Edicao892

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IMPUNIDADE

Desembargador Tourinho pode adiar julgamento dos taturanas por tempo indefinido

ARAPIRACA

Vitória de Rogério Teófilo atropela projeto de Renan Filho para 2018

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www.novoextra.com.br

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVII - Nº 892 - 07 A 13 DE OUTUBRO DE 2016

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TATURANAS DEPÕEM DIA 16 DE NOVEMBRO SOBRE O MAIOR ROMBO DA ASSEMBLEIA Deputados são denunciados por enxertos na folha de pagamento e compra de veículos com dinheiro público P/ 6 e 7

Santoro diz que Alagoas registra o maior aumento de arrecadação de ICMS do País P/ 13 Eleitores derrotam velhos políticos envolvidos com crime e corrupção Números revelam tamanho da tragédia de Alagoas

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CNJ afasta juiz Léo Denisson por corrupção e venda de sentença P/ 8 e 9


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MACEIÓ, ALAGOAS - 07 A 13 DE OUTUBRO DE 2016

Juízo final

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

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assou despercebida de muita gente uma declaração do desembargador Fernando Tourinho Filho que tanto pode selar o destino dos condenados no assalto à Assembleia Legislativa, como adiar por tempo indefinido o julgamento dos recursos dos taturanas. No despacho em que comunica o segundo adiamento do processo, Tourinho diz que vai proferir seu juízo de valor acerca de “todas as pretensões discutidas e que sejam suficientemente necessárias ao encerramento dos recursos”. Ocorre que das 30 questões preliminares suscitadas em defesa dos condenados, 28 delas foram derrubadas pelos três desembargadores da 3ª Câmara Cível, incluindo o próprio Fernando Tourinho. Ao afirmar que vai proferir juízo de valor de “todas as pretensões discutidas”, Tourinho admite rever a sua decisão que derrubou as preliminares em favor dos réus. Se isso ocorrer, serão convocados novos desembargadores para analisar a questão e, com isso, o julgamento do caso pode ficar para o dia do juízo final.

Fora de combate

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- O afastamento do juiz Léo Denisson, da Comarca de Marechal Deodoro, vai destravar processos cabeludos que há anos dormem nas gavetas do magistrado. Um deles trata da disputa judicial por uma área de 170 hectares no pólo industrial de Marechal, que envolve valores milionários e muitos interesses escusos. - O litígio se arrasta desde a gestão de Ro-naldo Lessa, passando pelo governo tucano de Téo Vilela, que foi enganado por assessores desonestos, mais interessados no próprio enriquecimento ilícito que na solução da pendenga jurídica. Por caminhos oblíquos, empresas como Portobello, Cimentos Zumbi, E-Palites, Lemix e outras, foram envolvidas no imbróglio, com risco de sofrerem ações de despejo por ocupação irregular das áreas onde instalaram suas indústrias. - Herdeiro dessa embrulhada, Renan Filho tenta resolver a questão desde que assumiu o governo, mas tem trombado de frente com vários interesses em jogo, inclusive a omissão de membros da Justiça em dar solução ao caso. Agora, com Léo Denisson fora de combate, talvez a pendenga seja solucionada. Senão, cairá nos braços do CNJ.

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(Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

O acaso não existe Toledo derrota Assim como o cabo Luiz Pedro – Anselmo Brito que ainda está solto -, Lobão não se elegeu vereador de Maceió por mero acaso do destino. Sua vitória nas urnas tem origem na omissão do poder público que cria as lacunas sociais, terrenos férteis para o surgimento dessas lideranças identificadas como pais dos pobres.

Curral eleitoral Maior vitória

A vitória do professor Rogério Teófilo, em Arapiraca, foi o fato político mais surpreendente dessa eleição em Alagoas. Rogério tem liderança e capacidade técnica para comandar seu município, mas nem mesmo os aliados apostavam em sua vitória devido ao rolo compressor que teve de superar. Com poucos recursos, enfrentou o poder municipal e a máquina estadual pilotada pelo próprio governador Renan Filho e seu vice Luciano Barbosa. É, também, a vitória da independência de Arapriaca.

Lei de Murphy

Segundo a Lei de Murphy, nada é tão ruim que não possa piorar. Foi o que ocorreu em várias prefeituras de Alagoas, onde o eleitorado trocou seis por meia dúzia e em alguns casos mudou para pior. Gestores despreparados e comprometidos com o crime, a corrupção e a bandalheira foram escolhidos pelo povo soberano.

Adeus, Paulão

A derrocada do PT em todo o País também se repetiu em Alagoas, como já era esperado. Por aqui, o líder maior do partido, o deputado Paulão, ganhou o adeus dos eleitores e certamente encerrará sua carreira política, sem deixar saudades.

A mancha

Rio Branco foi a única capital brasileira que elegeu um candidato do PT, e logo no primeiro turno. Mas como o Brasil jamais devolverá o Acre à Bolívia, temos que conviver com essa mancha vermelha no mapa do país. Pelo menos até a próxima eleição.

Foi nesse vácuo social que o truculento cabo Luiz Pedro emergiu como liderança política e, com a conivência desse mesmo poder público omisso, construiu em Maceió o maior curral eleitoral já visto em qualquer capital do país. É o único político que tem eleição garantida, esteja solto ou na cadeia. “Vida de gado, povo feliz”, diz a canção.

Culpa do Gabiru

A vitória do Dr. Flávio em Pão de Açúcar, mais do que demérito para Dr. Eraldinho, traduziu o alto índice de rejeição do prefeito Jorge Dantas, que sequer teve coragem de disputar a reeleição. Mais conhecido como “Jorge Gabiru”, Dantas faz uma das piores gestões entre as prefeituras alagoanas.

Toma lá dá cá

A nomeação do novo ministro do Turismo, o deputado alagoano Marx Beltrão, foi usada pelo go-verno como isca para ter o apoio do PMDB na aprovação da PEC do teto de gastos. Mas parece que a turma de Renan continua insatisfeita com o petisco.

O conselheiro Fernando Toledo derrotou o colega Anselmo Brito na disputa pelo cargo de corregedor do Tribunal de Contas do Estado. Brito, coitado, só teve o voto dele, e mais uma vez fica isolado na casa.

Resposta 1

Em relação à nota “Caixa preta”, da edição passada, o Sinteal encaminhou resposta afirmando estar à disposição da Justiça, do Ministério Público do Trabalho ou de qualquer outra instituição de controle social para todos os esclarecimentos e pedidos de provas que venham a ser necessários.

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Afirma, ainda, a entidade: “Alertamos que o Sinteal sempre esteve e estará à disposição para esclarecer todas as dúvidas e questionamentos dos/as sindicalizados/as.

Resposta 3

Por fim, afirma: “Em nenhum momento de nossa história colocamos obstáculos a qualquer pedido de informação ou esclarecimento. Temos a plena convicção de que a grande maioria das/os nossas/ os sindicalizadas/os confia no trabalho desta diretoria, e é isto que nos incentiva a continuar trabalhando arduamente em defesa de todos os trabalhadores e trabalhadoras em educação”.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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JORGE OLIVEIRA

Xô, Ciço

Cascais, Portugal - O povo de Maceió está de parabéns. A primeira tentativa de impedir que o Ciço volte à prefeitura funcionou. Espera-se agora que a vitória de Rui seja mais avassaladora para não deixar dúvida quanto à rejeição do maceioense ao Ciço, que deixou um rastro de escândalos e quebrou a prefeitura com seus projetos mirabolantes, inacabados e superfaturados. Na verdade, o ex-prefeito levou um banho nas urnas e por pouco, muito pouco mesmo, o Rui não ganhou as eleições no primeiro turno, para desespero dele que ficou no empate técnico com o JHC. O Ciço é nocivo à sociedade, um cara que deve ser extirpado e expelido da política para o bem de Maceió. Demagogo, populista, chegou na prefeitura às custas do empresário João Lyra para quem virou as costas depois de eleito. Tratou a Lourdinha, sua vice, com desprezo. Não se afastou um dia sequer do cargo para não permitir que ela assumisse a prefeitura. E ainda espalhou que fazia isso por orientação do pai dela para provocar uma cizânia familiar. Ciço não tem amigos, tem interesses. Quando lhe convém é capaz da mais sórdida subserviência para chegar onde quer. É um capacho dos poderosos. Começou a campanha na frente nas pesquisas. Mas aos poucos foi perdendo terreno porque fazia um programa medíocre, incompetente, mentiroso. Apelou para a baixaria em vez de apresentar propostas para a cidade. Teve o programa suspenso pela justiça eleitoral algumas vezes pelas críticas mentirosas e falsas que fazia contra o atual prefeito. Não respondeu a nenhuma das acusações que lhe foram feitas sobre a corrupção na sua administração. Não explicou também como comprou luxuosos apartamentos a beira-mar e o processo que responde na Operação Taturana. A soma de tudo isso é que levou o eleitor à reflexão na hora de votar. O resultado das urnas mostrou que a população de Maceió acendeu o sinal vermelho para políticos corruptos como o Ciço, ervas daninhas do dinheiro público. Não quer mais ver os ratos se alimentando do dinheiro dos seus impostos. Por isso, o maceioense decidiu fazer uma assepsia no município reconhecendo a administração séria, competente e honesta do Rui, que certamente será reeleito no segundo turno com mais votos do que obteve no primeiro. O Rui ganhou do Ciço em todas as classes sociais, desmitificando a ideia de que ele era aclamado pelos mais pobres para quem teria dirigido o seu trabalho à frente da prefeitura. A população disse não ao pão e circo, não às migalhas do Ciço que a enganava pavimentando ruas como se isso fosse uma grande obra social, enquanto deixava a saúde e a educação a pão e água. Além disso, o Ciço desarrumou a cidade com o seu improviso urbanístico para beneficiar a especulação imobiliária e os empresários corruptos. Maceió se ressente até hoje de um colapso no trânsito, avenidas entupidas de carros, um verdadeiro caos urbano. Ciço empenhou-se em fazer elevados e viadutos para facilitar a vida dos que se movimentam de carros, esquecendo da educação, da saúde e do bem-estar dos mais desfavorecidos e carentes de tudo.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Seriedade

Rui, aos poucos, vai reorganizando a cidade e as finanças destroçadas do município que ficaram no vermelho. Por isso precisa de mais quatro anos para arrumar a casa e imprimir a sua marca de administrador sério para que a cidade volte a sorrir. Agora, no segundo turno, conclamo meus dez leitores: digam não à corrupção e à trapaça. Vote no Rui por uma cidade melhor, mais honesta e mais organizada.

Vergonha

Se realmente a ex-presidente Dilma usou de sua influência para se aposentar furando a fila do INSS, como denuncia a revista Época, é golpe baixo. Estamos diante de um desrespeito ao brasileiro jamais visto no país. Quem conhece a geringonça da previdência no Brasil sabe perfeitamente que não é fácil para um cidadão comum requerer a sua aposentadoria, mesmo com todos os papéis legais. Isso sem contar com o constrangimento do desprezo e a humilhação de boa parte dos atendentes.

Zelosos?

No caso da Dilma, alguns desses servidores não pareceram tão zelosos ao analisar os documentos dela alterados 16 vezes para beneficiá-la. A ex-presidente pode, então, sem nunca ter ido à agência do INSS, aposentar-se pelo teto máximo – mais de 5 mil reais, graças à intervenção de Carlos Gabas, funcionário de carreira, ex-ministro da Previdência Social no governo petista, que fez tudo por baixo do pano. O MP avisou que vai apurar o caso que configura crime de improbidade administrativa. E o Ministério do Desenvolvimento Social já anunciou o afastamento dos servidores que participaram do esquema fraudulento.

Estafeta

A ex-presidente não precisou enfrentar filas nem agendar o dia para comparecer ao INSS, como fazem todos os candidatos à aposentadoria. Acionou apenas Carlos Gabas que serviu de estafeta para a ex-chefe furar a fila e conseguir a aposentadoria um dia depois do impeachment. Assim, um grupo devotado de servidores, sob as suas ordens, trabalhou com dedicação exclusiva para beneficiar a Dilma, que agora tem três aposentadorias: a de anistiada, a de ex-presidente e a do INSS, uma vergonha nacional para quem ainda se divulga honesta e se diz vítima de um golpe. Furar a fila do INSS, isto sim, é um golpe contra milhares de brasileiros que tentam diariamente vencer a burocracia do órgão para fazer valer os seus direitos nem sempre respeitados.

Afastados

O governo descobriu o favorecimento e afastou três funcionários. Um deles, Carlos Gabas. Ele nega que teria ajudado a sua exchefe, mas os dados não mentem. Dilma entrou com pedido de aposentadoria em uma agência do INSS em Brasília que normalmente dá prazo de mais de três meses para concluir o processo, mas ela se aposentou em menos de 72 horas graças à equipe de funcionários chefiada por Gabas, que ficou à sua disposição

Desobediente

Fraude

Honestidade?

Transgressora

Você pode até achar que a ex-presidente não precisaria entrar na fila para se aposentar como fazem os mortais comuns. Ora, como ex-presidente, ela deveria dar o exemplo e aguardar o tempo legal do trâmite da documentação como faz todo segurado. Além disso, ao deixar o cargo de presidente, ela voltou a ser uma pessoa comum e, portanto, teria que obedecer às leis do país sob pena de ser penalizada criminalmente.

Ao distribuir uma nota oficial negando os privilégios, a Dilma volta a falar em honestidade. Diz, por exemplo, que até seus oponentes apontam essa como uma de suas qualidades. É leviana, mais uma vez, quando generaliza o comentário sem citar sequer um desses adversários. A exemplo do golpe, que não cola mais, agora tenta carimbar nela a palavra honestidade para contrapor o seu envolvimento no caixa dois da sua campanha administrado por Palocci, o ex-ministro que intermediou o roubo nas empresas públicas.

A equipe que trabalhou sob as ordens de Gabas foi afastada. Como é forte a suspeita de fraude no esquema, pois não foi obedecido o critério da análise convencional exigido por lei, o governo bem que deveria suspender os seus proventos já que, ao afastar os servidores, coloca sob suspeita todo o processo da aposentadoria da ex-presidente.

O que surpreende a todos nós, de verdade, é saber que durante seis anos essa senhora governou o Brasil, uma das maiores economias do mundo, dessa forma: transgredindo a lei, acumpliciando-se com a corrupção e praticando atos bizarros, mesquinhos e truculentos como esses de furar uma fila do INSS enquanto milhares de brasileiros – muito dos quais seus eleitores – madrugam em infindáveis filas para justificar suas aposentadorias. Ainda bem que o pesadelo acabou. Ufa!

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GABRIEL MOUSINHO

Tropeço de Almeida

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uando começou a campanha no rádio e na televisão, o deputado Cícero Almeida botou na cabeça que ligar seu nome ao governador Renan Filho era a solução para ser eleito prefeito de Maceió. Parece que só ele e sua assessoria estavam convencidos disso. Colar seu nome com o governador foi talvez o erro mais grosseiro de sua campanha, porque sempre foi público e notório que o eleitorado tem certa rejeição pelos Calheiros na capital. Almeida começou a cair nas pesquisas e já nos últimos dias a figura do governador sumiu como por encanto do Guia Eleitoral. Mas já era tarde demais. Além de tudo isso, Cícero Almeida teve um desempenho sofrível na maioria dos debates, o que também influenciou na sua queda nas pesquisas. Mas o mais relevante na campanha foi a credibilidade que Rui Palmeira passou para a população, com projetos factíveis, sinceridade no modo de falar, honestidade na administração do município e do trabalho realizado nesses quatro anos. Agora, Cícero Almeida vai ter que rebolar. Afinal de contas, não se tira uma vantagem de mais de 93 mil votos do dia para a noite.

Pé frio

O governador Renan Filho não foi muito feliz nas últimas eleições. Ele perdeu em Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Rio Largo, Maragogi, Pilar, São Miguel dos Campos, Delmiro Gouveia e até mesmo em Piranhas. Dos grandes colégios eleitorais, salvou-se apenas em União dos Palmares, cujo candidato eleito ninguém sabe se assume por complicações na Justiça. Renan foi comparado ao mega cantor Mick Jagger, que tem fama de pé frio no futebol. A situação ficou tão delicada que teria prefeito que andava se escondendo quando sabia que ele iria visitar o município, para não dar azar.

Todo cuidado é pouco

Com seu estilo de dizer as coisas sem pensar antes, o deputado Cícero Almeida tomou uma pancada forte de Fernando do Village, que foi candidato a prefeito de Maceió. Depois de chamá-lo de laranja, Almeida ouviu o que não queria. Entre outras graves coisas, Fernando acusou o deputado de estar metido até o pescoço em denúncias de corrução, a exemplo da Máfia do Lixo e da Taturana. Village ainda prometeu sair divulgando com seu carro de som as denúncias contra Almeida.

Calo

A disposição de Fernando do Village de fazer denúncias contra Cícero Almeida pelos bairros da capital é mais um problema para o candidato do governo. Pelo seu comportamento no Guia Eleitoral, Village vai infernizar a vida do deputado.

Missão quase impossível

O deputado Cícero Almeida sabe, mais do que ninguém, que terá uma tarefa árdua, dura, difícil nesse segundo turno. A princípio terá que tirar a diferença de mais de 93 mil votos colocados à frente por Rui Palmeira e tentar fazer alianças que não gostaria.

gabrielmousinho@bol.com.br

Renan pressionado

Sufocado pelas denúncias no Supremo Tribunal Federal, o senador Renan Calheiros dificilmente vai arriscar se queimar na campanha de Cícero Almeida. Ele fica a maior parte do tempo em Brasília e se distancia da eleição em Maceió, praticamente perdida, como confidenciam pessoas ligadas aos Calheiros.

Ele vem aí

O lobista Milton Lyra, que dizem ser pessoa muito ligada ao senador Renan Calheiros, pode fazer uma delação premiada a qualquer momento. Ele seria o e elo com a cúpula do PMDB e desde a semana passada era procurado pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos. Lyra deve ter muito que falar, principalmente quando passou uma boa temporada em Maceió. De lixo, dizem que ele entende muita coisa.

Transferência de votos

O eleitorado de Maceió já deu demonstração de que a eleição para prefeito foge aos padrões habituais. Lideranças políticas podem até influir, mas não garantem a transferência de votos. O deputado Almeida vai ter muito trabalho para tentar reverter a situação.

Não colou

A história do golpe inventada pelo PT nas eleições não colou. A começar por Maceió, onde o deputado Paulão teve uma votação considerada fraca. O Partido dos Trabalhadores deu uma recuada considerável nas eleições municipais no Brasil. Ele perdeu mais de 400 prefeituras no país e 11 milhões e 400 mil votos com relação às eleições de 2012.

Péssimo desempenho Para quem está com o governo nas mãos e tem um pai presidente do Congresso Nacional, o desempenho do PMDB em Alagoas nas eleições da semana passada foi um dos piores dos últimos vinte anos. A luz amarela já foi acesa no Palácio dos Martírios e o governador Renan Filho vai ter que repensar sua estratégia política para 2018.

Ganhou e perdeu

O deputado estadual em exercício Cícero Cavalcante comemorou muito a eleição de sua filha Fernanda para a Prefeitura de São Luiz do Quitunde. Mas esperava também que assumisse o cargo definitivamente. Para seu azar, Ricardo Nezinho e Tarcísio Freire perderam a eleição em Arapiraca.

Tô fora

De um leitor da coluna sobre a campanha do segundo turno em Maceió: ´”Quanto mais o governador se afastar do Guia Eleitoral, melhor para o Ciço”. Para ele, o suposto poder eleitoral de Renan Filho era traduzido apenas nas propagandas do governo.

Mesmo ritmo

O prefeito Rui Palmeira, logo no dia seguinte aos resultados das eleições, manteve a rotina de campanha. Fez carreatas e caminhadas e definiu sua agenda para o restante do mês. Deseja obter 300 mil votos nesse segundo turno.

Mudando o quadro

O resultado das eleições na capital e no interior vai dar o tom nas eleições de 2018. E já tem muita gente pensando nisso. Cobra criada em eleições, o senador Renan Calheiros vai fazer um mapa da presença do PMDB nos municípios e definir estratégias para executá-las a partir de agora. O quadro não é nada favorável ao maior partido em Alagoas.

Bom desempenho

O deputado JHC, dentro da sua estrutura de campanha, teve um ótimo desempenho nas urnas e se credenciou para 2018. Se fizer boas alianças na eleição daqui a dois anos, pode repetir o feito de 2014.

Vale tudo

As conversas nos bastidores políticos dão conta de que Cícero Almeida vem com a carga toda em cima de Rui Palmeira. Por uns dias vai esquecer-se de discutir o que pode fazer por Maceió para bater forte no adversário.

Sem passar recibo

O senador Renan Calheiros, mesmo com as denúncias que tem acumulado no STF, demonstra força no governo. A nomeação do deputado federal Marx Beltrão para o Ministério do Turismo, mesmo que ele negue, foi obra do senador. O constrangedor, porém, foi no dia da posse Beltrão ter que se explicar que não cometeu falsidade ideológica, ou falsificação de documentos do INSS quando era prefeito de Coruripe.

Arrebentando

Alagoas, hoje, tem dois ministros de Estado. Coisa rara de acontecer num pequeno estado do Nordeste. Os alagoanos torcem para que Marx Beltrão faça o dever de casa e ajude a melhorar o turismo em Alagoas. Maurício Quintella, dos Transportes, já vem fazendo a sua parte.


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Justiça investiga enxertos na folha da Assembleia

TATURANAS

ANTÔNIO ALBUQUERQUE, CÍCERO AMÉLIO, NELITO GOMES DE BARROS, EDVAL GAIA, MAURÍCIO TAVARES E CÍCERO FERRO DEVEM DEPOR A 16 DE NOVEMBRO VERA ALVES veralvess@gmail.com

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restes a terem suas condenações confirmadas em segunda instância, dois dos nove réus taturanas no processo que trata dos empréstimos pessoais contraídos junto ao Banco Rural e pagos com dinheiro público estão sendo chamados a depor sobre outra ilegalidade enquanto deputados estaduais, o da manipulação fraudulenta da folha de pagamento da Assembleia Legislativa. Cícero Amélio e Nelito Gomes de Barros devem depor dia 16 de novembro, junto com Antônio Albuquerque, Edval Gaia, Maurício Tavares e Cíce-

ro Ferro. Os depoimentos foram marcados pela comissão de juízes designada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) para comandar as inúmeras ações de Improbidade Administrativa movidas pelo Ministério Público Estadual após as investigações da Operação Taturana. Deflagrada em dezembro de 2007 pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal, ela detectou um rombo superior a R$ 254 milhões patrocinado pelos deputados estaduais no período de 2003 a 2007. A maior parte do rombo se refere justamente a enxertos na folha de pagamento da ALE

e recebimento ilegal de valores por parte dos então deputados, alguns ainda hoje na Casa de Tavares Bastos, como é o caso de Antônio Albuquerque, Edval Gaia e Cícero Ferro, este último suplente e candidato derrotado a prefeito de Minador de Negrão nas eleições de domingo último. Afastado por conduta irregular do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cícero Amélio já tem uma condenação em primeira instância como taturana: a de perda dos direitos políticos, perda de cargo público e devolução de R$ 357.154,17. O ex-deputado Manoel Go-

mes de Barros Filho – mais conhecido como Nelito Gomes de Barros – é outro taturana já condenado: devolução de R$ 435.353,30 e perda dos direitos políticos. Os dois aguardam a definição da 3ª Câmara Cível, prevista para o dia 3 de novembro, a seus pedidos de apelação contra a sentença dos juízes da 18ª Vara Cível da Capital/Fazenda Estadual em que figuram também como réus Arthur Lira (condenado a devolver R$ 182.830,22), Paulo Fernando dos Santos (R$ 286.765,29), Cícero Almeida (R$ 195.575,54), João Beltrão (R$ 213.422,30), Celso Luiz (R$ 170.520,78), Maria José Viana (R$ 55.392,67) e Adalberto Ca-

valcante (R$ 74.900,55). Todos foram igualmente condenados à perda de cargos e direitos políticos por 10 anos. O processo sobre manipulação fraudulenta da folha de pagamento da Assembleia tramita na 16ª Vara Cível da Capital/ Fazenda Estadual e está sob a responsabilidade de cinco magistrados: Helestron Silva da Costa, Joyce dos Santos Araújo, André Avancini D’Avila, Carlos Aley Santos de Melo e Geneir Marques de Carvalho Filho. Os juízes ouvirão os acusados, seus advogados e o Ministério Público Estadual a partir das 9 horas do dia 16 de novembro no auditório do Tribunal de Justiça.


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AS ACUSAÇÕES Antônio Albuquerque - centralizava as ações da organização criminosa - inclusões, alterações ou extinções na folha de pagamento - movimentação financeira incompatível - empréstimos consignados fraudulentos descontados dos salários de servidores fantasmas - aquisição de veículos de luxo para lavagem de capitais - recebia informações privilegiadas sobre operações policiais do coronel da PM José Acírio do Nascimento - cheques emitidos pela ALE em favor de sua irmã Maria Cleide Costa Bezerra (a hoje conselheira do TCE Rosa Albuquerque) e de Ilvan Gomes Barros

Cícero Amélio - uso de influência para trocas de favores entre autoridades públicas - uso de GAP (Gratificação de Atuação Parlamentar) no valor mensal de R$ 50 mil para despesas pessoais - empréstimos consignados pessoais pagos com verba pública

- aquisição de veículos de luxo para lavagem de dinheiro atrravés de laranjas

setor RH DARH, com salário mensal de R$ 11.078,66 em valores de 2014

Nelito Gomes de Barros

Edval Vieira Gaia Filho

- uso da GAP para custeio de despesas pessoais - apropriação dos salários de servidores comissionados - empréstimos consignados pagos com verba de gabinete - aquisição de veículos de luxo para lavagem de dinheiro - inserção de dados falsos na folha de pagamento

Cícero Ferro - apropriação dos salários de servidores comissionados - movimentação financeira incompatível - aquisição de veículos e imóveis em nome de laranjas (motorista Aloisio Bezerra Cavalcanti) - para lavagem de dinheiro - guarda de cheques de uma conta no Bradesco emitidos pela ALE no Bradesco e nominados aos deputados *está lotado como servidor efetivo no cargo de analista legislativo (nível superior), matrícula 6654, símbolo D84 no

- inserção de dados falsos na folha de pagamento - empréstimos consignados pagos com verba de gabinete - movimentação financeira incompatível

Maurício Tavares - uso mensal da GAP para custeio de despesas pessoais - apropriação de salários dos servidores comissionados – foi condenado em ação movida por Marisa Lages, incluída à revelia na folha de pagamento e em nome de quem recebeu R$ 3.800 por mês de fevereiro a dezembro de 2007 - empréstimos consignados pagos com verba de gabinete *está lotado no gabinete do deputado Marcelo Vitor como servidor efetivo no cargo de analista legislativo (nível superior), matrícula 46434, símbolo D84 com salário mensal de R$ 11.078,66 em valores de 2014


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Léo Denisson é afastado do cargo e perde regalias de juiz

CNJ EM AÇÃO COLEGIADO VAI INVESTIGAR QUADRILHA DE EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO EM MARECHAL DEODORO VERA ALVES veralvess@gmail.com

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m ano e três meses depois de ter chegado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a denúncia de favorecimento político e envolvimento em esquema de venda de sentença contra o juiz Léo Denisson Bezerra de Almeida vai agora ser investigada a fundo pelo colegiado responsável pelo controle do Judiciário brasileiro. Na última terça, 4, os conselheiros decidiram por unanimidade afastar o magistrado de suas funções até a conclusão do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que vai se debruçar sobre sua conduta enquanto juiz da Comarca de Marechal Deodoro. A decisão foi tomada na 30ª sessão extraordinária do CNJ, que desde 12 de setembro, quando ela assumiu o cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), está sob a presidência da ministra Carmem Lúcia Antunes Rocha. A decisão por unanimidade foi dada no bojo da Reclamação Disciplinar 000265547.2015.2.00.0000 movida pela Corregedoria Nacional de Justiça quando ocupada pela ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Nancy Andrighy. Desde agosto último o corregedor Nacional é o ministro João Noronha, também do STJ. Acusado de graves faltas disciplinares, o juiz Léo Denisson, titular da 1ª Vara da Comarca de Marechal Deodoro, também foi penalizado com a perda das vantagens do cargo, à exceção do auxílio-moradia. As investigações contra ele tiveram início a partir de uma denúncia feita em março do ano passado à Polícia Federal pelo casal de advogados gaúchos Janadaris e Sérgio Sfredo, apontados à época como mandantes do assassinato do advogado alagoano Marcos André de Deus Félix, morto a tiros em março de 2014 na Praia do Francês, onde o casal possuía uma pousada. Com a intermediação de dois advogados – Augusto Jorge Granjeiro Costa Car-

naúba e Júlio Cezar de Castro Silva – o juiz teria pedido R$ 200 mil para libertar Sérgio Sfredo, mantido preso junto com a esposa desde abril de 2014 a despeito de não haver nenhuma prova ou depoimento que o ligasse ao crime. Procurador da Prefeitura de Marechal Deodoro, Granjeiro era também advogado dos acusados de atirarem contra Marcos André enquanto Castro era defensor do casal. Uma operação de flagrante montada pela PF autorizada pela 17ª Vara Criminal da Capital acabou resultando nas prisões de Granjeiro, do irmão dele – Ismael Casado Carnaúba Filho - e de Júlio Cezar. No decorrer da negociação de entrega do dinheiro, a 26 de março do ano passado, o setor de inteligência da Polícia Federal comprovou que o juiz Léo Denisson foi contatado ao menos seis vezes. (Mais sobre o Caso Marcos André na página 9) Denisson também é suspeito de conceder sentenças favoráveis ao prefeito Cristiano Matheus – afastado do cargo em setembro último por decisão da Justiça Federal sob a acusação de atos de improbidade administrativa – e apara isto receberia um ”mensalinho” de R$ 50 mil, o que lhe rendeu a alcunha, na cidade, de “Léo Cinquentinha”. Investigações aprofundadas pela PF, que precisou recorrer ao CNJ para que o Tribunal de Justiça de Alagoas as autorizasse, também revelaram ser o juiz detentor de um patrimônio incompatível com sua renda mas no nome de “laranjas”, dentre os quais José Narciso da Fonseca Filho. A este, aliás, é que seria entregue o dinheiro cobrado aos Sfredo para libertação de Sérgio. As estritas ligações entre o juiz e o então prefeito de Marechal, Cristiano Matheus, foram alvo de reportagem publicada pelo EXTRA em julho do ano passado, edição de número 828 e cujo texto pode ser conferido na íntegra em http://novoextra. com.br/outras-edicoes/2015/828/17658/ cnj-investiga-relaco-perigosa-entre-juiz

Léo Denisson terá conduta como magistrado investigada pelo CNJ

Denúncias contra o magistrado

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- Venda de sentença: teria cobrado R$ 200 mil para libertar o advogado Sérgio Sfredo - Mensalinho: suspeito de receber a quantia mensal de R$ 50 mil da Prefeitura de Marechal Deodoro em troca de sentenças favoráveis ao hoje prefeito afastado Cristiano Matheus que também responde a processos na Justiça estadual - Uso de “laranjas”: teria um vasto patrimônio, sobretudo imóveis, em nome de outras pessoas

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Auxílio moradia poderá ser suspenso Eleita presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto e empoada no cargo no dia 12 de setembro último, a ministra Carmem Lúcia vai decidir se o juiz Léo Denisson continuará mesmo recebendo o auxílio-moradia, a despeito do entendimento majoritário do Plenário do CNJ na terça. Se o benefício estiver sendo recebido como indenização, por força das atividades desempenhadas no cargo, ele poderá também ser suspenso. De acordo com o Portal da Transparência do TJAL, em agosto último o juiz Léo Denisson recebeu R$ 26.848,41 de valor líquido, sendo R$ 7.940,29 a título de verbas eventuais que não estão discriminadas e teve, como deduções obrigatórias, um total de R$ 10.039,43. O EXTRA tentou estabelecer contato com o magistrado para que ele se posicionasse sobre a decisão do CNJ mas não obteve sucesso. O contato repassado pela Assessoria de Comunicação do TJAL, que revelou também não ter conseguido falar com o juiz, consta como inexistente.


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CASO MARCOS ANDRÉ

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Fotos do Facebook

NOVO JUIZ CONVOCA ITALIANO QUE ENTREGOU BILHETE ACUSANDO CASAL SFREDO DE SER MANDANTE DO CRIME

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processo sobre a morte do advogado Marcos André de Deus Félix tem novo juiz desde agosto último. Trata-se de Hélio Pinheiro Pinto que designou a reabertura parcial da instrução processual e marcou para o próximo dia 13 audiência para inquirição do italiano Pietro La Rosa, o homem que teria entregue um bilhete “anônimo” apontando Janadaris e Sérgio Sfredo como mandantes do crime. A despeito de familiares e amigos de Marcos André terem confirmado esta versão, Pietro, que presidia na época o Instituto Dante Alighieri, localizado na Ponta Verde e para o qual o advogado morto prestava serviços, jamais foi ouvido pela Polícia e nem pela Justiça. O juiz também intimou a esposa do italiano, Paola Carducci Artenísio, a prestar novo depoimento. Ela e o marido também possuíam uma pousada na Praia do Francês na época do crime e em 2010 travaram com Janadaris Sfredo uma batalha judicial envolvendo a Pousada Lua Cheia. Janadaris advogou em favor da arrendatária do imóvel pertencente aos italianos, representados no processo por Marcos André. O problema é que nem Pietro nem a esposa foram encontrados pelo oficial de Justiça para comparecerem à audiência do dia 13. A informação do porteiro do prédio em que residiam é de que o casal viajou para a

Itália há 11 meses, deixando o apartamento fechado com todos os móveis. CAMAREIRA SOME Peça-chave da acusação contra os Sfredo, a camareira da Pousada Ecos do Mar – pertencente ao casal gaúcho na época do crime – também não foi localizada pela Justiça para dar novo depoimento. Maria Flávia dos Santos chegou a figurar como indiciada pelo homicídio e ficou presa até novembro do ano passado, quando teve a prisão preventiva revogada pelo juiz substituto Ayrton Luna Tenório em função da impronúncia pelo magistrado anterior, Diogo Furtado. Flávia era namorada de Juarez Tenório da Silva Júnior que, segundo a Polícia, teria sido contratado por Janadaris para transportar e dar cobertura aos atiradores - Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva. Flagrados em câmeras de vídeo na hora do crime, os dois confessaram em juízo a autoria, mas negaram terem sido contratados pelos Sfredo como consta do inquérito policial presidido pelo então delegado de Marechal, Jobson Cabral. Juarez, que continua preso, assim como Álvaro e Elivaldo, desmentiu a versão da namorada de que Janadaris o chamou para arrumar uma pessoa que desse um castigo em Marcos André. Afirmou em juízo ter levado os dois ao local imaginando que iriam discutir

Pietro com Haroldo Gama (testemunha de acusação), um amigo e Marcos André (E) na Itália em 2010

Flávia acusou o namorado Juarez Tenório de ter contratado os amigos a pedido de Janadaris; ele nega

sobre um trabalho na pousada. Já os atiradores afirmaram que foram chamados por ele – Juarez – para dar um susto no advogado morto porque este havia se engraçado com a namorada. Os três, assim como Janadaris Sfredo, foram intimados para novo depoimento na audiência marcada para o dia 13, às 9 horas, no auditório do Instituto Fede-

ral de Alagoas (Ifal) em Marechal Deodoro. Sérgio Sfredo, que foi solto em novembro do ano passado por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), não é mais réu no processo. Foi tal qual a camareira impronunciado pelo juiz Diogo Furtado que havia substituído o juiz Léo Denisson no caso. Léo Denisson se afastou do processo quatro dias após

a operação de flagrante da Polícia Federal que prendeu os advogados Augusto Granjeiro e Júlio Cezar. Ambos respondem a processo por crime de exploração de prestígio na 17ª Vara Criminal da Capital, mas Granjeiro continua atuando como advogado de defesa de dois réus, Juarez e Álvaro, enquanto Júlio Cezar se afastou definitivamente do caso.


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Celso Luiz sofreu uma das maiores derrotas de sua vida política; Antônio Albuquerque não elege o filho e Cícero Ferro obteve votação insígnificante em Minador

Eleitores expurgam taturanas de seus currais eleitorais

FIGURÕES PERDEM ELEIÇÃO CELSO LUIZ, ANTÔNIO ALBUQUERQUE E CÍCERO FERRO SAEM ENFRAQUECIDOS DOS SEUS CURRAIS JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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eleitorado foi para as urnas no último domingo e fez diferente. Velhos figurões da política alagoana foram derrotados em seus redutos. No Sertão o principal perdedor foi Celso Luiz, ex-deputado estadual e taturana, que almejava controlar politicamente quatro municípios: Inhapi, Belém, Canapi e Mata Grande. Em Inhapi Celso Luiz apoiava Tenorinho Malta, seu irmão mais novo, que foi derrotado por Zé Cícero. Tenorinho ficou na segunda po-

sição com 3.966 votos contra 4.519 de Zé Cícero. Mais um irmão de Celso que perdeu as eleições foi Bel, derrotado por Paula Santa Rosa no município de Belém. Paula concorria ao pleito executivo pela segunda vez consecutiva e venceu Bel por 2.222 votos contra 1.623. Já em Canapi onde Celso Luiz é prefeito o seu sucessor, Madson Paulino, não logrou êxito nas urnas. Paulino perdeu a eleição para Vinicius Filho de Zé Hermes com uma grande diferença de votos, levando em conta o pequeno número do eleitorado local. Vinicius obteve 5.969

votos e Paulino 3.834 Muitos consideram perder a eleição em Canapi, município no qual Celso é prefeito, a pior derrota do figurão, mas sua principal meta era eleger seu filho, Luiz Pedro, prefeito em Mata Grande. Mais uma vez o povo sertanejo colocou um fim nas esperanças do ex-deputado. Quem venceu a eleição em Mata Grande foi Erivaldo Mandú com 6.935 votos. Além de perder prestígio político e poder, Celso Luiz sai enfraquecido contra a família Brandão que rivalizou o poder da região por tanto tempo. Luiz Pedro teve 5.797

votos e com a derrota colocou o pai no limbo político.

mo que derrotou Albuquerque em outras oportunidades.

AA PERDE TRÊS CONSECUTIVAS O deputado Antônio Albuquerque é mais um taturana que sai enfraquecido do pleito de 2016. O parlamentar apostou todas as suas fichas na eleição do filho, Arthur Albuquerque, em sua terra natal, Limoeiro de Anadia. O que se viu foi a terceira derrota consecutiva de AA em Limoeiro. Arthur obteve 6.053 votos contra Marcelo Rodrigues que foi eleito com 8.024. Marcelo era apoiado pelo prefeito Marlan, o mes-

FIM DA LINHA O declínio político de Cícero Ferro já era evidente após as duas derrotas, consecutivas, disputando uma vaga na Casa de Tavares Bastos. Agora o pior aconteceu, além de perder a eleição para prefeito em Minador do Negrão, o ex-deputado foi humilhado nas urnas com apenas 556 votos. Ferro ficou com a terceira posição no pleito que foi vencido por Gleysson Cardoso com 1.831 votos. Já o segundo colocado, Josias Agripino, teve 1.268.


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Alagoas teve maior aumento de arrecadação do ICMS no Brasil

DESTAQUE NACIONAL NO ACÚMULO DO ANO, O ESTADO FICOU ATRÁS APENAS DO AMAPÁ; ARRECADAÇÃO EM AGOSTO SUBIU 44,9% EM RELAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO PASSADO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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arrecadação de Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é preocupação de qualquer governante. E em tempos de crise, a situação fica mais caótica. Mas em Alagoas o recolhimento do tributo vem dando resultado e o estado é destaque nacional. Os números mostram que a arrecadação no mês de agosto subiu 44,9% se comparado ao mesmo período do ano passado. No acúmulo do ano, o estado fica atrás apenas do Amapá. Segundo levantamento do jornal Valor Econômico, feito em 17 estados sobre a arrecadação do ICMS, apenas quatro deles tiveram aumento em sua arrecadação em relação ao mesmo período do ano passado. E Alagoas está entre eles. O secretário da Fazenda de Alagoas, George Santoro, falou ao Valor Econômico que os números positivos se devem prin-

cipalmente ao esforço da fiscalização, já que o aumento da atividade econômica é preocupante. “Esse pode ser o primeiro ano em que a arrecadação própria com esse imposto vai superar o que o estado recebe do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que tem caído por causa da variação negativa do recolhimento dos principais impostos da União”, disse Santoro ao jornal. O secretário disse ainda que a máquina de arrecadação do Estado tinha situação deteriorada. E acrescentou que o atual governo alterou muitas coisas. Inclusive, várias normas foram atualizadas. “Toda legislação de substituição tributária do Estado estava defasada”, afirmou. Apesar dos números positivos na arrecadação de ICMS, Santoro afirma que a atividade econômica continua a “patinar” em Alagoas. “O que tivemos de aumento de receita, até agora, foi mais por mudanças tributárias do que qualquer reação de atividade”.

Apesar do avanço, secretário George Santoro diz que atividade econômica continua a ‘patinar’

Fisco reclama que governo não atende reivindicação

S

ervidores do Fisco/AL reclamam que embora o estado tenha obtido arrecadação elevada este ano, se comparado ao mesmo período do ano passado, o governo não explica por que nega o pagamento correto dos vencimentos da categoria. Outra queixa é que a reivindicação da reposição salarial não é atendida, enquanto o governo divulga que o problema do Fisco está solucionado. “Resolvido como se conseguiram nos transformar na categoria mais mal remunerada do Brasil, e colocaram por terra todas

as conquistas que levamos décadas para obter?”, reclamou um servidor. Ele acrescentou ainda que está insatisfeito e revoltado. Além do que não se sente defendido por ninguém dessa administração. “O mínimo que um agente público deve fazer para se conduzir sem ser incomodado é seguir a lei”. A reportagem do jornal EXTRA manteve contato com o sindicato da categoria, mas a informação foi de que apenas o presidente poderia falar, mas não se encontrava no local.


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Rogério Teófilo ganha eleição contra tudo e todos

ARAPIRACA

PROFESSOR ENFRENTOU AS MÁQUINAS ESTADUAL E MUNICIPAL, DEPUTADOS E SENADORES; AINDA ASSIM OBTEVE 38,04 % DE PREFERÊNCIA DO ELEITORADO

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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disputa foi acirrada, mas o prefeito eleito por Arapiraca, Rogério Teófilo (PSDB), disse que sempre acreditou na vitória. Porém, não era isso o que as pesquisas de intenção de votos indicavam. O então candidato aparecia na terceira colocação e ainda teve pela frente como adversários deputados apoiados pelas máquinas estadual e municipal, senadores, secretários entre outros. E foi contra tudo e contra todos que o professor, apesar de poucos recursos, obteve 40.389 votos (38,04%) do eleitorado da maior cidade do interior alagoano. O prefeito argumenta que Arapiraca sempre foi independente e dessa vez o povo entendeu sua proposta de governo como a melhor para o município. Rogério disse que nada foi por acaso e que sua equipe fez um levantamento onde constatou que o arapiraquense queria alguém preparado para assumir a prefeitura. Agora, as propostas serão aprimoradas com a criação de bancos de projetos para a cidade. “As decisões terão que ser coletivas. Vamos ouvir a todos, pois são partes do processo”, afirmou Teófilo. Segundo o prefeito eleito, a vitória histórica só vem confirmar que Arapiraca tem perfil de vanguarda e que agora tem um prefeito independente. “Arapiraca está amadurecendo politicamente. Prova disso é que elegeu um professor ao acreditar que ali estava um novo momento. Enfrentamos a máquina, o voto do poder, mas o

nosso era transformador. Criamos um exército novo”, comparou ao afirmar que o município está preparado para trilhar seu próprio caminho e que irá governar para os mais de 240 mil habitantes. “Não serei prefeito de partido. Objetivo não é ser prefeito individualista”, frisou. Ponderado, agradeceu o apoio que recebeu nas ruas, nas redes sociais e de aliados. Não esquecendo de citar o exemplo do pai que no dia da eleição completou 89 anos e mesmo assim continua na ativa como educador. Outro fato importante e que o prefeito fez questão de agradecer foi a participação dos deputados Rodrigo Cunha (pelo qual nutre amizade desde o tempo em que era parceiro de sua mãe, Ceci Cunha) e Severino Pessoa (PSC), um dos principais articuladores da campanha e que sempre acreditou que ele seria o próximo prefeito. Outra peça importante nesse xadrez político foi o apoio do ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), principal aliado e que abre espaço nas eleições de 2018. Rogério Teófilo garantiu que vai governar com transparência e que irá enxugar a máquina. E nesta gestão de “perfil novo” afirmou que iraá buscar ainda parceria com o Ministério Público, quando necessário. A classe empresarial, estudantes, educadores, universidades, servidores e demais representantes da sociedade terão voz. Outra promessa é de que sua vice, Fabiana Pessoa (PRB), será peça fundamental. “Quero uma vice que participe, trabalhe em conjunto pela cidade de Arapiraca”, disse.

Prefeito eleito de Arapiraca, Rogério Teófilo diz que vai governar com transparência e diálogo

Governar para todos A prefeita de Arapiraca, Célia Rocha (PMDB), que apoiou o candidato Ricardo Nezinho, se posicionou em relação à derrota que sofreu nas urnas. Em nota, Célia Rocha disse que “todo o processo de transição será respeitado, com transparência e cordialidade, garantindo aos novos administradores as informações necessárias para esse início de mandato.” E é com esta cordialidade e transparência que Teófilo diz que vai acontecer a transição, pois Arapiraca demonstrou que amadureceu politicamente. Outro passo, disse, é buscar parceria com o governo do Estado, deputados, inclusive os adversários nas urnas. “Arapiraca é maior que tudo. Esse processo político foi um exemplo, foi uma liberdade de expressão gratificante”, comemorou Teófilo. Inclusive esta semana vai a Brasília para mostrar aos

representantes do estado e outras autoridades competentes as necessidades para que o município continue crescendo. E em sua plataforma, o candidato diz que irá priorizar saúde, esporte e lazer, meio ambiente, o social, cultura, o desenvolvimento econômico, mobilidade, agricultura, ciência e tecnologia e segurança com medidas firmes e objetivas. A valorização dos servidores também faz parte de suas prioridades. “Vamos promover um choque de gestão para que as equipes da prefeitura trabalhem integradas. Queremos uma gestão moderna e democrática, que trabalhe para o bem do povo”, informou. E foi no corpo a corpo, votos dos indecisos, debates, ajuda da tecnologia e confiança dos arapiraquenses que o professor Rogério conseguiu se eleger prefeito do segundo maior colégio eleitoral do Estado. Ele

garante que terá uma gestão firme e equilibrada. “Foi uma eleição leve, do aperto de mão, do querer mudar, do votar em um programa, em uma proposta política”, disse ao acrescentar que a sociedade começou a dar grito de liberdade e o exemplo de Arapiraca servirá para todo o país..

QUEM É ROGÉRIO TEÓFILO Rogério Teófilo, 59, anos, casado com a médica Lúcia Cajueiro Teófilo, pai de três filhos, é professor universitário e formado em Administração e Direito. Com vários serviços prestados à sociedade alagoana, foi secretário de Administração em Arapiraca, secretário estadual por 12 anos, deputado federal por quatro anos, secretário estadual de Educação em quatro governos e secretário de Articulação de governo.


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Inácio Loiola agradece votação

PIRANHAS

DEPUTADO DIZ QUE AGORA PRIORIDADE É CONTINUAR TRABALHO POR ALAGOAS VALDI JUNIOR

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deputado estadual Inácio Loiola (PSB) agradece a dedicação e o engajamento de cada família piranhense que abraçou, acreditou e defendeu as propostas para a prefeitura de Piranhas. “Minha gratidão e meu obrigado especial aos 6.651 eleitores”, declarou, afirmando logo em seguida: “Nossa prioridade agora é dar sequência ao trabalho pelo desenvolvimento do estado e ajudar a criar novas oportunidades no campo pes-

soal e profissional para o povo alagoano”. Como sempre fez durante a sua vida política e ao longo de seis anos como parlamentar, Inácio garante que vai manter-se firme e sereno apresentando e defendendo projetos e proposições essenciais para o bem-estar da população na Assembleia Legislativa Estadual. Da mesma forma, ele diz estar sempre à disposição para ajudar as lideranças políticas e comunitárias que sejam representantes do município, de categorias e de classes produ-

toras do pequeno ao grande que estejam sempre unidos em busca do crescimento regional e de melhores condições sociais e estruturais das comunidades. “A população está desamparada com a ausência de políticas consistentes no tocante a ações duradouras focadas no emprego e renda”, diz o deputado estadual. Em cada município é perceptível a necessidade do povo por trabalho que permita ganhar seu sustento e viver dignamente. É preciso estimular o micro e pequeno negócio e a cultura do empreendedorismo para que a juventude não deixe pai e mãe e nem abandone sua terra natal à procura de opções em outras regiões do país. “É uma realidade que em maior ou

Inácio Loiola diz que situação de seca no Sertão é preocupante

menor proporção atinge todas as regiões do estado”. “Hoje, vive-se um quadro preocupante no Sertão onde há cinco anos a seca castiga. Falta maior apoio do governo federal como obras estruturantes, a exemplo do avanço do Canal do Sertão, de modo que venha a amenizar o impacto da falta d’água. O verão está chegan-

do e os barreiros estão secos”, acrescenta. São essas observações e análises que continuarão a ser feitas na tribuna da Casa Tavares Bastos no sentido de despertar o próprio Legislativo e o Poder Executivo para as necessidades do alagoano objetivando contribuir e lutar sempre por um estado mais próspero.


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Para refletir: Recado para o PT: “Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo.” (Abraham Lincoln).

PT o grande derrotado nas eleições Na maior derrota de sua história o partido perdeu pelo menos 400 prefeituras O PT é o grande derrotado das eleições municipais de 2016. O partido teve um corte de quase 60% do número de prefeitos no Brasil. Nas capitais, elegeu apenas um prefeito até agora. Outros sete estão no segundo turno, mas apenas dois ou três poderão levar. Um partido não morre dessa forma, mas sai muito ferido. O PT vai perder cerca de 15 mil cargos comissionados nas prefeituras. Era gente que ajudava a sustentar a legenda financeiramente com parte de seus salários. O partido encolheu em todo o país, quando se compara aos resultados que teve há quatro anos. Em São Paulo, perdeu na capital (apesar da reação de Haddad), na região metropolitana, incluindo o ABC, e no interior. No placar das urnas paulistas, ficou em 14º lugar, elegendo apenas 8 prefeitos. Havia vencido em 72 prefeituras na eleição de 2012. Outro desastre foi em Minas Gerais: ficou em 9º lugar. Nem apresentou candidato no Rio de Janeiro, preferindo apoiar o PCdoB. Ficou em 3º em Porto Alegre, antigo reduto eleitoral do PT. Na soma geral dos votos, amargou o 10º lugar. Dá para ver claramente o peso da Lava-Jato sobre o desempenho petista. As denúncias de corrupção, o impedimento de Dilma, seguidos do estardalhaço na grande mídia, causaram danos irreparáveis. A prisão de algumas lideranças do PT na semana que antecedeu a votação, como Guido Mantega e Antônio Palocci, foi mais um balde de água fria nas expectativas petistas. O partido já estava isolado no Congresso Nacional. Agora, é o grande derrotado nas urnas. Daqui para a frente, pode sofrer dissidências internas que o tornem ainda mais adoecido. Quase amaldiçoado. Por outro lado, pode aproveitar a derrota para rever a sua narrativa e retomar as origens ligadas ao movimento social. E ainda tem um trunfo para 2018: Lula. Se o ex-presidente escapar da provável condenação judicial. E quem foi o grande vencedor da eleição paulista? Geraldo Alckmin. O governador emplacou João Dória, pouco conhecido do eleitor. Dória fez campanha dizendo que era um gestor e não um político. Funcionou. Alckmin reforça a posição dele na luta interna do PSDB e amplia o cacife para disputar a presidência da República na briga interna com Aécio Neves.

PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

A vez de As rezas do Rogério Teófilo padre Eraldo Não se pode dizer que o prefeito eleito de Arapiraca foi um “azarão”, mesmo permanecendo em terceiro lugar durante toda a campanha. Lutou bravamente contra duas candidaturas supostamente fortes (dois deputados com mandato), o vergonhoso uso da máquina pública municipal, o governo do estado, a bancada alagoana no Senado, deputados federais e a liderança fajuta da prefeita Célia Rocha. Rogério Teófilo sempre soube onde queria chegar e conhecia suas chances. Poucos dias antes da eleição ele me foi exibido um “mapa da mina” e ai me convenci da grande possiblidade de sua eleição. Arapiraca devia essa vitória a Teófilo para se redimir do grande equivoco que foi a eleição de Célia Rocha em 2012. Terá agora que mostrar serviço e retribuir os votos que o elegeram com trabalho e determinação. Isto ele vai conseguir.

O Sertão não tem “dono”

Nestas eleições aconteceu um fato positivo, mas que não mereceu o destaque merecido pela imprensa. A acachapante derrota dos últimos “coronéis” da política do Sertão alagoano. Não sobrou um sequer. O povo demonstrou que nos tempos atuais não aceita mais o “cabresto” e a ofensiva e imoral história de “donos dos votos”. Perderam os que se imaginavam imbatíveis, quer seja pela compra de votos ou pela violência ameaçadora. O povo perdeu o medo e deu o recado: “somos nós donos de nossa vontade”. Já não era sem tempo disto acontecer.

Conheço o padre Eraldo há muito tempo e nunca duvidei de sua capacidade eleitoral. Agora enfim teve sua chance. Sei que ele é bom de reza e também de voto e mostrou isto derrotando todo o suposto poderio do prefeito Lula Cabeleira e o “ilusionismo” do deputado Givaldo Carimbão, que se sentia mais perto de Deus do que o carismático reverendo. No inicio ameaçado por conta de alguns “amigos” que o traíram, deu a volta por cima e arrebentou nas urnas. Mais uma resposta no Sertão que se liberta.

Procissão dos endividados

Encontrei um candidato derrotado para vereador em Maceió derramado em lamentações e com problemas complicados para resolver. Considerado “malandro” no xadrez eleitoral, teve mandato e gastou muito dinheiro na busca de uma vaga na Câmara Municipal. Usou e abusou do famigerado “cadastro” que para ele não funcionou. Fez dívidas com agiotas imaginando pagar com o dinheiro sujo do seu suposto mandato. Agora não tem como pagar. Como ele existem vários outros sem mandato e com mandato. Ao que parece o povo recebeu o dinheiro desses políticos safados e votou no consagrado Lobão, o recordista de votos espontâneos e livres do povo humilde de Maceió.

A Cézar o que é dele

“A César (com s) o que é de César”. Palavras de Jesus nos evangelhos sinóticos. E essa foi a decisão do povo de Palmeira dos Índios ao dar a vitória mais emblemática da política alagoana nas últimas eleições elegendo prefeito Júlio Cézar. Fez melhor: à Palmeira o melhor para resgatar sua dignidade perdida por equívocos políticos de anos. Derrotou as maiores forças políticas locais e do estado, a máquina da administração e até a truculência que ameaçou e pressionou. Foi a vitória do povo sem temor e com esperança.

A palavra dos candidatos Neste segundo turno das eleições a coluna volta a publicar a cada semana “a palavra dos candidatos” contribuindo para que o eleitor tenha a oportunidade de analisar as propostas e projetos dos dois postulantes à Prefeitura de Maceió.

Cicero Almeida “Recomeço neste espaço agradecendo ao jornalista Pedro Oliveira pela oportunidade dada a mim de apresentar, a cada semana, propostas que tem por objetivo transformar a realidade da nossa cidade. Nunca é demais lembrar que em meus oito anos de governo, Maceió viveu uma realidade de grandes mudanças, foi um período onde projetos inovadores e transformadores foram trazidos, dando uma nova identidade à cidade e fazendo a diferença na vida das pessoas, seja na infraestrutura, na saúde, educação, assistência social, turismo, entre outras áreas. Neste momento entramos no 2º turno da campanha com o mesmo propósito: apresentar projetos para retomar o crescimento de nossa capital. Vamos usar deste precioso espaço para propor ações reais e imediatas, e faremos isso ouvindo as vozes das pessoas nas ruas, especialmente as mais humildes. Nosso caminho sempre foi trilhado com os pés no chão, e desse modo sempre soubemos fazer a diferença para melhor, então que assim seja”.

Rui Palmeira “Estou agradecido pela votação expressiva no primeiro turno, pelos abraços, incentivos e carinho do povo de Maceió a nossa candidatura e aos projetos que apresentamos para nossa cidade. Agradeço também às nossas lideranças políticas e comunitárias, aos nossos vereadores e à minha família pela presença constante, por cada voto conquistado. Peço que neste segundo turno, possamos duplicar esse trabalho e multiplicar esses votos para Maceió seguir avançando. Vamos manter a mesma estratégia propositiva do primeiro turno, continuar a mostrar o que fizemos nesses quase quatro anos e reforçar os nossos projetos em benefício das pessoas que mais precisam”.

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ARTIGOS

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JORGE MORAES Jornalista

O Tiririca e o Lobão

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omeço o artigo desta semana pelo personagem das eleições municipais no estado de Alagoas. Estou me referindo ao candidato Lobão, que teve a segunda maior votação para vereador por Maceió em toda a história da Câmara. Primeiro, com mais de 30 mil votos foi a vereadora Heloisa Helena.

O voto em Lobão foi um voto consciente. Em relação aos eleitores mais humildes, foi o voto dos desempregados, de quem quer se ver na Câmara de Vereadores, sentado em uma cadeira do parlamento” Agora, em 2016, como o mais votado, Lobão alcançou 24.969 votos de simpatia, dados, principalmente, pelo povo pobre, igual ao candidato, e que reconhece o seu trabalho como líder comunitário, artista e músico. Igual a Heloisa Helena, o voto dado ao Lobão tem o preço da luta desigual

entre quem tem trabalho e quem compra voto. Claro que a regra não é geral, pois temos outros vereadores eleitos que se identificam, também, pela decência de suas campanhas, pelo trabalho dirigido para alguns segmentos da sociedade e com o devido respeito ao eleitor. A regra não pode e nem deve ser geral nessa questão, mas, vez por outra, surge um personagem como esse nas campanhas políticas. Alguns menos informados associam o candidato e a campanha do Lobão à do palhaço Tiririca, eleito e reeleito deputado federal pelo estado de São Paulo. No caso do Tiririca, suas votações estão direcionadas, apenas, a um trabalho que faz ou fazia no seu dia a dia: palhaçada. Passa, então, a ser o voto de protesto do eleitor, cansado de ser enganado pelo político profissional, o chamado político carreirista, às vezes vazio de propostas e sem nenhum comprometimento. No nosso caso, a eleição do vereador Lobão, mesmo sendo um candidato exótico e esquisito na sua configuração, conta a seu favor com três situações que lhe favoreceram nesse pleito. A primeira, já

dava demonstração de que a qualquer momento emplacaria uma vitória, diante de resultados bem favoráveis ocorridos nas eleições de 2012 (para vereador) e 2014 (para deputado estadual), situações que perseguia desde 2010. A segunda situação favorável era a de artista/diretor de filme pornô, atraindo a quem não podia ir a uma sala de cinema, e a de produtor/cantor de uma banda de rock, sempre atraído pelas multidões e os espetáculos mais baratos. Por último, o trabalho junto às comunidades mais carentes da região Sul de Maceió, ajudando da maneira que podia com comida, trabalho, reivindicações, às vezes, sem a ajuda do Poder público. Um dia isso teria que acontecer. Mas, será que fazer filme pornô, cantar em banda de rock ou ser líder comunitário seria o suficiente para eleger um vereador e com a votação obtida pelo Lobão? Claro que não, porque o fenômeno Lobão não foi construído agora, da noite para o dia. Na sua simplicidade e no seu jeito diferente de falar, se vestir, cobrar e ajudar as chamadas classes menos favorecidas, tem por trás de tudo isso um

Grandes elefantes, pequenos ratos

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aço tudo para não escrever sobre a Assembleia Legislativa de Alagoas, mas a Mesa Diretora insiste em perseguir servidores inativos e burlar a lei. Vocês devem estar lembrados do antigo ministro Paulo Bernardo, esposo de uma senadora do PT, que foi preso porque ganhou dinheiro enganando os inativos da área federal, trambicando com empréstimos sob consignação. Pois bem, em Alagoas há casos semelhantes e os criminosos estão soltos. Existe um convênio firmado entre a Assembleia Legislativa de Alagoas e a Caixa Econômica Federal, cujo objeto é

O Ministério Público Estadual tem lutado fortemente para punir os culpados, mas a Justiça é lenta! E os dirigentes continuam cometendo erros gravíssimos! o duodécimo da ALE/AL ser depositado num dos bancos oficiais, isto é, a Caixa. Os servidores e deputados podem tirar empréstimos e o pagamento é descontado no salário das vítimas. De vez em quando, ocorre um fato

curioso: o valor sai da renda mensal e não chega à conta do banco. Ou seja, a Mesa Diretora fica com o dinheiro. Aí os pobres coitados começam a receber cobranças pelo telefone. Quando o fato está consumado, os dirigentes começam a negociar coma Caixa. As soluções são as mais variadas: bloqueio da parcela já descontada na conta corrente do servidor ou o último pagamento passar a ser o penúltimo no contrato assinado; e mais um desconto aparece. Então, claro, os servidores pagam mais uma prestação e o banco conveniado aceita a maracutaia. O que foi descontado e não repassado, fica com a Mesa Diretora. A mais recente negociação foi feita com os aposentados: no primeiro mês que foi repassada a folha dos velhinhos para o Alagoas Previdência, o 1º secretário não pagou as consignações. No mês seguinte, a Previdência, obedecendo à lei aprovada pelos deputados, começou a reter os valores consignados e pagar os empréstimos com um mês de atraso. O velhinho fica recebendo ligações de cobrança de um dinheiro que já saiu de seu salário. Mais uma vez, a Mesa Diretora segura o que

rapaz inteligente, que sabe o que quer e por onde começar e trabalhar. Tenho certeza que os mais esclarecidos e os chamados de pobres votaram no Lobão sem ser voto de protesto. Antes mesmo de ouvir falar no vereador campeão de votos em Maceió, já tinha conhecimento da sua vida e da sua história. Lobão foi, inclusive, personagem de trabalhos de conclusão de cursos superiores, o famoso TCC, onde alunos estudaram o fenômeno e apresentaram em salas de aula, diante de uma banca examinadora de doutores, os resultados de pesquisas direcionadas àquele cidadão maceioense. O voto em Lobão foi um voto consciente. Em relação aos eleitores mais humildes, foi o voto dos desempregados, de quem quer se ver na Câmara de Vereadores, sentado em uma cadeira do parlamento, confortável e em um ambiente refrigerado, com a cara e a coragem do povo, como uma liderança popular e de pés no chão. Com tudo isso finalizo com uma pergunta: Lobão na Câmara de Vereadores de Maceió vai melhorar a situação deles? Só o tempo dirá.

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

não é dela O problema deve ser levado à presidência da Caixa Econômica em Brasília. Isto está sendo feito, também, com a Unimed. Existe uma dívida na empresa que já foi paga pelos inativos e não foi devidamente repassada. O companheiro que administra nosso plano de saúde já está com os cabelos brancos de tanto tentar resolver o caso. Eu pensei que a mente fértil para o mal era da Mesa anterior, mas a atual está sendo muito mais sabida do que ela. No mês de setembro foram pagos os 4,3% de um acordo judicial. Correram boatos de que não seriam pagos por culpa do sindicato. O impasse foi resolvido, mas, misteriosamente, 157 inativos não receberam o “enorme reajuste”. “Culpa da Elógika (firma que confecciona os contracheques); vão ser pagos no mês seguinte”, diz a Mesa. Tudo mentira! Foi de propósito para sobrar dinheiro. Um companheiro, do quadro efetivo, lotado no gabinete de um parlamentar,

não recebeu o terço de férias. Foi ao “seu deputado” pedir solução. Resposta: “Não posso; sairá da minha cota”. E os absurdos vão acontecendo: salários cortados, salários sumidos, descontos efetuados não repassados, férias pagas de maneira completamente errada, processos retidos na mesa do 1º secretário. É um susto atrás do outro! O pagamento do salário é motivo de apreensão! Ninguém sabe o que vai acontecer naquele mês! Não conseguimos viver em paz! O Ministério Público Estadual tem lutado fortemente para punir os culpados, mas a Justiça é lenta! E os dirigentes continuam cometendo erros gravíssimos! As ações judiciais se sucedem contra a Assembleia Legislativa de Alagoas, entretanto, aparecem sempre estratégias deles para retardar o cumprimento das leis. Sentimo-nos, nós, servidores do Poder Legislativo de Alagoas, pequenos ratos sendo esmagados por grandes ele-


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A tragédia de Alagoas

N

os últimos 10 anos os governos estaduais experimentaram forte crescimento de suas receitas: entre 2004 e 2015, a arrecadação cresceu em média 41% acima da inflação. Mas nesse período, os governantes fizeram o de sempre quando se veem com dinheiro: simplesmente aumentaram as despesas. Fizeram até mais, aumentaram mais que o crescimento da receita. Os números não mentem. Foram 41% contra 50% segundo estudo recente da consultoria Marcoplan. Ineficiência na gestão, interesses políticos imediatos e corrupção estão por trás dessa gastança (a receita extra no período foi de 170 bilhões...). E esse desperdício pode ser medido. Vejamos o caso de Alagoas. Triste caso. O estudo da Marcoplan coloca o estado como o último, sim, o último no ranking dos estados brasileiros. Atrás até de unidades federativas de pouca ou nenhuma expressão econômica – sem nenhum demérito, analisando apenas do ponto de vista econômico – como Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, Tocantins ou alguns estados nordestinos de porte similar ao nosso como Paraíba, R.G. do Norte, Sergipe, Piauí e Maranhão (se o “dever de casa” tivesse sido feito poderíamos estar à frente desses estados já que temos uma base econômica teoricamente superior). Vamos conhecer um pouco dessa tragédia mostrada pelos números. Nosso índice de desenvolvimento humano é igual ao do Gabão, país africano colocado em 119º lugar no ranking de desenvolvimento dos países do mundo; Alagoas é o estado mais violento do país (que é campeão mundial em violência, matando mais pessoas que países em guerra como Síria ou Iraque); A renda per capita familiar é de 532 reais, a menor do país. Estamos entre os três piores estados em termos de analfabetismo (22%, o triplo da

média nacional), nível de escolaridade média (5,7 anos de estudo), nas avaliações do IDEB (fundamental e médio com 3,5 e 3,1, respectivamente), no número de empregos informais (44%), na expectativa de vida das pessoas (71 anos), na taxa de desemprego (11,7%), no PIB per capita, no nível de pobreza de sua população (36% de pobres). 23% dos seus jovens estão naquela trágica situação: nem, estudam, nem trabalham, nem demonstram interesse em procurar emprego (que, afinal, não existem mesmo). Uma tragédia mais que anunciada. Por outro lado os indicadores fiscais do estado mostram a real situação de quase insolvência em que se encontra. Sua capacidade de poupança é negativa (grosso modo: após pagar suas despesas, o Estado ainda fica devendo); E como consequência, o seu resultado fiscal também é negativo (grosso modo: seria a receita que ficaria disponível após o pagamento das despesas) o que é mais grave quando se sabe que o índice de autonomia fiscal de Alagoas é um dos piores do país: 56% (grosso modo: de cada 100 reais que entram nos cofres, 56 vem do governo federal). Esse é o quadro real. Números devastadores e aviltantes que, independentemente de chicanas verbais por parte daqueles que certamente gostariam de escondê-los (ou fazer como recentemente o fez o presidente da república com relação ao nível ainda crescente de desemprego no país: eu não tenho nada com isso - como se ele não fosse o vice-presidente do Brasil e presidente do PMDB, sócio do desgoverno liderado pelo PT), aí estão para incomodar. Eles mostram com crueza a incompetência de uns e o descaso de outros, que vem resultando na decadência histórica de Alagoas em relação às demais unidades da federação.

ELIAS FRAGOSO

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da Ufal e da Universidade Católica de Brasília

Uma lástima. Conhecidos os números, levantada a cortina de fumaça que os cercavam é hora de cobrar medidas concretas que faça parar a “sangria” do destino dos 3,3 milhões de alagoanos. E não adianta colocar a culpa nos “outros” ou aumentar as despesas com propaganda. Não há mais espaços para oba-oba. O ciclo econômico de desenvolvimento acabou e não foi aproveitado. Os próximos anos serão de baixo crescimento econômico, de recursos financeiros ainda mais escassos. Eles requerem capacidade, tirocínio e capacidade real dos líderes do estado para comandar as mudanças que, inadiáveis, precisam ser feitas. O povo não mais vai estar de braços cruzados. Aliás os resultados para a prefeitura de Maceió já sinalizam isso de forma clara. Seguindo o exemplo do Rio de Janeiro, governadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste ameaçam decretar calamidade pública, a partir desta semana, se a União não lhes conceder uma ajuda de R$ 7 bilhões. Minas Gerais esboçou a mesma intenção e o Rio Grande do Sul segue parcelando pagamentos. Para os especialistas em finanças públicas, a situação pré-falimentar dos Estados comprova que eles não apenas demandam ajuda emergencial para sobreviver à recessão: precisam de uma reestruturação urgente e profunda. O paradoxo é que a crise chega após um longo período de bonança. Nos últimos dez anos, os governos estaduais viveram uma espécie de ‘boom’ das receitas. De 2004 a 2015, a arrecadação cresceu, em média, 41% acima da inflação - o que significou uma receita extra de R$ 170 bilhões, segundo estudo realizado pela consultoria Macroplan. Ocorre que as despesas avançaram mais: 50% acima da inflação. E o endividamento foi além: após um período sob controle, disparou e fechou 2015 em R$ 653

bilhões. “Os Estados desperdiçaram a década”, diz Gustavo Morelli, diretor da Macroplan. Esse ‘desperdício’ pode ser medido nos indicadores de prestação de serviços públicos do estudo, que mostram como a qualidade avançou pouco em relação aos recursos disponíveis ou, em vários casos, estagnou e até retrocedeu. Na área da saúde apenas quatro Estados tiveram melhoras expressivas. Na educação, todos tiveram pequenos avanços, mas 17 regrediram na nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Na segurança, 21 pioraram e quem melhorou foi bem pouco. Pelo estudo, por exemplo, é possível saber que Sergipe investe por aluno quase o mesmo que São Paulo, mas a sua nota no Ideb foi caindo. Na década, Alagoas praticamente dobrou os investimentos em segurança, mas dobrou também a sua taxa de homicídios e hoje é o Estado mais violento do País. Numa demonstração de que gestão é tão ou mais importante que dinheiro, o Ceará, com baixos investimentos na reformulação do atendimento, reduziu pela metade a taxa de mortalidade infantil (leia mais abaixo). A Macroplan cruzou informações de 28 indicadores, como déficit habitacional, taxa de desemprego, cobertura de saneamento, índice de transparência e até o trâmite de processos judiciais dos 27 Estados e Distrito Federal. A conclusão: “Pela quantidade de recursos disponíveis, os Estados tiveram melhorias muito heterogêneas e, em muitos casos, abaixo do esperado - precisam de uma agenda de reformas para avançarem”, diz Morelli. Essas reformas se tornam mais urgentes, avalia ele, porque, daqui para frente, o cenário é de restrição. A retomada do crescimento tende a ser m ais lenta e o ajuste fiscal, com corte de gastos, inexorável: “Sem reformas, os Estados

terão uma verdadeira década perdida daqui para frente”, diz. GESTÃO. Parte dessa mudança precisa incluir uma postura nova em relação à gestão financeira, dizem os economistas Vilma da Conceição Pinto e José Roberto Afonso, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), que têm publicado pesquisas e artigos sobre o tema. “Quando a receita começou a cair, os Estados usaram de contabilidade criativa, ainda que legal, para maquiar os gastos: precisam voltar a aplicar rigorosamente a Lei de Responsabilidade Fiscal”, diz Vilma. Afonso lembra que ainda há uma crise estrutural a ser resolvida nas fontes de receitas dos Estados: o ICMS, principal imposto estadual, está ‘obsoleto’ e perde espaço com a desindustrialização e a guerra fiscal. O Fundo de Participação dos Estados murcha. Também perderam com a municipalização do SUS, a criação de fundos, como o da educação básica, e até com mudanças nos royalties de petróleo. “Qual foi a solução? Se endividaram, patrocinados pelo próprio Tesouro Nacional. Não é por outro motivo que governadores do Nordeste reclamam, mas a principal reivindicação é se endividar de novo: é como um vício que não se consegue largar, ainda que se saiba que vai lhe matar”, diz Afonso. José Wellington Dias, governador do Piauí, concorda que nem todo mundo faz o dever de casa e que há muito a reestruturar, mas reforça a necessidade de ajuda de curto prazo. “Norte e Nordeste têm uma grande dependência de repasses da União, que despencaram. Se nada for feito, em pouco tempo vamos estar igual ao Rio Grande do Sul, atrasando a folha e restringindo serviços básicos”. Dinheiro precisa de boa gestão.


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Esperando o pior!

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ntramos no quarto trimestre de um ano em recessão, com queda na produção, desemprego, juros e dólar em alta, mudanças que virão para prejudicar os trabalhadores, e principalmente os aposentados. Enfim, um País em recessão profunda, onde a palavra de ordem é: economizar e se conformar com o que ganha, sempre esperando o pior. Portanto, leitor, continue seguindo seu orçamento doméstico, economizando ao máximo e procurando fazer uma reserva financeira para qualquer emergência Se o Brasil tivesse seguido a cartilha dos países ricos, desde que estourou a crise econômica em 2008, reduzindo os gastos públicos, mas priorizando a educação e saúde, não estaria no fundo do poço hoje. Mas o governo achava que incentivando o consumo, beneficiando a indústria com isenção de impostos, era o caminho certo. O PIB cresceu, mas o resultado foi a explosão da inadimplência e a falência de empresas, como ocorreu nos causadores da crise: EUA e Europa. Eles se recuperaram, e aqui, não tem como haver recuperação a curto prazo.

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REPÓRTER ECONÔMICO

JAIR PIMENTEL jornalista.jairpimentel@gmail.com

Fuja dos juros

Se você tem cartão de crédito e cheque especial, fuja desses dois mecanismos de crédito fácil. Eles podem levar você à bancarrota, ou seja, ao fundo do poço. de onde nunca mais vai sair. Os juros são até mesmo superiores aos cobrados pelos agiotas, beirando os 20% ao mês. Compre sempre à vista ou usando o cartão e pagando o valor total da fatura, jamais amortizando.

Mudando de hábitos

Se você sempre comprou um sabão em pó de determinada marca, achando que é a melhor, tente mudar, caso encontre uma outra mais barata e que faz o mesmo efeito, mas com preço inferior. O mesmo para os enlatados comestíveis, nesse caso, observando o valor nutritivo. Lembre que os preços diferenciam muito de um ponto de venda para outro. Pesquise e só compre quando constatar que fez alguma economia.

Negociando

As pesquisam comprovam: o índice de inadimplência vem crescendo assustadoramente. É o retrato de um país em recessão, onde os consumidores acham que devem comprar para pagar parceladamente, sem pensar no longo prazo, achando que pode pagar a prestação mensal em até cinco anos ou mais. Também usar o sistema de empréstimo consignado, não imaginando que a qualquer momento pode perder o emprego, é correr o risco de não ter mais como pagar. Se já chegou a esse ponto, negocie seu débito, jurando nunca mais se endividar.


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Compass no rumo certo

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Jeep, marca do Grupo FCA, tem uma missão definida para o Compass, seu novo SUV médiocompacto: vender de 2.000 a 2.400 unidades por mês quando a produção estiver estabilizada. Naturalmente conta com alguma recuperação do mercado brasileiro em 2017. A grade de preços ficou competitiva, entre R$ 100.000 e 150.000, dividida em três níveis de acabamento e motores flex (um novo 2-litros ainda sem dados técnicos liberados) e diesel (170 cv, 4x4 e câmbio automático de nove marchas). Terá três concorrentes diretos de produção local: Hyundai ix35, Mitsubishi ASX e o Renault Captur (este será lançado logo depois, em dezembro). Há também produtos com menos chance de competir em razão do imposto de importação como Honda CR-V, Toyota RAV-4 e VW Tiguan. O Renault Koleos também pode entrar na briga numa faixa pouco superior. Seu estilo coloca-se entre o ousado demais Cherokee e o algo mais tradicional Renegade. Embora lembre o

Grand Cherokee, tem recurso interessante do leve caimento da linha do teto, a exemplo do muito copiado Land Rover Evoque. Há guias de LEDs, mas não se trata de luzes de uso diurno (DRL). Seu interior ficou espaçoso com 2,64 m de entre-eixos e volume de porta-malas conveniente (410 litros, que caem para 388 com estepe mais volumoso da versão de topo Trailhawk). Um dos destaques do Compass (bússola, em português) é a oferta de itens eletrônicos em geral não encontrados nessa faixa de preço: controle de adaptativo de velocidade, monitoramento de mudança de faixa, farol alto automático e prevenção de colisão frontal com frenagem automática, entre outros. Pode vir com até sete airbags. Ajuste elétrico dos dois bancos dianteiros também é incomum. Por isso se estranha falta da aplicação automática do freio de estacionamento elétrico e a central multimídia sem tela capacitiva, nem possibilidade de pareamento com Android Auto/Waze.

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Uma mudança bem perceptível foi no isolamento de vibrações e ruído do motor diesel, único disponível durante os primeiros contatos. O volante, em rotação de marcha-lenta, trepida menos do que o observado no Renegade e na picape Toro, todos com o mesmo conjunto motriz. A calibração da direção eletroassistida poderia ser mais firme em velocidade típica de estrada. Como o Compass tem massa superior em 88 kg ao Renegade, afetou um pouco acelerações e retomadas, o que não é o ideal considerando seu preço superior. A diferença, porém, deve ser para melhor com o motor flex, que responderá por 70% das vendas, segundo estimativas da Jeep. Será

uma unidade motriz mais moderna, de maior torque e potência, adequada ao porte do modelo. O Compass demonstra solidez marcante e capacidade fora de estrada superior, embora esta não seja uma característica que possa definir a razão de compra da maior parte dos interessados em SUVs e crossovers. Para essa robustez existe contrapartida em termos de peso total, desempenho e até de visibilidade dianteira em razão de colunas mais espessas que o usual. Também é preciso ver que versões mais caras do Renegade terão superposição de preço com o Compass. Então, não haveria relação de ganha-ganha tão explícita em termos de participação de mercado.

RODA VIVA n PRIMEIRO motor de três cilindros e 1,5 litro fabricado no Brasil estreia no EcoSport reestilizado, no primeiro trimestre de 2017. Fonte desta Coluna indica potência de 130 cv, suficiente também para o Focus hatch. Conhecido como Dragon, terá versão turbo (não de início), sucessor natural do EcoBoost. O SUV compacto receberá câmbio automático convencional, no lugar do automatizado atual. n ABERTURA remota das portas por meio de aplicativo e conexão Bluetooth em smartphones ganhará maior confiabilidade. Francesa Valeo e holandesa Gemalto anunciaram parceria para o

sistema virtual de chaves de carro alcançar um alto nível de segurança de comunicação e armazenamento em nuvem. Espera-se, assim, diminuição de furto de veículos. n NISSAN Sentra mostra atributos de boa dirigibilidade, em particular pela suspensão e direção eletroassistida bem calibradas, além de linhas revitalizadas. Volante, de novo desenho, manteve o incômodo sistema de regulagem de altura

tipo “queda-livre”. Combinação de motor 2-litros (140 cv, apenas) e câmbio CVT tem respostas ao acelerador um pouco lentas. n TOYOTA lança no Japão, no final do ano, um pequeno boneco (10 cm de

altura quando colocado de pé) para ser espécie de assistente pessoal eletrônico capaz de integrar informações do carro e de casa. Batizado de Kirobo Mini, tem chance de encantar público japonês – de adolescentes a adultos – tão ligado em robôs. Se bem aceito, pode ser exportado. n SEMPRE que se fala em catalisador confunde-se garantia de cinco anos ou 80.000 km contra defeitos de fabricação e perda de eficiência com a durabilidade efetiva da peça. Falhas de manutenção, combustível ruim ou danos externos po-


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ARTIGO

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

Cuidado com os lobos vestidos de ovelhas

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epois de duas breves passagens da minha vida, vou fazer um fuxico ao governador sobre governadores. Na minha idade de jovem e já como testemunha da vida política de Alagoas, eu lembro-me que os governadores eram figuras de destaque e que muito chamavam a nossa atenção, às vezes devido ao cerimonial, quando

Eu acho muito importante a comunicação de um governador com o povo, contudo, deveria haver mais respeito e consideração, sem a intimidade para chamá-los de “você” eles apareciam em público, tanto em solenidades como em festas. Alguns que conheci eram pessoas simples, como foram os governadores Lamenha Filho e Teobaldo Barbosa. Com o go-

vernador Lamenha eu tive uma certa aproximação, através do Dr. José Alves de Oliveira, seu secretário de Administração, quando fui convidado para ser o superintendente da FIAM – Fundação Instituto de Administração Municipal. Anos depois, quando o senhor Lamenha já não era governador, eu o convidei para que ele fosse padrinho de batismo do meu filho Petras, embora ele tenha dito: “Dr. Arnaldo, o senhor está lembrado que eu não sou mais governador?” Eu disse: “Foi por isso mesmo, governador que eu o convidei, pois eu queria um amigo para ser padrinho do meu filho, e não um governador”. Houve o batizado e o ex-governador com a sua esposa, a Sra. Dona Marina, ficaram nossos cumpadres e amigos. Com o ex-governador Teobaldo minha amizade foi quando ele convidoume para ser secretário do Conselho de Energia de Alagoas, ele na qualidade

de vice-governador. Ao assumir o Governo de Alagoas, o governador mandou que eu voltasse para o DER, como diretor da Divisão de Trânsito. Depois, todos os meses, nós nos reuníamos na chácara do Dr. Cláudio Davino, com a presença do governador Teobaldo e seus secretários, como Dr. Enio Barbosa, Dr. Cleyton Sampaio, coronel Theodomiro, jornalista José Alberto, coronel Edson Gomes, Dr. Luciano Chagas, Eng. Wellington Gustão, etc. Hoje em dia, os governadores são mais populares, pois estão diariamente dando entrevistas em rádios de Maceió. Inclusive, um desses radialistas diz que fala com o governador na hora que quiser, pois o governador fica chamando-o para entrevistas. Eu acho muito importante a comunicação de um governador com o povo, contudo, deveria haver mais respeito e consideração, sem a intimidade para chamá

-los de “você” ou dar demonstração de que é muito amigo dele, ou até mesmo íntimo. Eu sou por um tratamento respeitoso a qualquer pessoa e se essa pessoa for uma autoridade, eu saberei tratá-la como tal, sem dar demonstrações de intimidade. Tem gente que não sabe distinguir o que é ser amigo e o que é ser bajulador. Há certas horas que eu lembro-me do livro do ex-prefeito Sandoval Caju, intitulado de “O conversador”. Seria bom que o governador tivesse muito cuidado com os lobos vestidos de cordeiros! Seria bom que ele mandasse que os lobos, pelo menos, soubessem como se comportar, quando no cargo de um governador. Seria bom que ele notasse muita gente fingindo ser seu amigo. Às vezes a gente ouve e se cala, para não aumentar as chamas do inferno de certas pessoas. Cuidado Excelência!


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ABCDO INTERIOR

Saiu abalado

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ão resta nenhuma dúvida do desgaste político do governador Renan Filho (PMDB) com o resultado das eleições municipais realizadas no último domingo, 2. Renanzinho perdeu em cidades importantes como Arapiraca, Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia, Campo Grande, Feira Grande, Lagoa da Canoa, dentre outras de regiões do Sertão ao Litoral Norte. Agora, é juntar os cacos, abrir um longo diálogo com lideranças políticas interioranas para não ter novas surpresas nas eleições de 2018.

Adelmo de Junqueiro

O agropecuarista Adelmo Pereira, mais conhecido como Adelmo de Junqueiro, faleceu na madrugada de quarta-feira, 5, em um hospital de Maceió. Seu corpo foi sepultado na manhã de quinta-feira, 6, com a presença de familiares e amigos. Além de agropecuarista, Adelmo também tinha inúmeros empreendimentos no Estado, a exemplo do Plaza Hotel, em Arapiraca.

Sepultamento

Adelmo de Junqueiro era irmão do saudoso ex-prefeito e de Junqueiro e agropecuarista João José Pereira, e tio da deputada estadual Jó Pereira, dos prefeitos Fernando Pereira (Junqueiro), Pauline Pereira (Campo Alegre), Peu Pereira (Teotônio) e do ex-deputado e prefeito eleito de Teotônio Vilela, Joãozinho Pereira. O sepultamento está marcado para as 9 horas da manhã desta quinta-feira em Junqueiro.

O grande perdedor

O deputado estadual Jairzinho Lira poderá encontrar dificuldades para buscar reeleição no pleito estadual de 2018. Lira acabou sendo prejudicado com o resultado das últimas eleições onde não conseguiu eleger prefeitos em três cidades, dentre elas Lagoa da Canoa, onde a candidata foi sua esposa Fabiana Lira, e Feira Grande, onde seu irmão Veridiano Almir perdeu por uma larga vantagem de votos para o seu cunhado Flavio do Chico da Granja.

Apoio importante

A propósito, a expressiva vitória do empresário Flavio do Chico da Granja para a prefeitura municipal de Feira Grande só foi possível graças ao empenho da família e de abnegados amigos, que acreditaram no seu potencial para desbancar o prefeito Veridiano Almir, que concorreu à reeleição. Um dos nomes que tem sido levado em considerado e arrancado elogios por parte do prefeito eleito é do empresário e agropecuarista Dorge Aristides, que além de incentivar e acreditar na sua candidatura foi responsável direto por atrair eleitores para o barco oposicionista.

População carente

Dorge Aristides afirma que sem o apoio dos amigos do campo, principalmente de pessoas jovens e idosas que acreditaram em seu candidato, jamais conseguiria levar a mensagem do também empresário Flavio do Chico da Granja, cujo programa de governo está voltado para a população carente das áreas urbana e rural.

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robertobaiabarros@hotmail.com

Renovação

De acordo com a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), a partir de 1º de janeiro, das 101 prefeituras alagoanas, 79 terão novos gestores. A eleição provocou uma renovação de 78,21%. O resultado definitivo do quadro só após a decisão do segundo turno em Maceió, dia 30 de outubro.

Grave crise

Fechamento das contas

Segundo Marcelo Beltrão, presidente da Entidade, os atuais prefeitos irão agora se concentrar no fechamento das contas e encerramento de mandato. A determinação vale inclusive para os reeleitos. Os novos, em planejar o futuro da administração diante de tantos desafios e incertezas na economia nacional. Beltrão destaca a importância da criação de comissões de transição nas cidades para que o processo não provoque prejuízos ao poder público e a população.

As dificuldades financeiras e a grave crise por que passam as prefeituras fizeram com que 27 dos atuais gestores com direito a reeleição desistissem do processo. Dos 44 que participaram 22 foram reeleitos por mais quatro anos.

Estão de volta

Muitos ex-prefeitos foram apoiados pelos atuais gestores e voltarão a administrar, a exemplo de José Pacheco, em São Sebastião, e Aparecida Silva, em Poço das Trincheiras. Dois ex-presidentes da AMA, Rosiana Beltrão, de Feliz Deserto, e Fernando Sérgio Lyra, de Maragogi, voltam às prefeituras.

PELO INTERIOR ... Na quarta-feira, 5, o presidente da AMA - Marcelo Beltrão participou de uma mobilização nacional, em Brasília, para pressionar Executivo, Legislativo e também o Judiciário. A mobilização também foi uma oportunidade de tentar o diálogo com o Palácio do Planalto. ... Se os municipalistas conseguirem receber só os Restos a Pagar devidos pela União, eles poderão contar com R$ 34 bilhões a mais ainda nessa gestão. Além de diversas outras matérias paradas na Câmara ou no Senado, que se aprovadas impactarão positivamente nos cofres municipais. ... A cidade de Feira Grande ainda está em festa pela vitória expressiva do candidato Flávio do Chico da granja (PSDB) que derrotou nas urnas o atual prefeito, que buscava a reeleição, Veridiano Almir (PMDB). ... Em todos os povoados da cidade com pouco mais de 21 mil habitantes há uma comemoração. Flávio recebeu 7.096 votos, 672 a mais que o candidato a qual é opositor, que ficou com 6.424 votos. No pleito de Feira Grande ainda disputou o candidato Júnior Soares (PDT) que recebeu apenas 215 votos, o que equivaleu a 1,57%. ... De acordo com o futuro prefeito de Feira Grande,

a comemoração oficial será apenas no dia 01 de janeiro, quando o mesmo estiver com as chaves da Prefeitura em mãos. ... “No dia 1º faremos uma grande festa, enquanto isso peço ao povo de Feira Grande que mantenha a postura adotada durante toda campanha, que é a ordem e o respeito”, disse. Vale ressaltar que o futuro gestor terá um grande desafio pela frente, visto que ele foi eleito sem o apoio de nenhum vereador de mandato e possui apenas uma vereadora eleita ao seu lado. ... As provas do concurso público para preenchimento de cargos efetivos na Prefeitura de Coruripe serão aplicadas no município, no domingo, 9 de outubro, para os inscritos em todos os níveis: fundamental, médio e superior. O certame é organizado pela Master Consultoria Educacional. ... Quase 7.900 candidatos - 3.091 (fundamental), 1.824 (médio) e 2.982 (superior) - concorrem a cerca de 300 vagas, com salários entre R$ 880 e R$ 6 mil. O Cartão de Inscrição contendo local e horário das provas está disponível na página eletrônica www.master-al.com.br, na área do candidato. ... Um ótimo final de semana para os nossos leitores. Até a próxima edição!!!


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