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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 783 - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014

AÇÃO CONTRA ARTHUR LIRA TRAZ DE VOLTA ESCÂNDALO DOS TATURANAS

Júlio Cezar - antes de virar candidato - fazia campanha ao lado de Biu e Toledo

CABO ELEITORAL DE BIU VIRA COVEIRO DOS TUCANOS VILELA ENTERRA PSDB PARA AJUDAR CANDIDATURAS DE RENAN FILHO E BIU DE LIRA P/ 8 e 13

P/14

PF MONTA CENTRAL PARA INVESTIGAR DENÚNCIAS DE COMPRA DE VOTOS P/12

EX-DEPUTADO ACUSADO MAIORIA DO ELEITORADO DE VÁRIOS CRIMES É ALAGOANO É DE DISPUTADO COMO ANALFABETOS FUNCIONAIS; CABO ELEITORAL SÓ ASSINAM O NOME

P/16

P/6

RENAN FILHO E BIU DE LIRA TÊM MENOR PATRIMÔNIO ENTRE SEUS COLEGAS DO NORDESTE P/7


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Final melancólico

Omar abandonado 1

D

uas semanas após passar por uma cirurgia para retirada de um tumor maligno no intestino, o ex-governador Divaldo Suruagy recebeu uma sentença do TRE que o coloca na lista dos políticos fichas-sujas, com a suspensão de seus direitos políticos. Para quem foi tudo em Alagoas: prefeito da capital, secretário de Estado, deputado, senador e governador por três mandatos, a nova decisão judicial vem colocar um final melancólico na carreira política do ex-governador. Como todo político clientelista, Suruagy foi omisso e até conivente com a violência e a corrupção praticadas pelos “amigos do poder”. Governou o Estado com os cofres cheios por dois mandatos sem ter realizado grandes obras. Sem visão de futuro, perdeu-se no seu tempo. No terceiro mandato, com os cofres vazios e as despesas sem controle, caiu na armadilha de arranjar dinheiro fácil com uma fraudulenta emissão e venda de títulos públicos orientado pelo “amigo” e braço direito José Pereira, então secretário da Fazenda. Sem dinheiro para pagar o funcionalismo, foi forçado a renunciar ao cargo e deixar o Palácio pela porta dos fundos. Mais do que uma sentença penal e a perda dos seus direitos políticos, a fraude das “letras podres” quintuplicou a dívida pública de Alagoas, chegando à cifra impagável de R$ 8,5 bilhões, que engessou a economia estadual até os dias de hoje. Abandonado pelos “amigos do poder” passou a viver no ostracismo político. Mas, justiça seja feita. O ex-governador nunca foi flagrado com a mão nos cofres públicos, e pela vida simples que leva junto com sua família, é lícito afirmar que Suruagy é um homem honesto, um exemplo a ser seguido.

No país das Alagoas Antônio Albuquerque, João Beltrão, Cícero Ferro e outros taturanas disputarão as eleições deste ano na condição de candidatos fichas limpas. Já o ex-governador Divaldo Suruagy foi considerado ficha-suja pelo TRE e proibido de se candidatar a cargo eletivo. E viva Alagoas!

Canal de problemas As obras do Canal do Sertão estão prestes a ser paralisadas por falta de dinheiro e prestação de contas ao governo federal. Com isso, cerca de 3.800 trabalhadores perderão seus empregos.

Circula nos bastidores da política que o deputado Arthur Lira (PP), filho de Biu de Lira, candidato a governador, estaria pedindo votos para o senador Fernando Collor de Mello. A questão que fica é que Omar Coelho (DEM) senador da chapa de Biu, está praticamente abandonado.

Omar abandonado 2 Cadê o prefeito? De tanto se preocupar com os outros municípios, o presidente da AMA, Jorge Dantas, esqueceu a cidade que ele próprio administra. Pão de Açúcar está entregue à própria sorte enquanto o prefeito vive embrenhado no Sertão caçando votos para seu candidato Biu de Lira.

Deu na Folha de SP

Outra informação, da Rádio Corredor, diz que Eudócia Caldas, candidata até então a 1ª suplente de Omar Coelho (DEM) na chapa de Biu de Lira (PP) desistiu da candidatura e com isso seu filho JHC (SDD), que está concorrendo a uma vaga na bancada federal teria declarado apoio a Heloisa Helena do PSOL. Tudo isso seria para atrapalhar a reeleição de Collor? Fica a pergunta.

Pesquisa imóvel

Uma das noras de Lula (R$ 13, 5 mil por mês), a mulher do mensaleiro João Paulo Cunha (R$ 22 mil por mês) e três outros petistas de carteirinha (mais de R$ 30 mil cada um) foram contratados pelo Sesi depois de 2003, já no governo Lula, não necessariamente para trabalhar.

A Prefeitura de Maceió insiste em alegar que depende dos resultados de uma pesquisa de mobilidade urbana, feita pelo governo do Estado, para só então elaborar o edital de licitação do transporte urbano da capital. O problema é que encontrar um só maceionse que tenha sido ouvido na tal pesquisa está mais difícil do que encontrar “agulha num palheiro”.

Preocupação

Mosca ou mosquito?

A crise no setor sucroalcooleiro não deixa ninguém de fora. Se não bastasse uma campanha dura pela frente, o candidato a vice-governador na chapa do Biu, o deputado Alexandre Toledo, precisa reverter a situação de sua joia e fonte de votos em Penedo. A usina Paisa está em crise, com atrasos de salários e servidores eleitores insatisfeitos. Na semana passada, os funcionários paralisaram os trabalhos durante o turno da manhã para reivindicar seus direitos. Em plena campanha, Toledo ganhou um grande problemão que pode lhe tirar os poucos votos que ainda restam na ‘Cidade dos Sobrados’.

Tal qual seus antecessores, o prefeito Rui Palmeira parece também ter sido mordido pela “mosca azul” que emperra há mais de uma década a licitação do transporte urbano de Maceió, uma obrigação moral e uma dívida social para com a população. Mas afinal, a culpa é da mosca ou do mosquito, este último mais famoso por sugar o sangue dos pobres viventes?

Pregação Em Penedo, no jogo político tudo é possível. Na histórica cidade é assim: cada um em seu púlpito, ou melhor, microfone. Na Rádio Farol Melodia, emissora comunitária comandada por João Henrique Caldas (JHC), vários programas evangélicos foram tirados do ar. O motivo seria devido seus âncoras (pastores) se afinarem com a pregação política de Jota Cavalcante.

Biu na moita Informações chegadas à coluna dão conta de que o senador Biu de Lira - que andou sumido no último fim de semana - estaria escondido em seu apartamento por não cumprir compromissos financeiros com aliados e cabos eleitorais. Esses compromissos teriam sido assumido antes mesmo da consolidação da chapa de Biu ao governo. Biu - segundo assessores - acreditava que sua candidatura ganharia o apoio do governador Téo Vilela e por tabela, ajuda financeira para a campanha.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Vendendo terreno na lua Vitória – Parece que não existe concretamente propostas reais dos candidatos a presidente. A sensação é de que há mais chutes do que coisas palpáveis que compartilhem os problemas com a população. A recessão econômica bate às portas das pessoas, o desemprego é uma ameaça real e a estagnação da economia pode levar ao desemprego e menos comida na mesa. Mas até agora, diante desse quadro perverso da economia, os candidatos de oposição ainda não conseguiram falar a linguagem que o povo entende: a do transporte público eficiente, o baixo custo dos alimentos, propostas para agricultura, a mola propulsora do país, melhores escolas, instalação de novos hospitais, construção e restauração das rodovias e a retomada dos investimentos em infraestrutura como forma de gerar emprego e renda. Muitos dos candidatos, pelo menos dois oposicionistas Aécio e Eduardo, preferem discutir assuntos que dependem exclusivamente do Congresso Nacional como a reforma política e, mais uma vez, o fator previdenciário. É vender terreno na Lua, porque todos sabem que isso depende exclusivamente dos partidos que povoam as duas Casas. Sem um entendimento com a maioria dos deputados e senadores a coisa não anda nem na Câmara e nem do Senado. Num regime presidencialista como o nosso, nada se faz sem os métodos antigos fisiológicos, responsáveis pelos últimos escândalos políticos do país. O despreparo da oposição para encontrar a sintonia entre o discurso e o que a população pensa é gritante. Não há novidade nas propostas apresentadas e muito menos veremos lá na frente ideias avançadas em relação ao que os candidatos pensam do país. Eduardo, por exemplo, centra suas críticas na administração caótica da Dilma, mas poupa o Lula, seu amigo, das acusações mais ácidas. Aécio perdeu tempo falando de um pedaço de terra em Minas Gerais que virou aeroporto no terreno da família. Ficou defendendo-se de acusações que o próprio Ministério Público já havia consideradas descabidas. A Dilma continua vendendo terreno na Lua. Pelo que tem falado parece equidistante do poder, pois promete ao eleitor um mundo maravilhoso que ela própria não consegue oferece como presidente da república. Fala em propostas vazias que certamente não vai cumprir se for reeleita porque o Brasil atravessa uma de suas maiores crises econômica dos últimos anos, uma problema que pode levar o país a um buraco negro de dimensão catastrófica. Incompetente para administrar o Brasil, Dilma viaja pra cima e pra baixo fazendo promessas vãs que o povo já não confia pelo descrédito do seu partido, o PT.

Rejeição A rejeição da presidente é descomunal. Semana passada tive acesso a uma pesquisa diária que o dirigente de uma estatal faz para medir o termômetro do sobe e desce da rejeição da presidente no país. Fiquei estarrecido com o crescimento dos números que sobem mais do que os dos impostômetros. Em São Paulo, capital governada pelo PT, os números assustam. A rejeição já se aproxima dos 60%, uma das maiores de todos os tempos quando se trata de uma reeleição presidencial. Os números não só crescem no Sudeste como também dão sinais de que estão vivos no Nordeste, onde normalmente o PT sempre teve uma votação avassaladora pelos programas assistencialistas que promove até hoje na região. O Nordestino já olha com desconfiança o dinheirinho que recebe do Bolsa Família porque a inflação está comendo todinho.

Vantagens Se por um lado Dilma tem a vantagem dos mais de dez minutos na televisão, por outro vai enfrentar um problema sério de imagem. Manda a cartilha do marketing que o candidato não deve se expor muito na televisão quando a sua rejeição extrapola os 20%. No caso de Dilma, esses índices negativos se aproximam dos 40%, números nunca alcançados por outro candidato a presidente no país.

Esconder As aparições da presidente pelo Brasil afora não têm sido bem sucedidas. Seus discursos são vazios, as bases eleitorais estão rachadas nos estados e muitos dos seus aliados, do próprio partido, não querem, aparecer aio seu lado, como é o caso de Fernando Pimentel, candidato a governador, que rifou a Dilma da sua campanha. E com razão. Em Minas Gerais Aécio lidera as pesquisas com 41% seguido de Dilma com 31%.

Cadê Lula Lindembergh, o candidato do PT no Rio, está magoado com a Dilma que preferiu não subir no seu palanque. Incentivado por Lula a se lançar candidato, o senador agora amarga o ostracismo. Como companheiro de palanque, contenta-se com Romário, crítico da administração da Dilma com chances reais de ser o novo senador do Rio de Janeiro, já que seu principal concorrente, o ex-prefeito Cesar Maia, além dos baixos índices nas pesquisas, ainda corre o risco de ser cassado por condenação de improbidade.

Xô É lamentável a situação da presidente e a sua performance eleitoral, mesmo com índices maiores do que os de seus principais adversários até agora. Em São Paulo, Skaf, o candidato do PMDB, ex-presidente da Fiesp, já anunciou que não apoia a Dilma. Segundo ele, “por motivos óbvios”. Na capital e no estado, a presidente amarga uma das maiores rejeições para voltar ao Palácio do Planalto. Até o vice-presidente Michel Temer já tentou interceder em favor dela, mas o marqueteiro Duda Mendonça vetou que Skaf se apresentasse ao seu lado pedindo votos ao povo paulista que pretende deixar Geraldo Alkmin novamente no governo.

Efeito A rejeição ao PT paulista é um efeito retardado. A população ainda não assimilou o apoio de Paulo Maluf, deputado federal, procurado em mais cem países do mundo por corrupção, ao atual prefeito Haddad, recordista em rejeição. Lula apareceu numa fotografia nos jardins da casa de Maluf abraçando-o carinhosamente e pedindo o seu voto e de seu partido para Haddad. A população que elegeu seu pupilo é a mesma que hoje o abandona.

Desgaste

Aqui, não

Com a imagem desgastada, ninguém quer aparecer ao lado da presidente que se ressente da falta de apoios quando percorre os estados em busca de votos. No Rio, apenas Pezão apoia abertamente a reeleição da Dilma, mesmo assim com um pé atrás e outro na frente. O PMDB consulta o termômetro diariamente. Se por acaso ela for para o buraco, ninguém pretende ir junto. A exemplo dos coveiros, ninguém vai querer entrar na sepultura com ela.

No Ceará, a situação da Dilma também não é confortável. Lá, Eunício Oliveira juntou-se a Tarso Geirissarti , candidato dos tucanos a senador, para derrubar outro petista, candidato dos Gomes. Oliveira está folgado na frente com mais de 40%, enquanto o candidato do Petê continua patinando nos 15%. A derrota da Dilma na terra dos Gomes pode reduzir o número de votos que os petistas sempre tiveram no Ceará e na região Nordeste. E se isso realmente ocorrer, como mostram todos os mapas eleitorais, Dilma corre o sério risco de se mudar de Brasília em 2015.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Multa eleitoral

A Justiça Eleitoral condenou o PMDB ao pagamento de multa de 29 mil e 400 reais por propaganda extemporânea, com a distribuição do jornal do partido. A decisão foi proferida pela desembargadora eleitoral Auxiliar, Sandra Janine Wanderleu Cavalcante Maia, depois de representação feita pelo advogado Marcelo Brabo, da coligação “Juntos com o povo pela melhoria de Alagoas”, que compõe nove partidos aliados.

Eleição de um tiro só

Escândalo

S

em um candidato de fôlego para disputar o governo do Estado, o PSDB contribuiu para que a eleição seja decidida logo no primeiro turno. A presença do vereador de Palmeira dos Índios Júlio Cezar, disputando o cargo que antes era ocupado pelo procurador Eduardo Tavares, é apenas não deixar as águas rolarem. O vereador, por exemplo, já havia declarado apoio ao senador Biu de Lira e com certeza não fará grandes esforços para tocar uma campanha que não terá estrutura, seguidores e consequentemente apoio logístico e financeiro. Júlio Cezar ficará como a rainha da Inglaterra, soberano, mas sem decisões de mudar as regras do jogo. No íntimo, porém, torce para que Biu seja o vencedor nesta contenda entre ele e Renan Filho. O PSDB termina esta eleição com a grande frustração de não ter construído uma candidatura que pudesse substituir Téo Vilela, mas terá ainda muito tempo, futuramente, para juntar os cacos e tentar novos vôos na política alagoana.

Apoio a Biu O prefeito Rui Palmeira deve anunciar amanhã, sábado, seu apoio ao candidato ao governo, Biu de Lira. Alguns assessores de Palmeira dizem que este seria o destino natural do prefeito, pelo apoio que sempre recebeu do senador do PP. Anunciando o apoio, Biu terá reforçadas suas bases na capital.

Sinal amarelo As caminhadas de Renan Filho na grande Maceió têm trazido problemas internos para o Chapão. Menos conhecido do que o ex-prefeito Cícero Almeida e o senador Fernando Collor, muitos eleitores desconhecem até a presença do candidato ao governo. Esta situação tem gerado pequenos conflitos e a assessoria política do candidato tenta encontrar soluções para resolver o problema. Aliás, um problema e tanto.

Brincadeira O presidente do PSDB em exercício, Claudionor Araújo, justificou a candidatura de Júlio Cezar ao governo como uma coisa nova na política e que entra para ganhar a eleição. Claudionor, boa praça, tem hora que sai com cada brincadeira!

Mesa Diretora Pode até parecer coisa do outro mundo, mas alguns deputados que acham que serão reeleitos sem problemas, já tratam de fazer projeções e negociações para a eleição da futura Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. As conversas giram somente naqueles que realmente têm condições de manter um assento na Casa de Tavares Bastos.

Está para estourar uma grave denúncia de figura muito conhecida na política alagoana e que pode contaminar a candidatura de outras pessoas. O assunto até agora está sendo mantido em sigilo, mas vai demorar pouco para a população tomar conhecimento.

Compra de voto Dizem que as ofertas aumentaram muito nos últimos dias. As malas pretas estão circulando de norte a sul do Estado, mas tem liderança política que tem reclamado de compromissos que não estão sendo honrados.

Célia em Arapiraca Bem que o candidato Renan Filho e o senador Fernando Collor gostariam, mas a administração de Célia Rocha, em Arapiraca, tem sido sofrível. Que o diga o funcionalismo público, que tem tido sérias dificuldades para receber salários.

Campanha fria Quem tem andado pelo interior não nota muita movimentação política com vistas às eleições de outubro. Ou os candidatos estão se resguardando para dar a botada no final da campanha, ou o eleitorado está descrente dos nomes que estão aparecendo por aí.

Almeida x Rui Uma briga interessante vai ser travada em Maceió a partir de agora. Nas urnas, Cícero Almeida e Rui Palmeira vão disputar, nas urnas, quem dará mais votos aos seus candidatos, no caso Renan Filho e Biu de Lira.

Projeção O ex-prefeito Cícero Almeida, candidato a deputado federal, acha que sai de Maceió com mais de 100 mil votos pelo trabalho que realizou na capital durante oito anos de mandato. Vai testar o seu prestígio nas urnas, disputando votos com outros candidatos que também têm serviços prestados ao município, a exemplo de Ronaldo Lessa.

Em Brasília Deputados e senadores esqueceram um pouco a campanha na capital e no interior e viajaram para Brasília para sessões marcadas para a Câmara e Senado. Eles voltaram nesta quinta e recomeçaram as andanças pelo Estado. Sessões em Brasília no Congresso Nacional só no dia 2 de setembro.

Rejeição Conta-se a dedo qual o prefeito com mandato em Alagoas que anda bem nas pesquisas. Alguns chegam até a ter 80% de rejeição. Pior: andam mal das pernas com os próprios servidores públicos, que penam para receber os salários.

Fiscalização O Tribunal Regional Eleitoral, através da Polícia Federal, começa a apertar o cerco contra maus políticos que ainda teimam em ganhar eleições comprando votos.

Pras cucuias E a infidelidade partidária? Existe este animal na campanha para as eleições deste ano? Se o Tribunal Eleitoral for mesmo provocado para apurar os desvios de conduta políticos, não ficará pedra sobre pedra, ou seja, candidato sobre candidato.

Irreconhecível Amigos de Téo Vilela continuam achando muito estranho o comportamento do governador com relação às eleições majoritárias em Alagoas. ´´Esse não é o Téo que conheço há muitos anos´´, disse um fiel escudeiro.

Vantagem O governador Téo Vilela ficou acuado com a indicação de Júlio Cezar escalado no lugar de Eduardo Tavares para disputar o governo. Mas dizem por aí que ele foi pressionado por muita gente, inclusive por alguém que vai levar vantagem nisso tudo.

Alerta para o Júlio Se o vereador Júlio Cezar não exercer direito o seu papel de candidato, vai terminar tendo sua candidatura obstaculada pelo Ministério Público Eleitoral. E fica ameaçado até de, futuramente, perder a chance de se candidatar a prefeito de Palmeira dos Índios, seu maior desejo.

Reação de Tavares O Propcurador Eduardo Tavbares que desistiu de sua candidatura ao governo, deve acionar a Justiça para reparar danos que sofreu de certa figura política. Homem sério, decente, Tavares tem demonstrado que não gostou nem um pouco da experiência política nesses últimos meses. Além do mais, foi vítima de inverdades sobre seu comportamento ético.


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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Maior parte do eleitorado de Alagoas é formada por analfabetos funcionais

Em quatro anos, estado registra queda de 1,9% no número de eleitores

CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

A

cada eleição, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulga o grau de instrução do eleitorado. Em cima deste levantamento, o jornal EXTRA divulga o perfil dos 1.995.727,00 eleitores aptos a votar nas eleições de outubro em Alagoas. De acordo com os dados repassados pela assessoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a maioria do eleitorado tem ensino fundamental incompleto, faixa que representa 27,5% (548.864 mil). Em comparação ao pleito de 2010, o número diminuiu 15,6% (651.018 mil). O levantamento também mostra que 15,8% dos eleitores (316.706 mil) apenas leem e escrevem. Analfabetos somam 12,7% (253.802 mil). O percentual de eleitores que não terminou o ensino médio é de 11,7% (235.190 mil). Em seguida, aparecem aqueles que conseguiram terminar essa etapa de ensino, 17,3% (346.408 mil). Somente 5,9% dos eleitores

Gráfico que mostra o grau de instrução dos eleitores em Alagoas.

(119.129 mil) concluíram curso superior. Na comparação com os dados da eleição de 2010 todos os números ficaram tiveram certas diminuições. A pesquisa é feita com base nas informações que o eleitor presta à Justiça eleitoral quando se cadastra para votar. REDUÇÃO Ainda conforme os números divulgados pelo TSE, o eleitorado alagoano diminuiu 1,9% nos últimos quatro anos, reduzindo de 2.034.326 votantes, em

2010, para 1.995.727, diminuição de quase 40 mil eleitores. MAIOR E MENOR A Região Sudeste é a que concentra o maior número de pessoas aptas a votar, 62.042.794 (43,44%). O Nordeste aparece logo depois com 38.269.533 (26,80%), Sul, 21.117.307 (14,79%), Norte, 10.801.178 (7,57%) e Centro-Oeste, 10.238.058 (7,17%). O menor colégio eleitoral é o da cidade de Araguainha, no Estado de Mato Grosso,

com 898 eleitores. Já São Paulo, com 8.782.406 eleitores, é o maior colégio eleitoral municipal. No pleito de 2014, os eleitores residentes no exterior somam 354.184, 0,25% do total do país. Em relação à disputa de 2010, houve um crescimento expressivo, de 76,75% do total de votantes fora do Brasil. Esses eleitores estão em 118 países – quase a metade, nos Estados Unidos. HOMENS, MULHERES, JOVENS E IDOSOS A maioria do eleitorado em Alagoas é formada por

mulheres, com 1.069.126,00 (53,57%), enquanto os homens somam 926.601 (46,429%). Enquanto no pleito de 2010 geral os eleitores de 16 a 24 anos eram 434.567 mil, no dia 5 de outubro eles serão 393.832, uma redução de 40.735 mil eleitores. O o percentual de idosos aptos a votar também diminuiu. Em 2010, os eleitores com 60 anos ou mais e superior a 79 anos eram 265.766 (13,064%). Este ano, 246.527 (12,353%) idosos estão em condições de votar.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014 - 7

ELEIÇÕES 2014

Patrimônio de candidato ao governo do Ceará é o maior do Nordeste Renan Filho e Biu de Lira estão entre os ‘lanterninhas’ em relação aos bens declarados junto ao TSE CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

B

aseando-se nas pesquisas eleitorais feitas em todos os nove estados do Nordeste, o EXTRA escolheu os dois candidatos mais bem colocados na disputa ao governo para fazer as comparações entre os bens declarados e o limite de gastos na campanha. O senador Eunício Oliveira (PMDB), que concorre ao governo do Ceará e lidera as pesquisas eleitorais, tem o maior patrimônio declarado à Justiça Eleitoral entre todos candidatos da região. Ele informou possuir mais de R$ 99 milhões em bens. As informações sobre o patrimônio dos candidatos fazem parte da declaração entregue por partidos e coligações aos seus Tribunais Eleitorais para registro das candidaturas, cujo

prazo terminou no dia 5 do mês passado. O patrimônio de Oliveira inclui mais de 90 imóveis rurais e uma Land Rover. O bem mais valioso é a empresa Remmo Participações, cujo valor declarado é de R$ 19 milhões. Em relação aos limites de gastos, o senador pretende gastar R$ 67 milhões. Segundo colocado na pesquisa no Estado, Camilo Santana (PT) declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter um patrimônio que não chega a 1% dos bens de seu concorrente. Seus bens estão no valor de R$ 534.576,65. Já o limite de gastos de sua campanha será de R$ 64 milhões. O patrimônio real dos candidatos pode ser maior do que o informado ao TSE. Isso porque a declaração en-

Jackson Barreto entre os que lideram as pesquisas tem o menor patrimônio; já Eunicio Oliveira tem o maior

tregue à Justiça Eleitoral é a mesma feita da Receita Federal, na qual o contribuinte tem de informar o valor de compra dos imóveis, e não o valor atualizado. O dinheiro utilizado para a campanha não parte necessariamente dos bens dos candidatos. Os postulantes podem receber doações dos próprios partidos e de pessoas físicas e jurídicas. No Estado de Pernambuco estão em primeiro e segundo lugar respectivamente, Armando Monteiro (PTB) e Paulo Câmara (PSB). O petebista não lidera apenas as pesquisas intencionais de voto, mas também a riqueza. Seu patrimônio está avaliado em R$ 14.917.614,75. Logo seu limite de gastos na campanha chega a R$ 30 milhões. No caso de Câmara, seu patrimônio declarado à Justiça foi no valor de R$ 364. 299,89 e o limite de gastos de R$ 19.500.000,00. No Rio Grande do Norte quem está na frente nas pesquisas é o atual presidente da Câmara Federal, Henrique Alves (PMDB). Em relação aos bens declarados,

ele também está à frente de seu opositor Robinson Faria (PSD). Alves declarou seus bens em R$12.414.019,98 e limite de gastos no valor de R$ 40 milhões. Já Faria declarou ter R$ 8.333.819,99 em bens e que pretende gastar R$ 18 milhões. No quarto lugar entre os candidatos mais ricos está Lobão Filho (PMDB), concorrente ao governo do Maranhão. Ele declarou bens no valor de R$ 9.881.256,03 e limite de gastos de R$ 50 milhões. Seu opositor na disputa, Flávio Dino, revelou um patrimônio de R$933.605,93 e um limite de gastos de R$ 10 milhões. PIAUÍ E PARAÍBA No Piauí e na Paraíba a situação é diferente. Os dois candidatos que estão em segundo lugar lideram em relação aos patrimônios. O piauiense Zé Filho (PMDB) declarou um patrimônio de R$ 1.948.660,30, com limite de gastos de R$ 20 milhões. E Wellington Dias (PT) revelou para Justiça ter R$ 551.654,68 em bens e que deve gastar na campanha R$ 5 milhões.

Na Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) tem um patrimônio em torno de R$ 1.405.603,81 e um limite de gastos de R$ 25 milhões, enquanto Cássio Cunha Lima (PSDB) afirmou ter R$ 874.430,46 e que pretende gastar R$ 18 milhões na campanha. ALAGOAS E SERGIPE Entre os que lideram as pesquisas eleitorais com os menores patrimônios estão: Renan Filho (PMDB) de Alagoas e Jackson Barreto (PMDB) de Sergipe. O filho do senador Renan Calheiros afirmou ter um patrimônio de R$ 784.424,56 e limite de gastos de R$ 59 milhões. Seu opositor, Benedito de Lira (PP) aparece um pouco atrás, com patrimônio de R$723.220,66 e limite de gastos de R$ 30 milhões. Atual governador de Sergipe, Barreto declarou ter R$ 453.016,18 e que pretende gastar na campanha R$ 10 milhões, enquanto Eduardo Amorim (PSC) afirmou ter R$ 283.701,28 e que deve gastar também R$ 10 milhões no pleito.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014

ELEIÇÕES 2014

Vilela enterra PSDB para ajudar Renan Filho e Benedito de Lira Governador lança animador da campanha à chefia do Executivo para facilitar ‘aliança branca’

ODILON RIOS REPÓRTER

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eunido com os prefeitos, vereadores e deputados do PSDB, o governador aclamou: todos poderiam votar em quem quisessem nas eleições de outubro. Mesmo que o partido lançasse um candidato na disputa à chefia do Executivo. Foi isso o que aconteceu: o vereador, jornalista e ex-animador da campanha de Vilela, Júlio César, assumiu o fardo de entrar na disputa, como última das últimas alternativas do Palácio República dos Palmares em salvar a herança do tucanato local. Sem chances diante das poderosas campanhas do senador Benedito de Lira (PP) e do deputado federal Renan Filho (PMDB), o PSDB se divide: o presidente da Associação dos Municípios (AMA), Jorge Dantas, confirmou que vota na vereadora Heloísa Helena (PSOL) ao Senado. “Não farei campanha para ela. Apenas declaro meu voto. Ela já sabe de minha opção”, disse. O prefeito de Palmeira dos Índios, James Ribeiro, fica com o senador Fernando Collor (PTB). Em Maceió, Rui Palmeira declara apoio ao senador Benedito de Lira (PP). Ao Se-

nado, deve ficar com Collor (pelos laços com o pai dele, Guilherme). O ex-vice de Eduardo Tavares, o deputado estadual Gilvan Barros, mantem o filho na disputa à Assembleia Legislativa. E será cabo eleitoral de Renan Filho. Com um xadrez político extraordinariamente complicado, Alagoas vive uma situação estranha. Desde a redemocratização, em 1985, todos os governadores alagoanos fizeram o sucessor ou apontaram um nome viável para a disputa eleitoral. Desde 1986, quando, para enfrentar Fernando Collor, naquela época no PMDB, Divaldo Suruagy, do então PDS, lançou Guilherme Palmeira; até recentemente, em 2006, o então governador Ronaldo Lessa, do PSB, escolheu o senador Teotonio Vilela Filho (PSDB) para sucedê-lo, derrotando o usineiro João Lyra, então no PTB. Em todas as eleições existia uma candidatura governista. Porém, esta é a primeira disputa na qual o Palácio República dos Palmares fica de fora, trabalhando como uma linha auxiliar de uma frente eleitoral que tem o apoio da máquina estadual sem, no entanto, assumir que é a candidatura do governador.

ARRUMAÇÃO Uma das explicações para esta situação está no próprio governo Téo Vilela, uma arrumação de muitos secretários, mas sem unidade partidária, programa de governo ou comando político. Cada secretário se considerava no cargo em função do apoio político de determinado parlamentar ou de um grupo econômico, como no caso da Secretaria da Fazenda. E o governo se transformou num condomínio. Na hora em quem foi preciso ter a mínima coerência para apresentar uma proposta de sucessão, cada um saiu para o próprio lado. Biu de Lira era o governador de fato de três secretarias, o deputado federal Givaldo Carimbão (PROS) de duas, o vice-governador José Thomáz Nonô (DEM) e o deputado federal Maurício Quintella (PR)tomavam conta de outras duas, cada um, e a família Toledo de mais duas. Cada secretário prestava contas ao chefe político. Em muitos casos, nem o governador sabia, nem mesmo o secretário do Gabinete Civil, Álvaro Machado, acompanhava o que se passava dentro de cada uma delas. Como não havia comando no Governo, os nomes lançados foram sendo desmontados um a um pela própria rivali-

dade interna. O primeiro foi Thomaz Nonô, sucessor natural por ser vice-governador por oito anos. Sem apoio e sabotado pelos demais grupos, Nonô terminou protagonizando um fato nacional quando o DEM deixou a coligação com o PSDB local para apoiar o PP. Terá uma aposentadoria vista como honrosa: levar adiante a campanha do senador Aécio Neves no Nordeste. Dois secretários, Marcos Fireman e Luiz Otávio, também se lançaram e, da mesma forma, foram descartados por

Téo Vilela. Hoje, Fireman joga um papel importante na candidatura de Biu (substituindo Napoleão Casado, indicado por Maurício Quintella) e Luiz Otávio está no banco de reservas, olhando os lances da partida. Até o deputado federal Alexandre Toledo, que foi para o PSB como uma iniciativa do Palácio para ser o candidato a governador e ajudar o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), ficou ziguezagueando como postulante a governador, senador, para terminar vice de Biu de Lira. Mal avaliado nas funções mais importantes – saúde, educação e segurança – o Governo também foi reprovado no âmbito político, quando não conseguiu fazer uma chapa minimamente competitiva. Vilela indica um candidato ‘laranja’ para disputar sua sucessão ao governo


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Candidatura de ET também era figurativa ODILON RIOS Repórter

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caso mais chamativo foi a escolha do procurador Eduardo Tavares para a disputa. Lembrando que ele disse ter saído da disputa por falta de apoio (também financeiro) do Governo. Não é toda a verdade porque a campanha de ET até o dia 25 de julho (ele renunciou no dia 24) havia recebido R$ 1,2 milhão. Nada mal comparado a Renan Filho (R$ 2,5 milhões) e Biu de Lira (R$ 962,2 mil). Problema era o projeto: garantir a eleição do sobrinho de Vilela, Pedro, a deputado federal e o segundo turno a Biu de Lira. ET rejeitou as duas propostas. Tirado do bolso do colete, ele foi vendido como um nome novo. Sem experiência política, a não ser uma passagem como vereador em Traipu, Tavares não conseguiu juntar nem mesmo os deputados e prefeitos tucanos. Apontada como resultado de um acordo com Renan Calheiros, essa escolha soou meio estranha no mundo político. Havia quem acreditasse que Téo Vilela estava se guardando junto ao Poder Judiciário em futuras decisões- em especial a da Operação Navalha, cujas investigações voltam a primeira instância no próximo ano. Depois de um mês de campanha, ET alegou falta de apoio e de estrutura. E abandonou a candidatura. Toda a história de “novo nome” ou “jeito diferente” foi para o espaço. Como explicar que o candidato do governador não tenha tido condições mínimas para fazer uma campanha? Todos os políticos experientes

afirmam que qualquer candidato apoiado – de fato – por um governador teria 30% dos votos. Com a caneta nas mãos, o governador pode mobilizar recursos para, pelo menos, começar bem uma campanha. Téo Vilela fez o contrário. Não mobilizou nenhum de seus prefeitos ou deputados, determinando o apoio ao desconhecido Tavares e, tão grave, não pressionou os partidos aliados para que dessem apoio a candidatura governista. Manteve, por exemplo, os cargos do PROS, mesmo ele estando com Renan Filho; PP, PSB e PRB não perderam cargos na administração. Vilela assistiu quase passivamente os aliados caminharem em direção a Biu de Lira e o máximo do esforço foi atrair o PRB de Galba Novais, que mais refletiu sua preocupação em garantir a chapa federal para seu sobrinho Pedro e atrapalhar os planos de Collor. O PRB tinha a suplência de Collor com Euclydes Mello. As análises – e especulações – levantam a possibilidade de um acordo entre Téo e Renan pensando em 2018. Só assim se explicaria tanta facilidade para a formação da frente liderada por Biu de Lira, a cortesia em relação ao PMDB e o comportamento tão desinteressado do governador em relação ao candidato do Palácio República dos Palmares. Esta semana, o ato final da campanha tucana revela a própria dissolução partidária, quando o ex-futuro vice, deputado estadual Gilvan Barros, negouse a ser o candidato a governador restando Téo lançar o vereador Julio César, de Palmeira dos Índios, o mesmo que vinha fazendo campanha

para Biu de Lira do PP.

Há quatro anos, Heloisa Helena foi derrotada por Benedito de Lira

Fernando Collor, que busca reeleição, é o alvo das investidas de Téo

BIU: O OBSTINADO O senador Biu de Lira é um exemplo de obstinação. Na eleição de 2010, saiu de 3% nas pesquisas iniciais para ser o mais votado candidato ao Senado, com mais votos que a vereadora Heloísa Helena (PSOL) e o senador Renan Calheiros (PMDB), tratados como nomes fáceis nas urnas. Desde então, Biu é candidato a governador tratandose como a zebra da votação. Líder de um partido da base do governo federal, de onde conseguiu trazer recursos para quase todos os municípios de Alagoas, Biu de Lira foi costurando uma rede de alianças em torno de seu nome capaz de esvaziar a chapa tucana. Ou recebeu a ajuda de Vilela para este esvaziamento. Montou base na sede do governo estadual, atraiu os prefeitos que não estavam com Renan Calheiros, e, com o apoio discreto de Téo Vilela, com quem conversa regularmente, levou até o vicegovernador para sua frente eleitoral. Preocupado com o futuro de seu filho, o deputado federal Artur Lira (PP), articulou uma chapa para a Câmara dos Deputados que garante seu sucessor e mais dois outros nomes. Diferentemente da chapa tucana, construiu uma boa estrutura de campanha que vem fazendo uma animada presença em bairros e cidades do interior. A força da campanha de Biu vem atraindo os mais diversos apoios. O presidente da Assembleia, deputado Fernando Toledo (PSDB), é o caso mais conhecido, mas há também o prefeito Rui Palmeira (PSDB).


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Renan Filho reúne forças políticas

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candidato de oposição é Renan Filho, beneficiado pela conjugação de três forças políticas locais: a do seu pai, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que comanda a maioria das lideranças do interior de Alagoas, com sua longa trajetória que vem desde a segunda metade dos anos 1970; a do ex-governador Ronaldo Lessa, com sua disponibilidade para articular as mais diferentes lideranças partidárias em torno do projeto do PMDB; e a do senador Fernando Collor, com sua força de comunicação que ajudou a desmontar a imagem do governo Téo Vilela, facilitando a vida da oposição. Prefeitos e vereadores do interior são responsáveis por 30% dos votos em qualquer eleição

alagoana, é o que afirmam os analistas de campo. A cidade de Maceió tem apenas 500 mil dos dois milhões de eleitores. Desde o ano passado que Renan -pai vem dando demonstrações de que comanda pelo menos 85 prefeitos; e, em muitos casos, prefeitos e líderes da oposição local. O ex-governador Ronaldo Lessa caiu em campo e construiu o que parecia impossível, uma frente de ex-inimigos da vida inteira e adversários recentes. O senador Collor, na avaliação de fontes governistas, foi o principal causador dos estragos na imagem do governo Téo, com suas denúncias amplamente divulgadas nos meios de comunicação. Collor tem sido beneficiado,

até agora, pelos lançamentos de outros candidatos ao Senado. Nonô que poderia ter sido o nome governista para enfrentar com chances reais a disputa senatorial, foi cozinhado e terminou como coordenador de uma campanha que quase não existe em Alagoas, que é a de Aécio Neves. Omar Coelho faz a campanha junto a Biu, mas sem conseguir entusiasmar nem mesmo os candidatos proporcionais, apesar de arrecadar bastante: R$ 227,8 mil, segundo declarou ao Tribunal Superior Eleitoral. Vem em segundo lugar, perdendo para Collor (R$ 238,4 mil) e Heloísa (R$ 10 mil). A reclamação também já atinge parte desses candidatos que aderiu a campanha de

Fernando do Collor. Eduardo Magalhães, agora ao lado do vereador Júlio Cézar, cumprirá a exigência burocrática do PSDB ter chapa majoritária. O nome da disputa é Heloísa Helena que vem recebendo apoios públicos de tucanos, como o deputado Inácio Loyola, e do polêmico João Henrique Caldas e contará com a presença de Marina Silva em Maceió. PESQUISAS Os institutos de pesquisa até agora não deram o ar graça em Alagoas. Praticamente em todos os estados, os grandes institutos – Ibope, Vox Populi e Datafolha – anunciaram os resultados de pesquisa para os majoritários estaduais nos últimos 15 dias. Alagoas está de fora e a úl-

tima pesquisa registrada foi realizada em maio. Talvez eles estejam esperando o dia 20, quando começam os programas gratuitos de rádio e tv. Se as pesquisas refletirem as campanhas de rua, Biu de Lira e Renan Filho deverão polarizar os resultados para governador; Collor e Heloísa deverão colher os melhores índices para o senado. Os chamados nanicos ainda não saíram para fazer campanha de rua. Nem mesmo o PSOL de Heloísa e Mário Agra. E a campanha tucana, com seus desconhecidos candidatos, deverá dar a marca especial da campanha alagoana, chamando a atenção para uma chapa governista que não tem apoio no Palácio nem mesmo dos seus proporcionais.


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Crimes eleitorais estão na mira da Polícia Federal Instituição orienta eleitores a fazer denúncias e se revela pronta a armar flagrantes

VERA ALVES veralvess@gmail.com

A menos de 60 dias da votação que vai definir o novo presidente da República, governadores e a nova composição do Congresso Nacional e dos legislativos estaduais, ainda são incipientes, ao menos em Alagoas, as denúncias de compra de voto e outros crimes eleitorais. A monotonia aparente, contudo, não deve ser interpretada como um sinal de ausência de vigilância ou fiscalização, muito menos de que não estejam ocorrendo irregularidades. O alerta vem da Polícia Federal, instituição à qual cabe a investigação dos crimes eleitorais no país. De acordo com o delegado federal Marco Antonio Gomes Pereira, chefe da Delegacia de Defesa Institucional (Delinst) de Alagoas, a PF já montou seu aparato para investigar eventuais denúncias de tentativa de captação irregular de sufrágio, a tradicional compra de votos que pode se dar de diferentes maneiras, com abordagens que variam

de acordo com o poder de fogo do candidato. E para quem pensa que pode sair ou saiu impune, o delegado revela que há hoje, na Superintendência da Polícia Federal de Alagoas, 95 inquéritos por crimes eleitorais praticados nas campanhas de pleitos anteriores em todo o estado, mais especificamente nas campanhas de 2008, 2010 e 2012, sendo que seis referem-se à eleição municipal de 2012 em Maceió. A PF não divulga o nome dos envolvidos sob investigação, mas o EXTRA apurou que, no caso da capital, os inquéritos envolvem ao menos um candidato a prefeito, tido como reincidente neste tipo de crime, o que, de certa forma, explica sua pouca exposição nas eleições deste ano —pelo menos até agora— da qual participa como postulante a uma vaga na Câmara dos Deputados. Ainda que somente possa atuar mediante convocação de um juiz eleitoral ou a pedido do Ministério Público Eleitoral, a PF está aberta ao recebimento de denúncias, desta-

ca o delegado Marco Antônio Gomes Pereira, assinalando que qualquer pessoa que tiver informações sobre esquema para compra de votos ou seja abordada com este fim pode procurar a instituição para, inclusive, ser armado um flagrante. Prevista no artigo 299 do Código Eleitoral—Lei 4.737/1965—, a compra de votos é caracterizada pelo ato de “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”. E para quem comete o crime, a penalidade a que está sujeito é de reclusão por até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. Dentre os inquéritos ainda em andamento na PF relativos a eleições passadas, outro crime bastante comum em Alagoas é o de inscrição fraudulenta de títulos de eleitor e que, de acordo com o artigo 289 do Código Eleitoral, sujei-

ta os envolvidos à pena de reclusão de até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. VARIAS FACETAS PARA UM MESMO CRIME Um cartão magnético que registra o voto e um sistema de telefonia móvel clandestino que rastreia a movimentação do eleitor são apenas algumas das formas mais comuns usadas para “convencer” o eleitor a votar em determinado candidato. Apesar de inócuo, o cartão magnético se tornou um dos preferidos entre os contumazes arregimentadores de votos em Alagoas por dar a sensação, entre o eleitorado com menor nível de instrução, de estar tendo seu voto realmente computado pelos cabos eleitorais. Mas a troca de favores e com maior intensidade a assistência social prestada por instituições, em sua maioria fundações com funcionamento autorizado pelo poder público, e inclusive alvo de benesses,

ainda é o principal cabo eleitoral de muitos políticos. Nelas pode se obter desde um tratamento clínico até cursos para formação profissional e praticar esportes sem precisar desembolsar um único centavo. O pagamento vem na época de eleições. Não menos emblemático é o poder de convencimento de morar numa casa doada por um político. Em Alagoas ninguém ainda conseguiu se sobressair ao cabo Luiz Pedro da Silva, que este ano não concorre a nenhum cargo eletivo mas tem seus candidatos favoritos, por extensão, os indicados a quem resida em qualquer uma das 9 mil residências construídas nos cinco conjuntos habitacionais que levam seu nome e cuja estrutura, em termos de postos de saúde e segurança, são de dar inveja a quem resida em qualquer outro conjunto habitacional popular. Os meios que ele utiliza para isto são a outra face da moeda da troca de favores que permeia a política brasileira.


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Novo candidato do PSDB ao governo foi cabo eleitoral de Benedito de Lira Julio Cezar garante que sua candidatura não é ‘fake’ e afirma encarar a disputa como uma honra JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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PSDB em Alagoas parece ter abandonado a disputa ao governo do Estado com a desistência de Eduardo Tavares (PSDB) – que alegou não ter a estrutura devida para permanecer no pleito. A decisão do ex-procurador geral de Justiça de Alagoas gerou um alvoroço na cúpula tucano, que a partir de então estava sem um nome expressivo. Essa semana o vereador de Palmeira dos Índios, Julio Cezar Silva (PSDB), acatou a decisão do PSDB/AL e aceitou o desafio de encabeçar a chapa ao governo. Vale lembrar que o próprio Júlio Cezar Silva declarou voto ao candidato do PP ao governo de Alagoas por onde passou: da capital ao sertão. Sempre com discurso inflamado o vereador de Palmeira dizia aos quatro cantos que “Biu era o melhor para Alagoas”. Julio Cezar que integrou durante bom tempo a equipe de comunicação do governo Vilela, teve o aval do próprio para declarar publicamente seu apoio a Benedito. O evidente apoio de Júlio Cezar à candidatura majoritária do PP ficou notório após a assessoria de Benedito de Lira (PP) fotografar o vereador em uma caminhada realizada no bairro do Jacintinho em Maceió. Na oportunidade Júlio proferiu palavras de apoio à dupla:

Biu e Alexandre Toledo (PSB), candidato a vice-governador, e estampou um botton em sua blusa com o número do cabeça de chapa. Júlio Cezar, junto com outros tucanos se aproximavam – há algumas semanas – e se aproximam ainda mais de Biu, o que vinha fragmentando o apoio de Tavares para o pleito. A insatisfação do partido comandado por Teotonio Vilela em Alagoas é tamanha que o então vice de Tavares e hoje do vereador de Palmeira, o deputado estadual Gilvan Barros, pode seguir o exemplo do ex-chefe do Ministério Público e desistir do páreo. De cabo eleitoral para candidato, o discurso de Júlio Cezar mudou. Em sua rede social ele declarou: “Aceitei o desafio porque, além de ser um soldado do meu partido, me sinto preparado para manter nosso estado no caminho do desenvolvimento. Dediquei minha vida a prestar serviços à sociedade, como jornalista, radialista e vereador. Agora, me coloco à disposição do povo alagoano mais uma vez”. Há poucos meses Júlio Cezar era coadjuvante na política alagoana, servia como intermediador dos diálogos do prefeito de Palmeira dos Índios, James Ribeiro (PSDB) com os legisladores do município. O próprio prefeito da cidade sertaneja declarou que não vota nos candidatos tucanos e durante um

Júlio nega apoio a Biu de Lira e se define como o novo na política de Alagoas. Acima, registro da caminhada no Jacintinho com Biu e Alexandre Toledo

evento público declarou apoio ao candidato à reeleição no Senado Fernando Collor de Mello, um dos líderes da Frente de Oposição que tem como candidato ao governo Renan Filho (PMDB). MAL-ENTENDIDO O jornal EXTRA entrou em contato com Júlio Cezar para saber das mudanças do seu rumo político em 2014, já que

era explícito seu apoio a Benedito de Lira, coisa que ele não fez questão de negar anteriormente. “Sou filho de um vendedor de passaporte (alimento) e de uma feirante, quem me conhece sabe que me orgulho disso. Respeito minha história e origens, a minha candidatura não é fake (expressão inglesa que significa falso)”. Sobre o apoio à candidatura de Biu, deu a seguinte expli-

cação: “Estava no Jacintinho visitando uma pessoa que se encontrava com problema de saúde por volta das 6h da noite, percebi um barulho, e fui para rua ver o que era: estava passando uma caminhada, quando percebi que ali estava Alexandre Toledo, com quem trabalhei e sou amigo, fiz questão de dar um abraço e desejar boa sorte. Naquele momento coloram um botton e tiraram uma foto”. O vereador de Palmeira dos Índios fez questão de colocar: “Se fosse Renan Filho, que estivesse passando pelo local, também tinha lhe dado um abraço. Não tenho inimigos. Na política temos adversários. Pra mim foi uma honra ser o escolhido pelo PSDB para disputar o governo. Sou soldado do partido e faço parte do processo de renovação proposto pelo PSDB em Alagoas”.


14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014 ESCÂNDALO DA ASSEMBLEIA

Ação contra Arthur Lira traz de volta processo dos taturanas Pedido de impugnação contra o filho do senador Biu de Lira é mais doloroso que o risco de cassação de sua candidatura DA REDAÇÃO

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e todos os pedidos de impugnação de candidaturas encaminhados neste ano em Alagoas, o que causa alguma celeuma é o recurso contra o registro da candidatura do deputado Arthur Lira (PP), que pretende tentar a reeleição à Câmara Federal. Nem mesmo a naufragada tentativa de impugnação contra o deputado estadual João Henrique Caldas, o JHC (Solidariedade) produziu estresse político digno de nota. Com o detalhe de que o rapaz tem um pai que é uma fera, conforme se viu na investida de João Caldas, o JC, contra a suposta pressão do presidente do Tribunal de Contas de Alagoas, Cícero Amélio, sobre as bases eleitorais do filho de JC. Tranquilo, JHC esperou o posicionamento da Justiça Eleitoral e, liberado, apenas registrou seu contentamento com a decisão. Já a citação do nome do filho do senador Benedito de Lira gerou uma reação desmantelada, que incluiu até ameaças de processos entre advogados. HISTÓRIA CABELUDA Mas não se pode negar razões a Arthur Lira, ex-primeiro-secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas. O incômodo trazido pelo simples pedido de impugnação é mais doloroso que o risco de cassação da candidatura. Afinal, são desmoralizadoras as lembranças que emergem da motivação original.

Quem não se lembra da Operação Taturana, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2007? O “mais embaixo” desse buraco é o processo gerado pelo maior escândalo de desvio de verbas em toda a tumultuada história do Poder Legislativo alagoano. As cabeludas lagartas, vulgo Taturanas, devoraram uma montanha de dinheiro: em valores da época, R$ 300 milhões foram surrupiados dos cofres legislativos alagoanos, segundo as denúncias comprovadas e oficializadas no volumoso inquérito levantado pela Polícia Federal e pela Receita Federal em 2008. Desse escândalo, vários processos foram gerados e julgamentos realizados, com condenações e apelações dos condenados, dentre outras démarches típicas de um caso tão rumoroso e que envolvem personagens poderosos. O 1º Secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, entre 2005 e 2006 – época em que ocorreram os desvios apurados pela PF – era o então deputado estadual Arthur Lira, do PP, atualmente deputado federal, filho do senador Benedito de Lira (PP), hoje candidato a governador do Estado. Arthur Lira foi denunciado, preso, processado, julgado e condenado como um dos líderes do esquema das Taturanas. O caso alcançou grande repercussão nacional e fez es-

Arthur aguarda julgamento da impugnação de sua candidatura

tremecer os alicerces da Assembleia Legislativa de Alagoas. Um dos personagens mais destacados durante as investigações foi o então superintendente da Polícia Federal em Alagoas, delegado José Pinto de Luna. As imagens dos deputados sendo presos – alguns deles algemados – provocaram enorme impacto e chegaram a disseminar a suposição de que a histórica impunidade para os delitos cometidos por políticos havia chegado ao fim em Alagoas. VIÉS DE DECEPÇÃO Hoje, quase sete anos depois da Taturana, apesar das condenações aplicadas pela Justiça, o desalento foi se espraiando pela população antes esperançosa, já que os principais acusados e os condenados mais notórios seguem suas carreiras políticas como se nada tivesse acontecido. Alguns até tornaram-se mais fortes e galgam novos postos, como o próprio deputado

federal Arthur Lira, eleito em 2010 com 86.676 votos e um dos candidatos mais badalados para a reeleição no pleito deste ano. Recentemente, Arthur Lira foi pilhado numa suposta falha processual, quando da entrega de um recurso de defesa da condenação em um dos processos do caso Taturana. Esse episódio fez o escândalo emergir mais uma vez, saindo do esquecimento em que estava e acendendo novamente os holofotes sobre a impunidade que insiste em abrir suas asas sobre gente poderosa apanhada em falcatruas pesadas. O processo de impugnação da candidatura de Arthur Lira, além de ser o mais visível da atual safra, é o que mais promete se estender pelas instâncias judiciárias. Pelas declarações publicadas pela mídia alagoana, reportando posicionamentos dos advogados pró e contra, é certo que qualquer veredicto na instância estadual será contestado – a parte derrotada apelará para o nível superior. Quem quiser, pode apostar que o caso Arthur Lira tem passagem garantida para o trecho TRE-TSE. LIÇÃO DE CIDADANIA Por conseguinte, um dos resultados dessa contenda jurídica vai além da cassação da candidatura do filho de Benedito de Lira. O foco está aceso sobre uma das maiores feridas da cidadania brasileira: a impunidade. Alheia aos meandros próprios de qualquer sistema legal, a opinião pública clama por resultados e franze o cenho para a contradição evidente que se exprime na mais completa liberdade de ação usufruída por personagens poderosas investigadas, processadas e condenadas em delitos graves de qualquer natu-

reza. Por questão de alguns minutos de atraso – segundo os advogados que moveram a ação – o deputado federal Arthur Lira teria perdido o prazo-limite para apresentar as alegações que lhe garantiriam mais tempo longe da aplicabilidade dos efeitos da pena contra ele determinada pela Justiça. Seus advogados reagiram com veemência à acusação, garantindo que cumpriram o prazo para apresentar o recurso. Mas o que interessa de fato à cidadania é a cobrança pelo fim da impunidade e pela aplicação, sem mais delongas, das sentenças exaradas contra os réus julgados culpados na esbórnia mais conhecida como “Operação Taturana”. Os cidadãos de bem exigem que seja cumprida a sentença determinada, no dia 14 de dezembro de 2012, pelo colegiado formado pelos juízes Alexandre Machado de Oliveira, Carlos Aley dos Santos, André Avancini D’Villa e Gustavo Souza Lima. A impugnação da candidatura de Arthur Lira passa a ser mera consequência, não de algum cochilo, mas de uma sentença fundamentada, isenta, embasada em provas cabais e exaustivamente comprovadas pela Justiça alagoana. Frustrado pelo sucesso de ações protelatórias atiradas contra a Justiça comum, o público alagoano, que é torcedor da ética na política, concentra suas esperanças na Justiça Eleitoral, atenta à aplicação da legislação específica, do tipo Ficha Limpa, para que esse círculo vicioso e criminoso seja finalmente interrompido. Será que vale a pena apostar nisso?


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Acusado de vários crimes, Luiz Pedro vira cabo eleitoral de peso em Maceió Redutos eleitorais do ex-deputado são a ‘menina dos olhos’ para políticos que tentam se eleger JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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ex-vereador de Maceió e ex-deputado estadual Cabo Luiz Pedro é figura conhecida no meio da política alagoana. Notório por redutos políticos consolidados e marcado por inúmeras acusações, inclusive de crime de mando, ele tem externado seu apoio a candidatos a deputado estadual e federal no pleito desse ano.

Luiz Pedro decidiu não ser candidato esse ano, assim como não foi há dois anos para vereador de Maceió, cargo esse ocupado atualmente pela sua esposa, Aparecida, figura discreta na Casa Mário Guimarães que obteve 9.014 votos, o que na época representava 2,18% do universo de eleitores da capital. Nos conjuntos populares de sua propriedade, onde residem milhares de pessoas, o direcionamento político de Luiz Pedro

é “obrigação”. Ele diz quem são seus candidatos e os moradores das regiões periféricas adotam os preferidos como uma verdade absoluta; motivos óbvios da “gratidão” a quem lhes ofertou um lar para morar. O ex-deputado parece já ter feito suas escolhas, o candidato a deputado estadual Léo Loureiro (PLP), pouco conhecido do grande púbico, já tem material de campanha fazendo referência ao apoio de Luiz Pedro. Léo Loureiro é irmão do ex-secretário de Saúde de Maceió, Adeilson Loureiro, na gestão do prefeito Cícero Almeida (PRTB). Quando o nome passa a ser apoio para federal, surge o nome de Val Amélio (PRTB), que é filho do ex-deputado estadual e atual conselheiro do

Luiz Pedro pode ser o fiel da balança para eleição de deputados

Tribunal de Contas do Estado, Cícero Amélio. No bairro do Vergel do Lago, onde reside Luiz Pedro, ma-

teriais gráficos e adesivos dos candidatos do cabo eleitoral já podem ser visto em inúmeras localidades.

Dez anos de impunidade

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dia 12 de agosto de 2004 jamais chegará ao fim para seu Sebastião Pereira dos Santos, pai do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, Beto, que na madrugada desse dia foi sequestrado por quatro elementos e executado a mando do ex-deputado Cabo Luiz Pedro. “Meu filho sempre foi um sujeito pacato e não suportava o autoritarismo de melicianos de Luiz Pedro na região que ele morava. Após algumas situações onde ele foi constrangido e revidou com palavras, o seu destino perante a quadrilha de Luiz Pedro já estava traçado”, contou seu Sebastião em

recente entrevista ao jornal Extra. Segundo seu Sebastião, às 1h30 da madrugada Naelson Osmar Vasconcelos Melo, Adezio Rodrigues, Laercio Barros e Leoni Lima chegaram à residência de Beto, onde foram atendidos por sua esposa Alessandra Cristina da Silva Costa, que esclareceu que ele estava dormindo e não poderia atender ninguém naquele momento. Se identificando como policiais, os quatro homens insistiram que Beto se apresentasse. A esposa grávida não teve como conter o ímpeto dos “homens de Luiz Pedro”, que acordaram Beto

com agressões e o levaram sem maiores explicações para um veículo não identificado. Logo após a vida de Beto seria ceifada. Dali em diante o pai de Beto passou a ser mais uma vítima do crime organizado após a execução ser cometida contra seu filho; já que passou a sofrer intimidações. “Passei muitos anos no programa de proteção a testemunhas do governo federal e nesse período pude fazer mais e mais denuncias contra Luiz Pedro, sempre com embasamento legal.” O aposentado acrescentou na mesma entrevista ao Exrtra que espera que a justiça seja feita. “Celerida-

Impunidade: Sebastião Pereira aguarda há 10 anos por justiça

de eu não posso mais cobrar, pois já são 10 anos. Os quatro elementos que carregaram meu filho para seu destino final foram condenados e ficaram pouco mais de três anos atrás das grades. Espe-

ro agora que Luiz Pedro também seja punido”, enfatizou. O caso está na 8ª Vara Criminal da Capital, esperando a definição de uma data para que o júri aconteça.


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18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014 PALMEIRA DOS INDIOS

Hospital Regional Santa Rita tem médico com salário de R$ 30 mil A denúncia é do prefeito James Ribeiro, afirmando que vai provocar o Ministério Público para investigar a “caixa preta” da unidade hospitalar

GEOVAN BENJOINO benjoinogeovanjornalista@hotmail.com

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Hospital Regional Santa Rita de Palmeira dos Índios tem médico que ganha por mês R$ 30 mil, além de possuir uma caixa preta. A revelação é do prefeito de Palmeira dos Índios James Ribeiro, que levantou suspeita quanto à aplicação dos recursos financeiros do Ministério da Saúde repassados pela prefeitura à unidade hospitalar. O prefeito disse que de novembro de 2013 a julho de 2014 o Hospital Santa Rita recebeu do Ministério da Saúde R$ 13.384.974,71 (treze milhões trezentos e oitenta quatro mil novecentos e setenta quatro e setenta reais e setenta um centavos). Desse montante, o setor de urgência e emergência do hospital regional recebeu R$ 4.671.205,09 (quatro milhões seiscentos e setenta um mil duzentos e cinco reais e nove centavos). Em julho deste ano o Santa Rita recebeu R$ 2.698.100,84 (dois milhões seiscentos e noventa e oito mil cem reais e oitenta e quatro centavos). “Não se admite o palmeirense adoecer e chegar ao hospital e não ter médico plantonista. Para onde o dinheiro tá indo?”, pergunta o prefeito indignado com a informação de que o Santa Rita está vivendo crise financeira. “Se a população chegar ao hospital e lá falarem que o Santa Rita não tem médico porque o prefeito não repassou o dinheiro,

é mentira! Linguem para o prefeito, liguem para o Ministério Público”, ressalta. James Ribeiro pediu ao povo para não se omitir quando não for atendido pelo Hospital Santa Rita. “Denuncie, população, porque a prefeitura tem pago ao hospital em dia. É obrigação do hospital ter plantonista. Se não tiver médico (o hospital Santa Rita) denuncie ao prefeito. Eu estou vigilante”, enfatizou o prefeito em entrevista concedida ao radialista Anselmo Robério, da Palmeira FM. “Eles recebem recursos para o hospital ter médico de plantão 24 horas. É muito dinheiro. Se o hospital não tem dinheiro para contratar médico, então para onde está indo o dinheiro?”, indaga o prefeito questionando a lisura na administração dos recursos públicos destinados à manutenção do Hospital Santa Rita. ”Nós vamos provocar uma auditoria porque queremos saber para onde está indo esse dinheiro que é destinado ao hospital”, enfatizou o prefeito durante outra entrevista concedida anteriormente ao radialista Edvaldo Silva, da Sampaio FM. Indignado com a notícia de que o salário dos funcionários do Santa Rita poderia atrasar por causa do suposto atraso do repasse dos recursos, James Ribeiro respondeu: “Perguntem se o salário deles (da direção) está atrasado?! Essa história que o salário da folha está atrasado é mentira”. O prefeito disse que vai

Prefeito James Ribeiro: Quero que o Ministério Público investigue a caixa preta do Hospital Santa Rita

contatar autoridades visando a construção de um novo hospital em Palmeira dos Índios em resposta a falta de assistência do Hospital Santa Rita à população. REAÇÃO Um médico que trabalha no hospital Santa Rita, que pediu para não ser identificado temendo retaliação, reagiu às críticas proferidas pelo prefeito. “Se James Ribeiro faz questão de ser transparente e quer que o Ministério Público realize auditoria no dinheiro repassado ao Hospital Santa Rita, que ele também provoque o Ministério Público para auditar as contas da Prefeitura de Palmeira dos Índios, pois quem trabalha de forma transparente não teme auditoria”, ressaltou. Questionada a respeito da gravidade das declarações proferidas pelo prefeito James Ribeiro, a professora Rênia Maria

Sarmento Gonzaga disse que o Ministério Público não pode ficar indiferente. “É muito grave o que o prefeito disse. E o Ministério Público, como guardião da sociedade, tem o dever de ofício de realizar uma auditoria no dinheiro do SUS repassado ao Hospital Santa Rita”, ressalta Rênia Sarmento. “Essa situação não pode ficar embaixo do tapete. É preciso que tudo seja esclarecido e a verdade prevaleça”, concluiu. A Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, em seu artigo 129, enfatiza dentre outras funções do Ministério Público a promoção do inquérito civil e a ação civil pública visando a proteção do patrimônio público e social. “O sol não pode ser obstado pela peneira. As acusações enfatizadas pelo prefeito James Ribeiro contra a direção do Hospital Regional Santa Rita comprometeram sua direção, que

precisa esclarecer à sociedade o paradeiro dos recursos públicos recebidos todos os meses. As declarações foram veiculadas pela imprensa, que por sua vez, as levou ao conhecimento de todos. A sociedade, atônita e confusa, quer só e somente só a veracidade dos fatos”, acrescentou Rênia. “Por que até agora a direção do Hospital Santa Rita não respondeu as acusações desferidas pelo prefeito James Ribeiro? Esta é a pergunta que continua ecoando nos ouvidos e na alma da sociedade”, acrescentou. “Eu só digo uma coisa: muita coisa a gente precisa investigar”, ressaltou o prefeito referindo-se mais uma vez à atual gestão do Santa Rita, provocando dúvidas quanto à transparência da aplicação do dinheiro repassado pelo governo federal para patrocinar as ações de saúde a todos que procuram aquela unidade hospitalar palmeirense.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

A grandeza de ser policial em confronto com a violência Esta semana conversava com um grupo de policiais e certamente a pauta era a violência assustadora que a cada dia cresce no país. Ouvi relatos que me impressionaram, muitos deles fora do foco da mídia e da sociedade. Me assustei quando um desses policiais me disse: “ Evito sair à noite quando não estou de serviço e vivo em permanente tensão quando meus filhos estão fora de casa. São jovens e não podem ficar em casa trancados, mas por mim ficariam”. Um outro dizia:” Sempre que estou em missão peço a Deus para não morrer, mas também para não ser forçado a matar, pois ai terei “minha morte profissional” , mesmo agindo em defesa da sociedade. Qualquer policial que se veja em uma situação dessas é perseguido sem dó nem piedade por esse pessoal dos “Direitos Humanos” , que só defendem bandidos e criminosos”. Vejo preocupado muita inquietação nas tropas militares e nas delegacias de Policia Civil. É possível a qualquer momento um movimento desses policiais não por aumento de salário ou condições de trabalho, mas apenas pelo direito de viver. A situação é de muita gravidade. Ainda recentemente em uma cidade de São Paulo um capitão da Policia foi punido pelo governo, mesmo antes de qualquer julgamento, por ter evitado um assalto atirando em um bandido durante o ato criminoso. O militar tomou uma atitude para a qual foi preparado, não exorbitou do uso da força, mas já foi punido por antecipação e vai ficar seis meses afastado de suas atividades. A ação foi gravada por uma câmera. O assaltante aponta uma arma para a vitima que lhe entrega uma moto, o policial sai de um carro aponta a arma para o criminoso e dá voz de prisão. Este reagiu colocando a mão na cintura onde estava a arma e é alvejado por dois tiros. O bandido foi atendido em um Pronto-Socorro e já está em liberdade. O policial foi sumariamente punido e vai responder um processo que poderá lhe custar o emprego e o sustento da família. Os bandidos fizeram festa e quem sabe até convidaram os “amigos” dos Direitos Humanos para a comemoração. Os governos precisam dar mais apoio aos policiais militares e civis, os comandos precisam estar mais ao lado de seus agentes lhes dando condições, capacitação e acima de tudo valorização. A sociedade precisa entender mais a função policial e valorizar esses heróis que todos os dias arriscam suas vidas para preservar as nossas. E os “festivos” integrantes de movimento e direitos humanos ter mais responsabilidade e se não ajudam, pelo menos não atrapalhem.

Heloisa crescendo Sem dinheiro, em palanques de ouro, sem tempo no rádio e na televisão a candidatura de Heloisa Helena ao Senado começa a assustar seus adversários. Tem sido impressionante as adesões espontâneas e de peso que tem chegado ao colo da brava guerreira alagoana. Prefeitos, magistrados, membros do Ministério Público, igrejas de todos os segmentos e principalmente uma enxurrada de lideranças comunitárias e sociais. Esta semana ganhou um aliado de peso: o jovem deputado João Henrique Caldas. Surpreendeu a todos ao ocupar a tribuna da Assembleia e disparar: “Eu comuniquei a Heloísa que vou votar nela e ajudá-la na campanha, sem que isso signifique nada em troca. Acho que Alagoas precisa de alguém em Brasília com o seu perfil, corajoso e independente”. A vitória de 98 pode se repetir.

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Para refletir: ““Num estado democrático existem duas classes de políticos: os suspeitos de corrupção e os corruptos”. (David Zac) A PALAVRA DOS CANDIDATOS BENEDITO DE LIRA

Luciano Barbosa Sem qualquer sombra de dúvidas o melhor candidato a vice-governador entre os que se apresentam nestas eleições o nome de Luciano Barbosa ganha disparado dos adversários. Renan Filho soube escolher o seu companheiro de chapa. Barbosa é reconhecidamente preparado, é considerado o melhor prefeito da história de Arapiraca, trânsito aberto na escala federal e o principal: tem votos para somar. Fez sua sucessora prefeita e mesmo diante do desgaste que vem passando a administração nada interferiu em seu consagrado prestigio político. É um vice que ajuda.

Não é pra concorrer “Se tiver candidato a governador vai ser só um candidato para dizer que tem”. Estas foram as palavras do antes candidato a vice-governador na chapa do tucano Eduardo Tavares, que também desistiu de concorrer. Na enrascada em que se meteu o PSDB cumpriu a previsão do deputado Gilvan Barros. Não fosse assim teria escolhido um nome melhor e os possui em quantidade e qualidade. Sobrou para um vereador obscuro do interior, sem nenhuma densidade eleitoral e sem o preparo para o exercício do cargo. É simplesmente “um cara bonzinho” e está muito longe de ir além do que já foi. Criou-se um palanque para Aécio Neves com uma chapa proporcional forte, mas a majoritária é de dar pena. “Só pra dizer que tem”, como diz o experiente deputado Gilvan Barros.

Benedito de Lira promete incentivar atividade pesqueira Se for eleito governador de Alagoas, Benedito de Lira dará prioridade à atividade pesqueira. Nosso estado possui uma linha costeira contínua que é composta de mangues, restingas, estuários, recifes, baias e brejos, ecossistemas perfeitamente adequados à produção de pescado. Ações políticas e legislativas precisam ser adotadas para fomentar a produção de proteínas a baixo custo e o candidato de Benedito de Lira se compromete a implementar medidas de incentivo aos produtores que desejarem desenvolver projetos com incentivos fiscais na forma da lei. São políticas públicas que vão contribuir para a redução dos custos e para a geração de emprego e renda.

RENAN FILHO “Caro Pedro: Durante sabatina nas rádios CBN e Correio, realizada nesta semana, abordei a questão do aumento do número do efetivo policial, questão de primeira necessidade para a segurança pública alagoana. Proponho que, mesmo observada todas as questões da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Estado passe a investir no aumento dos quadros policiais de forma proporcional ao aumento da arrecadação. Outro ponto essencial é transformar a capacidade de gestão governamental em todas as áreas, evitando, por exemplo, o desmando que acometeu a educação pública nos últimos anos. O que fizeram com a Secretaria de Educação foi um crime. Lá as coisas simplesmente não acontecem: os anos letivos não acabam no mesmo ano, o estudante não foi levado em consideração, os professores foram desvalorizados. Vamos mudar isso, mudando radicalmente a gestão dessa área fundamental, e repito: Precisamos, acima de tudo, revolucionarizar a qualidade do ensino para o aluno dentro da sala de aula, melhorando o ensino médio, incentivando o ensino profissionalizante, valorizando o professor, criando novas carreiras e fazendo da escola o principal prédio público da estrutura de governo”.

CALENDÁRIO ELEITORAL- ELEIÇÕES 2014 AGOSTO - SÁBADO, 9/8 Último dia para os partidos políticos reclamarem da designação da localização das Mesas Receptoras para o primeiro e eventual segundo turnos de votação, observado o prazo de 3 dias, contados da publicação. AGOSTO - SEGUNDA-FEIRA, 11/8 Último dia para os partidos políticos reclamarem da nomeação dos membros das Mesas Receptoras, observado o prazo de 5 dias, contados da nomeação (Lei nº 9.504/97, art. 63, caput). Último dia para os membros das Mesas Receptoras recusarem a nomeação, observado o prazo de 5 dias da nomeação . AGOSTO - TERÇA-FEIRA, 12/8 Último dia para os Tribunais Eleitorais realizarem sorteio para a escolha da ordem de veiculação da propaganda de cada partido político ou coligação no primeiro dia do horário eleitoral gratuito AGOSTO - QUARTA-FEIRA, 13/8 Último dia para o Juízo Eleitoral decidir sobre as recusas e reclamações contra a nomeação dos membros das Mesas Receptoras, observado o prazo de 48 horas da respectiva apresentação.


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ARTIGOS

Estupro, um crime hediondo SEBASTIÃO PALMEIRA*

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Polícia Civil descobriu e apresentou à imprensa alagoana o estuprador e matador da nutricionista Renata Almeida de Sá, crime que chocou profundamente as famílias e a sociedade da nossa terra. Ainda bem que temos bons policiais e conseguimos em curto tempo esclarecer esse crime chocante, revoltante e bárbaro. O estupro seguido de morte, nos mol-

des que foi praticado por este criminoso nato e irrecuperável, merece ser refletido, analisado e melhor estudado pelos Senhores Deputados e Senadores, responsáveis pela elaboração das leis e das penas. Vamos deixar o medo, a covardia e as conveniências de lado e partir para o que deve ser feito efetivamente. Um crime desses, nos Estados Unidos da América, seria punido com pena de morte, “cadeira elétrica”, injeção letal e câmara de gás. Isso sim, seria a verdadeira punição! Dizemos que a Polícia prende e a Justiça solta, não é bem assim, o juiz é um escravo da Lei, limitado aos textos legais a que é obrigado a cumprir e as nossas leis são benévolas e feitas para

julgar as pessoas de bem e acabam favorecendo os bandidos de todos as espécies, afinal, “todos são iguais perante a Lei”, isso é que diz a nossa Constituição Federal. Há pessoas irrecuperáveis e imprestáveis ao convívio social. Portanto, devem ser segregadas, presas, julgadas e condenadas e em casos excepcionais mortas pelo Poder do Estado legitimamente constituído. Isso, após amplo, total e sagrado direito de defesa para evitar a execução sumária dos inocentes. Aqueles que discordarem de mim e dos meus pensamentos, que se ponham no lugar dos pais, do noivo e dos familiares dessa vítima inocente cuja vida, os sonhos e o futuro foram roubados por

este marginal, acostumado à prática de crimes os mais diversos e que continuava solto e trabalhando em uma oficina de refrigeração, e praticando novos estupros conforme provou a Polícia Civil, como se nada tivesse feito. O Brasil precisa ser repensado em todos os seus aspectos, afinal, a covardia também mata e muitos só sentem a dor da perda quando a fatalidade lhes bate a porta, quando então, já é tarde demais! “A injustiça, por ínfima que seja a criatura vitimada, revolta-me, transmuda-me, incendeia-me, roubando-me a tranqüilidade e a estima pela vida.” (Rui Barbosa) *É advogado criminalista, procurador do Estado e diretor Geral da SEUNE

Governo em dificuldades, mas oposição não avança MAURÍCIO COSTA ROMÃO*

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s níveis de intenção de votos desfilados pela presidente Dilma Rousseff nos meses de maio a julho deste ano são até equivalentes aos que exibia na sua vitoriosa corrida ao Palácio do Planalto em 2010, conforme se pode observar no gráfico que acompanha o texto. A diferença reside nos contextos de cada momento. No mês de julho de 2010, por exemplo, o governo desfrutava de grande aprovação (77% de ótimo e bom e apenas 4% de ruim e péssimo, de acordo com o Datafolha), a economia ia bem e os níveis de satisfação e expectativa da população eram elevados. O ambiente de hoje é completamente oposto àquele: baixa aprovação do governo (31% de ótimo e bom e 33% de ruim e péssimo, segundo o Ibope de junho e julho), a economia vai capengando e grassam insatisfação e inquietude na sociedade. As trajetórias das linhas azul (ascendente) e vermelha (descendente) no gráfico retratam os desenvolvimentos dos dois momentos aludidos. Mesmo enfrentado resistências à sua pretensão de reeleger-se, notoriamen-

Fonte: elaboração própria com base em 26 pesquisas nacionais em 2010 e 29 em 2014

te após as manifestações de meados do ano passado, a presidente Dilma Rousseff ainda lidera com relativa folga as intenções de voto em todas as pesquisas, não obstante com percentuais menos robustos e, via de regra, mais próximos da somatória de intenção de votos dos concorrentes. Apenas à guisa de comparação, nos

mês de julho do ano em que disputaram a reeleição, Fernando Henrique Cardoso (1998) alcançava no Datafolha 40% de intenção de votos, e Lula (2006), numa média de cinco pesquisas, pontuava 44%, segundo o banco de dados de Fernando Rodrigues/UOL. Percentuais maiores do que os que Dilma desfruta hoje, mas não tão distantes de serem alcançados pela

presidente mais à frente. Mas o que chama à atenção atualmente é essa resiliência dos eleitores em premiar os principais concorrentes, ditos de oposição ao governo, com percentuais mais generosos de intenção de votos. Isso significa que os adversários diretos de Dilma estão tendo dificuldades de se beneficiar do desgaste do governo e da queda de popularidade da presidente. Não empolgaram grande parte dos insatisfeitos, não trouxeram emoção à disputa. E por quê? Pode ser o desequilíbrio da competição, devido ao privilégio do exercício da incumbência pela presidente, extraordinária vantagem que desfavorece os demais postulantes, sem a força do poder e bem menos conhecidos da população. Mas pode ser também ausência de empatia com o eleitorado, falta de coerência nos discursos, carência de propostas concretas e realistas. Ou pode ser tudo isso ao mesmo tempo. Ainda restam mais dois meses e meio de campanha, período permeado com 45 dias de tempo de rádio e TV. A letargia dos números das pesquisas de julho sinaliza que o horário eleitoral vai ser decisivo no pleito deste ano. *Ph.D. em Economia, é consultor da Contexto Estratégias Política e Institucional e do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau


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22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014 ARTIGOS

As coisas do Brasil JORGE MORAIS Jornalista

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ico bastante animado quando ouço e acompanho as coisas que acontecem no cotidiano do Brasil, verdadeiramente no seu dia-a-dia. Claro que essa quase curiosidade manifestada envolve todas as áreas e segmentos da sociedade, como política, saúde, educação, segurança, esporte, e por ai vai. Nesse período, então, o que mais você ouve falar é que teremos todos os problemas resolvidos, e que o país será outro, a partir de 2015. Nesse contexto, também nos estados não será diferente, onde as idéias e os programas dos candidatos não fogem a essa regra geral. Se você tiver a oportunidade de resgatar em documento ou da sua memória as promessas feitas há quatro, oito ou mais anos, vai comprovar que tudo o que foi dito nessa época, pelo menos

a metade, estar por fazer. Sempre foi assim e sempre será. Rebuscando a campanha para a Presidência da República, em 2010, conseguimos encontrar algumas promessas feitas pela candidata Dilma Rousseff, e vamos trazer como exemplo neste artigo, já que ela é candidata novamente. “Não podemos ficar só com o BNDES. Vamos ter que mobilizar todos os recursos financeiros que nós dispomos. Não se faz política de infraestrutura baseado no Orçamento da União, dos Estados e Municípios. Tem que completar com financiamentos de longo prazo”. Isso foi dito por Dilma em encontro com empresários e investidores, em 10.05.2010, quando prometeu aumentar a captação de recursos para projetos de infraestrutura. Pergunto: foi isso o que você viu nesse tempo, ou o País sofreu uma queda economicamente em seu crescimento, caindo dos 14% do governo Lula para 5% do Governo Dilma? ‘’É preciso dar suporte as pequenas, médias e micro empresas. Eu

quero criar um ministério específico para elas. O fortalecimento dessas empresas dará mais robustez, não só ao tecido econômico, mas também ao tecido social brasileiro’’. Isso foi dito na sabatina da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Disse ainda que: “Do ponto de vista do projeto que represento, achamos que acabamos com a miséria na próxima década”. Outra promessa da candidata Dilma Rousseff: ‘’Nos remédios é um absurdo a tributação. É uma questão até de justiça social, de sobrevivência da população, reduzir a tributação sobre o remédio e assegurar que haja uma redução no preço. Muitas vezes você tira o imposto e não diminui o preço. Então, temos que fazer as duas coisas: tirar o imposto e garantir que se reduza o preço do remédio’’. Isso foi dito em uma entrevista à Rádio Tupi, 26.05.2010. E ai, os remédios tiveram seus preços reduzidos, como prometeu a candidata? Vocês devem estar lembrados também que, quando a FIFA esco-

lheu o Brasil para sediar a Copa do Mundo, a presidente Dilma Rous-seff, já não mais em campanha, prometeu que seria construído um sistema de transporte ferroviário – uma espécie de VLT ou TGV, como existe na Europa – ligando as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Como todo mundo sabe a Copa já acabou e o trem rápido não saiu da promessa. Mas, só foi a candidata Dilma Rousseff quem prometeu e não cumpriu o prometido? Claro que não. Como ela, muitos outros fizeram o mesmo espalhados pelo Brasil. Com certeza, se fizermos um levantamento no Estado de Alagoas não será muito diferente dos demais. Promessas e mais promessas foram feitas nesses anos todos e a população carente continua sofrendo com os desmandos administrativos, improbidades, sem escolas, sem médicos, sem postos de saúde e sem remédios. Então, o que nos resta? Continuar votando, acreditando e apostando que, um dia, isso tudo vai mudar. É como diz o Martinho da Vila: “A vida vai melhorar, a vida vai melhorar”.

tão um longo processo jurídico, em todo o Estado, chamado vulgarmente de ¨precatório¨. O valor devido foi crescendo e chegou a um patamar impagável. Anos, muitos anos depois, surgiu a possibilidade de ser pago, mas de uma maneira completamente absurda. Os servidores precisam procurar empresas que negociam com o Estado os valores que lhe são devidos. Os intermediários apareceram e no fim de tudo, só se recebe 30 ou 20% do que o Estado retirou. Estabeleceu-se então um caso interessante. O exemplo que darei será do Legislativo, do qual sou vítima. Os dirigentes cortam o salário da criatura, não lhe concedem o direito de defesa e quando ela reclama, recebe a linda resposta: ¨Vá à Justiça¨. Isto porque ele, o dirigente, sabe que o processo é lento e lucrará com o valor cortado durante anos e anos. É uma tentativa de desmoralizar o processo judicial. Quando o servidor recupera o seu direito, já passou vários anos perdendo parte do seu salário. Aí, há outra maneira de cobrar os atrasados: voltando à Justiça. Outro caso que conheço é dos engenheiros da antiga Cohab, instituição da administração indireta que foi jogada na Carph: os salários foram pagos abaixo do

teto constitucional. Deveriam receber 6 salários mínimos e recebiam só 2. Foram à Justiça do Trabalho desde 1993. Há dois anos ganharam a questão, mas o processo está parado na 7ª Vara do Trabalho e um funcionário informa aos interessados: o Juiz não autoriza o pagamento porque o Estado não pode pagar. Aí lemos na imprensa: ¨Alagoas gasta milhões por mês pagando consultorias¨. E não há dinheiro para cumprir uma ação judicial, prejudicando pessoas idosas e herdeiros dos que já morreram. Coisas do nosso pequenino Estado... Voltando ao Legislativo: passou 18 anos sem pagar o adicional de férias aos servidores, gerando uma dívida de 6 folhas de pagamento. Quando alguém procurava o 2º Secretário, ele respondia: ¨Não pago. Vão à Justiça¨. Quando foi aprovada a famosa emenda ¨Zé Tavares¨, em 1986, os celetistas viraram estatutários. Descontaram durante anos para o Fundo de Garantia e até hoje, muita gente não recebeu o valor descontado. Aqui, acolá, chamam alguém para receber pequenas quantias, que segundo as autoridades era o FGTS. O Estado concedeu a estabilidade, mas não pagou o que devia à categoria. Há cinco anos, a Assembleia cortou o

salário de 39 pessoas afirmando que recebiam acima do teto constitucional, no caso o valor percebido como subsídio pelos deputados. Não deu direito de defesa a ninguém. Quando reclamávamos administrativamente, nem recebíamos resposta. Fomos à Justiça e depois de cinco anos, ganhamos a questão. Implantaram nossos salários corretamente. E os cinco anos que ficamos recebendo a menor? Vão à justiça, dizem os dirigentes. Debatem-se Executivo e Legislativo a respeito dos aposentados. Documentos vão e voltam. Projetos precisam ser aprovados para regulamentarem a questão. Por conta disso há no AL Previdência pensionistas da ALE com salários congelados há anos. Duas questões me intrigam nessas brigas judiciais: Primeiro: para onde vai o dinheiro retirado de nossos salários? Os dirigentes não deveriam prestar contas disso? Segundo: não entendo como a Justiça aceita essa situação criada pelos dirigentes. Nada resolvem administrativamente, e eles, os dirigentes, ganham tempo. Vejo nisso uma intenção de desmoralizar a justiça brasileira. Só há uma saída: valei-me São Joaquim Barbosa!!! Ah, meu Deus, ele também desistiu...

Dívidas eternas ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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uando era criança via meu pai, Fiscal do IAPI, orientar pessoas a requererem seus direitos no serviço público administrativamente. E pouco tempo depois, elas voltavam alegres, contando a ele o suces-

so do pedido. Outros com a cabeça cheia de sonhos, pensando que tudo seria igual. Na realidade, inicialmente foi muito parecido e ainda resolvi alguns assuntos administrativamente. Mas o Legislativo foi crescendo e apareceram mentes distorcidas que começaram a imaginar caminhos mais longos. Quando Collor foi governador havia vários tipos de reajuste: gatilho, trimestralidade e outros. Com a subida da inflação tornou-se impossível em Alagoas cumprir o que determinava a lei. Estabeleceu-se uma situação absurda: o governo federal acompanhava a inflação, que chegou a 80% e o estadual não conseguia seguir na escalada financeira. Surgiu en-


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Corrigir falhas

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écnico de futebol orienta jogador para, paralelo ao trabalho com os pés, exercitar o uso do raciocínio? Pergunta é de torcedor irritado pela repetiçãodo exagerado do somatório de erros na troca de passe e finalizar para o gol? E pergunta: “Se treino é para corrigir falhas, o que motiva o problema?“.

Reforço “Perdi o gol não sei como!”. Frases como essa depois de um jogo é habitual entre jogadores na busca de justificar o injustificável. O torcedor que fala do lance como “gol feito” não tem uma resposta para o que na arquibancada chama de erro. É lance para vários entendimentos que vão do mal a pior.

Outro título Alemanha, campeã da Copa do Mundo no Brasil, dá mais motivo para se apresentar como o país do melhor futebol no mundo. Além da histórica goleada no Brasil (7x1), no fim da semana passada venceu Portugal (1x0) e foi também campeã mundial de futebol na categoria Sub-19.

É só fase? O ASA, na análise de torcedores, deve rever o que acontece também fora de campo. Temor se motiva pelos nervos à flor da pele ante a sucessão de derrotas que soma na Série C. Falam que já não “têm unhas nos dedos das mãos diante do vacilo em campo”. Mas acham o plantel bom.

Consola?

Técnico novo

Seguindo o princípio de que torcedor perde o jogo mas não perde o humor, Marcos Pereira Santos lembra o Flamengo (Série A) em último na classificação da Série A e cuja torcida esqueceu o último jogo em que saiu de campo com a vitória. E pior é que a zebra se mantém ativa mesmo com Vanderlei Luxemburgo como técnico.

O ASA entra em campo de técnico novo no clássico com o CRB em Arapiraca. É a estreia de Francisco Diá substituindo a Beto Almeida, “bode expiatório” ante a escassez de pontos do time na Série C, mas velho conhecido da torcida. É jogo que pode aproximar um dos times ao G-4.

Otimismo No primeiro jogo da final da libertadores, o resultado foi melhor para o clube argentino San Lorenzo, pois jogando fora de casa conseguiu um empate em 1 a 1 com o Nacional do Paraguai, no estádio de Defensores Del Chaco. E agora joga em casa e ao lado da torcida calorosa da Argentina. Fator positivo para os argentinos.

Espelho

Campina Grande (PB)promove a Copa Ouro Cidadã de Futebolcom calendário de jogosa partir do dia 19 próximo até11 de outubro.Equipes participantes vão ser do Estado e o evento integrado às comemorações dos 150 anos de Emancipação do município, o segundo maior da Paraíba.

Olimpíadas Retorno Robinho volta ao futebol brasileiro trazido pelo Santos. Com 30 anos, tem chegada agendada para a nova semana e torcedores preparam uma recepção para ele na Vila Belmiro. Flamengo chegou a se interessar por ele, craque do Milan e um dos maiores salários do futebol europeu.

Personagens “É triste, mas é real”.A frase de Cristiano Santos, com aval de outros torcedores do Botafogo,tem a ver com o mau momento do time no campeonato brasileiro. Masa queixa pode servir para o Flamengo, em último até a 14ª rodada da Série A.

Algo a ver Cruzeiro vem colhendo o que tem plantado na Série A. O time tem plantel que está junto há dois anos juntamente com o comando técnico. É o atual campeão mineiro e líder isolado com folga de três pontos sobre o segundo colocado, no caso o Fluminense.

Classificação Rodada da Série C neste fim de semana motiva astorcidas dos clubesa ficarem de olho na zona de classificação do grupo A, onde estãodois clubes alagoanos. Pela ordem: 1º Fortaleza, 19 pontos; 2º Cuiabá (14),3° Botafogo-PB (14); 4º Salgueiro; em5° CRB (12) e ASA 7º com 9 pontos.

O Brasil, como não tem tradição de alcançar somatório alto de classificações que pontue entre os primeiros, para as Olimpíadas de 2016, comopaís-sede, planeja ficar nas vizinhanças do 11º entre medalhistas.Proposta se firma em participações medianas nas edições anteriores.

E o Flamengo? De Vanderlei Luxemburgo: “Tenho que trabalhar, não adianta falar uma série de coisas. Temos o que fazer, por isso não adianta pensar para trás. É olhar pra frente”.

Uma queixa Mano Menezes (Corinthians) reclama: “Cada bandeirinha tem uma interpretação de lances para marcar falta, pênalti principalmente”.O comentário teve a ver com uma análise que fez do jogo contra o Chapecoense,lance com Romarinho caindo na área time do adversário.

FRASES “A partir de agora tudo começa a afunilar” Júlio Cesar, goleiro do CRB.

“Tive a semana para conhecer os jogadores” Francisco Diá, novo técnico do ASA.

“Ninguém fica feliz quando erra” Pato, do São Paulo.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Agricultura

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Até pós-eleições de outubro fica proibido nomear ou demitir funcionários em cargos comissionados. Do mesmo modo também não é permitido nomeação de aprovados em concursos públicos homologados até o dia 5 de julho último.

“Peço que se unam nas minhas preces para que o Senhor conceda às populações e autoridades sabedoria e força necessárias para que seja obtido com determinação o caminho da paz”. A frase é do papa Francisco, dita em prol da paz no mundo. E em prol da segurança dos brasileiros, hoje à mercê da violência urbana.

Para anotar Na campanha das eleições de outubro são permitidas caminhadas carretas e passeatas até às 22 horas do dia que anteceda as eleições.É liberado também distribuir material gráfico pelas cidades e carro de som divulgando jingles e mensagens de candidatos. De proibido peloTSE só o uso de microfones em eventos transformando um ato em comício.

Reforma

Causa estranheza entre lideranças de partidos ligados ao Martírios a forma queTeotonio Vilela (PSDB) emprega para definir no ninho tucano e partidos aliados o candidato à sucessão dele. Questão ganhou mais fôlego nas conversas com a desistência de Eduardo Tavares. Mas será que tem a ver com a candidatura de Renan Filho?”

Argumento De Eduardo Tavares, esclarecendo desis-tência da candidatura para o governo de Alagoas:“Diante das limitações impostas pela falta de estrutura para a campanha eleitoral e o apoio partidário, foi preciso reconhecer a hora de recuar”. A pergunta é: “quem será a próxima vítima?”.

Bloco na rua Vigora desde o dia 6 último e extensivo até 5 de outubro, período para partidos e candidatos botarem o bloco nas ruas em campanha às eleições definidas para 5 de outubro em primeiro turno e o segundo turno no dia 26. Para campanha na rua horário é das 8 às 22 horas.

Na campanha eleitoral não será permitido fabricar e distribuir camisetas, chaveiros, canetas,bonés, cestas básicas e qualquer outro tipo de brinde com o nome de candidato. O TSE define,além desses, outros bens como capazes de proporcionar vantagens ao eleitor, portanto, um ato de captação ilícita de votos e abuso do poder.

Cargos público

Extensiva

Estranheza

Comícios são autorizados das 8h à 0h até 2 de outubro, para o primeiro turno, e até 23 de outubro para o segundo turno. Também pode ser utilizada aparelhagem de sonorização fixa e trio elétrico, desde que permaneça parado durante o evento, servindo como suporte para divulgação de jingles e mensagens de candidatos. O que não pode é a realização de shows, remunerados ou não, de artistas com a finalidade de animação. A licença da polícia não é necessária para a organização do evento. Mas

Brindes

m Alagoas, região do Agreste e do Sertão, agricultores se entusiasmam diante da expectativa positiva de nesta safra a colheita dos produtos plantados acontecer como estimado na época do plantio. O tempo permite prever o trabalho para a partir da segunda quinzena deste mês.

O Posto de Saúde Roland Simon, no Vergel do Lago, está fechado. Passa por reforma, iniciada há pouco mais de uma semana e tem prazo de conclusão definido para 60 dias.O atendimento, em caráter temporário,foi transferido para o Posto Joaquim Leão, também situado no bairro.

Comícios e shows

Insistência

Aposentadoria? Thomaz Nonô, vice-governador e primeiro dos aliados do grupo tucano a desistir de uma candidatura ao Governo, vai estar ativo no apoio ao candidato lançado pelo governadorTeotonio Vilela? Ou segueTéo numa provável desistência da vida pública?

Calendário A propagandaeleitoral, com uso de auto-falantes e amplificadores,deve ser a mais de 200 metros das sedes de poderes Executivo e Legislativo, tribunais de Justiça, quartéis, hospitais, casas de saúde, escolas, bibliotecas públicas, igrejas e área de teatro, neste último só no horário que não coincida com o do espetáculo.

Ponta de faca Reclamar da impunidade no Brasil é“dar murro em ponta de faca”.Observaçãotem a ver com os altos índices da violência em todo o País, Alagoas principalmente. Mas lástima maior fica por conta do alheamento dos poderes a uma revisão do Código Penal. No quesito proteção ao menor de idade principalmente.

“Garanhões” É comum “garanhões”elogiarem a virilidade mas creditar performance no uso de medicamentos que prometem eficiência a quem não confia no “próprio taco”. Tema é comum nas conversas em mesa de bar como fogo afoito de machistas que “deduram” mulheres.

Na Ladeira Manoel Ramalho, lado da Assembleia Legislativa, é insistente a teimosia de motoristas estacionando. Não respeitam placa que anuncia a proibição e nem cavaletes e cordas fechando o meio-fio os faz desistir do ato fora da lei. Só começarão a aprender que o “crime não compensa” com a presença de um policial multando.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014 -

Poluição do ar

MEIOAMBIENTE

As autoridades municipais de Pequim anunciaram na terça-feira (5) a proibição progressiva da venda de carvão para diminuir a extrema poluição do ar na capital da China. De acordo com um comunicado do Departamento Municipal de Proteção Ambiental, a partir de agora, e até o ano de 2020, a venda e a utilização de carvão será reduzida gradativamente em seis distritos da cidade e as termoelétricas abastecidas com esse combustível serão fechadas.

ambiente@novoextra.com.br

Apenas um aterro sanitário

Projeto ambiental

O

prazo para que eles se adequassem terminou no sábado passado (2), mas, em Alagoas, apenas um município conseguiu adotar uma destinação correta para seu lixo. Mesmo com quatro anos para que se ajustassem à nova legislação, somente Maceió, dentre todas as cidades alagoanas, deu fim ao lixão e implantou o sistema de aterro sanitário, como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), apenas no final de 2016 as administrações municipais devem estar dentro da lei. Mas, as fiscalizações, que ficarão a cargo do Instituto do Meio Ambiente (IMA), já foram autorizadas a partir do domingo (3) e poderão render multas de até R$ 50 milhões às prefeituras, que poderão ser enquadrados por crime ambiental.

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Surto de garimpo Alimentado pelos preços em alta do ouro, um novo surto de garimpo ilegal está se alastrando com rapidez e gerando destruição numa das últimas áreas de floresta amazônica no sudeste do Pará. Com máquinas pesadas, os garimpeiros avançam por territórios habitados pelo povo kayapó e assediam os índios, que estão divididos quanto à atividade.

Mais de 280 famílias de Mandirituba e Quitandinha, na Região Metropolitana de Curitiba, serão beneficiadas por um projeto ambiental de revitalização em seis faxinais da região. O sistema de faxinais é caracterizado pela forma coletiva de viver, onde mesmo tendo seus bens, as famílias convivem em espaços abertos sem cercas ou demarcações, e os animais são criados soltos. Preservar o meio ambiente e seus recursos naturais também são regras básicas dentro dos faxinais. Segundo o superintendente da empresa responsável pelo projeto de revitalização Francisco Essert, o Paraná é o único estado brasileiro que ainda mantém esse modo de vida.

Girafa Uma organização de defesa dos animais da África do Sul investiga a morte de uma girafa, que foi ferida ao ser transportada em uma rodovia em Johannesburgo. Testemunhas disseram que a cabeça de uma das girafas que estava no caminhão se chocou contra um viaduto. Segundo a Sociedade Nacional pela Prevenção da Crueldade contra os Animais, os bichos eram levados ao veterinário e, com o impacto, uma delas morreu ao dar entrada na clínica.

Fim de lixões O fim do prazo de quatro anos para as cidades adequarem sua gestão do lixo às regras da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) atinge todos os municípios brasileiros. Sancionada em 2 de agosto de 2010, ela determina ações como a extinção dos lixões, além da implantação da reciclagem, reuso, compostagem, tratamento do lixo e coleta seletiva.

Barbatanas Imagens divulgadas no dia 31 de julho mostram centenas de barbatanas de tubarão expostas em uma via de Hong Kong, na China, país que é um dos maiores mercados consumidores desta parte do animal, utilizada na gastronomia. Um dos pratos mais comuns é a sopa de barbatana de tubarão, servida em banquetes de casamento e festas de empresas.

Supertempestade A impressionante imagem de uma tempestade em forma de supernave espacial - batizada de Dia da Independência ganhou o concurso de fotos de viagem da National Geographic deste ano.

Lixo Hospitalar A correta destinação do lixo hospitalar ainda é um desafio a ser vencido pela maior parte dos municípios brasileiros. O descarte irregular desse tipo de resíduo é crime ambiental, com pena prevista de um a cinco anos de reclusão, segundo o artigo 54, §3º, da Lei 9.605/98, datada de 12 de fevereiro de 1998 e que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.No Brasil a RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) 306, de 7 de Dezembro de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e a Resolução 358 de 29 de abril de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), são, hoje, as principais leis pertinentes ao gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, os chamados RSS, embora não as únicas.


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ELEIÇÕES 2014

Vice-presidente do Solidariedade critica decisões tomadas pelo deputado JHC Presidente da legenda, ele não prestou contas de despesas, nem do contrato de locação de imóveis ocupados pela sigla DA REDAÇÃO

O

vice-presidente do Partido Solidariedade em Alagoas, Albegemar Cassiano Costa, juntamente com as secretarias da Juventude do Movimento Sindical, das Mulheres e dos Aposentados e alguns candidatos a deputados estaduais, repudiam as decisões tomadas pelo presidente do partido, deputado João Henrique Caldas (JHC) ao afirmar que o partido está sendo conduzido por seu presidente de maneira individual, não tendo nenhum compromisso com seus filiados, nem com a própria executiva estadual. Segundo ele, o Solidariedade recebeu durante os meses de maio e junho desse ano repasse do Fundo Partidário no valor de R$ 30,00 em três parcelas, para uso de manutenção de despesas com sede do partido, funcionários e outros compromissos, mas não foi prestado conta nem a direção estadual nem a nacional. E o mais grave é que, disse o vice-presidente, o recurso foi usado para aluguel de comitê de forma individual, não usando nome do partido até a data desta publicação. Outra reclamação é que o presidente do partido, deputado JHC, tomou decisões isoladamente sem comunicar a executiva tanto nas co-

Secretário Estadual do Solidariedade, Thiago Costa e vice-presidente do partido, Albegemar Costa, mostram ofício enviado a JHC

ligações majoritárias como nas proporcionais, gerando uma insatisfação e repúdio do vice-presidente, das secretarias a cima citadas e alguns candidatos por esta sigla. Prova da insatisfação é que no dia 6 de agosto o vice-presidente do partido enviou ofício a JHC solicitando prestação de contas do primeiro semestre de 2014, bem como o valor repassado pela executiva nacional ao partido e cópias do contrato de locação de dois imóveis que estão ocupados pelo So-

lidariedade Alagoas como sede e comitê dos candidatos do partido. “O senhor presidente, tomando mais uma vez decisões, pulando de galho em galho, tendo como dono do partido, se utiliza do mesmo para benefício próprio, como agora ao usar isoladamente o nome do partido declarando apoio a uma candidatura diferente que não pertence à coligação, gerando assim infidelidade partidária”, criticou Costa. O vice-presidente ressaltou ainda que a executiva e

seus filiados não participaram de nenhuma conversa com nenhum candidato majoritário, por isso ficam incomodados quando JHC usa o nome do partido em suas decisões políticas, ferindo o estatuto do partido. “Repudiamos as atitudes do senhor JHC de conduzir o partido vulgarmente conhecido como ‘partido de gaveta’, relatando que o mesmo escolheu o partido errado para chamar de seu, não temos acesso a nenhuma documentação na secretaria-geral, nem gastos feitos pela tesou-

raria porque o presidente proibiu os secretários de fornecer qualquer informação ao vice-presidente, conforme documentação ajuntada”, relatou Albegemar Costa. As reclamações não param por aí. Como se não bastasse, o presidente do Solidariedade, João Henrique Caldas, também é acusado de estar se recusando a assinar a nomeação de diretorias formadas de maneira legal só porque são ligadas ao vice-presidente da sigla, as mesmas pessoas que foram fundadoras do partido.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014 -

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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Usar sem culpa

U

m debate que mais cedo ou mais tarde acontecerá no Brasil é a maneira de utilizar, de forma mais racional, as vias de superfície nas grandes cidades. Ideias surgem no rastro de soluções implantadas em outras áreas metropolitanas no mundo. Pedágio urbano não é novidade, mas sua aplicação pode-se reconhecer como bastante restrita. Apenas Cingapura, Londres, Milão e Estocolmo cobram para que cidadãos motorizados adentrem o centro histórico. Em geral usa-se o sofisma de taxa de congestionamento. Roma impõe restrições de acesso, sem cobrança. Outras, como Cidade do México, proíbem circulação de veículos poluidores, mais antigos. Há exemplos de pagar para uso em algumas vias expressas (Santiago) ou túneis (Nova York). O que parece realmente pouco inteligente é limitar a circulação, sem fins

ambientais, por meio de finais de placas, como acontece em São Paulo. Essa ideia, de tão ruim, se limita à capital paulista, mas alguns espertos a “venderam” para Bogotá e Caracas. Existem algumas propostas brasileiras para disciplinar o tráfego de superfície. Uma vem de Celso Franco, que já dirigiu o antigo Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro. Ele propôs, há mais de cinco anos, um estímulo indireto para que pessoas partilhem seus carros em caronas. O pedágio urbano de R$ 50,00/mês isentaria quem se voluntariasse ao transporte solidário. Mais recentemente a americana Uber lançou um aplicativo, já em 30 países, para que pessoas oferecessem caronas mediante pagamento. Isso despertou a ira dos taxistas em cidades europeias e também no Rio e São Paulo. Difícil é banir aplicativos desse tipo.

RODA VIVA Outra proposição vem do consultor ambiental e transporte sustentável Olímpio Álvares que apresentou o conceito do pedágio urbano inteligente (PUI) para a capital paulista em substituição ao rodízio (bom frisar). A tarifa média seria de R$ 7,00/ dia ou 50% do que se cobra em Milão, que tem regulamentação complexa e várias exceções. Sua vantagem: limitar cobrança aos eixos de trânsito congestionados e apenas se a velocidade da via ficasse abaixo de um limite regulado. Aplicativos para celulares que traçam rotas alternativas ajudariam a aproveitar de modo mais racional as vias. Álvares acredita numa implantação gradativa do PUI que poderia ser proporcional ao valor do IPVA e consumo/emissões de cada veículo. Seus cálculos apontam arrecadação para construir, anualmente, 7 km de

metrô ou 100 km de BRT (corredor de ônibus avançado, não a enganação de faixas do lado direito). O grande problema de qualquer solução que envolva mais um imposto disfarçado, como pedágio urbano, é garantir dinheiro carimbado para o transporte coletivo que realmente funciona: metrô ou monotrilho. Soluções de superfície apresentam sérias limitações pelo crescimento desordenado das cidades brasileiras. Outro ângulo a coluna sempre enfatiza. Fabricação de veículos responde por 5% do PIB brasileiro e 12% dos impostos arrecadados, sem contar a derrama que continua ao longo da sua vida. Portanto, há dinheiro de sobra para mobilidade urbana, não aplicado por má gestão administrativa e política dos recursos. Ninguém deve se sentir culpado por usar um carro para ir ao trabalho.

pitstop

Volkswagen e Renault desovam estoque pra ficar “bem no ranking”

Ameaçadas, montadoras pedem socorro às locadoras: Gol e Logan “venderam” mais de mil unidades só no último dia do mês

O

s dirigentes das montadoras costumam dizer que o que vale no mercado é o volume de vendas da marca e do modelo; a posição no ranking “pouco importa”. Claro que os acionistas estão interessados no faturamento, independentemente da posição que a empresa ocupa no ranking de vendas, mas cada vez que alcança uma posição de destaque a marca tem um ganho na sua imagem no mercado e, ao contrário, a perda

de posições deprecia a marca junto ao consumidor. É por isso que muitas montadoras utilizam como recurso para fechar o mês em alta, a desova de lotes de carros para locadoras ou mesmo concessionárias da marca que fazem o licenciamento de centenas de carros no último dia do mês, mas eles serão efetivamente vendidos no mês seguinte. São os chamados carros “fatura-recibo”, já documentados, com placa, manual do proprietário

preenchido e, portanto, o comprador já é o “segundo dono”. Isso ocorre durante todo o mês, pois muitas concessionárias têm uma locadora de fachada, para comprar carro da montadora com desconto. Mas a prática se intensifica no fim do mês, dependendo do interesse do fabricante em elevar o volume de venda deste ou daquele carro. Foi o que aconteceu nesta quinta-feira com o Gol e o Logan. Já tendo perdido a liderança para o Palio, o Gol estava perdendo também a posição de vice-líder para o Ônix, da GM, que ocupava o segundo lugar na última semana do mês. Para evitar a queda (o Gol é há 27 anos o líder absoluto de vendas), a Volkswagen desovou para licenciamento quase

mil unidades a mais: o volume diário de vendas do Gol, que foi de 643 unidades no mês, mais do que dobrou na quinta-feira (31), quando foram licenciadas 1.311 unidades. Já a Renault vinha amargando um triste sétimo lugar no ranking até o penúltimo dia do mês, ela que tradicionalmente era a líder das novas marcas. Perdeu a posição para a Hyundai nos meses anteriores e em julho vinha perdendo também para a Toyota. Recorrendo à estratégia de vendas diretas, a empresa se livrou do sétimo lugar desovando lotes de vários modelos, notadamente o Logan, que “vendeu” nada menos do que 736 unidades no último dia do mês, ou quatro vezes o número de carros vendidos por dia (187 unidades).

GRUPO PSA Peugeot Citroën decidiu importar toda a linha DS da China. Os carros estarão no Salão do Automóvel de São Paulo, começando pelo DS5 com motor turbo de 1,8 l/200 cv. Preços serão realmente competitivos. Grupo francês enquadrou a linha DS como nova submarca, sem ligação à Citroën ou à Peugeot. PARA quem achava que no Brasil sempre se ganha dinheiro fácil vendendo automóveis, precisa ver balanços regionais das companhias. Ford perdeu quase US$ 300 milhões neste segundo trimestre, na América do Sul, onde o País representa quase 2/3 do faturamento. GM também está no negativo. Fiat já havia registrado queda de lucro de 80% em 2013 e agora mais 23%. MINI Cooper S exibe desempenho nem um pouco minúsculo. Nova geração do modelo inglês tem motor turbo 2 litros/192 cv, mas o torque impressiona muito: 30,6 kgf.m a apenas 1.250 rpm. O interior ganhou espaço atrás e o novo quadro de instrumentos ficou bem melhor. Suspensão é firme um pouco além da conta (para o piso brasileiro) mesmo na regulagem suave. APESAR de problemas em alguns mercados, Grupo VW prevê vender pela primeira vez mais de 10 milhões de unidades no mundo este ano. A Toyota também projeta romper essa barreira. Briga pela liderança mundial está acirrada, mas projeções de analistas apontam tendência de os alemães chegarem ao topo em 2014, quatro anos antes da meta anunciada. SINDICATO de servidores federais da área de ciência e tecnologia do setor aeroespacial apoiou a publicação de um livro sobre a história de desenvolvimento do motor a álcool no Brasil. De autoria de Fernanda Andrade, reporta com pormenores e documentos o esforço desde 1975 do professor Urbano Stumpf e sua equipe do então Centro Técnico Aeroespacial, de São José dos Campos (SP).


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014 CRÔNICA

Dia dos pais sofredores JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

O

calendário deste ano, registra o dia 10 de agosto como o DIA DOS PÁIS. É nesse dia que o Comércio abre as suas portas para vender mais. É um dia de festas e de muitas alegrias, mas é uma pena que isso não aconteça para todos os pais. Nos salões de clubes, nos colégios e nas residências, é um dia no qual são ofertados aos pais presentes caros, volumosos e embrulhados em papéis multicôres. Neste dia, os beijos são multiplicados, os abraços são mais fortes e são sentidos os melhores perfumes, calçados os melhores sapatos e tirados dos armários as melhores roupas. As televisões, as rádios e os jornais dão

manchetes alusivas aos pais, os grandes heróis, nem sempre reconhecidos e respeitados pelos filhos, às vezes rebeldes com eles. Nas cidades do interior, os alto falantes aumentam seus volumes e seus locutores não se cansam de parabenizá-los. Para mim, não deixa de ser um dia bonito, de sorrisos e, até de lágrimas de emoção, principalmente para os filhos e demais familiares. O dia é propício para agradecimentos, contudo, para mim ainda faltam muitas coisas para que este dia se torne um dia especial. Tive um maravilhoso pai, mas, nunca deixei de sentir, quando outros, igual ao meu, não tinham sequer um pão para dar aos seus inúmeros filhos. Eu aceitaria a dor, os desenganos, as aflições, as decepções e outras coisas que o mundo tem para nos brindar, porém não me conformo nunca com a fome de um pai, sem emprego e sem poder “matar” a fome dos seus filhos. Peço desculpas aos de-

mais pais por estar estragando a festa de vocês neste dia, porém, Nossa Senhora da Rosa Mística, certamente, saberá me perdoar, pelos desabafos que eu estou fazendo, num dia que deveria ser, somente, para alegrias e para recebermos parabéns. Eu sou pai, tenho dois maravilhosos filhos, não faltam alimentos na nossa mesa, sempre tive roupas para vesti-los e que, se não eram das melhores do Comércio, pelo menos davam para eles não ficarem nus, como muitos outros filhos ficam. Felizmente eu pude criá-los e educá-los, com alguns bens materiais, mas, muitos pais não receberam nada neste dia, para que ele fosse muito mais bonito e festivo, mesmo sem a doação de presentes. Milhões de pais não sabem o “porquê” do “Dia da Criança”, o “porquê” do “Dia das Mães” e o que representa o “Menino Jesus” para eles, no Natal. Muita gente dirá que a vida é assim mesmo e que vivemos

num “mundo cão”, no qual o Evangelho não é seguido. No próximo domingo, 10 de agosto, as missas serão mais bem frequentadas, os restaurantes irão faturar mais e o povo irá falar muito sobre os pais, porém, seria muito melhor, se passássemos o “Dia dos Pais” sem filhos matando seus pais, sem pais matando seus filhos, sem pais passando fome, sem filhos se drogando e sem pais chorando, se é que alguns ainda tenham lágrimas para derramar. Mesmo diante de um mundo cruel, sem caridade e sem amor ao próximo, eu parabenizo todos os pais, na esperança de que um dia os governos se sensibilizem diante da fome que tortura os pobres pais hoje e em outros dias que ainda virão. Em tempo – O meu colega, engenheiro José Disnaldo Brandão de Almeida, disse ser um dos meus leitores. Como se observa, eu até que tenho leitores importantes!


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014 -

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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Expectativa

A expectativa é de que, como candidato a deputado federal, Rogério Teófilo, que é filho do experiente educador Moacir Teófilo, obtenha mais de 50 mil votos na região de Arapiraca, mas para garantir sua passagem para Brasília terá que garantir uma boa votação em outras regiões. Para isso, já colocou o pé na estrada e segue firme na luta.

Ave Cezar

C

andidato “fake” do PSDB ao Governo de Alagoas ou não, a verdade é que o vereador palmeirense Júlio Cezar, além de ganhar projeção na política, fortaleceu o seu projeto pessoal de ser prefeito de sua terra natal. O grande empecilho para tornar realidade o sonho de administrar uma cidade que hoje encontra-se mergulhada no caos e que no passado chegou a ser administrada pelo mestre Graciliano Ramos, está no bloco aliado, principalmente no prefeito James Ribeiro que não o vê com bons olhos.

É um Silva

Júlio vai para as ruas convicto da missão impossível que recebeu do atabalhoado governador Téo Vilela, mas como ele próprio avalia, é um Silva, com cheiro de povo e feliz por ser fiel ao partido.

Não é sombra

Engana-se quem acha que o arapiraquense Rogério Teófilo é uma espécie de sombra ou trampolim para garantir uma cadeira na Câmara Federal a Pedro Vilela. Teófilo tem história na política e possui um currículo, no mínimo, apreciável: foi deputado federal, deputado estadual, secretário estadual de Educação e de Articulação Política. Também foi vice-prefeito de Arapiraca, apesar de não ter exercido a função por conta de picuinhas políticas.

Arapiraca mais triste

Faleceu em Arapiraca vítima de enfarto o DJ Zarão. Profissional experiente e carismático, Zarão possuía uma grande legião de amigos que ficaram consternados com a sua morte. Seu corpo foi sepultado em Major Izidoro, em clima de tristeza e comoção.

Alves e Tarcizo

O radialista Alves Correia e o vereador Tarcizo Freire possuem largas chances de se elegerem deputados estaduais, o que aumenta a expectativa de Arapiraca – a segunda cidade mais importante de Alagoas, ter novos representantes na Casa de Tavares Bastos.

Mudança

A prefeita de Arapiraca, Célia Rocha, deve promover uma mudança radical no seu secretariado. A maioria já deu provas suficientes de incompetência e imaturidade no trato com a adminis-tração e, ao que parece, não estão nem aí para a gestão. Tem secretário que praticamente abandonou a pasta e está focado nas eleições estaduais e não dá a mínima para a prefeita que luta com todas as forças para vencer a crise financeira e administrativa. Ao que parece, só pensa no salário que, diga-se de passagem, é bem apetitoso. É hora de a prefeita reagir e colocar os “comem e dormem” no olho da rua.

A última esperança

O procurador Eduardo Tavares era a única esperança de Alagoas ter um político sério e honesto como governador. A sua desistência de disputar o governo do Estado foi um baque para os alagoanos esperançosos que acreditam em mudanças. Enquanto isso, na Terra dos Marechais continua o coro: entre Renan, Biu de Lira e, agora, Júlio Cezar, é votar nulo ou no menos ruim. Tem jeito???????

Só pelo prazer

Tem candidato que não tem a mínima chance de se eleger e continua candidato. Os sadomasoquistas da política partidária não aprendem e ainda acreditam que o eleitor é otário e que vota cegamente. Será????

Dúvida atroz

Em Palmeira dos Índios, o prefeito James Ribeiro não fez uma boa administração e mesmo assim foi eleito. Continua no mesmo ritmo de trabalho e há quem acredite que elegerá o seu sucessor. De duas, uma: ou James é um político dinâmico e competente ou o eleitor palmeirense não sabe e não aprendeu a votar. A dúvida é atroz.

Passagem só de ida

Do primeiro escalão da gestão da prefeita Célia Rocha, alguns assessores mantêm evidência por sua atuação. Dentre eles, podemos seguramente destacar o dinamismo de Ricardo Teófilo à frente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). No contexto geral, ainda se salvam dois ou no máximo três. Os demais deveriam receber de presente passagens só de ida para o Oiapoque ou Chuí, se é que essas cidades gostam de “leseiras”.

PELO INTERIOR ... Na manhã de quarta-feira (06), o candidato ao Governo do Estado de Alagoas pelo PSDB, jornalista Júlio Cezar, esteve em sua cidade, Palmeira dos Índios, para anunciar oficialmente na Câmara de Vereadores seu desligamento do cargo de vereador e o lançamento de seu nome para a disputa das eleições majoritárias deste ano. Júlio Cezar foi o vereador mais votado em Palmeira dos Índios no pleito de 2012. ... Ao lado de sua mãe, Rizalva Júlia de Jesus, Júlio Cezar despediu-se dos colegas vereadores e lembrou sua trajetória, sua origem humilde e as lições que aprendeu no jornalismo e na vida pública. ... “Não venho de nenhuma oligarquia política, de nenhuma família considerada importante no meio político. Minha mãe é feirante e agricultora, e meu pai um pequeno comerciante. Sou de família simples, mas alimento propósitos nobres. Sou palmeirense por paixão e alagoano com orgulho. Por natureza e convicção, sou movido a desafios”, afirmou o candidato. ... O candidato a governador Biu afirmou que vai lutar para trazer uma unidade da Embrapa para Alagoas. A iniciativa, já debatida com engenheiros, agrônomos e agricultores alagoanos, faz parte das propostas de Biu para desenvolver e fortalecer a agropecuária familiar no estado. Hoje, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) tem unidades em sete estados do Nordeste. ... “Alagoas é um dos únicos estados que não possuem unidades da Embrapa em seu território. Essa é uma luta que já comecei como senador e vou intensificar como governador, porque é um órgão importante para desenvolver o agronegócio aqui, gerando emprego e renda no campo”, defendeu Biu. ... A vereadora Fátima Santiago (PP), rendeu homenagens a uma instituição de ensino e aos idosos, durante a sessão da Câmara Municipal de terça-feira (05). A parlamentar solicitou diplomas de moção de aplausos ao diretor Geral da Faculdade Seune, Sebastião Palmeira, e à coordenação nacional da Pastoral da Pessoa Idosa. ... De acordo com ela, a Pastoral merece o reconhecimento pelos serviços prestados às pessoas idosas ao longo desses quase dez anos de existência. “Um País que busca reconhecimento no mundo desenvolvido deve, acima de tudo, respeitar os mais velhos. ... Em novembro, a Pastoral da Pessoa Idosa completará dez anos de trabalho junto aos idosos do Brasil e nada mais justo do que homenagear os que defendem e protegem esses cidadãos”, afirmou. ... Paz, saúde e harmonia para os cinco leitores da coluna nesse final de semana. Até a próxima edição. Fui!!!!


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Facilidades Os lojistas, fazem de tudo para conquistar o consumidor. Vendem a crédito, com o carnê da própria loja, pelo cartão de crédito parcelado, cheque pré datado, especial e também à vista, com um bom desconto. Todo cuidado é pouco. Vá as compras sem pressa, para pesquisar muito, visitando todas as lojas, e só compre quando tiver certeza de que fez uma boa economia, e à vista, claro.

“Presentinhos”

Presenteando os pais

O

comércio lojista inventou várias datas comemorativas para conseguir faturar mais. Assim, surgiram Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Avós, Dia dos Namorados, Dias da Crianças. E os consumidores, por tradição, amizade, consideração aos seus entes queridos, compram. E muitas vezes, por impulso mesmo, atraídos pelas promoções e novidades oferecidas. O dia de agosto, tão esperado: é o próximo domingo, 9, Dia dos Pais. As ofertas, são muitas e com preços e qualidades, variados. Quem sabe agir com disciplinas, cai em campo e vai pesquisar em todos os pontos de vendas, obviamente, que antes disso, já com a certeza do que vai comprar, ao gosto do pai. Pode ser qualquer presente, desde que caiba no seu orçamento, sem qualquer exagero. Que tal, um livro? Mesmo que ele não seja adepto da leitura, vai agradecer e ler, podendo se tornar um leitor em potencial.

Os camelôs Na segunda-feira, fui ao Centro de Maceió, deparando-me com uma autêntica “feira livre”. Me senti na de Viçosa. Tjnha de tudo para se comprar no calçadão, numa concorrência desenfreada com os lojistas. Lembrei que é ano de eleições, e sempre foi assim. É liberou geral! O que os políticos querem mesmo é conquistar os eleitores.

Compre esses. São presentes com preços baixos, que você compra e vai agradar ao seu pai. O que vale mesmo a esse apelo do comércio, é lembrança e a consideração. Mas veja se realmente é de utilidade ao presenteado e comprove se tem qualidade mesmo. Os importados concorrem diretamente com os similares nacionais.

Juros Eles estão subindo cada vez mais. E no cartão de crédito e cheque especial são até mesmo superiores aos cobra-dos pelos agiotas. Assim, evite todos eles. Não vale a pena se endividar e não ter como pagar. Viva de acordo com o que ganha. Faça um orçamento, só gastando o estritamente necessário e ainda tendo alguma sobra para uma cader-neta de poupança.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014 -

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- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE AGOSTO DE 2014


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