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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 782 - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014

VILELA DEIXARÁ DÍVIDA PÚBLICA DE R$ 9 BILHÕES COMO HERANÇA

Preço do voto em Alagoas varia de R$ 100 a R$ 150 CABOS ELEITORAIS CHEGAM A COBRAR R$ 1,5 MILHÃO PARA APOIAR CANDIDATOS P/ 8 e 9

P/2

JOÃO LYRA CONDENADO A MULTA DE R$ 1 MILHÃO POR CALOTE CONTRA OS TRABALHADORES P/ 10 E 11

TÉO VILELA INSISTE EM LANÇAR THEREZA COLLOR AO SENADO

FILHO FERNANDO LYRA JÁ ADERIU À CAMPANHA DE FERNANDO COLLOR

P/13

RENAN FILHO E BIU DE LIRA UNEM ADVERSÁRIOS NO INTERIOR DO ESTADO P/7

ENTREVISTA

CORONEL GOULART QUER REESTRUTURAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DE ALAGOAS

P/16 e 17


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

A nave furada do ET

Massacre de Gaza “Desde 1948 Israel, EUA e Europa impedem a criação do Estado Palestino e os expulsam de sua pátria para viverem aos milhões em acampamentos. Desesperados, os palestinos lançam foguetes contra Israel. E morrem à toa”. (Sebastião Nery, Gazeta de Alagoas, sobre o massacre de Gaza).

U

m dia após abandonar a candidatura ao governo, o procurador de justiça Eduardo Tavares Mendes postou no facebook da filha um desabafo sobre seu fracassado projeto político. ET lamenta que sua candidatura nunca foi vista com bons olhos pelo PSDB, por caciques do partido, prefeitos e amigos do governado, citando nominalmente o advogado Geminiano Jurema, convidado por Vilela para comandar o barco tucano, à deriva. No texto, ele reclama: “Um tal de Jeremias Jurema me via como uma ‘mera invenção de um governador que de vez em quando se dava ao luxo de cometer loucuras e que tem uma grande estrela’, dizia ele. Enfim, eu e meus amigos ingressamos em um projeto bem iniciado, mas muito mal conduzido pelo querido governador Teotônio Vilela, numa barca furada e afundando”. ET se despede dos amigos do infortúnio: “Tirarei férias e, em seguida, voltarei ao meu Ministério Público, de onde nunca devia ter saído. Estarei sempre ao lado do Sérgio Jucá, verdadeiro amigo, e, para mim o maior homem público de Alagoas”. Por tudo isso a nave do ET não decolou!

Herança tucana Dados do Sindifisco revelam que a dívida pública de Alagoas saltou de R$ 5,7 bilhões para R$ 8,4 bilhões no governo de Téo Vilela. Só de juros dessa dívida o Estado paga R$ 55 milhões/mês. E ainda falta computar os empréstimos milionários feitos pelo governo tucano junto ao Banco Mundial. Com isso, o estoque da dívida deve ultrapassar o do governo Ronaldo Lessa, até então elevado ao panteão da irresponsabilidade como gestor público.

“Navegar é preciso.. “É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota”. Theodore Roosevelt

Troca-troca

Está praticamente acertado que no segundo semestre a presidente Dilma Rousseff virá a Alagoas para reforçar o palanque de Renan Filho. em troca Renan Calheiros será seu cabo eleitoral da campanha no Nordeste, com o objetivo da reeleição da presidente.

Israel é aberração; os judeus, não”

Doutor Richard Manso O advogado Richard Cavalcanti Manso está comemorando a aprovação de sua tese de doutorado pela Universidad del Museo Social Argentino. A tese, Dignidade da Pessoa Humana no Sistema Econômico Mundial, foi aprovada com louvor. Agora, o homem é doutor!

Tô fora!

Desiludido com o mercado persa em que se transofmrou a eleição em Alagoas, o ex-vereador Aderval Viana desfiliou-se do Psol e já pensa em pendurar as chuteiras. “Só voltarei à política partidária depois de uma reforma política séria”, diz Viana, em tom de despedida.

Amor e ódio

O goverrnador Téo Vilela só pensa naquilo. Segundo assessores que ainda restam ao seu redor, Vilela passa 24 horas articulando esquemas para derrotar Fernando Collor nas urnas. Sem maiores alternativas viáveis, Téo insiste em lançar a musa Thereza Collor para disputar o Sernado cotra o ex-cunhado famoso. Nem Freud explica esse caso de amor e ódio pelo adverrsário político.

Violência de gênero

Nos dias 7 e 8 deste mês acontece o I Seminário Alagoano de Enfrentamento à Violência de Gênero. Evento promovido pelo Tribunal de Justiça, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública Estadual e Secretaria de Estado da Mulher para marcar a passagem dos oito anos de vigência da Lei Maria da Penha. As mesas redondas e debates acontecerão no auditório da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal).

“Inexiste solução para a crise do Oriente Médio que não inclua o fim do Estado de Israel. A afirmação é comprovada pela própria história. Desde que foi criado, Israel tem sido protagonista de algumas das maiores atrocidades de que se tem notícia. Não por acaso. Ele está lá para isso”. (Ricardo Melo, Folha de S. Paulo, sobre a matança de palestinos).

“Israel tem o direito de existir, sim” “O artigo de Ricardo Melo tem um título que busca diferenciar Israel dos judeus, (“Israel é aberração; os judeus, não”), mas seu conteúdo deslegitima a existência de um lar nacional para um povo perseguido por milênios e que foi vítima da maior perversidade da qual se tem notícia na história humana”. (José Antônio de Lima revista Carta Capital).

Lei da bolha “Israelenses e palestinos estão presos no que parece cada vez mais com uma bolha hermeticamente fechada. Ao longo dos anos, dentro dessa bolha, cada lado tem justificativas sofisticadas para todos os atos que comete. Neste bolha cruel e desesperada, ambos os lados estão certos. Ambos obedecem à lei da bolha - a lei da violência e da guerra, vingança e ódio”. (David Grossman - The New York Times).

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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- MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

A diferença entre Lula e FHC

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rasília - Gostaria de chamar você para uma reflexão sobre o PT e o PSDB que governam o país há quase vinte anos e a conduta dos dois ex-presidentes, personagens importantes na história do Brasil nas últimas décadas, depois que deixaram o cargo. Lula, o mais populista, e FHC, o mais aristocrático, voltam à cena política este ano cada um com seus representantes na disputa presidencial. Uma coisa, porém, tem me chamado a atenção no perfil desses dois políticos. Lula, por exemplo, desde que largou a presidência luta para evitar outras condenações de seus ex-colaboradores por crimes diversos contra a administração pública no período do seu governou. Deixou, sem dúvida, um rastro desabonador à sua conduta como presidente e apagou do seu currículo a ética e o combate a corrupção que tanto apregoou antes de chegar ao poder. Desde que saiu do governo, Lula já intercedeu junto ao STF para melar o processo dos mensaleiros, negou conhecer todas as gatunagens da sua administração e tem se esforçado para que os escândalos não enlameiem mais ainda a sua biografia. Mas a julgar por sua última intervenção, o país só tem a lamentar. Agora, o ex-presidente pressionou o Tribunal de Contas da União para livrar a Dilma de uma condenação. Pediu e conseguiu que ela não fosse incluída no relatório final do ministro José Jorge, ex-pefelista, que responsabilizou onze diretores e o ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, pela compra superfaturada da refinaria de Pasadena, no Texas. Lula vem usando o tempo disponível para evitar ou até tirar da cadeia seus auxiliares. Dessa vez obteve êxito. Como pernambucano, apelou para os conterrâneos José Jorge e José Múcio, também ministro do TCU, seu ex-chefe da Casa Civil, para que a Dilma fosse isentada de responsabilidade da compra da refinaria superfaturada, já que ela presidia o Conselho da Petrobrás à época e tinha poder de veto para impedir o negócio. Infelizmente, é esse o passa tempo do Lula desde que deixou o governo: impedir a prisão ou a condenação de seus ex-auxiliares. Essa é a diferença de princípios entre Lula e FHC. Se eu estiver errado me corrija, por favor. Desde que deixou a presidência da República, Fernando Henrique Cardoso tem viajado frequentemente para o exterior. Leciona nas melhores universidades do mundo e se dedica com prazer a escrever livros sobre política e sociologia. Percorre o país fazendo análises econômica e política, escreve artigos para jornais, dirige o instituto com o seu nome, mantém um site com seus trabalhos acadêmicos e é convidado para aberturas de grandes conferências na companhia dos maiores estadistas do planeta. FHC não se dedica, ao que me consta, a limpar seu nome em processos na Justiça nem nomes de seus ex-auxiliares. Dedica-se, isto sim, em tempo integral, ao que gosta de fazer: pensar e aprofundar teses sobre os problemas sociais, políticos e econômicos do Brasil e do mundo nos seus estudos como professor e escritor, debatendo-os no idioma local nas mais conceituadas universidades da Europa e dos Estados Unidos. Grandeza, é isso pelo menos que o Brasil espera dos seus ex-governantes.

Cerco O Aécio pensou que a coisa ia ser fácil. A Dilma levando porrada de tudo quanto é lado e ele assistindo de camarote. Esqueceu que campanha é uma guerra. E como em qualquer batalha sai na frente quem se organiza e tem a melhor estratégia para surpreender o adversário no momento certo. O primeiro petardo lançado pelo PT no sítio de guerra do Aécio deixou o general atordoado, indefeso. Quando apareceu para se defender, não apresentou uma versão convincente para a construção do aeroporto. Resultado: não parecia convicto do que estava dizendo, portanto, deixou no ar a dúvida se a coisa é ou não é lícita.

Estratégia Numa campanha política é indispensável conhecer o adversário, sua vida, seu passado e sua história; familiares e amigos. Se você não sabe o perfil do seu concorrente, certamente terá dificuldade em planejar sua própria estratégia. O PT, como era esperado, botou as unhas de fora e parece conhecer bem seu adversário: pôs o Aécio na defensiva, exigindo dele que esclareça a construção do aeroporto no terreno do seu tio avó com di-nheiro público. Em caso como esses, o candidato, bem instruído, se defende com uma nota oficial, onde esclarece tim-por-tim todas as dúvidas. Ficar a mercê do questionamento da mídia pode levá-lo a escorregões fatais.

Popstar Aécio Neves não é um candidato de couro grosso, curtido em escândalos e nas críticas do dia a dia. Fez sua carreira política em Minas Gerais e no Congresso Nacional, onde foi presidente da Câmara dos Deputados, sem contestações nem oposição. No seu estado virou um popstar, admirado pela população que retribui seu trabalho elegendo seus candidatos, alguns deles obscuros, mas fiéis e leais. Nunca precisou olhar para trás e aprender com a derrota, portanto, não sabe o que é superar as adversidades.

Assustado Ao aparecer sendo arguido sobre o aeroporto não tinha certeza do que dizia. Parecia perdido no tempo, um animal assustado. Mostrouse despreparado para o primeiro confronto, a primeira provocação, a primeira denúncia (?). O que se viu, na verdade, foi um candidato acuado para responder a uma acusação que, em princípio, seria simples e sem grandes consequências. Faltou a ele serenidade para minimizar o que o PT considera um grande escândalo.

Uma bomba Se no primeiro míssil (de pequeno alcance) Aécio fraqueja, é sinal de que a sua equipe não está ainda preparada para responder a outras acusações que virão em seguida e que podem colocar o candidato em cheque. Como os tucanos têm poucos minutos de TV, esclarecer o questionamento dos adversários no guia eleitoral vai consumir o tempo do programa e reduzir a divulgação de suas propostas de governo. Com maior espaço no guia, o PTpode apresentar sua plataforma e ainda dedicar um bom tempo para responder as acusações tucanas e até fazer outras.

Televisão Não se engane, senhoras e senhores candidatos, a campanha política é fundamentalmente na televisão e na rede social. Não adianta gastar tempo e dinheiro com papel ou pichações. A televisão e o rádio são os principais veículos de massa. E quem não souber manipular essa mídia está fadado ao fracasso. Ah, ia esquecendo: uma campanha não pode prescindir de um núcleo de inteligência, responsável pelo avanço e pelo recuo do candidato no momento certo.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Racha em Arapiraca Se Rogério Teófilo decidir acompanhar a candidatura de Biu de Lira, o que está praticamente acertado, o eleitorado será dividido em Arapiraca. Onde estiver Célia Rocha, estará do outro lado Rogério, um dos líderes políticos da região. Além de Rogério pode engrossar as fileiras do PP Rodrigo Cunha, filho de Ceci Cunha, assassinada brutalmente há alguns anos e uma líder em toda região.

O destino dos tucanos

Apelo ambiental

A

renúncia de Eduardo Tavares de sua candidatura ao governo do Estado, não esteve tão somente atrelada à falta de estrutura e de condições plenas para disputar o embate com a participação de Renan Filho e de Biu de Lira. Teve mais alguma coisa no ar do que os aviões de carreira. Em primeiro lugar foi questionada a inelegibilidade de Tavares sobre prazo legal em tempo hábil do registro da candidatura. Em segundo já estava aparecendo outras ações que poderiam deixar Eduardo Tavares em situação política delicada. E ele optou por cair fora da disputa, mesmo porque é um neófito no ramo e evidentemente que não acompanharia o jogo dos profissionais. Pesado, diga-se de passagem. Não sendo da área e sem o apoio necessário para tocar uma candidatura majoritária, além de ficar exposto aos holofotes, tanto para o bem como para o mal, o ex-candidato tucano tomou uma decisão amadurecida, séria e pertinente na sua situação política do momento. Preferiu assistir de camarote a contenda envolvendo o Biu e o Renan Filho, que devem decidir a parada ainda no primeiro turno. O legado do PSDB deve migrar em maior parte para Biu de Lira, que acelera os passos em encontros políticos, reuniões de lideranças e caminhadas em Maceió e no interior.

Salada verde Ninguém vai ligar pra nada sobre infidelidade partidária nessa eleição, mesmo porque existem interesses os mais diversos. O Partido Verde, por exemplo, está apoiando Renan Filho e Fernando Collor na majoritária. Na proporcional o PV está dividido. Sandra Menezes, a presidente, apóia o atual deputado federal que disputará um mandato de estadual, Francisco Tenório, do PMN. Já Eduardo Canuto apóia Maurício Quintella, do PR para federal e Olavo Calheiros, do PMDB, para estadual. Já o vereador Sílvio Camelo já anunciou apoio a Leonardo Loureiro, do PPL, para estadual. Não dá para se reclamar de ninguém.

Do candidato ao Senado pela coligação do PP, Omar Coelho de Melo, nos discursos feitos no interior de Alagoas: ´´Ó terra, ó céu, ó mar´´.

Desconforto O vice-governador José Thomaz Nono, coordenador da campanha de Aécio Neves no Nordeste, não está conseguindo entender à postura política de Teotônio Vilela. Ultimamente o governador chamou os prefeitos do PSDB para pedir apoio para Neves, missão que estaria confiada ao presidente do Democratas no Estado.

Sinal de alerta

Ganho de Heloísa Para observadores políticos, a entrada de Thereza Collor no processo eleitoral somente irá enfraquecer a candidatura de Collor e, no caso, beneficiaria Heloísa Helena, que aumenta a cada dia seu poder de fogo. A campanha, se for oficializada a candidatura de Thereza, com certeza terá lances nunca visto em Alagoas.

Castigando

O senador Renan Calheiros, velha raposa política e de uma habilidade sem tamanho, já olha com desconfiança alguns aliados em encontros na capital e no interior. A sua presença em atos políticos é uma coisa. Sem sua presença, é outra.

É o cara O ex-vereador por Maceió, Marcus Vasconcelos, é um dos homens fortes da campanha de Renan Filho. E isso tem trazido alguns desconfortos. Pessoas muito ligadas a Renan reclamam que agora têm que se dirigir a Marcus, o cara da campanha.

Baixaria

As redes sociais continuam castigando os candidatos majoritários numa briga que parece não vão ter fim. As acusações, de todos os lados, têm movimentado as assessorias de todos os candidatos e os dossiês aos pouco começam a ser do conhecimento do eleitorado.

O que a coluna tinha alertado há algumas semanas, o Tribunal Regional Eleitoral já entendeu que terá de agir com mão de ferro para impedir, ou pelo menos amenizar, as agressões que irão estourar no Guia Eleitoral. As redes sociais, principalmente o face-book, mostram como será o tom da campanha.

Desconhecimento

Decisão no dia 5

Por incrível que pareça a maioria das comunidades de Maceió não conhece os candidatos ao governo de Alagoas. Vai ser preciso ser feito um trabalho de fôlego se chegar até ao eleitorado. No interior pode ser até mais fácil, já que são pequenos municípios com o controle de grupos políticos.

Com a renúncia de Eduardo Tavares a eleição para governador deve ser decidida logo no primeiro turno. E as assessorias dos candidatos correm agora contra o tempo, enquanto os candidatos aceleram na capital e no interior.

Thereza Collor pode anunciar a qualquer momento sua candidatura ao Senado da República, pelo PSDB para enfrentar o ex-cunhado Fernando Collor de Mello. Detalhes foram tratados na quarta e na quinta-feira em São Paulo. Ela viajou com o governador Téo Vilela para manter um contato com Aécio Neves, candidato à presidente e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, objetivando viabilizar estrutura de campanha.

Crise no PMDB

O ex-prefeito Cícero Almeida tem a missão importante do Chapão de atrair o eleitorado da capital para Renan Filho, mas, do outro lado, o prefeito Rui Palmeira vai começar a andar pela cidade pedindo votos para o senador Biu de Lira. No dia 5 de outubro Maceió vai conhecer politicamente quem tem mais bala na agulha.

Adversária 2

Realidade

Adversária

Decidida, Thereza com certeza vai dividir o apoio da família entre ela própria e Fernando Collor. A estratégia do governador Téo Vilela é dá um troco a Collor, que tem batido insis-tentemente no governo tucano. Seria a vingança de Teotônio.

Por mais que tentem dissimular, as informações de que o PT estaria colaborando com algumas candidaturas ao governo do PMDB com cerca de 35 milhões, 8 deles para Renan Filho, abriu uma crise sem precedentes entre os filiados do partido no Brasil inteiro. Agora, todo mundo quer a sua parte.

De uma conhecida raposa política sobre as assessorias na campanha majoritária: ´´no dia a dia tem mais cacique do que índio´´.

Disputa nas ruas

Indiferença Mesmo com a expulsão do PRTB da coligação comandada pelo Chapão, o ex-prefeito Cícero Almeida vai se manter fiel a Renan Filho. Já começou a campanha fazendo críticas fortes ao governador Téo Vilela, a quem tem dito que foi traído nas eleições de 2010. Já Antônio Albuquerque, do mesmo partido, marcha com Biu de Lira.


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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Nove deputados estaduais tiveram seu patrimônio aumentado em quatro anos Um fato que também chama a atenção é a diminuição da riqueza de oito parlamentares considerados caciques da política alagoana

CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

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ove dos 20 deputados que vão tentar se reeleger para continuarem ocupando as 27 cadeiras da Assembleia Legislativa de Alagoas aumentaram o patrimônio durante os quatro anos de mandatos, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O salário bruto dos parlamentares chega a R$ 20 mil. O maior aumento percentual de patrimônio foi do deputado João Henrique Caldas, o JHC (SDD): de R$ 1.519.000,00 para R$ 3.129.526, um crescimento de 106%. Em seguida vem Ricardo Nezinho, do PMDB, que passou de R$ 314.104,00 para R$ 1.434.346 e Marcelo Victor, do PROS que aumentou seu patrimônio de R$ 23.797,54 para R$ 1.047.000,00 nos últimos quatro anos. Edval Gaia Filho (PSDB) e Jota Cavalcante (PDT) não divulgaram seus bens em 2010, mas em 2006 declararam. O tucano declarou que tinha R$ 285.500,00 e aumentou o patrimônio em oito anos de mandato para R$ 605.500, 00. Já o pedetista em 2006 revelou bens no valor de R$ 70 mil, aumentando em oito anos para

R$ 358.948,18. Os deputados Judson Cabral, Marquinhos Madeira e Ronaldo Medeiros, todos do PT, tiveram suas variações de renda destacadamente aumentada. Judson subiu seu patrimônio de R$ 379.803,00 em 2010 para R$ 633.571,90 neste ano. Medeiros, de R$ 243 mil em 2010 para R$ 340 mil no ano corrente. E Madeira, que em 2010 tinha um patrimônio avaliado em R$ 265 mil o aumentou para R$ 373 mil neste ano. O também parlamentar Dudu Holanda (PSD) viu seus bens crescerem de R$ 574.069,20 em 2010 para R$ 748.261,36 em 2014. Thaise Guedes (PSC) não divulgou seus bens em 2010, o que impede a comparação com os declarados neste ano, no valor de R$ 80 mil. Marcos Barbosa (PPS) não revelou seu patrimônio atual, o que também inviabilizou a checagem. Já Severino Pessoa (PPS) não divulgou os valores nem de 2010, e nem deste ano. Um fato que chama a atenção é o de que oito parlamentares declararam à Justiça Eleitoral terem ficado mais pobres durante o mandato. Quem mais “perdeu” foi Olavo Calheiros, do PMDB, que informou ter reduzido seu patrimônio durante o mandato. Em

JHC aparece como o deputado que teve o maior aumento de seu patrimônio nos últimos quatro anos, equanto Isnaldinho Bulhões declarou ser o parlamentar com o menor patrimônio a disputar a reeleição

2010, disse ter R$ 4.143.165,51 enquanto em 2014 declarou R$ 992.083,53. Em seguida vêm os deputados Sérgio Toledo (PDT) que em 2010 declarou ter R$ 2.666.105,47 e diminuiu para R$ 750.973,15 neste ano. Luiz Dantas (PMDB) viu seu patrimônio reduzir de R$ 653.855,12 para R$ 267.286,22. Os deputados Inacio Loiola (PSB), João Beltrão (PRTB) e Antonio Albuquerque (PRTB) também tiveram seus patrimônios reduzidos, mas não destacadamente. Jeferson Morais, do DEM não declarou os bens em 2010, mas levando em conta sua candidatura a prefeito de Maceió em 2012, ele também teve seu patrimônio reduzido numa variação mediana em comparação com a de seus colegas. Há dois anos, Morais declarou R$ 416.451,32 e neste ano R$ 303.845,70.

Isnaldo Bulhões Junior, do PDT, foi o deputado que declarou o menor patrimônio: R$ 45 mil. Em 2010, ele tinha R$ 406.911,16. SUBSTITUIÇÕES Não é de hoje que políticos que não podem ou não querem mais sair candidatos usam artifícios para se perpetuar no poder. Na luta para manter a máquina nas mãos, parentes, ex-parentes, amigos, auxiliares ou correligionários de confiança são apenas algumas das possibilidades de serem ossucessores. Nas eleições deste ano para deputado estadual, há quatro parlamentares que não disputarão a reeleição e apostarão as fichas em seus parentes. É o caso de Joãozinho Pereira (PSDB) que colocou a irmã Jô Pereira(DEM) na disputa. Segundo os bastidores da política, o deputado tem a pretensão

de ser prefeito de São Miguel dos Campos em 2016. Já o tucano Fernando Toledo (PSDB) tentará deixar em sua vaga o filho Bruno Toledo (PSDB). Sua pretensão é conseguir uma cadeira cativa no Tribunal de Contas do Estado. Na mesma situação está o deputado Gilvan Barros (PSDB) que colocou na disputa o filho Gilvan Barros Filho (PSDB). Ele estava na disputa majoritária como vice na chapa tucana, mas com a desistência de Eduardo Tavares, ainda não se sabe se será ele o candidato a governador. O que de fato está circulando nos bastidores é sua vontade de também ser um dos conselheiros do TCE. A deputada Flávia Cavalcante (PMDB) não vai tentar a reeleição e em seu lugar colocou o pai na disputa, Cícero Cavalcante (PMDB), ex-prefeito de São Luiz do Quitunde.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014 - 7

ELEIÇÕES 2014

Renan Filho e Biu unem adversários no interior de Alagoas

Mellina Freitas e Dante estão ‘unidos’ em Piranhas a fim de eleger o candidato ao governo Renan Filho

fala na cidade é que Inácio irá ditar o rumo para Audálio e seus correligionários quanto à candidatura de deputado federal.

Casos emblemáticos são comprovados nos municípios de Piranhas e Limoeiro de Anadia

JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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eleição majoritária em Alagoas vem gerando uma série de situações atípicas. Um dos casos mais emblemáticos é o caso de oposições históricas nos municípios de Piranhas e Limoeiro de Anadia defenderem a mesma bandeira política. Em outras cidades a prática vem sendo de realizada de forma “camuflada” ou até mesmo em ritmo de traição. No caso de Piranhas, o atual prefeito, Dante Alighieri de Menezes, o Doutor Dante (PDT), vai apoiar a candidatura de Renan Filho (PMDB) ao governo de Alagoas, assim com o a ex-prefeita do município, Mellina Freitas, que atualmente comanda o PMDB Jovem no Estado. Mellina, contudo,

disse ao jornal EXTRA que não sobe no mesmo palanque que Dante por entender que sua administração fere os interesses da população local. A rivalidade política entre Dante e Mellina acirrou-se ainda mais em 2012 no pleito em que a então prefeita tentava a reeleição e foi derrotada. Dante obteve 52,84% dos votos e ela 46,38%. “Se o Dante vai votar em Renan Filho é uma questão de coligação. Eu acredito num processo de renovação política”, enfatizou Mellina. Por outro lado, o tio da ex-prefeita, Inácio Loiola (PSB), é candidato à reeleição na Assembleia Legislativa. Vale lembrar que a sigla de Inácio tem o vice-candidato ao governo na chapa de Benedito de Lira (PP): o

Em Limoeiro: Marlan e Antonio Albuquerque votam em Biu de Lira

deputado federal Alexandre Toledo (PSB). Mellina garante que “não existe racha na família Damasceno Freitas e todos vão marchar com Loiola para deputado estadual”. Por sua vez, Dante já declarou apoio público ao candidato à reeleição a deputado estadual do PMDB, Luiz Dantas. Quando o assunto é a eleição para deputado federal, o atual prefeito de Piranhas marcha com Marx Beltrão, que também é do PMDB, mesmo partido de

Mellina. Questionada quanto a seu apoio para candidatura a deputado federal, Mellina não hesitou: Pedro Vilela (PSDB), sobrinho do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). A eleição majoritária e o clima de incoerência política em Piranhas vêm gerando rachas e crises políticas. O vice-prefeito Manoel de Audálio (PDT), fechou apoio para a reeleição de Inácio Loiola rompendo politicamente com Dante. O que se

LIMOEIRO DE ANADIA Trocas de farpas e acusações sempre foram a tônica da disputa pelo poder municipal em Limoeiro de Anadia entre Antônio Albuquerque (PRTB) e Marlan Ferreira (PP). O embate entre Renan Filho e Benedito de Lira ao governo de Alagoas mexeu com o cenário de rivalidade das duas últimas eleições para prefeito, ambas perdidas por aliados de Albuquerque. O que a rivalidade municipal desuniu, a eleição de governador está unindo. Tanto Marlan, prefeito de Limoeiro, quanto o deputado estadual Antônio Albuque irão votar em Benedito de Lira para o governo. O que parece impossível, assim como em Piranhas, é eles subirem no mesmo palanque. Marlan foi eleito pela primeira vez em 2008 quando derrotou o candidato de Albuquerque, Sidney Souza (PSC). Em 2012, se reelegeu contra com o irmão do deputado, Jorge Nivaldo. O prefeito obteve 8.045 votos contra 4.711 do oponente.


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ELEIÇÕES 2014

Cabos eleitorais cobram até R$ 1,5 milhão para apoiar candidatos nessas eleições Valores são pagos em duas vezes; lideranças comunitárias e vereadores querem faturar alto nesse pleito

ODILON RIOS ESPECIAL PARA O EXTRA

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e festa da democracia, as eleições em Alagoas viraram um mercado de compra e venda de votos quase indiscriminado. Quanto mais o cenário é disputado, maior é o valor cobrado por deputados, vereadores ou líderes comunitários trocando seus apoios por quinhões de eleitores espalhados em cada esquina do terceiro estado mais pobre do Brasil. E os valores podem chegar a R$ 1,5 milhão. Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que exatos 1.995.727 alagoanos vão às urnas escolher os seus candidatos em outubroum crescimento de 31,1%, comparando às eleições do ano de 2000- 14 anos atrás. Somente da última eleiçãoa de 2012- até hoje, Alagoas registrou crescimento de 7,1% no número de votantes. E cada um vale ouro na hora da barganha. E os valores são pagos à vista: 50% agora. Os outros 50% dez dias antes da eleição. Nos bairros da Ponta Grossa, Vergel do Lago, Dique Estrada, Benedito Bentes e Trapiche da Barra há um verdadeiro leilão de lide-

ranças, que podem ser donos de vilas ou representantes de ruas. Ou quem tenha votos- muitos votos- a oferecer. Dois deputados estaduais pagam R$ 70 por voto. Um terceiro- cujo celeiro eleitoral é no litoral sul do Estado- tenta entrar oferecendo mais dinheiro: R$ 150,00. Neste caso, o valor é chamado de casado. Ou seja: ele é candidato a Assembleia Legislativa mas o eleitor é “obrigado” a votar no candidato dele a federal. No entorno destes bairros na capital, uma das lideranças carrega um quinhão de 100 mil eleitores. Chegam a cobrar R$ 100 mil para apoiar um candidato a deputado estadual ou federal. “A cena é esta: vá à periferia, veja os candidatos e os carrões que ele tem. Ele pagou caro para ter aquele pessoal no palanque. Ganhará a eleição quem tiver dinheiro. E não é pouco”, diz um negociante deste ramo. Não existe fidelidade em relações assim. Há lideranças fechando com três candidatos a deputado estadual, sem eles saberem dos acordos. “E se souberem pode acreditar: o cara vai cair”, disse. “Cair” significa ser assassinado. “É difícil. Tudo é muito dividido. Candidato

Não existe fidelidade. Há lideranças fechando com três candidatos a deputado estadual sem eles saberem dos acordos

não entra na área do outro”. Em agosto do ano passado, a vereadora Simone Andrade (PTB) subiu à tribuna da Câmara para denunciar que estava sendo ameaçada por outro vereador por “invadir” o bairro do Prado. Segundo ela, equipes suas foram enviadas ao bairro para ouvir as reivindicações dos moradores. Veio o primeiro recado: o do filho do vereador. “Foi uma situação bastante estranha. Esse rapaz, que é filho do meu colega, ligou para reclamar e exigir a

nossa saída. Onde já se viu isso, rapaz? Sou vereadora por Maceió e não apenas de bairro A ou B”, disse a vereadora. Depois, o recado veio do próprio vereador. “A cara de pau foi tamanha que essa pessoa me procurou e alertou que essa situação – de invadir o reduto eleitoral – não mais poderia acontecer. Na verdade, fico muito triste com esta situação. Eu, particularmente, quero trabalhar. Espero, de coração, que essa situação não se repita”. Ela não tocou mais no assunto.


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ELEIÇÕES 2014

Apoio na disputa ao Senado custa R$ 200 mil ODILON RIOS especial para o EXTRA

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o interior, vereadores de cidades com quatro mil ou cinco mil eleitores cobram R$ 200 mil. A oferta vai para candidatos ao Senado. Para quem tem mandato, a cobrança é maior. Alguns deputados federais tabelaram os preços. Cobram entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão para subir nos palanques dos candidatos ao Governo. “Tem gente que paga”, diz um dos negociantes do ramo. Uns deputados estaduais “valem” menos: entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão. Há quem seja mais esperto, temendo uma ação da Polícia Federal e o trabalho investigativo do Ministério Público Eleitoral. Eles não cobram valores em dinheiro mas favores. Alguns prefeitos topam subir nos palanques “de graça”, mas vão cobrar o valor da fatura mais adiante. “Eles vão desviar o dinheiro da Prefeitura. Claro, não vão gastar nesta campanha mas na próxima, diz um candidato a deputado estadual, que acompanha as negociações. Um dos candidatos a deputado estadual tem R$ 50 mil, em dinheiro, para gastar. Procura duas coligações para ofertar sua “carteira” de eleitores: entre 2 mil e 3 mil votos. Ele é dentista, atua em três bairros na capital. Não é diplomado nem nunca estudou para ser “doutor”. Cobra preços populares para arrancar dentes, tratar cáries e, claro, orientar o cliente a votar em seu candidato. “Tenho dinheiro mas não vou gastar um centavo. Eu? Tenho 65 anos, estou mais para lá do que para cá. Chego

junto, ofereço. Se não quiser, tem quem queira”, explica. No lançamento de um dos candidatos ao Governo, mostra cada um, discretamente: “Tá vendo aquele ali? Arrogante, vai se eleger com meus eleitores e de um monte de gente. Nem fala comigo nem dá um bom dia. Aquele outro ali é poderoso, se acha muito bom. Mas, vai precisar do meu pessoal”, afirma. “Não entro para gastar. O segredo é esse: você entra mas tem que ter dinheiro na mão. Porque você vai usar o dinheiro deles (aponta os candidatos ao Governo e proporcionais). Aí você usa só um pedacinho. Quem é novo chega e já quer ‘enricar’. Vai não. Tem que gastar, não muito, mas tem de gastar”. E seus R$ 50 mil? “Não vou gastar. Espero chegar junto. Não quer? Não tem problema. Faço campanha e vou atraindo mais clien-

tes para meus consultórios. ‘Tá’ aqui: chego na pessoa e ofereço o papel e isso aqui [mostra o carimbo com seu nome e profissão]. Moço, tem que quer muito cuidado hoje. Pessoal anda com gravador o

“A principal base da corrupção política se concretiza já no processo eleitoral. Muitas campanhas são financiadas com recursos provenientes de desvios de verbas públicas” JUIZ MÁRLON REIS

tempo todo. Risco hoje é ser pego aí acaba tudo”, detalha. FICHA LIMPA O juiz Márlon Reis foi responsável por um movimento que se tornou febre nacional: a criação da lei da ficha limpa, que impede candidatos com histórico em crimes- desde que o processo contra eles tenha passado por todas as instâncias do judiciário e sem chances de recursos. Entrevistado pelo portal Cada Minuto, ele reconhece que a base da corrupção está exatamente no processo eleitoral. “A principal base da corrupção política se concretiza já no processo eleitoral. Muitas campanhas são financiadas com recursos provenientes de emendas parlamentares, desvios de verbas públicas e financiamento concedido por empresas interessadas em influenciar

a destinação do orçamento. Os recursos obtidos sob essa forma são utilizados para a chamada compra do apoio político, em que chefes locais são chamados a mobilizar suas bases eleitorais em troca de dinheiro”, disse. Para ele, a fonte do financiamento das campanhas no país ainda é problemática. “Aponto como os dois principais problemas o financiamento empresarial de campanhas e o sistema de votação nas eleições parlamentares. As empresas são hoje financiadas principalmente por empreiteiras, bancos, mineradoras e outras empresas que buscam comprometer o funcionamento do Poder Público. Além disso, a lei sequer define um teto de arrecadação e não assegura a devida transparência ao processo de tomada de contas eleitorais. Muito precisaria ser feito para assegurar uma real transparência a esse processo”, disse, completando: “Temos, por outro lado, um sistema eleitoral baseado em indivíduos e, o que é mais grave, complemente incompreensível para o eleitoral. Aqui vota-se em um e elege-se outro. É preciso mudar o sistema eleitoral, adotando-se um modelo que privilegie o voto programático, em bandeira e propostas, desfulanizando a política”, afirmou.


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DE 2014

JUSTIÇA

Grupo JL é condenado a pagar R$ 1 milhão de indenização por dano moral coletivo MP do Trabalho recorre e pede que valor seja elevado para R$ 100 milhões; decisão também atinge o deputado VERA ALVES veralvess@gmail.com

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ais de um ano após o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas haver ingressado com uma ação civil pública por dano moral coletivo contra o Grupo JL e o usineiro e deputado federal João Lyra (PSD), a justiça condenou os réus ao pagamento de indenização no valor de R$ 1 milhão. As empresas do deputado também estão proibidas de contratar novos funcionários enquanto houver pendências trabalhistas com os atuais e ex-trabalhadores e atraso de salários. A Procuradoria Regional do Trabalho da 19ª Região, contudo, recorreu da decisão e insiste em que o valor a ser indenizado seja de R$ 100 milhões, como havia pleiteado. Datada do dia 3 de julho último, a sentença prolatada no dia 14 do mesmo mês pelo juiz do Trabalho Jasiel Ivo, da 9ª Vara de Maceió, abrange não apenas a matriz e duas das cinco usinas atingidas pela falência judicial decretada em fevereiro deste ano e integrantes da Laginha Agro Industrial S/A – a filial Uruba e a filial Guaxuma–, mas também as demais empresas de propriedade do parlamentar, a JL Comercial Agroquímica Ltda., a MapelMaceió Veículos e Peças Ltda.,

a Lug Taxi Aéreo Ltda. e a Sapel- Sociedade de Agricultura e Pecuária Ltda., e o próprio João José Pereira de Lyra. O magistrado acatou a denúncia de dumping social (prática na qual se busca vantagens comerciais através da adoção de condições desumanas de trabalho, de acordo com o jurista Jorge Luis Souto Maior) contra JL e as empresas, condenando-os “ao pagamento de dano moral coletivo no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), a ser revertido em benefício de ações sociais relacionadas à saúde e educação em prol da população do Município de Maceió, promovidas por entidades públicas ou privadas, que serão apontadas oportunamente em comum acordo com o Ministério Público do Trabalho”. No que se refere à proibição de contratação de novos funcionários, o juiz Jasiel Ivo arbitrou multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento, acrescida de R$ 10 mil por cada trabalhador contratado, “salientando que a multa será de responsabilidade de todos os que compõem o polo passivo desta ação, independentemente de qual delas tenha descumprido esta ordem judicial”. De acordo com a sentença, as empresas não poderão “contratar novos trabalhadores até que sejam pagas todas as dívidas trabalhistas já existen-

João Lyra e Grupo JL, acusados de dumping social e danos morais

tes, de qualquer espécie, dos trabalhadores atuais ou ex-empregados, seja diretamente, por interposta pessoa ou empresa terceirizada”. O próprio juiz lembra que em junho do ano passado, o Tribunal Regional do Trabalho, no julgamento de mandado de segurança impetrado pelos réus, cassou a liminar que proibia a contratação de novos empregados pelas empresas do Grupo João Lyra, destacando que a decisão da Corte é válida apenas para a decisão de primeira instância que antecipou os efeitos da tutela, não tendo, portanto, validade para a decisão de mérito, o julgamento final da ação. FALÊNCIA E DUMPING SOCIAL A falência do Grupo JL, que hoje acumula uma dívida de R$ 2,027 bilhões, conforme dados publicados pelo conselho de administradores da Massa Falida da Laginha Agro Industrial S/A, parece ter pesado na decisão do juiz em estabelecer como valor para a indenização apenas 1%

do que havia sido pleiteado pelo MPT. Ele, inclusive, faz referência à crise das empresas ao referendar a inclusão do deputado João Lyra no polo passivo. Em suas alegações, JL afirmou que “para a inclusão da pessoa física é necessário que, primeiro, sejam esgotadas todas as possibilidades de satisfação do crédito trabalhista em face das empresas e, no caso em apreço, as empresas são possuidoras de patrimônio capaz de satisfazer a uma futura execução”. A resposta do magistrado: “Muito ao contrário do que afirma o litisconsorte, é pública a dificuldade financeira enfrentada pelas empresas rés, inclusive com decretação de falência de algumas delas. No que se refere à responsabilização do litisconsorte, é certo que o sócio e gestor demandado também é responsável pela grave situação por que atravessa as suas empresas. Há também que se destacar os vários acordos e convênios firmados com este Regional no sentido de solucionar as inúmeras execuções penden-

tes, todos descumpridos pelas demandadas”. Sobre o descumprimento de acordos e sentenças, aliás, o juiz Jasiel Ivo lembra as inúmeras oportunidades e prazos alongados dados a JL e suas empresas para solução das pendências trabalhistas. “Várias oportunidades já foram dadas aos demandados, inclusive as Varas do Trabalho foram impedidas de prosseguirem com as execuções, sempre com a justificativa de que era preciso preservar os empregos atuais e possibilitar a recuperação dessas empresas. Ocorre que já se vão mais de 5 anos do deferimento da recuperação judicial às rés Laginha Agro Industrial S/A - Matriz e suas filiais, sem que a situação tenha mudado, ao contrário, já foi decretada a falência dessas empresas e o que se vê é um desrespeito reiterado aos direitos mais elementares dos trabalhadores, sem que esta Justiça possa cumprir o seu papel de garantir um mínimo de dignidade a esses trabalhadores”, afirma, na sentença.


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JUSTIÇA

Ainda no que se refere ao dumping social, o magistrado explica que ela “é caracterizada pela prática reiterada da concorrência desleal, através do descumprimento da legislação vigente, podendo causar prejuízos de ordem patrimonial ou imaterial à coletividade como um todo. No campo trabalhista o dumping social se revela pela inobservância deliberada, consciente e reiterada dos direitos sociais dos trabalhadores, vindo a causar danos não só aos interesses individuais, mas também aos interesses meta -individuais, afetos à sociedade, visto que tal prática afronta os princípios da livre concorrência, prejudicando as empresas cumpridoras da lei. Como já exaustivamente explanado, as empresas rés de há muito veem causando sérias lesões não só aos seus trabalhadores, mas também a toda a sociedade local, principalmente nas pequenas cidades onde a maioria dos moradores depende dos salários pagos pela indústria sucroalcooleira, espalhando a situação de penúria pelo interior do Estado, onde a economia depende dessas indústrias. De outro lado, há que se destacar que a conduta reiterada das rés em descumprir a legislação trabalhista, deixando de pagar salários em dia, deixando de recolher o FGTS de seus empregados, bem como as contribuições sociais à Previdência, além de outros encargos, coloca essas empresas em situação de desigualdade em relação aos empresários cumpridores de suas obrigações trabalhistas. Isso porque a empresa inadimplente com suas obrigações laborais se favorece com a prática, pois reduz seus custos, gerando assim uma concorrência desleal em face das outras empresas. Tais práticas são inadmissíveis nos tempos de hoje, onde se busca a eliminação da precarização das relações de trabalho, além do respeito aos fundamentos do Estado Democrático de Direito”.

Ministério Público recorre ao TRT

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ete dias após a sentença do juiz Jasiel Ivo ter sido comunicada, os procuradores do Trabalho Adir de Abreu, Eme Carla Cruz da Silva Carvalho, Rodrigo Raphael Rodrigues de Alencar, Victor Hugo Fonseca Carvalho e Virgínia de Araújo Gonçalves Ferreira (procuradora-chefe) subscreveram um recurso ordinário contra a decisão do magistrado no que tange ao valor da indenização. No documento, que eles pedem seja encaminhado à instância superior, ou seja, aos desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região, afirmam que o valor arbitrado, R$ 1 milhão, é irrisório diante do que fora pleiteado pelo próprio MPT na ação inicial, de R$ 100 milhões, “pedido este embasado no fato de o Grupo ter descumprido a Constituição Federal e a legislação trabalhista em um de seus pontos mais frágeis (pagamento de salários), afrontando os princípios da dignidade da pessoa humana e da valorização do trabalho, prejudicando e deixando em estado de miserabilidade milhares de seus empregados e familiares”. Destacam, ainda, que o “montante pleiteado baseou-se no robusto porte financeiro do Grupo econômico demandado e teve o propósito de obter uma condenação que venha a servir de exemplo àqueles que porventura queiram aderir a padrões de comportamento vedados por normas tutelares voltadas à classe trabalhadora”. Os procuradores do Trabalho lembram, ainda, que “não se pode perder de vista a necessidade de o Poder Judiciário, atendendo ao pleito do órgão de defesa da ordem jurídica, dar uma resposta à sociedade no sentido de que o respeito às normas deve ser primado por todos, inclusive os que se consideram poderosos,

Procuradora-chefe do MPT, Virgínia Ferreira subscreve o recurso

‘acima da lei’. A conduta manifestamente antijurídica dos réus produziu graves danos morais e sociais, os quais reclamam reparação, que se concretizará com a condenação no pagamento da indenização pleiteada”. Na ação inicial, o MPT questionou a atitude do Grupo JL, ao afirmar que “não se justifica que, simplesmente pelo fato de ser pessoa jurídica de direito privado, um grupo econômico possa cometer abusos e desmandos,

sem qualquer possibilidade de fiscalização ou controle, prejudicando, assim, uma coletividade menos favorecida economicamente”, para a seguir destacar que as “empresas do Grupo João Lyra, ora demandadas, vêm suprimindo um direito tido como fundamental, sem o qual não há sequer sobrevivência: o salário. Observe-se que os trabalhadores a quem nos referimos nesta petição, em esmagadora maioria, são pessoas humildes, não pos-

suindo outras fontes de renda. Também se sabe que boa parte deles possui esposa e filhos para sustentar, que merecem ter uma vida digna. Assim, como seria possível tal dignidade sem a contraprestação pela força de trabalho ofertada durante o período laboral? Inegável que os obreiros em questão cumpriram seus deveres, laborando em suas jornadas legais de trabalho, provendo ao empregador a gerência de lucros através do seu trabalho. Seria então justo que apenas este empregador usufruísse de todo o resultado deste trabalho? Caso assim configurado, estaríamos nós diante de um verdadeiro retrocesso, voltando aos tempos em que o homem era considerado coisa, o trabalho não era remunerado. Estamos falando do tempo da escravidão, onde só o detentor do poderio econômico usufruía dos resultados árduos alcançados por todos os trabalhadores e estes, por sua vez, apenas buscavam sobreviver. Neste contexto, é inegável que a conduta adotada pelos réus causou, e ainda causa, lesão aos interesses de toda a coletividade de trabalhadores, vez que há a negação dos direitos constitucionais/sociais/fundamentais/ trabalhistas aos antigos e atuais trabalhadores do Grupo Econômico João Lyra, bem como a toda a categoria de trabalhadores que, no futuro, possam vir a ocupar um posto de trabalho ofertado pelos demandados”. Impetrada em maio do ano passado, a ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho resultou no processo de número 0000964-59.2013, na 9ª Vara do Trabalho de Maceió e pode ter sua tramitação acompanhada no site do TRT através do endereço eletrônico www. trt19.jus.br/consultaProcessual/consultarProcesso/extrato/1/964/2013/9/59/41.


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014 CABEÇAS PENSANTES

Senadores Renan e Collor lideram a lista dos ‘100 cabeças’ do Congresso Nacional Senadores alagoanos foram escolhidos pelo Diap como os parlamentares de maior poder de influência sobre os colegas do Congresso Nacional

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Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) apresentou nesta semana a lista dos “cabeças” do Congresso Nacional e dos parlamentares em “ascensão”. Alagoas foi contemplado com dois nomes de políticos com este perfil: os senadores Renan Calheiros (PMDB), presidente do Congresso Nacional, e Fernando Collor (PTB). Ambos foram considerados pelo Diap como “articuladores”. As demais habilidades consideradas pelo Departamento são: “formador de opinião”, “debatedor”, “negociador” e “formulador”. O Diap conceitua como “articulador” o parlamentar que tem “excelente trânsito nas diversas correntes políticas, cuja facilidade de interpretar o pensamento da maioria o credencia a ordenar e criar condições para o consenso”. E continua: “muitos deles exercem um poder invisível entre seus colegas de bancada, sem aparecer na imprensa ou nos debates de plenário e comissões”. Por fim, a instituição afirma que o “arti-

culador” normalmente tem “livre acesso aos bastidores do poder institucional e alto grau de fidelidade às diretrizes partidárias ou ideológicas do grupo político que integram, não sendo necessariamente eruditos, mas possuem instinto político e dom da síntese”. O senador Renan Calheiros (PMDB/AL) é constante nas listas dos “cabeças” do Congresso Nacional, desde a criação deste trabalho. Só deixou de participar no período em que ocupou o cargo de ministro da Justiça e esteve licenciado de seu mandato parlamentar. A publicação dos “Cem cabeças do Congresso” já é tradicional no mundo político do Brasil, estando em sua 21ª edição. Para alcançar os resultados desta lista, o Diap fez entrevistas com deputados e senadores, assessores das duas Casas do Congresso, cientistas e analistas políticos e promoveu – em relação a cada parlamentar – exame cuidadoso das atividades profissionais, dos vínculos com empresas ou organizações econômicas ou de classe, da formação

Renan Calheiros e Fernando Collor escolhidos pelo Diap como cabeças pensantes do Congresso

e vida acadêmica, além de levantamentos minuciosos de pronunciamentos, apresentação de proposições, resultados de votações, intervenções nos debates do Legislativo, frequência com que é citado na imprensa, temas preferenciais, cargos públicos exercidos dentro e fora do Congresso, relatorias de matérias relevantes, “além do exame minucioso

dos perfis políticos e ideológicos de cada parlamentar”. Como característica dos “cabeças”, o Diap considera que é preciso, além do cargo formal, que o parlamentar “exerça alguma habilidade que influencie o processo decisório, seja na bancada partidária, na comissão, no plenário, nas decisões de bastidores ou até mesmo em fóruns informais”. Novida-

de apresentada pelo Diap, este ano, foi a inclusão de parlamentares em estão em “ascensão” e parlamentares que saíram da “ascensão” em 2014. No primeiro caso, de Alagoas, o trabalho destaca o deputado Givaldo Carimbão (Pros). No caso dos que “saíram de ascensão” ficou o deputado Arthur Lira (PP), alvo de denúncias no Ministério Público.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014-

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ELEIÇÕES 2014

Thereza Collor X Fernando Collor: a guerra pelo Senado Empresária deixou Alagoas balançada. Com brilho nos olhos, ela sempre esteve próxima da política e, aos amigos, diz que sonha em poder colaborar

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empresária Thereza Collor está prestes a aceitar o convite da cúpula do PSDB para disputar o Senado por Alagoas. Se entrar no páreo, Thereza disputará o mandato contra o ex-cunhado, o senador Fernando Collor (PTB), candidato à reeleição. Teresa embarcou terça-feira para São Paulo junto com o governador do estado, Teotônio Vilela, também tucano. Ambos tinham encontro marcado esta semana com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é amigo de Thereza Collor. A empresária deixou Alagoas balançada. Com brilho nos olhos; ela sempre esteve próxima da política e, aos amigos, diz que sonha em poder colaborar. Viúva de Pedro, irmão mais novo de Fernando Collor, Thereza ganhou notoriedade nacional durante o processo de impeachment do excunhado. Em luta contra

o câncer que o vitimou, Pedro denunciou as relações de Fernando com o tesoureiro de sua campanha, Paulo César Farias, o PC. A jovem Thereza, de beleza notável, ficou ao lado do marido durante todo o processo. Com a morte de Pedro, mudouse para São Paulo, onde ingressou no mundo dos negócios e se casou com o empresário Gustavo Halbreich. A ligação familiar de Thereza com a política não se encerrou com os Collor. Deputado pelo PTB alagoano, seu pai, o usineiro João Lyra, foi candidato ao governo do estado. A entrada de Thereza na campanha é um dos movimentos mais impressionantes da campanha alagoana, que

começa tumultuada. A sucessão do governador Teotônio Vilela é disputada pelo deputado Renan Filho (PMDB), herdeiro político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), pelo senador Benedito de Lira (PP) e já foi abalada na semana passada pela renúncia do até então candidato tucano Eduardo Tavares. (Fonte: JL/Época)

Collor ao lado do sobrinho homônimo e do filho

Filho de Thereza adere à campanha de Collor

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nquanto Thereza Collor não decide se aceita disputar o Senado por Alagoas na chapa tucana de Téo Vilela, o filho Fernando Lyra Collor aderiu à campanha pela reeleição do tio, Fernando Collor, que no início dessa semana divulgou foto ao lado do sobrinho e do filho Fernando James. Na foto, o filho de Pedro Collor posa ao lado do tio com o adesivo de campanha de Collor. “Fui com meu sobrinho Fernando Lyra Collor e meu filho Fernando James à Festa de Emancipação de São José da Laje. Família reunida para comemorar os 128 anos da cidade”, disse Collor, em legenda de foto divulgada nas redes sociais. Fernando Lyra Collor é neto do deputado federal mais rico do país e que enfrenta processo de falência em suas empresas, João Lyra (PSD). Foi o avô que o fez seguir o caminho da política em 2012, quando Lyra Collor se lançou como candidato a vice-prefeito de Atalaia, na chapa de Zé do Pedrinho (PSD). Mas o apoio do avô não foi suficiente, e sua chapa acabou derrotada pelo Professor Mano (PTB), apoiado ferrenhamente por Collor. Naquela eleição, um fato que chamou a atenção foi que Fernando riscou o sobrenome Collor para usar apenas aquele que marca sua mãe e seu avô. “João Lyra é um pai para mim. Não tenho nada contra meu tio, falo com ele normalmente, mas ele não me procurou. Foi meu avô quem me procurou e disse que tinha um projeto para mim aqui em Atalaia”, contou Lyra, logo após um comício em Atalaia, em 2012. (Fonte - UOL).


14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014 EM GREVE

Servidores da educação em Água Branca tentam negociar reajuste salarial há mais de seis meses Sindicato afirma que piso está defasado e que paralisação será mantida mesmo tendo sido declarada ilegal pela Justiça

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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semana foi movimentada para servidores da Educação do município de Água Branca, a 295km de Maceió. Em greve desde o início do mês, na quarta-feira, 30, eles tomaram as principais ruas da cidade em ato público de protesto pelo descaso da gestão atual com a categoria. Na quinta-feira, 31, aconteceu reunião interna e nesta sexta-feira, 1º de agosto, voltarão às ruas para denunciar uma série de irregularidades envolvendo desvio no Fundeb, falta de reajuste salarial de 2014, pagamento de salário-família em valores superiores, entre outras. Embora desde o dia 28 uma liminar do Tribunal de Justiça tenha decretado a greve ilegal, o presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Água Branca (Sinfumab), Odir Siqueira dos Santos Cruz, garante que até o dia 30 ainda não recebeu qualquer notificação, assinalando que até as reivindicações serem atendidas, o movimento continua. Ele relembra que o Plano de Cargo e Carreira do servidor está defasado há quase 10 anos. E faz comparação: o piso nacional do magistério de 20 horas é de R$ 1060,00; em Água Branca o professor

trabalha 25 horas e recebe R$ 997,55. “Estamos abaixo do piso. Queremos que ao menos a lei seja cumprida”. O sindicalista disse que desde fevereiro desse ano os trabalhadores da educação, representados pelo Sinfumab, tentam o diálogo com a prefeita Albani Sandes Gomes, mas a primeira audiência de negociação aconteceu apenas no dia 9 de maio sem a presença da gestora. No entanto, compareceu nos dias 17, 23 e 25 de julho, quando os trabalhadores apresentaram proposta de 15% para os professores que recebem dos recursos do Fundeb e 12% para os demais de apoio administrativos. Como não houve avanço na negociação, a categoria retroagiu para 8,32% de acréscimo nos salários de toda a categoria como estabelece o governo federal, através da lei do Piso (Lei nº 11.738 de 16 de julho de 2008). Ele afirmou que em contrapartida a prefeita não apresentou nenhuma proposta de reajuste salarial e ganhou tempo nas negociações alegando que não seria possível, pois a situação financeira da educação não permitiria. A gestora teve como base um relatório de estudo do técnico da AMA, o qual não foi aceito pelos trabalhadores. Assim, o Sinfumab pediu as informações para que outro técnico fi-

Cerca de cinco mil alunos estão sem aula desde o início de julho

Na zona rural de Água Branca o cenário é ainda mais degradante

Escolas sucateadas: lixo e abandono são denunciados pelo sindicato

zesse um estudo e confrontou as informações, onde mostra que existe verba para atender as reivindicações. A categoria repudia a atitude da prefeita que, segundo o representante “reprimiu com uma liminar do desembargador Washington Luis no último dia 28/07/2014 em uma atitude antidemocrática por parte da gestão, onde poderia estar negociando, viabilizando o diálogo com atitudes de respeito e valorização profissional e crescimento no desenvolvimento da sociedade aguabranquense”, criticou Odir Siqueira. O sindicalista disse ainda que a Justiça deveria ter ouvido os dois lados da situação, pois o que eles reivindicam é lei. E relembrou que na última reunião com a prefeita ela disse que iria negociar, mas entrou com uma liminar. “Nos sentimos traídos. Detectamos irregularidades na verba do Fundeb e isso gerou impacto na folha. A própria gestora se comprometeu em analisar nosso relatório, mas quis apenas ganhar tempo”, desabafou Siqueira. GESTÃO DEMOCRÁTICA Além de pedir transparência dos recursos do Fundeb, a categoria reivindica ainda que seja implantada a gestão democrática na educação do município, pela qual o diretor de escola é eleito pela comunidade escolar e não pelo gestor como acontece atualmente. E apontam escolas sucateadas, sem condições de uso, lixo tomando conta do espaço, falta de estrutura, entre outros descasos.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014

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EM GREVE

Secretário de Educação rebate acusações O

secretário de Educação de Água Branca, José Carlos Vieira, disse que as acusações de irregularidades na pasta são infundadas e que a prefeita Albani Sandes nunca se negou a receber os trabalhadores da educação do município. Segundo ele, a gestora disse que no momento não poderia atender as reivindicações, mas estava aberta para o diálogo e quando tivesse recursos seriam atendidos. No entanto, afirmou, eles (servidores) não levaram em consideração. “Não respeitaram os trabalhos essenciais da educação e entraram em greve. Nós, sempre respeitamos as manifestações de rua da categoria, mantemos o salário em dia, mas foi provado que não temos verba para atender agora”, garantiu.

Escolas do município sem estrutura: sala de recursos serve de depósito e armário quebrado completam o cenário de deterioração

Segundo o secretário, a prefeita mandou fazer um estudo detalhado e reuniu a categoria com um técnico que explanou o que o município arrecada do Fundeb e o que pode gastar em 2014. Ele provou que no momento não tinha como

fazer o reajuste. No entanto, o sindicato disse que o cálculo estava errado, fez uma assembleia e paralisou as atividades. “A prefeita entrou na Justiça pedindo ilegalidade da greve e hoje (30/7) era para eles voltarem, mas desrespeitaram a de-

cisão judicial. A gestora nunca se negou a receber os servidores e nunca descartou o reajuste, mas agora não pode atender a reivindicação”, disse. No entanto, reconhece que houve distorções, mas que não influenciam na decisão.

“O relatório deles (sindicato) apontou pequenas distorções, tão mínimas que vão ser corrigidas, o que não interfere no reajuste”, garantiu. Enquanto o impasse continua, cerca de 5 mil alunos são penalizados sem aulas.


16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014

ENTREVISTA

CORONEL GOULART defende reestruturação da Polícia Militar de Alagoas Candidato ao governo diz que desejaria ter condições financeiras iguais às dos adversário para uma disputa ‘tête-à-tête’ JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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entrevistado dessa semana para a corrida ao Palácio República dos Palmares é Adroaldo Freitas Goulart Filho, o coronel Goulart (PEN). O candidato tem como foco de campanha a segurança pública de Alagoas, atacando os índices de criminalidade conhecidos nacionalmente. O Estado que é recordista em crimes com arma de fogo e que tem a capital mais violenta do país tem como orçamento disponível para a Polícia Militar pouco mais de R$ 700 mil por mês; o que segundo o coronel é algo incoerente e precisa ser revisto. “É preciso alterar o orçamento do Estado, a fim de contemplar investimentos em estrutura física de quartéis, assim como promover uma verdadeira renovação tecnológica na Instituição (PM)”. Veja na íntegra o que diz o militar candidato ao go-

verno de Alagoas. EXTRA - Qual o principal problema de Alagoas e como resolver? Coronel Goulart – Na minha óptica é a segurança pública e a solução está no investimento por parte do Estado em equipamentos, realização de concursos para renovação do efetivo, combater a corrupção no governo, redução dos gastos com publicidade e aluguel de viaturas, realocando os valores decorrentes dessa economia,

Todo cidadão em pleno gozo de seus direitos políticos que resolve submeter seu nome à apreciação pública não está fazendo nada mais do que exercer o dever cívico para com a nação”

em aquisição de armamentos, coletes balísticas, ferramentas tecnológicas e qualificação profissional.

EXTRA- O senhor é militar. Como melhorar a estrutura sucateada da PM em Alagoas? Coronel Goulart – Investindo em equipamentos, renovação da frota de viaturas caracterizadas. Para você ter uma ideia, a PM recebe cerca de 700 mil reais por mês para custear suas atividades, então é preciso alterar o orçamento do Estado, a fim de contemplar investimentos em estrutura física de quarteis, assim como promover uma verdadeira renovação tecnológica na Instituição, pois nesta era digital em que nos encontramos, não se admite uma polícia alheia às tecnologias e ferramentas de informação mais modernas. EXTRA- O senhor tem um plano de governo? Caso eleito, quais suas principais metas? Coronel Goulart – Sim. Investimento maciço e prioritário em educação, segurança e saúde públicas, que será detalhado a partir do dia 19 deste mês, durante a propaganda eleitoral. EXTRA - Nas últimas

pesquisas registradas no TRE/AL o senhor não vem pontuando. Como alavancar sua candidatura e levar seu nome ao grande público? Coronel Goulart – Através da mídia, principalmente a partir de 19 de agosto quando se inicia a propaganda eleitoral gratuita, expondo minhas ideias de maneira bem estruturada, a fim de conquistar o cidadão esclarecido que vai decidir qual candidato apresenta as melhores estratégias para tirar o Estado do caos social em que se encontra, como também colocando o meu nome à prova, para fins de avaliação pública. EXTRA - O senhor declarou ao TSE um gasto

O que vale é a boa intenção de trabalhar em prol da evolução social, melhorando a educação, a segurança e a saúde públicas, afinal nossas famílias residem neste Estado”

de campanha de até R$ 600 mil. Seus oponentes vão gastar milhões. O senhor é a favor de gastos milionários com candidaturas sendo Alagoas um dos estados mais pobres da federação? Coronel Goulart – O investimento não é tirado do orçamento do Estado, os partidos recebem ajuda de seus partidários e aliados políticos e fazem uso disto, portanto, não vejo motivo aparente para me opor a essa questão, até porque eu desejaria que meu partido dispusesse de condições financeiras de competir tête -à-tête. EXTRA- Muito tem se falado que os partidos menores estariam sendo utilizados como “laranjas” para atacar “A” ou “B”. Como o senhor avalia essas colocações? Coronel Goulart – Péssimas. Totalmente antiéticas porque o PEN, por exemplo, que é o Partido que eu represento, foi criado em outubro de 2013 e seu presidente tem a oportunidade de pela primeira vez disputar as eleições em Alagoas e não faz parte dos chamados “laranjas” no Estado. Todo homem é um ser social e, como tal, sente necessidade de participar da vida política


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de seu meio. Todo cidadão em pleno gozo de seus direitos políticos que resolve submeter seu nome à apreciação pública não está fazendo nada mais do que exercer o dever cívico para com a nação, não importando se está filiado a partido novo ou que já possua um século de existência. O que vale é a boa intenção de trabalhar em prol da evolução social, melhorando a educação, a segurança e a saúde públicas, afinal nossas famílias residem neste Estado e este é o legado que podemos deixar a elas: a certeza de que ao menos tentamos contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população da qual eles fazem parte. EXTRA- O seu partido era presidido por Gerson Guarines; o senhor acredita na ingerência de figurões de outras siglas no PEN? Coronel Goulart – Não. EXTRA- O senhor foi acusado de uma série de desvios na Caixa Beneficente da Polícia Militar. Teme que isso venha prejudicar sua candidatura? Coronel Goulart – Não porque aquele episódio não passou de mera pirotecnia do candidato ao Senado Federal coronel Ivon, com a finalidade de me intimidar para que eu não continuasse a fiscalizar a Instituição (Caixa Beneficente), como vinha fazendo. Inclusive foi instaurada sindicância de Portaria nº 284, de 15 de setembro de 2011, no âmbito da PM e o denunciante ao ser ouvido afirmou que não tinha condições de efetivar tais acusações à minha pessoa ou a qualquer outra, por não dispor de provas e que seria necessário contratar uma empresa para realizar uma auditoria nas contas da

A PM recebe cerca de 700 mil reais por mês para custear suas atividades, então é preciso alterar o orçamento do Estado, a fim de contemplar investimentos em estrutura física de quarteis, assim como promover uma renovação tecnológica” Instituição para se chegar a uma conclusão e só depois, caso houvesse necessidade – o que não ocorreu – se proceder uma investigação no âmbito da PM, como comprovam os documentos anexos. Portanto tal acusação não passou de comentários levianos, a fim de denegrir a imagem da minha pessoa, posto que os valores ditos desvia-

dos, na verdade, não passavam de despesas institucionais, consoante demonstra certidão emitida pela própria Caixa Beneficente, atestando que o denunciante, cel. Ivon, que à época era 1º Secretário da entidade, tinha pleno conhecimento dessa dívida institucional que já se arrastava ao longo de 17 anos, dívida esta que foi negociada junto à Receita Federal e que o denunciante descumpriu mesmo havendo suporte financeiro para honrar o acordo. Desta feita, os autores foram acionados judicialmente vislumbrando a condenação por danos morais, pelo crime de calúnia (processo nº 070236047.2011.8.02.0001), processo este de conhecimento público por meio do site do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, sendo que até a presente data não apresentaram provas das imputações que fizeram à minha pessoa.


18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014 IMPRENSA LIVRE

Câmara analisa criação de um fundo para financiar a mídia independente Os recursos do fundo serão destinados à instalação, à manutenção e à modernização desses veículos WANDERLEY PREITE SOBRINHO IG SÃO PAULO

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Câmara dos Deputados analisa proposta que cria o Fundo de Desenvolvimento da Mídia Independente (FDMI), com o objetivo de financiar programas, projetos e atividades desenvolvidas por veículos de comunicação que integram a mídia alternativa no País. A medida está prevista no Projeto de Lei 7354/14, da deputada Luciana Santos (PCdoB-PE). O texto define como mídia independente emissoras de rádio e TV comunitárias, incluindo as utilizadas por organizações não governamentais (ONGs) e universidades, as rádios e TVs educativas, produtoras brasileiras regionais independentes e veículos de comunicação de pequeno porte. Os recursos do fundo serão destinados à instalação, à manutenção e à modernização desses veículos. São enquadradas como produtoras regionais independentes, microempresas (ME), empresas de pequeno porte (EPP) ou empresa individual de responsabilidade limitada (EIRLI) regidas por leis brasileiras, com sede no Brasil, e que não sejam controladoras, controladas ou coligadas de

concessionária de serviço de radiodifusão. Para ter acesso ao fundo, essas produtoras não podem manter vínculo de exclusividade que as impeçam de produzir ou comercializar para terceiros os conteúdos audiovisuais por ela produzidos, nem ter sócios com participação em concessionárias de serviços de radiodifusão ou em produtora de conteúdos. Já os veículos de comunicação de pequeno porte são definidos como ME, EPP e EIRLI que atuem como emissoras de radiodifusão comercial, veículos de imprensa escrita, sites e blogs de internet. A eles também é vedado ter sócios que tenham participação em veículo de comunicação que não seja ME, EPP ou EIRLI. RECURSOS Pelo texto, o fundo será composto por: - dotações previstas na Lei Orçamentária Anual da União; - 50% dos recursos arrecadados com a outorga de concessão ou permissão de serviços de rádio e TV comerciais; - contribuição de 1% sobre a receita operacional bruta, excluídos os impostos, de emissoras de TV a cabo e de emissoras de radiodifusão comerciais que não sejam classi-

Luciana Santos afirma que a proposta foi inspirada em sugestões debatidas pela sociedade civil

ficadas como veículos de comunicação de pequeno porte; - por porcentagens específicas da parcela paga por concessionárias de serviços de rádio e TV para o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel); - além de doações e outras fontes que vierem a ser criadas. DEMOCRATIZAÇÃO Luciana Santos explica que a criação de um fundo específico para financiar a mídia alternativa tem como base propostas elaboradas pela sociedade civil para permitir uma maior democratização dos meios de comunicação. “Trabalhos realizados por uma subcomissão da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, criada para analisar formas de financiamento da mídia alternativa, apontaram a necessidade da inovação legislativa nesse aspecto”, disse a autora. “Daí surgiu a necessidade de

instituir um fundo específico para garantir a viabilidade dos veículos de mídia independente dentro de um mercado de comunicação”, completou. Segundo ela o projeto de lei se inspira nas principais propostas da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em 2009, e em sugestões recebidas de diversos outros organismos representativos da sociedade civil, especialmente da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), do Fórum Nacional pela Democratização das Comunicações (FNDC) e do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Os recursos do FDMI deverão ser aplicados com diversas finalidades, entre as quais: – modernização de equipamentos; – contratação de pessoal, com pagamento de salários e encargos do contratado por 24 meses, contados da admissão;

– elaboração de projetos editoriais; – geração de novos conteúdos; – produção e programação com finalidades educativas, artísticas, culturais, científicas e informativas; e – promoção da cultura nacional. Por fim, o projeto de lei estabelece que cabe ao órgão responsável pela elaboração das políticas de cultura definir e acompanhar a aplicação dos recursos do FDMI, além de propor o orçamento do fundo e prestar contas de sua execução orçamentária e financeira. TRAMITAÇÃO A PL 7354/14 será analisado conclusivamente pelas comissões de Cultura; de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. A pedido da autora, o projeto foi desapensado do PL 7350/14, que cria o Programa Nacional de


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

O mundo sujo das doações de campanha

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evantamento feito recentemente chegou à conclusão que sete das dez maiores empresas doadoras de campanha nas eleições passadas foram ou estão sob investigação devido a indícios de corrupção envolvendo contratos públicos ou por conta dos seus relacionamentos com partidos e políticos. Para especialistas em direito eleitoral e em contas públicas, os altos valores doados por empresas a candidatos criam uma relação de “promiscuidade” na política que favorece a corrupção no Brasil. Segundo eles, os casos de corrupção investigados ou constatados são, segundo os especialistas, um “efeito colateral” desse relacionamento e as doações são, na realidade, um “investimento” feito pelas empresas. A pesquisa tem como base dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e aponta que, juntas, essas empresas doaram aproximadamente R$ 496 milhões para candidatos e partidos. A maioria dos crimes investigados envolve o desvio de recursos públicos, superfaturamento de obras contratadas por governos ou empresas públicas e a não contabilização de recursos utilizados em campanhas eleitorais. As sete maiores doadoras de campanha suspeitas de corrupção são: Construções e Comércio Camargo Correa S.A, Construtora Andrade Gutierrez S.A, JBS S.A , Construtora Queiroz Galvão S.A, Construtora OAS S.A, Banco BMG e Galvão Engenharia S.A. O secretário-geral e fundador da ONG Contas Abertas, Gil Castelo Branco, declarou que as doações de campanhas no Brasil criam uma relação de promiscuidade entre as doadoras, partidos e políticos. “Não é doação, é investimento. Existem estudos que indicam que, de cada R$ 1 doado em campanha, as empresas conseguem outros R$ 8,5 em contratos públicos”, diz Castelo Branco. Enquanto persistirem essas práticas nefastas e os negócios podres nos balcões da política brasileira jamais poderemos esperar governos comprometidos com o interesse público e governantes conduzidos pela ética. (com informações de UOL e Contas Abertas)

Renan agradando O jovem candidato a governador, deputado Renan Filho, não apenas tem reunido com frequência plateias selecionadas e representativas para escutar suas propostas, mas também tem ido para ao encontro da população mais carente , movimentos sociais e associações comunitárias. Sua jovialidade e preparo físico lhe permite uma maratona diária muito pesada, mas que ele tem tirado de letra. Desses encontros tem saído com um saldo altamente positivo pela sua maneira competente de abordar os assuntos e mostrar o que pode e quer fazer por Alagoas. Está no caminho certo.

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Para refletir: “Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada”.(Otto Von Bismarck)

De galho em galho

A PALAVRA DOS CANDIDATOS

Tem um vereador em Maceió com liderança frágil e forjada em oportunismos e golpes que muda mais de cor que camaleão. Se arvorando de representar um populoso bairro da capital em todas as eleições procura sempre se aproximar daquele que tem mais chance de ser eleito com o claro objetivo de dar mais um golpe. Mais tarde contrariado em suas aberrações persona-listas e em condutas nada recomendáveis, costuma “romper” com seus protetores e procurar outros ninhos para aconchego.

BENEDITO DE LIRA “Benedito de Lira é o novo modelo de gestão em Alagoas. Se eleito governador, Benedito de Lira pretende melhorar a gestão na educação, saúde e segurança. No programa de governo elaborado pela equipe, estão definidas as estratégias para a melhoria da gestão. A primeira delas é a descentralização. Cada uma das unidades regionais terá autonomia financeira. Exemplo: a regional de saúde de Santana do Ipanema não precisará recorrer à central de compras para adquirir material. O mesmo modelo vale para a regional da Policia Militar e da Secretaria de Educação”.

Afrontando a Justiça Alguns candidatos estão mesmo dispostos a medir forças com a Justiça Eleitoral e já dão sinais do pouco caso, pois confiam na impunidade e nos “olhos cegos” que tudo sabem a nada veem. Compram jornalistas, compram “jornalecos” e através deles fazem seus jogos sujos e marginais muitas vezes contra adversários indefesos. O jogo é aberto e todo mundo sabe e eles apostam que nada acontece. E não acontece mesmo. Esses mesmos candidatos usaram emissários para abordar alguns profissionais de imprensa com o objetivo de “fazer negócios”. De alguns tiveram a resposta merecida: “vai comprar a mãe!”.

Vingança barrada A Assembleia Legislativa jamais perdoou o Ministério Público por sua “invasão de privacidade” ao investigar e descobrir inúmeras irregularidades que ainda estão sendo apuradas e certamente levarão à contundente denúncia formal ao Poder Judiciário, a quem caberá punir os culpados. Muita gente não acredita que nada aconteça e que será mais uma “operação taturana”, mas os promotores e procuradores estão cumprindo a parte que lhes cabe. Pela coragem de fazer o correto pagaram um preço: por vingança os deputados reduziram o Duodécimo do MP drasticamente ameaçando graves danos à instituição. Porém em julgamento unânime, acolhendo voto da relatora, desembargadora Elizabeth Carvalho, o Tribunal de Justiça restabeleceu o moral e o legal negando liminar que impediria o repasse daquilo que tem direito e respalda a autonomia constitucional do Ministério Público.

RENAN FILHO “Caro Pedro Oliveira, na tarde de terça-feira, durante a sabatina realizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea), apresentei a proposta de realizar uma auditoria na aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal em Alagoas. Nosso Estado está tão sacrificado pelas obrigações financeiras contraídas, desde a grande crise de 1997, que precisamos analisar com o máximo de atenção e detalhamento a condição das finanças públicas, da folha e dos custos da previdência estadual. Isso dará condições a um planejamento acurado para que Alagoas volte a crescer a curto, médio e longo prazo. Só a partir daí poderemos identificar as condições para, por exemplo, promover concursos públicos para contratação de servidores. Precisamos de segurança nesse planejamento estratégico visando também a construção de novas e mais amplas parcerias com o governo federal voltadas para projetos estruturantes”.

CALENDÁRIO ELEITORAL/ELEIÇÕES 2014 AGOSTO - SEXTA-FEIRA, 1/8 - Último dia para o Juiz Eleitoral anunciar a realização de audiência pública para a nomeação do presidente, primeiro e segundo mesários, secretários e suplentes que irão compor a Mesa Receptora. AGOSTO – SÁBADO 2/8 - Último dia para que os partidos políticos, os comitês financeiros e os candidatos enviem à Justiça Eleitoral o primeiro relatório discriminado dos recursos em dinheiro ou estimáveis em dinheiro que tenham recebido para financiamento da campanha eleitoral e dos gastos que realizarem. AGOSTO - SEGUNDA-FEIRA 4/8 -Último dia para o partido político ou coligação comunicar à Justiça Eleitoral as anulações de delibe-rações decorrentes de convenção partidária. AGOSTO - QUARTA-FEIRA 6/8 - Data a partir da qual é assegurada a prioridade postal aos partidos políticos para a remessa da propaganda de seus candidatos registrados (Código Eleitoral, art. 239). Último dia para os órgãos de direção dos partidos políticos preencherem as vagas remanescentes para as eleições proporcionais, observados os percentuais mínimo e máximo para candidaturas de cada sexo, no caso de as convenções para a escolha de candidatos não terem indicado o número máximo previsto. Último dia para o pedido de registro de candidatura às eleições proporcionais, na hipótese de substituição, observado o prazo de até 10 dias, contados do fato ou da decisão judicial que deu origem à substituição. Último dia para as empresas interessadas em divulgar os resultados oficiais das eleições solicitarem cadastramento à Justiça Eleitoral.


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ARTIGOS

Eleição fria JORGE MORAIS Jornalista

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estando dois meses de ca m p a nha , a eleição em Alagoas, como de certo no resto do país, ainda é muito fria. Andando por algumas cidades, como Arapiraca, por exemplo, não vejo o eleitor empolgado, discutindo candidaturas ou preocupado com quem está na frente ou vai ganhar a eleição. Poucos candidatos se arriscam a colocar o bloco na rua, com seus carros de som potentes, suas bandeiras tremulando e na distribuição dos “famosos santinhos”. Pergunto: O que está faltando para que tudo isso ocorra? Antes da resposta que busco, quero dizer que nada disso me faz falta, até porque em alguns casos esses movimentos ou campanhas irritam, sujam a cidade e trazem até alguns problemas. No entanto, algumas pessoas dizem que sem essas coisas, a eleição passa a ser

uma coisa fria, não empolga. Acho que algumas indefinições no processo eleitoral, ainda estão atrapalhando esse movimento todo que se espera. A polarização da campanha entre duas candidaturas – Benedito de Lira (PP) e Renan Filho (PMDB) – contribui com esse esfriamento, onde os principais candidatos ainda fazem seus acertos finais, por meio de suas alianças, principalmente no interior do estado, onde nem sempre está se observando a fidelidade partidária. Agora, para qualquer dúvida, só nos resta o Guia Eleitoral. Oficialmente, a ausência de uma definição da candidatura de um nome pelo Governo do Estado na eleição majoritária, com a renúncia de Eduardo Tavares, o alheamento do governador Teotônio Vilela na campanha, e a dúvida que deixa no ar a quem vai apoiar se Biu ou Renanzinho, boa parte dos aliados do Palácio do Governo, inclusive do próprio partido do governador – o PSDB – entre eles alguns prefeitos, resolveram fazer carreira isolada no processo e se dividem entre as duas candidaturas

A Assembleia dos meus sonhos ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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uando me aposentei, fiquei alegre e pensei: trabalhei 43 anos de minha vida, agora, vou curtir o tempo que me resta. Triste ilusão! Os problemas foram acontecendo, necessitando soluções urgentes e precisei voltar à vida ativa. Deus não queria que me acomodasse. Depois de tantas lutas, vivo sonhando numa Assembleia certinha que nos deixe descansar em paz. A primeira coisa seria o pagamento mensal num dia certo, um calendário anual que permitisse aos servidores da ALE organizar suas vidas financeiras. Nada de incertezas, cortes aleatórios, processos misteriosos. Bastaria que a Mesa Diretora fechasse a folha no dia 20. As vaidades dos deputados desaparecessem e o Departmento de Pessoal funcionasse normalmente sem precisar mexer e remexer na folha mensal da Casa.

Depois viriam os enquadramentos normais, sem omitir o tempo de serviço e a escolaridade dos companheiros. Nada mais constrangedor do que um colega trabalhar vinte anos e ser enquadrado como se tivesse entrado na ALE ontem. Outro fato deprimente: a criatura estuda, forma-se e é enquadrada no nível médio. Aí o antigo procurador afirmou à imprensa que tudo estaria errado no Legislativo desde 1986. Pergunto eu: quem não organizou o quadro funcional, não ofereceu cursos que proporcionassem acesso a cargos de nível superior e encheu a Casa de milhares de servidores? Fomos nós ou as Mesas Diretoras que passaram pela ALE nos últimos vinte anos? Há muito tempo a Assembleia Legislativa de Alagoas virou cabide de empregos e o inchaço contribuiu para o achatamento salarial e para evitar que os funcionários crescessem profissionalmente. Chegamos a 5.000 funcionários. Com o PDV e outras medidas drásticas o quadro foi diminuindo. Solução: incentivar aposentadorias, enquadrar corretamente os que ficarem e criar cursos para proporcionar

principais. Há quem diga também que a falta de dinheiro para bancar uma candidatura, inclusive proporcionalmente a de Alagoas é uma das mais caras do Brasil, favorece esse clima de gelo. Candidatos proporcionais, que na sua maioria depende da ajuda dos partidos e dos majoritários, ficam no compasso de espera e não conseguem colocar a tropa de choque em ação. Se a eleição em Alagoas é uma das mais caras do Brasil, pelo menos no momento não é isso que se comprova. A idéia que se tem, pelo menos no visual, é que a campanha é quase franciscana. Pergunta-se: Onde está sendo usado o dinheiro declarado a justiça eleitoral para gasto de campanha? Será que o anunciado vai ser arrecadado? Quais são os grupos interessados em investir numa campanha eleitoral? Quem vai querer tirar proveito disso depois do seu candidato eleito? O que foi prometido pelos candidatos aos investidores no processo? O que se sabe é que Benedito de Lira e Renan Filho não mediram es-

forços na contratação das suas equipes de marketing. Biu, com um grupo mais caseiro, composto por excelentes profissionais, devidamente preparados para esse tipo de produção e execução de campanhas eleitorais, devem cumprir perfeitamente o seu papel. Do outro lado, Renan apostou em profissionais importados, alimentados pela estrutura do trabalho de comunicação do candidato, não menos profissional do que o de seu adversário. Nesse momento, a diferença vai ser no tempo que cada um terá pela frente. O que sei mesmo de verdade até agora é que Benedito de Lira e Renan Filho estão apostando todas as suas fichas, ou dinheiro arrecadado, no marketing da campanha, na elaboração de seus programas para o Guia Eleitoral, onde pretendem com a imagem e o discurso convencer o eleitorado. Renan Filho, com 8 minutos de programa, e Benedito de Lira, com 4 minutos, entendem que estão com uma boa parte dos seus problemas resolvidos em relação ao voto. Agora, para os indecisos, só resta o Guia Eleitoral.

o crescimento da categoria. As medidas loucas que a atual Mesa Diretora vem adotando nada resolvem. Deslocar servidores que trabalham para o Estado é medida errada. Os cargos na ALE são diferentes do Estado e os salários são pagos pelo Legislativo. Na minha opinião é uma anuência branca, com ônus para a Assembleia!!! Querer jogar os aposentados no AL Previdência e não repassar os valores corretos para o pagamento é outra medida escandalosa, irritante e errada. Já existem no AL Previdência várias pensionistas passando fome porque o Legislativo não repassa a quantia certa. Solução: elaborar um convênio legal e repassar os aposentados para o AL Previdência do Estado, com os valores necessários ao pagamentos mensais. Outro fato grave: aCasa de Tavares Bastos precisa de um ¨banho de loja¨. Hoje quase não existe material necessário ao trabalho e à higiene dos servidores. Conversei com pessoas que levam café, açúcar, papel higiênico, copo descartável, etc... para o trabalho, porque a Mesa Diretora não tem um

programa de compra de material. Com o alto duodécimo recebido, nada justifica tal atitude. Aí vem outro fato gravíssimo: para que os deputados contratam 900 comissionados? São 27 parlamentares; cada gabinete recebe mais de 30 todo dia, além dos funcionários da Casa, é claro. Onde vão ficar tantos comissionados? Solução: se cada Deputado tivesse direito a 10 comissionados, o total nem chegaria a 300. Então, se nós recebessemos o pagamento em dia certo e agendado; se houvesse incentivo à aposentadoria; se houvesse cursos de treinamentos dos colegas, proporcionando-lhes livre acesso a melhores cargos; se houvesse material de trabalho e material de higiene; se os aposentados fossem colocados na Previdência estadual de acordo com as leis vigentes; se, ao invés de 900 comissionados, a Mesa Diretora nomeasse 300, já teríamos um bom ambiente de trabalho. Aliado a tudo isso, se os dirigentes agissem corretamente; se o dinheiro público fosse administrado com parcimônia e dentro do que manda o figurino, ah...meus amigos, teríamos a Assembleia Legislativa de nossos sonhos.


22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Para conquistar o voto do eleitorado com renda mensal de até R$ 1.400, o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos terão de convencê-lo de que a vida vai melhorar

Às vésperas da campanha na TV, eleitor de menor renda é desafio para oposição

A aposta dos candidatos está no horário eleitoral gratuito, que começa no próximo dia 19 POR ROGÉRIO JORDÃO Yahoo

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18 dias do início do horário eleitoral na TV, o maior desafio de Aécio Neves e Eduardo Campos é conquistar votos no eleitorado de mais baixa renda. Sem ele ninguém ganha eleição no Brasil. Estou falando do eleitor que alcança até R$ 1.400,00 de renda familiar. São 42% dos votantes. Nesta faixa, entre fevereiro e 15 de julho deste ano, comparando pesquisas do Datafolha, as oposições estacionaram. Entre os que ganham até dois mínimos, Aécio tinha 11% em fevereiro, agora tem 14% (pouco distante da chamada margem de erro). Campos tinha 8% e ficou com 7% – não se moveu. Dilma lidera com folga neste segmento, embora tenha caído de 51% em fevereiro para 42% em julho. A

queda é expressiva, mas as intenções de voto migraram para a indecisão: 7% em fevereiro e 14% em julho, entre os de renda mais baixa. A aposta dos candidatos está no horário eleitoral gratuito na TV, que começa no dia 19 deste mês. Foi este eleitorado que elegeu Fernando Collor em 1989 (a quem o ex-presidente chamava de “os descamisados”). Naquela longínqua eleição Lula bateu Collor entre os mais ricos e perdeu exatamente entre os mais pobres (prova de que o mundo gira). Este eleitor levou Fernando Henrique à presidência em 1994, no rastro das melhoras propiciadas pelo Plano Real. Em 2002 Lula ganhou entre os mais pobres, mas ainda assim, teve mais votos entre os mais ricos, proporcionalmente. Foi somente em 2006,

quando foi reeleito, que Lula passou a ter mais votos entre os eleitores de mais baixa renda do que entre os mais ricos. No primeiro turno de 2006, segundo o Ibope da época, Lula levou 55% dos votos dos que ganhavam até dois salários mínimos, e 29% dos que ganhavam acima de 10 mínimos. Reajustes acima da inflação do salário mínimo (que começaram antes da chamada “Era Lula”), expansão do crédito e políticas sociais como o Bolsa Família certamente fazem parte da explicação da guinada de voto do eleitor de mais baixa renda. A esta guinada, alguns analistas chamam de “lulismo”. Cientista político da USP e ex-porta voz da Presidência no governo Lula, André Singer explica este fenômeno político-eleitoral pela “relação estabelecida por Lula com os mais

pobres, os quais, beneficiados por um conjunto de políticas voltadas para melhorar as suas condições de vida, retribuíram na forma de apoio maciço e, em algumas regiões, fervoroso da eleição de 2006 em diante”. (Tirei a frase do livro “Os sentidos do lulismo”, da Companhia das Letras). Eis a invenção do “lulismo”, segundo Singer: ter um Estado capaz de ajudar os mais pobres sem confrontar a ordem. Sob Lula, se os pobres ficaram monetariamente menos pobres, é verdade também que os ricos ficaram mais ricos. É certo que os preços elevados das “commodities” no mercado internacional (soja, minério de ferro etc) ajudaram a fechar a conta – e isto não existe mais. Seja como for, em 2010 Dilma repetiu a tendência de Lula: mais votos entre os de menor renda. Se Aécio ou Campos qui-

serem se eleger terão que reverter em benefício próprio esta dinâmica eleitoral que vem desde 2006. Não é à toa que nenhum dos oposicionistas falará mal do Bolsa Família e terão cuidado máximo ao falar em Pronatec e Minha Casa Minha Vida. Deste ponto de vista, as críticas recentes de Aécio ao programa federal Mais Médicos pode ter sido um ponto fora da curva – o candidato precisa de tudo neste momento, menos correr o risco de ser interpretado como insensível ao social. Sobretudo, Aécio e Campos vão ter que convencer este eleitor que ganha até R$ 1.400 de renda familiar que a vida vai melhorar monetariamente. “Mais” ou “ainda mais” ou “voltar a melhorar” ou “com coragem”, mas que vá além do slogan e que transmita um pacto real com este segmento. Conseguirão os candidatos expressar isto na TV?


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Uma lição

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futebol exige talento, mas o brasileiro não cai na real para entender que sua prática no Brasil merece ser repensada. Achar – e podem até estar certos - ser aqui um celeiro de craques, mas peca insistindo em debitar como o melhor do mundo quando na Copa que sediou foi quarto.

Fala torcedores Jogadores da época do futebol talento concordam: o mundo hoje se encanta com o futebol da Alemanha. É preciso entender a fragilidade do Brasil hoje e buscar saber onde está o erro para correção. Um deles: a mídia dosando exagero para fazer craques e reforçar patrocínios.

Cabeça quente? No ASA, na semana passada o tempo foi de tempestade, mas parece que “em copo d´água”. Um desacerto na harmonia pela má fase na Série C, a ponto de Didira, prata da casa, profissional exemplar e ídolo da torcida, ter achado haver chegado a hora de deixar o clube.

Para cobrar De Renan Filho, proposta para lembrar, dita no início de junho, ainda pré-candidato ao governo e divulgada no site Alagoas 24 Horas: “É dever do Estado fomentar as práticas desportivas formais e informais como direito de cada um”. É proposta citada no artigo 21 da Constituição Federal.

Bola em campo

É o campeão

A Série D do futebol brasileiro começou no dia 16 último com calendário de jogos estendido até 16 de novembro. O Coruripe, campeão alagoano, é quem representa o Estado e deu largada na tabela em casa com o pé esquerdo. Não soma ponto. Perdeu para o Jacuípense (PE) por 2x0.

O Murici, campeão alagoano Sub-20 de 2014, garantiu vaga na Copa São Paulo de Futebol Junior 2015. A segunda é do CSA, mas pendente de um julgamento pelo TJD/ Al. É acusado de escalar jogador irregular no campeonato da categoria. O Sete de Setembro é a segunda opção.

Participantes O Coruripe, além do Jacuípense, tem no grupo da Série D o Campinense (PB); Central (PE) e o Baraúnas do Rio Grande do Norte. O Hulk alagoano, por estar na Copa Brasil como campeão de Alagoas, não soma ponto e não está na terceira rodada que começa neste fim de semana.

Recuperação Alan Rossi, 46 anos, craque com passagem por clubes importantes, começa a vencer uma luta fora de campo. É contra o crack e desde fevereiro se trata na Nona Comunidade Terapêutica de Ivorá (Fazenda Senhor Jesus). Ídolo do Internacional, onde encerrou carreira, jogou ainda no Corinthians, Avaí, Cerro Portenho e Rosário Central.

Sem novidade A saída de Ronaldinho Gaúcho do Atlético Mineiro foi amigável, mas era esperada diante da falta de harmonia entre ele e Levir Culpi. Foi incluído com aval da diretoria em um projeto do técnico, solicitado pela diretoria, para reorganizar o futebol no clube. O dia a dia do craque fora de campo também foi levado em conta na decisão.

Depredação Hoje é prática comum torcedores formarem gangues pós jogo para depredar estádios e fazer arruaças na rua e nos coletivos. Um desses atos degradantes foi filmado no domingo (27), após o jogo no Arena Corinthians. Câmaras filmaram o vandalismo e os identificados devem pagar o prejuízo.

De Alex Rossi “Estou na faculdade da vida como nunca tinha passado antes. É uma partida de futebol longa, não são só 90 minutos, são nove meses. É uma vida inteira. Os monitores me colocaram num celular como minha esposa, Márcia que também me deu força. Não está sendo fácil. Mas é aí que temos de ter força” .

Mais faltosa No futebol o uso do “carrinho” é comum. Um ato consciente, mas de risco para o adversário e até também para quem aplica. A intenção pode ser só de desarme, mas no ato de se proteger quem o aplica se excede em defesa própria levantando a perna. Portanto é ato irresponsável. “É como dirigir embriagado”, observam torcedores.

Classificação A Federação Alagoana de Futebol divulgou também no site os clubes melhores classificados no campeonato alagoano Sub-20: 1º Murici, 13 pontos; 2° CSA, 11 pontos, mas ainda sob risco de perder 6 no julgamento por escalar jogador irregular; 3º Sete de Setembro, 8 pontos; e 4º São Domingos, 1 ponto.

Haja nervos O CRB neste domingo pega parada indigesta mas não impossível de digerir. É o Cuiabá, jogo no Mato Grosso, e também com chances excelente de classificação. Ideia do tempero das emoções: o Galo tem 12 pontos, é segundo na tabela e o time da casa terceiro, com 11 pontos.

FRASES “Só com a garra não vai dar” Wanderlei Luxemburgo, na volta ao Flamengo.

“Está foi só a primeira. Vai ter mais” Kaká na reestreia no São Paulo após sete anos na Europa.

“Má fase acontece” Marcelo (Botafogo) após perder gol.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Guia das eleições

A

O eleitor, que por algum motivo não votar em outubro, corre risco de ter problemas se não justificar em tempo hábil e, insistindo no alheamento por até três vezes, o título corre risco de ser cancelado e até excluído do cadastro eleitoral. E para lembrar: cada turno é uma eleição.

Desconforto Na Ponta Verde é comum placas de vendas de imóveis. São moradores insatisfeitos com o movimento, o barulho e prédios em construção fora da lei que limita o número de andar. A opção? Áreas do Farol e Mangabeiras e de preferência os condomínios fechados.

Merece atenção Motoristas com idade acima dos 60 anos e deficientes físicos devem solicitar em um posto da SMTT o cartão de identificação para estacionar em áreas reservadas por lei para eles. É de uso obrigatório e, por isso, deve ficar exposto em local de fácil de visualização no interior do veículo.

Ponto de vista

Segundo turno Pela intenção de voto apresentados por pesquisas mais recentes, começa a clarear na visão de políticos experientes uma probabilidade de que a eleição de presidente só tenha definição no segundo turno, disputa com o tucano Aécio Neves puxado pela mídia do Sul.

Candidatos

É correta a reivindicação da Comissão do Mercado do Artesanato pela vinculação do setor à Secretaria Municipal de Turismo. Difícil de entender é a demora do prefeito Rui Palmeira para se posicionar quanto à reivindicação que, diga-se, é antiga. Figa é para sair como o esperado.

Na edição de número 500 a Revista Planeta, do mês de julho, divulga os humanos como mutantes. O texto, que tem sustentação em pesquisa feita há 10 anos e iniciativa de uma universidade da França, favorece polêmica por revelar “o homem do futuro como mais alto, obeso e menos fértil”.

De Eduardo Fernandes, presidente da Assala: “Assembleia Legislativa tem no seu quadro de funcionários um grupo de servidores com tempo e idade para aposentadoria. Mas diante da nova situação o pedido não é protocolado devido à esperança da implantação do PCC, uma campanha de iniciativa da maioria dos deputados que a Mesa Diretora adia a cada legislatura”.

Mais atenção

Algo a ver

Em Alagoas, pela época ser de campanha política, haverá redução na agenda das sessões em plenário da Assembleia Legislativa. A proposta acompanha o calendário da Câmara Federal e tem amparo legal para permitir aos parlamentares tempo para conciliar os trabalhos com a campanha da reeleição.

Mutantes

genda de agosto: dia 6, divulgação pela internet do primeiro relatório de recursos recebidos para financiamento da campanha; dia 12 – sorteio da ordem de veiculação da propaganda dos partidos ou coligações no guia eleitoral; dia 19 - propaganda eleitoral gratuita (rádio e TV) ; e dia 21 – o eleitor se habilita para votar em trânsito para residente em qualquer cidade com mais de 200 mil habitantes e prazo final para que registros dos candidatos estejam julgados.

Proximidade dos primeiros passos da campanha traz ansiedade entre os eleitores para conhecer as caras novas que vão estar na rua atrás do voto. Principalmente daqueles que vão reivindicar uma das 27 cadeiras da Assembléea Legislativa. Cabos eleitorais acham que vai bater recorde.

Fim do recesso

Desistente? Eleitores estranham o silêncio de Roseane Malta sobre candidatura para a Câmara Federal. O nome dela foi lembrado em conversa recente na Assembleia Legislativa sustentada em entrevistas dela no ano passado dizendo que iria tentar o mandato. Consideram estranho o silêncio tendo em conta o otimismo dela na época.

Vale atenção Ônibus da linha Circular, com saída do Pontal da Barra, retornaram na segunda-feira (28) a circularem pela Rua Domingos Lordslen, uma das principais vias de acesso ao bairro da Ponta da Terra. Moradores que fizeram o apelo agradecem pela iniciativa da empresa.

Sugestão A Capitania dos Portos deve modernizar o sistema de renovação de registro das embarcações com documentação entregue pelo Correio e prazo para pagamento ser feito nos bancos. A sugestão é de quem tem embarcação de lazer e acha que o sistema não é problema para fazer a vistoria.

Jaraguá Prefeitura desobstrui a orla de Jaraguá, área de favela vizinha ao cais do porto. O prefeito Rui Palmeira tem o interesse de revitalizar o trecho até a Avenida Duque de Caxias. O projeto está pronto mas as obras devem demorar um pouco. Já as famílias dos retirantes são transferidas para casas confortáveis.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

APA do Catolé

Mapa

T

Um projeto científico que acompanha em tempo real tubarões de várias partes do planeta vai também monitorar a partir dos próximos dias exemplares que circulam pelo litoral brasileiro. O objetivo é acompanhar o comportamento desses animais e conhecer melhor a migração de diversas espécies.A ação é feita pelo projeto Ocearch, idealizada por cientistas dos Estados Unidos e que conta com um supernavio, que está em sua 20ª expedição, desta vez no Brasil.

écnicos da Diretoria de Unidades de Conservação (DIRUC) do Instituto do Meio Ambiente (IMA) acompanharam no dia 25 o replantio de mudas de plantas nativas por estudantes de uma escola pública do bairro do Forene. As espécies da Mata Atlântica foram plantadas em um empreendimento particular que está sendo construído na Área de Proteção Ambiental (APA) do Catolé e Fernão Velho. A ação fez parte de uma das condicionantes impostas pelo IMA à construtora para que a obra fosse realizada. A área de replantio é de aproximadamente 15 metros de largura e está localizada dentro das obras de um residencial, que têm acesso pela entrada do Ceasa.

Coala sobrevivente Um coala conseguiu sobreviver a um atropelamento na Austrália após se agarrar ao teto de um carro. O veículo se deslocava a 88 km/h por uma estrada movimentada.O Zoológico da Austrália, que está tratando do animal, disse que ele não sofreu ferimentos, exceto por uma unha quebrada.Os coalas estão na lista de espécies “vulneráveis” na Austrália.

El Niño Água vermelha Imagens divulgadas no final da semana passada por agências de notícias internacionais mostraram um rio do condado de Cangnan, em Wenzhou, naChina, que teve sua água tingida de vermelho. A ocorrência foi registrada no dia 24 de julho.Autoridades locais ainda não sabem quem foi o responsável por lançar a tinta que modificou a cor do curso d’água. Segundo moradores, a mudança aconteceu em menos de uma hora. A administração ambiental da região afirmou que não foram encontradas substâncias nocivas na água, segundo a imprensa local.

O fenômeno meteorológico El Niño, que pode ocorrer neste segundo semestre do ano, e que altera o clima global, não deve aumentar a quantidade de chuvas no Sudeste, nem amenizar a seca que afeta o Sistema Cantareira, conjunto de reservatórios que abastece a Região Metropolitana de São Paulo e parte do interior do estado, segundo especialistas.

Ataques de tamanduás Tamanduás-bandeira mataram dois caçadores em incidentes separados no Brasil e despertou a preocupação relacionada à perda de habitat do animal e ao risco crescente de encontros perigosos com pessoas, afirmaram cientistas.Os mamíferos de focinho longo e pelagem densa não costumam ser agressivos com seres humanos e são considerados uma espécie vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), sobretudo devido ao desmatamento e a assentamentos humanos que invadem seu território.

Seca em rios A seca na Região Sudeste reduziu a vazão de rios importantes, deixando vários trechos com acúmulo de lixo nas margens. Especialistas apontam que este é um bom momento para que o poder público limpe as áreas afetadas, antes da temporada de chuvas.

Boto gigante Um boto gigante foi inflado na praia da Ponta Negra, em Manaus (AM), como alerta à população sobre o risco de extinção desse mamífero aquático, afetado diretamente pela pesca da piracatinga, peixe conhecido como douradinha. A iniciativa foi realizada no dia 27pela Associação Amigos do Peixe Boi, a Ampa, que lançou uma campanha para arrecadar recursos e ajudar na fiscalização


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Falta de preparo

V

ocê vai ouvir muito sobre chamadas emergenciais automáticas (eCall, em inglês) a partir de carros acidentados. A iniciativa vem da Ford que lançará o serviço – sem custo de utilização – no novo Ka, em setembro. Na realidade, eCall já é oferecido no Brasil pela Volvo, porém nesse caso pago por incluir mais opções e dispor de plantão 24/7. A Ford pretende estender o recurso para toda sua linha, a partir de 2015. Hoje, no Brasil, há 41 milhões de telefones inteligentes (pouco além da frota real de veículos capaz de circular). Apesar de se agregar, como opcional, ao modelo mais barato da marca, na versão de entrada SE (R$ 35.395), o equipamento Sync de comandos de voz e pareável ao celular aparece de série na versão SE Plus por R$ 2.000 integrando a central multimídia com tela tátil. Isso permite o conceito correto de “olhos na

estrada, mãos no volante”, sem sujeitar o motorista a multa de trânsito. A ligação automática ao 192, do Samu, depende da deflagração do airbag ou de desligamento da bomba de combustível que ocorre em fortes colisões traseiras, laterais, tombamento ou capotagem. Há três situações de grande utilidade: ocupantes inconscientes ou imobilizados, mensagem padronizada repetida duas vezes e fornecimento ao atendente das coordenadas de localização do veículo. No caso de o carro sair da pista e se chocar com obstáculo, à noite em especial, pode não haver testemunhas do acidente e aí o eCall é ainda mais útil. Óbvio que outros fatores intervêm no processo, a começar pela infraestrutura de telecomunicações, embora uma chamada de emergência ocorra por qualquer rede disponível, independentemente da utilizada pelo dono

RODA VIVA do telefone. A celeridade do socorro também precisa de eficiência. Essas pré-condições estão postas, dentro da realidade do País. Há ainda um passo adicional: inclusão do chip telefônico no próprio sistema multimídia interativo. Certamente a Ford e outros fabricantes que não quiserem ficar para trás nessa corrida de prestação de serviços poderão oferecer essa opção. Entre outras vantagens, como melhoria de captação de sinal de celular, garante a eCall no caso de o telefone ter sido danificado em um acidente grave, o que de fato pode ocorrer, ou simplesmente sua bateria descarregar. Essa iniciativa já existe em outros países, como o OnStar (serviço pago) da GM, nos EUA. A Ford também o introduziu na Índia, porém em modelos mais caros. A Europa, no entanto, procura tornar o serviço obrigatório desde 2004. Os

problemas lá são parecidos aos daqui porque, embora bem menos graves, existem zonas de “sombra” de sinal celular em áreas remotas, a eficiência do socorro varia entre diversos países e ainda há a barreira de diferentes idiomas. Em razão do sistema europeu ainda precisar de ajustes, além de investimentos públicos e privados, sofreu vários adiamentos. Agora há um novo prazo: outubro de 2017. Lá existe a consciência de valorizar a vida e do rápido socorro aos acidentados. Os três níveis de governo no Brasil deveriam estar preocupados com este assunto em razão do aumento da frota, dos acidentes e da fraca cobertura celular. Por enquanto, se colocam a reboque dos fabricantes de veículos. Será que o Samu estará mesmo preparado para a previsível expansão das eCalls no Brasil e, mais do que isso, os hospitais?

oferecer o sistema em outros veículos da Ford”, disse o dirigente. Para o funcionamento da assistência de emergência é preciso que um celular esteja conectado ao sistema Sync no carro, usando a conexão bluetooth. Com o acionamento do airbag ou do sistema de corte de combustível (que pode ocorrer em colisões traseiras e capotamentos), o Sync faz a chamada automática para o 192. Uma mensagem é transmitida, comunicando que houve um acidente

e as coordenadas de localização do veículo por GPS. Em seguida, o microfone é aberto e o atendente pode falar com os ocupantes do veículo. Mesmo que estes estejam inconscientes ou impossibilitados de responder, as informações principais para o envio de uma equipe de resgate já estarão registradas. A Ford fez parceria do Ministério da Saúde, que validou e fez testes, incluindo simulações de chamadas e treinamento on-line. O novo Ka e o Ka+ (versão sedã), terão três versões de acabamento, SE, SE Plus e SEL, e a assistência de emergência será opcional na primeira versão e item

pitstop

Ka vai pedir socorro em caso de acidente Novo modelo terá sistema de assistência de emergência ligado ao SAMU

A

assistência de emergência, tecnologia inédita no Brasil, vai ser um dos diferenciais do Ka, que começa a ser vendido em setembro totalmente reformulado. O sistema é programado para fazer uma ligação automática ao serviço de emergência 192, do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), em caso de acidente com o veículo, informando sua localização e conectando os passageiros para o resgate. O sistema foi apresentado nesta

sexta-feira (25) em São Paulo, com a presença do ministro da saúde, Arthur Chioro, que falou sobre a preparação da estrutura do Samu para operar com a nova tecnologia. Já disponível em veículos Ford nos Estados Unidos e Europa, será oferecido no Brasil num carro pequeno. Segundo Rogélio Golfarb, vice-presidente de assuntos corporativos da Ford América do Sul, a escolha do Ka para lançar essa tecnologia “mostra o compromisso da marca de torná-la acessível para os consumidores. A intenção é, futuramente,

FENABRAVE, a pedido deste colunista, quantificou a queda dos modelos de entrada (faixa abaixo de R$ 30.000, a preços de hoje) na participação de vendas de automóveis. Em 2003 representavam 50,8%; em 2013, apenas 28,6%. Reflexos de maior poder aquisitivo, diminuição real de preços e evolução natural do consumidor. OUTRO fenômeno mais recente: escalada de picapes compactas, puxada em maior parte pela Strada. Chegou à décima colocação dos mais vendidos, numa primeira etapa. E a cabine dupla de três portas, em apenas seis meses, representa 50% das vendas totais do modelo. Com esse desempenho pode garantir, em 2013, posição firme entre os cinco primeiros. IGUAL sorte não bafeja o Linea. Sofre forte concorrência interna do Grand Siena (até no porta-malas), embora passe sensações melhores quanto à atmosfera a bordo, qualidade de materiais e, principalmente, isolamento acústico. Motor de 1,8 L é adequado, mas espaço igual ao do Punto nos bancos dianteiros atrapalha bastante. Não tem como enfrentar os reais médios-compactos. CORREÇÕES: produção acumulada do utilitário Troller, desde o início em 1995, alcançou cerca de 15.000 unidades. Os incentivos federais da Ford para Camaçari (BA) e Horizonte (CE) continuarão até 2020. Parte dos incentivos estaduais, porém, se encerra em 2015. GOVERNO FEDERAL adiou por dois anos os rastreadores em veículos à venda no Brasil não apenas por dificuldades técnicas. Há duas ações na Justiça questionando quanto ao direito de privacidade. Por outro lado, cerca de 200 empresas oferecem o serviço. Quem se interessar estará servido. Não tem sentido impor esse acessório.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014 CRÔNICA

Vem aí mais um escândalo JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

E

m três dos meus artigos, eu já falei sobre possíveis escândalos que estão em formação, aqui em Maceió. Tais artigos irão servir como documentos que, demonstrarão eu não ter me omitido diante do que está acontecendo ou ainda vai acontecer em Maceió, em termos de escândalos. Vão acontecer tumultos jurídicos e administrativos que abalarão todo o Sistema de Transportes Coletivos Urbanos de Maceió. Eu tenho em mãos todos os artigos que escrevi sobre este tema e, a um dos artigos eu dei o título de “MUITO CUIDADO COM ELES....”. Pelo título, vocês já sabem o que eu quis dizer. Nele, eu falei sobre a

importância nas licitações públicas e nos perigos delas, quando mal redigidas, propositalmente, pelos sabichões em concorrências públicas. Ao segundo artigo, escrito aqui no EXTRA, eu dei o título de “ALGUMA COISA RUIM PODERÁ ACONTECER”, me referindo, ainda aos transportes coletivos. Algumas pessoas amigas entenderam meu propósito, mas certas autoridades ficaram caladinhas, porque sabem que onde há fumaça, há fogo. Num terceiro artigo, eu falei que a Prefeitura Municipal de Maceió havia há anos prometido fazer as licitações. Como eu já sei porque ainda não foram realizadas, eu disse que elas não aconteceriam antes do ano de 2013 e, se isso acontecesse, “eu iria sair de mini-saia, tamancos e brincos, pelo Calçadão do Comércio”. Leiam meus artigos. Já se passaram 20 meses da nova Administração Municipal e “alguma” coisa aconteceu e, ela foi

para o brejo. Por que eu disse essas coisas nos meus artigos? Eu disse porque a Prefeitura Municipal de Maceió já pagou 77 milhões de reais a uma firma de Belo Horizonte para elaborar a documentação e definir as linhas a serem licitadas, inclusive com o edital. Parece que tudo foi inútil. O que está acontecendo, então? O povo quer saber! Por que um só desembargador do Tribunal de Justiça aumentou os preços das passagens, em lugar de ser uma comissão ou os senhores vereadores? Por que? No mundo nunca aconteceu isso, só mesmo em Maceió. O povo ficou calado, o que é uma pena. Ora, foram gastos milhões e, por causa da minha função como Assessor Especial de Transportes da SMTT, eu tive acesso à papelada toda, “as, porém, todavia........”, quando tem muito dinheiro envolvido, as coisas não são assim como o povo pensa que é. Dois juízes de

Direito deram prazos para que a licitação acontecesse, um procurador -Geral disse que em poucos meses ele resolveria o problema e, não deu em nada. A Câmara de Vereadores, que devia fiscalizar o Poder Executivo, nada fez para que as coisas entrassem nos eixos. O povo precisa saber o que está acontecendo e se alguém estiver criando problema, vamos denunciar essas pessoas, embora ninguém vá preso neste Brasil. Como cidadão, eu já fiz o que deveria ter feito. Já disse algumas verdades que estão acontecendo e o povo precisa saber quem são os verdadeiros culpados pelo escândalo que está por vir. Em Tempo – O empresário Clodoval Barros Pereira me deixou vaidoso, quando me ligou dizendo que não perde nenhum dos meus artigos. Obrigado pelo incentivo, grande empresário !


extra

A Sétima Arte invadiu a Praça Higino Vital Barbosa, no bairro da Canafístula, em Arapiraca, na noite de quarta-feira (30), com o Tela Aberta ao Comerciário, do Serviço Social do Comércio (Sesc). Em parceria com a Prefeitura de Arapiraca, o projeto leva aos moradores da região sessões gratuitas de cinema, reverenciando o cineasta alagoano Celso Brandão. O evento acontece a partir das 19h e tem classificação livre.

robertobaiabarros@hotmail.com

O

presidente do Sindicato dos Professores de Igreja Nova Cidário dos Santos, informou que a categoria deve entrar em greve nos próximos dias para exigir reajuste salarial. Cidário fez críticas à administração municipal e disse que o prefeito José Augusto não cumpriu acordo. “Fui informado que alguns servidores ao receberem os seus vencimentos, constataram que não houve nenhum acréscimo que corres-ponda aos 8.32% dos professores e os 3.375% das demais categorias que ganham acima de um salário mínimo. Quero que fique claro que se alguém está deixando de cumprir com as suas promessas e esse alguém não sou eu e nem ninguém que faz parte da diretoria do SPMIM”, afirmou o sindicalista.

Providências Cidário dos Santos deixou claro que já acionou o departamento jurídico do Sindicato e pediu que os professores procurassem a entidade com os contracheques para que sejam tomadas as medidas cabíveis. “O sindicato está atento e vamos até o fim para que nossos professores não sejam prejudicados”, observou.

Não é aumento Segundo o presidente do Sindicato dos Professores, o reajuste de 6,75%, não é aumento de salário e sim a reposição das perdas acumuladas durante o ano 2013. O aumento salarial oferecido pelo Prefeito é de apenas 0,69%, o que para ele é

irrisório para o servidor público.

Uma vergonha

em 2014.

“Queremos trabalhar em parceria com a administração atual, porém, como presidente do SPMIN, tenho obrigação de defender o Servidor Público. 0,69% de aumento sinceramente é uma vergonha. Eles disseram que a Prefeitura não tem condições de pagar. Deveria, sim, aceitar a sugestão dos vereadores fizeram durante entrevista na Rádio Triunfo FM.

O DIAP classifica parlamentar “em ascensão” aquele deputado ou senador que vem recebendo missões partidárias, políticas ou institucionais e se desincumbindo bem delas. O dado negativo para a bancada de Alagoas é à saída do deputado Arthur Lira (PP) da lista dos parlamentares em ascensão. Entre os 100 parlamentares que comandam o processo decisório no Congresso, 63 são deputados e 37 são senadores.

Folha dobrou “Os vereadores Manoel Messias e Valdy Idalino sugeriram que o prefeito demitisse contratados e comissionados para reduzir a folha de pagamento. O servidor público não é culpado da folha da Prefeitura ter dobrado nesta administração”, completou o professor Cidário dos Santos.

Congresso Saiu à lista dos “cabeças” do Congresso Nacional, com os nomes dos deputados e senadores que se destacaram dos demais no exercício parlamentar. O levantamento é feito anualmente pelo DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), e esta é a 21ª edição da pesquisa que aponta os 100 parlamentares mais influentes do Congresso Nacional. Na lista dos “cabeças” de 2014, por Estado, figuram os nomes de dois senadores da bancada de Alagoas: Renan Calheiros e Fernando Collor.

Parlamentares Nesta 21ª edição dos “cabeças” do Congresso Nacional, apenas doze parlamentares entraram para o seleto grupo dos mais influentes do Parlamento brasileiro. Um deles, é o deputado alagoano Givaldo Carimbão (PROS), que integra a lista dos parlamentares em ascensão

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Tela aberta

ABCDOINTERIOR

Não cumpriu acordo

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Em ascensão

No interior 1 Nos momentos em que não está acompanhando o candidato Renan Filho (PMDB) em visitas na capital alagoana, o candidato a vice-governador Luciano Barbosa (PMDB) continua visitando as bases no interior de Alagoas. Na noite de terça-feira (29), Luciano Barbosa teve um importante encontro com o ex-prefeito de Lagoa da Canoa e candidato a deputado estadual Jairzinho Lira (PRTB), atual prefeito de Lagoa da Canoa, Álvaro Melo, o prefeito de Feira Grande, Veridiano Almir, e a vereadora por Arapiraca, a assistente social Aurélia Fernandes.

No interior 2 O encontro também contou com a presença de aproximadamente 500 pessoas. Barbosa aproveitou o momento para ouvir sugestões das lideranças políticas e do povo, como parte do projeto “queremos ouvir você”.

PELO INTERIOR ... Foi montada toda uma estrutura na praça do bairro da Canafístula, que tem por tradição dar suporte a todo tipo de manifestação cultural. ... Segundo a analista da Coordenação Artístico Cultural (CARC) do Sesc, Rosana Dias, exibindo sessões de curta-metragens e documentários produzidos por diretores alagoanos, o projeto Tela Aberta ao Comerciário surge com uma nova proposta: dessa vez, os filmes serão transmitidos nos bairros da cidade com duas sessões por local. ... Celso Brandão atua como professor, fotógrafo e diretor de documentários desde a década de 70 e atualmente conta com mais de 30 filmes realizados. ... Ele participou ativamente do antigo Festival de Cinema de Pendo, em que foi premiado em cinco edições, e ainda levou seus filmes para serem exibidos em festivais tanto no Brasil quanto no exterior. Sua principal temática são os elementos da cultura popular, como o artesanato, as festas e as crendices locais. ... No começo deste ano, a prefeita Célia Rocha anunciou uma série de obras pela cidade de Arapiraca. Um dos tópicos levantados e de maior importância por beneficiar diretamente a população foi à construção de novas Unidades Básicas de Saúde (UBS). ... Foram anunciadas 10 delas e algumas já se mostram em estágio de obras avançado, como o caso da UBS Vila Aparecida, situada na zona rural do município e que atenderá centenas de famílias das localidades vizinhas. ... “A unidade terá dois consultórios médicos e outro odontológico, além de salas de Educação em Saúde e de reidratação oral”, diz Ubiratan Pedrosa, secretário Municipal de Saúde. ... Já o secretário Municipal de Obras e Viação (Semov), Moyses Montenegro, afirma que os recursos no montante de R$ 646.781,30 foram obtidos do Ministério da Saúde (MS) para esta construção, que teve obras retomadas no início do mês de maio. ... O local dará assistência ao povo arapiraquense, garantindo-lhes o direito à saúde e atendimento de qualidade – para tanto, a Prefeitura tem capacitado técnicos das UBS através do programa Arapiraca Garante a Primeira Infância (Agapi), apresentando etapas da Puericultura Ampliada. Na quarta-feira (31), pela manhã, aconteceu encontro dos profissionais do 3º Centro de Saúde, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), bairro Santa Edwiges. ... Aos leitores desejamos um ótimo final de semana, com muita paz e saúde. Até a próxima edição. Fui!!!!!!


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Mudando os hábitos É inegável a alta da inflação, que se mede pelo próprio custo de vida. O fenômeno econômico ocorre por fatos climáticos, descontrole do governo, ganância do produtor, além de alta do dólar. Só tem uma saída para o consumidor: mudar seus hábitos, aprendendo a economizar o máximo que puder, pesquisar preços, só comprar quando tiver certeza de que o preço é mais barato e, claro, tudo à vista. Não é economicamente correto, comprar alimentos pelo cartão de crédito parcelado. Uma das dicas que sempre estou citando aqui é a necessidade de pesquisar, pechinchar, comprar o essencialmente necessário, e separar uma parte do que ganha, para poupar, formar uma reserva financeira, capaz e garantir o dinheiro a qualquer dia, quando precisar mesmo. Mudar de marca, também é outra dica importante. Com a concorrência muito grande no comércio, comprar um produto de limpeza, por muitos anos, e de repente encontra um similiar de outra marca, com preço mais baixo. Deve comprar logo. Uma boa maneira de economizar.

Juros Os juros pelo cartão de crédito amortizado (quando se paga o mínimo da fatura), é bem maior do que até mesmo o cobrado pelos agiotas. Chega a quase 20%, um verdadeiro absurdo para quem utiliza esse mecanismo e crédito. Não se deve comprar amortizando e sim, pagando o valor total da fatura. Assim, vá se habituando a sobreviver de acordo com o que ganha. Jamais se endividar e chegar ao “fundo do poço”, como milhares já estão.

Especial Outro juro exagerado é o cobrado pelos bancos para quem usa cheque especial, um mecanismo, que em breve vai ficar em desuso, como o próprio cheque normal. Hoje, as pessoas usam mais especificamente o chamado “dinheiro de plástico” que é o cartão de débito ou de crédito. Mas no último caso, vale a dica anterior. O primeiro, é perfeito, melhor do que andar com dinheiro em espécie no bolso. Detalhe: Não pague qualquer tipo de juro, quando o vendedor cobrar. O cartão é como se fosse em moeda mesmo, à vista.

Suas contas Pague em dia as suas contas, tanto as despesas fixas como as do dia a dia. Evite os juros e multas, nunca acumulando débitos. É a regra básica, para quem quer viver com tranquilidade. Também escolha as datas de pagamento de acordo com a do recebimento de seu salário. Isso vale para contas de energia, condomínio, telefone, mensalidade escolar, plano de saúde, prestação de lojas com carnê, ou a da casa própria.

Orçamento Entre no segundo mês do segundo semesteS com os débitos fixos em dia. Não esqueça de fechar o balancete mensal e verificar se realmente cumpriu o prometido: pagou tudo e ainda sobrou dinheiro para a caderneta de poupança. Se já recebeu a metade do décimo terceiro, deve ter pago alguma dívida atrasada. Deixe a segunda metade, que será paga em dezembro, para gastar ou ainda aumentar sua reserva financeira


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE AGOSTO DE 2014 -

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