2 minute read

Transplante: 513 alagoanos aguardam por órgãos Deputado estadual José Wanderley cobra instalação de ambulatório de eficácia cardíaca

Next Article
MEIO AMBIENTE

MEIO AMBIENTE

MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

Amorte de Francisco Sebastião de Lima na terçafeira, 11, o transplantado cardíaco mais longevo da América do Sul, chama a atenção e acende a esperança de pacientes que estão na fila de espera. Chiquinho, aos 17 anos, recebeu um coração novo, isso há 34 anos. Viveu até os 51 anos no município de Santana do Mundaú, zona da Mata alagoana. Ele morreu devido ao melanoma, um tipo de câncer de pele. O coração não matou o Chico.

Advertisement

O coração do doador fez o menino renascer, crescer, ter expectativa, viver. Para o médico cardiologista e deputado estadual, José Wanderley Neto, que liderou o procedimento, a cirurgia do ponto de vista técnico não teve grandes mudanças desde o caso de Francisco. O que mudou, diz, foi o conhecimento científico em cuidados pós-operatórios e aparecimento de novas drogas para controlar a rejeição. Atualmente, em Alagoas, 513 alagoanos aguardam por um órgão, sendo dois de coração.

Segundo o cardiologista, a grande inovação no caso de Chico foi a busca pelo órgão à distância, tornando a cirurgia mais segura e econômica. “Esse formato levou a criação do Nordeste Transplante, levando o procedimento a toda região”, afirmou Wanderley. O especialista ainda acrescentou que, em Alagoas, é preciso reformatar o programa de transplante para ser mais efetivo. O Hospital Adib Jatene está se preparando para essa nova fase.

Um dado importante é que as pessoas com até 45 anos de idade podem ser doadores, porém, tem que manifestar o desejo em vida e ter o consentimento familiar para que seja materializada a doação. Já doadores mais idosos são aceitos em situações es- peciais.

José Wanderley disse que como parlamentar, cidadão e médico vai lutar para organizar o sistema de atendimento às doenças cardiovasculares de forma integral, começando pela prevenção.

E assim, no dia do falecimento de Chico, o deputado, doutor Wanderley, fez pronunciamento na Assembleia Legislativa de Alagoas e, com pesar, se solidarizou com familiares ao afirmar que sua sobrevida foi um marco para a história da cardiologia do Brasil. Emocionado, relembrou do menino de Santana do Mundaú quando aos 17 anos, em 1989, fez em Aracaju (SE) o primeiro transplante de coração na região.

Disse, ainda, que do ponto de vista médico, era um paciente com insuficiência cardíaca, que hoje engloba várias doenças cardíacas que levam a esse resultado final. Mas trata-se de um problema de saúde pública, pois é a principal causa de morte de pacientes que estão internados. “Vamos solicitar ao governador (Paulo Dantas) que instale aqui em Alagoas o primeiro ambulatório de eficácia cardíaca e interiorizar, pois os medicamentos são muitos eficazes para controlar os sintomas e prolongar a vida desses pacientes”, destacou o cardiologista que junto de sua equipe já realizou mais de 50 transplantes cardíacos no estado.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em Alagoas, no ano de 2022, foram realizados 94 transplantes, sendo o de córnea o mais executado. No total, uma pessoa fez do coração, seis de fígado, 10 de rim e 77 de córnea. Já no período de janeiro a março de 2022, aconteceram 11 procedimentos, 10 de córnea e apenas um de fígado.

De janeiro a março de 2023 só foram feitos transplantes de córneas, num total de 10. Neste mês de abril, até o último dia 11, aconteceram cinco transplantes em Alagoas. Dois de fígado, dois de rins e um de córneas.

Até a quarta-feira 12, o número de alagoanos na fila de espera para realização de transplantes era de 513 pacientes aguardando por um órgão. Desses, dois de coração, três de fígado, 51 de rim e 457 de córneas.

Como Doar

Atualmente, para ser doador, não é necessário deixar nenhum documento por escrito. Mas é preciso conscientizar as famílias sobre a vontade do doador de órgãos. A legislação brasileira só é válida, na verdade, se a família autorizar no momento da morte encefálica.

“Então, não adianta deixar nada escrito, porque somente com a autorização da família é que pode ser realizada a doação”, esclareceu equipe técnica da Sesau.

This article is from: