42_

Page 1

JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINTER - ANO VII - NÚMERO 42 – CURITIBA, ABRIL/MAIO DE 2015

Para nunca mais esquecer Pracinhas relembram momentos vividos em combates na Itália págs.6 e 7

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

págs. 3 e 4 Conheça a trajetória do proprietário do Bar do Tatára

pág. 9 Presentear com flores é um gesto que nunca sai de moda

Foto: Reprodução

págs. 5 e 6 Jornal-laboratório da Uninter completa cinco anos de circulação


2

MARCO

ZERO

Número 42 – Abril/Maio de 2015

OPINIÃO Ao leitor A edição número 42 do jornal “Marco Zero” convida os leitores a uma visita ao Museu do Expedicionário na companhia dos paranaenses que participaram da Segunda Guerra Mundial. Depoimentos emocionantes marcam os 70 anos desse episódio histórico. Outro ponto turístico que ganha a vez nessa edição é a famosa Praça do Gaúcho, muito frequentada pela turma do skate. De Curitiba para o Rio de Janeiro. O Marco Zero também traz uma matéria especial sobre o documentário do Edifício Master, de Copacabana. Para descontrair, um bate-papo com um dos nomes mais conhecidos da noite curitibana: o Tatara. O mercado imobiliário compõe a seção “Cidade”. Já em “Comportamento”, uma matéria com Cassia Tavares, ex-aluna da Uninter que participou de um reality show nos Estados Unidos. Por fim, um pouco da história de como surgiu o jornal Marco Zero

Equipe Marco Zero

O Marco Zero

o r ê mio Sa ngu 18 p e

No

v

o

Expediente

Na Praça Tiradentes, bem em frente à Catedral, está o Marco Zero de Curitiba, que oficialmente é tido como o local onde nasceu a cidade, além de ser o ponto de marcação de medidas de distâncias de Curitiba em relação a outros municípios. Ao jornal Marco Zero foi concedido este nome, por conter notícias e reportagens voltadas para o público da região central da capital paranaense.

1 lugar o

MAR CO ZERO

3 01 |2

Isabela Collares

Todos os dias, mesmo sem nos darmos conta, nos relacionamos direta ou indiretamente com política. Mas em que pé está a qualidade desse envolvimento? Os estudantes do grupo Uninter opinam sobre a participação dos jovens na política.

A história por trás das aparências Heloísa de Miranda O documentário do ano de 2002, dirigido por Eduardo Coutinho leva o nome do prédio onde foi gravado: Edifício Master. Trata-se de uma construção antiga, localizada em Copacabana, no Rio de Janeiro, que reúne centenas de pessoas com histórias diversas, e que, ao longo dos anos, passou por muitas transformações. A produção foge ao padrão comum e demonstra as características marcantes de seu autor. Para a gravação, a equipe de produção alugou um apartamento no edifício para realizar as filmagens. Não há preocupação, por parte da equipe, em ocultar o material de produção, e nem mesmo o diretor Eduardo Coutinho, que dialoga com os 37 entrevistados que aparecem no filme. Essa é uma das suas marcas registradas: documentários que dão visibilidade a pessoas anônimas e não abusam de efeitos visuais e nem sonoros. Buscam mesmo, retratar a realidade como ela é. Para o telespectador, são 110 minutos ouvindo histórias. Daquelas que você não imagina que seu vizinho possa contar. São pessoas aparentemente comuns – vale questionar esse padrão – com histórias excêntricas. Desde o cara que levou uma vida boa, viajou

Os longos corredores, mal iluminados, reportam bastante à ideia de luz no fim do túnel. pelo mundo, criou seus filhos que residem fora do país, e hoje mora sozinho - e que quase morreu solitário em seu apartamento após uma queda não fosse o vizinho estranhar o estrondo e socorrê-lo - até a jovem prostituta que foi expulsa de casa após engravidar na primeira transa.

A diversidade humana é aberta a quem se interessar em ver. O olhar lançado por Coutinho sobre os personagens demonstra a grandeza por de trás da normalidade das pessoas. Dificuldades, ilusões, ambições e dezenas de memórias são contadas em primeira pessoa, pelos próprios protagonistas. O prédio fica a uma quadra da Praia de Copacabana, em uma região nobre da cidade que em outros tempos foi cenário de brigas, suicídios, casas de massagem, puteiros e boca de

O jornal Marco Zero é uma publicação feita pelos alunos do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Internacional Uninter Coordenadora do Curso de Jornalismo: Nívea Canalli Bona Professor responsável: Roberto Nicolato

Diagramação: Maria Heloísa de Miranda

fumo. Um ar sombrio paira no ar, e os depoimentos sobre tentativa de suicídio se repetem ao longo do filme. Os longos corredores, mal iluminados, reportam bastante a ideia de luz no fim do túnel. Uma das entrevistadas, que mora no prédio desde essa época de má fama, relata o quão era comum encontrar corpos estendidos pelos corredores. Lembra ainda que os porteiros, mesmo em serviço, bebiam com ela e as amigas, e que acompanhou o fim de algumas vidas ali. Mais de 500 pessoas em um mesmo edifício e o denominador comum entre elas é a dor causada pela solidão. Daqueles que ficaram viúvos, daqueles que não casaram, daqueles que se separaram e que os filhos partiram para viver a própria vida, daqueles que sempre estiveram assim, sozinhos. Nem só de tristezas é feito o longa. As memórias das situações vividas no local também são compartilhadas, com sorrisos emocionados com risadas, com alegria. O porteiro se orgulha das mudanças que conseguiu promover ao longo de sua gestão, tornando o Edifício Master um local pacífico, e habitável por diversas famílias. A diversidade é celebrada da maneira mais comum possível. Pelas figuras que a caracterizam. E, aparentemente, convivem de forma pacífica e solidária. Uninter - Campus Tiradentes Rua Saldanha Marinho 131 80410-150 |Centro- Curitiba PR

Projeto Gráfico: Cíntia Silva e Letícia Ferreira

E-mail comunicacaosocial@uninter.com

Telefones 2102-3336 e 2102-3380.

“É claro que é importante a participação do jovem na política. Mas não adianta sair por Herick aí fazendo alvoda Silva, roço e protesto estudante a torto e a direito, se as nossas próprias atitudes do dia a dia não forem exemplo de boa conduta.” “Claro que é importante o envolvimento do jovem na política. Mas é preciso ter cuidado Sandra Alves, para não cair no téc. adminis“oba oba” de só trativa participar quando há algum caso polêmico. É necessário se conscientizar de uma maneira mais profunda e não só em episódios de grande repercussão pela mídia ” “Eu acho que o jovem tem participado muito mais da vida política do país nesses últimos tempos. Só não sei dizer se isso acontece todos Priscila os dias, ou só Banaszewski, quando tem alestudante guma manifestação de rua.” “O próprio futuro da juventude é umaconsequência do seu engajamento ou não na política. O envolvimento com a política Geisebel brasileira deMessa, aux. dministrativo veria ser uma questão motivada pelo bem de todos e não como uma mera obrigação em período eleitoral.”


Número 42 – Abril/Maio de 2015

MARCO

ZERO

3

PERFIL

Um bardo da velha guarda curitibana Boemia e música popular brasileira marcam a vida e obra do poeta Tatára Ana Eloiza Luz

A imagem de bicho grilo, com suas barbas longas e já grisalhas, faz parte do estilo de um poeta curitibano, como faz questão de frisar. Pessoa com um objetivo já traçado desde a adolescência quando dedilhava o violão e compunha as primeiras letras. Foi em um ambiente com a luz baixa, aconchegante e decorado de maneira a refletir um pouco da personalidade deste poeta, que foi possível conhecer um pouco de sua história. Seu nome, João Gilbert Tatára, nascido em 15 de setembro de 1946. Hoje com 68 anos, Tatára, como é conhecido, tem procurado contribuir com a vida cultural curitibana por meio de suas músicas e poesias. Filho de Dona Odete e João Tatára, passou a infância no bairro Campina do Siqueira, em Curitiba, juntamente com quatro irmãos e uma irmã. Estudou o ensino primário no Colégio Júlia Vanderlei e, na adolescência, cursou o ensino, na época, chamado científico, no Colégio Estadual Rio Branco, existente até hoje. Contudo, sua paixão pela noite fez com que a prioridade fosse tocar violão, cantar e compor. Por consequência, parou de ir à escola. “Eu devia ter estudado, mas sempre fui muito preguiçoso, muito desorganizado com essas coisas”, confidencia Tatára. Poesia O interesse pela música e poesia foi percebido aos 15 anos, quando ganhou o primeiro violão de sua mãe. Como “a fruta não cai longe do pé”, Tatára seguiu o caminho que já vinha sendo traçado pelos pais: dona Odette como cantora, lendo suas partituras, e seu pai, João, tocando seu bandolim. Aprendeu a tocar como autodidata, da mesma forma que o pai. Daquele momento em diante, nunca mais parou. Suas músicas, até hoje, contam com a mesma estrutura melódica e harmônica. A poesia o despertou juntamente com a música. Sem saber ao certo, Tatára acredita ter escrito centenas de poesias, mas considera cada uma um ensaio, porquesempre consegue se aprimorar.

Está escrevendo um novo livro e suas expectativas são as melhores. “Estou preparando meu outro livro no momento, que é uma prosa poética filosófica”, anuncia. Entre alguns trabalhos publicados, estão: Sala 17, Marcas, Incenso, e Reis Magros. Muitos contaram com a participação de poetas curitibanos. Segundo ele, os livros podem ser encontrados em sebos. Quando questionado sobre formas de divulgação dos seus trabalhos, reponde com a simplicidade de um poeta militante: “Não mexo com computador e nem telefone. Não tenho conta em banco. Não tenho cartão de crédito, nem de débito e nem cheque”.

Foto: Ana Eloiza Luz

Dificuldades Como nem tudo na vida são “flores”, após o falecimento de sua mãe e em acordo com os irmãos, Tatára colocou a casa onde morava à venda e teve que encontrar um local para guardar seus pertences. No início, conseguiu pagar um guarda-móveis, Tatára no palco do seu bar, no bairro Água Verde: incentivo aos músicos da capital paranaense. onde manteve suas poesias, três ou quatro rascunhos de livros, economias que guardou durante causa dela, com quem se casou e composições, roupas de shows, o período que trabalhou com mú- teve um filho, para o qual deram seu primeiro violão e até o ban- sica em São Paulo, voltou para o o nome de João Gilberto Tatára Minha vida é dolim do seu pai. Até que não Paraná, onde comprou seu primei- Filho. Nessa altura, os contatos isso. Dentro conseguiu mais manter o aluguel ro bar, o Zerão. Foi em 1977 que que havia feito no período que a carreira de sucesso cedeu lugar passou em São Paulo e Rio, já em dia e tudo se perdeu. da noite, na Sem nunca deixar de sonhar à necessidade de sobrevivência haviam se perdido. Atualmente, música, no bar com a carreira musical ou de po- e, desde então, tenta aliar o lado ele trabalha com o Bardo Tatára, eta, foi morar em São Paulo, onde artístico, presença constante em mantendo sempre viva sua “veia” compôs músicas, as quais se refere sua alma, ao empreendedor, como de poeta, compositor e músico. tória muito interessante. Jogo de Espelhos foi um disco como sendo fantásticas. Estes tra- dono de bar. Mas os problemas “Resolvi unir as palavras porque baseado num show ao vivo, realibalhos estão em seu último disco. acabaram perseguindo este poeta, as pessoas falavam ‘vamos no zado no Teatro Paiol. Isso aconte“Fui morar em São Paulo, porque como acontece com a maioria das bar do Tatára’? e, como sou poceu há 35 ou 40 anos. Não existia pessoas. “Meus sócios me passa- eta dei esse nome, já que bardo via o meu nome nenhum arquivo de imagem ou ram pra trás, des- significa poeta”. no luminoso, num Fui morar em de áudio desse show. A lembranmanchei o noivado O público que frequenta o bar ano de sucesso. E ça ficou apenas na memória de e fui mais pra noite é bem variado. Músicos amadores, no fim eu nunca São Paulo, quem participou do espetáculo. ainda, pro bar né?”. profissionais e também aqueles que vi isso. Isso nunFoi nesse momento estão à procura de um momento Mas, como um presente do desca aconteceu”. Com porque via o certa tristeza, ele meu nome no da vida que com- para relaxar e jogar conversa fora tino, um dia Tatára é procurado prou a Velha Adega, com os amigos. Entre os frequenta- por um jovem rapaz que o entrega compartilha sua frusluminoso que ficava locali- dores, Tatára lembra que, recente- uma fita, na qual gravou o show tração. De qualquer zada na Rua Cruz mente, esteve no seu bar o Boqui- na íntegra, usando um gravador forma, a temporada em que morou em São Paulo e no Machado, em Curitiba e lá se es- nha, baterista da banda O Rappa, e Akai (marca do gravador), que tinha apenas dois canais. Na época, Rio de Janeiro foi um período no tabeleceu por uns 14 anos. Estaria ressalta que ele é curitibano. o menino tinha aproximadamenqual conseguiu muitos contatos traçado um caminho que se mante 15 anos. “Depois ele cresceu, A música que, para sua carreira, ele acredita- teria até hoje. Saindo de um bar e “Tenho aproximadamente cer- casou, foi morar longe e um dia va, seriam importantíssimos. Co- comprando outro. “Minha vida é nheceu a nata da música popular isso. Dentro da noite, na música e ca de 30 músicas gravadas. Tenho fazendo a mudança da casa dele, 3 discos, e só aí já dá 30 e vários achou aquela fita e me entregou. brasileira. Esteve em estúdio com no bar”, enfatiza. E quem disse que a solidão compositores aqui de Curitiba gra- Disse: olha o que eu tenho, uma Vinícius de Moraes, por exemplo. fita, não sei o que tem aqui denpermaneceria por muito tempo? varam as minhas músicas”, diz. Seu nome é Loretta Daniel de Entre seus trabalhos, ele gra- tro”, conta Tatára. Para descoAmor e carreira Noivo de uma pessoa com a Camargo, e foi ela quem arre- vou Águas do futuro, com o Ca- brir o que havia gravado na fita, qual não permaneceria e pensan- batou o coração do poeta. Com belo, seu parceiro na época, Jogo comprou um gravador da mesma do na responsabilidade de cons- um brilho nos olhos, Tatára con- de espelhos, que, segundo ele, foi marca e, quando ouviu, percebeu tituir uma família, Tatára, com as ta que voltou para Curitiba por desenvolvido a partir de uma his- que o áudio estava intacto. “Eu


4

MARCO

ZERO

Número 42 – Abril/Maio de 2015

PERFIL Foto: Lisiane Scuciati

passei na íntegra para o CD, fiz a capa e o lançamento do disco. Vendeu muito na época e até hoje eu entrego esse disco”, lembra com satisfação. Recentemente, alguns amigos de Tatára, seu filho, o João Gilberto e seu sobrinho Alexandre, resolveram fazer um projeto, “Curitiba canta Tatára”, em três ou quatro volumes. O primeiro já foi gravado. O projeto consiste na escolha de compositores e músicos de Curitiba, para gravar uma música do poeta. “Isso é bem recente, faz uns meses”, destaca. Quando questionado sobre seu estilo musical, Tatára explica que conta com bastante coisa em todos os estilos. Acredita que se enquadre mais na MPB e divagando sentencia: “Hoje em dia, se questiona muito o que é Música Popular Brasileira (MPB). A minha deixou de ser popular, porque é uma música bem mais trabalhada, mais concretamente armada em termos de harmonia, de melodia. Tem muita delicadeza em tudo isso”, reflete.

A minha (música) deixou de ser popular porque é bem mais trabalhada

Planos para o futuro Com a experiência adquirida ao longo de sua trajetória musical, Tatára disponibilizou o palco de seu barzinho para que músicos curitibanos ou de qualquer parte do mundo possam mostrar seu talento. Sabendo das dificuldades enfrentadas nessa profissão, iniciou a “Segunda Autoral. “Já colocamos a “Segunda Autoral” várias vezes no palco de teatros”. Entre as apresentações, foi realizado um show no HSBC e no Guairinha, no ano passado. Também no Teatro Antônio Carlos Kraide, localizado no bairro Portão, na Biblioteca Pública do Paraná e nas Ruínas do Largo da Ordem. Ao todo participaram dos espetáculos, em torno de 130 artistas. Em muitos, a entrada era franca e teve grande afluência de público. “Isso sim é uma oportunidade. Se eximindo de ser o mentor dessa turma, ele acrescenta: “o que eu quero é que eles gravem no meu disco ou eu no deles. Quero eles como parceiros”, acrescenta. Trabalhando em um novo projeto, que consiste em fazer shows nas praças de cada bairro de Curitiba, Tatára se mostra muito empolgado. Para isso, foi inscrito o projeto na Lei Rouanet (lei de incentivo à cultura), com o intuito de captar recursos para montar toda a infraestrutura ne-

A ideia é colocar entre 30 e 40 músicos para tocar, sendo um domingo por mês neste ano cessária. “A ideia é colocar entre 30 e 40 compositores para tocar, sendo um domingo por mês, até o final do ano”, compartilha em primeira mão. Segundo Tatára, o andamento do projeto está no aguardo do envio de material, mas a lei Rouanet não é tão difícil de aprovar, o mais difícil é captar esses recursos.

Segunda autoral reserva espaço para músicos curitibanos A “Segunda Autoral” é um projeto idealizado por Tatára há seis anos. Consiste em disponibilizar um espaço aos músicos e, principalmente aos compositores, para que possam mostrar seus trabalhos. Toda segunda-feira, entre 30 e 40 compositores se encontram no Bardo Tatára, assumem o palco e começam a tocar. Já passaram por lá: Cassiano Ribeiro, Ivan Correia, Lis Sales, Jordana Sunec, Francine, Rapa Gomes, entre outros artistas. O projeto foi elaborado como forma de aprendizado. “Cada um acrescenta um pouquinho e assim aprendi muito também, observando esses parceiros, esses amigos”. Tatára convida as pessoas que gostam de cantar, a comparecer e aprender as músicas que combinam mais com seu estilo e interpretar trabalhos de compositores curitibanos. Além disso, a convivência entre os compositores parece inspirá-los. “Tem gente que veio aqui com 4 músicas e hoje está com 40. Estão formando grupos. A Segunda Autoral teve uma influência muito grande na vida de muitos artistas”. E exemplifica com o caso de Tacy de Campos, que faz cover da Cássia Eller, que entre “mil” artistas, foi selecionada para interpretar a artista no musical no Rio de Janeiro. Tatára conta que Tacy se apresentava no bar cantando músicas próprias. Foi lá que ela começou a fazer cover da Cássia Eller, logo tocou em outros bares, até ser descoberta em São

Paulo. Hoje, ela viaja o Brasil em um projeto de filme (musical) que homegeia a cantora. Outro exemplo é o grupo curitibano Namastê, também participante da “Segunda Autoral”, que recentemente gravou uma música junto com Zeca Baleiro. Quem estiver interessado em conhecer a “Segunda Autoral”, o Bardo Tatára está aberto a partir das 19h. Entre 20h e 21h, os músicos sobem ao palco e começam a tocar. Para quem sabe tocar, mas não tem instrumentos, Tatára fornece. “Venham ver como funciona e se vale a pena participar disso. Tem muita gente que acha que é panela, mas então faça o seguinte: venha participar da panela”, convida. Divulgação Facebook

Tacy de Campos foi revelada na Segunda Autoral Foto: Divulgação

Um poema de Tatára Quem dera todo poeta trouxesse na voz uma estrela serena, Que tivesse o brilho do filho que a gente quer ter. Uma dessas que vive no céu dos seus olhos, Quando nos encontramos no mesmo astral. Você e eu, duas estrelas pequenas, Mas que fizessem a luz em uma estrela apenas.

Bar do Tatára reúne pessoas de todas as idades no bairro Água Verde


Número 42 – Abril/Maio de 2015

MARCO

5

ZERO

CIDADE

Cada um investe no seu quadrado Apartamentos compactos miram um novo perfil, tanto para investir como para morar na região central das grandes cidades. Albuquerque

José dos Santos

Samia Martins

É

Comodidade e privacidade Afinal, o que são apartamentos tipo estúdio? Os chamados “estúdios”, possuem medidas a partir de 27 metros quadrados e prometem privacidade, comodidade e melhores taxas de valorização imobiliária. Integrados ao prédio, os moradores podem utilizar salão de festas, solário, playground, bicicletário e outras opções da infraestrutura. Essas e outras “qualidades” das construções, como localização no centro de Curitiba, fácil acesso ao comércio e a demais serviços, têm despertado atenção daqueles que desejam tal locação do imóvel. Para Fábio Silva, o principal motivo que o levou, na época da aquisição do imóvel, foi a taxa básica de juros (Selic) que se encontrava com viés de baixa. Isso significava, naquele momento, uma perspectiva ruim em relação

Foto: Divulgação

fato que o preço de terrenos, apartamentos e casas em áreas centrais, está cada vez mais elevado. O valor do metro quadrado de imóveis novos em 2010, no centro de Curitiba, era de R$ 3,9 mil, em média. Hoje, esta média cresceu para R$ 7,4 mil, segundo pesquisa, publicada online, da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário no Paraná (Ademi-PR). O novo modelo de famílias e o cotidiano das pessoas motiva o mercado a construir apartamentos que equivalem ao tamanho de um único cômodo, oferecendo opções de entretenimento e comodidade. Para este ano, a perspectiva de entrega de apartamentos, tipo estúdio ou de um quarto, é de 1.793 imóveis na capital paranaense.

Fábio comprou o imóvel em um momento oportuno e já está com inquilino morando no local

Uma vida racional e cheia de opções A rotina de quem vive em apartamento de baixa metragem necessita ser, também, compacta e racional e, por isso, aqueles que desejam adquirir tais imóveis precisam sofrer uma adaptação, sendo que em único cômodo tem-se a cama, guarda-roupa, sofá, cozinha, mesa para refeições, cortinas e decoração, não tendo espaço para aglomeração de adicionais. O planejamento visa a interação dos moradores com o que a cidade lhes oferece. Se Fábio Silva está satisfeito com a aquisição, há também aqueles que explicam por que não comprariam ou não seriam moradores dessas construções. A funcionária pública, Ana Tereza Gonçalves, já foi moradora do centro da capital, em um apartamento de metragem bem maior do que as que os estúdios oferecem.

Segurança

A funcionária pública relata que a acessibilidade, tanto ao próprio centro como a demais bairros da cidade, era “preciosa” e a fazia economizar tempo. Quando questionada sobre pontos negativos e positivos, Ana considerou que uma moradia no centro oferece fácil acesso

Foto: Divulgação

Fernando

à rentabilidade paga pelas aplicações financeiras de renda fixa. Importante registrar que a taxa básica de juros é indutora das taxas pagas pelas aplicações financeiras mais tradicionais. Existiu então a opção de aplicar uma reversa financeira em renda variável (ações). Contudo, considerando o perfil mais conservador, ele optou por um imóvel com perfil de uso por pessoas de classe média-média ou média alta. Assim, escolheu Curitiba pelo fato de ainda ter perspectivas melhores de valorização que outras capitais, como Brasília, por exemplo. A ideia é alugá-lo. A perspectiva de Fábio Silva é que, considerando que o imóvel adquirido é um investimento de longo prazo, ele acredita que valerá a pena. Afirma que são cada vez menores as áreas disponíveis para construção de imóveis em regiões centrais das grandes cidades. Além disso, ainda existe um déficit alto de moradia no país. “A longo prazo, a valorização deste tipo de imóvel (compacto, prático e bem localizado) fará valer a pena o investimento”, destaca Silva. As cidades têm regulamentação para metragens mínimas em edificações. Em Curitiba, o menor espaço autorizado para os cômodos em casas ou apartamentos de uso residencial é de 1,5 m² para o banheiro; 4 m² para a cozinha e 8 m² para a sala. A metragem mínima do primeiro quarto é de 9 m² e os demais dormitórios, se houver, precisam ter pelo menos 6 m² cada. É importante considerar que a arquitetura das moradias forma uma residência compacta com qualidade e conforto e, antes de serem elaboradas é necessário traçar o perfil do morador para que o investimento tenha retorno financeiro às construtoras, além de suprir a expectativa dos compradores. Apartamentos com menos de 40 m² (é o caso dos estúdios), atendem públicos como solteiros, terceira idade e casais sem filhos. Urbanistas afirmam que os centros das grandes cidades tendem a se renovar com essa ocupação, considerando que esse atual padrão influenciará no crescimento do comércio central de Curitiba e demais regiões onde existam os empreendimentos.

Ana Tereza: acessibilidade

a qualquer serviço que desejar, como restaurantes, bancos, farmácias e lojas e é um lugar que oferece segurança. Porém, os apartamentos tipo estúdio, por serem uma moradia muito pequena, não disponibilizam o conforto desejado. “Somente em caso de grande necessidade. Além disso, o valor não é equivalente ao tamanho do imóvel, sendo que com o custo para compra do estúdio seria possível adquirir uma casa com o dobro de metragem.” Já o corretor de imóveis, Marcos Vinícius destaca que o novo modelo de apartamentos compactos tem chamado a atenção das pessoas. E que os clientes que ultimamente procuram este tipo de imóvel

são jovens que trabalham muito e passam pouco tempo em casa. São áreas menores, privativas, mas, em todas elas, há a preocupação com área comum de lazer e que ofereça principalmente a segurança, com portaria 24 horas. Do público que procura os apartamentos, a maior parte ainda são pessoas solteiras, mas não necessariamente estudantes. Alguns são profissionais liberais. Na região central da cidade existe uma grande densidade de escritórios, consultórios de dentistas, médicos particulares. Então, tem-se um público maior, mais jovem que economiza tempo para ir e vir onde precisa. O corretor de imóveis diz que o fluxo grande de clientes é, basicamente, de investidores, que têm uma moradia temporária, mas podem fazer do apartamento, quando não utilizado, uma renda a mais. Sobre os moradores, diz que é muito difícil que alguém goste cem por cento de tudo e os pontos fortes dos estúdios são a localização, principalmente no centro, e a facilidade de acesso a várias regiões da capital paranaense.


6

MARCO

ZERO

Número 42 – Abril/Maio de 2015

ESPECIAL

Depois de 70 anos dos brasileiros na Segunda Guerra Mundial, os ex-expedicionário Suelen Mainardes

Para nunca m

Suellen

Jaqueline

Mainardes

Klippel

Thais

Suelen

Souza

Mainardes

Thais Souza

A Praça do Expedicionário fica próximo ao centro e abriga o Museu

Falta de apoio na volta ao Brasil Com a derrota dos países do eixo na Guerra, os brasileiros retornaram e o ex-expedicionário Eronides João da Cruz lembra que após a chegada ao Rio de Janeiro, o único recurso que receberam foi uma passagem até a sua cidade de origem em um pequeno ônibus nada confortável. E tinham até uma semana para entregarem seu uniforme. Em outubro de 1945, ele partiu de Santos para Londrina no Paraná onde, junto com sua irmã, construíram um pequeno hotel. Porém, se não fosse o apoio da família nada teria como suporte, como muitos outros expedicionários que passaram até fome. "Chegamos com neuroses de guerra, sem emprego, deslocados, proibidos de falar sobre as lembranças e sem exames médicos. Sofri dez anos de sistema nervoso e depois disso fui reformado. Hoje sou segundo tenente da força aérea”, relata. O outro pracinha, Basílio, também conta que o retorno para o Brasil, sua tão amada e idolatrada pátria, não pôs fim ao pesadelo de ter vivenciado os

Para ouvir • Os pracinhas brasileiros também foram tema de letras de músicas, como na música Smokings Snakes da banda de metal sueca Sabaton. O grupo lançou em 2014 essa homenagem a três soldados brasileiros mortos em combate. Os integrantes só tocaram pela primeira vez a canção quando fizeram a turnê pelas terras brasileiras, cantando

horrores da guerra. “Quando retornamos não tínhamos emprego e fomos abatidos pela mais completa miséria”, declarou. A situação dos expedicionários em serviço era precária, todavia, tornou-se insustentável quando estes perderam sua única serventia para o governo. Sem trabalho, roupas e comida muitos expedicionários sucumbiram. “Tive alguns amigos que foram internados em hospitais psiquiátricos por não conseguirem se adaptar à nova realidade”, conta. Sem perspectivas, Basílio vislumbrou seu fim; chegou a passar por vários quartéis pedindo comida. “Não recebemos salário e todos se esqueceram de nós”. O pracinha, assim como os demais combatentes, foram proibidos de relatar em seu próprio país os pavores vividos enquanto integrava o exército: “nem mesmo os alunos da escola sabiam que fomos para a guerra”. Após anos procurou a justiça juntamente com os colegas para que seus direitos adquiridos como expedicionários fossem reconhecidos.

um trecho da música em Português: “cobras fumantes, eterna é sua vitória”. Que se refere ao que os pracinhas falavam antes de começar um combate, “a cobra vai fumar”, e se tornou slogan da FEB. • A música da dupla sertaneja Chrystian e Ralf “Minha Gioconda”, narra o amor de um pracinha por uma moça ao chegar à Itália e que logo tem de dizer adeus.

É algo que decidi esquecer, para não martirizar a dor”. É assim que o ex- expedicionário José Basílio da Silva Filho, 90 anos, começa contando como foi a sua experiência na Segunda Guerra Mundial, que deixou milhões de mortos. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) comemora neste ano de 2015 várias datas importantes, desde a saída das tropas do Brasil, em 1942, até as vitórias na Itália contra os países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). Basílio tornou-se um homem de poucas palavras e não se sente à vontade falando sobre o assunto. Entretanto, através das mais vagas afirmações, as lembranças deste passado tão assustador retornam de modo avassalador e ainda fazem escorrer lágrimas. Diz que as pessoas não querem ouvir suas histórias, principalmente daquele período. “Quase ninguém guarda o que a gente fez ou viu lá. Vimos coisas tristes e passageiras”. Ele, que lutou na Itália e retornou deixando muitos companheiros para trás, hoje é um homem com expressão mansa e semblante tímido. Foi afastado da guerra precocemente devido a uma gripe; passou oito meses recebendo auxílio médico militar para, finalmente, voltar para casa. Suelen Mainardes

Basílio: desejo de esquecer o que viu

Avião exposto, na Praça do Expedicionário, é do mesmo modelo utilizado pe

Quase ninguém guarda o que a gente fez ou viu lá Basílio da Silva EXPECTATIVAS X REALIDADE O atual vice-presidente do Museu do Expedicionário, Eronides João da Cruz (93), que atuou na Força Aérea Brasileira no Setor de Armamento, ao ser questionado quanto sua partida para a guerra diz: "Não fui pelo patriotismo, mas pelo sonho que tinha de conhecer outros mundos". O expedicionário foi criado na cidade de Santos (SP) e cresceu com a influência de várias culturas, (italianos, espanhóis, alemães, entre outras). Ao ver a oportunidade para se alistar ao Exército Brasileiro, o fez a fim de conhecer outros idiomas e costumes.

O pracinha guarda lembranças carinhosas dos soldados brasileiros que se alistaram e relembra de como se esforçavam, para serem capacitados diante do grupo norte-americano o qual foram inseridos. “O brasileiro é o povo mais inteligente que existe, pena não termos oportunidades. Aprendíamos muito rápido, principalmente as partes técnicas que os americanos eram especialistas. Por outro lado, os brasileiros em busca da necessidade de conhecimento, eram curiosos e entendiam da cauda até o motor das aeronaves.”

Nós dividíamos com um ou outro civil nossa ração; ficavámos com dó Eronides da Cruz


Número 42 – Abril/Maio de 2015

MARCO

7

ZERO

os paranaenses relembram diversas datas e suas experiências

Suelen Mainardes

mais esquecer se surpreenderam com a miséria dos civis que não tinham onde trabalhar, nem o que comer. Os soldados tinham suas comidas e vestimentas doadas pelo Exército Brasileiro. Por outro lado, nada tinham os civis italianos que dependiam unicamente da piedade de alguns pracinhas. Eronides traz em sua memória fatos quase que inacreditáveis daquele momento, como a desgraça das famílias que prostituíam suas filhas para ter um pão, uma comida qualquer. “Nós brasileiros dividíamos com um ou outro civil nossa ração. Ficávamos comovidos e com dó das pessoas”.

Suelen Mainardes

Aos 93 anos, Eronides é vice-presidente do Museu do Expedicionário

Para assistir

COMEMORAÇÕES

A estrada 47: dirigido por Vicente Ferraz, o filme vai ser lançado no dia 7 de maio. O longa conta a trajetória dos pracinhas durante a guerra. O Menino do Pijama Listrado: O filme não narra exatamente a participação dos brasileiros durante a guerra, mas pode-se perceber o horror vivido na época. Conta a história de amizade entre dois garotos, um filho de militar e outro prisioneiro.

elo Exército Brasileiro no combate há 70 anos

O soldado alemão era o melhor do mundo; criado para a guerra Eronides da Cruz soldado alemão era o melhor do mundo, eram criados para a Guerra, ensinados a ter técnica, sangue frio sem demostrar suas emoções”. E mesmo diante da falta de preparo dos brasileiros, os pracinhas conquistaram a medalha do Congresso norte-americano, devido ao valor e inteligência. Ele conta que a lembrança mais forte da Segunda Guerra Mundial foi a travessia dentro do porão de um navio. A viagem teve duração de 17 dias. Eles não sabiam se sairiam de lá vivos ou morreriam no meio do Atlântico, e nem o que os esperava do outro lado. Ao chegarem à Itália

21 de fevereiro: Conquista de Monte Castelo 14 de abril: Conquista de Montese 8 de maio: Dia da Vitória 15 de novembro: Aniversário da Casa do Expedicionário

Outras conquistas da FEB 1944

Para ler

O Inverno da Guerra: Um livro que reúne reportagens feitas pelo correspondente internacional Joel Silveira, durante a Segunda Guerra Mundial onde representou o “Diário dos Associados”.

Para visitar

Museu do Expedicionário: Rua Comendador Macedo, 655, Praça do Expedicionário Atendimento: de terça a sexta-feira, das 10h às 12h e das 13h às 17h. Sábados e domingos das 13h às 17h Divulgação

Eronides pertencia a um dos esquadrões atrelados aos americanos e a respeito de como reagiram ao clima, diz que o brasileiro, mesmo acostumado com o calor tropical se adaptou ao clima gélido da Europa, criando maneiras de sobreviver ao frio. "Tínhamos o combat boot (botina de combate) e para andar na neve, uma galocha e meias que vinham até o joelho. Era comum o congelamento dos pés pela falta de circulação do sangue, pois tínhamos que vestir as meias, a botina e por cima a galocha. Com a inteligência do brasileiro, vestíamos somente a meia e a galocha. Para que houvesse a circulação colocávamos jornais, fenos, qualquer coisa que pudesse ficar confortável nos pés. "Assim mantinha-nos aquecidos e não morriam congelados”, conta. O ex-combatente critica os soldados alemães pela maneira que agiam, pois não deixavam transparecer seus reais sentimentos. Porém, elogia a sua forma de combate. “O

Lista de Schindler: História de um empresário alemão que recrutando mais de mil judeus para trabalhar em suas fábricas conseguiu salvá-los do Holocausto.

Datas permanentes

16 de setembro – Mazzarozza 18 de setembro – Camaiore 26 de setembro – Monte Prano 6 de outubro – Fornacci 7 de outubro – Galicano 11 de outubro – Barga 30 de outubro – San Quirico 16 de novembro – Monte Cavallaro 1945 4 de março – Santa Maria Villiano 5 de março – Castelnuovo 15 de abril – Paravento 19 de abril – Monte Maiolo 20 de abril – Rivela 21 de abril – Zocca 23 de abril – Fomigine 27 de abril – Collechio


8

MARCO

ZERO

Número 42 – Abril/Maio de 2015

COMPORTAMENTO

Ex-aluna Uninter na tevê americana Cássia Tavares cursava o 6° período de jornalismo da Uninter, mas decidiu largar tudo e embarcar numa viagem para se casar em até 90 dias no EUA Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Priscila Lopes

Cássia Tavares Hitch de 23 anos e Jason Hitch, 39 anos, oficial militar, se conheceram pelo facebook, quando ela estava no segundo ano da faculdade. Conversavam com a ajuda do Google Tradutor, já que Jason é americano e, assim como a Cassia, não falava outro idioma. Em entrevista por e-mail, ela contou como começou o namoro: “Eu estava namorando um outro americano. Acabou que o Jason era amigo dele e a gente começou a se falar depois que o namoro com o primeiro americano não deu certo. No começo eu não sabia muito de inglês, eu tinha em mente que pra usar o Google Tradutor é preciso saber pelo menos o básico de inglês. Com o tempo, eu fui melhorando”, conta. Durante um ano e três meses de namoro, Jason veio ao Brasil duas vezes encontrar com sua namorada, e Cássia tentou ir até o EUA em novembro de 2013 com o passaporte de turista, mas teve o visto negado. “Eu tive o visto negado assim que eu abri a minha boca pra falar que eu passaria algumas semanas com o meu namorado. Disseram que eles negam na maioria das vezes pra brasileiras jovens, solteiras, porque muitas brasileiras ficam aqui ilegalmente. Infelizmente, algumas pessoas estragam pra outras”, desabafou Cássia. Mas a história dela ir para o EUA estava apenas começando. Em 2014, Jason escreveu um e-mail para o reality show americano, 90 days fiance (90 dias Arquivo pessoal

O casal em evento beneficente no Arizona

Cássia e Jason se casaram durante participação em um reality show

Cássia em ensaio fotográfico na Pine Island, na Flórida

para casar), que estava buscando novos participantes para a segunda temporada do programa. E depois de uma entrevista através do Skype, foram aprovados.

assistem ao programa e mandam fotos, vídeos... Eu até recebo proposta de homem querendo me dar dinheiro e viagens, eles são loucos mesmo...” Ela conta que algumas pessoas até pedem para tirar fotos quando encontram com o casal na rua, e que teve um dia que a fama os permitiu ser VIP em um evento. “Uma noite a gente estava num desfile fashion, mas a gente não tinha nenhuma pulseira VIP. Resultado: sem free drinks. Aí uma moça chega gritando o meu nome, disse que me viu na TV e que sabia que um dia seríamos amigas. Ela perguntou o por que não tínhamos bracelete VIP e que ia dar um jeito nisso, porque ela era amiga do dono do lugar! Tudo certo, bebida de graça”. O sucesso na participação do programa têm dado oportunidades ao casal, que têm uma agência de relações públicas que representa eles sem cobrar pelo o serviço. E uma loja de roupas na Califórnia propôs co-criar peças com a Cássia. Além disso,

Visto permanente

O programa é sobre casais formados por homens que moram nos Estados Unidos e mulheres de outros países que conseguiram um visto especial, chamado K1, onde precisam se casar no EUA em até 90 dias para que a mulher consiga o visto permanente. Se ao final desse período não estiverem oficialmente casados elas devem retornar a seus países de origem. O reality acompanhou o casal desde que ela pisou em solo americano até o momento final do casamento. A cerimônia oficial aconteceu na cidade Spring Hill do estado da Flórida, no dia 13 de outubro de 2014 e no dia seguinte, houve outra cerimônia em Las Vegas que foi feita só para o programa. Cássia conta que eles não receberam ajuda fi-

Eu posso fazer convites tão bons quanto esses, pra isso que eu tive aulas com o Mazzarotto! nanceira do reality para realizar o casamento, e para ajudar nas despesas ela mesma fez os convites do casamento. “Eu dei uma pesquisada online e via aqueles convites bonitinhos, mas caros. Aí eu pensei ‘cara, eu posso fazer convites tão bom quanto esses aí online, pra isso que eu tive aulas com o Mazzarotto’”. Ela criou um convite que lembra o passaporte. Com o jeito simpático e carisma, Cássia conquistou fãs e foi uma das mais queridas pelo público. Ela conta das mensagens que recebeu, “O meu Facebook tá cheio de mensagens de pessoas que eu não conheço, mas que

eles pretendem montar sua própria agência online, e há outras oportunidades aparecendo que Cássia conta: “Há uns planos com a Playboy. Mas não é nada certo, porque a gente ainda tá só conversando”. Para quem ficou interessada pela trajetória da Cássia, e quer acompanhar sua história, ela tem dois blogs - jasonandcassia.com - onde conta o dia-dia do casal, mas em inglês. E o – destinoamerica.wordpress -, em português, onde ela conta seus passeios, dá opiniões sobre os lugares que ela visita, dá dicas sobre as expressões em inglês que ela aprende e a sua visão de morar fora do país.

Serviço Programa: 90 dias para casar (90 days fiance) Onde: Discorvery Home & Health Sexta- feira, às 20h40


Número 42 – Abril/Maio de 2015

MARCO

9

ZERO

CIDADE

Flores para todos os gostos e estações Floriculturas da rua XV dão aroma, cor e charme ao centro de Curitiba Carlos Martinez

Carlos Martinez

U

Muitas pessoas pedem que entreguem os buquês para surpreender a pessoa desejada Carlos Martinez

As flores são peças de decoração de grande importância em eventos rosas por buquê, a mais trabalhados como tirar as pétalas de 5 mil rosas para atirar de um helicóptero ou jogar pó de ouro em cada arranjo de flores de seu casamento.

Estação das Flores

Cada flor tem a sua estação. No inverno florescem as azaleias, camélias, cerejeira-do-Japão, laurotino e viburno, que são flores que possuem grande resistência à baixa temperatura e que se desenvolvem melhor longe dos raios solares. Na primavera são a holly, pessegueiro, pereira, crisântemos, dente-de-leão, mirtilo e outras, e é nessa época do ano que a maiorias das plantas desabrocham. No verão, as flores precisam gostar dos raios solares em quase todo seu período de cultivo, e acabam sendo mais resistentes e duram mais por causa da atividade fotossintética, como os lírios, orquídeas, cravos, margaridinhas e outras. E finalmente no outono, cuja estação poucas florescem, como girassol,

Flores artificiais, uma boa opção Carlos Martinez

ma bela mulher chega à floricultura para receber o presente de seu namorado, alegando que não pode entregá-lo, pois estava de viagem. Vamos chamar a mulher de Camila e seu namorado de Sebastian. Camila após entrar na loja, foi atendida pelo vendedor e ela diz do que se trata. O vendedor pega o nome dela e verifica sua lista, e entrega o buquê de duas dúzias de rosas que já estava pago. Logo em seguida começa a escutar uma música com vários violões em um ritmo familiar, e ao sair da loja para ver de onde surgia a música, se depara com Sebastian ao redor de músicos de dança flamenca. Sebastian vem dançando na direção de Camila e pega uma rosa de seu buquê e o põe na boca, continuando a sua coreografia. Após um tempo para se recuperar da surpresa, Camila se junta a seu parceiro na dança de ritmo quente, tendo como público os pedestres no centro de Curitiba. Donos de floriculturas e seus vendedores conhecem inúmeras histórias que acontecem nessas datas comemorativas, como nos dias das mães, quando um simples buquê de rosas entregue pelo filho a sua mãe cadeirante, irá comover todos ao seu redor. As flores são peças de decoração de grande importância em eventos, como dia dos namorados, dia das mães, dia da mulher, casamentos, festa de formatura, finados e outros. A escolha da floricultura especializada pode diminuir a dor de cabeça das pessoas responsáveis em organizar tais festas. Elas são utilizadas desde os primórdios como forma de demostrar algum sentimento à pessoa desejada e para ornamentar lugares como estabelecimentos, ruas, casas e lápides. Urubatan Gaio da Silva, que trabalha no ramo há 35 anos, afirma que as flores nem sempre transmitem sorte e conta que numa das entregas do serviço na igreja, descobriu que o casamento foi cancelado um dia antes e que se esqueceram de avisar a floricultura. Um fato muito comum nas floriculturas é a extravagância de clientes no pedido, do mais simples como excesso de botões de

dálias, eleagno, copo de leite e outros.

Mais procuradas

Segundo os comerciantes, as flores mais procuradas, em disparada, são as rosas, não só vermelhas, mas também cor de champanhe e brancas, depois vêm as orquídeas, que são mais presenteadas para os dias das mães, em seguida vem as flores do campo, como crisântemos, que são usados para enfeitar as lápides dos entes queridos não só nos dias de finado, mas em qualquer época do ano. O preço varia pouco de uma floricultura para outra, valendo em torno de dez reais um botão de rosa em um buquê e os arranjos de um só tipo a diversos, fica

entre R$100,00 a R$150,00. Sabendo escolher ou contratando um bom decorador, você pode realçar a beleza de sua casa ou do seu escritório para trazer uma harmonia para o ambiente.

Segundo os comerciantes, as flores mais procuradas pelos clintes são as rosas, não só vermelhas, mas cor de champanhe e brancas

Não podemos esquecer que não apenas as flores naturais são muito usadas em decoração, mas também as artificiais. E que também são chamadas de flores permanentes, pela fidelidade com as reais. Sua durabilidade é de no mínimo cinco anos. A qualidade do produto depende do material utilizado, como a utilização de tecidos com seda e veludo e materiais como silicone, espuma vinílica, papel, cera e vários tipos de plásticos e também não se pode esquecer do trabalho do artesão que da a vida às flores. Muitas pessoas a usam para a decoração de interiores, para realçar a beleza de uma sala de estar ou de uma fachada, com seus arranjos, e podendo até fazer viagens longas sem se preocupar se as flores vão estar vivas ou não, pois a única preocupação que terão é de passar um pano úmido, quase seco, nelas.


10

MARCO

ZERO

Número 42 – Abril/Maio de 2015

COMPORTAMENTO

O lado família das pista de skate A Praça do Gaúcho, ponto turístico da cidade, reúne adeptos e muitas histórias João Robson

C

uritiba é conhecida pela beleza de seus parques e praças, que quase todos os finais de semana se tornam ponto de encontro de famílias que praticam seus esportes preferidos. Um deles é o skate que, a cada ano, vem crescendo e ganhando novos adeptos, como as crianças e as mulheres que demonstram verdadeiro fascínio por esta prática. A pista do Gaúcho, inaugurada em 1974, é uma das mais antiga de Curitiba e fica localizada na Praça do Redentor. Ganhou esse apelido por causa da sorveteria do Gaúcho que fica ao lado. Situada próximo ao Shopping Mueller, sempre foi ponto de encontro de jovens que querem se divertir, conversar ou andar sobre rodas. Mas não são apenas os campeonatos de skate ou os skatistas que tornam o local famoso, já que todos os finais de semana a Pista do Gaúcho vem atraindo pais e mães que acompanham o divertimento dos filhos. Em 2009, a praça passou por uma reforma, ganhando

Como pai, é um orgulho poder andar de skate com meu filho

nova pintura, novo piso e um módulo da Polícia Militar. Segundo os frequentadores, isso contribui para que, a cada fim de semana, seja possível ver na praça várias famílias que se reúnem para fazer compras, tomar um sorvete na sorveteria e acompanhar a “brincadeira”. Edgar Rodrigues, que pratica o esporte há 29 anos, hoje acompanha o filho, Felipe, nessa caminhada e nos finais de semana na Praça do Redentor. Ele contou um pouco da sua história e carreira e o que mudou desde a época em que começou a frequentar o local. Segundo ele, a segurança na pista aumentou um pouco com o módulo móvel e as câmeras de segurança. “Isso é bom porque afasta os vândalos e atrai mais famílias para pista. Claro que ainda tem muito o que melhorar. Mas é um bom começo”. Em relação às drogas, Rodrigues diz que “está na mídia e, com isso, o aumento da venda e consumo. Mas o verdadeiro skatista, aquele que anda de verdade, pratica o esporte, quer ser o melhor e não usa drogas.” Uma questão que não podia ficar de fora dessa matéria era saber dele que anda desde de 85 o que mudou no decorrer de todo esse tempo. “Hoje você vê a garotada desde de cedo já andando, dando seu rolê com patrocínio, sempre inovando com novas manobras”. Edgar Rodrigues enxerga em seus dois filhos o futuro na prática dessa modalidade. Outro frequentador que tam-

O local é famoso entre os skatistas da cidade

Foto: João Robson

Praça do Gaúcho: ponto turístico da cidade reúne adeptos do esporte de todas as idades

bém tem muita história para contar sobre a pista é o skatista Meila de 26 anos, que começou no esporte com 13 anos. “Meu pai começou a andar de skate desde da colocação do primeiro tijolo na pista. Viu a praça ser construída, o que me influenciou bastante”, conta. E continua: “Olha, hoje a pista está bem mais segura com os módulos e as câmeras de segurança e isso inibe os que só vêm aqui pra roubar”. Na praça do Gaúcho é possível encontrar skatistas não só daqui de Curitiba como também de outros países, como o caso do uruguaio Leonardo Ruhan (16) que veio conhecer a cidade e se encantou com o estilo dos brasileiros e com as nossas pistas. Ele conta que há muita diferença entre o estilo de andar de skate em comparação com o seu país. “Lá o esporte ainda está crescendo, pois faz apenas oito anos que os adolescentes conhecem o skate”. Outra coisa que chamou a atenção dele foi o fato dos skatista brasileiros valorizarem as marcas nacionais. “A gente usa muita marca importada, porque não tem marcas nacionais”. Entre todas a dificuldades, segundo os frequentadores, a maior delas é a falta de apoio e patrocínio que os skatistas têm que enfrentar.

O skate feminino e a falta de apoio O skate feminino no Brasil teve início em 2000 com a criação da ASBFE (Associação Brasileira de Skate Feminino) pela skatista, Og de Souza. De lá pra cá, a presença feminina no skate cresceu, e hoje é possível ver o domínio das mulheres competindo em modalidades como o skate Park, e a vertical competição realizada em um half pipe, que consiste em uma rampa com curvas (transições), com 3m40 ou mais de altura (três metros de raio e quarenta centímetros de verticalização). Em Curitiba, o destaque é a atleta Marina Veiga (foto), também conhecida como Mah Veiga, que começou a andar com 13 anos de idade, enfrentado vários problemas, como a proibição dos pais por considerarem um esporte masculino, e a falta de apoio e patrocínio. Isso não a abalou, pois Mah correu atrás do seu objetivo que era competir com os meninos, objetivo que custou a ser alcançado, já que até foi proibida de subir no pódio.“No começo foi difícil porque os meninos achavam que pelo fato de ser menina eu não deveria estar ali e podia me machucar.” Ela conta outra situação, de quando em uma das competições um garoto que estava concorrendo com ela quis agredi-la. “O cara veio pra cima, queria me bater só

porque eu ganhei. Porque menina não pode andar de skate” . Em relação à falta de patrocínio, ela acrescenta: É pouco o investimento e ainda há muito o que se fazer no skate feminino, pois os recursos são poucos e as empresas preferem investir nos meninos porque se sentem mais seguros.” Hoje, Mah é uma atleta patrocinada e tem o apoio de várias empresas. Ela também participa do projeto Divas Skateiras, que apoia e investe na modalidade feminina e, além disso, trabalha em um programa de rádio no qual é apresentadora. Em relação à presença feminina no skate, ela afirma que só tende a crescer, pois a cada dia outras meninas aparecem na cena. Entre os skatistas, as opiniões se dividem. Há aqueles que não apoiam e que acham que lugar de menina é em casa fazendo as unhas, ou esquentando barriga no fogão, e aqueles que respeitam e apoiam. Elas estão aí para provar que não é bem assim, porque não só no skate mas em várias outras áreas, as mulheres vem ganhando destaque.


Número 42 – Abril/Maio de 2015

MARCO

11

ZERO

ESPECIAL

Um Marco para quem faz, um Marco para quem lê Prestes a completar cinco anos, jornal-laboratório da Uninter coleciona prêmios e histórias

Isabela Collares

Um vídeo antigo sobre filtro solar

Isabela Collares

E

sse ano ele completa cinco anos. Tal como uma criança da mesma idade, ele apresenta algumas características peculiares, como um senso de observação bastante apurado e mais deliberativo. Não é gente, mas por gente ele é feito. O nome de batismo é uma homenagem à pedra-fundamental localizada do centro histórico de Curitiba e que representa a consolidação da presença dos bandeirantes na região. Em circulação desde 2010, o jornal Marco Zero partiu da necessidade de aproximar os estudantes do curso de Jornalismo da Uninter à rotina de uma redação. Idealizado pelo jornalista e professor Roberto Nicolato, o jornal-laboratório veio para preencher uma enorme lacuna na área da comunicação, já que, por incrível que pareça, não existia, até a sua criação, nenhum jornal impresso que tivesse sua publicação voltada especificamente para o centro da capital. De periodicidade mensal e com uma linha editorial bem definida, o Marco Zero prioriza matérias não factuais e mais analíticas, onde os estudantes envolvidos podem produzir os conteúdos de maneira esmiuçada e contundente. A escolha do nome Marco Zero não tem relação somente com a homenagem ao monumento que simboliza o ponto

@TÁ NA WEB

Um vídeo relativamente antigo, que fez bastante sucesso no início do ano 2000, “Wear Sunscreen” ou “Use Filtro Solar” é um daqueles achados que vale a pena assistir de novo. No mínimo, inspirador.

As primeiras edições do jornal-laboratório do Uninter

de partida da cidade. As pautas criativas, que saem da mesmice do formato tradicional de um jornal impresso, exploram temas diversos, muitos desses abafados ou esquecidos pela maioria. Daí a ideia de um novo começo, proposto pelo número em destaque no título. Descartando o sensacionalismo habitual da imprensa marrom, quantas vezes você leu por aí reportagens sobre as prostitutas ou os transexuais que vivem na capital? Pois é. Assuntos por vezes suprimido pela grande imprensa, ganham espaço nas páginas do Jornal Marco Zero. A liberdade editorial e as pautas cuidadosamente produzidas fizeram com que o reconhecimento fosse muito além de sua área de atuação, no centro de Curitiba. O jornal concorreu em todas as edições do prêmio Sangue Novo, promovido pelo Sindicado dos Jornalistas Profissionais Camila Kokot

Foto: João Robso

Professores Luis Otávio Dias e Roberto Nicolato com os alunos na cerimônia do Prêmio Sangue Novo 2015.

Não é um trabalho fácil desde a pauta até o fechamento de Curitiba, na categoria “Jornal Laboratório Impresso” conquistando, inclusive, o primeiro lugar nos anos de 2011 e 2013. “Não é um trabalho fácil, já que há um envolvimento direto do momento da discussão da pauta até o fechamento do jornal. Mas a satisfação de ver os alunos produzindo, supera qualquer dificuldade”, comenta Nicolato. O ponto de partida dessa produção toda é determinado nas próprias aulas de Redação Jornalística. Em meio a reuniões periódicas de pauta, os alunos saem à campo em busca de fontes, registros fotográficos e histórias que enriqueçam o conteúdo do jornal. Das relíquias preciosas que podemos encontrar nos sebos do centro da cidade, passando pelas histórias surpreendentes da Boca Maldita até o dia das prostitutas e transexuais da capital, o Jornal Marco Zero já compartilhou muito da nossa realidade em suas páginas. “Foi uma ótima experiência escrever para o jornal, você consegue colocar em prática as coisas que aprende em sala e aprimora o que aprendeu” comenta a estudante de Jornalismo da Uninter, Thais Choma. Vida longa ao nosso Marco Zero!

No Brasil, a versão de Pedro Bial ficou bastante popular. Acesso o link: https://www.youtube.com/ watch?v=2pYI8R6f4hU

Vida e obra de Dalton Trevisan

Coletânea de entrevistas com personalidades do cenário intelectual curitibano, o vídeo “Daltonismo” aborda aspectos da vida e da obra do escritor Dalton Trevisan - que está completando 90 anos - e é considerado mestre no gênero conto e um dos mais míticos personagens de Curitiba. O vídeo está disponível no youtube e conta a história de Dalton no link: https://www.youtube.com/ watch?v=sTkzOqoiZVs


12

MARCO

ENSAIO FOTOGRÁFICO

29042015

A batalha do Centro Cívico No dia 29 deste mês de abril, o céu estava cinza, com uma fina garoa, mas não choveu. O que choveu, sim, foram bombas de gás lacrimogêneo, tiros de bala de borracha e jatos de água. Quase 200 professores ficaram feridos na ação policial sem precedentes em frente à Assembleia Legislativa do Paraná. No dia 5/05 outro ato, desta vez não houve tiros, nem gás, nem balas de borracha; apenas gestos simbólicos de luto e dor. itas flores e lágrimas. A dor da alma é mais profunda que as feridas. André Rodrigues

ZERO

Número 42 – Abril/Maio de 2015


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.