Edicao979

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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 979 - 06 A 12 DE JULHO DE 2018

R 3,00

ELEIÇÕES 2018 Eduardo Tavares adotará causa do Velho Chico como bandeira de campanha P/4

ELEIÇÕES 2018 Jullyene Lins, ex-mulher de Arthur Lira, quer enfrentar o ex-marido nas urnas P/2

CREDORES PEDEM BLOQUEIO DE BENS DA EX-MULHER DE JOÃO LYRA Carmosina tem 14 salas no Norcon Empresarial e um apartamento no Ed. St Moritz

Usineiro é acusado de transferir imóveis para Carmosina Melo durante recuperação judicial P/ 8 E 9

STF DECIDE

ENERGIA DO SOL

ARAPIRACA LARGADA

Desembargadora Elisabeth Carvalho terá que devolver horas extras ilegais

BNDES libera crédito para pessoas físicas; Alagoas tem só 97 casas com energia solar P/16 E 17

Escândalo das Oscips ameaça derrubar prefeito Rogério Teófilo

P/11

Secretário Antônio Lenine, operador das Oscips

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MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JULHO DE 2018

Ponto fora da curva

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

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- O senador Fernando Collor é hoje a única liderança política do estado com cacife para mexer no quadro sucessório atual, com Renan Filho nadando de braçada.

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(Millôr Fernandes)

- A menos de três meses da eleição, Alagoas caminha para aclamar a reeleição do governador, caso chegue às urnas sem adversário a altura.

COLUNA SURURU A vez do eleitor

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- Pelo menos até agora tudo conspira a favor de Renan Filho, que soube administrar a falta de novas lideranças conjugada à crise econômica.

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- Não fosse o fator Collor, o governador nem precisava fazer campanha e até poderia se dar ao luxo de escolher seus eleitores preferidos. Mas em seu caminho rumo à reeleição tem uma pedra, chamada Collor.

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- Ao decidir ficar fora da disputa majoritária, Téo Vilela pendurou as chuteiras, entregando a liderança política do estado ao clã de Murici e ao senador Fernando Collor.

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-Para não ter disputa no pleito majoritário os Renan (pai e filho) precisam acomodar os interesses de Collor, único ponto fora da curva na luta dos Calheiros pela hegemonia política de Alagoas.

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- Com Rui Palmeira fora do páreo, o resto está tudo dominado, enquanto os Calheiros trabalham 24 horas por dia na busca de uma composição com Collor. Um possível acordo passa pela eleição do filho Fernando James Braz Collor de Mello a deputado federal e compromisso para 2022.

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- Com isso, Renan Filho terá a tranquilidade de uma reeleição garantida, mas Alagoas corre o risco de engessar a democracia e enterrar o futuro de seu povo.

Marcados para morrer

A investigação sobre a atuação de grupos de extermínio em Alagoas pode conduzir a um escândalo de grandes proporções, por envolver oficiais da PM e autoridades do Poder Judiciário. Informações confidenciais chegadas ao Conselho Estadual de Segurança podem ser o fio da meada para desvendar os meandros desse conluio criminoso. Segundo essas informações, um militar expulso da corporação e condenado por integrar uma organização criminosa seria o responsável pelas listas dos jovens marcados para morrer. Espécie de lista de Schindler ao avesso.

DA REDAÇÃO

O fato e a foto

A coluna Radar, da Veja Online, divulgou no início dessa semana a decisão do deputado Marx Beltrão de colar em Renan Filho como estratégia de campanha eleitoral. Esta semana, o jornal EXTRA captou a foto acima, que confirma a informação da revista e revela que Beltrão superou as divergências e disputará o Senado mesmo sem o apoio dos Calheiros.

Bombeiros trapalhões

Na véspera de se apresentarem à corporação, 14 bombeiros recém concursados foram surpreendidos por uma portaria do coronel Adriano Amaral, comandante do Corpo de Bombeiros, excluindo os novos soldados-alunos. Uma das alegações para exclusão se refere à altura dos novos praças, mas eles já haviam sido nomeados pelo governador após passarem em todos os exames. Além de danos morais e prejuízos financeiros com exames de saúde e compra do fardamento, o ato gerou sérios danos morais que deverão ser ressarcidos judicialmente.

Caso de polícia

Recente decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a destinação dos precatórios do Fundef deve complicar a vida de prefeitos alagoanos que usaram esses recursos para diversos fins, inclusive para enriquecimento ilícito. No país todo são R$ 90 bilhões já liberados pela União para estados e municípios. Desse total, mais de R$ 1 bilhão veio para Alagoas e, desde então, prefeitos e escritórios de advocacia brigam para meter a mão na grana.

Assustados com os altos índices de rejeição, deputados e senadores culpam a imprensa pela indignação dos eleitores contra a classe política. Esqueceram que foram eles que inventaram a compra de votos e enxovalharam a própria classe ao institucionalizarem a corrupção e a roubalheira no país. Por não acreditar mais em ninguém, o eleitorado se vira como pode: cobra caro pelo voto, recebe dinheiro de um candidato e vota em outro, enquanto muitos anulam o voto ou simplesmente deixam de votar.

Energia solar

Alagoas está na rabeira dos estados nordestinos com residências que produzem energia através do sistema de placas fotovoltaicas. Mas agora o BNDES está incentivando a produção de energia solar com financiamento barato para pessoas físicas. Os recursos serão repassados pelo BNB a taxas que variam de 0,9% a 1,5% ao mês, dependendo do cadastro bancário de cada cliente.

Te cuida, Arthur Lira

A ex-mulher do deputado federal Arthur Lyra está decidida a enfrentar o ex-marido na disputa por uma vaga na Câmara Federal em outubro próximo. Jullyene Lins filiou-se ao PRTB e deve oficializar sua candidatura nos próximos dias. Autora de uma ação penal e outra cível contra o ex-marido – por espancamento e recusa em pagar pensão aos filhos – Jullyene disse à Folha Online que seu projeto é prá valer: “Vou entrar na campanha de peito aberto. Quero levar à frente a luta em defesa dos direitos das mulheres e em prol daqueles que sofrem com a violência dentro de casa”.

Caiu a ficha Te cuida, Rogério de Lula O site 7 Segundos divulgou áudio em que o sócio de uma Oscips confessa que recebeu a lista pronta para contratar funcionários da Prefeitura de Arapiraca. O conluio seria comandado pelo secretário de Gestão Pública, Antônio Lenine Filho, operador do prefeito. A denúncia está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual e, se confirmada, pode derrubar Rogério Teófilo, cuja gestão até agora não disse a que veio.

“Lula já perdeu a esperança de que possa ser libertado antes das eleições de outubro. E que agora será só uma questão de tempo para ter rejeitado pela Justiça o pedido de registro de sua candidatura. Não desistirá do pedido. Nem de adiar ao máximo o anúncio do seu apoio a outro candidato do PT à sucessão do presidente Michel Temer. O que lhe interessa é ir o mais cedo possível para casa, e ponto”. (Ricardo Noblat)

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JULHO DE 2018

JORGE OLIVEIRA

Esterilização do Exterminador (III)

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Maceió - Os bolsonaristas, enfurecidos, acham que esse articulista tenta influenciar os votos dos eleitores do seu candidato quando escreve aqui sobre as propostas do capitão para combater os males que afetam o país. Reagem quando são confrontados com as ideias reacionárias de Bolsonaro apresentadas no plenário da Câmara dos Deputados durante os mais de vinte anos de sua vida pública. Ficam chateados e agressivos quando descobrem que o militar é adepto da esterilização das mulheres pobres como forma de combater a violência no país. Isso mesmo, mulheres pobres! Os adeptos do capitão se irritam quando sabem que esse método é antigo, não é uma ideia original do seu candidato. Ele foi adotado por Hitler na Segunda Guerra Mundial e tinha como propósito eliminar “raças inferiores”. Depois, evoluiu para o massacre de mais de 6 milhões de judeus, ciganos e homossexuais nos campos de concentração. A esterilização que Bolsonaro propôs no plenário da Câmara dos Deputados não teve os nazistas como pioneiros. Ela foi adotada primeiro nos Estados Unidos, no Estado de Nova York, no início do século XX, onde foi criada a Agência Eugenics Record Office. O método que deu origem à palavra “eugenia”- termo grego que significa “boa origem”, tem mais de 100 anos. Mas, agora, em pleno século XXI, Bolsonaro pensa em recriar o sistema, pois considera que a origem da violência estaria no nascimento de crianças pobres, o que justificaria a esterilização dessas mães. Em 1992, seu terceiro ano como deputado, ele já falava sobre o tema:

uma política que venha a conter essa explosão demográfica, caso contrário ficaremos apenas votando nesta Casa matérias do tipo Bolsa Família, empréstimos para pobres, vale gás etc.”

“Devemos adotar uma rígida política de controle da natalidade. Não podemos mais fazer discursos demagógicos, apenas cobrando recursos e meios do governo para atender a esses miseráveis que proliferam cada vez mais por toda esta nação”.

Agora, como candidato, ao ser abordado sobre o assunto no evento da marcha dos prefeitos de Brasília, Bolsonaro procurou sair de fininho para não falar sobre o tema. Mesmo assim não poupou ataques aos mais pobres:

Essa posição do capitão continuou em 1994, quando em um discurso na Câmara, ele deixou muito bem claro o que pensa sobre planejamento familiar:

“Eu gostaria que o Brasil tivesse um programa de planejamento familiar. Um homem e uma mulher com educação dificilmente vão querer ter um filho a mais para engordar um programa social”.

“Defendo a pena de morte e o rígido controle de natalidade, porque vejo a violência e a miséria cada vez mais se espalhando neste país. Quem não tem condições de ter filhos não deve tê-los. É o que defendo, e não estou preocupado com votos para o futuro”. Em junho de 2003, ainda no plenário da Câmara, ele voltou ao assunto: “Já está mais do que na hora de discutirmos

Irracionalidade

“Não adianta nem falar em educação porque a maioria do povo não está preparada para receber educação e não vai se educar. Só o controle da natalidade pode nos salvar do caos”.

Essas posições irracionais do capitão são o pensamento de parte da população haja vista os seus índices nas pesquisas de opinião. É o reflexo de um eleitor que pensa que os problemas políticos, econômicos e sociais podem ser resolvidos de uma hora para outra por um candidato bufão, despreparado e reacionário. É a agonia de um povo desiludido que clama por soluções imediatas para os problemas que afetam o país. É também o desânimo com os políticos e a desesperança que se espalham em todos os segmentos da sociedade.

Nega

Herodes

E em 2008, voltou à carga:

O capitão procura negar esses discursos que estão nos anais da Câmara e atualmente circulam em vídeos nas redes sociais. Hoje, candidato, ele evitar tocar no assunto quando é questionado. Nega também discurso que fez em 2013 sobre o Bolsa Família, quando ainda falava sobre o que pensa do planejamento familiar. Segundo ele, o Bolsa Escola e o Bolsa Família serviriam apenas para incentivar os pobres a ter mais filhos e, com isso, aumentar a fatia que recebem de benefícios: “Só tem uma utilidade o pobre no nosso país: votar. Título de eleitor na mão e diploma de burro no bolso para votar no governo que está aí. Só para isso e mais nada serve, então, essa nefasta política de bolsas do governo”.

Fuga

O mesmo

Suas recentes declarações não mudaram muito do que ele pensava em 2011, quando disse na Câmara: “Tem que dar meios para quem, lamentavelmente, é ignorante e não tem meios para controlar a sua prole. Porque nós aqui controlamos a nossa. O pessoal pobre não controla [a dele]”.

O capitão, que ora se apresenta como candidato, pelo menos não nega suas posições. É sincero quando apresenta sua plataforma de governo e, com isso, vem atraindo os eleitores que se identificam com as suas propostas. Já que é tão radical quando se trata de combater a violência, sugiro que aceite uma ideia: a criação da Lei Herodes como seu primeiro ato de governo. Ela obrigaria o estado a eliminar todos os recém-nascidos de mães pobres para evitar que eles cresçam e contribuam para a violência.

Fraco

Esta semana o capitão participou de uma conversa com empresários reunidos na Confederação Nacional da Indústria. Lamentavelmente, como era de se esperar, não apresentou proposta que vislumbre alguma alternativa para sarar as feridas de um país que vai entrar em 2019 de pés descalços. Analistas apontam que a economia vai dar sinais de desgaste se as reformas, principalmente a da Previdência, não forem votadas no Congresso Nacional.

Dificuldade

Com um minúsculo partido, adotando posições radicais, é quase certo que se ganhar as eleições Bolsonaro não termine o mandato, a exemplo do que já ocorreu com dois outros presidentes – Collor e Dilma. Na hipótese de ganhar, o capitão chega ao poder sem o apoio do parlamento e terá grande dificuldade de compor sua base no Congresso Nacional para sustentar seu governo. Então, atenção, muita atenção para o vice que ele vai escolher. Aliás, fique de olho em todos os vices dos demais candidatos. A gente nunca sabe o dia de amanhã em um país tão anárquico como o nosso.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JULHO DE 2018

GABRIEL MOUSINHO

A incerteza preocupa

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oposição ainda não apresentou um candidato para disputar a eleição com Renan Filho, mas, no fundo, essa indecisão e incerteza preocupam. O Palácio dos Martírios marcha com precaução, porque a eleição ainda não está ganha, embora tenha dado passos largos para a reeleição do atual governador. Mesmo que a indecisão da apresentação de um nome forte para puxar o bloco majoritário e consequentemente proporcional tenha desgastado a oposição, esse clima é visto com prudência pelos palacianos. Embora seja muito difícil recuperar o tempo perdido, já se viu por aí que uma eleição pode ser decidida do dia para a noite. É complicado, é. Mas nada impossível, acreditam lideranças do bloco oposicionista. As especulações de que é esse ou aquele candidato têm embolado o meio de campo, complicando a escolha de quem vai disputar a eleição para o governo do Estado. O prefeito Rui Palmeira, por exemplo, disse esta semana que ainda não existe candidato definido e isso só será possível com o apoio irrestrito dos partidos de oposição. Por enquanto, é ter paciência, se é que ainda existe, e esperar.

Ensinamento

Mágoa antiga

O ex-deputado José Thomaz Nonô, raposa velha da política alagoana, está fora da disputa do cargo de governador, mas apoia a maioria que indicar um nome para enfrentar Renan Filho. Nonô ainda não esqueceu o que aconteceu quando mantinha o desejo de disputar o governo: Téo Vilela, então governador, fez acordo com Renan Calheiros e deu no que deu.

Rejeição 1

Falta pouco para o deputado Marx Beltrão anunciar sua desistência de disputar uma das duas vagas ao Senado. Mas também, pudera. Nem o senador Renan Calheiros nem o governador Renan Filho admitiram aceitar a indicação de Marx Beltrão para o cargo de vice-governador, demonstrando total rejeição ao seu nome.

Rejeição 2

Também é público e notório que nem o senador Renan nem o governador também nunca aceitaram a candidatura de Marx Beltrão ao Senado. Ou seja, Marx sempre esteve distante das prioridades políticas de pai e filho.

Diz um velho ditado que um amigo magoado é pior do que um inimigo. Mesmo Marx Beltrão desistindo de sua intenção de se candidatar ao Senado, ninguém sabe sobre a reação das suas bases que historicamente sempre votaram nos Calheiros e que agora se decepcionaram com a ausência de reciprocidade da turma do Palácio dos Martírios.

Indicadores

Pesquisas para consumo interno de candidatos revelam que mesmo com a desistência da candidatura de Marx Beltrão ao Senado, os seus votos não migram para Renan Calheiros e sim para Rodrigo Cunha e Benedito de Lira.

Sem adversário

A ausência de adversário para disputar o governo do Estado tem deixado o governador Renan Filho como franco favorito. O mesmo, entretanto, não se pode dizer do senador Renan Calheiros, já que a candidatura de Rodrigo Cunha está disparada e na mesma velocidade de Benedito de Lira. Renan pode ganhar a eleição, mas não será tão fácil como imaginam seus assessores.

gabrielmousinho@bol.com.br

Alto lá

Outros destinos

Só pra relembrar

Outro hospital

Se a oposição tivesse um candidato competitivo para disputar o governo, com certeza daria muita preocupação ao governador Renan Filho. Circulam informações nas redes sociais que pelo menos 35% dos maceioenses não votariam nele para o governo.

Na eleição em que Geraldo Bulhões ganhou de Renan Calheiros, em 1990, quando Collor era presidente, falou-se em fraude eleitoral. Mas os números jogam contra essa desconfiança. No segundo turno, Geraldo Bulhões ganhou as eleições obtendo 424 mil e 480 votos, enquanto Renan só obteve 218 mil e 945 votos. Fraudar mais de 200 mil votos é dose.

Pra nada

O novo Instituto Médico Legal foi inaugurado com pompas, mas, pelos noticiários, ainda não está em funcionamento. Falta pessoal especializado para assumir novas funções e colocar o “elefante” para operar.

Gastando milhões

Enquanto o governo do Estado gasta milhões com propaganda nos órgãos de comunicação, com apenas 10% dessa dinheirama os estoques de medicamentos seriam repostos e macas seriam adquiridas principalmente para o Hospital Geral do Estado.

Obras nas grotas

Com olho nas eleições de outubro, o governador Renan Filho meteu o pé no acelerador para construir escadarias em grotas na periferia de Maceió. Já está sendo chamado de rei das grotas.

Pesquisa furada

Em Arapiraca a tendência é de que Benedito de Lira e Rodrigo Cunha sejam os dois candidatos ao Senado mais votados no município. Renan chegaria em terceiro, ao contrário do que vem sendo divulgado recentemente.

O fundo de auxílio à pobreza, o conhecido Fecoep, criado pelo ex-governador Ronaldo Lessa e que sangra os contribuintes todos os meses, também serve para outras atividades. Agora, por exemplo, serviu para construir um polo de confecções em Coruripe e inaugurado pelo governador Renan Filho. Só nessa obra o Fecoep utilizou recursos da ordem de R$ 531.741,75.

Ninguém sabe onde o Estado vai buscar dinheiro para estruturar e manter diversos hospitais que estão sendo construídos pelo governo por aí afora. Agora, a vez é do alto sertão alagoano, mais precisamente em Delmiro Gouveia. Ali, serão investidos quase R$ 33 milhões somente para construir a obra, com 123 leitos e capacidade para 7.763 atendimentos mensais. Tudo perfeito, mas quem vai manter esse baita hospital?

Em ascensão

Empunhando uma bandeira em defesa do Rio São Francisco, o ex-prefeito de Traipu, Eduardo Tavares, tem sentido o crescimento de sua pré-campanha para deputado federal. Tavares, que tem realizado várias ações para a preservação do Velho Chico, rio de integração nacional, acredita que com esforço e objetividade o rio poderá ser revitalizado para o bem-estar da população ribeirinha. O ex-prefeito se notabilizou pela realização de uma administração séria e dinâmica em Traipu.


MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JULHO DE 2018

Novas denúncias ameaçam mandato de Rogério Teófilo

ARAPIRACA LARGADA

FARRA NA CONTRATAÇÃO DE OSCIPS ESTÁ NA MIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Secretário Antônio Lenine seria o responsável pelas contratações das Oscips

DA REDAÇÃO

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pós vencer a eleição mais apertada da história de Arapiraca, o prefeito tucano Rogério Teófilo está prestes a entrar novamente para a história, desta vez da pior forma possível. O gestor está prestes a perder o mandato, tendo em vista que o Ministério Público de Alagoas e Polícia Federal têm em mãos graves denúncias relacionadas a crimes de improbidade administrativa e desvio de dinheiro público. Entre as denúncias está a chamada farra na contratação de Oscips (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), que poderá custar o mandato de Teófilo, responsável por um esquema operado juntamente com o super secretário Antônio Lenine. Ambos estariam utilizando essas instituições para terceirizar a contratação de servidores (cabos eleitorais) sem infringirem a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Somente para uma das Oscips, o Instituto Apoio, a Prefeitura teria pago o montante de R$ 18 milhões

por um contrato com vigência de apenas 180 dias. Após longos períodos de atrasos de pagamento dos salários dos servidores, o MP, através da Promotoria de Arapiraca, solicitou à Prefeitura todas as informações relativas às OSCIPs, incluindo relação dos funcionários ligados a elas. RESCISÃO Causou estranheza o fato de a Prefeitura de Arapiraca, no último dia 28 de junho – logo após a solicitação da documentação por parte do MP - ter publicado no Diário Oficial dos Municípios a rescisão de contrato com o Instituto Apoio, contratado para terceirizar os serviços da Secretaria de Saúde. Ao ser questionada por um site de notícias local, a assessoria do prefeito se pronunciou através de nota, alegando que a referida Oscip não entregou os documentos em tempo hábil, o que provocou a rescisão do contrato. Ainda de acordo com a nota, a empresa sequer chegou a trabalhar em Arapiraca.

Após MP pedir documentos sobre Oscips, contrato com Instituto Apoio foi cancelado

Gravação vazada compromete ainda mais situação do prefeito

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a semana passada, o vazamento de um áudio comprometeu ainda mais a gestão com relação a irregularidades da Prefeitura na contratação das Oscips. Na gravação de uma conversa telefônica, o sócio de uma das Oscips afirma que o secretário Antônio Lenine havia lhe repassado uma lista com os nomes das pessoas que seriam contratadas por sua empresa. Na conversa, o empresário afirma ainda que teria alugado quatro casas em Arapiraca para instalar sua empresa, porém não teria recebido um centavo da Prefeitura. Segundo a lei, uma Oscip não pode apenas receber listas com nomes para serem contratados sem fazer um recrutamento, seleção e divulgação, uma vez que o que está em jogo é o dinheiro público. Em meio a um turbilhão de graves denúncias e uma rejeição de quase 80%, o prefeito Rogério Teófilo se comporta como se nada tivesse acontecido. Segundo uma fonte ligada ao gabinete do prefeito, Teófilo insiste em dizer que tem amigos no STJ e que as denúncias não irão lhe atingir, pois está amparado pela Justiça e pela Câmara de Vereadores, onde tem maioria. Enquanto isso, a sociedade arapiraquense e alagoana aguardam um posicionamento urgente dos órgãos fiscalizadores, já que a cidade que há bem pouco tempo era chamada de metrópole do futuro parou no tempo, no esquecimento, no descaso. “Tem prefeito perdendo o mandato por muito menos. Não é possível que esse desmando aqui em Arapiraca fique impune”, lamentou o estudante universitário Mário Ferreira dos Santos.

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Jacaré com cobra d’água

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Liderança política no Agreste, Célia Rocha esquece fissuras com antigos rivais; oposição desorientada favorece a reeleição de Renan Filho

Milagre eleitoral transforma inimigos em aliados

ELEIÇÕES 2018 EM NOME DO VOTO, CÉLIA ROCHA, ROGÉRIO TEÓFILO, PADRE ERALDO E LULA CABELEIRA VIRAM AMIGOS DE INFÂNCIA ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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esmo antes da abertura das urnas com o resultado das eleições deste ano, Alagoas registra fatos surpreendentes na política local. Inimigos figadais na disputa em 2016 viraram aliados e dividem até o mesmo palanque para eleger nomes em comum. A política - assim como o futebol - é uma caixinha de surpresas. Na cidade de Arapiraca estão juntos a ex-prefeita Célia Rocha e o atual prefeito, Rogério Teófilo; em Delmiro Gouveia, Padre Eraldo e Lula Cabeleira dividem

até a mesma foto, no mesmo palanque. Em Maceió, a demora do presidente estadual do PSDB, Rui Palmeira, em definir um candidato ao Governo do bloco tucano facilita toda a estratégia montada pelo Palácio República dos Palmares para reeleger o governador e, claro, montar o palanque para 2020, na disputa à Prefeitura da capital. Não faz tanto tempo que o deputado federal Marx Beltrão (PSD) se comportava como uma pedra no meio do caminho do governador Renan Filho (PMDB) e do senador Renan Calheiros (PMDB).

Agora, Marx não apenas elogia os Calheiros como fez um discurso de fidelidade e no último sábado (30 de junho) disse a aliados que não disputa mais o Senado, abrindo as prefeituras dominadas pelos Beltrão para o voto nos Calheiros. Até o senador Fernando Collor- candidato a presidente da República- apareceu esta semana ao lado do governador e do senador Renan, sinalizando o seu voto em ambos em evento da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e do Interlegis, do Senado. Por outro lado, a esquerda busca resolver as suas diferenças e tenta unificar

os votos no professor Basile Christopoulos, do PSOL. Existem também candidatos que buscam construir blocos próprios e eles têm força política. Deputado federal, João Henrique Caldas, o JHC (PSB), vai para a reeleição mas ele ainda não anunciou os seus votos à majoritária alagoana; ex-vereadora Heloísa Helena (Rede), que agrega o palanque da ex-senadora Marina Silva (Rede), declarou o seu primeiro voto ao Senado: será em Rodrigo Cunha (PSDB). O segundo nome deve ser do seu próprio partido. Quem ela vai apoiar ao Governo? Por enquanto, nenhuma informação.

m uma semana, lideranças de peso na política alagoana puseram seus ódios uns contra os outros na geladeira. Célia Rocha e Rogério Teófilo pedem votos, juntos, para Rodrigo Cunha (PSDB), o deputado estadual mais votado que entrou na briga pelo Senado Federal. Existe uma explicação. A mãe de Rodrigo, Ceci, que era do mesmo grupo de Célia e Rogério. “O momento exige de todos nós muita ousadia para superarmos o velho e fazermos brotar o novo, abrindo mão dos caminhos mais fáceis. E para travar esta difícil batalha é preciso ocupar um espaço político de onde saem as decisões mais importantes do país e nascem as articulações mais decisivas para a vida política de Alagoas”, disse Rodrigo em carta aberta. Em Delmiro Gouveia, Lula Cabeleira e Padre Eraldo também se uniram em torno da reeleição do governador e de Renan Calheiros. Pano de fundo foi a assinatura da ordem de serviço do Hospital Regional do Alto Sertão. Nem Lula nem Padre Eraldo citaram um ao outro. Mas, puseram as barbas de molho sobre 2020 - os dois ficarão em lados diferentes. O ex-prefeito Marcos Santos e o deputado estadual Antônio Albuquerque se uniram no palanque de Traipu, conhecida nacionalmente pelo histórico de corrupção dos gestores que assumiram os cofres públicos. Santos está em batalha na Justiça para não ser preso. E quer lançar o filho, com a ajuda de AA, na disputa pela Prefeitura de Traipu em 2020. Sim, a eleição por lá está de olho no futuro. Antônio Albuquerque quer voos maiores: uma vaga para chamar de sua na Câmara Federal.


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Esquerda afia os bigodes

Presidente estadual do PSDB, Rui Palmeira confirma falta de consenso; o PSOL, com Basile Christopoulos, parte para o ataque à atual gestão

Rui descarta Tereza Nelma ao Governo

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uem vai assumir a vaga de boi de piranha dos tucanos na disputa ao Governo? Depois que o presidente estadual do PSDB, Rui Palmeira, descartou a briga pela cadeira principal do Palácio República dos Palmares, outros nomes foram cogitados: o presidente da Câmara, Kelman Vieira; o líder do DEM, José Thomáz Nonô. Esta semana, ele pôs uma pedra no assunto. “Não houve diálogo quanto ao nome da vereadora, até porque ela é cogitada para a Câmara Federal. Já foram citados nomes como o de Kelmann Vieira e Eduardo Canuto, mas nada firmado ainda. Inclusive podemos recorrer a outros partidos. Com certeza, sairemos com um candidato ao Governo”, afirmou Rui. Por óbvio, essa indefinição do PSDB facilita Renan Filho, que deve se reeleger sem oposição.

Marx Beltrão fora do Senado

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té o último sábado, Maykon Beltrão substituiria Marx Beltrão na disputa pela vaga à Câmara Federal. Isso porque Marx disputaria o Senado. Não disputa mais, segundo o aviso “lá de cima” que se espalhou entre os que costuram sua campanha no interior. O ex-ministro do Turismo vai para a reeleição, com apoio dos Calheiros, que declararam voto a Isnaldo Bulhões - hoje deputado esMarx Beltrão deve tentar reeleição tadual - para federal.

Marx Beltrão pode ter dificuldade para se eleger, levando em conta que prefeitos eleitos com a ajuda dele costuraram outros nomes para a Câmara dos Deputados. O que fazer? Há algumas hipóteses: Marx disputaria a vaga de federal em desvantagem a outros candidatos há mais tempo no páreo; ele fechou entendimento para discutir as eleições em Maceió em 2020, e, derrotado viraria secretário de um 2º mandato de Renan Filho. Em todas as hipóteses, Marx Beltrão é apontado como estando sempre ao lado dos Calheiros.

O PSOL constrói uma ponte para atrair o PCR, PSTU e o PCB para aumentar os apoios ao professor Basile Christopoulos. A campanha dele recebe apoio financeiro da nacional e investe em um bom time na área de comunicação para tornar o précandidato mais conhecido. Esta semana, o início da campanha mostrou os rumos do candidato: o ataque a Renan Filho. “Ao contrário do mundo inteiro, o atual governo de Alagoas parece desconhecer o desafio mais global e requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável: a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões. O que vemos por aqui é um enorme gasto do Fecoep sem planejamento e nenhuma estratégia sendo aplicado em ações que são peças do marketing dessa gestão: construção do Hospital da Mulher, Hospital Metropolitano de Porto Calvo e até em compra de tratores e aradeiras”, avalia Basile. O Fecoep é o fundo estadual de combate à pobreza. A estratégia é para cravar espaço nos debates. Vai funcionar? Os rumos da campanha vão dizer.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JULHO DE 2018

João Lyra é acusado de fraude contra credores

MASSA FALIDA IMÓVEIS DO USINEIRO TERIAM SIDO DOADOS À EX-MULHER DURANTE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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erca de 30 credores trabalhistas da Massa Falida da Laginha denunciaram à Justiça que o usineiro e ex-deputado federal João Lyra, 87, teria repassado imóveis à ex-companheira Carmosina Melo Pereira Leite Kotovicz, 40 anos mais jovem e com quem ele foi casado por quatro anos, em plena recuperação judicial do Grupo JL. Fato é considerado ilegal e Carmosina corre o risco de ter que devolver o patrimônio. Tratam-se de 14 salas comerciais no Edifício Norcon Empresarial, localizado na Mangabeiras, e um apartamento do Edifício Residencial Saint Moritz, na orla da Jatiúca, em Maceió. Segundo o advogado da ação, Wladimir Vieira da Silva, que também é credor de Lyra, o valor dos bens doados a Carmosina pode chegar aos R$ 6 milhões. Após apelar à 1ª Vara do Trabalho de Maceió, o gru-

po de credores foi informado que a ação deveria seguir em juízo comum. “Como perdemos em primeiro e segundo graus, fizemos um recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal”, informou o advogado. Vale ressaltar que o Grupo JL entrou em recuperação judicial no dia 25 de novembro de 2008, tornando-se processo de falência em fevereiro de 2014. A ação também passou pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) como conflito de competência. Em decisão datada do dia 5 de março, a ministra e relatora Maria Isabel Gallotti decidiu de forma monocrática que o processo deve tramitar na justiça comum na comarca de Coruripe. A relatora discordou do juízo da Vara do 1º Ofício de Coruripe, que manifestou-se afirmando “não ser competente para o julgamento da ação tendo em vista que esta se originou de reclamatórias trabalhistas decorrentes de relação de emprego entre as partes, cabendo, à Justiça do Trabalho julgar a discussão sobre a declaração de nulidade de negócio jurídico celebrado entre o empregador e terceiro, no caso, a suscitante”. Já o Judiciário Trabalhista também se diz incapaz de assumir a ação. Ainda conforme autos do processo, o fato de que alguns bens de propriedade da Laginha tenham sido transferidos após o pedido de processamento da recuperação judicial, para o nome de terceiros, configuraria em fraude a credores para fugir do pagamento de obrigações trabalhistas. “João Lyra tinha, em 2006, cinco

João Lyra teria cinco apartamentos no edificío Saint Moritz que “desapareceram” em prestação de contas

lotes de terreno na Jatiúca e fez uma incorporação com a Contrato Construções e Avaliações Ltda. Consta em cartório que Lyra teria recebido da empresa cinco apartamentos no Saint Moritz”, explicou. Porém, os imóveis mudaram de proprietário com suposta ajuda da construtora, também citada no processo. O valor dos lotes declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pelo próprio ex-usineiro, seria de R$ 45 mil cada. Para o advogado, um valor irreal. “À época da avaliação, cada imóvel custava cerca de R$ 3 milhões”, explicou. Em 2014, Lyra declarou à Justiça Eleitoral que um apartamento foi repassado a Carmosina, um ficou com a Contrato Construções, dois foram vendidos e

um incorporado no capital da Concessionária Mapel, que teria repassado a Bob Lyra, sobrinho de João Lyra. A Mapel era pertencente à Massa Falida da Laginha e foi vendida, em 2017, como abatimento de dívida de R$ 39 milhões com a empresa JRCA. NORCON Uma casa na Rua Deputado José Lages, na Ponta Verde teria sido permutada por 14 salas no edifício Norcon Empresarial. Esses bens que constavam na declaração de 2010 também desapareceram em 2014. “Descobrimos que os imóveis foram transferidos para uma empresa de Carmosina, chamada Ancar - Administradores de Imóveis, de Condomínios e Gestão Pecuária. Cobramos, na ação, que apresentem uma

declaração de capacidade financeira para comprar essas salas. A Justiça do Trabalho se julgou incompetente para ir a fundo nisso, mas queremos que comprovem condições também para a compra do apartamento, que chegaria a R$ 3 milhões”, disse. E reforçou: “A partir de 25 de novembro de 2008, os bens de João Lyra tinham indisponibilidade relativa, que é uma das exigências da concessão da recuperação judicial. Sendo assim, os bens passam a fazer parte de um acervo. Deve-se apurar se a falência foi fraudulenta já que documentos no processo provam que houve desvio do patrimônio”. Agora, o grupo aguarda que o STF reconheça a competência da Justiça do Trabalho para processar as ações.


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Doações à ex-mulher resultaram na interdição do usineiro

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relação entre Carmosina Pereira Leite Kotovicz e os filhos de João Lyra já passou por vários momentos de alta tensão. E um dos motivos seriam os “presentes” de Lyra à ex-companheira. Para se ter uma ideia, em 2015 foi noticiado pelo EXTRA que familiares do ex-deputado federal, entre eles o neto Luís Lyra, a filha Lourdinha Lyra e o genro João Toledo, invadiram a casa do empresário no condomínio Ocean View, em Jacarecica, e teriam espancado com socos, chutes e pontapés o enteado Antônio Carlos Pereira Leite Kotovicz, filho de Carmosina. O outro filho do usineiro, Guilherme Lyra, também teria participado das agressões. À época, a família do ex-usineiro estaria revoltada porque ele teria presenteado Carmosina com imóveis, entre os quais as salas comerciais do Norcon e um apartamento de luxo. A confusão foi parar na delegacia. Antônio Carlos, acompanhado de João Lyra, registrou a agressão na Central Integrada de Polícia e em depoimento disse que João Toledo estaria portando uma arma de fogo e junto com Lourdinha e Luiz Neto, lhe teria feito várias ameaças de morte, além de agredi-lo com socos e chutes. Na ocasião, Antônio Carlos disse ainda ao delegado que João Toledo - irmão do deputado Sérgio Toledo - apontou uma arma através da porta do banheiro dizendo que iria matá-lo. A confusão só teria terminado por conta da chegada do ex-usineiro que teria mandado Lourdinha sair de sua casa junto com o marido e o filho. De lá para cá, os filhos de Lyra vinham tentando interditar o pai alegando problemas de saúde e senilidade. A interdição só viria acontecer este ano após uma intensa batalha judicial. Além de enfrentar a missão de ter que pagar uma

Carmosina Melo ganhou 14 salas no Norcon Empresarial avaliadas, na época, em R$ 2 milhões

dívida bilionária aos credores da Laginha, João Lyra vivenciou guerras dentro da própria família, que teria sido causada, segundo os filhos, pela dilapidação do patrimônio, inclusive mediante doações “extravagantes” com risco à sua própria subsistência, citando novamente, como exemplo, os benefícios dados à ex-mulher Carmosina. Em meados de 2016,foi protocolado uma petição em primeiro grau do ex-usineiro contra os filhos Guilherme José Pereira de Lyra, Maria de Lourdes Pereira de Lyra e Antônio José Pereira de Lyra (Tonico Lyra). Foram anexados diversos documentos que alegavam que João Lyra estava sendo vítima de calúnias e de uma possível fraude para a

posse irregular de ações. Lyra, que à época era o fiscal do próprio patrimônio, tinha se surpreendido ao consultar as últimas petições no processo da Massa Falida. Ele se deparou com a existência de uma petição de dois de seus filhos, Maria de Lourdes e Guilherme José, pedindo a sua substituição e para torná-los representantes do processo de falência. Os irmãos “se auto intitularam acionistas da Laginha” a partir de uma suposta transferência de ações. Tonico teria transferido mil ações para Lourdinha, que acabou passando para o outro irmão, Guilherme, 400 ações. A transação teria ocorrido nos meses de abril e maio daquele ano. A papelada apresentada pela prole do ex

-usineiro foi descrita como “fabricada para ter aparência de que os dois réus são legítimos acionistas”. Revoltado com a situação familiar, João Lyra lançou até nota à imprensa destacando que ninguém, a não ser ele e a própria administração judicial da Massa Falida da Laginha Agroindustrial, poderiam falar em nome de suas empresas. ENFIM, INTERDITADO Em maio, a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) manteve a interdição parcial do ex-usineiro e ex-deputado federal João Lyra. Ficou decidido que quem continua cuidando dos negócios do empresário é a filha Maria de Lourdes Pereira

de Lyra, a Lourdinha Lira. Segundo os autos do processo, os filhos conseguiram a interdição do patriarca devido a seu estado senil. Uma perícia médica concluiu que Lyra possui invalidez parcial permanente nem podendo gerir suas atividades laborais. E mais, o interditado estaria acometido por um transtorno cognitivo impossibilitando-o de tomar decisões executivas mais complexas. Os apelantes do processo, além de Lourdinha, são os demais filhos: Ricardo José Pereira Lyra, Thereza Collor, Guilherme Lyra e Maria Cristina de Lyra. Um dos argumentos para a decisão foi que João Lyra vinha tomando decisões irresponsáveis colocando em risco


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Campo Alegre Ambulância e trator incrementam saúde e agricultura da região O município de Campo Alegre foi contemplado com mais um trator e uma ambulância que foram entregues durante solenidade na última quarta-feira, 4. Os novos equipamentos visam melhorar ainda mais a saúde pública da população e desenvolver a agricultura familiar do município. A prefeita Pauline Pereira, ao receber as chaves dos novos veículos, agradeceu ao governador Renan Filho destacando que já é a terceira ambulância e o segundo trator que a cidade recebe. Tudo isso com o objetivo de desenvolver ainda mais a região. “Esses equipamentos irão ajudar no apoio ao processo produtivo, na preparação de solos, tratos culturais, desde o plantio até a colheita, aumentando a produtividade do trabalhador rural”, declarou a prefeita durante discurso. Na solenidade de entrega das chaves, além do governador Renan Filho, estiveram presentes o senador Renan Calheiros, o prefeito de Teotônio Vilela, Joãozinho Pereira, e diversos vereadores do município.


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Desembargadora terá que devolver mais de R$ 11 mil

FARRA DA HORA EXTRA ELISABETH NASCIMENTO PERDE NO STF SEGUNDO RECURSO CONTRA DECISÃO DO CNJ

VERA ALVES veralvess@gmail.com

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reze anos depois de haver recebido de forma ilegal por horas extras durante o recesso dos meses de julho e dezembro de 2005, a desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento terá de reembolsar aos cofres públicos pouco mais de R$ 11.800. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento virtual do segundo recurso que ela havia impetrado contra decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determinara a devolução. O valor original recebido pela desembargadora – R$ 6 mil – foi questionado pelo CNJ após duas inspeções da Corregedoria Nacional de Justiça que qualificaram como irregulares os pagamentos feitos a título de hora extra para desembargadores, juízes, servidores e estagiários do Tribunal de Justiça de Alagoas no período de 2005 a 2010. No caso de desembargadores, o CNJ qualificou como ilegais os pagamentos efetuados a Elisabeth Nascimento e Estácio Luiz Gama de Lima nos meses de julho e dezembro de 2005, quando ele era presidente da Corte e ela vice. Gama recebeu um total de R$ 8 mil no mesmo período e foi igualmente condenado pelo CNJ a devolver os recursos. A devolução foi determinada no âmbito do Procedimento de Controle Administrativo nº 00592147.2012.2.00.0000, julgado pelo CNJ em março de 2014.

Para PGR, Elisabeth teria agido com má-fé ao receber hora extra

Inconformada, a desembargadora apelou ao Supremo Tribunal Federal através de Mandado de Segurança alegando que o prazo decadencial para julgamento do fato já teria vencido, além de reafirmar que dispositivos legais do próprio Tribunal de Justiça de Alagoas amparavam o recebimento das horas extras por presidente e vice -presidente da Corte. A desembargadora chegou a obter em maio do mesmo ano liminar do STF, por meio do ministro Ricardo Lewandowski, sustando os efeitos da condenação até o julgamento do mérito, o que somente ocorreu em dezembro de 2016 quando o novo relator do MS 32979, ministro Edson Fachin, negou a pretensão de Nascimento e manteve, em decisão monocrática, a obrigatoriedade de devolução dos recursos. Mas ela não se deu por vencida e ingressou com Agravo Regimental, o recurso que foi julgado na semana passada pela Segunda Turma do STF e que manteve, por unanimidade, o parecer do relator. O entendimento do CNJ, STF e da Procuradoria Geral da República, que também foi instada a se manifestar sobre a questão, é de que, à época dos fatos (2005), presidente e vice-presidente do TJ-AL ignoraram tanto a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Lei Complementar nº 35/79) quanto a Emenda Constitucional 45, de 2004, que tratam da remuneração de membros do Poder Judiciário, definem as hipóteses em que cabe a percepção de benefícios como

hora extra e, no caso da EC, também põe fim ao chamado recesso forense nos meses de julho e dezembro. Pela legislação, presidente e vice-presidente não teriam direito ao recebimento de hora extra pela atividade exercida em plantões judiciários – caso do recesso. E, desde 2004, o recesso de meio e final de ano já havia sido abolido por força da emenda constitucional, mas não era respeitado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. O parecer do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chama a atenção ao rejeitar o argumento da desembargadora de boa-fé ao destacar que “na hipótese em exame, não se sustenta, restando claramente demonstrada, de forma oposta, a má-fé no recebimento dos valores. Trata-se de benefício sem previsão legal, cujo pagamento tem fundamento em legislação obviamente inaplicável aos magistrados, por decisão da própria Administração do Tribunal de Justiça de Alagoas. Confundem-se, aí, o papel do administrador, a quem compete determinar o pagamento, e o dos beneficiários da verba, Presidente e Vice -Presidente da Corte. Trata-se da alta cúpula do Poder Judiciário estadual, a quem não é permitido desconhecer a lei e a Constituição Federal”. Em valores corrigidos de dezembro de 2005 a maio deste ano pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), os R$ 6 mil percebidos ilegalmente pela desembargadora Elisabeth Nascimento há 13 anos equivalem hoje a R$ 11.887,11.


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Barra de São Miguel

Infraestrutura e saúde ganham mais investimentos A população da Barra de São Miguel tem mais uma conquista a ser comemorada. Através da parceria com o governo do Estado de Alagoas, o município foi beneficiado com uma ambulância de grande porte para atender as demandas e necessidades da região. Além do equipamento, o município será beneficiado com a duplicação da AL-220, no trecho de 18,3 quilômetros que liga Barra de São Miguel até São Miguel dos Campos, entregue na última sexta-feira, 29 pelo governador Renan Filho e pelo secretário de Estado de Transporte de Desenvolvimento Urbano (Setrand), Mosart Amaral. O prefeito Zezeco recebeu em mãos a chave da ambulância pelo governador durante solenidade de inauguração da via. “A Barra é um município turístico, uma unidade como essa, que oferece um

suporte na saúde mais avançado, dá uma sobrevida aos pacientes que precisam de transporte, seja para UPA ou para o HGE, por exemplo”, declarou. Renan Filho destacou a importância da duplicação que traz incrementos para toda a região sul. “Esse é um trecho da maior obra rodoviária do Estado. Essa duplicação vai trazer maior desenvolvimento econômico, maior escoamento da economia, aumento do turismo. É um sonho dos alagoanos, a duplicação da capital, até a segunda região, de Maceió até Arapiraca”. Estiveram presentes na cerimônia o senador Renan Calheiros, que enfatizou o conforto que o trecho inaugurado traz para toda região, os deputados federais Maurício Quintella, Marx Beltrão, Cícero Almeida e Paulão e o secretário de Estado da Saúde, Christian Teixeira, dentre outros políticos.


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Doméstica acusa vereador de usá-la como servidora fantasma

SUJEIRA NO PILAR

PAULINHO BULGARIM ESTÁ SENDO INVESTIGADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO Bruno Fernandes

BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

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ma empregada doméstica entrou com uma representação no Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE-AL) denunciando o ex-patrão, o vereador Paulo Cavalcante Soares, conhecido como Paulinho Bugarim (PSC), por utilizar seu nome para receber dinheiro da Prefeitura de Pilar. De acordo com o documento enviado ao MPE em 22 de maio deste ano, a empregada doméstica Viviane Rogéria Ferreira da Silva trabalhou na casa do vereador recebendo 500 reais/mês durante 1 ano e 9 meses, mas não sabia que o dinheiro pago a ela correspondia a 50% do valor recebido como servidora comissionada do município. “Não havia assinatura da Carteira de Trabalho, até porque não se pagava nem o mínimo legal. O Sr. Paulo solicitou a entrega de alguns documentos dizendo que iria realizar os meus recolhimentos previdenciários supostamente como autônoma”, explica a servidora fantasma sobre o início da fraude supostamente planejada pelo antigo patrão. Ainda segundo a representação, durante o serviço habitual na casa do vereador, foi constatado por Viviane a existência de um documento, uma portaria de sua nomeação junto à Prefeitura de Pilar no cargo de Assistente de Diretoria da Secretaria de Administração,

Renato Filho estaria por trás de acusação

Viviane trabalhou para Paulinho Bugarim durante 1 ano e 9 meses recebendo R$ 500

além de outros documentos que demonstravam que ela era servidora do município e um cheque nominal, sem a assinatura do então prefeito à época Carlos Alberto Canuto (PMDB). “Um certo dia fui orientada pelo Sr. Paulo a buscar alguns documentos no veículo dele, e lá encontrei a portaria com a minha nomeação”, declarou. De acordo com Viviane Rogéria, Paulo Bugarim era chefe de Gabinete do então prefeito. “Ao ler os documentos, suspeitei, então, que o Sr. Paulo teria engendrado esforços para que houvesse a minha nomeação junto a Prefeitura já que à época ele era chefe de Gabinete do prefeito”, relatou na representação. Ela só soube da manobra depois que saiu do emprego. Para se precaver, procurou o promotor do município, Silvio Azevedo, e fez a denúncia. Procurado pelo EXTRA,

o vereador afirmou que as acusações não passam de “politicagem” feita pelo atual prefeito, Renato Filho (PSDB) e que nunca teve funcionários trabalhando para ele na prefeitura. “Fiz muitas denúncias contra ele e agora a Viviane está apoiando outro vereador da base do atual prefeito. Está sendo usada”, declarou Paulinho Bulgarim. Em nota, o prefeito de Pilar, Renato Filho, declarou estar ciente do caso e que já está tomando as providências cabíveis “A denunciante esteve na Câmara de Vereadores informando que descobriu que estava como comissionada na prefeitura sem nunca ter trabalhado no local. O Município vai tomar as providências cabíveis para pedir o ressarcimento do recurso e procurar saber quem recebeu o dinheiro no lugar dela”, informou.

REINCIDENTE Vale lembrar que esta não é a primeira vez que o vereador Paulo Bugarim terá que prestar explicações ao MPE. Em 2016 o órgão entrou com uma representação, junto ao Tribunal Regional Eleitoral com pedido de liminar, fundada na suposta alegação de Propaganda Eleitoral antecipada, consistente na realização de um evento artístico de grandes proporções com finalidade eleitoreira, capaz de configurar possível captação ilícita de votos. O juiz da Comarca do Pilar, Sandro Augusto Santos, acatou e suspendeu a festa. O Ministério Público também deve se pronunciar sobre a denúncia de que o investigado também reparte os salários dos servidores indicados por ele, na Câmara do Pilar. As denúncias,

Promotor Sílvio Azevedo vai apurar o caso

fazem parte de uma investigação que pode resultar na cassação e prisão de mais um político alagoano. Ao final de 2017, no dia 28 de dezembro, uma servidora do Hospital Geral do Estado (HGE), no bairro do Trapiche, em Maceió, denunciou um caso de agressão por parte do vereador, quando a mesma pediu que ele se retirasse da área, que é restrita aos profissionais do hospital. De acordo com o promotor Silvio Azevedo, da Promotoria de Pilar, o procedimento para apurar a denúncia ainda será instaurado. “A denúncia por parte da empregada realmente existe e foi realizada pouco antes do recesso feito pelo órgão. Cheguei recentemente ao município, então preciso ouvir e conhecer as partes para instaurar o processo”, declarou o promotor.


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União dos Palmares Município recebe ambulâncias e trator para agricultura familiar A Prefeitura de União dos Palmares alcançou mais uma grande conquista para a saúde e a agricultura da população. O município localizado a 73km da capital recebeu do governo do Estado duas novas ambulâncias e um trator para aprimorar a atividade da agricultura familiar, muito presente na região. Das duas ambulâncias entregues, uma foi para o Hospital São Vicente de Paula e outra para o Distrito de Rocha Cavalcante, realizando um sonho da comunidade. O prefeito Areski Freitas, o Kil, ao discursar durante a solenidade de entrega das chaves, no último sábado, 29, em Murici, anunciou que uma

terceira ambulância deve chegar nos próximos dias e será destinada exclusivamente para a zona urbana. “Com mais um pedido nosso atendido pelo governador Renan, nossa saúde só avança com tantas obras em tão pouco tempo”, disse Kil, que entregou a ambulância de Rocha Cavalcante pessoalmente, junto com a secretária de Saúde, Geany Vergeth, e o vereador Zé Lourenço. Autoridades estaduais e nacionais estiveram presentes para prestigiar a chegada dos novos veículos, a exemplo do governador Renan Filho, o senador Renan Calheiros e o exministro dos Transportes e deputado federal Maurício Quintella Lessa.


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Concursados excluídos pelos Bombeiros vão à Justiça

FALTA DE TRANSPARÊNCIA POLÊMICA SURGIU APÓS APROVAÇÃO DE 14 CANDIDATOS NO CONCURSO PÚBLICO QUE FORAM NOMEADOS, COMPRARAM FARDA E DEPOIS DISPENSADOS MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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er aprovado em concurso público não é tarefa fácil. Agora, ser convocado, comprar enxoval, fazer exames médicos e na véspera da apresentação ser informado através de portaria que estaria excluído do quadro mesmo antes de entrar, fica mais complicado. Foi o que aconteceu com 14 candidatos que participaram do concurso do Corpo de Bombeiros de Alagoas (CB/AL). A polêmica é grande e envolve muitas questões. Para se ter uma ideia da confusão que se formou, no dia 12 de junho o governador Renan Filho (MDB) autorizou a nomeação dos aprovados nos concursos da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. No dia 20 do mesmo mês saiu no Diário Oficial do Estado a lista dos convocados que, no dia 27, participaram de solenidade festiva. Ainda em clima de comemoração, dia 28 de junho, o comandante do CB baixou uma portaria, a 220, excluindo 14 candidatos. A revolta foi total, pois, além da dificuldade de aprovação em um concurso, ainda gastaram com exames médicos (alguns de até R$ 1.500) não cobertos por planos de saúde e compraram as fardas. Sem contar que a família e amigos foram convidados pelos candidatos para participar da festividade de posse que aconteceria no dia seguinte. Um parente de candidato que

não quis se identificar disse que tem acompanhado o drama do pessoal e argumentou que não é justo, pois foram excluídos após cumprir todas as exigências e a desculpa de altura e outros requisitos menores não justifica a portaria. “Teriam que fazer isso antes e não convocar pelo Diário Oficial, mandar documento para casa de cada um e na véspera da posse fazer isso. Foi uma injustiça grande que o Comando dos Bombeiros fez. Inclusive, passou por cima da ordem do governador que fez publicar nomeação do Diário”, desabafou, ao acrescentar que se a pessoa não estava habilitada para a função que fosse reprovada antes. “Nos exames houve medição. Eles deveriam não ter aprovado os que não estavam aptos para seguir adiante”, reclamou. O questionamento é que além do drama psicológico, quem irá arcar com o prejuízo dos candidatos que apostaram na vaga e agora a chance de ingressar no serviço público poderá não acontecer. Para reverter a situação, o grupo se mobiliza para entrar com ação na Justiça. Vale ressaltar que candidatos foram barrados devido ao item 3.2 do edital. Do total, seis esbarraram na questão em que se trata de que deve “ser habilitado para conduzir veículos automotores, no mínimo na categoria B, ou provisória para esta categoria!; três na alínea b que informa que “na data da matrícula ter concluído o ensino médio ou equivalente com certificado de

conclusão devidamente registrado e reconhecido pela Secretaria de Educação ou outro órgão competente”; na d são cinco que não se encaixam no item que afirma ser preciso “ter altura mínima de 1,65m se do sexo masculino e 1,60m se do sexo feminino”.

RESPOSTA DOS BOMBEIROS

Procurado pelo EXTRA, o Comando do Corpo de Bombeiros de Alagoas enviou a seguinte resposta: Gostaríamos de esclarecer que não houve polêmica. Segundo o item 3.2 do edital do certame é requisito para inclusão e matrícula: 3.2 São requisitos básicos para o ingresso no CFO e no Curso de Formação de Praças, dos quadros do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas: a) ser brasileiro nato para o cargo de Oficial, e nato ou naturalizado para o cargo de Soldado Combatente; b) na data da matrícula ter concluído o ensino médio ou equivalente com certificado de conclusão devidamente registrado e reconhecido pela Secretaria de Educação ou outro órgão competente; c) ter idade compreendida entre 18 anos e 30 anos na data de inscrição no concurso; d) ter altura mínima de 1,65m se do sexo masculino e 1,60m se do sexo feminino; e) ter aptidão física e intelectual, comprovadas por exames es-

pecíficos; f) ter sanidade física e mental; g) possuir bons antecedentes, comprovados por certidões de antecedentes criminais da Justiça Federal, da Justiça Estadual, da Justiça Eleitoral e da Polícia Judiciária da(s) jurisdição (ões) onde residiu nos últimos cinco anos, expedidas dentro do seu respectivo prazo de validade; h) estar quite com o serviço militar, se do sexo masculino; i) estar quite com as obrigações eleitorais; j) não ter sido julgado incapaz ou inválido para o serviço ativo das Forças Armadas ou Forças Auxiliares; k) não ter sido desligado por motivos disciplinares de estabelecimento de ensino militar, policial militar, policial civil, policial federal ou bombeiro militar; l) não estar exercendo nem ter exercido atividades prejudiciais ou perigosas à Segurança Nacional; m) ser aprovado, dentro do número de vagas oferecidas no concurso público observado o prazo de validade do certame; n) possuir conduta ilibada; o) ser habilitado para conduzir veículos automotores, no mínimo na categoria B, ou provisória para esta categoria. Sendo assim, o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas está cumprindo o que exige no edital pra inclusão nas fileiras da corporação. O processo seletivo estava di-

vidido em etapas que ao passo que avançava iria filtrando ainda mais os candidatos desde a prova intelectual até a entrega documental para que no final ficassem aqueles que fossem aprovados em todas as etapas do certame. Vale salientar que exigir a CNH categoria B, ter a altura mínima exigida no edital e ter concluído o ensino médio no ato da inclusão e matrícula é o critério mais razoável e proporcional, pois tendo o resultado do concurso sido divulgado em novembro de 2017 e a nomeação sido feita em junho de 2018, os candidatos tiveram cerca de 7 meses para providenciar regularizar suas pendências. Com isso, foi permitido aos candidatos ter um tempo hábil para providenciar os itens 3.2 do edital desde o momento da inscrição até sua inclusão. Se esses itens fossem exigidos no ato de inscrição poderia ser criada uma cláusula de barreira, limitando o número de candidatos inscritos e postulantes aos cargos do Corpo de Bombeiros. Informamos também que os candidatos tiveram do dia 25 ao dia 27 de junho para apresentarem a documentação ao CBMAL e que assim que concluíam seu atendimento recebiam um check-list que informava os itens exigidos marcados caso estivessem em conformidade com a lista. Caso não estivesse com todos os itens em conformidade o candidato teria até o último minuto do prazo estipulado para providenciar regularizar. E como a entrega documental só foi concluída no final da tarde do dia 27, só foi possível publicara a relação dos incluídos na intranet da corporação na noite do mesmo dia e publicar em boletim geral ostensivo no dia 28, dia este que coincidiu com a solenidade de aula inaugural da PM e Bombeiros realizada pelo Governo do Estado. Diante do exposto, e como já foi dito anteriormente, não houve polêmica, pois a corporação fez o que lhe cabia por direito, admitindo aqueles que passaram em todas as etapas e cumpriram as exigências previstas em edital”.


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BNDES libera linha de crédito para pessoas físicas

ENERGIA SOLAR INSTALAÇÃO DE PROJETOS RESIDENCIAIS DEVE CRESCER EM ALAGOAS SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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lagoas, último no ranking nordestino em produção de energia solar, passa agora a contar com linhas de financiamento barato para instalação de sistemas fotovoltaicos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). O financiamento, que antes era disponível apenas para pessoas jurídicas, agora está disponível para pessoa física. Até então as linhas de financiamento para residências eram disponíveis apenas em bancos privados, com taxas de juros exorbitantes. No Nordeste, região típica de altos índices de raios solares, a energia sustentável através de placas fotovoltaicas poderia ter ampla adesão não fosse o alto custo do sistema. Essa mudança feita pelo BNDES através do Programa Fundo Clima se destina a aplicar a parcela de recursos reembolsáveis do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, ou Fundo Clima. Os interessados poderão financiar até 80% dos custos de instalação do sistema fotovotaico. As linhas de crédito que o BNDES está fornecendo têm taxas de juros bem abaixo da dos bancos privados, o que faz com que o investimento seja mais atrativo. Com custo financeiro de 0,1% mais a taxa do BNDES de 0,9%, a taxa de juros varia de 1,1% até 4% ao ano, variando pela taxa do agente financeiro (até 3% ao ano). Já para pessoa jurídica a taxa de juros pode chegar até 5,5% a.a. O Banco do Nordeste, que será o agente financeiro a operar a linha de crédito do BNDES em Alagoas, ainda não definiu taxas e condições

deste financiamento para pessoas físicas. A geração de energia elétrica por parte dos consumidores de baixa tensão foi regulamentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) por meio da Resolução Normativa 482/2012 e atualizada em 2015 pela resolução normativa 687. Em Alagoas já foram implantados até agora 136 projetos de energia solar, sendo 97 de pessoas físicas. Todos precisam estar devidamente cadastrados na Eletrobras, que controla a produção fotovlotaica. Segundo a assessoria do órgão, as porcentagens de economia dependem do projeto de cada cliente.

Existem projetos que suprem 100 % da necessidade de energia, como também os que suprem apenas uma porcentagem definida. A implantação de sistemas fotovoltaicos como este permite reduzir consideravelmente os gastos com a conta de luz, por exemplo, pois a energia comprada da concessionária pode ser zwerada. Existem casos, a depender da região, que se pode abrir uma conta corrente de energia e o excedente ser vendido para a distribuidora. A Eletrobras Alagoas não aderiu a esse sistema. No entanto, o consumidor continuará tendo um cus-

to mensal de 100 kWh pela disponibilidade da energia na rede. Mesmo que o cliente não tenha utilizado eletricidade da concessionária, a empresa terá cumprido com sua obrigação de oferecer a infraestrutura necessária para levá-la até o consumidor. Por isso, o custo mínimo tem de ser pago. Com as unidades consumidoras instaladas em Alagoas, o estado produz 1.492,70 kW de potência. No ranking dos nove estados do Nordeste, Alagoas está em último em número de consumidores com geração própria. O Ceará é o líder com 1078 consumidores. No

Brasil o líder é o estado de Minas Gerais com 6280 consumidores. De acordo com o professor de engenharia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Wellinsílvio Costa, os benefícios são muitos em relação à geração de energia solar fotovoltaica. “ A fonte de geração fotovoltaica é a que menos requer manutenção e acompanhamento para sua operação. Além disso, os preços dos seus componentes estão caindo consideravelmente nos últimos anos. Tanto que do total de 31.149 usinas instaladas no país, 99,3 % são fotovoltaicas”, afirma o professor.


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Em unidades residenciais com consumo médio de 300 kWh, a estimativa é de que sejam necessários R$ 15 mil para montagem de uma usina de energia solar

Costa destaca que retorno do investimento se dá em até cinco anos

Ele diz ainda que no estado, a geração distribuída está em pleno crescimento. “Acredito que nos próximos meses teremos um aumento considerável no número de novas conexões aqui e no país como um todo”. A realidade disso é o benefício da instalação destas usinas para pessoas jurídicas, o professor exemplifica: “Uma condição interessante para pessoa jurídica era que o valor do financiamento era menor do que o valor médio das contas de energia que eram pagas antes da instalação da usina”. O custo para se instalar uma usina fotovoltaica em casa ainda é alto para a maioria da população, mas vem decaindo consideravelmente com o aumento da disponibilidade no mercado de seus componentes. O professor exemplifica que para instalar uma usina em uma residência que tenha um consumo médio de 300 kWh por mês, pode-se gastar em torno de R$ 15 mil reais. “O custo benefício é muito interessante e o retorno do investimento para instalações residenciais costuma

vir em torno de 4 a 5 anos. Com os sucessivos aumentos do preço da energia com as revisões tarifárias, além das bandeiras tarifárias que aumentam ainda mais esses custos em épocas de poucas chuvas, esse prazo para se ter o retorno no investimento pode ser ainda menor”, afirmou Costa. De acordo com a assessoria de imprensa do BNDES, o Fundo Clima destina o financiamento apenas para aquisição de sistemas geradores nacionais. Além disso devem ser cadastrados e habilitados para o subprograma no Credenciamento de Fornecedores Informatizados - CFI do BNDES: máquinas e equipamentos cadastrados no Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) ou com o selo Procel (considerando os itens para os quais o PBE fornece a certificação de eficiência energética, serão aceitos apenas os de classificação A ou B); sistemas geradores fotovoltaicos, aerogeradores até 100 kWh, motores movidos a biogás, inversores ou conversores de frequência e coletores/aquecedores solares; ôni-

bus e caminhões elétricos, híbridos e outros modelos com tração elétrica; e ônibus movidos a etanol. Quanto à produção de material nacional o engenheiro e professor Wellinsílvio afirma que, por enquanto, o mercado de placas, inversores e outros componentes para as usinas fotovoltaicas é dominado por fabricantes estrangeiros. Devido à larga escala de produção e aos incentivos que seus países dão, esses produtos chegam aos consumidores brasileiros por preços muito competitivos. “Algumas empresas nacionais já estão com fabricação local. Em relação à qualidade, há empresas no país de ótima qualidade também”, finaliza o docente. No início de 2017 o primeiro painel fotovoltaico foi produzido no Nordeste, em Alagoas, pela empresa Pure Energy. Sua fábrica fica localizada no Polo Industrial de Marechal Deodoro e tem como objetivo estar entre as maiores indústrias de energias limpas do mundo. Este mercado hoje em dia é dominado pela China.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JULHO DE 2018

Seja plural

SAÚDE MENTAL

Ninguém é apenas um; é o resultado de dois, duas pessoas: pai e mãe. Então eu não sou eu. Sou três, pelo menos. Então seja três, pelo menos e não menos. Resumindo: seja mais, sempre mais. Seja plural; não singular.

arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

(Arnaldo Santtos)

Automutilação: dor e prazer

e psicanálise II

U

m dos princípios da psicanálise de Lacan (discípulo de Freud) é que o sujeito está preso ao trauma vivenciado e isso requer, muitas vezes, muita análise (psicoterapia) para se descobrir. Depois, uma vez nomeado, ressignifica-lo e em seguida poder viver com o trauma, a dor. Isso não é fácil. Muitas vezes, quase impossível de ser representado, nomeado. Daí o desafio de se conhecê-lo; ou quais são eles e como os a pessoa pode suporta-lo (s) e possa viver, apesar deles. Na experiência clínica, no consultório, a dor das emoções (muitas vezes inomináveis), respinga na dor física: a automutilação. Que, se num primeiro momento choca quem vê ou vivencia ou acha que é para chamar a atenção de alguém, na verdade representa uma forma de controlar as emoções, as ansiedades, as raivas e é um dos principais sintomas da vida contemporânea: a sensação de vazio. É paradoxal, mas é isso que acontece. A automutilação é o ato de provocar a si mesmo qualquer tipo de ferimento físico, qualquer que seja no seu próprio corpo. A automutilação pode ocorrer com diversos objetos, desde uma lâmina comum até facas. Ao automutilar-se, organicamente, o corpo também quer amenizar a dor e a consequência é o estímulo da produção de analgésicos naturais que proporcionam, também, prazer.

Nos adolescentes

A própria palavra – adolescente – já indica o que ela traz de sofrimento por si só. Adolescer é também adoecer; passar de uma fase para outra; é também amadurecer. É doloroso, é traumático. A palavra adolescer significa crescer, atingir a maturidade. Adoece porque nem é adulto e nem é criança, e, na maioria das vezes, é repreendido por ter comportamentos de criança e aí “adoece”. É entrar na fase dolorosa da vida: ser adulto. O que vou fazer? Ele recusa a lei imposta pelos pais ou cuidadores. É a fase da contestação da autoafirmação de amar e ser amado. É transformação; buscas pelo desconhecido. É experimentar comportamentos diante da família, da religião e da sociedade. E nessas buscas pode se automutilar para deixar de sofrer.

Nos adolescentes II

No automutilar-se estão várias causas, algumas delas: dor emocional, ansiedade, instabilidade na personalidade, perturbações no comportamento alimentar, compulsões sexuais e até início de um processo depressivo. Uma vez observando esses sintomas (agudos) os pais devem procurar auxílio de um profissional de saúde, especialmente psicólogo ou psiquiatra. Buscar imediatamente ajuda, pode prevenir que os sintomas possam ser amenizados ou aniquilados, evitando o surgimento de transtornos mais complexos.

Nos adolescentes III

Fazer o adolescente nomear o trauma ou a dor é o desafio do psicólogo ao abordar o assunto da automutilação, daí a orientação para os pais de que, ainda criança, se fale sobre sentimentos, como: raiva, amor, tristeza, alegria. O falar ajuda que eles possam expressar esses sentimentos com naturalidade, ao final da nova fase que está iniciando. Ouvir e acolher o adolescente é fundamental para que o problema seja dissipado ou amenizado.

Nos adolescentes IV

Ainda há bastante caso de adolescentes que se reúnem com outros e praticam a automutilação. Por que? Ainda está em evidência um “jogo” Baleia Azul, em que uma das “tarefas” é que o adolescente possa fazer, inclusive, o desenho da Baleia em seu próprio corpo. E, numa tarefa desafiadora, possa cometer, inclusive, a suicídio. Seria fazer com que o adolescente fosse colocado a uma “prova de coragem”, o que é bastante estranho para quem está controlando ou inventou o tal “jogo”. Não é jogo. É bom os pais ficarem alertas sobre algum sinal que os filhos possam apresentar.

Nos adultos

A automutilação não está presente apenas nos conflitos dos adolescentes, está também em alguns transtornos em adultos. É o caso do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) e representa um grande mal-estar interno, emocional e “serve” como forma para “aliviar” dos dores quotidianas, o vazio difuso. O Transtorno de Personalidade Borderline é o transtorno frequente e está bastante relacionado a casos de depressão e de uso de substâncias psicoativas e alta incidência de suicídio. No transtorno, a automutilação (real e a fantasia da dor) aparece em cerca de 80% dos casos. Também estão presentes, as dificuldades nos relacionamentos sociais, a impulsividade, a instabilidade do humor e também a confrontos com a lei.

Automutilação e psicanálise

A literatura indica que mais mulheres do que homens praticam a automutilação, especialmente na fase da adolescência. Quando ela ocorre, se relaciona com a fantasia de redução de angústia, da aflição, que não tem nome. Ela é indeterminada. É difusa. Pode surgir também como forma de compulsão, inclusive masturbatória e também como satisfação de ver o sangue escorrendo. Pode ser também o experimentar a dor, principalmente na fase da adolescência onde a experimentação de comportamentos, de atitudes, é o foco.

A compulsão em algo ou em alguém, ou que não se saiba o que é, pode ser um sintoma que pode desencadear a automutilação. Não se sabe o porquê de estar sofrendo, é inominável. Por que isso está ocorrendo? Talvez o esforço de que a pessoa queira ser feliz “porque todos” parecem ser felizes, e não consegue. Na clínica a pessoa diz que tem emprego bom, corpo bonito, faz o que quer na vida e ainda assim sofre. “Não sei porque isso acontece, não sei porque estou assim, triste”. O não saber ou não querer saber pode desencadear um processo depressivo e uma possível tentativa de suicídio.

Automutilação e família São muitos os casos que surgem na clínica/consultório em que os pais ficam apreensivos e desesperados quando descobrem que um de seus filhos está se automutilando. E o que fazer? Numa família, nem sempre é possível ter uma vida em equilíbrio em todas as fases: criança, adolescência e adulta. Pode, numa delas, ocorrer um fato que possa desequilibrar, emocionalmente, a pessoa seja ela criança, adolescente ou adulta. Isso ocorrendo, isto é, qualquer comportamento estranho e exagerado que aconteça, como por exemplo, dormir demais ou ter insônia; comer demais ou de menos, enfim, pode ser um sintoma que precisa ser investigado. No caso da automutilação, geralmente, o adolescente, começa a usar roupas longas e escuras, exatamente para não demonstrar as cicatrizes impressas no corpo, geralmente, nos braços e pernas. O que fazer? Conversar, conversar e conversar. Tentar descobrir o que faz ele se sentir vazio. Não julgar o que ele está fazendo, apenas acolher e ouvir. Isso pode ser o suficiente para que ele deixe de praticar o ato. Se obter êxito é fundamental procurar ajuda de profissional de saúde mental, seja psicólogo ou psiquiatra.

Automutilação Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP-15/4.132. Atendimento virtual pelo site: vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. E-mail: arnaldosanttos@uol.com.br//arnaldosanttos.psicologo@gmail.com Telefone: 9.9351-5851.


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Para refletir: Os políticos não conhecem nem o ódio, nem o amor. São conduzidos pelo interesse e não pelo sentimento. (Philip Chesterfield).

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

As lições de Tocantis BRASÍLIA - Quase metade dos eleitores do Tocantins não quis escolher quem seria o governador do Estado no pleito realizado no dia 24 de Junho. A eleição suplementar foi convocada depois que o ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e sua vice, Cláudia Lelis (PV), tiveram o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral em 22 de março deste ano por arrecadação ilícita de recursos em 2014. Terminada a apuração, por volta das 21h, emergiram das urnas 137.537 votos brancos e nulos (19% do total). Somados às abstenções, que foram de 30%, quase 50% dos tocantinenses aptos a votar optaram por ignorar os candidatos. Para especialistas, o resultado da eleição é um sinal da crise de representatividade pela qual passa a democracia brasileira, e cujos sinais já podem ser sentidos para além do Tocantins. O diretor do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, afirma que os resultados das eleições no estado confirmam uma tendência que nós já estamos captando há alguns anos, que é o aumento do eleitor que não se sente representado nem pelos partidos nem pela oferta de candidatos nas eleições. De acordo com ele, esta crise de representatividade vem desde junho de 2013, quando ocorreram os protestos contra o aumento das passagens em São Paulo e que se ampliaram para um descontentamento geral com a classe política. “Atualmente quando fazemos pesquisa para intenção de voto para a presidência da República, encontramos taxas recordes de brancos e nulos, além de um número grande de eleitores sem candidato. É um reflexo do momento que o país atravessa, há um desalento e desesperança do eleitor muito forte”, diz Paulino. O impacto desta desilusão dos brasileiros com o sistema político já é perceptível também na corrida rumo ao Planalto. O índice de brancos e nulos atualmente varia entre 18% e 30% do eleitorado, segundo a pesquisa CNT/MDA divulgada em 14 de maio. Os maiores índices são nos cenários sem o ex-presidente Lula, preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde abril deste ano. Isso expõe mais uma faceta da crise de representatividade que o país atravessa: o líder de intenções de voto até o momento deve não disputar a eleição. Com a saída do Lula a principal característica que o eleitorado apresenta é o aumento da taxa de brancos e nulos, que chega a 30%, maior que os 20% do Bolsonaro que assumiria a liderança nas pesquisas.

O exemplo de Alagoas

Especialistas em política acreditam que o fato de Tocantins se repetirá em todos os estados nas eleições de outubro pelos mesmos motivos: a descrença do eleitor na classe política que se desgasta a cada eleição pelos mesmos motivos: corrupção desenfreada, não cumprimento das promessas feitas em campanha e má gestão. Aqui em Alagoas não será diferente e pode até alcançar um dos maiores índices por motivos óbvios. Somos “representados” por uma classe política deteriorada ao longo dos anos por condutas marginais, possuímos uma Assembleia Legislativa mergulhada em denúncias de roubo explicito do dinheiro público, processada pelo Ministério Público e salva pela complacência de um Poder Judiciário com perfil assemelhado. Quando se fala da bancada federal (deputados e senadores) é um filme de terror. A começar pelo campeão de processos por corrupção, senador Renan Calheiros, seguido de outros colegas que em nada dignificam os cargos que ocupam. Há no ar sombrio das eleições um silêncio que pode ser rompido pelo voto indignado e de protesto de milhares de eleitores que darão seus gritos de BASTA! Será?

Pode ser o novo

No contraponto às candidaturas carcomidas, viciadas e rejeitadas, surge aqui e acolá algo de novo que pode surpreender ao abrir das urnas. E não se trata apenas de “candidatos novos”, mas pelo menos diferentes dos “putrefatos”. O eleitor tende a buscar e analisar o passado dos candidatos execrando os “fichas-sujas” e até reelegendo aqueles que julgam menos ruins. Alguns que se julgam eleitos, quer pela força do dinheiro, do poder e dos currais, poderão assistir com desalento o “estouro da boiada” e o brado de revolta do povo ecoar, ao anunciar o resultado fatídico das urnas.

Por falar em novo

José Alfredo

Temos bons nomes

A crise e o descrédito politico eleitoral deverão ajudar alguns postulantes aos votos da eleição de outubro. São candidatos com lastro de serviços prestados aos alagoanos, com passado de representatividade e sem manchas em seus currículos, a exemplo, para citar alguns, de Emmanuel Fortes, Álvaro Vasconcelos, Omar Coelho, Eduardo Tavares e a grande campeã do voto de qualidade, Heloisa Helena. Além dos votos de cada um existe a tendência de que o eleitorado mais consciente conduza sua intenção para pessoas que representem mudança moral na política.

De São Paulo, onde está internado no Hospital Sírio Libanês, recebi uma mensagem gravada em vídeo do amigo conselheiro aposentado do TCE, José Alfredo de Mendonça. Nela me faz um apelo dramático em defesa da desembargadora Elisabeth Carvalho que sofre uma inversão da verdade quando, cumprindo estritamente a lei e o senso humanitário, tomou uma decisão acertada. Disse-me ele: “Estou aqui num hospital de primeiro mundo, sendo bem tratado e com a assistência familiar que desejo, curando duas bactérias contraídas ai em Maceió. Devo minha vida à desembargadora Elizabeth Carvalho”. José Alfredo é um homem integro, o conheço há pelo menos quarenta anos e mereceu essa decisão humanitária da magistrada. Ao seu lado está sua companheira dedicada Nadejane Madeiro, (filha de minha saudosa amiga Marly Madeiro, colega de Tribunal de Contas), cuidando de sua saúde e de seu espírito.

Cadê a oposição?

Balcão de negócios

Pobre e equivocado Partido Novo (que nada tem de novo) vai sofrer uma tremenda decepção ao contar os seus minguados votos e naturalmente se recolher ou até acabar, quem sabe, como ocorrerá com outros nanicos. O partido, que tem como presidente João Dionísio Amoêdo, adota posições aparentemente republicanas, mas no fundo ainda deixa muitas dúvidas de suas linhas programáticas. Diz que não aceita o dinheiro do Fundo Partidário, mas até agora não devolveu o que recebeu, alegando problemas burocráticos. Não deverá eleger ninguém.

O tempo passa depressa a caminho das eleições e por enquanto o governador Renan Filho caminha para um “passeio eleitoral” absolutamente vitorioso e ganharia até sem fazer campanha. Com a desistência da candidatura do único nome capaz de derrotar o governador, prefeito Rui Palmeira (por justa. compreensível e equilibrada decisão), e a saída do deputado Mauricio Quintella, a oposição caiu na orfandade e ao que parece sucumbiu à mínima chance de apresentar um nome com densidade pelo menos para disputar. Já não há mais tempo, não existem nomes e as eleições para o governo serão em “walkover”, o popular WO.

Alguns vereadores de Palmeira dos Índios, terra pródiga em políticos ruins, desejam transformar a Câmara Municipal em um verdadeiro “balcão de negócios”. Aprovação de leis inconstitucionais, nepotismo e empreguismo imoral, são alguns dos itens na pauta do legislativo palmeirense. O prefeito Júlio Cezar tem resistido a duras penas, com riscos de danos à sua administração de resultados implantada desde a sua posse. É uma lástima essa nociva política de alianças que fere de morte o patrimônio moral da administração pública brasileira, em grande e pequena escalas administrativas. Resistir... até quando?


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MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JULHO DE 2018

O de sempre: eleição de factoides

N

ossa elite tem a extraordinária capacidade de piorar o que já é o pior. Sempre em detrimento do povo brasileiro, que sofre na pele as agruras do desemprego tsunâmico, do salário mínimo de fome, da guerra civil já instalada pelos bandos criminosos que tomaCaminhamos para ram conta do país, pela coroutra campanha rupção política de factoides, ima- endêmica que nem a Lava gens bonitas na Jato consegue TV e promessas diminuir (conirrealizáveis. Res- tinua-se a routa torcer para, no bar no mesmo apagar das luzes, padrão oceâde forma surgir tênue espe- nico, descarada e rança que somaimpune em todos os níveis). tize os ideais do O cidadão não povo. vê perspectiva efetiva de mudanças nas próximas eleições. Cego está o olhar para o futuro. Não poderia ser diferente. O governo federal, comandado pelos três irmãos metralhas e seus sin-

tomáticos 95% de rejeição continua aí acobertado pela banda podre da Câmara Federal (teria uma limpa?) que o livrou do impeachment e parou o país. O Congresso só pensa naquilo: reeleição, e como acabar com a Lava Jato (seria para assegurar a continuidade do butim da Nação?); o Supremo, perdido em suas funções pela pouca liderança da atual direção, se esfarelou em brigas intestinas e pontua pela altamente discutível atuação da Segunda Turma daquele órgão, mais conhecida nos meios jurídicos como o paraíso, por sua produção de soltura em série de corruptos já condenados – até em segundo grau - e de “amigos” em cana por falcatruas diversas. Ministros de tribunais e altas autoridades, suspeitas de envolvimento com as empresas da Lava Jato; CGU, TCU e Cade, brigando para, inconstitucionalmente, realizarem acordos de leniência com empresas envolvidas na Lava Jato (por que será?); a até então ativa Procuradoria Geral da República subitamente deu um stop no envio de processos de corruptos para julgamento (internamente o grupo que elegeu a atual direção começa a se dividir por

Economista

ELIAS FRAGOSO

discordância com a nova metodologia do “devagar e quase nunca”). Os maiores partidos do país (PMDB, PP, PTB, PR) são comandados por criminosos condenados/cumprindo pena/respondendo a processos na Lava Jato por corrupção. Sem esquecer do PSDB cujo presidente teve que ser “saído” por suas traficâncias com o indefectível Joesley Batista da JBS. O que se pode esperar de um “time” desses? Brasília, o centro do poder político nacional, nunca esteve tão próxima daquela frase-conceito (tão execrada pelos nativos) de ilha da fantasia. O poder político, judiciário e executivo nunca esteve tão distante e dissociado do restante do pais. Daqueles que trabalham e produzem riquezas para que parasitas do serviço público vivam nababescamente, inventando regras e exceções que só a eles beneficiam, em total dissonância e em detrimento de todos e do país. O que resulta disso tudo? Um Estado com um aparato gigante, orçamento engessado, quase nenhuma

capacidade de investimentos, nenhum planejamento para o curto e – imagine-se! – médio e longo prazo; crescente aumento do déficit interno (aproximando-se de 100% do PIB); contas públicas em grave desequilíbrio (na faixa de 150 bilhões de reais/ano); zero de políticas públicas efetivas voltadas que aumentem nossa irrisória produtividade; participação muito aquém da nossa capacidade no comércio mundial (menos de 1%) e por aí vai. E que propostas os candidatos a presidente da República têm nesse lastimável estado de coisas? Como pretendem refundar o Estado brasileiro? Como se dará a revolução real que a educação exige? E as drásticas mudanças na saúde e na segurança...? Todos tergiversam. Caminhamos para outra campanha de factoides, imagens bonitas na TV e promessas irrealizáveis. Resta torcer para, no apagar das luzes, surgir tênue esperança que somatize os ideais do povo. Porque senão estamos lascados. Esses que aí estão são apenas mais (e a maioria menos) do mesmo.

Somos Zéis coiós

E

xceto aos sábados e domingos, habituei-me a, diariamente às sete e meia da manhã, ouvir os comentários do jornalista Ricardo Boechat. Sempre me despertam para o dia, e mais das vezes Já registrei antes me surpreendem. que, igual aos impassada peradores da Roma Semana não foi diferenclássica, os nossos te, mas Boechat políticos nos ofecomentava que o prefeito Kalil, de recem comida e diversão em épocas Belo Horizonte, autorizado próprias do ano, en- teria o procurador-gequanto eles sub-rep- ral do município ticiamente praticam a viajar à vizinha certos atos sem críti- Brasília em jatinho alugado. Vacas e censuras. lor do aluguel? R$ 63.000,00. Apenas meros sessenta e três mil reais do bolso do contribuinte belo-horizontino. E, considerando que o procurador teria ido à capital federal,

bem ali juntinho, encontrar-se com determinado ministro do STF em defesa do erário da capital mineira, o prefeito teria dito que quem não concordasse com a despesa era um “coió” Você nunca ouviu a expressão “zé coió”? Ou “bocoió”. Você sabe o que são “coió”, “zé coió”, ou “bocoió”? Se nunca ouviu essa expressão, à sua infância faltou alguma coisa, qual seja a picardia, o sabor gostoso de “mangar”. Significam a mesma coisa: burro, tolo, idiota, abestado. Ou se lhe apraz ao intelecto, beócio, obtuso. Ouvindo o jornalista da Band, refleti que o malfadado prefeito tem triste razão. Não só os belo-horizontinos são “zés coiós”. Somos todos, os cidadãos brasileiros, sem tirar nem por. Ao menos na visão das nossas autoridades de qualquer dos entes e poderes da União. Já registrei antes que, igual aos imperadores da Roma clássica, os nossos políticos nos ofe-

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

recem comida e diversão em épocas próprias do ano, enquanto eles sub-repticiamente praticam certos atos sem críticas e censuras. Nesses dias de copa mundial de futebol, em que os “zés coiós” estamos tão envolvidos com a nossa seleção que um chorinho do Neymar importa mais do que as solturas de corruptos pelo STF, mais uma presepada do governo Temer foi abençoada pela cambada se senadores dessa República agonizante: os nada provectos senhores aprovaram para diretor da ANS o sr. Rogério Scarabel Barbosa, anteriormente advogado de planos de saúde. De quebra, a ANS baixou resolução pela qual os novos segurados deverão pagar 40% dos procedimentos médicos a

que forem submetidos. Com essas facilidades de domínio do órgão que deveria ser regulador em proteção aos consumidores, quem sabe os planos de saúde criarão novas dificuldades mesmo para os antigos segurados? Quem garante que não? Com a saúde pública abandonada e, por isso mesmo, quase imprestável ao cidadão, os planos cada vez mais mandam e desmandam nesse país de “zés coiós”. E olhem que nós temos ainda o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) autarquia federal, à qual compete prevenir e reprimir os abusos do poder econômico. Parodiando o grande Cícero. Até quando esses políticos abusarão da nossa paciência?


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JORGE MORAES

ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Era a minha última esperança

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pesar de o Brasil ser um país desacreditado praticamente em tudo e, especialmente pela falta de políticas públicas - gestão - e pela boa parte de seus políticos, alguns segmentos ainda merecem a nossa confiança. Posso citar sem medo de errar as Forças Armadas, o Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Federal e, até pouco tempo, o Supremo Tribunal Federal, mesmo com algumas mazelas lá existentes. Mas, no geral, podia-se acreditar que no final seria feita, verdadeiramente, justiça. Mas, lamentavelmente, não é isso o que estamos presenciando. Me parece que todo o esforço de juízes que atuaram no caso do Mensalão e, agora, da Operação Lava Jato e todos os seus desSó na cabeça de pessoas dobramentos, está indo ralo comprometidas com abaixo. São deessas gangue do PT e do cisões tomadas PSDB que ficam procu- por ministros rando chifre em cabeça como Gilmar de cavalo para mandar Mendes, que com a soltar esses bandidos. acabou obrigatoriedaAgora, se não fosse a de do diploma esperteza do ministro para jornalisEdson Fachin, relator da tas e tem proLava Jato, o presidente funda ligação o PSDB de que está preso teria sido com Aécio Neves, solto também. Dias Toffoli, ex-advogado do Partido dos Trabalhadores, indicado pelo Lula para o STF, amigo da Dilma Rousseff, e mais alguns outros, que estão manchando a imagem da Corte. Você pode até perguntar: será que só quem está com a verdade são os outros ministros? É possível que não, até porque há quem diga que não tem ninguém “santo” ali. Agora, depois de tantas provas contra o ex-ministro José Dirceu, do rombo escandaloso provocado por ele como auxiliar direto e mais próximo de Lula e Dilma, 32 anos de cadeia é muito para Gilmar Mendes mandar soltar esse bandido?

A essa altura, com tantas provas documentais e depoimentos de pessoas envolvidas nos esquemas de desvios de recursos públicos, é impossível imaginar que esse tempo de prisão é exagerado? Só na cabeça de pessoas comprometidas com essas gangued do PT e do PSDB que ficam procurando chifre em cabeça de cavalo para mandar soltar esses bandidos. Agora, se não fosse a esperteza do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, o presidente que está preso teria sido solto também. Com a justiça em recesso, os novos pedidos dos milionários advogados do Lula somente serão levados a discussão e julgamento, se é que vão mesmo, em agosto, após as férias desses senhores e senhoras. Fico imaginando como está, neste momento, a cabeça dos juízes e desembargadores que estão julgando e condenando esses “senhores”, que ficaram milionários às custas do nosso sacrificado dinheiro, fruto dos nossos impostos. Fico imaginando o juiz Sérgio Moro ter que ficar calado, porque não pode comentar nada que seja decidido pelo STF, senão aqueles senhores, que representam a maior Corte de justiça do país, vão engolir o Moro vivo. E o que dizer dos desembargadores do TRF-4, de Porto Alegre, que fizeram o julgamento em segunda instância e mandaram colocar o Lula na prisão. O que deve estar pensando o juiz Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro. É por tudo isso e outras coisas mais, que passei a desacreditar na justiça brasileira. Eu, que tinha tanta esperança de continuar vendo o Brasil ser passado a limpo, não acredito mais. A sujeira vai ser jogada para baixo do tapete e não adiantou nada a luta dos juízes e desembargadores já citados e o dinheiro gasto pela Polícia Federal para montar as suas operações e levar preso essa gente toda que, agora, está sendo mandada para casa pelo Supremo Tribunal Federal. É lamentável. Como diz minha colega Alari: “só Deus na causa”.

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A vaidade e os amigos de festa

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i um caso interessante na década de cinquenta: um parente próximo foi deputado, exerceu um cargo bem elevado e caiu numa difícil situação. Quando tinha poder, sua casa vivia cheia de amigos em diversas ocasiões: mesa farta, muita bebida. De repente, ficou pobre. Fugiram quase todos! Só ficaram dois! Eu tinha quatorze anos e fiquei assustada. Aprendi a primeira lição. Anos depois, um amigo meu, governador de Alagoas por três vezes, teve que renunciar ao cargo. Vivia arrodeado de amigos. Até no banheiro de uma casa de festas alguém entrou e colocou um bilhete em seu bolso. Encontrava com ele em outros estados e nunca estava só. Olhava os acompanhantes e eram sempre os mesmos. Quando perdeu o mandato, foi ficando desacompanhado. Encontrei-o em vários Li na revista Veja uma eventos (missa de sétimo dia, reportagem com um lançamédico, ex-secretário de enterro, mento de livro) e Saúde do Sérgio Cabral. lá estava o polítiPreso, agora em prisão co só. Poucos iam domiciliar, conta, em cumprimentá-lo. Em 2016, um detalhes, o que o poder e deputado que vio dinheiro fizeram com rou desembargaa vida dele. Confessa a dor foi vítima do culpa de seus crimes, se destino. A mosca azul do poder e diz arrependido e receia do dinheiro pique os filhos tenham cou o coitado. Até para andar na vergonha dele. orla de Maceió era seguido por amigos de festa. Afastado do cargo, ficou só, tenso, adoeceu. Por um aborto da sorte, recuperou a função, reassumiu no TJ. Se a lição servir, voltará menos vaidoso, mais humilde, e passará a reconhecer os verdadeiros amigos e aqueles que o ajudaram. Se não fizer isso, cairá novamente, pois ainda tem dezesseis anos na atividade pública. São muitas as figuras públicas que viveram momentos de glória, depois voltaram a ser pobres mortais e viram os amigos de festa sumirem. De vez em quando vejo deputados antigos, sem mandato, procurando os atuais para pedirem algum favor. E já pre-

senciei a vaidade dos que estão no poder quando são solicitados. Li na revista Veja uma reportagem com um médico, ex-secretário de Saúde do Sérgio Cabral. Preso, agora em prisão domiciliar, conta, em detalhes, o que o poder e o dinheiro fizeram com a vida dele. Confessa a culpa de seus crimes, se diz arrependido e receia que os filhos tenham vergonha dele. O difícil no momento é arranjar emprego de médico; as pessoas não confiam mais nele. Quero crer que os amigos de festa não o visitam na prisão, nem vão à sua casa. Se ele vai aprender a lição? Não sei. Humildade é uma característica rara em políticos, ministros, governadores, presidentes. Conheço muito poucos que não mudam o comportamento. A primeira coisa que fazem é não atender telefones, esconderem-se nos aeroportos, evitarem ambientes públicos. Antigamente, para evitar pedidos. Hoje, com medo do povo! A imprensa relata, todos os dias, constrangimentos passados por figuras públicas nos aeroportos, nos aviões e até em outros países. Falo sempre na cordinha que Deus usa para mostrar aos poderosos que Ele existe e está acompanhando tudo. Tive um amigo que foi deputado federal e prefeito de uma cidade do interior. Ficou vaidoso, afastou-se das pessoas que o ajudaram. De repente, adoeceu, quase morreu, permaneceu vários dias hospitalizado. Senti que era um aviso, mas ele não entendeu. Voltou à ativa, mais poderoso ainda, cometendo os mesmos erros. Morreu num acidente de carro e pronto! Acabou-se o homem! Desde adolescente acompanho políticos famosos em Alagoas e vejo exemplos fantásticos! Poucos entendem o puxãozinho de corda feito pelo Homem lá de cima! Acham que podem tudo, perseguem os pequenos, bajulam os maiores, fazem o possível e o impossível para estarem ao lado do governo. Entra ano, sai ano, e há políticos que não se afastam dos governantes maiores. Como todos são humanos, o dia deles chegará e descobrirão a cegueira que lhes trouxe a vaidade! Pode ser tarde demais! Acordem pra Jesus!


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MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JULHO DE 2018

Dos homens, pés e sapatos

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recorrente e surdo combate existente entre jovens e velhos, pertencentes às mais diversas instituições e segmentos, quer sejam de trabalho, de lazer ou política, me obrigou Com os sapatos aprende- à seguinte reflexão: mos que, para o sucesso a humanidade e os de uma caminhada longa indivíduos, os pés e tortuosa, sem o surgi- e os sapatos, guarmento de calos e bolhas, dam, entre si, muisegura e sem percalços, ta semelhança no contexto da jornada teremos, obrigatoriahumana. mente, que fazer uso de Como os sapatos sapatos velhos, os quais, os indivíduos podem devido à sua flexibilida- ser novos ou velhos. de e maciez, adaptam-se Como os pés, a sofacilmente àquele tipo ciedade pode ser calejada ou imatura. de jornada. Todos guardam entre si uma relação de simbiose e completude, onde suas importâncias e necessidades mútuas deverão ser respeitadas, jamais buscando prescindir uns dos outros para o sucesso da caminhada comum. Quando os jovens são inundados pelas forças dos hormônios, costumam dar azo a um velho discurso de gerações passadas, o qual prega estar o velho ultrapassado para o in-

gente esforço social. Por seu lado, ao sentirem a sorrateira chegada da velhice, os homens maduros vão entoando uma catilinária que, da mesma forma, prega o despreparo do jovem para posições de destaque no contexto social. Todos se acusam e se esforçam em demonstrar as deficiências uns dos outros, e esquecem de dirigir um simples olhar para o sábio exemplo que nos é dado pelo uso de nossos sapatos e pelas aptidões de nossos pés. Com os sapatos aprendemos que, para o sucesso de uma caminhada longa e tortuosa, sem o surgimento de calos e bolhas, segura e sem percalços, teremos, obrigatoriamente, que fazer uso de sapatos velhos, os quais, devido à sua flexibilidade e maciez, adaptam-se facilmente àquele tipo de jornada. Se, ao contrário, pretendemos fazer uma caminhada arrojada, cheia de performance e açodada, teremos obrigatoriamente que lançar mão de sapatos novos, brilhantes de solado impecável que, por sua resistência e beleza, se prestam melhor para tal missão. Da mesma forma, são os pés e os homens.

O marechal e o Supremo*

N

o momento em que se comentam as sempre controversas decisões do Supremo Tribunal Federal, chega-me, pelo WhatsApp, uma foto do marechal Floriano Peitrajando uniComo se sabe, a prós- xoto forme militar, com pera carreira militar dedicatória que me e política de Floriano aguçou a curiosidade: “À minha afisempre foi marcada por lhada D. Anna Peixoto de Carvalho suas decisões firmes lembrança que lhe deram o apelido Gama, de Floriano Peixode ‘Marechal de Ferro’ to. Rio de Janeiro e, após a Proclamação 22 de setembro de 1891”. Naquele da República, como con- momento exercia o cargo de vice-presisolidador da mesma. dente da República Anna Peixoto de Carvalho Gama era minha avó, mãe de minha mãe Dulce Gama Brêda. Pesquisando a vida de Floriano Peixo-

to, fui ver que nasceu no Engenho de Riacho Grande, Ipioca, hoje Floriano Peixoto, distrito de Maceió, em 30 de abril de 1839 e era um dos dez filhos de Manuel Vieira de Araújo Peixoto e Ana Joaquina de Albuquerque Peixoto. Ainda recém-nascido, de família pobre, foi entregue ao padrinho e tio José Vieira de Araújo Peixoto, mais precisamente pai de minha avó, que cuidou de sua criação. Seus estudos deram-se, de início em Maceió, mudando-se, posteriormente, para o Rio de Janeiro onde fez o secundário, ingressando depois na Escola Militar do Rio de Janeiro. Em 11 de maio de 1872 casou-se com sua prima, Josina Vieira Peixoto, filha de seu pai adotivo e irmã de minha avó, no Engenho de Itamaracá, perto de Murici, Alagoas. Dessa união, nasceram oito filhos. Como se sabe, a próspera carreira militar e política de Floriano sempre foi marcada por suas decisões firmes

ISAAC SANDES DIAS

Promotor de Justiça

Para duras e tortuosas caminhadas, por terrenos pedregosos e áridos, melhor se adequam os pés calejados e empedernidos, já pés jovens e imaculados melhor se prestam para caminhadas curtas e velozes e sem percalços. Da mesma forma são os homens. Para tarefas que exigem maturidade e razão, deveremos contar com homens maduros, experimentados, dotados da mais ampla sabedoria. Já, quando os obstáculos a serem vencidos necessitam de arrojo e audácia, devemos contar com homens jovens e cheios de vitalidade para sua transposição. Dessa forma, cada um merece ver reconhecido o seu valor na caminhada da humanidade. Com o devido cuidado e respeito devemos apenas na partilha da jornada a trilhar, entregar, a cada um, a tarefa que ele possa realizar com excelência. Se, em determinada quadra do caminho tivermos que trilhar uma estrada cheia de armadilhas e obstáculos, que necessite de grande expe-

riência no seu percurso, não devemos destinar este trecho a pés macios e não calejados, calçados em sapatos novos e rígidos. Pois eles jamais irão concluí-la satisfatoriamente. E sim àqueles experientes e calejados. Por outro lado, se a estrada requer força, arrojo e energia para ser percorrida com eficiência, não devemos entregá-la a pés cansados e calejados, calçados em sapatos velhos, mas sim a pés jovens e ágeis calçados em sapatos novos. Portanto, o que pretendo dizer é que jovens e velhos jamais podem e nem devem prescindir um do outro, cada um tem seu valor no seu território particular e com as aptidões e eficiências que lhes são próprias. Pois, como as estradas, a vida é cheia de trechos tortuosos e ardilosos em alguns momentos, como de trechos urgentes e impetuosos em outros. No entanto, a conquista objetiva do bem comum deve unir todos os homens na consecução de seus mais caros valores, sem prescindir, jamais, de velhos e jovens.

JOSÉ MAURÍCIO BRÊDA Economista

que lhe deram o apelido de “Marechal de Ferro” e, após a Proclamação da República, como consolidador da mesma. Primeiro vice-presidente da República, assumiu a presidência com a renúncia de Deodoro. O culto à personalidade de Floriano, conhecido como “florianismo”, deu início aos muitos “ismos” da política brasileira: getulismo, lacerdismo, ademarismo, janismo, brizolismo, malufismo e por fim o lulismo. (Cristiana Gomes. Governo de Floriano Peixoto, InfoEscola.) Aí, perguntam-me o por quê da citação acima ao Supremo Tribunal Federal? Consta que, em abril de 1892, Floriano decretou estado de sítio após movimentos com divulgação de ma-

nifestos na capital federal contra seu governo. Prendeu vários golpistas e desterrou outros tantos para a região amazônica. Quando, em favor dos detidos, o jurista Rui Barbosa ingressou com habeas corpus, Floriano Peixoto ameaçou os ministros da Suprema Corte: “Se os juízes concederem habeas corpus aos políticos, eu não sei quem amanhã lhes dará o habeas corpus de que, por sua vez, necessitarão. O STF negou o habeas corpus por dez votos a um”. (Villa, Marco Antônio. A história das constituições brasileiras). Sua morte se deu em 29 de junho de 1895, data lembrada com feriado municipal em Maceió. *Reproduzido por incorreção


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Novo crédito especial

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s instituições financeiras vão passar a ofertar uma opção de crédito mais barata para o consumidor que gastar acima de 15% do limite da sua conta corrente por pelo menos 30 dias seguidos. Na média, os juros do cheque especial foram de 311,9% ao ano em maio. Para efeito de comparação, a taxa média de juros no crédito livre, que deve ser o principal produto a substituir o limite da conta, ficou em 39,2% ao ano no mesmo mês.

Salário

A portabilidade de salário ficou mais fácil de ser realizada. Agora o salário poderá ser recebido também em contas de pagamento, as chamadas contas pré-pagas, oferecidas por fintechs como Nubank e Banco Inter. Quem quiser transferir os valores basta comunicar ao banco para o qual deseja transferir o dinheiro. De forma similar ao que já ocorre na portabilidade entre operadoras de telefonia, todo o processo deverá ser concluído em até cinco dias úteis.

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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@brunofernandes.maceio.br

Copa e trabalho

Quem assiste aos jogos da Copa no trabalho precisa compensar? Embora seja costume de algumas empresas permitirem que seus empregados assistam aos jogos do Brasil na Copa do Mundo, a lei não assegura nenhum direito deste tipo ao trabalhador. A liberação para assistir às partidas depende do empregador ou de um acordo e pode ter consequências distintas. Além disso, devem ser diferenciadas as ocasiões em que o trabalhador é liberado do expediente e aquelas em que assiste aos jogos no próprio trabalho.

Limpando o nome

Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito mostra que 15 milhões de brasileiros com dívidas em atraso em 2018 contrataram empresas especializadas em limpar nomes. De acordo com especialistas em finanças pessoais, só vale a pena pagar por esse tipo de serviço se a negociação com o credor estiver muito difícil, pois ao pagar uma empresa, o consumidor terá despesas com o pagamento da dívida e com os serviços prestados. Ainda segundo a pesquisa, 50% dos consumidores que contrataram empresas especializadas em reabilitação de crédito foram atraídos pela promessa de limpar o nome sem pagar a dívida. Os especialistas alertam que essa possibilidade não existe, pois a única forma de ter o nome limpo é pagando a dívida ou negociando com o credor.


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SÃO MIGUEL DOS CAMPOS Município recebe ambulância e duplicação da AL-220 E o sonho vai se tornando realidade! São Miguel dos Campos agora tem trecho que liga o município à Barra de São Miguel todo duplicado. Com investimentos de cerca de R$ 48 milhões do governo do Estado, o município comemora uma reivindicação de muitos anos. Além da economia ser diretamente afetada, o turismo em São Miguel dos Campos será valorizado, trazendo mais desenvolvimento para a região. A inauguração foi feita durante solenidade na última sexta-feira, 29, pelo governador Renan Filho e o secretário de Transporte e Desenvolvimento Urbano, Mosart Amaral. O prefeito do município, Pedoca Jatobá, enfatizou a importância da obra “A duplicação da rodovia AL-220 impulsiona o desenvolvimento econômico da nossa cidade. Facilita o escoamento da produção, fortalece e muito o

nosso potencial turístico além de garantir segurança aos motoristas que trafegam pela rodovia”. O deputado federal Marx Beltrão esteve presente na solenidade e também enfatizou a importância da obra. “Essa duplicação é imprescindível, e estamos apenas no começo dela. Esse primeiro trecho inaugurado vai trazer muita melhoria para a economia não só de São Miguel dos Campos, mas para todo o estado também”. Além do benefício da duplicação, o prefeito Pedoca também recebeu em mãos do governador as chaves de uma ambulância de grande porte completa para ajudar na saúde familiar da cidade e no auxílio na saúde da população miguelense. Prestigiaram, ainda, a solenidade, prefeitos de municípios da região, vereadores e os deputados federais Maurício Quintella, Cícero Almeida e Paulão, dentre outras autoridades.


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Uber inova com meios de pagamento

FACILIDADE EM MACEIÓ, MODALIDADE PRÉ-PAGA VIGORA DESDE FINAL DE JUNHO SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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iante da popularidade da modalidade pré-paga no Brasil, a empresa de transporte Uber anunciou esta nova forma de pagamento, disponível em todo o país. Em Alagoas o Uber pré-pago foi disponibilizado no final do mês de junho. A novidade consiste na compra de créditos de duas formas: direto no caixa (como ocorre com celulares pré-pagos) e com cartões físicos (similares a vales -presente). No primeiro caso um cupom fiscal, semelhante a uma nota fiscal é impresso com um código e você adiciona ele na forma de pagamento no aplicativo. A diferença é que o uso do crédito não é automático. O cliente terá que cadastrar no aplicativo um código emitido no ato da compra dos créditos, que tem o valor abatido a cada corrida. De acordo com a assessoria

da empresa, é uma maneira de expandir o uso do aplicativo e alcançar todos aqueles que não dispõem de cartões de crédito e débito. Segundo estatísticas, o número de pontos de venda de gift card e do pré-pago passou de 18.000 em março do ano passado para 250.000 no mesmo mês este ano. Em alagoas os principais pontos de venda são as Lojas Americanas e supermercados da rede Walmart. Cada usuário pode comprar até R$ 200,00 por vez e acumular um total de até R$ 1.000,00. As recargas são entre R$ 25 e R$ 200. Por enquanto, o Brasil é o único a oferecer esta modalidade de pagamento, assimilando a popularidade dos celulares pré-pagos. O profissional de relações públicas Andrew Pereira disse que não sabia do novo método, mas foi uma boa notícia. “Nem sempre tenho crédito disponível no cartão, e como não gosto de andar com dinheiro, essa pode ser uma boa alternativa”. A Uber, que desembarcou no Brasil em 2014, durante a Copa do Mundo, e chegou a Maceió em 2016 afirma que a nova medida estimula as pessoas a manterem o dinheiro no aplicativo e não dentro do bolso, dando mais segurança aos clientes e motoristas.

Pré-pago da Uber está disponível nas unidades da Lojas Americanas e da rede Walmart

A estudante Yasmin Ribeiro, 24, utiliza do novo método e diz que é fácil em questões emergenciais. “Eu particularmente acho bem fácil de usar o Uber pré-pago. Normalmente utilizo 1 por mês para questões emergenciais, nem sempre estou com dinheiro ou com o cartão de crédito disponível”. Ela utiliza o pré-pago há algum tempo com o cartão físico (semelhante ao vale -presente), mas garante que vai ser ainda mais fácil com método

de recarga sem cartão. Essa revolução nos meios de pagamentos será visível ainda mais nas periferias e maiores centros urbanos, complementando o transporte público e substituindo carros particulares. É basicamente a substituição do pagamento no dinheiro podendo abrir o aplicativo, chamar um carro, entrar e sair sem se preocupar em sacar dinheiro ou separar troco.

Passo a passo

Como adicionar seus créditos Uber: . Abra o app da Uber . Abra o Menu . Abra a seção Pagamentos . Selecione “adicionar forma de pagamento” . Selecione “Uber Pré-Pago” . Insira o código


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DESENVOLVIMENTO Roteiro inaugura via e recebe ambulância para saúde familiar

Agora o percurso de Roteiro até São Miguel dos Campos vai ser três vezes mais rápido. Isso porque a via que liga os municípios de Roteiro a São Miguel dos Campos foi toda reconstruída. Depois de 30 anos sem manutenção, a estrada só trazia dor de cabeça para os moradores da região que chegavam a levar uma hora e meia no trecho de apenas 17 km. A obra foi entregue pelo governador Renan Filho e pelo secretário de Estado do Transporte e Desenvolvimento Urbano, Mosart Amaral, durante solenidade que aconteceu na tarde da última sextafeira, 29. Além do desenvolvimento que a reconstrução da estrada irá contribuir, a economia da região também será beneficiada. O município recebeu ainda uma ambulância para ajudar na saúde familiar e no transporte de pacientes entre unidades de saúde. O prefeito da cidade, Wladimir

Brito, diz que a entrega de uma ambulância deste porte é de extrema importância já que o município não tem condições de adquirir uma tão completa com recursos próprios. “Não temos uma ambulância tão completa assim, então essa parceria resultou na entrega de um veículo extremamente útil à população, com conforto e segurança para fazer o transporte de pacientes para outras unidades de saúde de maneira mais célere”. Já Renan Filho pontuou a importância da nova via para o escoamento da economia. “Esse acesso a Roteiro melhora a vida das pessoas daqui e garante que a cidade possa avançar de maneira mais ordenada em diversos segmentos”. Também estiveram presentes o secretário de Estado da Saúde, Christian Teixeira, e o deputado federal Maurício Quintella, dentre outras autoridades políticas.


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Olhar sobre o futuro

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ma jornada e tanto. Desde 5 de maio de 1999 esta coluna completa agora 1.000 edições semanais consecutivas. Para seguir a tendência das mídias impressas e digitais, o nome do colunista passa a encimar a coluna. Alta Roda a partir de agora identifica notícias curtas e relevantes que seguem abaixo. Para essa edição comemorativa foi feito um estudo sobre lançamentos até 2022. As três principais marcas, por exemplo, sinalizam apenas a quantidade e têm critérios diferentes sobre “novidades”. A indústria automobilística costuma apresentar gerações novas de modelos entre seis e oito anos e uma reciclagem de meia vida a cada três ou quatro anos. Segue uma projeção por sondagens e experiências anteriores. Sujeita, obviamente, a imprecisões por se tratar de segredos a sete chaves. Chevrolet: previstos 20 produtos. Renovação da atual linha: 13 modelos, incluídos Camaro cupê/conversível e Cruze hatch/ sedã. Completados por crossover Onix; SUV base Onix (abaixo do Tracker); SUV base Cobalt (entre Tracker e Equinox); dois SUVs

7-lugares; picape entre Montana e S10 (base Cobalt) e Bolt (elétrico). Novo Blazer poderá ser o 21º veículo. Volkswagen já lançou seis de 20 novidades até 2020: Amarok V-6, Polo, Virtus, Tiguan, Golf e Variant. Seguem Gol e Voyage com câmbio automático, Jetta, Polo GTS e Virtus GTS ainda em 2018. Depois, T-Cross (SUV base Virtus), Tarek (SUV base Jetta), crossover (base Polo), picape intermediária (maior que Saveiro), nova Saveiro, novo up! e o sucessor do Gol. Importados: Atlas (EUA) e Passat (Alemanha). Nova geração da Amarok (não muda desde 2010) ampliará a lista para 21 modelos. FCA: prevê 15 produtos Fiat. Além da renovação de Mobi, Uno, Argo, Cronos e Toro, haverá crossover (base Mobi), SUV (base Argo) e SUV 7-lugares (base Compass). Novas gerações de Strada e Fiorino. Versões com motores turbo e câmbios automáticos completam a gama. Jeep serão 10: Renegade e Compass atualizados e Compass 7-lugares. O restante, importado: Wrangler (e sua versão picape), Cherokee/Grand Cherokee e

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FERNANDO CALMON

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br Wagoner/Grand Wagoner, além do “baby” Jeep (menor que Renegade). RAM terá picape média para 1.000 kg (porte da antiga Dakota) e uma maior. Ford: não antecipa planos para cinco anos. Garante que terá três lançamentos em 2019. Estes poderiam ser Ranger (facelift), Edge (facelift) e Mustang conversível. Novas gerações de Ka e Ka sedã, EcoSport (2020) e nova Ranger (2022) são previstas. Toyota tem dois ciclos: meia-vida três anos e renovação a cada seis. Nova geração Corolla confirmada para 2019. Além de renovação de Etios, Yaris, RAV4, Camry, Hilux e SW4, projeta para 2022 um SUV com base no Yaris e um possível crossover (base Etios). Nissan ainda está em fase de planejamento e estuda os segmentos em vai atuar ou mesmo abrir mão. Honda não

vislumbra novos segmentos de atuação: segue ciclos semelhantes à Toyota. Renault começa por renovar o Duster em 2019 e os demais modelos em ciclos de quatro e sete anos. Um novo crossover SUV/cupê é considerado certo para produção no Brasil (acima do Captur e mirando no Compass). Koleos volta a figurar entre os importados. A também francesa PSA vai se reinventar. Serão 16 produtos novos (incluídos comerciais leves), produzidos no Brasil e Argentina, até 2024. Começa com Citroën C4 Cactus no começo de setembro. Peugeot 208, 2008, 308, além de C3 e C4 Lounge terão novas gerações com uma única arquitetura modular conhecida como CMP. E também haverá uma picape média Peugeot para 1 tonelada de arquitetura convencional.

ALTA RODA n PROGRAMA Rota 2030

começa a superar um impasse na reta final. Procuradoria Geral do Ministério da Fazenda (PGMF) apontou a impossibilidade legal de conceder incentivo fiscal para fabricantes que conseguirem superar a meta de eficiência energética a cada cinco anos. Novas negociações e uma solução: só modelos acima do padrão obrigatório terão direito ao benefício. n INICIALMENTE, havia a

interpretação de que inviabilizaria um ponto relevante do Rota 2030: estimular investimentos em pesquisa no País. Mas o enquadramento por modelo pode chegar aos mesmos resultados, sem obstáculos jurídicos, pois todos terão de cumprir a meta mínima sem incentivos. É provável que no fim deste mês o programa possa, afinal, ser anunciado. n SISTEMA de chassi

100% ativo, que a ZF acaba de anunciar na Europa, pode se transformar em grande facilitador para adoção de direção autônoma. Suspensões convencionais não lidam com pisos irregulares sem exigir atuação do motorista. Tal recurso é preditivo e deixa a carroceria livre de quaisquer oscilações. Resta discutir os custos. n RESSALVAS: apenas no

mês de novembro próximo a Toyota pretende iniciar o terceiro turno de produção em Sorocaba, se o mercado confirmar a tendência de recuperação. Quanto ao Golf e à station Variant, apesar de lançados no mês passado, são modelos 2018 e não 2019, como costuma ser a regra. Há casos, porém, de outros veículos em mercado três ou quatro meses antes, que já são modelos 2019.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Que prendam o habeas corpus

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odos os dias, as notícias que nos chegam sempre são referentes ao uso das drogas, aos assassinatos, roubos, assaltos a ônibus e ao processo da Lava Jato. Já viraram brincadeiras dos marginais os arrombamentos e as explosões de agências bancárias Todos eles dizem que em todo o Brasil, já que estamos em cumprem seus deveeleitorais. res, porém, ‘a Justiça períodos Agora, tudo se rede brincadeira’ manda sume em violênque os marginais secia, em corrupção jam libertados através e em soltura de presos pelos nosdos imorais habeas sos ministros do corpus. Supremo Tribunal Federal. Nas nossas infâncias, eu e meus amigos tínhamos muitas maneiras de brincar, à vezes com piões, com ximbras e com o futebol, mas, agora, viraram moda

as brincadeiras do esconde-esconde e as brincadeiras do solta-solta pelos caridosos senhores ministros. Agora, muitas crianças que foram infelizes nas suas infâncias, aprenderam “a brincar de Justiça”, quando jogando no lixo a nossa Constituição Brasileira, já bastante bagunçada com tantos habeas corpus que são concedidos para os marginais da política e para os corruptos da Lava Jato. Agora, os adultos que não foram felizes nas suas infâncias aprenderam, também, a “brincar de Justiça”, para beneficiar os quadrilheiros e os propineiros, através de imorais habeas corpus. Não é raro sabermos quando as silenciosas Polícia Federal, a Polícia Militar e a Polícia Civil estão procurando criminosos com dezenas de crimes, nos estádios de futebol, na Europa, nos seus apartamentos, nas inaugurações e nas suas mansões.

Todos eles dizem que cumprem seus deveres, porém, “a Justiça de brincadeira” manda que os marginais sejam libertados através dos imorais habeas corpus. Por que não mandam prender o habeas corpus e não mandam que sejam destruídas todas as cadeias? Sabemos que muitos criminosos já respondem a 12 ou 15 processos e que andam por aí, livres, até mesmo sem o uso do habeas corpus. Às vezes, notamos que alguns julgadores é que deveriam ser presos, nas mais nojentas prisões, sem direito a banho de sol. Parece que já estamos necessitando de uma seleção, para premiarmos os maiores bandidos com os títulos de “cidadãos honorários”, como acontece muito, daqueles que são aprovados pelas Câmaras de Vereadores e pelas Assembleias Legislativas. Aqui-acolá, nos deparamos com candidatos com vários crimes praticados. A eles,

a Justiça Eleitoral não pede nenhum atestado de bom comportamento, pois já temos vários candidatos, todos com fichas sujas e que serão, certamente, aceitos e aprovados. Ultimamente, temos tido notícias sobre regalias e solturas de “pessoas do colarinho branco” em número elevado, como se os habeas corpus passassem a ser uma nova brincadeira, como era na infância. Nós precisamos dizer à Rede Globo que queremos um Brasil com julgadores que não concedam habeas corpus aos bandidos da Lava Jato ou então, que prendam todos que “brincam de Justiça”. Em tempo – O excelente médico Dr. Joseane Granja e o meu conterrâneo de Mata Grande, o jovem Angêlo César Malta, são meus bons leitores. Isso é muito bom, não é pessoal?


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ABCDO INTERIOR

Fala sério!

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iz um ditado popular que “em se tratando de política até boi voa”. E, pelo jeito, deve voar mesmo. Rivais históricos, o MDB e PSDB podem marchar juntinhos nas eleições estaduais deste ano. Pelo menos foi o que ventilou o governador Renan Filho em seu discurso em Arapiraca, durante a inauguração de novos leitos no Hospital do Agreste. Caso isso realmente ocorra, veremos dois rivais da politica arapiraquense de braços dados no mesmo palanque. Estamos falando, é claro, do vice-governador Luciano Barbosa e do prefeito tucano Rogério Teófilo.

robertobaiabarros@hotmail.com

Um super secretário

Se de fato Rogério Teófilo estiver pensando em criar uma espécie de super secretaria para acomodar aliados e colocar panos quentes para acalmar uma crise interna em seu governo, será um retrocesso que acarretará em mais e mais problemas para a sua administração. Aliados de Teófilo, à boca miúda, descartam essa possibilidade e já alertaram para os riscos políticos que virão com sua atitude.

Plenos poderes

Ora, criar uma secretaria e dar plenos poderes com todos os recursos disponíveis para “tocar” os projetos é o mesmo que entregar o galinheiro a uma raposa. Afinal, a gestão precisa de um prefeito e não de um super secretário para colocar “ordem” na casa. Trocando em miúdos, é o mesmo que entregar o bastão a terceiros e ir pra casa.

Uma fábula

Para quem não tem uma boa memória, vamos refrescá-la com um episódio que virou uma fábula na política da terra do fumo em corda. Vejamos: Teófilo foi vice-prefeito de Luciano Barbosa em Arapiraca e durante os quatros anos de mandato sequer pisou na porta do Centro Administrativo, nem para dar bom dia ao porteiro. Foi completamente anulado, isso porque Barbosa não digeriu a indicação de sua madrinha política Célia Rocha, que queria agradar Rogério por tê-lo preterido para ser o seu sucessor na Prefeitura de Arapiraca.

A dona do voto

Como se sabe, em Arapiraca Célia é a dona do voto, elege até um bode, se assim for o seu desejo. E naquele momento político tinha que escolher entre o coração e a razão. Fez a sua escolha e, assim, ganhou um inimigo político que aceitou ser vice-prefeito na esperança de convencer Célia Rocha para ser o sucessor de Luciano Barbosa, fato que não ocorreu por intransigência do próprio Luciano.

Vida que segue...

E assim a história política prosseguiu na terra do saudoso Manoel André, com Rogério longe do convívio político de Luciano e Célia Rocha até que, após 20 longos anos, Teófilo consegue finalmente realizar o sonho de se eleger prefeito da segunda cidade mais importante de Alagoas. Mas em um ano e meio, Teófilo não disse ainda para que veio, mas isso é uma outra história que contaremos mais na frente. Parafraseando o Papa-Capim das redes sociais: “Ô Arapiraca dos meus sonhos!!!”. É vida que segue.

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He-man de Arapiraca

De uma a duas. Se tomar essa decisão, que é criar uma espécie de mostrengo político, subtende-se que está sob pressão ou cansou de ser gestor. Afinal, Arapiraca não precisa de um He-man – aquele das histórias em quadrinhos –, e sim de um prefeito que tenha pulso firme e desenvolva boas ações para a comunidade

Apelo ao torcedor

Em entrevista ao radialista Nazário Silva, no programa Pajuçara Esportes, o vereador Moisés Machado e diretor-presidente do Arapiraca Futebol Clube (AFC) disse que o sócio torcedor pode ajudar o futebol de base e o ASA com a contribuição da própria torcida.

Os recursos

Ele disse que os recursos que chegam para ajudar ao projeto são provenientes do sócio torcedor, uma vez que 70% desse dinheiro é destinado ao ASA e os 30% restantes são repassados para o AFC para manter o trabalho com a formação de jogadores de base “Fazemos um trabalho muito importante para mantermos o futebol de base do ASA, mas temos dificuldades financeiras e contamos muito com o sócio torcedor para que possamos manter financeiramente a base e o próprio ASA”, afirmou Moisés Machado.

Categoria de base

O vereador destacou a atuação do trabalho que ele faz à frente das categorias de base e ressaltou a apresentação do projeto aos atletas na segunda-feira (25), no auditório do Sesc Arapiraca. Na ocasião, o evento reuniu atletas das categorias sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20. Nesta última atuam jogadores do AFC na categoria de base do ASA de Arapiraca. Apoio de empresários Ele destacou os atletas que fizeram parte da base e conseguiram se destacar no futebol brasileiro e internacional a exemplo dos jogadores Thalysson e André Nunes, entre outros.

PELO INTERIOR ... Durante a entrevista no estúdio da Rádio Pajuçara, com a presença do radialista e estudante de jornalismo Nazário Júnior e do radialista Jackson Tigre, Moisés Machado anunciou a participação do futebol de base no campeonato que terá no mês de agosto com a categoria sub-15. ... Os atletas do sub-15 e do sub-17 também irão participar da 15ª Copa da Juventude, que será realizada a partir do próximo sábado (7), no Clube do Servidor, em Arapiraca. ... O prefeito Júlio Cezar e a secretária municipal de Saúde, Kátia Born, assinaram na terça-feira (3), o contrato com a nova empresa gestora da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Palmeira dos Índios. ... Após 9 meses do processo licitatório, o Instituto Diva Alves do Brasil (IDAB) administrará a unidade de saúde. ... A Comissão de Transição e Fiscalização Permanente, composta por servidores da prefeitura e da UPA, relatou alguns pontos

encontrados durante a transição entre empresas administradoras, e concluiu que tudo está dentro dos padrões, tanto da empresa que deixa a UPA, quanto da nova gestora, com destaque para a qualificação da empresa que passa a gerir a Unidade. ... A secretária Kátia Born destacou informações diversas sobre a gestão municipal, dados importantes da situação atual da saúde pública do município, apresentou a equipe com a qual eles terão contato permanente na SMS e fez um pedido à instituição. ... Após meses de disputa, o governador Renan Filho deu sua palavra, na manhã de quarta (4), sobre a reforma do canteiro da Rodovia AL-220, em Arapiraca, que sofre com problemas elétricos. Renan destacou que não é obrigação do Estado fazer este tipo de reforma, mas que fará porque não gosta de “jogo de empurra”. ... “Eu senti que ao longo dos últimos dias, havia uma transferência de responsabilidade, uma ‘tentativa de jogo de empurra’. Eu disse: ‘Deixa comigo, vou resolver isso aí’.

Vou chamar o DER e vou determinar que seja solucionado este problema na iluminação”, disse o governador. ... “Agora, estas coisas precisam ficar claras. Depois que o Estado faz uma obra, alguém tem que tomar conta, não é papel do Estado iluminação pública, a gente não cobra taxa de iluminação pública. É importante que todo mundo saiba. Esta eu vou fazer porque não gosto de jogo de empurra”, disse Renan, durante evento de inauguração de novos leitos no HE do Agreste. ... A energia elétrica em toda extensão do canteiro está desligada desde maio de 2018 para evitar novos acidentes: uma pessoa já morreu eletrocutada após encostar num poste do local, em 2015, e um cavalo morreu nas mesmas circunstâncias, no início deste ano. ... Aos amigos e leitores da coluna, desejo um excelente fim de semana, com muita paz e alegria com a vitória do Brasil nesta sexta contra a Bélgica. Que assim seja. Até a próxima edição!


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EDITAL DE CONVOCAÇÃO N. XX/2018 ASSEMBLEIA-GERAL EXTRAORDINÁRIA DE ALTERAÇÃO ESTATUTÁRIA, RATIFICAÇÃO DA FUNDAÇÃO, ELEIÇÃO E POSSE DA NOVA DIRETORIA GESTÃO 2018/2022 SINDCOPSI – Sindicato dos Profissionais e Trabalhadores da Saúde Indígena, representado por sua presidente Maria do Carmo Andrade Filha, portadora do RG 4555452 SDS/PE, inscrita no CPF n. 727.894/414-72 e no PIS/PASEP n. 126.386.3269-8, com endereço à Rua Ana, 167, 1º Andar, Macaxeira, Recife/PE, CEP: 52.090-290, vem, em atenção aos termos do art. 17, VII, do Estatuto Social e do art. 3º, II, da Portaria MTb n. 326/2013, CONVOCAR todos os profissionais e trabalhadores da saúde indígena integrantes do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, instituído na forma da Lei n. 9.836, de 23 de setembro de 1999, que exerçam as suas atividades em todo o território nacional e especialmente junto aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas – DSEI, para participarem da Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada na cidade de Maceió/AL, na sede da Associação Atlética Banco do Brasil – AABB – cito – Clube AL – 101 Norte, Km 18, S//N – Pescaria – No dia 24 de agosto de 2018, às 8h30min às 18h30min em segunda convocação, para deliberarem acerca da seguinte ordem do dia: i) ratificação da fundação do SINDCOPSI; ii) ratificação e atualização dos termos do Estatuto Social da entidade; iii) eleição e posse de nova diretoria; iv) aprovação do regimento interno; e v) outros assuntos de interesse da categoria. Recife, 14 de junho de 2018 Maria do Carmo Andrade Filha Presidente


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30 ANOS DE ELEIÇÕES EM ALAGOAS

1990

CONTEXTO HISTÓRICO Na Eleição Estadual de 1990, em Alagoas, tínhamos à frente do Governo do Estado, Moacir Andrade (PRN) e do Município de Maceió, João Sampaio (PFL).

Renan com o presidente Collor assegurou a Geraldo Bulhões mais adesões à sua campanha. Dos 98 prefeitos de Alagoas na 1) O deputado federal Geépoca, 96 apoiaram Geraldo raldo Bulhões (PSC) foi o primeiro colocado com uma votação Bulhões no segundo turno. As de 338.598 votos (49,76%) e seu críticas contundentes de Renan sobre o governador Moacir Anvice foi o deputado estadual drade aumentaram mais ainda Francisco Mello (PMDB). As denúncias de fraude eleitoral e o o empenho do governador na campanha de Geraldo Bulhões. uso da máquina do Governo foram fatores determinantes para Esses episódios foram determinantes para a sua vitória. a vitória de Geraldo Bulhões. 2) Renan Calheiros (PRN) 2) O deputado federal foi o segundo colocado com Renan Calheiros (PRN) foi o uma votação de 218.945 votos segundo colocado com uma vo(34,03%). O rompimento com o tação de 303.886 votos (44,65%) e seu vice foi Severino Leão (PRN). As denúncias de fraude, o rompimento com o governador Moacir Andrade e a falta de apoio do presidente Collor, foram fatores que pesaram para a derrota de Renan. 3) O ex-Prefeito de Maceió Guilherme Palmeira (PFL) foi eleito pela segunda vez senador da República, com uma votação de 424.480 votos (65,97%). Sem um concorrente a altura, o uso da máquina do Governo e a ampla maioria dos prefeitos, deputados federais e estaduais na sua campanha, foram fatores que deram uma vitória tranquila a Guilherme. FATOS IMPORTANTES NO PRIMEIRO TURNO DA ELEIÇÃO EM ALAGOAS

FATOS IMPORTANTES NO SEGUNDO TURNO DA ELEIÇÃO EM ALAGOAS 1) Geraldo Bulhões (PSC) foi o primeiro colocado com uma votação de 424.480 votos (65,97%). O rompimento de

presidente Collor fez Renan perder suas bases em vários municípios, praticamente só contou com a adesão de políticos de São Miguel dos Campos, Murici, União dos Palmares e a zona urbana de Maceió. O rompimento também fez o mesmo perder os espaços nos veículos de comunicação da Organização Arnon de Mello. Além desses fatores, o empenho acentuado do governador Moacir Andrade na campanha de Geraldo Bulhões e o isolamento político de Renan, foram determinantes para a sua derrota.

MARCELO BASTOS

analista político

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Campestre Município ganha ambulância com equipamentos modernos A cidade de Campestre está em festa com a chegada de uma nova ambulância equipada com as melhores ferramentas voltadas ao pronto atendimento da comunidade. O veículo chega para somar e melhorar ainda mais a saúde pública do município. A entrega foi realizada no último sábado, 30, no Pátio de Eventos

da cidade. Na cerimônia, o prefeito Nielson Mendes da Silva, conhecido como Pino, e o secretário de Saúde do município, Ednaldo Trajano, receberam a moderna ambulância e puderam conferir de perto o novo recurso conquistado com muito esforço para a cidade. “Este veículo é de relevante importância para nossa comunidade”, declarou Pino durante discurso no momento da entrega da chave. Ainda segundo o prefeito, o que não faltam são motivos para comemorar mais essa conquista da cidade reivindicada através do deputado Galba Novaes e contemplada pelo governador Renan Filho em mais um pleito em prol da sociedade campestrense.


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