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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 765 - 04 A 10 DE ABRIL 2014

NOVO PRESIDENTE DO ITERAL DEIXOU ROMBO MILIONÁRIO EM PREFEITURA Atos da 17ª Vara Criminal contra prefeitos estão todos nulos

P/7

DIVULGAÇÃO

Sérgio Jucá desafia deputado Nezinho a provar gastos do MP com banquetes P/10 e 11

Prefeitos usam

Canal do Sertão como

moeda de troca Construtora Odebrecht é acusada de discriminar trabalhadores que não votam nesses políticos PÁGINA 9

IBOPE:

RENAN E COLLOR LIDERAM PESQUISA

RENAN:

41%

COLLOR: P/ 6

38%


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE ABRIL DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados

DA REDAÇÃO

República das Alagoas

Eleição? Tô nem aí! A seis meses das eleições de 2014, a população alagoana ainda não parou para pensar em quem votará para os cargos de governador e senador da República. É o que demonstra a primeira pesquisa registrada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do estado, realizada pelo Ibope.

Dois ex-secretários de Téo Vilela - que ainda não desencarnaram do poder - pretendem suceder o chefe tucano. Um é candidato dele mesmo e o outro – arrogante – quer ser aclamado governador.

Ajuda aos canavieiros

A pesquisa aponta que 87% da população de Alagoas não sabe em quem votará para governador do estado este ano. No caso da eleição para senador, este número sobe para 89%. Os números são expressivos em todas as faixas etárias e níveis de escolaridade.

O Ministério da Agricultura vai liberar R$ 50 milhões para os canavieiros nordestinos atingidos pela última seca. Cada contemplado receberá R$ 12 por tonelada de cana fornecida na safra 2011-2012, limitado a 10 mil toneladas e o pagamento deve começar ainda este mês, via Conab.

Majoritária A proporção que baixa a contagem regressiva para as eleições de outubro, mais imprevivisel vai se tornando o caminho para arriscar palpite sobre favorito. Isso principalmente nas majoritárias . Tanto a nível nacional como na estadual (Alagoas).

Anti-corrupção

A lei até pode estar em vigor, mas para eleitores, aplicação deverá passar ao largo nos Poderes Constituídos Brasil afora. Principalmente nos executive e legislativos. Isso a começar por Brasília.

Torneira fechada

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), com proposta para dificultar doações de campanha por empresas, é tiro no calcanhar de políticos habituados a gastanças para manter mandatos e, naturalmente, também empresários preocupados em montar “lavenderia”.

Área de atrito?

O PSB começa a dar mostras de haver em suas fileiras insatisfeitos tanto com o PSDB como também o PT. O foco da rebeldia, contudo, é focado por enquanto somente em São Paulo. Mas em Alagoas a presidenta Kátia Born, que ocupa o cargo desde a fundação, segue firme na fidelidade a Eduardo Campos.

Oportunismo

Agentes da Polícia Federal fortalecem o clima de tensão pela proximidade da Copa do Mundo jogando oportunismo para reivindicar dentre outras coisas, reajuste de salários. Em Maceió, começo da semana armaram uma tenda na porta do prédio-sede e cruzaram os braços, acompanhando a mobilização estendida Brasil afora.

Divisão

O shopping Iguatemi começa a sentir a concorrência do Parque Shopping no bairro vizinho de Jacarecica. O comentário foi sustentado na que a visivel do movimento diário, inclusive os fins de semana.

(Millor Fernandes)

Todo cuidado é... Cícero Almeida mergulhou no silêncio para planejar o próximo passo na política. Ele deve, segundo experimentados homens pública, buscar o que for melhor para ele e no momento tem quem analise como boa proposta tentar mandato para a Assembleia Legislativa.

Aumenta o cordão È crescente o número de políticos que se entusiasmam para trocar o pijama pelo terno de um mandato político ativa na política, com candidaturas pré-lançadas para este ano. Da maioria a opção é pela Assembleia Legislativa. Entre os que vão para a reeleição comentário é que “todo cuidado é pouco.”

Pesquisas Por enquanto – e nos bastidores – a iniciativa nesta fase de pré-campanha é com pesquisas para avaliação das aceitação da candidatura em áreas que tenha atuação. É uma iniciativa compartilhada com parceiros de eleições anteriores. É termômetro que mede as chances de ganhar mandato.

Definição O PSDB, Brasil afora e por extensão Alagoas, deve abrir conversa para fazer alianças depois que o diretório nacional compor a coligação com os partidos para sustentar a campanha presidencial. Até enquanto isso não ocorrer tucanos no estado vão exercitar a paciência.

Joaquim Barbosa A frase do presidente do Supremo Tribunal Federal não é lá tão recente, mas ainda tem validade para os dias de hoje. “ Não faz parte dos meus hábitos nem do meu método de trabalho ficar de conversinha com réus. Pessoas condenadas corrupção ficar no ostracismo. Faz parte da penitência.

“Alagoas ainda não tem candidatos para as eleições de outubro. A população está hoje preocupada com os seus problemas, não com o cenário eleitoral”, avalia o presidente do PSDB Maceió, Marco Fireman.

Muita conversa

Até as convenções , nvoso candidatos ao Governo vão aparecer além de Benedito de Lira (PP) e Renan Filho (PMDB). A dúvida é se dentre eles haverá quem tenha liderança popular capaz de transmitir confiança para o eleitor votar.

E tem mais... O silêncio tucano gera suspense no próprio PSDB. O partido tem pré-candidatos aos montes mais Téo Vilela não sai uma palavra. Álias, o silêncio é extensivo no ninho tucano. Quem sabe alguma coisa faz como os três macacos: “Não falo, não ouço e...”

Ausência Em Brasília, partidos que nos últimos três anos só usufruíram à vontade das benesses do Planalto apresentam hoje conduta envolvida em negociatas. São atos que motivam desprezo no eleitorado que vota com cidadania. Na capital federal o Congresso tem péssima reputação.

Na calmaria Incomoda aos políticos o silêncio dos partidos se arrumando para a campanha. A tensão tem a ver com incertezas na arrumação das coligações. Outros acham prudente esperar pelo que vem de Brasília. fica a maioria dos caciques políticos.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE ABRIL DE 2014 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

A oposição no armário Brasília - Se a oposição ficar no palanque, mesmo com a Dilma descendo ladeira abaixo, vai levar outro ferro do PT. Até agora o que se viu dos dois candidatos a presidente é uma conversa mole, arrastada e intelectualoide. Ambos, Aécio Neves e Eduardo Campos, querem transformar o palanque eletrônico – rede social e televisão – nas principais ferramentas de campanha. Eduardo se despersonaliza quando precisa da muleta da Marina Silva para se apresentar ao eleitor, e Aécio ainda não saiu do armário. No bom sentido, claro. Em todas as aparições na televisão, o candidato parece assustado, com cara de quem acabou de sair da sauna, preocupado em esfriar o corpo para falar com a imprensa. E quando fala burocratiza o discurso com palavras incompreensíveis e inalcançáveis ao eleitor comum, de compreensão mediana. Com essa estratégia de confete e serpentina, os dois certamente vão dar com os burros n’água. Ao analisar a queda da Dilma de 43% para 36%, Aécio fez um comentário mirando o eleitor de classe média, cuja tendência é votar contra os petistas. O eleitor cabeça feita não precisa que o candidato o oriente. Ele acompanha o noticiário, acessa a rede social e faz a sua a própria avaliação, insatisfeito com os rumos da economia e indignado com a corrupção no país. É isso que tanto Eduardo quanto Aécio ainda não entenderam na condição de oposição. Veja que linguagem rebuscada de Aécio ao falar da queda de popularidade da Dilma: “Esses indicadores que mostram queda na popularidade da presidente é resultado do conjunto da obra. (...) Os resultados começam a apontar para um governo que vive os seus estertores”. Essa linguagem artificial, vazia e insegura do candidato de oposição não alcança os “estertores” nordestinos, onde milhões de miseráveis vivem à soldo dos 100 reais da Bolsa Família, que criou uma castra de parasitas e alienados eleitores do governo. A oposição precisa, isso sim, entender que os petistas manipulam quase 30 milhões de pessoas com o Bolsa Família, programa criado pelos tucanos e ampliado por eles. Os candidatos temem mexer nesse vespeiro, mas em compensação não demonstram ter estratégia para dividir esses votos, principalmente no Nordeste onde a fome e a miséria paralisam a racionalidade do eleitor. Não existe, pelo que se sabe, quartéis-generais dos candidatos de oposição na região para dividir esses votos que tendem seguir em massa para o candidato que lhe assegura o dinheirinho da feira. E não é com discurso confuso, indeciso e dúbio que a oposição vai

O paizão A campanha da oposição é festiva, decorativa, inócua, sem identidade. O Eduardo Campos ainda sofre do complexo de Édipo. A síndrome de quem ainda se curva, nesse caso, ao “paizão” Lula, o que dificulta seus movimentos oposicionistas. E Aécio, sempre que vai para a televisão, se apresenta com uma cara assustado, de quem está esperando de uma hora para outra a divulgação de algum dossiê que pode comprometer a sua candidatura.

A campanha Não é fazendo política entre quatro paredes que a oposição vai enfrentar os militantes petistas e a máquina azeitada do governo Os programas de televisão são penas 19. A campanha na TV e no rádio de 45 dias. Se os candidatos não se movimentarem pelo país ocupando a mídia local com as suas propostas, dificilmente o eleitor vai absorver a mensagem da oposição. Não à toa, a Dilma já percorreu 14 mil quilômetros no avião presidencial fazendo campanha, entregando tratores e inaugurando obras de vereador sob a complacência da Justiça Eleitoral.

Curral O reduto petista está concentrado no Nordeste. Se a oposição não quebrar esse curral eleitoral, corre o risco de os petistas saírem da região com uma montanha de votos e nadar de braçada nas eleições deste ano, mesmo com a popularidade da Dilma em baixa. A oposição precisa sair do armário.

BR Corrupção A presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, a quem a Dilma apelidou de “Graciosa” ao dar-lhe posse numa solenidade do Palácio do Planalto, parece enfezada com os quadrilheiros que se apossaram da estatal há 12 anos. Numa entrevista aos repórteres Ramona Ordoñez e Bruno Rosa, do Globo, ela joga para plateia ao dizer que “não fica pedra sobre pedra” a apuração que mandou fazer sobre a compra do ferro velho de Pasadena, no Texas, que ajudou o dono do negócio a ser um dos mais ricos da Bélgica.

Não, não é ET Parece até que Graciosa é um ET, desceu de uma nave espacial na sede da empresa na Avenida Chile, no Rio. A julgar pelas suas declarações ao jornal carioca, quem sabe se não veio de uma galáxia distante. Há 37 anos lá dentro, onde começou como estagiária aos 24, desconhece tudo que passa em sua volta. Recebeu a empresa de presente da Dilma para administrar em janeiro de 2012 . E ali manteve durante esses dois anos o silêncio conivente sobre as trapaças dos petistas que transformaram a diretoria no covil de numa quadrilha organizada para roubar dinheiro e distribuir em campanhas políticas. Se não fosse a frase de efeito, a entrevista da Graciosa poderia ir muito bem para a cesta do lixo. Em nenhum momento, ela, que conhece muito bem os emaranhados da empresa, responsabilizou Sergio Gabrielli, ex-presidente, ou outro diretor pelos danos financeiros causados à Petrobrás.

Anarquia Na entrevista, Graciosa preferiu burocratizar os esclarecimentos da podridão para escamotear a verdade de que a Petrobrás nessa última década foi ocupada por sindicalistas incompetentes e desqualificados; que os diretores eram, e ainda são, nomeados por interesses políticos; que, no auge da anarquia, até o Severino, ex-presidente da Câmara, exigiu a “diretoria que furava poços” para apoiar o governo petista; que caíram pela metade as ações da Petrobrás nesse período; que o Hugo Chávez nunca assinou oficialmente uma folha de papel se comprometendo a participar da construção da refinaria Abreu e Lima, outro quartel-general da corrupção; e que, finalmente, há doze anos, instalou-se na Petrobrás uma quadrilha especializada em fazer negócios escusos para manter o PT no poder.

Cara feia Graciosa, na entrevista, fez cara feia para se dizer indignada com tanta patifaria na empresa que dirige. Tudo jogo de cena. É de se perguntar: o que ela fez nesses dois anos para moralizar a Petrobrás, um dos maiores patrimônios do povo brasileiro? Nada. Trocou apenas alguns manjados diretores que passaram depois a ter vida luxuosa à frente de empresas de consultoria a serviço da Petrobrás. Foi o caso de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, preso por lavagem de dinheiro, que manteve um pé lá dentro como lobista e consultor de empresas interessadas em negociar propinas com a estatal.

Amigas Graciosa também agraciou outro diretor, premiando-o com uma diretoria do sistema Petrobrás. Aceitou a nomeação de Nestor Cerveró como diretor financeiro da BR Distribuidora, mesmo sabendo que ele sonegou documentos da negociação entre a Petrobrás e os belgas, donos da refinaria texana. O curioso é que só agora, anos depois, é que Graciosa e Dilma, sua amiga, descobrem o responsável pela bandalheira: Cerveró. Mentira. O ex-diretor estava a serviço do governo petista há muito tempo e a refinaria foi negociada quando a Dilma era presidente do Conselho da Petrobrás, portanto, Cerveró é apenas o bode na sala, o que menos tem culpa no cartório.

Bandalheira A comissão de senadores e deputados que levou a representação ao Procurador-Geral da República para investigar a Dilma acertou na mosca. Não basta apenas crucificar o Cerveró, é preciso encontrar o responsável ou responsáveis pela bandalheira. Pelo menos três deles, ao que se sabe, tem nomes e endereços conhecidos: Dilma Roussef, Luis Inácio Lula da Silva e Sérgio Gabrielli. A Polícia Federal não precisa gastar tanto dinheiro com diligências. É só intimá-los a depor.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

A Assembleia e o regabofe no MP

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corte de 16 milhões de reais no orçamento do Ministério Público feito pela Asssembleia Legislativa, com certeza vai dar muito que falar. Principalmente pela argumentação da relatoria que assegura que o órgão “tem orçamento com superlativa folga, pois se dá ao luxo de licitar com esbanjo em gastos supérfluos, onde pretende servir, em seus regabofes, inaceitavelmente com dinheiro público, entre outras guloseimas caras e refinadas iguarias”. É uma acusação grave e que atinge diretamente o fígado da instituição, que deve esclarecer rapidamente os fatos, principalmente por ser um órgão que tem o dever de dar bom exemplo. A situação é tão vexatória, que a relatoria mostra até a lista de pratos que seriam servidos a centenas de convidados, entre eles o filé ao vinho com amoras, Carolinas recheadas com salmão defumado e filé de peixe à Cleópatra. O parecer, contundente na acepção da palavra, deixa o Ministério Público em situação delicada, onde apenas a Associação dos Promotores nega as acusações, mas deixa para depois qualquer rebate com a relatoria da Comissão da Assembleia Legislativa. O procurador geral, Sérgio Jucá, preferiu reunir o colegiado para discutir quais providências tomar. Enquanto não se esclarece toda a situação, o MP fica exposto perante a população como um órgão que pouco está se importando com o que possa está acontecendo com secretarias de Estado, na maioria com os pires nas mãos. Colocar no orçamento, se realmente é verdadeiro, recursos para servir coquetéis para duas mil pessoas, num Estado com tamanhas dificuldades, é inadmissível para uma instituição séria e respeitada.

Seria retaliação? Não estou querendo acreditar que a Assembleia Legislativa, ao cortar recursos do Ministério Público, queira dar o troco por ter o MP feito algumas investidas contra a Casa de Tavares Bastos nos últimos meses. Isso seria, na prática, um expediente mesquinho, mesmo porque o Ministério Público tem o dever de apurar denúncias e sugerir punições para quem quer que seja até mesmo deputados. Na Assembleia Legislativa existem parlamentares comprometidos com a seriedade de seus atos, na fiscalização do executivo e consequentemente na responsabilidade de fazer com que outras instituições cumpram o seu papel na sociedade. E não seria por situações eventuais que a Assembleia, magoada com algumas investidas do Ministério Público, quisesse podar recursos para entravar sua missão de defender a sociedade.

Chegando Mesmo sem fazer campanha, alguns números apontam o crescimento da vereadora Heloisa Helena para o Senado.

dirá quem vai vencer a parada.

A coluna errou Quando disse que a poluição produzida pela Usina Triunfo, em Boca da Mata, havia acabado com o encerramento da moagem. Foi engano. A usina continua a todo vapor e as toneladas de fuligem continuam atanazando a população e quebrando a cabeça das donas de casas. Tudo isso sob a indiferença da prefeitura local, do Ministério Público, do IBAMA, do Instituto do Meio e tantos outros órgãos que dizem defender o povo de agressões ecológicas.

Dois PTs

Elas estão chegando

Não está nada fácil para o Partido dos Trabalhadores, em Alagoas, decidir com quem ficará nas eleições majoritárias deste ano. Se por um lado o deputado Paulão tem inclinação pela candidatura de Renan pai, ou filho, por outro o deputado estadual Ronaldo Medeiros tem preferência pela candidatura de Biu de Lira. Uma disputa que só o tempo

Como sempre, as pesquisas eleitorais são os pratos cheios para os jornalistas políticos. Até as eleições muitas irão aparecer. Se verdadeiras ou não, cabe apenas ao leitor fazer a sua avaliação.

JL é candidato O deputado federal João Lyra está disposto a ir novamente à luta, seja como candidato à reeleição, seja por outro cargo. Tem reafirmado sua disposição de continuar na política e já se articula para iniciar contatos com suas bases na capital e no interior. Lyra sabe que muitas articulações estão sendo feitas sem o seu conhecimento, mas desautoriza qualquer negociação sem antes passar por ele.

Estudando O ex-governador Ronaldo Lessa ainda não bateu o martelo com quem o PDT se coligará nas eleições proporcionais de outubro. Tem inclinação para se aliar ao PRTB do ex-prefeito Cícero Almeida. Ali a aliança poderia, dependendo da votação obtida, emplacar os dois nomes para a Câmara Federal.

Collor acelera Sem aparente adversário, a não ser a vereadora Heloísa Helena já candidata declarada, Fernando Collor aumenta o poder de fogo com as lideranças políticas na capital e no interior. Gigante numa campanha, Collor tem a máxima de ´´sai da frente que estou chegando´´.

Bodas de prata É inacreditável como se não leva à sério a Justiça neste país. Faz exatamente 25 anos que trabalhadores da antiga Ceal ganharam até no Supremo Tribunal Federal o direito de ter reposto nos seus salários o conhecido Plano Bresser. Mesmo com a decisão do STF, a Justiça do Trabalho patina nas providências que seriam adotadas, como se nada tivesse acontecido. A Justiça parece que é rápida para uns e lentas para outros. No caso, para os humilhados antigos servidores da Ceal.

Caravana O senador Benedito de Lira pouco está se importando quem será seu adversário nas eleições de outubro para o Governo do Estado. Tem feito o dever de casa, ou seja, prestar contas do seu mandato como senador. Vai percorrer todas as regiões e, de município em município, mostrar o que fez por Alagoas.

Acabou Hoje será o último dia para quem exerça qualquer função pública se desincompatibilize para concorrer a um mandato nas próximas eleições. Será também o dia de acabar com a dúvida se o governador Téo Viela vai manter ou não sua decisão de governar Alagoas até o dia 31 de dezembro. A partir de amanhã outra história será contada na política alagoana.

Disputa Já começa a disputa na bancada federal, para quem vai ficar administrando o Porto de Maceió, atualmente sob a responsabilidade da petista Rosiana Beltrão. Se a bancada federal não tiver força para indicar um nome, com certeza Rosiana emplacará Roberto Leone, seu administrador substituto importado do Rio de Janeiro.

Disputa 2 Um nome também que tem sido comentado para o Porto, em caso de afastamento de Rosiana para se candidatar a deputada estadual, é o do atual diretor do Ogmo, Francisco Porcino, ex-deputado, boa praça e figura com bom trânsito na área política.

Paciência O governador Téo Vilela vai empurrar com a barriga até onde puder, para anunciar quem será o seu candidato ao Governo. De longe ele observa Marco Fireman correr o Estado, fazer contatos e ampliar alianças. Quer fazer uma avaliação mais profunda do clima político.

Reforço técnico O ex-deputado, ex-presidente nacional da CBTU, Elionaldo Magalhães, vai dar uma grande contribuição ao senador Benedito de Lira e consequentemente ao PP, ao formatar um plano de governo factível, real, que possa realizar. Técnico da mais alta competência, Elionaldo sabe o que é bom para Alagoas e o que pode o governo de Biu, se eleito, realizar. Um reforço nota 10.

Sem pressa Não será ainda no próximo dia 11 que o senador Renan Calheiros, em Penedo, irá anunciar quem disputará o cargo de governador. Ele analisa pesquisas, faz consultas aos aliados e só deve mesmo decidir quando o governador Téo Vilela disser quem será o seu candidato.


extra OPINIÃO

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ARTIGO

O povo merece? ADILSON LUIZ GONÇALVES*

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Petrobrás, go away! MÁRIO EUGENIO SATURNO O mês de março, em São Sebastião (SP), ficará marcado como o mês em que o prefeito declarou que seria um favor à cidade se a Petrobrás fosse embora. A ira do prefeito se deve ao fato da cidade não estar recebendo royalties, o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é negativo e, pasmem, faz dois anos que a estatal não paga o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Alguém está surpreso? Uai, e a propaganda que mostra que a Petrobras vai dobrar a produção do pré-sal? Propagandas enganosas da Petrobrás, faz tempo. Em 2006, a Petrobrás estava “plantando energia”...Oito anos depois, cadê o biodiesel? Nada, né? E matou por tabela o Pró-Álcool. E o Lula carimbando as costas da Dilma com petróleo? O présal, o maior engodo que a nação já viu. A produção total está diminuindo e os custos aumentando... Dias atrás, deslumbrados petistas comemoraram porque a Petrobrás captou US$ 8,5 bilhões junto a investidores internacionais... Uai, comemorar empréstimo? E tendo como avalista o Governo Federal? Esse pessoal perdeu o chão! No ano passado a dívida aumentou US$ 22 bilhões,

uma alta de 30,8% em apenas 12 meses, e deve passar de US$ 100 bi até 2018, segundo os planos da empresa. Ela já é a petroleira mais endividada do mundo. Mas, por que deve tanto? Talvez a Polícia Federal descubra algo, já que, finalmente, abriu inquérito para apurar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A Petrobrás pagou, em 2006, US$ 360 milhões por metade da refinaria no Texas. Um ano antes, a belga Astra/Transcor havia comprado a mesma por US$ 42,5 milhões. Ou seja, a Petrobrás pagou 360 por algo que valia 21... Está horrorizado? Pois é, a outra parte, que valia 21, a Petrobras resolveu comprar por... US$ 820 milhões... A Petrobrás dá um lucro danado, mas não é para o Brasil nem para os acionistas! E dá-lhe propaganda! Diante disso, de 2010 para cá, o valor de mercado da Petrobras caiu US$ 137 bilhões, em reais, ela valia R$ 380,24 bilhões e passou a R$ 214,68 bilhões, despencou 43,5%. E se o leitor já ficou com pena e até aceita que se aumente o preço da gasolina, pare e pense! A gasolina está cheia de tributos, só de ICMS, cobra-se 25%, ou seja, de cada 133,33 reais de gasolina, R$ 33,33 são de ICMS... uai! Então, esse imposto é de 33,33%, caramba,

oseph de Maistre, pensador francês, afirmou: “Cada povo tem o governo que merece”. Numa época em que o clamor pela democracia atingia seu ápice contra o absolutismo, com Independência dos EUA e a Revolução Francesa, ele defendia a monarquia hereditária, que considerava de inspiração divina, e a autoridade religiosa também em assuntos políticos. Num tempo em que a maioria do povo não era educada para pensar, mas doutrinada a obedecer; em que roubar um pão para alimentar um filho era punido com anos de trabalhos forçados ou morte, enquanto a nobreza de “divina ascendência” gastava fortunas em festas e futilidades, totalmente alheia ao povo. “Que coma brioches!”... O tempo passou e a autoridade estabelecida, defendida por Maistre, deixou de ter cunho “divino” para, na democracia, se alternar, pela força do voto. O povo deixou de ter o governo que merece, para ter o governo que elege. Mas não é a mesma coisa? Não necessariamente, pois um político eleito por um discurso sintonizado com os anseios do eleitor, pode exercer seu mandato negando tudo o que prometeu. O eleitor merece isso? E se esse mesmo político é reeleito: os eleitores são outros ou os mesmos? Quase sempre são os mesmos. Então, Maistre está certo? O povo merece? No entanto, o que se vê na política brasileira é que são sempre os mesmos políticos ou seus herdeiros, parentes ou afilhados! A monarquia hereditária foi substituída pela tradição familiar ou pelo monopólio dos partidos, todos com seus “donos”. A autoridade religiosa, inclusive em questões políticas, deu lugar à idolatria a mitos políticos, sustentados por legiões de seguidores fanatizados, prontos a cometer insanidades e subverter a ordem por seus líderes, estando certos ou errados. Aliás, a noção de certo e errado, e de moral e ética hoje adquiriram tal fle-

xibilidade, que até Machiavel e Engels ficariam horrorizados. Tudo é válido e permitido! “É proibido proibir” se for “para o bem do povo e felicidade geral da nação”, na lógica egocêntrica e maniqueísta dos creem que “o Estado sou eu”! Também existe absolutismo nessa democracia! Nada contra defender seus ideais. Porém, há um limite para os fins que justificam os meios, sobretudo quando os meios são ilícitos e o fins nem sempre justos. O cenário político atual é emblemático do nível abissal da política brasileira: O que se vê nos discursos, na mídia e nas redes sociais é demagogia e apologia da desonestidade, da corrupção e da improbidade. A cada novo escândalo surgem manifestações de solidariedade aos envolvidos. Cada nova denúncia é respondida com outra, não para condenar ambas, mas para exigir “isonomia”: o direito de cometer os mesmos erros e crimes e também sair impune! Nessa lógica absurda, que o voto não consegue mudar, cada um que se opõe imediatamente é elevado à condição de herói: “salvador da pátria”! Mas não tarda muito a ser alvo de ataques e achaques: sua credibilidade precisa ser destruída! Parece que a política brasileira não quer se emendar; que do jeito que está, está ótimo! O povo tem o governo que merece? É preciso pensar sobre isso, para quem se propõe a tanto. No entanto, triste do povo que precisa de mitos ou aceita ser liderado por caudilhos ou revolucionários megalomaníacos: infalíveis, inquestionáveis e insubstituíveis, que acreditam ou alardeiam ter ascendência divina ou uma “missão histórica”, e fazem de tudo para manter o poder. Será eternamente escravo deles! *Escritor, Engenheiro e Professor Universitário (UNISANTA) Membro da Academia Santista de Letras

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

DIRETOR Carlos Augusto Moreira EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE ABRIL DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Ibope: Renan Filho só ganha de Biu se tiver ajuda do pai Já o senador Renan é líder absoluto; Collor e Heloísa tem 6% de diferença nos votos ODILON RIOS Especial para o Extra

U

ma análise dos números da última pesquisa do Ibope sobre a disputa majoritária em Alagoas mostra que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), ganharia a eleição ao Governo logo no primeiro turno, mas o cenário não seria fácil. Primeiro, ele lidera em rejeição (28%), o que favorece o deputado federal Renan Filho (PMDB) na hora da escolha do candidato da frente de oposição à chefia do Executivo - o menos rejeitado entre todos: 17%. Mas, ele teria que ter a ajuda do pai para levar a eleição. (Veja números mais abaixo). O Ibope revela também que o senador Benedito de Lira (PP) virou um oponente de peso. Mas Biu de Lira carrega o terceiro lugar em rejeição (27%). O deputado federal Alexandre Toledo (PSDB) está na segunda colocação (24%). Na lista dos que as pessoas votariam: Renan-pai lidera com 41% dos votos; Biu de Lira vem em seguida com 21%; Alexandre Toledo tem 4%; Mário Agra 3%; Marcos Fireman 1%. O número de eleitores que votam em branco ou nulo, ou nem sabe nem responderam soma 30%. É mais que o percentual de Benedito de Lira. Há chance de mudar o voto? Sim. Daí a aposta na fórmula publicitária. Os mais indecisos são as mulheres (14%); na idade, tem mais de 55 anos (21%); e na escolaridade até a 4ª série do ensino fundamental (17%).

Renan-pai tem vantagem em todas as faixas etárias da pesquisa Ibope. Na escolaridade, só perde para os eleitores que têm ensino superior. Quem está nesta faixa, votaria em branco ou anularia a opção: são 35% dos entrevistados. Na renda familiar, Renan -pai tem vantagem em todas: até um salário e até quem tem mais de dois (mais de dois, 33%); mais de 1 a 2, 43%; até um, 45%). Diz o Ibope: Renan ganha em Maceió (27%), mas os votos brancos ou nulos somam 34%. No interior a situação se inverte: 47% querem Renan-pai. Em segundo lugar, Benedito de Lira (22%). Se Renan-pai não for o candidato, as chances de Renan Filho caem porque ele fica tecnicamente empatado na margem do Ibope: Renanzinho, 29%; Biu, 26%. E o número de votos em branco/nulo ou não sabe/não responderam sobe para 35%. SE RENAN-PAI SAI, FILHO TEM PROBLEMAS Dividindo a pesquisa por escolaridade, ao contrário do pai, Renan Filho teria problemas. Por exemplo: lidera entre os eleitores até a 4ª série do ensino fundamental (34%); de 5ª a 8ª série do ensino fundamental Biu e Renan estão empatados tecnicamente (30%, 28%). Aos que têm ensino médio, empatados (27%). Aos que tem curso superior, 21% votariam em Biu; 17% em Renan Filho (tecnicamente empatados). Mas, os votos em branco/nulos disparam: 34%. Quanto a renda, Renan Fi-

Deputado Renan Filho teria uma disputa difícil com o senador Biu de Lira para o Governo do Estado

lho e Biu de Lira estão empatados tecnicamente para quem ganha mais de dois salários (23% e 28%); mais de 1 a 2 há vantagem larga para Renan: 32%; Biu tem 23%. Até 1 salário, 31% para Renan e 26% para Biu. O senador de Murici tem mais força eleitoral na Capital: 20%; Renan Filho teria 14%. Mas, os dois enfrentariam um grande percentual de votos nulos ou em branco: 35%; apenas 15% no Interior. Na rejeição, incluindo Renan-pai e retirando o filho, Renan tem 28%; Mário Agra, 28%; Benedito de Lira, 27%; Alexandre Toledo, 24%, Marcos Fireman, 23%; e Renan Filho, 17%. Poderia votar em todos somam 12%; não sabe/não respondeuram 17% dos entrevistados. Na disputa ao Senado, Fer-

nando Collor ganharia, mas a diferença entre ele e a vereadora Heloísa Helena é de seis pontos percentuais: 38% a 32%. Eleitores entre 16 e 24 anos votam em Collor (45%), e a vereadora tem 32% deste público; 25 a 34 anos, em Heloísa (41%), Collor tem 31%; 35 a 44 anos em Collor (Heloísa tem 30%); 45 a 54 anos, Collor (40%), Heloísa - neste público - 31%. 55 anos e mais são Collor (40%), Heloísa, 31%. 48% das pessoas até a 4ª Série do Ensino Fundamental votam em Collor (20% em Heloísa); 38% da 5ª a 8ª Série do Ensino Fundamental votam em Collor (32% Heloísa). Com Ensino Médio e Superior, vantagem para a vereadora: 40% e 49% (31% e 20%, Collor). Quesito renda: mais de dois salários, Heloísa é maioria: 43% (Collor, 27%); mais de 1 a 2, Collor tem vantagem: 41% (31%

Heloísa); até 1 salário, Collor tem maioria: 45% (Heloisa: 25%). A vereadora tem mais votos em Maceió (44%). Já Collor, 26%. No interior, é inverso: Collor tem 43% dos votos. 27%, Heloísa. O Ibope perguntou qual dos candidatos ao Senado você não votaria de jeito nenhum. Maioria respondeu Collor (32%), que está empatado com o vice-governador José Thomáz Nonô. Heloísa vem em terceiro (22%), empatada com o ex-prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa. A pesquisa foi feita a pedido do PMDB entre os dias 22 e 25 de março. Foram entrevistados 812 eleitores. Margem de erro é de 3 (três) pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. Registrada no TRE sob o protocolo Nº AL00001/2014 e no TSE sob o protocolo BR-00052/2014.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE ABRIL DE 2014 - 7

IMPROBIDADE

Ex-prefeito acusado de desviar dinheiro público assume presidência do Iteral Relatório da Controladoria Geral da União aponta para uma série de improbidades administrativas cometidas pelo chefe do Iteral; Carlos André Paes Barreto dos Anjos, o Nem de Humberto JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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o final do mês de março o ex-prefeito de Olho d’ Água das Flores, Carlos André Paes Barreto, o Nem de Humberto, foi nomeado pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) para assumir o comando do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral). O órgão estatal é vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e tem a finalidade de aplicar a política agrária e fundiária do Estado. Na prática, o órgão é responsável pelo acompanhamento e distribuição de terras em Alagoas. Vale lembrar que há três anos a reportagem do jornal Extra revelou os dados do relatório da Controladoria Geral da União (CGU) realizado na cidade sertaneja de Olho d’ Água das Flores, durante fiscalização entre os anos de 2007 a 2009, que apontou para inúmeras fraudes cometidas pelo então prefeito Nem de Humberto. O dossiê com 349 páginas mostra como o chefe do executo se beneficiou de mais de R$ 3,5 mi de verbas públicas. Os desmandos administrativos detectados no município de Olho d’Água das Flores durante a gestão do prefeito Nem

de Humberto, demonstram o rombo nas contas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Segundo a CGU sumiram 40% dos recursos, no ano de 2007 - R$ 604.008,20 - e mais R$ 191.702,94 que encontravam depositados na conta nº 11.7579, na agência nº 1103-7. O desfalque detectado nas verbas federais transferidas para o município de Olho d’Água das Flores não tiveram empregabilidade, como demonstra o documento. O prefeito Nem de Humberto e o seu vice-prefeito Cícero Prudente compraram dois micro-ônibus e desfilavam pelas ruas da cidade se vangloriando da compra dos utilitários com recursos próprios, mas a CGU afirma que os utilitários foram adquiridos com recursos desviados do Fundeb. Outro escândalo relatado na inspeção da CGU é a emissão de notas fiscais frias por empresas fantasmas referentes aos recursos que serviram para calçar ruas, reformar praças, a maioria sem o necessário processo licitatório. A Construtora Costa Brita Brito, de CNPJ 06.958.252/0001-04, é uma das empresas que mantinham o

Nem de Humberto tem histórico de corrupção durante vida pública; agora ele assumiu o comando do Iteral

ilícito, o proprietário afirmou no dossiê que a empresa já não mais existia e que nunca realizou serviços na cidade de Olho d’Água das Flores. A empresa Módulo Construções Ltda, com CNPJ 01.031.445/0001-00 foi outra que esteve envolvida nas irregularidades de falta de licitações. Ao ser investigada, a empresa foi detectada que se tratava de uma residência. O proprietário do imóvel afirmou que apenas alugava o seu endereço para correspondências. A Construtora Alternativa, que também fazia parte do esquema, não foi encontrada pela inspeção; todas eram fantasmas. O relatório da CGU de nú-

mero 1.489 ainda descreveu que administração pública beneficiou ilegalmente o Posto São Pedro (Silva Melo & Cia Ltda) praticando superfaturamento na execução do contrato decorrente do Pregão nº 01/2009, que teve como objeto a aquisição de combustíveis óleos, filtros e lubrificantes para os veículos da frota do município. Os produtos foram adquiridos por preços mais caros do que os valores de mercado, que realmente eram cobrados pelo Posto, causando prejuízo financeiro de R$ 14.845,34, ao bem público. OPERAÇÃO PRIMAVERA Os mesmos esquemas apurados pela CGU em Olho d’Água das Flores, já foram al-

vos da Polícia Federal em conjunto com o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (GECOC), quando o Ministério Público Estadual desbaratou quadrilha acusada de desviar cerca de R$ 2, 5 milhões, através de fraudes em licitações, superfaturamento de obras e utilização de notas fiscais frias. Vários servidores municipais e o ex-prefeito estão na mira da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), todos acusados de manter o esquema deflagrado anteriormente. Os crimes detectados pela gestão de Nem de Humberto podem ser pesquisados através do portal: www. cgu.gov.br.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE ABRIL DE 2014 BRIGA POLÍTICA

Antes aliados, Ferro e Garrote podem cortar relações por vaga na Assembleia Ex- deputado e ex-prefeita de Estrela de Alagoas almejam entrar na Casa de Tavares Bastos, o que pode gerar atrito entre ambos que sempre foram unidos nas eleições CARLOS VICTOR COSTA REPÓRTER

A

seis meses das eleições, as disputas pelos redutos eleitorais já estão acontecendo em Alagoas, especificamente nas regiões do Agreste e Sertão. Mas o que de fato chama a atenção é o possível rompimento entre dois antigos aliados tanto na política como em acusações de envolvimentos em corrupções e assassinatos. Em várias eleições passadas o ex-deputado estadual Cícero Ferro (PRTB) apoiava Ângela Garrote (PP) para a prefeitura de Estrela de Alagoas e, seguindo o acordo entre ambos, ela se tornava cabo eleitoral para que ele se mantivesse na Assembleia Legislativa. De acordo com o blog do jornalista Ricardo Mota , a ex-prefeita estaria com pretensão de se candidatar a deputada estadual, o que estaria gerando um problema já que Cícero Ferro também pensa em voltar a ocupar uma vaga na Casa de Tavares Bastos. Garrote estaria analisando o convite do PP do senador Benedito de Lira para disputar vaga na Assembleia Legislativa de Alagoas na eleição do ano que vem.

O jornal Extra levantou algumas questões envolvendo Cícero Ferro e Ângela Garrote, que não apresentam um bom histórico para a política alagoana. Caso o rompimento venha a ocorrer, pelo histórico de ambos, as eleições deste ano irão pegar fogo. INVESTIGADOS POR ASSASSINATOS Em 2010, o ex-deputado e a ex-prefeita foram investigados pela Polícia Civil, pelo suposto envolvimento no assassinato do ex-vereador por Palmeira dos Índios, Manoel Marques Luz, 52 anos, executado, no dia 1º de dezembro daquele ano, com quatro tiros de pistola 380, na porta da sua residência. Segundo a direção da Polícia Civil na época, Cícero Ferro e Ângela Garrote foram citados pelos familiares do ex-vereador como os mandantes do crime. O assassinato de Manoel Marques teria ocorrido, segundo os seus parentes, devido a sua decisão de denunciar os quatro autores da morte do seu sobrinho, o estudante universitário Diego Santana de Florêncio, 23 anos, executado a tiros de pistola 380, no dia 23 de junho de 2007, no centro de Palmeira dos

Angêla Garrote na época que foi presa, acusada de desviar mais de R$1 milhão de Estrela de Alagoas

Ìndios. Manoel teria sido assassinado pelo fato de a família do estudante ter denunciado o filho da ex-prefeita Ângela Garrote, Antonio Garrote da Silva Filho, o ‘Toninho Garrote’ de ser um dos responsáveis pelo crime. Ele chegou a cumprir um período de 30 dias de prisão, mas atualmente está em liberdade e aguarda o julgamento em liberdade. No mesmo ano, o Ministério Público Estadual denunciou o ex-deputado ao Tribunal de Justiça, pelo

crime de homicídio qualificado, apontado como mandante intelectual da morte do primo e fazendeiro Jacó Cardoso Ferro. O assassinato foi cometido em janeiro de 2005 em trecho da rodovia BR 316 situado no município de Estrela de Alagoas. Jacó Ferro era secretário de administração da prefeitura de Minador do Negrão, cidade sertaneja, e foi alvejado por disparos de pistola 380 dentro do seu carro. Além da acusação de autoria intelectual do crime, Cícero Ferro foi denunciado por tentativa

de homicídio, já que a vítima estava acompanhada de dois amigos que sobreviveram ao atentado. Ferro ainda é acusado de ser o autor intelectual da morte do vereador Fernando Aldo, de Delmiro Gouveia, assassinado em 2007. Já Garrote além de ter sido investigada pela morte do exvereador, foi presa também, na Operação Mascoth da Polícia Federal, quando foi acusada de usar recursos, originários do FNDE para o pagamento de compras pessoais, para cachorro.


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CRIME ELEITORAL

Canal do Sertão vira “moeda de troca” eleitoral

HECTOR EMÍLIO

Trabalhadores acusam prefeitos de interferir em contratações para beneficiar candidatos do governo VERA ALVES veralvess@gmail.com rotadosertao.com

U

m grupo de trabalhadores interessados em participar da construção do Canal do Sertão decidiu acionar o Ministério Público Estadual (MPE) para denunciar o uso eleitoreiro da obra. Segundo eles, os currículos encaminhados à Construtora Odebrech, executora das obras do Setor IV do projeto, estão sendo repassados a prefeitos da região que escolhempara trabalhar somente aqueles que sejam seus simpatizantes políticos. A denúncia envolve diretamente os prefeitos de Senador Rui Palmeira, João Carlos Rodrigues, e de São José da Tapera, Jarbas Pereira Ricardo, ambos do PSDB. Segundo os trabalhadores, eles estariam agindo de forma a beneficiar a candidatura tucana ao governo do Estado, sendo que hoje o nome mais ligado ao Canal do Sertão, na gestão de Teotonio Vilela, é do ex-secretário de Infraestrutura, Marco Fireman, presidente do PSDB em Maceió. Fireman, aliás, deixou a titularidade da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) em janeiro último, justamente por estar interessado na disputa de outubro. Mas o

fato de ter saído oficialmente do governo não o tirou do foco do noticiário oficial. Ele continua sendo citado com frequência em solenidades e no material de divulgação da Agência Alagoas (agenciaalagoas.al.gov.br), o portal de comunicação do governo do Estado encarregado de centralizar e distribuir releases para a imprensa. A DENÚNCIA O grupo que denuncia o uso eleitoreiro do Canal do Sertão é composto por 15 trabalhadores, cujos nomes estão sendo preservados até que a denúncia seja oficializada ao promotor de Justiça Luiz Tenório de Almeida. O representante do MPE, aliás, foi contatado, mas afirmou que somente vai se posicionar sobre o caso após ser cientificado dos fatos. Segundo eles, os currículos entregues no escritório da Odebrecht em Senador Rui Palmeira sãolevados por um funcionário, identificado apenas por “Mileno”, para serem analisados pelos prefeitos João Carlos Rodrigues e Jarbas Pereira Ricardo aos quais cabe a decisão de dizer quem será contratado. Irmão de um ex-candidato a vereador nas eleições de 2012, “Mileno” é ligado politicamente ao prefeito de Senador Rui Palmeira, mais conhecido como “Joãozinho”. Ainda de acordo com os denunciantes, parentes

Iniciadas há pouco tempo, as obras do trecho IV estão sob a responsabilidade da Construtora Odebrecht

de funcionários das prefeituras também estariam sendo beneficiados pelas contratações dirigidas. O QUE DIZEM AS PREFEITURAS A versão da Prefeitura de Senador Rui Palmeira foi dada pela secretária de Governo Jeane Moura. De acordo com ela, houve um pedido por parte de ambos os prefeitos para que na contratação de pessoal fos-

se dada prioridade aos moradores da região. Assinalando que a “Odebrecht é uma empresa muito séria e tem sua própria política”, elaafirmou que um dos responsáveis pela obra, a quem identificou apenas pelo nome de Rafael, pediu “para o pessoal da cidade levar os currículos”, mas garantiu que a empresa está contratando pessoas dos dois lados políticos (governo e oposição). “Só está na Odebrecht quem tem o melhor currícu-

lo”, frisou, assinalando que não existe nenhum convênio da prefeitura com a construtora, apenas uma parceria pela qual a empresa se comprometeu a dar prioridade para trabalhadores da região. Ninguém quis falar sobre as denúncias pela Prefeitura de São José da Tapera , argumentando que somente o prefeito Jarbas Ricardo poderia se pronunciar, sendo que o mesmo está em Miami (EUA).

Construtora nega denúncia

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Odebrecht Infraestrutura Brasil, braço do conglomerado brasileiro que atua em vários países nas áreas de engenharia, construção, produtos petroquímicos e químicos, é a , responsável pela construção do trecho IV do Canal do Sertão Alagoano e rebateu as denúncias. Em nota, a empresa afirmou que “a qualificação e o perfil profissio-

nal do candidato à vaga são os critérios analisados pela equipe de Recursos Humanos da empresa, responsável pelo recrutamento. A Odebrecht prioriza a contratação de trabalhadores que moram nos municípios de São José da Tapera, Senador Rui Palmeira, Olho d’Água das Flores, Carneiros, Piranhas, Santana do Ipanema e demais localidades do entorno para

atuarem na obra, conforme cronograma de necessidade dos trabalhos”. Ainda segundo a nota, “interessados em participar das possíveis seleções, às vagas oferecidas pela obra, podem entregar currículos para análise da área de Recursos Humanos e cadastramento no banco de dados, no canteiro administrativo da empresa, em dias úteis”.


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE ABRIL DE 2014 CRISE ENTRE PODERES

MP promete “resposta dura” ao corte do duodécimo pela Assembleia Procurador-Geral de Justiça contesta relatório de deputado Ricardo Nezinho denunciando gastança com buffet VERA ALVES veralvess@gmail.com

A redução do duodécimo do Ministério Público Estadual (MPE) para 2014 pela Assembleia Legislativa de Alagoas terá uma resposta dura, com medidas nas esferas administrativa e judicial que irão se refletir sobre todo o Estado. Este foi o recado dado pelo procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, que ontem reuniu a imprensa para falar sobre a decisão dos deputados em manterem o corte de R$ 16 milhões ao orçamento da instituição. Jucá preferiu não detalhar as medidas, mas deixou evidente que elas também irão implicar em denunciar o Poder Legislativo pelo aumento, sem

justificativa, de seu próprio orçamento. É que na mesma decisão em que, ao derrubarem os vetos do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), reduziram o duodécimo do MP, os deputados elevaram seu próprio duodécimo em R$ 32 milhões. “Os

Poderes estão sujeitos a controle externo, inclusive pelas instituições federais”, afirmou o procurador-geral de Justiça. Em um claro recado ao Legislativo, ele revelou que em breve devem ser anunciados os resultados das três ações impetradas contra a Assembléia. E foram as investigações deflagradas no final do ano passado, que inclusive levaram ao afastamento da Mesa Diretora por determinação judicial, que acabarm se tornando o estopim da mais recente crise entre os dois Poderes. E Jucá deixou claro, se os parlamentares imaginavam que o MPE pudesse retroceder, se equivocaram. A continuidade das ações, e/ou a propositura de novas, contudo, não é uma retaliação ao corte do duodécimo, garantiu Sérgio Jucá. “Vingança é um sentimento mesquinho e que não nos move. O que nos move é a defesa da probidade e do cidadão de bem. Sempre vivemos à base de pão e água; e vamos sobreviver com a água e com nosso ideal”. Dentre os primeiros efeitos

Sérgio Jucá garante que MP vai manter ofensiva contra as ilegalidades da ALE

práticos da redução de seu orçamento, o MP vai suspender seu programa de estágios e não vai nomear os 31 promotores recém aprovados em concurso público que deveriam ser chamados este mês. Somado a isto, com o corte abrupto do orçamento para custeio, que em 2013 foi de R$ 11 milhões e para este ano os deputados fixaram em R$ 2,6 milhões, o funcionamento da instituição está comprometido, totalmente engessado, asegundo as palavras do próprio procurador-geral de Justiça. Comedido até então quando provocado a analisar a aprovação, pelos deputados, da emenda que reduziu o orçamento da instituição, Sérgio Jucá não poupou críticas e afirmou textualmente que o objetivo da Assembleia foi de “asfixiar o Ministério Público”, com o agravante de que isto ocorre num ano de eleições. Mas garantiu que embora a decisão do Legislativo implique em redução na qualidade dos serviços ofertados por procuradores e promotores de Justiça à coletividade, não irá impedir o Ministério Público Estadual de prosseguir atuando com sua vocação de “fazer e distribuir justiça”. “Vivemos uma situação grave e delicada”, frisou Jucá, alertando mais uma vez para o fato de que existe, a nível nacional, uma mobilização no sentido de fragilizar o Ministério Público como um todo. A presidente da Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal), Adilza Freitas, que participou da coletiva ao lado de Sérgio Jucá, reafirmou o apoio integral da categoria ao procurador-geral de justiça e afirmou: “O que sofremos no momento não é em razão de nossos erros, mas de nossos acertos”.

Ela também falou sobre as dificuldades do dia a dia da categoria, assinalando contudo ser pela paixão ao exercicio da defesa da cidadania que muitos se mantêm na ativa a despeito até de problemas de saúde, citando como exemplo a promotora da 38° Promotoria da Capital de Combate à Violência Doméstica e Contra a Mulher, Maria José Alves da Silva. GASTANÇA COM BUFFET O procurador-geral de Justiça invocou o portal da transparência oficial do Estado de Alagoas (http://www.portaltransparenciaruthcardoso. al.gov.br) para afirmar textualmente que o deputado Ricardo Nezinho mentiu no relatório que subsidiou a Assembleia Legislativa na manutenção do corte do duodécimo do MP e segundo o qual a instituição teria gasto cifras exorbitantes com o Buffet Garry Kasparov. “Está tudo lá. Foram R$ 810 em 2013, para uma solenidade quando da saída do então corregedor-geral da instituição e mais R$ 2.495 até março deste ano, por conta de um coquetel da reinauguração do Memorial Desembargador Hélio Cabral”. AÇÃO POPULAR Não foram apenas procuradores e promotores de Justiça a se revoltarem contra a decisão dos deputados estaduais. Também ontem, o advogado Richard Cavalcanti Manso anunciou que entrou com uma ação popular contra a Assembleia Legislativa Estadual por haver reduzido o orçamento do Ministério Público do Estado e elevado o seu próprio duodécimo.


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FOLGA FINANCEIRA

Assembleia Legislativa derruba veto e expõe despesas gastronômicas do MP No parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, os parlamentares revelaram a contratação de uma empresa encarregada de fornecer refeições e iguarias finas aos procuradores DA REDAÇÃO

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o derrubar o veto do governador Teotonio Vilela, que garantia incremento no orçamento do Ministério Público Estadual para o exercício de 2014, os deputados estaduais expuseramo que denominam de“folga financeira” nas contas do MPE. No parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, assinado pelo deputado Ricardo Nezinho (PMDB), os parlamentares revelaram a contratação de uma empresa encarregada de fornecer refeições e iguarias finas aos procuradores, conformeconsta no endereço eletrônico do MPE, em novembro do ano passado. De acordo com o que foi relatado em parecer, o MPE contratou empresa especializada para fornecimento de alimentos a serem servidos “em regabofes”. No cardápio, pratos bem distantes da maioria da população alagoana, a exemplo de filé de siri com quinua e crocante de maracujá; mini quiche de camarão; camarão na tapioca; canapé de provolone com damasco, entre outras guloseimas apenas como entrada. Ainda no edital, constam, por exemplo, como opção de pratos principais, feijoada,

rabada, caranguejada, vatapá, filé ao vinho com amoras, picanha, carne de sol de cordeiro, picanha argentina e de carneiro. Na lista ofertada pela empresa gastronômica aos promotores, procuradores e seus eventuais convidados, o MPE, pelo que relatou o parecer, pode ainda dispor de bacalhau a Gomes de Sá; bacalhau com nata; carapeba na chapa; salmão e pratos que alimentam, também, a imaginação. Quer um exemplo? Filé de peixe à Cleópatra e filé de peixe à Espanhola. A justificativa do MPE é de que realiza diversas solenidades oficiais com a presença de público interno e externo e que nesses eventos, servidores, membros e autoridades são recebidos pela Procu-radoria Geral de Justiça em horário de expediente, muitas vezes, fazendo uso de intervalos de suas a-gendas de trabalho que seriam ocupadas com refeições e visa garantir que tais solenidades tenham um momento de confraternização dos participantes com comida e bebida. Nessa polêmica levantada pelo Legislativo, há outro ingrediente do MPE, que é o pagamento de auxílio-alimentação, no valor unitário

Deputado Ricardo Nezinho garante que gastos do MP com banquetes são desnecessários

de R$ 710,00, mesmo que grande parte dos seus promotores e procuradores tenham apenas um turno de trabalho. A legislação prevê o benefício para aqueles que labutam em dedicação exclusiva, a fim de evitar os deslocamentos e os consequentes gastos com ali-mentação de seus servidores. Mesmo assim, o órgão lançou outro edital, com vistas a contratar empresa para o fornecimento diário de 897 refeições. Durante visita recente a Alagoas, a presidente da Associação Nacional dos Membros do Minis-tério Pú-

blico (Conamp), Norma Reis Cardoso Cavalcante, juntamente com a presidente da Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal), Adilza Freitas, disse que o MPE está inadimplente com o paga-mento do auxílio-alimentação. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vem se posicionando contrário, nos tribunais superiores, ao pagamento retroativo desse benefício. Para polemizar ainda mais, o parecer do Legislativo ainda lembrou a situação dos policiais militares, “que nem verba de alimentação dispõe para a tropa”.

O que seria incrementado no orçamento do Ministério Público foi remanejado para a Secretaria de Defesa Social do Estado.“Essa verba será melhor aproveitada, em prol do interesse público, se gasta na alimentação daqueles que compõem a Defesa Social.Certamente despesas dessa natureza em outro órgão seria motivo de investigação e até mesmo de propositura de ação de improbidade por parte do Ministério Público”, escreve o relator Ricardo Nezinho, apoiado pela maioria absoluta da Casa de Tavares Bas-


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GATO POR LEBRE?

Água “mineral” será analisada pela Vigilância Sanitária Sindágua afirma que alagoanos consomem água engarrafada imprópria JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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pós a denúncia realizada pelo Sindicato das Indústrias de Engarrafamentos de Água Mineral do Estado de Alagoas (Sindágua/AL) ao Ministério Público Estadual em relação às irregularidades cometidas por fabricantes de “água mineral” de Alagoas; o MPE/AL realizou uma audiência pública com representantes da Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa) a fim de colher informações sobre o comércio de água adicionada de sais no Estado. Agora, órgão de Vigilância Sanitária repassará ao Ministério Público, a pedido do promotor de Justiça Mário Martins, em até 30 dias, todos os laudos e análises de controle realizadas junto às quatro empresas denunciadas. Segundo o órgão de fiscalização estadual, não há irregularidades na comercialização do produto porque inexiste regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Santiária (Anvisa) quanto ao nível de sais minerais neste tipo de água repassada ao consumidor. O Sindágua/AL realizou inúmeras análises químicas em diversas marcas que aferiu que o bicarbonato de sódio é menor que os 30mg/L nas quatro empresas citadas. Conforme o documento protocolado no Ministério Público Estadual, a Lindoya possui 5,00 mg/L, Naturallis 8,50 mg/L, Cristalina Plus 8,00 mg/L e Real do Vale 9,00 mg/L. A documentação enca-

TF julga fim de financiamento privado de campanhas eleitorais

Jornal Extra teve acesso aos laudos das empresas de “água mi-neral” investigadas; promotor Mário Martins acompanha o caso

minhada pelo Sindágua/AL aponta: “tal fato implica em evidente lesão ao consumidor, que é induzido a erro ao imaginar estar adquirindo um produto adicionado de sais, posto que no rótulo do produto consta essa informação, quando, na verdade, não está, haja vista somente se considerar como tal aquelas águas adicionadas de no mínimo 30 mg/L do (s) sal (sais) adicionado (s)”. Vale ressaltar que esse tipo de atuação por parte das empresas denunciadas pode leva ao risco à saúde por parte dos consumidores. Com essa possibilidade, o Sindágua/AL provocou atuação da Vigilância Sanitária do Estado de Alagoas, afim de que adotasse medidas de fiscali-

zação, de caráter preventivo. O documento encaminhado pela Vigilância Sanitária informou ao Sindágua/AL, conforme aponta o protoco realizado no MP: “Não teria competência para realizar tal atribuição”. O Sindicato revelou que a Vigilância Sanitária manteve-se inerte quanto às exigências legais, possibilitando o ingresso no mercado de águas que não alcançam os padrões de qualidade satisfatória. A representação feita pelo Sindágua/AL no Ministério Público culminou com a instauração de inquérito civil público para investigar irregularidades cometidas pelas empresas Lindoya, Naturallis, Cristalina Plus e Real Alagoas.

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14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE ABRIL DE 2014 CAOS NA UFAL

Curso sofre com sucateamento e descaso DA REDAÇÃO

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situação do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas é constrangedora, na última avaliação do MEC, teve uma das piores médias de sua existência, nota 2. Quase fecha. Como se isso não bastasse o prédio onde funciona o curso é a imagem do abandono, praça mal cuidada, laboratórios sucateados, rede elétrica improvisada e pasmem. Os programas didáticos são piratas, sem manutenção alguma. O bebedouro que serve mais de 500 alunos, não funciona desde o ano passado. Mas o pior está nos instrumentos de trabalho dos estudantes, os computadores, todos eles cheios de vírus, programas piratas e sem internet. Os equipamentos não passam de aparelhos decorativos. Na semana passada uma queda de energia danificou o sistema de ar-condicionado que

atende três laboratórios . Um deles é o de Telejornalismo, onde os formandos tiveram que assistira aula ministrada pelo professor e jornalista Arnaldo Ferreira no corredor do bloco de comunicação, devido o calor no local. No laboratório de rádio, equipamentos velhos e ultrapassados complicam o andamento da aula. O coordenador do curso, professor Amilton Gláucio, frequentemente é obrigado a fazer justificativas aos estudantes, onde várias vezes já ameaçou entregar o cargo, por falta de estrutura. O reitor Eurico Lobo garante que tudo está bem e em ordem na universidade, nega a falta de recursos pra investimentos de outros cursos, mas há muito tempo não visita os prédios em crise. Curiosamente a vice-reitora, Doutora Rachel Rocha é formada em Comunicação, a filha dela é aluna regulamente matriculada também no curso de comu-

MANUEL HENRIQUE

Professor Arnaldo Ferreira precisou dar aula no corredor do bloco

nicação, mas o problema é que ninguém consegue entender a falta de prestígio dispensado ao curso “nota 2”. BRIGA INTERNA Como se isso não bastasse o cenário político interno no curso vive um dos seus momentos dramáticos, professores se aglutinam em dois grupos e

travam uma guerra surda na disputa de poder. Os discentes mais antigos já estão desistindo da batalha de ver o curso crescer e estão requerendo a aposentadoria. Os que ainda não fizeramtrocaram a sala de aula por cargos públicos no governo estadual e municipal. Entre os alunos a apatia é generalizada, por conta da greve

dos servidores, a dos professores pode acontecer a qualquer momento. O caso parece um labirinto, mas não é diferente do que ocorre em outros Estados, onde o ensino público federal se encontra em visível sucateamento. O Governo Dilma e os reitores precisam explicar a comunidade universitária quem fiscaliza milhões de reais do contribuinte brasileiro que desaparecem na caótica conjuntura do ensino público. A reportagem tentou ouvir alguns alunos, que preferiram não se manifestar por medo de perseguição dentro da universidade. A coordenação do curso também foi procurada, mas não se obteve êxito. SUMIDO O reitor da universidade, Eurico Lobo também foi procurado pela reportagem, mas até o fechamento da matéria não foi encontrado.


extra ELEIÇÕES 2014

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16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE ABRIL DE 2014 HISTÓRIA

Uma farsa que ‘legalizou’ o golpe Sessão conjunta do Congresso que declarou vaga a Presidência e empossou Ranieri Mazzilli no lugar de João Goulart deu ares de legitimidade à quartelada e abriu espaço para o reconhecimento dos EUA ao novo governo ALEXANDRE MEDEIROS

P

or volta das 23h30 do dia 1º de abril de 1964, enquanto o Congresso Nacional fervia com uma das mais tumultu¬adas – se não a mais – sessões de sua história, o presidente João Goulart embarcava de Brasília para Porto Alegre. Os mais otimistas aliados de Jango – não eram muitos – es¬peravam que, da trincheira gaúcha, o presidente liderasse a resistência ao golpe militar que, àquela altura, parecia consumado. Liderados por Leonel Brizola, cunhado de Jango e deputado fe¬deral pelo Estado da Guanabara, os resistentes se apegavam à lealdade do recém-empossado comandante do III Exército, o general-de-divi¬são Ladário Pereira Teles, e à espe¬rança de que, se já não aparentava ser de fato, João Goulart ainda era o presidente por direito. Mas en¬quanto o velho Avro turboélice da FAB cruzava os céus rumo ao Sul, o Congresso Nacional transformava a esperança em pó. Jango embarcou presidente em Brasília e desembarcou ex na capi¬tal gaúcha. Três minutos antes que ele botasse os pés em Porto Alegre, às 3h58 do dia 2, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, to-

mara posse como pre¬sidente da República, no terceiro andar do Palácio do Planalto, às escuras pelo corte de luz. Um an¬dar acima, o chefe da Casa Civil, Darcy Ribeiro, e o consultor-geral Waldir Pires tentavam inutilmente manter o governo deposto de pé. E tentaram até o fim. Horas antes, ao se despedirem de Jango, Darcy e Waldir redigiram um co¬municado, assinado pelo chefe da Casa Civil, dando conta de que o presidente estava em solo pátrio e em pleno exercício do cargo. Ima¬ginavam, naquele momento, que o Congresso respeitasse minimamen¬te a Constituição. Mas o que estava em curso do outro lado da Praça dos Três Poderes podia ser qualquer coisa, menos uma aula de liturgia. “No momento em que o Congres¬so entrou em cena, o fez para legiti¬mar o golpe. A sessão que declarou vaga a Presidência, com a presença do presidente no país, ultrapassou todos os parâmetros da legalidade, e foi feita à revelia da democracia”, avalia Maria Aparecida de Aquino, doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) e uma das maiores estudiosas da ditadura militar no Brasil. O gesto de enviar o comunicado para ser lido na sessão do Congres¬so Nacional foi a últi-

Sob as graças dos militares, Ranieri Mazzilli ficou na Presidência de 2 a 15 de abril

ma tentativa do governo Jango de manter-se sob as vias legais. Mas pela suces¬são de acontecimentos ao longo do dia 1º de abril, ela se mostra¬ria frágil mesmo aos olhos de um observador desatento. Naquela tarde, o ministro da Justiça, Abe¬lardo Jurema, fora preso ao tentar embarcar no Santos Dumont para Brasília. Se haviam prendido o mi¬nistro da Justiça, não seria de se esperar dos golpistas boa-

vontade com o comunicado. Mas ele foi lido em plenário pelo líder do governo no Congres¬so, deputado Doutel de Andrade. E solenemente ignorado pelo pre¬sidente da Casa, o senador Auro de Moura Andrade. Aos gritos, cortando o microfone dos legalis¬tas e desconsiderando questões de ordem, o senador do PDS paulista decretou: “Não podemos permi¬tir que o Brasil fi-

que sem gover¬no, abandonado. Há sob a nossa responsabilidade a população do Brasil, o povo, a ordem. Assim sen¬do, declaro vaga a Presidência da República! E nos termos do Artigo 79 da Constituição, declaro presi¬dente da República o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. A sessão se encerra!”


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Ironicamente, o mesmo Auro havia dado posse à Jango em 7 de setembro de 1961. Mas jamais nu¬triu simpatia pelo presidente. Mui¬to pelo contrário. Foi dele um dos discursos mais inflamados contra o governo na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, no dia 19 de março, em São Paulo. No dia 30 de março, lançou um manifesto pedin¬do aos militares para que “restabe¬lecessem a ordem constitucional e defendessem a democracia”. Foi de Auro, no âmbito do Legislativo, uma das vozes mais atuantes em favor do golpe. Não teve a recompensa devi¬da. Auro disputou a Vice-Presidên¬cia da República na chapa que ele¬geu presidente o general Humberto de Alencar Castelo Branco, mas foi derrotado por José Maria Alkmin, em 11 de abril de 1964. Deposto, Jango partiu para o exílio no dia 2 de abril. A contra¬gosto dos legalistas, desistiu de es¬boçar resistência para evitar “um derramamento de sangue”, sobre¬tudo depois que os Estados Unidos declararam apoio de primeira hora aos golpistas. O Congresso, com a farsa da vacância, havia cumprido seu papel de legitimar um governo ilegítimo. Como bem avalia Maria Aparecida de Aquino: “O espírito golpista, que vinha desde a morte de Vargas, em 1954, e se transfor¬mara em conspiração com a posse de Jango, em 1962, finalmente se traduzia na derrubada de um go¬vernante democraticamente eleito. Mas o que percebo hoje é que toda aquela visão do contragolpe que os militares queriam passar caiu por terra. Não se fala mais em Revolu¬ção, nem tampouco em Movimento de 64, mas sim em golpe militar. É isso que vai ficar para a História.” JORNAL É DEPREDADO A primeira página da ‘Última Hora’ do dia 2 de abril de 1964 é um libelo contra a deposição de um governo legítimo e pela liberdade de expres¬são. Um dos poucos órgãos de im-prensa – há quem defenda que foi o único – a se posicionar ao lado do governo João Goulart e contra o gol¬pe

militar de 64, o jornal de Samuel Wainer pagou caro por isso. No dia 1º de abril, quando o Con¬gresso declarou vaga a Presidência e empossou, já madrugada do dia 2, Ranieri Mazzilli no lugar de Jango, os simpatizantes do golpe no Rio de Janeiro miraram um endereço: Rua Sotero dos Reis 62, nos arredores da Praça da Bandeira. A sede da UH era um alvo preferencial dos golpistas. O repórter Luarlindo Ernesto da Silva, então um dos mais jovens da ‘UH’, recebeu como missão “escol¬tar” o colega de redação Amado Ri¬beiro para um lugar onde ele ficas¬se a salvo com a família. Enquanto Luarlindo partia com Amado para a Serra fluminense num jeep camuflado, o prédio da ‘UH’ era depredado. Assim descreveu a invasão a revista ‘O Cruzeiro’: “Grupos arrombaram a porta da garagem, puxando as viaturas para a rua, depredaram-nas e atearam-lhes fogo. Escritórios, idem. Rotativas, idem. Depoimento de testemunhas: a Operação ‘Última Hora’ foi obra de comandos. Em pouco mais de 15 mi¬nutos, os depredadores executaram a sua obra. (Ignoravam

a existência de um cabo de alta tensão que, se atingido, causaria danos de exten¬são imprevisíveis, chegando mesmo a sacrificá-los.)”. No dia anterior, a sede da ‘Últi¬ma Hora’ em São Paulo fora invadi¬da e o jornal, impedido de circular. No mesmo dia 31 de março, a sede do ‘Jornal do Brasil’, no Rio, havia sido invadida por fuzileiros navais. Mas nada comparável ao que sofreu o pré¬dio da Rua Sotero dos Reis. Como a própria ‘UH’ relatou com coragem em editorial de primeira página, intitula¬do ‘A Vindita Fria”: “Máquinas, mesas, vidros, tele¬fones, papéis, bem como viaturas... - nada escapou à pilhagem e à des¬truição... Numerosos carros foram incendiados... A fúria dos terroristas foi inútil. ‘ÚLTIMA HORA’ continua.”

‘Escutamos tiros na noite” LUARLINDO ERNESTO DA SILVA, repórter, do DIA, estava na última hora em 1964

“Na madrugada de 31 de

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março de 1964, após ouvir pela Rádio da Legalidade, diretamente de Porto Alegre, notícias sobre o golpe militar e a convocação da população para resistir, Moacir Werneck de Castro, diretor responsável da ‘Última Hora’, ligou para o repórter Amado Ribeiro e o mandou fugir do Rio, com toda a família. “Leve apenas bagagem de mão”, disse Moacir. A fuga apressada, até a cidade de Três Rios, foi tensa. Eu estava acompanhando o Amado Ribeiro, repórter da ‘UH’, que levava a mulher, três filhos e a empregada para um sítio da família, buscando sair com vida da situação crítica em que o país entrava. No jeep da reportagem, além da família, estavam o motorista e eu. Íamos em direção às tropas do general Mourão Filho, que se rebelara contra o governo Jango e marchava de Minas para o Rio. Fugíamos em direção à boca do leão! O jeep, capota de lona preta, lataria azul e logotipos do jornal em branco, chamava atenção por onde passava. Resolvemos pintar o carro, antes mesmo de pegar a rodovia. Assim, já de cor cinza, o veículo, sem os letreiros, parecia transportar uma família para o interior. E, entre choro de crian-

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ças, reclamações do motorista (“também tenho família e nem sei para onde vou”), conseguimos chegar em Serraria, cidade vizinha a Três Rios. Passamos por dezenas de comboios de soldados do Exército e de tropas da Polícia Militar mineira. Vez por outra, saudávamos os soldados com gritos de “viva a revolução” e sempre recebíamos o “viva” em troca. Pelo precário sistema de telefonia da época, tentamos sem sucesso contato com a redação. O pensamento era unânime: “Acabou a ‘Última Hora’”. Quatro dias depois, chegamos de volta à Rua Sotero do Reis. Os poucos empregados que ainda resistiam estavam sujos, cansados, com fome e medo. Nenhum deles sabia da minha missão de escoltar Amado Ribeiro e a família. Acreditavam, até então, que estávamos presos ou mortos. Dois meses depois, Amado e a família já estavam em uma casa em Correias, distrito de Petrópolis. Eu ainda servia como o pombo-correio. Semanalmente levava dinheiro e mantimentos para ele. Embarcava na Rodoviária Novo Rio, encontrava Amado nas proximidades do Museu Imperial, em Petrópolis. Ele chegava de charrete, vestido como um agricultor. Eu sentava ao lado dele e, aos trancos, seguíamos até a casa onde estava a família, uma viagem de quase duas horas. Dormia e regressava no dia seguinte. Uma vez, em Correias, escutamos tiros na noite, num cerco de agentes do Exército à casa onde João Pinheiro Neto, colunista da ‘UH’ e ex-presidente do Incra, estava escondido. Em menos de quatro meses, Amado já estava de volta ao Rio, escondido em minha casa, usando as roupas de meu avô. Ele voltou a trabalhar e eu ainda levava dinheiro e comida para a família que ficara em Correias. Um ano depois, recebi a notícia da demissão. Sem anunciantes, o jornal não conseguia bancar a folha de pagamento. Amado morreu, duas décadas depois, de causas naturais.” (transcrito do jornal O DIA)


18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE ABRIL DE 2014 CULTURA

Trailer do “Olhar de Nise”, de Jorge Oliveira, é aplaudido no Centro de Convenções Estado também homenageou nove mulheres com a comenda “Nise da Silveira”

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trailer do filme “Olhar de Nise”, do jornalista e cineasta Jorge Oliveira, foi a grande atração na entrega de medalhas Nise Magalhães da Silveira, que o governo de Alagoas distribui todos os anos as mulheres alagoanas que se destacaram no país e no estado pela luta da cidadania. Pela primeira vez, uma plateia que lotou o auditório do Centro de Convenções, assistiu ao trailer do filme que deverá estrear em setembro no Festival de Brasília. Antes de começar o discurso, que este ano homenageou nove mulheres de Alagoas e de fora do estado, Teotônio Vilela Filho abriu o discurso elogiando o trailer do filme “Olhar de Nise”. Disse o governador: “Jorge Oliveira, pelo que acabamos de assistir não tenho a menor dúvida de que estamos diante de um grande filme, um filme que como tantos outros da sua autoria, caminha para o sucesso. Fique em pé para receber os aplausos dessa plateia que quer lhe conhecer”. O trailer de seis minutos emocionou as pessoas e as homenageadas com a comenda Nise da Silveira. O longametragem de Jorge Oliveira está sendo produzido há quatro anos quando começaram as pesquisas. O filme mostra depoimento inédito da psiquiatra Nise da Silveira realizado em 1994, cinco anos da sua morte no Rio de Janeiro. A própria Nise, no filme, conta a sua história

desde que saiu de Maceió, sua passagem pela cadeia na era da ditadura getulista até a criação do Museu de Imagens do Inconsciente no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde ela trabalhou até bem pouco tempo de morrer. ELOGIOS O filme também foi elogiado pela secretária da Mulher, Kátia Born, que falou da importância do documentário sobre uma das mulheres mais importantes do século XX. Segundo Born, Nise da Silveira esteve à frente do seu tempo. Foi uma mulher que se dedicou aos pobres e oprimidos, rebelou-se contra o choque elétrico no hospital do Engenho de Dentro, criou a terapia através da arte e defendeu com intransigência os direitos humanos. O filme de Jorge Oliveira teve cenas rodadas em Maceió em março do ano passado, com o ator Rafael Cardoso, da TV Globo, interpretando Mário, marido da Nise, e Mariana Terra, a Nise. Em Maceió a equipe passou quase um mês, depois das filmagens no Rio de Janeiro para onde Nise foi ainda muito jovem já formada em medicina e ali ficou até morrer aos 92 anos de idade em 1999. “Imagine você’, disse Abreu Lima, universitário presente à solenidade, “que uns meninos da UFAL, que estudam cinema, tentaram

Governador Teotonio Vilela elogiou “Olhar de Nise”, de Jorge Oliveira

Teotonio homenageou mulheres alagoanas com a medalha Nise Magalhães da Silveira

impedir que a equipe do Jorge Oliveira fizesse uma das cenas do filme na Associação Comercial. Acredito que isso ocorreu por ignorância ou desconhecimento da importância dessa mulher para a ciência no mundo. O

que estamos vendo na tela agora é a prova da competência de uma equipe, dirigida por Jorge, que sabe fazer cinema com brilhantismo”. O filme, com previsão final para julho, deverá percorrer o circuito dos festivais

nacionais e internacionais para só então ir para os cinemas. Para quem já assistiu o primeiro corte no Rio de Janeiro, o documentário promete ser um dos mais importantes da carreira do cineasta Jorge Oliveira.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Prefeito Rui Palmeira: a coragem de fazer o certo Há bastante tempo venho insistindo e denunciando o absurdo cometido por prefeitos de Maceió, do interior e do próprio governo ao dar nomes de pessoas vivas a obras públicas. Estive pessoalmente com alguns administradores fazendo ver o flagrante desrespeito à norma jurídica que proíbe em todo território nacional atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza. O principio constitucional da Impessoalidade, contido no artigo 37 da Constituição Federal é ferido de morte no ato irresponsavelmente praticado, afrontando a proibição da promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, além de servir apenas como “moeda hipócrita” para bajular poderosos ou angariar votos por conta dessas homenagens imorais e na maioria das vezes imerecidas ( salvo raríssimas exceções). Tenho acompanhado no país inteiro ações propostas pelo Ministério Público e acatadas pelo Judiciário mandando retirar nomes de pessoas vivas de bens públicos, inclusive várias dessas decisões atingindo alguns Tribunais de Justiça e Tribunais de Contas. Enquanto que por aqui a complacência e o compadrio entre a política, a Justiça e os poderosos , jamais permitiram que se cumprisse a legislação e a própria moral pública. Já há algum tempo atrás o Ministério Público Federal recomendou que o Governo do Estado e a Prefeitura de Maceió alterassem a denominação de ruas, avenidas, viadutos e demais prédios públicos que tivessem nomes de pessoas vivas, dando um prazo de 60 dias, sob pena de ação judicial. O tempo passou nada foi mudado e nada aconteceu de novo. O que se vê em Maceió é um festival imoral de homenagens ilegais a figurões da política, dos poderes, da imprensa e também do próprio Ministério Público. Senadores, Deputados, Magistrados, Jornalistas e pessoas de famílias influentes que deveriam estar mortas para receber as homenagens estão ai “vivinhas da silva”. Segundo levantamento só em Maceió estão mais de 100 obras denominadas irregularmente com nomes de pessoas vivas. O prefeito Rui Palmeira, por sua índole intolerante com o imoral e ilegal, não fez por esperar. Mostra sua coragem cívica e sua disposição de conviver com o positivo dos princípios que devem nortear o administrador público. Usando de sua prerrogativa e cumprindo a lei encaminhou à Câmara de Vereadores matéria do mais alto valor moralizador “proibindo a utilização de qualquer nome de pessoas vivas em logradouros e bens da capital”. Fez o que seus antecessores deveriam ter feito e não o fizeram por falta de vontade política ou mesmo porque nunca ligaram para o interesse público. O ato imoral e ilegal pode ate dar votos, mas compromete a dignidade do administrador e também do homenageado. Parabéns senhor prefeito.

Financiamento de campanhas em “coma” Por 6 votos a 1, a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou na última quarta-feira a proibição de doações de empresas a campanhas eleitorais e partidos políticos. Ainda faltam os votos de quatro magistrados. O julgamento foi suspenso porque o ministro Gilmar Mendes pediu vistas do processo. Quando for retomado, o que não tem data para ocorrer, o STF definirá se a regra vale para 2014 ou só nas eleições posteriores. A Corte também terá de definir se cabe a ela mesma ou ao Congresso estabelecer algum teto para doações de pessoas físicas. Nesta quarta-feira, os ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski pediram para adiantar suas posições e também votaram contra a doação por empresas, e o ministro Teori Zavascki foi o único a divergir, votando por manter a regra como está. “No Brasil, os principais doadores de campanha contribuem para partidos que não tenho identidade política e se voltam para obtenção de acordos com o governo. As empresas investem em todos os candidatos que tem chance de vitória”, afirmou Marco Aurélio ao votar. “A comunidade jurídica nacional não pode acreditar num patrocínio desinteressado. A pretensão formulada dessa ação é indispensável para se colocar o fim da não equidade do processo eleitoral.” Para Lewandowski, último a votar na sessão as doações de pessoas jurídicas desequilibram o poder dos partidos. “O financiamento fere profundamente o equilíbrio dos pleitos, que nas democracias deve se reger pelo princípio do ‘one man, one vote’ [um homem, um voto]. A cada cidadão deve corresponder um voto, com igual peso e idêntico valor. As doações milionárias feitas por empresas a políticos claramente desfiguram esse princípio multissecular, pois as pessoas comuns não têm como contrapor-se ao poder econômico”. Para tristeza de muitos com a retomada da votação é muito provável que o irresponsável e desigual financiamento de campanha chegue ao fim. O Brasil merece.

A sabedoria de Renan e Teotônio O senador Renan Calheiros já disse e repetiu que “tudo acontecerá em seu devido tempo” em se tratando do processo de escolha dos candidatos majoritários para a próxima eleição que deverão sair de seu grupo e dos que o seguem. Esta posição tem deixado muitos descontentes e alguns até “ à beira de um infarto”, porém ninguém ousa se rebelar contra o experimentado comandante. Do lado de lá a mesma acontece em relação ao governador Teotônio Vilela, que vai no mesmo passo e compasso de Calheiros , parecendo até que ambos combinaram como tudo deveria acontecer ( será que não acertaram esta encenação?). .A grande verdade é que os dois reinam absolutos como os “donos da eleição” e sabem perfeitamente o que estão fazendo. Se os correligionários de Renan e os que supostamente formam com ele o “chapão” de oposição estão à beira de um colapso nervoso, os governistas e aliados ( principalmente os pretensos candidatos) que rodeiam Teotônio estão consumindo mais “Lexotan” do que hospital de doido. Uma abelha xereta me confessava esta semana: “Sabe qual maior temor em ambos os lados? Que os dois se juntem mais uma vez, o que não seria nada a estranhar. Ai não sobraria pra ninguém”.

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Para refletir: “A política é constituída por homens sem ideais e sem grandeza.”

Governo quer CPI de araque A decisão do presidente Renan Calheiros de rejeitar questão de ordem da oposição e admitir a ampliação das denúncias a serem investigadas pela CPI da Petrobras recebeu duras críticas da oposição. A posição apresentada com base em decisões do STF e no Regimento Interno do Senado, ainda vai passar pelo exame da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Os senadores da oposição alegaram que a inclusão do metrô de São Paulo no âmbito de investigação da CPI é apenas uma manobra do governo para desviar o foco da Petrobras e empurrar para baixo do tapete as denúncias. – A CPI proposta pelo governo é uma CPI de araque. É apenas para abafar a CPI da oposição – protestou o líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP). Ele ressaltou que não se intimida com uma possível investigação de denúncias relacionadas a contratos do metrô de São Paulo, mas defendeu o pedido inicial da oposição, com uma CPI exclusiva para investigar supostas irregularidades na Petrobras. – Temos direito líquido e certo de instalar a CPI proposta pelo senador Alvaro Dias [PSDB-PR]. Estou examinando a possibilidade de ir ao Supremo Tribunal Federal para que o nosso direito seja preservado - anunciou Aloysio.

Ministro “flana” em Alagoas Por falta do que fazer o ministro Aldo Rebelo não perde oportunidade de juntar sua trupe e vir flanar em suas plagas naturais. Neste fim de semana mandou inventar uma programação bastante divertida com a justificativa ridícula de que “vai visitar obras executadas no Estádio Rei Pelé” e falar sobre o andamento dos preparativos por todo o país com o dinheiro suspeito da Copa do Mundo. Mesmo com uma agenda mínima deve passar o fim de semana mentindo em Alagoas. Para completar o périplo lança (sic) uma coletânea do escritor Nelson Rodrigues, que se vivo estivesse não permitiria tamanha afronta à sua história e ao seu talento.

Para bom entendedor O neófito Marcos Fireman, que a todo custo tenta forçar o seu inconsistente nome como candidato a qualquer coisa, inclusive governador, recebeu uma ducha gelada nas palavras do governador em entrevista ao jornalista Lula Vilar: ”O PSDB tem o Marcos Fireman, mas também tem o Luiz Otávio e outros nomes seus filiados e possuem potencial. O prefeito Rui Palmeira é um deles, mas tem mais”. Quem conhece o jeito Vilela de ser sabe que Fireman nunca fez parte de seus preferidos.


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ARTIGOS

Um projeto para Alagoas SEBASTIÃO PALMEIRA. Advogado, Procurador do Estado e Diretor-Geral da SEUNE

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stamos em um ano eleitoral decisivo para o futuro do nosso País e do nosso Estado. Escolheremos pelo voto direto e secreto o Presidente da República, senadores, deputados federais, deputados estaduais e o Governador do nosso Estado, que irá comandar os nossos destinos nos próximos quatro anos. Pesa sobre nós, eleitores e formadores de opiniões, uma enorme responsabilidade, um peso equivalente a milhões de toneladas. Qualquer erro ou escolha errada será fatal e de difícil reparação. A imprensa local tem apontado, insinuado e sugerido alguns nomes de pretensos candidatos e postulantes ao alto e dignificante cargo de Governador do estado de Alagoas. Nada mais honroso para um homem ou mulher, ser eleito ou eleita pelos seus concidadãos para governar o estado que o viu nascer. Poder ajudar, servir o seu povo e trabalhar pelo desenvolvimento e pelo engrandecimento da sua terra, é algo promissor e alvissareiro. Um verdadeiro sonho, uma apoteose existencial. Os nomes apontados, sugeridos e insinuados pela nossa imprensa, em sua maioria, são irrelevantes, despreparados, “fichas sujas”, sem experiência administrativa ou acusados de corrupção, desvio de verbas ou malversação do dinheiro público em administrações passadas. Outros são imaturos, sem projetos, verdadeiros aventureiros. Buscam apenas o enriquecimento ilícito e a promoção pessoal deles e de seus apaniguados. São verdadeiras nulidades! Não têm projeto algum para Alagoas. Estamos cansados de promessas mentirosas e de palanques mirabolantes, onde parece que estamos assistindo a historinha infantil ou o filme de “Alice no País das maravilhas.” Um Estado onde pessoas carentes dormem e passam as noites nas filas, ao relento, a fim de conseguirem uma ficha para uma consulta médica, marcada para vários dias depois e na data aprazada o médico falta, não vai, deixando o doente mais doente e revoltado. Onde o governo investe nos poderes políticos e com os políticos, altas somas de dinheiro, e deixa as polícias desaparelhadas, sem viaturas, sem combustível e os policiais são mal remunerados, sendo mortos e vítimas dos bandidos armados e mais bem aparelhados do que eles, os defensores da lei e da sociedade. Diria como o poeta Castro Alves: “Que povo é esse que sua bandeira empresta para cobrir tanta infâmia e covardia?” Em um País onde tudo é improvisado, des-

de os governantes, os ministros, os secretários de Estado e tudo mais; onde os homens honestos são considerados inservíveis, criadores de casos, imprestáveis por não serem corruptos e às mais das vezes, são perseguidos e até mortos. “Sinto a angústia fatal de ter nascido e a suprema vergonha ser homem.” (J.G. de Araújo Jorge – Poeta). Senhores postulantes ao cargo de Governador, apresentem um projeto de governo que contemple a saúde, a educação e a segurança pública, prioridade para qualquer governo que se preze. Digam o que irão fazer concretamente, sem mentiras ou enganação. Registrem esse projeto em cartório, para podermos cobrá-lo. Que se crie um mecanismo constitucional, um plebiscito, onde o povo possa avaliar os seus governantes e tenha o poder de cassá-los ou afastá-los quando se tornarem indignos do cargo e do poder que lhe foi outorgado. Somente assim, será possível mudar esta Nação. O grande economista Celso Furtado, proferiu, em pleno Regime Militar, no Plenário do Congresso Nacional, uma Conferência, uma verdadeira aula de Economia Brasileira, intitulada: “Um Projeto para o Brasil”, transformada posteriormente em um livro, que recebeu o mesmo titulo. Eu estava lá! Tive a satisfação e o privilégio de ouvi-lo e aplaudi-lo de pé, pois, a época eu estudava em Brasília, cursava Comunicação na UnB e Direito na UDF; adorava esses eventos culturais, não perdia nenhum deles. Era estudante profissional! Portanto denominei este artigo de “UM PROJETO PARA ALAGOAS”, o fiz em homenagem a Celso Furtado, este grande e imortal brasileiro. Alagoas, tão carente, necessita de projetos econômicos, sociais e culturais para o seu desenvolvimento. Alagoas é campeã de analfabetos, onde os pais dormem nas filas na esperança de conseguirem uma vaga nas escolas públicas para matricularem os seus filhos; quase sempre não conseguem e quando conseguem faltam professores,merenda escolar, transporte, água potável e as mínimas condições de higiene, conforme a Rede Globo de Televisão mostrou, para o Brasil e para o mundo, em seu programa apresentado aos domingos e denominado de “FANTÁSTICO”! As pessoas estão morrendo nos corredores do Hospital Geral do Estado e as parturientes dando à luz a seus filhos no chão frio e fétido da maternidade Santa Mônica. O povo está doente! O País e os políticos também! – Temos de mudar! “Vocês podem calar a minha voz, mas não os meus pensamentos! Vocês podem acorrentar o meu corpo, mas não a minha mente! Não serei platéia desta sociedade doente, serei autor da minha história! Os fracos querem controlar o mundo, os fortes o próprio ser! Os fracos usam as armas, os fortes as idéias!”... Augusto Cury.

Pasadena, PassaDilma HELDER CALDEIRA* Escritor, Jornalista Político e Conferencista www.heldercaldeira.com.br helder@heldercaldeira.com.br No Brasil, ano eleitoral é punk. Niilistas de carteirinha, políticos e jornalistas ficam à espreita de alguma derrapagem à curva, algum ato-falho, alguma brecha que, num sistema dominado por extraordinários marqueteiros ilusionistas, permita a explosão de manchetes devastadoras. Pior fica quando o próprio Palácio do Planalto, ao tentar sacar mais um coelho da cartola, puxa um bode pelo chifre e o coloca no meio da sala. Neste caso, o ex-sacrossanto gabinete presidencial. Durante todo aclamado (des)governo do ex -presidente Lula da Silva, o Partido dos Trabalhadores investiu maciçamente no loteamento institucional como principal instrumento de manutenção do poderio e de compra direta de apoios e sustentação política. A premissa é nascedouro de escândalos de grande monta, como o Mensalão, os Aloprados, os sucessivos achaques aos cofres públicos num dos 39 ministérios e centenas de congêneres. Para além do impune despojamento do “mete-a-mão-na-coisa-pública”, outro reflexo dessa barbárie institucionalizada é a paulatina e sistemática desqualificação dos quadros de gestão dos serviços públicos brasileiros. Tudo isso, por óbvio, candidamente disfarçado sob o signo daquilo que convencionou-se nomear “Presidencialismo de Coalizão”. E está enganado quem acredita que a presidente Dilma Rousseff herdou tão somente o modus operandi de seu antecessor. Sua maior herança, revelada nos últimos três anos, são as nauseabundas consequências. A Petrobras não escapou à sanha arruinadora desse modelo “ratatá” de administração, ainda que seja uma empresa estatal de economia mista, portanto, devendo transparência, satisfação e prestação de contas a acionistas e investidores privados. Esses agentes privados até toleram e alimentam a corrupção quando nela vislumbram a possibilidade de lucro. A partir do momento que o valor de mercado da empresa desce a ladeira, o preço das ações despenca e nem a “contabilidade criativa” é capaz de mascarar o monumental prejuízo, dá-se a tempestade em estrada de chão e o carro mergulha no atoleiro. O bode estacionou no centro do gabinete de Dilma Rousseff quando um jornal paulista revelou a existência de sua rubrica na encrencada compra de uma refinaria em Pasadena, no Texas (EUA), em 2006, enquanto acumulava os

cargos de ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Ministério Público, Tribunal de Contas e Polícia Federal “estão investigando” — expressão clichê no curto vocabulário das autoridades brasileiras — se a negociata, de fato, causou um prejuízo superior a US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,35 bilhões). Compreender esse descalabro é bastante simples. Em 2005, a empresa Astra Oil — controlada pelo barão belga Albert Frére — comprou a refinaria texana por US$ 42,5 milhões. Um ano depois, os “conselheiros” da Petrobras autorizaram, por unanimidade, a compra de 50% dessa mesma refinaria por suntuosos US$ 360 milhões, quase nove vezes o valor pago pelo magnata da Bélgica. Apenas esse rastro de tatu já seria suficiente para visualizar o buraco à frente. Como acontece com assustadora frequência nesses quase 12 anos de governo do PT — ninguém sabe, ninguém viu, ninguém lê o que assina e a culpa é da “zelite” que não gosta do “izpezidenti”! —, o que já era um péssimo negócio conseguiu ficar pior. Muito pior! Disposto a jogar na fogueira a suposta desqualificação de diretorias e técnicos da Petrobras, o Palácio do Planalto divulgou uma nota oficial informando que a presidente Dilma só foi favorável à negociata porque balizada, à época, por um parecer “falho” e “incompleto”, cujo responsável é um cidadão que, neste governo e apesar da grave constatação planaltina, ascendeu e ganhou o cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora, cujo “Q.I.” — leia-se “quem indica” — ulula saltitante no colo de senadores do PT e do PMDB. O tal parecer “falho” e “incompleto” — este com conveniente jeitão de bode expiatório — teria levado a Petrobras a assinar, em 2006, o contrato de compra de metade da refinaria texana com uma cláusula “Put Options” (em caso de litígio entre os sócios, um deve comprar a parte do outro). Desta forma, a justiça norte-americana decidiu, em 2012, pela obrigatoriedade de compra pela estatal brasileira dos outros 50% da refinaria pela bagatela de US$ 820,5 milhões. Portanto, por omissão ou “mentirinha eleitoral”, rende-se à desqualificação técnica o pagamento total de US$ 1,18 bilhão por uma empresa cujo valor de mercado atualmente gira em torno de US$ 118 milhões. Noutras palavras, por absoluto desleixo, o Brasil jogou no lixo mais de US$ 1 bilhão. A primeira “presidenta”, vendida por Lula como uma competentíssima e austera “gerentona”, pode passar à história como autoridade suprassumo que colocou sua assinatura na ruína daquela que já foi a segunda maior empresa de energia do planeta. Não por acaso, a bilionária negociata da refinaria de Pasadena já ganhou a jocosa alcunha de “PassaDilma”. *Autor dos livros “ÁGUAS TURVAS” e “A 1ª PRESIDENTA”


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ARTIGOS

Por muito menos JORGE MORAIS jornalista

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ão faz muito tempo que um presidente da República do Brasil sofreu um impeachment. Na época, uma “cascata” na Casa da Dinda e um miserável de um carro Fiat Elba, foram suficientes para que o comandante da Nação descesse humilhado, diante das câmaras de televisão, a rampa do Palácio do Planalto e, em seguida, o mundo viu as imagens, decorrente da decisão política do Congresso Nacional, reforçada pelos “movimentos” de rua. Passados alguns anos, aquele presidente afastado consegue provar sua inocência e, hoje, como senador da Republica, acompanha um “tsuname” – que na verdadeira expressão da palavra são ondas gigantes -, mas que no caso do Brasil, são denúncias contra a presidente Dilma Rousseff, seus auxiliares mais diretos e os parlamentares

Insegurança ALARI ROMARIZ TORRES APOSENTADA DA ALE

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ós devíamos chamar a vida funcional dos servidores da Assembléia Legislativa de insegura. Nada é certo naquela Casa. Não se pode planejar pagamentos ,pois não se sabe quando os salários serão pagos. Quando entrei na Assembléia em 1958 a situação era outra: havia calendário de pagamento para o ano inteiro. A data-base era respeitada e a inflação era pequena. A facilidade da casa própria e de empréstimos consignados sem correção monetária era cativante. O Legislativo fornecia apostilhas e podíamos acompanhar nossa vida funcional através dos documentos publicados no Diário Oficial. Eis que, na Constituição de 1989 apareceu o tal do duodécimo e as Mesas Diretoras começaram a administrar o re-

ligados ao governo federal, praticamente, em todas as esferas. Como se não bastassem às denúncias e a condenação dos envolvidos no caso do “Mensalão”; do desvio de verbas nos Ministérios do Trabalho, do Turismo, dos Esportes, e de diversos outros órgãos públicos, a presidente Dilma aparece, agora, em novo escândalo, com a compra pela Petrobras de uma empresa de petróleo falida, em Pasadena, no estado americano do Texas, causando um prejuízo de 1 bilhão de dólares à empresa brasileira, que durante o governo do PT passou da 12ª maior do mundo em todos os segmentos, para a 120ª colocação. Para se ter uma idéia do elefante branco e do prejuízo da Petrobras, em 2005, a Pasadena Refining System Inc. estava desativada quando foi comprada pela Astra Oil por 42,5 milhões de dólares, uma empresa considerada antiquada e pequena para os padrões americanos. E o pior: a Petrobras adquiriu a empresa com esse prejuízo enorme, sabendo que ela não estava preparada para processar o petróleo brasileiro,

o óleo pesado produzido na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Mesmo assim, os dirigentes da estatal brasileira e a nossa presidente Dilma Rousseff, quando ministra-chefe do Gabinete Civil da Presidência da República e presidente do Conselho Consultivo da Petrobrás, autorizaram o negócio com o pagamento de milhões de dólares a Astra Oil, decorrente, também, de algumas ações ganhas na justiça pela empresa americana. Depois disso, ninguém mais se pronunciou sobre a negociata dessa compra desastrosa, muito menos a Dilma falou mais no assunto, com o prejuízo sendo arcado pelos sócios da Petrobrás, sendo o maior deles, o governo brasileiro. Acredito que, se o EXTRA só tivesse como assunto os escândalos dos últimos 11 anos de governo no Brasil, não teria nenhuma dificuldade em fechar a sua edição. Provavelmente, seriam necessárias muitas edições e os conteúdos dariam suficientemente para as publicações semanais, tornando público e com muita clareza, os absurdos cometidos pelo governo do Par-

tido dos Trabalhadores e seus aliados. Nunca na história desse país, se desviou tanto dinheiro publico – o erário – como alguns gostam de falar, e corretamente. Mensalmente, a grande imprensa nacional descobre um esquema aqui, outro esquema acolá, mas, politicamente, continuamos sendo governados pelas mesmas pessoas. Num país onde seus mandatários não são responsabilizados e, ainda, nunca viram e não sabiam de nada, alguma coisa precisa ser feita, e urgentemente. Neste momento, quero emitir uma opinião bem sincera. É possível que o ex-presidente Fernando Collor de Mello tenha cometido erros na sua administração; é possível que o cargo tenha lhe subido a cabeça; é possível que não tenha atendido aos interesses políticos; é possível que tenha desagradado tremendamente aos parlamentares do Congresso Nacional; mas o motivo do impeachment representa uma gota d’água nesse oceano de denúncias, nesse mar de lama que virou o Brasil do Lula e da Dilma.

passe mensal. Triste sina! A partir daí, a vida do Legislativo deu uma guinada e começaram os problemas. Os Deputados passaram a pensar que o dinheiro era deles e nada corria normalmente. A folha de pagamento começou a inchar misteriosamente ( e nunca houve enxertos!!!) e comissionados viravam estáveis. Não havia detalhamento de verbas e a Mesa pagava o que queria e quando queria. Tudo passou a funcionar precariamente, a luz era cortada e os telefones sumiam. Ano após ano a situação foi piorando. Hoje, temos uma biblioteca fantasma que recebe verba do orçamento, uma Escola Legislativa inexistente, não há critérios de promoção, não há concurso público e os técnicos e alguns servidores administrativos carregam a Casa nas costas: uns com competência e abnegação, outros bajulando Deputados e fazendo tolices para agradar a Mesa Diretora. Atualmente, podemos afirmar com tristeza que o Legislativo alagoano chegou ao fundo do poço. Vive baseado na

seguinte teoria séria e digna de respeito: Só por hoje; amanhã será outro dia. De quem é a culpa do caos? Das Mesas que vêm administrando a Casa nos últimos vinte anos. Temo ser repetitiva com as informações que forneço aos leitores a respeito da Assembléia Legislativa de Alagoas, mas os escândalos são tantos que o povo alagoano já nem nos respeita mais. Leio absurdos sobre nós, servidores do Legislativo. Rebato algumas notícias, outras não suportam defesas. E sempre me questiono: Quem é nomeado ilegalmente tem culpa? Mas, quem nomeia de modo errado não será punido? Foi retirado muito dinheiro dos servidores nos últimos seis anos. Quem retirou vai devolver e será devidamente responsabilizado? Houve larga distribuição de dinheiro entre laranjas em anos de eleição. Os cabos eleitorais vão devolver? E o infeliz que distribuiu altos valores vai ser processado, punido, preso? O panorama atual é de que os estáveis têm a culpa, serão ser colocados

à disposição do Executivo, vão ser demitidos e mais alguma coisa. Mas, o verdadeiro foco da questão está esquecido: os crimes praticados pela Mesa Diretora já de conhecimento da sociedade alagoana através da imprensa falada, escrita e televisada. Para completar o clima imposto pela atual Mesa há seis anos, no mês de março os Deputados pagaram verba de gabinete a eles próprios, aos ativos e num desrespeito total ao Estatuto do Idoso, não pagaram aos velhinhos. O motivo foi o descaso do Legislativo com a derrubada do veto do Governador ao duodécimo da Casa no orçamento de 2014, que deveria ter sido realizado desde janeiro. Brincam com a vida de pessoas, em sua maioria com mais de 60 anos, que trabalharam mais de 30 e pretendem viver tranquilamente o pouco tempo de vida que terão. Daí, digo e afirmo categoricamente: ser servidor ativo ou inativo do Poder Legislativo é viver num total clima de insegurança.


22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE ABRIL DE 2014 ALERTA NA EDUCAÇÃO

Sindicato dos Professores do Estado denuncia faculdades Eduardo Vasconcelos levou o caso de superlotação em sala de aula para o Procon JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

O vice-presidente do Sindicato dos professores do Estado de Alagoas (Sinpro/AL), Eduardo Vasconcelos, em conjunto com os membros da diretoria da instituição denunciou ao Procon o “abarrotamento” nas salas de aula com a quantidade excessiva de alunos. Segundo Eduardo, a forma que os centros superiores de ensino vêm agindo é prejudicial para o aprendizado dos alunos. Para o dirigente do Sinpro: “Na busca de aumentar seus lucros, as IES (Instituições de Ensino Superior) colocam em sala de aula até 80 alunos por turma. Isso diminui substancialmente a qualidade de ensino, como também, a saúde do profissional docente”. Devido a tantos problemas detectados para alunos e professores, a diretoria do Sinpro solicitou ao superintendente do Proncon, Rodrigo Cunha, a fiscalização por parte do órgão de defesa do consumidor para por fim as irregularidades que vem sendo cometidas. “Os alunos como “consumidores de educação” estão sendo visivelmente lesados. O órgão competente pode atestar isso facilmente em poucas inspeções”, colocou Eduardo. O educador afirma que a mercantilizarão da educa-

ção é a principal causadora dessa ânsia desenfreada pelo lucro, em detrimento da qualidade do ensino. “Aumenta o número de alunos para aumentar o lucro. Hoje, com a abertura ao capital estrangeiro em áreas estratégicas como a educação, investidores de todo o mundo investem na educação privada no Brasil, sem preocupação com o desenvolvimento nacional”, expôs. Há dois anos o Sinpro realiza a campanha “Professor Legal” que visa moralizar a condição de trabalho dos educadores e regulamentar vencimentos dignos e a formalização profissional. As sugestões para essa readequação, no modelo privado de educação, é proposta pelo professor Eduardo Vasconcelos em parceria com os membros do Sinpro/AL. Em recentes levantamentos realizados pelo sindicalista foi detectado a evasão dos professores da rede privada de educação devido à falta de estrutura. Eduardo revelou em recente entrevista ao jornal Extra que a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino afirmou em estudo, que a saúde dos trabalhadores de educação no setor privado de ensino está cada vez mais ameaçada sobre impacto direto, em relação ao acúmulo de funções e aumento na jor-

Professor Eduardo Vasconcelos volta a denunicar as irregularidades cometidas por instituições particulares

nada de trabalho. A amostra relata que os principais motivos da falta de saúde: excesso de atividades, pressão de chefias e colegas de trabalho, assédio moral no trabalho, relação com chefias, colegas professores, pais e alunos. No mesmo estudo, 78% dos professores dizem que sentem esgotados e sob pressão mais que o habitual. Os números revelam que 41% dos educadores alegam sentir irritação frequente. Veja a maioria dos problemas relatados pelos professores durante a pesquisa da Confederação: dores 71%, problemas de sono 59%, rouquidão e perda de voz 49%, problemas alérgicos 47%, tendinites e problemas de articulação 44%, enxaquecas 33%, gastrites 27%, obesidade 23%, hipertensão 19% e por último cânceres 2%.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

CRB em novos tempos

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arcos Barbosa, presidente do CRB, reuniu torcedores no sábado-29. Foi uma despedida do Galo do histórico terreiro da Pajuçara e proclamação de novos tempos na Barra de São Miguel com a construção do novo Centro de Treinamento. Em Maceió, na Iris Alagoense, paralela a Avenida Duque de Caxias fica a sede social. Para o torcedor as mudanças são bem-vindas.

Confiança “Vamos ter o maior patrimônio esportivo do Estado. A torcida pode esperar.” O comentário foi de Roberto Fernandes, reconhecido também como esteio forte do CRB, menção extensiva para Toroca, Fernando D’Aldeia, Roberto Fernandes e outros que apóiam a diretoria executiva nos bastidores.

No Mutange

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- “O CSA não joga futebol. Pisa na bola.” Análise de torcedores foi não como de indignação pela má sorte nos jogos mais pelo excesso de erros dos jogadores. Lastimaram a correria que, segundo alguns atropela o bom nível técnico. do plantel. A derrota para o CSE domingo (2x0) retrata esse quadro. No Mutange Lino passa a técnico efetivo e o Azulão se mantém primeiro do grupo.

2

– Lino tem apoio para recuperar o CSA da má fase nos jogos restantes do segundo turno do estadual e proximamente contra o São Paulo pela Copa do Brasil..Ele foi ídolo no Mutange como jogador vindo da prata da casa e tem experiência na nova profissão.

Reclamação

Volta por cima

Também dos lados do Mutange o argumento montado em críticas ao estado do gramado não teve eco entre alguns torcedores. A opção do rebate foi montada na que acharam “jogo apressado” do time e “falha humana.” O primeiro gol em especial.

O ASA reencontrou o caminho das redes adversárias, somando uma vitória na rodada mais recente do campeonato alagoano. Mas é de convir, e os torcedores têm consciência, que o alvinegro precisa melhorar para dar conta do recado. Isso por não pegar adversário só de dentro da Alagoas. As competições nacionais começam a levantar bandeira de atenção para a largada.

É profissionalismo?

Do penalti Do lado palmeirense registro é que o pênalti que resultou no segundo gol do CSE podia não ter sido marcado se o árbitro usasse a lei da vantagem, pois a conclusão da jogada foi bem-sucedida, balançando a rede. Antônio Alves Santos, torcedor do CSE, achou que no final “foi feito justiça.”

Nona rodada 1 -No fim da semana o campeonato alagoano ativa a nona rodada e tempera os jogos no afunilamento das chances de classificação dos finalistas da decisão da fase. Mas um detalhe: o CRB sendo campeão também desse turno leva também o título estadual. . 2 - Mas tempero para esquentar o clima: CSA e CRB ainda vão se enfrentar e quem sabe não será jogo do tudo ou nada para os dois?

Champions League Com gol de Neymar, o Barcelona empatou (1x1) com o Atlético de Madrid na terça-feira. No outro jogo também da Uefa Champions League (quartas de final), Bayern de Monique x Manchester United repetiram o 1x1. Para a mídia espanhola o brasileiro se redimiu das atuações anteriores e público do jogo foi de 78.447 torcedores. Outros jogos:Real Madrid 3 x 0 Borussia Dortmund e PSG 3x1Chelsea.

Decisões Da rodada do fim de semana chama atenção Brasil afora a decisão do carioca reeditando um Flamengo e Vasco após 10 anos sem enfrentamento numa disputa pelo título desse estadual. Já em São Paulo definição será em dois jogos, ambos no Morumbi. São finalistas Santos e Ituano.

Copa do Brasil Alagoas joga a temporada da Copa do Brasil, este ano, com quatro clubes: ASA, CRB, CSA e o Santa Rita. Os jogos deixam vestígios de que não vão ser fáceis para nenhum dos quatro. Nesta fase primeira os confrontos acontecem com eliminatórias em jogos de ida e volta.Ou em miúdos, disputa estilo tudo ou nada.

Jogadores extrapolam limites encenando faltas. A observação apimentou conversa em roda de torcedores, alguns “peladeiros” e foi aprovada por unanimidade. É “malandragem” que hoje infesta o futebol brasileiro. É só perder o domínio da bola e o “craque” aplica o cai-cai e pior, o juiz vai na onda.

Mais observação Um carrinho com bola em jogo é difícil de separar a má fé de quem o aplica com argumento de ser jogada dura mais leal. Já os árbitros, sem a mesma visão do jogo de quem está na arquibancada, algumas vezes se deixa ser levado pelas torcidas. Só o replay do lance pela televisão discipa. Mas é a dúvida parte do jogo como uma paixão nacional.

FRASES “Estamos tentando nos acertar”

Diego Clementino (CSA) sobre as dificuldades na jogo com o CSE

“Vamos ter o maior patrimônio esportivo do Estado” Roberto Fernandes, diretor do CRB.

“Precisamos de mais concentração” Beto Almeida, técnico do ASA


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Capacitação em Teotônio Vilela

Crença de ‘curar’

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Uma exposição no Museu Nacional Marítimo da Austrália ilustra uma curiosa crença do final do século 19: de que entrar na carcaça em decomposição de uma baleia trazia alívio para aqueles que sofriam de reumatismo. Segundo reportagem do diário “Sydney Morning Herald”, acreditava-se que ficar dentro de uma baleia por cerca de 30 horas aliviava dores e sofrimentos por até 12 meses. Acredita-se que a prática nasceu na cidade de Eden, no sul da Austrália.

segunda capacitação do Sistema do Cadastro Ambiental Rural (CAR) aconteceu na última sexta-feira (28), na cidade de Teotônio Vilela. Representantes de nove prefeituras da região sul do estado de Alagoas estiveram presentes no evento. Eles puderam conhecer melhor o portal por onde será realizado o cadastro, bem como esclarecer dúvidas sobre as informações que devem ser fornecidas.O CAR será obrigatório e deve ser realizado por todas as pessoas que tenham alguma propriedade rural. É um programa de registro eletrônico criado pelo governo federal para cadastrar imóveis rurais e georreferenciar as Áreas de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal, florestas e remanescentes de vegetação nativa, Áreas de Uso Restrito e áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país.

Água brasileira

Mudanças climáticas Cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC na sigla em inglês, divulgaram na noite do domingo (30) o segundo capítulo de um relatório sobre o clima e concluíram que são “altamente confiáveis” as previsões de que danos residuais ligados a eventos naturais extremos ocorram em diferentes partes do planeta na segunda metade deste século. E isso deve acontecer mesmo se houver corte substancial de emissões de gases de efeito estufa nos próximos anos.

Aquecimento global Alimento mais consumido pelo brasileiro, à frente do arroz e do feijão, o popular cafézinho pode perder o lugar cativo nas mesas de todo o país devido às mudanças climáticas.Dados da segunda parte do quinto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês), divulgada no domingo (30), revelam que o aumento da temperatura média global pode reduzir as áreas destinadas ao cultivo do grão, especialmente o da variação arábica, que responde por 70% da demanda global.

Caça das baleias O Japão deve interromper a caça das baleias no Oceano Antártico, ordenou na segunda-feira (31) a Corte Internacional de Justiça (CIJ), ao considerar que Tóquio realiza uma atividade comercial sob a fachada de uma ação científica.

Antártica e a Amazônia

O Brasil detém pouco mais de um décimo das reservas de água potável do mundo, no entanto, o país já registra um conflito por água a cada quatro dias, segundo o mais recente relatório da Comissão Pastoral da Terra, órgão ligado à Igreja Católica, obtido com exclusividade pela BBC Brasil. Em 2013, foram registradas 93 disputas locais em 19 Estados, 17% a mais do que no ano anterior. Mas esses conflitos não estão se tornando apenas mais frequentes. Também vêm assumindo dimensões inéditas.

É difícil imaginar que a Antártica, a maior massa de gelo do planeta, possa interferir no clima de um país tropical como o Brasil, mas a verdade é que o continente gelado influencia e é influenciado especialmente pelo que acontece na América do Sul, inclusive na Amazônia, causando secas na região e recebendo a poluição gerada ali. Pesquisadores trabalham na estação Comandante Ferraz. Aumento dos ventos no centro da Antártica afetaria clima na floresta.

Filhotes de urso A ursa Luna deu à luz três filhotes no Parque Nacional da Floresta da Bavária, em Grafenau, no sul da Alemanha. O sexo dos filhotes ainda não foi descoberto porque a mamãe urso não permite que ninguém chegue perto de sua prole. Grafenau é conhecida como a “terra dos ursos”. Um desenho do animal aparece no escudo símbolo da cidade, que explora o turismo com passeios pelo parque nacional para ver os ursos.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

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Do compositor Marcelo Yuka, em o Estado de São Paulo e publicado pela Revista Veja na edição desta semana: “Essa coisa de arma de fogo é medieval. Assegurar o direito à arma é a maior prova do uso do medo como ação política.”

enedito de Lira (PP) começa a pagar o preço pelo lançamento da candidatura ao governo de Alagoas como em período prematuro, daí já não carrega comentários favoráveis na proporção da época do início da epoca da decisão. O eleitor entende que cada passo na política também tem a sua hora. Comentário que tem a ver com o risco do desgaste.

Reposição Na Câmara Municipal de Maceió a mesa diretora e funcionários fecharam acordo. A reposição salarial relativa aos últimos três anos sem aumento foi fixada em 10% com 2014 incluso. Vigora já a partir deste mês com efeito retroativo a janeiro.

Expectativa

Na expectativa

O maceioenses solta curiosidade estranhando a frieza na arrumação para as eleições de outubro. Análise comparativa do momento anual com o de épocas anteriores.

Benedito de Lira (PP) e Renan Filho (PMDB) não motivam mais comentário no eleitorado. Estão com decisões tomadas como candidatos ao Governo. Conversa prioriza o silêncio de Teotonio Vilela com pauta o caminho do PSDB no Estado. Apoiará quem ou lança candidato próprio?

De conversas

Crimes Políticos

Curiosidade pelo clima de pré-eleições: como o PT vai se comportar em Alagoas? Da dúvida consta como curiosidade se o diretório estadual tem pretensão de lançar nomes ao governo ou aguarda o tempo correr para só nos últimos minutos decidir seu tomar na majoritária e Senado?

O livro-reportagem, edição digital, Crimes Políticos – Pistolagem em Arapiraca, do jornalista Manoel Ferreira Lira, já se encontra no site da Amazon.com.br. Com prefácio do procurador de justiça Lean Antônio Ferreira de Araújo e capa de Anne Mary Miller Lopes. Percorre a vida de Arapiraca e seus políticos, de 1956 a 1998, do vereador Benicio Alves de Oliveira à deputada federal Ceci Cunha, passando pelo assassinato do deputado estadual Marques da Silva. A edição impressa, encontra-se no prelo.

Prestar atenção

Sem surpresa

De Brasília aparece sinalização para a necessidade de ser avaliado o crescimento da frota de veículos nas ruas Brasil afora. E das sugestões não fogem das especulações a dor no bolso com aumento dos impostos e dos combustíveis. Mas é proposta com pauta só para 2015. Ou seja após as eleições.

Não surpreederá o ex-vereador Galba Novaes sair candidato em outubro, provavelmente a uma cadeira na Assembléia Legislativa. Galba é político forte em Maceió e tem prestação de serviços em Bebedouro, Tabuleiro do Martins e no apoio aos taxistas.

Mais essa:

É ou não proibido veículo estacionar nos dois lados da Rua Teófilo Otoni, trecho da orla da Pajuçara a Firmino Vasconcelos, na Ponta da Terra? Motoristas acham a rua estreita para ter movimento em mão dupla e estai9onamento duplo. Um soldado da Guarda Nacional observou a a irregularidade mas perguntou: cadê placas indicativas para não estacionar?

E o PT de Lula?

Ambulantes da Praça dos Palmares, usam de modo abusado água de cano furado na calçada do prédio da ex-superintendência do INSS há anos fechado. A dúvida é se a Casal tem ciênci da irregularidade

O Posto de Saúde da Praça da Maravilha, no Poço, com anos fechado para reforma a perder de vista, vai ser reativado quando para oferecer assistência ao povo? Pergunta é para o governador Teotônio Vilela, feita por moradores do bairro e leva em conta o mandato dele expirar no mês de dezembro.

Ponto de Vista

Eleições majoritárias

Deputados (alguns) jogam nos 90 % o PSDB em Alagoas compondo com os mesmos partidos que apoiaram Teotônio Vilela nos dois mandatos como governador. Os 10% ficam como margem de risco no sentido frustração. O vice Thomas Nonô (DEM) é nome confiável, mas no ninho tucano o silêncio sobr o destino dele também é geral.

Área da saúde

Observação


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Excesso de zelo

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nfelizmente, aspectos políticos sobrepostos aos técnicos têm atrapalhado, de novo, o debate neutro sobre as emissões de CO2, aquecimento global e mudanças climáticas. Ninguém desconhece o problema – salvo alguns poucos cientistas céticos –, mas muitas vezes só se olha um lado da questão. O recém-divulgado relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, da ONU, pregou de novo o quase apocalipse, se a temperatura média de planeta subir 2 graus Celsius até o fim do século. Nenhuma palavra sobre novas áreas agricultáveis, rotas marítimas mais curtas e outras externalidades “positivas” do aquecimento global, mesmo sem compensar suas desvantagens. Outro ponto obscuro: o recente rodízio de 50% dos veículos, em Paris, pelo aumento da concentração de material particulado ultrafino (MP10, ou seja, 10 milésimos de mi-

límetro de diâmetro). Teve repercussão no Brasil, mas quando se suspendeu a operação, um dia depois, a ênfase já não era a mesma. Autoridades parisienses disseram que as condições meteorológicas mudaram e viabilizaram o fim da restrição. De fato pode ter ocorrido, mas dúvidas persistem: • Faltava uma semana para a eleição do novo prefeito da cidade. Será que houve excesso de zelo e a administração temia perder votos? Lavraram apenas 4.000 multas nesse dia de imensa quebra de rotina e até desinformação. No dia seguinte, alívio geral... • Talvez alguém tenha se preocupado com quem ia pagar a conta, pois se estabeleceu gratuidade do transporte público por três dias. • Primeira intervenção desse tipo na capital francesa aconteceu em 1997. Então, se trata de fenômeno relativamente raro.

RODA VIVA • A nuvem recente de poluição se estendeu além de sua área metropolitana, afetando regiões e países vizinhos. Nenhum apelou para essa medida. • Emissões de MP10 não vêm apenas dos escapamentos de automóveis. Há fontes industriais, de climatização e outras. Motores a diesel, grande maioria na França, emitem bem mais material particulado, na média da frota circulante de veículos leves. São mais brandos no Brasil os limites de alertas de poluição, que obrigariam também a um rodízio ambiental nas cidades afetadas. O cenário, porém, se diferencia de Paris. Ozônio no nível do solo e poeira suspensa no ar ocorrem com frequência, em especial em dias ensolarados de inverno, pouco vento e sem chuva. Incomparáveis, em danos à saúde, às micropartículas liberadas por motores

a diesel que, por enquanto, continuam banidos em automóveis por aqui. Apesar de algum exagero nas críticas à qualidade do ar, jamais podem se negligenciar as condições de rodagem da frota. Afetam qualquer veículo à medida que envelhece, sem manutenção devida. Por isso, preocupa o voluntarismo da prefeitura de São Paulo, cidade mais afetada pela poluição, quanto ao programa de inspeção veicular desmantelado sem muito compromisso. Até agora, o assunto parece comprometido por falta de empenho e dificuldades em colocar várias empresas na inspeção. No exterior, tentativas semelhantes falharam e se reverteram. Que fique de mau exemplo para cidades brasileiras. No Rio de Janeiro a inspeção é centralizada, mas além de muito cara, sofre de padrões sofríveis de qualidade.

pitstop Uma Ranger para quem gosta de aventura Versão Sport cabine simples tem visual jovem, bons equipamentos e motor flex de 174 cavalos. Custa R$ 67.990,00.

A

Ranger Sport, que a Ford apresentou nesta sexta-feira (28) em São Paulo, busca atender um nicho do mercado, mas tem a seu favor a pequena concorrência e o fato de estar num segmento importante e em crescimento. Apenas na versão cabine simples e motor flex (2.5 de 173 cavalos), a Ranger Sport pretende conquistar

um púbico jovem e aventureiro, gente que usa o carro para a prática de esportes, precisa de espaço na caçamba pra levar equipamento ou motocicleta, quer um carro com aparência fora de estrada, jovial, com bom conteúdo e motor potente. Para isso, a empresa decorou a picape com faixas laterais na porta e na parte de baixo da caçamba, um santoantonio exclusivo, soleira nas portas e adesivos registrando o nome da versão. Os dirigentes da Ford não enxergam

nenhum concorrente direto, uma vez que a S10 LT cabine simples saiu de linha. Pra valorizar o seu produto, a empresa coloca duas picapes derivadas de carros como possíveis concorrentes, embora saiba que são veículos de categorias diferentes. A comparação leva em conta, no entanto, o posicionamento de preço das versões aventureira da Strada e da Saveiro. A Strada Adventure custa entre R$ 52 e R$ 57 mil e a Saveiro Cross entre R$ 52 mil e R$ 54 mil.

O preço da Ranger é R$ 67.990,00. O mercado de picapes médias dobrou nos últimos cinco anos, passando de 92 mil unidades em 2008 para 181 mil no ano passado. A Ford ocupa a terceira posição no ranking, que tem a liderança da GM, com a S10, responsável por 29,8% das vendas. Em segundo lugar está a Hilux, da Toyota, que tem 22,8% de participação. A Ford tem 13,2% e é seguida pela Amarok, da Volkswagen, com 12,9% e L200, com 12,8% e Frontier, com 6,6%.

DOIS anos depois de lançado no Salão de Paris, a quarta geração do Clio roda disfarçada no Brasil. Segundo a fábrica, só para “testar motores”. Se a Renault deseja alcançar 8% do mercado brasileiro (hoje, 6%), fica bem difícil conseguir sem aumentar opções frente a tantos concorrentes. A começar por rivais franceses atualizados: Peugeot 208 e Citroën C3. EMBORA restrito, de início, às versões mais caras da linha – Gol Rallye e Saveiro Cross – o novo motor 1,6 L MSI indica que evolução voltada a consumo e desempenho se torna regra. Da mesma família EA211 1,0 L, 3-cilindros, do up!, esse 4-cilindros se destaca pelo bloco de alumínio e a volta do duplo comando de válvulas. Deverá ser de série no novo Fox, previsto para meados do ano. VOLKSWAGEN foi conservadora ao limitar a potência a 120 cv (etanol), enquanto concorrentes de mesma arquitetura oferecem até 130 cv. Talvez tenha privilegiado consumo de combustível, mas ainda não revelou números oficiais do padrão Inmetro. Com 15 kg menos de massa e mais 16 cv que o atual EA111, a diferença de desempenho ficou marcante. SEGMENTO competitivo e rentável explica porque a Ford recriou a versão Sport na nova Ranger, cabine simples. Apenas com motor flex de 2,5 litros, 4-cilindos do Fusion, 173 cv (etanol). Tem preço competitivo de R$ 67.990 e boa posição de guiar, semelhante à de automóveis. Representará só 5% das vendas totais dessa picape média. DESTAQUE na V ExpoAlumínio, em São Paulo, é a estrutura da carroceria totalmente neste metal da Range Rover Vogue. Novellis é a única fornecedora para a construção do primeiro SUV com monobloco todo em alumínio (além de partes móveis como portas e tampas). Resultou na redução de até 420 kg de peso, o que muda muito em consumo e dinâmica.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE ABRIL DE 2014 CRÔNICA

Desejamos sucesso ao novo secretário JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

N

um dos meus artigos semanais, eu disse que o Governador do Estado de Alagoas, “parece que estava sendo enganado” pelos seus auxiliares, quando dizendo que aqui estava havendo uma paz celestial. Diariamente, nós líamos e ouvíamos o noticiário que dizia outra coisa. O Ex-Secretário de Defesa Social todos os dias ia falar nas rádios, enquanto os assaltos e todos os demais crimes aconteciam diariamente. Dinheiro não faltava, pois, o Governo Federal deu muito dinheiro para armamentos e viaturas, a ponto da Defesa Social criar seus “inúmeros comandos e inúmeros pla-

nos”, numa propaganda intensa, para nos impressionar. Terminou o Ex-Secretário da Defesa Social, depois de muito ir para as rádios, resolveu declarar que seria candidato a Deputado Estadual. É um respeitável cidadão e a ele eu desejo sucesso! Agora, foi nomeado um novo Secretário da Defesa Social, com bastante experiência na área da Justiça, porém, não deve ter nenhuma experiência policial. Pelos seus conhecimentos jurídicos e pelo seu “curriculum vitae”, a gente espera que ele dê conta do recado, para que Alagoas perca um pouco, da fama que tem, de Estado onde o crime impera. A festa da Posse foi bem concorrida e os discursos deixaram nossos maiores oradores, com inveja. Como eu já fui assaltado, juntamente aos meus filhos e esposa e, estou torcendo para que não aconteça novamente, ao vermos cinco revólveres

apontados para as nossas cabeças. Depois da horrível experiência, tive que vender a nossa casa, para ficarmos menos expostos aos assaltantes, já que num apartamento, há uma relativa segurança. Sábado passado, fui comprar uns Ovos de Páscoa no Bompreço, quando notei que, no estacionamento, dois Seguranças estavam sendo rendidos por dois assaltantes, numa moto. Ao me aproximar, eu vi os revólveres, tendo uma senhora me dito: “é um assalto”. Voltei para a calçada e, correndo, entrei no meu carro. Fiquei vendo um dos assaltantes indo buscar dinheiro no caixa, como acontecia nos filmes do “faroeste”. Depois, voltei para fazer a compra e só depois de alguns minutos é que chegaram policiais. Ainda estavam algumas pessoas fazendo compras, na fila e, cada um delas contando as suas estórias. Hoje em dia, a novidade do maceioense,

é ser assaltado ou dizer que já foi assaltado. Como estou morando na Ponta Verde, após às 5 horas, estão passando policiais, pela praia, todos com terno e roupa preta, coisa de fazer inveja aos Países mais avançados do mundo. Ficam em carros novos, ou dentro de um “reboque”, bem pintado e ao lado do “alagoinha”. Tomara que a gente fique livre dos assaltos constantes, como acontece muito aqui na Ponta Verde. Tomara que essa “segurança” não venha acontecer, só durante poucos meses, como já aconteceu em outras ocasiões, ou somente até a Copa do Mundo. Desejo ao novo Secretário da Defesa Social, uma feliz administração e que procure diminuir a má fama que tem nosso Estado.

Em tempo - É bom saber que os ilustres amigos, Coronel Ivan Marinho, Dr. Murilo Mendes e o Dr. Manoel Toledo, são meus eleitores.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

“Existem prioridades”

O

deputado estadual Ronaldo Medeiros fez duras críticas à decisão do prefeito James Ribeiro, de Palmeira dos Índios, de investir R$ 1 milhão no CSE, clube que representa o município no campeonato alagoano de futebol profissional.

Município falido “Quero deixar claro que sou torcedor do CSE, mas existem prioridades, a exemplo de reajuste salarial dos servidores da saúde, da educação e de outras áreas. O prefeito poderia aplicar esses recursos e investir em escolas de tempo integral, o que mostraria seriedade na sua administração. Infelizmente, o município está falido e o prefeito precisa começar a trabalhar”, disse o deputado.

Palmeira parou Ronaldo Medeiros considera, também, um absurdo o fato do prefeito decidir investir no CSE porque o seu filho assumiu a presidência do clube. Palmeira dos Índios, ao contrário de outras cidades como Arapiraca, simplesmente parou. “É preciso investir em obras sociais e estruturantes, pagar um salário digno para os servidores, enfim: direcionar a gestão buscando a cidadania do povo palmeirense que precisa da ajuda do poder público municipal”, afirmou Medeiros.

Homenagem na Uneal Com a presença de estudantes universitários, professores e funcionários, a Câmara Municipal de Arapiraca realizou na noite de quarta-feira (2), no auditório Dona Bezinha, na Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), sessão solene para entregar o Título de Cidadão Honorário de Arapiraca, ao reitor Jairo Campos.

Estavam presentes

Estão honrados

Estiveram presentes, a presidente da Casa, Gilvania Barros, a vice-presidente Aurélia Fernandes, a autora da homenagem Professora Graça, os vereadores Edvânio do Zé Baixinho, Rogério Nezinho, Dorge do Queijo e Josias Albuquerque.

Concluindo, a diretora do Campus I, disse que funcionários, professores e estudantes se sentem honrados com esta homenagem prestada pela Câmara Municipal de Arapiraca, tendo como autora, a vereadora Professora Graça. A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Maria Francisca de Oliveira Santos, classificou o homenageado como um jovem dedicado e responsável em suas ações, principalmente no comando da reitoria da Uneal.

Vida acadêmica Ao justificar a homenagem, Professora Graça fez um breve relato da vida acadêmica de Jairo Campos, ressaltando a sua dedicação a instituição de ensino superior, agradecendo ao trabalho realizado por ele ao longo dos quatro anos como reitor. Professora Graça disse que a homenagem prestada ao reitor, não é um favor, mas fazer justiça a quem tanto fez pela educação de ensino superior.

Instituição Professora Graça disse que Arapiraca recebe a partir de hoje (quarta-feira), o mais novo filho da cidade que o Poder Legislativo muito se orgulha em prestar uma homenagem tão justa. Também a diretora do campus I, Maria Helena Aragão falou da alegria em ter Jairo Campos como reitor da Uneal, que em sua gestão, tem elevado o nome da instituição ao lado de todos os demais dirigentes e funcionários.

Coragem e determinação Ela apontou o trabalho da reitoria, destacando que nunca lhe faltou coragem e determinação para colocar a instituição no ranking das melhores universidades brasileiras. Para Maria Helena Aragão, com a chegada de Jairo Campos na reitoria, também se abriu uma página da história acadêmica, tornando a Uneal mais sólida e respeitada.

Grande exemplo Com o objetivo de estimular a criatividade, imaginação e a inclusão de crianças com necessidades especiais, a equipe do Centro de Medicina Física e Reabilitação de Arapiraca (Cemfra), realizou uma série de atividades com as crianças que realizam tratamento nesta unidade de saúde.

Alegria do circo Com o tema Circo, a equipe multidisciplinar do Cemfra se caracterizou com perucas e roupas coloridas com o objetivo de integrar os profissionais ao público alvo, nesse caso as crianças. Cerca de cinquenta crianças que tem necessidade especiais participaram de brincadeiras de roda, pintura, arte no rosto, leitura de histórias, entre outras atividades.

PELO INTERIOR ... Ainda Arapiraca: De acordo a gerente do Cemfra, Viviane Barbosa, para a maioria das crianças o tratamento de suas limitações físicas muitas vezes, causa desconforto e estrese. ... Por isso, pensamos em transformar o ambiente rotineiro de sessões de fisioterapia, em algo descontraído e alegre. “Vamos sempre proporcionar momentos como esses para as crianças que são atendidas no Cemfra, afirmou a gerente. ... Viviane Barbosa disse ainda que o evento direcionado às crianças só foi possível devido à integração de todos os profissionais que trabalharam com dedicação e amor. ... Dando continuidade às ações no bairro de Itapoã, a Prefeitura de Arapiraca iniciou obras de mais cinco ruas da localidade, que ao todo terá 26.516,44 metros quadrados de pavimento e asfalto. ... Com os esforços da prefeita Célia Rocha (PTB), as ruas Aristeu Ferreira Queiroz, José Pereira dos Santos, João Francisco do Nascimento, José Cícero Pereira e Carlos Alberto de Albuquerque Melo estão ganhando nivelamento, colchão de terra, calçamento de paralelepípedo, rejunte e colocação de meio-fio e bocas de lobo. ... Os trabalhos já estão bem encaminhados nas ruas Elvira Barbosa Lopes – esta ligará as rodovias AL-110 e AL-220 –, Minervina Francisca da Conceição e Claudete Maria de Melo. ... “É compromisso de a prefeita Célia dar viabilidade a todas as ruas de nosso município. Este nosso foco maior no Itapoã está acontecendo por ela entender que o bairro precisava a muito de pavimentação para melhor fluxo de trânsito e serviços”, diz o secretário Municipal de Obras e Viação, Moyses Montenegro. ... Em uma tentativa de acabar com o problema das chamadas “línguas negras”, presentes na orla de Maragogi, representantes da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e os secretários municipais de Infraestrutura, Marciano Jackson, de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Ciência e Tecnologia, Edjanete Cândido e de Turismo, Mariana Gorenstein, se comprometeram, em reunião realizada na última semana, a desenvolver ações conjuntas para não permitir a emissão de esgoto nas praias do município. ... Aos leitores da coluna, desejamos um final de semana de muita paz, saúde e harmonia. Aos desafetos, que não suportam o que este colunista escreve, que passem o “weekend” nos quintos dos infernos. Ô raça perdida. Valeu, até a próxima edição. Fui!!!!!


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Orçamento, segunda etapa!

P

ara quem tem disciplina financeira e faz um orçamento anual, chega a segunda etapa, ou seja, o segundo trimestre, já com tudo certo, sobra de dinheiro na poupança, muita pesquisa antes de comprar evitar se utilizar dos juros abusivos que a política econômica do Brasil oferece aos consumidores. Continue assim. Jamais pague juros do cheque especial e do cartão de crédito parcelado.Pior ainda: dos agiotas, que que aproveitam da situação crítica de quem quer dinheiro na hora, sem burocarcia e chegam a cobrar até 20% ao mês, sem qualquer critério ou direito do devedor reclamar. Seguir um orçamento doméstico à risca, é a melhor maneira de sobreviver sem sacrifícios. É dormir tranquilo, consciente de que não vai receber as cobranças constantes de credores, como bancos, financeiras, lojas, concessionárias de serviços, etc.`Também jamais terá seu nome incluído na lista negra do SPC/Serasa. E o mais importante: ter uma reserva financeira para qualquer emergência, sem recorrer ao crédito. Siga essas dicas e viva de acordo com o que ganha, sem jamais seguir o exemplo de algum parente ou amigo consumista compulsivo.

Pesquisando

Ao sair para às compras, leve uma lista do que realmente precisa para consumir na semana ou no mês. Os supermercados estão sempre com promoções. Acompanhe nos jornais, TV, rádios ou panfletos. Mas,mesmo assim, não compre diretamente. Pesquise em outros locais e só compre mesmo, quando tiver certeza de que fez uma boa economia.

Concorrência

Ela é acirrada. Faz parte da economia de mercado, que domina o mundo e não tem escapatória. Só ganha mesmo o consumidor, que pesquisa, pechincha e consegue desconto, comprando à vista. Se for a prazo, claro que os juros serão cobrados e no final, o valor de à vista, fica o triplo.

Marcas

Trocar de marcas de determinado produto, que faz o mesmo efeito e é mais barato, é a opção de economizar,principalmente com material de limpesa, higiene e alimentos. Faça isso. Mas tem que ir ao supermercado, sem pressa, para procurar o que realmente vai substituir e possui as mesmas características. Obviamente que sejam produtos produzidos no Brasil. Os importados são caros, porque o dólar vale mais que o dobro do real.

Serviços caseiros

Todo consumidor necessita de algum serviço caseiro (elétrico, hidráulico, pintura, etc) que não sabe fazer e precisa de um profissional para realizar. Mas os preços são diferenciados de um para outro. Portanto, pesquise no mercado e só feche negócio, quando tiver certeza de que fez alguma economia. Também só pague, quando o trabalho for concluído e testado.

Liquida Maceió

Recebi realese da jornalista Beatriz Nunes, sobre a promoção Liquida Maceió, que vem se realizando a cada ano através da Câmara de Diretores Lojistas - CDL. É uma oportunidade do consumidor economizar, já que as lojas terão descontos especiais e ainda dão a oportunidade do comprador participar de sorteios. Mas a dica de pesquisar, continua. Visite todas as lojas que participam da promoção e exija o cupom do sorteio.


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ALERTA

Os 10 maiores inimigos do motociclista POR FERNANDO MEDEIRO

É

comum encontrarmos em nosso dia a dia, pessoas tecendo fervorosas críticas ao uso da motocicleta, e estas são as mais diversas, começando pelo comportamento de alguns motociclistas, passando pelos custos hospitalares e chegando até as questões de segurança pública. Algumas esferas do Governo Federal têm se referido a estes acidentes como uma epidemia em nosso país. Mas, o que pouca gente sabe é que, apesar de muito ainda precisar ser feito, inúmeras ações em busca da harmonia no trânsito e pilotagem com segurança são realizadas em ao longo de todo território nacional. É verdade, também, que muito ainda precisa ser feito, pois, a grande maioria dos acidentes pode ser evitado se forem adotadas medidas muito simples pelos próprios usuários das motocicletas e se o sistemas de fiscalização de trânsito e segurança pública fossem mais efetivos. Para que sejam tomadas as medidas realmente capazes de produzir resultados, é necessário conhecer o problema. Por isto, proponho neste artigo uma reflexão sobre os maiores inimigos da moto, em termos de pilotagem segura. O grande inimigo do motociclista é a imprudência dos próprios usuários e motoristas que, segundo a última pesquisa realizada pela Dra. Júlia Greve, em conjunto à USP e ABRACICLO, são responsáveis por 88% dos acidentes. Mas, imprudência é um termo relativamente genérico, portanto, vamos refletir sobre o que expõe o motociclista a maior fragilidade e, consequentemente, ao maior risco de acidentes.

AUTO CONFIANÇA EXCESSIVA QUE RESULTA NO “ABUSO”

- É até natural que o ser humano passe a fazer de maneira “automática” tarefas que realiza com muita frequência, e isto acontece também no ato de pilotar motos. Mas, independentemente da experiência e frequência com que se pilota, é fundamental manter a concentração e o senso de limites apurados quando estamos acelerando. É frequente observarmos jovens se expondo a riscos tão elevados quanto desnecessários. FALTA DE VISÃO DO PODER PÚBLICO

- Infelizmente, em algumas regiões do País, o poder público parece ignorar a existência de motocicletas. Mesmo nas maiores cidades brasileiras, onde a moto poderia perfeitamente ser considerada uma das alternativas aos problemas de mobilidade urbana, pouco se faz visando a segurança do motociclista. Um simples exemplo disto é o número baixíssimo de faixas exclusivas, a restrição em estacionamentos, que muitas vezes são da própria prefeitura, como acontece no Hospital das Clínicas, em São Paulo. CAPACITAÇÃO Quem já realizou o CFC (Curso de Formação de Condutores) sabe. As regras e métodos utilizados atualmente são insuficientes para preparar o condutor para pilotar qualquer tipo de motocicleta. São ignorados fatores como velocidade, estradas, tipo de motocicleta, condução de garupa, entre outros. O resultado é que o cidadão é habilitado a pilotar qualquer moto em qualquer lugar e, quando isto acontece de fato, o risco é enorme.

USO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

- Infelizmente itens tão básicos como capacete, luvas, calçador e roupas minimamente seguras para o uso de motocicletas são ignorados pelos usuários. MANUTENÇÃO DAS MOTOS

- Apesar do custo de manutenção da grande maioria das motos ser relativamente baixo, muitos motociclistas arriscam suas vidas, utilizando peças e equipamentos sem a mínima condição de segurança. DISTRAÇÃO COM MÚSICAS OU CELULAR

- Há pouco tempo atrás não era comum encontrar mo-

tociclistas utilizando fones de ouvidos ou mesmo falando ao celular durante a pilotagem. Estas atitudes são extremamente perigosas, pois além de tirar a atenção do piloto, também o impede de ouvir o que está acontecendo a sua volta, como o som de uma buzina ou mesmo a aproximação de outro veículo. USO DE DROGAS E ÁLCOOL

- A pesquisa realizada pela Dra. Julia Greve cons-

tatou que 21,7 dos condutores acidentados haviam feito uso de drogas e álcool. PILOTAGEM SEM HABILITAÇÃO

- Se o atual método de habilitação ainda está longe de ser o ideal, que dirá do risco de se pilotar sem habilitação. A mesma pesquisa revela que a ausência de habilitação está diretamente ligada à gravidade das lesões. Entre 300 vítimas de acidentes com entrada em hospital temos: 57 sem habilitação (entre estes, 67% sofreram lesões graves). 243 habilitados (entre estas, 43% sofreram lesões graves). IMPRUDÊNCIA DO MOTORISTA

- De acordo com pesquisas, 49% dos acidentes de motos ocorrem por culpa de motoristas de outros veículos, entre estes, 88% são por imprudência. É preciso ter harmonia no trânsito, pois este é responsabilidade de todos. FORMAÇÃO DE CIDADÃOS PREPARADOS PARA O TRÂNSITO

- O transito é uma realidade na nossa sociedade. De norte a sul do País, o tráfego de veículos é cada vez mais intenso, sendo assim, mais complexo e perigoso. Por que ainda não faz parte no plano de ensino das escolas primárias e secundárias, uma matéria que forme as crianças e jovens para esta realidade? Nossos jovens fazem 18 anos, correm para tirar sua habilitação e tentar provar que já são adultos. Ás vezes, nem chegam a ser! Até quando o poder público vai ignorar esta realidade? Se juntos refletirmos e cada um agir dentro daquilo que está ao seu alcance, poderemos fazer a diferença para um trânsito mais humaniza-


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