Edicao862

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MONUMENTO À SAFADEZA

CONDENADO POR IMPROBIDADE, DR. SAPINHO AGORA INTEGRA EQUIPE DE RUI PALMEIRA P/10

extra MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVII - Nº 862 - 11 A 17 DE MARÇO DE 2016

MISÉRIA SERTANEJA DILMA CORTA RECURSOS E PARALISA PROJETOS DE IRRIGAÇÃO NO SERTÃO P/ 8

www.novoextra.com.br

R 3,00

MÁFIA DO LIXO

SUPREMO RETOMA AÇÃO PENAL CONTRA CÍCERO ALMEIDA DEPUTADO É ACUSADO DE DESVIAR R$ 200 MILHÕES QUANDO FOI PREFEITO DE MACEIÓ P/ 9

OLIGARQUIA

Envolvidos em corrupção, prefeitos tentam RECESSÃO Alagoas fechou 7 mil empresas eleger filhos P/ 6 e 7

em 2015; hotelaria reduz crise P/ 22


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O desabafo de Sapucaia

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- O desembargador aposentado Antônio Sapucaia é a única voz do Judiciário alagoano a condenar o auxílio-moradia para magistrados que têm casa própria, que ele chama de “indecência”.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

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– Para Sapucaia, o projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa pelo TJ para legalizar o auxílio-moradia é uma indecência; uma malandragem.

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O ex-governador Téo Vilela e seu ex-secretário Luiz Otávio Gomes deverão ser convocados pela Justiça estadual para explicar a lambança jurídica que envolve uma milionária disputa de terras no pólo de Marechal Deodoro. No imbróglio entraram Banco do Nordeste, Cerâmica Portobello e mais duas indústrias do pólo. O processo já ocupa o trabalho de dois juízes e um desembargador, mas até agora ninguém decide nada. O caso é escabroso e se chegar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pode acabar nas páginas policiais.

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– “Essa excrescência” – diz Sapucaia – “chega ao Legis-lativo no momento em que as mais diversas classes de servidores clamam por melhora salarial, com justa razão, clamores esses que têm sido inúteis, à vista da situação por que passa o Estado e o resto do Brasil”.

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Capital político Afora alguns episódios pontuais, o prefeito Rui Palmeira consolidou sua condição de político ficha-limpa pelo zelo que tem demonstrado até agora na gestão dos recursos públicos. Ser um gestor honesto no Brasil de hoje, mais que um dever de cidadania, é exigência de uma sociedade cansada de tanta corrupção e roubalheira. Mas se não selecionar melhor seus aliados para as eleições deste ano, o prefeito pode comprometer esse valioso capital político, tão escasso no país do “mensalão” e do “petrolão”.

Folha corrida Ao mudar sua equipe de governo, o prefeito Rui Palmeira deveria ao menos pedir a folha corrida dos novos aliados. Se o fizesse, saberia que o Dr. Sapinho, novo secretário de Esportes, tem em seu currículo uma condenação por improbidade administrativa.

Em nome de Jesus Foi o Dr. Sapinho quem construiu o “Monumento ao Milenium” para comemorar os “2000 anos de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo”. De tão inútil, o monstrengo foi logo batizado de “monumento à safadeza”. Em nome de Jesus o Dr. Sapinho meteu a mão na cumbuca do erário e, apesar de condenado, volta à gestão pública.

DA REDAÇÃO

e Herança tucana

– Em artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no último dia 10, Sapucaia diz que o auxílio-moradia é um disfarçado aumento de salário de juízes e desembargadores.

– Por fim, Sapucaia faz um apelo aos deputados: “É sabido por todos que, quase sempre a Assembleéia Legislativa age impulsionada pelo é dando que se recebe. Mas desta vez, todos esperam que os senhores deputados tenham a coragem moral de repudiar a matéria originária do ventre do TJ, que parece contaminado por microcefalia, causada pelo mosquito da incerteza, da indecência e da ganância”.

COLUNA SURURU

Culpa dos pobres Ao tentar justificar a sua condenação por improbidade, Dr. Sapinho insinuou que a decisão judicial foi uma discriminação contra os pobres: “Não houve condenação por superfaturamento. O que se condenou foi o fato de o monumento ter sido construído em local de pobreza”. Tem jeito?

São Miguel dos Campos

Jô Clemente, presidente da Câmara Municipal de Vereadores de São Miguel dos Campos, é hoje o mais forte pré-candidato à sucessão do tio George Clemente. Pode enfrentar, nas urnas, o ex-prefeito e usineiro Nivaldo Jatobá.

Dando as cartas O deputado federal Ronaldo Lessa se antecipou ao senador Renan Calheiros na hora de confirmar seu apoio à reeleição de Rui Palmeira. A decisão de Lessa pressiona o presidente do Congresso Nacional a manter o “Chapão” unido.

Ameaça bandida Tão logo foi anunciada na quarta (9) a decisão do Supremo que impede membros do Ministério Público de exercerem cargos no Executivo, a bandidagem em Alagoas ocupou as redes sociais para comemorar. E mais, dirigiu palavras ameaçadoras ao ainda secretário de Segurança Alfredo Gaspar de Mendonça. Em seu perfil no Facebook um tal de Baba Tei-xeira avisa: “fio da pexte (sic) fique ligero (sic) agora porque a parada ficou quente”.

Termômetro Por baixo, isolado politicamente, o deputado federal Cícero Almeida pode nem sair candidato a prefeito, como ele anda falando aos quatro ventos. Sem o apoio do PMDB, seu grande sonho, uma campanha sem tempo de TV inviabilizaria suas chances de êxito.

Xadrez A última eleição municipal para prefeito em Maceió foi plebiscitária: ou se votava no Rui Palmeira ou em ninguém. A dose tem tudo para se repetir em 2016. Méritos para os articuladores políticos que integram o “núcleo pensante” do chefe do Executivo.

Mau dia Nem toda mulher teve sorte no dia dedicado a elas. Neste 8 de março, a 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) negou, por unanimidade, recurso da filha do deputado Cícero Ferro, Taciane Ferro, que acusou a Polícia Federal de levar e usar um cartão de crédito dela. No dia 6/12/2007, Taciana foi presa por agentes da PF na Operação Taturana havia acusou os agentes federais de surrupiarem seu cartão de crédito.

Parece piada

Um aliado político do prefeito afastado de São Luiz, Eraldo Pedro, o procurou e questionou: Por que o senhor não renuncia ao cargo, como o fez Toninho Lins, em Rio Largo, e vai responder pelas acusações de improbidade? O prefeito teve a coragem de responderr: “Eu não fiz nada, não sou como ele”. Cara de pau!

Aberração O Projeto de Lei “Escola Livre” que suprime os professores uma série de ações em sala de aula pode ser aprovado na Assembléia Legislativa. Em contato com o deputado e líder do governo, Ronaldo Medeiros, o presidente do Sindicato dos Professores, Eduardo Vasconcelos destacou: “Se a matéria for aprovada será um retrocesso

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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JORGE OLIVEIRA

A Casa de Noca Brasília - Em meio a decadência política e econômica, fruto dos desmandos que levam o país à maior crise moral da sua história, um fato, que seria irrelevante em outro momento, agora chama a atenção: o deslocamento da Dilma em avião presidencial em missão não oficial. Os partidos políticos abriram os olhos e decidiram entrar com ação na Procuradoria Geral da República para que ela devolva aos cofres públicos as despesas geradas pelo seu passeio de fim de semana a São Paulo para prestar solidariedade ao Lula, envolvido no escândalo de corrupção da Lava Jato. Não é a primeira vez que a presidente corta os céus do Brasil usando o avião presidencial e toda estrutura que requer o seu deslocamento em viagens inúteis e desnecessárias. Antes de se deslocar para São Bernardo, onde foi encontrar o amigo Lula e se incorporar aos manifestantes petistas que gritavam palavras de ordem contra a Justiça, a Dilma inventou uma viagem para o Chile sob pretexto de discutir assuntos econômicos naquele país. Na verdade, ela quis se ausentar do Brasil, a um custo alto para as finanças combalidas do país, apenas para não ter que ir à festa de aniversário do PT em São Paulo, onde certamente seria hostilizada. Enquanto a Dilma não for interditada por meios legais, o país ainda vai pagar uma conta muito cara por mantê-la na Presidência da República. Ela afundou a economia, é rejeitada por mais de 90% da população, acusada de envolvimento na Lava Jato e governa o país como uma desmiolada, alienada, alheia aos sérios problemas que afetam os brasileiros. Amparada pelo staff do Lula, muitos deles também envolvidos em escândalos de corrupção, ela deixou de governar e assiste o circo pegar fogo de camarote. Na sua concepção lunática dos problemas, ela não vê irresponsabilidade nem incompetência na condução do país. A Dilma, gente, é assim mesmo: psicótica, uma pessoa de comportamento e pensamento confusos. Vive em um mundo de delírio que ela própria criou. Brinca de fazer reuniões, tem mania de cortar os mares com o aviãozinho oficial como se fosse de sua propriedade, mente para si própria dizendo-se honesta e ignora tudo que se passa ao seu redor. Como os seus sinais de confusão mental são cada vez mais evidentes, não devemos culpá-la por essa insanidade isoladamente. Os poderes da República também estão doentes. É disso que a presidente se aproveita para permanecer vagando como um zumbi. Na Câmara, o presidente Eduardo Cunha sofre da mesma patologia. Está envolvido até o pescoço com as maracutaias da Lava Jato, mas também vive no mundo da lua. A sua participação nos escândalos enfraquece o Parlamento e inibe uma posição política mais consequente em relação ao impeachment da Dilma. O Judiciário, coitado, está vulnerável. Foi citado algumas vezes por políticos que apontaram ministros do STF e do STJ em conversas não tão nobres e muito menos republicanas com o Executivo. E o pouco que resta dessa Justiça está no Paraná. Em Curitiba, a equipe do Ministério Público tenta botar os larápios afortunados na cadeia, mas os militantes petistas, ressentidos com a convocação do Lula para depor, agora tentam atacar o juiz Sergio Moro, denegrindo a sua imagem pela rede social como se isso fosse inocentar o chefe deles.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Ética

Ora, como o país vive a sua pior crise moral, devemos, todos nós, preservar o que ainda existe de ética. E a ética fez moradia em Curitiba, para onde são levados os ladrões do dinheiro público. Os blogueiros chapas-brancas e a rede social petista começaram uma campanha de difamação contra os membros do MPe o juiz Moro, magoados com a intimação do chefe para depor como se ele tivesse acima da lei.

Levante-se

Você, só você, é responsável por essa mudança. Se ficar em casa palitando os dentes, vai chegar o momento que até o palito vai faltar. Portanto, levante-se, vá à luta pelos seus direitos para banir de vez essa corja que se instalou no poder e destroçou a economia do país acabando com o seu emprego. E aí, você ainda tem dúvida que a Dilma transformou o Brasil na Casa de Noca?

Delação

É simplesmente estarrecedora a deleção premiada do senador Delcídio do Amaral ao Ministério Público. O parlamentar – que até pouco tempo estava preso – destrincha com minúcias como a quadrilha petista chefiada por Lula e Dilma agiu nos bastidores para frear as investigações do mensalão, e como cooptaram um ministro do STJ para soltar os empresários envolvidos na operação Lava Jato. O senador, que conviveu com o poder na intimidade, não deixa pedra sobre pedra. Em um país sério, tanto Dilma como Lula já estariam na cadeia.

Até o gogó

Delcídio do Amaral fez a delação a um grupo de procuradores. E a revista IstoÉ traz nas suas páginas, com exclusividade, o depoimento do político ilustrado com páginas do documento original. O que os brasileiros apenas ouviam falar, agora, virou fato incontestável pela boca do ex-líder do PT no Senado. Amaral responsabiliza a presidente pela compra da refinaria de Pasadena, que deu um prejuízo de quase 1 bilhão de dólares à Petrobras, e diz que Lula comprou o silêncio de Marcos Valério por 220 milhões de reais, em um negócio que teve a intermediação do ex-ministro Palocci.

Pressão

Amaral acusa a Dilma de interceder na Operação Lava Jato para salvar os amigos empreiteiros do PT, desmascarando-a. Conta, por exemplo, que partiu dela a pressão contra os ministros do STJ e do STF. Assim é que Marcelo Navarro, ministro do STJ, relator do processo, atendeu o pedido da presidente para mandar soltar Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo. O habeas corpus foi expedido pelo magistrado, mas a operação foi abortada por seus colegas que viram na medida um “arranjo” de bastidores para soltar os principais responsáveis pelo rombo

nos cofres públicos.

Imoralidade

Delcídio do Amaral detalha com precisão como a quadrilha se organizou dentro do Palácio do Planalto sob a batuta de Lula e Dilma para dissecar o dinheiro público, criar falcatruas nas empresas, fraudar licitações e apoiar os petistas envolvidos no roubo das principais estatais brasileiras. Conta, por exemplo, que não foi casual o encontro da Dilma com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski em Portugal. A presidente pressionou o ministro a encontrar soluções que evitassem o envolvimento de Lula e seus parceiros petistas na Lava Jato. Pediu-lhe, inclusive, para soltar os empreiteiros que, presos, poderiam apontar Lula como cúmplice da camarilha.

Cara de pau

O senador desnuda a santa do pau oco quando diz que foi responsabilidade dela a nomeação de Nestor Cerveró para uma diretoria da BR Distribuidora. Ela própria, segundo o parlamentar, é que lhe deu a notícia por telefone. E o mais grave: quando presidiu a CPI dos Correios, Amaral confessou aos procuradores que presenciou “tratativas ilícitas para a retirada do relatório final dos nomes de Lula e do seu filho Fábio em um acordão com a oposição”.

Prepotência

Segundo ele, por três vezes a Dilma tentou interferir na Lava Jato, sempre com a ajuda do ex-ministro a Justiça, José Eduardo Cardozo. “É indiscutível e inegável”, disse, “a movimentação sistemática do ministro e da própria presidente Dilma no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”.

Às ruas O depoimento de Delcidio do Amaral tem um peso maior quando se sabe que ele foi da cozinha do Planalto, falava em nome do governo no Senado. Tinha acesso livre ao Planalto, ao Alvorada e a todas as negociatas da trupe petista. Mas se você se indignou como eu, um reles mortal, com mais esse escândalo, não seja otimista porque nada acontecerá enquanto a população não for às ruas. Precisamos apelar para as cortes internacionais para condenar os nossos larápios, como a fez a Justiça francesa com Paulo Maluf, procurado em mais de 120

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GABRIEL MOUSINHO

Último tiro

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deputado Cícero Almeida que declarou ser candidato a prefeito de qualquer jeito, ficou chupando dedo ao ver o PDT de Ronaldo Lessa fazer uma composição com Rui Palmeira com vistas às eleições de outubro. O ex-prefeito agora joga tudo para ter ao seu lado o PMDB, única saída para fortalecer o seu plano para voltar à prefeitura da capital. Mas isso ainda está muito longe de acontecer. Há quem diga de que os Calheiros não morrem de amores por Almeida que, nos meios políticos, é tido como homem que não cumpre com os seus compromissos e não trabalha para formar grupos e amigos. Para se salvar de não ficar só, ou seja, com partidos que tenham força política, resta a Almeida esperar uma decisão do senador Renan que comanda o PMDB no Estado, mas pelo visto, existe uma tendência do pai e do filho fazerem uma aliança com Rui Palmeira. Impossível? Claro que não, embora o PMDB desejasse ocupar um lugar de destaque na capital. Se o PMDB não fizer uma aliança com Almeida, o que é quase certo, o deputado vai ter que ralar o joelho para tentar derrotar Palmeira. É o último tiro que Cícero Almeida dará com relação às próximas eleições. Se errar, é procurar exercer o seu mandato de deputado federal em toda a sua plenitude e esperar uma nova oportunidade.

Articulador do PMDB Jeitoso, bom de papo e extremamente atencioso, o secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, tem sido o grande articulador do PMDB e às vezes porta-voz do governador para assuntos políticos. É ele quem conversa com os aliados, faz ponderações, dá informação à imprensa e procura sempre nunca se comprometer. Farias, já considerado uma águia política, mantém sempre a expectativa do PMDB disputar a prefeitura de Maceió.

Alerta geral

Marcelo Fica

Em reunião de composições políticas e campanha eleitoral é proibido se falar em dinheiro. Isso pode dar cadeia, dizem os mais experientes.

Diz um velho ditado que em time que está ganhando, não se mexe. É o caso do vice-prefeito Marcelo Palmeira, que novamente fará a dobradinha com Rui Palmeira. Pelo menos é o que tem dito o próprio prefeito, que vê em Marcelo um companheiro leal e trabalhador.

Abriu a porteira

Estalo bebé

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gabrielmousinho@bol.com.br

O governador Renan Filho criou uma grande expectativa, meses atrás, sobre a reforma no secretariado, deixou muitos auxiliares sem dormir, mas, no fim, a bomba que era esperada virou um estalo bebé que as crianças soltam nas festas juninas. Substituição fez apenas uma e duas trocas de cargos para acomodação política.

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Na ´´escolinha´´ do governador que atribuía notas aos seus auxiliares, parece que só não se deu bem e não passou nas provas, foi a secretária Jeanine Pires, da Secretaria de Desenvolvimento e Turismo. Pelas regras estabelecidas, Jeanine sai do governo por não obter nota azul na ´´escolinha´´, o que deu a entender a inapetência para o cargo.

Faz de conta Para permanecer na mídia o governador Renan Filho estuda todas as possibilidades. É craque no assunto. Só não deu certo até agora foi a tão propalada reforma do secretariado, um verdadeiro fiasco.

Xô, satanaz Pessoas que convivem com Renan Filho confidenciam que ele evita o máximo que pode de se encontrar com o suplente de deputado, Cícero Cavalcante. Acha que sua proximidade é péssima para sua imagem, já que Cavalcante responde a um rosário de processos por improbidade administrativa.

Com a decisão do Supremo Tribunal Federal de admitir que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha passe a ser réu no processo da Lava Jato, foi dada a partida para seguir o mesmo caminho 37 deputados e senadores.

Sem Téo O deputado Ronaldo Lessa deixou bem claro ao consolidar a aliança na prefeitura de Maceió, de que o seu apoio é para Rui Palmeira, e só. Ou seja, o acordo aí não inclui o PSDB, nem tampouco Téo Vilela, que trabalha para voltar ao Senado.

Escolha acertada

A indicação do médico Jurandir Bóia por Ronaldo Lessa para ocupar a Secretaria do Trabalho e Abastecimento, foi recebida com otimismo pela equipe do prefeito Rui Palmeira. Bóia goza da amizade com Lessa pela sua lealdade e competência, além de ser um dos melhores profissionais médicos de Alagoas.

Perguntar não ofende O que foi mesmo que a advogada Fernanda Marinela, presidente da OAB fez por Maceió para receber ligeirinho o título de Cidadã Honorária?

Numa fria Circula nos bastidores políticos a possibilidade do ex-deputado Judson Cabral se filiar ao PMDB e disputar a eleição como candidato a prefeito de Maceió. O PMDB também tem flertado com o deputado Cícero Almeida, que ainda pode mudar de partido.

Dinheiro curto A hesitação de alguns partidos de não lançar candidatos à prefeitura de Maceió e em outros grandes municípios, no momento, é por que ainda não descobriram, legalmente, a fonte de recursos para aplicar nas campanhas. A fórmula, pelas novas regras, é difícil e complicada. Além do mais a Justiça Eleitoral vai ficar de olho nas prestações de contas dos candidatos.

Liquida geral A Câmara de Diretores Lojistas se prepara para lançar no próximo mês em data ainda a ser estudada, o Liquida Alagoas 2016, diferentemente de promoções anteriores onde somente Maceió era privilegiada. Agora, diz o presidente da CDL, Fernando Azevedo, a promoção vai atingir todos os municípios alagoanos e contará com o apoio do governo do Estado através da Secretaria da Fazenda, além de outras instituições em Alagoas.


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Pré-candidatos a prefeito em Delmiro Gouveia seguem costurando apoios

RIVALIDADE NO SERTÃO PROFESSOR EDVALDO PODERÁ TER COMO PRINCIPAL ADVERSÁRIO O “FORASTEIRO” GIVALDO CARIMBÃO JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

A

s eleições em Alagoas estão em ebulição e no Sertão não é diferente. A eleição em Delmiro Gouveia para prefeitura é composta por pelo menos quatro pré-candidatos: Professor Edvaldo, Val, Givaldo Carimbão e Padre Eraldo. Na atual conjuntura o único nome “estranho” na disputa é o do deputado federal. Givaldo Carimbão não era eleitor do município e no final de 2015 mudou seu domicílio eleitoral. O parlamentar nunca escondeu o sonho de ser prefeito de Maceió, mas sua realidade hoje é a disputa na cidade sertaneja, algo bem diferente do almejado num passado recente. A vantagem política de Carimbão é sua ligação política com o atual prefeito de Delmiro Gouveia, Luís Carlos Costa, o Lula Cabeleira, que trabalha para eleger o federal a prefeito. Quem percorre as ruas de Delmiro não enxerga a identificação do parlamentar com a sociedade delmirense, que por sua vez conhece os outros précandidatos e seus respectivos perfis. Padre Eraldo foi por muito tempo o nome da oposição da região, mas uma nova liderança surgiu com muita força e trânsito político, o vereador Professor Edvaldo, que desbancou figurões da política alagoana na cidade de Delmiro Gouveia na disputa por uma vaga na Casa

Professor Edvaldo pode ser um dos candidatos à Prefeitura de Delmiro Gouveia, cobiçada pelo deputado Givaldo Carimbão

de Tavares Bastos. Outro nome que surge como alternativa local é Val, que também pleiteia o comando do executivo. Hoje a oposição segue rachada, mas em permanente diálogo. A ordem é não deixar o grupo de Lula se fortalecer e ganhar musculatura para mais uma vez comandar o município. Em recente ida ao município de Delmiro Gouveia, Carimbão destacou para imprensa local, ao ser indagado se caso fosse concretizada a sua candidatura se o mesmo iria ter o apoio de Renan Calheiros, Renan Filho e Lula Cabeleira, ambos do (PMDB), o deputado respondeu: “Estou conversando e acredito que os humildes serão exaltados”. Já Professor Edvaldo é do

PC do B, partido com o qual o senador Renan Calheiros mantém relações históricas e um ótimo relacionamento com caciques nacionais e locais, entre eles o pré-candidato da sigla comunista. Ouvido pela reportagem do jornal EXTRA, Edvaldo colocou: “Já tive oportunidades anteriores de compor a majoritária, mas por entendimentos da oposição, na época, abri mão por três vezes, mas hoje as pesquisas que estou tendo acesso mostram um cenário bem favorável”. Edvaldo também não poupou críticas à atual gestão e disse que o prefeito Lula Cabeleira é autoritário, centralizador, não atende a sociedade de Delmiro e muito menos se apresenta com um projeto de adminis-

tração que possa ser o vetor de um novo ciclo de desenvolvimento que o município necessita. “Delmiro precisa de uma gestão democrática, participativa, da aproximação do poder público com a sociedade. Na verdade uma família em Delmiro Gouveia se apropriou da prefeitura e usufrui da máquina pública municipal, onde nós não sabemos mais separar o público do privado e nesse sentido nós precisamos devolver a Prefeitura de Delmiro ao povo de Delmiro”, expôs Professor Edvaldo. Há muitas possibilidades para composições e alianças na cidade sertaneja e a reportagem do EXTRA questionou o Professor Edvaldo se há alguma chance de composição com algum

candidato que seja apoiado pelo atual prefeito, mesmo não sendo do seu clã. O comunista ressaltou: “Faço oposição ao grupo político liderado por Lula Cabeleira desde 1996, minha oposição é política e não no campo pessoal. O prefeito passa seis meses sem ir na prefeitura, a política do prefeito é de desvalorização ao servidor público, transferência de servidor que se posiciona contrário a sua administração [...] Se ao longo dos anos eu tenho combatido esse tipo de gestão, distante da sociedade, não tem sentido uma aliança política porque seria como água e óleo. Hoje essa aliança seria totalmente incompatível, com o atual prefeito, com seu grupo ou com seu provável candidato”.


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À beira da prisão, Marquinhos e Cícero Cavalcante querem filhos como laranjas

SEM LIMITES

EX-PRESOS DA POLÍCIA FEDERAL DISCUTEM COLOCAR HERDEIROS NA POLÍTICA E MANTER PODER NA REGIÃO NORTE ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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uem não pode disputar o voto, vai à caça deles com os filhos. Esse é o ditado que costura o dia a dia dos palanques em duas cidades do litoral Norte de Alagoas com histórico de corrupção nas prefeituras: Matriz de Camaragibe e São Luiz do Quitunde. Dois destes personagens ficaram conhecidos no Brasil inteiro, no Jornal Nacional, ao aparecem algemados deixando os carros da Polícia Federal na Operação Gabiru: Marcos Paulo do Nascimento, prefeito de Matriz; e Cícero Cavalcante, ex-prefeito das duas cidades e hoje com 10 ações de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público Estadual. Pois é o passado que assombra Marquinhos e Ciço das Cachorras, como são chamados na boca do povo. São exatamente as consequências da Gabiru que podem substituir Marquinhos pelo herdeiro. Ele vem sendo convencido a colocar o filho, Otávio, na disputa à Prefeitura de Matriz se o projeto da reeleição não vingar; e Ciço, para enfrentar Marquinhos - hoje desafeto político - quer Fernanda Cavalcante, sua filha e irmã da superintendente do Procon, Flávia Cavalcante. Ciço, é claro, vai para a disputa em São Luiz do Quitunde. E ainda espera a renúncia de Olavo Calheiros (PMDB) na Assembleia

Marquinhos foi condenado por fraude em licitações; Cícero responde a mais de 10 ações de improbidade administrativa

Legislativa, que deve ocupar a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas. A questão em torno de Olavo e TC está judicializada. A estratégia é manjada e serve de piada pronta com endereço certo: a Justiça Eleitoral. Ciço conseguiu eleger, desta forma, Doda Cavalcante, sua esposa, em Matriz de Camaragibe. Doda não era a prefeita. Apenas assinava os papéis, a mando de Ciço. PASSADO CONDENA Na sessão do dia 11 de fevereiro do ano passado, Marquinhos foi condenado pelo

Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por maioria de votos, a sete anos de prisão. Segundo as investigações da Polícia Federal, Marquinhos, junto ao líder da quadrilha descoberta na Gabiru, Rafael Torres, tinha o objetivo de fraudar licitações para a compra de merenda escolar. Gravações telefônicas mostravam, segundo a PF, que a proposta era se apropriar de dinheiro público. Na época ele era prefeito de Matriz de Camaragibe. Recebeu, dizem as investigações, dez parcelas dos recursos federais do Programa Nacional de Alimentação

Escolar (PNAE) (ao todo, R$ 161.708,40) e fez dez licitações na modalidade convite o que, aponta a PF, caracteriza fracionamento de despesas, procedimento ilegal. “Tais procedimentos caracterizariam fracionamento indevido de despesas, pois todos foram realizados dentro do período de 10 meses, com valor total das aquisições no montante de R$ 158.620,40”, dizem as investigações. Além do fracionamento em dez licitações, sempre de acordo com a PF, havia revezamento, nestas licitações, de sete empresas, duas delas, a Suevit- Torres e Queiroz

LTDA e K.O Santos & Cia LTDA administradas por Rafael Torres e em situação irregular na Receita Federal. “Os quantitativos de gênero alimentício, efetivamente adquiridos pela prefeitura, correspondiam a uma quantidade bem menor que aquela paga pelo ente municipal, consoante se depreende do confronto entre os documentos apreendidos, elencando os gêneros e as quantidades de alimentos adquiridos para o total de alunos matriculados, e os quantitativos constantes nas notas fiscais”, detalham os investigadores.


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“Marcos Paulo do Nascimento –na qualidade de prefeito do Município de Matriz de Camaragibe/AL, e de vice -prefeito deste mesmo município na gestão de CÍCERO CAVALCANTE, agia na fraude de procedimentos licitatórios e se apropriava indevidamente do dinheiro público. As acusações encontram-se embasadas em dezenas de áudios e documentos apreendidos suficientes para demonstrar que o réu Marcos Paulo, ou ‘Marquinhos’, agia, juntamente com Rafael Torres, em três frentes criminosas: negociava notas fiscais fraudulentas (‘podres’), para acobertar negociatas sem licitações; trata do ajuste irregular nas contas da prefeitura e, ao final, de atos de corrupção para safar o município –consequentemente a quadrilha –da fiscalização do Tribunal de Contas. Os seguintes trechos de escutas telefônicas confirmam a relação de ‘Marquinhos’ com Rafael Torres e com outros acusados, entre

já foi preso por homicídio. Conforme o EXTRA mostrou na semana passada, Ciço das Cachorras tem pela frente muitas explicações a dar ao Judiciário. E driblar sua possível prisão. GABIRU

Esquema dos ‘gabirus’ tinha como líder Rafael Torres

eles José Arnon, braço direito de Rafael, diretamente ligado a suas empresas, e responsável pela obtenção de diversas notas fiscais frias para o prefeito do Município de Matriz de Camaragibe”, explica a PF, ao fazer um “raio X” do esquema. A sentença contra Marquinhos não está em execução por estar em grau de re-

curso. Desde o dia 12 de janeiro deste ano, o processo está concluído e aguarda decisão do desembargador do TRF5, o juiz convocado Manuel Maia de Vasconcelos Neto. Cícero Cavalcante também está enrolado na Gabiru, mas as 10 ações de improbidade administrativa assombram mais o ex-prefeito, que

Dizem as investigações que o esquema começou em 2001 e foi desarticulado no início de 2005 com a Operação Gabiru. Prefeitos, funcionários, empresários forjavam licitações e usavam empresas fantasmas ou que pertenciam ao mesmo grupo para desviar recursos dos cofres públicos. Objetivo era ganhar mais em cima da merenda escolar das escolas municipais. A quadrilha era articulada. Tinha até espingardas calibre 12, pistolas semiautomáticas e revólveres; esmeraldas (para facilitar o chamado branqueamento de capitais) e 142.319 dólares, em dinheiro, mais 20.352 euros, R$

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286.703,85 e dois milhões em cheques A organização criminosa chegava a abocanhar 7% dos contratos da merenda. Contava ainda com o procurador Geral do Tribunal de Contas, José Correia Torres. “Restou cristalino que a burla da fiscalização ocorreu mediante corrupção comprovada do primo em primeiro grau de RAFAEL e Procurador Geral do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, JOSÉ CORREIA TORRES, fato este monitorado nas conversas gravadas, atestado pelo depoimento de ALOÍSIO e cujo valor recebido (R$ 20.000,00 –ou ‘dois ponto zero’como dizia RAFAEL) foi confirmado pelo próprio JOSÉ CORREIA, sob o pretexto de que tal quantia seria um valor para cobrir despesas de campanha política do primo de ambos, MÁRIO AUGUSTO TORRES, candidato derrotado à Prefeitura de Rio Largo”, detalham as investigações.


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Dilma corta geração de riqueza no Canal do Sertão

MISÉRIA CHANCE DE MILHARES DE SERTANEJOS PLANTAREM EM ÁREAS IRRIGADAS FICA MAIS DISTANTE ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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s efeitos do ajuste fiscal federal, sentidos em Alagoas desde o início do ano passado, não geram renda a milhares de sertanejos que esperam usar a enxada para plantar sementes em centenas de quilômetros de terras esturricadas a serem transformadas em perímetros irrigados que, por enquanto, existem apenas no papel. Incrível, mas as obras do Canal do Sertão - segunda maior obra hídrica do país (a primeira é a transposição do Rio São Francisco) - deveriam oferecer riqueza a agricultores familiares através de obras de engenharia (luz, estrada, adutoras, ramais de distribuição de água) que aproveitassem as águas do canal para irrigarem as terras. Porém, dos quatro projetos de perímetros irrigados, dois estão com as pesquisas prontas mas sem data para serem licitados. E outros dois parados. O últimos deles, de 31 mil hectares, que englobaria seis cidades do sertão (São José da Tapera, Monteirópolis, Olho d’Água das Flores, Carneiros, Olivença e Santana do Ipanema), foi suspenso em janeiro. Se todos estivessem funcionando, o governo federal e o Estado deveriam investir, ao menos, R$ 400 milhões para o início dos perímetros.

E o retorno estimado seria, no mínimo, o triplo: R$ 1,2 bilhão. O sertão viraria um mar de dinheiro. O EXTRA contactou a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em Brasília. Foi informado que houve “indisponibilidade orçamentária” para a execução da pesquisa - a primeira etapa para a implantação do perímetro irrigado. A companhia não informou data de retorno do projeto. A concorrência para este perímetro irrigado (chamado Carneiros-Tapera) foi aberta em março do ano passado. E revogada em janeiro deste ano. Sem dinheiro, nada de projeto. E o projeto é importante porque define o tipo de solo e a melhor cultura a ser plantada na região do canal. Nos dois primeiros perímetros já pesquisados - Pariconha e Delmiro Gouveia constatou-se que podem ser plantados milho, melancia, mamão e maracujá, além de feijão. Pariconha tem capacidade para atender 320 famílias; o de Delmiro, 190. Ao todo, 510 famílias ou 2.550 pessoas. O sertão de Alagoas viraria um oásis, como acontece em Petrolina (Pernambuco). O terceiro perímetro irrigado parado é o de Inhapi: a pesquisa foi suspensa no meio dos trabalhos. R$ 13 milhões somente neste contrato.

Trecho 3 do Canal, inaugurado em novembro do ano passado

“Estes primeiros perímetros teriam foco na agricultura familiar, mas, no futuro, os outros perímetros poderiam atrair grandes produtores na fruticultura”, disse Sílvio Azevedo, superintendente de Irrigação e Unidades Avançadas da Secretaria de Agricultura. Os três primeiros perímetros teriam 720 lotes. Cada lote teria uma família. Seria gerado 1,8 empregos por hectare, estima a secretaria. “A informação que temos é que em junho ou julho os primeiros perímetros devem ser implantados”, explica. Hoje, o Canal do Sertão abastece 350 captadores de água. Grandes mangueiras retiram água do canal para irrigação. Mas um perímetro irrigado é diferente: um lote, por exemplo, tem energia elétrica; uma pequena estrada de acesso e escoamento

de produção; adutora. Uma estrutura mais profissionalizada no campo. O governador Renan Filho (PMDB) sabe do assunto. Vem tentando negociar uma solução com a Codevasf. Mas depende da sinalização de Brasília. Ele já teve encontro com a direção nacional da companhia. E nada. Ainda este ano Renan quer inaugurar uma adutora próximo à cidade de Água Branca. Mas os perímetros irrigados são o um desafio a mais para o canal. E as milhares de vidas a serem alteradas quando a água, talvez um dia, cumprir sua função social. E econômica. PROBLEMAS Ano passado, o Canal do Sertão voltou ao noticiário e, mais uma vez, por seus problemas.

Irregularidades foram apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na maior obra hídrica de Alagoas. Resultado da mais nova auditoria do tribunal em cima das licitações dos trechos 3, 4 e 5 do Canal do Sertão mostrou sobrepreço. E as obras são tocadas por construtoras que financiaram a campanha do governador: a OAS, que doou R$ 1,910 milhão, e a Queiroz Galvão, R$ 1,745 milhão. O que quer o tribunal? A repactuação dos contratos, que não foram assinados por Renan Filho e sim na era Teotonio Vilela Filho (PSDB). O trecho 3 foi inaugurado no começo do mês de novembro pela presidente Dilma Rousseff; o 4 está 38% concluído e o 5 ainda não começou. Qual o principal problema? A diferença na metodologia usada pelo TCU e a Secretaria de Infraestrutura em Alagoas. O quê foi feito? O governo fez um seguro anticorrupção, depositando R$ 66,1 milhões como garantia de execução do trecho 3. Mesmo assim continuaram as divergências entre técnicos dos dois lados sobre os critérios de medição, referentes a transporte e escavação. Daí vem cálculos divergentes entrando o sobrepreço - na linguagem do TCU - de R$ 37 milhões no trecho 3, R$ 34 milhões no trecho


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Cícero Almeida na mira do STF

MÁFIA DO LIXO

PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA COBRA PROVIDÊNCIAS SOBRE ESQUEMA QUE TERIA CAUSADO PREJUÍZO DE R$ 200 MILHÕES NA PREFEITURA DE MACEIÓ VERA ALVES veralvess@gmail.com

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ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli decide, nos próximos dias, se acata o pedido da Procuradoria-Geral da República de novas diligências na ação penal em que o deputado federal Cícero Almeida é réu. O caso, conhecido como Máfia do Lixo, teve origem em um esquema de favorecimento a empresas de coleta do lixo por parte de Almeida quando prefeito de Maceió (2005-2012) e foi denunciado em 2005 pelo então vereador Marcos Alves, falecido em 2011 em decorrência de complicações da hepatite C da qual era portador. O prejuízo aos cofres públicos foi estimado em R$ 200 milhões. Parada desde agosto do ano passado na PGR, a Ação Penal 956 é retomada num momento em que Cícero Almeida busca apoios partidários para as eleições municipais de outubro. Eleito deputado federal em 2014, ele quer retornar ao cargo de prefeito da capital. Seus planos, contudo, correm sério risco, já que, se for condenado pelo STF, passa à condição de fichasuja, ficando impedindo de concorrer ao pleito. Investigações realizadas pelo Ministério Público Estadual nos anos de 2005 e 2006 confirmaram as denúncias: ao invés de realizar licitação para contratação de empresa encarregada da coleta de lixo na cidade, a prefeitura forjou a renúncia da Construtora Marquise S/A do contrato vigente e fabricou uma emergência para justificar a celebração de contrato com a Viva Ambiental e Serviços Ltda.

A Marquise havia sido contratada em 2000 mediante licitação, mas em março de 2005 alegou dificuldades no recebimento dos pagamentos quinzenais pelos serviços prestados, reclamou dos valores e manifestou seu desejo de não mais continuar prestando serviços. Faltando três meses para o término do contrato – que expiraria em julho – o então prefeito Cícero Almeida não só autorizou o pagamento do que era devido à empresa, mas também reajustou os valores e o fez retroativamente a janeiro daquele ano e aceitou a “renúncia”. Ocorre que, pela legislação vigente, não poderia a empresa ter renunciado. Trata-se de prerrogativa da administração pública, o que foi ignorado pelo gestor. Almeida ignorou igualmente parecer da Procuradoria-Geral do Município que orientava a administração a escolher entre o reajuste de valores pretendido pela Marquise ou a rescisão do contrato “por mútuo consenso”. Adotou os dois, ao mesmo tempo em que determinou a contratação, em caráter emergencial – sem licitação – de outra empresa. Tal contratação chamou a atenção dada a celeridade com que foi feita. No dia 15 de abril de 2005 – uma sexta-feira – foi aberto processo para contratação da nova empresa. Na segunda, 18 de abril, Almeida recebeu da Slum (Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió) a relação de quatro empresas para substituir a Marquise e no dia seguinte todas apresentaram planilhas de custo detalhadas. No dia 20 de abril, a Viva

Almeida pode ter sonho de voltar à prefeitura barrado por Toffoli

Ambiental foi comunicada que a sua proposta fora a vencedora por ter sido a de menor preço. Nove dias depois o contrato era assinado. DE MENOR PARA MAIOR Contratada emergencialmente para um período de seis meses pelo valor global de R$ 8.740.213,92 a Viva Ambiental já havia recebido em qua-

tro meses de atuação, entre maio e agosto, R$ 7.306.171,02. Em setembro, Almeida autorizou um acréscimo de mais R$ 2.183.297,45 e o valor global do contrato se elevou para R$ 10.923.511,37. Em novembro de 2005, um novo contrato – também em caráter emergencial, portanto com dispensa de licitação – foi firmado pela prefeitura com a Viva Ambiental. Mesma pres-

tação de serviços, mesma duração, mas com valor global de R$ 15.055.178, quase o dobro do valor do primeiro contrato. Ou seja, ao invés de haver providenciado a licitação para contratação de empresa para coleta do lixo, Almeida optou por celebrar novo contrato com a Viva. Pela legislação vigente não cabe prorrogação em se tratando de contratação emergencial; deve o gestor durante os 6 meses da situação de excepcionalidade providenciar a realização de concorrência pública, o que não foi feito. O Ministério Público também incluiu no rol de denunciados pelo esquema a Marquise, suspeita de ter sido beneficiada com o reajuste retroativo de valores a despeito de, segundo a prefeitura, ter rompido o contrato, bem como a Viva Ambiental. Sobre esta, pesa também a acusação de se utilizar de uma empresa com a qual mantinha laços estreitos na época – mesmo endereço e mesmo gerente – para elaboração da cotação de preços apresentada ao município. A empresa, no caso, é a Trópicos Engenharia e Comércio Ltda.

“Taturana”, Almeida também é alvo de inquérito no STF

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ondenado em 2012 como um dos “taturanas” da Assembleia Legislativa, como ficaram conhecidos os envolvidos no esquema de empréstimos forjados que lesou o Legislativo alagoano em R$ 300 milhões, Cícero Almeida é também alvo de outra ação que tramita no Supremo Tribunal Federal. Ele é investigado no Inquérito 3959 por fraude em licitação, cuja ação civil de impro-

bidade administrativa tramitou inicialmente na 13ª Vara da Justiça Federal em Alagoas e foi alvo de contestação junto ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5). O caso envolve a aquisição, em 2004 e sem licitação, de uma unidade móvel de informática à KM Empreendimentos Ltda. com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia em que foram

detectadas irregularidades pela Controladoria-Geral da União. De acordo com o Ministério Público Federal, teria havido um prejuízo de R$ 3 milhões aos cofres públicos. O relator do inquérito no STF é o ministro Roberto Barroso que, a pedido da Procuradoria-Geral da República, prorrogou em dezembro do ano passado o prazo para novas diligências da Polícia Federal.


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Novo secretário de Rui já foi condenado por improbidade

DR. SAPINHO DE VOLTA

INDICADO NA COTA DE RONALDO LESSA, ELE FOI O CONSTRUTOR DO “MONUMENTO À SAFADEZA” REDAÇÃO

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novo secretário de Esporte e Lazer do governo Rui Palmeira, Carlos Alberto Morais Freitas, vulgo “Dr. Sapinho” assume a pasta, mas carrega em seu currículo uma condenação por improbidade. Na sentença, o construtor do Monumento ao Milleniuum, no Dique Estrada, será obrigado a devolver mais de R$ 300 mil aos cofres públicos. Indicado na cota de Lessa, Dr. Sapinho continua encrencado com a Justiça. O réu recorre da sentença em que foi condenado a devolver o dinheiro que gastou “na safadeza”, mas o Tribunal não tem qualquer razão para absolver Sapinho. Na verdade, a apelação esteve na pauta da sessão de quinta-feira (10) da 3ª Câmara Cível do TJ, em uma lista de 177 recursos em julgamento. E assim, com contas a pagar na Justiça, o novo secretário de Rui vem de encontro às promessas de renovação do prefeito de que faria um governo limpo. O que fica em dúvida é se Rui Palmeira conhecia o passado de Sapinho antes deste ingressar em sua administração. Ouvido por um blog local sobre sua condenação, o secretário do Esporte e Lazer apenas se limitou a dizer que: “Sabe quantos anos tem isso? Veja o seguinte, não houve condenação por preço. Não houve condenação por superfaturamento. O que se condenou na época? Porque o monumento foi executado em um local pobre, num local de pobreza”, desconversou. Mas a ficha de Dr. Sapinho já foi noticiada pelo EXTRA. Em 2013 o jornal estampou manchete revelando que Sapi-

Monumento à Safadeza, mesmo sob o olhar de Nossa Senhora das Graças, continua abandonado e à espera de um milagre

nho teria sido condenado pelo juiz da 17ª Vara Cível da Capital, Alberto Jorge Correia, a devolver o dinheiro utilizado para construir a obra. Só para avivar a memória, à época da “homenagem”, Dr. Sapinho era o titular do Serveal (Serviços de Engenharia do Estado de Alagoas S/A). A estrutura, erguida em uma das áreas mais pobres de Maceió, nas margens da Lagoa Mundaú (o Dique Estrada), foi inaugurada em setembro de 2003, homenagem atrasada feita pelo então governador Ronaldo Lessa aos 2 mil anos do nascimento de Jesus Cristo. Embora tenha custado R$ 183 mil no período da construção, sequer foi catalogada como patrimônio cultural pela Secretaria de Cultura.

Abandonado, tanta ostentação serviu apenas para Dr. Sapinho ficar conhecido na mídia como o criador do “Monumento à Safadeza”. O desperdício de dinheiro público já foi noticiado pelo EXTRA quando o monumento completou 10 anos. Na ocasião, foi constatado que a obra não foi prevista no plano plurianual do governo e que a iniciativa para realização do mesmo foi tomada no Serveal, especificamente do seu presidente Dr. Sapinho. OBRA FORA DO TEMPO Vale registrar que o Ministério Público Estadual (MP) é o autor da ação civil pública de improbidade administrativa nº 0086175-85.2008.8.02.0001, e sustentou, nos autos, que “a

referida obra não foi prevista no plano plurianual do Governo, mesmo tendo perdurado por mais de um exercício financeiro, que a iniciativa para realização da obra veio do Serveal, especificamente de seu presidente, o réu, que a finalidade alegada não se coaduna com os princípios legais da legalidade e da moralidade, que embora a obra tenha sido licitada pelo Serveal, foi financiada pelo Tesouro Estadual, através da fonte ‘Recursos Gerais do Estado’, código 00, sem que para tanto houvesse previsão na Lei Orçamentária, e, por fim, que a data do projeto de construção (maio de 2003) é incompatível com a data de sua planilha orçamentária (setembro de 2002)”. Segundo os autos, “a construção do monumento foi extemporânea e despropositada”. Em sua defesa, o réu alegou, preliminarmente, a incidência da prescrição quinquenal e a nulidade absoluta do Processo Administrativo que originou a ação. No mérito, afirma que não foram praticados atos de improbidade administrativa, porque havia tanto a previsão da construção de um monumento no projeto de revitalização da orla lagunar, como a dotação orçamentária para tal. Além do que as pessoas que ali residem “também tem direito ao lazer, arte, cultura, exercício livre de seu crédito religioso”. Mesmo assim, os argumentos não convenceram o juiz. Na verdade, o MP entendeu que não se trata da homenagem cristã, mas sim das irregularidades administrativas verificadas na implementação

do projeto. Mesmo assim, Dr. Sapinho recorreu junto ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) contra a sentença que o obriga a ressarcir aos cofres públicos a quantia de R$ 183.048,24 referentes ao custo integral do prejuízo causado ao erário do Estado de Alagoas, atualizados com juros e correção monetária, a contar desde a data do evento danoso. Além do ressarcimento que superava os R$ 300 mil em valores atualizados até a data da sentença, a condenação de Sapinho por improbidade administrativa impôs o pagamento de multa civil de R$ 20 mil. Já o MP se manifestou na apelação “ratificando a regularidade da citação, com base em interpretação conferida ao art. 17, §7º, da lei n. 8.429/92”. DERRAMANDO GRAÇAS O monumento continua entregue a ratos e baratas. O mau cheiro completa o cenário degradante. Apenas a imagem de Nossa Senhora das Graças, colocada aos pés do “monumento à safadeza”, protege o lugar e derrama graças aos marisqueiros que despenicam sururu bem ao lado da estrutura. “Isso aí é uma tremenda mentira. Ninguém sabe pra que foi feito e o que significa essa armação de concreto. Na verdade, o mato e a fedentina tomaram conta deste lugar. O prefeito deveria ter mais carinho pelo povo daqui que também votou nele”, reclamou um morador que não quis se identificar. Em tom de crítica, ele acrescentou que a Lagoa Mundaú precisa do olhar da prefeitura.


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Conselho Estadual de Saúde desmente Sesau

SOB SUSPEITA

COLEGIADO AFIRMA DESCONHECER PAGAMENTO DE GRATIFICAÇÃO À SECRETÁRIA ROZANGELA WYSZOMIRSKA VERA ALVES veralvess@gmail.com

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ontrariando afirmativa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o Conselho Estadual de Saúde de Alagoas (CES-AL) negou ter aprovado o pagamento da Gratificação por Produtividade de Função (GPF) a gestores da pasta. Em nota encaminhada ao EXTRA, o colegiado afirma que desconhecia por completo o pagamento do benefício à secretária Rozangela Wyszomirska, à secretária adjunta Rosimeire Rodrigues e ao chefe de Gabinete, Marcelo Santana. O pagamento da GPF aos gestores foi noticiado pelo EXTRA em sua edição de 26 de fevereiro último com base em documentos do Siafem (Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios). Somente no gabinete da secretária, em um único mês, 40 pessoas fizeram jus ao benefício que é pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS) diretamente na conta do beneficiário. São 40 beneficiados, totalizando R$ 86.177,09, sendo que os maiores valores foram recebidos por Rozangela Wyszomirska (R$ 5.176,15), pela subsecretária Rosimeire Cavalcante (R$ 5.866,91) e por Marcelo Costa Santana, chefe de Gabinete (R$ 5.500). Outros R$ 10.312,10 foram depositados nas contas de quatro servidores da Coordenação Financeira da Sesau. O maior valor – R$ 4.843,94 – foi pago a Thiago José Cavalcante, superintendente de Planejamento, Orça-

Rozangela Wyszomirska, a subsecretária Rosimeire Rodrigues e Marcelo Santana, chefe de Gabinete, recebem os maiores valores

mento e Finanças. Igualmente lotados na Sesau, 30 servidores receberam um total de R$ 35.455,92 a título de GPF, sendo que o gerente de Finanças Helion Dionísio de Oliveira recebeu o maior valor: R$ 4.453,64. Ao ser questionada pelo semanário, a Sesau informou, por meio de nota, que os pagamentos eram referentes à GPF paga pelo SUS e que teriam sido aprovados pelo Conselho Estadual de Saúde em 2011, o que é negado pelo colegiado. Segundo o presidente do CES, José Wilton da Silva, não faz parte das atribuições do conselho a definição de gratificação a gestores, mas sim a da política de valorização dos trabalhadores da saúde.

Confira, na íntegra, a nota enviada pelo CES: Com relação à matéria publicada por este semanário Extra, em sua edição do dia 26 de fevereiro do corrente ano, acerca do pagamento de gratificações GPF- pela SESAU à secretária Rosangela Wyszomirska, à secretária adjunta Rosimeire Rodrigues e ao chefe de gabinete, Marcelo Santana e que de acordo com a reportagem, a secretária teria dito que o pagamento tem o aval do Conselho Estadual de Saúde, a mesa diretora faz o seguinte esclarecimento. Em 17 de setembro de 2003 e não em 2011 como teria tido a secretária, conforme consta na reportagem, em reunião ordinária, o CES-AL, apreciou o Relatório de Gestão 2002 da SESAU

e solicitou a apresentação de uma proposta contendo os critérios básicos para distribuição de gratificação de produtividade do SUS. Após a análise, o plenário aprovou os critérios básicos para concessão do Incentivo Financeiro de Produtividade do SUS, no âmbito da Secretaria Executiva de Saúde. Também foi aprovado que os recursos utilizados para este fim, não deveriam ultrapassar 20% do valor financeiro, destinado a serviços e ações de saúde sob gerência do Estado e transferidos pelo Ministério da Saúde para o Fundo Estadual de Saúde. Por fim aprovou ainda que a definição dos critérios específicos para esse pagamento, seria de responsabilidade de uma Mesa Estadual de Negociação do Tra-

balho no SUS, a ser instituída pela gestão no prazo de sessenta dias. As decisões resultaram na Resolução Nº 82 de 17 de dezembro de 2003. Esses critérios específicos não foram enviados ao CES-AL, como recomenda a resolução. Portanto, o Conselho Estadual de Saúde desconhece como esse pagamento vem sendo feito ao longo dos anos. Ao aprovar a resolução de nº 82, os conselheiros visaram o Incentivo de Produtividade como valorização salarial do trabalhador, o que faz parte de suas atribuições. Entretanto, não é de competência do Conselho Estadual de Saúde apreciar qualquer política de pagamentos salarial, incentivo ou qualquer outro tipo de benefício para gestores estaduais.


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Lifal ainda não tem data para voltar a produzir medicamentos

SUCATEAMENTO LABORATÓRIO DO ESTADO AMARGA DÍVIDA DE R$ 80 MILHÕES NA JUSTIÇA JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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uem caminha pelas dependências do Laboratório Farmacêutico de Alagoas S.A. (Lifal) nem imagina a importância que a fábrica teve para o estado há alguns anos. Com a produção de uma variedade de 28 medicamentos, o laboratório chegou a gerar por volta de 300 empregos. Hoje, o que se encontra são corredores vazios, máquinas desligadas e salas trancadas. Sem trabalhadores na produção, atualmente só a parte administrativa, composta por uma equipe de 13 pessoas, está em funcionamento. A realidade do laboratório é bem diferente de quando o operador de máquinas Adauri Amaro dos Santos, 65, começou a sua jornada profissional. “Foi o meu primeiro emprego. Lembro quando chegava matéria-prima para a produção dos remédios. Vinha ainda um monte de carretas para transportar os medicamentos. Depois começou a faltar muita coisa. Nos falavam que o laboratório estava no ‘vermelho’. Só sei que a gente não tem culpa de nada disso”, declarou o aposentado que dedicou 37 anos de trabalho à fábrica. O laboratório farmacêutico enfrentou momentos de crise no início do governo Lula com o aumento da competitividade e exigências por mudanças na política da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Alguns estados do Nordeste também sofreram intempéries, mas conseguiram se reestabelecer, algo que não aconteceu

Com a produção de medicamentos paralisada desde 2013, equipamentos e dependências do Lifal vão sendo corroídos pelo tempo

com o Lifal, que penou com a troca de diretores. No ano passado, o Lifal acabou virando notícia quanto ao armazenamento de 25 toneladas de medicamentos que foram descartados por estarem fora do prazo de validade. O material estava avaliado em R$ 50 milhões. A denúncia foi realizada pelo Conselho Estadual de Saúde. Na quarta-feira, 9, um grupo de trabalhadores recém demitidos fez um protesto na frente do laboratório localizado no Distrito Industrial de Maceió. A reivindicação é para o retorno às atividades e direitos trabalhistas após demissão surpresa por parte do Governo do Estado. “Mas, trabalhar com o quê? As máquinas estão obsoletas e o laboratório não produz sequer um colírio”, indagou a diretora presidente do Lifal, Sandra do Carmo Menezes, que está há um ano no cargo, em conversa com a reportagem do

EXTRA Alagoas. E se a situação da estrutura é visivelmente precária, Sandra conta que o laboratório já esteve em condições mais alarmantes. Quando assumiu, segundo a diretora, a fábrica estava com problemas na parte física, além de pendências financeiras com os funcionários. “Encontramos uma pasta que devia o INSS, FGTS, a Receita Federal, 18 cestas básicas e seis meses de salários”, informou. A solução encontrada pelo órgão foi de pedir um aporte de R$ 12 milhões à Assembleia Legislativa com a finalidade de quitar os atrasados com os trabalhadores e manter o funcionamento do prédio. Outro impasse encontrado pela gestora foi a ausência de documentações para manter o funcionamento de uma futura produção dentro da legalidade. Conforme a diretora, a fábrica estava irregular com a Anvisa, Vigilância Sanitária,

Corpo de Bombeiros e sem o Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF). O último requisito é necessário para que o laboratório firme parcerias para voltar a produzir medicamentos. Conforme a Anvisa, o CBPF é um requisito de qualificação em licitações públicas para a aquisição de medicamentos, insumos destinados ao diagnóstico, equipamentos e materiais médico-hospitalares. A exigência do certificado de boas práticas de fabricação como cumprimento da qualificação técnica possui relevância em razão do seu relacionamento direto com a proteção à saúde da população. Questionada se há um prazo para que a fábrica recomece a produção, Sandra informa que tudo depende do governo federal. “Nesse ano que conseguimos dar entrada nas documentações, então, aguardamos o desenrolar da Anvisa. Tentamos produzir

saneantes, como água sanitária, mas até para isso precisamos da CBPF”, explicou. Por enquanto, a única parceria firmada pelo laboratório é com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para estudos na produção de própolis em cápsulas, que também não tem prazo para começar a ser fabricado na unidade. Sem contar as pendências burocráticas para funcionamento, o Lifal ainda tem uma dívida de R$ 80 milhões que tramita na justiça que envolve fornecedores e questões trabalhistas. “O laboratório recebeu investimentos no governo de Ronaldo Lessa. Já na última administração não foi tratado como setor importante. Para se ter uma ideia até o prédio está empenhado”, concluiu Sandra. O plano do Executivo é de dar condições de reestruturação ao Lifal que interrompeu a produção de medicamentos em 2013.


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Na última quarta-feira (9), servidores voltaram a protestar em frente ao laboratório contra as demissões e manutenção dos cargos comissionados

Sindicato diz que demissão em massa foi ilegal Divergências rodeiam a demissão dos funcionários concursados do Lifal. Primeiramente, o número de demitidos divulgado pelo Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos de Alagoas (Sindipetro-AL) é maior do que o confirmado pela presidente do laboratório. Se para o sindicato foram 79 trabalhadores, Sandra do Carmo Menezes afirma que o número não passa de 70 pessoas. Segundo o trabalhador Aldi Ricardo Araújo Costa, 46, a demissão pegou todos de surpresa. “Como foram demitidos os funcionários e mantidos os cargos comissionados? Nosso problema é que tem colegas que precisam de mais alguns anos para aposentar. O governo poderia encaminhá-los para outro lugar porque somos ligados à pasta da saúde. Quando a gente abre o Diário Oficial todo dia tem contratações para cargos comissionados”, disse. Segundo

a presidente do laboratório, dos 70 demitidos, 29 já estão aposentados. “Aqueles que trabalhavam na área de produção podem ser aposentar com 25 anos. Só o mais novo deles tem 26 anos de trabalho”, argumentou Sandra Menezes. E as divergências continuam até na esfera judicial. O juiz do trabalho substituto da 10ª Vara do Trabalho de Maceió, Cícero Alanio Tenório, determinou no dia 26 de fevereiro a reintegração imediata dos trabalhadores demitidos do Laboratório Industrial Farmacêutico de Alagoas (Lifal). A decisão atendeu ao pedido de antecipação dos efeitos da tutela formulado em Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho. O magistrado chegou a fixar multa diária de R$ 20 mil por empregado não reintegrado no prazo de 24 horas após a ciência da decisão. Conforme o juiz Cícero

Alanio, o laboratório escolheu o caminho mais fácil, ignorando completamente o ordenamento jurídico. “A motivação apresentada pelo empregador, de precária situação financeira, poderia até autorizar dispensas, porém precedidas de um estudo de impacto financeiro, sendo demonstrada, de forma cabal e irrefutável, a necessidade da adoção da medida drástica, priorizando a manutenção do emprego daqueles que possuem vínculo mais efetivo, o que não é o caso dos comissionados”, destacou. No entanto, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/ AL), desembargador Pedro Inácio da Silva, suspendeu liminarmente no dia 2 de março os efeitos da decisão que havia determinado a reintegração imediata dos empregados demitidos. A liminar foi concedida em Mandado de Segurança impetrado pelo Lifal contra decisão que fixou

multa de R$ 20 mil/dia por empregado não reintegrado. A primeira audiência da Ação Civil Pública está marcada para o próximo dia 4 de abril. “Novos elementos poderão surgir e o juiz poderá ter um novo olhar sobre o tema, de maneira que se afigura prudente suspender os efeitos da decisão”, afirmou o desembargador. Para o magistrado, o momento de crise econômica tem obrigado a utilização de medidas extremas por parte da Administração Pública. PRIVATIZAÇÃO Segundo servidores pode ter havido pressão por parte do Governo do Estado para a decisão de Silva. Isso porque a anulação teria acontecido após visita do governador Renan Filho e o senador Renan Calheiros ao desembargador. De acordo com o sindicalista Paulo Roberto dos Santos, que está à frente da luta dos trabalhadores do Lifal,

além do laboratório não ter avisado o sindicato da demissão em massa, também não teria seguido os trâmites necessários para a dispensa de funcionários públicos. “Estão pensando em fazer parcerias com empresas privadas para produzir medicamentos. Na realidade, é uma privatização. O fim social de produzir medicamentos à população deixa de existir”. No Mandado de Segurança, o Lifal alega que as dispensas dos empregados foram legítimas e que não tinha condições financeiras de manter os postos de trabalho. Argumentou ainda que os empregados não desempenhavam nenhuma atividade, já que os maquinários e equipamentos estão obsoletos e fora da realidade dos padrões que são exigidos para a fabricação de medicamentos. E afirmou que ao longo dos anos as despesas, inclusive com pessoal e encargos, têm sido arcadas pelo Estado de Alagoas.


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Cacau usa o Zika Vírus para cometer crime eleitoral em Marechal Deodoro

PEGO NO FLAGRA

CABO ELEITORAL DE VEREADOR É FLAGRADO DISTRIBUINDO DINHEIRO DURANTE EVENTO DA REDAÇÃO

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primeira impressão foi de uma ação de cidadania, mas ao final das ações, que duraram uma semana, ficou claro que a intenção era bem diferente. A semana de atividades promovidas em Marechal Deodoro pelo vereador Cláudio Roberto Ayres da Costa, o Cacau, começou com o argumento de intensificar o combate ao Zika Vírus e terminou com uma festa para homenagear as mulheres. Só que o modus operandi utilizado pelo parlamentar deixou clara sua intenção de intensificar sua estratégia de pré-campanha eleitoral, já que ele almeja ser prefeito do município. Durante uma semana o vereador publicou nas redes sociais uma série de fotos, sempre abraçado com pessoas beneficiadas com alguma coisa. A prática de crime eleitoral começou a ser constatada com a distribuição de brindes, a maioria eletrodomésticos. O ápice das irregularidades foi a distribuição de dinheiro para populares. Um vídeo flagra o vereador Cacau abraçando uma moradora e o seu cabo eleitoral, Val Gordinho, colocando uma nota de dinheiro em sua mão. O áudio ainda trata “é cenzinho viu, é cenzinho” fazendo referência ao dinheiro repassado. Segundo a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a propaganda eleitoral antecipada pode ser implícita ou explícita. O

simples fato de o conteúdo eleitoral da divulgação ter vindo implícito não descaracteriza a falta cometida pelo seu divulgador. REINCIDENTE O vereador Cacau, que é genro do deputado estadual Sérgio Toledo, responde a processo de corrupção eleitoral e outros crimes. Segundo o Ministério Público Eleitoral, conforme as provas obtidas no Inquérito Policial nº 0133/2011SR/DPF/AL, conduzido pela Polícia Federal, identificou-se a prática de crime de corrupção eleitoral praticado em favor do então candidato ao cargo de deputado estadual. A Procuradoria Eleitoral denunciou a existência de um esquema que consistia em arregimentar eleitores, por meio da formação de cadastro, e cooptar-lhes o voto, oferecendo-lhes vantagens como dinheiro e transporte, tudo com fins eleitoreiros. O aliciamento de eleitores e a oferta e entrega das vantagens ficava a cargo do núcleo operacional (formado por Josilma e José Fábio), enquanto os encargos de coordenação e provimento econômico do esquema de fraude eleitoral ficavam a cargo do núcleo político formado por Cláudio Roberto, o Cacau, hoje pré-candidato a prefeito de Marechal, e Sérgio Toledo, deputado eleito.

Vereador Cacau usa seu poder econômico para antecipar o pleito em Marechal Deodoro

O relator do caso é o desembargador José Carlos Malta Marques. ACORDO QUEBRADO O jornal EXTRA teve informações de que há um prévio acordo entre os postulantes à prefeitura de Marechal:

Cacau e Júnior Damaso; e o que estivesse na frente das pesquisas até a próxima semana seria o nome da oposição a disputar o pleito. Considerando que Damaso aparece em todas as pesquisas na frente de Cacau, o parlamentar tem utilizado

o poderio econômico para se destacar perante a sociedade. Também é ventilada a possibilidade de Cacau romper com atual grupo político e se manter pré-candidato com o apoio do sogro, o deputado Sérgio Toledo.


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Parlamento vota contra porte de arma para agentes do Estado

TEMA POLÊMICO PRESIDENTE DO SINDOJUS/AL REPUDIA VOTAÇÃO DE DEPUTADOS FEDERAIS ALAGOANOS CONTRA OFICIAS DE JUSTIÇA JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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Câmara dos Deputados rejeitou o artigo da Medida Provisória 693/15 que disciplinava novas categorias de servidores às quais seria permitido o porte de arma, entre elas ados oficiais de Justiça. A decisão apertada - 245 votos a 193 - não agradou os integrantes da Federação Nacional dos Oficiais de Justiça do Brasil (Fenojus), que promete continuar lutando pelo porte devido às especificidades e riscos da categoria. O presidente do Sindicato dos Oficias de Justiça de Alagoas e membro da Fenojus, Cícero Filho, disse que a categoria, agora, se movimenta para aprovação do PLC 30/2007, que concede porte de arma para oficiais de Justiça e outras categorias, que neste mês de março completou nove anos em tramitação no Senado. Confira a posição do sindicalista sobre o tema: Gostaríamos que o senhor explicasse de uma forma geral a situação quanto ao tema porte de arma para os oficiais de Justiça? Cícero Filho - Inicialmente cabe esclarecer que os oficiais de Justiça possuem direito ao porte de arma desde que requerendo este à Polícia Federal, submetendo-se aos critérios estabelecidos. Eu, por exemplo, tenho o porte de arma. Mas o que buscamos é o reconhecimento em nível de categoria. Era justamente isso que estava

em votação: uma medida provisória que atribuía o porte de arma ao oficial de Justiça como prerrogativa da função.

terem essa prerrogativa? CF – Justamente as nossas atribuições. A sociedade precisa conhecer as funções do oficial de Justiça. Além de citações e intimações (atos de comunicação), somos responsáveis pela realização de penhoras, arrestos, despejos, reintegrações de posses, buscas e apreensões de bens e pessoas, afastamento do lar, prisões, dente outras medidas de iguais complexidades e riscos.

Então, como o senhor avalia a não aprovação dessa MP que assegurava o porte de arma para os oficiais de Justiça? CF - Algo extremamente negativo. Demonstra, por parte dos parlamentares que votaram contra, o completo desconhecimento acerca das atribuições do oficial de Justiça. Somos um dos agentes do Estado que mais se expõem ao risco, pois trabalhamos sozinhos, com veículos próprios e sem qualquer aparato de defesa. Como o senhor avalia a atuação da bancada alagoana nessa votação? CF – É preciso fazer uma separação. Tivemos dois deputados que votaram a favor, aos quais, desde já a categoria agradece: Maurício Quintella e Marx Beltrão. Dois não votaram: Ronaldo Lessa e Cícero Almeida; e lamentavelmente, cinco votaram contra, foram eles: Arthur Lira, Givaldo Carimbão, João Henrique Caldas, Paulão e Pedro Vilela. Estes decepcionaram não só o oficialato alagoano, mas o brasileiro. Em nenhum momento demonstraram argumentos plausíveis para seus votos. Representantes do povo que representaram a si próprios. Não é esse o papel de um bom parlamentar. Na sua visão o que justifica os oficiais de Justiça

Filho diz que parlamentares votaram contra categoria

Deputados federais que defendem o desarmamento criticaram o possível porte para os oficias. “Há quem ache que cada cidadão brasileiro, tendo uma arma na cintura, vai fazer o Brasil ficar mais seguro. Nós não acreditamos nisso, achamos que amplia também os casos de violência”, disse o deputado Glauber Braga (Psol-RJ). O senhor concorda que o porte para pessoas capacitadas amplia a violência? CF – Acredito que não. Claro que não somos favoráveis à concessão do porte para qualquer um, lógico que não! Estamos falando de agentes do Estado que para exercerem suas funções em favor da sociedade se expõem a uma situação extrema de risco. A busca da categoria pela prerrogativa do porte não é com o intuito de atacar, mas sim de se defender. Na nossa atividade, especificamente, uma arma em determinadas ocasiões pode ajudar a afastar o iminente perigo.


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Cúpula do PMDB prepara desembarque do governo

FIM DE LINHA MAIORIA DA BANCADA DO PARTIDO NO SENADO REJEITA CONVITE PARA SE ENCONTRAR COM LULA. OS BASTIDORES DA REUNIÃO REVELAM AS CRESCENTES – E, PARA ALGUNS, INSUPERÁVEIS – DIFICULDADES DE SUSTENTAÇÃO DO GOVERNO DILMA CONGRESSO EM FOCO

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eunir duas dezenas de senadores não é

coisa para qualquer um. Principalmente quando o encontro se realiza numa quarta-feira – dia em geral marcado no Congresso Nacional pelo ritmo frenético de atividades – e conta com a participação de alguns dos mais influentes parlamentares da República. Nesse aspecto, o café da manhã realizado na manhã desta quarta-freira (9) em torno do ex-presidente Lula, na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB -AL), poderia ser qualificado como um sucesso. Embora tenham comparecido ao café da manhã mais de 20 senadores, porém, as ausências foram mais sentidas que as presenças. Para começar, somente sete dos 17 senadores peemedebistas aceitaram o convite para trocar ideias com Lula sobre a conjuntura política e econômica. O fato é relevante por uma razão muito simples: o apoio do PMDB, partido de maior bancada na Câmara e no Senado, é fundamental para dar condições mínimas de governabilidade à presidente Dilma Rousseff. E foi exatamente o PMDB do Senado que evitou que o caldo

entornasse de vez pro lado do governo nos últimos meses, diminuindo derrotas impostas na Casa ao lado sob o comando do seu presidente, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Nem mesmo Jader Barbalho (PA) e Sandra Braga (AM), que têm respectivamente um filho e o marido ocupando cargo de ministro, passaram pela QL 12 do Lago Sul, onde fica a residência oficial do presidente do Senado. O líder da bancada, Eunício Oliveira (CE), esteve por lá rapidamente – assim como Romero Jucá (RR). Outro peso pesado da legenda, Valdir Raupp (RO), primeiro vice presidente do partido, não apareceu e alegou compromissos particulares. Mas a ausência de um ex-senador talvez tenha sido a que mais doeu no principal líder petista. Convidado na véspera, o ex-presidente José Sarney, ainda uma figura de grande influência no PMDB e no Senado, era aguardado até o último instante. Mas só falou com Lula por telefone, no final da reunião. Segundo testemunhas, foi uma conversa curta e fria. Para piorar, Lula enfrentou o constrangimento de não conseguir falar nem por telefone com o vice-presidente da República,

São cada vez maiores as chances de Dilma deixar a Presidência da República


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Michel Temer, que neste sábado deverá ser reeleito presidente nacional do PMDB. “Ele está viajando, não está podendo atender”, tentava aliviar Renan, procurando diminuir o mal-estar. NO LUGAR DE PIADAS, TENSÃO

Participantes do café da manhã, que durou perto de três horas, encontraram um Lula bem diferente do político bem-humorado com o qual se acostumaram a conviver. Em vez das habituais piadas, ele exibia tensão e impaciência. Cinco dias após ter sido levado para depor na Operação Lava Jato com uso de força policial, o ex-presidente reiterou que não é proprietário do apartamento no Guarujá e do sítio em Atibaia, ambos brindados com obras de elevado valor feitas por empreiteiras envolvidas em corrupção na Petrobras. Ao comentar a questão, cometeu uma frase que logo desencadearia uma ruidosa polêmica nas redes sociais, com as costumeiras trocas de ofensas entre lulistas fanáticos e antipetistas raivosos. “Se me prenderem, viro herói. Se me matarem, viro mártir. Se me deixarem vivo, viro presidente de novo”, disse ele. Também não se sensibilizou com a proposta do senador Roberto Requião (PMDB-PR) de ocupar o cargo de ministro das Relações Exteriores. Descartou categoricamente a possibilidade de se tornar ministro de Dilma, como forma de sair do raio de ação da força-tarefa chefiada em Curitiba pelo juiz federal Sérgio Moro. E, por diversas vezes, mostrou-se impaciente com Dilma. O ex-presidente afirma que ela não lhe ouve. Foi

Lula pretendia convencer senadores a se manterem aliados a Dilma; não conseguiu

com essa explicação que tirou a esperança de quem apresentou ideias para uma possível reação do Palácio do Planalto acreditando que Lula poderia encampá-las. Entre as sugestões, a defesa – endossada por vários senadores – da volta ao governo do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, visto por alguns como uma opção para o lugar do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. O PMDB E O IMPEACHMENT

Lula chegou à residência oficial do Senado com dois objetivos principais em mente: garantir a permanência do PMDB na base governista e reduzir os riscos do impeachment presidencial. Como os peemedebistas eram minoria na conversa, a discussão pouco caminhou em relação a essas duas questões. Ao contrário. Parlamentares deixaram a residencia oficial do

Senado com a nítida sensação de que o desembarque do PMDB está em pleno andamento e que poderá ser consumado neste sábado (12), com uma curiosa declaração de independência. O partido poderia se dizer independente do Palácio do Planalto, mas sem entregar os seus seis ministérios. Enquanto isso, nos bastidores, vai ajudando Temer – que assume a presidência, na hipótese de afastamento de Dilma – a montar um governo de coalizão. Sintomaticamente, Renan e Temer, que andaram às turras até recentemente, se reconciliaram e decidiram compor chapa única para a renovação da Comissão Executiva Nacional do partido. Em vez de enfrentar Temer, como chegou a ameaçar, Renan Calheiros deverá ser eleito o primeiro-vice-presidente da agremiação. Ou seja: se Michel Temer ocupar o lugar de Dilma Rousseff, será ele o presidente nacional do PMDB.

USO DAS RESERVAS CAMBIAIS

Uma das críticas feitas a Dilma durante o café da manhã partiu de Rose de Freitas (PMDB-ES), presidente da poderosa Comissão Mista de Orçamento. Apoiada pelos demais, ela não se conformava com o erro cometido na escolha do ministro da Justiça, desconhecendo a impossibilidade de nomear membro do Ministério Público para cargo no Executivo, conforme o Supremo reafirmou nesta quarta-feira. A economia, no entanto, foi o tema predominante durante o encontro. Lula ouviu atentamente vários parlamentares se manifestarem contra o desempenho de Nelson Barbosa, que estaria, segundo eles, repetindo a fracassada estratégia do seu antecessor, Joaquim Levy. O diagnóstico da maioria é que o arrocho fiscal e monetário imposto no segundo mandato de Dilma aprofunda a recessão e o desemprego,

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agravando as dificuldades políticas. “O senhor enfrentou o mensalão e depois foi reeleito. A crise moral não abalou seu governo porque a economia estava bem”, afirmou Otto Alencar (PSD -BA), contrastando o cenário de 2005/2006 com o que se vê no país nos últimos dois anos. Inflação e desemprego em alta, junto com recessão e baixa credibilidade, tudo isso temperado pela sucessão de notícias desfavoráveis geradas pela Lava Jato, compõem um cenário insustentável, argumentaram diversos senadores. Muitos deles defenderam a utilização das reservas cambiais (hoje ao redor de US$ 370 bilhões) e do compulsório dos bancos para financiar empresas a juros módicos e fazer a economia se movimentar. Os recursos poderiam, pela via do fundo soberano, ser destinados tanto à retomada de obras públicas – sobretudo no setor de infraestrutura – quanto à ampliação do crédito para investimentos privados. PARTICIPANTES DA REUNIÃO

Presentes ao encontro, pelo PT, Fátima Bezerra (RN), Gleisi Hoffmann (PR), Humberto Costa (PE), Jorge Viana (AC), José Pimentel (CE), Lindbergh Farias (RJ), Paulo Paim (RS), Paulo Rocha (PA), Regina Sousa (PI); Walter Pinheiro (BA) não compareceu. Pelo PMDB, Edison Lobão (MA), Eunício Oliveira (CE), João Alberto (MA), Renan Calheiros (AL), Roberto Requião (PR), Romero Jucá (RR) e Rose de Freitas (ES). E ainda Benedito de Lira (PP-AL), Hélio José (PMB-DF), Otto Alencar (PSD-BA), Telmário Mota (PDT-RR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).


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Tororó do Rojão, o Charles Chaplin do forró

HISTÓRIA DE ALAGOAS

ELE GOSTAVA MESMO ERA DE JOGAR FUTEBOL, ESPORTE ONDE CHEGOU A SE DESTACAR JOGANDO PELO SPORT CLUBE ALAGOAS, DE MACEIÓ.

FOTOS KEYLER SIMÕES

EDBERTO TICIANELI Jornalista

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atizado como Manoel Apolinário da Silva, Tororó do Rojão nasceu no povoado de Bateria, em Matriz do Camaragibe, Alagoas, em 1936. Começou a trabalhar na usina ainda criança, limpando cana e colocando na esteira. Perdeu o pai muito cedo e veio morar em Maceió quando ainda não tinha 10 anos de idade. Quem o trouxe foi Dona Nadir Pantaleão, que o viu jogando bola e lhe perguntou se não queria vir para Maceió trabalhar na casa dela. Sua mãe aceitou e Tororó viajou para Maceió indo morar na Rua Barão de Penedo, 298, Centro, próximo à Praça Deodoro. Como um dos seus trabalhos era levar todas as tardes as cadelas da dona da casa para passear na Praia da Avenida, recebeu o apelido de “Mané das Cachorras”, apelido que odiava e era motivo até de brigas. Em Maceió, fez os primeiros contatos com as letras, mas só conseguiu terminar o primário. Gostava mesmo era de jogar futebol, esporte onde chegou a se destacar jogando pelo Sport Clube Alagoas, de Maceió. Já adolescente, soube que sua mãe estava vivendo de esmolas em sua cidade natal. Contou a história para Dona Nadir, que ficou compadecida e alugou uma casa para sua mãe viver em Maceió. Nesta época, o jovem Manoel trabalhava em um posto de gasolina. Depois ainda trabalhou como servente, mecânico e

assistente. Ingressou na Petrobras, de onde só saiu aposentado. Forró Seu primeiro contato com a música foi ainda menino em Matriz de Camaragibe, escutando a mãe cantar coco. Em Maceió, começou a cantar nos programas de calouros da radialista Odete Pacheco, na Rádio Difusora de Alagoas, onde ganhou o apelido que lhe acompanhou pelo resto da vida: Tororó do Rojão. Gostava tanto do forró que encontrou uma maneira de trabalhar para Luiz Gonzaga. Era o motorista da camionete Rural do “Rei do Baião” em suas andanças pelo Nordeste. Mas como tinha talento musical, logo estava tocando triângulo em alguns shows. Gravou o primeiro compacto no final dos anos 60. No disco, contou com ajuda de Osvaldinho e Nelson do Acordeon. Depois gravou e lançou o disco “Segura Menino”, em 1981. Em

2000 lançou o seu primeiro CD “O Povo Não Quis Acreditar”, com destaque para “Seu Cuca é eu”. Em 2006, lançou seu último registro fonográfico: “Sem Retoques”, CD lançado no Teatro Deodoro. Em 2009, o amigo e produtor de Tororó, Marcos Sal, deu-lhe um presente, que foi relançar o disco “Segura Menino” em CD. Em 1993, durante uma apresentação especial dedicada aos músicos da Orquestra de Câmara de Moscou, ganhou uma denominação dos russos: Chaplin do Forró, devido a sua desenvoltura no palco. No dia 4 de junho de 2011, Tororó do Rojão foi internado na Santa Casa com AVC Hemorrágico. Não saiu mais. Faleceu no dia 7 de julho do mesmo ano. Foi enterrado no Cemitério São José, no bairro do Trapiche, em Maceió. Fonte principal: Balaio de Fatos do jornalista Keyler Simões.

Em 1978, Edécio Lopes produziu o Festival Alagoano da Canção Nordestina. No show final, com Luiz Gonzaga e Carmélia Alves, Tororó do Rojão toca triângulo


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Para refletir: Eu sempre recebo tapinhas nas costas de pessoas que dizem que a Lava Jato vai mudar o país. Não acreditem nisso. O que muda o país são as instituições mais fortes” ( Juiz Sérgio Moro)

Um país sem rumo nem prumo

Sobre Dilma Rousseff “Dona Dilma errou tanto, que jogou todos contra ela. A partir da reeleição, não conseguiu um novo mandato e sim a unanimidade contra ela. Confessou: ‘Meu equivoco foi ter demorado a perceber que estava tudo errado do ponto de vista econômico e administrativo’. Mas não sabia como construir, destruir é tudo o que faz. Na primeira pesquisa do segundo mandato, o resultado: ‘76 por cento consideraram que ela mentiu para se reeleger’. Depois o ‘índice de popularidade’ caiu para 9 por cento, inacreditável, inédito na História da República. A oposição desde a constatação do fracasso de Dilma e do PT apostou no ‘quanto pior, melhor’. Pode ser uma frase tosca e repetida, um lugar comum, mas para os que fingem ser de oposição, uma convicção irrefutável. Também não se opuseram, na última segunda-feira afirmaram: ‘Vamos obstruir todas as votações, nossa prioridade é o impeachment’. Desde fevereiro de 2014, depois da reeleição, venho analisando: ‘Não obterão os 342 votos necessários’. Agora, podem conseguir até mais do que isso. Não garanto, mas têm mais fôlego do que quando começaram. Dona Dilma é tão estabanada, insensata, desequilibrada, desorientada, sem projeto, sem rumo e sem futuro, que diante do quadro que ela mesma fortaleceu, deveria estabelecer uma prioridade. Como está na iminência de sofrer o impeachment ou a cassação, RENUNCIARIA. Assumiria o vice, que ‘trabalha’ 24 horas por dia para isso. Com essa demonstração de grandeza, vá lá, não precisaria sentir medo das ruas, de vaias, da impopularidade. Na melhor das hipóteses, com a demora das decisões, do Congresso ou do TSE, ficaria mais 2 anos, fingindo que preside o país. Sobressalto, risco e medo a todos os momentos. Deixando o governo, Dilma ganharia imunidade diante da opinião pública. Poderia continuar andando de bicicleta, quem sabe voltaria a ver novela, com sua amiga da Petrobras”.

PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

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endo habitualmente o mais antigo jornalista brasileiro em atividade, Hélio Fernandes, que viu e escreveu sobre ascensão e queda de grande número de políticos e mandatários, me deliciei esta semana com sua análise sobre o momento político e institucional do país. È uma verdadeira peça de ciência, conhecimento e informação. Uma pena que o artigo é muito extenso e não posso republicá-lo, apenas abordarei alguns pontos. Sobre o Supremo Tribunal Federal ele diz: ”Constitucionalmente tem a ultima palavra. Mas agora seus poderes se ampliaram, suas atribuições se estenderam, suas decisões atingiram os mais variados setores. O Presidente da Câmara, por unanimidade foi considerado réu por corrupção e lavagem de dinheiro. Isso é o mínimo, pois não demora será enquadrado pela terceira vez. A pedido do Procurador Geral e a ratificação mais do que natural do relator e do plenário. O Supremo tem mantido todas as decisões e condenações do juiz Moro, foi criado o que se chama de ‘pânico de Curitiba’. O Procurador Geral denunciou Claudia Cruz, casada com Eduardo Cunha. Este quer que o Supremo não aceite a representação ou então, julgue sua mulher. Alegação: ‘Ela está enquadrada nas mesmas ações a que ele responde, então deveria ser julgada junto com ele’. O STF dará a resposta esta semana e com certeza negará o pedido do bandido Cunha. E assim segue a Suprema Corte, um poder bem acima dos demais, comandando o país. Hoje é o Supremo que manda, que governa que decide e conduz os destroços de um país aniquilado pelo Partido dos Trabalhadores”.

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Capacitando servidores

O Tribunal de Justiça de Alagoas, por meio do Instituto Cidadão, iniciou esta semana um curso de “Excel Avançado”, dando continuidade ao ciclo de capacitações voltadas aos servidores da área administrativa do Poder Judiciário. Com 32 inscritos, o curso está sendo realizado na sede da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal) e tem carga horária de 40 horas. Segundo o diretor de Gestão de Pessoas do TJ/AL, Abelardo Laurindo Braga, o presidente Washington Luiz determinou que fosse montado um termo de referência com sugestões de cursos para otimizar os trabalhos da área administrativa do Judiciário e no final de 2015 assinou contrato com o Instituto Cidadão para que fossem realizados os treinamentos. Ao todo serão 40 cursos que serão ministrados para os servidores do Judiciário.

O que virá depois?

“Não tenho respeito, complacência ou admiração, por nenhum dos supostos herdeiros de Dona Dilma. Sem exceção, todos do segundo ou terceiro time. Ela é imprudente, eles incompetentes, além de desleais e até traidores. Montam uma conspiração para esquartejarem o país, e em nome desse falso idealismo ou mesmo patriotismo, satisfazem suas ambições, obtêm sucesso para os seus interesses unicamente pessoais. Com essa constatação, por que e para que mudar?”

Agora é Lula

O ex-presidente Lula e um dos seus filhos, Luís Cláudio Lula da Silva, tornaram-se alvos da recém-instalada CPI do Carf na Câmara. Esta semana, o deputado José Carlos Aleluia (DEM -BA) apresentou requerimentos na comissão para convocar os dois para depoimentos. O DEM acredita que ambos podem colaborar nas investigações de fraude contra a Receita Federal. Para o autor dos requerimentos, existem indícios do envolvimento de Lulinha no esquema de compra de Medidas Provisórias durante governo Lula para favorecer montadoras de carros. “Essa é uma oportunidade para o ex-presidente e seu filho se explicarem. A expectativa é que ele possa trazer todas as respostas para a comissão”, acrescentou Aleluia. Isto é história para quem acredita em Papai Noel e Fadas. Lula e sua família não têm história. Ou melhor: têm história de assombração.

Quando a política é ruim

O prefeito Rui Palmeira recebeu esta semana um apoio significativo com a adesão do PDT à sua reeleição. Deixou de ter um potente adversário no deputado Ronaldo Lessa e ganhou um aliado de peso. Nas negociações naturais do jogo político teve que ceder espaços em sua administração para os que chegam. Tudo bem e dentro do normal, porém muitas vezes quem sai perdendo no final da história é a população. Não tenho nada contra os novos secretários indicados até por conhecê-los pouco, mas lamento e ouvi isto de um número grande de pessoas a retirada do jovem e empreendedor Antônio Moura da Secretaria de Esportes. O órgão teve em sua gestão uma das maiores visibilidades da administração de Maceió. Foi um eficiente profissional na direção e empreendimento do setor, construindo ou melhorando locais de práticas esportivas e divertimento para as populações da periferia ou também em áreas nobres. Conseguiu captar grandes eventos que divulgaram Maceió nacionalmente e incrementaram nosso turismo. Seu nome ficará registrado na galeria dos competentes. Ao prefeito a população vai cobrar a continuidade do empreendedorismo de Antônio Moura. Resta saber se os que chegam estarão à altura do atendimento do pleito. Vamos torcer para que sim.

O gato subiu no telhado

Os embargos apresentados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, contra o rito de impeachment da presidente Dilma Rousseff definido pelo Supremo Tribunal Federal deverão ser julgados na próxima semana. A informação foi dada nesta quarta-feira logo após reunião de deputados da oposição com o presidente do STF. O presidente Ricardo Lewandowski apontou com clareza que vai fazer a pauta na próxima semana incluindo a questão dos embargos. Então, muito provavelmente na quarta-feira, ou no mais tardar na quintafeira da próxima semana, os embargos serão apreciados e decididos, A oposição defende a legalidade da comissão especial do impeachment eleita pela Câmara em dezembro de 2015. Porém, o STF considerou inconstitucionais dois aspectos do processo de eleição do colegiado: a adoção de uma chapa avulsa de deputados — com nomes não indicados por líderes partidários — e a escolha por voto secreto dos integrantes da comissão. A partir daí a coisa começa a


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CLÁUDIO VIEIRA

ARTIGOS

Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

Sobre velhos mantras e falsos símbolos

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PT, seu maior símbolo, o Lula, seus sectários e entornos em todos os seus anos de estilingue, dentre os mantras que usavam um sobressaía-se: quem não deve não teme. O ex-presidente Lula, agora que passou a ser a vidraça nacional, embora aparente manter vivo tal mantra em relação a si próprio, age exatamente ao

Por mais ilustre que alguém seja, se efetivamente honesto, decente e de caráter firme, há de postar-se sem receios diante do Estado. contrário do que prega. Havendo sido compelido a comparecer diante de delegados federais para prestar esclarecimentos sobre comportamentos possivelmente nada republi-

Zumbis estão mortos

canos e, portanto, não condizentes com “o homem mais honesto do Brasil”, apregoa que coisa alguma deve e então nada teme. Sonega, porém, a informação de que por duas vezes, no mesmo dia aziago da sua condução coercitiva, fora ao Supremo Tribunal Federal, primeiro para ter suspensos os procedimentos investigatórios do Estado de São Paulo e aquele outro da operação Lava Jato. Negado o pedido pela ministra Rosa Weber, a relatora, outro tentou: suspender a investigação que contra si ocorre no Paraná. Não tem obtido bons resultados, até agora, malgrado haja sempre a possibilidade de uma Corte às vezes política (não deveria ser jamais!) que o STF, retrair-se ante receios inaceitáveis de reações de militâncias e quejandas. A posição de alguns ministros do Supremo, na crítica à atitude do juiz Sérgio Mouro, contém insuperável incongruência: quantos já

foram conduzidos coercitivamente durante a Lava Jato ao absoluto silêncio concordante da Corte Suprema? Considerarão o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva mais igual que os demais cidadãos brasileiros? Talvez por essas fragilidades da Justiça o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, sagaz como inegavelmente é, em seu discurso de autodesagravo perante a militância petista, ora pouse de herói nacional a quem tudo seria permitido, ora se travista de vítima de perseguição política da oposição, ora zombe do Judiciário brasileiro e da inteligência dos cidadãos, infelizmente conseguindo formar prosélitos. Sua atitude, todavia, é velha e usual cortina de fumaça: retórica que nada explica à Nação, servindo apenas para animar os militantes petistas e seus apoiadores inocentes ou apenas interessados em benesses. Vaidoso, até com algumas razões fincadas no passado, considera-se, o

que é comumente aceito, um líder; hoje, diante das mazelas que o perseguem em verdadeiro e talvez bem merecido pesadelo, não mais líder nacional como pensa e se autoproclama. Líder realmente fosse, estaria reconhecendo a sua submissão ao Estado, e conclamando seus prosélitos à concórdia nacional e também ao respeito às instituições nacionais. Afinal, por mais ilustre que alguém seja, se efetivamente honesto, decente e de caráter firme, há de postar-se sem receios diante do Estado. O Sr. Lula da Silva, com suas atitudes de convocação de prosélitos ao confronto com as instituições e mesmo com uma oposição que também não deve envolver-se em conflitos agressivos, está na verdade a desafiar uma prisão preventiva para garantia da ordem pública, O comportamento do ex-presidente é o exato de um falso símbolo político.

ALOISIO VILELA DE VASCONCELOS ARQUEÓLOGO - aloisiovilela@terra.com.br

P

rezado José Vieira Passos Filho – Zé Celso, não devemos tentar matar zumbis, pois sabemos que já estão mortos, mas às vezes, mesmo mortos, nos incomodam. Refiro-me a sua resposta “NÃO ÀS BAIONETAS”, publicada na Gazeta de Alagoas em 02.03.2016, ao meu artigo “ESTOU ERRADO?”, também veiculado no

Por outro lado, já disseram que ‘revolução não significa violência, significa mobilização de consciências’. referido jornal em 23.02.2016, afirmando que eu estava errado. Errado está você quando afirma que eu “revoltado e desesperançado” conclamei os “brasileiros a usar de baionetas para uma guer-

ra fratricida e sangrenta”. Não conclamei porque, como afirmei, e deixo bem claro no corpo do artigo, acredito na eficácia do Judiciário e do Legislativo. Em seguida, diz que o “Menestrel das Alagoas” em sua luta pela anistia e contra a repressão nunca conclamou “o povo às armas”. Isto me fez lembrar Mijail Bakunin quando disse: “Para escapar de sua miserável sorte, o povo tem três caminhos: dois imaginários e um real. Os dois primeiros são a taberna e a Igreja. O terceiro é a revolução social”. Ninguém me faz acreditar que o velho senador, se necessário fosse, não escolheria o terceiro caminho. Ainda sobre o assunto, recomendo que ouça, com merecida atenção, o que ele diz em certa parte do filme “O Evangelho Segundo Teotônio”, de Vladimir Carvalho.

Adiante, esclarece: “O Brasil não tem tradição de guerras civis. Foram pequenos conflitos, desde o período do Império...”. Com relação aos “pequenos conflitos” e a ausência de guerras fratricidas aconselho que você, como membro da “Concha-Acústica da Cultura” – designação dada ao Instituto Histórico pelo saudoso professor Cônego João Leite Neto – leia os dois volumes que constituem a importante obra “Conflitos, Revoltas e Insurreições na América Portuguesa”, pois tenho certeza que sua opinião mudará radicalmente. Finalmente, cita a luta pacífica de Gandhi. Esquece, entretanto, que de político passou a uma espécie de líder místico-espiritual. Por outro lado, já disseram que “revolução não significa violência, significa mobilização de consciências”. Isto seria o ideal, mas no

mundo de hoje, de um brutal, selvagem e animalesco capitalismo, cuja “lei básica é tu ou eu, e não tu e eu”, onde países são explorados, povos escravizados e continentes saqueados, só as baionetas conseguem mobilizar as consciências. Nem por sonho imagine que dizendo o que digo penso na frase de Mark Twain - “Nunca discuta com pessoas burras, elas vão te arrastar ao nível delas e ganhar de você por ter mais experiência em ser ignorante” – ou em lhe ironizar, isto seria um terrível engano de sua parte, pois com meu artigo quis apenas mostrar, ao amigo e parente, que triste do país cujo território sirva de palco para uma revolta devido à inércia dos poderes que têm por uma das obrigações precípuas a fiscalização e defesa da democracia, porque os acontecimentos serão dantescos.


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ARTIGOS

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JORGE MORAES Jornalista

Show midiático uma ova...

F

inalmente as operações da Justiça e da Polícia Federal chegaram ao ponto principal e determinante para o andamento das operações Lava Jato e Zelotes e, essa última, Aletheia, com a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depor, mesmo que tenha dito durante todo tempo, desde a época em que ocupava o Palácio do Planalto e, agora, fora do mandato presidencial, que nunca viu

E sabe o que isso pode ocasionar? Uma guerra social e cívica, tudo por conta dessas descobertas não assumidas por Lula e sua quadrilha. O povo já está se enfrentando pelas ruas. nada, nunca soube de nada e nunca ouviu nada. É incrivelmente impressionante como o ex-presidente, nem que fosse como qualquer trabalhador comum, especialmente os que contam com uma aposentadoria excelente, como a de Lula

de ex-presidente da República e uma menor como metalúrgico pelo INSS, as duas não sejam suficientes para adquirir os imóveis, nem que fossem aquisições parceladas, como muita gente faz. Isso sem computar os milhões recebidos em palestras mirabolantes pelo mundo, dizendo não sei o quê. Diferente disso, o Lula preferiu caminhar por outros longos, tortuosos e espinhosos caminhos: do dinheiro fácil. Para os amigos queridos do ex-presidente, e das construtoras OAS e Odebrecht, muito dinheiro foi destinado para essas compras e para o “caixa secreto” do Lula, que já foi denunciado por ex-correligionários, como o senador Delcídio Amaral, e flagrado por uma foto dentro do apartamento triplex do Guarujá, ao lado do dono da OAS. Dessa, ele não tem como negar: é um registro fotográfico. Quanto ao sítio no município de Atibaia/SP, os móveis pessoais do ex-presidente, da época em que morava em Brasília, foram encaminhados para esse local, que o Lula diz não lhe pertencer, mesmo que a Transportadora Granero

E viva a mulher !!! Todo ano, em março, comemora-se o “Dia Internacional da Mulher” e os elogios se multiplicam. Seria, no entanto, em dia tão festivo, momento para que pensemos no papel das Marias neste mundo tão tumultuado. Meu primeiro pensamento vai para a mulher do publicitário João Santana: desceu do avião risonha, bem vestida, desafiando o mundo. Dias depois, estava descabelada, cabisbaixa, chorando, algemada. Que contraste! Não conseguem as mulheres atingir o número ideal de parlamentares. Pou-

Na Presidência da República se encontra uma mulher. Vinda de movimentos guerrilheiros, chegou ao mais alto cargo do país. Infelizmente, está envolvida em escândalos horripilantes e pode, a qualquer momento, ser afastada. cas se arriscam na política! Não sei se por medo, por falta de dinheiro, ou por falta de idealismo. Tentei uma vez, mas adoeci por conta da decepção. São muitas falsidades, pessoas sabidas demais, ou então pseudos idealistas se aproveitando da ingenuidade de alguns. As médicas são pessoas competentes

e crescem em qualidade, quantidade e, principalmente, em competência. Sempre prefiro me tratar com elas; fico mais leve, mais confiante. Outro papel importante: as donas de casa. Lembro-me da minha mãe. Rainha, sem vice, em sua casa. Conseguia convencer meu pai de suas ideias mirabolantes. Reinou durante anos num lar de oito filhos. Morreu tranquila, pensando que ia encontrar seu rei do outro lado do mundo. E as mulheres que têm seus filhos na cadeia! Para elas, eternas crianças, não são ladrões, assassinos, taturanas, mensaleiros ou petroleiros. São inocentes e quem quiser duvide de seus pensamentos. Quase sempre são as únicas que visitam seus filhos até o final da pena. Nem a própria esposa defende o preso com tanta dedicação. Nosso abraço fraterno para as empregadas domésticas. Conquistaram tantos direitos, chegando a um salário maior do que o das professoras. Dedicam suas vidas a várias famílias, criam filhos de outras mulheres, enquanto os seus ficam nas creches ou com parentes ou amigos. As vitórias trabalhistas incentivaram a procura pela função. Poucas pessoas conseguem manter empregadas fixas, pois além dos salários, as patroas arcam com obrigações previdenciárias. Mas, são grandes pessoas,

tenha recebido determinações e autorizações da Construtora OAS para o transporte, e que pagou mais de 1 milhão de reais pelos procedimentos. O que mais me assusta nessas operações todas é saber que o Lula nunca ouviu nada, nunca soube de nada e nunca viu nada. Mas não é isso o que os delatores e pessoas ouvidas pela justiça estão dizendo. Esse é um quebra cabeça que se encaixa, perfeitamente, nesses esquemas todos que envolvem o ex-presidente, que vem levando vantagem bem antes da condição de governar o Brasil, durante os seus dois mandatos e depois que saiu do cargo. Além de me assustar, estou com medo de tudo isso que vem ocorrendo. As provas obtidas pela justiça, documental e por delações premiadas, não deixam qualquer dúvida em relação ao comportamento de Lula e Dilma. E sabe por que estou com medo? Porque eles, governo e o Partido dos Trabalhadores, continuam dizendo que é tudo mentira e armação política da oposição, com o objetivo de desarticular o governo da presidente Dilma Rousseff.

E sabe o que isso pode ocasionar? Uma guerra social e cívica, tudo por conta dessas descobertas não assumidas por Lula e sua quadrilha. O povo já está se enfrentando pelas ruas. Discussões acirradas, brigas, provocações e xingamentos se tornaram coisas comuns entre os que são contra e os que defendem o ex-presidente, esses últimos enganados pelo discurso e a lavagem cerebral do PT. Espero que esse confronto não chegue a um caos generalizado. Que a situação não fuja da normalidade democrática conquistada pelo País. Só sei que o Lula e a Dilma estão enrolados até o pescoço nesses esquemas montados de desvio das verbas da Petrobras, das campanhas políticas e das obras públicas. Logo, logo, a presidenta vai ter que se explicar sobre a operação para compra de Pasadena/EUA pela Petrobras, que causou um prejuízo de milhões e milhões de dólares à nossa estatal, na época em que a presidenta do conselho deu autorização para a compra foi ela, Dilma Rousseff. Por tudo isso, show midiático uma ova Lula...

ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

lutando contra um acentuado preconceito. Na carreira jurídica existem grandes mulheres. No STF há duas ministras se destacando pelo trabalho executado. No nosso Tribunal de Justiça há uma desembargadora, cônscia do que deve fazer no meio de tantos homens. Na Assembleia Legislativa, contamos com poucas deputadas e sem destaque na política estadual. As raposas velhas abafam o trabalho das meninas; elas não conseguem suplantar as malícias de deputados sabidos demais. Tenho três irmãs, todas inteligentes, bonitas, unidas e carinhosas. Orgulho-me da maneira como convivemos e nos entendemos. Minhas duas filhas são amigas queridas, com as quais conto nos momentos fáceis e difíceis. Na Presidência da República se encontra uma mulher. Vinda de movimentos guerrilheiros, chegou ao mais alto cargo do país. Infelizmente, está envolvida em escândalos horripilantes e pode, a qualquer momento, ser afastada. Daí não podermos sentir orgulho de tal mulher. Mas, conhecemos mulheres pobres, líderes naturais, empenhadas na luta contra drogas, enfrentando grandes obstáculos,

salvando crianças e jovens nas periferias de várias cidades. Não posso esquecer de minhas grandes amigas: de infância, colegas de trabalho e as que fiz durante andanças em outros estados. Por muitos anos, alimentamos fortes laços, criamos nossos filhos, chegaram os netos e continuamos com o mesmo amor fraterno de outrora. Nas Forças Armadas, na Polícia Militar e Civil, labutam mulheres corajosas, enfrentando criminosos, assaltantes e o próprio preconceito interno. Dentre os papéis exercidos por pessoas do sexo feminino, o mais forte, creio eu, é o de ser mãe. Ninguém entende a alma de uma mulher com relação aos filhos: eles nascem, crescem, casam e vão embora. Mas duvido que todos os dias, antes de dormir, ela não pense nas eternas crianças e não reze por elas. E não falo só na mãe biológica; refiro-me também às mães de coração. Pensam e agem como se tivessem dado à luz ao seu filho. Meu mais honroso cumprimento às mulheres brasileiras e alagoanas! Elas merecem o olhar de Deus. E Ele existe! Não duvidem!


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Sete mil empresas em Alagoas fecharam as portas em 2015

SINAL VERMELHO

APESAR DA CRISE, OITO HOTÉIS E UM RESORT SERÃO LANÇADOS ESTE ANO NO ESTADO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

A

Rua do Comércio, no Centro de Maceió, retrata bem o estrago que a crise econômica fez no setor do comércio e varejo na capital alagoana. Apenas em um trecho daquela rua quase 10 lojas fecharam as portas e muitas que teimam em funcionar estão vazias. A situação não é diferente nas ruas do Livramento, Boa Vista, Joaquim Távora e Moreira Lima. O calçadão, que antes efervescia, agora está vazio. Apenas vendedores de água, película para celular e outros produtos agitam o local com gritos a fim de atrair o comprador. Em 2015, sete mil empresas fecharam as portas no estado e milhares de pessoas ficaram desempregadas. Mas, nem tudo está perdido. O setor de turismo vem crescendo e ainda este ano oito hotéis e um resort serão lançados em Alagoas. Segundo o assessor econômico da Fecomércio-AL (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas), Felippe Rocha, vários fatores são responsáveis pela redução de empresas no estado. Um é a crise que apertou o bolso do comprador e alguns setores sentiram o impacto maior, como a construção civil e a área de informática. Mas ele alerta que aqueles que inovaram, facilitaram o crédito, reduziram o preço e trabalharam com taxas de juros menores, faturaram mais em 2015 do que em 2014. Foi o caso dos brinquedos, aviamentos, alimentação,

Retrato da crise em Alagoas: na Rua do Comércio, coração do Centro de Maceió, várias lojas encerraram suas atividades

vestuário e sapatos. Rocha alerta que a crise só se mantém se o empresário continuar em sua zona de conforto. Ele ensina que é preciso buscar estratégias agressivas de preço. “A crise chega para quem está parado. Agora o consumidor pesa muito o bolso antes de comprar. É preciso inovar, sair da cadeira e negociar. Tem que estar atento às oportunidades”, disse. E acrescentou que há perda de empregos no comércio, mas recuperação em setores como turismo. De acordo com dados da Junta Comercial do Estado de Alagoas (Juceal), em 2015 das 20.379 empresas de Alagoas, 6.206 foram extintas; em 2014 das 19.524, 4.433 fecharam as portas; em 2013 das 19655 faliram 3.371. Em 2012, 1.267 deixaram de existir de um total de 18.680. A queda maior

se deu em empresas de menor porte - aquelas que arrecadam até R$ 60 mil anualmente. Das 15.322, no ano passado, 4.386 foram extintas. As de médio porte (acima de R$ 360 mil anual) tiveram uma baixa de 1.293 das 3.818 existentes. Com relação às EPP (faturam até R$ 3,6 milhões anual) das 712 existentes, 182 encerraram as atividades. E das que arrecadam acima de R$ 3,6 milhões, 345 fecharam do total de 526. Em relação à classificação de abertura e fechamento de lojas no ano de 2015, Maceió aparece no topo do ranking no estado. Foram 9.438 novos estabelecimentos, mas 2.957 fracassaram. Arapiraca aparece na segunda colocação. Abriram 1.831 estabelecimentos e 680 fecharam. Penedo abriu 403, mas171 não vingaram. Rio

Largo teve 563, só que 129 fecharam. Dos 10 primeiros municípios que aparecem na tabela da Juceal, Marechal Deodoro foi onde houve menos fechamentos. Abriram 431 lojas e dessas, 104 encerraram as atividades. Palmeira dos Índios vem na 7ª posição na abertura com 393, porém pula para 6º em relação a fechamento com 115; União dos Palmares vem na 8ª colocação na abertura e fechamento. Das 337, 107 fecharam. Delmiro Gouveia vem na 9ª colocação com 335 e pula para o 5º quando se trata em fechamento com 123 estabelecimentos. Coruripe ficou na 10ª colocação com 286, mas subiu para o 7º em fechamento com 108. Em se tratando de atividades, a seção que mais sofreu foi comércio; reparação de veículos automotores e

motocicletas com 9.520 e com baixa de 3.413. Em seguida vem alojamento e alimentação; indústria de transformação; outras atividades de serviços e construção. PESQUISA De acordo com a pesquisa divulgada pelo IBGE, o recuo nas vendas sentido pelo varejo no mês de junho do ano passado foi de 0,4%, influenciado pela redução do crédito e dos salários. Nos primeiros seis meses de 2015, o comércio acumulou queda de 2,2%, a maior baixa para o período desde 2003. Ainda segundo o IBGE, nos últimos meses a maioria dos estados registrou queda nas vendas, com destaque para Amapá (-10,2%); Paraíba (-9,0%); Alagoas (-8,0%); Goiás (-7,7%) e Amazonas (-7,6%).


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REPÓRTER ECONÔMICO

Direto da roça

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ada mais saudável do que se alimentar com produtos comprovadamente sem agrotóxicos, principalmente os hortifrutigranjeiros, que em Maceió já podem ser adquiridos a cada sexta-feira ao lado do Mercado de Jaraguá e, aos domingos, na Praça do Centenário, no Farol. Há mais de 20 anos venho fazendo isso, no início na Praça Marcílio Dias e depois no atual endereço. São folhosos, legumes, frutas e raízes que os agricultores familiares produzem em seus pequenos sítios de várias regiões de Alagoas, orientados por técnicos especializados da Secretaria de Agricultura e Universidade Federal de Alagoas. O sabor é inigualável, facilmente sentido, quando se compara ao que se compra em supermercados, mais pesados porém plantados através de produtos químicos. Outra vantagem para o consumidor nas feiras ecológicas é que também pode pechinchar, já que está comprando ao próprio produtor, que não tem atravessador como nas outras feiras, mercadinhos e supermercados, via Ceasa, geralmente produzidos fora do Estado. Mas quem quer economizar mais ainda, pode fazer sua própria horta caseira, se tiver quintal em casa. Adquire a semente e o adubo orgânico e inicia a plantação, cultivando até chegar a colheita e usufruir desse trabalho prazeroso, mas economicamente correto, porque o custo é mínimo e o benefício inigualável.

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JAIR PIMENTEL jornalista.jairpimentel@gmail.com

Ajudando Sempre priorizei consumir os produtos da terra, até mesmo os industrializados (enlatados) por empresas alagoanas. E nessas feiras ecológicas citadas - além das promovidas pelos assentados da reforma agrária, que esporadicamente realizam na Praça da Faculdade - tem de tudo. Não só hortifrutigranjeiros, assim como raízes (inhame, batata, macaxeira) e doces, tapioca e outras guloseimas feitas pelos próprios vendedores. Sigam esse exemplo!

Muitas opções Maceió tem feiras livres em vários bairros, e em algumas barracas pode-se comprar o que os próprios donos produzem, sem agrotóxicos, seja no quintal da própria casa ou em algum sítio que compra no entorno da cidade, comprovadamente naturais,, ou seja não compram na Ceasa, que só vende o que vem de fora. Converse com o vendedor.

Pesquisa Quem não é adepto de feiras livres, preferindo os supermercados com ar condicionado ou os mercadinhos de bairro que compram na Ceasa, pesquise os preços em cada um e só compre mesmo o que estiver com preços mais baixos. Obviamente que não vai poder conversar com o vendedor para baixar o preço, porque nem vendedor existe, só o caixa mesmo para receber o dinheiro.


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S.O.S. ALAGOAS

Corrupção no Brasil

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ontra os que se locupletaram em esquemas de corrupção, hoje habitual no Brasil, investigações da Polícia Federal são rotina pelo País afora e envolvidos expostos na mídia. Dos investigados não surpreende mais a presença do ex-presidente Lula.

CUNHA PINTO

Requerimentos Prefeito Rui Palmeira tem que decidir sobre proposta da vereadora Silvânia Barbosa (PPS) de dispensa das multas aos ambulantes com mercadorias apreendidas recentemente pela fiscalização em áreas de praias da cidade.Foi uma ação fiscalização realizada há meses.

Novos bolsistas

Proposta justa

No Congresso Nacional começa uma mobilização com proposta de dar um basta na publicidade clandestina, enganosa e abusiva. Foi questão discutida na segunda-feira (7) no Seminário no Conselho de Comunicação Social (CCS) do Congresso Nacional.

“É uma nova fase para a pequena e média agricultura no estado”. Comentário, de Carlos Dias, presidente da Emater-AL, feito ao assinar com a Fapeal um Termo de Outorga para contratar 97 novos bolsistas.

Enganosa e abusiva

Tem aval do maceioense aprovação pelos vereadores de projeto para afixação do busto de Murilo Mendes na Praça Rayol, em Jaraguá, onde nasceu e viveu. Advogado, funcionário concursado do Estado, ele foi secretário da Fazenda e da Educação em governos diferentes.

Publicidade infantil Por ser um segmento com publicidade abusiva é acompanhada pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor). A preocupação é com “erotização precoce, adultização e indução a erro a respeito de alimentos e incitação ao consumismo exagerado”.

Eleições de outubro Faltando sete meses para as eleições municipais, é latente nas ruas o desinteresse pelos assuntos políticos.

Recado dado O PT se desgasta para as eleições municipais em outubro ou o eleitorado do Bolsa Família e de outras benesses é suficientes para o partido nas urnas? Pergunta teve a ver com o risco de haver o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Articulador de ensino Renan Filho (PMDB) prepara projeto para encaminhar a votação na Assembleia Legislativa e da proposta criar no Estado a função de Articulador de Ensino. É decisão que confirmada deve alterar a nomenclatura e reajustar valores de antigos gestores escolares.

Verdade ou...

Ronaldo Lessa (PDT), mesmo com presença no guia eleitoral, não deve se candidatar a cargo eletivo em Maceió nas eleições deste ano. Ele, paralelo ao mandato de deputado federal, cuida da saúde.

Nota divulgada De Ronaldo Lessa em nota para a imprensa: “Este ano não estou em condições de trabalhar no mesmo ritmo que trabalhei ao longo de 2015. Estou em tratamento médico de cefaleia que me deixa com dor de intensidade variável, localizada ou difusa, na cabeça”.

A ver como passado? Rui Palmeira e Ronaldo Lessa unidos neste ano de eleições terá sustentação até 2018? Curiosidade foi de cabos eleitorais e a ver os tempos de Lessa e Guilherme juntos numa coligação. Não foi quando Ronaldo se elegeu prefeito e Guilherme governador?

Outros tempos O Ministério Público e a Polícia Federal, unidos na Operação Lava Jato, oferecem um exemplo que o brasileiro deve entender como “outros tempos”. No caso, a lei ser para todos e que lugar de bandido é na cadeia. Colarinho branco principalmente”.

Curiosidade Resultados das investigações do Ministério Público e da Polícia Federal na Operação Lava Jato fazem o maceioense prestar atenção na mídia sobre as investigações. Há uma curiosidade em saber se Odebrecht e OAS prestaram serviços no estado.

Transporte No comércio do Centro, nos supermercados e nas feiras livres é sentida baixa no movimento e temor é o momento se estender pelos próximos meses. Até ônibus já não circulam na frequência de meses atrás.


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Botos-vermelhos

O

principal atrativo turístico do Parque Nacional de Anavilhanas, localizado no município de Novo Airão (AM), começou em 1998 quando os nativos locais começaram a alimentar os botos do parque. Com o tempo, outros botos foram atraídos pela alimentação, mas o turismo de interação cresceu e se transformou em uma atividade com muitos pontos negativos: alimentação inadequada dos animais, estímulo de violência entre os botos e turistas feridos. Depois de muita luta dos ambientalistas, foi criado o Grupo de Trabalho sobre Ordenamento do Turismo com Botos no Parque Nacional de Anavilhanas (GT

dos Botos).

Novo comando

A área do Ministério do Meio Ambiente (MMA) focada em combater o aquecimento global terá nova chefia. Foi publicada no Diário Oficial da União, no começo do mês, a nomeação do engenheiro eletrônico José Miguez para o posto de secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA. Graduado em engenharia eletrônica pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e em ciências econômicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, José Miguez é mestre em pesquisa operacional pelo IME. Atuou como engenheiro da Petrobras e também ocupou cargos de chefia nos ministérios de Minas e Energia (MME) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Integra a equipe de negociadores brasileiros nas conferências internacionais sobre mudanças climáticas.

Combate ao Desmatamento A doutora em estatística espacial Thelma Krug comandará a Diretoria de Políticas para o Combate ao Desmatamento. É vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês) e braço científico das Nações Unidas. Doutora em estatística espacial pela Universidade de Sheffield (Reino Unido) e especialista em mudança do uso da terra e florestas, Thelma Krug já ocupou o cargo de secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade

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MEIO AMBIENTE

JULLYANE FARIAS meioambiente@novoextra.com.br

São Francisco O Ministério do Meio Ambiente participou, na semana passada, da caravana socioambiental de visitação às obras da transposição do Rio São Francisco, organizada pela Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB). Durante a caravana, houve uma série de atividades nos estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Além do Meio Ambiente, também participaram os ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), da Integração (MI) e da Casa Civil. O evento teve como proposta refletir e pensar ações estratégicas para o uso e gestão compartilhada da água em comunhão com os povos e comunidades tradicionais.

Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

possíveis interessados no assunto.

Bacia do Solimões

Grazina

Até o dia 18 de março está aberta a consulta pública relativa à Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) da Bacia Sedimentar Terrestre do Solimões, na Amazônia. Os participantes poderão se manifestar sobre o Termo de Referência para avaliar ambientalmente a bacia em relação à exploração de petróleo e gás natural. A avaliação ambiental é um processo de análise para saber se uma região está apta às atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural. Podem participar da consulta pública empresas de consultoria, órgãos ambientais, organizações não governamentais, instituições de ensino e pesquisa e instituições governamentais, além de

A grazina (Phaethon aethereus Linnaeus, 1758) é uma ave de bico vermelho que enfeita os céus das ilhas do litoral brasileiro. Com penas nas cores brancas e algumas pretas, a grazina está com sua existência futura em perigo devido à ação de predadores de seus ovos, em terra. Nas ilhas de Abrolhos, a maior ameaça são ratos comedores de ovos. Eles chegaram às ilhas nas embarcações e também pelo acúmulo de lixo. Outros predadores comuns são os cães e gatos. Por estas razões, existem, no país, menos de mil grazinas na natureza. E para piorar, cada casal bota e choca apenas um ovo por temporada, e quando esse único ovo escapa aos predadores, os pais se revezam no ninho por até 44 dias. Pesquisadores da Associação Vila-velhense de Proteção Ambiental (Avidepa) estão buscando formas de capturar esses animais invasores, estabelecendo protocolos de controle.

Vida selvagem No dia 3 de março foi comemorado o Dia Mundial da Vida Selvagem, criado para promover o debate sobre a relação do homem com a biodiversidade e a sua conservação. No Brasil, as Listas Nacionais Oficiais de Espécies Ameaçadas de Extinção mostram que 1.173 espécies da fauna e 2.113 da flora correm o risco de desaparecer. Dados do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) apontam que 475 milhões de animais silvestres morrem, por ano, atropelados nas rodovias do


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Domingo de clássicos

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lém de CSA x CRB no domingo tem o ASA contra o Coruripe em Arapiraca. São dois jogos de mexer com os nervos das torcidas e que libera passaporte ao vencedor para estar na final do turno e, quem sabe, também do campeonato estadual.

PORDENTRODO ESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Copa do Nordeste “O CRB pegou nesses dias uma sequência de jogos que preocupa”. A observação é de Florisvaldo Martins, da Ponta da Terra. Para ele, a paixão pelo Galo não permite às pessoas extrapolar limites no comportamento. E teme pelo Galo ter jogado domingo, quinta-feira e já entrar em campo neste fim de semana.

Neymar em forma

Neymar, artilheiro do Barcelona e 5º maior goleador na história da Seleção Brasileira, deu entrevista recente para a Playboy em Barcelona e pauta sua fama, sexo, problemas com a justiça e o futebol. Previsão é de ser publicada na edição de abril.

Proposta aprovada A International Football Association Board autorizou que a CBF use imagens da TV para esclarecer dúvida em lances de gols. Previsão de uso é a partir de agosto na Série A do Brasileiro.

Seleção Olímpica

E haja emoções No sábado, nona rodada do estadual, jogam Penedense x Sete de Setembro e Ipanema x CSE. Domingo tem CRB x CSA, Santa Rita x ASA e Coruripe x Murici.

Torneio da morte E das definições: o Ipanema, após perder para o Murici na oitava rodada, caiu no “Torneio da Morte”. Com sóum ponto tem que lutar muito para estar no estadual de 2017. O Murici por sua vez, cercado de polêmicas e ainda aguardando julgamento no STJD para saber se continua na competição, está caminhando a passos largos para a classificação. Com 13 pontos, o time vai torcer por uma derrota do Sete de Setembro para o CRB e já garante a sua vaga no hexagonal.

Dunga, técnico também da Seleção Olímpica do Brasil, agendou o dia 20 próximo para apresentação dos jogadores convocados. Eles se apresentarão em Vitória (Espirito Santo) e do grupo, 12 jogam no Brasil e 10 estão em clubes do exterior.

Trabalho forte

Do alagoano Roberto Firmino, xodó da torcida do Liverpool (Inglaterra) e que iniciou carreira nas bases do CRB: “Estou feliz. Hoje vivo bom momento no meu clube, sem dúvida o melhor. Mas trabalhei forte para ganhar a confiança de Dunga. Amadureci e estou novamente na seleção”.

Amistoso em Maceió? Da agenda divulgada, a seleção joga neste início dos preparativos dois amistosos internacionais. O primeiro contra a Nigéria, ainda em Vitória, e o segundo, dia 27 provavelmente em Maceió contra a África do Sul .

Os convocados

Camisa do Benfica

De Jardel, após renovar contrato com o Benfica até junho de 2020: “A camisa do Benfica é minha segunda pele”. Veste a camisa do clube desde a temporada de 2010/2011 e tem oito títulos ganhos.

Do histórico Iniciado nas bases do Avaí, Jardel foi contratado pelo Estoril em 2009 mas esteve antes no Olhanense até se transferir e se tornar ídolo no Benfica. E hoje só entra em campo com a numeração 33 na camisa.

Ponto de vista Ainda de Jardel sobre o futebol brasileiro: “É muito diferente. Precisei de um pouco mais de um ano para me adaptar bem ao estilo de jogo aqui em Portugal. E sobre o momento dele no Benfica: “Evolui muito, em todos os sentidos”.

GOLEIROS): Diego Alves (Valência); Marcelo Grohe (Grêmio); Alisson (Internacional) LATERAIS: Daniel Alves (Barcelona), Danilo (Real Madrid), Filipe Luís (Atlético de Madrid), Alexsandro (Juventus) ZAGUEIROS: Miranda (Internazionale), David Luiz (PSG), Gil (Shandong-CHI) e Marquinhos (PSG); VOLANTES: Luiz Gustavo (Wolfsburg), Renato Augusto (Beijing) e Fernandinho (Manchester City); MEIAS: Oscar (Chelsea), Douglas Costa (Bayern de Munique), Willian (Chelsea), Philippe Coutinho (Liverpool), Lucas Lima (Santos) e Roberto Firmino (Liverpool) ATACANTES: Neymar (Barcelona), Ricardo Oliveira (Santos) e Hulk (Zenit).

Artilheiro na Malásia O brasileiro Sandro, com 19 gols em 35 jogos, é artilheiro na Malásia. Joga no Kedah desde abril do ano passado, quando estreou como titular. E completa a boa fase por que passa como artilheiro da temporada.

Libertadores Com dois jogadores expulsos, Timão leva virada do Cerro e perde a primeira na Libertadores, 3 x 2. O Corinthians saiu na frente, mas faz péssima atuação no segundo tempo e embola a disputa no Grupo 8. O Grêmio jogou mal e cedeu o empate ao San Lorenzo na Arena. O Tricolor sai na frente em cobrança de falta de Fred, mas vê rival igualar o placar, em duelo válido pela 3ª rodada da Libertadores. Já o Palmeiras termina com dois a mais, mas é derrotado pelo Nacional por 2 x 1 e se complica. O Verdão agora, cai para a segunda posição. Logo após a partida o técnico Marcelo Oliveira foi demitido.


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Potência e SUV dominam salão

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ovidades realmente não faltam na 86ª edição do Salão do Automóvel de Genebra, a se encerrar no próximo domingo. Por mais que se fale em modelos híbridos e elétricos, o fato é que alta potência ainda atrai o público, mesmo muito distante do bolso dos simples mortais. Agora a referência máxima sobe para 1.500 cv obtidos de formas diferentes. O francês Bugatti Chiron continua sendo o mais potente apenas com motor a combustão por meio de um W-16 e quatro turbocompressores. No caso do sueco Koenigsegg Regera, trata-se de um híbrido com três motores elétricos e um V-8 biturbo. Ainda aparece o britânico Arash AF 10 que, além de um V-8, usa quatro motores elétricos. Este pequeno fabricante calcula a potência à maneira “esperta” de nada menos que 2.110 cv e 232 kgfm de torque. Na realidade fica em torno dos 1.500 cv reais, mas não deixa de surpreender. Uma versão especial do Aventador, nomeada Centenario (100 anos do

seu fundador Ferruccio Lamborghini), graças a um aspirado V-12/6,5 litros alcança 770 cv, potência nunca vista na marca italiana. A Porsche faz a apresentação oficial do seu carro esporte 718 Boxster, um roadster de quatrocilindros turbo com potência superior ao seis-cilindros aspirado anterior. Este não será mais o modelo de entrada da marca alemã. Seu cupê-irmão, Cayman, assume esse posto, mas só aparece em abril no Salão de Pequim. Alfa Romeo apresenta a aguardada versão “civil” do Giulia, sem os aparatos mecânicos e aerodinâmicos da versão de briga Quadrifoglio (510 cv). Depois de sofrer atrasos, anunciou-se em Genebra que as encomendas podem ser feitas a partir do próximo mês, mas sem marcar uma data de entrega certa. Os europeus já não torcem mais o nariz para SUVs e crossovers, pois essa categoria continua a crescer e – Genebra demonstra – nos dois extremos de preço e tamanho. A Maserati estreia o Levante, de 5 metros

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br de comprimento, e a Audi tem o Q2 compacto, de 4,19 metros. O primeiro será importado para o Brasil e a Audi ainda faz contas em razão dos impostos e real enfraquecido. A Toyota resolveu ousar em termos de estilo no seu SUV compacto C-HR, cuja produção se inicia no México no próximo ano. De lá vem para cá e os japoneses parecem menos preocupados com o tamanho do porta-malas, pois o Renegade também pouco brilha nesse aspecto. Peugeot apresenta a primeira revitalização do crossover 2008, três anos depois do lançamento lá mesmo em Genebra. Espera-se que no máximo em um ano também chegue aqui. E a Volkswagen também decidiu – tardiamente, é verdade – en-

trar para valer nesse segmento de crossovers compactos. O modelo conceitual T-Cross Breeze, que divide a mesma arquitetura MQB com o Q2, aparece disfarçado em versão conversível, mas as linhas principais estão bem nítidas. O mercado nacional tão depressivo indica que só por volta de 2018 a produção começa aqui. Investimentos continuam, em geral, mas os planos da maioria dos fabricantes aqui instalados estão na fase de pé no freio e não no acelerador. Por fim, o empenho da Renault em dar sustentação ao segmento de monovolumes médios. Há um Scénic todo novo (4ª geração), porém se trata, possivelmente, de uma luta inglória frente aos crossovers.

RODA VIVA n MERCADO continuou em forte baixa nos dois primeiros meses deste ano (menos 31,3%) em relação ao mesmo período de 2015, quando ainda havia carros mais em conta por conta do IPI reduzido. Produção caiu 31,6% para reduzir os estoques totais de 51 para 46 dias e só foi não pior pela reação forte das exportações que subiram 26,8% no primeiro bimestre. n TENDÊNCIA de crescimento de vendas ao exterior pode arrefecer um pouco a queda no nível de emprego. Mês passado a Fiat contratou dois mil dos atuais colaboradores terceirizados e isso amenizou, estatisticamente, o número

total da indústria. Incluindo veículos pesados, a indústria ocupa apenas 46% de sua capacidade instalada em três turnos (normal é 80%). n PICAPE média Toyota Hilux mostrou-se mais refinada na avaliação da Coluna em termos de estabilidade, dirigibilidade, equipamentos e ruído

interno frente ao modelo anterior. Bom casamento entre motor diesel/câmbio automático 6-marchas. Suspensão tem maior curso, mas ainda sofre em pisos irregulares. Pena a falta de capota marítima como opcional de fábrica. n SITE Focus2Move divulgou a relação dos hatches compactos (segmento mais importante no mercado brasileiro) de

maior venda na soma de todos os países pesquisados, em 2015. Liderança é do VW Polo, seguido por Ford Fiesta, Renault Clio, Toyota Yaris, Honda Fit, Peugeot 208, Kia Rio, Opel Corsa, Hyundai i20 e Maruti (Suzuki) Alto. n VOLVO é reconhecida por sua ênfase à segurança e a meta de nenhum ocupante de seus modelos morrer em acidentes até 2020. Apelo marqueteiro, pois há colisões em que ninguém sobrevive mesmo. Exagerou nos argumentos em filme institucional recém-lançado: www. youtube.com/watch?v=UKY6zHTH9Fg. Desrespeitou concorrentes e até fãs do automobilismo.


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ARTIGO

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

A microcefalia dos nossos políticos e empresários

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nossa capital federal foi inteligentemente batizada com o nome simpático e sonoro de BRASÍLIA. Acharam um nome bonito e que ficou parecido com o nome BRASIL, porém, é bem provável que os mais jovens não saibam quando se deu a sua inauguração festiva. Também é provável que

Vamos para as ruas, mas, eu acredito que os nossos julgadores ainda não estão preparados para deixar o Brasil de mãos limpas. Tomara que eu esteja errado!!! eles não saibam que Brasília é uma capital planejada e executada com linhas arquitetônicas, avançadas e arrojadas. É lamentável que uma cidade tão nova e tão bonita esteja servindo para reunir políticos,

empresários e outras autoridades muitas delas habituadas ao roubo, à corrupção e às concentrações de quadrilhas, pois, estão assaltando os cofres de Brasília e do Rio de Janeiro, quando desmantelaram a Petrobras, às vistas do Sr. Lula e da Sra. Dilma. Há poucos meses, por duas vezes, muitos brasileiros se reuniram, principalmente nas capitais, para protestarem contra a corrupção que tomou conta do Brasil. Logo cedo, eu fui para os locais das concentrações anunciadas, onde milhares de pessoas já estavam chegando, vestindo roupas nas cores amarela e verde, conduzindo bandeirolas, bonés, chapéus, camisas e tudo que lembrasse o Brasil. Emocionado, eu acompanhei a grande multidão que seguia pelas avenidas principais,

conduzindo cartazes com palavras contra o PT e contra a corrupção. Durante todo o trajeto, eu pude ver que os brasileiros estavam “cheios” com tanta safadeza, com tanto cinismo e com tantas bandalheiras. Eu vi crianças, jovens, velhos, mulheres, homens, pretos, brancos e, pessoas em cadeiras de rodas, todos eles irmanados, pedindo o impeachment da Sra. Dilma e cantando o Hino Nacional. Nesses momentos, eu via várias pessoas emocionadas, chorando e pedindo que déssemos as mãos, uns aos outros. Que coisa linda!!! Dois dias depois da segunda concentração, os senhores deputados e senadores aprovaram um aumento de um tal de Fundo Partidário, milionário, quatro vezes maior do que era antes, para compensar o que os políticos vão perder sem as

doações para as suas campanhas eleitorais. Domingo próximo, dia 13 de março, teremos uma nova passeata, para pedir o afastamento da Sra. Dilma da Presidência, porém, tudo vai depender dos nossos julgadores que, tendo sido nomeados pela presidente Dilma, certamente, irão agradecer as suas nomeações deixando tudo como está, bagunçado e imoral. Vamos para as ruas, mas, eu acredito que os nossos julgadores ainda não estão preparados para deixar o Brasil de mãos limpas. Tomara que eu esteja errado!!! Em tempo – O ex-comandante da Polícia Militar e ex-secretário da Segurança Pública de Alagoas, o coronel Fernando Theodomiro, é um dos meus leitores o que muito me deixa honrado.


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Dor de cabeça

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ão é de hoje que o Frigorífico FrigoVale, localizado em Arapiraca, dá dor de cabeça, tanto para os marchantes quanto para os moradores do entorno da empresa.

Tiveram que mudar São mais de 20 mil pessoas prejudicadas com o mau cheiro e os gases provenientes das lagoas de decantação do frigorífico. O mal estar dos moradores é tanto que muitos deles mudaram de endereço devido as doenças espalhadas no ar da região.

Isenção de impostos Mas agora a dor de cabeça com o frigorífico alcançou níveis estaduais. O motivo é a isenção de impostos que o governo do Estado concedeu à FrigoVale. O recém-inaugurado matadouro estaria cobrando valores acima do mercado, segundo a empresa devido ao pagamento dos impostos cobrado pelo Estado. Após uma negociação com o governo a empresa diminuiu o valor cobrado aos marchantes com a garantia de não pagar taxas tributárias.

ABCDO INTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com Sidinéia Tavares (interina)

FPM depositado

Caiu 16,95%

Os repasses referentes ao primeiro decêndio de março de 2016 do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) foram creditados nesta quinta-feira, 10 de março, nas contas das prefeituras. Descontada a retenção do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), a primeira parcela é de R$ 2.015.682.455,54. Em valores brutos, isto é, incluindo a retenção do fundo, o montante é de R$ 2.519.603.069,43.

Em comparação com o primeiro decêndio de março de 2015, o presente decêndio teve uma queda de 23,06%, isso em termos brutos e reais. Quando se considera o valor nominal dos repasses, o que desconsidera os efeitos da inflação, houve uma queda de 16,95%. No acumulado de 2016, o FPM soma R$ 18,503 bilhões, enquanto que, no mesmo período do ano anterior, o acumulado ficou em R$ 21,356 bilhões. Em termos reais, o somatório dos repasses é 13,36% menor do que o mesmo período do exercício passado.

PELO INTERIOR

Também querem

Fábrica

Mas o que foi uma solução para a FrigoVale abriu precedentes para a Mafrial e a Mafrips também reivindicarem a isenção dos impostos. De acordo com o proprietário da Mafrial, ele ficou surpreso com a isenção da FrigoVale. “Acreditamos que o direito é de todos e vamos lutar por ele”, disse Alzir Beltrão.

A cidade de Marechal Deodoro a partir de agora terá um novo empreendimento, desta vez na área da construção civil, com a fábrica de concreto Lemix. Renan Filho acredita que a chegada de mais empreendimentos desse setor no estado trará um grande benefício na geração de emprego para Alagoas. “Enquanto uns falam em crise, nós continuamos trabalhando para oferecer saídas para o cidadão alagoano”, declarou o chefe do Executivo estadual.

... As ações políticas da oposição já começaram em Arapiraca. Encabeçada pelo PSDB alguns integrantes da possível chapa compartilharam nas redes sociais e espalharam na capital do Agreste alagoano imagens de mudança política.

Geração de emprego

... O nome mais cotado para candidatura é do ex-deputado Rogério Teófilo, nome de força política no Agreste que ameaça enfrentar a chapa da atual gestão arapiraquense e que ao que tudo indica, terá Yale Fernandes como candidato, pois, segundo fontes, a prefeita Célia Rocha não pretende disputar o pleito deste ano.

Direitos iguais A empresária Zoraide Beltrão, proprietária fundadora da Mafrial, pediu direitos iguais para as empresas de abate de animais. “Nós pagamos nossos impostos e acredito que devíamos ter o mesmo tratamento que foi dispensado à nova indústria localizada em Arapiraca”, desabafou a empresária que, aos 93 anos, é a mais antiga do ramo no País em atividade e apontada como provável integrante do Guiness Book.

De acordo com a assessoria do governo do Estado, a geração de emprego e renda é prioridade em Alagoas, “Buscar alternativas para movimentar a economia e a geração de novos empregos no estado, com foco na construção de uma nova Alagoas, continua sendo uma das prioridades da gestão do governador Renan Filho”. Nas próximas duas semanas de março, mais uma fábrica de cimento, também em Marechal Deodoro, será entregue à população.

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... A frase de ordem da campanha é “Eu acredito em uma nova Arapiraca”, palavras que saíram das redes sociais e ganharam espaço em paredes e em carros de simpatizantes do grupo tucano. Durante a reunião, Téo Vilela deixou claro que o nome do pré-candidato deve ser anunciado em até dois meses.

... Na oposição reuniões com lideranças partidárias e empresárias têm sido frequentes para fortalecer e engrossar a base eleitoral. O grupo também é formado pela vereadora Aurélia Fernandes e os empresários Adoniram Guerra e Ricardo Barreto. ...A chapa da oposição em Arapiraca é coman-

dada por políticos de nome nacional, a exemplo do ex-governador Teotonio Vilela Filho e do sobrinho e deputado federal Pedro Vilela. ...Segundo Pedro Vilela, a oposição está mobilizada para “cuidar de Arapiraca do jeito que ela merece e os arapiraquenses anseiam”. Ele completa dizendo que “como deputado federal, firmei o compromisso de atuar em Brasília como um parceiro de primeira hora do município”. ... Há quem diga que Yale Fernandes não terá força para enfrentar a oposição arapiraquense, mas pelo curto período que ele assumiu a prefeitura da cidade, demonstrou muita desenvoltura à frente do Executivo municipal. ...Enquanto a oposição se articula, o atual gestor de Arapiraca mostra serviço. Esta semana Yale Fernandes recebeu novidades quanto à construção do novo parque industrial de Arapiraca. Ele será construído em um amplo terreno, localizado entre a rodovia AL-110 com acesso à BR-101. ...A obra vai ser construída onde vai passar também a tubulação do novo gasoduto que sairá de Penedo até Arapiraca, outra conquista do gestor municipal perante o governo do Estado.


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2º Bazar da Solidariedade acontece dia 2 de abril em Maceió

FAZER O BEM FAZ BEM

EVENTO VAI ARRECADAR FUNDOS PARA AJUDAR OS JORNALISTAS CARLOS MIRANDA E OLÍVIA DE CÁSSIA, PORTADORES DE DOENÇAS DEGENERATIVAS REDAÇÃO

C

om o lema “Fazer o bem faz bem”, jornalistas de Alagoas realizam no próximo dia 2 de abril, no Sesc/Poço, em Maceió, o 2º Bazar da Solidariedade em prol dos colegas de profissão Carlos Miranda e Olívia de Cássia, que sofrem de doenças degenerativas. O evento acontece das 8 horas ao meio dia e ainda há tempo para quem quiser doar livros, CDs, DVDs, roupas, joias, bolsas, calçados, entre outros artigos, desde que estejam em bom estado de conservação. Os pontos de coletas estão espalhados em vários lugares da cidade, inclusive na sede do jornal EXTRA. A jornalista Olívia de Cássia, que é portadora de Doença de Machado-Joseph, conhecida como ataxia espinocerebelar do tipo 3, disse que no início da mobilização ficou um pouco reticente com receio de que alguém pensasse que estaria tirando proveito pessoal, mas depois de conversar com alguns amigos do meio, entendeu que precisava de qualidade de vida, coisa que não vinha tendo muito. “Eu precisava de um impulso e da solidariedade dos amigos para dar prosseguimento a essa minha luta. Para falar bem francamente, já tinha desistido de lutar por qualidade de vida, se não fosse essa ajuda de todos”, afirmou Olívia. Agradecida pela iniciativa, a jornalista acrescentou que a ajuda do 1º bazar foi bem-vinda e este segundo “encontro de ami-

CONFIRA OS LOCAIS DE DOAÇÃO

gos”- é assim que ela classifica o evento - será bastante proveitoso. A esposa de Carlos Miranda, Kenya Miranda de Oliveira, também só tem a agradecer pela iniciativa. De acordo com ela, no dia seguinte ao 1º bazar, o dinheiro arrecadado com as vendas entrou na conta do Miranda, conforme prometido pela equipe organizadora. Ainda sem palavras para falar da gratidão pela iniciativa dos colegas de profissão do marido, Kenya disse que o segundo bazar será extremamente bem-vindo. A doação irá se juntar a outras para a compra de um aparelho que ajudará Miranda na comunicação, já que ele não fala mais. “Toda ajuda é bem-vinda para que o Carlos possa ter melhor qualidade de vida”, disse a esposa. OUTRAS AJUDAS Quem quiser colaborar com dinheiro também existem outras opções. Basta realizar depósitos nas contas bancárias: Carlos Antônio Miranda de Oliveira, CPF 677.149.354-72, Bradesco, agência 3047-3, conta 8604-5; e Olívia de Cássia Correia de Cerqueira, CPF 228.793.584-34, Caixa Econômica, agência 1557, Conta 82294-2, operação 013. Nas redes sociais a mobilização continua. Existem os grupos no facebook “Amigos da Olívia” e o “Força Miranda”, ambos com o mesmo objetivo de ajudar os dois profissionais da comunicação.

No grupo do WhatsApp “Solidários”, os trabalhos para a realização do próximo evento continuam em alta. Como não poderia ser diferente, o número de pessoas interessadas em ajudar tem aumentado a cada dia. QUEM É OLÍVIA Natural de União dos Palmares, Olívia de Cássia trabalha no jornal Tribuna Independente, mas já passou pela redação do jornal Gazeta de Alagoas e assessorias. Além do que foi funcionária do Sindicato dos Bancários de Alagoas por 11 anos. A jornalista já teve outros casos

na família com a mesma enfermidade que foi acometida. Seu pai ficou acamado por 14 anos até o falecimento, além de um irmão que passou oito anos em cadeira de rodas e faleceu no ano passado. QUEM É MIRANDA Carlos Miranda é mineiro de Caratinga, mas reside em Maceió há mais de 20 anos. Trabalhou em algumas rádios em Alagoas, entre elas a Rádio Gazeta, Difusora, CBN e Rádio Correio. Em janeiro de 2015 foi diagnosticado como portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

Fecomércio Alagoas: Rua Prof. Guedes de Miranda, 88 – Farol Senac: Rua Pedro Paulino, 77, Poço Sesc: Rua Pedro Paulino, 40- Poço Associação dos Municípios de Alagoas (AMA): Avenida Dom Antônio Brandão, 218 – Farol Sindicato dos Jornalistas: Rua Sargento Jayme Pantaleão, 370 – Prado Eletrobras Alagoas: Av. Fernandes Lima, nº 3349 Gruta Santa Lolla Maceió: 2º piso do Maceió Shopping Sodiê Doces: Rua Mário de Gusmão, 930 Ponta Verde Ministério Público Estadual: Av. Dep. Humberto Mendes, 79 - Poço, Jornal EXTRA de Alagoas: Centro Empresarial Wall Street, Av. Dep. Humberto Mendes, 796, sala 26 – Poço Aliança Comercial: Rua Dois de Dezembro, 110 Centro Cesmac Campus IV : Rua Ângelo Neto (antigo Colégio Guido)- Farol Faculdade Maurício de Nassau: Avenida Sandoval Arroxelas, 239, Ponta Verde Cleia Cabeleireira: - Avenida Brasil, 836, sala 2 - Poço


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