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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 774 - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014

ALAGOANOS VIRAM REFENS DO MEDO E DA VIOLÊNCIA P/3

CHICO TENÓRIO SE APOSENTA POR INVALIDEZ PARA ESCAPAR DE PROCESSOS DELEGADO VAI RECEBER R$ 20 MIL E TENTAR MANTER IMUNIDADE PARLAMENTAR PARA ESCAPAR DA PRISÃO PÁGINA P/12

PARTIDOS LIDERADOS POR BIU DE LIRA MANTÊM CARGOS NO GOVERNO DE ALAGOAS P/ 6 e 7

DEFENSOR PÚBLICO DIZ QUE TAXA DE ILUMINAÇÃO É INCONSTITUCIONAL P/15

REDUÇÃO DE VAGAS DIFICULTA ELEIÇÃO DE CACIQUES ALAGOANOS P/11

TROCA DE RELATOR ADIA JULGAMENTO DE LESSA, QUE PODE VIRAR FICHA-SUJA

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2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados

DA REDAÇÃO

Aventura socialista

Pela Janela 50 alunos do Campus da UFAL de Santana do Ipanema invadiram na semana passada a reitoria, especificamente a sala do reitor Eurico Lobo, para cobrarem promessas não cumpridas. Ao perceber a invasão, Eurico fugiu pela janela

U

m dos maiores gargalos de Alagoas é a sua dívida pública, que já passa de R$ 8 bilhões, e pode chegar a R$ 10 bilhões em 2015 com os empréstimos externos contraídos pelo governo tucano. Só de juros o Estado paga R$ 50 milhões por mês, o equivalente a 15% da receita corrente líquida. Essa dívida teve seu gatilho disparado no Governo Lessa, que recebeu do Governo GB um débito de R$ 2 bilhões e encerrou sua aventura socialista com uma dívida impagável de R$ 6 bilhões. Com a palavra o candidato!

Almeida no lixo Cabisbaixo, macambúzio, rejeitado. Esta é a atual situação política do presidente do PRTB e ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida. Nos bastidores das eleições, ele é citado no refrão de uma música. “Ninguém me ama, ninguém me quer”.

Biu delira... O senador Biu de Lira deve estar delirando. Em seu primeiro debate como candidato ao governo disse que “a educação tem resultados positivos em Alagoas”. Nunca é demais lembrar que o ensino estadual – comandado politicamente pelo senador – nunca esteve tão ruim. Os índices da Educação são uma vergonha!

Todos contra

Téo e o ET PT vacilante 1

O aumento de até 700% na taxa de iluminação pública de Maceió é até agora o feito de maior impacto da administração Rui Palmeira. A medida, aprovada pela Câmara, conseguiu a unanimidade contra.

Paulão impôs a Judson Cabral ser vice de Renan Filho, Judson com medo de que se repita o mesmo episódio que ocorreu com Ronaldo Lessa, quando o chapão virou chapinha, não cedeu às pressões de Paulão, que tenta se reeleger a todo custo a deputado federal.

Está na Constituição

PT vacilante 2

“Mangues, estuários, restingas, dunas, recifes, falésias, praias e cordões litorâneos são áreas de preservação permanente”.

Simples assim O Simples Nacional – que passa a vigorar em janeiro de 2015 - vai contemplar empresas jornalísticas, consultórios médicos e odontológicos e escritórios de advocacia, entre outros. Só não poderão participar do regime de tributação empresas produtoras de bebidas alcoólicas e de tabaco.

Indústrias de papel E a “refinaria de papel” que LOG contratou para Alagoas? O jornal Extra tentou falar com o todo-poderoso, mas até agora não obteve resposta. LOG precisa explicar se outras “indústrias” que ele trouxe para Alagoas também são de papel.

Bar da Pata O premiado “Bar da Pata” (Farol) está comemorando 43 anos de atividade ininterrupta. A tradicional patinha de uca - que lhe deu nome e fama nacional – se junta agora ao “camarão da vovó”, herança do Bar das Ostras, que virou patrimônio público.

Advocacia administrativa O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai investigar se o juiz Francisco de Assis Galindo de Oliveira, vinculado ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, cometeu ou não infração disciplinar ao julgar antecipadamente ações complexas e milionárias enquanto substituía magistrados titulares, em razão de férias ou afastamentos. Deve ser terrível viver em uma terra onde magistrados não honram a toga....

(Millôr Fernandes)

A direção nacional do PT cobrou postura politica dos petistas alagoanos, que insistem em indicar o vice de Renan Filho. Lula quer uma mulher, e a disputa estaria entre Rosiane Beltrão e Patricia Sampaio. Diante de tantos vacilos, o PMDB aproveita para emplacar Luciano Barbosa. Homem de confiança de Renan pai.

Recursos 1 O Ministério das Cidades autorizou a liberação de R$ 546,8 milhões para obras de infraestrutura na parte alta de Maceió. Os recursos serão aplicados em ações de pavimentação e drenagem para melhorar as condições de transporte público.

Recursos 2 O Ministério também liberou R$ 581,4 milhões para obras pontuais nas bacias do sistema hídrico do rio Jacarecica. Os recursos são originários de emenda parlamentar, de iniciativa do senador Renan Calheiros

Traição explícita Deu no Jornal de Brasília, coluna do Mino Pedrosa: “O malabarismo político do senador Benedito Lira (PP) é inacreditável. Em Brasília, é um ardoroso aliado do presidente nacional do seu partido, senador Ciro Nogueira, na defesa do apoio à reeleição da presidente Dilma. Tem sido o algoz dos que querem romper com o Planalto para apoiar as candidaturas de Aécio Neves ou Eduardo Campos. Só que, estranhamente, em Alagoas, sua terra natal, onde Benedito concorre ao Governo, ele é aliado do PSB e fala nos palanques que pedirá votos para Eduardo Campos. Afinal, quem está sendo enganado, a presidente Dilma ou Eduardo Campos? Crave sem medo de errar: os dois são traídos”.

O candidato Eduardo Tavares do PSDB, adotou a mesma roupa usada por Teotonio Vilela Filho na campanha eleitoral que o reelegeu go-vernador de Alagoas. ET aparece nos encontros públicos de calça jeans, camisa azul marinho e gravata preta. Cara de um, focinho do outro.

Delegado herói E no Facebook você vai encontrar o delegado Cícero Torres, o primeiro que investigou a morte de PC Farias e sua namorada Suzana Marcolino, com a roupa do herói dos quadrinhos, o Capitão Marvel. Isto é passional, se não fosse cômico.

PSOL na chuva A chapa majoritária do PSOL tem como pré-candidato ao Governo o sempre candidato Mário Agra e para o Senado, Heloisa Helena. Agora o partido já sabe, vai fazer campanhas individuais e de sobrevivência própria. Detalhe, Heloisa Helena quer multiplicar por 100 os 15 mil votos que a elegeram vereadora, e Mário quer lotar pelo menos duas Kombis.

Mais díficil? A hereditariedade na política deverá se tornar mais difícil de acontecer nas urnas? A pergunta faz ligação com as novas medidas tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral sobre a diminuição de cadeiras nos Legislativo federal e estaduais. Já em Alagoas candidatos com posse antiga de mandatos repensam como se organizarem em família para outubro.

Calçadão Qualquer ligação da presença hoje, às vésperas das eleições, dos ambulantes no calçadão e outras áreas do centro teria a ver com a campanha de Eduardo Tavares ao governo de Alagoas? Essa questão lembra as eleições anteriores (municipais) quando o MP determinou a retirada deles dos mesmos locais. Na época quem era o procurador-geral?


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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Alagoanos reféns do medo Brasília - Não vamos falar de números, de estatísticas e de estudos sociólogos. Os alagoanos já estão fartos de tanto oba-oba. Eles querem, na verdade, uma ação imediata para sepultar o título nada honroso de Estado mais violento do mundo. A capital, Maceió, é a primeira em homicídios no Brasil e a quinta do planeta. Mata-se mais por lá do que em qualquer guerra viva no mundo. Na raiz de tanta brutalidade, a precariedade da educação está em primeiro lugar. Alagoas também está entre os piores estados brasileiros onde a educação não chegou. E o pouco que chegou foi desmontado nos últimos vinte anos por autoridades incompetentes e alheios aos problemas sociais do Estado. Quem anda por Maceió – como andei na última semana – não percebe a violência tão flagrante. Ela está localizada na periferia, nas grotas abandonadas pelo poder público. Mas aos poucos, a violência chega também ao Centro da cidade. Assaltam restaurantes, clientes e bancos, agências dos Correios, empresas e empresários, ônibus e sequestram pessoas à luz do dia. Não tem jeito. Diariamente aparecem estirados nas ruas de três a quatro cadáveres para desespero da população, hoje refém do medo e da violência. Acuados pela bandidagem, moradores e pequenos empresários tentam proteger suas propriedades com grades de ferro e cadeados poderosos. O alagoano está enjaulado dentro das sua própria casa. A grande tragédia é a droga, onde milhares de crianças se entregaram ao vício e à venda do crack. É o mesmo crack que a Dilma, em seus primeiros comerciais em 2010, disse que iria combater no seu governo. Fez proselitismo com o flagelo da droga e não moveu uma palha sequer para combater o tráfico. A droga é tão letal ao ser humano que dificilmente quem entra não sai. Crianças drogadas perambulam pelas ruas de Maceió, pelos sinais de trânsito e vivem como zumbis pelas noites atrás de pedra de crack. Na maioria das vezes estão a serviço dos traficantes nas portas dos bares e restaurantes. O estado é de calamidade pública, mas nada disso sensibiliza os alagoanos e as autoridades que desprezam essa geração de miseráveis, os mortos-vivos da droga. O passeio pelas ruas de Maceió não é nada agradável. As praias bonitas da cidade – tão poluídas pelo esgoto a céu aberto – já não atraem turistas como antigamente. As calçadas da orla invariavelmente amanhecem com manchas de sangue, sinais de conflito na madrugada violenta. Mas, a população passiva, ainda não enxergou que vive enjaulada. Durante muito tempo assistiu sem reagir a essa calamidade e elegeu políticos

Contaminação Todo o estado está contaminado pela droga. O interior ocupado pelos traficantes que ditam a regra do jogo. Em Arapiraca, por exemplo, a segunda maior cidade de Alagoas, o crack é vendido nas portas das escolas, nos cinemas, nos pontos de táxi e até em portas de shopping tudo à vista das autoridades que se sentem cada vez mais impotentes para combater o crime. Quando se pede socorro em Brasília, o Ministério da Justiça imediatamente saca da Força Nacional e manda para o estado. Coisa desnecessária e fútil. Um bando de marmanjo, vestidos como os marines americanos, que pouco ou quase nada fazem para combater o crime. É um grupo inútil para qualquer tarefa.

- MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014 -

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Frieza Foi com muita frieza que os brasileiros assistiram o último amistoso da Seleção Brasileira apesar do esforço da Tv Globo parta motivar os torcedores. Dezenas de pessoas se aglomeraram a porta do estádio em Goiânia para protestar contra as obras superfaturadas da Copa do Mundo. O PT conseguiu o que até então nunca se imaginou no país: empurrar o brasileiro contra a seleçãoo.

Sucateamento Nos últimos 20 anos, a Secretaria de Educação de Alagoas serviu para tudo, menos para melhorar a educação. Virou moeda de troca para composições políticas e terminou sucateada. Secretários desqualificados e alheios a educação estiveram à frente da Pasta apenas para compor um figurino partidário. Será que o Velho Graça estava certo quando propôs resolver os problemas de Alagoas? Perguntava ele: “Por que não se inundavam Alagoas e Sergipe para criar um golfo entre Pernambuco e Bahia?”.

Moralidade O Brasil atravessa uma de suas maiores crises moral e administrativa. Moral porque o governo perdeu o bonde da ética com a institucionalização da corrupção e administrativa porque a presidente Dilma mostra-se incompetente para comandar um país do tamanho do Brasil que agora começa a se desmanchar com a recessão econômica. A marolinha, que o Lula desdenhou quando foi alertado por analistas de que a crise chegaria por aqui, virou um tsunami que agora engole o dinheiro do trabalhador e paralisa as atividades industriais do país. O pibinho do primeiro trimestre (0,2%), a redução do consumo familiar (-0,1%) desaceleração da indústria (-0,8%), a queda nos investimentos (-2,1%), o recuo nas exportações (3,3%) e a gigantesca inadimplência dos consumidores, estimulados pelo governo a gastar, são claros indícios de que o país entrou em estagnação econômica só vista nos piores momentos de crises como nos anos de 1990, 2002 e 2008.

O mágico Não estavam errados os estudiosos que duvidavam da capacidade da Dilma de gerenciar o país. Não estavam errados também aqueles que duvidavam do despreparo e da incapacidade do Mantega, o mágico da economia, de enfrentar as intempéries do mercado internacional . O resultado chegou mais cedo do que se esperava: o Brasil caminha para o buraco e leva com ele todos aqueles que consumiram incentivados por Lula e sua tropa, liderada pelo médico Antonio Palocci & Companhia. Endividados, muitos desses consumidores dormiram sonhando com caviar e acordaram comendo sardinha. Os juros altos e as prestações prolongadasdos carros, por exemplo, levam ao calote e a inadimplência que bate à porta de toda família enganada pelo governo petista.

Produto Dilma foi empurrada goela adentro pelos marqueteiros e pelo ex-presidente Lula que ficou impressionado quando ele lhe apresentou um laptop, até então um objeto de origem desconhecida por ele. Nomeou-a “Mãe do PAC” e entregou–a nas mãos dos publicitários que se encarregaram de transformá-la em Presidente da República. Se questionada,sequer sabe das propostas apresentadas nos programas eleitorais. No meio da campanha, os brasileiros não levaram a sério as notícias de que a presidente falsificara o currículo da Unicamp e de que havia falido uma loja de R$ 1,99 que tomou conta em Porto Alegre.

Frieza Entusiasmados com a Copa do Mundo e com as Olímpiadas, eventos conquistados pelos petistas para se perpetuarem no poder, os brasileiros envolveram-se numa euforia patriota extremada e agora pagam o pato da desordem econômica, da má administração e dos escândalos da corrupção que pipocam cada dia em um órgão do governo. As vésperas da Copa do Mundo o que se vê no país é um torcida inibida e envergonhada com o evento. Ninguém se atreve a se vestir de verde e amarelo, a colorir as ruas e a torcer freneticamente para a Seleção Brasileiro como ocorria em outras copas quando os jogos eram forado Brasil. O Globo publicou domingo uma pesquisa em que 39,2% dos brasileiros são contra a Copa, 45,4% apoiam e 15,4% são indiferentes.

Culatra O tiro do PT saiu pela culatra. Alheia aos protestos dos gastos superfaturados com os estádios para os jogos , a presidente segue um roteiro de campanha inaugurando obras inacabadas, a exemplo do que fez com o BRT e com o Terminal 2 do Aeroporto Tom Jobim, no Rio. É o Brasil do faz-de-conta, onde apenas uma minoria se escandaliza com os gastos em obras superfaturadas dessa administração petista, caótica e incompetente.


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014

GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

O jogo do poder

A

s eleições majoritárias deste ano vão mostrar uma lavanderia capaz de assustar a mais inocente das crianças. E talvez o Tribunal Regional Eleitoral tenha de intervir no Guia Eleitoral, pelos prognósticos que os mais experientes acham que irão acontecer. Até agora não ocorreu nenhuma Convenção partidária, mas o jogo sujo pela cooptação pelo poder, já começou há algum tempo. As promessas entram e saem nos partidos, como a água da chuva que escorre pelos esgotos, sem critérios e sem destinos. Até a consolidação das alianças nas Convenções Partidárias, a população deve se preparar para assistir lances de traição, promessas que nunca serão cumpridas. É o jogo sujo que sempre acompanha as disputas eleitorais em Alagoas e no Brasil e quem for podre que se quebre, como diz o velho ditado. Este ano teremos novos episódios. De um lado um dizendo que é o novo. Do outro, o mais experiente. Resta somente à população, decidir quem será melhor para o Estado de Alagoas e consequentemente para uma população sofrida que não tem saúde, educação e tampouco segurança pública.

Mesmo filme O senador Benedito de Lira comentou que ficou muito satisfeito com a divulgação das pesquisas feitas pelo Ibope. Ele lembrou que nesse mesmo período, em 2010, as pesquisas lhes davam apenas 4% das intenções de voto. No final, foi o senador mais votado.

Chegando Até o fechamento da coluna dava-se como praticamente certa uma aliança entre o PP de Biu de Lira e o DEM de José Thomaz Nonô. Uma composição forte e que deixa o PSDB à deriva, sem condições, pelo menos até o momento, de não fazer nenhum deputado federal.

Escanteio O PT não está tão tranqüilo como andam apregoando por aí. Praticamente certo para ocupar uma vaga de vice no Chapão, a sombra de Luciano Barbosa, ex-prefeito de Arapiraca, pode mudar os rumos das conversas. Emplacando Luciano, o Chapão facilitaria a vida de outros candidatos a deputado federal. Até mesmo do Paulão.

Sem espaço Sem querer dar o braço a torcer, o PT já sabe que não deverá emplacar o candidato a vice do Chapão. Judson Cabral, ligadíssimo ao senador Renan Calheiros seria o nome ideal, mas preferiu continuar na Assembleia Legislativa. O nome, portanto, será o de Luciano Barbosa, numa chapa puro sangue.

Ciumeira Os números de algumas pesquisas que apontam Ronaldo Lessa como um dos melhores candidatos a deputado federal, já estão contaminando os outros candidatos do Chapão. Alguns acham que Lessa está sendo privilegiado pela cúpula da coligação. É, pode ser.

Sem alternativa O ex-prefeito Cícero Almeida parece que agora não tem outra solução, a não ser enfrentar uma candidatura a deputado federal. Pelo menos é a exigência do PRTB nacional. Almeida deve lembrar que agora o partido vai precisar de 200 mil votos para fazer o primeiro deputado, a não ser que o Supremo Tribunal Federal decida o contrário do Tribunal Superior Eleitoral, que destinou para Alagoas apenas oito deputados federais.

Tiro errado Cícero Almeida pensava que seria franco atirador nessas eleições. Mas jogaram duro contra ele, inclusive o Chapão. O ex-prefeito, bom de urna, vai ter que travar uma grande batalha para superar as dificuldades.

Nas alturas Além de estabelecer pelo menos 200 mil votos para a coligação eleger o primeiro candidato a deputado federal, também sobe de 40 para 60 mil votos para deputado estadual. Já tem gente pretendendo abandonar o barco, a não ser que o STF modifique a decisão do Tribunal Superior Eleitoral.

Indefinido O Chapão está jogando na possibilidade do PSD ter que acompanhar a decisão do partido em nível nacional, incluindo aí Alagoas, para garantir uma aliança baseada na composição com o PT e naturalmente com o PMDB. É uma possibilidade. Como também existe possibilidade deste processo ser barrado com uma ação judicial. Na verdade, Gilberto Kassab nunca negou que já recebeu gentilezas e apoio político do senador Renan Calheiros quando da formação do partido.

Como fica? Se Gilberto Kassab, presidente do PSD, for mesmo candidato a vice-governador na chapa de Geraldo Alckmim, em São Paulo, como então ficará esta aliança no Estado de Alagoas?

Confusão O Chapão tem anunciado que trabalha com uma coligação de pelo menos quinze partidos, mas o candidato Renan Filho afirma categoricamente que não existe compromisso de todos na participação de um eventual governo. Ou seja, todas as secretarias serão ocupadas por técnicos em cada área, independentemente das alianças. Só vendo.

Sem Copa Enquanto muita gente se diverte com os jogos da Copa, outros não estão nem aí. Na Barra de São Miguel, por exemplo, as eleições são os temas principais. Renan Calheiros e Biu de Lira trabalham a mil por hora e Lira temo apoio do atual prefeito.

Será perseguição? Alguns órgãos de comunicação batem sem pena no deputado Arthur Lira. Como se outros políticos não estivessem tão enrolados com problemas na Justiça como ele. Do maior, ao menor. Parece que vem muita lavagem de roupa suja por aí.

Montagem As principais coligações, principalmente as de oposição, já estão montando equipes para o bem e para o mal. Mas os governistas também não ficam atrás.

Perguntar não ofende Será se por trás de toda essa confusão política não existe nenhum entendimento ou acordo entre Téo Viela e Renan Calheiros com relação às eleições de outubro?

Perguntar não ofende 2 Alguém por ventura está subestimando a candidatura ao Senado federal do deputado Alexandre Toledo, que ficará no palanque de Eduardo Campos?

Ameaça verdadeira Sem participar de entrevistas, de caminhadas e de contato com o público de uma forma geral, a vereadora Heloísa Helena está com uma diferença de apenas 10 pontos percentuais do senador Fernando Collor. Com as chegadas de Alexandre Toledo e José Thomaz Nonô, a disputa pode ferver.

Muita ilusão Políticos rodados ainda estão indo na conversa do que ´´eu resolvo tudo, posso interferir nos destinos de Alagoas e até mesmo em decisões de outros poderes´´. São promessas que só entram na cabeça daqueles que estão desesperados ou não conhecem com o trabalham os poderes constituídos.

Suspense até o final Os partidos ainda apresentarão muitas surpresas até o dia das Convenções. Alguns apoios serão mantidos e traições também. É jogo da turma especializada em conquistar adesões, prometendo até mesmo o que não pode cumprir.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014 -

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OPINIÃO

La nouvelle “Prise de La Bastille” MENDES DE BARROS

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ivendo a angústia de desacertos inimagináveis previstos durante a Copa do Mundo de Futebol a iniciar-se nos próximos dias em doze cidades do nosso querido Brasil, eis que recebo um e-mail com um conteúdo altamente grosseiro ao nosso país em matéria publicada em revista francesa conhecida como FRANCE FOOTBALL. Li e reli, várias vezes, para encontrar uma mentira, uma má avaliação, uma interpretação equivocada ou, pelo menos, um exagero nas manifestações da matéria. Durante o exame exercitava a ideia com um elevado acervo de impropérios, que amealhei ao longo dos meus oitenta anos, para aplicar a raiva nas partes pudicas da genitora do autor quando a consciência me adverte que os justos, e os que pretender ser, jamais atingirão seu objetivo sem observar a realidade. Isto posto, até para preservar o patriotismo ferido, consegui aceitar que a matéria, infelizmente, não define a situação política e social do meu querido

Brasil, constitui-se em uma fotografia, com todos os detalhes, da situação moral, governamental, econômica, social e, mais grave ainda, política do país sede da Copa do Mundo de 2014. Pesou mais a certeza de que ninguém melhor que um francês para analisar a situação política do Brasil quando os gauleses protagonizaram um dos maiores e educativos movimentos sociais da humanidade: A Revolução Francesa de 1789, que substituiu os princípios dos privilégios feudais, religiosos e monárquicos, que a hierarquia destes grupos acionava, pelos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, no original “LIBERTÉ, ÉGALITÉ, FRATERNITÉ”, impostos pela ação popular ao derrubar o símbolo do poder monárquico, a estrutura do presídio situado no castelo da “BASTILLE”. Bem observado, constata-se que a revolta popular foi consequência da irresponsabilidade dos monarcas, em especial Louis XVI que, sem mais receber os raios de seu antecessor Louis XIV, “LE ROI SOLEIL”, inundou o palácio de amantes, entre as quais Madame POMPADOUR e Madame DU BARRY, cortesãs de vasta experiência e assídua pratica do mister, degeneraram as relações da monarquia com a plebe, difundindo relações corruptas que levaram

ao desrespeito de que se valeu MARIA ANTONIETA, esposa de LUIZ XVI, também chegada a orgias, protagonizar um dos mais conhecidos episódios a retratarem a força do povo em relação a governos, de qualquer espécie, quando, informada que o povo já não tinha o que comer, “ SE NÃO TENHEM PÃO, COMAM BRIOCHE.” Aqui, como lá, possuímos as mesmas coisas com profundas semelhanças circunstanciais e nominais, vejamos: Os reis de França, dessa época, todos se chamavam LUIZ. Aqui temos um que também se chama LUIZ e, se o francês é chamado de “LE ROI SOLEIL”, o brasileiro também tem alcunha “LULA LE ROI AVEC NEUF DOIGT”. Se o de lá tem Pompadour, Du Barry e Marie Antoinette, o d´aqui tem Rosemeire. Se Maria Antonieta é austríaca, posto que nasceu em Viena, onde recebeu o nome de Maria Antonia Josepha Johanna von Habsburg Lothringen, a nossa gentilíssima “REINA”, se não de nascimento, tem origem na Bulgária, de onde trouxe o VANA ROUSSEFF e aqui recebeu o delicado DILMA. O Brasil precisa de um ROBESPIERRE e uma guilhotina para que reconheçamos o que sempre defendia: “A MESMA AUTORIDADE

DIVINA QUE ORDENA AOS REIS SEREM JUSTOS, PROIBE AOS POVOS SEREM ESCRAVOS.” A Copa será proveitosa se o eleitor brasileiro, vendo as equipes em campo com gramado de primeira qualidade, confortáveis cadeiras e camarotes, observar que há doentes sem atendimento, hospitais com pacientes em colchões nos corredores, sem médicos suficientes, sem medicamentos, sem recursos para a educação, ao máximo de permitir a desclassificação da Universidade de São Paulo -USP, a única” Padrão FIFA” do País, a segurança pública sem meios para seu mínimo atendimento, sacrificando a qualidade de seus policiais e a moral do serviço público condenada ao caos pelo desempenho de seus representantes, votar com dignidade. Para destruir a monarquia, os franceses usaram armas, para acabar com a anarquia brasileira será suficiente, apenas, o voto. O que se encontra em divergência é que em França é que DANTON, DESMOULIN, e demais líderes contra a monarquia, lutavam para derrubar a Bastilha, no Brasil a luta é para encontrarem-se companheiros para Joaquim Barbosa na luta para ampliação da PAPUDA.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Partidos liderados por Biu mantêm mais da metade dos comissionados no Governo Governador e senador encenam rompimento político enquanto fecham apoio do Governo ao projeto pepista ODILON RIOS ESPECIAL PARA O EXTRA

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governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e o senador Benedito de Lira (PP) inauguraram uma nova forma de oposição: a encardida. É aquela que lava, esfrega e não sai da administração de jeito nenhum. Mesmo assim, os dois tentam um novo rumo na sobrevivência eleitoral. Um caminho que vai na contramão da pesquisa Ibope, divulgada na semana passada. Isso porque o apoio de Vilela representa uma enorme pedra amarrada ao pescoço, afundando qualquer candidato postulante ao Palácio República dos Palmares ao fundo do rio da aposentadoria na política. Motivos, aliás, não faltam para o desgaste administrativo nos oito anos e de problemas apontados como sem solução pelo alagoano como saúde e educação. Por isso, no dia 26 de maio, após reunião no gabinete de Vilela, Benedito de Lira e o governador sorriam e se despediam montando uma das encenações mais extraordinárias dos últimos tempos no palco político alagoano: a entrega de cargos indicados por Biu e mais seis partidos - entre eles o PSB, o PPS e o PR. Mas, na prática, poucos foram demitidos. “Sacrifício” necessário: dar ares dramá-

ticos à nova “oposição encardida” para eleger Biu de Lira com apoio do governador (mesmo discreto) para dar sua vaga ao Senado ao usineiro Givago Tenório, suplente de Biu, e ajudar o sobrinho do governador, Pedro Vilela, a conquistar vaga a deputado federal. Na lista dos sacrificáveis, Napoleão Casado (Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), Josicleide Moura (Educação e Esportes), Kátia Born (Mulher, Cidadania e Direitos Humanos) e Celiany Rocha Appelt (Assistência e Desenvolvimento Social). Vilela e Biu contavam com a própria astúcia. Um rompimento político é algo que deixa rachaduras enormes dos dois lados. E não houve nada disso. Os 1.106 cargos da Educação, por exemplo, seguem sob indicação de Biu de Lira, assim como os 44 existentes na Assistência e Desenvolvimento Social. A Secretaria de Aquicultura e Pesca continua com o PPS. Tem 44 cargos à disposição da legenda. A Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos tem 78 cargos ocupados por indicados do PSB. A do Meio Ambiente e Recursos Hídricos também tem 85 cargos sob a batuta do PR. Saldo do “sacrifício”: a manutenção de impressionantes 1.357 cargos - contando apenas estas secretarias. Ao todo, o Governo tem

Vilela e Biu de Lira: os protagonistas da ‘oposição encardida’ para colocar usineiro na vaga de senador

3.266 cargos comissionados e funções gratificadas - os sete partidos tem quase a metade dos cargos. E quem saiu? Foi substituído por integrantes das secretarias, indicados aos cargos pelos partidos. TUDO MUDADO PARA FICAR COMO ESTÁ Assim, as eleições em Alagoas vão tomando um rumo definido. O Governo decidiu ter um palanque duplo, com o procurador Eduardo Tavares (PSDB) fazendo papel de candidato oficial do governo, com o apoio do PSDB e DEM; e o senador Biu de Lira com seus sete partidos concorrendo, de fato, com o apoio indireto do Palácio dos Martírios. Pressionando duas pequenas legendas – o PROS e SDD – para ampliar as chances da chapa proporcional, principalmente de seu sobrinho Pedro Vilela, candidato a deputado federal, Téo também acalmaria o vice-governador

José Thomaz Nonô (DEM), que continua duvidando da viabilidade de ser postulante ao Senado nesta frente estreita. O próprio Benedito de Lira vê com simpatia o esforço do governador, na medida em que depende do crescimento de Eduardo Tavares para alcançar um segundo turno. Na oposição, fica consolidada a aliança de três ex-adversários: o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), o senador Fernando Collor (PTB) e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). Uma aposta também na administração apagada da atual equipe estadual, mais a divisão permanente de um Governo que nunca teve comando ou um projeto claro, gerando a queda da popularidade de Téo Vilela, que é reprovado por 52% dos alagoanos, segundo o Ibope. PESQUISA A segunda pesquisa do Ibope trouxe novidades. Em relação ao primeiro levantamento

de março, o posto de governador, sem constar mais o nome do presidente do Senado, estará sendo disputado entre Renan Filho e Biu de Lira, acompanhados, bem distante, por Eduardo Tavares e Mário Agra, do PSOL. Na primeira pesquisa, Renan Filho e Biu de Lira apareciam empatados com 29 pontos; agora houve um distanciamento pró-Renan Filho de dez pontos. Pelo resultado do Ibope, Renan venceria já no primeiro turno. Neste momento, essa informação influencia aos que estão em cima do muro e outros políticos ainda sem definição. Com maiores possibilidades, Renan atrairá mais reforços. Biu de Lira é alvo de várias denúncias, como a do doleiro Alberto Youssef, que também atingiram seu filho, o deputado federal Arthur Lira (PP), que passou dias difíceis no cenário nacional e estadual, e é um provável peso no resultado negativo da pesquisa.


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ELEIÇÕES 2014 Eduardo Tavares, ex-secretário relâmpago da Defesa Social, alcançou os simbólicos 4% de votos, muito pouco para uma pesquisa no mês de maio. O candidato tucano irá, no plano estadual, carregar o fardo dos problemas a serem denunciados na campanha nas áreas de segurança, educação e saúde; e, no plano presidencial, servir de palanque ao senador Aécio Neves (PSDB/MG) que, em Alagoas, não terá o apoio integral nem mesmo do Palácio dos Martírios. O candidato tucano ao ser questionado sobre seu isolamento respondeu que “prefiro só que mal acompanhado”, numa crítica direta aos exsecretários que estão com Biu de Lira. Mário Agra ainda não conseguiu sintonizar com os votos de protesto que sempre garantem uma votação próxima a 10% em Alagoas. Para o Senado, a pesquisa aponta a consolidação de Fernando Collor no seu patamar de 38%, o mesmo de março. A vereadora Heloísa Helena (PSOL), a sua mais próxima adversária, teve uma queda de 6 pontos percentuais, influenciados talvez pela confirmação da entrada de Nonô e Alexandre Toledo na disputa. Com quatro candidaturas dividindo o bolo que não tem segundo turno, Collor será o beneficiado direto, pelo seu alto nível de aceitação numa parte do eleitorado, assim como de rejeição do outro, principalmente em Maceió. Heloísa Helena deverá crescer, como sempre acontece, com o horário eleitoral. Alexandre Toledo, mesmo mudando de posição, saindo de pré-candidato ao governo para disputar uma vaga de Senado, mostrou um bom resultado (apesar de ocupar a terceira colocação no índice de rejeição, perdendo para Collor e Nonô) e deverá crescer com o apoio de Biu de

Lira e da Cooperativa dos Usineiros, interessados na eleição do candidato do PP, que abriria uma vaga para Givago Tenório, suplente de Biu e membro do poderoso Sindicato do Açúcar. Os donos de usinas, aliás, não dormem e já estão preparando seus pimpolhos. O PSDB estará apresentando dois jovens herdeiros do açúcar. A família Toledo está lançando o jovem Bruno Toledo, filho do presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Toledo, e a família Canuto, do Pilar, estará promovendo Renato Canuto, filho da atual secretária de Desenvolvimento Social, Fátima Canuto. As eleições presidenciais deverão influenciar em Alagoas. Os dois mais fortes candidatos disputam o apoio e a imagem de Lula e Dilma em Alagoas pelas obras e pelo vínculo estreito com Brasília. Biu de Lira se nega a declarar apoio exclusivo ao exgovernador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), alegando não ser oposição a Dilma e sim “um defensor de Alagoas”. Neste caso, abriria espaços tanto para Dilma como para Eduardo Campos em seu palanque. Renan Filho assume com mais força esse apoio e essa identidade. Como Dilma ficou com 52% do apoio no Estado, Campos com 12% e Aécio com apenas 8% é provável que esse resultado beneficie a Renan Filho com mais força. Os nomes dos vices nas quatro chapas devem ser definidos mais próximo às convenções. Sem muita atratividade, o vice do PSDB deverá ser algum político sem chances eleitorais. O PSOL de Mário Agra deverá apresentar um nome vinculado aos movimentos sociais e militante de um

Collor mantém liderança na disputa pelo Senado, embora Heloísa ainda possa crescer com horário eleitoral

Ex-prefeito Luciano Barbosa mantém firme sua escolha pela Câmara

“Entrada” de Alexandre Toledo mexe com os números das pesquisas

partido aliado. No PMDB, Luciano Barbosa confirmou seu interesse em ir para a Câmara dos Deputados e está com apoio forte em sua região, Arapiraca, apesar de ser cotado como o “vice dos sonhos” de Renan Calheiros. Outro nome possível é da ex-prefeita de Santana do Ipanema Renilde Bulhões, do PTB, apoiada por Fernando Collor. A pressão do PT nacional especialmente do ex -presidente Lula é pelo nome do deputado Judson Cabral que agradaria, pela primeira vez, a todo o PT local e prepararia um nome para disputa de prefeito em 2016. Judson avisou, em carta ao partido, que não quer e vai para a reeleição. Mas, política é como uma nuvem, ora está de um jeito, ora de outro, diria o exgovernador de Minas, José de Magalhães Pinto. E nos dois grupos polarizando a eleição, palanque fechado mesmo só depois das convenções.


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ELEIÇÕES 2014

Troca de relator adia julgamento de Lessa por dívidas Ex-governador pode virar ficha-suja por calote de R$ 2 milhões durante a campanha à Prefeitura de Maceió ODILON RIOS REPÓRTER

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julgamento das contas do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) - referentes às eleições de prefeito em 2010, da qual ele foi derrotado - vai à pauta do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na próxima segunda-feira (9), garantiu o novo relator deste processo, o desembargador eleitoral Antônio Carlos Gouveia. Ele seria julgado na última segunda-feira (2), conforme o EXTRA adiantou com exclusividade. Mas o desembargador eleitoral e relator da ação, Luciano Guimarães, encerrou seu mandato na cadeira do tribunal. O processo, então, foi redistribuído para Antônio Carlos Gouveia. Lessa tem uma dívida de campanha de R$ 2 milhões. E suas contas foram reprovadas em maio do ano passado pela juíza Maria Valéria Lins Calheiros. O CASO O ex-governador é pré-candidato a deputado federal e a reprovação das suas contas pode incluí-lo na Lei da Ficha Limpa, apesar de alguns advogados de-

fenderem um entendimento diferente: mesmo que o TRE mantenha a reprovação das contas, isso não atrapalharia o registro de candidatura do ex-governador para as eleições de outubro. “RONALDO LESSA PODERÁ CONCORRER VALIDAMENTE NA ELEIÇÃO, AINDA QUE AS SUAS CONTAS SEJAM REJEITADAS. O que impediria a sua candidatura era se ele não tivesse apresentado em tempo hábil a sua prestação. Assim, mesmo havendo a rejeição, poderá ele receber a quitação eleitoral e concorrer normalmente”, disse, pelo Facebook, o advogado eleitoral Adriano Soares. O destaque do texto em caixa alta é do próprio advogado. Lessa pode se tornar inelegível por mostrar demais à Justiça Eleitoral. Disse que tinha uma dívida de campanha de, exatos, R$ 485.048,20. Por “descuido”- adjetivo da Justiça Eleitoral- acabou anexando um contrato com uma empresa e a dívida saltou de quase meio milhão de reais para dois milhões. A dívida de campanha é de, exatos R$1.940.248,20. Ou seja: “sem querer”, Lessa acabou revelando uma ilegalidade cometida por ele mesmo.

Dívidas contraídas no pleito municipal de 2010 podem tirar Ronaldo Lessa das eleições


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ELEIÇÕES 2014

Cícero Almeida e Dudu irão para o páreo almejando uma cadeira na Câmara Federal. Alto quociente eleitoral - diferente de outros pleitos - dificulta candidatura de ambos

Almeida e Dudu disputarão vaga de federal mesmo com risco de derrota Ex-prefeito perderá legenda se não for para o páreo; Hollanda almeja voos mais altos JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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anto Cícero Almeida (PRTB) quanto Dudu Holanda (PSD) confirmam suas pré-candidaturas a deputado federal. O motivo que faz o ex-prefeito de Maceió e o deputado estadual lutarem por uma vaga na Câmara Federal é distinto. O primeiro luta pela sua sobrevivência na vida política, após o isolamento da sua sigla junto à Frente de Oposição comandada por Renan Calheiros (PMDB), Fernando Collor (PTB) e Ronaldo Lessa (PDT). Dudu, por sua vez, tenta

voos mais altos na política. Hollanda colocou que foi vereador por quatro vezes e presidiu a Casa em uma oportunidade, exerce seu primeiro mandato na Casa de Tavares Bastos, onde faz parte da Mesa Diretora e agora acredita que a Câmara Federal seria seu caminho natural. Almeida foi praticamente obrigado pela Executiva Nacional do PRTB a disputar uma vaga na Câmara Federal, já que a sigla tem pretensão de eleger pelo menos dois deputados federais. O ex-prefeito ensaiou uma possível disputa majoritária, mas que foi recha-

çada pelo seu partido. Cícero Almeida deve ter a companhia de Antônio Albuquerque (PRTB) na luta por uma vaga na Câmara Federal. Temendo as novas regras do número de deputados federais para Alagoas - que passa de nove para oito - um dos concorrentes ou nenhum dos dois podem se eleger. Alguns especialistas acreditam que o quociente eleitoral pode chegar até 170 mil votos para uma única vaga para deputado federal. Sem densidade eleitoral no interior, Almeida pode ficar de fora. Albuquerque tenta ampliar suas bases no

interior e trabalha a candidatura do filho, Nivaldo Neto para deputado estadual. Dudu Hollanda, por sua vez, disse que o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, também ex-prefeito de São Paulo, o convocou para ajudá-lo no tocante à meta da legenda, que é manter ou mesmo ampliar sua bancada federal com o pleito que se aproxima. O PRTB, ao menos por enquanto, não demonstra a pretensão de se coligar com nenhum outro partido para as disputas proporcionais. Um dos articuladores da sigla em Alagoas, Adeilson

Bezerra tem reafirmado em conversa com jornalistas que o PRTB pode não se coligar e mesmo assim tem a pretensão de eleger dois nomes. A missão de Dudu se eleger passa pela coligação que conta com PSD, PR, Solidariedade, PP, PSB, PPS e que pode ter o reforço do DEM. Figurões e deputados com mandato estão nesse páreo: Maurício Quintella (PR), João Lyra (PSD), Arthur Lira (PP), João Henrique Caldas (Solidariedade), Régis Cavalcante (PPS) e, muito provavelmente, o DEM com o ex-presidente da OAB/AL, Omar Coelho.


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FICHA SUSPEITA: Cícero Cavalcanti será candidato a deputado estadual Ex-prefeito de São Luiz do Quitunde chegou a ser acusado de matar um suplente de vereador no município. Ele também foi preso pela operação Gabiru, desencadeada pela Polícia Federal em 2005 CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

O

ex-prefeito de São Luiz do Quitunde e de Matriz do Camaragibe, Cícero Cavalcanti se candidatará a uma vaga na Assembleia Legislativa, onde atualmente sua filha, Flávia Cavalcante, ocupa uma cadeira. A informação é do jornalista Ricardo Mota, que em seu blog disse que o ex-gestor já esta fazendo campanha no interior. No final do ano passado, o EXTRA mostrou que Cavalcanti tinha seu nome entre os beneficiados com salários da Assembleia sem sequer dar um dia de trabalho. Ele chegou a receber mais de R$ 45 mil irregularmente da Casa de Tavares Bastos. Em 2012, Cavalcanti, na época prefeito de São Luiz do Quintunde, foi afastado por estar, segundo o Tribunal Regional Eleitoral, assumindo o quarto mandato consecutivo. DO

PASSADO

CONTURBA-

Alguns fatos do passado podem acabar atrapalhan-

do as pretensões de Cavalcanti de alcançar uma vaga na Casa de Tavares Bastos. Isso porque ele foi acusado, de acordo com a apuração feita pelo Ministério Público Federal em Alagoas, de participar de uma organização criminosa, entre os anos de 2001 e 2005. A organização foi acusada de vários delitos e atos de improbidade administrativa. As acusações incluiram formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, fraude a licitações, apropriação indevida de verbas e bens públicos. O MPF identificou - com base em relatórios de auditorias realizadas pela Controladoria Geral da União (CGU) - várias ocorrências e diversas infrações em, no mínimo, dez prefeituras alagoanas. As investigações resultaram na Operação Gabiru. Segundo José Godoy Bezerra de Souza - procurador da República em Arapiraca na época, Cícero Cavalcante deixou de realizar procedimentos licitatórios obtigatórios, portanto, violou o inciso VIII do art. 10 da Lei de Improbidade Administrativa (LIA). Os

Mesmo com uma ficha policial corrida, Cícero Cavalcanti vai disputar cadeira na Assembleia Legislativa

investigados pela Operação Gabiru, segundo o MPF, provocaram enormes prejuízos ao erário mediante a contratação de mercadorias com preços superfaturados e enriqueceram ilicitamente. Eles receberam valores maiores que as mercadorias fornecidas. Além disso, se apropriaram de parte das referidas mercadorias e infringiram o inciso I do art. 10 e os incisos XI e XII do art. 9º, todos da LIA. Em fevereiro deste ano a Promotoria de Justiça de São Luiz do Quitunde, o Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e o Grupo de Trabalho de Improbidade do Ministério Público Estadual de Alagoas instauraram três ações por atos de improbidade administrativa e uma ação civil públi-

ca contra o atual prefeito de São Luis do Quitunde, Eraldo Pedro, o ex-prefeito Cícero Cavalcanti e outras dezenas de pessoas, entre servidores e ex-funcionários públicos. Eles foram acusados de nomear pessoas não aprovadas em concurso público para cargos efetivos na Prefeitura. O MPE/AL quer que os réus sejam, ao final das ações, condenados a ressarcir os danos patrimoniais causados à administração e que os atos de nomeação sejam declarados nulos pela Justiça. Na época, o MP lembrou que Cícero Cavalcanti era réu em outras oito ações de improbidade administrativa e um processo de crime de lesão corporal, em São Luiz do Quitunde, e três ações de improbidade ad-

ministrativa em Matriz do Camaragibe. HOMICÍDIO No final de 2009, Cícero foi acusado do homicídio de um ex-vereador. A prisão foi determinada pela 17° Vara Criminal e efetuada pela Polícia Civil de Alagoas. Ele foi preso em São Luiz e encaminhado para Maceió. José Geraldo Renovado Serqueira, 32 anos, que era líder comunitário na região, foi assassinado em outubro de 2007. O prefeito foi apontado como autor intelectual do crime. Um dia após a prisão, ele foi solto mediante habeas corpus deferido pela justiça. Cavalcanti esteve preso no Quartel Geral do Corpo de Bombeiros. O EXTRA tentou falar com Cícero Cavalcanti através de seu telefone, ****- 9917, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.


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QUOCIENTE ELEITORAL

Redução de eleitores ameaça candidatura de caciques alagoanos Em 2010 Alagoas tinha 2 milhões e 33 mil eleitores, e em 2014 terá um decréscimo de mais de 40 mil, segundo informações de analistas políticos CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

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os bastidores da política a mais nova preocupação dos candidatos é com a diminuição do número de eleitores. Em 2010, Alagoas tinha 2 milhões e 33 mil eleitores e de acordo com as estimativas do Tribunal Regional Eleitoral esse número caiu em 2014 para cerca de 1 milhão e 990 mil. Uma diferença de mais de 40 mil eleitores, na maioria dos casos pessoas já falecidas. Isso deve complicar a vida de caciques da política alagoana, que com um discurso velho e promessas não cumpridas acabam fazendo com que o eleitorado busque novos nomes para representá-lo. Há também uma expectativa de que o voto consciente cresça por conta das manifestações que ocorrem desde o ano passado em todo país. O histórico de abstenção, nulo e branco das últimas quatro eleições, tem sido de 28 a 30%. Em relação ao Quociente Eleitoral, a recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as bancadas não vai alterar apenas o número de vagas de deputados federais e deputados estaduais, mas também os quocientes eleitorais para elegê-los. Em Alagoas ele deverá aumentar em pelo menos 15% em relação à eleição de 2010, na qual o quociente eleitoral (QE) para disputa de uma das 9 vagas de deputado federal foi de 157.261 mil votos e para uma das 27 vagas de deputado estadual, 51,9 mil votos. Os partidos, coligações e os próprios candidatos alagoanos terão que trabalhar para aumentar a votação em mais 13 mil votos para Câmara dos Deputados e mais de 15 mil votos para Assembleia

os Estados teve início em abril do ano passado quando o TSE aprovou uma resolução recalculando o tamanho das bancadas estaduais e na Câmara Federal. O tribunal levou em conta o censo do IBGE de 2010 para o redefinir a distribuição de cadeiras com base no tamanho da população de cada Estado.

Decréscimo de mais de 40 mil eleitores pode complicar candidaturas de caciques da política alagoana

Legislativa de Alagoas (ALE). O QE define os partidos e/ ou coligações que têm direito a ocupar as vagas em disputa nas eleições proporcionais, que são para deputado federal, deputado estadual e vereador. Como se sabe o valor do QE de cada disputa é determinado pela divisão do número de votos válidos apurados pela quantidade de vagas a serem preenchidas. Assim, para se conhecer o quociente eleitoral para deputado federal nas eleições de 2014, caso se confirme a redução do número de vagas em Alagoas, teremos que definir os votos válidos por 10. E para deputado estadual, o número de votos válidos por 30. O QE é diferente do Quociente Partidário, que dará o número de candidatos que cada partido ou coligação poderá eleger, através da divisão do número total de votos pelo QE. Para definir o

quociente partidário, é feito um novo cálculo. Assim, por exemplo, um partido ou coligação que obtiver 700 mil votos na disputa para 8 vagas de deputado federal terá direito a três vagas. Já para deputado estadual, se obtiver 1,5 milhão de votos, terá direito a 8 vagas. Assim, se a decisão do TSE for mantida, se a mobilização das bancadas federais e dos Estados prejudicados não conseguir surtir efeito para derrubá-la, os partidos terão que se preocupar e trabalhar ainda mais para lançar candidatos que sejam puxadores de votos para atingir ou superar o QE. Quem pode sair perdendo nessa história são os partidos que tem menos candidatos. Em Alagoas, a Frente de Oposição comandada pelo senador Renan Calheiros (PMDB), aparece com 16 partidos. A expectativa para

a chapa do senador Benedito de Lira (PP) é de cinco partidos. A do governador Teotonio Vilela Filho é de três a quatro. E os considerados pequenos, como PTC, PSOL, gira em torno de 32. CONGRESSO O Congresso Nacional recorreu no último dia 29 ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a decisão do TSE que impôs uma redistribuição das bancadas da Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas estaduais e da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal entraram com ações separadas nas quais pedem para que a Corte conceda uma liminar para manter a atual composição das bancadas dos estados e do DF. O debate sobre o número de deputados na distribuição entre

PESQUISA De acordo com a última pesquisa do Ibope, houve um crescimento do pré-candidato Renan Filho do PMDB e uma queda de Benedito de Lira. O que fica claro é que, como na primeira pesquisa o nome de Tavares não aparecia, a entrada dele acabou tirando uma pequena porcentagem do senador do PP. Na avaliação dos resultados da pesquisa referentes à disputa pelo Senado, a maior parte dos analistas políticos considera que Heloisa Helena do PSOL, por continuar com o discurso velho, não vem agradando aos eleitores; na última eleição, em que ela perdeu para Biu de Lira e Renan Calheiros, ficou demonstrado que ela ainda tem o discurso raivoso, e quando se parte para o lado da produtividade, mostra que ela não trouxe nada para Alagoas, no caso nenhum beneficio. Já Fernando Collor de Mello conseguiu diminuir a alta rejeição que tinha. CUSTO DE CAMPANHA Segundo informações do meio político, uma eleição de deputado estadual gira em torno de R$ 3 milhões, por conta do custo de propaganda, entre outras despesas. Já a campanha de um federal chega a ser o dobro do estadual. O que sabemos é que eles não tiram do bolso, e sim de doações.


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014 ESPERTEZA

Aposentado por invalidez, Chico Tenório quer reeleição para escapar de crimes Delegado vai receber R$ 20 mil e tenta segurar imunidade parlamentar para escapar da prisão ODILON RIOS Repórter

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ercado por investigações que vão desde compra de votos a assassinatos, o deputado federal Francisco Tenório (PMN) - que tenta se reeleger para evitar a prisão - foi aposentado esta semana pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Chama a atenção a conclusão da Junta Médica do Estado: aposentadoria por invalidez. Apesar do esforço da Secretaria Estadual de Comunicação e até o fechamento desta edição do EXTRA não foi possível saber as causas alegadas para a aposentadoria de Chico, que continua na função parlamentar (é candidato à reeleição). Não é a primeira vez que ele tenta se tornar um inválido ou incapacitado - menos para voar sob os céus de Brasília. Acusado de matar o policial militar José Gonçalves da Silva Filho, Chico Tenório tentou alegar que sofria de insanidade mental. A estratégia veio à tona no ano de 2011. O chamado “incidente processual” foi instaurado em 3 de maio daquele ano. E arquivado no dia 5 dois dias depois, a pedido do próprio Judiciário. Francisco Tenório estava preso há dois meses nes-

te período - conduzido por agentes da Polícia Federal, 48 horas após perder o mandato de deputado federal. De onde só voltaria dois anos depois, com a vitória de Célia Rocha à Prefeitura de Arapiraca. Chico era suplente de Célia na Câmara Federal. Além da morte do cabo Gonçalves, Chico é acusado também de matar Cícero Sales Belém e Alfredo Raposo Tenório - assassinados em novembro de 2005 na avenida Durval de Góes Monteiro, a poucos metros do Aldebaran- onde morava o então parlamentar. Os dois foram mortos como “queima de arquivo”, segundo o Judiciário. LISTA DE CRIMES No final de maio, o desembargador eleitoral Luciano Guimarães Mata- antes do final do seu mandato- remeteu ao juízo da 5ª Zona Eleitoral- na cidade de Chã Preta- um pedido da Procuradoria Geral da República: arquivamento de um processo por compra de votos. Nas eleições de 2008, conforme o inquérito policial, Chico oferecia até R$ 1.000 aos eleitores para votar na mulher dele Rita Coimbra. Os federais descobriram um computador na sede do PT em Chã Preta. Lá, os cadastros dos eleitores. Até um funcionário de Rita - que era prefeita

Depois de alegar ‘insanidade’ no caso do cabo Gonçalves, Chico Tenório é aposentado por invalidez

de Chã Preta, disputando a reeleição - era obrigado a pintar de casa com garantia do voto para não perder o emprego. Isso foi em 2008. A PGR pediu o arquivamento e a decisão foi comunicada ao juízo da 5ª Zona Eleitoral. No mesmo mês de maio, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou pedido do Ministério Público Federal e desmembrou uma ação penal da Operação Taturana contra Chico. Ele é acusado no desvio de R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia Legislativa, através de empréstimos bancários tomados nos bancos Bradesco e Rural. Afora seu crime mais famoso: em 9 de maio de 1996,

Chico- com um consórcio de deputados- foi acusado de matar o cabo da Polícia Militar José Gonçalves da Silva Filho. Segundo os magistrados da 7ª Vara Criminal da Capital - com base na ação movida pelo Ministério Público Estadual- o chefe da gangue fardada, o ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante- contou que cabo Gonçalves passou a trabalhar para o deputado João Beltrão “praticando todo tipo de crime”, a mando de Beltrão. Cabo Gonçalves fazia parte da “turma do João Beltrão”, em Coruripe. Após sofrer um atentado, Gonçalves passou a trabalhar para Francisco Tenório. O que não agradou Cavalcan-

te - era chamado de “desafeto” do ex-tenente-coronel. Manoel Cavalcante passou a contactar com o presidente da Assembleia- na época o deputado Antônio Albuquerque - “com o escopo de solucionar aquele impasse, pois segundo João Beltrão o Cabo Gonçalves estaria vindo para Alagoas para assassiná-lo”. Na fazenda de Antonio Albuquerque, no município de Limoeiro de Anadia, teria sido articulada a morte de cabo Gonçalves. Um dos réus neste processo - Jaires da Silva Santos- tentou, mas não conseguiu, a rejeição da denúncia em janeiro. O juiz Geraldo Cavalcante Amorim negou o pedido.


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POLÊMICA

Aumento na taxa de iluminação pública retoma debate sobre inconstitucionalidade Defensor público Othoniel Pinheiro Neto diz que cobrança é ilegal JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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mês de junho pegou de surpresa a população de Maceió. A polêmica taxa de iluminação pública, que está inserida na conta de energia, teve um reajuste que pode chegar até 700% a mais do que nas faturas anteriores. Os valores que eram pagos para imóveis residenciais eram de R$ 7,61; comerciais e industriais R$ 10,74. A Lei proposta pelo executivo de Maceió e aprovada pela Câmara ainda isenta automaticamente do pagamento da taxa de iluminação pública as residências com consumo de até 60kw de energia por mês. Anteriormente o consumidor que utilizava até 60kw tinha que ir todos os meses até a Eletrobrás solicitar a dispensa da taxa. Segundo a Superintendência de Iluminação Pública de Maceió (Sima), a nova lei beneficia mais de 60 mil residências em Maceió. O superintendente da Sima, Ib Brêda, afirma que a Contribuição para Custeio da Iluminação Pública (COSIP) é utilizada para cobrir as despesas de estrutura do órgão, pagar a conta de energia do parque de iluminação de Maceió e o seu gerenciamento. “Ao longo dos anos, os valores foram ficando defasados, sobrando pouco mais de R$ 350 mil para investimento no parque de iluminação, que tem 70% de

luminárias antigas e ultrapassadas e necessita ser ampliado, com a abertura de novas avenidas e acessos a comunidades”, explicou o superintendente. Em nota, o presidente da Câmara de Maceió, Chico Filho (PP), esclareceu que: “Ao encaminhar o projeto de lei para a Câmara, o prefeito Rui Palmeira justificou a medida como uma forma de melhorar a prestação de serviços à população e corrigir distorções, pois até aquele momento, quem consumia pouca energia pagava uma taxa de iluminação pública igual à paga por quem tinha um consumo elevado”. COBRANÇA É INCONSTITUCIONAL O defensor público do Estado de Alagoas, Othoniel Pinheiro Neto, ingressou com uma ação civil pública contra a CEAL (atual Eletrobrás Alagoas) em 2007, contestando essa forma de cobrança da COSIP. A liminar favorável em 1ª instância foi proferida em 2008, sendo confirmada pelo 2ª Câmara do Tribunal de Justiça, tendo efeito em todo o Estado de Alagoas. O pedido do defensor, na ação civil pública, foi de que a cobrança do consumo de energia elétrica e da COSIP seja em códigos de barras separados, o que de forma alguma desrespeita a norma do art. 149-A da Constituição Federal. “Meu pedido

Defesor público Othoniel Pinheiro

recebeu pareceres favoráveis do Ministério Público em 1ª e 2ª instâncias, bem como decisões judiciais igualmente favoráveis na 7ª Vara Cível de Maceió e na 2ª Câmara do TJ/AL, mas infelizmente, após muita batalha, os prefeitos conseguiram êxito em suspender a liminar até o trânsito em julgado da ação, por meio de outro recurso denominado “Pedido de Suspensão dos Efeitos da Liminar”. O defensor explicou que em 2002 depois de a Justiça brasileira ter derrubado, por diversas vezes, a antiga Taxa de Iluminação Pública, uma marcha de prefeitos rumou para Brasília na tentativa de encontrar uma nova forma para cobrar o tributo da população sem que a Justiça atrapalhasse. A solução foi dada pela Emenda Constitucional nº 39/2002, que inseriu na Constituição Federal o art. 149-A: “A estratégia foi transformar isso em contribuição (ao invés de taxa) e embutir na relação de

Conta de luz - do mesmo consumidor - mostra disparidade na taxa

consumo entre companhia de energia elétrica e consumidor, uma relação jurídica tributária”. Othoniel alertou que a população pode verificar isso em sua fatura mensal de energia elétrica, em que a COSIP vem discriminada com um valor, mas a cobrança é feita em um único código de barras, sendo que os credores são diferentes. “Com tal efeito Constitucional, os municípios ‘pegam carona’ nas consequências pelo não pagamento da energia elétrica, ou seja, ou paga a COSIP ou terá sua energia cortada. Vale dizer que isso é totalmente ilícito, já que para a cobrança forçada de

tributos existe uma via adequada legalmente instituída: a ação de execução fiscal”, diz. Além disso, por se tratar de um serviço prestado a todos indistintamente, “a iluminação pública era para ser custeada pelos nossos impostos”, frisa o defensor. Por fim, Othoniel Pinheiro Neto esclareceu: “Aos contribuintes, creio que somente resta ingressar com ações individuais, seja no sentido de excluir a COSIP da fatura de energia, seja no sentido de proibir o corte, tendo em vista a inclusão ilegal de valores que nada tem a ver com a relação de consumo”.


16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE MAIO DE 2014 SANEAMENTO BÁSICO

Falta de manutenção em rede de esgoto causa transtornos a moradores e turistas População critica atuação dos governos e diz que a orla da Pajuçara se transformou em um Salgadinho II MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

A beleza da orla de Maceió, com suas jangadas, piscinas naturais, coqueirais, águas mornas e de cor que varia do verde esmeralda ao azul turquesa se confunde com a falta de saneamento básico. Moradores, comerciantes e turistas reclamam do descaso do poder público com a região e afirmam que o transtorno se arrasta por décadas. As chamadas línguas negras (manchas de esgoto no encontro com as águas do mar) estão em alguns pontos nas praias de Pajuçara, Ponta Verde e Jatiuca, a área nobre da capital alagoana. Como se não bastasse, a falta de manutenção da rede de esgoto e desobstrução de galeria e boca de lobo causam mais prejuízos e contribuem para agravar o problema. Na Rua Júlio Plech Filho, na orla de Pajuçara, o constrangimento é constante. A cada período de lua Cheia ou Nova, a maré sobe e a areia fecha a saída da água pluvial. Como a rede não suporta o volume de água, o local se transforma em um rio, misturado com esgoto. Fedentina, mosquitos e sujeiras completam o cenário de degradação. Na última “invasão”, e cansados de esperar pelos órgãos

competentes, moradores e comerciantes utilizaram pá e picaretas para retirar a areia, mas reclamam que “isso é coisa antiga”. As opiniões se dividem. Algumas pessoas atingidas diretamente dizem que o problema é causado pela Casal que não faz manutenção regularmente e para agravar a situação a “bomba está queimada há mais de 15 dias, o que aumenta o mau cheiro na área. “A associação dos barraqueiros da orla doou bombas, mas elas sumiram”, lamentou um comerciante. Ele acrescentou que há épocas em que os moradores dos prédios vizinhos não conseguem utilizar o elevador porque não funciona devido à invasão das águas. “A Pajuçara se transformou em um Salgadinho II. Nossos governantes deveriam criar vergonha na cara e olhar mais para esse cartão postal que está abandonado e não temos perspectivas de dias melhores”, concluiu. Outros atribuem o problema à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Urbanização (Seminfra) que não faz manutenção nas redes de drenagem. “Da última vez, quando a água começou a subir na rua ligamos para a secretaria de Infraestrutura, mas

Língua negra, o que deveria ser exceção, é ocorrência comum nas praias dos bairros nobres de Maceió

Esgoto transbordando em plena avenida do bairro da Pajuçara

como passava das 16 horas a resposta foi que só podiam fazer alguma coisa no dia seguinte porque não tinha mais ninguém no órgão disponível para sanar o problema. Daí furamos o cano e a areia saiu”, criticou um morador.

PROJETO O assessor de manutenção de galerias e canais, da Seminfra, Adeilton Ribeiro, disse que dois problemas afetam a região. O de mau cheiro é de responsabilidade da Casal, devido aos problemas de saneamento. Mas

como pertence a outro órgão não poderia se manifestar. Explicou, contudo, que o esgoto cai na galeria e causa o problema. Ribeiro disse ainda que a tamponagem de saída de água para a praia nem sempre acontece por conta da maré, mas pelos ambulantes que fecham o bueiro para que o local pareça bonito aos turistas. “Temos uma equipe constante na manutenção. Às vezes notificamos os ambulantes, mas quando saímos eles voltam a fechar”, explicou o assessor. Segundo ele, o problema vem de outras gestões e o prefeito Rui Palmeira já conhece a situação. Inclusive, existe um projeto para fazer uma rede de captação de águas, mas será resolvido por etapas. “Não vai ser de uma hora para a outra, pois existe todo um trâmite legal”, frisou.


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CASAL DÁ SUA VERSÃO A Casal, através de sua assessoria, disse que a solução das línguas negras passa por ações da prefeitura, da Casal e, em alguns casos, da Secretaria de Infraestrutura do Estado. E garante que estes órgãos não estão de braços cruzados: eles se reúnem periodicamente para discutir alternativas de solução não apenas para as línguas negras, mas para os problemas de esgotamento sanitário de uma forma geral. “Algumas sugestões, frutos de reuniões, já foram postas em prática, como o esgotamento de pequenas lagoas formadoras de línguas negras. Outra sugestão que virou projeto e deverá ser executada em médio prazo foi a construção de uma linha expressa de coletor entre a Pajuçara e o emissário submarino, o que desafogaria o fluxo de esgoto que passa pelos coletores da Casal e su-

Coletor da Pajuçara ao emissário poderá reduzir problema, diz

- MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE MAIO DE 2014 -

primiria a maior parte das línguas negras existentes ao longo das praias da zona baixa norte de Maceió”, diz nota enviada pela assessoria. Ainda segundo o órgão, a Casal já vem adotando medidas para eliminar os problemas de esgotamento sanitário dessa região, como limpeza e desobstrução do coletor de esgoto situado entre as praças Lions (Pajuçara) e 13 de Maio (Poço), a desobstrução de redes de esgoto e limpeza de ruas situadas no principal centro gastronômico da cidade. Outro fator que contribui para o problema é que parte da estrutura de esgotamento sanitário de Maceió ainda é antiga e precisa ser renovada, o que a Casal vem fazendo aos poucos, com recursos próprios. ”Renovar toda a estrutura do esgotamento sanitário de Maceió não é uma tarefa que se realize em curto prazo,

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pois depende de recursos e de obras por toda a cidade. Desde 2007, a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) investiu mais de R$ 100 milhões, sendo que R$ 15 milhões desse montante foram aplicados na recuperação de coletores de esgoto danificados, obras como as realizadas na parte baixa de Maceió”. BUEIROS Diz ainda a Casal que os casos de entupimentos de bueiros ocorrem com mais frequência em período chuvoso, quando a água carreia a sujeira das ruas para esses pontos. O excesso de material sólido de todo tipo obstrui esses locais. “Há também casos em que o lixo é jogado diretamente nas redes de esgoto e nas galerias de águas pluviais, causando entupimento e agravando o problema das línguas negras”.


18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014 INTERIOR

Construção de Pólo Industrial em Palmeira dos Índios vai desabrigar 72 famílias Com 102 anos, Maria da Conceição implora para não ser despejada da terra onde vive há mais de meio século GEOVAN BENJOINO benjoinogeovanbenjoino@hotmail.com

M

oradora há 60 anos do povoado Batingas, antigo Campo de Pouso, Maria da Conceição, que tem 102 anos de idade, chorou copiosamente quando a reportagem esteve no lugar para registrar a ameaça de despejo de 72 famílias compostas por 211 pessoas que moram na área em que será construído o Polo Industrial de Palmeira dos Índios, projeto encampado pela prefeitura do município. Assustada, tremendo fisicamente e chorando incontrolavelmente a moradora do povoado, mãe de doze filhos e dezenas de netos e bisnetos, disse não saber a quem recorrer para permanecer no lugar em que vive há mais de meio século. “Meu filho” – enfatizou lucidamente dona Maria da Conceição – “Levantamos a nossa casa com muito suor, trabalho e sacrifício. Aqui vivemos nossas vidas com paz e amor. Agora, do dia para noite, chega a prefeitura querendo me expulsar daqui, um lugar que amo tanto e gostaria de morrer aqui”, ressalta inconformada. “Para onde vamos? Vou morrer aonde? Vou fazer mais o que em outro lugar?!”, questiona indignada. Lúcida e com problemas naturais de sua idade centenária, Maria da Conceição – que é um arquivo vivo de parte da história de Palmeira dos Índios, fica emocionada quando alguém aborda a destruição literal de sua casa e da comunidade. “A dor que sinto é muito grande e o buraco que vai ficar

no meu coração não tem nada do mundo que o tape”, enfatiza Maria da Conceição. Sempre quando é alertada pelos moradores do Batingas, que também estão preocupados com a ameaça de despejo por causa do futuro Polo Industrial, Maria da Conceição não consegue conter as lágrimas que surgem de seus olhos denunciando as consequências de um gravíssimo problema social que a Prefeitura de Palmeira dos Índios continua menosprezando em nome do “progresso”. Ao tomar conhecimento do possível despejo das famílias a professora Deodônia Filizardo criticou a municipalidade por se manter irredutível quanto a saída da comunidade. “O “progresso” que não proporciona benefícios sociais, não é progresso, mas uma chaga que corrói a alma do povo”, disse Deodônia.

Moradores do povoado Batingas ameaçados de despejo, drama que afeta 211 pessoas radicadas na localidade há mais de meio século

PREFEITURA DERRUBA CASA DE MARIA AZEVEDO

INJUSTIÇA SOCIAL

“A prefeitura pode perfeitamente construir o Polo Industrial sem afetar as famílias que moram no povoado Batingas há dezenas de anos”, ressalta José Maria Melo da Costa, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Palmeira dos Índios e primeiro secretário da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (FAEAL). “Somos a favor do desenvolvimento industrial; defendemos o progresso de Palmeira dos Índios, mas não devemos jamais desajustar e desagregar mais de duzentas pessoas que construíram suas casas com suor e sangue. É terrivelmente injusto e dói no coração ver adultos,

se expulsar do Batingas as pessoas que moram no lugar há quase setenta anos”, enfatiza. A área – composta de mais de 100 tarefas de terra – na qual estão inseridos o futuro Polo Industrial e as 72 famílias ameaçadas de despejo pertencia à Aeronáutica, que nunca reclamou em retomá-la. A invasão foi consentida. No entanto, a prefeitura do município – que retomou a posse da área - insiste em transferir as 211 pessoas para outro lugar ainda não definido. Muitos moradores do povoado Batingas não querem sair do lugar em que nasceram e se criaram. Outros confessam que temem ficar “no olho da rua sem lenço e sem documento”.

Dona Maria da Conceição, 102 anos, chora inconformada; a qualquer momento pode ter a casa destruída pela prefeitura

jovens e, sobretudo crianças desesperadas, à toa, chorando impotentes diante de um problema provocado pela insensibilidade daqueles que se autoproclamam defensores da povo”, enfatiza José Maria Melo da Costa, que defende a permanência da comunidade no povoado Batingas.

“Aqui os moradores construíram famílias, trabalham honestamente e vivem solidariamente”, diz. O vereador Agenor – que manifestou solidariedade às famílias – disse que é terminantemente contra o despejo. “Essa injustiça não deve prosseguir. A prefeitura cometerá uma loucura

Segundo denúncia de Maria José Azevedo de Oliveira, que morava no povoado Batingas, a Prefeitura de Palmeira dos Índios mandou derrubar sua casa há três anos. Atualmente morando de favor em Belém porque ficou sem casa, Maria Azevedo disse que o casebre foi construído com muito sacrifício e economia. Ela revelou que passou fome economizando dinheiro para realizar o sonho da casa própria, que foi interrompido pelo município. “Carreguei muitos baldes de água na cabeça ajudando o meu marido a construir a nossa casinha. Ele vendeu uma motinha que tinha para terminar a construção, que foi derrubada pela polícia a mando da prefeitura”, ressaltou inconformada Maria Azevedo revelando que nunca recebeu indenização, bolsa alimentação nem aluguel social. “Procurei o promotor de Justiça Paranhos, mas até hoje a prefeitura nunca me deu um centavo sequer pela casa que destruiu”, concluiu com os olhos lacrimejados.


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AQUECIMENTO

Cientistas: 15 verdades que incomodam U

m grupo de cientistas publicou em 2013, na Bélgica, o livro Climat: 15 véritésquidérangent. Segundo “Nouvelles de France”, a grande mídia censurou a obra como se fosse “herética”. O coordenador do estudo é o doutor IstvanMarko, presidente da EuropeanChemicalSociety e professor na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. O trabalho coletivo não pretende ser exaustivo, mas põe o dedo na chaga de 15 realidades que patenteiam a fragilidade das teses dos adeptos da luta contra o CO2. Eis as verdades: 1. O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) não é um organismo científico, mas político. 2. O IPCC alimenta uma constante confusão entre ciência e política. 3. O IPCC está no centro de uma coalizão de poderosos interesses particulares. 4. O IPCC recusa todo debate científico racional com cientistas opostos às suas teses. 5. O IPCC denigre os argumentos apresentados em sentido contrário e põe obstáculo à liberdade de expressão, tratando os cientistas que não compartilham de suas posições como dissidentes do tempo da URSS. 6. O CO2 não aumentou em função das emissões de combustíveis fósseis desde 1750. 7. A elevação da temperatura média global no último meio século não foi atípica em relação aos últimos 1300 anos. 8. O CO2 proveniente de combustíveis fósseis não contribui significativamente para o aumento da temperatura desde a metade do século XX. 9. A teoria do “aquecimento global causado pelo homem” se baseia em modelos ou simulações fundadas em hipóteses e aproximações. 10. As observações da realidade fornecem dados naturais (atividade do sol, vulcões, correntes oceânicas, nuvens) que pesam na evolução do clima, mas os modelos do IPCC não as levam apropriadamente em consideração. 11. As teorias do IPCC não recolhem o consenso científico. 12. A imprensa não apresenta a problemática do aquecimento global – com recuo crítico e imparcialidade – requerida pela deontologia

Dr Istvan Marko, professor de Química Orgânica, com colegas da Universidade Católica de Louvain jornalística. 13. As contribuições dos governos ao IPCC geralmente aumentam o viés criticado acima. 14. A popularidade das teorias do IPCC resulta de uma difusão midiática unilateral e do apoio de certos partidos e líderes de opinião. 15. Os encarregados de tomar decisões econômicas e financeiras tiveram de adaptar suas políticas às imposições da luta contra o aquecimento global, com prejuízo de sua produtividade e competitividade. IstvanMarko, editor do livro, explicou em entrevista no dia 7 outubro de 2013: “Desde 1998, jamais aumentaram tanto as emissões de CO2, porém a temperatura do globo ficou estável. Nesse período foi emitido um terço do CO2 produzido desde o início da era industrial, sem causar nenhum efeito na temperatura mundial. “No entanto, o IPCC espalha que o aquecimento global se deve ao aumento das emissões de gás estufa de origem humana com uma probabilidade 90 a 95%. Na verdade, o CO2 aumenta após a elevação da temperatura, e nunca o inverso. Se a temperatura sobe nos trópicos, o CO2 aumenta por volta de 8 a 11 meses mais tarde. […] – Se o aquecimento global não é devido principalmente à atividade humana, qual é a sua causa? “Há muitas. Por exemplo, a influência direta da atividade solar e uma correlação com as manchas solares. Se essas forem numerosas, em geral vai ficar quente. “Se o sol apresenta menor número de manchas, um número maior de raios cósmicos atingirá a Terra, criando nuvens de baixa altitude que impedirão os raios solares de atingir a terra e fazendo abaixar a temperatura”.


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ARTIGOS

A verdade das coisas JOSÉ GERALDO DA ROCHA BARROS PALMEIRA Juiz de Direito aposentado e Advogado

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udéssemos ouvir das estrelas suas histórias, veríamos que os séculos registram com exatidão a origem dos acontecimentos do hoje. Por que desde criança fui instruído a não votar no PT? Porque sempre soube que a intransigência era o seu caráter, a violência no campo a sua bandeira, rasgar a Constituição e a lei a sua vontade, e a arbitrariedade a sua rotina. Cresci com aquilo gravado na memória, e nunca votei nele. A intransigência de Lula quando presidente da República, e, do seu partido, contrários à conquista da aposentadoria daqueles que dedicaram uma vida inteira servindo aos seus semelhantes num trabalho árduo e que tinham um objetivo: viver o restante dos dias com dignidade, e não ser refém do Estado. Ao atacar sistematicamente o Judiciário, Lula e os seus seguidores, escamoteia do povo informações para justificar o seu discurso e intransigência, esquecendo-se que os cortadores de canas e metalúrgicos podem Ser Presidente da República, juiz não. Os primeiros, mesmo sem quaisquer aptidões, podem ser eleitos pelo povo, juiz não pode ser político e somente assume a judicatura se tiver aptidão e for aprovado em rigoroso concurso público. A paralisação do judiciário, como a de qualquer funcionário público, é direito assegurado na Constituição Federal, desde que não se paralisem os serviços essenciais. Ao invés de tentar tirar direitos, o governo deveria dedicar mais atenção à violência quase já incontrolável. Ao invés de permitir provocações com a invasão de terras produtivas, com destruição de bens, incêndio de casas e maquinários, a matança dos animais dos indefesos fazendeiros que produzem pacificamente neste país, o Governo deveria

começar a reforma agrária pelas terras improdutivas dos latifundiários e da igreja que as recebeu em doação dos abastados. Não sou contra um metalúrgico, assumir a Presidência do Brasil, nem de um homem que vestiu macacão na fábrica, ser Presidente da Câmara dos Deputados, aliás, sinto orgulho disso; sou contra a mentira e a inversão de palavras, a acomodação política e a miséria que aumenta neste país com a morte de pessoas por falta de hospitais equipados com UTI; sou contra a omissão do Governo que facilita o abuso dos banqueiros na cobrança de juros exorbitantes; sou contra o absurdo seguro apagão, e a majoração dos tributos. Dizer que um juiz ganha mais que um Presidente da República é querer jogar o judiciário contra a sociedade. O juiz ganha apenas o seu salário, vai ao mercado e paga as suas contas; não tem verbas de gabinete e nem verbas secretas para gastar sem prestar contas, não tem mordomias por conta da nação; não tem cozinheiros, copeiros cama e mesa, luz, água e vinho pagos pelo povo, nem dispõem de seguranças fardados ou não, e de aviões para perambular deslumbradamente pelo mundo; não usa helicópteros e veículos oficiais durante 24 horas, até mesmo para levar seu cachorrinho de estimação ao veterinário ou cabeleireiro. Eu dispensaria o meu salário em troca da metade destas mordomias. Por isso, revolta-me o fato de o serviço de desinformação do governo gastar milhões de reais para financiar a campanha de desmoralização do judiciário, apenas para satisfazer a vontade dos poderosos empresários e banqueiros que o ajudaram na campanha. Tenho certeza absoluta que, com todo esse dinheiro esbanjado com a mídia o programa Fome Zero seria um sucesso.

Por que eu não quero a Copa no Brasil *CÉLIO PEZZA

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ão Paulo, 03 de junho de 2014 Excelentíssima Presidenta Dilma. Em julho de 2011 eu lhe enviei uma carta onde pedia para cancelar a Copa do Mundo e passasse para a História como uma estadista e heroína do nosso povo. A diferença entre um estadista e um político comum é que o estadista se preocupa com a próxima geração e um político só se preocupa com a próxima eleição. A senhora deveria ter utilizado todo dinheiro dessa Copa para a saúde, a segurança, a educação, estradas e outras centenas de obras que fazem falta para o nosso povo. Infelizmente, a senhora preferiu esbanjar o dinheiro de nossos impostos em estádios e obras superfaturadas e entregar o nosso país para a FIFA. Eu gosto de futebol, mas eu não quero essa Copa da FIFA, por esse preço. Ela está custando vidas, pois o povo continua morrendo nos hospitais por falta de médicos, leitos, remédios, mas os estádios estão aí, como uma afronta ao bom senso. Na verdade, o nosso dinheiro foi para o ralo e nós continuamos sem o essencial. Pior, também estamos perdendo a dignidade, no meio de tanta corrupção. Curiosamente, no auge dessa discussão, vimos o ex-presidente Lula, um dos autores desta infame Copa do Mundo, falar que é “babaquice” de brasileiro

querer chegar de metrô até os estádios, uma vez que as linhas não ficaram prontas. Disse ainda que nós nunca tivemos problemas de andar a pé. Que o brasileiro vai a pé, vai descalço, vai de bicicleta, vai de jumento, vai de qualquer coisa. Já no próprio Portal da Copa, órgão do Governo Federal, o discurso é diferente e o governo ressalta as obras de Mobilidade Urbana, entre elas os metrôs nas cidades-sedes. Voltando ao tema principal, eu não quero a Copa, assim como milhares de manifestantes nas ruas também não a querem, pelo simples fato de constatarem que faltam coisas muito mais importantes. Perguntem para quem está morrendo numa fila de espera aguardando uma cirurgia que nunca chega, se ele prefere a Copa. Perguntem para um pai que vê seu filho sem escolas se ele prefere a Copa. Essa Copa seria bem vinda se não faltasse nada para o povo, se estivesse tudo funcionando muito bem, desde um hospital decente até uma linha de metrô que vai até os estádios, e não precisássemos de jumentos como solução de transporte público. No passado víamos o povo decorar as ruas com as cores da nossa bandeira, nos dias de jogos; agora, vemos passeatas plenamente justificáveis, querendo mais brasilidade e menos circo com nosso dinheiro. *Célio Pezza é escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Nova Terra - Recomeço. Saiba mais em www.facebook. com/celio.pezza


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ARTIGOS

O Brasil e a Copa do Mundo JORGE MORAIS Jornalista

A renomada revista FRANCE FOOTBALL traz sempre belíssimas capas, ilustradas com fotos de lances sensacionais, gols, troféus, torcidas celebrando com suas bandeiras, etc. Mas esta semana veio com uma “Edição de Luto”. A edição detona o Brasil e aponta a próxima copa como “O Mundial do Medo”. Onde deveria estar escrito “Ordem e Progresso” foi colocada uma tarja preta. A reportagem, de 12 páginas, não está liberada no Brasil. Recebi por e-mail uma parte do que é registrado pela revista em relação à copa que diz: Apesar do lema brasileiro “Ordem e Progresso”, o que menos se vê na preparação deste mundial, é Ordem ou Progresso. A FIFA não pediu o Brasil para sediar a Copa, foi o Brasil quem procurou a FIFA e fez a proposta. Que a corrupção no Brasil é endêmica, do povo ao governo; que a burocracia é cultural,

tudo precisa ser carimbado, gerando milhões para os Cartórios; que tudo se desenvolve a base de propinas. Todo o alto escalão do governo Lula está preso por corrupção, mas os artistas e grande parte da população acham que eles são honestos, e fazem campanhas para recolher dinheiro para eles; que hoje, tudo que acontece de errado no Brasil, a culpa é da FIFA, antes era dos EUA, já foi de Portugal, o brasileiro não tem culpa de nada; que o Brasileiro dá mais importância ao futebol do que à política; que o Brasileiro elege jogadores de futebol para cargos públicos. Nesse caso, cita Romário, hoje deputado federal, que aproveita o descontentamento com a copa para se auto -promover, mas nunca apresentou um projeto de lei sobre saúde ou educação. Sua meta é dar ingresso da Copa para pobre (como se essa fosse à prioridade para um pobre brasileiro). Que o deputado mais votado do Brasil é um palhaço analfabeto, que faz uma dança ridícula, com roupas igualmente ridículas, e seu bordão é: “pior que está não fica”. Será? Em uma de suas músicas ele diz: “Ele é ladrão, mas é meu amigo!”. Isso

traduz bem o espírito do Brasileiro. Afirma ainda a revista: A carga tributária do Brasil é altíssima, maior que a da França, e os serviços públicos são péssimos comparáveis aos do Congo. Mas o Brasileiro médio pensa que ele mora na Suíça. Quem está lá, na verdade, é a FIFA. Há um dito popular que diz que “Deus é brasileiro”. A FIFA, como imagem institucional, busca não associar-se a ditaduras. Tanto que excluiu a África do Sul na época do Aparthaid e, ao contrário do COI, recusou a candidatura da China, apesar das ótimas condições que o país oferecia. Mas o Brasil, sede da Copa, vive um caso de amor com ditaduras. O Brasil pleiteava uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, para sentar-se ao lado da França, mas devido ao seu alinhamento com ditaduras, a França já se manifestou contrariamente. A Presidente Brasileira parece estar alienada da realidade e diz que será o melhor mundial de todos os tempos. Melhor que o do Japão, dos EUA, da França, da Alemanha. O governo brasileiro acaba de gastar 400 milhões de Euros com compras de armas para a

polícia e disse estar disposto a colocar o exército na rua para proteger a Copa contra os brasileiros. Isso mesmo, o governo está ameaçando seu próprio povo. A revista FRANCE FOOTBALL afirma que não há transporte por trens; que as pessoas rezem para não terem problemas de saúde enquanto estiverem aqui; Vacina contra febre amarela é recomendada. Use repelentes, no Brasil ainda há pessoas morrendo com dengue, malária ou doença de chagas, já erradicadas na França no século XVIII. Faça um seguro de saúde privado antes de chegar ao Brasil. Médicos privados cobram mais de 100 Euros por consultas de 20 minutos. Que os hospitais públicos são péssimos, comparáveis aos das zonas de guerra. Este texto representa, apenas, uma parte do que a revista destaca em relação à Copa do Mundo. Na próxima semana, trago mais detalhes sobre a matéria que, na visão deles, retrata o que será essa copa no Brasil. Você que acabou de fazer sua leitura, pensa muito diferente do que foi dito pela FRANCE FOOTBALL?

sendo preso. Os Taturanas I já vão para 10 anos e ninguém foi preso. A maioria se reelege e continua como deputado estadual, federal e prefeito. Os processos são longos, os juízes ameaçados, as pressões muito fortes e por aí vai... No caso dos mensaleiros, nota-se que as pessoas mais simples, sem mandato, se expõem menos, não pedem para trabalhar, para ter direito à prisão domiciliar ¨adoecem¨menos. As estrelas, tipo Genoíno e Dirceu, continuam na mídia e cheias de regalias. Recebem visitas fora de hora, refeições vindas de fora. Como sempre, a tal imunidade parlamentar funciona até na cadeia. Em Alagoas é engraçado: toda Mesa Diretora da ALE foi afastada pela Justiça, está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual e um diretor foi afastado. Mas, os parlamentares que dirigem o Legislativo são candidatos à reeleição e devem sair vitoriosos. Existem Taturanas I e II. Até agora, só um está antevendo a possibilidade de não poder sair candidato por ter a ¨ficha suja¨. Não existe ainda a certeza. Recentemente um grupo político recha-

çou outro porque era envolvido em processos criminais. Ficamos assustados: são poucos os políticos em Alagoas que não estão envolvidos em processos, uns tiveram que se afastar dos cargos para não serem cassados e renegam algumas figuras que podem atrapalhar as eleições de outras menos negativas. Enquanto os políticos riem da população pois cometem crimes e não são punidos, pobres coitados que roubam galinhas, assaltam, matam, estão presos. Não defendo ladrões, assaltantes, criminosos. Acho apenas que o crime do colarinho branco tem um julgamento muito lento e os culpados, em sua grande maioria, ficam soltos e exercem cargos elevados e representativos. É uma grande tristeza ver políticos na TV, nos jornais e saber que eles roubaram, mataram e estão soltos, zombando da opinião pública. Enquanto isso na cadeia mofam pequenos criminosos que, as vezes quando são julgados, as penas já foram cumpridas. Ou, em alguns casos, são inocentes, foram presos por engano. Chegamos à triste conclusão: só os pobres vão para a cadeia. Rico fica em casa, esperando julgamento.

Cadeia foi feita para pobres ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

O

s jornais da semana passada trazem a notícia da condenação de um deputado federal, filho de um senador. Possivelmente, não poderá ser candidato. Nada certo; alguns recursos poderão surgir. Quando era presidente do Sindicato da Assembleia, o moço era primeiro-secretário do Legislativo e tinha no seu computador a folha de pagamento e quem se arriscasse a mexer no documento, levava um ¨belo pito¨. Certa vez, um diretor implantou novos salários dos ex-deputados, resultado de uma ação judicial e quase perde o emprego. Era uma verdadeira ditadura! Fez absurdos como 1º secretário até que foi indiciado pela Polícia Federal e virou ¨taturana¨. Mesmo assim, elegeu-se deputado federal e continua no poder até hoje. Ele atrapalha o pai e não será impedido de ser candidato.

Nesse processo dos ¨taturanas¨ entraram vários companheiros. Foram indiciados por terem acreditado nos parlamentares. Estão ameaçados de perderem o emprego e terem que devolver o dinheiro recebido. Como não possuem imunidade parlamentar, podem ser condenados antes de os verdadeiros culpados serem punidos. Tempos depois vieram os Taturanas II. Mais uma vez companheiros se deixaram levar pelo bom papo dos dirigentes. Alguns foram afastados do cargo de direção e outros se arriscaram escondendo informações, levando computadores para casa, tentando esconder erros praticados pelos membros da Mesa Diretora. Observo políticos que vão ser candidatos em 2014 e muitos são indiciados em processos; alguns conseguirão. Ainda não vi, ou vi muito pouco, pessoas que foram impedidas de concorrer às eleições. Lembro-me de poucos casos!!! Um amigo que foi preso pela Polícia Federal na Operação Taturana disse-me o seguinte: ¨Não fui visitado por um só deputado¨. Mas, continua em cargo de confiança, fazendo tudo o que a Mesa manda. Acho que gostou da experiência de aparecer na TV


22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014 MEIO AMBIENTE

Codevasf, indígenas e CBHSF se unem em Penedo para defender Velho Chico U m peixamento realizado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), na terça-feira (3), marcou as atividades do Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco em Alagoas. A Codevasf é uma das instituições que apóiam a Campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico” promovida pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). Segundo o chefe da Unidade Regional de Meio Ambiente da Codevasf em Alagoas, o engenheiro agrônomo Pedro Melo, o peixamento faz parte do conjunto de ações de revitalização da bacia hidrográfica do rio São Francisco. “Esse peixamento atende a um pedido do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. O repovoamento da bacia hidrográfica com espécies nativas como a xira, o piau e a piaba integra as ações de revitalização executadas pela Codevasf, e é uma ação continuada. Para isso, a Codevasf mantém o Centro Integrado de Aquicultura e Recursos Pesqueiros de Itiúba, no qual são produzidas as espécies nativas para peixamentos”, informou. Ele destacou outras ações da Codevasf para revitalização da bacia hidrográfica do São Francisco. “Além do repovoamento no rio, que aumenta a quantidade de peixes, a Codevasf também investe na execução de ações para revitalização da bacia hidrográfica, a exemplo do saneamento ambiental, com implantação de sistemas de esgotamento sanitário em municípios da bacia; sistemas de abasteci-

Repovoamento e devolução de água marcaram dia em defesa do Velho Chico com participação das comunidades ribeirinhas e indígenas

mento de água potável para cidades ribeirinhas, recuperação de áreas degradadas, entre outras ações de grande importância para a revitalização do Velho Chico”, pontuou Pedro Melo. ÍNDIOS MOSTRAM RITUAL O peixamento ocorreu no bojo das atividades do Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco em Penedo (AL), uma das cidades incluídas na programação. Logo pela manhã, uma mesa redonda discutiu os problemas enfrentados por diversos segmentos

da população e contou com a presença de lideranças dos povos indígenas, de pescadores tradicionais, de agricultores e de estudantes, entre outros. Em seguida, foi realizada uma caminhada pelas ruas da cidade ribeirinha até o cais do porto de Penedo, onde foi realizada a soltura de alevinos. Antes do peixamento, índios da tribo Tingui Boto, do município de Feira Grande, realizaram o ritual do Toré e, em seguida, de forma simbólica, devolveram as águas do rio São Francisco que carre-

gavam em potes de barro. Um dos líderes da tribo Tingui Boto, Ricardo de Campos, cujo nome indígena é Kayaboro, fez questão de destacar as ações da Codevasf para revitalização do Velho Chico. “Parabenizo a Codevasf pelo trabalho de peixamento e pelas ações junto a comunidades tradicionais como a minha. A soltura desses alevinos demonstra a preocupação da Codevasf com o rio e com as comunidades que dependem da pesca. Esses alevinos mostram, simbolicamente, uma preocupação social com o São Francisco”, afirmou. O líder Tingui Boto relatou alguns problemas enfrentados por comunidades tradicionais, como os povos indígenas, no Baixo São Francisco. “Os povos indígenas em Alagoas e Sergipe são principalmente afetados pela diminuição da vazão no rio. Como o nível do rio tem estado muito baixo, isso tem dificultando a pesca e a navegação. Algumas de nossas etnias trafegam de barco e isso tem sido prejudicado. Já no Submédio

São Francisco, o represamento das águas do São Francisco faz com que o rio aumente seu nível de água, assim inundando as terras de comunidades tradicionais de lá, como, por exemplo, do povo Tuxá em Reodelas, que moram na Bahia”, relatou Kayaboro. O secretário-executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Maciel Oliveira, falou sobre as atividades do Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco em Alagoas e do apoio da Codevasf às mobilizações. “Esse é um dia em que todos os povos da bacia levantaram sua voz para defender o Velho Chico. Nós estamos aqui para dizer sim ao Velho Chico. Contamos com o exemplar apoio da Codevasf em todas as suas superintendências regionais na Bacia do rio São Francisco, em Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia; contamos com a Codevasf para devolver o peixe ao rio. Este é um dia histórico para o Brasil”, destacou o líder indígena.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014 -

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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Contagem regressiva

A

Copa do Mundo tem abertura na quinta-feira (12) com Brasil x Croácia na Arena Corinthians (SP). É jogo que absorve ansiedade movido pelo fantasma de 1950. Mas é de convir também que “azar não aparece duas vezes no mesmo lugar”. Mesmo considerando futebol como “caixa de surpresas”.

Time montado A mídia nacional não vê mais mistério no time de Felipão depois do amistoso com goleada (4x0) sobre o fraco Panamá. O grupo é praticamente o da Copa das Confederações que o Brasil sediou em 2013 e foi campeão. Não tem nenhum “bicho papão”.

Novo amistoso Nesta sexta-feira a seleção brasileira faz o último teste antes do Mundial em amistoso às 16 horas contra a Sérvia. Será agora no estádio do Morumbi, em São Paulo e, insistindo, Brasil x Croácia abre o campeonato mundial de seleções no dia 12 na Arena Corinthians (SP).

Presença azulina Luís Felipe Scolari e Hulk na seleção brasileira não são para ser esquecidos pelos alagoanos. Um e o outro, afinal, saíram de Alagoas para o estrelato mundo afora. Felipão, zagueiro, deu primeiro passo como técnico no CSA. Já Hulk jogava no Corinthians Alagoano antes de ir para a Europa.

Concentração A Croácia, primeiro jogo do Brasil e de abertura da Copa do Mundo, vai estar concentrada em um resort na Mata de São João, litoral norte da Bahia. Os jogadores vão ocupar quartos com diárias em torno dos R$ 1.600 e que oferecem vista para piscinas, jardins e o mar. É definido como refúgio tropical de luxo. A Croácia, para lembrar, é 20º no ranking do futebol mundial.

Haja atenção

Voos extras

Gana chega a Maceió no dia 11 e tem no seu histórico confirmação de avanços nos últimos anos quando foi eliminada da Copa de 2006 pelo Brasil. Mas a partir de 2010, na Alemanha, os ganeses atraíram atenção pelo futebol competitivo. Apesar de eliminada nas quartas de final pelo Uruguai, nos pênaltis, o jogo foi comentado como um dos melhores daquele mundial.

Em maio, previsões divulgadas como oficiais, já revelavam que haviam sido liberados 2 mil voos extras no espaço aéreo brasileiro para a época do mundial de futebol. O registro que carrega otimismo tem aval da área hoteleira e outra boa noticia é que preços das diárias em várias cidades estão em baixa. Dentre elas São Paulo e o Rio de Janeiro.

Mais lembranças

O Galo, desde que Ademir Fonseca comanda a equipe, já somou 5 pontos e deu pinote importante na tabela de classificação. É nono, mas vencendo em Arapiraca terá também chances de alcançar o G-4. Torcida promete presença forte no Coaraci da Mata Fonseca.

De Álvaro Machado, presidente do Comitê Gestor do Projeto Alagoas Centro de Treinamento de Seleções da Copa do Mundo 2014, após Gana decidir pelo Estado como concentração para os jogos da Copa: “Nós seremos a casa deles e queremos que a seleção avance. Acreditamos nisso”. O Rei Pelé desde o dia 1º deste mês está fechado, à disposição dos ganeses.

Dá um tempo O Brasil, já a partir desta sexta-feira, suspende todas as competições que organiza. Até julho a prioridade é a Copa do Mundo, cuja expectativa fora do campo é para abrir espaço também para o o turismo. Previsão de presença estrangeira no País é das mais otimistas. Falam em torno de 2,5 milhões de visitantes.

Soma positivo Fala o técnico Beto Almeida, técnico do ASA, se mostra confiante no time. Dá como motivação o bom momento do alvinegro na Série C, somando 7 pontos e caso vença o Galo chega no G-4. Diz: “Conhecemos o caminho para fazermos um bom jogo”.

Copa do Brasil No País o calendário do futebol nas várias séries fica suspenso até depois dos jogos da Copa do Mundo. A dúvida é somente sobre se os jogadores de clubes no Estado vão se manter exercitando ou ganham folga nos clubes. De ASA e CRB em especial, pois jogam na Série C.

Haja nervos Sábado, a partir das 16 horas , ASA e CRB se enfrentam em jogo da Série C. Deverá ser o último antes do recesso motivado pela Copa do mundo e com reinício das atividades em meados de julho. Os ingressos vão ter preço único de R$ 10,00. Isso independente da cor de camisa que o torcedor esteja vestindo.

FRASES “Quem vai mole é quem mais se machuca” David Luiz (Brasil), sobre entrar duro numa jogada

“É jogo como se fosse Copa do Mundo” Júlio Cesar após Brasil 4 x 0 Panamá

“Não tem porque poupar o Neymar” Felipão na análise da seleção após vitória


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Ambientalista francês

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educador e oceanógrafo francês, Jean Michel Custeau, reconhecido internacionalmente pelas importantes iniciativas em busca da preservação ambiental, participou na segunda-feira (02) da aula a bordo do barco-escola do Instituto do Meio Ambiente (IMA). A atividade abre a semana em torno do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado na próxima quinta-feira, dia 05 de junho. Na atividade, organizada pelo IMA e pela Braskem, o ambientalista pôde conhecer um pouco das riquezas da biodiversidade do Complexo Estuarino-Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM), assim como os principais problemas existentes. Logo depois, participou de um almoço comemorativo no Palácio dos Palmares, com a presença do governador Teotônio Vilela.

Temporada de furacões A temporada de furacões 2014 pode ser menos ativa que o normal, mas todas as zonas de risco, do Caribe aos Estados Unidos, devem se preparar porque nunca se sabe onde a próxima tempestade vai aparecer, alertou nesta semana, em Miami, um encarregado de vigilância dos furacões.

Machismo Os furacões com nomes femininos podem matar três vezes mais porque as pessoas os percebem como menos ameaçadores do que as tempestades com nomes masculinos. A conclusão foi obtida por cientistas, que publicaram seus resultados na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, a “PNAS”. O estudo abrangeu mais de seis décadas de furacões atlânticos.

A lagarta A lagarta Hemeroplanes sp, da Costa Rica, não se transforma apenas em larva e em mariposa. Ela também se camufla inteligentemente como uma cobra para assustar seus predadores. Apesar da semelhança com o outro animal, porém, seu corpo é curto, o que causa estranhamento. O professor Daniel Janzen, biólogo da Universidade da Pensilvânia, capturou essas imagens como parte de seu trabalho sobre lagartas na América Central, que realiza desde 1978.

Extinção de espécies Um novo estudo publicado na sexta-feira (30) na edição impressa da revista “Science” afirma que as ação humana acelerou em mil vezes a taxa de extinção das espécies de plantas e animais do planeta, em comparação com a taxa natural. Os dados levantados pelo biólogo Stuart Pimm, da Universidade Duke, dos Estados Unidos, apontam que antes dos humanos, o ritmo de extinção era de uma espécie a cada 10 milhões por ano. Atualmente, essas cifras são de 100 a cada 1.000 por ano.

Animais feridos Em que casos o ser humano deve intervir no curso da natureza? Esta questão veio à tona recentemente nos Estados Unidos por causa de dois animais que foram encontrados feridos. Em um caso, autoridades ambientais do Minnesota acharam um alce com um ferimento aberto no lugar do rabo, e, ao concluir que era o resultado de um ataque de lobos, resolveram não intervir. No mesmo estado americano, no entanto, outros funcionários ajudaram um filhote de águia com uma asa quebrada, cujo ninho estava sendo filmado com as imagens transmitidas ao vivo pela internet.

Fundo Amazônia O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai destinar R$ 146,7 milhões para três projetos de melhoria da gestão ambiental nos estados da Bahia, Rondônia e Pará, de modo a contribuir para o combate ao desmatamento e à degradação florestal. Os recursos, não reembolsáveis e provenientes do Fundo Amazônia, apoiarão ações em pelo menos 313 municípios.

Emissões O governo dos Estados Unidos anunciou na segunda-feira (2) um ambicioso plano para reduzir as emissões de dióxido de carbono de suas centrais termoelétricas em 30% até 2030.A Agência de Proteção Meio Ambiental (EPA, na sigla em inglês) disse que os estados poderão aplicar a nova legislação, que deverá entrar em vigor somente em 2016, com flexibilidade.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Reajustes

O

Entra na rotina das noites maceioenses, fins de semana em especial, ações policiais em áreas movimentadas. É prudente, por isso, quem vive na noite não andar sem um documento de identificação e observar o princípio do “diga com quem andas e eu direi quem você é”. Prisões estão sendo feitas.

A lei que reajusta o salário mínimo expira em 2015, mas já absorve atenções. No Planalto, a presidente Dilma Rousseff propõe uma mudança na lei e, na Câmara Federal, o deputado Paulinho da Força propõe que haja manutenção da progressão do aumento.

Gastronomia

No setor da gastronomia nacional foi levantada uma preocupação tanto no quesito mão de obra qualificada como na atenção às exigências do consumidor. Motivam a atenção previsão de mais de três milhões de visitantes para os jogos da Copa do Mundo coincidindo com as festas juninas

Desculpa Motoristas sentem dificuldade para enxergar pedestres na faixa de segurança para atravessar para o outro lado da rua. O empecilho observado por eles tem a ver com veículos estacionados dificultando a visibilidade, por eles, do pedestre no início da faixa. Turistas avalizaram a reclamação.

Jogo duro

O senador Benedito de Lira, como era esperado, começa a ser “saco de pancadas” por insistir na candidatura ao Governo de Alagoas. A observação foi levantada por cabos eleitorais com atuação em Maceió e que definem o nome dele como forte nas áreas da periferia.

Um retorno

Este mês é período de largada pelos partidos na agilização das providências que conduzem à definição dos candidatos para as eleições de outubro. Ou em miúdos, época de realização das convenções que oficializam coligações e candidatos. Julho é época para registro de coligações e candidatos.

Correção A coluna, edição da semana passada, errou ao divulgar o deputado Fernando Toledo, presidente da Assembleia Legislativa, como pré-candidato ao Senado. O postulante é o deputado federal Alexandre Toledo do PSDB, ou seja, o mesmo partido do governador Teotônio Vilela.

Comentário “Não há como virar a página porque o mensalão é um fato relevante que os nossos adversários não explicam. O PT vai ter de conviver com isso”.Comentário é de Ricardo Berzoini, deputado federal pelo PT de São Paulo e ex-presidente do partido, e publicada pela IstoÉ, edição 2302.

Representantes da holding japonesa Mitsui & Co. Litd, um dos três acionistas da Algás, estiveram em Maceió na quarta-feira da semana passada, 28. Conheceram o cenário de atuação da companhia cumprindo agenda de visitas pelos principais pontos de interação do gás natural em Maceió e redondezas (com Assessoria).

Ação policial

Salário mínimo

Na regressiva

Conversa entre quem atua em diretórios de partidos políticos dá conta de que nas eleições de outubro uma coligação para eleger o primeiro deputado estadual deverá somar mais de 70 mil votos. Já para mandato de deputado federal a soma dos votos para uma coligação começar a ganhar cadeiras tem cálculos acima dos 170 mil votos válidos nas urnas.

Agenda de visitas

brasileiro que se cuide no bolso. A advertência se apega para pós-eleições e tem a ver com a reposição, em outubro, dos percentuais de reajustes reprimidos pelo governo. A previsão é pré-anunciada em insistentes divulgações pela mídia nacional.

Francisco Holanda começa a se organizar para lançar candidatura a deputado estadual em outubro. Foi vereador em Maceió e também pela tradição do sobrenome na vida pública é definido por lideranças partidárias com chances de alcançar mandato.

Coeficiente

Leitura interessante “Eleições no Brasil/2010: uma análise dos manifestos em defesa da democracia”. Livro escrito pela professora Lúcia de Fátima Barbosa Magalhães Moraes, mestra em Gestão Pública para o Desenvolvimento do Nordeste e analista do poder legislativo de Alagoas, será lançado no próximo dia 10, às 10 horas na sede da EDUFAL, no Centro de Interesse Comunitário – CIC do, Campús A.C.Simões, no Tabuleiro do Martins, em Maceió.

Confiante Da presidente Dilma Rousseff, confiante de que tudo vai dar certo na Copa do Mundo: “Os brasileiros vão juntar amigos, família, a comunidade, comprar uma cervejinha, ligar televisão e assistir à Copa torcendo para nossa seleção”.

Sugestão Da coluna para os torcedores é que ofereçam como visual nas ruas, paralelo ao entusiasmo, bandeiras verde, azul e amarelas ao invés das habituais vermelhas. O brasileiro deve insistir na valorização do evento, vez que por aqui o futebol é uma “paixão nacional”.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Desconhecimento básico

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ouco se divulgou sobre a importância do Maio Amarelo, mês de ações institucionais criado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). Na realidade, o mês passado terminou sem que se notasse nenhum movimento coordenado de autoridades de trânsito, legisladores ou de outras entidades no sentido de, se não estabilizar, pelo menos criar condições para que acidentes interrompam sua curva ascendente no País. Pior: o governo brasileiro é signatário da Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011/2020, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ao chegar quase na metade do prazo as estatísticas continuam a nos envergonhar. A divulgação oficial do número de mortos em ruas e estradas em 2012, só agora conhecida, aponta para 46 mil, contra 44 mil em 2011. Pode-se até certo ponto con-

temporizar, pois o aumento da mortalidade ficou um pouco abaixo do ritmo de crescimento da frota. O índice mais usado no mundo para avaliar riscos relaciona mortos à frota, mas no Brasil esta é uma peça de ficção. Afinal, veículos que saem de circulação continuam nas estatísticas e a avaliação verdadeira depende de estudos independentes ao cruzar taxas de sucateamento natural, acidentes e roubos/desmanches. Estamos em quarto lugar na classificação mundial de mortes, mas nossa frota real é apenas a oitava no mundo. Não para por aí. Segundo a Seguradora Líder, responsável pelas indenizações centralizadas, acidentes geraram mais de 60.000 fatalidades. Provavelmente, vítimas de atropelamento sem registros nos números oficiais. Pesquisa da Fundação Mapfre, divulgada neste Maio Amarelo, mostra resultados assustadores. Ouvidas 1.419 pes-

RODA VIVA soas, em todo o Brasil: • 47% dos entrevistados tiveram familiar ou amigo morto ou ferido no trânsito. • Nota média dos entrevistados para o trânsito brasileiro foi de 4,6, em escala até 10. • 2 em cada 3 pessoas acham que os acidentes não podem ser considerados acidentes. • 80% acham que as leis de trânsito não são respeitadas. • As vias urbanas são de má qualidade, com nota média de 4,4. • A formação dos condutores no Brasil não tem qualidade e a educação de trânsito praticamente não existe. Enquanto isso a Espanha, dentro do esforço preconizado pela ONU, conseguiu reduzir 10 mil mortes/ano para 1.800. E a Suécia pretende chegar a 0% de mortos em acidentes até 2024. Segundo o consultor J. Pedro Corrêa, o único jeito de

um esforço contínuo dar resultados e diminuir fatalidades seria um acordo político nacional para que a iniciativa de um governo não fosse paralisada pelo sucessor. Outro dado muito preocupante da pesquisa: praticamente todos os entrevistados sabem o que é um airbag (bolsa inflável em colisões), porém 50% desconhecem para que servem os freios ABS. Tornase necessário, portanto, uma urgente campanha nacional do governo e de entidades ligadas ao setor a fim de explicar como se evitam acidentes – ou se arrefecem suas consequências – por meio do não travamento das rodas. E, ainda mais importante, que o pedal de freio deve ser acionado com o máximo de força e nunca pode ser aliviado até passar o perigo, mesmo ao sentir aquela pulsação no pedal, indicadora de que o sistema está funcionando de forma correta.

pitstop RANKING DOS DEZ MAIS

Uno cai e Sandero sobe; Prisma sai e Fox entra Gol segura a liderança, mas Palio ameaça. Veja o ranking dos 130 carros e comerciais leves mais vendidos em maio.

Nas cinco primeiras posições não houve alteração no ranking dos carros zero mais vendido em maio. O Gol manteve a liderança, com 15.185 unidades, seguido de perto pelo Palio, com 14.910. A Strada permaneceu na terceira posição, com 12.610 unidades, seguida pelo Ônix em quarto (11.696) e Fiesta em quinto, com 10.976. Daí pra frente teve mudanças

importantes. O Uno, que fechou abril na sexta posição, caiu para o décimo lugar, com 7.873 unidades, entrando em seu lugar o Sandero, com 9.901 unidades vendidas. Se a queda do Uno se explica pela proximidade do lançamento do modelo novo, previsto para depois da Copa, o crescimento do

Sandero é surpreendente, porque também o carro da Renault está prestes a ser modificado: a empresa anunciou o lançamento na linha 2015 para a primeira semana de julho. O Hyundai HB20 hatch manteve a sétima posição, vendeu 9.756 unidades em maio, enquanto o Siena permaneceu em oitavo

unidades vendidas.

1º 2º 3º 4º

VOLKSWAGEN FIAT PALIO FIAT STRADA GM ONIX

GOL 14.910 12.610 11.696

15.185 5,5 5,4 4,5 4,2

5º 6º 7º 8º 9º

lugar, com 8.980. O Prisma, da GM, que estava na décima posição em abril, saiu da lista dos dez mais vendidos, cedendo seu lugar para o Fox, da Volks, que fechou o mês na nona posição.O Up ainda não encostou no primeiro pelotão. Em maio ficou com a 14ª, posição, com 5.744

FORD FIESTA HATCH RENAULT SANDERO HYUNDAI HB20 9.756 FIAT SIENA 8.980 VOLKSWAGEN FOX

10.976 4 9.901 3,6 3,5 3,2 8.013 2,9

MARCADO para agosto início de fabricação de dois novos modelos: Mitsubishi Lancer nacionalizado, em Catalão (GO) e VW Fox 2015, em São José dos Pinhais (PR). No caso deste, o motor MSI 1,6 L (120 cv) deverá substituir o atual VHT 1,6 L (104 cv). Aos poucos, o novo motor tomará lugar do atual em toda a linha para atender metas de consumo do Inovar-Auto. CONFORME antecipado pela coluna, Toyota produzirá – se conseguir todos os incentivos governamentais – o híbrido Prius na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Desconto no IPVA e dispensa do rodízio na capital paulista, aprovados semana passada, não seriam suficientes. Marca espera políticas específicas de IPI e importação para decidir. JAGUAR F-Type cupê chega por preços entre R$ 426.300 e R$ 662.000. Estilo é mais atraente que o conversível, lançado primeiro (rara inversão de prioridade). Apesar da carroceria de alumínio, versão R (550 cv) pesa 1.650 kg, mais 150 kg que o Porsche 911 Carrera S, um dos rivais da marca inglesa. Acelera de 0 a 100 km/h em 4,2 s, nada avassalador. Dirigibilidade, seu ponto alto. CONFIRMADA de 18 a 22 de junho, em Araxá (MG), 21ª edição do Brazil Classics Fiat Show, evento de antigomobilismo com tradição de 30 anos. Além de seleção rigorosa pelo espaço limitado no Grande Hotel, organiza um movimentado leilão. Na última edição (2012), 56 automóveis trocaram de mãos, o que envolveu valores acima de R$ 2 milhões. ESTADO de São Paulo acaba de obrigar os cartórios, sem custo adicional, a se responsabilizarem pela informação ao Detran de transação de veículos. Comprador e vendedor deslocam-se ao mesmo tempo para suas instalações (pouco ajudou a diminuir furtos, roubos e fraudes), pagam pelo serviço e o cartório lavava as mãos quanto ao dever de notificar ao Estado.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014 CRÔNICA

Eu admito ter havido um equívoco JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

N

ão é possível que a gente fique à vida inteira, nas mãos dos salafrários e dos vagabundos deste Brasil. Alguém tem que dar um bastanesses caras que se dizem políticos, gestores, dirigentes ou administradores que infernizam nossas vidas. Assim já está demais! Aqui-acolá inventam uns tais de “recall” para os carros usados e para os carros saídos da fábrica, dizendo que eles saíram com um defeito num simples parafuso, no cinto de segurança, que fica embaixo do assento do motorista. Assim é demais! Fazendo assim, muitos proprietários babacas, vão para as mãos das Concessionárias e aí, gastarão milhares de reais, para encherem os seus cofres. Como é que eles só descobrem os defeitos, depois de 2 ou 3 anos, com tanta tecnologia, raio-X, etc, etc? Vocês estão lembrados de outra safadeza? Foi quando

obrigaram os pais e mães, a conduzirem suas crianças numa cadeirinha para bebês, no banco traseiro, como se “esses caras” se preocupassem com a vida dos bebês. E tome dinheiro! No ano passado, obrigaram os carros novos, só saírem das fábricas, com “airbag”, coisa que nunca soube que alguém tivesse sido salvo, por causa desse dispositivo! Tem muita gente que não sabe nem o que é isso! E, tome dinheiro para as autoridades amigas dos fabricantes. Outra imoralidade oficial. As pessoas de idades mais avançadas, devem estar lembradas que o Governo obrigou todo dono de carro, a comprar um estojo ou bolsa, dizendo que era para medicamentos de primeiros socorros. Todo mundo foi obrigado a comprar, enchendo os bolsos dos fabricantes, donos de farmácias e drogarias. Os Conselhos de Medicina disseram que só quem poderia cuidar de ferimentos, seriam os Médicos ou Enfermeiros. Os sonolentos Senhores do Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, inventaram isso, para ganharem muito dinheiro e o Senado e Deputados Federais, ficaram calados, com a grande jogada. É que o povo do Brasil está sendo vítima de larápios oficiais, tudo “nas barbas”

do Governo. Agora, acabaram de inventar uma outra imoralidade, já anunciada nos meios de comunicação e que o povo brasileiro vai aceitar sorrindo. E o pior de tudo, é que os Governos ou Desgovernos deixam acontecer, por causa das eleições que rendem dinheiro. Querem saber o que é que vem por aí? Primeiro se benzam que, a imoralidade é por demais chocante. Eu fiz pesquisas simples, em forma de enquete, junto aos meus parentes, amigos, colegas e outras pessoas com quem fiz as minhas indagações. Eu perguntei a essas pessoas, se já tinham visto um carro ser incendiado. É que eu, como motorista de mais de 50 anos “de carteira”, nunca me deparei com um carro incendiado e que tenha sido um extintor de incêndio do carro, que extinguiu as chamas. Já viajei de carro, para São Paulo, paro o Rio de Janeiro, Minas, Ceará, Pernambuco, e outros Estados e nunca vi um só carro sendo incendiado, nas estradas e que o extintor tenha sido “a salvação”. Dirigi na Europa, entre Lisboa e Madri, porém, nunca ouvi falar que um extintor tenha apagado as chamas de um carro. Ora, até nos edifícios, nem sempre conseguem

apagar os incêndios, imaginem com um extintor pequeno, escondido e que poucas pessoas sabem onde eles ficam, no carro. Agora, o Governo vai exigir que todos os carros mudem seus extintores que devem ser do tipo A, B e C. Os outros extintores serão jogados fora e substituídos por outros que custam entre R$ 100,00 e R$ 70,00. A frota brasileira, é constituída de automóveis, caminhões, caminhonetas, micro-ônibus, ônibus, carretas e, até de barcos, num total de 82.060.911 milhões de viaturas. Os “meninos do Governo”, os verdadeiros vivaldinos, irão faturar R$ 8.206.091.100 bilhões, com os extintores que serão substituídos pelo Governo da Senhora Dilma. E, os Senadores e Deputados não estão nem aí, pois, já faturam muito com os estádios, chamados de arena, para enganar os bêstas. O que o Brasil precisa, não é de extin-

tores de incêndios nos carros e sim em extintores da falta de vergonha que vem incendiando esta Nação. Em tempo – Eu tenho uma excelente leitora dos meus artigos que é a Sra. Joana D´Arc Santana, esposa do falecido colega, Eng. Dalmo Santana, filho do Prefeito de Piaçabuçu.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Em defesa do Velho Chico

Está morrendo

Prêmio

dia 03 de junho foi instituído como o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico. Apesar do aniversário do Rio São Francisco ser comemorado apenas em outubro, o objetivo dessa data é alertar a população e o poder público para as questões relacionadas à sobrevivência do rio. A preocupação com a causa fez com que o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco criasse uma campanha chamada “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico”. No site do projeto, é possível conhecer um pouco da história do rio, os problemas que o ameaçam e também fazer parte da campanha escrevendo depoimentos, enviando fotos no Velho Chico e até compartilhando artes e conteúdo do site nas redes sociais.

Segundo o prefeito, é possível observar essa realidade nas cidades ribeirinhas alagoanas. Em Pão de Açúcar, por exemplo, a cada dia que passa a área de praia fica mais extensa, a navegação mais difícil e a pesca prejudicada. O prefeito também afirmou que a utilização das mídias sociais para divulgar uma questão tão importante como esta é essencial. “A internet já mostrou sua força e escolher um local tão democrático e acessível para realizar essa mobilização é garantia de que outras pessoas abraçarão a causa”, afirma Jorge.

A iniciativa está dando resultados e, além de fornecer alimento para a merenda das escolas (uma broa de mandioca deliciosa, por sinal), a turma levou a iniciativa da prefeita Célia a ganhar o prêmio Prefeito Empreendedor, concedido pelo Sebrae.

Protesto em Arapiraca

Além dessa vitória a prefeita parece ter acertado a mão e as coisas mais esperadas pela população estão aparecendo. Um exemplo doce está na retomada de obras e na pavimentação das ruas do Centro da cidade.

O

Mesmo depois de receber o grupo de empresários do movimento Arapiraca Segura, o governador Teotonio Vilela não convenceu. O exemplo é que a turma vai às ruas protestar e as perguntas são sempre as mesmas: Cadê os 209 soldados que iam ficar na cidade? Onde estão as câmeras de monitoramento; as bases policiais; as reformas nas Delegacias? Ao que parece, pelo menos em termos de segurança, o Governador não está bem na fita.

Silêncio Campanha no Sertão O prefeito de Pão de Açúcar, e presidente da Associação dos Municípios Alagoanos, Jorge Dantas participou da campanha através do seu perfil no Facebook. “A situação do Velho Chico é realmente preocupante. O rio está muito seco e vai morrer se não puder contar com o nosso socorro, com a nossa solidariedade”, comentou Jorge.

Sem respostas, apesar de ter recebido o grupo com honras palacianas, o Movimento vai protestar!

Dando certo A prefeita Célia Rocha acreditou e o trabalho das mulheres doceiras de Arapiraca parece estar dando certo. Os grupos, incentivados pela Prefeitura, e que se formaram em 7 comunidades rurais, estão com a mão na massa, literalmente.

Mão na massa

Comemoração A prefeita arapiraquense participou do Dia do Líder Comunitário, comemorado em festa, com lideranças de toda a cidade. A receptividade a prefeita contou com o alicerce do deputado Renan Filho. Juntos anunciaram mais e mais obras. “Agora a coisa vai”, disse a prefeita animada com o apoio do político.

PELO INTERIOR ... O texto é do sindicalista Márcio Santana, diretor do Sindicato dos Gráficos: “Uma enorme fogueira foi construída ao longo destes 11 anos, e agora é chegado o momento de saber quem vai realmente pular, ou seja, resolver a situação dos funcionários aposentados da CARHP. De um lado com o estilo “matuto poderoso” a direção da Companhia, e do outro, um tipo bem mais simples o aposentado que tem total convicção de que realmente não pode continuar trabalhando se já está aposentado, porém, é necessário que se pague a ele tudo o que a lei obriga de acordo com a CLT”. ... “Nesta festa tem dois tipos de “quadrilhas juninas”, uma que já dançou e ainda continua dançando, e outra que sabe que vai dançar, pois com certeza não vai continuar na direção da organização dos festejos”. ... “Primeiramente entram no “arraiá” os pares formados por pessoas simples que dedicaram grande parte de suas vidas ao desempenho de suas funções num total de 361 pares, em seguida vem à parte Jurídica que determina através de decisão do Juiz da 6ª Vara do Trabalho, José dos Santos Junior que seja pago multa diária de R$ 2 mil, além de sanções de ordem cível e penal a serem suportadas pelo diretor–presidente da Carhp, como também pagamento de indenizações por danos morais, ora arbitrada em R$10 mil por trabalhador, isso é o que consta no Proc. 143725.2011.5.190006, juntando a todos estes processos ainda tem a questão dos Diretores Sindicais que foram demitidos mesmo a Carhp sabendo que todos possuem estabilidade de emprego em seus órgãos, significando mais processos contra a mesma”. ... Polêmica: O plenário da Câmara dos Deputados aprovou no dia 20 de maio deste ano, uma Emenda à Medida Provisória 632, que permite que a União arque com o salário do servidor licenciado para exercer mandato em sindicato ou outras associações de classe. ... O mesmo pensamento é defendido pela outra autora do requerimento, Professora Graça, lembrando que um representante de um sindicato tem que está a serviço de sua entidade, não pode permanecer trabalhando, porque iria gerar um conflito nos horários. ... A Câmara Municipal de Arapiraca aprovou indicação do vereador Edvanio do Zé Baixinho, solicitando à secretaria municipal de Saúde, ampliar o 2º Centro de Saúde, na Baixa Grande, e aumentar o número de médicos naquela unidade. ... Segundo ele, esta reivindicação visa melhorar o atendimento aos usuários que devem ser assistidos pelos médicos, hoje com um quadro bastante reduzido. ... Também foi aprovado requerimento da vereadora Aurélia Fernandes, solicitando à prefeita Célia Rocha, viabilizar meios para fazer convênio com a Facomar (Federação das Associações de Moradores de Arapiraca), para que os presidentes de associações de bairros possam receber uma ajuda financeira mensal. ... Em sua justificativa, Aurélia Fernandes, ressalta que os presidentes estão no dia a dia com a comunidade e precisam ser remunerados para exercerem suas atividades, porque têm alguns gastos com os trabalhos da entidade. ... Ao mesmo tempo, ela também teve aprovado Voto de Aplauso, pela passagem do Dia do Líder Comunitário, comemorado no dia 30 de maio. ... A todos um ótimo final de semana cheio de paz, saúde e harmonia. Aos desafetos eu não desejo vida longa, como blasfema a péssima música “Beijinho no ombro”. Que vão para os quintos dos infernos. Brincadeirinha. Até a próxima edição. Fui!!!!


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Economia em baixa

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s números comprovam: a economia brasileira parou de crescer e vai seguindo ladeira abaixo. Tudo que o país produz no ano (Produto Interno Bruto) entre os 30 países mais desenvolvidos do mundo vem caindo mensalmente, enquanto China e Índia, sobem. O consumo explodiu e já começa a cair, exatamente porque a política de juros altos, induz o consumidor a comprar menos, ser mais consciente de que deve se viver de acordo com o que ganha, sem se endividar a longo prazo. Quando eclodiu a crise econômica mundial, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmava que o Brasil estava imune, e crescia com o consumo interno. As exportações cairam (e continua) e o endividamento do consumidor cresceu. Sua sucessora continuou incentivando o povo a comprar, reduziu impostos para a indústria, as vendas cresceram, mas arrecadação foi caindo a cada mês. O resultado de tudo isso, é visível agora: a inflação vem mexendo no bolso de todos.

Lá e cá

Tanto nos Estados Unidos como na Europa, os governos incentivaram muito o mercado imobiliário, atraindo os consumidores a realizar o sonho da casa própria, subsidiando os programas habitacionais. A classe média, em massa, aderiu e se endividou ao ponto de não conseguir mais pagar o débito, gerando a falência dos bancos e o desemprego aumentou. Isso ocorreu lá e já preununcia por cá.

Programa

O Minha Casa Minha Vida - que sempre afirmo ser “Minha Casa Minha Dívida” - vem fazendo o mesmo aqui, desde que foi lançado. Também já começa a dar sinais de enfraquecimento, devido a inadimplência e consequentemente o desequilíbrio no seu principal agente financeiro: a Caixa Econômica Federal, pertencente ao governo. Mas continua como o principal trunfo de sucesso e importante fonte de

garantia de voto aos seus criadores.

Inflação

Qualquer taxa de juro que seja acima da inflação, é prejuízo para o consumidor que utilizar. Assim, quando se compra um eletrodoméstico,por exemplo, que custa R$ 1 mil reais num prazo de um ano, com prestações mensais de mais de R$ 120,00, sabe que está pagando mais do que o “seu bolso” garante. Pior ainda é no caso de financiamento, que pode chegar até a 35 anos, como o habitacional. Todo cuidado é pouco!

O que fazer?

Nada complicado: É só viver de acordo com o que ganha. Saber controlar seus impulsos de consumo, economizar ao máximo em casa, comprar sempre à vista e o necessário, além de separar uma parte para a caderneta de poupança, formando um fundo de reserva para qualquer emergência. Seguindo esse caminho, vai viver com tranquilidade.

Pesquisando

Há exatos 20 anos, desde 1994, quando foi implantado o Plano Real, com mudança na moeda (de cruzeiro para real), não há mais necessidade de estocar para consumo na despensa. Os preços são livres, mas não congelados, com tendência para faltar. A concorrência é acirrada, exigindo que o consumidor pesquise antes de comprar.

Só nosso

Com o dólar valendo o dobro do real, o consumidor deve priorizar o nosso produto, ao invés do importado. Tudo que existe de fora, aqui tem similar e de boa qualidade. Portanto, compre o brasileiro. Você ajuda a aumentar


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014 -

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- MACEIÓ, ALAGOAS - 06 A 12 DE JUNHO DE 2014


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