MARCO ZERO MARCO ZERO
Curitiba, abril de 2010
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Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Facinter • Ano I • Número 2 • Curitiba, abril de 2010
Foto: Arquivo
PERFIL
O Maluco Beleza de Curitiba
Uma entrevista com Plá, escritor e compositor, formado pela FAP. Página 3
TRILHAS DO TEMPO
A Imperatriz das ruas Conheça a história da Rua XV, principal ponto de encontro dos curitibanos. Página 3
É de graça! Confira a programação de exposições, oficinas, cinemas e muito mais. Página 7
Novo Passeio Público de Curitiba Páginas 4 e 5
MARCO ZERO
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EDITORIAL
RESENHA
Aos leitores
Um mundo chamado Avatar
O Marco Zero é o jornal-laboratório do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter). As matérias envolvem a região central de Curitiba e buscam revelar informações, curiosidades, personagens e fatos dessa área da capital paranaense. Como jornal-laboratório, o Marco Zero é um espaço para a prática dos estudantes e, portanto, sujeito a lacunas e falhas eventuais, normais nesse tipo de veículo, mas também às experimentações portadoras de novidades, sempre bem-vindas na formação de futuros jornalistas. Esta edição traz assuntos como cinema, um bate-papo com o cantor e compositor Plá, lendas urbanas, fotos do Mercado Municipal, enfim, variadas matérias para você, leitor. O Marco Zero mantém um canal aberto com seu público-alvo – gente que trabalha, mora ou transita pela área central de Curitiba – e acolherá críticas, comentários ou sugestões dos leitores. O contato pode ser feito pelo e-mail: assessoriajr@grupouninter. com.br ou pelos telefones 2102-7953 e 2102-7954. Boa leitura!
Expediente O jornal Marco Zero é uma publicação feita pelos alunos do Curso de Jornalismo da Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter) Coordenador do Curso de Comunicação Social: Gustavo Lopes Professores Responsáveis: Roberto Nicolato Tomás Barreiros Diagramação: Eliaquim Junior (6º período) Edno Junior (5º período) André Halmata (5º período) Facinter: Rua do Rosário,147 CEP 80010-110 - Curitiba-PR
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PERFIL
O Maluco Beleza de Curitiba
Ana Paula Ferreira
Avatar é o primeiro filme lançado totalmente em 3D. A película tem direção de James Cameron (Titanic) e começa com a chegada a Pandora de Jake Sully (Sam Worthington), um ex-fuzileiro naval que ficou paraplégico e vai ao planeta, que é uma lua na constelação de Alpha Centauris, para em foco hoje em dia no mundo substituir o seu irmão gêmeo, todo. Preservar o meio ambiente morto alguns meses antes, no é algo que as pessoas estão busprograma chamado “Avatar”. cando fazer, mas, como sempre, Nesse programa, é feito um ex- existe alguém ou algum país perimento científico que trans- que não quer saber de preservar, fere a consciência e a mente hu- apenas tirar da terra o que ela manas para dentro de um corpo tem de melhor para enriquecer o artificial, criado com técnicas seu bolso. Isso pode ser visto no de engenharia biogenética com começo do filme, pois logo que mistura de DNA humano e dos Sully chega a Pandora ele diz Na’vi (povo humanóide de Pan- que seus companheiros na Terra dora). Os Na’vi são os nativos eram do exército, da marinha e do planeta, tendo três metros da força aérea, mas em Pandora de altura, pele azul, e uma pro- não passam de mercenários em busca de dinheiro. funda ligação com a “Ao assistir ao filme, A mineradonatureza. Pandora é um o telespectador tem ra não se preocupa planeta com pai- a sensação de estar em momento algum dentro de uma com a natureza. Dusagens lindas, mas rante o filme todo, também selvagem, obra de arte” está preocupada em com animais exóticos e perigosos. O projeto como tirar o povo Na’vi do luAvatar é patrocinado por uma gar onde eles vivem para extrair mineradora que está interessa- o precioso metal. Algo bem seda em um metal precioso e ra- melhante com o que ocorre no ríssimo que o planeta produz, nosso planeta, como nos casos cujo maior depósito está bem envolvendo a Floresta Amazôdebaixo da grande morada do nia, onde empresas compram povo Na’vi. O mundo de Ava- terrenos para “preservar” a tar é muito rico, e ao assistir mata, mas na verdade estão inao filme o telespectador tem a teressadas em retirar o que há sensação de estar dentro de uma de melhor na natureza. Se não fosse pelos efeitos obra de arte. Essa sensação se dá graças aos efeitos especiais, especiais, Avatar seria um filme que são o que há de melhor no como qualquer outro, com cofilme. A qualidade gráfica faz meço, meio e fim, que traz um com que o público se confunda tema atual e que não convence entre o que é real e o que é téc- o público sobre a importância da preservação do meio amnica de computação. O filme aborda temas biente. Graças aos avanços da como a ambição e a ganância tecnologia, Avatar é um filme do homem, além da importância que entretém e conscientiza o da natureza. Esses temas estão público.
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Paulo Veiga
Paulo Veiga
As autoridades estão fazendo algo para combater o comércio de drogas no centro? Eliane Muiniki “Infelizmente, não tenho visto grandes ações por parte da polícia curitibana. É muito barulho feito pelas sirenes dos carros de polícia, e, quando prendem algum infrator, logo em seguida o soltam por falta de espaço nas delegacias. Pequenos furtos acontecem diariamente e só aumentam o medo da população que transita pelo centro. A população precisa se unir para solicitar mais policiais nas ruas. Afinal, somos todos cidadãos e pagamos nossos impostos”. Leila Mazur, estudante “As autoridades tentam combater o crime com as armas disponíveis (violência e intimidação) e o que mais presencio no centro é a famosa batida policial. Vejo isso pelo menos uma vez a cada cinco dias, o que não é eficiente porque após a retirada dos policiais o comércio de drogas volta a funcionar normalmente.” Schirlei do Prado, estudante “Não vejo ações concretas sendo realizadas pelas autoridades. O que observo diariamente é um constante aumento do número de pessoas consumindo drogas pelas ruas centrais, atuando cada vez mais à vontade e inclusive à luz do dia. Isto é muito evidente, principalmente em ruas próximas ao terminal Guadalupe, na esquina da rua XV com Mariano Torres, e na região do Largo da Ordem. É só passar lá e ver.” Fabiano Ozique, estudante “Não, porque os policiais não estão sendo reconhecidos a partir dos seus salários. Para que haja uma boa segurança na cidade, é necessário que se valorize a polícia. A partir do momento que isso não é feito, os profissionais da área não vão arriscar suas vidas por pouco.” Maíra Gandin, estudante
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onhecido como Plá, Ademir Antunes é artista de rua desde 1984. Formado em música pela FAP (Faculdade de Artes do Paraná), em 1982, ele tem sete livros publicados, todos escritos de forma independente, sobre o que ele pensa da sociedade atual. Com 37 CDs gravados, geralmente em shows nos teatros de Curitiba, o artista de estilo Raul Seixas já faz parte da paisagem da rua XV de Novembro, no centro de Curitiba. Ali, ele se apresenta geralmente na hora do almoço em dias úteis. Nos domingos, pode ser visto no Largo da Ordem. “Trabalhando em céu aberto, você está sujeito a tudo”, comenta o músico, escondendo-se da chuva que chega de repente. Umas das curiosidades é que ele é vegetariano. “Esses dias, inventei de comer peixe, mas não me caiu bem. Comecei a passar mal logo de cara”, desabafa o cantor de rua. A outra é carinho, tudo pela música. “Vivo a que ele mesmo costura suas roupas: música, não toco apenas. Faço tudo “Compro esses panos e eu mesmo pela música, esta é a vida que escolfaço tudo”, explica. Plá estende hi para mim”, comenta. Seu diferpanos na calçada, onde as pessoas encial, além das roupas, são a barba que se interessam, param, escrevem e o cabelo compridos. De imagem recados, poesias e mensagens. Esses simples, estilo maluco beleza, contecidos, mais tarde, transformam-se quista e deixa todos que passam pelas ruas um pouco curiosos. em suas roupas. “A vida é imprevisível, é diferente; Ele cumprimenta as pessoas na rua com beijos e abraços. Parece que a filosofia, a arte e a música podem todos são seus amigos. Adora rock n’ transformar os objetivos das pessoas. Eu não vivo do roll e blues e isso que faço! Eu vivo está na sua cara e faço. Escolno jeito de con“As pessoas acham que ohique viver de música, versar. As músisou louco por ter esse pois é o que mais cas têm a ideogosto de fazer”, logia de tudo o estilo de vida. Louco? filosofa Plá com que está vivendo Ainda bem que sou um sorriso. e presenciando. louco! Acho que ser E qual foi Escolheu essa o dia mais feliz profissão porque louco é estar desperto ou diferente em gosta de estar ao para a vida” seu trabalho nas lado dos diferruas? Ele conta entes tipos de pessoas que frequentam a região cen- que “foi muito legal” o dia em que o pessoal da banda Ventania tocou tral da capital. De sandálias nos dedos e com com ele. “Nossa, foi muito bom! Os a velha bicicleta, ele leva seus equi- caras cantaram minhas músicas e alpamentos desde o bairro Cabral até gumas da banda deles em plena XV. a rua XV, próximo ao Bondinho. Muita gente parou para ver e aplauRotina diária que faz com amor e diu”. A seguir, veja mais da entrevis-
“Eu não vivo do que faço! Eu vivo o que faço” ta concedida ao jornal Marco Zero.
no centro da capital paranaense. Recomendo a todos praticar o ciclismo nas O que você mudaria em Curitiba? ruas da cidade. Faz bem para a alma e Creio que a mentalidade das para o corpo. Além disso, é um veículo pessoas. Acho que a moral, o res- que não polui o meio ambiente. peito e a ética estão longe na cabeça das pessoas. Quando gravou o primeiro CD? O primeiro CD que gravei, o Qual o recado aos futuros forman- “Raio de Sol”, foi em 1987 em uma dos de artes? apresentação no Teatro Paiol. Depois Tem que seguir o coração. Se con- desse, fiz um CD lá no Teatro Unicluir o curso e não bater a opinião real versitário de Curitiba (TUC), no Mini mais tarde, é bom fazer o que gosta. Guaíra, outro no Teatro Cultura, TeUsar essa experiência e seguir a vida. atro Saltimbancos e por aí vai. A sociedade impõe o que você é? Por que esse estilo de vida? Sim. Não seja um número a As pessoas acham que sou loumais. As pessoas têm que buscar a co por ter esse estilo de vida. Louco? evolução e ter visão sobre vida. Ainda bem que sou louco! Acho que ser louco é estar desperto para a vida. Você costuma conceder entrevis- É ter discernimento do que você é, para onde vai e o que quer. tas com frequência? Não dou muita bola pra isso. Nunca procurei a mídia. Quando al- O que acha do estilo das pessoas? As guém quer falar comigo, eu respon- pessoas seguem uma moda? Vivem do numa boa, assim como falo com em uma sociedade babilônica? você agora. Se você quer algo diferente, ter a mente aberta, tem que sair dessa Qual seu esporte preferido? Babilônia. Essas pessoas que querem Adoro bicicleta. Até fiz uma seguir a moda, usar uma roupa de tal música sobre os passeios com a gal- cor porque todos usam, que tipo de era que eu pratico aos sábados aqui personalidade essa pessoa tem?
Trabalhadores sempre dispostos a colaborar
Curitiba, abril de 2010
Curitiba, abril de 2010
Lucila Godoy Eckert
Lucila Godoy Além de ser um espaço para lazer, várias pessoas usam o Passeio para ganhar o seu sustento. Esses trabalhadores estão diariamente no parque oferecendo seus serviços e auxiliando os freqüentadores. Um exemplo é Dona Elizete, que atua há 30 anos no local como fotógrafa. Ela explica que tirar fotos no parque é um negócio de família, que começou com o seu sogro e foi passando de geração a geração. “Por esse ter sido o primeiro parque de Curitiba, foi aqui que meu sogro resolveu começar com o negócio”. Elizete também conta que no local sempre acontece alguma coisa engraçada que merece ser lembrada: “Às vezes, as pessoas estão distraídas e acabam caindo no rio”, exemplifica. O Passeio Público é frequentado diariamente por várias pessoas, que, muitas vezes, não respeitam a natureza e acabam jogando lixo no chão. Para deixar sempre limpo o parque, os garis trabalham todas as manhãs, recolhendo as folhas mortas e o lixo em geral. Um desses profissionais é Moises Rodrigues, que trabalha no parque há um ano e meio: “É bom trabalhar aqui, pois o parque é visitado por muitas pessoas, e eu gosto desse movimento”, conta. As pessoas que andam no parque
O Passeio Público é um dos locais escolhidos por mulheres que vivem da prostituição em Curitiba. Um exemplo é Kátia, que há 20 anos frequenta o local. Ela conta que quando começou a trabalhar como profissional do sexo, aos 18 anos, fazia de dez a 12 programas diariamente. Recorda que chegou a ganhar entre R$ 100,00 e R$ 150,00 em um dia de trabalho. Kátia é o nome usado por ela há muito tempo. Ela também prefere ser chamada de “mulher de programa” em vez de prostituta. “Sei que já não sou nenhuma garotinha, mas dou de dez a zero em muita menininha de 20 e poucos anos”, diz, referindo-se às “meninas” que andam por ali. Nos dias de calor, suas roupas preferidas são saia curta e miniblusa,
Os cuidados com os animais no inverno Gizely Santos
Garis garantem a limpeza diária do local
dizem que os trabalhadores são muito atenciosos e que, sempre que precisam de ajuda, ou têm alguma dúvida, eles estão prontos a colaborar. “Sempre que tenho algum problema ou quero saber o nome de algum pássaro é só falar com eles, que são muito simpáticos”, diz Vilmar Folador, que frequenta o parque diariamente. Alguns trabalhadores afirmam que gostam de trabalhar no Passeio Público, mas que têm medo pela falta de segurança. Apesar de haver um módulo policial dentro do parque, muitos mendigos, usuários de drogas e prostitutas ficam circulando livremente por ali, ameaçando e colocando medo nos trabalhadores. “Os mendigos vêm aqui, tentam me roubar, eu chamo a polícia, mas eles falam que não podem fazer nada”, revela um trabalhador que não quis se identificar.
Mulheres do parque Silvana Kogus
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segundo ela, para “causar furor”: “Os homens mais velhos passam e ficam olhando todos interessados, já que eles têm em casa, na maioria das vezes, esposas recatadas. E eu prefiro assim, homens mais velhos, pois eles não são tão fantasiosos e cheios de gás quanto os mais jovens”. Com o dinheiro ganho nos longos anos de trabalho, Kátia comprou um carro e uma casa em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, onde mora com a mãe e dois dos três filhos. “Todos sabem do meu trabalho e da minha condição. Se não estiverem satisfeitos, que procurem outro lugar para morar, pois a casa é minha e comprei com meu dinheiro!” Kátia enfatiza a separação entre suas duas vidas: “Quando estou em casa, viro dona de casa, mãe e filha, e nesse caso não cabe mais a profissão que exerço”.
Passeio Público ganha novas obras
Frequentadores esperam que a reforma traga de volta o brilho do parque mais antigo de Curitiba
Balão de cinco metros será atração para as crianças Bruna Mermer William dos Santos
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Passeio Público está passando por um processo de revitalização que começou no ano passado, a pedido dos frequentadores e moradores da região. As mudanças já podem ser vistas no novo complexo veterinário e nos espaços mais confortáveis para as aves, além do sistema de filtragem da água dos lagos. As crianças também devem ganhar um novo espaço ainda neste ano. Um novo parque de diversões está sendo construído no centro do parque. A obra terá 1.380 metros quadrados e contará com escorregadores, espiral e tobogã, além de outros brinquedos, como balanços, gangorras e um carrossel. Alguns dos antigos brinquedos também estão sendo recuperados, e da plataforma de cimento sairá uma passarela que interligará os brinquedos. Também está no projeto um balão de metal com apro-ximadamente cinco metros, em homenagem aos 100 anos do vôo da espanhola Maria Aida no
balão Granada, em abril de 1909. O restaurante do Passeio, que fica no coração do parque, também recebeu melhorias. Segundo a supervisora do estabelecimento, Leila Couto, “foi uma mudança pequena, de rotina”. Atualmente, o local é menos frequentado, porém continua com um cardápio variado e com boa clientela. Raquel Luana mora ao lado do parque há dois anos. “Foi aqui que eu escolhi para viver. É um lugar maravilhoso e sempre levo a minha cachorrinha Mey para passear. Aliás, levo todos os dias. Ainda tem as ‘tias’, mais discretas, mas cada um no seu quadrado”, comenta, ao lembrar que no local há um módulo da Polícia Militar que garante a segurança
dos frequentadores. “Lá é praticamente o quintal da minha casa”, completa. Já dona Juraci questiona os altos e baixos do parque. E comenta que há uns 15 anos o parque era um lugar bastante marginalizado que tinha uma fama péssima. “Hoje está muito diferente”. Ela ainda dá uma dica: “Todo sábado de manhã, tem uma feira de produtos orgânicos, e vale a pena conhecê-la. Os produtos não são tão caros quanto os do mercado e são de qualidade bem boa”. Segundo o vendedor ambulante Adalberto Teixeira, “por muito tempo o Passeio Público permaneceu esquecido e abandonado, entregue aos vândalos e à prostituição. Atualmente, um projeto de recuperação da prefeitura da cidade promete resgatar o brilho que em outras épocas havia no mais antigo parque de Curitiba”, comenta. Mauro de Jesus Gonçalves, antigo frequentador do parque, afirma que “a escolha de Curitiba para ser uma das cidades sede da Copa de 2014 parece ter estimulado a realização de projetos de gaveta que por muitos anos são reinvindicados pela população e comerciantes locais”.
O Passeio Público ainda abriga vários animais em cativeiro e espécies em extinção, embora a maioria tenha sido transferida para o Zoológico, para manter uma boa qualidade de vida nas reproduções. A mudança propiciou um habitat mais apropriado para os animais, como, por exemplo, os ursos, que ganharam mais espaço. O recinto onde ficavam no Passeio era antigo e agora eles contam com melhor infraestrutura e qualidade de vida no Zoológico da cidade. Hoje, o Passeio ainda abriga uma boa quantidade de animais de pequeno porte, como aves, entre elas a gralha azul, símbolo do Paraná, e também de mamíferos (macacos) e algumas cobras. A preocupação com os animais é de suma importância. No local, trabalham dois veterinários, e um sempre está de plantão para socorrer os bichos. Na verdade, há um revezamento com o Zoológico, já que os veterinários trabalham em equipe. A alimentação das cobras, por exemplo, é feita toda segunda-feira. Elas se alimentam de ratos brancos, e o cuidado é todo especial. O terrário de cada espécie de cobra tem sua chave. Lá estão espécies como a jibóia da Amazônia e a cascavel, entre outras.
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Foto: Arquivo
MARCO ZERO Foto: Arquivo
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Terrário do Passeio Público oferece várias atrações e é muito visitado
Com o frio, são disponibilizados três tipos de aquecimento: infravermelho, ultravioleta e pedra aquecida. No verão, a temperatura é de 29 graus e no inverno fica entre 20 a 21 graus, conforme conta o tratador Dinor de Paula, que trabalha há cerca de 20 anos nessa profissão. Os saguis têm tratamento especial para ficarem aquecidos no inverno. Já os macacos contam com cobertores nos seus cativeiros. Recentemente, os animais ganharam um pronto-socorro próprio, inau-
gurado pelo prefeito Beto Richa. O pronto atendimento vai funcionar 24 horas, segundo o funcionário do setor administrativo Silvio Biscaia. Há também as garças, que não vivem em cativeiro, porém, usam o Passeio para se reproduzir. Com isso, o Passeio Público virou referência para o Brasil. Basta olhar mais atentamente para ver as aves voando de uma árvore para outra. O parque tem uma grande área verde e pode ser considerado um santuário ecológico em pleno centro de Curitiba.
O primeiro zoológico de Curitiba Bruna Larissa Mermer
Considerado um santuário ecológico em pleno centro de Curitiba, o Passeio Público tem cerca de 70 mil m² de área verde. Já abrigou o primeiro zoológico da cidade e até hoje possui alguns animais em cativeiro, além de um aquário. Inaugurado em 1886, o parque está localizado ao lado do centenário Colégio Estadual do Paraná e a uma quadra do Shopping Muller. O Passeio Público conta com três lagos, sendo um com uma pequena ilha, uma gruta e um palco flutuante, e é cortado por uma ciclovia que passa por toda sua extensão.
O local, onde passam milhares de pessoas todos os dias, é usado para praticar exercícios físicos e também como ponto de encontro de casais de namorados. De início, a finalidade da construção era drenar uma área pantanosa. Mas acabou servindo como uma das principais áreas de entretenimento da cidade. Por muito tempo, abrigou vários animais, mas muitos deles foram transferidos para o Zoológico de Curitiba, embora no Passeio ainda possam ser encontradas algumas espécies de animais já em risco de extinção. Seu portal é cópia fiel do portal do Cemitério de Cães de Paris, com
grandes arcos e uma entrada monumental que dá direto para ciclovia do parque. Na entrada, podem ser encontradas duas placas de bronze, uma com a inscrição da doação do terreno e outra sobre o tombamento do portal pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, em 1974. O Passeio Público também foi palco de fatos marcantes na cidade, como a primeira experiência com luz elétrica. Na época da sua construção, a iluminação era feita por lampiões alimentados por óleo de peixe. Lá, também foi coroado no início do século XX o simbolista Emiliano Perneta, que recebeu o título de “príncipe dos poetas paranaenses”.
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LENDAS URBANAS
Lucila Godoy Eckert Maria Sangrenta, também conhecida como loira do banheiro, é uma lenda urbana que teve seu início nos Estados Unidos. Existem várias versões sobre ela, mas a mais conhecida conta a história de uma menina que gostava de matar aula e ficava escondida no banheiro de sua escola. Certo dia, essa menina escorregou, bateu a cabeça e morreu. A partir de então, passou a assombrar banheiros de colégios e a assassinar os alunos que matavam aula como ela fazia. Essa lenda já foi contada na TV, na série Sobrenatural e em vários filmes. A história é muito contada entre alunos, principalmente entre crianças de 9 a 11 anos. Muitas dizem não acreditar, mas apesar disso confessam que têm ou já tiveram medo. “Hoje em dia não tenho, mas na época foi assustador. Com o tempo, vemos que não passou de uma brincadeira”, explica a estudante Larissa Ferentz. Os jovens comentam que existe um ritual para chamá-la: bater três vezes na tampa do vaso, três vezes na porta do banheiro e puxar três vezes a descarga. Depois, é só ficar na frente do espelho e falar três vezes “Maria Sangrenta”. Logo, ela aparece e, de acordo com os alunos, persegue a vítima até conseguir matá-la. “Ela aparece no espelho e, se você não correr, ela te mata!”, conta o estudante Vinicius Eckert.
O Solar do Barão, localizado no centro de Curitiba, está com uma temporada de exposições com obras de artistas paranaenses consagrados, como Alex Cabral e Eduardo Fausti. Além dos quadros e gravuras, a exposição conta com curtas metragens, são diversos vídeos exibidos durante o dia todo. Entre os dias 10 de março e 9 de maio, diversas obras ficarão expostas no segundo andar do prédio, onde as pessoas poderão acompa-
TRILHAS DO TEMPO
ACONTECEU
Samba, cerveja e folia Osvaldo Soares
A imperatriz das ruas
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Apesar de a história ser bastante recontada e muitos acreditarem nela, algumas pessoas dizem que a lenda não passou de uma jogada de marketing do jornalista Orlando Criscuolo para aumentar a venda de seu jornal. Como essa história é mais conhecida entre as crianças, principalmente nas escolas, os professores dizem que se preocupam com o que os alunos acreditam e passam para eles a ideia de que é uma lenda e não uma realidade. “Mostramos a eles as lendas urbanas como forma de conhecimento que está no campo da ficção e do folclore”, diz a coordenadora do Colégio Energia Ativa, Luciane Pelanda. Realidade ou não, a lenda existe e mexe com a imaginação de muitas crianças e jovens ao redor do mundo.
nhar a mostra e também conversar com os autores. As obras de arte foram feitas com técnicas mistas, algumas delas uma semana antes do início da exposição. Cabral e Fausti são conhecidos no cenário artístico paranaense. O Solar do Barão fica na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533, e as exposições podem ser visitadas de terça a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 12h às 18h. A entrada é franca.
É de graça! Exposição Fotografia-Arte e Colecionismo Orlando Azevedo, Cristiano Mascaro, Ana Regina Nogueira, Bob Wolfenson e Luciano Candisani Data: até 9 de Maio Casa Andrade Muricy Alameda Dr. Muricy, 915 – Centro Telefone: (41) 3321-4816
A Maria Sangrenta no seriado Sobrenatural.
Solar do Barão abre as portas para exposição de arte Jeferson Loureiro
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Foto: Osvaldo Soares
Maria Sangrenta, uma lenda da escola
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A Rua XV de Novembro, entre a Monsenhor Celso e Barão do Rio Branco, em 1940.
No dia 11 de fevereiro de 2010, o vice-prefeito Luciano Ducci entregou as chaves da cidade de Curitiba ao Rei Momo Mauro L. Silva, acompanhado de sua comitiva real, formada pela Rainha do Carnaval, Marcia Souza, e as princesas Claudia Cunha e Vanessa Costa. Significou que a folia iria começar dois dias depois na Avenida Cândido de Abreu. As escolas participantes sempre trouxeram novidades para a Avenida. Um exemplo disso são os enredos que surpreendem a cada ano. Uma grande estrutura foi preparada para aquele sábado de Carnaval. Foram instalados banheiros químicos, barracas de alimentação e arquibancadas, dando comodidade ao público que apareceu no local do evento. Muita organização e samba da melhor qualidade. A abertura começou com os blocos Afoxé e Rancho das Flores. Em seguida, desfilaram as escolas do grupo B (Mocidade Azul e Os Internautas) e do Grupo A (União do Bairro Alto, Leões da Mocidade, Embaixadores da Alegria e Acadêmicos da Realeza). A apuração aconteceu domingo, no Memorial de Curitiba. A escola de samba Acadêmicos da Realeza com o samba “Do Theatro São Theodoro ao Teatro Guaíra 1900-2010”
foi a campeã do Carnaval. Em segundo lugar, ficou a Embaixadores da Alegria. A Unidos do Bairro Alto foi rebaixada, enquanto a Mocidade Azul subiu para o grupo especial. Para que as escolas pudessem preparar suas alegorias, a Prefeitura de Curitiba liberou R$ 425 mil. Cada escola do grupo A recebeu R$ 25 mil, e para as do grupo de ascensão foram destinados R$18 mil. Segundo a organização, 15 mil pessoas compareceram à Avenida Cândido Abreu. Chuva e muita velocidade Duas provas automobilísticas aconteceram no último dia 4 de março. A primeira foi a WTCC. Os carros, pilotos e equipes do Campeonato Mundial de Carros Turismo movimentaram a Boca Maldita, com uma sessão de autógrafos que teve a presença do único brasileiro na competição, o curitibano Augusto Farfus, piloto da BMW. À tarde, a chuva não tirou o brilho da largada promocional da etapa Internacional do Rally Challenge (o IRC), que aconteceu na Rua XV de Novembro, na Boca Maldita. Participaram do Rally 50 pilotos de equipes de nove países.
Um dos pontos de referência de Curitiba, a rua XV de Novembro foi visitada pelo imperador Dom Pedro II no século XIX Walter Alfredo É difícil passar pelo centro de Curitiba e não cruzar ao menos uma parte de uma das ruas mais ilustres da capital paranaense. Mães passeando com suas crianças, trabalhadores a caminho de mais um dia de serviço, indivíduos desfrutando de uma das muitas opções de alimentação, artistas que fazem dela o seu palco: todo curitibano cruza a Rua XV de Novembro. A via tornou-se um dos principais pontos de referência da capital, pois ali estão reunidos diversos comércios, tais como lojas de departamentos, de roupas, de calçados, bancas de jornal, bancos, além de cafeterias, restaurantes e lanchonetes, e, nas imediações do calçadão, pontos de ônibus
Rua XV vista da Praça Osório em maio de 1972
que possibilitam o acesso a qualquer ainda não existia, e as pessoas tinham pouco espaço para travessia. ponto da cidade. A Rua XV sempre foi destaque Desde 1966, havia um projeto para em Curitiba, mas no passado isso a criação de um trecho exclusivo acontecia de forma diferente. O seu para pedestres, mas a ideia enconnome original era Rua das Flores, trava resistência por parte dos coe o espaço físico era de apenas três merciantes, que temiam perder visiquadras, entre as atuais Dr. Muricy e bilidade e clientela caso a rua não tivesse lugar para os Barão do Rio Branco. Nos tempos do Brasil O calçadão ainda não veículos. Tal situação muImpério, a rua foi re- existia, e as pessoas dou em 1972, na gestão batizada Rua da Imperatriz, em homena- tinham pouco espaço do prefeito Jaime Lernpara travessia er. Ele conversou com gem à esposa de Dom os comerciantes e exPedro II, em decorrência de uma visita do imperador e plicou que a mudança traria mais benefícios que perdas, pois, com de sua esposa à cidade. Em 1889, ficaram as flores, mas mais pessoas passeando pela Rua mudou-se o nome de seu lugar no XV, a clientela poderia aumentar. Numa sexta-feira, após o técentro. No dia 14 de dezembro, ela foi rebatizada Rua XV de Novembro, em rmino do expediente no centro, homenagem ao dia da Proclamação começou a instalação do petitda República do Brasil, que aconteceu pavet, luminárias, canteiros e outnaquele mesmo ano. Com o cresci- ras características que transformamento da cidade, a Rua XV passou a riam a Rua XV de Novembro em abrigar maior variedade de comércio, um calçadão exclusivo para pedese algumas construções tornaram-se tres. A inauguração da obra foi em marcas da XV, como o Palácio Aveni- 19 de maio daquele ano, apenas 48 da, o Edifício Garcez, o Teatro Guaíra horas após o início da operação que mudara a face da via, ficando para e o prédio histórico da UFPR. a posteridade um espaço por onde circulam incontáveis pessoas que O calçadão A Rua XV era dominada por talvez nem imaginem que a Rua XV uma maioria de carros. O calçadão nem sempre foi só delas.
Hiperplano, exposição individual de Rodrigo Dulcio Espaço 12, 1º andar, bloco C Quase Gravuras, exposição individual de Alex Cabral Espaço 13 e anexo 1º andar, bl. C Novas Gravuras, exposição individual de Eduardo Fausti 2º andar, bloco A De terça a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 12h às 18h Solar do Barão R. Carlos Cavalcanti 533 – Centro Telefones: (41) 3321-3240 e (41) 3321-3269
Música Concertos de música Contemporânea Sala de Atos Dias 14 e 28/04 às 12h30 Paço da Liberdade Pça. Generoso Marques, s/nº Apresentações Duo Buenos Aires – Tango Alejandro Di Núbila e Elizabeth Fadel - obra de Astor Piazzolla Datas: 13/04 e 27/04 às 18h Paço da Liberdade Pça. Generoso Marques, s/nº
Cinema Espaço Cinepensamento Sempre às sextas-feiras Datas: 16 e 30 de abril Horário: 19h Mostra Jodorowsky Cineasta Alejandro Jodorowsky Datas: 7, 14 e 21 de abril. Cine Clube Paço da Liberdade Pça. Generoso Marques, s/nº
Outros Contação de Histórias Espaço-Biblioteca, com alternância dos contadores. Até 25 de abril, todos os domingos das 14h às 15h30, para crianças de seis a dez anos Paço da Liberdade Pça. Generoso Marques, s/nº
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ENSAIO FOTOGRÁFICO
Um mundo de cores Fotos de Claudia Bilobran
Andar no Mercado Municipal de Curitiba é quase uma viagem pelo mundo. Há produtos das mais diversas origens, como azeites de oliva, camarões, a provocante veste indiana para a dança do ventre e narguiles dos mais variados tamanhos. Vale a pena conferir de perto todo esse clima de magia.