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Contágio do bem: a DJ gaúcha que promove ações sociais
Um pulmão, o coração localizado mais próximo ao lado direito do peito e muitas histórias de solidariedade para contar. Essa é Anna Paula Rosa Machado, popularmente conhecida como "Fô Machado", que atua desde 2015 como produtora de eventos e DJ no Rio Grande do Sul. Fô já foi atração em muitos eventos regionais importantes, tais como o Planeta Atlântida e o Baile Astral. Em 2019, em parceria com seus amigos Rafael Maria e Eduardo Maria, ela criou a Tchamba, uma produtora de eventos da cidade de Taquari, distante cerca de 100 quilômetros de Porto Alegre. Além de ser uma grande influência entre os jovens gaúchos, Fô também utiliza seu reconhecimento para promover ações sociais. Neste período de isolamento social causado pela pandemia da Covid-19, seus trabalhos de entretenimento ficaram comprometidos. Mesmo assim, Fô não deixou de pensar em seu público e nas famílias de Taquari que se encontram em emergência. A produtora e seus dois sócios, então, juntaram-se ao Leonardo Martins, fundador da Point Produções, outra produtora de eventos da cidade de Taquari, e iniciaram a campanha Quarentena Solidária. A campanha teve como objetivo arrecadar fundos para Lívia Teles, uma menina que aos 4 meses foi diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1. Lívia precisa tomar um remédio que custa mais de nove milhões de reais, a Zolgensma, antes de completar 2 anos de idade. Além de ajudar a pequena Lívia, a campanha também arrecadou alimentos que seriam doados para as famílias de Taquari. Ao comprar a rifa online ou doar dois ou mais quilos de alimentos, os participantes concorriam a uma camisa dos jogadores Peglow, Jean Pyerre, Wendell e Patrick, da dupla Gre-Nal. “Nós desejamos devolver para a população de Taquari um pouco de tudo que ela já nos proveu”, conta Fô. A Quarentena Solidária, iniciada em 16 de abril de 2020, arrecadou, em sua fase inicial 50 quilos de alimentos e mil reais. Mas as doações não pararam por aí. Fô e sua equipe queriam mais. Então, promoveram, depois dos sorteios das camisas da rifa, uma gincana online para a população da cidade, no Vale do Taquari. Em uma das tarefas, eles conseguiram arrecadar quase uma tonelada de alimentos. “Sou uma pessoa privilegiada e muito grata a todos que comparecem aos eventos promovidos pela Tchamba, interagem nas redes sociais e apoiam o meu trabalho. Acredito que, se unirmos forças, mais pessoas conseguiremos ajudar”. Ao longo de sua vida, Fô sempre se mostrou engajada com ações sociais. Sua primeira experiência com o voluntariado foi no asilo Padre Cacique de Porto Alegre, em 2008, onde escutava as histórias dos moradores do local. Em 2012, juntamente com seu bloco de carnaval, a produtora realizou uma campanha de doações de brinquedos que perdurou por mais três anos após a primeira iniciativa. A DJ ainda ajudou por alguns meses uma casa que abriga mulheres vítimas do abuso físico, transexuais e homossexuais. Através de suas redes sociais, a produtora divulga as ações que participa e acredita. Fô enfatiza que “O poder da internet é muito forte, principalmente quando utilizado para fazer o bem. Existe uma cadeia positiva: você publica nas redes sociais que está fazendo algo positivo e, automaticamente, influencia as pessoas a fazer algo de bom também. Cada um, do seu jeito, nas suas condições, consegue plantar essa sementinha do bem. Muitas pessoas não aceitam ajuda por medo de serem expostas
Mas afinal, por que “Fô”?
Anna sempre foi considerada muito especial pelos seus colegas do Ensino Médio por ter nascido com o coração mais próximo ao lado direito do peito e apenas um pulmão. Para transmitir seu carinho por ela, um de seus colegas a apelidou de “Forever”, que significa “para sempre” em inglês, pois, segundo ele, devido à condição de Anna, ela viveria para sempre. Outra colega dela, que tinha o hábito de falar o diminutivo das palavras, quando ouviu o apelido, abreviou-o para “Fô”. Anna Paula Rosa Machado, então, transformou-se em “Fô”, um apelido ficou marcado em sua vida.
Inclua o voluntariado no seu dia a dia
Fô dá uma dica para quem deseja incluir o voluntariado em seu cotidiano: “Pense qual causa você deseja ajudar, com qual grupo você se identifica. Não é preciso estar inserido em um grupo para ajudá-lo, basta apenas se identificar, acreditar e ter foco na causa. Para quem não sabe por onde começar ou como ajudar, pode entrar em contato com a prefeitura que eles conseguem indicar ações bacanas para quem deseja ser voluntário”.
Confira o depoimento dos repórteres –Making Of
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