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MACEIÓ - ALAGOAS
ANO XVI - Nº 787 - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014
PESQUISAS: ELEIÇÃO DE PRIMEIRO TURNO EM 15 ESTADOS
P/2
NOVELA DO ESTALEIRO
EMPRESÁRIO NÃO TEM DINHEIRO PARA OBRA; DEPUTADO COBRA LICITAÇÃO POR ENVOLVER RECURSOS PÚBLICOS P/ 16 e 17
German Efromovich, dono do Enor
Henrique Madeira enfrentará novo julgamento
TSE ANULA DECISÃO DO TRE QUE ABSOLVEU PREFEITO DE MARAGOGI POR COMPRA DE VOTO P/15
DEPUTADO JHC ACUSA BANCADA FEDERAL ALAGOANA DE OMISSÃO P/13
BIU TENTA ABAFAR ENVOLVIMENTO NO ESCÂNDALO COMANDADO POR DOLEIRO P/ 8 e 9
ELEIÇÃO EM ALAGOAS ESTÁ POLARIZADA ENTRE PRINCIPAIS CACIQUES POLÍTICOS P/ 10 a 12
2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014
COLUNASURURU
Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)
DA REDAÇÃO
Capitania hereditária
Agindo nas sombras
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epercutiu negativamente junto à magistratura e comunidade jurídica a indicação do juiz Antônio Bittencourt para juiz auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça, feita pelo corregedor Alcides Gusmão. Antônio Bittencourt é velho conhecido dos bares da noite maceioense e da polícia alagoana, tendo sido preso em flagrante por dirigir embriagado, desacato, direção perigosa e atirar em via pública. O que mais causou espanto foi o fato de Alcides Gusmão declarar em plenário que a indicação foi combinada com outros colegas que irão compor a próxima gestão na Corregedoria. Detalhe: na época ainda não se sabia quem seria o próximo corregedor, ou seja, um grande acordo, certamente com o aval do desembargador Fábio Bittencourt, irmão de Antônio, que agora passará a ser fiscal dos demais magistrados. Ambos, aliás, são filhos do desembargador aposentado José Agnaldo. No TJ a insatisfação é geral, pois afora o irmão do juiz reincidente em infrações, os demais desembargadores não reconhecem em Antônio Bittencourt requisitos mínimos para a função.
CNJ neles!!! Promotores do GECOC consideram graves as acusações de um presidiário contra membros do Poder Judiciário e do próprio Ministério Público Estadual. As denúncias envolvem um desembargador, um ex-desembargador, um promotor de Justiça e um juiz de direito recentemente promovido para a Capital. Segundo o GECOC as denúncias devem ser encaminhadas ao CNJ e CNMP.
Primeiro turno Pesquisas eleitorais realizadas em todo o Brasil e divulgadas nos últimos dias apontam a possibilidade de as eleições terminarem no primeiro turno em pelo menos 15 Estados,. Pelos números, o Ibope apontou possibilidade de vitória no primeiro turno em locais como Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Acre, Amazonas, Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará, São Paulo, Minas Gerais e Paraíba. O Vox Populi também apontou possibilidade de encerramento da disputa no primeiro turno no Tocantins. No Maranhão e Piauí também existem chances das eleições serem encerradas no dia 5 de outubro, mas os dados foram levantados por institutos locais de pesquisa.
O ex-supersecretário tucano Luiz Otávio Gomes se reuniu no início desta semana, em São Paulo, com o enrolado empresário Germán Efromovich, que quer construir um estaleiro em Alagoas sem participar de concorrência pública. O que é muito estranho. Como está afastado do governo, também é estranho que Luiz Otávio continue atuando em nome de Alagoas. Ou será que ele continua dando as cartas?
Me engana que eu gosto “O problema [do Brasil] somos nós. Queremos tudo, queremos já e queremos de graça. Em resumo, queremos ser enganados”. Ricardo Amorim, apresentador do programa “Manhattan Connection”, da Globonews, e presidente da Ricam Consultoria.
Recado para Marina Alagoas
Pastor e Biu
O futuro governador terá pela frente o desafio de administrar o estado com o maior índice de violência do País, com 64 homicídios para cada 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 29 por 100 mil habitantes, segundo dados do Mapa da Violência. Terá, ainda, de encarar o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O pastor João Luiz, candidato a deputado estadual do DEM, revelou pelo Twitter que está sendo proibido de falar no horário gratuito de propaganda eleitoral porque não pede votos para o candidato ao governo da sua coligação, Benedito de Lira (PP). A confusão teve início há um mês, quando o pastor publicamente cobrou atitude do candidato pepista com as seguintes palavras: “Senador, se não tivermos uma conversa, não tenho mais como me manter na campanha. Vou cuidar da minha vida. Obrigado”.
Eleitorado Com 102 municípios e uma população estimada em mais de 3,3 milhões, o eleitorado apto a votar este ano soma 1.995.727, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A base da economia está na agropecuária, que tem como principais produtos a cana-de-açúcar e o coco-da-baía. O folclore é um dos mais ricos do país.
Frase da semana “Estado que não gera riqueza não distribui riqueza”
Candidato Júlio Cezar, ao reconhecer o legado do governo tucano.
Devassa
A pedido da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara Federal, a CGU fará tomadas especais de conta em 10 prefeituras de Alagoas. Os fiscais acamparão em Arapiraca, Lagoa da Canoa, Taquarana, Jaramataia, Jundiá, Ouro Branco, São Luiz do Quitunde, Matriz de Camaragibe e Colônia Leopoldina. É o salve-se quem puder...
Dogshow O Kennel Club de Alagoas promove nesse sábado, 6, o Dogshow Pan-americano, no ginásio do Parque da Pecuária no Trapiche da Barra, com entrada gratuita. Haverá desfile de cães de várias raças válido pelo ranking da Confedera-ção Brasileira de Cinofilia (CBKC).
“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Você não pode servir a Deus e ao dinheiro.” (Mateus, capítulo 6, versículo 24.) Luciano Martins Costa em artigo para Observatório da Imprensa
Fantoche? O candidato ao governo pelo PSDB, Júlio Cezar parece estar sendo usado como fantoche na campanha. Nem os próprios candidatos a deputado estadual do partido estão apoiando o vereador de Palmeira dos Índios. Nas ruas, não se vê um único adesivo seu sendo distribuído, apenas do presidenciável Aécio Neves. É gastar dinheiro para nada.
Estratégia furada A estratégia de marketing da campanha do Benedito de Lira (PP) era usar um comediante para ofender de forma sarcástica seu adversário na disputa pelo governo, Renan Filho (PMDB), com a divulgação de informações que não são verídicas. A justiça eleitoral, contudo, vetou uma das propagandas neste estilo e pelo visto deve proibir as outras. A questão que fica é se o comediante deve ou não perder o emprego. E agora, hum, hum?
EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580
EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves
CONSELHO EDITORIAL
Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa
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- MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014 -
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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com
Siga-me: @jorgearapiraca
O fenômeno Marina Vitória - Gostaria de pedir desculpas aos meus dez leitores pela minha ausência nas últimas duas semanas. É que estive envolvido em outras tarefas e fui consumido pelo tempo. Mas vamos ao que interessa. O brasileiro precisa se preparar para viver momentos de apreensão se realmente as urnas confirmarem o nome de Marina Silva como presidente da república. Sem base partidária, Marina pode enfrentar dificuldades no Congresso Nacional para compor alianças e seguir governando com os petistas no seu calcanhar. Como nada ainda está definido, surpresas desagradáveis ainda podem ocorrer até o final das eleições. A petezada, que está no poder, não vai entregar a rapadura facilmente. Marina, até lá, será alvo de ataques violentos, terá sua vida devassada e a sua história no Ministério do Meio Ambiente remexida até as últimas gavetas. Do jeito que as coisas estão, Marina pode se transformar num fenômeno eleitoral. Diria até semelhante ao do Collor quando chegou a presidência da República. No caso dela, a fatalidade a está levando ao primeiro lugar nas pesquisas com perspectiva real de chegar ao poder. No caso de Collor, a insatisfação dos brasileiros com Sarney e a sua inflação cavalar levaram uma multidão a consagrar o seu nome. Dois anos depois, Collor deixava o poder por força de um impeachment. Como Marina, Collor não tinha base política no Congresso Nacional. Vinha de um partido nanico e tentou aplicar o discurso do desprezo pelos políticos da campanha no dia a dia da administração do país. O fenômeno Marina está cegando os eleitores brasileiros, cansados e frustrados com a política e com os políticos. Não acreditam que pelas mãos dos políticos tradicionais o Brasil vai se moralizar. Perdeu a esperança nesses políticos quando foram surpreendidos com o mensalão do PT e os casos de corrupção que pipocam diariamente no governo da Dilma. Preferem a Marina, com seus gestos messiânicos, a um Aécio, ainda jovem, mas com cara de político antigo. Olham para Dilma com desconfiança e já estão convencidos que de gerentona ela não tem nada. Tudo não passou de um trabalho de marketing competente que a transformou na mãe do PAC que no seu governo não decolou. A partir da próxima semana estamos a apenas dez programas políticos. Na metade deste mês, se não acontecer um fato que abale a candidatura da Marina, ela certamente vai estar no segundo turno. Pelo andar da carruagem vai encarar a Dilma de frente que chegará fragilizada à disputa porque certamente terá menos votos do que a Marina. E se isso realmente ocorrer, os petistas podem dar adeus ao poder porque, no segundo turno, a Marina vai traçar a Dilma por uma larga vantagem. Afinal de contas, não só a massa eleitoral estará do seu lado, como a oposição em peso vai apoiá-la para quebrar do poder o Partido dos Trabalhadores.
Indecisos É bem verdade que a Marina se aproxima de dobrar os vinte milhões de votos que teve em 2010. Trouxe para ela uma quantidade imensa dos indecisos, abocanhou um pedaço dos votos do Aécio e arrasta de rodo os votos da Dilma, derrotando-a no segundo turno por uma margem muito grande de votos. Como a comoção pela morte de Eduardo Campos já passou, o que se percebe é que Marina se consolida como a mais forte candidata a presidente da república. Ou seja: virou candidata com personalidade própria e votos próprios.
Rejeição A rejeição cavalar da Dilma está ajudando Marina a seguir em frente. E para piorar, os marqueteiros da candidata cometeram um erro infantil na campanha dela. Em vez de primeiro trabalhar no conceitual da campanha, tentando fixar o nome dela como uma presidente atuante, determinada (“Coração Valente”) , optaram por mostrá-la com uma maquiagem carregada que a remetia o museu de cera de Londres.
Piorou
Voto útil
A rejeição da Dilma disparou no Brasil e principalmente em São Paulo. Chegou aos números estratosférico de mais de 50%, uma tragédia para quem, como ela, tenta a reeleição. Como não consegue se articular, tem dificuldade para juntar frases que deem sentido a um pensamento inteligível, vai ter dificuldades nos debates com a Marina, que fala macio e tem um discurso decoreba mas com começo, meio e fim. Como está treinada por economistas competentes, Marina consegue traduzir o economês com muita facilidade.
Marina também arrasta o voto útil. É o voto solto, aquele que adere ao candidato que tem chances de vitória. No lançamento da candidatura, ela não mexeu nos votos da Dilma nem do Aécio. Cresceu com os votos dos indecisos, mas ao se firmar como candidata foi buscar uma boa fatia dos eleitores dos seus concorrentes, surpreendendo-os.
Erros
Quem pensa que a Marina vai transferir votos para aliados nos estados, pode tirar o cavalinho da chuva. O eleitor sabe muito bem distinguir uma eleição de governador de uma eleição presidencial. Assim, fica difícil para alguns candidatos a governador casar suas eleições com a dela.
Aécio está perdido. Não sabe por onde recomeçar a campanha, já que antes da morte de Eduardo Campos tinha esperanças de disputar o segundo turno com Dilma, consolidada na primeira posição entre os candidatos. Agora, refaz as contas e muda a estratégia para tentar respirar enquanto pode, pois se depender dos eleitores Marina e Dilma disputam o segundo turno com chances reais de vitória para Marina, como mostram as pesquisas mais recentes. Mais uma vez, os tucanos vão ser coadjuvantes do processo eleitoral.
Transferência
Pessimismo
O voto da Marina é dela e de mais ninguém. Não faz muito tempo, tivemos um exemplo claro de que ela não consegue transferir votos. Enquanto permaneceu vice de Eduardo Campos, o candidato patinou nos 9% e parecia não ter chances de decolar. Ao se declarar candidata, logo os votos apareceram e ela lidera as pesquisas em todo o país.
Marina ainda terá contra ela, caso chegue a presidência, uma herança maldita da Dilma que deixa um país a beira da recessão econômica, depois de uma política equivocada dos petistas que durante muitos anos incentivaram o consumo e endividaram os brasileiros em mais de 1 trilhão de reais. E Guido Mantega, o mágico, ministro da Fazenda, continua fazendo previsões fantasiosas para um país que ele já quebrou.
Arrastão
4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014
GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br
O calo de Renan Filho
Silêncio sepulcral
O
candidato Renan Filho bem que tem montado algumas alternativas para não ser atraído por um personagem da campanha de Biu de Lira, mas há de convir de que seu grande calo é sua passagem por dois mandatos na prefeitura de Murici. Como fazer oposição é bem mais fácil do que está na situação, Renan, pelo visto, vai ter muito trabalho para rebater as denúncias da coligação do Biu sobre a administração peemedebista no município de Murici. Ali, Renan que tem o comando há décadas, passando de pai para filho e sobrinho, não realizou, diga-se de passagem, uma administração brilhante, capaz de ser referência para outros municípios do interior. Enfrentou, como enfrenta outros prefeitos, problemas de toda natureza, inclusive e principalmente de infraestrutura, saúde, educação e segurança pública. Pelo andar da carruagem Renan Filho vai ter muito que se explicar com relação ao município onde foi prefeito por duas vezes, rebatendo as críticas ou pedindo direito de resposta ao Tribunal Regional Eleitoral. Como se vê, este será o grande calo do deputado federal mais votado em Alagoas durante todos os tempos.
Guarines abre o jogo Defenestrado do Partido Ecológico Brasileiro, o PEN, Gerson Guarines disse que deixou a legenda por pressão econômica e financeira do senador Renan Calheiros. A acusação, de uma gravidade sem tamanho, mostra também que o coronel Goulart seria ´´laranja´´ nesta campanha e pede que as providências sejam tomadas.
Guarines abre o jogo 2 As acusações são graves e a Justiça Eleitoral, através do Ministério Público, deve determinar investigações sobre o tema, principalmente porque a declaração do ex-presidente do PEN foi feita no 2º cartório de notas, o que enseja uma denúncia formal.
Guarines abre o jogo 3 Como a Justiça Eleitoral está em busca de evidências de que candidaturas ´´laranjas´´ sejam exterminadas, taí um bom motivo para que o Ministério Público ouça as partes e investigue se existe mesmo algumas patifarias por trás disso tudo.
Guarines abre o jogo 4 O mais grave é que as denúncias são dirigidas exatamente para o presidente do PMDB de Alagoas e presidente do Senado Federal, Renan Calheiros. Se existe, no caso, exageros por parte do denunciante, somente com uma investigação se poderá dirimir dúvidas a respeito.
Mesmo com denúncias registradas em cartório feitas no dia 26 de agosto por Gerson Guarines, até agora o assunto não veio ao conhecimento público. Ou por falta de chegar à imprensa, ou por alguma conveniência política. Cabe, agora, de pronto, aos acusados responderem às acusações ou calarem-se para sempre.
Desconfiança Com estas denúncias, dá para desconfiar que alguma coisa esteja acontecendo, ou aconteceu, do que os aviões de carreira. No caso, até a Polícia Federal deveria ser convocada para esclarecer as denúncias gravíssimas de Gerson Guarines.
Perguntar não ofende Existem ´´laranjas´´ mesmo nesta campanha política?
Compra de votos Esta praga piorou nesta campanha política e já são dezenas de denúncias que estão sendo enviadas para o Tribunal Regional Eleitoral, OAB e Polícia Federal. Compra-se na capital e naturalmente no interior e o dinheiro vai correndo solto à medida que se aproxima as eleições de 5 de outubro.
Compra de votos 2 Como dinheiro não fala e os saques em bancos devem ter sido feitos há pelo menos um ano, não existe nada, pelo menos por enquanto, que comprove que candidato tal está comprando votos. O Tribunal Regional Eleitoral trabalha com muita prudência, mesmo porque muitas das denúncias são feitas por adversários dos candidatos.
Compra de votos 3
Plano Bresser O Plano Bresser, um direito dos antigos servidores da CEAL, continua andando a passos de cágados. Na primeira reunião para retomar a negociação, o negociador indicado pela Eletrobras nada apresentou, limitando-se em manter o valor proposto há um ano, ou seja, de 88 milhões de reais, que foi rejeitado por toda a categoria. A ação, hoje, está em mais de 1 bilhão e meio de reais e a ação, infelizmente, dorme em berço esplêndido há um ano no Tribunal Superior do Trabalho – TST.
Plano Bresser 2
Um flagrante é o que está precisando o TRE, através da Polícia Federal, para tentar inibir esta praga que já se alastrou e se consolidou em todo o Estado de Alagoas. A polícia sabe quem compra, mas não tem ainda no momento provas suficientes para que se possa dar um bom exemplo aos outros candidatos.
O mais intrigante é que o Sindicato dos Urbanitários, verdadeiro representante dos trabalhadores, tem demonstrado omissão no sentido de adotar qualquer providência que faça o processo andar em Brasília. Um descaso para uma categoria que fez com que a Ceal fosse uma das melhores concessionárias de energia elétrica do norte e nordeste.
Saindo de cena
Plano Bresser 3
O deputado federal João Lyra jogou a toalha e disse que prefere, no momento, resolver os problemas de suas empresas, do que mesmo disputar a reeleição. Lyra se aconselhou com sua assessoria e manifestou o desejo de apoiar um candidato a federal, mesmo que não seja do seu partido, o PSD. O empresário, deputado federal por várias legislaturas, afirma que não encerrou sua carreira política. Tem mais pela frente, avisa.
O mais lastimável é que o Tribunal Superior do Trabalho não se movimente para que a ação, já em execução de sentença, tenha um desfecho final. Parece que coisas do além têm impedido de que os sofridos servidores, muitos dos quais já faleceram, impeçam que pelos menos as famílias tenha esse direito, já ganho em todas as instâncias judiciais. Diz um velho ditado que a ´´Justiça tarda, mas não falha´´. Será?
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- MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014 -
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ELEIÇÕES 2014
Candidatos sem propostas apelam para compaixão dos eleitores Apelo vem de toda forma, em busca da reeleição ou dos tão sonhados votos para conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados DA REDAÇÃO
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ara chamar a atenção dos quase 2 milhões de cidadãos aptos a votar em Alagoas, alguns candidatos aproveitam os poucos segundos de participação na propaganda eleitoral do rádio e da televisão e até mesmo as redes sociais e apelam para a compaixão dos eleitores usando a deficiência e outras sequelas como trunfo ou bandeira de luta. Sem propostas concretas, o apelo vem de toda forma, tudo em busca da reeleição ou dos tão sonhados votos para conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados. Vale até afirmar que o atentado que sofreu fez mudar a vida; outro diz que o erro médico de que foi vítima só o fortaleceu; alguns recorrem à amizade com pessoas já falecidas; e, outros adotam até o nome de instituições como sobrenome. É o caso de Nivaldo Albuquerque, 26 anos, que pretende se tornar deputado federal e concorre pelo PRP (Partido Republicano Progressista). Du-
rante exibição na TV, uma apresentadora afirma que o jovem assumiu o legado político da família após ter sido vítima da violência; foi alvejado com cinco tiros e “isso mudou sua vida”. Ela se referia ao ataque que o filho do deputado Antônio Albuquerque sofreu em 2012, quando foi baleado por um bando em uma fazenda da família. Com slogan “do Sertão ao Litoral, Nivaldo Albuquerque é Federal”, ele se apresenta nas redes sociais como o candidato que representa a juventude de Alagoas. Quem aparece como exemplo de amor à vida é a deputada Taise Guedes, do Partido Social Cristão (PSC). Mesmo com uma campanha pouco criativa, ela também explora a popularidade do Facebook para angariar votos. A candidata já ocupou uma cadeira na Câmara de Vereadores de Maceió e atualmente é deputada estadual e disputa a reeleição. Sua estratégia é se apresentar com seu gabinete móvel entregando cadeiras de rodas e colchões de
Rosinha da Adefal e Taise Guedes querem se reeleger, já Lucas Costta e o médico Hemerson Casado tentam mandato pela primeira vez
água e defender uma lei que garante atendimento veterinário gratuito a animais de pessoas carentes. Tentar mexer com o emocional da população é uma ferramenta proibida por lei, mas parece que alguns candidatos desconhecem o fato. A Lei nº 7.476/86, em seu artigo 242, é clara ao dizer que “a propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade, não deve empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais”. Mas cada um usa o artifício que acha conveniente para atrair a preferência do eleitor. Candidata à reeleição de deputada federal, Rosinha da Adefal (PTdoB) aposta na defesa da inclusão social e no slogan “Em favor de nosso povo. Alagoas não será a mesma”. Sua rede social está recheada de ações que ela diz ter realizado durante o mandato, mas tem sido criticada por alguns membros da instituição que dizem que as pessoas não devem se
deixar levar pela emoção e palavras bonitas e cobram a promessa de campanha anterior de trazer um centro de reabilitação, além de questionarem qual a promessa desse ano político que ela ira fazer. À medida que o processo sucessório alagoano se aproxima da reta final, o esforço de catequizar o eleitor é mais visível. E justiça seja feita: há candidatos que mesmo sem expressão no cenário político mostram conhecimento da realidade para apresentar ao eleitor. É o caso do médico cardiologista Hemerson Casado, candidato a deputado federal pelo PMDB e portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), sendo hoje o maior expoente da doença em Alagoas. Com o slogan “Agora eu tenho em quem votar”, sua campanha nas redes sociais o tem ajudado a conquistar novos adeptos. Inúmeros depoimentos de pacientes com testemunhos de que ele salvou suas vidas são postados diariamente. Outra estratégia é responder aos questionamen-
tos enviados pelos seguidores. “Quero continuar ajudando a população alagoana, agora de um jeito diferente, mas com o mesmo amor”, afirma. Paralelo ao processo eleitoral, ele critica a campanha do desafio do balde de gelo, que foi criada nos EUA para arrecadar fundos para o combate à ELA, que no Brasil virou hit entre os famosos, mas que ele considera ter sido desvirtuada. O paratleta Lucas Costta, do PPS, já disputou uma vaga na Câmara Municipal de Maceió. Não obteve êxito e agora busca uma vaga na Câmara Federal. Integrante da equipe de basquete em cadeira de rodas de Alagoas, o candidato aposta no esporte, educação e saúde para ganhar adeptos a sua candidatura. Nas redes sociais, chama os seguidores para debater ideias e propostas e assim “construirmos juntos um novo jeito de legislar”. IRREVERENTE Cansado das artimanhas políticas atual, inclusive do seu partido, o PMDB, o irreverente Zé Muniz não será candidato dessa vez. Sem papas na língua, ele usava o guia eleitoral para arrancar gargalhadas das pessoas. Dessa vez, explica em vídeo o motivo de sua ausência no pleito e detona alguns políticos do Estado. Em busca de um mandato desde 1970, e depois de ter participado de 13 eleições e perder todas, o agora apenas eleitor diz que cansou dessa situação, pois vem de “uma época em que fidelidade partidária não era penduricalho de luxo, mas coisa de político com palavra”. REDES SOCIAIS No dia 5 de outubro, os brasileiros vão às urnas para eleger o presidente da República, deputados federais e estaduais, senadores e governadores, numa eleição em que a força das redes sociais pode fazer a grande diferença, mais até do que o corpo a corpo e a TV.
8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014 OPERAÇÃO LAVA-JATO
Biu tenta abafar envolvimento no escândalo comandado por doleiro Suspeitas de ligação do senador com doleiro Youssef vieram à tona com a Operação Lava-Jato da Polícia Federal
DA REDAÇÃO
D
esde maio do ano passado, o senador e candidato a governador Benedito de Lira (PP) vive em permanente aflição política e pessoal, que se reflete em sua campanha e o obriga a procurar, de todas as formas, abafar indícios fortes de seu envolvimento com o mega-escândalo descoberto pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Trata-se da suspeita, largamente divulgada pela imprensa nacional, das relações de Benedito de Lira e de seu filho, o deputado federal Arthur Lira (também do PP), com o doleiro Alberto Youssef, preso há quase seis meses e acusado de uma série de crimes financeiros. Deflagrada em 17 de março deste ano pela PF, a Operação Lava-Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, que, segundo as autoridades policiais, movimentou uma montanha de dinheiro: mais de R$ 10 bilhões. Youssef era o principal operador do esquema – e tinha ligações “de trabalho” com políticos de alto coturno em Brasília. Entre eles, segundo foi divulgado, estariam Biu e Arthur Lira. Os dois negam. De acordo com a PF, as investigações identificaram um grupo brasileiro especializado no mercado clandestino de câmbio. Os suspeitos eram res-
ponsáveis pela movimentação financeira e pela lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em diferentes crimes. Entre os delitos cometidos pelos supostos “clientes” do esquema estão tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração, contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos. As investigações se concentraram inicialmente no Paraná, onde Youssef morava e tinha sua base de operações. Depois se estenderam a outros cinco Estados e ao Distrito Federal – onde ficaria o núcleo político mais visado. Entre os presos, além de Youssef, estava o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, suspeito de receber propina do esquema de corrupção. A suspeita de ligação do senador alagoano e de seu filho deputado com o doleiro Youssef veio à tona em maio, quando vazaram para a imprensa detalhes das investigações da PF na Lava-Jato. O círculo de amizades e influências de Youssef revelou-se amplo e poderoso, a ponto de ele, nas sombras, indicar pessoas de sua confiança para cargos importantes na administração pública, que lhe permitiam fechar bons negócios com fornece-
Além do senador do PP, seu filho Arthur Lira também teve nome envolvido com o mega-escândalo da Lava-Jato
dores de órgãos públicos, influir em obras e licitações. Um desses órgãos é a Companhia Brasileira de Trens Urbanos, a CBTU – uma estatal que movimenta bilhões de reais a cada ano e cujo comando foi entregue ao PP de Benedito e Arthur Lira. São de responsabilidade da CBTU todos os sistemas de trens urbanos no país, incluindo VLTs como o de Maceió. Benedito de Lira indicou dirigentes nacionais e estaduais da CBTU. Em Alagoas, o órgão era território exclusivo do senador e de seu filho deputado. Porteira fechada. “BOMBA” SOBRE CBTU ESTOUROU EM MAIO Tudo ia em relativo sossego para Biu e Arthur Lira na CBTU até maio deste ano. Foi quando estourou no país a notí-
cia de que o comando da CBTU, formalmente indicado por Benedito de Lira, era também área dos interesses de Alberto Youssef. Em 26 de maio, o portal Brasil 247 publicava a “bomba”: “A presidente Dilma Rousseff deve exonerar nesta semana o presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos, Francisco Colombo. Embora tenha sido formalmente indicado pelo senador Benedito de Lira (PP-AL), por trás da nomeação estaria o dedo do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato. Reportagem deste fim de semana apontou que o senador Benedito de Lira, assim como seu filho Arthur Lira (PP-AL), que é deputado federal, eram próximos a Youssef”. O portal se referia a reportagem da revista Veja daquela
semana, que revelou as ligações da dupla política alagoana com o doleiro paranaense. “O senador Benedito Lira e seu filho, o deputado federal Arthur Lira, ambos do PP de Alagoas, têm os nomes envolvidos com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato acusado de lavagem dinheiro, de acordo com a revista Veja desta semana”, afirmava o portal. “A revista obteve os registros de entrada do prédio de Alberto Youssef, numa área nobre da Zona Oeste de São Paulo, mostrando visitas frequentes de oito deputados federais. Arthur Lira está na lista. AVeja informa que Youssef, inclusive, teria indicado o atual presidente da CBTU, Francisco Colombo, e coube ao senador Benedito de Lira apenas a chancela política da indicação”.
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OPERAÇÃO LAVA-JATO
Deputado Arthur Lira também estaria envolvido no esquema “As investigações mostram que empresas-fantasmas controladas por Youssef recebiam grandes depósitos de empreiteiras do país, por meio de contratos simulados de consultoria, depois eram repassados a políticos e partidos. Os mesmos políticos e partidos que indicavam os apadrinhados que contratavam as empreiteiras pagadoras. O esquema de lavagem de dinheiro movimentou cerca de R$ 10 bilhões, segundo estimativas da Polícia Federal”. Não foi necessário que a presidente Dilma demitisse o presidente da CBTU: hospitalizado para tratar uma leucemia, Francisco Colombo não resistiu à doença e morreu. Benedito de Lira, colocado sob suspeita, perdeu influência na CBTU, que ficou três meses com comando interino. Só no fim de agosto Dilma nomearia o novo presidente da estatal, Fernando Barini Rodrigues Alves, funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal. No dia 21 de junho, novas revelações surgem na coluna Radar, da Veja. Seu autor, Lauro Jardim, publica a seguinte nota: “Não foi só o recém-falecido presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, que o doleiro Alberto Youssef indicou em nome do PP. São também apadrinhados pelo doleiro Pedro Gherardi, o presidente interino, e Jorge Vieira, assessor especial da presidência e superintendente da CBTU em Minas Gerais. Oficialmente, as indicações foram dos notórios Benedito de Lira e Arthur Lira, pai e filho. O primeiro é senador e o segundo é deputado pelo PP alagoano”.
PERGUNTAS QUE PEDEM RESPOSTAS As investigações da PF na Lava-Jato prosseguem. Há informações de que alguns dos presos já admitem abrir o bico e contar o que sabem, se a PF enquadrá-los na delação premiada. Ainda há muita coisa a ser descoberta e revelada. Algumas perguntas que precisam de respostas: - Até que ponto iria a influência de Youssef na CBTU? - Qual a conexão entre suas indicações para a estatal e a cobertura de Benedito de Lira para dar sustentação partidária aos apadrinhamentos do doleiro? - Houve negócios feitos na CBTU para favorecer o esquema criminoso? - A PF está passando um “pente fino” nas licitações para o VLT de Maceió? - O que fazia Arthur Lira em suas “visitas frequentes” ao apartamento de Youssef em São Paulo?E quem eram os outros sete deputados que andavam por lá? ARTHUR CAI EM DESGRAÇA Se para Biu as coisas estão desandando, Arthur Lira está cercado de problemas sérios por todos os lados. Já em outubro do ano passado, quatro petardos em série explodiram na imprensa nacional envolvendo o deputado do PP. A mesma seção Radar, da Veja, que revelou a ligação de Youssef com a dupla dinâmica Biu-Arthur, publicou no dia 2 de outubro uma nota revelando algo que iria irritar o deputado alagoano. Em linguagem cifrada e com título “Inferno astral”, a nota dizia:
Arthur Lira também está enquadrado na Lei Maria da Penha
“Outubro não começou nada bem para o líder do PP na Câmara, Arthur Lira. Além de um levante interno da bancada, prestes a derrubá-lo do posto, chegou ao STF um processo em que Lira é réu. Está enquadrado na Lei Maria da Penha e a ação está nas mãos de Luiz Fux. Seus problemas com os correligionários cresceram por causa de sua aproximação, que os colegas consideram excessiva, com Eduardo Cunha. A propósito, o novo líder do PP na Câmara será Dudu da Fonte (PE)”. “MILHÕES DE MOTIVOS” A partir daí, os fatos se precipitaram e Arthur Lira caiu em desgraça. Na mesma semana, o desfecho desmoralizante: um abaixo-assinado de deputados do PP destituía
Arthur Lira da liderança do partido na Câmara. Ainda não se sabia ao certo o motivo da decisão extrema da bancada, embora os rumores revelassem o que Brasília inteira desconfiava. Dias depois, em 10 de outubro, a mesma seção da Veja foi mais explícita e finalmente revelou a grande e real causa da destituição de Arthur Lira. O projeto do Código de Mineração, que tramita no Congresso, trata da exploração das riquezas minerais no solo e subsolo do país. Ele mexe com interesses vitais das mineradoras. O título da notinha da Veja, devastadora para o deputado alagoano, não podia ser mais sugestivo: “Milhões de motivos”. Dizia o seguinte: “Ex-líder do PP na Câmara, Arthur Lira foi destituído do posto na semana passada por uma série de motivos.
Mas o que pesou mesmo foi o exagerado interesse do nobre deputado pelo trâmite do novo Código de Mineração – a ponto de Lira ter conversado diretamente com mineradoras para as quais expôs milhões de razões do seu interesse no tema”. Alguém precisa de mais explicações sobre as tais “milhões de razões” que o deputado expôs às empresas de mineração? Três dias depois, a Veja voltou à carga, na mesma seção Radar, com uma informação adicional: “Assim como o seu colega Arthur Lira (PP-AL), o notório deputado João Carlos Bacellar (PR-BA), denunciado recentemente pelo MPF por falsidade ideológica e peculato, tem procurado as mineradoras expondo os milhões de motivos que possui para interessar-se pela tramitação do projeto do novo Código de Mineração”. Se o tombo da liderança do PP foi traumático, Arthur Lira tem outros motivos para se queixar da maré contrária, ou do “inferno astral”, como define a revista. Ele ainda tem pela frente o processo no STF pela Lei Maria da Penha, em que é acusado de agressão física à ex-mulher, e – nunca é demais lembrar – continua às voltas, desde que era deputado estadual, com a Operação Taturana. Arthur Lira é um dos parlamentares acusados no esquema que desviou R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa de Alagoas. Recentemente ele conseguiu fazer valer um artifício protelatório, mais um recurso dos tantos que tornam intermináveis os processos por crimes do colarinho branco. O processo não terminou, continua tramitando. Pode demorar, mas um dia o deputado terá que encarar a face dura da Justiça.
10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO
DE 2014
ELEIÇÕES 2014
A 30 dias da eleição, disputa está polarizada entre principais caciques PSTU rompe com Heloísa, Collor enfrenta rejeição na capital, Biu não agrada no guia eleitoral e Renan-pai some da TV para atrair votos a Renan Filho ODILON RIOS Especial para o EXTRA
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última semana do mês de agosto teve como fatos novos o anúncio do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e de seu candidato, o vereador de Palmeira dos Índios, Júlio Cézar (PSDB) apoiando a vereadora Heloísa Helena (PSOL) e a pressão do senador Benedito de Lira (PP) para retirar a candidatura tucana a governador em troca de um palanque mais amplo para o senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB) em Alagoas. São dois movimentos muito próximos, que mexem com a posição política do PSDB local e de seu governo em final de mandato. No final do mês de agosto, com a entrada do programa gratuito da rádio e TV, a campanha eleitoral esquentou e está com três frentes políticas distintas em plena agitação, refletindo as disputas para o Governo, Senado Federal e Câmara dos Deputados. DISPUTA PARA O GOVERNO As pesquisas mais recentes apontam a polarização entre o deputado federal Renan Filho (PMDB) e Biu de Lira, com possibilidade de vitória de Renan
Filho ainda no primeiro turno. As pesquisas do Ibope e do Instituto Exatta apresentaram números que dão clara vantagem ao candidato do PMDB. Biu, com uma campanha morna, concentrada em alguns municípios, ainda não deu o arranque para poder enfrentar Renan Filho. O senador do PP deverá apostar nas caminhadas e comícios, na medida em que sua participação nos debates deixa a desejar; suas intervenções na rádio CBN ou na Associação dos Municípios de Alagoas (AMA) foram criticadas pela falta de ideias claras sobre que irá fazer se for eleito. A intervenção de Biu de Lira na Federação das Indústrias foi dedicada à defesa do setor sucroalcooleiro, ou seja, dos usineiros, como para lembrar seu compromisso com o empresário do setor, Givago Tenório, suplente dele. Muitos esperavam - e apostavam - que o programa de televisão e rádio de Biu fosse mais ofensivo e original. Mas os seus marqueteiros estão com problemas para repetir 2010, quando o candidato do PP alavancou sua popularidade com uma dosagem de humor e irreverência que impulsionaram seus índices de aprovação, derrotando Heloísa Helena, a então favo-
Desgarrado da imagem do pai, Renan Filho cresce, mas ainda precisa barrar Benedito de Lira, enquanto Júlio Cézar, cujos olhos estão voltados para 2016, e Mário Agra não conseguem alavancar candidaturas
rita, e tendo mais votos que o hoje presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Desta vez, o programa de Biu está muito parecido com os tradicionais, sem conseguir atingir o objetivo, que é a “desconstrução” da imagem do adversário. Por sua vez, Renan Filho tem apresentado um discurso mais articulado e aproveitado melhor o tempo gratuito de rádio e TV. Nem mesmo os apoios importantes estão resultando em dividendos para o PP. A entrada de Rui Palmeira, prefeito de Maceió, na campa-
nha de Biu também não foi bem a esperada. Renan Filho continua na dianteira no interior do Estado, mas sem o mesmo desempenho em Maceió, onde a rejeição a Renan-pai ainda é muito alta. Sabedor disso, o presidente do Senado, seguindo a orientação dos marqueteiros, não aparece no horário gratuito para pedir votos para o filho e herdeiro político. Já os candidatos de partidos menores estão com dificuldades de crescer. O engenheiro-agrônomo Mário Agra (PSOL) tem
participado dos debates, mas não consegue vincular seu nome ao de Heloísa e atrair os votos que poderiam alavancar sua candidatura. Nem ela vincula sua imagem à do seu candidato. A campanha de Júlio Cézar, do PSDB, não ajuda a eleição a ir para o segundo turno. No debate promovido pela CBN se apresentou como uma figura que tenta projetar sua eleição para 2016, à Prefeitura de Palmeira dos Índios. Claro, ajudando a eleger o sobrinho do governador, Pedro Vilela
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ELEIÇÕES 2014
Preferido entre os eleitores de menor renda, Collor reforça a campanha no interior contra o ‘efeito Marina’ , que beneficia Heloísa Helena; Omar Coêlho continua à deriva
Collor lidera disputa pelo Senado A
novidade nesta eleição é a polarização entre Heloísa Helena e o senador Fernando Collor (PTB). O senador do PTB acelerou a campanha em caminhadas, carreatas e visitas ao interiorpara evitar o efeito “Marina Silva”, uma onda que pode favorecer a psolista a menos de um mês antes da votação. A vantagem de Collor no interior é evidente- principalmente com apoios de prefeitos e caciques políticos. O cunhado de sua suplente, Renilde Bulhões, o ex-governador Geraldo Bulhões, há anos fora da vida política no Estado, gravou sua participação para Collor. Porém, Collor tem problemas na capital, onde Heloísa está tecnicamente empatada. Nos segmentos de maior renda e escolaridade Heloísa leva vantagem, mas Collor dispara nos estratos mais pobres da população. O apoio anunciado de Téo Vilela e do candidato
tucano a governador – Júlio Cézar – sinaliza que essa polarização tende a ser quase absoluta, retirando força e peso das demais candidaturas. Mas, Heloísa perdeu um apoio importante: o do PSTU, que acusa a vereador de se unir aos usineiros para assumir o Senado Federal. Heloísa nega e diz manter a mesma forma de fazer campanha: conversando diretamente com as pessoas, distribuindo panfletos, participando de encontros. Já Collor conseguiu em um ano desmontar todo o governo Téo, denunciando desde o caos na saúde, educação e segurança pública ao “Alagoas tem pressa” o único programa econômico do PSDB. Um efeito devastador, levando Vilela a vincular sua imagem à folclórica Geni, personagem da música de Chico Buarque, desacreditada por toda a cidade.
Isso levou Téo a eleger Collor como adversário principal. Só que há informações nada animadoras naquela que poderia ser a alternativa na disputa ao Senado, pelos tucanos: a candidatura do ex -presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL), Omar Coêlho de Mello, que ameaçou deixar o palanque de Aécio Neves. Ante essa ameaça, o PSDB, que não faz nenhum esforço para entrar na campanha de Aécio, tido como um candidato derrotado, preferiu manter o apoio a Heloísa Helena. O candidato do DEM continua na campanha de Biu, mas sem conseguir construir a terceira via entre Collor e Heloísa. O apoio de Téo Vilela a Heloísa não será direto, com pedidos públicos de votos na TV ou rádio, mas através de seus aliados. O passo mais importante foi a retirada do pro-
fessor Eduardo Magalhães, permitindo a adesão pública de seus aliados a Heloísa. O presidente da Associação dos Municípios de Alagoas, Jorge Dantas, já declarou voto em Heloísa, assim como o deputado estadual Inácio de Loyola, do PSB. Antes, a família do deputado João Caldas (o filho, João Henrique Caldas e sua mãe, Eudócia Caldas) tinha declarado a opção pela ex-senadora do PSOL. Alexandre Toledo negou pedir votos a Heloísa Helena e disse estar com Omar- segundo o próprio ex-presidente da OAB. Mas, o ninho tucano dos Toledo vai se dividindo: Lucila Toledo, prefeita de Cajueiro, está com Heloísa, assim como o filho dela, Bruno Toledo e o presidente da Assembleia, deputado Fernando Toledo. O filho de Biu de Lira, o deputado federal Arthur Lira (PP), também faz campanha aberta para Heloísa Helena.
Com essas declarações públicas, Heloísa Helena é beneficiada no interior do estado, onde sua candidatura tem mais dificuldades de enfrentar a estrutura de Fernando Collor. No entanto, a campanha de Heloísa recebeu duras críticas do ex candidato a prefeito pelo PSOL, o professor Alexandre Fleming, que considerou uma aberração política os elogios ao candidato do PSDB. Heloísa foi criticada por nunca fazer oposição a Téo Vilela ou a Rui Palmeira, ambos do PSDB. Esta semana, Heloísa perdeu o PSTU, o único partido aliado do PSOL, que retirou seu apoio a eleição para o Senado, alegando que Heloísa “abraçou os setores reacionários e os usineiros de Alagoas”. Essas críticas se espalharam pelas redes sociais causando prejuízo à candidata que, mais que qualquer outro na disputa, tem nessas redes um forte ponto de apoio.
12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014 ESCÂNDALO
Disputa para Câmara está se definindo ODILON RIOS Especial para o EXTRA
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disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados está ficando definida. Com as saídas de João Lyra, sem dinheiro, Luciano Barbosa - que aderiu à vaga de vice de Renan Filho - e do próprio Renan, que tenta o governo abriram-se espaços para mais candidatos à Câmara, incluindo alguns estreantes. Nesta situação, os nomes que meses atrás se anunciavam como os mais fortes confirmam o favoritismo. Na coligação do PSDB com o PRB, que deverá fazer um deputado federal, Pedro Vilela é mesmo o mais forte. É a campanha mais vistosa, mais rica e com mais propaganda em Maceió e no interior. Seu único problema é a votação de Rogério Teófilo, colocado por Téo Vilela para viabilizar o quórum eleitoral da chapa tucana, mas que está com uma campanha sem muita expressão na região de Arapiraca; o ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida, pela frente PMN e PRTB, deverá ser eleito com uma votação consagradora que poderá abrir chances para um segundo nome da lista de federal e abrir uma nova chance para disputar a Prefeitura da capital em 2016; na chapa do PMDB e mais 15 partidos alguns nomes são apontados como favoritos: o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), o deputado federal Givaldo Carimbão (PROS) e o ex-prefeito de Coruripe, Marx Beltrão (PMDB), estariam garantidos e a quarta vaga seria definida numa disputa entre a atual deputada federal Rosinha da Adefal e Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, do PT. Na coligação de Biu de Lira dois nomes estão na frente: Artur Lira e Maurício Quintella (PR). O atual deputado estadual João Henrique Caldas poderá ser o terceiro nome a depender de sua estrutura
Pedro Vilela, o ex-prefeito Cícero Almeida, Paulão e Givaldo Carimbão confirmam prognósticos de favoritos na disputa de deputado federal
de campanha e do desempenho da chapa proporcional. Sem ter o mesmo tratamento dos candidatos mais fortes, JHC, como é mais conhecido, tem feito críticas e revelado insatisfações com a campanha de Biu. Para a Assembleia Legislativa o meio de campo está embolado, com a frente do PMDB fazendo doze deputados, mais dois do PT; a chapa estadual de Biu de Lira elegendo oito deputados e a coligação encabeçada por Cícero Almeida fazendo de três a quatro estaduais. Nesta disputa, os nanicos não terão chances porque o quociente eleitoral mínimo exigido chega a 50 mil votos, meta impossível para quem não tem estrutura (dinheiro) e um bom tempo gratuito de rádio e televisão. A INFLUÊNCIA DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS A morte de Eduardo Campos, com a subida repentina de Marina Silva e o derreti-
mento de Aécio Neves, trouxe problemas para a candidatura de Biu de Lira. O senador do PP fez um acordo com o PSB e com Téo Vilela para viabilizar o nome de Eduardo Campos em Alagoas. Ninguém esperava ter como candidata a presidente Marina Silva, que declarou não apoiar Biu de Lira. Por isso, Biu sinalizou que desejaria mudar para o palanque de Aécio Neves em troca da retirada de Julio Cézar, do PSDB; proposta recusada por Téo Vilela que precisa de um candidato que faça a propaganda do Governo tucano no horário eleitoral. Renan Filho apoia Dilma Roussef que lidera as pesquisas em Alagoas e consegue somar os dezesseis partidos da frente comandada pelo PMDB. A entrada de Marina Silva na campanha favorece a Heloísa Helena que, mesmo sendo do PSOL, não faz campanha para a candidata oficial do PSOL, Luciana Genro. “Eu tenho de conversar com as pessoas do meu partido. Todos sabem quanto res-
peito a Luciana Genro (candidata à Presidência pelo PSOL), a mais importante representante da esquerda socialista, mas o que mais quero é estar envolvida com a candidatura de Marina”, disse Heloísa, em entrevista á revista Época. O apoio público de Marina a Heloísa deverá puxar muitos votos indecisos, brancos e nulos. Terminada as eleições, Heloísa, com ou sem mandato, deverá migrar para a Rede Sustentabilidade onde, com o apoio de Marina Silva, será um nome forte nas eleições municipais de 2016, disputando com Judson Cabral do PT e Rui Palmeira do PSDB, e nas eleições gerais de 2018. PERSPECTIVAS A campanha de 2014 segue o script desenhado desde o ano passado por Renan Calheiros e Téo Vilela. O PSDB não lançou nenhum candidato competitivo a governador ou ao senado, e o apoio do Palácio dos Martírios a Biu de Lira é limitado para não ameaçar Renan Filho, que tem fortes chances de
ganhar a eleição ainda no primeiro turno. Em troca, Renan pai apoia a eleição de Pedro Vilela e ninguém critica ou faz denuncias no horário gratuito diretamente contra Téo Vilela, que deverá ser candidato ao senador em 2018 ou, antes disso, ministro do Tribunal de Contas da União. O único ponto que foge desse acordo é a eleição para o Senado. Collor não é um aliado confiável para Renan e é o adversário número um de Téo Vilela. O nome viável para derrotar Collor é Heloísa, daí o apoio aberto do Palácio dos Martírios e a discreta distância de Renan Filho em relação a Collor de Mello. Com uma eleição polarizada no campo majoritário, com os deputados federais sendo definidos mais claramente, resta apenas saber qual será a futura composição da Assembleia Legislativa. Dia cinco de outubro, as urnas deverão confirmar a força que têm os caciques na tribo Caeté. Mas, até lá, como disse um bom observador, “o tempo é uma eternidade”.
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- MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014-
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ELEIÇÕES 2014
Deputado JHC acusa bancada federal alagoana de omissão Candidato diz que, mesmo eleito para Câmara Federal, continuará fiscalizando a Assembleia JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com
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m seu primeiro mandato como deputado estadual João Henrique Caldas (Solidariedade) colecionou desafetos na Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade por denunciar ao Ministério Público Estadual esquemas de corrupção montados pela Mesa Diretora da Casa de Tavares Bastos. JHC, como é conhecido no meio político, fala em entrevista ao jornal EXTRA sobre seu desejo de ser eleito deputado federal e destaca temas polêmicos como vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado ocupada por deputado afastado pela Justiça por acusações de improbidade administrativa. EXTRA - O que motivou a mudança de sua candidatura de deputado estadual para federal? JHC - Alagoas precisa de uma liderança jovem que tenha autonomia e independência para defender os interesses do Estado. Eu acho que a bancada federal está omissa com o que acontece em Alagoas. O Brasil não sabe efetivamente dos absurdos que acontecem em Alagoas. Eu vou ser um deputado federal com cora-
gem cívica para me manter incansavelmente vigilante. Todos estados têm parlamentares com destaque, mas infelizmente Alagoas não possui, digo isso sem demérito nenhuma aos que estão lá. EXTRA - Qual seu grande projeto como deputado federal? JHC - Muitos enxergam Alagoas como a terra da cana-de-açúcar e do gado, mas Alagoas tem potenciais enormes: turístico, cultural e energético. Alagoas pode ser uma grande produtora de energia renovável e não existe um grande debate sobre isso. Vou trazer essa discussão e fomentar esse debate com os municípios. Temos que nos reinventar e vou lutar para o avanço da ciência e tecnologia em diversos setores em Alagoas. É preciso formar pensadores em Alagoas. Quero travar debates importantes em Alagoas e dizer que precisamos urgente de ajuda em educação e saúde; áreas primordiais para o desenvolvimento do nosso Estado. EXTRA- O senhor sofreu algum tipo de pressão, perseguição para não tentar a reeleição? JHC - De forma alguma. Vou para Brasília para mostrar aos órgãos federais o que estão fazendo com as
JHC questiona nomeação de parlamentartes acusados de corrupção para o cargo de conselheiro do TC
verbas, com o dinheiro público que é de competência de fiscalização do governo federal. Na Assembleia Legislativa tivermos vários tipos de crimes federais e a gente precisava de um governo federal atuante. Vou buscar auxílio aos órgãos federais como: Polícia Federal e Ministério Público Federal para demonstrar os desmandos na Assembleia. EXTRA - Mesmo em Brasília, caso eleito, o senhor continuará fiscalizando o Poder Legislativo local? JHC - Principalmente. A Assembleia Legislativa é o grande problema de Alagoas; ela contamina a política alagoana e seus tentáculos contaminam outros poderes. Enquanto não se estancar essa sangria na ALE não vamos ter equilíbrio nos pleitos para
os cargos de Alagoas, vamos ter interferência inclusive em outras instituições como no Tribunal de Contas. EXTRA- Como isso funciona? JHC - O deputado que é denunciado por corrupção ao invés de ser punido rigorosamente, ele ganha um prêmio de virar conselheiro do Tribunal de Contas e fiscalizar os órgãos públicos, prefeituras. EXTRA- Fernando Toledo, presidente da ALE, que vai assumir uma vaga de conselheiro no TC é um exemplo? JHC - Com certeza. Não tenho dúvida disso. Inclusive foi denunciado pelo Ministério Público Estadual, com provas robustas, de envolvimento com corrupção. Onde está sua conduta ilibada para assumir o cargo de conselheiro do TC?
EXTRA - Como o senhor enxerga o atual pleito? JHC - Muitos políticos aparecem de quatro em quatro anos com suas estruturas efêmeras e despejam dinheiro e são eleitos. A ordem desse pessoal é enganar o povo. O povo carente, sem acesso a informação acaba votando de forma errada. Eu quero chegar em Brasília e mostrar que é possível fazer uma política diferente. EXTRA- Rui Palmeira quando foi candidato a deputado federal disse que não pretenderia voltar para ALE. É seu caso? JHC - Não. Acho que temos que enfrentar os problemas. Estou indo para Brasília, mas minhas prerrogativas só ampliam. Mesmo lá vou continuar fiscalizando a Assembleia. Existem muitos caciques em Brasília, mas não são independentes; comigo será diferente.
14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014 PERIGO À VISTA
Auditores do TCU alertam sobre riscos da nova Lei de Licitações Novo modelo prevê mordaça e punição para a categoria, conselheiros e ministros das cortes de Contas do país DA REDAÇÃO
A
nova versão da Lei de Licitações e Contratos (8.666/93), em trâmite no Congresso Nacional, traz mudanças que podem enfraquecer a atuação dos Tribunais de Contas, abrindo ainda mais a brecha para possíveis desvios de recursos públicos. Este é um
dos temas do V Congresso Nacional Auditar, que ocorre em Brasília nesse final de semana. O evento é organizado pela União dos Auditores Federais de Controle Externo (Auditar) a cada biênio e reúne, neste ano, participantes de 19 estados da federação. O debate será enriquecido pela presença de autoridades
Ex-presidente do STF, Ayres Britto é um dos participantes do evento
especialistas no tema, dentre eles o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ayres Britto, o presidente do TCU, ministro Augusto Nardes e o vice-presidente da Corte, ministro Aroldo Cedraz. Além do debate sobre as alterações da Lei 8.666/93, que incluem mecanismos considerados verdadeiras mordaças para auditores, ministros e conselheiros das cortes de Contas do país, o evento prevê uma profunda análise da responsabilidade dos auditores no processo de indução de melhorias para a administração pública e na oferta de bens e serviços de qualidade à população. A entidade que representa a categoria considera que os procedimentos para indicação e escolha de ministros do TCU, estabelecidos por decreto legislativo há mais de 20 anos, necessitam ser reexaminados para fins de seu aperfeiçoamento democrático.
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- MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014
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DECISÃO
TSE anula sentença que absolveu prefeito de Maragogi e manda TRE fazer novo julgamento Decisão foi ajuizada por Fernando Sérgio Lira Neto que denunciou Henrique Madeira e seu vice por compra de voto na última eleição DA REDAÇÃO
O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) que absolveu o prefeito e o vice de Maragogi condenados em primeiro grau por crime eleitoral praticado na última eleição. Em decisão monocrática da ministra Laurita Vaz, o TSE acolheu recurso interposto pelo candidato derrotado Fernando Sérgio Lira Neto e pelo Partido Progressista contra o prefeito eleito Luiz Henrique Peixoto Cavalcante, conhecido por Henrique Madeira, seu vice Claudinel Lira Pinto e o ex-prefeito Marcos José Dias Viana, o Marcos Madeira. Na ação original movida por Fernando Sérgio Lira o
prefeito, o vice e o ex-prefeito de Maragogi foram condenados por compra de votos, uso da máquina pública e outros crimes eleitorais que teriam praticados na última eleição. Os réus recorreram ao TRE, que os absolveu com base em documentos juntados após a sentença de primeiro grau, o que só seria admitido nos casos previstos nos artigos 268 e 270 do Código Eleitoral e 397 do Código de Processo Civil, não sendo essa a hipótese dos autos. Ao reformar o acórdão do TRE-AL, a ministra Laurita Vaz o fez em virtude de tratarse de decisão manifestamente contrária à jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (art. 36, §7º, do Regimento Interno do TSE). Com isso, o TSE determinou o retorno
Prefeito de Maragogi Henrique Madeira enfrentará novo julgamento no TRE alagoano por crime eleitoral
dos autos ao Tribunal de origem para novo julgamento que deve ser feito com a desconsideração de toda a documentação juntada pelos investigados com o seu recurso eleitoral. A ministra Laurita Vaz entendeu que “o tribunal de origem adotou posicionamento diametralmente oposto à jurisprudência desta Corte Superior, a qual está fixada no sentido de que, na fase re-
cursal, somente é permitida a juntada de documentos caso cumpridos os requisitos insculpidos nos arts. 268 e 270 do CE c.c. o art. 397 do CPC, não sendo essa, a toda evidência, a hipótese dos autos”. “Ante o exposto, com arrimo no art. 36, § 7º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, conheço e dou provimento ao recurso especial de Fernando Sérgio
Lira Neto e outro para, reformando o acórdão recorrido, determinar o retorno dos autos ao Tribunal de origem a fim de que, desentranhando e desconsiderando os documentos juntados com o recurso eleitoral dos Recorridos, proceda a novo julgamento da vexata quaestio, como entender de direito”, escreve a ministra em sua decisão monocrática.
16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014
ENOR
Estaleiro de Alagoas ainda é uma João Caldas reafirma que obra tem de ser licitada; “calote” atrasa licença de instalação aprovada pelo Ibama VERA ALVES veralvess@gmail.com
D
iferentemente do que foi alardeado nos últimos dias, o ENOR- Estaleiro do Nordeste ainda não obteve do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) a licença para sua instalação no município de Coruripe. Autorizada pelo órgão no dia 1º deste mês, ela ainda depende do pagamento de uma taxa de pouco mais de R$ 177 mil por parte do empresário Germán Efromovich para ser liberada e, o mais importante, de recursos para que o empreendimento, cujos investimentos estão orçados em R$ 2,2 bilhões, saia efetivamente do papel. Com a celeuma criada esta semana pelo governo do Estado e parte da imprensa local, passou-se a imaginar que, finalmente, cinco anos após ter sido anunciado, as obras do projeto apontado como a redenção para a economia de Alagoas começariam ainda em 2014. Infelizmente não é bem assim. É claro que um empreendimento do porte do ENOR vai alavancar a geração de empregos e renda, mas o caminho ainda é longo e cheios de percalços e é quase certo que ele só comece a a ser implantado num período não inferior a quatro anos. Passada a fase de exigências ambientais, Emofrovich tem que solucionar, agora, a falta de recursos para dar início às obras. A despeito do discur-
so oficial otimista do empresário, até ontem (04/09) ele sequer havia pago os R$ 177.319,08 de taxa cobrados pelo Ibama para cobertura dos custos operacionais da equipe de técnicos que analisou os documentos apresentados pelo empresário para a Licença de Instalação (LI). Não bastasse a burocracia e a necessidade de estudos aprofundados que uma obra como esta demanda, há ainda outros aspectos que podem atravancar ainda mais o sonho de Alagoas ter um estaleiro. Primeiro político alagoano a defender o projeto, o deputado federal João Caldas (PTC) insiste: o estaleiro só sai mediante licitação internacional e dela também terá que participar o empresário Germán Emofrovich, dono do Grupo Sinergy e destacado pelo governo do Estado como o “dono” do estaleiro de Alagoas. Caldas argumenta que, em respeito à legislação (Lei 8.666/93, conhecida como Lei das Licitações), por envolver recursos públicos – tanto federais quanto estaduais – e a desapropriação de imóveis, a empresa ou grupo responsável pela construção do estaleiro tem de ser definida mediante processo licitatório internacional. “Trata-se de um empreendimento de grande porte e alta complexidade, em que experiência e capacidade de investimento são essenciais”, afirma o parlamentar. O interesse pelo empreedimento, aliás, já foi explanado até pela sul-coreana Hyundai, a
a d o r p s c t a i n E d Q c
Mapa do canteiro de obras apresentado ao Ibama pelo ENOR mas cujo início permanece indefinido
gigante e uma das líderes mundiais da indústria naval. Especialistas ouvidos pelo EXTRA, contudo, divergem de Caldas, assinalando que por ser um empreendimento privado, a construção do estaleiro não exige licitação, ainda que tenha (ou tivesse) financiamento do FMMFundo da Marinha Mercante, outro imbróglio a ser resolvido por Emofrovich. Destinado à construção de embarcações mercantes, offshore, portuárias e militares, o estaleiro, na avaliação destes especialistas, somente terá de concorrer a licitação no caso de construção de embarcações ou plataformas estatais. PARECER E MULTA No dia 23 de julho do ano passado, o presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, assinou
a Licença Prévia Nº 465/2013 para o Estaleiro EISA Alagoas S.A. – que depois teve sua denominação alterada para ENOR na localidade de Miaí de Cima, no município de Coruripe, em uma área de 260 hectares (incluindo área terrestre e marinha). Com validade de dois anos, a LP, contudo, foi condicionada ao cumprimento de algumas exigências, denominadas de condicionantes, e que, após entregues pela empresa, foram analisadas por uma comissão de nove técnicos da Coordenação de Portos, Aeroportos e Hidrovias do instituto. No último dia 18, a comissão deu seu parecer ao pedido de LI, incluindo os resultados da segunda análise das condicionantes da LP, e concluiu que três não foram atendidas: três
foram consideradas parcialmente atendidas, ainda carecendo de adequações técnicas; e, quatro foram consideradas atendidas. O parecer de 54 páginas chama a atenção ao recomendar a aplicação de multa ao ENOR com base no artigo 82 do Decreto nº 6514/2008, que considera infração ambiental “elaborar ou apresentar informação, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso, enganoso ou omisso, seja nos sistemas oficiais de controle, seja no licenciamento, na concessão florestal ou em qualquer outro procedimento administrativo ambiental” e estabelece multa de R$ 1.500 a R$ 1 milhão. Embora a situação fundiária descrita pela empresa tenha sido qualificada como uma condicionante atendida, ela ensejou
p d a p m p p a ç ç u p m v s ç s e i
m p n d m t l b q d n m s e o p p m
extra
- MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE AGOSTO DE 2014 -
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ma incógnita algumas observações por parte dos técnicos que estranharam o fato de que os 14 proprietários de imóveis na área definida para o estaleiro passível de desapropriação, que haviam sido citados quando do pedido da LP, tenham sido elevados para 24, alguns contudo sem a completa identificação, apenas denominados por “Sr. Fernando”, “Sr. Eliziu”, “Marilucia”, “Sr. Manoel do Coco” e até “não identificado”. Quanto à renda, somente para cinco dos 24 há informação. Ao conceder a LP no ano passado, o Ibama havia colocado como uma condicionante a apresentação de shapefile e de planilha com a relação e informações socioeconômicas dos proprietários, sendo que apenas a planilha foi apresentada e ainda assim com “lacunas de informação inaceitáveis” para a avaliação da necessidade, ou não, de um programa voltado aos desapropriados. Com o shapefile, formato de armazenagem de dados vetoriais para armazenar a posição, formato e atributos de feições geográficas, seria possível saber exatamente as dimensões e características de cada um dos imóveis a serem desapropriados. “Considera-se, portanto, como insuficientes as informações presentes na planilha encaminhada, caracterizando-se certo desleixo em relação ao atendimento desta demanda bastante simples do ponto de vista do levantamento de informações básicas. Afinal, pressupõe-se que qualquer processo formal de desapropriação demanda, no mínimo, o conhecimento das informações aqui requeridas (nome e sobrenome dos desapropriados, endereço, área da propriedade ou parcela desta a ser desapropriada)”, afirma o parecer, disponível até a quinta-feira pela manhã no site do Ibama.
Ao reafirmar o compromisso do governo do Estado “no sentido de viabilizar a aquisição da área onde se pretende instalar o estaleiro”, a empresa também afirma que diversas ações para o processo de desapropriação já estariam em andamento, mas que, “para a finalização deste processo, incluindo a aplicação dos recursos financeiros necessários e já consignados, se faz necessária a emissão da Licença de instalação do empreendimento”. Mas, segundo o deputado federal João Caldas, nenhuma ação com vistas à desapropriação da área foi iniciada até agora pelo Estado e ele afirma que este é mais um processo que demandará muito tempo e que com certeza não será concluído na gestão do governador Teotonio Vilela Filho. O ENOR também não apresentou documento de cessão de uso de área da União concedido pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU) para os terrenos de marinha. A condicionante foi classificada como não atendida, embora a empresa tenha anexado uma declaração do superintendente da SPU afirmando estar em trâmite a solicitação de cessão onerosa e que a SPU/AL, até a presente data (02/05/14) “nada tem a opor quanto à implantação do projeto”. A outorga de direito de uso de recursos hídricos é outra condicionante não atendida. Em ofício datado do dia 5 de maio último, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos informou “a impossibilidade de o ENOR dar prosseguimento ao rito processual administrativo junto à SEMARH visando a obtenção da referida outorga, em consequência de ainda não possuir a propriedade dos imóveis contidos na área destinada ao empreendimento”.
A área de 260 hectares fica na localidade Miaí de Cima, no município de Coruripe, litoral sul do estado
Crise e Fundo da Marinha O anúncio da licença de instalação para o estaleiro de Alagoas se deu apenas 15 dias após o empresário Germán Efromovich conseguir que fossem retomadas as atividades do EISA- Estaleiro Ilha S.A, considerado um dos maiores do país e também de sua propriedade, localizado no Rio de Janeiro. Foram quase três meses de paralisação e salários atrasados para os 3.200 funcionários, uma crise que só amenizou depois que ele obteve um empréstimo de US$ 40 milhões junto ao fundo Manchester, nos EUA. Fundador, ao lado do irmão José Efromovich, do SynergyGroup Corp, dono da companhia aérea Avianca, o colombiano naturalizado brasileiro é dono também de outro estaleiro carioca, o Mauá, e já foi alvo de reportagens na mídia nacional como suspeito de dar um golpe na Petrobras, com a qual teve uma disputa judicial após o acidente da Plataforma P-36. No final de agosto último, a imprensa noticiou que o empresário estaria empenhado em vender os dois estaleiros do Rio por US$ 1 bilhão e concentrar seus investimentos em ativos
existentes. A informação, publicada nas colunas e cadernos de economia e até pelo The Wall Street Journal, foi atribuída a Omar Peres, assessor do empresário. Com hotéis, campos de exploração de petróleo e gás na Colômbia, Germán Efromovich terá também de solucionar outra pendência se de fato for construir o estaleiro de Alagoas: a renovação da garantia do financiamento de R$ 2 bilhões para o empreendimento pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), que chegou a ser aprovada no ano passado. Administrado pelo Ministério dos Transportes, por intermédio do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM), o FMM foi instituído pela Lei nº 10.893/2004, no bojo da descoberta do pré-sal, com o objetivo de financiar o desenvolvimento da Marinha Mercante e da indústria naval. Sua principal receita é a arrecadação do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante – (AFRMM), imposto que incide sobre o frete das mercadorias transportadas pelo modo aquaviário e desembarcadas em ter-
Efromovich, o ‘dono’ do ENOR
ritório brasileiro. O problema é que a garantia de financiamento, chamada de prioridade e concedida pelo CDFMM, tem validade de 360 dias corridos a partir da publicação no Diário Oficial da União e o início de execução do projeto não pode ser superior a um ano após a contratação da prioridade. No caso do estaleiro de Alagoas, a prioridade venceu no início de agosto e suas obras sequer têm data para começar. Sem limite de valores para financiamento, o FMM tem como agentes financeiros o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Banco da Amazônia e, recentemente, a Caixa Econômica Federal. Mas há um grande porém: o prazo para tomada de financiamento não pode ser renovado.
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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br
“Quando for entrar para a política, não se esqueça de fazer uma bela faxina no seu passado”.
A morte brutal de Izabelle A jovem policial militar Izabelle Pereira dos Santos, de apenas 24 anos, estudante de Engenharia, teve sua vida tragicamente ceifada esta semana, quando em companhia de três colegas fazia o patrulhamento em um bairro da capital. Segundo a própria Polícia, uma metralhadora transportada na viatura “disparou acidentalmente” atingindo mortalmente a policial. Izabelle estava entre os mil jovens policiais que ingressaram na PM no ano passado e que receberam durante trinta dias capacitações de cidadania, motivação e comunidade ministradas pelo Instituto Cidadão. Conheci a jovem militar que sonhava com um futuro em sua carreira. Pude durante alguns dias acompanha seu espírito de liderança, sua responsabilidade e seu compromisso com o interesse público.
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Nada de “Marinar” Já o vice de Aécio Neves na chapa do PSDB à Presidência, o senador Aloysio Nunes negou veementemente que o partido avalia apoiar Marina Silva nas eleições. O coordenador geral da campanha presidencial do tucano, José Agripino Maia, havia dito que se não for possível a ida de Aécio ao segundo turno, haveria a opção de apoiar a ex-ministra. “Nós vamos para o segundo turno, nós temos mais de um mês até a eleição. Eu já assisti a muitas reviravoltas nas campanhas eleitorais”, disse, ao ressaltar que as alternativas colocadas contra Dilma são Aécio e Marina.
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Para refletir:
Destemperos de Dilma e arroubos de Marina elo andar da procissão o candidato Aécio Neves pode ficar sossegado que a destruição de Dilma ou de Marina Silva será protagonizada por elas mesmas. Hoje estamos exatamente a um mês das eleições e a guerra suja já começou entre as duas. Dilma foi leviana, inconsequente e descortês com seu aliado, ao atacar Marina Silva em seu programa, comparando-a pejorativamente aos ex-presidentes Fernando Collor e Jânio Quadros. O programa de Dilma na televisão mostrou que “duas vezes em sua história, o Brasil elegeu salvadores da pátria, chefes do partido do eu sozinho”. Nesse momento, imagens de Jânio Quadros e do impeachment de Fernando Collor, em 1992, apareceram na tela. A candidata Marina Silva afirmou em resposta às acusaçõesde Dilma que a sua carreira política a impede de ser comparada com o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello e disse que não pode ser comparada a ele. “Eu diria que pode ser uma escolha. A sociedade brasileira me conhece, conhece os valores que eu defendo a luta que eu tenho há mais de 30 anos. Eu comecei como vereadora, como deputada, senadora por 16 anos, ministra do Meio-Ambiente. Imagina se eu dissesse se uma pessoa que nunca foi eleita nem vereadora, ser eleita presidente do Brasil. Aí sim poderia parecer Collor de Mello”. Marina esqueceu que Collor foi prefeito de Maceió, deputado federal, governador e depois presidente da República. A coisa apenas está começando e a tendência é que os ânimos se exaltem à proporção que a campanha esquente. Dilma e Marina estão despreparadas para o debate ético e propositivo e isto, com certeza, vai eliminar uma das duas do segundo turno. Muito provavelmente a candidata do PSB vai levar a pior, a cada dia que o cadáver de Eduardo Campos “esfriar” e seu real perfil for sendo desvendado pelo eleitorado e pela imprensa.
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A PALAVRA DOS CANDIDATOS BENEDITO DE LIRA Uma nova bacia leiteira para Alagoas Como governador de Alagoas Benedito de Lira pretende implantar uma nova bacia leiteira em Alagoas, para que sejam aproveitadas as terras dos municípios de Igreja Nova, São Sebastião, Junqueiro e Porto Real do Colégio onde já se pratica uma pecuária extensiva. Para isso, Benedito de Lira vai buscar o apoio dos produtores alagoanos formando uma parceria por meio da qual o Governo oferecerá todo o apoio necessário. Benedito de Lira é um dos políticos com maior ligação com os pecuaristas alagoanos, o que faz dele o mais reconhecido porta-voz no Congresso Nacional. O senador costuma exaltar o esforço dos produtores, lembrando que uma das maiores conquistas foi a certificação que atesta Alagoas como zona livre de aftosa com vacinação. Foram 14 anos de lutas para que a pecuária alagoana pudesse finalmente superar as barreiras sanitárias que inviabilizavam as exportações alagoanas. RENAN FILHO “Caro Pedro, agradecendo sua presença durante minha fala na sabatina da Associação dos Municípios Alagoanos, trago para a coluna algo do que foi conversado lá, com os prefeitos e prefeitas de
nosso Estado. Começo repetindo o que disse no início daquela sabatina: Ninguém vai mudar Alagoas sozinho. Vamos trabalhar juntos, não só com os prefeitos, mas com todas as pessoas e lideranças que desejem de fato mudar os rumos de Alagoas. A articulação com os municípios é uma tarefa de base, cotidiana. Em meu governo essa será uma parceria privilegiada e que se dará com força nas áreas essenciais da Educação, da Saúde, da Segurança e do Desenvolvimento. Já fui prefeito e sei dos problemas que os municípios padecem. Em termos práticos, cito como exemplo, de atribuições compartilhadas, proponho que, caso o município esteja no Cauc [Serviço Auxiliar de Informações para Transferências Voluntárias - órgão do Tesouro Nacional], é interessante que o Estado, recebendo o recurso, ele mesmo deveria realizar a obra que a população precisa. Elencando as prioridades do alagoano, o Estado terá que fazer, pagar pelo projeto e tocar a obra, caso o município fique temporariamente impossibilitado. Vamos investir no ensino profissionalizante e batalhar para ter 25 Institutos Federais de Educação (Ifal) espalhados nos municípios alagoanos, oferecendo ainda o ensino integral profissional, com cursos na própria escola. Considero também que a agricultura familiar é fundamental para podermos enfrentar os graves índices de miséria e violência, citando outro exemplo prático. O setor será incentivado e terá condições para crescer e melhorar a distribuição de renda nos municípios”
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ARTIGOS
Invasão de redutos MAURÍCIO COSTA ROMÃO
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Datafolha realizou em agosto duas pesquisas após a morte de Eduardo Campos: uma nos dias 14 e 15 e outra nos dias 28 e 29. Entre uma e outra, Marina Silva subiu de 21% para 34% de intenções de voto, já empatando tecnicamente com a então líder Dilma Rousseff. Nas duas pesquisas o Datafolha desagregou os dados por sexo, idade, escolaridade, renda familiar, natureza do município (região metropolitana e interior), porte do município, região do país e religião. Um fato que chama à atenção é que Marina cresceu de um levantamento para outro em todos os segmentos internos desses estratos, e o fez de forma homogênea, com um avanço de nunca menos que 11 pontos de percentagem em cada um (exceto no segmento 45 a 59 anos de
idade, no qual ela subiu “apenas” 10 pontos). Isso significa que alguns segmentos cativos do reino de Dilma e do lulopetismo foram parcialmente invadidos pela avalanche acreana. Por exemplo, nesses bunkers, Marina cresceu no conjunto dos eleitores que têm apenas o ensino fundamental, nas famílias que recebem até dois salários mínimos, nos eleitores que têm entre 45 e 59 anos e nos que têm acima de 60 anos, nos municípios do interior, em municípios de até 50 mil habitantes, nas regiões Nordeste e Norte, e até entre os católicos. Pari passu, Dilma perdeu, ou não ganhou pontos, em todos esses segmentos, exceto no eleitorado do ensino fundamental, no qual ganhou um ponto. Nas simulações de segundo turno, entre uma pesquisa e outra, Marina subiu três pontos (de 47% para 50%) e Dilma caiu três (de 43% para 40%). Nesta etapa da eleição fica igualmente evidente que a entrada de Marina da disputa revolve
as águas até então calmas do lago dilmista de votos. Com efeito, apenas para destacar os redutos mais simbólicos e fiéis da presidente, o eleitorado que tem o ensino fundamental, que ganha até 2 salários mínimos, que mora no interior, que é do Nordeste e que é de idade (acima de 60 anos), neste conjunto, Dilma perde votos em todos eles, ao passo que Marina ganha em todos. O problema de estancar a “onda Marina” é que o eleitorado que está aderindo à sua postulação é egresso dos espectros do eleitorado de seus dois concorrentes principais: pobre, não pobre, educado, não educado, metropolitano, interiorano, jóvem, idoso, etc. Por isso mesmo, e independente do desfecho desta eleição dar-se no primeiro ou no segundo turno, o fato é que Marina tornou-se favorita para ganhá-la. Ela parece ser o desaguadouro das esperanças de grande parte dos brasileiros que estão descrentes com a política, com a representação,
com os governos, e encarna como ninguém a perspectiva de resposta às demandas de junho do ano passado. Neste contexto, conta, ainda, com o cada vez mais forte sentimento de mudança que se encontra espraiado pela sociedade. Nesta última pesquisa do Datafolha, por exemplo, 79% dos brasileiros afirmam querer que as ações do próximo presidente sejam diferentes das atuais, uma taxa recorde no histórico do Instituto. A cautela recomenda, todavia, aguardar os próximos levantamentos eleitorais para poder descortinar se o crescimento das manifestações de voto a Marina tem consistência. Mas, a julgar por alguns resultados de intenção de votos para presidente que estão aparecendo em alguns estados nesta semana, tudo indica que sim, tem consistência.
que o governo Dilma supera os governos tucanos. Dados esses que podemos pesquisar por meio do Google e compará-los com os dados nas mesmas áreas do governo de FHC. É preciso lembrar, que apesar de todos os escândalos, o governo Dilma foi o que apresentou o menor número de casos de corrupção e não há nada comprovado contra ela. Porém, por motivos de força maior, estamos em uma encruzilhada, onde setores reacionários se aproveitam da situação para demagogicamente tirar proveito de comoções. E demagogicamente sem nenhum escrúpulo, atacarem a atual presidenta. Entretanto, é preciso que a própria Dilma e sua base aliada reconheçam e tenham bom senso. E em um gesto de grandeza, enquanto é tempo, passem a candidatura à Presidência da República
para o ex-presidente Lula. Pois a Lei permite que até 30 dias antes do pleito haja a substituição de candidatos. Com tal gesto de grandeza a presidenta Dilma, conscientemente garantiria a continuidade do trabalho deste que, sem dúvida nenhuma, foi o melhor presidente que o nosso Brasil já elegeu. A candidatura do ex-presidente Lula neste momento, seria um fato novo e de impacto necessário para a conquista da vitória. Se esta necessária e oportuna decisão não ocorrer, poderemos caminhar para a derrota. E com tal acontecimento, quem sairá perdendo é o nosso País e em especial as classes médias e os menos favorecidos, os quais são a grande maioria do povo brasileiro e que foram amplamente beneficiados pelos vitoriosos governos Lula e Dilma. O impressionante e por ironia
do destino, e que o Nordeste, em especial o estado de Pernambuco, que mais se beneficiou com recursos e obras dos governos Dilma e Lula. Portanto, a minha mensagem é de fé, vamos lutar até o último momento, porque ao contrário dos reacionários oportunistas e aproveitadores que mudam de lado conforme a situação, lutamos em prol de um Brasil melhor. Termino citando o poeta Fernando Pessoa: “Nada é certo, tudo é derradeiro, tudo é disperso, nada é inteiro, ó Portugal, hoje és nevoeiro, é a hora”. Concluo que a hora é agora presidenta Dilma. Com um gesto de grandeza em nome do Brasil, vamos criar um fato novo de impacto para assegurar a vitória. E a vitória depende da candidatura do presidente Lula.
*Ph.D. em Economia e consultor da Contexto Estratégias Política e Institucional e do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau mauricio-romao@uol.com.br http://mauricioromao.blog.br
A hora é de Lula MAURICIO MOREIRA
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om certeza, a atual presidenta Dilma Roussef, no seu todo fez um governo bom, enfrentou uma crise econômica mundial que afetou de cheio o Brasil. Entretanto, com toda essa adversidade e comparando a sua gestão com a de governos passados, principalmente com os tucanos, as comparações mostram e afirmam claramente uma superioridade em todos os números e áreas. É na educação, saúde, habitação e principalmente na inclusão social e na diminuição da pobreza
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ARTIGOS
Coisa de brasileiros e de oportunistas JORGE MORAIS Jornalista
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ormalmente, é costume entre os brasileiros colocar defeito em tudo. É comum também criticar pessoas, tendo ou não culpa no cartório, como se diz na gíria. Na política, principalmente em época de campanha eleitoral, quando o cidadão ou cidadã é gente boa, não se envolveu em problemas, sempre agiu com seriedade, combateu os corruptos e tem a ficha limpa, não vão faltar aqueles de plantão para fazer denúncias custe o que custar, doa a quem doer. Em campanha eleitoral quem não tem defeito, a outra parte sempre procura algo que possa denegrir a imagem do outro. É aquela velha história: quando não tem a gente arranja, fabrica, faz qualquer coisa; e quando tem, fica mais fácil, a gente multiplica, triplica, quadruplica. Sempre foi assim, e movidos
por interesses, isso nunca vai mudar. Na campanha atual, você está observando mais propostas ou mais denúncias entre os candidatos? Diante disso, aproveito para o inseri o assunto na campanha para a Presidência da República, pós-falecimento do candidato Eduardo Campos. Se a Marina da Silva achava que ficaria imune a todas essas coisas que relatei no início, acredite: se enganou e caiu num inferno astral. Se antes ela já foi à queridinha do Partido dos Trabalhadores e do ex-presidente Lula, agora ela já não presta mais e, para eles, se eleita, vai ser o pior que pode acontecer para o país. Discordo e abro um parêntese para declarar o meu voto para Presidência da República: Marina da Silva. E não é voto emocional, porque mesmo antes do acidente que vitimou Eduardo Campos e seis outros companheiros, já não votava em Dilma Rousseff, e Aécio Neves seria uma segunda opção, depois de pensar muito. Com essa constatação, não adianta Dilma e Aécio tentarem se
passar como as melhores opções, porque o eleitor já entendeu que não pode continuar sendo enganado pela presidenta que se acha à boazinha e o outro fazer um esforço enorme para tentar convencer, sem conseguir alcançar esse objetivo. Portanto, se voto em Marina da Silva, o que me interessa saber agora de quem era o avião do desastre de Santos? Se o avião era emprestado, doado, dado, alugado, em que isso interfere na escolha? Nada. Antes do acidente, ninguém queria saber de onde apareceu o avião que rodava o Brasil, levando o candidato Eduardo Campos. Agora, a Marina da Silva vai ser crucificada, queimada viva, condenada, expurgada, denunciada e sacaneada pela oposição de Dilma e Aécio, desesperados com o crescimento da candidata, que tem chance de se eleger numa disputa direta com quaisquer um dos outros candidatos. O que é pior: Saber de quem é o avião que caiu em Santos ou os escândalos dos governos Lula e Dilma?
O espaço destinado para esse artigo é infinitamente pequeno para que eu pudesse relacionar todos os escândalos dos ministros, diretores e assessores da presidenta Dilma, nos seus diversos Ministérios, diretorias diretamente ligadas à presidência e ao ex-presidente, e empresas como a Petrobras. O que é pior: Saber de quem é o avião que caiu em Santos ou que os condenados a prisão, eram ex-assessores dos últimos dois governos e dirigentes do Partido dos Trabalhadores ou aliados? Portanto, chega de hipocrisia, de mentiras, de querer se passar por inocentes. Nessa política atual brasileira não tem nenhum “santo”. Como diziam os comunistas no passado, é tudo farinha do mesmo saco ou banana do mesmo cacho. Até porque, hoje, todos estão quase juntos e misturados, mas ainda conseguimos descobrir que nesse saco e nesse cacho ainda podemos ter esperança de dias melhores para tantos brasileiros que continuam sofrendo, famintos e com a esperança de sobreviver.
difundir a cultura entre promotores e procuradores. Muito interessante ver os moços e moças da Procuradoria Geral de Justiça cantando, recitando, tocando piano, lendo cordel. O procurador-geral de Justiça, dr. Agnaldo Fenelon, simples, culto, educado, tratando os presentes gentilmente, sem nenhuma vaidade, sentindo-se uma pessoa normal. Conheci um ex-deputado que andava pelas ruas do comércio, com uma carteira embaixo do braço, conversando naturalmente com as pessoas que passavam. Depois de eleito deputado e presidente da ALE virou outra pessoa: vaidosa, mentirosa e pedante. Ponto para Heloísa Helena. Já foi deputada, senadora, vereadora, mas nunca mudou a postura. Anda livremente pelas ruas da cidade, fala com todo mundo, não é seguida por guardas costas. Encontrei-a em São Paulo e conversamos naturalmente. As pessoas não entendem que passamos pela vida e dela nada levamos. Tudo fica: dinheiro, poder,
vaidade. Fui menina na Av. Fernandes Lima, na época em que o Farol era bairro de elite. Meu pai era servidor público e minha mãe uma dona de casa. Vivíamos cercados de usineiros, médicos, políticos, advogados e industriais. De tanta gente que se achava importante, marcou-me a humildade e a gentileza de Carlos e Laura Gomes de Barros e seus filhos. Uma das vizinhas encontrou-me já adulta e disse orgulhosa: ¨Lembrome de você – era a loirinha, filha de Dona Salvelina. Vocês eram tantos que dava para serem cobertos com uma cesta”. E riu! Morreu quase louca!!! Essas lições de vida passo para meus filhos e netos, mostrando-lhes que a vida é passageira, a morte chega para todos, ninguém é melhor do que ninguém e quem faz maldades na terra, aqui mesmo paga por elas. Vem à minha cabeça as célebres palavras de meu neto Cássio, quando o chamávamos para cumprimentar os amigos:¨Bom dia, boa tarde e até logo. Gostou,vovó?
Bom dia, boa tarde e até logo ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa
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ivemos num mundo violento que nos causa medo de qualquer maneira. Ficar em casa é perigoso, sair às ruas muito mais. Isso gera uma comunidade arredia que tem medo de tudo. Se estamos dirigindo e uma moto se aproxima do carro, logo pensamos ser um assalto. Quando entramos no elevador, poucas pessoas dão bom dia ou boa tarde. Parece que ali se encontram vários inimigos. Nessa época do ano os políticos beijam e abraçam os eleitores. Depois de eleitos não atendem telefone, não cumprimentam ninguém, esquecem-se das promessas e viram pessoas diferentes. De vez em quando, o Homem lá de cima puxa os cordões e mostra aos políticos que eles são simples mortais. Outro dia, um parlamentar me
deu dois números de celulares seus. “Ligue-me quando puder, estou às ordens”. Não atende nem aos parentes próximos, que dirá a mim, uma pobre velhinha. Lembram-se do Lula quando começou a militar na política? Um moço humilde, simpático. Hoje, parece outra pessoa: roupas finas, anda de avião para todo lado, faz palestras caríssimas pelo Brasil inteiro. O que me intriga é saber o assunto abordado pelo ex-presidente dirigindo-se às plateias mais distintas. Divirto-me quando passo em aeroportos e vejo políticos se deslocando em salas separadas, parecem que temem o encontro com o povo. Estive no TJ dia desses e fiquei impressionada com os desembargadores me cumprimentando de longe. Uma amiga estava comigo e ficou espantada, mas achei bom.Os novos juízes estão ficando mais leves. Fui ao Recife assistir à posse da diretoria do Instituto do Ministério Público, da qual minha filha Ana Rúbia é vice-presidente. É uma entidade cultural do MP/PE,cujo objetivo é
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ARTIGOS
A incrível mudança com os mesmos CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor membro da Academia Maceioense de Letras.
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ntigo professor meu, de saudosa memória, escreveu ser o homem, dada a sua incompletude, o mais frágil dos seres. Apesar dessa fragilidade, dotado de vivaz inteligência surgiu, nasceu, foi criado com a missão de completar-se através dessa mesma inteligência. Tal tese traz ínsito o reconhecimento do dinamismo que caracteriza o ser humano, mais do que sob um prisma meramente físico, mas sobretudo intelectual, o que sem dúvidas envolve aperfeiçoamento moral. Aquela incompletude huma-
na acima dita faz com que todos nós estejamos sujeitos ao cometimento de erros, de equívocos e até de desvios ético-morais. Tudo isso é lamentavelmente possível graças à natureza humana. Quem nunca ouviu o adágio antigo “errar é humano; permanecer no erro é diabólico”? Ou não conhece aquelas palavras de Cristo, transformada em aforismo: “Quem jamais pecou atire a primeira pedra”? A essa altura da crônica o caro leitor há de indagar sobre o propósito do filosofar tupiniquim. E, como quase sempre com justa razão, estranha o “andar da carruagem”. Cumpre-me, então explicar: a política é meio fértil para todo pensamento, inclusive para todos os ditos populares. E a política alagoana não escapa à regra. Até a potencializa, a ponto de fazê-la parecer regra primária, básica, do comportamento dos nossos políticos.
Há meses, com a aproximação deste ano eleitoral, uma oposição, antes quase calada e quase ausente, até mesmo fisicamente, aflorou adquirindo ululação (preferia ululância, palavra inexistente no vernáculo). Digo quase ausente, porquanto antes apenas poucas vozes de opositores ao atual governo estadual eram por aqui ouvidas, restritas, a bem da verdade, a líderes sindicais e a um ou outro deputado estadual. A necessidade eleitoreira resultou em bom fruto, animou os opositores, mesmo aqueles que durante seus mandatos em Brasília pouco vinham ao Estado, agora noticiadamente com presença constante à cata de votos e no exercício de crítica aos governantes atuais. Tenho como princípio que governo é o conjunto de órgãos que exerce o poder político no Estado. Ora, esse exercício do poder político é distribuído por todos
aqueles que, EM NOME DO POVO, ocupam os diversos cargos públicos, sejam eletivos ou não; neste último caso, a referência é ao Poder Judiciário. Seguindo esse entendimento, a responsabilidade de governar é de todos, não apenas do presidente ou do governador. Lamentavelmente, não parece ser assim com os nossos políticos. Acomodam-se em seus cargos durante todo o mandato e, sempre às vésperas de eleições lembram-se do povo, verberando críticas às mazelas do governo (Poder Executivo), ladinamente esquecidos que são, todos eles, também responsáveis pelas agruras sofridas pela sociedade civil, pois o silêncio e a omissão anteriores permitiram o atual descalabro na segurança, na educação e na saúde pública. A pergunta que não cala: como mudar com esses mesmos, se eles não mudam?
eleito pelo dia. O Código Eleitoral é de 1965, época do bipartidarismo, época em que ao votar na ARENA estaria necessariamentevotando contra o outro partido, o MDB,ou vice-versa.O sistema do Código Eleitoral de 1965 é incompatível com o pluripartidarismo. O Código Eleitoral de 1965, ainda vigente,permite eleição de candidatos indesejados pela maioria do Povo.O Código Eleitoral de 1965 afronta à Constituição da República de 1988 que claramente anuncia ser a vontade do Povo a única fonte do poder. Ledo engano.A Constituição da República por um lado assegura a soberania popular, mas, por outro lado, o Código Eleitoral de 1965 possibilita a eleição do candidato, partido ou coligação partidária absolutamente indesejada pelo Povo, repudiados pela maioria dos eleitores. O Código Eleitoral de 1965 proíbe o Povo de dizer Não. Quantos não votam nulo, em brancoou se abstenhem por perceberem a inutilidade do voto tipo “sim” ou “sim senhor”? Um absurdo que revela o tamanho da hipocrisia eleitoral no Brasil, O Código Eleitoral de 1965 configura um falso e perigoso entendimento de democracia. Inconstituciona-
lidade estúpida, inominável violência contra um Povo que aprendeu a dizer “NÃO”, mastem que dizer apenas “SIM” quando vota. Um Povo quecontinua sendo uma boiada em disparada por força de uma lei conveniente ao poder instalado em 1964 e,ainda hoje, muitodepois de 1988, é mantido por uma satisfeitíssima maioria parlamentar viciada em fraude. O Brasil não será uma democracia enquanto o Código Eleitoralproibir o Povode arrancar pelas orelhas os ratos ridículos que habitam demoradamente o poder. O ideal de Tancredo e Ulysses para mudar o País permanecerá frustrado até o dia em que a cabeça de burro enterrada no sistema eleitoral não for estirpada. O voto restrito ao SIM é a matriz fundamental da crisede representatividade política, uma inconstitucionalidade gigantesca ainda invisível aos olhos da Nação e de entidades com elevadas estaturas democráticas a exemplo da ABI e da OAB. Infelizmente a Nação dá os primeiros passos no sentido da última e mais perversa das formas de oposição: a oposição armada sem prejuízo do oportunismo internacional.
A hipocrisia eleitoral IRINEU TORRES Diretor do Sindifisco
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velho mapismo, o cadastro para comprar votos, o suborno de um partido ou coligação inteira para desistir de candidatura com o propósitode eleger um simulado candidato concorrente, as candidaturas laranjasou rufianismo eleitoral, o enxerto nas atas das convenções fatos alheios à plenária, falsas promessas de pagamento por votos ao candidato concorrente,a analise combinatória dos votos para verificar se o eleitor de fato sufragou o voto vendido, até mesmo uma imaginária fraude para manipular os dados do sistema eletrônico de apuração eleitoral não teriam virulência antidemocrática maior do que o Art. 146, inciso IX, alíneas “a”; “b” e “c” do Código Eleitoral, Lei 4.737 de 15 de Julho de 1965. Esse dispositivoobriga opovo brasileiro votar exclusivamente em candidato de
preferência. O voto quemanifestar o repúdio do eleitor não é valido. A vontade humana se manifesta pelo sim e pelo não, logo, o Povo Brasileiro não escolhe os governantes na medida em que o eleito pode ser o candidato mais repudiado. Pesquisas recentes comprovam ser possível a eleição de candidaturas com preferência inferior ao repúdio popular. O sistema do Código Eleitoral Brasileiro é, provavelmente, único no Mundo. Tal descalabro decorre de umardil encravado no Código Eleitoral no qualcandidaturas, mesmo rejeitadas pela maioria do eleitorado total,podem ser eleitas desde que nenhuma das candidaturas concorrentes obtenha votação superior. Significando dizer que um candidato majoritário com sessenta por cento, ou mais,de rejeição, obtendo apenas dez por cento dos votos validos será eleito acaso nenhum dos demais candidatos obtenha mais dos dez por cento dos votos. Em eleições não majoritárias, proporcionais, esse descalabro é agravado. Poucoimporta para o Código Eleitoral havermaioria dos eleitores preferindover o diabo à noite a ver o
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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com
Toque de bola
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orcedores do CRB não escondem a confiança no retorno à Série B. Mas se preocupam pela correria no contra-ataque. Entendem que na pressa deixa a defesa vulnerável. O Galo, até a 13ª rodada, somou 5 vitórias, 4 derrotas e 4 empates. Tem 15 gols pró, 14 sofridos e rendimento de 48,7%.
Classificação Nesta nova rodada (14ª), entra em campo neste fim de semana em terceiro. Soma 19 pontos e fica atrás do Fortaleza (1º) somando já 27 pontos e do Botafogo-PB (2º), com 21; Na sequência vem, em Salgueiro (4º,19 pontos); Cuiabá (5º) também 19; ASA (6º) com 18; Paysandu (7º) 16; Treze (8º) 14; Crac (9º) e o Águia de Marabá (10º).
Do torcedor “O estresse nas arquibancadas, nos jogos do Galo, é ver a pressa do time na saída da defesa para o ataque”. Frase é de torcededores que definem o esquema tático fragilizando a defesa nos avanços do adversário, assinalando que o Galo deve jogar mais pra frente sem afobação e atento para não ser pego de surpresa como no gol contra que favoreceu o Treze.
Um espelho Olívio, meio-campo do CRB, dá gosto de ver jogar. É técnico, tem visão do jogo e defende com a mesma habilidade que municia o ataque. Seus lançamentos são precisos para finalizações dos atacantes. Na verdade, segundo análise de torcedores, o problema do Galo é na defesa.
Confiança
Dunga de volta
Torcedores ASA soltam sorrisos a toa diante da recuperação na tabela de classificação, bastante próximo da linha de frente, o grupo dos quatro que sobre para a Série B.
Nesta sexta-feira, em Miami (EUA), Dunga reestreia como técnico do Brasil. Jogo é amistoso contra a Colômbia e quarta-feira tem outro, mas contra o Equador em Nova Jersey. Provável time é Jefferson, Maicon, Miranda, Davi Luís e Felipe Luis; Luís Gustavo, Ramires e Oscar; Willian, Neymar e Diego Tardelli.
Dificuldade
Desde que Vica assumiu o comando técnico o futebol do alvinegro mudou da água para o vinho. A torcida, por isso, deve chegar junto mais forte e apostarem nas chances de aumentar o entusiasmo.
Cruzeiro firme
Já o Cruzeiro, pelo futebol técnico e tático que exibe nesta temporada, dificilmente vai se sentir ameaçado na liderança do Brasileiro, Série A. É considerado o campeão antecipado do primeiro turno.
Torcida feliz Ainda Cruzeiro, que enfrentou o Santa Rita em Arapiraca, na quarta-feira, Copa do Brasil, soma neste ano uma coleção de títulos que não deixa dúvida sobre o bom momento que passa. Além de bi-campeão mineiro e isolado na liderança da Série A, festeja ainda o título de campeão da Libertadores das Américas, ganho no primeiro semestre.
Como esperado Jogo Santa Rita 1x 2 Cruzeiro, o segundo das oitavas de final da Copa do Brasil em Arapiraca, não surpreendeu o torcedor. O time mineiro jogou desfalcado e, como esperado, fez prevalecer a sua qualidade técnica. Mas o Santa Rita deu trabalho e se não cansa podia ter pintado zebra. Mas fez muito ao chegar às oitavas de final.
Desabafo “Eu fico puto com essas coisas ainda acontecerem por aqui”. Desabafo do goleiro Aranha (Santos) foi de repúdio pela agressão racista de torcedores do Grêmio. Flagrantes foram exibidos na TV e o time da casa, além de perder o jogo (2x0) foi punido por ter sido dele o mando de campo.
E o Vasco? O Avaí ignorou o Vasco em São Januário e deu uma goleada histórica: 5x0. Ato da diretoria Cruz de Malta, habitual no Brasil: dispensou o técnico sem analisar que contratações são de responsabilidade dela. É como querer tapar o sol com uma peneira.
Basquete O Brasil, após vencer a França, jogo de estreia do campeonato mundial de basquete masculino, e a Sérvia, exibindo excelente nível técnico, passou a figurar na lista dos favoritos para estar nas semifinais. O mundial foi aberto no sábado passado e os jogos vão até 14 de setembro.
Otimismo Ainda basquete: o Brasil motiva otimismo para repetir na Espanha o feito do mundial de 1978 nas Filipinas. Foi um jogo de vitória suada sobre a Itália, um ponto de diferença e cesta feita a um décimo de segundo do fim do jogo com arremesso de Marcel Souza. Placar foi 86 x 85 e o Brasil subiu no pódio em terceiro.
Confiante O ASA embarca nesta sexta-feira para o Pará e no domingo, às 16 horas, enfrenta o Águia de Marabá, jogo da 14ª rodada da Série C. Torcedores carregam otimismo do alvinegro manter a invencibilidade com Vica no comando.O alvinegro alagoano pode neste jogo entrar no G-4.
FRASES “Faltou tranquilidade ao CRB”
Olívio, no 1x1 com o Treze no Trapichão.
“Empate não ganha jogo” Renato Augusto (Fluminense).
“O momento é muito bom para mim” Pato, sobre estar no São Paulo.
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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO
Contagem regressiva
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iante as eleições já no próximo mês, dia 5, em primeiro turno, candidatos percorrem o Estado na caça ao voto. É uma corrida contra o tempo e pregação de compromissos com itens que o cidadão mais anseia por uma vida melhor: saúde, educação, segurança e emprego.
Feira livre Na sexta-feira da semana passada (29) o maceioense foi surpreendido com uma feira no calçadão. Teve tudo em frutas, verduras e ausência de fiscais e policiamento militar. Mais: uma camioneta, placa do interior, cor cinza, adesivo de um candidato e sacos de frutas, verduras hortaliças...
Caminhada Rui Palmeira (PSDB) é pré-candidato ao governo de Alagoas em 2018. Mas para pavimentar o caminho tentará a reeleição na Prefeitura de Maceió em 2016. Do projeto só uma dúvida: vai ter na nova campanha apoio dos antigos escudeiros do pai? Quais estão na assessoria dele?
Pode surpreender, mas a eleição para o Senado, com só uma cadeira disponível, motiva uma polarização entre Fernando Collor e a vereadora Heloísa Helena. Ele tentando a reeleição e ela o retorno para Brasília, onde foi senadora. Os demais, são “marujos de primeira viagem.”
Frieza A menos de um mês das eleições, um número grande de eleitores ainda se mantém alheio sobre em quem votar. Mas confirmam presença nas urnas, a despeito do falatório de aversão às propostas de candidatos. Intenção é evitar pagar multa por ausência e encarar outras imposições da lei.
Olha ela aí!
Economistas não recomendam a poupança como investimento interessante para pequenos poupadores. Analisam como ideal para o momento aplicar no curto prazo, uma vez que não tem “incidência de imposto de renda”, Mas quem tem hoje dinheiro disponível para investir?
Polariza
É do marketing de Benedito de Lira popularizar o nome na campanha ao governo pelo apelido de “Biu.” No começo até pareceu estranho, mas na proporção que foi repetido pegou a ponto de a assessoria de marketing dele insistir no Biu até no guia eleitoral.
O guia eleitoral passa alheio em Maceió. Candidatos parecem temerosos de estar no corpo a corpo com o eleitor. Estratégia de campanha para eles, é um risco confiar só no guia eleitoral (TV e rádio), enquanto a panfletagem emporcalha ruas e não tem mensagem cívica para levar ao cidadão.
Melhor opção
Eleitores até recentemente ainda indecisos, começam a dar a-tenção às conversas com pauta nas eleições majoritárias. Entre a maioria ainda é observada dúvida nas presidenciais sobre as chances de Aécio Neves decolar. Dilma e Marina estão à frente nas pesquisas de intenção de voto.
Vale tudo
Guia Eleitoral
A inflação no Brasil a cada mês bate pico indesejável. Observação tem base no endividamento elevado e queda se acentuando, a cada mês, no poder aquisitivo do trabalhador. A surpresa mais recente? O reajuste na tarifa da energia, média de 30%, e vem aí o dos combustíveis.
Dúvida
Vale lembrar A contagem regressiva das eleições, dia 5 de outubro, merece repetir texto da revista IstoÉ, edição de 7 de maio último. Diz: “Estudo inédito revela que o brasileiro está desencantado com o País e o vê como um lugar de-sonesto, violento e pouco ideal para se viver.”
Rejeição “Fora Dillma... e leva o PT com você”. Adesivo com a frase é raro em veículos circulando em Maceió, mas é forte no comentário. Mas para petistas é “provocação de tucanos saudosistas dos tempos da burguesia.”
Frieza Candidatos em Maceió se movimentam, mas de maneira modesta. Observação é de jornalistas da área política e analisando o desabafo da frustração de filiados ao PSDB reconhecendo haver um alheamento de Teotonio Vilela com a campanha e que definem como “tão frio quanto gelo.”
Cadê a lei? Na Ponta da Terra é rotina automóveis, caminhões e motos estacionados irregularmente, estilo “tudo posso” e agora dificultando até passagem em cruzamentos de rua com a Domingos Lordslen, a mais movimentada do bairro. Comentário frequente é de que ausência da SMTT tem dedo de vereador.
Tempo ao tempo “É cedo polarizar”. Frase é de candidato a deputado estadual, com domicílio eleitoral em Maceió, mas que não leva na campanha a convicção de ganhar mandato. A proposta tem a ver com marcar presença para em 2016 tentar mandato de vereador.
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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br
Baixo São Francisco
Crocodilo
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As autoridades dos EUA acreditam ter capturado o crocodilo “Pancho”, como era conhecido o animal que vivia nos canais no bairro de Gables, no sudoeste de Miami. “Acreditamos que seja o crocodilo que estávamos procurando”, disse à AFP um porta-voz da Comissão de Conservação da Pesca e Vida Silvestre da Flórida (FWC, por sua sigla em inglês), George Pino.O animal, de 3,7 metros de comprimento e 140 quilos, morreu logo após ser capturado, segundo Pino.
situação da região ribeirinha do lado alagoano do Baixo São Francisco será descrita em um relatório a ser divulgado em breve pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). O documento será produzido a partir de depoimentos feitos por ribeirinhos e com resultado de análises feitas em amostras de água coletadas durante uma expedição realizada pelo órgão na semana passada. A ideia da equipe que realizou o trabalho era fazer um levantamento no local. “O objetivo desse trabalho é observar os impactos causados pela redução da vazão de 1300m³/s para 1100m³/s, há pelo menos um ano e meio, e ter mais embasamento nas ações realizadas na região ou poder cobrar mais ações aos órgãos responsáveis, nos fóruns específicos de debate”, comentou Adriano Augusto, diretor-presidente do IMA.
Sensibilidade A forma como os primatas enxergam as cores – com mais ou menos detalhamento – pode ter relação com sua necessidade de detectar os predadores na natureza. A conclusão, de um estudo feito no Laboratório de Ecologia Sensorial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e apresentado no dia 28 em um simpósio na XXIX Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimetnal (FeSBE), em Caxambu, Minas Gerais, ajuda a entender por que os primatas das Américas e do Velho Mundo veem cores de forma diferente.
Inpe
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou no útimo dia 22, dados do sistema Degrad, que analisa imagens de satélite da região amazônica para avaliar a área de floresta degradada. Por degradada entende-se a floresta que não foi totalmente destruída (corte raso). O levantamento do Inpe traz dados referentes aos anos de 2011, 2012 e 2013 e aponta, respectivamente, áreas de 24.650 km², 8.634 km² e 5.434 km² de mata degradada em diferentes estágios. Somados, os três anos totalizam 38.718 km², que é uma área um pouco menor que a do estado do Rio de Janeiro, que tem 43,7 mil km². O estado com maiores índices de degradação foi Mato Grosso.
Bebê gorila Uma foto divulgada no dia 29 de agosto, pelo Zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, mostra Joanne, um bebê gorila de 5 meses, dividindo uma couve com sua mãe, a gorila Imani, e imitando seus gestos. Segundo o zoológico, Joanne já deve ter cerca de oito dentes, o suficiente para que ela possa mastigar frutas e vegetais. A principal fonte de alimentação dos gorilas bebês vem do leite materno, mas os filhotes da espécie costumam ser curiosos a respeito do que suas mães comem, e tendem a copiar suas atitudes, como pegar e mastigar os vegetais.
Superpopulação de capivaras Após reclamações frequentes sobre a superpopulação de capivaras nas plantações, os produtores rurais de municípios da Região Serrana no Espírito Santo se reuniram para encontrar uma solução para o problema. Os animais costumam comer as plantações e destruir a produção dos agricultores. Para a veterinária Mônica de Alvarenga, uma das alternativas é esterilizar os machos dominantes, que cruzam com um número maior de fêmeas.
Pedras que andam Pesquisadores americanos conseguiram resolver um mistério científico que já durava décadas: as “pedras que andam” no Vale da Morte, no deserto de Mojave, na Califórnia. Algumas destas pedras chegam a pesar 300kg. Elas ficam em um lago seco, plano e rodeado por montanhas. Em algumas épocas do ano, este lago se enche com água da chuva, que evapora rapidamente.
Filhotes de puma Bombeiros de Montana, nos Estados Unidos, resgataram dois filhotes de puma que estavam escondidos sob um tronco pegando fogo durante um incêndio na Floresta Nacional de Bitterroot. No último dia 29, a equipe combatia as chamas quando ouviu o barulho dos animais vindo de baixo de um tronco que estava queimando. O fogo impediu a aproximação dos bombeiros, que tiveram que chamar um helicóptero para ajudar no resgate. A aeronave derrubou água no local, contendo as chamas.
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ALTARODA
FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br
Chineses no ataque
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esde a chegada do primeiro automóvel importado chinês, em 2008, o Changhe M100 (rebatizado de Effa M100 pelo importador), o mercado brasileiro foi razoavelmente receptivo, mas as coisas mudaram com o tempo. A falta de tradição se compensava com preços bastante competitivos e modelos sempre completos, com todos os equipamentos mais desejados pelo consumidor. Como os carros são importados do outro lado do mundo, fica difícil mesmo montar uma oferta diversificada de versões. As dificuldades começaram em razão do novo regime automobilístico Inovar-Auto, que impôs regras protecionistas e induziu importadores a se transformarem em produtores locais. Bom frisar que outros países, a começar pela China, também praticam protecionismo, às vezes de forma disfarçada. Mas, antes mesmo do novo regime, que demorou
muito a ser regulamentado, as duas marcas chinesas mais conhecidas, JAC e Chery, já tinham sinalizado a intenção de construir fábricas no Brasil. Até dezembro do ano passado, a JAC acumulava desde 2011 cerca de 61.000 unidades vendidas. A Chery, que chegou dois anos antes, somava 48.000. São volumes bem abaixo do planejado, motivado pelo encarecimento da importação, acirramento da concorrência e certa seletividade dos compradores brasileiros, agravada pelo mercado em queda, quando se tende a tomar decisões conservadoras com menos ímpeto de experimentar. Isso não impediu que mais marcas chinesas continuassem a se instalar como importadoras, a exemplo da Geely este ano e da Zotye, em breve. A Cherry acaba de inaugurar sua fábrica para até 150.000 veículos/ano em Ja-
pitstop
Palio é líder e Sandero fica entre os 10 mais
A briga Gol x Palio continua. O carro da Fiat foi o mais vendido mais uma vez em agosto, posição que já tinha conquistado nos dois meses anteriores. O Gol foi líder por quatro meses este ano: janeiro, fevereiro, abril e maio e lidera no acumulado do ano. De janeiro a agosto o Gol vendeu 122.150 unidades, contra 112.850 do seu principal concorrente. Em agosto o Palio vendeu 14,3 mil unidades, contra 14,2 mil do Gol. A surpresa no ranking do mês foi a volta do Sandero na lista dos dez mais vendidos, graças às boas vendas da linha 2015, lançada em julho. O carro da Renault vendeu nada menos do que 64,5% a mais do que no mês anterior: foram 7.277
unidades. A Strada mantém o bom desempenho de vendas conquistado este ano, quando chegou a liderar o ranking em fevereiro. No mês passado a picape da Fiat vendeu 12.847 unidades e ficou na terceira posição. O Uno, que está saindo de linha (o novo modelo será lançado nesta quinta-feira), ficou em quarto lugar, com 10.892 unidades, seguido do Ônix, com 10.285 e do Hyundai HB20,
RODA VIVA careí (SP), mas a produção só começa no fim do ano. Isso permitiu uma reação firme das vendas nos últimos meses (mais 10.000 unidades até agosto) porque quem compra se sente mais seguro em relação ao comprometimento da marca com o País. No total será investido R$ 1,2 bilhão, que abrange uma unidade de motores e um centro de desenvolvimento técnico e de estilo na mesma cidade. Os planos incluem exportar para a América Latina, missão cada vez mais difícil para quem enfrenta o assombroso custo Brasil. A nova fábrica pode contar com mão de obra qualificada de imediato, pois a unidade da GM, na vizinha São José dos Campos, dispensou trabalhadores. No entanto, a região está sob jurisdição do mais radical sindicato de metalúrgicos do País. Como isso não existe na China, há o desafio adicional de contratar hábeis negociadores
sexto colocado com 9.076. Fiesta (8.505), Siena (8.469), Fox (8.348) ocupam as posições seguintes, com o Sandero encerrando a lista dos dez mais. Corolla é o sedã mais vendido, seguido por Civic e Cruze. Picapes seguem na mesma: S10 é líder, seguida pela Hilux, Ranger e Amarok. Na briga dos hatch médios, o Focus passa o Golf pelo segundo mês seguido, mas no acumulado do ano o carro da Volkswagen é líder com 11.941 unidades vendidas, Focus (11.435) e Cruze (11.066).
trabalhistas tupiniquins. Apesar do atraso na construção – que agora atinge a JAC em Camaçari (BA) –, a Chery sai na frente para ampliar sua rede de concessionárias. Também focou no núcleo do mercado, onde as coisas realmente acontecem. Começa com o compacto Celer (hatch e sedã), seguido pelo subcompacto a ser reformulado QQ (maio de 2015) e o sucessor do SUV compacto Tiggo no começo de 2016. Todos já foram precificados com antecedência de modo que se mantêm na faixa atual de R$ 32.000, R$ 24.000 e R$ 52.000, respectivamente. Chery e JAC almejam conquistar, cada uma, 3% do mercado brasileiro de veículos leves até 2018. Além de precisar “combinar” antes com os adversários, parece meta ambiciosa demais no cenário atual com 60 marcas se engalfinhando para conquistar clientes.
Veja lista dos 10 carros e comerciais leves em agosto 1º FIAT/PALIO
14.300
2º VW/GOL
14.200
3º FIAT/STRADA
12.847
4º FIAT/UNO
10.893
5º GM/ONIX
10.285
6º HYUNDAI/HB20
9.076
7º FORD/FIESTA HATCH
8.505
8º FIAT/SIENA
8.469
9º VW/FOX
8.348
10º RENAULT/SANDERO
7.278
INÍCIO agora de produção do Golf no México permitirá aumento gradual da oferta do modelo aqui, em especial se a partir de março de 2015 se ampliarem cotas de importação. Hoje a VW pratica subsídio ao trazer o modelo da Alemanha com todos os impostos. Produção no Paraná começa no terceiro trimestre de 2015 com especificações da versão mexicana. MARCADO para outubro próximo a produção do sedã compacto Versa, na fábrica da Nissan em Resende (RJ). Receberá atualizações importantes para deixá-lo em melhor condições de competir do que a versão anterior. Coincidência – ou não – Livina e Grand Livina, já em cadência bem lenta, param, no mesmo mês, de ser fabricados. DECISÃO correta do importador de oferecer apenas a versão Sport do Suzuki Swift. Esse hatch seria mais um na “multidão”, sem o motor de 1,6L/142 cv que permite esticar marchas na região de 7.000 rpm. A Sport R – deve ser a mais vendida apesar do preço quase fora de giro de R$ 81.990 – tem bancos bons, muito equilíbrio em curvas e freios potentes. KIA produzirá no México, no primeiro semestre de 2016, o Soul, o Sportage e o compacto Forte. São fortes (perdão do trocadilho) candidatos a exportação ao Brasil, quando se retomar o acordo de livre comércio entre os países. Nos últimos tempos os mexicanos atraíram fábricas da Audi, Mazda, BMW, Honda e Mercedes-Benz por sua competitividade. PODE acabar a farra de fabricantes europeus pousarem de recordistas em consumo de combustível. Novos regulamentos exigirão que o atual ciclo de testes, brando demais, seja comprovado em ruas e estradas. Provavelmente, se adotarão fatores de correção, como ocorre nos EUA e também no Brasil, onde os ciclos teóricos já eram severos e ainda foram corrigidos.
28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014 CRÔNICA
A agonia e a morte do velho Chico JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br O ex-Presidente Lula, tentou por várias vezes ser Presidente da República, até que conseguiu com a sua teimosia. Com a sua vitória, ele ficou sem acreditar que era verdade que estava acontecendo com ele. Ao tomar posse num Palácio, arrodeado de autoridades importantes do mundo inteiro, ele sentiu-se o dono desse mundo. No início do seu primeiro governo, um certo cientista maluco, deu a ele a ideia de fazer “a Transposição das Águas do Rio São Francisco”, quando levando suas águas através de um Canal com 2.000 quilômetros de extensão, iniciando em Cabrobó, no Estado de Pernambuco e terminando no distante Estado do Ceará. Uma verdadeira afronta à Natureza! Renomados técnicos do Instituto Joaquim Nabuco, de
Pernambuco, depois de cansativos estudos, disseram que o tal Projeto não seria aconselhável, devido as implicações com a Hidráulica, com a Hidrodinâmica, com a Geologia, com a Eletrotécnica e com outras especializações da Engenharia. Primeiro, os técnicos perguntaram qual seria a finalidade da Transposição do Velho Chico e, terminaram deduzindo que Lula queria, mesmo, era dar dinheiro a 14 Empreiteiras, para os beneficiários serem os fazendeiros cearenses e, que iriam criar camarões para exportação, além de fazerem irrigações das suas fazendas. Ora, o Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais e deságua entre Alagoas e Sergipe, depois de percorrer 2.863 quilômetros, onde se encontram 5 grandes Hidroelétricas. Esse Canal, deverá ter um túnel de 1.500 metros de extensão, o que o torna numa delícia para os Felizes Empreiteiros, exatamente, como Lula queria. Com isso, o dinheiro dos brasileiros, está sendo rasgado e o Canal será inútil dentro de poucos anos, segundo os estudiosos. O Rio São Fran-
cisco está secando, pois, estão tirando bilhões de metros cúbicos de água do Canal do Sertão em Alagoas e, agora irão tirar bilhões de metros cúbicos da transposição. Lula, contra tudo e contra todos, resolveu enterrar bilhões de reais, num Canal, sem se lembrar que no mundo, vários rios já ficaram secos, como aconteceu em rios da Rússia, Estados Unidos e, até o Rio Eufrates, conhecido da nossa História, sofreu com o seu esvaziamento. Com essa maluquice e teimosia do Ex-Presidente Lula e, agora da Sra. Dilma, o Rio São Francisco está agonizando e morrendo aos poucos. Neste ano de 2014, já não foi possível a realização da Procissão do Senhor dos Navegantes. O querido Velho Chico, está sofrendo com a erosão, com o assoreamento e com outros danos ao meio ambiente. As pedras que antes cobriam o leito do rio, estão à mostra de todos e formando ilhas em lugares que antes eram trecho navegáveis. O pior para Alagoas, Sergipe e Bahia, é que estes Estados não usarão, sequer, uma gota de água para as suas planta-
ções e para combater a seca que nos aflige. É triste saber que, deverão ser tirados e desviados 252 milhões de litros de água, por hora, fora a ação da evaporação, principalmente, no canal ser á céu aberto e o sol do Nordeste ser muito intenso. Pois é, pessoal! Nenhuma das nossas autoridades, como o Senado e a Câmara dos Deputados ligou para o grande crime que o Lula está cometendo, embora, agora já seja tarde. Nossa Justiça só fez dizer amém. A mãe natureza, certamente, irá se vingar, com essa mudança da nossa História e da nossa Geografia. Eu quero ver como é que os criadores de camarões do Ceará, irão fazer, quando o Velho Chico estiver sem água para a criação dos camarões do Lula. As turbinas da Hidroelétrica do Xingó, já estão sofrendo com a pouca vasão do rio! Agora, vocês imaginem quando o Canal tirar bilhões de metros cúbicos do Velho Chico. Todas as vezes que tentam modificar a Natureza, ela reage, pois, só Deus é que pode contra o “Imperador Lula 51”.
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Segundo o prefeito Jorge Dantas, recursos da ordem de R$ 1.396.992,90 estão sendo investidos na creche urbana e de R$ 1.384.206,90 serão investidos na creche rural. A creche rural estará sendo construída nos próximos dias no Povoado Lagoa de Pedra e ocupará uma área de 1.323,58 m². Também terá capacidade para atender a 240 crianças em dois turnos ou a 120 crianças em tempo integral.
robertobaiabarros@hotmail.com
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vice-prefeito de Girau do Ponciano, Severino Correia Cavalcante (PTC) fez uma denúncia gravíssima que pode complicar o atual gestor da cidade, Fabinho Aurélio. Severino do Chapéu, como é mais conhecido por seus munícipes, acusa o prefeito de montar um suposto esquema para desviar verba pública. “Eu já levei o caso ao conhecimento das autoridades”, revela.
Vereador de Craíbas Severino do Chapéu disse que na prestação de contas do Poder Executivo, encaminhada a Câmara Municipal relativa aos meses de janeiro, fevereiro, março e abril de 2013, ficou comprovado que o município pagou ao vereador de Craíbas, Antônio Carlos Barbosa Gama (Carlinhos Folha) mais de R$ 700 mil pelo aluguel de um carro-pipa para levar água para a zona rural. “Outro absurdo é que o contrato foi formulado diretamente com o vereador e não com uma empresa, com CNPJ. É dinheiro público, precisa ser tratado com o devido respeito e cuidado”, dispara o vice-prefeito.
Mais grave
Sabatina 1
Severino do Chapéu fez outra denúncia que considera ainda mais grave. Segundo ele, o prefeito Fabinho Aurélio, que é uma espécie de fantoche e só faz e assina o que o pai - o ex-prefeito José Aurélio, determina, está usando às máquinas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para favorecer os candidatos a deputado estadual Dudu Holanda e a deputado federal Maurício Quintela.
Promovido pelo Fórum Anti-drogas e pelo projeto Conversa de Jornalista, ligado ao curso de jornalismo da Faculdade Integrada Tiradentes - Fits, o candidato ao Governo do Estado pelo PSDB, Júlio Cezar, participou de sabatina realizada no auditório daquela instituição de ensino superior no campus do bairro de Cruz das Almas, na capital alagoana.
Crime eleitoral
Na instituição, Júlio Cezar falou aos estudantes do poder transformador da Educação em sua vida. Vindo de família humilde sua única esperança de dias melhores foi à educação. “A escola pública, que foi a minha escola, precisa preparar melhor para seus alunos para o ensino superior e para a vida. Esse é o desafio do Estado de Alagoas. Eu sou de uma turma de escola pública que, dos 55 alunos, apenas 5 chegaram à universidade. Porque os outros não conseguiram chegar lá? É porque não quiseram? Não! Eu culpo o Poder Público. Eu defendo que a escola pública tem que garantir acesso igual aos que estudaram em escola privada. Nenhum país vai avançar e se tornar um país de primeiro mundo sem investir em Educação”.
“As máquinas que deveriam ser usadas para favorecer as comunidades carentes estão fazendo açudes e barragens em propriedades particulares. É muito fácil comprovar isso. Por exemplo: no Sítio Caldeirão foi feito uma barragem para criação de peixes na propriedade de Dona Arlinda. Está lá, pra todo mundo ver. Outro produtor rural beneficiado com esse esquema foi o senhor Josinaldo, conhecido como Fitinha. O detalhe é que no acordo foi firmado um pacto: ele teria que colocar os adesivos dos candidatos apoiado pela administração. Trato feito e a barragem foi devidamente construída. Isso é um absurdo”, protestou o vice-prefeito.
Rompimento Assegurando que tem em mãos um verdadeiro dossiê que comprovam a prática de improbidade administrativa, Severino do Chapéu fez questão de falar do motivo que o levou a romper com a atual administração. “Tínhamos um projeto para governar o município. Na ocasião, ficou definido que não haveria nomeação de parentes. Infelizmente, a pedido do pai, o prefeito nomeou parentes de primeiro, segundo e terceiro graus. Um nepotismo vergonhoso e nefasto. Ele simplesmente colocou na administração pai, mãe, irmã, esposa, cunhada, tio, enfim: a família inteira”, disse.
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Recursos
ABCDOINTERIOR Denúncia grave
- MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE SETEMBRO DE 2014 -
Sabatina 2
Pão de Açúcar
A Prefeitura de Pão de Açúcar já deu início à construção de uma das duas creches que serão entregues nos próximos meses à população. As obras fazem parte do Programa de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil, conhecido como Proinfância, cujos recursos são oriundos do FNDE com contrapartida do município.
Creche
A creche urbana está sendo construída nas imediações da Rua Gilberto Soares Pinto, próxima à Rádio Gazeta AM, ocupará uma área de 1.323,58 m² e terá capacidade para atender a 240 crianças em dois turnos ou a 120 crianças em período integral.
PELO INTERIOR ... É a primeira vez na história da administração pública de Pão de Açúcar que o município é contemplado com duas creches municipais, pois as unidades que há muitos anos funcionam na cidade pertencem à Paróquia local. Nas duas creches tipo B, que brevemente terão suas obras concluídas, vão ser atendidas crianças de 0 a 5 anos de idade. ... Segundo, ainda, o prefeito Jorge Dantas, para que a Prefeitura de Pão de Açúcar pudesse ser contemplada com estas duas creches pelo Proinfância, foi preciso obedecer a critérios preestabelecidos pelo Ministério da Educação. ... Tais como: ter sido pré-selecionada pelo Comitê Gestor do PAC; disponibilizar terreno em localização, condições de acesso e características geotécnicas e topográficas adequadas para a implantação das unidades, segundo as exigências dos projetos padronizados oferecidos pelo FNDE; assumir compromisso com a gestão, funcionamento e manutenção das unidades; ter déficit comprovado de vagas na educação infantil. ... A cidade de Arapiraca está com 10 Unidades Básicas de Saúde com obras em andamento. Uma delas atenderá os moradores da região do bairro João Paulo II, que já começou suas obras. ... Já em fase de alvenaria, a UBS será entregue em breve e a Prefeitura de Arapiraca resolveu inaugurar um prédio na Rua Engenheiro Camilo Collier para que a população tenha seu direito a uma saúde pública de qualidade, enquanto as construções avançam, por parte das secretarias Municipais de Obras e Infraestrutura e de Saúde. ... Isto beneficiará diretamente cerca de 800 famílias dos bairros em redor. O local provisório funcionará com os serviços básicos e gratuitos de toda Unidade de Saúde do município, como atendimento gerais a crianças, adolescentes, diabéticos, gestantes e idosos, a contar também com visita domiciliar, consultas de enfermagem, nebulização, imunização, realização de curativos e atividades informativas com a comunidade. ... No prédio, haverá uma equipe de Saúde da Família, com um médico, um enfermeiro, seis agentes de saúde, dois técnicos de enfermagem, um gerente, três auxiliares administrativos, vigilante e funcionário de serviços gerais. ... Além destes, também darão auxílio profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) com psicólogo, nutricionista, educador físico, assistente social, farmacêutico e dois fisioterapeutas. ... Em andamento nas obras, já estão as UBS Bom Jardim, Canaã, Poção, Senador Nilo Coelho, Arnon de Mello, Massaranduba, Verdes Campos e Vila Aparecida e Capim. ... Um ótimo fim de semana para todos. Até a próxima edição. Fui!!!!!!!
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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com
Seguindo o orçamento
J
á estamos no último mês do terceiro trimestre de 2014, vigorando o absurdo reajuste de 32% na conta de energia elétrica. Injustificável e a prova de que quem sempre paga a conta dos gastos extorsivos do governo, é o consumidor. Como se já não gastassem os aumentos constantes de alimentos, material de limpeza e higiene, indispensáveis no dia a dia,agora chega mais esse. E vem mais por aí: combustíveis, telefone, água e outros serviços necessários. O que fazer? Seguir o seu orçamento doméstico, reduzindo ao máximo as despesas e sobrevivendo de acordo com o que se ganha. No caso da energia, o certo é reduzir ou não usar o ar condicionado, o chuveiro elétrico, a máquina de lavar, o ferro elétrico. São os eletrodomésticos que mais consomem energia. Jamais deixar a luz acesa no ambiente onde não tiver ninguém. Não abrir e fechar constantemente a geladeira e outros hábitos rotineiros. Pague em dia sua conta, evitando juros e multas. É um serviço necessário, caro e que pode ser economizado facilmente. É só ter discipina financeira.
Dinheiro nosso O que pagamos de impostos e taxas, vai diretamente para os cofres do governo (municipal, estadual e federa) e em ano de eleições, serve para compra de votos, propagandas caríssimas e aumentando a conta bancária dos políticos. Isso é milenar e todos nós sabemos. Não tem escapatória: faça a sua parte, gas-tando o estritamente necessário a sua sobrevivência.
Juros Fuja deles! São os mais altos do mundo. O governo brasileiro adota uma política econômica de juros altos, exatamente para controlar a inflação e endividar mais ainda quem usa o crédito. Quando anuncia o aumento da Taxa Selic em 0,5%, isso só serve entre bancos. No bolso do consumidor, chega a 19% ao mês quando se usa cartão de crédito parcelado ou cheque
especial.
Sem crédito O melhor mesmo é não ter cartão de crédito, pois é uma tentação para comprar cada vez mais. O correto é cartão de débito. Você deixa o dinheiro no banco e vai comprando o que quer com o cartão, evitando usar o dinheiro em espécie no bolso, para não ser surpreendido por um ladrão. O cartão serve como esse dinheiro. Não paga juros, nada, apenas o que você usou para comprar.
Pesquisando O mais economicamente correto, é pesquisar preços antes de comprar. Mas isso, sem pressa. Escolher o dia que estiver realmente livre de trabalho para ir às compras, visitando todas as lojas, conversando com os vendedores, pechinchando e só comprando mesmo, quando tiver certeza de que fez uma boa
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