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Curitiba como ela é

A equipe do Marco Zero mostra que os pontos turísticos do centro da capital precisam de mais atenção.

Charge: Paixão

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Fotos: Divulgação

O jornalista Herivelto Oliveira fala da sua experiência profissional na Rede Paranaense de Comunicação.

O nome das praças Fotos: Vinícius Duarte

Por trás das câmeras

Fotos: Marcos Ferradin

JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINTER – ANO IV – NÚMERO 27 – CURITIBA, ABRIL DE 2013

Quem conhece as histórias dos personagens que dão nomes às praças de Curitiba? pág.4

Música e aprendizagem Conservatório de Música Popular Brasileira em Curitiba comemora 20 anos de existência. pág.10


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Número 27 – Abril de 2013

OPINIÃO

Equipe Marco Zero

O Marco Zero Na Praça Tiradentes, bem em frente à Catedral, está o Marco Zero de Curitiba, que oficialmente é tido como o local onde nasceu a cidade, além de ser o ponto de marcação de medidas de distâncias de Curitiba em relação a outros municípios. Ao jornal Marco Zero foi concedido este nome, por conter notícias e reportagens voltadas para o público da região central da capital paranaense.

O dia em que as minorias levantaram suas vozes Foto:Youpix

A edição 27 do jornal Marco Zero traz a resposta para uma pergunta que você já deve ter feito enquanto andava pelas praças curitibanas: “Quem são as personalidades que dão nome a esses espaços?”. A nossa equipe conta a história de personagens como Carlos Gomes, Rui Barbosa, Tiradentes e general Osório. Falando em praças... o que você acha das condições dos pontos turísticos de Curitiba? Nossa equipe seguiu a linha de turismo para analisar qual a imagem que os nossos visitantes têm ao visitar os principais pontos turísticos do centro de Curitiba. Confira na seção Perfil um bate-papo com o jornalista Herivelto Oliveira, que conta um pouco das histórias que viveu em seus 26 anos de RPC (Rede Paranaense de Comunicação). Você joga RPG? Conheça um pouco mais sobre o jogo que lhe dá a oportunidade de ser outra pessoa. Conhece o conservatório de MPB de Curitiba? Ele está a todo vapor, conheça as atividades realizadas no local. Boa Leitura!

Feliciano não me representa! Cláudia Bilobran

O que mais incomoda o cidadão curitibano no centro da capital?

Cíntia Silva

Q

uando imagino uma pessoa que luta pelos direitos humanos me vem à cabeça um ativista, alguém com o poder de mobilizar pessoas em prol de algo que realmente faça diferença, alguém como o presidente de Timor–Leste e o Nobel da Paz José Ramos–Horta, que passou grande parte de sua vida lutando pela liberdade e contra a opressão da sua pátria. Mas a realidade nem sempre é como imaginamos. Desde que Marco Feliciano (PSC-SP) tomou posse no cargo de presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara uma série de manifestações têm varrido o país. Feliciano não é um ativista e não tem um longo histórico de luta pela liberdade ou de luta pelas minorias. Na verdade, é um pastor evangélico que pede para os fiéis de sua igreja doarem quantias de aproximadamente mil reais e afirma que aceita isso em cheque, depósito bancário, cartão de crédito ou até em doação de uma moto (no youtube você pode encontrar os vídeos com essa cena). O fator “capital x religião” é um agravante, mas não foi só essa

Expediente

Ao Leitor

atitude que fez a população brasileira se mobilizar contra o pastor, pois o caso aqui é de homofobia, racismo e intolerância. Vamos relembrar quais são as pautas pelas quais um presidente da Comissão dos Direitos Humanos deve lutar: • R eceber, avaliar e investigar denúncias de violações de direitos humanos; • Fiscalizar e acompanhar a execução de programas governamentais do setor; • Cuidar das minorias étnicas e sociais (ou seja, mulheres, negros, índios e toda a comunidade LGBT). Agora vamos às declarações que Feliciano dava em seu twitter há algum tempo, quando era apenas deputado federal: “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é a polêmica. Não sejam irresponsáveis twitters rsss” “A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição.” Esses são apenas dois dos vários tweets preconceituosos, racistas e homofóbicos que Feliciano postou antes de ser nomeado ao novo cargo.

O jornal Marco Zero é uma publicação feita pelos alunos do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Uninter Coordenador do Curso de Jornalismo: Nívea Canalli Bona Professor responsável: Roberto Nicolato

Diagramação: Cíntia Silva e Letícia Ferreira

Antes mesmo de presidir a Comissão de Direitos Humanos, Feliciano já vinha sendo criticado na internet, mas o efeito se potencializou no momento em que ele efetivamente foi nomeado ao cargo e sua “fama” começou a ser explorada pelas grandes mídias. Dezessete mil pessoas estão presentes na comunidade “Feliciano não me representa” no Facebook. A frase virou uma espécie de lema para as pessoas que não se sentem representadas pelo homem que deveria representar as minorias. Vários boatos de que o pastor seria retirado do cargo foram espalhados pela internet nas últimas semanas mas nenhum se confirmou e Feliciano deixou bem clara a sua opinião sobre esses boatos afirmando que só deixaria o cargo MORTO. Pensamentos homicidas à parte, tenho mais que 17 mil motivos para acreditar que uma renúncia seria muito bem vinda. Feliciano conseguiu chegar ao cúmulo de dizer publicamente que, antes dele, a comissão era presidida por satanás, gesto que fez sua vice, a deputada Antonia Lucia (PSC-AC) falar em deixar o cargo. Mas o pastor se explicou avisando que com “Satanás”, queria dizer “adversários”, o que nos faz chegar à conclusão de que ele é tão bom com sinônimos quanto é bom como presidente da comissão que preside. Uninter Rua do Rosário, 147 CEP 80010-110 – Curitiba-PR

Projeto Gráfico: Cíntia Silva e Letícia Ferreira

E-mail comunicacaosocial@grupouninter.com.br

Telefones 2102-7953 e 2102-7954.

“ O que mais me incomoda é o tráfico descarado e ver que a polícia não faz muita Allan Aks, 32 coisa. Para anos, publici- as pessoas que precisam tário pegar ônibus é muito perigoso, pois têm que dividir espaço com drogados e traficantes. Tem muitos lugares com câmeras de segurança, mas será que funcionam realmente? Será que estão sendo usadas corretamente?”

Joseli Correia dos Santos, 42 anos, zeladora

“A loucura do trânsito, pois além de cuidar de mim tenho que cuidar dos motoristas e ciclistas que transitam feito loucos.”

“A falta de segurança me incomoda deEdimar Gomes mais aqui em Curitiba.” da Silva, 24 anos, atendente

“ O barulho é muito irritante. Ao final do dia estou até com dor de cabeça.” Josilaine Novinski, 21 anos, balconista

“O que realmente incomoda é o tráfico e os viciados, pois eles põem Josiane Apareas nossas vidas cida dos Sanem risco.” tos, 19 anos, balconista


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PERFIL

Por trás das câmeras com Herivelto O apresentador e repórter fala um pouco da sua experiência de 26 anos na Rede Paranaense de Comunicação arquivo pessoal

Cláudia Bilobran

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erivelto Oliveira, formado em jornalismo pela UFPR, turma de 87. Gostava mesmo era do impresso, seu sonho era trabalhar em jornal, mas às vezes a vida dá voltas, e ele acabou em frente às câmeras da RPC, onde ficou por 26 anos. Em entrevista para o Jornal Marco Zero, Herivelto fala de como começou sua experiência como apresentador de telejornal, das matérias que marcaram sua carreira e ainda dá algumas dicas para quem está começando na área de TV. Marco Zero: O que levou você a fazer jornalismo? Sempre gostei de escrever e uma professora minha disse que “quando eu crescesse” devia ser jornalista. Foi talvez a primeira influência. Na adolescência, na hora de escolher o curso optei por jornalismo, não apenas por gostar de escrever, mas principalmente por gostar de gente. Quando iniciou sua carreira? Minha carreira começou quando ainda estava na faculdade. Cursava o terceiro ano na Universidade Federal do Paraná (UFPR), quando surgiu uma oportunidade de estágio no Departamento de Comunicação da então Rede Ferroviária Federal. Acabei aprovado e nesse departamento trabalhei com jornalistas experientes, como Gilberto Larsen, Cláudio Dalla Benetta e Pedro Chagas Neto. No mesmo ano, por uma sugestão do Cláudio fui ver uma vaga na TV Curitiba. Lá trabalhei por quatro meses, e no fim do ano a TV Paranaense me chamou pra cobrir férias. Fiquei lá por 26 anos. Por que escolheu trabalhar em TV? Na verdade não escolhi. Foram as oportunidades de trabalho que apareceram e eu aproveitei. Eu gostava mesmo era de jornal, do impresso. Seu primeiro emprego foi na RPC? Como foi este começo? O começo é sempre difícil. A gente não sabe nada e é muito an-

Em janeiro deste ano, em Atlanta, visitando rapidamente a sede da CNN

Para ser um bom jornalista, tem que gostar de gente. Um bom texto tem bons personagens e tem que ser verdadeiro sioso. Tem que ir aprendendo aos poucos, observando quem sabe fazer, enfim, trocando o pneu com o carro em movimento. E como é agora para os iniciantes trabalharem em TV? Você tem alguma dica? Hoje tem muita informação. Quem começa já tem condição de ter uma bagagem melhor... Mas o fundamental é ter humildade para aprender. É ideal dominar mais de uma língua, ter um texto enxuto e muita disposição. Quem quer ter sábado e domingo livres, deve procurar outra área. Como foi sua experiência na RPC? A RPC me permitiu transformar no profissional que sou hoje. Aprendi muita coisa com muita gente. O próprio Cláudio foi meu editor chefe no começo da TV e foi o primeiro a “esculhambar” uma matéria minha. Fez uma crítica dura, mas que me ajudou muito dali pra frente. O restante vem com o tempo. Só o tempo pra formar um bom jornalista... é como o vinho. Quais os momentos mais importantes que você presenciou sendo repórter e apresentador de TV?

Comecei na TV na época da máquina de datilografia, do telex, quando não havia telefone celular, nem computador e muito menos internet. Acompanhei toda a evolução tecnológica do último quarto de século que não foi pouca. Lembro-me da primeira vez que vi o que era essa tal de internet: um computador na redação com acesso ao site do TSE, em Brasília. A página levou quatro horas para montar, e não tinha muita coisa. Isso foi em meados da década de 90. Ser repórter, na minha opinião é o melhor numa redação porque você está onde o fato está acontecendo: enchentes, crimes, festas, eleições, não importa. Você está no meio para buscar a informação. Mas editar e apresentar também é gratificante, porque você faz a entrega do produto. Tem alguma reportagem que tenha marcado sua carreira profissional? Qual? A reportagem que mais me marcou foi o desabamento do Edifício Atlântico em Guaratuba; uma tragédia no litoral que matou mais de 30 pessoas. O prédio desabou em plena temporada, às sete da manhã, quando muitos ainda estavam dormindo ou tomando café. Nossa equipe estava no litoral e foi a primeira a chegar, junto com o segundo caminhão dos bombeiros. Dormi muito pouco durante 48 horas e foi muito triste acompanhar o resgate dos mortos e a angústia das pessoas. Mas toda a equipe ficava feliz a cada pessoa viva que saía do meio dos escombros. Outra história marcante foi uma enchente em União da Vitória, em que a equi-

pe chegou para fazer um registro e acabou ficando presa na cidade. Durante quatro dias quem estava dentro não saía e quem estava fora não entrava. Fizemos “caminhões de matérias” para o Jornal Estadual e para os jornais de Rede, até que uma segunda equipe conseguiu chegar de helicóptero. Como tínhamos ido com a roupa do corpo, fomos autorizados pela direção de jornalismo a comprar roupas e até calçados. Quais os projetos após sair da RPC? O último mês serviu, na verdade, para descansar um pouco mais. Gostaria de continuar trabalhando com televisão, que é o que eu sei fazer, mas não estão descartadas outras possibilidades. O que você acha do jornalismo que é feito na televisão paranaense? Fazemos telejornalismo de qualidade, com bons profissionais, bons assuntos, boas edições. O problema é que parece que o telespectador está achando isso pouco... É preciso se reinventar todos os dias, o que é bom por um lado (porque nos estimula) e ruim por outro (porque nem sempre a reinvenção dá certo). Qual o rumo do jornalismo televisivo? A pergunta é recorrente. A TV ainda tem fôlego e muito fôlego. O problema é que a concorrência aumentou muito. E não é apenas a TV a cabo e Internet. As pessoas estão ganhando melhor e com isso sobra mais tempo para o lazer, para ver um filme, fazer ginástica, inglês, jantar fora... O jornalismo televisivo hoje compete com tudo isso, e novos rivais devem surgir. Mas, ainda assim, aposto que ele terá uma vida longa. É claro que audiências gigantescas, essas sim, vão acabar, aliás, já estão acabando. Mas daí o mercado se ajusta. Sabendo que o Brasil é um país eclético, não somente em religião, mas também referente a raças e culturas, assim como

Darci Ribeiro descreveu tão bem no livro O povo brasileiro, quais foram as barreiras que você enfrentou para se tornar um jornalista de notoriedade? A resposta a esta pergunta sempre surpreende. Nunca encontrei dificuldades no trabalho pela minha cor. Não sei se é porque eu nunca me preocupei com isso, ou porque eu não percebi, ou se não teve mesmo. No meu caso, como descrevi acima, fui aproveitando as oportunidades, o primeiro, o segundo, o terceiro emprego. Até a minha demissão deixou lições importantes sobre relacionamentos humanos. Na verdade quem está falando em notoriedade é você (risos). Mas é claro que ficar durante 25 anos na tela da TV de maior audiência do país traz algum efeito na imagem das pessoas. É bom ser conhecido no posto de gasolina, na padaria, no restaurante. Mas tudo é relativo. Quando você necessariamente não quer ser visto é difícil. Daí, só não saindo de casa. Qual suas recomendação para os novos jornalistas que estão chegando no mercado de trabalho? Aproveitem as oportunidades e pensem numa maneira diferente de fazer as coisas. Talvez o futuro do jornalismo esteja nas mãos de alguém que está lendo essa entrevista. Fazer diferente é o que, não apenas o telejornalismo precisa, mas a imprensa de uma maneira geral. Mas diferente como? Se eu tivesse a resposta já estaria fazendo. Charge feita pelo amigo Ademir Paixão, da Gazeta do Povo, para a capa do jornal no dia do debate para a eleição de prefeito em 2008


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CIDADANIA

O nome que está na praça Muitas pessoas passam pelas praças todos os dias. Mas será que sabem quem são os personagens que dão nome a esses espaços? Vinícius Duarte

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uritiba tem várias praças e todas elas têm suas características, histórias e curiosidades. A todo momento, pessoas estão circulando ou sentadas nos bancos, descansando na hora do almoço ou esperando alguém. No centro localizam-se as praças Tiradentes, Osório, Rui Barbosa, Generoso Marques, Santos Andrade, Zacarias e Carlos Gomes. Mas será que todos sabem quem foram e o que fizeram os donos desses nomes? Vamos a alguns deles. Marco zero de Curitiba, a praça Tiradentes é oficialmente onde a cidade nasceu. Nela não há somente a estátua de Tiradentes, pois também estão espalhados monumentos em homenagem a Benjamin Constant, Botelho Magalhães, Getúlio Vargas com sua carta testamento e Floriano Peixoto, o “Marechal de Ferro”, além da Catedral e do Monolito de fundação da cidade.

“Se eu não me engano, ele queria acabar com os impostos que eram cobrados de pessoas pobres”

João Fedrigo, 79 anos, vai quase todos os dias à praça Tiradentes para descansar já que é aposentado. Diz que antigamente gostava de jogar baralho, mas quando passava por lá ficava com medo. “Tinham muitos moradores de rua e traficantes a toda hora do dia. Agora tem bem menos!”. Quando perguntado sobre Tiradentes, ele falou: “Se eu não me engano ele queria acabar com os impostos que eram cobrados de pessoas pobres”. Luiz Bento tem 44 anos, é segurança e todo dia, após o almoço, fica um tempo na praça, na maioria das vezes fumando. E conta que o que chama a atenção é o que acontece de noite: “Quando você passa aqui de noite você vê de tudo e os casais fazem até outras coisas”. Ele responde que Tiradentes foi um político revolucionário. Mais duas pessoas foram entrevistadas e não sabiam quem ele foi. Já a praça Osório é mais voltada ao lazer com muitos bancos, árvores e parques para as crianças. Há vários bustos dispostos em todo o local, como o de Emiliano Perneta, Raul

“Ele lutou na Guerra dos Farrapos e é patrono da cavalaria” Adriana Garbotio, 46 anos, sobre o general Osório

Fotos: Vinícius Duarte

João Fedrigo, 79 anos, sobre Tiradentes

Mensing, Domingos Nascimento e do General Luiz Osório; há outros bustos que não estão identificados, pois as placas foram arrancadas. Lá ainda existe uma fonte, onde normalmente garotos de rua brincam e tomam banho. Adriana Garbotio, 46 anos, mora no Rio Grande do Sul, e vem duas vezes por mês a Curitiba para ver seu namorado. Ela fica na Praça Osório esperando ele sair do trabalho. Explica que o que sabe sobre o General é o que ele fez no lugar onde ela mora: “Ele lutou na Guerra de Farrapos e é patrono da Cavalaria.” Três amigas que sempre frequentam o lugar: Luiza Silva de 63, Odete Ramos com 70 e Margarida Ribeiro que tem 68 anos. Elas passam toda tarde na praça. “Nós ficamos aqui para ver o movimento”, diz Odete. Margarida complementa: “Moramos em apartamentos e quitinetes, e a gente vem aqui para espairecer, sair da solidão”. Elas ficam em dúvida por um momento do que falar do General, e então Odete pergunta: “Ele parti-

cipou da Guerra do Paraguai não foi?”. José Cabral, 53, não sabia quem era ou o que fez Luiz Osório, mas afirmou: “Eu sei que ele era do Exército.”

A praça descuidada Na Praça Rui Barbosa encontra-se o Mercado Central, a Rua da Cidadania Matriz e o Restaurante Popular de Curitiba; sua característica é mais comercial. Na praça, não se encontra nenhum monumento em homenagem a Rui Barbosa, mas aos 100 anos do Corpo de Bombeiros de Curitiba, que foi inaugurado no dia 23 de março de 2012. Leonor Guimarães, 67, passa todo dia, há 35 anos pela praça. Ela reclamou da situação daquele espaço: “Só consigo ver essa turma fumando. A praça tá feia”, lamenta. E quando perguntada sobre quem era Rui Barbosa, rapidamente diz: “Eu estou meio ruim de saúde sabe, isso mexeu até com a minha memória. Eu não lembro!” A maioria das pessoas entrevistadas não sabe quem ele foi. Wilson Alves da Silva tem 74 anos e trabalha há 13 no Mercado Cen-

“Eu estou meio ruim de saúde sabe, isso mexeu até com a minha memória. Eu não lembro!” Leonor Guimarães, 67 anos, quando perguntada sobre quem foi Rui Barbosa

tral. Ele não sabe o que Rui Barbosa fez, mas arrisca: “Eu só sei que ele era baiano.” Já a praça Carlos Gomes tem um busto em sua homenagem, além de um pequeno lago. Haila de Jesus tem 23 anos, é universitária, estuda perto da praça, mora e trabalha em Pinhais e não sabe quem foi Carlos Gomes. Já Ronaldo Orley, 35 anos, reside há pouco tempo em Curitiba, é vendedor de veículos, e passa todos os dias por ali. De início, não tem conhecimento sobre a personalidade que dá nome àquele espaço. Mas depois arrisca: “Bom, se for o mesmo Carlos Gomes que eu estou pensando, foi um grande cantor e compositor. Em Belém do Pará tem um conservatório em homenagem a ele.” A maioria das pessoas pouco sabe sobre esses grandes nomes da História brasileira. Todas elas passam uma boa parte de seu dia nas praças. E mesmo não sabendo o significado que elas carregam com seus nomes, elas ficam marcadas na vida de cada um.

“Bom, se for o mesmo Carlos Gomes que eu estou pensando, foi um grande cantor e compositor. Em Belém do Pará tem um conservatório em homenagem a ele” Ronaldo Orley, 35 anos, falando o que sabe sobre Carlos Gomes


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Tiradentes: Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, nasceu na Fazenda do Pombal em Minas Gerais no dia 12 de novembro de 1746. Foi dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou no Brasil colonial, nas capitais de Minas Gerais e Rio de Janeiro. É conhecido por ser Mártir da Inconfidência Mineira no Brasil. No dia 21 de abril de 1792 foi enforcado, esquartejado em praça pública e sua cabeça foi erguida em um poste na Vila Rica. General Manoel Luiz Osório: Manuel Luiz Osório nasceu em 1808, no Rio Grande do Sul. Participou de todas as batalhas ocorridas no sul do continente. Lutou na Revolução Farroupilha (1835-1845). Em 1856, tornou-se general e, nove anos depois, marechal de campo, depois de ter organizado, no Rio Grande do Sul, o Exército brasileiro que participou da guerra do Paraguai (1865-1870). Foi um militar, político e monarquista brasileiro. Morreu no dia 4 de outubro de 1879, no Rio de Janeiro

Arte: Wikimédia Commons

Rui Barbosa: Rui Barbosa de Oliveira nasceu em Salvador, em 1849. Foi jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro. Um dos intelectuais mais brilhantes do seu tempo, foi um dos organizadores da República e coautor da Constituição da Primeira República juntamente com Prudente de Morais. Rui Barbosa atuou na defesa do federalismo, do abolicionismo e na promoção dos direitos e garantias individuais. Foi deputado, senador, ministro. Em duas ocasiões, foi candidato à Presidência da República. Empreendeu a Campanha Civilista contra o candidato militar Hermes da Fonseca. Notável orador e estudioso da língua portuguesa, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, sendo presidente entre 1908 e 1919. Faleceu em Petrópolis, no primeiro dia de março de 1923. Carlos Gomes: Antônio Carlos Gomes nasceu em Campinas,11 de julho de 1836 e foi o mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se pelo estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque na Europa. Foi o primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no teatro Alla Scala, em Milão, Itália. É o autor da ópera O Guarani. Carlos Gomes morreu no dia 16 de setembro de 1896, em Belém (PA). Carlos Gomes nasceu em Campinas e ficou conhecido por Nhô Tonico, nome com que assinava, até suas dedicatórias. Morre no dia 16 de setembro de 1896, em Belém.

Curitiba bela e adormecida Comerciantes reclamam do mau cheiro no centro da capital paranaense Carlos Bahia

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uritiba é uma cidade que ainda encanta os que aqui chegam, pelas inúmeras atrações turísticas, como o Museu Oscar Niemeyer, Teatro Guaíra, Ópera de Arame e belos parques. Conhecida internacionalmente como cidade limpa e organizada, não está fazendo por merecer este título. A Rua das Flores, que já foi considerada um cartão de visita da capital paranaense, por ser a primeira avenida exclusiva para pedestre da América Latina, hoje não é mais a mesma. Quem anda no centro da cidade, pelas praças e no calçadão da XV, se depara com o mau cheiro de fezes e urina. Segundo os comerciantes, durante à noite, os moradores de rua, que perambulam pela cidade, fazem as necessidades fisiológicas nos cantos. Estes locais ficam com odor desagradável, segundo as pessoas que frequentam o centro da cidade. Ainda pela manhã, antes das lojas abrirem, os funcionários lavam as calçadas, com muita água e sabão. Por mais que tentem limpar, acabam espalhando os resíduos e, com o calor, o mau cheiro aumenta ainda mais.

Indignação A funcionária Regina (que preferiu não revelar o sobrenome) sem qualquer equipamento apropriado lava a calçada. Segundo ela, não tendo banheiro para fazer as necessidades, o pessoal de rua utiliza-se dos cantos por serem

Rua XV de Novembro. Apesar de cartão de visita de Curitiba, nem tudo são flores

mais escondidos. E finaliza dizendo que se sente constrangida em ter que limpar as sujeiras. A gari Onofra Alves, que trabalha na empresa Cavo há mais de 14 anos, especificamente no setor da Praça Zacarias, diz que as praças de Curitiba são albergues de mendigos. “Nós temos que limpar as merdas todos os dias, nossa roupa fica fedida e somos discriminados. Não podemos nem entrar nos restaurantes ou lanchonetes, por conta do odor que fica impregnado na roupa”, lamenta. Na opinião da gari, a solução seria fazer mais banheiros públicos, ou banheiros químicos. E completa dizendo que “o prefeito se preocupa com tantas coisas menos necessárias quando deveria cuidar dessas coisas”. Segundo Malu Prado, da Regional Matriz, coordenadora da

equipe de limpeza no centro da cidade, a população de rua é formada por mendigos, andarilhos e dependentes químicos oriundos de várias cidades, inclusive de outros estados. Disse que o número de moradores de rua aumentou consideravelmente nos últimos 15 anos. São pessoas que precisam de tratamento médico e ajuda social. Mas, os agentes sociais que poderiam conduzi-los para um albergue ficam com as mãos atadas, não podendo fazer muita coisa por conta da legislação, que coíbe o recolhimento compulsório. A coordenadora Malu alerta, no entanto, que não basta fazer sanitário público. Se não tiver zeladores para tomar conta, os vândalos acabam usando-os para outras coisas ou colocando fogo nos equipamentos. Fotos: Carlos Bahia

Os donos da praça

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Fotos: Carlos Bahia

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Onofra Alves sente-se constrangida e discriminada

Aumentou a população de rua em Curitiba


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ESPECIAL

Sinal aberto ou fechado. Eni Santana

e tudo mais que leva milhares de pessoas a visitar Curitiba e deixar milhões no cofre municipal.

Pontos turísticos

Laura Weiss

Marcos Ferradin

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esquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e divulgada em 26/10/2012 pelo Ministério do Turismo revela que Curitiba é a oitava cidade brasileira preferida pelos turistas e também mostra que 43% são do próprio estado, 24,5% vêm de São Paulo e 11,8% de Santa Catarina. Mostra ainda que muita gente procura a capital pela qualidade de vida na cidade. Nas agências de viagens, nos cartões postais, em sites de turismo, Curitiba vende muito bem o “peixe”. A equipe do jornal Marco Zero irá apresentar uma série de reportagens, mostrando como estão os pontos turísticos, as praças, os chafarizes, o centro histórico

A linha de ônibus de turismo de Curitiba é uma excelente indicação para quem quiser conhecer os pontos turísticos da cidade. Por ela, circularam em 2012 mais de 600 mil turistas, uma média de aproximadamente 55 mil pessoas por mês, segundo informações disponíveis no site da Urbs. A maioria é de fora e utiliza este recurso para apreciar com calma as belezas da “capital ecológica”. Mas, passeando pelo Centro, o cenário que encontramos não parece ser o mesmo que é divulgado nos cartões postais. Aqueles que resolverem dar

Meus parentes que vêm do interior de São Paulo vão passear e reclamam do fedor. E tem muita pichação também

Fotos: Marcos Ferradin

Série de reportagens irá mostrar como estão os pontos

Belvedere localizado na Praça João Cândido, próximo ao Largo da Ordem, onde circula grande número de turistas

uma volta pelo Largo da Ordem no domingo pela manhã encontrarão diferentes sotaques e muitas pessoas conhecendo o artesanato local, porém se olharem a sua volta, em meio a inúmeras barracas verão um ambiente descuidado, cheio de pichações e com um

Fotos: Divulgação

Curiosidade

O primeiro registro visual da cidade de Curitiba data de 1827 e é de autoria do pintor e desenhista francês Jean-Baptiste Debret. Na tela, ele retratou uma paisagem quando no horizonte ainda predominava o relevo e a vegetação

Fundada oficialmente em 30 de março de 1693, com o nome de Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, somente em 1721, Curitiba passou a ter o nome indígena, que em Tupi Guarani – “Coré-Tuba” – significa muito pinhão. Em 1842, a vila passou à categoria de cidade, com o nome definitivo de Curitiba e, em 1854, passou a ser a capital do Paraná. As imigrações em massa de vários povos (italianos, alemães, poloneses, ucranianos e orientais) mudaram o aspecto da cidade que passou a ser um pouco europeia. A cidade se desenvolveu preocupada com a natureza e o meio ambiente, tradição pela qual Curitiba é reconhecida internacionalmente. As etnias, o lazer, os parques, os bosques, o entretenimento e os bares no centro histórico atraem turistas de todas as regiões.

odor forte de urina. A Rua das Flores, a principal rua de pedestres da capital parece que foi esquecida. Poucas e descuidadas flores restaram, nos canteiros, sem falar no lixo. A Catedral da Praça Tiradentes, ponto de partida da linha de Turismo que há pouco tempo foi revitalizada, já está pichada novamente. No Paço da Liberdade, que fica próximo ao centro histórico, encontra-se uma fonte com lixo e lixeiras quebradas. Mas, o que pensam os curitibanos a respeito desta situação? Para Ismael Carneiro, 31 anos, gerente em uma empresa de segurança, que mora na cidade há dez anos, no geral Curitiba é limpa e conservada, porém principalmente no Centro encontram-se muitas pichações, moradores de rua, falta de segurança, o que considera um descaso da prefeitura. “É uma coisa chata para os turistas porque eles veem na internet e televisão uma cidade de Primeiro Mundo, porém não é bem isso que percebemos principalmente no Centro”, afirmou. Outra questão levantada por Carneiro é a falta de segurança

para passear nesses lugares. Para ele, é necessário que se tome medidas preventivas. “O aumento da segurança nos pontos turísticos iria inibir os pichadores e a depredação. Até mesmo os moradores de rua iriam ficar com medo da presença de guardas e acabariam procurando a assistência social”, comentou. Já para Daniellen de Souza, 25 anos, auxiliar administrativa, no Centro há muito mau cheiro. “Meus parentes que vêm do interior de São Paulo pra cá vão passear e reclamam do fedor. E tem muita pichação também”.


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Curitiba como ela é turísticos, as praças e parques da cidade Uma viagem no centro pela Linha Turismo

bom

Veja a atual situação dos pontos turísticos centrais da capital paranaense

médio grave

Fotos: Marcos Ferradin

Centro Histórico: fonte de renda para o turismo. Feirinha de domingo reúne uma grande quantidade de pessoas. Porém deixa a desejar. Pichações, sujeiras e até odor de urina.

Rua das Flores: lixo fica espalhado pelos canteiros.

Praça Tiradentes: ponto de saída da linha de turismo. A igreja que acabou de ser revitalizada já está pichada. Concentração de moradores de rua.

Paço da Liberdade: fonte com água visivelmente poluída e cheio de lixo. Lixeiras ao redor quebradas.

Rua 24 Horas: passou por revitalização. Câmeras de segurança foram instaladas. Espaço agradável para um passeio em família.

Rodoferroviária: em obras. Falta segurança em suas proximidades.

Teatro Guaíra: por fora espaço agradável e bonito. Sem maiores anormalidades.

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Museu: bem preservado. Mas em volta uma praça repleta de usuários de droga. Precisa maior atenção em seus arredores.

Saiba + em: http://www.descubracuritiba.com.br/turismo/ http://www.guiaturismocuritiba.com.br/ http://www.turismo.pr.gov.br/modules/turista-pt/ http://www.urbs.curitiba.pr.gov.br/transporte/linha-turismo


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COMPORTAMENTO

Uma amizade que deu acerto crítico E tudo começou com um simples rolar de dados Ponce

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m simples jogo de RPG foi o suficiente para o começo de uma grande amizade entre os estudantes Ivan de Lara de 19 anos, Hugo Mendes de 18 anos e Pedro Bettega de 19 anos. Ambos se conheceram no ano de 2008, quando estudaram juntos na oitava série. Hugo foi o responsável em apresentar o jogo de RPG para os demais amigos. Feito isso, formaram um grupo para jogar RPG e juntos compartilhavam aventuras e histórias épicas que só o RPG era capaz de fazer. Mas antes de se conhecerem, os três amigos já haviam tido um contato anteriormente com o jogo de RPG. “A primeira vez que eu me interessei por RPG foi

Foto: Divulgação

Aos oito anos, acompanhado de meu pai e meu irmão, joguei minha primeira partida de RPG e eu me encantei.

Ivan de Lara mostrando uma partida de RPG

Saiba mais: O jogo de RPG (que significa role-playing game) surgiu no ano de 1974 com o lançamento do jogo “Dungeons & Dragons”. Uma partida do jogo é composta por jogadores assumem o papel de algum personagem junto com o mestre do jogo, que deve narrar a trama do jogo para os jogadores. O RPG virou um fenômeno mundial,há vários estilos de jogos RPG lançados pelo mundo: medieval, futurista, vampiro entre outros. No Brasil o jogo chegou em meados dos anos 80. Não havia lançamento oficial dos livros, algumas livrarias chegavam a importar os livros, mas os preços eram bastante elevados. Por conta disso surgiu a “Geração Xerox”, em que os jogadores faziam fotocópia dos livros importados de RPG. Quase 40 anos depois do seu lançamento, o RPG continua sendo bastante jogado ao redor do mundo e a legião de fãs cresce cada vez mais.

Tem interesse no jogo? E para aqueles que gostariam de ter uma noção de como funciona uma partida de RPG, é possível escutar e conhecer o podcast “Acerto Crítico”, criado por Ivan de Lara e Felipe Ponce no blog “Epicamente Falando”. O blog reúne os mais diversos assuntos da cultura "nerd", além de textos originais, humor e até mesmo história. www.epicamentefalando2.blogspot.com.br

Foto: Felipe Ponce

Felipe

de jogar, nunca quis ser um líder assim, fazer o RPG e mostrar, pois sempre gostei de ser jogador.”. Mas não foi só uma boa diversão que o RPG trouxe na vida desses amigos. “A quantidade de pessoas que eu conheci graças ao RPG... Tenho vários amigos que só se tornaram amigos por causa do jogo. E amigos que eu fiquei muito mais amigo graças ao RPG, o próprio Hugo e Pedro são uma prova disso”, conta Ivan. Ele conta que o RPG é a sua fuga da realidade. “No teatro, eu posso fugir também, mas tenho um roteiro definido. Não posso fazer minha própria história, e no RPG sou oteirista, diretor e ator ao mesmo tempo. É o melhor jogo do mundo, sem sombra de dúvidas”, diz Hugo Mendes Pedro relata que fez amigos para minha vida inteira. “Foi um modo de eu às vezes também escapar da realidade. Tem vezes em que eu não quero ser eu, quero ser outra pessoa, o que posso com o RPG”. Diferente do que muitos podem afirmar, o RPG pode trazer grandes benefícios para os jogadores. Além de possibilitar grandes amizades, é capaz de fazer os jogadores se aventurarem em histórias épicas e fantásticas com um simples rolar de dados.

depois de eu ter assistido O Senhor dos Anéis e isso foi lá por uns 12 anos. Lembro-me que o primeiro RPG que joguei na minha vida foi decepcionante. O jogo era o Mago em ascensão, que é um RPG que se passa nos dias de hoje. Mas eu não queria jogar algo que se passa nos dias de hoje, queria algo medieval”, conta Ivan Lara. Ele ficou alguns anos sem jogar RPG porque não conhecia ninguém. “Só fui jogar de fato em 2008 na 8° série com o Hugo e o Pedro onde montamos o nosso grupo de RPG”. Aos oito anos, acompanhado de seu pai e irmão, jogou a primeira partida de RPG. “Confesso, sem entender exatamente o que estava acontecendo), e eu me encantei. Desde então, fui tentando reproduzir o jogo com meus amigos e meu irmão. Só a partir da 8ª série comecei a ficar realmente bom nisso”, diz. Pedro Bettega conta que seu primeiro contato ao RPG foi graças a Hugo. “Ao invés de ser RPG tradicional, foi com o Magic (Card game de RPG). Eu gostei e a gente continuava jogando. Chegando na 8° série em 2008, começamos um grupo com o Ivan e o Hugo. Eu gostei e continuamos jogando. O Hugo e o Ivan são meus melhores amigos e a gente sempre joga. Eu não sou uma pessoa que sempre pensa em uma história pra fazer um RPG, mas eu sempre gosto


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CULTURA

Monstros não são como antigamente Camila Borges

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Os zumbis continuam os mesmos? Os zumbis também marcam presença no quadro de releitura, a começar pelo grande sucesso da AMC, The Walking Dead. A série de TV americana teve sua estreia em 2009 e desde esse ano tem feito enorme sucesso em todo o mundo. A trama tem como base um apocalipse zumbi, e seguiu durante um bom tempo a mesma linha de zumbis comedores de carne humana, mas perdeu foco a partir da terceira temporada, onde os zumbis, em boa parte, já eram dominados pelos personagens humanos. Meu namorado é um zumbi (2013) é um exemplo perfeito de releitura, onde um zumbi, que outrora saía dos túmulos atrás de carne fresca, agora se preocupa em proteger sua paixão juvenil. Acompanhado do sucesso de Crepúsculo, veio também uma nova versão de lobisomem que, apesar de manter a linha metade homem metade lobo, Jacob personagem interpretado pelo ator Taylor Launtner, não foi além de um símbolo sexual durante boa parte do filme. O motorista Vanderlei Santos Teles (43) afirma que gosta dessa nova forma de fazer filmes de terror. Para ele, o ar juvenil dos personagens casa muito bem com a história vampiresca. Já seu fiFoto:Camila Borges

figura do vampiro, que era assustadora, hoje arranca suspiros nos mais variados tipos de público. O zumbi que saía do túmulo agora se torna namorado de uma adolescente. Lobisomens medonhos, antes homens lobos, no cinema atual são representados como um símbolo sexual. A releitura dos filmes do gênero terror faz cada vez mais sucesso e leva milhares de pessoas aos cinemas. Ainda que com tamanha aprovação da maioria, existem aqueles que se perguntam: O que há de diferente nesses filmes? Por que agradam tantos expectadores das mais diferentes faixas etárias e classes sociais? Foi em 2008 a estreia nos cinemas do primeiro filme da saga Crepúsculo e começava naquele ano o que seria uma sucessão de releituras de filmes de terror. Diferente do vampiro tradicional, que era malvado e vingativo, o público se deparou com um vampiro mais calmo, protetor e jovem. A consequência dessa mudança foi o grande sucesso de bilheteria que foram todos os filmes da saga. Mas ainda existe o público tradicional que não aprova em nada a nova forma de apresentar o que deveria ser um ‘monstro sanguinário’. Segundo Stephenie Meyer, autora da saga Crepúsculo, o grande sucesso dessa releitura é consequência da forma diferenciada que é interpretada o vampiro. Ela disse em uma entrevista a um canal de TV que preferiu não embasar-se em livros antigos de histórias vampirescas.

Meyer, na verdade, queria fazer algo diferente. Para Camilla Eckert (18), universitária, a adaptação dos livros da saga Crepúsculo para o cinema ficou muito abaixo do que ela esperava. “A partir do segundo livro, a história tomou um rumo cíclico, a leitura não era mais prazerosa e o mesmo aconteceu com os filmes”.

Jackson Boehme, Camilla Eckert, Manoella Domingues, Vanderlei Santos Teles Junior. No evento Zumbie Walk Curititba 2013

lho Vanderlei Santos Teles Junior (20), universitário, não aprova a ideia. “Esses novos filmes focam muito no romance pré- adolescente”, afirma. O fato é que os personagens de terror agradam uma boa parcela do público. A prova disso foi o evento Zombie Walk, que aconteceu em Curitiba no último dia 10 de fevereiro, quando cerca de 3.600 pessoas marcharam no centro da cidade, vestidas de zumbis. Para o crítico de cinema, Marden Machado, o sucesso dessas releituras é consequência do grande acúmulo de pessoas que vão ao cinema, pois além de trazer o novo espectador, esses filmes também trazem o antigo, que quer comparar o filme original com a nova versão.

Os bons vampiros, para mim, e creio que para muita gente, ainda continuam sendo aqueles que não saem durante o dia e que adoram atacar as jugulares e chupar sangue direto na fonte Quando se trata de uma nova maneira de produzir um filme que já foi feito, quase sempre existe a dúvida de qual é o melhor, o filme antigo ou o atual? Marden responde que a grande diferença está na abordagem, pois hoje a maioria dos filmes de terror faz uso das novas tecnologias digitais, e isso permite mostrar qualquer coisa. Já os filmes antigos tinham mais limitações e, por causa disso, precisavam ser mais criativos e, consequentemente, faziam um uso maior da sugestão. Marden Machado também tem suas preferências. “Os bons vampiros, para mim e, creio que para muita gente, ainda continuam sendo aqueles que não saem durante o dia e que adoram atacar as jugulares e chupar sangue direto na fonte”.

Fotos: Divulgação

Releituras dos filmes de terror fazem muito sucesso, mas nem sempre agradam o público mais tradicional (Crepúsculo, 2008, Catherine Hardwicke) -- A história conta o romance vivido por Bella, uma estudante adolescente, e Edward Cullen, um vampiro bem diferente do tradicional que, apesar de sua aparência jovem, tem idade centenária. A trama mantém a mesma paráfrase dos contos românticos.

(Entrevista com um vampiro, 1994, Neil Jordan) -- Filme de 1994, também fez muito sucesso. Neste filme o vampiro continua sanguinário, mas já traz traços de docilidade. A autora dessa história fez uma grande pesquisa nos gêneros antigos. Ela se baseou em clássicos como: Drácula, com Bela Lugosi, e Nosferatu.

(The Walking Dead, 2009, Frank Darabont) -- A trama tem como cenário um apocalipse zumbi. Rick, um policial, acorda depois de meses em coma em um hospital abandonado, e descobre o vírus que transformou toda a humanidade em zumbis. Ele cai na estrada em busca de sua mulher Lori e seu filho Carl. Os personagens tentam sobreviver em meio à disputa por moradia e comida.

(Meu Namorado é um Zumbi, 2009, Jonathan Levine) -- Conta a história de um zumbi que se apaixona por uma jovem humana. Depois de revelado seu amor, ele assume a função de protetor da garota.

(Drácula, 1931, Tod Browning) -- Clássico com Bela Lugosi. O filme mostra o padrão tradicional de comportamento vampiresco. A história conta a vida de um Conde Vampiro, ainda com cinema preto e branco e com poucos recursos tecnológicos. É citado até hoje quando o assunto é filme de terror.


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Vinte anos em conserva Prestes a completar seu vigésimo aniversário, o Conservatório de Música Popular Brasileira, em Curitiba, necessita de mais espaço Camilo

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nquanto cai o sol, sobe o som dos cavacos que ecoam pelas janelas do Conservatório de Música Popular Brasileira (CMPB), no Largo da Ordem, centro histórico de Curitiba. Fundado pelo mestre carioca Roberto Gnattali, o local é um garimpo de novos artistas. O prédio de arquitetura alemã, construído do final do século XIX, recebe cerca de 800 alunos por semestre e foi edificado sobre as ruínas do antigo sobrado da tradicional família Guimarães. O local também já foi um armazém e hoje conta com uma estrutura interna de concreto e aço, muito diferente da original. A fachada foi preservada, mas o interior foi todo repaginado e tratado acusticamente para atender às necessidades dos professores e alunos. Em 1992, na gestão do então prefeito Jaime Lerner, dois arquitetos foram convidados para restaurar o local que no ano seguinte se tornaria o Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba. A criação do conservatório é fruto de um projeto que tinha como objetivo revitalizar o centro histórico de Curitiba. Além do prédio do CMPB, na mesma época a iluminação do Largo da Ordem também foi restaurada. Para quem gosta de samba e de MPB, o local conta com uma biblioteca especializada em música brasileira e também um espaço dedicado à música eletrônica. Conservatório de MPB, em Curitiba

Para Mari Lopes Franklin, que trabalha no conservatório desde 1996, o local já ficou pequeno para tantos alunos. Ela informa que é necessário um lugar maior e com melhores condições para o corpo docente. Questionada se o CMPB não perderia o charme se tivesse que deixar o Largo da Ordem, região da boemia curitibana, para ser transferido para um lugar maior, ela abre um sorriso e confessa: “Perderia muito, olha essa vista. Mas para conseguir algumas coisas é preciso abrir mão de outras”, completa artista.

veredar para o lado musical. Aos 15 anos já participava de festivais e programas de rádio. Durante sua curta carreira, ele chegou a compor cerca de cem músicas, como a linda canção “Alisa”, que pode ser encontrada facilmente na internet em uma bela interpretação de Jasomar Rocha e Melina Malvezzi. Lápis também foi funcionário dos Correios e morreu

ainda novo, em 1978. O artista recebeu esse apelido por ser “fino, alto e preto”.

Mudança de perfil De acordo com a funcionária, muitas coisas mudaram no conservatório. “O perfil dos alunos que nos procuram não é mais o mesmo. Antes o aluno se dedicava ao estudo musical, hoje tem que se dividir entre as aulas e o trabalho”, completa.

Muitos músicos de renome já deram algumas palhinhas nas oficinas do CMPB. Entre eles, o internacionalmente conhecido Hermeto Pascoal, Sebastião Tapajós e até o italiano Gabriele Mirabasse que, sempre que tem uma oportunidade, dá uma passadinha lá para compartilhar um pouco do seu conhecimento com os professores e os alunos.

Julião e os novos boêmios

De frente para os alunos é possível perceber como o samba é um ritmo democrático Mari é formada em artes plásticas pela Escola de Belas Artes do Paraná. Nas paredes de sua sala, exibe orgulhosamente dois belos quadros pintados por ela. Em frente de sua mesa, um quadro do desembargador Brasílio Itiberê que, segundo ela, era um grande compositor. Atrás, uma emblemática tela de Palminor Rodrigues Ferreira, conhecido carinhosamente por seu apelido: Lápis. Lápis foi um compositor curitibano, nascido em 1942 e é considerado um vanguardista no que diz respeito ao samba paranaense. Apesar da simplicidade, sua família sempre o incentivou a enFotos: Divulgação

Vinícius

do músico e compositor paranaense. A temperatura da sala nem de longe lembra aquela Curitiba fria e chuvosa. Os 22 graus que fazem na sala cinco por cinco, na parede de tijolos centenários e sem ventilador que leva o nome do saudoso Noel Rosa, só é refrescada pelo solo choroso do cavaco de Julião enquanto acompanha seus alunos na bela música “Baião Delicado”, do compositor Valdir de Azevedo. O tempo passou! E dificilmente veremos novos “Cartolas” e novos “Pixinguinhas” arrebatando nossos ouvidos com músicas que falavam das agruras da vida. Hoje já não existe espaço para músicas tristes. Aqueles sambistas clássicos vestidos de terno de alfaiate e sapato de pelica saíram de cena para dar lugar a uma molecada de uniforme escolar e tênis Nike. O consolo é que ainda existem jovens com o bom gosto musical. Resta saber como essa nova geração vai fazer para manter o apreço pela música brasileira em tempos que ela tem cada vez menos espaço para ser ouvida.

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trumentos produzidos em série como os que são vendidos em lojas de música. Para ele, é preciso de algo que tenha um pouco mais de cuidado. De frente para os alunos é possível perceber como o samba é um ritmo democrático. Rafael Pinheiro, um típico curitibano de cabelos loiros e olhos claros, demonstra que tem suingue quando mostra os acordes de um tenro iniciante. “Meu pai era músico, daí eu comecei a ver o Arlindo Cruz e o Péricles tocar e quis aprender. Larguei dos vídeos e entrei pro Conserva”, afirma o futuro instrumentista que conheceu o professor em uma roda de samba que acontece toda semana no Largo da Ordem. Sai os piás, entram os senhores. Pontualmente, às 18h50, chegam os novos alunos ansiosos por mais uma aula. Dos quatro, o mais empolgado é Ronaldo Rafo de 74 anos. Sorridente, ele afirma: “74 muito bem vividos”. Seu Ronaldo na verdade é Ronald, mas ele não se alonga na explicação e diz que abrasileirou o nome. Vai ver que seu nome de batismo não soa muito nacional para um sambista. Um achado! Conversa vai, conversa vem, um aluno confessa ser primo de segundo grau do compositor Lápis. André, que estuda no conservatório há um ano e meio diz que era sobrinho um pouco distante

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No terceiro andar do antigo sobrado Guimarães está o empório dos novos sambistas. O primeiro deles é o professor que adotou a boemia ao seu nome. De bermuda, pés descalços e comendo algumas sementes de pistache, o mestre curitibano Julião Boêmio, 34, rega as raízes da nova geração de bons malandros, ensinando os estreitos caminhos do samba. Enquanto os alunos afinam seus instrumentos, Boêmio cita nomes como o de Didi do Cavaco e Claudio Peba, dois “bambas do samba” paranaense que lhe inspiraram. Mesmo sendo de uma escola antiga do samba, o músico não dispensa a tecnologia. Entre um comentário e outro no Facebook, o professor dá uns pitacos no que os alunos estão tocando. “Tecnologia é importante para divulgar o trabalho. Se vem uma inspiração gravo no smartphone. E tenho muitas músicas aqui”, completa. Com 25 anos de um casamento bem sucedido com o cavaco, Julião Boêmio diz que começou cedo na música e que participava das rodas de samba quando era menino. Enquanto chegam os alunos, o professor conta que abriu uma loja especializada para vender cavacos sob medida. “Semana passada vendi um para um francês aí”, completa. O músico diz que quando se quer fazer um som mais refinado, não dá para comprar ins-


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Crônica

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@ TÁ NA WEB

Conversas de salão?

Claudia Bilobram

Em tempos de alto índice de drogadição, o documentário feito pelo Natgeo mostra como é um dia na vida do mercado do crack, desde as plantações da cocaína nas selvas do Peru, até os viciados nas ruas de Chicago (Estados Unidos). Um alerta para que as pessoas conheçam bem este mundo triste e trágico.

A rua da gargalhada “A melhor maneira de começar uma amizade é com uma boa gargalhada. De terminar com ela, também”. Oscar Wilde Uma gargalhada pode mudar o dia das pessoas! Assista ao vídeo e veja como uma rua inteira compartilhou felicidade! Porque rir sempre é o melhor remédio! @: http://www.youtube.com/user/ kibon?v=j_bX_re-Vew

Porque rir é mesmo o melhor remédio! Toda relação para dar certo tem que ser baseado em muita sinceridade. Vale à pena ver o vídeo. @: http://www.youtube.com/ watch?v=6EYmKAs7mzc

Tirinha

Fotos: Divulgação

Como toda mulher, eu tenho as minhas vaidades, preciso fazer as minhas unhas toda semana (elas já nasceram prontas, mas precisam de uma garibada semanal). E, num ambiente frequentado exclusivamente por mulheres, o salão de beleza, ouço todo tipo de conversa. Hoje o que me chamou a atenção foi o discurso de uma mulher que estava fazendo seu cabelo e levou junto sua filha de uns 2 ou 3 anos. A pequena já estava impaciente com a demora, então a manicure pintou suas pequenas unhas de verde. Depois, a pimpolha ganhou uma escovada em suas madeixas. Enquanto isso, a mãe falava e falava animadamente com a moça que lhe escovava os cabelos. “O homem tem sempre que amar mais a mulher do que a mulher o homem”. Eu sempre achei que um relacionamento, para dar certo, tem que ser construído em cima de confiança e respeito mútuo. Ou estarei errada? Claro, tem que ter aquela “química”, mas sem os dois principais ingredientes, a coisa desanda. Tudo bem, cada biruta na sua conduta... Logo em seguida essa dona me vem com outra: “Evocê tem que ser durona. Assim ele valoriza mais você. Não dê logo de cara. Mulher que dá na primeira saída não casa. Foi assim que consegui meu marido, regulei. E ó, estou casada!”, disse mostrando a aliança. Quer dizer que mulher não pode dar, fazer sexo, transar, trepar, só por prazer? Gente...Tem muita mulher e alguns homens que ainda pensam que não. Sexo só depois do casamento, entre quatro paredes e sobre a cama. Só. Foi-se o tempo em que sexo para a mulher era só para procriar, dar continuidade à família (e, em algumas, culturas desde que parisse menino).

Fotos: Divulgação

Bilobran

@: http://www.youtube.com/ watch?v=nc4R0MdBzX0

Gabriel Eloi

Cláudia

E se transamos só por tesão? Por que não? Temos o direito de fazer com quem quisermos a hora que quisermos, e do jeito que mais nos agrade. Não conquistamos um homem se regulamos nossa “perseguida” ou não. Existem outras coisas envolvidas; amizade, companheirismo, dedicação, respeito, amor. Aquela moça já estava me dando nos nervos. “Olha, eu tenho uma filha e não vou deixar ela ficar dando por aí quando crescer. Se fosse menino eu diria...COMA mesmo, homem tem que comer. Mas menina não pode dar.” Tinha algo muito errado naquele discurso. Para começo de conversa... Como o menino vai comer se a menina não pode transar?! E se a menina quiser dar? Mulher só pode sentir prazer depois do casamento? E se depois que casar descobrir que o marido é uma porcaria de cama? E que ele e um bonobo (tipo de chimpanzé que chega ao clímax em menos de 15 segundos de pegação) são exatamente a mesma coisa? Aquela guria estava passando dos limites. A minha manicure terminou minhas unhas e eu fui embora, pensando em todas aquelas bobagens que ela havia falado. E me perguntando: seria culpa daquela moça pensar de forma tão machista? Ela iria conseguir “segurar a periquita” da filha quando esta tivesse idade para pensar em sexo? Até onde vai o certo e o errado? Penso que o machismo está tão impregnado em nossa cultura que as pessoas nem se dão conta das besteiras que falam. E se a menina vai dar ou não, só o tempo vai dizer. Pode ser que ela cresça com essa mesma mentalidade machista de sua mãe, pode ser que leia o livro A Mística Feminina, de Betty Friedan, e se torne uma feminista de marca maior. O certo e o errado? Com certeza está dentro de cada um. E espero não encontrar mais essa senhora machista no meu cabeleireiro.

Fotos: Divulgação

Um mundo triste e trágico


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ENSAIO FOTOGRÁFICO

Imagens de fé e aconchego Os fiéis rezam diante de um altar

Vitrais coloridos e a fragrância de incenso, é o ambiente propicio para oração

é F Cláudia Bilobran

Aconchego

Silêncio. Aroma de olíbano e benjoim no ar. Penumbra. Vitrais coloridos. O interior da Catedral de Curitiba é uma das mais belas visões que temos do centro da cidade, com seu estilo neogótico, inspirado na Catedral da Sé de Barcelona, na Espanha. Muitos fiéis ajoelham-se diante das imagens de santos para pedir bênçãos, fazer agradecimentos ou orar por entes queridos. Bem próxima à catedral está a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, que é uma construção de 1946, em estilo barroco. Em meio a simplicidade e aconchego, os fiéis rezam diante de um altar, apenas com a imagem de Cristo. Não importa o local, a fé está em todos os lugares.


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