JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINTER - ANO VI - NÚMERO 36 – CURITIBA, MAIO DE 2014
E o mundo conheceu o “jeitinho” brasileiro
Veja o que ficou ou não concluído para a Copa do Mundo em Curitiba págs. 6 e 7 pág.6 e 7
Uma viagem na Saldanha
Ana Paula Padrão
No terminal Guadalupe A jornalista fala sobre suas experiências na profissão
A ação de bandidos assusta comerciantes e passageiros
pág.10
A rua histórica leva os transeuntes de volta ao passado
pág.3
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Número 36 – Maio de 2014
OPINIÃO Ao Leitor Nesta edição a equipe do Marco Zero saiu de São José dos Pinhais até o centro de Curitiba para investigar quais obras estão prontas e quais não estão nesses últimos dias até a Copa. Trouxemos também um perfil da jornalista Ana Paula Padrão, que veio até Curitiba para lançar seu novo livro. Vai de bike ou de ônibus? A mobilidade também é tema desse mês. Entrevistamos uma pessoa que vai de bicicleta para o trabalho para economizar tempo. Além disso, nossa equipe foi conferir como está a situação do Terminal Guadalupe. Já passou pela rua Saldanha Marinho? A rua localizada bem no centro de Curitiba é um patrimônio histórico, cheio de histórias. Isso e muito mais nessa edição do Marco Zero. Aproveitem bem essa edição!
Equipe Marco Zero
O Marco Zero
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Na Praça Tiradentes, bem em frente à Catedral, está o Marco Zero de Curitiba, que oficialmente é tido como o local onde nasceu a cidade, além de ser o ponto de marcação de medidas de distâncias de Curitiba em relação a outros municípios. Ao jornal Marco Zero foi concedido este nome, por conter notícias e reportagens voltadas para o público da região central da capital paranaense.
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Bandido bom é bandido morto? Reikrauss Benemond
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oje a violência não é mais mérito de grandes metrópoles, pois está presente em todos os lugares e em todas as classes sociais. Acrescente aí uma série de fatores: desigualdade social, educação precária, falta de políticas públicas eficazes, impunidade, enfim, encontraremos milhares de motivos para explicarmos tamanha violência. A população, cansada de sofrer, parece ter encontrado a solução para o problema: vamos acabar com os bandidos. O caso mais recente e famoso ocorreu quando um menor de idade foi espancado e amarrado pelado, com uma corrente de bicicleta, num poste. Muitos foram a favor, outros contra. Parece que a discussão e a repercussão desencadearam numa série de revides violentos da população. Em outro caso, o bandido foi espancado e colocado num formigueiro: em outra, foi espancado até desmaiar e, após, jogado dentro de um rio. Os supostos bandidos são condenados e julgados na hora. Porém, essas atitudes, movidas pela emoção, podem acarretar em equívocos como a morte de um deficiente mental, confundido com um estuprador, que foi morto a paulada, sem qualquer direito de defesa. O que antes era “inocente até que se prove o contrário”, mudou-se para: “Baixem a paulada até descobrimos se é bandido, se for, matem e joguem no lixo”. Assim, uma frase antiga voltou a surgir: bandido bom é bandido morto. A frase virou uma febre nas redes sociais e argumento para qualquer debate sobre o tema. Façamos um resgaste histórico para entendê-la. O termo “Bandido bom é bandido morto” foi criado, ou popularizado, pelo lendário policial civil carioca, hoje deputado estadual,
que participou de um esquadrão da morte nas décadas de 40, José Guilherme Godinho, famoso Sivuca. Árduo defensor da pena de morte e redução da maioridade penal, Sivuca, participou de um grupo de extermínio, criado pelo Estado, no ano de 1958, em plena ditadura militar. Na época, o Rio de Janeiro via um aumento significativo de violência – violência na ditadura é redundante, leia:
Logo Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas
roubos, assaltos, etc. Os comerciantes fizeram forte pressão ao então, chefe da polícia civil, General Amauri Cruel. A resposta não demorou, assim, o delegado Cecil Borer criou o Serviço de Diligências Especiais (S.D.E), onde teve total liberdade para utilizar todos os métodos possíveis para manter a ordem. Instaurava-se aí o Esquadrão da Morte. Registros históricos afirmam que esse Esquadrão não se resumiu em apenas combater o crime. Ao mesmo tempo em que exterminavam bandidos, suspeitos etc, também, foram criados vários pontos do jogo do bicho, liberdade a ações de bicheiros, além de centralizar toda a renda de contraventores. A justificativa para os diversos assassinatos era que “não adiantava prender os supostos marginais, a justiça logo soltaria”. Algo em comum com os dias em que vivemos?
O jornal Marco Zero é uma publicação feita pelos alunos do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Internacional Uninter Coordenadora do Curso de Jornalismo: Nívea Canalli Bona Professor responsável: Roberto Nicolato
Diagramação: Cíntia Silva e Letícia Ferreira
Engana-se quem considera que esse Esquadrão apenas matava bandido. Ele foi usado como ferramenta de repressão pela ditadura militar, onde matavam e/ ou torturam presos políticos. Porém, a fama de exterminadores de marginais caiu na boca do povo e este, por sua vez, os consagravam como heróis, logo, os que morreram, com certeza, eram marginais. Suas histórias eram aplaudidas e a população entrava em êxtase com as mortes contadas pelo grupo. Várias ações foram feitas em favelas e subúrbio do Rio de Janeiro, sempre sangrentas. Qualquer suspeito era executado sem hesitação. O povo aplaudia, claro, como num filme de ação, os bons estavam combatendo os maus, através de esquartejamentos, torturas e métodos mais sórdidos possíveis. A partir de então vários grupos de extermínio foram criados no Rio de Janeiro e em São Paulo, sempre com a justificativa de manter a ordem e, obviamente, extirpar o câncer na sociedade, no caso, aqueles que não se enquadravam nos moldes do regime. Concluindo, mesmo com a carta branca do Estado para utilizar todos os métodos para instauração da ordem, a violência não diminuiu. Houve vários assaltos nunca antes vistos, como por exemplo: o famoso assalto ao trem pagador, além do aumento em assaltos brutais, o famoso fantasma da luz vermelha, etc. Violência nunca foi e, nunca será, instrumento de combate. Que tal popularizarmos “Gentileza gera gentileza” ou, como somos um país com maioria cristã, que tal praticarmos o amor ao próximo? A história mostrou, através do Esquadrão, que mesmo tendo carta branca do Estado não houve a diminuição da violência que o povo pedia. Logo, por que hoje seria diferente? Não, eu não estou com pena de bandido, muito menos levarei para casa. Se não consegue refletir sobre o assunto, sinto muito, você perdeu seu tempo lendo o texto. Uninter - Campus Tiradentes Rua Saldanha Marinho 131 80410-150 |Centro- Curitiba PR
Projeto Gráfico: Cíntia Silva e Letícia Ferreira
E-mail comunicacaosocial@grupouninter.com.br
Telefones 2102-3377 e 2102-3380.
Fran Bubniak
O que você vai fazer durante a Copa do Mundo? Eu vou assistir todas as temporadas de Game of Thrones e ler Clube da Luta. Não vou assistir a Cíntia Silva, nenhum dos diagramadora, jogos porque 23 anos não gosto de futebol, então vou aproveitar para colocar em dia minhas séries e livros atrasados.
Durante a Copa eu vou estudar para as provas e assistir aos jogos, com certeza absoNatyelle Koga, luta! Também vou aproveitar estagiária de para descansar criação, 20 e sair com os anos meus amigos.
Durante a Copa eu pretendo descansar, talvez assistir aos jogos e fazer uma viagem para uma cidade Alisson Souza, mais tranquila estagiário de em relação redação, 26 ao agito da anos Copa, porque Curitiba vai estar muito movimentada.
Vou viajar para a casa da minha mãe, aproveitar para assistir aos jogos com meus avós e com Camila Gomes meu pai, torcer Ferreira, para que o estagiária de Brasil ganhe, e atendimento torcer para que publicitário, 20 as manifestaanos ções previstas tragam algo de positivo para o nosso país.
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PERFIL
Ana Paula Padrão, uma contadora de histórias A jornalista esteve em Curitiba para o lançamento do seu primeiro livro
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Jaque/Creative Commons
Sou uma contadora de histórias”, assim se definiu Ana Paula Padrão durante o lançamento, no último dia 22 de maio, de seu primeiro livro O Amor Chegou Tarde Em Minha Vida, nas Livrarias Curitiba do Shopping Palladium. Simpática e sorridente, a jornalista participou de um descontraído bate-papo de cerca de meia hora com as pessoas que lá estiveram para prestigiar o lançamento, seguido de uma concorrida sessão de autógrafos. No livro, ela aborda as escolhas, nem sempre fáceis, que fez na vida profissional em busca de realização e felicidade na vida pessoal. Muitos estudantes de Jornalismo de diversas instituições estiveram presentes e puderam conversar com a brasiliense. Com isso, curiosamente, o rumo que a entrevista tomou foi muito mais voltado para o exercício da profissão do que para as histórias contadas no livro, embora durante a conversa ela naturalmente tenha recorrido às suas ricas experiências de vida. A ex-âncora do Jornal da Globo, que também apresentava eventualmente o Jornal Nacional (que ainda mantém o posto de ser o telejornal de maior audiência da televisão brasileira), recorda como começou na profissão, “de uma maneira muito pouco glamourosa.” O ano era 1985, e lá estava ela na Rádio Nacional de Brasília, trabalhando como estagiária em um programa voltado para pequenos produtores rurais espalhados pelo país inteiro, que ia ao ar às 4h30 da manhã. “A gente passava para eles o preço mínimo do tomate, do arroz, explicava como estava
1999, quando Ana Paula Padrão fez a série de reportagens no Afeganistão
O que a faculdade faz por você? Ela te dá cultura, ela te dá um tempo de amadurecimento. Uma das questões levantadas foi em relação ao aprendizado obtido no curso de Jornalismo e qual sua aplicação prática no dia-a-dia do recém-formado, pois no decorrer de quatro anos de vida acadêmica os estudantes se deparam com disciplinas com as quais nem sempre se identificam, e cujas finalidades, a princípio, parecem passar longe daquilo que imaginam ser a sua possível futura rotina de trabalho. Ana Paula afirmou não ser uma defensora do diploma para quem queira ser jornalista, que na verdade, é um contador de histórias. “Você pode se especializar em Direito e ser um bom contador de histórias jurídicas, ou se formar em Medicina e ser um bom contador de histórias médicas. O que a faculdade faz por você? Ela te dá cultura, ela te dá um tempo de amadurecimento que todo mundo precisa ter para chegar bem ao mercado de trabalho.” Indagada sobre o poder que o profissional da área tem em mãos de levantar uma bandeira, Ana Paula prefere ser cautelosa. “Eu acho que sim, o jornalista tem muito poder. Mas levantar uma bandeira
Foto: Rogerio Hoppes
A jornalista fala sobre como começou sua carreira, numa rádio rural, e sobre outras experiências que teve na profissão
pode ser mesquinho.” Âncoras formadores de opinião, que expõem abertamente suas opiniões na TV e tem causado polêmicas recentes, não encontram respaldo por parte da profissional de 27 anos de carreira. “A nobreza do Jornalismo está em contar a história para que ela seja registrada e para que você possa recorrer a ela sempre que for necessário. E não ficar em ‘eu quero isso, eu quero aquilo’, porque essa é a maneira de cada um de ver o mundo, e não necessariamente você ou eu ou ele está certo.” A brasiliense já foi correspondente internacional em Nova Iorque e em Londres e esteve no Afeganistão em 2000 (antes da Guerra), onde fez uma reportagem marcante que mostrava a dura realidade das mulheres de lá. Após ter sido testemunha ocular de tantos acontecimentos ao redor do mundo, ela define a profissão como uma obra de arte. “Muitas pessoas podem não gostar dela, mas é um produto bom, que não está contaminado por interesses políticos, econômicos ou religiosos.” Ao responder à pergunta de outra jovem estudante, Ana Paula, com a segurança dos seus 49 anos de vida (idade que de maneira alguma aparenta ter), concorda que o mercado de trabalho hoje está mais difícil do que há 20 anos, mas
afirma ser assim também em outras profissões. E alerta a todo estudante, de qualquer área, que a realidade nunca é tão bonita quantos nos nossos sonhos. “Pergunta para um médico recém-formado se ele acha a emergência tão bonita quanto ele achava que era na faculdade. O bacana é você transformar o seu sonho em uma realidade que você goste de viver. Jornalismo é uma profissão vocacionada. Se você tem vocação para contar histórias você só vai ser feliz desse jeito. É isso que me motivou desde o início, eu sou uma contadora de histórias, essa sou eu.” Ana Paula tem uma bela história de amor para contar. Em seu livro ela descreve em detalhes o episódio em que seu atual marido foi à França só para pedi-la em casamento. A falta de tempo, fator com
Ana Paula (à direita)no lançamento de seu site Tempo de Mulher
o qual ela conviveu durante muitos anos, é outro importante passo a ser considerado para quem quer ser bem sucedido nesta profissão. “É sacrifício. Se cair uma história na sua frente durante as suas férias, você vai contar.” Ela se recorda dos muitos plantões em que comeu sanduíche de queijo na porta da casa de alguém, esperando por uma declaração, algo nada glamouroso. À plateia repleta de jovens que almejam seguir essa carreira, ainda que saibam que não será fácil, Ana Paula Padrão deixou suas palavras finais, de alerta, mas também de encorajamento. “Você só fica bom quando está maduro, e isso não acontece do dia para a noite, leva tempo, e é algo que depende de você. Mas se é isso mesmo que você quer da sua vida, é muito legal. Me definiu e eu sou muito feliz por ser jornalista.” Sergio Savarese/Creative Commons
Roberto Oliveira
a safra naquele momento, por onde escoava, respondia cartinha de produtor rural.” Em 1986, com o Plano Cruzado, criado pelo então ministro da Fazenda Dilson Funaro, uma crise se estabeleceu no país. A frase “Vamos laçar boi no pasto!” foi imortalizada pelo então presidente da República José Sarney. Foi um tempo difícil, com o qual Ana Paula soube lidar. “Todo mundo reteve estoque para poder subir preço, porque teve congelamento, e a carne sumiu. Naquele momento a imensa maioria dos jornalistas não sabia o que o Ministério da Agricultura desenhava de política agrícola para o país, ou o que era estoque, ou o preço mínimo dessa ou daquela mercadoria... Eu sabia. Eu virei repórter de economia, porque eu passei pelo programa rural, eu me dediquei e aprendi naquele programa. Tudo o que você aprende te serve em algum momento da vida.”
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MOBILIDADE
Curitiba se movimenta em duas rodas Aderir à bicicleta como o principal meio de transporte está se tornando cada vez mais comum na capital paranaense Anderson Grossl
Christiane Magno
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onsiderada a oitava cidade mais populosa do Brasil, Curitiba conta com um fluxo de trânsito cada vez mais crescente, e se deslocar de um ponto a outro está se tornando cada vez mais difícil. Esse é um dos fatores pelos quais muitas pessoas passam a aderir à bicicleta como meio alternativo de transporte. Reconhecida pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) como o meio de transporte mais eficaz e ecologicamente sustentável do planeta, a bicicleta é sinônimo de um futuro promissor tanto para quem anda quanto para o planeta. Além de ser uma ótima alternativa, ela oferece inúmeros benefícios. Alivia o stress, melhora a auto-estima e é uma atividade de baixo investimento e custo de manutenção. De acordo com o orientador físico, Julio Wood Santana, andar de bicicleta traz uma série de componentes que ajudam e estimulam o condicionamento físico. “É cientificamente comprovado que a prática de atividades físicas, estimula o envio de endorfina para o cérebro, uma substância que está diretamente ligada ao exercício físico e atividades que dão prazer”, ressalta Wood Santana. Rafael de Oliveira, operador de áudio, 27, adotou a bicicleta como meio de transporte há dois anos. Todos os dias, debaixo de sol ou chuva, ele pedala 5 km até o bairro Mercês, onde trabalha, e depois faz o mesmo percurso para voltar. “Se eu não utilizasse a bicicleta, teria que pegar dois ônibus. Com o tempo de espera de dez minutos para cada um e o tempo do percurso levaria em média trinta minutos, ou seja, quase uma hora para chegar ao meu trabalho. De bike eu levo a metade do tempo”, conta. Como não existem muitas ciclovias no caminho para o trabalho, ele acaba disputando espaço com os carros na rua. “Eventualmente os motoristas buzinam, achando que eu não deveria estar
Se eu não utilizasse a bicicleta, teria que pegar dois ônibus. De bike eu levo a metade do tempo Rafael de Oliveira operador de áudio ali”, diz. Ele acredita que nunca se acidentou por ser cauteloso. “Procuro respeitar as sinalizações de trânsito e utilizo sempre o meu capacete”, comenta. A maioria das ciclovias nas cidades brasileiras é utilizada apenas para o lazer, porque tem a função de ligar um parque ao outro. Em Curitiba não é diferente. “Deveriam existir mais ciclovias, ciclofaixas e sinalização”, destaca Rafael. Além da bicicleta ser em muitos casos um meio de transporte mais rápido e prazeroso, ele conta que a utiliza também para o benefício à saúde. Em um mapa oficial, o IPUC (Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba) juntamente com a Prefeitura da Cidade, mostra que a malha cicloviária de Curitiba hoje totaliza 127 quilômetros. Elas circundam a cidade numa faixa perimetral ao centro ligando os
Indo para o trabalho de bicicleta, Rafael faz em 30 minutos o percurso que demoraria cerca de um hora dentro de um ônibus
principais parques da capital, mas isso não facilita a vida de quem depende da bicicleta para ir e vir. De acordo com a Prefeitura Municipal de Curitiba, outros 300 quilômetros estão em processo de licitação. Se aprovada, a conclusão das obras está prevista somente para o final 2016. Uma das características dos ciclistas é a preocupação e cuidado com meio ambiente. Em relatório publicado pela ONU em 2011, a emissão de gases poluentes na atmosfera bateu recorde nesse mesmo ano. Definitivamente um alarme para a humanidade. A estudante de Medicina, Nathalia Fadoni, 22, se mudou para Curitiba há quatro meses e entre a correria e os livros encontra na bike não somente seu meio de locomoção, mas também uma terapia para descansar a mente. “Eu não tenho carro porque não quero ter um. Eu queria que todas as pessoas pudessem se permitir à sensação que é andar de bike. Porque quando eu ando tenho a certeza que não estou somente fazendo um bem pra mim, mas para o meio ambiente também”, afirma.
Bicicleta chega ao Brasil no século XIX Apresentada ao mundo no século XIX, ela está presente hoje em corridas, é usada para fins recreativos, foi adaptada como brinquedo infantil e também para academias, e não é por acaso que se tornou o principal meio de transporte em inúmeras regiões espalhadas pelo globo. Não existem datas precisas quanto à chegada da bicicleta no Brasil, mas presume-se que suas primeiras aparições em solo brasileiro se deram na antiga capital, Rio de Janeiro, entre 1859 e 1870. Isto porque naquela capital moravam pessoas de maior poder aquisitivo e que poderiam se dar ao luxo de ter uma. Quanto à introdução da bicicleta em nosso território, dá-se a chegada dos imigrantes de origem alemã, italiana e suíça. Presume-se que muitas foram trazidas para o Brasil nos navios imigratórios. Em seus quase 220 anos de existência, a bicicleta tem conduzido bilhões de pessoas de várias classes e etnias ao redor do mundo.
A primeira via calma do Brasil A Via Calma instalada na Avenida Sete de Setembro, em Curitiba, se estende da Rua Mariano Torres à Praça do Japão, e conta com faixas preferenciais do lado direito da pista para aumentar a segurança de quem pedala. Nesta via, carros e bicicletas dividem o mesmo espaço, mas a preferência é dos ciclistas, que também têm “bicicaixas”, locais específicos onde podem aguardar o sinal verde dos semáforos. A Via Calma foi criada para permitir o compartilhamento do trânsito entre motoristas, motociclistas e ciclistas, proporcionando, também, maior respeito aos pedestres. Com a implantação desta via diferenciada, a cidade amplia seu investimento em modais não autorizados, seguindo uma tendência presente em outras grandes cidades do mundo.
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SEGURANÇA
Insegurança no Terminal Guadalupe O terminal situado na região central de Curitiba sofre com a ação de bandidos e comerciantes reclamam do número de moradores de rua Francini Mello
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Se a própria polícia não faz nada, o que nós poderíamos fazer?” É com essas palavras que o vigilante Osmar Borges, 59, relata a ação do Comando Vermelho nos arredores do Terminal Guadalupe, na região central da capital paranaense. Pelo local, circulam diariamente cerca de 70 mil pessoas, principalmente moradores da Região Metropolitana. A localização não inibe a criminalidade e funciona como um ponto estratégico para a ação de bandidos. Com o grande fluxo de pessoas, o tráfico de drogas, assaltos e a prostituição se tornam frequentes, até mesmo em plena luz do dia e vem preocupando usuários do transporte público, moradores e comerciantes na região. “Não tem segurança”, declara o comerciante Sérgio Moraes, 59, que já está acostumado com o tráfico naquela área. De sua loja, que fica em frente ao terminal, o comerciante observa a ação dos bandidos. “Mesmo se a polícia for chamada, demora a atender a ocorrência. Os vigilantes que guardam o terminal não podem fazer nada ou não se envolvem”, lamenta.
Já cheguei aqui e encontrei 19 mendigos dormindo, com muito lixo ao redor Sérgio Moraes comerciante A segurança do terminal é realizada por vigilantes da Metropolitana, empresa terceirizada à Urbs. Os vigilantes têm autonomia para autuar os bandidos, mas de acordo com Osmar Borges, nos casos de tráfico, não há nenhum tipo de reprimenda. “Eles ficam no canto deles e nós no nosso. Se houver um assalto aqui, é o Comando Vermelho que vem nos ajudar e não a polícia”, ironiza o vigilante. Se acionada, a polícia atende a ocorrência, mas pode demorar e, en-
quanto isso, os maiores favorecidos são os bandidos, que já sabem da demora. Normalmente, dentro do terminal não ocorrem assaltos, mas é corriqueiro usuários discutirem com motoristas ou cobradores e moradores de rua tentarem roubar alimentos nas lojas do terminal. Nessas horas são os vigilantes que intervém. O número de moradores de rua também é preocupante. Mesmo com as ações da FAS, ainda há muitas pessoas que fazem uso do terminal como suas casas, pois onde há espaço é comum encontrar pessoas dormindo ou grupos ingerindo bebidas alcóolicas. O cheiro forte de urina e a sujeira deixada por esses ‘vizinhos’ incomoda os comerciantes. Em alguns dias os comerciantes optam por dar algum dinheiro aos moradores, para que saiam da frente de suas lojas. “Já cheguei aqui e encontrei 19 mendigos dormindo, com muito lixo ao redor. Tive que dar algum dinheiro para que eles saíssem”, lamenta Sérgio Moraes. Em qualquer momento do dia é possível encontrar pessoas dormindo nos bancos ou sentadas pelos cantos do terminal. Contudo,
Dentro do terminal é normal moradores de rua tentarem roubar alimentos nas lojas. Alguns deles usam o terminal como moradia e o cheiro de urina constante incomoda os “vizinhos”.
com a reforma realizada no ano passado, as instalações do terminal Guadalupe foram melhoradas. O comércio dispõe de lanchonete, bancas de doces, açougue, entre outros, e com a reforma, foram melhoradas as instalações dos banheiros públicos e a limpeza tem sido feita com frequência, oferecendo mais conforto para quem passa por ali todos os dias.
O transporte Os usuários também reclamam das condições do transporte. “Normalmente é um caos. São ônibus superlotados, que sempre estão atrasados. Muitas vezes estragam no caminho e temos que esperar outro que vem mais cheio ainda”, reclama Leandro Santos, 26, office boy, morador de Campina Grande do Sul, que passa pelo terminal todos os dias. Leandro fala ainda sobre os assaltos que ocorrem dentro dos ônibus durante o trajeto: “Todos os dias uma linha é assaltada. Levam celulares carteiras e o dinheiro do cobrador”.
Todos os dias a mesma coisa: ônibus atrasados e cheios - Leandro santos, 26, office boy
Eles ficam no canto deles e nós no nosso - Osmar Borges, 59, vigilante, sobre as ações do Comando Vermelho.
Não há segurança - Sérgio Moraes, 59, comerciante
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uando torcedores de Espanha, Rússia, Irã, Nigéria e Austrália pousarem no Aeroporto Internacional Afonso Pena, verão que a principal obra do terminal não está pronta. A caminho do estádio, eles seguirão pela Avenida das Torres, passarão pelo Viaduto Estaiado, novo cartão postal de Curitiba, até chegarem à região central. Neste trajeto, será possível observar que muitos trabalhos ainda não estão concluídos. Por fim, os que quiserem visitar alguma cidade turística do Paraná, optando ir de ônibus, descobrirão que a rodoviária também apresenta obras inacabadas.
Martins
Samia
Valdeci
José
Albuquerque
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Anunciada como uma das sedes para os jogos da Copa do Mundo em 31 de maio de 2009, Curitiba não imaginaria que, às vésperas do Mundial, há muito ainda a se fazer. Na verdade, a previsão máxima era para dezembro do ano passado. O atraso foi tão significativo que a capital do Paraná quase foi excluída pela FIFA em fevereiro deste ano por conta do Estádio do Cube Atlético Paranaense, conhecido como Arena da Baixada. Obviamente, um coro otimista por parte dos organizadores, tenta, sem muito sucesso, apaziguar os ânimos e garantem que, até ao início do primeiro jogo entre Irã e Nigéria, no dia 16 de junho, tudo estará terminado. Diante da empreitada, as opiniões se dividem. Mesmo com o atraso, o supervisor de logística, Marlon Diego Silveira, 23, afirma que em questão de evento, acha interessante que Curitiba seja uma das sedes da Copa. Ele explica que o mundo inteiro estará de olho. Inclusive, declara que assistirá um dos jogos - Austrália x Espanha que acontecerá no dia 23 de junho. Silveira acredita que o estádio e arredores estarão concluídos no prazo correto, porém, o restante das
Ribeiro, 15, estudante.
“Infelizmente, no país do futebol, onde as pessoas são apaixonadas pelo esporte, somente alguns poderão estar presentes nos estádios em que acontecerão os jogos.” – Vinícius
obras ainda deixa a desejar. “Nem tudo ficará pronto! Para aparecer na TV, as obras incompletas serão ‘maquiadas’ e, provavelmente, demorarão em ficar prontas após o evento, ou não serão concluídas como planejado.”, protestou. Vinícius Ribeiro, 15, estudante, comemora o fato de Curitiba ser o foco das atenções. Ele acredita que um acontecimento esportivo desta envergadura trará grandes benefícios, após o término, para a população curitibana. Entretanto, Ribeiro reclama que somente alguns privilegiados poderão assistir aos jogos na Arena do Atlético. “Infelizmente, no país do futebol, onde as pessoas são apaixonadas pelo esporte, somente alguns poderão estar presentes nos estádios em que acontecerão os jogos.”, lamenta. O estudante completa, ainda, que os preços dos ingressos são abusivos. Por outro lado, Izabel Lattmann, 46, que é Agente Comunitária na Unidade de Saúde Pública, afirma que é bom ter a Copa em Curitiba, mas a cidade não possui estrutura para isso. “Seria positivo se antes tivessem pensado na saúde e em outros aspectos que precisam muito mais de investimentos do que um evento esportivo.”, lamentou Izabel. Ela relata que, com as reformas feitas em última hora, a capital terá uma estrutura aparente para receber o Mundial, porém, as obras deveriam ter sido executadas com antecedência, para evitar os transtornos que está causando. A Agente Comunitária destaca que está curiosa para saber como todas essas grandes obras ficarão após a Copa, que será seguida de eleições.
A reforma da rodoviária foi iniciada em junho de 2012. A previsão era chegar a dezembro daquele ano com ao menos 50% das obras concluídas, o que não aconteceu. Após o atraso, a atual gestão da Prefeitura apresentou outra
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Rodoviária
O Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, está localizado a 18 km de Curitiba. Das principais obras que estavam programadas para o Mundial, duas estão prontas. A pista de pouso, de 2.215 metros, que foi totalmente restaurada, com investimentos que chegaram a R$ 19 milhões e o estacionamento, que foi ampliado, passando de 670 para 2122 vagas. Além disso, a Infraero garante que as reformas e a modernização do terminal ficarão prontas até o dia 12 de junho. Entretanto, o novo terminal de passageiros não será entregue a tempo, como prometido. Previsões otimistas apontam, agora, que somente para o final do ano estará tudo finalizado. Para piorar, o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Augusto Nardes, que esteve na capital paranaense no último dia 27, afirmou que os banheiros dos aeroportos brasileiros continuam fedorentos e que é preciso investir mais na infra-estrutura de recepção ao turista para a Copa. “Os aeroportos vão receber a Copa e, cada vez que eu vou ao banheiro, fico com vergonha”, protestou Nardes. Ele comentou que na Europa, os banheiros são de outra qualidade. Sem poupar críticas, o ministro que visitou o banheiro do Afonso Pena, confirmou que o Brasil vai passar vergonha. “O banheiro do aeroporto de Curitiba deixou a desejar”, protestou. O presidente do TCU ainda justificou suas críticas afirmando que sem coragem de falar, as coisas não mudarão neste país. “A gente tem que ter coragem de dizer. Esse país é fantástico, estou torcendo para que ganhe a Copa, mas não posso deixar de fazer as críticas. Se a gente não falar as coisas, fica tudo do mesmo jeito.”, concluiu.
Aeroporto
Curitiba foi a sede com o maior número de projetos, ao todo, foram 11. Entre as obras mais importantes estão o Aeroporto, a Rodoviária, a Avenida das Torres e o Estádio. A capital paranaense se transformou num grande canteiro de obras. Tanto a Infraero, como a Prefeitura Municipal de Curitiba, bem com o COL (Comitê Organizador Local), garantem que tudo estará pronto antes do início dos jogos.
Obras inacabadas?
A duas semanas da Copa do Mundo, Curitiba que se orgulhava em ser um modelo, foi na onda e não cumpriu totalmente os prazos de entrega das obras para o Mundial de Futebol
E o mundo conheceu o “jeitinho” brasileiro
ESPECIAL
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MARCO Número 36 – Maio de 2014
Dias e horários dos jogos na Arena da Baixada:
O que as pessoas precisam saber?
Avenida das Torres
Arena da Baixada
Quanto ao Estádio, Curitiba corre contra o tempo, tendo em vista ser o palco principal do espetáculo. A Arena da Baixada, que em fevereiro quase foi excluída, está vivendo os últimos ajustes. Na parte interna, praticamente tudo pronto. Na parte externa, porém, o maior problema. Máquinas e operários trabalham freneticamente, dia e noite, para concluir o que fora prometido. Segundo o secretário municipal da Copa do Mundo, Reginaldo Cordeiro, existe a possibilidade de algumas obras ficarem prontas apenas na última hora. Para tanto, Cordeiro reconhece que será necessário um esforço compartilhado entre a Prefeitura Municipal, o Atlético, o COL e a FIFA. Esta última, agora, prejudicada, já que o Estádio já deveria estar em seu poder desde o dia 22 de maio. Até o fechamento desta edição estavam ainda por concluir as seguintes obras: acabamentos nas áreas de circulação dentro da Arena, acabamentos nas lanchonetes, limpeza de entulho no entorno do Estádio e a colocação de 7 mil cadeiras, finalização da Praça Afonso Botelho e as estruturas temporárias que serão usadas pela FIFA nas transmissões. A diretoria do Atlético admitiu que um prédio de 6 andares, que seria usado para os jogos, só ficará pronto após o Mundial. O prédio que abrigaria a imprensa no grande evento já foi confirmado que não ficará pronto. Para piorar, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, confirmou no último dia 27 que o impasse nas negociações entre operadoras de telefonia e a administração de estádios da Copa do Mundo comprometerá a qualidade do serviço oferecido aos torcedores que comparecerem os jogos. Entre os seis estádios que sofrerão com lentidão no acesso a internet, está a Arena da Baixada. “Os estádios não quiseram fazer acordo. Tivemos esse problema em seis estádios onde ambas as partes não se entenderam e o serviço ficará de pior qualidade”, afirmou Bernardo, que participou de audiência pública no Senado.
MARCO ZERO: Quais os valores que a Copa de 2014, em Curitiba, irá agregar para a cidade? A Copa do Mundo vai agregar para a cidade (e Estado) uma série de vantagens, como oportunidades de negócios, geração de empregos e im-
O coordenador da Copa do Mundo da FIFA 2014 no Paraná, Mario Celso Cunha, respondeu algumas perguntas referentes a valores que a Copa agregaria para Curitiba, retorno econômico para rede hoteleira e comércio da cidade e qual a relevância que o evento teria para a capital do Estado do Paraná, considerando investimentos em obras na cidade de reestruturação, construção e requalificação. Apesar de muitos curitibanos estarem pessimistas em relação à realização do evento na cidade, afirmando que as obras não ficarão prontas ou que ficarão “maquiadas”, a Prefeitura e o Governo do Estado afirmaram que as obras ficarão prontas antes da Copa.
Qual será o total de gastos para obras de infraestrutura e mobilidade? Não consideramos gastos, mas sim investimentos. No plano de mobilidade, pelo PAC da Copa, são seis grandes projetos com investimentos de R$ 500 milhões de reais. A Infraero, do Governo Federal, está investindo R$ 400 milhões na ampliação do aeroporto Afonso Pena. O Clube Atlético Paranaense está investindo cerca de R$ 300 milhões, através de financiamento (com
postos, aumento do fluxo de turistas, novas vias de mobilidade urbana, ampliação do aeroporto internacional Afonso Pena, dos demais aeroportos do Paraná (são 40), com ampliação e revitalização, nova rodoferroviária, ampliação de atracagem no Porto de Paranaguá, novas câmeras de segurança, novo Centro Integrado de Comando e Controle da Segurança Pública, novos caminhões móveis de segurança que ficarão como legado para a Polícia Militar, novas contratações de policiais por concurso e outros itens que ficarão como legado.
As obras realizadas para a Copa em Curitiba serão relevantes para o desenvolvimento da cidade?
Como e qual será o retorno (econômico) que o evento dará para o comércio e hotéis? O retorno para a rede hoteleira e gastronômica vai depender da confirmação das reservas, o que já vem sendo feito pelo Match Acomodacion. Curitiba tem 18.500 leitos à disposição, sendo que cerca de 13 mil já estão bloqueados pela FIFA. No Paraná são mais de 60 mil leitos, sem considerar os pequenos meios de hospedagem, como motéis, spas, camping, pensões, pousadas e hospedagem familiar. No Brasil, na Copa das Confederações o PIB cresceu em R$ 10 bilhões de reais. Para a Copa do Mundo o PIB deve chegar a R$ 30 bilhões de reais.
garantias) pela Fomento Paraná, a Prefeitura Municipal investindo cerca de R$ 500 milhões pelo PAC da Copa e mais R$ 500 milhões em obras de infraestrutura.
– Paulo Bernardes, ministro das Comunicações
“Os estádios não quiseram fazer acordo. Tivemos esse problema em seis estádios onde ambas as partes não se entenderam e o serviço ficará de pior qualidade”
Toda obra de infraestrutura é relevante para a cidade. O planejamento de uma cidade grande hoje depende de alternativas como viadutos e trincheiras. Há 8 anos a frota de veículos em Curitiba era de 850 mil veículos. Hoje (2014) estamos com uma frota de mais de 1 milhão e 300 mil veículos. Os novos entram no mercado e os antigos continuam. Geralmente a pessoa sai de casa sozinha dirigindo seu veículo. Quando muito sai com um passageiro. Isto aumenta o fluxo de veículos. O Governo incentiva a venda dos carros, liberando financiamento em 60 e 90 meses, pois ganha nas taxas (IPVA, ICI, etc.). E muita gente entende que os congestionamentos nascem por causa das obras da Copa do Mundo. Nada a ver.
Entrevista do Jornal Marco Zero com Mario Celso Cunha, Coordenador da Copa do Mundo no Paraná
A Avenida das Torres está recebendo novo pavimento, calçadas, ciclovias e iluminação. Em parte dela, no bairro Parolin, as antigas torres foram trocadas por postes. O pacote de obras incluiu, ainda, a construção de um viaduto. A Ponte Estaiada, como está sendo chamada, já consumiu mais de 100 milhões de reais. Só para se ter uma ideia, a mesma extensão de 129 metros, custou na China, que construiu o maior viaduto estaiado do mundo, quase 10 vezes menos. As obras foram financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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Divulgação
projeção e garantiu que todas as obras serão entregues antes do início do Mundial. Entretanto, a poucos dias da Copa, o cronograma está 92% concluído. Funcionários se misturam aos usuários e ainda trabalham para concluir o acabamento, a recomposição do pavimento asfáltico e o paisagismo do entorno. Número 36 – Maio de 2014 ZERO
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COMPORTAMENTO
Violência que não marca o corpo A agressão verbal é uma forma de violência psicológica sofrida com mais frequência pelas mulhares. Ela não deixa deixa sinais físicos, mas marca profundamente a vítima Denis Felipe
Marjorie Pereira
“
Ant onio M. Mor a Gar
cía/wikimedia com
mons
Sua vagabunda!” Alguns minutos sem resposta, ele repete “Ei, eu tô falando com você, vagabunda!”. Dentro do ônibus, encontrar um lugarzinho em horário de pico é sorte. Ela estava sentada no degrau da roda do ônibus, ele, seu agressor (sim, agressor, aquele que ataca, agride, provoca, invade), atrás dela. “Eu falei com você!” E nesse momento ela se deu conta que a vagabunda era ela, pois recebeu um chute nas costas. Seu nome é Jackeline Jacomel, 27 anos, e não fez nada contra seu agressor; ao menos lhe dirigiu um olhar, nada. Em seu depoimento sobre o episódio ela diz: “Não consegui ter reação nenhuma, fiquei travada tanto que continuei à frente do agressor e como ele continuou falando várias coisas e todos do ônibus estavam olhando para mim eu levantei e fui para longe. E, mesmo assim ele, continuou gritando”. Jackeline esperava que alguém fizesse algo, lhe desse auxílio, mas não. Todos da grande lotação permaneceram imóveis, intactos e silenciosos: “De todas as pessoas, somente um homem me ajudou porque percebeu que eu estava muito abalada, tremendo
e segurando o choro. O rapaz queria me bater novamente e ele disse para que eu ficasse do lado dele, que ele iria me acompanhar até que o rapaz se afastasse. O que é mais frustrante é saber que eu podia ter apanhado dentro de um ônibus lotado e talvez ninguém fizesse nada”. Segundo o psicólogo Paulo Scher, a agressão verbal é uma forma de violência psicológica não rara contra as mulheres. A nossa sociedade aceita a agressão física e não dá a mínima para agressão verbal. Trata-se de um tipo de agressão que visa primeiramente afetar o indivíduo psicologicamente, ficando a violência física em segundo plano. A violência de um modo geral encontra-se enraizada na sociedade desde os seus primórdios, em todos os aspectos. Pode-se percebê-la como um fenômeno cotidiano que se insere desde o âmbito público até o espaço doméstico. Ana Cristina Pacheco, 25 anos, estava passeando na rua XV com sua mãe e seu filho de 10 meses quando o ra-
O que diz a lei
Não podia deixar que ele chegasse tão perto, pois poderia causar algum dano a mim ou ao meu filho Ana Cristina Pacheco paz gritou: “Compra o cachorrinho pro seu filho”. Ele se referia ao brinquedo que era vendido por um comerciante na rua. “Vai ignorar? Sua vaca, palhaça!”. Mas ela continuou andando, pois não havia percebido. Ele começou a caminhar lentamente atrás dela, gritando “sua palhaça, você é uma pu**”. Foi quando ela olhou pra trás e se deu conta de que ele ia atrás deles. Imediatamente, Ana Cristina pegou o celular e ligou para a polícia. “Estávamos andando e de repente me dei conta que ele vinha nos xingando e se aproximava. Não podia deixar que ele chegasse tão perto, pois poderia causar algum dano a mim ou ao meu filho”, conta.
A lei Maria da Penha define no artigo 7° da Lei n° 11.340/2006 como violência psicológica qualquer conduta que cause dano emocional, diminuição da autoestima, ou que vise degradar suas ações. É a forma mais subjetiva, embora seja muito frequente a associação com agressões corporais. Deixa profundas marcas no desenvolvimento, podendo comprometer toda a vida mental. De acordo com o psicólogo Armin Pauls, a agressão psicológica pode afetar a autoestima de forma negativa se a mulher não estiver bem estruturada em relação à sua autoimagem. “A profundidade dos danos está relacionada ao vínculo afetivo com o agressor e também ao tempo / período em que a mulher está exposta à agressão verbal”. Ele também diz que é possível que isso afete a vida e a convivência social: “O comportamento humano é baseado na forma particular de pensar e ver a vida. Com uma autoestima abalada existe uma tendência de baixa de autoconfiança, podendo gerar retraimento social e episódios depressivos”. O fato de que as mulheres são as maiores vítimas dos abusos psicológicos chama atenção para o machismo da sociedade. Conforme os especialistas, elas são pressionadas a suportar toda espécie de xingamento, controle sobre seus corpos e podamento de suas liberdades. E, por isso, é importante a sociedade se politizar e passar a se posicionar a respeito da violência de gênero.
A profundidade dos danos está relacionada ao vínculo afetivo com o agressor Armin Pauls, psicólogo
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ESPORTE
Nem sempre sinônimo de violência Solidariedade mostra o outro lado das torcidas organizadas em Curitiba
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ra domingo, dia 1º de julho de 2012. Coritiba e Sport se enfrentariam às 16h no Couto Pereira, em jogo válido pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro, série A. A torcida do time pernambucano, Jovem do Sport, veio até Curitiba para acompanhar a partida, sendo recebida amigavelmente pela torcida organizada do Paraná Clube, Torcida Fúria Independente (TFI), a qual mantém uma relação de parceria e amizade. As duas torcidas ficaram na sede da TFI aguardando o horário de ir ao estádio. O clima era bom. Tinha música, churrasco e conversa entre amigos. Diego Henrique Gonciero (16), torcedor do Paraná Clube e integrante da TFI, sempre participava dos eventos da Fúria e naquele dia não foi diferente. Marcou presença no churrasco. Para ele, era mais um domingo ao lado dos amigos, até que por volta das 12h30 todos foram pegos de surpresa. De acordo com testemunhas, três carros pararam na esquina da sede e efetuaram 10 disparos contra os torcedores. Diego
A torcida faz várias ações sociais durante o ano, como arrecadações de alimentos, material escolar, doação de sangue e visitas a casas de apoio a crianças e idosos Juliano N. Rodrigues
A maioria das pessoas tem como o real objetivo, participar de torcidas por amar seu Clube do coração e realmente torcer por ele
Arquivo pessoal
Oliveira
Arquivo pessoal
Thaise
Henrique foi atingido por um tiro na cabeça e morreu a caminho do hospital. "O Diego era o caçula da nossa torcida. Entrou cedo e logo foi para a bateria. Era comprometido e ficava bravo quando errava tocando. Sempre estava na sede e tinha o respeito de todos mesmo com a pouca idade. Sempre muito humilde e de bem com a vida. A perda dele foi muito difícil para todos da torcida, pois ele era querido. É difícil falar dele e não vir as lágrimas" diz Wildemar, amigo de Diego. Esse foi mais um caso de violência envolvendo torcidas organizadas em Curitiba. Mas será que todos que fazem parte desses grupos são pessoas de má índole? Será que todo torcedor é baderneiro?
A maioria das pessoas tem como real objetivo, participar de torcidas por amar seu clube do coração e realmente torcer por ele. De acordo com Wildemar de Sena Tavares, mais conhecido como Magrão, integrante da Torcida Fúria Independente (TFI) desde 2007, o foco de uma organizada deve ser apoiar o time na arquibancada. Para ele, o grupo cresce quando esse é o verdadeiro objetivo. "Dentro da TFI, sou a pessoa que fica puxando a galera, cantando mais alto pra não deixar baixar o volume durante o jogo. Fora da torcida levo uma vida completamente normal. Sou gerente de vendas no meu trabalho, sou casado e tenho minhas responsabilidades." Magrão também participa das ações sociais realizadas pela Fúria Independente. "No dia 27 de abril, realizamos uma ação social de Páscoa na casa de apoio Mãe Solidária, localizada no bairro Uberaba, ajudando cerca de 80 crianças carentes. É uma instituição que conta com a nossa ajuda há quatro anos". Fabiano da Cruz Machado, integrante da Torcida Os Fanáticos (TOF) desde 1990 e diretor de bateria desde 1995, acredita que se criou um novo tipo de torcedor em Curitiba. “São na maioria menores que saem de suas vilas apenas com o dinheiro do ônibus e para beber. Não entram no estádio e não tem nada a ver com torcida. Só querem saber de vandalismo e "pista", como eles mesmo falam. Não sabem o nome de um jogador
do time, nunca tocaram um instrumento ou agitaram uma bandeira. Se um dia se extinguir as organizadas, o vandalismo vai continuar com nomes de vilas. É um problema social difícil de lidar.” Fabiano é produtor de eventos e viaja a trabalho o Brasil todo realizando eventos corporativos. No tempo livre, costuma ir visitar a mãe que mora no litoral de Santa Catarina. A TOF além das festas nas arquibancadas realiza algumas ações sociais. “Temos asilos e creches que dependem do nosso apoio. Por isso que em qualquer viagem para acompanhar algum jogo do Atlético ou em um evento da Fanáticos, para participar, os integrantes têm que doar um quilo de alimento, fora produtos de higiene, mas nos últimos três anos, fora da Baixada, estamos apenas sobrevivendo sem conseguir ajudar da forma que desejamos. ” Membros da Torcida Império Alviverde (IAV) também costumam contribuir com a sociedade. “A torcida faz várias ações sociais durante o ano, como arrecadações de alimentos, material escolar, doação de sangue, visitas a casas de apoio a crianças e idosos. Também temos uma parceria com o Pequeno Cotolengo e todo mês alguns integrantes fazem trabalho voluntário lá”, afirma Juliano N. Rodrigues, conhecido na IAV como Lano desde 1993. Para ele, as brigas acontecem por rixas de bairros e na maioria, são menores que se envolvem nelas se aproveitando da impunidade.
Em confusões envolvendo a torcida organizada, Lano conta que há punição para os envolvidos, como foi o caso do roubo no restaurante durante uma viagem para o interior do estado neste ano. “Os envolvidos que foram identificados estão proibidos de viajar com a Império durante um ano e também estão tendo que prestar serviços voluntários no Pequeno Cotolengo. É importante lembrar que todo prejuízo causado nesse evento foi pago pela torcida diretamente ao dono do estabelecimento.” Muitos acreditam que acabar com as Torcidas Organizadas não será o fim da violência no futebol e sim, mascarar esse quadro, pois os baderneiros continuarão praticando os atos de violência, mas facilitando a não identificação dos envolvidos. Sem contar que a extinção das organizadas irá tirar o brilho e a alegria do estádio. “Eu espero que as T.Os se empenhem o seu verdadeiro propósito que é a festa nos estádios e apoiar o time. Devemos agir para punir os envolvidos em confusões e atos de vandalismo para a sociedade perceber que não apoiamos essas atitudes, mas também pedimos mais liberdade nas arquibancadas, pois hoje quase tudo que ajuda a fazer uma bela festa nos estádios está proibido pelo estatuto do torcedor, que foi feito por pessoas sem a menor vivência de torcida e sem ouvir a nossa opinião”, diz Lano.
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CIDADE
Roberto Oliveira
Andressa Manzani
Marcel Coelho Aragão/wikimedia commons
Saldanha Marinho, mais que um Curitibanos falam da admiração que patrimônio histórico sentem por essa via no centro
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ão preciso sair de Curitiba para me sentir em Buenos Aires”, brinca Ricardo Linsigen, 42 anos, corretor de imóveis. Ele se refere a um dos pontos históricos de mais fácil acesso da cidade, a Rua Saldanha Marinho, por onde muitos passam diariamente, cujas construções em seu trecho inicial o fazem recordar das ruas boêmias que ele contemplou na capital argentina. Após nascer entre a Catedral Metropolitana e a Praça Tiradentes, esta rua – que por duas quadras é dedicada preferencialmente à circulação de pedestres, uma espécie de mini calçadão – segue seu trajeto, paraPoderia lelo à Cruz Machado, até chegar à Praça Espanha, já na nobre região insistir mais na do Batel. E é justamente durante segurança, pois é essas duas primeiras quadras que o difícil passar por seu status histórico fica mais evidente. aqui e se sentir São prédios clássicos, em que protegida. Há há casas comerciais tradicionalíssimas, que por sua vez dividem muitos drogados espaço com bares não menos saue moradores de dosistas, criando toda uma ambientação – acentuada por postes de rua. luz de arquitetura quase medieval, Juliana de Castro - auxiliar adicionados no meio do calçadão administrativa formado neste trecho – que trazem à mente uma Curitiba de muitos anos atrás. “Sinto-me passeando passado, em meio a tantas conspela capital das décadas de 1940 e truções inovadoras. A Saldanha 1950”, admira o corretor de segu- Marinho nos mostra de forma ros Eron Bernardino, 37, que mora simples como nossos antepassaem Colombo e há 13 anos trabalha dos viviam”. no centro da capital paranaense. mlbor/wikimed Por conta de sua locai a co mm on O militar Jonathan Carvas lização e extensão, lho Buenos, 20 anos, essa rua oferece há três morador de também uma Curitiba, diz pasótima opção sar por essa rua a quem queidesde que veio ra atravessar morar na cidade, o centro da e que constatou cidade sem no decorrer dos ter que pasanos que os bares sar pelo movie açougues permamentado trânsito necem iguais. “A rua de pedestres que histórica nos traz bem predomina durante Grafites que mais do que a sensação quase todo o dia no podem ser vistos de estarmos em outro na Saldanha extenso calçadão da país, é um pedaço do
Para Juliana, “comparando com XV de Novembro. E o carinho que foram erguidas. Ricardo acha ótioutras cidades nossa Curitiba é os moradores têm por esta rua, ma a ideia de uma restauração nos bem limpinha.” Mas essa opinião como também por outras que mlbor/wikimed mesmos moldes para a Sali a co não é unânime. Para Jonathan, mm englobam o Centro Hison danha Marinho. Eron s concorda, e consi- existe sim uma preservação das tórico, se reflete no dera importante ruas, só que não em todos os lugadesejo de vê-las para a história res, apenas nos que acredita ser a ainda mais bem dos curitiba- “cara” da cidade. “Há regiões que cuidadas. Monos um incen- deixam a desejar no quesito limradora de Almitivo por parte peza.” rante TamandaCom a iminência da Copa do da Prefeitura, ré, Juliana de Mundo aterrissando no Brasil, os “desde que Castro, auxiliar patrimônios históricos da capital esses recursos administrativa, serão vistos por pessoas vindas das sejam devida22 anos, há cinco mente aplicados”. mais diversas partes do mundo. O passa pela região do A limpeza é outro item que eles sentirão ao caminharem Largo da Ordem para ir lembrado pelos cidadãos em pela Saldanha Marinho, bem no e voltar do trabalho. Para ela, “poderiam investir mais na se- se tratando de patrimônios históri- coração da cidade? Apesar de ser gurança, pois é difícil passar por cos. Ricardo completa: “Podemos contra a realização da Copa no aqui e se sentir protegida. Muitos observar isso através do recorde país, Eron acredita que a presença drogados e moradores de rua...” das reciclagens.” Ele se refere de turistas circulando pelo centro Jonathan concorda. “O que preci- ao material composto a partir de de Curitiba trará benefícios até mesmo para aqueles pontos samos mesmo é de segurança, pois garrafas PET, coletado pela mlbor/wik imedi a co mm on comerciais mais tradicom o projeto da Copa isso pode Usina de Reciclagem de s cionais. Cauteloso, trazer problemas para a imagem Curitiba (Upet), que Ricardo chama a de Curitiba.” Ricardo completa bateu o recorde de atenção para a que “deveria haver policiamento produção no ano suposta cultuostensivo na área, prevenindo as- passado. Foram ra que o curi37 toneladas de saltos, drogas e prostituição.” tibano tem de flakes, ou seja, Em 2012 a Prefeitura de Curinão ser um tiba revitalizou uma outra rua no flocos de PET bom anfitrião, centro de extrema importância reutilizáveis na o que poderia para a cidade, a Riachuelo. Ao fabricação de diprejudicar. E Jumesmo tempo em que ganhou versos elementos, liana está otimista: novo calçamento e novas cores, entre eles cordas, cer“O evento pode superar o seu caráter turístico se manteve, das, fios e carpetes. Eron realçado pelas construções origi- observa que “todos os curitibanos as expectativas, tanto para os nais que permanecem, e denun- são críticos neste aspecto, e gos- moradores da cidade quanto para ciam o período histórico em que tam de manter a cidade limpa.” quem virá de fora”.
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CRÔNICA Tudo o que um recémchegado a Curitiba precisa saber explicação para chover tanto por aqui. Outro dia, escutaram São Pedro falando ao telefone: “EnOliveira contrei o vazamento, fica em cima de um tal de Paraná!” Por fim pense num sentimenense numa cidade. Imagito... de alegria por morar numa ne a qualidade de vida que cidade elegante, uma das mais arvocê quer ter vivendo nela. borizadas do Brasil, onde as pesPensou? Capaiz! Agora, acorde soas acabam se encontrando casupara a realidade! Mas fique de boa almente por aí, nas ruas e praças, porque, dependendo do que passou comprovando que “Curitiba é um pela sua cabeça, Curitiba pode ou ovo mesmo”, uma capital cujos não ser o seu lugar. Se você curte o cidadãos caminham de boa, sem frio, aqui tem quase o ano inteiro, estresse, daí ainda preservam um faça bom proveito. Mas, se você é estilo provinciano de ser, de vidaquelas pessoas que já começam ver e de conviver. Bem isso, pora reclamar quando a temperatura que, apesar do que dizem por aí, baixa só um pouquinho, é melhor em pouco tempo você será, sim, largar os bets, digo, é mais fácil muito bem acolhido pelas pessoas deixar pra lá. Sim, porque tem alà sua volta, é só uma questão de gumas coisinhas que você precisa confiança. saber sobre essa cidade. Daí, não Então, se você é um recémdiga que ninguém te avisou. Por -chegado a Curitiba, ou está presaqui só temos três estações: Bill Machado /wikime tes a vir pra cá, esteja dia co mm Estação Inverno, Estaon ciente dos itens acis ção Rodoferroviária e ma citados, não Estação-Tubo. Bem se acanhe e seja isso! O calor que bem-vindo. Se fez aqui no comealgo lhe deiço deste ano foi xar espantado, uma anomalia, e você vai ficar deixou todo munde cara, mas do por aqui de cara. relaxe, largue os O que tinha de curitibets, fique de boa bano quase derretendo e saboreie a culinária ítalo-alemãnão tá escrito. A gente Obra de Poty -polonesa-brasileira não tá acostumado com Lazzarotto no que você só encontra isso, não, piá! Centro de Curitiba por aqui. Em pouco Agora pense na situação: você acordando segunda-fei- tempo, você já estará comendo ra de manhã, daí tem que levantar pinhão, pão com vina, sonho de pra ir ao trabalho, mas fica escu- nata, doce de leite e chocolate, e tando aquelas adoráveis e ininter- bebendo muito leite quente, que ruptas gotas de chuva que lhe dão dói o dente da gente. Daí seus um desejo quase incontrolável de filhos serão piás e gurias felizes não sair de debaixo do cobertor. que, quando forem à escola guarMas tudo bem, você vai trabalhar darão seus lápis e canetas em seus assim mesmo porque, afinal, ama- penais. Daí, por mais que pareça nhã é outro dia... outro dia chuvo- que o dia vai esquentar, você vai se so. E o dia seguinte, e o próximo, acostumar a não sair de casa sem e o que vem depois... Até que uma agasalho e guarda-chuva, daí você hora a sua sombrinha não aguenta sempre olhará para o sinaleiro anmais e quebra. E agora, você vai tes de atravessar a rua, daí pegará ter que pegar chuva até alcançar a o biarticulado no tubo que fica na loja mais próxima? Capaiz! Fique canaleta, daí você ouvirá dezenas de boa, porque eles estão logo ali, de vezes a frase “porta fechando” na esquina, os incansáveis vende- até finalmente chegar a sua vez de dores ambulantes que, quando co- sair. Daí, se estiver no terminal, meça a chover, de repente surgem você poderá fazer conexão com o do nada anunciando: “Guarda- Inter 2, ou o Ligeirinho, ou o Inter-chuva vai a dez!” Bem isso. Daí, bairros, ou quem sabe um alimenvai chegar uma manhã que você tador da região. Daí, ao chegar em vai estranhar quando NÃO ouvir casa, após essa rotineira experiência o barulhinho da chuva que te fez de vida, você poderá se considerar companhia durante tantos dias se- um autêntico curitibano! O frio e a guidos. Mas não se preocupe, já chuva? Não esquenta, você se acosjá ela volta! Dizem que há uma tuma. Capaiz!!!
@TÁ NA WEB Camilla Pedroso
Whatsapp é para todos O aplicativo whatsapp, que foi criado para que as pessoas conversem pelo chat enviem vídeos, fotos e até áudio, recentemente tornou-se moda após ser chamado de “zapi zapi” por uma mãe em vídeo. Esta moda levou várias pessoas a se interessarem por tal aplicativo, até mesmo as mães, que viraram piada na internet pelo seu modo de uso. Muitos filhos divulgaram seus diálogos com suas mães por considerarem engraçados, e isso tem ocorrido cada vez mais.
Conselheiros do amor Hoje, caso haja uma dúvida na área amorosa, não é preciso chorar as pitangas com um amigo que não aguenta mais sempre o mesmo papo, pois existem blogs feitos para que você saiba como agir. Existe o “Entenda os homens” que o próprio nome já diz do que se trata, o”Casal sem vergonha” que é parecido com o “Mete a colher” que é um casal escrevendo sobre relacionamentos, questões sexuais e respondendo alguns e-mails de leitores com suas histórias ou dúvidas. Esses casais também fazem vídeos para o Youtube e estão conquistando cada vez mais seu espaço na web.
“Vlogando” a vida O vlog é uma referência ao videoblog, onde blogueiros relatavam seu dia a dia, como se um fosse diário, só que em vídeo. Começou de fato nos Estados Unidos e com o tempo veio para o Brasil. Hoje, com os smartphones, é muito mais fácil só grava e postar, então existem muitos “vloguers” mundo a fora postando seus vídeos, principalmente no Youtube, e nem todos possuem um blog. Curitiba faz parte desta porcentagem. Um exemplo é a atriz Kéfera Buchmann, que começou a gravar vlogs com 17 anos para seu canal no youtube que se chama 5incominutos. Gravou paródias e sketchs de humor, e hoje com 22 anos, é apresentadora de um programa na MTV. Foto: Reprodução
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Foto: Reprodução
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Kéfera Buchmann divulgando seu canal
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Manifestações e esquisitices da Rua XV
ENSAIO FOTOGRÁFICO Claudia Bilobran
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Rua XV de novembro, também conhecida como Rua das Flores, e que está bem no coração da capital paranaense, não é apenas um lugar de intensa movimentação e comércio, mas sobretudo, local que faz parte da história de Curitiba. A rua cresceu e se desenvolveu junto com a cidade, e desde sempre serviu como inspiração para escritores, poetas e pintores. Sem contar que constantemente serve de palco para eventos culturais, manifestações, exibições de beleza e criatividade! Este ensaio tem como objetivo mostrar um pouquinho do cotidiano da nossa Rua das Flores, ou Rua XV se preferir.