácio. Nas redes sociais, os internautas demonstraram indignação e revolta. Há quem diga que sempre houve frau-

de no setor de táxi da SMTT e que os gestores sabem dos desmandos. “Agora finalmente a polícia estourou a bomba”. Outro diz que o mais grave são as vendas ilegais de praças de táxi dos permissionários mortos. Alguns tiveram a praça vendida durante período de enfermidade, mas quando se restabeleceram e quiseram retornar à atividade descobriram terem sido vítimas do golpe.


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GOLPE

Estelionatário preso portando duas granadas de pimenta já está solto Marcos Antônio pagou fiança de R$ 788,00 e vai responder a crimes em liberdade Marcos Antônio, 41, integrante do bando que foi preso pela polícia Civil dia 2 deste mês sob a acusação de vender concessões de táxis de forma irregular, encontra-se em liberdade desde o último dia 17. Marcos foi detido pelos agentes quando estava a caminho do trabalho portando duas granadas, mas no dia 10 o juiz Carlos Henrique Pita Duarte, acatando os argumentos da defesa, entendeu que o “acusado possui ocupação lícita, é primário, não atenta contra a ordem pública e não perturbará a instrução criminal e jamais prejudicará a aplicação da lei penal” e, por este motivo, revogou a prisão preventiva que havia decretado anteriormente, concedendo liberdade provisória mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 788,00. De acordo com o processo 0721174-68.2015.8.02.0001, Marcos Antônio vai responder por crimes do sistema Nacional de Armas. Embora esteja em liberdade, ele tem que cumprir algumas determinações. O juiz Carlos Pita estabeleceu “ medidas cautelares” e determinou o comparecimento pessoal e trimestral do acusado ao cartório da 3ª Vara Criminal da Capital (entre os dias 15 e 20 do mês), a fim de infor-

Nicácia, Irlane e Marcos Antônio foram presos no começo deste mês, mas a Justiça alagoana já concedeu liberdade ao estelionatário

mar onde se encontra residindo, local de trabalho, bem como para demonstrar que não pretende se furtar da aplicação da lei penal; proibição de se ausentar da comarca, sem prévia autorização do juízo; e, proibição de ser flagranteado cometendo novos delitos. E salientou que o não comparecimento do acusado em juízo para assinar o termo de compromisso, bem como o descumprimento de qualquer das medidas cautelares impostas, implicará na cumulação de outra medida cautelar ou ainda a decreta-

ção da prisão preventiva e quebra da fiança, conforme artigo 282, § 4º, do CPP. Em decisão anterior, do dia 4, o juiz Carlos Pita tinha outro entendimento sobre o pedido de liberdade provisória. A decisão relata que Marcos Antônio foi atuado em flagrante delito quando policiais foram cumprir mandado de busca e apreensão expedido e mandado de prisão preventiva pela 17ª Vara Criminal, sob a acusação de praticar crime de estelionato e associação criminosa. Na casa do acusado foram encontradas

2 granadas de pimenta e 4 munições calibre 38 intactas, dentre outros objetos. Além do que ele era acusado do cometimento de outros delitos, demonstrando, assim, que possui condutas voltadas para o crime. “Sendo as provas cabais e certa a autoria, decreto a prisão preventiva do flagrado MARCOS ANTONIO RODRIGUES DA SILVA, com base nos artigos 311 e 312, para garantia da ordem pública. E mais: para assegurar a aplicação da lei penal, expeça-se Mandado de Prisão, com validade de 12 (doze) anos, a contar da data

de sua expedição”. O CASO Marcos Antônio Rodrigues da Silva coagia as vítimas que atrasavam as mensalidades pagas pelas praças. Ele e as cúmplices ficaram detidos e foram enquadrados pelos crimes de estelionato e falsificação de documento público. Marcos Antônio também vai responder por uso de artefato explosivo e de arma de fogo de uso restrito de forma irregular.


16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE 2015 CONDUTA VEXATÓRIA

Justiça mantém condenação a supermercado por constranger clientes Palato terá de pagar indenização de R$ 6 mil a casal de estudantes tratado como bandidos em sua loja do Farol VERA ALVES veralvess@gmail.com

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rede de supermercados Palato terá de pagar indenização de R$ 6 mil a um casal de namorados submetido a constrangimento em agosto de 2013 em sua filial da Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol. A decisão é da Turma Recursal da 1ª Região do Tribunal de Justiça de Alagoas que na segunda, 21, manteve a decisão de primeira instância acatando o parecer do juiz relator Paulo Zacarias da Silva. Há dois anos, os estudantes Christian Yves Tenório Correia e Sabrina de Lima Melo ingressaram com uma ação de indenização por danos morais contra o Palato junto ao 3º Juizado Especial Cível e Criminal de Maceió. Nela, o casal relatou ter sido vítima de constrangimento por parte de seguranças da loja do Farol logo após terem pago as compras que haviam feito. O fato aconteceu no dia 27 de agosto de 2013, à noite. Christian e Sabrina percorriam a loja verificando os produtos quando perceberam que tinham sua movimentação acompanhada de forma ostensiva por seguranças da loja. Ainda assim, continuaram normalmente a escolher os produtos que desejavam e se dirigiram a um dos caixas para fazer o pagamento. Feito isto, ao

do de indenização, o advogado do casal, José Seixas Jatobá Neto. RECURSO NEGADO Condenado pelo 3ºJuizado Especial Cível da Capital ao pagamento de indenização de R$ 6 mil por afronta ao Código de Defesa do Consumidor e artigos do Código Civil, o Palato recorreu da sentença, sob o argumento de que não houve excessos por parte dos seguranças, que teriam agido de forma “discreta” e que, “portanto, não houve ato ilícito”. Este, contudo, não foi o entendimento do juiz relator do caso na Turma Recursal da 1ª Região, que, por maioria de votos, acatou o parecer do relator do caso, juiz Paulo Zacarias da Silva, cujo voto foi pelo indeferimento do reFachada da unidade do Farol onde, em 2013, seguranças trataram casal em compras como bandidos curso e manutenção da sentença de primeira instância. chegarem ao estacionamen- mantidos no local sob o ar- e garantiu que os seguranProcurado pelo EXTRA to, “foram truculentamente gumento de que teriam de ças envolvidos seriam demi- através de sua assessoria de impedidos de deixar o local esperar pela gerente para tidos, o que, segundo consta imprensa, o Palato não se por um segurança”. serem liberados. da ação, não teria sido feito. pronunciou sobre o caso até Cercados por outros três De acordo com o relato No dia seguinte, Christian o fechamento desta edição. seguranças, em uma cena dos jovens, embasado pe- prestou queixa do fato na que atraiu a atenção dos de- las câmeras de vigilância Polícia Civil. A REDE mais clientes, os estudantes do próprio estabelecimento, “A atitude do supermertiveram suas compras “brus- uma jovem de nome Isabe- cado Réu acarretou aos AuFundado em 1998 pelo camente” recolhidas por um le se apresentou como a ge- tores um enorme constran- empresário Paulo Cabús, o deles e foram levados ao rente e, após ouvir o relato gimento e desconforto, lhes Palato foi o primeiro superPet Shop do supermercado, do casal, se desculpou pelo causando stress e angústia, mercado de Maceió a funonde as mercadorias foram ocorrido, afirmando que se sujeitando à situação cionar 24 horas. Além da conferidas uma a uma com aquela não era a conduta humilhante e vexatória, já unidade da Ponta Verde, a a nota fiscal do pagamento determinada pelo estabele- que os Autores pagaram por primeira da rede, a Espeque haviam feito. E, mesmo cimento para o trato com os todas as compras e foram ciarya Indústria e Comércio sem que houvesse qualquer clientes. tratados como verdadeiros Ltda. – nome oficial da rede divergência entre as mercaIsabele pediu, então, que bandidos, delinquentes ou – possuiu lojas no bairro do dorias e o valor pago, foram eles esquecessem o ocorrido meliantes”, afirma, no pedi- Farol e no Parque Shopping.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Por que inviabilizar o país?

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ão existe qualquer dúvida de que a unanimidade dos brasileiros quer um país melhor, onde possa viver e criar suas famílias confiando no amanhã. Este foco foi perdido no decorrer dos quase treze anos de governo petista, mas não vamos ser injustos e atribuir todos os erros e desacertos apenas ao PT. O país se deteriorou moralmente na lama podre da política e de políticos de praticamente todos os partidos. Poucos são os que não roubaram, desviaram verbas públicas da merenda, da saúde e ceifaram vidas de miseráveis com seus atos de corrupção. Tenho comigo este conceito: entre governo e oposição é difícil ter alguém que não seja ladrão. Na minha concepção Dilma Rousseff é despreparada, arrogante e “desmiolada”, mas foi eleita, legitimamente ou não, presidente da República pela maioria dos brasileiros. Tentar tirar-lhe o mandato simplesmente por tirar não é democrático é golpe baixo. Havendo motivação e provas suficientes estaria na primeira fila aplaudindo o seu afastamento. Decidi não participar de manifestações ou campanha que tenha como tema o “fora Dilma”, pois tudo não passa de “festas cívicas”, também porque não acredito nos que ficariam. A grande verdade é que o país está à beira de uma convulsão social e muitos por ignorância ou alienação apostam no quanto pior melhor, o que é trágico.

O risco institucional Vejo a presidente Dilma ficando a cada dia mais isolada e refém de cabeças oportunistas no Congresso Nacional e no Poder Judiciário e chego a duvidar que ela consiga cumprir integralmente o seu mandato, podendo chegar ao momento insuportável da renúncia. O senador Fernando Collor, de sua base aliada, do alto de sua experiência traumática de cassação foi muito claro em declarações recentes: “Diante do atual quadro com a desaprovação popular e a pressão, as chances da presidente Dilma Rousseff escapar da cassação são muito próximas do zero”. Collor afirmou que os próximos 90 dias serão muito decisivos e que tudo pode acontecer dentro deste período, inclusive nada. Ele lembra que aberto o processo de impeachment, a presidente deve ser afastada. O senador ainda disse que chegou a conversar com Dilma Rousseff sobre os acontecimentos e sugeriu que presidente pedisse desculpas à Nação pelas ações do governo. Collor teria ouvido: “pedir desculpas pelo que?”.

Dilma repete Collor? O ministro Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) declarou esta semana que uma das razões da atual crise enfrentada pela presidente Dilma foi ter “subestimado a política”. “O país é muito grande e complexo para ser governado por um único partido”, avaliou, em crítica indireta ao PT. Rebelo defendeu Dilma, dizendo que “sua biografia é irreparável” e que é ela, em sua opinião, quem ainda tem condições de “reunir o país numa transição neste momento difícil da Nação”. A declaração de Rebelo deixou petistas e o Palácio do Planalto em situação desconfortável. É Dilma repetindo Collor. Terá o mesmo fim?

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Para refletir: “A cadeira do Supremo Tribunal Federal, a corte maior do país, não comporta apaixonados. Ela é para magistrados”. (Jaques Wagner ministro da Defesa, sobre o ministro Gilmar Mendes).

Rui está correto

Eduardo Tavares

O prefeito Rui Palmeira tem se posicionado coerentemente contrário à luta de seus colegas pela aprovação da CPMF. O prefeito de Maceió fez pesadas críticas à ensandecida ideia de retornar com o desprezível, imoral e absurdo imposto que penaliza os bolsos dos brasileiros para tapar o rombo da corrupção do governo. Rui disse acertadamente em seu desabafo: “ A presidente Dilma tenta jogar no colo dos prefeitos a responsabilidade da crise que é só dela e de seu governo”.

Foi bastante prestigiada a solenidade de posse da diretoria e do Conselho Fiscal da Associação do Ministério Público de Alagoas – a Ampal – para a gestão 2015 a 2017, bem como a entrega da Comenda Anthero Montenegro Medeiros. A entidade tem por finalidade defender os interesses dos associados e do Ministério Público; defender judicial e extrajudicialmente direitos e interesses coletivos e individuais homogêneos dos membros do Ministério Público, ativos ou inativos, e de seus pensionistas. Também é atribuição da associação promover encontros dos seus associados para discussão de temas de caráter jurídico, científico e cultural e de questões de interesse da classe ou do Ministério Público; além de prestar assistência aos associados e seus dependentes, fomentando a atividade cultural, esportiva, de lazer, educacional e científica. Abraçando o slogan “Sempre em frente”, a nova diretoria da Ampal tem como presidente o competente procurador de Justiça Eduardo Tavares Mendes. Com certeza fará uma administração empreendedora.

Pauta Renan Calheiros A Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional aprovou os três primeiros projetos da Agenda Brasil — pauta apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, com o objetivo de incentivar a retomada do crescimento econômico do país. Foram aprovados o Projeto de Resolução do Senado, apresentado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que define um limite global para o montante da dívida da União, e o Projeto de Lei do Senado da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) que estabelece um auxílio financeiro para estimular as exportações de estados e municípios. A discussão dessas duas propostas foi iniciada na terça-feira passada, mas um pedido de vista coletivo adiou a votação. O terceiro projeto aprovado , do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), autoriza a transferência direta de recursos financeiros do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para os fundos penitenciários estaduais. É a pauta Renan Calheiros começando a caminhar no Congresso Nacional.

Quanto pior melhor Alguns vereadores que pouca serventia têm para um processo legislativo atuante e ético, não se cansam de dar seus palpites demagógicos apenas com o intuito de tumultuar. Sempre foi assim em seus conturbados carreirismos políticos: estão ao lado de todos até que sejam contrariados em suas intenções nada convencionais. O prefeito Rui Palmeira deu a resposta adequada, mas sem dar nenhuma importância às aleivosias descabidas. Disse apenas “tem vereador que trabalha para quanto pior melhor”. Esses malandros que não têm a simpatia nem de seus colegas de Câmara estão caminhando para um final de mandato melancólico e inútil para a população que equivocadamente os elegeu.

Fazendo o certo O secretário de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), Christian Teixeira, reuniu-se com seus secretários adjuntos, assessores e superintendentes para avaliar o Planejamento Estratégico 2015.1 da pasta.O encontro, fundamental para o alinhamento dos resultados da Seplag, serviu para avaliar o cumprimento das ações já estabelecidas durante o primeiro semestre do ano por cada setor. As ações apresentadas obedecem às orientações vinculadas ao Plano de Governo de Renan Filho, que objetiva a interiorização do Desenvolvimento e a Transformação Social, englobando o exercício de 2015/2016.“O que foi feito? Por que não foi feito? Como fazer melhor? Essas foram algumas das questões discutidas na reunião, no sentido de realizar uma análise crítica da secretaria e seus trâmites”.

Agora na cadeia Quando o condutor alcoolizado ou sob influência de substâncias que alterem sua capacidade psicomotora causar, com o veículo, lesão corporal grave ou gravíssima, a pena será de reclusão de dois a cinco anos O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei que aumenta de dois a quatro anos para de quatro a oito anos a pena de quem praticar homicídio culposo na direção de veículo sob efeito de álcool ou drogas. A matéria será analisada ainda pelo Senado. O relator na CCJC, deputado Efraim Filho (DEM-PB), ressaltou que esse é um dos grandes temas do Legislativo nesse segundo semestre. “Esse projeto aumenta as penas para evitar a transformação de penas de quatro anos em pagamentos de cesta básica. Matar ao volante estando embriagado levará a pessoa à prisão”, afirmou. O deputado disse que essa talvez seja a mais relevante medida aprovada pela Câmara dos Deputados no segundo semestre. Para ele, o projeto tem o mérito de punir crimes fatais com penas de reclusão e não mais com penas alternativas. “Quando se coloca que a pena será de no mínimo quatro anos e no máximo oito anos, o sentimento de impunidade vai acabar. Com a mudança, o motorista embriagado que matar alguém vai para a cadeia”, destacou Efraim.


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ARTIGOS

O canto das sereias CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

Odisseu (nós, os latinos, o conhecemos como Ulisses), mítico herói grego canta o bardo heleno Homero - perdido na imensidão do mar Tirreno na tentativa de retornar à sua ilha Ítaca, ansioso pelos braços da esposa Penélope, não se intimidou por navegar entre os rochedos da ilha de Capri e da Itália, local especial dominado pelas sereias, belas mulheres de corpos de peixe e de mavioso canto a atrair marinheiros ao naufrágio. Que fez o ardiloso Odisseu? Aconselhou os tripulantes de sua nau a taparem os ouvidos com cera, e assim escaparem da atração do perigoso canto. Não seria ele Odisseu, e, portanto, não mereceria os cânticos de Homero,

ultrapassasse tal perigo sem ouvir as maravilhosas vozes femininas que enlouqueciam os navegantes. Assim, ordenou aos seus marinheiros que o amarrassem ao mastro e de forma alguma de lá o tirassem até ultrapassadas aquelas águas e rochedos. Isto dito, isto feito! Odisseu pôde gozar o privilégio e sobreviver.

Entre nós, a expressão “o canto das sereias” é popularmente aplicada a situações sedutoras, mas perigosas, às quais nos vemos, vez ou outra, atraídos por engodos bem postos. A presidente Dilma parece ter relembrado – se alguma vez o leu – o poema de Homero. Ante a dificuldade de ter sucesso na sua teimosia de reimplantar a CPMF, agora mascarada com o apelo previdenciário, primeiro jogou o abacaxi aos pés do Parlamento, declarando, em alto e bom som, que não o governo, mas o Congresso aprova o tributo. Com o ardil, pretendeu compartilhar a repulsa popular pelo aumento da carga tributária. Na sequência, exerceu com os governado-

res aliados o nela inusitado dom canoro de sereia: se o governo federal precisa de 0,20% sobre as movimentações financeiras, os governadores apoiariam a pretensão, convencendo os seus parlamentares a acrescentarem mais 0,18%, este destinado aos estados e municípios. Como resistir a tal oferta? Não existindo entre os governadores nenhum Odisseu, encantaram-se eles com o mimo, iludidos por promessas da Sereia brasileira, não muito afeita ao cumprimento da palavra empenhada. Ademais, se o povo não aprova agora o aumento da carga tributária que o faz pagar pelos erros e desacertos dos governantes, o tempo a isto dará cura, sendo curta a memória popular. Fala-se muito em que, pelo trâmite e considerada a anualidade dos tributos, a nova CPMF só virá a ser implantadaem 2017. A ser isto verdade, uma indagação me ocorre: se a crise brasileira é atual, vivida neste exato momento, como, por todos os cantos serenos, a tal CPMF irá resolver os nossos problemas econômicos de agora?

agiram pessoalmente, mas sim, burocraticamente, cumpriam ordens severas fundadas em uma lei severa outorgada pelo estado nazista. Alegativas formais inúteis à face das consequências. À face dos horrores consumados. À face da mortandade. Os lideres nazistas, derrotados na Guerra, foram condenados e alguns enforcados. A justiça fora feita. Não existe crime de ninguém. Assim fez e aconteceu o Tribunal Militar Internacional legitimado pela vitória bélica. Isso nos tempos da Guerra. Em tempos de paz, nas democracias, os atentados perpetrados contra a Nação por irresponsabilidade de governo são processados e julgados pelo Poder Legislativo, pe-

los representantes do povo, em nome da soberania popular. Portanto, em tempos de paz, o Poder Legislativo é a instituição política, natural e legítima para julgar os crimes de responsabilidade política. A jurisdição política do Poder Legislativo advém do sufrágio, da soberania popular, mas, no entanto, mesmo assim, carece da força moral dos julgadores, da força moral dos parlamentares. Hoje, no Brasil, nos termos da Constituição da República, os crimes de responsabilidade política são processados e julgados perante o Poder Legislativo. Infelizmente, o Congresso Nacional brasileiro, em larga escala, está atolado dos pés aos chifres na corrupção lulopetista, não detém a mínima força moral necessária para processar, julgar e, muito menos, para punir quem quer que seja, nem mesmo Hitler. Certamente o ex-führer diria: “Quem são vocês para quererem manchar o meu nome?”.

A lição de Nuremberg IRINEU TORRES Diretor do Sindifisco e conselheiro Emérito da Fenafisco

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os julgamentos dos crimes políticos domina o enfoque político. Emerge o consequencialismo utilitarista sedimentado nas ideologias ou nos valores éticos e morais cultivados pelo povo, de tal sorte que os crimes políticos não estão, necessariamente, submetidos à prévia tipificação legal, a forma categórica própria dos julgamentos sob jurisdição comum. Nos julgamentos políticos a norma escrita tem força relativa. As constituições democráticas adotam tipos penais amplos na medida em que os crimes que atentam contra a soberania do

Estado, no mais das vezes, tendem a ser consumados na forma da lei urdida pelos próprios delinquentes. Por isso, na esfera dos julgamentos políticos, historicamente, os princípios e os valores subjetivos preponderam sobre os restritos e exaustivos tipos legais. A propósito, vale relembrar Nuremberg, a perturbadora alegativa dos lideres nazistas de que não


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ARTIGOS

Decálogo de Lênin JORGE MORAIS Jornalista

da:

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artigo desta semana não é nada relacionado se eu sou da esquerda, da direita ou de centro. Até porque, nessas horas, procuro não misturar política e ideologia com as coisas que escrevo. Apenas me chamou a atenção o que está ocorrendo pelo mundo, via redes sociais, o que foi escrito pelo revolucionário russo Vladimir Lênin, em 1913, que apresentava ações táticas para a tomada do poder. Observando direitinho, nesse caso, em relação ao mundo, qualquer semelhança com os dias de hoje não é mera coincidência. Senão vejamos o que diz o Decálogo de Lênin, Os Dez Princípios da Esquer-

1 - Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual; 2 - Infiltre-se e depois controle todos os veículos de comunicação de massa; 3 - Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais; 4 Destrua a confiança do povo em seus líderes; 5 - Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo; 6 - Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação; 7Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País; 8 - Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não os coíbam; 9 - Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes. Nossos parlamentares (agentes) infiltrados nos partidos democráticos devem acusar

os não comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa socialista-bolchevista (linha judaica); e, por fim: 10 - Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa. Sei muito bem que, nesse momento, tem gente me odiando pela lembrança do Decálogo de Lênin, mesmo que alguns estejam aplaudindo. Mas pergunto: hoje, de sã consciência, na realidade atual, existe alguma diferença no que estamos vivenciando em relação ao escrito de 1913? O texto que circula pela internet, conclui exatamente com a seguinte reflexão: “Agora vejamos: o que a maior parte das pessoas não sabe e não atinou para o detalhe de que quando a União Soviética estava em seu apogeu, e Mao acabara de tomar o poder na China, o então primeiro ministro Nikita Kruschov o chamou para dar-lhe os para-

béns. Agora, disse ele, nós estamos em condições de unirmo-nos para a tomada do resto do mundo”. Se o que está acontecendo com o Brasil e o resto do mundo é isso mesmo que escreveu Lênin, em 1913, não posso garantir que seja verdade, mas que merece uma reflexão, não tenho a menor dúvida. Palavras chaves: corromper; controle dos veículos de comunicação de massa; dividir a população; “confiança” nos líderes; democracia e Poder sem escrúpulo; esbanjamento do dinheiro público; imagem do País; inflação; greves; distúrbios; valores morais, honestidade, crença e promessas; resistência à causa. Com as mentiras de campanhas; Mensalão e mensalinhos; escândalos da Petrobras; as dezenas de operações deflagradas pela Polícia Federal; políticos e empresários (construtoras) presos, dá para imaginar algo diferente, hoje, em relação ao Decálogo de Lênin? Será que ele escreveu tudo isso em 1913 mesmo ou foi essa semana? Reflita, e tire você mesmo as suas conclusões.

dade vivida por nós durante anos e anos. Existia uma novela interessante que vai ser motivo de risos: durante muito tempo, o duodécimo da ALE só chegava ao fim de novembro. Em dezembro recebíamos apenas o 13º salário e o último salário do mês só recebíamos em janeiro com o orçamento do ano que se iniciava. Esta piadinha se repetiu por mais de dez anos. Os dirigentes que assumiram em 2015 fizeram algo inédito: dividiram o salário de dezembro de 2014 em quatorze pagamentos iguais e sem juros. Acharam graça? Pensam que é mentira? É a pura verdade. Esta mesma Mesa, de 2015, começou os trabalhos prometendo transparência. A primeira medida saneadora foi nomear mais de 600 comissionados com salários dobrados. Isso mesmo: salário mais gratificação de dedicação especial. E depois, criou mais cento e vinte cargos em comissão. Para enganar os tolos, está pagando o décimo terceiro salário no mês do aniversário das vítimas. Afinal, ninguém é de ferro! Ratificando a transparência, a Mesa

contratou uma auditoria por um milhão e meio de reais, a fim de apurar o que já sabe, porque quem colocou servidores ilegais na folha foram os próprios dirigentes. E lá vamos nós analisando a nova Mesa: quase todas as diretorias foram ocupadas por pessoas vindas de fora, mas ligadas as senhores deputados. Os processos continuam acumulados na sala do primeiro-secretário porque a Assembleia ¨está em crise¨. Contudo, paga salários dobrados a mais de 600 comissionados. Se você procura um processo, o dono da Casa responde: ¨Vou resolver; fique tranquilo¨. O problema é: quando? Por que os deputados da ALE cometem tantos desmandos? Respondo eu: porque não são punidos, não devolvem o dinheiro público gasto indevidamente. Logo, para eles tudo é permitido. Continuarei na minha luta por dias melhores. Em algum dia de verão (ele começou nesta semana), alguém terá pena de nós, ativos e inativos do Legislativo alagoano e tomará as medidas que os casos requerem. Deus existe. Não duvidem!

Os desmandos do Legislativo ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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enho denunciando insistentemente os absurdos praticados pelos dirigentes da Assembleia Legislativa de Alagoas. Amigos me encontram e me pedem para deixar de falar em tais crimes. Quando penso em parar, surge um novo escândalo. Esta semana volta a ALE/AL às manchetes dos jornais: O Ministério Público denuncia à Justiça um fato grave. As Mesas Diretoras descontaram dos servidores o imposto de renda e não repassaram à Secretaria da Fazenda os respectivos valores. Pior ainda: ninguém sabe para onde vai esse dinheiro, gasto aleatoriamente. Isso venho repetindo há vários anos e não se encontra solução para o caso. Se o servidor não reclamar, nada acontece. Se reclamar, a Mesa Diretora corrige, mas não devolve a quantia descontada indevidamente. Outro crime praticado refere-se ao que

pagamos à Previdência. Há meandros na lei que alteram o percentual a ser pago. Mas, a Mesa, através do Departamento de Pessoal, desconta como quer. Mais uma vez, o erro só é corrigido se o servidor reclamar, entretanto o que saiu do salário dele durante anos, não volta. E ninguém sabe para onde vai tanta grana. Isto é grave! E por falar em grave, tenho outra estorinha para contar: o processo de isenção do imposto de renda é administrativo. Quando o servidor se vê livre do desconto, a ALE passa dois, três meses ignorando o resultado final do processo. É preciso comunicar o fato à Receita. Isso aconteceu comigo. Falando em crime: todos conhecemos a lei referente ao pagamento de um terço do salário por ocasião das férias. Pois, no Legislativo alagoano passamos dezoito anos sem ter o direito respeitado. A Mesa anterior, com muita dificuldade, pagou três períodos. A atual entrou em janeiro e até hoje nada pagou. Eu me aposentei em 2003 e deixei dentro cinco períodos de férias, que nunca foram pagos. Não pensem que estou brincando ou contando um filme de ficção; é a pura ver-


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DIREITO DE RESPOSTA

Entrevistada se retrata de acusação contra ex-prefeito de Tanque d’Arca Em data de 28/03/2014, na sua edição n. 764, p. 13, o jornal EXTRA publicou reportagem intitulada “Acusados de assassinar vereador de Tanque d’Arca vão a júri dia 3”, produzida pelo repórter Carlos Victor Costa, na qual foi realizada entrevista com a Sra. Inez Morais Lima. A matéria dizia respei-

to ao assassinato do filho da entrevistada, o Sr. Renato Lima, que foi assassinado na cidade de Tanque d’Arca em 11/06/2003. Ocorre que na entrevista veiculada por este jornal, a Sra. Inez transmitiu declarações equivocadas, incompatíveis com a realidade do caso, à medida que afirmou que o

senhor José Rubem Fonseca de Lima era “o homem forte” por trás do assassinato de seu filho e que o mesmo impunha medo para que as pessoas não testemunhassem o seu envolvimento com o crime. Ademais, as afirmações publicadas na reportagem revelam-se inteiramente falsas, à medida que o processo cri-

minal que apurou o ocorrido encontra-se julgado, havendo a condenação dos responsáveis pelo delito, devendo-se expor que o Sr. José Rubem sequer figurou como acusado ou parte no referido caso. Logo, não havendo qualquer associação entre o citado senhor e o crime em comento. Por tais razões, constata-

se que as informações veiculadas na reportagem publicada em 28/03/2014 são fruto de grave engano, de modo que busca a presente publicação expor a impropriedade das imputações falsamente feitas ao Sr. José Rubem Fonseca de Lima, em forma de retratação por parte da senhora Inez Morais.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Zé Carlos faz falta

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o CRB a torcida sentiu falta de Zé Carlos no jogo anterior e o Galo, agora em 13º e 34 pontos, não tem só ele no departamento médico; a lista ainda é extensa. O time pega Mogi Mirim no sábado à tarde e jogo no Trapichão. É adversário na linha do rebaixamento mas merece respeito.

Acidente “O carro mostrou que é seguro na rigidez do cockpit e nas extremidades, que absorveram bem as força da pancada. O resgate médico também impecável e as condições de segurança do autódromo muito boa: a área de escape é ampla, e o carro sequer chegou perto do muro”. Comentário foi de um dos técnicos da equipe de Nelson Piquet, acidentado recentemente.

Mesmas pretensões Contra o Macaé, sábado passado, o Galo não somou os três pontos que a torcida queria, mas o empate foi bem recebido por torcedores. É do futebol, tanto quanto torcedores enxergando deficiência do ataque com a saída de Zé Carlos e o gol ter sido de zagueiro (Audálio).

De site carioca “O princípio da proposta dos clubes no campeonato, seja que série for, é de avançar na tabela e jogos não serem fáceis para ninguém. São, da mesma forma, clássicos que espelham esta realidade. Mas as surpresas no placar não são o que motivam o futebol “alegria do povo?”

Manteve o jejum

Lembrança merecida

Os poucos torcedores do Macaé reclamaram e foi comentado pela mídia carioca pós o jogo com o CRB, quarta-feira, teve a ver com o time da casa não vir conseguido vencer no Rio. O jejum divulgado vem desde o dia 10 de julho, daí a frustração no 0x0 com o CRB.

O Centro Sportivo Alagoano (CSA), fundado em 1928, aniversariou dia 7 último. É o clube de maior torcida no Estado e história no futebol que envaidece Alagoas: ganhou 37 campeonatos alagoanos, foi tricampeão da Taça de Prata (1980, 1982, 1983) e se reestrutura para uma volta por cima em 2016.

Na área de risco

Futebol de salão

Série B afunila nas rodadas, mas até pós a rodada da quarta-feira e na zona do rebaixamento estavam o Mogi Mirim (94.6%); ABC (94,3%); Boa Esporte( 92%; Ceará (93,5%); e empatados o Macaé e Goianense (31 pontos). Mas tem muita bola prá rolar e futebol é caixa de surpresas

A Copa Alagoas de Futebol de Salão 2015, organizada pela Federação Alagoana de Futsal com apoio da Secretaria Municipal de Esportes, foi realizada com 11 equipes e uma do interior. Os jogos aconteceram no Ginásio Arivaldo Maia (Jacintinho) e público, como sempre, muito bom.

Sete de Setembro Nunca é tarde para lembrar bons momentos e a frase teve a ver o septuagésimo aniversário do Sete de Setembro, data coincidindo com a da Independência do Brasil. O clube tem sede no Tabuleiro do Martins, registro na Federação Alagoana de Futebol e joga na Segunda Divisão.

Brasil no pódio Em Sydney, na Copa do Mundo de tiro esportivo paraolímpico, deu Brasil no pódio e a segunda vaga nas Paraolimpíadas Rio 2016. Classificação foi alcançada na prova P4 (Pistola Livre, 50m) SH1 misto por equipes. Na prova individual, Geraldo Rosenthal se classificou em quinto.

Eliminatórias Falcão, apesar de veterano no futebol de salão, ainda é titular absoluto da seleção brasileira que se prepara para o mundial de 2016 e, em entrevista recente, pregou a profissionalização. E sobre a seleção, o técnico Sérgio Schiochet confia na equipe e melhora o esquema tático. Lastima somente o que considera “tempo curto para treinos”.

Clássico difícil Ainda do alvinegro arapiraquense. Neste domingo, na abertura da série de matas-mata para a fase seguinte, pega o Novo Horizonte. É jogo de volta; no primeiro foi derrotado (3x0). Difícil de ser revertido, mas torcedores chamam “prova de fogo”.

Outra pedreira Coruripe é outro alagoano que vai bem, mas na Série D, e pega em casa, neste fim de semana, o São Caetano. É outro clássico sem favorito, mas o técnico Evandro Guimarães acha, e tem razão, que as dificuldades são dos dois lados e promete: “Os jogadores vão se dar no campo muito mais do que vêm dando”.

Esporte como pauta Fórum Nacional de Secretários e Gestores Estaduais de Esporte, em Brasília, priorizou nas decisões a construção do Sistema Nacional do Esporte. De Cássia Damiani, presidenta do Grupo de Trabalho do Sistema do Esporte (GTSNE): “ O SNE será a consolidação de um trabalho que visa colocar o esporte como uma área relevante e estratégica para o país”.

Na linha de frente É natural o otimismo do técnico Vica e sobra razão ante o bom momento do ASA nesta Série C. A proposta dele para os jogadores é de marcharem juntos com convicção no “querer é poder”. E dá mostra com o time na linha de frente da sua chave no Brasileiro e a torcida chegando junto.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

ICMS: reajuste

Apicultura

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O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, Álvaro Vasconcelos, tem em mãos um documento entregue por entidades representativas do setor da apicultura e da melipolinicultura em Alagoas. São propostas em defesa da criação da Câmara Setorial do Mel e Derivados.

governador Renan Filho (PMDB) coloca na contagem regressiva, para anúncio, percentuais de reajustes na tributação do ICMS, ITBI e do FECOP para validarem no exercício de 2016. Os valores a serem definidos estão sob análise do secretário George Santoro, da Fazenda.

Melhor explorado De Diego dos Anjos, presidente da Federação Alagoana dos Apicultores e Melipolinicultores: “Alagoas tem grande potencial nessa área que precisa ser melhor explorada. Precisamos tomar diversas providências e a Câmara Setorial seria o fórum ideal para buscar o desenvolvimento do segmento em todos os elos da cadeia.“

Algo a ver Mais da área financeira do Estado e preocupação vem do governo federal e a ver conversas situando a possibilidade de no próximo ano ocorrerem cortes da União. Principalmente repasse de recursos para os Estados. E lembrando: na administração pública onde há fumaça tem fogo.

Debate na Câmara

Extrapola limites

Voz isolada

A insegurança urbana é crescente e também menores compondo gangues, portado armas de fogo e exibindo disposição para matar. Mas desde quando vigora o Código Penal no País? Essa é uma pergunta de quem já foi assaltado com arma apontada na cabeça. Um quadro que vira rotina também no Estado.

Célia Rocha, prefeita de Arapiraca, foi exceção na greve recente dos prefeitos. Esclareceu: “Sou a favor da mobilização, mas contra a paralisação porque vamos punir também quem não tem poder de resolver o problema”. Sugeriu como melhor atitude um ato público em Brasília.

Saída do imobilismo

Hora do rush eleitoral?

O senador Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado, analisou recentemente o momento de Dilma Rousseff no Planalto como difícil. Pregou, inclusive, a necessidade de haver por parte dela mais esforço para sair do imobilismo. Sugeriu cortes de ministérios e cargos de confiança.

Outubro, prestes a chegar, é inicio da contagem regressiva do último trimestre e do novo ano, de eleições municipais, de aumento do movimento nos cartórios eleitorais. Lembrança é de pré-candidatos nas eleições municipais em 2016 e da expectativa o eleitorado apto a votar. Na última eleição o eleitorado foi superior a 2 milhões.

Fim de linha

Dia difícil

Polícia Federal desbaratou na Operação Fim de Linha uma gangue que falsificava documentos públicos usados em pedidos de benefícios de amparo social para idosos e pensão por mortes. QG dos bandidos era no Maranhão. Mas tem suspeita de haver se estendido a outros Estados.

A Câmara Municipal de Maceió não deu quórum, sexta-feira passada, para que fosse aberto o plenário, apesar da importância de uma proposta a ser analisada na sessão. Pauta tinha a ver com prestação do serviço público na cidade. Foi proposta do vereador Kelman Oliveira (PMDB).

Brasil em terceiro

Excelente show

Estatística mundial coloca o Brasil como o terceiro maior país do mundo em concentração carcerária. Chamou atenção, ainda, o número de adolescentes presos, mas sem citar os estados. Em Alagoas é comum também o registro de menores frequentando delegacias.

Chico César, cantor e compositor, lançou no domingo, 20, o seu oitavo disco (Nordestinidade) com show na Praça Multieventos, orla da Pajuçara e encerrando o Festival do Teatro Brasileiro. Público. Foi bom e análise é que o CD “une riqueza do ritmo brasileiro à sonoridade universal”.

Quem aqui faz...

Motociclista ou...

Só faltava essa: prefeitos decretando greve em assembleia na Associação dos Municípios de Alagoas (AMA). Mas é proposta que chega em um bom momento como lição sentida na pele e a ver alheamento deles com os servidores públicos municipais na hora de repor salários.

Motociclista em Maceió é habitual ser confundido com motoqueiro. Mas a diferença aparece na forma como agem nas ruas. Motociclista é responsável no tráfego. Já motoqueiro é o que ignora semáforo, afronta pedestre, estaciona na calçada e é multado pela SMTT. Análise foi de Juvenal Albuquerque, motocicleta antigo e habituado a viajar Brasil afora.

Vereadores debateram na Câmara Municipal de Maceió, em audiência pública, acessibilidade para pessoas com deficiência física na cidade. Presentes representantes do Procon, Secretaria da Mulher, Direitos Humanos e entidades representativas. Foi proposta por Heloísa Helena.

Ônibus, um problema Na audiência pública proposta por Heloísa Helena na Câmara, um dos temas que chamaram atenção teve a ver com o desrespeito às vagas nos ônibus para deficientes físicos, falta de rampa nas escolas e as irregularidades nas calçadas, fruto da inoperância da fiscalização municipal.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Seca histórica no RN

Derretimento das geleiras

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Nas últimas décadas, as geleiras estão retrocedendo muito mais rápido. Até o gelo que ficou intacto por milhares de anos começou a derreter, trazendo à tona a arqueologia de geleiras. Na parte de cima, cai neve. Abaixo, o gelo derrete. As geleiras deslizam naturalmente para baixo, o que significa que tudo mais tarde aparece na parte mais baixa da geleira. Em média, passam-se de 20 a 50 anos até que algo preso à geleira seja expulso. Três corpos de mortos em acidentes que ocorreram na década de 70 já foram encontrados. Em 2014, foram recuperados restos de um avião americano da 2ª Guerra Mundial e uma pilhagem de esmeraldas, rubis e safiras de um voo da Air India que bateu no Mont Blanc em 1966.

o Rio Grande do Norte, 153 dos 167 municípios do estado estão em estado de emergência pela falta de chuvas. Um reservatório com obras atrasadas e a transposição do Rio São Francisco são as soluções apontadas pelos governantes. O reservatório, que está sendo construído na cidade de Jucurutu, na região Seridó, será responsável pelo abastecimento de pelo menos 17 cidades. A obra foi iniciada em 2013 e deveria ter sido entregue em junho deste ano. Já a tão aguardada transposição do Rio São Francisco sequer tem data para chegar ao estado. Com essas previsões, o processo migratório dos moradores do interior para a capital, em busca de água, já está acontecendo.

Frear aquecimento é possível

Incêndio nas florestas

A ONU e um centro de pesquisa francês concluíram, através de um estudo, que ainda há tempo para fazer os cortes de emissões de gases-estufa necessários para impedir que o planeta passe dos 2º C de aquecimento limite. O trabalho, batizado de DDPP (Projeto para Trajetórias de Descarbonização Profunda, na sigla em inglês), concluiu que os três principais pilares dos cortes de emissão são melhorar a eficiência no uso da energia, eliminar o carvão e o petróleo da geração de eletricidade e substituir combustíveis fósseis por alternativas como eletricidade ou biocombustíveis. Com isto, as emissões globais, que eram de 23 bilhões de toneladas em 2010, iniciariam uma queda constante até 10 bilhões em 2050.

Poluição em São Paulo

Calor recorde no Rio Segundo o Alerta Rio, a máxima chegou a 39°C nesta semana e bateu os 38,4°C da semana passada. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o intenso calor é causado por uma massa de ar quente e seca que está sobre parte da Região Sudeste e impede o avanço de frente fria. A previsão é de que o calor e o sol continuem durante o fim de semana do Rock in Rio, que acontece na Zona Oeste, região da cidade que lidera os índices de temperatura máxima.

As unidades de conservação ambiental enfrentam milhares de focos de queimadas anualmente, cujo enfrentamento é dificultado devido à falta de funcionários para combate, dificuldade de acesso aos locais afetados e o clima seco que ajuda a alastrar as chamas. Somente na segunda-feira, 21, um monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrava que quase um terço das Unidades de Conservação federais tinham focos de incêndio: 105 de um total de 338 áreas protegidas.

Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostra que 63% da poluição da capital paulista vem dos escapamentos de carros, caminhões e ônibus. Os pesquisadores ainda querem descobrir quem polui mais o ar da cidade: veículos movidos a diesel, a gasolina ou a etanol. Na Avenida dos Bandeirantes, perto do Aeroporto de Congonhas, a poluição ficou cerca de 30% maior. O estudo mostrou que a concentração dos poluentes pode ser até quatro vezes maior das 8h às 9h e das 17h às 20h, os horários de pico.

Carro com painéis solares Pensando na dificuldade em recarregar um veículo elétrico, a companhia australiana EVX Ventures desenvolveu um carro elétrico alimentado por painéis solares, capazes de recarregar as baterias enquanto o condutor dirige. Batizado de “The Immortus”, o veículo permite dirigir por um dia inteiro sem a necessidade de parar para recarregar, mas os motoristas precisam manter uma velocidade média de 60 Km/h. Para dias sem sol ou direção noturna, estima-se que a distância máxima percorrida seja de 400 Km. A estimativa é de que serão oferecidas apenas 100 unidades, com um preço médio de U$ 370 mil (cerca de R$ 1,3 milhão).

Animais marinhos As populações de animais marinhos (mamíferos, pássaros, répteis e peixes) caíram pela metade desde os anos 1970 em função da pesca predatória, da poluição e do aquecimento global. Na escala mundial, o consumo médio de peixes por habitante passou de 9,9 kg nos anos 1960 para 19,2 kg em 2012. Num relatório, a WWF explica que as populações marinhas regrediram 49% durante este período.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Para todos os gostos

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alão do Automóvel de Frankfurt, o maior do mundo, vai até domingo, dia 27, e muito além de dezenas de modelos inteiramente novos, repaginados, com nova mecânica, tração elétrica ou híbrida. A começar pelo tema deste ano: Mobilility Connects (Mobilidade Conecta, em tradução livre). Modo inteligente de dizer que não há mais como separar as duas coisas. Há quem goste e outros torçam o nariz, mas o avanço dos SUVs continua e ainda com mais força. Se não, como explicar uma marca premium, como a Bentley, lançar o Bentayga? Motor W12, inacreditáveis 92 kgfm de torque, mais de 2,4 toneladas de peso e pela primeira vez, num modelo desse tipo, velocidade máxima de 301 km/h! Jaguar também aposta nesse veio de ouro: F-Pace para brigar com Porsche Macan, BMW X3/X4, Mercedes-Benz GLC,

pitstop

Audi Q5 e o que mais vier pela frente. Maserati, Lamborghini e Alfa Romeo já anunciaram que entrarão no carrossel em posições diferentes. No segmento logo abaixo de SUVs e crossovers, a VW reformulou o Tiguan (há oito anos sem mudanças de porte) e partiu para uma carroceria mais baixa, larga e longa para levar até sete passageiros. Até a nova marca da PSA Peugeot Citroën tinha o DS 4 Crossback, que chamou de modeloconceito, porém pronto para o mercado. A Toyota tem o C-HR, de linhas arrojadas (ainda conceitual) para desafiar a arquirrival Honda e seu HR-V. BMW reformulou o X1, agora com tração dianteira, a ser produzido em Santa Catarina em 2016. Conversíveis representam o nicho do nicho de qualquer fabricante. Nada impede que Rolls-Royce Dawn e Mercedes

RODA VIVA -Benz Classe S apostem que endinheirados pelo mundo vão suspirar por eles. Ford optou por embutir o estepe do EcoSport, como preferem os europeus. Renault tem agora um sedã de topo, Talisman, muito mais elegante que o Laguna e o Latitude, mas bater de frente com o novo Audi A4, 120 kg mais leve e tecnologias de ponta, é missão ingrata. Grupo FCA aposta nos extremos. Fiat deu os primeiros retoques, por fora e por dentro, no bem sucedido subcompacto 500. E, na outra ponta, Alfa Romeo ressurge das cinzas: Giulia Quadrifoglio, 510 cv, e botão de partida no aro do volante (como no Ferrari 488 Spider, estreante em Frankfurt). Faltou ver o modelo na versão “civil” e sua faixa de preço. Peugeot demonstrou sua ousadia com o roadster-conceito elétrico Fractal. Só não roubou a cena porque o carro con-

ceito híbrido Mercedes-Benz IAA, pode mudar aerodinamicamente, variando largura e comprimento da carroceria, à medida que a velocidade aumenta. Porsche aproveitou a mostra no seu quintal para retocar o 911 Carrera e seguir dois passos previsíveis e importantes: agora só motores turbo (3 L/370 e 420 cv) e caixa automatizada de duas embreagens (fim do câmbio manual). Instigante, porém, foi o Mission E Concept. Sedã-cupê de quatro portas, as de trás de abertura reversa, linhas finais ainda por evoluir. Futuro primeiro Porsche totalmente elétrico, 600 cv, 500 km de autonomia e de 0 a 200 km/h em menos de 12 s. Duas notícias, ainda do salão: BMW e Toyota podem aprofundar sua aliança estratégica e oito fabricantes se comprometeram a incluir sistemas antiatropelamento de série.

Queda de vendas parece não ter fim

No pior desempenho desde a crise de 2008, vendas despencam para 8,9 mil carros/dia na quinzena

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esde o auge da crise de 2008 que as vendas de carros novos não estavam tão baixas. O resultado da primeira quinzena de setembro, com apenas 89.751 unidades comercializadas, é portanto o pior dos últimos sete anos, com uma média diária de apenas 8.972 carros e comerciais leves. Nos últimos três meses – junho (9.741), julho (9.539) e agosto (9.524) – as vendas diárias já não conseguiam atingir o patamar de dez mil unidades, mas é a primeira vez numa quinzena que ficam na casa dos oito mil.

Como a segunda quinzena é tradicionalmente melhor que a primeira e, neste mês tem um a dia a mais (onze), é possível que haja uma ligeira recuperação no fechamento de setembro, quando os números totais deverão ficar próximos dos registrados no mês anterior. O ranking por marca permanece inalterado, com liderança da Fiat, embora com certa retração nas vendas em relação a agosto (16,6%). A Jeep, que no mês anterior entrou na lista das dez mais vendidas, subiu mais uma posição na quinzena, passando a Nissan. RANKING POR MARCA

Primeira quinzena de setembro CLASS

MARCA

UNIDADES

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Fiat Volkswagen GM Ford Hyundai Toyota Honda Renault Jeep Nissan

14.930 13.461 12.914 9.460 7.271 7.195 6.163 5.855 2.554 2.135

% 16,6 15 14,4 10,5 8,1 8 6,9 6,5 2,8 2,4

CONGRESSO da Fenabrave na semana passada em São Paulo, no ano em que a entidade das concessionárias completa meio século, teve o lema Inove para Vencer. Procurou injeção de ânimo em setor fortemente afetado pela fraca economia do País e a crise de confiança (a pior). Ordem é investir em qualidade percebida, rapidez no atendimento e fazer certo já na primeira vez. NOVO Audi A4 recebeu mudanças sutis de estilo, mas evoluiu bastante em eletrônica de bordo, mecânica e interior. É recordista em aerodinâmica (Cx 0,23). Há três motores turbo a gasolina, quatro cilindros (150 a 272 cv). Curiosamente, único V-6 é diesel. Consumo de combustível caiu até 21% e potência subiu até 25%. Caixa automatizada (duas embreagens) substituiu CVT. LANÇADO em Veneza e por ruas e estradas das redondezas, A4 ganhou em dirigibilidade: suspensões de cinco braços e ajustáveis em altura (2,3 cm) opcional. Sistema de assistência em tráfego permite guiar sem mãos no volante, por 10 segundos, até 50 km/h. No Brasil, no segundo trimestre de 2016, inclusive 1,4 L/150 cv turboflex (motor nacional). HYUNDAI HB 20 reestilizado chega em 10 de outubro próximo, inicialmente na versão hatch. Estilo mais elegante, nova central multimídia (espelha telefones Android e Apple), airbags laterais, ar-condicionado digital e opção de bancos de couro marrom destacam-se. Câmbios manual ou automático, seis marchas, mudaram a dinâmica do carro. Preços: R$ 38.995 a R$ 63.535. FINALMENTE, extintor de incêndio passou a ser facultativo. Princípios de incêndio, para os quais se fabricam extintores, são bem raros em carros modernos. Entre veículos leves com seguro representam apenas 0,04% das ocorrências relatadas. Além disso, as pessoas não sabem usar e em acidentes graves há casos de ferimentos causados por eles.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE

ARTIGO

Os imorais extintores foram extintos!!!! JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

jalm22@ig.com.br

Repeteco – Peço desculpas aos meus leitores, por estar repetindo um artigo que escrevi no Extra sobre os imorais extintores de incêndio. Eu não mudei, sequer, uma vírgula. Será que estão criando vergonha? De carro, eu, a esposa e um dos filhos, já fomos duas vezes ao “circuito das águas” e ao “circuito histórico”, em Minas Gerais. Uma vez, fomos com o colega engenheiro José Luzo, esposa e filho e, em outra vez com o empresário Lizardo Jardim, esposa e filhas. Passamos em São Lourenço, Caxambu, Três Corações, Congonhas do Campo, Sabará, Ouro Preto, Tiradentes, Poços de Caldas e outras cidades. Fomos até

o Rio de Janeiro e conhecemos Campos do Jordão. Poucos anos depois, também de carro, fomos até Fortaleza e conhecemos Juazeiro do Norte. Depois, fui duas vezes a Salvador e umas 10 vezes ao Recife. Para Paulo Afonso já viajei umas cinco vezes e para minha terra, Mata Grande, já viajei umas 30 vezes. Durante 18 anos, a serviço da minha microempresa, já viajei para centenas de municípios, tanto de Alagoas como de Pernambuco e Sergipe. Até aqui, eu já “andei”, de carro, uns 56.000 quilômetros, para os locais já citados acima. Para os deslocamentos entre a minha casa, para o trabalho, para o lazer e para outras atividades, poderíamos somar uns 600.000 quilômetros, portanto, para serem somados aos 56.000 quilômetros já computados acima, num total de 656.000 quilômetros, percorridos de carro. Através desses milhares de quilômetros, eu nunca vi um só carro que

tenha sofrido incêndio nas estradas. Também nunca soube através de parentes ou amigos que seus carros tenham sofrido incêndios. O que tenho visto são incêndios de ônibus provocados por assaltantes ou por uma população revoltada com as autoridades e governantes inoperantes. Claro que, na minha vida, eu já soube de alguns poucos carros que sofreram incêndios, porém, nunca soube ou ouvi falar que um simples extintor de incêndio tenha servido para debelar as chamas. Muita gente não sabe nem onde ficam os extintores nos carros, mas, se souberem onde eles ficam, não sabem como manejá-los, pois não são do Corpo de Bombeiros. Quando eu fui presidente do Conselho Estadual de Trânsito de Alagoas- CETRAN-AL, várias vezes eu fiz palestras em Lions, Rotary e escolas e perguntava se alguém já ouviu falar ou já viu alguém apagar um incêndio num carro. As respostas sempre foram

de que nunca ouviram falar ou nunca souberam. Agora, o CONTRAN resolveu exigir que todos os automóveis, ônibus, caminhões e carretas conduzam extintores de incêndio, tipo A, B e C, dependendo dos seus pesos. Isso é uma falta de vergonha das autoridades brasileiras, para, enchendo os bolsos dos fabricantes, distribuírem propinas, como aconteceu na Petrobras. Só alguns poucos países exigem os tais extintores. A Inglaterra, a Alemanha, a França e a Espanha não exigem e, coincidência, só são exigidos pelos países mais corruptos. Estamos diante de mais um grande escândalo neste Brasil e, ninguém grita. Para que servem os senadores e deputados? Em tempo – Todos os meus leitores e leitoras são importantes, ma, eu destaco a Sra. Maria Eunice Quintela de Souza como uma das senhoras mais simpáticas.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE 2015 -

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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Dívida milionária

A

Câmara de Vereadores de Arapiraca, que é presidida pelo vereador Márcio Marques, aprovou os projetos relativos ao pacote fiscal encaminhado pela prefeitura. Entre os projetos de lei aprovados, estão o que garantem os benefícios fiscais para os contribuintes que quitarem suas dívidas com o município e o que garante ao ASA a remissão, anistia ou redução nas alíquotas relativas ao INSS do clube. Em coletiva, a prefeita Célia Rocha falou sobre a situação econômica e fiscal do município, que sofre com uma dívida ativa de 54 milhões de reais.

Pão de açúcar A Prefeitura de Pão de Açúcar, através da SEVOSP, continua trabalhando para deixar o Povoado Meirus pronto para a tradicional Festa da Padroeira Nossa Senhora da Luz, que começou dia 23 e vai até dia 27. Diversas ações continuam sendo realizadas pelos trabalhadores da SEVOSP com a participação dos membros da Associação Comunitária de Meirus, que estão buscando fazer o melhor e, assim, manter a comunidade limpa e organizada.

Serviços Limpeza de praças e meios-fios e serviço de pintura são alguns dos diversos serviços que estão sendo realizados na referida localidade. Meirus é um dos mais tradicionais povoados de Pão de Açúcar, e é uma terra de talentosos artistas, com destaque para “Paulo da Rua”, Mestra Dadá e “Beto de Meirus”.

Planejamento Ainda em Pão de Açucar, acontece o Planejamento de Família Brasileira Fortalecida. Evento está sendo promovido pela Secretaria Municipal de Saúde.

Evento Teve início, na quarta-feira (23), às 9 horas da manhã, no auditório da Unidade Mista Dr. Djalma Gonçalves dos Anjos, o Planejamento de Família Brasileira Fortalecida, para a Estratégia Saúde da Família II, III e VII, com a participação de médicas, enfermeiras, técnicas de enfermagem, dentistas, auxiliares de consultório dentista (ACD) e agentes comunitários de saúde (ACS).

Mortalidade infantil “Mortalidade Infantil no Município” é o tema abordado para o Plano de Ação. O planejamento que começou na quarta (ESF II, III e VII) terá sequência nos dias 29 (ESF I, VIII e IX) e 6/10 (ESF IV, V e VI). A ação conta com o apoio do NASF e da Vigilância Epidemiológica.

Festaço no Garden Shopping Para embalar o calor que predomina em Arapiraca, uma grande festa é aguardada por fãs de diferentes cidades nesta sexta-feira, dia 25 de setembro às 22h na cidade. Tudo isso porque o ‘novo rei do forró’, Wesley Safadão, promete uma noite bem agitada ao som de sucessos como ‘Camarote’, ‘Aquele 1%’, ‘Vou pagar pra ver’ entre outras que marcaram a sua carreira. O evento é para comemorar o aniversário do Arapiraca Garden Shopping que completa dois anos de existência no coração de Alagoas.

Música ao vivo O cantor cearense prepara um repertório especial para a apresentação, selecionado pelo próprio artista segundo informações cedidas pela sua assessoria de imprensa. De acordo com a organização, além de Safadão, os artistas Márcia Fellipe da banda Forró da Curtição e o grupo Chicabana subirão ao palco que será montado no estacionamento do shopping. “Serão mais de 6 horas de música ao vivo”, destaca Diogo Balla, empresário.

Trajetória de sucesso “O Arapiraca Garden Shopping possui uma trajetória de sucessos e cada detalhe é pensado e executado com muito empenho por nossos colaboradores. Afinal, muitos dos moradores desta cidade e da região encontraram aqui a oportunidade de um primeiro emprego e fonte de renda. É momento de celebrar”, ressalta o superintendente do complexo Leandro Lourenço.

Aniversário Relembrando estes dois anos de história, a gerente de marketing do centro de compras e lazer, Vanessa Souto ressalta: “Somos muito felizes por cada pessoa que visita o Arapiraca Garden Shopping e, nestes dois anos do nosso Garden, tivemos a oportunidade de ver histórias emocionantes, reencontros, desafios e sonhos sendo conquistados. E para tanta alegria queremos festejar nesta sexta-feira com a participação de toda a família alagoana”.

Como participar As vendas para a festa já estão a todo o vapor em diferentes pontos da cidade, como também online pelo site www.acessovipmaceio. com.br ou diretamente na loja Colcci, localizada no piso L1 do shopping. Os valores variam de R$ 20 a R$ 100. Informações: (82) 3482-0500.

Festividades O colunista e promoter Aroldo Marques está organizando as festividades em comemoração aos dois anos da loja Tendências, que serão festejados nesta sexta-feira, 25, no Arapiraca Garden Shopping.

PELO INTERIOR ... A Câmara Municipal de Maceió aprovou, na tarde de terça-feira (22), por unanimidade, a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) com foco nos serviços prestados pela Eletrobras Distribuição Alagoas. O requerimento de autoria da vereadora Silvania Barbosa (PPS) foi subscrito por 7 outros parlamentares. ... De acordo com os parlamentares, o objetivo é investigar a qualidade dos serviços prestados aos consumidores pela empresa. “São várias as queixas e reclamações que nos chegam. Pagamos uma tarifa cara mensalmente pela energia elétrica e o retorno, através dos serviços, não tem sido satisfatório. Por isso, é preciso saber o que há de errado nessa relação”, esclareceu Silvania Barbosa. ... Mais direitos, participação e poder para as mulheres. É com esta temática que Arapiraca realizou nesta quinta-feira (24) sua 3ª Conferência Municipal da Mulher. ... O evento aconteceu no Levino’s Hall, bairro Novo Horinzonte, a partir das 8h, com credenciamento. A entrada foi franca. ... Os eixos temáticos abordados foram: “Contribuição dos conselhos dos direitos da mulher e dos movimentos feministas e de mulheres para a efetivação da igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres em sua diversidade e especificidades: avanços e desafios”; “Estruturas institucionais e políticas públicas desenvolvidas para as mulheres no âmbito municipal, estadual e federal: avanços e desafios”; III - “Sistema político com participação das mulheres e igualdade: recomendações”; “Sistema Nacional de Políticas para as Mulheres: subsídios e recomendações”; e “Estratégias de Enfrentamento a Violência em suas múltiplas faces”. ... Um final de semana cheio de paz e saúde para os nossos leitores. Até a próxima edição. Fui!!!! E volto.


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE AGOSTO A 04 DE SETEMBRO DE 2015

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

NO PAÍSdasALAGOAS TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual

“Cortando na carne” Enquanto o governo afirma que está fazendo a sua parte, cortando gastos, saiba que em sua casa também se deve reduzir o consumo em todos os ítens: energia, água, telefone, gás, alimentação e material de limpeza/higiene. Os efeitos dos cortes nas despesas do governo não vão refletir de imediato em sua mesa, pois os preços continuam subindo, devido a vários fatores, principalmente em se tratando de produtos importados. Faça a sua parte!

Dólar, o melhor investimento

E

a moeda norte-americana vem disparando e encostando nos R$ 4,00. Não existe investimento mais rentável que “a verdinha”, que nunca mudou de nome, e é referência no mundo inteiro, tanto para exportação como importação. Portanto, é excelente lucro para quem exporta, e péssimo negócio para quem importa. Mas é também excelente para a pessoa física, já que não paga impostos como os demais investimentos do mercado financeiro (menos a caderneta de poupança), tem liquidez imediata, pois pode ser trocada por real a qualquer dia, e fica guardada em casa. Por mais que o Banco Central interfira no mercado cambial, tentando não desvalorizar tanto a moeda local, o dólar sobe em função de vários problemas econômicos e políticos brasileiros, e o real vai perdendo espaço no mundo como “um bom negócio”. A crise mundial que vem sendo provocada pela queda na produção chinesa, também vem provocando essa subida. Melhor momento para quem tem dinheiro aplicado em fundos de renda fixa, poupança ou qualquer outro investimento: sacar e comprar dólar!

Mudando de hábitos Quem costumava sempre comprar produtos importados sabe muito bem que deve mudar de hábitos. Se o dólar sobe muito, desvalorizando o real, é óbvio que comprando vinho ou wiski europeu, vai gastar mais, exatamente porque o importador compra esses produtos em dólar. Mude para os similares nacionais, que fazem o mesmo efeito etílico.

Pesquisando Não é só agora, com o país em recessão, que se deve pesquisar preços, trocar de marcas, reduzir o consumo e procurar viver de acordo com o que ganha. Essa dica da coluna é antiga. Vem desde o fracasso dos planos econômicos de congelamento de preços e salários, pois a inflação sempre existiu. Continue pesquisando, só comprando o que for necessário para o seu dia a dia, seguindo à risca o seu orçamento.

Seu orçamento Já estamos nos aproximando do último trimestre do ano (outubro, novembro e dezembro). Vem mesmo seguindo seu orçamento doméstico iniciado em janeiro? Se positivo, você está de parabéns, pois vai fechar o balanço anual com superávit, ou seja, pagou em dia suas contas, economizou e ainda poupou, aumentando sua reserva financeira. Caso negativo, tente pagar as dívidas com o décimo terceiro salário.

O Tributador Outubro de 2000 - Jacuípe - Alagoas. O prefeito do município de Jacuípe, nosso aliado político, só participava de atos públicos após tomar alguns whisks. No último dia em que, segundo a lei eleitoral, ainda podia se fazer comício, Leocádio marcou o nosso. Naquela noite memorável, liberou toda a sua eloquência. Assim iniciou: - Quero tributar ao esforço do deputado Temóteo Correia algumas obras que estou realizando. - Quero tributar a este povo bom e honrado pelo suces-so da minha administração. Tributarei a nossa vitória, no próximo 1º de outubro, ao povo ordeiro da minha querida Jacuípe. - Não vou tributar aos meus adversários alguma falha na minha administração. Um popular que assistia ao comício bradou: - Por que tanto tributo, Leocádio? O prefeito sem detença, refutou: -Você está enganado, Leocádio é um dos prefeitos que menos cobra tributo. Não foi por acaso que a mim foi tributado o título de melhor prefeito que Jacuípe já teve. A plateia aplaudiu calorosamente: - Muito bem, Leocádio!


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE 2015 -

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CRÔNICA

Sobre flores e estrelas FERNANDO TENÓRIO* fernandoatn@hotmail.com

H

á quem nasça com um dom sublime: o de exalar seu perfume por onde passa, transformando e melhorando a vida de quem conhece . Um cheiro próprio que carrega em si amor, carinho e generosidade. Essas pessoas são como as flores que colorem e dão vida, presenteando com seu perfume e nada pedindo em troca. Há ainda quem nasça com um brilho próprio, capaz de alumiar a existência de quem se faz presente. Essas pessoas fazem de sua luz uma guia a quem se encontra em meio a situações nebulosas, temíveis e de escuridão, sendo verdadeiras estrelas. Foi assim que pensei em dona Stella, durante a insônia comum aos dias tristes. Como o próprio nome dizia, era como uma estrela para todos que a conheceram, sem perder a capacidade de ser também uma flor que suavizava a existência de quem a cercava. Há sete anos a conhecia. Tive a visão de uma mulher ativa e sagaz todo

o tempo. Tenho a imagem dela no sofá ou na sua cadeira lendo seu jornal ou vendo televisão, para depois dar sua interpretação e opinião nas conversas familiares. Gostava de sentir-se centro da família, ora como conselheira, ora como observadora, mas sempre sabendo dos sabores e dissabores da vida familiar. Nas festas, observava tudo e aproveitava, fazendo comentários nos dias seguintes. Falando em festas, lembro-me da preocupação quando dona Marlene saía, parecendo mãe de menina adolescente. Em relação às suas netas, tinha uma ligação afetiva sem tamanho, sentimento que era alimentado pelo orgulho das conquistas delas, que alardeava sem falsa modéstia. O amor que dona Stella nutria por suas filhas era imenso. Dona Marlene, tia Sayo, Manu e Maria eram suas eternas meninas. Ela não se dava por vencida, apesar das limitações que o corpo impunha. Tinha uma enorme vontade de viver e soube fazer da vontade a vida. No fim, quando já não podia fazer frente a essas limitações, foi forte para suportar as dores e os desígnios que a falta de saúde traz, aguentando as agruras e percorrendo um caminho que beirava o martírio. Inconscientemente, ela fez isso por amor. Um amor verdadeiro. Sa-

bia ela que uma saída de cena abrupta seria muito mais traumática para quem tanto amava. Então, deixou seu corpo padecer lentamente, caminho mais difícil, para que, principalmente suas netas, maturassem a ideia dela partir, entendendo melhor o fato. Tudo por amor. Tudo com o toque suave de uma flor e a luz de uma estrela. No olhar derradeiro, mostrou-se serena. Até nesse momento ela quis dar ares menos trágicos ao fim. Era uma forma de confortar a todos, sendo seu último ensinamento. A camisa do CRB e as rosas vermelhas acompanharam-na, como havia pedido. E quando as placas de concreto brancas davam como certa a separação, pelo menos neste plano, eis que uma rosa vermelha cai delicadamente, de forma descuidada e doce, sobre aquilo que a separava de todos. De canto de boca, não pude conter o sorriso, mesmo em um momento assim. Aquela que era chamada de flor por suas netas fez-se flor concretamente, bonita e vermelha. Porque estrela ela foi durante a vida inteira.

*Médico formado pela Ufal, é alagoano de Maribondo e tem 26 anos. Residente em Psiquiatria no Hospital Philippe Pinel, no Rio de Janeiro, é autor do livro A Responsabilidade dos Olhos, lançado pela Editora Viva em 2014.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 25 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO DE 2015


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