Revista Zona Rural

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REVISTA PRODUZIDA PELOS ALUNOS DO 6ยบ SEMESTRE DE JORNALISMO DA FACULDADE MARINGร




Agroneg Agro

Sérgio Mendes (Jornalista e empresário)

O agronegócio é um forte e importante par e o Brasil. E por maior avanços nas últimas d país merecer a admira considerado o grande do mundo, podemos d apenas começando a e potencial que nos ofer Quando falamos em fazendo referência a u que responde por 40% dos empregos. Que ati nas regiões interioran sustentação ao crescim produtos, está present


Editorial

onegócio, gócio, muito muito a explorar a explorar

segmento cada vez mais ra o Estado do Paraná res que tenham sido os décadas, a ponto de o ação internacional e ser celeiro de alimentos dizer que estamos ainda explorar o imenso rece esse setor. agronegócio, estamos um segmento gigantesco, % do PIB nacional e 1/3 iva o desenvolvimento nas, garantindo vigor e mento. Que, com seus te, de forma direta ou

indireta, em todas as demais áreas. No Estado do Paraná, apesar da inquestionável relevância do agronegócio para a saúde da economia, e de seu perfil histórico, o mesmo parece ser um setor à parte e distante da população urbana, notadamente entre mais jovens. Esse mundo fantástico do agronegócio brasileiro é, de certa forma, um ilustre desconhecido da própria população do país e é aí que entra a importância de novas publicações, como a ZONA RURAL que pretende levar a um público mais jovem a importância desse setor que há tempos dá sustentação e fôlego para a economia nacional. Sucesso e vida longa à ZONA RURAL.

Divulgação


SumĂĄrio

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Tecnologia no campo

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Moda do bicho da seda

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Arte Cutelaria

38

Estufas e tomates no V

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Agricultura Familiar

44

Pensar no solo

28

Uvas em Marialva

30

Flores na capital da uva ďŹ na

Evandro Mandadori


e country

52

Café Gourmet

Vale do Ivaí

58

Receitas Rural

62

Turismo Rural

E X P E D I E N T E

Editor-Chefe Douglas Santos Diretor de redação Silvio Rocha Diretor de arte Rodolfo Baldassi Diagramação Arthur Mendes Douglas Santos Rodolfo Baldassi Fotografia de capa Douglas Santos

Diretor Geral Aparecido Domingos Errerias Lopes Diretora Acadêmica Elza Korniezuk Meller Diretor de Ensino Célio Raniero Coordenador do Curso de Jornalismo Ricardo Torquato Professor responsável Ronaldo Nezo

Faculdade Maringá Av. Prudente de Moraes, 815 Maringá -PR Fone: (44) 3027-1100 www.faculdademaringá.com.br


Advocacia Agrícola

Agricultor, você tem dívidas e

Veja as dicas do advogado Henrique Jambiski, par situação incomoda. Arthur Mendes ZR - Quais as formas de negociar a dívida, para quem não teve condições de fazer a liquidação de créditos agrícola com o banco? HJ - Há duas lições no meio importantes se o produtor não conseguir fazer o pagamento de sua dívida, uma positiva e uma negativa. A positiva é ir até a agencia onde há o credito, e ver a possibilidade de prorrogar a dívida. O produtor tem o direito da prorrogação, o banco deve fornecer um alongamento da sua dívida até que consiga se regularizar financeiramente. Já a parte negativa da

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negociação é que o banco tem o direito de pedir a porcentagem para negociar a dívida, ou seja pedir dez, vinte por cento do saldo devedor que o produtor tem como entrada, mas isso é claro que para pedir esta entrada tem que estar dentro da capacidade de pagamento que o produtor pode ter, então só vai poder alongar o seu contrato rural sem pagar entrada nenhuma, se o produtor tiver uma perda da capacidade de pagamento, de um jeito que ele não consiga pagar nem um centavo antecipado. Sendo assim o banco não pode exigir o pagamento de dez, vinte por cento ou de quanto o banco

pedir na negoci Agora se na pagamento, o a informação competência d por cento, a ex banco tem o d porcentagem qu bolso do produ Então a p pagamento não ao pagamento porcentagem, não tiver capa o banco tem si prorrogar. Poré tiver condição é legitimo que o


em banco?

ra sair dessa

iação. a capacidade de o banco tiver o que ele tem de pagar os vinte xigência é justa, o direito de pedir a ue cabe dentro do utor rural. prorrogação de está condicionada o de qualquer se o produtor acidade de pagar, implesmente que ém, se o produtor de pagar entrada o banco cobre.

ZR - Em questão de juros, como funciona? HJ - Em relação a alteração de juros, isso é totalmente proibido em crédito rural. Primeiro porque os juros do credito rural são vigiados, são juros regulamentados pelo governo. O banco não pode subir 0,1% porque a renegociação do credito rural precisa por lei, ser na mesma taxa de juros ou menos, a única negociação que o banco poderia ter é se ele baixar os juros do credito rural, para aumentar nunca.

Henrique Jambinski Advogado da Lybor Landgraf - Dívidas com Bancos - Advocacia Especializada

“Em relação a alteração de juros, isso é totalmente proibido em crédito rural” Henrique Jambinski (Advogado)

Divulgação

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Ano Agrícola

Fechamento do an crescimento em re Valor no entanto, é 0,6% abaixo no início do ano. André Fachini

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O ano fiscal abrange o período de doze meses e normalmente é encerrado em 31/12 de cada ano, coincidindo com o ano civil. O ano da atividade da empresa rural é diferente do ano fiscal, pois a produção agropecuária, concentrase em determinado período do ano, que pode ser alguns dias ou meses. O ano agrícola é o período em que se planta, colhe e se comercializa a safra. No caso de empresas que preferem estocar seus produtos ao invés de vende-los logo após a colheita, considera-se o ano agrícola logo após a colheita de tais produtos. Assim, se obterá uma avaliação melhor do desempenho da safra quando realizado logo após esse ciclo. O país terá este ano um aumento na produção de 13 entre os 26 principais produtos da safra agrícola nacional, investigados no Levantamento Sistemático de Produção Agrícola, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa aponta crescimento de produção em relação ao ano anterior para o amendoim em casca 1ª safra (19,5%), amendoim


no agrícola indica elação a 2015 do que a estimativa apontava

em casca 2ª safra (0,1%), aveia em grão (6,9%), batata-inglesa 1ª safra (4,6%), batata-inglesa 2ª safra (2,2%), café em grão arábica (18,1%), café em grão canéfora (robusta) (8%), cevada em grão (44,8%), feijão em grão 1ª safra (12,4%), feijão em grão 2ª safra (4,4%), mamona em baga (14,7%), soja em grão (3,2%) e trigo em grão (6,0%). Na direção oposta, a safra de 2016 será menor para o algodão herbáceo em caroço (-4%), batata-inglesa 3ª safra (-24%,1), arroz em casca (-7,8%), cana-de-açúcar (-3,9%), cacau em amêndoa (-0,3%), cebola (-4,8%), feijão em grão 3ª safra (-21,3%), laranja (-2,7%), mandioca (-0,2%), milho em grão 1ª safra (-5,8%), milho em grão 2ª safra (-0,3%), sorgo em grão (-13,5%) e triticale em grão (-35,2%). No levantamento, o IBGE estima uma safra de 210 milhões de toneladas até o final de 2016. O aumento de 0,2% em relação a produção de 2015, quando totalizou 209,5 milhões de toneladas. No entanto, o montante foi 0,6% menor que o previsto em fevereiro, com 1,3 Divulgação milhão de toneladas a menos.

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Balança comercial

Balança comercial tem maior sald para o 1º semestre em 28 anos Na parcial do ano (de janeiro a agosto), superávit comercial somou US$ 32,37 bilhões. André Fachini As exportações brasileiras superaram as importações, resultando em superávit da balança comercial de US$ 32,37 bilhões nos oito primeiros meses deste ano. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). É o melhor resultado para o período de janeiro a agosto desde o início da série histórica, em 1989, ou seja, em 28 anos.

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Até então, o maior saldo para este período havia ocorrido em 2006, quando foi contabilizado um superávit de US$ 29,74 bilhões. O resultado positivo da balança no acumulado deste ano é maior que o superávit registrado em todo ano passado (US$ 19,69 bilhões). De janeiro a agosto de 2015, as exportações superaram as importações em US$ 7,3 bilhões.


do

Somente em agosto, o saldo positivo (exportações menos importações) somou US$ 4,14 bilhões, resultado de vendas externas em US$ 16,98 bilhões e compras do exterior em US$ 12,84 bilhões. Foi o maior superávit para meses de agosto desde 2006, ou seja, em dez anos. Na parcial dos oito primeiros meses de 2016, as exportações somaram US$ 123,57 bilhões, com média diária de US$ 735 milhões (queda de 4,9% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, somaram US$ 91,2 bilhões, ou US$ 542 milhões por dia útil, uma queda de 25,5% em relação ao mesmo período de 2015. Nos oito primeiros meses deste ano, aumentaram as exportações de produtos semimanufaturados

(-2%), mas recuaram as vendas externas de produtos básicos (-9,2%) e também de produtos manufaturados (-1,1%). No caso das importações, houve queda nas compras de bens de consumo (-26,1%), de bens intermaediários (-22,1%) e de bens de capital, que são as máquinas e equipamentos para produção (-21,6%). Os números do governo mostram que o aumento do saldo comercial ocorreu, também, por conta da queda nas importações do petróleo e combustíveis, que recuaram 45,6% até agosto. O déficit da chamada conta petróleo caiu de US$ 3,21 bilhões nos oito primeiros meses do ano passado para um resultado negativo de US$ 786 milhões em igual período deste ano.

Estimativas para 2016 A expectativa do mercado financeiro para este ano é de melhora do saldo comercial, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras. O próprio BC também prevê melhora no saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 50 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior até o fim de 2016. O Ministério do Desenvolvimento estimou um saldo positivo de US$ 45 bilhões a US$ 50 bilhões neste ano. Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 50 bilhões para 2016, com exportações em US$ 190 bilhões e importações no valor de US$ 140 bilhões. Divulgação

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Tecnologia

Com GPS e Ar Condicionado: tecnologias na agricultura se torna realidade Conheรงa alguns tratores e colheitadeiras, que jรก tem essas novas tecnologias e torna a vida dos agricultores, mais fรกcil. Texto: Douglas Santos Fotos: Flavio Souza

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Tratores 6 110 Modelo > Potência do motor na rotacão nominal – 110 cv > Potência na TDP na rotação nominal do motor - 94 cv

Motor > Reserva de torque - 28% > Velocidade nominal do motor - 2.300 rpm > Rotação de torque máximo de motor - 1.600 rpm > Número de cilindros - 4 > Aspiração - Turbo

Embreagem/Transmissão > Acionamento - Hidraúlico autoajustável > Tipo - Sicronizada > Número de velocidade - 12x4

Tomada de potência > Tipo - Independente > Acionamento - Eletro-hidráulico > Velocidade - 540 rpm

Sistema Hidráulico > Vazão da bomba hidráulica - 54 L/min > Pressão máxima de trabalho - 180 bar > Cap. de levante no engate - 3.420 kgf > Número de VCRs - 2

Cocamar Máquinas Revendedora John Deere Rodovia Pr 317 Km 1, Nº 390 - Parque Industrial Bandeirantes - Maringá (PR) Telefone: +55 44 3262-4646 17


Tratores 7 225 Modelo > Potência do motor na rotacão nominal – 225 cv > Potência na TDP na rotação nominal do motor - 191 cv

Motor > Reserva de torque - 36% > Velocidade nominal do motor - 2.200 rpm > Rotação de torque máximo de motor - 1.023 rpm > Número de cilindros - 6 > Aspiração - Turboalimentado / Intercooler

Embreagem/Transmissão > Acionamento - Eletro hidráulico autoajustável

> Tipo - Multidisco em banho de óleo > Número de velocidade - 12x16

Tomada de potência > Tipo - Independente > Acionamento - Eletro-hidráulico > Velocidade - 540 rpm/1.000 rpm

Sistema Hidráulico > Vazão da bomba hidráulica - 121/174 L/min > Pressão máxima de trabalho - 210 bar > Cap. de levante no engate - 4.600/6.350kgf > Número de VCRs - 2/4

Cocamar Máquinas Revendedora John Deere Rodovia Pr 317 Km 1, Nº 390 - Parque Industrial Bandeirantes - Maringá (PR) Telefone: +55 44 3262-4646 18


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Colheitadeiras S 660 Modelo > Potência do motor na rotacão nominal – 239 cv > Potência na TDP na rotação nominal do motor - 272 cv

Motor > Cilidradas 9,0 L

> Tanque de combustível - 945 L > Capacidade do tanque de grãos - 10.570 L > Vazão de descarga - 116 L/s > Tubo de descarga - 6,9 m

Transmissão/Alimentação > Tipo - Hidrostática, ProDrive > Largura - 1.397 mm > Comprimento - 1.727 mm > Diâmetro cilidro de levante - 80 mm

Unidade de trilha/Separação > Diâmetro / Comprimento - 762 / 3.130 mm > Rotação - 210 à 1.000 mm > Superfície de trilha - 1.1 m2 > Superfície de separação - 1.9 m2 > Número de côncavos - 3

Cocamar Máquinas Revendedora John Deere Rodovia Pr 317 Km 1, No. 390 - Parque Industrial Bandeirantes - Maringá (PR) Telefone: +55 44 3262-4646 21


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Silvio Rocha


Cutelaria

Arte Afiada Um veterinário e um farmacêutico mantêm viva a tradição da cutelaria em Maringá. Silvio Rocha Ramiro Darriba é veterinário e Douglas Fajardo é farmacêutico. A dupla tem pouco em comum, mas compartilha um hobby. Nas xhoras vagas, eles se reúnem em um barracão para exercer de maestros cuteleiros. Calma que não se trata de nenhum tipo de feiticeiros, nem nada do gênero. A Cutelaria é considerada um dos ofícios mais antigos do mundo e nada mais é do que a arte de produzir facas artesanais. Na oficina de cutelaria, as ferramentas são os diferentes tipos de alicate, a bigorna, marretas, martelos e a força do cuteleiro, para dobrar e moldar o aço. Molas velhas de caminhões, por exemplo, viram objetos de colecionadores nas mãos dos dois. “Dependendo do material, a gente passa em média 5 horas colocando na fornalha, batendo, recolocando e moldando o metal”, conta Ramiro.

Segundo ele, a fornalha feita de forma improvisada pode ultrapassar os mil graus Celsius, a temperatura em que o metal pode ser trabalhado. O acabamento é feito com lixas importadas da Suiça. E volta-se a aquecer o material, até dar a ele a forma que se quer. Os cabos também são feitos de forma artesanal. “Em casa de ferreiro, espeto é de pau”, brinca Ramiro, sobre as facas que tem em casa. Já Douglas não esconde a empolgação de ver nascendo o que ele chama de “a geometria da peça”. “A faca é um dos primeiros instrumentos inteligentes feitos pelo homem e um dos mais pessoais em relação ao uso. Sou um apaixonado por instrumentos em aço e metalurgia”, comenta o farmacêutico, que até criou um blog, onde divulga o trabalho de criação de peças únicas.

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Agricultura Familiar

Copavi um exemplo de suce

Cooperativa fica localizada em Paranacity, cid

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A agricultura familiar no Brasil já existe há bastante tempo. Começou na década de 70 e em 2006 essa era uma forma encontrada para que as famílias que trabalham na terra pudessem ter seus direitos e deveres diante da sociedade. Para ser considerada uma família rural, não pode possuir propriedade maior que 4 módulos fiscais e utilizar mão de obra própria, o que significa pessoas da própria família que trabalham nas terras. Em 2006, o IBGE fez uma pesquisa para analisar se agricultura familiar no Brasil era forte. A conclusão da pesquisa é que é muito importante para os alimentos no País. Cerca de 84,4% dos estabelecimento do Brasil são de agricultura familiar. Com esses números, muitas famílias não querem deixar seus sítios para ir morar na cidade, estão acostumadas a viver no campo e não conseguiriam morar em grandes capitais. Um grande exemplo de agricultura familiar é a Copavi, de Paranacity. Essa cooperativa faz parte do MST, movimento dos sem terra, sendo assim a agricultura familiar é muito forte. Esta cooperativa distribui produtos no Paraná e também fora do estado. Eles vendem iogurte natural, açúcar mascavo, cachaça artesanal, pão caseiro, leite, entre outros produtos, e também a Copavi é muito conhecida por causa dos seus produtos. Todas as famílias que moram na Copavi trabalham e moram na cooperativa. Eles são um grupo que faz tudo junto, como almoçar num horário só, atividades de lazer e, principalmente, a interação com a juventude. Muitas famílias têm orgulho em dizer que criam seus filhos em uma terra muito produtiva. O processo de


esso, na agricultura familiar

dade há 90 quillômetros de Maringá. Benicio Júnior Divulgação

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Agricultura Familiar industrialização da Copavi é muito rápido, o tempo todo tem pessoas trabalhando para ter agilidade na venda dos produtos. Tudo que eles fazem passa por uma assembleia, onde todas as famílias definem ações, como viagens, participação em feiras de produtos orgânicos e qualquer outro assunto que diga a respeito da comunidade. Todos têm o livre direito de expor suas opiniões para melhora da Copavi. O terreno onde fica é próprio, eles têm apoio da prefeitura e promovem uma grande integração na cidade. Sempre vem gente comprar e buscar produtos na Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória, o nome completo da Copavi, um grande exemplo na agricultura familiar, por reunir e dar oportunidade para as famílias que moram no terreno. E tem mais. Eles não trabalham com veneno e nem com produtos químicos, as plantações são totalmente naturais sem aplicação de agrotóxicos. O presidente da entidade, Ildo Rock, diz que agricultura familiar serve para o Brasil todo, porque todos os brasileiros dependem dos alimentos que vem da terra. “Sem esses produtos, a população que mora na cidade não consegue viver”, comenta, acrescentando que a agricultura familiar já está inserida na sociedade. Ele afirma ainda que, desde quando começou a cooperativa, as normas sempre foram feitas pelas famílias juntas. Cada um tem seu pedaço de terra para tocar sua vida, mas sempre em comunidade. Os lotes, sim, são divididos em setores, como as indústrias que mexem com plantação de cana, 26

“Tenho orgul mora e traba desenvolvime


lho que os jovens da cooperativa, a maioria alha aqui. Isso é muito importante para o ento da cooperativa”. Ildo Rock, presidente da Copavi

Divulgação

também tem o setor que só cuida do leite e também tem o de sustento familiar. Isso significa plantação de hortas, criação de galinhas, entre outras coisas. Ildo foi um dos primeiros a chegar naquela terra que estava abandonada. Ele teve medo de passar fome, mas com muito trabalho ajudou a Copavi a ser exemplo no Brasil. “Tenho orgulho que os jovens da cooperativa, a maioria mora e trabalha aqui. Isso é muito importante para o desenvolvimento da cooperativa”. O presidente diz que tudo que vem acontecendo na cooperativa é um sonho realizado em sua vida, porque, pra quem morava debaixo de lona, ver como está hoje é muito gratificante. Quempretendeabrirumacooperativa, tem que ser bem organizado para que a comunidade cresça. Carlos Roberto Cardoso mora na Copavi há 16 anos na cooperativa, que existe há 23. Roberto é professor de História e Sociologia nas escolas estaduais e também trabalha no assentamento. Segundo o educador, sua esposa, filhos e irmãos todos trabalha na cooperativa. “As famílias cresceram tanto na qualidade de vida como economicamente. Teve um tempo em que os patriarcas das famílias trabalhavam como diaristas, antes de ficar conhecida a Copavi. Não pretendo nunca sair daqui, não teria cabimento”, finaliza. A Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória, a Copavi, é um exemplo de luta e de amizade entre todos que moram no assentamento e um exemplo bastante importante para quem gosta de agricultura familiar.

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Marialva

Uva: cultura além d

Prod vida

Em uma região onde plantio e colheita de grãos são predominantes, cidade de Marialva, a 20km de Maringá, se destaca, em nível nacional, como uma eximia viticultora, cultivo da uva. Marialva tornou-se a capital Uva no Paraná, mas ao longo dos anos sempre houve o questionamento por parte da população, de qual seria o motivo que em uma região onde prevalece quase que inteiramente o cultivo de soja, uma cultura de trato que exige uma demanda de cuidados maior, tanto na produção quanto no transporte conseguiu se sobressair a nível de se tornar a capital da uva fina. Um fato no mínimo curioso, porém com uma resposta muito bem formada e embasada historicamente pelo engenheiro agrônomo e produtor Édio Mituy. “Entre as décadas de 1970 e 1980 a cidade era dominada pelo plantio de café, e meu pai, juntamente com outros integrantes da colônia japonesa, iniciaram o plantio de Uva em terrenos quebrados e com impossibilidade de cultivo do café” disse o agrônomo. Segundo ele esse plantio era apenas para consumo próprio, porém começou a dar tão certo que a viticultura foi crescendo, e a partir dai surgiam novas tecnologias, formas de cultivo, variedade da fruta, 28


da subsistência

Variedades de Uva

dução da fruta transforma a a dos moradores. Rodolfo Baldassi e quando todos se deram conta já estavam comercializando pela região. Talvez um dos fatos que mais tenham feito o cultivo da uva na cidade se destacar esteja bem além das técnicas de plantio, das tecnologias e novas variedades, mas sim no amor, carinho e atenção empregados durante cada etapa da produção pelos produtores. O produtor José Carlos Rola diz que uva tem sido seu alicerce desde que era adolescente. “Aprendi o cultivo com meus pais e passei isso para meus filhos, que atualmente estão todos graduados graças à renda que a uva nos dá. É muito gratificante esse trabalho e eu amo o que faço” A uva, além de movimentar a economia da cidade, também é a fonte de renda que proporciona não apenas a subsistência, mas também a conquista, seja na área acadêmica, ou de bens, para os produtores. Um trabalho árduo feito com muita técnica, porém também muita dedicação é o fruto de todos que são apaixonados pelo que fazem. A recompensa é a satisfação e muito orgulho de levar um produto de qualidade para a mesa dos consumidores. “Quem sabe o que planta não teme a colheita”, acrescenta José Carlos.

Benitaka

Rubí

Niagra

Itália

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Marialva

E tudo pode ser rosa na vida

Agricultores de Marialva apostam no plantio de rosas. Evan

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Evandro


ndro Mandadori

“Não falta procura. O que falta é mão de obra. E não vendemos apenas em datas especiais. Em todas as épocas do ano, as rosas têm muita saída” Benedito do Couto, agricultor

Mandadori

Marialva é conhecida nacionalmente como Capital da Uva, a maior produtora de uva fina de mesa do Paraná. Há cerca de quatro anos, surgiu uma alternativa para os pequenos produtores: a floricultura. A atividade utiliza um espaço pequeno e gera muitos empregos. Para cada hectare de flor, cerca de oito empregos diretos, o que se traduz em ótima alternativa de agricultura. A rosa é uma das espécies mais produzidas. De 35 a 60 dias após a poda, ficam prontas para a colheita, variando conforme a qualidade e o clima. Segundo o agricultor Benedito do Couto, o produto não é vendido só em datas especiais, mas durante todo o ano. “Não falta procura. O que falta é mão de obra. E não vendemos apenas em datas especiais. Em todas as épocas do ano, as rosas têm muita saída”. A propriedade localiza-se na Estrada Iti, Km 04. O produtor

ainda ressalta as qualidades de cultivar as rosas. “Dá mais mãode-obra do que a uva. Enquanto a uva tem certos períodos de descanso, o trabalho com as rosas é constante e a colheita é quase o ano todo. Fazemos limpeza, adubação, poda, etc. Serviço é o que não falta”, ressaltou Couto. As rosas são vendidas para diversas floriculturas, empresas de decoração e decoradores autônomos. O cultivo da variedade é uma atividade que exige produtores qualificados, mão-de-obra e investimentos, para que se tenha retorno garantido. Thinner, Avalanche, Hollywood, Miracle, Carola, Vegas, Ipanema e Ravel são algumas variedades de rosas produzidas. Cada uma com tonalidade de cor diferente. A diversificação da produção tem se tornado uma saída para manter a família engajada e produtiva. 31


Moda

Vale da seda: da região de Maringá para o mundo A região que mais produz seda no Ocidente busca exportação de confecção com foco na sustentabilidade. Flavio Souza A inovação é o mais efetivo percurso na busca da competitividade. É crescente em todo o mundo a preocupação com o consumo sustentável. A difusão, acessibilidade e portabilidade da tecnologia da informação faz cada vez mais atual a máxima de que é necessário pensar globalmente e agir localmente. Um dos projetos desenvolvidos na Incubadora Tecnológica de Maringá está costurando estes conceitos no mais nobre dos tecidos, a seda. O Projeto Vale da Seda, que envolve 29 municípios no Noroeste do Paraná, trabalha na estruturação de um arranjo produtivo colaborativo voltado à exportação que une os conceitos de origem e sustentabilidade, identificados com a seda, ao eficiente polo de produção de confecção aparanaense. Como parte deste projeto, com o apoio da ABIT e do Texbrasil, o 32

Vale da Seda participou de uma das mais renomadas feiras de Moda da França, a Who’s Next que foi realizada em Paris, de 2 a 5 de setembro. Peças de seda, em sua maioria blusas, foram produzidas por cinco empresas paranaenses, sendo três de Maringá (Must, Scalon e Via Tolentino) e duas de Curitiba (Abbici e NovoLouvre). Estas peças compõem a cápsula que será exposta em Paris e foram produzidas a partir dos conceitos de design to cost, que garante consumo otimizado de tecido e preço internacionalmente competitivo, ao qual foram acrescentados os conceitos de origem e sustentabilidade da seda. A origem brasileira será assegurada pelo conjunto de etiquetas composto por QR Code e etiqueta holográfica com numeração serial única para cada peça. Este conjunto de


Divulgação

“A origem brasileira será assegurada pelo conjunto de etiquetas composto por QR Code e etiqueta holográfica com numeração serial única para cada peça”

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Moda

etiquetas permite a certificação on line da originalidade da peça. O conceito de sustentabilidade será atendido pela informação, também presente nas etiquetas de cada peça, da pegada de carbono e do sequestro de carbono gerado a partir da produção de cada peça individualmente. Diversos setores empresariais em todo o mundo estão focando cada vez mais na mensuração e redução das emissões de gás de efeito estufa (GEE). Empresas líderes de mercado estão incluindo em sua comunicação 34

com os consumidores, um compromisso de reduzir gases de efeito estufa, principalmente relacionados à pegada de carbono de seus produtos. A indústria da moda deve oferecer alternativas sustentáveis, a fim de estar em sintonia com as tendências ambientais atuais Existe uma correlação positiva entre a produção de seda e redução da pegada de carbono. Os bichos da seda se alimentam somente de folhas frescas de amoreiras. Assim, é absolutamente necessário

cultivar a para que As am carbono correspo o peso d delas. P de carb seda cor vezes o informa valedase com o presiden da Sed com.br.


Divulgação

amoreiras sem pesticidas e a seda seja produzida. moreiras sequestram o em uma proporção que onde a mais de 700 vezes da seda produzida a partir Por outro lado, a pegada bono de uma peça de rresponde a somente 25 seu peso. Para maiores ações visite o site: www. eda.com.br ou entre em presidente João Berdu nte do Instituto do Vale da: jberdu@valedaseda.


DA FAZENDA

Para à

METRÓPOLE Rodolfo Baldassi

A moda country foi rapidamente abraçada pelos brasileiros! Seja em detalhes como o xadrez, ou até mesmo no traje completo, com direito a botas e chapéu. O estilo esta em alta e tem fortes chances dessa tendência fazer sucesso no outono-inverno: O xadrez já virou uma peça fundamental do guardaroupa. Nessa temporada as combinações tem destaque nos tons escuros além de linhas mais demarcadas. O que faz a junção da tendência rock com o country tendo sua presença garantida no visual dos apaixonados em moda. Ao usar o xadrez é importante ter muita harmonia do look, evitando peças chamativas demais,

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que sobrecarreguem o visual. Combinar o xadrez com peças lisas e em tecidos básicos é uma forma rápida e eficiente de obter um bom resultado. Nos pés, uma bota cano baixo, pode ser o toque para arrematar a produção. Presente na moda hippie e na country, as franjas vêm para dar um toque de charme. Elas aparecem em saias, shorts, casacos e bolsas. As botas são indispensáveis na moda country. O modelo montaria, o favorito das brasileiras, tem tudo a ver com o mundo cowboy. As botinhas de cano curto, que seguem o estilo texano, com detalhes e saltos grossos, também fazem sucesso e não negam suas origens!


Moda

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Estufa invade das pl Vale d

Zona rural mudanรงa e apรณs a che pequenas

38


as e tomates em espaços lantações no do Ivaí

l de Cruzmaltina sofre em sua paisagem, egada das estufas nas propriedades. Douglas Santos

Douglas Santos

Vale do Ívai As estufas vão ganhando espaço a cada dia que passa, mudando a paisagem na zona rural de Cruzmaltina (cidade há 73 quilômetros de Apucarana). Muitas famílias preferiram deixar de lado os cultivos dos grãos e cereais, para aderirem a implantação deestufasparaoscultivos de frutas e legumes. As primeiras estufas cobertas começaram a ser construídas em 2002, pois as famílias buscavam novas alternativas de serviços na região. O técnico agrícola, Douglas Venâncio, relatou que após os fazendeiros adquirirem grandes áreas de terras e os problemas climáticos da região, a maioria dos agricultores recorreram as estufas. “Devido as grandes fazendas e o clima da nossa região que é bastantes instável, sobrou aos pequenos agricultores recorrerem às estufas, como uma forma de ganhar dinheiro. Para essa atividade, o agricultor não precisa fazer grandes investimentos e tem uma boa rentabilidade”.

O principal cultivo em estufas na região de Cruzmaltina é o tomate. O fruto sempre varia de preço e isso faz com que os agricultores se animem ao cultivar. O agricultor Antônio Cícero dos Santos, mais conhecido como Bicudo, fala que o preço é um atrativo para o cultivo do tomate. “Quando começamos as colheitas, ficamos na expectativa do preço estar em alta para ter mais renda. Mas o tomate sempre tem um preço bom. Com isso, sempre conseguimos o suficiente para pagar as contas e sobra algo para a gente”. Bicudo tem em sua propriedade uma estufa de 1.400 metros, com cerca de 2.200 pés de tomate. A expectativa é que sejam colhidas cerca de 650 caixas. Feliz com o resultado, o agricultor já faz planos para 2017. “Assim que terminar a colheita, irei limpar a estufa e plantar tomate de novo”. Na região, existem cerca de 1.400 estufas, que atendem os Ceasas de Londrina, Maringá e até mesmo de Curitiba. 39


Estufas

Com medo de prejuízos por doença, agricultores apostam em novos tipos de estufas Agricultores utilizam-se de sacos plásticos e telhas, para evitar o contato dos pés de tomate com o solo. Douglas Santos

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As estufas foram a forma que os agricultores da região do Vale do Ivaí encontraram para ter uma renda. Mas os produtores também sempre ficam receosos quando pensam sobre os prejuízos que podem acontecer durante o cultivo fazendo uso dessa técnica. Pensando nisso, os agricultores do sítio São Francisco, que fica localizado em Monte Alto, distrito de Cruzmaltina, resolveram inovar nas suas estufas. Utilizando-se de sacos plásticos, os agricultores colocam a terra numa espécie de “bolsa”, junto com o pé de tomate. Dentro da estufa, esses sacos plásticos com os pés de tomates, são colocados em cima de uma telha e, em volta, é passado mais um saco plástico para evitar qualquer contado do recipiente com o solo. Segundo o agricultor João Carvalho, um dos responsáveis pelo sítio São Francisco, foi preciso fazer esse tipo de plantação, para prevenir as doenças nos pés e atrapalhar a produção do tomate. “Nas primeiras estufas que


O que é Muchadeira? A murcha bacteriana, causada por Ralstonia solanacearum, é considerada a doença mais importante nos legumes, como o tomate, a batata, a berinjela, o pimentão e as pimentas, além de afetar um amplo número de hospedeiras de diversas outras famílias botânicas. As plantas afetadas murcham a partir da parte superficial e os sintomas, na fase inicial, manifestam-se nas horas mais quentes do dia. A murcha vai progredindo de forma irreversível até causar a morte da planta

construímos, só tivemos prejuízos, pois nesse solo existe uma praga. Quando o pé de tomate entra em contato a terra, a doença murchadeira ataca e prejudica a produção”. O agricultor também informou que foi preciso ir a São Paulo para ver como era feito esse processo e aplicar em seu sítio. “Soubemos que, em São Paulo, eles estavam construindo um novo tipo de estufa. Fomos até lá e pudemos comprovar como era feito. Trouxemos essa ideia e implantamos em duas das cinco estufas que temos aqui”. Por ser mais complexa e duradoura, as estufas com esse novo método de plantio tem um valor diferente das convencionais. Enquanto uma estufa convencional de 1.500 metros custa cerca de 18 mil reais para a sua montagem, com o mesmo tamanho, mas com esse novo método, a estufa pode chega a custar 30 mil reais.

Douglas Santos

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Tomates

Saiba as principais qualidades de tomates no Brasil Eles sempre estiveram na mesa dos brasileiros, mas existem várias qualidades deste fruto, que agrada os consumidores a ter uma vida saudável. Douglas Santos

Tomate Carmem Ou Tomate Longa Vida, pois tem uma durabilidade maior. É o mais comercializado e consumido no país. É ideal para salada, pois, caso seja feito molho, certamente deve ficar alaranjado. Tomate Caqui Não serve para fazer molho, mas é excelente para o vinagrete do churrasco, por não ser muito adocicado e ter boa acidez. Tomate Holandês Como o Tomate Carmem, serve para a salada. É muito ácido e bem adocicado. Tomate Débora É o tomate do dia-a-dia. Por ser menos ácido, serve para saladas e molhos. Porém tem mais sementes do que o Tomate Italiano. Tomate Italiano Também conhecido como Tomate Saladete, o seu formato é alongado. É o melhor para fazer molho, por ter menos sementes e mais polpa. Tomate Cereja Um mini tomate bem adocicado, refrescante... Ideal para fazer saladinhas, também para usar em canapés e espetinhos. Tomate Sweet Grapes O formato parece o de uma uva, por isso esse nome. É bem mais doce do que o Tomate Cereja. Parece um mini Tomate Italiano. 42


Variedades

Frutas e legumes Não é apenas tomate que os agricultores de Cruzmaltina e região cultivam em suas estufas; várias outras frutas e legumes ganham espaços nesses locais. Douglas Santos

PIMENTÕES

Depois do tomate, o pimentão ocupa grande parte das estufas, que tem a média de 1.500 metros. O legume sempre está com boa cotação de mercado e, por isso, muitos aderem a plantação deste tempero natural. O pimentão verde é o principal, mas o amarelo e vermelho também marcam presença.

MORANGOS

A fruta, que tem sua principal produção no interior de São Paulo, também está presente em algumas estufas na região de Cruzmaltina. Mesmo sendo uma pequena quantidade, o morango consegue chegar nas regiões norte e noroeste paranaense.

PEPINOS

Depois dos pimentões, os agricultores também optam pelo cultivo dos pepinos, que é fácil de ser vendido aos fornecedores. O pepino caipira toma grande parte da área destinada a este legume, mas o pepino japonês também tem seu espaço.

ABOBRINHAS

Outro legume que aparece nas estufas em Cruzmaltina é a abobrinha, que sempre está presente nas mesas dos brasileiros.

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Solo

Não é só plantar, é preciso repensar as consequências

Adotar novos métodos nas atividades agrícolas é a melhor alternativa para continuar produzindo. Mateus Girotto Nos últimos 100 anos, a temperatura média da Terra subiu 0,5 ºC. As previsões do Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas (IPCC, singela em inglês) apontam que até 2100 a temperatura do planeta, que sofre o chamado aquecimento global, subirá quase 5 ºC. Uma das consequências relevantes desse fenômeno é a mudança em nível global na produção de grãos. Ou seja, se a agricultura não se adaptar às novas condições climáticas, a produção cairá. INSTABILIDADES CLIMÁTICAS Essa realidade já vem sendo discutida há muito tempo, mas com o agravante da instabilidade do clima, muitos segmentos já iniciaram mudanças no processo produtivo por conta própria. Alguns agricultores levam para suas propriedades sistemas sustentáveis e menos agressivos.

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Arquivo Cocamar - SafraTec


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Estudos que tratam desse tema encontram diversas variáveis sobre as previsões de como será o futuro da agricultura no planeta. Dentre essas está o aumento do dióxido de carbono (CO²) na atmosfera, fator considerado positivo para as plantas, uma vez que impulsiona o processo de fotossíntese. Outra questão é a adequação dos vegetais, que levam consideração fatores como temperatura, solo, quantidade de água e tecnologia aplicada às atividades agrícolas. Em visita à unidade de difusão de tecnologias de uma das cooperativas da região de Maringá, o coordenador do campo de experimentos, o

engenheiro agrônomo Edner Betioli Junior, doutor em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Ele afirma que é possível continuar produzindo grãos, diminuindo a agressão ao solo, como erosões, colocando em prática uma agricultura consciente, rentável e sustentável. “A principal perda de solo, apontada por estudos, são as erosões decorrentes de fortes chuvas, como as dos últimos anos. Em alguns casos, por exemplo, a perda anual de solo, provocada pelas erosões, indica uma tonelada por hectare, diz o agrônomo. 45


Solo MANEJO E ROTAÇÃO DE CULTURAS

MANEJO DE SOLO Betioli Junior explica que o adequado manejo de solos é uma das tecnologias que diminuem a agressão ao meio ambiente e proporcionam maior produtividade. “São essas práticas que minimizam os efeitos da instabilidade nas propriedades”. Já a monocultura ou, até mesmo, o sistema contínuo de sucessão do tipo trigo/soja ou milho safrinha/soja, tendem a provocar a degradação física, química e biológica do solo e

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a queda da produtividade das culturas. Além disso, o agrônomo afirma que a monocultura proporciona também condições mais favoráveis para o desenvolvimento de doenças, pragas e plantas daninhas. Por isso, a rotatividade de culturas consiste em alterar, anualmente, espécies vegetais numa mesma área agrícola. Essas espécies, acima de tudo, têm o propósito de recuperações de solo, além de promover a quebra do ciclo de doenças e do ciclo de pragas.


Essa técnica de manejo de solo é ligada também ao manejo de pragas e doenças, dentro do programa Plante Seu Futuro, do governo do Paraná, e pode ser considerada uma das boas formas de praticar a agricultura sustentável. Segundo o técnico em agropecuária e especialista em agronegócios Valdir Brischiliari, da unidade municipal da Emater de Floresta (25 km distante de Maringá), os resultados obtidos com o monitoramento e manejo das lavouras de soja na safra 2015/2016 permitiram, por exemplo, a redução das aplicações de agrotóxicos para o controle de pragas e doenças. “Em média os produtores

Mateus Girotto

diminuíram cerca de um terço das aplicações, comparadas ao ano anterior”, afirma. De acordo com estudos, são inúmeras as vantagens para quem aplica a rotação de culturas. Além de proporcionar a produção diversificadas de alimentos e outros produtos agrícolas, a prática melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo, auxiliando no controle de plantas daninhas, doenças e pragas, e também ajuda a repor a matéria orgânica e protege o solo da ação dos agentes climáticos.

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Solo A pecuária também sofre com a mudança climática. Uma das alternativas para esse segmento é substituir determinada criação de animais por outros mais adaptados às condições do momento. Nordeste, por exemplo, recebe maior interferência do aquecimento global. A substituição do gado por raças mais adaptadas às novas condições é uma possível solução. Estudos afirmam que o tempo das grandes monoculturas está acabando, mas pode-se fazer uma rotação de atividades agrícolas, pecuárias e florestais em uma mesma propriedade. Isso é parte do estudo que Betioli Junior desenvolve no campo de tecnologias que coordena. O engenheiro agrônomo conta que a integração de atividades, voltadas Mateus Girotto

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para áreas arenosas, também oferece vantagens, como o adicional de aumentar a renda do produtor. Só no Brasil, segundo a Embrapa, há quase 100 milhões de hectares de pastos degradados. Isso se dá, principalmente, em áreas de arenito. A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma alternativa para recuperar a área. De acordo com dados da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, de Maringá, que investe na conscientização de seus cooperados sobre a Integração Lavoura-PecuáriaFloresta, a região noroeste do Paraná tem cerca de 2,3 milhões de solos arenosos - o arenito caiuá - dos quais pelo menos 1,8 são formados, em sua maioria, por pastagens degradadas.


Com a integração, o produtor rural passa a produzir soja no verão, por exemplo, e a concentrar a engorda de animais no inverno. Isso é possível graças a uma gestão bem orientada, que utiliza o capim braquiária tanto para viabilizar pastos de qualidade durante os meses rios, quanto para gerar cobertura de palha visando o plantio direto da soja. Para o professor do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o engenheiro agrônomo Ednaldo Miquelão, 55, a integração da agricultura e pecuária é uma alternativa para viabilizar uma agricultura sustentável. A técnica da ILPF, que, segundo ele, é um pacote da primeira revolução agrícola na Europa durante o século 11, demorou quase mil

anos para chegar até o Brasil. Hoje, a técnica salva muitas propriedades, diversifica a produção e possibilita o aumento da eficiência de utilização de recursos naturais e a preservação do ambiente, resultando na maior estabilidade de renda do produtor rural. “Com a prática da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, os agropecuaristas passam a se beneficiar, aumentando a utilização da terra no período de inverno e otimizando o desenvolvimento de culturas posteriores”, afirma Miquelão. Ele diz que essa prática já é parte da nossa realidade. “Hoje já é possível visualizar que o plantio direto e a integração lavourapecuária já representam bases vantajosas da sustentabilidade”, pontua.

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Café “Gourmet” é tendência no mercado em 2016 Café especial cresce 15% ao ano contra 3% do tradicional. Vinicius Ducca 52


Café

“Há um grande mercado pela frente” Thiago Martinez, empresário

Segundo estimativas da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, sigla em inglês), o café popularmente chamado de Gourmet vem crescendo em vendas muito mais do que o café popular, tradicional. Ainda com um volume muito baixo, correspondente a 5% da produção de café no país, o café gourmet apresenta uma tendência de crescimento nos próximos anos. A expectativa é que o volume chegue aos 12% do volume da produção nacional. Apaixonado por café, Thiago Martinez trabalha com vendas do Café Gourmet pela internet. Para ele, uma aposta segura no momento econômico atual. “O mercado de café especial está em franca expansão, baseado na popularização das cafeterias, que se tornaram lugares charmosos e convidativos e no consumo doméstico através das diversas formas de preparo”, comenta. O café especial preza pela qualidade dos grãos, diferença do sabor e foco na qualidade. Hoje

em dia, é um diferencial muito grande, no momento em que tudo praticamente não é comprado somente pelo preço final, mas, sim, pela qualidade e prazer que o produto final proporciona ao consumidor. “Sempre fui um apreciador de café. Há cerca de 10, 12 anos era muito difícil encontrar café de qualidade nas cafeterias, loja e mercados do Brasil. A produção de café especial era baixa e todo café de qualidade era exportado. Restava ao consumidor brasileiro o café tradicional com muitos defeitos. Nesta última década o cenário mudou, hoje há diversos produtores de olho na qualidade e o consumidor está entendendo a diferença da qualidade do café. Há um grande mercado pela frente”, prevê Martinez. A diferença no processo de torrefação geralmente é o que proporciona o melhor sabor ao café. Thiago explica qual o melhor tipo de torra para o café especial. “Uma torra média ou clara mantém a qualidade do 53


Café Divulgação

Mais informações sobre Café Gourmet Acesse: www.graocafe.com.br

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café prevalecendo a doçura, a acidez e os aromas, além de não fica amargo. Para uma torra média ou clara, o café precisa ter qualidade, não pode ter grãos pretos, verdes e ardidos”, ensina o especialista. Sempre utilizando o café 100% arábica, diferente dos tradicionais do mercado que trabalham com a robusta, a moagem do grão, e o tipo de torra também influenciam no produto final. “Cafés especiais são torrados em pequenos lotes e cada tipo de café tem sua curva de torra para extrair a máxima qualidade do grão. Quanto a moagem, vai depender do método a ser utilizado na hora de fazer o café. Se o consumidor for fazer em um coador de papel ou pano deve utilizar uma moagem fina, se for usar uma prensa francesa deve usar uma moagem grossa. Para cada método, há um tipo de moagem adequada. Se você se interessou pelo produto, quer saber um pouco mais sobre café gourmet, acesse www.graocafe.com.br. Enfim quem não gosta de bater um papo, ter uma reunião de trabalho ou familiar, acompanhado de um belo cafezinho? Se for especial então, o momento será bem mais proveitoso.



Adubação

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Benefícios de adubação: inteligente e estratégica Por Arthur Mendes / Fonte: Agricultura Consciente O investimento contínuo em adubação a cada safra é sinônimo de altas produtividades. A prática também é responsável por altos custos, já que corretivos e adubos representam 30% ou mais dos gastos em sistemas de produção que envolvem as culturas de soja e milho. Pesquisadores da Embrapa e de outras instituições de pesquisa comprovaram, em experimentos conduzidos em áreas de produção comercial de grãos, que em muitas situações é possível reduzir ou até mesmo deixar de adubar por algumas safras, sem perdas significativas de produtividade. A equipe de pesquisadores conduziu o experimento em uma 56

fazenda localizada em uma região produtora de grãos no noroeste de Minas Gerais, cujo solo vem sendo cultivado há 15 anos em sistema de plantio direto com fertilidade considerada de adequada a alta para a região do Cerrado. Três cultivos de verão, em condições de sequeiro, na sequência de rotação soja/milho/soja, foram avaliados, sendo deixada uma área controle com o manejo de adubação utilizado normalmente pelo agricultor. Os pesquisadores interpretam que “a ausência de resposta da soja e a resposta relativamente baixa do milhoàadubaçãosãoindíciosdeque o solo, de fato, apresentava grande


reserva de nutrientes, e de que é possível diminuir a quantidade de fertilizantes aplicados no solo avaliado. Portanto, a adubação com quantidades fixas de N, P e K não parece adequada para o manejo do sistema de produção de soja e milho em solos com esse padrão de fertilidade. Para otimização do dimensionamento das adubações é preciso investir em monitoramento do solo ao longo do tempo, ajustando o fornecimento de cada nutriente de forma individualizada, de acordo com um diagnóstico periódico da condição de fertilidade na lavoura”. Seguir estratégias como o monitoramento do solo e ter conhecimento das taxas de exportação de nutrientes pelas

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colheitas das culturas e avaliar o balanço de nutrientes no sistema para depois definir a necessidade de adubação. “Essas estratégias, relativamente simples e que podem ser incorporadas à rotina das fazendas, são decisivas quando se busca eficiência de gestão para maior competitividade na produção de grãos, com ganho de rentabilidade”, diz. Ainda segundo ele, o monitoramento do sistema de produção por meio de análises de solo e a avaliação econômica realizada nos estudos conduzidos até agora indicam a necessidade de se reavaliar o manejo da adubação em solos de fertilidade construída, visando o uso mais eficiente de fertilizantes.

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Por Arthur Mendes

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Bolinho de arroz Cozido de carne com legumes Cueca virada Sonho com doce de leite Torresmo na panela de pressão

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Cozido de carne com legumes

INGREDIENTES:

MODO DE PREPARO:

- 2 cebolas; - 200 gramas de bacon; - 2 linguiças calabresa; - 1 kg de coxão mole; - 3 batatas (doce); - 2 cenouras; - 2 mandiocas (picadas); - 3 mandioquinhas salsa (picadas); - 1/2 abóbora cabotiá; - 2 colheres de caldo de carne em pó; - Uma colher de azeite; - Uma pitada de sal; - 1/2 repolho; - 5 bananas; - Cheiro verde a gosto.

Coloque o azeite e 2 cebolas picadas em uma panela. Acrescente 200 gramas de bacon picado e 2 linguiças calabresa picadas. Mexa bem. Adicione 1 kg de coxão mole cortado em cubos e uma pitada de sal. Refogue até a carne dar uma firmada. Coloque 3 tomates picados - sem pele e sem sementes. Termine de cozinhar a carne. Acrescente 3 batatas (comuns), 3 batatas (doces), 2 cenouras, 2 mandiocas (picadas), 3 mandioquinhas salsa (picadas), 1/2 abóbora cabotiá, 2 colheres de caldo de carne em pó, água fervendo (até o nível dos legumes) e sal (a gosto). Tampe e deixe cozinhar por 40 minutos. Finalize com 1/2 repolho, 5 bananas e cheiro verde a gosto. 59


Bolinho de Arroz

INGREDIENTES: - 4 ovos; - 50 ml de óleo; - 1 copo de leite; - 1 tablete de caldo de galinha; - 4 xícaras de arroz cozido; - 1 copo de farinha de trigo; - 1/2 copo de amido de milho; - 100 gramas de queijo ralado; - Cheiro verde, noz moscada, sal a gosto; - 1 colher de fermento químico.

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MODO DE PREPARO: Bata em um liquidificador ovos, o óleo, o leite e o caldo de galinha. Acrescente o arroz cozido. Adicione a farinha de trigo, o meio copo de amido de milho, o queijo ralado, o cheiro verde, a noz moscada ralada, o sal e o fermento químico. Misture para fazer a massa. Frite e sirva.


Torresmo na panela de pressão

INGREDIENTES: - 1 kg de toucinho; - 1 colher de sobremesa de sal; - 1/2 xícara de óleo.

MODO DE PREPARO: Pique o toucinho. Coloque todos os ingredientes na panela. Mexa bem e deixe fritar um pouco (até o toucinho começar a soltar a água). Tampe a panela. Depois que começar a ferver, conte 10 minutos e abra a panela. Deixe o fogo ligado e deixe dourar mais um pouco. E está pronto. SUGESTÃO: Servir com uma porção de mandioca.

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Cueca virada

INGREDIENTES: - 1 kg de farinha; - 50 gramas de fermento biológico fresco; - 7 colheres de açúcar cristal; - 5 ovos - Uma pitada de sal (uma colher de café basta); - 7 casquinhas de ovo de óleo de milho (quando quebrado usar a casca do ovo como medida).

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MODO DE PREPARO: Coloque 1 kg de farinha sobre uma bancada e faça um furo no meio. Na região central adicione 50 gramas de fermento biológico fresco e 7 colheres de açúcar cristal. Mexa até dar uma derretida. Adicione 5 ovos, uma pitada de sal (uma colher de café basta) e 7 casquinhas de ovo de óleo de milho. Misture bem e coloque um copo de leite morno. Mexa devagar todos os ingredientes. Abra a massa a gosto. Faça as cuecas viradas e deixe descansar por alguns instantes. Frite em óleo de milho - não precisa ser muito quente. Finalize polvilhando açúcar e canela (a gosto).


Sonho com Doce de Leite

INGREDIENTES:

MODO DE PREPARO:

- 1 kg de farinha de trigo; - 50 gramas de fermento biológico; - 7 colheres de açúcar cristal; - 5 ovos; - 1 colher de café de sal; - Óleo de milho (meça 7 porções usando metade de uma casquinha de um ovo); - 1 copo de leite morno.

Misture o fermento biológico com o açúcar. Acrescente os ovos, o sal, o óleo e o leite. Mexa bem e já colocando a farinha. Deixe a massa descansar por dez minutos. Abra a massa e corte no formato desejado para os sonhos. Coloque em uma assadeira e espere crescer por 25-30 minutos. Frite o sonho em uma panela com óleo - a gordura não pode estar muito quente. Polvilhe açúcar e canela assim que retirar do fogo. Faça um furinho para injetar o recheio. 63



Turismo Rural

Memorial Kimura Sítio em Maringá se mantém preservado há mais de 40 anos. Silvio Rocha A história da família Kimura daria um bom romance. Imagine: um marinheiro russo naufraga perto da ilha japonesa de Nagasaki. Aí, ele se casa com uma jovem e enfrenta perseguições, por causa dos filhos japoneses, com olhos claros, e por causa da religião da família. A província era conhecida como sede do catolicismo no País do Sol Nascente, mas os cristãos eram perseguidos no Japão feudal. Já no século XX, os descendentes do trisavô da historiadora Rosângela Kimura, fizeram como muitos imigrantes, que chegaram ao Brasil para trabalhar nas lavouras de café. Primeiro,

estabeleceram-se em Arapongas. E logo compraram as terras em Floriano, distrito de Maringá. Neste sítio, até 1975, viviam 25 famílias que trabalhavam numa cerâmica e nos cultivos da propriedade. Com a mecanização do campo, todos foram para a cidade. Foi nessa época que o patriarca Mário Kimura, hoje com 80 anos, teve a ideia de conservar o lugar como uma espécie de museu rural. “Precisa deixar algo para resguardar o passado, se não ele vai sendo esquecido”, comenta o seu Mário. A filha Rosângela, e outra irmã arquiteta, ajudam a

Silvio Rocha

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Turismo Rural

organizar o acervo. “No começo tinha mais coisas da família, mas as pessoas vinham visitar e doavam espontaneamente objetos, para que fossem preservados”, conta a descendente do marinheiro russo. O “Memorial Kimura” é dividido em escritório, casa de ferramentas e a casa principal, onde o visitante só entra com chinelos especiais, para preservar o assoalho encerado. Estudantes e historiadores compõem a maior parte do público, que ainda tem a chance de conhecer as instalações da Escola Isolada Cerâmica Floresta, o 1º colégio rural de Maringá, ainda da época que a cidade pertencia à

Mandaguari. “Na casa principal, além de fotos e todo o histórico da família, de revistas a brinquedos perfeitamente conservados, é possível ver aparelhos que muitas crianças nunca viram antes, como máquina de datilografia, torrador e moedor de café, vitrolas, impressora de estêncil e telefones de roda”, explica Rosângela. Outro detalhe que chama a atenção são pedras e objetos arqueológicos de 6 a 8 mil anos catalogados e expostos no lugar. “Eles foram achados quando trabalhávamos as terras do sítio”, revela seu Mário.

Visita apenas com agendamento Telefone +55 44 3224-1752 e-mail memorial.kimura@hotmail.com

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