Edicao853

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ALAGOAS

PARAÍSO DAS BELEZAS NATURAIS, NOSSO CARIBE P/ 31

ECONOMIA O jornal EXTRA volta a circular dia 8 de janeiro

LUXOS ACESSÍVEIS, CUIDADOS PESSOAIS E SERVIÇOS COMPARTILHADOS SÃO AS TENDÊNCIAS PARA 2016 P/ 15

extra

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVII - Nº 853 - 24 DE DEZEMBRO A 07 DE JANEIRO DE 2016

www.novoextra.com.br

R 3,00

NEPOTISMO MINADOR É COMANDAD0 POR FILHA, GENROS E SOBRINHOS DA PREFEITA SOCORRO FERRO P/ 16 e 17

MP DENUNCIA 14 PREFEITOS

POR IMPROBIDADE

Rombo nos cofres públicos passa de R$ 300 milhões Inhapi faz concurso sem licitação e empresa pede anulação do certame Prefeito Zé Cícero

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A novela Dilma e Eduardo Cunha promete emoções para todos em 2016

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MACEIÓ, ALAGOAS - 24 DE DEZEMBRO A 07 DE JANEIRO DE 2016

A foto da discórdia

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deputado Antônio Albuquerque nunca deu muita importância às reportagens sobre os despautérios que marcam sua vida no mundo político e policial. Toninho Malvadeza, como é mais conhecido no submundo da política, só fica bravo quando os jornais publicam uma foto sua, algemado, durante a Operação Taturana. Segundo seus amigos – se é que os tem – a foto marca dois momentos na vida do deputado: um bom e um ruim. Ela lembra uma viagem que AA fez ao exterior, quando comprou o casaco de luxo que usava no dia da prisão, pela PF. O jornal que ousar publicar a famigerada fotografia é processado por danos morais e seus dirigentes ameaçados pelo deputado de Limoeiro de Anadia.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Traidor do ano

O deputado Cícero Almeida pode não ser um fenômeno de votos como andava apregoando, mas com certeza terá o título de traidor do ano. Ele traiu desde Geraldo Sampaio, passando por João Lyra e agora o PRTB, onde seu presidente Levy Fidelix quer tomar o seu mandato por infidelidade partidária. Ah, também traiu o senador Benedito de Lira, que, como deputado federal, viabilizou sua administração ao garantir recursos para a construção de milhares de casas destinadas à população mais pobre de Maceió.

Prefeito “vapt vupt”

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- Comerciantes de bebidas e fogos de artifício de Japaratinga estão no prejuízo com mais um calote do prefeito afastado Newberto Neves, acusado de corrupção, fraude em licitação e desvio de mais de R$ 2,5 milhões dos cofres públicos. Afastado do cargo desde 9 de outubro por decisão judicial, ele vem tentando de todas as formas retornar ao cargo e, na última investida, por pouco não ludibriou o desembargador Tutmés Airan, do Tribunal de Justiça. No dia 17 deste mês ele entrou com recurso que foi distribuído a Tutmés, mas omitiu que já havia outro recurso, com o mesmo fim - o de retornar ao cargo – sendo analisado pelo desembargador Pedro Mendonça.

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- Induzido a erro, o desembargador Tutmés Airan concedeu uma liminar que chegou a ser publicada no Diário Eletrônico da Justiça reconduzindo Newberto Neves ao cargo e este, junto com vereadores e secretários cúmplices de sua roubalheira , começaram a soltar fogos e caíram na bebedeira . A Câmara de Vereadores, presidida por Júnior Braz, marcou sessão extraordinária para dar posse ao prefeito afastado, mas no momento em que ela ocorria, o desembargador Tutmés Airan descobriu o equívoco e de ofício revogou a própria decisão, mandando que os autos fossem encaminhados para o desembarghador Pedro Mendonça.

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- Com esta decisão, o prefeito afastado por corrupção não chegou nem a reassumir; foi afastado de novo e a grande festa dos envolvidos se transformou numa grande chacota na cidade de Japaratinga e redes sociais. Newberto agora é conhecido como o prefeito “watsapp” pela velocidade com que entrou e saiu. E ficou o prejuízo do fiado que deixou na cidade com os fogos e as bebidas que o Município terá de arcar.

Niver da Meg Em Minador do Negrão, terra conhecida pela rivalidade política – e de sangue – dentro da família Ferro, se transformou em rebuliço nas ruas da cidade a informação de que a filha da prefeita Socorro Cardoso Ferro, que é sua chefe de gabinete, Nadja Cardoso Ferro Lemos, gastou R$ 3 mil para comemorar o aniversário de 1 ano da cadelinha Meg. Esposa do secretário de Finanças, Pedro Porangaba Lemos, Nadja postou em seu perfil do Instagram as fotos comemorativas e explicou aos amigos que a filha Cecília fez questão da festa. O que todos se perguntam é como, em tempos de crise alardeada nas cidades do interior, alguém pode se dar ao luxo de gastar R$ 3 mil para bancar festa para uma cadela – mesmo que de grande estimação – enquanto falta de tudo na cidade. Opositores da prefeita agora querem saber: de onde saiu o dinheiro para bancar o niver da Meg? E mais: há quem esteja disposto a acionar o MP em busca da resposta.

Caloteiros

Os usineiros de Alagoas deverão receber empréstimo externo de R$ 1 bilhão com aval do Fundo de Garantia à Exportação. Em reunião com o setor, o governador Renan Filho pediu às usinas que priorizem o pagamento dos fornecedores de cana, que estão à beira da falência, muito deles sem receber há três safras.

Mister Tenório

A Usina Triunfo está em regime de recuperação judicial - antiga concordata – mas ainda não indenizou os 5 mil trabalhadores que perderam o emprego este ano, quando a indústria fechou as portas com um passivo que deve passar de R$ 1 bilhão. Enquanto isso, o usineiro Givago Tenório trocou a cidade de Boca da Mata por Miami e o irmão João Tenório praticamente passou a viver em Londres, onde estuda inglês em tempo integral com a intenção de se tornar cidadão inglês. Após acumular fortunas explorando o solo e o povo de Alagoas, os Tenório querem distância da terra arrasada e de seus miseráveis habitantes.

Roubo da merenda

Pouca gente se lembra, mas o escândalo da merenda escolar, de 2007, que caiu no colo do desembargador Washington Luiz, também envolve o hoje deputado federal Cícero Almeida, então prefeito de Maceió. Almeida também é réu no processo da chamada máfia do lixo, que lesou os cofres do município em muitos milhões de reais, segundo o Ministério Público. O deputado tem foro especial e por isso os processos aguardam julgamento no STF, hoje ocupado com outra quadrilha, a que assaltou a Petrobras e demais estatais brasileiras.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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MACEIÓ, ALAGOAS - 24 DE DEZEMBRO A 07 DE JANEIRO DE 2016

JORGE OLIVEIRA

Dilma, a marionete do Lula Maceió - A palavra da Dilma não vale um tostão furado. Como o país pode acreditar numa presidente que não tem convicção no que diz? Mente cinicamente para a população todas as vezes que é questionada sobre o seu governo e a sua equipe. Não faz muito tempo, pressionada por Lula, disse que não mexeria no Joaquim Levy, seu ministro da Fazenda. Levou um puxão de orelha do chefe e mudou de ideia. Agora, o ministro da Fazenda é Nelson Barbosa, um cara da cozinha do Instituto Lula. Com essa mudança, o ex-presidente ocupa todos os espaços do governo. Mudou o gabinete dela, expurgando de lá o Aloizio Mercadante e a sua turma, e vai ditar a regra da política econômica. Infelizmente, estamos diante de uma presidente de papel, sem personalidade e autoridade que, ao primeiro sinal de que vai magoar seu antecessor, muda as regras do jogo para não contrariá-lo. Trata-se de uma marionete, manipulada por Lula e sua equipe que agora, sim, assume de vez o país. Se alguém tinha dúvidas de que a Dilma ainda mandava em alguma coisa, a saída de Levy mostra que estamos em um país à deriva a procura de um timoneiro competente que encontre o caminho de volta ao porto seguro. Disse aqui – e repito – que o Lula conspirou contra a Dilma quando ela se rebelou em trocar o ministro da Fazenda. Foi dele a ideia de acionar o Rui Falcão, presidente do PT, para que os três deputados do Norte votassem a favor do processo de Eduardo Cunha na Comissão de Ética, quebrando o acordo que ele mesmo havia feito para proteger o presidente da Câmara e evitar a abertura do impeachment. E mais: mandou que o Falcão, seu fiel escudeiro, o mais fundamentalista de todos os militantes, não prestasse solidariedade ao senador Delcídio do Amaral, líder do governo, entregando-o às baratas. Afinal de contas, pensou, Amaral era “coisa” da Dilma, portanto, ela que resolvesse o problema. Agora, com a saída de Levy, Lula vai tentar reorganizar o país que ele começou a destroçar, quando escalou Guido Mantega para administrar a economia nos dois governos petistas. Mantega, refém da sua própria incompetência, que não pode sair de casa com medo dos insultos e de apanhar de alguns mais exaltados na rua, foi o condutor mais primário da economia brasileira.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Aluno

Não se engane, Nelson Barbosa, que conviveu ao lado de Levy conspirando para tirá-lo do cargo, é um aluno aplicado do Instituto Lula, de onde, de fato, o ex-presidente comanda o país. Chega ao ministério para atender as demandas do Lula e da cúpula do PT. Se alguém acredita que ele será o salvador da pátria pode tirar o cavalinho da chuva. O desastre da economia será ainda pior, porque suas credenciais não são tão valorizadas no mercado internacional como as de Levy. É só esperar pra ver.

Comprometido

Se depender, porém, de um empurrãozinho de Lula, ele permanecerá mais tempo no poder. Afinal de contas, Barbosa goza da intimidade do ex-presidente desde que esteve à frente das finanças do comitê da reeleição do padrinho em 2006.

Desarrumação

O PMDB, o maior partido do país, nunca revelou com tanta volúpia suas vísceras como agora. O embate entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o vice-presidente da República, Michel Temer, só incentiva o Planalto a botar mais lenha na fogueira e promover a cizânia dentro do partido, arma letal para dividir a agremiação sobre o impeachment da presidente. Além disso, Leonardo Picciani, destituído da liderança do partido, voltou ao cargo no lugar de outro Leonardo, o Quintão, de Minas Gerais. No meio dessa confusão está evidentemente a disputa pelo poder, num evidente desalinhamento de pensamento entre os principais caciques do partido. O governo, acéfalo, assiste a briga de camarote.

Os cacos

Renan, que ainda tenta emendar os cacos quebrados desse governo, acusa Temer de manipular o partido. Parte também para comentários jocosos quando repete a frase de ACM de que o vice parece “mordomo de filme de terror”, absorvendo para si a maledicência do ex-senador da Bahia para desqualificar o companheiro de partido. Já Temer erra quando acusa Renan de “coronel”. O termo é preconceituoso e revelador de um flagrante apartheid social e político entre o Sul e o Nordeste, muito feio para quem quer governar o Brasil.

Projetos Lobista

Durante o tempo que passou à frente do Ministério da Fazenda obedeceu cegamente às ordens de Lula que entende tão bem de economia como de fissão nuclear. Tornou-se o maior lobista da indústria automobilística e adotou a política de incentivar o consumo para gerar emprego e movimentar a indústria por iniciativa do seu chefe. Resultado: quebrou o país que voltou ao patamar dos juros altos para frear o consumo e provocou a disparada da inflação. Hoje, a população inadimplente não só vive no sacrifício como amarga o desemprego. Por isso, o ministro está trancafiado dentro de casa com medo de levar uma surra quando bota a cabeça de fora.

Tanto Renan como Temer já apresentaram projetos para o país (Agenda Brasil e Uma Ponte para o Futuro do Brasil). Nota-se, porém, na discussão dos dois, um desarranjo de ideias para quem habita o mesmo partido. Quando Renan diz que Temer serviu aos interesses fisiológicos de uma banda do partido transformando- se em RH do Planalto na função informal de articulador político, acerta nas críticas. Como é sabido, ele alertou o vice desde o início para esse risco. Quando fala da carta pífia, sem valor histórico político, enviada a presidente, também condena a perfumaria de Temer em um momento político tão grave do país.

Divergências

Mas o presidente do Senado erra quando expõe em público as divergências do partido e as suas contradições de ideias que bem poderiam ser harmonizadas em um diálogo franco entre os dois, como é praxe na política. O problema maior é que o PMDB não sabe ser oposição desde que acabou a ditadura militar. Do Sarney pra cá sempre esteve agarrado às tetas do governo.

Governabilidade

Há, hoje, dois caminhos entre Temer e Renan. O primeiro quer chegar ao poder com o afastamento da Dilma, depois de criticar a governabilidade e, por carta, romper com a presidente. Defende o impeachment como um ato constitucional e legítimo.O outro, mantém-se na aliança com o governo como uma espécie do último guarda pretoriano em defesa de um palácio que se desmorona a olho nu. Quer – e o STF já decidiu – que o Senado decida sozinho o destino da presidente.

Bafafá

E esse nódulo no núcleo do partido está caminhando para um câncer, com o risco de metástase, caso não apareça um cirurgião qualificado para extirpar esse tumor maligno que contamina os peemedebistas. E o caroço, como se sabe, apareceu primeiro dentro do Palácio do Planalto, que acirra todo esse bafafá entre os políticos do PMDB para desviar a atenção do desastre econômico e social do país.

De camarote

Faz parte do Palácio do Planalto tumultuar o processo para mostrar ao Brasil que o PMDB não tem unidade. E, portanto, menos ainda equilíbrio para administrar o país. Exemplo disso é o que aconteceu com a mudança da liderança na Câmara. A cúpula do governo exigiu que os peemedebistas que ocupam os ministérios pressionassem seus deputados na base para mudar de voto. Deu certo. Muitos do que assinaram a lista para expurgar o Picciani agora deram marcha a ré. Ele voltou à liderança, mas, no recesso, vai virar figura decorativa porque em fevereiro haverá eleição para eleger o novo líder. Senhores e senhores, por favor, continuem fazendo suas apostas nesse cassino chamado Brasil.

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GABRIEL MOUSINHO

Um novo Brasil

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o final do ano, embora a população não tenha muito que comemorar, pelo menos o Judiciário está fazendo a sua parte, coisa nunca vista até hoje. Quem imaginaria que donos das maiores construtoras do país fossem parar na cadeia? Quem imaginaria que o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral fosse preso? Quem imaginaria que figurões da República seria investigados por assaltos aos cofres públicos e a presidente Dilma Rousseff viesse a sofrer um processo de impeachment? Que os presidentes do Senado e da Câmara fossem investigados? O Brasil, com certeza, vive outros momentos. Parece que está seguindo os passos de outras sólidas democracias, investigando denúncias de altos roubos como na Petrobras, a maior estatal do país, e caminhando para colocar mais gente na cadeia. Embora alguns vícios continuem, a Polícia Federal nunca trabalhou tanto na sua vida e parece que vai trabalhar ainda mais nesse ano que se aproxima. Uma limpeza geral em executivos e políticos corruptos era mesmo necessária no país. A impunidade sempre prevaleceu, mas parece que agora a Justiça acordou. As decisões do juiz Sérgio Moro, que toma conta da Operação Lava Jato, são um reflexo de que nem tudo está perdido no Brasil. E a população quer mais. Mais gente na cadeia, mais gente perdendo o mandato, mais gente devolvendo aquilo que roubou, meu, seu, nosso. Que o Ano Novo venha a ser de esperança para o povo brasileiro, com melhor atenção dos governantes para as áreas de saúde, educação e segurança pública. E que a punição a todos esses que assaltaram o país sirva de exemplo para os homens públicos. Afinal de contas, a Justiça foi feita para todos.

Altos voos

Renan Filho não é fraco, não. Quando esteve em São Paulo na semana passada, discutiu com o governador Geraldo Alckmin grandes alternativas para o Brasil vencer a crise. Ele só pensa naquilo.

Ano de oba-oba

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Na prática, a não ser muita falação, o governador de Alagoas, Renan Filho, não fez praticamente nada em 2015, a não ser inaugurar algumas obras iniciadas na gestão de Téo Vilela, a exemplo da Portobello, em Marechal Deodoro. Na área social foi um zero à esquerda e na Secretaria de Obras, Mosart Amaral ainda não disse pra que veio. Para quem poderia ser o candidato a prefeito de Maceió pelo PMDB, é melhor esquecer o projeto.

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A farta propaganda do governo na mídia não representa, verdadeiramente, o que o governo fez, além de mais impostos empurrados goela abaixo dos alagoanos, com exceção da segurança pública que tem alcançado níveis razoáveis, graças ao esforço do secretário Alfredo Gaspar de Mendonça. No mais, obaoba de corte em cargos comissionados como se isso resolvesse o problema do Estado. O governo vive de marketing e Renan Filho mergulha de corpo e alma porque pensa um dia chegar à Presidência da República.

gabrielmousinho@bol.com.br

Temer é a bola da vez

Deixando de atuar debaixo dos panos, o senador Renan Calheiros agora luta publicamente para derrubar o vice Michel Temer do comando do PMDB. Ligadíssimo à presidente Dilma Rousseff, de quem se estranhou no primeiro semestre deste ano, Renan joga duro para atravessar os momentos de dificuldades ocorridos este ano.

Recorde na habitação

A Prefeitura de Maceió fecha o ano com a construção de mais de 10 mil casas populares. Esse recorde deve-se ao trabalho do senador Benedito de Lira, do prefeito Rui Palmeira e da eficiênca do secretário da pasta, Mac Lira. Em 2016 está prevista a entrega de mais 6 mil unidades habitacio-nais em diversos bairros da capital.

O Brasil aguenta

A doação de dinheiro roubado da Petrobras para campanhas políticas no Brasil, e particularmente em Alagoas, ainda vai dar muito que falar. A onda agora é para o Fundo de Pensão Postalis, dos Correios, onde meteram a mão sem dó e piedade em 185 milhões de reais.

Perguntar não ofende

Afora a segurança pública, o que realmente funciona no Estado de Alagoas?

Dois pesos?

O procurador geral da República, Rodrigo Janot, escolheu bater sem piedade no presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Ao pedir o afastamento dele do cargo, Janot chamou, em duas oportunidades na sua petição, Cunha de delinquente. Mas não fez o mesmo com deputados e senadores que estão envolvidos até o gogó na Operação Lava Jato.

Infidelidade partidária

Os deputados Cícero Almeida, federal, e Galba Novaes, estadual, ainda terão muitas dores de cabeça com a transferência para outros partidos. As agremiações querem buscar na Justiça o mandato dos dois, uma vez que ainda não havia uma decisão do TSE sobre a migração de um partido para outro. No próximo ano muita coisa ainda pode acontecer.

Acreditando

O deputado Cícero Almeida ainda não digeriu o fracasso nas urnas – ele estimava mais de 130 mil votos somente na capital -, mas persegue seu objetivo de disputar a Prefeitura de Maceió. Até agora, entretanto, não se vê um grupo formado em torno dele, embora tenha trabalhado muito nas duas vezes em que foi prefeito de Maceió. Almeida sabe, entretanto, que sem apoio de partidos é difícil chegar lá.

Adeus reajuste

O governo de Alagoas já plantou discretamente na mídia que 2016 será o ano de mais aperto. E já sinalizou que reajuste salarial será como pé de cobra, quem vê, morre. Os servidores estaduais já devem ir se acostumando que o próximo ano será como a seca no sertão. Sem jeito.

Tô fora

O governador Renan Filho tem se esquivado com maestria quando o assunto é sobre a Operação Catilinárias, da Lava Jato. Ele entende que panela que muito mexe ou a comida fica salgada ou insossa.

Falta de solidariedade

Ninguém ouviu nenhum manifesto do PMDB nem tampouco dos seus dirigentes sobre a invasão na residência do competente médico José Wanderley Neto. Nem do próprio senador Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional. Wanderley merecia um desagravo, tanto pela sua militância no partido, como pela sua decência, honorabilidade e honradez.

Ninguém segura

Não tem mais quem segure as operações da Polícia Federal sobre os assaltos aos cofres públicos depois da prisão de Delcídio do Amaral. A porta ficou aberta e outros figurões da República podem ter o mesmo destino do senador.

Os conchavos no fim de ano

No final do ano e no próximo mês de janeiro, os conchavos políticos estarão no grau máximo visando as eleições do próximo ano. É conversa fiada à história de que só se trata de eleições em 2016. As conversas estão muito adiantadas, principalmente na cidade de Maceió.


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Prefeitos deixam rombo milionário nos cofres públicos

IMPROBIDADE ALGUNS PRETENDEM SE CANDIDATAR À REELEIÇÃO EM 2016, OUTROS PROMETEM ENCERRAR A CARREIRA POLÍTICA DEVIDO À PERSEGUIÇÃO DE GRUPOS ADVERSÁRIOS VALDETE CALHEIROS Especial para o EXTRA

M

ais de 80% das prefeituras de Alagoas são investigadas pelo Ministério Público Estadual (MPE) por atos de improbidade administrativa praticados por seus prefeitos, secretários municipais, ex-prefeitos, demais gestores e representantes das empresas prestadoras de serviços que atuam nesses municípios. Os prejuízos aos cofres públicos são, incalculáveis, de acordo com o procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá. “Estamos falando de malversação de dinheiro público, ato ilícito que prejudica a sociedade de forma direta e indireta por longos anos, mesmo depois que acaba o mandato do mau gestor”. No mapa da corrupção no Estado, algumas cidades são reincidentes e já são consideradas endêmicas pela instituuição. Se as próximas eleições municipais a serem realizadas em 2016 vão mudar o quadro? Vão. Para pior! O prognóstico foi feito pelo próprio chefe do MPE que explica: “A pressão para o desvio de dinheiro público às vésperas das eleições aumenta vertiginosamente. Se o prefeito ou o secretário não agir por conta própria, o grupo político ao qual ele pertence cobra dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. A corrupção em Alagoas não tem partido. Ela é avassaladora e vai aumentar estratosfericamente nos próximos meses. Assim como o acompanhamento do MPE com os destinos do dinheiro público”, vaticinou.

Somente este ano, a Justiça acatou o pedido de afastamento do cargo dos prefeitos de Japaratinga, Newberto Ronald Lima das Neves (PRP); Rio Largo, Antônio Lins de Souza Filho (PSB); São Luiz do Quitunde,Eraldo Pedro (PMDB); Tanque d´Arca, Roney Valença (PMDB); União dos Palmares, Carlos Alberto Borba de Barros Baía (PSD); e Viçosa, Flaubert Torres Filho (PPL). Todos os pedidos de afastamento foram impetrados pelo Ministério Público Estadual que ajuizou ação civil pública de responsabilidade por atos de improbidade administrativa em desfavor de cada um desses gestores. Outros pedidos de afastamento de prefeitos – pelos mesmos motivos – estão sendo apre-

ciados pela Justiça. É o caso dos municípios de Monteirópolis, Elmo Antonio Medeiros (PMDB); Passo do Camaragibe, Márcia Coutinho Nogueira de Albuquerque (PMDB); Paulo Jacinto, Ivanildo Pereira do Nascimento (PTB); Penedo, ex -prefeito Israel Saldanha Ramires Neto (DEM); Piranhas, Dante Alighieri Salatiel de Alencar Bezerra de Menezes (PDT), que renunciou ao cargo; e São Sebastião, Charles Nunes Regueira (PP). Alguns destes nomes vão pode ser candidatar à reeleição em 2016, outros prometem encerrar sua carreira política por estarem “sofrendo perseguição de grupos políticos adversários ou da Justiça” e ainda há os que mal sentaram à cadeira de prefeito e já estão com quilos de

Vale lembrar que o prefeito não age sozinho; é uma rede emaranhada que envolve secretários, ex-prefeitos, ex-secretários, e empresários. A população tem nos ajudado muito a combater qualquer prática que vá de encontro aos interesses gerais do povo” JOSÉ CARLOS CASTRO Promotor do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público (NDPP)

processos judiciais às costas. O promotor do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público (NDPP), José Carlos Castro, explica que os recursos mais desejados pelos maus gestores públicos são os repassados para as secretarias de Saúde e Educação, compra de merenda escolar, pagamento de transporte, combustível, licitações, execução de obras e serviços, uso de notas fiscais falsas para justificar despesas inexistentes, contratação de funcionários e recursos do Fundeb, entre outros programas. “Vale lembrar que o prefeito não age sozinho; é uma rede emaranhada que envolve secretários, ex-prefeitos, ex-secretários, empresários. Contra essa prática, temos a favor a insatisfação da sociedade. A população tem nos ajudado muito a combater qualquer prática que vá de encontro aos interesses gerais do povo”, avalia o promotor, que destacou o empenho de cada promotoria em atuar em todos os municípios alagoanos. Entre as cidades consideradas emblemáticas estão Rio Largo, Maragogi, Matriz do Camaragibe, Porto Calvo, São Luiz do Quitunde e Viçosa. Apesar das estatísticas, o procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, afirmou que político não é sinônimo de corrupto. Os corruptos não são regra, são exceção. “Por isso, uni-vos Justiça alagoana contra a corrupção, doença infectante e contagiante que tende a destruir nosso Estado”, filosofou.


MACEIÓ, ALAGOAS - 24 DE DEZEMBRO A 07 DE JANEIRO DE 2016

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PREFEITOS DENUNCIADOS ÀS VÉSPERAS DO ANO ELEITORAL, CONFIRA A RETROSPECTIVA DAS IRREGULARIDADES DETECTADAS PELO MP EM 14 MUNICÍPIOS ALAGOANOS ONDE O ROMBO PASSA DOS R$ 300 MILHÕES Rio Largo

O

prefeito Antônio Lins de Souza Filho (PSB), mais conhecido como Toninho Lins, de Rio Largo, afastado do cargo, merece um capítulo à parte na repetida, cansativa e não mais tão impune ficha corrida de políticos que fazem da malversação de recursos públicos uma prática corriqueira. O gestor acumula uma mácula em seu currículo político. A última dá conta de um desvio na ordem de R$ 53 milhões. Objeto de estudo sobre a velocidade e a efetividade da Justiça brasileira, Toninho Lins mais recentemente foi alvo do Ministério Público Federal em Alagoas que propôs, no dia 21 de outubro último, Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa. É que na contramão da crise que serviu de desculpa para a falta de investimentos em praticamente todas as prefeituras alagoanas durante este ano, Toninho Lins chegou a fazer um São João fora de época, em maio, ao custo de R$ 2 milhões, com recursos do Ministério do Turismo, sendo que as despesas não foram

comprovadas. Alvo de sete ações penais, ele é um dos mais assíduos nas estatísticas de investigações do Ministério Público Estadual e dos demais órgãos que acompanham os destinos dos recursos públicos para que não cheguem em bolsos alheios. Na página oficial da prefeitura do município da região metropolitana da capital, ele ainda figurava como chefe do Poder Executivo em evento realizado no dia 16 de novembro. Três dias depois, foi afastado do cargo. Dia 27, também de novembro, o site já mostrava Maria Eliza Alves da Silva (PRP) como prefeita. Maria Eliza é vice de Toninho e está no exercício do mandato. Segundo o MPE, ela também é alvo de investigação por conta de irregularidades em mandatos anteriores. Ela comandou a Prefeitura de Rio Largo no período de 1997 a 2004. A prefeita em exercício é acusada de nomear, à época, servidores sem concurso público, realizar compras com empresas fantasmas a partir de notas fiscais frias, efetuar serviços superfaturados, habilitar em licitação e posteriormente contratar empresa sem

registro junto à entidade profissional competente, além de contratar empresas inidôneas, utilizar servidores públicos em obras pagas a empresas privadas, elaborar contratos de locação sem especificação de seus fins e ilicitude na folha de pagamento de servidores comissionados. Em seu perfil, em uma rede social, o advogado de Toninho Lins, Adriano Soares da Costa, publicou, no último dia 30 de novembro, o que vem a ser mais um capítulo da novela em que se transformou a dança das cadeiras na Prefeitura de Rio Largo. De acordo com ele, a vice-prefeita de Rio Largo, exercendo as funções de prefeita, ingressou com uma ação civil pública – em nome do município – contra o prefeito afastado temporariamente, pedindo que ele seja afastado mais uma vez. “Quem seria a beneficiária dessa ação proposta? A própria vice-prefeita. Ou seja, em resumo: a vice-prefeita entrou com uma ação em nome do município para afastar o prefeito e ela, a vice, assumir a prefeitura...bem, dado que a ação proposta quebra o princípio da impessoalidade e decorre de evidente desvio e abuso de poder, o prefeito irá representá-la perante o Ministério Público por improbidade administrativa por violação de princípios jurídicos como a moralidade e a impessoalidade. Parece piada, mas é só o ridículo a que chegamos...”. É ao que tudo indica, a briga em Rio Largo parece que ainda rende muitas fatias de pizza. Toninho Lins não pode mais concorrer à prefeitura. Está em seu segundo mandato consecutivo. Maria Elisa pode, se assim desejar. São atribuídas a Toninho Lins irregularidades na contratação e prestação do serviço de transporte escolar pela empresa Veleiro Transporte e Turismo

LTDA, ilicitudes no recolhimento de contribuições previdenciárias e ausência de execução dos objetos de convênios firmados com o Ministério do Turismo (Festival Natalino) e (Trem do Forró). Uma verdadeira festa pelo menos para o prefeito Toninho Lins. Além dele, mais sete pessoas (físicas e jurídicas) tiveram atribuídas para si a ocorrência de irregularidades, cujos prejuízos ao erário federal, somados às multas a serem aplicadas, resultaram em importância superior a R$53.000.000,00 (cinquenta e três milhões de reais). Desde o início de sua gestão, a prestação do serviço de transporte escolar acumula uma série de irregularidades, algumas das quais já foram inclusive noticiadas pela imprensa nacional. Com base nos fatos, o Ministério Público Federal pediu, como medidas cautelares, o afastamento provisório do prefeito de Rio Largo, o bloqueio dos bens dos demandados (para assegurar o ressarcimento ao erário), o depósito em juízo do sobrepreço verificado no contrato firmado com a Veleiro e a determinação para que sejam utilizados veículos escolares com menos de sete anos de uso (tal como está previsto no contrato). Mais recentemente, ele teve seus bens, rendas e contas bloqueados por determinação do juiz da 2ª Vara de Rio Largo, Alexandre Machado. Toninho Lins é acusado de ter aberto crédito suplementar e de remanejamento/ transposição/transferência de recursos de uma categoria de programa para outra sem autorização da Câmara de Vereadores através do Decreto nº 17, de 20 de outubro de 2015, com efeitos retroativos a 1º de junho de 2015. De acordo com o processo 070136709.2015.8.02.0051, os atos do prefeito afastado teriam causado um prejuízo de R$ 128 milhões aos cofres públicos.


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PREFEITOS DENUNCIADOS Japaratinga

Tanque d´Arca

m outubro, uma varredura foi feita E no município de Japaratinga, região Norte do Estado. Uma operação de bus-

São Luiz do Quitunde

nfelizmente Alagoas não é apenas conIbelezas hecida no cenário nacional pelas suas naturais. Há muito, os prefeitos

comprometidos com a corrupção recheiam os noticiários nacionais e expõem o estado a uma situação vexatória. No início do mês passado, no programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, as cidades alagoanas de Tanque d’Arca e São Luiz do Quitunde, tiveram as respectivas más gestões expostas em rede nacional. Tanque d`Arca conseguiu a proeza de ter três prefeitos em um mês. E São Luiz do Quitunde, que já deu a Alagoas três governadores - Silvestre Péricles, Lamenha Filho e Divaldo Suruagy -, conta agora com o prefeito afastado Eraldo Pedro (PMDB) que já foi retirado do cargo pela Justiça quatro vezes. Quem responde pelo município atualmente é Gilson de Lima Neto (DEM), que pode se candidatar a prefeito no ano que vem. Desde que assumiu a gestão do município em 2013, Eraldo Pedro já teve ajuizadas contra si pelo Ministério Público Estadual 104 ações, sendo 11 por atos de improbidade, duas penais e 91 civis públicas. Ele é acusado, entre outras coisas, de pagar sua empregada doméstica com dinheiro público. Conforme as investigações, o município pagava R$ 3 mil a Maria da Conceição Santos da Silva, mas ela só recebia, de verdade, um salário mínimo.

ca e apreensão recolheu documentos na prefeitura e uma decisão judicial afastou do cargo o prefeito Newberto Ronald Lima das Neves (PRP), suspeito de cometer irregularidades na gestão do município. Pesa contra o prefeito afastado a acusação de irregularidades na contratação de empresas locadoras de veículos. Parte dos veículos que serve ao Poder Executivo pertence à esposa e ao cunhado de Newberto. Para ficar tudo em casa, a Secretaria de Transporte era de responsabilidade do sogro do então prefeito, José Marques Pereira Filho. Ele dirigia tão bem que, de motorista da prefeitura e de condutor de ônibus escolar, passou a dirigir a Secretaria de Transporte. Hoje, Japaratinga está sob o comando de Justina Pacheco Vasconcelos (PT), vice-prefeita no exercício do mandato. Ela pode se candidatar à reeleição, se assim quiser. Para o MPE, é claro o envolvimento de Newberto Ronald Lima das Neves com diversos atos de improbidade administrativa e crimes contra a administração pública, como fraude de contrato, enriquecimento ilícito de terceiros, desvio de dinheiro e prática de nepotismo.

om uma população de 6.122 de habiC tantes, segundo o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geogra-

União dos Palmares

m pouco mais de um mês, o prefeito E de União dos Palmares, Carlos Alberto Borba de Barros Baía (PSD),

mais conhecido como Beto Baía, conseguiu reverter seu afastamento do cargo, determinado pela Justiça, por um prazo de 180 dias. Beto Baía havia deixado o cargo no dia 22 de outubro, depois que a Justiça acatou denúncia do MPE que o acusa de improbidade administrativa. Nas eleições do próximo ano, ele pode se candidatar à reeleição. Durante o tempo em que ficou afastado, o município foi comandando pelo vice-prefeito Eduardo Carrilho Pedrosa (PMN). Segundo o MPE, ele é acusado de ter dado um prejuízo de R$ 9,4 milhões oriundos de um suposto esquema de fraude e licitação. Entre os ilícitos apontados pelo órgão estão fraude de processos licitatórios, fraude de documentos, superfaturamento de preços dos serviços, além de pagamentos por serviços não prestados, além do favorecimento da contratação de aliados políticos. Na ação por ato de improbidade administrativa, também foi afastado o secretário municipal de Educação, Adelino Ângelo da Silva. Outras quatro pessoas e mais duas empresas também são alvo das acusações do MPE/AL.

fia e Estatística (IBGE) e 4.762 eleitores, conforme dados atualizados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas, o município de Tanque d´Arca entrou para a história da política alagoana em uma situação que seria cômica não fosse trágica. Em apenas um mês, a cidade teve três prefeitos. Para ilustrar tamanho feito, em uma situação hipotética, é como se três grupos de aproximadamente 1.580 eleitores tivessem ido às urnas em um intervalo de 10 dias e cada grupo tivesse votado em um representante. Distante 105 km de Maceió, graças a idas e vindas de decisões judiciais, a população viu ocupar a cadeira executiva o prefeito eleito Roney Valença (PMDB), seu vice Valdemir Bezerra de Lima, também PMDB, e depois o então presidente da Câmara Antônio Teixeira de Almeida (PMN), no cargo até o fechamento desta edição. Inclusive, se for seu desejo, este último pode colocar o nome à disposição da população nas urnas.


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PREFEITOS DENUNCIADOS Viçosa

Ouro Branco

T

ambém em outubro deste ano, o prefeito de Viçosa, hoje afastado, Flaubert Torres Filho (PPL), foi condenado, pelo Tribunal de Contas do Estado a devolver mais de R$ 170 mil ao município. O valor teria sido gasto em despesas com material elétrico, materiais de construções e gêneros alimentícios sem comprovação de nota fiscal. Ele foi afastado duas vezes do cargo por ato de improbidade administrativa em menos de cinco meses esse ano. De acordo com os cálculos do MPE, Flaubert Torres Filho causou dano ao erário de R$ 1.077.571 nos anos de 2014 e 2015. Para tentar reaver o dinheiro, bens e imóveis do gestor foram bloqueados em caráter de urgência. Pesa ainda sobre ele a acusação de ter recebido diárias sem a realização de viagens ou a ausência da devida comprovação delas e aquisição de passagens aéreas e hospedagens sem processo licitatório. Somente nessa ação, o prejuízo foi de R$ 153 mil. Foram tantas as “viagens” que o prefeito afastado teria ficado fora de Viçosa 65% dos dias úteis. Em vez de administrar a cidade, ele preferiu destinos como Maceió, Brasília (DF), Recife (PE), Fortaleza (CE), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Arapiraca, Palmeira dos Índios, Cajueiro, Marechal Deodoro, Delmiro Gouveia e Atalaia. Pelo menos no papel. O único problema é que, no site da Prefeitura de Viçosa e nas redes sociais oficiais do prefeito afastado, nos dias em que afirma ter viajado, Flaubert Torres Filho estava na cidade participando das solenidades de inauguração da Academia de Saúde de Viçosa e da assinatura da ordem de serviço para a construção do Matadouro do município. As justificativas alegadas em suas viagens eram a de “resolver assuntos de interesse do município de Viçosa” ou “tratar de assuntos referentes ao desenvolvimento do município”. Enquanto Flaubert Torres Filho continua afastado, Viçosa é administrada pelo vice-prefeito no exercício do cargo, Manoel dos Passos Vilela (PPL) que poderá colocar o nome à disposição da população para o pleito de 2016.

N

Poço das Trincheiras

E

m Poço das Trincheiras, o prefeito José Gildo Rodrigues Silva (PSC) foi condenado, no dia 29 de setembro, pela 11ª Vara Federal da Justiça Federal em Alagoas pela prática de improbidade administrativa, por desvio de recursos públicos destinado à merenda escolar nas escolas municipais. Ponto negativo para o administrador que ajudou a colocar o município em uma situação ainda pior do que a qual já se encontrava. Poço das Trincheiras, no Alto Sertão de Alagoas, distante 221 km de Maceió, é um município com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sobretudo em relação à educação. O gestor foi condenado à suspensão dos direitos políticos por um período de 10 anos, perda da função pública, proibição de contratar com os poderes públicos pelo prazo de uma década e pagamento de multa civil fixada em R$ 85.000,00. De qualquer forma, ele não poderá mais se candidatar em 2016. Foi reeleito em 2012, depois de ter comandado o município anteriormente em outros pleitos. A Justiça Federal também condenou o empresário José Aloísio Maurício Lira. Sua pena também foi de suspensão dos direitos políticos por um período de oito anos e pagamento de multa civil fixada em R$ 15.000,00. Os dois réus juntos terão ainda que ressarcir integralmente o dano ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, no valor de R$ 75.429,55. Segundo sentença proferida pelo juiz federal substituto auxiliar da 11ª Vara Federal, Flávio Marcondes Soares Rodrigues, parte do pagamento mensal dos gêneros alimentícios fornecidos ao município de Poço das Trincheiras pela empresa de José Aloísio Maurício Lira era devolvida em espécie ao prefeito, em sua residência. Para robustecer a Justiça Federal, a Controladoria-Geral da União apurou que as mercadorias eram entregues em quantidade menor que o contratado, sendo que tais gêneros alimentícios eram destinados à merenda escolar e pagos com recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), relativos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

o município de Ouro Branco, o prefeito Atevaldo Cabral da Silva (PMDB) vai precisar de uma ajudinha do além para se livrar do peso da Justiça. É que em março deste ano, por unanimidade, o pleno do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), no Recife, recebeu a denúncia do Ministério Público Federal contra Atevaldo Cabral da Silva, acusado de sacar indevidamente os benefícios previdenciários de três aposentadas já falecidas e, por isso, responderá a ação penal por estelionato. A denúncia relata que, em 27 de março de 2008 – quando era vice-prefeito –, ao avistar uma barreira da Polícia Rodoviária Federal na BR-316, Atevaldo Silva fez uma manobra brusca com seu veículo, tentando evadir-se do local. Dirigindo em alta velocidade (aproximadamente 150 km/h), ele foi perseguido por duas viaturas até ficar preso em um barranco. Sem meios de escapar, tentou se livrar de vários papéis, cartões magnéticos e extratos bancários, lançando-os pela janela do seu carro. Atevaldo Silva foi preso em flagrante. O material, recolhido pelos policiais, referia-se a benefícios previdenciários pertencentes a três aposentadas: Sebastiana Gomes, Eulália Gama e Elvira Santos, todas já falecidas. A denúncia foi oferecida ao TRF5 e não à Justiça Federal em primeiro grau, em Alagoas, porque Atevaldo Silva, na condição de prefeito, tem foro especial por prerrogativa de função, em ações criminais. Ele terá tempo para planejar sua defesa já que não poderá ser candidato a prefeito nas próximas eleições em 2016.


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PREFEITOS DENUNCIADOS Passo de Camaragibe

Monteirópolis

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Paulo Jacinto

O

prefeito de Paulo Jacinto, Ivanildo Pereira do Nascimento (PSB), o “Nildo do Jaime”, é investigado por enriquecimento ilícito. O MPE ajuizou uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa, com pedido de liminar, em desfavor do prefeito. Isso porque, de acordo com o órgão, o prejuízo aos cofres públicos é de mais de R$ 500 mil. O gestor é acusado de irregularidades na contratação e pagamento de serviços de consultoria e alimentação, aluguel de veículos e aquisição de combustível, material de expediente e de limpeza. Enquanto espera a decisão da Justiça, se quiser Ivanildo Pereira do Nascimento pode ir planejando sua campanha para 2016. O Ministério Público Estadual defende ainda a condenação dos réus nas penas previstas pela Lei nº 8.429/1992, que prevê suspensão dos direitos políticos, perda de qualquer cargo ou função pública, proibição de ocupar cargos ou funções públicas pelo mesmo período de suspensão dos direitos políticos, ressarcimento dos danos materiais causados pela ação dos réus e pagamento de multa civil de duas vezes o valor do dano. A lei também prevê a proibição dos réus de contratar com o poder público, bem como prosseguir com os contratos por ventura em curso, receber benefícios fiscais e creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermediário de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo cinco anos. Por fim, o Ministério Público pede que os réus sejam condenados ao pagamento de indenização ao município de Paulo Jacinto em razão dos danos morais sofridos pela coletividade.

o final do primeiro semestre, o MPE também propôs à Justiça uma ação civil de responsabilidade por atos de improbidade administrativa, com pedido de liminar de indisponibilidade de bens, contra o atual prefeito de Monteirópolis, Elmo Antonio Medeiros (PMDB), além do ex-prefeito do mesmo município, Mailson de Mendonça Lima (PSB), em virtude do não repasse das contribuições previdenciárias e patronais ao Instituto de Aposentadoria, Previdência e Pensões do Município de Monteirópolis (IAPREM). Juntos, os dois teriam lesado os cofres públicos em R$ 3.922.700,75. O não recolhimento da contribuição previdenciária descontada dos servidores por parte do gestor municipal constitui prática do crime previsto no artigo 168-A do Código Penal Brasileiro, definido como apropriação indébita. Ainda de acordo com o MPE, o prefeito Elmo Antonio, mesmo após receber a Notificação de Auditoria Fiscal, enviada pelo Ministério da Previdência, além de diversas solicitações de liberação dos repasses, feita pelo presidente do fundo, persistiu com a prática danosa, o que reforçou o entendimento da Promotoria de denunciá-lo por ato de improbidade. Como está em seu primeiro mandato, Elmo Antonio Medeiros pode tentar a reeleição, a depender da demora da Justiça em julgar o pedido do MPE.

N Piranhas

E

m Piranhas, o prefeito afastado por decisão judicial Dante Alighieri Salatiel de Alencar Bezerra de Menezes (PDT), o Doutor Dante, renunciou ao cargo em fevereiro deste ano. Na carta-renúncia, encaminhada à Câmara, ele afirmou que os motivos de desistência serão ditos em momento oportuno. No texto, ele acrescentou que tem vontade de provar sua ino-cência, sem deixar dúvidas de sua índole. A carta foi escrita dois meses depois da decisão que o afastou do cargo por ato de improbidade administrativa. Desde então, a cidade “lapinha” de Alagoas é conduzida pelo vice-prefeito Manoel Brasiliano de Santana, conhecido como Manoel Audálio (PDT), que já ocupava o cargo desde o afastamento de Dante e pode disputar a prefeitura em 2016. De acordo com o MPE, as denúncias contra o então prefeito envolvem contratações irregulares de 194 veículos no município, preço abusivo na contratação de shows e contratação de empresas construtoras de forma ilegal. Destaque-se, ainda, que, no caso de Piranhas, o Tribunal de Justiça de Alagoas bloqueou, em julho último, os bens da ex-prefeita Mellina Torres e de seus ex-auxiliares. A decisão em caráter liminar, do desembargador Domingos de Araújo Neto, é referente a ação impetrada em 2013 pelo Ministério Público Estadual. Filha do presidente do TJ, Mellina é acusada de dezenas de irregularidades que teriam resultado em um prejuízo de mais de R$ 15 milhões aos cofres públicos. Outras 12 pessoas respondem a ação penal pelos mesmos crimes. Este ano, o MPE ingressou com nova ação de improbidade contra a ex-prefeita em que pede também seu afastamento do cargo de secretária de Estado da Cultura.

o caso da prefeita Márcia Coutinho Nogueira de Albuquerque (PMDB), de Passo de Camaragibe, o MPE quer que ela explique um rombo de R$ 5 milhões ao município. Segundo o MPE, a gestora, que está com o pedido de afastamento do cargo para ser apreciado pela Justiça, superfaturou contratos. A ação, impetrada pela Promotoria de Justiça daquela cidade, pede não só o afastamento da gestora como também de Renato Brandão Araújo Filho e Kitéria Blanche Nascimento Alves, donos da JB Locação de Veículos Ltda; e Paulo Victor Coutinho Nogueira de Albuquerque, filho da gestora. No caso de Márcia Coutinho, a promotoria também solicita a indisponibilidade de seus bens. As empresas JB, Auto Posto Ouro Preto Ltda e P. A. Construções de Imóveis Ltda também estão sendo processadas. As duas últimas são de propriedade da família de Márcia.


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PREFEITOS DENUNCIADOS TCE pede intervenção e lista pode aumentar

São Sebastião

O

não repasse das contribuições previdenciárias também motivou o MPE a agir da mesma forma em São Sebastião. Naquele município, o prefeito é Charles Nunes Regueira (PP) que, inclusive, pode tentar a reeleição em outubro. O prefeito é acusado de não repassar as contribuições previdenciárias descontadas dos servidores, tal como a contribuição patronal, para o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Municipais de São Sebastião (IPAM). Pela irregularidade, o MPE também responsabiliza o ex-prefeito José Pacheco Filho, o presidente do IPAM, José Donizete Macário, e a gestora anterior do instituto, Alessandra Regueira Lucena, estes dois pela conduta omissa diante da ação ilícita. O dano ao erário municipal é de R$ 2.191.550,03 em relação ao não repasse das contribuições descontadas dos servidores, e de R$ 9.047.820,72, pela contribuição patronal, num total de R$ 11.239.370,75. Os valores se referem ao período de 2010 a 2013. Segundo o Ministério Público Estadual, quando a prefeitura deixa de repassar as duas espécies de contribuição ao IPAM, ocorre uma série de prejuízos ao município: incidência de multas, juros e correções monetárias a serem arcados desnecessariamente pelos cofres públicos municipais, assim como inevitáveis riscos e prejuízos financeiros e atuariais impostos ao instituto.

M Marechal Deodoro

M

arechal Deodoro é outro caso emblemático no que diz respeito a denúncias de malversação de recursos públicos. Este ano não houve nenhuma denúncia contra o prefeito Cristiano Matheus (PMDB), mas em maio último o Pleno do TJ acatou, por unanimidade, pedido do Ministério Público Estadual para aprofundar as investigações em torno do suposto envolvimento do prefeito em um esquema de fraude a licitações que teria resultado em prejuízo de mais de R$ 1,3 milhão ao erário. Como foi reeleito em 2012, ele não poderá concorrer à reeleição em 2016.

ais prefeitos poderão ver seus nomes envolvidos em investigações. É que o Tribunal de Contas do Estado pediu intervenção em 16 municípios alagoanos porque as prefeituras não apresentaram as prestações de contas. Os gestores desses municípios deixaram de enviar suas contas ao TCE/AL até o dia 30 de abril, apesar de saberem dos rigores da lei. Trinta Câmaras de Vereadores também não cumpriram suas obrigações perante a Corte de Contas de Alagoas. Os prefeitos de Água Branca, Arapiraca, Atalaia, Campo Grande, Carneiros, Feira Grande, Feliz Deserto, Girau do Ponciano, Viçosa, Joaquim Gomes, Lagoa da Canoa, Porto Calvo, São Miguel dos Milagres, Quebrangulo, Santa Luzia do Norte e Tanque d´Arca que se apressarem para entregar suas contas antes da

nomeação dos interventores não correrão o risco de perderem o mandato, as penalidades serão convertidas em multas. Caso isso não aconteça a TCE/AL enviará a relação para o Tribunal Regional Eleitoral e eles serão considerados inelegíveis. Quanto aos Legislativos municipais que não apresentaram os documentos em tempo hábil, o presidente do TCE/AL, Otávio Lessa, explicou: “Não cabe ao Tribunal pedir intervenção para as Câmaras de Vereadores. Nestes casos, aplicamos multas”. Está claro na Constituição Federal que a não prestação de contas é um dos motivos para o afastamento do prefeito e a nomeação de um interventor. À decisão cabe recurso. Gestores que regularizem a situação, poderão receber punição somente por multa e a intervenção não acontecer.


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Emoção para todos

PERSPECTIVA 2016 DILMA ROUSSEF E O PEEMEDEBISTA QUE LIDERA A CÂMARA CONTINUARÃO NAS MANCHETES, EM QUEDA NUM PRECIPÍCIO PESSOAL E INSTITUCIONAL O embate entre a presidente Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, cuja rejeição popular é grande, deve prosseguir com novos lances em 2016

IGOR GIELOW FOLHAPRESS

T

ransposto o portal imaginário que separa 2015 de 2016, o que o Brasil pode esperar após seu ‘annus horribilis’ mais agudo em uma geração? Futurologia política é ofício arriscado, e o ano que passou provou isso. Assim, fazendo ‘hedge’ sobre o imponderável, é possível dizer que 2016 só começará de fato quando estiver resolvido o óbice à normalidade do país: os destinos de Dilma Rousseff e de Eduardo Cunha. A presidente e o peemedebista que lidera a Câmara continuarão nas manchetes, em queda num precipício pessoal e institucional. O deputado fluminense busca salvar sua pele e evitar ser afastado do cargo e do mandato –neste caso, ato contínuo, perderia a imunidade e correria o risco de ser preso no escopo da Lava Jato. Mais importante, a petista entra o ano buscando reagrupar suas forças parlamentares e evitar a abertura do processo de impeachment. O jogo foi paralisado pela decisão do

Supremo Tribunal Federal favorável ao governo na definição do seu rito, mas o tempo corre contra Dilma. Ela sabe que, uma vez instaurado o julgamento, é virtualmente impossível para a presidente afastada voltar ao cargo. Com isso, assume Michel Temer, o peemedebista que saiu das sombras. A composição de seu eventual governo varia em torno de uma coalizão PMDB-PSDB

que depende de interesses díspares de caciques tucanos para estabelecer sua solidez. O papel da Lava Jato é central, dado que as ações do fim do ano miraram graúdos do PMDB. O partido, que sempre foi fracionado, pode herdar o poder sob risco de implodir. O trabalho de policiais, procuradores e juízes, aliás, alterou todo o panorama. A corrupção é uma hidra criativa, sempre pronta a

gerar novas cabeças, mas a verdade é que qualquer empresário ou ‘autoridade’ pensará duas vezes no ‘japonês da Federal’ antes de praticar ilícitos. Novos lances são certos, em especial de delações ainda pouco conhecidas. Se Dilma sobreviver enfraquecida ao impedimento, o Tribunal Superior Eleitoral não cassar a chapa eleita em 2014 e a Lava Jato não chegar à sua sala, o PMDB

tende a afastar-se do Planalto de todo modo, visando a eleição municipal de outubro. O cenário com a presidente exaurida na cadeira é tão complexo quanto o de sua saída. Com o anunciado fim da era Joaquim Levy na Fazenda, inflexões populistas à esquerda com efeitos ainda mais deletérios na economia não são improváveis –restará saber de onde tirar o dinheiro. O agravamento da crise econômica, que vai ocorrer de qualquer forma, poderá levantar as ruas contra Dilma. A capacidade de mobilização dos seus apoiadores também será testada, em especial os ‘exércitos’ de movimentos sociais e sindicatos abastecidos com verbas públicas. Os olhos deles se voltarão então para Luiz Inácio Lula da Silva, último presidenciável do PT e que mantém apoio discreto a sua ex-pupila até aqui, até por estar ocupado pelo noticiário policial. Todo esse enredo não inspira muita esperança no fim do filme. Mas é o que temos e, citando ‘Ricardo 3º’, é ela que faz de reis, deuses,


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US$ 5 MILHÕES

É O VALOR DA PROPINA QUE O PRESIDENTE DA CÂMARA, EDUARDO CUNHA, TERIA RECEBIDO EM CONTRATOS DE NAVIOS-SONDAS, SEGUNDO DELA-

AS VÁRIAS FASES DA OPERAÇÃO LAVA JATO

Nestor Cerveró

José Dirceu

João Vaccari

Marcelo Odebrecht

O ex-diretor da Petrobras foi preso em janeiro e, dez meses depois, fez um acordo de delação

O ex-ministro foi detido em agosto; ele já cumpria pena em regime aberto pelo mensalão

O tesoureiro do PT foi preso em abril e pegou 15 anos de prisão por participar de esquema

Acusado de formação de cartel, o dono da maior empreiteira do país foi para a prisão em junho

José Bumlai

Delcídio do Amaral

André Esteves

Otávio Azevedo

Amigo de Lula, foi preso em novembro acusado de participar de fraudes para ajudar o PT

O senador do PT teve prisão decretada pelo STF em novembro por propor a fuga de Cerveró

O sócio do BTG Pactual também foi preso por conspiração no caso de Cerveró

O presidente da Andrade Gutierrez foi preso em junho por participar do cartel


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ANO DE APERTO

PERSPECTIVA 2016 CRISE POLÍTICA AFETA ECONOMIA E ESTENDE 2015 ATÉ MARÇO DO ANO QUE VEM

VINICIUS TORRES FREIRE FOLHAPRESS

V

ai ser difícil saber o que será de 2016 antes que 2015 acabe. Mas este ano não deve acabar antes de março do ano que vem. Talvez bem mais tarde. Essa piada triste quer dizer apenas que alguns dos grandes problemas que arrastaram o Brasil para uma das três piores crises da história da República não terão solução tão cedo. Na melhor das hipóteses para 2016 a economia apenas para de encolher, trimestre a trimestre, embora os efeitos retardados da crise devam ser mais sentidos no dia a dia do cidadão comum. Ainda que o governo de Dilma Rousseff tivesse um bom programa econômico, tal plano se torna inviável devido à crise política: a presidente tem escasso poder de decisão devido à falta de apoio no Congresso e à grande rejeição do eleitorado. Além do mais, a

sociedade rejeita medidas necessárias, mas dolorosas, para atenuar a decadência econômica. Apenas no final de fevereiro, provavelmente em março, começa a ser discutido o destino da presidente: se haverá processo de impeachment. Até lá, é improvável que a confiança de consumidores e empresários se recupere, que se animem a comprar ou investir. O cidadão comum tende a levar um choque no início do ano. Haverá mais demissões e menos vagas novas de trabalho. A inflação ainda estará alta, em torno de 10% ao ano, como agora. As taxas de juros ainda devem subir mais, logo em janeiro. As contas extras do começo do ano pesarão mais sobre salários menores. Mesmo quem estiver empregado não deve ter confiança de gastar. Ainda que a produção não diminua mais em relação ao nível baixo deste final de ano, as empresas precisarão de me-

nos mão de obra. A taxa de desemprego deve aumentar em torno de 50% (passar de 7% para 10,5%, na média do ano). Medo do futuro, de dar e tomar empréstimos, menos empregos, salários menores, benefícios sociais menores, tudo isso deve reduzir o consumo pelo segundo ano consecutivo. Dado o encolhimento da economia e da incerteza sobre a política econômica, o investimento em novos negócios e instalações produtivas continuará a cair. A Petrobras, maior investidora do país, e

22/9

Foi o dia em que o preço do dólar rompeu a barreira dos R$ 4 desde o início da era do Real

as empreiteiras, ainda estarão em crise; o governo ainda cortará seus gastos em obras. Os brasileiros gastarão mais em produtos e serviços nacionais; a produção cresce um pouco por aí A redução do investimento em novos negócios, máquinas e construções foi o maior fator de diminuição do PIB neste ano, que deve cair 3,5%. Em 2016, a queda do consumo das famílias deve ter peso maior na recessão, que deve ser de 2,5%. O contraponto a essas bai-

AQUI E NA CHINA

Entre junho e agosto, ações chinesas sofreram queda de mais de 40%, assustando investidores da Bolsa de Valores de Hangzhou

xas será o comércio com o exterior. Com o dólar mais caro, os brasileiros gastam mais em produtos e serviços nacionais. A produção cresce um pouco por aí. Caso fosse possível resolver logo a crise política e caso houvesse um programa econômico confiável, parte grande da crise evaporaria. O medo paralisante da falta de confiança no futuro transformou uma crise que seria apenas ruim no que vem sendo chamado de a “Grande Recessão” do Brasil.

A BESTA INFLÁVEL

Um dragão simbolizando a ameaça de recessão foi colocado em frente ao Congresso nacional pela Força Sindical


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O EFEITO BATOM

PERSPECTIVA 2016 LUXOS ACESSÍVEIS, CUIDADOS PESSOAIS E SERVIÇOS COMPARTILHADOS SÃO AS TENDÊNCIAS PARA O NOVO ANO

IARA BIDERMAN FOLHAPRESS

A

crise econômica deve favorecer os setores ligados a cuidados pessoais, segundo os analistas do varejo e de tendências do mercado de consumo. O chamado “efeito batom” já foi observado em outras situações de crise. Além da percepção de que é importante investir na aparência e na saúde quando a economia vai mal, o consumidor busca luxos acessíveis, diz Maurício Morgado, do Centro

INDULGÊNCIA

Em tempos de crise econômica, o consumo de produtos e serviços ligados ao bem-estar costuma aumentar. Pequenos prazeres, não tão caros (maquiagem, massageador, um vinho honesto), substituem objetos do desejo de alto custo, como um carro novo ou uma viagem internacional.

CASEIRINHO

A tendência é as pessoas trocarem restaurantes por refeições mais elaboradas feitas em casa. Com isso, deve crescer o consumo de ingredientes culinários sofisticados e aparelhos que facilitem a vida doméstica, segundo Sílvio Laban, do Insper.

POUCO ESPAÇO

Todo o tipo de produto ou serviço sob demanda, que não ocupa espaço (físico ou virtual), fica mais valorizado. Vale tanto para streaming de filmes ou de música quanto para aluguel de roupas de luxo, carros ou de pratos e copos para festas.

de Excelência em Varejo da FGV de São Paulo. Em 2016, espera-se do consumidor um comportamento mais seletivo e mais criativo. Novas formas de consumo, como dividir moradia ou transporte, devem crescer. “A tendência é trocar a posse pelo uso. O consumidor só paga se e quando usar”, diz Sílvio Laban, professor do Insper. Objetivos Em um cenário em que todas as camadas da população tiveram seu poder de compra afetado, os objetos de desejo começam a ser substituídos por objetivos do consumo. Os consumidores querem comprar algo

BIG BROTHER

O consumidor quer saber tudo sobre o produto (de onde veio, como foi feito) e valoriza itens que mostram dados sobre sua sustentabilidade. Também deve aumentar a oferta de equipamentos que monitoram a vida do consumidor, do orçamento doméstico à saúde.

TOM SOBRE TOM

Rosa Quartz e Serenidade (azul) são os tons de 2016. Segundo a Pantone, empresa provedora de sistemas de cores, transmitem paz e segurança e, misturados, diluem as fronteiras entre gênero.

FAÇA VOCÊ MESMO 2.0

A tendência de fazer coisas em casa reúne os ideais de gastar menos e de consumir produtos mais personalizadas. A nova onda é um “faça você mesmo” mais elaborado: a experiência envolve estudar técnicas e produzir coletivamente.

que seja útil para a sua vida e a dos outros, aponta uma pesquisa da agência de consultoria de mercado Mintel. “As pessoas querem ter menos coisas, mas esperam do produto benefícios palpáveis e ligados a valores como responsabilidade social e sustentabilidade”, diz Graciana Méndez, analista de tendências da Mintel. Os grandes temas socioculturais de 2015, como o feminismo e os direitos dos homossexuais, também pesam: marcas que se identificam com essas causas ganharão pontos com o consumidor, avalia Felipe Pissardo, da consultoria Box 1824.

LUXO DISFARÇADO

A divisão entre marca popular e marca de luxo deve ficar menos palpável. As grifes tentam atrair o consumidor menos por sua exclusividade do que por aspectos como durabilidade. Roupas criativas ganham mais importância do que aquelas que valorizam atributos físicos.

CONSUMISTA ENVERGONHADO ROUPA Consumo ostentação ou compulsivo perde espaço. “Ninguém quer ser identificado como este tipo de consumidor, ficou ‘feio’”, diz Felipe Pissardo, do Box 1824. Ganham preferência produtos que não pareçam ser elitizados e que não sejam descartáveis.

Roupas com significado, como as de brechó (contam história de uma época) ou produzidas de forma sustentável são valorizadas. Ao mesmo tempo, as lojas de “fast fashion” ficam cada vez mais fortes por oferecerem glamour a preço acessível.

SEM CLASSIFICAÇÃO

Produtos não separados por gênero (feminino/masculino) podem ganhar pontos com o consumidor. Vale para roupas, cosméticos e produtos em que essa separação força a barra (caneta para mulheres?). Maquiagem e acessórios fora do padrão também devem fazer sucesso.

MEIO A MEIO

O consumo compartilhado, como o de imóveis do airbnb ou o de bicicletas alugadas na rua, já é tendência e ficará cada vez mais forte. Com isso, a procura por eletrônicos portáteis que facilitam o acesso a esses produtos e serviços vai continuar crescendo.


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Minador do Negrão sob comando de parentes e aderentes

NEPOTISMO PREFEITA SOCORRO FERRO NOMEIA FILHA, GENROS E SOBRINHOS PARA OS PRINCIPAIS CARGOS DE SUA ADMINISTRAÇÃO DA REDAÇÃO

E

ncravado no agreste alagoano e a 175km de Maceió, Minador do Negrão é hoje um município literalmente comandado por parentes e aderentes da prefeita Maria Socorro Cardoso Ferro, uma tucana eleita em 2013 pela terceira vez e pertencente a uma das famílias mais tradicionais – e temidas – da região. Os Ferro são conhecidos pela rivalidade entre duas correntes da família, uma é a da prefeita e outra ligada ao deputado estadual Cícero Ferro. A prefeita, aliás, abriu mão do Ferro na caminhada pública. Hoje é conhecida como Socorro Cardoso. Ela é viúva de Jacó Ferro, primo de Cícero e seu desafeto; ele foi assassinado em janeiro de 2005, um ano depois do atentado contra o parlamentar em que também saiu ferido seu motorista e segurança – e também primo – José Maria Ferro. Em fevereiro do ano passado, quatro dos cinco acusados de tentarem matar Cícero Ferro foram levados a júri popular e condenados. José Ilton Ferro, conhecido como Zé Nilton, foi condenado a 11 anos e 11 meses. Dois de seus filhos e um sobrinho também receberam o veredito de culpados: Wagner Cardoso Ferro foi condenado a 12 anos e nove meses, e o irmão Wanderley a 11 anos e 11 meses. O primo deles, Jackson Ferro, recebeu a pena maior: 14 anos e dez meses. Todos eram ligados a Jacó Ferro, por cujo assassinato Cícero Ferro é

Ricardo Cardoso Ferro, sobrinho e secretário de Transportes

CONFIRA A LISTA DOS PARENTES DA PREFEITA Nadja Cardoso: filha da prefeita Secretária de Administração e Chefe de Gabinete Pedro Porangaba: genro da prefeita (casado com Nadja) Secretário de Finanças

Socorro Cardoso eliminou o ‘Ferro’ do nome público, mas mantém modus operandi da família

apontado como mandante. Em 2008, Socorro, que já havia sido prefeita de Minador no período de 1993 a 1997, venceu a disputa pela prefeitura travada contra Eladja Ferro, esposa de Cícero Ferro. Voltou a se confrontar com ele nas eleições municipais de 2012, quando a filha do parlamentar, Thalita Ferro, se habilitou à disputa pela prefeitura mas acabou desistindo da candidatura alegando problemas pessoais e de saúde. E para 2016, a prefeita já anunciou quem será seu candidato: o sobrinho Gleysson Correia Cardoso Ferro, seu ex-se-

cretário de Transportes, cargo hoje ocupado por outro sobrinho, Ricardo Cardoso Ferro. É também uma sobrinha da prefeita que está à frente da Secretaria de Educação, Marília Cardoso e cuja mãe, Wilma Cardoso, é diretora-geral das escolas da zona rural. Nos cargos mais importantes do Executivo municipal estão a filha Nadja Cardoso – secretária de Administração e chefe de Gabinete – e o marido desta, Pedro Porangaba Lemos. O genro da prefeita é o secretário de Finanças, cargo que já ocupava na gestão anterior

de Socorro Cardoso Ferro. Outro genro da prefeita, Valbério Marinho Colatino, é o secretário de Esportes. Ele é casado com Nielly Cardoso, gerente administrativa da Unidade de Saúde da Família no Sítio Jiquiri, zona rural de Minador do Negrão. O evidente nepotismo em Minador do Negrão contraria a Súmula Vinculante nº 13, editada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2008 para barrar os exageros de apadrinhamento de familiares nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Nielly Cardoso: filha da prefeita Enfermeira-chefe de posto de saúde Valbério Marinho Colatino: genro da prefeita (casado com Nielly Cardoso) Secretário de Esportes Ricardo Cardoso Ferro: sobrinho da prefeita Secretário de Transportes Marília Cardoso: sobrinha da prefeita Secretária de Educação Wilma Cardoso: mãe de Marília Diretora Geral das Escolas da Zona Rural


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Socorro quer o sobrinho Gleysson Cardoso como seu sucessor

Pedro e Nadja: casal em postos-chaves

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Marília, sobrinha e secretária de Educação

O que diz a Súmula Vinculante

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ditada em agosto de 2008, a Súmula Vinculante nº 13 do STF afirma: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de

servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos

poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”. O problema é que, passados sete anos, ela ainda gera diferentes interpretações,

quando seu objetivo era justamente o de evitar controvérsias naquilo que pudesse ser considerado como nepotismo. Mas afinal o que é o nepotismo? É o favorecimento dos vínculos de parentesco nas relações de trabalho ou

emprego, conforme definição adotada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão regulador das atividades do Poder Judiciário, ao qual cabe a análise dos casos em que são questionadas as nomeações nas três esferas de poder.


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Empresa baiana processa Prefeitura de Inhapi

CONCURSO AMEAÇADO SEPROD ALEGA TER VENCIDO TOMADA DE PREÇO PARA ORGANIZAR O CERTAME, MAS COPEVE FOI CONTRATADA PARA REALIZAR AS PROVAS MARIA SALÉSIA sallesia@homail.com

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concurso público cujas provas foram realizadas em 8 de novembro deste ano no município de Inhapi, Alagoas, poderá ser anulado. Cabe à Justiça atender ou não ao pedido da empresa SeprodServiços de Processamento de Dados LTDA-EPP, que entrou com ação - processo nº 070019437.2015.8.02.0022- na comarca de Mata Grande, solicitando suspensão ou ressarcimento dos prejuízos decorrentes das irregularidades praticadas pela administração municipal durante o trâmite do certame. O processo aponta que o concurso foi realizado de forma ilegal, pois o município não anulou ou revogou o anterior, conforme tomada de preço nº 003/2013. E acrescenta que há interesse da Seprod em realizar o concurso. A empresa entrou também com ação ordinária de indenização por danos materiais e morais com perda de uma chance com antecipação de tutela. E pede o bloqueio da quantia arrecadada com as inscrições realizadas pela Fundepes, até julgamento final da ação em que ficará definido o valor da indenização. A empresa requereu liminarmente que o ente público em questão haja dentro da lei. “A tomada de preço nº 003/2013 está válida, pois até o momento não existiu qualquer espécie de anulação ou revogação, porque o ente empreendeu a realização do concurso público mediante dispensa de licitação sem resol-

ver o certame anterior, em verdade desrespeitando ao princípio da legalidade e moralidade da administração pública”, diz trecho do processo. Em ofício de nº 88/2015 de 27 de julho de 2015, enviado ao presidente da comissão permanente de licitação de Inhapi, a empresa solicitou a continuidade do procedimento licitatório da tomada de preço 03/2013. No documento, relembra que na ocasião apenas a Seprod compareceu para o credenciamento e que em seguida a comissão recolheu os envelopes com os documentos de habilitação, mas a prefeitura suspendeu a sessão argumentando que iria solicitar pronunciamento do Tribunal de Contas do Estado referente ao procedimento licitatório. E reclama ainda que não recebeu qualquer posicionamento da comissão e como se não bastasse, a prefeitura veiculou nota na mídia de que o prefeito Zé Cícero (José Cícero Vieira) iria realizar o concurso através da organização mais confiável e respeitada do Estado, a Copeve, através da Fundepes. “Estão brincando com a legislação. Além de agir de forma irregular ainda querem desqualificar as demais empresas como se a nossa também não tivesse credibilidade”, criticou um representante da empresa. Outro argumento é de que a Seprod depositou caução de R$ 1.500 para poder participar do certame. “Estão agindo como se fosse doação. O gestor cometeu ato de improbidade. Teria que comunicar o cancelamento e

dar prazo para a gente recorrer. Mas nem comunicaram e nem devolveram o dinheiro a empresa”, afirmou o representante. Ele acrescentou ainda que foram pegos todos os protocolos da Prefeitura de Inhapi no TCE/AL dos anos de 2013 a 2015, mas não havia qualquer pedido de consulta sobre o certame. Além da ação na Justiça, em Mata Grande, com pedido de caráter liminar, a empresa entrou ainda com aditivo para reforçar o pedido de suspensão. Agora, a Seprod corre contra o tempo, pois a data de divulgação do resultado do concurso pela Copeve está prevista para 5 de fevereiro de 2016. O OUTRO LADO A Prefeitura de Inhapi, através de sua assessoria de comunicação, “esclarece que no dia 11 de novembro de 2013 deu abertura à fase externa da modalidade licitatória tomada de preços nº 003-2013, tendo como objeto contratação de empresa especializada para prestação de serviços de planejamento, organização, realização e processamento de resultados de concurso público para provimento de cargos públicos.” De acordo com a assessoria, a empresa SEPROD- Serviços de Processamento de Dados LTDA-EPP, CNPJ nº 07.196.055/0001-68 compareceu ao chamamento público, mas durante o procedimento licitatório, conforme ata da sessão, a comissão de licitação do município informou que iria

apenas credenciar e recolher os envelopes contendo a documentação de habilitação e da proposta de preços da pretensa contratada, ficando o procedimento suspenso até pronunciamento do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas- TCE. A assessoria informou, ainda, que tal cautela foi adotada para dar lisura ao concurso público. E que nesse ínterim, o prefeito de Inhapi, “no uso de suas atribuições legais, considerando seu poder discricionário, decidiu pela revogação do processo licitatório, achando por bem sua realização em um outro momento”. Acrescentou que a empresa simplesmente compareceu ao certame e que em momento algum foram abertos os envelopes contendo os documentos de habilitação e proposta de preços e consequentemente declarada sua habitação, nem tão pouco declarado como vencedor ao procedimento licitatório, havendo apenas uma expectativa de direitos a empresa participante, caso o procedimento fosse reiniciado e finalizado. Ouro argumento é que nos dois anos de abertura da sessão do procedimento licitatório, a empresa ficou inerte, se manifestando apenas após a publicação

do concurso público. “E mais: a contratação da Fundepes – fundação sem fins lucrativos- foi realizada dentro das formalidades legais, não havendo qualquer mácula procedimental na contratação, tudo em respeito aos princípios norteadores da administração pública”, conclui a nota. Prefeito Zé Cícero teria contratado a Copeve sem licitação


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ARTIGOS

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JORGE MORAES Jornalista

Pimenta nos olhos dos outros é refresco

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assaria o dia todo escrevendo ou falando das muitas contradições vividas pelo Brasil. Isso em todos os segmentos, principalmente, o político, onde de dia se diz uma coisa e, à noite, é tudo diferente. Hoje é fechado um acordo e, ao amanhecer, o assunto é colocado de outra forma. Um dia, você é amigo do Poder. No outro dia, é contra. Muda-se de lado ou de opinião, como

O PMDB está rachado em três pedaços: uma parte está com Renan e Dilma; outro pedaço com Michel Temer ; e uma terceira parte, minoria, com Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. troca-se de roupa. Por isso, escolhi três exemplos que vão corroborar com o meu ponto de vista: 1º Exemplo - Essa semana o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi

demitido. Não gozava da simpatia da presidenta Dilma Rousseff. Tinha sido indicado, na época, como uma exigência da iniciativa privada. Levy travou uma verdadeira quebra de braço com a presidenta. Tudo o que ele queria fazer, a Dilma não concordava e ainda desmentia o ministro de público e no mesmo instante. A primeira contradição é que, para seu lugar, Dilma Rousseff escolheu um amigo do “peito”: Nelson Barbosa, exministro do Planejamento e desafeto do Joaquim Levy. A contradição: Barbosa disse que vai dar continuidade aos projetos elaborados e as medidas econômicas para os próximos três anos do exministro. Mentira. Se ele não gosta do Levy, questionava as medidas adotadas, como vai seguir no mesmo projeto? 2º Exemplo - O senador Renan Calheiros andou as “turras” com a presidenta Dilma Rousseff na metade do ano. O presidente do Senado da Repú-

Natal sem preconceitos

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empre gostei da época natalina! Quando criança, ainda, acreditando em Papai Noel, ficava feliz esperando o presente do bom velhinho, mas meus pais me contaram muito cedo quem comprava os meus presentes. “Entenda, filha, você pode ganhar coisas bonitas e caras; as crianças pobres esperam pela boa vontade de pessoas caridosas”. Nunca fui muito chegada a boneca e no Natal de 1946, enquanto meu irmão mais velho ganhou uma mesa de estudos, eu ganhei uma boneca negra e linda. Anos de-

O Natal me faz lembrar solidariedade, amor e nenhum preconceito. Hoje, o mundo é mais livre, as pessoas se casam várias vezes, ou não se casam. pois, minha mãe doou para a filha de uma empregada nossa o brinquedo rejeitado. Aí, ela entendeu que eu preferia ganhar roupas e bola de vôlei. Tínhamos uma vizinha bem alegre e que só aparecia depois do meio-dia. No começo da noite, saía de casa exagerada-

mente enfeitada. Brincava sempre comigo e no Natal aparecia em nossa casa. Não entendia eu, inocente criança, qual a profissão da moça e porque as outras famílias não simpatizavam muito com ela. A Irene era prostituta e fazia “ponto” no bairro de Jaraguá, mas era de boa família e irradiava simpatia. Nessa mesma época, também morávamos próximos de uma família cujo pai era do antigo Partido Comunista, o velho partidão. Ele era preso de tempos em tempos e a família ficava desamparada. Minha mãe se emocionava e ajudava aos vizinhos neste período difícil. Uma das filhas namorava com um rapaz ciumento, complicado, e ela não podia nem olhar de lado; imagine conversar com a Irene. Casaram e tiveram vários filhos. Não sei se foram felizes, mas sei que o preconceito era grande. Quando comecei a trabalhar na Assembleia, com 18 anos, andava por lá um mestre-de-obras, bem calado e muito respeitador com as jovens funcionárias. Chamavam-no de Mossoró e os políticos brincavam com ele e nós, jovens, não entendíamos o teor dos gracejos. Soube depois que o moço tinha uma boate no meretrício de Maceió e lá recebia pessoas famosas. Casei e fui morar no Farol. Na mesma

blica chegou a perder os cargos indicados por ele no governo federal, em Alagoas. Na época, quem tentou apagar o fogo foi o vice-presidente da República, Michel Temer, convidado para ser o conciliador do governo diante dos aliados. A segunda contradição é que Renan Calheiros voltou a ser aliado de Dilma Rousseff e a presidenta quer ver o Michel Temer pelas costas. Temer é acusado até de traidor pelo Partido dos Trabalhadores e o Palácio do Planalto. Com isso, o PMDB está rachado em três pedaços: uma parte está com Renan e Dilma; outro pedaço com Michel Temer; e uma terceira parte, minoria, com Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. 3º Exemplo – Quando o presidente da República do Brasil era Fernando Collor, o processo de impeachment foi aprovado com uma votação extraordinária pelo Congresso Nacional. Muita

gente votou até pela mulher, o pai, a mãe, os filhos e pelos amigos. O Partido dos Trabalhadores, então, votou maçicamente. Porteira fechada como dizem lá no interior. A terceira contradição vem, exatamente, dos parlamentares do PT da Dilma Rousseff. Segundo eles, aprovar o impeachment de uma pessoa, legitimamente eleita pelas urnas, é golpe. E no caso do Fernando Collor foi o quê então? Ele também foi eleito pelo povo brasileiro, mas foi afastado da presidência com algumas acusações, mesmo pedindo a renúncia antes. Isso também não foi levado em consideração pela classe política, especialmente do PT. Antes, tudo podia ser feito, mas, agora, não pode mais. É por isso que, no País das contradições, o lema e: eu faço agora diferente do que fazia e pensava no passado. Pimenta nos lhos dos outros, é refresco.

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

rua morava o Mossoró numa boa casa com sua família devidamente constituída. E ele reclamava ao meu irmão: “Sua irmã é muito chata, não fala com ninguém; eu a conheço desde que trabalhei na Assembleia”, E, reconheço, devia ser muito preconceituosa mesmo. Recentemente, conheci Rosa, filha do Mossoró e ela achou interessantes as estórias que contei a respeito do pai dela. Contou-me então, um fato engraçado: um político famoso era candidato e pediu ajuda ao Mossoró. Ele ampliou várias fotos do amigo e as colocou em todos os quartos da boate. Então os visitantes namoravam com as meninas e olhavam para a foto do candidato que solicitou ajuda. Interessante!!! Estudei no ginásio com uma moça magrinha e bonitinha chamada Marly. Desapareceu e nos encontramos anos após, num salão de beleza. Passados alguns dias, meu irmão Sabino me encontrou e revoltado, me perguntou: “Soube que você conversou longamente com a Marly num ambiente público? Ela é prostituta e tem uma boate não sei onde”. Disse então: “Sim, conversei; isso não é uma doença contagiosa; é uma profissão”. Essas estórias me levaram a um tem-

po de muito preconceito, até dentro dos próprios colégios. Havia colegas de comportamentos mais liberais com as quais não mantínhamos relacionamentos mais estreitos. O Natal me faz lembrar solidariedade, amor e nenhum preconceito. Hoje, o mundo é mais livre, as pessoas se casam várias vezes, ou não se casam. Algumas resolvem ter filhos através de produção independente e o fazem com naturalidade. Conheço uma família linda onde a mãe teve 3 filhos, o pai outros 3 e os dois tiveram mais um. Já se tornou oficial o casamento entre pessoas do mesmo sexo.Todos são amigos, vivem bem e a vida continua. Prometi a mim mesma que hoje não falaria aos meus leitores de pessoas ruins, fatos negativos. Estamos no Natal. Vamos lembrar de Jesus Cristo, Gandhi, Irmã Dulce, Padre Cícero e gente do bem. Os meus amigos de quem falei no início (alguns dos quais já se foram), são lembranças de minha infância, minha adolescência e minha maturidade. Aprendi com eles que todos somos iguais, irmãos e irmãs do Menino Deus: nascemos, vivemos e morremos. Feliz Natal!


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No hall da Revista Manchete, em 1975, Murilo Melo Filho, Geraldo Bulhões, Teotônio Vilela, Suruagy, Benedito Bentes e Ivan Barros

Dona Luzia, Suruagy e, ao fundo, Ivan Barros em festa na casa de Geraldo Sampaio em Palmeira dos Índios

Ivan Barros revela:

HISTÓRIA DE ALAGOAS “QUANDO DIVALDO SURUAGY PERDEU O PODER, FORAM-SE OS AMIGOS” EDBERTO TICIANELI Jornalista

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van Bezerra de Barros é jornalista experiente, um dos remanescentes do grupo de ouro dos profissionais alagoanos que trabalhou na imprensa carioca. Natural de Palmeira dos Índios, voltou a Alagoas após ser aprovado em concurso público para promotor de Justiça. Amigo de Divaldo Suruagy, recebeu deste a incumbência de escrever a sua biografia. A promessa foi cumprida e o livro Divaldo Suruagy, vida e obra de um estadista foi lançado no dia 23 de outubro na

Academia Alagoana de Letras. A entrevista a seguir expõe a amizade que existia entre os dois acadêmicos e revela o ostracismo político em que viveu Divaldo Suruagy nos seus últimos anos de vida. História de Alagoas – O senhor foi um dos grandes amigos de Divaldo Suruagy. Como se estabeleceu essa relação? Ivan Barros – Em 1970 fui candidato a deputado estadual pelo MDB. Eu estava fazendo um comício em São Marcos, antigo Riacho do Sertão, distrito de Major Izidoro, e apareceu lá o Divaldo acompanhado do Ader-

val Tenório e Antônio Amaral. Ele me parabenizou dizendo que eu estava fazendo um discurso de deputado e que me desejava êxito. Agradeci. Em São Marcos tinha 800 eleitores e eu esperava ter no mínimo 400 votos, mas tive uma decepção. O Divaldo teve 400 e tantos votos e eu tive apenas 180 votos. No Estado, Divaldo teve quase 10.000 votos e eu 6.000 e poucos votos. Divaldo pela Arena e eu pelo MDB. Perdi a eleição para o Walter Figueiredo de Rio Largo por 60 votos. Fiquei na primeira suplência. Sabendo disso, o Divaldo me procurou e disse que

se soubesse que os votos que ele teve em São Marcos iriam me prejudicar, não teria ido lá. Disse ainda que eu merecia ser deputado e me convidou para ocupar uma assessoria na Assembleia. Ele estava muito cotado para ser o presidente. Disse também que iria trabalhar, depois, para que eu assumisse o mandato. Disse a ele que não trabalhei para ser suplente ou assessor e resolvi, a convite do Tobias Granja, ir para o Rio de Janeiro. Cheguei lá com a cara e a coragem. Tobias Granja era diretor da revista O Cruzeiro e tentou me levar para trabalhar

lá, mas, infelizmente, o David Nasser disse a ele que a revista estava fazendo uma contenção de despesas e que não ia admitir mais repórteres. Foi então que o Tobias me levou para conversar com o Jairo Costa, intelectual e empresário poderoso, que era de Capela e muito bem relacionado no Rio de Janeiro. Jairo ligou para Arnaldo Niskier, diretor da revista Manchete que estava surgindo, e me recomendou. Levei o currículo para o Arnaldo Niskier, que me admitiu. Passei oito anos como repórter da Manchete, ao mesmo tempo que fazia o curso de Direito.


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Biografia de Suruagy foi lançada no mês de outubro na Academia Alagoana de Letras

Dois anos depois, surgiu a vaga de deputado em Alagoas. O Walter Figueiredo tinha sido eleito prefeito de Rio Largo. Eu estava decidido a não voltar para Alagoas; estava fazendo Direito e estava bem. Avaliei que não valia a pena. Quem assumiu foi o Castro Filho, segundo suplente. Continuei a trabalhar na Manchete e a estudar. Nessa época, comecei a trabalhar no Escritório de Alagoas no Rio de Janeiro e quando Divaldo ia para lá, eu chamava os jornalistas Tobias Granja, Joarez Ferreira, Jorge Segundo, Tércio Barros, Jorge Oliveira e fazíamos algumas entrevistas com ele. Certa vez, no segundo mandato de Divaldo no governo de Alagoas, Câmara Cascudo, que trabalhava na Manchete e dirigia a sucursal do Nordeste, sabendo do meu relacionamento com o Divaldo e da expressiva votação que ele teve — mais de 65% dos votos —, pediu para convidá-lo para um jantar na Manchete. Ele tinha interesse em captar publicidade dos usi-

neiros e vender livros didáticos ao governo do Estado. No jantar estavam presentes Geraldo Bulhões, Teotônio Vilela, Pontes de Miranda, Afrânio Melo, Tobias Granja, José Alípio Ferreira. Após o jantar, o Divaldo Suruagy falou para mim — eu estava me formando em Direito — que era chegada a hora de voltar para Alagoas. Informou-me que ia fazer um concurso para promotor de Justiça e recomendou que eu fizesse a inscrição. Concordei e ele me mandou a passagem. Vim para Alagoas, e em Palácio, o Divaldo Suruagy chamou o Carlito Lobo e disse a ele que eu ia fazer o concurso e que me desse as orientações de como estudar Direito Civil, Processo Penal etc. Estudei muito, com afinco, e tirei em primeiro lugar no concurso. Fui ao Rio de Janeiro pedir demissão da Manchete e voltei para assumir o cargo de promotor de Justiça, nomeado pelo Divaldo Suruagy, que acompanhou toda minha trajetória no Ministério Público.

Na AAL, Manoel Bentes, Mendonça Neto, Divaldo Suruagy, Lincoln Carvalho e Ivan Barros

Em 1990, com o apoio de Medeiros Neto, ocupei a vaga de Adalberon Lins na Academia Alagoana de Letras. Foi Divaldo quem fez a minha saudação acadêmica. HA – Como o senhor avalia a trajetória política de Divaldo Suruagy? Ele foi um político competente? IB – É isso que conto em meu livro. Narro toda a trajetória política do Divaldo, os cargos que ele assumiu. Ele foi eleito três vezes governador. Era muito competente. Ele explica no meu livro o que aconteceu no dia 17 de julho de 1997 quando ele renunciou e ficou por cinco anos no ostracismo, conversando com os amigos e escrevendo. HA – Alagoas foi ingrata com o Suruagy? IB – Eu não diria que foi ingrata. O que aconteceu com ele no 17 de julho foi uma confiança excessiva que ele teve no secretário da Fazenda, que preferia comprar as chamadas Letras Podres do que pagar o funcionário público. Um dia, na casa do Geraldo Sampaio, o secretário

me disse que era melhor investir nas Letras, ganhar dinheiro, e com o dinheiro pagar o funcionário público. Então houve aquele atraso danado que provocou uma insatisfação geral no estado, gerando o 17 de julho e a renúncia do Divaldo. HA – Qual o maior legado do político Divaldo Suruagy? IB – Foi um homem que conseguiu emprego para duas mil pessoas, numa época em que havia um índice de desemprego muito grande no estado de Alagoas. Foi o governante que construiu mais obras: 20 mil quilômetros de estradas pavimentadas, construiu casas populares, o Conjunto Benedito Bentes e trouxe a indústria química Salgema. Como deputado federal, trouxe mais recursos, a exemplo da rodovia Palmeira dos Índios/Carié, a rodovia Palmeira dos Índios/Santana do Ipanema, a rodovia para Penedo, para São Luiz do Quitunde. HA – O político Divaldo Suruagy fez mais amigos

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que inimigos? IB – Ele tinha muitos amigos, mas quando perdeu o poder, foram-se os amigos, poucos ficaram ao lado dele. A Marlene Lanverly tinha uma casa na Rua Santa Fernanda, na Jatiúca, e doou esta casa para que ele fizesse ali seu escritório, conversasse com amigos, escrevendo seus livros e artigos para os jornais. Mas no anonimato, os amigos desapareceram. A verdade é que foi-se o poder, foram-se os amigos. Continuou no ostracismo, amargurado. Em 2014, tentou voltar à política candidatandose a deputado estadual, mas foi quando adoeceu e viajou para São Paulo. Os médicos o desenganaram e ele voltou para a família. Quando chegou, foi me visitar na Barra Nova — eu também tinha tido um problema de saúde. Na ocasião, disse a Divaldo que ele devia escrever a sua biografia. Argumentou que estava doente e me pediu para escrever sua história de vida. Ponderei que a responsabilidade era muito grande e deixamos para lá. Quando morreu, eu senti a necessidade de escrever a biografia dele. HA – O livro é uma homenagem ou um documento que trata da história de Divaldo Suruagy? IB – Não é a homenagem. É o cumprimento de uma promessa feita a ele quando me visitou na Barra Nova. É a biografia dele, a vida dele, as obras que produziu, o administrador e o escritor. A biografia completa, porque ela faltava em Alagoas. Eu escrevi uma biografia que servisse para as novas gerações conhecerem uma vida venturosa, exemplar como foi a vida de Divaldo Suruagy. HA – Um homem como Divaldo Suruagy faz falta na política alagoana? IB – Já faz e fará muita falta. Nos próximos 50 anos não vai surgir em Alagoas um político como Suruagy. O homem, o pai de família, o amigo, o companheiro, o governante. Ele foi um estadista.


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MEIO AMBIENTE

Redução de chumbo

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ma proposta construída pelos participantes do Seminário sobre Substâncias Químicas Perigosas e seu Contexto nas Compras Públicas Sustentáveis, diz que o limite estabelecido nacionalmente para chumbo em tintas imobiliárias deve ser reduzido de 600 ppm (partes por milhão) para 90 ppm. Sugere ainda, ampliar a lista de substâncias controladas, a serem submetidas à gestão e avaliação de risco por parte do governo brasileiro. A proposta será encaminhada para a Comissão Nacional de Segurança Química (Conasq) para ser analisada e, se aprovada, encaminhada ao Congresso Nacional.

JULLYANE FARIAS jullyanefarias@hotmail.com

Lua Cheia

O Natal deste ano terá Lua Cheia, fato este que não acontece desde 1977. Esse fenômeno só voltará a ocorrer em outra noite de Natal em 2034, 19 anos depois segundo a Nasa. O pico da Lua Cheia será às 9h11 pelo horário de Brasília.

COP 21

Macacos-pregos

Câmeras montadas para monitorar ninhos de jacaré flagraram um inesperado comportamento de macacos-prego na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, interior do Amazonas. Eles não estavam apenas predando os ovos, mas utilizavam gravetos como ferramenta para fazer o trabalho. Os pesquisadores ainda não sabem por que, pois é a primeira vez que se descobre um comportamento desse, mas suspeitam que o graveto permite que acessem o ninho sem se machucar nos espinhos.

Um milhão de árvores

Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova Iorque, anunciou em 2007 a meta de plantar 1 milhão de árvores até 2017, por meio do projeto Million Trees NYC que visava melhorar a qualidade de vida da população. O objetivo já foi alcançado no dia 3 de novembro, quando um garoto de 8 anos plantou a árvore de número 1 milhão, no bairro do Bronx. A verba do sistema de manutenção é de US$ 6,1 milhões, mas para reduzir os custos, a administração pública planeja uma nova campanha, “Adote uma árvore”, que incentivará a população a cuidar das árvores do bairro.

A reunião do Clima da ONU (COP21) também serviu de pano de fundo para o lançamento de projetos promissores apoiados por investidores, como por exemplo: a Aliança solar, que consiste na utilização da energia solar nas áreas rurais; a Breakthrough Energy Coalition, que financia projetos de desenvolvimento de energias limpas; a Coalizão Missão Inovação, onde 20 países prometeram duplicar os investimentos em pesquisas de desenvolvimento de fontes renováveis de geração de energia; o Pacto Internacional sobre Água, que visa assegurar a gestão sustentável dos recursos hídricos; e, a Aliança dos Negócios para Água e Mudanças Climáticas, que tem como objetivo reduzir os riscos relacionados à qualidade e disponibilidade de água.

Gales

No início de 2017, um pedaço da costa em Swansea, no sul do País de Gales, vai transformar-se numa lagoa geradora de energia. O projeto que está orçado em 1,5 milhões de euros vai construir um muro de 9,5 km ao longo do mar e à medida que a maré encher, a água vai começar a encher a lagoa, passando por turbinas e gerando eletricidade. A lagoa deve gerar cerca de 495.000 megawatts/hora, cerca de 11% de todo o consumo energético do País de Gales.

Zika

Oitenta por cento dos municípios com casos notificados de microcefalia associados ao zika vírus, já estavam em situação de alerta pela infestação do mosquito Aedes aegypti dois meses antes do pico da epidemia. O critério de alerta é medido por meio do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), segundo o qual se mais de 1% dos imóveis visitados no município tiver larvas, a cidade é colocada em estado de alerta. Com base em dados do Ministério da Saúde, das 445 cidades nordestinas com casos de microcefalia, 316 fizeram o LIRAa no início do ano e 248 (78,4%) já estavam em situação de alerta ou de risco.


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Blatter e Platini são banidos pela Fifa

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latter e Paltini tinham sido suspensos por 90 dias em outubro, enquanto era realizada uma investigação pelo pagamento de 2 milhões de dólares (cerca de R$ 8 milhões) pela Fifa para Platini em 2011. Eles negaram qualquer irregularidade. As proibições entraram imediatamente em vigor. Os dois ainda foram multados. Blatter deve pagar 40 mil dólares e Platini, 80 mil dólares. - Vou lutar por mim e pela Fifa. Sinto por ter sido um saco de pancadas. Sinto muito por ver que toda a equipe da Fifa esteja passando por isso - disse Blatter em entrevista coletiva na segunda-feira. Ele afirmou que vai apelar contra a punição no comitê da Fifa e na Corte Arbitral do Esporte (CAS).

PORDENTRODO ESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Maicon fica no Grêmio

Uma das pendências do Grêmio para a temporada, a permanência de Maicon, foi acertada entre o clube gaúcho e o São Paulo. A proposta gremista subiu de R$ 6 milhões para R$ 7 milhões, como queriam os paulistas, e a negociação foi concretizada. Assim, o volante de 30 anos segue em Porto Alegre para a disputa da Libertadores. O Tricolor gaúcho irá fazer o pagamento de R$ 3,5 milhões à vista pelo jogador. O restante do valor será parcelado até a metade de 2016. O clube de Roger Machado valorizou a permanência do seu capitão para a próxima temporada, algo que era o desejo do atleta.

Felipe Melo pega suspensão

ASA contrata

A

pesar das dificuldades financeiras para a próxima temporada, a diretoria do ASA tem se esforçado para dar ao técnico Vica um elenco competitivo. O Alvinegro confirma através do site oficial as contratações do zagueiro Aylton Ferreira, conhecido como Alemão, e do atacante Maycon Carvalho, que passou pelo Fantasma em 2009. O anúncio acontece logo após o lateral-esquerdo Rayro deixar o clube arapiraquense e acertar com o futebol mineiro. O Alvinegro já não conta mais com o volante Max Carrasco, o meia Didira e o atacante Alex Henrique, destaques do ASA em 2015.

Sucessor de Gabriel

O atacante Bruno Camacho é o novo reforço do Palmeiras para a categoria sub-20. O jogador foi o artilheiro do Campeonato Paulista sub-17 deste ano, com 29 gols em 23 partidas, mesma competição que, no ano passado, Gabriel Jesus chamou a atenção ao também alcançar uma ótima média de gols (37 em 22 jogos). O atacante se apresentou ao clube e foi cedido por empréstimo de um ano pelo Grêmio Prudente, equipe da quarta divisão estadual. Ao fim do período, o Palmeiras tem a opção de permanecer com o atleta, que já posou para foto com a camisa alviverde.

André de volta

Destaque na campanha do Sport no último Campeonato Brasileiro, o atacante André retorna ao Atlético-MG no dia 31 de dezembro, quando termina o empréstimo do jogador ao time pernambucano. A partir de janeiro, o atacante fica livre para assinar pré-contrato com qualquer equipe. O atacante estaria na mira do Corinthians, mas o Galo pretende antecipar a renovação do vínculo de André com o clube, que termina oficialmente em junho de 2016.

Mais uma do meia Felipe Melo. O atleta recebeu três jogos de suspensão pelo chute que acertou em Lucas Biglia, já nos minutos finais da derrota do Inter de Milão para o Lazio no último domingo. O comitê responsável pela punição enquadrou como “conduta violenta” e entendeu que o brasileiro “atingiu deliberadamente um adversário com um chute no ombro”.

Conca treinador

São 32 anos bem vividos. Mais de cinco deles jogando no futebol brasileiro, onde se firmou, foi campeão nacional, virou ídolo do Fluminense e construiu família ao lado da esposa Paula. Mas a vida de Darío Conca agora passa bem longe do Rio de Janeiro e de Buenos Aires. Argentino nega contato com o Palmeiras e não promete retorno ao Fluminense. Adaptado à China, o apoiador garante que vai cumprir seu contrato até dezembro de 2016 com o Shanghai Dongya e não faz muitos planos para o futuro dentro das quatro linhas. Entre a experiência e a responsabilidade à espera do segundo filho, no entanto, uma revelação surpreende a quem lembra da persona-lidade tímida do argentino: o sonho de ser treinador.

Dracena no Timão

A diretoria do Palmeiras anunciou na noite de terça-feira (22), a contratação do zagueiro Edu Dracena. O defensor de 34 anos estava no rival Corinthians e chega com vínculo válido até o fim de 2017. Na mira do Verdão desde o Campeonato Brasileiro, o defensor acertou sua rescisão amigável com o Timão

Grupos da Libertadores

Os brasileiros não terão vida fácil na Taça Libertadores em 2016. Após sorteio dos grupos realizado na noite de terça-feira (22), em Assunção, no Paraguai, Grêmio e Palmeiras caíram em chaves difíceis, enquanto Atlético-MG e Corinthians têm caminho um pouco mais tranquilo. O São Paulo estreia logo na primeira fase, contra o Universidad Cesar Vallejo, do Peru. Veja os confrontos da primeira fase (o clube da direita decide a vaga em casa): G1: Oriente Petrolero (BOL) x Independiente Santa Fe (COL) G2: Huracán (ARG) x Caracas (VEN) G3: Puebla (MEX) x Racing (ARG) G4: River Plate (URU) x Universidad de Chile G5: Independiente Del Valle (EQU) x Guaraní (PAR) G6: Universidad Cesar Vallejo (PER) x São Paulo Confira como ficou cada grupo da Libertadores: Grupo 1: River Plate, The Strongest (BOL), Trujillanos (VEN) e Vencedor G6 Grupo 2: Nacional (URU), Palmeiras, Rosario Central (ARG) e Vencedor G4 Grupo 3: Boca Juniors, Bolívar, Deportivo Cali (COL) e Vencedor G3 Grupo 4: Peñarol (URU), Atlético Nacional (COL), Sporting Cristal (PER) e Vencedor G2 Grupo 5: Atlético-MG, Colo Colo (CHI), Melgar (PER) e Vencedor G5 Grupo 6: San Lorenzo, Grêmio, LDU (EQU) e Toluca (MEX) Grupo 7: Olímpia (PAR), Emelec (EQU), Deportivo Táchira (VEN) e Pumas (MEX) Grupo 8: Corinthians, Cerro Porteño (PAR), Cobresal (CHI)


MACEIÓ, ALAGOAS - 24 DE DEZEMBRO A 07 DE JANEIRO DE

Ano para esquecer

F

azer o balanço de um ano tão difícil para a indústria automobilística, como o de 2015, é tarefa nada agradável. Afinal, em dezembro de 2014 se imaginava pequena queda de vendas este ano porque o Produto Interno Bruto (PIB) iria cair 1%. As últimas previsões apontam para recuo do PIB no mínimo de 3,5% e isso explica parte do mergulho, sem ser a única nem a principal razão. EUA e países europeus passaram por crises nos seus mercados internos que em alguns casos chegaram a 50% de encolhimento nos últimos sete anos. No entanto estão em plena recuperação, em especial os EUA. Japão teve queda menor e a China, sempre exceção, apenas diminuiu o ritmo de crescimento em 2015, embora mantenha com folga a posição de maior do mundo com mais de 23 milhões de veículos comercializados. Quando esta coluna começou, em 1999, registrou grande decepção no emplacamento de veículos (somados automóveis e comerciais leves e pe-

sados). O Brasil quase havia rompido a barreira de 2 milhões de unidades, exatas 1.943.458, e veio um tombo inesperado de 35% ao fim de dois anos para 1.078.215. A partir daí o mercado voltou a crescer e chegou perto de 4 milhões de unidades: 3.802.071. Falava-se até em vendas de 4,5 milhões, em 2017. De lá para cá, só frustrações. Foram três quedas sucessivas: 1% em 2013, 7% em 2014 e no mínimo 27% em 2015, de acordo com projeções. Em três anos, acumulou-se perda acima de 37%. Mesmo previsões mais pessimistas do início deste ano estimavam menos 15%. Houve uma conjugação de fatores: antecipação de compras em 2012, aumento de impostos, encolhimento do crédito, menor poder aquisitivo, aumento do desemprego e, acima de tudo, a mistura explosiva de crise política e econômica que minou a confiança dos compradores. O Brasil perdeu a quarta colocação (2,5 milhões de unidades em 2015 ou 1 milhão a menos) no ranking mundial de mercados e vai terminar em sexto

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

ou sétimo este ano. Uma marcha à ré surpreendente em um País com apenas cinco habitantes/veículo. A Honda concluiu a fábrica nova de Itirapina (SP) e decidiu por enquanto não produzir, enquanto a Chery trabalhou com 5% de sua capacidade total na nova unidade de Jacareí (SP). Nem tudo foi ruim em 2015. Novidades importantes de produção regional como HR-V, Renegade, 2008 e Duster Oroch (ordem cronológica) e boas reestilizações no Versa, Focus, HB20 e Cobalt, além do up! TSI. FCA inaugurou a fábrica de Goiana (PE). Audi voltou a produzir (A3 sedã) e a BMW completou os cinco modelos previstos. Apenas carros da faixa superior de preço cresceram em torno

de 20%. Preços de tabela ficaram em média alinhados à inflação, mas quem pôde comprar recebeu descontos e bônus. As exportações subiram 12%. Fabricantes que se concentram em automóveis mais acessíveis viram sua fatia de mercado encolher. Fiat, GM, VW e Ford (só esta conseguiu ligeiro aumento) ficaram até novembro com 56,5%, somando-se importados e produzidos no Mercosul de cada marca. Há 15 anos os chamados Quatro Grandes abocanhavam mais de 80% do mercado. Perda de 10% no número de empregos diretos sobre 2014 foi menor que a queda de produção (cerca de 23%), mas a ociosidade média deve ter superado 30%.

RODA VIVA ALGUNS fatos positivos também marcaram 2015: fim da obrigatoriedade dos extintores de incêndio (apesar da tentativa de retorno por meio de lobby no Congresso Nacional) e isenção do imposto de importação (II) para carros elétricos. Os híbridos recarregáveis ou não em tomada foram incentivados com II entre 0 e 7%, dependendo de consumo e montagem no País. OUTRA boa notícia, agora no final de ano: previsão do controle eletrônico de estabilidade até 2020 para projetos novos ou com

grandes mudanças. O prazo não precisava se estender até 2022 para modelos que estão à venda no momento. Possivelmente, o governo pensou nos anos difíceis ainda por vir. Retomada discreta das vendas pode se dar apenas em 2017. HB20X Premium automático de seis marchas é prejudicado pelo preço alto (mais de R$ 65.000 com tela multimídia e bancos de couro marrom), mas atende proposta do conceito “aventureiro”. Direção eletroassistida, finalmente, chegou e deveria

equipar todos os HB20. Vão livre aumentado em 4,1 cm absorve bem os buracos e, claro, não permite exageros em curvas. ESTUDO da Delphi mostra crescente aceitação do sistema de ar-condicionado no mercado brasileiro, incluídos os carros importados. Em 2008, 67% dos modelos novos vendidos recebiam esse equipamento, mesmo se oferecidos opcionalmente. Para 2015 a estimativa é de o percentual subir para 84%. Há impacto no consumo de combustível, mas vale a

pena. GOVERNO de São Paulo reduziu de 90 para 60 dias o prazo para leilão de veículos apreendidos e não reclamados pelos donos. Se multas, impostos e taxas não pagos e preço das diárias no pátio ultrapassarem o valor do carro, leilão pode ser antecipado. Quem sabe parte das “sucatas” ambulantes saia de circulação, mesmo as isentas de IPVA (mais de 20 anos).


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MACEIÓ, ALAGOAS - 24 DE DEZEMBRO A 07 DE JANEIRO DE 2016

ARTIGO

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

O Natal dos corruptos....

N

este período, estamos comemorando o nascimento de Jesus, mesmo diante de um panorama impróprio, com muitas nações em guerra e no qual a fome vem dominando parte do mundo. Neste período, estamos sofrendo com o desemprego e com milhões de mães chorando, quando tendo seus filhos

Agora, eu gostaria de saber como vai ser para as crianças de pais corruptos, já que eles não vão poder dar seus presentes caríssimos, estando com seus bens bloqueados pela Justiça. perdidos nas drogas. Estamos testemunhando a corrupção nos poderes e ficamos de braços cruzados, nos conformando só com as passeatas e com camisas nas cores do Brasil. Estamos perdidos, sem autoridades com moral suficiente para conduzir

o país. Estamos no fim do mundo e que serão somente o fogo e a água que acabarão com ele e sim a corrupção desenfreada dos condutores da nação. Paralelamente ao nascimento de Jesus, estamos vendo os nossos dirigentes só pensando em dinheiro, com ambição, com mentiras e com o desrespeito às leis. Deveríamos estar vivendo um período de paz e de compreensão, mas, estamos vivendo um período negro da nossa História. É uma pena que as comemorações do Natal às vezes só aconteçam para as trocas de presentes, embora muitas crianças não ganhem, sequer, um carrinho ou uma boneca. Neste período, nas casas simples e nos casebres, podemos ouvir os galos cantando, como se estivessem eles acompanhando os sons de violinos e de harpas. Estamos comemorando o nascimento de Jesus e nas ruas, nas

avenidas e nas praças, vemos carros reluzentes transportando crianças que esperam a chegada de Papai Noel, mesmo sabendo que ele não chega para todos. Em milhares de lares, ele chega com seu saco repleto de presentes caros, porém nas calçadas ficam crianças dormindo em cima de papelões, sem os cobertores para o combate ao frio, companheiro das madrugadas. Muitos não recebem, sequer, um simples carrinho ou uma boneca. É Natal, mas muitos não podem comemorá-lo em paz e não podem matar a fome das suas crianças. Eu até que gostaria de saber como vão ser comemorados os Natais de muitas dessas crianças, cujos pais se envolveram com a roubalheira de milhões e mais milhões, deixando outras crianças com fome e sem direito a um simples presente. Eu não sei como está sendo para eles, nas prisões, mesmo domiciliares, como

querem os julgadores. Agora, eu gostaria de saber como vai ser para as crianças de pais corruptos, já que eles não vão poder dar seus presentes caríssimos, estando com seus bens bloqueados pela Justiça. Neste Natal e nos outros que virão, os filhos dos ladrões, provavelmente, deverão estar levando marmitas, para que seus pais possam se alimentar, não mais em restaurantes sofisticados, mas nas mesas de alvenaria das imundas prisões. Para eles, eu desejo que o Menino Jesus sirva como exemplo, principalmente, para os que zombaram da Justiça e que, por isso mesmo, devem ser punidos. Em tempo – Fiquei muito satisfeito ao saber que o Eng. Fernando Gama, meu ex-professor e ex-reitor da Ufal, é leitor dos meus artigos. Um Feliz Natal para ele e para a sua família.


MACEIÓ, ALAGOAS - 24 DE DEZEMBRO A 07 DE JANEIRO DE

A última cartada

E

m Campo Grande, o ex-prefeito Cícero Pinheiro se prepara para mais um grande embate com o também ex-prefeito Arnaldo Higino. Afastado do poder por longos 12 anos – disputou e perdeu as duas últimas eleições para o próprio Arnaldo Higino e a mais recente para o sobrinho Miguel Higino -, Pinheiro está preocupadíssimo e não é à toa.

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ABCDO INTERIOR

robertobaiabarros@hotmail.com

Poucas chances

E o seu medo tem sentido. Se realmente houver algum impedimento jurídico e Arnaldo Higino for candidato, a probabilidade de disputar e vencer as eleições é praticamente nula. Arnaldo, apesar de ser um político impopular e com jeito de governador à moda antiga, vai com tudo para a disputa. A seu favor, dois pontos importantes: cumpre o que promete e nunca perdeu uma eleição.

Última pá de cal

Pinheiro, contudo, precisa renovar as suas forças, voltar a dialogar com os amigos verdadeiros que sempre estiveram com ele nos momentos difíceis e que agora, ninguém sabe o motivo, foram afastados do seu convívio. Se errar uma e até duas vezes é complicado, a terceira pode ser a última pá de cal nas pretensões políticas de um dos melhores prefeitos que já governou o município de Campo Grande.

Prefeitura em família

Lagoa da Canoa

O médico Lauro Fonseca e o ex-vereador Elialdo seguem firmes e decididos a disputarem as eleições na cidade de Lagoa da Canoa em 2016. Eles devem enfrentar o atual prefeito Álvaro Melo que já anunciou que vai disputar reeleição caso o deputado estadual Jairzinho Lira decida por continuar na Assembleia Legislativa. Para observadores políticos da terra do poli-instrumentista Hermeto Paschoal e do ex-goleiro da Seleção Brasileira Dida, o pleito do próximo ano será acirrado.

Superação da crise

Em entrevista concedida a duas emissoras de rádio, na manhã de terça-feira (22), a prefeita Célia Rocha disse que Arapiraca vivencia um momento de supeEm seu blog, o jornalista Bernarração da crise econômica que afeta todo o país. dino Souto maior informou que o Ela declarou que, apesar das projeções negativas prefeito da Barra de São Miguel, para a economia brasileira, no próximo ano o muniZezeco (PP) poderá emplacar na cípio deve manter o seu crescimento. sua chapa rumo à reeleição o pró- Célia Rocha levou mensagem de feliz Natal aos moprio pai, empresário José Nicolau. radores e mostrou muita confiança no crescimento Zezeco se preparou e filiou o pai no econômico e social de Arapiraca para 2016. PMDB, mas a sua pretensão pode não prosperar. Ele vai consultar especialista em legislação eleitoral para saber se é legal disputar a Acompanhada de assessores, a prefeita inicialmenprefeitura com o pai como candida- te concedeu entrevista ao radialista Alves Correia, to a vice-prefeito. que apresenta programa na Rádio Gazeta FM de Arapiraca. Na oportunidade, Célia Rocha lembrou que sua gestão teve dois anos de muitas dificuldades. Em Delmiro Gouveia, o prefeito Lula Cabeleira já governou a cidade com a sua filha Ziane Costa. Já na cidade de Maravilha o ex-prefei- “As prefeituras não estavam preparadas para esse to Márcio deseja voltar a adminiscenário desafiador. Tivemos que adotar medidas trar o município ao lado da esposa como o corte de salários de todos os servidores como vice. com cargos em comissão, secretários, inclusive Pelo andar da carruagem, a moda do meu e do vice-prefeito, além de reduzir alguns está pegando no estado e não bas- investimentos em obras públicas”, comentou Célia, ta só ser prefeito. É preciso dividir o citando também as quedas nos repasses do Fundo poder com os próprios familiares. de Participação dos Municípios (FPM).

Anos complicados

Virou moda

Cenário desafiador

Ações positivas

A prefeita Célia Rocha disse que, apesar da crise financeira, sua gestão consegue encerrar o ano com uma série de ações positivas, citando o avanço das obras do esgotamento sanitário, pavimentação de dezenas de ruas e avenidas, pagamento do décimo terceiro salário dos servidores e a referência como um dos municípios brasileiros que mais geraram empregos este ano.

Governador

“Quero continuar trabalhando com minha equipe. Ainda temos muitas coisas a serem feitas. Contamos com a parceria do governador Renan Filho e do vice Luciano Barbosa, que têm dedicado total atenção à nossa Arapiraca”, acrescentou.

PELO INTERIOR ... A diretoria executiva da Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA) segue trabalhando para montar um elenco competitivo e brigador para a disputa do Campeonato Alagoano de 2016. ...Na segunda-feira (21), o clube anunciou a contratação do lateral-esquerdo Elton Santiago dos Santos Lira, que atuou pela equipe do Santa Rita no Alagoano de 2015, no Zaglebie Lubin da Polônia, Paysandu do Pará e Duque de Caxias do Rio de Janeiro. ... Segundo informou o presidente alvinegro, Bruno Euclides, o atleta assinou contrato com o clube até o final do campeonato estadual de 2016 e chega para ser mais uma opção para o técnico Vica. Elton Lira vem para disputar a posição com o recém-contratado Rodolfo Testoni. ... “Estamos dando mais opções ao nosso treinador. Será uma dor de cabeça boa para Vica e comissão técnica na hora de escolher a melhor opção para essa posição”. ... O atleta irá se apresentar no dia 4 de janeiro de 2016 ao lado dos novos contratados e demais jogadores do elenco alvinegro. ... A direção-geral do Instituto Federal de Alagoas – Campus Marechal Deodoro informou que foram quitadas nesta terça-feira (22) as folhas de pagamento da Assistência Estudantil referentes aos meses de OUT-NOV-DEZ/2015 do Nível médio; NOV-DEZ/2015 do Nível superior; e DEZ/2015 da Bolsa de Pesquisa. Agora todos os auxílios estudantis do ano de 2015 estão em dia. ... Os relatórios bancários já foram enviados

ao Banco do Brasil e o dinheiro deve estar disponível nas contas dos estudantes em até dois dias úteis. Alunos que não informaram os dados bancários farão os saques por meio do CPF e documento de identificação direto no caixa do banco. ... Os pagamentos foram efetuados com o repasse financeiro feito pelo MEC (Ministério da Educação) no dia 7 de dezembro. A primeira parte das folhas foi paga já no dia 10 de dezembro. ... As últimas folhas de pagamento das bolsas de Monitoria e Extensão atrasadas também já foram liquidadas. O pagamento destas será feito assim que houver um novo repasse financeiro do MEC, o que será divulgado amplamente pela direção-geral do IFAL – Campus Marechal Deodoro. ... A Secretaria Municipal de Assistência Social de Arapiraca informa que o sorteio de quadra e lote das 999 unidades habitacionais, no Residencial Vale do Perucaba, do Programa Minha Casa, Minha Vida, foi adiada por questões técnicas. ... O sorteio estava marcado para esta quarta-feira (23), mas foi suspenso após vistoria realizada pelo Banco do Brasil. A nova data será anunciada nos próximos dias. ... Desejamos um Natal maravilhoso e um ano novo de paz e prosperidade para os leitores da coluna. Para os desafetos, já que é Natal, estão perdoados. Por enquanto... Até a próxima edição. Fui e voltamos em 2016!!!


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REPÓRTER ECONÔMICO

NO PAÍSdasALAGOAS

TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual

JAIR PIMENTEL jornalista.jairpimentel@gmail.com

A família

A tradição da “Ceia de Natal” será mantida em várias residências e restaurantes. O correto mesmo é o primeiro caso: família reunida, tudo preparado pela dona da casa, momentos de orações, reverenciando o nascimento do aniversariante do dia: Jesus, descontração, música com motivos natalinos, distribuição de presentes e muita alegria por mais um Natal em família.

Evitando excessos

Natal da recessão

J

á tivemos vários! Quem, como eu, “sessentão”, já atravessou até mesmo um Natal com inflação estratosférica de quase 80% ao mês, lembra muito bem da hiperinflação, quando o governo três meses depois (março de 1992), decretou o confisco do mercado financeiro, mudou a moeda e congelou preços e salários, deixando o o país “de cabeça para baixo”. Já tivemos natais com os supermercados de prateleiras vazias, diante do congelamento de preços, com filas de consumidores querendo comprar o que não existia. O Natal de 2015 é recessivo sim, mas não tanto quanto esses anteriores. O mercado financeiro funciona normalmente, o dinheiro está garantido na conta do consumidor para sacar quando quiser; a inflação, mesmo crescendo, ainda é controlada, via aperto do governo no aumento constante dos juros, diminuindo o consumo, mas jamais chegando aos patamares das décadas de 1980/90, com os planos Cuzado, Bresser, Verão e Collor. O comércio festeja o aumento das vendas, como sempre ocorre todo ano nessa época. Portanto, a recessão existe, mas a tradição é preservada. Cautelosamente, claro!

Mas a principal dica para quem é ou quem quer ser, economicamente e civilizadamente correto, é evitar os excessos, principalmente não comprar produtos importados, já que o dólar vale quatro vezes mais que o real. Ao invés de vinho do Porto, o de Petrolina (Vale do São Francisco), de excelente qualidade, ou claro, os da Serra Gaúcha. Ingredientes para o jantar, exclusivamente brasileiros. Pode também existir a divisão de despesas entre os membros da família e amigos.

A despesa continua!

Passada a euforia do Natal, chega o Rèveillon, quando também se costuma exceder nos gastos. Mas tudo pode ser feito, obviamente com cautela, inclusive no vestuário, bebidas, etc. Pode comemorar em família ou entre amigos, em casa mesmo, ou ir à praia, para quem mora no litoral; na praça, onde quer que exista concentração de pessoas, músicas e fogos. E se beber, não dirija! Vá de táxi. - Desejo aos leitores, um FELIZ NATAL e um ANO NOVO de paz, tranquilidade, harmonia, amor, muita saúde e controle financeiro, seguindo sempre minhas

O pleonasmo 1995 - Os deputados esta-duais Oscar Fontes Lima e Jota Duarte estavam na antessala do salão de despachos do Palácio Floriano Peixoto, aguardando audiência com o governador Divaldo Suruagy. De repente, chega o deputado Gervásio Raimundo com óculos escuros e um lenço nas mãos. Chamou a atenção dos presentes. Oscar Fontes, médico, o abordou: - Gervásio, o que é que há? - Estou com conjuntivite nos olhos. Oscar o repreendeu: - Isso é pleonasmo, Gervásio! O deputado Gervásio Raimundo ouviu e memorizou. Tête-à-tête com o governador Divaldo Suruagy, Gervásio limpava, com seu lenço, os óculos e os olhos. Divaldo não conteve a curio-sidade: - Gervásio, o que há nos seus olhos? Gervásio Raimundo tentou

explicar: - Olhe Divaldo, o dr. Pedro Gaia me disse que é conjuntivite nos olhos, mas o dr. Oscar, que é um homem muito inteligente e preparado, disse que é pleonasmo. Então, não sei! O governador alcançou de imediato o dilema de Gervásio e o aconselhou: - Se for conjuntivite, o dr. Pedro Gaia vai resolver com algum colírio. Se for pleonasmo, o dr. Oscar também vai resolver, é uma questão gramatical. Gervásio Raimundo saiu do palácio com seus problemas políticos encaminhados, mas, quanto à questão de sua saúde, mais confuso que quando chegou e confessou ao seu chefe de gabinete: - Dr. Pedro Gaia disse que é conjuntivite, o dr. Oscar diz que é pleonasmo e agora o Divaldo vem com história de questão gramatical. Eu vou procurar é um especialista.


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Alagoas, paraíso das belezas naturais

NOSSO CARIBE DONO DE UM LITORAL DE PRAIAS DE UM MAR AZUL VERDEJANTE, O ESTADO TEM 130KM DE ÁGUAS CALMAS E RASAS FLÁVIA AYER Jornalista

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ão é preciso ir ao Caribe para ver um mar azul verdejante. Tampouco enfrentar 30 horas de viagem à Austrália para se encantar com corais no fundo do oceano. Aqui mesmo no Brasil, em Alagoas, o Atlântico se encarregou de brindar o turista com um mar de tonalidade caribenha, quilômetros de recifes e, pasme, água morna – o ano inteiro. Conhecido como Costa dos Corais, o litoral norte de Alagoas abriga a segunda maior barreira de corais do mundo. E o que isso significa? São 130 quilômetros de piscinas naturais de águas calmas e rasas onde até quem não sabe nadar pode se encantar com a vida marinha. A costa abrange oito municípios e vai de Paripueira, a 36 quilômetros da capital Maceió, a Maragogi, na divisa com Pernambuco. A parte não muito interessante da história é que, pelo fácil acesso, pode ser que, embora haja limite de pessoas, você tenha que dividir essa piscina marítima com mais gente do que desejasse. PARIPUEIRA E MARAGOGI Navegar em alto-mar e desvendar o universo debaixo d’água pode parecer aventura para profissionais. Não é. Em Alagoas, conhecer a biodiversidade aquática fica ao alcance até de quem não sabe nadar. O litoral norte do estado concentra 130 quilômetros de piscinas naturais de águas calmas,

mornas e de azul-esverdeado cristalino. Paripueira e Maragogi, respectivamente, a 36 quilômetros e a 130 quilômetros da capital, Maceió, são os destinos mais procurados, parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, maior unidade de conservação marinha do Brasil. Maragogi é o segundo lugar mais visitado de Alagoas, atrás apenas da capital. As piscinas naturais em alto-mar são o principal chamariz. Elas se formam em decorrência das barreiras de corais, que dificultam a entrada da água na maré baixa. Resultado: lá longe, no oceano, a mais de seis quilômetros da orla, é possível andar com água batendo na cintura. Ao mergulhar, corais, ouriços, moluscos, cardumes, com destaque para o sargentinho, peixe amarelo de listras pretas. São três as piscinas famosas de Maragogi, cujos passeios podem ser facilmente contratados nos hotéis e duram cerca de três horas: Galés, Barra Grande e Taocas. O preço gira em torno dos R$ 75 por pessoa, geralmente com o snorkel incluído. Esse, aliás, é um item indispensável, pois facilita muito a ob-

servação subaquática. A melhor época para visitação é no verão, quando as águas ficam mais transparentes. Independentemente do período, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) impôs limite de visitação. A relação de catamarãs autorizados pelo ICMBio está no site da instituição (www.icmbio.gov.br). Mesmo assim, não pense em nada muito exclusivo ou privativo. O passeio é lindo, mas atrai aglomerações que podem atrapalhar a foto. E, como se trata de cartão-postal cobiçado, os operadores de turismo oferecem de tudo: álbum de foto debaixo d’água e até mergulho com cilindro. Para quem nunca mergulhou, é um bom começo. Com a ajuda de um profissional, depois de um teste rápido de respiração, o turista explora as belezas das piscinas em profundidades que vão de um a três metros. Dá para chegar bem perto dos co-

rais e fugir um pouco da área de concentração dos turistas. Mas, em se tratando de férias, tudo tem seu preço. MAIS TRANQUILAS Apesar de menos badaladas, as piscinas em Paripueira – que significa águas baixas em tupi – não ficam por menos (eu achei até mais bonitas do que as piscinas de Barra Grande, em Maragogi). Mas isso depende também da altura da maré e da quantidade de visitantes, que interferem na transparência da água. A dois quilômetros da orla, as águas cristalinas de Paripueira

surpreendem e encantam os turistas. Quem vai a Paripueira, normalmente se hospeda em Maceió. Se está sem carro, agências de turismo em Maceió oferecem traslado até a barraca Mar & Cia, que opera o passeio até as piscinas naturais. A barraca cobra R$ 5 por pessoa de entrada e, quem deseja ir até as piscinas naturais, paga mais R$ 40. Pelo snorkel, são cobrados mais R$ 8. E sempre é possível gastar mais. Assim como em Maragogi, os operadores oferecem serviços como álbum de fotos e mergulho com cilindro.


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