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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 841 - 02 A 08 DE OUTUBRO DE 2015

IMPÉRIO FALID0 BRIGA POR SUPERSALÁRIO PREJUDICA CREDORES DO GRUPO JOÃO LYRA

PRESSÃO PARA NOMEAR FILHO DE MINISTRO POR R$ 100 MIL MENSAIS LEVA JUIZ A DESTITUIR ADMINISTRADOR JUDICIAL; DESEMBARGADOR RESTITUI CARGO A SÍNDICO DEMITIDO P/12

STF ABSOLVE ARTHUR LIRA DA ACUSAÇÃO DE ESPANCAR EX-ESPOSA P/8

CRIME DO FRANCÊS

MP QUER DONA DE POUSADA E MAIS TRÊS NO BANCO DOS RÉUS P/9 a 11

Promotor pediu pronúncia de Janadaris Sfredo

CNJ RECEBE NOVAS DENÚNCIAS CONTRA PRESIDENTE DO TJ ALAGOAS

P/6 E 7


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE OUTUBRO DE 2015

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Escândalo

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disputa por supersalários pagos a gestores da massa falida do Grupo João Lyra já derrubou dois juízes e vários gestores judiciais. Agora até o ministro Humberto Martins, do STJ, entrou na briga para nomear seu filho como advogado do processo. A pressão atinge a cúpula do TJ e desgasta o juiz do caso, que foi submetido ao vexame de substituir o administrador judicial que não se sujeitou às ingerências do ministro. O CNJ precisa interceder nesse caso para garantir os direitos dos 10 mil trabalhadores demitidos e centenas de outros credores da massa falida.

Eu também quero...

1

- A Prefeitura de Rio Largo será uma das mais disputadas na eleição do próximo ano. Seus 70 mil eleitores terão a opção de votar em pelo menos oito candidatos a prefeito; quatro mulheres e quatro homens.

2

- O time é composto pelo deputado Marcelo Victor, o ex-deputado Gilberto Gonçalves, além de Marcos Vieira e Pedro Vitor. A bancada feminina é composta pelas ex-prefeitas Vânia Paiva e Dra. Elisa, além de Kátia Born e Dra. Fátima.

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- Os atuais prefeitos reclamam que os municípios estão quebrados e sem condições de pagar sequer a folha de pessoal. Imaginem se não estivem em crise.

Disputa em Marechal Além de Marcelo Victor – que disputará a Prefeitura de Rio Largo - Inácio Loiola é outro deputado que está arrumando as malas para desembarcar em Marechal Deodoro com a pretensão de comandar o município. Terá o apoio do prefeito Christiano Matheus e disputará a prefeitura com Júnior Dâmaso, pela oposição.

Outro político que pretende trocar o Legislativo pelo Executivo é o deputado federal Givaldo Carimbão. Após vários mandatos na Assembleia e Câmara Federal, Carimbão quer encerrar sua carreira política como prefeito de Delmiro Gouveia. O atual prefeito Lula Cabeleira já deu seu aval. Só falta combinar com os eleitores.

SMTT na contramão

A política em Palmeira dos Índios anda quente. Vários boatos foram ventilados na imprensa sobre um possível racha do PMDB local. O vereador Sérgio Passarinho (PMDB) resolveu logo explicar através do seu assessor de comunicação, Carlos Augusto Barros, que “o PMDB continua muito bem, obrigado. Os nossos debates internos não se constituem em segredos para a nossa sociedade, muito menos se baseiam em subterfúgios”.

Na quarta-feira, 30 de setembro, um acidente envolvendo um ônibus e um caminhão no cruzamento da Rua do Imperador com Barão de Atalaia chamou a atenção. A colisão aconteceu na madrugada e até às 10 horas o trânsito continuava lento. Sem contar que a SMTT deixou para desviar a rota no local do acidente. Neste dia, Maceió parou.

Sertão 2 PF na Assembleia Essa semana uma viatura da Polícia Federal foi flagrada no estacionamento da Assembleia Legislativa. Com a chegada da viatura a correria foi grande na Casa de Tavares Bastos. Nenhuma informação foi repassada de forma oficial sobre a presença dos federais no local.

Boa Nova Em Viçosa, o fato novo é o engajamento dos jovens no debate da política local. Denominado de Viçosa Livre, o movimento já conquistou boa parte dos estudantes e começa a preocupar velhas lideranças que nada têm a oferecer à cidade. Só maus exemplos na gestão da coisa pública.

Pão e água...

Delmiro Gouveia

Sertão

A crise é braba e atinge em cheio o Hospítal do Açúcar em Maceió, que há três meses não paga à equipe médica. Os servidores estão há dois meses sem receber e os fornecedores até já perderam a esperança.

Alagoas já respira o ano de 2016; as alianças e o xadrez político começam a se mexer. Com o jogo político, as fofocas e as informações plantadas são um prato cheio para os oportunistas de plantão.

Abandono 1 Moradores do povoado Vila São Francisco, em Paulo Jacinto, que foram atingidos pela enchente do Rio Paraíba em 2010 continuam à espera de moradia. A obra de construção de 50 casas está paralisada há quase dois meses e ninguém sabe explicar o por quê.

Abandono 2 Os moradores da Vila São Francisco também procuraram o MPF para denunciar que a prefeitura vai beneficiar famílias da zona urbana com as casas. Eles pedem que sejam contempladas as pessoas que residem na zona rural e que foram atingidas pela enchente do Paraíba.

Escolas investigadas O Ministério Público do Trabalho (MPT) foi provocado pelo Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro/ AL) para apurar a situação caótica de inúmeros estabelecimentos privados de ensino. Inicialmente, 50 escolas e faculdades serão “investigadas”. Já tem dono de colégio correndo contra o tempo para sanar as irregularidades. Será que vai dar tempo?

Outubro Rosa Neste sábado, no Maceió Shopping, aconrtece desfile com as mulheres da ONG Grupo de Mama Renascer. São mulheres mastectomizadas e que confeccionaram seus próprios sutiãs. O evento marca as atividades deste mês de outubro, tradicionalmente dedicado à prevenção do câncer de mama.

Uruba Cerimônia marcada para às 10h desta sexta-feira (2) vai marcar a reabertura da Usina Uruba, em Atalaia. Depois de quase três anos parada, ela foi arrendada à Cooperativa de Produtores Rurais do Vale de Satuba (Coopvale).

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

ARTE Fábio Alberto - 99351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7248 - 99982.0322

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE OUTUBRO DE 2015 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

A diferença está nos R$ 13 bilhões Brasília - Nos corredores do Supremo Tribunal Federal não se fala em outra coisa: o fatiamento do processo da Lava Jato tende a beneficiar os presos mais privilegiados. Entre eles, Marcelo Ode-brecht, o 9º homem mais rico do Brasil, com uma fortuna de 13,1 bilhões de reais, segundo a revista Forbes. No momento, ele ocupa uma cela do Complexo Médico-Penal do Paraná, localizado em Pinhais, município da região metropolitana de Curitiba. Mas seus dias de agonia estão para acabar depois que o STF decidiu descentralizar os processos concentrados nas mãos da equipe do juiz Sérgio Moro, uma decisão que está revoltando juízes federais e promotores do país. Ora, ora, só nós, pobres mortais, ainda acreditamos que Marcelo permanecerá atrás das grades por muito tempo. Ele deixou isso claro quando depôs na CPI da Lava Jato. Negou-se, por exemplo, a fazer delação premiada e ainda se permitiu usar gestos teatrais para mostrar quanto estava seguro sobre a sua provável liberdade. E a estratégia para tirá-lo da cadeia foi revelada pelo próprio Lula. Numa viagem a Buenos Aires, ele reclamou que um juiz americano, sozinho, impunha ao governo argentino decisões judiciais que obrigavam o governo a pagar dívidas de empresas nos Estados Unidos. Esta, na verdade, é a tese que os juristas, contratados a peso de ouro pelos empresários, defendem, e que o boquirroto do Lula deixou escapar: não pode ser apenas de um juiz a prerrogativa de manipular um processo dessa envergadura, entende agora o STF. Por trás de todo esse arcabouço jurídico que pretende esvaziar o trabalho da Lava a Jato e devolver os criminosos às suas casas, está o mais astucioso de todos os advogados brasileiros, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, ex-ministro de Defesa de Dilma. Depois da morte de Thomaz Bastos, o advogado que, em vida, defendeu todos os criminosos de colarinho branco, Jobim é hoje o mais próximo dos conselheiros do ex-presidente Lula.

Felicidade A decisão do STF de fatiar a responsabilidade pela investigação da Lava Jato fez a alegria dos advogados de defesa dos réus. A justificativa para tal iniciativa o STF tem na ponta da língua: a apuração dos crimes deve ser feita nos locais onde foram praticados. Ou seja: os inquéritos serão desmembrados para o Rio, São Paulo e Brasília onde estão as sedes das principais empresas envolvidas. E você, que conhece a Justiça brasileira, o que me diz disso? É claro que muitos desses processos vão adormecer nas empoeiradas prateleiras das instâncias desses estados, vulneráveis a pressões de hábeis advogados, de políticos e dos empresários endinheirados envolvidos.

Jogada Não resta dúvida que foi uma jogada de mestre, porque todos os corruptos envolvidos no maior escândalo da história do país serão beneficiados. Como eles não têm prerrogativas de foro privilegiados, como os políticos, estão a mercê da caneta do juiz Sérgio Moro, que vem agindo com competência na condenação dos integrantes da quadrilha que torraram a Petrobras e outras empresas símbolos do país.

Desqualificado Para trabalhar nessas funções nos Estados Unidos, recebendo em dólar, não precisa de qualificação profissional nem muito menos preparação acadêmica, pelo menos é o que se pressupõe dessas duas nomeações. Basta apenas ser amigo do ministro da Defesa, Jaques Wagner, que atropelou as recomendações do Exército que falava do despreparo do marido da ex-ministra. Pois é, não teve jeito. Da tinta da caneta dele saiu a excrecência dessas indicações.

Confronto As manhas A jogada genial dos juristas que conhecem as manhas do Supremo Tribunal Federal só foi concretizada porque dentro do STF já existia uma tendência de frear a equipe do juiz Sérgio Moro. Muitos dos ministros do tribunal, indicados por Lula e Dilma, estavam incomodados com as últimas notícias de que o ex-presidente iria parar na cadeia. Os recentes depoimentos dos delatores colocam Lula no centro da cena do crime. E a melhor saída para tirar o Lula do lamaçal é, na verdade, começar a soltar os empresários que podem comprometê-lo, como Marcelo Odebrecht para quem o ex-presidente prestou serviço, a peso de ouro, como lobista de luxo. Para aqueles que não têm a fortuna do Marcelo, resta apenas o consolo de receber um boião diferenciado na cadeia. Essa promessa, pelo menos, o PT jura que vai cumprir, viu Vaccari e Zé Dirceu.

As boquinhas No trimestre que se encerrou em julho, o IBGE estimou que já são cerca de 8,6 milhões os desocupados no país. A taxa de desemprego é histórica no mesmo período: 8,6%. Mas para a ex-ministra Ideli Salvatti e o seu marido, o tenente músico do Exército Jeferson da Silva Figueiredo, a crise no Brasil só enfrenta quem não tem padrinho. Eles vão faturar quase R$ 80 mil por mês em duas boquinhas que a Dilma arrumou para o casal nos Estados Unidos.

Pindaíba Enquanto os consulados e as embaixadas brasileiras vivem na pindaíba sem dinheiro para pagar sequer as despesas mínimas como aluguel e serviços domésticos que contratam, a Dilma autoriza Ideli a assumir o cargo de assessoria na Organização dos Estados Americanos (OEA) com um currículo tão mambembe quanto o do Tiririca. E indica também o maridão para um cargo na Subsecretaria de Serviços Administrativos e de Conferências na Junta Interamericana de Defesa, em Washington.

O Exército avisou a Wagner que nomeações desse tipo são submetidas a exames rigorosos. Passam por um processo de seleção onde vários fatores são analisados. Argumentou também que a Força não dispunha da vaga. Mas o ministro da Defesa não quis saber da ponderação dos militares e assinou a portaria avocando o parágrafo único do artigo 1º do Decreto 2.790 de 1998, que diz que “ao ministro do Estado Maior das Forças Armadas é delegada competência” para baixar atos relativos aos militares que servem naquele órgão (OEA) e que, nas Forças, a prerrogativa é dos comandantes”.

Mordomias O mal estar gerado pela decisão do ministro chegou até a Dilma que, mesmo assim, ratificou a decisão do seu ministro. Assim, o casal deixa o Brasil para viver confortavelmente em Washington fugindo da crise que se aproxima a passos largos e ameaça levar o país para o fundo do poço a julgar pelas últimas pesquisas do Ibope que dão a Dilma 70% de rejeição.

Escândalos Se fosse obedecido o critério de lisura e de boa conduta para esse cargo, Ideli Salvatti certamente seria reprovada. Nos últimos anos, ela esteve envolvida em pelo menos dois casos rumorosos. Quando esteve à frente do Ministério da Pesca comprou lanchas superfaturadas. E quando exerceu a chefia do Gabinete Civil usou helicóptero de salvamento do DNER para visitar redutos eleitorais.

Sabidinhos É assim que a petezada atua com o dinheiro público. Incapazes de disputar o mercado fora do governo, preferem se locupletar com as benesses oferecidas por esse governo que aparelhou o Estado para servir aos interesses da sua militância. Muitos desses petistas sabidos, como Ideli, estão caçando boquinhas no exterior para deixar o país antes da casa cair. Não querem ser lembrados nem como petistas.

Coveira Enquanto a sinecura petista progride, milhões de pessoas vivem a angustia do desemprego. Indefesos, esse trabalhadores assistem a economia ir para a sepultura com a coveira negando-se a acreditar que o defunto já está “mortinho da silva”.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Eleição na OAB Está cada vez mais acirrada a disputa pela presidência da OAB. Os aliados de Fernando Falcão, pré-candidato do grupo de oposição, têm realizado encontros e palestras na capital e no interior, sempre abordando temas atuais. As eleições devem acontecer no início da segunda quinzena de novembro.

Ficando na história

Sem chances

R

O presidente da Assembeia, Luiz Dantas, deve mesmo se submeter a pequenas cirurgias em São Paulo, para onde deve viajar em breve, mas longe de pedir licença do cargo. Mais uma vez Cavalcante fica a ver navios.

enan Filho, rapidinho, vai ficar na história por ter sido o governante que em apenas nove meses de administração aplicou nas costas dos contribuintes um pacote de impostos nunca visto no Estado. O governo foi muito além, ao penalizar proprietários de veículos com reajuste do IPVA, mesmo sabendo que o Detran enche o pote com outros tributos, como conservação de vias, seguro obrigatório e taxas de administração. Para completar o pacotão, além de outros que certamente serão aprovados pela Assembleia Legislativa, tome mais impostos para cigarros e bebidas, o que o secretário George Santoro vaticina, como se fosse um médico especialista, de que são produtos nocivos à saúde. O governador, assim, ficará na história levando a reboque George Santoro, que não é daqui nem veio pra ficar.

Acordo de raposas O deputado Givaldo Carimbão e o prefeito Lula Cabeleira fizeram um acordo para que o primeiro o substitua em Delmiro Gouveia. Como um é mais esperto do que o outro no aspecto político, resta saber se esse compromisso vai dar frutos.

Samsung nota zero

Submissa Com raras exceções, os deputados aprovaram em regime de urgência a apreciação do pacotão de impostos colocado garganta abaixo pelo governador Renan Filho. Houve protestos na Assembleia, mas manda quem pode e obedece quem tem juízo. A Assembleia dá mostras que pouco está se importando com o povo. Cumpre a vontade do mandatário maior.

Má referência Infelizmente passam os anos e a Assembleia Legislativa não toma jeito mesmo. Alguns deputados não querem nem saber o que estão votando. Querem ser simpáticos ao governo numa maneira de sobrevivência política e a maioria dos eleitores, nas eleições, vota porque receberam alguma coisa. Agora, não têm o que reclamar.

Mistério O processo sobre a Máfia do Lixo, em Maceió, parece que tomou doril. Em épocas de Lava Jato, ninguém sabe ninguém viu.

Amnésia O senador Renan Calheiros, em entrevista na semana que passou à Rede Globo, disse que o cargo de presidente do Senado era incompatível com a indicação de ministros. Parece que o senador esqueceu quem indicou a época Vinicius Lages para o Ministério do Turismo.

Guerra nas urnas Nesse domingo eleitores irão às urnas para escolherem os repre-sentantes dos Conselhos Tutelares das diversas regiões, em Maceió. Tubo bem se essa eleição não tivesse sido transformada numa disputa acirrada onde participam vereadores e até mesmo deputados estaduais. Nos bairros, é comum se ver até trio elétrico fazendo a campanha dos candidatos e ninguém sabe de onde saiu o dinheiro para bancá-los. É bom o Ministério Público ficar de olho nessa tropa.

Volta da dupla O governador Renan Filho está tão confortável e confiante no cargo, que não faz segredo de que, em 2018, a velha dupla Renan/Téo Vilela estará junta novamente como candidatos ao Senado. Só não pode prever o que pode acontecer até lá.

O primeiro Parece que o deputado Galba Novaes foi o primeiro de uma série de deputados que irão perder o comando de partidos nos próximos dias. A eleição do próximo ano tem movimentado os bastidores políticos de forma cruel.

Mágoas de Cavalcante Sem mandato e sem prestígio. É assim que o suplente de deputado Cícero Cavalcante vai levando a vida. Ele, pelo ao menos aos amigos, confidencia que está um pote de mágoas com a família Calheiros, a quem serviu com tanta fidelidade durante anos a fio.

Pelas beiradas O deputado Olavo Calheiros alimenta, sim, a possibilidade de assumir a vaga de Luiz Eustáquio Toledo no Tribunal de Contas do Estado. E parece mesmo que o governador Renan Filho esqueceu de vez tudo o que disse, quando afirmou há meses que a vaga no TC pertencia ao Ministério Público de Contas. Com Olavo no Tribunal, o que pode acontecer neste mês de outubro, o suplente Cícero Cavalcante se efetivaria no cargo, sem precisar mendigar nada ao Palácio Republica dos Palmares.

Quem for comprar um aparelho celular Samsung Galaxy último modelo, é melhor pensar duas vezes. Um cliente comprou um aparelho desse tipo e só deu problema. De início apagou e a loja da Samsung, depois de vários dias, disse que teve que substituir a placa mãe. Não demorou um mês e o mesmo problema voltou. O celular foi devolvido para a autorizada e a perspectiva da entrega do aparelho, mais uma vez, é de no mínimo vinte dias. Um descaso com o consumidor e uma péssima referência para a empresa.

Briga instalada O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, manobrou e evitou que o Congresso Nacional se reunisse na última quarta-feira. Renan Calheiros chiou, reclamou, deu indireta a Cunha e prometeu sessão do Congresso para a próxima terça-feira.

Xô, satanás Os vereadores de Maceió não querem nem saber da história de aumentar o número de parlamentares nas próximas eleições. Alegam, entre outras coisas, que é momento de crise, de economizar recursos e não seria nada interessante criar mais despesas para o legislativo.

De malas prontas Quem faz de tudo para mudar de partido é o deputado Cícero Almeida, que queria uma legenda onde pudesse, como se diz na gíria, casar e batizar. Somente com um partido forte e aliados poderá se habilitar a disputar a Prefeitura de Maceió.


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POLÍTICA

Heloísa Helena comanda Rede em Alagoas Vereadora barra interessados na legenda apenas para fins eleitoreiros em 2016 ELIANE AQUINO

A

vereadora Heloísa Helena não disputará mandatos na eleição de 2016, mas fará política em Alagoas. Semana passada, ela se filiou ao partido da ex-senadora Marina Silva, a Rede Sustentabilidade, e assumiu o comando da nova legenda no estado. “A Rede nasceu como fruto legítimo e corajoso da liderança de Marina Silva e do trabalho imenso de milhares de lutadores sociais espalhados pelo Brasil e engajados nas frentes de lutas cotidianas, na construção programática e na coleta de assinaturas”, define, sobre o desafio e a vitória do registro da Rede no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dia 22 de setembro passado. Heloísa Helena estava afastada do PSOL desde dezembro de 2014 e há cerca de seis anos deixou de manter qualquer poder nas diretrizes do partido em Alagoas e nacionalmente. Segundo a vereadora, que diz não se arrepender dos passos dados para a construção do PSOL em 2005, o que a fez bater de cabeça com lideranças do

partido foi a sua posição em ser contrária ao aborto. “Isso não era tema para aprovação de resolução ou mesmo para qualquer imposição, isso, para mim, sempre foi uma questão de opinião pessoal, de consciência, e que se pudesse manifestá-la publicamente”, acrescentou, lamentando que o assunto tenha acabado virando um problema partidário. “Mas hoje isso é passado”, afirmou. Sobre a participação da Rede na eleição de 2016 em Alagoas, o que está certo mesmo é uma chapa para a Câmara Municipal de Vereadores, mas os nomes ainda não estão definidos. Heloísa reforça que não será candidata à reeleição, e explica: “A minha militância não orbita em torno do calendário eleitoral, não é apenas pela participação no processo eleitoral que se analisa os lutadores do povo, pessoas que fazem as pequenas revoluções cotidianas”. Já sobre 2018, a vereadora prefere não arriscar qualquer fala que possa comprometê-la no futuro. “Não estou preocupada com isso agora, nem sei estarei viva amanhã”, disse.

Heloísa Helena ao lado de Marina Silva, presidente do novo partido

Vereadora de Maceió, HH percorre estado em campanha de filiação

A CARA DA REDE A Rede não terá apenas Heloísa Helena, saída do PSOL. Outras lideranças do partido já se filiaram ou anunciaram filiação à nova legenda, como o senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá. Políticos do PT e até do PR também marcharão com Marina Silva. O deputado petista Alessandro Molon, mais votado na eleição passada no Rio de

Janeiro, já confirmou sua ida para a Rede Sustentabilidade. Em Alagoas, o PSOL tende a perder a sua identidade com a saída de filiados históricos, como o atual presidente estadual da legenda, Mário Agra, que deve ingressar na Rede Sustentabilidade. No interior do estado, vereadores e pretensos candidatos a prefeito têm procurado Heloísa Helena, na tentativa de se filiarem e disputarem

mandatos pelo novo partido. Mas Heloísa Helena já avisou que a Rede não servirá a negociatas ou interesses eleitoreiros. “Estamos analisando com muita responsabilidade a estruturação e organização da Rede, pois sabemos que é muito importante disputar eleições, mas sem repetir o oportunismo e a promiscuidade política que especialmente em nossa Alagoas tem fomentado diversas e horrendas formas de banditismo político para vergonha nacional. Sem esquecer também que existe maravilhosa vida honrada, corajosa, militante e socialmente comprometida independente do calendário eleitoral”, disse a vereadora. SOBRE A REDE SUSTENTABILIDADE O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou no dia 22 de setembro a concessão de registro para a Rede Sustentabilidade, partido idealizado pela ex-ministra e ex-senadora Marina Silva. Com a decisão, a legenda fica apta a receber filiados e lançar candidatos para as eleições de 2016. É o 34º partido do país – no último dia 15, o TSE tinha autorizado o 33º, o Partido Novo. Os fundadores da Rede tentaram obter o registro em 2013, a fim de lançar Marina candidata à Presidência da República pela legenda no ano passado, mas tiveram o pedido negado por falta do apoio mínimo necessário na ocasião. A ex-senadora acabou disputando a eleição presidencial porque se filiou ao PSB e integrou, como vice, a chapa encabeçada pelo exgovernador Eduardo Campos. Ela se tornou candidata a presidente após a morte de Campos em um acidente aéreo – obteve 22,1 milhões de votos e ficou em terceiro lugar, atrás de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).


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SOB SUSPEITA

CNJ recebe novas denúncias contra presidente do Tribunal de Justiça Desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas é acusado de “proteger prefeitos” JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

O

desembargador presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Washington Luiz Damasceno Freitas, foi alvo de novas denúncias no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre elas está a de “benefício/proteção a prefeitos do interior do Estado que respondem a ações criminais na Corte de Justiça”, segundo a denúncia. O documento enviado ao Conselho ainda fala de “salvo-condutos graciosos” emitidos sem qualquer critério legal, apenas como forma de blindar “corruptos”. Na próxima terça-feira, o CNJ deve analisar, em sua 218ª sessão ordinária, o relatório da Sindicância 0003749-98.2013.2.00.0000 que apurou a conduta do desembargador no episódio que ficou conhecido como “máfia da merenda”. Washington Luiz, segundo denúncia do Ministério Público Estadual, teria atuado de forma a favorecer a empresa SP Alimentação, acusada de cartel e de várias irregularidades pelo MP de São Paulo. O presidente do TJ nega a acusação. Na mais recente denúncia encaminhada à corregedora Nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, são citados como prefeitos supostamente protegidos pelo desembargador: Antônio Lins de Souza Filho (Rio Largo), Atevaldo

Corregedora Nacional de Justiça, Nancy Andrighi analisa as denúncias feitas contra o desembargador

Cabral (Ouro Branco), Antônio de Araújo Barros (Joaquim Gomes), Jacob Brandão (Mata Grande) e José Augusto Rocha (Anadia). O último citado, José Augusto Rocha, teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por abuso de poder político com viés econômico. Com a decisão, a

Câmara de Anadia deu posse a Paulo Henrique Santos Dâmaso, segundo colocado na eleição de 2012, que obteve 3.443 votos para o cargo de prefeito. Já o prefeito de Rio Largo, Toninho Lins, enfrenta várias ações penas que já tramitam em segunda instância. Só o Ministério Público Esta-

dual propôs mais de 15 ações contra o chefe do Executivo municipal. Segundo o MP, em um único ato de improbidade o prefeito lesou o erário em R$ 3 milhões com a contratação ilícita de uma empresa de coleta de lixo. O prefeito Atevaldo Cabral, de Ouro Branco, é acusado de estelionato praticado

contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Estelionato não é a única acusação que pesa contra Atevaldo. Em 2011, a Justiça aceitou denúncia contra ele de abuso sexual de uma adolescente de 14 anos, com a ajuda de uma aliciadora. Contra ele, pesam, ainda, acusações de aliciamento de menores, favorecimento a prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável. Antônio de Araújo Barros, o Toinho Batista, prefeito de Joaquim Gomes, foi alvo de investigações do Ministério Público Estadual por esquema fraudulento de notas fiscais frias e licitações. Despesas sem a devida prestação de contas e desvio de dinheiro público também estão na lista dos supostos crimes praticados pelo gestor. Jacob Brandão, prefeito da cidade sertaneja de Mata Grande, também está na lista dos “protegidos” do desembargador presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas. Pesam contra Jacob as acusações de formação de quadrilha, apropriação indébita e recebimento de propina. Ainda há denúncias de diretores do Sindicato dos Professores de Mata Grande, que acusam o chefe do Executivo de autorizar saques irregulares da conta do Fundo de Pensão dos servidores municipais, além de desviar verbas federais destinadas à compra de merenda escolar.



8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE OUTUBRO DE 2015

NOVE ANOS DEPOIS

STF absolve Arthur Lira no caso de agressão contra ex-esposa Vítima e testemunhas voltaram atrás e inocentaram deputado de acusações feitas em 2006 STF COM AGÊNCIAS

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Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu nesta terça-feira (29) o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) do crime de lesão corporal. Lira foi processado por Jullyiene Lins, sua ex-mulher, sob a acusação de agressão física, que teria ocorrido em novembro de 2006. Por unanimidade, os ministros entenderam que, durante o andamento do processo, foram apresentadas diversas versões conflitantes sobre a suposta agressão. Além disso, os magistrados levaram em conta o depoimento de Jullyene. Segundo o Ministério Público Federal, no decorrer do processo ela alegou que não houve agressão e que fez a denúncia por vingança. A absolvição foi definida com base no voto do relator da ação penal, ministro Teori Zavascki, e contou com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com o ministro, não foi possível

sido agredida. No julgamento, o advogado Marcelo Leal subiu à tribuna e pediu que ela não fosse punida por “denunciação caluniosa”, como recomendou o MPF. OUTRO PROCESSO NO SUPREMO O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, um dos delatores do esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato. Pessoa foi denunciado junto com o senador Benedito Lira (PP-AL) e seu filho, o deputado federal e presidente da ComisJullyene Lins, ex-esposa de Lira, pode ser processada por calúnia são de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Arthur de concluir que a ex-companheira recomendou a absolvição, por Lira (PP-AL). Eles vão respondo parlamentar foi agredida. falta de evidências de agressão der pelos crimes de corrupção Lira foi acusado pela pró- e de que o deputado tenha co- e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, pria ex-mulher de agressão em metido o ato. sua residência, em Alagoas, e No processo, a defesa do Pessoa pagou “de modo livre, um exame constatou que ela deputado alegou que a ex-mu- consciente e voluntário” prosofreu lesões graves. O próprio lher de Lira se retratou poste- pina para o senador e o depuMinistério Público, no entanto, riormente, negando que tivesse tado com objetivo de manter a

UTC Engenharia no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que existia na diretoria de Abastecimento da Petrobras, que foi comandada por Paulo Roberto Costa, indicado do PP para a diretoria. Segundo o procurador, os parlamentares receberam R$ 1 milhão, cada um, de Ricardo Pessoa. “Benedito de Lira e Arthur de Lira auferiram vantagens indevidas de praticamente todas as formas observadas no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado à Petrobras desvendado pela chamada Operação Lava Jato. Em várias das situações, verifica-se o envolvimento de Ricardo Ribeiro Pessoa, proprietário da UTC Engenharia, uma das empresas integrantes do cartel de empreiteiras que atuava em detrimento da sociedade de economia mista [Petrobras]”, diz Janot. Além da condenação, o procurador pede que os investigados devolvam R$ 2,6 milhões e paguem multa no valor de R$ 5,2 milhões, referente à indenização pelo dinheiro desviado. Janot também pediu que o STF decrete a perda da função pública dos parlamentares. Conforme pedido da Procuradoria-Geral da República, a pena de Pessoa deverá considerar o tempo máximo acordado no acordo de delação premiada.


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CASO MARCOS ANDRÉ

MP quer dona de pousada e mais três no banco dos réus

Promotor pede revogação das prisões de Sérgio Sfredo e camareira, que mentiu em juízo VERA ALVES veralvess@gmail.com

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juiz Diogode Mendonça Furtado, de Marechal Deodoro, decide em breve sobre o pedido de pronúncia feito pelo Ministério Público Estadual de quatro dos seis acusados pela polícia de participação no assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix. O promotor Silvio Azevedo Sampaio quer ver no banco dos réus JanadarisSfredo, dona da pousada para onde a vítima correu ao ser atingida por disparos de arma de fogo na manhã do dia 14 de março do ano passado, os dois atiradores e o namorado da camareira Maria Flávia dos Santos. Nos memoriais anexados ao processo no último dia 23, o promotor pede a revogação da prisão preventiva de Sérgio Sfredo, marido de Janadaris, ao reconhecer que em nenhuma fase da investigação policial ou do processo há qualquer evidência de que ele tenha participado do crime. Em síntese, admitiu o que a defesa do casal Sfredo afirmava desde o princípio, mas só o fez depois de o oficial da reserva do Exército e também advogado ter passado 18 meses preso. O promotor também pediu a impronúncia e revogação da prisão de Maria Flávia, a camareira que quatro meses

Janadaris e Sérgio Sfredo, em foto de álbum de família, antes de serem acusados da morte do advogado

antes do atentado contra Marcos André foi trabalhar na Pousada Ecos do Mar, à época pertencente aos Sfredo. Isto a despeito de afirmar ter sido ela a pessoa que apresentou o namorado, Juarez Tenório Júnior, para Janadaris e este haver contratado Álvaro Douglas dos Santos (Alvinho) e Elivaldo Francisco da Silva (Vado) para “darem uma surra” em Marcos André.

Alvinho e Vado são os autores dos tiros disparados contra o advogado de 44 anos que morreu 13 dias após o atentado ocorrido na Praia do Francês. Em depoimentos à Justiça, ambos assumiram o crime, mas, ao contrário do que consta no inquérito policial presidido pelo delegado Jobson Cabral, negaram terem sido contratados por Janadaris para matar o advogado.

Os dois afirmaram que Júnior os teria contratado para dar um susto em Marcos André porque este teria tentado agarrar Maria Flávia. Esta, por sua vez, ao depor em juízo, afirmou que o advogado jamais a importunara. Já o namorado contestou no depoimento à Justiça as declarações constantes do inquérito policial como sendo suas. Afirmou que a pedido da namorada foi falar com Janadaris que lhe pedira

para encontrar duas pessoas para fazerem um serviço, sem especificar qual seria. Disse, ainda, que no dia do atentado levou Alvinho e Vado até perto da pousada sem saber que eles iriam atacar Marcos André. A despeito das controvérsias entre o que consta como depoimentos dados pelos acusados no inquérito policial e o que disseram em juízo, o promotor Silvio Azevedo cita, nos memoriais, apenas a divergência em relação ao mandante do crime citada por Alvinho e Vado: “Dos depoimentos, prestados na face (seria fase) inquisitorial, com relação aos denunciados os que diferem substancialmente são os depoimentos de Álvaro e Elivado que com uma versão nova e sem sentido, atribui (atribuem) a autoria intelectual para Júnior Tenório”. “Os demais mantêm os prestados na fase do inquérito, com ênfase no depoimento da acusada Maria Flávia que reconhece uma foto mostrada a mesma da pessoa que recebeu os denunciados na cidade do Rio de Janeiro”. Um equívoco, pois quem acompanhou os depoimentos na Justiça das testemunhas, inclusive as de acusação, e dos réus, ouviu de todos relatos de divergências sobre o que consta do inquérito policial, o que pode ser comprovado pelas mídias dos depoimentos em juízo anexas ao processo.


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE OUTUBRO DE 2015 CASO MARCOS ANDRÉ

Traficante internacional passa de réu a testemunha O homem reconhecido pela camareira Maria Flávia Santos como a pessoa que teria dado abrigo no Rio ao quarteto – ela, o namorado e os dois atiradores – poucos dias após o atentado contra Marcos André, é Márcio Fernandes Araújo. Foragido por 17 anos, ele havia sido condenado pela Justiça de Minas Gerais por tráfico internacional de drogas e foi preso no final de outubro do ano passado no Rio de Janeiro. Recentemente, obteve a liberdade porque o crime já havia prescrito. Solto, Márcio retornou a Alagoas, mais especificamente à Praia do Francês, onde esteve com frequência ao longo dos anos em que era considerado foragido da Justiça, situação que não o impediu de desfrutar da amizade e convívio de empresários da região. Com um extenso histórico de processos por tráfico internacional de drogas, incluindo ligações com o Cartel de Cali, na Colômbia, como integrante de uma quadrilha que pretendia estender seu raio de ação à Itália, conforme relato detalhado na ApelaçãoCriminal Nº 1997.01.00.043351-4/MG junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ele foi a última testemunha ouvida em juízo no caso da morte de Marcos André antes das alegações finais do Ministério Público. O MP, inclusive, adiou a apresentação de suas alegações finais sob o argumento de que Márcio Fernandes, identificado como funcionário público federal –natural do Rio de Janeiro, portador de RG nº 368452 do Ministério da Defesa e do CPF 742.283.237-15 –,era uma testemunha importante para o processo. E foi em audiência no dia 10 de setembro último que ele depôs, afirmando que Jana-

darisSfredo lhe confessara ter contratado a morte de Marcos André por R$ 5 mil, mas teria pagoapenas R$ 2 mil. A confissão, segundo ele, teria sido feita durante sua visita, no dia 20 de junho, à também advogada no Quartel do Corpo de Bombeiros, onde os Sfredo estão recolhidos desde abril do ano passado. Afirmou, ainda, que Janadaris lhe teria oferecido a Pousada Ecos do Mar em troca da morte de José Aroldo Gama, empresário do setor imobiliário e com vários imóveis na Praia do Francês e amigo de Marcos André. A defesa de Janadaris confirma a visita, mas nega que sua cliente tenha confessado o crime. Segundo os advogados, Márcio procurou a advogada porque queria adquirir a Ecos do Mar, o que não foi aceito por ela. E um detalhe: Márcio usou documentos falsos na visita. Apresentou no CB uma identidade com o nome de Márcio Alves Miranda, RG nº 99001321012 SSP-BA, como sendo natural de Ilhéus e filho de Antônio Miranda e Maria da Glória Alves Miranda. Falso também o CPF: 040.424.38784. Em comum apenas a data de nascimento: 04/12/1962. Márcio Fernandes, de acordo com o promotor, se apresentou na sede do Ministério Público Estadual acompanhado de seu advogado, Pedro Jorge Bezerra de Lima e Silva, pedindo para depor no caso, pois tivera seu nome citado pelos acusados e também em reportagem do EXTRA. Pedro Bezerra, o advogado do traficante, é sobrinho do juiz Léo Dennisson Bezerra de Almeida, que, ao menos oficialmente, se afastou do processo sobre a morte de Marcos André quatro dias após a prisão dos advogados Júlio Cézar Castro Silva e Augusto Jorge Granjeiro Carnaúba pela Polícia Fede-

ral a 26 de março deste ano. As prisões se deram numa operação de flagrante autorizada pela 17ª Vara Criminal da Capital depois que os Sfredo denunciaram uma tentativa de extorsão: teriam de pagar R$ 200 mil para que Sérgio Sfredo tivesse

sua prisão revogada. O caso, tratado como venda de sentença, está hoje sob investigação do Conselho Nacional de Justiça, através da Corregedoria Nacional de Justiça, já que envolve também o magistrado. O sobrinho do juiz Léo De-

nisson é também o advogado da esposa de Márcio Fernandes, Márcia Rogéria Neves de Lima, no processo de disputa judicial que ela trava contra o irmão, Manuel Rogério Neves de Lima, pela posse de uma pousada na Praia do Francês.

Camareira mentiu em juízo ao negar conhecer Zizi

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om grandes chances de ter aceito pelo juiz Diogo de Mendonça Furtado o pedido feito pelo Ministério Público de revogação de sua prisão, a então camareira da Pousada Ecos do Mar na época do atentado e morte de Marcos André, Maria Flávia Santos, mentiu em juízo. Questionada pelo juiz e pela defesa dos Sfredo sobre suas relações com Edjane Tomaz e o marido dela, José Cícero Correia, conhecido por “Zizi”. Edjane, segundo a defesa de Janadaris e Sérgio Sfredo, foi a pessoa que indicou Flávia, sua comadre, para trabalhar na pousada. A camareira, contudo, afirmou na justiça que se ofereceu voluntariamente e que não conhece o casal. A mentira é comprovada por fotos disponíveis no Facebook dela e da comadre, nas quais aparece junto ao namorado, Junior, em feve-reiro de 2014, um mês antes do atentado que resultou na morte de Marcos André. E qual seria a importância disto? É que, segundo os defensores dos Sfredo,”Zizi” é conhecido na região do Francês como integrante de uma quadrilha envolvida com o tráfico de drogas e ou-tros

Flávia e Júnior com o filho de Zizi, que está ao fundo, e de Edjane, a comadre

crimes e um antigo conhecido do delegado Jobson Cabral, que por vários anos esteve lotado na Delegacia de Marechal Deodoro. Em maio, Cabral, que presidiu o inquérito da morte do advogado, foi remanejado para Maragogi.


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CASO MARCOS ANDRÉ

Filho de testemunha é preso por tráfico de drogas da Colômbia No dia 12 de agosto último, uma operação deflagrada pelas polícias Civil e Militar em conjunto com o Gecoc (Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas, do Ministério Público Estadual) chamou a atenção ao resultar na prisão em flagrante de jovens de classe média. A acusação: tráfico internacional de drogas sintéticas. Entre os presos, Luccas Lucena Gama, filho de José Aroldo Gama, uma das testemunhas de acusação no processo da morte de Marcos André. A prisão se deu em um apartamento no Stella Maris, mas Luccas, de acordo com o Gecoc, levou a polícia até sua casa na Praia do Francês onde mais

droga, em sua maioria oriunda da Colômbia, estava escondida. De acordo com o processo judicial, foram apreendidos 88 comprimidos de Ecstasy, 105tabletes de LSD, 32gramas de maconha, 22gramas de substância branca granulada – que segundo a pol´pici seria cocaína -, dentre outros objetos. Além de Luccas, foram presos em flagrante Alexandre Porto de Assis, Raphael de Freitas Modesto, Pedro Lucas Torres e ThaysGirundiCicliotti. Todos já estão em liberdade e vão responder a processo. De acordo com o Gecoc, as drogas sintéticas eram vendidas para Sergipe, Pernambuco e Paraíba.

Luccas Gama, filho de Aroldo

Pedido de entrevista vai parar nas mãos de juiz afastado do caso O EXTRA passou a acompanhar com mais profundidade o processo de investigação sobre o assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix após a denúncia de que o caso envolveria um provável esquema de venda de sentença. Com informações apontando para um inquérito policial precário, o semanário decidiu ouvir o casal Sérgio e Janadaris Sfredo, preso desde abril do ano passado no Quartel Geral do Corpo de Bombeiros, para que dessem sua versão. No dia 22 de junho último, o jornal protocolou no CB um pedido de autorização da entrevista. Consultado, no dia 1º de julho o casal aceitou conversar com o se-

manário e no dia seguinte, por meio do ofício 383?2015, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Adriano Amaral da Silva, encaminhou ao juiz Léo Denisson Bezerra de Almeida pedido de informações quanto ao procedimento a ser adotado. Em síntese, queria saber se haveria necessidade de autorização judicial e se, ao autorizar a entrevista, a corporação estaria violando a medida cautelar imposta pela Justiça contra os acusados. Tanto o pedido de autorização de entrevista quanto o de esclarecimentos formulados pelo comandante do CB até hoje aguardam por resposta.


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IMPÉRIO FALIDO

Supersalário gera disputa pela gestão da falência do Grupo JL Pressão para nomear filho de ministro por R$ 100 mil mensais teria levado juiz a destituir administrador judicial FERNANDO ARAÚJO faraujofilho@yahoo.com.br

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processo de falência do Grupo João Lyra já dura mais de dois anos e até agora não rendeu um centavo para os 10 mil trabalhadores demitidos e nem para os demais credores da massa falida. A dívida do grupo, que não chegava a 1 bilhão de reais, já passa de R$ 2 bilhões, enquanto as usinas – três em Alagoas e duas em Mina Gerais – estão se deteriorando e as fazendas invadidas pelos sem-terra. Até agora o processo tem gerado mais problemas do que solução. Juízes, administradores judiciais e o próprio João Lyra não se entendem, o que tem motivado a troca desses gestores, com sérios prejuízos para os credores e para a massa falida. O último administrador judicial, João Daniel Marques

Fernandes, estava no cargo há apenas 45 dias e já foi destituído, desta vez por decisão do atual juiz do caso, Kleber Borba Rocha, sem maiores explicações. Inconformado, o exgestor recorreu ao Tribunal de Justiça com Agravo de Instrumento em que pede a anulação do ato e sua volta ao cargo. Na ação, ele alega que a decisão do juiz foi “unilateral, desmotivada e açodada”. Nenhuma das partes confirma, mas o jornal EXTRA obteve informações não oficiais de que o motivo de tanto desencontro seriam os altos valores pagos a escritórios de advocacia e aos próprios administradores judiciais da massa falida. Cada gestor ganha R$ 50 mil por mês mais gratificação trimestral que pode chegar a R$ 200 mil, como manda a lei, enquanto os advogados têm o céu como limite em termos de

honorários. Estes supersalários estariam gerando uma acirrada disputa e envolvendo interesses de vários segmentos, o que tem motivado a troca de juízes, administradores judiciais e advogados desse processo. Ninguém confirma, mas as causas desta última troca de administrador seriam fortes pressões do ministro alagoano Humberto Martins, do STJ, para contratação de seu filho Eduardo Martins, como advogado da massa falida, com um supersalário de R$ 100 mil por mês. Por discordar do método e da indicação do advogado, que mora em Brasília, o síndico perdeu o cargo. Ao contestar sua destituição, João Daniel diz não saber os motivos que levaram o juiz a substituí-lo, mas informa que entre as decisões que tomou em prol dos credores do patrimônio da massa falida está

João Daniel Marques Fernandes questiona sua destituição pelo juiz

a rescisão de um contrato com o escritório de advocacia que cuidava das usinas Trialcool e Vale do Parnaíba (Minas), economizando R$ 57 mil de gastos mensais. Procurado pelo EXTRA, o síndico da massa falida não foi encontrado nem respondeu às chamadas telefônicas feitas pelo jornal. O juiz Kleber Borba, no entanto, foi curto e grosso

ao explicar a sua decisão: “Não quero entrar nessa questão porque o cargo de administrador é algo temporário. Substituí porque senti necessidade. O cargo de administrador é como se fosse um auxiliar do juiz e achei que o Luiz Henrique seria melhor escolha”. Luiz Henrique é o nome do novo administrador judicial da massa falida do Grupo JL.

Liminar devolve cargo a síndico demitido

Desembargador Tutmés Airan acolheu pedido do administrador judicial destituído por pressão do ministro Humberto Martins O desembargador Tutmes Airan concedeu liminar devolvendo o cargo de administrador judicial da massa falida do Grupo JL ao advogado João Daniel Marques Fernandes, destituído semana passada pelo juiz do processo Kleber Borba Rocha. Ao deferir o pedido do síndico

no Agravo de Instrumento de nº 0803776-22.2015.8.02.0000, o desembargador restituiu o cargo ao advogado até o julgamento do mérito da ação, que será decidido pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado. Na mesma decisão liminar, o desembargador determinou a

volta de Luiz Enrique da Silva Cunha ao cargo de Gestor Judicial, que ocupava antes de ser indicado administrador judicial em substituição ao advogado João Daniel. Ao contestar a decisão do juiz Kleber Borba, o síndico destaca que seu substituto – Luiz

Henrique – não tem qualificação profissional para assumir o cargo de administrador judicial. Lembra que a lei exige formação administrativa, contábil ou econômica e Luiz Enrique, na condição de bacharel em direito, não se enquadra nem mesmo na profissão de advogado.

Desembargador Tutmés Airan


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FARSA

Compra da Rádio Jornal pelo deputado Cícero Almeida aos poucos vai sendo esclarecida Laranjas não aparecem na emissora que já foi de JL e deixam trabalhadores e fornecedores na mão

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uma operação feita por baixo dos panos, aos poucos a farsa envolvendo a Rádio Jornal vai sendo esclarecida. A participação do diretor Comercial, Fernando Bezerra, que dá expediente na 96 FM, e do diretor Financeiro Anderson Melo, que passa quase todo o dia no escritório do ex-prefeito e deputado federal Cícero Almeida, tem revoltado os trabalhadores. Os dois diretores são pessoas de relações estreitas com o deputado, mas até agora não encontraram soluções para quitar débitos com fornecedores e empregados. A emissora que já foi de propriedade do empresário João Lyra passou mesmo para pessoas ligadíssimas ao deputado Cícero Almeida, que não vem assumindo o passivo da empresa conforme ficou estabelecido em um contrato que está escondido a sete chaves. Os salários dos servidores estão atrasados e não apare-

ce ninguém para comandar a AM 710. Essa indiferença vem revoltando e apavorando radialistas e técnicos, que se sentem abandonados por Cícero Almeida, que não quer aparecer como o novo proprietário da emissora. Como Almeida nega que seja oficialmente o dono da rádio, já que os atuais proprietários laranjas, José Emílio e Verônica Tibúrcio se recusaram a assinar a documentação, parece que a missão fica mesmo para a Receita Federal descobrir. Enquanto isso, a emissora já completou cinco meses de aluguel do imóvel atrasado e não dá nenhuma esperança de pagar o débito. Seu proprietário, o empresário Nilton Lins, diz não entender como se vende uma emissora e o dono não assume os compromissos da empresa. E o que é mais grave: não tem a quem se reportar, já que Fernando Bezerra e Anderson Melo raramente aparecem por lá.

Verdadeiro dono da Rádio Jornal, Almeida não está pagando servidores e nem o aluguel do prédio

A cada dia que passa a situação da AM 710 é de penúria e a compra da emissora por Cícero Almeida teria como principal objetivo a campanha das eleições do próximo ano, já que é um vir-

tual candidato a prefeito de Maceió. Até lá, dizem funcionários da rádio, Almeida vai empurrando com a barriga os compromissos, mandando dizer pelos diretores que está encontrando soluções para

resolver todos os problemas pendentes. Acreditam os trabalhadores que isso é uma forma mais prática de enganar os servidores, que vêm passando dificuldades financeiras desde algum tempo.


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NA TELA

Olhar de Nise é aclamado e emociona plateia no Festival de Cinema de Brasília Documentário, rodado no Rio, Alagoas e na Alemanha, conta a história da psiquiatra alagoana Nise da Silveira que se rebelou contra o choque elétrico e optou pela arte-terapia no tratamento das doenças mentais em hospitais no Rio

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lhar de Nise, o filme de Jorge Oliveira e Pedro Zoca, que abriu a Mostra Panorama Brasil do 48º Festival do Cinema de Brasília, foi ovacionado e aplaudido de pé por uma plateia emocionada que lotou o cine Cultura Liberty Mall, que esgotou a sessão meia hora depois de abrir a bilheteria para a venda de ingressos. A crítica considerou um dos melhores filmes do festival pelo resgate da história, a reconstituição de cenas, a fotografia, a direção e a estética. O filme mostra várias entrevistas com personagens da cultura e da área psiquiátrica que conviveram com a doutora Nise, como o poeta Ferreira Gullar, Elke Maravilha, ex-pacientes, artistas plásticos, escritores e outras pessoas do meio artístico do Rio de Janeiro. Entre pesquisa, produção e finalização, o filme demorou quase seis anos para ser concluído. A última gravação foi feita na Alemanha, onde mora o artista plástico Almir Mavignier, que ajudou Nise a implantar a arte-terapia dentro do Hospital D. Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio. O filme, com produção executiva de Ana Maria Rocha, que também montou o documentário com Tuca Oliveira, resgata a história da psiquiatra Nise da Silveira, a primeira mulher alagoana a se formar em medicina na Bahia, numa turma só de homens. Mostra uma entrevista inédita de 1997, dois anos antes de ela morrer, na qual a doutora conta a sua

trajetória vida: a infância em Maceió, a passagem pela Faculdade de Medicina em Salvador, a chegada ao Rio de Janeiro, a sua prisão no governo do ditador Getúlio Vargas, onde ficou uma cela vizinha ao escritor Graciliano Ramos, conterrâneo, e o seu ingresso ao Hospital Psiquiátrico da Praia Vermelha, em Botafogo O filme, um longa-metragem de 90 minutos, também tem reconstituição de cenas no Rio de Janeiro e em Alagoas. Em Maceió, onde ela nasceu e saiu para cursar medicina em Salvador, e, no Rio, onde trabalhou e viveu entre os loucos no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. Em uma das cenas, Nise da Silveira, no leito da morte, lembra do marido Mário Magalhães, médico sanitarista, primo legítimo, com quem viveu no Rio de Janeiro até a sua morte, que a chama para dançar uma valsa. - É uma cena comovente – diz o diretor Jorge Oliveira. – É o início do filme. O casal é interpretado pela atriz Mariana Infante e pelo ator Rafael Cardoso, da TV Globo. Busquei trazer para tela o grande sonho da Nise que, quando estava à beira da morte, falou que o marido a chamava para dançar. Acho que realizei o grande sonho dessa mulher que está, sem dúvida, entre as grandes personagens do século XX. Uma parte do filme foi rodado no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. Lá, a produção recriou uma ala do

Em sessão concorrida, Olhar de Nise é exibido em festival de cinema de Brasília e recebe elogios

hospital, onde os doentes eram submetidos a choques elétricos, condenados por Nise. O documentário também traz para as telas, pela primeira vez, os principais quadros dos pacientes do Engenho de Dentro. Entre eles, estão pinturas destacadas pelas críticas de Isacc, F. Diniz, Adelina, Rahpael, Carlos, Petrus, Emigdio, cujas histórias são narradas pela própria Nise na entrevista inédita no filme e por Mavignier, na entrevista em seu atelier em Hamburgo, na Alemanha. Resgata cenas antigas do atelier do hospital com os pacientes em atividades, o Museu da Imagem do Incons-

ciente, no Rio, que guarda um acervo de 350 mil pinturas, e cenas atuais de como vivem hoje os doentes mentais no hospital do Engenho de Dentro, no Rio. A grande surpresa do filme, no entanto, é a entrevista com Almir Mavignier, o pintor que mora há 60 anos na Alemanha, introdutor do trabalho da arteterapia no Engenho de Dentro. Foi Mavignier o responsável pela descoberta de todos esses pintores, cujas obras hoje estão expostas no Museu da Imagem do Inconsciente, mas estiveram também em exposição em vários museus do mundo. São milhares de obras catalogadas e tomba-

das pelo Iphan pelo valor histórico e cultural que representam para o Brasil. Na entrevista em Hamburgo, onde mora até hoje, e se aposentou como professor da principal universidade local, Almir Mavignier, com 90 anos de idade, falou sobre a sua história com Nise e como descobriu os pacientes que tinham vocação para pintura naquele manicômio onde, segundo ele, os doentes viviam em total abandono, desprezados pelo poder público até serem resgatados para os ateliês de pinturas criados pela Nise da Silveira e monitorados por ele.


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HISTÓRIA DE ALAGO-

A guerrilha de Pariconha EDBERTO TICIANELI Jornalista

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início dos anos da década de 1960 foram marcados por intensa mobilização dos trabalhadores rurais no Nordeste, principalmente em Pernambuco, onde Francisco Julião liderava um amplo movimento de organização dos camponeses. Em Alagoas, a formação de sindicatos rurais e cooperativas também aconteciam, mas com a particularidade de exporem a disputa entre as organizações da Igreja Católica e os partidos de esquerda. Em Água Branca, com a militância de José Novaes, uma liderança vinculada à Ação Católica e ao Movimento de Educação de Base, os primeiros passos para a organização sindical foram dados ainda em 1962, com a criação de uma Congregação Mariana no povoado de Pariconha. José Correia relata que foi o próprio padre que estimulou a formação do sindicato, ainda em 1962. “Um belo dia, o padre chegou e disse: ‘A vontade de vocês é criar o sindicato? O Julião está criando sindicato aí, a zona da mata de Alagoas; é um comunista. É bom que a gente crie antes que ele crie’”. O Sindicato dos Traba-

lhadores Rurais de Água Branca se fortaleceu rapidamente ao enfrentar o poder político e econômico dominante no município, criando condições para a formação da Cooperativa, outra conquista importante dos pequenos produtores rurais da região. Após o Golpe Militar de 1964, os setores da Igreja mais ligados aos movimentos sociais iniciaram uma discussão política que evoluiu para a organização da Ação Popular - AP. Como consequência, o trabalho social também passou a ter forte conotação política. Em 1968, a direção nacional da AP adota o chamado Esquema dos Seis Pontos, que abraçava algumas experiências da Revolução Cultural chinesa, entre elas a política de Integração na produção, que levou a maioria dos militantes a trabalhar em fábricas ou no campo. Aldo Arantes, um dos dirigentes nacionais da AP, resolveu vir para Pariconha, em Alagoas, onde dirigiria a Escola de Formação Político-Militar de Quadros Camponeses. Com o codinome de Roberto Ferreira, veio acompanhado por sua companheira, Maria Auxiliadora Cunha Ferreira, a Dodora, e seus dois filhos, André e Priscila. Em Pariconha já se en-

contrava outro dirigente da AP, Gilberto Franco Teixeira, o Juarez Johaudes Echeveria, também acompanhado pela esposa, Rosa Maria dos Santos, a Rosimary, e sua filha Rita. Eles chegaram ainda em 1967. Juarez legalmente era o contador da Cooperativa. Enquanto Aldo Arantes e Gilberto Franco cuidavam da Escola de Quadros e dos treinamentos militares rudimentares, Dodora e Rosa davam aula de alfabetização pelo método Paulo Freire. O trabalho político tinha a participação das lideranças locais, que além de Zé Novaes contava com os irmãos Correia: Zé, Josué e Jayme. AS PRISÕES Em plena campanha para eleições municipais, que ocorreriam no dia 15 de novembro de 1968, o governador Lamenha Filho participa de um comício em Pariconha. Com a praça cheia de camponeses, muitos deles mobilizados pela AP, Gilberto interrompe o governador e denuncia a situação de miséria em que viviam os moradores daquela região. Lamenha não consegue mais falar por causa das vaias e convida Gilberto para subir no palanque. Ele não aceita e as vaias continuam. A polícia cerca Gil-

berto com a clara intenção de prendê-lo, mas os camponeses criam um cordão de proteção, impedindo a prisão. Esse episódio chamou a atenção da polícia, que passou a vigiar os movimentos do grupo. Com a adoção do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968, a polícia passou a ter poderes ilimitados. Como o episódio de Pariconha ainda estava sob investigação, o AI 5 veio para facilitar a ação ilegal da polícia, que resolveu prender todos os envolvidos na manifestação contra o governador. Poucos dias depois, dezenas de trabalhadores rurais foram presos em Pariconha. Destes, Zé Novaes, Zé Correia e Josué Correia foram transferidos para a DOPSE em Maceió. Em seguida, no dia 24 de dezembro de 1968, foram presos Aldo Arantes, Gilberto Franco, Dodora, Rosa e as crianças. Quando aconteceram as primeiras prisões, Aldo e Gilberto estavam viajando e só foram detidos quando voltaram a Pariconha e fizeram contato com suas esposas. Tudo indica que foi montada uma armadilha para eles. Aldo Arantes e Josué Correia confirmam que Gilberto foi levado ao Riacho Salgadinho onde sofreu torturas, incluindo a simu-

José Rocha, médico e peça chave na operação de fuga dos dirigentes da AP

José Correia era o presidente da Cooperativa de Pariconha em 1969

lação de afogamento. José Correia também informa que foi torturado. Em um interrogatório, o coronel Adauto derrubou o conteúdo de um cachimbo aceso na sua cabeça, quando ele estava imobilizado por algemas. Mesmo com as torturas, a polícia não sabia da verdadeira identidade de Aldo Arantes e de Gilberto Franco. As acusações eram por atos subversivos em Pariconha, principalmente a panfletagem e posse de jornais que pregavam a revolução comunista.

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André, com 4 anos, e a irmã, Priscila, com 3, foram levados junto com a mãe, Maria Auxiliadora, para a prisão em 1969

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Aldo Arantes era Roberto Ferreira em Pariconha nos anos 60, quando militava na Ação Popular

A fuga de Aldo Arantes e Gilberto Franco

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Maria Auxiliadora, a Dodora, em recente depoimento à Comissão da Verdade

Após as prisões, em dezembro, o processo contra os presos de Pariconha se arrasta sem nenhuma investigação mais séria até o dia 11 de março de 1969, quando o procurador militar Francisco de Paula Acioli, em Recife, requer a prorrogação das prisões preventivas. Antes, ele já tinha devolvido o inquérito à polícia alagoana para que fossem realizadas novas diligências, mas sem resultados, “devido à dificuldade que, por certo, têm encontrado”. No dia 13 de março o pedido foi aceito

pelo Conselho Permanente de Justiça do Exército. O sumário de culpa foi concluído no final de maio de 1969 e no dia 19 de junho o Conselho condenou Roberto Ferreira (Aldo Arantes) e Juarez Echeveria (Gilberto Franco) a seis meses de prisão cada. A mesma decisão absolveu todos os outros processados. O procurador militar Carlos Alberto Borges, ao fazer a denúncia, identificou que Roberto Ferreira, Juarez Echeveria, Maria Auxiliadora e Rosa de Oliveira não eram trabalhadores rurais.

esmo sendo uma pena razoavelmente curta, Aldo Arantes, Gilberto Franco e a AP avaliaram que as verdadeiras identidades dos dois dirigentes poderiam ser descobertas a qualquer momento, e que era recomendado que eles tentassem a fuga. O planejamento e a coordenação da operação foi feita por João Batista Franco Drummond, dirigente regional da AP no Nordeste. O momento escolhido foi uma noite de domingo, após um jogo entre CSA e CRB, quando se esperava que a guarda da delegacia do DOPSE, na Rua Cincinato Pinto, ficasse reduzida, como de fato aconteceu. No plano de fuga constava a mistura de sonífero no café dos guardas. Aldo recorda que dois deles tomaram, mas o plantonista se negou a beber. Na hora marcada, às 3h30 da madrugada, o policial, mesmo sem tomar o sonífero, dormia sobre a escrivaninha da portaria. Com muito cuidado, Gilberto foi o primeiro a passar, mas quando chegou à porta, policiais da Delegacia de Roubos e Furtos, que ficava do outro lado da rua, gritaram que estava havendo a fuga. Gilberto correu e Aldo, que vinha logo atrás, ouvindo que o guarda havia acordado e derrubado a escrivaninha,

também tentou correr, mas caiu duas vezes. O policial, mesmo com o revólver na mão, não atirou. Na esquina estava o carro de José Rocha e um apoio armado. Nervoso, Rocha ainda demorou para ligar o carro, que finalmente funcionou e levou eles para uma casa que ficava também no Centro da cidade. Quando chegaram ao esconderijo, foram deixados pelo carro e, para surpresa deles, ninguém abriu a porta da casa. Com as sirenes da polícia já sendo ouvidas, às pressas pegaram um táxi, tomando o cuidado de se fazerem de bêbados, e foram para uma outra casa que tinha sido usada para o planejamento da fuga, onde ficaram por dois dias. Depois de terem os cabelos tingidos por uma companheira, com resultados ruins — Aldo avalia que chamava mais a atenção do que se tivessem ficado sem o disfarce —, foram colocados na mala do carro do médico José Rocha, que os levou até Recife. Aldo Arantes destaca outros militantes que contribuíram para a fuga: Macileia, Maria Alba Correia, Lécio Antônio Mendonça de Morais, Raul Pinto Paes, Jorge Morais, Maria Guadalupe e Marcelo Lavenère.

Fontes: Serra dos Perigosos, de Amaro Hélio Leite da Silva; Alam em Fogo, de Aldo Arantes, Diário de Pernambuco de 12 e 14 de março, 29 de maio e 20 de junho de 1969.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

O Brasil em estado de coma

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cruel realidade que não pode ser contestada segue perfeitamente o dito popular: “o povo é como cachimbo, só leva fumo”. O governo federal comete seus desatinos econômicos, estraçalha com os recursos que deveriam servir para se oferecer melhor educação, saúde digna e cidadania, mente descaradamente e agora para “tapar o buraco” encontra a solução mais prática e eficiente em assaltar os bolsos do povo, principalmente os mais necessitados. Eles falam em tributar mais “as grandes fortunas”, que continuarão sendo protegidas e sendo grandes fortunas. No final quem sofre mesmo é o assalariado, o pequeno comerciante, aquele cidadão que vai à feira, ao supermercado e vê seu dinheiro acabar antes do final do mês. É criminoso e perverso o que se está querendo fazer com o cidadão brasileiro que trabalha, não rouba, nem participa de corrupção. O país está refém de negócios escusos dentro e fora do Congresso Nacional, passando pelo Palácio do Planalto e pela Procuradoria Geral da República, cujos objetivos evidentes estão as salvações de cabeças comprometidas com a improbidadee que certamente serão poupadas, até porque estamos no Brasil, um país que se apequena e se desmoraliza diante do mundo. Temos uma oposição omissa e oportunista que se cala diante do “saque fiscal” que ameaça se concretizar na Câmara e no Senado, levando o povo brasileiro ao leito de morte moral, mas que também fica inerte diante do aviltamento de seus direitos e se dobra com impressionante complacência aos negócios sujos que lhe sufoca a alma e asfixia. A volta da cobrança da infame CPMF, cuja trajetória está se delineando pelos corredores do Senado sob a “sábia estratégia” do senador Renan Calheiros, transformado no nome de maior influência junto ao governo federal e a única voz ouvida e temida pela presidente Dilma Rousseff, merece o repúdio de todos os brasileiros de boa fé. É preciso que a nação se revista de pátria e não permita este deprimente roubo para saldar uma conta que não é nossa, mas de tantos quantos contribuíram para fortalecer o submundo da corrupção. O país está em estado de coma. O povo precisa reagir com a proporcional indignação, os movimentos sociais se organizarem em protesto conjunto. Mas não apenas em “passeatas cívicas”, protestos pacíficos. É hora de uma reação dura, pois somente assim eles poderão entender o quanto nos atingiram em nossos direitos constitucionais de cidadãos. O povo brasileiro precisa sair às ruas em multidões acaloradas e inflamadas. Está provado que estas ações não tocaram em nada os que se julgam imunes a acusações, denúncias e provas e ao exercício do moral e do legal. Que se façam manifestações dentro do Congresso Nacional e no Palácio do Pla-nalto, que o povo pacificamente ocupe os plenários da Câmara e do Senado, expulsando simbolicamente os que lá estão e nos envergonham. O Brasil precisa que seu nome seja defendido com mais vigor e a determinação de por um fim à bandalheira instaurada em todas as instâncias, fazendo-nos aparecer diante de outras nações como uma verdadeira “republiqueta de bananas”. Ou

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Para refletir: O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta. (Maquiavel)

Quem pode mais, Renan Calheiros ou Eduardo Cunha? O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Renan Calheiros, adiou para a próxima terça-feira (6) a sessão conjunta de análise dos vetos presidenciais restantes. O motivo do adiamento foi o impasse com a Câmara dos Deputados a respeito da entrada em pauta de novos vetos. — Não há acordo. A Câmara convocou sessões seguidas para o mesmo horário. Isso é inédito, mas aconteceu. Nós vamos convocar a próxima sessão para concluirmos a apreciação desses vetos, que estão sendo cobrados. Vamos priorizar o todo, e não uma parte. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e deputados de oposição ao governo federal cobravam a entrada em pauta dos vetos da presidente Dilma Rousseff à reforma política. Em gesto que Renan classificou de “capricho”, Cunha manteve o Plenário da Câmara ocupado com sessões extraordinárias, impedindo a realização da sessão do Congresso com a pauta já estabelecida.

Vetos pendentes Entre os vetos com apreciação pendente estão aqueles que recaem sobre o reajuste salarial dos servidores do Judiciário, o reajuste dos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS e uma isenção tributária para professores. Cunha também cobrava do Senado agilidade na tramitação da PEC que insere na Constituição o financiamento de campanhas eleitorais por empresas. Segundo os líderes partidários, essa matéria terá ritmo normal na Casa. Eles não se entendem, cada um com seus interesses inconfessáveis e o Brasil assiste a uma degradante medição de forças.

A dor do pequeno Esta semana conversava com um pequeno comerciante no bairro de Santa Lúcia e este me dizia visivelmente amargurado que em poucos dias estaria fechando as portas de seu estabelecimento. – Vou vender tudo, prédio, estoque, minha casa e sair de Alagoas. Aqui já fui assaltado quatro vezes. Em uma delas uma pessoa chegou a identificar dois ladrões, mas a policia não descobriu nada. Vivo com medo e minha família está apavorada. Não bastasse este fato, a carga de impostos que pago honestamente me impede de crescer e quase até de viver. Vou embora mesmo. Se não conseguir vender largo tudo, junto minhas pequenas economias e vou para outro estado. Mas aqui não fico. Narrou com os olhos cheios de lágrimas.

A desgraça para muitos A exemplo do cidadão com o qual conversei, tive acesso a um documento oficial que mostra um quadro absolutamente assustador sobre a situação econômica de Alagoas. É impressionante o número de pequenos negócios que encerraram suas atividades nos últimos meses. O número de desempregados aumentou na mesma proporção. Na capital e no interior as previsões são ainda piores para um futuro muito próximo. Tive a curiosidade e acompanhado de um especialista no assunto, passei por vários bairros na parte alta da cidade e me impressionou o número de placas de “aluga-se” ou “vende-se” em pequenos e médios pontos comerciais fechados. Fotografei todos para uma matéria sobre o assunto.

Imposto de doação: especialista explica A transmissão gratuita ou doação de qualquer bem ou direito é regulamentada por lei. Essa transmissão pode acontecer em decorrência do falecimento – chamada de causa mortis - e está diretamente ligada à herança do falecido ou então por meio de doação, quando algo é dado de forma gratuita e contratual. As duas espécies são previstas pelo Código Civil. Sobre essas operações incide o Imposto de Transmissão, Causa Mortis e Doação (ITCMD), cobrado pelo Estado. “O fato gerador desse imposto é a transmissão gratuita de bem ou direito, seja por um ato entre vivos ou em decorrência do falecimento de alguém”, declara a advogada do Jairo e George Melo Advogados Associados, Maíra Sousa. As rádios Gazeta AM, Difusora e Jovem Pan entrevistaram esta semana a advogada sobre o importante e atual tema.

Mais impostos Ainda falando de impostos, a Assembleia Legislativa aprovou em regime de urgência o “pacote de maldades” encaminhado por ordem do “arrecadador” George Santoro (da mesma escola do ministro Joaquim Levy), piorando ainda mais a vida crítica do alagoano. Vários impostos tiveram suas alíquotas aumentadas contribuindo para o fechamento de novos pontos de trabalho e desprezando a sofrida situação de quem já paga altos custos. Em um plenário suspeito e submisso, apenas três deputados votaram em defesa do alagoano: Rodrigo Cunha, Bruno Toledo e Gilvan Barros Filho. Tudo com a justificativa inaceitável de resolver situações de caixa no governo, que não fomos nós também que criamos, mas pagamos.

Tudo no mesmo Ao completar quase um ano como presidente da Assembleia Legislativa, nada de novo ou positivo merece destaque na gestão do deputado Luiz Dantas. Ao que tudo indica caminha para ao término de seu período à frente da Mesa Diretora ter resultados pífios e o pior: repetir erros gravíssimos de alguns de seus antecessores. Dizem nos corredores da Casa de Tavares Bastos que “sobra vaidade e falta capacidade para realizar” ao deputado Dantas. Para sua assessoria, “o presidente é um homem muito ocupado”. Resta saber com o quê?


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ARTIGOS

Mea culpa CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

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disseu (nós, os lat As gerações mais novas não conheceram a missa em latim. Assim, jamais ouviram, durante a celebração do ato católico, o padre contrito rezando o CONFITEOR, batendo por três vezes no peito a pronunciar humildemente MEA CULPA, MEA CULPA, MEA MAXIMA CULPA. Ultimamente, a propósito da crise política brasileira, ouvem-se vozes a sugerir à presidente Dilma a adoção do mea culpa, como forma de reverter algo da rejeição popular a ela e ao seu governo. A mandatá-

ria é turrona, cabeçuda e, quando se trata de receber sugestões desagradáveis, surda como uma porta. Por isso, se a superação da crise depender de a presidente admitir sua culpa nos erros políticos, estamos em maus lençóis. Gosto de ler os artigos de Hélio Schwartsman na Folha de S. Paulo. Sexta-feira passada li, da sua lavra, A CRISE E A GALINHA que, sob título tão prosaico traz análise sobre os percalços brasileiros conforme teóricos da nossa situação político-econômica. Duas escolas principais, segundo o articulista, teorizam sobre a questão: a “consequencialista” e a “principista”. Para a primeira corrente a solução estaria no rápido e radical corte nas despesas públicas e na implementação de algum aumento de impostos. Nesse caso, o impeachment da mandatária esta-

ria, em princípio, fora de cogitação, dado as incertezas que produz. Já para os principistas o impedimento da Dilma está na ordem do dia, e o agravamento da crise terá o seu lado bom, ou seja, forçará mudanças impopulares que o Congresso reluta em fazer. Escolher sob pressão nunca é fácil, principalmente quando diante de opção dual. Quase sempre há uma terceira via a atenuar proposições maniqueístas. No caso, parece-me melhor buscar solução segundo o brocardo latino IN MEDIO VIRTUS. Assim, penso ser possível aproveitar o que de sensato há em ambas as teorias, como por exemplo, antes de qualquer imposição de novos tributos, ou agravação dos existentes, dever-se-ia implementar drástico corte nas despesas públicas, mesmo que isso atinja projetos

de grande apelo popular, até porque, nesse ponto, a crise já vem, de qualquer forma, anulando os benefícios de trais projetos. Nesse contexto, a ideia de impeachment seria sepultada, evitando-se agravamento maior de uma situação que já é crítica. Para isso, no entanto, necessário que não só o Executivo, mas o Legislativo também se imbua de verdadeiro republicanismo, abandonando de vez o fisiologismo de qualquer espécie. O primeiro passo, voltamos ao início, será a humilde purgação dos pecados por via de um mea culpa de todos os nossos mandatários envolvidos nos desmandos que geraram a crise atual. Talvez assim (re)adquirissem um pouco da credibilidade necessária à proposição de medidas duras, mas necessárias. Será sonhar demais?

que toda vida é sagrada”. Desse jeito, com opiniões fortes, inclusivas – e muitas vezes heterodoxas – o Santo Padre conquista adeptos. O fato de mediar as relações entre Cuba e Estados Unidos já seria, por si só, uma grande conquista. Entretanto, Francisco quer mais. Ele considerou, talvez pela primeira vez na história, a

integração de indivíduos homossexuais nos braços da Igreja. De forma corajosa, descartou privilégios, adotando posturas simples e condizentes com os princípios da fé, e desafiou o Vaticano a romper com dogmas anacrônicos. Em síntese, há uma revolução de ideias e conceitos no ar. Sob a liderança deste papa, o sonho de um mundo melhor.

O sonho de Francisco GABRIEL BOCORNY GUIDOTTI Bacharel em Direito e estudante de Jornalismo em Porto Alegre (RS)

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Igreja Católica Apostólica Romana teve, ao longo de sua história, uma variedade de nomes santimoniais, mas poucos líderes de verdade, isto é, pessoas capazes de guiar a fé para a fundação de um mundo novo e mais igual. A oportunidade dada ao argentino Jorge Mario Bergoglio – o Papa Francisco – parece ser uma exceção da regra, pois ele demonstra, a cada dia, que alinha seu pontificado à preocupação com o futuro da humanidade. O papa vem surpreendendo os fiéis do século XXI ao retirar da Santa Sé a opulência que sempre lhe foi consignada em séculos passados. Com o discurso do amor aos mais humildes, o Santo Padre usa roupas simples, senta em tronos modestos e é capaz de replicar pensamentos que surpreendem o mais incrédulo dos homens. A grande prova disso é a influência que exerceu nas negociações de paz entre Cuba e Estados

Unidos. O sucesso da empreitada ilustrou-se na semana passada, nas visitas do pontífice aos dois países. Em Cuba primeiramente, Francisco celebrou uma missa em que pediu mais amor ao próximo. Ele elogiou o povo cubano, enaltecendo a resistência às dificuldades impostas pelo bloqueio dos Estados Unidos desde a Revolução. Após dois dias de estadia, migrou para o país norte-americano, em uma visita ainda mais representativa. O papa entrou para a história como o primeiro pontífice a discursar perante o Congresso Nacional. E não falou em vão. Francisco aproveitou a oportunidade única para tocar em ponto nevrálgico que confronta republicanos e democratas: a questão climática. Ele pediu “ações valentes” que possam conter a desestabilização do meio natural. O papa solicitou também a abolição da pena de morte, em nível global, pois acredita que “este é o melhor modo, já


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ARTIGOS

Filosofia partidária JORGE MORAIS Jornalista

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natural que em qualquer agremiação partidária, existam divergências em relação ao pensamento de seus membros. Até os mais radicais de esquerda, divergem internamente em cima de ideias e propostas, chegando a discussões exaustivas. Imagine isso entre os partidos de direita ou de centro, onde o quadro é muito mais problemático e, as vezes, o entendimento em relação aos problemas, é zero ou quase isso. Pois bem. Na última segunda-feira (21), o Partido Social Democrático do Brasil (PSDB) apresentou em rede nacional de rádio e televisão o seu programa político, garantido pelas leis eleitorais vigentes no país, como qualquer

outro que tem esse direito. Mesmo não tendo qualquer ligação ou interesse maior em relação ao PSDB, quero dizer que foi um dos mais bem feitos dos últimos tempos. Mais do que isso: todos falaram a mesma linguagem. No programa, se posicionaram em relação à crise que atravessa o Brasil e, em especial, o governo da presidenta Dilma Rousseff, todos os grandes nomes do PSDB: Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves, Geral Alckmin e José Serra. Todos, com seu estilo de falar, disseram que a Dilma é a principal responsável por tudo, juntamente com o Partido dos Trabalhadores (PT), e pediram seu impeachment ou a sua renúncia. O PSDB pediu o que a grande maioria do povo brasileiro deseja: “Fora Dilma”. Dizem que a presidenta renunciando ou se afastando do cargo, os problemas do Brasil estariam resolvidos, voltando o crescimento; programas sociais com mais força; mais empregos; melhoras na educação e saúde; controle

da inflação; empregos; e acabaria, também, a roubalheira. Mas, será que tudo isso é possível acontecer? A Dilma, sozinha, está causando essa destruição toda no Brasil? Claro, que não vou tirar dela a parcela maior de culpa pelos desmandos de seu governo e as mentiras soltadas na campanha de 2014, orquestradas por sua assessoria de marketing e auxiliares mais diretos do governo e da campanha. O Brasil já estava quebrado há muito tempo e a presidenta escondeu para ganhar o voto e mais um mandato para a Presidência da República. Nesse jogo da política, só conheço duas classes, ou melhor, três: O que está no Poder e quer continuar mandando, alguns dizem mamando; o que está de fora e quer assumir para fazer a mesma coisa de quem já está por lá; e o terceiro, que não tem a menor chance de governar e vai fazer zoeira na mídia para ocupar espaço, como é o caso dos partidos radicais e os de esquerda. Em relação às declarações dos “ca-

ciques” do PSDB no programa político, como resposta, o Partido dos Trabalhadores disse mais ou menos assim: que a oposição brasileira não está preocupada em resolver os problemas do país, mas que ela quer, apenas, ocupar um lugar ao sol. Pergunto: E a situação (governo) quer mesmo resolver os problemas do país ou pretende se locupletar do Poder, hoje, tão cobiçado pelos que estão a favor e os que estão contra? A grande verdade é que, nessa hora, não adianta chorar mais o leite derramado. O que acontece mesmo é que estamos lascados, literalmente. O dólar deve emplacar, no final do ano, a casa dos 6 reais e, em 2016, a situação, mesmo com as medidas de enxugamento da máquina, será ainda muito difícil. O desemprego já assola o país, com milhões e milhões de pessoas batendo as portas das indústrias e do comércio por uma vaguinha, pedindo pelo amor de Deus, e ninguém tem e não consegue sustentar mais essa crise. Portanto, de filosofia partidária, já ando de “saco” cheio.

Em nosso meio de convivência, encontramos grandes amigos, empresários, religiosos, funcionários públicos, donas de casa, familiares. A vida vai nos ensinando a selecionar os bons e afastar os ruins. É só saber agir na hora certa! A Justiça alagoana, como todas as outras, também recebe bons magistrados ou péssimos magistrados. Lembremo-nos de que são pessoas normais como nós, não são santos, que se dedicam ao direito. E vamos caminhando com dificuldades; aqui e acolá aparecem juízes e desembargadores que cometem graves erros e nem sempre são punidos. A solução é esperar pela justiça divina, que vem, podem ter certeza! E os promotores de Justiça? O Ministério Público Estadual tem desempenhado um excelente papel em Alagoas. Desde 2012 vem investigando alguns deputados estaduais e vai passando para a Justiça o resultado das apurações. Cabe agora aos senhores juízes e desembargadores punirem os culpados. Merece o MP/AL um beijo bem estalado e um forte abraço. Vi recentemente na internet um bom exemplo de injustiça: uma mulher pobre roubou um pote de manteiga e pegou quatro anos de cadeia. Um senador da República roubou milhões dos cofres públicos; foi condenado a

devolver dois milhões de reais e não foi preso. Em compensação, um homem pobre, em Goiás, roubou carne de um açougue para o almoço dos filhos e os policiais que o prenderam pagaram a carne e o dispensaram. Aí a polícia merece um forte abraço e um beijo barulhento. Sempre disse aos meus filhos que precisamos de bons amigos, dentro e fora do ambiente familiar. Eles riem muito quando trazem novas amizades à nossa casa e fico observando. Depois de certo tempo aviso: “Fulano não é seu amigo”. Passados alguns dias, na maioria das vezes, verificam que tenho razão e dizem: “Mãe, a senhora adivinha”. Na realidade é a experiência da vida que nos ensina. Uma classe de que não falei, mas me deixa encabulada é a dos bajuladores. Onde eles pululam frequentemente é no ambiente político. Convivo com alguns, e quando estão presentes, digo o que sei para ser levado aos patrões. É muito interessante: o sujeito chega numa sala, finge que lê um jornal e não está ouvindo nada; logo depois sai correndo. É cena de “Zorra Total”! Para os bajuladores: um abraço bem frouxo e um beijo de biquinho. Lá vamos nós, convivendo com pessoas de todas as categorias e aprendendo a selecionar os verdadeiros amigos, dignos de um forte abraço e de um beijo bem estalado.

Um beijo estalado ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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inha cunhada mais velha, Gleide, dava beijos barulhentos nas pessoas queridas. Diziame ela: “Esses beijinhos que nem nos tocam são falsos”. E com o passar do tempo, cheguei à conclusão de que ela estava certa. É muito comum em nossas vidas abraçarmos e beijarmos amigos, queridos ou não. O pensamento me leva longe, olhando o mar de Paripueira, procurando saber quem merece um beijo estalado e um abraço apertado. Comecemos pelas classes: médicos, políticos, empresários, militares. A que chama mais atenção é a dos políticos. Já tivemos em Alagoas, e no Brasil, deputados, senadores, presidentes da melhor qualidade. Hoje, é preciso ter cuidado e selecionar aqueles merecedores de um abraço e de um beijo sinceros. Os escândalos se sucedem e, às vezes, até pessoas tidas como honestas e trabalhadoras viram mensaleiros, taturanas, personagens da Lava Jato. Claro que esses políticos não merecem nem cumprimentos frágeis! Ficaram com o

dinheiro público, enriqueceram ilegalmente e estão pagando caro, muito caro. E os médicos? Existem pessoas fabulosas, humanitárias, dedicadas, que abraçaram a profissão com amor. Mas, ainda encontramos mercenários (os que atendem pelo SUS e ainda cobram por fora), os indelicados (atendem os clientes e nem olham o rosto do coitado), os retardatários (marcam hora de atendimento e chegam atrasados). Nossos respeitos aos bons médicos e às boas médicas. São pessoas de que precisamos em momentos difíceis e nossas vidas dependem de sua competência e humildade. Os militares, ah! Os militares! Fui criada por um pai que não gostava dessa categoria. Quando ficamos adultos, ele nos dizia: “Se um policial lhe parar, entregue tudo o que for solicitado; não discuta. Homem fardado é um perigo”. Por ironia da vida, casei-me com um militar e, durante mais de trinta anos, convivi com pessoas de farda. Meus amigos, no ambiente dos quartéis existem criaturas maravilhosas, verdadeiros irmãos, e hoje nossos filhos já são amigos dos filhos daqueles que conosco conviveram nas vilas militares. Não posso negar que encontramos criaturas terríveis, indignos de um grande abraço ou de um beijo sincero. Mas, são raras exceções e Deus se encarregará de todas elas.


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ARTIGO

A saga da corrupção em Alagoas HERÍLIO MACHADO

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omentam que a ONU fez uma pesquisa sobre corrupção no Brasil e apurou que a corrupção das autoridades em nosso país, só perde para Serra Leoa, e no Brasil só quem ganha para Serra Leoa é Alagoas. Porque denunciei o juiz Josemir Pereira ao CNJ, até hoje o corporativismo do TJ/AL me persegue. Narro adiante a origem desse carma. Processei o prefeito de Barra de Santo Antônio/AL por querer se apropriar de um imóvel nosso. O processo foi engavetado, e isso eu denunciei ao CNJ. Fiquei com dois desafetos: o prefeito e o juiz. O juiz valeu-se de uma acusação que fiz contra o prefeito, dizendo que ele não faria comigo o que fez com certo mestre de obra, que foi seqüestrado, vestido de pneus e queimado vivo, orientando o edil a me processar por ameaça. A denuncia, encaminhada pelo MP à Delegacia de Polícia foi devolvido por prescrição. O juiz foi à delegacia e obrigou o delegado, segundo esse, a autuar a queixa. Fiz nova denuncia ao CNJ e o juiz se averbou suspeito em meus processos. A competência passou ao juiz substituto, no caso o de São Luiz Do Quitunde/Al, que era a Dra. Danielle Burichel. A substituta marcou audiência para julgar o suposto crime de ameaça. Deslocou-se para a audiência em Paripueira/AL, marcada para as 13hs e, antes comentou com o juiz Josemir que ia extinguir o feito. Já na mesa de audiência, foi comunicada que pelo escrivão Gerson que ela não poderia fazer a audiência, pois fora exonerada da comarca de São Luiz do Quitunde. A humilhação da exoneração através do escrivão fez a magistrada sair do foro chorando. Denunciei no jornal “Extra” que a armação era pra me assassinarem sob o pretexto de legítima defesa. Estranha a celeridade da exoneração da magistrada, antes da audiência, pelo presidente do TJ/AL. Será que ele também fazia parte do complô para me assassinar? Entre nossas autoridades a prática de contratar crimes é uma praxe. Ouvia Adalberto Calheiros e esse me contou que o presidente do TJ/SE, simulou um atentado contra si que matou seu próprio motorista. Tudo para lhe dar álibi a fim de que esse mandasse matar um primo de Adalberto. Esse também me confidenciou que aqui em Alagoas certo desembargador armava para matá-lo e tinha outros envolvidos em

seqüestro e assassinato. Disse nomes e eu gravei tudo. O processo julgado pelo TJ/AL contra mim no ultimo dias 24/09/2015, originou-se da Comarca de Paripueira onde perdi a causa a quo. Nesse julgamento a metade da propriedade inventariada era minha e a juíza Ana Raquel da Silva Gama, foi curta e grossa: - o senhor não tem direito a herdar, pois a relação de sua mãe com o autor do espólio era ilícita (referiu-se a uma relação de mais de 50 anos, ele solteiro e ela viúva). A digníssima magistrada taxou minha mãe (que Deus a tenha) de puta e prosseguiu no destempero:- O senhor não poderia nem ser inventariante. Portanto ou o senhor divide tudo com os demais herdeiros ou o senhor fica sem nada. Puxei o gravador e disse:- Gravei tudo. A senhora é uma juíza arbitrária e vou denunciar sua conduta ao CNJ. A juíza debochou: - Você já me denunciou uma vez e não deu em nada! Comuniquei o abuso ao Corregedor Alcides Gusmão e esse fez ouvido de mercador. Perdi a minha metade no imóvel. Apelei ao TJ/AL. Caiu a relatoria no Des. Alcides Gusmão, que de tudo sabia pela representação que lhe fiz contra os abusos da juíza Raquel Gama. O mesmo relatou o recurso contra o feito a quo, enquadrando a apelação como via equivocada e mantendo a sentença apelada, no que foi seguido pelos pares da Câmara julgadora. O EXPOSTO FAZ PARTE DA COLETÂNEA DE DERROTAS. Interpus rescisória contra o prejuízo de milhões de reais, propositadamente me causado pelo juiz Domingos Lima Neto e pelo Des. Estácio Gama de Lima. A relatoria caiu em Elisabeth Carvalho que extinguiu o arrimo, sob a alegação de que eu paguei as custas iniciais e não paguei o depósito da multa. O boleto pago abrangia as custas e a multa. A desembargadora criou justificativa fraudulenta para extinguir o pleito. Sobre essa figura, tenho cópia de mais um destempero da mesma, postado na internet, quando essa no pleno do TJ/AL, acusa os desembargadores Malta Marques e Tutmés Airan de praticarem advocacia administrativa em favor dos interesses de Teotônio Vilela. Malta Marques reagiu: - Cale a boca senão eu descubro também seus podres! A acusadora ameaçou: - Seja homem e faça isso! Malta Marques pôs a viola no saco. Extinta a rescisória arbitrariamente por Elisabeth Carvalho, ainda no prazo decadencial, renovei o arrimo. Por dependência o novo pedido voltou a cair na relatoria de Elisabeth Carvalho. Essa declarou ao presidente do TJ/AL Washington Damasceno, que o pedido renovado tinha o mesmo objetivo do que ela extinguiu e a mesma causa de pedir, porem averbou-se suspeita e a relatoria recaiu em James Magalhães.

Esse extinguiu o pedido reapresentado, inovando artificiosamente para prejudicar, que o pleito renovado era contra a extinção prolatada por Elisabeth Carvalho, e fundou a nova extinção, na alegação de que não foi declinado na inicial o prazo do enquadramento previsto no art. 485 do CPC. Elisabeth já havia dito conforme acima, que o pleito era o mesmo do pedido pretérito que ela extinguira. Sobre James Magalhães, entre outras prevaricações, o jornal “Extra” denunciou que ele usava o cargo para pedir emprego para familiares no Legislativo. Interpus agravo interno e mais da metade dos membros do TJ/AL, se averbou suspeita para julgar o recurso. Nos termos do art. 102, alínea “n”, da Constituição Federal, os autos sobem para o STF, onde também tem esquema, pois os meus desafetos farão a cama contra mim ao relator. Tanto que, caindo a relatoria em Luiz Fux ou Gilmar Mendes, ministros que critiquei na minha revista “Judiciário a Porta do Inferno,” imediatamente argüirei a suspeição dos mesmos junto a presidência do STF. Sobre a gestão de Téo Vilela, foi a relação mais suspeita que já existiu entre Executivo e Judiciário. Todo fim de ano Vilela liberava milhões para os membros desse Poder, a título de auxilio moradia, ilegal, porquanto só regularizado esse adicional pelo CNJ, em outubro de 2014. Criado à base de pouco mais de R$ 4.300,00, mês, isso daria ao ano cerca de R$ 50.000,00. Em dezembro de 2013 o Des. Washington Damasceno recebeu mais de 260.000 reais e em 2014, segundo o “Extra”, a estrela foi o Des. Alcides Gusmão com mais de 200.000 reais. O art. 17 do ADCT da Constituição Federal proíbe essa prática, ignorada por nossos magistrados. Denunciei Tutmés Airan ao CNJ, por prejudicar meus processos para agradar Vilela e não perder o mimo de natal. Esclareço que Vilela não gosta de mim porque eu o denunciei e a sua irmã por envolvimento com a Gautama. A irmã foi forçada a renunciar à galinha dos ovos de ouro, diga-se: Secretaria da Fazenda. O CNJ acolheu a indicação dos desembargadores Otávio Praxedes, Paulo Lima e João Azevedo, para compor a comissão que apuraria minhas denúncias contra Tutmés Ayran, inclusive de negociar com Vilela sua indicação para o cargo de desembargador. Fui ouvido pela citada comissão e mantive tudo o que disse ao CNJ. Tentaram me intimidar para eu retirar as denúncias e retruquei:- Vocês são autoridades só em Alagoas; eu sou jornalista em qualquer parte do mundo aonde eu chegar. Se eu não puder viver aqui, mudo-me para um país vizinho e todo mês eu mando uma revista para circular em Alagoas, denunciando a corrupção no Judiciário.

O processo no CNJ foi arquivado porque a comissão inocentou Tutmés Ayram e informou que eu era acostumado a ameaçar juízes para julgar a meu favor. Ilustrou com a informação de Tutmés de que eu fui ao seu gabinete para coagi-lo a me beneficiar e ele alertou: - Eu sou um desembargador de bem! Ao que eu teria retrucado: Pra mim, desembargadores de bem são os que dão sentença a meu favor! Citaram que outro juiz, Carlos Haley, informou à CGJ, haver eu mandado um recado para ele pelo escrivão da 17ª Vara da Fazenda Estadual, sentenciando: Diga a esse juiz que tenha cuidado, senão eu o ponho no meu caderninho! Elisabeth Carvalho informou ao CNJ: “Importante ressaltar que o Sr. Herílio Machado é pessoa conhecida no âmbito do Poder Judiciário de Alagoas, já tendo se envolvido em querelas com diversos juízes e desembargadores e parece ter como prática a tentativa de intimidação da magistratura para servir aos seus interesses, com isso, objetivando escolher o julgador mais conveniente para julgar suas causas.” Três processes meus desapareceram da relação do SAJ do TJ/AL. Os relatores dos mesmos eram Alcides Gusmão, Domingos Lima Neto e Fernando Tourinho. Esses processos eram ilustrados por arbitrariedades de Raquel Gama e Sebastião Costa. Fala-se que havia gente do CNJ em Maceió. Talvez essa a razão da prudência em fazer desaparecer os processos. No entanto, o que eles tentaram esconder exponho aqui. Sobre Raquel Gama, a reclamação no processo desaparecido já expus acima. Esse processo reapareceu e imediatamente foi julgado contra mim em 24/09/2015. Sobre Sebastião Costa, narro suas proezas no processo 79983-39.2008.8.02.0001, onde protesto que ele recebeu precatório atropelando as prioridades e ainda recebeu devolução dos encargos fiscais sem ser doente, sequer aposentado. Para fugir de reconhecer direitos do grupo fazendário, no processo 2011.23150/0001.00, o governador Téo Vilela se reuniu com Sebastião Costa, então presidente do TJ/ AL, Diógenes Tenório, assessor da presidência e Charles Fidelis, procurador-geral do Estado. Em 27/05/2010, o presidente despachou suspendendo liminar a quo e, na falta de manifestação contrária, mandando arquivar os autos. Interpus agravo assinado por meu irmão, alegando que a sustentação do pedido deferido era fraudulenta. O procurador juntou partes de dois processos: um despachado por Klever Loureiro e outro por Joyce Araujo dos Santos, essa juíza última, tenho certeza, não pertence à máfia dos bandidos de toga nomeados por Eliana Calmon.


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ARTIGO

A Des. Nelma Padilha, então vice presidente do TJ/AL, reconheceu a fraude e, em despacho datado de 30/05/2011, anulou a decisão. O presidente Sebastião Costa, que se achava em Brasília, regressou às pressas, anulou a reconsideração da vice e manteve a decisão de sustentação fraudulenta. É de se crer que essa prática era usual para favorecer os interesses de Vilela. No apagar das luzes do governo Téo, Diógenes foi Secretário de Defesa Social, Malta Marque foi governador simbólico, e outros “auxiliares”, sem dúvida, também foram agraciados. Fatos que justificam a denúncia de Elisabeth Carvalho, de que certos desembargadores praticavam advocacia administrativa em favor dos interesses de Vilela. No caso da rescisória já acima mencionada, prejudicada por Elisabeth Carvalho e James Magalhães, a querela judicial se originou pelo fato de que eu vendi o imóvel Carro Quebrado a meu irmão e sua mulher, promotora de justiça. O comprador não me pagou e estava vendendo o imóvel a um grupo italiano. Quando executei a dívida, o devedor apresentou uma quitação com minha assinatura falsificada.

Carlos da Grafitex vendeu 550 mil m², por oito milhões e, na mesma escritura, foi disponibilizado mais quarenta milhões para compra dos imóveis vizinhos. O meu imóvel tem um milhão de m² e, sem dúvida, valia o dobro do acima negocia. A valorização dos imóveis da área se deveu à inauguração do projeto Pontal do Camaragibe, que já foi Onda Mar Azul e Costa Dourada e, sempre que é reinaugurado, desaparece uma fatia dos um bilhão de dólares canadense, sem nada ser feito. O projeto visava criar uma Veneza no imóvel Morros do Camaragibe. Um parque de jogatina internacional, tipo o Vaticano que é um país independente dentro da Itália. Esse complexo teria heliporto e pistas exclusivas diretas do aeroporto, e seria um novo paraíso de jogatina e drogas. Como na Gautama, Vilela era persona grata do imbróglio. Encerrando este documentário, alerto que não é momento de querelas, mas sim de reflexões. Divulgo este relatório, porque Confúcio alertou que a justiça era à base de uma sociedade melhor, ao vaticinar: -Toda violência desapareceria da face da terra, se o planeta fosse governado com justiça pelo espaço de meio século. Jesus acha-

va os mentores da justiça não confiáveis e alertou: Se alguém for ao tribunal, na ida, faça qualquer acordo com seu adversário e poupe-se dessa provação. Segundo a Gazeta de Alagoas, edição de 19/11/1992, 1.572 cientistas, dentre eles 99 ganhadores de prêmios Nobel, alertaram as autoridades que a vida no planeta terra será extinta em menos de um século. Um livro da Biblioteca da Ordem Rosa Cruz, intitulado Encontros com O insólito, escrito pelo Frater Raimundo Bernard, então Imperator da Ordem para a Europa, revela a alegoria do livro da vida. Como os nossos atos na senda da evolução individual da alma, são observados e repassados aos mentores supremos executores do escrutínio de Deus. No livro Bernard revela o seu encontro com um conselho secreto que observa a vida no planeta Terra, sem em nada interferir. Eles apenas informam para o conselho da dimensão superior a conduta das almas que evoluem. No dia 29 de março de 1979, eu morri. Vi meu corpo na cama e um ser invisível me conduziu, numa velocidade alucinante, num percurso de milhões de ano luz, a uma dimensão celestial privilegiada. Vi praças

belíssimas e casais de epiderme cor de caroço de romã. Denotavam em seus semblantes imensa paz. Não havia pessoas de tez de variada coloração. Fui conduzido ao templo ao lado, e vi os membros do conselho que governa a dimensão para onde fui levado. Ouvi-os e pedi para voltar porque meus filho de 1, 2 e 3 anos de idade, não tinha quem cuidasse deles. Fui atendido porque minha petição era amparada no amor que eu tinha a meus filhos. Nenhum outro motivo, senão o amor é alvo da graça de Deus. Quando voltei ao meu corpo, constatei que tudo se passou em menos de 4:00hs. Eu estava no tempo sideral, onde um ano, representa dois mil dos nossos. Quando dormimos e sonhamos, estamos no tempo sideral. S. Paulo, em Coríntios II, 12: 2-4, teve a mesma experiência que narrei acima. Caso alguém queira conhecer o Centro Místico e Esotérico – Casa de Maat, onde formamos grupos de 12 pessoas para avaliação de dons, telefone para contato 98850-0609. *É escritor, jornalista e membro da Academia Maceioense da Letras


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Que seja para todos

Expobatalha

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Exposição Agropecuária de Batalha (Expobatalha), realizada na semana passada, teve recorde de expositores dos municípios da Bacia Leiteira, vizinhança e estados vizinhos. A Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri) definiu o evento numa palavra: sucesso.

descontrole do governo federal com o dinheiro do contribuinte foi retratado recentemente em área dos marajás propondo aumento de 78% nos salários, afora as mordomias habituais. Mas desta vez rejeitado ante a repercussão e por ferir o principio de direitos iguais para todos

Palma Pontos altos da exposição, na análise dos organizadores da feira: equipamentos, implementos agrícolas e o Seminário Alagoano de Cultura da Palma Forrageira com exposição das novas formas de manejo e propostas para incrementar a produção da palma na alimentação do gado.

Pagando a conta Governantes, do mesmo modo, tiveram “cara de pau” para defender a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e argumento difícil de ser entendido: cobrir déficits públicos não explicitados. Alagoas teria uma arrecadação extra em torno de R$ 1,5 bilhão.

Festival do Teatro

Corte de gastos

Maceió compõe na agenda de grupos teatrais nacional e internacional que participam do Festival Internacional de Teatro de Objeto (Fito) e espetáculos foram exibidos na sexta-feira-25. Mais Informações no link http:www.fitofestival.com.br/festival.B.

Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado, entende que o governo Dilma tente sair do imobilismo, mas se preocupa de as propostas a serem tomadas para corte de gastos, valores significativos, não deem certo e a conta, como sempre, seja transferida para o contribuinte.

Prevenção

Hora da revoada?

A coordenação do grupo de Alerta e Preparação da Comunidade para Emergências Locais (APELL), criada pela Braskem, e que tem como rotina ações preventivas para conscientizar a comunidade em áreas de risco sobre segurança e medidas de proteção a serem tomadas em caso de emergências, deve definir em breve a data de nova simulação. Trabalho de conscientização ocorre no Trapiche da Barra.

Nas eleições no próximo ano, para prefeito e vereador, como vão estar ligadas às majoritárias de 2018, não surpreenderá a participação direta de políticos com mandatos estadual e federal. É hábito enraizado na vida pública também antecipar o plantio para colher frutos depois.

Programação anual De Augusto Dantas, engenheiro químico e consultor do programa: “Ação é anual e necessária para preparar a comunidade. É pautada por temas que envolvem saúde, segurança e o meio ambiente.” Segundo assessoria, após cada simulação são realizadas ações sociais e recreativas. A simulação que aconteceria dia 25 passado foi adiada em virtude do trágico acidente que matou quatro militares em Maceió.

Audiência pública Em Maceió vereadores realizaram na sexta-feira da semana passada uma audiência pública e o tema teve a ver as dificuldades que deficientes físicos e idosos têm paras caminhar nas ruas. Participaram representantes do Procon, Secretaria da Mulher, Direitos Humanos e entidades interessadas.

Queixas mais comuns Pauta na audiência pública da Câmara foi sobre as poucas vagas em ônibus para cadeirantes, o desrespeito na ocupação dos espaços reservados para eles nos estacionamentos e falta de rampas nas escolas e calçadas. Mas por serem queixas antigas não é estranho o alheamento da Prefeitura?

Dilma, o problema? Conversas, inclusive com políticos petistas, deixam notória a insatisfação com Dilma Rousseff, e dentre as preocupações aparece o temor de que a perda de confiança nela seja estendida para o partido. E, paralelo, Lula começando a ser citado na mídia como suspeito da prática de corrupção.

Desiludido Paulo Paim, senador pelo PT, é um dos que não escondem o desânimo com o momento do partido. Palavras dele: “Só fico no PT se ele mudar”. Afirmação foi em entrevista à revista IstoÉ, edição do dia 16 último. Não esconde a desilusão e promete que até o fim do ano toma uma decisão.

Da exceção Mas fazer o quê? A interrogação é de cidadãos ante o descontrole administrativo do governo federal e, em paralelo, diante do custo de vida sangrando o bolso do trabalhador; dor no bolso cada vez mais forte, diga-se de passagem. Algumas propostas já estão anunciadas e os combustíveis na linha de frente.

Dor no bolso Reajustes em cadeia anunciados pelo governo pontuam oficialização no setor energético em percentuais pesados. Além, óbvio, de transferir a dor no bolso para setores produtivos do País. É uma bola de neve que alcança setores do comércio e começa a aparecer nos supermercados.

Solenidade especial A sessão da Câmara Municipal de Maceió na segunda-feira, 28 foi solene. Teve a entrega do título de cidadão maceioense ao deputado federal Carlos Andrade ( (PHS- Roraima) e a comenda Vereador Otacílio Holanda à vereadora Aurélia Costa, da Barra de Santo Antônio.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Água líquida em Marte Marcas escuras e estreitas foram registradas pela sonda MRO em Marte, e cientistas da Nasa acreditam que os leitos provam que existe água líquida e corrente no planeta. Os primeiros vestígios de vida na Terra datam de 3,5 bilhões de anos atrás e os microrganismos primitivos teriam surgido dentro do mar, por isso, ter encontrado água em estado líquido em solo marciano é um forte indício de que pode sim haver vida no planeta vermelho. A busca por vida fora da Terra se baseia ainda muito em como a vida surgiu por aqui.

Belo Monte

O

consórcio Norte Energia, que constrói a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, informou que atenderá nesta semana as 12 condicionantes requisitadas pelo Ibama. Em processo para o início da geração de energia pela usina, a empresa disse ainda que a concessão da Licença de Operação (LO) para o início do enchimento do reservatório da hidrelétrica não foi negada pelo órgão licenciador, ao contrário de notícias publicadas pela mídia.

Desalojados As obras dos reservatórios da Usina Hidrelétrica Belo Monte, já deslocaram ao menos 203 mil animais silvestres de seus habitats de origem. O dado é da Norte Energia, responsável pelo afugentamento e reinserção dos animais em áreas de preservação ambiental. Cerca de 190 mil teriam voltado ao meio ambiente e os animais que não apresentaram condições de serem reinseridos no ambiente, por estarem machucados, foram encaminhados para instituições como centros públicos de biologia, museus e zoológicos.

Águas quentes Uma equipe de oceanógrafos conseguiu evidências de que turbulências no oceano Ártico, provocadas pelo vento, estariam trazendo mais calor das profundezas do mar para a superfície. Segundo os pesquisadores, o derretimento das geleiras expõe mais água ao vento e a turbulência acaba fechando um círculo vicioso de calor, acelerando ainda mais esse derretimento.

Grande santuário marinho A Nova Zelândia anunciou na terça-feira (29), a criação de um gigantesco santuário marinho de mais de 620 mil km², onde estarão proibidas a pesca e a mineração. O santuário das Kermadec compreenderá uma zona de superfície quase equivalente à França, a cerca de mil quilômetros a nordeste da Nova Zelândia. A decisão foi saudada pelas associações de defesa do meio ambiente, que destacaram que os santuários marinhos do Pacífico representam agora mais de 3,5 milhões de quilômetros quadrados. O novo santuário é um refúgio para milhares de espécies, incluindo baleias, golfinhos, tartarugas e aves marinhas.

Eclipse total e superlua Os brasileiros puderam presenciar no domingo (27), à noite, um eclipse lunar total e também uma superlua. O satélite natural da Terra ficou mais próximo durante toda a noite, fazendo com que tenha um tamanho maior. Durante boa parte desse período, foi possível perceber também, a sombra da Terra impedindo a iluminação da lua, coincidência que só ocorre uma vez a cada 30 anos.

Redução drástica em vazão A vazão da barragem da usina hidrelétrica de Santa Cecília, em Barra do Piraí (RJ), teve a mais drástica redução da história. Passou a liberar 110 m³/s desde semana passada. Antes da crise hídrica, esse volume era de 190 m³/s. O reservatório do Paraibuna, o maior do Rio Paraíba do Sul, está em 1,7% da sua capacidade. O Comitê de Integração (Ceivap) previa reduzir a vazão de Santa Cecília até outubro, como forma de prevenir o abastecimento, mas a medida precisou ser tomada antes. Parte da água liberada por esta barragem é captada pelo sistema Guandu, rio artificial que garante o abastecimento de 9 milhões de pessoas.

Plano de contingência O Programa Mundial de Alimentos (PMA) estuda um plano de contingência para a América Latina, para minimizar os efeitos que o fenômeno do El Niño pode causar tanto para a produção como na alta dos preços da cesta básica. Esse fenômeno pode causar uma série de efeitos no continente americano que vão desde fortes secas, causadas pelo aumento das temperaturas e pela escassez de precipitações, até inundações.



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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Enrascada para o diesel

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lima econômico (e da indústria automobilística em particular), além do desânimo com os rumos do País cobraram seu preço no 24º Congresso SAE Brasil de Tecnologia da Mobilidade. A exposição de fabricantes e fornecedores do setor encolheu, porém 9.000 visitantes comprovam o interesse. Produtividade foi bastante discutida e tem muito a avançar no Brasil. Entre as novidades destaque para o sistema avançado de injeção de combustível indireta, no duto (que ainda está em 60% dos motores atuais de ciclo Otto no mundo), apresentado pela Bosch. São dois injetores por cilindro e pode ser nacionalizado a preço competitivo. Potencialmente, reduz consumo de etanol e gasolina em até 12% em motores aqui produzidos. Nos corredores do congresso o assunto mais comentado foi o grave erro da Volkswagen

pitstop

envolvendo os motores a diesel vendidos no mercado americano. O problema, revelado por um pesquisador de uma universidade dos EUA, desnudou desconfianças pré-existentes em relação aos métodos de aferição de emissões veiculares. A empresa admitiu que houve fraude, inclusive nos países europeus, onde a penetração desse tipo de motor atinge, na média, cerca de 50% dos veículos leves. O presidente executivo do Grupo VW, Martin Winterkorn, se demitiu e a empresa reconheceu que 11 milhões de unidades, em um balanço inicial, terão que ser convocados para troca da central de gerenciamento dos motores. O prejuízo potencial é de US$ 18 bilhões, segundo estimativas de especialistas. Essa coluna sempre teve posição crítica em relação ao uso de diesel em automóveis por se mostrar uma escolha errada,

O hatch mais seguro do mundo ganha motor novo

desnecessária e cara em qualquer lugar do mundo. Por que caminhões e carros deveriam usar o mesmo combustível, se os motores de ciclo Otto dão conta do recado em veículos leves, sem as terríveis complicações sobejamente conhecidas sobre emissões de óxidos de nitrogênio (NOx)? Motores a diesel consomem menos combustível e, portanto, emitem menos CO2. Mas, a que custo? Há cinco anos ninguém acreditava que um motor a gasolina pudesse emitir menos de 100 g/km de CO2. Pois o VW Golf 1.0 TSI (mesmo motor do up! TSI brasileiro, porém com 10 cv a mais) já está à venda na Europa e emite apenas 99 g/ km. Marcas japonesas há mais de 30 anos vislumbraram a enrascada que os motores a diesel para veículos leves iriam sofrer em razão de NOx. Toyota optou pelo híbrido a gasolina com ajuda de um pequeno motor elétri-

co.

Sobre fraude, lembrar que em 1995, no “patropi abençoado por Deus”, a atual líder do mercado nacional também se encrencou. Recebeu multa simbólica equivalente a US$ 10 por cada um dos 300.000 carros produzidos em três anos em desacordo com a legislação de emissões da época. E a vida continuou. Hoje, o cenário está sombrio para o grupo alemão, que terminou o primeiro semestre deste ano como maior fabricante mundial de automóveis e comerciais leves. Mas as três grandes marcas americanas e duas das maiores japonesas tiveram prejuízos monumentais em casos de acidentes fatais e recalls não executados. E sobreviveram. A VW admitiu a culpa de imediato (castigo talvez seja amenizado), mas é cedo para saber dos desdobramentos.

FIAT confirma que sua primeira picape média de quatro portas se chamará mesmo Toro (soa parecido a “touro” e leve referência a Torino, cidade-sede da marca italiana). Empresa identifica o modelo como SUP (Picape Utilitário Esporte, em tradução livre para português). Arquitetura deriva do Jeep Renegade, mas, além da carroceria, tudo é novo do eixo dianteiro para trás. NADA de dormir sobre louros. Hyundai HB20, ano-modelo 2016, recebeu retoques em grade e para-choque dianteiros, luzes diurnas de LED, ar-condicionado digital e nova central multimídia. Agora, câmbios manual e automático têm seis marchas, bem melhor que antes. Novos amortecedores eliminaram ruídos de nascença. Preços vão de R$ 38.995 a R$ 63.535. ALEMÃES que se cuidem com ataque inglês. Jaguar XE desafia Série 3, Classe C e A4 sem poupar munição: tração traseira, mais de 75% da estrutura em alumínio, suspensões muito eficientes, linhas arrojadas, bom espaço interno e porta-malas razoável (455 litros). Além do 4 cil./240 cv, um V-6 (compressor), 340 cv/46 kgfm, 0 a 100 km/h em 5,1 s. R$ 169.900 a R$ 299.900. GOLF VARIANT é, de fato, uma station de virar a cabeça ao passar. Pena que esse segmento tenha sido quase totalmente “engolido” pelos crossovers e SUVs. Agora com arquitetura MQB, 109 kg a menos de peso que a anterior Jetta Variant, tem um motor 1,4 turbo que encanta pelo torque de 25,5 kgfm entre 1.500 e 3.500 rpm. Porta-malas enorme: 605 litros.

Versão Kinetic do Volvo V40 custa menos de R$ 100 mil Hatch premium mais seguro do mundo de acordo com o Euro NCAP, o V40 chega ao Brasil em duas novas versões na linha 2016: Kinetic e Momentum, equipadas com os motores Drive-E T3, 1.5 turbo com 152 cv e T4, 2.0 turbo com 190 cv. A versão Kinetic (R$ 99.950,00) tem sete airbags (um de joelho), frenagem automática e controles de tração e estabilidade. O motor T3 Drive-E é um 1.5 turbo, com injeção direta com baixo consumo e bom desempenho. Tem câmbio automático de seis marchas e faz de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos. O motor T4 Drive-E da versão Mo-

RODA VIVA

mentum (R$ 132.950,00) vem com a mesma transmissão e acelera de 0 a 100 km/h em apenas 6,9 segundos. Em ambas as versões, a tração é dianteira e elas têm sistema startstop, que desliga o motor automaticamente em paradas de trânsito, e função Eco+, que economiza até 5% de combustível.

SERVIÇO remoto OnStar chega no Chevrolet Cruze com mais de 20 funções específicas para o mercado brasileiro, em patamar bem superior ao existente por aqui. Conectividade é garantida por chip de celular dedicado e será gratuito nos primeiros 12 meses. Ainda sem definição valores de anuidades, mas seguradoras também gostam desses serviços.


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ARTIGO

Brasil, um país de babacas! JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

jalm22@ig.com.br

E

u fui até aos dicionários, para saber o que quer dizer a palavra BABACAS, mas, não a encontrei, mesmo sabendo que ela existe e que milhões de brasileiros tornaram-se em verdadeiros babacas quando não reagindo contra tudo o que vem acontecendo. Eu estranhei a falta dessa palavra no Caldas Aulete e no Michaelis, pois encontrei uma outra palavra semelhante e que define os milhões de brasileiros que foram envolvidos pelas BABAQUICES nas quais se tornou o Brasil nos últi-

mos anos. Como muita gente não sabe o que quer dizer “babacas”, ou o que quer dizer “babaquices”, eu penso que ninguém vai ficar com raiva de mim, caso eu esteja destratando alguém, quando usando essas palavras. Inclusive, eu acho que essas palavras estão fazendo parte de uma realidade que vem sendo vivida pelos brasileiros. Por sinal, em todos os discursos da Sra. Dilma, ela usa muito as palavras “eu acho”, talvez “achando” que nós brasileiros somos “babacas”. A senhora Dilma, disse nos seus discursos antes das eleições que não iria aumentar os impostos ou prejudicar os aposentados. Depois das eleições, disse que não iria aumentar a gasolina e os demais combustíveis. Disse que não

iria aumentar o preço da energia elétrica. Depois das eleições, a Sra. Dilma mudou o seu discurso, fazendo o povo brasileiro de trouxa ou babaca. Disse que a inflação brasileira estava controlada e que no Brasil não haveria aumentos de impostos, além de dizer que não iria recriar a CPMF. Todos os babacas também acreditaram no Mantega, seu espetacular e milagroso ministro da Fazenda. Mantega caiu e o que nós vimos foram mentiras e mais mentiras sobre a nossa economia. Nós babacas, éramos crentes de que o Brasil estava com uma indústria automobilística enxuta e que os empregos sempre estavam aumentando. Ela chegou a dizer que os brasileiros agora iriam poder comprar seus automóveis, suas geladeiras, suas má-

quinas de lavar, pois o povo agora estava num nível sócio-econômico excelente. Os babacas aplaudiram de pé. Com o Sr. Lula e com a Sra. Dilma, as despesas triplicaram, fazendo com que a Sra. Dilma desse a cada prefeito um trator, uma pá carregadeira, uma caçamba e outros equipamentos, comprados por bilhões de reais, poucos dias antes das eleições. Depois de anos com gastos exorbitantes, o Sr. Lula e a Sra. Dilma, criaram ministérios e mais ministérios, num toal de 39 deles, sem necessidade. Agora, resolveram acabar com10 ministérios inúteis e o povo brasileiro teve que aceitar a gastança louca da Sra. Dilma. O povo fica vendo e sabendo de tudo isso, e não faz nada. São uns verdadeiros babacas, ou a ovelhinhas da Sra. Dilma.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Eleições da OAB

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o próximo dia 15 de novembro a Ordem dos Advogados do Brasil promoverá eleições para as seccionais (Estadual) e subseções (Municipal) para mais três anos de mandato. A atual presidente da OAB arapiraquense, Claudia Lany, já anunciou o seu apoio para o précandidato Claudio Canuto, que oficializará sua candidatura no próximo dia 15 de outubro.

Dois candidatos O advogado Claudio Canuto deve concorrer com o advogado Hector Martins, que já exerceu a função de subprocurador Geral do Município de Arapiraca. Ele também foi membro da Comissão Estadual de Prerrogativa e desempenhou um papel importante para garantir os direitos da classe da região Agreste.

Quem é? Cláudio Canuto é natural da cidade de Palmeira dos Índios, radicado em Arapiraca e casado com a empresária Fernanda Canuto, da Concrenorte. Ele é pai de três filhos. Como advogado faz parte do Movimento Sou Advogado. É candidato à presidência da OAB - subsecção Arapiraca, com apoio da atual presidente Claudia Lany Virtuoso. Canuto participou recentemente de uma palestra na Faculdade Estácio, em Arapiraca.

Boa fase “Ide, Avante. Lutai, Lutai”. A letra do hino da Agremiação Sportiva Arapiraquense também está representada no atual momento da equipe alvinegra no Campeonato Brasileiro da Série C e no apoio firmado entre a Prefeitura de Arapiraca, diretoria executiva, ex-presidentes e Federação Alagoana de Futebol.

Salários dos atletas O encontro ocorreu no início da tarde de quarta-feira, 30, no Centro Administrativo, e selou o compromisso em buscar recursos para o pagamento de salários dos atletas e membros da comissão técnica até esta sexta-feira, um dia antes da partida do ASA contra o Tupi, em Juiz de Fora (MG), pelas quartas de final da competição nacional.

Fundador A prefeita Célia Rocha (PTB) falou sobre o atual momento do clube e lembrou que seu pai, Antônio Rocha, foi seu fundador e primeiro presidente. Ela também fez questão de exaltar a parceria firmada entre o ASA e a administração municipal desde o início do ano.

Título de 2000 “Mesmo aos 96 anos, meu pai sempre pergunta pelo ASA. Fui prefeita no título de 2000 e depois em outras duas ocasiões. Sempre ajudei o nosso Gigante e agora continuaremos contribuindo. Essa união de dirigentes, exdiretores, federação e a prefeitura é muito importante para o futuro alvinegro. Vamos em busca desse acesso à segunda divisão, se Deus quiser”, comentou Rocha.

Pão de Açúcar A Prefeitura de Pão de Açúcar, através da Secretaria Municipal de Educação, está construindo, com recursos próprios, uma quadra poliesportiva com alambrado, na histórica Vila Limoeiro. A obra está orçada em R$ 149.471,65 e o prazo de entrega é de 120 dias.

Prática esportiva

Para o prefeito Jorge Dantas, a obra é de relevância para os moradores da comunidade, pois além da prática esportiva, o espaço pode servir, ainda, para outras atividades que venham ter a participação de estudantes que residem nesta localidade banhada pelo rio São Francisco.

Arapiraca Em mais uma ação de incentivo à saúde das crianças, a Prefeitura de Arapiraca levou um projeto-piloto para a Unidade Básica de Saúde (UBS), no bairro Baixão. Idealizado pelo Arapiraca Garante a Primeira Infância (Agapi), por determinação da prefeita Célia Rocha, o Sorriso Agapi levou para os moradores da região muita informação útil para o dia a dia.

Palestras Houve palestras sobre saúde bucal e cuidados com a higiene, sob os olhares da coordenadora do Agapi, Gineide Castro, integrante da Secretaria Municipal de Planejamento. A ideia é encaminhar este conteúdo a outras localidades ainda este ano.

Parceria Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a ação se deu com a participação de pais e filhos, que receberam orientações sobre a manutenção de limpeza da dentição e os benefícios que isto traz, com supervisão da dentista Lilian Leão.

PELO INTERIOR ... “Queremos celebrar homens e mulheres pelas conquistas e superações dentro da sociedade contemporânea”. A declaração é do promoter arapiraquense Aroldo Marques, que vai comemorar 30 Anos de colunismo social com uma grande festa em Arapiraca. ... Trata-se da 7º edição do Prêmio Homens e Mulheres de Sucesso, com direito a um belo e bem elaborado troféu. A festa será realizada no requintado Condomínio Villa De La Roche, no dia 21 de novembro, tendo como atração principal a belíssima cantora Millane Hora, que foi uma das atrações do The Voice Brasil, da Rede Globo de Televisão. ... “Será uma grande festa para um público seleto”, aposta Aroldo Marques. ... A Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale de Satuba (Coopvale) anuncia, nesta sexta-feira (2), a reabertura da Usina Uruba, em Atalaia. ... Com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), o grupo conseguiu na Justiça o arrendamento da unidade, que fechou as portas há cerca de três anos, deixando dois mil trabalhadores desempregados e uma dívida de aproximadamente R$ 18 milhões junto a seus antigos fornecedores. ... Entre os credores da Uruba, estão os 21 integrantes da Coopvale, criada em junho de 2014. ... O início da moagem de cana na Usina Uruba está marcado para esta sexta e, a partir das 10h, uma comitiva formada pelo secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, empresários, fornecedores e dirigentes da Coopvale, fará uma visita às instalações da unidade. Logo que voltar a funcionar, a usina deverá reabrir 1.300 vagas de trabalho para cortadores de cana, além de outras 250 vagas na parte industrial. ... Segundo o diretor da Coopvale, Glauber Tenório, o acordo com a Justiça para o arrendamento da unidade industrial prevê o repasse de 4% do faturamento para a massa falida do grupo empresarial que detêm a propriedade da Uruba. ... A cooperativa já tem 700 mil toneladas de cana garantidas para moagem, com expectativa de produção de 1,4 milhão de sacos de açúcar. A previsão de faturamento na safra 2015/2016 é de R$ 77 milhões. ... Desejamos um excelente final de semana para os nossos leitores. Paz e saúde para todos. Até a próxima edição. Fui!!!!!


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE OUTUBRO DE 2015

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

NO PAÍSdasALAGOAS TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual

Dólar A alta da moeda americana, que já ultrapassou a barreira dos R$ 4,00, vem atingindo em cheio o comércio, com o desemprego de mais de 40 mil brasileiros nos últimos meses. A crise é visível pelas bandas de cá, com o fechamento de lojas, e a tendência é de não ocorrer mais os tradicionais empregos temporários antes do Natal. Para quem exporta (o agronegócio), minérios e outros produtos, o dólar, supervalorizado, é lucro certo. Mas quem importa (comércio e indústria), prejuízo total e quem paga a conta mesmo é o empregado e o consumidor em geral.

Sacrifício é a palavra de ordem!

A

crise é séria, e não adianta apenas reclamar do governo, mas saber conviver com ela, sobrevivendo de acordo com o que ganha, procurando não se endividar, reduzindo o consumo, pesquisando preços, evitando produtos importados, juros. Enfim, mudando hábitos de consumo. A crise atual é diferente da de 2008, que partiu dos EUA, chegou à Europa e atingiu o resto do mundo. Mas a China ficou imune, continuando crescendo 10% em média, a cada ano, exportando cada vez mais e agora, chegando a realidade: era tudo falso! Agora “o gigante” mostra sua cara: queda na produção (PIB) e redução na importação, o que atinge obviamente o Brasil, EUA, Europa e outros países importadores. O consumidor brasileiro, que também foi iludido pelo governo desde 2008, que alegava não sentir os efeitos da crise (também falso), continuou comprando cada vez mais, com as facilidades do crédito, se endividando cada vez mais e chegando à inadimplência, que atinge mais da metade da população. E dívida impagável, podendo perder os bens (imóveis, veículos) que compraram durante a “bonança falsa”. A saída é tentar negociar o débito, conversando com o credor, pedindo isenção de juros e multas, quitar, e jurar nunca mais se endividar. Ao invés de pagar uma prestação de algum bem adquirido, deve direcionar esse mesmo valor para formar uma reserva financeira, que servirá a alguma emergência, até mesmo comprar o que queria à vista (com dinheiro em espécie).

Evitando Mais uma vez a coluna alerta o consumidor sobre o uso do cartão de crédito e cheque especial, os dois principais mecanismos de crédito que cobram juros altíssimos, caso o valor utilizado seja pago parceladamente. Evite esse prejuízo, só utilizando quando tiver certeza de que vai pagar o valor total como se fosse à vista, no prazo certo. Não existe esperança de queda nas taxas de juros, já que o governo usa essa alta para reduzir o consumo e controlar a inflação.

Pesquisando Ao se dirigir ao comércio para adquirir qualquer produto necessário ao seu consumo (eletrodoméstico, vestuário, etc), vá com tempo de pesquisar nos vários pontos de venda, converse com o vendedor, pechinche, peça descontos e compre à vista. Mas só depois de fazer todo o levantamento de preços.

A espada de Dâmocles Assembleia Legislativa de Alagoas-agosto de 2008 A Operação Taturana estava na sua efervescência. O deputado Paulão manifestava uma enorme preocupação com o afastamento dos deputados João Beltrão e Marcos Ferreira, já que se encontrava numa situação similar a dos dois: a contração de um simples empréstimo junto ao Banco Rural. Paulão desabafou: - Agora colocaram a espada de Dâmocles sobre a minha cabeça. O deputado Zé Pedro da Aravel (in memoriam) ,como era conhecido, estava ao lado, escutando a conversa e opinou: - Você está chorando de barriga cheia, Paulão. - Por que Zé Pedro? Indagou Paulão. -Pior fui eu que emprestei 50 mil reais a uma figurinha, lá de Arapiraca, e quando vi que ele não queria me pagar, acertei para ele votar em mim, por conta do débito. E sabe o que aconteceu? O safado jogou essa espada de Dâmaso sobre os meus peitos e aí, nem pagou e nem votou.


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