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JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER - ANO VI - NÚMERO 40 – CURITIBA, NOV/DEZ DE 2014

A vez da bicicleta

Via Calma é exemplo de cidadania e garante segurança aos ciclistas pág. 6 e 7

pág. 5

Coworking, espaço de trabalho, conquista mercado

pág. 8 e 9

Conheça a Praça de Bolso de Curitiba

pág. 10

Novos negócios atraem todo tipo de público


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Número 40 – nov/dez de 2014

OPINIÃO Ao Leitor A edição número 40 do Jornal Marco Zero começa com um discussão sobre o uso das redes sociais durante o último processo eleitoral. Intitulado como “esgoto virtual”, o texto discorre sobre a guerra que foi travada entre os internautas na tentativa de defender os diferentes pontos de vista. E essa atmosfera de debates e opiniões também se faz presente no “personagem” que ilustra o perfil desse mês. Carinhosamente chamado de “mala”, o professor e jornalista Valdir Cruz é o protagonista de histórias curiosas do jornalismo paranaense. Em “Cidadania”, o tema da conversa é o “Coworking”, uma proposta de ambiente onde profissionais autônomos dividem o mesmo espaço de trabalho. Seguindo essa linha mais alternativa, “as magrelas” dão o ar da graça protagonizando as reportagens especiais sobre a Via Calma e a Praça de Bolsa. E tem muito mais, como o Tá na Web e um ensaio sobre os museus da capital.

O Marco Zero Na Praça Tiradentes, bem em frente à Catedral, está o Marco Zero de Curitiba, que oficialmente é tido como o local onde nasceu a cidade, além de ser o ponto de marcação de medidas de distâncias de Curitiba em relação a outros municípios. Ao jornal Marco Zero foi concedido este nome, por conter notícias e reportagens voltadas para o público da região central da capital paranaense.

O esgoto virtual

Sandro Cesar

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egundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta com 27 milhões de residências sem rede de esgoto. Esse é um número alarmante, pois representa boa parte das mais de 68 milhões de residências do país. Já, conforme dados do IBOPE, cerca de 100 milhões de brasileiros estão ligados em outra rede de esgoto: as “redes sociais”. Vistas muitas vezes como sinal de modernidade, democracia e até avanço da sociedade, as redes sociais se tornaram um campo de guerra e, muitas vezes, um “esgoto a timeline aberta” durante o período eleitoral de 2014. Preconceito, homofobia, palavras de baixo calão e ofensas e mais ofensas foram vistas nas redes sociais mais usadas no Brasil, como o facebook e o twitter, principalmente durante o mês de outubro passado. Discussões sem fim “encheram o saco” de muitos que só pretendiam usar as redes sociais para o suposto propósito

Foto: divulgação

para qual elas foram criadas: se relacionar. Mas a verdade é que já nas eleições que elegeram os atuais prefeitos e vereadores de Curitiba, em 2012, quando as redes sociais já haviam se consolidado no país, esse esgoto virtual já havia ocorrido, porém em menor proporção. Nas eleições de 2014 a situação chegou a um nível insuportável, e acima de tudo, lamentável. A sensação de impunidade no ambiente virtual encoraja muitos usuários a fazer comentários que, com toda certeza, nunca fariam se estivessem “olho no olho”. Esse ambiente virtual durante as eleições estimulou usuários que tipicamente não são criminosos a compartilharem mensagens de ódio e preconceito, muitas vezes postadas por grupos de extrema direita, e orientação neonazista, que se sentem legitimados nas redes sociais por conta da internet ainda ser, sim, uma terra de ninguém. Outro ponto negativo do esgoto virtual durante a eleição foi a propagação de notícias sem nenhum fundamento. É verdade que as redes sociais foram, e são ferramentas de grande auxílio para a divulgação de muitas notícias

OMBUDSMAN Racismo, um pré-conceito histórico Tatiane Pinho

Expediente

A matéria “Racismo, o problema da impunidade”, publicada na 39° edição do Jornal Marco Zero, nos meses de setembro e outubro, aborda o problema da impunidade com a prática do racismo. O texto é bem construído, apesar de alguns erros ortográficos, discute o tema de forma mais simplificada e direta ao mesmo tempo, e também apresenta alternativas para que a

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pessoa que for vítima do ato de racismo possa se defender buscando os seus direitos perante a lei. Considero que o Racismo não seja simplesmente um problema gerado pela impunidade. É claro que o agravante na história de escravidão no Brasil foi o fato de que, em sua esmagadora maioria, os senhores que compravam e também vendiam os negros como escravos ficaram impunes pelos diversos crimes de agressão física e moral praticado contra estes. Mas, não há como classificar um único problema como o gerador de um pre-

O jornal Marco Zero é uma publicação feita pelos alunos do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Internacional Uninter Coordenadora do Curso de Jornalismo: Nívea Canalli Bona Professores responsáveis: Roberto Nicolato e Luis Otávio Dias

importantes. Mas durante o período eleitoral pudemos acompanhar dezenas de notícias sem sentido, mentirosas, que eram compartilhadas na rede por usuários sem nenhuma verificação ou fonte confiável. Notícias plantadas por militantes de ambos os partidos, só com o objetivo de denegrir o candidato rival, sem nenhum compromisso com os princípios do bom jornalismo, como a verdade e a ética. É importante ressaltar que os candidatos que disputaram essa eleição têm boa parte da culpa por esse esgoto a timeline aberta. Ao invés de apresentar suas propostas, muitas vezes as páginas oficiais dos candidatos na rede se propuseram a fazer ataques ao rival, estimulando o ódio entre os usuários da internet. O fato é que, nessa eleição, as redes sociais mostraram que a partir de agora também estarão presentes na democracia brasileira. Nas eleições de 2016 e 2018 um número muito maior de usuários deverá estar conectado. Leis que punam esses crimes virtuais como a homofobia e o preconceito precisam ser criadas e legitimadas durante esse período. Caso o contrário, tenho até medo do que vamos ver nas redes sociais em períodos eleitorais. Vamos aguardar, torcer e cobrar para que até as próximas eleições o número de residências com rede de esgoto cresça no Brasil, e que o esgoto virtual diminua no país.

conceito racial. São diversos atos que geram o problema, a começar pela questão cultural que incutiu na mente dos indivíduos brancos, que estes eram melhores e únicos dignos de cidadania e liberdade. Assim como os preconceitos de homofobia, xenofobismo, machismo, entre outros, são resultados de uma mentalidade primitiva da sociedade, carregados de diversos outros fatores, tais como, econômicos, políticos, religiosos, de escolaridade, que são reforçados pela impunidade. Por fim, acredito que esta discussão deveria ser muito mais ampla, caberia ao menos uma reportagem especial no jornal, e não simplesmente uma coluna de opinião.

Diagramação: César Marques

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Telefones 2102-3377 e 2102-3380.

José Valdeci

Alguns municípios brasileiros aprovaram leis municipais para multar pessoas que jogam lixo nas ruas. Na sua opinião, em Curitiba é viável ter punições para quem jogar lixo no chão? Maria Aparecida Peixe, 50 anos Doméstica

“O maior problema que nossa cidade sofre é a falta de fiscalização. As providências só são tomadas depois que as coisas acontecem. Se o Paraná adquirir essas punições, a população vai diminuir o lixo no chão”. Alex Pedro Silvério, 31 anos Serviços gerais

“Nossos governadores podiam adotar essa ideia. Com isso as pessoas iriam pensar mais antes de sujar nossas ruas. Só com punições as pessoas aprendem”. Jhenifer Cristine Cabral, 21 anos Dona de casa

“A multa seria uma ótima ideia, só que o mais importante seria a educação de cada um. As pessoas tinham que ter um pouco de consciência e preservar mais nossa cidade que é maravilhosa”. Juliano Lucas Tussoline 18 anos Lavrador

“Essa lei seria viável em nossa capital, mais para isso a prefeitura podia instalar mais lixeiras e orientar os cidadão sobre a punição, para quem jogar lixo em locais aberto. Danielle de Lara de Jesus 25 anos Assistente Administrativa

“Ótima providência. Pois muitas pessoas precisam ser educadas. Porque lugar de lixo é no lixo e não no chão. Se os nossos políticos adotarem essa lei mesmo, vai diminuir lixos nas ruas, que deixa mal impressão em nossa cidade”.


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PERFIL

O maior “mala” do jornalismo paranaense Há mais de 30 trinta anos, entre idas e vindas, Valdir Cruz é um grande nome da imprensa

Valdir Cruz com alunos de Jornalismo do Uninter

blog e trabalhar com comunicação”, afirma Valdir. E reforça: o jornalista tem que tomar iniciativa e ser um empreendedor, ter seu próprio negócio. “Eu conheço muitas pessoas que estão se dando muito bem com agência de comunicação e assessorias exclusivas para determinadas áreas”, completa. Quando o assunto é a não obrigação do diploma para jornalistas, Valdir também tem uma posição muito clara. “O jornalista que não tem diploma é um simples “pau mandado” das redações. Ele é aquele que faz as matérias mais idiotas possíveis, faz tudo que o patrão quer, só faz o que o chefe manda”, dispara. Para Valdir, o fato do diploma não ser obrigatório é o absurdo do absurdo. “O jornalismo é uma profissão extremamente intelectual. Você precisa pensar, você precisa fazer de uma maneira diferente, você precisar agir, e a faculdade te dá toda essas ferramentas. Muita gente acha que a faculdade é um curso técnico, que vem aqui e vai aprender “a + b”. Não, a faculdade é intelectual, ensina você a pensar. O jornalista que é diplomado tem autonomia, ele pensa, ele faz diferente, ele é o cara que vai mudar o jornalismo. Já o jornalista sem diploma é a mão de obra barata que vai fazer sempre a mesma coisa”, diz o professor. Depois de passagens pela PUC, Tuiuti, Unibrasil, Opet e Uniandrade, sempre causando polêmicas e tendo o seu jeito único de ser, desde 2010, de segunda a sexta-feira, o mala Valdir Cruz compartilha suas muitas histórias sobre o jornalismo nas salas de aula do Uninter. Vida longa ao mestre Valdir...

O manequim de funerária As histórias do professor Valdir são sucesso nas salas de aula e nas redes sociais. Confira um desses causos contado por ele “Em 1985 fui escalado para fazer um jabá do nosso diretor geral no jornal ‘O Estado do Paraná’, o hoje empresário Luiz Mussi. Era para ir a Pato Branco entrevistar um médico que tinha uma série de denúncias contra o “rei do Sudoeste” na época, o Alceni Guerra. O chefe de reportagem, o Roberto Elias Salomão, bom de geografia que só, aumentou o roteiro. ‘Você dá um pulinho em Foz do Iguaçu e cobre a inauguração da Ponte da Amizade”, ordenou. Expliquei que era longe de Pato Branco. “Que nada, olha aqui no mapa... Dá pra ir a pé’. Para ir comigo, foi escalado o “Socozão”, como fotógrafo, e um motorista que só sei o apelido: o “Manequim de Funerária”. Vejam que trio. A história começa a se desenhar quando o Luís Mussi, conhecido por ser mão de vaca, solta a maior grana pra eu viajar. Cinco vezes o que ganhava. Em dinheiro de hoje, uns 15 mil reais. Durante a viagem, em Ponta Grossa, contei da dinheirama que peguei. Foi o meu grande erro. O ‘Socozão’ e o ‘Manequim’ queriam dividir na hora. Expliquei que era para a viagem. Que íamos comer bem e ficar em bons hotéis. E os dois não queriam nada disso. Só o dinheiro. Resultado: em Foz do Iguaçu fomos parar num mocó nos fundo da rodoviária. Não conseguia dormir de tanto barulho de ônibus. Tudo para fazer sobrar dinheiro.... Almoço... e janta.. só os mais baratos. E a inauguração da ponte seria dali a três dias ainda. Enquanto esperava fiz algumas matérias. Mas os dois companheiros só falavam em dividir o dinheiro. Na véspera da inauguração, comemos numa espelunca.... Em dinheiro de hoje era um real e coma à vontade. Não deu... comi só um

Foto: divulgação

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asson Goulart, apresentador do Paraná TV, Nívea Bona, Coordenadora do Curso de Jornalismo da Uninter, Marcelo Cattani, Secretário de Comunicação Social do Estado do Paraná, e provavelmente você que está lendo esse texto. Sabe o que todas essas pessoas têm em comum? Todas foram alunos de um professor chamado Valdir Cruz. Formado pela Universidade Federal do Paraná, com especializações em Comunicação Contemporânea e Comunicação e Radiojornalismo, há mais de 30 anos o famoso professor Valdir respira todos os dias o jornalismo. O “mala”, como ele chama seus alunos, e como muitas vezes é chamado por eles, começou a sua história no jornalismo nos anos de 1980, trabalhando em alguns dos maiores jornais impressos de Curitiba daquela época, como o “Diário Popular” e o “Estado do Paraná”. Nessa década de 1980 o jornal impresso vivia seus anos de ouro. Valdir conta que a redação do “Estado do Paraná” chegou a ter cerca de 300 jornalistas. Mas, parafraseando o professor Valdir, “se você é jornalista e nunca foi demitido, tem alguma coisa errada com você”. Compartilhando dessa filosofia, Valdir sempre buscou novos desafios que o levaram, por exemplo, para a Rádio Clube, a primeira rádio do Paraná, e para o cargo de diretor na paranaense “Rede OM de Televisão”, atual CNT. No final da década de 1980, e começo de 1990, A Rede OM era uma das principais redes de TV do Brasil, tornando-se, inclusive, a primeira cadeia de televisão de abrangência nacional com sede fora do eixo Rio-São Paulo. Valdir ainda teve muitas outras experiências no jornalismo. Na TV trabalhou na rede Bandeirantes e na TV Iguaçu. Foi também assessor de imprensa de deputados, como do ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca. Mas foi no ano de 1991 que a profissão trouxe a maior reviravolta para Valdir. “Um dia eu estava na Assembleia (Legislativa) e um amigo chegou e disse: “Valdir, a PUC (Pontifícia Universidade Católica) precisa de um professor, e precisa que seja uma

Foto: divulgação

Sandro César

pessoa como você que já trabalhou na televisão, rádio e jornal. Aí eu fui lá conversar. O diretor do curso de comunicação da PUC, na época, professor Leopoldo Cherman, era muito simpático, foi com a minha cara. Mas eu falei pra ele: Olha, eu sou jornalista, não sou professor, não sei dar aulas. E ele falou Não, mas você vai dar aula. E mandou começar no dia seguinte”. Desde então se passaram 23 ano, e centenas de jornalistas assistiram e tiveram a oportunidade de receber um pouco da experiência de Valdir. Alguns deles muito conhecidos, como os já citados no inicio da matéria, e o professor da Uninter, Luis Otávio Dias. Os radialistas da Banda B, Adilson Arantes e Greysson Assunção, o Diretor Chefe da Gazeta do Povo, Eduardo Aguiar, o apresentador da Revista RPC, Odilon Araujo, entre muitos outros. Sempre com posições até um tanto polêmicas, Valdir é daqueles professores que faz o aluno se apaixonar pela profissão. Usando as histórias vividas por ele para contextualizar as suas aulas, o seu estilo faz sucesso entre a grande maioria dos seus alunos. Dentro da sala de aula defende com unhas e dentes o jornalismo. Quando perguntam sua opinião sobre aquela velha história de que jornalismo é uma profissão que está com o mercado de trabalho cheio, e que não rende dinheiro, a resposta vem ao estilo Valdir: “Se você for analisar, em cada esquina tem um consultório de dentista. Em cada esquina tem um escritório de advogado, esse mercado sim está lotado, o nosso não. Dizer que o jornalismo é uma profissão saturada é um pensamento primário, é um pensamento de pessoas desqualificadas. Mas isso infelizmente começa nas faculdades. Os jornalistas se formam para virar empregado e isso é um erro. Hoje o jornalista é um profissional liberal, você se forma e tem a possibilidade de montar a sua empresa de comunicação, montar seu site, teu

Valdir Cruz num flagrante

pouquinho. E mesmo assim me deu uma dor de barriga violenta. No dia da inauguração, com as presenças dos presidentes do Brasil, José Sarney, e da Argentina, Raúl Alfonsin, eu estava com uma disenteria daquelas...Não pude nem participar da coletiva dos dois presidentes. A volta, num fusquinha, foi sacrificada. Tinha que vir parando. Em Céu Azul, não encontrei banheiro e tive que me enfiar no meio do milharal. O Socó, sacana, fez uma foto minha saindo do meio da roça com o papel higiênico na mão. Ele entregou pro Francisco Camargo, que publicou na ‘Triboladas’. A legenda: “Jornalista contamina milho produzido no Oeste do Paraná”.. kkkkk No fim da viagem, fiquei ‘P’ da vida, não dividi a grana com ninguém e devolvi tudo pro Luiz Mussi. Generoso, ele disse: ‘Fique pra você, só preste contas depois lá com a Eva (a chefe da tesouraria). Isso não contei até hoje pro Manequim e Socozão.... senão eles vão querer dividir... kkk’”


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CIDADE

Conheça Curitiba de outra forma Turismo a pé pelas atrações históricas e turísticas da região central da capital paranaense é opção para quem gosta de uma boa caminhada Silvério

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ma nova proposta de lazer convida o curitibano e quem visita a capital paranaense a fazer um passeio turístico pela região central de Curitiba. Trata-se de um serviço diferenciado, pois o turista não precisa pegar ônibus, nem circular de carro. A ideia é conhecer os principais atrativos culturais caminhando e redescobrir a região central. Os visitantes e a própria população, com um roteiro definido em mãos, poderão circular pelos atrativos turísticos a pé. Durante o decorrer dos anos, Curitiba passou por várias transformações nas proximidades do Centro Histórico. Teve a reforma da Rua Riachuelo, Da Praça Tiradentes e do Paço da Liberdade, entre outros. Mudanças muitas vezes não percebidas mas que ganham novos olhares e se tornam um privilégio para a nova atração. Com todas essas modificações a intenção é

ocupado pelas Lojas Marisa. A agência também sugere outras opções de diversidade cultural para ser visitada, passando pelo Memorial Árabe, Rua 24 Horas, Teatro Guairá, o Passeio Público (primeiro parque municipal de Curitiba inaugurado em 1886) e prédio central da Universidade Federal do Paraná. Na lista desse passeio também podemos colocar o roteiro gastronômico, de bares, restaurantes e padarias. O passeio custa R$ 56 por pessoa, a duração do percurso varia de três a quatro, dependendo do ritmo do grupo. A empresa não disponibiliza um mapa e sim um funcionário, como guia turístico, para orientar e explicar todo o trajeto. Cada guia fica responsável por um grupo de no máximo 10 pessoas. Segundo Bibiana, o perfil dos clientes, na maioria, é de casais na faixa de 30 a 50 anos. Bibiana diz ainda que o tour caminhado a pé por Curitiba surgiu dela mesmo. Ela viu em duas outras cidades, Rio de Janeiro e São Paulo, que essa modalidade era

sucesso, e resolveu trazer para Curitiba. “O tour já existe em Curitiba há três anos. O que fizemos de diferente foi reunir informações, curiosidades dos lugares, materiais fotográficos da época antiga, com isso o guia vai mostrando como era antes a Catedral, o Paço da Liberdade e quando a rua das flores foi fechada. Então a agência passa todas as informações para o cliente”, ressalta Bibiana. O passeio pode ser feito em qualquer dia da semana, Se no dia marcado chover, não tem problema, a agência realiza o percurso da mesma forma, os clientes utilizam guarda-chuvas durante o trajeto. “A chuva não impede o passeio”, enfatiza a diretora da agência.

O Solar do Rosário é um casarão centenário localizado no Centro Histórico de Curitiba, no meio do Largo da Ordem. Está entre a Igreja da Ordem de São Francisco de Assis e das Chagas e a Igreja do Rosário dos Pretos de São Benedito. Esta última, inclusive, serviu como referência para o nome do local.

A chuva não impede o passeio” Bibiana Antoniacomi

Foto: divulgação

Foto: divulgação

Solar do Rosário

Foto: divulgação

Rafael

valorizar o patrimônio da cidade e aumentar o número de turistas. Uma agência de turismo da cidade teve a ideia de criar essa nova modalidade, de conhecer pontos históricos, museus e parques, observando detalhes desses lugares propondo um passeio a pé. A agência Special Paraná Turismo e Eventos coloca à disposição opções de passeios aleatórios. Bibiana Antoniacomi, diretora da agência, diz que Curitiba já tinha essa atração, mas não era oferecida de maneira adequada. “Agora, se você der a informação correta, a pessoal valoriza mais o centro”, afirma Bibiana. De acordo com a agência, os turistas poderão explorar alguns pontos históricos, como o Palácio Garibaldi, a Galeria Tijucas, a Sociedade Operário, a Praça Tiradentes e o Edifício Garcez. Também é possível conhecer a fachada da primeira farmácia de Curitiba, fundada em 1857 pelo imigrante alemão Augusto Stellfeld. O edifício art-nouveau, fica na rua XV de Novembro, hoje

Paço da Liberdade Trata-se de um complexo cultural, com galeria de arte, livraria, molduraria, antiquário, restaurante, casa de chá e jardim de esculturas. Também promove atividades culturais como cursos, oficinas, ateliers, lançamentos de livros, palestras e eventos ligados a arte e a cultura.

O Sesc Paço da Liberdade é um prédio histórico localizado no centro de Curitiba, na Praça Generoso Marques. O prédio é tombado pelo patrimônio municipal, pela Secretaria de Estado da Cultura e pelo Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). O local tem muita história para contar. A Praça, onde funcionava o Mercado Muni-

cipal, cedeu espaço, em 1916, para a construção do Paço da Liberdade, então sede da Prefeitura de Curitiba, até 1971. De 2007 a 2009 passou por uma ampla reforça. Hoje, administrado pelo Sistema Sesc, tornou-se um espaço dedicado à cultura e arte, com agenda constante de cursos e apresentações artísticas.


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Coworking é muito mais que um escritório Ambiente compartilhado surge como alternativa para empresários autônomos Fotos: Thais Choma

Thais Choma

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prática do Coworking (ou Co-Working) tem como objetivo conectar profissionais utilizando um mesmo espaço de escritório. Não necessariamente essas pessoas trabalham na mesa área de atividade e em sua grande maioria são profissionais liberais ou independentes. Essa prática começou em 2005 na Inglaterra, está presente em mais de 50 países e já é utilizada por aproximadamente sete mil membros. No Brasil, há empresas atuantes em Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba. Na capital paranaense está presente desde 2010. O coworking é um ambiente de trocas de experiências. “O contato com profissionais de diversas áreas aumenta a oportunidade de quem trabalha em um espaço compartilhado e são essenciais para qualquer coworking”, afirma Bruno Volpi, 25 anos, administrador da Impact Hub Curitiba. Ele diz também que “quando os profissionais estão rodeados por outros que estão trabalhando duro, focados e fazendo grandes coisas acontecerem, são motivados cada vez mais para realizarem seus projetos”. Esta união de pessoas que trabalham independentes umas das outras, mas compartilham valores e buscam sinergia, acontece naturalmente quando elas dividem o mesmo espaço. Este modelo está inspirando muitas empresas e organizações a participarem ou levarem parte deste mindset para suas operações. Ser estimulado diariamente é um benefício. O funcionamento de uma empresa de coworking geralmente é por horas trabalhadas. Você associa-se a um local, compra o pacote de horas que vem com as vantagens que os empreendimentos oferecem, como sala de reunião, internet, eventos, interação com outras empresas de coworking em outros países, além de cursos, que podem ser oferecidos pelo local ou pelos próprios membros, sendo que, não associados também podem participar dos cursos e eventos. Fora o básico de serviços de escritório que são limpeza do

Ambiente conceitual promove impacto positivo na sociedade

Bruno Volpi, administrador da Impact Hub

ambiente, cozinha, banheiros, trata-se de um local com boa aparência, o que é extremamente importante. Bruno, da Hub, diz que eles sempre estão reformando os ambientes para que o associado sinta a importância dos serviços disponíveis ao profissional. Na empresa Planet Coworking é oferecido a seus sócios uma vez ao mês um curso com um Chef de Cozinha Internacional, onde ele ensina a cozinhar e ao mesmo tempo o pessoal se descontrai com a terapia em grupo. A procura deste tipo de ambiente pelos profissionais liberais deve-se a vários fatores que vão desde a ter um endereço comercial ou a redução de custos por não precisarem pagar aluguel, água, luz e telefone, caso contasse com seu próprio escritório, e até mesmo pela interação que há e é incentivada no ambiente de coworking, fortalecendo a segurança profissional e estabelecendo a rotina, aumen-

tando o networking. Martina Seefeld, design gráfica, 26 anos, conta que quando iniciou como freelancer, em

O coworking é um ambiente de trocas de experiências. O contato com profissionais de diversas áreas aumenta a oportunidade de quem trabalha em um espaço compartilhado ” Bruno Volpi 2011, ficou um período trabalhando em casa. Ela diz que com o passar do tempo foi ficando mais compli-

cado, percebeu que rendia pouco e não conseguia se posicionar tão bem profissionalmente quanto antes (já havia trabalhado em escritórios de design) e que a gota d’água foi uma vez que ficou um dia inteiro pra conseguir mandar um orçamento, coisa que deveria demorar no máximo uma ou duas horas. Decidiu arriscar e foi para um espaço onde já tinha feito um curso - a Aldeia, espaço de coworking localizado no centro de Curitiba - e em pouco tempo as coisas mudaram. Conseguiu um posicionamento profissional melhor e organizou sua rotina de trabalho. Hoje ela atende seus clientes em um espaço de coworking próximo à sua residência. Ivan Chagas, gerente de marketing do grupo Cetefe, anteriormente fazia na empresa Aldeia a interação entre os usuários de coworking e também utilizava-se do espaço para seu

escritório virtual. “Era perfeito pra mim, porque ficar em casa é muito solitário e, às vezes, o problema de estar num ambiente doméstico me fazia sentir que não estava trabalhando”, afirma. Ele completa que quando utilizava do serviço compartilhado, obtinha um ótimo rendimento no seu trabalho. “Parece que você ´entra´ num escritório seu, porque o trabalho flexível e virtual exige muita disciplina pra não deixar sempre pra mais tarde as coisas”, afirma o empresário. Ele parou de utilizar os serviços da Aldeia quando fez um intercâmbio. Chagas voltou ao Brasil faz dois meses e diz que em breve voltará a usar o coworking. O tipo de coworking escolhido pelo profissional pode ser específico para áreas de atuação do mesmo ramo ou não. Cabe a você escolher onde quer associar-se, podendo até integrar mais de uma empresa.


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ESPECIAL

De pedalada em pedalada, eis qu

Bicicletas dividem espaço com motoristas e pe Foto: divulgação

Deborah Abrahão

Mahara Paola

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primeira Via Calma do Brasil, localizada na Avenida Sete de Setembro, entre a Rua Mariano Torres e a Praça do Japão, região central de Curitiba, com extensão de 6,3 km, tem como objetivo fazer com que os ciclistas possam transitar exclusivamente pelo lado direito da rua, sobre área demarcada em linha tracejada, onde a velocidade máxima permitida para carros e motos é de 30 km/hora. Todo o trajeto conta com uma sinalização horizontal e vertical, além de amplas travessias elevadas que fazem com que os veículos automotores reduzam obrigatoriamente a velocidade. De acordo com a Prefeitura, o projeto da Via Calma foi baseado em uma pesquisa por amostragem feita em agosto de 2013 em parceria entre o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) e a Ciclo Iguaçu. O levantamento revelou que 67% dos ciclistas que trafegam na Avenida Sete de Setembro usam a bicicleta para trabalhar e 52%, mais da metade, utilizam diariamente a bicicleta para este fim. Para os dados foram entrevistados ciclistas de 54 bairros de Curitiba e também da Região Metropolitana, como os bairros Centro, Água Verde, Batel, Portão, Alto da XV, Cabral, Rebouças, Cajuru, Pinheirinho e Centro Cívico. A Via Calma foi criada para compartilhar o trânsito entre motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres de maneira que todos se respeitem e tenham seu espaço. Pensando nisso foi preciso reduzir a velocidade dos veículos para garantir a segurança dos demais. No primeiro mês de funcionamento, a Setran (Secretaria de Trânsito) esteve presente no trajeto com seus agentes que orientaram os motoristas, alertan-

Ciclistas conquistam mais espaço no trânsito

do sobre a velocidade, as faixas elevadas e de pedestres, além da bicicaixas. As bicicaixas tornaram-se um diferencial do projeto da Via Calma, pois são áreas específicas do trajeto onde os ciclistas podem aguardar com segurança o semáforo abrir, sendo assim as bicicletas acabam tendo uma prioridade na travessia dos cruzamentos, além de estarem mais visíveis para os motoristas. Para Amanda Gallego, artista plástica e pertencente ao Coletivo Saia de Bici que promove diálogo sobre mobilidade e gênero, a criação da Via Calma deve ser vista como algo positivo. “Eu acredito que a Via Calma é um passo importante para promover a convivência entre motoristas e ciclistas no trânsito, assim como para reafirmar o papel da bicicleta como meio de transporte sustentável”, afirma. “Constantemente escuto os clientes, principalmente os que

trabalham na região e costumam andar a pé pela Sete de Setembro, elogiando e dizendo que a rua está mais segura e melhor para caminhar”, conta Andreia Arcanjo, gerente de uma lotérica localizada na Marechal Floriano que cruza a avenida e está próxima à Via Calma. Já para Marcelo Wada, que reside na Avenida Sete de Setembro, a instalação da Via Calma trouxe pouca diferença. “Eu ando a pé e de ônibus, uso carro poucas vezes e não tenho bicicleta, então influenciou pouco no meu dia a dia. Sinceramente não notei muita diferença no trânsito, talvez quem tenha notado se melhorou ou não sejam os ciclistas, mas para mim não influenciou em nada”, enfatiza. A Via Calma foi instalada em 21 de julho, porém os dados demonstram que os números de atropelamentos não sofreram grandes mudanças. De 21 de julho a 21 de agosto de 2013 foram

registrados três atropelamentos na Avenida Sete de Setembro, sendo que no mesmo período neste ano foram dois, ou seja, uma variação de menos 33,33%. Em ambos os períodos não houve acidentes com vítimas e nem óbitos no local. Já em toda a Curitiba, segundo o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTRan), de janeiro a 21 de agosto deste ano ocorreram 21 atropelamentos com 45 vítimas, 13 acidentes sem vítimas e nenhum óbito. Os dados demonstram que mesmo com a instalação da Via Calma a redução no número de atropelamentos não foi tão significativa, para tanto outras medidas estão em pauta para que as vias que possuem um tráfego maior de pessoas e veículos tenham uma maior segurança. Um dos focos são os ciclistas, pois sofrem com a falta de espaço e de sinalização para poderem transitar de maneira segura, além

Tendência mundial Visto ainda como novidade no Brasil, plano cicloviário de Curitiba segue exemplo internacional. Assim como em outras grandes cidades do mundo, a mobilidade urbana sustentável está em pauta. Nesse contexto o ciclomobilidade, ou seja, a bicicleta como meio de transporte, tem ganhado cada vez mais destaque em projetos de planejamento urbano. O plano cicloviário de Curitiba, por exemplo, prevê 300 km de vias cicláveis, além de diversos pontos de paraciclos (estruturas onde as bicicletas podem ser estacionadas) em vários bairros da cidade. Uma das principais inovações do plano cicloviário curitibano são as Vias Calmas, sendo a primeira delas a Av. Sete de setembro no Centro, onde motoristas reduzem a velocidade e dividem o espaço com as bicicletas. Porém iniciativas de priorizar o trânsito multimodal com a inserção da bicicleta em vias onde os automó-


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ue chega a vez das “magrelas”

edestres na primeira Via Calma do Brasil Foto: divulgação

Foto: divulgação

Bicicaixas garante segurança para ciclistas nos semáforos

Via calma é o ponto de largada no ciclismo de Curitiba Allyson Dolenga

Carros e bicicletas circulam juntos na Av. Sete de Setembro

veis tinham privilégio, já acontecem há bastante tempo em países como Canadá, Suíça, Inglaterra, Holanda, China e Japão, entre outros. A professora de Economia da Universidade Federal do Paraná, Carolina Bagattolli, viveu no Canadá e conta que em Montreal, apesar da baixa temperatura, a adesão às bicicletas como meio de transporte é tão grande que a cidade possui seu próprio sistema de locação de bicicletas que podem ser devolvidas em vários pontos disponíveis na cidade, além disso todas as linhas de metrô permitem a entrada das bicicletas e possuem vagões especiais para elas. “É muito comum vermos bicicletas penduradas no hall de entrada das casas, que só ficam guardadas mesmo no inverno, uma vez que as temperaturas em Montreal podem chegar a – 40ºC. Ainda assim já vi gente pedalando com temperatura por volta dos 0ºC. Para esses só a neve acumulada é o limite”, relembra Carolina sorridente.

Para Antônio Miranda, coordenador do plano cicloviário de Curitiba, a capital paranaense está entendendo o que Montreal e outras cidades estrangeiras já demonstram ter como certo: que não há como discutir mobilidade sustentável sem que o espaço dos ciclistas no trânsito seja encarado com seriedade. “Quem disse que a via é do automóvel? O automóvel foi se impondo ao longo do tempo, mas a via é de todos. Essa é uma situação sem volta, é só olharmos o exemplo de países como Canadá, Holanda, Suíça, China que investem no espaço compartilhado entre carros e bicicletas. Não há um caminho para a mobilidade geral da cidade se centrarmos apenas no automóvel. Em Tóquio, por exemplo, 25% dos trajetos urbanos são feitos de bicicleta. A prioridade é e sempre será do pedestre e dos modos coletivos de transporte, e em segundo lugar, da bicicleta”, conclui Miranda.

A demanda por meios alternativos de deslocamento urbano como forma de desafogar o trânsito e, assim, estimular novas formas de locomoção tornou-se pauta na última eleição. Realizada pela Prefeitura de Curitiba, a primeira Via Calma foi construída em uma extensão de 6,3 km entre a Rua Mariano Torres e a Praça do Japão, com o custo inicial de RS 1,8 milhão. No site da prefeitura consta que a instalação da primeira Via Calma da capital contou com uma pesquisa realizada com ciclistas – público destinado ao uso dessa faixa preferencial. Observa-se ainda, segundo a prefeitura, que a primeira Via Calma servirá como um projeto-piloto para outras iniciativas. Com oito meses de implantação a opinião dos ciclistas chega quase a unanimidade. A Via Calma possibilitou um tráfego ordenado para o público-alvo do projeto, os pedestres e os motoristas – esse último grupo ainda, em um número reduzido, juntamente com comerciantes da região, soltam algumas críticas. A principal é de que com a faixa destinada aos ciclistas localizada na lateral da via, os motoristas sentem dificuldade de sair ou entrar nos prédios que fazem par-

te das proximidades onde ficam instaladas as faixas. Além disso, os comerciantes se queixam que a ação impede clientes de estacionarem próximos às lojas, causando prejuízos em seus comércios. O conceito de ciclofaixas, usado como campanha política na última eleição para prefeitura, certamente foi um ponto que pesou na decisão do eleitorado. O então candidato Gustavo Fruet e atual prefeito de Curitiba, propôs uma série de projetos que viabilizassem pistas adequadas e destinadas aos ciclistas. Vale lembrar que o prefeito pegou carona com os ciclistas, pois estes, nos últimos anos nas principais capitais brasileiras, conseguiram fazer barulho suficiente para que fossem atendidas as suas demandas, envolvendo alternativas de transporte urbano. Se por um lado, o eco foi ouvido e representa um passo importante, a caminhada dos ciclistas e o entendimento da opinião pública sobre a criação de meios alternativos de locomoção ainda tem um longo percurso para torna-se consistente. Até porque a Via Calma, mesmo trazendo benefícios para os ciclistas, ainda é uma gota no oceano. Não se pode desprezar, obviamente, a pavimentação de calçadas em várias regiões do centro da capital que beneficiam ciclistas e

pedestres, mas que muitas vezes ainda se perdem em falta de manutenção ou trechos inacabados. O maior dilema, porém, é uma espécie de “elitização do pedal”. Consultando o plano diretor cicloviário de Curitiba de 2013 a escassez de bairros que receberão as pistas incomoda. Falta calçada, antes de mais nada, questionarão alguns leitores. É verdade. A malha rodoviária, que ainda é calcada muito nos ônibus, deixa a desejar na qualidade do calçamento há tantos anos, enão dá para culpar apenas um governo. A demanda é antiga, e o problema mais ainda. O investimento já grande que vem sendo gerado pela construção e ampliação das novas faixas seria multiplicadaocom a readequação de calçamento, caso isso fosse (realmente) levado para os bairros. A questão orçamentária se encaixa em outra discussão, mas a velha história de “levar as coisas com a barriga” se encaixa perfeitamente aqui. Ou seja, se pensarmos de maneira mais direta, poderíamos concluir algo como “deixar a cidade bonita, deixa o resto também bonito”. O ciclismo em Curitiba tem um morro ainda bem alto para subir.


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ESPECIAL

Um espaço para curtir e

A Praça de Bolso do Ciclista, no centro de Curitiba, é u

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uritiba está ganhando um espaço diferente, uma praça construída para ser um ponto de encontro e descanso para aquelas pessoas que gostam de passear pelas ruas da cidade com suas bicicletas. Uma área, que até a metade do ano passado, era ocupada por uma construção antiga, abandonada e sem uso. Quem conhece o centro de Curitiba já passou pela Rua São Francisco, uma das mais antigas ruas da capital do Paraná. A praça, que se localiza entre esta e a Rua Presidente Faria, era apenas um terreno sem utilidade aparente. Mas, do outro lado da rua, há a sede da Bicicletaria Cultural de Curitiba, local onde os ciclistas podem estacionar as suas bicicletas e se encontrarem. Percebendo a necessidade de transformar o terreno, eles foram atrás da prefeitura e órgãos especializados para saber como poderiam atuar no local. A Bicicletaria Cultural foi criada em agosto de 2011 a partir da organização coletiva. No local, há também oficinas e as mais variadas atividades culturais para os ciclistas. Goura Nataranaj é um dos fundadores do Ciclo Iguaçu, uma organização que tem a sua sede na Bicicletaria Cultural. Segundo ele, é uma organização sem fins lucrativos e que tem como foco principal estimular o uso da bicicleta como um importante meio de transporte em Curitiba e Região Metropolitana. Outro integrante e coordenador Técnico da Ciclo Iguaçu, Bruno Meirinho, explica que a Ciclo Iguaçu reivindica direitos coletivos para os ciclistas e também participou da luta por um espaço para as bicicletas no trânsito. “Inicialmente foi tomada uma atitude de pintar, mesmo que sem autorização uma rua da cidade com uma faixa vermelha. A prefeitura multou os ciclistas e considerou aquilo um crime ambiental. O argumento de defesa dos ciclistas era que simplesmente estavam cumprindo o código de trânsito, que prevê a reserva de um espaço para a bicicleta”, conta. A partir de então, começava uma mobilização de ciclistas em prol do cumprimento da legislação e se formava a associação dos ciclistas. Goura, como coordenador geral,

passou a assumir a organização deste projeto. Após a luta, a Ciclo Iguaçu conseguiu convencer a prefeitura a realizar campanhas no trânsito em favor do respeito ao ciclista. As primeiras atitudes foram tomadas com a criação das ciclo faixas na Avenida Marechal Floriano Peixoto. Goura explicou que pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) foi apresentado o projeto para conseguir construir a praça no local do antigo terreno. “Foi feita uma proposta ao Ippuc, juntamente com a planta do que seria feito. Demorou mais de um ano para que tivéssemos o aval para começar as obras”. Acolhimento O coordenador do Setor de Ciclomobilidade do Ippuc, Antonio Carlos de Mattos Miranda, relatou que o instituto foi inteiramente favorável à iniciativa, tendo participado da ideia dos ciclistas e da Ciclo Iguaçu, desde o princípio. Também auxiliou na viabilização, junto à Secretaria de Urbanismo e à Procuradoria do Município, dos instrumentos legais que comprovam que a área da Praça de Bolso é um espaço público efetivo, com indicação fiscal atribuída ao município. Miranda contou que o Ippuc foi responsável por entrar em contato com a Secretaria Municipal de Obras (SMOP) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), ajudando a organizar visitas aos depósitos gerais destas secretarias, para a realização de inventários de materiais que pudessem ser aproveitados pelo projeto da obra que seria realizada. “O Ippuc também contatou a SMOP visando obter serviços relativos a primeira terraplanagem do terreno, assim como a colocação de postes de iluminação pública e a instalação de ponto de água sem hidrômetro”, disse Antonio Miranda. Ele explicou que o instituto continuou acompanhando a obra e as necessidades dos ciclistas e dos mutirões com a disponibilização de acesso às duas secretarias, assim como junto à Secretaria de Trânsito (Setran), que se disponibilizou em fechar a Rua São Francisco nos dias de ação das pessoas. Goura Nataranaj contou que, após a aprovação das obras, o pes-

soal envolvido no projeto buscou a ajuda da prefeitura para a construção da praça. A ideia inicial era que a prefeitura oferecesse mão de obra na construção do ambiente, que deveria ter sido construído até o Fórum Mundial da Bicicleta em fevereiro deste ano, porém a autorização não havia saído. “Fechado por tapumes o local, o Ciclo Iguaçu e o IPPUC delinearam o projeto e, depois, as obras da praça saíram do papel”, conta Goura. Como foi dito pelo instituto, ele confirmou que a terraplanagem foi feita pelos órgãos públicos e os materiais foram conseguidos nos depósitos das secretarias municipais. Além deles, o representante do Ciclo Iguaçu contou que eles tiveram o apoio da construtora Thá, que forneceu os materiais que não foram encontrados nos depósitos. A partir daí começaram os mutirões para a construção do local para os ciclistas, que ocorreram todos os finais de semana de maio até 22 de setembro (Dia Mundial sem Carro). Esta atitude da prefeitura de deixar a construção na mão dos cidadãos para ele é algo bom. “Ao participar desse momento, mais que criar um espaço público é desenvolver amor pelo que fez”, comentou. Para Nataranaj, é outra forma de lidar com o poder público. Ou seja, “se utilizar deles para poder construir coisas em prol de todos, como o espaço que foi apropriado para construção da Praça de Bolso do Ciclista, feita por todos para todos”. Para a construção, muitos se candidataram como voluntários, entre eles Leda Emy, coordenadora do grupo Couch Surfing. Segundo ela, desde março deste ano, está auxiliando o grupo nos serviços sociais relativos a praça. Ela afirmou que o pessoal que participa da associação sempre anda de bicicleta junto, as-

A Praça de Bolso, construída por inciativa coletiva é

sim convidou mais pessoas em prol desta luta e foi possível formar uma grande equipe. O Couch Surfing é uma comunidade de hospitalidade, onde são hospedadas pessoas do mundo inteiro. “O Renan acabou de chegar do Chile e já está nos ajudando com o programa. Ele vai ficar na minha casa e já está totalmente ligado as atividades elaboradas pelo Couch Surfin ”, conta Leda. O grupo internacional de hospitalidade é uma entidade que busca valorizar o serviço humano e as pessoas de maneira geral, reivindicando, por exemplo, a construção do bicicletário no mercado municipal. A Bicicletaria Cultural participa do processo de ciclocivismo que atinge toda as associações do movimento. Segundo a coordenadora, o trabalho voluntário busca fazer as pessoas participarem da construção de um espaço que será para elas. O que para ela, no percurso, a pessoa ainda ganha novos aprendizados e amizades.

Atividades na praça Com a conclusão da Praça de Bolso do Ciclista, os frequentadores ganharam uma zona de Wi-Fi. Além disso também, como foi informado pelo Ippuc, terá um bebedouro, caso o ciclista ou frequentador queira beber água. A Ciclo Iguaçu e a Bicicletaria Cultural, para promover o uso da Praça, mesmo antes da inauguração oficial já fazia atividades no local. Além de discussões sobre as políticas públicas e a apropriação de espaços públicos, assim como o cuidado desses lugares, também serão feitas sessões de cinema ao ar livre e mais momentos de discussão e trocas de ideias entre as pessoas. Na conversa com o Ippuc, o órgão se colocou à disposição, na medida das suas atribuições, para que se multiplique essa inciativa em outros espaços públicos de Curitiba e diz que apoiará


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compartilhar

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Fugimoto

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Foto: divulgação

um gesto concreto de cidadania

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Foto: divulgação

Os voluntários dizem que o trabalho fica divertido, quando é para o bem de todos.

Rafael e Jéssica Damasceno, um casal que utiliza a bicicleta como meio de transporte e espera iniciativas públicas para que ele possam andar pela cidade com mais segurança. Foto: divulgação

é um exemplo de que os esforços conjuntos podem transformar os espaços públicos Foto: divulgação

outros empreendimentos desta natureza. E ainda, recentemente, os técnicos entraram em contato com a Secretaria Municipal de Urbanismo, visando a elaboração de decreto voltado à

transformação da Praça de Bolso do Ciclista em Praça Pública Efetiva, com o objetivo de dotar os mesmos benefícios oferecidos às demais praças operadas pelo Departamento de Parques e Jardins quanto à vigilância e à manutenção do espaço.

A Curitiba para os ciclistas A capital paranaense possui a segunda maior rede de ciclovias do Brasil, ficando atrás somente do Rio de Janeiro, mas nem por isso é ideal para os ciclistas. Grande parte dos espaços reservados estão na ligação dos parques da cidade. Para o ciclista Rafael Damasceno, 27 anos, alguns obstáculos são enfrentados no dia a dia: “Grande parte da rede de ciclovias está abandonada, esburacada, com raízes de árvores e até pontos de ônibus, placas e postes implantadas no meio da ciclovia”. Damasceno já fez viagens de bicicleta por muitas cidades da América do Sul. Destacou que Curitiba tem uma melhor estrutura do que outros munícipios, mas relatou alguns problemas, principalmente com o trânsito. “Aqueles que fazem uso cotidiano das bicicletas têm que se arriscar em meio ao transito caótico dos carros e ônibus para ir e voltar de seus trabalhos e estudos”. Em 2014 foi inaugurada a Via Calma em Curitiba, na Rua Sete de Setembro, onde os carros dividem a rua com ciclistas. Rafael aprovou a criação do espaço. “Toda iniciativa para fomentar o uso de bicicletas é boa, seja ela qual for. Além de que, a conscientização das pessoas para o uso de

bicicletas é feita devagar, para que elas entendam os benefícios do uso da bicicleta como solução para mobilidade urbana”. Já a esposa de Rafael, Jéssica Damasceno, 23 anos, também é ciclista, e utiliza a via destinada aos usuários de bicicletas. Ela identificou alguns problemas que enfrenta no caminho para faculdade. “Enquanto os motoristas não se conscientizarem de que precisam dividir o espaço com as bicicletas, continuará sendo um corredor para motos e sem segurança para os ciclistas. Se fosse uma faixa exclusiva poderia ter um resultado melhor, pois não deixo de andar na canaleta para andar em uma via que a qualquer momento um carro pode me fechar". Quando questionada sobre a estrutura de Curitiba para os ciclistas, Jéssica foi incisiva ao declarar que a cidade está preparada para quem pretende visitar parques, ao contrário de outros trechos da capital. “Para pessoas que querem visitar parques, sim, há uma boa estrutura. Agora, para quem usa a bicicleta como meio de transporte acredito que poderia ser investido um pouco mais, pois não há ciclovias, faixas, vias, em que a bicicleta possa trafegar com segurança. Um exemplo é o trecho do Viaduto Capanema até a Avenida Mariano Torres”.


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CIDADE

Novo conceito em fast-food chega a Curitiba Curitiba sempre foi centro de diversos tipos de negócios atraentes a todos Foto: divulgação

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falam das comidas? Então chegou a hora. A Mob conta com um cardápio que se baseia no Pegue e Leve e o buffet (área de criação). No Pegue e Leve os produtos ficam nas gôndolas prontos e práticos para o consumidor levar e comer no trabalho ou em outro lugar, mas se desejar comer no local existe um espaço amplo e confortável para isso. Os produtos seguem à risca o conceito de vida saudável, pois têm poucas calorias e não levam conservantes, o que os tornam perfeitos para quem está querendo fazer dieta ou pensa em mudar hábitos alimentares. Outra característica marcante da MOB é o design moderno. Uma logomarca com uma fonte diferenciada e cores atraentes (destaque para o vermelho e o amarelo) além de embalagens criativas com ilustrações de humor e música ambiente. Mas o que leva as pessoas a consumirem esses produtos? Alex Ristzav, 32 anos, comerciante, ao ser perguntado sobre o motivo de consumir na Mob e o que ele mais gostou disse: “Um dos motivos de comprar aqui é o diferencial de ter produtos saudáveis e naturais, e que este tipo de produto antes era difícil encontrar. Essa essa é uma tendência que tem tudo para dar certo e cair no gosto do povo curitibano”. Por fim, falou que o que mais gostou, além do cardápio, foi atendimento prestativo e atencioso que recebeu”, afirma Ristzav.

“Os produtos seguem à risca o conceito de vida saudável, com poucas calorias” Foto: divulgação Foto: divulgação

vir alimentos saudáveis. Nasceu dda ideia de Gustavo Guimarães Felipe – fundador e gerente da rede Mob Sanzovo – por conta da prática de uma dieta que fazia em 2010. Gustavo estava à procura de uma alimentação saudável através de saladas. “Eu Willian queria uma conveniência, pegar o carro para comprar a salada e leváBruno la para casa comer. Assim vi que existia uma oportunidade”, explistudo e trabalho estão cada ca o empresário. Como este ramo vez mais em pauta na vida era pouco explorado na cidade, viu dos brasileiros. Com isso, uma loja na rua Carlos de Carvauma das novas tendências na gas- lho no centro de Curitiba onde se tronomia está ganhando forças no vendiam alimentos naturais e se mercado nas redes de fast-food em inspirou. todo o país: as comidas rápidas Após muitas pesquisas na ine de conteúdo orgânico. A busca ternet, Gustavo viu que existiam por este tipo de alimentação vem muitas redes parecidas com o que com o intuito de trazer nutrição ele imaginava a fazer. Concluiu por meio de comidas saudáveis seus estudos em gastronomia e foi que possam combater a fome jun- viajar pelo Brasil e outros países tamente com a falta de tempo na na Europa para descobrir o que tihora da refeição. nha de novo neste segmento. Logo Com a correria do dia a dia se surpreendeu e buscou mais inde escalas variadas na jornada de formações e foi adicionando suas trabalho ou até mesmo na facul- ideias. Com a ajuda de um chef dade, a opção por matar a fome de cozinha e uma nutricionista com lanche é, o gerente conna maioria das seguiu adaptar vezes, primorseus produtos dial para muicom a qualidade “Se um produto tas pessoas. dos ingredientes der certo em Logo quando necessária para entramos nesCuritiba, ele mantê-lo saudáte apuro lemveis e saborosos. dará certo em bramos de ir a “Tenho uma nuoutras cidades lanchonetes das tricionista aqui grandes redes dentro que é brasileiras”. como Subway, meu braço direiM c D o n a l d ’s , to. Ela me ajuda Madero, entre outras. Nelas po- muito na criação de novos produdemos optar nas refeições tradi- tos e na manutenção da qualidade cionais ou as mais variadas. A deles”, conta ele. moda é lanche de rua, composto À primeira vista quando as de pão de forma, com os mais pessoas entram na Mob pensam variados recheios acompanhado que se trata de uma grande rede com refrigerantes. Mas quebrar de fast-food, mas para a surpresa o galho com refeições rápidas e é um produto curitibano e com calóricas faz mal, principalmente muito orgulho, como está escrito quando se torna rotina. em post numa rede social. E sobre Um dos métodos que se po- a questão de o porquê da escolha pularizaram pelo mundo foi o de Curitiba, Gustavo fala que por serviço “take away” (pegar, pagar ele ter uma vida aqui e porque a e sair, sem mesinhas) onde o con- capital paranaense é considerada sumidor escolhe o produto e já uma cidade-teste. “Se um produusufruir no decorrer do caminho to der certo em Curitiba, ele dará de volta oferecido pela rede Pret a certo em outras cidades brasileiManger, localizada no Reino Uni- ras”, diz confiante. do. Com opções saudáveis de saA Mob Fun Fresh Food está ladas, frutas, sucos naturais, pães localizada na Rua Luiz Xavier, e bolos, a rede britânica virou centro de Curitiba, e abre de seinspiração às várias outras redes gunda a sexta, nos horários das deste segmento. 8h às 21h e nos sábados das 8h A Mob Fun Fresh Food é uma às 17h30. Bom, para você leitor nova rede aberta em Curitiba, e que está lendo essa matéria deve tem como sua especialidade ser- estar se perguntando: por que não


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CRÔNICA A velha anfitriã dá boas vindas à nova estação

@TÁ NA WEB Isabela Collares

Isabela Collares

Curitiba em duas rodas Foto: divulgação

Já que as “magrelas” ocuparam boa parte da edição desse mês, lá vai a sugestão de um vídeo inspirador, produzido aqui mesmo, em Curitiba. Gente que usa a bike para ir ao trabalho, para ir à escola, para curtir o final de semana ou só para fugir do stress do trânsito. Uma verdadeira motivação para explorar a beleza da nossa cidade de uma maneira mais livre e consciente.

http://www.youtube.com/watch?v=RLF4jSMDTrk

O monólogo do Jornalismo Esportivo Foto: divulgação

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la testemunhou episódios importantes da história de Curitiba, num tempo em que a Praça Tiradentes ainda era conhecida como Largo da Matriz. É do tipo elegante, dona de um tamanho e de uma robustez de chamar atenção. Se você nunca reservou um tempinho para admirar a beleza da figueira da praça Tiradentes, tudo bem. Ao que tudo indica, ela terá todo o tempo do mundo para desfilar sua beleza revestida por longos caules esculturais e raízes grossas. O ato de apreciá-la já responde o fato da figueira ter sido escolhida como um símbolo de forte apelo representativo no universo das religiões. Haja vista o judaísmo, que tem a planta como ilustração de Israel.

Mas, voltando à praça, a bela e frondosa figueira pertence ao grupo das vinte e uma árvores que são consideradas de interesse especial para proteção; em função da localização, porte, espécie, raridade, beleza, histórico ou relação com comunidade. Em tempos de boas-vindas à nova estação, eis uma representante a altura da primavera. Aos que acham que admirar árvores é coisa pra bicho-grilo, tudo bem. O que seria do Pinóquio sem o sábio e companheiro grilo falante? Aliás, além de tagarelar pelos cotovelos, o bom inseto, se pudesse, se divertiria a sombra da bela figueira da Praça.

Quem já participou ou pelo menos observou uma coletiva de imprensa, há de concordar que o vídeo abaixo é hilário. De uma maneira muito bem humorada, um grupo de jornalistas tagarelas e tendenciosos deixa um jogador de futebol numa situação crítica por meio de perguntas sem pé nem cabeça. Qualquer semelhança com o conteúdo de alguns veículos, não é mera coincidência.

http://www.youtube.com/watch?v=Pg4uikZnx5I


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ENSAIO FOTOGRÁFICO

Museu, uma porta ou uma janela?

Museu de arte sacra

Museu de imagem e som

Museu da fotografia

Museu Brasílio Itibere

Museu paranaense

Museu ferroviário

Pela arte que nele existe podemos viajar, sonhar, nos inspirar. Podemos conhecer novos mundos sem precisar atravessar nenhuma fronteira. Sentir, cores, formas e movimentos. Museu é uma janela do presente e uma porta para o passado.

Thais Choma


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