PRÉ-ESTREIA
a gente quer comida diversão e arte a gente quer saída para qualquer parte
a gente quer a vida como a vida quer
a gente quer comer e quer fazer amor a gente quer prazer pra aliviar a dor
o primeiro uso a angústia que antecipa o silêncio que precede a conceituação o representacionismo a criação o desenvolvimento a escrita o início
PRÉ-ESTREIA PROJETO aluísio stuani laressa santos nicolle dias tiago mathias ORIENTAÇÃO ronaldo nezo CONTEÚDO alunos do 6º semestre do curso de Jornalismo FACULDADE MARINGÁ
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escultura no auxílio a paralisia
música tratando o vício
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a fotografia em síntese
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heavy metal cheio de charme
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descaso com o lazer
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benefício a cada passo
bem-estar
BALÉ AJUDA NA CONCENTRAÇÃO A dança proporciona benefícios físicos e emocionais para as alunas
Débora Brunes
A
o aliar esforço físico e expressão artística, o balé beneficia corpo e mente. Segundo a bailarina e professora Elisângela Donadelli, ele não é só um esporte, é acima de tudo uma arte. Sendo assim, pode despertar o interesse por outros campos. Por exemplo, a pintura, e principalmente a música. “O interesse vai surgindo com a evolução dos movimentos. Até porque se você não gostar de piano não tem como fazer balé”, afirma.
Além de muita concentração é preciso disciplina para aprender cada passo. É com muita dificuldade, e até com um pouquinho de dor, que as alunas de Donadelli se tornam bailarinas. A aluna Fernanda, 17, diz que o balé exige muito esforço e dedicação, mas que vale a pena. “Precisamos de muita disciplina, principalmente para conciliar o tempo das aulas e as demais tarefas que temos”, completa. As dificuldades não chegam nem perto de se tornarem um empecilho para elas, pois a dança se tornou uma verdadeira paixão. Assim, o balé passa a ser um método para meditar e aliviar a mente. “Eu me sinto muito bem, me sinto leve. Quando estou dançando esqueço o mundo, esqueço dos problemas”, afirma Fernanda. Com esse espairecer que elas conseguem alcançar fica mais fácil concentrar-se em outros momentos do dia-a-dia. “Eu falo muito isso a elas. O balé ajuda na concentração e assim consegue ajudar na escola. Principalmente naquele problema de matemática que está enrolado e que para ser resolvido necessita de centralização”, complementa Elisângela. Como destaque o balé instiga a feminilidade das garotas, pois ao observar seus corpos nos espelho elas conseguem visualizar cada leveza de cada movimento. “Me sinto mais cuidadosa e mais atraente”, conclui a aluna. A professora afirma que gostaria que ao olhar no espelho as meninas conseguissem enxergar dentro de si. E, que o balé agregasse valores à vida de cada uma. “Balé é vida, é amor, é expressão, é arte, ele é tudo de bom”, finaliza Donadelli.
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HEAVY METAL
DO INTERIOR FAZ SUCESSO PELO BRASIL Nicolle Dias
A banda de metal composta só por mulheres é de Maringá e conquista público com shows semanais
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vontade de montar uma banda surgiu em 2000. Assim, Adriane Ferraz reuniu um grupo de amigas para tocar Heavy Metal. No início, a banda tinha o nome de Wind of Fate, mas com o passar dos anos, ganhou o nome de Pandora. “Depois do quarto CD, Heretic’s Box, gravado em São Paulo, as propostas não para de surgir”, conta a líder Adriane, comemorando os 13 anos do grupo. Para Taise Bijora, baixista da Pandora, levar o hobby a sério é difícil, mas ela diz praticá-lo com muita dedicação. “É a nossa carreira em jogo, não é só uma banda, é profissional. Tocamos no Acre, em Brasília,
Minas Gerais, na Argentina e por aí vai”. Os diferentes pontos de vista sobre história, política, guerra, vida e até amor inspiram as composições das garotas. “Todo mundo tem um pouco de preconceito com Heavy Metal, mas as nossas letras são demais”, brinca Bijora. As diversas formações do grupo, segundo Adriane, aperfeiçoaram ainda mais o estilo musical adotado. O quinto disco deve sair em breve e a banda quer mais. Com diversos shows marcados, elas ensaiam toda semana e acreditam que a carreira de 13 anos está só começando. Para conferir um pouco deste som feminino basta acessar o site ou o canal do Youtube, em www.panndora.net.
aluísio stuani
A melhor coisa sobre uma fotografia é que ela não muda mesmo quando as pessoas mudam
Andy Warhol
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Através da música e do acompanhamento psicológico, jovens têm a perspectiva de um futuro melhor
PROJETO AFASTA ADOLESCENTES DAS DROGAS Nilson Cirino
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projeto “Construção Social”, desenvolvido na Associação Maringá Apoiando a Recuperação de Vidas (Marev) existe desde 1997, e atua na prevenção e tratamento da dependência química entre jovens. A entidade é uma organização não governamental mantida com doações da comunidade e com verbas do Fundo para Infância e Adolescência (FIA), que aplica recursos do Imposto de Renda para ações de atendimento à criança e ao adolescente. Na sala de aula os professores usam a arte e a música como forma de prevenção. Para a pedagoga da entidade, Cleonice da Silva, o trabalho é feito “no ritmo da esperança, onde a música entra pelos ouvidos, e atinge o coração. Assim eles encontram na arte um caminho para realização do sonho.” Prevenção Além das aulas de música, os participantes são acompanhados por um psicólogo para conhecer as histórias, as dificuldades e os problemas individuais. O professor de música do projeto, e ex-usuário de drogas, Maicom Missao Ivassa, relata que há dez anos está “limpo”. “Não tenho vergonha de
falar do meu passado. Graças ao que vivi, hoje posso ajudar outras pessoas. Aprendi a dar valor a projetos como este”. Ivassa acredita que a música ajuda a ocupar o tempo ocioso dos jovens, criando um ambiente sadio. Para a psicóloga, Débora Sebastião, o diálogo, e a presença da família é o melhor e mais eficiente caminho. Ela acredita que os pais têm que conquistar a confiança dos filhos, e desde muito cedo eles devem aprender a respeitar ordens. Para ela a sociedade precisa investir em projetos como o “Construção Social”. A adolescente Caroline Estorim de 15 anos tinha muitas dificuldades em acompanhar seus amigos na sala de aula. Além disso, a mãe da jovem, Cleusa Estorim, lembra que a menina andava o tempo todo com más companhias. “Na escola, a professora reclamava que ela não tinha nenhuma concentração durante as aulas. Após seis meses de projeto, a menina evoluiu muito”, revela a mãe, que se diz contente com o boletim escolar. Para os jovens que participam do projeto, a música ajuda resgatar valores e a incentivar a cidadania. O auxílio psicológico resgata valores familiares e ajuda a melhorar o convívio na sociedade. Os alunos acreditam que o “Construção Social” é a oportunidade de um futuro melhor.
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aluísio stuani
No fundo a Fotografia é subversiva, não quando aterroriza, perturba ou mesmo estigmatiza, mas quando é pensativa
Roland Barthes
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A ARTE
COMO FORMA DE SUPERAÇÃO Valdemir Barbosa A modelagem de esculturas em argila, além de fazer parte das artes plásticas tem sido utilizada como forma de desenvolver a habilidade em pessoas com deficiência. Edvan Dias de Souza que o diga. Durante o parto ele teve falta de oxigenação, o que levou a uma paralisia cerebral, afetando a parte motora, sem comprometimentos mentais, como acontece em alguns casos. Souza que participava de um projeto de extensão na UEM,
à pessoas com síndrome de Down, foi convidado pelo seu irmão, Fábio Dias de Souza, para participar do Ateliê de Arte Neuro-plasticidade, onde fazia aulas. O trabalho com a arte propriamente dita começou quase que por acaso, Edvan conta que não conseguia emprego e nem entrar para a UEM e entrou para o Ateliê com o intuito de exercitar as mãos e melhorar sua coordenação motora, sem nenhuma pretensão artística. Desde de então, ele nunca deixou de participar das aulas, e isso já fazem 13 anos. “O contato com a escultura de
Driblando as limitações físicas através da argila
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argila ajudou nos meus movimentos com as mãos, no meu relacionamento social e melhorou a minha autoestima”. Classificado entre os finalistas em 2010, na 3ª edição do Prêmio Sentidos, categoria Gente Como a Gente, no Memorial da América Latina, em São Paulo, Edvan, se sentiu ainda mais motivado com o reconhecimento, em dar continuidade ao seu trabalho como artista plástico. Como ele me mesmo diz, o ateliê foi fundamental para o seu desenvolvimento como pessoa e no progresso dos movimentos, embora muitos confundam sua dificuldade motora como deficiência mental, afirma que venceu preconceitos, mostrando que é possível o diferente se inserir na sociedade e a arte é uma das chaves que abrem portas para esta inserção social. Sob a coordenação do psicólogo Valmir Batista da Silva, já passaram pelo Ateliê várias pessoas com as mesmas ou semelhantes limitações como a de Evan, que atualmente dá aula para outros alunos. Segundo ele, a técnica é milenar, a mesma utilizada pelos índios na arte de confeccionar seus vasos e esculturas. “Para mim a técnica encaixou certinho”, afirma. O artista tem sido exemplo na arte da superação. De bom astral e sem preconceitos com sua deficiência, passa para frente o que aprendeu todos estes anos, ao ensinar a técnica da modelagem em argila para outras pessoas. E deixa uma mensagem de otimismo, força e determinação para todos. “A dificuldade sempre pode ser superada, independente do grau de deficiência. Atualmente o maior físico do mundo, o britânico Stephen William Hawking, é um tetraplégico”, comenta.
aluísio stuani
Não fazemos uma foto apenas com uma câmera; ao ato de fotografar trazemos todos os livros que lemos, os filmes que vimos, a música que ouvimos, as pessoas que amamos
Ansel Adams
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Praça Vereador Oswaldo Viera Filho deixou de ser uma área de diversão
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Tornou-se local de abandono, drogas e violência
ÁREA DE LAZER ABANDONADA Luis Henrique Sá
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ocalizada em uma das regiões mais valorizadas da cidade de Maringá, na zona sete, a praça Vereador Oswaldo Viera Filho, há mais de 32 anos servia como referência de lazer para toda a população das proximidades. Durante esse período, a praça foi se firmando como um local de referência. Abrigou eventos como torneios de futebol de areia e vôlei de praia, organizados pelos moradores. Próxima a outra praça famosa, a da Igreja Santo Antônio, serviu também como grande ponto de encontro para os que por ali residiam. Nos últimos anos, porém, ela perdeu grande parte do seu valor de diversão. De acordo com os moradores, a praça vem deixando de ser ponto de encontro, esportes, lazer
e alegria. Aos poucos, está se transformando em um local abandonado, de perturbação e violência, onde usuários de drogas e andarilhos se reúnem, trazendo sérios desconfortos. A dona de casa Marta Carvalho, 60 anos, reside em frente à praça Vereador Oswaldo Viera Filho e compara as duas épocas. “Antigamente, o espaço era utilizado por pais e filhos. O parquinho era repleto de crianças, tinham várias atividades, recreações e campeonatos esportivos. Hoje em dia, eu não levo o meu neto para brincar lá. Tenho medo das pessoas o frequentam”, garante. O abandono aconteceu de forma gradual. A vigilância e os cuidados com a praça eram mantidos pelos próprios moradores. Shoppings, canchas esportivas pagas e outras formas de diversão virtuais foram, segundo os mais antigos, desinteressando o zelo pela
área de lazer pública. “Hoje em dia, a gente não vê mais crianças brincando de pega- pega, pique esconde e isso, sem dúvidas, se deve a uma nova maneira de se divertir. Contribuição para o abandono da praça e sua tomada por outros grupos nem tão positivos”, avalia o acadêmico Lucas Maia, 21 anos, vizinho do local. A situação está também presente em outras praças de Maringá. “Sinto muita tristeza ao ver o local abandonado, sem função. Era bom demais quando as crianças podiam chegar do colégio e brincar até a noite. Algo impensável agora”, ressalta o acadêmico. A Prefeitura de Maringá tem, entre seus projetos, a revitalização de praças na área central do município, mas nossa reportagem não conseguiu contato com a secretaria responsável para obter informações sobre possíveis projetos na Vereador Oswaldo Viera Filho.
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aluísio stuani
A fotografia é uma forma de ficção. É ao mesmo tempo um registo da realidade e um auto-retrato, porque só o fotógrafo vê aquilo daquela maneira
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Gérard Castello Lopes
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Um projeto dos alunos do 5º e 6º semestre do curso de Jornalismo da Faculdade Maringá
maracatu por
AluĂsio Stuani