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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 846 - 06 A 12 DE NOVEMBRO DE 2015

ROMBO NA PREVIDÊNCIA DE ALAGOAS É DE R$ 400 BILHÕES GOVERNO ESTÁ MEXENDO EM VESPEIRO, SINDICATOS AMEAÇAM E ASSEMBLEIA É PRESSIONADA PELO TEMPO P/6

SÍNDICO CONTESTA DECISÃO DO TJ QUE EXCLUI USINA DA MASSA FALIDA DE JL

P/10

CANDIDATOS À OAB FOCAM CAMPANHA NA DEFESA DO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA

P/12 E 13

STF ACABA COBRANÇA DE TAXA NO REGISTRO DE VEÍCULO FINANCIADO

PAULÃO, ALMEIDA E JHC DEVEM DISPUTAR PREFEITURA COM RUI PALMEIRA P/10

P/18

WASHINGTON LUIZ E LÉO DENISSON SERÃO JULGADOS TERÇA-FEIRA NO CNJ P/8 E 9


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COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Angu de caroço

Malha fina

A

Na caça a cada centavo devido ao Estado, o Secretário George Santoro está preparando nova operação para pegar sonegadores de ICMS. Em uma amostragem a Sefaz flagrou mais de 3 mil contribuintes que usam o instituto da substituição para enganar o fisco.

comissão responsável pela avaliação dos terrenos oferecidos ao TJ para construção do novo fórum de Maceió condenou todas as áreas da Av. Josefa de Mello pelo risco de vazamento de gases venenosos acumulados no antigo lixão. Mas um detalhe chama a atenção: segundo o relatório, em um dos terrenos o vazamento de gás ocorre no período das 21 horas às 7 da manhã, enquanto em outro lote o cheiro de gás é sentido apenas no horário das 5h às 7 da manhã. Tanta precisão técnica dá até para desconfiar que tem caroço nesse angu. Além do mais, diz a sabedoria popular que é no detalhe que mora o perigo.

Sujeira O empresário Gaspar Carvalho, dono da Resulta, e genro do usineiro João Tenório, volta a disputar a venda de área no entorno do antigo lixão para construção do novo fórum da Capítal. Gasparzinho perdeu o 1º round ao tentar vender gato por lebre: uma área aterrada e cercada de grotas. Agora, entra na briga com um terreno situado ao pé da montanha de lixo. Tem jeito?

O golpe bilionário A presidente Dilma Rousseff concedeu 342 bilhões de reais de descontos fiscais em quatro anos. O número espantoso, reproduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues, consta de um levantamento da Receita Federal. A MP da CAOA, editada por Lula e reeditada por Dilma Rousseff, foi apenas uma das regalias entregues pelo governo do PT aos empresários e lobistas amigos. Houve outras: “De 2011 a 2015 foram editadas ao menos 40 medidas provisórias, cujo volume total de desoneração ultrapassou os R$ 284 bilhões. O impressionante é que não se exigia qualquer contrapartida para a concessão dos benefícios fiscais, que prestigiavam ganhos auferidos por investidor estrangeiro, operadoras de plano de saúde, remessas ao exterior para leasing de aeronaves etc”. A juíza federal Célia Regina Ody Bernardes pode passar a limpo esse golpe bilionário, que pega toda a cúpula petista. (Diogo Mainardi, jornalista).

Refinarias de papel O TCU quer saber qual é a responsabilidade de Dilma Rousseff e dos conselheiros da Petrobras no projeto de implantação das refinarias Premium I (Maranhão) e Premium II (Ceará), que consumiram R$ 2,8 bilhões e não saíram do papel.

FPM

Novo desembargador O juiz Orlando Rocha Filho é o mais novo membro do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas, na vaga do juiz Alexandre Lenine Pereira. O magistrado atua como auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça do Estado e é forte candidato a desembargador do TJ pelo critério de merecimento.

Penedo Já virou tradição. Há cinco anos a histórica cidade de Penedo, famosa por sua arquitetura barroca e pela Festa do Bom Jesus dos Navegantes, vem se tornando a capital alagoana do cinema.

Eleição na OAB

1

- A chapa de oposição liderada pelo advogado Fernando Falcão lamenta a decisão da Comissão Eleitoral da OAB/AL de manter a regra que proíbe de votarem os advogados inadimplentes com o exercício de 2015.

2

- Para Falcão, a anuidade é vinculada ao ano civil e só pode ser considerado inadimplente o advogado que não pague ou parcele sua anuidade do ano em curso até o dia 20 de dezembro.

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- Com essa interpretação, os integrantes da chapa decidiram ingressar na Justiça em busca da garantia da participação dos advogados inadimplentes para a escolha de seus próximos representantes. Os milhares de eleitores em débito agradecem.

A Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) está convocando os prefeitos e secretários municipais de Finanças para reunião na segunda, 9, a partir das 9h30 em sua sede, para uma “Apresentação sobre o Índice de Participação dos Municípios no rateio do ICMS”. O encontro será com o secretário George Santoro, os secretários especiais do Tesouro, Fabrício Santos, e da Receita, Paulo Castro, e o superintendente da Receita Fracisco Suruagy. Pelo jeito a conversa vai ser séria!

Karatê O karateca penedense Gabriel Henrique de Oliveira Cabral da Silva vai representar o Brasil no Pan-Ame-ricano de Karatê, em Natal-RN. Ele é o atual campeão brasileiro e vai disputar a competição hoje e amanhã, nas modalidades Kumitê e Katá na faixa de 8 a 10 anos.

Vera Arruda O EXTRA noticiou no mês de setembro o abandono a que estava relegada a Praça Vera Arruda, no Stella Maris. Logo após, foram colocados mais postes de luz, mas o policiamento não foi melhorado. Uma onda de assaltos vem acontecendo na região em plena luz do dia. Na sexta-feira passada, por volta de meio-dia, duas mulheres foram perseguidas por dois assaltantes numa moto e nem sinal da polícia.

Poder e fama A relação das pessoas mais poderosas do mundo, produzida anualmente pela revista Forbes, foi divulgada na quarta-feira. A edição 2015 trouxe o presidente da Rússia Vladimir Putin no topo pela terceira vez consecutiva. Em segundo lugar vem Angela Merkel, chanceler da Alemanha e a mulher mais poderosa do mundo. O presidente Barack Obama aparece em terceiro lugar, seguido do papa Francisco.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE NOVEMBRO DE 2015 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Indignação! Brasília - Confesso que começo a entrar em pânico com o que vem ocorrendo no Brasil nesses anos de poder do Partido dos Trabalhadores. Fico meio estonteado com a esculhambação que tomou conta do país e a inércia do povo brasileiro diante de tanta patifaria que se espalha pelos poderes constituídos – executivo, legislativo e judiciário. Não me surpreende que cada vez mais os brasileiros tomam o caminho do aeroporto em busca de uma vida decente lá fora. Assusta-me ler os jornais e assistir o noticiário na televisão. A anarquia é ampla, geral e irrestrita em todos os setores do governo. Parece que caiu sobre o Brasil uma chuva de corrupção que inundou a Praça dos Três Poderes na maior catástrofe de imoralidade já ocorrida em uma nação. É lamentável e me causa náuseas assistir passivamente declarações como a do senhor Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, de que vai provar a sua inocência quanto às acusações de que tem dinheiro no exterior, quando se sabe que as suas digitais e da sua família estão nas contas dos bancos suíços. Assistir a Dilma pregar que existe um golpe em andamento para tirá-la do poder é até hilário nesse seu governo desastrado e desaprovado pela população. Me entristece saber que os filhos do Lula vivem de sobra da corrupção. Moram em apartamentos em nomes de laranjas e são dispensados de pagar até o condomínio. Quanta hipocrisia quando ouvimos o ex-presidente culpar a imprensa pelas críticas ao governo petista, responsável pelo surgimento da maior quadrilha de que se tem notícia na história do país. Que coisa mais nefasta ouvir as declarações do Cunha de que está seguro no cargo de presidente porque mais de 150 deputados respondem a processo na Justiça. Portanto, nenhum desses salafrários, na sua concepção, teria autoridade para votar a cassação do seu mandato. A lama da indecência também cega e entra pelas narinas dos brasileiros que permanecem silenciosos e passivos diante de tanta mentira, safadeza, farsa e a desonestidade que contamina os tribunais de justiça, palácio do governo, ministérios e Câmara dos Deputados. Os sindicatos, as centrais dos trabalhadores, os órgãos civis da sociedade, as entidade de classe e a população de uma maneira geral parecem anestesiados diante de tanta depravação que se espalha nesse governo decaden-

Negociatas

te, deteriorado e amoral. O brasileiro é cúmplice desse abjeto tosco que comanda o país porque ratificou nas urnas essa administração caótica, corrupta, desqualificada e incompetente. Pecamos ainda mais quando assistimos à distância que esse bando de pulhas sindicais devore o patrimônio do povo brasileiro. Assalte os cofres públicos e derreta empresas como a Petrobrás usada em campanhas eleitorais como símbolo do nacionalismo, mas que, na verdade, servia apenas aos seus defensores como um banco para abastecer os bolsos desses ladrões presos pela Polícia Federal e condenados agora pela Justiça. Vivemos, infelizmente, em um país onde uma corja de bandidos continua dando as cartas trasvestidos de políticos. Onde partidos são apenas facções que facilitam a intermediação do roubo e sobrevivem da prevaricação. Vive-se em um país onde se fala em nome do trabalhador mas pouco se faz por ele, uma classe espoliada, iludida e manipulada em campanhas eleitorais como objeto de desejo de cada candidato. O Ministério do Trabalho que, em tese, deveria defender esta classe, se transformou em um covil, de onde já saíram vários funcionários bandidos direto para penitenciária. É de lá que sai a grana do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para encher os cofres camuflados das centrais sindicais e o bolso de seus dirigentes, verdadeiros gigolôs do dinheiro público.

Veja que devassidão: até as PECs foram negociadas para favorecer a indústria automobilística. Depois da descoberta de que as leis que saiam do Planalto eram negociadas com lobistas, inclusive com a participação de um dos filhos de Lula, é que começamos a montar o quebra-cabeça da vassalagem petista a serviço desses carteis. Quando Guido Mantega chefiava o ministério da Fazenda tentou revogar uma lei que obrigava as fábricas a instalar os airbags em todos os carros populares que saíssem de fábrica. Mantega resistiu mas teve que ceder aos argumentos de que estaria contribuindo com o aumento dos acidentes com morte pela falta do equipamento. Postura de um escroque. Para o ex-ministro uma morte a mais ou a menos no trânsito pouco lhe interessava. O importante mesmo era satisfazer o lobby da indústria automobilística que não só comprou a sua caneta como ainda levou de troco as PECs que eram enviadas pelo governo ao Congresso Nacional.

Interesses Agora se sabe que a petezada nunca esteve interessada que o brasileiro de menor renda adquirisse um automóvel mais barato com a redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), que incide sobre cada veículo. O que estava em jogo, na verdade, era o aumento da remessa de lucro dessas empresas para o exterior. Em troca, ela alimentava o caldeirão petista da corrupção.

Fedentina

O Brasil apodrece, fede. É insuportável a catinga que exala da Praça dos Três Poderes, central de manipulação da boa fé do brasileiro. E a depravação que se alastrou nos órgãos públicos contaminou todo mundo. Parece até que o país vai acabar e todos querem se locupletar do que ainda resta. Atacam os cofres públicos como aves de rapina, como se não existisse o dia de amanhã. A economia em frangalhos, uma presidente demente, e os políticos na mira da Polícia Federal geram um clima de insegurança e descrédito.

Modelito Os grandes empresários na cadeia, a infraestrura paralisada, a saúde em coma e a educação em frangalhos dão a dimensão do caos em que o país está mergulhado. Alheio a essa indigência administrativa, a presidente vive inventando viagens para desfilar seu novo manequim com roupas de grife compradas com o dinheiro do contribuinte. Gasta bilhões de reais para manter o status-quo de uma entourage que a acompanha para fazer compras lá fora e encher o avião presidencial de bugigangas ao melhor estilo terceiro mundista.

Terra arrasada É assim que a nação caminha, a passos lentos e acanhados. Parece que vive os últimos dias de Pompéia, onde os plebeus, aflitos, ainda não se deram conta de que não podem sustentar mais a pompa da rainha que governa uma terra arrasada. No entanto, não sabem que direção tomar porque não conseguem ser atraídos por alguém confiável que os levem ao caminho da moralidade. Triste de um país em que quase todos seus líderes vivem no casulo contaminado pela corrupção. Assim, não se pode esperar que, pelo menos a curto prazo, essa nação se livre tão cedo desses cães famintos devoradores do dinheiro público.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

No rumo certo

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governador Renan Filho tem parecido intransigente em determinadas medidas, mas o seu projeto de austeridade econômico-financeiro tem dado certo. O resultado das contas do governo no mês passado obteve saldo positivo, o que contrasta com a situação difícil porque passa o Brasil. Mesmo parecendo inflexível, o secretário da Fazenda, George Santoro, tem demonstrado que o caminho da economia é melhor remédio para as finanças do Estado, aliado a tomadas de decisões que objetiva diminuir a sonegação fiscal e aumentar as receitas. Só assim Alagoas sai do buraco, agravada com a situação do país. A aprovação de mais de 60% de Renan Filho nas últimas pesquisas mostram que, além de bom orador e de fácil comunicação, o governador cortou cargos, determinou economia nos gastos e pensa seriamente em fazer uma reforma na estrutura administrativa, trocando peças que ainda não se enquadraram no seu modo de governar. Renan também desagradou correligionários que inicialmente se entusiasmaram com o que poderiam obter do Estado. Teve problemas iniciais de relacionamento com o pai, senador Renan Calheiros, e travou nomeações desnecessárias que somente poderiam beneficiar àqueles que sempre estiveram mamando no poder, para se locupletarem de uma forma ou de outra. Com essas iniciativas nos seus dez meses de governo, as perspectivas são alvissareiras e, queira Deus, Renan não capitule nas suas decisões ao se aproximarem as eleições do próximo ano. O que achamos que não.

Reforma à vista Renan Filho tem sido muito discreto nas decisões que tem tomado, mas nos corredores do Palácio é voz geral de que ele fará um remanejamento na equipe, talvez puxando para seu secretariado dois deputados, o que dará chances a políticos que estão na fila, entre eles Cicero Cavalcante, que não tem gostado do tratamento que tem recebido.

Aliança de partidos

Enquanto o governador Renan Filho tem mais de três anos de mandato, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, faz um trabalho na capital que o credencia a mais um mandato. Rui tem feito uma aliança de partidos que lhe permitirá condições de formar uma grande tropa de choque para disputar as eleições no próximo ano.

Trabalho na periferia

Toda periferia de Maceió está sendo beneficiada pela administração municipal. São obras restauradas e construídas, saneamento básico, asfaltamento de ruas e a disposição, agora com Thomás Nonô na Secretaria de Saúde, de dar um salto positivo no atendimento à população. Rui realiza um trabalho nos bairros que já faz esquecer o que Cícero Almeida fez em oito anos.

Decisão apressada O processo do senador Fernando Collor está em pleno andamento no Supremo Tribunal Federal, mas, mesmo assim, sem ter ainda uma decisão, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, já sugeriu ao ministro Teori Zavascki, a venda dos carros que estão sob a guarda Justiça. No mínimo, é uma sugestão apressada e uma precipitação sem tamanho. E se Collor for absolvido das acusações? Como fica?

Sangrando

É o pobre...

Virtual candidato a prefeito de Maceió, o deputado Cicero Almeida vai enfrentar uma barra pesada no Tribunal Superior Eleitoral para não perder o mandato. Pelo menos o seu ex-partido, o PRTB, está disposto a tudo para fazer com que o suplente, Val Amélio, assuma no lugar de Almeida. Até haver uma decisão do TSE, Cícero Almeida vai ter muitas dores de cabeça. Com sua candidatura indefinida, fica difícil arregimentar partidos à sua volta, a não ser aqueles que, sinceramente, não fazem a menor diferença nas eleições.

José Maria Marin está pagando a bagatela de mais de 57 milhões de reais de fiança para ficar preso em regime domiciliar em Nova York. É uma afronta ao povo brasileiro e às finanças do ex-mandatário da CBF.

Comércio em crise Pelo menos quatro mil pessoas deixarão de ser contratadas neste final de ano no comércio alagoano. É a crise que bateu na porta do empresariado, embora não se pense, ainda, em mais demissões no setor.

Dificuldades em Delmiro Ninguém se iluda que a candidatura do deputado federal Givaldo Carimbão será um mar de rosas. Carimbão não terá aquela certeza, como fez o ex-presidente Lula em certa oportunidade, que elegeria até um poste. Além da oposição ferrenha que Carimbão vai enfrentar, corre pela cidade aquela máxima de que já basta de forasteiros.

Não merece O deputado Paulão tem comido o pão que o diabo amassou por ser um fiel seguidor do Partido dos Trabalhadores. Nas pesquisas é o que tem maior rejeição e o menor índice de aprovação nas urnas. Paulão não merece por vários motivos: é um político sério, trabalhador e cumpridor dos seus deveres.

Lados opostos Renan Filho e Rui Palmeira têm algo em comum: trabalham pelo bem estar da população. Mas isso está muito longe de uma parceria política, embora os dois possam conversar sobre o que pode acontecer no próximo ano.

Novas forças Enquanto Rui Palmeira conta além do seu partido, o PSDB, com o PP de Biu de Lira, o DEM de José Thomás Nonô, e outros que vem por aí, talvez até o próprio PDT de Ronaldo Lessa, Renan Filho trabalha nos bastidores, mas não tem certeza de que poderá lançar um candidato do peso do prefeito da capital para disputar as eleições de 2016.

Investindo Uma das maiores preocupações políticas do momento do governador Renan Filho é com o município de Arapiraca. Com uma administração sofrível de Célia Rocha e a entrada no páreo do deputado Tarcísio Freire, a situação política da terra do fumo é de incertezas. O governador tem investido muito na sua presença junto a Célia Rocha, mas pode mudar de rumo se as pesquisas avançarem para o lado de Freire.

Guerra em Junqueiro

Comércio refém

Como está fazendo com outros municípios, Renan Filho quer mudar a história política de Junqueiro, reduto tradicional do senador Biu de Lira. Ele estimula uma candidatura dos Pereira, que sempre votaram com o senador pepista, mas não esperavam que Morgana, filha de Raimundo Tavares, ex-prefeito e ex-deputado, colocasse o pé no freio. Ou ela como candidato a prefeita, ou o racha.

O comércio de Maceió é refém do 13º salário e aguarda com muita expectativa que o município de Maceió e o Estado cumpram com o compromisso. Para um empresário do setor, se houvesse qualquer impasse no pagamento do 13º, certamente o comércio entraria em parafuso.

Pode voltar

Reta final 1

A dupla Renan-Vilela pode voltar nas eleições de 2018. As conversas vão de vento em popa, embora o ex-governador tenha ´´apanhado´´ muito na mídia e o seu governo é alvo de críticas e comparações com o atual. Mas política tem dessas coisas. Só não se sabe é como Téo Vilela vai se comportar nas eleições do próximo ano e como será sua caminhada para voltar ao Senado em 2018. Com um currículo de traições,- as últimas eleições mostraram isso-, parece que Vilela não está nem aí. Diz o velho ditado que cabrito bom é aquele que não berra.

Deixa pra depois Às voltas com o clima político de Brasília, onde vez por outra fica no olho do furacão, o senador Renan Calheiros, cobra criada, sai pela tangente quando o assunto é eleição municipal. Só vai se manifestar no próximo ano, como fez com a candidatura do filho para o governo do Estado.

Falta apenas poucos dias para a eleição que decidirá os destinos da OAB Alagoas. Três candidatos disputam a presidência. Fernanda Marinela, Fernando Falcão e Roberto Mendes. A eleição, no dia 18, levará milhares de advogados à sede da instituição, em Jacarecica para exercer o direito do voto.

Reta final 2 A chapa 2, encabeçada por Fernando Falcão, entrou com mandado de segurança para garantir o direito de votos dos advogados que pagaram a anuidade em 2014, mas não o fizeram em 2015. Como o ano só termina em 31 de dezembro, a chapa 2 reivindica o direito de voto daqueles que este ano ainda não tiveram condições de pagar a anuidade. Nada mais justo.


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ELEIÇÕES 2016

O xadrez político de Alagoas começa a se movimentar e Maceió é cenário da principal disputa em 2016; quatro nomes podem disputar a prefeitura: Rui, Cícero, Paulão e JHC

Maceió tem 4 pré-candidatos a prefeito Pesquisa aponta o deputado federal Cícero Almeida como principal rival do prefeito Rui Palmeira JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

F

altando menos de um ano para o pleito de 2016 a cidade de Maceió tem pelo menos quatro pré-candidatos a prefeito. Quem declarou o desejo de disputar o comando do executivo da capital foi o deputado federal Paulão (PT), que em 2015 compôs o Chapão que elegeu o governador Renan Filho (PMDB). Por sua vez, o chefe do Executivo estadual ainda não se posicionou quanto ao seu apoio no próximo ano. A própria executiva do PMDB ainda faz mistério se a sigla terá candidato próprio ou se há possibilidade de apoiar o atual prefeito Rui Palmeira (PSDB). Outro deputado federal que deve colocar seu

nome a prova é Cícero Almeida (PSD). O ex-prefeito declarou que não gosta de Brasília e que seu caminho político é em Alagoas. Assim como Paulão, o deputado federal Cícero Almeida também compôs o Chapão, o que pode lhe credenciar a ser o nome da oposição. Em recente levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, o ex-prefeito lidera a pesquisa estimulada, com 24% da aprovação popular. No mesmo ranking Rui Palmeira está em segundo lugar com 23,7%. Os números trazem Heloísa Helena (Rede) na terceira colocação e o ex-prefeito e atual deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) na quarta posição. A vereadora e ex-senadora adiantou que não concorre a nenhum cargo eletivo

em 2016, pois estará dedicada à consolidação da Rede, partido liderado nacionalmente por ela e pela presidenciável Marina Silva. O deputado federal Ronaldo Lessa disse por duas oportunidades, nas convenções municipal e estadual da sua sigla, que não seria candidato a prefeito de Maceió por entender que sua missão em Brasília ainda não foi cumprida. O prefeito Rui Palmeira esteve recentemente tratando de emendas parlamentares com Lessa na capital federal. A conversa no gabinete de Lessa é um forte indício de que o PDT pode rumar com Rui. O atual cenário aponta para um diálogo mediado por Lessa – liderando o Chapão – para uma composição com o atual prefeito. A preocupação do grupo

que saiu vitorioso nas eleições governamentais de 2015 é que não ocorra a fragmentação dessa composição, algo que parece muito difícil. O recordista de votos em 2015, o deputado federal João Henrique Caldas (PSB), o JHC, é outro que demonstra disposição para entrar no páreo em 2016. Na mesma pesquisa do Instituto Paraná, JHC apareceu na quinta colocação com 6,4% das intenções de votos. A PSB de Kátia Born garantiu carta branca para o deputado federal alcançar voos mais altos. PERDA DO MANDATO Os deputados Cícero Almeida e João Henrique Caldas foram acionados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo PRTB e Solidariedade, respectivamente. As

executivas nacionais das siglas garantem que ambos são infiéis, já que um ano após seus êxitos nas urnas trocaram de partido. A estratégia dos deputados federais foi garantir uma sigla que os abrigasse com a garantia de concorrer ao Executivo de Maceió. Mesmo com a possibilidade da perda do cargo, os parlamentares podem concorrer ao pleito de 2016, pois a matéria não trata de inelegibilidade. OUTRO FEDERAL NA DISPUTA O deputado federal Givaldo Carimbão (Pros) é outro que deve disputar mais uma eleição. Carimbão revelou o desejo de disputar a Prefeitura de Delmiro Gouveia, no Sertão alagoano. O parlamentar deve ser o nome apoiado pelo atual prefeito Lula Cabeleira.


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BOMBA-RELÓGIO

Rombo na Previdência de Alagoas é de R$ 400 bilhões Governo quer mexer em vespeiro; sindicatos ameaçam e Assembleia é pressionada pelo tempo ODILON RIOS Especial para o EXTRA

O

rombo da previdência de Alagoas está calculado. Estima-se que sejam R$ 400 bilhões. E nas condições atuais - considerando que dinheiro não dá em árvore - o Estado demoraria entre 30 ou 40 anos para “zerar” este valor. Na prática, este dinheiro deveria garantir a aposentadoria de servidores contratados antes de 1º de janeiro de 2007, quando foi criado o AL Previdência e o governo fez a segregação de massa. O quê é isso? Aportou recursos para um outro fundo, chamado Fundo Previdenciário Capitalizado, para garantir aos 3.450 funcionários contratados depois de 1º de janeiro de 2007 suas aposentadorias. E quem foi contratado antes? Eis o problema. Explica a deputada Jó Pereira (DEM): o Fundo Financeiro - este que tem o rombo de R$ 400 bilhões - deveria garantir o futuro de 50 mil servidores. Eles são herdeiros do extinto Ipaseal. “Este fundo não tem um real em caixa”, sentencia a parlamentar. Mais: os aposentados neste grupo são pagos com dinheiro da conta

única- a mesma que banca os recursos da saúde, educação, segurança pública. Mesmo assim, a matemática não fecha. Por mês, o Executivo tem de gastar mais R$ 68 milhões. Por ano, são R$ 800 milhões. E este valor não para de crescer. Porque mais gente vai se aposentar. O colapso da previdência alagoana é acompanhado pelo EXTRA desde o início do ano. E virou um escândalo tão grande que o governador Renan Filho (PMDB) resolveu pôr a mão no vespeiro. CONTAS É simples de entender. Todo fundo previdenciário precisa ter um caixa. Hoje, apenas o Fundo Previdenciário Capitalizado - inserido no AL Previdência - tem saldo positivo. Não por mágica. E sim porque em 2009, ao ser votado na Assembleia Legislativa, garantiu que parte dos recursos emprestados pelo Banco Mundial pudessem ser aportados ao fundo. Do contrário, a nova previdência nasceria velha. E pior: inviabilizada. Basta ver o Fundo Financeiro. O rombo é de R$ 400 bilhões; o governo separa, por ano, R$ 1 bilhão. Uma gota de água para apagar um incên-

dio de grandes proporções. O dinheiro dos aposentados sai dos seus contracheques. Lá tem o desconto mensal, que mesmo assim não é suficiente a quem está no grupo de 50 mil servidores. E a conta não fecha. Daí o aporte de R$ 68 milhões mensais. Daí surge outro problema: o tempo. REFORMA Os aposentados antes de 1º de janeiro de 2007 não terão como receber o que contribuíram no decorrer dos anos. A não ser que o governo leve adiante a reforma na previdência. E essa reforma acontece sob pressão do Supremo Tribunal Federal (STF). Alagoas não tem o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), uma espécie de aprovação do Ministério da Previdência. Sem isso, Alagoas que é um Estado federalizado - fica sob risco de verem suspensos repasses da União. A Assembleia Legislativa discutiu o assunto na última quinta-feira (5) em reuniões internas. Qual o caminho do governo? Retirar dinheiro do Fundo Previdenciário Capitalizado e transferi-lo a outro fundo:

Jó Pereira argumenta que governo quer mexer em dinheiro ‘futuro’

o Financeiro - o que tem o rombo bilionário. Por que? Garantir a aposentadoria dos 50 mil servidores deste grupo é o argumento principal. Nos bastidores, pagar a folha de dezembro mais o 13º. Mas, teria de realizar uma outra operação: o dinheiro ser colocado na conta única. E como fica a aposentadoria dos 3.450 servidores do outro grupo, “donos” deste dinheiro? Eis a polêmica: a deputada Jó Pereira diz que o quê seria separado é o dinheiro a mais depositado no “fundo saudável”. O governo queria transferir a verba para a conta única (dinheiro da aposentadoria pagando saúde, educação, segurança). Em 19 de outubro, o Conselho Deliberativo do AL Previdência foi contrário à proposta do dinheiro para o Fundo Financeiro “ou para qualquer outra finalidade”, diz voto do conselheiro-relator, o juiz Manoel Cavalcante. Isso inclui o dinheiro para a conta única. O quê fez Renan Filho? Não seguiu orientação do Conselho e encaminhou o pro-

jeto para a Assembleia Legislativa. Jó Pereira apresentou 15 emendas. Só que mantem o ponto da discórdia: transferência de fundo a fundo. “Não é o dinheiro corrente que Renan Filho quer mexer mas no [dinheiro] futuro. É o dinheiro seguro. Não afeta o servidor”, explica a parlamentar. O Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal) é contra. “A luta é para garantir que qualquer projeto que trata de Previdência estadual traga benefícios e não prejuízos aos trabalhadores, que é o que aponta o projeto do governo. Não podemos aceitar uma previdência falida, que não poderá pagar aos aposentados. Os trabalhadores e os sindicatos querem ter o direito de discutir a previdência estadual e temos muitas dúvidas sobre este projeto que aponta para muitos prejuízos para os trabalhadores já aposentados e para os que vão ainda se aposentar”, explica a diretora do sindicato, Girlene Lázaro. A história continua.



8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE NOVEMBRO DE 2015

NOVOS TEMPOS

Magistrados de Alagoas na mira do CNJ Quatro processos contra o presidente do TJ e um contra juiz de Marechal Deodoro estão na pauta da próxima sessão do colegiado VERA ALVES VERALVESS@GMAIL.COM

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se confirmar a pauta publicada no Diário da Justiça da última quartafeira (4), a 220ª sessão do Conselho Nacional de Justiça, que acontece na terça, 10, vai analisar quatro processos envolvendo o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas, e um tendo como requerido o juiz Léo Denisson Bezerra de Almeida, da Comarca de Marechal Deodoro. Todos têm como relatora a, corregedora Nacional de JustiçaNancy Andrighi. Ministra do Superior Tribunal de Justiça, a corregedora Nancy Andrighivai detalhar seu voto à Sindicância 000374998.2013.2.00.0000, no qual pede a abertura de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra Washington Luiz e seu afastamento das funções de desembargador – o que inclui a presidência do TJ – durante as investigações. Na sessão anterior, de 27 de outubro, os conselheiros ouviram a defesa do desembargador, feita pelos advogados Nabor Areia Bulhões e Emiliano Alves Aguiar, este atuando em nome da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB). A sindicância se refere às investigações do Ministério Público Estadual sobre o cartel da merenda, segundo as quais a empresa SP Alimentação e Serviços Ltda. teria sido beneficiada por decisões do desembargador e este teria recebido R$ 400 mil através da conta de

um de seus assessores. O caso, que ficou conhecido como “máfia da merenda”, foi investigado inicialmente pelo MPE de São Paulo, que remeteu ao MP de Alagoas as informações relativas à atuação do cartel junto à Prefeitura de Maceió. O contrato firmado pela SP com a prefeitura chegou a ser suspenso a pedido do MP, mas foi retomado mediante liminar concedida pelo então presidente do TJ Fernando Tourinho, depois ratificada por Washington Luiz. Em uma outra decisão, o hoje presidente da Corte determinou que o Município pagasse à SP pelos serviços já prestados. Ocorre que tais serviços eram alvo da investigação do MPE que apontava irregularidades também na quantidade da merenda fornecida e na qualidade da mesma. No entendimento do advogado Nabor Bulhões, o desembargador Washington Luiz apenas fez prevalecer o direito líquido e certo de se receber por serviço prestado. Ele também desqualificou a denúncia contra o presidente do TJ ao assinalar que ela sedeu com base em delação premiada de um dos integrantes do esquema, Genivaldo Marques dos Santos, ex-sócio da Verdurama e ex-funcionário do Grupo SP Alimentação ao qual a Verdurama pertencia. Pelo mesmo modus operandi adotado em cidades do interior paulista, a SP, seus sócios e diretores, o próprio Genivaldo Marques, o ex-prefeito de Londrina (PR) Nedson Luiz Micheletti e o ex-secretário de Gestão daquele município Ja-

Desembargador Washington Luiz e o juiz Léo Denisson terão processos julgados pelo CNJ

cks Aparecido Dias, além de outras 11 pessoas físicas e/ou jurídicas foram denunciados em março de 2012 em ação civil pública por atos de improbidade pela Promotoria da Fazenda Pública de Londrina. A sindicância sobre o cartel da merenda é o item 77 da pauta da sessão do CNJ.

Além dela há três reclamações disciplinares contra Washington Luiz incluídas na sessão, as de números 0002662-39.2015.2.00.0000, 0002661-54.2015.2.00.0000 e 0002657-17.2015.2.00.0000, pautadas, respetivamente, como itens 87, 88 e 89. Embora tramitem em segredo de jus-

tiça, sabe-se que elas versam sobre denúncias de apadrinhamento de gestores municipais acusados de atos de improbidade, ou seja, o presidente do TJ teria atuado de forma a evitar o prosseguimento de investigações requeridas pela Procuradoria Geral de Justiça e/ ou o afastamento dos gestores.

Venda de sentença Listado como 81º item da pauta da sessão de terça do CNJ, a Reclamação Disciplinar 000265547.2015.2.00.0000 envolve a denúncia de venda de sentença contra o juiz Léo Denisson, de Marechal Deodoro, quando na condução do processo sobre o assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix, ocorrido em março do ano passado na Praia do Francês. O juiz se afastou do caso no dia 30 de março deste ano, quatro dias após a Polícia Federal prender dois advogados – Júlio Cézar da Silva Castro e Augusto Jorge Granjeiro Carnaúba - durante uma operação de flagrante autorizada

pela 17ª Vara Criminal da Capital logo após receberem R$ 100 mil do filho do casal acusado pela polícia de ser o mandante do crime. O objetivo era garantir a libertação de Sérgio Sfredo, preso há mais de um ano a despeito de nunca ter tido seu nome citado por nenhum dos quatro réus confessos: os dois atiradores, uma camareira e o namorado dela. Ocorre que as escutas telefônicas autorizadas pela 17ª Vara levaram ao juiz Léo Denisson, alvo de novas investigações pela Polícia Federal após autorização do TJ de Alagoas e somente concedida por determinação do próprio CNJ. Surgiram, então, novas

evidências de conduta suspeita por parte do juiz em sua atuação frente à Comarca de Marechal, incluindo sentenças concedidas mediante benefícios financeiros. O resultado destas investigações foi entregue ao CNJ. O advogado Fábio Ferrário, que atua na defesa de Léo Denisson, quer que a RD seja arquivada sob o argumento de que não houve acesso ao processo instaurado contra os advogados Júlio Cezar e Augusto Granjeiro, o que implicaria em cerceamento da defesa de seu cliente. O processo contra eles tramita sob segredo de justiça na 17ª Vara Criminal da Capital.


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NOVOS TEMPOS

Judiciário alagoano ignora determinação do STF e mantém Sérgio Sfredo preso Uma semana depois de o Supremo Tribunal Federal determinar a soltura do advogado e oficial aposentado do Exército Sérgio Sfredo ele continua preso, numa clara afronta da Justiça de Alagoas a uma decisão da maior Corte superior do país. O descumprimento da decisão proferida pelo ministro do STF Teori Zavascki, relator do Habeas Corpus 129337, é qua-lificado como abuso de poder e já foi comunicado ao Supremo pelos advogados Cesar Roberto Bitencourt e

Gabriela Nehme Bemfica, no qual, além de reiterarem providências urgentes para soltura do paciente, pedem também que o fato seja comunicado ao Conselho Nacional de Justiça para fins de responsabilização administrativa e, se for o caso, criminal, do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Was -hington Luiz, e do juiz de Marechal responsável pelo processo, Diogo de Mendonça Furtado. A libertação de Sérgio Sfredo foi determinada pelo ministro Teori Zavas-

cki no dia 29 de outubro e comunicada no mesmo dia à presidência do Tribunal de Justiça e ao Juízo da Comarca de Marechal Deodoro. Novo comunicado foi expedido nos dias 3 e 4 deste mês, mas até o fechamento desta edição, ontem, ele permanecia preso nas dependências do Quartel Geral do Corpo de Bombeiros junto com a esposa, Janadaris Sfredo. O casal, pivô do processo contra o juiz Léo Denisson no CNJ, está preso desde 16 de março do ano passado.

Janadaris afirma estar feliz com decisão do STF de mandar libertar Sérgio

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10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE NOVEMBRO DE 2015 IMPÉRIO FALIDO

Síndico contesta decisão do TJ que exclui Guaxuma da Massa Falida de JL João Daniel Marques Fernandes prevê para o primeiro semestre de 2016 pagamento de créditos trabalhistas JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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administração da Massa Falida da Laginha, do empresário e ex-deputado federal João Lyra, já encaminhou à Justiça de Alagoas uma declaração pedindo efeito modificativo quanto ao acórdão publicado no dia 28 de outubro que excluiu a Fazenda e a Usina Guaxuma dos bens pertencentes ao grupo empresarial. Segundo o administrador judicial João Daniel Marques Fernandes, se o Tribunal de Justiça julgar o pedido improcedente, o setor jurídico vai entrar com recurso especial para manter a Guaxuma na massa falida. No agravo de instrumento interposto pelo Banco Industrial e Comercial S/A (BICBanco), a instituição financeira assegurou que os imóveis encontram-se gravados como garantia a operações de crédito junto a ela contraídas. Sendo assim, não poderiam ser alienados antes do julgamento do pedido de restituição que formulara cujo lastro é a não submissão dos bens alienados fiduciariamente aos efeitos da recuperação judicial.

“Tínhamos uma certidão de cartório, em Coruripe, de que Guaxuma pertencia à massa. Depois verificamos que houve um equívoco. A parte interessada, o BICBanco entrou com um agravo e solicitou que Guaxuma fosse retirada. Mas, esse não é o nosso entendimento, pois a relação processual de alienação se constituiu durante a falência, então, esse bem não pode ser removido”, explicou o administrador. O recurso da instituição financeira foi integralmente provido, à unanimidade, determinando a suspensão de todo e qualquer ato que tenha por escopo a alienação da Fazenda e da Usina Guaxuma, entendendo o TJ-AL que, ao serem gravados com garantia fiduciária, os bens deixaram de integrar a massa falida, estando afastados do processo falimentar. O BICBanco foi representado na causa pelos advogados Djalma Silva Júnior e Carlos Souto, integrantes do escritório Sarmento e Silva Advogados Associados. A Guaxuma foi avaliada em R$ 864,1 milhões, o que a torna a mais valiosa entre as cinco usinas de João Lyra. Conforme Fernandes, ainda não há nenhum inte-

resse de comprador para assumir a propriedade. Sobre as usinas Triálcool e Vale de Paranaíba, localizadas, respectivamente, nas cidades de Capinópolis e Canápolis, em Minas Gerais, o administrador destacou que houve duas propostas apresentadas em assembleia realizada no dia 4 de setembro, mas diferentemente do que aconteceu com a Usina de Uruba, a negociação não seguiu adiante. “Mas o arrendamento poderá ocorrer em qualquer tempo. Só aparecer junto à massa uma empresa que tenha capacidade financeira”, explicou. Localizada em Atalaia, a usina e a área para a planta-

Estamos lutando para que consigamos vender as unidades para pagar os trabalhadores dentro de um futuro próximo. Temos noção de que é uma das maiores falências do Brasil, mas que é solvente e tem condição de ser cumprida” JOÃO DANIEL MARQUES administrador judicial

João Daniel Marques afirma que espera reverter a posição do TJ

ção daUruba foi arrendada pela Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale de Satuba (Copervales). Para fazer com que volte à ativa, os cooperados se comprometeram em investir R$ 5 milhões no empreendimento. A estimativa é de que em um ano o arrendamento gere a receita de R$ 3 milhões à massa falida destinados à manutenção do antigo império de João Lyra. A previsão é que a Uruba volte a moer ainda este mês. Os arrendamentos das usinas do Triângulo Mineiro continuam sendo os próximos passos para a administração judicial, enquanto a massa falida passa por um novo levantamento sobre a realidade das condições de seus bens. “Também existe uma determinação judicial para que façamos um leilão de inservíveis, que são peças e equipamentos que não têm mais serventia ao grupo”, destacou. O valor da Usina Vale de Paranaíba sem cana é de R$ 211,2 milhões. A área total das fazendas e usina é de

3.228,8775 ha, sendo a área cultivável de 1.744,50 ha. A produção é de 1.700.000 t/ safra. Já a usina Triálcool tem o valor global sem cana de R$ 227,7 milhões com a área total das fazendas e usina de 8.197,95 ha. Á área cultivável é de 4.364,10 ha. A produção da usina é de 1.800.000 t/safra. Segundo o administrador judicial, uma vez que os bens da Laginha não sejam o suficiente para quitar todas as dívidas, “é o patrimônio pessoal do João Lyra que responderá”. “Estamos lutando para que consigamos vender as unidades para pagar os trabalhadores dentro de um futuro próximo. Temos noção de que é uma das maiores falências do Brasil, mas que é solvente e tem condição de ser cumprida. Mas estamos tratando de bens que não se vende com facilidade, como um apartamento, por exemplo. Pela dinâmica processual, vejo a possibilidade de que no primeiro semestre do próximo ano já comecemos a pagar a parte trabalhista”, salientou


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BAIXO SÃO FRANCISCO

Perímetro Irrigado do Itiúba colhe safra de inverno de arroz em Alagoas

Agricultores vivem expectativa de conseguirem uma produção superior à do verão

Os agricultores familiares estão em pleno trabalho para colher a safra de inverno de arroz no Perímetro de Irrigação do Itiúba, mantido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), às margens do Rio São Francisco, no município de Porto Real do Colégio (AL). A projeção é que o perímetro colha uma safra com produtividade em torno de 6 toneladas por hectare e com produção total de 5,3 mil toneladas, gerando renda para as famílias assentadas e movimentando a economia no Baixo São Francisco alagoano. “Estamos no meio da colheita. Ela iniciou no final de setem-

bro e vai até o meio do mês de novembro. Os lotes que estão sendo colhidos já estão se preparando para a próxima safra de verão”, informou o técnico agrícola da Codevasf Paulo Fraga, que acompanha as atividades do perímetro. Fraga observa que historicamente a safra de inverno possui produtividade e produção menor que a de verão. Segundo ele, devido à redução na quantidade de grãos disponíveis para venda na região, há uma elevação no preço de venda do alqueire de arroz. “Nesse período, o arroz é vendido por um preço melhor, de 10% a 15% maior que o preço praticado no verão”, destacou.

Em média, os lotes do Perímetro Irrigado do Itiúba têm área aproximada de 3,8 hectares. É com base nessa área média que os agricultores familiares fazem suas projeções de colheita. O agricultor Edson Alexan-

dre dos Santos trabalha em seu lote no perímetro há quase 40 anos. Dois de seus filhos também estão assentados em lotes do Itiúba. Ele está bastante satisfeito com a colheita do arroz e espera que a produção seja maior que a de verão.

“Até o dia 15 de novembro, eu jogo as sementes de novo e, no final de março, eu colho. Confio que vou tirar de 100 alqueires (24 toneladas) para frente. Mas somente vamos saber quando tirar o arroz e pesar. Estou achando que vou tirar mais que a do verão, que consegui 93 alqueires de arroz (22,32 toneladas)”, disse o agricultor. Márcio Ferreira e Marcelo Ferreira são irmãos e trabalham juntos. Filhos do agricultor José Ferreira, que também cultiva arroz no Itiúba, eles vivem a rizicultura desde cedo. “Tudo que nós temos foi conseguido por meio do trabalho no lote. A colheita dessa safra foi boa. Somente não teve o rendimento da safra passada, mas não podemos reclamar. A safra de verão sempre é melhor que a de inverno. Já colhemos tudo e vendemos para um comprador de Pernambuco por R$ 175 o alqueire (240 kg). Meu pai já conseguiu vender por R$ 180 o alqueire”, afirmaram.


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ELEIÇÕES LIMPAS

Disputa na OAB/AL tem como foco defesa das prerrogativas Na reta final, candidatos apresentam propostas e buscam apoio da classe MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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período eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL) está na reta final e estão na briga pelo comando da entidade no triênio 2016/2018 três grupos. A Chapa 1 – “Avança OAB”, tem como candidata à presidência a advogada Fernanda Marinela e como candidato a vice o advogado Ednaldo Maiorano. Na chapa 2 – “Advogados por uma Nova Ordem”- , o candidato a presidente é o advogado Fernando Falcão e o vice é o advogado Luciano Almeida. Já a Chapa 3 – “Muda OAB”-, apresentou o nome do advogado Roberto Mendes como candidato a presidente e o advogado Vagner Paes como candidato a vice. A eleição acontece no dia 18 deste mês, em Jacarecica, das 9h às 17h. Com receita orçamentária anual de pouco mais de cinco milhões de reais, o vencedor irá comandar a casa de pouco mais de 14 mil advogados. Para abrir a sequência de matérias no jornal Extra, recebemos os candidatos da chapa 1 Fernanda Marinela e da chapa 2 Fernando Falcão. O candidato da chapa 3 é até agora um voo solitário e parece ser apenas coadjuvante neste processo. Além de não mostrar qualquer interesse em participar da série de entrevistas, ao ser procurado pela reportagem do EXTRA, se limitou a dizer que estava al-

moçando e que ligasse depois. Confira propostas no site novo extra.com.br. EXTRA- Se eleito, o senhor vai presidir uma Casa polêmica. Esta responsabilidade assusta o candidato? Fernando Falcão: De jeito nenhum. A OAB não deve ser polêmica, mas parceira e aliada da socie-dade nas causas de interesse da coletividade. Muitas são as mazelas que acometem a nação e inquietam a maioria das pessoas. Historicamente, a OAB sempre esteve presente nas grandes discussões de interesse do País, contudo, ultimamente, tem se omitido convenientemente de opinar, o que fez com que tenha perdido o papel de protagonismo que sempre teve perante a sociedade. Defendo uma OAB forte, independente, apartidária e verdadeiramente envolvida na vida das pessoas e dos advogados. JE- O que o credencia a ser presidente da OAB/AL? FF- Os meus quase dezoito anos de advocacia limpa, ética, sem uso de lobby, que me tornaram um profundo conhecedor das agruras da advocacia alagoana. Conheço cada um dos municípios alagoa-nos e vivencio, cotidianamente, as dificuldades do advogado e da advogada de Alagoas. Além disso, não tenho filiação partidária, não estou sujeito à influência de grupos econômicos, tampouco assumi compromissos que

FF- Sou oposição por não concordar com o modelo de gestão exclusivista, omisso e apático adotado pela atual diretoria. Além disso, nenhuma das promessas feitas pela atual gestão da OAB/AL na campanha de 2012 foi cumprida, o que gerou o absoluto descrédito do grupo dominante. Certamente seria mais fácil aliar-me à situação, porém isso contrariaria todas as minhas convicções, uma vez que não enxergo, nessa gestão, a verdadeira representação da advocacia alagoana.

Fernando Falcao afirma que sua luta é por uma OAB independente

me impedirão de realizar as transformações de que a OAB/ AL tanto precisa. JE- Qual o diferencial da chapa “Advogados por uma Nova Ordem”? FF- Independência, coragem e determinação para defender as causas de interesse da advocacia ala-goana. Além disso, as propostas factíveis e voltadas para a defesa das advogadas e dos advogados alagoanos. Nosso grupo é formado por profissionais da advocacia, alguns mais novos e outros mais experientes, da capital e do interior, públicos e privados, mas todos eles engajados na mesma causa: o fortalecimento da OAB como uma entidade de classe que verdadeiramente represente e proteja o advogado no exercício de sua profissão.

JE- Como foi feita a escolha do seu nome para encabeçar a chapa 2? FF- Vários grupos de advogados discutiam a necessidade de uma participação mais ativa nas eleições de novembro. Entendíamos que era preciso haver renovação nos quadros da gestão da OAB, e que o perfil ideal para presidir a Ordem, nesse momento de crise, era o de um profissional experiente e determinado a fazer as mudanças de que a OAB necessita com urgência. Aceitei o convite com muito orgulho, uma vez que essa é a maior honraria que um advogado pode almejar em sua carreira profissional: a de representar seus pares no seu próprio conselho de classe. JE- Por que ser oposição?

JE- O que precisa melhorar? FF- Absolutamente tudo. A OAB precisa voltar a exercer o papel de protagonismo que sempre teve nas causas de interesse da sociedade. Além disso, os advogados sentem-se abandonados por uma gestão que prometeu renovar e nada fez em favor dos advogados. Questões elementares como a defe-sa das prerrogativas, a defesa do piso salarial dos advogados contratados e a implantação de serviços de extrema importância para o exercício da advocacia, a exemplo da reforma e aparelhamento das salas dos advogados nos fóruns da capital e do interior, terão prioridade em nossa gestão. Pretende-mos investir na qualificação e no aperfeiçoamento dos advogados. Ofertaremos, através da Escola Superior da Advocacia (ESA), uma série de cursos regulares que visarão manter o profissional da advocacia competitivo no mercado de trabalho.


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ELEIÇÕES LIMPAS

Marinela pode ser primeira mulher a presidir a entidade EXTRA- Se eleita, a senhora será a primeira mulher a presidir a OAB/ AL. Esta responsabilidade assusta a candidata? Fernanda Marinela - Pelo contrário, me honra! Minha vida toda foi marcada por desafios. Desde a mais tenra infância eu aprendi que os desafios existem para serem superados. Há três anos eu não tinha nenhuma experiência com a OAB, fui eleita conselheira federal e eu era uma das cinco mulheres num oceano de 81 homens, foi um desafio. E mesmo assim eu creio que consegui melhorias concretas para os advogados jovens e para as mulheres. Assim, a responsabilidade de ser a primeira mulher presidente é para mim uma satisfação que eu espero retribuir sendo um exemplo, um exemplo de que é possível superar os ataques machistas, de que é possível ser mãe, mulher, advogada, professora, independente e, ainda assim, ser presidente da OAB. Desejo, se eleita, ser não só a primeira mulher presidente da OAB/AL, mas ser também a melhor presidente que a instituição já teve. E desejo isso para poder inspirar as mulheres e mostrar que é possível sim, ter uma liderança feminina sem deixar de ser mulher.

muito suor e dedicação. Ainda como professora, virei incontáveis noites trabalhando nos meus livros. E hoje, mesmo sendo uma autora de Maceió, tenho mais de 100.000 exemplares vendidos e inúmeras citações nos tribunais superiores (STF e STJ), onde sou frequentemente requisitada para dar cursos de capacitação. Eleita para o Conselho Federal, fui nomeada presidente da Comissão Especial da Mulher Advogada da OAB nacional, que não existia na gestão anterior e comecei do zero o trabalho. Hoje, esta é a comissão de maior destaque na Ordem, conseguimos alterar o provimento eleitoral da OAB para incluir o percentual mínimo de 30% de mulheres em cada chapa. Instituí o Plano Nacional de valorização das mulheres advogadas e o movimento + mulheres na OAB, que virou a coqueluche política em todos os Estados do Brasil, isso sem falar no Vade-Mécum dos Direitos da Mulher, que organizei e publiquei para que as mulheres pudessem ter compilados em um só local todos os seus direitos espalhados na vasta legislação brasileira. No tocante ao exame de ordem, fui eu a relatora do processo que instituiu a repescagem.

JE-O que a credencia a ser presidente da OAB/AL? FM- O trabalho realizado ao longo da vida. Comecei de baixo, não tenho parentes importantes nem tive “empurrões” para crescer profissionalmente. Comecei a trabalhar desde cedo, já na faculdade eu vendia roupas para minhas colegas para pagar a mensalidade e juntar dinheiro para fazer minha pós-graduação em São Paulo; consegui. Depois, passei a advogar durante o dia e a dar aulas de noite, varando as madrugadas preparando as aulas. Depois de uma certa consolidação, vim para Alagoas e novamente comecei de baixo, sem parentes importantes e sem “empurrões” para crescer eu fui advogar no interior, para uma associação de taxistas em União dos Palmares e dando aulas durante as noites. Assim comecei a minha carreira, com

JE- Qual o diferencial da chapa “Avança OAB”? FM- Quando iniciamos as conversas para montar a Chapa Avança OAB tínhamos uma grande certeza: a pluralidade dela. Era imprescindível esse ponto e conseguimos agregar profissionais das mais diversas áreas, seja trabalhista, previdenciária, criminal, porque precisávamos dos mais diversos olhares e o conhecimento das dificuldades que cada segmento enfrenta no seu dia a dia. Outro cuidado que tivemos foi não pensar ainda nas comissões, porque nossa proposta é apenas nomear os representantes se assumir a presidência da instituição, colocando nos cargos advogados que possam de fato trabalhar em prol da OAB. Não queríamos utilizar os cargos de forma eleitoreira, prometendo espaços na chapa apenas em troca de voto,

pelo grupo e poder contribuir com o desenvolvimento da instituição que nos últimos anos teve uma renovação. Agora sigo na luta para que possamos avançar ainda mais. Quero ser presidente da OAB Alagoas para trabalhar e lutar por todos os advogados, sem sectarismo, sem fazer qualquer discriminação. Precisamos trabalhar juntos, de mãos dadas em prol da advocacia alagoana.

humanos nas OABs de todo Brasil, recepcionar denúncias de violações de direitos humanos, encaminhar e monitorar as apurações delas decorrentes. Ele ainda participou em nome da OAB da implantação, com a eleição da sociedade civil, do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Defender a gestão de Thiago Bomfim não é tarefa difícil, pois avalio como sendo uma das melhores que já esteve à frente da OAB. Foram inúmeras realizações, avanços importantes e que podem ser constatados na avaliação dos advogados, diferente do que é dito pela oposição. Nossa chapa foi composta por advogados atuantes, combativos e que darão o suor para seguir nesse caminho de atitude, respeito e ética. Formamos o melhor corpo de conselheiros federais, dando espaço para a mulher; nossos conselheiros seccionais também atendem a todas as áreas e tem espaço para advogados do interior. Foi com esse cuidado que tivemos e que será mantido durante a gestão para avançarmos ainda mais.

JE- Por que ser situação? FM- Faço parte da atual gestão de Thiago Bomfim, ocupando o cargo de Conselheira Federal Suplente. Nos últimos três anos, vi nossa OAB crescer e os esforços de todo nosso grupo para manter o fortalecimento da instituição. Participei de momentos importantes e históricos, desde que assumi a presidência da Comissão Nacional da Mulher Advogada, com ações que valorizam o espaço da mulher dentro da instituição e no exercício da Advocacia. Também participo da Comissão Nacional de Ensino Jurídico e da Comissão Especial do Direito Administrativo. Nosso conselheiro federal Felipe Sarmento atualmente é presidente do Fundo de Integração e Desenvolvimento Assistencial dos Advogados (FIDA) e sua atuação foi fundamental para a finalização das obras da nova sede da OAB Alagoas, além da compra de móveis e equipamentos, investimentos que somaram R$ 2 milhões. Seu trabalho no Conselho Federal mereceu reconhecimentos da classe com várias homenagens. Já o conselheiro federal Everaldo Patriota também é um grande nome de destaque em nossa Chapa e que já faz parte da atual gestão. Nacionalmente, Patriota assumiu desde julho a presidência da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB Nacional, cujo maior desafio é criar um sistema de defesa dos direitos

JE- O que precisa melhorar? FM- Na minha vida, sempre procuro ter atitude e buscar fazer meu melhor em tudo. Sou assim no meu lado pessoal, profissional, nos meus sonhos. Vejo que a OAB viveu muito tempo na estagnação, sem conquistas, nem tampouco avanços. Os últimos três anos foram de renovação, com grandes projetos que saíram do papel e se tornaram realidade, temos hoje uma instituição forte, com maior credibilidade e tenho certeza que novos passos serão dados para somar a esse momento histórico. Ainda temos muito que melhorar e sabemos dos desafios que nos esperam ao assumir a presidência da OAB Alagoas. Nossa classe merece avanços, mas já percebemos que as diferenças das gestões anteriores. Vamos continuar lutando pelo jovem advogado que tem dificuldade ao sair das faculdades e ingressar no mercado de trabalho; vamos avançar para as mulheres, que apesar do grande crescimento e de já ocuparmos 50% do número de advogados do país, ainda não temos espaço igualitário, nem cargos importantes na OAB, como é o caso de presidências de Seccionais, já que nenhuma mulher ocupa essa vaga no Brasil. Queremos sim avançar nas prerrogativas, com projetos que importantes para garantir o exercício da advocacia e a garantia da democracia.

Candidatos da situação, Maiorano e Marinela dizem que é preciso avançar

até porque eu acredito que, assim como nosso atual presidente Thiago Bomfim, ao final da eleição encerra-se esse clima de disputa e com o palanque desfeito, haverá espaço para todos que quiserem dar sua contribuição à instituição. Afinal de contas, cuidar da OAB é um dever de todos os advogados. Aqui não há sectarismo, não fazemos discriminação, damos espaço a quem quer que seja. Aqui, valorizamos a mulher advogada que conhece seu espaço e sabe a importância de participar ativamente da instituição. Nesta eleição, a aprovação do provimento 161 garantiu uma cota de 30% das mulheres nas chapas para as eleições da OAB em todo país; para nós não houve mudanças porque no último pleito nossa chapa já atendia a esse percentual e hoje fizemos uma chapa com quase 40% das mulheres ocupando lugares de destaque. JE- Como foi feita a escolha do seu nome para encabeçar a chapa 1? FM- Em 2012, uma das promessas do atual presidente Thiago Bomfim foi de não se candidatar a reeleição e isso está sendo cumprido. Quando o grupo começou a pensar nas eleições, este ano, seis nomes foram colocados à disposição e testados em uma pesquisa sobre a aceitação dos outros advogados. Nunca tive pretensão de me candidatar à presidência da OAB. Mas a pedido do grupo, concordei que meu nome fosse consultado. E foi através desta pesquisa, de forma democrática, que meu nome acabou sendo escolhido para encabeçar a chapa. Mas só poderia assumir esse desafio com a condição de que Maiorano aceitasse me acompanhar nessa trajetória sendo meu vice, porque somente ao lado dele eu poderia seguir nessa caminhada eleitoral. Sinto-me honrada em ter meu nome escolhido


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DE 2015

CRISE

Economista defende novo pacto entre Governo Dilma e Congresso Mestre e PhD Maurício Romão diz que este é o momento de buscar uma “saída de concertação nacional” DA REDAÇÃO

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agravamento da crise enfrentada pelo Brasil tem preocupado a população em geral e não poderia ser diferente segundo avalia o mestre e PhD em economia pela Universidade de Illinois Maurício Romão. O economista garante que é possível reverter a situação, mas para isso o governo brasileiro precisa preservar conquistas como democracia, estabilidade monetária e a inclusão social. Romão diz que diante da paralisia do Brasil em termos econômicos e sociais e o embate entre situação e oposição a alternativa é encontrar uma solução coordenada que favoreça uma saída de concertação, de acordo e consenso. E cita o exemplo do pacto de Moncloa, na Espanha em 1977, onde um acordo modificou a estrutura daquele país que passou a ser eficiente. Relembrou ainda da “Agenda 2010” na Alemanha (2003), onde a parte política após a incorporação da parte Oriental sentiu a necessidade de entendimentos entre os partidos e as centrais sindicais para absorver o contingente. Com isso, a Alemanha conseguiu lidar com a época da crise de 2008, na zona do Euro. O economista cita ainda o caso mais recente, do México, onde um conjunto de partidos, pessoas e centrais sindicais se uniram para formar o Pacto Pelo México (2012), que também foi um movimento de concertação, onde se buscou o interesse comum e o desenvolvimento. Na verdade, foram mais de 100 acordos que deverão vingar até 2018, mas que estão em andamento. Diante desses casos, Romão afirma que no Brasil é possível um consenso, um

entendimento nacional. Romão explica que a agenda de concertação brasileira só será possível com a preservação de conquistas que estão ameaçadas como a democracia, a estabilidade monetária que nos trouxe de volta a dignidade, enquanto País e a própria inclusão social que demora para ser conquistada, mas se dissipa rapidamente. “Você vê que alguns movimentos de rua pedindo a volta da ditadura militar. Sei que isso está longe, mas são indícios de que se você não preservar esse legado, pode prejudicar o País. E o caso da estabilidade da moeda, nós estamos com uma inflação de 10%, enquanto a média mundial é de 3%. Pouquíssimos países do mundo, como a Argentina, Rússia e Venezuela, têm inflação maiores que a nossa.” O economista diz ainda que uma pesquisa recente apontou que o grupo de família que ganha de dois a quatro salários mínimos e compreende a Classe C, a chamada nova classe média, e que compreende cerca de 40% das famílias brasileiras, é muito mais crítico ao governo do que a média do Brasil. “Então, se a Dilma tem 68% de ruim/péssimo, essa classe representa 73%. Se a presidente tem 10% de ótimo ou bom, essa classe compreende 7%. A Classe C está revoltada, porque está sentindo os efeitos da crise. Teve que devolver a linha branca que comprou no crediário, teve que devolver a bicicleta, ou o marido está sem trabalho. Logo, a gente entra nessa luta. Tira Dilma, fica Dilma, bota Dilma… É uma situação de desleixo com o que está acontecendo. As estatísticas mostram que 2015 está perdido e 2016 está praticamente perdi-

Romão diz que governio terá de mexer nos programas sociais

do se a gente não tomar outras providências. Então, este contexto me incentiva a me enfileirar junto com aqueles que hoje estão propondo o entendimento”. O economista disse ainda que é difícil a situação ser revertida, pois há a ausência de líderes para promover a concertação, mas não é impossível. E afirma que devemos primeiro resolver esse problema da dívida, que é o grande empecilho, um ciclo vicioso que se promoveu e segundo, inaugurar uma ação emergencial para Estados e municípios. “Por último, criaríamos uma ação também emergencial de proteção contra a recessão e desemprego”, explica. Ele não descarta a aceitação de uma CPMF, porque estaria no bojo de uma formatação mais ampla. Mas alerta que aceitar a CPMF agora, para tapar um buraco das contas públicas que nem o governo sabe quanto é, fica difícil. “Hoje, temos a notícia de que a dívida pode ser de R$ 52 bilhões ou R$ 63 bilhões, se as usinas não forem vendidas. Ela também pode aumentar para R$ 100 bilhões se o TCU exigir o pagamento das pedaladas. Que sinalização você tem para o mercado, se o País não tem condições de mos-

trar nem suas próprias contas?”, questiona. A longo prazo, Romão inclui a chamada “agenda das reformas estruturais”, que compreende as reformas da previdência, reforma trabalhista, reforma política e um novo projeto de inserção internacional do Brasil. “Hoje, estamos perdendo espaço entre os grandes blocos econômicos mundiais. Não vamos sair desse buraco se não for através de entendimento”, sinalizou. Para o economista, a situação do Congresso, hoje, é uma decorrência da fragilidade do Executivo, que transferiu para os outros poderes algumas das suas prerrogativas políticas, inclusive a econômica. E mostra que o governo está completamente desacreditado para tomar qualquer iniciativa que possa melhorar essa situação. Como está sem credibilidade e a presidente está com a popularidade em baixa, o protagonismo muda de locus. “Sai do Executivo e vai para o Congresso, que é uma casa que tem 513 parlamentares, de várias tendências distintas. O governo, que está incapaz de sinalizar como é que ele vai resolver o problema, deve primeiro sinalizar para o comprome-

timento com o ajuste. Mas hoje, até o próprio PT é contra. Lula é contra, pede a saída do ministro da Economia e a presidente não o faz. Isso mostra que o Executivo não está comprometido. A questão política afetou a questão econômica e ela se retroalimenta”, disse, ao acrescentar que quanto mais desgaste político, mais a situação econômica se deteriora, porque sinaliza para os mercados que você não tem condições de reverter a situação. Na visão do economista, os investidores percebem que o governo não tem como estabilizar a dívida e não está comprometido com o ajuste. Então vai para o porto seguro, que é o dólar. “Quando o dólar aumenta, encarece as importações e isso também afeta a inflação. Na sequência, o Banco Central tem que atuar aumentando os juros para baixar a poeira daquela inflação, o que aumenta a nossa dívida. Parte dos nossos títulos está atrelada à taxa Selic, que está em 14,25% ao ano e custa R$ 500 bilhões por ano, só de juros. Quando você aumenta isso, aumenta o déficit nominal e sinaliza que não tem condições de manter aquela trajetória constante. Então, os investidores vão para o dólar. E aí começa o ciclo novamente. Esse ciclo é vicioso. E o epicentro disso é exatamente o déficit fiscal. Enquanto não resolver esse déficit, você não tem condições de fazer nada”. Romão aconselha ao governo Dilma que é melhor assumir o déficit, porque sinaliza para o mercado que está com dificuldades. Isso vai baixar a nota do País de novo, mas o Brasil não consegue mais enganar o mercado, que está trabalhando com o déficit primário. Também disse que acha difícil o País atravessar este momento sem mexer nos programas sociais, pois embora sejam importantes, hoje ultrapassam a capacidade que o Estado tem de mantê-los.


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OPERAÇÃO AFRONTA

Alagoano líder de fraudadores de concursos é preso no Mato Grosso Das 14 prisões cumpridas pela Polícia Federal, 11 são de pessoas naturais de Alagoas JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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Operação Afronta da Polícia Federal, que investiga fraudes em concursos públicos dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais Regionais do Trabalho continua. O maceioense apontado como líder da quadrilha já se encontra à disposição da Justiça. O acusado, de nome ainda não revelado, foi detido em deslocamento no estado de Mato Grosso, próximo à cidade de Campo Verde, localizada a 130 km da capital Cuiabá. A prisão foi realizada pela PF em operação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal. A PF declarou que ele é um técnico judiciário do TRE de Rondônia, com 54 anos de idade, no entanto não informou se ele faz parte das prisões que ocorreram no dia 21 de outubro. Também está entre os detidos o agente da Polícia Civil Antônio Francisco da Silva Filho, lotado

em Murici, que se passava por concurseiro e tirava fotos das páginas da prova para repassar aos membros da quadrilha responsáveis pela resolução das questões para depois, divulgar as respostas corretas àqueles que pagaram pelo “serviço”. Além dele, um analista do Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas (TRT/ AL), um ex-analista do TRF-SP, um ex-policial civil de Alagoas e dois irmãos foram detidos. Segundo dados atualizados, das 14 prisões cumpridas em todo o país durante as investigações, 11 são de pessoas naturais de Alagoas. O restante é do estado do Rio de Janeiro. Por enquanto, não há nenhum mandado pendente e as investigações se concentram em identificar os certames fraudados pela quadrilha que estava em atividade há quatro anos. PRISÕES A PF realizou prisões

Quadrilha especializada em fraudar concursos da área judicial utilizava equipamentos sofisticados

temporárias e mandados de busca e apreensão também nos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Rondônia. A quadrilha contava com aparato tecnológico para repassar as respostas para os candidatos que prometiam pagar até R$ 90 mil ao garantirem uma vaga no funcionalismo federal. O dispositivo usado era tão minúsculo que era necessário um ímã para retirá-lo do ouvido. Porém, no concurso público do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, algo inusitado chamou a atenção das autoridades. Alguns concurseiros apresentaram redações iguais e pontuação similar. Os candidatos suspeitos fizeram a prova em Sorocaba em 2014. A organização conseguia aprovar de 30 a 40 candidatos por concurso público. O preço para garantir a vaga era de acordo com o cargo pretendido: R$ 70 mil para técnico judiciário (Ensino Médio) e R$ 90 mil para analista judiciário (Ensino Superior). Mas para isso, o candidato precisava desembolsar até R$ 10 mil

de entrada. O restante era quitado após a aprovação. Em caso de condenação dos participantes da quadrilha, as penas, somadas, vão de 4 a 12 anos de prisão. Segundo o delegado da Polícia Federal de São Paulo, Victor Rodrigues Alves, não há ligação com os organizadores do concurso público ou com os tribunais. Sobre quantas pessoas entraram em concurso de maneira ilícita, a Polícia Federal ainda não tem um número preciso. “Mas podemos afirmar que dezenas de pessoas se valeram das fraudes. Há vários concursos que ainda estão sendo investigados”, disse Alves via assessoria. EM ALAGOAS No estado de Alagoas, os mandados de busca e apreensão aconteceram em Maceió, União dos Palmares e Marechal Deodoro. Após investigação vir a público, o Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/AL) constituiu uma comissão de sindicância para apurar os fatos que envolvem o técnico judiciário detido que fazia

parte dos seus quadros em fraudes em concurso público. A sindicância foi aberta com base nas informações divulgadas pela imprensa, já que oficialmente o Tribunal ainda não havia sido notificado do caso. Segundo o presidente do TRT/AL, desembargador Pedro Inácio da Silva, o Tribunal entrou em contato com o delegado responsável pelo caso e se colocou à disposição para colaborar com as investigações. Além disso, solicitou o compartilhamento de informações necessárias à instrução do processo administrativo. Para as investigações, a Polícia Federal utilizou o Sistema de Prospecção e Análise de Desvios em Exames (SPADE), um software desenvolvido pelo próprio órgão para apurar as fraudes nas provas. O sistema é alimentado com gabaritos dos candidatos que fizeram a prova e analisa as respostas em busca de coincidências, apontando os candidatos que apresentarem maior número de respostas iguais.


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ECONOMIA

Estado financiará pres de serviços da orla de

Através da Desenvolve, em parceria com a Prefeitura de beneficiarão padronização e ampliação dos serviç

ELIETE AMÃNCIO

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Governo do Estado, através da Agência de Fomento de Alagoas (Desenvolve), assinou, na manhã desta quarta-feira (4), um termo de parceria com a Prefeitura de Maceió no qual os beneficiados serão os prestadores de serviços da orla da capital, que poderão ter acesso a uma linha de crédito para ampliar seu negócio e padronizar os serviços prestados nas praias urbanas.

De acordo com Antonio Pinaud, presidente da Desenvolve, essa parceria reflete o compromisso do governador Renan Filho com os pequenos empreendedores do Estado e com o trade turístico, além de reforçar seu empenho pela valorização de um trabalho pensado pelos eixos social, ambiental e econômico. A parceria formada entre a Desenvolve, a prefeitura, através da Secretaria Municipal de Turismo, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae) e a Braskem, promete atrair ainda mais turistas para Maceió. Esse avanço só será possível com o acesso às linhas Microcrédito Produtivo e Crédito Competitivo, da Agência de Fomento de Alagoas, que permitirão aos prestadores de serviços da orla e aos barraqueiros recursos entre R$ 15 mil e R$ 100 mil, com taxas que variam de 1% a 1,6%, carência de 3 a 6 meses e até 36 meses para pagar. Segundo Fábio Leão, diretor de Desenvolvimen-

to e Projetos da Agência, o formato e a amplitude de cada negócio definirão as condições citadas. Pinaud citou ainda o grande incentivo que as linhas de crédito podem ter na mudança dos padrões e serviços nas praias de Maceió. “Nossa ideia é incentivar os comerciantes da região, através da abertura de uma linha de crédito, ou seja, empréstimo para essas pessoas. Assim, os prestadores de serviços e pequenos empresários poderão ampliar os seus negócios, adquirindo equipamentos e padronizando serviços na região, promovendo o retorno adequado e fomentando o turismo na capital”, disse. O prefeito Rui Palmeira enalteceu a ampliação da parceria, destacando o empenho do Governo do Estado em beneficiar o setor turístico, mas, especialmente, os pequenos comerciantes alagoanos. “As esferas de governo desempenham papel fundamental para a melhoria da qualidade de vida de seu povo, e quando unimos forças concretizamos esse ideal com mais ce-

ler

enf rec com tico ain

par da seg juç Os tuc tad soc


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stadores e Maceió

a de Maceió, recursos viços prestados

leridade”, destacou o prefeito Rui Palmeira. O secretário municipal de turismo, Jair Galvão, enfatizou que “a ideia é reordenar, padronizar e oferecer condições, melhorar os serviços por parte dos comerciantes. Dessa forma, teremos um setor turístico que oferece condições dos visitantes desfrutarem ainda mais a capital alagoana”, afirmou. ETAPAS A primeira fase da parceria implementará ações a partir de dezembro, no trecho que vai das imediações da avenida Deputado José Lages até o Alagoinhas. A segunda fase se dará do Alagoinhas à Feirinha da Pajuçara com previsão para ter início no mês de janeiro. Os eixos de atuação do projeto são: Governança Institucional, limpeza, prestadores de serviços de frequentadores e visa garantir sustentabilidade econômica, social e ambiental.

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Envelhecimento da população provoca mudanças na sociedade Melhoria da mobilidade urbana para idosos passa a ser assunto importante BEATRIZ SOUZA

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população envelhece em ritmo acelerado. Hoje já são 901 milhões de pessoas acima dos 60 anos, o que soma 12% da população mundial, de acordo com relatório global da HelpAge International. Com os avanços da medicina, a maior adesão às atividades físicas e a preocupação com hábitos mais saudáveis, a expectativa de vida também aumentou, sendo que, em 2050, 1 em cada 4 brasileiros terá mais de 65 anos - e a média de vida do brasileiro será de 81,29 anos. Com o aumento da população idosa brasileira, surgem também preocupações que envolvem a mobilidade dos mais velhos, já que cresce também a demanda por estruturas adaptadas para este público. O diretor e especialista em trânsito da Perkons, Luiz Gustavo Campos, destaca que no Brasil 30% das vítimas de atropelamentos são idosos. Para ele um dos grandes problemas das cidades são os acessos precários, com calçadas esburacadas, falta de iluminação e a falta de respeito de parte da população com os idosos. “Para que haja mudança é preciso conscientizar e educar a população com mais ação dos órgãos públicos e um tratamento inclusivo do idoso”, afirma. O médico geriatra e professor da USP Paulo Camiz comenta que, com cidades despreparadas para a mobilidade dos idosos e o trânsito caótico, além dos atropelamentos, é preciso cuidado redobrado para evitar quedas. É estimado que a cada três indivíduos com mais de 65 anos, pelo menos um já sofreu alguma queda. “Todos caem, porém, jovens se levantam. O idoso cai e, dependendo do resultado da queda, fica impossibilitado de se levantar”, comenta o especialista. A arquiteta urbanista e professora na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Andréa H. Pfützenreuter comenta que, além das rampas e vagas especiais, as cidades precisam facilitar o deslocamento para os idosos, priorizando sua caminhabilidade. “Precisamos

pensar em uma cidade que nos acolha ao envelhecer. Do que valem as adaptações se os idosos não são bem recebidos ou tem dificuldade em alcançar o local? O trajeto passa a ser um martírio e uma dificuldade”, explica ela, que ressalta que não se trata apenas de aspectos físicos, mas também culturais de inclusão. Ao andar a pé, são inúmeras as situações que podem prejudicar o trajeto de um idoso. “A falta de infraestrutura e manutenção das vias favorecem quedas, torções, a visão focada para baixo para olhar onde está pisando e a insegurança”, comenta. Não é apenas o deslocamento a pé que oferece riscos aos idosos. Quando se trata de veículos coletivos, a altura elevada do piso (quando o ônibus não tem o piso rebaixado) é uma barreira a ser transposta, além dos ruídos que dificultam a audição em uma conversa, a velocidade no trajeto (quando não controlada) ou a frenagem brusca geram insegurança e riscos de quedas. “No transporte individual, o maior cuidado que o idoso deve ter é com sua própria segurança devido à perda gradativa de sentidos como audição, reflexos e visão”, ressalta Andrea. Ela ainda lembra que a falta de educação e prestatividade por parte de outros pedestres, motoristas ou passageiros também são desestimulantes para o deslocamento dos idosos. “As vias são locais de encontros e de percepções das paisagens que estimulam o convívio, a memória e a socialização do idoso, porém, quando ele não se sente seguro para realizar os trajetos, essas características são perdidas. É preciso maior conscientização e educação por parte da população e mais ação dos órgãos públicos, com um tratamento que inclua o idoso, apostando em melhores calçadas e iluminação”, conclui.


18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE NOVEMBRO DE 2015 VEÍCULOS

STF derruba obrigatoriedade do registro de alienação fiduciária Cobrança já foi alvo de investigação pelo Ministério Público em Alagoas JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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gora é oficial. Não mais obrigatório o registro de contrato de alienação fiduciária em garantia de veículo em cartório. A decisão é do Supremo Tribunal Federal (STF). Conforme o relator da matéria, ministro Marco Aurélio, o simples pacto entre as partes “é perfeitamente existente, válido e eficaz” sem que seja necessário qualquer registro, “o qual constitui mera exigência de eficácia do título contra terceiros”. Em Alagoas, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) só deixou de exigir esse carimbo cartorial a partir de janeiro deste ano. A discussão estava em torno da obrigatoriedade do registro também em cartório, e não apenas junto ao Detran. Essa associação no estado chegou a ser alvo de investigação do Ministério Público do Estado (MPE-AL), em 2012. À época, o promotor Coaracy Fonseca, da Promotoria de Justiça Coletiva da Fazenda Pública Estadual, pontuou que foi notificado pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre a cobrança ilegal da taxa. A denúncia ainda citava que o próprio contrato é irregular. A ilegalidade foi confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em agosto de 2010. Ao analisar a cobrança

da taxa em Alagoas, o ministro Herman Benjamin afirmou que o registro fiduciário não poderia ser cobrado dos proprietários de veículos, declarando que é “ilegal a exigência de registro do contrato de alienação fiduciária em cartório como condição ao licenciamento do veículo”. Apesar disso, a autarquia alagoana manteve as cobranças por mais três anos. A “alienação fiduciária”é um tipo de transferência de propriedade de um bem, móvel ou imóvel, com a intenção de garantia. A alienação fiduciária acontece quando o credor, por via de meios legais, toma para si um bem que era antes de propriedade do devedor, ficando este impedido de negociá-lo com terceiros, podendo, no entanto, usufruir dele. Assim, o credor tem mais segurança de que o devedor vai cumprir com o pagamento do débito. No Brasil, essa transferência de propriedade é bastante comum como alternativa para o financiamento de veículos. Quando um consumidor vai comprar um carro a crédito, utilizando um financiamento bancário, ele assina o contrato com a instituição financeira, com o objetivo de fazer a retirada do veículo em um estabelecimento determinado. Portanto, o motorista torna-se devedor da instituição, precisando quitar as parcelas

Registro do contrato de alienação fiduciária de veículo em cartório não é obrigatório, afirma STF

referentes ao veículo. Para o ministro Marco Aurélio, embora a alienação seja uma forma de alertar compradores sobre “o real proprietário do bem”, a exigência de registro em serventia extrajudicial “acarretava ônus e custos desnecessários ao consumidor”.“Para o leigo, é mais fácil, intuitivo e célere verificar a existência de gravame no próprio certificado do veículo em vez de peregrinar por diferentes cartórios de títulos e documentos ou ir ao cartório de distribuição nos estados que contam com serviço integrado em busca de informações”, votou o ministro. Três anos após a investigação, o promotor Coaracy Fonseca, da Promotoria de Justiça Coletiva da Fazenda Pública Estadual, explica que o De-

tran-AL deixou de fazer esse tipo de exigência após análise judicial. “Existe uma decisão do Tribunal de Justiça (TJ -AL) que reconheceu que é ilegal a cobrança de taxas para o registro da alienação fiduciária de veículos no Detran, que era cobrada através de uma tarifa, um tributo. O órgão chegou a entrar com agravo de instrumento defendendo que a tarifa era legal”. De acordo com o relator da matéria, o desembargador TutmésAiran de Albuquerque, “essa cobrança só poderia ser realizada mediante uma lei tributária, que não existe no estado de Alagoas”. “Tinha uma empresa que ficava responsável pelo registro, mas atendendo um pedido do MPE, nós resolvemos declarar a ilegalidade do contrato”, disse.

A empresa citada por Albuquerque é a FDL – Serviço de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda, que segundo o Ministério Público, usou um atestado de capacidade técnica fraudado para garantir a vitória na concorrência pública. Sérgio Souza, coordenador de Controle de Veículos do Detran, disse ao EXTRA Alagoas que os contratos de alienação que antes eram registrados em cartório agora o serão no próprio órgão. “A empresa realizava esse serviço até dezembro do ano passado, mês que esse registro foi suspenso por decisão judicial. No entanto, estamos operando um projeto piloto para voltar a fazer os registros”, informou.


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PEDROOLIVEIRA

- MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE NOVEMBRO DE 2015

Para refletir: “Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele”

pedrojornalista@uol.com.br

Um país de racistas Não dá para esconder que o Brasil continua sendo um país de racistas preconceituosos e intolerantes. O trágico de tudo isto é que por outro lado há a explicita complacência com a corrupção, o roubo descarado de políticos, o tráfico de drogas e as estatísticas mentirosas sobre a vertiginosa escalada do crime. Cansamos de ver a frase não confirmada de que o então presidente da França, Charles de Gaulle, havia dito: “O Brasil não é um país sério”. Hoje com certeza, pelos ditos e pelos fatos ele trocaria por “O Brasil é um país marginal”. Esta semana a vítima do preconceito criminoso foi Taís Araújo, uma das mais belas e talentosas atrizes do cinema e da televisão, além de modelo. Jovem bem criada na zona Sul do Rio de Janeiro, formada em jornalismo, seu pai é economista, sua mãe pedagoga, possui uma irmã formada em medicina. Alguns marginais usaram as redes sociais para denegrir a sua imagem, postando frases preconceituosas e agressivas do tipo “Entrou na Globo pelas cotas”, “Com esse cabelo dá pra lavar a Globo inteira”. “É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar: na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página”, escreveu ela. Sem entrar em muitos detalhes, Taís disse que todos os comentários estão registrados e serão enviados à Polícia Federal. Espera-se que a PF tenha a mesma eficiência usada para investigar e prender esses bandidos que não diferem de traficantes e corruptos.

Agressão à mulher negra Mostram as estatísticas que as mulheres negras são as maiores vítimas de violência doméstica no Brasil. Elas representam 60% das agredidas por pessoas conhecidas: no período de um ano, somam 1,5 milhão. Diante desse índice de violência vai acontecer em Brasília a “Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver” no dia 18 de novembro e deverá reunir cerca de 20 mil mulheres de todos os estados e regiões do Brasil para marchar pela garantia de direitos já conquistados, pelo direito à vida e a liberdade, por um país mais justo e democrático e pela defesa de um novo modelo de desenvolvimento baseado na valorização dos saberes da cultura afro brasileira Está prevista para o mesmo dia uma sessão conjunta do Senado e Câmara Federal e uma audiência com a presidenta da República, Dilma Rousseff. A diretora executiva da ONU Mulheres, PhumzileMlambo-Ngcuka, ex-vice presidenta da África do Sul também confirmou presença. São esperadas, ainda, as ativistas norte-americana Ângela Davis e Bell Hooks, entre outras referências internacionais na luta pela igualdade racial e de gênero. Não basta acabar com a corrupção e a marginalidade na política brasileira. Será preciso também por fim à intolerância, ao preconceito criminoso, com penas severas para os infratores. Este é sim o Brasil que merecemos.

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(Martin Luther King)

Oposição equivocada

Almeida se diz perseguido

Se a maioria dos vereadores lesse mais e entendesse o seu papel com certeza não se cometeria tanta besteira no exercício do mandato e os plenários não seriam transformados em verdadeiros circos. Esta semana aconteceu um episódio que caberia na crônica de Sergio Porto (Stanislaw Ponte Preta) e seu famoso “Febeapá” (festival de besteiras que assola o país) e o palco foi a Câmara de Vereadores de Arapiraca. Talvez assustada com a ascendência da violência na cidade, a vereadora Aurélia Fernandes, até pouco tempo aliada de Célia Rocha e provável candidata a “roubar-lhe o trono”, fez críticas duras e ainda aprovou um requerimento de sua autoria responsabilizando a prefeita pela falta de segurança. Será que dá para alguém explicar à vereadora e seus pares que Segurança Pública é papel exclusivo do Estado? Criticar por criticar não vale.

O deputado Cicero Almeida “chora as pitangas” e diz que está sendo perseguido e injustiçado com relação à ação do PRTB em cassar o seu mandato. Culpa o presidente estadual do partido, Adeilson Bezerra, como o maior responsável pela “perseguição implacável” e o aponta como envolvido em alguns processos na Justiça. E vai além em suas lamentações: “Se eu perder o mandato está provado que não existe justiça nesse país”. Não há do que chorar meu caro deputado. Na questão agora quem manda é a lei. O seu processo terá como relatora a zelosa e exigente ministra Luciana Christina Guimarães Lóssio e será julgado no plenário do TSE. Sem perseguição, sem interesses ou subterfúgios. Se o seu mandato tiver que ser cassado será. Do contrário perderão os seus acusadores. Assim é a justiça.

O melhor entre todos

Mesmo enfrentando momentos de crise, tomando medidas impopulares (como o aumento de tributos) e apertando o cinto, o governador Renan Filho tem conseguido alcançar índices de visibilidade muito positivos não apenas internamente, mas também a nível nacional. É citado na grande imprensa como o gestor público estadual com maior credibilidade e sua aprovação pelos alagoanos alcançou os 67,5 pontos na avaliação “ótimo e bom”. De olho nas eleições municipais do próximo ano, o governador planeja obter uma marcante vitória para seus candidatos já vislumbrando a chegada de 2018. Tem escola e sabe o caminho das pedras.

Fim do prêmio José Aprígio A diretoria do Instituto Cidadão aprovou resolução extinguindo um dos mais cobiçados prêmios dos gestores alagoanos. O “Prêmio José Aprígio Vilela” foi criado em 2006, no governo Ronaldo Lessa de quem recebeu apoio. Nos anos seguintes contou com o apoio do empresariado local, mas sua realização ficou comprometida à medida que o apoio foi diminuindo. Para a diretoria da instituição promotora do evento a falta de apoio foi o principal motivo do encerramento do prêmio: “O evento era bastante dispendioso, até porque sempre foi vedado aos agraciados qualquer ajuda à realização. Os patrocinadores minguaram e até a própria família do homenageado nunca prestigiou a realização. O prêmio José Aprígio Vilela terá uma bonita história para contar, mas fica impedido de continuar” – disse a diretoria em nota.

Devolveu é dele Em claro sinal de revanchismo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal que os veículos de luxo do ex-presidente e senador Fernando Collor apreendidos na Operação Lava Jato sejam vendidos. Para o procurador-geral, há fortes indícios de que os carros tenham sido comprados para lavar dinheiro desviado da Petrobras por meio de pagamento de propina em troca de contratos. Caberá ao relator do inquérito de Collor no Supremo, ministro Teori Zavascki, acolher ou não o pedido de Janot. Na semana passada, Teori determinou a devolução dos veículos de Collor. Se o ministro mandou devolver como vai pedir de volta?

A cultura agradece Uma das mais acertadas escolhas do governo foi o nome da professora Sheila Maluf para a presidência da Diretoria de Teatros de Alagoas. Com uma profunda bagagem cultural e reconhecida capacidade de fazer acontecer, tem operado transformações muito positivas em uma agenda super dinâmica em todas as unidades do complexo de teatros. Destaque especial para dois programas que vem chamando a atenção de numeroso público: “Quartas Eruditas” e “Clube do Jazz”. Ambos têm reunido pessoas de todas as idades e mostrado que se pode fazer trabalho de qualidade, com alto nível cultural, cobrindo uma antes lamentável lacuna. De repente você entra em uma sala no Teatro Deodoro e se depara com nada menos que Vivaldi, Pietro Mascagni e Mozart, além do brasileiro Carlos Gomes. O público tem se encantado e a cultura alagoana agradece.

Combatendo a corrupção Acontece nesta sexta-feira a oficina “Atuação Conjunta do Ministério Público e Controladoria Geral da União no combate à corrupção e Técnicas de detecção e prevenção de fraudes: estudo de casos”, que está sendo promovida pelo Ministério Público Estadual, juntamente com a Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal). “O tema é de extrema importância para os que integram o Ministério Público, pois diariamente lutam para combater esse mal danoso, essa erva daninha da nossa sociedade que se chama corrupção” destacou o presidente da Ampal, procurador Eduardo Tavares. Serão palestrantes da oficina, o promotor de Justiça de Paraíba Rafael Lima Linhares, que integra o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco); o analista financeiro e chefe da Controladoria Geral da União em Alagoas(CGU) José William Gomes e o coordenador do Núcleo de Ações Especiais da CGU -AL, Francisco César Nascimento Belarmino.


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ARTIGOS

Lula, o indefectível CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

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algrado o título, direto que é, não desperte nenhum atrativo de mistério sobre o objeto da crônica, foi irresistível adotá-lo. Realmente, o ex-presidente Lula não falha na produção de estultices. Não só ele, mas, quando o prócer e líder petista fala, obscurece o besteirol de outros, a exemplo da presidente Dilma, do deputado Rui Falcão, e entorno. Fico a imaginar Stanislau Ponte Preta, se vivo, o quanto não se divertiria na crítica às asneiras desse nosso novo Festival de Besteira que Assola o País, o FEBEABÁ do saudoso jornalista. O candidato Lula saiu de vez do armário e faz o que melhor sabe: discursar impudicamente para os militantes petistas e, o que é muito lamentável, para sofrida parcela da população mais carente e que vive na esperança de um messias benfazejo. Esse desvelamento lulista vem, como registrei semana passada, produzindo a delícia da crônica política, ou como dizem os acólitos petistas, da grande mídia ignara. Em recente evento petista, o Sr. Lula, candidamente como soe ser, confirmou o inegável estelionato eleitoral que, segundo suas eloquentes palavras, foi praticado, não apenas pela presidente Dilma, mas também por ele e pelo PT. Esse o significado “nós” em-

pregue ao dizer que haviam apresentado ao povo um programa de governo quando do embate eleitoral, contudo, com a vitória e o governo nas mãos, tiveram de mudar o rumo da conversa, e fazer o que haviam dito que não fariam. Recorrente cinismo já inserto naquelas declarações da então candidata: para se ganhar uma eleição tudo deve ser feito. Outro fato, que vem sendo divulgado por aquela ignara grande mídia, é o mal-estar entre criador (Lula) e criatura (Dilma), por esta não ter impedido a busca e apreensão realizada pela Polícia Federal nas empresas de um dos seus geniais filhos. Impossibilitado de defenestrar a presidente, quer ele a cabeça do ministro da Justiça, seu correligionário, na cesta. Resumo da ópera: Lula e sua família são intocáveis, deuses olímpicos a serem protegidos pelos órgãos do Estado, e venerados por uma nação de abestalhados. Na sequência do absurdo, o ministro impõe à Polícia Federal explicações sobre a intimação ao rebento do demiurgo para depor. Nova asnice, pois presidentes de inquéritos policiais têm plena autonomia para agir, desde que na forma da lei. O pior de tudo, porém, é que essa pregação prenhe de idiotia poderá, reconhece-se, até surtir efeito. Todavia, será que afinal Pelé tinha razão, quando afirmou, em passado já esquecido, que o brasileiro, por ignorância política, não sabia votar? A nossa melhor esperança é que o rei do futebol esteja absolutamente errado. Livrai-nos Deus da volta do demiurgo!


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ARTIGOS

Verdadeiramente, o que pensa o Lula? JORGE MORAIS Jornalista

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iquei impressionado com o que disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante um evento organizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em São Paulo, na semana passada. Falando para dirigentes e militantes da base do partido, por um longo período que durou uma hora e meia, o Lula não disse coisa com coisa. Foi na verdade, um tempo perdido para tanta gente, mesmo que uma parte desse pessoal não goste muito do ofício, ou seja, trabalho. Do seu enfadonho discurso, cheguei à seguinte conclusão: o Lula está doente outra vez e, agora, da cabeça; ou se faz de besta; ou vive em outro país, que não esse nosso. O ex-presidente teve a capa-

cidade de dizer que a culpa de tudo isso que está ocorrendo no Brasil, é da imprensa, que fica pegando no pé da presidenta Dilma Rousseff, dos petistas e que a justiça, em outras palavras, está atrás de holofotes, talvez se referindo ao juiz Sérgio Moro, que mandou colocar muita gente no xadrez, entre políticos, dirigentes do PT, outros partidos e empresários. Para ele, não é por causa de meia dúzia de colegas presos, que todo o resto seja corrupto também. Segundo ele, quem errou já está pagando com o xadrez e as condenações. Esquece o Lula que todo esse pessoal preso e condenado representava ele, a Dilma, o PT e outros partidos coligados. Todos na mesma lama, na mesma roubalheira, no mesmo órgão – a Petrobras – e muitos outros ainda estão na lista de espera. Isso é como convocação de um grupo para a Seleção Brasileira de futebol, por exemplo. Quarenta nomes são indicados, mas somente vinte e três são chamados. Nesse caso do escândalo da Petrobras, a diferença é que os primeiros já foram

chamados e os outros virão depois. E não adianta o senhor ex-presidente dizer que os colegas que erraram já estão pagando por isso. Vocês se lembram que todos eles disseram que não tinham feito nada de errado? Que os recursos recebidos para as campanhas do Lula e da Dilma tinham sido declarados ao Tribunal Superior Eleitoral? Que era tudo legal e não comprometeria em nada aos dois e nem a campanha? Declarados esses recursos foram. Mas, de onde é que eles vieram para as campanhas? Esses recursos como todo mundo está careca de saber, vieram das empreiteiras, que por sua vez, receberam do Caixa 2 da Petrobras, com o superfaturamento das obras da estatal pelo Brasil e pelo mundo. De sã consciência, alguém acha que esses empresários dariam dinheiro fácil em troca de nada? Nesse tipo de negócio, os bilhões de reais desviados são distribuídos assim: uma parte é do empresário, isso separado o dinheiro investido na obra; a outra parte, legalizada,

vai para as campanhas de todos; e a última parte vai para as contas individuais no exterior de quem manda e de quem coordena as campanhas, no caso, os tesoureiros. É por isso que o juiz Sérgio Moro tem verdadeiro ódio de quem chega lá dizendo que “está tudo declarado no TSE”. Realmente está. Mas, o que ele quer saber não é a parte declarada, mas do dinheiro nas contas bancárias, dos apartamentos que custam milhões, dos carros importados, dos iates luxuosos e tantos outros meios escusos que eles encontram para desovar o que receberam indevidamente, fruto do roubo. Pois é, meus amigos. Isso sem falar nos escândalos envolvendo os filhos milionários, até bem pouco tempo pobres e trabalhando como empregados assalariados. Então, qual das três opções você escolheu: a do Lula doente da cabeça? A do Lula que se faz de besta? Ou a do Lula que vive em outro Brasil? Comece a votar, sem precisar declarar ao TSE.

sobre processos de servidores e a resposta foi inverídica: “Os processos tramitam normalmente e foram deferidos”, respondeu a ALE. Mas, não foram concluídos, nem pagos. Descansam tranquilamente na sala do primeiro-secretário. O Legislativo faltou com a verdade. E assim vamos nós assistindo à falta de punição aos membros da Assembleia Legislativa de Alagoas: eles fazem o que querem, da maneira que lhes convém. Insistem os dirigentes da Mesa Diretora em jogar os inativos no AL Previdência sem respeitar as leis. “Vocês passarão para o Estado”, diz um louco deputado. “Não serão mais nossa responsabilidade”, diz outro insensato. Muitos não sabem o teor do projeto, porque não leram tudo. Eles querem agradar o Renan Filho e desmoralizar os inativos. Estão esquecidos dos trabalhos prestados pelos aposentados à Casa de Tavares Bastos durante anos e anos. O que interessa é ser do governo e receber a recompensa! Antigamente, os aposentados eram respeitados, recebiam os proventos da

Secretaria da Fazenda, mas sua vida funcional era regida pelo Legislativo. Mensalmente, as informações eram atualizadas e enviadas ao Estado. Mas a Constituição estabeleceu os duodécimos dos Poderes e os sofredores públicos estaduais começaram a conhecer a insanidade das Mesas Diretoras. Isso eu vi, ninguém me contou, como diria Sebastião Neri. Uma terra onde deputado vai à imprensa e diz, abertamente, que não vai cumprir uma ação judicial e justifica tal afirmativa com inverdades, é sem dono. Uma terra onde taturanas desviam milhões da ALE e continuam soltos, alguns até como dirigentes de um Poder, é sem dono. Cabe ao Tribunal de Justiça de Alagoas se fazer respeitar e exigir que a ação judicial seja cumprida. Aguardemos os resultados...

Desacato às leis ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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i, espantada, as declarações do vice-presidente do Poder Legislativo de Alagoas: “Não vamos pagar aos servidores da Casa os 15% que aprovamos em 2013 e que foram objeto de ação judicial no Tribunal de Justiça do Estado”. Dois graves erros: faltou com a verdade ao afirmar que não existem recursos no orçamento para efetuar tal pagamento e desrespeitou os senhores desembargadores que aprovaram, por unanimidade, o pagamento dos 15%, resultado de projeto de lei aprovado pelos senhores deputados. Repito, insistentemente: o Legislativo paga salário dobrado a mais de 600 comissionados, criou mais de 120 cargos de assessoramento e contratou uma auditoria por um milhão e meio de reais, verba

não constante do orçamento de 2015. Só não há dinheiro para ativos e inativos. A grande novidade é o governador Renan Filho enviar uma matéria à Assembleia reformulando o AL Previdência. Um longo projeto cheio de “cascas de banana”, contendo um artigo autorizando o jovem político a usar a verba do Fundo Previdenciário para outras finalidades. Um duplo erro: o dinheiro da previdência não pode ser utilizado para outra finalidade, a não ser o pagamento de inativos e pensionistas; a verba seria destinada ao pagamento do décimo terceiro salário do Estado. E os deputados querem aprovar, e logo, rápido, o projeto inconstitucional. Como Alagoas é terreno fértil para desrespeito às leis, o Legislativo usa o orçamento não como ele é aprovado, mas como eles acham que devem usar. Nunca ouvi dizer que ação judicial não seria cumprida, mas o deputado, que é funcionário do INSS, diz na imprensa que não pagará os 15% aos servidores. Outro fato gritante: o Ministério Público solicitou ao Legislativo informações

PS – Meu livro “A velhinha das Alagoas” foi lançado em 22 de outubro com muito sucesso. Está sendo vendido na Viva Livraria e Editora, Av. Amélia Rosa, 625 – Loja 8 – Ed. The Square Park Office – Jatiúca – Maceió –AL - CEP57.036-000


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CULTURA

Djalma de Melo lança coletâneas de crônicas durante Bienal do Livro “Mormaço, calor e chuva” é a 10ª obra do escritor de Santana do Ipanema MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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uem senta com Djalma de Melo Carvalho para ouvir seus causos não vê a hora passar, esquece do mundo a sua volta e dá um mergulho no universo imaginário e, às vezes, real do escritor que em suas crônicas reúne o que há de melhor das andanças seja por Santana do Ipanema, sua terra natal, ou por além das fronteiras como Europa, América e pelo mundo afora como costuma dizer. E neste universo com episódios pitorescos e engraçados, ora recheado com fragmentos da vida real, o autor nos presenteia com sua 10ª obra: “Mormaço, calor e chuva”. São relatos da vida social, dos costumes e do cotidiano de pessoas simples ou públicas, além de fatos relacionados à natureza do sertão como a chuva, a seca, o calor, o mormaço. O lançamento do livro acontece dia 23 de novembro deste ano, durante a VII Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Nesta data, o escritor recebe amigos e leitores a partir das 19h30, no estande da Academia Alagoana de Letras, no Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Jaraguá, local do evento. Em “Mormaço, calor e chuva”, o cronista nos remete ainda a passagens recentes, ou não, da história mundial e brasileira. Em “Vocação Golpista

História”, ele passeia pelo universo dos movimentos políticos ocorridos no Brasil Republicano. Fala das recentes manifestações de rua, mas também dos golpes de estado, revolução e ditadura. Cronista da melhor qualidade, Djalma reservou espaço para homenagear as mães com a crônica “Mães: manhãs e madrugadas”. E o que dizer de “O latim de Tarde Fria”, apelido do simpático negrinho Dionísio que além de sapateiro, nas horas vagas era garçom, exímio nadador nas enchentes do Rio Ipanema e ainda se achava bom cantor? Mas para saber o desfecho das peripécias de Tarde Fria e quem sabe aprender um pouco de latim e até da indenização exigida certa vez por ele, só lendo o livro. Através de seus textos, Djalma remete o leitor a viagens inesquecíveis e a conhecer lugares e culturas deslumbrantes. É o caso da crônica “Punta Del Leste”. Nela, ele passeia por sua história, clima e paisagens, além de proporcionar com riqueza de detalhes o “belo espetáculo do pôr do sol sobre as serenas águas do rio Prata”. E o que dizer do “Retorno a Portugal” para um reencontro de nações. E entre a pausa de uma degustação de vinho ou saborear o melhor bacalhau, que tal o encontro do Rio Tejo com o Atlântico, o passeio ao imponente palácio real onde residiu D.João VI que de lá fugiu para o Brasil, perseguido

por Napoleão Bonaparte? Para participar desse enredo, é só viajar até a página 128 da coletânea. Mas ele proporciona, ainda, a quem quer saber do futuro, uma consulta com “Tostão, o cartomante”. Mais adiante, lembra do amigo “Divaldo Suruagy”, do Dia Nacional da Consciência Negra, além das diversas paisagens ao redor do mundo como Roma, Florença, Veneza, Milão, Lisboa e Santana do Ipanema. Na verdade, o livro é para ler de uma assentada só. E para que você não seja pego de supetão, o melhor mesmo é ir até a página 137 e saber na crônica “Vamos comemorar!” o porquê de Djalma contar tantas histórias ambientadas em Santana do Ipanema. Com certeza, a resposta virá de imediato. Em “Espírito amadorista no futebol”, o cronista mexe no baú do tempo e encontra em 1954 um time de amadores, porém de gente boa como José Pinto de Araújo, Josa, Negro Sunga, Belo, Pelópidas, Mário Rego, Zezinho Rapichola, João Airton, Zé Miudinho, Dema de Agenor, Byron, entre outros. Como se costuma dizer pelas bandas de lá, “cada escritor santanense colore a sua Santana do Ipanema com as suas próprias cores”. Assim, a aquarela de Djalma de Melo, misturada a água do Rio Ipanema, das cisternas ou engarrafadas, pinta uma tela em cada lugar mundo afora com multicores, mas sem se desligar de sua terra, sua história, sua gente. Na verdade, a literatura de Djalma de Melo fala de lendas urbanas, mitos santanenses, biografia de pes-

Djalma de Melo concorre a uma vaga na Academia Alagoana de Letras

soas ilustres ou não - tudo com leveza na linguagem e muito humor. “O mundo não pode ser só de coisa séria”, profetiza. Escritor da água, como também é conhecido, em seus “títulos molhados”, Djalma mata sua sede em cada sertanejo narrado em suas histórias, na mudança do clima, nas andanças, nas chuvas passageiras, nas enchentes do Ipanema, nas pequenas gotas. E para preencher a vida de aposentado, como costuma dizer, Djalma coloca em cada livro um pedaço de si, da gente de sua terra, as memórias, tradições, seus valores. E nesta colcha de retalhos, o escritor coloca nos 40 textos que fazem parte desta obra a alegria do povo, o ensinamento de conviver com o fenômeno da seca, além do grito de alerta contra a extinção das matas, pessoas de sua estima, figuras pitorescas, engraçadas e paisagens deslumbrantes da cultura e história de cada lugar visitado por ele. Sem contar que, de além das crônicas, “um enxerido poema sem métrica e ritmo que resolveu, por conta própria e risco calculado, entrar de carona” nesta obra. Inquieto e sempre em busca do saber, Djalma diz que o bom mesmo é reler. E foi adminis-

trando o tempo ocioso de aposentado que o escritor que até inventou poesias galgou outros caminhos e agora é candidato a uma cadeira na Academia Alagoana de Letras. Talento e competência não lhe faltam. O AUTOR Djalma de Melo Carvalho nasceu no sítio Gravatá em Santana do Ipanema. Embora alfabetizado, somente concluiria o curso primário aos 15 anos. Ao concluir o curso ginasial (1957) e o de técnico em contabilidade (1960), torna-se professor-colaborador do Ginásio Santana e da Escola Técnica de Comércio Santo Tomáz de Aquino. A política estudantil fascinava de certo modo o secundarista da década de 50. Empolgado com as lutas e as causas estudantil de sua época, participou de vários congressos da UESA como membro da bancada de Santana do Ipanema. OBRAS Além de Mormaço, calor e chuva”, publicou Festas de Santana, Caminhada, Chuviscos de Prata; Chuvas Passageiras; Águas do gravatá; Chuva no telhado; Ventos e Trovadas; Águas que se Formam e Chuva Miúda no Sertão.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Querer é poder

Outros clássicos

oportunidade

CRB apesar da sequência de jogos sem vitórias, tem chances de seguir na Série B em 2016. Rodadas se aproximam do fim do campeonato e terá 15 pontos para decidir o futuro dos clubes.

Jogos da 34ª rodada, neste fim de semana são Nautico x Paraná; Ceará x ABC; Luverdense x Boa Esporte; CRB x Atlético; Sampaio Correia x Oeste; Criciúma x Botafogo; Macaé x Vitória; Bahia x Santa Cruz; e, Bragantino x Mogim Mirim.

Páreo duro

Didira no Asa é caso encerrado. Decisão do “fico” proclamada pelo craque serenou ânimos. Decisão foi quarta- eira e agora a diretoria cai em campo para resolver outras pendências.

Rafael Coelho, brasileiro que esteve no futebol tailandês, é novo reforço do FC Gia, clube da Índia que tem Zico como treinador. Rafael no Brasil jogou no Vasco, Figueirense e Avai. Tem 27 anos.

O

Neste sábado, jogo à noite, o CRB pega o Atlético Goianense, que chega a Maceió em 13º posição abaixo do Galo (11º).É um clássico sem favorito, mesmo o Galo estando em casa.

Frase oportuna Dado Cavalcanti, técnico do Juventus, pós-goleada no CRB (5x1):“Resultado veio através do que produzimos”. Não é recado que jogadores do Galo devem entender e hoje fazer dever de casa?

Sobre o clássico E mais sobre o clássico no Rei Pelé, amanhã: o Atlético-GO não fará surpresa se trouxer torcida para o estádio. E do motivo: vir ultimamente pontuando também fora de casa.

Cobrança No CRB é momento ainda de desespero, mas derrota amanhã é difícil de ser aceita pela torcida. Do time, a goleada em Belém só não foi mais humilhante graças ao goleiro Juliano. Nos demais...

Fica ou não fica?

Paralímpico Na mais recente edição do Mundial Paralímpico realizado em Doha, a equipe brasileira não conseguiu repetir as edições mais recentes. Mas conquistou 35 medalhas, sendo oito de ouro.

Do falatório Entre torcedores falatório teve sustentação em interesse do Santa Cruz por Didira. E dentre os habitualmente precipitados, falatório é sobre lista de dispensas a ser anunciada após as férias.

Alagoas presente Uberlândia (MG) sediou de29 de outubro a 1º deste mês a final da Olimpíada Brasileira de Robótica. Alagoas, representada pelo Colégio Contato e atletas Pedro Paulo, Vitor Peixo, Leonardo Pereira e Rafael Wanderley. Ganharam medalhas.

Da assessoria Professora Michelle de Mello, orientadora dos medalhistas: “Há três anos, a equipe se destaca nas Olimpíadas regionais. Em 2014 ganhou a Nacional e no Mundial na China foi 3º, categoria Junior Supertime”. Atletas tiveram apoio da Braskem.

Nova

Opinião de Oswaldo “A expulsão ficou pesada para a gente”. A frase, de Oswaldo de Oliveira, foi após derrota do Flamengo para o Grêmio (2x0), jogo no domingo em Porto Alegre. E mais: “Não teria acontecido se Guerrero não tivesse sido expulso”.

Da mídia carioca “Resultado de domingo deixou o Flamengo na incômoda marca de sete derrotas nos últimos oito jogos. Guerrero também não faz gols desde 23 de agosto e foi expulso por reclamação”.

Contra o tempo No CSA arrumação da casa caminha como o planejado e isso motiva o torcedor para 2016. Paralelo ao trabalho com o grupo da casa falar de reforços não é a prioridade. Nomes estão certos.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Conversas enfadonhas

Fáceis de identificar

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m Brasília, nos poderes, é comum ouvir pregações sobre as dificuldades do povo, mas sem oferecer sugestões viáveis para o futuro. São conversas repetitivas, próprias dos políticos.

O projeto peemedebista é montado em19 páginas e quem o conhece acha as propostas impopulares. Mexe nos salários e idade mínima de aposentadoria. Só sugere uma contenção das gastanças do governo e do Congresso.

Idade penal Projeto sobre a redução da maior idade penal não entra em pauta de votação no Congresso este ano e provavelmente também não em 2016. Motivo: pauta já sobrecarregada. .

Preocupação

Cidadãos que pregam a revisão do Código Penal se preocupam pela demora na apreciação do projeto no Congresso. Temem que, quando vigorarem as propostas, tal qual ocorre hoje com o atual código, já estarão fora de época.

Proposta PMDB faz Congresso nacional dia 17 tendo como pauta a economia do País. Trará propostas antagônicas às colocadas em prática hoje pelo PT. A maioria a ser proposta pelo vice-presidente Michel Temer.

Prevenção Consumidor maceioense acha ainda pequeno o movimento para as festas natalinas. Para a maioria, falta ainda promoções e preços mais atrativos.

Cangaço São Raimundo Nonato (Piauí) sediou dias 30 e 31 o IV Congresso Nacional do Cangaço. Foram realizados debates e análise das questões culturais e históricas. Presentes pesquisadores de todo Brasil.

Fumantes

Organização Mundial da Saúde (OMS) situa a média de fumantes no mundo em 1 bilhão e revela que a cada 6 segundos um viciado morre. Sugere como alternativa para minimização reajustar em até 75% o preço do maço do cigarro.

Transparência A Câmara Municipal de Maceió começa a afixar no seu Portal da Transparência os recursos repassados para vereadores. Anúncio foi de Kelman Vieira (PMDB), presidente da casa. Cada vereador recebe R$ 10 mil/mês para custear as despesas com gabinete.

Gastronomia Projeto Arte no Prato é título da campanha em restaurantes de Maceió. É promoção de artistas visuais que oferecem ilustrações em pratos de porcelana e se estende até o próximo dia 30.

Palco eleitoral Lideres da oposição ao PT no Congresso já começam atuar de forma preventiva. Isso não apenas de olho em 2016, mas também em 2018. Mas guardado a sete chaves só o futuro de Lula.

Destaque A Petrobras foi destaque na Offshore Technology Conference Brasil (OTC), no Centro de Convenções Riocentro. Proposta foi o Desenvolvimento do Pré-Sal e Inovações Tecnológicas em Águas Profundas.

Resposta fria “Ué... podia ser você”. A frase foi direcionada como resposta a um jornalista da Record e autor um bandido preso acusado de estuprar e estrangular a vítima. Ocorrência foi em São Paulo.

É do momento Proximidade do Natal suspende nas lojas as ofertas promocionais até janeiro. E na contrapartida a necessidade de fazer caixa para pagar 13º dos comerciários e abrir vagas de emprego temporário.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

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Lei da Biodiversidade Representantes dos setores da sociedade civil podem continuar enviando contribuições ao processo de regulamentação da nova Lei de Acesso e Repartição de Benefícios da Biodiversidade, a Lei nº 13.123/2015. Qualquer pessoa interessada pode registrar sua opinião e apresentar contribuições no site do MMA. Para contribuir, basta preencher o formulário correspondente, deixando sua sugestão para subsidiar a elaboração da consulta pública, a ser lançada pelo governo federal, sobre a regulamentação da Lei da Biodiversidade.

Antártida Ocidental

Cataratas do Iguaçu

onforme estudo divulgado na segunda-feira (2) pela revista Proceedings of the Nacional Academy of Sciences, a camada de gelo da Antártida Ocidental pode ter começado um colapso irreversível de centenas de anos, que provocaria uma elevação do nível do mar em até três metros. A pesquisa mostrou que com mais 60 anos de descongelamento ao ritmo atual, uma desintegração completa ocorreria a longo prazo. Os cientistas Johannes Feldmann e Anders Levermann fizeram simulações para comprovar se a instabilidade poderia provocar o colapso completo de toda a camada de gelo no mar.

A vazão das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, está três vezes acima da média normal desde o dia 24. O volume é de 4,5 milhões de litros por segundo, quando o normal é de 1,5 milhão. Segundo o Parque Nacional do Iguaçu, o volume de água acima da média é por causa das chuvas que caíram durante o mês de outubro, no percurso do Rio Iguaçu. Com mais água nos reservatórios, as cinco usinas instaladas ao logo do rio, devem liberar o excedente. O mesmo ocorreu na hidrelétrica de Itaipu, também em Foz do Iguaçu, que abriu o vertedouro por causa das cheias nos rios Ivaí, Piquiri e Tibagi, que alimentam o reservatório do lago de Itaipu.

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Deserto do Atacama Um tapete de flores de cores vivas cobriu extensas áreas do deserto do Atacama, no Chile, região mais árida do mundo. A ocorrência inusitada é resultado do efeito do El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico e provoca secas e enchentes em várias partes do mundo. O El Niño provocou chuvas fortes no deserto mais seco do mundo e isso fez com que bulbos e rizomas dormentes de flores germinassem.

Angra multa desperdício de água Baleia de 12 metros Uma espécie de baleia que até então nunca havia sido vista viva (apenas seus fósseis eram conhecidos por pesquisadores) foi encontrada na costa do Madagascar enquanto cientistas analisavam uma população de golfinhos na região. A baleia de Omura, que foi catalogada em 2003 com base em exemplares mortos, pode chegar a até 12 metros de comprimento. O avistamento da baleia de Omura nas águas de Madagascar revelou que a espécie circula em uma área maior que a esperada, extrapolando a parte oriental do Oceano Índico.

A forte estiagem que atinge o Rio de Janeiro fez com que cidade de Angra dos Reis decretasse situação de “emergência hídrica”. Um decreto, publicado no dia 16 de outubro, proíbe a lavagem de veículos automotores, barcos, lanchas, calçadas, frente de imóveis, ruas, regar jardins e plantas, encher ou esvaziar piscinas, lavar quintais, telhados, paredes, calhas, garagens e quaisquer outras situações que elevem o consumo. A medida tem validade de 120 dias e os moradores que descumprirem as orientações serão advertidos por escrito e terão um prazo para se adequar e corrigir as irregularidades. Caso contrário, a prefeitura prevê multas variadas, chegando a R$ 1.540 para aqueles que desperdiçarem água.

Estação Espacial Num único sobrevoo da Estação Espacial Internacional sobre a Austrália, o astronauta americano Scott Kelly fez uma série de fotos aéreas do país. E nelas, a paisagem lembrava arte abstrata. As fotos feitas a partir da estação foram divulgadas no site da Nasa (agência espacial americana) e registram imagens impressionantes de lagos, rios e do deserto.

Terceiro maior buraco na camada de ozônio A Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou que no mês de outubro foi registrado o terceiro maior buraco da camada de ozônio, mas que isso não contradiz o processo de recuperação desta proteção natural contra os raios solares. A diminuição da camada de ozônio ocorre anualmente durante a primavera no hemisfério sul devido às temperaturas extremamente frias na estratosfera e à presença na atmosfera de gases que devoram o ozônio.



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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Japão faz suas apostas

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radicional discrição japonesa no 44º Salão de Automóvel de Tóquio – aberto ao público até o próximo dia 8 – foi trocada por atitudes mais ousadas dos fabricantes locais e uma aposta no hidrogênio como alternativa às baterias dos carros elétricos. Na verdade, o governo do país incentiva fortemente essa tecnologia cuja principal vantagem é tempo de abastecimento (três a cinco minutos, contra horas de uma bateria), mas a infraestrutura, além de muito cara, precisa ser construída a partir do zero. O Japão acredita muito também na direção autônoma. Estima-se que será o primeiro país a regulamentar seu uso em 2020, contando com a alta

disciplina típica dessa sociedade. Assim, uma das atrações da exposição é o elétrico conceitual autônomo Nissan IDS, caracterizado pela versatilidade e um sistema de volante revolucionário com manche retrátil para se adequar aos desejos do motorista. A Toyota pretende entregar 700 unidades do Mirai no mercado doméstico este ano, primeiro carro elétrico com pilha a hidrogênio vendido em série, e no salão apresentou uma evolução, FCV Plus, que no futuro permitirá ao próprio veículo gerar eletricidade com ajuda de fonte externa de hidrogênio. A quarta geração do híbrido Prius, bastante diferente da atual do estilo ao chassi, estará à ven-

da no Japão em um mês. A marca já não esconde que poderá fabricá-lo em pequena escala no Brasil, com motor flex, como reflexo dos estímulos fiscais anunciados agora pelo governo federal. Outro carro bem interessante da Toyota, o crossover conceitual compacto C-HR, tem linhas praticamente definitivas. Trata-se de um híbrido, mas em versão convencional reúne boas chances de produção aqui, principalmente por ser concorrente direto do Honda HR-V. Por sua vez, a Honda apresentou o sedã médio-grande Clarity, elétrico também com pilha a hidrogênio (autonomia recorde de 700 quilômetros), pouco maior que o Mirai, disponível a partir do início de 2016. Mesmo com altos subsídios do governo, seu preço será o dobro de um Accord. Entre as tecnologias de segurança a fábrica mostrou um sistema capaz de desviar o carro de um pedestre distraído, quando não for o caso de precisar frear automaticamente para evitar o atrope-

lamento. Em evento à parte para jornalistas, a Honda demonstrou a forma evoluída de um carro autônomo no seu campo de provas de Tochigi. Em um circuito demarcado de cerca de 500 m com curvas de diferentes raios, um Accord adaptado se autoguiou com maestria, acelerando e freando fortemente, além de fazer tangências corretas. Cumpriu a tarefa sem o menor erro, ajudado por antenas em volta do circuito e mapa de bordo de altíssima precisão. Pormenor: o aspecto externo do carro não foi alterado, o que serviu para demonstrar o alto limite de interação com a via. A participação de marcas ocidentais na exposição é modesta, apenas 13 europeias de cinco conglomerados. A Mercedes-Benz entrou no clima com seu conceito Vision Tokyo, espécie de perua de grandes dimensões, cujo interior foi pensado em função do melhor aproveitamento do tempo livre dos ocupantes, quando os carros se autoguiarem em um futuro não tão distante em estradas adaptadas para este fim.

RODA VIVA MERGULHO de um milhão de veículos vendidos a menos este ano, em relação a 2014, ajuda a aumentar as agruras que o governo federal enfrenta para fechar as contas públicas. Somente em impostos diretos, perda de arrecadação é de R$ 16 bilhões. Montante corresponde a 50% do valor total da CPMF, caso esse imposto retrógrado passe a vigorar em 2016. FÁBRICA inteiramente nova e pronta, mas sem produção. Esta situação inédita na história da indústria automobilística brasileira acontece nas instalações da Honda, em Itirapina (SP). A marca japonesa freou o quanto podia o cronograma, mas a situação de mercado, que continuará em declínio em 2016, forçou a decisão. Talvez no final de 2016 produção comece com o Fit. PEUGEOT 308 2016 é o reflexo da situação do mercado, mas também das limitações financeiras da marca francesa. O hatch médio-compacto recebeu leves retoques de estilo e um câmbio

automático mais moderno que funciona particularmente bem com o motor 1,6 turboflex de 173 cv. Recebeu equipamentos a preços subsidiados, que vão de R$ 69.990 a R$ 82.990. APESAR de fabricantes japoneses, como Honda e Toyota, apostarem nas pilhas a hidrogênio para eletricidade a bordo em automóveis elétricos, ainda há incerteza quanto à durabilidade, além dos desafios já conhecidos. O ângulo cauteloso foi passado por Thomas Lukaszewiczm, da Ford alemã, em seminário, em São Paulo. Mercedes-Benz é parceira da Ford nessas pesquisas. AERODINÂMICA impôs certas limitações ao desenho dos carros durante muito tempo. Hoje, porém, esse conflito acabou e um automóvel aerodinamicamente apurado pode ser até mais bonito do que outro em que o fator fluxo de ar externo foi menos considerado. Afirmação a esta coluna de Edward Welburn, vice-presidente global de estilo da GM, em Detroit.


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ARTIGO

Mentiram para o Exmo. Senhor Prefeito JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

jalm22@ig.com.br

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ara justificar o que eu estou dizendo neste meu artigo, informo a vocês que, eu já fui professor de Física durante 18 anos, tanto na Escola Técnica Federal de Alagoas, como no Colégio Guido de Fontgallant, no Colégio Estadual de Alagoas, no Colégio de São José e no Colégio Moreira e Silva. Neles eu ensinei Mecânica (Estática, Cinemática e Dinâmica), Termologia, Eletromagnetismo, Acústica e Ótica. Diante do que eu já aprendi durante esses longos anos, posso informar que ninguém é capaz de planejar um sistema de trânsito ou fazer uma perícia técnica sobre um acidente, sem conhecer os

rudimentos da Física, pois trânsito é velocidade, é aceleração e desaceleração, é atrito, é choque, é derrapagem, é tombamento, é espaço, é tempo, é força, é peso e é equilíbrio. Por tudo isso, eu não sei como o ilustre prefeito Rui Palmeira, sem nenhum estudo, autorizou a implantação de uns tais semáforos da Av. Fernandes Lima, dizendo que o trânsito daquela avenida iria fluir maravilhosamente. Depois de ganhar uma bolada, talvez de milhões de reais, um tal “técnico” disse ao prefeito que “quem desenvolvesse uma velocidade constante de 50 km/h, naquela importante artéria, iria encontrar todos os semáforos abertos, ou melhor, ‘no verde’”. O prefeito foi enganado e o cara que disse isso saiu sorrindo de Maceió com tanto dinheiro perdido, pois todo o dinheiro empregado foi jogado fora. Ora, isso só poderia acontecer se todos os carros estivessem atrelados

como num trem, com suas velocidades iguais e constantes, em todo o trajeto, entre um semáforo e outro. Também, isso só seria possível se as potências de todos os veículos fossem iguais e, também, se todo mundo resolvesse andar juntinho, guardando as mesmas distâncias entre si, como num bloco compacto, sem avanços e sem atrasos. Como o prefeito anunciou, nada melhorou com o milagre e o inferno da Av. Fernandes Lima continua, com seus engarrafamentos constantes e irritantes. Também disseram ao prefeito que o trânsito da Av. Fernandes Lima iria melhorar para todas as viaturas, e não só para os ônibus e os táxis. Ora, não precisa saber Física ou Matemática para saber que nós tínhamos 3 faixas e que uma delas ficou para os ônibus e táxis. Tudo bem, eu concordo que os usuários de ônibus foram beneficiados, embora em determinados

momentos a faixa com eles fique ociosa. Antes da faixa azul, eram 3 faixas. Digamos que em cada uma trafegassem 100 viaturas, num total de 300 carros. Quando o prefeito resolveu abolir uma das 3 faixas, ficando ela só para ônibus e táxis, fez com que as duas outras faixas ficassem com, teoricamente, 150 viaturas, criando os atuais engarrafamentos. Por causa disso, a Fernandes Lima virou um inferno. Se isso tivesse sido feito numa via com 5 ou 6 faixas, como acontece no Rio ou São Paulo, ainda bem. Não é toda imitação que deve ser copiada, como fizeram aqui em Maceió, pois cada cidade tem seus próprios gabaritos, seus volumes de trânsito e de tráfego, suas velocidades e suas peculiaridades. A Engenharia e a Física não podem ser usadas para saber “se vai dar certo”. Precisamos, urgentemente, de um planejamento sério, sem improvisações e sem “chutes”.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Não apoia

Casa da Cultura

A notícia sacudiu os bastidores da política arapiraquense justamente no momento em que o secretário-geral do partido, Claudionor Araújo, emitiu nota oficial desmentindo qualquer entendimento político para apoiar a reeleição da prefeita Célia Rocha, assegurando que o pré-candidato do partido é o ex-deputado federal Rogério Teófilo.

Com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), a abertura se deu na Casa da Cultura, na Praça Luiz Pereira Lima, bairro do Centro, a partir das 17h30, com credenciamento e conferência com o professor mestre em Sociologia, Cosme Rogério Ferreira, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) campus Batalha. Ele fez uma explanação sobre a temática central do evento e um debate foi realizado com o público presente.

Especulação

Será recuperada

advogado Claudio Canuto realiza uma coletiva com a imprensa arapiraquense na próxima terça-feira, dia 10, a partir das 19 horas, no comitê oficial da Chapa 2, que concorre às eleições da Subseção de Arapiraca da OAB.

Chico Azevedo, como é mais conhecido o ex-presidente do Diretório Municipal do PSDB, disse que o filho Fabrício tem uma empresa – a Ligue Site, que trabalha com operação de sistemas e trabalhou, inclusive, com o deputado Rodrigo Cunha no Procon. Para ele, a especulação surgiu porque Fabricio esteve recentemente com o filho da prefeita Célia Rocha no Centro Administrativo da Prefeitura de Arapiraca, inclusive na Secretaria de Comunicação.

Um dos principais acessos a Arapiraca, e uma das maiores reivindicações de quem mora e passa por um dos principais corredores de transporte da cidade, a Rua Expedicionários Brasileiros já está sendo recuperada. A informação havia sido dada pela prefeita Célia Rocha (PTB), mês passado, durante o recapeamento da Avenida Benjamin Freire, outro importante acesso ao município, e foi concretizada na quarta-feira, 4, quando a prefeitura iniciou as obras de drenagem da via.

Sabatina

Sucessão municipal

Canuto, que tem como vice a advogada Márcia Acioly e está sendo apoiado pela atual presidente Claudia Lany, fará inicialmente um amplo debate com advogados e advogadas que o apoiam, sobre os desafios da nova gestão e, no final, estará à disposição para ser sabatinado por jornalistas e radialistas.

“O PSDB, que está com nova sede, vai se reunir na próxima semana para tratar diversos assuntos, dentre eles a sucessão municipal de Arapiraca. Estou há 20 anos no partido, dos quais 12 passei como presidente do Diretório local. Posso assegurar que estamos unidos e que vamos apoiar, sim, um nome para disputar as eleições de 2016”, disse Azevedo.

“Começamos pela Benjamin Freire, que não precisava dessa drenagem, e após a Expedicionários vamos para as outras entradas. Com fé em Deus, até o fim do ano teremos todas as entradas da cidade recuperadas. Fico feliz em saber que, mesmo com essa crise, estamos oferecendo um trabalho dessa qualidade e importância para nossa cidade”, comentou a prefeita Célia Rocha.

Coletiva em Arapiraca

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Desmentiu “boato” O secretário nacional do PSDB, Francisco Azevedo, disse que em momento algum indicou o filho Fabricio Azevedo para assumir um cargo na Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Arapiraca. “Desconheço essa informação; não passa de especulação. Meu filho tem 32 anos e é, portanto, maior de idade. Se ele assumiu uma função foi por conta própria”, afirmou.

V Fala Negro Com o intuito de colocar em evidência nossa identidade, valores, religião e costumes afro, Arapiraca começou a receber a partir de quarta-feira (4) o “V Fala Negro: Imagem e Cotidiano”.

Início das obras

Outros bairros A Rua Expedicionários Brasileiros corta os bairros Nilo Coelho, Baixa Grande e Eldorado. Além dela, a Rua José Emídio de Lima, no bairro Jardim Esperança, também será contemplada. Ao todo, são quase 3 mil metros quadrados de um novo asfalto. O trabalho está sendo realizado pela Secretaria Municipal de Obras, com o apoio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT).

PELO INTERIOR ... A informação está no site Estadão Alagoas: o vereador Manoel Cavalcante de Lima (PSD) mais conhecido como “Manoel do Filé” e o vereador Carlos Jorge Ferreira Araújo (PMDB) são colegas na Câmara da cidade de Tanque d´Arca. ... Contudo, desde que Manoel Cavalcante assumiu a Comissão para cassar o mandato do prefeito afastado Roney Valença (PSDB), o clima entre eles não está nada amistoso. ... Diante do fato, o vereador Carlos Jorge é acusado de ameaçar Manoel do Filé por ele fazer parte da comissão especial de investigação (CEI) sobre as denúncias ofertadas a Roney Valença. ... Irritado com a sessão que cassaria o mandato de Valença no dia 30 de outubro, o vereador Carlos Jorge ameaçou “Manoel do Filé” na porta da Câmara. “Ele me chamou em particular e disse que se o Roney fosse cassado eu seria o apontado”, explicou Manoel. ... Segundo Manoel, essa não é a primeira vez que o vereador Carlos Jorge o ameaça. “Ainda este ano ele falou no meio da rua, e algumas pessoas ouviram, que eu seria o mais fácil de pegar, então, essa situação já está passando dos limites. Sou um homem de paz, nunca gostei de briga, tampouco tenho passagem pela polícia. Espero que as autoridades tomem as providências porque se algo me ocorrer como vai ficar minha família?”, indagou. ... O vereador prestou queixa na 5º DRP de Palmeira dos Índios na tarde de terça-feira (03). ... Vale ressaltar que Carlos Jorge é acusado de assassinar em 2003, o vereador Renato Lima Filho em Tanque d’Arca. Inclusive, foi condenado em março deste ano, pelo Tribunal do Júri, a 14 anos e 16 anos de reclusão, respectivamente, mas recorreu da sentença e responde em liberdade. ... O julgamento aconteceu no Fórum de Anadia, 12 anos após o assassinato. Com a condenação, o juiz Fausto Magno havia solicitado a perda imediata do mandato do vereador Carlos Jorge. Porém, com a manifestação da defesa, a solicitação também será analisada pelo Tribunal de Justiça. ... O Novembro Azul este ano toma como base o documento 001/2015 do Ministério da Saúde, que orienta os estados e municípios sobre o planejamento das ações voltadas à saúde do homem. .... A campanha do Novembro Azul busca alertar para a importância do cuidado com a saúde, reduzir os índices de mortalidade pelas doenças mais incidentes e assegurar o direito universal à saúde de homens na faixa etária entre os 20 e 59 anos. ... Câncer de Próstata – Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa, muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite).


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

NO PAÍSdasALAGOAS TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual

Economizando Com a crise a olhos vistos, o consumidor tem o dever de economizar ao máximo, procurando não se endividar com tantas promoções que o comércio e bancos oferecem. Pagar as contas em dia, evitando juros e multas, reduzindo os gastos dos serviços que usa (energia, água, combustível, etc.) e até mesmo na alimentação, passando a pensar mais nos preços, só comprando o que comprovadamente faz o mesmo efeito (inclusive o teor nutritivo), acabando com o hábito de marca e com o preço menor.

Sem impulso

Os juros sobem!

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governo quer a qualquer custo baixar a inflação. E sua arma principal é aumentar as taxas de juros para as operações de crédito. Agora atinge o crédito consignado muito utilizado por ativos e inativos, descontando a prestação no salário, uma garantia de que jamais haverá inadimplência e lucro certo para os bancos. O longo prazo faz com que o consumidor pense que a prestação é baixa e dá para pagar, chegando até mesmo a comprometer 35% de sua renda. Puro engano, os juros triplicam o valor que recebeu. Quando os integrantes do Conselho Monetário Nacional se reúnem uma vez por mês sempre aumentam os juros; com a chamada Taxa Selic, que funciona entre bancos, já beirando os 15% anuais, obviamente termina influenciando no crédito direto ao consumidor, que é infinitamente maior do que essa taxa. O percentual cobrado no cartão de crédito parcelado e no cheque especial chega a quase 20% ao mês. Quem costuma usar esse mecanismo de crédito, só tem um caminho: “o fundo do poço”.

Você vai ao shopping ou ao comércio de rua, e se depara com muitas promoções, facilidades de comprar para pagar com um prazo “a perder de vista”, pensando que pode pagar e vai acumulando débito. O cartão de crédito é um “sedutor”. Pode pagar o valor mínimo todo mês. Só que esse valor vai triplicando e chegando ao ponto de não ter mais como pagar. Evite isso!

Sem retorno O dólar já ultrapassou a barreira dos R$ 4,00. Isso faz com que aumentem as passagens aéreas, já que os aviões usam querosene, além de peças importadas de manutenção das aeronaves; aumento também no setor automotivo e no eletroeletrônico, que também dependem de peças e acessórios, além dos derivados do trigo e outros produtos importados, inclusive fertilizantes. Isso não tem retorno. Jamais o dólar vai voltar aos mesmos valores de dois anos atrás.

Equívoco histórico Dia 18 de novembro de 2008. Terça-feira, plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas. O deputado Jeferson Morais discursava sobre um tema deveras importante. Defendia galhardamente os interesses dos policiais civis e militares do nosso estado. O deputado Castelo ouvia-o atentamente. Em dado momento, solicita um aparte. Aparte concedido. Castelo: - Concordo com vossa excelência. Se é para o bem do povo, nem se discute. Me fez lembrar as aulas de história que recebi no Liceu Alagoano, quando D. Pedro I, às margens do Riacho do Ipiranga, bradou: “Se é para o bem do povo e felicidade geral da Nação, estou pronto! Diga ao povo que fico”. Morais ficou zen por instantes, mas em seguida retornou: - Estou feliz por vossa excelência, a exemplo de D. Pedro I, ficar comigo nesta luta, apesar de não ser o Dia do Fico nem o da Independência. Também não estamos às margens do Ipiranga. Mas, tudo isso são detalhes. O deputado Castelo completou: - Parabéns pela aula de história. Deu até saudade do Liceu!


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CRÔNICA

A enlutada FERNANDO TENÓRIO* fernandoatn@hotmail.com

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odo o tédio do mundo acompanhava um chuvoso domingo à noite, quando recebi uma mensagem: - Amigo, estou no Rio de Janeiro e quero te encontrar. Eu estava descansando, esperando a coragem voltar para poder encarar uma pilha de pratos que me desafiava desde o início da tarde. Tentei utilizar o argumento do trabalho no dia anterior e dos afazeres domésticos pendentes, mas minha amiga jogou duro: - Estou necessitando de um abraço. Há dois meses perdi o meu amor. Estou enlutada e precisando de atenção. Não tive como negar. Minha amiga goiana, Poliana, sempre teve o sorriso como aliado, mas depois da perda do marido havia mudado. Nas redes sociais eram declarações de amor eterno e mensagens de autoajuda. Gritava sua dor de mulher infeliz. Avaliei tudo isso e pedi para que ela viesse ao meu encontro em Copacabana. A enlutada prontamente aceitou, avisando que sua companheira de viagem - uma prima desanimada - não queria ir. Imaginei que dali iríamos para algum barzinho falar sobre tristeza, solidão, sonhos desfeitos. Os assuntos não seriam agradáveis, porém a amizade de tantos anos me chamava à situação.

Tomei um banho e me pus a esperar no sofá. Estávamos separados por umas dez quadras. Quando percebi estava acordando. Um cochilo. Mais de cinquenta minutos transcorridos. Resolvi ligar para minha amiga, porém o telefone estava desligado. Mensagens telefônicas foram enviadas, mas os avisos de recebimentos não aconteciam. Pensei numa raiva súbita de quem havia levado um bolo. Logo, liguei para portaria e o porteiro ratificou que ninguém esteve me procurando, resolvendo parte da culpa. Todavia, naquele momento, gelei. Algo me dizia que aquele sumiço não era um bom sinal. Seguindo meus instintos, resolvi ligar para a prima “desanimada” e companheira de viagem da minha amiga. Ela foi clara: - A Poliana saiu. - Há quanto tempo? - Pegou um táxi há quarenta minutos. Fiquei ainda mais preocupado. Dez quadras seriam atravessadas em menos de cinco minutos. Liguei dez vezes seguidas e nada de novo: o telefone está desligado. Sentei no sofá a esperar, pois era isso que me restava a fazer. Olhei para o relógio e o vi marcando onze da noite. Tentei ligar infinitas vezes, pensando em todas as tragédias possíveis, a cada meia hora. A angústia só aumentava, até que às três da manhã meu telefone tocou. Era ela. Era o sequestrador. Era a dúvida. Ao ouvir a voz de Poliana, vibrei. A sumida disse: - Desculpe, amigo. Aconteceram uns problemas e tive de resolver. - Podia ter avisado.

- Problemas assim não podem ser comunicados. Fiquei trêmulo, imaginado que aquela frase tinha mais significados e cobrei explicações: - O que está acontecendo? - Quer saber das minhas intimidades? Pronto, eu falo. Fiquei com o taxista. - Como assim? - O taxista era um cara bem bacana e perguntou o motivo do meu rosto de choro. Expliquei que perdi o Beroaldo há dois meses e ele me deu uma força. Contei da falta que o finado faz na cama. - E aí? - O taxista pensou e disse: “podemos fazer uma coisa”. Ele propôs que fôssemos ao motel, numa homenagem póstuma ao Beroaldo. Eu poderia chamá-lo com o nome do finado e tudo o mais. O corpo era dele, mas o espírito era do meu grande amor. - E você topou? - Foi o jeito. Achei a proposta interessante, uma forma de quebrar o luto. - Devia ter me avisado! - Que chato! Fica querendo devassar a minha vida sentimental. Estou relaxada e vou dormir. Acho que você deveria fazer o mesmo. Amanhã a gente se encontra. - Claro, podemos nos ver sim, mas cuidado com o táxi que vai pegar. *Médico formado pela Ufal, é alagoano de Maribondo e tem 26 anos. Residente em Psiquiatria no Hospital Philippe Pinel, no Rio de Janeiro, é autor do livro A Responsabilidade dos Olhos, lançado pela Editora Viva em 2014.


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