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jornal-laboratório do curso de jornalismo da Facinter – ano iv – Número 18 – curitiba, ABRIL de 2012

Um lazer curitibano?

Apesar de ser muito procurada por turistas, a Linha Turismo não é opção de lazer frequente para os curitibanos. (p. 13) Foto: Ligia Mara

Foto: Eduardo Pampuch

O preço da vaidade O crescimento do mercado no setor estético tem tornado os implantes de silicone cada vez mais baratos e arriscados.(p. 8 e 9)

Uma nova catedral

Quando as obras acabam? A reinauguração da catedral na praça Tiradentes já tem data prevista. (p. 7)

O bobo shakesperiano

O ator paranaense Thadeu Peronne conta sua trajetória, experiências artísticas e as dificuldades de atuar no Brasil. (p. 4 e 5) Foto: David D’Visant

Foto: Hamilton Zambiancki


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MARCO ZERO

Número 18 – Abril de 2012

opinião Ao Leitor “O Marco Zero mudou!” Essa foi a frase que movimentou todos que estavam empenhados nesta primeira edição de 2012. Edição que veio com um visual diferente, limpo e, acima de tudo, agradável de ler. Neste mês, o Marco Zero re-vela os perigos da busca exa-gerada pela beleza e suas contradições. Também mostra dados e questionamentos sobre o consumo em fast foods e reportagens sobre a reforma da Catedral de Curitiba e sobre a Linha Turismo. Seria ela uma real opção de lazer para os curitibanos? Veja ainda uma entrevista com Murilo “Ninja”, um dos precursores do MMA no Brasil, e uma resenha sobre o programa “Café Filosófico”, entre outros assuntos. Assim está o Marco Zero. Conteúdo novo, visual novo, porém com a mesma sede de jornalismo! Boa leitura!

Expediente O jornal Marco Zero é uma publicação feita pelos alunos do Curso de Jornalismo da Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter) Coordenador do Curso de Jornalismo: Tomás Barreiros Professores responsáveis: Roberto Nicolato e Tomás Barreiros O jornal Marco Zero foi premiado como melhor jornal-laboratório do Paraná no 16º Prêmio Sangue Novo, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná. Edição • Aryadne Ronqui • Clarissa Brandolff Gindri • José Renato da Cruz • Leonardo Cosmo Pollis • Rafael Giuvanusi Diagramação • Clarissa Brandolff Gindri • Jacqueline Dal Comune Klippel • Janile da Silva Ramos • Mahara Paola Paulino de Souza • Natanael Lucas Chimendes • Tatiane Varela Barca Projeto gráfico: Matias Peruyera Facinter Rua do Rosário, 147 CEP 80010-110 – Curitiba-PR E-mail assessoriajr@grupouninter.com.br Telefones 2102-7953 e 2102-7954.

Quando o passado revisita o passado O saudosismo está se incorporando como uma celebração incessante

Marcela Dranczuk

Foto: Divulgação

Alysson Dolenga

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unca se viu tanta gente saudosista quanto agora. Mas não se referencia aqui aqueles sentimentos particulares que, de vez em quando, belisca o lado afetivo das pessoas, como as lembranças de nossas amizades, amores e memórias de infância. Hoje, existe um tipo de saudosismo que virou moda, um comér-cio. Tudo que nos remete ao que já passou está se incorporando como uma celebração incessante, fazendo parte o tempo todo de nossas vidas, através de releituras de músicas, roupas, gírias e até mesmo o modo de agir. Desde 2002, em São Paulo, a discoteca Trash 80’s (uma das primeiras desse tipo) abriga regularmente, além de outros gêneros, lembranças musicais dos anos 80. São verdadeiros tributos, em que em algumas ocasiões os próprios artistas da época cantam seus sucessos. O que se vê em ambientes como esse, que hoje estão espalhados nos grandes centros urbanos, é o público frequentador. Em sua grande maioria, homens e mulheres entre 30 a 35 anos, que foram crianças há três décadas. O que eles têm em comum? As mesmas preferências. Eventos como esse celebram através das músicas, lembranças coletivas “daquele” tempo. É o passado – apenas com o seu lado doce rememorado. É esse excesso que vem causando discussões sobre o que de fato vem acontecendo com essa sociedade que cada vez mais está tentando viver o que já foi vivido. Nas ditas tribos urbanas, é possível extrair elementos que exemplifiquem isso: pessoas que, mais do que gostarem de uma passagem cultural, aderem a elas como um estilo de vida. O que acontece aqui é uma personificação de um ideal simbólico, uma releitura do passado, deixando de lado conceitos históricos de época, ou passa-

Refilmagens de filmes antigos: saudosismo ininterrupto mentos negativos para firmar-se apenas como estética. Por isso, tais manifestações de apego ao passado vêm atraindo as novas gerações. Naturalmente, a indústria cultural bebe dessa fonte. Tendo em vista esse crescimento do gosto pelo passado, empresas dos mais variados segmentos investem em produtos com jeitão antigo. São latas de chá mate relembrando os anos 50, relógios reeditados que eram “sensações” na década de oitenta, aparelhos eletrônicos ultramodernos, mas com estampas retrô, e até mesmo peças ou a casa toda redesenhada como se estivéssemos num outro tempo. Mas isso é bom? O assunto ainda é tratado com delicadeza, não por ser um fenômeno novo, mas pela sua magnitude nunca vista antes. Sociedades que se comportam de maneira uniforme são algo que vem desde a revolução industrial. No começo do século 20, surge então a indústria cultural, inserida como aquela que impõem tendências e modelos para serem seguidos. O que faz adultos viverem o hoje como o ontem pode ser explicado por uma sociedade saturada demais em vários sentidos, e que agora está sofrendo um bloqueio criativo ou algo do gênero Vale observar também outro comportamento que já existe há algum tempo, mas ganha ênfase, pois está se inserido dentro dessa nostalgia ininterrupta. Surgiram os kidults (crianças/adultos), ne-

ologismo americano que define aqueles adultos que em alguns aspectos ainda mantêm traços da infância. São pessoas que compram bonecos ou bonecas, como forma de colecionismo remetendo ao seu tempo de criança. Investem em roupas que estampam personagens de séries e filmes juvenis e mantêm, em alguns casos, a casa com uma aparência de seu tempo que não existe mais. O problema é o excesso. O que se observa são adultos com um lado infantil muito aparente. Na sociedade contemporânea, a criação, o excesso de comunicação direcionada através da TV são respostas iniciais para esse fenômeno No século 17, saudade/nostalgia era vista como uma doença séria, como se fosse uma perturbação mental. Hoje já é comprovado que lembranças passadas nada têm a ver com patologias. Saudade, independentemente do que for, não é vista como um problema quando aparece de vez em quando. É um estado natural, que faz parte das sociedades, como perpetuação de sua própria existência histórica, como meio de contar o que já foi feito. O dilema de hoje é tal comportamento aparentemente banal, mas que está reconstruindo uma sociedade paralela. Um gueto, que olha para o retrovisor não como forma de fazer um balanço da vida, mas que faz do passado uma continuação que nunca se renova.

Como você acha que está a limpeza do centro de Curitiba? “O centro da cidade é bem limpo e não podia ser diferente, pois Curitiba é a cidade modelo. O que falta é o respeito daqueles que a frequentam. Poderiam cuidar melhor.” Delci Camargo Freire, comerciante

“A limpeza das ruas é boa. O que estraga é ver as paredes e prédios pixados, deixando a cidade suja. O mau cheiro também toma conta do centro, principalmente nos lugares frequentados por usuários de drogas.” Antonio Pereira, comerciante

“Acho que está ótimo, não se vê sujeira comparada a outras cidades.” Maria Aparecida do Carmo, dona de casa

“A limpeza, acho bom. O pior é ter que aguentar o mau cheiro, geralmente causado por usuário de drogas e andarilhos.” Regiane Ferreira, balconista


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trilhas urbanas

Quando as obras acabam? As reformas na Catedral já tem uma data para terminar

Eduardo Pampuch

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m símbolo de Curitiba, localizado numa das praças mais importantes da cidade e que chama atenção para sua beleza arquitetônica, a Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais está em sua segunda grande reforma. A última aconteceu em 1940, e desde então foram feitas pequenas obras nesse bem patrimonial que tem grande importância na formação da cidade de Curitiba e é um dos cartões postais da cidade. Padre Genivaldo Ximendes da Silva, pároco da igreja, afirma “Pretendemos inaugurar a Igreja reformada na próxima festa da padroeira,

8 de setembro”. Ele diz ainda que a primeira data estipulada seria o final do ano que vem, mas que, graças ao fato de a ajuda financeira e o andamento das obras estarem correndo bem, esse prazo foi retirado. O dinheiro das obras, R$ 4 milhões, foi dado pelo Governo. “A engenheira avalia as obras e passa para a prefeitura, e assim ela libera o dinheiro”, explica. O religioso informa ainda que há uma conta na qual as pessoas podem depositar doações para ajudar na conclusão da obra (informações pelo telefone 41-3324-5136). Com a execução das reformas, a diminuição de fiéis foi nítida, pois o espaço ficou mais limitado, porém, para a frequentadora Marilda Salete dos Santos, “participar da missa com a reforma faz a pessoa se sentir parte dela, é muito bom”. Já padre Genivaldo diz que queriam fechar a Igreja durante a reforma, mas foi ele um dos que pediram para não fazê-la, pois isso aproximaria as pessoas da Igreja. O aposentado Antonio Santos, de 75 anos, que veio de Goiânia e viu pela primeira vez a Catedral diz que o templo “é um lugar bonito e merece ser restaurado”. Não foi possível falar com a engenheira responsável pelas obras, Giceli Portela. A reportagem do Marco Zero tentou contatá-la por e-mail e telefone, mas não obteve resposta. Foto: Eduardo Pampuch

Padre Genivaldo da Silva

História A Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais foi elevada a Basílica pelo Papa João Paulo II em 1993. A Catedral foi construída no mesmo lugar da primeira Igreja Católica de Curitiba, no fim do século 19 (em 1893). A primeira reforma foi feita pelos Irmãos Anacleto e Carlos Garbaccio. Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, padroeira de Curitiba, dá nome à Catedral, e sua festa é celebrada dia 8 de setembro. Foto: Eduardo Pampuch


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perfil

Foto: David D’Visant

O ator e diretor Thadeu Peronne em seu momento de estudo

O bobo shakesperiano Por trás de um rosto chamado Thadeu Peronne David D’Visant

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ra uma vez um menino que queria interpretar a vida. Vindo de uma cidade interiorana do Paraná, chamada Jacarezinho, e radicado em Curitiba, ele cresceu e se fez ator dos principais palcos do Brasil. Hoje, aos 44 anos, em entrevista ao Jornal Marco Zero, o ator e diretor teatral Thadeu Pe-ronne conta sua trajetória de vida, suas experiências artísticas e fala das principais dificuldades em se tornar ator no Brasil. Como surgiu o fascínio pela atuação? Acho que desde criança. Eu passei a representar a vida de maneira teatral. Meus pais humildemente não conseguiam explicar minhas atitudes desde muito cedo. Acho que atuar estaria profundamente ligado a me expressar. Ainda pequeno, tive professores maravilhosos no Colégio Rui Barbosa, em Jacarezinho, que nos orientavam e nos levavam ao CAT (Conjunto Amadores de Teatro ) para ver espetáculos infantis. Eu amava literatura, estórias e histórias. Via poesia em tudo, era ingênuo e, por

alguns anos, fiquei congelado só me expressando através dos desenhos, pois trabalhava desde os sete anos de idade e, infelizmente, não tinha o ócio para fazer o que queria. Com 18 anos, já em Curitiba, isso voltou com tudo, pois eu amo atuar, acho que se resume uma síntese do poeta. Ser poeta através da representação. Com que idade começou? Comecei muito cedo a despertar, por volta dos cinco ou seis anos. Minha mãe me levava para cantar em shows da Rádio Educadora de Jacarezinho. Era fascinante, e sempre ganhava um prêmio. Cantar também é interpretar. E muito cedo, me apaixonei pela representação e pelo circo. Como foi sua primeira experiência como ator? A primeira vez foi quando, ainda menino, chamei meus pais, coloquei um lençol no corpo, uma caneca cheia de bananas cortadas em rodelas como se fossem hóstias e imitava o padre nas missas. Isso muito pequeno, e todos juravam que eu seria padre, mas na real eu já estava brincando, pois representar também é brincar. Depois, comecei a dar vida a tudo em que mergulhava.

Aqui temos uma classe teatral exemplar, calcificada, pois há pessoas talentosíssimas, estudiosas, um verdadeiro celeiro de talentos. É preciso se jogar, gostar de poesia e do público, observar a vida e, consequentemente, estudar muito; sabendo que antes de tudo é preciso ser poeta. A figura do palhaço me encantava, assim como todas as poéticas e fábulas. Em Curitiba, o mergulho profissional começou com o espetáculo “O baile ll ” , de 1991, do Grupo Musical Abominável Sebastião das Neves, um show musical, com direção do Marcio Mattana, com Cleide Piasecki, a convite do Zeca Wachelcke, no Sesc da Esquina, há 22 anos. Foi lindo, nos divertimos à beça, daí minha verve cômica. Já dentro do curso de Artes Cênicas da PUC e do Guaíra, vieram tantos outros trabalhos e ainda, na sequência, o Tanahora, grupo da PUC coordenado por Laercio Ruffa. Lá, fiz “Gota D’Água”, “Bella Ciao” e “A Comédia dos Erros”. Foram anos viajando em

festivais e recebendo prêmios. Em quantas peças já trabalhou? Olha, realmente, nunca parei pra contar, mas foram muitas, entre 20 e 30 espetáculos, pois sempre fiquei muito tempo viajando com a mesma peça. Em 1997, fui premiado como Melhor Ator Coadjuvante do Troféu Gralha Azul por “Solte o Boi na Rua”, dirigido pelo saudoso diretor teatral Ailton Silva Carú. Esse espetáculo recebeu um número enorme de indicações, e viajamos durante dois anos. Já em 1999, recebi o Troféu Gralha Azul como Melhor Ator com peça “A Farsa De Inês Pereira”, sob a direção do Rodolfo Vázquez, da Cia de Teatro Os Satyros.

Em 2003, quando voltei de São Paulo depois de dois anos no CPT (Centro De Pesquisa Teatral) e um ano estudando com diretores franceses, a convite do Carú, que me chamou pra fazer “O Mundo Mágico do Cordel”, veio outra indicação de Melhor Ator, mas não levei o Troféu Gralha Azul, Prêmio Governador do Estado. Já com meu monólogo “Os bobos de Shakespeare”, recebemos o de Melhor Maquiagem. O que é necessário para se tornar um ator? Mais do que ego, é preciso ter vontade de brincar de ser o outro. Contudo, talento, vocação, desprendimento, é preciso se jogar, gostar de poesia e do público, observar a vida e, consequentemente, estudar muito, precisamente idas e vindas a museus, teatros e cinemas, se embriagando de boas obras e contatando grandes mestres, conhecendo a técnica e sabendo que antes de tudo é preciso ser poeta. Qual é a diferença entre atuar para teatro e cinema? A essência da verdade e a fé cênica é a mesma, o que difere é a linguagem. No teatro, além do naturalismo construído, pode-se na-


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vegar por linguagens e reinventar novos traçados espaciais de representação. No cinema, na maioria das vezes, é preciso saber mergulhar no estado de cada situação, saber que a câmera invade a alma humana, ser econômico, entender a essência do roteiro, entender que o atemporal é outro. O teatro é uma arte viva e presente, é a presentificação do ator. Teatro é ator. Cinema é diretor. Quantas peças já dirigiu? Sou novo na direção. Redirigi “Vaqueiros e Cantadores” para homenagem ao Carú e dirigi oficialmente “Cold Meat Party”, esta a quatro mãos com a atriz e diretora Mazé Portugal. Logo depois, dirigi “Amores (re)Partidos” e “A Farsa do Boi ou o Desejo de Catirina”, e durante um ano fiz a direção cênica do Coral da PUC-PR. Recentemente, fiz a assistência de direção de “Caipirados Prá Burro, Caipiras Pirados Prá Burro”, indicado a Melhor Espetáculo Infantil e Melhor Texto Adaptado, trunfo do também autor e diretor Gerson Andrade e no qual eu atuo também. Mas ao longo da carreira realizei muitas assistências de direção. Como é o Thadeu diretor? Muito encucado, pois, como sou ator, tenho um grande cuidado de dirigir bem os atores. Pra mim, teatro é ator antes de tudo. Sofro muito quando os atores não entendem o que estou pedindo, pois sei o que quero, mas não sou ditador. No CPT, tivemos a oportunidade de treinar muito pelo método do diretor Antunes Filho, o ator senhor da cena, o ator diretor. Logo, quando dirijo, aponto caminhos para que o ator tenha o terceiro olho, para que se autodirija, se oriente no espaço cênico. O ator tem de assumir e ousar na cena, no espaço. A maioria está acostumada como o diretor ditador, aquele que mostra tudo que ele tem de fazer, e é horrível isso, pois não sou da linha do ator supermarionete, não aplico Gordon Craig na cena dessa forma. Para mim, o teatro tem de ser arte, feito de camadas, vem da cena, da palavra, do espaço, da ação física, da estética, da fusão de todos os elementos, mas antes de tudo tem de ser humano e livre de penduricalhos. Tem de haver um diálogo entre todos os elementos, uma fusão, pois se alguém desafina, boicota, é por que não está dentro. O espetáculo correrá o risco de ser um fracasso. O teatro é para o público antes de tudo, e conduzir um elenco em um espetáculo é algo de muita responsabilidade.

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Como se cria um personagem a partir de um texto? É preciso estar atento a todas as pistas do autor, estar onde o autor estava quando escreveu o texto. É necessário observar o mundo, ter repertório e entrar com respeito no arquétipo da personagem.

Murilo “Ninja”, precursor do MMA

Quais as principais dificuldades com que se deparou como ator? Muitas. Um delas é a falta de valorização e respeito. Mas a pior é a falta de recursos para viajar e estudar. Algumas composições dão trabalho, sim, criar a personagem acaba sendo algo maravilhoso, se livrar dele depois é que é o pepino. É preciso matar as personagens e abrir caminho para outros. E lidar com as expectativas de nossos familiares que sonham em nos ver “realizados” na televisão não é uma tarefa fácil. Televisão não é um fim, é um meio.

Atleta paranaense, irmão de Mauricio Shogum, aposentou-se em 2011 Divulgação Ian Perussolo

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O que Thadeu Peronne espera da vida? Equilíbrio, saúde, prosperidade e inspiração artística, muita sorte, que o mundo melhore e não acabe neste ano.

urilo “Ninja” Rua é ex-lutador de MMA (Mixed Martial Arts), irmão mais velho de Mauricio Rua, o popular Shogum, ex-campeão do UFC (Ultimate Figthing Championship). Também conhecido como “Ninja”, Murilo é paranaense e tem 31 anos. Em sua carreira esportiva, o atleta, que é faixa preta em Muay Thay e em Jiu Jitsu, tem um importante cartel de lutas. Nos 30 combates disputados, conta com 20 vitórias, 12 derrotas e um empate. Ninja começou sua carreira profissional em lutas de MMA no mês de maio de 2000, na luta em que ganhou de Adriano Verdelli, pelo evento Meca Tour, realizado no Brasil. Ele lutou em um dos mais importantes eventos de MMA do mundo, o extinto Pride FC, e em outros importantes eventos, como Strikforce e Cage Rage. Durante toda sua carreira, enfrentou adversários extremamente difíceis, como Ricardo Arona, Kevin Randleman, Quinton Jackson e Dan Handerson, todos pelo evento japonês Pride FC. O ex-atleta fez sua despedida dos octógonos no dia 21 de maio de 2011, contra o atleta britânico Tom Watson, quando acabou sendo nocauteado no terceiro round, em luta válida pelo evento Bamma 6, sediado na Inglaterra. Murilo Ninja atualmente é professor e ministra palestras sobre MMA. Mesmo aposentado, continua com uma rotina de treinos. Tem seu nome ligado à academia Universidade da Luta, com sede no bairro Juvevê, em Curitiba (PR), local onde também treina seu irmão Mauricio Shogun. O atleta reside em Curitiba e é casado com Ana Paula Rua, com quem tem dois filhos.

Serviço: Aulas de interpretação para teatro e TV com Thadeu Peronne. Fones: 41- 9636-2133 e 3022-7903.

Quais as principais dificuldades para um atleta iniciante no ramo de lutas? O poder aquisitivo influencia muito. Nos Estados Unidos, é bem

Em sua opinião, como a capital curitibana adere à arte teatral? Aqui, temos uma classe teatral exemplar, calcificada, pois há pessoas talentosíssimas, estudiosas, um verdadeiro celeiro de talentos. Sou muito grato a Curitiba e à classe daqui, mesmo com todos seus problemas, que são muitos. Até hoje, sempre tive um público bacana e um bom apoio dos meios de comunicação na divulgação, assim como sou grato também a algumas empresas que nos incentivam pelo mecanismo da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, acreditando dessa forma em nossos projetos. Isso é muito importante. Curitiba, sem dúvida nenhuma, é uma grande inspiração. Como um projeto é levado aos palcos? É uma complexidade. Primeiro, é preciso encontrar o “porquê”, o porquê desse texto, é preciso saber do que se quer falar. Depois, para quem falar, como falar. São várias etapas de estudo do texto, leituras, estudo da poética escolhida e, nos casos de projetos de lei, é preciso ter em mente do que se quer falar no futuro, pois existe uma morosidade. No meu caso, penso até em quanto tempo poderei viajar com o espetáculo.

O Boxe perdeu muito da sua popularidade, pois não surgiu nenhum grande lutador americano após Mike Tyson. mais fácil um atleta se dedicar a treinamentos, pois lá eles costumam ter mais dinheiro e mais tempo. Apesar disso, o brasileiro tem mais talento. Como foi o seu início de carreira? Encontrou muitas dificuldades com patrocínios e lugares para treinar? Eu cheguei a trabalhar de segurança por um tempo em algumas empresas menores para conseguir treinar. Passar por dificuldades todos passam, mas sempre tive uma qualidade de vida boa e consegui separar bem, para ter bons resultados nos treinamentos. Você tem planos para uma possível luta de despedida? Por enquanto não. Até existem algumas propostas, mas não tem nada certo. Quem sabe, no ano que vem. Eu gostaria muito que, se essa luta acontecesse, fosse no

Japão, onde lutei a maioria das vezes durante minha carreira. O MMA vem crescendo de maneira impressionante nos últimos anos. Você acredita que em um futuro próximo ele chegue no nível de popularidade que o boxe teve em seu auge nos anos 80 e 90? Acho que sim. O boxe perdeu muito da sua popularidade, pois não surgiu nenhum grande lutador americano após Mike Tyson. Atualmente, a grande maioria é cubano e porto-riquenho. Os americanos ainda estão aprendendo o MMA, mas nos próximos anos a popularidade vai crescer muito mais. Você pretende continuar no ramo de lutas agora que se aposentou? R: Pretendo sim, dando aulas e seminários, e no ramo de vendas de roupas também. Pretendo abrir uma franquia para a UDL (Univer-


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turismo

Uma opção de lazer do curitibano? Apesar de ser muito procurada por turistas, a Linha Turismo não é escolha de lazer frequente dos próprios curitibanos Foto: Ligia Mara Santos

Ligia Mara Santos

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ntre tantas opções de passeio existentes em Curitiba, uma chama a atenção de quem vem de fora, a Linha Turismo. Também conhecido como jardineira, o ônibus que percorre um trajeto de 45 km entrou em circulação em 1994 e é procurado por pessoas de diversas cidades não só do Brasil, mas também do exterior, porém, ainda é muito pouco utilizado pelos curitibanos. Durante um passeio de aproximadamente duas horas e meia, é possível conhecer os principais pontos turísticos de Curitiba, como parques, praças e museus. A auxiliar de conferência Ana Schmoeller, de 31 anos, é de Quedas do Iguaçu e disse que apreciou o passeio. “O ônibus é muito confortável e em pouco tempo dá para conhecer vários lugares de Curitiba”. Entre tantos pontos turísticos da cidade, é possível conhecer durante o trajeto que o ônibus percorre lugares como o Jardim Botânico, a Ópera de Arame e o Museu Oscar Niemeyer. Mas, apesar de o passeio ser

muito procurado por pessoas que vêm de fora, o mesmo não acontece com os moradores de Curitiba, que não utilizam com frequência o ônibus como opção de lazer. Apesar de dar ao passageiro o direito de descer em quatro pontos à sua escolha, é comum encontrar quem reclame dos R$ 27,00 cobrados pelo passeio. É o caso da estudante Cynthia Bumiller, que é de Curitiba: ela não concorda com o preço cobrado e utiliza outra cidade turística como exemplo. “Não acho justo esse preço alto. Para nós, moradores de Curitiba, poderia ser mais barato, assim como funciona em Foz do Iguaçu”, referindo-se ao modelo de desconto para moradores da região da fronteira entre Brasil e Argentina, que pagam menos para visitar o Parque Nacional do Iguaçu. Outro motivo que faz com que os próprios curitibanos não utilizem a Linha Turismo é o fato de que muitos deles preferem um passeio ao shopping em vez do percurso ao ar livre. “Não gosto de caminhadas em parques ou praças, por isso acho que não seria viável utilizar o ônibus como forma de passeio, prefiro lugares fechados como os shoppings, já que em Curitiba nem sempre o tempo é

Somente no ano passado, cerca de 600 mil pessoas usaram a Linha Turismo

favorável para caminhadas ao ar livre”, justifica a universitária Zenilda Mores, moradora de Curitiba há 12 anos. Cynthia Bumiller diz que, como Curitiba é uma cidade geralmente com tempo frio, mesmo em dias de calor o curitibano acabou se acostumando a frequentar ambientes fechados. Apesar de nem todos os curitibanos concordarem com o valor cobrado pelo passeio, a procura pelo ônibus no ano de 2011 foi grande, em torno de 600 mil pessoas. Já em janeiro e fevereiro de 2012, foram cerca de 120 mil passageiros. Segundo dados da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), até o mês de julho de 2011 foram aproximadamente cinco milhões de embarques desde a sua criação, em 1994. O ônibus tem capacidade para transportar até 55 pessoas por viagem. O atendimento da Linha Turismo é de terça a domingo, com saídas a cada 30 minutos da Praça Tiradentes, das 9h às 17h30. A Linha Turismo ainda assim é uma opção de lazer para quem quer conhecer um pouco da história da cidade, seja ela vista por olhos curitibanos ou não.

crônica

Coisa Rara Natanael Chimendes Ilustração: Carol Pizetta

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sol brilhava na Tiradentes, coisa rara. A praça estava cheia de shorts curtos, blusas penduradas na cintura, pombos aventureiros e alguns admiradores de árvores e sombra fresca. Chuva naquela hora era impossível. O nativo exagera, mas é pura verdade. Você não deve em nenhuma circunstância sair de casa sem guarda-chuva em Curitiba, e adivinha? Quebrei essa regra. Meus olhos quase lacrimejavam ,e eu pensava: é Curitiba mesmo? Era. Pelo menos ali na Tiraden-

tes. Dava para perceber somente admirando os passantes: orgulhosos de sairem de casa com roupas leves, chamativas e ousadas. Moda aqui é sinônimo de calçada. Uma garota corria, ou desfilava, enquanto uma senhora a olhava segurando uma sombrinha colorida e um cachorro de língua à mostra. Até que o tal cãozinho começou a latir para o vácuo. Olhava profundo para o nada e gritava enquanto a dona o acalmava. Tentei interpretá-lo, mesmo não conhecendo sua linguagem. Uma mistura de desespero e euforia. Como se fosse ocorrer um tsunami em plena praça, parecido com aqueles filmes catastróficos. E iria mesmo. A primeira onda foi leve, porém rápida. Pequenas gotas invadiram

como abelhas toda a praça, e o céu começou a cair. Pronto, estava oficialmente chovendo em Curitiba. Uma chuva estranha que se misturava com os raios ultravioletas, criando uma canção tão desafinada quanto um disco arranhado.

Pensei em pedir um táxi e já fui discando: “Ligue táxi, um momento”, disse uma voz cansada, e em seguida uma música “anos noventa” começou a tocar. Segundos depois, um breve e poderoso ruído começou. “Ligue táxi, Luciana, boa tarde.” “Boa tarde, eu queria pedir um táxi.” “Qual o endereço?” “Na Praça Tiradentes.” “Já possuímos um ponto de táxi neste local, sugerimos para o senhor aguardar até que um táxi apareça.” “Mas não vejo nenhum por perto, devem estar todos ocupados com essa chuva! Não tem como pedir para enviar algum para cá?” “Não neste local” - silêncio to-

tal. “Espere um minuto”, disse um pouco ofegante. Saí da praça, atravessei a rua e cheguei numa esquina, perto de uma loja. Me protegi da chuva, completamente molhado, segurei o telefone no ouvido e exclamei novamente: “Boa tarde, queria pedir um táxi.” “Qual o endereço?” perguntou Luciana um pouco supresa. “Travessa Tobias de Macedo, perto da Praça Tiradentes.” “Estamos enviando um táxi, é só aguardar” Neste momento, eu jurava que tinha sentido um breve sorriso na voz de Luciana, mas antes de perguntar se ela estava sorrindo, uma pesada gota surgiu no meu nariz e pensei rapidamente em espirrar , porém, meu táxi estava chegando.


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transporte Foto: Paula Vilas Boas

Prefeitura aumenta tarifa de ônibus e roda no vermelho Greve faz com que usuários tenham que desembolsar mais pela passagem Paula Vilas Boas

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m consequência da para-lisação dos trabalhadores do transporte público, realizada em 14 e 15 de fevereiro, houve um aumento de 4% nas tarifas de ônibus em Curitiba. Apesar do reajuste de R$ 2,50 para R$ 2,60, o valor é considerado baixo diante da inflação de 5,63%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de janeiro. A tarifa técnica, suficiente para cobrir os gastos, está perto de R$ 2,80. O que significa que o sistema vai rodar no vermelho, e o governo terá que entrar com algum subsídio. A polêmica sobre o transporte divide a opinião dos cidadãos que usam os coletivos. A auxiliar de limpeza Maria Salete Rodrigues, de 42 anos, moradora de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana da Capital, acredita que o reajuste não se deu somente pela greve, mas que já estava previsto como reajuste anual. Maria, que

depende de três ônibus e leva cerca de duas horas para chegar até o seu trabalho, queixa-se do transporte e de seus operadores. “Os motoristas não cumprem os horários, muitas vezes correm porque estão atrasados, e eu até já peguei um motorista quase dormindo ao volante”, reclama. Há pessoas como a auxiliar administrativa Caroline Coutinho, de 22 anos, moradora do bairro Barreirinha, que compreendem o aumento das passagens, pois acreditam ser necessário para melhorar o transporte público. Entretanto, ela afirma não observar nenhuma melhoria que justifique os últimos aumentos: “Esperava que tivesse mais ônibus, nos horários de pico os coletivos são muito lotados”, diz Caroline. O técnico administrativo Thiago Lopes, de 25 anos, morador do Bairro Alto, vê o problema de transporte em Curitiba nos ônibus mais antigos. “Sou a favor do reajuste nas passagens, mas com esse aumento a prefeitura poderia investir mais nas frotas de ônibus, pois tem muitos veículos velhos nas ruas quebrando diariamente,

causando transtorno aos passageiros”, argumenta. Em ano de eleição, a prefeitura, que tinha de aumentar a passagem, mesmo assim deixou o valor abaixo do esperado e aprovando a permanência do valor de R$ 1,00 aos domingos, mantido desde 2005. De acordo com pesquisas realizadas pela Urbs, houve uma queda no número de passageiros transportados pela rede, de 25,8 milhões para 25,7 milhões por mês. O número parece ser pequeno, mas, se calculado em relação ao crescimento da população curitibana, reflete uma paralisação no número de passageiros. A redução do número de usuários paantes dos coletivos e o aumento de quilometragem rodada podem resultar em impacto na tarifa.

A prefeitura poderia investir mais nos ônibus

Em outras cidades Entre os meses de janeiro e fevereiro, não foi só a capital paranaense que sofreu com as tarifas. Em Itajubá, no Sul de Minas Gerais, o aumento foi de 7%, a mesma porcentagem de reajuste do ano anterior, passando de R$ 2,20 para R$ 2,35. Na capital do Rio de Janeiro, o aumento foi de 10%. A tarifa do bilhete único passou de R$ 2,50 para R$ 2,75. Sem contar que na cidade do Rio, bem maior que Curitiba, em alguns lugares onde existem pedágios, a taxa subiu de R$ 4,30 para R$ 4,70. A capital paulista e a cidade de Itu, localizada no interior de São Paulo, têm as tarifas de ônibus mais caras daquele estado, no valor de R$ 3,00, superando cidades como Porto Feliz (R$ 2,00), Salto (R$ 2,60), Indaiatuba (R$ 2,80) e Sorocaba (R$ 2,95). Comparativamente em relação às outras capitais brasileiras, Curitiba estaria com o valor de suas passagens dentro da média dos valores nacionais. E com o passar do tempo o número de passageiros deve subir.

Thiago Lopes, técnico administrativo

Você está lendo o MARCO ZERO, um jornal inteiramente feito por alunos e professores do Curso de Comunicação Social da Faculdade Internacional de Curitiba - FACINTER e ganhador do 1º Lugar do Prêmio Sangue Novo de 2011 (promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná), na categoria Jornal Laboratório. Portanto, ao ler o MARCO ZERO, você está se informando através de um veículo com conteúdo, independente e com uma nova proposta visual.

O centro da cidade agora tem o seu representante!

O aumento na tarifa em Curitiba foi de 4%

2011

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná

1º Lugar - Categoria Jornal Laboratório


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MARCO ZERO

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especial Região Sul é a 2ª em plásticas No país que ocupa o segundo lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas, 82% delas são realizadas nas mulheres. Dessas, 19% são para o aumento dos seios. A Região Sul está em segundo lugar entre as regiões do país que mais se submetem a esse tipo de tratamento, com 16% do total. Pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) revelou que, em 2009, foram realizadas no Brasil,645.464 cirurgias plásticas, sendo quase 70% delas de caráter estético. Ou seja, há um número alto de 1.768 cirurgias por dia, que vem aumentando no decorrer dos anos, de acordo com o Ibope. A corretora de imóveis Célly Correa (28), que realizou a cirurgia de prótese de mama em 2010, conta que tinha vontade de colocar silicone, e o motivo era somente estético. “Fiquei muito satisfeita, coloquei embaixo do músculo e por isso ficou bem natural, realizei um sonho”, relata. De acordo com pesquisa encomendada pelo XI Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, operações na região da mama, na maioria das vezes, são de caráter estético. Para a estudante de administração Cynthia Chern Wen Hong (20), que sempre teve vontade de fazer a cirurgia nos seios, a parte mais difícil foi a dor no pós-operatório, mas diz que passaria tudo novamente pela beleza. “Sempre tive vontade de colocar silicone, pois não estava satisfeita com os meus seios. Então, de uma hora pra outra, decidi”, afirma. Uma opção para o pagamento das cirurgias estéticas é a nova tendência de planos de assistência financeira, que possibilita aos clientes realizar o pagamento em parcelas. Cynthia conta que a cirurgia custou em torno dos R$ 7 mil, contando com os exames. “Cada centavo valeu a pena, me sinto com a autoestima elevada”, conclui.

O preço pago pela be pode ir além do dinh

Crescimento do setor estético tem tornado os implantes de silico Keity Marques

Maria Luiza Okoinski

P

rocurar obter um equilíbrio do corpo e uma harmonia das formas e movimentos: essa é a definição da famosa “proporção áurea”. Quando Leonardo da Vinci criou o Homem Vitruviano, uniu essa proporção ao corpo humano. E as inúmeras contas e seus resultados, que vão desde a altura do corpo humano até a medida do umbigo até o chão, por exemplo, davam um único resultado: uma forma perfeita, um corpo perfeito. Hoje, tanto homens quanto mulheres que buscam essa perfeição, muitas vezes, são surpreendidos por consequências desastrosas. É o caso da professora Márcia Rodrigues (nome fictício) e seu velho sonho: aumentar os seios. Quando decidiu fazer o implante de silicone, em 2010, fez várias pesquisas sobre clínicas e profissionais. Depois de uma imensa procura, encontrou e conversou com duas médicas especializadas no assunto. Como a primeira médica havia oferecido um preço mais em conta, decidiu, então, optar por ela. “Minha vontade de colocar silicone era tão grande que eu estava enfeitiçada. Queria colocar e pronto, não procurei saber se o valor estava adequado, muito menos como a médica trabalhava”, relata. Ela conta que tudo foi muito rápido. Conversou com a cirurgiã em uma semana, fez dois exames, que foram o teste de HIV e o raio-X do tórax. Em seguida, já marcou a cirurgia para o final da semana seguinte. “Tudo como eu queria, valor baixo, rapidez e atenção”, conta. No entanto, dois meses após sair da sala de cirurgia, Márcia des-

O implate de silicone na região das mamas, na maioria das vezes, é motivado por padrões estéticos cobriu que estava grávida de três meses. A preocupação veio à tona e com ela o anseio de procurar a médica para ver os procedimentos a seguir. O que Márcia não contava é que a cirugiã que havia feito a operação não queria atendê-la. “Procurei várias vezes a médica para saber como deveria agir, mas ela sempre recusava a me atender. Depois de muito tempo, enfim me atendeu, dizendo que não podia fa-

zer nada. Então me ofereceu uma nova cirurgia depois que o bebê nascesse. Fiquei enfurecida, pois era uma vida que estava em jogo, não a estética”, declara. O drama da professora estava apenas começando. “Além do risco que o bebê corria, um dos meus seios doía muito. Procurei outro cirurgião, e ele me orientou a retirar as próteses”, acrescenta. Com os riscos, Márcia procu-

rou outro médico, um obstetra, para ver como estava o bebê e descobriu que ele poderia correr risco de morte devido à anestesia da cirurgia. “Fiquei desesperada, sempre quis colocar silicone, mas não imaginava que isso iria prejudicar uma vida”, diz. A professora conta que passou por maus momentos. Relata que seu filho nasceu com oito meses e ficou internado durante dois meses.


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eleza heiro

O que você acha sobre o implante de silicone?

one cada vez mais baratos e arriscados Foto: Hamilton Zambiancki

“Fiquei desesperada, sempre quis colocar silicone, mas não imaginava que isso iria prejudicar uma vida”

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Dois anos após o ocorrido, Márcia pode respirar aliviada. “Depois de todo o tormento, meu filho está com um ano e seis meses de idade. Está bem, apenas com um problema respiratório”. Ainda assim, segundo a professora, o desejo agora é de obter justiça pelos danos que passou. “Mesmo assim, quero justiça. Tirei as próteses e entrei com um processo judicial contra a médica e a

clínica. Levei muita sorte em não perder meu filho, e se isso tivesse acontecido não me perdoaria pelo resto da vida”, desabafa. Segundo o médico do Hospital e Maternidade Santa Brígida Leone Francisco Junior, a procura por cirurgias plásticas é numerosa há algum tempo, e o principal motivo alegado pelas pacientes é o aumento da autoestima com a valorização da forma dos seios. Ele comenta que, sem dúvida, o cirurgião que iniciou o tratamento deve se responsabilizar por eventuais complicações. Leone afirma ainda que os exames que antecedem esse tipo de cirurgia são muitos e extremamente importantes para que a operação esteja próxima do sucesso, mas que normalmente não estão incluídos nos pacotes de cirurgias, pois são realizados em laboratórios externos e muitas vezes podem, inclusive, ser custeados pelo próprio convênio da paciente, caso ela possua. Os valores dependem de cada cirurgião, porém, é bom as pacientes desconfiarem de valores muito baixos, pois milagre não existe: estética custa caro no mundo todo, alerta o médico. A paciente deve sempre realizar exame de imagem (mamografia, ultrassom ou ambos), exames pré-operatório de sangue, avaliação cardiológica e consulta prévia com anestesista. Essa é uma boa rotina para todas as pacientes, salienta Leone. Para Márcia, o importante é que as mulheres pesquisem muito bem a idoneidade da clínica e o compromisso dos médicos e tenham certeza de que estão bem fisicamente, psicologicamente e, acima de tudo, bem com a saúde para fazer uma cirurgia estética, seja ela qual for. Com a vida e com o corpo não se brinca, muito menos, com a vida do próximo, como foi o meu caso. “Arrependimento, essa é a palavra. Hoje, vejo que para tudo há limites, até para a beleza”, finaliza a professora.

“Não sou contra nem a favor. Nunca tive vontade de colocar, mas quem tem pouco e tem vontade, apoio em fazer a cirurgia.” Regina Malinoviski, 58 anos, dona de casa

“Eu coloquei 200 ml em cada seio há dois meses. Pesquisei bastante sobre o médico antes, para ter certeza com quem estava fazendo. A recuperação foi excelente, e gostei do resultado.” Élcita Gondim, 25 anos, nutricionista

“Acho válido colocar silicone para se sentir bem. Eu colocaria se não fosse o medo que tenho de anestesia.” Sandra Elizete dos Santos, 33 anos, dona de casa

“Eu não colocaria, me sinto bem assim. Se eu não tivesse nada de seios, talvez, mas tenho muito medo de cirurgias.” Juliana dos Reis, 18 anos, vendedora

“Eu não sou contra. Se a mulher tem vontade e vai se sentir bem, apoio. Não contrariaria a minha esposa, se ela quisesse, por exemplo.” Antônio Cesar Leal, 34 anos, comerciante


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trilhas do tempo

Cem anos de conhecimentos UFPR é considerada um dos principais símbolos de Curitiba Foto:Claudia Bilobran

Willian Gomes

Leonardo Akira

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este ano, comemora-se o centenário da Universidade Federal do Paraná (UFPR), fundada em 19 de dezembro de 1912 por Victor Ferreira do Amaral e Nilo Cairo Silva com o nome de Universidade do Paraná. Durante esses 100 anos, a UFPR construiu uma identidade paranaense, devido a sua grande importância na formação de novos profissionais. Na comemoração dos 99 anos, realizada em dezembro passado, o reitor Zaki Akel Sobrinho falou sobre a proximidade entre a universidade e o público. “Isso representa nossa determinação em fazer uma construção coletiva da instituição. Afinal, somos do povo do Paraná”. Na comemoração, foi lançado um painel digital que faz a contagem regressiva para a data do centenário. Sobre a importância da Universidade na sociedade, a comerciante Maria Mendes afirma que “a UFPR já se tornou um símbolo para todos nós paranaenses, e ela tem uma importância muito grande, pois forma excelentes cidadãos e profissionais”. A história Em 1913, a UFPR começou a funcionar como instituição privada num antigo prédio da Rua Comendador Araújo. Os primeiros cursos ofertados foram os de Medicina e Cirurgia, Engenharia, Ciências Jurídicas e Sociais, Comércio, Odontologia, Farmácia e Bioquímica. Ainda em 1913, iniciou-se a construção do prédio localizado na Praça Santos Andrade, com um bloco de cinco andares e uma cúpula central, inaugurado em 1915. Sete anos depois, o prédio foi ampliado com a construção dos blocos laterais, finalizados em 1926. Durante a Primeira Guerra Mundial, uma lei determinava o fechamento das universidades, pois o governo não recebia bem as iniciativas surgidas de forma inde-

pendente nos estados. A alternativa criada para evitar o fechamento foi desmembrar a Instituição em faculdades, o que vigorou durante 30 anos. A restauração da Universidade aconteceu no início da década de 50, quando as faculdades foram reunidas e formada novamente a Universidade do Paraná. Na mesma década, o reitor Flávio Suplicy de Lacerda reuniu líderes do Estado visando a sua federalização e tornou a instituição pública e gratuita. Ao longo dos anos, o prédio em um estilo neoclássico recebia novas construções, até que em 1955 foi reinaugurado ocupando uma área de 17 mil metros quadrados numa quadra inteira, entre a Praça Santos Andrade, a Rua XV de Novembro, a Rua Presidente Faria e a Travessa Alfredo Bufren. Após se tornar federal, foi construído o Hospital de Clínicas, em 1953, o Complexo da Reitoria, em 1958 e o Centro Politécnico, em 1961. Em 1999, a Prefeitura de Curitiba assinou uma lei que transformou o edifício da Praça Santos Andrade em símbolo oficial da cidade. Atualmente, há campi da universidade distribuídos em vários pontos de Curitiba e em outras cidades do Paraná. A UFPR possui 77 cursos de graduação, 124 de especialização, 41 de mestrado e 26 de doutorado. Desde 2004, é adotado o sistema de cotas no vestibular: 20% das vagas de cada curso são reservados para estudantes oriundos de escolas públicas e 20% para alunos negros e pardos.

A UFPR já se tornou um símbolo para todos nós paranaenses, e ela tem uma importância muito grande, pois forma excelentes cidadãos e profissionais” Maria Mendes, comerciante

Campus Santos Andrade: símbolo oficial da cidade de Curitiba

O que os alunos pensam “Vejo a UFPR como uma instituição séria, organizada e bem influente, pois tem uma tradição, um nome a zelar. Tem o respeito das pessoas. Porém, essa tradição a engessa, pois a impede de avançar tão rápido quanto o necessário. Todos esses anos de história têm pesado quando o assunto é se atualizar, mas as mudanças têm acontecido.” Nilmara de Jesus Biscaia Pinto, 20 anos, estudante de Matemática.

“Considero a Federal do Paraná uma ótima instituição de ensino, porque é pública, funciona bem e é reconhecida. Sendo pública, não tem mensalidade, já que pagamos impostos e merecemos ensino gratuito. A tradição, o nome, o ensino de qualidade permitem o reconhecimento. Vejo a Federal como uma oportunidade de graduação, de ter aulas com professores bem qualificados e a certeza de um diploma que valha a pena. Estudar numa instituição que está completando 100 anos é poder falar o nome dela e quem escutar ter certeza de que instituição se trata, sem perguntar onde fica ou coisa assim. Porém, a Federal necessita de reestruturações físicas, já que encontramos uns prédios muito

velhos, às vezes sem reparo, carteiras que nossos pais usaram e outras coisas assim.” Caroline de Camargo Ibañes, 21 anos, estudante de Psicologia.

“A UFPR é uma das melhores universidades do Brasil, não só pela sua estrutura, mas também por ali estarem os melhores alunos. É muito prazeroso dizer: ‘eu estudo na Federal’. Se perguntar para qualquer um que está no ensino médio, ele dirá: ‘eu quero entrar na Federal.’ Olhe o campus do Politécnico, é grande como uma cidade, oferece amplo espaço, boas bibliotecas e um restaurante a R$ 1,30. Quer mais que isso? A respeito dos cem anos da UFPR, acho fantástico saber que ali já passaram milhares de alunos que hoje são o presente do Brasil e saber que amanhã serei eu, mais um cara formado pela centenária Federal do Paraná.” Lucas Wagner, 22 anos, estudante de Engenharia Elétrica.


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Saúde Foto: Kellen Ribeiro

Benefícios de uma alimentação balanceada Rafael Giuvanusi

O peso do fast-food Na correria diária, o hábito de fazer uma refeição saudável tem ficado para trás Kellen Ribeiro

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ue tal sair para almoçar? Como prato principal, um sanduíche de três camadas de hambúrguer e um milk shake de morango, coisa rápida, fast-food. Gordura e açúcar você já tem e, com certeza, uns números a mais na balança, na taxa de glicose e de colesterol também. É o que revela uma pesquisa realizada pela agência britânica The Oxford Research Agency (Tora), que constatou que 40% dos brasileiros aumentaram seus gastos com comida e bebida no último semestre e que 33% estão mais

pesados que há um ano. Entre os entrevistados, 25% afirmaram consumir fast-food frequentemente, índice próximo ao dos norte-americanos, com 28%. De acordo com o levantamento, o Brasil só fica atrás da China no ranking de consumo desses produtos. Aqui, apenas 18% dos entrevistados disseram pesar menos que há um ano. Foram investigados os hábitos de consumo de alimentos em seis países e ouvidas 1.534 pessoas. Parte integrante dos números da pesquisa, o locutor de rádio Edimar Novakoski, de 25 anos, conta que seu gasto mensal com comidas rápidas é em média de R$ 300,00 e afirma que se alimenta assim por não ter tempo para uma refeição regrada. “Já pensei

em mudar de hábito várias vezes, mas ainda continuo sem tempo e não consegui pensar em nada que solucionasse essa deficiência no meu horário de trabalho”, conta. Além disso, o locutor afirma ter percebido pequenas alterações em sua saúde. “Algumas mudanças no organismo já são perceptíveis, mas nada demais, por enquanto”, afirma entre risos. Esse tipo de alimentação, segundo a professora Silvia Ortigoza, que realizou uma pesquisa sobre o novo hábito de consumo de fast-food e a mundialização do gosto, é um reflexo do capitalismo, mais comum nos meios urbanos, pelo fato de uma refeição assim acompanhar o mesmo ritmo do mercado globalizado. “A partir de sua dis-

Mesmo com a falta de tempo para elaborar uma boa dieta alimentar, profissionais das mais diversas áreas da saúde ressaltam a importância de uma alimentação regrada, baseada em nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo, de forma a evitar baixa imunidade e o desencadeamento de doenças crônicas, por vezes, sem cura. É o que afirma a nutricionista Bruna Maksym. Segundo ela, o organismo necessita de 13 vitaminas básicas para manter seu bom funcionamento, como as mais conhecidas A, C e B12. “Elas são essenciais, ou seja, devem ser consumidas diariamente em quantidades adequadas e recomendadas para o ser humano se manter saudável, mantendo assim a imunidade elevada e evitando uma série de doenças”. Bruna diz ainda que, com uma alimentação equilibrada, é possível suprir todas as necessidades diárias de vitaminas que o corpo humano exige. Porém, um prato não é feito só de vitaminas. Carboidratos, proteínas, fibras, lipídios e minerais também devem participar da refeição. E como saber se há realmente tudo isso no seu prato? A nutricionista explica que a regra é fácil e básica: “Uma forma fácil de montar uma refeição variada é montar o prato conforme as cores dos alimentos. Quanto mais colorida a refeição, mais variedade de nutrientes há nela”, orienta. Na contramão dessas orientações, o auxiliar de patrimônio Weslei Brochier conta que não se preocupa compor a refeição de forma consciente e equilibrada. “Simplesmente me sirvo com o que acho que vai me satisfazer”, comenta. Além disso, Brochier faz somente três refeições por dia, contrariando a recomendação do Ministério da Saúde de pelo menos cinco. “Não tomo café da manhã, almoço e como algum lanche à noite, na faculdade”, explica. De acordo com os dez passos para uma boa alimentação do Ministério da Saúde, essa atitude não é saudável e pode ser danosa em mais de um aspecto, como reafirma a nutricionista: “Durante o período em que o indivíduo permanece no trabalho ou na escola, geralmente fica longos períodos sem se alimentar e acaba tendo carência de nutrientes por curto prazo de tempo. Isso pode acarretar cansaço, fadiga, insônia, irritabilidade, fraqueza e principalmente dificuldade na concentração, afetando o desempenho profissional ou escolar”. Para que isso não aconteça, Bruna recomenda levar frutas, sanduíches naturais e barras de cereais para suprir as necessidades de nutrientes.Se mesmo assim ainda não há tempo disponível para toda essa organização alimentar, o jeito é partir para um senso comum. Tanto Brochier como o Ministério da Saúde e a nutricionista Bruna Maksym concordam em um aspecto: o mais tradicional prato brasileiro, arroz com feijão, bife e salada, é a melhor solução.

seminação, o fast-food impõe seu ritmo ao tempo e ao espaço dedicados à alimentação, que passam a entrar em sintonia com as novas exigências da sociedade”, afirmou em pesquisa pela Unicamp. Contudo, segundo publicações do Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região (CRN-8), esse tipo de alimentação pode desencadear a obesidade, que traz consigo cerca de 60 tipos de doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes tipo dois. Entretanto, na concepção da comunicadora Regina Meister, o consumo deste tipo de alimento nem sempre pode ser considerado prejudicial. “Acho que se for hábito é ruim, mas de vez em quando não tem problema”, defende Regina.

Já a nutricionista Bruna Maksym ressalta que uma dieta balanceada, com alimentos bem preparados e selecionados, com menos gordura, não serve apenas para quem quer emagrecer, mas para quem quer manter o peso adequado, o fortalecimento muscular e o bom funcionamento dos órgãos, garantindo uma vida mais saudável.

Se for hábito é ruim, mas de vez em quando não tem problema. Regina Meister, comunicadora


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cultura

Luz, Câmera e uma nova ação

cabe no bolso

Claudia Bilobran

Oficinas na Cinemateca de Curitiba atraem jovens em busca de um sonho Deborah Abrahão

No ano em que se comemora os 90 anos da Semana de Arte Moderna de 1922, o Sesc Paraná promove o I Encontro Sesc de Artes Visuais de Curitiba, que ocorrerá de 24 a 26 de abril, no Sesc da Esquina. De 02 de abril a 31 de maio, haverá exposições de diversos artistas na Galeria de Artes do Sesc da Esquina, entre elas, obras do acervo familiar de Tarsila do Amaral. Os ingressos são limitados e devem ser retirados no SAC do Sesc da Esquina.

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“Não é de hoje que novos talentos vem sendo revelados na cinemateca” “As mostras, oficinas e projetos estão aí para que o público possa conhecê-los” cionados pelo edital, há outras 20 pessoas que participam das aulas. Não é de hoje que novos talentos vêm sendo revelados e lapidados dentro do espaço da Cinemateca. Já em 1984, graças a uma iniciativa conjunta com a Associação de Cineastas do Paraná, em parceria com a Embrafilmes, aconteceu em Curitiba o concurso de projetos de curta-metragem. Esse concurso gerou filmes como “O Mundo perdido de Kozac”, de Fernando Severo, e “Respeitável Público”, desenho animado dos irmãos Wagner (Ingrid, Helmut Jr., Rosana e Elizabete). Naquela época, as instalações da Cinemateca de Curitiba ainda

ficavam na rua São Francisco, no antigo museu Guido Viaro. Apenas em 1998 a sede na rua Carlos Cavalcante foi inaugurada. Além das oficinas, do programa de mecenagem, concursos e mostras, outras formas de incentivo não só aos estudantes de cinema, como aos demais apaixonados e interessados pela sétima arte, são o acervo cinematográfico de mais de mil títulos e uma biblioteca que, com seus livros, folhetos, cartazes e roteiros, convida o pesquisador a entrar no mundo do cinema e na história das produções nacionais, em especial as paranaenses. Segundo a coordenadora da Cinematec, Solange Stecz, o público que procura a instituição pode contar com a receptividade da equipe e a acessibilidade ao acervo e ao espaço. “Estamos disponíveis para atender todos os interessados na Cinemateca”, destaca. No centro histórico da cidade, esse espaço cultural preserva e escreve a história do cinema paranaense, seja com jovens como Joel Schoenrock e seus colegas cineastas iniciantes ou entre os antigos projetores e câmeras a manivela pertencentes à exposição permanente do local. Dessa forma, a paixão por contar e conhecer boas histórias por meio das telas do cinema poderá sempre ser reinventada em Curitiba.

Confira a programação do evento: 24 de abril (terça-feira) 19h - abertura 20h - Mesa-redonda com Enock Sacramento, Orlando Azevedo e Haroldo Palo Jr. - “Arte, representação da natureza e consciência ecológica” 25 de abril (quarta-feira) 10h - “Hibridações e contaminações na arte contemporânea” Palestra de Enock Sacramento 15h - “Arte como doação; estética da doação” Palestra de Gianni Pozzi 16h30 - “Intervenções urbanas e residências artísticas” Bate-papo com a artista Regina Carmona 20h - “Poéticas da Natureza” Mesa redonda com Katia Canton, Gianni Pozzi e Gaia Bindi 26 de abril (quinta-feira) 10h - “Vida e obra de Tarsila do Amaral; o movimento antropofágico na obra da artista.” Palestra com Tarsilinha do Amaral 16h - “Arte Pública” Palestra com João Spinelli 20h - “O artista como jardineiro do mundo; O encontro entre arte e ecologia, do panorama internacional da experiência do Parque Arte Vivente de Turim.” Palestra com Gaia Bindi.

MON recebe exposição de Sergio Camargo Com curadoria de Paulo Venâncio Filho, a mostra apresenta o percurso de um dos mais premiados escultores brasileiros Quarenta e seis obras, 26 delas tridimensionais, além de desenhos e estudos, compõem a exposição “Percurso escultórico”, de Sergio Camargo (1930-1990). A mostra será inaugurada dia 12 de abril, a partir das 19 horas, com entrada franca, no Museu Oscar Niemeyer (MON). A curadoria é de Paulo Venâncio Filho. Camargo foi um dos mais premiados escultores brasileiros. Nesta exposição, que segue até 29 de julho, será possível acompanhar parte significativa da trajetória do artista. Na foto ao lado, escultura em homenagem a Brancusi.

Foto:Divulgação

rapaz de cabelos castanhos desliga o computador de sua casa, onde trabalha de forma autônoma como designer gráfico, e se põe a caminho do Centro de Curitiba, destino oposto ao campus da Faculdade de Artes do Paraná (FAP) em Pinhais, em que é aluno do curso de Cinema. Há vários dias, Joel Schoenrock não aparece nas aulas. Não se trata, porém, de desleixo ou falta de entusiasmo para os estudos, mas sim de um sonho em vias de se tornar realidade. Ele é um dos participantes das oficinas de cinema que acontecem à noite na Cinemateca de Curitiba. E o seu filme curtametragem “Açúcar” foi selecionado junto com outros cinco projetos de filmes, por edital, na categoria iniciante do Fundo Municipal para ser realizado com a ajuda de uma verba destinada a eles pela Lei de Incentivo à Cultura do programa de mecenato da Fundação Cultural de Curitiba (FCC). Por meio de uma mensagem de um amigo em uma rede social, Schoenrock recebeu a notícia de que seu projeto havia sido um dos escolhidos. “Meu amigo me disse: você foi selecionado. Achei que ele estivesse perguntando e respondi que ainda não tinha visto o resultado, então ele reafirmou que eu havia sido selecionado. Na hora, saí gritando”, lembra Schoenrock. Além de uma verba especial e assessoria, as oficinas gratuitas que abrangem áreas cinematográficas como roteiro, direção, fotografia, entre outras, são uma etapa obrigatória na concepção dos projetos beneficiados como o do estudante de cinema. Para ministrá-las, a Cinemateca conta com cineastas e profissionais do audiovisual de renome nacional e internacional, como Joel Pizzini, Edvaldo Mocarzel e Alziro Barbosa entre outros. Junto com os autores dos projetos de filmes sele-

I Encontro Sesc de Artes Visuais


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entrevista

Em Curitiba, o cinema é verde e amarelo Antônio Martendal fala sobre a popularização do cinema nacional na capital paranaense Foto:Deborah Abrahão

curtametragem fique pronto, por exemplo. Um exemplo de projeto que ficou muito bom é “Julieta de Bicicleta”, um curta de animação do Marcos Flávio. Ficou um espetáculo e é um filme para festivais internacionais.

Deborah Abrahão

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ntônio Martendal é publicitário e diretor administrativo da Associação de Vídeo e Cinema do Paraná (Avec), trabalha há vários anos com cinema e é tutor dos projetos vencedores do edital de curta metragem digital do Fundo Municipal de Cultura de 2012, chamado por ele de “Programa de Mecenagem”. Nesta entrevista ao Marco Zero, Martendal fala sobre temas como o programa de oficinas oferecido na Cinemateca, o surgimento de uma nova plateia de cinema nacional e a pirataria. Como começou a sua história com o cinema? Quem faz cinema no Brasil é meio louco, porque há um pouco de preconceito, além de um mercado ainda restrito. Eu fazia outras coisas, mas pensava sempre em cinema e, com certa idade, fui fazer publicidade para fazer cinema. Então, não parei mais, sempre fazendo fotografia, produção, câmera, enfim, sempre nessa área. Como funcionam as oficinas para os ganhadores do programa de mecenagem? Esse programa vem dos editais do Fundo Municipal de Cultura da Fundação Cultural de Curitiba. É uma galera iniciante que se inscreveu e teve seus projetos aprovados. Eles recebem as oficinas, e há uma verba inicial para eles, repassada mediante o certificado de participação das oficinas. São oficinas de roteiro, direção, fotografia, enfim, são cinco áreas especificamente do cinema. Além das 20 horas de aulas, os aprovados também recebem uma consultoria com ministrantes de renome nacional e internacional e que estão na área de cinema há muitos anos. Como é a procura para participar desse programa no qual estão os

Existe plateia para a produção desse novo cinema curitibano e para filmes considerados alternativos? A sacada hoje são os filmes alternativos. Eu sempre falo: as pessoas gostam de água com açúcar, mas por que não experimentar uns chás diferentes? Em Curitiba, tem plateia de todas as idades para esse tipo de filme. Por exemplo, teve uma mostra de filmes japoneses aqui na Cinemateca, com películas inéditas no Brasil e não lançadas em DVD, e as salas ficaram sempre lotadas de uma plateia mista. Antônio Martendal na cinemateca de Curitiba.

cinco projetos ganhadores? Este é o segundo ano do Edital. No primeiro, houve quase 400 inscritos, e nesse ano o número chegou a 500. É uma procura enorme, inclusive de interessados de São Paulo, Mato Grosso e Santa Catarina, pois esse programa de incentivo é exclusivo, só acontece aqui em Curitiba. As oficinas são exclusivas para os ganhadores do Edital? Ou outras pessoas podem participar? Algumas oficinas são abertas à comunidade. Como é um curso caro, não é legal que sejam apenas para os cinco projetos de filme vencedores do edital, mas para que outras pessoas que estão despertando para o cinema também tenham essa oportunidade. Então, em cada oficina são abertas 20 vagas para pessoas da comunidade que são divulgadas no site da Fundação Cultural. Qual o perfil das pessoas que frequentam as oficinas de cinema? Quem faz é apaixonado por

Fomos engolidos pelos hollywoodanos As salas distribuidoras de cinema estão nas na mão de dois ou três Fotografia, música e cinema você tem que mostrar cinema, e hoje esse processo de fazer um filme é caro, por isso a Fundação possui essas verbas, para que essa galera possa fazer cinema. Existem outras pessoas,

não iniciantes, que têm seus projetos ou que participaram de filmes. Essas oficinas são específicas para iniciantes, pessoas que nunca fizeram um filme, ou produziram um caseiro, pois hoje, com a tecnologia digital, todo mundo pode fazer um filme, mas cinema é cinema. Não posso falar que sou a favor da pirataria,mas tem que se baratear os produtos culturais com preços exagerados. Se o preço fosse mais baixo, não haveria tanta pirataria. Esse programa teve uma primeira edição no ano passado. Como estão os frutos desse trabalho? Os projetos do ano passado estão ficando prontos agora. Alguns já estão quase finalizados e em uma data determinada serão entregues para a Fundação Cultural de Curitiba. É um processo demorado, pois depois que o projeto é aprovado pela Fundação leva mais um ano para que o filme fique pronto, já que existem vários detalhes a serem feitos. São necessários quase dois anos de trabalho para que um

Como você vê a essa nova geração de amantes do cinema no Brasil? Hoje está se fazendo muito cinema no Brasil, é uma realidade. E o acesso à tecnologia digital é uma coisa maravilhosa. O mais interessante é que está se formando plateia para o cinema nacional, que antes não tinha. Uma ou duas gerações atrás foram domesticadas por filmes americanos, e nós fomos engolidos pelos holliwoodianos. Agora, o cinema nacional está cativando novamente a plateia para os filmes brasileiros que são muito bons. O site Megaupload foi fechado e o dono foi preso. Como você vê o compartilhamento de arquivos e a facilidade de acesso aos filmes proporcionada pela internet? Eu acho que fotografia, música e cinema você tem que mostrar. Produziu, tem que mostrar! Não tem que guardar a sete chaves. O problema são as grandes indústrias que querem segurar os filmes. As salas distribuidoras de cinemas em shoppings estão na mão de dois ou três. O acesso aos filmes pela internet é uma coisa muito boa porque rompe todas as barreiras.


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solidariedade

A vida em função do próximo A instituição de caridade Toca de Assis atende até 250 pessoas por dia Foto: Sergio Melo Sérgio Melo

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casa conhecida como Toca de Assis é uma fraternidade católica, fundada em maio de 1994 pelo padre Roberto José Lettieri em Campinas-SP, que se expandiu para diversos estados do Brasil. Os irmãos franciscanos que atuam na entidade seguem o exemplo de São Francisco de Assis, ou seja, o desapego de bens materiais e a devoção de sua vida em prol dos menos favorecidos. Em Curitiba, a casa existe há seis anos, podendo abrigar 20 moradores necessitados, além dos dez irmãos franciscanos que ali vivem e trabalham. O abrigo funciona com o objetivo de recolher moradores de rua e ajudá-los a se reinserirem na sociedade. Junto com membros da Pastoral de Rua, os irmãos saem à noite, conversam com os moradores de rua e lhes dão comida. Após o primeiro contato, o morador de rua precisa passar Fundação de Ação Social (FAS) para receber uma declaração que o indica como apto a ser abrigado pelo Instituto Toca de Assis. Lá, a assistente social da instituição faz uma entrevista com o morador, para detectar se ele se enquadra

no perfil e pode ser abrigado. Uma vez residindo na Toca de Assis, ele tem um prazo de seis meses para se recuperar, arranjar um emprego e retornar à sociedade. Esse período é como um contrato, sempre podendo ser renovado se o morador em necessidade encontre dificuldades para se reerguer. A casa abriga moradores de rua de 40 a 60 anos e apenas dessa faixa etária, pois não conta com estrutura para cuidar de pessoas mais jovens, e as que estão acima de 60 anos vão para a Casa dos Idosos, que também abriga pessoas deficientes. Para entrar, a pessoa tem que estar em abstinência, ou seja, não ter usado de nenhum tipo de substância química que altere seu estado psicológico. Apenas homens podem ser abrigados, pois a organização se divide em dois ramos: filhos da pobreza e filhas da pobreza, com 53 casas no total. Em Curitiba, foi fechado o ramo feminino, mas a Toca de Assis aceita doações de roupas, tanto masculina quanto feminina, pois quando algum morador de rua do sexo feminino procura o abrigo, recebe roupas e mantimentos. Em Curitiba, apenas no portão da Toca, estima-se que sejam feitos diariamente de 200 a 250 atendimentos

Ajuda sempre bem vinda

Irmão lucas: “Quando vamos até eles, na verdade, saímos bastante satisfeitos” de pessoas que procuram a casa. Para os franciscanos da Toca de Assis, ajudar o próximo é uma missão que lhes faz bem. “Quando vamos até eles, na verdade, a gente sai satisfeito. Saímos com mais prazer nesse encontro, pois nós aprendemos com eles”, relata o irmão Lucas Biaccini de 22 anos. E continua: “Hoje vivemos em uma sociedade muito orgulhosa e soberba que só pensa em si, nas questões materiais, e que tenta evoluir com a tecnologia. E assim se esquece das pessoas e de olhar para seu semelhante.”

“Hoje vivemos em uma sociedade muito orgulhosa e soberba que só pensa em si, esquecendo de olhar para seu semelhante.”

A instituição se mantém apenas com doações de mantimentos, roupas ou dinheiro, mas também existe outra forma de colaborar. Os moradores passam seu tempo em um pátio da casa, onde voluntários vão lá conversar com eles, passar um tempo ou ensinar alguma atividade, como pintura, música e artesanato, ou realizando terapia ocupacional. E assim eles se distraem e se enriquecem cultural e espiritualmente. Lucas Biaccini revela que, às vezes, só a presença de alguém na casa, ou seja, a doação de si mesmo, pelo carinho, já é importante para os moradores que são muito carentes de afeto. “Às vezes, eles tiveram alguma dificuldade matrimonial ou familiar com o pai e saem de casa e acabam parando na rua. Só vir aqui conversar e dar atenção ou um sorriso já ajuda, preenche mais o vazio do que a comida”, comenta. As pessoas interessadas em conhecer mais sobre o trabalho podem ligar para o número 3078-3427.

Irmão Lucas

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Número 18 – Abril de 2012

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MARCO ZERO

cultura Um papo enriquecedor Café Filosófico acerta o tom ao tratar de filosofia de maneira descomplicada e convidativa Alysson Dolenga

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ilosofia sempre foi vista pelos leigos como um assunto chato e desinteressante. Mas o programa apresentado pela TV Cultura, com uma abordagem menos didática e cujos temas são tratados quase como uma conversa, vem atraindo um contingente variado de pessoas. “Café filosófico” (domingo, 22h) apresenta uma atraente visão do mundo contemporâneo embasada por teorias que vão de grandes pensadores da filosofia a teorias sociológicas. O programa que chegou à TV surgiu inicialmente pela CPFL cultura, projeto sustentado pela Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). O auditório, onde ocorrem às exposições de idéias, remete a um centro de discussão. A platéia fica próxima dos convidados. Não existe palco, o que passa a sensação de uma grande roda de conversa. E é o que a-contece. Uma temática central é proposta para conduzir a conversa, que vai sendo construída com reflexões contemporâneas. Certamente é esse o segredo do “Café filosófico”. Não existem didatismos que, via de regra, não funcionam mais. O atrativo, antes de qualquer coisa, está na escolha dos assuntos. Em sua grande maioria, sobre o que nos afeta diretamente. Naquele espaço já foram discutidos o perfil das famílias contemporâneas, os modismos masculinos, a criança de hoje, a morte vista como tabu, entre tantos outros assuntos. Para a transmissão na TV, o uso de explicações sobre pensadores e exemplos práticos extraídos de filmes, ou mesmo releituras de algumas obras, não deixa o programa saturado, pelo contrário, a edição é eficiente, e o vai-e-vem entre exemplos mais simples e as exposições dos convidados encorpa os pensamentos. Além disso, o

programa nunca é encerrado com uma conclusão, e sim com um pensamento lançado para uma reflexão contínua. Filosofia na TV aberta não é algo novo. Em 2006, o “Fantástico” tentou investir na área utilizando esquetes. O problema era a abordagem: teorias jogadas no escuro e explicações esdrúxulas não atraíram o público, e o que aparentava ser uma aposta logo foi para a gaveta. A explicação para o êxito do “Café filosófico”, certamente, é uma demanda silenciosa de pessoas que vêm se interessando por assuntos que até pouco tempo eram tidos como “coisa de elite”. O crescimento acadêmico e as constantes qualificações no qua-dro profissional também podem explicar o interesse. Evidentemente, um atrativo que faz chamar um contingente para assistir é o peso dos convidados. Pensadores pop frequentemente estão por lá, como Flávio Gikovate, Xico Sá e Viviane Mosé. Eles usam e abusam de pensamentos filosóficos encadeados por reflexões referenciadas.

Filosofia na TV aberta não é algo novo. Usam exemplos que estão perto de qualquer um e sempre abrem espaço para o livre pensamento. Louvável também é o espaço a-berto para perguntas e até mesmo o compartilhamento de indagações pessoais de quem está na platéia. A liberdade é tamanha que não existe a formulação de perguntas ou argumentos escritos, pois eles são expostos oralmente, por quem quiser que esteja assistido ao debate. Bem sucedida nos programas infantis, a TV Cultura e a CPFL agora está acertando também nos seus produtos para um novo perfil de público interessado em assuntos que não eram frequentes na TV.

Rafael Giuvanusi

Livros também podem voar

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Eis o universo acadêmico. Desenvolvimento de ideias, avaliação de conceitos e reposicionamento de opiniões. E o que há de melhor que os livros para dar uma mão nesse processo? Inspirado em Alice no País das Maravilhas e O Mágico de Oz, o vencedor do Oscar 2012 como melhor curta-metragem, The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore (Os Fantásticos Livros Voadores do Sr. Morris Lessmore), dirigido por Willian Joyce e Brandon Oldenburg, está totalmente disponível no YouTube. Dedicado aos amantes da literatura e admiradores do codex, o curta é uma forma de pensar o quanto algumas páginas podem ser significativas na vida do homem. Vale a pena conferir! http://goo.gl/Dltgw.

O som que as palavras têm

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Já que falamos de livros, que tal ouvir literatura? Isso mesmo, ouvir. No site Cronópios, é possível ouvir podcasts literários, uma ótima dica para quem quer apenas escutar a melodia que as palavras formam mesmo sem utilizar notas musicais. No site, enquanto os textos são interpretados, estimula-se a imaginação, e as cenas passam ante os nossos olhos conforme as palavras nos são dadas. Acesse: http://goo.gl/I3OP7.

Plantio digital, porém real!

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O que você pensaria se alguém o convidasse para plantar uma árvore pelo Facebook? Isso mesmo, uma árvore! Calma! Não é um convite para um dos milhares de aplicativos de jogos que você recebe diariamente e nem uma frase qualquer com sentido dúbio. Trata-se da campanha online 1h100Pc Se liga! Desliga. A movimentação tem dois objetivos: proporcionar o plantio de uma árvore a quem não tem tempo, habilidade ou disposição para fazer isso, mas que tem vontade de ajudar o meio ambiente. O outro, estimular as pessoas a saírem da frente do computador por pelo menos uma hora para praticar atividades que não despendam de energia elétrica. Para participar, basta curtir a página da campanha no Facebook e ajudar a divulgar a ideia. Confira: http://goo.gl/TQ62Sgl/I3OP7.

NA WEB

Conheça também um dos vídeos mais acessados do momento na seção “Tá na Web” da revista digital Entreverbos. Acesse: www.entreverbos.com.br


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MARCO ZERO

Número 18 – Abril de 2012

ENSAIO FOTOGRÁFICO

Uma justa homenagem A força histórica de um símbolo que dá nome à Praça Tiradentes Maria Luiza Okoinski Texto e fotos

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ficialmente responsável pelo nascimento da cidade de Curitiba, a Praça Tiradentes antes chamada de Largo da Matriz e Largo Dom Pedro II, recebeu este nome em 1889 para homenagear a história de Joaquim José da Silva Xavier, o então Tiradentes em função de sua dedicação à profissão de dentista. Ele liderou o movimento da Inconfidência Mineira que pretendia transformar o Brasil numa república independente de Portugal. As várias estátuas instaladas na praça referem-se a força histórica que ela representa.

NA WEB

Veja também ensaio fotográfico sobre “Zumbis no carnaval curitibano” na revista digital Entreverbos : www.entreverbos.com.br


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