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Lira e Renan buscam destravar distribuição de cargos federais

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MEIO AMBIENTE

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Apoios se alinham aos cargos da União indicados nos estados. E o governo não tem maioria na Câmara.

ODILON RIOS

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Especial para o EXTRA

O presidente da Câmara Arthur Lira (PP) está sentado em cima de três pedidos de impeachment contra Lula. Ex-presidentes, Fernando Collor e Dilma Rousseff sentiram na pele os efeitos de um Congresso sem maioria governista: foram derrubados do Planalto.

Maceió.

Falando nos Pereira, o deputado é generoso com seus afetos na política. Sob a caneta de Lula garantiu, logo no início do ano, R$ 20 milhões para Teotônio Vilela, onde os Pereira mandam desde os sumérios. Para Maragogi, também do aliado Fernando Sérgio Lira (PP), foram R$ 10 milhões. Dinheiro para calçamento de ruas e construção de praças.

Em 2 de fevereiro, Satuba, do aliado Junior Tuté, recebeu R$ 14,8 milhões. Em São Miguel dos Campos, o prefeito George Clemente (MDB) conseguiu R$ 27,4 milhões. Ele apoiou a reeleição do parlamentar, apesar de estar na lista dos calheiristas.

Tanto o União Brasil quanto o presidente da Câmara vêm recebendo tratamento vip do Palácio do Planalto quando o assunto é dinheiro e cargos: além da Codevasf, o DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). Somando os dois orçamentos destas estatais para 2023: R$ 3 bilhões. Ainda não está definido quem ficará com o DNOCS alagoano.

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) também está no balcão de negócios, assim como a direção alagoana do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Antes de Bolsonaro, Calheiros era quem mandava nestes cargos.

Arthur Lira perdeu poderes com a criação de um bloco articulado pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB), sob beneplácito de Calheiros, mas ainda é majestade em Brasília. Porém não tem mais sob seu comando o orçamento secreto, proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas existem restos a pagar engatilhados nas pastas antes da decisão judicial.

Aum

ano e dois meses das convenções partidárias o cenário político alagoano patina na incerteza, o prefeito de Maceió JHC (PL) nada de braçada em direção à reeleição que só aparentemente parece missão fácil, mas todos os líderes partidários aguardam, com ansiedade, os efeitos da distribuição de cargos públicos federais.

A situação acontece em todo o Brasil. O ministro da Fazenda Fernando Haddad indica, em entrevistas, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa de apoios no Congresso, mas principalmente na Câmara Federal.

Em Alagoas, Lira e o senador Renan Calheiros (MDB) brigam pelos espaços com mais capilaridade entre os prefeitos e maior volume de verbas. O PT local ficará com as sobras. Por enquanto, a distribuição está paralisada. Trabalhadores rurais sem-terra ocuparam esta semana a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) exigindo a saída de César Lira, superintendente regional. Lira é primo de Arthur e ‘herdado’ da gestão Jair Bolsonaro (PL).

Neste primeiro round, Lira está em vantagem: manteve a família Pereira na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São

Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal que este ano terá orçamento de R$ 123 milhões. A companhia muda sua sede de Penedo para Maceió, maior colégio eleitoral do estado e onde o presidente da Câmara não goza da simpatia do eleitor. Todo um xadrez manipulado pelo primo rico dos Pereira, atingindo a gestão do prefeito Ronaldo Lopes, do MDB calheirista e favorecendo o futuro aliado JHC, apesar da companhia investir nos 102 municípios e até Maceió recebendo investimentos para asfaltamento de ruas, direto dos cofres da estatal.

A Codevasf, em nota, confirma a mudança para Maceió, mas diz que a base em Penedo terá importância semelhante. “As alterações em curso buscam superar obstáculos logísticos e de segurança para profissionais da Companhia. Há funcionários que vivem em Maceió e que precisam realizar deslocamento diário para Penedo, para exercício de atividades específica”, diz. Funcionário em questão é Joãozinho Pereira, superintendente da Codevasf, morador de

E o Governo acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para saber como proceder este pagamento, autorizados de 2020 a 2022.

Dos R$ 16 bilhões, R$ 5,4 bilhões estão no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Por isso, Lira construiu uma crise artificial- a do rito das medidas provisórias. Ao mesmo tempo, se mostra o ‘bombeiro’ dos incêndios que ele próprio cria, aumentando seu poder de barganha.

“Lira está cada vez mais espaçoso na sua relação com o governo.

Ele está vivendo uma abstinência. Estava totalmente dependente do orçamento secreto e agora terá que conseguir recursos em condição de igualdade com todos os parlamentares”, disse o inimigo Calheiros.

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