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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 788 - 12 A 18 DE SETEMBRO DE 2014

VEJA PESQUISA EXCLUSIVA DO VOZES NESSE SÁBADO NO EXTRA ON-LINE

NOVO PRESIDENTE DO TJ TEM CONTAS A ACERTAR COM A JUSTIÇA WASHINGTON LUIZ RECEBEU ILEGALMENTE MAIS DE R$ 1 MILHÃO E AINDA NÃO DEVOLVEU UM CENTAVO P/ 10 e 11

ELISABETH CARVALHO RECEBE DA JUSTIÇA ELEITORAL SEM TRABALHAR P/7

BIU TEM TRÊS APOSENTADORIAS E EMBOLSA R$ 55 MIL POR MÊS DOS COFRES PÚBLICOS P/8 e 9


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE SETEMBRO DE 2014

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Traque do Omar

é

O

s marqueteiros do Biu - Renato Soares e Rui França - também dão o trato no programa do candidato a senador da coligação, Omar Coêlho. A estratégia era atingir diretamente o líder das pesquisas na corrida ao Senado, Fernando Collor, com casos já requentados de campanhas anteriores. Só que o ex-presidente, já inocentado pelo STF das acusações feitas desde a época do impeachment, passa incólume dos ataques de Omar. O que foi pensando como uma “bomba” pelo marketing virou um traque junino dessa campanha eleitoral.

Escambo O prédio que servia de residência oficial do governo de Alagoas, no bairro da Gruta, está sendo entregue à empresa MedRadius como parte de uma dívida por serviços médicos prestados aos servidores estaduais.

Renúncia fiscal A Secretaria da Fazenda está prestes a fechar um “acordo de cavalheiros” com o empresário Nivaldo Jatobá para quitar uma dívida fiscal de R$ 100 milhões das empresas do usineiro. Com a palavra o secretário Maurício Toledo.

Despejo O legítimo posseiro de terras na área B do pólo de Marechal Deodoro vai ajuizar uma ação de despejo contra a Cerâmica Portobello devido a pendências judiciais deixadas pelo ex-secretário Luis Otávio Gomes, o LOG. A ação atingirá outras duas indústrias que também estão se instalando na área em litígio.

Rumo à segundona Com uma política à altura do futebolzinho que a seleção brasileira jogou na Copa do Mundo, o Brasil corre o risco de cair para a segunda divisão entre as economias do mundo. A avaliação que os credores internacionais fazem das nossas condições econômicas é decadente. (Análise do Instituto Teotônio Vilela).

Candidato pra que?

Estou fora O eterno candidato Zé Muniz disse ao jornal EXTRA que está fora do pleito deste ano por não concordar com a coligação realizada pelo seu partido: PMDB. Zé contou que esse não é o fim de sua carreira política e que continua sua batalha para o pleito de 2016. “Fiz meu desabafo no Youtube sobre a realidade do pleito deste ano. É só ir lá e conferir”.

Eleitos

Frase da semana

Alguns analistas e estudiosos dão como certa a eleição de pelo menos sete deputados federais. Isso devido suas estruturas de campanha e apoio popular. Os nomes são conhecidos e há uma renovação no atual quadro.

“É preciso viver não apenas para existir, mas porque a vida é linda, apesar de tudo”.

Eleitos 2 Os nomes dos possíveis eleitos são: Givaldo Carimbão (Pros), Cícero Almeida (PRTB), Marx Beltrão (PMDB), Ronaldo Lessa (PDT), Pedro Vilela (PSDB), Arthur Lira (PP) e Maurício Quintella (PR). Na lista são marinheiros de primeira viagem Lessa, Marx, Almeida e Pedro Vilela.

Eleitos 3 Brigam pela oitava e nona vagas, ainda segundo os analistas de plantão: Rosinha da Adefal (PT do B), Val Amélio (PRTB), Paulão (PT) e João Henrique Caldas (Solidariedade). Vale lembrar que os candidatos ainda faltam combinar com o eleitor no dia 5 de outubro.

De mudança Pelo menos dois vereadores de Maceió devem ser eleitos no pleito desse ano para a Assembleia Legislativa. Os parlamentares devem tentar elevar o nível do debate político na Casa de Tavares Bastos, onde há acusados de formação de quadrilha, improbidade administrativa e crimes de mando. Valha-nos Deus!

Qual o objetivo de Julio Cezar como candidato? Pois o próprio sobrinho do governador Teotônio Vilela Filho, é visto com frequência acompanhando o candidato ao governo pelo PMDB Renan Filho. Na TV ele apresenta propostas, mas também ataca o filho de Renan Calheiros. Tem laranjada no meio?

Pagando caro

Pepe Mujica, presidente do Uruguai

Fraqueza O PSDB em Alagoas vai se diluindo. Candidatos são vistos ao lado de Renan Filho a cada caminhada, carreata. A demonstração de desarticulação e inoperância política reflete o que é o principal tucano no Estado: Téo Vilela.

De olho Rui Palmeira (PSDB) por onde passa fala de Vilela com cordialidade, mas em breve o prefeito da capital deve investir pesado para obter o controle definitivo da sigla em Alagoas. O desapego de Vilela às eleições desse ano foi um banho de água fria para os correligionários.

2016 Parece cedo, mas alguns políticos já desenham o quadro para disputa em Maceió. A maluquice, devido à distância da próxima disputa, ganha forma quando se fala em Ronaldo Lessa e Cícero Almeida ganharem musculatura sendo eleitos para Câmara Federal. Ambos seriam adversários de Rui, já que a dupla faz parte do grupo de Renan Calheiros (PMDB).

Pistolagem O vereador de Piaçabuçu, Antônio Cezar, foi mais uma vítima da pistolagem em Alagoas. A guerra política no litoral sul executou mais um que tentou enfrentar um grande figurão da região. Há quem diga que a matança deve continuar. O banho de sangue envolvendo a luta pelo poder continua sendo uma tônica na Terra dos Marechais.

Nos bastidores da política, o que se comenta no momento é que o filho de um dos candidatos ao governo pagou, leia-se comprou, um blogueiro para atacar um outro candidato que pleiteia o Palácio República dos Palmares. Isso é bastante intrigante, já que o blogueiro é renomeadamente conhecido no meio da política.

Estranho Na série de entrevistas da TV Pajuçara com os candidatos ao governo de Alagoas, um fato chamou a atenção na entrevista com o candidato pelo PP Benedito de Lira: a ausência da apresentadora Rachel Amorim. A dúvida que fica é a seguinte: qual o motivo de sua ausência? Seria devido à forma contundente com que ela abordou os candidatos Renan Filho e Júlio Cezar? E para não agir do mesmo jeito com Biu, foi “dispensada”? Quem assistiu percebeu que a abordagem do apresentador Mauro Wedekin foi no mínimo estranha. Com a palavra Thomaz Nonô, acionista da TV e coordenador da campanha de Biu.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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- MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE SETEMBRO DE 2014 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Brasil à deriva Vitória - Dilma manda um recado direto aos companheiros petistas quando se afasta de Guido Mantega, o mágico da economia, que deixa o governo com os piores índices econômicos desde o Plano Real, quando Itamar Franco estabilizou a economia do país. Dilma avisa a cúpula do PT de que está disposta a governar no segundo mandato sem a interferência direta dos capas pretas petistas. Se for eleita, Dilma acena com mudança radical na área econômica. Quer e pretende fazer um segundo governo com a sua marca, livrando-se da muleta do Lula que a sustentou durante os últimos quatro anos. Guido Mantega chegou ao ministério da Fazenda sem um currículo adequado às funções. Credenciou-se para o cargo sem brilhantismo. Apenas por ser o formulador econômico do PT. Defendeu teses medíocres e afundou o país numa recessão. Assumiu o ministério depois que o doutor Antonio Palocci deixou o cargo acusado de atos de corrupção. No cargo, esforçou-se em defender a indústria automobilística de quem foi um lobista incorrigível. Defendeu e estimulou o consumo como forma de gerar emprego e estabilizar a economia, mas o que provocou de verdade foi uma inadimplência de 1 trilhão de reais das pessoas físicas. A Dilma, ao lado de Mantega, administrou o país com muita incompetência. Foi conivente com os erros dele e agora, em plena campanha, anuncia a sua saída do ministério. Como sempre, age com irresponsabilidade porque ganhando ou perdendo, o país fica à deriva durante os quatro meses restantes do ano. Dilma ainda não mediu as consequências do seu ato que é demitir um ministro da Fazenda na trajetória de uma campanha política, no momento em que todos os dados econômicos evidenciam um país indo para o buraco. Mantega é da cota do Lula, a quem se reportava quando tinha que tomar decisões no ministério. Nos últimos anos, atuava mais como office-boy da indústria automobilística do que mesmo defendendo os interesses do país. Tentou, por exemplo, defender as montadoras que se negavam instalar os airbags nos carros populares. Esqueceu-se, por conveniência, das milhares de mortes em acidentes de trânsito provocadas pela falta desse item de segurança. Guido Mantega gera desconfiança no mercado internacional. Suas previsões de estabilidade econômica e controle da inflação nunca se confirmaram. Por isso, era visto entre os ministros de economia do primeiro mundo como figura decorativa, que não tinha gerenciamento sobre os rumos do país.

Pressão Mas, na verdade, Mantega deixa o governo por pressão dos grandes empresários financeiros que perderam a confiança nele. E o recado chegou aos ouvidos de Dilma. A presidente então decidiu pela demissão do seu auxiliar mas de olho também na reeleição e na composição futura do governo se for vitoriosa. Quer tentar fazer uma nova administração sem a interferência dos capas pretas, hoje jogados na lama da corrupção. Dilma, porém, precisa atravessar o “Setembro Negro”, as nuvens negras que se formam à sua frente até o segundo turno das eleições. E a Marina chegou pra botar água no seu chope.

Petróleo do PT

Condenação

Ainda é difícil dimensionar o tamanho da rachadura no prestígio da Petrobrás lá fora, uma das maiores empresas brasileiras e a primeira da América Latina. Como aves de rapina, a petezada levou a sério “o petróleo é nosso” e aparelhou a empresa. O Partido dos Trabalhadores indicou diretores para gerenciar a Petrobrás que se mostraram danosos ao patrimônio da empresa. Os escândalos – que agora aparecem na imprensa – começaram com a compra da refinaria Pasadena, no Texas, quando Dilma era presidente do Conselho da Petrobrás, e se acentuou com a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Além disso, por pouco não teve seus bens bloqueados pelo Tribunal de Contas da União que foi leviano ao não enquadrar os verdadeiros responsáveis pelo rombo na Petrobrás. Condenou alguns diretores, mas deixou de fora a presidente Maria das Graças Foster e a Dilma, à época presidente do conselho. Volta-se a se perguntar: como a Petrobrás ainda continua a ser presidida por alguém que por pouco não teve os bens bloqueados pelo TCU?

Escândalos

Agora, com a delação do diretor Paulo Roberto Costa, é que se percebe como a Petrobrás foi administrada com irresponsabilidade pelos últimos presidentes que por lá passaram. Bilhões de reais saíram dos cofres da empresa para irrigar o propinoduto de políticos. Não adianta a presidente Dilma dizer que nada sabia sobre o desvio bilionário porque o delator entregou, entre outras pessoas, João Vaccari Neto, o chefe das finanças da campanha dela na primeira eleição e agora na reeleição.

A verdade nua e crua é que a corrupção está no cardápio dos petistas há doze anos. Começou quando um assessor especial do José Dirceu tentou achacar um bicheiro. Depois, com o derrame de dinheiro nas contas dos políticos adeptos do governo, no escândalo que se chamou mensalão, e levou para a cadeia a cúpula do partido. De lá pra cá, não parou mais. Vire e mexe, a roubalheira ocupa as principais páginas dos jornais. E a Dilma faz cara de paisagem, finge que nada é com ela, como se a corrupção fizesse parte da moldura que contorna os presidentes petistas que ocuparam ou ocupam o Palácio do Planalto.

Irresponsável

Corrupção

Quando tentou se defender das acusações da compra superfaturada de Pasadena, Dilma disse que errou ao assinar o documento que fecharia o negócio danoso a Petrobrás. Teria sido iludida pelo diretor Paulo Roberto Costa a quem coube fechar o negócio. Ora, não se concebe que alguém aprove a compra de uma refinaria por mais de um bilhão de dólares sem saber o que está assinando. Como os brasileiros pode ser chefiado por uma pessoa que confessa tamanha irresponsabilidade com o dinheiro público?

Ao entrar no governo, Dilma ensaiou uma faxina ética. Tirou dos cargos seis ministros acusados de corrupção. Meses depois, cedeu às pressões do próprio PT para reintegrar representantes dos partidos nos mesmos ministérios. Afinal de contas, o PT precisava manter uma base sólida no Congresso Nacional e a Dilma também iria precisar de mais alguns minutinhos na TV para os seus programas políticos. É assim que a coisa funciona no Brasil. E é assim que continuará a funcionar se o eleitor não acordar em outubro deste ano.

Propinoduto


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

A eleição e a corrupção

Mesmo que os dois mantenham uma certa distância, principalmente nessas eleições, algumas demonstrações evidenciam que eles sempre estão juntos politicamente. Nos últimos dias o irmão de Vilela, o Elias, ao contatar uma liderança na região da Zona da Mata, não se fez de rogado: ´´procura o Renan, ele faz um acordo com você´´, sapecou. ´´Lamentavelmente não dá. Sou eleitor do Biu´´ disse a liderança política.

Vilela e Renan 2 Ora, se Elias Vilela tem a autoridade de mandar fazer acordos com Renan, naturalmente deve ter o aval do irmão, o governador Téo Vilela. Ou seja, quem está com Vilela é Renan, não é o Biu. Mas tudo parece ocorrer por baixo dos panos, como manda o figurino político.

Concentração

Amnésia

A situação eleitoral para o candidato Renan Filho, no conjunto Benedito Bentes, parece não ser das melhores. Prova disso é que está havendo uma concentração de forças na região, inclusive no sábado passado, quando esteve presente o vice-presidente Michel Temer.

No Guia Eleitoral tem se questionado, por uma coligação, sobre a licitação do VLT que foi o primeiro no Brasil implantado em Maceió, num esforço incomum feito pelo senador Benedito de Lira. Aliás, parece que tem gente que não quer entender que a licitação foi feita em nível nacional através da Administração Central da CBTU, no Rio de Janeiro. Parece que também esqueceram que mão mesmo no dinheiro público foi metido em administrações anteriores, com pessoas com fortes ligações políticas de barões na área em Alagoas.

Força em Arapiraca Imagem negativa Dificilmente a classe política alagoana aparece na mídia nacional como autora de projetos sociais capazes de minorar o sofrimento alagoano. O que mais se vê são escândalos, a exemplo desses de comissão milionária de 3% de 10 bilhões de reais, oriundos de propina para abastecer caixas de campanhas e outros destinos que são dados ao dinheiro público roubado. [

Nova bomba

Além de Paulo Roberto Costa que está denunciando meio mundo de políticos no Brasil, como beneficiários de um esquema de corrupção, o doleiro Youssef pensa seriamente em tentar também a delação premiada, para não ficar esquecido e ser condenado como foram Marcos Valério, José Dirceu, José Genoíno e outros integrantes do conhecido Mensalão. Se abrir a boca para ter a diminuição de pena, tem gente que vai direto para o presídio.

Muito voto A prefeita de Arapiraca, Célia Rocha, tem demonstrado que tem cacife político suficiente para, futuramente, encarar uma campanha ao governo do Estado. Para se ter uma ideia, embora ela venha desagradando alguns candidatos ela está apoiando para deputado federal Ronaldo Lessa, Paulão e Nivaldo Albuquerque.

Enquanto adversários tentam bombardeá-lo, alguns a serviço de certas figuras na política alagoana, o deputado Arthur Lira mergulha na campanha e deverá ser um dos parlamentares mais votados em Alagoas. Considerado pela revista Veja como um dos vinte deputados com maior desempenho e influência na Câmara, Lira pouco está se importando com as críticas que vem recebendo. Afinal de contas, dizem pessoas de sua confiança, seus concorrentes sabem o poder de fogo que ele tem na política alagoana e o trabalho que tem feito pelos alagoanos.

Vilela e Renan

C

aíram como uma bomba as denúncias feitas à Polícia Federal pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Foi caco pra todo lado. Entre os denunciados o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o Ministro Edison Lobão, a governadora Roseana Sarney e também lideranças do PP e do PT. Como a coisa é séria e trata de um propinoduto muito maior do que o conhecido Mensalão, resta saber se até o dia das eleições haverá alguma coisa de prática, como a divulgação dos nomes de todos os envolvidos, centenas de deputados federais, além de intermediários que fazem o jogo sujo da corrupção. São por isso e por outras formas que algumas candidaturas já nascem robustas, fortes, abastadas. É o dinheiro meu, seu, nosso que escapolem dos impostos que pagamos para financiar quadrilhas instaladas pelo Brasil afora. Pela amplitude das denúncias publicadas em Veja, Estadão e outros órgãos da imprensa brasileira, nunca foi tão fácil meter a mão no dinheiro público como no Brasil.

Arthur Lira

O deputado Dudu Albuquerque, uma das grandes lideranças de Arapiraca, tem andado de casa em casa na cidade em companhia do senador Biu de Lira, candidato ao governo. Nas caminhadas, Dudu tem se acompanhado de lideranças locais, vereadores e do eleitorado que já o conduziu várias vezes à Assembleia Legislativa.

Quem der mais A compra de votos no Estado está atingindo o ápice nessa campanha eleitoral. De 50 reais iniciais, o voto, segundo denúncias, já está chegando aos 100 e aumentará ainda mais se o candidato estiver em dúvida quanto a sua eleição.

Apagar o fogo Em Brasília a semana foi de reuniões secretas, expectativas e acordos políticos. As denúncias do ex-diretor da Petrobras abalaram as estruturas do Planalto e parece que vem mais mísseis por aí. Defecando num buraco, tomando banho de água gelada e sem tomar banho de sol nos finais de semana, parece que o doleiro não vai agüentar mais. A boca no trombone é questão de tempo.

Amnésia 2 Enquanto alguns elementos plantam dúvidas na lisura do processo licitatório do VLT em nível nacional, esquecem também que os trens transportam doze mil pessoas por dia com tarifa subsidiada de 50 centavos, atendendo principalmente a população mais carente da grande Maceió e vários municípios vizinhos. Enquanto isso, quem teria metido a mão no dinheiro público, respondem a processos crimes por improbidade administrativa, punição do TCU e indenização ao erário por meter os pés pelas mãos.

Baixaria Como a coluna já havia anunciado, não existe santo nesta campanha política. Até agora, no Guia Eleitoral, só não falaram na mãe. Mas já falaram do pai.

Dinheiro escasso Alguns acordos em grana viva parecem que não estão sendo cumpridos como acertaram vendedor e comprador. A situação é grave e se alastra por quase todos os municípios alagoanos.

Suruagy está bem Mesmo que não venha a disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, os amigos do ex-governador Divaldo Suruagy estão felizes com sua recupe-ração, depois de uma delicada cirurgia a que se submeteu nos últimos quinze dias em São Paulo. De alto astral, de acordo com amigos que o visitaram nos últimos dias, Suruagy está sempre de bem com a vida, acompanhado de sua inseparável companheira, Luzia . Um homem de bem e injustiçado.


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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE SETEMBRO DE 2014 SUCESSÃO MUNICIPAL

Rui Palmeira terá forte concorrência pela Prefeitura de Maceió em 2016 Tucano já trabalha para se reeleger, mas pode ter caminho dificultado por caciques da política alagoana CARLOS VICTOR COSTA carlosvictorcosta@hotmail.com

O

prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), não terá muita facilidade em conseguir a tão sonhada reeleição na capital, diferentemente da que teve para ser eleito há dois anos. É só lembrarmos que no pleito de 2012 seu principal adversário era o ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa (PDT) mas que, devido a problemas com a justiça eleitoral, foi obrigado a renunciar à candidatura, deixando a eleição fácil para o filho de Guilherme Palmeira. A eleição deste ano terá total influência sobre o pleito municipal, isso porque se Renan Filho (PMDB) for eleito, deverá lançar alguém de seu chapão para comandar Maceió. E podemos ver que o filho do senador Renan Calheiros tem um grupo forte. A lista tem nomes como o do próprio Ronaldo Lessa, que este ano concorre a uma vaga na Câmara Federal e que segundo pesquisas de consumo interno está entre os nove que serão eleitos. Também fazem parte do grupo de Renan Filho: o ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PRTB) que também é candidato a uma vaga na bancada federal; Galba Novaes (PRB) que disputa uma vaga

na Assembleia Legislativa (ALE); Givaldo Carimbão, que tenta a reeleição de deputado federal; e, Mozart Amaral, coordenador da campanha de Renan Filho e ex-secretário de Infraestrutura da capital no governo de Almeida. O que circula nos bastidores da política é que o interesse real de todos os políticos citados é de serem lançados como candidatos a prefeito de Maceió. O maior interessado entre eles seria Almeida, que pelo que comentam seria o nome mais forte para derrubar o atual prefeito. Ambos, aliás, sempre que podem trocam farpas entre si, numa prévia do que pode ocorrer daqui a dois anos. Para Rui Palmeira, que cortou relações com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e resolveu apoiar Benedito de Lira (PP) que tenta ser o governador do Estado, resta torcer para que o senador pepista saia vencedor, pois só assim ele pode imaginar um caminho mais fácil para conseguir ser reeleito. CANDIDATOS COM A CABEÇA EM 2016 É certo que as eleições de 2016 ainda estão distantes, mas já tem candidatos trabalhando seus nomes nessa

Rui terá concorrentes fortes em 2016; dois dos nomes ventilados nos bastidores são o de Ronaldo Lessa e Cícero Almeida

eleição para que daqui a dois anos possam estar mais conhecidos; outros querem limpar seu nome perante o município que já governaram, pensando numa segunda chance e para estes suas candidaturas para proporcional ou majoritária este ano não valem nada, pois estão mesmo é com a cabeça voltada para as eleições municipais de 2016. Dentre os nomes que figuram nessa situação, os mais lembrados são os de Areski Freitas, o Kil, ex-prefeito de União dos Palmares e candidato a deputado estadual; Júlio Cezar, que concorre ao governo pelo PSDB, mas já se sabe que sua maior pretensão é administrar o município; Júlio Houly (PP) e Rogério Téofilo (PSDB) almejam Arapiraca; Professor Edvaldo Nascimento (PC do B), candidato a deputado estadual, pretende ser prefeito de Delmiro Gouveia, cidade da qual foi vereador. Também estão na lista Cidoca (PSD), candidato a estadual e que almeja ser prefeito de Penedo; Carimbão Junior (Pros), que concorre a uma vaga na ALE e sonha em administrar Santana do Ipanema; Nivaldo Allbuquerque (PRP), filho do deputado Antonio Albuquerque, que é candidato a federal, mas cujo pai está trabalhando o nome dele para ser prefeito de Limoeiro de Anadia; e, Joãozinho Pereira (PSDB), que abdicou da reeleição de deputado estadual em favor da irmã Jô Pereira (PP), pois pretende administrar o município de São Miguel dos Campos.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE SETEMBRO DE 2014 - 7

COISAS DE ALAGOAS

Desembargadora ganha mais que presidentes do Supremo e do TSE TRE descumpre norma da Justiça Eleitoral que determina pagamento de jeton por sessão e concede subsídio mensal para Elisabeth Carvalho VERA ALVES veralvess@gmail.com

D

efinitivamente há coisas que parecem só acontecer em Alagoas e quando se trata do Poder Judiciário o que mais chama a atenção é o contraste entre os polpudos vencimentos de alguns de seus integrantes em contraposição ao fato de atuarem em um dos estados mais pobres da federação. A mais nova façanha do poder se concentra hoje sobre a figura da desembargadora do Tribunal de Justiça Elisabeth Carvalho Nascimento, atual presidnete do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e que conseguiu a proeza de ter vencimentos superiores ao do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e até aos do presidente da mais alta Corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF). Os vencimentos de Elisabeth Carvalho chamaram a atenção do EXTRA depois dos sucessivos comentários de que ela teria tido um corte abrupto em seus subsídios como presidente do TRE – algo em torno de R$ 5.800,00 – após a pressão de servidores do tribunal, inconformados com as vantagens que ela estaria recebendo a despeito das sucessivas faltas às sessões da Corte eleitoral. Faltas, aliás, que, segundo os queixosos, explicariam o amontoado de processos eleitorais, ações de candidatos e coligações que correm o sério risco de

não ter uma solução antes do próximo dia 5, data da votação. Mas o corte, se é que de fato foi determinado, pelo menos até agora ainda não se concretizou, como atestam os portais da transparência tanto do TRE de Alagoas quanto o do Tribunal de Justiça. A consulta trouxe, contudo, grandes revelações, como a de que a desembargadora alagoana tem vencimentos superiores aos do próprio presidente do Supremo Tribunal Federal, mas, e principalmente, revelou uma gritante ilegalidade no que se refere à Justiça Eleitoral: ela recebe subsídio mensal como presidente do TRE quando deveria apenas receber jeton por cada sessão a que se faça presente. A questão é que uma norma conjunta do Tribunal Superior Eleitoral e Conselho Nacional de Justiça (colegiado que fiscaliza as ações dos membros do Judiciário) estipulou que, em 2014, os membros do TSE e procurador-geral eleitoral têm direito a receber uma gratificação de R$ 883,87 por cada sessão da qual participem. No caso dos TREs, este valor é de R$ 797,69. Apenas os juízes e promotores eleitorais têm direito a gratificação mensal e que foi fixada em R$ 4.041,63. Pois bem: consulta ao portal da transparência do TRE de Alagoas, relativa ao último mês de agosto mostra que Elisabeth Carvalho Nascimento, presidente do tribunal desde janeiro do ano passado, auferiu subsí-

Em agosto, Elisabeth Carvalho recebeu quase R$ 12 mil de subsídio

dio no valor de R$11.965,35, dos quais foram descontados R$ 2.244,96 de Imposto de Renda (IR) e mais R$ 2.393 na rubrica Descontos Diversos (DD), o que lhe rendeu líquido R$ 7.327,32. No mês anterior, julho, em que o subsídio foi igualmente de R$ 11.965,35, o desconto de IR foi menor, no valor de R$1.367,50, mas os DD somaram R$ 3.988,45, com o que ela recebeu líquido R$ 6.609,40. Já o ministro José Antônio Dias Toffoli, presidente do TSE, em julho recebeu apenas R$ 1.767,74 e teve registrado no portal da transparência do tribunal a remuneração de origem, como ministro do Supremo Tribunal Federal, no valor de R$ 29.462,25. Não foi possível comparar os vencimentos entre ambos em relação a agosto porque o TSE não havia disponibilizado a folha de pagamento daquele mês até a quarta, 10, quando a consulta foi feita pelo EXTRA. Elisabeth Carvalho não tem registrado no portal do TRE a remuneração de origem como

desembargadora do TJ, de onde recebeu líquido, em julho deste ano, R$ 5.584,63 para um valor bruto de R$ 30.182,34 – rendimento de R$ 26.589,68, mais R$ 667,80 de indenização e R$ 2.924,86 de Vantagens Pessoais (VP) – após descontos de R$ 24.597,71, sendo R$ 6.486,01 de IR, R$ 2.924,86 de Previdência Pública (PP) e outros R$ 15.186,84 de Débitos Diversos. No STF, o vencimento líquido do ministro Dias Toffoli em julho foi de R$ 19.613,67, após os descontos de R$ 6.384,74 de IR, R$ 223,00 na rubrica DD e R$ 3.240,84 para o Plano de Seguridade Social do Servidor (PSSS) sobre o bruto de R$ 29.462,25, o valor do subsídio para os ministros do Supremo. SUPERANDO BARBOSA Retroagindo na consulta, chegamos ao mês de maio, pródigo para a desembargadora alagoana que, se não recebeu qualquer vencimento do TRE (ao menos não consta seu nome na folha divulgada através do

portal da transparência) desembolsou líquido R$ 32.176,60 no Tribunal de Justiça graças a uma indenização superior até mesmo ao vencimento padrão (R$ 26.589,68). Foram R$ 27.257,48 adicionais, mais R$ 2.924,86 de Vantagens Pessoais, totalizando um rendimento bruto de R$ 56.772,02. Nem por isto o desconto de IR se modificou; permaneceu nos R$ 6.486,01 de todos os meses, e que, junto com os mesmos R$ 2.924,86 de Previdência Pública (coincidentemente todos os meses no mesmo valor da Vantagem Pessoal) mais os R$ 15.184,55 de Débitos Diversos totalizaram R$ 24.595,42 de descontos. Nem mesmo o abono de permanência de R$ 3.240,84 a que o ministro do Supremo Tribunal Federal e então seu presidente Joaquim Barbosa recebeu naquele mês conseguiu superar o vencimento líquido da desembargadora alagoana. Barbosa recebeu líquido R$ 19.523,19, isto por conta dos descontos de IR (R$ 7.177,13), do PSSS (3.240,84) e dos Débitos Diversos no valor de R$ 2.761,93. Para quem quiser conferir pessoalmente, as folhas de pagamento do TRE de Alagoas estão disponíveis em http:// www.tre-al.jus.br/transparencia/relatorios-cnj-1/recursos -humanos-e-remuneracao, as do Tribunal de Justiça de Alagoas podem ser acessadas no endereço http://www.tjal.jus. br/?pag=transparenciatj/transparencia, enquanto as do TSE e STF estão disponíveis, respectivamente, em http://www.tse. jus.br/transparencia/remuneracoes-e-beneficios e http://www. stf.jus.br/portal/remuneracao/ pesquisarRemuneracao.asp. A consulta ao portal da transparência do TRE de Alagoas revela que o descumprimento da norma de pagamento de gratificação por sessão à sua presidente é frequente e que ela tem percebido em média R$ 6.381,52 por mês a título de subsídio, sobre o qual incidem descontos de Imposto de Renda e os tais e não especificados Débitos Diversos.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE SETEMBRO DE 2014 MARAJÁ DAS ALAGOAS

Biu de Lira, o marajá multiaposentado Acumulando três aposentadorias com salário do Senado, Biu embolsa mais de R$ 55 mil por mês dos cofres públicos DA REDAÇÃO

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candidato do PP ao governo de Alagoas, senador Benedito de Lira, é um homem rico. Enriqueceu na política e com a política. Ele mesmo confessa isso sem querer, já que propagandeia, em seu guia eleitoral, que veio de baixo, tem origem humilde, não herdou bens nem dinheiro. Ou seja, em linguagem clara, sua atual fortuna foi acumulada durante os mandatos parlamentares. Benedito de Lira foi vereador, deputado estadual, deputado federal e é senador desde 2010. Em todos esses mandatos, sempre esteve sob as asas de gente poderosa. Aderiu ao golpe militar de 1964 na primeira hora e apoiou a ditadura: foi da Arena e seus sucedâneos PDS, PFL, PPB e atualmente está no PP de Paulo Maluf. Biu de Lira é dono de vastas extensões de terras e alguns milhares de cabeças de gado, canaviais e outras propriedades rurais e imóveis urbanos, além de carros e outros bens. Pelo menos dos anos 70 para cá, não é de conhecimento público nenhuma outra atividade remunerada, a não ser a política, que Benedito de Lira tenha desempenhado. Atualmente ele recebe, na ativa, o salário de senador, R$ 29.400 brutos. Mas sua conta bancária é alimentada de outras formas pelos cofres públicos. Benedito de Lira conseguiu o que muitos brasileiros perseguem por muito tempo sem sucesso: uma bela aposentadoria.

Uma não: três, encarreiradas. São duas aposentadorias estaduais e uma municipal, além do salário federal. De acordo com documentos oficiais, o senador recebe aposentadorias como vereador, como procurador do Estado e como deputado estadual. Só a aposentadoria como procurador rende a Biu, líquidos, R$ 22.053,31 mensais, em valores de maio de 2014. Como deputado estadual aposentado, ele recebe por mês o equivalente a R$ 3.850,00. Para completar, mais R$ 3.465,00 como vereador. Descontados os impostos e as contribuições, as quatro fontes de renda do senador pagas pelo contribuinte – salário no Senado e mais as três aposentadorias – somam, todos os meses, R$ 55 mil, limpos e disponíveis em suas contas bancárias. Esse alto vencimento do senador multiaposentado lembra a situação vivida há 25 anos por um seleto grupo de figurões enxertados na folha de pagamentos da Assembleia Legislativa de Alagoas, ganhando muito e trabalhando pouco ou nada, e que ficaram nacionalmente conhecidos como “marajás”. PROCURADOR SEM PARECERES Para embolsar todo mês as duas aposentadorias parlamentares, bastou a Biu de Lira ter sido vereador de Maceió por dois mandatos (8 anos), depois deputado estadual por outros três mandatos (12 anos). Total, 20 anos. Só esses dois contracheques já lhe rendem R$ 7.315 por mês, quase o dobro do maior

Embolsando R$ 55 mil por mês, Biu de Lira vira marajá-mor do serviço

benefício (o teto) que um aposentado comum do INSS pode receber depois de 35 anos de trabalho e contribuição à Previdência. E Biu tem mais a aposentadoria estadual: R$ 22.053,31 líquidos como procurador. Não se tem notícia em Alagoas de um parecer jurídico – um sequer – que tenha sido exarado pelo procurador de Estado Benedito de Lira. Talvez só ele possa explicar o que fez para merecer essa polpuda aposentadoria. A situação privilegiada de Biu de Lira é bem diferente da maior parte dos 487 mil aposentados de Alagoas, e aos quais ele pede votos em toda eleição. Na realidade, há um abismo de desigualdade entre o rico e multiaposentado senador e os mortais comuns do INSS, que recebem, em sua maioria, benefícios pequenos, quase sempre o equivalente a um salário mínimo. Como se sabe, para o brasileiro comum, é necessário

completar 35 anos (420 meses) de contribuição à Previdência Social, ou completar 65 anos de idade, para ter direito a se aposentar. Se for mulher, 30 anos de contribuição ou 60 de idade. Para ganhar três aposentadorias, um trabalhador comum teria que trabalhar e contribuir durante... 105 anos! Mesmo assim, ainda que ganhasse em cada uma das três aposentadorias o teto pago pela Previdência (atualmente R$ 4.390,24 brutos), nosso pobre mortal ficaria a léguas de distância da fortuna que o senador retira todo mês da Previdência. Para isso, na ponta do lápis, ele ainda teria que trabalhar mais duas vezes e meia o tempo legal exigido pelo INSS: total, 315 anos. Também, quem mandou não ser Biu de Lira? PRIVILÉGIO É IMORAL, DIZ ESPECIALISTA Especialistas consultados pela reportagem, e que pre-

feriram não ser identificados, reconhecem que o acúmulo de aposentadorias, no caso do senador, não é ilegal. “Não é ilegal mas é imoral, porque se trata de dinheiro público”, disse um desses especialistas. No livro “Os ben$ que os políticos fazem”, lançado este ano, o jornalista Chico de Góis confirma as três aposentadorias do senador alagoano. “A documentação entregue por ele (Biu) em 2002 ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) demonstra que, em 2001, de acordo com seu imposto de renda de pessoa física, ele teve três fontes de renda do poder público”, diz o livro. “Naquele ano, seus rendimentos somaram R$ 159,4 mil brutos e foram pagos, segundo declarou, pela Secretaria de Fazenda do Estado, pela Assembleia Legislativa e pela Prefeitura de Maceió”, acrescenta a publicação. Benedito de Lira também ficou conhecido – e mal-afamado em muitas correntes de opinião – por seu comportamento no debate e votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Trabalho Escravo no Congresso Nacional. Quando era deputado federal, em 2004, longe das eleições nacionais e estaduais, Biu de Lira figurou na “lista da vergonha” que continha os nomes dos 10 deputados federais que votaram contra a proposta de alteração da Constituição para proibir o trabalho escravo no Brasil – uma chaga que mancha o nome do país no mundo inteiro. Pela PEC, fazendeiros que mantêm trabalhadores em situação análoga ao trabalho escravo podem ter suas terras confiscadas e desapropriadas. Por conta desse voto, o senador entrou para a lista da ONG Humanos Direitos como um dos maiores inimigos da proibição do trabalho escravo.


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MARAJÁ DAS ALAGOAS

O “sim” e o “não” de Biu de Lira ao trabalho escravo Trajetória recente do candidato do PP ao governo de Alagoas tem episódios polêmicos e contraditórios

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uando era deputado federal, o atual senador Benedito de Lira ficou conhecido – e mal-afamado em muitas correntes de opinião – por seu comportamento no debate e votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Trabalho Escravo no Congresso Nacional. Quando era deputado federal, em 2004, longe das eleições nacionais e estaduais, Biu de Lira figurou na “lista da vergonha” que continha os nomes dos 10 deputados federais que votaram contra a proposta de alteração da Constituição para proibir o trabalho escravo no Brasil – uma chaga que mancha o nome do país no mundo inteiro. Pela PEC, fazendeiros que mantêm trabalhadores em situação análoga ao trabalho escravo podem ter suas terras confiscadas e desapropriadas. Por conta desse voto, o senador entrou para a lista da ONG Humanos Direitos como um dos maiores inimigos da proibição do trabalho escravo.

A ESCAPULIDA Depois de um longo período de tramitação, este ano a PEC do trabalho escravo finalmente foi votada no Senado. Em maio, já candidato declarado ao governo de Alagoas, num intervalo de apenas 14 minutos, Biu de Lira mostrou sua dupla face. Primeiro, ele saiu de fininho e não apareceu na primeira votação. Ficou à espreita para ver no que dava. Resultado: 59

senadores, por unanimidade, aprovaram a PEC. Na segunda sessão de votação, 14 minutos depois de encerrada a primeira, quando já se sabia que a PEC seria aprovada, apareceu mais um sorridente senador para votar. Quem era? Depois do voto “não” em 2004 na Câmara e de ter escapulido da primeira votação no Senado, Benedito de Lira fez estardalhaço para anunciar o voto “sim” na PEC do trabalho escravo. Mas não enganou ninguém: todo mundo lembrava o “não” de dez anos antes.

CAMBALHOTAS POLÍTICAS EM ALAGOAS Na política alagoana, Benedito de Lira também pula de um galho para outro com a maior naturalidade – que muitos preferem chamar de carade-pau. Até maio deste ano, sob as ordens do senador, seu partido, o PP, foi aliado do governo de Teotonio Vilela Filho. O próprio Biu proclamava essa aliança aos quatro ventos, enquanto dela tirava dividendos políticos – e eventuais vantagens de outra ordem. Como aliado fiel, durante os últimos três anos e cinco meses, Benedito de Lira indicou os secretários de Educação e de Assistência Social do estado. O vice em sua chapa, Alexandre Toledo (PSB ), foi secretário de Saúde de Alagoas durante dois anos. Em maio, veio a decisão de

Vilela de não apoiar a candidatura de Benedito ao governo. Aí ele rompeu com o governador. Agora, na campanha, como Vilela tem rejeição alta na opinião pública (Alagoas tem o pior IDH e o pior IDEB do país), Biu de Lira pula de galho, faz de conta que nunca esteve com ele e ataca o governo do qual fez parte, como se não tivesse nada a ver com o desastre da atual gestão estadual, principalmente nas áreas em que ele próprio mandou – e, sobretudo, desmandou. A atual aliança com o PSB é outra cambalhota política bem ao estilo camaleônico do senador do PP. Depois de romper com Vilela, Biu de Lira anunciou apoio a Eduardo Campos. A então vice de Eduardo, Marina Silva, já avisara que não queria Biu de Lira a seu lado e por isso não viria a Alagoas. Com a trágica morte de Eduardo Campos, Marina vira a candidata do PSB. Biu de Lira já sabia que ali ele não teria sombra. Então, voltou a procurar Vilela, às escondidas, e ofereceu palanque a Aécio Neves, em troca da renúncia do candidato do PSDB, Júlio César. Ouviu um ”não”. Na verdade, o palanque para o candidato tucano a presidente seria irrelevante, porque a candidatura de Aécio despenca em Alagoas e em todo o país. Mesmo assim, por via das dúvidas, Biu tratou de colocar um pé em cada lado. Foi ao Recife, com cara compungida, para aparecer nas fotos e filmagens perto do caixão de Eduardo Campos,

Biu de Lira votou contra a proibição do trabalho escravo no Brasil

bem ao lado do ex-presidente Lula. A cena ocupou parte do primeiro programa de Biu no horário eleitoral.

NA LAVA-JATO, SUSPEITA DE LIGAÇÕES COM DOLEIRO YOUSSEF A pouca expressão nacional do senador Benedito de Lira o tem livrado de situações embaraçosas. Em 2006, ainda deputado do baixo-clero na Câmara, seu nome foi envolvido na chamada “máfia das ambulâncias”, o que originou a CPI dos Sanguessugas. Por conta de seu suposto envolvimento, ele deixou a CPI, mas foi excluído das investigações depois que se chegou à conclusão que o nome “Benedito” que aparecia como beneficiário do esquema se referia a outra pessoa, não ao então deputado alagoano. Na conta de Benedito de Lira aparecem também as indicações de nomes para a cúpula nacional e direções estaduais da CBTU. Em maio, a presidente Dilma Rousseff fez uma faxina de demissões na estatal diante das acusações de irregularidades.

As indicações para a CBTU haviam sido feitas pelo PP, e Benedito de Lira apareceu como avalista dos diretores nomeados. Mas uma “bomba” estourou no noticiário: o verdadeiro padrinho dos diretores era o doleiro Alberto Yousseff, preso há cinco meses na Operação Lava-Jato da Polícia Federal por comandar um esquema de lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros que movimentou R$ 10 bilhões. Benedito de Lira teria aprovado e assumido as indicações do doleiro. Ele nega, e as investigações prosseguem. Em outra conexão do nome do senador com a Lava-Jato, a revista Veja, na edição de 16 de abril, trouxe cópia da agenda do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, indicando o valor de R$ 1 milhão ao lado das iniciais BL, que seriam do senador Benedito de Lira. Indicado pelo mesmo PP de Biu de Lira para o cargo que ocupava de 2004 até 2012 na Petrobras, Paulo Roberto Costa é acusado de ter sido o mais importante operador de Youssef para lavagem e distribuição de dinheiro do esquema supostamente montado na Petrobras.


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DE 2014

CORPORATIVISMO

Conselho mandou Washington Luiz devolver mais de R$ 350 mil aos cofres do tribunal

Desembargador condenado pelo CNJ assumirá presidência do TJ em janeiro Entre 2004 e 2005, Washington Luiz Damasceno recebeu mais de R$ 1 milhão de forma irregular VERA ALVES veralvess@gmail.com

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leito na última terça-feira (9) para seu segundo mandato como presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, o desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas ainda tem contas a acertar com a própria justiça. Em abril de 2009 ele foi condenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a devolver mais de R$ 350 mil de um montante superior a R$ 1 milhão que teria recebido de forma irregular em pagamentos por ele mesmo autorizados quando no exercício da presidência, cargo que ocupou entre 4 de setembro de 2004 e ao longo de 2005. O caso está no Supremo Tribunal Federal (STF) ao qual ele recorreu em junho de 2009 contra a decisão do CNJ mediante um mandado de segurança (MS) que há mais de um ano aguarda por uma definição da

relatora, a ministra Rosa Weber. Acessível à consulta da população até agosto de 2013, o MS 28094 tramita desde o dia 30 daquele mês na forma eletrônica, em cumprimento a uma resolução do próprio Supremo, mas mantém o acesso livre no que se refere ao seu andamento e cuja morosidade retrata o corporativismo da magistratura, beneficiando o desembargador que em janeiro próximo assume a presidência do TJAL para o biênio 2015/2016. Relatado inicialmente pela então ministra do STF Ellen Gracie, que concedeu uma liminar sustando os efeitos da decisão do CNJ até o julgamento do mérito pelo Supremo, o processo passou dois anos e três meses parado até a indicação de um novo relator, a ministra Rosa Weber. Em maio de 2012, a Procuradoria Geral da República deu seu parecer pela recusa ao mandado impetra-

do por Washington Luiz. Nova movimentação – e a última até agora– , somente em setembro do ano passado, quando a Advocacia Geral da União (AGU) foi chamada a dar seu parecer. ENTENDA O CASO Em 2008, por conta dos resultados de uma fiscalização do Conselho Nacional de Justiça com a colaboração do Tribunal de Contas da União (TCU), a Corregedoria Nacional de Justiça, vinculada ao CJN, instaurou o Procedimento de Controle Administrativo Nº 2008.10.00.002450-2 com o intuito de apurar a conduta do desembargador Washington Luiz diante dos indícios de recebimento irregular de verbas das quais ele teria sido o ordenador quando no exercício da presidência do Tribunal de Justiça. No dia 12 de maio de 2009, o relator do PCA, o conselheiro do CNJ Mairan Maia Junior apresentou seu parecer na 84ª

sessão ordinária do colegiado, tendo sido o mesmo aprovado pela unanimidade dos conselheiros presentes (http://www. cnj.jus.br/atos-administrativos/atos-da-presidencia/atasda-presidencia/11119-). Nele, o desembargador é acusado de haver recebido ilegalmente R$ 1.157.577,36. Deste montante, R$ 354.526,00 eram referentes a pagamentos indevidos por ele recebidos e por ele mesmo autorizados entre novembro de 2004 e janeiro de 2005, a título de diferenças salariais dos períodos de janeiro de 1995 a julho de 1998 e de março de 2000 a dezembro de 2002 e cuja devolução imediata foi aprovada pelo CNJ. (Leia mais no box). No que se refere ao restante dos recursos que teriam sido recebidos de forma irregular pelo desembargador, o CNJ determinou que, no caso dos valores recebidos acima do teto constitucional, a apuração do valor exato e respectiva cobrança de-

veriam ser feitas pelo próprio Tribunal de Justiça. Já quanto aos demais valores especificados, o colegiado considerou que a cobrança deveria ser feita mediante ajuizamento de ação penal a ser proposta pelo Ministério Público Estadual, se assim o entendesse, com base na investigação feita pelo CNJ e TCU. Ocorre que, com a liminar concedida ainda em 2009 por Ellen Gracie, as determinações do CNJ foram suspensas até o julgamento do mérito pelo Supremo, ainda sem previsão de acontecer. O andamento do mandado de segurança impetrado contra a decisão do CNJ pelo desembargador Washington Luiz, que atualmente integra o Pleno do Tribunal de Justiça e é presidente da Primeira Câmara Cível, pode ser conferido no site do STF no endereço http://www.stf. jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=2687227.


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CORPORATIVISMO

Confira pedido de devolução de R$ 354.526,00

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provado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Justiça em sua sessão do dia 12 de maio de 2009, o parecer do relator do Procedimento de Controle Administrativo que investigou o desembargador Washington Luiz, conselheiro Mairan Maia Junior, é disponibilizado pelo EXTRA, na íntegra, através do link https://drive.google.com/a/novoextra.com. br/file/d/0B_TzVVHGWnrhbmtEWjl3Wkd0ZU0/edit?usp=sharing. Abaixo, trechos do parecer, que também pode ser conferido no site do CNJ (www.cnj.jus.br), que manda o desembargador devolver R$ 354.526,00 aos cofres do TJ: “Dessarte, nenhuma dúvida subsiste quanto ao dever legal de devolução, nesta instância administrativa, dos valores cujos pagamentos indevidos o requerido tenha autorizado, na condição de ordenador de despesas, em proveito próprio. Nos termos da planilha abaixo[1], erigida com lastro nos quadros anexos ao Relatório de Fiscalização elaborado com a colaboração do Tribunal de Contas da União, o total de despesas irregulares revertidas em proveito do magistrado requerido totaliza R$ 1.157.577,36 (e-CNJ: “DOC 43” e “DOC44”). Valor a devolver: 1 – Ausência de lei específica para fixar ou alterar a remuneração dos magistrados do TJAL, desde 1995 Quadro I do Relatório de Fiscalização (fl. 96 e 100): R$ 256.653,21 e R$ 118.141,98 2 - Diferenças Salariais sob a rubrica 214 (período: jan/1995 a jul/1998) Quadro II do Relatório de Fiscalização (fl. 104): R$ 283.475,54 3 - Diferenças Salariais sob a rubrica 215 (período: mar/2000 a dez/2002) Quadro III do Relatório de Fiscalização (fl.110): R$

Mairan Maia concluiu pela culpabilidade do desembargador do TJAL

400.545,74 4 – Pagamentos diversos sob a rubrica 226: Valor não apurado 5 – “Trimestralidade”, “Gatilho Salarial” e “Diferença do Moacir de Andrade” (rubricas 214 e 215): Contabilizado nos itens 1 e 2 6 – Serviço extraordinário – Rubrica 132 Quadro VIII do Relatório de Fiscalização (fls. 161 e 162): R$ 37.149,03 e R$ 35.994,93 (= R$ 73.143,96) 7 – Violação do teto constitucional – Quadro X do Relatório de Fiscalização Quadro X do Relatório de Fiscalização (fl. 181): R$ 25.616,93 TOTAL: R$ 1.157.577,36 O cotejo entre a presente planilha e a planilha elaborada a partir da certidão contida no Anexo I do ofício encaminhado junto às informações solicitadas para instruir o presente fei-

to (fl. 08 do voto) demonstra: a) haver o requerido recebido, indevidamente, a quantia de R$ 1.157.577,36 (um milhão, cento e cinquenta e sete mil, quinhentos e setenta e sete reais e trinta e seis centavos), do Tribunal de Justiça de Alagoas, sob as rubricas 214 e 215 (atualização até março de 2007); b) haver o requerido, como ordenador de despesas, percebido a importância de R$ 354.526,00 (trezentos e cinquenta e quatro mil e quinhentos e vinte e seis reais), do valor total recebido, indevidamente, sob as rubricas 214 e 215 (referência para atualização: nov/2004 a jan/2005). Conquanto se trate de verbas de natureza alimentar, deve o requerido proceder à devolução de R$ 354.526,00 (trezentos e cinquenta e quatro mil e quinhentos e vinte e seis reais), por ter sido o ordenador da despesa,

a qual revertera em benefício próprio. Pelos fundamentos desenvolvidos no item 1 do voto, a demonstração da irregularidade dos pagamentos desses valores, referentes a diferenças salariais amparadas por mero despacho administrativo, tornam indiscutíveis, simultaneamente, a lesão ao Erário e a culpa do ordenador de despesas. Não há que falar em prescrição, considerando o período no qual ocorrera o pagamento determinado pelo requerido, em proveito próprio, qual seja: novembro de 2004, dezembro de 2004 e janeiro de 2005 (e-CNJ: “DOC60, fl. 7, item 11). Mesmo se desconsiderada a data de instauração dos feitos originários do presente procedimento de controle administrativo, quais sejam: a Revisão Disciplinar nº 97 e a Sindicância nº 01, o presente procedimento de controle administrativo fora autuado em 03.10.2008 e, portanto, antes de completada a prescrição do direito de revisão dos atos administrativos autorizadores de despesas irregulares, emanados do próprio requerido. A instância para apuração da responsabilidade do requerido pelo restante do valor percebido indevidamente é, necessariamente, a instância judicial, inclusive por meio do ajuizamento de ação civil pública, a juízo do Ministério Público, respeitado o prazo prescricional (diferença entre R$ 1.157.577,36 e R$ 354.526,00). Acerca dos pagamentos de adicionais por serviço extraordinário, nenhuma informação há, nos autos e, tampouco, no Relatório de Fiscalização, sobre o montante pago por determinação do próprio requerido, em proveito próprio. Também não fora precisada a observância do prazo prescricional, considera-

da a data de instauração do primeiro processo administrativo autuado, no CNJ, para apurar os indícios de irregularidades envolvendo o Des. Washington Luiz Damasceno de Freitas (Revisão Disciplinar nº 97). Também os valores excedentes ao teto constitucional, apontados no Relatório, não podem ser integralmente exigidos do requerido, considerado o período do levantamento feito pelo TCU, em colaboração com este Conselho. Como se depreende da leitura do item 2.14.1, fora analisada a base de dados relativa às remunerações dos magistrados alagoanos no período de janeiro de 1995 a dezembro de 2006 (vide: e-CNJ: “DOC 43, fl. 92). A Resolução/CNJ nº 13, que dispõe sobre a aplicação do teto remuneratório constitucional e do subsídio mensal dos membros da magistratura fora expedida em 21.03.2006 e, à luz do entendimento consolidado por este Colegiado, a devolução de eventuais diferenças remuneratórias apuradas, poderão ser exigidas, tão-somente, a partir da data de sua publicação oficial, no DJ, Seção 1, p. 145, ou seja, a partir de 30.03.2006 .Precedentes deste Conselho: PP 1069, Rel. Cons. Rui Stoco. 48.ª Sessão, j. 25.09.2007, DJU 15.10.2007; PCA 441, Rel. Cons. Joaquim Falcão. 13.ª Sessão Extraordinária, j. 05.06.2007, DJU 21.06.2007. À míngua de dados precisos sobre o valor excedente ao teto, recebido a partir de abril de 2006, bem como o valor percebido nos últimos cinco anos a título de horas extraordinárias, tais pagamentos não podem ser exigidos nesta instância administrativa, mas devem ser apurados e cobrados pelo próprio Tribunal de Justiça”.


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Silêncio da Mesa Diretora impede que servidores da ALE voltem ao trabalho

Sindicato da categoria entrou com ação contra cessão dos funcionários ao Estado e TJ atendeu MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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m 29 de agosto desse ano, o Tribunal de Justiça de Alagoas suspendeu liberação dos 98 servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) para outros setores, mas ainda esperam decisão da Justiça para voltarem ao órgão de origem. O pedido para suspender decisão foi feito pelo sindicato da categoria que teve ganho de causa. Por meio de uma portaria, a Mesa Diretora estabeleceu que esses servidores deveriam ser cedidos ao Executivo por não estarem sendo aproveitados na ALE. Em sua decisão, o desembargador James Magalhães entendeu que o ato administrativo caracteriza desvio de função. O magistrado afirmou que os servidores que exercem cargo de provimento efetivo possuem direito de nele permanecer. E disse ainda que, de acordo com a lei, somente quando houver explicita necessidade da administração pública é que se deve adotar procedimento de redistribuição dos servidores.

Luciano Vieira apela para que decisão de James Magalhães seja colocada em prática; Diogenes Tenório se diz satisfeito com os servidores

Pelo entendimento do TJ, ceder os servidores desta forma caracteriza impropriedade, já que a Assembleia Legislativa de Alagoas não informou quais atividades seriam desempenhadas, configurando aparente desvio de função. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas, Luciano Vieira, há cerca de duas semanas o Estado foi notificado, mas não se manifestou sobre o assunto. Diante do impasse, os atingidos pela

medida ficam inseguros com a situação e por isso continuam trabalhando nas secretarias até a decisão final. O sindicalista disse ainda que o segundo passo é a ALE ser intimada. Enquanto isso, os servidores apelam para que o judiciário agilize o processo e assim possam retornar ao Legislativo. “O sindicato e os servidores tiveram uma grande vitória com essa decisão, mas falta ainda a conclusão do ato para ficarmos mais tranquilos”, afir-

mou Vieira ao acrescentar que a regularização da ação só se faz quando sair à notificação. Já o secretário de Estado da Defesa Social, Diógenes Tenório de Albuquerque, esclareceu que os servidores cedidos ao órgão vieram através de expediente e como não chegou qualquer notificação não poderá devolvê-los. “Aqui eles são tratados dignamente. Estamos satisfeitos com eles e eles com a secretaria. Mas quando pedirem de volta, somos obrigado a devolver”, disse o secretário.

O CASO Em maio desse ano, a ALE firmou, oficialmente, um convênio com o Estado de Alagoas, com a finalidade de cooperar com uma cessão de servidores administrativos da Casa de Tavares Bastos ao Poder Executivo. Vale ressaltar que a cessão aconteceu em meio a denúncias de irregularidades na folha de pagamento da Assembleia Legislativa, alvo de investigação do MPE/AL.


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PAU MANDADO

Ex-presidente do PEN que fez acusações contra Renan trabalha para Arthur Lira Gerson Guarines foi nomeado secretário parlamentar do filho de Benedito de Lira, em Brasília, com vencimentos de mais de R$ 2 mil DA REDAÇÃO

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candidato a governador de Alagoas Benedito de Lira (PP) em seu programa eleitoral de rádio usou uma declaração registrada em cartório pelo ex-presidente do Partido Ecológico Nacional (PEN), Gerson Guarines, no qual alega ter deixado o partido porque estava sendo pressionado para apoiar Renan Filho (PMDB). O que de fato ele se esqueceu de mencionar é que, quatro dias após sair do partido, foi contratado pelo filho do Benedito de Lira, Arthur Lira (PP) para atuar em seu gabinete em Brasília, como secretário parlamentar do deputado, recebendo R$ 2.095,00, embora o que se sabe é que ele não dá um dia de trabalho e que apenas foi colocado lá para ser usado pela campanha do senador pepista para atacar a coligação adversária. O EXTRA teve acesso ao Diário Oficial da União, no qual consta o nome de Gerson Guarines como secretário de Arthur Lira. A confirmação está na Portaria de número 2.806 das disposições da Diretoria da Coordenação de Secretariado Parlamentar, com data de 13 de maio de 2014. Esse fato chegou ao co-

nhecimento da mídia, após Benedito de Lira utilizar a declaração feita por Gerson Guarines ao cartório eleitoral. Nela, Guarines alega que sua saída do PEN foi motivada pelas pressões políticas e econômicas exercidas pelo senador Renan Calheiros, que o estaria substituindo como cabeça de chapa do partido pelo candidato atual Coronel Goulart, que teria aceitado ser “laranja” para a chapa de Renan Filho. Tendo o nome envolvido no caso, o EXTRA entrou em contato com o candidato ao governo pelo PEN, Coronel Goulart, que se manifestou sobre o fato: “Não conheço esse Guarines para ele usar meu nome de forma mentirosa. Não tive nenhuma negociata com o senador Renan Calheiros. A escolha do meu nome partiu do presidente do partido, que convidou os militares para formarem a chapa. O que sei e vejo no horário eleitoral é Mário Agra (PSOL) e Júlio Cezar (PSDB) que já foi locutor do senador Benedito de Lira, sendo usados como laranjas por ele (Biu), com acusações contra o candidato do PMDB”. Em seu documento, Guarines assegurou que outros partidos, a exemplo do PPL

Contratado em maio para o gabinete de Arthur Lira, Guarines diz não trabalhar mais com o parlamentar e tenta se esquivar das denúncias que fez contra Renan Calheiros

também estariam sendo usados por Renan como laranjas na eleição, e afirma que o presidente em Alagoas do Partido da Pátria Livre, Sérgio Cabral, teria sido destituído do cargo por não ter aceito as condições dadas pelo presidente do Senado. Sérgio Cabral se mani-

festou sobre o caso através de um site de notícias e desmentiu Guarines. “Surpreso pelo envolvimento do meu nome nas denúncias do Senhor Gerson Guarines, quero dizer que não fui destituído da presidência do PPL- Alagoas e que meu passado responde por si qualquer ilação quanto à independência na condução política do PPL em Alagoas. Luto por um País livre e não vou desistir”. GUARINES NEGA O EXTRA entrou em con-

tato com Gerson Guarines, que negou estar à serviço de Arthur Lira e Benedito Lira. Segundo ele, a informação foi requentada pela imprensa com o intuito de gerar confusão, pois teria feito essa denúncia na justiça antes das convenções partidárias. Mas o registro da declaração feita por ele à justiça eleitoral com a denúncia é datado do dia 26 de agosto, o que pode se configurar em prova, ao meno de fortes indícios, de que ele estaria a serviço dos Lira, já que o mesmo confirmou votar em Benedito de Lira, apesar de dizer que votará no menos ruim. Guarines informou também que não trabalha mais no gabinete de Arthur Lira e afirmou que o candidato Coronel Goulart é um fichasuja, que não merece a confiança de ninguém.


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REVOLTA

Médico diz que morte do filho no HGE foi negligência médica Paulo Oliveira afirma que vai processar o Estado; formando em Direito, Hélio Oliveira tinha 28 anos e morreu devido à demora no atendimento pela unidade GEOVAN BENJOINO benjoinogeovanjornalista@hotmail.com

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médico clínico geral Paulo Oliveira disse que está contratando um advogado para processar o Estado por ter negligenciado assistência médica levando à morte o seu filho, o sociólogo, formando em Direito e estagiário da Advocacia Geral da União (AGU) Hélio Oliveira, de 28 anos, que foi levado recentemente ao Hospital Geral do Estado (HGE), com problemas cardíacos. “Sei que o meu filho não volta mais ao nosso convívio físico, mas eu não devo me omitir diante do descaso que o levou à morte”, disse emocionado e indignado Paulo Oliveira, que trabalha no Estado há mais de 30 anos. “Sou médico concursado. Há mais de três décadas que eu me dedico ao Estado e no momento que eu precisei dele para salvar a vida do meu filho, esse direito me foi negado. Isso dói fundo na alma e no espírito”, enfatiza. De acordo com Paulo Oliveira, a negligência médica começou no Ambulatório 24 horas Noélia Lessa, no bairro Levada, em Maceió, quando

o filho (que morava nas proximidades) foi conduzido até a referida unidade de saúde, cujo médico plantonista estava ausente. Após duas horas e trinta minutos de espera, apareceu uma enfermeira falando que precisava de um médico para preencher o encaminhamento do formando em Direito, mas que no momento o Ambulatório não dispunha. “Foi quando eu me apresentei como médico me propondo a preencher o encaminhamento, mas ela me disse que era impossível”, ressalta Paulo Oliveira. A enfermeira revelou que a assistente social poderia fazer o procedimento, mas também estava ausente. Em seguida, a profissional de enfermagem retirou-se do local. Ao presenciar o fato, o segurança disse que liberaria a ambulância para transferir Hélio Oliveira para o HGE. Ao chegar ao Hospital Geral, e realizada duas triagens, Hélio Oliveira recebeu a pulseira amarela (indicando que seu estado de saúde era grave) e foi encaminhado ao setor cardíaco. Lá, o formando em Direito permaneceu aproxidamente

Clínico geral, Paulo Oliveira (à direita) afirma que também foi vítima de racismo velado no HGE

duas horas e trinta minutos aguardando a requisição para realização de Raios-X e coleta de sangue, segundo Paulo Oliveira. Realizados os dois exames, o cardiologista do HGE prescreveu “Digoxina” e “Furosemida” e em seguida liberou Hélio Oliveira. Dois dias após a liberação, que não deveria ter acontecido, o sociólogo foi reconduzido ao HGE em estado de saúde gravíssimo. Ao chegar à portaria do Hospital Geral o serviço de segurança tentou impedir a entrada do jovem, exigindo a ficha de triagem, gerando rápida discussão com o médico Paulo Oliveira, que, desesperado tentou agilizar o atendimento para o filho. Depois de alguns minutos, Hélio Oliveira foi para levado o interior do HGE. Horas após, um médico revelou o falecimento do jovem Hélio Oliveira, víti-

ma de uma parada cardíaca provocada pela demora no atendimento, admitida pelo médico do HGE. “Isso é revoltante. Eu não vou me conformar nunca. O mesmo Estado que revela que a morte do meu filho foi causada pela demora, é o mesmo que negligencia o atendimento médico”, ressalta Paulo Oliveira, invocando a Constituição Federal, que em seu artigo 196, afirma que “Saúde é direito de todos e dever do Estado”, e o seu acesso é universal e igualitário, O médico destaca ainda o artigo 37 da Carta Magna, que, entre outras funções, ressalta os princípios da impessoalidade e eficiência no serviço público de qualquer esfera, o que não aconteceu no caso que vitimou o jovem. RACISMO VELADO Paulo Oliveira, além de

ter perdido o filho, também sofreu racismo velado. O médico confidenciou que, tanto no Ambulatório 24 horas Noélia Rosa como no HGE, foi vítima de racismo disfarçado ao se apresentar como médico tentando desesperadamente ajudar o seu filho numa situação emergencial. Os servidores do Estado o trataram com desdém. “Em algumas ocasiões eu me apresentei como médico não para exigir tratamento privilegiado, mas igualdade de direitos, como qualquer outro cidadão brasileiro, que paga os seus impostos e que na realidade, é quem sustenta esse país”, ressalta. “Se o HGE recebesse o filho do governador, de um senador da República ou de um deputado, trataria da mesma forma que tratou o meu filho?”, pergunta indignado Paulo Oliveira.


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ENTREVISTA

BENEDITO DE LIRA: “Alagoas não Candidato ao governo diz que acusações contra o filho, Arthur Lira, é feito pela “política pequena” JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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egundo colocado na corrida ao governo do Estado, o senador Benedito de Lira (PP), o Biu, fala em entrevista ao jornal EXTRA sobre seus projetos para Alagoas, caso seja eleito, das polêmicas envolvendo seu filho, o deputado federal Arthur Lira, sobre gastos milionários de campanha e outros temas. Leia na íntegra a entrevista com Biu: EXTRA - Qual o principal problema de Alagoas e como resolver? Benedito de Lira – Alagoas é o melhor pedaço do Nordeste, lindo, cheio de belezas naturais e potencialidades, mas que não oferece as oportunidades que deveria ao nosso povo. Vou dinamizar Alagoas. E isso nós vamos fazer priorizando as áreas da educação, da segurança, da saúde e a geração de emprego e renda. Educação será prioridade do meu governo porque tenho uma história muito ligada à Educação. Vim de origem humilde em Junqueiro e passei por muitas dificuldades para poder realizar meu sonho de estudar e me tornar advogado. Foi a educação que mudou minha vida. Por isso, vou priorizar as escolas em tempo integral, e também a informatização. No horário depois da aula, vamos também inserir música, cultura, esporte e lazer na vida de crianças e jovens alagoanos. Queremos também investir em educação técnica para a juventude se profissionalizar e atender a demanda por mão de obra qualificada, pois vamos trazer para Alagoas novas indústrias, incentivando o turismo, desenvolvendo a agricultura, entre outros setores. Tenho certeza de que com a expansão da educação de qualidade, realizada por profissionais dedicados, vamos contribuir muito com a redução dos índices de criminalidade em nosso estado. EXTRA - A segurança pú-

“Eu não crio problemas, eu os resolvo. Eu não tenho discurso decorado para campanha, eu falo do que já fiz ao longo da minha carreira, pois tenho experiência, tenho o que contar”

blica é outro aspecto negativo crônico em Alagoas. Como combater esse câncer social? Benedito de Lira – Tenho dito e repetido: vamos inverter a ordem que existe hoje nas ruas, para que o cidadão recupere confiança e o bandido seja isolado. A segurança em Alagoas atingiu os piores patamares do país e não é possível continuar achando que o crime compensa. Temos que fortalecer a inteligência policial-militar e integrar todos os órgãos de segurança, Polícia Civil, Militar, guardas municipais, sistema penitenciário e Corpo de Bombeiros. Tudo isso contando com o apoio do governo federal, não só com a Força Nacional, mas com um plano global de paz no país. Além disso, temos que combater, como estratégia, o crime organizado, fortalecendo instituições como o Conselho de Segurança, o GECOC, a 17ª Vara e outras iniciativas. Sou um candidato que não responde a nenhum processo. Assim, não tenho nenhum compromisso com a criminalidade, com a corrupção, nem vou ter. Para isso, claro, teremos que mudar as formas gastas de combate ao crime, aumentar o efetivo repressivo e de polícia técnica, implantar uma po-

lítica salarial compatível e garantir as condições de trabalho para a polícia. Precisamos desmanchar os ninhos de traficantes, que desovam filhotes para um comércio criminoso de drogas, que destroem famílias, homens, jovens, crianças, e criam verdadeiros enclaves sem lei, onde impera a violência mais brutal. A repressão não pode ser cega, mas dispor de inteligência, pois se atingirmos os cabeças neutralizaremos os peixes pequenos. As polícias têm que proteger os cidadãos e cidadãs, e conquistar seu apoio nos bairros. Não é normal, repito, o cidadão ter que ficar preso em casa, com medo de sair às ruas. Quem tem que estar preso é o bandido. Mas, claro, não basta investir só na repressão, por isso no meu governo a educação será prioridade. E vamos ter um cuidado especial com os jovens, para que não se repita a cena vergonhosa de ficarem enjaulados, como denunciou o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, quando esteve em Maceió. Precisamos prevenir, com educação, trabalho e esporte para a juventude. E recuperar, para que não voltem às ruas e se transformem em ameaça permanente à sociedade. As escolas

técnicas darão oportunidade aos adolescentes para se capacitarem e conquistarem vagas de empregos, que também irão crescer no meu governo. EXTRA - Como o senhor avalia a saúde de Alagoas e qual seu projeto para a pasta? Benedito de Lira - A saúde de Alagoas precisa, em primeiro lugar, de administração, aproveitar cada centavo para cuidar das pessoas, sem nenhum desperdício. O governador tem que acompanhar pessoalmente os programas e ações, pois se trata da defesa da vida. Aí, temos que descentralizar, para que o atendimento de base seja feito nos bairros e nos municípios. Depois, teremos centros regionais de média complexidade, para que só os casos mais graves, que necessitem de atendimento especializado, de alta complexidade, cheguem a Maceió e Arapiraca, por exemplo. Nossa meta é ser referência em saúde no país. Daremos, também, atenção preventiva a crianças, adolescentes, idosos, mulheres, homens, gestantes e pessoas com deficiências, inclusive através de convênios com entidades filantrópicas. Temos que dinamizar o Programa Saúde da Família, além de colocar em fun-

cionamento unidades móveis, para atender em bairros. Junto com os prefeitos, vamos encontrar uma solução para o financiamento das UPAS e construir as que não saíram do papel. Ampliaremos os leitos, aproveitando a capacidade instalada, construindo novos hospitais e reformando os já existentes. Não teremos nenhuma dificuldade para trabalhar, também, com a rede privada de saúde. E vou controlar pessoalmente para que não faltem medicamentos. Isso sem contar o projeto de construir o Hospital da Mulher. Tudo isso será acompanhado de diálogo e uma política de valorização salarial para os profissionais da saúde, o que implica a contratação, principalmente, de mais médicos e enfermeiros. EXTRA – O senhor tem um plano de governo. Caso eleito, quais suas principais metas? Benedito de Lira - Temos uma plataforma de governo que está sendo amplamente debatida com prefeitos, Câmaras de Vereadores, bancadas de deputados estaduais e federais e com organizações empresariais, sociais e sindicais. Também vou abrir o Palácio de Governo e as secretarias para a sociedade e dar a vitalidade e o dinamismo de


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o merece mais ser enganada” uma gestão popular. Não quero um plano para ilustrar prateleira. Depois de selecionados os programas, projetos e ações, eles passarão a fazer parte do Plano Plurianual. Vou fazer um governo responsável, sem desperdícios. Não podemos perder trabalhos positivos como os que foram realizados pela Secretaria de Infraestrutura, por exemplo. Por isso, concluiremos as obras, programas, projetos e ações importantes que estão em desenvolvimento, inclusive aproveitando todo o pessoal possível, já capacitado para a atividade. Mas é preciso também mudar o que está devagar ou não está dando certo. Vou trabalhar para levar desenvolvimento ao interior, porque é preciso descentralizar a renda, hoje concentrada na capital. Vamos criar polos de desenvolvimento regional, vamos potencializar o turismo, utilizar aquela maravilha que é o Canal do Sertão como ele precisa ser usado, levando água para beber e irrigar as terras dos agricultores para produzir alimentos. EXTRA – O senhor estipulou gastos de milhões durante a campanha. O senhor é a favor desses gastos, inclusive em outras candidaturas, sendo Alagoas um dos estados mais pobres da federação? Benedito de Lira – O orçamento informado previamente ao TRE é apenas uma estimativa, não representa necessariamente o que será gasto. Estamos fazendo uma campanha franciscana, sem desperdícios, mas seria hipócrita dizer que as campanhas são baratas hoje no Brasil. Não é só em Alagoas, é em todo o país. Somente os gastos com comunicação e assessoria jurídica já somam milhões. Essa é a realidade em todo o país. EXTRA – O senhor foi prefeito, vereador, deputado, portanto sabe das dificuldades financeiras enfrentas pelos municípios. Como governador é possível sanar o caos social nas regiões periféricas do interior? Benedito de Lira – Como governador vou apoiar os municípios de forma permanente, para que o desenvolvimento alcance todas as regiões de Alagoas. Eu não quero sa-

ber de que partidos são os prefeitos, se votaram ou deixaramo de votar em mim. No meu governo, Alagoas será um estado só, unido pelo desenvolvimento. Não vou permitir que nenhum hospital feche as portas por falta de recursos e vou levar educação em tempo integral para todas as escolas. Além disso, vamos criar escolas técnicas em todas as regiões, desenvolver o turismo e interiorizar a industrialização, gerando emprego e renda do litoral ao Sertão de Alagoas. O governo tem que cobrar as responsabilidades dos municípios, mas também tem que estar presente, tratando todos de forma isonômica e garantindo os meios para que as regiões cresçam e se desenvolvam independentes da capital. EXTRA - Muito tem se falado que os partidos menores estariam sendo utilizados como “laranjas” para atacar “A” ou “B”. Como o senhor avalia essas colocações? Benedito de Lira - Não cabe a mim falar sobre outras candidaturas, não importa se são duas, três ou dez. Tenho que me preocupar com a minha campanha e como as pessoas estão recebendo meu trabalho. Acho que por isso fui o senador mais votado de Alagoas na última eleição, porque minha principal preocupação sempre foi com as pessoas. Elas sentem os resultados dos meus serviços e retribuem com apoio à minha campanha para governador. Se há laranjas é porque alguém os contrata para fraudar a eleição. Esse nunca foi o meu caso. Ganho eleição pedindo voto, mostrando meu trabalho. EXTRA – O setor sucroalcooleiro representou há décadas uma fatia importante na economia alagoana e hoje está em crise. O senhor pretende ajudar a reverter esse quadro? Como? Benedito de Lira – O meu governo vai desenvolver e fortalecer a agricultura familiar em Alagoas, reciclando e profissionalizando a mão de obra, além de atrair novas indústrias e criar polos regionais de desenvolvimento. Vou dinamizar a economia alagoana, descentralizando o PIB, que hoje está concentrado na capital. Com relação

à agroindústria sucroalcooleira, será criado um grupo de trabalho multiparticipativo, que estude e pesquise objetivamente a situação atualmente vivenciada por esta atividade econômica, com foco no estado de Alagoas, cada vez mais prejudicado pela indefinição de uma política nacional, que está resultando na estagnação e diminuição do setor. Há propostas de transformar o setor em sucroenergético, de aproveitar melhor a produção do etanol, combustível renovável cobiçado em todo o mundo. Vamos estudar as várias hipóteses, porque o governo do Estado não pode fingir que o problema não existe. Mas ao mesmo tempo, vamos dinamizar a economia, para que esta crise não impeça a geração de emprego e renda para os alagoanos. Outro setor que tem grande espaço para se desenvolver com a mão de obra do setor sucroalcooleiro é a piscicultura, principalmente com a utilização do Canal do Sertão, no trecho que já está em operação, para, além de abastecimento para consumo humano, servir para irrigação das atividades econômicas da agricultura, pecuária e piscicultura, criando e implantando polos de irrigação e piscicultura. Ações como essas resultarão no fortalecimento da economia, geração de emprego e renda, fortalecimento da receita própria e melhoria da prestação dos serviços públicos. EXTRA – O vice-candidato ao governo na sua chapa é Alexandre Toledo, que foi secretário de Saúde na gestão Vilela. Muito tem se falado da continuidade na forma tucana de fazer política com seu grupo sagrando-se vencedor. O senhor representa o continuísmo? Benedito de Lira – O PSDB tem candidato, vou continuar o quê? Alagoas não merece ser mais enganada. Todo mundo sabe que existe uma grande diferença entre indicar um gestor e controlar sua administração. Quem disser o contrário está tentando enganar o povo. Nunca houve ingerência minha nas decisões das pastas para as quais indiquei gestores. Eu nunca tive a caneta na mão para decidir o que seria feito ou não no governo. Por-

que quando eu tiver, quando eu for governador, os secretários que não cumprirem o plano de governo não vão permanecer nos seus cargos. No caso do Alexandre, ele mesmo pediu para deixar o cargo quando percebeu que as decisões para fazer o que precisava ser feito pela Saúde estavam acima dele e não eram tomadas. Quero ser candidato para melhorar Alagoas, porque estou preparado para isso. Sempre assumi e cumpri meus compromissos. O povo, que conhece a minha trajetória de vida, sabe disso, e grita nas ruas “Biu Governador”, “Biu, você tem o meu apoio”, “Biu, você tem meu voto”, “Biu resolve”. Isso é confiança em um trabalho sem manchas, ficha limpa. Onde vou tenho sido bem recebido e fico feliz de receber o agradecimento pelo resultado de minha dedicação para superar crises. O que fiz como vereador, deputado estadual e federal e como senador é reconhecido pelas pessoas, tanto na capital como no interior. No meu governo, vou melhorar educação, saúde, segurança. Vou gerar emprego. Estou preparado para começar a trabalhar muito antes de tomar posse. Mas uma coisa quero deixar claro: não vou abandonar nenhuma obra iniciada que contribua para o desenvolvimento de Alagoas. EXTRA – O seu principal oponente lidera as pesquisas com ampla vantagem, segundo a última pesquisa. O senhor acredita numa reviravolta nessa reta final? Benedito de Lira – Os números apresentados pelas pesquisas já eram esperados, mas já houve mudança no comportamento do eleitor após o início do guia eleitoral de rádio e TV, pois a população está tendo a oportunidade de realmente conhecer os candidatos e seu histórico de trabalho, fazendo as devidas comparações e escolhendo de fato o seu futuro governante. Agora o povo pode ver quem apenas fala e quem já fez e continua fazendo. Nas ruas, já faz tempo que sentimos a evolução desse cenário, com o apoio maciço da população em caminhadas e carreatas, tanto na capital como no interior do estado. É nas ruas que vejo o resultado do

meu trabalho ao longo de mais de 50 anos, vejo o reconhecimento da população. Esta será a eleição do povo, vamos ganhar a eleição com a força do povo alagoano. EXTRA – Seu filho Arthur Lira, que é deputado federal, é acusado de uma série de ilícitos. O senhor acredita que isso tem prejudicado seu desempenho eleitoral? Benedito de Lira – São acusações da política pequena. Para começar, não existe prejuízo. Primeiro, porque Arthur é um candidato legítimo, com atuação reconhecida como deputado federal. Depois, porque o que o povo reconhece nas ruas é o meu trabalho, o que fiz ao longo da minha vida pessoal e política. Como senador, assim como deputado e como vereador, sempre pautei minhas ações para melhorar a vida dos alagoanos, principalmente daqueles que mais precisam. Sou ficha limpa. Não respondo a nenhum processo. De Brasília, trouxe mais de R$ 1 bilhão de recursos para o governo e para os municípios. Até os meus adversários reconhecem isso. Contribui para melhorar a mobilidade urbana na capital, quando trouxe recursos para implantar o VLT, que hoje vai do Centro a Rio Largo, além de estar lutando por recursos para o VLT da Fernandes Lima, que irá do aeroporto ao shopping Maceió, passando pela UFAL. Ajudei a construir milhares de casas em Alagoas, mudando a vida de famílias de todas as regiões. Trouxe para Alagoas também recursos para diversas obras de saneamento, inclusive em Maceió, onde a região do Vergel foi amplamente atendida, reduzindo a poluição na Lagoa Mundaú. Quando fui presidente da Assembleia e da Câmara de Maceió, criei Planos de Cargos e Salários para os servidores, porque nenhum órgão público funciona sem servidores motivados. Também ajudei a fundar escolas, hospitais, e desenvolvi projetos para trazer desenvolvimento e melhorar a vida de homens, mulheres, pessoas com deficiências, crianças, idosos e jovens de todas as regiões, idades e segmentos da sociedade.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

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Uma Santa Casa Alagoas do bem penhoradamente agradece. A Santa Casa de Maceió foi destaque nacional pelo consagrado mérito de estar entre as quatro melhores empresas do país no setor de saúde. O fator auto sustentabilidade foi fundamental para a escolha. Enquanto praticamente todas as Santas Casas do país passam por sérios problemas de gestão, mesmo no Rio de Janeiro e São Paulo, algumas chegando a fechar, aqui a coisa é diferente. Emissoras de televisão, rádios e várias revistas especializadas deram destaque a situação de gestão competente da Santa Casa de Maceió, que inclusive presta um relevante serviço de atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde, mesmo com uma tabela criminosa mantida pelo governo federal. A gestão eficiente do provedor Humberto Gomes de Melo e sua competente equipe orgulha Alagoas e dá exemplo ao Brasil.

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Para refletir:

É irrecuperável se ela tiver outro mandato, deixando o país à beira da falência, já em recessão. (Jornalista Hélio Fernandes sobre a presidente Dilma)

Faltam propostas, sobram insultos

esta campanha assisti apenas o primeiro dia do Guia Eleitoral. Nenhum dos programas me agradou e decidi daí por diante optar por um bom filme, uma leitura ou mesmo “brincar de vovô” (que para mim hoje é a ocupação mais prazerosa). No entanto, tenho lido diariamente que a cada dia os programas dos candidatos majoritários estão descambando para a agressividade, as acusações escabrosas e as denúncias de mazelas lado a lado. Ouvia esta semana de um qualificado eleitor: “Não tenho candidato a nada e pelo que estou vendo vou chegar ao dia da eleição assim se depender do que estou vendo e assistindo”. E ouvia também de um eleitor menos esclarecido: “Já vendemos os votos lá de casa a dois candidatos e não vamos votar em nenhum deles, o senhor tem algum de sua preferencia?”. Fiquei a imaginar: como podemos mudar qualquer coisa com essas práticas e esses métodos? Como mudar com uma Justiça Eleitoral inerte e de olhos vedados aos “cadastros eleitorais de compra”, escancarados em todos os recantos da capital e do interior? É Brasil...é Alagoas infelizmente. Sei que os principais candidatos ao Governo têm boas propostas para apresentar ao eleitor, até porque tenho publicado aqui na coluna no espaço “A palavra dos candidatos”, textos propositivos de cada um deles nos quais o leitor pode observar as promessas e os planos de cada um. Por que então deixar de lado um programa que convença o eleitor pelo conteúdo positivo e optar para verdadeiras agressões às famílias que são obrigadas a retirar do recinto seus filhos para que não vejam a reciprocidade de lama e mutuas acusações de corrupção, desvios de conduta e até crimes?

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A PALAVRA DOS CANDIDATOS

Delação de bandidos Não tenho a menor intensão de defender ou acusar qualquer dos nomes citados na imprensa nacional por conta do acordo de deleção premiada do diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, mas para mim é um instituto que não merece qualquer credibilidade, principalmente porque o “acordo” é feito com bandidos presos por práticas criminosas em busca da diminuição de suas penas. É tão vantajoso que agora o doleiro Alberto Youssef também quer “negociar” sua própria delação. Um Ministério Público à procura de fatos novos e surpreendentes, para investigações inconsistentes dá chance de bandidos presos citarem nomes e suas declarações viram provas reais, o que é um absurdo jurídico. A Polícia Federal e o MP têm que buscar provas, documentos e fatos que possam apontar e condenar os envolvidos. Mas delação premiada de bandidos é muita fantasia. Faço minhas as palavras do jornalista Alberto Dines, do “Observatório da Imprensa”, sobre o assunto: ”Com o grosseiro compartilhamento de informações desprovido de qualquer complemento investigativo, a fina flor da nossa mídia atrelou-se a um modus operandi que em seminários e ágapes corporativos geralmente desaprova. Nivelou-se por baixo sem constrangimento e sem vacilações. O pool formado a reboque da revista Veja confirma uma vocação concentradora de nossa imprensa incompatível com o conceito de pluralismo e justifica as cruzadas xiitas contra o PIG, Partido da Imprensa Golpista”.

Arnaldo Costa Nesta quinta feira fui ao Parque das Flores enterrar mais um amigo, desses que estarão sempre guardados no coração. Conheci Arnaldo Costa na década de 70 quando sua talentosa agencia de publicidade “Publicar” estava no topo das poucas que aqui existiam. Estreitamos nosso convívio no governo Guilherme Palmeira, para o qual trabalhou com grande competência. Era um versátil: locutor esportivo dos melhores, com uma mente criativa privilegiada, moderno empreendedor nas comunicações e um amigo para você contar a qualquer hora. Pai exemplar, marido dedicado e cidadão que deixa como legado a ética profissional e o exemplo de honestidade. Muitos anos depois o destino me fez encontrar sua filha, a psicóloga Kátia Costa, com a qual trabalho há quatro anos em um vitorioso projeto de capacitação de servidores públicos. Saudades do amigo querido e o prazer em continuar nossa amizade através de sua querida a respeitada filha, uma cópia sua muito bem feita.

BENEDITO DE LIRA O nome Benedito de Lira está muito associado à mobilidade urbana. Do volume de 1 bilhão e 793 milhões de reais que conseguiu aprovar por meio de emendas parlamentares, a maior parte se destinou às obras de infraestrutura das cidades. Só no VLT (veículo leve sobre trilhos) foram investidos 200 milhões de reais para restabelecer o trem de passageiros de Maceió para Rio Largo. O VLT transporta cerca de 200 mil pessoas por mês, cobrando tarifa social de 50 centavos. É preciso investir na mobilidade urbana das grandes cidades. No Governo de Benedito de Lira será duplicada a rodovia Palmeira dos Indios/Arapiraca e de Arapiraca ao entroncamento com a BR-101. Em Maceió será construída a avenida Lagunar desde Bebedouro até o Pontal da Barra. Os veículos que circulam no entorno da lagoa de Mundaú ganharão uma avenida contorno que desafogará bastante o centro de Maceió e o VLT vai se estender ao aeroporto dos Palmares. Benedito de Lira cuidará também da avenida Fernandes Lima, duplicada há 50 anos. É preciso uma nova expansão e o projeto será licitado logo no primeiro ano do governo. JÚLIO CEZAR O que fazer em uma eleição em que você olha para um lado, para o outro, e não vê diferença entre os candidatos? Ou o eleitor compra os sonhos vendidos pelo candidato de rosto novo, mas que representa a velha política ou a opção seria eleger um candidato tradicional, que acumula quase 40 anos no poder, mas ninguém lembra de seus serviços prestados. Eu, Júlio Cezar encarei, em agosto, o desafio proposto pelo PSDB para disputar o governo. Sem sobrenome político ou importante, me apresento como terceira via de um pleito que estava carente de alternativas, carente de esperança, precisando de alguém que representasse o novo de verdade. Sou mais um Silva, conheço bem as dificuldades que a maioria dos alagoanos enfrentam. Sabe porquê? Sou filho de feirante e um vendedor de cachorro quente. Para vencer e chegar a universidade tive que lutar muito. Só alguém do povo para saber o que nós queremos. Carrego comigo o desejo de trabalhar pelos que precisam, para que os jovens não tenham seus sonhos interrompidos, que os alagoanos tenham mais oportunidade e possam viver com dignidade RENAN FILHO “Caro Pedro, volto a falar em pontos sobre a questão social que fazem parte de nosso programa de governo, afinal são alarmantes os números de Alagoas nesse segmento. Não podemos esquecer que nosso Estado tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País, segundo pesquisa das Nações Unidas. Além do programa ‘Alagoas sem Miséria’, que já falamos aqui e volto a reforçar como meta de acabar com a pobreza extrema até 2017 (data na qual Alagoas completa 200 anos de emancipação), proponho também a ‘Agenda Família’, pelo qual nosso governo se propõe a distribuir centenas de agentes por todas as regiões do Estado para realizar o indispensável serviço de cadastramento das famílias que vivem em áreas de risco. Sem um levantamento detalhado desse universo não teremos como construir programas mais eficazes e definir metas mais precisas, desde o número de residências populares que precisam ser construídas em cada área, como a localização e vagas para novas escolas e até o número mais adequado para novos restaurantes populares, por exemplo. Precisamos planejar mais, detalhar mais, ser muito mais rigoroso na definição e na cobrança das metas e dos objetivos governamentais.”


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ARTIGOS

O poder das palavras CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor membro da Academia Maceioense de Letras.

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s programas eleitorais são inevitáveis torturas. Mesmo assim pensando, imponho-me assisti-los com o fito de exercitar a crítica que me levará ao voto consciente. Divirto-me às vezes com as diatribes dos candidatos, aqueles que sei estarem mentindo, ou com outros singularmente histriônicos, seja no falar ou no gesticular. Movido por esse espírito crítico, dediquei-me, desde segunda-feira a assistir as entrevistas de três candidatos a governador à TV-Pajuçara. Ainda não assisti aos demais, porquanto o prazo para fechamento do jornal não permite maior dilação. Assim, esta crônica tem como mote as entrevistas dos três primeiros

candidatos. RENAN FILHO (08/09) – a despeito de ser jovem bem articulado não consegue, ao meu ver, transmitir segurança no que afirma. Peca por exacerbado narcisismo adolescente, parecendo esperar aplausos a cada fala sua, que certamente considera genial. Não o é, findando por produzir um discurso vazio, sem profundidade alguma. Confrontado com o fato de que empresa enrolada no mais recente escândalo da Petrobrás houvera contribuído para sua campanha, não conseguiu superar o lugar comum do uma coisa nada tem a ver com a outra. Fico a imaginar se lhe tivessem, os jornalistas, indagado sobre o interesse de tal empresa em financiar campanha política em Alagoas, Estado onde ela não existe. A mesma velha prática usou quando inquirido sobre a inclusão do nome de seu ilustre pai em malfeitos da Petrobrás: seriam apenas alegações de um preso, sem provas, e que, ao final, serão desconstituídas. No plano dos feitos e do que vai fazer, revelou com evidente vibração, ter construí-

do um centro hospitalar e um centro profissionalizante, obras que parecem ter preenchido todos os seus oito anos como prefeito de Murici, reduto familiar. Eleito, expandirá a ideia do centro hospitalar, construindo mais dois em regiões do Estado. Resolver os prementes problemas de Alagoas? Disse confiar no seu “papo”, que considera envolvente, para convencer o governo federal a investir aqui, assim como tem convencido, disse, o eleitorado. JULIO CESAR (09/09) – surpreendeu-me o candidato do PSDB solitário. Jovem também muito articulado, foi bastante objetivo, seja na crítica aos problemas do Estado, ou na proposta de realizações, caso chegue ao governo. Não enveredou pelo lugar comum de produzir promessas mirabolantes, bem como usou retórica mais “pé no chão”. Pena que lhe faltam apoios eleitoralmente significativos. BENEDITO (BIU) DE LIRA (10/09) – o experiente político consumiu três dos seus dez minutos a reagir às agressões que diz vir sofrendo

do adversário pemedebista. Nesse particular difícil é saber quem agride quem dentre os dois. Contraditoriamente, a revolta demonstrada pelo candidato pode ter calado no espírito do eleitor como sentimento sincero. Lembremo-nos que a média dos eleitores aprecia candidato agressivo. Quanto ao item propostas de governança, a sensação é que lhe faltam ideias inéditas, assim como também aos demais concorrentes. Ouvindo-os, parece que combinaram o discurso. Isso, porém, não é a falha principal das campanhas postas, mas a falta de sinceridade de alguns ao analisar as agruras sofridas pelos alagoanos, porquanto as soluções básicas serão as mesmas: aparelhar a segurança, a saúde e a educação. O que se pergunta ao BIIU e aos demais, é o que pretendem implementar de novo para o desenvolvimento do Estado. Bem, pelo andar da carruagem eleitoral, estamos fadados a votar no menos ruim. E aí a dificuldade final apresenta-se: quem é o felizardo?

O papel do prefeito A função do gestor municipal é trabalhar; nunca, jamais, movido pelo ódio, usar o poder para intimidar, ameaçar e agredir supostos desafetos GEOVAN BENJOINO benjoinogeovanjornalista@hotmail.com

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ual o papel do prefeito? Trabalhar, trabalhar e trabalhar. Prefeito é um gestor público e, como tal, é seu papel desenvolver projetos e programas e executar obras. Um prefeito que se preza nunca desiste de lutar para viabilizar políticas públicas efetivas que transformam de fato e de direito a vida de seus concidadãos. Prefeito não deve se desviar desse papel e se “emprenhar” pelos ouvidos estimulado por “assessores” que são iguais a ervas daninhas: só fazem mal. Mal à municipalidade, mal à sociedade, mal ao serviço público. Esses “assessores” são abutres, isto é, defensores do quanto pior melhor. Eles

adoram “carniça” e se deleitam quando o circo pega fogo. O “mau cheiro” da fofoca e da intriga é um “alimento” que os “assessores” adoram e se deliciam. Por isso, o prefeito deve se afastar dessa gente, se é que podemos denominá-los de gente, a não ser que o gestor municipal também adore “carniça”. Prefeito não deve se incomodar com críticas. Santo Agostinho enfatizou que a crítica corrige, a bajulação corrompe. É preciso sabedoria para discernir uma da outra. Prefeito que não admite contestação desconhece o princípio do contraditório previsto na Constituição Federal, que está no topo da pirâmide normativa brasileira. O contraditório não é a base da democracia, mas a própria democracia. Prefeito que usa o poder para intimidar, ameaçar, sufocar, agredir física e moralmente supostos desafetos, é um fraco, um covarde, pois além de ferir o princípio da igualdade, que também tem previsão constitucional, comete injustiça

inominável. O poder não é para subjugar, mas para promover o bem coletivo, independente de cor partidária ou de qualquer aspecto. Quando o prefeito se sentir caluniado, ele deve acionar a Justiça e legalmente postular a respectiva reparação de danos morais e materiais. Nunca, jamais usar a violência.Sentir comichão e perder o equilíbrio porque a imprensa registra os fatose a sociedade organizada se manifesta, não é postura de prefeito, que deve estar sempredisponível para servir à população. Prefeito não pode reclamar porque trabalha; pois não está fazendo mais do que sua obrigação. Para isso, foi eleito, é pago mensalmente, inclusive com direito a férias anuais, é assessorado por um batalhão de servidores, tem direito a passagens de avião, hotéis cinco estrelas, carro de luxo, motoristas, garçonete, office-boy entre outras mordomias. Prefeito não pode administrar o município como se fosse sua propriedade particular. Não! Terminantemente não!Pre-

feito não só deve satisfação, como tem obrigação constitucional de prestar contas à sociedade de cada centavo destinado ao município e de tudo que faz e deixa de fazer. Prefeitura não é fazenda, não é objeto pessoal nem tampouco instrumento de bravatas. O ser que exerce o cargo de prefeito e não admite uma análise isenta da imprensa e age com desequilíbrio, truculência, arrogância e vingança, pode ser tudo, menos prefeito. Está no lugar errado. O papel do prefeito não é vomitar ódio nem proferir asneiras. O papel do prefeito é trabalhar, fazer o bem e ser um instrumento do desenvolvimento e da justiça social. Prefeito tem que ser exemplo de equilíbrio, sensatez, justiça, honradez, civilidade, mansidão, simplicidade, competência e honestidade. O filósofo grego Sócrates, um dos mais sábios dos homens, afirmou que o pior dos castigos é a gente ser governada por gente pior do que a gente.


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ARTIGOS

Os indecisos e as pesquisas... JORGE MORAIS Jornalista

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estando pouco mais de duas semanas para o término do horário político gratuito no rádio e na televisão, muito ou pouco ainda poderá ser dito em relação a cooptação dos votos para as eleições de 5 de outubro. Quem apostava claramente que os programas ajudariam na conquista dos eleitores indecisos, acho que ainda não conseguiu se convencer disso. Esta semana fiz questão de assistir atentamente o que os candidatos ou programas traziam de promessas, propostas e projetos. Em relação ao que eles dizem, todos prometem muita coisa, falam de propostas interessantes e, às vezes, mirabolantes, repetindo o que já prometeram no passado, e, em relação aos projetos, alguns não saem do papel, e quando são colocados em prática, normalmente deixam dúvidas quanto a sua

origem ou originalidade. Não estou entre os indecisos, mas assistindo ao Guia Eleitoral, observei que, em alguns momentos, os programas dos candidatos poderiam ser mais explícitos quanto ao que precisa chegar à população. Quero deixar bem claro que os profissionais responsáveis pelos mesmos são bastante competentes, sabem disso, mas acredito que encontram ainda uma barreira muito grande entre o que já foi dito no passado e o que é preciso dizer e fazer em relação ao futuro. E nesse capítulo, todos fazem a mesma coisa. Como os candidatos Júlio César e Mário Agra, a luz dos números, não decolam, e a polarização entre Renan Filho e Biu de Lira ainda não saiu definitivamente do campo das suposições e agressões, acho que o eleitor indeciso que esperou tanto tempo para se decidir, ainda continua indeciso. Os números apresentados até agora nas pesquisas, ainda representam uma soma de votos, percentualmente pequeno. Acredito piamente que os indecisos não são, verdadeiramente, naqueles

percentuais divulgados nas pesquisas. Não discuto aqui se candidato A ou B está melhor ou se vai ganhar. Não é essa a questão principal. O questionamento está relacionado ao número de eleitores ouvidos ou o número de cidades pesquisadas que acredito ainda ser pequeno, diante de um mapa geográfico mais amplo que se apresenta. Como em toda pesquisa, a eleitoral também gera muitos questionamentos. Mesmo sabendo das suas limitações de tempo, por exemplo, e da falta de um apoio político mais amplo e decidido, a partir do principal mentor da sua candidatura que é o governador Teotônio Vilela Filho, o candidato Júlio Cezar (PSDB), ideia reforçada por sua equipe de marketing, acha que nada ainda pode ser dado como definitivo ou sacramentado. Ele, Júlio, se baseia exatamente nos números que tem em mãos e, por isso, alimenta o pensamento de que esses indecisos e o universo ainda não pesquisado deverão fazer a diferença no resultado final da eleição no primeiro

turno. Quanto às candidaturas, onde está em disputa à liderança, do lado de Renan Filho os números são reais e que a tendência é de crescimento até o dia da eleição, com o processo eleitoral se encerrando no primeiro turno; e do lado de Biu de Lira, os números não são reais e que eles garantem uma disputa ainda mais acirrada, onde o governador eleito sairá no segundo turno. Continuo afirmando que não entro em detalhes, nem me interessa discutir os números divulgados. Gostaria apenas de saber como os Institutos de Pesquisa Eleitoral traçam o mapa da pesquisa e divulgam os seus resultados. Acho que poderiam ser mais esclarecedores usando a mídia ou até mesmo os programas políticos, se fosse do interesse dos candidatos. Finalizo perguntado: Por que não esmiuçar o resultado por região? Por que na pesquisa tem que ser dito para o grande público que apenas um determinado número de eleitor foi ouvido, e um determinado número de cidade pesquisada? Essa é a minha dúvida e de muitos outros eleitores.

Notícias são amplamente comentadas- O valor do voto para Deputado Estadual já chega a 400 reais, principalmente no interior do Estado. É impressionante imaginar quem vai conseguir pagar tantos milhões para ser Deputado Estadual. Uma categoria leva grande vantagem no pagamento de cabos eleitorais: os que já são Deputados. O Legislativo paga salário a 900 comissionados, usados na campanha eleitoral. Cada parlamentar tem 30 servidores instáveis à sua disposição para prestarem serviço aos patrões. Quem quiser saber quanto custa um cabo eleitoral, faça seus cálculos. Isso sem contar que até Diretor da ALE virou cabo eleitoral. Surgiu um novo escândalo: o da Petrobrás. Um diretor querendo diminuir sua pena, denunciou os políticos que recebiam propinas da empresa. Alagoas como sempre, destacou-se na espalhafatosa notícia: Senadores e Deputados Federais foram denunciados. Continuam sendo candidatos e permanecem soltos. O pior é que estão bem nas pesquisas e o eleitor, temendo votar num bom candidato sem chances de ganhar a eleição, vota no péssimo candidato porque o dinheiro (público) e o poder lhe dão chances de chegar lá. Infelizmente,

a mentalidade do povo na hora de votar, não muda. Até agora está difíicil escolher o voto em Alagoas. O Biu nem é tão ruim, mas tem o calcanhar de Aquiles: seu filho Artur Lira, taturana, processado na Lei Maria da Penha. Por mais que o pai o defenda, seu passado o condena. O Renan Filho, garoto novo, inexperiente, de família essencialmente política, cujo pai já foi afastado da Presidência do Senado e nome envolvido em vários escândalos, inclusive o recente da Petrobrás. Não creio que o pobre menino traga mudança para Alagoas. Diria que é o novo revestido de políticos velhos, envolvidos em notícias de crimes. Os outros candidatos que lutam por mudanças não conseguem chances de eleição por falta de recursos, fato preocupante, mas presente na realidade eleitoral de nosso Estado. O candidato do Governador fala direitinho, se sai bem nos debates, mas não tem o apoio que o governo do Estado deveria dar. Não entendi a jogada do Téo, mas reconheço: meu QI é baixo. Para presidente da República está uma festa. Dilma, mais suja do que pau de galinheiro, prometendo mudanças, mexendo com seus Ministros, sendo

vaiada por onde anda. Está loira, arrumada, mais gorda, querendo ser humilde. Escândalos mil surgiram com a turma do PT, mas a Presidente desconhece tudo. Um verdadeiro marido enganado!!! O Aécio, coitado, só falta desenterrar o Tancredo. Mas nada surte efeito. Não conseguirá ser Presidente, creio eu. Saiu de Minas envolvido em vários escândalos, negando tudo, dizendo ser um excelente governador. Aí chegamos na Marina. Beneficiada com a morte de Eduardo Campos. É uma candidata de esquerda que já foi Ministra de Lula e saiu por não concordar com os destinos do Brasil na época. Tentou fundar o partido Rede, não conseguiu. Está crescendo nas pesquisas e, creio eu, se for eleita e bem assessorada, poderá melhorar o Brasil. E nós eleitores, quanto mais ouvimos notíicias de roubos, propinas, assustamo-nos. Pagamos impostos, trabalhamos para sobreviver, elegemos homens e mulheres penando em dias melhores e as decepções se sucedem. Ainda pode existir uma solução: votar em pessoas limpas, sem envolvimento em crimes e não vender o voto. Na hora de votar o pensamento deve ser um só: o bem do Brasil.

Só escândalos ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa Estamos em pleno período eleitoral. Ao abrir os jornais, ouvir rádio e ver TV só escutamos e lemos notíicias alarmantes. Desvio de dinheiro governamental, propinas recebidas, participação ilegal em empresas públicas. Um verdadeiro horror. Aqui, em Alagoas, a maioria dos políticos já virou taturana, gabiru. O pior é que continuam sendo candidatos e o povo está propenso a votar em pessoas que cometeram crimes e não foram presas, envolvidos pelas propagandas bem elaboradas. Comecemos por nosso Estado: São duas as mesas Diretoras da ALE que já foram presas, afastadas e acusadas de desviarem dinheiro do Poder Legislativo. Pois bem, quase todos ou parentes deles são candidatos a cargos eletivos. Os eleitores se influenciam por pesquisas, camisas, telhas, dinheiro e votam novamente nos infratores.


22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE SETEMBRO DE 2014 JOGO SUJO

Jairzinho Lira é acusado pelo MCCE por compra de votos Ex-prefeito de Lagoa da Canoa tenta uma vaga na Assembleia Legislativa JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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candidato a deputado estadual Jairzinho Lira (PRTB) da coligação “Caminhando com o Povo” é acusado pela coordenação estadual do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) de compra de votos. O documento encaminhado ao Ministério Público Eleitoral aponta para o uso da máquina pública para beneficiar sua candidatura à Assembleia. “O ex-prefeito de Lagoa da Canoa e hoje candidato a deputado estadual, Jair Lira Soares, está fazendo acordos financeiros exorbitantes com lideranças, vereadores, ex-prefeitos e prefeitos Jairzinho Lira conta com o apoio de Marcos de outros municípios para ser eleito”, Santos para ser eleito deputado estadual afirma o documento que está de posse do Ministério Público e ainda segundo o qual Jairzinho já está sendo chama- sas são ligadas ao ex-prefeito de Traipu, do de “furacão do agreste”, devido a sua Marcos Santos, que faz parte do bloco capacidade financeira de comprar votos. de apoio político do candidato a deputaO MCCE ainda cita: “o mais interes- do estadual. sante é que ele (Jair Lira Soares) não tem emprego, não tem empresa, não OPERAÇÕES DA PF tem nada que justifique tanto dinheiro, A Operação da Polícia Federal intiapenas uma coisa pode fazer isso, os co- tulada ‘Mascotch’ investigou em 2011 fres das prefeituras de Lagoa da Canoa o desvio de recursos federais destinae Feira Grande, municípios administra- dos à merenda escolar para pagamento dos por um tio e um irmão (Álvaro Melo) de compras pessoais. Polícia Federal do candidato”. cumpriu na época mandados de prisão O uso da estrutura municipal foi de- e busca e apreensão em 13 cidades alanunciado de forma detalhada. Mais um goanas entre elas Lagoa da Canoa; que esquema apontado pelo MCCE é a ma- era administrada por Jairzinho Lira. nutenção de 500 contratos na prefeitura Segundo a PF, as investigações de Lagoa da Canoa, na maioria das ve- apontam a compra de uísque 12 anos, zes, pagos com dinheiro do Fundef. Há ração para cães e caixas de vinho com o informações de que esses funcionários dinheiro público. A operação Mascotch não cumprem suas atividades funcio- foi fruto de um desdobramento da Openais. ração Caetés, executada em outubro de Por fim, a denuncia contém infor- 2010, que investigou esquema de desvio mações de que “existe na prefeitura de de recursos de alimentação escolar. Lagoa da Canoa duas empresas fantasVale lembrar que a mãe, a irmã a mas para justificar o dinheiro que está esposa do então prefeito de Lagoa da saindo dos cofres públicos para bancar Canoa, todas secretárias do município, campanha de Jairzinho Lira. Mais deta- foram presas na Operação Mascoth, da lhes que foram revelados ao Ministério Polícia Federal acusadas de desviar diPúblico dão conta de que essas empre- nheiro público.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Outros tempos?

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lubes de futebol no Brasil começam a cair na real equilibrando custos às despesas e, paralelo, inicia um trabalho de valorização das bases. Torcedores apóiam. desde que os nvestimentos retornem com trabalho nas bases, não custeando “craques/’ produzidos pela mídia...

Recorde

Novo Dunga

Confiança

Nos amistosos do Brasil nos Estados Unidos a boa surpresa foi pela descontração de Dunga no trato com a imprensa.E tanto é que a mídia do Sul analisou as atenções dele comocordial e respeitosa. Mas um senão: não demonstrou carinho e nem foi irritante como em 2010”.

De Ademir Fonseca, técnico do Galo: “Temos que vencer os jogos que faltam para não dependermos de ninguém. Desta vez a bola não queimou os pés dos jogadores e o time não se atirou de qualquer maneira no ataque. Matamos o jogo com o gol de Clebinho” .

Voleibol

Flamengo 0 x 1 Grêmio, no Maracanã, sem ídolos da velha guarda escalados, foi o clássico de maior público até a 19 ª rodada (última) do primeiro turno da Série A. Dos 59 mil torcedores no estádio, 51 mil eram pagantes e os times nãi tiveram estrelas. O jogo foi bem disputado, portanto bom..

A seleção alagoana de voleibol masculina juvenil ficou em quarto no Campeonato Brasileiro de Voleibol masculino. Embora não tenha ganho medalha,se classificou para a primeira divisão em 2015.O campeonato foi em Imperatriz (MA) e derrota para Pernambuco. Placar: 3 sets a zero.

Haja coração

Futebol infantil

Para a torcida do Flamengo o gol gremista aos 46 minutos do 2º tempo foi castigo. Primeiro por ter sido na prorrogação e, segundo, quebrou a invencibilidade rubro negra de 5 jogos. Mas o time foi aplaudido na saída de campo. VanderleiLuxemburgo: “Jogadores do Grêmio foram mais felizes e nós não temos o que lamentar”.

O Campeonato Infantil de Futebol Sesi/ TV Gazeta entra no segundo mês de jogos. É uma maratona de futebol tradicional (25 anos) tem 64 clubes,inscritos.(18 estreantes) e 1.600 atletas inscritos.Artilheiros até a 3ª rodada: Rafael Lessa (CRB) e Maycon Douglas (Estrela).

12º jogador

Fórmula-1

No futebol o espetáculo não é restrito apenas ao gramado. Torcidas nos estádios, dando força aos jogadores é também positiva. Um ato de fidelidade que vem dando certo também neste Brasileiro.Isso independente dos jogadoresses estarem ou não motivados pela rivalidade. dos clubes.

Ausência de brasileiros no pódio da Fórmula-1 tira o ânimo dos apaixonados? Saudosistas dizem que sim. Asaudosistas de Emerson Fittipaldi. Provas do campeonato vão ser em Singapura (dia 21) e sequencia Japão, Rússia, Estados Unidos, Brasil e Emirados Árabes..

Novos desafios Dará certo? Joel Santana é o técnico doVasco. Foi terceira opção, decidida após Juninho Pernambuco e Felipe, dois ex-ídolos do clube e hoje comentaristas de esportes não aceitarem o convite.O argumento foi por não se sentirem ainda preparados para o cargo.

Do futebol Eduardo da Silva, brasileiro naturalizado croata, paísj que ogou a Copa do Mundo, atraiu atenção da comissão técnica do Flamengo que o trouxe de volta ao Brasil. No time de Vanderlei Luxemburgo é titular e em sete jogos fez 4 gols. É umdos artilheiros da Série A..

Firmeza E o CRB?Goleouo Fortaleza no Rei Peléjogando cadenciado, eficiente e bemao gosto da torcida. Os 3x0 e até bola na trave dos cearenses diz tudo.O Galo foi bem tocando a bola, jogadores cabeça no lugar e a defesaatenta. Júlio Cesar no golfoi pouco incomodado.

O CRB tem 22 pontos,é 2º do Grupo A e está a quatro rodadas do jogo final. Segunda-feira à noite, na Paraíba, pega o Treze e depois Salgueiro; Cuiabá e o Botafogo-PB. É jornada difícil mas a torcida mostra confiança. Acha que o Galo tem time para dar conta da missão. Mas é vencer ou vencer.

Águas passadas Goleada é passado. Observação é de torcedores do ASA que definem como“acidente de percurso” o placar extravagente (4x1) na derrota para o Águia de Marabá. Com18 pontos, é sétimoe,está na fronteira do G-4 e neste fim de semana pega o Salgueiro..

Festa azulina O CSA, dia 7 passado, comemorou 101 anos de fundação. Roberto Mendes, presidente, esclareceu que a evento foi para “aqueles que de fato gostam do CSA”.É um dos que pegaram o barco em meio a tempestade e sem largar o leme prepara o Azulão “novos tempos” em 2015.

FRASES

“Vamos tentar manter a posição” Júlio Cesar, goleiro do CRB

“Foi uma noite infeliz”

Marcelo Chamusca técnico do Fortaleza

“Futebol é jogo de detalhes. Exige paciência” Júlio Batista, do Cruzeiro


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Segundo turno

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O Prêmio Top Gás 2014, que a Petrobras promove, reuniu no Rio de Janeiro, no inicio do mês, os finalistas nas suas duas categorias. Da Algás-AL os premiados foram Eduardo Lucena, Felipe Guimarães, Niedja Vieira e Jayme Marden.

Eleitores não veem também com bons olhos o silêncio da esquerda mais radical na campanha em Alagoas. Posição foi em conversa na Câmara Municipal de Maceió, apegada à ausência nas ruas do “povo unido jamais será vencido”. Sinais dos tempos?

Campanha É comentada na mídia do Sul uma previsão que detona custos das eleições de outubro próximo como uma das mais caras dentre as tantas já realizadas no Brasil. Segundo o divulgado, antes mesmo de estar oficialmente nas ruas os partidos desembolsaram R$ 24 milhões só para quitar multas.

Fim de ano

Benedito de Lira tem a sua candidatura ao governo de Alagoas analisada por eleitores como natural. A opinião é sustentada na carreira política dele, iniciada como vereador, deputado estadual, federal, prefeito interino de Maceió e hoje senador.

Andanças Renan Filho (PMDB) instalou em Arapiraca um QG de campanha. Inauguração foi recente e na ocasião pregou o compromisso de priorizar atenções para o Agreste. Tem Luciano Barbosa vice da chapa e no paralelo apoio do deputado Ricardo Nèzinho.

Próprio da época O calçadão do comércio comporta hoje uma variedade de produtos expostos à venda que deixa o maceioense crente do Mercado da Produção não ter sentido. A dúvida tem sustentação não as eleições de outubro é calendário em 2016. De prefeitos e vereadores.

Não surpreenderá em breve – e a decisão não fica distante – reajuste nos combustíveis. A previsão não é de hoje e se tem empecilho para vigorar no momento deve às eleições e deve ser oficializada em dois dígitos, a exemplo do fixado para a conta de luz.

Prêmio Top Gás

Estranho

Ponto de vista

A presidente Dilma Rousseff pega “fogo pesado” atirado pela mídia mais se mantém liderando as pesquisas. Contudo, surpresa mesmo é Marina Silva estar em segundo com uma razoável vantagem sobre o tucano Aécio Neves que não embala e nem entrega os pontos. Já o PSDB é incógnita.

Apertar o cinto

leitores que opinam sobre as eleições presidenciais em outubro, não botam fé nas chances de candidato a presidente ser conhecido no primeiro turno. Falam do favoritismo de Dilma. Mas concordam: é ela o calcanhar de Aquiles de Aécio Neves.

O comércio começa a ampliar promoções para renovar estoques em novembro para atender o consumidor com lançamentos de novidades visando o movimento da época. Isso, coincide com a proximidade da liberação da primeira parcela do 13º salário.

Carga toda

Contra o relógio Na quinta-feira (18) expira prazo do Ministério Público do Trabalho para que empresa prestadora de serviços no PAM Salgadinho comprove a quitação dos dois meses de salários reclamados por cerca de 400 prestadores de serviços. Outras denúncias estão sendo apuradas.

Expectativa Entre petistas tem quem se mostre preocupado com o governo Dilma Rousseff. É um grupo que analisa a inflação como prato cheio para os tucanos ainda otimistas de Aécio Neves avançar nas pesquisas. Mesmo com a campanha já correndo contra o tempo.

Bem guardado A menos de um mês para ocorrer as elições, o eleitorado no Estado já de voto definido o guarda a sete chaves. E em meio às conversas, petistas mantêm figa positiva ante o avanço de Marina. Até tucanos jogam confiança em Aécio Neves.

Entulho Na Rua Santos Ferraz, que liga Ponta da Terra ao Poço, uma calçada de terreno murado, mas abandonado, impede a passagem do pedestre. É depósito de entulhos de construção em frente a um edifício residencial. Na extensão rampa de garagem é outro entrave.

Boa proposta De Ziraldo, na IstoÉ, de 27 de agosto: “O livro deveria estar na cesta básica”. Reclamou ainda que “não vê crianças com livros nas mãos nas escolas” e defendeu um “caráter punitivo para o trabalho da Comissão Nacional da Verdade”. Entrevista foi ao jornalista Wilson Aquino.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Programa Jovem Técnico 2015

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Braskem, maior petroquímica das Américas e líder mundial na produção de biopolímeros, está com inscrições abertas para o Programa Jovem Técnico 2015, com vagas de estágio nas unidades industriais localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Alagoas e Bahia. Os interessados podem se inscrever até o dia 5 de outubro pelo site www.braskem.com. O Programa visa atrair e formar jovens que queiram construir uma carreira técnica na Braskem. O objetivo é identificar candidatos dispostos a assumir desafios, aplicando na prática os conhecimentos adquiridos durante sua formação teórica. Para participar é necessário formação em nível técnico nos cursos de Automação, Administração, Elétrica, Eletrotécnica, Eletrônica, Eletromecânica, Edificações, Inspeção de Equipamentos, Mecânica, Mecatrônica, Metalurgia, Processos Petroquímicos, Plásticos, Química ou Segurança do Trabalho, conforme necessidade de cada localidade. A idade mínima é de 18 anos, completos até dezembro de 2014. O candidato também precisa estar vinculado a uma instituição de ensino técnico e ter disponibilidade para estagiar

Oficina de reciclagem Uma oficina de reciclagem e de confecção de sabão aconteceu no dia 9, na sede do Instituto do Meio Ambiente (IMA), em Maceió. A atividade contou com a participação de 30 pessoas, entre professores da rede pública de ensino das cidades de São Miguel dos Milagres e Taquarana, além de funcionários das secretarias municipais de Meio Ambiente e de Assistência Social de Jequiá da Praia. A equipe do setor de educação ambiental realiza outras atividades, esta semana, na 15ª Feira da Reforma Agrária.

Primata encontrado Uma das espécies amazônicas mais raras está entre as mais ameaçadas de extinção. O sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), considerado um animal símbolo da capital amazonense, corre o risco de desaparecer em poucas décadas. Em liberdade, o primata é encontrado apenas em uma área de terra que compreende alguns quilômetros, entre três municípios do Amazonas.

1º carro elétrico

Emissão de gás carbônico A concentração de gases do efeito estufa na atmosfera atingiu níveis recordes em 2013, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Entre 2012 e o ano passado, a taxa de acúmulo de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera teve o crescimento mais rápido em um ano desde 1984. A OMM afirmou que o relatório ressalta a importância de um acordo mundial para limitar a emissões de gases do efeito estufa.

Desmate na Amazônia Legal

Dados divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontaram que a Amazônia Legal perdeu 3.036 km² de floresta entre agosto de 2013 e julho de 2014, 9,8% a mais em relação ao período anterior. Os meses integram o chamado “calendário do desmatamento”, relacionado com as chuvas e atividades agrícolas. Segundo informações do sistema de detecção em tempo real, o Deter, o montante desmatado é equivalente a duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

Mudança climática

Mais da metade das espécies de pássaros da América do Norte, como a águia-careca, símbolo dos Estados Unidos, está ameaçada pela mudança climática, segundo um estudo da organização ambiental americana National Audubon Society.

A BMW lançou na quarta-feira (10), no Brasil, seu primeiro carro elétrico para produção em série. O preço divulgado pela montadora partirá de R$ 225.950. Uma segunda configuração oferecida custará R$ 235.950. O i3 -que leva o “i” da submarca exclusiva para elétricos da montadora alemã - é um compacto com motor a combustão auxiliar e, no exterior, rivaliza com o Nissan Leaf, entre outros modelos. No Brasil, a concorrência pra-ticamente não existe: a venda de carros elétricos esbarra, entre outros aspectos, em altos impostos de importação e falta de estrutura.

Mamãe ursa Um turista que se aventurava no Parque Nacional Katmai, no Alasca, registrou o momento em que um trio de ursinhos atravessava um rio nas costas da mamãe ursa. De acordo com a publicação britânica “Daily Mail”, a cena foi registrada na última semana.


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ENSINO BÁSICO

Educação pública de Maceió melhora indicadores, aponta Ideb Ensino na Capital elevou rendimento; prefeito Rui Palmeira quer superar meta estipulada pelo MEC

DA REDAÇÃO

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a sexta-feira da semana passada (5), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), divulgou os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb. Ao contrário dos demais municípios alagoanos, que decaíram no índice, a educação municipal de Maceió apresentou melhora: chegou aos 4,1 pontos, elevando o rendimento em 0,3. A meta estipulada pelo MEC foi de 4.2.

O prefeito Rui Palmeira comentou os resultados: “A educação é uma das prioridades da Prefeitura e estamos investindo em projetos que nos permitam alcançar índices positivos como este, que atestam a melhoria na educação municipal”, comemorou o prefeito. Para o gestor, os números do Ideb são reflexo do empenho municipal em melhorar a qualidade da educação, reestruturando o setor em quesitos como estrutura e área pedagógica. “Assumimos, desde o início da gestão, o compromisso de levar à rede pública de ensino uma estru-

Rui Palmeira comemora resultado

tura de qualidade. Encontramos uma rede desmotivada e desarticulada. A secretária Ana Dayse, com toda a sua equipe, conseguiu sistematizar processos e estimular não apenas aos alunos, mas toda a comunidade escolar em busca de uma melhoria do desempenho”, disse Palmeira. Sobre os investimentos na área educacional, Rui Palmeira reforçou que, até o final de 2015, 48 escolas serão reformadas. O investimento é de cerca de R$ 50 milhões em recursos próprios. Outras 17 creches municipais estão em construção e a previsão é de que concurso público para a Semed aconteça em 2015. Além de tudo isso, a reforma pedagógica também já foi iniciada. Outro ponto positivo apontado pelo Inep é o crescimento de 90% nas escolas que alcançaram a meta estipulada pelo MEC. Em 2011,

época da última avaliação, somente 20 escolas obtiveram o índice proposto pelo órgão. Mas em 2013, primeiro ano da gestão Rui Palmeira, 38 escolas alcançaram a meta, fazendo com que 40% da rede apresentasse desempenho satisfatório nas proficiências de língua portuguesa e matemática. “Conseguimos segurar o Ideb em algumas escolas e melhorar em outras. Este aumento de 0,3 na média é resultado da acreditação que promovemos nos alunos e na escola, associado a um trabalho de gestão e investimentos”, acrescentou Rui Palmeira. A avaliação acontece a cada dois anos e foi realizada em novembro do ano passado, atingindo mais de 46 mil alunos da rede pública municipal. De acordo com o Ideb, foram avaliadas 94 escolas de Ensino Fundamental I, do 1º ao 5º ano, que realizaram a Prova Brasil, mecanismo de monitoramento do MEC. Para o prefeito, o resultado aponta para um futuro promissor: “Com base nas ações implementadas nos últimos 18 meses, Maceió tem tudo para atingir a meta em 2015”, concluiu Palmeira.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Um Uno em carreira solo

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iat foi rigorosa quanto ao tempo correto de renovação do Uno. Lançado há pouco mais de quatro anos, o novo modelo 2015 chega agora com a responsabilidade de melhorar as vendas, depois do fim do Uno Mille, que chegava a representar 50% dos resultados, distorção típica do mercado brasileiro. Para essa espécie de carreira solo o carro está bem preparado, apesar de motores com mesma potência/torque e sem direção eletroassistida, em termos mecânicos. A inalterada versão Vivace 2/4 portas continua a ser a de entrada, repetindo a dupla personalidade do Nissan March. A renovação externa se concentrou na parte frontal (para-choque, grade, faróis, lanternas e para-lamas) com bom resultado estético. Atrás, apenas novas lanternas que impressionam mais vistas de perto do que de longe. No total são cinco versões, incluin-

do a Evolution (no lugar da Economy) e a Sporting, marcada pela ponteira de escape dupla central que tem apenas apelo visual. Na parte interna, no entanto, impôs um conceito ousado para esse segmento. Além de tudo novo, a Fiat incluiu no painel um quadro de instrumentos avantajado (em destaque o computador de bordo) e central multimídia com navegador GPS (opcional). O volante, regulável apenas em altura, tem botões de seleção nos raios. Bancos dianteiros são novos e têm regulagem fácil e correta de altura para o motorista. Há até cinto de segurança de três pontos para o passageiro central no banco de trás, muito mais importante para a segurança passiva do que um simples apoio de cabeça, também incluído. Outra ousadia foi substituir a alavanca de câmbio por botões no console quando

RODA VIVA equipado com o automatizado de apenas uma embreagem, mantendo as borboletas no volante. Houve um passo adiante ao acrescentar relações de câmbio específicas e acelerômetro, que reduziram bem os vazios de aceleração nas trocas de marcha. No modo Sport, uma boa acelerada, em trecho livre de Buenos Aires (onde se deu o lançamento), permitiu sentir trocas mais rápidas. Agora existe um bem dimensionado apoio para o pé esquerdo. Novidade entre carros nacionais é o sistema Start-stop (desliga-liga), apenas na específica versão Evolution com câmbio manual e motor 1.4, que traz ainda pneus superverdes de baixo atrito de rolamento. Nessa faixa de preço o fator economia de combustível é o segundo mais desejado, segundo a Fiat. Em situações de tráfego denso e muitas paradas, é possível alcançar economia

pitstop Motorista precisa de ajuda para manobrar o carro Sistema de auxílio de estacionamento já é uma realidade, mas limitada a carros de luxo; modelo básico não tem nem vidro elétrico

M

uitos carros - os mais luxuosos e mais caros - já dispõem de dispositivos que facilitam o estacionamento. É um sistema que de fato ajuda muito o motorista: além de fazer as manobras com segurança e sem correr o risco da tentativa e erro, que muita gente faz, ele também procura o lugar para estacionar e avisa se o carro cabe ou não na vaga. O equipamento foi desenvolvi-

do porque estudos indicam que estacionar o carro é uma manobra complicada para a maioria dos motoristas. Fazer a baliza é a manobra mais temida pelos motoristas novatos. É sem dúvida a prova mais temida no exame prático para tirar a carteira de habilitação. Dos carros equipados com essa tecnologia, a Tiguan é o que tem

um dos melhores sistemas, reconhece vagas com apenas 40cm além do seu tamanho e quando o motorista vai sair daquela vaga “apertada”, ele faz o movimento reverso, tirando o carro da vaga. Mas por que não pensaram nisso antes? Pensaram. Facilitar a tarefa de estacionar o carro sempre fez parte da pesquisa e desenvolvimento da

de combustível de até 20%, com gasolina ou etanol. Se o ar-condicionado estiver ligado, o motor volta a funcionar depois de um minuto mesmo sem o procedimento de acionar o pedal de embreagem. Assim, em dias bem quentes, perde-se pouco em conforto térmico a bordo, pelo menos no caso dos passageiros da frente. O novo Uno 2015 parte de R$ 30.990 (sem ar-condicionado), na versão Attractive 1.0, ou R$ 1.570 a mais que o ano-modelo 2014, compatível com as melhorias adicionadas (quase sem aumento real, na prática). A Evolution (1.4) custa R$ 34.990 e a Sporting , R$ 36.560. Esses preços se combinam com opcionais de fábrica e acessórios (instalados nas concessionárias). Pela primeira vez, para quem desejar, o carro pode ultrapassar os R$ 50.000, quase o dobro da versão Vivace 2-portas de R$ 26.370.

indústria automobilística Esses equipamentos vêm se desenvolvendo há quase 90 anos. Em 1927, engenheiros da Citroën já estudavam um sistema para prestar assistência de estacionamento ao motorista, onde o carro girava sobre as rodas traseiras para reduzir o espaço de manobra. O Cadillac 1951 também tinha um equipamento de auxílio de estacionamento. Hoje muitos carros têm sistemas modernos que auxiliam o estacionamento. Se em breve eles vão andar sozinhos por aí, imagine estacionar. Vai ser banal. O problema é essa tecnologia chegar aos carros comuns, carros que hoje ainda são vendidos sem direção hidráulica e vidro elétrico.

SALÃO do Automóvel de São Paulo (30/10 a 9/11) terá quase um festival de modelos pseudoaventureiros, entre outras atrações e estreias de peso. Além do Sandero Stepway e do Cross up!, focados em pura decoração, haverá dois novos SUVs compactos: Peugeot 2008 (nacional em 2015) e Renault Captur (importado). Protótipo derivado do March, também. QUEDA do mercado interno continua a se aprofundar: quase 10% em relação a janeiro-agosto de 2013. Para a Anfavea, houve a comoção com a morte do presidenciável Eduardo Campos que acabou por impactar as expectativas do consumidor, especialmente no Nordeste. Nos últimos meses do ano se espera reação de vendas, pois o IPI deve subir em janeiro. FENABRAVE até já contabilizou o provável aumento de liberação de crédito, quando os bancos puderem retomar veículos de inadimplentes sem as dificuldades de hoje. Estima em até 20% a elevação do nível de aprovação de pedidos, o que significa 30 mil automóveis e comerciais leves a mais por mês, ou o equivalente a um 13º mês de vendas. Em um segundo momento, juros podem diminuir. AUMENTO da procura por modelos automáticos levou a Citroën a estender essa opção também à versão intermediária do C3, a Tendance (antes só na Exclusive). Por R$ 51.000 é um carro bem equipado e com câmbio de quatro marchas. Reprogramação eletrônica melhorou respostas ao acelerador e tornou a passagem de marchas mais suaves. ENXUGAMENTO da oferta exagerada de modelos compactos, por parte da GM, já era esperado. Havia certo conflito na linha de produtos, além de mercado recessivo. Parou a oferta do Agile (ainda em produção na Argentina) e do Sonic (hatch e sedã), ambos importados do México, com problema de cotas ainda a ser resolvido pelos governos.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE SETEMBRO DE 2014 CRÔNICA

Ali babá e os 40 ladrões JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

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a minha infância, eu tive uma maravilhosa mãe que, pacientemente, contava muitas estórias, para que eu dormisse e sonhasse, embalado no meu mundo infantil. Lembro-me da bonita estória de “Alice no País das Maravilhas”, da “Cinderela-A Gata Borralheira”, da famosa ficção de “Ali Babá e os 40 Ladrões” e, de outras estorinhas, daquelas que as crianças de hoje já não querem nem saber. O mundo mudou e com ele a inocência das crianças, já que os adultos passaram a se preocupar muito com o sexo, ensinado por sexólogas frustradas, quando ex-

plicitando em aulas seus modernismos bestiais. Tudo mudou e, foi para pior. Mudou a vergonha dos homens, a decência, a moral a ética e os comportamentos políticos. Em meio a esse modernismo dos costumes, eu lembrei-me da estória que veio das bandas das Arábias, através de um famoso romance, com o título de “As 1001 Noites”, no qual um lenhador, com o nome de Ali Babá descobriu um tesouro quando cortava lenha numa gruta da floresta, a qual servia de esconderijo para 40 ladrões. Eu reli parte da estória, para ver se ela se parecia com estórias que vêm acontecendo no Brasil, principalmente, na Petrobras, envolvida em escândalos. Ao compará-las, eu vi que elas são semelhantes, porém, com o envolvimento de muito dinheiro em forma de tesouro, como o dos 40 ladrões. Com Ali Babá, aconte-

ceu de ele usar parte do tesouro encontrado na gruta, em plena floresta. Com a Petrobras, o tesouro encontrado está no mar, na camada do pré-sal, o que vem fazendo o Brasil se tornar o maior produtor de petróleo do mundo, segundo dizem o ex-presidente Lula e a senhora Dilma. Às vezes, a estória do “Ali Babá e os 40 Ladrões” se confunde com a estória que vem sendo denunciada na imprensa, envolvendo autoridades tidas como importantes, mesmo que moralmente não o sejam perante nós, brasileiros. A estória do Ali Babá só é diferente da estória da Petrobrás porque a de Ali Babá só envolve 40 ladrões, enquanto que a nossa estória poderá envolver muitas outras pessoas, ladrões ou ladras, algumas já denunciadas. Poderão, inclusive, serem inocentadas, num julgamento sério, criterioso e im-

parcial. Eu quero acreditar que o dr. Paulo Roberto Costa não “está caluniando, difamando ou injuriando” as nossas autoridades que, por sinal, “nem gostam de dinheiro”, quá, quá, quá........!!!! Caso seja verdade o que está contido nas palavras desse dr. Paulo, tudo será porque no Brasil, sempre imperou ou impera a impunidade. Enquanto neste País, não forem punidos os políticos, os administradores e os executivos “fichas-sujas” que estão por aí e que ainda irão ser julgados, mui brevemente iremos conhecer, também, muitos julgadores “ficha-suja” que estão “na moita”. Ali Babá, deveria, até perguntar: “E OS OUTROS.......... ?” Em tempo – A senhora Gizelda Maia sempre lê meus artigos, o que me deixa satisfeito por tê-la como leitora. Que bom!!!


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Difícil de descascar

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a reta final do seu governo e em plena campanha eleitoral, o governador Téo Vilela pegou um abacaxi casca grossa: desvendar e prender os autores materiais e intelectuais do assassinato do vereador de Piaçabuçu, o agropecuarista Antônio Cezar Carmo (PSDB). O delegado Abelardo Leopoldino, da delegacia de Jequiá da Praia, está à frente das investigações com apoio de policiais da Delegacia Regional de São Miguel dos Campos.

Novos deputados Além dos deputados estaduais Ricardo Nezinho e Severino Pessoa, que tentam a reeleição, Arapiraca poderá contar com mais dois representantes na Assembleia Legislativa. O vereador Tarcizo Freire e o radialista Alves Correia estão em plena campanha e possuem chances de chegar a Casa de Tavares Bastos.

Apoio importante A propósito, o vereador Tarcizo Freire ganhou na última semana o apoio do pastor Marcelo, fundador da Igreja Santa de Jesus Cristo (ISJC). Além do líder religioso, outros 40 pastores da ISJC aderiram à candidatura do parlamentar arapiraquense que tenta ser deputado estadual pela segunda vez. Durante a última semana, a candidatura de Freire ficou ainda mais fortalecida com o apoio do ex-vice-prefeito de Arapiraca, Severino Lúcio.

Enfim, juntos Os irmãos Rogério Teófilo e Ricardo Teófilo deram as mãos e esqueceram divergências políticas que afloraram na última disputa para a Prefeitura de Arapiraca. Ricardo está engajadíssimo na campanha do irmão rumo a Câmara Federal.

Em maus lençóis O ex-prefeito de Canapi, José Hermes, foi alvo de uma operação comandada pela Polícia Federal (PF) em Alagoas que cumpriu, na quarta-feira (10), nove mandados de busca e apreensão. A investigação apura a suposta compra de votos na eleição de 2008. Além de na cidade do Sertão alagoano, a ação aconteceu também em Maceió, na residência do ex-gestor e de pessoas ligadas a ele.

Nove mandados

O delegado Marcos Antônio informou que foram sete mandados em Canapi e dois em Maceió, cumpridos na casa do ex-prefeito, de servidores públicos e de pessoas que trabalharam na campanha. Ele relatou que foram apreendidos documentos que possam comprovar o crime eleitoral, a exemplo de listas contendo vários nomes, além de vários títulos de eleitor.

Operação Escudo Cerca de 40 homens da PF participaram da operação denominada de “Escudo”. O objetivo é saber se realmente houve o recrutamento de eleitores em favor do então candidato à prefeitura. O delegado acrescentou, ainda, que já foram constatadas grandes movimentações financeiras, em quantias incompatíveis, em contas bancárias dos envolvidos.

“Briga” só na política

Quem acredita?

Na verdade, Ricardo e Rogério sempre mantiveram amizade e a briga se restringiu ao campo político. Atualmente Ricardo é superintende da SMTT e faz parte da linha de frente da prefeita Célia Rocha, que, pelo jeito, não colocou qualquer empecilho, o que reaproximou os irmãos Teófilo. Célia, por sua vez, apoia as candidaturas de Paulão e Ronaldo Lessa para a Câmara Federal.

“No meu governo, alagoanos terão casa própria”. A promessa é do senador e candidato ao governo de Alagoas, Benedito de Lira. E aí, caro leitor, você acredita? Eu, não.

Foram empossados Na noite de terça-feira (9), em cerimônia realizada no cine teatro do Planetário Digital, no Lago da Perucaba, aconteceu a posse dos 54 novos diretores e vice-diretores da Rede Municipal de Ensino, os quais iniciaram jornada na quarta (10).

Vale do Paraíba

Renan Filho esteve no Vale do Paraíba, na quartafeira, 10. O candidato a governador pela coligação Com o Povo pra Alagoas Mudar visitou os municípios de Chã Preta, Mar Vermelho e Tanque D`Arca.

Só tem anjo?

Do candidato do PSDB, Júlio Cezar, durante sabatina em uma TV local: “Não tenho compromisso com o erro, com quem desvia dinheiro de merenda escolar ou de quem tira leite da boca de criança. Essas pessoas não farão parte do meu governo”. Como perguntar não ofende: E no governo Téo só tem anjo? Eu hein???!!!

PELO INTERIOR ... As inscrições para o “Laboratório de Processos de Produção de Curtas-Metragens”, que começa neste sábado, dia 13, foram encerradas na quarta-feira, 10. O curso gratuito será ministrado pelo cineasta arapiraquense Rafhael Barbosa, na sede do Serviço Social do Comércio (Sesc) de Arapiraca. ... Promovido pelo Centro de Difusão e Realizações Audiovisuais do Sesc, as aulas vão até 29 de novembro. “A ideia é abordarmos mais a parte teórica, mas se surgir algo durante o curso a gente pode rodar algum curtametragem. No ato da inscrição, é ideal que quem se interessar nos mande uma sinopse ou ideia de curta para exercitarmos”, diz Rafhael Barbosa, premiado por suas obras “KM 58” e “O Que Lembro, Tenho”, ressaltando a ebulição criativa dos autores da terra e a realização contínua da Semana do Audiovisual de Arapiraca (Seda) como processo disso. ... Para participar do curso, os interessados deverão preencher a ficha de inscrição e encaminhar para o e-mail cdra@sescalagoas. com.br ou comparecer na Coordenação de Cultura no Sesc Arapiraca, que fica na Rua Manoel Cazuza, bairro de Santa Edwiges. ... Com carga horária de 36h e aulas sempre aos sábados, segundo a analista da Coordenação Artístico Cultural (CARC) do Sesc, Rosana Dias, o objetivo é apresentar sugestões e conteúdos sobre o percurso feito para a produção de um filme de curta-metragem, desde o roteiro até a sua realização. ... Natural de Major Izidoro, o poeta, músico e artista plástico Laércio Moreno está ganhando cada vez mais notoriedade nas redes sociais, contando causos do homem do campo. ... É vasta a literatura que compreende o “matuto”, sujeito que de certo modo vive alheio à modernidade, mas tem os saberes repassados na oralidade. E, na declamação, é que a coisa toda ganha uma rima especial na voz de Laércio. ... Ele alcançou um número superior a 22 mil compartilhamentos pelo Facebook em uma de suas declamações – é o encontro, a junção da poesia matuta com os recursos tecnológicos. ... “Tenho alguns poemas meus como ‘O Corno Galinheiro’, mas também reverencio os mestres Patativa do Assaré, Zé da Luz, Amazan e Jessier Quirino, por exemplo. Este contato do internauta com a cultura é muito importante nos dias de hoje, quanto mais com o que se direciona às nossas raízes nordestinas. Então, vi o Facebook como o melhor canal para repassar isso”, diz. ... Um final de semana bacana para todos, com muita paz e energias positivas. Até a próxima edição.


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE SETEMBRO DE 2014

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

A crise é séria!

Cartão

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ada pode mudar na economia brasileira, a partir de janeiro de 2015. Seja quem for presidente da República, vai continuar enfrentando a política externa, aumentando os juros, controlando a inflação, reduzindo gastos públicos, mantendo a política cambial. Promessas de candidatos sobre mudanças, “é conversa fiada” de campanha. O Produto Interno Bruto (tudo que o país produz durante o ano) contunuará registrando um crescimento pífio, semelhante até mesmo aos países ricos da Europa e os EUA. Portanto, só resta mesmo ao consumidor, “apertar o cinto”, procurando reduzir seus gastos e manter uma reserva financeira para qualquer emergência. Quando a crise econômica mundial de 2008 se iniciou nos EUA, e atingiu em cheio a Europa, o Brasil cantava vitória, com o então presidente Lula, dizendo que ela não chegou por aqui. Pura balela! Qualquer país, no mundo globalizado em que vivemos, é atingido quando um entra em crise, principalmente se for rico, exportador e importador. Lá, a quebradeira dos bancos e de muitas indústrias, foi gerada exatamente pelo mercado imobiliário. Como são ricos, estão se recuperando, mas perdendo o poder de compra, o emprego e os próprios imóveis.

Energia Agora, mais do que nunca, é necessário economizar energia. A próxima conta, já vem com um reajuste de 30%, o que exige “economia de guerra” nesse ítem de consumo, não usando chuveiro elétrico, reduzindo o consumo de ar condicionado, ferro de engomar, que são os que mais consomem energia.

Lá e cá

Mudando os hábitos

Há exatamente seis anos, o Brasil vem sentindo os efeitos dessa crise, com a queda do PIB, a valorização do dólar, os juros altos e a inadimplência. Pode não chegar ao estágio do Primeiro Mundo, mas claro que é urgente a necessidade da economia crescer e reduzir o consumo. Crescer para exportar mais produtos e criar novos empregos.

Os consumidores devem mudar seus hábitos e só consumir o estritamente necessário, pesquisando preços, manter uma reserva financeira e pensar a longo prazo: ter sua casa própria, pagar suas contas em dia e jamais se endividar. Ninguém pode viver gastando mais de 30% com prestações, seja através de financiamentos ou mesmo com carnê de lojas. As despesas fixas, também devem ser pagas rigorosamente em dia, para evitar mais juros e multas.

O cartão de crédito usado com disciplina, pagando o total da fatura no prazo certo, é uma boa maneira de cumprir o orçamento doméstico. Jamais deve amortizar o débito, com o pagamento mínimo e deixando a dívida crescer, com juros sobre juros, multas, etc. Fuja disso. Melhor mesmo é só usar o cartão de débito, que é o mesmo que di-nheiro em espécie.


extra CHARGE

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