Edicao 785

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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 785 - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014

VEREADOR SILVÂNIO BARBOSA É CONDENADO POR DANOS MORAIS

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CRIANÇA VIVE EM ESTADO VEGETATIVO HÁ 7 ANOS POR ERRO MÉDICO

HOSPITAL É CONDENADO A PAGAR R$ 540 MIL À FAMÍLIA; MÉDICO CONTINUA ATUANDO LIVREMENTE P/ 14 e 15

SAÚDE PÚBLICA EM ALAGOAS VIVE PIOR CAOS DE SUA HISTÓRIA P/16

FIM DO CICLO DO AÇÚCAR: ASCENSÃO E QUEDA DE UM GIGANTE P/ 8 a 10

DILMA DÁ CALOTE EM PROGRAMA PARA ERRADICAR O “BARBEIRO” EM ALAGOAS P/17

FERNANDO TOLEDO É NOVO CONSELHEIRO DO TC PELO VOTO DE GILMAR MENDES P/7

ALAGOANO FOI 1º A DETECTAR ERRO HUMANO NO ACIDENTE QUE MATOU CAMPOS P/11


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Marina na cabeça O consultor Maurício Costa Romão, articulista do jornal EXTRA, Master e Ph.D. em economia pela Universidade de Illinois (EUA), autor de livros e de publicações em periódicos nacionais e internacionais, fez as seguintes projeções para este semanário: “A Macrométrica, consultoria do ex-presidente do Banco Central, Chico Lopes, elaborou um modelo estatístico que faz projeções sobre resultados de eleições presidenciais. Aplicando esse modelo à pesquisa do Datafolha publicada no dia 18/08 têm-se as seguintes projeções, caso as eleições se realizassem agora: - Resultado final do segundo turno, em votos válidos (Dilma X Marina): Marina Silva 53,1%; Dilma Rousseff 46,9%. - Resultado final do segundo turno, em votos válidos (Dilma X Aécio): Dilma Rousseff 53,3%; Aécio Neves 46,7%. Observação: todos os dados são extraídos das intenções de voto da pesquisa. Há apenas uma suposição: a de que a soma dos votos em branco e dos votos nulos no segundo turno seja igual a 7% (em 2010 foi 6,7%, no resultado final das urnas no segundo turno).”

Dilma é um desastre Só os petistas de carteirinha e alienados acreditam que a candidata Dilma Rousseff se saiu bem na entrevista ao Jornal Nacional concedida aos globais William Bonner e Patrícia Poeta. Qualquer pessoa - minimamente informada - que viu o JN não teve dúvida de que a entrevista foi um desastre. Dilma não disse nada com nada e ainda fugiu das perguntas sobre o Mensalão, maior escândalo da República gestado na cúpula do PT e parido no governo de Lula.

Negociatas do PT Nas entrevistas anteriores, Bonner e Patrícia castigaram os presidenciáveis Aécio Neves, por um pequeno aeroporto construído na fazenda do tio-avô, e Eduardo Campos, pela nomeação da mãe, Ana Arraes, para o cargo de ministra do Tribunal de Conta da União (TCU). Esperava-se que os entrevistadores também fustigassem Dilma cobrando-lhe detalhes da negociata na compra da refinaria de Pasadena (EUA) e do superfaturamento da refinaria Abreu e Lima (PE). Nada disse aconteceu.

Privilégio global A legislação eleitoral exige tratamento igual para todos os candidatos, inclusive para Dilma, que disputa a reeleição. Ao contrário, o que se viu foi um tratamento diferenciado, a começar pelo fato de a entrevista ter sido realizada no Palácio do Planalto, não nos estúdios da TV Globo, em São Paulo, onde os dois primeiros candidatos foram entrevistados. Dilma foi entrevistada não como presidente da República, mas como candidata, e nessa condição não deveria merecer regalias. Os globais ficaram devendo mais esta à nação.

“Ó MORTE, TIRANA MORTE, EU DE TI TENHO MIL QUEIXAS,

Safra de corrupção A presidente Dilma – no primeiro Guia Eleitoral – disse que precisa renovar seu mandato porque em 2015 será o ano da colheita. Só se for colheita da corrupção, da roubalheira, do atraso e de tantas outras falcatruas plantadas nos 12 anos do petismo.

Biu não resolve Na falta de propostas concretas para tirar Alagoas do atoleiro social, o candidato Biu de Lira prefere usar e abusar da tragédia que vitimou o presidenciável Eduardo Campos. Deveria ao menos apresentar projeto para superar o atraso na Educação que ele próprio comandou por quatro anos.

Dilema do alagoano Votar no velho para o filho mandar e desmandar, ou votar no novo para o velho governar?

A paz dos Garrote Acusada de crimes de pistolagem, a candidata Ângela Garrote, do PP de Biu de Lira, apareceu no horário eleitoral prometendo lutar contra a violência no Estado caso se eleja deputada estadual. Seu filho Arlindo Garrote, prefeito de Estrela de Alagoas, também é acusado de crime eleitoral, violência e outras patifarias.

- roubas a vida com a maior sem- cerimônia, com sanha aleatória e ausência total de previsão consequencial para a vítima e seus circunstantes, como fizestes com Eduardo Campos, talvez a maior esperança de transformação da política brasileira na busca de um ambiente decente, sem corrupção, sem Pasadena, Mensalões e uma plêiade extraordinária, nunca dantes vista neste país, com Delúbios, Dirceus, Pizzollatos, Youssefs, J.P.Cunhas, Rosemeries, Gabriellis, Cerverós, Lulas, Lulinhas e Lulões, com faxineiras sem vassouras, André Vargas e Roberto Costa, demolidores da Petrobras, leva-me a completar o verso, por teres atingido justamente quem o país precisava para renascer, o que faço com os dois últimos parágrafos a seguir:

QUEM HÁS DE LEVAR, NÃO LEVAS, QUEM HÁS DE DEIXAR, NÃO DEIXAS”. Mendes de Barros

Aventureiro O candidato a governador pelo PSDB, Júlio Cezar parece ter aprendido muito bem a esperteza de Teotonio Vilela Filho. Aceitou se aventurar na disputa ao governo de Alagoas com um único intuito: fazer com que seu nome se torne mais conhecido e ele possa conseguir o que realmente almeja, a Prefeitura de Palmeira de Índios.

Sem carisma

Falando em Téo Vilela, o governador mostra a cada dia que não quer saber das eleições majoritárias, mas só eleger seu candidato Pedro Vilela a deputado federal, o que não parece ser fácil, devido a disputa acirrada. O que circula é que o sobrinho do governador não vai bem nas pesquisas de bastidores da política. Dinheiro tem, mas ainda falta o conhecimento.

Sem-vergonhice

Garrote 2 No julgamento de mérito que manteve Arlindo Garrote no cargo, segunda-feira, no TRE, quem estava lá: Djalma Lira de Jesus, tio do prefeito e preso em 2006 suspeito de ligações com o PCC.

Congresso discute o fim do “ç”, do “ch” e dos “ss”na língua portuguesa. Deveria incluir também o fim do “p” na corrupção, o “hífem” da sem-vergonhez e outras sutilezas da língua pátria que bem caracterizam os políticos.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

Vieira & Gonzalez

ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322

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4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014

GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Insatisfeito Um forte candidato a deputado federal não está gostando nem um pouco do rumo dos acontecimentos. Recebeu o primeiro compromisso, mas o segundo parece que é para perder de vista. E as cobranças chegando.

Um mal necessário

Dúvida com pesquisas

M

uita gente esperneia, reclama, chama palavrões, mas, no fundo, fica curiosa no que vai acontecer no Guia Eleitoral. É coisa chata?, é. Mas com certeza ninguém, pelo menos nos programas mais quentes, àqueles que denunciam adversários, deixa de ver a televisão no horário eleitoral. Todo mundo sabe que o programa eleitoral é fabricado pelas coligações, em especial pelos marketeiros, para fazer chegar ao eleitorado um candidato sério, de propostas, disposto a realizar tudo pelo Estado. Entra eleição e sai eleição e tudo que acontece é a mesma coisa. No início do Guia as propostas, mesmo que não sejam cumpridas futuramente, afloram de uma maneira insistente, até quando pesquisas eleitorais não apontem o crescimento de um e a descida do outro. O Guia Eleitoral vai começar a esquentar quando as mazelas dos candidatos vierem à tona, embora o Tribunal Regional Eleitoral esteja atento aos exageros. Os marketeiros estão prontos para o ataque e a defesa. Afinal de contas, estão em jogo mandatos que são perseguidos obstinadamente pelos candidatos. O Guia, embora chato, ainda diverte muita gente. É um mal necessário.

Quem ganhou e quem perdeu Os dois candidatos com melhor desempenho nas pesquisas eleitorais foram sabatinados na segunda e na terça-feira pela TV Gazeta. Renan Filho, diga-se de passagem, ficou acuado com a história de Murici, de números do IDH e, naturalmente, não foi bem na entrevista. Já Biu de Lira teve como alvo principal a participação de prefeitos do PP em alguns municípios que teriam tido desvio de conduta. Experiente, saiu-se bem na fita, numa demonstração de que está preparado para futuros debates no rádio e na televisão.

Em maus lençóis A Limpel, empresa que cuida do lixo em Arapiraca, está prestes a parar com suas atividades. Com mais de 3 milhões de reais para receber, não tem esperança de quando isso pode acontecer. Logo agora, com a campanha em plena efervescência.

Em maus lençóis 2 Um ex-prefeito do sertão quase enfartou quando soube que a única esperança de receber 700 mil reais da prefeitura de Arapiraca por ter alugado máquinas pesadas ao município, era dividir em dez módicas prestações mensais . Reza para que o compromisso seja cumprido.

Mesmo com o anúncio de pesquisas feitas no Estado por institutos de credibilidade, muita gente põe em dúvida certos números divulgados.

João Lyra é candidato

O deputado federal João Lyra disse que sua candidatura à reeleição é irreversível e demonstrou está pronto para entrar pra valer na campanha. Lyra revelou que não mistura política com seus negócios pessoais e que vai entrar com toda força na campanha que já começou há meses para outros candidatos. Da coligação de Renan Filho, JL vai começar a visitar bases e fechar alianças.

Susto do PT A simulação feita pelo DataFolha no início da semana entre candidaturas de Marina Silva, Dilma Rousseff e Aécio Neves, deixou o Partido dos Trabalhadores de orelha em pé. Num eventual segundo turno, de acordo com a simulação feita, Marina bateria Dilma e seria a presidente do Brasil.

Reforço O prefeito Rui Palmeira começou a caminhar pela periferia de Maceió pedindo votos para Biu de Lira. Tem feito caminhada, mantido contatos com lideranças e reafirmado o desejo de que Biu seja o governador. Já Cícero Almeida aposta que Renan Filho terá maior votação na capital. Está feita a aposta.

Decepção Uma pesquisa para saber do poder de fogo de candidatos a deputado federal com relação à candidatura majoritária para o governo deixou uma coligação com orelha em pé. Influência zero. Ou seja, recebeu incentivo, ajuda logística, mas não tem ajudado na performance do candidato.

Hora de chiar Como estamos em campanha eleitoral, vai ser muito comum sindicatos e associações fazerem zoadas neste período. Irão reclamar de salários atrasados, acordos não cumpridos e descaso com a administração pública.

Briga no Senado Mesmo com Fernando Collor na frente das pesquisas, Heloísa Helena e Omar Coelho de Mello não ficam para trás. Heloísa aumenta o volume de campanha e Omar vibra com a subida nas pesquisas.

Dificuldades As coligações têm enfrentado grandes dificuldades para cumprir os compromissos de campanha. Ninguém joga folgado, revelou um experiente político que participa ativamente do desenrolar da campanha.

Briga de bastidores Para o público os candidatos se derretem em elogios, mas por baixo dos panos a situação é bem oposta. As brigas são cons-antes em todas as coligações, principalmente pela cobrança de compromissos.

No calo A vereadora Heloísa Helena apareceu na televisão com o mesmo tom de campanhas anteriores. Faz alusão aos poderosos, mas diz que o povo compreende quem é melhor para Alagoas. Ela deve melhorar sua posição nas pesquisas, principalmente porque só agora começa a aparecer no Guia Eleitoral.

Subindo O candidato Omar Coelho, da coligação de Biu de Lira, ficou entusiasmado com a subida que deu nas pesquisas e aumenta sua caminhada pelos municípios do interior. Omar quer beliscar votos tanto de Heloísa Helena como de Fernando Collor.

Comércio de votos A coisa está mesmo escancarada. Negociam-se votos no centro de Maceió, nos bairros e naturalmente no interior do Estado. Os recursos estão abastecendo a economia local, mas parece que a grana vem de longe. Os candidatos não querem saber de movimentações financeiras bancárias além da conta.

Meia volta Já teve cheque na praça que bateu e voltou. Dezenas de carros de som foram devolvidas e uma banda de colaboradores, pagos, naturalmente, foi demitida. É a crise batendo na porta de todos.


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ESTRELA DE ALAGOAS

Advogado é ameaçado por militar que faz segurança da família Garrote Caso foi denunciado à OAB e será levado ao conhecimento da Defesa Social e da Polícia Militar VERA ALVES veralvess@gmail.com

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em mesmo quando são vencedores os Garrote e seus seguidores perdem a chance de exercitar sua veia agressiva. Desta vez a vítima é o advogado Paulo Medeiros e o palco da intimidação foi o corredor do prédio-sede do Tribunal de Justiça de Alagoas, em cujo auditório estão sendo realizadas as sessões do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Na última segunda-feira (18), o advogado foi “sutilmente” ameaçado por um antigo segurança da família que há quase duas décadas administra um dos municípios mais pobres do estado. Naquele dia, após vários adiamentos, o Pleno do TRE finalmente julgou o recurso em que o prefeito Arlindo Garrote (PP) e seu vice, José Teixeira de Oliveira, pediam para ser manter nos respectivos cargos e de onde haviam sido afastados no ano passado pela juíza Izabelle Coutinho Dantas, da 10ª Zona Eleitoral (Palmeira dos Índios), acusados de crime eleitoral. Ambos passaram apenas uma semana afastados e retornaram graças a uma liminar do desembargador eleitoral Alexandre Lenine. Segunda-feira, no julga-

mento do mérito, por 5 votos a 2, o TRE decidiu derrubar definitivamente a decisão de primeira instância, mantendo ambos nos cargos. A açãocontra a qual o prefeito e seu vice apresentaram recurso foi impetrada pela candidata derrotada nas eleições municipais de 2012, Geralda Ferro, tendo como advogados Paulo Medeiros e outros três profissionais, dentre eles Luiz Vasconcellos Neto, com quem ele foi acompanhar o julgamento do mérito na última segunda-feira. Ao deixarem o auditório, na sala de recepção que dá acesso ao elevador, encontraram o local totalmente ocupado por simpatizantes do prefeito, incluindo dois tios de Arlindo Garrote, Aldo Lira de Jesus e Djalma Lira de Jesus, vereadores e seguranças do prefeito, dentre os quais o cabo da Polícia Militar conhecido apenas por Jota. Na denúncia que formalizou junto à Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Alagoas, e que vai ser levada também à Secretaria de Defesa Social e ao Comando da Polícia Militar, Medeiros revela que o cabo Jota dirigiu a ele as seguintes palavras: “Graças a Deus. Eu tava com um terno preto pronto para usar. O bicho é pretinho,

Paulo Medeiro denunciou à OAB ameaça feita por PM que trabalha como segurança da família Garrote

pretinho, chega brilha”, tendo de imediato sido advertido por alguém que o fez se calar. Terno preto, para quem não sabe, é uma gíria entre criminosos que significa saco de cadáver. Esta informação foi passada a Paulo Medeiros por policiais militares aos quais relatou o ocorrido e que o alertaram para o fato de que a declaração do cabo era uma ameaça direta de morte. Integrante da chapa de Geralda Ferro na condição de vice, o advogado já tinha sido ameaçado pelo policial militar nas eleições de 2010, mas preferiu, na época, relegar a questão a

pedido da família. CONDENAÇÃO Embora tenha sido mantido no cargo, o prefeito Arlindo Garrote foi condenado à prestação de serviços comunitários pelo mesmo crime eleitoral — captação ilícita de sufrágio — que ensejou a ação de Geralda Ferro. Não somente ele, mas também a mãe, Angela Garrote, ex-prefeita de Estrela de Alagoas e figura tarimbada dentro da Polícia Federal, onde já esteve presa, o arregimentador de votos José Mariano de Souza (Zezinho Aureliano), Quitéria Maria da Silva, Alex Fernandes dos Santos,

Flaviano de Souza Filho e Floriano Aureliano de Souza, os quatro últimos por terem recebido para votar em Arlindo nas eleições de 2012. As condenações datam do dia 30 de julho último, em decisão da juíza Izabelle Coutinho Dantas, com base nas investigações da Polícia Federal e nas declarações dadas em juízo pelos envolvidos. Embora intimados, o prefeito e a mãe não compareceram à audiência em que foi prolatada a sentença. Decerto vão recorrer ao mesmo TRE que anulou a cassação do mandato do prefeito determinada pela juíza em dezembro do ano passado.


6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014 ELEIÇÕES 2014

Renan e Biu estreiam guia poupando Vilela

de Viçosa, Manoel dos Passos , o “Vô”. O candidato tucano a governador está escalado por uma razão simples: fazer propaganda da gestão de Téo Vilela mesmo enfrentando o nível alto de rejeição do governo estadual. A retirada de Júlio Cézar representaria o fim do partido. Apenas isso. A chapa Júlio Cézar e Manoel dos Passos é o retrato da perda de importância do PSDB.

Collor e Heloísa têm estreia morna; Marina Silva será fiel da balança em Alagoas ODILON RIOS especial para o Extra

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campanha em Alagoas vai tomando o rumo esperado. Nestas duas últimas semanas, as pesquisas - da Exatta e do Ibope – deram o tom no debate eleitoral, fortalecendo o clima de polarização existente desde o mês passado. A morte do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) muda o cenário nacional: a presidente Dilma Rousseff tinha um desempenho favorável para vencer no primeiro turno. O Data Folha pós-morte de Campos aproveitou a onda de comoção nacional em torno do trágico acidente, a exposição do resgate e enterro dos corpos da queda do avião, com horas a fio dedicadas nas grandes redes de TV ao velório e a imagem retroalimentada de Marina Silva, espécie de “Antônio Conselheiro” high tech, apostando na união do caráter messiânico e a política, algo bem utilizado por Getúlio Vargas pós-ditadura até seu suicídio, em 1954. Mas, no cenário local, vieram certezas: oficialmente o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) anunciou que Thereza Collor desistiu de disputar o Senado; o início do guia eleitoral na TV e no rádio mostrou que Vilela será poupado pelo

deputado federal Renan Filho (PMDB) e Biu de Lira- mostrando que ambos têm sim um acordo com o tucano para ajudar o sobrinho Pedro Vilela na eleição a deputado federal e pôr em destaque a figura do usineiro Givago Tenório, suplente de Biu de Lira; e o senador Fernando Collor (PTB) e a vereadora Heloísa Helena (PSOL) esperarão o momento certo para se “atracarem” no guia. Heloísa aposta na batalha do “bem contra o mal”; Collor ainda não cita HH, mas usará a pecha: “Alagoas não pode se isolar de Brasília”. Heloísa tem uma vantagem que era de Collor: em 2006 o hoje senador protagonizou a batalha “Davi contra Golias”: em 28 dias de campanha e com pouco dinheiro- além de 25 segundos de tempo de TV e rádio, Collor virou a eleição contra um favorito governador Ronaldo Lessa (PDT) e toda uma máquina administrativa a pleno vapor. PESQUISAS E TRAIÇÕES Amplamente favoráveis a Renan Filho, as pesquisas eleitorais causaram estrago na campanha de Biu de Lira, mas o comitê do senador não altera a estratégia- pelo menos não por enquanto. Divulgadas nos principais meios de comunicação, elas

Renan Filho e Benedito de Lira não citam Téo Vilela no guia eleitoral

mostraram a distância existente entre as duas maiores forças em disputa. A Exatta, encomendada pela TV Pajuçara, revelou que Renan Filho venceria no primeiro turno por 39 a 22%. O Ibope, com uma pesquisa encomendada pela TV Gazeta, reforçou esta sensação, com um placar de 42 pontos de Renan contra 23% de Biu de Lira. Uma diferença de 19 pontos. Neste nova pesquisa, o Ibope já captou a presença do vereador de Palmeira dos Índios Júlio Cézar (PSDB), que se transformou num ator sem peso e obteve apenas 2% dos votos no Ibope, mesmo número do engenheiro agrônomo Mário Agra (PSOL). Um experiente observador da política alagoana colocou que esse tipo de resultado em pesquisa influencia mais os possíveis apoios aos majoritários que mesmo o eleitorado ainda indefinido. Com um resultado mostrando grande diferença, grande parte dos vereadores, prefeitos e candidatos proporcionais definem suas posições e passam a apoiar aquele que deverá vencer. Biu de Lira passou o primeiro semestre somando apoios, principalmente nos partidos

que deveriam dividir o palanque com a candidatura do PSDB. O senador do PP, com apoio discreto do governador, conseguiu colocar nove partidos e expressivas lideranças no seu projeto, trazendo um a um até formar a frente que atraiu até mesmo o DEM, aliado incondicional, no âmbito nacional, do PSDB. Terminada a convenção e começando o período das caminhadas e contatos nos bairros e municípios do interior, Biu de Lira viu sua frente perder algumas lideranças locais, que resolveram apoiar o candidato do PMDB. Biu de Lira não esconde de ninguém que, sem poder apoiar Dilma Roussef, seu desejo era entrar na campanha do senador Aécio Neves (PSDB) em troca da retirada da candidatura tucana em Alagoas. Algo impensável nas hostes do PSDB caminhando para ser o maior nanico de Alagoas. O partido tucano ficou tão miúdo na disputa que não causou nenhum interesse ou curiosidade na mídia local a renúncia de seu candidato ao Senado, professor Eduardo Magalhães, e o anúncio de um novo vice-governador, o atual vice-prefeito

EDUARDO CAMPOS A morte de Eduardo Campos põe em banho-maria a situação local. O decorrer da campanha - e o comportamento de Marina Silva - darão certezas. Ou indefinições. O senador do PP, depois de passar anos apoiando o Governo Lula e a presidente Dilma, fez um acordo com o PSB, estimulado por Téo Vilela, para, em troca de apoio eleitoral, abrir o palanque para Eduardo Campos em Alagoas. A morte prematura do exgovernador pernambucano desarrumou esse acordo. A vice que assumiu a candidatura a presidência, Marina Silva, não esconde sua rejeição a Biu de Lira e sua simpatia pela vereadora Heloísa Helena (PSOL). Por duas vezes se recusou vir a Alagoas junto com Eduardo Campos para fazer campanha do senador do PP. Isso por causa do filho de Biu, o deputado federal Arthur Lira (PP)- acusado de bater na ex -mulher durante 40 minutos. Ele responde a ação no Supremo Tribunal Federal. Porém, a campanha de Biu recebeu uma injeção de ânimo: Marina Silva, lançada à Presidência da República. Ela disse que vai respeitar os acordos costurados por Campos. E Renan Filho surfa na onda de Dilma Roussef que, com apoio de Lula, segundo o Ibope e a Exatta, obtém quase dois terços dos votos alagoanos. Porém, o efeito Marina pode dar instabilidade à campanha


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MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014 - 7

ELEIÇÕES 2014

Collor e Heloísa evitam confronto em campo aberto ODILON RIOS especial para o Extra

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uanto à disputa entre Heloísa Helena (PSOL) e o senador Fernando Collor (PTB), na pesquisa Exatta, o senador apoiado pelo PMDB tem apenas seis pontos de diferença em relação a Heloísa (39% a 32% de intenções de votos), número que cresce para 17 pontos na pesquisa do Ibope (43 a 26%). Como o ex-presidente da OAB, Omar Coelho (DEM), praticamente não pontuou, Collor deverá agilizar sua campanha contra a candidata do PSOL, que vem recebendo apoios tanto de candidatos da frente do PP como na coligação tucana. Assim como Collor incrementa seu palanque com prefeitos e deputados. A saída de Eduardo Magalhães deixou o PSDB sem candidato ao Senado, facilitando o apoio dos tucanos a Heloisa, que poderia ajudá-la a enfrentar Collor, considerado o grande adversário de Téo Vilela pelo desmonte que realizou da imagem do governo tucano. Porém, é inegável a vantagem de Collor sobre Heloísa Helena. Mas se repete hoje uma situação do passado: 1. A entrada do ex-presidente da OAB, Omar Coêlho de Mello- nesta pesquisa Ibopenão alterou o quadro polarizado. Collor e Heloísa é quem têm chances nesta disputa- apesar de Omar ter o segundo maior tempo de TV e rádio entre os três: 2 minutos e 25 segundos; 2. A pesquisa espontâneadiz o Ibope- mostra que 62% dos entrevistados não sabem responder em quem votariam para senador por Alagoas. Explicação, para o instituto: “Proporção

esperada, considerando que ainda não começaram as propagandas obrigatórias na televisão e no rádio”. Neste item, mais uma vez o Ibope: Collor recebe 14% dos votos; HH, 3%; 3. Há de se mencionar, no item anterior: a arrecadação na campanha (primeira prestação de contas) de Collor é extraordinariamente maior se comparado à de Heloísa. O senador, R$ 238 mil; HH, R$ 10 mil. Quase 24 vezes a mais; 4. Isto é vantagem? Nem tanto. O próprio Collor sabe por experiência - que isso não é fator decisivo na eleição; 5. Em 2006, Collor disputou o Senado com o ex-governador Ronaldo Lessa. Entrou como derrotado- ainda recolhendo os despojos da eleição (quase uma guerra) de 2002 ao Governo. Afinal, em comparação ao volume de campanha de Lessa (e a máquina administrativa), estava em ampla desvantagem. Tinha ainda 28 dias de campanha pela frente. Repetindo 1989, Collor elegeu-se em um impressionante ineditismo. Contando ainda ter 25 segundos diários de tempo de TV; 6. Oito anos depois, inverte-se: Collor terá 4 minutos e 18 segundos; Heloisa Helena? 27 segundos- dois segundos a mais que o senador em 2006. Radicalmente diferentes, porém, há pontos em comum no pragmatismo eleitoral: Heloísa pode ser o Collor de 2006pouca estrutura de campanha, uso de bordões na TV, cenários simples nas gravações. E o tempo, mínimo, transformado em vantagem; 7. Óbvio: Collor sabe disso. E Heloísa também. Tanto que ambos evitam o confronto

em um campo aberto: as redes sociais. A vereadora da capital tenta livrar-se da pecha de ser uma pessoa que fala e não traz recurso (ainda que esta não seja a principal atribuição de um senador); Collor terá de explicar suas relações com o doleiro Alberto Yousseff (ainda que as três pesquisas Ibope vão mostrando a influência nula deste caso no eleitorado alagoano); 8. E como ambos se comportam? Collor disse, em debate na TV Alagoas- ao lado dos jornalistas Arnaldo Ferreira, Luiz Vilar e Carlos Miranda: “Alagoas não pode se isolar de Brasília”. Recado óbvio a Heloísa; 9. E HH? A linha da ética. Recado óbvio a Collor- que estreou o guia eleitoral mostrando ser ficha limpa, ao assumir falar de um assunto incômodo: o impeachment. 10. Quem pode ser o fiel desta balança? Omar Coêlho de Mello, que não vem alterando o quadro polarizado, é verdade, mas pode grudar-se à imagem do anti-Collor- apesar de negar. Mas, seus discursos negam a negativa. Basta observar: “Temos hoje alguns senadores que mancham a imagem de Alagoas no país. Eles respondem a inúmeros processos, estão envolvidos em casos de corrupção. Isso atrapalha a vinda de empresas para Alagoas”; e: “Sou um senador de peso, mas de passado leve. Minha história não me envergonha. Muito pelo contrário; me enaltece”. PREÇO ALTO A campanha em Alagoas ficou conhecida nacionalmente pelo seu custo alto. Depois de contabilizadas as despesas que terão as coligações e enviadas

Collor já arrecadou 24 vezes mais do que Heloísa para sua campanha

ao Tribunal Regional Eleitoral, Alagoas ficou em quarto lugar em volume de recursos financeiros a serem gastos na campanha, na frente de estados maiores e mais ricos como o Rio Grande do Sul. Os valores anunciados chegaram a R$ 142,5 milhões. Gastarão os alagoanos tanto assim? Dizem os especialistas que sim. Os recursos arrecadados pelas coligações não vão, necessariamente, para seus candidatos majoritários. As doações de empreiteiras, bancos e outras grandes empresas, caem na conta dos majoritários, mas são destinadas, principalmente, aos candidatos proporcionais. Alegam os organizadores e responsáveis pelas finanças que são eles, os candidatos a deputado estadual e federal, que carregam a campanha nas costas. Vão aos seus redutos nos bairros e municípios para acompanhar e controlar sua “clientela”, financiam os seus cabos eleitorais, distribuem a propaganda, movimentam os carros de som, organizam os comícios, as carreatas e as visitas e, mais importante, levam os eleitores para as urnas nos dias de votação ou fazem boca de urna e

que, por isso, merecem todo o apoio. Os especialistas em campanha, como algumas lideranças do PTdoB e PRTB, explicam esse movimento como algo natural. Quanto mais forte o candidato, com mais chances, mais apoio financeiro recebe. Nomes como Pedro Vilela, Arthur Lira e Marx Beltrão lideram os custos com a campanha proporcional em cada uma das coligações. Eles são carroschefes de suas chapas federais e, em cada localidade, trabalham em dobradinha com um candidato a deputado estadual. Um voto “casado” dos dois, mais o apoio aos seus majoritários sai, pelo menos, por R$ 150. Um custo que inclui material de campanha. Ou seja, uma dobradinha para eleger um federal com 60 mil votos pode alcançar em torno de R$ 9 milhões, incluindo as despesas com majoritários e com seus estaduais. Uma quantia que era considerada normal para uma campanha do usineiro João Lyra em 2010, mas que representa um valor financeiro muito alto para um candidato hoje sem o patrimônio e acesso aos bancos que tinha o ex-proprietário de cinco usinas.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014 ECONOMIA

Usina Uruba, no município de Atalaia, é uma das cinco indústrias do Grupo João Lyra que sucumbiram à crise do preço internacional do açúcar e à política nacional do álcool

Modernização da agroindústria marca o fim do ciclo das usinas em Alagoas REINALDO CABRAL especial para o EXTRA

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omo não se reciclou para acompanhar o processo de modernização da produção agrária mundial intensificado entre o final da década de 1970 e a primeira metade dos anos 80, o setor sucroalcooleiro de Alagoas, que já foi responsável,com suas 27 usinas, por 80 % da economia local,na geração de emprego e renda,acabou sugado, aniquilado,e, hoje, amarga os efeitos do encerramento de um ciclo de glória e apogeu. Hoje, ma visita à trajetória do empresário e atual deputado federal João Lyra (PSD) é uma viagem entre a ascensão e queda da agroindústria alagoana. Senão, veja: depois de frequentar o topo do setor no Brasil, o empresário teve suas cinco usinas engolidas por dívidas trabalhistas e fiscais

e, ainda por cima,sequer conseguiu consolidar um sucessor,tarefa corriqueira para quem passa a vida na construção de um império econômico-financeiro. Os principais estudiosos brasileiros da questão agrária como Graziano da Silva atribuem a transformação ocorrida na economia agrária à subordinação da natureza ao capital, que gradativamente passou a libertar o setor das condições naturais que o dominaram até meados dos anos 1960. Assim, para controlar a natureza, o agronegócio passou a implantar condições artificiais para o controle da reprodução agrícola: 1- se faltar chuva, irriga-se; 2- se o solo não for suficientemente fértil, aduba-se; 3 – se ocorrerem pragas e doenças, usa-se defensivos químicos ou biológicos; 4 - se houver inundações, estão previstas formas de drenagens controladoras.

Beroaldo Maia Gomes previu falência do setor açucareiro

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ez anos antes de morrer, em setembro de 2013,o engenheiro alagoano, Beroaldo Maia Gomes fez sua última profecia: ou o setor sucro-alcoleiro de Alagoas optaria pela produção de energia do bagaço da cana e estimularia a produção de energia solar ou entrará em falência muito breve. De fato, a falência se seguiu a uma verdadeira bagaceira no setor, um verdadeiro salve-se quem puder. Alguns usineiros, como o presidente da Cooperativa dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas, o ex-senador João Tenório, migrou para a política, conquistando um mandato de senador, caminho já seguido, sem sucesso, pelo empresário João Lyra, cujas empresas seguiam linha

oposta à cooperativa como independentes. Consumidoras de 50% da energia fornecida ao estado pela Chesf, ao montar sua central de produção de energia via bagaço de cana, as usinas alagoanas passariam a ter um ganho econômico extraordinário,tornando seus produtos mais competitivos.E o bagaço entraria na matriz energética brasileira como fonte alternativa, podendo obter financiamentos como ocorre a outras fontes de energia alternativas como a eólica (originária dos ventos), ainda com uma força inferior a 5 % na matriz energética).Como Alagoas tem sol contínuo durante seis meses do ano, a energia solar seria a outra fonte a somar um peso maior na matriz energética brasilei-

ra,projeto que seria agregado a central energética decorrente do bagaço da cana. Especialista em energia, formado na Universidade francesa de Lion, Beroaldo Maia Gomes, se dedicou a vida toda ao tema, criando no governo Luiz Cavalcante a Ceal - Companhia Energética de Alagoas -(hoje um escritório da Eletrobrás). Contudo, cassado pela ditadura como professor da Ufal a partir de quando também passou a dedicar-se ao setor privado, Beroaldo se celebrizou ao lado do economista Celso Furtado, ao estimular a implementação dos primeiros planos de desenvolvimento regional pela Sudene nas décadas de 60-70. Mas, os sonhos de Beroaldo morreram com ele.


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ECONOMIA

Usinas Laginha, em União dos Palmares, e Guaxuma, em Coruripe, junto com a Uruba, deverão ir a leilão para quitar dívida de R$ 2,1 bilhões com milhares de credores

Sobra terra e ganância, mas falta emprego e renda

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Brasil é o único país do planeta com excesso de terras disponíveis – 800 milhões de hectares – e homens. Mas apenas 3% da população rural do País detêm 43% das terras agrícolas disponíveis e apesar de a monocultura da cana perder o posto de principal esteio da economia, o Brasil ainda é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, mas seu destino é a produção de álcool e etanol. Embora tenha se tornado a 9ª economia mundial, experimenta uma contradição gritante: as 384 mil famílias de assentados há quase uma década ainda não podem dizer que possuem um pedaço de terra porque o governo do PT vacila entre o preconceito da reforma agrária e a paparicação dos latifundiários para ter suas matérias aprovadas no congresso nacional. O território brasileiro de 8,5 milhões de hectares tem

condições de alavancar a economia com a utilização de 800 milhões de hectares de espaço agrícola. Apesar de nos últimos 20 anos a população brasileira ter se tornado 80% urbana, 20% da sua população de 200 milhões de habitantes se dedicam a produção agrícola. BRASIL NA ENCRUZILHADA Os principais especialistas que já se debruçaram sobre a questão agrícola no planeta são unânimes: só há dois caminhos a seguir: o democrático com a distribuição das terras e bens agrícolas com a maioria da população, engajando-a na produção e comercialização; e o autocrático, com a concentração das terras entre os latifundiários e grandes empresas. É essa questão que poderá incendiar os debates da atual campanha política.

Êxodo rural desfigura e faveliza Maceió

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fim do ciclo da cana de açúcar em Alagoas provocou, nos anos 1980, o maior êxodo rural ocorrido no estado em todos os tempos. Produziu uma expansão de 30 para 730 favelas em Maceió, com o deslocamento em massa da população de trabalhadores rurais para a capital. O resultado foi o surgimento de uma demanda de serviços de infra-etrutura (saneamento, água, esgoto,

eletrificação, saúde, educação, policiamento) incapaz de ser respondida pelo setor público. A maior penalização acabou sobre o complexo lagunar Mundaú-Manguaba, que até o final da década de 1970, produzia alimentos, entre moluscos e crustáceos, para 100 mil famílias em Maceió, celebrizando-se como a maior fonte de renda natural do país. As ocupações irregulares nas cidades ribeirinhas ao sis-

tema lagunar, como Maceió, Satuba, Marechal Deodoro, Pilar, e Santa Luzia do Norte despejam um volume de esgoto nas lagoas que, somado aos detritos e lamas oriundas dos rios Mundaú e Manguaba e seus afluentes que demandam às lagoas, aterram e assoreiam suas águas e acabaram com a reprodução de crustáceos e moluscos, principalmente o sururu, que já foi o principal prato local.

O Estado e a economia brasileira

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análise econômica nem reforça nem neutraliza a presença do estado na economia de nenhum país. Mesmo na economia dos EUA, que hoje, em parte é dependente da China, após influenciar a economia do planeta nas décadas seguintes à 2ª.Grande Guerra Mundial, embora mantenha seu cunho privatista, o estado funciona

como seu regulador. O desempenho da agricultura brasileira sempre decorreu da presença do estado, seja financiando a produção e comercialização agrícola seja na regulação do controle fundiário. Graças a essa presença o açúcar sempre teve participação expressiva na pauta brasileira de exportação.


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ECONOMIA

Ascensão e queda de um gigante F João Lyra oi como se um tsunami gigantesco varresse o território alagoano. Esse sinal desesperador estava na expressão de cada um representante do setor sucroalcooleiro no encontro histórico do governador Teotonio Vilela Filho, em palácio, na primeira sexta-feira de agosto,1, com o presidente do Sindaçúcar-Al, Pedro Robério Nogueira. Robério levou os números da crise - R$ 2,3 bilhões -correspondentes a uma safra perdida. E pediu socorro para evitar que 20 das 24 usinas de Alagoas sigam o mesmo caminho da tragédia que se abateu sobre o grupo João Lyra, que perdeu cinco usinas (Laginha, Uruba e Guaxuma em Alagoas e mais duas que funcionavam no Triângulo Mineiro), além do fechamento da usina Roçadinho, que também deixou de operar. Na sua exposição, Robério lembrou que havia uma grande capacidade de moagem de canas instalada no estado, “cuja operação se encontrava ociosa pela inexistência de matéria -prima com oferta plena para o abastecimento regular e em bases econômicas”. -Havia um certo volume de canas produzidas em áreas de baixa rentabilidade e alto custo que se mostraram inviáveis no momento que o governo federal extinguiu o subsídio de equalização de custos de produção de cana para a região nordeste. Com a menor oferta de cana para viabilizar uma moagem racional e econômica, algumas unidades industriais decidiram paralisar as suas atividades, enquanto que as canas remanescentes foram absorvidas pelas outras usinas da vizinhança. No esforço derradeiro para sensibilizar o governador – usineiro Teotonio Vilela Filho - Ro-

bério arrematou: -As unidades que decidiram pela paralização das suas operações na última safra, o fizeram por aperto de liquidez financeira, decorrente de uma convergência de fatores como a política de congelamento do preço da gasolina concorrente do etanol durante os últimos oito anos – insuficientes para cobrir os custos de produção, que mantiveram a escalada de aumento acima da inflação, redução drástica da oferta de empréstimos rotineiros ao setor – sobretudo à exportação após a crise financeira internacional de 2008 - e perdas decorrentes das secas nos últimos dois anos, que reduziu a produção de cana em mais de 5 milhões de toneladas e subtraiu um faturamento global do setor em Alagoas em cerca de R$ 2 bilhões. ENFRENTAMENTO O relato de Pedro Robério foi assistido pelos representantes da Federação das Indústrias (FIEA), Federação da Agricultura, Federação das Associações Comerciais de Alagoas, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Alagoas (Fetag) e do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar. A reivindicação direta ao governador – ampliação do prazo para o pagamento de ICMS e a redução da carga tributária – teve logo ressonância: Vilela mandou sua assessoria técnica estudar a possibilidade de atendimento no curto prazo. Pudera: com ICMS de 27% sobre o etanol e 17% sobre o açúcar e sem incentivos fiscais, Alagoas é campeã nacional em carga tributária sobre o setor sucroalcooleiro – o ICMS de São Paulo sobre o etanol é de apenas 12%.

A paixão pelo trabalho e os limites do infinito

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isionário do capitalismo? Sonhador político? Fanático da inovação do empreendedorismo? Ícone do exotismo empresaral? Perseguidor da ética? Defensor dos valores do passado no presente? Um lunático com um pé no passado e outro no presente? Um pouco disso tudo e mais uma forte dose de ousadia e convicções ideológicas conservadoras, mas não ao ponto de emprestar apoio ao golpe militar de 1964, ao contrário de outros industriais do setor. Essas características auxiliam na definição do perfil do empresário João Lyra, cuja trajetória é uma ponte entre o ciclo das usinas de açúcar e álcool, que já sustentaram 80 % da economia alagoana e o início de um novo ciclo em que a produção de energia será predominante e do antigo ciclo só restará uma lembrança estonteante sob a forma de destilarias de cachaça para abastecer o mercado externo.

TRAJETÓRIA ACIDENTADA A trajetória do mega empresário e hoje deputado federal João Lyra percorre o ciclo de ascensão da indústria sucroalcooleira de Alagoas, até o seu encerramento ano passado, a partir de quando se inicia a conversão do setor em sucro-energético. Apesar de ter perdido as cinco usinas que chancelavam o seu império numa sucessão de crises, observadores atentos são unânimes em apreciar o nome do empresário na constelação dos maiores e melhores empresários de Alagoas de todos os tempos e cujo capítulo final da sua história não pode nem deve ser manchado pelo fato de não ter conseguido fazer um sucessor. Pernambucano, João Lyra chegou a Alagoas muito cedo, aos 17 anos, depois de ter recebido uma herança do pai. Logo assumiu a direção da usina Larginha, em União dos Palmares. Como nem sua obstinação nem sua ousadia tinham limites, logo se afastou da cooperativa dos usineiros, impondo-se como industrial independente e em menos de duas décadas alçou o topo do setor, saltando de uma para cinco unidades industriais (três delas em Alagoas e duas em Minas Gerais), além de ter implantado uma fábrica de adubos (Adubos Jotaele) e uma concessionária da Wolkswagen. Hoje aos 84 anos, o ocaso do grupo JL coincide com o momento em que os sobreviventes do setor migram para a produção de energia e os produtores de açúcar criam destilarias de cachaça para o abastecimento do mercado externo – um nicho comercial até então pouco visualizado.


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MORTE DE CAMPOS

Vídeo confirma tese de piloto alagoano Recolhimento de flaps em velocidade superior a 200 nós e baixa altitude pode ter provocado a queda do jato VERA ALVES veralvess@gmail.com

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xibido em rede nacional na última quarta-feira (20), o vídeo que mostra a trajetória do Cessna 560XL prefixo PR-AFA momentos antes de sua queda em Santos (SP), no último dia 13, matando o presidenciável Eduardo Campos (PSB), quatro assessores, o piloto e o copiloto da aeronave, confirma a tese do piloto alagoano Antenógenes Pereira. Para ele, é provável que tenha ocorrido o que se denomina “pitch nose down”, a queda brusca e repentina do nariz da aeronave em função do recolhimento dos flaps a baixa altitude e velocidade superior a 200 ktas (nós). Gestor de Segurança Operacional da Aviação Civil, Pereira explica que, com a aeronave totalmente configurada para pouso - com trens de pouso baixados e flaps totalmente destendidos em torno de 45 graus -, teriam os tripulantes que desconfigurá-lo imediatamente para uma arremetida (recolhendo os trens de pouso e parcialmente os flaps, deixando-os em torno de 15 graus), mas nesta tentativa de arremetida, a hipótese é que os flaps tenham sido recolhidos a uma velocidade superior aos 200 ktas (nós), contrariando uma advertência (warning) para este procedimento constante no manual do 560XL fornecido pelo fabricante do jato para este modelo. Pereira, aliás, foi o primeiro especialista da área a levantar

a hipótese de que a posição dos flaps tenha contribuído para com a tragédia que matou o exgovernador de Pernambuco aos 49 anos de idade e outras seis pessoas. Na sexta-feira da semana passada, em entrevista ao site do EXTRA, ele afirmou que havia grandes possibilidades de que a queda do jato tivesse sido provocada por fatores que induziram o piloto Marcos Martins a um erro operacional, em função da baixa visibilidade, por conta da formação de nuvens ST (stratus), que antecedem uma frente fria, e o vento de cauda. “É importante destacar que um acidente desta natureza não ocorre devido a um fator; há uma conjunção de fatores que terminam por ocasionar tragédias como esta”, enfatiza Pereira. No caso específico do voo que matou Campos e outras seis pessoas, entre os vários fatores que podem ter contribuído para a queda estão também as condições da pista. “A pista da Base Aérea de Santos não dispõe de VOR (VHF Omnidirectional Range), equipamento de alta frequência de auxílio à navegação e que seria de fundamental importância nas situações de falta de visibilidade, como a que foi relatada pelo piloto e em função da qual ele decidiu arremeter para tentar um novo pouso”, explica Antenógenes Pereira. Localizada no município do Guarujá, litoral norte de São Paulo, a Base Aérea de Santos (BAST) é uma base da Força Aé-

Antenógenes Pereira foi o primeiro especialista a ligar flaps à tragédia

Manual do fabricante do Cessna alerta para risco de queda brusca

rea Brasileira cuja pista de pousos e decolagens é pavimentada e tem 1.385 metros (cabeceiras 17/35), mas opera com NDB (Non Directional Beacon), similar ao VOR mas que não conta com o DME (DistanceMeasuringEquipment), equipamento para medição de distância entre o avião e uma estação de terra. Segundo especialistas, a “preci-

são” de uma aproximação NDB depende da habilidade do piloto em navegar pelo ADF (equipamento que capta a frequência da antena NDB). O manual de segurança da fabricante do Cessna 560XL, a Cessna Aircraft Company, traz um alerta de perigo (WARNING) quanto aos flaps - dispositivos que servem para aumen-

tar a área da asa e, portanto, a sustentação do avião em baixa altitude - advertindo que se recolhidos quando o avião estiver com velocidade acima de 370 km/h (ou 200 nós), a aeronave pode ser puxada para baixo. “Em função do mau tempo na hora do acidente, é praticamente certo que a velocidade do jato tenha sido bruscamente aumentada logo após ele arremeter e dar a volta com o objetivo de fazer uma nova tentativa de pouso. Nesta volta, a aeronave deve ter sido impulsionada pelos ventos que sopram do oceano, resultando em uma velocidade superior a 200 nós”, acredita o piloto alagoano. Antenógenes Pereira lembra que o jato vinha programado para um procedimento de pouso, que teve de ser abortado, em função da falta de visibilidade, logo após ele “bloquear” (passar sobre o sinalizador) a pista. Em termos sucintos, a aeronave teve de ser reprogramada para subir, fazer a volta e tentar o novo pouso, nesta volta é que os ventos de cauda podem ter aumentado sua velocidade quando os flaps ainda estavam recolhidos e a uma baixa altitude, o que fez o jato ser “sugado” para baixo, formando uma enorme cratera. Pereira também cita a possibilidade de ocorrência de um fenômeno climático denominado Windshear, a chamada “tesoura de vento”. Um dos momentos mais críticos do voo na hora do pouso e que ocorre em baixas altitudes, ele é apontado como causa de dezenas de acidentes aéreos em todo o mundo, já que leva a uma significativa perda de sustentação das aeronaves, com pouquíssimo tempo (alguns poucos segundos) para sua recuperação.


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014 JUSTIÇA

Silvânio Barbosa é condenado por danos morais contra major da Polícia Militar Vereador terá que indenizar militar ao qual acusou de ser o mandante da “Chacina do Benedito Bentes” JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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vereador de Maceió Silvânio Barbosa (PSB) teve recurso apreciado e negado pelo Tribunal de Júri da 3ª Câmara Cível da Capital na segunda-feira (18). O recurso impetrado pelo vereador pedia o não pagamento de indenização por danos morais ao major Paulo Eugênio da Silva Freitas. Por maioria de votos, Silvânio Barbosa será obrigado a pagar indenização de R$ 20 mil ao oficial da Polícia Militar de Alagoas. “A justiça está sendo feita; meu cliente é inocente nas acusações infundadas de envolvimento na chacina do Benedito Bentes em 13 de agosto de 2010. As acusações contra ele caíram por terra, são fruto apenas do desejo irresponsável de denegrir a honra de um homem de bem e de um profissional responsável e que honra sua farda”, ressaltou Fernando Ribeiro, advogado do oficial. Condenado pela 6ª Vara Cível da capital, Silvânio Barbosa foi investigado por denunciação caluniosa em bilhete anônimo encaminhado ao Conselho Estadual de Segurança, no qual o major Paulo Eugênio é acusado de ser o mandante da chacina que vitimou quatro adolescentes no Benedito Bentes,

em agosto de 2010. O major destacou que arbitrariedades e irresponsabilidades de um inquérito vazio levaram à sua prisão no dia 23 de setembro de 2010, em cuja condição ele permaneceu por 45 dias sem nenhuma prova legal. “Um bilhete de 10 linhas de denúncias mentirosas encaminhado para o Conselho de Segurança, Ministério Público e para polícia foi fruto de toda motivação da minha prisão. Quem fez isso agiu de má fé e será responsabilizado criminalmente”. Eugênio disse que após um mês da saída da prisão, o Comando da PM na época o colocou preso por mais seis dias de forma equivocada.

Na época da chacina, familiares do major disseram acreditar que o envolvimento do nome dele no no caso foi motivado por “pura perseguição”, já que o trabalho desenvolvido no bairro ganhou grandes proporções e notoriedade em toda a capital alagoana. Major desabafou durante entrevista ao jornal EXTRA: “Sempre busquei atrelar segurança pública às questões sociais. Esse é o meu legado. Infelizmente isso gerou ciúme de uma pessoa que achava que eu tinha interesse político no Benedito Bentes. Jamais me envolvi em política. Isso gerou um transtorno irreparável na minha vida e na da minha família. Foram anos de humilhações”. Silvânio Barbosa teria enviado bilhete ‘anônimo’ denunciando major

PROJETO QUE INCOMODOU No ano de 2008, Eugênio criou o projeto social denominado “Pró Paz”, no bairro do Benedito Bentes, que desempenhava trabalhos comunitários em escolas, creches e promovia palestras sobre o perigo das drogas e o que a vida do crime acarreta. Pessoas da comunidade que conheceram o projeto disseram que isso acarretou em ciumeira de líderes políticos da região e a partir de então perseguições de todas as espécies foram realizadas contra o militar.

Major Eugênio diz que trabalho social no BB motivou perseguição

O CRIME Os corpos dos quatro jovens assassinados foram encontrados na manhã do dia 14 de agosto de 2010 em uma mata fechada, dentro de uma grota, próximo ao Conjunto Cidade Sorriso II, na parte alta da cidade de Maceió. Os jovens residiam no Conjunto Cidade Sorriso e haviam saído de casa no dia anterior para pegar lenha dentro do matagal e desapareceram. As vítimas eram um adulto, José Ricardo da Silva, 24 anos, e mais três menores, identificados como Bruno e Diego – ambos de 15 anos – e Lucas Barbosa da Silva, de 14. Os jovens foram executados, sem qualquer tipo de chance de reação, como informou a perícia técnica na época das investigações.


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SOB SUSPEITA

TJ suspende negociação denunciada pelo EXTRA MP afirma que honorários para advogado é que definiram o valor da causa a ser pago pela prefeitura VERA ALVES veralvess@gmail.com

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eis meses após ter sido denunciado pelo jornal EXTRA, um acordo firmado em dezembro do ano passado entre a Prefeitura de Maceió e sete sindicatos de servidores públicos municipais está suspenso por determinação do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), desembargador José Carlos Malta Marques. A suspensão atende a um pedido do Ministério Público Estadual, que também interpôs embargos de declaração junto à 14ª Vara da Fazenda Municipal, onde o acordo foi celebrado um dia antes do início do recesso forense de final de ano e à total revelia do MP, que quer sua anulação. Em fevereiro último, em sua edição de número 759, o EXTRA publicou matéria (Acordo de sindicatos prejudica seis mil servidores de Maceió) denunciando o descontentamento de dezenas de servidores com a forma com que o acordo foi celebrado e o prejuízo para os cerca de 6 mil servidores que, em função do

mesmo, passaram a ter descontados 20% do que efetivamente teriam direito para fazer face ao pagamento de honorários ao escritório jurídico do advogado Antônio Fernando Menezes Batista da Costa. Responsável por todas as demandas que envolvem a Fazenda Pública Municipal, o promotor de Justiça Marcus Rômulo foi surpreendido com a notícia de que o acordo havia sido homologado e que, por conta do mesmo, todas as ações judiciais de servidores públicos cobrando da Prefeitura de Maceió o pagamento de vantagens, como insalubridade, salário-família e recolhimento de contribuição previdenciária, dentre outras, estavam automaticamente anuladas. Em total afronta à lei, o promotor não foi informado da negociação e consenso a que teriam chegado as partes, um consenso obtido em tempo recorde em se tratando de demanda judicial. No dia 17 de dezembro de 2013, quatro dias após a ação ter sido ajuizada pelos sindicatos através do escritório

Marcus Rômulo pediu a anulação do acordo firmado à revelia do MP

do advogado Fernando Costa, o juiz Claudio José Gomes Lopes marcou uma audiência para o dia 19 e convocou a prefeitura na condição de ré, e os sindicatos, mas não comunicou o Ministério Público. O acordo foi fechado no mesmo dia, estabelecendo para a prefeitura a obrigatoriedade de pagar R$ 54 milhões em 36 meses – R$ 1,5 milhão por mês – a título de vantagens salariais devidas ao funcionalismo público, sendo que o escritório de Fernando Costa faria jus a 20% deste valor, portanto R$ 10,8 milhões, e que seriam retidos pela própria municipalidade do valor pago aos servidores e posteriormente repassados ao advogado. “Pelos termos do acordo, todos os servidores passaram a ter descontados 20% do que teriam direito a título de honorários advocatícios, mesmo quem não é filiado a qualquer um dos sindicatos e aqueles que haviam ajuizado ações individuais de cobrança por meio de advogado próprio”, explica Marcus Rômulo, que somente veio a saber do “consenso” após a publicação da matéria do EXTRA e após receber queixas de servidores que indagavam se era justo terem de pagar dois advogados – o que haviam con-

tratado e o que fora definido pelas entidades. “Há quase duas décadas que os servidores vinham cobrando estas vantagens por meio de processos administrativos e nunca houve uma resposta concreta por parte da prefeitura. Na ação inicial que ensejou o acordo, o secretário de Administração revela que haviam ao menos 16 mil processos administrativos desta natureza e que se todos fossem deferidos, a prefeitura teria de dispender algo em torno de R$ 60 milhões. A pergunta que faço então é a seguinte: de onde se chegou ao valor de R$ 54 milhões se sequer os processos individuais foram analisados, e cada caso é um caso, envolve um pedido diferente? De tal forma que o Ministério Público não tem dúvidas de que este valor não é líquido e não teve outra finalidade a não ser a de fixar o valor que caberia ao escritório de advocacia”, afirma o promotor. De férias após o recesso forense de fim de ano, Marcus Rômulo também não foi comunicado do acordo após reassumir suas atividades perante as Varas da Fazenda Municipal e foi surpreendido pelas queixas de quem não tinha dado aval a nenhuma das entidades sindicais e alertado para a denúncia feita pelo EXTRA.

Em julho último, ele entrou com embargos de declaração pedindo ao juiz da 14ª Vara da Fazenda Pública Municipal a nulidade do acordo. “Entendo que os servidores tenham direito às vantagens, mas sua concessão deve ser definida dentro de critérios claros, mediante a análise de cada caso para se saber quem tem direito e a quanto, efetivamente”, frisa Marcus Rômulo. Diante do risco de que os valores acordados para pagamento dos honorários advocatícios não pudessem ser ressarcidos, o promotor também solicitou ao procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, que encaminhasse ao Tribunal de Justiça o pedido de suspensão do acordo, o que acabou ocorrendo na última segunda-feira (18). Os seis sindicatos representados pelo escritório de Fernando Costa são o Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Maceió e Região Metropolitana (Sindspref), Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde, Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de Alagoas, Sindicato dos Guardas Civis Municipais do Estado de Alagoas, Sindicato dos Trabalhadores da Secretaria Municipal de Saúde e Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Alagoas. O Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal) também assinou o acordo, mas o fez representado pelo próprio advogado da entidade e já em fevereiro garantiu ao EXTRA que seus filiados não teriam que arcar com custos advocatícios. Em meio à polêmica, falta a Prefeitura de Maceió explicar por que aceitou a intermediação de um escritório jurídico para uma demanda que poderia ter sido resolvida administrativamente, o que deve fazê-lo agora, já que, tanto quanto os sindicatos envolvidos, foi intimada pela justiça a prestar esclarecimentos.


14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014 ERRO MÉDICO

Pai luta para receber da Santa Casa indenização estipulada pela Justiça Hospital foi condenado a pagar R$ 540 mil e custear tratamento de Maria Clara que, há sete anos, vive em estado vegetativo VERA ALVES veralvess@gmail.com

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á sete anos e quatro meses, mais especificamente no dia 16 de abril de 2007, a vida de uma família que morava em Colônia de Leopoldina, município a 106 km de Maceió, se modificou completamente. Três dias antes, em uma sexta-feira, Maria Clara dos Santos Matias, então com 3 anos, se queixou com a mãe de que um dos olhos estava coçando demais e apresentou um ligeiro estrabismo. Os pais a levaram para a Santa Casa de Misericórdia de Maceió, onde ela foi submetida a uma tomografia que não revelou qualquer anormalidade. Os médicos, então, decidiram realizar na segunda-feira uma ressonância magnética, mas da sala de exames a menina sairia direto para a UTI e desde então, paraplégica, ela vive em estado vegetativo. O que aconteceu com Maria Clara foi um erro médico, comprovado e admitido pelo próprio hospital que hoje banca, por determinação da justiça, uma enfermeira 24 horas para a menina e custeia toda a medicação de que ela necessita, além de tratamento fisioterápico e de fonoaudiologia. A Santa Casa, contudo, questiona o valor da indenização decidida pela

justiça, cuja sentença há um ano transitou em julgado — R$ 500 mil por danos materiais e R$ 40 mil por danos morais — e decidiu recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) alegando questões processuais e de competência. Cícero Frederico Matias, o pai, tinha 27 anos na época, era chefe da agência dos Correios em Novo Lino e cursava o primeiro período do curso de Matemática em uma faculdade na cidade vizinha de Palmares (PE). A esposa, Érica, estava ainda em estágio probatório como merendeira aprovada em concurso público do Estado. Por conta dos cuidados especiais que a então filha única passou a necessitar, o casal teve de se mudar para mais perto do hospital. Ele largou a faculdade e perdeu o cargo de chefia, e hoje diz que deseja apenas conseguir comprar uma casa casa em pavimento térreo, com adaptações como rampas de acesso e portas mais largas e mais próxima de hospitais e clínicas de tratamento. A família mora com os pais de Frederico em um sobrado no Tabuleiro do Pinto, perto do Aeroporto Zumbi dos Palmares. O casal tem hoje mais um filho, Rafael, de 4 anos, que nunca teve a oportunidade de brincar com a irmã que, em dezembro, fará 11 anos.

Frederico conta que Maria Clara, aos 3 anos (acima), era uma criança normal e hoje, sem qualquer movimento, é alimentada por sonda


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ERRO MÉDICO

Família só teve acesso a prontuário um ano depois S edada pelo anestesista Maurício Pires Ferreira Magalhães para fazer a ressonância magnética, Maria Clara sofreu uma hipóxia cerebral (falta de oxigênio no cérebro) e uma parada cardíaca antes mesmo de realizar o exame. O oxímetro, equipamento usado para monitoramento dos sinais vitais do paciente, estava desligado, mas isto só foi percebido tardiamente. A redução de oxigênio no cérebro, segundo explica nos autos do processo judicial o neurologista Josias Inácio da Silva – que solicitara o exame – causou a morte celular de parte dos neurônios, o que leva à deficiência no funcionamento do cérebro. Desde então, ela não reage a estímulos porque ficou sem qualquer ligação com o ambiente por quaisquer um dos cinco sentidos. A família só veio a saber

exatamente o que ocorreu depois de ter acionado a Santa Casa na justiça em novembro de 2007, sete meses após o incidente. Ainda assim, o prontuário com o nome do anestesista somente “apareceu” mais de um ano depois. O médico Maurício Magalhães acabou sendo incluído também no processo a pedido do hospital, que alegou não ser sua a responsabilidade pelo ocorrido, o que foi descartado pelo juiz. Ele continua trabalhando e não há até agora qualquer denúncia contra o mesmo no Conselho Regional de Medicina (CRM). Além do pagamento da indenização determinada pela justiça e cuja sentença já transitou em julgado, a família também questiona o fato de, nas frequentes internações de Maria Clara, a Santa Casa cobrar os custos de internação do

plano de assistência da empresa em que ele trabalha e que, diferentemente dos planos tradicionais (pagamento de mensalidade), consiste na divisão compartilhada de custos, sendo 90% para a empresa e 10% para o funcionário. No caso da UTI, cujos custos chegam a mais de R$ 20 mil, os 10% que cabem a Frederico ultrapassam o salário mensal dele, pouco mais de R$ 1 mil, e lhe têm sido descontados de forma parcelada. Alimentada por sonda gástrica, sem movimentos nas pernas, que não mais esticam, Maria Clara sequer engole a própria saliva, o que a deixa sem imunidade e sujeita a crises frequentes de pneumonia. A POSIÇÃO DO HOSPITAL Integrante da equipe de 24

advogados que atua no processo em defesa da Santa Casa, a advogada Bartyra Moreira de Farias Braga assegura que a instituição vem cumprindo com todas as determinações da justiça, à exceção do pagamento das indenizações por danos materiais e morais, valores que, segundo ela, ainda estão sendo questionados. “Há também questões processuais e de competência que levamos às instâncias superiores”, resumiu. O hospital tem arcado com todos os gastos de enfermagem 24 horas, medicação e quando da realização de exames em outros estados, o que é confirmado por Frederico. No que diz respeito à internação, a advogada afirma que, como já era possuidora de plano de assistência à época do incidente e como ainda é usuária do mesmo, tudo o que é coberto pelo plano é cobrado

do mesmo, ficando a cargo do hospital eventuais procedimentos que não tenham cobertura. Ainda segundo a advogada, nunca houve questionamentos na justiça de que o pai seja cobrado pelas despesas e ela garante que, em sendo comprovados tais descontos, a Santa Casa fará os devidos reembolsos. “Só este ano, a Santa Casa já dispendeu mais de R$ 176 mil em reembolsos de enfermagem e medicamentos com a Maria Clara”, afirmou Bartyra Braga, acrescentado que o valor se refere a despesas computadas até junho último. A Santa Casa aguarda, agora, o julgamento de um recurso, o segundo (o primeiro ela perdeu), que impetrou junto ao Superior Tribunal de Justiça, desta vez questionando a competência da justiça estadual para julgar o caso. A alegação é de que a empresa em que o pai trabalha é uma estatal federal.

Fernando Toledo é o novo conselheiro do TC DA REDAÇÃO

O

ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes deu, ontem (21) o voto que faltava para confirmar o deputado estadual Fernando Toledo (PSDB) como o mais novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Era um sonho que ele acalentava e que o levou a recorrer às instâncias superiores depois que o governador Teotonio Vilela Filho indicou para a vaga o procurador do Ministério Público de Contas Gustavo Henrique Albuquerque. A votação no STF estava empatada até a semana passada (4 votos a 4), mas Toledo apostava na vitória, tanto que o hoje presidente da Assembleia Legislativa desistiu de tentar a

reeleição nas eleições de outubro e indicou para substituí-lo o filho, Bruno Toledo. A questão levada ao STF era se a indicação do novo conselheiro caberia ao poder Executivo ou ao Legislativo. Relator do processo, o ministro Marco Aurélio Mello votou favorável ao recurso de Toledo, sendo acompanhado pelos votos dos ministros Antônio Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Carmem Lúcia. Votaram contra os ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki e Celso de Melo. O ministro Luís Barroso havia se declarado sob suspeição e ficou de fora da decisão. Ontem o desempate veio com o voto de Mendes, que não participara da sessão anterior, no dia 14.

Toledo vai assumir vaga de conselheiro do Tribunal de Contas graças ao voto de Gilmar Mendes


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DESCASO COM O POVO

ESCÂNDALO: saúde pública em Alagoas vive o maior caos de sua história Setor está em petição de miséria com hospitais lotados, sem medicamentos nem infraestrutura e os doentes entregues à própria sorte DA REDAÇÃO

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ão é de hoje que a saúde pública está gravemente enferma em Alagoas. A fatídica imagem de hospitais lotados, sem infra-estrutura, sem medicamentos; a estampa no rosto de pacientes combalidos pela miséria da fome e da saúde e torturados pela desassistência absoluta; e o pior: o sorriso de campanha dos exgestores responsáveis por essa miséria, ávidos por votos, prometendo aqueles mundos e fundos já anunciados ontem, mas hoje deixados de lado – seria um surto amnésico? Não há noticiário que consiga dar conta da batelada de problemas que atormentam a saúde pública alagoana. Em publicação recente – em 17 de agosto de 2014 –, o jornal Gazeta de Alagoas selecionou alguns fatos pontuais que retratam a situação funesta presenciada diuturnamente pelos alagoanos. Evidentemente, os alagoanos que nos referimos aqui são aqueles usuários do Sistema Único de Saúde e necessitados da atenção da SESAU (Secretaria de Estado da Saúde), os quais não possuem outra opção que não a de usufruir desses (des)serviços. Estes, aqui, são aquela maioria que não possui condições de alugar um leito privado para

se recuperar, os quais correspondem a uma parcela que beira os 90% da população, de acordo com Humberto Gomes de Mello, gestor hospitalar dos mais respeitados no Brasil e responsável pela Santa Casa de Misericórdia de Maceió. A SESAU, aliás, além de não fornecer condições materiais adequadas a uma qualidade de vida digna, omite-se na consecução das necessidades públicas mais essenciais ao ser humano. Diversamente, um de seus mais opacos ex-secretários não se omite no momento de tentar angariar votos para manter promessas passadas, contínuas, e inertes no tempo. Infelizmente, o caderno especial produzido pela Gazeta de Alagoas só não está mais completo por ter mais fatos calamitosos do que o espaço e as palavras podem dar conta - a ponto de não caberemem edições pretéritas e vindouras. Os infortúnios estão lançados: na capital, há o aposentado que fica cego e amputa os dedos, à espera de um tratamento adequado. Com sorte, caso consiga sair com 12 horas de antecedência, o enfermo consegue uma ficha de atendimento no hospital mais próximo. DIREITO DE NASCER, E SOBREVIVER Se viver em Alagoas é di-

pelos gestores, momento em que a enfermidadeque acomete o cidadão é fruto de quase que exclusivamente da inércia avassaladora do poder estatal.

Faltam leitos e os pacientes são ‘tratados’ no chão dos hospitais

fícil, quiçá nascer. A repórter Tâmara Albuquerque, da Gazeta de Alagoas, expõe os dados do Ministério da Saúde: em 2011, 59,28% das gestantes não fizeram o pré-natal adequado. Não sendo o suficiente, 60 leitos pertencentes à Maternidade Escola Santa Mônica foram fechados, levando à superlotação de outras maternidades. No interior, há os hospitais que possuem folhas de pagamentos abarrotadas de funcionários, mas estes não saem do papel para atender os cidadãos; há hospitais referências, porém, com equipamentos que permanecem subutilizados, dada a carência de recursos para mantê-los operantes. No Agreste, a ampliação da Unidade de Emergência (responsável por atender mais de 50 municípios) está desde 2003 no papel e apenas há quatro anos suas obras foram iniciadas, com previsão de término da primeira fase da construção – na melhor

das hipóteses – para 2015. Em Santana do Ipanema, além de mortos, o governo gera espectros: uma Unidade de Pronto Atendimento possui equipes médicas fantasmas, com sua estrutura física montada para receber verbas, mas não pacientes. Para esses alagoanos, a doença bate à porta mais rapidamente. Ausência de saneamento básico e insuficiência de uma medicina preventiva apropriada trazem às populações acometidas pela baixa renda a célere moléstia e a morosa – ou inexistente – recuperação. O Estado consegue esfacelar a vida dos cidadãos por diversas vias. O ciclo se inicia desde o nascimento, continuando no decorrer da fatídica existência, molestada pela cotidiana ausência do governo na escola, no saneamento, no transporte público; culmina, após trancos e barrancos, numa saúde pública dilacerada e abandonada

SAÚDE PÚBLICA NA UTI A saúde dos hospitais públicos de Alagoas não é tão somente questão de ausência de dinheiro público, mas alcança os mandos e desmandos políticos de uma gestão que prefere os interesses do empresariado em detrimento dos da maioria da população. Às Marias, Pedros, Joãos, faltaram bons gestores. E o que se apresenta na campanha em curso, querendo arrancar do povo uma de suas únicas oportunidades de mudar essa situação adoentada? Um dos secretários da Saúde não se ruboriza em se apresentar como candidato a vice-governador e, de mãos dadas com o responsável pela indicação dos gestores, nos últimos quatro anos, no mínimo, para a também caótica Secretaria da Educação, garantindo que o “Biu resolve”. Viu que desplante? Sob os protestos dos médicos, demais profissionais de saúde e dos usuários e suas famílias sofridas pelo descaso imposto pelos gestores da SESAU, Toledo &Biu se propõem a consolidar, como vice e governador, se eleitos forem, o atual modelo de gestão na saúde em Alagoas. Agora, caros eleitores, só vocês resolvem. O descaso e a incúria querem se perpetuar na saúde pública em Alagoas. Mas o remédio está nas urnas, gratuito e sem contra-indicações.


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MINHA CASA, MINHA VIDA

Dilma dá calote em programa de Habitação Rural em Alagoas PNHR visa substituir moradias de taipas que hospedam o inseto transmissor da Doença de Chagas DA REDAÇÃO

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que seria um sonho para dezenas de pequenos produtores rurais de Alagoas pode se transformar em pesadelo, devido calote do governo federal que deixou de repassar recursos para o programa nacional de habitação rural – PNHR, integrante do Programa Minha Casa, Minha Vida. Por falta de verba, as obras da construção de moradias de alvenaria, que substituiriam as casas de taipas, foram paralisadas e não há a menor perspectiva de quando a situação será regularizada. As entidades responsáveis pela execução do programa no Estado começam a agonizar. Projetos em andamento correm o risco de virar elefante branco e outros, já aprovados, sem a menor perspectiva de serem contratados. A informação é de que falta dinheiro para tocar a obra, mas é de conhecimento público que há algumas semanas foram liberados para a Caixa Econômica Federal (CEF) R$120 milhões para atender os projetos em andamento. No entanto, não se sabe onde foram parar os recursos, já

que em Alagoas não pingou nenhuma cifra. A frustração não foi apenas das pessoas que acreditaram na promessa de que em até seis meses poderiam ter uma vida mais digna e longe do inseto transmissor da Doença de Chagas. Os trabalhadores da construção civil que tocavam a obra também foram penalizados. Por falta de pagamento, se viram obrigados a abandonar a frente de trabalho. Insatisfeito com o descaso dos órgãos competentes, o presidente do Instituto Atlas de Desenvolvimento Socioambiental, Washington Saleme, que toca dois projetos no Estado e foi obrigado a dispensar trabalhadores por não ter como arcar com as despesas, enviou esta semana carta aberta à presidente Dilma Roussef e a outras entidades. Intitulado “Insegurança e Decepção na Contemporaneidade Política”, o documento expõe a preocupação com as famílias que confiaram nas promessas e propostas e “puseram abaixo suas casas de taipa e foram morar de favor”, além de cobrar providências para o caos que está prestes a acontecer. A ONG conta com dois

Washington Saleme apela para que recursos sejam liberados e assim tocar os projetos em AL

projetos em execução que tiveram início em janeiro desse ano e com previsão de entrega para junho passado. No município de Atalaia foram contempladas 44 famílias. Em Coité do Nóia são 50 casas que há cerca de um mês continuam sem qualquer trabalhador no canteiro de obras. Outros três projetos estão aprovados, mas não foram contratados. Dois em Arapiraca, sendo um com 45 casas e outro com 50, e em Monteirópolis mais 50 unidades. “Não somos construtores, nossa reserva pessoal acabou e como ONG não podemos contrair empréstimo. Queremos apenas chamar a atenção para o problema e pedir providências antes que a situação chegue

Carta Aberta alerta sobre o caos que pode se instalar com paralisação dos projetos

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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Um cadáver em campanha

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elo que deu para sentir a partir da trágica morte do candidato Eduardo Campos, passando pelo velório, o “espetáculo” do sepultamento (até carro de bombeiros exibiu faixa de propaganda eleitoral) e chegando à abertura do Guia Eleitoral no rádio e na televisão o cadáver do ex-governador de Pernambuco ficará insepulto até o dia da eleição. Tudo está parecendo uma briga na disputa: “esse defunto é meu”. No programa do PSB dava a impressão que o próprio Eduardo estava em campanha, pedindo votos para ele com todo o entusiasmo e conclamando os eleitores para que nele votassem. No horário da coligação petista o velho e manjado mentiroso Lula, falava cinicamente de “uma relação de pai e filho”, coisa nunca acontecida em sua convivência com o morto. Pouco tempo atrás o chefete petista dizia “cobras e lagartos” do candidato socialista e o comparava a Fernando Collor, fato que trouxe muito constrangimento ao ofendido Eduardo Campos que respondeu à altura as levianas acusações. Dona Dilma se referia a ele com palavras nadas elogiosas. Aécio Neves virou “amiguinho de juventude e de ideais” do adversário que ele atacava e o incomodava com a possibilidade de tirar o mineirinho do segundo turno. No geral todos os demais partidos tiraram sua casquinha reverenciando ou tentando se confundir com o pensamento de Campos. Daqui pra frente nem tudo vai ser diferente. Pelo menos o PSB vai tentar carregar esse “caixão fúnebre” durante toda a campanha como se sua candidata continuasse vice e seu programa de governo fosse simplesmente o testamento que o falecido deixou. Fico a imaginar então o que farei com o meu voto: Dilma nem pensar, pois seria negar todas as minhas convicções; Marina Silva de jeito nenhum, por não confiar na sua capacidade para dirigir ou corrigir a desgraça em que se encontra o país; Aécio Neves tenho cá minhas dúvidas e se fosse votar no menos ruim votaria nele. Mas acho mesmo que serei levado pelo marketing que me perseguirá nos próximos dias até a eleição: votarei em Eduardo Campos, coisa que não faria ele vivo.

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Para refletir: Se a mídia acompanhasse nossos Governantes como acompanham a Seleção Brasileira, haveria menos corrupção no Brasil.

O algoz de Marina Silva

A PALAVRA DOS CANDIDATOS

Não lhe bastasse as inúmeras dificuldades que tem pela frente como candidata ungida à disputa pela morte do titular a ex-senadora Marina Silva ainda tem que carregar nos ombros um fardo de armações e jogo sujo dentro do seu próprio partido. Segundo os principais analistas políticos do país o seu “calo” está justamente na pessoa do vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, que sempre defendeu o apoio do partido à candidatura petista e agora com a morte de Eduardo Campos apressou-se com a ideia de que “permanecessem neutros”, no que foi rechaçado pelas principais lideranças socialistas e da unanimidade da família e dos amigos do ex-governador.

BENEDITO DE LIRA Benedito de Lira anuncia novas alternativas para a economia de Alagoas O Governo Benedito de Lira dará prioridade ao programa de novas alternativas para a economia alagoana. A ideia é fortalecer a Secretaria de Agricultura e buscar parcerias com a Codevasf e a Embrapa. Como Senador, Benedito de Lira conseguiu, por meio de emenda parlamentar, destinar recursos à Codevasf para desenvolver o projeto de cultivo de 4 milhões de pés de caju em diversas regiões do Estado. Outra iniciativa de Benedito de Lira foi a emenda parlamentar por meio da qual a Embrapa irá desenvolver novos cultivares mais adequados à região do semi-árido.Com mais recursos nas áreas de pesquisa e extensão rural, realizaremos em Alagoas um governo de grandes transformações, explica Benedito de Lira.

Quem é Roberto Amaral? Pouco conhecido fora do círculo político de Brasília e nada conhecido por aqui Roberto Amaral, segundo o jornalista Ricardo Noblat, “Foi aquele que ministro do primeiro governo Lula se disse favorável que o Brasil construísse sua Bomba Atômica. Imediatamente foi defenestrado do cargo”. Segundo ainda Noblat, um dos mais informados jornalistas do país, ouviu de Eduardo Campos em uma conversa: “Esse Roberto Amaral só me cria problemas”. – E por que o senhor dá tanta força a ele? – “Não dou. Ele está no partido há muito tempo. É líder da facção mais antiga do partido, mas é um chato”. Ainda no dia do trágico acidente Roberto Amaral partiu para a candidatura natural de Marina, plantou onde pôde a notícia de que haveria dificuldade para emplacar o nome da ex-senadora, que foi salva pela indignação da mulher de Eduardo, Renata e a família Campos. Amaral recuou, mas com certeza não perdoou.

Renan não foi Andei lendo algumas opiniões de jornalistas que censuraram o gesto do senador Renan Calheiros em não comparecer ao sepultamento do ex-governador Eduardo Campos. Em seu lugar em também não teria comparecido. É hipocrisia invocar a “liturgia do cargo de presidente do Congresso” para criar uma situação desconfortável para o senador que foi atacado grosseiramente pelo então candidato do PSB. Eduardo Campos foi além da conta no desejo de “aparecer bem na fita” para os eleitores. Renan Calheiros se viu constrangido em ir ao velório com toda razão, o que não aconteceu com outros. Mania de brasileiro de “santificar” quem morre.

Quem são os hipócritas? “Nestes dias da cobertura da morte de Eduardo Campos, sem listar nomes, dá para ver quem são os hipócritas. São os falsos e dissimulados. São os que fingem a dor e dissimulam os ‘verdadeiros sentimentos”. Palavras do deputado Dr. Rosinha (PT) que desistiu de disputar as próximas eleições.

RENAN FILHO “Caro Pedro: Em recente reunião com os economistas, apresentei uma proposta que considero emblemática, e de importância vital para o próximo governo: A erradicação da miséria absoluta em nosso Estado até 2017. No século XX, foram registradas em Alagoas 1,18 milhão pessoas abaixo da linha da pobreza. Hoje, no começo do século XXI, são 300 mil. Não basta declararmos que é intolerável ocuparmos a última posição nos rankings sociais - é necessário termos metas para reverter essa vergonha. Minha proposta, objetiva, é erradicarmos a pobreza absoluta até 2017, quando completaremos 200 anos de emancipação política. Uma data marcante para uma realização que não pode ser postergada. Acho que esta é uma meta estratégica e significante, e que me proponho a vencer, juntamente com todos os alagoanos e alagoanas, até a comemoração do bicentenário de Alagoas”

CALENDÁRIO ELEITORAL- ELEIÇÕES 2014 AGOSTO - TERÇA-FEIRA, 26/8 Último dia para os diretórios regionais dos partidos políticos indicarem integrantes da Comissão Especial de Transporte e Alimentação para o primeiro e eventual segundo turnos de votação . AGOSTO - QUINTA-FEIRA, 28/8 Data a partir da qual os partidos políticos, os comitês financeiros e os candidatos poderão enviar à Justiça Eleitoral o segundo relatório discriminado dos recursos em dinheiro ou estimáveis em dinheiro que tenham recebido para financiamento da campanha eleitoral e dos gastos que realizarem. SETEMBRO - SEGUNDA-FEIRA, 1/9 Último dia para verificação das fotos e dados que constarão da urna eletrônica por parte dos candidatos, partidos políticos ou coligações. SETEMBRO - TERÇA-FEIRA, 2/9 Último dia para que os partidos políticos, os comitês financeiros e os candidatos enviem à Justiça Eleitoral o segundo relatório discriminado dos recursos em dinheiro ou estimáveis em dinheiro que tenham recebido para financiamento da campanha eleitoral e dos gastos que realizarem. SETEMBRO - QUARTA-FEIRA, 3/9 Último dia para os candidatos, partidos políticos ou coligações substituírem a foto e/ou dados que serão utilizados na urna eletrônica.


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ARTIGOS

Bom dia mamãe GERALDINHO GONÇALVES

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om dia minha querida MÃE SELÉ! Tudo bem? Como vai você aí no Paraíso? Pergunto só por perguntar, mas sei que lugar melhor não existe, principalmente para um ser humano como a senhora, boa filha, esposa, mãe, avó, tia, amiga, etc. Além do que, as companhias devem ser maravilhosas, pois aí é o lugar dos bons, dos melhores, dos realmente merecedores. Trinta dias se passaram desde a sua viagem definitiva; com certeza encontrastes pessoas queridas e que

faziam parte de suas saudades. Como foi o seu encontro com o GERALDÃO, seu esposo e grande amor. Tenho certeza de que destes o meu recado! Aqui em baixo, querida MÃE, estamos vivendo, com saudades de sua presença física, pois a espiritual continua firme e forte exercendo sua influência sobre nós ao vivo e a cores. Ainda não tive coragem de mexer em seu quarto, desarrumar o que quer que fosse. Até porque, está servindo de refúgio para mim; é lá que sinto sua presença, seu perfume, seus carinhos, e consigo manter vivo seus conselhos e forças para continuar a praticar a bon-

dade e solidariedade para com os outros como você me ensinou. Farei tudo como me pedistes, doarei aos menos favorecidos, seus pertences pessoais. Agradeço muito a DEUS essa oportunidade de ter convivido com você cada segundo, minuto e hora dos seus três últimos anos de vida; foi muito gratificante poder retribuir um pouco do amor e carinho que me destes a vida inteira. Aprender, diuturnamente, que aqueles momentos não seriam eternos mas me ajudariam a enfrentar com tranqüilidade e conformação a sua partida definitiva. Estou em PAZ comigo mesmo, tenho a tranqüilidade de às

vezes deitar-me em sua cama e dormir toda a noite sereno e com a certeza de ter cumprido a minha parte. Para encerrar fique certa de que você faz muita falta, mas a vida continua. Michela, sua nora, Ivanilda e Basta, suas cuidadoras, ainda não sentiram que a ficha caiu, sua neta Alexandra, sempre a meu lado, sente também o reflexo da sua partida, mas sua bisneta Letícia (8 aninhos), é a mais carinhosa, sempre me abraça e tenta me confortar nos momentos de tristeza. Resultado: Choramos juntos. Um beijo, um abraço e um queijo!


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ARTIGOS

Entrevista ou debate? JORGE MORAIS Jornalista

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ssisti atentamente a participação de alguns dos candidatos à Presidência da República, no Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão. Não sei se digo que foram entrevistas ou um debate travado entre os apresentadores William Bonner e Patrícia Poeta, com os presidenciáveis Aécio Neves, Eduardo Campos, Dilma Rousseff e Pastor Everaldo. Em primeiro lugar, a imagem deixada por eles foi de raiva, rancor até, nas perguntas formuladas. Como todo mundo sabe, em veículo de comunicação não existe independência de seus profissionais, mas o que Bonner e a Poeta fizeram com todos os candidatos, pareceu-me coisa produzida e forçada pela própria empresa. Não acredito que tenha sido por iniciativa dos apresentadores do JN. Não acho que eles tenham essa autonomia toda, para colocar no canto da

parede os seus entrevistados. Os entrevistadores estão sendo antipáticos e deselegantes acima de tudo com os candidatos. Nas entrevistas de Aécio Neves e Eduardo Campos, eles perderam muito tempo com coisas pequenas, parecendo estarem mais interessados em irritar os candidatos, inclusive, perguntando ao Aécio sobre a construção de um aeroporto numa área vizinha às terras da família do candidato no interior. E a Campos, sobre o emprego de sua mãe e outros familiares, quando todos são concursados. Acho que temos coisas mais sérias com que nos preocupar. O que deu a entender a população, é que os apresentadores deixaram de falar sobre as propostas mais sérias em benefício do povo, num espaço tão pequeno oferecido aos candidatos, para trazer picuinhas, coisas miúdas, que em nada somam ao processo democrático eleitoral. Outra ideia que se tem das entrevistas é que havia uma necessidade de agressão aos dois primeiros candidatos, para que eles pudessem ficar com mais liberdade para

atacar a candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff, que terminou não dando nenhuma chance para ser tripudiada pelos dois. O que fizeram com o Pastor Everaldo (PSC), não se faz nem com um inimigo. Por sinal, dos quatro candidatos que assisti – incluindo ainda Eduardo Campos, porque participou das entrevistas – a Dilma foi quem teve o pior aproveitamento entre eles. Primeiro, porque não disse coisa com coisa; segundo, porque não considerava as perguntas feitas, sempre respondendo o que queria responder; terceiro, gastou todo o seu tempo, para não dizer nada, e ainda mentiu em relação ao Brasil que ela vive, elogiando a saúde que todo mundo sabe que virou um caos. A presidenta Dilma Rousseff se esquivou em responder sobre a queda escandalosa da economia em seu governo; se esquivou na resposta sobre a prisão dos “mensaleiros” condenados e presos, todos ligados ao PT; entrou pela perna de pinto e saiu pela perna de pato no caso da Petrobras e a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos; e fugiu da armadilha montada

por Bonner e Poeta, em nome da Rede Globo. Nesse tipo de entrevista, o que está ficando claro é que, nacionalmente, os grandes meios de comunicação estão perdendo o prumo da história ou estão a serviço de alguém. Já não é mais surpresa para ninguém quando os noticiários são desvirtuados e truncados em favor do segundo interesse do processo dito democrático. Ao que parece, assistindo os programas e noticiários, é que cada um já escolheu o seu. Foi assim num passado recente e está sendo agora também. A impressão que tenho é que essa prática ganhou corpo dentro da Rede Globo, em especial. Aqui, em Alagoas, o excelente apresentador do AL-TV (Noite) Filipe Toledo, foi armado e preparado só para falar de coisa ruim dos candidatos. As entrevistas pareceram mais uma “Santa Inquisição”. E, no final, vem aquela frase de efeito: “candidato, seu tempo acabou”. Claro, eles tomam o tempo todo com perguntas enormes e o candidato fica mesmo sem falar nada sobre seus projetos, mesmo que alguns não cumpram se eleitos.

Gestão e eu própria já recebi excelentes informações a respeito da personalidade e do trabalho deles. Minha mensagem para os companheiros perseguidos: não desanimem, mostrem quem são vocês e contem ao pessoal do Executivo do que é capaz a atual Mesa Diretora. O Legislativo tem 900 comissionados. Como são 27 deputados, cada um tem direito a mais de 30 assessores. A grande maioria está no interior fazendo campanha para o patrão e recebendo salário da ALE. Dedução: enquanto os simples mortais pagam aos cabos eleitorais do próprio bolso, os parlamentares ganham esse lindo presente pago com dinheiro público. Minha mensagem para os comissionados: façam um exame de consciência e verifiquem que vocês estão tão errados como seus patrões; Deus está de olho... É voz corrente na ALE que existem cotas mensais para os deputados, isto é, parte do duodécimo é dividida entre eles. Ninguém conseguiu provar isso, mas de vez em quando um deputado se esquece e diz: “Da minha cota não sai nada”. Minha esperança é o MP provar tal absurdo.

Mensagem para os que fazem a divisão do bolo: ninguém engana todo mundo o tempo todo; um dia a casa cai. Nós temos três entidades representativas que tentam sobreviver e precisam se relacionar com a Mesa Diretora. A convivência é extremamente difícil e, na maioria das vezes, até elas se surpreendem com as medidas adotadas pelos dirigentes. Acompanho a luta de dois presidentes de entidades, Eduardo e Dione, para conseguirem falar com os donos da Casa. Em julho, atrasaram o repasse das consignações, prejudicando o pagamento do plano de saúde da categoria. O presidente da Assala ficou tão estressado que adoeceu. Mensagem para as entidades: não sofram por causa da Mesa Diretora; abram a boca e contem a todo mundo o que está acontecendo. Meus amigos, acabei de narrar apenas uma pequena parte dos problemas que ocorrem na Casa de Tavares Bastos. Mensagem para as autoridades estaduais e federais: peçam intervenção no Legislativo alagoano e só reabram quando conseguirem consertar tudo, tudo...

Mensagens de paz ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

H

oje, resolvi fazer uma análise de todo processo por que passamos nos últimos anos na Casa de Tavares Bastos e procurar fatos que ajudem a consolar os servidores da ALE. Passamos muito tempo vendo a Mesa Diretora, que se elege e reelege ao sabor dos ventos, praticar atos absurdamente ilegais e nada sofrer como castigo. Apenas um leve afastamento (do qual voltaram piores) e nada mais. Um dos mais importantes da Mesa, o que sabe perseguir e fazer maldades, que não é o Presidente e sim o Segundo Secretário, resolveu agir silenciosamente, passando noites inteiras no Departamento de Pessoal, maquinando loucuras. O primeiro-secretário, que era minha esperança de dias melhores, tem assumido a culpa dos desastres, mas não resolve grandes coisas: os processos dormem na sala dele e os assessores não se preocupam, apenas querem agradar o chefe e já procuram novos

rumos para 2015. O presidente é um verdadeiro artista. Colocou o filho como candidato, pouco aparece na ALE e deslocou assessores inclusive o tri-diretor para fazerem campanha eleitoral no interior do Estado. E quem financia a campanha? O Legislativo com o nosso dinheiro. É um golpe de mestre ter vários comissionados e auxiliares inseridos na campanha do jovem, pagos pela Assembleia. Nossa mensagem de paz para homens tão corajosos como os deputados que fazem a Mesa Diretora: quem faz aqui, paga aqui mesmo; Deus está de olho em vocês. Alguns companheiros nossos da ALE foram jogados nas repartições do Executivo sem nenhum critério. Há colegas no IML vendo cadáveres que lá chegam, sem nenhuma preparação, sem receberem gratificação de insalubridade. Uma delas me disse ter visto chegar uma criancinha de dois anos morta. E não conseguiu dormir; só vendo a triste imagem. Para a Secretaria de Defesa Social foram vários e alguns se mostram satisfeitos com o tratamento recebido e tentam provar aos novos colegas que são competentes e não ociosos. Outros foram para a Secretaria de


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Boa surpresa

E aí Galo!

Santa Rita, de Boca da Mata, aparece bem na sua jornada nacional. Eliminou no jogo mais recente o Santa Cruz e, classificado para as oitavas de final, pega quarta-feira (27) o Cruzeiro com o jogo acontecendo em Belo Horizonte. É difícil mas não impossível acontecer uma zebra.

O CRB tem neste fim de semana outro jogo fora de Maceió. É contra o Crac, domingo. O Galo, que peca bastante na defesa, deve ter cuidado, pois o time da casa tenta sair de uma crise financeira braba, a ponto de haver ameaçado sair do campeonato. Lembrando: já venceu o Galo no Trapichão.

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Campeão Sub-20 Murici é o campeão alagoano de futebol na categoria sub-20. Venceu o Internacional, placar de 1x0 jogando em casa. Com o título se classificou para a Copa São Paulo de Futebol Junior que acontece no fim do ano. O Sete de Setembro, vice-campeão, tem a outra vaga.

Avaliação Marinaldo Lima, técnico do Murici, fala da garotada com otimismo e título do campeonato juvenil para ele já é passado. Atenções agora vão ser para a Copa São Paulo de Futebol Junior Sub-20. Vai trabalhar com 35 jogadores e definir os 20 que vão estar na Copinha.

Voleibol O CRB segue forte no voleibol alagoano. Venceu recente a AABB na decisão do Torneio Adulto Feminino, realizado com 6 equipes divididas em 2 chaves. Na A- CRB, jornada Vôlei e a BJ Colégio e Curso. Na B, Santa Úrsula, AABB Maceió e Madalena Sofia.

Culpa da lista? Américo Diá argumentou como razão da sua dispensa do ASA a lista que entregou à diretoria sugerindo a liberação de jogadores na qual, além do exagerado montante, constava vários titulares. O momento não ser propício é o argumento injustificável.

Novo momento? Ainda ASA: a torcida apóia a diretoria pela volta de Vica e quando acontece com pé direito melhor ainda. O alvinegro dá mostras de estar vivo e com disposição para dar a volta por cima na Série C após seis jogos sem pontuar.

Entusiasmo De Jezreel Agra, vice-presidente da AABB, promotora do torneio: “Iniciativas como esta merecem os nossos aplausos”. No paralelo convidou associadas do clube para participar do vôlei. Treinos são às terças e quintas-feiras à partir das 20 no ginásio do clube.

Ranking da Fifa Uma análise recente do futebol mundial, feita pela Fifa, definiu o ranking das melhores seleções. Pela ordem: 1° Alemanha; 2º Argentina; 3º Holanda; 4º Colômbia; 5º Bélgica; 6° Uruguai; 7º Espanha; 8° Brasil; 9º Suíça; 10º França; 11º Portugal; 12º Chile; 13º Grécia; 14º Itália; e 15° Costa Rita.

Ponto de vista “É o melhor jogador brasileiro. Mas para ser craque tem que ter ainda o título de campeão do mundo nas costas. Mas vamos trabalhar na seleção para ele jogar acima da média que define um craque”. Palavras de Dunga se referindo ao futebol de Neymar.

E tem mais... Dunga confirma que na seleção vai mesclar jogadores jovens com veteranos. Também fala na necessidade de buscar sangue novo, aguçar competitividade e não deixar ninguém se achar dono e se acomodar. Jogo de estreia será dia 5 de setembro contra a Colômbia, em Miami (EUA). Já no dia 9 pega o Equador, mas em Nova York.

Novo momento Na quarta-feira, 20, o Flamengo conseguiu sua segunda vitória consecutiva. A vítima desta vez foi o Atlético Mineiro que perdeu para o Mengão por 2 a 1. Com a vitória, o Flamengo está em 13º lugar e soma 19 pontos na tabela de classificação do Brasileirão 2014.

Do torcedor Alagoanos flamenguistas sopram o “xô azar”. A confiança reapareceu desde o placar fácil que traduziu um futebol eficiente no jogo contra o Coritiba. Torcedores acham que Vanderlei Luxemburgo, aos poucos, acerta o time. Conforme dizem, é só questão de tempo.

Proposta O Barcelona está oferecendo para o São Paulo pagar R$ 18,7 milhões pelo lateral Douglas. Negócio é analisado como possível pela imprensa paulista e do valor da oferta 40% dos direitos econômicos do jogador são de um grupo de investidores.

Copa do Brasil A CBF divulgou a tabela das oitavas de final da Copa do Brasil. Além de Santa Rita x Cruzeiro, os jogos da quarta-feira e quinta da próxima semana são: Botafogo x Ceará; Grêmio x Santos; Vasco x ABC; Coritiba x Flamengo; America de Natal x Atlético-paranaense, Palmeiras x Atlético Mineiro; Bragantino x Corinthians.

FRASES “Acredito nesta equipe”

Vanderlei Luxemburgo (Flamengo).

“Falta só meter a bola dentro do gol” Mano Menezes (Corinthians).

“Fred é titular incontestável” Cristovam Borges (Fluminense).


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Cadê os outros?

C

Para pensar Do escritor alemão Friedrich Schiller (1750-1805): ”A violência é sempre terrível. Mesmo quando a causa é justa”. Frase é bastante antiga mas de uso ainda hoje diante das ocorrências registradas no mundo e tendo por autores os seres humanos. No Brasil principalmente.

Troco de Lula

andidatos ao Governo de Alagoas permanecem nove? Motiva a pergunta só Benedito de Lira e Renan Filho estarem com espaço na mídia. E a curiosidade foi de eleitores ainda indecisos, por isso querendo ouvir as propostas de todos. Em especial os que são candidatos pela primeira vez.

“Essa moça não entende p... nenhuma de Brasil e de governo Dilma. Pode mandar embora e dá o bônus dela para mim”. Comentário foi de Lula e teve a ver com análise sobre o Governo Dilma e das prefeituras petistas. Autora do “espalha-brasa”, a funcionária do Banco Santander foi demitida.

Defesa de Aécio Proposta de risco

“Se forem demitir todos que fizeram avaliação negativa do governo, vão ter que demitir muita gente. Ninguém contestou a avaliação”. Comentário em defesa da autora do relatório crítico ao governo Dilma foi do tucano Aécio Neves, adversário da presidente na eleição (com IstoÉ, edição de 6 de agosto e título: “Patrulhamento eleitoral”).

Marina Silva, substituta natural de E-duardo Campos na eleição presidencial, motiva tucanos pela crença de tirar voto só de Dilma Rousseff. Mas é candidatura de risco também para eles. Lembrando: Marina na eleição presidencial de 2010 recebeu mais de 15 milhões de votos.

Orla da Pajuçara O Ministério Público Federal aperta os pescadores da Colônia Z-1 (Pajuçara) para demolir o prédio da fábrica de gelo na beira-mar e sugere construir outro, mas que não destoe da urbanização da orla. A Colônia, com 1.300 associados, vai decidir a questão em assembleia.

Poderosas A entrada de Marina Silva na campanha cria novidade na história das eleições no Brasil: duas mulheres (ela e Dilma) candidatas à Presidência da República. E interessante também é que as raízes políticas delas são fincadas no socialismo e participação contestatória ativa contra o golpe de 1964.

Mais mudança E outra coisa: Marina Silva tira o PSB da campanha para entrar o Rede, partido que ela fundou para ser candidata nas eleições de 2010, conforme é lembrado por eleitores confirmando uma forte aceitação. Alicerçados na história, petistas e tucanos alagoanos não escondem o temor à candidatura dela.

Hora do show? Eleitores acompanham com ansiedade a contagem regressiva para início da campanha nas ruas. É expectativa gerada não tanto para ouvir as mensagens dos candidatos, mas por causa dos shows artísticos que os partidos oferecem. É hábito antigo no País para atrair público.

Vale relembrar “Estudo inédito revela que brasileiro pensa o País como um lugar desonesto, violento e ruim para se viver”. Opiniões estão inseridas numa reportagem da Revista IstoÉ, edição de 7 de maio, citada como proposta para o eleitor entender a responsabilidade dele em outubro.

Assim não dá Na Ponta da Terra, neste prenúncio de campanha, moradores se angustiam aos domingos e têm motivo: o sono interrompido pelos decibéis exagerados de eventos na orla da Pajuçara. Alguns liberados por volta das 6, 7 horas da manhã para cultos religiosos e gincanas.

Reeleição Eduardo Fernandes, candidato único, foi eleito para se-gundo mandato, com mais de 200 votos, para presidente da Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas (Assala). Ele vai insistir na implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos funcionários efetivos.

Chama atenção É habitual a imundície deixada pelo maceioense nas ruas. São atos que não têm nada a ver com o nível social do cidadão por ser comum em todos os andares da sociedade e vir do berço. “É questão de educação doméstica, mas necessitada de atenção na escola”, diz a estudante Manuela Silva.

Praça do Centenário Sugestão para solucionar os problemas do tráfego de veículos no trecho Centro/Farol? A construção na Praça do Centenário de uma estação de transbordo de ônibus. E quanto às plantas, transferir os canteiros para outra área da cidade. A ideia deu certo em outras localidades. A nova sugestão é de moradores da parte alta de Maceió.

Nova discussão Após três anos da proibição da venda de medicamentos à base de anfetaminas no Brasil, começa haver reavaliação da proibição com proposta de retorno do medicamento ao mercado no Brasil. É, segundo especialistas, uma decisão que reabre a polêmica. Do tipo “espalha-brasa.”


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Sauins-de-coleira

MEIOAMBIENTE

Dois macacos da espécie sauim-de-colera, resgatados de uma área de desmatamento no Amazonas, foram reintroduzidos à natureza, neste fim de semana. Os animais foram levados para uma Área de Proteção Ambiental (APA) na capital. Equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e biólogos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) participaram da ação.

ambiente@novoextra.com.br

Educação fiscal

T

eve inicio no dia 20 na cidade de São Paulo, o encontro do Programa Nacional de Educação Fiscal (PNEF). Entre os representantes de órgãos públicos do estado de Alagoas esteve presente o Gerente de Acordos e Convênios do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Afrânio Menezes. O evento foi até o dia 22 e sensibilizou o cidadão para a função socioeconômica dos impostos, levando conhecimentos aos cidadãos sobre administração pública, incentivar o acompanhamento pela sociedade da aplicação dos recursos públicos e criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.

Jacaré

Tsunami Uma ilha vulcânica japonesa em erupção pode provocar um tsunami se suas camadas de lava afundarem repentinamente no mar, advertiram cientistas. A ilha, muito pequena, mas cada vez maior, apareceu no ano passado e absorveu rapidamente outra ilha que já existia, Nishinoshima, 1.000 km ao sul de Tóquio. O conjunto tem agora uma extensão de 1,26 quilômetros quadrados.

Conservação da Amazônia Elefantes caçados A caça ilegal de elefantes na África pode ser pior do que se estimava nos últimos anos, o que estaria colocando em sério risco o futuro desse animal no continente - alertou um novo estudo, publicado no dia 18. Pesquisadores da Reserva Natural Samburu do Quênia elaboraram um novo modelo de todo o continente, que permitiu detectar um aumento no número de elefantes mortos.

O Brasil teve bom progresso em proteger a floresta amazônica, disse no dia 18 um relatório da Noruega, um importante doador para a preservação ambiental. A Noruega, país rico por seu petróleo e gás, pagou 10,3 bilhões de coroas (US$ 1,7 bilhão) para combater o desmatamento tropical de 2008 a 2013 no Brasil e em outros lugares, de acordo com um relatório feito pela Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad, na sigla em inglês), financiada pelo governo.

Uma família do Alabama quebrou o recorde estadual ao capturar um aligátor (jacaré americano) de 4,6 metros e pesando 459 quilos. Mandy e John Stokes mataram o enorme jacaré durante caçada com os filhos no último sábado perto de Camden. O Departamento de Vida Selvagem e Pesca do estado confirmou que o jacaré capturado pela família Stokes é o maior já abatido no Alabama.

Recuo de geleiras O fator humano foi a maior causa do recuo das geleiras no mundo nos últimos 20 anos, revelou uma nova pesquisa, publicada no dia 14 na revista americana “Science”. Para esse estudo realizado por Ben Marzeion, do Instituto de Meteorologia e Geofísica da Universidade de Innsbruck, na Áustria, os cientistas elaboraram um modelo informático que leva em conta os fatores naturais do aquecimento, como a atividade vulcânica e as variações solares, além das atividades humanas, como as emissões de gases causadores do efeito estufa e o uso do solo.

Bode com ovelha Um minizoológico itinerante sediado em Scottsdale, no estado americano do Arizona, divulgou imagens de um filhote raro resultado de um cruzamento entre um bode e uma ovelha. A proprietária, Priscilla Motola, disse à imprensa local que não fazia ideia de que sua ovelha poderia estar grávida porque não tem nenhum carneiro. Mas quando o filhote nasceu, ela se deu conta de que o pai teria de ser o bode do zoológico, uma espécie de “fazendinha” que é levada a eventos para os quais é contratada. O animal, uma fêmea, ganhou o nome de “Butterfly” (borboleta).


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Trânsito busca segurança

E

statísticas de mortes no trânsito brasileiro ainda estão longe da confiabilidade necessária para uma tentativa séria de combate, conforme preconiza a campanha da ONU sobre década de segurança viária (2011-2020). Sem saber ao certo o tamanho do problema fica mais difícil planejar ações educativas, de formação de condutores e até mesmo de fiscalização. Na realidade há três referências. O Denatran informa algo em torno de 35.000 óbitos anualmente e o Ministério da Saúde cerca de 43.000 porque inclui os mortos até 30 dias depois das ocorrências registradas. O número mais confiável poderia ser da Seguradora Líder, administradora central do DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres), que pagou 54.767 indenizações por mortes no ano passado. Este último número inclui vítimas de

acidentes fatais dos últimos três exercícios do calendário civil, conforme prevê a lei, o que não deixa de significar uma imprecisão estatística. Por solicitação de Alta Roda, a Líder esmiuçou suas informações. Indenizações a pedestres foram 18.149, representando 33% do total, proporção elevada em relação aos países desenvolvidos. No total, frente a estes, o trânsito no Brasil é até oito vezes mais perigoso. No entanto, números catastróficos envolvem motocicletas. Elas representam em torno de 25% da frota total de veículos leves e pesados, porém respondem por 41% das mortes: 16.240, do condutor; 2.667, do passageiro e 3.434, de pedestres. Morre-se duas vezes mais ao guidão de uma moto do que ao volante de um veículo comum, mesmo que estes representem um volume cerca de três vezes maior (40 milhões contra 13

RODA VIVA milhões, segundo estudo do Sindipeças). Portanto, o foco para tentar reduzir a letalidade no trânsito deveria começar pelos veículos de duas rodas. Afinal, exigem mais habilidade e respeito por suas limitações. Ausência quase total de segurança passiva (diminui consequência dos acidentes), além de maior exposição a buracos, más condições das vias e menor visibilidade frente aos demais veículos estão entre as causas. Capacete ainda é o principal acessório de segurança, mas coletes infláveis importados já são oferecidos no mercado brasileiro por preço médio superior a R$ 2.000 (jaquetas infláveis partem de R$ 1.000). Um dos problemas é a deficiência de formação dos motociclistas aliada aos vícios de pilotagem. Entre estes está a forma incorreta de frear com o mau hábito de uti-

lizar apenas o freio traseiro. Para ajudar na diminuição de acidentes há o sistema automático de combinação dos freios dianteiro e traseiro para motonetas, além de diferentes aplicações de ABS (freios antibloqueio) disponíveis em motocicletas caras. A Honda lançou, no começo do mês, a primeira moto comum (street), de baixa cilindrada, com aplicação simultânea dos freios (Combi Brake), mesmo que o piloto acione somente o freio traseiro. É de série nas CG 150 Titan 2015 cujos preços vão de R$ 7.680 a R$ 8.180. Em breve deve se estender a todas as CG. O Brasil é o primeiro mercado a dispor desse equipamento pela dificuldade de mudanças de hábitos errados. Testes indicam que a distância de frenagem pode diminuir até 20% em relação a um moto sem o equipamento e conduzida de forma incorreta.

que contribui para o estilo despojado do carro. Internamente, a posição mais elevada do assento traseiro favorece o conforto dos passageiros e melhora a visibilidade de quem está sentado no banco de trás, que conta com um apoia-braço de cada lado com dois porta-garrafas, um de cada lado, uma saída de 12V adicional e, entre os bancos dianteiros, um porta-lata. Um destaque da Saveiro Cabine Dupla é a circulação de ar dentro da cabine. Os vidros laterais traseiros são basculantes e contam com desembaçador. “A melhor picape da categoria amplia

a sua área de atuação. A Saveiro CD vem para incluir a Volkswagen em um novo segmento, formado por clientes de perfil diferenciado, que além de uma picape robusta procuram por um veículo para a família, com ótima dirigibilidade, tecnologia e, principalmente, segurança”, afirmou o gerente de Marketing de Comerciais Leves da Volkswagen do Brasil, Marcelo Olival. Disponível em três versões de acabamento e com duas opções de motores, o modelo traz inovações e recursos de segurança na categoria. Na versão de entrada, de cabine simples, a picape Volkswagen tem de série freios a disco nas quatro rodas com as funções ABS, EBD (distribuição eletrônica das forças de frenagem), Comfort Blinker, item que possibilita que o motorista, com um leve toque na alavanca de seta, indique a direção que pretende ir.

pitstop

Strada, a Saveiro cabine dupla vem aí

s mudanças na Saveiro indicam A que a Volkswagen resolveu dar um basta nessa história de ficar só

olhando a Fiat Strada ganhar mercado enquanto a sua picape perde posições. A Saveiro 2015 deu um salto de qualidade e de ousadia que vai fazer a história do segmento mudar a partir de setembro, quando ela chega definitivamente ao mercado. Com novo desenho, cabine dupla, espaço interno para transportar cinco adultos e uma caçamba maior que a da corrente no comprimento e na largura, a nova picape pode (vai, segundo a Volkswagen) ganhar a liderança do mercado, desbancando a Strada, que chegou a ser o veículo mais vendido

no Brasil em fevereiro deste ano. A Saveiro é agora a maior picape da categoria, com 580 litros de capacidade de carga, graças ao posicionamento do estepe que fica embaixo do assoalho na parte traseira do carro. A versão cabine dupla tem o teto elevado em relação às demais configurações da linha, é quatro centímetros mais alta que a versão de cabine estendida e o espaço para os ombros dos ocupantes no banco traseiro é 8 cm maior do que o do principal concorrente. Com a nova cabine foi desenvolvido um rack no teto para servir de apoio para cargas adicionais à caçamba, componente

PRESIDENTE mundial da GM, Mary Barra, veio ao Brasil para confirmar o investimento de R$ 6,5 bilhões nos próximos cinco anos. Ela não pormenorizou os gastos, mas se sabe que um terço se aplicará em três novos produtos na faixa em torno dos R$ 30.000 (hatch, sedã e SUV compactos). Fábrica de São José dos Campos (SP), única ociosa, deve ser a escolhida para produção. MERCEDES-BENZ Classe C (quinta geração) mostrou que a empresa não focou apenas em carroceria e interior novos. Ganhou espaço interno graças ao aumento de 8 cm no entre-eixos e 4 cm na largura. Uso intenso de alumínio diminuiu seu peso em até 60 kg. Direção eletroassistida e quatro modos de “temperamentos” da versão de topo C250 Sport são pontos altos. PREÇOS entre R$ 138.900 e R$ 189.900 já são a referência direta quanto ao Classe C nacional, em 2016. Câmbio automático de sete marchas passará a nove, em 2015. Motores oferecidos agora, todos com turbos, vão de 156 cv (1,6 L) até 211 cv (2 L), abaixo do desejável em relação a concorrentes. Versão AMG, no entanto, terá desempenho no alto nível de sempre. QUARENTA anos do Campo de Provas de Cruz Alta foram marcados com teste de colisão contra barreira de um sedã Chevrolet Cruze. Essas instalações são as maiores e mais completas de um fabricante no Hemisfério Sul. Gera também receitas de exportação de serviços de engenharia e de projetos, além de testes de curta e longa duração. CONGRESSO Fenabrave em Curitiba bateu recorde de participantes, em sua 24ª edição. Concessionárias deram amplo apoio à revisão dos processos de retomada de bens em caso de inadimplência, que refletiriam no aumento da oferta de crédito. Em uma segunda etapa diminuiria juros e aumentaria vendas.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014 CRÔNICA

Pesquisas muito esquisitas JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

D

esde o início do Governo Lula, a Confederação Nacional da Indústria – CNI, vem fazendo Pesquisas Eleitorais e, está continuando a fazer no Governo da Sra. Dilma. Eu sempre achei muito estranhas essas pesquisas da CNI, já que ela não entende de Pesquisas e dos seus métodos. Com a experiência que já obtive, durante os 18 anos, que venho fazendo Pesquisas, tanto Eleitorais, como de Mercado, Sociais e de Opinião, deu para notar que muitas delas são mentirosas, mesmo registradas no TRE, já que ninguém fiscaliza as suas tabulações e as suas amostras. Sempre desconfiei de algumas que davam 60 % e 70 % para

a Sra. Dilma e, como mentiras têm pernas curtas, a morte do Candidato Eduardo Campos, deixou descobertas algumas tramas da CNI, favoráveis à Presidenta. Os percentuais pro Dilma caíram, deixando-a com 45 %, com 40 % e, agora com 36 %, superando até a candidata Marina, já que a mentira não suportou brigar com a verdade contida nos números reais. Vejam o que aconteceu nestes últimos dias. Prestem bem atenção. O Sr. Eduardo Campos, faleceu em 13 de agosto e, imediatamente, o DataFolha divulgou uma pesquisa, dizendo que ela foi feita nos dias 14 e 15 de agosto, portanto, só um dia após a morte do excelente Ex-Governador de Pernambuco. Ora, foi dito que haviam sido entrevistados 2.843 eleitores, nos 176 municípios brasileiros. Que velocidade, meu Deus! O Brasil possui 5.570 municípios, espalhados em 27 Estados da Federação. Se vê que, em média, foram entrevis-

tados, apenas, 16 eleitores em cada um dos municípios. Como exemplo, só para falar em Maceió, com mais de 1 milhão de habitantes, só foram ouvidas 16 pessoas, para não falar em São Paulo, no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, etc. Assim sendo, como foram entrevistados, em média, somente 16 eleitores em São Paulo e como sua população é superior a 7 milhões de pessoas, pode ser que só tenham ouvido umas 2 pessoas em Maceió, umas 4 em Salvador, 4 em Recife e assim por diante. E os pesquisadores foram mesmo para Maceió ou fizeram as pesquisas por telefone? E deu tempo para fazer nos dias 14 e 15, as 2.843 pesquisas? Esse pessoal viajou mesmo de avião para esses 176 municípios, nos 2 dias de pesquisas? Foi um avião para cada pesquisador, só para 2 pessoas? Tiveram aviões para todas as localidades, nos 2 dias de pesquisas e nas horas dos vôos, acontecidos? Pelo que se vê,

devido a pressa, para cada um dos municípios, deve ter sido destinado, apenas, um pesquisador ou pesquisadora, foi transportado um pesquisador, cada um no seu avião, num total de 176 aviões, nos 2 dias? Por que a Sra. Dilma passou, imediatamente, para 36 % e por que a Sra. Marina e o Sr. Aécio, já foram ultrapassados pelos dois candidatos, em dois dias, na véspera da morte de Eduardo Campos? O pior foi que as pesquisas foram registradas, logo, logo, no dia 16. Êita, Êita, Êita, ........Sei não ! O TSE e os TREs, devem ter muito cuidado com essas pesquisas, com cara de forjadas em escritórios. Numa eleição se gasta muito dinheiro e ele fica bangolando por aí, entre os vivaldinos da vida. Muito cuidado, pessoal! Em tempo – Eu tenho um grande amigo que me lê. É o ex-colega do Colégio Guido e ex-Prefeito de Passo do Camaragibe, Dr. Ciridião Durval.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com nigel santana - interino - nigeljornalista@ig.com.br

Teófilo motivado O tucano Rogério Teófilo colocou a campanha nas ruas de Arapiraca. Parece motivado para uma guerra política que não será nada fácil, já que a prefeita Célia Rocha, hoje sua principal adversária política, apoia para a Câmara Federal o ex-governador Ronaldo Lessa e o atual deputado Paulão.

Está animado

Sem eira e nem beira

O

Governador Teotônio Vilela se queixa, por onde anda, que foi abandonado pelos amigos e afirma com todas as letras que nunca se sentiu tão só numa campanha política. E sempre lamenta a desistência do procurador Eduardo Tavares em disputar as eleições majoritárias.

Faltou pulso Téo, no entanto, deve reconhecer que faltou pulso firme e vontade política para administrar o jogo. Foi simplesmente um péssimo técnico. Inicialmente, ao preterir a candidatura do seu aliado Marcos Fireman parecia estar seguro de que o processo estava em suas mãos. Convidou Tavares e não ouviu ninguém. Foi um passo errado.

Coisas da política E não deu outra: Tavares, sem fôlego para encarar o jogo, se arrependeu, jogou fora a camisa do time e abandonou a política para sempre. Téo, então, indica Júlio Cézar que como um bom tucano aceitou a briga e ao lado de um candidato a vice-governador desconhecido - o atual vice-prefeito de Viçosa, Manoel dos Passos Vilela, parte para o sacrifício com mínimas chances de lograr êxito. São coisas da política.

Mas esse fato parece não desanimar Teófilo que comanda pessoalmente a campanha pelas ruas de sua terra natal. Em tempo: a expectativa de aliados e correligionários é que Teófilo, por ser candidato da terra, obterá mais de 40 mil votos.

Novos deputados A expectativa é que Arapiraca - a segunda cidade mais importante de Alagoas poderá aumentar nas eleições estaduais de outubro o número de re-presentantes na Assembleia Legislativa. Apesar de contar com o segundo maior número de eleitores de Alagoas, o município conta apenas com dois representantes na Casa de Tavares Bastos. São eles: Ricardo Nezinho e Severino Pessoa.

Tarcizo e Alves Dos candidatos que residem em Arapiraca, o vereador Tarcizo Freire e o radialista Alves Correia são as maiores apostas para as eleições deste ano. Políticos experientes, Tarcizo e Alves colocaram cedo o pé na estrada. Para a Câmara federal, no entanto, as maiores chances são para o exsecretário de Articulação Política do Estado de Alagoas, Rogério Auto Teófilo e o ex-vereador Júlio Houly, irmão do saudoso ex-deputado estadual Daniel

Houly.

PELO INTERIOR

O município arapiraquense receberá entre os dias 25 e 28 de agosto, no Planetário Municipal Casa da Ciência, no bairro Zélia Barbosa Rocha, o I Curso de Sobre Manuseio de Planetários Digitais. Pioneiro no Brasil, o curso tem visa à capacitação dos profissionais, incentivando a maior utilização da tecnologia em sala de aula, assim como despertar o interesse dos alunos para a popularização da ciência no país e o aumento dos níveis brasileiros em rankings internacionais de avaliação.

... A Starwood Hotels & Resorts Worldwide Inc. (NYSE: HOT) anunciou a inauguração do Sheraton Reserva do Paiva Hotel & Convention Center, na região do Recife, uma das principais regiões do nordeste do Brasil.

Planetário

Equipe internacional As aulas serão ministradas pelo renomado astrofísico espanhol, Raul Meireles, da equipe internacional de desenvolvimento de software de simulação astronômica “Nightshade”, utilizados em planetários, direcionadas para professores, astrônomos, professores e interessados em conhecer a fundo os recursos do planetário.

Encontro De acordo com a organização do evento, diversas pessoas oriundas de todo o Brasil estarão em Arapiraca para prestigiar o desempenho de uma cidade pioneira no segmento. Para a diretora do Planetário Municipal Casa da Ciência, Janice Gomes, é esperado que o encontro desperte ainda mais a curiosidade da população arapiraquense, salientando a importância do curso para a disseminação do conhecimento sobre a astronomia.

Nas ruas Recolhida em seu gabinete por um tempo, enfrentando os desafios de seu primeiro ano de mandato, Célia Rocha voltou a fazer o que mais gosta e o que os seus opositores mais temem: campanha nas ruas. Ao lado de seus aliados, a prefeita de Arapiraca encara o povo de frente e pede votos aos candidatos de sua coligação. Faz isso com desenvoltura e sem esconder problemas debaixo do tapete. Vai às ruas, visita empresas e pede apoio sobretu-

... O Sheraton Reserva do Paiva foi desenvolvido pelo grupo português Promovalor e construído pelo grupo brasileiro Odebrecht Realizações Imobiliárias, com um contrato de gestão de longo prazo com a Sheraton Hotels & Resorts. Este será o primeiro hotel internacional cinco estrelas na Reserva do Paiva, localizada a aproximadamente 30 minutos de Recife. ... O hotel Sheraton Reserva do Paiva fica somente a uma quadra das mais encantadoras extensões de praias do nordeste brasileiro. Com 298 quartos, incluindo 18 Suítes Club e uma das maiores Suítes Presidenciais da região, com 120 metros quadrados, todos os quartos ostentam a cama exclusiva da marca, a Sheraton Sweet Sleeper Bed. ... O hotel conta com um Sheraton Shine Spa de aproximadamente 600 metros quadrados e com uma academia Sheraton Fitness, exclusiva da marca Sheraton, com mais de 120 metros quadrados de espaço para exercícios. ... O hotel oferece ainda um exclusivo Sheraton Club Lounge no último andar, com lindas vistas para o mar, dois restaurantes e um Beach Club com opções de lazer que incluem uma piscina e uma espaçosa área de descanso. ... A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura de Arapiraca iniciou a operação tapa-buracos. Os trabalhos já foram realizados no bairro Alto do Cruzeiro. ... Vários bairros, no entanto, já foram contemplados, como Capiatã, Verdes Campos, Baixão, Centro, Santa Edwiges, Baixa Grande, Pau d’Arco, Batingas e trecho do São Luiz I. ... O número de equipes técnicas trabalhando para deixar as ruas revitalizadas será ampliado, segundo o secretário de Obras, Moyses Montenegro. Ele contou que as chuvas impossibilitam o trabalho diário da ação. ... Além da operação tapa-buracos, a Prefeitura de Arapiraca está pavimentando ruas de várias comunidades. As obras estão sendo feitas na Baixa Grande, Zélia Barbosa Rocha, Cacimbas, Cavaco e Novo Horizonte. ... As reivindicações de moradores podem ser feitas diretamente na sede da Semov, no Centro Administrativo Antônio Rocha, bairro de Santa Edwiges, ou pelo telefone 3529-2834. ... A drenagem é um das ações mais importantes para o desenvolvimento de uma cidade em uma crescente habitacional. Este é o caso de Arapiraca, que tem mais de 220 mil habitantes e ascende a cada dia. ... Aos leitores da coluna desejamos um ótimo final de semana, com paz e saúde. Até a próxima edição. Fui!!!!


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Pagando em dia

O

índice de inadimplência, vem crescendo a cada mês, com maior intensidade na chamada classe média,que o governo petista inventou. Quem ganha acima de dois salários mínimos, para Lula e Dilma, já pode se considerar classe média. No meu entender como jornalista econômico, economista e professor, é classe pobre, cuja renda, não consegue sobreviver pagando aluguel ou prestação da casa própria, empréstimos consignados, cartão de crédito, energia, água, telefone e claro, alimentação. E aí, começa a trajetória para o “fundo do poço”. O que fazer? O óbvio, vivendo de acordo com o que ganha, procurando nunca comprar por impulso, esquecer as compras a prazo e quando não tiver mesmo condições de pagar, procurar o credor e negociar o débito, cumprindo o que prometeu, quitando e jurando, nunca mais se endividar. Crédito consigando, que é descontado em folha, não tem como não pagar. Mas aproveitar a margem de empréstimo e renovar, é burrice, e saber que não vai conseguir chegar ao final. Se amortizar o cartão de crédito (pagando apenas o valor mínimo), é sinal de que essa dívida nunca vai acabar, exatamente porque sempre vai continuar comprando.

Juros Quando o governo anuncia a cada mês, após a reunião do Banco Central, que a taxa de juro aumentou meio ponto porcentual, siginfica que os juros entre bancos, subiram. É a chamada Taxa Selic. A que é cobrada no cartão de crédito, cheque especial e crédito direto ao consumidor, aumenta também e é infinitamente superior, levando o devedor a inadimplência. Fuja disso!

Supermercados Jamais compre alimentação, material de limpeza e higiene, a prazo. Isso é despesa do dia a dia, que deve ser comprada à vista (dinheiro) ou cartão de débito.Jamais a crédito, pois você agindo assim, nunca vai conseguir se ver livre de dívidas. Esqueça as promoções e vá às compras com uma lista, compando apenas o necessário para a sobrevivência em um mês.

O lugar certo

Quem realmente quer economizar no ítem alimentos (frutas, verduras, legumes), deve se dirigir a uma feira livre, conversando com os vendedores, pechinchando e só comprando quando tiver certeza de que fez uma boa economia. Esqueça o calor, a gritaria dos vendedores e leve para casa um alimento saudável, principalmente quando tiver certeza de que não foi produzido através de adubos químicos.

Em casa Se você mora em casa, com quintal, aproveita para economizar mais ainda, fazendo uma horta caseira, comprando sementes, adubo orgânico, sentindo o prazer de plantar, colher e consumir. Você não terá aqueles tomates, pimentões, cenouras, pepinos e outros, imensos e coloridos, tudo produzidos com o verdadeiro veneno químico. Vai consumir o que realmente fará bem a sua saúde.


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014 -

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- MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014


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