Edicao 768

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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 768 - 25 A 30 DE ABRIL 2014

GOLPE DA TELEXFREE: 1 BILHÃO DE DÓLARES

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Cartório de Maceió fatura até R$ 10 milhões por ano

Tabelionatos do Interior são deficitários e pouco atrativos para concurseiro PÁGINA 3

Vilela dá rasteira nos aliados e embaralha sucessão estadual

CALOTE TRABALHISTA DE LESSA FAZ 7 ANOS E JÁ SE APROXIMA DE R$ 12 MILHÕES

PREFEITO DE VIÇOSA NEGA ROMBO NA PREVIDÊNCIA DO MUNICÍPIO

ACUSADO DE GOLPES E DE MANIPULAR JOGOS, GUSTAVO FEIJÓ SERÁ VICE-PRESIDENTE DA CBF

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DILMA CORTA METADE DO ORÇAMENTO DA CEAL E COMPROMETE ALAGOAS

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2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados

DA REDAÇÃO

Rabo de foguete

C

om Vilela fora da disputa eleitoral deste ano, o governo estadual enfrenta uma debandada geral nas hostes tucanas. A situação, que já era ruim, piorou com o anúncio da candidatura de Eduardo Tavares ao governo de Alagoas. Se depender dos prefeitos, vereadores e outras lideranças tucanas, Eduardo Tavares vai ficar chupando dedo. A maioria dos prefeitos do PSDB já se bandeou para a chapa de oposição, enquanto os demais marcharão com Alexandre Toledo e Biu de Lira. A escassez de votos de Eduardo Tavares é sentida até no Ministério Público Estadual que ele comandou por quatro anos. Sua candidatura não convenceu nem mesmo os seus colegas, que estão divididos entre Renan, Biu e Toledo. Se não foi maldade de Vilela, a candidatura de Tavares tem tudo para se transformar numa aventura em rabo de foguete.

Ser ou não ser, eis a questão Faturar quase R$ 10 milhões no ano e ainda assim não ter acesso à internet não é “façanha” para qualquer empresa, mas é uma realidade em Alagoas. Assim são os cartórios do estado, uma eterna caixinha de surpresas e que, em suas informações oficiais ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), relatam não serem informatizados nem dispor de acesso à rede mundial de computadores.

Filosofando Sem acesso à internet, os “pobres” cartórios não têm como participar do Sistema Interligado do próprio CNJ, via Corregedoria Nacional de Justiça e à qual cabe a fiscalização das atividades das serventias extrajudiciais, de onde se deduz que fiscalizar os cartórios de Alagoas é tarefa bem mais complicada do que supõe nossa vã filosofia.

Pesadelo sem fim Há exatos dois anos, o CNJ lançou a Central Nacional de Informações Processuais e Extraprocessuais (CNIPE), sistema que deveria reunir dados de todos os tribunais, varas e cartórios judiciais e extrajudiciais do país. “É o fim do pesadelo de pessoas nas filas das varas e nos cartórios em busca de documentos”, assinalou, à época, o então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, Cezar Peluso. Mas como a adesão dos cartórios é voluntária, a conclusão é simples: para o alagoano o pesadelo não acabou.

Tem que ser E vem da imponente Anoreg-AL, a Associação dos Notários e Registradores de Alagoas, a informação de que, na próxima terça-feira (29), a Corregedoria Geral da Justiça de Alagoas irá promover um workshop sobre a implantação do Sistema Integra Brasil, o canal de comunicação eletrônica da Anoreg/BR, que funcionará entre os órgãos do Poder Judiciário, os cartórios e demais órgãos da administração pública. A adesão dos cartórios é obrigatória, sendo que o sistema somente estará acessível à população a partir de julho. “Ser ou não ser” informatizado, neste caso, é obrigatório e deixou de ser a questão shakesperiana.

Movimentos sociais Do deputado Judson Cabral (PT) em debate na Assembleia Legislativa: “Sei que houve em Brasília, no dia 20 de março, uma reunião entre gestores e articuladores para discutir o Plano Juventude Viva, e que Alagoas estava presente. Queremos saber, daí, como o governo federal tem avaliado os investimentos em Alagoas”.

Condenados Dois dos cinco acusados de assassinar o ex-vereador de Tanque d’Arca, Renato Lima, morto há 11 anos, foram condenados na terça-feira (23) no Fórum de Anadia. Agilberto Junior dos Santos e Carlos Antenor Tenório pegaram 10 anos de prisão cada, em regime fechado. Ainda serão julgados os irmãos Carlos Jorge de Araújo e Ricardo Jorge.

Revoltados Já virou rotina os servidores da Saúde e da Educação da cidade de Maribondo, na zona da Mata do Estado, se manifestarem contra a administração do prefeito Tonho do Eurico (PSD). A revolta, segundo eles, é a falta de compromisso do gestor com a população e o fato de a maioria dos servidores estarem com salários atrasados.

Greve do Ifal Servidores técnicos e professores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), antigo Cefet, deflagraram greve na terça-feira (22), seguindo deliberação de assembleia geral realizada no último dia 3 de abril. A paralisação faz parte da jornada de lutas da Campanha Salarial 2014, movimento paredista aprovado durante o 28º CONSINASEFE, em 29 de março deste ano.

De saída

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Quem deixa a Câmara de Maceió e vai comandar a Sudene é Zé Márcio (Pros). Com a saída do fiscal de renda, quem assume sua cadeira no parlamento mirim é o médico Ronaldo Luz (PMDB), que obteve pouco mais de 4 mil votos no último pleito.

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A indicação de Zé Márcio foi do deputado federal Givaldo Carimbão que é líder do Pros em Brasília. A arrumação é um indicativo que o federal deve marchar com o PMBD de Renan para o governo do Estado.

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Há quem diga que o Pros pode participar da chapa majoritária de Renan Filho (PMDB) que será anunciada no dia 5 de maio. Carimbão pode compor com o grupo peemedebista e ser o vice de Renanzinho. No último encontro de caciques, Carimbão e Renan (pai) saíram juntos no mesmo carro. Onde há fumaça...

(Millôr Fernandes)

PSB e PP Se sentindo isolado em relação a um palanque presidencialista, o senador Benedito de Lira já abre diálogo com o deputado federal, Alexandre Toledo (PSB) – homem de confiança de Eduardo Campos em Alagoas. Um acerto entre Biu e Toledo pode estar próximo; aí sim Eduardo teria um palanque para rivalizar com Dilma de Renan.

Clima estranho Os trabalhos na Câmara de Maceió prometem emperrar nos próximos dias. Até a decisão da próxima Mesa Diretora o clima de “Guerra Fria” – entre dois grupos de poder – promete piorar. A Casa tenta disfarçar a disputa, mas ambos os blocos aguardam o sinal verde do Executivo para dar início à operação de manutenção ou derrubada da Mesa.

Barra quente Os balneários do litoral norte e sul serão os QGs para futuras articulações e acerto de detalhes para formação de coligações. A Barra de São Miguel é recanto para muitos dos caciques políticos.

Uma pergunta Heloisa Helena (Psol) levantou a seguinte questão em conversa de eleitores: além dela com segundo mandato de vereadora em Maceió e ex-deputada estadual quem mais no Psol no Estado tirou mandato legislativo ou executivo?

Outra curiosidade O PSB em Alagoas, é óbvio, estará na eleição nacional com Eduardo Campos. Mas o governador de Pernambuco vai unir quais partidos de esquerda na campanha à Presidência da República em Alagoas?

Torpedos O senador Benedito de Lira (PP) se apresenta na campanha como exemplo de um velho ditado: “Se o inimigo não tem defeito a gente arruma”. No caso ele se refere ao argumento mais recente de que ele não tem mais idade para governar o Estado.

Renovação O governador Teotônio Vilela (PSDB) quando decidiu ser Eduardo Tavares o candidato ao governo de Alagoas, não o fez por imposição. Teo, segundo deputados do grupo que tem convivência nos Martírios, ouviu opiniões. É uma aposta na renovação. Ele próprio vai vestir pijama.


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MINA DE OURO

Cartório da Capital chega a faturar R$ 10 milhões por ano ainda não teve rendimento declarado ao CNJ.

Tabelionatos do Interior têm receita mínima e são pouco atrativos para futuros titulares que serão nomeados por concurso público FERNANDO ARAÚJO

faraujofilho@yahoo.com.br

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uem vai participar do concurso para 199 dos 243 cartórios de Alagoas pensando em ficar rico como tabelião é bom pensar duas vezes. Esse privilégio pertence a um pequeno grupo de notários que controlam os cinco cartórios mais rentáveis da Capital, e que só deixarão seus postos por morte ou invalidez. Das 10 serventias extrajudiciais de Maceió, cinco tem titulares e são as que mais faturam. Uma delas – classificada como verdadeira mina de ouro – faturou quase R$ 10 milhões no ano passado. A mais fraca dentre estas teve uma receita de R$ 2,2 milhões em 2013, segundo informações passadas ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) pelos próprios cartórios, o que deixa brecha para se acreditar que o faturamento do setor seja bem maior. Por ordem de faturamento, o líder é o 1º Cartório de Registro de Imóveis e Hipotecas de Maceió, de Stélio Darci Cerqueira de Albuquerque, que declarou ter faturado exatos R$ 9.582,295 no ano passado. Em segundo lugar vem o 2º Cartório de Títulos e Documentos, que faturou R$ 4.257,075 em 2013. Seu titular é Rainey Barbosa Alves Marinho, presidente da Anoreg-AL entidade que reúne os notários do Estado.

O terceiro maior faturamento da Capital é do Cartório do 3º Registro de Imóveis e Hipotecas e de Distribuição de Protestos e Títulos de Crédito. Seu titular é o deputado Sérgio Toledo de Albuquerque - filho de Stélio - que declarou faturamento de R$ 4.076,315 em 2013. O Cartório do 1º Ofício de Protestos de Títulos e Notas, de Celso Sarmento Pontes de Miranda, vem em quarto lugar com um faturamento declarado de apenas R$ 3.126.723 no ano passado. Errou quem apostava ser este o cartório de maior faturamento da Capital. Por último, no grupo dos cinco maiores vem o 2º Cartório de Protesto de Títulos, de Carlos Gonzaga Brêda - o conhecido Tái Brêda - que declarou ter faturado R$ 2.111.414,75 no ano passado. Só agora esses valores são de conhecimento público, graças ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que passou a exigir transparência das atividades cartorárias. Até então, os cartórios do país eram verdadeiras caixas pretas, bem ao estilo dos feudos hereditários. Os outros cinco cartórios da Capital estão vagos e serão providos através de concurso público a ser realizado dia 3 de agosto próximo pelo Tribunal de Justiça do Estado. Desses, o maior em faturamento é o Cartório do 4º Ofício de Notas e Regis-

tro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas, que declarou ter faturado R$ 1.581,82 em 2013. Em segundo lugar entre os menores vem o 2º Cartório do Registro Geral de Imóveis

e Hipotecas de Maceió, que declarou um faturamento de R$ 1.257,33 no exercício de 2013. O Cartório de Registro Civil do Benedito Bentes é a caçula dessas serventias extrajudiciais de Maceió e

PEQUENA RECEITA No Interior, a maioria dos cartórios têm pequenas receitas e são pouco atrativos para os futuros titulares que chegarão ao posto por concurso público, pondo fim ao feudo familiar herdado das capitanias hereditárias. Só as serventias das maiores comarcas oferecem uma renda razoável a seus titulares. A receita anual desses cartórios vai de R$ 5.213,00 registrado em Olho d’Água Grande - cidade mais pobre de Alagoas - ao máximo de R$ 1.861.292,30 declarado pelo Cartório do 2º Ofício de Notas e Protesto de Títulos de Arapiraca, cidade mais rica do interior alagoano. Em segundo lugar vem o Cartório do 1º Ofício de Notas e Registro de Ttítulos de Santana do Ipanema, que declarou ter faturado R$ 272.334,69 em 2013. A maioria, no entanto, fatura muito pouco para atrair o interesse de um advogado – formação superior exigida dos participantes do concurso. Os 199 cartórios vagos no Estado serão preenchidos por ordem de classificação dos concorrentes, como manda a lei. O primeiro colocado terá direito a escolher o cartório que quiser assumir. E assim por diante, até completar a relação das serventias vagas. Os candidatos podem acessar o site do CNJ para conhecer previamente o faturamento anual de cada um dos 199 cartórios da Capital e do Interior que estão sem titulares. E assim escolher a melhor opção em termos de receita: http://www.cnj.jus.br/corregedoria/justica_aberta/


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL DE 2014

GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Um novo palanque

F

alta muito pouco para o senador Benedito de Lira fazer uma composição com o deputado federal Alexandre Toledo e levar para o PP o PSB, cujo candidato a presidente é o simpático Eduardo Campos. Benedito de Lira trabalha sem alardes, com composições de bastidores e alguns amigos confidenciam que é muito melhor Givaldo Carimbão está do lado de lá, do que do lado de cá. Porque, não dizem. Alheio ao problema, Biu sabia que Carimbão não era tão confiável assim, embora tenha deitado e rolado falação quando o senador fez uma prestação de contas do seu mandato num evento que levou mais de mil pessoas. Até o dia 5 de maio, data marcada para o lançamento da candidatura a governador naturalmente do PMDB, muito água ainda vai rolar por baixo da ponte e o grande número de partidos que dizem por aí não é uma solução prática para o bloco de oposição. Até para governar é difícil e o senador Renan Calheiros sabe muito bem como são essas coisas. Na verdade, depois do lançamento dessas candidaturas, a campanha deve começar pra valer e parece que vai valer tudo nessas eleições, embora todos os candidatos afirmem que a campanha é de compromissos, de trabalho, de respeito ao alagoano. Vamos ver.

O dia do Biu No dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, o senador Biu de Lira comemora mais um aniversário. E quer compartilhar com sua legião de amigos anunciando novas adesões para disputar a sucessão de Téo Vilela. Pelo seu trabalho durante décadas em defesa de Alagoas, o Dia do Trabalhador é dele mesmo.

Adversário

Com a Corregedoria

O senador Fernando Collor deverá ter mais um adversário na luta pela vaga no Senado, caso Alexandre Toledo faça uma composição com o PP de Benedito de Lira. Aí deveria ter a presença, em Alagoas, de Eduardo Campos. Um nome novo na campanha presidencial.

Tem um advogado que está com um processo nº: 001097990.2000.8.02.0001 (001.00.010979-8) julgado em procedimento ordinário desde fevereiro do ano passado em seu poder e o juiz da 6ª Vara Civil de Maceió nada tem feito para reparar o abuso que está sendo cometido, prejudicando a parte interessada. O advogado da parte prejudicada bem que requereu em julho do ano passado que os autos fossem devolvidos ao juízo, mas até agora nada. Um tema para a Corregedoria e o Conselho Nacional de Justiça.

Quem anda muito retraído nos últimos dois meses é o ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida. Ele tem demonstrado aos amigos que não tem tanta certeza da fidelidade de muitos que integram o Chapão. E não quer ser trampolim para nenhum candidato.

Invariavelmente alguns setores dão a carga no deputado federal Arthur Lira, relembrando fatos da Operação Taturana. Mas estranhamente não comentam nem citam outros parlamentares que foram presos na época e que estão também sendo processados. Também desconhecem que Arthur foi um dos vinte parlamentares de melhor atuação na Câmara, segundo a Revista Veja. Parece um jogo marcado para tentar prejudicar o senador Benedito de Lira, candidato ao Governo do Estado e pai de Arthur. O deputado, por sinal, deverá ser reeleito com folga nas próximas eleições.

Disposição

Ficha limpa

Retraído

Cícero Almeida topa até ser candidato a governador pelo PRTB, mas resta saber se Adeilson Bezerra, presidente regional do Partido e aliado de primeira hora de Renan Calheiros, vai deixar. Almeida tem mostrado insatisfação como as coisas estão andando no Chapão.

Luta para federal

Queixa

A briga por uma vaga na Câmara Federal será muito grande e tem coligação que terá dificuldades de fazer até três deputados. No PMDB, por exemplo, tem nomes que abocanharão um naco dos votos, como Luciano Barbosa e Marx Beltrão. Outros candidatos, como Cícero Almeida e Ronaldo Lessa, do PRTB e do PDT também estão bem situados no panorama político, assim como Givaldo Carimbão , PROS, que está passando para o lado de Renan Calheiros. Mas será que terá vagas para tantos candidatos?

Como tem disparado nas pesquisas de opinião para o Governo do Estado, o ex-prefeito de Maceió ficou surpreso de que, em novas pesquisas mandadas fazer por aliados, seu nome não apareceu como se fosse boicotado. Almeida não tem, no momento, tanta certeza se fica no Chapão.

Luta para federal 2 A coligação do PP estima que deverá eleger quatro deputados federais e possivelmente mais um na sobra e por isso trabalha para fazer uma chapa proporcionar de arrebentar, como dizem seus candidatos. Pelas contas vai faltar vaga para tanta gente.

Sozinho Quem está numa situação difícil de se eleger deputado federal é Pedro Vilela. Com o PSDB com dificuldades de fazer alianças, é quase impossível o partido atingir um coeficiente eleitoral na proporcional para levá-lo para Brasília. A não ser que o jogo mude nos próximos dois meses.

O alvo é o Biu

Páscoa no escuro A Eletrobrás deu um presente de grego às pessoas que foram passar a páscoa em Barra de Santo Antônio. Todos os dias houve falta de energia. A mínima de seis horas, pelo menos. Um desrespeito ao consumidor que paga a conta de luz em dia. Parece que a privatização é o único caminho para se resolver a situação.

Nem pensar Enquanto trata mal os alagoanos com um péssimo serviço de energia, a Eletrobras continua não dando bolas para o pagamento do Plano Bresser ganho pelos trabalhadores e que já completou bodas de prata. O Sindicato dos Urbanitários, por sua vez, não faz a força que devia fazer.

De acordo com notícias do Congresso em Foco, em Brasília, meses atrás, o senador Biu é o único que não tem nenhum processo, nem contas a ajustar com a polícia ou a justiça.

Só em junho A assembleia de credores da Laginha, do Grupo João Lyra, só deve se realizar em junho próximo e não em maio como vinha sendo comentado. Com novo administrador, o advogado Carlos Franco já que Ademar Fiel pediu para se afastar, as medidas tomadas com orientação da justiça estão em ritmo acelerado. Os administradores e a equipe técnica de João Lyra trabalham para que ninguém saia prejudicado nessa situação, nem os credores, nem tampouco o Grupo JL.

Mudança de rumo Nomes fortes da política local devem mudar de rumo nos próximos dias. As conversas estão acontecendo e anúncios deverão acontecer até o mês de maio. Alguns candidatos com mandatos não estão nada satisfeitos com os acordos que estão sendo realizados nas caladas da noite.

Meia volta Givaldo Carimbão não gostou das notícias de que estaria fazendo leilão entre os partidos PMDB e PP. E pediu ainda uma semana para decidir para qual lado vai pender. Carimbão disse que vai ouvir as bases, mas já sabe para onde vai. A melhor coligação para se reeleger.


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ARTIGO

OPINIÃO

Geração nem-nem mundial LUIZ GONZAGA BERTELLI*

E

A corrupção nos governos militares RONALD SANTOS BARATA

T

em havido algumas manifestações pedindo a volta dos militares ao poder, para deter a corrupção. São pessoas assustadas (com muitas razões) com a corrupção nos governos civis eleitos. Esperam que os militares acabem com essa miserável prática, que não é somente dos políticos, pois os grandes empresários são os maiores corruptores. Aliás, não só os grandes. O fantasma do anticomunisco, que alguns querem ressuscitar não cola, pois não nenhum partido comunista no governo. O PT, que não fez sequer uma reforma, já renunciou à sua aura de ético e de esquerda. Pela experiência que tive com os petistas no Movimento Sindical, posso afirmar que é um misto de organização política e criminosa. O PCdoB, de comunista tem apenas o nome e seu oportunismo e carreirismo já o colocou no limbo dos demais partidos fisiológicos. A ética é a principal questão de princípio de uma organização de esquerda, o que não ocorre em nenhum partido da base governamental. Não deve haver tolerância com cor-

rupção, seja ela de farda, de terno, de macacão ou de saia. Todas nós sabemos da corrupção em associações, sindicatos, ONGS, igrejas, condomínios residenciais. Abominável. Porém, alguns aprendizes de udenismo, não devem ter conhecimento dos grandes golpes contra o erário nos governos da ditadura. Não vou falar dos governos Collor, FHC, LULA e DILMA, cujo comportamento antiético já foi muito badalado. E deve ser cada vez mais mostrado. Mas, querer idear uma aura de probos, honestos, éticos aos governos da ditadura é, no mínimo, grande heresia. Gostam de se enganar apenas porque o principal pretexto alardeado para o golpe era o combate à corrupção e extirpar o comunismo. Era palavra de ordem, que perdurou durante toda a ditadura. Mas era pura falácia, protegida pela férrea censura aos meios de comunicação, a entidades associativas e ao Parlamento. Jornalista que ousasse denunciar sofria graves consequências. Parlamentar que usasse a tribuna para isso, era sumariamente cassado, além de outras punições.

xiste u m a evidência preocupante que a p o n t a para o crescimento da população da geração nem-nem, composta por jovens que nem trabalham nem estudam. Essa é uma tendência não só no Brasil, mas mundial conforme mostra pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizada em 40 países. Em pelo menos 30 nações, houve aumento do fenômeno. Em países como Espanha e Irlanda, os índices chegam a 20% dos jovens nessas condições, uma taxa considerada muito preocupante pela organização. Conhecidos também pela sigla em inglês Neet (neither in employment, nor in education or training), o perfil desses jovens aumenta por motivos diferentes, de acordo com o país. A crise mundial que afetou as nações europeias é a grande causa para o comprometimento da oferta de trabalho, como nos casos da Turquia e da Grécia, entre outros, em que a taxa de desemprego na faixa etária é muito grande. Já no México, por questões culturais, 77% das garotas não trabalham, preferindo se dedicar à vida familiar. O assunto vem chamando a atenção desde o ano passado quando uma Campanha

publicitária da Benetton, na Itália, destacava o “Desempregado do ano”, utilizando fotos de jovens. O objetivo era chamar a atenção para a falta de oportunidade para esse grupo de pessoas e também para o desânimo deles em relação aos cargos com baixa remuneração, preferindo esperar até surgir oportunidades melhores. No Brasil, os números mostram que o crescimento econômico da década passada não foi suficiente para melhorar as condições de emprego dos jovens. Apesar de conviver com uma taxa de desemprego baixa, em torno de 6%, o país ainda convive com índice alto para a população nem-nem: 19% dos jovens entre 15 e 24 anos. O número de mulheres negras é duas vezes maior do que o de homens nessa situação. Entre as causas estão o baixo nível social e os casos de gravidez na adolescência, que as afastam da escola e da atividade laboral. O CIEE, em seu papel de facilitar a inserção do jovem no mundo do trabalho, atua com a intenção de diminuir esses índices, abrindo oportunidades de estágio e, principalmente, de aprendizagem, que tem nesse grupo seu público-alvo. Nesses 50 anos de atuação, 13 milhões de jovens já foram encaminhados para empresas, entidades e órgãos públicos. * Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Vilela embaralha sucessão estadual Governador tucano repete sua administração e o processo de escolha de candidatos confirma a divisão dentro do governo DA REDAÇÃO

O

governo Téo Vilela termina como começou, dividido em fatias de poder. Foram oito anos de uma administração sem um comando claro, com muitos secretários fazendo uma gestão paralela, com alguns deles prestando contas diretamente a quem os indicou politicamente para o cargo. Sem um projeto para o Estado, os oito anos do governo tucano terminam com um saldo mais que negativo nas pastas da Educação, Saúde e Segurança. Sem avançar nas áreas sociais, Alagoas foi, mais uma vez, campeã na mídia nacional em manchetes negativas e o governo alagoano um dos piores avaliados em todas as pesquisas de opinião. No ano da sucessão estadual, o governo Téo Vilela repete sua administração e o processo de escolha de candidatos confirma a divisão dentro do governo. A confusão foi geral e quase todos ficaram insatisfeitos. O primeiro e mais destacado caso foi o do vice-governador José Thomaz Nonô, que, depois de apresentar ideias para o Estado, foi afastado da disputa por duas razões simples. Primeiro, ele não era confiável para a maioria dos secretários e aliados, por seu estilo personalista que sempre fez questão de mostrar nos momentos difíceis do governo. O segundo motivo foi que Téo Vilela, receoso do resultado da disputa à única vaga para o Senado, pelo alto grau de rejeição de seu nome, espe-

cialmente na capital, desistiu de candidatar-se. Depois de consultar o círculo mais próximo, o governador fez o anúncio que inviabilizou a presença de Nonô na chefia do governo. Nesta operação para esvaziar o vice trabalharam quase todos os secretários de Estado. Nonô já anunciou seu apoio a alguns candidatos a deputado, mas se sente livre para não fazer a campanha majoritária. RASTEIRA NOS ALIADOS Outros dois ex-secretários de Estado, Marcos Firemann, da Infraestrutura, e Luiz Otávio Gomes, do Planejamento e Desenvolvimento, que também são adversários políticos públicos, ficaram como pré-candidatos e nutriram por um bom tempo a ilusão de serem apoiados por Téo Vilela. Marcos Firemann foi tesoureiro das campanhas anteriores e é o presidente do PSDB de Maceió. Muito pouco cacife para um candidato majoritário que nunca disputou uma vaga sequer na Câmara de Maceió. Desconhecido do grande público, de perfil tímido, atuando mais nos bastidores, Firemann se lançou candidato sem apoio real da base política do governo, ligando seu nome às obras federais como o Canal do Sertão e o programa Minha Casa Minha Vida. Acreditou na orientação do governador de “correr o Estado” para angariar apoios e foi surpreendido pelo lançamento inesperado de Eduardo Tavares como candidato da base governista. Por seu lado, Luiz Otávio

Nem mesmo seus aliados tucanos entenderam até agora a estrartégia de Vilela para a eleição deste ano

Marcos Fireman e Luiz Otávio Gomes disputavam o apoio de Vilela como opção ao governo do Estado

Gomes cresceu internamente no governo pelo fato de suas duas secretarias, Planejamento e Desenvolvimento, terem apresentado alguns projetos, como a vinda de algumas indústrias. Em contraste com as secretarias da área social, especialmente Educação, Saúde e a de

segurança, Luiz Otávio sempre mostrava boas notícias que eram aproveitadas pela mídia governamental. Foi manchete permanente no Diário Oficial com seus anúncios de novos projetos que teriam gerado mais de 100 mil empregos, número desmentido pela oposição. Estimulado por

alguns amigos, afastou-se do governo anunciando sua candidatura, mas, considerado antipático pelos que fazem o governo e distante do mundo político, Luiz Otávio não somou pontos na sua indicação. Foi descartado sem muitas explicações pelo governador e ficou a ver navios.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL DE 2014 - 7

ELEIÇÕES 2014

Biu de Lira foi descartado

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m terceiro nome que poderia ter o apoio no Palácio dos Martírios seria Benedito de Lira. O senador que apoiou Téo Vilela na última eleição e participa do governo tucano com três secretarias de Estado, sendo uma delas a estratégica Secretaria de Educação, sempre atuou de forma autônoma, cuidando mais de seus negócios no governo do que da defesa dos tucanos. A razão de ter sido descartado não seria a falta de votos, na medida em que Biu de Lira derrotou Heloísa Helena numa eleição surpreendente, quando partiu de índices baixos de aceitação chegando a ter mais votos que o atual presidente do Senado, Renan Calheiros. Biu de Lira foi recusado por uma questão nacional. Ele faz parte da base política da presidente Dilma Rousseff. Em Alagoas, o senador é um

dos articuladores das obras federais vinculadas ao Ministério das Cidades, se assume como porta voz do governo federal e fará campanha pela reeleição da atual presidente. Esse foi um dos temas tratados pelo ex -presidente Fernando Henrique Cardoso ao visitar Maceió no começo do ano. O senador Biu de Lira, no entanto, apoiado nas pesquisas que lhe dão o segundo lugar, deve manter a candidatura e buscar apoios tanto nos partidos de oposição como nos insatisfeitos com as decisões de Téo Vilela. O problema está nas defecções dos aliados que vêm sofrendo desde que tiveram negado o apoio do Palácio dos Martírios, uma decisão que abalou o “grupo do Biu”. A maior delas foi a do deputado federal Givaldo Carimbão,

que decidiu apoiar a frente de oposição, mesmo mantendo seu espaço no governo tucano. É incerto mesmo o apoio de pequenas legendas como PSD, PSL, PEN e do PR, do deputado Maurício Quintella. Alguns desses partidos estão sendo “convidados” a apoiar Eduardo Tavares, numa tentativa do PSDB de aumentar as chances de seus candidatos proporcionais e, também, evitar uma possível votação “nanica” para o candidato tucano. Para Biu de Lira e seu grupo, há outro fator importante nesta eleição, que é o favoritismo de Dilma Rousseff. Como, por enquanto, o candidato tucano Aécio Neves não alça voo nem mesmo o governador alagoano mostra entusiasmo pelo seu nome. As pesquisas para presidente em Alagoas revelam o mesmo percentual de outros estados nor-

destinos, com Dilma sempre liderando com mais de 60% dos votos. E isso tem influência nas eleições locais e faz o senador calcular suas posições. Outro candidato da base governista é o usineiro Alexandre Toledo, ex-deputado do PSDB, colocado no PSB na última hora como forma de garantir palanque para Eduardo Campos e somar votos para um provável segundo turno contra o candidato

do PMDB. Mesmo assim, anda insatisfeito com a falta de apoio a sua chapa. O nome do PSol ao governo deverá ser Mário Agra, ex-secretário de Agricultura e presidente do diretório regional. Na pesquisa, Agra, que foi candidato na última eleição, ficou como o terceiro colocado e, com o apoio de Heloísa Helena deverá carrear os votos de protesto que sempre marcaram as eleições em Alagoas.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Opção por Tavares surpreendeu a todos N

a sucessão 2014, Téo Vilela surpreendeu duas vezes. Primeiro ao anunciar que não era mais candidato este ano. Um anúncio estranho para um forte postulante ao Senado, deixando a porta aberta para a disputa apenas entre Collor e Heloísa. O segundo anúncio foi o lançamento de Eduardo Tavares. O ex-procurador-geral de Justiça foi chamado para o governo de Alagoas numa situação de desespero para substituir o coronel Dario César na Secretaria de Defesa Social. Com uma breve passagem pelo cargo e sem apresentar melhores resultados, foi lançado candidato a governador como um nome “novo” capaz de angariar a simpatia da classe média, viabilizar um segundo turno, garantindo, de quebra, o palanque para Aécio Neves. Para o grupo palaciano, os dois ex-secretários, assim como Biu e Alexandre Toledo, não representam o novo esperado pelo eleitorado. Por isso, antes da escolha final, o prefeito da capital, Rui Palmeira, também foi convidado para cumprir esse papel, mas não aceitou sair candidato diante das incertezas da campanha. O anúncio do nome de Tavares foi tão surpreendente que deixou irritados os outros três postulantes que buscavam apoio no governador. A insatisfação é tão grande ao ponto de, alguns deles admitirem que esse passo teria sido negociado, por cima, com Renan Calheiros. E para complicar o quadro dos candidatos da base governista estadual, Téo Vilela, até agora, não definiu nem apoia nenhum candidato ao Senado. Convidado, Nonô não aceitou ir para o sacrifício de ter que disputar o Senado numa briga de foice, polarizada entre Collor e Heloísa, na qual ele faria o papel de simples coadjuvante.

Uma disputa tão forte que nem mesmo Téo Vilela aceitou. Os nomes mais cotados são os dos deputados João Caldas (SDD) e Joãozinho Pereira (PSDB), mas essa definição e outras no campo majoritário passam pelo grupo palaciano, comandando pelo secretário Álvaro Machado, um dos homens fortes na administração tucana. Os mais próximos dizem que o governador tem revelado mais interesse em conversar sobre a candidatura de seu sobrinho, Pedro Vilela, à Câmara dos Deputados, que discutir os nomes majoritários. RENAN, LESSA E COLLOR DÃO AS CARTAS Na oposição, articulados em torno dos interesses dos senadores Renan Calheiros e Fernando Collor e do ex-governador Ronaldo Lessa, dezesseis partidos resolveram formar uma coligação que, pela força eleitoral e pelo tempo de rádio e TV, poderá definir a disputa ainda no primeiro turno. Nesta frente, o papel político central é do senador Renan Calheiros, mas o principal operador da coligação é Ronaldo Lessa, candidato a deputado federal pelo PDT. Na reunião de Penedo, para a apresentação do programa de governo, as presenças de 81 prefeitos, vários deputados e, principalmente, de lideranças como Givaldo Carimbão, Rosinha da Adefal, ex-prefeito Cícero Almeida, Paulão do PT, a prefeita Célia Rocha e até um ministro – Vinícius Nobre Lages, do Turismo–, deram uma demonstração de força que lembrou a articulação para eleger Divaldo Suruagy em 1994. Essa era a opinião do ex-governador Moacir Andrade, também presente no encontro de Penedo. A presença de vários prefeitos e vereadores do PSDB e de

Eduardo Tavares é tido como adversário dos sonhos de qualquer chapa oposicionista

um deputado estadual tucano no encontro do PMDB sinalizou para onde está indo os que querem sobreviver eleitoralmente, com um pé na oposição e outro no governo. Mesmo assim, Téo Vilela tem feito constantes elogios a Renan Calheiros, com quem se encontra constantemente. Bem diferente do tratamento dedicado a Fernando Collor, prometendo uma campanha contra o oposicionista que desgastou sua gestão, com fortes denúncias no jornal de sua propriedade, e que ajudaram a desmontar seu principal programa, o “Alagoas tem pressa”. Para se demarcar dessa briga, o senador Renan Calheiros colocou, em seu discurso de Penedo, que esta eleição será marcada “não pelo embate, mas pelo de-

Senadores Renan Calheiros e Fernando Collor dão as cartas na oposição ao governo de Téo Vilela

bate”, reforçando ainda mais a tese de um grande acordo entre ele e o atual governador. Todas as pesquisas apontam o favoritismo do senador Renan Calheiros, que confirmará ou não seu nome até o começo de maio, a depender da conjuntura nacional. Muda o quadro com o lançamento de seu herdeiro político e deputado federal Renan Filho, situação que aumentará as chances de Biu de Lira para um segundo turno, caso cresçam as outras três candidaturas. Para o Senado tudo caminha para o confronto entre a ex-senadora Heloísa Helena e Fernando Collor. As duas últimas pesquisas apontam o favoritismo de Collor, cada vez mais presente no interior do Estado, mas He-

loísa surpreende nas pesquisas com um terço dos votos e aposta numa possível rejeição de Collor na capital. Setores do PMDB tentaram lançar um nome próprio, o médico José Wanderley ou Luciano Barbosa, ex-prefeito de Arapiraca, mas que foram desestimulados pelo senador Renan Calheiros, mais interessado no Palácio dos Martírios, seu grande objetivo. Até junho, o mês das convenções, é tempo das arrumações e articulações, principalmente nas chapas proporcionais, que parecem já bem adiantadas. Se, até lá, não houver nada de inesperado, os resultados das eleições em Alagoas deverão apresentar o esperado e, em outubro, vencerão


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DÍVIDA TRABALHISTA

Calote de Lessa em jornalistas já se aproxima de R$ 12 milhões Ex- governador sempre nega a dívida, mas seu irmão Geraldo Lessa era o administrador do extinto Jornal Tribuna de Alagoas CARLOS VICTOR COSTA

carlosvictorcosta@hotmail.com

O

termo certo e bastante usado é “devo não nego, pago quando puder, mas para o ex-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PDT), o lema é outro “devo, mas nego, e não estou nem aí”. Isso por que em 2007 Lessa foi acionado inúmeras vezes na Justiça do Trabalho para pagar dívidas e direitos trabalhistas de diversos funcionários do extinto jornal Tribuna de Alagoas, entre eles, jornalistas, gráficos, e pessoas do setor burocrático. O débito atualmente está perto de atingir os R$ 12 milhões. Entra ano e sai ano, e nada é pago. Em uma última entrevista ao Jornal Extra, Lessa negou a dívida. “Nunca fui dono da Tribuna, essa acusação contra mim é mais uma perseguição. Nunca existiu isso e suponho que seja uma jogada do sindicato dos jornalistas, pois sempre que eu iria sair como candidato surgia esse problema. Só sei de uma coisa, estou pagando um preço caro, pois fui condenado por uma coisa que não devo, e outra, eu tinha que ter dinheiro para depositar e quitar essa dívida, como não tinha, nem

Lessa sempre que indagado, nega a dívida.

pude recorrer da ação”. INJUSTIÇA TRABALHISTA A reportagem do Jornal Extra conversou com o presidente da Cooperativa dos Jornalistas e Gráficos de Alagoas (Jorgraf), que edita a Tribuna Independente, jornalista Antônio Pereira, uma das vítimas do calote do ex-governador. Ele explicou que nada é feito pela justiça trabalhista. “Infelizmente é uma situação crônica, estamos nisso há quase anos. Na verdade é uma injustiça trabalhista, pois muitas pessoas que eram do jornal ainda sofrem atualmente. Muitos largaram até o jornalismo, para tentar ganhar a vida de outra forma”. O jornalista disse também que Lessa não pode negar a dívida, pois seu irmão Geraldo Lessa era o administrador do jornal, colocado lá, segundo Antonio Pereira, como laranja da empresa. “O irmão dele era quem mandava. E me lembro muito bem, que o próprio Ronaldo esteve em uma reunião e se mostrou como dono do jornal. Temos até imagens dessa reunião que comprovam que ele estava lá. Ele deveria ter decência. Fomos enganados por verdadeiros vigaristas que montam empresas fantasmas e lesam

dasdasdad

pais de famílias”, disse. OUTRAS AÇÕES CONTRA LESSA O ex-governador já foi condenado a um ano e quatro meses por ter chamado de “ladrão” o então presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Orlando Manso. Em 2001, Lessa insultou Manso em entrevista a um jornal de Pernambuco porque o de-

sembargador havia bloqueado as contas do Estado para pagar salários a integrantes da magistratura. Na época, ele era governador de Alagoas. Além disso, Lessa também foi acusado ano passado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo desvio de R$ 5 milhões, que seriam investidos no Hospital Geral do Estado (HGE). Diante da denúncia feita pelo MPF, o

ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) entrou com uma representação contra o procurador da república, responsável pela ação, Anselmo Henrique Cordeiro Lopes. ELEIÇÕES 2014 Segundo informações dos bastidores da política, Ronaldo Lessa estaria com pretensão de concorrer a uma vaga para Câmara Federal.


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL DE 2014 APÓS FISCALIZAÇÃO

Ministério do Trabalho admite vínculo empregatício de corretores de imóveis Realidade da categoria volta a ser debatida em congresso nacional que acontece em Maceió na próxima semana VERA ALVES

veralvess@gmail.com

Q

uem visita os estandes de lançamentos imobiliários nos shoppings e feiras do estado não imagina as dificuldades por que passam os corretores de imóveis ali de plantão. Sempre bem vestidos e treinados para convencerem os potenciais clientes das vantagens e facilidades para aquisição de um imóvel, eles enfrentam no dia a dia uma dura realidade: são trabalhadores sem vínculo empregatício, sem renda fixa e obrigados a atuarem com exclusividade para a imobiliária que representam. Não existe aposentadoria certa para um corretor de imóveis em Alagoas. Com raríssimas exceções, as empresas não recolhem a contribuição previdenciária a que têm direito mesmo que enquadrados – como elas o alegam ser – na categoria de autônomos. Não se trata de ilação, mas uma constatação feita pelo próprio Ministério do Trabalho que em outubro de 2012 divulgou o relatório da fiscalização que realizou nas imobiliárias de Maceió e cuja conclusão foi de que “corretor de imóvel vinculado a imobiliária é emprega-

do”, devendo, portanto, ter direitos trabalhistas como a maioria das demais categorias de trabalhadores. A fiscalização, promovida pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do ministério, foi determinada pela Casa Civil da Presidência da República. Com foco na situação trabalhista dos corretores de imóveis de todo o país, ela foi provocada por uma denúncia anônima, feita por uma corretora de imóveis de Alagoas diretamente à presidente Dilma Rousseff. Até hoje não se sabe quem foi a denunciante. As relações de trabalho entre corretores de imóveis e imobiliárias, aliás, serão

As imobiliárias querem ter os bônus de trabalhar com autônomos no que se refere aos direitos trabalhistas, mas não querem ter o ônus dos recolhimentos previdenciários”

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Pierre Laffitte será o anfitrião do XXV Congresso Nacional dos Corretores de Imóveis, que começa dia 4

um dos destaques do XXV Congresso Nacional de Corretores de Imóveis (Conaci), que acontece entre 4 e 7 de maio próximo no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso. O evento é promovido pela Federação Nacional dos Corretores de Imóveis em parceria com o Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de Alagoas (Sindimóveis-AL) e trará ao estado, como debatedores, os presidentes da Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL), Carlos Alberto Schmitt de Azevedo, e da Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI), Pedro José Maria Fernandes Wähmann . Azevedo e

Wähmann abrem o primeiro dia de trabalhos do XXV Conaci ao lado do presidente do Sindimóveis-AL, Pierre Laffitte da Silva, e do presidente do Sindicato da Habitação do Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Marcos Augusto Netto, entidade que representa as empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis naquele estado. Os quatro participam do fórum “A relação entre o corretor de imóveis / imobiliárias / incorporadoras e construtoras”, no dia 5, a partir das 10 horas e o debate promete ser “quente” diante da repercussão que os relatórios de fiscalização tiveram em todo o país.

DEVERES SEM DIREITOS Com 21 páginas e assinado pelo auditor-fiscal do Trabalho Glauco Bezerra Nogueira, o “Relatório de fiscalização das imobiliárias da cidade de Maceió” traz uma dura constatação: os corretores de imóveis têm muitos deveres, mas poucos direitos, pode-se dizer que nenhum. Foram objeto da investigação trabalhista na capital alagoana mais de 300 corretores e mais de 30 imobiliárias, sendo que uma parte delas não tinha corretores – o corretor era o proprietário – e elas atuavam apenas como administradors de imóveis próprios ou com aluguéis.


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APÓS FISCALIZAÇÃO

Nas imobiliárias que trabalham com corretores de imóveis – e que são maioria – não foi encontrado nenhum corretor registrado como empregado, exceto em três empresas onde os corretores que exerciam a função de gerente estavam registrados. Nas demais, nem mesmo os gerentes eram registrados. “O entendimento quase unânime destas empresas é de que os corretores seriam parceiros autônomos”, diz o relatório, que acrescenta: “Não obstante este entendimento, não foi apresentado um único RPA-Recibo de Pagamento de Autônomo, consequentemente não houve pagamento de 20% de contribuição previdenciária, incidente sobre os valores das comissões pagas aos corretores, devida por parte do tomador dos serviços dos corretores ‘autônomos’, no caso

as imobiliárias”. Ao assinalar que no universo de mais de 300 corretores de imóveis foram apresentados recolhimentos de contribuição previdenciária relativos a apenas dois corretores, “que dá um percentual inferior a 1% do total de corretores de imóveis atingidos pela ação fiscal”, o auditor que assina o relatório faz uma observação contundente: “Em outras palavras, quando é para alegar que os corretores não são empregados, diz-se que eles são autônomos, mas na hora de efetuar os recolhimentos das contribuições previdenciárias devidas aos autônomos, estes deixam de ser. As imobiliárias querem ter os bônus de trabalhar com autônomos no que se refere aos direitos trabalhistas, mas não querem ter o ônus dos recolhimentos previden-

ciários”. “Na prática, considerando a situação atual, os donos de imobiliárias vivem o melhor dos mundos, já que, segundo eles, os corretores de imóveis não seriam empregados, e, como não há contribuição previdenciária, também não seriam autônomos. Consequentemente, eles não são nada, estão no limbo, em total desamparo de qualquer proteção social (trabalhista e previdenciária)”, acrescenta o auditor. À exceção de quem trabalhe por conta própria, o corretor de imóveis em Alagoas tem que atuar com exclusividade para a imobiliária com a qual mantém laços – elas não aceitam o termo vínculo empregatício – e, se flagrado fazendo a propaganda ou trabalhando para empreendimentos de empresa diversa corre o sério, e real, risco

de ser banido do mercado, um dos ranços do corporativismo das empresas que, aliás, é bastante acentuado. A fiscalização do Ministério do Trabalho também considerou ser totalmente descabida a exigência de exclusividade na medida em que não existe contrapartida por parte das imobiliárias no oferecimento de benefícios. As empresas sequer arcam com os custos de celular, vestuário, alimentação e transporte, todos bancados única e totalmente pelo profissional. E, ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, a comissão de venda não é apenas do profissional; ela é dividida com a imobiliária, que fica com 70% da mesma. E se o fechamento do negócio tiver envolvido mais de um corretor, os 30% são repartidos entre eles.

Passados um ano e seis meses desde a divulgação do resultado da fiscalização, a situação trabalhista dos corretores de imóveis em Alagoas permanece a mesma. Procurado pelo EXTRA, o presidente do Sindimóveis -AL, Pierre Laffitte, assinalou que o cenário é praticamente o mesmo em todo o país. Para quem estiver interessado nos detalhes, o relatório completo da fiscalização feita nas imobiliárias de Maceió foi disponibilizado pelo EXTRA no endereço eletrônico https://drive.google.com/ file//0B9RSvdRThvUxNVZoenZJMkN1T0k/edit?usp=sharing. Com relação ao congresso nacional da categoria, cuja abertura acontece no próximo dia 4, às 20 horas, a programação completa pode ser conferida no site do evento: www.conaci.com.br.


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL DE 2014 DEFESA

Flaubert Filho nega rombo na Previdência do Município

Prefeito de Viçosa rechaça acusações feitas pela presidente da Câmara de Vereadores

VERA ALVES

veralvess@gmail.com

O

prefeito de Viçosa, Flaubert Torres Filho (Pros), enviou esta semana ao Ministério da Previdência Social seus argumentos de defesa aos resultados da auditoria realizada pelo auditor-fiscal da Receita Federal João Carlos F. Silva, responsável pelas auditorias dos RPPS (Regimes Próprios de Previdência Social) no estado. Na semana passada, com base na auditoria, a presidente da Câmara de Vereadores do município, Micheline Fernandes Toledo (PV), enviou à imprensa um dossiê no qual acusa o prefeito de ter patrocinado um rombo de quase R$ 7 milhões nas contas do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores de Viçosa (IPASMV). Flaubert Filho afirma ter sido leviana a forma como as informações foram repassadas e criticou o fato de não ter sido procurado pela imprensa para apresentar sua versão. Segundo ele, o que existe de fato na auditoria, que abrange o período de janeiro de 2009 a setembro de 2013, é um questionamento quanto aos percentuais de contribuição repassados pela prefeitura ao instituto. Em sua avaliação, houve um erro por parte do auditor na interpretação das leis municipais que versam sobre o RPPS dos

servidores públicos de Viçosa. “Não entendo como um auditor gabaritado, com tantos anos de experiência, comete uma gafe destas”, assinalou, afirmando que convidouJoão Carlos F. Silva a participar de uma audiência pública no município para debater o assunto. Na quinta-feira da semana passada, véspera do feriado da Sexta-Feira Santa, uma primeira audiência pública foi promovida pelo prefeito. “Convoquei a população para explicar em detalhes toda a movimentação do nosso Instituto de Previdência e mostrar que não roubei nada”, reafirmou o prefeito, destacando que, de tudo o que foi dito até agora, ele admite e reconhece apenas uma dívida de pouco mais de R$ 1milhão e 250 mil da parte patronal – ou seja, da prefeitura – para com o órgão gestor da previdência. E é justamente sobre o equacionamento do déficit atuarial do IPASMV que residem as divergências. No entendimento do auditor, em novembro, dezembro e sobre o 13º salário de 2010, a prefeitura deveria ter contribuído com uma alíquota suplementar de 13,59%, além da alíquota normal de 19,70%, resultando em um percentual total para repasse ao instituto de 33,29%. Flaubert Filho, contudo, discorda e, tanto quanto o auditor, reforça seus argu-

Flaubert Filho diz que débito da prefeitura é de R$ 1,245 milhão

mentos com base nas leis municipais e decretos que regulamentam a alíquota de contribuição do município e de suas autarquias e fundações ao IPASMV e o Plano de Amortização para Equacionamento do Déficit Atuarial, afirmando que jamais a prefeitura poderia arcar com um percentual deste (33,29%). “Se o próprio INSS só repassa 22%, como nós, dentro do Regime Próprio de Previdência, iríamos arcar com uma contribuição superior a 30%. Não teria sentido”, diz. Pelos cálculos do auditor, a alíquota suplementar, que deveria ter sido paga a partir de novembro de 2010, dentro do plano de amortização do déficit atuarial aprovado em lei municipal, chega em alguns meses a totalizar 35,40%, ou seja, no entendimento do mesmo, a prefeitura deveria ter repassado ao órgão gestor previdenciário 35,40% sobre o salário de cada servidor. “Seria levar o município à bancarrota”, assinala o prefeito, que diz estar convicto de que os argumentos de sua defesa, enviados na terça-feira (22) ao Ministério da Previdência, serão aceitos. “Estou trabalhando dentro da lei”, salienta. Na defesa ao resultado da auditoria, que concluiu pela não aptidão do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores de Viçosa em receber o Certificado de Regularidade Previdenciá-

ria- CRP, por apresentar irregularidades, o prefeito assinala que, ao contrário dos R$ 6.840.60,60 apontados pelo auditor, o débito patronal real, a ser parcelado, é de R$ 1.245.022,86, obtido da soma dos valores positivos (anos de 2011, 2012 e 2013), no montante de R$ 1.475.533,40, dos quais devem ser abatidos os valores negativos (anos de 2009 e 2010), num total de R$ 230.550,64. GUERRA DE BASTIDORES Outrora aliados, Flaubert Filho, que está em seu segundo mandato, e a presidente da Câmara de Vereadores de Viçosa, Micheline Fernandes, nora do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado(TCE) Luiz Eustáquio Toledo, travam uma guerra nos bastidores da política e que, na avaliação do prefeito, já ensejou uma demorada inspeção por parte da Corte de Contas na prefeitura. “O que era para durar três dias levou um mês, mas não adiantou, não encontraram nada”, diz o prefeito. Alvo de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) no final do ano passado, Micheline Fernandes, por sua vez, diz estar sendo vítima de perseguição política e até de ameaças com o intuito de a tirarem da presidência da Câmara pelo fato de estar “denunciando as irregularidades encontradas e tentando desenvolver uma política sé-

ria e transparente”. No final de março último, ela foi à imprensa denunciar o prefeito, a quem acusa de agir “com imperialismo e como ditador”, pelo não repasse do duodécimo integral da Câmara. Dos R$ 118,3 mil devidos, a prefeitura havia repassado apenas R$ 5 mil. Com a oposição de 9 dos 11 vereadores de Viçosa, Micheline Fernandes obteve em primeira e segunda instâncias duas vitórias na Justiça. Tanto a juíza da Vara do Único Ofício de Viçosa, Lorena Carla Santos Vasconcelos Sotto -Mayor, quanto o desembargador do Tribunal de Justiça Pedro Augusto Mendonça de Araújo, negaram liminar ao pedido de suspensão de um contrato firmado por ela com a empresa SD Consultoria de Planejamento S/S Ltda.- EPP para digitalização de documentos da Câmara. No mandado de segurança que impetraram junto ao juízo de Viçosa, e depois no Agravo de Instrumento que interpuseram junto ao TJ, os vereadores questionam a ausência de assinatura do primeiro-secretário da Casa no contrato, que segundo eles é exigível pelo Regimento Interno da Câmara, bem como o alvo valor do mesmo – R$ 75 mil – e o fato de não ter havido licitação. Segundo um dos vereadores, Afrânio Tenório Cavalcante Neto (PTB), em uma pesquisa que realizouna internet, constatou que a Câmara de Vereadores de Votorantim (SP), cidade com 110 mil habitantes, realizou a digitalização de todos seus documentos e pagou somente R$ 20 mil. “Como Viçosa, sendo praticamente quatro vezes menor, pode pagar um valor desses”, questionou. No dossiê que enviou à imprensa na semana passada, Micheline Fernandes confirma ter partido dela o pedido de auditoria ao Ministério da Previdência nas contas do Instituto de Previdência do município.


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ESQUEMA

TelexFree: os slogans inacreditáveis usados para atrair divulgadores Empresa valia-se de promessas de ganhos rápidos e pouco esforço; é difícil crer no discurso, mas milhares de brasileiros acreditaram

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romessa de ganhos fáceis e rápidos é o componente essencial da oratória de esquemas fraudulentos — sobretudo aqueles desenhados para enganar pessoas ingênuas e de boa fé. Foi justamente lançando mão desse discurso que a TelexFree conseguiu seduzir milhões de pessoas em todo o mundo, como mostra relatório da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que regula o mercado financeiro dos Estados Unidos, e que recentemente abriu um processo contra a empresa, alegando tratar-se de um esquema de pirâmide financeira. A companhia, que alega trabalhar sob o modelo de marketing multinível, levantou mais de 1 bilhão de dólares mundialmente apenas com a promessa de enriquecer seus ‘divulgadores’, sem que eles precisassem vender qualquer produto. Segundo a SEC, os principais participantes do negócio nos Estados Unidos são imigrantes das comunidades brasileira e dominicana. Para angariar novos divulgadores, a TelexFree criou uma série de slogans a serem veiculados pela Internet. Todos eles propagandeavam o lucro fácil, e não a eficácia do produto

teoricamente vendido pela empresa: o Voip, serviço de telefonia por meio de dados. Segundo o relatório da SEC, os anúncios indicavam retornos astronômicos que ultrapassavam 200% ao ano. O site de VEJA teve acesso ao documento do órgão americano e listou alguns dos slogans do negócio suspeito de ser uma fraude bilionária - confira no quadro A propaganda ‘elaborada’ da TelexFree nos EUA. HISTÓRICO No início da semana passada, autoridades americanas acusaram a TelexFree dos Estados Unidos de formação de pirâmide e fraude. Durante uma busca feita na sede da TelexFree em Marlborough, no estado americano de Massachusetts, policiais surpreenderam o diretor financeiro da empresa, Joseph Craft, numa tentativa de fugir com inúmeros chequesdestinados aos donos da empresa, James Merrill e Carlos Wanzeler. O valor total da apreensão chegou a 38 milhões de dólares. A SEC foi a autora do pedido de busca e apreensão. Segundo o órgão, todos os bens da empresa foram congelados, mas os valores são mantidos em sigilo pelo governo americano.

Carro com marca da TelexFree

A propaganda ‘elaborada’ da TelexFree nos EUA 1.• Trabalhe na internet e fique rico postando anúncios diários. 2.• Em que companhia do mundo você poderia ganhar dinheiro sem vender nada? Agora, é possível. Venha para a TelexFree. 3.• Poste seus anúncios e fique tranquilo para aproveitar o dia. E, o melhor, receba seus ganhos semanalmente. 4.• Você não tem de construir nem vender nada. É só postar! 5. • Dezenas de pessoas ficaram milionárias por causa da TelexFree. Fique também! O processo conduzido pela SEC acusa de fraude o americano James Merrill, presidente da empresa, e os brasileiros Carlos Wanzeler e Sanderley Rodrigues de Vasconcelos. Os quatro maiores divulgadores também não saíram ilesos no

processo: Steven M. Labriola, Santiago de la Rosa, Randy N. Crosby e Faith R. Sloan. Craft, o diretor capturado em fuga, também é acusado de fraude. Entenda por que as pirâmides financeiras são insustentáveis

JUNHO DE 2013 BLOQUEIO DE BENS A juíza Thaís Borges, da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco (Acre), julgou procedente uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Acre e suspendeu os pagamentos e a adesão de novos divulgadores à empresa de marketing multinível TelexFree. Foi determinado que a suspensão valeria até o julgamento final da ação principal e, caso não a cumprisse, a TelexFree deveria pagar uma multa diária de 500 mil reais. O MP do Acre reunia documentação para a ação civil pública desde maio. A empresa tentou o desbloqueio várias vezes, mas a Justiça o manteve. Os bens dos empresários Carlos Costa, Carlos Wanzeler, James Merril e Lyvia Wanzer também foram bloqueados.


14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL DE 2014 CORRUPÇÃO

Prefeito de Pindoba é acusado de desviar recursos federais MPF moveu ação de improbidade contra Maxwell Tenório Cavalcante; primeira audiência deve ocorrer em maio JOÃO MOUSINHO

joao_mousinho@hotmail.com

A

Controladoria Geral da União (CGU) esteve em Pindoba em 2008 e após as fiscalizações especiais, por amostragem, com relação aos recursos públicos federais aplicados no município pôde constatar uma série de irregularidades. A inspeção gerou uma ação no Ministério Público Federal (MPF) onde acusa o prefeito de Pindoba, Maxwell Tenório Cavalcante, de cometer atos de improbidade administrativa. Atualmente o prefeito Maxwell Tenório responde por desvios de recursos repassados pela União através dos Ministérios da Educação, Saúde, Desenvolvimento Social, Cidades e do Programa de Combate à Fome como ficou constatado nos autos do relatório de Fiscalização número 01064/2007/CGU. Devido à ação do MPF, o prefeito responderá na Justiça Federal pelas ilegalidades praticadas. A primeira audiência de instrução sobre o caso está marcada para o próximo mês de maio. O documento da Controladoria da União narra que: “Houve diversas irregularidades na licitação destinada à construção de fornecedora de materiais de construção de 13 unidades habitacionais, com recursos repassados pelo Ministério da Cidade.” Outro ponto que a CGU se refere é sobre a dispensa indevida de licitação para compra de gêneros alimentícios, aquisição de medicamentos e materiais

hospitalares do Programa Farmácia Básica. Ainda segundo o órgão fiscalizador da União: “O Executivo de Pindoba utilizou de forma indevida verbas públicas, verificada em cheques desacompanhados de documentos comprobatórios das despesas que se destinariam.” Mais irregularidades apuradas foram: “emissão de cheques que não correspondem ao valor das despesas, recebidos em datas diferentes das notas fiscais, omissão na arrecadação de tributos, ausência de contrapartida municipal nos exercícios 2006/2007 em relação ao Programa de Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde”. MAIS ACUSAÇÕES No início de fevereiro desse ano, a Presidente da Associação dos Procuradores de Municípios do Estado de Alagoas, Karla Falcão, denunciou ao Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público do Estado de Alagoas que o prefeito de Pindoba, Maxwell Tenório Cavalcante, “está vedando o acesso da Procuradora do Município (Ana Luzia Costa Cavalcanti Manso) a todos os documentos públicos da prefeitura”. Segundo a documentação encaminhada ao coordenador do Gecoc, Alfredo Gaspar de Mendonça: “procedimentos de licitação e dispensa de despesas empenhadas e não empenhadas, folha pessoal e paga-

MPF acusa Maxwell de cometer uma série de atos de improbidade

mentos realizados pelo gestor utilizando o erário não são repassados para procuradora, o que vem dificultando o desempenho das funções e atribuições da procuradoria geral, dentre eles, o de fiscalização e controle.” Por fim, Karla Falcão ainda descreveu que a procuradora de Pindoba, Ana Luzia Costa Cavalcanti Manso, foi submetida vária vezes a assédio moral, tendo sido inclusive ameaçada e submetida a constrangimento ilegal porque não atendeu pedidos do prefeito Maxwell Tenório; que queria que a pro-

curadora do município “emitisse pareceres favoráveis em licitações fraudadas e montadas por ele para beneficiar com verbas pertencentes à municipalidade e previdência própria.” OUTRO LADO Em relação às acusações do MPF e a inspeção do CGU o prefeito Maxwell Tenório disse a reportagem do jornal Extra que: “Todas as fiscalizações bem como as justificativas apresentadas demonstraram, o que é a pura verdade, não ter havido a figura do dolo, o que tipificaria a improbidade,

tanto é que nenhum dos Programas no âmbito da Saúde, Educação, Assistência Social e no Ministério das Cidades, foi suspenso no Município, eis que, acatadas as justificativas, houve, inclusive, ampliação de alguns programas no município, a exemplo do Bolsa Família e dos valores repassados pelo MDS. Quanto a Ação de Improbidade, movida pelo MPF, trata-se de procedimento exercido por aquele parquet, com relação a todos os Gestores que sofreram a fiscalização da CGU”. O prefeito salientou que quando assumiu os destinos do município, em janeiro de 2013, encontrou uma folha de pagamento comprometida e não nos restou outra solução se não providenciar medidas legais, cabíveis e urgentes, como o corte de gratificações indevidas, horas extras, ajudas de custos, e adicionais não cobertos pelas legislações pertinentes. E que a procuradora do município também foi alvo desses cortes. “Todos os atos administrativos, bem como todos os processos licitatórios foram precedidos de parecer da procuradora Ana Luzia, bem como, nenhuma homologação de processo foi feita sem que tivesse o seu parecer final”, destacou o prefeito de Pindoba. O chefe do executivo ainda colocou: “Nunca, em momento algum, ela (Ana Luzia Manso) deixou de exercer suas atividades obstaculizadas por minha pessoa nem de qualquer funcionário da prefeitura. Ainda, cumprimos, zelosamente, o preconizado pela OAB, flexibilizando-lhe a carga horária e lhe oportunizando o livre exercício da advocacia.”


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CAOS NA EDUCAÇÃO

MP comprova irregularidades em São Luís Extra havia relatado descaso e sucateamento do serviço público no município JOÃO MOUSINHO

joao_mousinho@hotmail.com

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ssa semana os ministérios Públicos Estadual e Federal estiveram inspecionando as escolas das zonas rural e urbana de São Luís do Quitunde. Foi detectado que as escolas necessitam de reformas urgentes. No próximo mês os MPs irão realizar um relatório que vai apontar todas as irregularidades e no dia 6 de junho uma audiência púbica em São Luís será realizada para que a população tenha a oportunidade de sugerir e denunciar as falhas que acorrem no Executivo do município. Na edição de número 764 do Jornal Extra, a reportagem trouxe com exclusividade o acesso à documentação do contrato que revela o valor de R$ 1.186.409,42 para reformas das escolas municipais em São Luís do Quitunde. Vale ressaltar que uma das obras, a da Escola Maria Bezerra que fica localizada na Fazenda Santa Cruz, que faz parte desse plano de infraestrutura, não foi realizada mas o Poder Executivo informa que 80% das obras estão acabadas. A reportagem ainda alertou para outra “reforma” fruto do poder público, a da Escola Letícia Maranhão, que fica na Fazenda Lagoa Vermelha. Assim como a Escola Maria Be-

zerra, foi informado que 80% das obras da Letícia Maranhão foram concluídas, o que não condiz com a realidade visível a quem esteve in loco. O promotor Jorge Bezerra esteve em São Luís e falou sobre o caos nas escolas públicas: “Salas sem ventilação, pichadas e sujas, paredes e tetos com infiltração, mobiliário velho e com avarias, laboratório de informática que não funciona, ausência de acessibilidade para alunos com deficiências física ou visual, falta de quadras de esporte e espaços de lazer e água de má qualidade e com gosto ruim. Esses são apenas alguns dos problemas que pudemos constatar. Infelizmente a educação em São Luis do Quitunde não é tratada com o respeito que merece. Por isso esse trabalho será importante para cobrarmos dos gestores as melhorias necessárias. Todas as falhas serão apontadas e o município terá que assumir o compromisso de efetuar as mudanças urgentes num espaço de tempo que será estipulado”. O Jornal Extra revelou que as obras inacabadas em São Luís do Quitunde foram realizadas pela empresa Piazza Construções e Empreendimentos Ltda, que fica localizada na Rua Afonso Alves de Carvalho, 502, em Barra Nova, município de Marechal Deodoro. Vale

Jornal Extra denunciou a farra com dinheiro público em São Luís do Quitunde

Promotor Jorge Bezerra esteve em São Luís obervou o abandono

Prefeito de São Luís, Eraldo Pedro, é acusado de improbidade

lembrar que o prefeito de São Luís do Quitunde, Eraldo Pedro, em apenas uma das denúncias de improbidade do Ministério Público Estadual é acusado de surrupiar mais de R$ 1,3 milhão do erário. FOLHA DE PESSOAL Os MPs também comprova-

ram que há funcionários lotados em várias unidades de ensino que não estão indo trabalhar. “Tanto existe desvio de função e servidores estão cedidos a outros órgãos, quanto há funcionários fantasmas na folha de pagamento da Prefeitura de São Luis do Quitunde. Pedimos a folha de ponto à várias dire-

ções e, quando fomos comparar a lista de trabalhadores de cada escola, com a frequência, detectamos que tem muita gente que nunca assinou o ponto. Essa é uma questão que já discutimos bastante com o município e, inclusive, foi alvo de ação por ato de improbidade administrativa. Novamente teremos que investigar essa situação”, detalhou Jorge Bezerra. MAIS ACUSAÇÕES O procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, ajuizou uma ação contra Eraldo Pedro que relata o dano de R$ 1.331.500,00 aos cofres públicos de São Luís do Quitunde. A acusação tem como base a contratação de bandas em festividades nos dois primeiros meses de 2013. Na época, além de Eraldo, outras sete pessoas, entre servidores, secretários e ex-secretários e um empresário, também foram denunciados. Em outra denúncia apresentada pelo Ministério Público, o prefeito é acusado de ter contraído dois empréstimos, cada um no valor de R$ 80 mil, e pago os valores com cheques que seriam vinculados à conta do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).


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ENTRE AS PIORES

União corta metade do orçamento da Ceal e compromete programa ‘Luz para Todos’ Estatal teve redução de 46,4% no orçamento de investimento do governo federal; cortes devem aumentar ODILON RIOS Repórter

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a lista das piores estatais do Brasil, a Companhia Energética de Alagoas (Ceal)- hoje atrelada ao sistema Eletrobrás- enfrenta um processo de desmantelamento que poderá justificar, ao governo federal, a sua privatização. O principal programa afetado é o Luz para Todos, que atende consumidores rurais. Relatório da Controladoria Geral da União (CGU) aponta que a companhia teve uma redução brusca, no ano de 2012, de 46,4% em seu orçamento de investimento. Naquele ano, seriam R$ 285,8 milhões (exatos R$ 285.869.320) a serem investidos na companhia, via União. Mas, a mesma União passou a tesoura e finalizou aquele ano injetando R$ 153 milhões (exatos R$ 153.091.833). Mesmo assim, a própria companhia gastou 68,6% desta verba (exatos R$ 104.961.989)- quase um desastre administrativo. A execução do Programa Luz Para Todos tinha previsão de atender, em 2012, mais 4.652 consumidores rurais. Com os cortes, só conseguiu 2.644. Ou 56,84%. Outras três ações reduziriam os apagões, comuns em bairros da capital alagoana e cidades inteiras no interior. Por exemplo: a ampliação do sistema de distribuição de energia elétrica tinha previsão de 173 quilômetros. Atingiu 59. Bem menos que a metade: 34,10%. E a manutenção do sistema de distribuição de energia? Estavam previstos 242 quilômetros. Foram concluídos 121. 50%. Nem o programa de redução de perdas escapou. Comparado

a 2011, a redução deveria estar prevista em 4,62%. Fechou em 3%. Quando os números se transformam em metas financeiras, o buraco da Ceal também aparece. A mesma execução do programa Luz para Todos tinha previsão de investir R$ 30 milhões. Executou metade: R$ 15,2 milhões. A ampliação do sistema de distribuição teve resultado um pouco melhor: a previsão era de R$ 34,7 milhões. Com a tesoura federal, R$ 27,5 milhões executados. Ou 79,29%. Também a manutenção do sistema de distribuição de energia elétrica teve 75,34% de execução. Previstos R$ 48,5 milhões; executados, R$ 36,5 milhões. O programa de redução de perdas teve o melhor desempenho de todos: atingiu 92,19% do previsto (R$ 14,5 milhões na previsão, executados R$ 13,4 milhões). Segundo a CGU, os problemas da execução do orçamento fazem parte da própria administração local. O Luz para Todos teve assinatura do contrato de financiamento em julho de 2012 “e a primeira liberação de recursos em agosto de 2012, prejudicando a execução do programa”, diz o relatório. Houve ainda atraso na assinatura dos contratos com os construtores e no processo de habilitação “em função de limitações impostas pelo não atendimento das condições de trabalho relacionadas à segurança do trabalho, resultando no atraso do andamento do programa de execução de obras”, analisa o relatório. Quanto aos problemas na ampliação do sistema de distribuição de energia elétrica, segundo a

Companhia Energética aparece entre as piores estatais do Brasil

CGU, houve dois impedimentos: do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e de Associação de Moradores e Colônias Indígenas (não cita nomes). Sobre a manutenção do sistema de distribuição de energia elétrica, houve atraso na execução do programa, na compra de transformadores e “atraso nas obras de responsabilidade do Governo do Estado referente ao Programa Emergencial de Alagoas” PRIVATIZAÇÃO A ideia de vender as estatais do sistema Eletrobrás é antiga. Mais recentemente, em fevereiro, o banco Santander apresentou um raio X sobre a situação destas empresas ao Conselho de Administração da Eletrobrás. A Ceal e outras cinco distribuidoras de energia do grupo Eletrobrás têm, juntas, valor de mercado entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão, mas precisam de aproximadamente R$ 3,5 bilhões em investimentos para se adequar aos níveis de qualidade que serão exigidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a partir do ano que vem. Há duas propostas para o futuro delas: em ambos os casos, está prevista a renovação, por 30 anos, das concessões que vencem entre 2015 e 2017. Essa condição

é essencial, na visão do governo federal, para atrair um sócio privado majoritário. Na primeira dessas propostas, a Eletrobrás ficaria com 49% das empresas e, assim, teria de fazer um aporte de R$ 700 milhões nas seis companhias. Na segunda proposta, a participação da estatal ficaria entre 25% e 30%, o que poderia livrar a empresa de um desembolso grande. As duas propostas foram apresentadas, mas o conselho da Eletrobrás ainda não decidiu o que será feito. A Eletrobrás detém seis distribuidoras que atuam nos Estados do Acre, Amazonas, Alagoas, Piauí, Rondônia e Roraima. Desde o fim da década de 90, a companhia vem assumindo o controle dessas empresas após anos de atuação deficitária nas mãos dos Estados. Inicialmente, o plano era privatizá-las, mas a intenção jamais foi concretizada.

EXTRA DENUNCIA DESDE O ANO PASSADO

Desde 2013, o Extra denuncia o desmantelamento da estatal alagoana. Em auditoria feita na Ceal, assinada pela CGU alagoana, e datada de 17 de setembro de 2012- e publicada com exclusividade pelo jornal em janeiro do ano passado- constataram-se

desde contratos sem registros no sistema interno da companhia, passando por procedimentos licitatórios sem formalização de termos de referências, fracionamento de despesas, planilhas semelhantes em processo de coleta de preços (que deveriam ser diferentes e repetiam até erros de tabulação, conforme análise dos técnicos da CGU). Registram-se deficiências de capacidade gerencial, contratos sem identificação do contratado ou testemunhas ou sem aprovação do setor jurídico da Ceal, contrariando normas da própria empresa. Há ainda funcionários que acumulavam dois, três, quatro empregos públicos. Na prática, teriam de ficar sem dormir- um sonho para qualquer empresário em ter um quase escravo na função. Um dos empregados nem dormia de tanto trabalhar. Era funcionário da Ceal, da Prefeitura de Dois Riachos (a 245 quilômetros da sede da companhia, em Maceió) e ele trabalhava ainda para a Policia Militar. Se fosse seguida esta lógica, o funcionário trabalhava 24 horas por dia, sem dormir, sem tomar banho ou escovar os dentes de segunda a sexta-feira. Uma jornada impossível a qualquer ser humano. O dinamismo era a marca de outro funcionário. Era empregado da Ceal, da Universidade Federal de Campina Grande (na Paraíba) e na Companhia Hidroelétrica do São Francisco (a Chesf), no sertão alagoano. Outro também era eclético. Trabalhava no Serviço Social da Indústria (Sesi), na Ceal, na Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e no Tribunal de Contas: 90 horas de trabalho. Chama a atenção que estes funcionários- ao que parecem desconhecidos da direção da Ceal- trabalhavam em órgãos públicos do governo de Alagoas ou na Prefeitura de Murici.


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TECNOLOGIA

Aplicativo para chamar táxi ganha a adesão de clientes em Maceió Táxi solicitado pode chegar em até 5 minutos e estar a menos de 500 metros de distância do cliente MARIA SALÉSIA

sallesia@hotmail.com

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egar um táxi em qualquer grande centro muitas vezes pode ser um calvário, que começa pela dificuldade de encontrar um veículo disponível. Em Maceió não é diferente. Mas, já se foi o tempo em que para garantir uma corrida o cidadão teria que ir à rua, esticar o braço em direção ao asfalto e torcer para que algum parasse e ainda teria que contar com a sorte de que o condutor seria um profissional correto. Outra opção era pegar um telefone e recorrer a uma cooperativa que levava horas a atender ou até mesmo deixava na mão. Agora, na era dos smartphones, a via-crúcis dos usuários de taxi ficou para trás. A freguesia migrou para aplicativos para chamar táxi, que atraem passageiros em busca de um serviço seguro e eficiente e motoristas que buscam clientela e agilidade. Esse tipo de dispositivo tem se espalhado em diversas metrópoles mundiais. A novidade ganhou força em Maceió, e vem se difundindo rapidamente, com modelos em operação que já reúnem um cadastro de vários motoristas. Para usá-los, basta ter um smartphone com acesso à internet e o sistema operacional Android ou iOS. Após cadastro do usu-

ário, o aplicativo é capaz de localizar, via GPS, o carro mais próximo. Em seguida, o cliente recebe informações como o nome, a foto e o telefone do condutor, além das características do veículo. Em seguida, ele pode acompanhar em um mapa o deslocamento em tempo real, com uma previsão de chegada. Entre outras facilidades, é possível selecionar um carro adaptado para transportar deficientes físicos ou equipado com bagageiro. Vale ressaltar que o aplicativo Easy Taxi chegou a Maceió no ano passado e abalou o mercado das empresas e cooperativas de rádiotáxi no Estado. Mesmo de forma tímida, o Easy Taxi já é usado por 25% da frota de taxistas da capital alagoana um total de cerca de três mil profissionais que atuam na capital, segundo o Sindicato dos Taxistas (Sintaxi). Em outras capitais do Nordeste, como Fortaleza, o aplicativo é usado por 50% da frota. Outro aplicativo que vem crescendo na cidade é o 99Taxis, app para taxis, que está investindo no atendimento da população. A expectativa da 99taxis é alcançar 75% da frota nacional. “O grande diferencial do 99taxis é que o cadastro é gratuito tanto para taxistas como para passageiro”, diz Adilson Alves, da 99taxis. Para os taxistas, a ferramenta tem a vantagem de

Maceioense adere à tecnologia e chamar taxi pelo telefone ou na rua virou coisa do passado

colocar o motorista em contato direto com o cliente. É o caso de Roberto Alves que comemora o aumento de trabalho. “Usar o aplicativo é bem melhor. A gente trata diretamente com o cliente, sem atravessador. Ele localiza o carro que está mais próximo e entra em contato. Não precisa mais se arriscar esperando por um taxi e nem precisa negociar com uma central”, comparou o profissional ao acrescentar que o atendimento fica mais ágil e prático. Quem é adepta do aplicativo é a empresária Jackeline Freitas que utiliza taxi quase que diariamente. Para ela, ficou mais fácil e cômodo conseguir um taxi depois dessa ferramenta. “Antes me estressava bastante com a espera de um taxista. Às vezes, até desistia do compromisso devido à demora. Agora, posso monitorar quem está mais próximo ao local em que me en-

contro e em poucos minutos tenho o serviço disponível”, comemorou Jackeline. OPERADORAS A reportagem do jornal Extra manteve contato com algumas operadoras de Maceió, mas nenhuma das procuradas opera com o aplica-

tivo. A Unitaxi e a Teletaxi operam apenas no sistema tradicional e não tem previsão de aderir ao aplicativo. Já a Pontual Taxi afirma que pretende começar a utilizar em breve o app, mas ficou de repassar detalhes e até o fechamento das edição não houve retorno.

PASSO A PASSO PARA USAR OS APLICATIVOS Quais os principais aplicativos gratuitos existentes no mercado? São eles: Easy Táxi, 99 Táxi, Táxi Já e Autocab. Os serviços são gratuitos. Qual o primeiro passo para começar a usar? Antes de tudo, você precisa ter um smartphone. Se usar o Android, procure os aplicativos para baixar na Google Play. Se tiver um iPhone, deverá fazer o download na AppStore. E depois? Qual o próximo passo? Em seguida, basta clicar em ‘Instalar’ na loja virtual escolhida para instalar os aplicativos no seu celular. Como funcionam? É simples. Você precisa fazer um rápido cadastro, informando seus dados pessoais e e-mail. Depois disso, se você for passageiro, basta digitar o endereço e clicar em Pedir Táxi. Se for taxista, basta conectar pelo aplicativo e habilitar seu GPS.


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Rally do Velho Chico vai explorar Sertão alagoano Terceira edição do certame mostrará particularidades de uma região pouco conhecida dos pilotos e navegadores DA REDAÇÃO

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o 3º Rally do Velho Chico os competidores presenciarão um cenário diferente. Ficam para trás as praias e as falésias, para adentrar o Sertão de Alagoas. A disputa acontecerá de 30 de abril a 03 de maio, e terá mais de mil quilômetros pelo Estado de Alagoas. Das cidades que receberão o rali está Delmiro Gouveia, que depois da largada de Maceió, acolherá a caravana do evento. “Essa é a segunda vez que apoiamos o Rally do Velho Chico e a primeira experiência foi maravilhosa. É uma oportunidade de divulgar a nossa região, destacando os pontos turísticos que temos, como por exemplo o Cânion São Francisco, o Talhado - excelente para a prática de rapel. Possuímos uma vasta área de turismo a ser explorada, com maior parte às margens de um dos rios mais importantes do Brasil”, disse a vice-prefeita de Delmiro Gouveia, Eliziane Costa. “Daremos as boasvindas aos visitantes e faremos o possível para que se sintam bem acolhidos”. A terceira edição do

Rally do Velho Chico valerá pela terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country para motos, quadriciclos e UTVs, e pela Copa Alagoana de Rally Cross Country para carros. O primeiro dia de prova percorrerá Maceió, Traipu, Belo Monte, até alcançar Delmiro Gouveia. Nesta fase inicial, serão percorridos 415 quilômetros. “Trata-se de um evento de grande porte em Delmiro Gouveia e nos sempre apoiamos projetos que incentivem o esporte, a cultura e turismo de nossa região”, salientou a secretária de governo, Maria Lúcia Lisboa Sanbes. “Para garantir a ordem, a segurança e o fechamento dos trechos por onde o rali passará, disponibilizaremos em torno de 30 homens da guarda municipal. A população de Delmiro Gouveia está em festa”, disse ela. O Rally do Velho Chico terá três dias e, para tanto, completam o percurso as cidades de Traipu, Belo Monte, Mata Grande e Jaramataia, de onde retornará à Maceió. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas pelo site oficial da competição: www.velhochico.net.br.

A beleza natrual do Sertão será apresentada aos pilotos e navegadores do Rally do Velho Chico


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ARTIGOS

Traficante de entorpecentes: um homicida social GEOVAN BENJOINO (*)

benjoinogeovanjornalista@hotmail.com

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traficante de entorpecentes é mesmo um homicida social. Ele consegue ao mesmo tempo não só matar o corpo físico, mas dilacerar, esfacelar e destruir a alma e o espírito de usuários, famílias e sociedades aos milhares. O traficante, através de seu “comércio” maligno, destrói a autoestima, aliena, prostitui, escraviza, provoca perdas irreparáveis, desajustes familiares e sociais imensuráveis, leva à loucura e reduz a pessoa humana a uma coisa imprestável jogando-a na sarjeta física, moral, emocional e espiritual. A redundância é proposital, mas vale a pena ressaltá-la: assim como a ferrugem, o traficante corrói o que há de mais profundo nas entranhas do ser humano criando um “vivo morto”, um ser sem identidade, um número sem valor na matemática assassina. O traficante é um agente diabólico, uma ave de rapina, um abutre, um mercenário, um mercador do mal que “fisga” o usuário pela boca como peixe em troca de um prazer momentâneo, de um mundo ilusório. A cada dia suas ações deletérias expandem-se no mundo inteiro. O entorpecente – “obra-prima” comercializada pelo traficante escraviza exércitos de miseráveis transformando-os em seres coisificados. Esses “seres vivos” que já “morreram” há muito tempo perderam a capacidade de lutar, a vontade de viver, o prazer de sonhar, a alegria de fantasiar e o amor ao próximo e a si próprio. O traficante adora quando “fisga um peixe humano”, pois ganha dinheiro até a destruição total de sua vítima. Ele tem plena consciência que, enquanto o usuário permanecer

reduzido à pele envelhecida e a ossos carcomidos o “escravo” continuará enriquecendo o seu cofre criminoso. Astuto, frio, perverso e implacável em sua vingança, o traficante não respeita ninguém nem tem o mínimo de piedade. Ele é movido pelo apego ao dinheiro e frieza emocional. Em nome do enriquecimento material, o traficante é capaz de qualquer selvageria. Por isso, ele não perdoa o traidor, quem atrapalha seus negócios e o caloteiro. Sua “justiça” não faz distinção de sexo, cor, idade ou condição social. A pena capital é o prêmio que recompensa a sua alma pequena e perversa. Não constitui nenhum exagero afirmar que o traficante é um dos maiores depredadores da espécie humana. É uma plaga materializada no entorpecente. Estatisticamente está provado que nos últimos tempos a maioria absoluta dos homicídios praticados contra o ser humano é provocada pelo tráfico de entorpecentes, cujo comércio criminoso é o mais lucrativo de todos. Não acredito que o traficante quando condenado pela justiça humana pague pelo mal que praticou contra o próximo, por mais rigorosa que seja a pena. Também não acredito que a morte física repare os malefícios provocados pelo traficante. Seus males são irreparáveis e suas dívidas imensuráveis e impagáveis. Se o seu espírito fosse picotado, a sua alma esfacelada e seu corpo transformado num trapo, mesmo assim o traficante não pagaria sua dívida social e espiritual à humanidade. Entendo que o traficante não deve permanecer livre para continuar se enriquecendo e submetendo suas vítimas a um mundo “encantador e prazeroso” num primeiro momento, mas em seguida terrivelmente devastador em todos os seus aspectos. (*) Jornalista, escritor e formando em Direito

A beleza da lata d’água na cabeça HELDER CALDEIRA*

Escritor, Jornalista Político e Conferencista www.heldercaldeira.com.br helder@heldercaldeira.com.br

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utro dia, fiz-me de bobo e fingi estar chocado — todo politicamente correto... e prosa! — com a declaração de ódio à nova classe média expectorada pela suprassumática fisólofa-mor do PT, meme imediato nas redes sociais. Ainda estava atordoado com a pilhéria da noite anterior quando, num desses neomodistas stand up, a comediante berrava, fazendo beiço-gordo de latino-americana velha, diante de uma trupe de maltrapilhos em algazarra numa galeria de arte: “Tira a mão do quadro, meu filho! É só pra olhar... não precisa colocar a mão! Não basta ser pobre, né?! Tem que botar a lata d’água na cabeça!” O suposto desconforto — lapso politicamente correto, reitero! — com essas personagens da vida público-privada brasileira remeteu-me diretamente à douta diretora de umauniversidade-riquinha que, provavelmente trajando elegante estola e imaginando estar na Dinamarca, usou uma rede social para protestar contra a camisa regata, bermuda e sapatênis do passageiro que comia coxinha com guaraná zero ao seu lado e questionou se o Aeroporto Santos Dumont, no ultratropical Rio de Janeiro, não estaria se tornando uma rodoviária. Foi aplaudida por amigos mestres e até por magnífico reitor de universidade-pobrezinha. Cá estava eu, très, très, très désolé, com o desenrolar desse modelo de crítica — digamos assim — ao que os larápios dos cofres públicos chamam de “distribuição de renda” e “justiça social”, quando me tornei observador-vítima de nossa barbárie (in)civilizatória. Resistente a feriado-emendado — desastre pra quem tenta produzir alguma coisa neste país-tetado, invenção de vagabundo, deleite de mandrião —, acatei a sugestão doméstica de passar o final de semana de Páscoa num hotel que, diariamente, abre as portas da Amazônia mato-grossense aos turistas do mundo. Um lugar espetacular, difícil acesso, repleto de cuidados especiais, águas cristalinas, pássaros exóticos e peixes belíssimos em balé diante de quem se aproxima. Conhecemos o local há dois anos, ao custo de R$ 400 a diária, quando dividimos todo esse paraíso com apenas um casal polaco educado — sim, eles existem! —, deslumbrados com as maravilhas da região. Qual não foi a surpresa? Feita nas coxas a tal da “justiça social” e da “transferência de renda”à custa de uma minoria que ainda tenta tocar à frente a bananeira, ao desembarcar a “pré-visão” dava o tom da desgraça. No lugar onde outrora capivaras desfilavam faceiras, um casal estendia uma gigantesca toalha de estampa floral e distribuía pipoca

e bolacha de maisena a várias crianças que pulavam, sem dó, sobre o jardim bem cuidado. Previsão fatídica. Na pequena cabana com pérgula florida, onde era possível deitar à rede e contemplar a floresta e o rio, dois barrigudos desavergonhados exibiam as panças suadas, sem camisas, enquanto preparavam um churrasco. Suas esposas — creio eu — aguardavam a carne enquanto tostavam a própria, besuntando com bronzeador os traseiros empinados em microscópicos biquínis. À esquerda, um rapaz de óculos com armação branca e lentes multicoloridas protagonizava um agarra-agarra erótico com uma louraça, deitados à margem do lago. Ao lado da pornochanchada, duas crianças batiam os pés n’água para espantar os peixes, enquanto seus pais gritavam, ao longe, ferindo decibéis toleráveis. Cabisbaixo, decidi seguir a trilha e buscar alguma distância em meio à mata, na belíssima nascente do rio. Ao contrário do som do brotar das águas que antes avisava a proximidade do destino, agora era possível ouvir o funk da “grande pensadora contemporânea”anunciando “só tiro, porrada e bomba”: a piscina formada no nascedouro do grande rio parecia um rolezinho de shopping paulistano, com direito a “proibidão” na floresta ao redor. Voltamos para o restaurante, sentamos à mesa e ficamos a refletir sobre o“extraordinário feriadão”. Arrisquei algumas selfies — porque não sou ferro! — e fui surpreendido por um pirarucu aparecido e um pintado assustado. Para coroar o “day use” no paraíso ecológico, mais de cem pessoas se esfregavam numa fila — brasileiro odeia guardar educada e gentil distância, pois não?! — para alcançar o leitão assado — com direito a maçã na boca e tudo! — que alimentaria a tropa. Funcionários visivelmente constrangidos tentavam poses de aeromoça de avião em queda, enquanto a multidão seguia em falatório, temendo que os primeiros comessem o porco inteiro e não sobrasse jabá. “Isso aqui está errado! Deveriam distribuir senhas”, protestou uma mulher encharcada, com óculos terrivelmente grandes e canga amarrada

ao redor do pescoço. Voltei pra casa e fiz uma série de fotos sobre as maravilhas de tê-la... imune, tranquila... cachorro, gata, coqueiro, caju e soneca à beira da piscina. Posteriormente questionado nas redes sociais sobre como passei o feriado, minha humilde consciência resgatou a filósofa petista, o professor candango e douta carioca. Ainda mantendo minha opinião quanto à preciosidade desta joia da coroa hoteleira mato-grossense, respondi ao estilo stand up, sob salvas de incompreensão: “A lata d’água na cabeça é uma beleza!” *Autor dos livros “ÁGUAS TURVAS” e “A 1ª PRESIDENTA”.


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ARTIGOS

Este era Luciano do Vale JORGE MORAIS jornalista

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uando uma pessoa famosa morre, a gente costuma dizer: era uma pessoa muito boa. No caso do locutor Luciano do Valle, ele era muito mais do que gente boa. Excelente figura humana, um grande narrador esportivo, amigo, dedicado, sempre motivado, um incentivador da carreira dos mais jovens, um cara responsável, e referência para os iniciantes e antigos profissionais do rádio e da televisão. Mesmo a distância, eu posso falar de Luciano do Valle. Tive a oportunidade de conviver com ele em algumas copas do Mundo e Copa América. Em todos os momentos, esse humilde comentarista esportivo, de uma pequena cidade do nordeste brasileiro, sempre foi tratado com muita elegância. Antes de receber um cumprimento, Luciano era quem chegava primeiro e fazia

essa referência. Atendia todo mundo com igualdade, fosse famoso ou não. Tirava fotos e dava entrevista para qualquer repórter na cobertura dos eventos onde ele estivesse presente. Atendia o desejo dos torcedores em cumprimentar, bater um papo, tirar uma foto de recordação, como poucos faziam. Nunca o vi de cara fechada. Era um homem elegante em suas ações. Chegava cedo aos estádios, e parecia adivinhar que seria bastante assediado e precisava ter tempo para todo mundo, antes de iniciar o seu trabalho. Na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, e na da França, em 1998, tive o prazer de conviver no mesmo ambiente com Luciano do Valle. Como todo mundo, tirei fotos, falei de Alagoas, e ele me disse: adoro o Nordeste. Concluiu dizendo: “Minhas ligações são fortes com o Estado de Pernambuco. Tenho casa em Porto de Galinha e, quando me aposentar, quero ficar na região”. Esse depoimento ficou marcado na minha memória, feito num lugar tão distante, em Paris.

Luciano do Valle era diferente de todo mundo. Era diferente no jeito de transmitir jogos, de passar emoção, no grito de gol, no elogio as pessoas, e na forma de se emocionar. Como iniciou sua carreira pelo rádio, a maneira de fazer televisão foi assimilada pela emoção e rapidez em dizer as coisas. Não gritava, levava emoção a quem estava assistindo. Mandava abraços, mas não era chato na maneira como fazia. Depois de começar aos 16 anos de idade no rádio, em Campinas, se transferiu para a televisão, trabalhando na Rede Globo, depois na Record, e por muito tempo na Rede Bandeirantes, em duas oportunidades. Nesse último tempo, Luciano do Valle preocupado com o desemprego no rádio do Recife, e com o fechamento do departamento de esportes da Rádio Clube, resolveu montar uma equipe de trabalho na emissora e narrou jogos do Campeonato Pernambucano, emprestando o seu nome e o seu talento aquela emissora. Ouvi uma frase assim: “Um domingo sem Luciano, não Valle”. Realmen-

te, essa é uma afirmação verdadeira, objetiva e difícil para a gente aceitar e se conformar. O Brasil perdeu, na minha opinião, o melhor locutor esportivo da televisão brasileira em todos os tempos. No Governo Ronaldo Lessa, eu era diretor da Rádio Difusora, e participei da vinda de Luciano do Valle ao Projeto “Um Dedo de Prosa”, do Instituto Zumbi dos Palmares. Essa foi à última vez que, pessoalmente, estive com Luciano do Valle. Muitas homenagens foram prestadas a ele. Muitos depoimentos foram dados por pessoas que conviveram muito de perto com ele. Na frente de uma televisão, não interessava qual o jogo que ele estaria narrando, na maioria das vezes jogos dos times paulistas, eu estava lá acompanhando as suas narrações e aprendendo com o seu trabalho. Se correto for o sentimento de inveja, este eu carrego comigo, de ter visto tantos profissionais trabalhando ao lado de um homem como Luciano do Valle. Que ele esteja feliz ao lado de Deus.

pertou para Jesus¨ e resolveu solicitar ao TJ autorização para abrir o sigilo bancário e fiscal de 105 pessoas que receberam altas quantias dos senhores Deputados em 2012, ano da eleição para Prefeito. É importante frisar que não são ¨servidores¨ da ALE. Quem recebeu o dinheiro foram comissionados, laranjas, agiotas e pouquíssimos efetivos. O dinheiro foi fruto do convênio firmado entre a Caixa Econômica e o Legislativo alagoano para continuar depositando o duodécimo na Caixa. E a pressa era tanta que anteciparam a assinatura do convênio e tiveram que pagar uma multa. O MP conseguiu, através do TJ, receber o duodécimo sem cortes. A redução dos valores do MP foi fruto da vingança por parte da Assembleia em virtude das denúncias chegadas à Procuradoria Geral de Justiça. Foi aí então, que o foco da questão voltou à tona e o povo vai entender que não foi por nossa culpa que a ALE faliu. O desvio de dinheiro pú-

blico é o verdadeiro motivo da crise vivida pelos Deputados alagoanos, mais precisamente pela Mesa Diretora. Existem quase 900 comissionados com bons salários. É voz corrente nos corredores do Legislativo que os salários por eles recebidos são divididos com os Deputados. Daí porque os estáveis são perseguidos: eles não dividem o que recebem com os ¨patrões¨. Voltando à lista do Toledo: constavam da relação estáveis antigos, chefes de Departamentos, aposentados e mortos que iam parar nas delegacias de polícia, trabalhar em algo que nunca viram, provocando assim, desvio de função. Uma pergunta que não me deixa dormir: só quem vai devolver o dinheiro são as 105 vítimas? E os Deputados que pagaram e receberam os valores de volta não vão ser punidos? Graças a Deus e ao MP, o povo de Alagoas vai entender melhor o foco da questão: o desvio de mais de 4 milhões de reais dos cofres públicos.

O foco da questão ALARI ROMARIZ TORRES

aposentada da ALE

T

iro o meu chapéu para o ex -Procurador do Legislativo: ele conseguiu fazer o povo alagoano acreditar que os Deputados Estaduais são criaturas inocentes e que os grandes culpados da situação em que se encontra a Assembleia Legislativa são os servidores ativos e inativos da Casa. Elaborou pareceres longos e agressivos nos processos administrativos em que os funcionários reclamavam da violação de seus direitos. Foi cada cacetada de dar dó!!! Todas as resoluções aprovadas pelos Deputados nos últimos vinte anos nada valiam, segundo o douto Procurador. Diante disso, voltaríamos a 1986, perdendo o pouco amealhado em duas ou três décadas.

Aí, veio um terremoto: primeiro os médicos, depois os servidores antigos. Se o moço inteligente demorasse mais, só ficariam ele e os parlamentares. Tornamo-nos párias da sociedade. Ninguém se arriscava, em qualquer ambiente, a dizer que era funcionário do Legislativo. As redes sociais diziam horrores sobre nós, funcionários do Poder Legislativo. A bagaceira culminou com uma lista de 300 servidores ¨ociosos¨ colocados à disposição da Secretaria de Defesa Social. Na tal lista havia aposentados, mortos e na grande maioria, pessoas prontas para se aposentarem. Foi um caos: gente hospitalizada, outros com pressão alta e um desespero total. Entretanto, não posso afirmar que o Judas era o ex -Procurador. Entendo a existência de vários responsáveis pela seleção dos ¨ociosos¨; mas, o lindo olhar do sábio advogado passou por lá, não tenho dúvida. Aí, o Ministério Público ¨des-


22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL DE 2014 ROLOS DA FAF

Acusado de manipular jogos e dar golpe no futebol alagoano será vice-presidente da CBF Contra o presidente licenciado da Federação Alagoana de Futebol, Gustavo Feijó, existem várias denúncias de fraudes. Ele vai assume o cargo na Confederação Brasileira de Futebol em 2015 CARLOS VICTOR COSTA

carlosvictorcosta@hotmail.com

E

m março deste ano, o Jornal Extra trouxe a notícia de que a Federação Alagoana de Futebol (FAF) estaria envolvida mais uma vez em denúncias de irregularidades por parte de seus dirigentes, mais especificamente por parte do seu presidente, Gustavo Feijó. Na semana passada ele foi eleito para ser, a partir de 2015, um dos vice-presidentes da Confederação Brasileira de Futebol(CBF), órgão este que ultimamente também vem ganhando as páginas dos jornais por envolvimento em escândalos. Na denúncia de março, Feijó - atualmente licenciado da FAF e prefeito da cidade de Boca da Mata - foi acusado de omissão pelo filho do prefeito de Viçosa e presidente do Comercial (time da cidade), Flavius Flaubert, que afirma dispor de gravações que provam ter sido subornado pelo superintdente da federação, Roque Júnior, no valor de R$ 1. 200, De acordo com Flaubert, o fato foi denunciado ao próprio presidente licenciado, Gustavo Feijó.

Feijó acumula problemas na Federação Alagoana de Futebol

OUTRAS POLÊMICAS

No final de 2013, uma polêmica acabou queimando ainda mais a imagem de Feijó. Na ocasião o atacante do Penedense na época, Mendes, fez sérias acusações à entidade máxima do futebol de Alagoas, em especial ao presidente Gustavo Feijó. O árbitro José Reinaldo Figueiredo também não escapou das críticas do jogador. Toda essa confusão ocorreu após a derrota do Penedense por 3 a 2 contra o Santa Rita, time da cidade da qual Feijó é prefeito, pelas semifinais do

Campeonato Alagoano da Segunda Divisão. O resultado deixou o time de Boca da Mata na elite do futebol alagoano. À imprensa, o jogador revelou que o resultado poderia ter sido outro, pois segundo ele, a partida estava “ajeitada” para que seu time saísse de campo com a derrota. “O árbitro voltou no segundo tempo falando: ‘Joguem sua bolinha, pois vocês não vão subir’”, afirmou o atacante a um site local. O atacante também achou estranho quando Gustavo Feijó – presidente da Federação Alagoana

de Futebol – no intervalo da partida, foi conversar com o juiz, nos vestiário destinado à comissão de arbitragem. GOLPE NA ACDA

Outro escândalo envolvendo o nome de Feijó partiu de uma denúncia da Associação dos Cronistas Desportivos de Alagoas (ACDA), de que a Federação Alagoana de Futebol (FAF) não havia liquidado o débito referente ao ano de 2012 com a entidade. Em uma nota para imprensa na época, a Associação disse que o prefeito de Boca da Mata, teria confidenciado a diversas

pessoas, inclusive seus dirigentes, que não pretendia quitar o débito, o que caracterizaria apropriação de um dinheiro que foi descontado das rendas dos jogos realizados em Maceió, pelo Alagoano do ano passado e da participação do CRB na Série B do Campeonato Brasileiro. A Lei Municipal nº 4.112 , de autoria do então vereador Flávio Gomes de Barros, instituiu e o prefeito de Maceió sancionou o repasse de 3% da renda líquida dos jogos realizados na capital alagoana em favor da Associação dos Cronistas Desportivos de Alagoas.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Opção para o bolso

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o Rio a opção de aluguel de quartos em moradias nas favelas, no período da Copa do Mundo, começa a dar sinais de que vai dar bom resultado. A ideia pegou por ser mais acessível ao bolso que as diárias dos hotéis. E mais: dará aos visitantes, no paralelo aos jogos, oportunidade para conhecerem o outro lado da cidade, além dos bairros chiques da região Sul.

Preconceito “É injustificável torcidas organizadas agredirem jogadores com atos racistas.” A observação é de Carlos Manoel, servidor público, incomodado com o “hábito selvagem” como uma minoria se comporta nas arquibancadas. “São insultos que afastam as famílias do futebol e uma pena a imprensa dar espaço a esse comportamento como notícia.”

Estímulo? Da violência nos estádios, estímulo ao barbarismo tem a ver com ingressos distribuídos pelos clubes para torcidas organizadas e, coincidência, as provocações e pancadarias ocorrerem nas áreas reservadas para elas. E como não bastasse, agora são agressões racistas. Depois diretores de clubes reclamam de estádios vazios. Podem?

Campanha A CBF propõe para a Copa do Mundo uma campanha educativa também contra o racismo. É saudável desde que havendo a insistência para ser aplicada a lei com todos os seus rigores. A observação é de torcedores de Alagoas de ingressos comprados.

Faz parte da Copa

Proposta azulina

Em Campinas (SP) uma lanchonete, provavelmente de português, lançou um sanduíche para homenagear Cristiano Ronaldo, do Real Madrid e da seleção lusa, consagrado este ano como o melhor do mundo. A proposta teve a ver com a cidade ser a sede da concentração lusa na fase inicial dos jogos.

“Temos que cuidar do CSA até novembro e só a partir de dezembro voltar atenção à formação do time para 2015.” O comentário foi de Lumário Rodrigues, conselheiro que no momento ocupa a presidência do CSA. Foi citada nos sites e tem a ver, entre os muitos problemas para resolver, pendências trabalhistas.

Sem título

É o cara!

Pois é! Não é que o Barcelona está em linha de risco para não ganhar título nesta temporada? Foi eliminado na Champions League, perdeu a Taça do Rei para o Real Madrid e não vai como o esperado na Liga BBVA. Do técnico Gerardo Martini: “o time poderia e deveria estar a fazer o melhor.”

Cartão amarelo

Correria

No CSA, torcedores compararam a atual admi-nistração azulina com a época de Jorge VI na presidência. Mas da lembrança de duras críticas a Jorge relembraram o Azulão vice- campeão do estadual e o clube alagoano de melhor participação na Copa do Nordeste, alcançados há pouco tempo.

CRB x São Paulo, primeiro confronto da segunda fase da Copa do Brasil, realizado na quarta-feira no Rei Pelé, teve placar de 2x1 para o Galo. Mas o segundo jogo, em São Paulo, só terá data decidida até 14 de maio. O clássico no Trapichão foi bem jogado, em especial o CRB. A CBF joga com a previsão dos jogos do Brasileiro, das decisões estaduais e a Copa do Mundo.

“Árbitro de futebol não tem que exagerar no uso do cartão amarelo (advertência). O jogador é quem deve saber se comportar no campo como profissional. O amarelo até pode ser educativo, mas pela insistência da aplicação não funciona.” Esse comentário de Arnaldo César Coelho (Globo) foi no Flamengo x Vasco pelo título do campeonato carioca.

Recordações

Mais figa no futuro Ainda de dentro da galera azulina o entendimento pelas conversas é de voto de confiança numa volta por cima em 2014. Observa, a maioria, que o clube vive uma crise financeira, mas não é caso isolado. “Que os erros de hoje sirvam de lição para acertos no futuro, isso já a em 2015”. Analisam o desastre do momento como lição a ser aprendida.

Como “contra fatos não existem argumentos,” Lumário Rodrigues se posiciona na presidência do CSA com a franqueza de quem conhece a dor de cabeça que terá pela frente. Palavras dele: “É uma situação nova no Mutange. Deve, por isso, haver um planejamento que comece do nada.”

Estadual Coruripe recebe em casa, neste fim de semana o CRB para o primeiro jogo da decisão do Campeonato Alagoano e a torcida é só otimismo. O Hulk, no paralelo a esta final, vai estar em jogos nacionais na temporada de2015. Já na Pajuçara o ambiente é de otimismo. O Galo transpondo esta reta final, uma melhor de três pontos comemora o tri-campeonato.

FRASES “A equipe está preparada. Tem evoluído bastante”

Denilson (CRB) sobre as chances do tri-campeonato.

“Ainda estou pegando ritmo”

Ronaldo (Atlético-MG), de volta aos treinos

“Não vejo no Brasil ninguém acima da média melhor do que eu” Ganso, sobre o seu momento no São Paulo


24 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL DE 2014 SERVIÇO

Veja 10 dicas para manter a bateria do seu celular

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ons tempos aqueles que a gente só precisava carregar o celular uma vez por semana. Hoje, conectar o aparelho a uma tomada ou computador virou rotina diária dos usuários. Para evitar que as pessoas fiquem sem bateria nas horas mais inconvenientes, o blog Compare My Mobile listou 10 dicas de como economizar as preciosas “barrinhas” da bateria. Confira: 1- AJUSTE O BRILHO DA TELA Ter um celular brilhante o dia inteiro reduz drasticamente a bateria do aparelho se não tomar cuidado. Alguns smartphones têm a opção de “Brilho Automático” – o que facilita bastante –, mas se este não é o seu caso, o jeito é deixar o brilho da

inútil, pois os smartphones vêm com uma luz de LED que pisca quando tem uma notificação, o que economiza bateria. 8- MANTER EM LOCAL FRESCO Não, não estamos falando de comida. Mas os smartphones também precisam ser mantidos em locais frescos. Tudo isso porque as atuais baterias de lítio são mais sensíveis ao calor do que as de níquel, que eram utilizadas antigamente.

tela no mínimo possível e alterar quando for necessário. 2- VEJA O QUE ESTÁ CONSUMINDO BATERIA Basta dar uma olhada em o que está consumindo a bateria do celular e você irá se surpreender. No smartphones com sistema operacional Android, basta acessar a parte de Bateria em Configurações para verificar e desativar quais aplicativos e widgets estão gastando bateria. Já no iPhone não é possível ter acesso a essas informações.

4- APLICATIVOS DE FUNDO Quando você sai de um aplicativo, ele normalmente continua funcionando. Para evitar que a ferramenta leve embora toda a bateria, o ideal é desligar completamente o app.

3- DESLIGUE O WI-FI E O BLUETOOTH QUANDO NÃO ESTIVER USANDO Se você usa muito o WiFi e o Bluetooth, com certeza seu smartphone deve estar com a bateria por um fio. Por isso, o ideal é desligar essas funções e ativar somente quando necessário.

5- REDUZIR O TEMPO DE ESPERA DA TELA O dispositivo permite que o usuário escolha quanto tempo quer que o smartphone fique ligado até entrar em modo de descanso. Pois bem, se o objetivo é economizar bateria, então quanto menos tempo for necessário para

desligar o celular melhor. 6- DESATIVE AS NOTIFICAÇÕES DESNECESSÁRIAS A vantagem de ter um smartphone é poder ser avisado sobre tudo que está acontecendo. No entanto, você precisa saber sobre a rodada do futebol ou ver todos os e-mails que te mandam? Procure manter as notificações somente de coisas realmente importantes. 7- NÃO COLOQUE O SEU CELULAR P ARA VIBRAR Hoje em dia o modo vibrar do celular é um pouco

9- NÃO TENHA MEDO DE CARREGAR O CELULAR O velho mito diz que, a longo prazo, a bateria de celular fica “viciada” de tanto ser carregada. Mas, os aparelhos se modernizaram e a bateria também. Por isso, pode carregar o aparelho quando quiser. 10- BATERIA EXTRA Existem dispositivos que prometem carregar o smartphone a qualquer momento e até duplicar a vida útil da bateria. O smartphone vai ficar um pouco mais volumoso, porque normalmente esses dispositivos são capinhas para celular, mas é melhor do que andar com um celular descarregado e sem utilidade.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Instituto do Meio Ambiente

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o dia 16, diretores do Instituto do Meio Ambiente (IMA) receberam membros do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O encontro faz parte da agenda programada pelo Movimento durante o mês de abril, chamado de Abril Vermelho, quando eles realizam uma série de manifestações e discussões políticas sobre a situação do movimento no estado e no Brasil. Durante a reunião, os militantes solicitaram análise da situação de licenças ambientais de alguns assentamentos localizados nas cidades de Atalaia e Joaquim Gomes. O grupo requisitou ainda uma visita de representantes do IMA aos assentamentos para vistoriar as áreas que ficam próximas aos locais. Os representantes denunciaram que em alguns deles crimes ambientais, como queimadas e desmatamento, estão sendo praticados, inclusive em Áreas de Preservação Permanente.

Hotel de luxo Camas confortáveis com lençóis macios, música ambiente, massagem relaxante com produtos à base de lavanda, menu gourmet, serviço de motorista. Mimos como esses, disponíveis em hotéis de luxo pelo mundo, agora estão sendo oferecidos também para um novo tipo de hóspede: os gatos. É essa a proposta do Meadow Cat Hotel, um novo “hotel-boutique para gatos” inaugurado na região de Cornwall, na Inglaterra.

Paleontólogos descobriram o mais antigo ancestral dos herbívoros terrestres, com 300 milhões de anos. O espécime ajuda a esclarecer o aparecimento dessa forma de alimentação no mundo animal, determinante para a evolução do ecossistema terrestre atual.O fóssil parcial deste animal, denominado Eocasea martini, que tinha menos de 20 centímetros de comprimento, representa “o primeiro vínculo entre os carnívoros e os herbívoros”.

Corte ilegal de árvores A política do governo do Peru para proteger as florestas do corte ilegal de madeira há 14 anos provocou, de forma indireta, um saque de recursos em larga escala, de acordo com estudo publicado na revista “Scientific Reports”. Os pesquisadores do Centro de Direito Ambiental Internacional em Washington asseguram que o corte ilegal é uma “praga” na bacia do Rio Amazonas, paraíso da biodiversidade e de espécies de madeiras preciosas como o mogno e o cedro.

’Carona’ a salmões A seca recorde que atinge o estado norte-americano da Califórnia tem forçado as cidades a racionar água e os agricultores a vender o gado.Mas também ameaça milhões de salmões que vivem na região, que não encontram fluxos suficientes de água nos rios para seguir o caminho rumo ao Oceano Pacífico. Por isso, pescadores e governo estão “dando carona” a 100 mil peixes desta espécie com a ajuda de barcos e caminhões equipados com tanques de água.

Antigo ancestral

Inseto fêmea Cientistas japoneses afirmam ter descoberto no Brasil um inseto fêmea com pênis. Esta é a primeira vez que especialistas identificaram um animal do sexo feminino que também carrega o órgão masculino.Já os machos possuem aberturas parecidas com vaginas e são penetrados pela fêmea, que suga esperma e alimento (fluidos seminais nutritivos).O acasalamento dura de 40 a 70 horas, relatam os pesquisadores na revista “Current Biology”.

Fósseis vivos’ Os tubarões modernos não são “fósseis vivos”, réplicas de seus ancestrais pré-históricos, tendo evoluído significativamente ao longo de milhões de anos para desenvolver seu desenho característico, revelou no dia 16 um estudo que contesta uma hipótese até hoje considerada um consenso.O recém-descoberto fóssil do crânio de um ancestral comum a todos os vertebrados com mandíbula, semelhante ao tubarão, reforça a evidência de que um esqueleto ósseo, e não cartilaginoso, era o protótipo.

Degolados O Centro de Reprodução e Resgate do Pinguim de Humboldt do Peru denunciou na segunda-feira (21) a morte de cinco aves, que foram degoladas e tinham perfurações no pescoço, na praia de Media Luna do distrito de Puerto Eten, na região de Lambayeque, no norte do país.O responsável pelo centro de resgate, Guillermo Baigorria, declarou ao “Canal N” que um dos pinguins mortos estava no ninho e acrescentou que “quem fez isto tem um afã subalterno (ordenado por terceiros)”. “Não consigo pensar outra coisa”, continuou.


26 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL 2014

S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Belo Antônio!

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É obrigatório em Brasília, desde 28 de março, motorista de ônibus parar fora do ponto após as 22 horas para mulher desembarcar. Proposta da portaria é “dar maior segurança a elas em horário de movimento mais fraco nas ruas”. Motorista desobediente é multado. Entre as maceioenses a ideia é ótima para a cidade.

Gasoduto A construção do gasoduto entre Penedo-Arapiraca e a duplicação da rodovia no trecho Pilar/ Marechal Deodoro, orçados em R$ 52 milhões, já conta com R$ 40,8 milhões de um financiamento aprovado pelo Banco do Nordeste. Os R$ 11 milhões restantes para as obras vão ser investimentos do Estado.

Gás natural O Estado já disponibiliza recursos para sequenciar a interiorização do gás natural. Do orçamento na ordem de R$ 52 milhões, R$ 40,8 serão financiados pelo Banco do Nordeste, inclusive de proposta já aprovada, e R$ 11 milhões são de recursos próprios da Algás. O contrato também já está assinado.

Discórdia

Imundície Rui Palmeira (PSDB) tem aprovação pelas obras voltadas para minimizar pro-blemas em Maceió. Mas na limpeza pública persiste nas áreas nobres o hábito de moradores jogarem lixo doméstico na rua. Da ignorância consta até atirar entulhos domésticos pela janela de veículo em movimento.

Assédio

De caminhoneiro: “No Amazonas índio não quer mais apito. Ele quer dinheiro e para consegui-lo tenta cobrar de motorista branco pedágio em valores de extorsão.” Frase tem a ver com episódios recentes na região, denunciados pela imprensa, ocorridos na época das chuvas.

“A educação em Alagoas parou no tempo”. O comentário de professores tem como sustentação ausência de projetos necessitados para o setor em todos os sentidos, em especial propostas de escolas de nível médio profissionalizantes. Nas cidades do interior, em especial.

Aposentados da Câmara Municipal de Maceió estão confiantes de no fim deste mês o contra-cheque ser liberado com o reajuste retroativo a janeiro, conforme constou do projeto aprovado pelos vereadores e sancionado pelo prefeito Rui Palmeira. A dúvida é se será respeitado o efeito retroativo à janeiro.

Mais segurança

De caminhoneiro

Como o uso da força não elimina o mercado das drogas por que não liberar o comércio? O questionamento tem merecido discussões devido os custos de campanhas educativas, estatísticas de policiais mortos e uma repressão sem resultado positivo. É apenas mais uma torneira por onde escorre impostos pagos com sacrifício pelo cidadão.

Educação

á estão chamando o mais novo empreendimento comercial de Maceió de Belo Antônio: é grande bonito e inútil. Porém, acrescente-se o fato de que tem causado prejuízos aos usuários de seu estacionamento. É que os mal acabados protetores de alvenaria de seus postes têm rasgado constantemente os pneus dos automóveis ali estacionados. Pior, sem que haja indenizações aos prejudicados.

“Assédio Sexual no ônibus é crime.” Frase compõe campanha lançada recente também no Distrito Federal. É proposta para conscientizar a sociedade e encorajar mulheres usuárias dos coletivos e vítimas de abuso a denunciarem agressores.

Ponto de vista

Quem responde? Pelo silêncio, a decisão que coloca Eduardo Tavares como candidato do PSDB à sucessão no governo de Alagoas recebeu unanimidade dos tucanos e de partidos aliados. Agora expectativa é adivinhar de qual partido sairá o vice. Será do DEM de Thomas Nonô?

Da tensão Qual o destino a ser tomado por Luís Otávio Gomes? Planeja tentar mandato para o Legislativo federal, estadual, ser vice da chapa tucana, se limita ao apoio de bastidores ou retorna em tempo integral aos afazeres da área empresarial?

E o vice? O calendário avança e muito pouco é comentado sobre os passos propostos pelos partidos às eleições majortárias. É questão silenciosa principalmente na Assembleia Legislativa, quesito reeleição. Alguns avalisam candidatura a Câmara Federal.

“Tudo é possível” Frase solta recente na mídia pelo presidente do diretório estadual do PSDB, Pedro Vilela, que se encaixa bem no suspense dos preparativos tucano para às eleições de outubro. Momento à “flor da pele” é natural diante do tempo correndo para tomada de posições.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Pote de ouro

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atual momento de vendas fracas no mercado brasileiro, que pode se estender de 2014 para 2015, não representa o melhor pano de fundo para o grande investimento feito pela Nissan em Resende (RJ). Afinal, não é todo dia que se despendem R$ 2,6 bilhões para produção de 200.000 carros e 200.000 motores por ano. Mas segundo o presidente mundial da aliança Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, o grupo considera esse movimento estratégico. “Não investimos pensando nos próximos seis meses e sim nos próximos dez anos. Precisamos dessa fábrica para crescer junto com o mercado. O Brasil, hoje, é o quarto maior do mundo em termos de vendas internas de veículos, porém mal chega a uma taxa de motorização 200 habitantes por 1.000 veículos. O potencial, no entanto, é muito maior. Por que não 400 habitantes por

RODA VIVA 1.000 veículos ou algo próximo, hoje, a Portugal?”, assinalou. O executivo também considera que a participação da Nissan no País de apenas 2%, atualmente, se deu por uma série de fatores e o principal agora está equacionado. Prevê avançar pelo menos um ponto percentual por ano e chegar aos 5% em 2016. Admitiu que precise de pelo menos mais dois modelos, além do novo March, neste momento, do sedã derivado Versa, dentro de seis meses, e dos produtos de São José dos Pinhais (PR), México (inclusive o antigo March) e EUA. Atual arquitetura compacta V comporta um SUV, cujo esboço surgiu no Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro de 2012. É candidato natural para a nova fábrica. O monovolume compacto Note seria outra opção, embora já seja produzido no México e a

integração dos dois mercados continuará. Há um ano Ghosn disse que a produção de algum produto da nova submarca Datsun, de produtos de baixo custo, dependeria de uma consolidação prévia da Nissan no mercado brasileiro. Mas, sua resposta agora à mesma pergunta feita antes pela coluna foi menos evasiva, na linha de “uma coisa de cada vez”, ainda para manter o ar de mistério. Capacidade alta de produção de motores também indica que o fornecimento das unidades de 1 litro/4 cilindros feitas pela Renault no Paraná, pode ser trocado por motores de origem da própria Nissan. Essa cilindrada tende a voltar a subir de participação no mercado brasileiro (hoje, 40%) em curto prazo. E os tricilíndricos parecem que vão dominar o cenário, abrindo essa oportunidade em instalações modernas de Resende. Naturalmente, o execu-

tivo em alguns momentos se mostrou de certa forma decepcionado por este período de mercado nacional “acomodado” – para usar de polidez. Mas os planos de expansão do grupo estão mantidos e, no dia seguinte, anunciou novo ciclo de investimentos de R$ 500 milhões para a marca Renault. Confirmou que serão dois produtos novos, sem antecipar os escolhidos. No entanto, consideram-se certos a versão picape do Duster e o SUV compacto Captur derivado do atual Clio IV europeu (da Argentina vem o Clio II). Uma coisa se tem como certa: pote de ouro é mesmo o segmento que inclui EcoSport, Duster, Tracker e, no futuro próximo, Peugeot 2008, Taigun, GLA, X1, Captur, HR-V, Renegade (mais o Fiat correspondente) e derivados do HB20 e até do Etios, sem falar dos chineses. Para todos os gostos e bolsos.

pitstop Marcas pequenas são as que mais crescem na Europa

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um mercado estagnado, qualquer crescimento de vendas deve ser comemorado. A Europa fechou 2013 com uma queda de 1,8% em relação a 2012 mas muitas marcas de menor volume de vendas tiveram crescimento bem acima da média. As cinco que mais cresceram são consideradas “pequenas”, com menos de 40 mil carros vendidos em 2013

A Dácia foi a que mais cresceu, teve um aumento de 29,6%, saltando de 266 mil para 344,7 mil unidades. Mazda e Seat também tiveram crescimento de dois dígitos: a japonesa aumentou as vendas de 171,4 mil para 194,1 mil no ano passado (+13,3%), enquanto a Seat cresceu 13%, passando de 269,3 mil para 304,4 mil. A Land Rover, com aumento de 7,5% nas vendas, e a Mitsubishi, com 6,4%, completam a lista das cinco marcas que mais cresceram

na Europa em 2013, todas elas consideradas “pequenas” diante do volume negociado no Continente. Das marcas com volume de vendas acima de um milhão de unidades por ano, destaque para a Renault, a única que cresceu (+1,5%) no ano passado. A marca francesa vendeu 1.297.905 unidades em 2013, contra 1.279.230 em 2012. Outra “grande”, a Opel, teve queda de vendas, mas aumentou a participação, uma vez que caiu menos (-1,0%) do que

a média do mercado (-1,8%). A Opel vendeu 1.010.739 unidades, contra 1.020.603 em 2012. Líder de vendas na Europa, a Volkswagen deixou o patamar de dois milhões de unidades, caindo de 2.031.501 para 1.983.726 em 2013, o que foi o suficiente para manter a marca na liderança de vendas. A outra marca que vende acima de um milhão de unidades, a Ford, perdeu 3,5%, caindo de 1.305.130 para 1.259.806 unidades.

MODELO alemão de enfrentamento de crises de demanda temporárias tem alguma chance de emplacar agora no Brasil. Para não desempregar mão de obra especializada, governo, empresas e sindicatos estudam suspensão do contrato de trabalho em alternativa às demissões. Parte dos salários seria pago pelo segurodesemprego. Falta avançar nas negociações. VOLKSWAGEN achou o caminho das pedras para produzir, na China, um carro de entrada mais barato (equivalente a R$ 25.000 aqui). Solução é a mesma aplicada pela Renault na sua subsidiária romena Dacia: partir de uma arquitetura fora de linha, de duas ou três gerações anteriores, e criar nova carroceria. Como o dito popular, “o que os olhos não veem, o coração não sente”. APENAS no final de 2014 a JAC terá disponível o seu novo T6, SUV de porte médio, que está à venda na China há um ano. Surpreende pelos bons materiais de acabamento e a vedação dupla de portas (no entanto, pesadas para manusear). Motor de 2 litros/155 cv tem ótima resposta em baixas rotações; engates do câmbio manual poderiam ser melhores. FORD E TOYOTA trombetearam, na mesma semana, que Focus e Corolla, respectivamente, foram os modelos mais vendidos no mundo em 2013. Fontes diferentes, as consultorias Polk e Focus2Move, somam todas as versões de igual nome-modelo (hatch e sedãs). Já que é assim, Golf e sedãs derivados Jetta, Sagitar, Bora e Lavida passam de longe os dois citados. COM admissão da Maserati, este ano, o exclusivo clube de 18 marcas centenárias ainda em produção aumentou. Em ordem alfabética: Alfa Romeo, Aston Martin, Audi, Bugatti, Buick, Cadillac, Chevrolet, Fiat, Ford, Lancia, Maserati, Mercedes-Benz, Opel, Peugeot, Renault, Rolls-Royce, Skoda e Vauxhall. Próximo da fila a Dodge, em 2015.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 30 DE ABRIL DE 2014 CRÔNICA

Uma Copa sem escândalos e sem quadrilhas! JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

jalm22@ig.com.br

V

ocês me perdoem por eu falar sobre mim mesmo, pois, estou aproveitando o tema “futebol”, para dizer que já joguei com amigos que, como eu, gostavam das “peladinhas”, acontecidas, nas ruas, nas praças, nos recreios, nas praias e, até, em campo gramado. Como vocês sabem, são poucas as pessoas do sexo masculino que ainda não jogaram futebol, como crianças, ou ora como jovens e adultos. Eu mesmo, como esquerdo que sou, por escrever com a mão esquerda e chutar com o pé esquerdo, já joguei no juvenil do “Deodoro”, composto de moradores em torno da Praça Deodoro. Fui levado pelo meu amigo e Co-

lega de Pensão, o Ex-Presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Desembargador Fernando “Tourinho”, recentemente falecido. Num jogo em Recife, contra o Banco do Brasil, fui escalado pelo Técnico Dudu, tendo como Goleiro, o Dr. Pelópidas Argolo e, na defesa, o próprio Dr. Fernando “Tourinho” e o Dr. João Boleado. Passei alguns meses jogando, mas, como eu não era dos melhores, fui “barrado” pelo meu amigo, Dr. Vicente Montenegro e logo depois pelo “Goiabinha”, nosso amigo do Banco do Brasil. Lembro-me do companheiro, “Ceguinho” irmão do Dida, jogador do Flamengo e da Seleção Brasileira, e, do Bá, como os melhores do time. Tempo bom ! Hoje, nossas pernas já não nos deixam correr, já não nos deixam driblar ou dar meus chutes como ponta-esquerda. Já não nos querem mais e, com razão. Quá, quá, quá........ O Brasil perdeu uma Copa do

Mundo, para o Uruguai, em pleno Maracanã, em 1950. Em 1958, fomos Campeões do Mundo, na Suécia e de lá pra cá, já se passaram 14 Copas do Mundo, e o Brasil já conseguiu 5 títulos, com nossas vitórias. Agora, estamos com a Copa do Mundo sendo disputada nos nossos estádios, durante os dois próximos meses, de junho e julho. Agora, inventaram de chamar nossos “estádios” de “arena”, como se isso viesse nos dar sorte. Quiseram imitar o Coliseu, onde os cristãos eram sacrificados pelos Gladiadores dos Césares, na época do Império Romano, hoje transformado, apenas, em História. Claro que eu iria vibrar com a vitória do Brasil, mas, estou com medo do que poderá acontecer, nas nossas ruas e nos nossos estádios. O Brasil está em pé de guerra, contra traficantes, contra os ladrões do dinheiro público e com os valores gastos com as obras dos estádios, superfaturadas. Seria muito bom, se

estivéssemos com menos violências e com menos escândalos, para que pudéssemos suspirar um pouco de paz, nas ruas, nas estradas e nos estádios, apelidados de “arenas”. Tomara que os nossos jogadores não pensem, apenas, em dinheiro e sim no nosso Brasil. Tomara, também, que o Brasil ganhe esta Copa, para que possamos ficar felizes, pelo menos com a vitória, já que não seremos felizes, sabendo que estão acabando com o dinheiro da Merenda Escolar, dos Hospitais, das Escolas, nas nossas Rodovias e da nossa Petrobrás. Tomara que o Brasil ganhe esta Copa do Mundo, para que possamos, nestas e em outras Copas, sermos detentores de uma Copa sem Escândalos e sem Quadrilhas. Em tempo- Agradeço ao amigo, José Francisco Ferreira da Costa. excelente garçom da Casa da Pizza, pelo incentivo que me dá, ao ler meus artigos.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Queda de braço

N

ão é nada saudável o clima na Câmara Municipal de Arapiraca. Seis vereadores não andam nada satisfeitos com a prefeita Célia Rocha e com a atual presidente da Casa, Gilvânia Barros. Ainda não se sabe o motivo da “rebeldia”, mas nos bastidores os seis já articulam nomes para eleição da nova mesa diretora, com a vereadora Aurélia na presidência.

Importante aliada A prefeita Célia Rocha já reagiu e promete trabalhar pela reeleição de Gilvânia que tem sido uma importante aliada. De acordo com uma fonte segura, os vereadores rebeldes são: professora Graça, Aurélia Fernandes, Moisés Machado, Fabiano Leão, Roninho e Edvânio do Zé Baixinho.

Bairrismo

Secretários

Arapiraca define uma eleição e o governador Téo sabe perfeitamente disso. Não há dúvida que existe um certo bairrismo na Terra de Manoel André. A situação seria bem diferente se o ex-secretário de Articulação Política de Alagoas, Rogério Teófilo, encabeçasse a chapa governista e Tavares fosse o candidato a vicegovernador. Aí sim, teria amplas condições de bater de frente em Arapiraca com candidatos como Renan Calheiros e Biu de Lira.

Compareceram a reunião, os secretários municipais de Indústria, Comércio e Serviços (Semics), Myrka Lúcio, e de Governo, José Lopes; Maciel Mendonça do Departamento de Estradas e Rodagens de Alagoas (DER/AL), o representante do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Carlos Eduardo Trindade, membros do secretariado municipal e industriários locais.

Pode mudar Mas como se tratando de política até boi voa, tudo pode mudar. E, certamente Téo é um político experiente e não vai querer perder as eleições e “pendurar as chuteiras”.

Aposentadoria

Nos bastidores da Câmara, a conversa é de que para aplacar os ânimos, houve uma conversa ao pé da orelha que deixaram alguns vereadores sorridentes, fato que pode implodir o Grupo dos Seis.

Sem dúvida, já fez muito por Alagoas e tem muito a fazer. Mas precisa fazer o seu sucessor ou do contrário se contentar, a exemplo do ex-governador Guilherme Palmeira com um cargo vitalício no Governo Federal . O que é uma boa aposentadoria.

Eleições 2014

Revitalização

Sorridentes

Mesmo contando com o apoio de Rogério Teófilo, o pré-candidato ao Governo do Estado da situação, Eduardo Tavares, terá muita dificuldade para conquistar o voto dos eleitores arapiraquenses. Profissional sério e de conduta ética inquestionável, Tavares terá pouco tempo para mostrar o que pode fazer pela cidade mais importante do interior e que possui o segundo maior contingente eleitoral de Alagoas.

Na última quarta-feira (16), no auditório da distribuidora Asa Branca, aconteceu a primeira reunião do projeto de revitalização e do plano de ação destinado ao Distrito Industrial Prefeito João Lúcio da Silva, localizado na Rodovia AL-115, no bairro Boa Vista.

Ação integrada Garantindo a melhoria e engrandecimento visual do polo industrial arapiraquense, ficou estipulado pela Prefeitura de Arapiraca e pela Associação das Empresas do Distrito Industrial de Arapiraca (Adedia), uma ação integrada e itinerante para garantir melhores condições funcionais nas imediações.

Propostas Dentre as propostas apresentadas pela secretária Myrka Lúcio, ficaram determinadas as seguintes atividades: trabalhos de jardinagem, capinação e iluminação, oferecidos pela Secretaria Municipal de Limpeza e Iluminação Pública (Selip) – serviços os quais já estão acontecendo -, sinalização externa e interna por parte da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e pelo DER/AL, placas de identificação da localidade e ações de sustentabilidade pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento (Semasa).

Fortalecimento “Trabalhando juntos poderemos dar uma nova roupagem ao Distrito Industrial de Arapiraca. São ações conjuntas entre a Prefeitura de Arapiraca, DER, Senai e Adedia, que com certeza continuará acontecendo para o fortalecimento da indústria no município”, garantiu a secretária.

PELO INTERIOR ... A Secretaria Municipal de Saúde de Pão de Açúcar realizou na quinta-feira (24), na Unidade Municipal de Ensino Bráulio Cavalcante, localizada na sede do município, uma Campanha de Aferição de Pressão Arterial e Antropometria, sendo esta última um conjunto de técnicas para medir o corpo. ... Segundo a secretária Normanda Santiago, o objetivo da campanha é constatar ou não alterações de pressão arterial nos alunos da referida escola, já que a diretoria informou que, rotineiramente, ocorrem picos hipertensivos nestes alunos, os quais sempre são encami-nhados à Unidade de Emergência local. ... A campanha será realizada através de um mutirão envolvendo as equipes de Saúde da Família na Escola, Atenção Básica e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Os profissionais envolvidos realizarão avaliações no público-alvo e tomarão os devidos cuidados em relação aos que apresentarem alterações nos valores numéricos. ... Segundo o Censo Escolar, a Unidade Municipal de Ensino Bráulio Cavalcante tem 701 alunos matriculados, 53 professores, 05 merendeiras, 03 vigilantes e 05 auxiliares de serviços gerais. ... Estarão participando desta ação os seguintes profissionais: 09 médicos, 09 enfermeiros, 09 técnicos de enfermagem, 02 assistentes sociais, 01 fonoaudiólogo, 01 terapeuta ocupacional, 01 nutricionista, 02 psicólogos, 10 agentes comunitários de saúde, 02 educadores físicos, 03 coordenadores, professores, diretores e coordenadores da referida escola. ... A Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretária Municipal de Saúde, inicia a partir de amanhã (23) a campanha nacional de vacinação contra a gripe. ... De acordo com a coordenadora municipal do Programa Nacional de Imunização (PNI), Adriana Duarte, a campanha nacional teve inicio nesta terça (22), mas em função do feriado prolongado Arapiraca, só recebeu as doses da vacina na manhã de hoje. ... “Durante todo o dia montamos uma força-tarefa para fazer a distribuição das vacinas em todas as unidades de saúde da área urbana, inclusive em algumas das unidades, a vacinação já está sendo iniciada na tarde desta terça “ afirmou Adriana. ... Um excelente fim de semana para todos, com muita paz e saúde. Até a próxima edição. Fui!!!!!!


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Mais desculpas

Controle seus impulsos

M

uitas pessoas são acometidas pelo impulso incontrolável de comprar. Adquirem vários produtos, geralmente inúteis, independentemente de terem ou não dinheiro suficiente para esses gastos. Isso, nada mais é do que compulsão ao consumo, afeta o equilíbrio financeiro não apenas da própria pessoa, mas também daqueles com quem convive. Nesses casos, pode se considerar um problema que requer a ajuda de um psicoterapeuta, já que que tem esse sintoma, e não consegue dominá-lo, dificilmente conseguirá mudar de hábito. Quando alguém age dominado por esse tipo de impulso, comprar não é sinônimo de prestígio e demonstração de poder. É uma maneira de afastar de si sensações e sentimentos ruins, que nem sabe definir muito bem. Entretanto, o alívio obtido fazendo compras é passageiro. Funciona como uma droga, que precisa ser utilizada para proporcionar sensações momentâneas de prazer - e o ato de comprar, normalmente, tem mais valor do que o objeto adquirido.

O perfil Quem compra compulsivamente, constuma estourar o limite do cheque especial e do cartão de crédito em compras supérfluas, mesmo quando já tem dívidas; corre para comprar alguma coisa quando se sente desanimada ou cansada, justificando-se com um “eu mereço” ou “desde a semana passada não olho para uma vitrine”. E mais: compra vários presentes, sem saber para quem vai dar; adquire mercadorias só porque estão em liquidação, mas não precisa ou nem usa nada parecido com o que comprou.

A pessoa compulsiva costuma mentir para os outros (principalmente para o cônjuge) sobre o valor real de seus gastos, assim como faz verdadeiros malabarismos com as contas paa acomodar os gastos ou, então, contrai dívidas desnecessárias. E ainda: enquanto não efetiva a compra, seja de que produto for, sente-se ansiosa e irritada. No ato da compra, experimente um grande prazer. Depois, não são raras as vezes em que se condena como se tivesse cometido um ato proibido.

O que fazer Se você se identifica com várias dessas situações descritas acima, está na hora de rever suas necessidades e valores para não se tornar dependente do ato de comprar - a compulsão, como já dito, é como droga. Mas se já se reconhece na maioria das situações, provavelmente precisará de ajuda profissional para cuidar desse problema.

Dicas Veja algumas dicas importantes para evitar tudo isso: a) - Evite passear em shoppings ou locais com grande concentração de lojas. Tente ficar longe, inclusive de sites de compras pela Internet e dos canais dedicados a vendas; b) - Pense, de forma objetiva, na utilidade de todos os presentes que costuma dar. Provavelmente eles não fazem muita diferença para as pessoas que os recebem, mas no fim do mês, inevitavelmente pesarão no seu bolso; c) - Reduza o número de cartões de crédito. Certamente um cartão é mais do que sufiiente para a possibilidade de gasto de qualquer pessoa. Se conseguir, quebre-os e cancele-os junto à aministradora (do contrário continuará pagando anuidade); d) Ao sair para as compras (as essenciais), faça uma lista e atente ao que realmente precisa (avalie cada ítem para não criar falsas necessidades). Assim você se defende dos estímulos permanentes em supermercados, lojas ou qualquer estabelecimento comercial.


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CULTURA

Cia. de Teatro apresenta em Maceió o espetáculo ‘Causos de Brasêro’ Destaque no Festival de Teatro de Curitiba, a peça será apresentada dia 30 no Teatro de Arena Sérgio Cardoso.

C

om participação especial da cantora revelação da música alagoana Andréa Laís e do instrumentista e arranjador Tony Augusto, Companhia de Teatro Mineira traz à capital alagoana espetáculo destaque no Festival de Teatro de Curitiba - Fringe 2014. Em Minas Gerais, a arte de narrar histórias - algumas verdadeiras e muitas temperadas com elementos fantasiosos - é uma das características marcantes daquilo que convencionou-se chamar de “mineiridade”. Que o diga Riobaldo Tatarana. Em O Grande Sertão Veredas, João Guimarães Rosa estrutura a narrativa de seu épico romance, com base nos causos proseados por seu célebre personagem. Na cidade de Ouro Preto, região central de Minas, a Estandarte Cia. de Teatro desempenha uma extensa pesquisa acerca do rico universo da cultura oral brasileira e da coleta de histórias relatadas por personagens anônimos, ilustres figuras do interior de Minas Gerais. Como resultado desta investigação, a Estandarte idealizou o espetáculo Causos de Brasêro. Contemplado pela Funarte com o Prêmio Mais Cultura do Edital de Microprojetos da Bacia do Rio São Francisco o espetáculo chega a Maceió, em apresentação única, no próximo dia 30, às 19h30, no Teatro de Arena Sér-

Causos de Brasêro é um espetáculo cênico-musical onde os mais belos e divertidos causos são contados por um típico mineiro

‘Causos”’ tem a participação musical de Tony Augusto e Andréa Laís

gio Cardoso. Ingressos a R$20 inteira e R$10 meia-entrada (mediante apresentação de documento comprobatório). Causos de Brasêro é um espetáculo cênico-musical onde os mais belos e divertidos causos são contados por um típico mineiro, orgulhoso de ser nascido e criado entre as montanhas. O ator e diretor Marcelino Ramos, intérprete do personagem central da peça, brinca que todo o brasileiro adora ouvir e contar causos, mas os mineiros, em exceção à regra, são viciados. “Experimentar a vida, tendo a memória como fio condutor, é onde se encontra a essência de Causos de Brasêro”, diz Marcelino. Permeado por músicas pertencentes ao cancioneiro popular brasileiro, o espetáculo traz ainda a participação es-

pecial de Andréa Laís, cantora revelação da música alagoana e do instrumentista e arranjador pernambucano, radicado em Alagoas, Tony Augusto. Em Causos de Brasêro, cordéis e histórias de amor como O Matuto Juvenal, Paixão de Toda a Vida, outras épicas e fantásticas como O Causo da Mula Sem Cabeça, O Cavalo e a Cerveja, Conceição de Dico Ramos, misturam-se a histórias que comprovam a esperteza do homem mineiro diante das adversidades como no Causo do Pão de Queijo. Nascido na pequena cidade de São Miguel do Anta, zona da mata mineira, Marcelino recorda que em um passado recente, nos frios invernos de julho, as pessoas se reuniam à beira de uma fogueira para se esquen-

tarem no brasêro e festejarem a vida, contando histórias de assombração, de valentia e de beleza, tudo na base da viola e claro, abastecidas por uma boa cachaça. “É este universo, este momento excepcional, cada vez mais raro nos dias de hoje, que os causos revivem. O ambiente do espetáculo é caracterizado pela simplicidade e espontaneidade, que nos transporta, novamente, para beirada daquelas fogueiras, trazendo de volta os mesmos sorrisos e alegrias de outrora”, comenta. CIA ESTANDARTE Atuando desde 2005, foi criada pelos atores Didito Camillo, Gustavo Pacheco e Marcelino Ramos. Tem como fonte de inspiração e pesquisa as manifestações artísticas de rua como o teatro mambembe, a música e as formas populares de comunicação e expressão. Vem se apresentando e pro-

duzindo eventos e espetáculos por todo o Brasil a exemplo de O Pescador Mentiroso, Causos de Brasêro, O Causo de Geraldo, Futebol de Perna de Pau e o show Jarcubas e Mocotós. Foi agraciada por diversas vezes com o Prêmio Funarte de Cultura. FICHA TÉCNICA Direção, Concepção e Atuação Marcelino Ramos. Elenco: Marcelino Ramos, Andréa Laís e Tony Augusto. Musica: Andréa Laís e Tony Augusto. SERVIÇO Espetáculo: Causos de Brasêro Local: Teatro de Arena Sérgio Cardoso Dia: 30 de Abril Horário: 19h30 Ingressos: R$ 20 Inteira – R$10 Meia (mediante apresentação de documento comprobatório)


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