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MACEIÓ - ALAGOAS

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ANO XVI - Nº 770 - 09 A 15 DE MAIO DE 2014

LULA PASSA DE “ESTADISTA A TAGARELA IGNORANTE”

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BANCADA DA PISTOLAGEM É EXPULSA DO CHAPÃO Até Cícero Almeida foi expurgado pela oposição; medida foi imposta após pesquisas qualitativas

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SUCESSOR DE VILELA HERDARÁ DÍVIDA PÚBLICA IMPAGÁVEL DE R$ 8 BILHÕES P/6

INOCENTADO PELO STF, COLLOR RESGATA DEPOIMENTOS DA IMPRENSA EM SEU FAVOR

ZÉ DE PEDRINHO E FERNANDO LYRA COLLOR ASSUMEM PREFEITURA DE ATALAIA

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OBRAS MUNICIPAIS ABANDONADAS REVOLTAM MORADORES DE GUAXUMA

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2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE MAIO DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados

DA REDAÇÃO

Expurgo

Atalaia 1

F

O prefeito e vice-prefeito de de Atalaia, Manoel da Silva Oliveira (PTB) - o Professor Mano - e Élvio Alves Brasil (PTB), tiveram seus mandatos cassados e foram afastados pela Justiça Eleitoral, do comando do Executivo Municipal. Eles foram denunciados pela chapa de oposição na última e são acusados de cometer atos de improbidade administrativa.

orçada pelas circunstâncias dos novos tempos, a Frente de Oposição expurgou do Chapão os ex-aliados políticos João Beltrão, Cícero Ferro, Antônio Albuquerque e Chico Tenório. Pelos crimes dos quais são acusados, o currículo dos quatro mais parece folha corrida. Ao comunicar a degola, o senador Renan Calheiros justificou assim a decisão: “A Frente de Oposição fez uma depuração”. Faz sentido. Segundo Mestre Aurélio, depuração é “ação de purificar costumes para eliminar membros indignos de fazer parte de uma corporação ou grupamento”.

Bancada da pistola Enxotados da Frente de Oposição, João Beltrão, Antônio Albuquerque e Cícero Ferro (PRTB), e Chico Tenório (PMN), devem buscar abrigo nos palanques de Biu de Lira, Eduardo Tavares e Alexandre Toledo. Quem se habilita a receber os ilustres políticos?

E o Ciço? O expurgo do PRTB pelo Chapão – por tabela – pegou até o ex-prefeito Cícero Almeida, uma das lideranças mais cobiçadas pela Frente de Oposição. Ciço sentiu-se humilhado, mas ainda assim deve marchar com Renan Filho e Collor de Mello. Fazer o que? Quem não tem partido será sempre pau mandado.

Palanque do crime O expurgo da chamada “bancada do crime” deixou sem discurso os adversários do Chapão. O projeto dos governistas era rotular o candidato da oposição como “palanque do crime”, “candidato da pistolagem” e coisas do gênero. Agora terão que arranjar outro mote para fustigar os adversários.

Bom aluno Indagado sobre a expulsão do pai pelo Frente de Oposição comandada pelo seu PMDB, o ex-prefeito Marx Beltrão não perdeu a pose: “Sou homem de partido. A decisão foi coletiva e no interesse maior do Estado, não por motivação pessoal”. Aprendeu rápido o beabá da sobrevivência política.

A grande fraude O PMDB volta a disputar o governo de Alagoas 24 anos depois da maior fraude eleitoral da história, que derrotou o candidato do partido em 1990. Naquele ano, Renan Calheiros foi dormir como virtual governador, segundo o Ibope de boca de urnas, e acordou desempregado. Geraldo Bulhões, o eleito, até hoje nega a existência de fraude no pleito de 90, mas os fatos provam o contrário.

Tal pai, nem tanto... “O deputado federal Renan Filho tem brilho próprio. Herdou as melhores qualidades do pai e nenhum dos seus defeitos”. Jornalista Cláudio Humberto Rosa e Silva

(Millôr Fernandes)

LOG enrolado

Atalaia 2

O governo tucano precisa resolver logo as sérias pendências judiciais envolvendo a doação de terrenos na área B do pólo de Marechal Deodoro. A coisa é grave e ameaça levar gente graúda para a cadeia. O imbróglio criado pelo ex-supersecretário Luis Otávio Gomes, o LOG, pode custar a fuga de duas importantes indústrias que tentam se instalar em Alagoas, mas querem distância de áreas em litígios.

O motivo para a cassação dos mandatos se deu diante da denúncia sobre doação, pelo município, de bens móveis ao sindicato dos servidores públicos no ano da eleição, para construção de casas. Tal prática se configuraria como abuso de poder político e econômico, que teria capitalizado os impugnados, desequilibrando a eleição.

Voltas que o mundo dá

Atalaia 3

Nas eleições de outubro de 1990 o então deputado federal Renan Calheiros lutou muito pelo apoio do então presidente Collor para se eleger governador de Alagoas. Não deu. Hoje, 24 anos depois, é Collor quem precisa do apoio de Renan para se reeleger senador.

A Justiça Eleitoral também determinou a diplomação e posse dos impugnantes José Lopes de Albuquerque, o Zé do Pedrinho (PTB) e Fernando Lyra Affonso Collor de Mello (PSD), que foram ficaram em segundo lugar para os cargos de prefeito e vice-prefeito, com 46,941% dos votos válidos. A posse da dupla deve ocorrer nessa sexta-feira, 09/05.

Culpa das zelites Nesse quarto de século, o mundo mudou, o Brasil mudou, mas Alagoas mantém os piores indicadores, e seus líderes presos à mentalidade vigente na época dos engenhos de açúcar. Como diz aquele famoso filósofo de Caetés, é tudo culpa das zelites.

E agora, Biu?

Após anunciar aliança partidária com PSB, Biu de Lira terá de explicar a seus eleitores porque trocou Dilma por Eduardo Campos. Afinal, Biu se elegeu senador propagandeando os bilhões de reais liberados por Dilma para Alagoas.

Emprego ameaçado Sete dos 10 vereadores de Rio Largo estão ameaçados de perder o mandado por preguiça. Eles ganham R$ 8 mil por mês - mais mordomia - para trabalharem dois dias por semana, ou 45 dias por ano, mas em 2013 só compareceram a um terço das sessões, ou 15 dias no ano.

Suplentes querem vaga De olho no empregão, seis suplentes entraram na justiça com mandado de segurança pedindo liminar para serem empossados na vaga dos gazeteiros. A bola está com o juiz da comarca. A propósito, Rio Largo tem jeito?

Atalaia 4 Fernando Lyra Collor é filho de Thereza e Pedro Collor e neto do deputado federal João Lyra (PSD). Durante o pleito de 2012, o então candidato a vice-prefeito ficou em palanque aposto ao do tio, o senador Fernando Collor de Mello (PTB), que na oportunidade apoiou o candidato eleito, Manoel da Silva Oliveira (PTB).

Fim da linha Os desembargadores do TJ/AL afastaram o ex-prefeito de Major Izidoro Ítalo Amaral da vida pública por um período de oito anos.. A determinação também afeta o candidato a vice de Amaral nas ultimas eleições, Kleres Barbosa Simão. O ex-chefe do executivo foi acusado de improbidade administrativa e a condenação teve por base abuso de poder político e econômico. O reinado dos Amaral parece ter chegado ao fim no Sertão de Alagoas.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE MAIO DE 2014 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

A imprensa canguru Portugal, Cascais – Depois da ditadura militar, a imprensa brasileira ainda não encontrou identidade própria, mas alguns jornais felizmente estão procurando novos rumos. Outros sequer sobreviveram às novas tecnologias que permitem a informação em tempo real. Os jornais, antes fontes de informações atualizadas, passaram a vender noticias com um dia de atraso. Quem não se reciclou, se atualizou e se modernizou sucumbiu à crise econômica. E os que ficaram formaram-se em grupos empresariais para resistir aos governos mau humorados que culpam a mídia quando caem em desgraça. Esquecem que a imprensa não governa, fiscaliza. Portanto não pode se acumpliciar com governantes incompetentes e corruptos. Jornais, antes engajados na ditadura, mudaram de posição tão logo os militares se recolheram aos quarteis. Infelizmente é assim que funciona o mercado, é tudo businesse. Um deles, O Globo, até fez mea-culpa pelo apoio ao regime. Aliás, empresários e alguns notórios jornalistas, hoje vestais do moralismo político, contribuíram como freelances para o golpe de 1964, financiados por conspiradores militares e civis a soldo dos Estados Unidos. E assim, aos trancos e barrancos, os jornalistas e os donos de jornais saltam como cangurus e sobrevivem oscilando entre a modernidade tecnológica e as suas posições editoriais. Nos últimos anos, a imprensa fez apostas erradas. Patrocinou o Collor e depois o Lula. O primeiro derrubou tão rápido quanto criou. Essa mesma imprensa que elevou Lula à categoria de líder, agora também desmonta o mito. E o PT vai junto como o partido mais corrupto deste século. Os jornalistas que ainda defendem os petistas o fazem envergonhados e decepcionados com o lamaçal de corrupção. Mantêm-se na defesa do partido à maneira soviética antiga com radicalismo e cegueira politica. O ex-presidente Lula, antes o líder carismático, de conduta ética exemplar, vive hoje sob a critica da mídia a quem culpa de distorcer fatos e até de condenar previamente os mensaleiros que agora ele próprio renega. Quando esteve à frente da presidência cooptou os principais colunistas, levando-os para o governo. Muitos deles, carimbados depois de petistas, perderam o rumo, a identidade e a independência e hoje estão fora das redações.

Subserviência Para um governante medíocre, a imprensa só é útil quando é servil e o jornalista lambe botas. O PT orgulhava-se de ter o maior contingente de jornalistas engajados. No final da década de 1980, a Folha de S. Paulo, por exemplo, parecia mais um comitê petista do que propriamente a redação de um jornal que não acreditava em ninguém com mais de trinta anos.

Pelegos

Amadurecimento Os meninos daquela época cresceram, o Frias envelheceu e o jornal amadureceu. Assim como a Folha, outros como Globo e o Estado de S. Paulo vivem momentos de reciclagem política e de lucidez editorial. Talvez, por isso, o ex-presidente Lula não tenha mais a compreensão do Brasil de hoje e o que é conviver com a imprensa livre. Ao ser cobrado pelos desmandos petistas, ele partiu para o ataque: quer fazer uma agência de notícias, já tentou criar um conselho para calar jornalistas e mantém blogs chapas-branca com dinheiro das estatais para falar bem do governo e do seu partido. Lula, o Brasil definitivamente não é Cuba.

Avacalhação Que o Brasil não anda bem das pernas todo mundo sabe, que os petistas não representam mais o povo também é fato. O que muitos brasileiros não sabem de verdade é a imagem deteriorada que se tem do seu país aqui no exterior. Os jornais na Europa avacalham toda notícia que chega do Brasil. Guido Mantega, o ministro da Fazenda, o homem que teoricamente teria que cuidar das finanças, perdeu a credibilidade dos órgãos financeiros internacionais; a presidente Dilma é apontada como despreparada para o cargo e, agora, responsável pela péssima imagem da Petrobrás, depois das denúncias de corrupção; a entrevista do Lula à RTP em Lisboa foi um desastre; e o ultimo pronunciamento demagógico da Dilma feriu frontalmente a legislação eleitoral desmoralizando o Brasil de tal forma que ninguém aposta mais nem um tostão furado no êxito do PT nessas eleições.

Esculacho Quando se abre os sites brasileiros por aqui o que se vê é assustador. É o deputado federal, Paulinho, da Força Sindical, pedindo a prisão da Dilma, responsabilizando-a pelos desmandos na Petrobrás quando esteve à frente do Conselho de Administração; a volta de José Genoíno, o mensaleiro, para a Papuda; e o Aécio, candidato a presidente, esculachando a Dilma antes do início da campanha eleitoral. Ninguém aposta mais nada nesse governo, que derrete como gelo. Pelo menos este é o sentimento de boa parte dos brasileiros que vivem na Europa. Sentimento de frustração e indignação. A estrela do Lula, “O Cara”,segundo o Obama, antes de quinta grandeza, é cadente. De tanto falar bobagem perdeu a imagem que se formava de estadista para a de tagarela, ignorante em assuntos econômicos e política internacional.

Não seria exagero dizer que se vive no Brasil de hoje uma crise institucional semelhante a que levou Getúlio ao suicídio, quando o jornalista Carlos Lacerda não economizava palavras para denunciar os escândalos do governo. O ex-presidente Lula volta ao discurso sindicalista de trinta anos atrás para apontar a elite pelo desgoverno, como se ele não fizesse parte hoje dessa camada social, que estimulou o sistema financeiro brasileiro a ser um dos mais lucrativos do mundo. Nega peremptoriamente que seria candidato novamente a presidente, quando se sabe que incentiva petistas a fazer o coro do “Volta, Lula” para intimidar Dilma a renunciar a candidatura à reeleição e evitar a acusação de golpista.

Cancelamentos Na Europa pouco se fala do Brasil como uma das maiores potências econômicas. Fala-se muito por aqui de samba, mulheres com bunda de fora, de futebol, de corrupção e de mensalão. A um mês dos jogos da Copa do Mundo reservas de hotéis e passagens de avião estão sendo canceladas por pessoas que temem pela violência de ruas durante os jogos. Repercutiu, inclusive, a informação de que o Chico Buarque de Holanda preferiu assistir os jogos em Paris, onde tem apartamento, a se arriscar indo aos estádios.

À deriva É assim que muitos europeus veem o Brasil de hoje, um país à deriva, administrado por sindicalistas irresponsáveis, desqualificados e corruptos.Tanto na Alemanha como em Portugal, ouve-se falar pouco da Copa do Mundo, campeonato organizado pela FIFA , órgão com fama de corrupto, recheado de escândalos. Os brasileiros que circulam pela Europa evitam falar sobre política. Não querem responder a perguntas incômodas como a prisão dos ideólogos petistas e a corrupção generalizada nos órgãos do governo. Apostas Quando um sindicalista como Paulinho, da Força, sobe em um palanque no Dia do Trabalhador para pedir a prisão da presidente Dilma é porque o país perdeu o rumo e as autoridades viraram estercos, já que nesse mesmo palanque estavam o Gilberto Carvalho, secretáriogeral da presidência, e o Ministro do Trabalho, Manoel Dias, que ainda ouviram do líder sindical: “Quem tem coragem mostra a cara e quem não tem manda representantes”.É o fim. Faça suas apostas.


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE MAIO DE 2014

GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Começa a guerra eleitoral

T

odas as coligações apresentaram seus candidatos ao Governo. Começou com o PMDB de Renan Filho, o PSDB de Eduardo Tavares e o PP de Biu de Lira. Esses, com reais chances de ganhar as eleições de outubro. Mas tudo não são flores neste início de batalha, que deverá se estender até o dia 30 de junho, prazo final para as Convenções partidárias e definição de alianças e candidaturas. A partir agora, é o salve-se quem puder. Para obter espaços no Guia Eleitoral e ter tempo suficiente para apresentar projeto de governo, se defender e consequentemente atacar, os partidos lutam para ampliar as composições políticas. Nos bastidores infernizam a vida de candidatos, criam dificuldades para os diretórios regionais e utilizam de todos os meios para garantir minutos suficientes para ficar bem colocado no Guia Eleitoral. Até junho o risco de traições é grande. Propostas de toda a ordem irão aparecer e quem for mais esperto, administrará esta onda que tende a aumentar a cada dia que passa. A guerra para as eleições majoritárias de outubro já começou. Quem for podre que se quebre.

Acreditando Mesmo não sendo do ramo, o candidato do governo, Eduardo Tavares, tem transitado bem em algumas pesquisas eleitorais. Tem a seu favor sua conduta por onde passou e a habilidade de ter conseguido harmonizar o Ministério Público, que comandou durante quatro anos. O governador trabalha por ele e acredita em sua eleição, mas sabe que encontrará páreo duro pela frente.

Defenestrado Ninguém sabe até agora o que o PRTB vai fazer após o PMDB rejeitar seu apoio. Estão fora do contexto do bloco de oposição, João Beltrão, Antônio Albuquerque, Cícero Ferro e por tabela o ex-prefeito Cícero Almeida. O deputado Francisco Tenório também é expurgado da aliança.

Troco Mesmo que ninguém acredite, porque podem ter jogado para a plateia, o PRTB dar o troco nos próximos dias, fazendo alianças com outros candidatos ao governo. Muitos não esperavam a decisão do PMDB, que optou por não se aliar a candidatos com pendências na Justiça. O partido achava que o palanque ficava pesado demais.

Ele ficou O filho de João Beltrão, Marx Beltrão, como é dos quadros do PMDB, vai ficar por lá mesmo, independentemente de seu pai ter sido rejeitado pela cúpula do partido que indicou o candidato a governador.

para eleger um deputado federal.

Infidelidade Ninguém sabe se os partidos irão tomar algumas providências, mas a infidelidade partidária é feita às claras. Prefeitos de um partido apóiam candidatos de outros, dirigentes fazem a mesma coisa e parece que todos zombam da legislação eleitoral.

Dificuldades

Última salvação

Se o PSDB não ampliar as alianças partidárias terá séria dificuldade de eleger Pedro Vilela, que era pule de dez meses atrás. O partido, se ficar por aí somente com o DEM, pode não atingir o coeficiente eleitoral suficiente

Desiludidos com a Justiça, lideranças da antiga Ceal terminaram procurando o senador Renan Calheiros para intermediar uma conversa sobre o pagamento do Plano Bresser com o Ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. A reunião vai acontecer na segunda-feira e o advogado Josenal Fragoso espera que o governo apresente uma proposta. A ação na Justiça já durante 25 anos e muitos da Ceal já morreram.

Vai pra luta O vice-governador José Thomaz Nonô já decidiu que disputará o Senado da República, enfrentando Fernando Collor e Alexandre Toledo, se não mudar de opinião até as convenções partidárias marcadas para o próximo mês.

Assediado O deputado federal João Lyra que bateu o martelo para apoiar o senador Biu de Lira para o governo, começou a ser assediado por outras legendas. O governador queria contar com seu apoio, mas Lyra fez uma visita ao Chefe do Executivo e disse que tinha compromisso anterior com o Biu. Vilela deve tentar agora convencer Givaldo Carimbão para participar de sua aliança.

Decisão Se fosse pela vontade do governador Téo Vilela, seu candidato seria o Biu. Mas a pressão de Aécio Neves e de Fernando Henrique Cardoso para montar um palanque em Alagoas, fez Téo mudar de rumo. Se ganhar a eleição, tudo bem. Se perder deverá se juntar a Biu de Lira em um eventual segundo turno.

Absurdo O Plano Bresser foi ganho pelos servidores da antiga Ceal em todas as instâncias, inclusive no Supremo Tribunal Federal. Mas emperrou no Tribunal do Trabalho. Uma injustiça e um descaso.

Aliança do PP Na última segunda-feira o PP reuniu líderes de partidos políticos no Hotel Ponta Verde e anunciou a pré-candidatura de Biu de Lira ao governo e de Alexandre Toledo para o Senado. Estiveram presentes os deputados Maurício Quintela, do PR e João Lyra, do PSD, Kátia Born e Alberto Sextafeira, pelo PSB, Rogério, pelo PSL, Régis Cavalcante, do PPS, JHC e João Caldas, pelo Solidariedade. Juntos eles terão aproximadamente oito minutos de televisão no Guia Eleitora, podendo ampliar dependendo de novas alianças.

Beneficiada Com quatro candidatos ao Senado, a situação de Heloísa Helena fica bem melhor no quadro eleitoral, aliado ao seu desempenho em pesquisas feitas recentemente. Helô, como é chamada carinhosamente, manterá os votos de esquerda e roubará eleitores de várias tendências, como de Alexandre Toledo, José Thomaz Nonô e Fernando Collor.

Com a bola toda

Nenhum dos candidatos ao governo quis anunciar o nome do vice-governador. Acham que a escolha deverá ficar mais pra frente, onde também serão escolhidos os suplentes das chapas majoritárias.

O ex-governador Ronaldo Lessa foi um dos mais prestigiados durante o encontro do PMDB que indicou Renan Filho como candidato ao governo. O próprio senador Renan levou a comunicação da decisão do partido para Lessa, que coordenará o Chapão. Já a indicação de Collor para o Senado pareceu ser muito discreta.

Vale tudo

A câmara desaba

Nos bastidores da política alagoana vale tudo. Até falar na mãe. O jogo sujo já começou, com fritura de candidatos e presidentes de partidos. A coisa deve se agravar à medida que se aproximam as convenções partidárias.

O teto da Câmara de Vereadores de Maceió não resistiu a uma chuvinha mais forte. Praticamente desabou. Prédio velho, sem a manutenção devida, é um risco para os vereadores, servidores e a população.

Vice só depois


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE MAIO DE 2014 -

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ARTIGO

EDITORIAL

O livro fatal ALARIROMARIZ TORRES *

Novo tempo

A

decisão do Chapão de expurgar quatro políticos ligados ao crime organizado - atualmente abrigados no PRTB e no PMN - foi recebida com entusiasmo pelo povo ordeiro de Alagoas. A medida decorre menos de uma ação de consciência política das oposições e mais por exigência da sociedade alagoana que não aguenta mais conviver com a lei do trabuco e o crime organizado. O recado chegou aos líderes do Chapão através de pesquisas qualitativas encomendadas pela Frente de Oposição, em todo o Estado. As consultas revelaram preocupação com a incoerência de uma candidatura majoritária baseada no novo como bandeira de campanha, mas aliada ao que há de pior na velha política dos currais eleitorais e do voto de cabresto. Romper com esses grilhões rema-

nescentes do regime escravocrata é exigido de quem se apresenta com novas ideias para mudar os rumos de Alagoas. E mais ainda quando se trata da oposição, já um tanto desgastada por promessas não cumpridas e pela retórica do discurso. Atentos ao recado das ruas, os líderes do Chapão decidiram expulsar os ex-aliados comprometidos com a pistolagem e o crime organizado por questão de sobrevivência política. Ainda assim merecem os aplausos da sociedade, ávida por um novo tempo, de paz e de prosperidade para todos. Não para meia dúzia de privilegiados. Mesmo que tardia, a depuração das oposições deve servir de exemplo para os demais partidos interessados em mudar Alagoas, estado rico com dois milhões de pobres, centenas de miseráveis e uma dúzia de milionários.

Depois de muito pensar, resolvi escrever um livro sobre os meus 43 anos de serviços prestados à Assembleia Legislativa de Alagoas. Quando acabei de completar 19 anos comecei a trabalhar no Legislativo. Menina sonhadora, cheia de ideais, pensando que os parlamentares eram pessoas diferenciadas, escolhidas pelo povo para melhorarem a vida do Estado. Conheci pessoas maravilhosas que me ensinaram a trabalhar, participava da elaboração do orçamento do Estado, ficávamos até altas horas da noite, sem computador, apenas com velhas máquinas de calcular e dávamos conta do recado. Éramos 92 funcionários e poucos deputados. Tudo corria normalmente, havia concurso público, a figura do interino e nossas pastas funcionais continham anotações rigorosas. Sabíamos onde estávamos, recebíamos apostilhas e o calendário anual de pagamento. Nem me lembro se existiam comissionados, mas tenho certeza de que desempenhávamos nossas funções com coerência, responsabilidade e tínhamos certeza que éramos respeitados. Quando foi votado o afastamento de Muniz Falcão ainda não trabalhava;era aluna do Instituto de Educação e ouvia de meu pai velhas histórias da política alagoana. Fui vizinha de Carlos Gomes de Barros quando recebeu um tiro na garganta e acompanhei, de perto, o sofrimento da família, pois ele era um homem de bem e sua mulher, Da. Laura, uma pessoa fina, gentil e muito querida. Convivi com vários Presidentes da Assembleia, mas um me marcou profundamente: Dr. Mário Guimarães, homem de poucas palavras, mas de uma integridade ímpar. Se o procurávamos para resolver qualquer problema, ele nos atendia calmamente, sem mentiras ou promessas enganosas.

Os anos foram passando e nossa vida funcional continuava sendo respeitada. De repente, tudo foi mudando, as reclassificações começaram a ser elaboradas por amigos de deputados, famílias inteiras foram sendo introduzidas nas folhas de pagamento. Começou então uma nova modalidade de entrar no serviço público: pessoas eram nomeadas como comissionadas e no ano seguinte entravam na folha de pagamento. Aí foi o início do tal do enxerto. Com a Constituição de 1989 tudo foi desandando. Aprovado o duodécimo, os deputados passaram a administrar a verba do Legislativo. Amigos, nossa tranquilidade teve fim! As Mesas Diretoras pensavam que tudo podiam!!! Chegamos a 5.000 servidores e uma verba mensal superior a 7,5 milhões de reais. O descontrole foi total, ninguém sabia de nada, entrava e saía gente da folha de pagamento de acordo com o humor dos dirigentes. Foi fundado o Sindicato dos Trabalhadores para horror dos deputados. Começamos a ter vez e voz e até ameaças de morte recebemos. Negociar com os inatingíveis era dificílimo. Enquanto nos recebiam, enfiavam gente, até de menor idade, na folha de pagamento. Os companheiros amedrontados não queriam entrar na Justiça . O primeiro processo que impetramos só 35 pessoas assinaram. O pavor era grande, A Mesa Diretora ameaçava os colegas, impedindo-os de assinarem qualquer documento. Se a Justiça nos dava ganho de causa, os dirigentes estendiam o direito para parentes e amigos. Hoje, 2014, o Legislativo perdeu totalmente o controle! O entra e sai na folha de pagamento é um verdadeiro carnaval. Se você não reza na cartilha dos deputados é logo castigado: o salário é cortado, alguns saem da lista de pagamento e outros vão para uma lista negra. Só sobrevivem os bajuladores e cumpridores de ordens...absurdas. Meus amigos, isto é um pequeno resumo de meu livro. Nele darei nomes aos bois. Falarei da boa época vivida e da atual.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322

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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE MAIO DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Sulução para Alagoas envolve mudanças em leis federais, avalia Renan Filho Pai terá de atuar na Câmara e Senado; Estado pode ganhar folga de R$ 30 mi a R$ 50 mi por mês ODILON RIOS especial para o EXTRA

A

o traçar o diagnóstico de governabilidade para o deputado federal Renan Filho, o PMDB rascunhou um plano de Governo que circula pelos integrantes da Frente de Oposição, mas é mantido em segredo. O argumento é evitar a “cópia” deste programa no horário eleitoral gratuito, em especial na TV e redes sociais, pelos outros grupos políticos. Parte deste diagnóstico foi revelada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, na coletiva à imprensa na semana passada. A outra parte foi conseguida pelo jornal EXTRA. O que Renan disse? Para vitaminar as contas de Alagoas, chegou-se à conclusão de que há duas alternativas: a mudança do indexador da dívida pública alagoana e a aprovação da lei do comércio eletrônico. A receita para os cofres estaduais seria entre R$ 30 milhões e R$ 35 milhões todos os meses. É pouco, levando-se em conta o quanto o Estado transfere ao Governo Federal, todos os meses - cerca de R$ 50 milhões no pagamento de dívida pública. O “dinheiro novo” seria para investir em áreas-chaves: saúde, educação, segurança, desenvolvimento econômico. Para a educação, Renan Filho quer escolas em tempo integral nas áreas mais violentas- na prática, a região metropolitana, em especial Maceió, a quinta cidade que mais mata no mundo, em regiões sem guerra. INDEXADOR Segundo o presidente do Senado, a mudança do indexador da dívida dos estados vai gerar - em Alagoas - entre R$ 15 mi-

lhões e R$ 20 milhões a mais para os cofres públicos. Na coletiva, Renan não disse, mas ano passado a proposta foi vetada a pedido do Palácio do Planalto. E a promessa do presidente do Senado é que esta mudança fosse votada até o final de 2013. Hoje, a dívida pública já se aproxima dos R$ 8 bilhões. E, nos últimos oito anos, foram pagos R$ 5 bilhões em juros. Caso ocorra a mudança do indexador, seriam “cortados” da dívida R$ 1,5 bilhão. Ou seja, dos R$ 8 bilhões cairiam para R$ 6,5 bilhões. E este impacto não será imediato, mas sentido em 2016- no meio do mandato do próximo governador. O principal debate do indexador do saldo devedor da dívida é que ao invés do IGP-DI, será cobrado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)- que mede a inflação oficial no País. A vantagem: a dívida é cobrada com o IGP-DI mais 7,5% (juros). Com a mudança, será o IPCA mais 4% de juros. Ao assinar a renegociação da dívida, na década de 90, as regras estabeleciam que o pagamento seria em 360 parcelas e juros mínimos de 6% ao ano, além do IGP-DI. A regra é que o limite seria entre 11,5% e 15%, da receita líquida real, dos estados. Só que em Alagoas usou-se o “teto”: os 15% para a cobrança. Não foi diferente de outros estados. Em 2000, a dívida refinanciada era 70% superior à receita corrente líquida. Minas Gerais, São Paulo, Alagoas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são considerados os estados em pior situação. Enquanto a redução alagoana não vale na prática- já que precisa da aprovação do Senadoo Governo tentou uma alterna-

de Alagoas tinham desembolsado R$ 1,8 bilhão em juros. Em dezembro de 2005, Alagoas já devia R$ 5,6 bilhões.

Renan Filho diz que saída para Alagoas é mudar leis federais

tiva jurídica. O Supremo Tribunal Federal analisa, desde o ano passado, o pedido para reduzir a taxa de juros e o percentual de 15%, do comprometimento da receita corrente líquida- aquele que faz os cofres do Estado desembolsarem R$ 50 milhões/ mês à União. Dados da Secretaria do Tesouro Nacional indicam que o Estado tem a quarta maior dívida pública do Nordeste. A maior dívida pública da região é a da Bahia- R$ 34,2 bilhões, seguida de Pernambuco- R$ 29 bilhões, Ceará - R$ 18,6 bilhões- e Alagoas - R$ 8,4 bilhões. A menor dívida pública nordestina é a do Piauí- R$ 3,7 bilhões. Refinanciada por 30 anos, a dívida alagoana estava em 1998 orçada em R$ 2,3 bilhões. Em dezembro de 2004, R$ 5,1 bilhões, isso depois de 2002, com um novo acordo das Letras mais a dívida incorporada da falência do Produban, o banco do Estado. Um ano depois (2005), os cofres

COMÉRCIO ELETRÔNICO Quanto à mudança das regras do comércio eletrônico- neste caso, o pagamento dos impostos, o projeto ainda tem de passar pela Câmara dos Deputados. É um mercado- segundo Renanque movimenta R$ 30 bilhões. “Hoje a grande quantidade das compras do mercado eletrônico– mais de 70%- acontecem pela internet, pelos correios. Os estados compram as coisas no Sudeste e não tem sequer a distribuição destes impostos Votamos esta questão, fui o relator e esta matéria está na Câmara dos Deputados. Os estados do Sudeste não querem votar e foi votada por unanimidade no Senado Federal e é importante que ela seja votada na Câmara”, disse o presidente do Senado. Em “dinheiro novo”, seriam mais R$ 15 milhões. REVISÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA O plano de Governo- é o que acreditam os calheiristas- promete funcionar independente das duas alternativas acima. Primeiro: no plano, Renan vai implantar as escolas em tempo integral. Levará em conta as experiências de Palmeira dos Índios, Arapiraca, Murici, Coruripe e Jequiá da Praia. Estas escolas funcionariam nas áreas mais violentas do Estado. No plano, duas áreas saem do domínio da Agesa- a central de licitações do Governo: educação e saúde. As secretarias do mesmo nome é quem assumiram suas licitações. A ideia é que, descentralizada, áreas sociais não

sejam ultrapassadas, na fila de prioridades, por outra áreas. Por exemplo: substituir a construção de uma escola por um trecho do Canal do Sertão. Uma polêmica é uma possível revisão da gestão democrática. A proposta: as escolas não elegeriam seus diretores e sim seria formada uma lista tríplicecomo acontece na eleição para reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). O governador é quem escolheria o nome. Daí entra o Governo Federal na área profissionalizante: quer ampliar para 20 mil o número de vagas do Instituto Federal de Educação- incluindo, principalmente, o interior do Estado. Lembrando que esta promessa terá de ser “fechada” com o Ministério da Educação, daí as costuras do presidente do Senado em Brasilia. Hoje, o Ifal oferece entre 7 mil e 8 mil vagas. Na educação básica, os municípios assumiriam a responsabilidade, mas com a ajuda do Estado, oferecendo estrutura para as salas de aula como contrapartida. Na prática, é responsabilidade das cidades a educação básica. Mas, a mudança é que o Governo possa estar mais presente, ao invés da transferência do “problema” para as prefeituras. O plano de Governo não está fechado. O PT - de fora da aliança da Frente de Oposição- assume a condução da área de Direitos Humanos e Educação. Um dos nomes cotados- para Direitos Humanos - é do advogado e ex -ouvidor nacional Pedro Montenegro. Mas, isso vem depois da vitória. Se Renan Filho ganhar de Eduardo Tavares e do senador Benedito de Lira.


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SENTENÇA: ABSOLVIDO

Inocentado pelo STF, Collor resgata declarações de jornalistas em seu favor Caco Barcellos: “Collor sofreu uma punição política, mas não se provou nada contra ele”

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m julgamento realizado no dia 24 abril, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entenderam que não existem provas que relacionam Fernando Collor ao suposto esquema envolvendo empresas de publicidade que prestavam serviços ao governo federal durante seu mandato no Palácio do Planalto. Com isso, pela segunda vez, o ex-presidente da República foi inocentado pelo Supremo. Ao noticiar em seu site o resultado do julgamernto, Collor relatou a opinião dos ministros e reuniu declarações de jornalistas, como Caco Barcellos e Luis Nassif, em seu favor. Dividido em três partes, o texto mostra no intertítulo “Punição Política” que o “impeachment de Collor foi uma decisão dos deputados e senadores, que resolveram afastá-lo por oito anos da vida pública nacional”. Durante um seminário em 2011, explica a matéria, Caco, que comanda o ‘Profissão Repórter’ na Globo, falou sobre a apuração jornalística durante o impeachment. “Para o jornalista Caco Barcelos, que se consagrou como repórter investigativo, o jornalismo declaratório é,

infelizmente, o que mais se pratica na maioria das redações brasileiras. “Collor sofreu uma punição política, mas não se provou nada contra ele. A denúncia judicial e a denúncia de imprensa devem ter sido, portanto, incompetentes”, apontou o texto. No trecho chamado de “Presidente civil”, Collor se diz um jovem de 40 anos que “marcou sua gestão com características de modernização e avanço na industrialização do país”. Em 1996, em texto da Folha de S. Paulo, Collor lembra que Nassif escreveu: “Julgamentos políticos não podem se restringir à meia análise das chama-

Em sua página, Fernando Collor se diz um jovem de 40 anos que “marcou sua gestão na Presidência do Brasil com características de modernização e avanço na industrialização do país”

Senador Fernando Collor indaga: “E agora, quem vai restituir o que perdi?

das virtudes éticas comuns – umas devem ser feitas em cima da própria ética do Estado, do compromisso de mudar realidades e construir nações. E, nisso, Collor foi imbatível”. DECISÃO UNÂNIME Relatora do processo no STF, Cármem Lucia considerou em seu parecer que são improcedentes as denúncias de falsidade ideológica, corrupção passiva e peculato feitas pelo Ministério Público Federal contra Collor, atualmente senador pelo PTB de Ala-

goas. “Sem provas, não há como condenar. Na dúvida, sempre julgar a favor do

“Sem provas, não há como condenar. Na dúvida, sempre julgar a favor do réu, para não condenar um inocente” CÁRMEM LUCIA Relatora do processo no STF

réu, para não condenar um inocente”, explicou a ministra do STF. A opinião de Cármem é a mesma de outros quatro ministros que absolveram Collor por falta de provas: Dias Toffoli, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski. A ação penal que foi finalizada no mês passado teve início em 2000, oito anos depois da suspeita, e tramitou em primeira instância até a eleição do ex-presidente ao Senado, em 2006, quando o processo foi desmembrado. (Comunique-se.com.br)


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE MAIO DE 2014 ELEIÇÕES 2014

O deputado Renan Filho é escolhido como pré-candidato ao governo de Alagoas. No último pleito o parlamentar teve mais de 140 mil votos, o que equivale a 10% do eleitorado

Renan justifica escolha do filho por ter maior alcance de votos Menor rejeição e possibilidade de crescimento do eleitorado foram preponderantes na definição JOÃO MOUSINHO JOAO_MOUSINHO@HOTMAIL. COM

E

ssa semana o PMDB bateu o martelo para escolha do pré-candidato ao governo do Estado. O presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou durante entrevista coletiva em um hotel na orla de Maceió o nome do deputado federal Renan Filho (PMDB). Outros nomes peemedebistas marcaram presença no encontro e falaram sobre a escolha de Filho. O senador Renan Calheiros afirmou que “Renan Filho tem um teto maior que o dele”. A afirmação do presidente do Congresso se refere à possibilidade de crescimento eleitoral de Renan Filho durante a campanha. O senador colocou que inúmeras pesquisas foram rea-

lizadas e foi constatado que o menor índice de rejeição e a boa aceitação do deputado federal, fatores preponderantes para sua escolha. Renan deixou claro que defendia uma escolha natural ao governo de Alagoas; o que culminaria com sua candidatura. “Fui convencido através de estudos e pesquisas que Renan Filho é o melhor para Alagoas e assim a Frente de Oposição acatou”, destacou o Renan Calheiros. Após a coletiva promovida pelo PMDB, algumas lideranças políticas foram até a residência do ex-governador e considerado o coordenador da Frente de Oposição, Ronaldo Lessa, e fizeram a entrega de uma carta de intenção sobre a candidatura de Renan Filho. Lessa deve ser candidato a deputado federal pelo grupo ao lado de Luciano Barbosa (PMDB) e

Marx Beltrão (PMDB). QUEM É O VICE? Após o anúncio de Renan Filho como pré-candidato ao governo, vários questionamentos foram feitos para saber quem iria encabeçar a chapa majoritária ao lado do deputado federal. O senador Renan Calheiros destacou que o PT indicou o nome do deputado estadual Judson Cabral, mas o nome de Roseane Beltrão (PT), ex-prefeita de Roteiro, aparece com força perante o grupo. Nomes como da deputada federal Rosinha Adefal (PT do B) e Luciano Barbosa, ex-prefeito de Arapiraca também estão sendo ventilados. A reportagem do jornal Extra questionou a Luciano Barbosa sobre a possibilidade de uma chapa puro sangue ser montada: “Nenhuma possibilidade está descar-

tada. Temos ótimos nomes para compor a vaga de vicegovernador”. O vice-prefeito de Arapiraca acrescentou: “Dificilmente serei o vice de Renan Filho, pois sou um candidato natural a deputado federal da região do Agreste”. Vale ressaltar que a Frente de Oposição também apresentou o candidato ao Senado do grupo: Fernando Collor, que vai tentar a reeleição. CORRIDA AO SENADO Essa semana quem bateu o martelo sobre a disputa ao Senado foi o vice-governador do Estado, José Thomaz Nonô (DEM). O pré-candidato deve fazer companhia na coligação de Eduardo Tavares, que disputa o governo de Alagoas pelo ninho tucano. Durante o encontro na

sede do DEM o vice-governador disse: “Fiquei honrado com a indicação do meu nome como pré-candidato ao Senado Federal. Os membros do partido Democratas têm uma visão otimista. O tamanho do partido se mede pelo grau de relevância que ele tem”. Quem deve rivalizar com Collor e Nonô é a vereadora Heloísa Helena (PSOL) que tenta seu retorno ao Senado. A parlamentar tenta alinhar seu discurso para construção do voto de opinião. Outro que almeja o Senado é o deputado federal Alexandre Toledo (PSB) que tenta viabilizar um palanque presidencialista em Alagoas para Eduardo Campos (PSDB) com Benedito de Lira, pré-candidato ao governo, compondo assim uma chapa com um tempo de TV substancial para campanha.


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ELEIÇÕES 2014

Frente de Oposição expulsa bancada da pistolagem da coligação Partidos de Antônio Albuquerque, João Beltrão, Cícero Ferro e Chico Tenório ficam de fora do apoio majoritário a Renan Filho JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

O

s partidos PRTB e PMN ficaram de fora da coligação majoritária que vai alicerçar a candidatura do deputado Renan Filho (PMDB) ao Palácio República dos Palmares. O senador Renan Calheiros se limitou a dizer que “por motivos que todos já conhecem o PRTB e o PMN não farão parte da Frente de Oposição”. O presidente do Congresso não detalhou de forma específica a motivação da “expulsão” das siglas. Um dos principais caciques do PRTB e que tinha como missão a articulação política do partido é o deputado estadual Antônio Albuquerque, que pode tentar uma vaga na Câmara Federal. Outro nome do PRTB que fazia coro com AA para se juntar à Frente de Oposição e esteve no último encontro do grupo em Penedo é o também deputado estadual João Beltrão, que tenta mais uma reeleição. Já o PMN tem como principal nome do partido o deputado federal Francisco Tenório, que assim como João Beltrão esteve em Penedo e fez parte da composição da mesa da Frente. Na oportunidade, Chico apontou para Renan (pai) e Renan (filho) e sentenciou: “Desses dois grandes nomes da política alagoana sairá o futuro governador de Alagoas”. Tenório, como é de notório conhecimento, não irá disputar

a reeleição. O deputado federal vai tentar este ano uma vaga na Casa de Tavares Bastos; onde em outras oportunidades exerceu mandato. A situação dos três deputados é semelhante: possuem uma densidade eleitoral considerável, mas carregam em seus currículos diversas acusações, entre elas as de formação de quadrilha, crime de mando e improbidade administrativa. Os personagens também são protagonistas de um dos maiores esquemas de corrupção da Assembleia Legislativa: Operação Taturana. Segundo o inquérito da Polícia Federal, mais de R$ 300 milhões foram desviados dos cofres públicos. Outro pré-candidato a deputado estadual pelo PRTB é o ex-deputado Cícero Ferro, hoje sem mandato e que também é acusado de formação de quadrilha, crime de mando e improbidade administrativa. Em 2009, Ferro chegou a ser preso acusado de participação no assassinato do vereador Fernando Aldo. A forte rejeição poderia “pesar” no palanque de Renan Filho, que poderia ser alvo dos adversários devido às mácula dos até então apoiadores de sua candidatura. Tanto os presidentes em Alagoas do PRTB, Cícero Almeida, e do PMN, Cícero Ferro, não se manifestaram de forma oficial sobre a decisão da Frente de Oposição.

Antônio Albuquerque, João Beltrão, Cícero Ferro e Francisco Tenório são acusados de uma série de crimes


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Empréstimos consignados são investigados em S. José da Laje Ex-mulher de Neno, presidente da Câmara é suspeita de usar ‘laranjas’ para contrair empréstimos na CEF e BB VERA ALVES veralvess@gmail.com

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ocalizado na zona da mata alagoana, a 97 km de Maceió, São José da Laje retorna às páginas do noticiário local e trazendo de volta às manchetes velhos personagens do cotidiano político do município. Desta vez – e mais uma vez – o alvo é Carly Simone Valença, atual presidente da Câmara Municipal. Eleita vereadora em 2012 pelo PTB, ela é ex-mulher do ex-prefeito Paulo Roberto Pereira de Araújo, o Neno. Mãe do atual prefeito, Bruno Rodrigo de Araújo (PMDB), e irmã do vice-prefeito Henrique Valença, Carly Valença está na mira do Ministério Público Estadual (MPE) e do Ministério Público Federal (MPF) que investigam um possível festival de empréstimos consignados que já teria ultrapassado a casa dos R$ 300 mil. O mais grave, se confirmadas as denúncias, é que os empréstimos teriam sido contraídos por servidores da Prefeitura de São José da Laje, sem qualquer vínculo com a Câmara e o dinheiro entregue pelos “contratantes” à propria vereadora. A investigação do MPE e MPF é uma consequência das denúncias feitas, no final de abril, por um grupo de seis vereadores. Eles obtiveram, junto à Caixa Econômica Federal, na agência de União dos Palmares, a listagem dos consignados da

Câmara na qual, para surpresa deles, constataram o nome de beneficiários que não pertencem aos quadros da Casa. De acordo com o vice-presidente da Câmara, Luiz Artur Cardoso Veras, e o vereador José Carlos Diniz, o pedido à Caixa foi feito em função de rumores na cidade de que Carly Valença estaria se utilizando de “laranjas” e funcionários fantasmas para contrair, com aval da Casa Legislativa, empréstimos junto à CEF e ao Banco do Brasil. Segundo ambos, os depoimentos já colhidos pelo promotor de Justiça Marcos Mousinho deixam evidente a ocorrência de ao menos um crime, o de estelionato. O ESQUEMA Um dos depoimentos ao Ministério Público Estadual, aliás, foi dado de forma voluntária. Servidor da Secretaria Municipal de Saúde, Célio Caetano da Silva procurou o promotor Marcos Mousinho atendendo a um pedido do próprio pai e confirmou ter feito um empréstimo consignado na agência da Caixa Econômica Federal de União dos Palmares (agência 0713) no valor de R$ 13 mil e pelo qual deveria pagar 35 parcelas de R$ 373,57, sendo que pelo extrato fornecido pela instituição financeira aos vereadores três parcelas já foram quitadas. Célio contou ter sido procurado por Carly Valença, a quem diz dever favores, para que as-

Carly Valença é suspeita de usar falsos servidores para consignados

sinasse uma ficha na CEF e foi com ela até a agência de União onde a documentação já estaria pronta. Segundo ele, os R$ 13 mil foram sacados em duas parcelas e em espécie, a primeira cerca de uma semana após ter assinado a documentação e a segunda alguns dias depois. Indagado se teria ficado com parte do dinheiro, afirmou que ao sacar a última parcela – R$ 6.500 – recebeu de Carly Valença, que o levou para União e o trouxe de volta, deixando-o em casa – R$ 300. “Tome, é para você comprar umas roupas”, lhe teria dito a presidente da Câmara. O mesmo valor – R$ 13 mil – foi igualmente contraído em empréstimo e na condição de “funcionário” da Câmara Municipal de São José da Laje por José Noé Santos Silva, que também é servidor da Secretaria Municipal de Saúde sem qualquer vínculo com a casa legislativa. Mesmo montante e

mesma quantidade de parcelas: 35 de R$ 373,57. “A Caixa foi ludibriada”, afirma o vereador José Carlos Diniz, ao revelar que nos documentos assinados pelos dois servidores da secretaria ambos constam como funcionários da Câmara, sendo que Célio com a matrícula funcional 40.1, enquanto Noé aparece com a matrícula 41.1. “Isto é muito grave. Eles não são funcionários do Legislativo, de tal forma que denunciamos o caso à Procuradoria da República, já que a Caixa é uma instituição federal”, revela o vice-presidente da Câmara, Luiz Artur, acrescentando haver suspeitas de que tenha sido forjado um esquema para obtenção de consignados através de servidores de outros poderes e envolvendo também a Prefeitura de São José da Laje, hoje sob o comando do filho de Carly. Bruno Araújo é fruto do casamento dela com o ex-prefeito Neno que

exerce o cargo de secretário Institucional a despeito da proibição de ocupar cargos públicos imposta por condenação judicial. O OUTRO LADO E UM CHEQUE VOADOR Carly Valença foi procurada pelo EXTRA para falar sobre a denúncia e sobre as investigações dos ministérios públicos Federal e Estadual. Na quartafeira (7) à noite, por telefone, ela afirmou não ter sido notificada oficialmente de qualquer investigação, mas assegurou não ter cometido qualquer irregularidade. “Não fiz nada de errado”, disse, atribuindo a denúncia dos vereadores a “fofocas”. “As pessoas que fizeram empréstimo são funcionárias da Câmara e têm todo o direito de fazê-lo”, acrescentou. Indagada sobre os dois servidores da Saúde, ela preferiu não saber os nomes declinados pelos vereadores, mas disse suspeitar quem seriam, afirmando que “hoje não são, mas já foram servidores da Câmara e posteriormente exonerados”. Também fez questão de destacar que “os contratos (consignados) são averbados pela Caixa”. Não é a primeira vez que Carly Valença aparece na mídia de forma pouco abonadora. Em 2010, ainda casada com o ex-prefeito Paulo Roberto Araújo, a hoje presidente da Câmara foi denunciada pela empresária Katherine K. Calheiros, proprietária da boutique Seda Pura. O motivo: um cheque sem fundos no valor de R$ 680 emitido em 20 de maio de 2009. O detalhe: não se tratava de um cheque pessoal, mas sim um cheque da Prefeitura de São José da Laje. O mais grave: na data em que o cheque foi emitido Carly não ocupava mais nenhum cargo na administração municipal; o marido já não era prefeito do município e nem ela secretária de Ação Social, posto que ocupara durante a gestão dele. O caso foi noticiado pelo EXTRA em sua edição de número 38.


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ROUBALHEIRA

Vereador ‘desiste’ de denúncia

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eita inicialmente por seis vereadores, a denúncia de um esquema fraudulento com consignados da Câmara Municipal de São José da Laje hoje está restrita a cinco. Além de Luiz Artur e José Carlos Diniz, endossaram o pedido de investigações junto ao Ministério Público Estadual e Procuradoria da República em Alagoas (MPF) os vereadores Carlos Antônio da Silva Nunes (2º secretário), Eraldo Pedro da Silva e José Jamerson Mendes Gomes da Silva. O sexto – Marcos José de Andrade Rocha – recuou. A suspeita dos demais é de que ele tenha sido cooptado. Quem também teria recuado, segundo o grupo de denunciantes, é o gerente da agência da Caixa Econômica em União dos Palmares. Depois de ter fornecido uma primeira lista com os nomes de servidores de São José da Laje que teriam contraído empréstimos consignados no período de janeiro de 2013

que a Caixa e Banco do Brasil (há consignados suspeitos também na instituição) estão sendo lesados. Qualquer que seja a resposta, em sendo confirmada a denúncia, a população estará sendo a mais prejudicada, já que é ela que banca os poderes e instituições públicas, inclusive as financeiras. NENO, O SECRETÁRIO CONDENADO Luiz Artur e José Carlos Diniz: caso é investigado pelo MPE e MPF

a abril deste ano, ele se negou a entregar uma listagem mais atualizada. Com a entrada de MPE e MPF no caso, a instituição viu-se obrigada a atender ao pedido dos vereadores e ficou de entregar a lista completa ainda esta semana. Há questões importantes

que devem ser esclarecidas ao longo das investigações. Se as parcelas dos empréstimos em nome de falsos servidores da Câmara estão sendo pagas isto significa que o Legislativo municipal está sendo dilapidado. Mas, se tais parcelas não estiverem sendo quitadas, significa

Figura polêmica e às voltas com dezenas de processos e inquéritos, o ex-prefeito Paulo Roberto Pereira de Araújo foi condenado em novembro do ano passado, pela justiça federal, em uma ação impetrada contra ele em maio de 2004, ou seja, há 10 anos. Neno ou Neno da Laje, como ele é conhecido, foi condenado à pena de 6 anos de reclusão, em regime semi-aberto, pelo desvio, no período de abril de 1998 e dezembro de 2000, de

R$ 315 mil em verbas destinadas à educação. Na mesma ação penal foi condenada a igual pena e pelo mesmo crime a então tesoureira da prefeitura, Nacineide Pereira de Araújo. Ambos também foram condenados à suspensão dos direitos políticos e inabilitação para exercício de cargo ou função pública por cinco anos, de tal forma que Neno não poderia exercer, como exerce hoje, o cargo de secretário Institucional, nomeado pelo filho prefeito. Mas o faz amparado nas brechas da legislação penal, já que recorreu da condenação junto ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5). Para conferir os detalhes do processo, de número 0003789-48.2004.4.05.8000, inclusive a sentença condenatória do juiz federal Sérgio de Abreu Brito, basta acessar o site da Justiça Federal em Alagoas (www.jfal.jus.br).


14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE MAIO DE 2014 PROGRAMA DA RECONSTRUÇÃO

Construção de hospital em Paulo Jacinto já dura quase dois anos Unidade mista de saúde foi orçada em R$ 6.245.481,89, mas serviços estão praticamente paralisados MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

D

ia 19 de junho de 2010 o hospital do município de Paulo Jacinto, e praticamente metade da cidade, foi engolido pela fúria das águas do Rio Paraíba do Meio. Quatro anos depois, a nova sede da unidade mista de saúde ainda encontra-se em fase de conclusão e os trabalhos continuam a passo de tartaruga. No local da obra, orçada em R$ 6.245.481,89, apenas um carro de mão, uma escada de madeira reforçada com pedaços de corda, betoneira, caixa dágua, alguns tijolos e um cenário de abandono e risco. Falta praticamente todo o acabamento do prédio e para complicar a situação não existe qualquer elemento de proteção. Os tapumes caíram e o espaço fica livre para animais e crianças circularem a qualquer hora. Uma pedra enorme, ainda da época da terraplanagem, continua no mesmo lugar. Após a pouca chuva que caiu na região, é visível que o aterro da parte de trás da edificação apresenta estrutura fragilizada, o que preocupa moradores da área que temem desabamento. Outro dado que chama a atenção e deixa a população indignada é que o número de operários foi reduzido em quase 90%, o que leva a crer que irá demandar mais tempo para conclusão dos serviços. Na realidade, Paulo Jacinto, um dos municípios de Alagoas que mais sofreu com as enchentes de 2010, ainda sofre com a lentidão nas obras de Reconstrução, especialmente a unidade de saúde. Enquanto a população não recebe o novo empreendimento, o hospital do município funciona de forma precária, pois parte do prédio foi levado pela enchente, reduzindo assim as condições de trabalho. Outro agravante é que funcionários e pacientes correm risco ao permanecerem em um local que não oferece qualquer segurança. Localizada no Conjunto Residencial Santa Inês, parte alta do município onde foi erguida uma verdadeira cidade, a nova unidade de saúde con-

trasta com a paisagem local. Casas novas, quadra de esporte e uma escola se misturam ao amontoado de mato e resto de entulho que estão ao redor do futuro hospital. Um cidadão que mora vizinho à obra e não quis se identificar informou que há algumas semanas os trabalhos foram reduzidos, ficando apenas cerca de 10 funcionários na construção. Segundo ele, o espaço está entregue às baratas e pela lentidão nos serviços a população vai esperar muito tempo para utilizar o empreendimento. “É triste e ao mesmo tempo revoltante ver um prédio tão grande aí paralisado enquanto o nosso hospital foi reduzido a algumas salas porque a enchente levou parte do prédio. Se houvesse boa vontade ele já estava funcionando há muito tempo”, critica o morador. Setor de engenharia garante que obra está 90% concluída A nova unidade de saúde de Paulo Jacinto possui dimensões impressionantes, com salas grandes e espaçosas. A proposta é oferecer estrutura melhor e mais conforto para profissionais e usuários. No entanto, a demora na entrega do prédio tem indignado a população que teme que a obra seja mais um elefante branco da engenharia brasileira. A placa em frente a construção declara valor a ser gasto, mas não diz qual o início dos trabalhos e nem prazo de conclusão. Mas se depender do setor de engenharia da Secretaria de Saúde do Estado (Sesau), responsável pela obra, a unidade de saúde será entregue no início do segundo semestre desse ano. Segundo a assessoria de comunicação do órgão, o setor de engenharia informou que há celeridade nos trabalhos, pois 90% da obra foi concluída e a previsão é que o hospital seja entregue em julho de 2014.

Placa informa o valor para construção do hospital, mas não diz data de início e nem prazo de entrega

Na obra, uma escada improvisada amarrada com cordas, alguns tijolos e muito trabalho a ser feito


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ESQUECIMENTO

Obras municipais abandonadas revol Serviços preliminares de asfaltamento estão ficando completamente danificados

O

s moradores dos loteamentos Gurguri e Guaxuma, situados no litoral norte de Maceió, esperam há mais de três anos a conclusão das obras de asfaltamento das ruas daquela comunidade, iniciadas e abandonadas durante a administração do ex-prefeito Cícero Almeida. Estão sobretudo preocupados com o comprometimento do alto investimento que já foi feito, uma vez que, à medida que o tempo vai passando, as galerias de águas pluviais estão sendo aterradas por falta

de uso adequado, enquanto as obras preliminares de asfaltamento vão ficando completamente danificadas. Muito antes do final do mandato de Cícero Almeida representantes da comunidade tentaram junto à empresa Enengi, responsável pelas obras, e junto à Prefeitura de Maceió, dar continuidade à única benfeitoria que aquela área da cidade iria receber em mais de 30 anos de existência dos loteamentos. Infelizmente o esforço foi totalmente em vão e o problema repassado à nova

Os problemas dos loteamentos Gurguri e Guaxuma foram herdados da administração Cícero Almeida


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oltam moradores de Guaxuma administração municipal. Incansável na batalha para ver terminadas as obras cuja qualidade já sofreu bastante com a paralisação dos serviços, a comunidade fez chegar ao prefeito de Maceió, Rui Palmeira, no início do seu primeiro ano de mandato, uma detalhada documentação solicitando a retomada dos serviços, mas até agora nada aconteceu, nem mesmo uma previsão para a retomada dos trabalhos. Os moradores argumentam que o término das obras de asfaltamento irá não somente fazer justiça aos habitantes locais, que contribuem há três décadas com o orçamento da cidade sem obter qualquer retorno, como também será importante para o

A situação, que já é crítica, deve piorar com a chegada do inverno; moradores acreditam que o prefeito Rui Palmeira resolverá o problema

lazer de toda a população da cidade que frequenta a atrativa praia de Guaxuma. Ademais, por ser uma região de pousadas, barracas de praia e restaurantes típicos, a retomada do asfaltamento

da área dos dois loteamentos irá consolidar a mais próxima e tranquila opção que os turistas que demandam a Maceió têm quando escolhem a direção do litoral norte do Estado.

Os moradores dos dois loteamentos também estão preocupados com a chegada do inverno porque já tiveram experiências amargas em anos de chuvas muito fortes, quando o assoreamento e falta de

limpeza dos riachos Gurguri e Garça Torta causaram grandes danos a algumas habitações e altos prejuízos às famílias que moram em áreas mais próximas dos cursos d`água e do oceano.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

A barbárie que nos ronda

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falta de políticas públicas no país voltadas para a educação, saúde, cidadania e segurança estão levando a sociedade para temerosos e imprevisíveis caminhos.. Os valores sociais vão se deteriorando a cada dia e a falta de credibilidade nas instituições estão levando as pessoas a tomarem posições nada convencionais e mais perto do irracional. O não confiar na Justiça e no aparato de Segurança Pública tem provocado o equivocado e perigoso ato de “justiça com as próprias mãos”. A pergunta: até onde esta tragédia anunciada irá nos levar? Ao som de gritos de “queremos justiça”, a dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, foi enterrada no Cemitério Jardim da Paz, no Guarujá, litoral de São Paulo. Fabiane foi linchada por moradores do bairro Morrinhos, após ser confundida com uma suposta sequestradora de crianças para ritual de magia negra cujo retrato falado estava sendo divulgado na internet. Cerca de 300 pessoas foram ao cemitério prestar uma última homenagem a Fabiane. O grupo cantou ao menos três vezes um dos cantos religiosos preferidos da dona de casa, que diz “meu advogado mora lá no céu. Verdadeiro e justo ele é sempre fiel. Meu advogado é Jesus!”. Amigos da dona de casa descreveram Fabiane como uma mulher dedicada à família e à igreja. Frequentadora da Igreja São João Batista, no mesmo bairro onde ocorreu o linchamento, ela foi espancada enquanto segurava uma bíblia, onde guardava fotos das duas filhas - uma de 12 e outra de 1 ano. Amigos acreditam que as agressões começaram depois que Fabiane entregou uma banana que havia acabado de comprar para uma criança que estava na calçada. O ato teria sido mal interpretado por transeuntes. Especialistas dizem que o linchamento da dona de casa Fabiane é resultado da falência do sistema de segurança pública e da falta de credibilidade de parte da população na Justiça. - Há uma falta de confiança na polícia e na Justiça, principalmente. Essas pessoas, então, resolvem fazer uma suposta justiça num julgamento sumário, na base do ‘ouvi dizer’. Não há o direito de defesa. Se parte direto para o justiçamento. Também não há lei, nesse caso, onde é instalada uma verdadeira barbárie, com justiceiros tão criminosos quanto os que eles dizem estar combatendo. Recentemente durante comentário no “SBT Brasil”, a apresentadora Rachel Sheherazade disse que a ação de “justiceiros”, que prenderam um suposto assaltante a um poste na zona sul do Rio, era “compreensível”. A declaração culminou com a revolta de políticos, artistas, internautas, pessoas que defendem os direitos humanos e jornalistas. Um deles foi Ricardo Boechat. Ele disse que a opinião dela é uma “bosta”, mas que tem o direito de se expressar. Em seu programa na rádio Bandnews FM, ele ainda a chamou de “fascista”. Já jornalistas como César Filho e José Luiz Datena a defenderam. Não pretendo buscar culpados, mas o fato nos assusta e nos leva a temer o amanhã com tanta violência e a barbárie que nos ronda.

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Para refletir: : “A política é a arte de captar em proveito próprio a paixão dos outros”. (Henri Millon de Montherlant).

Por que Dilma mente? A presidente da República, infelizmente, mente aos brasileiros no momento em que diz que o reajuste de 10% no Bolsa Família permite que a remuneração alcance aquele patamar mínimo estabelecido pela ONU de 1,25 dólares por dia, com uma renda mínima para se estar acima da linha da pobreza. Para que isso fosse verdade, o reajuste teria que chegar a R$ 83 e não a R$ 77 como ela falsamente anunciou. Na verdade, o que estamos assistindo é a presidente que acha que a crise da Petrobras é responsabilidade da oposição e não daqueles que a transformaram em um grande balcão de negócios suspeitos. Infelizmente, a presidente fala que vai dialogar com os trabalhadores e eu não a vejo aqui hoje ou não tenho notícias dela em qualquer evento dos trabalhadores. Acho sim que é uma presidente que está acuada pelas pressões internas e, infelizmente, pelos atos do seu governo que levaram ao recrudescimento da inflação, isso sim, algo perverso com a classe trabalhadora. Certamente, uma orientação do seu marqueteiro e é um discurso mais uma vez extremamente marqueteiro querendo se apropriar de um sentimento que é extremamente amplo na sociedade brasileira que quer mudanças. Mas é preciso que ela saiba que esta mudança, que este sentimento de mudança da grande maioria da população, não inclui a permanência da presidente da República no governo (Aécio Neves).

O mesmo DNA, meu camarada Não duvido da capacidade e da experiência do jovem deputado Renan Filho, pré-candidato da oposição ao governo do Estado. Tem tido uma trajetória com saltos largos. É um politico articulado, carismático e cumpre com competência o seu mandato de deputado federal. Se está pronto para governar Alagoas, só o tempo e as urnas dirão. Achei apenas desnecessário que o senador Renan Calheiros, pai, destacasse em seu discurso que “a escolha do nome do deputado não tem nenhuma ligação com parentesco”. Um ato falho que não convence ninguém. O grande e imbatível candidato ao governo seria o próprio senador, que por conveniências políticas abdicou da candidatura e fez a indicação. Não tivesse seu sangue e o de dona Verônica nas veias, jamais teria sido o escolhido, mesmo sendo um nome eleitoralmente potencial.

Os excluídos e marcados Não é possível que os integrantes do PRTB e PMN, expulsos da Frente de Oposição, com a motivação de “depuração”, tenham saído sem um grande constrangimento após a medida que os deixa em situação de muita dificuldade no jogo eleitoral que se inicia. A referência mais amena ouvida na reunião do chapão com relação aos excluídos foi de “impuros”. Outros colocavam: “o palanque não vai suportar o peso das consciências”, ou “ com esse time os adversários terão munição para uma guerra de cem anos”. A verdade é que os nomes expulsos “pelos maus costumes” e “fichas sujas” ,segundo os lideres da oposição, carregarão essa marca onde quer que estejam, o que pesará muito para atrapalhar suas eleições.

Jogo feito. Cartas na mesa Está praticamente montado o cenário das eleições para governador de Alagoas. Com o lançamento das pré-candidaturas de Eduardo Tavares, Renan Filho e Benedito de Lira não há muito mais o que discutir a não ser a composição para o companheiro de chapa de cada um ( vice) e a definição do quadro para a disputa do Senado. Estão em cena os três protagonistas de um dos maiores embates políticos de nossa história recente. Os que aparecerem daqui pra frente serão apenas coadjuvantes, sem nenhuma expressão na disputa eleitoral. Ai estão três candidaturas de peso e medida e qualquer tentativa de dizer quem vai levar não passará de especulação antecipada e precipitada. As três “seleções” vão entrar em campo como se fossem para uma guerra, mas tudo só acontece depois da Copa do Mundo de Futebol. A dos votos terá que esperar mais um pouco. Enquanto isto a preparação: marqueteiros em ação em busca de formar a mais “vendável” imagem do candidato; articulações de bastidores na busca de fortificar as coligações, os cálculos contados e recontados dos preciosos minutos de televisão; a preparação dos “arquivos da maldade” com a vida pregressa, os pecados e os “deslizes” de cada um e o principal: a contabilidade financeira em busca de juntar milhões (lícitos e ilícitos) para torrar no pleito que será um dos mais caros também da nossa história eleitoral. Estão aí para apreciação do eleitorado os três nomes dentre os quais sairá o sucessor de Teotônio Vilela Filho. Eduardo Tavares, Renan Filho e Benedito de Lira. Que cada um apresente seu currículo eleitoral, seu passado e o que tem para oferecer para a Alagoas do futuro. Que se faça uma campanha limpa (se é possível), voltada para propostas de desenvolvimento e que gere confiança no eleitorado tão descrente dos nossos políticos e suas falácias. As pesquisas (muitas) dão sinais que o eleitor está levando mais a sério o seu papel e isto pode fazer a diferença. As redes sociais têm contribuído para maior conscientização do voto e vão ter papel decisivo no próximo pleito, não se tenha dúvidas. Há um evidente clamor por mudanças, mas não de “faz de conta”. Aquele que tiver a capacidade de passar para o eleitor a real possibilidade de que a coisa vai mudar, sairá na frente. Esse é hoje nosso quadro sucessório eleitoral. O resto ainda é muito cedo para previsões. O jogo está feito. As cartas estão na mesa. Ganhará quem melhor jogar.


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ARTIGOS

Fernando Collor e a História MAURÍCIO MOREIRA

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ais do que nunca, a história mostra claramente, que o atual senador Fernando Collor foi vítima de uma conspiração diabólica, cujos principais algozes foram sem duvidas, o alto tucanato da Avenida Paulista, bem como os do Estado de Alagoas. O senador Fernando Collor no alto da sua indignação perguntou: “Quem vai devolver o que perdi?” Este grito justo de revolta e indignação, foi o grito de todos os brasileiros que não têm justiça e quando a tem, é tardia. Eu mesmo como cidadão alagoano e brasileiro, sinto-me altamente injustiçado. Pois tenho um processo que ganhei contra a Petrobras depois de 15 anos de luta. Mesmo julgado e ganhando no Superior Tribunal de Justiça e a empresa considerada revel, o processo ainda não foi concluído. Com certeza, bravo senador Fernando Collor, o seu grito de revolta e indignação será respondido com a sua recondução merecida ao Senado da República. E quem sabe, a providência divina o levará de volta nos braços do povo em 2018 ao lugar de onde brutalmente o foi usurpado. O povo que o elegeu na época saberá dar a resposta a todas às injustiças e assim confirmar que realmente o tempo é o senhor da razão. O senador Renan Calheiros juntamente com o filho, o candidato ao Governo do Estado do PMDB e da oposição Renan Filho, teve um acerto histórico ao anunciar o apoio do PMDB para a reeleição do senador Collor. Com esta decisão, ganha o Estado de Alagoas e o Brasil. Com certeza esta união levará a oposição a uma grande vitória, libertando o Estado da garra daquele que entrou para a história como o pior Governo que Alagoas já teve. Segundo Hegel, “A coruja de Minerva só levanta voo com o cair do crepúsculo”. Ou seja, a sabedoria de que a Filosofia só pode interpretar a realidade após a ocorrência dos fatos, pois não pode prescrever como o mundo deveria ser. Diante disso, ensejamos que a emblemática ave de Hegel já tenha efetuado seu voo, para que as reflexões que farei aqui sejam profícuas e positivas na leitura da nossa realidade, como também na posição ocupada por Fernando Collor de Mello no âmbito da História. Fernando Collor foi eleito presidente da República através de voto direto, fato que não acontecia no Brasil desde 1960. Foi escolhido de acordo com as regras da Constituição de 1988, no contexto de uma plena liberdade partidária, numa eleição efetuada em dois turnos. Apesar do curto espaço de governo, deixou ganhos significativos para a Nação. João Mellão Neto, do jornal Estado de São Paulo, evidencia um lado muito positivo do Governo Collor, que foi a abertura comercial para o mundo e a consequente modernização do parque produtivo do País. Segundo o jornalista, “com o fim do protecionismo, os empresários brasileiros, premidos pela concorrência das mercadorias importadas, foram obrigados a tornar mais eficientes as suas fábricas e a oferecer produtos melhores a preços menores”. Passado tudo isso, quase 20 anos depois, votei nele para senador da República, junto com meu primo, então deputado federal, Carlos Alberto Canuto, hoje prefeito de Pilar. Focando no momento atual, o apoiamos novamen-

te a reeleição ao Senado Federal. A nossa atitude deve-se ao fato de termos encontrado no Collor de hoje um homem amadurecido e preparado, pois, só quem superou a adversidade, como ele o fez, consegue tornar-se maior que ela. “O tempo é senhor da razão”, ficando bem claro, no momento atual, que os motivos que culminaram com o impeachment foram insignificantes, diante do espetáculo de corrupção, e da crise de ética que a Nação tem testemunhado, estarrecida. No entanto, sabe-se que a História - ou a Filosofia? - é implacável com os tiranos de todas as espécies, pois, cedo ou tarde, mesmo convenientemente encobertos, são sempre desmistificados. Na sua primeira fala no Senado Federal - o discurso de posse - Fernando Collor impressionou o Estado de Alagoas e o Brasil, mostrando toda a sua experiência, amadurecimento e grandeza de alma, quando fez uma autocrítica corajosa, com a humildade própria dos grandes. No seu mea-culpa teve a coragem de assumir seus erros, e de reconhecer que aprendeu com eles. Revela, também, as marcas indeléveis que lhe ficaram do impeachment: “O tempo é o único recurso inadministrável da política. [...] Restaram a mutilação de meu mandato e o ostracismo político que me foi imposto. Não tive ainda reparados os danos causados à minha honra, à minha dignidade, e ao meu decoro pessoal e político”. No Senado, como presidente da Comissão do Meio Ambiente, já evidenciou um valioso trabalho, que teve respaldo na experiência adquirida na ECO 92 - a maior que o mundo já assistiu -, quando foi, pessoalmente, o anfitrião desse acontecimento internacional. Além desse último aspecto do seu mandato de senador - luta em defesa da ecologia -, ele tem defendido em seus discursos, o sistema parlamentar, por acreditar que esse regime político é o mais indicado para levar o Brasil a caminhos democráticos mais seguros. Acredito que só quem sofre o batismo da adversidade, na sua dimensão mais pesada, e a supera, consegue sobreviver, tornando-se maior do que o próprio sofrimento. Apesar de termos consciência de que é o mais preparado dos alagoanos, o próprio Fernando Collor afirma, na sua autocrítica, que terá, ainda, “muito que aprender, para, efetivamente, estar com um instrumental necessário para colaborar com a discussão e o debate dos temas que interessam à vida nacional”. Fernando Collor foi absolvido pela justiça dos homens quando a mais alta corte do país o inocentou, devolvendo-lhe as prerrogativas de ex-presidente, tomadas no momento do impeachment. Hoje, ele já sabe separar o joio do trigo, escolhendo, cuidadosamente, os seus companheiros de caminhada. Partindo dessa premissa, numa prova de sabedoria e amadurecimento, ele quer os falsos amigos bem longe. Por outro lado, tem buscado a companhia de quem sempre lhe foi sempre honesto e sincero. Acredito, firmemente, que, só quem pula a ‘fogueira das vaidades’ e tem a grandeza de crescer com os próprios erros, não voltará a cometê-los. Deste modo, esta é a oportunidade dos seus inimigos reconhecerem o grande poder que o ser humano possui de refletir e aperfeiçoar os rumos do seu pensamento e da sua ação. É, pois, a hora dos seus algozes lhe pedirem perdão, especialmente diante do espetáculo degradante da atual carência de valores éticos nos meios políticos, fenômeno este que vem estarrecendo a sociedade.

Sopa de aquário EDUARDO DAVINO Ex-presidente do Sindipetro AL/SE cassado pelo golpe de 1964

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em fazer apologia ao sistema político chinês o ex-presidente Luiz Inácio da Silva exibiu, sem querer, a sua face antidemocrática, fundamentalista e hipócrita ao afirmar que sindicatos e Congresso Nacional são obstáculos: “A China não tem sindicatos reivindicando salários. A China não tem Congresso Nacional votando. A China não tem o tanto de obstáculos que nós temos aqui”. Antidemocrático, fundamentalista e hipócrita na medida em que revela intolerância ao poder partilhado, prega com veemência e não acredita em sua própria pregação. Em verdade a República Popular da China não tem sindicatos livres, não tem salário mínimo nacional, em média são cinco dólares mensais mas tem, sim, pena de morte para ladrões transitados em julgado da marca dos cúmplices do Lula, a exemplo do Dirceu, Genoíno, Delúbio e Marcos Valério. Acaso a homilia lulista fosse minimamente honesta acerca das “virtudes” da China, Cuba, Venezuela, seria uma ameaça real para capitalistas dotados com extraordinária “competência animal”, urdidos nos bastidores governamentais, a exemplo do fenomenal pimpolho Fábio Luiz Lula da Silva, do “Rockefeller tupiniqim” Eike Fuhrken Batista da Silva, do bilionário Alberto Youssef, o menino prodígio que vendia salgados pelas ruas de Londrina e do senador alagoano que cria bois de ouro. Esse discurso embusteiro é antigo, próprio de um sindicalismo pelego, oportunista e sem caráter que obtinha aumento salarial conforme a pauta estipulada pela ANFAVEA e pelo governo dos generais, visto que, na época os preços dos automóveis eram cipados, tabelados pelo governo militar para um consumidor disposto ainda a pagar ágio pelas carroças fabricadas nas multinacionais do ABC Paulista. O preço dos automóveis, enfim, rebocava sobre as costas dos brasileiros o lucro das montadoras e a folha salarial dos metalúrgicos que ainda recebiam adjutórios do orçamento federal. Lulistas aloprados, alcaguetes do DOPS, de nádegas desde sempre acomodadas nas poltronas dos arranha-céus da avenida paulista, mantêm o presidencialismo de colisão com prepotência cega; fizeram a cabeça da presidente Dilma que

nomeou e repentinamente exonerou todo um ministério por fundadas suspeitas de corrupção; endividaram em montantes insuportáveis a Petrobras e a Eletrobrás; causaram uma asfixia financeira que precipitou a venda, por preço vil, para empresas europeias, com substancial participação acionária de americanos e, para a estatal chinesa, a jazida petrolífera do pré-sal; edificaram uma monumentalidade de ativos podres no BNDES a exemplo dos estádios da copa do mundo amortizáveis financeiramente nos “próximos” 1400 anos; mantêm o longevo e criativo ministro Mantega que combate a inflação maquiando as contas nacionais e utiliza os recursos de sustentabilidade do setor energético e, de mais a mais, praticam um sem número de outras malfeitorias desestruturantes do Brasil sob o argumento simplista de um efêmero bem estar social sem dizerem, contudo, como a fatura, em breve, será paga pelo povo brasileiro. O ex-presidente Luiz Inácio da Silva e os lulistas não foram humildes para compreenderem a sábia e objetiva lição ofertada pelo ex-presidente da Polônia, sindicalista sincero, culto e patriótico Lech Walesa que, percebendo o assanhamento acomunistado do Lula, alertava o então presidente do Brasil para o fato de ser relativamente simples transformar um estado capitalista, com economia sólida em um estado comunista, basta dividir o que se tem. Muito difícil e penoso é fazer o contrário, com a economia aos escombros e a escassez própria dos acomunistamentos de ocasião – a Venezuela é exemplo voltar ao crescimento econômico. “Fazer um sopa com um aquário é simples, basta por o aquário com os peixes no fogo e a sopa logo estará pronta. Fazer depois a sopa e voltar a ser aquário, com os peixes vivos, é que é muito complicado...” Encerro, saudando apenas aos que têm vergonha na cara para manifestar repúdio à prática lulista que defende e sustenta o roubo na Petrobras, Correios, Eletrobrás, DNIT, Banco do Brasil e em outras propriedades do povo brasileiro sob uma falsa retórica de não privatizar, mas, desde sempre privatizando de modo dissimulado, à socapa, sem admitir que as estatizações e as privatizações não são, necessariamente, abjetas. As privatizações ou estatizações são sórdidas na exata medida do safadismo e da incompetência. Enfim, sórdida de fato é falta de caráter do lulismo, facção petista ultracorrupta, uma coalizão infeliz com Paulo Maluf, Sarney, Jader Barbalho, André Vargas e, representando o Estado de Alagoas, o famoso senador dos bois de ouro, dentre outros do espécime.


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ARTIGOS

O voto nulo JORGE MORAIS jornalista

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regar o voto em branco é burrice. Com essa atitude, o eleitor está beneficiando a quem já está no poder, porque já tem um grupo de eleitores cativos; mais poder de barganha nas mãos; já é articulado politicamente; aparece mais na mídia; e, claro, vai tirar proveito de tudo isso para garantir uma reeleição. Agora, você sabia que o voto nulo tem outra característica, e o quadro muda consideravelmente a realidade de uma eleição? Por isso, está sendo feita uma campanha pelas redes sociais que pode interferir no processo, pelo menos, para conscientizar uma boa parcela do eleitor, mas acho que em nada vai mudar o resultado das próximas eleições, nem das outras e outras mais que vierem, pelo menos aqui no Brasil. Quero logo adiantar que não es-

tou aqui defendendo o voto nulo, até porque vou exercer o direito de escolha dos meus candidatos, no dia 5 de outubro. Mas, como curiosidade, o texto que circula pela internet é bastante interessante e faz um contraponto ao que é divulgado na mídia pela justiça eleitoral, que promove insistentemente pelo rádio e a televisão, campanhas em torno do voto válido, do comparecimento do eleitor às urnas, gastando uma fortuna com isso. O texto começa assim: Você sabe como eliminar 90% dos políticos corruptos em uma única vez? Isso mesmo, em uma única vez. Para criar sensação para o texto, prossegue. Preste muita atenção: Você sabe para que serve o voto nulo? Acredita-se que menos de 1% da população saiba algo sobre isso. Então, vamos a um exemplo: Imagine uma eleição qualquer, em que os candidatos sejam Lula, Paulo Maluf, José Dirceu, José Genoino, Marcos Valério, Delúbio Soares, Roberto Jefferson, Jaques Wagner, Joaquim Roriz, entre outros.

Campanha vai e campanha vem, você se acha na obrigação de escolher uma dessas figuras, o tal do “menos ruim”, e com isso, acaba afundado ainda mais o país. Mas, aí você diz: “Nesse caso, não temos saída”. O que você não sabe é que, se numa eleição houver maioria de votos nulos, é obrigatório haver nova eleição com candidatos diferentes daqueles que participaram da eleição anterior, que ficariam quatro anos impedidos de se candidatarem. Agora você entendeu por que isso nunca foi feito, nem houve interesse em ser divulgado? Se você duvida, ligue para o Superior Tribunal Eleitoral ou ligue para a OAB e faça uma consulta sobre o assunto. Continua o texto: Segundo a legislação brasileira, se a eleição tiver 51% de votos nulos, o pleito é anulado e novas eleições têm que ser convocadas imediatamente, sem os nomes dos candidatos anteriores, e com mais gastos para a Nação com os novos procedimentos. Segundo eles, é por isso que não se prega a campanha do voto nulo no Brasil ou

qualquer outra país, o que daria um grande susto nessa gente. Agora, minha opinião. Com certeza, tem muito político com raiva desse artigo. Tem muita autoridade que paga para esse assunto não ser ventilado. E a própria justiça eleitoral quer distância desse tema, foge como o diabo foge da cruz. Mas, para certos tipos de candidatos, o voto nulo ainda é pouco como castigo. O grande problema é que o eleitor brasileiro ainda não tem esse comprometimento, e usa o voto como uma moeda de troca. No dia em que o eleitor brasileiro entender e votar pela sua consciência e cobrar dos políticos e dos governos os seus compromissos de campanha, esse poderá ser um Brasil diferente. Enquanto os pobres eleitores entenderem que não é com cesta básica e programas assistencialistas baratos que vão melhorar de vida, ai sim, poderemos pensar num Brasil próspero. Sem bagunça, acho que os primeiros passos estão sendo dados, mas muito pouco diante da nossa realidade.

Maceió, o trânsito e seus problemas SEBASTIÃO PALMEI RA*

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ornou-se uma aventura dirigir em Maceió. Nossas ruas estreitas e mal projetadas ficaram pequenas para o número excessivo de carros financiados em suaves e ínfimas prestações mensais pelos bancos e financeiras. Isso gerou uma avalanche de automóveis circulando pela cidade, causando atropelamentos, acidentes e colisões as mais diversas. Além do excesso de carros, acrescenta-se a grande quantidade de motos, igualmente financiadas em módicas prestações mensais. Como se não bastassem tantos veículos em circulação, os seus condutores são ousados, atrevidos, mal educados e agressivos. Não há solidariedade no trânsito, ninguém respeita ninguém, qualquer coisa é motivo de briga e agressão verbal e pessoal. Sinto saudade de Maceió do passado, quando dirigir era prazeroso e divertido. Era uma verdadeira terapia passear de carro pelas bucólicas ruas da nossa cidade. As pessoas de menor poder aquisitivo circulavam de ônibus em agradáveis passeios, indo até a praia da Sereia.

Hoje andar de ônibus, tornou-se um inferno, um suplício; só os miseráveis submetem-se a esse martírio. A evolução e o progresso só serviram para piorar a nossa qualidade de vida. Os motoqueiros são verdadeiros malabaristas, desafiando a tudo e a todos. Em sua maioria são inconseqüentes, tendo o número de acidentes com motos aumentado assustadoramente, vez que os condutores de automóveis não respeitam ou fazem pouco caso deles que ousam competir com os mesmos. Os motoristas não respeitam as faixas destinadas aos pedestres e passam em alta velocidade. Na Avenida Silvio Viana, em Ponta Verde, em frente à barraca Pedra Virada, existe uma faixa destinada aos pedestres. Essa faixa é passagem obrigatória para as pessoas que moram nos edifícios defronte à referida barraca e à banca de revistas “Versalles” e fazem caminhadas no calçadão. Essas pessoas correm risco de morte. Já presenciei um idoso ser atropelado naquela faixa, ficando em uma poça de sangue, enquanto aguardávamos a chegada do SAMU. A vítima tinha saído da barraca e ia apanhar seu carro, estacionado do outro lado. Foi chocante! Não esquecerei jamais aquela cena! A prefeitura de Maceió deve instalar, com

urgência, naquele local, um semáforo igual ao que fica em frente ao hotel Ponta Verde, onde o pedestre aciona o botão e o sinal fecha para os carros, enquanto as pessoas atravessam a faixa com segurança. Esse local a que me refiro é interditado aos domingos pela Prefeitura para o lazer das crianças e de seus pais. É um local agradabilíssimo. Entretanto, além da falta do semáforo, há outra aberração. Existe entre os edifícios Sirius e Versalles uma “boca de lobo” sempre transbordando água contaminada com fezes e urina. Um verdadeiro atentado à saúde das crianças que brincam naquele local e aos moradores que ficam enojados com a fedentina insuportável. Essa boca de lobo fica exatamente no cruzamento da Rua Cláudio Ramos com Avenida Silvio Viana. É uma vergonha e decepcionante para os turistas que nos visitam e ficam horrorizados com tamanha podridão. O saneamento feito naquela região foi de péssima qualidade, não funciona e as águas contaminadas retornam para os ralos dos apartamentos mais baixos sendo, por conseguinte, mais um engodo praticado pela CASAL e pelas empresas responsáveis por tamanha falta de vergonha. A CASAL que deveria cuidar dos esgotos, dos quais cobra e

recebe taxas embutidas nas contas da água, nada faz, é um órgão inoperante e falido! Eis, portanto, a razão de tantas doenças na Capital. Maceió, outrora conhecida como Paraíso das Águas, tornou-se o paraíso da dengue, que continua fazendo vítimas e matando pessoas, notadamente crianças e idosos. Vale ressaltar que o IPTU cobrado aos moradores da Ponta Verde é altíssimo, sem se falar dos caríssimos condomínios que são cobrados aos condôminos daquela região. E por falar em dengue, perguntar-se-ia: onde estão os carros “fumacê” que circulavam em Maceió para enfrentar e combater essa famigerada doença provocada pelo mosquito Aedes Aegypti, erradicado há mais de cem anos, no Rio de Janeiro, pelo grande e saudoso brasileiro, o sanitarista Osvaldo Cruz. Isso é uma vergonha! Uma falta de administradores capazes e honestos. Além desses problemas, a Avenida Silvio Viana e a pista que fica entre os coqueiros e edifícios viraram pista de corrida para carros e motos que passam em altíssimas velocidades após as 22h. E mais das vezes durante o dia. Com a palavra o DETRAN e a SMTT. *É Advogado, Procurador do Estado e Diretor Geral da SEUNE


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Palavra de Felipão

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stamos na obrigação de ganhar a Copa.” Palavra de Luís Felipe Scolari na véspera de liberar a lista dos jogadores convocados na quinta-feira-7 sustenta o otimismo do penta. É uma confiança que se sustenta na tradição do futebol brasileiro mantida com o título da última Copa das Confederações e resultados nos amistosos com placar favoráveis, inclusive na Europa.

Mesmos problemas Na Pajuçara a torcida mantém a confia na proposta de brigar por vaga na Série B. Pressente o time com disposição e debita o empate com o Paysandu (0x0) no Rei Pelé como natural diante da expectativa da estreia. Precisa só me-lhorar nas finalizações e nos chutes a gol.

Mais atenção “O Brasil mantém o melhor futebol do mundo, mas deveria estar mais avançado no ranking da FIfA.” Observação é de torcedores preocupados com a possibilidade de repetir erros antigos. Na contagem regressiva para a Copa faltam 32 dias e aparece na galera o temor de 1954.

Novo presidente Roberto Mendes presidente do CSA é a surpresa agradável da semana para o futebol alagoano. Assume no cargo no momento que o clube mais precisa. Foi ídolo no Mutange como jogador, atuando no meio-campo e estava conselheiro. É parte de uma geração empenhada em reaproximar a torcida do clube e do futebol

Histórico

Assim não dá

O CRB está na da Série C desde 2008 e foi sexto no ano passado com uma pontuação distante do retorno para a Série B. Dos 20 jogos que fez conseguiu nove vitórias (abaixo de 50%), dois empates, seis derrotas e teve Denílson artilheiro com nove gols. (Com Globo Esporte.)

No futebol certos jogos deviam ser adiados. Exemplo ocorreu no Recife, Santa Cruz 1 x 1 Paraná, primeira rodada da Série B. Choveu tanto que o aguaceiro deixou o gramado encharcado pela falta de condições da bola correr, jogadores e árbitros trabalharem. Dos torcedores nas arquibancadas se contava nos dedos.

Surpresa?

Correção Erramos ao divulgar CRB x ASA como jogo de abertura da Série C no domingo passado. O Galo, na verdade, enfrentou o Paysandu do Pará, jogo em Coruripe e empatou (0x0). Não ocorreu no Rei Pelé fase o Galo cumprir suspensão com jogos fora de Maceió imposta pela CBF. O CRB x ASA foi adiado pela CBF para junho.

Cabeça no lugar Departamentos médicos dos clubes alagoanos não devem ter atenção com o emocional dos jogadores antes dos jogos? A pergunta é das arquibancadas e tem a ver com a fase de baixo rendimento dos clubes em jogos pelo campeonato brasileiro, queda da Série B para a C.

É do futebol

No CSA a torcida não se mostra abatida diante do mau momento do clube na temporada. “Faz parte do futebol”, comentou a torcedora Rosa Cavalcanti otimista após entrevista de Roberto Mendes, da diretoria azulina, na Gazeta, edição da terça-feira. É isso aí, a “União faz a força.”

De Portugal Pepe, alagoano do Jacintinho, carreira iniciada nas bases do CRB e naturalizado português, deve ter atenção de conterrâneos jogando a sua primeira Copa do Mundo no Brasil. De quem o conhece: “O destino favorece a estreia dele. Vamos torcer também por ele.” Quem conviveu com Pepe a queixa é só pelo sumiço dele desde que foi para a Europa.

Nova geração A Copa do Mundo, em junho, deverá deixar como lembrança o fato de ser uma proposta pró uma renovação do futebol mundial. O chamariz que estimula o debate é focado nas seleções com maioria dos jogadores inscritos rejuvenescido inclusive do Brasil. A mídia dá ênfase a esse quadro na cobertura do evento.

Foi exagero O Globo Esporte no sábado-2 achou “exagero a CBF, para cumprir o calendário do futebol brasileiro, permitir que aconteçam jogos no custe o que custar e que favoreçam resultado ruim para todos.” É, ocorrências como a do Recife só espelha o sacrifício dos clubes e dos jogadores para cumprir tabela.

Tevez, ainda ídolo no futebol argentino é citado com possibilidade de estar na seleção do País vizinho que virá jogar a Copa do Mundo no Brasil. Ele passou um tempo sem participar de jogos por causa de uma contusão. A idade, 30 anos, não é observada como impedimento pela imprensa argentina.

De torcedor Comentário de Otávio Oliveira Santos, torcedor azulino: “é hábito no futebol brasileiro time fazer um gol e a partir daí recuar para tentar segurar o placar. Aí pergunto: cadê a beleza do espetáculo se o princípio do futebol é fazer alegria das torcidas movida no balançar da rede? Quem responde?

FRASES “Para jogar no Palmeira tem que se doar” Gilson Keina técnico.

“Começamos bem. É jogo de 4 pontos”

João Paulo (Paysandu, no 0x0 com o CRB

“Temos condições de fazer um bom jogo”

Beto Almeida, técnico do CRB, antes de São Paulo 3 x 0 Galo


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Cadastro Ambiental Rural

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presidente Dilma Rousseff afirmou no sábado (3), durante cerimônia de abertura da 80ª Expozebu, principal feira pecuária do país, em Uberaba (MG), que será publicada na próxima semana no “Diário Oficial da União” a regulamentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O cadastro é o sistema pelo qual cada proprietário de terra vai informar ao governo quais são e onde estão suas áreas de produção agrícola e suas áreas com vegetação natural conservada. A adoção do cadastro está prevista na legislação do Código Florestal, aprovado pelo Congresso em 2012 e que criou novas regras de proteção ambiental em propriedades rurais.

Greenpeace Trinta ativistas do Greenpeace, incluindo o capitão da embarcação “Rainbow Warrior”, foram detidos na quinta-feira (1º) no porto holandês de Roterdã quando tentavam impedir um navio-tanque russo de entregar petróleo extraído no Ártico. “O capitão foi detido e o barco está sendo levado a outro local”, disse Roland Eckers, um porta-voz da polícia holandesa.Alguns ativistas haviam saltado uma cerca para impedir a passagem do navio, enquanto outros se posicionaram a bordo de pequenos barcos, entre o cais e o navio “Mikhail Ulianov”, para evitar que ele atracasse. “Vários ativistas foram presos, cerca de 30”, disse o porta-voz.

O presidente americano, Barack Obama, obteve uma importante vitória nesta terça-feira (29) com a decisão da Suprema Corte de Justiça restabelecendo uma regulamentação limitadora das emissões poluentes que cruzam as fronteiras estaduais nos Estados Unidos. Uma maioria de juízes progressistas e conservadores conseguiu por seis votos a dois reverter a sentença de um tribunal de instância inferior, segundo a qual uma decisão da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) de 2011 excedia a autoridade desse órgão federal.

Uma empresa de design digital na Holanda desenvolveu um aquário que anda sobre rodas que se movem em resposta ao movimento de um peixinho-dourado.Thomas de Wolf, do Studio diip e responsável pelo projeto, explica que o aquário foi colocado sobre uma plataforma com rodas movidas por motores, e que uma câmera conectada por cabos a um pequeno computador localizado embaixo da plataforma funciona como um sensor.

5-Aves invasoras

Mais rápido

Um resort de luxo em Scottsdale, no estado americano do Arizona, recorreu a uma saída improvável para espantar aves invasoras que “assaltam” o café da manhã de hóspedes no terraço de seu restaurante principal: colocou um funcionário com um falcão para assustar os “ladrões”.Os falcões da espécie Falco biarmicus são nativos da África e da Europa. E a simples presença dessa ave de rapina afugenta corvos e outros pássaros que queiram atacar as mesas do hotel The Phoenician.

O mundo animal tem um novo recordista de velocidade, segundo um estudo apresentado no final do mês passado na reunião científica “Experimental Biology 2014”, em San Diego, nos Estados Unidos. O bicho terrestre mais rápido do mundo, aponta a pesquisa, percorre uma distância equivalente a 322 vezes o comprimento do próprio corpo em apenas um segundo.Trata-se do ácaro Paratarsotomus macropalpis. Com o tamanho inferior ao de um grão de gergelim, ele desbancou o antigo recordista mundial: o besouro-tigre australiano, capaz de percorrer 171 vezes seu próprio comprimento em um segundo.

2-Limite de poluição

Ursos polares Para fotografar um urso polar, o brasileiro Francisco Mattos, de 33 anos, viaja para alto mar (às vezes congelado), enfrenta temperaturas de 30 graus negativos e encara expedições que duram até três dias. Mattos mora na Ilha Spitsbergen, na Noruega, e se especializou em fotografar e filmar os animais. No acervo, iniciado em 2011, já tem mais de 200 cliques.

Aquário motorizado

Carcaça de baleia-azul Moradores de uma comunidade pesqueira no Canadá temem que a carcaça de uma baleia-azul encalhada na costa exploda a qualquer momento. Acredita-se que o mamífero gigante tenha morrido por causa de uma geleira nas últimas semanas e sido carregado para o vilarejo, localizado na ilha da Terra


26 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 19 DE MAIO DE 2014

S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Ano eleitoral

N

“País em chamas”

Teo ciente Thomas Nonô, enfim está de futuro decidido. É candidato ao Senado, só deixa em aberto para o entendimento das coligações a cadeira de vice-go-vernador. Em menor escala na curiosidade popular a expectativa se volta agora para o vice. Tanto do personagem como o partido e a região do Estado.

E o vice?

Impacto negativo

Uma certeza O PPS já não descarta – bem ao contrário, mostra convicção – que vai disputar as eleições de outubro coligado. A informação é de Juca Sampaio confirmando no paralelo, como também acertada a candidatura de Régis Cavalcanti a deputado federal. Dúvida só nomes à estadual, mas conversas estão avançadas..

Ordem na casa

Eduardo Cunha, deputado federal (PMDB-RJ) declara confiança no eleitorado do baixo clero para ser reeleito. Paralelo já faz planos para se eleger também presidente da Câmara no início da legisla-tura, em janeiro e estender o mandato na mesa para quatro anos com a reeleição em 2017.

Júlio Houly, ex-deputado estadual, mesma época de Benedito de Lira e hoje com mandato de vereador em Arapiraca, tomou posse no dia 29 de abril como presidente do PP arapiraquense. A filiação estava decidida desde o ano passado e será um dos coordenadores da campanha dos progressistas no Agreste.

Lojistas sentiram um “impacto negativo” no comércio em abril. Da motivação, o feriadão no final do período. Já neste começo de mês a preocupação é com as chuvas que prejudicam o movimento no comércio e no domingo ser comemorado o Dia das Mães. Figa deles é para às compras de última hora.

André Patry, jornalista, analisa na Veja de dia 30 de abril e título “Brasil em chamas,” que “ações criminosas, protestos contra uma injustiça ou reivindicação, os brasileiros passaram a atear fogo em tudo – ônibus, pneus, lixo...” Na conclusão faz uma pergunta: ”Por quê?”

Disputa surda

A lei em vigor, que reajusta o salário mínimo, não agradou os trabalhadores no valor de R$ 779 e uns centavos mais para 2015. Já do segmento trabalhista, sindicatos principalmente, ainda não consta qualquer comentário sobre a proposta do Planalto. Um silêncio que presume solidariedade e o ano ser de eleições.

Parte do jogo

o calçadão do comércio de Maceió a campanha política pré outubro começa a ser notada, mesmo ainda fora de prazo permitido. Tirar dúvida? Basta uma cami-nhada no calçadão, de área liberada para todo tipo de comércio ambulante até loja expondo mercadoria fora do prédio.

A Prefeitura faz bem ao sequenciar proposta de antecessores para abrir opções de tráfego de veículos em Maceió. Observação é de cidadãos que utilizam transporte próprio. Já de usuários de ônibus a queixa é a mesma de épocas passadas e não acreditam em licitação para o setor.

Salário mínimo

Emprego? Alagoas apresentou até 2011 um índice de crescimento de empregos em níveis satisfatórios. É daí, para este ano de eleições, natural dobrar otimismo para oferta de trabalho se manter em alta com a campanha eleitoral propondo trabalho que, mesmo terceirizado aparece.

Cadê o vice? Pelo hábito de surpreender, o governador Teotônio dá ao alagoano motivo para tentar adivinhar e apresentar como “o carta da vez o nome do vice-governador. Pistas: Eduardo Tavares é tucano, e Nonô do DEM. Qual partido, além desses, são habitués no dia-a-dia do Palácio dos Martírios?

Democracia

Mas no enredo proposto pelo Palácio dos Martírios atenções buscam agora curiosidade para o nome do vice e o partido a que está filiado. De assessores e na Assembleia Legislativa se escuta só um “não vejo, não ouço, não falo,”

“Quando eu voto pratico um dever cívico. Não devo, por isso, aceitar de quem quer que seja influência na decisão.” A frase foi em conversa sobre as eleições, partidos e a importância da valorização do voto. No complemento sobraram críticas para quem reclama de “barriga cheia.”

Formando equipe

Lembrança

O ministro da Integração, Francisco Teixeira, é citado pela Revista Istoé, edição do dia 7 como provável coordenador da campanha de Benedito de Lira. Da nota na Coluna Brasil Confidencial consta engajamento também do jornalista Arthur Gondim.

Empresários vêem Renan Calheiros na presidência do Senador com o estilo de José Sarney. Observação é diante da firmeza para tomar decisões, conduzir às sessões no plenário e fazer “ouvido de mercador” às críticas. De errado só o apoio a cadidatura de Dilma para a reeleição.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE MAIO DE 2014 -

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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Fit na ofensiva

Q

uem olha mais distraído pode ter falsa sensação de que o novo Fit é apenas uma evolução modesta do anterior. Ledo engano. Além de todos os painéis de carroceria terem mudado, perdeu o ar de carro comportado demais. Não desperta paixões esportivas, é verdade, mas alguns vincos ousados e entrada e saídas de ar (falsas) nos parachoques pegaram bem. Meio termo entre hatch e monovolume – aqui a Honda estimula o segundo enquadramento por ter menos concorrentes – o Fit pode significar mais do mesmo sem a conotação negativa desse termo. No total há seis versões, da DX a R$ 49.900 à EXL (automática) por R$ 65.900. O preço foi e sempre será puxado pela própria filosofia construtiva do fabricante. Na média, os preços não subiram. Embora a versão de topo aponte para compacto a preço de médio (ao

contrário de Logan ou Cobalt, por exemplo), oferece mais equipamentos que a anterior. Além de agora ter alcançado nota máxima (Inmetro A) em economia de combustível, o fabricante prevê passar de quatro para cinco estrelas nos testes de impacto (Latin NCAP). Isso tudo não vem de graça, como a velha história dos ovos e da omelete. Continua lá a brilhante solução do tanque de combustível sob os bancos dianteiros. O tanque foi alargado e rebaixado (perdeu um litro de volume) para aumentar espaço para os pés dos passageiros de trás. Estes, aliás, ganharam 8 cm para os joelhos graças ao aumento de 3 cm na distância entre-eixos, mudanças na suspensão traseira e redução do porta-malas em 21 litros (ainda há bons 363 litros). Ao retirar os apoios de cabeça dianteiros, os encostos dos bancos reclinam 180° e se nivelam

RODA VIVA perfeitamente ao assento traseiro, como uma cama. Podese transportar uma bicicleta sem remover a roda dianteira. Até na versão superior de acabamento há plásticos duros em excesso no seu interior. Apenas onde roçam os cotovelos nas laterais de porta existe revestimento. Regulagem do encosto do banco do motorista ficou bastante precisa. Tela de cinco polegadas com câmera de ré nas versões mais caras não deveria excluir ar-condicionado digital. Involução clara foi substituir freio a disco traseiro pelo a tambor, cuja única vantagem é manutenção mais em conta. Boa providência foi extinguir o motor de 1,4 L. O de 1,5 L (116 cv/15,3 kgf∙m) não se enquadra como bom flex por ter potência e torque praticamente idênticos com gasolina. A fábrica alega ter privilegiado consumo. Pelo menos a partida em dias frios

dispensa gasolina graças a injetores aquecidos eletricamente. Como o carro perdeu até 60 kg de massa total e melhorou 13% no coeficiente aerodinâmico (Cx), ganhou em agilidade, embora a Honda continue sem informar dados de desempenho, ao contrário da Europa. Uma surpresa: a evolução marcante do câmbio automático CVT. Cessou aquela sensação desagradável de patinagem contínua e motor sempre em altas rotações. Reações ao acelerar ficaram bem parecidas a um automático convencional. Mesmo sem marchas virtuais, o comportamento muda claramente com as opções S e L na alavanca seletora. Previsão é o Fit passar, até o fim do ano, a carro-chefe da marca, que fará retoques no Civic em junho, terá um novo City em meados do segundo semestre e o Civic Si, no último trimestre.

pitstop S10 vende menos, mas segue líder A Ranger cresceu 10,5% este ano e a Amarok caiu 25%

A

s vendas de picapes médias no 1º quadrimestre de 2014 caíram 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado, com um total de 53.327 unidades, contra 55.871 de 2013. A queda foi equivalente à do mercado total, que vendeu neste ano, 1,05 milhão, exatamente 4,5% a menos do que no período janeiro-abril do ano passado. Foram 2.500 unidades a menos

que em 2013. A S10 é líder do segmento há 18 anos e continua na ponta. A picape da GM vendeu este ano 15.836 unidades, contra 16.302 no primeiro quadrimestre de 2013, uma queda de 2,9%, inferior à média. A GM anunciou recentemente a produção de 150 mil unidades da S10 produzidas na fábrica de São José dos Campos. A segunda picape mais vendida este ano é a Hilux, da Toyota, com 12.606 unidades, número praticamente idêntico ao do primeiro quadrimestre do asno passado (veja quadro).

Terceira colocada no ranking, a Ranger teve um aumento de vendas de 10,5em relação ao ano passado, com 7.449 unidades (6.741 em 2013). Outra picape média que apresentou crescimento expressivo foi a Rely, mas os 176% de crescimento é explicado em parte pelo lançamento no final de janeiro e a demora para o início das vendas. A Rely vendeu 373 unidades no 1º quadrimestre deste ano, contra 135 no mesmo período do ano passado. A Dodge Ram, picape grande, também teve crescimento ex-

pressivo: 41,9%, vendendo 264 unidades, contra 186 no mesmo período de 2013. Nem todas as picapes conseguiram manter suas vendas em 2014. A Amarok sofreu uma queda de 25,2%: em 2013 vendeu 7.887 unidades e neste ano (no mesmo período), apenas 5.901. Em queda de vendas a picape da Volkswagen só perdeu para a Ruiyi, da Hafei, que caiu de 219 para 114 unidades. A Frontier, da Nissan, também teve uma queda de 15,6%, vendendo 4.121 unidades no 1º quadrimestre de 2014, contra 4.880 no mesmo período de 2013.

TOYOTA bateu o martelo e não deixará (de novo) o Civic sozinho na faixa de consumidores que apreciam respostas vigorosas do pedal direito. Para enfrentar a volta da versão Si do rival apelará, da mesma forma, para importação restrita do Corolla Furia. Nome pode ser exagerado (talvez mude quando chegar), mas se baseará no modelo vendido nos EUA. ESTE parece ser o ano do Japão no Brasil e não da Alemanha, no programa de intercâmbio mercadológico entre países. Além da renovação total de produtos da Honda, Nissan lança este mês novo March, novo Versa estreia no segundo semestre (ambos em sua fábrica recém-inaugurada) e Mitsubishi começa a produção nacional do Lancer em setembro próximo. COMO é a sensação de rodar a 120 km/h, conta-giros a pouco menos de 2.000 rpm e economizar até 11% de combustível? Cativante, pode-se afirmar, no Range Rover Evoque com inédito (no Brasil) câmbio automático de nove marchas. Land Rover ainda reduziu os volumosos espelhos externos, somou sistema desliga -liga motor, controle de cruzeiro adaptativo e outros mimos. PLÁSTICO reforçado por fibra de carbono terá preço reduzido em mais de 70% nos próximos anos e rivalizará com alumínio e aços leves na construção de veículos. Previsão da SGL, empresa alemã sócia de BMW e VW. No mundo ávido por redução de massa para economizar combustível, aquele material extremamente leve e resistente é escolha natural. CUIDADO com ofertas de socorristas que trazem peças para aparente e conveniente substituição em caso de pane. Nem sempre a troca é necessária. Motoristas sentem-se aliviados por ter o problema resolvido e, em geral, não cobram explicações. Seria bom as seguradoras, que oferecem esse serviço, ficarem atentas ao selecionar esses prestadores de serviço.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE MAIO DE 2014 CRÔNICA

Os mercenários da Copa do Mundo JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

A

s melhores fases da minha infância e juventude, aconteceram quando eu era o “ponta esquerda” do time de futebol da minha terra, Mata Grande. Eu não jogava bem, mas, como era o único que chutava com o pé esquerdo, ganhei a posição e fiz parte das equipes que jogavam contra Santana do Ipanema, Água Branca e Inajá, esta uma nossa vizinha, do Estado de Pernambuco. Nós, sempre éramos vencedores e, não existia a “frescura” da altitude do lugar, do tempo de viagem de avião, dos poucos dias para treinamentos, contusões e outras desculpas dos Técnicos. Nas carrocerias

empoeiradas dos caminhões, a felicidade viajava com a gente e éramos recebidos com foguetes e almoço de buchada de bode, para que o sono nos atrapalhasse nas horas das disputas em campo. As buchadas eram táticas dos nossos adversários, mas, as partidas eram disputadas como se a felicidade dos matagrandenses dependesse dos nossos pés. Hoje em dia, as nossas Seleções só pensam nos dólares, nos euros, nas libras, nos francos, nas moradias em Castelos Antigos, nas percentagens do dinheiro das suas vendas e, até na lavagem de dinheiro, como já aconteceu em escândalos envolvendo “cartolas” do nosso futebol. Temos bons jogadores, porém, numa Copa do Mundo, como essa que vai acontecer no Brasil, alguns jogadores irão pensar, primeiro no dinheiro e na fama, deixando o patriotismo no banco dos reservas. Em outras Copas, já aconteceu que

de nada adiantaram as concentrações em hotéis e granjas luxuosas, com todas as mordomias. Eu estou confiante no Felipão, porém, depois que o Brasil perdeu para o Uruguai em pleno Maracanã, eu fico com medo de possíveis derrotas, como as que já aconteceram nas outras Copas, ganhas por outros países. Estou escrevendo este artigo, antes da primeira partida da Copa, lamentando a convocação de 23 jogadores, dos quais, somente 4 jogam no Brasil, pois, os demais são mercenários vendidos aos estrangeiros. Ora, a corrupção também acontece no futebol, como aconteceu no Corínthians, onde o seu Presidente roubava o dinheiro das transações do clube, para depositá-lo em bancos da Europa. Os brasileiros possuem vocação para o esporte e, principalmente, para o futebol e voleibol, mas, tudo irá melhorar, quando for criada uma lei que só permita se-

rem convocados para a seleção de futebol, os jogadores de clubes brasileiros ou que tenham vindo para o Brasil, um ano, antes da Copa do Mundo. Assim, iria ser evitada a desculpa dos nossos Técnicos, quando dizendo que perdemos, porque faltou tempo para treinamentos ou entrosamento do time. O futebol bole com o patriotismo, até das pessoas que não gostam de futebol, porém, só uns poucos é que decidem por todos os brasileiros. Muito dinheiro está em jogo, numa convocação de jogadores. Tomara que os melhores, tenham sido, realmente, esses estrangeiros, mercenários do futebol. Por causa do dinheiro, pode até ser dispensado o entrosamento dos nossos craques. Obs: Meu amigo e colega, Eng. Marcos Mesquita de Melo, sempre lê meus artigos. Por isso, agradeço a ele, pelos seus incentivos.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Jogo de interesse

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pré-candidatura do senador Biu de Lira ao Governo do Estado de Alagoas está mais forte do que nunca em Arapiraca. Biu, sabido do jeito que é, aposta no jogo de interesse confuso envolvendo as principais lideranças políticas da terra do fumo.

Decisões opostas Vejamos: a prefeita Célia Rocha e seu principal aliado político Luciano Barbosa sempre optaram por candidaturas opostas: Nas últimas duas campanhas (2006 e 2010) para o governo do Estado Célia marchou com João Lira e Fernando Collor. Perdeu. Luciano, por sua vez, apoiou Téo Vilela (venceu) e depois Ronaldo Lessa (perdeu).

De corpo e alma Agora, Luciano está envolvido de corpo e alma com Renan Calheiros e pode ser candidato a deputado federal ou mesmo a vice-governador. Já Célia Rocha, mais cautelosa, é Fernando Collor até umas horas, mas vai ouvir a sua principal aliada política para tomar as decisões. A atual secretária de Finanças, Edina Pereira, que é uma espécie de secretáriageral, é a sua conselheira, que toma decisões, bate, morde e assopra na sua administração.

Vai ouvir Pelo jeito, Célia já errou no passado, mas quer ouvir as pessoas certas, como a ex-secretária do prefeito de Taquarana, Alair Correia, para não repetir os erros e comprometer o seu futuro político.

Esclarecimento

Processo eleitoral

A nota é do ex-prefeito de Lagoa da Canoa Jairzinho Lira: A decisão do senador Renan Calheiros em não aceitar o PRTB no Chapão não trará qualquer tipo de consequência às minhas intenções em disputar uma das vagas da Assembleia Legislativa no próximo pleito. Minha filiação ao PRTB deu-se pelo desejo de disputar uma eleição no mesmo partido em que meu pai, Almir Lira, disputou e foi eleito deputado estadual nas eleições de 2010, onde, infelizmente, não pôde assumir o mandato por ter falecido antes da posse. É válido lembrar ainda que, independente das composições políticas atuais, fui eleito pelo voto popular em duas oportunidades para ser prefeito de Lagoa da Canoa e, ao concluir meu mandato, consegui eleger meu irmão em Feira Grande e meu tio, me sucedendo em Lagoa da Canoa. Portanto, considero prematura a previsão do nobre colunista ao apontar quem poderá ser beneficiado ou prejudicado após as composições políticas envolvendo o PRTB, pois apesar de jovem, possuo uma base política que vai além do Agreste e isso me credencia e me dá segurança para continuar na luta e na esperança de continuar trabalhando pelo povo de Alagoas.

Já passava das três horas da madrugada, quando o presidente da Comissão Eleitoral, professor José Carlos Pessoa de Melo, divulgou oficialmente o resultado. A Chapa 2, liderada pelo professor Fábio Sales, obteve 34,92% dos votos válidos. O processo eleitoral aconteceu ao longo da terça-feira nos seis campi da instituição.

Foi reconduzido O atual reitor da Universidade Estadual de Alagoas, professor Jairo José Campos da Costa, foi reconduzido pelos estudantes, professores e técnicos administrativos da instituição para mais quatro anos à frente da Uneal nesta terça-feira (6). O gestor foi reeleito com 65,08% dos votos válidos.

Conquista Durante entrevista à Universitária Rádio Web, logo após o término da apuração, o reitor da Uneal destacou que a conquista foi de quem acreditou e lutou “com a gente não foi apenas de dois ou de poucos, mas de todo um povo que historicamente é batalhador e vencedor”, destacou. O vice-reitor reeleito, professor Clébio Araújo, pontuou que a verdade prevaleceu num processo que foi conturbado em determinadas etapas. “Venceu a proposta, a trajetória de quatro anos de lutas e conquistas”, declarou.

Foi tranquilo O professor José Carlos Pessoa destacou a tranquilidade do processo nos seis campi da universidade. Em todas as unidades, o processo aconteceu de forma tranquila, sem registro de ocorrências. O segundo mandato do professor Jairo José Campos da Costa à frente da Uneal começará oficialmente no mês de outubro.

Semana do Trabalhador Na semana passada foi realizada em São Sebastião a Semana do Trabalhador. O evento, realizado pela Prefeitura em parceria com as Secretarias de Saúde, Assistência Social e Cultura, percorreu diversas comunidades da zona rural e culminou no Largo Muniz Falcão, onde foram oferecidos diversos serviços gratuitos à população.

Serviços

Durante a Semana do Trabalhador, a população teve acesso a vários tipos de serviços e orientações. Na Saúde, por exemplo, foram realizados testes rápidos de glicemia, hepatite C e B, Sífilis e HIV, além de vacinação contra Influenza, Hepatite B e Tétano.

PELO INTERIOR ... Ainda São Sebastião: O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Nelson Moreira também esteve presente. Várias peças de artesanato produzidas pelos usuários foram expostas para os visitantes, a maioria a partir produzidas a base de bordado, crochê, vagonite, pintura, entre outras. O CAPS de São Sebastião atende, atualmente, a 160 usuários. ... A tenda da Assistência Social levou orientações ao público sobre os diversos programas sociais desenvolvidos no Município, entre eles o Bolsa Família, Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), Viva Vida, Carteira do Idoso e sobre os cursos de geração de renda do CRAS, que incluem bordados em fita e pintura, entre outros. ... A Semana do Trabalhador foi iniciada no último dia 25 nos povoados Cana Brava e Curralinho. Na segunda, toda a estrutura foi levada para as comunidades Flexeiras e Lagoa Seca. Na terça para os povoados Serra e Tabuleiro, culminando na zona urbana nesta quarta. ... Na quinta-feira, 8, o Ginásio Municipal João Paulo II, a Prefeitura de Arapiraca esteve realizando a entrega de 700 cestas nutricionais para gestantes em vulnerabilidade social, através do projeto Viva Vida. ... A iniciativa partiu da Secretaria Municipal de Assistência Social e Juventude (Semas), e conta com o apoio da Secretaria de Saúde (SMS), que ao longo dos dias tem realizado a Semana 100% Mamãe Bebê. ... Para o secretário de Assistência Social, Daniel Rocha, este evento simboliza o ato solidário em que a atual gestão se insere, que tem como foco principal, o cuidado e comprometimento com a população arapiraquense. ... “Desta maneira transmitimos ao povo esse sentimento de solidariedade, e o trabalho que estamos desempenhando em prol das pessoas. Sentir a reciprocidade em forma de carinho é muito satisfatório e compensador”, informou Daniel Rocha. ... Além das cestas nutricionais, foram realizados sorteios de brindes, a exemplo de banheiras e fraldas para os bebês. ... Após um período com as obras paralisadas, a construção das 99 casas localizadas no Bairro Ozar da Cunha Lima próximo ao Conjunto Benedito de Lira em Campo Alegre foi retomada. A obra executada pelo Governo do Estado em parceria com a Prefeitura Municipal encontra-se novamente em andamento. ... Após esforços do Poder Executivo Municipal, a prefeita Pauline Pereira e secretário de Infraestrutura Nicolas Pereira conseguiram junto ao Governo de Alagoas retomar a construção das casas, que beneficiará 99 famílias que terão suas casas próprias. As obras já foram reiniciadas pela Construtora Cardoso e Braga LTDA. ... Na quarta-feira, 7, técnicos da Secretaria de Infraestutura do Estado e do município estiveram visitando as obras. ... Aos nossos leitores, desejamos um excelente fim de semana, cheio de paz e saúde. Até a próxima edição. Fui!!!!!


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE MAIO DE 2014

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Esperar para plantar

O

meteorologista Carlos Molion, da Universiade Federal de Alagoas, pede cautela aos agricultores para iniciar o plantio de lavouras, afirmando se for plantar agora com as chuvas da semana passada, corre o risco de perder tudo, com a provável parada de novas chuvas, orientando ainda que se deve plantar lavoras que exijam um consumo menor de água para se desenvolver. Sua dica é plantar sorgo numa área reservada e não somente o milho. O sorgo pede menos água e tem todos os nutrientes necessários para alimentar animais. Um relatório recente da Reunião de Análise e previsão Climática para o Nordeste, que abrenge o período entre os meses de maio e junho de 2014, aponta a previsão de chuvas para todo o Estado com probabilidade de 40% acima da média e 25% abaixo do normal. O quadro é animador para todos aqueles que lidam com a terra.

Orgânicos A dica da coluna para quem mora em casa com espaço suficiente para plantar, cultivar uma horta, somente com adubo orgânico, preferencialmente humus de minhoca. Terá um alimento saudável, excelente para prevenir vários tipo de doenças. É só adquirir as sementes e iniciar o plantio nos próximos dias, com a chegada da estação chuvosa.

Presentes O Dia das Mães, é o segundo mais festejado pelos lojistas (depois do Natal). As promoções são muitas, mas o consumidor tem que pesquisar antes de comprar, optando ainda pela compra à vista, com um bom desconto. Nada de crediário de loja ou mesmo cartão de crédito parcelado, onde pagará juros, taxas diversas e multas, se atrasar.

Custo de vida A inflação de seu bolso é muito maior do que a oficial, anunciada todos os meses pelo governo, com base em pesquisa de preços. Assim, esqueça os números e pesquise você mesmo, só comprando quando tiver certeza de que fez alguma economia. Também não é preciso ficar estocando alimentos. Até porque eles se estragam com o tempo e perdem a validade.

Marcas Troque de marcas, focando apenas no preço. Se determinado alimento ou material de limpeza e higiene, estiver com um preço inferior ao que você sempre comprou, não conte conversa, coloque no carrinho e pague, com a certeza de que egiu economicamente correto.

Cheque Esse instrumento de pagamento vem ficando cada vez mais em desuso. O dinheiro de plástico (cartão de débito) é o que mais cresce. Você deposita seu dinheiro no banco e vai comprando,pagando com ele. Evita andar com dinheiro em espécie para o caso de ser assaltado e compra sempre à vista, com descontos especiais.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 09 A 15 DE MAIO DE 2014 -

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