Edicao869

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TRAIPU

PREFEITA PODE PERDER MANDATO POR VIAJAR AO EXTERIOR SEM AUTORIZAÇÃO DA CÂMARA P/ 12

PESQUISA

ALAGOAS TERÁ CENTRO TÉCNICO DA EMBRAPA PARA TODO ESTADO P/ 15

extra MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVII - Nº 869 - 29 DE ABRIL A 05 DE MAIO DE 2016

www.novoextra.com.br

R 3,00

IMPROBIDADE

MP PEDE CONDENAÇÃO DE GENRO DE USINEIRO E DE EX-SECRETÁRIO GASPAR CARVALHO E IVAN BERGSON SÃO ACUSADOS DE FORJAR LICENÇAS AMBIENTAIS EM FAVOR DE EMPRESA DA FAMÍLIA TENÓRIO P/ 8 e 9

DÍVIDA PÚBLICA TJ quer saber onde Ronaldo Lessa investiu R$ 390 milhões das Letras P/ 5

Empreiteiras e funcionários da Caixa dão golpe milionário no “Minha Casa, Minha Vida” P/ 7

BACIA LEITEIRA Governador garante manter Programa do Leite em Alagoas P/ 11


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MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE ABRIL A 05 DE MAIO DE 2016

Nação assaltada 1

- O governo Lula/Dilma está com seus dias contados, mas o estrago provocado nos 13 anos de corrupção petista deixará uma herança maldita para todos os brasileiros, com graves danos para as próximas gerações.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

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- Além da gatunagem na Petrobras, Eletrobras e BNDES, a dilapidação patrimonial dos principais fundos de pensão revela o tamanho do assalto aos cofres públicos. A conta da roubalheira é bilionária e será paga pelos próprios trabalhadores atingidos pela ação delitiva do PT.

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O governo Michel Temer vai herdar uma economia destroçada por uma dívida pública de três trilhões de reais e milhares de empresas quebradas. Como toda desgraça vem acompanhada de outra, o governo Lula/Dilma também deixará 10,5 milhões de desempregados, 60 milhões de famílias endividadas e uma nação humilhada. Diante de tamanha tragédia social e econômica, o Congresso precisa de “pedaladas” para enxotar do poder os responsáveis por tantos crimes?

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- O caso mais grave é do Postalis, o fundo dos Correios, que acumulou um rombo de quase R$ 6 bilhões, afetando a vida de 100 mil trabalhadores ativos e inativos. A conta da corrupção será paga pelos próprios funcionários, em 23 anos ou 279 meses, com desconto de 18% de seus salários. - Para proteger Lula e seus cúmplices, Dilma Rousseff agarra-se ao poder como um náufrago. Repete, dia e noite, que não co-meteu nenhum crime, e tenta vender o falso discurso do golpe parlamentar, como se o povo brasileiro fosse um bando de

Calote dos estados Se fossem empresas privadas, os estados brasileiros estavam falidos. Mas não se deve jogar a culpa unicamente na União. A exemplo de Alagoas, os gestores estaduais – na sua grande maioria – gastaram irresponsavelmente ao longo dos anos - sem falar no câncer da corrupção que corrói as finanças do país. Agora, com dívidas impagáveis e seus estados engessados, os governadores apelaram para o tapetão do Supremo, na tentativa de oficializar um calote de R$ 400 bilhões.

Cronologia do rombo Alagoas começou a se endividar no último governo de Suruagy, quando emitiu R$ 200 milhões em títulos públicos para pagar servidores em atraso. O Estado não resgatou essa dívida, deixando um calote milionário para o governo seguinte. Ronaldo Lessa – que se elegeu denunciando o calote – renegociou o débito com os credores – bancos e corretoras de valores – e ao deixar o governo, a dívida já passava de R$ 6 bilhões. Ao herdar o calote, Téo Vilela tomou novos empréstimos externos e a dívida pública explodiu, deixando para Renan Filho um rombo de R$ 8 bilhões. Hoje, essa dívida impagável está beirando os R$ 10 bilhões. Nenhum deles fez o dever de casa, cada um jogando a culpa no antecessor. E mais escandaloso: até hoje ninguém prestou contas desses empréstimos que engessaram a economia de Alagoas.

DA REDAÇÃO

Tragédia brasileira

- Apenas na Previ, Petros e Funcef, o rombo, em 2015, chegou a R$ 78 bilhões. Nos outros fundos de pensão o deficit não é diferente e, segundo a Superintendência de Previdência Complementar (Previc), afetará o futuro de meio milhão de aposentados e pensionistas.

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COLUNA SURURU

De pai pra filho

Fim de linha

Fábrica de notas frias

Sob suspeita 1

O prefeito de Girau do Ponciano, Fabinho Aurélio, denunciado por cometer irregularidades em sua gestão, parece que fez escola com o pai. José Aurélio, o “Zé da Água”, foi prefeito do município de 2000 a 2003, mas foi cassado acusado de desviar recursos públicos através de empréstimos fraudulentos para servidores fantasmas. Inclusive Fabinho, atual prefeito, constava na lista dos fantasmas.

Pelo menos 20 prefeituras do interior do Estado estão envolvidas com a fraude investigada pelo Gegoc, do Ministério Público Estadual, que realizou uma opera-ção em parceria com a Polícia Militar. Além de busca e apreensão de documentos os mais variados, os promotores comandaram a prisão do empresário Luciano Lima Lopes – conhecido como Luciano Cabeça. Ele é dono da empresa LLMAR, uma locadora de veículos com sede em Maceió, que atuava, de acordo com o promotor Luiz Tenório, como uma fábrica de notas fiscais frias. (Ricardo Mota)

Denúncia O MP recebeu denúncia que deixa o ex-prefeito Cícero Almeida e seu ex-braço direito Mosart Amaral em situação difícil. Diz respeito à compra de apartamentos e áreas na região do sítio São Jorge.

O empresário Gaspar Carvalho, que enriqueceu à custa de negócios imobiliários nebulosos, até que enfim vai prestar contas à Justiça de seus crimes ambientais. Genro do usineiro João Tenório - avalista de sua carreira delitiva - Gaspar cooptou autoridades do meio ambiente, que também estão sendo processadas. Denúncia recebida pelo EXTRA esta semana dá conta de prováveis irregularidades no concurso de juiz substituto do Tribunal de Justiça de Alagoas. Segundo o documento, as notas da prova de sentença criminal de 23 candidatos teriam sido arredondadas para 6,0 - pontuação mínima exigida para que o candidato fosse considerado aprovado.

Sob suspeita 2

A lista final de aprovados divulgada pelo TJ nesta fase traz 40 candidatos aprovados, contra os 38 inicialmente listados. Destes, 25 aparecem com a nota 6,0.Questionado pelo semanário, o TJ enviou nota negando o arredondamento das notas e reafirmando a lisura do concurso, ao assinalar que as provas foram corrigidas pela banca examinadora da Fundação Carlos Chagas.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE ABRIL A 05 DE MAIO DE 2016

JORGE OLIVEIRA

Temer e o fisiologismo Vitória - Enquanto a Dilma vive seus dias de agonia, o ex-presidente Lula e o presidente do PT, Rui Falcão, trabalham, nos bastidores, para provocar badernas e manifestações pelo país afora para impedir que Michel Temer governe se a presidente for afastada do cargo pelo Senado no próximo dia 11. É assim que os petistas agem: anarquizando as instituições e transformando o Brasil em uma republiqueta das bananas. Eles espalham que estão sendo expurgados do poder por uma vingança de Eduardo Cunha. Esquecem que destroçaram a economia do país e promoveram o maior escândalo de corrupção de que se tem notícia na nossa história. A cúpula do PT pretende usar os movimentos sociais para atacar Michel Temer e fará de tudo para infernizar a sua vida, não o deixando governar por considerá-lo ilegítimo para ocupar o cargo de presidente, fruto de um “golpe”. A avalanche de protestos nas ruas, promovida pelos petistas, só deve diminuir se Temer promover um governo ético e insuspeito, afastando-se de velhos correligionários rotulados de fisiológicos. Caso ocupe os espaços com essas figurinhas conhecidas, corre sério risco de realmente não administrar. Por exemplo: como a partir do próximo mês, o PMDB poderá ser representado por Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados? Como Temer falará em moralização quando tem dentro do seu quintal um político acusado de trapaças com dinheiro público? Como responderá às manifestações das ruas sobre um governo ético se recebe no Palácio Cunha e seus asseclas? O PT, que ainda se diz um partido imaculado, mesmo diante de tanto escândalo, vai se apegar aos antecedentes de Cunha para tentar virar novamente a página política e pedir novas eleições, como é a intenção da Dilma, que ainda não se convenceu de que não volta mais à presidência. Temer ainda está patinando na escolha de seus auxiliares. Parece-me que até agora ainda não teve uma ideia genial de renovação de quadros administrativos e políticos. Escolher Henrique Meirelles como ministro da Fazenda parece-me não se tratar de uma renovação. Meirelles foi presidente do Banco Central na era Lulista, numa época em que a economia mundial conspirava a favor do Brasil. Não se conhece dele nenhum feito extraordinário que o credencie a ser um “salvador da pátria”. Errar com Meireles é errar uma vez só, sem retorno.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Na lama

A Dilma – que chegou à presidência falsificando o currículo acadêmico -, logo acostumou-se à ignorância e à promiscuidade dos seus companheiros petistas. Todos se lembram da sua frase cínica, antes da campanha, de que “podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”. Ali ela já sinalizava que já tinha aderido aos predicados rasteiros dos bastidores contaminados da companheirada. Viu, no cercadinho do gabinete do chefe, quando era seu auxiliar, o tratamento que ele dava aos seus assessores, humilhando-os com impropérios. Por isso, assim que assumiu a presidência procurou também imitá-lo com a arrogância e a prepotência de quem nunca se preparou para um cargo como o de presidente da república.

Queda Na formação da sua equipe, Temer já desistiu do advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira depois que ele foi infeliz ao dizer que a Polícia Federal não deveria cuidar apenas da Lava Jato, da corrupção, a praga que contaminou as instituições brasileiras. Desistiu de tê-lo ao seu lado como ministro da Justiça depois dessas declarações inoportunas. Temer começa a entender que não é fácil criar uma estrutura com nomes qualificados para tirar, a curto prazo, o país do atoleiro.

Um tiro, apenas Temer, como já dissera Collor ao assumir a presidência para acabar com a inflação, só tem uma bala na agulha. Se não atingir o alvo com esse projétil único pode ser expelido do poder pelos movimentos sociais que os petistas azeitam para azucrinar o seu governo. E o Brasil, coitado, vai continuar sem quadros para se modernizar porque os que surgiram até agora foram cooptados pelo PT e se promiscuíram com o partido.

Farsante

Se a população ainda tinha dúvidas sobre a capacidade política e intelectual da Dilma para governar o país, começa a dissipá-las agora quando assiste perplexa as bobagens que ela diz nas entrevistas coletivas que concede à imprenAinda tateando nas escolhas, deixa sa local e à estrangeira. Ao falar aos jornalistas escapar que vai contar com Padilha, brasileiros depois da admissibilidade do impeachGeddel e Moreira Franco como seus ment, a presidente parecia que estava navegando auxiliares, políticos manjados pelos em outro mundo, uma extraterrestre flutuando em arranjos políticos. Os nomes até outro planeta. Passiva diante da situação, mostraagora postos à mesa levam a popu- va-se sonâmbula, mas aparentemente convencida lação a desconfiar do que seria um de que brevemente voltará para casa para cuidar governo Temer. Teme-se, portanto, do netos. Quando tentava se esforçar para dizer que o PMDB chega ao governo, uma frase mais inteligente, saia com asneira mas não tem gente para governar. desse tipo “a sociedade humana”.

Manjados

Esvaziamento

É triste constatar que ninguém quer dividir com Temer a responsabilidade de salvar o país do caos econômico. Em meio aos nomes medíocres que ele escala para seu governo, salva-se apenas o de Serra, político e técnico provado em cargos públicos, mas com um viés à esquerda, quando o Brasil, na verdade, precisa de um líder mais na linha liberal para expandir a economia e destravar a máquina estatal.

Mente turva A conversa com os jornalistas estrangeiros então foi um desastre só. Fica difícil para os jornais de outros países decifrarem o que a presidente do Brasil quer dizer. Não existe, nos idiomas lá fora, tradução que chegue perto do que que ela fala. Disse, por exemplo, que não tem culpa da estagnação econômica, do caos administrativo e da corrupção generalizada. Culpa a China pela retração do mercado, acusando-a pela queda das commodities que frearam as exportações brasileiras. Não consegue concatenar um raciocínio lógico sobre nada, o que a impede de ser objetiva ou clara sobre qualquer assunto.

Decadência O Brasil de tantos talentos na área da cultura, da literatura e da ciência parece que de uma hora apagou-se. Tudo isso é decorrência de quase uma década e meia de descaso na educação e no desenvolvimento do país. A decadência começou com a ascensão da “República Sindical”. Um bando de pelegos viu-se de uma hora para outra administrando as principais empresas públicas e liderando o ensino do país com o aparelhamento do Estado. Chefiando-os um presidente despreparado que fazia apologia do analfabetismo. Muitas vezes enalteceu a sua própria ignorância: “Se eu cheguei, que não estudei, você também pode chegar ao maior cargo do país”, disse certa vez o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, o representante, à época, de mais de 200 milhões de pessoas, para delírio de muitas delas, seus fãs.

Envolvimento Regozija-se de ser honesta, de nunca ter metido a mão na lama. Mentira. A maracutaia na Petrobras começou quando ela presidiu o conselho da empresa. Autorizou que a estatal comprasse uma refinaria sucateada no Texas por quase 1 bilhão de dólares. Quando o escândalo surgiu, procurou se safar dizendo que foi iludida. Ora, como alguém assina um contrato bilionário sem pelo menos analisar com cuidado os seus termos? Na confissão, passou recibo de idiota, e demonstrou o despreparo para exercer qualquer cargo público.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE ABRIL A 05 DE MAIO DE 2016

GABRIEL MOUSINHO

Os milhões e os servidores

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governador Renan Filho já sabe que não será nada fácil convencer os servidores públicos estaduais de que, este ano, o reajuste salarial será zero, ou próximo disso, mesmo alegando a grave crise que assola o país. A redução da dívida pública onde o Estado economizou este mês por volta de 51 milhões de reais, pode não ser definitiva, mas recheou os cofres nos últimos dias. Mas o governo já avisou: o dinheiro não será utilizado para pagamento de reajustes salariais, mas sim para investimentos. Botar na cabeça dos trabalhadores de que o Estado não tem a mínima condição de propor reajuste este ano, é o mesmo que acreditar num boi voando. Aliás, o governador, nas suas aparições públicas na mídia, não mostra este desespero total com as finanças de Alagoas, mas sim passa para a população que o Estado vive outras épocas. Que bom que o governador pense assim. Mas os servidores não serão convencidos tão facilmente. Com dinheiro em caixa, os trabalhadores acham que a prioridade é sua. O resto, para eles, é conversa fiada.

gabrielmousinho@bol.com.br

Alto lá Os senadores alagoanos vão pensar duas vezes se serão contra ou a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Pelo clima lá em Brasília, eles não têm muito que fazer. Mas, mesmo assim, até o dia da votação, ninguém sabe como irão votar Fernando Collor, Benedito de Lira e até mesmo o senador Renan Calheiros.

Eleições para presidente O Palácio do Planalto deixou claro esta semana, de que topa antecipar eleições para presidente. Seria uma forma de detonar o vice Michel Temer, que já começa a formar o seu governo.

Perguntar não ofende Faria mal o governador Renan Filho dizer qual a obra que está em andamento e que conta com ajuda de deputados federais e senadores? Parece que ele anda com amnésia.

Começando

Ampla disputa

A gatuna

O período de greve no Estado e Município está apenas começando. Os policiais civis não aceitaram a decisão do Tribunal de Justiça e continuam paralisados. A mesma iniciativa deve ser tomada nos próximos dias por outras categorias. Reajuste zero, nunca, dizem trabalhadores do Estado.

Além de Rui Palmeira e Cícero Almeida, Paulão pelo PT e Paulo Memória pelo G8 a princípio são os candidatos a prefeito de Maceió. É bom observar que cada candidato terá um teto máximo para gastar na campanha eleitoral e a Justiça Eleitoral está de olho.

Nem aí

Dúvida

A Controladoria Geral da União identificou que 38, dos 102 municípios alagoanos, não cumpriram com a Lei de Acesso à Informação, tirando nota zero. Isso, de apenas 47 municípios avaliados. A situação é tão grave que até Palmeira dos Índios e Santana do Mundaú não atingiram nem a nota 1. De acordo com a pesquisa, três municípios considerados de grande porte como Palmeira, São Miguel dos Campos e Marechal Deodoro, foram um zero à esquerda.

O pedido negado pelo Supremo Tribunal Federal para que o deputado Cícero Almeida se livrasse do processo da Máfia do Lixo, acendeu a luz vermelha no PMDB. Muitos acreditam que Almeida poderá se complicar antes das eleições de outubro. Outro processo, o da Taturana, onde Cícero Almeida também é réu sobre um empréstimo pessoal, também é outra assombração para o agora peemedebista.

Maria Gabriela Mendonça de Lyra, neta de JL, é filha de um conhecido filho do empresário. Ela foi presa em São Paulo por afanar roupas avaliadas em mais de 5 mil reais em um shopping de luxo. Pessoas ligadas a João Lyra informaram que JL não está nem aí e sequer quer conversar com esse filho que já foi muito importante na gestão das empresas do pai.

Inviável

Na cola

Mensalão, Petrolão e agora Eletrolão. Neste, Alagoas também é figurante de denúncias do Ministério Público Federal, depois da deleção premiada de alguns assaltantes do dinheiro público.

A crise é tão grande que a maioria dos municípios alagoanos não irão fazer o tradicional São João. Maceió, que já realizou grandes festas juninas, também está ameaçada de não realizar nada este ano. A justificativa é que os custos são altos e um gasto desse porte pode prejudicar outros segmentos da prefeitura, inclusive salários de seus servidores.

Já a direção do PRTB, onde o deputado Almeida era filiado, acredita que o TSE vai condená-lo por infidelidade partidária e, portanto, poderá perder o mandato e consequentemente ser impedido de se candidatar à prefeitura de Maceió.

Cofre cheio

Candidatos quietos

Máfia do Guincho

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Parece que a denúncia do deputado João Beltrão sobre uma possível Máfia do Guincho, em Alagoas, entrou por uma perna de pinto e saiu por uma perna de pato. Ninguém falada nada, nem mesmo o governador que disse mandaria apurar tudo.

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Nada de mais, se as denúncias não tivessem atingido em cheio a Polícia Militar de Alagoas. Que o governo informe como andam as apurações, se é mesmo que começaram.

Máfia do Lixo Não vai ser tão fácil como possa parecer o deputado Cícero Almeida escapar da Máfia do Lixo. Alguém vai ter que pagar pelo suposto desvia de 200 milhões de reais apontado pelo Ministério Público Estadual. Se o processo avançar no Supremo Tribunal Federal onde Almeida tem foro privilegiado por ser deputado federal, sua candidatura a prefeito pode se complicar.

E haja denúncia

Este mês o governo de Alagoas economizou 51 milhões de reais sobre o pagamento de débitos com a União. Reforçou o caixa, mas não pode comemorar muito, porque o mérito do processo que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal pode modificar tudo. O jeito é aguardar!

A confusão que se formou em Brasília para afastar a presidente Dilma Rousseff, momentaneamente afetou a política alagoana. Se no interior as campanhas começam a ferver, em Maceió os candidatos se recolheram, observando o que vai acontecer nos próximos dias na capital federal.

Alegorias Os adversários que não têm o que falar do prefeito Rui Palmeira, agora questionam a contratação de ´´pardais´´ instalados nas grandes avenidas da capital. Parecem mesmo que capitularam nas suas denúncias, já que Palmeira tem trabalhado com competência, honestidade e transparência nos seus atos de governo.

Fim da linha A televisão mostrou no início da semana a situação crítica da estrada que leva à cidade de Campestre. Parece que ali é uma segunda Síria, onde os bombardeios acabaram com tudo. Além das péssimas condições da estrada, com assaltos e tudo mais, o Departamento de Estradas de Rodagem sequer deu esperança para resolver os problemas do povo daquela região. É o velho ditado do que ´´faço o que digo, mas não faça o que faço´´.

Debandada A Assembleia Legislativa deu o primeiro passo para sua independência. Os deputados derrubaram o veto do governador da ´´Escola Livre´´. Demonstraram insatisfação para o tratamento que vêm recebendo do governo.


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Para onde foram os milhões das Letras da Era Lessa?

DÍVIDA PÚBLICA

AÇÃO CIVIL PODE DESVENDAR O MISTÉRIO; EX-GOVERNADOR DEFENDE LEGALIDADE ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça determinou, por unanimidade, que a primeira instância do judiciário analise se deve entrar com ação civil pública contra o deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) e o ex-secretário da Fazenda, Sérgio Dórea, por suposto desvio de finalidade de verbas na operação das Letras Financeiras do Tesouro Nacional, assinada em 4 de maio de 2002 (quando Lessa era governador) em que o Estado reconhecia, em contrato, uma dívida mobiliária de R$ 807 milhões (herdada em outra operação, também das letras, no Governo Divaldo Suruagy/Manoel Gomes de Barros). Relator do processo, o desembargador Domingos de Araújo Lima Neto não anulou a operação da Era Lessa (que obrigaria o Estado a devolver, aos credores das Letras, R$ 391,5 milhões apurados com a operação, atualizados, o que superaria a casa do bilhão de reais). Manteve o acordo, mas abriu ao Judiciário a chance de apurar se estes milhões de reais foram, de fato, aplicados em precatórios. Segundo o Ministério Público Estadual- citando a resolução do Senado Federal 71/95 (que autorizou a operação das Letras) - os R$ 391,5 milhões deveriam ser usados exclusivamente nos precatórios. E pediu a anulação da operação. Porém, conforme a defesa de Ronaldo Lessa e Sérgio Dórea, a Assembleia Legislativa foi avi-

sada que a operação das Letras havia rendido os R$ 391,5 milhões e que este dinheiro viraria crédito suplementar (aprovado pelos deputados) para pagar - além dos precatóriosdespesas com pessoal, dívidas com o Fundef (o antigo fundo nacional de educação) etc. E defenderam a legalidade (já que os parlamentares avalizaram a distribuição do dinheiro). Mas, os R$ 391,5 milhões foram usados apenas para isso? É o que a 3ª Câmara Cível do TJ decidiu no dia 20: os autos deste processo seguem para a primeira instância que vai avaliar sobre a chance de uma ação civil pública. Lessa e Dórea foram acusados de improbidade administrativa pelo MP. Um dos credores que adquiriu os títulos foi o empresário Antônio Carlos Morais, que representava a empresa Karta Distribuidora de Títulos e Valores Imobiliários. Ele descobriu irregularidades e as denunciou ao MP. Entre elas, deságio diferenciado (credores pagavam valores menores pelos papeis, em relação aos outros) e o dinheiro que não estaria sendo destinado ao pagamento de precatórios (dívida com os servidores). LETRAS PODRES As letras financeiras do tesouro estadual (transformadas depois em papeis federais) eram títulos públicos emitidos pelo Governo Divaldo Suruagy para, na teoria, retirar Alagoas do buraco financeiro. Houve desmandos. Corrupção. Suruagy e seu então secretário da Fazenda, José Pereira, foram acusados de

Domingos de Araújo Lima não anulou operação de Ronaldo Lessa que teve aval do Senado

improbidade administrativa. E gerou-se uma dívida de R$ 807,1 milhões aos cofres alagoanos. Em julho de 1996, os advogados Everaldo Patriota, Ricardo Coelho, Evandro Bezerra e Pedro Montenegro ingressaram, na Justiça, com uma ação popular para anular a operação Suruagy. Até hoje o Tribunal de Justiça não decidiu o mérito desta ação popular. Por enquanto, o estágio atual dela estabelece que Alagoas deve declarar a invalidade na emissão dos tí-

tulos públicos- as Letras. Indo do lado contrário ao discurso de campanha ao Governo, Ronaldo Lessa fez uma operação semelhante, transformando as letras da Era Suruagy em Letras Financeiras do Tesouro Nacional (LFTN). Não agiu sozinho. Teve aval do senador Renan Calheiros (PMDB) e o projeto foi apresentado por Teotonio Vilela Filho (PSDB) ao Senado Federal. Em 2002, Alagoas assinou um contrato de concessão,

assunção, consolidação e refinanciamento da dívida mobiliária. Assumiu os R$ 807,1 milhões da Era Suruagy, fez a substituição das letras estaduais pelas federais “garantidas pela União e com maior liquidez e confiabilidade” e avalizou com o Senado (graças a Renan Calheiros) o acordo. Porém, em uma das cláusulas, exigia-se deságio dos credores de 36,74% nos papéis. Por enquanto, os alagoanos é que foram penalizados pelos dois acordos: o de Divaldo


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Ataques e redes sociais entram no clima eleitoral

ELEIÇÕES EM MACEIÓ

AÇÃO DO LIXO PROMETE MELAR ALMEIDA; JHC VIRA ZEBRA E RUI AUMENTA INAUGURAÇÕES ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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seis meses das eleições em Maceió, os principais caciques da política alagoana estão divididos. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) e o governador Renan Filho (PMDB) estão com o deputado federal Cícero Almeida (PMDB) na disputa pela capital; senador Fernando Collor (PTC) está ao lado dos nanicos e quer fazer barulho na campanha; Rui Palmeira (PSDB) acelera o ritmo de obras; e o deputado federal João Henrique Caldas (PSB) corre por fora, inflando o próprio nome entre os evangélicos e nas redes sociais. Na segunda-feira (25), Almeida teve reunião com Renan Filho no Palácio República dos Palmares e os dois apareceram juntos para as fotos, afastando as dúvidas em torno do apoio dos Calheiros ao ex-prefeito de Maceió na disputa pelo Executivo. Almeida vem se mexendo nos bastidores. Seu ex-secretário Pedro Alves- exímio articulador político- começou a costurar acordos; o deputado trouxe gente de Recife, responsável pela sua primeira campanha à Prefeitura de Maceió (ano de 2004), para trabalhar sua imagem no eleitorado. E está aprendendo a mexer nas redes sociais para capturar o público mais jovem. Quando está em Maceió, ele dá expediente na sede estadual do PMDB, no bairro de Mangabeiras. “Estou acostumado já [aos ataques]. Não tenho esta preocupação, não”, disse Almeida ao EXTRA, após o encontro

com o governador. “Você é como fermento. Quanto mais batem, mais você cresce”, disse, referindo-se à primeira pessoa, falando dele mesmo. Na semana passada, Cícero Almeida teve recurso negado pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspensão da ação penal da máfia do lixo- em que é acusado de liderar esquema que desviou R$ 200 milhões dos cofres públicos. O deputado federal diz não temer as consequências desta ação. “Tenho a consciência tranquila. Isso é matéria requentada. Tenho bons advogados”. A máfia promete ser a lama no caminho de Almeida nas urnas de outubro. Provável vice: Mosart Amaral (secretário dos Transportes) ou José Wanderley Neto (ex-vice-governador e cardiologista). COLLOR Apesar do apoio dos Calheiros, Cícero Almeida não consegue se aproximar politicamente do senador Fernando Collor (PTC). E ele vem mostrando que não quer depender nem do grupo dos Calheiros nem do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), que disputa a reeleição. Collor abre espaço em seus meios de comunicação a Paulo Memória, do mesmo partido do senador. Memória se coloca como candidato a prefeito e lidera um time de partidos nanicos: PRTB, PTdoB, PSL, PRP, PHC, PEN e PPL. O senador quer ser a noiva da eleição. Sabe que uma

Almeida tem contra si processo da Máfia do Lixo, JHC aposta nos evangélicos e Rui reforça obras

votação disputada tem cenário quase certo de 2º turno. Entre Cícero Almeida e Rui Palmeira, Collor pende mais para o tucano. JHC Assumindo o comando do PSB em Maceió, o deputado federal João Henrique Caldas, segundo mostram as pesquisas, vem crescendo no público mais jovem e mais “interado” com as redes sociais. Sem chance de aproximação com os Calheiros, JHC evita ataques diretos a Rui Palmeira, apesar dele ter anunciado publicamente um racha com o chefe do Executivo Municipal, implicando em perda de cargos na máquina municipal.

RUI PALMEIRA No leque de partidos, o prefeito Rui Palmeira está em vantagem. Fechou com o DEM, PR, PP, PSDB e SDD. Seu articulador é o prefeito de Paripueira, Abraão Moura. As aparições na periferia aumentaram. Ele quer reabrir o PAM Salgadinho em alguns dias. Reformar 100% das escolas do município. “Estamos prontos para ir para a rua. Estamos mostrando que mesmo com o período de crise estamos trabalhando. Ontem estava inaugurando obra, amanhã vamos inaugurar obra, temos obras importantes na cidade, temos uma mudança de paradigma. Vamos conseguir deixar nestes quatro anos 100% das escolas

reformadas. Não tenho medo. Estou acostumado com a mentira, o jogo baixo. Não é nosso estilo. Vamos estar tranquilos”, disse Rui. “Pelas limitações, vai ser uma campanha com bem menos dinheiro, mas uma campanha de modelo: de quem está esteve, de quem está. De comparações. Acho que vai ser basicamente isso: uma campanha curta, de 30 dias, então estaremos preparados para mostrar o que conseguimos fazer no período de três anos e meio”, afirmou. O xadrez do voto ainda depende das movimentações em Brasília e dos efeitos da Operação Lava Jato. Por enquanto, nada disso tem interferido no movimento das pedras no cenário alagoano.


MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE ABRIL A 05 DE ABRIL DE 2015

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CEF estima rombo de R$ 220 mi no Minha Casa, Minha Vida

FRAUDE MILIONÁRIA

CONSTRUTORAS MONTARAM CARTEL EM TEOTÔNIO VILELA PARA FRAUDAR O GOVERNO FEDERAL JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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Foto: TV Pajuçara / Carlos Nascimento

ocalizada a 101 km de distância da capital, a cidade de Teotônio Vilela foi considerada um alvo fácil por cinco construtoras que fraudavam financiamentos para a aquisição de imóveis com recursos do programa federal “Minha Casa, Minha Vida”. O município chegou a ser repartido em áreas para que as empresas pudessem agir sem concorrência. A fraude foi detectada pela Caixa Econômica Federal (CEF), que se encarregou de instaurar os procedimentos para a apuração das infrações administrativas. O golpe, que vinha acontecendo desde 2010, lesou a instituição em aproximadamente R$ 220 milhões. No entanto, só começou a ser investigado pela Polícia Federal em Alagoas no ano de 2013. Dentro as invetigações, a PF deflagrou na quinta-feira, 28, a Operação Cabala, que contou com cerca de 200 policiais fede- Conjunto em Teotônio Vilela foi alvo da ação da quadrilha que atuou em mais três estados rais de Alagoas, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Paraíba e Rio Bernardo Gonçalves de Torres. chegou a pagar R$ 70 mil por entregue o dinheiro prometido Grande do Norte para dar cumOs recursos referentes ao imóveis que valiam menos R$ para compra destes imóveis. primento de 27 mandados de financiamento eram deposita- 10 mil. A gente pode dizer que Segundo o delegado Antônio busca e apreensão, 27 mandados dos nas contas das construtoras houve uma verdadeira bolha Carvalho, 1.691 casas foram de sequestro, com inquirição de e um pequeno percentual era imobiliária devido ao esquema construídas no estado pelas 40 pessoas envolvidas nas frau- repassado, em seguida, para delituoso”, destacou Torres. construtoras. Ainda não se sabe des. As agências que tiveram o número exato das que foram funcionários da agência ban“Donos de construtoras, in- cária de Teotônio Vilela e al- mais financiamentos dessas ca- adquiridas por meio da fraude. teressados em lucros fáceis com guns mutuários envolvidos no sas foram as de Teotônio Vilela, A estimativa é que chegue a 80% a alienação de imóveis, recru- esquema. “Como essas pessoas São Miguel dos Campos, Arapi- das negociações. Foram conduzitavam pessoas que não tinham não tinham condições de pagar raca e Coruripe. dos onze empresários para a Pocapacidade econômica para con- o financiamento, ficavam sem Segundo a PF, as empresas lícia Federal, além de 14 funciotrair financiamentos. Com o au- quitar as parcelas gerando pre- acusadas de participarem do nários da CEF, para prestarem xílio de contadores, falsificavam juízos para a Caixa Econômica esquema são: Lar dos Sonhos, depoimentos. Até o fechamento comprovantes de rendimentos e Federal”. Casa Nova, Eline, RSS Incorpo- desta edição ninguém havia sido com a participação de funcionáPor conta dessa deman- rações e FJ Construções. Cer- preso, embora as provas já conrios da Caixa obtinham a aqui- da fictícia para a aquisição de ca de 70 casas de um conjunto figurem crimes de quadrilha, sição do imóvel”, explicou o su- imóveis, a região de Teotônio residencial foram depredadas falsidade ideológica, uso de doperintendente do Departamento Vilela registrou uma superva- pelos compradores, em razão cumento falso, corrupção ativa, da Polícia Federal, em Alagoas, lorização. “Sendo assim, a CEF de os construtores não terem corrupção passiva e estelionato

qualificado. O próximo passo da operação é ouvir os funcionários da Prefeitura de Teotônio Vilela e os responsáveis pela concessão das licenças de construção e o “Habite-se”. Também serão ouvidos os engenheiros responsáveis pela avaliação dos imóveis, tendo em vista que há indícios de que tenham avaliado imóveis sem que os mesmos sequer tivessem sido construídos. A quadrilha também atuava nas cidades de Propriá (SE), Paulo Afonso (BA), e Ouricuri e Serra Talhada (PE). Dos que foram conduzidos para a sede PF no Jaraguá, 11 são empresários de Teotônio Vilela, São Miguel dos Campos e Penedo. Os veículos dos envolvidos foram apreendidos, visando a posterior alienação e, por conseguinte, com o dinheiro obtido, ser possível amenizar o prejuízo. “Para se ter uma ideia do rombo aos cofres da CEF, na agência bancária de Teotônio Vilela vemos uma faixa escrito que é possível conquistar um imóvel a partir de R$ 4.500”, finalizou Carvalho. NOTA Confira a nota da CEF sobre o caso. “Com relação à operação ‘Cabala’, deflagrada pela Polícia Federal, a Caixa Econômica Federal informa que a fraude foi identificada pelo próprio banco por meio de mecanismos de controle interno. A Caixa encaminhou a notícia-crime à Polícia Federal para a apuração da ação e subtemeu os empregados envolvidos a processo de apuração interna, que já resultou em demissões e suspensões. O banco ressalta ainda que continua contribuindo integralmente para investigações dos órgãos competentes”, declarou.


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MP denuncia empresa de usineiro e ex-secretário do Meio Ambiente

CRIME SOBRE CRIME

IVAN BERGSON, ISMAR MACÁRIO PINTO JÚNIOR, RESULTA INVESTIMENTOS E ENGEMATLOC SÃO ACUSADOS DE FORJAREM LICENÇAS AMBIENTAIS Foto: Secom Maceió

VERA ALVES veralvess@gmail.com

Foto: Facebook

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enunciado pelo EXTRA há cerca de um ano, o aterramento das grotas antes existentes na área que se estende do Sítio São Jorge ao Barro Duro não foi apenas um crime ambiental. Envolve também o crime de improbidade administrativa pelo qual foram denunciados pelo Ministério Público Estadual o ex-secretário de Meio Ambiente de Maceió, Ivan Bergson Vaz de Oliveira, o engenheiro ambiental Ismar Macário Pinto Júnior e as empresas Resulta Investimentos Ltda. e EngematlocTerraplanagem e Locações. Na ação que tramita na 14ª Vara Cível da Capital -Fazenda Municipal, todos são acusados de conluio e atropelo da legislação ambiental com o objetivo de favorecer as empresas durante a gestão de Cícero Almeida. E mais: a implantação da Avenida Josefa de Mello se deu à revelia das licenças ambientais exigidas e com aval da Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma) . Da mesma forma, a supressão da vegetação se deu sem autorização, que acabou sendo forjada pelo próprio órgão ambiental para eximir as empresas de sua responsabilidade. Uma investigação feita pelo MP com base em denúncia de que a Sempma estaria favorecendo empresas experts em especulação imobiliária terminou resultando na descoberta de uma série de irregularidades por parte do então secretário Ivan Bergson e Ismar Macário, este último o técnico responsável pelas análises de documen-

Ivan Bergson, ao assinar termo de posse na gestão Cícero Almeida, e Ismar Macário Pinto Júnior

tos exigidos pela legislação para concessão das licenças prévia, de implantaçao e de operação de quaisquer empreendimentos e/ou obras com impacto ambiental. CRONOGRAMAS ALTERADOS Os indícios posteriormente comprovados na investigação do MPE surgiram a partir da discrepância de autorizações concedidas antes mesmo de pedidos feitos ou aceitos em tempo recorde e sem a apresentação, pelas empresas, de projetos e estudos exigidos tanto pela legislação nacional como pela municipal. No caso da Resulta, empresa que tem como sócio-administrador Gaspar de Almeida Carvalho, genro do usineiro João Tenório, e como sócio o filho deste, José Tenório de Albuquerque Lins Neto, o procedimento administrativo para concessão da licença prévia – primeiro passo

para autorização a qualquer empreendimento – não foi concluído até hoje, mais de quatro anos depois de sua abertura. No início de dezembro de 2012, na qualidade de técnico responsável pela análise dos documentos necessários para concessão da licença prévia que a empresa havia solicitado com vista à implantação de um empreendimento em duas áreas desmembradas do Sítio Barro Duro, Ismar Macário Júnior inicialmente afirmou que a concessão não era possível face a ausência de documentos. Uma semana depois a Resulta apresentou os documentos e no dia seguinte à entrega teve concedida pelo então secretário Ivan Bergson a almejada licença. Dois dias depois, a empresa pede a licença de implantação, concedida no mesmo dia pelo secretário com base na avaliação técnica e parecer favorável de Ismar Macário. E aí, um estranho e intrigante detalhe: a avaliação foi feita dois antes

de a Resulta protocolar o pedido junto à Sempma. E mais, no próprio parecer, o engenheiro relaciona uma série de documentos faltosos, incluindo até a descrição da área e seu entorno, a autorização para supressão de vegetação e projetos topográfico e de drenagem e o relatório de avaliação ambiental, dentre outros. A despeito da ausência da imprescindível documentação – conforme determina a legislação ambiental – a licença foi concedida e destaque-se, sem sequer haver a especificação da área do empreendimento. No início de 2013, quando Ivan Bergson havia sido substituído no comando da Sempma por Rafael Wong, a Resulta foi multada por ter suprimido a vegetação e iniciado as obras – no caso o desmonte de encostas e aterro de grotas – sem um projeto topográfico e estudo de alternativa à supressão da vegetação. E a surpresa: o auto de infração foi lavrado por Ismar

Macário Pinto Júnior, o mesmo que, sabedor da ausência dos documentos, opinara favoravelmente à concessão da licença de implantação. O notório favorecimento à Resulta por parte do então secretário Ivan Bergson e do engenheiro Ismar Macário Pinto Júnior foi constatado pelo MPE em outro caso, o do empreendimento Brisas da Orla, cuja licença de implantação fora concedida em 2011 pela Sempma a outra empresa, a Tenda SPE Empreendimento Imobiliário. Em 2012, a empresa de Gaspar Carvalho entrou com pedido de mudança de titularidade do empreendimento e teve o pedido aceito dois dias depois. Uma semana após, a empresa volta à Sempma pedindo a renovação da licença de implantação e modificação do projeto original e é atendida, oito dias, depois com a concessão de “licença prévia e de implantação” pelo secretário Ivan Bergson. Tal concessão provocou a reação do MPE. Primeiro porque não existe na legislação ambiental a possibilidade de concessão das duas licenças a um só tempo. A licença prévia antecede a de implantação e ambas somente são possíveis após o cumprimento das exigências de análise ambiental. Em segundo lugar, a concessão se deu no mesmo dia em que o engenheiro Ismar Macário assinou parecer relacionando os documentos necessários e dando prazo de 30 dias para que a Resulta os providenciasse. E mais uma vez, contraditoriamente, opinou pela concessão da licença. A empresa foi comunicada do parecer no mesmo dia em que ele foi emitido.


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O caso da Engematloc: de vilã a vítima O MPE também qualificou como crime de improbidade a atuação do ex-secretário Ivan Bergson no processo de autorização para supressão de vegetação com vistas à implantação da avenida Josefa de Mello a cargo da Engematloc- Terraplanagem e locações Ltda., empresa que tem como sócio-administrador Virgílio Vilar Brasileiro. Ocorre que a Engematloc suprimiu a vegetação sem autorização do órgão ambiental, conforme o auto de infração datado de 27 de dezembro de 2012. Meia hora após ser autuada, a empresa entra com pedido de autorização na Sempma e é prontamente atendida – no mesmo dia – pelo então secretário Ivan Bergson. Também no mesmo dia, empresa e secretaria firmam um termo de compensação vegetal pelo qual a Engematloc teria que plantar 17.500 exemplares de espécies nativas. Um dias depois, a empresa alega junto à Sempma não ter condições de cumprir com o acordado e propõe a doação de mudas ao Parque Municipal. Proposta feita, proposta aceita. Sem qualquer análise, o então secretário Ivan Bergson repassa ao Município a responsabilidade de plantio e manutenção da mudas para compensar um crime cometido pela empresa e à qual caberia o ônus da compensação.

Retirada de vegetação para a Josefa de Mello não tinha autorização

OS PEDIDOS DO MPE Diante do que foi apurado pelas investigações iniciais, o MPE pede que o ex-secretário Ivan Bergson Vaz de Oliveira, o engenheiro Ismar Macário Pinto Júnior, a Resulta Investimentos Ltda e a Engematloc-Terraplanagem e Locações Ltda sejam condenados por infringirem o artigo 11, inciso 1, da Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade). Diz o artigo citado “Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, e, notadamente: I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência”.

Área aterrada na Márcio Canuto; abaixo, o panorama da devastação

TUDO JUNTO E MISTURADO

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Resulta e a Engematloc têm laços bem definidos. Seus respectivos sócios-administradores, Gaspar de Almeida Carvalho e Virgílio Vilar Brasileiro, são sócios na Canuto Empreendimentos Imobiliários. A empresa, com sede na Ponta Verde, tem ainda no quadro societário outras empresas do próprio Gaspar, do usineiro João Tenório e de outros integrantes da família deste, a esposa e os filhos. De acordo com os dados da Receita Federal, João Evangelista da Costa Tenório é sócio de sete empresas em Alagoas e duas em Pernambuco. O capital social das empresas é avaliado em R$ 143.739.923,00. O genro, Gaspar, também figura como sócio de nove empresas, mas com capital social bem inferior ao do sogrão: R$ 41.454.026,00. Já Virgílio Vilar Brasileiro possui 10 empresas com capital social de R$ 43.847.500,00, sendo que nove estão em Alagoas e uma em Pernambuco. O interessante é que existe um entrelaçado entre os três; a empresa de um figura como sócia na empresa do outro e, no que diz respeito à devastação da Mata Atlântica na área compreendida entre a Cruz das Almas até o Barro Duro, passando pelo Sítio São Jorge, todos estão envolvidos no crime ambiental e na especulação imobiliária que atinge a região desde a desativação do lixão de Cruz das Almas.

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Estado garante continuidade do Programa do Leite

BACIA LEITEIRA

COOPERATIVA TEMIA FALTA DE VERBA DO GOVERNO FEDERAL DEVIDO À INSTABILIDADE POLÍTICA JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA) passou momentos de incertezas nas últimas semanas. Com a instabilidade política que assola o país, cooperados temiam o corte de repasses do Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que fomentam a distribuição, por exemplo, de leite gratuito a 80 mil famílias carentes todos os dias. Hoje, com 4.200 cooperados espalhados por 92 associações no estado, a CPLA também garante renda a pequenos produtores rurais. Há seis anos à frente da cooperativa, Aldemar Monteiro, tem diversos planos para a Alagoas. Entre eles, o mais importante é produzir leite em pó no Estado para atender o mercado competitivo e tornar a CPLA autossuficiente. Mas para isso, é necessário investimentos e o reconhecimento dos governos estadual e federal. De acordo com Monteiro, o programa necessita de R$ 48 milhões para operar. “Brasília sempre entrou com 80% da quantia e Alagoas com 20%. Até o ano passado, quando modificaram para 60% e 40%”, explicou. Um encontro foi organizado para a cooperativa pleitear à ministra Tereza Campello que mantivesse a proporção igual à de 2015. A reunião contou com Renan Filho e a bancada dos deputados federais de Alagoas. “Ela fechou o acordo e até gravou entrevistas falando que iria conversar com o governador do Estado para manter o Progra-

Aldemar Monteiro explica que impasse sobre recursos provocou apreensão entre os produtores

ma do Leite”. Ainda no encontro foi levantada a questão de que a cooperativa estava com a prestação de contas atrasada, fato que foi explicado pelo diretor. “Estávamos dentro do prazo para a apresentação financeira e prestamos informações ao governo a cada três meses”. Porém, em Alagoas, Renan Filho recebeu a informação que o Estado deveria entrar com mais recursos. “A notícia fez com que a CPLA ficasse apreensiva se realmente poderia contar com o dinheiro do Governo Federal. Foi quando recebi um telefonema do governador que garantiu o programa para 2016, o que nos

aliviou“, disse Monteiro. PRODUÇÃO A CPLA, segundo relato de Aldemar Monteiro, tem recebido diariamente reclamações de produtores relatando prejuízos. Os agricultores alegam que estão produzindo em condições precárias com o atraso do pagamento pelo litro do leite, repassado a R$ 1,14. Com leite vendido mais barato que água mineral, produtores associados voltaram a cair nas mãos de atravessadores. Com os vencimentos do Programa do Leite congelados desde fevereiro, junto ao impasse na aprovação or-

çamentária de 2016, os produtores começaram a cobrar medidas urgentes para livrá -los do abandono da atividade. “Temos um canal aberto com nossos produtores e estamos batalhando junto aos órgãos responsáveis para manter o programa vivo. Analisando friamente, há uma série de fatores que se agravam com o fim desse programa num estado sem economia industrial. Não é isso que queremos em hipótese alguma”, alegou. Na última segunda-feira, 26, a diretoria da CPLA reuniu líderes de associações de produtores, associações comunitárias e laticinistas para

fortalecer o movimento pela continuidade orgânica do Programa. O encontro foi pautado pela necessidade de união de forças para fortalecer o ciclo produtivo do programa nos próximos dois anos. “O governo tem apoiado totalmente e se demonstrado sensível à causa, mas é preciso garantir a continuidade do programa e, sobretudo, o envio de recurso via governo federal, que é uma das nossas grandes dificuldades no aporte desse recurso”, reconheceu Monteiro. O produtor Cícero Leite, se manifestou em apoio a CPLA em defesa plena do Programa em Alagoas. “É preciso entender a força desse programa na produção de leite em Alagoas. Muitas famílias no campo depositam suas esperanças para se manter no campo na assiduidade e certeza do pagamento do programa. Estamos com a CPLA nessa luta pelo programa”, disse. Representando o Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Alagoas (Sileal), Arthur Vasconcelos, falou em nome do segmento industrial que é responsável pelo processamento do leite vindo in natura do campo. “O programa possui papel fundamental na cadeia, moldando o preço e atendendo ao beneficiário. O modelo de gestão do cooperativismo tem distribuído bem a dinâmica do e atendido aos anseios do produtores, isso é bom por recebermos leite da agricultura familiar com padrão de qualidade. A mobilização é válida para mensurar a universalidade do Programa”, alertou.


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TJ pode cassar mandato de Conceição Tavares

NA MIRA DA JUSTIÇA

PREFEITA DE TRAIPU PASSOU 17 DIAS NOS ESTADOS UNIDOS SEM AUTORIZAÇÃO DA CÂMARA JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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próxima quinta-feira, 5, será marcada pelo julgamento no Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) da análise de mérito referente à viagem “irregular” aos Estados Unidos realizada pela prefeita de Traipu, Conceição Tavares. O processo será julgado pela 3ª Câmara Civil composta pelos desembargadores Domingos Neto, Alcides Gusmão e Maurício Breda. A matéria pode julgar a perda automática do mandato de Tavares, pois não se trata de crime de responsabilidade, que necessitasse seguir o rito próprio para se apurar. O processo teve início quando a prefeita de Traipu realizou uma viagem internacional aos Estados Unidos e permaneceu naquele país por 17 dias sem autorização da Câmara Municipal. A Lei Orgânica do município de Traipu em seu art. 48, conjugado com art. 83 da Constituição federal diz que o chefe do poder executivo não pode ausentar-se da municipalidade por mais de 15 dias sem prévia autorização do poder legislativo, fato que Conceição Tavares não levou em consideração. Na época do ocorrido, em 20 de novembro de 2014, o vice-prefeito Erasmo Dias ao saber da viagem irregular da prefeita tomou as providencias necessárias no sentido de assumir o cargo de prefeito em definitivo devido à prefeita ter deixado o município de Traipu acéfalo, saindo do Brasil em 04/11/2014 e só retornando ao Brasil em 20/11/2014 como atesta a certidão da Polícia Fe-

Por caua da viagem, vice-prefeito Erasmo Dias chegou a ser empossado pela Câmara, mas Conceição conseguiu reverter a decisão

deral. Conceição Tavares permaneceu nos Estados Unidos 17 dias, extrapolando o período legal. Em 10 de abril de 2015 em sessão ordinária na Câmara, os membros da mesa diretora, vereadores José Valter dos Santos (presidente) e Vânia Bezerra Silva Costa (1ª secretária), declararam vacância do cargo de prefeito e em seguida foi empossado o vice-prefeito Erasmo Dias no cargo de prefeito de forma definitiva. Foi utilizado como argumentos os termos da Constituição Federal, Constituição do Estado de Alagoas, Lei Orgânica do Município de Traipu e Regimento Interno da Câmara Municipal. Ainda em abril de 2015 por decisão monocrática, o desembargador Fábio Bittencourt validou a decisão da mesa diretora da Câmara Municipal de Traipu e determinou a ime-

diata posse de Erasmo Dias no cargo de prefeito, entendendo que a Constituição é autoaplicável, impondo a perda do cargo e a posse do vice-prefeito pela mesa diretora. Para ele a perda é automática, uma vez que pela supremacia da Constituição não se trata de “cassação de mandato”, mas de perda do mandato ante a sua extinção. Em contato com a reportagem do jornal EXTRA, o vice -prefeito de Traipu colocou: “Os dispositivos da Lei Orgânica do Município leva, inexoravelmente, à conclusão de que, enquanto o Decreto-lei 201/1967 tratava a ausência do cargo por tempo superior ao permitido como motivo para a cassação do mandato, precedida por processo administrativo instaurado nos termos ali disciplinados, a legislação municipal, espelhando em sua esfera o que dispõe a Constituição Federal em seu

art. 83, trata a matéria como razão para que haja a perda do cargo do prefeito ou do vice-prefeito, o que difere da cassação”. Na época do ocorrido, a Procuradoria da Câmara de Traipu opinou: “O Município de Traipu atualmente, está sendo administrado por alguém que não exerce mandato eletivo, posto que o perdeu, consoante o art.83 da Constituição Federal. Mais ainda até agora está se negando vigência ao art.83 da Constituição Federal: “Art. 83. O presidente e o vice-presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo”. O QUE DIZ A PREFEITA Através da sua assessoria de comunicação, a prefeita de Traipu se posicionou: “Inicialmente, é necessário esclarecer

que não se trata de julgamento sobre a viagem ou afastamento da prefeita. Essa análise já foi feita pela Câmara Municipal de Traipu em novembro de 2014 e, por unanimidade, os vereadores decidiram arquivar o processo. O julgamento em questão trata da ilegalidade do ato de posse do vice-prefeito, realizado apenas pelo presidente da Câmara e pela 1ª secretária, sem comunicação aos demais vereadores, bem como sem direito de defesa da prefeita. Posto isto, a prefeita Conceição Tavares confia que o Tribunal de Justiça vai manter o entendimento de que a matéria já foi extensamente discutida na Câmara Municipal e pela própria Justiça, mantendo a ordem democrática e a estabilidade político-administrativa em Traipu”.


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“Não temos nada a comemorar”, diz presidente da Força Sindical

DIA DO TRABALHO

SEGUNDO GIMA, GOVERNO DILMA SÓ SUBTRAIU OS DIREITOS DO TRABALHADOR mentiu ao povo brasileiro. As manifestações são o retrato de como o povo está indignado com os líderes de nossa nação. Embora ache que os trabalhadores vão sofrer com o suposto impeachment da presidente Dilma. Eu sou a favor de uma nova eleição. Nada de Michel Temer”, opinou. Para Gilma, os trabalhadores só serão valorizados quando o Congresso estiver com políticos comprometidos com o povo. “Temos poucos representantes sindicalistas no governo. Muitas pessoas deixam de votar em um trabalhador para eleger um político de profissão. A mudança do país começa com o voto certo em pessoas sérias que se comprometam com a educação, emprego e a saúde do povo brasileiro”.

JOSÉ FERNANDO MARTINS ESPECIAL PARA O EXTRA

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data de 1º de Maio, em que se comemora o Dia do Trabalhador, não é vista com bons olhos pelo presidente da Força Sindical de Alagoas, Albegemar Casemiro Costa, o Gima, desde quando a presidente Dilma Rousseff (PT) entrou no poder. A razão é por considerar que o governo federal, nos últimos cinco anos, só tem subtraído direitos do trabalhador, lesando ainda os aposentados. “Além disso, assistimos a estabelecimentos fechando as portas e o trabalhador sem expectativas de avanço. Tivemos adiado o nosso Programa de Integração Social (PIS), sem falar das alterações do seguro-desemprego, em que o funcionário tem que permanecer na empresa por um ano no primeiro emprego, para ter direito ao benefício”, exemplificou. Com as mudanças, para obter o seguro é preciso ter trabalhado por 12 meses para pedir o benefício pela primeira vez. Quando for pedir pela segunda vez, é necessário ter atuado durante nove meses seguidos. Para solicitar a terceira vez, é preciso ter trabalhado por seis meses ininterruptos. Quanto ao PIS, o Governo Federal decidiu que metade dos benefícios que seriam pagos ano passado só seriam concedidos em 2016. A medida fez parte do ajuste fiscal orientado pelo Ministério da Fazenda

Gima faz severas críticas ao governo Dilma Rousseff e afirma que o ideal seriam novas eleições

e mexeu em cheio no bolso dos brasileiros. O governo tinha o objetivo de economizar R$ 10 bilhões com o atraso no pagamento. As críticas de Gima também são embasadas nos últimos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mensurou o desemprego no país. A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em fevereiro deste ano foi estimada em 10,2% para a totalidade do país, ficando 1,2 ponto percentual acima da taxa do trimestre encerrado em novembro de 2015 (9%) e superando a do mesmo trimestre do ano anterior, que havia sido de 7,4%.

O Brasil tem hoje 10,4 milhões de pessoas desempregadas. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio Contínua (Pnad Contínua). Este foi o maior resultado da série histórica iniciada em 2012 e chega pela primeira vez aos dois dígitos. Os dados indicam que o número de empregados com carteira assinada no setor privado apresentou queda de 1,5% frente ao trimestre de setembro a novembro de 2015 (menos 527 mil pessoas). Na comparação com igual trimestre do ano anterior, a redução foi de 3,8% (menos 1,4 milhão de pessoas). ”Os trabalhadores não

estão tendo ganho real em suas data-base, o que torna-se desproporcional ao custo de vida. Aliado à crise, o quadro econômico no país só vem piorando”, disse. Sendo assim, a Força Sindical resolveu que a verba que seria utilizada para contratar cantores e empresas que organizam festas teria outro destino. “Em vez de comemorarmos o 1º de Maio preferimos ajudar os trabalhadores que mais precisam e vem recorrer ao sindicato”, declarou Gima sobre os apelos que ouve todos os dias por parte dos sindicalizados. “A Força Sindical é oposição a este governo que

MILITÂNCIA O Nordeste ficou de fora das comemorações do dia 1ª de Maio. Mas outras instâncias estaduais e regionais da Força Sindical e sindicatos filiados à Central farão atos em comemoração ao trabalhador. O lema escolhido para 2016 foi “Gerar empregos e garantir direitos”. Até o momento 11 estados brasileiros confirmaram participar dos atos. “Esta será uma oportunidade de debater com os trabalhadores a crise econômica e a necessidade de mudar a política econômica para gerar empregos. 10 milhões de desempregados é um número assustador”, disse Geraldino Santos Silva, secretário de Relações Sindicais da Força.


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Vice de Girau do Ponciano denuncia prefeito por irregularidades

IMPROBIDADE

FABINHO AURÉLIO TERIA FRAUDADO LICITAÇÃO E PAGO R$1 MILHÃO A MAIS POR CONTRATO DE REFORMA DE ESCOLA QUE NÃO ACONTECEU

REDAÇÃO

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desmando na gestão do prefeito de Girau do Ponciano, Fábio Rangel Nunes de Oliveira, o Fabinho Aurélio, levou seu vice, Severino Correia Cavalcante, a protocolar denúncias em vários órgãos de Alagoas. O documento, enviado ao TCE, PF, AGU, TCU, coordenação do Gecoc, Procuradoria da República, MPE e promotoria do município de Girau do Ponciano aponta irregularidades em celebração de contratos, fraude em licitação, dinheiro pago a mais em reforma de escolas que não aconteceu, entre outras, incorrendo em improbidade administrativa. De acordo a denúncia, em um dos casos, no contrato celebrado com Carlos Barbosa Gama, a ata de registro de preço nº 08/2013 foi gerada em 5 de agosto de 2013 bem depois do contrato nº 1/DLE/2013 com data de 17 janeiro de 2013. Assim, houve irregularidade, pois o art.2º, I, do Decreto Federal nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013, diz que “a ata de registro de preços terá que ser precedida de formalização de contrato.” Há ainda discrepância entre o nº do CPF do contratado aposto na ata de registro de preço e no contrato: na ata CPF 860.276.114-72 e no contrato CPF 860.814.464-68, além de distorção no RG que aparecem também dois. No mesmo documento o preço unitário do serviço aparece na ata por R$ 145,00, enquanto no contrato é de R$ 140,00. Trata-se de abastecimento de caminhão pipa com 8592 viagens (carga de água), num período de 180 dias. Conforme contrato, esta empresa receberia R$ 1.202.880,00 mas a mesma recebeu R$ 1.495.024,82. Logo recebeu a mais R$ 292.144,82. “Isto é equivalente a uma mé-

Severino do Chapéu aponta desmandos de Fabinho Aurélio

dia de 47,73 abastecimentos de água por dia, necessitando apenas para abastecer o município de Girau do Ponciano uma frota de 23 caminhões pipa, equivalentes a realização de dois abastecimentos diários por caminhão”, diz trecho da denúncia. A denúncia aponta ainda que a empresa Antônio Carlos Barbosa Gama é proprietária apenas de um caminhão pipa, “portanto humanamente impossível que o mesmo cumpra tal tarefa pactuada no contato.” Outra irregularidade encontrada no mesmo contrato é que a empresa citada aparece recebendo R$ 402.282,22, só que o CNPJ que a mesma recebe é do fundo de saúde da prefeitura de Girau, sob nº 11.277.599/001-21 e o de nº 14.588.908/0001-72. Vale ressaltar que esta empresa recebeu R$ 46.900,00 referentes a 335 garrafas de água mineral fornecidas à Secretaria Municipal de Ação Social, onde a secretária é esposa do prefei-

to. Tal pagamento foi efetuado em 12/06/2013, conforme informações do SICAP (TCE). O que chama a atenção é que o preço unitário de cada garrafa equivale a R$ 140,00. Na denúncia, constam outras irregularidades em contrato de locação de veículos pesados com a empresa NEC Engenharia LTDA-EPP, CNPJ 17639463/0001-09. O contrato nº 039/2014 foi celebrado para locação de máquinas e veículos pesados, embora a atividade principal da empresa seja construção de edifícios e atividade secundária a construção de estações e redes de telecomunicações, manutenção de estações hidráulicas, sanitárias e de gás e transporte escolar. “Portanto, a mesma jamais poderia ser contratada em virtude de seu ofício e atividade econômica principal e secundária não condizer com o objeto do contrato”, diz a denúncia. A ata de registro de preço nº

5 que originou tal contrato não apresenta valor unitário e nem global dos serviços, além do que no endereço citado no contrato, Rua Domingos Correia, 752, centro de Arapiraca, existe apenas o terreno. E o endereço Rua Edson José de Morais, 445, bairro São Luiz, Arapiraca consta que no local existe uma casa de morada. O que chama atenção é que a prefeitura pagou os serviços antecipados, um ano antes da assinatura do contrato. Pois, o contrato nº 039/2014 foi assinado em 01/08/2014 e pago em quatro parcelas datas de 12/09/2013 R$ 99.784,05; 18/10/2013 R$ 98.988,15; 08/11/2013 R$ 97.500,36 e em 11/12/2013 R$ 99.477,20, num total de R$ 395.749,76. E o que dizer dos contratos 034/2013 e 035/2013 com a empresa Luciano Lima Lopes e CIA-ME e CNPJ 06097298/0001-86. Os dois contratos foram assinados no mesmo dia (27 de agosto de 2013). O contrato nº 034/2013 decorreu de uma adesão ao pregão presencial- adesão de ata da prefeitura municipal de Traipu. O contrato nº 035/2013 decorreu da adesão ao pregão presencial- adesão de ata da prefeitura municipal de São Luiz do Quintude. Mas, na denúncia, a informação é contestada quando é indagado que “Será que os fatos narrados acima ocorreram? Quais as datas dos pregões das referidas cidades?” No contrato 034/2013 com vigência de quatro meses, o pagamento mensal é de R$ 357.013,70, total: R$ 1.428.154,80. Já o de nº 35/2013 o prazo de vigência é de 4 meses, com pagamento mensal R$ 167.380,40, num total de R$ 669.521,60. E mais, no endereço citado não consta a empresa LLMAR e sim um lava-jato. De acordo a denúncia, apesar do

valor do contrato, “não se vê um carro locado sequer em nenhuma secretaria do município, exceto carros locados pelo prefeito e seu pai para transporte de alunos”, diz documento. O contrato nº 09/2013 chama a atenção pelo valor R$ 1.578.580,25 com a empresa Colibrer LTDA, CNPJ 04918243/0001-64. Trata-se de reforma e ampliação de 10 escolas da rede municipal de ensino. Mas, ao visitar os locais em que aconteceriam as reformas foram encontradas inúmeras irregularidades. Dessas, apenas cinco foram concluídas as reformas e o mais grave é que a empresa mesmo deixando de cumprir o contrato na totalidade recebeu o valor total de R$ 2.590.000,00. Logo, a prefeitura pagou a mais do contrato R$ 1.011.000,00. Além do que, tais contratos não foram encaminhados ao Tribunal de Contas de Alagoas, conforme ofício 1415/2015-GP. SEM CONTATO O EXTRA entrou em contato com alguns órgãos em que foi feita a denúncia, mas não obteve êxito. No MP o promotor responsável não respondia mais pelo caso e a atual não foi encontrada. No TC, o setor de protocolo informou que o documento se encontra no gabinete da conselheira Rosa Albuquerque. A tentativa de falar com o prefeito por telefone também foi frustada. Foi enviado e-mail para que respondesse as acusações, mas até o fechamento desta edição não respondeu. Também houve tentativa de falar com presidente da Câmara Municipal, José Maurício, mas ele não atendeu a ligação. “Pedimos que as autoridades competentes façam justiça. A sociedade está indignada”, disse, ao acrescentar que “a corrupção é formal e com conivência do Poder Legislativo”.


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Deputado Inácio Loiola que lutou pela vinda do centro de pesquisas

Embrapa terá unidade técnica em Alagoas

PESQUISA

CENTRO DE ESTUDOS ATENDERÁ TODO ESTADO E É FRUTO DE EMPENHO DO DEPUTADO SERTANEJO INÁCIO LOIOLA POR VALDI JÚNIOR

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notícia de instalação do centro de pesquisa da Embrapa em Alagoas aprovado pelo Conselho de Administração (Consad) da Embrapa na última semana em Brasília valorizou o esforço e o empenho do deputado estadual Inácio Loiola (PSB), autor da proposição apresentada na Assembleia Legislativa em 2014 solicitando uma unidade de pesquisa no Estado. Inácio informou à sociedade e a imprensa alagoana que a viabilidade do centro de pesquisa da Embrapa ficou mais fácil depois de pesquisadores da instituição vierem a Alagoas para realizar pesquisa de campo em diferentes regiões. Naquele período, os pesquisadores constataram que o setor produtivo do Estado e do Nordeste precisam e merecem um novo centro de pesquisa que atenda às novas demandas dos produtores rurais. Disse o deputado estadual: o futuro centro de pesquisa da Embrapa em Alagoas desembarcará dentro de uma perspectiva ampla e inovadora perante a comunidade levando novos conhecimentos e desbravando também o setor de

serviços com a disponibilidade de novas ferramentas para a população. “Essa posição do Consad era aguardada ansiosamente, pois, estávamos bastante confiantes desde a passagem dos pesquisadores da Embrapa em Alagoas durante a realização da pesquisa de campo no mês de março em diversas regiões do Estado, onde ficou constatada a viabilidade do centro de pesquisa “, declarou. O produtor rural João Rodrigues, de Santana do Ipanema, disse que a futura instalação do centro de pesquisa da Embrapa vai permitir a introdução de novas tecnologias na zona rural. O setor produtivo rural do Estado está precisando desse apoio no que se refere à pesquisa para que se obtenha maior produtividade e renda ajudando a fixar as famílias nas fazendas. Rodrigues contou estar surpreso com a ideia de instalar um centro de pesquisa da Embrapa ter tida origem na Assembleia Legislativa. “É uma prova que ainda há parlamentares que se preocupam em defender o homem do campo e os mais humildes que moram distante dos centros urbanos, porém, contribuem com o abastecimento de alimentos para a população”.

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Nobreza alagoana

HISTÓRIA DE ALAGOAS

UM VISCONDE E 17 BARÕES REPRESENTAVAM OS QUE NÃO TINHAM O “SANGUE INFECTO” EM ALAGOAS EDBERTO TICIANELI Jornalista

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Brasil foi o único país nas Américas que teve um corpo social de nobres. Estas personalidades políticas da elite brasileira eram escolhidas diretamente pelo imperador, que agraciava quem prestava relevantes serviços, além de não apresentar em sua árvore genealógica nenhum dos impedimentos: origem bastarda, ter cometido crime de lesa majestade, ter trabalhado em ofício mecânico ou portador de sangue infecto. Até a proclamação da República, quando a nobreza foi extinta, foram concedidos 1.211 títulos nobiliárquicos, sem direito a sucessão hereditária. Somente 268 titulares solicitaram o uso de brasões, que eram colocados em residências, mobiliário, porcelanas, cristais e pratos de uso doméstico. Os títulos nobiliárquicos no Brasil eram os seguintes: duque, marquês, conde, visconde e barão. Em Alagoas tivemos um visconde e dezessete barões. Para ser nobre, tinha também que gastar um bocado. Segundo a tabela de 2 de abril de 1860, os títulos nobiliárquicos custavam, em contos de réis: Duque: 2:450$000; Marquês: 2:020$000; Conde: 1:575$000, Visconde: 1:025$000 e Barão: 750$000. Além desses valores, havia os seguintes custos: Papéis para a petição: 366$000 e Registro do brasão: 170$000.

Palacete do Barão de Jaraguá na Praça D. Pedro II em 1908

Com grandeza Os antigos Grandes do Reino recebiam o tratamento de “Grandeza” ou “Nobreza com Grandeza”. Este reconhecimento honorífico surgiu como recompensa por serviços grandiosos prestados à pátria, principalmente em tempos de guerra. Quem ostentava “Grandeza” podia sentar-se e manter a cabeça coberta na presença real e em caso de ter que depor,tinha o privilégio de marcar hora e local. Se condenado à prisão ou à morte, a sentença só ocorreria com autorização real. Em suas casas, tinham o direito de ter uma cadeira com dossel para receber o Rei.Seu brasão de armas podia ser ostentado na fachada das casas, sobre as sepulturas, capelas e nos veículos de transporte. Quando um

Grande ou seus descendentes pretendiam casar, era necessária a licença real. Seus filhos e descendentes tinham o direito de assentarem praça como cadete. A distinção de “Grandeza” não existia automaticamente para os barões e viscondes. Eram títulos conferidos por decisão do monarca, seja no próprio decreto de concessão do título nobiliárquico ou em promoção posterior. NOBREZA ALAGOANA Os títulos nobiliárquicos alagoanos foram distribuídos a partir da visita do imperador D. Pedro II a Alagoas em 1859, quando inaugurou a Catedral de Maceió no dia31 de dezembro. Alguns historiadores identificam que as outorgas de alguns destes títulos ocorreram como reconhecimento do imperador

Severiano Martins da Fonseca, Barão de Alagoas

aos investimentos que estes senhores fizeram para a construção da igreja matriz ou para outras obras do estado. No período imediatamente anterior à proclamação da República, a coroa voltou a distribuir títulos na tentativa de amainar os sentimentos revolucionários. Foram 114 no ano de 1888, 123 em 1889. O primeiro título alagoano foi paraManuel Duarte Ferreira Ferro, o Barão de Jequiá, titulado em 11 de abril de 1859, quando as obras da Catedral já estavam bem avançadas. José Antônio de Alarcão Ayala Mendonça, o Barão de Jaraguá, e Lou-

renço Cavalcante de Albuquerque Maranhão, o Barão de Atalaia, foram nomeados no dia 14 de março de 1860. Nos anos seguintes, o imperador ofereceu outros títulos, alguns destes homenageados, entretanto, não chegaram a receber oficialmente suas outorgas. Com a proclamação da República em 15 de novembro de 1889, foram suspensos os títulos de nobreza. Era tratada como alta traição a aceitação de foros de nobreza e condecorações estrangeiras sem a devida permissão do Estado. Algumas exceções foram abertas para o uso de títulos durante o regime republicano. Por respeito e tradição,


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alguns nobres de maior destaque continuaram a usufruir do tratamento honorífico, a exemplo do Barão do Rio Branco. Estes foram os nobres alagoanos: Visconde de Sinimbu, João Lins Vieira Cansanção do Sinimbu; Barão de Penedo, Francisco Inácio Carvalho Moreira; Barão de Alagoas, Severiano Martins da Fonseca; Barão de Jequiá; Barão de Anadia, Manoel Joaquim de Mendonça Castelo Branco; Barão de São Miguel dos Campos, Epaminondas da Rocha Vieira; Barão de Imbury, Manuel da Cunha Lima Ribeiro; Barão de Maceió, Antônio Teixeira da Rocha; Barão de Água Branca, Joaquim Antonio de Siqueira Torres; Barão de Murici, Jacintho Paes Moreira de Mendonça; Barão de Mundaú, José Antônio de Mendonça; Barão de Jaraguá, José Antônio de Alarcão Ayala Mendonça; Barão de Coruripe, Miguel Soares Palmeira; Ba-

Casa do Barão de Água Branca

Antônio Teixeira da Rocha, Barão de Maceió

rão de Piaçabuçu, João Machado de Novais Melo; Barão de Atalaia, Lourenço Cavalcante de Albuquerque Maranhão; Barão de Palmeira dos Índios, Paulo Jacinto Tenório; Barão de Parangaba, José Miguel de Vasconcelos; ,e Barão de Traipu, Manoel Gomes Ribeiro.

Francisco Inácio Carvalho Moreira, Barão de Penedo

Lourenço Cavalcante de Albuquerque Maranhão, Barão de Atalaia

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João Lins Vieira Cansanção do Sinimbu, Visconde de Sinimbu


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Para refletir: Eu sinceramente não acho nada e, cada vez mais para manter a isenção, eu devo achar menos” (Senador Renan Calheiros à imprensa).

Do cuspe à “Miss Bumbum”

O fim melancólico de um governo apodrecido. Dilma já não existe

A semana do governo que termina produziu alguns episódios bastante adequados para o momento que vive o Brasil e as instituições políticas apodrecidas.

O cuspe imundo de um petista

Uma vergonha a rede Globo de Televisão mostrar a marginalidade de um seu funcionário, o ator José de Abreu, se vangloriando por ter “cuspido” na cara de um casal que o provocou em um restaurante em São Paulo. O ato em si não surpreende uma vez que o protagonista é conhecido por suas atitudes marginais e irracionais, bem próprias dos aloprados petistas. O mais grave é a TV Globo mostrar em rede nacional a falta de educação e escrúpulos. Miss Bumbum dá vexame em ministério “Ao lado de um grande homem existe sempre uma linda e poderosa mulher”. Vencedora do concurso Miss Bumbum Estados Unidos em 2013, Milena Santos utilizou a frase para ilustrar ensaio fotográfico feito no início da semana no gabinete do Ministério do Turismo, cujo titular é seu marido, Alessandro Teixeira, nomeado recentemente pela presidente Dilma. Ela também posou ao lado do marido em fotos provocantes que foram divulgadas nas redes sociais. Nas imagens, eles se beijam, trocam olhares e apertam as mãos. “Compartilhando com meus amigos meu primeiro dia de primeira dama do Ministério do Turismo do Brasil. Eu te amo, meu amor. Juntos somos mais fortes!”, escreveu em seu perfil no Facebook. A divulgação causou constrangimento no Palácio do Planalto. Nas palavras de um assessor presidencial, o episódio “só piora” a imagem do governo federal em um momento em que a petista enfrenta baixa aprovação popular e um processo de impeachment no Senado Federal. Filiado ao PT, Teixeira é aliado da presidente desde a militância política da petista no Rio Grande do Sul e, em 2013, chegou a ser assessor especial da Presidência da República. Em um governo sério o ministro teria sido demitido imediatamente e a “primeira dama” voltaria às passarelas para exibir seu exuberante bumbum.

Temer: um tiro no pé

Mas convenhamos, não é só o governo que protagoniza cenas para o “folclore político nacional”. O provável sucessor de Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer, deu algumas pisadas de bola no decorrer desta semana a exemplo do anúncio do seu “preferido” para o Ministério da Justiça em um eventual governo. O nome escolhido de Antônio Carlos Mariz desagradou praticamente todos os segmentos políticos e jurídicos. Investigadores da Lava Jato criticaram abertamente a possível indicação, como sinal de “descompromisso” de um eventual governo do PMDB com a luta anticorrupção. Cotado para assumir a pasta à qual a Polícia Federal está subordinada, Mariz foi um dos 105 advogados que, em janeiro, assinaram manifesto em que se comparou a Lava Jato à Inquisição e à ditadura militar (1964-1985).

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Sergio Moro mentindo

O juiz federal Sergio Moro participou na noite de terça-feira (26) do jantar de gala em Nova York, promovido todos os anos pela revista americana “Time” para homenagear as 100 pessoas mais influentes do mundo, de acordo com a publicação. Em entrevista à imprensa ele afirmou que a “Operação Lava Jato não é seriado de TV, que tem que ter capítulo toda semana”, ao ser questionado sobre se as investigações estavam paralisadas nas últimas semanas. Ao fazer tal afirmação Moro mentiu, pois a Operação Lava Jato será sim série de TV. O consagrado diretor José Padilha vai criar uma história baseada nas recentes investigações de corrupção no Brasil. O seriado produzido pela Netflix, empresa de streaming de vídeos, tem lançamento marcado para 2017. O diretor é conhecido por “Narcos”, “Tropa de Elite” e “Robocop”. A série, ainda sem nome, será escrita por Elena Soares (“Xingu”, “Filhos do Carnaval” e “Casa de Areia”). “Esse projeto vai narrar a operação policial em si e mostrar detalhes sobre o maior esquema de corrupção já visto no Brasil. “Era fundamental que a série fosse produzida com imparcialidade”, afirma Padilha em comunicado da empresa.

Ainda os pardais

Em praticamente todas as capitais do país foram instalados os sistemas eletrônicos de monitorização do trânsito, popularmente conhecido como “pardais”. Os resultados positivos são evidentes não simplesmente no que se refere à arrecadação gerada por multas aplicadas, mas pela diminuição comprovada dos índices de acidentes de trânsito e um maior cuidado por parte dos condutores de veículos. Como aqui tudo é diferente, há muito se tenta atrapalhar e insistir em críticas infundadas ao necessário e eficiente serviço implantado pela administração municipal. Mais uma vez uma pedra no caminho dos “pardais” com a recomendação do Ministério Público de Contas para travar a contratação por um simples erro formal que em nada prejudica ou interfere no preço ou na qualidade do serviço prestado. Coisa de quem quer apenas atrapalhar o que está dando certo. Espera-se que o pleno do Tribunal de Contas venha a corrigir este equívoco.

Nas estradas a violência

As estatísticas são mentirosas e maquiadas, o trânsito em nossas estradas é tratado com descaso e todos os dias pessoas morrem por culpa deste quadro de negligência de quem é pago para cuidar. No Brasil a conservação de rodovias é vergonhosa, sinalização é coisa que ninguém vê e a pífia fiscalização ao que parece tem como objetivo arrecadar mais e mais com multas absurdas. Por não levar o trânsito a sério e por este não ser tratado por profissionais do setor, os veículos são verdadeiras máquinas de tirar vidas e incapacitar pessoas. Educação de trânsito nas escolas é palavra vergonhosa para os gestores públicos, que preferem gastar na promoção, prédios e equipamentos sofisticados, enquanto a cada dia crescem as estatísticas fatais pela falta de algo tão simples e eficiente: educar e educar.

Uma lei para envergonhar

É preciso que o deputado Ricardo Nezinho, se quer mesmo ser candidato a prefeito de Arapiraca, divulgue publicamente quem mandou e quem fez para ele o texto da idiota e provocativa Lei da “Escola Livre”. Claro que a ideia não saiu de sua fértil imaginação e ação política desejável. As comunidades escolares estão contra, pais, alunos e professores prometem “sacrificar” o deputado caso ouse ser candidato a prefeito e as consequências que terá pela frente podem ser insuperáveis. É melhor entregar o jogo e contar logo tudo. Fala deputado.

O exército de Stédile Segundo o líder marginal do MST (Movimento Sem Terra) João Pedro Stédile, o grupo entregou um “manifesto com milhares de assinaturas para dizer que somos contra o golpe”. Desta vez temeu fazer ameaças de usar “seu exército” em favor de Dilma e Lula. “Estamos convencidos que o Senado, ao contrário da Câmara, que foi um tribunal de exceção comandado por um réu que pode ser preso a qualquer momento, vai recuperar a legalidade do processo”. Até parece que não lê e não sabe fazer contas. Ou é só uma velada ameaça?


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ARTIGOS

CLÁUDIO VIEIRA

Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

Autoestima cambiante Não votei no governador Renan Filho. Recusei-me a creditar seriedade a suas propostas eleitorais e, via de consequência, ao próprio candidato. Às propostas, reputei-as mirabolantes, meras pabulagens, engodos atirados ao eleitor despreparado. Ao candidato, vi-o narcisista, inconsequente, inescru-

Crise econômica afligia a nação. Alagoas, porém, parecia viver momentos ímpares, o pequeno Estado nordestino, se não nadava em dinheiro, ao menos sobrevivia galhardamente às consequências dos desmandos do governo central. puloso no prometer. Nesse mesmo espaço, enderecei-lhe críticas, certamente cáusticas. A despeito da minha má vontade, o eleitor alagoano escolheu-o governante, restando-me submeter-me

ao resultado das urnas. Àquela oportunidade, apenas socorreu-me a consciência de que eu não contribuíra para eventual mau desfecho da aventura política do novel governador. Um ano passou e aquela certeza do desastre foi enfraquecendo gradativamente, malgrado no início resistisse heroicamente a admitir que o governador realizava um bom, ou ao menos razoável, governo. A culpa, ainda acredito nisso, era em grande parte do próprio político, mais parecido, segundo o meu juízo, a algum ator canastrão fazendo propaganda de nada. Certo dia meu humor mudou. Crise econômica afligia a nação. Alagoas, porém, parecia viver momentos ímpares, o pequeno Estado nordestino, se não nadava em dinheiro, ao menos sobrevivia galhardamente às consequências dos desmandos do governo central. Tal fato não era apenas apregoado pelo go-

vernador alagoano, mas respaldado na aparência dos fatos e reconhecido até pelo ministro da Economia do desastre federal. Nesse ambiente, perdoava eu o governador, agora Dorian Grey bem sucedido, pelos seus exageros midiáticos. Malgrado a crise político-econômica que hoje ainda se apresenta em agudez, Alagoas era o oásis do bom governo. Inevitável a elevação da minha autoestima alagoana. Pensei até em dedicar uma crônica ao fato, momento sempre adiado diante dos sucessivos temas provocados pelo desgoverno Dilma, pelas loucuras petistas e lulistas. Ainda assim, aquela boa vontade recém surgida em relação a Renan Filho permaneceu em crescendo. Iniciado o segundo ano, o funcionalismo estadual agitou-se em busca de aumentos salariais, em tese justos, diga-se de passagem, embora às vezes alguma classe ou categoria fun-

cional exagere nas pretensões. Nesse novo cenário a coisa pareceu mudar: o secretário da Fazenda apressou-se a declarar que a situação do Estado era bastante grave, ao ponto de haver a malfada perspectiva de atraso nos pagamentos. Parecia dizer – pensei – que toda aquela euforia anterior era apenas propaganda política, nada mais. Considerando, porém, que todo secretário da Fazenda sempre apregoa dificuldades quando se trata de conceder o necessário aumento de vencimentos ao sofrido funcionário público, esperei pela verve política do governador a desfazer aquela malfadada declaração do frio técnico. Silêncio! A mudez governamental fez recuar a minha autoestima alagoana. Seriam as passadas comemorações das autoridades estaduais apenas um engodo, uma daquelas pabulagens que detectara eu na campanha do governador?

MARIO EUGENIO SATURNO

Lula e Dilma são honestos?

mariosaturno@uol.com.br

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pergunta que não quer calar: Lula e Dilma são honestos? Eles nomearam a mais nociva equipe de corruptos e agregaram um conjunto de empresas que superfaturaram obras, saquearam o Erário em bilhões de reais. E, estranhamente, são beneficiados, o Lula, por exemplo, foi “convidado” a dar 70 palestras pagas por 41 empresas e instituições, recebendo Oras bolas, com tanto trabalhador desempregado passando fome, Lula deveria ter doado esses presentinhos que estão jogados em um canto. E esse milhão e trezentos mil poderia render muitas sopas aos famintos... R$ 27 milhões, sendo que dez milhões de reais só de empresas investigadas na Operação Lava Jato (corrupção na Petrobras). Eita palestrinha cara, sô! Muitíssimo mais cara que as do Bill Clinton, que realmente tem alguma coisa de útil a dizer. Tive que ouvir de um petista que o

Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

Lula mora em um apartamentinho de classe média baixa... Já sei o que motiva essa turma a continuar no PT, só leem o jornal do PT! Reduzir o bi-dúplex do Lula a isso é muita ingenuidade. É tão descarado como Lula dizer que o apartamento em Guarujá de 215 m2 é pequeno, um tríplex tipo “Minha Casa Minha Vida”... Inacreditável! As casas desse programa têm 36 m2, uma porcaria mesmo, não é Sr. Lula? Vamos pensar um pouco... Lula recebeu um afago da OAS que pagou a Granero para armazenar os presentinhos do ex-presidente do país, e o aluguel do espaço custou 1,3 milhão de reais... Oras bolas, com tanto trabalhador desempregado passando fome, Lula deveria ter doado esses presentinhos que estão jogados em um canto. E esse milhão e trezentos mil poderia render muitas sopas aos famintos... Mas ele quer que todos os que passam necessidades fiquem contente porque um deles chegou “lá”! Lamentável, Sr. Lula!

A “alma mais honesta do mundo” não passa de apenas mais uma alma penada corroída pela corrupção, violência e incompetência e que teve que considerar virar ministro para não ser preso! O que ele finge não saber é que todo funcionário público tem que seguir o Código de Ética do Servidor Público Civil Federal, instituído pelo decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994. Há ainda o Código de Conduta da Alta Administração Federal, aprovado em 21/08/2000, que estabelece, entre outras coisas, no Art. 9, o limite de R$ 100,00 para presentes, e que só podem ser recebidos por “propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas”. Essa se tornou a referência para todos. Sendo assim, Sr. Lula, devolva os “presentes” caros, principalmente se a reciprocidade (presente dado a outras autoridades) foi paga com dinheiro pú-

blico. A eleição da Dilma já perdeu a legitimidade pela irresponsabilidade fiscal, entre outras, basta ler a denúncia dos Bicudo e Reale Jr. Mas, também por analogia, quero usar a lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, o Código de Defesa do Consumidor, que protege o consumidor de produtos e serviços. Os políticos nos oferecem seus serviços e os escolhemos e os pagamos baseados nisso. A governanta Dilma infringiu muitos artigos do código, mas vou me ater ao Art. 66, fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços; cuja pena é a detenção de três meses a um ano e multa. Impeachment é pouco para a governanta!


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ARTIGOS

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JORGE MORAES Jornalista

Era uma obrigação Semanalmente, a gente opina nos artigos do Semanário EXTRA, basicamente sobre política. É a crise no Governo Dilma; é o início do pedido de impeachment, autorizado pela Câmara dos Deputados; é o afastamento da presidenta da República, enquanto dura o processo na comissão de admissibilidade no Senado da República, com a provável aprovação em sua votação final pelo plenário da Casa; são as operações deflagradas

Acabar com os estaduais é aumentar o desemprego, desde o vendedor ambulante aos profissionais de campo – técnicos e jogadores -, sem esquecer que o mercado da comunicação também sai no prejuízo. pela Polícia Federal, que parecem não ter fim; as decisões sérias e duras do juiz Sérgio Moro, e por aí vai. Como se não bastasse tudo isso, ainda falamos do processo eleitoral que se aproxima com a eleição para prefeitos e vereadores em todo o Brasil. Morando

em Maceió, não poderia falar ou escrever sobre outra cidade que não fosse a minha. Isso já foi feito, analisando, inclusive, possibilidades e acordos, tudo dentro do que imaginamos ser possível acontecer. Então, como nem eu mesmo aguento falar ou escrever sobre os fatos acima exemplificados, pelo menos no momento, e acredito que você também esteja cansado de tudo isso, uma vez que, seja na grande mídia ou nos pequenos veículos de comunicação, o assunto é sempre o mesmo, resolvi opinar sobre o futebol alagoano auxiliando, assim, a página de Esporte feita pelo jornalista João de Deus. E qual é, então, o tema? A decisão do Campeonato Alagoano de Profissionais que está chegando ao seu final, depois de quase quatro meses de iniciado. Apesar da proposta de se extinguir as competições estaduais, pelo menos é o que pensam alguns dirigentes ligados à CBF, os campeonatos locais ainda alimentam a rivalidade entre as torcidas e o próprio esporte.

Rei morto, rei posto

Q

uando Collor renunciou à Presidência da República, assisti na TV à votação do impedimento do moço e fiquei indignada com uma cena: um ex-deputado estadual, líder do governo na Assembleia Legislativa de Alagoas, pessoa de dentro do Alvorada, votar contra o amigo de longas datas. E ainda gritou bem eufórico: “Pelo meu Estado, Alagoas, voto a favor do impedimento”. No momento atual o caso se repete em piores circunstâncias: Dilma quase saindo, investigada pelas célebres pedaladas fiscais, clamando apoio em troca de cargos e os “ratos pulando do barco”. Vi a votação

Até o dia em que se afastar do cargo, a Dilma não terá ao seu lado dez pessoas. Como diz o velho adágio: até mesmo o café do palácio virá frio e fraco. na Câmara Federal e figuras conhecidas, ligadas à ex-guerrilheira, dizendo um veemente “sim” ao relatório iniciante do processo de cassação da quase ex-presidente. Convivi muito com militares do Exército e um fato me irritava profundamente: quando os subalternos sentiam que um co-

ronel não seria promovido a general, dele se afastavam. O séquito ia diminuindo até o dia da ida para a reserva. Houve um caso em nossa família de uma pessoa que exerceu altos cargos públicos. Perdeu tudo e ficou pobre. Precisando de alguém para ajuda-lo, só dois amigos e o irmão apareceram para socorrê-lo. Os “papagaios de pirata” que viviam atrás dele sumiram. Foi a primeira lição de vida que aprendi. Era amiga de um governador de nosso Estado, substituto de Collor. Encontrou Alagoas pedindo esmola. O antecessor raspou os cofres públicos e saiu candidato à Presidência da República. Pois bem, meu amigo não mostrou à sociedade alagoana como encontrou as finanças de uma das mais pobres unidades da federação.Saiu do governo para não ser cassado. E perdeu quase todos os “amigos” que o rodeavam. Meses depois fui a uma missa de 7º dia na Igreja dos Capuchinhos e lá estavam o ex-governador e sua esposa. Poucos, pouquíssimos foram cumprimentá-lo. Outro governador de Alagoas, homem inteligente que venceu as eleições para Renan Calheiros num pleito atípico, pois o presidente Collor apoiava seu oponente e a primeira-dama era sua eleitora declarada. Pois bem, o moço completou seu mandato e

Acabar com os estaduais é aumentar o desemprego, desde o vendedor ambulante aos profissionais de campo – técnicos e jogadores -, sem esquecer que o mercado da comunicação também sai no prejuízo. Sem os campeonatos, todos esses segmentos também sofrem e até morrem nos seus objetivos. A ideia é ruim para todo mundo. Competições regionais e nacionais não atendem a expectativa de todos. Muita gente sobra nesse processo. Não existe espaço para todo mundo. Dito isto, voltemos ao tema da decisão do Campeonato Alagoano. CSA e CRB iniciam nesse final de semana a grande decisão. São os dois melhores times de toda a competição, sem nenhum favor, inclusive com o CSA chegando a esse momento com, apenas, uma derrota em 20 jogos disputados. Dessa vez, não existe nenhum questionamento quanto a isso. Não existe a história de que a decisão será entre times com o menor número de pontos em relação a outros que possam ter se destacado. No CSA, a diretoria se dá por satisfeita em conseguir o tão sonhado calendá-

rio. A Série D, em 2016 e 2017, as Copas do Nordeste e do Brasil do próximo ano. O CRB, que já tem a Série B, em 2016, também garante as mesmas competições, em 2017. Então, vamos à decisão em dois jogos – dias 1º e 8 de maio -, que pela rivalidade, o número de títulos de cada um e pelo histórico, em Alagoas, independe do que tenha conquistado. O jogo é para valer e será sempre assim dentro de campo entre CSA e CRB. Finalizando, quero me reportar ao título desse artigo: “Era uma obrigação”. O treinador do CRB, Mazola Júnior, andava muito calado ultimamente. Até para a surpresa de muita gente, pois ser educado e respeitar os outros não é muito dele. Pois bem. Com a classificação para a decisão, o treinador disse o seguinte: “Deixaram chegar, agora vão ter que aguentar”. Gostaria de dizer ao treinador que, em Alagoas, o CRB chegar a uma decisão é obrigação, fruto do alto investimento financeiro, da sua grandeza e do respeito que merece. Mazola, em relação a CSA e CRB, ninguém deixa chegar.

ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

foi para o ostracismo. No dia de seu aniversário uma ex-funcionária de seu gabinete levou um bolo para lanchar com ele. E ele disse: “Está vendo, D. Maria, a senhora se lembrou de mim; em outros tempos me enchiam de presentes”. Meu irmão Sabino Romariz foi o deputado mais votado nos idos de 80. Levou com ele três parlamentares. A casa e o gabinete viviam cheios de “amigos do poder”. Perdeu a eleição e o gosto pela vida; morreu triste. E os que estavam perto dele, interessados nas benesses, desapareceram. Conheci um deputado que vivia pela Rua do Comércio com uma “capanga” embaixo do braço. Foi reeleito e chegou à Presidência do Legislativo. E um amigo comum dizia: “Ele é tão azarado que onde pisa a grama não nasce mais”. Perdeu a terceira eleição, vive distante de todos e não se ouve falar nele. Entre os políticos acontece um fato muito interessante após as eleições: os vencedores aparecem contentes e seguidos por diversos amigos do poder. Os perdedores voltam tristes às origens e praticamente

sós. Os assessores vão pulando de galho em galho para o lado mais forte. É muito difícil para quem está por cima entender que ele é uma pessoa como outra qualquer; apenas portador de um mandato eletivo que, em Alagoas vale ouro. Mostrei demais ao meu irmão tão triste realidade, mas ele, “mordido pela mosca azul”, não entendia. A vaidade deixava-o cego. Até o dia em que se afastar do cargo, a Dilma não terá ao seu lado dez pessoas. Como diz o velho adágio: até mesmo o café do palácio virá frio e fraco. Encontro pessoas pelas ruas de Maceió que já foram famosas, exerceram vários cargos importantes e hoje nem são reconhecidas Caros leitores, amizade boa é coisa rara e difícil. Baseada em fatos reais é que peço aos importantes: tenham cuidado; quanto maior for a altura, bem maior será a queda! Estar no poder é bom demais e poucos notam isso. Sair dele é muito ruim e a pessoa fica quase só. Só Deus na causa!


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Jornalistas recebem Comenda Edécio Lopes

HOMENAGEM

MÁRIO LIMA E VALMIR CALHEIROS (EM MEMÓRIA) FORAM AGRACIADOS PELA CÂMARA ASSESSORIA

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Câmara Municipal de Maceió homenageou, na manhã da segunda-feira (25), os jornalistas Mário Lima e Valmir Calheiros (em memória), com a entrega da Comenda Edécio Lopes, proposta pela vereadora Tereza Nelma (PSDB), cujas indicações foram aprovadas por unanimidade pelos demais parlamentares no Plenário da Casa. No início da sessão, a vereadora fez questão de ressaltar a importância do jornalismo comprometido com a verdade. “A Constituição deixa claro, entre nossas garantias individuais, o direito a uma informação objetiva, que permita a todos os cidadãos e cidadãs acompanharem com transparência as ações dos poderes públicos e as dos setores privados, que interferem na vida social”, afirmou Tereza Nelma. Ela mencionou a Lei nº 5.894/2010, de sua autoria, que determina a exigência do diploma de curso superior para jornalistas, publicitários e relações públicas que queiram ingressar na carreira de servidor público, tanto no Poder Executivo como no Legislativo, no município de Maceió. “Essa lei foi copiada por outros estados e é para a sociedade uma garantia da qualidade da informação”, acrescentou a vereadora, antes de falar da trajetória dos homenageados.

Valmir Calheiros trabalhou nas Organizações Arnon de Mello, no Tribunal Regional do Trabalho, no semanário EXTRA, entre tantos outros lugares, como no jornal O Estado de São Paulo, no qual colaborou como correspondente. Líder estudantil, chegou a ser preso durante a ditadura militar. Vencedor de vários prêmios locais e nacionais, tem uma sala com seu nome no Museu da Imagem e do Som, que reúne todo o seu acervo de jornais, revistas, livros, CDs e DVDs, doado pela família após sua morte. Mário Lima, pós-graduado em Jornalismo Esportivo, é também escritor e biógrafo. Escreveu sobre as vidas de Mané Garrincha e Murillo Rocha Mendes, e está prestes a lançar, pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, mais um título, que irá reunir mais de três mil verbetes alagoanos. Entre 2008 e 2014, exerceu o cargo de secretário de Estado Adjunto de Comunicação do governo de Alagoas. Passou por diversos jornais, entre eles Gazeta de Alagoas, EXTRA, Tribuna Independente e Jornal de Alagoas. Também atuou em veículos de Minas Gerais, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. A solenidade foi prestigiada por familiares, amigos e colegas de profissão dos homenageados, representados na mesa de honra pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal), Flávio Peixoto, e pela diretora da Federa-

Nivaldete Calheiros (esposa de Valmir) e Mário Lima recebem a comenda proposta por Tereza Nelma

ção Nacional dos Jornalistas (Fenaj) no estado, Valdice Gomes. A filha de Valmir Calheiros, Valdete Calheiros, usou a tribuna para agradecer a honraria e revelar lembranças de conversas com o pai. “Ele tinha fome de leitura. Ainda criança, em Atalaia, era ajudante de pipoqueiro para conseguir dinheiro e comprar livros e ingressos para o cinema”, contou ela. Já Mário Lima, em seu discurso, falou da importância de Edécio Lopes para a comunicação alagoana. “É uma honra receber uma comenda que leva o nome deste grande comunicador”. Edécio Lopes fez história no rádio alagoano. Compositor de frevos, tornou-se um ícone dos carnavais locais.


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A riqueza do Brasil

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pesar da recessão econômica, a crise política e o zika virus, o Brasil continua sendo uma potência mundial no agronegócio. Mais uma vez vai registrar uma safra recorde em soja e quase recorde em milho. Tem ainda a maior produção e exportação em café e cana-de-açúcar, enquanto os criadores de gado, porco e frango comemoram mais aumento nas exportações desses produtos. O mundo precisa comer e o Brasil está se sustentando na agricultura e pecuária. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados na semana passada. Esse setor, que oferece um exemplo raro globalmente, tem no País uma estratégia diferente dos demais. A partir da década de 1990, reduziu subsídios agrícolas e eliminou impostos de exportação, enquanto ampliava o investimento em pesquisa agrícola Os produtores responderam com uma rápida expansão da área cultivada e uma onda de investimentos que os colocou entre os mais eficientes do mundo. Outra importante estratégia apontada é a desvalorização do real perante o dólar, o que garantiu bons resultados na balança comercial, que continua crescendo.

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REPÓRTER ECONÔMICO

JAIR PIMENTEL jornalista.jairpimentel@gmail.com

Mais expansão A China, que vem enfrentando queda em seu PIB (sempre foi o que mais crescia), já anunciou que vai continuar comprando produtos brasileiros, não só do agronegóicio, como de minério de ferro, outro produto em que o Brasil é campeão mundial em produção.

O lado de cá O que o governo precisa mesmo, e com urgência, é investir em infraestrutura. É construir ferrovias para o escoamento da produção e exportação, já que o centro produtivo fica distante do mar e precisa ser escoada com rapidez. Esse meio de transporte é mais barato não só para o produtor, mas também tornaria os preços dos produtos exportados mais baixos e competitivos.

Saída para recessão Presidente do Sebrae comenta queda do PIB e reforça a importância de, a curto prazo, facilitar acesso de micro e pequenas a financiamento. A queda de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre repercutiu em todos os setores da economia. Para os pequenos negócios, a solução no curto prazo é a concessão maior de crédito. A opinião é do presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, para quem, na ausência de crédito, a crise afetará ainda com mais força as micro e pequenas empresas. Ele lembra que, apesar de ainda manter saldo positivo de 70 mil empregos em 2015, nos últimos dois meses os pequenos negócios mais demitiram do que contrataram.


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S.O.S. ALAGOAS

Aposentadoria

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nstituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem o propósito de suspender, até uma decisão do STF, as ações que tramitam na justiça favoráveis à validade da desaposentadoria. No Brasil são hoje 182 mil processos envolvendo aposentados trabalhando com carteira assinada.

CUNHA PINTO

No que deu?

Previdência

O Senado promoveu no início do mês uma audiência pública para avaliar o impacto das dívidas dos Estados para com os servidores públicos. Mas a categoria pergunta: “Deu em quê?”

O governador Renan Filho (PMDB) propôs a deputados a criação do Regime de Previdência Complementar para os servidores, mas com os salários acima do Limite Máximo do Regime Geral de Previdência Social (LMRGPS).

Otimismo no VLT

Tá correto

Maceioense, rio-larguense e quem mais vive em cidades a serem atendidas pelo VLT no trecho Rio Largo/Maceió é confiante no início das obras no trecho Centro/Jaraguá ainda este ano. Masque a inauguração aconteça antes de outubro.

Vereadores de Maceió se reuniram com a comissão de servidores da Prefeitura em greve. Das propostas uma que mereceu atenção foi a de um encontro dos servidores com Rui Palmeira. Mas quem acha que o prefeito vá aceitar? É “jogo de paciência”.

Agronegócio A economia brasileira apresentou no trimestre, de março a abril (prestes a findar) um saldo na produção de 17 milhões de dólares. Na análise de economistas, “é uma produção que libera confiança promissora para o futuro”.

Polêmica “Golpe só acontece quando é ato forçado e não na deposição de um presidente que perde a confiança do povo”. A observação é de políticos e a ver a rejeição, no momento, de Dilma Rousseff no Planalto.

Sugismundo É hábito em Maceió a insistência de “madames” entulhar lixo nas ruas, calçadas, terrenos baldios ou murados, jogando pela janela de automóveis. Mas que lei pune esse tipo de infrator no caso de flagrante? E não lembra uma frase dos Trapalhões: “nojentos”;

Estágio-visita Câmara Federal abriu na segunda-feira (25), para estudantes universitários, inscrições para estágio-visita de uma semana no Congresso Nacional. Proposta para que entendam melhor o funcionamento da Casa e a atuação dos deputados. As visitas serão de 29 de maio a 4 de junho.

Para inscrição Em Alagoas, e estendido a outros estados, quem se interessar em fazer inscrição deve contatar o gabinete de um deputado do estado em que mora, mas eles só podem indicar dois jovens por semestre. As visitas, mensais, são com até 70 participantes.

Beba com moderação O vinho, se tomado com moderação, oferece uma vida mais saudável. Garantia é de nutricionistas da Rede StarClub e sugestão é de consumo consciente. Na terceira idade o aconselhável é o vinho destilado das uvas.

Praça de Leitura Vereadores aprovaram na quarta-feira da semana passada (20), projeto apresentado pela vereadora Fátima Santiago que institui o Programa Praça de Leitura em Maceió. Arnaldo Fontan, na sessão, tomou posse como vereador substituindo Marcelo Gouveia.

Melhoria nos bairros Ainda na Câmara, vereadores cobram melhoria nos bairros e atenção à coleta de lixo nas ruas e semáforos nos cruzamentos de risco. No cruzamento da Jangadeiros Alagoanos/Domingos Lordslen é aventura a travessia pelos pedestres.

Mais recomendação “Vinho como bebida alimentar pode ser apreciado até por idosos, mas desde que de forma moderada. Descobertas científicas recentes o definem como benéfico no tratamento de Alzheimer e de outras patologias que chegam com a idade”.

Cadastro rural O Cadastro Ambiental Rural (CAR) proposto no novo Código Florestal Brasileiro está com votação atrasada no Senado. O motivo? Discordância no plenário sobre o prazo para vigorar. Pode uma coisa dessa?


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MEIO AMBIENTE

Belo Monte

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usina hidrelétrica de Belo Monte (PA) foi obrigada a destinar R$ 126 milhões para mitigar seus impactos no meio ambiente, mas uma ação foi impetrada pelo Ministério Público Federal (MPF) e a Procuradoria Geral do Estado do Pará (PGE), porque a empresa destinou 72% desses recursos (R$ 92 milhões) para o Parque Nacional do Juruena (MT) que está a 800 quilômetros do local, quando há outras unidades de conservação muito mais próximas que precisam muito mais desses recursos. Além da suspensão da compensação, a ação pede que um novo plano para destinação dos recursos seja elaborado e apresentado pelo Ibama, o Instituto Chico Mendes e o consórcio Norte Energia.

JULLYANE FARIAS meioambiente@novoextra.com.br

Microfazenda vertical A startup InFarm desenvolveu uma pequena instalação para cultivo de verduras e ervas, que garante alimentos orgânicos sempre frescos nos grandes centros urbanos. Semelhante a uma pequena estufa, a microfazenda foi apelidada de Kräuter Garten (jardim de ervas) e os clientes podem escolher à vontade suas próprias verduras e ervas colhidas diretamente do pé. Segundo o site Fast CoExist, o programa piloto da InFarm opera há cerca de seis meses em Berlim e novas unidades devem ser fabricadas até o final do ano.

Desperdício Rock in Rio Um evento do Rock in Rio que vai acontecer em Manaus no mês de agosto tem como objetivo chamar atenção do mundo sobre o aquecimento global e o desmatamento na Amazônia. O Amazônia Live vai plantar 1 milhão de árvores na região durante os próximos três anos, como uma forma de contagem regressiva para o Rock in Rio 2017.

Unesco A ONG WWF alerta num documento intitulado “Proteção dos homens preservando a natureza”, que sítios que integram a lista de Patrimônio Mundial declarada pela Unesco estão ameaçados por atividades econômicas. Entre os 229 sítios inscritos no Patrimônio Mundial, 114 estão afetados por atividades industriais e a Unesco não tem poder para obrigar os governos a protegê-los. Como último recurso, a ONU pode retirá-los da lista.

127 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas anualmente na região da América Latina. Essa quantidade de comida seria suficiente para satisfazer as necessidades alimentares de 300 milhões de pessoas, cerca de 37% das pessoas que passam fome em âmbito global. A região já trabalha para reduzir esse desperdício com o apoio da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Durante 2015 os governos estabeleceram uma rede de especialistas, uma estratégia regional e uma aliança regional para a prevenção e redução de perdas e desperdícios de alimentos.

Ventos na Dinamarca Em 2015, 42% da eletricidade produzida na Dinamarca foi derivada da energia eólica. Durante 60 dias do ano, algumas regiões do oeste do país foram capazes de produzir mais do que conseguiam consumir. Os excessos de energia são vendidos para a Alemanha, Noruega e Suécia. A Dinamarca serve de exemplo para outros países, mostrando que é possível ter políticas verdes com fontes renováveis e alta segurança de abastecimento.

Gorilas do Congo Um relatório da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS) e da Fauna & Flora International revelou que o número de gorilas de Grauer caiu cerca de 77%, por uma tendência ligada à mineração ilegal de coltan, um mineral essencial usado na produção de telefones celulares e eletrônicos, que vem sendo extraído no leste da República Democrática do Congo, lugar onde habita o maior número de gorilas existentes na terra.

Plantas da Amazônia Pesquisadores da Universidade Federal do Amapá investigam o potencial de plantas da Amazônia no controle de mosquitos no Brasil, em especial, o Aedes aegypti. O estudo analisa extratos vegetais e óleos essenciais das plantas e sintetiza as chamadas nanoemulsões (substâncias concentradas e que têm princípios ativos que podem matar larvas de mosquito ou afastar picadas de inseto). A pesquisa está em andamento há pelo menos 12 meses e a previsão é de que, com mais um ano, a equipe consiga chegar à formulação final desses produtos.


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Decisão do campeonato CSAx CRB, domingo,jogam o clássico que decide o campeão alagoano e os ingressos sendo vendidos em vários pontos da cidade e preços acessíveis. É uma antecipação que facilitarão torcedores e favorece a expectativa do clássico bater recorde de público no Trapichão.

PORDENTRODO ESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Segundo clássico

Troca-troca

Domingo o Galo tem mando de campoe fica com 70% da renda líquida. Mas para o segundo jogo, dia 8 de maio, é o CSA que tem o mando de campo e os mesmos direitos dados ao Galo da Pajuçara neste domingo.

E pra fechar CSA, como finalista do Estadual, já ganhou vagas para jogar o Campeonato Brasileiro, provavelmente na Série C. O Azulão vem bem treinado por Oliveira Candidé e plantel montado com jogadores de boa qualidade técnica.

Esporte amador Campeonato Alagoano de Futebol Sub-20 será com 22 clubes inscritos na Federação e divididos em grupos de cinco. Quanto aos jogos, assessoria de imprensa da FAD esclarece que são ida e volta e dois clubes de cada grupo jogando a fase final.

Mais Sub-20 Daniel Paes, vice-presidente de Futebol Amador da Federação Alagoana de Futebol, está confiante em o Campeonato Sub-20 ser equilibrado e fortalecido ante o retorno de CSA, Bom Jesus e Miguelense. “Que tudo que foi traçado seja posto em prática”, diz.

Barça complica Neymar, mesmo capitão da seleção brasileira, não joga Copa América Centenário. Motivo? Barcelona só o libera para as Olímpiadas em agosto, no Rio. A decisão já foi comunicada aos dirigentes da CBF.

Estimulo às bases No Campeonato Brasileiro, independente da série, clubes vão estimular garotos das bases, uns já até xodó de torcidas. Mas fenômeno que motiva a garotada só tem Neymar. Opinião é de torcedores.

Audax pode “acabar” após o Paulista Dos 11 titulares que enfrentaram o Corinthians na semifinal, nove ficarão sem contrato no próximo mês, assim como o técnico Fernando Diniz. A situação é tão crítica que a diretoria entrou em acordo para fazer um contrato tampão com três titulares para não perdê-los na final contra o Santos: o goleiro Sidão e os meias Juninho (emprestado pelo Palmeiras) e Mike (pelo Internacional), que ficariam sem vínculo no próximo dia 30, véspera da primeira decisão, marcada para o Estádio José Liberatti, em Osasco. O acordo com trio ainda precisa ser assinado. Além deles, ficarão sem contrato até o fim de maio os zagueiros Bruno Silva e Velicka, os meias Camacho e Tchê Tchê e os atacantes Bruno Paulo e Ytalo.

O Cruzeiro acertou na noite de terça-feira (26), uma troca de jogadores com o Palmeiras. Vão por empréstimo para o clube paulista o lateral-direito Fabiano e o lateral-esquerdo Fabrício. À Toca da Raposa II chegam o lateral-direito Lucas e o armador Robinho. A informação foi repassada à imprensa pela assessoria de comunicação do clube celeste. De acordo com a diretoria mineira, a oficialização das negociações será feita após a realização de exames médicos e assinatura dos contratos. Robinho ficará na Raposa até dezembro de 2017, mesmo período de Fabrício no Palmeiras. Já a troca de Fabiano por Lucas valerá até o fim de 2016.

“Está no sangue”

Campeonato gaúcho

Torcedores aprovam que garotos promissores comecem a ser aproveitados nos times principais de clubes. Acham ser essa a maneira de reabilitar o futebol brasileiro como espetáculo e motive a presença de torcedores nos estádios.

O Internacional já tem vaga na final pela briga do título de campeão gaúcho e, tranquilo, transfere confiança à torcida. Com a classificação, o Juventude de Caxias do Sul disputará o título com o Internacional. O jogo de ida será domingo, no Jaconi, e a decisão no Beira-Rio, dia 8 de maio.

Mais uma frustração

Campeonato mineiro

O Corinthians há onze anos tenta voltar a comemorar um campeonato paulista, mas parece difícil de conseguir. E nos jogos do Paulista frustrou a torcida depois de excluído da final pelo Audax. Este sim a boa surpresa do paulistão.

América e Atlético iniciam no próximo domingo, às 16h, a quinta decisão direta de Campeonato Mineiro entre eles em mais de 100 anos de história da competição. Fundados antes mesmo do início da disputa do Estadual, que teve a sua primeira edição em 1915, a rivalidade entre os dois clubes, a primeira e maior de Belo Horizonte nas primeiras décadas do século passado, ganhou um motivador extra a partir de 2012, com a inauguração do Estádio Independência, que pertence ao América, mas que é administrado comercialmente pelo Atlético, parceiro da BWA Arenas.

Mídia paulista “O Audax não teme adversários por isso somou resultados e espelha esta realidade a temporada no paulistão. E mérito para o técnico Fernando Diniz que nos treinos armou um time com toque de bola e insistente na procura do gol dos adversários”.

Brasileiro Série D Volta Redonda, garantido na Série D do Brasileiro, teve o maior desempenho entre os pequenos dos times cariocas. Outro com vaga é o Rezende que se classificou com goleada no Boa Vista (4x1). Foi jogo pela Taça Rio em São Januário.


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Pregar no deserto

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e fato é uma pena o Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe (conhecido pela sigla Latin NCAP) insistir em distorções e “condenações” injustificáveis. Apesar de apoiado por ONGs internacionais e de fundações de filantropia como a Bloomberg, falta às vezes certo grau de seriedade. Na realidade sempre fica uma pergunta sem resposta: o que o consumidor brasileiro tem a ver se na Colômbia ou no México os respectivos mercados locais compram um determinado modelo sem os mesmos equipamentos de segurança oferecidos de série no Brasil? O voluntarismo frequentemente irresponsável do Latin NCAP vem de sua origem europeia. Lá existe um bloco econômico e político de 28 países com livre circulação de carros e pessoas. Querem porque querem repetir aqui o que aconteceu lá, sem avaliar implicações econômicas e técnicas. São realidades bastante diferentes. Quando o Latin NCAP começou a atuar em 2010

já existia lei no Brasil que obrigava a adoção de bolsas de ar em todos os veículos em 2014. A entidade achava possível abreviar a exigência com seus testes de colisão filmados e, claro, foi ignorada. Basta ver exemplos nos EUA. Em 2014 concedeu-se prazo de quatro anos para obrigatoriedade de câmera de ré em razão de veículos de maior porte daquele mercado. Esse país também tornou compulsório, antes da União Europeia, o controle eletrônico de estabilidade (ESC, em inglês). E acaba de anunciar um grande acordo entre o órgão de segurança viária oficial, a entidade lobista das seguradoras e 22 fabricantes (representam quase 100% das vendas) para introduzir em 2022 o dispositivo de frenagem automática de emergência até 30 km/h. Vários modelos europeus, até subcompactos, e mesmo americanos já trazem esse dispositivo de série. No entanto, se não houvesse essa adesão voluntária, a obrigatoriedade por lei,

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

nos EUA, só ocorreria em 2025. Isso não inclui a frenagem antiatropelamento por sua complexidade e custo elevado. Então o Latin NCAP deveria parar de pregar no deserto e assumir pragmatismo. Em 2015 o Brasil exigiu o ESC nos projetos novos a partir de 2018 e, em 2022, para todos os modelos à venda. Está na lei e não mudará. A entidade tem direito de exigi-lo para um veículo receber as cinco estrelas máximas em seus atuais protocolos. Mas daí a retirar uma provável nota máxima da nova picape Ranger, por exemplo, rebaixando-a de cinco para três estrelas só porque em outros países da região o sistema ESC não é previsto em lei ou os compradores não estejam

dispostos a pagar por ele, realmente perde qualquer sentido. Também se um modelo chinês, importado por qualquer país sul-americano, só alcança zero-estrela no teste de colisão também gera interesse zero para o comprador brasileiro. Perda de tempo. A Proteste, parceira brasileira do Latin NCAP, afirma que o ESC acrescentaria “apenas R$ 180,00” a um veículo. Mas preço de custo não se confunde com o de venda, além de tempo e dinheiro para testes longos e homologações para cada modelo. Ou seja, dar palpite ou jogar para plateia leiga sobre assuntos técnicos abala mesmo qualquer credibilidade que se queira conquistar.

RODA VIVA n ENGENHEIRO Antônio Megale, novo presidente da Anfavea para o período 2016-2019, afirma não conhecer o destino do programa Inovar-Auto que termina em 2017 e nem quais marcas vão se habilitar este ano para superar o limite compulsório de eficiência energética. Cita como mais importantes estímulos aos centros de pesquisa no País e redução de consumo. n TOYOTA, mesmo sem mudar externamente o Etios 2017 (apenas novas rodas de liga leve), decidiu apostar na evolução mecânica. Motores de 1,3 L e 1,5 L, agora fabricados no Brasil, ganharam maior taxa de compressão (13:1),

n MUDANÇA do quadro de instrumentos melhorou sua visibilidade e o isolamento acústico é superior, em uma primeira avaliação. Fábrica afirma que efetuou mais de 600 mudanças no Etios desde o lançamento em 2012 e oferece o modelo compacto automático mais barato do mercado: R$ 47.490. Preços vão de R$ 43.990 (1,3 L, manual) a R$ 60.295 (1,5 L, automático). outros aperfeiçoamentos e mais potência: 98 cv e 107 cv (etanol), respectivamente. Estreiam câmbios automático (4 marchas) e manual (6 marchas).

n BRASIL volta a exportar automóveis para os EUA. Embora seja operação específica de 10.000 BMW X1 até o final do ano para atender à procura aqueci-

da deste modelo que a Alemanha não pode atender, tem significado importante para a fábrica catarinense do grupo em termos de imagem e qualidade. Desvalorização do real frente ao dólar, claro, deu ajuda de peso. n ESTUDO do Sindipeças sobre a frota brasileira de veículos (cerca de 42 milhões, sem incluir motocicletas) indica que a idade média voltou a envelhecer em 2015, depois de atingir 8,5 anos em 2012. A tendência é voltar ao patamar de 10 anos no final de 2016, o que torna ainda mais urgente a necessidade da inspeção técnica em automóveis com quatro ou mais anos de uso.


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ARTIGO

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

A Sra. Dilma é uma das vítimas do Sr. Lula

N

a Física, bem como nas demais ciências e atividades humanas, existem as causas e os efeitos de todos os fenômenos, sejam eles de ordem físicas ou espitituais. A ensurdecedora zuada do trovão tem como causa o atrito entre partículas que se jun-

Ora, o Brasil passou a ser o pior em tudo, na economia, na segurança, nas importações, nas exportações, na corrupção, em número de políticos processados criminalmente, em escândalos e em todo tipo de safadeza. tam na atmosfera, principalmente, num dia chuvoso. A causa de um acidente automobilístico, pode ser uma derrapagem causada pela lama ou água, fazendo com que ela diminua o atrito entre o pavimento

e os pneus. Um calor muito intenso, pode fazer com que um canavial ou outros vegetais, inicie uma série de incêndios. Neste caso, o calor intenso passa a ser a causa e o incêndio passa a ser o efeito. Nestes últimos anos, todos nós brasileiros estamos testemunhando uma série de fenômenos, com causas conhecidas por todos nós, principalmente pelos economistas. Estamos testemunhando a nossa saúde em situação falimentar, com prejuízos para toda a comunidade, até para a comunidade que tem dinheiro para sustentar e bancar os tais de “planos de saúde”. No setor de educação, vemos nossos jovens sem conhecerem as operações fundamentais da Matemática e a proliferação de cursos para tudo, inclusive de nível superior.

Já temos especialistas em “jogo de bicho”, técnicos em loteria esportiva, técnicos em massagens políticas, cursos para aprender como exigir propinas e muitas outras especialidades. Estamos com jovens políticos já sabendo como guardar dinheiro na Suíça. Estamos com especialistas em comprar merenda escolar, especialistas em licitações de araque, especialistas em conceder títulos honoríficos a granel, especialistas em organizar audiências públicas para “po......nenhuma”. Eu fico a perguntar por que o Sr. Lula escolheu a Sra. Dilma para ser nossa presidente, mesmo sabendo que ela não estava preparada para a tão alta função ou cargo. Ora, o Brasil passou a ser o pior em tudo, na economia, na segurança, na indústria automobilística,

nas importações, nas exportações, na corrupção, em número de políticos processados criminalmente, em escândalos e em todo tipo de safadeza. É hora de perguntar, qual é a causa primeira de tudo que vem acontecendo no Brasil, pois, a Sra. Dilma é uma das inúmeras vítimas do Sr. Lula. Tudo que vem acontecendo em termos de corrupção, a causa primeira sempre foi o Sr. Lula, mas parece que os senhores julgadores estão com medo de dizer quem foi o criador da Sra. Dilma. Assim sendo, quem foi ou quem está sendo o causador de tudo que vem acontecendo ? A sra. Dilma não tem culpa de nada, já que o “criador” não soube porque fez essa tal “criatura”, tão incompetente!!!!....


MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE ABRIL A 05 DE MAIO DE 2016

ABCDO INTERIOR

Fogo amigo

A

pós a polêmica do programa Escola Livre, onde os deputados derrubaram o veto do governador e aprovaram pela segunda vez - durante uma sessão tensa realizada na última terça-feira, 26, o projeto do deputado Ricardo Nezinho, não se pode deixar de observar a existência de uma verdadeira queda de braço nos bastidores da política arapiraquense.

Forças contrárias Pré-candidato a prefeito pelo PMDB, Ricardo Nezinho talvez não tenha percebido que dentro do governo da prefeita Célia Rocha, sua principal aliada, e até do próprio PMDB, existem forças contrárias que tentam derrubá-lo.

União importante A sua união com Yale Fernandes tem sido fundamental para enfrentar o “fogo amigo”, disparado por políticos e assessores mal intencionados que pretendem se perpetuar no poder e veem em Ricardo Nezinho uma espécie de entrave para suas pretensões gananciosas. Nezinho sempre agiu com independência e age com firmeza nas suas ações.

“Anjos do mal” É certo que até a data das convenções partidárias, um grupinho, já denominado de “Anjos do Mal”, continue mostrando as garras, na tentativa desesperada para tirar o deputado do páreo e, assim, poder apoiar um nome que garanta a sobrevivência do “bando”, que tem usado as redes sociais para disseminar maldades contra o deputado. Pelo menos, Ricardo Nezinho e Yale Fernandes estão mais do que unidos, um fato positivo para enfrentar o “fogo amigo” e os adversário políticos que estão se articulando para disputar as eleições do dia dois de outubro próximo.

Um absurdo

robertobaiabarros@hotmail.com

Dia do trabalhador

Vereadora Gilvania Barros (PMDB) prestou uma homenagem na Câmara Municipal de Arapiraca aos trabalhadores pelo seu dia a ser comemorado no próximo dia 1º de Maio (domingo). O Dia do Trabalhador é celebrado em diversos países do mundo. Na maioria, a data é considerada um feriado nacional.

Reflexão De acordo com a vereadora, a data foi consolidada em 1925, após um decreto do então presidente da República, Artur Bernardes. A vereadora destacou a luta dos trabalhadores e suas conquistas, tais como a lei que criou a Justiça do Trabalho, em 1941, e o reajuste do salário mínimo nas últimas décadas. “Uma data como esta traz mais do que premiação, é um momento de reflexão para recordarmos as lutas e ainda o que tem de ser feito em benefícios sociais para trabalhadores brasileiros”, justificou.

.... Do colunista Berg Morais: Ainda com os recursos advindos da parceria com a prefeitura de Palmeira dos Índios, será iniciada a construção de um banco de sangue devido ao aumento de internamentos e cirurgias realizadas pelo Hospital Santa Rita.

Audiência pública

... A estimativa é que a obra seja concluída nos próximos seis meses.

Prejuízos e doenças Entre os assuntos a serem discutidos no encontro, estão os prejuízos apontados pelos marchantes, como também, o mal cheio que exala dos tanques de depósito de resíduo orgânico do frigorífico e gera poluição, forte mau cheiro para os moradores do Conjunto Brisa do Lago, que estiveram recentemente na Câmara Municipal de Arapiraca, pedindo aos vereadores o apoio para suas reivindicações. De acordo com o pastor Marcelo, líder comunitário, o mau cheiro da Frigovale tem deixado várias doenças doentes, que recorrem aos hospitais públicos para se tratarem.

Palmeira dos Índios

1

Do colunista Berg Morais: Um milhão e duzentos mil reais. Este é o valor que será repassado para o Hospital Santa Rita após a assinatura de convênio firmado entre a Unidade Hospitalar e a prefeitura de Palmeira dos Índios. Segundo o provedor, médico Pedro Gaia, a prefeitura já fez o depósito da primeira parcela no valor de R$ 396 mil reais (Trezentos e noventa e seis mil reais).

2

Com esse dinheiro, foi feita a aquisição de enxovais (lençóis, toalhas, entre outros), material para o centro cirúrgico, axiômetros e, está sendo feita a licitação para a compra dos outros materiais.

PELO INTERIOR

O frigorifico Frigovale continua provocando problemas para o meio ambiente desde o seu funcionamento, no inicio deste ano, em Arapiraca. Na próxima terça-feira, 3, às 15h, está confirmada a realização de uma audiência pública, no plenário da Câmara Municipal, para discutir os transtornos para milhares de moradores e que estão sendo provocados pela empresa privada. Sangue e restos de animais, que são abatidos diariamente, estão sendo jogados em lagoas de decantação, o que causado o mau cheiro.

A audiência pública, proposta pela vereadora Fabiana Pessoa (PRB), devem participar o secretário municipal de Meio Ambiente, Ivens Leão, o secretário municipal de Agricultura, Rui Medeiros, representantes do Ministério Público Estadual, Vigilância Sanitária, os dirigentes da Frigovale, representante dos moradores do conjunto Brisa do Lago e os vereadores arapiraquenses.

29

... Canapi foi um dos municípios sertanejos a realizar a Audiência Pública sobre a gestão social do Canal do Sertão. ... Estiveram presentes os representantes da Secretária de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh), secretários municipais, lideranças comunitárias e a população de forma geral. ... O encontro aconteceu no clube municipal, e teve como principal objetivo, gerar debates e grupos de discussão sobre os investimentos do governo voltados ao Canal do Sertão.

... Na quarta-feira (27), o vice-prefeito Yale Fernandes, a secretária de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, Cláudia Petuba, o secretário Municipal de Esporte e Lazer (Smel), Nelson Santos Filho, e a secretária Municipal de Planejamento (Seplan) e presidente do Comitê Municipal da Tocha Olímpica, Cícera Pinheiro, percorreram o caminho que o artefato será conduzido. ... Além deles, em um ônibus, havia uma comitiva de assessores técnicos do Governo do Estado, Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) e secretariado municipal que também fez o percurso, o qual abarcará oito bairros da cidade – Jardim Esperança, Senador Nilo Coelho, Cavaco, Eldorado, Centro, Alto do Cruzeiro, Senador Teotônio Vilela e Santa Edwiges, tendo a Rua Expedicionários Brasileiros como um dos principais corredores. ... “Agora que a tocha já foi acesa e saiu de Atenas, na Grécia, vindo em direção ao nosso país, é que

‘a ficha está caindo’ com relação à magnitude de um evento esportivo desses. O Brasil nunca recebeu uma Olimpíada e, de repente, nossa Arapiraca está inserida na trilha que a chama sagrada perpassará. É de uma honra e orgulho muito grandes! Estamos nos preparando bastante para esse acontecimento histórico nessas pouco mais de nove décadas de nosso município”, diz o vice-prefeito Yale Fernandes, ao lado de Cláudia Petuba. ... A secretária de Estado de Esporte, Lazer e Juventude – que é arapiraquense – enfatizou que o mundo estará com os olhos voltados para a cidade neste grande dia, ao final do mês de maio. A contagem regressiva deve começar em breve até o próximo dia 29. Haverá ainda todo um esquema de segurança com SMTT, bombeiros, PM/AL e guarda municipal. ... Aos amigos e leitores da coluna desejamos um ótimo final de semana, com muita paz e saúde. Quanto aos desafetos... Deixa para lá!! Até a próxima edição. Fui!!!!


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MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE ABRIL A 05 DE MAIO DE 2016

Alagoas manteve em 2015 mesmo índice de 2014

DISTRIBUIÇÃO DA RENDA PIAUÍ REGISTROU O PIOR RESULTADO DO PAÍS COM ÍNDICE DE 0,573 DA REDAÇÃO

E

studo feito pelo Bradesco e divulgado pela Folha de S, Paulo no início da semana aponta que em São Paulo e em alguns estados das regiões Norte e Nordeste a concentração da renda cresceu com mais intensidade. Já Alagoas manteve em 2015 o mesmo nível de desigualdade de renda verificado em 2014, que foi de 0,47. Pelos cálculos do banco, a desigualdade cresceu em 12 das 27 unidades da Federação no quarto trimestre do ano passado ante o mesmo período do ano anterior. Apenas na região Sul do país o indicador que mede a distribuição de renda não piorou em nenhum Estado. De acordo com a reportagem, o índice de Gini brasileiro (que mede a distribuição da renda do trabalho) passou de 0,498 no quarto trimestre de 2014 para 0,499 no quarto trimestre de 2015. Esse índice é uma medida do grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia de zero (a perfeita igualdade) até um (a desigualdade máxima). Vale ressaltar que quanto mais próximo de zero, mais igualitária é a distribuição da renda. Pelos dados do banco, o índice de Gini aumentou em quatro dos sete estados do Norte, com destaque para o Amazonas (0,515) e o Acre (0,473), que tiveram piora

Acima, os estados onde a desigualdade piorou; abaixo, onde ela diminuiu ou se manteve estável (Gráficos: Folha de S.Paulo)

de 4% e 3% no indicador, respectivamente. A Região Nordeste também apresentou aumento da desigualdade na distribuição do rendimento do trabalho. O Piauí registrou o pior resultado do país com índice de 0,573. O Rio Grande do Norte (de 0,476 para 0,515) e no

Maranhão (de 0,490 para 0,512). O estudo tem como base os microdados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada pelo IBGE, e considera o rendimento habitual dos trabalhadores. Por se referir à renda do trabalho, a pesquisa não

inclui programas como o Bolsa Família, o que poderia minimizar a piora. Com a crise fiscal, porém, o benefício do programa não teve aumento real no ano passado. O estudo mostra que a desigualdade piorou no Distrito Federal e nos estados do Piauí, Paraíba,

Rio Grande Norte, Amazonas, Manaus, Ceará, São Paulo, Pará, Acre, Amapá e Espírito Santo. Mas, a desigualdade diminuiu em Sergipe, Roraima, Bahia, Pernambuco, Alagoas (manteve), Minas Gerais, Rio de Janeiro, Tocantins, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goias, Rondonia e Santa Catarina.


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Livro retrata a biodiversidade de reserva

PEDRA TALHADA

OBRA ASSINADA POR 74 PESQUISADORES DO BRASIL E EXTERIOR SERÁ LANÇADA DIA 4 EM MACEIÓ POR LUCAS FRANÇA

S

erá lançado na próxima quarta-feira, 4 de maio pela Associação Nordesta e a Academia Maceioense de Letras o livro “Biodiversidade da Reserva Biológica de Pedra Talhada: Alagoas, Pernambuco, Brasil”. O objetivo do livro é reforçar e divulgar a importância desta reserva para a população brasileira e garantir sua proteção em longo prazo. A obra foi escrita em português por 74 pesquisadores/ cientistas nacionais e internacionais e organizado pela doutora em Ciências Anita Studer – presidente e fundadora da Associação Nordesta em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e outros parceiros. O livro foi editado e revisado em Genebra, na Suíça, contém 810 páginas e é divido em 27 capítulos que apresentam os ecossistemas do Brasil e descrevem detalhadamente a reserva de Pedra Talhada, localizada entre os estados de Alagoas e Pernambuco, em todos os seus aspectos: parâmetros abióticos, fauna e flora. Os autores junto com 200 taxonomistas catalogaram 2.100 espécies de plantas e animais desta reserva que contém 4.469 hectares. Também foram descobertas numerosas espécies endêmicas ou em perigo de extinção e novas espécies que ainda estão sendo estudadas. Além disso, o livro descreve a criação da reserva e serve como um referencial

para o Plano de Manejo da Rebio de Pedra Talhada durante as próximas décadas e como material técnico científico para profissionais das diversas áreas da ciência. Durante o evento a empresa de cosméticos naturais Caudalie Paris – com sede na França- , parceirafinanciadora da Associação Nordesta, também estará lançando alguns cosméticos (perfumes, maquiagens, hidratantes, etc) feitos à base de uva. SOBRE A ASSOCIAÇÃO NORDESTA Fundada em 1985 em Genebra/Suíça, é uma entidade reconhecida de utilidade pública. Ela trabalha em prol do desenvolvimento sustentável e da educação, principalmente no Brasil e em outros países da América do Sul. A Nordesta desenvolve projetos de preservação da floresta e apóia programas de conservação da biodiversidade e de educação ambiental. Hoje a associação tem sede no Brasil nos municípios de Quebrangulo (Alagoas) e Arcos (Minas Gerais). Atualmente desenvolve projetos em 14 estados brasileiros nas áreas de reflorestamento, educação, recuperação de áreas degradadas e meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão). A Nordesta já plantou cerca de 5.000.000 de árvores em todo o Brasil. SERVIÇO O quê? Lançamento do Livro Biodiversidade da Reserva Biológica de Pedra Talha-

da: Alagoas, Pernambuco, Brasil Quando? 4 de Maio de 2016 Onde? Associação Comercial de Maceió (Rua Sá e Albuquerque, 467 – Jaraguá/Maceió Hora? Às 19h MAIS INFORMAÇÕES: E-mail: rodrigoagronomoal@ yahoo.com.br / nordesta@ nordesta.org Tel: (82) 9 9620-0186 - Rodrigo Guimarães – Eng.

agrônomo, coordenador Regional da Associação Nordesta Contatos da assessoria de imprensa para o lançamento

do livro E-mail: lucasfrancapj@ hotmail.com Tel: (82) 9 9995-7920/ 9 9355-2924 - Lucas França Jornalista


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