Edicao851

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extra MACEIÓ - ALAGOAS

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ANO XVII - Nº 851 - 11 A 17 DE DEZEMBRO DE 2015

R 3,00

LITERATURA

CINEMA

CARIOCA PRODUZ ESTUDO INÉDITO SOBRE MESTRE GRAÇA P/ 13

“OLHAR DE NISE” ENCERRA FESTIVAL DE LOS ANGELES P/ 14

GALBA NOVAES PODE PERDER MANDATO POR INFIDELIDADE PARTIDÁRIA P/ 9

MASSA FALIDA

João Lyra quer pagar trabalhadores com precatórios da União P/ 6 Praias de Maceió estão todas contaminadas por esgotos P/ 10 e 11

Presidente do TCU diz que programa Bolsa Família é “migalha eleitoral” P/ 8


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MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE 2015

Rasteiras e traições

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lém de perder o comando do PRB em Alagoas, o deputado Galba Novaes também corre o risco de ficar sem o mandato. É que o suplente Marcelo Gouveia (vereador por Maceió) entrou na justiça para cassar Novaes por infidelidade partidária. A decisão será do TRE-AL. Galba Novaes – que abandonou o PRB após perder o controle da sigla - chegou à presidência do partido depois de uma rasteira em Euclydes Mello, então comandante do partido do bispo Edir Macedo. Com a traição, Euclydes – que era suplente de senador perdeu a chance de renovar o cargo no segundo mandato de Fernando Collor, reeleito no pleito de 2014. Não se sabe se Euclydes Mello tem alguma participação no atual imbróglio do partido, mas que está comemorando, não há dúvidas.

(Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

“Reforma Agrária não é só distribuição de terras para os agricultores, mas toda uma infraestrutura necessária para reduzir o êxodo rural”. Deputado Inácio Loiola

Sem versos nem rimas

Despejo

O deputado Marcos Madeira escapou de ser despejado do Maceió Shopping, onde tem uma loja de roupa infantil em sociedade com a irmã Marília. A dupla acumulou débito de R$ 75 mil com aluguel e condomínio. Antes da execução da sentença de despejo, fez um acordo judicial e parcelou a dívida, que tem como avalista Marcos Madeira-pai. Salvou o negócio e a boa reputação da família....

Causa própria

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- Criado há 10 anos para exercer o controle externo do Poder Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) corre o risco de ter cerceado seus poderes para punir juízes e desembargadores que não honram a toga que vestem.

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“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

- Enquanto o país mergulha no caos político e econômico, o presidente do STF trabalha para alterar a lei e engessar o CNJ. Na tarefa, conta com o corporativismo da magistratura e a omissão de um Legislativo envolto no maior lamaçal da história.

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– Comandado pelo ministro Ricardo Lewandowski, o golpe visa castrar os poderes do CNJ para investigar e punir magistrados, voltar o nepotismo no Judiciário e manter o Poder longe dos olhos da Justiça.

“Tem algo ilógico e errado: como é que 342 votos pingados de senadores e deputados pretendem anular 54 milhões, quinhentos e um mil e cento e dezoito votos livres do eleitorado? Tenho posição coerente: não votei na presidente, porém, sou contra a perseguição, a injustiça, ao golpe e à retaliação tramados por parte da oposição. Eis a minha sensata e não à toa posição, como ex-senador das Alagoas, pela tranquilidade da Nação, sempre defensor das coisas corretas, legítimas e boas”. Assina o ex-senador Alcides Muniz Falcão.

Entregue às baratas

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Revoltados com o descaso da direção da Rádio Jornal, hoje Rádio Globo, funcionários gravaram depoimentos e enviaram para a direção geral da Globo no Rio de Janeiro. Eles reivindicam salários atrasados e o não cumprimento de um acordo feito pelo novo dono da emissora, o deputado federal Cícero Almeida.

IZP e censura

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“Rádio peão”

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Profissionais da Educativa FM atribuem à política de censura instaurada pela atual gestão do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP) a retirada abrupta da programação da emissora do programa “Educativa em Revista”, há cinco anos sob a batuta de Elias Ferreira. Matérias direcionadas a elogiar o governador Renan Filho e o presidente do Tribunal de Justiça, Washington Luiz, também estão na pauta das queixas dos profissionais, segundo o blog do jornalista Davi Soares.

A “rádio peão” ganhou maior ressonância depois das redes sociais. Na SMTT, por exemplo, caiu no zap dos funcionários: “O servidor efetivo Roberto José de Souza usa e abusa do carro e combustível pagos com dinheiro público mesmo estando fora do serviço. Vive sendo pego pelos colegas usando o carro chapa branca (adesivado e tudo) fora do serviço, inclusive no interior, passeando”. Há 15 dias, um colega postou foto dele numa padaria, de bermuda, logo após estacionar o automóvel. “Ao invés de receber punição pelo desmando, acumula em seu contracheque duas gordas gratificações. Ah, sem falar que o abençoado ainda é contemplado com celular funcional e é dispensado do ponto eletrônico. A mamata perdura por toda a gestão Rui Palmeira, onde a severidade da lei só vale para quem não tem costa quente”, diz a mensagem disparada na rede.

A situação chegou a tal ponto que, numa reunião ocorrida na manhã da última quarta-feira, o presidente do Sindicato dos Radialistas, Paulo Guedes, resolveu, além de denunciar o abandono da rádio, ir à Justiça para lacrar os transmissores. Sem dinheiro e esperança, os trabalhadores torcem para que seja encontrada uma solução. Ontem, circulava nos corredores da emissora versões de que Cícero Almeida estaria estudando uma fórmula para devolver a rádio ao empresário João Lyra, o que poderia acontecer até a próxima semana, se a emissora ainda estiver no ar. Pelo visto, a Rádio Globo do Rio de Janeiro fez um péssimo negócio ao emprestar seu nome para uma rádio cujo dono não tem nenhum compromisso nem como afiliada, nem tampouco com empregados e fornecedores.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE

JORGE OLIVEIRA

Dilma, a idiota no poder Brasília - “Eu espero integral confiança do Michel Temer e tenho certeza que ele a dará. Ao longo desse tempo, eu desenvolvi a minha relação com ele e conheço o Temer como pessoa, como político e como grande constitucionalista”. Você pode não acreditar, mas esta frase é da Dilma. Ela foi pronunciada no Recife, quando anunciou um programa de combate a dengue. O próximo passo, asseguro, é convocar o vice por ofício para entrar na guerra contra o impeachment. Ou pedir ao Lula para interferir junto o PMDB para que o partido mude de ideia e a deixe terminar o mandato. Não, não é uma obra de ficção; a presidente é capaz de atos infantis, ingênuos e idiotizados como esses porque de política ela entende tanto como Lula de fissão nuclear. Ora, desde Ulysses Guimarães – que rastejou ali nos 5% dos votos na eleição presidencial de 1989 – que o PMDB não tem chances como agora de chegar ao poder. Portanto, a cúpula, que sempre foi, de lá pra cá, coadjuvante do processo político brasileiro, vai lutar com unhas e dentes pelo impeachment da Dilma. A demissão de Eliseu Padilha, que a Dilma não quer aceitar, é o primeiro sinal de que os peemedebistas estão fora da sua base de governo. E mais: vão conspirar para o Michel Temer chegar à presidência. Afinal de contas, o PMDB não é só um partido, é também uma empresa. A Dilma está perdida. Quando solta uma frase como essa de que “espero confiança integral de Michel”, ela, malandramente, quer jogar o vice no canto da parede. Mais: pretende constrangê-lo, caso ele não a defenda do impeachment. Não à toa, quando Cunha deu o sinal verde para o impedimento da presidente, seus auxiliares convidaram Michel para um encontro no Planalto. A notícia, divulgada depois da conversa, é que o vice iria lutar contra o impeachment. Mentira. Michel pediu a sua assessoria para contestar as informações que saíram do Palácio. O raciocínio da Dilma é curto, como é pequeno também o seu alcance político. Como nunca disputou uma eleição, antes das duas presidenciais patrocinadas por Lula, a presidente não conhece a alma de um político, um camaleão quando se trata de voto. É esse camaleão que vai dar as costas a Dilma quando perceber que ela é carta fora do baralho, além de ter uma rejeição estratosférica para quem comanda o país. Nenhum político, pela cartilha pragmática da sobrevivência, permanece ao lado de um líder rejeitado pelo povo.

Ingenuidade

Se a Dilma pensa que o PMDB, agora com absoluta perspectiva de poder, vai ficar ao seu lado, pode tirar o cavalinho da chuva. E não é só o PMDB; muitos partidos que querem se manter ao lado do vencedor vão aliar-se aos adeptos do impeachment. Vale lembrar um detalhe: Collor ainda tinha pouco mais de 200 deputados quando se iniciou o processo do impeachment. Terminou com 41. Dançou.

Bastardos

Com exceção do Rede e do Psol, filhos bastardos do PT, vai se contar nos dedos outros partidos que ficarão ao lado da Dilma para defendê-la do impeachment. Até mesmo o PDT do Ciro vai pensar duas vezes em permanecer aliado à presidente. Afinal de contas, políticos, com raríssimas exceções, não têm tendência a suicida.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Conspiração Quando a Dilma repreendeu Lula em público reafirmando que Joaquim Levy permaneceria no Ministério da Fazenda, deu adeus ao Planalto. O ex-presidente, que já tinha mudado todo gabinete da presidente, queria administrar de fato o país, mas para isso precisaria abocanhar a Fazenda. colocando lá dentro o Henrique Meirelles, como ele já havia anunciado. Contrariado com a posição firme da Dilma em manter o Levy ao seu lado, Lula deixou o barco correr e o resultado foi a proclamação do impeachment da Dilma pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Recado

Os primeiros sinais de que Lula iria entregar os anéis para salvar os dedos foram emitidos pelo Rui Falcão, presidente do PT. Em declaração à imprensa, ele disse que a bancada do PT votaria pela continuidade do processo de cassação de Cunha, contrariando a posição do governo que tentava de todas as formas mudar os votos de três petistas na comissão. Ora, Falcão, um obediente militante petista, apenas manifestou o desejo do seu chefe de forçar uma decisão de Cunha pelo impeachment. Todos sabem que o Lula trata seus subordinados a chicote, portanto, não seria Falcão que iria contrariar o chefe.

Rédeas

A Dilma não tem jogo de cintura, é uma burocrata que chegou ao mais alto posto do país pelas mãos de Lula, que precisava de um sucessor que ele manipulasse para permanecer mandando no país. No primeiro mandato, governou sob as rédeas de Lula. Não dava um passo sem consultar o padrinho. No segundo, tentou ter mais autonomia porque se achou legitimada pelos votos que pareciam ser seus. Procurou arrumar a casa com uma equipe própria para preservar a sua autoridade. Levou Aloizio Mercadante e mais alguns auxiliares para o seu lado no Palácio do Planalto. E mandou um recado ao seu antecessor, escolhendo pessoalmente Joaquim Levy.

Mergulho

Lula, inconformado, mergulhou. Esperou resultados positivos da nova equipe da Dilma que não vieram a curto prazo. E acomodado dentro do seu instituto, um local de conspiração permanente, enviou sinais da sua insatisfação com os novos auxiliares da presidente. A Dilma, acuada, começou lentamente a trocar os ministros da sua cota pessoal pelas indicações do ex-presidente, até culminar com o afastamento de Mercadante, acomodado depois no Ministério da Educação.

O poderoso

Lula sentiu-se poderoso, mas faltava algo que o tornaria mais poderoso ainda: mudar o chefe do comando da política econômica. Apressou-se, então, a anunciar que Henrique Meirelles seria o substituto de Joaquim Levy, depois de recebê-lo no seu instituto e dar as primeiras instruções da reforma econômica. Desapontada com as manifestações de apoio a Meirelles, Dilma, numa viagem ao exterior, pela primeira vez foi firme na defesa de um membro de sua equipe. Disse com todas as letras que Levy ficaria na Fazenda, enfurecendo Lula, que não admitia tal insubordinação de quem ele considera ainda uma de suas auxiliares.

O golpe

A reação da Dilma enfraqueceu Lula publicamente. Aprendiz de Maquiavel, forjado nos porões sindicais, Lula preparou-se para o golpe final contra a sua auxiliar. Com rápidos movimentos políticos destronou a Dilma. Primeiro: mandou que Rui Falcão não se solidarizasse com Delcídio do Amaral, entregando-o literalmente às baratas. Afinal de contas, Amaral era líder do governo, portanto, um problema de Dilma. Segundo: pediu também ao presidente do PT que anunciasse a adesão da bancada à cassação de Eduardo Cunha, contrariando o Planalto que tentava um acordo com o presidente da Câmara. E, por fim, manteve-se, por conveniência, silencioso durante todo burburinho que antecipou o anúncio do impeachment.

Imagem

Com essas ações, Lula manda um recado direto à presidente de quem realmente manda no país e procura se afastar, se é que consegue, dos danos que a Dilma e o Delcídio estão causando mais ainda à sua imagem depois que o Datafolha mostrou a sua rejeição cavalar de quase 50%, o que inviabilizaria suas pretensões de voltar ao poder. E a Dilma, que achava que mandava, agora viu o castelo desmoronar-se pelas mãos do seu próprio criador.

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GABRIEL MOUSINHO

Maceió 200 anos

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Prefeitura de Maceió comemorou em alto estilo os 200 anos da cidade, mostrando com competência para o Brasil e o mundo que aqui é o lugar para se fazer turismo. As atrações como a esquadrilha da fumaça e a apresentação de cantores alagoanos mostraram como a cidade mais bonita do Brasil vendeu sua imagem positiva para brasileiros e turistas estrangeiros que nos visitam. A programação da Maceió 200 anos foi impecável. A Secretaria de Comunicação do município trabalhou com competência, mostrando em inserções na TV, rádio, jornal e na internet como se faz uma campanha positiva, com amor, orgulhando a todos nós. Maceió, com certeza, não será mais a mesma depois das comemorações dos seus 200 anos. É a Prefeitura de Maceió continuar no trabalho de humanizar mais a capital, continuar investindo na infraestrutura da cidade e alcançar o primeiro lugar entre as outras capitais, onde o turismo passa a oferecer mais emprego e renda aos alagoanos. O que os nossos visitantes procuram mesmo, é um mar calmo, de águas mornas, de um povo tradicionalmente acolhedor e de um mar azul merecedor de ser apreciado desde as primeiras horas da manhã. Parabéns, Maceió.

Atração

O prefeito Rui Palmeira, que acelerou os trabalhos na construção de novas praças, saneamento e asfaltamento de ruas nos bairros de Maceió, deu uma oxigenada na orla marítima, o que tem atraído turistas e a população nativa da capital. As esculturas de Aurélio Buarque de Holanda e do escritor Graciliano Ramos, na Pajuçara e Ponta Verde, têm sido os pontos mais procurados nos últimos trinta dias.

Dias difíceis

O tempo esquentou em Brasília e ninguém sabe o que poderá acontecer. Com a inflação a galope batendo os dois dígitos, o governo sente dificuldade de encontrar um caminho para a retomada do desenvolvimento. Instável, a situação política continua indefinida e o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff desestabiliza a economia do país.

Se aproximando

Embora em se tratando de eleições, só queira falar no próximo ano, aos poucos o PMDB se aproxima do prefeito Rui Palmeira. O presidente da Câmara de Vereadores, Kelmann Freitas, pode assumir a Prefeitura de Maceió com a ausência do prefeito para cuidar de assuntos médicos da família e do vice, Marcelo Palmeira, que tratará de assuntos particulares. Kelmann, presidente da Câmara, é defensor de uma parceria do seu partido com o PSDB de Rui Palmeira.

Marketing político

Até que é possível o governador Renan Filho não ser bom em outras coisas, mas com certeza é craque em marketing político. Renan tem vendido a crise para todos os alagoanos, mas, por baixo dos panos, esperou o momento certo para anunciar que o 13º dos servidores estaduais está garantido.

gabrielmousinho@bol.com.br

Raspando o tacho

O secretário da Fazenda, George Santoro, anda fuçando onde encontrar dinheiro pra os cofres do Estado. Quer abocanhar uma parte da venda da antiga Ceal e agora corre atrás de recursos do finado Produban, com o qual os usineiros teriam contribuído para a falência da instituição. Para completar cortou alguns subsídios dos barões da cana, que vivem momentos difíceis para sobreviver.

Exagero

Bem que o Estado reduziu a criminalidade, mas ficar no ar se realmente houve uma queda de 20% nos crimes violentos e de 50% em roubos na capital e no interior do Estado.

Agora, não

Nos bastidores do governo existem comentários de que o governador Renan Filho não deseja fazer modificações no seu secretariado no mês de confraternização universal. Mas tem secretário que já está de mala arrumada.

Se repetindo 1

A nomeação de conselheiro para o Tribunal de Contas do Estado por parte de parentes do governador vem de longe e não é não é nenhuma surpresa para nós viventes. Tempos atrás, quando Geraldo Bulhões ganhou a eleição para governador, na época apoiado pelo então presidente Fernando Collor, não demorou muito para aparecer uma vaga no TC pretendida, como sempre, por muitos. Isnaldo Bulhões, seu irmão, pai do deputado Isnaldinho, foi o sortudo e escolhido.

Se repetindo 2

Agora, a história tende a se repetir. Olava Calheiros, tio do governador, só não será conselheiro do TC na vaga de Luiz Eustáquio Calheiros se não quiser. Se for ele o escolhido, Renan Filho resolve dois problemas: o de casa e o do suplente de deputado Cícero Cavalcante, que não anda nada satisfeito por não ter sido aproveitado pelo atual governador.

Rasteira

Parece que ainda não será desta vez que o Ministério Público de Contas vai garantir vaga no Tribunal de Contas. As pistas dadas pelo governador dizem exatamente o contrário.

Pingadinho

O governador Renan Filho anunciou a contratação de mais oitocentos homens da reserva técnica da Polícia Militar, mas fará as nomeações paulatinamente. Serão duzentos em janeiro, duzentos em abril e o restante até o final do próximo ano. Menos mal.

Caixa baixo

Os candidatos a vereador e prefeito já começam a se preocupar com as despesas de campanha no próximo ano. Principalmente depois do escândalo da Lava Jato.

Bom na pesquisa

O vereador Cacau, do PSD de Marechal Deodoro, é forte candidato a prefeito do município. Pesquisas indicam o vereador como um dos políticos locais que mais tem a preferência do eleitorado. Cacau tem se revelado pelos projetos apresentados em defesa da população.

Novos projetos

De volta depois de cirurgia a que se submeteu em São Paulo, o presidente da Assembleia Legislativa, Luiz Dantas, promete projetos para o próximo ano. Se apresentar um em 2016 já é o suficiente, com relação ao que a Assembleia não fez este ano.

Em dúvida

O superintendente da SMTT, Tácio Melo, ainda não garante se sairá candidato a vereador nas próximas eleições. Vai depender de vários fatores. “Estamos analisando as possibilidades´´, disse Tácio. Com grande desempenho à frente do órgão, que deu nova vida à mobilidade urbana mesmo com os graves problemas que a cidade enfrenta, Tácio é forte candidato se disputar as eleições do próximo ano.


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João Lyra quer pagar dívidas da Laginha com precatórios da União

MASSA FALIDA

GOVERNO FEDERAL TERIA QUE INDENIZAR EMPRESÁRIO POR PREJUÍZOS EM SAFRAS DOS ANOS 80 COM BASE NA LEI 4870; VALOR CALCULADO EM 2012 É DE R$ 1, 7 BILHÃO

JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

E

quando se achava que não haveria mais novidades sobre a Massa Falida da Laginha, advogados do empresário e ex-deputado federal João Lyra encaminharam ao juiz responsável pelo processo falimentar, Kleber Borba, uma petição informando a existência de “Direitos Creditórios”. O documento detalha quanto à ação impetrada na década de 90 contra a União que tem como beneficiária a Laginha Agro Industrial S.A. Trata-se de um processo de ressarcimento com base na Lei 4870 por danos patrimoniais causados à época, em virtude dos preços de comercialização do açúcar e do álcool que estavam em desacordo com os parâmetros determinados por lei partir da safra de 1983/1984. “A ação se encontra em estado avançado. Pedimos para que o juiz tome providências para que esse processo, que muitas vezes ficou esquecido, sirva para beneficiar os credores da Laginha. Existe uma decisão dos embargos da execução de 2014 que chegou a um cálculo de R$ 1,7 bilhão, quantia atualizada em 2012”, explicou o advogado Vitor Maya. O valor, caso fosse pago neste ano, tende a ser maior devido às correções financeiras. A notícia desse processo fez surgir a possibilidade de que a Laginha saia da condição de massa falida e começa a aspirar uma pro-

Juiz Kleber Borba vai analisar proposta apresentada por JL

vável recuperação judicial. No entanto, Maya nega, por enquanto, que essa seria a intenção de João Lyra. “Tem que ser dar um passo de cada vez. O que Lyra pretende é priorizar o pagamento dos trabalhadores. Porém, isso é uma sugestão para o futuro da massa falida

Existe uma decisão dos embargos da execução de 2014 que chegou a um cálculo de

R$ 1,7 bilhão,

quantia atualizada em 2012. VITOR MAYA advogado

para chegar ao fim desejado que é de pagar as dívidas com todos os credores”, explicou. Durante a fase instrutória da referida ação foi realizada perícia a qual apontou em favor da Laginha, enquanto sucessora de UNISA (União Industrial do Nordeste S.A.) e da Companhia Açucareira Alagoana, um crédito de R$ 604.955.083,13 (seiscentos e quatro milhões, novecentos e cinquenta e cinco mil e oitenta e três reais e treze centavos), com a data/base de junho de 1992. O juízo entendeu que havia ocorrido a prescrição referente às safras anteriores a 1985 e em relação às demais safras. Sendo assim, julgou pedido improcedente por entender que a Laginha não havia sofrido qualquer prejuízo efetivo, mas apenas redução de lucro. Diante da sentença de improcedência, a Laginha interpôs apelação e obteve

João Daniel considera prematuro falar em reconvolação da falência

provimento pelo Tribunal Regional Federal (TRF) no sentido de condenar a União a indenizar os prejuízos sofridos desde a safra 1985. Contra este acórdão, a União interpôs Recurso Especial, negado pelo próprio TRF. A decisão favorável à Laginha transitou em julga-

A quantia pagaria a maior parte da dívida com os credores, que hoje, soma cerca de R$ 2 bilhões.

do no dia 14 de janeiro de 2000, levando em conta a perícia com data/base de junho de 1992, de forma que somente seria necessária uma atualização destes valores. Mas a justiça indeferiu a execução, sob o fundamento de que os cálculos elaborados deveriam ser desconsiderados. Após anos de entraves judiciais, a ação foi julgada em 25 de julho de 2007, e os respectivos Embargos Infringentes da Laginha foram julgados procedentes em 2 de dezembro de 2014, reformando a decisão em favor da Laginha Agro Industrial S.A. Foi então decidido, na apuração da contadoria do Juízo, o valor devido de R$ 1.709.358.119,67 (um bilhão, setecentos e nove milhões, trezentos e cinquenta e oito mil, cento e dezenove reais e sessenta e sete centavos) atualizados até junho de 2012. A quantia pagaria a maior parte da dívida com os credores, que hoje soma cerca de R$ 2 bilhões.


MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE

A assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) informou ao EXTRA que o juiz Kleber Borba já teve acesso à petição e que ainda analisará o processo indenizatório contra a União. Porém, por ser algo recente, já que a documentação está datada do dia 27 de novembro, o magistrado prefere se resguardar de opiniões que poderiam soar precipitadas. Atualmente, a administração da Massa Falida já arrendou a fazenda de Uruba, em Atalaia, com objetivo de gerar receita para manter o antigo patrimônio de João Lyra. Na sexta-feira passada, 4, o juiz Kleber Borba conduziu audiência de gestão democrática com representantes de credores, do falido e da administração judicial da massa falida. O magistrado informou que está sendo analisada a possibilidade de se alienar (vender) as usinas Triálcool e Vale do Paranaíba, localizadas no estado de Minas Gerais, a fim de que sejam pagos os credores da Laginha, com preferência para as dívidas trabalhistas. A audiência não teve caráter deliberativo, mas serviu para os credores fazerem ponderações e questionamentos ao gestor judicial Henrique Cunha, ao administrador judicial João Daniel Fernandes e ao magistrado. Sobre o uso dos precatórios para pagamento de credores, o administrador judicial enviou a seguinte nota ao semanário: “Com relação às últimas notícias veiculadas acerca da possível compensação de créditos tributários decorrentes da Lei 4870, vejo que a matéria é complexa e merece um olhar mais acurado, sendo prematura afirmação que tais créditos seriam ou serão a salvação ou motivo para reconvolação da falência. Isto posto reafirmo que é matéria complexa e que merece uma análise mais especializada, o que efetivamente já se está a tratar no âmbito da administração da Massa Falida da Laginha Agro Industrial S.A.”.

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Dívida da Mendo Sampaio foi paga com precatórios

A

proposta de utilização de precatórios com base na Lei 4870 para quitar dívidas da Laginha Agro Industrial S.A. é patrocinada pelo escritório de advocacia Argolo e Argolo Advogados Associados, dos irmãos Adriano e Alessandre Argolo. Autor da tese de compensação de créditos com base na Lei 4870, lançada há mais de seis anos, Adriano Argolo revela que esses créditos já foram utilizados pela própria Fazenda Pública. “Foram feitos pedidos de penhora pela União de créditos da 4870 em outros processos de execução fiscal movidos contra outras usinas. Portanto, seria de uma incoerência ímpar a Fazenda Nacional não aceitar esses créditos, que, inclusive, serviram como pagamentos para diversos credores na recuperação judicial da Mendo Sampaio, que tramita na 1ª Vara Cível de Maceió, em que foram efetuados pagamentos a bancos internacionais e mais 31 credores da Mendo Sampaio”, frisa. O advogado revela, ainda, que na recuperação judicial da

Adriano Argolo: ‘pai’ da tese de compensação de créditos pela Lei 4870

Usina Leão, que tramita na 15ª Vara Cível em Recife (PE), esses créditos foram utilizados para garantir o débito fiscal e com perspectiva de compensação. “É exatamente isto que nós

estamos pedindo ao juízo da falência da Laginha”, acrescenta, destacando que o principal objetivo da ação é o de quitar, prioritariamente, os débitos junto a mais de 10 mil trabalhadores.


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Nardes ao EXTRA: ‘Brasil não é um país de improviso’

DESGOVERNANÇA O QUE NÓS ESTAMOS VIVENDO HOJE NO PAÍS É UMA SITUAÇÃO DE CRISE POLÍTICA E ECONÔMICA, AVALIA MINISTRO DO TCU ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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m Maceió, palestrando para engenheiros na sede do Conselho Regional de Engenharia no último dia 7, o relator das contas da presidente Dilma Rousseff, ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, falou com exclusividade ao EXTRA sobre a discussão em torno do impeachment da presidente, da “desgovernança” como chamou a situação política e econômica brasileira. E diz que a justificativa para as pedaladas fiscaisgarantia para o pagamento de programas sociais- não pode ser levada em conta: “Dar a migalha e depois cobra os impostos”. Esse é o momento adequado para o Brasil discutir o impeachment de Dilma Rousseff? Esse momento a gente não escolhe. Analisamos a questão tecnicamente, não podemos avaliar se o momento é bom ou ruim. Ou seja: houve descumprimento da legislação do país. E a legislação vale para prefeito, para governador, para presidente da República. O que nós estamos vivendo hoje no país é uma situação de crise política e econômica, talvez mais política que econômica, uma está interconectada com a outra porque houve um deficit já projetado para 2016 de mais de R$ 120 bilhões. Portanto, o que nós levantamos lá atrás com as contas da Presidência da República foi uma desgovernança fiscal. Ou seja: não houve planejamento adequado e a situação se deteriorou economicamente porque houve um pacto político e não houve pacto pela governança. Foi desrespeitada

a lei e quem paga a conta é o cidadão brasileiro porque aumentou combustível, a luz, a água, aumentou boa parte dos tributos em nível nacional. Estamos com 17 estados com dificuldade imensa de pagar os salários dos funcionários. Houve uma desgovernança fiscal. Diminuiu o FPM, diminuiu o FPE, por isso Alagoas está em crise e a consequência é um desgoverno fiscal. Consequência de quem? De quem fez gasto além do que podia no ano de 2014. A decisão não foi do ministro Augusto Nardes, foi de oito ministros e demos ampla oportunidade de defesa. Ou seja: foram dados prazos e prazos para que o governo pudesse explicar. Eu torci para que o governo explicasse onde colocou o dinheiro durante o ano de 2014. Não conseguiu explicar. O quê é lamentável porque eu recebi o ministro da Fazenda, do Planejamento, da Casa Civil, mais de 20 técnicos. A decisão do tribunal foi técnica, assinada por auditores concursados, não somente pelo ministro Nardes. A situação que vivemos não é de escolha mas do descumprimento da lei por parte de quem governa o país e o que levou muitos estados a uma situação de dificuldade, como é o caso de Alagoas e o Rio Grande do Sul, e não é culpa dos atuais governantes porque lá atrás talvez alguém já tinha de ter tomado alguma decisão como essa que eu propus, ou seja: rejeitar as contas. O parecer final é do Congresso Nacional. Mas nós demos um parecer técnico, de forma discutida e amplamente defendida porque gastou R$ 106 bilhões incluindo FGTS, da Caixa Econômica Federal, que não pode ser usado de forma inadequada porque ali

Ministro do TCU Augusto Nardes profere palestra no Crea

está o dinheiro público de todos os brasileiros. Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica. Não foi nada ocasional, ou seja direcionado. Esse dinheiro foi roubado? Esse dinheiro foi mal aplicado descumprindo a lei. Ou seja: a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Constituição Federal porque cabe à presidente abrir os créditos, mas tem de ter autorização do Congresso. Ou seja: o Congresso foi desrespeitado. Cabe impeachment? Aí cabe ao Congresso avaliar. Eu tenho evitado me manifestar nessa questão do impeachment porque a posição do Tribunal de Contas da União é fazer a avaliação das contas. O que nós comprovamos foi que houve descumprimento da Constituição Federal, descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora, o impeachment é uma posição do Congresso Nacional. Sinto que

lamentavelmente o Congresso foi desrespeitado pelo fato de não ter tido uma lei, como é o caso destes R$ 2,5 bilhões desse ano que infelizmente também se repetiu, seis decretos sem autorização do Congresso Nacional. Ou seja: faz de conta que você é presidente de um conselho, esse conselho faz parte dos acionistas da empresa. Alguém toma a decisão sem levar em consideração o Conselho, que é Tribunal de Contas da União, ou seja, temos os conselhos nos estados que são os olhos da população de Alagoas. E tem que fazer a sua parte e temos de fazer a nossa como ministro do TCU de fiscalizar. O dinheiro não é nosso, é da sociedade brasileira. Frase do jornalista Fernando Morais diz assim: “Dilma será processada por manter em dia pagamentos sociais como o Bolsa Família”. O que o senhor diz disso? O pagamento de um bolsa família- eu defendo o Bolsa Família- é correto desde que seja den-

tro da legalidade. Ou seja: não adianta dar uma migalha para o povo durante o período eleitoral e depois cobrar os impostos e aumentar os impostos de toda a sociedade brasileira. Ou seja: durante o período eleitoral, eu dou uma migalha, convenço as pessoas de que sou um bom governo e depois corta boa parte dos programas sociais como aconteceu com o Fies. Então, pagar o Bolsa Família e depois o país não crescer e não gerar emprego. O cidadão quer emprego; bom seria que ele tivesse um emprego que não dependesse do Bolsa Família. Nós gerássemos empregos. É necessário que seja dito a este cidadão que o Brasil não é mais um país de improviso, ou seja, usar o dinheiro de forma ilegal durante o período eleitoral e depois passar a conta para o cidadão pagar. Ou seja: dar a migalha e depois cobrar os impostos. É um desrespeito à lei. E à inteligência do povo brasileiro que não pode pagar esta conta porque foi gasto demais no período eleitoral.


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TRE acata denúncia e pode cassar mandato de Galba Novaes

INFIDELIDADE PARTIDÁRIA

PRIMEIRO SUPLENTE PELO PRB, MARCELO GOUVEIA ENTROU COM A AÇÃO DE PERDA DE CARGO ELETIVO POR DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA SEM JUSTA CAUSA DA REDAÇÃO

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Mandato de Galba Novaes está na corda bamba e decisão cabe à Justiça

maré não anda nada boa para o deputado estadual Galba Novaes (sem partido) e pode piorar com a possível perda de mandato por infidelidade partidária. É que o desembargador André Carvalho Monteiro acatou denúncia do suplente de deputado e vereador por Maceió, pastor Marcelo Gouveia (PRB) contra Novaes por este ter se desfiliado do Partido Republicano Brasileiro e ingressado nas fileiras do PDT de Ronaldo Lessa. Segundo o despacho, a ação tem amparo na Resolução do TSE nº 22.610 e no art. 22-A da Lei n° 9.096, que tratam entre outras coisas sobre a infidelidade partidária. Vale lembrar que no ano passado, Galba Novaes deu uma rasteira no então amigo de infância, o suplente de senador Euclydes Mello e lhe tomou a legenda. A mágoa foi maior porque como Euclydes não conseguiu reverter a situação, também perdeu a vaga de suplente de senador do primo Fernando Collor. Em setembro desse ano, foi a vez de Galba provar do próprio veneno. Sem qualquer aviso prévio, o partido foi tomado e entregue à família Beltrão. Agora, o comando do partido é de Marcelo Beltrão, prefeito de Jequiá e presidente da AMA (Associação dos Municípios Alagoanos), que deixou o PTB de Collor. A conversa de bastidores é de que um dos articuladores para o prefeito de Jequiá assumir o PRB foi o deputado federal Marx Beltrão (PMDB) que tenta espa-

ço para sair candidato ao Senado no pleito de 2018. Magoado, Novaes, que viu escapar a presidência do diretório estadual do partido, encaminhou documento à direção do PRB explicando que a saída da agremiação aconteceu por justa causa. E classificou as ações que levaram a sua saída da legenda como agressivas e odiosas. Mas este não foi o entendimento de Marcelo Gouveia, primeiro suplente de deputado estadual pelo PRB, e tratou de entrar com a “Ação de perda de cargo eletivo por desfiliação partidária alegando ausência de justa causa. Agora, cabe ao Pleno do TRE/AL a decisão. MOTIVO Parece que a articulação de Novaes para que Marcos Pereira e Marcelo Crivella fossem agraciados com comendas não surtiu efeitos a seu favor. É que ignorando a homenagem, as atenções foram voltadas para Marcelo Beltrão. Dizem que um dos motivos da troca de comando seria a visibilidade nacional conquistada em defesa da luta municipalista pelo presidente da AMA, que atraiu a atenção do presidente do Diretório Nacional do PRB, Marcos Antônio Pereira, e do dono da sigla, senador Marcelo Crivella (RJ). Essa não é a primeira vez que Galba Novaes se envolve em polêmica. Ao chegar a Assembleia Legislativa tentou marcar espaço ao peitar o deputado Antônio Albuquerque, mas levou um chega para lá. Na sessão, quase vão às vias de fato e o bate-boca não foi maior porque a turma do deixa para lá interferiu.

Vereador Marcelo Gouveia quer a vaga de Galba na Casa de Tavares Bastos


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Despejo de várias redes de esgoto nas praias de Maceió está poluindo as águas do mar e ameaçando a saúde dos banhistas

Balneabilidade no mar de Maceió é a pior em 10 anos

PRAIAS POLUÍDAS ESTUDO COORDENADO POR BIÓLOGO DA UFAL ALERTA QUE BANHISTAS CORREM RISCO DE CONTRAIR DOENÇAS SIMONEIDE ARAÚJO Jornalista

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aceió atrai turistas o ano inteiro, principalmente por sua bela orla, que tem uma cor de mar azul-esverdada que encanta e convida para um mergulho. Mas o programa preferido por moradores e visitantes na orla urbana da capital pode ser um risco à saúde. Não é só o trecho da Praia da Avenida que, há anos, é evitado por conta do Riacho Salgadinho. A parte mais frequentada, entre Pajuçara e Cruz das Almas, também está imprópria para o banho. É o que revela um estudo coordenado por Roberto Augusto Caffaro Filho, professor do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), biológo e doutor que atua na linha de pesquisa Tecnolo-

gias Aplicadas ao Meio Ambiente e Microbiologia. O pesquisador, que já foi consultor na área de Engenharia Ambiental e atualmente dá aulas na graduação e na pós-graduação do curso de Engenharia Ambiental da Ufal, vem acompanhando a balneabilidade da orla de Maceió desde 2009. Segundo ele, a balneabilidade pode ser definida como a qualidade das águas com fins de recreação de contato primário. “Seu acompanhamento é essencial, pois o contato do nosso organismo com águas poluídas por esgoto gera riscos de contrairmos gastroenterites, causando diarreias e vômitos, infecções na pele, nos olhos e nos ouvidos, inflamações na garganta e nas vias aéreas e hepatites”, alertou Caffaro. A Resolução 274/2000, do Conselho Nacional de

Meio Ambiente (Conama), determina os critérios para enquadramento das praias nas categorias “própria” e “imprópria” para banho. O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) realiza análises semanais de bal-

Todos que transitam pelas ruas e avenidas próximas à orla já viram diversas vezes, e em diversos pontos, o extravasamento de esgoto da rede coletora. ROBERTO CAFFARO

pesquisador

neabilidade em dezenas de praias do litoral alagoano e publica os resultados no site do órgão. “No caso das praias urbanas de Maceió, já realizamos uma pesquisa aprofundada para compreender as causas da contaminação elevada na Praia da Jatiúca. Analisamos os dados históricos disponíveis e constatamos problemas em uma galeria pluvial da região. Esse estudo acaba de ser publicado na revista científica brasileira de maior importância na área de microbiologia, Brazilian Journal of Microbiology, que possui circulação internacional”, informou o professor. AMPLIANDO AS PESQUISAS Roberto Caffaro realizou pós-doutorado nos EUA, na University of Hawai, onde, por

um ano, realizou pesquisas em um centro que tem décadas de experiência na avaliação da qualidade de águas tropicais visando proteger a saúde humana. Agora, ele orienta a bióloga Milena Bandeira de Melo que está realizando uma pesquisa de mestrado no Programa de Pós-graduação em Recursos Hídricos e Saneamento. “Inicialmente iríamos aprofundar os estudos na Praia da Jatiúca, mas começamos a perceber uma piora generalizada na balneabilidade de todas as praias urbanas de Maceió, aquelas que concentram o maior número de hotéis. Decidimos aumentar a área de abrangência do estudo e levantamos os dados de monitoramento dessas praias durante os últimos 10 anos. Os resultados preliminares são alarmantes!”, ressaltou. Foram avaliados os resultados de estações de monitoramento nas praias de Pajuçara,


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A praia de Jatiúca é a mais contaminada de Maceió, junto com a praia da Avenida, poluída pelo Salgadinho

foz do Riacho Salgadinho. Essa praia é reconhecidamente poluída e visivelmente ninguém toma banho nesse ponto. Já sabíamos, pelo estudo anterior, que a qualidade na Praia de Jatiúca em frente ao antigo Hotel Meliá era péssima. Em 2011, essa praia ficou imprópria cem por cento do tempo. O que não esperávamos era observar tamanha deterioração na qualidade de praias que historicamente apresentavam qualidade regular, como a de Pajuçara e de Ponta Verde”, lamentou o pesquisador. De acordo com gráfico ao lado, elaborado para visualizar melhor o resultado da pesquisa, os biólogos constataram que em 2014 e 2015, as praias urbanas de Maceió têm permanecido im-

próprias em proporção comparável à Praia da Avenida. “A Praia de Pajuçara em frente ao Hotel Sete Coqueiros ficou mais de 90% do tempo imprópria para banho, tanto em 2014 quanto em 2015. Esse resultado foi pior do que o da Praia da Avenida no mesmo período. Uma mesma tendência tem sido sempre observada nessas praias urbanas. Na época das chuvas, a qualidade piora, por causa das famosas ‘línguas sujas’. Mas na época mais seca, que coincide com o verão, a balneabilidade na maior parte do tempo era boa. Desde o verão de 2014, isso não é mais verdadeiro. A qualidade no verão também está péssima,” alertou Caffaro.

RISCO PARA OS BANHISTAS Maceió possui as mais belas praias urbanas do Brasil, mas, segundo o biólogo, nenhuma outra capital no Nordeste está com a qualidade de todas as praias urbanas tão deteriorada. “É público e notório que a Praia da Avenida é poluída. Até os guias de viagem impressos informam isso. Mas esses mesmos guias recomendam banho nas praias de Pajuçara e Ponta Verde. A percepção geral do maceioense e do turista é que não há tanto problema nessas praias. Mesmo os resultados semanais estando disponíveis no site do IMA, quase ninguém os consulta. Ou seja, os usuários não estão tomando

uma decisão informada quando se banham nessas praias. Isso é gravíssimo”, denunciou o pesquisador. Essa contaminação generalizada deve ser comunicada à população. O biólogo ressalta que esse é o dever do poder público, mas também faz várias indagações, como: quais serão os impactos? O turista ainda vai querer vir a Maceió? Se vier, vai querer tomar banho? Vai permitir que seu filho tome banho? “Neste momento, está sendo elaborado o Plano Municipal de Saneamento Básico de Maceió. O plano está em fase de diagnóstico da situação atual do saneamento básico e seus impactos nas condições de vida da população. Tem ha-

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vido audiências públicas para apresentação dos resultados. O diagnóstico da situação do sistema de esgotamento sanitário, caso seja bem feito, evidenciará a situação que descrevi”, garantiu Caffaro. Na opinião do pesquisador, a causa desse quadro alarmante é um colapso no sistema de esgotamento sanitário que serve a região. “Todos que transitam pelas ruas e avenidas próximas à orla já viram diversas vezes, e em diversos pontos, o extravasamento de esgoto da rede coletora. Ora, esse esgoto não tem para onde ir senão para o mar, drenado pelas galerias pluviais. Esses extravasamentos se tornaram freqüentes desde meados de 2013, exatamente quando a balneabilidade começou a piorar significativamente. Muito se fala e já se tentou fazer para combater as ‘ligações clandestinas’ de esgoto nas redes pluviais. Mas, diante dos extravasamentos de esgoto da rede ‘oficial’, esta é uma questão secundária”, questionou o biólogo. Atualmente, os pesquisadores estão levantando dados para entender melhor o problema. “Temos coletado e analisado sistematicamente as águas de galerias pluviais que correm para o mar. Estamos levantando o crescimento do número de ligações de água e esgoto na região, por conta da explosão do número de empreendimentos imobiliários nos bairros da orla. A pesquisa prevê resultados substanciais para o início de 2016. Segundo dados disponíveis no site do Instituto Trata Brasil, Maceió recebeu três grandes obras do PAC Saneamento 1. Mais de 82 milhões de reais foram efetivamente liberados. Grande parte foi investida em obras que afetam diretamente a orla turística de Maceió. Essas obras já foram concluídas. E a balneabilidade piorou muito. É injustificável. Será que um dia levaremos o saneamento básico a sério? A qualidade das nossas praias será testemunha. Espero que a nosso favor”, concluiu o biólogo.


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MVC já inaugurou 58 unidades no estado

ESCOLA DE ENSINO MÉDIO REVOLUCIONÁRIO SISTEMA CONSTRUTIVO WALL SYSTEM IRÁ ATENDER APROXIMADAMENTE MAIS 600 ESTUDANTES EM PERÍODO INTEGRAL DA ASSESSORIA

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MVC, empresa brasileira líder no desenvolvimento de soluções em plásticos de engenharia e pertencente às empresas Artecola e à Marcopolo, está construindo uma nova escola de ensino médio na cidade de Coruripe, em Alagoas. A Escola Estadual Inácio de Carvalho, que utiliza o revolucionário sistema construtivo Wall System, irá atender aproximadamente 600 estudantes em período integral. De acordo com Gilmar Lima, diretor-geral da MVC, a Prefeitura de Coruripe começou o serviço de terraplenagem no dia 11 de setembro. “A primeira parte da obra é a preparação do terreno, depois começamos a preparação do alicerce e a construção dos módulos, que serão fabricados na nossa fábrica de Maceió. A previsão é que a escola fique pronta na segunda quinzena de março de 2016”, explica. Com área construída de 3.304,64 m², a escola

irá atender à demanda por educação da comunidade e possui em sua composição arquitetônica 12 salas de aula (bloco pedagógico), bloco administrativo, bloco de serviços, laboratórios de ciência e informática, mini auditório e ginásio coberto. Em vez dos materiais tradicionais, as paredes das salas foram feitas com painéis do tipo sanduíche de lâminas em compósitos reforçados com fibra de vidro (similar ao que se usa em aviões, ônibus, barcos e trens) e núcleos especiais que garantem o desempenho térmico, acústico e resistência a fogo. A estrutura da escola também conta com a tecnologia de perfis compósitos produzidos pelo processo de pultrusão. O sistema Wall System, exclusividade da MVC, oferece maior velocidade de construção, durabilidade, resistência, flexibilidade, conforto térmico e acústico e obra limpa com desperdício zero. A tecnologia é a mesma utilizada nas casas exportadas pela empresa para a Alemanha. “Construiremos mais 17

Governador Renan Filho e o secretário Luciano Barbosa com os dirigentes da MVC Ailson Silva e Rogério Oliveira

unidades no Estado para o novo projeto de implantação da rede de escolas de tempo integral do governo de Alagoas”, revela Gilmar Lima. MAIS DE 30 MIL CRIANÇAS ATENDIDAS A MVC já fez a entrega de 58 escolas, somente em Alagoas, todas construídas com o sistema Wall System, nas cidades de Atalaia, Branquinha, Cajueiro, Capela, Jacuípe, Joaquim Gomes, Matriz de Camaragibe, Murici,

Paulo Jacinto, Quebrangulo, Rio Largo, Santana do Mundaú, São José da Laje, União dos Palmares, Viçosa, Maceió e Teotônio Vilela. Com escolas inauguradas no estado desde 2011, as construções da MVC transformaram a realidade da região. Dois exemplos são a Escola Municipal João Costa de Oliveira, construída no conjunto Newton Pereira, na cidade de União dos Palmares, e a Escola Estadual Marco Antônio Cavalcanti, no bairro de Benedito Ben-

tes, em Maceió. Ambas funcionam em período integral e demonstram como o local e as condições favoráveis podem influir decisivamente na aprendizagem e na retenção dos jovens no ensino. Segundo a diretora da Escola João Costa de Oliveira, Maria Madalena da Silva, após um ano de funcionamento os alunos estão tendo desempenho eficiente, saem menos da sala de aula e até o comportamento melhorou. “São 1.600 alunos da região que antes não tinham onde estudar ou estudavam em locais que não ofereciam as mesmas condições”, destaca a diretora. SOBRE A MVC A MVC é reconhecida internacionalmente como empresa inovadora e de grande capacidade de aplicação de avançados processos e materiais no segmento de plásticos de engenharia. Desenvolve produtos com soluções completas e personalizadas para os mercados automotivo, transporte, agronegócio, energia eólica e de construção civil.


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Sob um sol que castiga almas

ELIANA BUENO ESPECIALISTA EM GRACILIANO RAMOS PRODUZ ESTUDO INÉDITO SOBRE O AUTOR REINALDO CABRAL Especial para o EXTRA

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liana Bueno Ribeiro é dessas raras pessoas que começaram a respirar livros desde criança.Por causa do pai começou a ler Graciliano Ramos ainda adolescente.Não imaginava que estava iniciando ali uma paixão, que acabaria num grande amor à literatura do mestre, um casamento coroado em 1989 quando teve aprovada com a maior nota na Universidade Federal do Rio de Janeiro sua tese maravilhosa “Histórias sob o sol: uma interpretação de Graciliano Ramos”. De lá para cá, já se produziu mundo afora milhares de teses sobre a obra do mestre Graça, mas nenhuma delas chegou nem perto do trabalho de Eliana. Essa tese dela ficou inédita até hoje por uma doce ironia do destino: a carioca de Niterói, ela viajou para tirar umas férias em Paris (França) mas acabou ficando lá 16 anos, ensinando literatura brasileira em diferentes universidades (Lyon,por exemplo). E hoje se divide entre Paris e o Rio, onde escreve biografias sobre santos populares como Santo Antonio. Sua entrevista exclusiva ao EXTRA: De que faceta inédita sobre a obra do mestre Graça trata sua tese de doutorado na UFRJ? Minha tese, “Histórias sob o sol: uma interpretação de Graciliano Ramos”, trata dos livros do autor escritos em primeira pessoa: Caetés, São Bernardo e Angústia, Histórias de Alexandre, Infância e Memórias do Cárcere. Vai na contracorrente das interpretações de Graciliano Ramos pois, ao invés de ver narradores sofridos e vencidos , encara-os como lutadores e, de certa maneira, vencedores. Seus pontos de apoio teóricos são Niet-

zsche e Freud. Foi defendida em 1989 na Faculdade de Letras da UFRJ, sob a orientação do professor Eduardo Portella e obteve conceito Excelente. A banca foi composta, além do professor Portella, por Roberto Acizelo Quelha de Souza (que acabou de ganhar o Jabuti na categoria Teoria Literária), da UFF, Gilberto Mendonça Telles, da PUC-Rio, João Luis Machado Lafeta, da USP (hoje já falecido), e pelo escritor Cyro dos Anjos, da UFRJ (também já falecido). Como viajei em 1991 para a França para um pós-doutorado, pretendendo ficar um ano, e fiquei mais de vinte, sua publicação foi sendo adiada. No rico universo da literatura brasileira, por que Graciliano é o que mais a impressionou com sua obra? A escolha do tema da tese tem muitos fatores. Quando comecei a tese eu já era professora de literatura há muitos anos e resolvi trabalhar com um autor, testando um modelo de análise literária. Era o que eu mais fazia naquele momento e o que mais se relacionava com meu trabalho. Muita gente escolhe um tema abstrato – “A presença da cidade no modernismo”, por exemplo, ou “O uso da metáfora na poesia de X ou Y”. Eu decidi partir de um autor e ver como poderia apresentá-lo a eventuais leitores. Coisa de professora. Escolhi Graciliano porque era um autor cuja obra eu conhecia bem, quase de cor, tinha lido na adolescência. Meu pai tinha seus livros, alguns em primeira edição, então havia também um traço afetivo nessa escolha, a presença de meu pai que sempre foi um de meus guias de leitura. Também seu estilo direto, “papo reto” como se diria hoje, que me agradava muito, histórias contadas como quem quer ser compreendido imediatamente, com um humor discreto. E creio que, acima de tudo,

nos anos 80 começava-se uma nova história no Brasil e as Memórias do Cárcere obrigavam a que se relativizassem muitos dos mitos da esquerda. Nesse momento Graciliano era, digamos, um dissidente, e isso me interessava muito. Comecei a ler a bibliografia passiva que ia, de modo geral, na mesma direção. Pretendia fazer uma tese de síntese, reunindo as diversas interpretações em torno de seus pontos-chave. E um dia, relendo São Bernardo, tive “um estalo” e me apaixonei por Paulo Honório. Pois é, por Paulo Honório. A partir daí reli a obra e achei minha “tese”. Graciliano é o mais universal dos escritores brasileiros ou mundiais? Ou seria exagero dizer isso, frente a presença de um Dostoiévsk de “Crime e castigo” ou de um Proust de “Em busca do tempo perdido”ou de um Garcia Marques? EIiana- Não tenho coragem de responder a essa pergunta, sobretudo hoje, quando o “universal” se fracionou tanto. Acho difícil se falar em “o mais”. A recepção de um livro depende do repertório dos leitores e os leitores hoje são muito diversos entre si. A questão-chave de Graciliano, penso eu, é a questão da solidão da pessoa que quer mudar de classe social sem capital, seja financeiro seja social. Essa é uma questão universal, sem dúvida. É a questão do romance como gênero, o indivíduo só diante do mundo. Mas outros autores tratam de outras questões igualmente importantes, como Guimarães Rosa e a questão do bem e do mal, do bom e do mau. Você se tornou a brasileira morando em Paris há quase duas

décadas mais solicitada pelo mundo acadêmico da Europa para pronunciar conferências sobre literatura brasileira depois de vários anos ensinando esse assunto na universidade de Lyon? Fale sobre isso. Trabalhei em várias universidades francesas, Rennes, Toulouse leMirail, Paris-Nanterre, Lille, Reims, Lyon, ensinando, entre outras matérias (língua portuguesa, história do Brasil, etc), literatura brasileira. Trabalhei também para o Centro Nacional de Ensino à Distância, escrevendo cursos de literatura brasileira. Mas pelo amor de Deus, não sou “a mais solicitada” para pronunciar conferências, longe disso, amigo Reinaldo, só rindo com você!!! Depois de Graciliano Ramos, quais foram os nomes que despontaram na literatura brasileira? Depois de quase 70 anos da morte de Graciliano, a literatura brasileira pode se orgulhar de ter visto nascerem muitos autores e muitos excelentes autores. Nem vou falar de Guimarães Rosa, Clarice, Rubem Fonseca, Lygia Fagundes Telles, Nélida Piñon, dentre os já consagrados. Mas queria citar Adriana Lunardi, Georgina Martins, Deonísio da Silva, Claudio Aguiar (Prêmio Jabuti deste ano com sua biografia de Francisco Julião), José Arrabal e Reinaldo Cabral, por exemplo!

E depois de Garcia marques, na literatura mundial? Ai é uma ampla pergunta que exigiria uma ampla resposta. Fico devendo, mas queria dizer que depois de Garcia Marques na literatura latino-americana houve Isabel Allende que, digam o que disserem, é um sucesso. E seu A Casa dos espíritos é maravilhoso. Queria dizer também que me parece estar desaparecendo a fronteira que até pouco tempo separava a “alta literatura” da chamada “literatura de entretenimento”. Penso que não se pode deixar de fora da “literatura” autores como John Le Carré, por exemplo. Como anda a produção e leitura de livros impressos no mundo depois da internet? Eliana - Acho que, ao contrário do que muitos querem alardear, a internet ajuda ao mercado do livro pois permite canais de difusão de resenhas e publicidade até então caros e que, por isso, deixavam muita gente de fora. Afinal, qual o futuro do livro impresso? Acho que continuaremos lendo livros impressos. E lendo online e nos tablets, mas sobretudo no suporte papel.


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Olhar de Nise é escolhido para encerrar festival de cinema em Los Angeles DA ASSESSORIA

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nico documentário brasileiro selecionado, Olhar de Nise, de Jorge Oliveira e Pedro Zoca, será exibido neste sábado, 12, no Hollywood Brazilian Film Festival de Los Angeles. A sessão, marcada para às 16h, será no Teatro Montalbán. O festival escolheu Olhar de Nise para encerrar o evento que este ano selecionou doze filmes entre as melhores produções para representar o Brasil. Olhar de Nise, produzido e editado por Ana Maria Rocha, conta a trajetória de vida da psiquiatra alagoana Nise da Silveira. É um documentário com reconstituição de cenas. Foi aplaudido de pé na Mostra Panorama Brasil do 48º Festival do Cinema Brasileiro de Brasília. A mesma recepção o filme teve em outubro, no Rio de Janeiro, quando passou no Cine-Odeon, na Cinelândia, para um público que lotou os 550 lugares do cinema. A renda foi revertida para a Casa das Pal-

meiras, clínica psiquiátrica criada por Nise em 1950. O filme mostra como Nise se rebelou contra o choque elétrico e revolucionou a psiquiatria no mundo usando a arte-terapia como tratamento das doenças mentais. No documentário, o artista plástico Almir Mavignier, que mora na Alemanha, conta como ajudou Nise a implantar a arte-terapia dentro do Hospital D. Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio, ao descobrir os pacientes com vocação para pintura. Na entrevista em Hamburgo, onde mora até hoje, Almir Mavignier, 90 anos, professor universitário aposentado, fala sobre a sua história com a Nise e como descobriu os pacientes que tinham vocação para pintura naquele manicômio onde, segundo ele, viviam em total abandono, desprezados pelo poder público até se-

rem reconhecidos pela crítica por suas obras valiosas. Olhar de Nise resgata a história de uma das mulheres mais importantes do século XX, a primeira alagoana a se formar em medicina na Bahia, numa turma onde só tinha homens. Exibe uma entrevista inédita

de 1997, dois anos antes da morte dela, onde a doutora conta toda a sua trajetória de vida: a infância

em Maceió, os estudos na Faculdade de Medicina em Salvador, a chegada ao Rio de Janeiro, a sua prisão na ditadura de Getúlio Vargas, onde ficou com o escritor Graciliano Ramos, e o início dos seus trabalhos como psiquiatra Hospital da Praia Vermelha, em Botafogo. Olhar de Nise tem sido bem recebido pela crítica desde que foi exibido na Mostra Panorama Brasil e no Rio. Mas uma carta, em particular, enviada ao diretor Jorge Oliveira pelo documentarista Vladimir Carvalho emocionou a equipe que produziu o filme.


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Um clássico do documentário brasileiro VLADIMIR CARVALHO

lhar de Nise, de Jorge OliveiO ra, é um filme de extraordinária força narrativa e fidelís-

simo ao colocar o espectador de cinema vis-à-vis com uma das personalidades mais marcantes da cultura e da sociedade brasileiras. Nise da Silveira está rediviva ali, e de corpo inteiro, inabalável e contagiante em sua ação para

transformar práticas clínicas retrógradas, para não dizer violentas e atrasadas, lutando com todas as suas forças para vencer uma mentalidade que não tinha – e não – mais razão de ser. Ela ficará na história como uma autêntica revolucionária, como criadora de um método terapêutico por via deste filme que poderá desde já ser considerado um clássico do documentário brasileiro.

A pioneira de Engenho de Dentro, lugar de verdadeira virada da psicoterapia do país, permanecerá para sempre na memória de quem a conheceu e com ela conviveu e agora passa a certa imortalidade junto, em geral, até onde pode ir as imagens e os sons aliciantes de um filme exibido nos cinemas e na televisão e- espera-se – também nas escolas, como uma mensagem de esperança e fé no ser humano.

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Na Bahia, inundação em Xique-xique

Praça Costa e Silva em Penedo, também atingida pela cheia

Ponte do Salgadinho destruída pela tromba d’água de 1949

A tromba d’água de 1949 em Maceió

HISTÓRIA DE ALAGOAS AS CHUVAS CAÍRAM POR 70 HORAS ININTERRUPTAS E A CAPITAL FOI ATINGIDA POR UMA DAS SUAS MAIORES TRAGÉDIAS

EDBERTO TICIANELI Jornalista

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aguaceiro que iria entrar para a história de Alagoas teve início da noite da segunda-feira, 16 de maio de 1949, em plena semana santa. As chuvas caíram por 70 horas ininterruptas até que, na madrugada da quinta-feira, 19 de maio, Maceió foi atingida por uma das suas maiores tragédias. A queda de barreiras e uma tromba d’água, que desceu o Riacho Salgadinho destruindo casas e pontes do Vale do Reginaldo, incluindo a Ponte da Av. da Paz, trouxeram pânico à população. Humberto Calheiros Carvalho, sonoplasta da Rádio Difusora de Alagoas, lembra que o episódio foi noticiado pela primeira reportagem externa da rádio, que ainda vivia na sua fase experimental. “A rádio fez a primeira

reportagem para avisar a população sobre os riscos, que não saíssem de casa. A reportagem alertava a população sobre o desabamento da barreira, os riscos causados e que ainda poderiam causar”. Vários bairros da capital estavam inundados e barreiras deslizavam em toda a parte deixando famílias inteiras soterradas. Mangabeiras, Cambona, Mutange, Bebedouro, Fernão Velho e o Centro, na Rua do Sol e Barão de Atalaia, foram atingidos por deslizamentos, provocando mortes e desabrigados. A primeira vítima foi o desportista José Rodrigues. Em seguida foi registrada a morte da doméstica Antônia Maria da Conceição. Durante a madrugada, novas vítimas foram surgindo, sempre precedidas pelo barulho ensurdecedor da queda de barreiras. Na região sul de Maceió, a Lagoa Mundaú invadiu o Pon-

tal da Barra, Trapiche, Ponta Grossa, Vergel do Lago e Levada. O Mercado foi totalmente inundado. Em Bebedouro, a situação foi a mesma, com a parte baixa do bairro ficando embaixo d’água. Na Praça Pingo d’Água, no bairro do Trapiche da Barra, o altar original em madeira da Igreja de Nossa Senhora da Guia foi destruído pela força das águas. Nas ladeiras dos Martírios e da Catedral, o volume de água que descia do Farol era assustador. A queda da barreira da Rua Barão de Atalaia, que ocorreu às 3h30h, deixou 19 mortos. Em Fernão Velho, um desabamento de barreira matou mais oito pessoas. Com os bondes e trens impedidos de circularem por conta das vias férreas destruídas ou soterradas, Maceió ficou sem transportes por vários dias. Em alguns bairros era possível ver canoas e jan-

gadas transportando pessoas e mercadorias. O farol da capital, que ficava no Alto do Jacutinga onde hoje está o prédio do Crea-AL, também foi atingido pela queda da barreira da Rua Barão de Atalaia. O material retirado da sua base deixou a construção instável, provocando a sua desativação em 1951 e a sua demolição em 1955. Do interior do estado também chegavam notícias dos estragos provocados pela chuva. Os municípios dos vales do Mundaú e do Paraíba foram os mais atingidos. Satuba, Pilar, União, São José da Lage, Murici, Branquinha, entre outros, ficaram totalmente inundados. Na área ribeirinha do Rio São Francisco houve registro de inundações em Penedo, Colégio e Igreja Nova. Em Sergipe e na Bahia, várias cidades também sofreram com

a elevação do nível das águas do rio. Na capital do Ceará, as chuvas caíram um pouco antes. No dia 12 de maio, Fortaleza já estava inundada. O governador Silvestre Péricles, diante da calamidade, pediu ajuda ao governo federal para abrigar os flagelados e recuperar as cidades atingidas. O prefeito de Maceió nesse período era João Vasconcelos. Somente no dia 21 de maio é que as águas baixaram e os trabalhos de recuperação da cidade começaram. Os relatórios apontavam grandes prejuízos e a preocupação com possível surto de doenças endêmicas. As primeiras obras de recuperação incluíam a construção de ponte improvisada para dar acesso a Jaraguá e a elevação de muro de contenção para a barreira da Rua Barão de Atalaia, que continuava a oferecer perigo. O pedido de socorro do go-


MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE

Para refletir: Brasil não tem partido de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem pra roubar juntos”. (Diogo Mainardi)

Dilma fica, mas o país afunda

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ificilmente a presidente Dilma será afastada do cargo pelo impeachment e os sintomas já se encaminham para um final feliz para os petistas e a presidente, porém catastrófico para o Brasil e os brasileiros. A peça jurídica que pede sua saída é inconsistente e carente de argumentos probatórios de crime de responsabilidade. Os fatos evidenciam a vantagem do Palácio do Planalto no embate e bastam dois deles para garantir que a presidente não será afastada: tem ainda a maioria dos votos nas duas casas do Congresso (o oposto do episódio Fernando Collor) e possui fôlego para negociar e comprar quantos votos precisasse, pois cada parlamentar tem seu preço e olhe que não valem lá muita coisa. Encontra no aliado Renan Calheiros, presidente do Senado, um defensor intransigente do seu mandato, na busca também de salvar o seu que está pendurado. Um fato poderia mudar este cenário: o clamor das ruas, mas essas ficarão vazias pela letargia e conformismo muito próprios do povo brasileiro. Outra coisa muito real é que mesmo sem perder o mandato Dilma Rousseff apenas está começando seu “inferno astral”. O processo de ingovernabilidade que se instalará no país será de consequências previsíveis e desastrosas. O monstro da inflação mostra suas garras e caminha acelerado destruindo a economia brasileira. As taxas de desemprego no país baterão recordes de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Os números assustam. Quase meio milhão de trabalhadores com carteira de trabalho assinada perdeu o emprego em apenas quatro meses. Foram 415 mil demitidos. Com a economia em recessão, a tendência é que o mercado de trabalho continue a piorar. O desabastecimento é uma certeza e praticamente nenhuma das metas do governo para os próximos anos serão cumpridas. Dá pra cantarolar o refrão daquela conhecida música “lá vai o Brasil, descendo a ladeira”.

Quem sabe faz a hora

O governador Renan Filho anunciou que o 13º dos servidores públicos estaduais será pago no dia 15 de dezembro (terça-feira). O comunicado foi realizado nesta quarta-feira (9). O anúncio agradou não somente os beneficiários diretos, mas também o comércio que clamava por um aquecimento. Renan Filho esclareceu que a data foi adiantada em cinco dias.“Decidimos adiantar em cinco dias o pagamento em relação a data inicial prevista. O dinheiro já está garantido e no dia 15 de dezembro a população alagoana já estará com o décimo em mãos”. Os servidores alagoanos podem comemorar e “gastar por conta”. Ressalta-se que Alagoas é um dos poucos estados a honrar o compromisso pagando o 13° salário ao funcionalismo, mesmo enfrentando muitas dificuldades. Pode comemorar o primeiro aniversário do governo.

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PEDRO OLIVEIRA

pedrojornalista@uol.com.br

Dilma não está só

A Procuradoria-Geral da República reúne elementos sobre a suposta atuação de Eduardo Cunha para atrapalhar o funcionamento do Legislativo, em especial do Conselho de Ética da Câmara. Manobras do presidente da Câmara e de seus aliados já levaram ao adiamento da votação sobre a admissibilidade do processo de cassação do deputado. Procuradores que atuam nas investigações de autoridades com foro privilegiado enxergaram no gesto do deputado de aceitar o pedido de impeachment de Dilma uma tentativa de vincular seu pedido de afastamento por Rodrigo Janot a um ato pró-governo. Além de apresentar o pedido de afastamento junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador deve denunciar o deputado pelo crime de evasão de divisas no caso das contas bancárias mantidas na Suíça. O grupo do PGR também investiga as supostas práticas de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele foi formalmente acusado de receber US$ 5 milhões em propina a partir de contratos da Petrobras para operação de navios-sonda. É possível que o presidente da Câmara possa cair na próxima semana e os aliados de Dilma já preparam a comemoração.

Um novo tempo

O prefeito Rui Palmeira disse emocionado: “É motivo de honra e de muito orgulho, não somente como homem público, mas como filho deste lugar tão especial, estar à frente do Município neste momento histórico e tão significativo que é o aniversário de 200 anos da nossa querida Maceió. Para além de um marco de conquistas na história de seu povo, no bicentenário da nossa cidade é também o momento de afirmar a chegada de um novo tempo, com mais qualidade de vida, mais estrutura e melhores condições de educação, saúde e bem-estar social para sua população”. A administração do prefeito Rui Palmeira na realidade passa por novos e esperançosos tempos. Com muita dificuldade de caixa e enfrentando problemas nos primeiros anos de sua gestão, vai se recuperando positivamente a passos largos. Com um elevado nível positivo, se continuar nesse ritmo será imbatível nas eleições do próximo ano.

Sem mudanças

Pelo menos até a virada do ano não acontecerá nenhuma mudança na equipe do governador Renan Filho. Fonte palaciana me confidenciava que embora não muito satisfeito com algumas áreas, qualquer mudança terá que esperar as acomodações políticas do próximo ano e as composições para o pleito de 2016. Renan teria dito que o fraco resultado de algumas secretarias é compensado por setores vitais do governo como Segurança Pública, Fazenda, Planejamento e Administração, com comandos eficientes e empreendedores.

O meu bispo Palmeira dos Índios sofreu uma grande perda esta semana com o falecimento de uma de suas figuras mais emblemáticas e queridas, além de uma de suas últimas referências culturais. Conheci o padre Odilon Amador dos Santos quando era ainda menino de calças curtas. Ele era grande amigo de meus pais. Mais tarde, já mais velho, fiz-me seu amigo e dele recebi muitas lições. Em 1968 eu então com vinte anos, começando minha caminhada pelo jornalismo e já perseguido pela polícia por minhas posições em defesa do mais fraco, fui “deportado” para São Paulo para preservar minha segurança. Antes da viagem fui à sua casa me despedir. Lembro emocionado suas palavras ao me abençoar: “Vá mas não demore. Fique o tempo suficiente para acalmar as coisas. Seu lugar é aqui ao lado de sua família e mantendo seus ideais. Você é vocacionado para o jornalismo e nada o deterá. Jesus e a Virgem Maria estarão ao seu lado sempre”. Sempre esperei que Odilon Amador fosse nomeado Bispo de Palmeira dos Índios e sua igreja lhe negou este título também clamado por todos os palmeirenses. Mas a igreja dele era muito maior do que aquela à qual serviu com abnegação por longos anos. Na igreja convencional, inquisidora sempre, hipócrita ao esconder seus pedófilos, reacionária e celetista ao fazer a opção pelos poderosos e se curvar às conveniências de seus erros. A igreja católica não o fez bispo, mas com certeza Deus o fez Santo.

Exemplo de transparência Em tempos de corrupção, desvios de finalidade e o roubo descarado do dinheiro público por políticos bandidos, é muito importante o reconhecimento de gestões honestas e transparentes, coisa rara principalmente aqui por estas bandas. A administração do prefeito de Maceió foi laureada em solenidade na qual o Ministério Público Federal anunciou a privilegiada colocação entre as 27 capitais do país, obtendo nota 9,0 em um ranking de 0 a 10. As demais prefeituras de Alagoas acredita-se que todas tenham notas negativas pelo desastroso quadro que conhecemos. O anúncio foi feito no Dia Nacional de Combate à Corrupção na presença das mais destacadas autoridades responsáveis pelo Controle Externo da Administração Pública. O prefeito Rui Palmeira foi bastante cumprimentado pela austeridade de sua administração e seu compromisso com o moral e o legal.

Frase final: O PT, o governo e a presidente Dilma podem até se sair bem depois desse mar de lama, mas quem pagará o alto preço é o povo brasileiro”.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 26 DE FEVEREIRO DE 2015

ARTIGOS

CLÁUDIO VIEIRA

Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

Verdadeiro ou falso?

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Escrevi neste espaço, há pouco tempo, sobre a inconveniência de um processo de impeachment da Presidente Dilma Roussef. Ainda guardo a mesma opinião, não porque considere inexistentes de motivos para o impedimento, mas entender que o momento não é bom para a Nação. O País vive hoje sob a agonia de crise político-econômico-moral-éti-

Vencendo Dilma dará fôlego, se não ao deteriorado PT, mas ao Lula, o mago ilusionista. ca, e o trauma de tal processo, se não agrava mais a natureza político-moral-ética da crise, por certo piorará o desempenho da economia, resultando em maiores dificuldades para nós to-

dos, os cidadãos já tão castigados pela irresponsabilidade do governo. O processo, todavia, foi deflagrado, cabendo-nos apenas acompanhar o desenrolar dos acontecimentos, e tentar sobreviver ao que vier. Nesse primeiro momento, estamos presenciando um jogo de “verdadeiro/falso” no debate político, o que aliás é ocorrência comum na prática política brasileira. Vejamos algumas evidências desse jogo: 1. Impeachment é golpe contra a democracia – a pregação é totalmente falsa, sendo o procedimento instituto próprio do presidencialismo sob o regime democrático. Aliás, o petismo já usou e abusou do instituto em passado não tão remoto. Ademais, a palavra final será do Parlamento, primeiro na Câmara; após, no Senado. 2. Eduardo Cunha não tem moral para deflagrar o processo contra a Presidente Dilma – O que há de verda-

deiro na observação é a indigência moral do Deputado carioca. Apenas isso, pois quem analisa o pedido de impeachment e lhe dá ou lhe nega seguimento é o presidente da câmara, cargo ora ocupado pelo desditoso parlamentar. Assim, a questão não é de ter ou não ter ele boa moral, mas de ter competência funcional para o ato. E isso a Constituição lhe garante. Na verdade, o que pretendem os propagadores da questão é mudar o foco da mesma, elevando-a ao debate maniqueísta, ou seja, a luta entre o Bem (Dilma) e o Mal (Cunha). O entre dois males? 3. Não havia conchavo entre Governo e Eduardo Cunha – Falso! O conchavo havia, sim; ou ao menos as tratativas para tal estavam adiantadas. O que fez gorar o malfadado acordo? Talvez a ganância de Cunha; ou a desconfiança entre as partes; ou o vazamento das pretensões. A melhor

aposta, porém, ainda é na estratégia torta de Lula e do PT: abandonar Cunha à própria sorte, cumprindo o “politicamente correto”, qualificante bem ao gosto das esquerdas, mesmo que para isso tenha-se de rifar a Dilma. Quanto a essa última situação, seja como for o PT e o seu grande líder sempre sairão lucrando: se Dilma for apeada da Presidência, o vice Temer assumirá um País com graves problemas econômicos a caminho do agravamento. Nesse caso, Lula exerceria a crítica, com a acidez que ele bem sabe destilar. Vencendo Dilma dará fôlego, se não ao deteriorado PT, mas ao Lula, o mago ilusionista. A defesa que ele agora faz da sua cria, é parte de outro jogo, o morde e assopra. Seja como for, espera sair ganhando, candidato que é em 2018. Resta-nos confiar em que Deus nos livrará de tamanho castigo!

GREGORIO VIVANCO

“MST vai pra Cuba com o PT”

Advogado

O

prestígio da esquerda junto à opinião pública brasileira vai aos tropeções, caindo cada vez mais. Tomemos o exemplo de João Pedro Stédile, um dos líderes esquerdistas mais bafejados pela publicidade. Recentemente, para escândalo de muitos católicos, ele foi uma das figuras de proa do encontro dos movimentos populares promovido

O MST vive numa espécie de clandestinidade jurídica para não ter que arcar civil e criminalmente com as consequências de seus atos! pela Santa Sé no Vaticano. Não obstante esse apoio midiático e o esguicho de água (pouco) benta, em 22 de setembro último, ao chegar a Fortaleza, onde participaria de mais um desses encontros enfadonhos que a esquerda

multiplica na tentativa de aquecer a pólvora molhada, Stédile foi solenemente vaiado no aeroporto. Os manifestantes “gritavam ‘MST: vai pra Cuba com o PT’ e chamaram Stédile de ‘terrorista’, ‘assassino’, ‘fascista’ e ‘comunista’. O episódio durou aproximadamente seis minutos, até o líder entrar em um carro e deixar o aeroporto”. (Folha de S. Paulo, 23-9-15). O MST, que adora ser incensado como “movimento social” e detesta ser tachado de horda de invasores das propriedades alheias, não gostou das vaias ao seu líder. Embora useiro e vezeiro da “arte” de promover arruaças, quebraquebras e intimidações, o movimento revolucionário classificou o episódio de Fortaleza como “ato agressivo e constrangedor” e ameaçou até com medidas judiciais. Logo o MST, que vive numa espécie de clandestinidade jurídica para não ter que arcar civil e criminalmente com as consequências de seus atos! O episódio teve inclusive um corolá-

rio ridículo. Segundo a jornalista Vera Magalhães, “um grupo de artistas, intelectuais e dirigentes partidários está organizando um ato de apoio ao líder do MST em São Paulo” (idem, 27-9-15). Tal ato foi realizado? Caso tenha sido, caiu no vazio, não repercutiu. Escolhemos falar do episódio Stédile porque ele é emblemático, mas poderíamos trazer à consideração dos leitores diversos outros fatos que mostram como a esquerda está impopular, exceto, é claro, dentro de certos grupos reduzidos. Mas se a esquerda está tão desprestigiada junto à opinião pública, como explicar que ela continue a avançar numa série de frentes, como ideologia de gênero, ecologismo radical, demolição da família, entre outras? Primeiramente convém notar que esse avanço é forçado. Ele não se faz por um desejo da população, mas a contrapelo desta, através de uma propaganda ininterrupta, somada à pressão de certos políticos e governantes e à aceitação

por uma elite desviada de sua missão. Em segundo lugar – e este fator é mais decisivo –, o esquerdismo se infiltrou profundamente nos meios católicos, onde utiliza púlpitos, cátedras e confessionários para, sob o pretexto de ajuda aos pobres, justiça social e outros slogans bem escolhidos, atiçar os sentimentos de revolta nas almas. Ou, não o conseguindo, pelo menos paralisar as consciências incutindo-lhes o receio de transgredir a religião se não aderirem às posições da esquerda. Esse fator é tão poderoso que, hoje em dia, no Brasil e em muitos outros países, o fator determinante da sobrevida e atuação do esquerdismo se origina da atuação de prelados e clérigos de esquerda, seguidos de perto por seus áulicos leigos. “Como se escureceu o ouro, como se alterou o ouro fino! Foram dispersadas as pedras sagradas por todos os cantos da rua” (Jeremias,Lamentações, 4,1).


MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE

ARTIGOS

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JORGE MORAES Jornalista

O impeachment não é golpe

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epois de dois anos de denúncias, prisões e condenações, chegamos, praticamente ao round final. Nesse tempo todo, não se falou nada diferente do que a Operação Lava Jato e, mais recentemente, no pós-processo eleitoral, das pedaladas da Dilma Rousseff em 2014. Então, como era de se esperar, a luta final passou a ser de gente grande: a presidenta da República e o presidente da Câmara dos Deputados.

Foram encontrados indícios de irregularidades na prestação de contas do Governo Dilma Rousseff em 2014, entre elas, as chamadas “pedaladas fiscais. E o que é impeachment? Impeachment é uma palavra de origem inglesa que significa “impedimento” ou “impugnação”, utilizada como um modelo de processo instaurado contra altas autoridades governamentais acusadas de infringir os

seus deveres funcionais. Dizer que ocorreu impeachment ao presidente da República, significa que este não poderá continuar exercendo funções. Diz ainda: “Abuso de poder, crimes normais e crimes de responsabilidade, assim como qualquer outro atentado ou violação à Constituição, são exemplos do que pode dar base a um impeachment. O impeachment ocorre no Poder Executivo, podendo acontecer no Brasil, por exemplo, ao Presidente da República, Governadores e Prefeitos. Quando acontece o impeachment, significa que o mandato fica impugnado ou cassado”. E por que o impeachment não e golpe? Porque é exatamente o que ocorreu com a presidenta Dilma Rousseff. Em 2014, a presidenta, em meio ao clima das eleições e o temor ou preocupação em perder o processo eleitoral, consequentemente o cargo, utilizou-se de meios não permitidos a quem governa, seja ele, presidente, da República, governador de Estado ou prefeito de cidades brasileiras, para levar vantagem. E o que fez a Dilma? Foram encontra-

Cidadã brasileira

A

s pessoas me perguntam em quem me confio para escrever os meus artigos. Acho engraçado e respondo: em Deus, em mim e na minha cidadania. Vivemos numa democracia, onde todos podemos administrar nossas vidas, reclamar do que achamos errado e gritar quando for preciso. Não precisamos exercer cargo importante para reclamar nossos direitos. E ainda temos a Justiça para servir de ajuda aos pobres coitados dos brasileiros. Lembro-me da minha infância: meu pai era inspetor do antigo IAPI e quando verificava estar uma pessoa sendo pre-

Ao invés de os assuntos serem resolvidos “dentro de casa”, os dirigentes preferem jogar os problemas para os juízes e desembargadores solucionarem. judicada, ele próprio ajudava a criatura. Parentes que não sabiam como entrar em benefício, pagar à previdência, recorriam a ele e já recebiam o requerimento pronto. Resolviam o problema administrativamente. Não precisavam de ação judicial. Hoje é praticamente impossível obter semelhante

resultado. Outro fato que me marcou a infância: um amigo penedense veio do Rio, demitido do antigo SAPS, acusado de roubo. Foi à nossa casa lamentar-se e falar das perseguições sofridas. Pois bem, o inspetor entrou em ação, recuperou documentos necessários, elaborou a defesa e deu entrada no próprio SAPS. O resultado foi positivo, o moço voltou ao emprego, e recebeu todo o atrasado, administrativamente, insisto. Um pedinte chamado Isaías ia todo sábado à nossa casa no Farol, pedir ajuda. O governo federal criou uma lei chamada de “Do mendigo”. As pessoas que pediam esmolas passaram a ter direito à aposentadoria. E o Sr. Isaías morreu recebendo o tal benefício, ajudado, claro, por meu pai. Quando perdi meus pais, minha irmã mais nova era casada, mas seu casamento foi declarado nulo porque os documentos que deveriam sair da igreja para o cartório, por lá não chegaram. Quando soube do fato, entendi que ela tinha direito à pensão do pai. Corri atrás e ela recuperou o pagamento mensal e recebeu os atrasados. Não precisou recorrer à Justiça. Caros leitores, vejam como recuperávamos os direitos que nos tiravam aleatoriamente. Só íamos à Justiça em casos extremos. Atualmente, no Legislativo alagoano,

dos indícios de irregularidades na prestação de contas do Governo Dilma Rousseff em 2014, entre elas, as chamadas “pedaladas fiscais”, manobras para aliviar, momentaneamente, as contas públicas, como atrasos em repasses do Tesouro Nacional a bancos, o que descumpre a lei. O julgamento das contas é feito todo ano, como determina a Constituição. E ela, a Dilma, assumiu isso. Nele, os ministros do tribunal dizem se recomendam ou não ao Congresso Nacional a aprovação do balanço do ano anterior. Foi julgado o relatório sobre os orçamentos e a atuação governamental, feito por diversos órgãos e consolidado pela Controladoria-Geral da União (CGU), além do Balanço Geral da União, de responsabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional. Na prática, o governo se utilizou dessas “pedaladas” para cumprir as suas metas fiscais. O Tesouro Nacional teria atrasado repasses para instituições financeiras públicas e privadas que financiariam despesas do governo, entre elas, benefícios sociais e previdenciários, como o Programa Bolsa Família, o abono e seguro-desem-

prego e os subsídios agrícolas. Os beneficiários receberam tudo em dia, porque os bancos assumiram, com recursos próprios, os pagamentos dos programas sociais. Com isso, o governo registrou, mesmo que temporariamente, um alívio no orçamento. Mas a sua dívida com os bancos cresceu, e tudo isso feito na “calada da noite”, na “surdina”, para não atrapalhar a campanha e que só foi descoberto na época do fechamento das contas, ou seja, no final do ano. É por tudo isso que o impeachment não é golpe. Tudo isso está permitido pela Constituição Federal. Por isso, essa conversa “mole” todo santo dia, é o sujo falando do mal lavado. O Eduardo Cunha querendo se livrar da Operação Lava Jato, e joga aquilo no ventilador autorizando a abertura do processo de impeachment da Dilma Rousseff. E a presidenta, com seus correligionários do Partido dos Trabalhadores e os aliados do governo, pressionando o Congresso Nacional para se livrar do impeachment. Resultado disso: o povo que se exploda para lá, sem governo e pagando a conta com os reflexos de tudo isso. Fazer o quê!

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

nossos salários são cortados, leis não são respeitadas, a previdência era descontada de forma errada, o imposto de renda não é repassado ao Estado. Acontecem coisas incríveis!!! E não adianta falar, porque os dirigentes preferem que o servidor vá à Justiça. Segundo eles, ganham tempo! Em Alagoas existe um caso digno de nota. Estão no AL-Previdência cerca de quarenta pensionistas e aposentados oriundos da Assembleia Legislativa. Estão por lá desde o ano 2000 e até hoje não tiveram direito a nenhuma correção em suas pensões. Recebem salários congelados, já reclamaram judicialmente e continuam sofrendo. Todos são idosos e passam necessidades. Quando por acaso, os servidores ganham o direito na Justiça, ainda lutam para que a devida implantação seja realizada. Receber a quantia retirada é impossível! Os processos se acumulam nas salas dos dirigentes e nunca são resolvidos! Não adianta pedir, implorar, apelar para prioridade! Ninguém resolve! As dificuldades criadas para complicar a vida dos funcionários são enormes. Ao invés de os assuntos serem resolvidos “dentro de casa”, os dirigentes preferem jogar

os problemas para os juízes e desembargadores solucionarem. Isso porque “demora mais” e eles têm tempo de ficar com mais dinheiro público. Na hora de devolver, os primeiros-secretários sentam em cima dos processos. E riem!!! Daí porque não quero mais trabalhar em lugar nenhum, cumprir horário pra ninguém, dialogar com deputados, escutar mentiras, corromper meus ouvidos com promessas falsas. Prefiro lutar com minhas próprias forças, pagar advogados, reclamar de público das injustiças praticadas comigo e com meus colegas. Inspirei-me neste artigo numa entrevista que vi várias vezes do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, JOAQUIM BARBOSA, que desistiu do cargo por se desiludir com os absurdos do “Mensalão”. Antes da data prevista para a aposentadoria o moço “pediu para sair”. Hoje, como cidadão comum, falou para o Brasil inteiro escutar, mostrando o que é certo e o que é errado. Então amigos, continuarei lutando, reclamando, gritando. Quero mostrar ao país inteiro os meus direitos de cidadã brasileira e que vivemos no Legislativo alagoano numa ditadura incomensurável.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE 2015

Médicos plantonistas de Capela devem receber salário dia 20

SAÚDE EM CRISE DIRETOR DE HOSPITAL DIZ QUE IMPASSE SERÁ RESOLVIDO E GARANTE ATENDIMENTO À POPULAÇÃO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

O

impasse entre médicos plantonistas e o município de Capela pode chegar ao fim no próximo dia 20. É que, de um lado, os profissionais da saúde estão revoltados com o atraso de seus salários e reclamam que a prefeitura paga um salário e deixa dois sempre em aberto. Já o médico José

Claúdio dos Santos, diretor e médico plantonista do Hospital Municipal de Capela José Vânio Barros Moraes, diz que um mês foi pago na sexta-feira, 4, e o outro será dia 20. Segundo ele, a garantia é do secretário de Finanças do município. Mas adianta que apesar da situação, a população não foi penalizada. “Também sou plantonista e estou no mesmo barco.

Quem trabalha é porque precisa e quer receber. É ruim pra todo mundo”, disse o médico José Claúdio.

Outro argumento é de que devido à amizade com a categoria, o hospital sempre tem plantonista e se falta ou atrasa

algum, outro médico cobre. “Não sei explicar o porquê do atraso. Não mexo com dinheiro e sim com doente. Mas a garantia é que tudo será resolvido”, afirmou. A queixa, na verdade, é que a categoria já pensou em parar, mas não o fez por conta da população. E mais: os atrasos salariais teriam começado desde que o novo secretário de Saúde do município assumiu.


MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE

Liga dos Campeões

A

fase de grupos da Liga dos Campeões chegou ao fim na quarta-feira (9). Agora, qualquer derrota significa o fim no maior torneio europeu. Os duelos das oitavas de final serão definidos por sorteio na próxima segunda-feira, 14 de dezembro, às 9 horas (horário de Brasília). Os jogos de ida acontecem nos dias 16 e 17 de fevereiro e nos dias 23 e 24 do mesmo mês. Os duelos de volta são nos dias 8 e 9 e nos dias 15 e 16 de março. No sorteio, em um pote ficarão os times que se classificaram em primeiro lugar de seus grupos, no outro, dos que terminaram em segundo. Equipes que disputaram a fase de grupos no mesmo chaveamento não poderão se enfrentar, assim como clubes do mesmo país. Os líderes de seus grupos também decidirão a vaga em casa.

Classificados

Real Madrid, PSG, Wolfsburg, PSV, Atlético de Madri, Benfica, Juventus e Manchester City confirmaram suas vagas na última terça (8). Grupo E – Barcelona e Roma O Barcelona entrou em campo apenas com Lionel Messi de titular do ataque contra o Bayer Leverkusen e empatou por 1 a 1. A Roma precisava da vitória para conseguir passar de fase, não teve sucesso. No entanto, o empate entre alemães e catalães no outro jogo definiu a Roma em segundo do grupo. Grupo F – Bayern de Munique e Arsenal Com Bayern de Munique classificado, a segunda vaga foi definida com o confronto direto entre Olympiacos e Arsenal. Os gregos tinham a vantagem por terem vencido por 3 a 2 o primeiro duelo, mas os ingleses conseguiram a classificação ao vencerem por 3 a 0. Giroud marcos os três gols. O Bayern de Munique também conseguiu vencer a sua partida. Derrotou o Dínamo Zagreb por 2 a 0 com dois gols de Lewandowski. Grupo G – Chelsea e Dínamo de Kiev Chelsea não poderia pensar em perder a partida contra o Porto, que começou a rodada como líder do grupo. E os ingleses fizeram o que precisavam: venceram os portugueses com direito a gol de Willian. Ruim para a equipe de Iker Casillas e companhia, que perdeu o duelo e a vaga para as oitavas, já que o Dínamo de Kiev venceu o Maccabi por 1 a 0. Grupo H – Zenit e Gent O único time que ainda não havia perdido na Liga dos Campeões perdeu pela primeira vez na última rodada da fase de grupos. Os russos do Zenit foram derrotados pelo Gent por 2 a 1, resultado que classificou o time belga.

Deivid treinador

Apesar da confirmação por parte da diretoria, a oficialização de Deivid como treinador do Cruzeiro ainda não aconteceu. No entanto, o ex-atacante campeão da Tríplice Coroa de 2003 já fala praticamente como novo comandante celeste. O atual auxiliar técnico comentou que o desfecho dessa história deverá acontecer esata semana, quando retorna a Belo Horizonte.

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PORDENTRODO ESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

CRB sem Maxwell

Revelação do CRB neste ano, o atacante Maxwell não continua no clube. O presidente alvirrubro, Marcos Barbosa, confirmou a saída do atleta, que deve seguir a carreira no futebol paulista. Segundo o dirigente, o atacante rendeu aos cofres do clube R$ 200 mil. Outro jogador da base que foi negociado foi o meio-campista Bruno Nascimento, mas esse permanece emprestado ao CRB na próxima temporada.

CSE anuncia três jogadores No interior de Alagoas, o CSE é o que tem mais se movimentado no mercado. A diretoria anunciou a contratação de três jogadores. São eles: o goleiro Erick, como passagem pelo Tricolor, o meio-campista Luiz Fernando e o lateral-esquerdo Danilo. Antes, na semana passada, tinha divulgado o nome de nove peças que disputarão o Campeonato Alagoano em 2016.

ASA contrata

Apesar das dificuldades financeiras para a próxima temporada, a diretoria do ASA tem se esforçado para dar ao técnico Vica um elenco competitivo. Na noite da terça, dia 8, o Alvinegro confirmou através do site oficial as contratações do zagueiro Aylton Ferreira, conhecido como Alemão, e do atacante Maycon Carvalho, que passou pelo Fantasma em 2009. O anúncio acontece logo após o lateral-esquerdo Rayro deixar o clube arapiraquense e acertar com o futebol mineiro. O Alvinegro já não conta mais com o volante Max Carrasco, o meia Didira e o atacante Alex Henrique, destaques do ASA em 2015.

Diego Souza

O destino do meia Diego Souza será resolvido nos próximos dias. Agenciado por Eduardo Uram, o mesmo empresário dos recém-contratados pelo Palmeiras, Roger Carvalho (zagueiro) e Rodrigo (volante), Diego Souza tinha possibilidade de ir para o Oriente Médio. Era a chance mais concreta há um mês. Hoje, não é. O Palmeiras consultou a possibilidade de contratá-lo, mas julgou o salário muito alto. O negócio não está descartado totalmente. Mas a chance mais concreta neste momento é que Diego Souza retorne ao Fluminense, onde começou a carreira e foi campeão carioca em 2005.

Damião no Inter

O Internacional tem um acerto salarial com o atacante Leandro Damião. A contratação do jogador como primeiro reforço para 2016 pode ser confirmada na próxima semana, a partir da solução do problema jurídico com o Santos. O clube gaúcho ouviu do jogador e seu procurador que há o interesse em voltar a Porto Alegre. Rapidamente fez uma oferta salarial, aceita pelo atleta. A tendência aponta para desfecho com contratação do centroavante ainda antes do fim do ano.

Cruzeiro dispensa

De olho em 2016, o Cruzeiro anunciou a saída de mais quatro jogadores de seu atual elenco. Dagoberto, Ananias, Pedro Ken e Felipe Seymour encerram seus contratos no dia 31 de dezembro deste ano e não terão seus vínculos renovados.

Levir no São Paulo

O técnico Levir Culpi é um dos cotados para assumir o comando do São Paulo na próxima temporada. O treinador está sem equipe desde que saiu do Atlético semanas atrás e desfruta de boa aceitação no clube do Morumbi, onde trabalhou no ano 2000, quando foi campeão paulista e vice da Copa do Brasil.

Ronaldinho sem clube

Ronaldinho Gaúcho ensaiou uma reaproximação e se encontrou recentemente ao lado de seu irmão e empresário, Roberto de Assis, com o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr. A diretoria tricolor descarta, qualquer possibilidade de volta do craque ao clube. “Até onde sei, do ponto de vista geral, o Grêmio não é pinico desse país nem tampouco tem vocação para corno. A chance disso ocorrer é igual a zero”, afirma o vice-presidente jurídico do Grêmio, Nestor Hein. Considero uma das figuras mais nefastas da nossa história”, completa.


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S.O.S. ALAGOAS

Ambulantes na orla

P

refeito Rui Palmeira encaminhou à Câmara de Vereadores projeto de lei que regulamenta uso da área pública na orla de Maceió pelos ambulantes. Atende determinação do Ministério Público.

Ocupação da orla

A Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara de Maceió analisou o Projeto de Lei 198/2015. Trata-se da proposta da prefeitura para regularizar e disciplinar a ocupação pelos ambulantes nas orlas da Jatiúca, Ponta Verde e Pajuçara.

Da proposta A Secretaria Municipal de Promoção do Turismo pretende definir horários para as vendas, garantir a limpeza das praias, padronizar equipamentos usados (sombreiros e cadeiras) e proteger os comerciantes cadastrados da concorrência desleal.

Calçadão

Melhor pra todos Do secretário Jair Galvão: “Não estamos fazendo nada de última hora. Acreditamos que a regularização do trabalho ambulante na orla irá trazer melhorias para todos, principalmente os vendedores e os visitantes das nossas praias”.

Movimento no centro de Maceió melhora, mas lojistas acham não haver ainda alcançado o pique esperado para a época. E do motivo um grupo forte de trabalhadores sem receber o 13º

Tem alicerce Joaquim Levy é chamado em Brasília de “mão de ferro” e erra quem acha que possa ser substituído, a não ser que saia de vontade própria. Mesmo sem previsões de bons tempos também para o próximo ano.

Dos comentários Joãozinho Pereira e Raimundo Tavares não surpreenderão caso unam forças em Junqueiro para as eleições do próximo ano. É esse entendimento intermediado pelo senador Renan Calheiros.

VLT em Jaraguá

CUNHA PINTO

Quem caminha na área da estação de Jaraguá observa os trilhos novos amontados para substituir os antigos e prazo de troca em 2016. Falam ser iniciativa que tem por trás o senador Benedito de Lira.

Posse no TRF Juiz federal Rubens de Mendonça Canuto Neto (alagoano) toma posse, nesta sexta (11) como desembargador federal do Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5. Solenidade é às 16 horas no auditório do Pleno.

Temporada Empresários que atuam no setor do turismo estão confiantes para a temporada e previsões do rush alcançar o pique é para janeiro/ fevereiro. E movimento atual está debitado no esperado.

Combate à corrupção O 9 de dezembro é o Dia Internacional de Combate à Corrupção. Data foi definida pela ONU em 2003 para chamar a atenção de todos sobre o problema e o quanto a corrupção afeta o desenvolvimento dos países.

Brasil sem controle Fazer o quê? Pergunta tem a ver com o descontrole do governo sobre a inflação dia a dia elevando o custo de vida que sacrifica o bolso do trabalhador. E dados divulgados não liberam previsões de queda para nem tão cedo.

Plano Diretor

Secretaria Municipal do Meio Ambiente realiza neste sábado mais uma Audiência Pública do Plano Diretor de Maceió. Será no auditório do Senai das 8 às17 horas.

Estiagem “Secar mais aonde se os rios já estão secos?” A observação foi de pecuaristas da região do Agreste e alguns dando como referência a estiagem sendo sentida até na região do São Francisco.

Uma curiosidade Entre pré-candidatos em Maceió às eleições de 2016, preocupação tem a ver com o quadro de eleitores a estar aptos a votar. Uns avaliam a possibilidade de aumento de cadeiras na Câmara Municipal.


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Desenvolvimento Sustentável

U

m novo programa voltado a empreendimentos com características socioambientais, o BRDE PCS (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – Produção e Consumo Sustentáveis), foi criado para incentivar a adoção de conceitos e práticas de desenvolvimento sustentável – econômico, ambiental e social. O banco firmou contratos e protocolos de crédito com empresas responsáveis por empreendimentos em energias renováveis – eólica, aproveitamento de biomassa e PCHs, no valor de R$ 455 milhões.

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MEIO AMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Ordenamento territorial

A Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico-Econômico do Território Nacional (CCZEE) reconheceu o projeto do Estado do Maranhão que tem o objetivo de ordenar o território tornando o uso dos recursos naturais efetivo, com base nas diferentes vulnerabilidades ambientais. O reconhecimento do ZEE dos Estados visa garantir a discussão sobre o desenvolvimento territorial

Bacias de petróleo

Reflorestamento na Mata Atlântica

A Rakuten criou o Projeto Floresta de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) para ajudar na recuperação da Mata Atlântica, uma das áreas com maior biodiversidade e também uma das mais ameaçadas do planeta. Em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica e a Recicleiros, o objetivo do projeto é de plantar aproximadamente 25 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, além de monitorá-las por um período de cinco anos até que a floresta esteja estabelecida.

Substâncias perigosas

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) realizou no Ibama, em Brasília, um seminário sobre substâncias químicas perigosas em produtos e seu contexto nas compras públicas sustentáveis. O encontro proporcionou aos participantes conhecer experiências europeias e a regulamentação da União Europeia, dos Estados Unidos e Canadá na gestão de substâncias químicas, com ênfase nos mecanismos de controle e arranjos institucionais para a gestão destes químicos em produtos e artigos.

Está aberta até o dia 17 de dezembro, a consulta pública para a elaboração de um termo que orientará a contratação de consultoria técnica para avaliar ambientalmente as bacias marítimas de Sergipe-Alagoas e Jacuípe, na Bahia, para exploração de petróleo e gás natural. Podem participar empresas de consultoria, órgãos ambientais, organizações não governamentais, instituições de ensino e pesquisa, instituições governamentais e interessados no assunto. O formulário está disponível no site da Agência Nacional do Petróleo (ANP)

Alcatrazes

Pesquisadores e cientistas de diversas instituições acadêmicas enviaram uma carta endereçada aos ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; da Casa Civil, Jaques Wagner, e ao presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cláudio Maretti, pedindo esclarecimentos sobre a mudança na proposta de criação do Parque Nacional Marinho de Alcatrazes para Refúgio de Vida Silvestre. O local é um santuário marinho no litoral norte de São Paulo e estava tudo encaminhado para transformar o local em parque nacional, mas o ICMBio modificou o projeto sem falar nada com ninguém.

Gestão de praias

A gestão das praias marítimas urbanas passará à responsabilidade de cada município litorâneo, saindo do âmbito da Secretaria do Patrimônio da União. A iniciativa faz parte das providências descritas na Medida Provisória nº 691/2015, que dispõe sobre a administração, alienação, transferência de gestão de imóveis da União e seu uso para a constituição de fundos. O município interessado precisará aderir aos termos definidos na MP, às orientações normativas e à fiscalização da SPU. Em contrapartida, o município terá direito à totalidade das receitas obtidas com as utilizações autorizadas e, ao mesmo tempo, responderá pelas ações ocorridas, pelas omissões praticadas e pelas multas e indenizações decorrentes.


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Jair Pimentel lança memórias da Jovem Guarda

“NO TEMPO DO BRUCUTU” JORNALISTA REMETE O LEITOR AOS ANOS DE 1960 MOSTRANDO SUAS GÍRIAS, COSTUMES, MÚSICAS E TODO REBULIÇO CULTURAL E POLÍTICO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

Livro relata história de Paulo Jacinto

O

jornalista, professor e escritor José Jair Barbosa Pimentel Victal lança no mercado literário mais uma obra em que narra as memórias de sua adolescência. “No Tempo do Brucutu” é livro que prende o leitor ao fazer uma viagem no tempo, as marcas que ele deixa, mostrando o que fica na memória e o que escapa dela. A obbra reserva ainda espaço para as memórias afins e afetivas do escritor. Autor delicado, reuniu em seu olhar cuidadoso as pequenas coisas de sua terra e de sua gente e as transformou em mote para uma literatura épica, porém atual. O enredo se passa na segunda metade da década de 1960 que foi um reboliço cultural e político no Brasil. O Brucutu relata fatos de cidades provincianas como Maceió, que à época tinha menos de 180 mil habitantes, Viçosa, terra natal do escritor, do povoado Bananal, no mesmo município, e de Paulo Jacinto, onde passava férias em casa de parentes. No livro de memórias, “No Tempo do Brucutu”, o escritor destaca os costumes, a moda, a música, as gírias, a paquera, os programas preferidos, a praia da Avenida (em Maceió) e tantas outras lembranças de um tempo de paz e amor, em que se dividia entre Maceió, Viçosa e Paulo jacinto. O título intriga as novas gerações. O que seria Brucutu? Assim, o autor tratou logo de explicar para que não restasse qualquer dúvida. O termo é uma alusão à música homônima de Roberto Carlos. E vem mais detalhes: brucutu era uma peça que esguichava água do para-brisa do Fusca. Os rapazes retiravam, para que virasse

A

Em meio às suas memórias, Jair Pimentel revela os anos 60 anel, disputadíssimo em meio a turma. Também era brucutu o carro-tanque do Exército que jogava água nos manifestantes contrários à ditadura militar. E foi essa efervescência dos anos 1964/69 que serviu de pano de fundo para que Jair presenteasse seu público com as mais belas memórias de sua adolescência entre a capital e cidadezinhas do interior de Alagoas. Mas o que dizer do sucesso de sua radiola portátil vermelha que fazia sucesso nos “assaltos” da turma ao som da Jovem Guarda, dos Beatles, Rolling Stones, Elvis Presley, entre outros ídolos. Saudosista, Jair lembra da mesada gasta no cinema São Luiz, nos bailes, boates, cigarros e ainda sobrava dinheiro, ou não, para andar na praia, tomar cerveja e gastar com lindas garotas “papo firme”. O escritor teria programado

lançar a obra em 2009, mas “escrever um livro de memórias não é tarefa fácil. É sofrido, dá muito trabalho”. E como pode ter esquecido fatos e nomes de alguém, logo se desculpa: “Fiz o que pude para passar para a posteridade as memórias de minha adolescência, exatamente no período de 1964/69, dividido entre Maceió e as férias em Paulo Jacinto.” No “Brucutu” Jair presenteia o público com termos usados na época como “barra limpa, bicho, brasa morna, o bom, bacana, pão, papo firme e outros que você só vai descobrir ao adquirir o livro. São 89 páginas divididas em capítulos como o de abertura intitulado “Jovem Guarda”. Nele, o escritor explica o significado da expressão, seus representantes e outras peculiaridades. “O fato é que na década de 1960 a Jovem Guarda se transformou num conceito, numa onda que entrava pelo

ouvido e se diluía em gestos, posturas, roupas e gírias”, diz trecho do livro. Em “Viagem de trem”, o escritor recorda a emoção das viagens na infância, das férias na adolescência, onde apreciava a paisagem e paquerava a cada estação. “Não achava cansativo, até porque era uma verdadeira ‘farra’, sempre viajando no vagão-restaurante, com cerveja gelada, a paquera e a chegada, sempre com uma namorada a espera.” Tem ainda histórias inusitadas e pitorescas. Algumas interessantes como “Os bailes da minha vida!”, que foram muitos e em lugares diferentes. Mas o escritor garante que o baile de sua vida foi o da Chita, e que aguardava com ansiedade as férias de julho para passar em Paulo Jacinto e participar do evento. E voltando ao cenário de Maceió tem ainda “Zinga, a primeira boate”, “A praia da moda”, “O primeiro arranha-céu”, “Turma do bairro”, “Meu ginasial”, “Os filmes de minha vida” e “Um hotel de família”.

segunda metade do tempo do “Brucutu” foi dedicada ao município de Paulo Jacinto, que teve como fundador Antônio de Souza Barbosa - tetravô de Jair Pimentel. Nele, descobrimos que “um povoado só surge mesmo quando as terras de algum latifundiário são doadas ao patrimônio da Igreja que ele próprio construiu”. E ainda que o comércio fluía desde 1911, quando foi inaugurada a estação ferroviária. Com a emancipação, e já com o nome Paulo Jacintho (com H), homenagem ao fazendeiro Paulo Jacinto Tenório, que doou as terras à Rede Ferroviária, houve maior avanço na economia. Outro fato interessante relatado no livro é que somente a partir da década de 1950 é que apareceram os primeiros doutores paulo-jacintenses. Depois, vieram advogados, agrônomos, engenheiros, dentistas, professores, jornalistas, economistas, entre outros graduados. Mas o capítulo “As meninas de PJ” merece destaque. Nele, Jair, com propriedade, fala sobre o tema. Viveu com as belas beldades, algumas parentes, outras amigas e até namoradas. Ele afirma que “as meninas de Paulo Jacinto eram lindas, charmosas, andavam sempre ‘na moda’ de minissaia”. Fala do Baile da Chita, que era só animação, da orquestra que abria o baile, da música Rosinha de Proprá, símbolo do baile, na escolha da rainha da chita e da farra que terminava na casa da eleita. Jair não se esqueceu da rapaziada de PJ. E cita vários garotos da época. E lembrou ainda que PJ, com pouco mais de 7 mil habitantes, tem uma história de mais de 180 anos.


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Culpa da velocidade?

O

debate sem fim sobre velocidade em vias urbanas brasileiras continua a gerar controvérsias. O trânsito aqui é perigoso, embora nem ao menos se saiba o número de mortos por ano: 38.000 (Denatran), 45.000 (Ministério da Saúde, que inclui fatalidades até 30 dias após o acidente) ou 60.000 (indenizações pagas pelo seguro DPVAT). Isso engloba acidentes em vias urbanas e rodoviárias. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil está em quarto lugar em número absoluto de fatalidades, pela referência Denatran. Se considerarmos que temos a quinta maior população do mundo, o quadro seria menos preocupante, não fosse a falta de registros confiáveis. O País também não cumprirá o desafio global da Organização das Nações Unidas de reduzir a mortalidade em 50% na década 2011-2020. Alguma melhora ocorrerá. Em parte pela obrigatoriedade de freios ABS e airbags frontais desde 2014, neste caso difícil de quantificar, cuja importância

não se pode ignorar. Estudos feitos no exterior recomendam velocidade máxima de 50 km/h em ambiente urbano e de 30 km/h em zonas de alta concentração de pedestres e ciclistas. Partem do princípio óbvio de quanto menor a velocidade, maior a chance de sobrevivência em caso de atropelamento. Mas também depende do grau de civilidade de cada povo ao respeitar regras e sinalização de trânsito, por exemplo. Vias expressas são desprezadas nesses relatórios porque enfraquecem o argumento do quanto mais devagar melhor. A organização não governamental WRI Brasil apresentou uma classificação de mortos no trânsito por cada 100.000 habitantes em cidades que adotaram o limite de 50 km/h. Na ordem crescente de segurança estão Tóquio (1,7 morto/100.000), Londres (2,7), Paris (3,1), Nova York (3,5), Copenhague (3,9) e Chicago (5,9). O índice varia cerca de impressionantes 250%, apesar de a velocidade ser a mesma. Então essas estatísticas precisam

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

ser bem estudadas e avaliadas com isenção. Deveriam incluir tamanho e perfil da frota (motocicletas e bicicletas, mais vulneráveis) e ainda a média de distância percorrida pelos veículos, fatores que aumentam o risco de acidentes. Entre tantas variáveis envolvidas apenas a velocidade interessa? Soa estranho. No mesmo relatório, de 2013, aparecem cidades brasileiras com limites de 60 km/h ou mais. Porto Alegre e São Paulo estavam quase empatadas com índice de 11,6 e 11,8, respectivamente. Goiânia tem menos de 5% da frota paulistana, porém registra 29,8 mortos/100.000 habitantes ou 150% acima em números aproximados. Nessa

mesma categoria de velocidade de 60 km/h, Miami nos EUA mostra índice de 10 mortos/100.000 habitantes. Velocidade em geral significa fator agravante em acidentes. Contudo, apenas se fixar nesse aspecto também gera distorções. O trânsito pesado é um natural redutor de fluxo. Limites baixos demais desprezam investimentos em vias expressas e impedem o uso pleno de acordo com as finalidades de projeto. Puro desperdício de dinheiro público. Uma visão abrangente exigiria campanhas educativas para pedestres e motoristas, raramente feitas. Afinal, estamos em um país onde há atropelamentos debaixo ou próximo de passarelas. Nada pode ser mais trágico.

RODA VIVA COBALT 2016 ganhou agora estilo agradável, graças aos faróis, grade, lanternas traseiras e tampa do porta-malas. Nada alterado nas laterais, salvo rodas de liga leve. O primeiro, lançado há quatro anos, era um modelo de transição em termos de estilo e envelheceu rapidamente. No interior, apenas retoques e sistema multimídia evoluído em dimensões e operação. SEM mudanças, os motores de 1,4 L e 1,8 L do Cobalt exigem atualização. Potência e

consumo são incompatíveis com o espaço interno bastante generoso e porta-malas de impressionantes 563 litros típicos de sedã compacto encorpado. Estratégia de preço mudou: começa em R$ 52.990 e a nova versão Elite com câmbio automático vai a R$ 67.990. Alvo principal é Honda City. ANFAVEA avalia que as vendas de veículos estagnaram em patamar pouco abaixo de 10.000 unidades diárias, registrado em novembro. Significa queda superior a 33%

em relação aos picos de comercialização de três anos atrás, porém parar de cair já considera um alento. Estoques continuam elevados e teimam em não cair para menos de alarmantes 50 dias. LEGACY e sua derivação crossover Outback receberam mudanças estilísticas de meia geração. Darão fôlego à Subaru nesse momento de queda até para importados. Sedã médio-grande cresceu externamente 4 cm e manteve o bom entre-eixos de 2,75 m. Câmbio automático CVT tem comando

sequencial e três modos de trocas. Preços: R$ 152.900 e R$ 159.900 (Outback). DOIS modelos vindos do México (sem imposto de importação), Cerato e Rio, levam a Kia a prever crescimento de 31% em 2016. No início o Rio, seu principal modelo em termos mundiais, virá da Coreia do Sul e, assim, em volume limitado. A marca reivindica ampliação da cota de 4.800 unidades/ano (das 21.000 totais) sem IPI adicional de 30 p.p.. Foi a mais prejudicada pela regra.


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ARTIGO

LUIZ CARLOS BORGES DA SILVEIRA

Empresário, médico e professor, ex-ministro da Saúde e ex-deputado federal

O eleitor vota mau; o eleito vota pior É fato repetitivo o questionamento sobre a qualidade do voto popular. O eleitor é em geral despreparado politicamente para exercer esse direito cívico. Então, ocorre que vota influenciado por diversos fatores, até por pedido, sugestão ou indicação de amigos e familiares e acaba elegendo um candidato a quem não conhece e nem sabe se presta ou não. Além disso, o voto pode ser determinado pela popularidade do candidato, por suas juras de honestidade e pelas pregações feitas na campanha, o que, eviden-

Quando se critica o Congresso, é a decisão do eleitor que está sendo criticada. Bom ou mau, o Congresso Nacional é a cara do brasileiro que vota. temente, não é prova de competência política e honradez pessoal. A falta de discernimento é tamanha que temos exemplos de políticos corruptos e até condenados por delitos comuns que se afastam, renunciam ao mandato para se livrar da cassação, porém na eleição seguinte se apresentam e são eleitos novamente. O voto de-

veria funcionar também como “julgamento”, mas não é o que acontece. Quando o eleitor faz uma opção equivocada o Congresso passa a refletir os equívocos do cidadão. Quando se critica o Congresso, é a decisão do eleitor que está sendo criticada. Bom ou mau, o Congresso Nacional é a cara do brasileiro que vota. O eleitor é relativamente desculpado pela má escolha que tenha feito, considerando-se a falta de preparo e de participação política. Indesculpável é o procedimento dos eleitos, principalmente nos parlamentos – Câmaras municipais, Assembleias estaduais, Câmara federal e Senado. Tomemos como exemplo mais atual a Câmara dos deputados. Quem é seu presidente? Eduardo Cunha, deputado federal pelo PMDB do Rio de Janeiro. Elegeu-se com inúmeras promessas de vantagens e benesses aos parlamentares sempre ávidos por benefícios pessoais. Entre as propostas, Cunha prometeu tornar as emendas orçamentárias impositivas, tirando do governo o arbítrio e os critérios para liberação, com sério risco para o equilíbrio do orçamento. Prometeu, também, instituir passagens aéreas para as esposas dos deputados, caso típico de pregação eleitoreira e irresponsável à custa do dinheiro público; esta medida não prosperou devido à repercussão negativa na mídia. Hoje, Eduardo Cunha está envolvido na

Operação Lava Jato, assim como alguns de seus ‘eleitores’ e integrantes da Mesa Diretora da Câmara Federal que com ele se elegeram, alguns inclusive com processos no TSE e no STF que só não andam por causa da imunidade parlamentar. Intrigante é o fato de os deputados elegerem alguém que sabidamente não tinha ficha limpa. Eduardo Cunha, em 1989, era obscuro aprendiz de político que se aliou a PC Farias (aquele da era Collor), integrou o PRN e se tornou presidente da Telerj, de onde foi afastado por corrupção; suplente de deputado estadual fez acordo com Anthony Garotinho e assumiu vaga na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para se abrigar na imunidade parlamentar devido a irregularidades na Companhia Estadual de Habitação. Durante a campanha para presidente da Câmara o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem com o currículo de Cunha, desabonador dossiê para qualquer homem público, relatando envolvimento com Collor, Maluf e depois com Garotinho e Sérgio Cabral. A matéria citava diversos cargos públicos ocupados e dos quais Cunha foi afastado por irregularidades. Será que os deputados que apoiaram a candidatura e em Cunha votaram não sabiam de nada disso? Claro que sabiam! Portanto, não tinham responsabilidade moral para elegê-lo, afinal, não existe ‘ex-corrupto’. Os fatos estão aí para mostrar.

Em resumo, ante a constante deterioração da visão e das ações na política mais evidente se torna a urgente necessidade de uma ‘reforma moral’ e isso depende também do eleitor, que não deve ficar alheio, mas sim participar e compreender que política é tudo, ela permeia todas as atividades na sociedade. Pode e deve ser decente. O voto popular é direito antigo, vem do tempo do Brasil imperial. Quando irá o eleitor brasileiro se dar conta da importância de sua participação, de seu voto? A política sempre existiu e continuará existindo; ignorá-la não é solução. Basta relembrar o que disse o dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht no poema Analfabeto Político: “O pior analfabeto é o analfabeto político. / Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. / Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas./ O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. / Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.


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A guerra continua

E a guerra em Arapiraca contra o mosquito da dengue continua. O vice-prefeito Yale Fernandes representou a prefeita Célia Rocha e participou de reunião, na manhã de quarta-feira (9), com o secretário de Saúde, Ubiratan Pedrosa, e todos os outros secretários municipais, para definição das estratégias da força-tarefa que será realizada neste sábado (12), para ampliar o combate ao Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika vírus e febre Chikungunya. O encontro aconteceu na sala de reuniões do Centro Administrativo Municipal e também contou com a presença do presidente da Federação das Associações Comunitárias de Arapiraca (Facomar), Brás Antônio de Farias.

Força-tarefa

Após a realização de dois mutirões em cinco bairros da cidade, agora será a vez da força-tarefa que está sendo montada vistoriar, neste sábado, todos os bairros de Arapiraca. A ação contará com o apoio de 500 agentes comunitários de saúde, 130 agentes de endemias e uma rede de divulgação formada por sete emissoras de rádio da cidade: Novo Nordeste, Nova FM, Imprima FM, Gazeta FM, Programa do Alves Correia, 96 FM, Rádio A voz do povo, A voz de Deus e Pajuçara FM.

Arapiraca

Com informações de Cláudio Roberto: com a presença do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Arapiraca, Hector Martins, advogados e convidados, a Câmara Municipal de Arapiraca realizou na noite desta quarta-feira (9), sessão solene tripla para homenagear três personalidades da sociedade arapiraquense com os títulos de cidadãos honorários de Arapiraca. Everaldo Patriota, advogado, outorgado pelo vereador Ronaldy Vital Rios (Roninho), Thiago Bomfim, homenageado pela professora Graça, e o advogado José Ventura Filho, que foi homenageado com a Comenda Manoel André, outorgada pela vereadora Gilvania Barros.

Unanimidade

A vereadora Aurélia Fernandes parabenizou os homenageados, lembrando que os três projetos de decretos legislativos receberam os votos por unanimidade e que Arapiraca estava em festa em homenagear três importantes pessoas da sociedade arapiraquense que muito têm feito pelos desenvolvimento do município.

Marechal Deodoro

Em negociação na quarta-feira (9), estudantes concordaram em desocupar o campus do Ifal em Marechal Deodoro, após receberem a garantia do pagamento de bolsas e auxílios estudantis que estão atrasados na instituição. Todas as atividades devem ser normalizadas até a próxima segunda-feira (14).

Pagamentos

A reunião de negociação teve a presença de representantes da Reitoria do Ifal e da Direção-Geral do campus em Marechal Deodoro, que tiraram todas as dúvidas dos estudantes sobre o processo dos pagamentos. A diretora-geral do campus, Marília Gois, ressaltou que a greve dos servidores em 2015, associada à posterior falta de repasse financeiro do Ministério da Educação, acabou resultando no atraso dos pagamentos neste semestre. O repasse do MEC só ocorreu na última segunda-feira (7), como foi divulgado em nota pela Reitoria do IFAL.

Sem receber

“Temos casos de alunos que estão há seis meses sem receber e nós sabemos que muitos deles têm a bolsa como única fonte de renda. Temos pressa em resolver este problema e fico feliz que tenhamos chegado a um acordo que permitirá a normalidade do campus e o pagamento aos alunos”, disse a diretora.

Abuso em Delmiro

Com informações de Jota Silva: um comerciante identificado apenas como “Pedrinho” está sendo acusado de abusar sexualmente de uma menina de 10 anos de idade, no povoado Salgado, zona rural de Delmiro Gouveia.

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ABCDO INTERIOR

robertobaiabarros@hotmail.com

A denúncia

O caso foi descoberto na manhã da última segunda-feira (7), depois que o Conselho Tutelar do município recebeu uma denúncia e foi até a residência da vítima, onde ouviu ela e a mãe. As duas relataram para os conselheiros, com detalhes, o que teria sido praticado pelo comerciante, que é dono de um bar no povoado.

Dentro do bar

Segundo a menina, os abusos aconteceram na residência dele, localizada no primeiro andar do prédio onde funciona o bar. A menor relatou que recebeu R$ 10,00 para que ficasse nua e permitisse que ele esfregasse o órgão genital nela. Ela disse também que vinha sendo abusada há cerca de duas semanas e que recebia entre R$ 5,00 e R$ 10,00 para permitir os abusos. Ainda de acordo com a vítima, nunca houve penetração e tudo aconteceu com a permissão dela. O caso foi registrado na Delegacia Regional de Polícia (1ªDRP), sediada na cidade, de onde a menor foi encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca para a realização de um exame de conjunção carnal. O acusado não foi localizado pela polícia.

PELO INTERIOR ... A diretoria executiva da Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA) segue no ritmo das contratações no âmbito de fortalecer o elenco alvinegro para o Campeonato Alagoano de 2016. ... Toda a cúpula do Gigante Arapiraquense tem trabalhado duro para fazer as melhores escolhas e trazer atletas de qualidade e que honrem a camisa do ASA durante todo o estadual. ... Na quarta-feira (9), foram anunciados mais dois reforços que irão compor o time alvinegro em 2016, um na defesa e um na função de volante do Gigante Arapiraquense. ... Experiente e obstinado a ser o xerife do ASA, o zagueiro Ramon vem para somar forças ao lado de André Nunes, Edson Veneno e do recém contratado Aylton Alemão. Seu último clube foi o Macaé do Rio de Janeiro, time que disputou a série B nesta temporada. ... Com passagens pelas equipes do Palmas, Brasiliense, Vila Nova e Gama, o volante Ederson dos Santos chega para ser mais uma opção para o técnico Vica, que já conta com Jorginho e Kessi na posição. ... Aproximando o empresariado do interior do estado às ações da Junta Comercial do Estado de Alagoas (Juceal), foi inaugurada, na manhã desta quarta-feira (9), a segunda unidade do serviço Juceal Express. Após a disponibilização do ponto em Pão de Açúcar, agora Arapiraca também conta com uma unidade do serviço que tem como intu-

ito estabelecer pontos físicos de protocolização empresarial no interior do estado. ... A solenidade de inauguração do serviço no Agreste alagoano aconteceu na Casa do Empreendedor, situada no Centro de Arapiraca. O local foi escolhido para comportar o serviço e servir, ainda, como ponto de acesso a informações referentes aos procedimentos realizados no Portal Facilita Alagoas. ... Durante o evento, o presidente da Juceal, Carlos Araújo, ressaltou que a abertura de um novo ponto do serviço é mais um fator que comprova o trabalho realizado para manter Alagoas como referência no país em relação à desburocratização de negócios. ... “Se o estado vem avançando no registro e na legalização de negócios, isto se deve a todos os parceiros. Alagoas é referência nacional pela contribuição de todos os órgãos envolvidos e o Juceal Express é mais um fruto dessa parceria. Com ele, o trabalho do cliente se torna mais fácil e diminui a distância com a Junta Comercial. Então a classe contábil deve prestigiar o local. O que é oferecido na sede, em Maceió, será realizado aqui também da melhor forma”, destacou. ... Aos amigos e leitores da coluna desejamos um excelente final de semana, cheio de paz e saúde. Quantos aos desafetos que não gostam do que este colunista escreve, desejo os quintos dos infernos para esses babacas. Até a próxima edição. Fui!!!!


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REPÓRTER ECONÔMICO

NO PAÍSdasALAGOAS

TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual

JAIR PIMENTEL jornalista.jairpimentel@gmail.com

Sem dívidas

Mais um ano que termina e, no próximo, novamente você terá que pagar IPTU, IPVA. Mas acredite, ainda tem gente devendo esses impostos de 2015. Se for o seu caso, apresse-se para pagar. Com o décimo terceiro a ser pago aos trabalhadores até o próximo dia 20.

Pague menos

Bola de neve financeira

T

axas incompreensíveis, falta de transparência nos contratos, juros exorbitantes. Sinônimo de praticidade para muita gente e de pesadelo para os superendividados, o cartão de crédito pode se transformar de aliado em vilão em um piscar de olhos. Para usá-lo sem destruir o orçamento, há que ter um mínimo de educação financeira - saber, por exemplo, o quê e o quanto se paga por ele. E, além disso, ter muita disciplina. Afinal, não é porque comprou com o “dinheiro de plástico” que a conta não chegará. Ela não somente virá, como também poderá colocar suas finanças em apuros. Só um exemplo: se você recebe uma fatura de R$ 1 mil e só paga R$ 200, em um ano o saldo devedor saltará de R$ 800 para R$ 6 mil. Um impacto brutal para o consumidor que já enfrenta um período de incertezas na economia. A grande questão é por que os brasileiros ainda usam tanto o cartão de crédito? Simples: porque, quando bem usado, facilita a vida do consuidor. Mas é difícil não se perder em meio a tantas letras miúdas dos contratos e taxas abusivas e ainda à falta de clareza sobre juros e cobranças. Para evitar os abusos das operadoras desses cartões, identifique na fatura os juros do crédito rotativo e informe ao Procon se você tiver recebido cobranças indevidas e tarifas não permitidas ou se foi lesado de alguma forma. Lembro que cartão de crédito é igual a dinheiro em espécie. Não aceite acréscimo na conta se optar pelo pagamento à vista com cartão.

Ao abrir uma conta corrente, é bem provável que o gerente ofereça um pacote de serviços bancários. Ao contratar um desses pacotes, você paga um valor mensal e tem direito a utilizar um número predeterminado de serviços. Mas, se o número de serviços que você tem direito de usar é ultrapassado, então é preciso pagar uma tarifa excedente. O que muitos não sabem, contudo, é que não existe obrigação de contratar um pacote ao abrir uma conta e que alguns serviços devem ser obrigatoriamente disponibilizados para o consumidor que possui conta corrente sem que haja qualquer cobrança.

Os serviços

São esses os serviços grátis: fornecimento de cartão de débito e de segunda via; fornecimento de dez folhas de cheques por mês e sua compensação; realização de até quatro saques por mês; fornecimento de até dois extratos; realização de consultas mediante utilização da Internet; duas transferências de recursos entre contas na própria instituição por mês. mas quando não existiam tantas facilidades como hoje, de se viajar ao exterior, comprar produtos importados. Minha dica para quem tem reserva financeira: viaje pelo Brasil e só compre produtos nacionais.

Gervásio não aceita ‘‘voltinha’’

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casa de shows Buganvilia, em Maceió, já foi palco de grandes espetáculos com a presença de figuras ilustres tais como o ex-deputado Gervásio Raimundo, pecuarista Zé Durval, comendador Aurino Vieira, engenheiro Ivens Peixoto, dentre tantos outros. Ex-deputado Gervásio, por sinal bastante assíduo, sempre acompa-nhado por suas cortesãs: jovens, bonitas e elegantes, de cair água da boca. Certo dia, seu amigo e ex-deputado Marçal Fortes, bem mais jovem e ainda solteiro, apareceu e lhe fez companhia. Chamou a atenção de Marçal a mais bonita das moças que o acompanhavam. Gervásio, inclusive, bancava tudo do bom e do melhor para o seu séquito. Não sabia, Marçal Fortes, que a moça que lhe impressionou era não só a preferida, mas também a que causava bastante ciúmes em seu colega de parlamento. Gervásio foi dançar. Marçal não tirava o olho da jovem. Não contendo a ansiedade, fez a abordagem: - Gervásio, meu amigo, pode me dar o prazer de uma voltinha? Curvou-se, levemente, fazendo pose de um cortês cavalheiro diante da dama. Gervásio, já desconfiado, de orelha em pé, com os olhares fuzilantes e insinuantes de Fortes, respondeu na lata e ironicamente: -Aqui não é biciqueta, não! Gervásio parou a dança e sugeriu: - Se você quiser dar uma voltinha, menino Marçal, vá lá no comércio e compre uma biciqueta. Fortes não esperava aquela reação e tentou atenuar: - Mas, Gervásio, nós somos amigos! - A nossa amizade fica só lá na Assembleia, viu! Retomou nos braços sua amada e foi encerrando: - Vá passando, menino Marçal, vá passando! A amizade dos dois migrou para o polo norte.


MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE

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MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE DEZEMBRO DE 2015


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